............................................................................. .... 198 5.4. EFEITO REGRESSIVO (JUÍZO DE RETRATAÇÃO) .................................................... 199 6. AGRAVO EM EXECUÇÃO (art. 197 da LEP) ...................................................................... 199 6.1. CABIMENTO ............................................................................. ................................... 199 6.2. PROCEDIMENTO ............................................................................. ........................... 199 6.3. LEGITIMIDADE ............................................................................. ............................... 199 6.4. EFEITO SUSPENSIVO ............................................................................. .................... 199 7. SÍNTESE ............................................................................. ................................................ 199 VII. AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO ...................................................................... 201 1. INTRODUÇÃO ............................................................................. ........................................ 201 2. REVISÃO CRIMINAL ............................................................................. .............................. 201 2.1. PREVISÃO LEGAL ............................................................................. .......................... 201 2.2. CONCEITO ............................................................................. ...................................... 201 CS – PROCESSO PENAL III 12 2.3. NATUREZA JURÍDICA DA REVISÃO CRIMINAL ......................................................... 202 2.3.1. Localização ............................................................................. ............................... 202 2.3.2. Ação de impugnação X Recurso ............................................................................ 202 2.3.3. Cabimento da revisão criminal X Cabimento do HC .............................................. 202 2.3.4. Revisão Criminal X Ação Rescisória ...................................................................... 202 2.4. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL ............................................................................ 203 2.5. LEGITIMIDADE PARA O AJUIZAMENTO DA REVISÃO CRIMINAL (CPP, art. 623) ... 203 2.6. INTERESSE DE AGIR ............................................................................. ..................... 204 2.7. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO .................................................................... 204 2.8. REVISÃO CRIMINAL E TRIBUNAL DO JÚRI ............................................................... 204 2.9. HIPÓTESES DE CABIMENTO (CPP, art. 621) ............................................................. 205 2.10. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS .......................................................................... 206 2.11. COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO DA REVISÃO CRIMINAL ........................ 206 2.12. ÔNUS DA PROVA ............................................................................. ....................... 207 2.13. EFEITO SUSPENSIVO DA REVISÃO CRIMINAL ..................................................... 207 2.14. INDENIZAÇÃO PELO ERRO JUDICIÁRIO (CPP, art. 630) ....................................... 207 3. HABEAS CORPUS ............................................................................. ................................. 208 3.1. CONCEITO ............................................................................. ...................................... 208 3.2. NATUREZA JURÍDICA ............................................................................. .................... 208 3.3. ESPÉCIES DE HABEAS CORPUS ............................................................................. . 209 3.3.1. Infrações punidas com pena de multa ................................................................... 209 3.3.2. Pena já cumprida ............................................................................. ...................... 210 3.3.3. Pena de demissão de servidor público .................................................................. 210 3.3.4. Quebra ilegal de sigilo bancário ............................................................................. 210 3.3.5. Previsão de recurso e cabimento de HC ................................................................ 210 3.3.6. Punições disciplinares militares ............................................................................. 210 3.4. SITUAÇÕES DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL (CPP, art. 647) ................................ 211 3.5. COMPETÊNCIA ............................................................................. .............................. 211 3.5.1. HC contra turma recursal ............................................................................. .......... 211 3.6. HIPÓTESES DE NÃO CABIMENTO (JURISPRUDÊNCIA) .......................................... 211 CS – PROCESSO PENAL III 13
I. PROCEDIMENTOS ROCEDIMENTOS ROCEDIMENTOS ROCEDIMENTOS
ROCEDIMENTOS ROCEDIMENTOS ROCEDIMENTOS ROCEDIMENTOS ROCEDIMENTOS ROCEDIMENTOS ROCEDIMENTOS ROCEDIMENTOS 1. DIREITO INTERTEMPORAL 1.1. REGRA DO DIREITO PENAL Princípio da irretroatividade da lei penal mais gravosa (art. 5º, XL da CF/88). 1.2. REGRA DO DIREITO PROCESSUAL Princípio da aplicação imediata (tempus regit actum), conforme o art. 2º do CPP. CPP Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 1.2.1. Norma genuinamente processual É aquela que cuida de procedimentos, atos processuais, técnicas do processo etc. Em relação a essas normas, aplica-se a regra geral do tempus regit actum. Princípio da aplicação imediata: tem aplicação imediata sem prejuízo da validade dos atos processuais praticados sob a vigência da lei anterior. 1.2.2. Norma processual material Aplica-se aqui a regra do Direito material da irretroatividade da lei mais gravosa ou ultratividade da lei mais benéfica. Duas correntes conceituam a norma processual material ou ‘mista’: 1) Corrente restritiva: É a norma que, embora disciplinada em diploma processual penal, dispõe sobre o conteúdo da pretensão punitiva, tal como direito de queixa ou de representação, decadência, perempção, prescrição etc. O exemplo antigo é a lei 9.099/95, que trouxe vários institutos despenalizadores e tem aplicação retroativa (art. 90 da Lei, que foi declarado inconstitucional sem redução de texto - interpretação conforme - na ADI 1719-9, sob o fundamento (STF): as normas de direito penal devem retroagir para beneficiar os acusados). Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais cuja instrução já estiver iniciada. (Vide ADIN nº 1.719-9) Exemplos de normas processuais penais da Lei: composição civil dos danos, transação penal, suspensão condicional do processo, representação nos crimes de lesão corporal leve e lesão corporal culposa. CS – PROCESSO PENAL III 14 Aplica-se a essas normas o princípio da irretroatividade da lei mais gravosa e o princípio da ultra atividade da lei mais benéfica. Novo exemplo: Nova Lei dos Crimes sexuais (12.015/09). Art. 225. Tornar o crime condicionado à representação atinge a pretensão punitiva e torna a situação mais benéfica ao acusado. 2) Corrente ampliativa: É a norma disciplinada em diploma processual que estabelece condições de procedibilidade, meios de prova, liberdade condicional, prisão preventiva, fiança, modalidades de execução da pena, enfim, todas as regras que produzam reflexos no “ius libertatis” do agente. 1.3. CASUÍSTICA A lei 11.719/08, que alterou o procedimento, entrou em vigor dia 22/08/2008. Fora essa lei, temos mais duas que entraram em vigor em 2008, são elas: 11.689/08 e 11.690/08. 1.3.1. Alteração do art. 366 pela lei nº 9.271/96 (vigência: dia 16/06/96 – 60 dias após a publicação) Data do delito: 10/03/1995 17/04/96 Alteração do 366 CPP Julgamento - 22/04/97 Art. 366. O processo seguirá à REVELIA do acusado que, citado inicialmente ou intimado para qualquer ato do processo, deixar de comparecer sem motivo justificado. Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) LFG na época entendeu que apenas a parte benéfica processual deveria retroagir (Lex tertia). Para os Tribunais, o art. 366 do CPP teve sua aplicação limitada para os crimes praticados após a vigência da lei 9.271/96. Violava a ampla defesa e contraditório. Processo corre à revelia do réu. -Veja que ao determinar a suspensão do processo, há modificação benéfica de cunho processual. -Veja que ao determinar a suspensão da prescrição há modificação maléfica de cunho material. 1.3.2. Extinção do “protesto por novo júri” (art. 4º da lei 11.689/08, vigência: 09/08/08) Um crime doloso contra a vida cometido em 2007 e julgado em 2009 é suscetível de protesto por novo júri? Duas correntes: CS – PROCESSO PENAL III 15 1ª C (Minoritária): Trata-se de norma processual material. Portanto, caso o crime tenha sido cometido até a entrada em vigor da lei 11.689/08, o acusado terá direito ao protesto por novo júri, caso seja condenado por um delito a uma pena igual ou superior a 20 anos. (LFG). 2ª C (PREVALECE): Trata-se de norma genuinamente processual: A lei do recurso é a lei vigente no momento em que a decisão recorrível foi proferida (Nucci, Feitoza, Pacelli). A doutrina diz que quando o indivíduo cometeu o crime, ele tinha expectativa do direito de recurso. Isto porque o direito ao recurso surge quando a sentença é proferida, quando ela é publicada, sendo, nesta oportunidade, aplicável a lei vigente e não a lei do momento do crime. Portanto, aplica-se a lei vigente ao recurso quando da sentença. STF – Informativo 734: 1.3.3. Alteração do recurso cabível da decisão de impronúncia da lei 11.689 (09/08/08). RESE apelação (questão da magistratura) -6ª Feira: 08/08/08. Impronúncia: RESE. -Sábado: 09/08/08. Apelação. -Segunda: 11/08/08. Apelação? NÃO. RESE. Isto porque o direito ao recurso (sentença) surgiu quando era cabível ainda o RESE. Portanto, este é ainda o recurso cabível. OBS: A Lei da Repercussão geral (11.418/06, art. 4º) adotou o critério da lei do tempo da interposição do recurso. Está errado. A lei deve ser aplicada as decisões proferidas após sua vigência. Entretanto, o STF disse que não bastava a lei, deveria também haver previsão no Regimento Interno para que se exigisse o requisito. Realizada a emenda regimental, o STF decidiu em QO no AI 664567 que as alterações regimentais (e consequentemente o requisito da repercussão geral) só incidiam aos recursos contra decisões proferidas depois da alteração do RI. 2. SISTEMAS DE APLICAÇÃO DE NOVA LEI PROCESSUAL Aplicação da Lei 11.719/08 aos processos em andamento. A vigência da lei se deu no dia 22/08/2008. a) Sistema da unidade processual: Apesar de se desdobrar em uma série de atos diversos, o processo apresenta uma unidade. Portanto, somente pode ser regulado por uma única lei, no caso a lei antiga, para que não haja retroatividade da lei nova. CS – PROCESSO PENAL III 16 b) Sistema das fases processuais: Cada fase processual pode ser disciplinada por uma lei diferente. São fases do processo penal: Postulatória, ordinatória, instrutória, decisória, recursal. c) Sistema do isolamento dos atos processuais: A lei nova não atinge os atos processuais já praticados, mas se aplica aos atos processuais a praticar. Esse é o sistema adotado pelo CPP, conforme o art. 2º do CPP. Tempus regit actum. Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. Casuística: Em 23/06/08, ocorre o interrogatório do acusado. Em 30/09/2008, ocorre a oitiva das testemunhas. No dia 22/08/08 entrou em vigor a lei 11.719/08, que determinou que o interrogatório passasse a ser o último ato da instrução e que a audiência fosse una. Deve ser feito novo interrogatório? Sim, é um ato, de suma relevância ainda que permite a ampla defesa. 3. PROCEDIMENTO COMUM 3.1. CLASSIFICAÇÃO DO PROCEDIMENTO COMUM (art. 394) O procedimento pode ser comum ou especial. O procedimento comum se divide em: a) Ordinário: Crime com pena máxima cominada IGUAL ou SUPERIOR a 04 anos. b) Sumário: Crime com pena máxima cominada INFERIOR a 04 e SUPERIOR a 02 anos. c) Sumaríssimo (JECrim): Infrações penais de menor potencial ofensivo (IMPOs), assim entendidas as contravenções e crimes com pena máxima não superior a 02 anos, cumulada ou não com multa, independentemente de procedimento especial. OBS: É possível que do juizado o processo seja remetido ao juízo comum, em duas hipóteses: 1ª Hipótese: Complexidade da causa, a requerimento do promotor (art. 77, §2º da Lei). Ex.: Perícia mais elaborada; vários acusados. Lei 9.099/95 Art. 77, § 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação da denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei. 2ª Hipótese: Impossibilidade de citação pessoal, uma vez que no JEC não cabe citação por edital (art. 66 da Lei). Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado. Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei. CS – PROCESSO PENAL III 17 Uma vez remetidos os autos ao Juízo comum, observa-se o PROCEDIMENTO SUMÁRIO (art. 538 do CPP). CPP Art. 538. Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o juizado especial criminal encaminhar ao juízo comum as peças existentes para a adoção de outro procedimento, observar-se-á o procedimento sumário previsto neste Capítulo. 3.2. ALGUMAS QUESTÕES RELEVANTES 3.2.1. Concurso de crimes É levado em consideração para a escolha do procedimento a ser utilizado (até porque é causa de aumento de pena). Ao contrário da prescrição, onde não é considerado (são considerados isoladamente). 3.2.2. Qualificadoras Também são levadas em consideração, porquanto formam um novo preceito secundário. 3.2.3. Causas de aumento e de diminuição de pena Também são consideradas Deve-se buscar sempre o máximo de pena possível. Em se tratando de majorante: Leva-se em consideração o quantum que mais aumente a pena. Em se tratando de minorante: Leva-se em consideração o quantum que menos diminua a pena. Ex: tentativa 1/3 a 2/3, aplicaremos 1/3. Teoria da Pior das Hipóteses (ver penal, teoria da pena) 3.2.4. Agravantes/atenuantes Não são levadas em consideração, até porque no momento do cálculo da pena não é possível que as agravantes suplantem o máximo de pena cominada no preceito secundário do tipo. 3.2.5. Prioridade de tramitação (art. 394-A) A Lei nº 13.285/2016, acrescentou o art. 394-A ao Código de Processo Penal, com a seguinte redação: Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade de tramitação em todas as instâncias. Na prática, o que muda: nada. Não existe um controle sobre essas prioridades e não há qualquer sanção para o caso de a ordem ser descumprida. Isso sem falar que a causa da demora CS – PROCESSO PENAL III 18 na tramitação dos processos é muito mais profunda e o acréscimo desse dispositivo não contribui em nada. Trata-se de mais um exemplo de legislação simbólica. O art. 394-A menciona apenas os crimes hediondos. É possível aplicar esta prioridade também para os delitos equiparados a hediondo (tráfico de drogas, tortura e terrorismo)? Penso que sim. Como o art. 394-A do CPP é uma norma genuinamente processual, não há vedação para se utilizar a interpretação extensiva, nos termos do art. 3o do CPP. Vale ressaltar, ademais, que os processos envolvendo réus presos gozam de prioridade superior, mesmo que estejam relacionados com a prática de crimes "comuns" (não hediondos). 3.3. PROCEDIMENTO NO CASO DE CRIMES CONEXOS SUBMETIDOS A PROCEDIMENTOS DIVERSOS 3.3.1. Júri X Procedimento ordinário Prevalece o júri, já que é uma regra de competência prevista na CF/88. 3.3.2. Roubo (procedimento ordinário) X Tráfico (procedimento especial) A antiga lei de drogas (Lei 6.368/76), em seu artigo 28, adotava o procedimento do crime mais grave. Esse dispositivo não foi repetido na nova Lei de Drogas. O procedimento não deve ser determinado em virtude da gravidade do delito, mas sim em virtude de sua amplitude, ou seja, deve ser adotado o procedimento que mais assegure o exercício das faculdades processuais. Diante desse conflito, o procedimento mais amplo é o comum ordinário (vide maior número de testemunhas, faculdade de requerer diligências etc.). 3.4. DO PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO: VISÃO GERAL 3.4.1. Comparativo ANTES DA LEI 11.719/08 DEPOIS DA LEI 11.719/08 1) Oferecimento da peça acusatória 2) Recebimento 3) Citação do acusado (pessoal ou por edital) 4) Interrogatório do acusado 5) Defesa prévia - Apresentada pelo acusado ou pelo defensor - No prazo de 03 dias - Para a jurisprudência a ausência da defesa prévia era mera irregularidade. Já a ausência de intimação para a apresentação da defesa prévia era causa de nulidade absoluta. 1) Oferecimento da peça acusatória (art. 41) 2) Recebimento da peça acusatória 3) Citação do acusado (pessoal, edital, por hora certa). Art. 395. 4) Resposta à acusação (10 dias - art. 396) 5) Possibilidade de absolvição sumária (art. 397) CS – PROCESSO PENAL III 19 OBS: A partir de 2003, passou a ser obrigatória a presença de advogado no interrogatório. Logo, o defensor já saia do interrogatório intimado. 6) Oitiva de testemunhas de acusação e defesa. Em regra, eram duas audiências distintas. 7) Diligências (fase do art. 499). 8) Alegações finais (art. 500), sempre por escrito. 9) Diligências ex officio pelo juiz, cabendo a ele dar ciência às partes. 10) Sentença. 6) Designação de Audiência UNA 7) Audiência de instrução e julgamento (art. 400 a 403) -interrogatório da vítima - testemunhas de acusação/defesa - acareação - interrogatório do acusado - pedido de diligências - alegações orais (se não houver diligências ou complexidade) -diligências -memoriais (caso não tenha havido alegações orais) - sentença. 3.4.2. Fluxograma do procedimento Ordinário/Sumário C IP MP OD RD CA RA AS AIJ S Rec Exec. |---------|---------|---------|---------|--------|--------|--------|--------- |---------|---------|---------|-------- 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1) Cometimento de crime: Com pena máxima superior a 02 anos. Se pena inferior ou se contravenção, o rito é o sumaríssimo (exceto Maria da penha). 2) Inquérito: Art. 4º ao 23º do CPP. Art. 5º, LV da CF. O inquérito policial tem caráter unidirecional, só tem um único desiderato, qual seja, buscar indícios de autoria do crime e a prova da materialidade. Materialidade (art. 159 do CPP): Através de laudo pericial, quando deixar vestígios. Terminado, o inquérito vai para o juiz. Sendo crime de ação pública, o juiz manda para o MP. 3) Vista ao MP: Pode oferecer denúncia, requisitar diligências (se forem imprescindíveis) ou requerer arquivamento. 4) Oferecimento Denúncia: Começa a Ação penal. Pode o MP oferecer a suspensão condicional do processo (pena mínima igual ou inferior a um ano). Lembrar da interpretação holística. 5) Recebimento da denúncia: ou rejeição (art. 395). Em regra, não precisa ser fundamentado. É ato irrecorrível. CS – PROCESSO PENAL III 20 OBS: Contra a rejeição cabe RESE. OBS: A rejeição agora está ligada a aspectos processuais. 6) Citação do acusado: Art. 351. 7) Resposta à acusação: Art. 396. 8) Absolvição sumária: Art. 397. A absolvição sumária está ligada ao mérito (que antes da reforma era a rejeição). Contra a absolvição cabe Apelação, pois é sentença definitiva. Não sendo caso de absolvição sumária... 9) Audiência una de instrução e julgamento: Art. 400 a 403. Vigora aqui o princípio da concentração dos atos processuais. Inquirir testemunhas e vítima. Interroga o acusado. Ao final: Debates orais. 10) Sentença 11) Recursos 12) Execução da pena 4. ANÁLISE DO NOVO PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO Lei 11.719. Vigência: 22 de agosto de 2008. 4.1. OFERECIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA 4.1.1. Número de testemunhas: 08. Prevalece que são 08 testemunhas por FATO DELITUOSO, sem contar as não compromissadas. 4.1.2. Início do processo: 1ª C: Em uma visão mais moderna, se dá com o oferecimento da peça acusatória. Afinal, mesmo que o juiz rejeite a peça acusatória, será indispensável a intimação do denunciado para apresentar contrarrazões ao RESE interposto pela acusação. PREVALECE. Súmula 707 STF. CS – PROCESSO PENAL III 21 Súmula 707 do STF - constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo. 2ª C: Recebimento da peça acusatória (no CPPM tem disposição expressa nesse sentido). Após o oferecimento, surgem duas possibilidades: recebimento ou rejeição da peça. 4.2. REJEIÇÃO DA PEÇA ACUSATÓRIA CPP Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: I - for manifestamente inepta; II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. 4.2.1. Inépcia da peça acusatória Inobservância dos requisitos OBRIGATÓRIOS previstos no art. 41 (requisitos da peça inicial): EXPOSIÇÃO DO FATO CRIMINOSO e QUALIFICAÇÃO DO ACUSADO. Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá- lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. A inobservância dos demais requisitos não dá ensejo à rejeição da peça. Antes da Lei 11.719/08 Depois da Lei 11.719/08 As hipóteses de rejeição estavam no art. 43: 1) Fato narrado não constituísse crime. Exemplo: Princípio da insignificância. Coisa julgada material. 2) Causa extintiva da punibilidade Ex: Prescrição ou decadência. Coisa julgada material. 3) Ausência de condições da ação (hipótese de não recebimento). Coisa julgada formal. OBS: Nessa última hipótese, a lei dizia que, removido o vício, nova peça poderia ser oferecida. Ou seja, a rejeição nesse caso somente faria coisa julgada formal, diferentemente dos demais casos. Assim, nesses casos, essa decisão era chamada de “não recebimento”. Estão enumeradas no art. 395 do CPP: 1) Inépcia da peça acusatória (não obedece seus requisitos indispensáveis). 2) Ausência de pressuposto processual ou condição da ação (ver abaixo). 3) Ausência da justa causa (ver abaixo). OBS: Não há diferenciação entre rejeição e não recebimento, eis que qualquer hipótese gera coisa julgada formal. O julgamento de mérito se dá com a absolvição sumária. CS – PROCESSO PENAL III 22 Para a jurisprudência, a inépcia da peça acusatória deve ser arguida até o momento da sentença (se conseguiu se defender até agora, não houve prejuízo). Uma vez prolatada a sentença, o vício processual deixa de ser da peça acusatória e passa a ser da própria decisão. 4.2.2. Pressupostos processuais (doutrina clássica) -Existência a) Demanda veiculada por meio de uma peça acusatória. b) Presença de Jurisdição (representada pela competência e imparcialidade do juízo). c) Existência de partes que possam estar em juízo (legitimatio ad processum). -Validade: Estão relacionados à originalidade da demanda, ou seja, à inexistência de coisa julgada ou litispendência. 4.2.3. Condições da ação (doutrina clássica) a) Legitimidade das partes (legitimatio ad causam) b) Possibilidade jurídica do pedido c) Interesse de agir d) Justa causa OBS: A justa causa sempre foi condição da ação. Não havia necessidade do inciso III do art. 395 do CPP. O legislador quis destacar a importância dessa condição. Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: I - for manifestamente inepta; II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou III - faltar JUSTA CAUSA para o exercício da ação penal. 4.2.4. Condições da ação penal (doutrina moderna) Busca dos novos doutrinadores de um rol próprio de condições da ação, sem ter que importar as condições do processo civil. a) Fato aparentemente criminoso; b) Punibilidade concreta; c) Legitimidade para agir; d) Justa causa. 4.2.5. Justa causa Lastro probatório mínimo para o oferecimento de peça acusatória, demonstrando a viabilidade da pretensão punitiva. Deve haver prova da materialidade e indícios de autoria. CS – PROCESSO PENAL III 23 Nos crimes que deixam vestígios a materialidade é comprovada, em regra, por um exame de corpo de delito. REGRA: O exame pericial não é indispensável no momento do oferecimento da peça acusatória, podendo ser juntado ao longo do processo. EXCEÇÕES: 1) Lei de drogas: O laudo de constatação funciona como verdadeira condição específica de procedibilidade da ação (art. 50, §1º da Lei 11.343/06). Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas. § 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea. 2) Crimes contra a propriedade imaterial: o exame pericial é indispensável para o início do processo (art. 525 do CPP). Art. 525. No caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa ou a denúncia não será recebida se não for instruída com o exame pericial dos objetos que constituam o corpo de delito. 4.2.6. “Rejeição” X “Não recebimento” Antes da Lei 11.719/08 Alguns doutrinadores faziam essa diferenciação (Aury Lopes Jr). O NÃO RECEBIMENTO estaria ligado a aspectos processuais (revogado art. 43, III). Art. 43. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008). III - for manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar condição exigida pela lei para o exercício da ação penal. A REJEIÇÃO estaria relacionada ao direito material (revogado art. 43, I e II). Art. 43. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008). I - o fato narrado evidentemente não constituir crime; II - já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição ou outra causa; A relevância dessa distinção estava ligada aos recursos. Contra NÃO RECEBIMENTO caberia RESE (art. 481 do CPP). Contra REJEIÇÃO caberia apelação. A decisão de NÃO RECEBIMENTO não fazia coisa julgada. A REJEIÇÃO fazia. CS – PROCESSO PENAL III 24 Depois da Lei 11.719/08 Essa distinção perdeu a razão. O NÃO RECEBIMENTO é sinônimo de REJEIÇÃO. Agora todas as causas de rejeição são ligadas a aspectos processuais. A decisão não faz coisa julgada, ou seja, removido o vício, nada impede que