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Escrito por:
Steve Andreas
Publicado em:
ter, 08/12/2015
Três dias atrás eu estava andando no leito do nosso riacho, muito rochoso e remexido - e com uns
400 metros de largura - desde a grande inundação em setembro passado. Eu me descuidei e
tropecei em um grande pedaço de pau, que me fez cair para a frente e com todo o meu peso sobre
o lado direito, puxando os músculos da minha perna esquerda, de modo que eu só podia andar
mancando e cambaleando com a maior parte do meu peso na perna direita. Meu joelho logo
inchou e os músculos acima e abaixo do joelho ficaram muito doloridos.
Nós quase sempre notamos o aparecimento súbito de uma lesão, e o mesmo é verdadeiro para
muitas doenças. Mas tendemos a não reparar na cura, o que é quase sempre mais gradual. Nossa
imagem do início da lesão ou da doença é geralmente muito viva, enquanto a imagem da cura é
normalmente fraca ou inexistente. Podemos ter ficado doente — e bem novamente — inúmeras
vezes, mas acho que só nos lembramos de ficar doente, ignorando termos ficado bem. As pessoas
costumam dizer algo como: "Eu estou sempre ficando doente", mas nunca ouvi alguém dizer: "Eu
estou sempre ficando bem", apesar de que quase todos os "ficar doente" são seguidos pelo "ficar
bem".
Isso cria um preconceito implícito na nossa memória e o pensamento de que isso certamente não
é agradável e, provavelmente, não é útil no apoio à cura. Como podemos reequilibrar — ou mesmo
reverter — esse preconceito inconsciente de pensar principalmente no ficar doente, ignorando o
ficar bem?
Existe uma maneira de ajudar na cura natural que eu tenho usado por anos, que "entra
automaticamente em ação" sempre que eu estou ferido ou doente. Inicialmente o "clipe do meu
filme" interno da queda, e a dor ou machucado resultante, era muito vívido na minha mente,
juntamente com a atual dor ou machucado — e eu não tinha nenhuma imagem da cura. Então a
primeira coisa que fiz foi reduzir a nitidez dessa imagem do início da dor, tornando-a mais fraca,
menor, desvanecida, incolor e mais longe. Isso reduziu a sua importância na minha mente, e
diminuiu a possibilidade dela continuar a eliciar pensamentos de estar machucado, o que às vezes
é chamado de "retraumatização."
Em seguida, acessei uma representação interna de todas as vezes em que me curei de um
ferimento ou doença — tudo desde um arranhão ou um machucado até um tornozelo quebrado na
escola e várias internações por hemorragia interna durante o meu tempo estressante na faculdade.
Como eu estou com 78 anos de idade, tenho muitos exemplos de cura.
A representação complexa da cura é uma que eu construí anos atrás, quando estava
desenvolvendo o material para o meu livro sobre autoconceito, Transforme-se em quem VOCÊ
Quer Ser. A qualidade como a capacidade de cura pode ser uma parte da percepção de quem você
é, parte de seu autoconceito. É realmente muito simples construir um conhecimento sólido de que
o seu corpo pode se curar a si mesmo.
Resumidamente, o primeiro passo na criação da cura como parte do que você sabe ser verdade
sobre você mesmo é descobrir como você já representa uma qualidade que você sabe que é
verdadeira para você. Pense em outra qualidade que você sabe que é verdadeira para você, tal
como a honestidade ou a persistência, e observe o que você vê, ouve e sente internamente.
Embora existam muitas variações de como exatamente as pessoas fazem isso, as duas
possibilidades principais são uma colagem de imagens de exemplos dessa qualidade (que é o que
eu faço) ou uma apresentação sequencial de slides que apresenta uma imagem de cada vez em
rápida sucessão. Cada uma delas tem vantagens e desvantagens, mas ambas funcionam bem, e
também podem ser combinadas.
Uma vez que você tenha determinado como já representa uma qualidade que você sabe que é
verdadeira para você mesmo, o próximo passo é usar essa estrutura como modelo para construir
uma nova qualidade, ou seja, a de que o seu corpo sabe como curar a si mesmo sem a sua ajuda
ou interferência.
Elicie exemplos de cura, um de cada vez. Visto que nós geralmente ignoramos a cura, pode ser
mais fácil pensar em uma lesão ou doença, e em seguida, rodar o filme desse momento em diante,
até chegar ao ponto onde você percebe que está se curando por si só, e você se sente normal, ou
quase normal, de novo. Por si só esse é um processo útil, pois também muda a forma como
vivenciamos as memórias do passado.
Em seguida, faça essa imagem parecer como as do seu modelo — o mesmo tamanho, brilho, cor, 3-
D, etc. — e, em seguida, coloque a imagem no seu modelo.
Faça isso várias vezes até que o seu modelo fique preenchido com imagens diferentes de curas
bem-sucedidas. Essa coleção de imagens é muito mais forte e mais convincente do que uma única
imagem. Quando você tiver feito isso, então, retroceda para a inconsciência, fornecendo
evidências convincentes da capacidade do seu corpo se curar de todos os tipos de lesões e
doenças.
Alguém pode dizer: "Ah, eu sei que meu corpo pode se curar sozinho." Mas se não houver
experiências representadas em um modelo complexo, isso será apenas um conhecimento
intelectual que não terá nenhum efeito sobre a experiência sentida e a fisiologia.
Eu tenho muita experiência na utilização desse processo para alterar muitos aspectos diferentes do
autoconceito que resultam em mudanças úteis na atitude e no comportamento das pessoas. Eu sei
que as pessoas experimentam mudanças em seu estado que acham útil, e que isso fez a minha
experiência da lesão ficar muito melhor subjetivamente. Eu não sei se o processo vai acelerar a
cura, mas estou razoavelmente certo de que dar ênfase a um ferimento, ou ficar chateado por isso,
irá interferir com a cura. Existe uma grande quantidade de evidências de que uma atitude mais
positiva melhora o sistema imunológico e a cura em geral.
O processo é fácil de se fazer, exige apenas um pequeno investimento do seu tempo, e eu não vejo
como isso poderia fazer algum mal. Geralmente eu sou saudável, e me esquivei de um par de
cirurgias recomendadas com base na minha suposição de que meu corpo geralmente pode curar-se
a si mesmo. É bom ter em mente que, mesmo quando a cirurgia é necessária, é a capacidade de
cura natural do nosso corpo que une de volta as peças cortadas.
Depois de uns dois dias, o inchaço e dor ao redor do meu joelho haviam gradualmente diminuído,
e em um certo ponto percebi que eu já estava andando normalmente, colocando todo o meu peso
sobre a perna esquerda, não cambaleando mais e nem arrastando-a.