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Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – Campus Santo

Ângelo/RS
Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – Campus Santo Ângelo/RS
26 a 29 de abril de 2006

EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A SUSTENTABILIDADE:


HISTÓRIA, CONCEITOS E CAMINHOS

Daniela Dewes
URI/Santo Ângelo - danizixa@yahoo.com.br
Ellara Valentini Wittckind
URI/Santo Ângelo - ellarav@hotmail.com

1 Introdução

O presente estudo propiciará a análise do tema educação ambiental como forma


de se implantar o desenvolvimento sustentável. Em primeira análise, será verificada a
influência do sistema econômico vigente nos dias atuais sobre a vida dos ecossistemas.
Em seguida, serão brevemente abordados os temas educação ambiental e
desenvolvimento sustentável: conceitos, métodos e amparo legal, bem como as
conferências internacionais sobre o meio ambiente, das quais estes conceitos se
originaram.

2 O sistema econômico e os reflexos negativos ao meio ambiente

Ao longo dos séculos, o ser humano foi se tornando a espécie mais predadora do
planeta Terra. A busca incessante pela dominação econômica e pela produção em larga
escala, somada ao elevado nível de crescimento populacional, produziu uma enorme
devastação dos recursos naturais. O planeta experimenta uma crise ecológica grave: são
catástrofes naturais, como terremotos, furacões, estiagem prolongada; poluição
atmosférica a níveis extremamente altos; destruição das florestas tropicais; falta de água
potável; disseminação de doenças.

O sistema econômico vigente prima por lucro e investimento voraz em


produção. O que ocorre, é que, para tanto, são necessárias infinitas reservas naturais que
possam ser exploradas pelas grandes indústrias.

Como os recursos naturais são, em sua maioria, não renováveis, é muito


provável que a crise ambiental que o planeta experimenta não possa ser freada caso as
pessoas e as nações não se conscientizem a tempo. Ao mesmo tempo em que os avanços
econômicos trazem o desenvolvimento e o bem-estar dos povos, corrompe as reservas
naturais, principalmente as dos países subdesenvolvidos, como o Brasil.

A questão é que a economia ainda não consegue firmar-se senão mediante o uso
irracional dos recursos, primando pela quantidade, que impulsionará a produção,
gerando mais lucro. Não há uma conscientização massificada, na qual se produz dentro
dos limites impostos pela natureza.
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Ângelo/RS
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26 a 29 de abril de 2006

3 As conferências internacionais sobre meio ambiente

Diante deste cenário, comissões internacionais começaram uma longa etapa de


convenções, que tiveram início na década de 70 e vêm sendo realizadas até os dias de
hoje, agora em nível local, regional e nacional, principalmente. Estes encontros fixaram
metas, ações, programas e objetivos a serem alcançados pela humanidade, com o intuito
de recuperar, conservar e proteger os recursos da Terra.

Dentre estes eventos, destacam-se os seguintes: a Conferência de Estocolmo, a


Conferência Intergovernamental de Tbilisi sobre Educação Ambiental (este evento
marcou o início de inúmeras discussões e propostas acerca da vinculação da educação
ambiental às normas jurídicas), a Conferência de Belgrado, a RIO-92 e a Conferência
Nacional de Educação Ambiental e Conferência de Tessaloniki.

Durante estes eventos surgiram novos conceitos, como educação ambiental,


sustentabilidade e desenvolvimento sustentável (ou ecodesenvolvimento), que são de
suma importância para a compreensão da imensa responsabilidade que os seres
humanos têm com a natureza.

4 Educação ambiental e desenvolvimento sustentável

A expressão desenvolvimento sustentável originou-se na Conferência das


Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, mais conhecida como
Conferência de Estocolmo, e significa um modo de desenvolvimento (aqui, acrescenta-
se: social, econômico, político, cultural e ambiental) que atenda às necessidades do
presente, sem comprometer a existência das gerações futuras. Enfim, o desenvolvimento
sustentável busca compatibilizar as necessidades de desenvolvimento econômico e
social com as necessidades de preservação ambiental para as atuais e futuras gerações.

A educação ambiental, por sua vez, é um conceito bastante abrangente e destaca


a participação da comunidade (incluídas aqui as ONG’s, as instituições públicas e
privadas e os grupos de defesa do meio ambiente) por meio da construção de valores
sociais (moral, ética, dignidade, respeito, solidariedade) que sejam capazes de mudar
para melhor o comportamento da raça humana para com o planeta em que vive. A
disseminação de experiências e conhecimentos, o engajamento das comunidades em
atividades práticas é um meio de construir (e reconstruir) a cidadania.

Dita educação, tanto pode ser formal (em nível escolar), quanto informal
(práticas educativas que envolvam a comunidade na defesa do meio ambiente), como
preceitua a Lei n° 9.795, de 27 de abril de 1999. Esta última, deve ser conduzida desde
a infância, e ter continuidade pela vida inteira para fortalecer o elo entre o ser humano e
o ambiente em que vive, desenvolvendo valores e responsabilidade ambiental desde
cedo, para que seja possível a transmissão de informações de maneira mais efetiva.

É preciso que as pessoas tomem conhecimento (e reconheçam) a existência de


uma interdependência vital entre as espécies que integram o ambiente. A vida dos seres
é condicionada pela vida dos demais, ou seria possível afirmar que o ser humano
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26 a 29 de abril de 2006

poderia existir sem as plantas? Quem iria realizar um dos segredos da natureza, a
fotossíntese?

Enfim, mister se faz estabelecer as relações entre a economia, o


desenvolvimento social e político e o meio ambiente. Aqui, a importância da educação
leva ao já analisado desenvolvimento sustentável, o qual tem por base o uso racional
dos recursos naturais, que impulsiona a economia. Gera emprego e dignidade ao
cidadão e garante que as gerações futuras possam gozar da maravilha que é a natureza,
da qual a espécie humana é apenas uma parte.

5 Educação ambiental no Brasil: base legal

Neste sentido, preceitua o artigo 225 da Constituição Federal: “Todos têm direito
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º Para assegurar a
efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: VI – promover a educação
ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação
do meio ambiente.”

Assim, fácil concluir que o Poder Público deve proteger o meio ambiente, bem
como fomentar meios de se implantar a educação ambiental em todo o Brasil, seja qual
for o nível de ensino. Cabe, também, ao particular e a todos defender o meio ambiente e
desenvolver ações em prol da conscientização, preservação, conservação e recuperação
ecológicas.

Como visto anteriormente, a Conferência de Tbilisi, 1.997, propôs a vinculação


da educação ambiental à lei, por meio de políticas nacionais e internacionais. Sobre este
aspecto, o Brasil é pioneiro na América Latina. A Lei nº. 9.795/99 dispõe sobre a
educação ambiental e cria a Política Nacional de Educação Ambiental.

O artigo 1º desta Lei dispõe sobre o conceito de educação ambiental, englobando


aspectos teóricos, práticos e de sustentabilidade: “Entendem-se por educação ambiental
os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do
meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade.”

O artigo 2º da Lei nº. 9.795/99, ao seu turno, remete ao estudo das modalidades
de educação ambiental, quais sejam a formal e a informal, como anteriormente
analisado: “a educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação
nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades
do processo educativo, em caráter formal e não-formal (grifo nosso)”.

Assim, trata-se da educação formal aquela desenvolvida nas instituições de


ensino, em todos os níveis. Interessante destacar o § 1º do artigo 10, que determina que
a educação ambiental não deve ser incluída nos currículos de ensino como disciplina,
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seguindo a proposta da Conferência de Tbilisi. Ela deve encaixar-se como um a prática


interdisciplinar, com a contribuição de diversas matérias para a compreensão do meio
ambiente como algo inerente ao meio humano.

Destarte, para se implantar o tão sonhado desenvolvimento sustentável, cada


pessoa possui sua parcela de participação. Com isto, por meio da educação que se
poderá incluir a era da sustentabilidade nos registros da História. Se todos são
responsáveis por manter o meio ambiente saudável, então não bastam ações isoladas, de
grupos ambientalistas que, aos olhos de muitos, só querem frear o progresso econômico
e tecnológico mundial.

6 Conclusão

Enfim, pode-se dizer que o papel da educação ambiental é de suma importância


para que ocorra a implementação de uma nova mentalidade e de um novo paradigma de
desenvolvimento social, político e econômico, baseado na preservação de meio
ambiente e na promoção de uma vida sadia para todos seres, como estatui o artigo 225
da Constituição Federal.

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BEUD, Michel, História do capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1999. p. 22.

BRASIL, Constituição da República Federativa do. São Paulo: Saraiva, 2003.

COTRIM, Gilberto. História e Consciência do Mundo. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 1995.

DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental – Princípios e Práticas. 6ª ed. São Paulo:
Gaia, 2000.

SACHS, Ignacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro:


Garamond, 2000.

LUTZENBERGER, José. GAIA. O Planeta Vivo (por um caminho suave). Porto Alegre:
L&PM, 1990.

VICENTINO, Cláudio. História Geral. 8ª ed. São Paulo: Scipione, 1999.

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