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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

ETEC TRAJANO CAMARGO


3º ETIM QUÍMICA

CARINA BERTIN
ISABELLE FERNANDES
KAROLINE GEORGETTE
LETÍCIA TETZNER
MARIANA PEREIRA
PAULO JUNIOR
VITÓRIA VENTURA

MIGRAÇÃO BRASILEIRA

PROFª: ADELITA XAVIER

LIMEIRA/SP
201
I. MIGRAÇÃO

1.1 Definição

As migrações humanas tiveram lugar em todos os tempos e numa variedade de


circunstâncias. Têm sido, tribais, nacionais, internacionais, de classes ou individuais. As
suas causas têm sido políticas, econômicas, religiosas, étnicas ou por mero amor à
aventura. As suas causas e resultados, são fundamentais para o estudo da etnologia,
história política ou social, e para a economia política.
Nas suas origens naturais, podem referir-se as migrações do Homo erectus, depois
seguidas das do Homo sapiens, saindo de África, através da Euroásia, sem dúvida,
usando algumas das rotas disponíveis, pelas terras, para o norte dos Himalaia, que se
tornaram posteriormente a Rota da Seda, e através do Estreito de Bering.
Sob a forma de conquista, a pressão das migrações humanas, afetou as grandes épocas
da história (e.g. a queda do Império Romano no Ocidente); sob a forma de migração
colonial, transformou todo o mundo (e.g. a pré-história e a história dos povoados
da Austrália e Américas).
A migração forçada, tem sido um meio de controle social, dentro de
regimes autoritários, mesmo sob livres iniciativas, é o mais poderoso factor, no meio
social de um pais (e.g. o crescimento da população urbana). Incluem-se neste caso as
migrações pendulares referidas abaixo e também as grandes imigrações, em que os
migrantes se fixaram num país diferente, trazendo sua cultura e adotando a do país de
acolhimento.

O fenômeno migratório também produz etnicidade, palavra-chave nas análises de


sistemas interétnicos amplamente usada nas últimas décadas com implicações nas
políticas de reconhecimento (inclusive aquelas associadas ao multiculturalismo e aos
direitos de minorias). A delimitação teórica agrega a identidade (e seus aspectos
subjetivos) e a noção de fronteira (social) que delimita o pertencimento a um grupo ou
comunidade. Na prática, são enfatizados discernimentos sobre a simbólica da diferença
cultural e os valores que orientam comportamentos. Contudo, alguns autores
observaram que etnicidade, identidade e cultura são coisas distintas, não havendo
necessariamente uma relação de causa-efeito entre elas. Mas, paradoxalmente, são
fenômenos entrelaçados, observáveis também nos contextos migratórios.

As teorias da migração nem sempre contemplam a cultura, assunto tão relevante quanto
as representações da identidade construídas por indivíduos e grupos a partir dela,
formando enunciados simbólicos que apontam a ideologia como sistema cultural, uma
proposição teórica de Geertz (1964) apropriada por Aronson (1976) para refletir sobre a
etnicidade como um tipo particular de ideologia. Aliás, a noção de diferença cultural, no
caso da imigração, remete às ideologias de pertencimento e seus usos, inclusive
políticos, diante das situações de desigualdade no âmbito do Estado-nação. Cultura e
etnicidade, portanto, estão relacionadas e sua propriedade pode ser observada na
proposição conceitual de Abner Cohen que considerou etnicidade "uma forma de
interação entre grupos culturais operando em contextos sociais comuns".
II. MIGRAÇÃO INTERNA NO BRASIL

Século XVII – pecuária extensiva: deslocamento da população do litoral


nordestino em direção ao Sertão e proximidades do Brasil Central. Esse movimento
ajudou na interiorização do povoamento, até então restrito às regiões litorâneas. A
pecuária, a princípio, tinha como objetivo atender às necessidades dos engenhos de
cana. A necessidade de ampliar as fronteiras motivou a coroa portuguesa a explorar a
atividade pecuarista para essa finalidade.

Século XVIII – mineração: deslocamento da população do Nordeste e de São


Paulo em direção à Região das Minas Gerais (Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais). A
mineração iniciou a modificação da estrutura de ocupação do Brasil, até então
concentrada no Nordeste brasileiro. Nesse momento, começou a constituição de uma
área de repulsão (atual Região Nordeste) e uma área de atração (atual Região Sudeste).

Século XIX (principalmente na 2ª metade) – atividade cafeeira: interiorização


do estado de São Paulo (mineiros e baianos). Apesar da predominância das imigrações
externas (italianos), ocorreu um grande movimento interno em direção ao estado de São
Paulo. Alguns agricultores paulistas também migraram em direção ao norte do estado
do Paraná.

Final do século XIX e início do século XX – ciclo da borracha: nordestinos em


direção à Amazônia, em sua maioria retirantes do Sertão nordestino, principalmente do
estado do Ceará. Após o declínio da borracha, muitos se dirigiram para o Sudeste.

Pós-Segunda Guerra Mundial – Concentração industrial: nordestinos em


direção ao Sudeste e Sul, com destaque para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Esse movimento foi muito intenso, principalmente entre as décadas de 1960 e 1980. Os
nordestinos constituíram a principal mão de obra para a construção civil e para os
setores industriais que empregavam trabalhadores com menor qualificação. A falta de
políticas públicas adequadas nas cidades do Sudeste, assim como por parte dos
governantes nordestinos, que pouco ou nada fizeram para oferecer melhores condições
de vida para a sua população, desencadeou uma série de problemas estruturais nas áreas
urbanas e rurais do Sudeste.

Década de 1960 – Construção de Brasília: nordestinos em direção ao Brasil


Central. Formação da Zona Franca de Manaus e extrativismo mineral: nordestinos em
direção à Amazônia. Projetos de colonização do Estado: nordestinos e agricultores
sulistas em direção à Amazônia. Os governos militares incentivaram a colonização da
região amazônica, tendo como fundamento a ocupação e proteção dos extremos do país.
Nesse processo, iniciaram os conflitos fundiários que persistem até os dias atuais,
envolvendo os povos da floresta, garimpeiros, fazendeiros e grandes corporações
ligadas à extração de madeira e minérios.

Décadas de 1970 e 1980 – Fronteiras agropecuárias: fazendeiros da região Sul


em direção ao Brasil Central. O Centro-Oeste tornou-se o novo celeiro agrícola do país,
destacando-se a pecuária e a produção de grãos. A especulação agrícola supervalorizou
as terras da região, provocando êxodo rural e pressionando as áreas de Cerrado.

Década de 1990 – Fronteiras agropecuárias: expansão das fronteiras do Brasil


Central em direção à Amazônia. Com o crescimento do agronegócio, principalmente a
soja, as monoculturas avançaram em direção à Região Norte, alcançando até mesmo o
estado do Amapá.

Década de 2000 – Motivações socioeconômicas: migrações de retorno,


principalmente de nordestinos. Apesar de o Sudeste continuar exercendo atração para a
população de outras regiões, a precariedade nas condições de vida dos centros urbanos e
a falta de oportunidades fizeram com que muitos imigrantes voltassem para os seus
estados de origem, procurando evitar que mais uma geração fosse entregue à
marginalidade e aos subempregos. Juntamente a esse fator, pode ser acrescentado o
crescimento econômico alcançado por alguns centros nordestinos. Além disso, o Censo
2010 apontou para o crescimento das cidades médias como sendo um dos principais
fatores responsáveis pela atração de imigrantes, o que ajuda a explicar o saldo
migratório negativo da Região Metropolitana de São Paulo. Ainda de acordo com o
IBGE, apesar da continuidade dos fluxos migratórios inter-regionais, o volume das
migrações entre as regiões brasileiras tem diminuído nos últimos anos.
FIGURA 1: Migrações brasileiras

Fonte: Geografia Newton Almeida, 2018.

A região Sudeste do Brasil, até o final do século XX, recebeu a maior


quantidade de fluxos migratórios do país, principalmente o estado de São Paulo, pelo
fato de fornecer maiores oportunidades de emprego em razão do processo de
industrialização desenvolvido.
No entanto, nas últimas décadas, as regiões Centro-Oeste e Norte têm sido
bastante atrativas para os migrantes, pois após a década de 1970, a estagnação
econômica que atingiu e ainda atinge a indústria brasileira afetou negativamente o nível
de emprego nas grandes cidades do Sudeste, gerando pouca procura de mão de obra,
ocasionando a retração desses fluxos migratórios. Assim, as regiões Norte e Centro-
Oeste, que já captavam alguma parcela desse movimento, tornaram-se destinos da
migração interna do Brasil.

As políticas públicas para a ocupação do oeste brasileiro foram determinantes


para esse redirecionamento dos fluxos migratórios no Brasil. A construção de Brasília,
os investimentos em infraestrutura, novas fronteiras agrícolas, entre outros fatores,
contribuíram para essa nova distribuição.

O Sudeste continua captando boa parte dos migrantes brasileiros. A região


recebe muito mais gente do que perde. O Centro-Oeste também recebe mais migrantes
do que perde, sendo, atualmente, o principal destino dos fluxos migratórios no Brasil. O
Sul e o Norte são regiões onde o volume de entrada e saída de migrantes é mais
equilibrado. A Região Nordeste tem recebido cada vez mais migrantes, sendo a maioria
proveniente do Sudeste (retorno), porém, continua sendo a região que mais perde
população para as demais.

III. MIGRAÇÃO ATUAL NO BRASIL


3.1 Fluxos Migratórios Internos
Desde a década de 1930 que os fluxos migratórios passaram a obedecer ao
ritmo da industrialização. O que colaborou para as migrações rural-urbanas – também
chamadas de êxodo rural – e para a intensificação das migrações em direção à região
Sudeste do país, principalmente oriundas da região Nordeste.
O quadro atual das migrações no Brasil, no entanto, parece apresentar o
esgotamento dessa migração em massa. Com os centros urbanos – sobretudo Rio de
Janeiro e São Paulo – completamente saturados e repletos de problemas sociais, não há
mais um grande atrativo nessas cidades para a recepção de novos migrantes. Além
disso, há em processo uma desconcentração industrial no país, o que vem colaborando
para um gradativo reordenamento dos fluxos migratórios.
Dessa forma, a região Nordeste – antes a principal origem das migrações
internas – apresentou um saldo positivo em relação ao número de pessoas que
imigraram ao número de pessoas que emigraram durante a primeira década do século
XXI.
Assim, segundo o Censo do IBGE de 2010, essa foi a única região a apresentar
um saldo positivo de migrantes nos últimos anos. As regiões Sul, Centro-Oeste e Norte,
segundo os mesmos dados, permaneceram praticamente estáveis e a região Sudeste
tornou-se a grande “exportadora” de pessoas.
Essa configuração representa, além da descentralização industrial brasileira, o
retorno da população de outras regiões que havia se instalado no Sudeste. Esse retorno,
em geral, não representa uma opção, mas uma condição. Ele é resultante das péssimas
condições de vida que boa parte dessas pessoas que migraram para essa região até o
final do século XX encontrou, além da escassez de empregos e das relações de racismos
regionais.

3.2 Fluxo Migratório Estrangeiro


O Brasil conta, desde maio de 2017, com uma nova Lei de Migração. Ela foi
adotada em substituição ao antigo Estatuto do Estrangeiro, vigente desde 1980, que
havia sido formulado ainda sob o período da ditadura militar (1965-1985). A mudança é
avaliada por organizações do setor como positiva, pois a lei anterior era pautada pelo
espírito da “segurança nacional”, que via no estrangeiro, em tempos de Guerra Fria e de
Operação Condor, uma ameaça em potencial. Vencidas as etapas legislativa e de sanção
presidencial, a nova lei tem pela frente agora a regulamentação de vários de seus
dispositivos. É neste momento que ganha importância um estudo elaborado pela DAPP
(Diretoria de Análise de Políticas Públicas) da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de
Janeiro, que traça um perfil dos imigrantes e identifica os gargalos dos órgãos públicos
responsáveis por esse setor no Brasil.
O país já teve, no passado, uma parcela muito importante de migrantes em sua
população. Mas hoje essa proporção é baixa, são cerca de 700 mil estrangeiros numa
população de mais de 200 milhões. Como critério de comparação, a média de países em
desenvolvimento, que já é mais baixa que a média mundial, é de 1,7%, isso já levando
em conta que países como a Índia, com mais de 5 milhões de imigrantes no seu
território, também apresentam baixo percentual dado o tamanho de sua população.
Temos também os Estados Unidos, país com maior volume absoluto de migrantes na
sua população, com 14,6%, e países conhecidos por políticas ativas de atração de
migrantes como o Canadá e a Austrália, com respectivamente 21,8% e 28,4%. Por outro
lado, o Brasil é o país com maior número de refugiados sírios na América Latina, ainda
que numericamente sejam pouco representativos (cerca de 3.000).
Esse número é explicado em grande parte pela vinda dos haitianos desde 2010.
No entanto, esse crescimento não é suficiente para alterar, de forma estrutural, o
impacto da migração no mercado de trabalho brasileiro. Há indícios de que esse
aumento do fluxo migratório foi absorvido, do ponto de vista do trabalho, por setores
com alta demanda por mão de obra de baixa qualificação, como é o caso do abate de
animais e processamento de carnes. Há fortes evidências na literatura internacional de
que a presença de migrantes, independente do nível de qualificação, não gera impacto
negativo sobre o emprego e os salários de nativos, isso mesmo para casos de migração
em massa num curto período de tempo, como em situações de catástrofe ambiental. Por
outro lado, existe um conjunto de evidências apontando para os efeitos positivos da
migração para o país, seja para suprir deficiências de determinados perfis de
qualificação, seja para enfrentar os efeitos do progressivo envelhecimento da população.
Segundo dados da Polícia Federal, os principais países de origem de migrantes
com registro permanente no Brasil são: Portugal, Haiti, Bolívia, Japão e Itália. À
exceção do Haiti, explicado pelo crescente fluxo desde 2010, os demais países possuem
uma longa tradição de migração para o Brasil. Em comparação com a população
brasileira como um todo, os migrantes são, em geral mais jovens; quase 90% em idade
ativa em comparação com 65% na população como um todo. Além disso, em relação
aos que estão no mercado de trabalho formal, há uma maior proporção de estrangeiros
com ensino superior completo ou mais (33% contra 16% entre os brasileiros). Pode-se
dizer que, além de uma parcela grande de imigrantes com baixa qualificação que cobre
déficits de mão de obra em determinadas áreas, há uma considerável população de alta
qualificação que, usualmente, migra para o país a partir da demanda de um empregador
local.
Essa realidade exposta acima impõe desafios para a elaboração de políticas
estratégicas de imigração no Brasil, em especial com relação à inserção laboral da mão
de obra estrangeira. Há uma série de gargalos a serem resolvidos para facilitar não só
essa integração, como também a atração de migrantes, dentre os quais vale mencionar a
dificuldade para revalidação e reconhecimento de diplomas obtidos no exterior. Em
2014 havia 440 imigrantes haitianos com curso superior trabalhando com carteira
assinada no Brasil. Desse total, apenas 3,4% exerciam funções que exigem diploma
universitário, o que representa uma condição de subaproveitamento das suas
qualificações. Num mundo competitivo, em que a inovação desempenha um papel
central, o Brasil precisa resolver esse gargalo para poder facilitar a atração e integração
de talentos que possam contribuir para o desenvolvimento tecnológico do país. Outro
gargalo é a falta de integração das bases de dados sobre migração no país. Cada órgão
governamental com atribuição nos processos migratórios possui sua própria base, o que
muitas vezes dificulta tais processos e pedidos de vistos. A integração traria maior
articulação da Política Migratória Brasileira, em especial da Política de Migração
Laboral.
Em geral, os migrantes estão concentrados nos grandes centros urbanos do
país, em especial na região Sudeste. Enquanto cerca de 40% da população brasileira
encontra-se nessa região, mais de 65% da população migrante se concentra ali. Dado
que a maior parte dos migrantes buscam inserção no mercado de trabalho, é natural que
estejam concentrados nos locais onde possivelmente haverão mais oportunidades. No
caso específico dos haitianos, há uma forte concentração na região Sul do país, devido a
uma série de fatores, mas em especial à já mencionada demanda passada por mão de
obra de baixa qualificação na região. Não há, no entanto, ações explícitas por parte do
Estado de orientação da distribuição regional dos migrantes. Uma política estratégica de
migração laboral pode criar mecanismos para orientar os migrantes para os locais onde
de fato eles possam ter uma integração satisfatória.

3.3 A Situação dos Refugiados


O suporte legal de apoio a quem imigra ainda é precário. O Estatuto do
Refugiado, de 1997, assegura alguns direitos, como o registro de estrangeiro no Brasil,
mas ações mais amplas são dificultadas pelo caráter restritivo do Estatuto do
Estrangeiro, em vigor desde a década de 1980. Em julho o Senado aprovou um projeto
de lei que cria uma nova Lei de Migração, que revoga o estatuto e reduz as exigências
para a concessão de vistos e autorização de residência. O projeto hoje tramita na
Câmara dos Deputados.
Nos últimos quatro anos, o número de refugiados no país dobrou, atingindo
8.530 até setembro de 2015, segundo o Comitê Nacional de Refugiados, do Ministério
da Justiça. Os sírios, que chegam em número crescente, representam 24,5% do total de
refugiados de 81 nacionalidades que vivem no Brasil (figura 1), seguidos pelos
colombianos, angolanos e congoleses e libaneses. Há também 12.666 pedidos de
refugiados em análise.
Figura 2 – Migração de Refugiados no Brasil

Fonte: https://jornalggn.com.br/

No Brasil não há multidões de refugiados como as que há meses chegam aos


países centrais da Europa, vindas principalmente da Síria, destruída pela guerra. Em
2015, a Alemanha recebeu cerca de 200 mil imigrantes, que podem compensar a
redução da população gerada pela queda da taxa de natalidade, mas em geral os
imigrantes são indesejados – e não apenas na Europa. De acordo com estudo do instituto
francês Ipsos, metade dos moradores entrevistados em 24 nações, incluindo o Brasil,
disse que havia imigrantes demais em seus países; 46% acreditavam que os estrangeiros
dificultavam o acesso dos moradores nativos a empregos e apenas 21% dos 17.533
entrevistados consideraram positivo o impacto dos imigrantes em seus países. No
Brasil, 36% dos que foram ouvidos disseram que os imigrantes intensificam a disputa
por empregos, índice bem abaixo dos 85% da Turquia, 68% da Rússia e 56% dos
moradores da Argentina com a mesma opinião.

IV. PRINCIPAIS MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS NO BRASIL


4.1 Migração interna
Apesar da expressividade das migrações internacionais, no Brasil os fenômenos
migratórios internos, dentro de uma mesma região, ou interestaduais são bastante
comuns. Estes geralmente são motivados por fatores econômicos, ou seja, uma busca
pela melhoria das condições de vida. Destacam-se ainda as migrações de retorno, as
quais ocorrem quando os indivíduos voltam para seus locais de origem, seja pela
saudade dos familiares ou por não adaptação no novo local de moradia, ou ainda, pela
melhoria das condições no local em que habitavam anteriormente.
Outro aspecto das migrações internas no Brasil é que os fluxos são mais comuns dentro
dos próprios estados ou regiões de origem do migrante. Esse fato se deve à
descentralização da atividade industrial no país, antes concentrada na Região Sudeste e
em Regiões Metropolitanas.
4.2 Êxodo rural
Geralmente o êxodo rural ocorre devido à perda da capacidade produtiva, ou à falta de
condições de subsistência, em determinado local que acarretarão no êxodo rural para
outra localidade rural, ou, o êxodo rural para localidades urbanas.
Podemos citar vários períodos de migração ao longo da história do Brasil que se
caracterizam pelo abandono do campo em busca de melhores condições de vida nas
cidades. Por exemplo, a migração das regiões do Nordeste onde predominava a
agricultura da cana, para o sudeste onde floresciam as culturas de café ou mesmo para o
norte, para os seringais. E, mais tarde, em tempos mais recentes, lá pela década de 50, se
inicia uma nova migração, desta vez para a nova capital do país, Brasília. A migração
para Brasília fez surgir inúmeras cidadelas que não estavam nos planos de infraestrutura
e que, por terem se instalado nos arredores da grande capital, foram chamadas de
“cidades-satélites”.
No Brasil as migrações rural-urbano, também chamadas de êxodo rural, aceleraram-se
após a década de 1950, com a crescente modernização do campo, industrialização e
urbanização brasileira. Vários fatores influenciam este tipo de migração, como o
crescimento demográfico maior do que as áreas cultiváveis, o que ocorre tanto pela
diminuição das áreas físicas disponíveis, quanto pela monopolização das terras
(formação de latifúndios).
4.3 Migração externa
Corresponde a todo fluxo populacional que se desloca do Brasil ou de outras nações em
direção a diversos países, especialmente os desenvolvidos.
No Brasil destacam-se as correntes migratórias italiana, espanhola e alemã. Por volta do
ano de 1850, o crescimento da cultura do café na região Sudoeste do país incentivou o
governo da época a criar campanhas que convencessem imigrantes, principalmente,
europeus a virem para o Brasil. Entre as medidas adotadas na época estavam: o
financiamento de passagens e a garantia de moradia e emprego. E em 1908 foi a vez dos
imigrantes japoneses chegarem ao Brasil para trabalhar nos cafezais.
A cada ano, muitos brasileiros saem do país em direção às áreas de atração na esperança
de encontrar novas oportunidades e perspectivas para alcançar uma melhor qualidade de
vida. Atualmente tendo o número de emigração maior que o de imigração. Os principais
motivos para isso foram o Regime Ditatorial (1964-1985) e também os salários pagos,
afinal em países de primeiro mundo paga-se mais pela mão de obra do que no Brasil.
4.4 Pendular
Desde a década de 1950 vem se destacando no Brasil as migrações pendulares,
as quais são caracterizadas como o movimento diário de pessoas nos grandes centros
urbanos. Ou seja, é o movimento dos trabalhadores ou estudantes para que possam
trabalhar ou estudar em outros municípios. Esse tipo de migração é mais comum de
municípios menores, com menos infraestrutura e serviços, para municípios maiores,
onde a oferta de serviços e as oportunidades de trabalho são maiores.
Decorrente da migração pendular ocorre nos grandes centros urbanos a hora de
rush, que são determinados horários do dia no quais os trabalhadores se aglomeram no
trajeto tanto para chegar ao trabalho como no regresso para casa. Outro tipo de fluxo
que insere como sendo migração pendular é o commuting, onde pessoas que moram em
um determinado país se deslocam para outro para trabalhar ou procurar uma ocupação.
4.5 Transumância
Recebe o nome de transumância o movimento sazonal de pessoas com seus
animais (rebanho) da planície para as montanhas e vice-versa, entre dois regimes de
clima diferente.
Existem vários casos que se enquadram como migração de transumância,
dentre muitos está o fluxo de bóias-frias que residem geralmente na cidade e se
deslocam até o campo onde desenvolvem suas atividades, pessoas que moram em um
determina cidade e trabalha em outra, além de viagens de final de semana, feriados e
férias.
O termo transumância também é ocasionalmente usada para o pastoreio
nômade - migração de pessoas e animais em longas distâncias. Tal prática
se desenvolveu em todos os continentes habitados, e embora existam importantes
variações culturais e tecnológicas, as práticas relacionadas ao aproveitamento sazonal
de pastagens remotas são semelhantes.
A transumância tem raízes no período neolítico, onde, uma vez conseguida a
domesticação, o ser humano orienta a guarda, criação e reprodução de animais
recorrendo a técnicas adequadas, aproveitando os pastos com o objetivo de obter do
gado diversos produtos.

V. FATORES QUE INFLUENCIAM A MIGRAÇÃO

Entre os principais fatores que explicam a mudança nos fluxos migratórios


internos estão:

5.1 O desenvolvimento econômico em outras regiões


A partir dos anos 1960, começou a ocupação maciça das regiões Centro-Oeste
e Norte. A primeira teve como fator de atração a inauguração de Brasília e,
posteriormente, o avanço do agronegócio. Já a região Norte passou a atrair migrantes a
partir da abertura de estradas como a Belém-Brasília e da criação da Zona Franca de
Manaus.
5.2 A desconcentração industrial
A partir dos anos 1990, as políticas de isenção de impostos e doação de terrenos feitas
por estados e municípios acabaram atraindo as empresas para diferentes regiões.
Consequentemente, a ampliação da oferta de emprego nesses locais impulsinou o
recebimento de migrantes.
5.3 O avanço da urbanização
Nas últimas décadas, a urbanização avançou pelo Brasil, o que proporcionou a
melhoria na infraestrutura de transportes, de telecomunicações e de energia elétrica,
favorecendo a geração de empregos em locais até então menos desenvolvidos. Como a
principal motivação para a migração é a busca por melhores condições de vida e de
trabalho, à medida que ocorre uma distribuição mais equilibrada das ofertas de trabalho,
a busca por outros lugares para morar tende a cair.
5.4 Universidades
Atualmente muitos brasileiros deixam suas casas em busca de estudos, sendo
as universidades publicas as maiores responsáveis pelo processo, que se estende
igualmente em todo o país. Muitas vezes ocorre uma descentralização das universidades
levando seus campi à cidade cada vez menores para assim formar um distrito
majoritariamente universitário, alem de trazer grande valor econômico para a região.
VI. TIPOS DE MIGRAÇÃO
As migrações no mundo acontecem pelos mais diversos motivos: religiosos,
culturais, bélicos, humanitários, econômicos, político-ideológico, educacionais,
trabalhistas, sanitários e muitos outros. Elas podem ocorrer de maneira voluntária,
forçada (como na escravidão ou diáspora) e controlada (quando o Estado controla a
saída e a entrada de pessoas). Do ponto de vista da análise, diz-se que
são emigrantes aqueles que deixam uma determinada área e imigrantes aqueles que
entram em um território específico.

Os principais tipos de migração são:

 Migração pendular: é o movimento diário realizado pelas pessoas dentro de um


espaço geográfico limitado. Exemplo: ir à escola ou ao trabalho.
 Migração sazonal: é o deslocamento em que a mudança não é fixa e leva um
período de tempo relativamente curto, geralmente alguns meses.
 Transumância: de forma semelhante à migração sazonal, ocorre quando um
grupo de pessoas passa uma parte do ano em uma localidade e parte em outra,
repetindo o deslocamento anualmente. Exemplos: população do Sertão
Nordestino que vai até a Zona da Mata trabalhar no corte de cana durante os
meses de colheita e depois retorna à sua região de origem.
 Êxodo rural: também conhecido como migração campo-cidade, é o
deslocamento em massa da população do campo para a cidade em um
determinado país ou território.
 Êxodo urbano: quando a população das cidades migra em massa para as zonas
rurais.
 Migração cidade-cidade ou migração intraurbana: é a migração realizada
entre cidades diferentes ou em uma mesma cidade.
 Nomadismo: é quando as populações deslocam-se continuamente sem uma
moradia fixa. É muito rara hoje em dia.
 Diáspora: é a rápida dispersão de um grupo populacional de um território.
Exemplos: diáspora africana (ocorrida por força da escravidão colonial) e
diáspora judaica (expulsão dos judeus da Palestina pelo Império Romano).

A classificação das migrações pode mudar conforme o critério adotado, como o


tempo de migração, distância, entre outros. O que podemos afirmar é que esse processo
provoca inúmeras alterações no espaço geográfico entre os locais de origem e os locais
de destino, que podem ocorrer no âmbito econômico, cultural, paisagístico e outros. A
migração é uma das mais importantes formas de interação entre os povos tanto ao longo
da história quanto na atualidade.

VII. MIGRAÇÃO X IMIGRAÇÃO X EMIGRAÇÃO


7.1 O que é migração?
Migração pode ser definida como a ação de se deslocar de uma região para
outra, seja este um deslocamento de entrada ou saída, podendo ser um movimento
permanente ou não.
Figura 3: Migração Brasileira (Imagem meramente ilustrativa)

Fonte: Giga Conteúdo, 2018.


7.2 O que é imigração?
Imigração ou movimento imigratório pode ser estabelecido como um
deslocamento de entrada, ou seja, quando o individuo entra noutro país ou região
diferente da sua. Por exemplo: os Haitianos que vieram para o Brasil são
considerados imigrantes, pois eles não são daqui e fizeram o movimento de entrada em
nosso país.
Figura 4: Exemplo de Imigração

Fonte: Giga Conteúdo, 2018.

7.3 O que é emigração?


Neste caso, a emigração pode ser definida como um movimento de saída, ou
seja, quando o indivíduo sai de sua região comum e se direciona à outra.
7.4 Imigração x emigração
Para melhor compreensão, podemos usar como exemplo:
“Manoel saiu de Portugal e veio morar no Brasil. Ele é imigrante ou emigrante?”
De fato, a resposta seria “depende”. Para os brasileiros Manoel é imigrante,
pois ele está entrando no território brasileiro. Já para os portugueses ele é definido como
emigrante, pois está saindo de seu país de origem e indo a busca de outro.

VIII. CONCLUSÃO
O processo de migração exerce desde antiguidade uma grande importância na
formação das sociedades presentes. Sendo assim, no Brasil não poderia ser diferente, o
pais sofreu grandes migração e imigração durante sua historia.
As migrações favoreceram a interações culturais, crescimento econômico, e
miscigenação da população. Alem de também causar algumas consequências como
superpopulação, impedir o crescimento em outras regiões.
Mas atualmente esse processo vem sofrendo transformações, os migrantes
estão cada vez mais interessado em retornar aos seus locais de origem, já que houveram
desconcentrações industriais e os grandes centros passaram a assumir apenas as sedes
administrativas das empresas, outro fator que influenciou no retorno são as
oportunidades de aumentar a renda se formação sem precisar sair do seu estado, as
universidades públicas federais e estaduais garantem tais requisitos.
A migração é um processo natural dos seres humanos, e traz a sociedade
avanços, e novas interações, criando polos tecnológicos e industriais garantindo
importantes evoluções em todo o território brasileiro.
REFERENCIAS
ALMEIDA, Newton. “Migrações brasileiras’. Disponível em:
http://geografianewtonalmeida.blogspot.com.br. Acessado em: maio de 2018.
CALDEIRA. João Paulo. Pesquisadores analisam perfil do fluxo migratório atual no
Brasil. Jornal GGN. 2015. Disponível em: < https://jornalggn.com.br/noticia/>. Acesso
em 09 de maio de 2018.
CÉSAR, Júlio. “Principais migrações no Brasil”. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/principais-migracoes-inter-regionais-no-brasil.htm.
Acessado em: maio de 2018.
CHARLEAUX, João Paulo. Qual o retrato da migração brasileira hoje no Brasil,
segundo esse especialista. Jornal O Nexo. 2017. Disponível em:
<https://www.nexojornal.com.br/entrevista/2017/08/26>. Acesso em 09 de maio de
2018.
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