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O crescimento interno foi apenas quantitativo e não qualitativo → demanda interna miserável.
Situação de fato correspondia à de direito. As poucas tentativas de quebrar com o ciclo exportador
foram reprimidas. Ciclos de prosperidade localizada, seguido de misérias.
A América Latina sempre teve o papel de colônia; sempre perdeu, enquanto outro país ganhava,
lucrava em cima de nossa produção. Também perdemos a medida que os outros mercados lucram
com empréstimos e investimentos estrangeiros dentro dos nossos mercados dominados.
Nem mesmo o ouro e obras em Minas Gerais escaparam à dura realidade do colonialismo.
CANA DE AÇÚCAR
Importância do açúcar para a Europa. Busca era por Ouro, mas encontrar a Cana foi essencialmente
o “ouro branco” da Europa. Plantações no nordeste do Brasil, nas ilhas do Caribe, competindo com
a África.
Escravos africanos no continente sul-americano → FORÇA GRATUITA.
Resultado para as áreas decadentes: cultura da pobreza, economia de subsistência e letargia com o
curso dos anos.
Isso ocorreu também em Cuba (cultivo do açúcar, dominado pelos EUA); com o Cacau em Caracas;
c om o Algodão no Maranhão e com os Seringais da Amazônia e o Café em várias regiões da
América do Sul (incluindo o Brasil). Além da mesma situação causada pelos minérios.
Quanto mais cobiçado pelo mercado mundial, maior é a desgraça que o produto causa ao povo
latino-americano que com sacrifícios o cria.
Até mesmo a zona menos castigada, o rio da Prata, que produzia couros, carne e lã, esteve na mira
do subdesenvolvimento.
Nordeste hoje: região miserável com grandes áreas improdutivas, pouquíssimas ainda utilizadas
para o cultivo da cana. Contrário sensu, a região que mais padece com a fome é a litorânea, não a do
sertão nordestino.
Irônico como uma região que por natureza deveria ser produtiva, tornou-se tão improdutiva e
castigada.
Custo de vida altíssimo, hábitos coloniais e retrógrados (prostituição infantil, por ex.), fomes,
prisões privadas e trabalho em condições análogas à de escravos.
Hoje o Estado de SP produz mais açúcar do que o Nordeste, mas Pernambuco ainda vive do açúcar,
apesar das condições inferiores que caracterizam sua produção.
1950: houve uma expansão da industrialização no Brasil, mas a região do Nordeste não ganhou em
qualidade com isso. A Produção da cana foi aumentada, mas em detrimento das áreas utilizadas para
a plantação de alimentos. Ou seja, ocorreu absorção das terras menores pelos maiores latifúndios.
Em Cuba, em razão da reforma agrária de 1950, houve uma diversificação da economia da Ilha,
diminuindo o desemprego.
Autor como marco de trazer o pensamento marxista para o Brasil, pensando o Brasil por suas
particularidades.
América Latina sob desenvolvimento e revolução → André Gander Frank: o BR e a América latina
não tem um mesmo passado que as sociedades desenvolvidas. Fundamental estudar o colonialismo.
Raízes da subordinação.
Troca desigual entre as nações. As mais ricas em possibilidades de produção de riquezas, recursos
naturais, se empobrecem comercializando as riquezas. Comércio de bens primários para o centro →
processo de intercâmbio desigual; nossas mercadorias primárias perdem preço e valor.
Transferência de valor da periferia para o centro.
Na sociedade ideal, troca-se mercadorias iguais, mas assim mesmo, a diferença de capacidade
produtiva geraria possibilidade de extração de mais valia por parte das economias centrais. Ex.:
trocamos canetas iguais, mas a Inglaterra consegue produzir uma caneta em 1 hora e o Brasil a
produz em 2 horas. Na hora da troca, a Inglaterra não vende por 1 hora, nem o Brasil por 2 horas. A
troca dar-se-á pela média, 1,5; o Brasil que produziu por 2 perde meio e este meio será apropriado
pela Inglaterra. → transferência de valor por centro via intercâmbio internacional.
O problema é que trocamos banana por celular, a disparidade é gigantesca. Não temos a capacidade
de produção. Isso permite o falseamento da lei do valor, ou seja, a venda muito mais elevada.