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Educação Infantil
Material Teórico
Jogos e Brincadeiras, o Papel do Espaço Físico no Desenvolvimento
da Criança, o Professor e a Educação Inclusiva
Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
Jogos e Brincadeiras, o Papel do Espaço
Físico no Desenvolvimento da Criança,
o Professor e a Educação Inclusiva
• Introdução
• Jogos e Brincadeiras
• O Papel do Espaço Físico no Desenvolvimento das Crianças
• Educação Inclusiva
• Considerações Finais
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Organizar informações e produzir saberes a partir da observação
em campo de estágio, que possibilitem a crítica e discussões na
disciplina Prática de Ensino na Educação Infantil, com propostas de
ações alternativas aos fatos observados em campo de estágio, em
relação aos focos Jogos e Brincadeiras, o papel do espaço físico no
desenvolvimento da criança e o professor e a Educação Inclusiva.
ORIENTAÇÕES
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de registrá-las e transmiti-las ao professor-tutor.
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unidade, para que, por meio da interação com os demais colegas e o(a) tutor(a),
sua aprendizagem e formação sejam reforçadas por meio da reflexão e discussão
tão necessárias neste momento.
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ao máximo esta vivência digital!
UNIDADE Jogos e Brincadeiras, o Papel do Espaço Físico no
Desenvolvimento da Criança, o Professor e a Educação Inclusiva
Contextualização
“Nas Escolinhas de Educação Infantil, basta dar uns joguinhos ou brinquedinhos
para distrair as crianças. Elas já estão acostumadas a brincar e isto não vai mudar
nada em suas vidinhas.” (Professora “A”, sobre o trabalho com jogos e brincadeiras)
“Não tem importância que o lugar onde as crianças ficam nas Escolas de
Educação Infantil não seja exclusivo delas ou preparado especialmente para elas,
porque no final das contas o que importa é o trabalho que estou realizando.”
(Professora “B”, sobre o papel do espaço físico no desenvolvimento das crianças)
“Sei que existe inclusão nesta Escola, tenho uma criança de inclusão. O que faço
com ela é dar algumas atividades diferentes, só para ela, para que eu possa fazer as
outras atividades mais importantes com as outras crianças. Acho que isso já ajuda,
né?” (Professora “C”, sobre a educação inclusiva)
Será que as professoras “A”, “B” e “C” estão realmente preparadas para trabalhar
com as crianças de zero a cinco anos, atendendo às necessidades individuais e
coletivas dessas crianças? O que há de certo e de errado nessas falas?
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Introdução
A educação infantil é uma importante etapa para o desenvolvimento pessoal,
físico, cognitivo e social da criança. É na infância que se estabelecem as primeiras
experiências com o meio social.
Por este motivo, é muito importante o trabalho do professor nesta faixa etária,
sendo os primeiros anos de vida da criança de grande desenvolvimento, conforme
cita Mendes (2010):
Os primeiros anos de vida de uma criança têm sido considerados cada
vez mais importantes. Os três primeiros anos, por exemplo, são críticos
para o desenvolvimento da inteligência, da personalidade, da linguagem,
da socialização etc. A aceleração do desenvolvimento cerebral durante o
primeiro ano de vida é mais rápida e mais extensiva do que qualquer outra
etapa da vida, sendo que o tamanho do cérebro praticamente triplica
neste período... pela qualidade da interação, do cuidado e da estimulação
proporcionada à criança (MENDES, 2010, p. 47-8).
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UNIDADE Jogos e Brincadeiras, o Papel do Espaço Físico no
Desenvolvimento da Criança, o Professor e a Educação Inclusiva
Jogos e Brincadeiras
O brincar é a atividade prevalecente na infância, pois está presente no cotidiano,
ao surgir voluntariamente nos mais diversos contextos históricos, sociais ou culturais
e contribui significativamente para o desenvolvimento lúdico, físico, mental e social
das crianças.
O tema vem sendo cada vez mais discutido com a finalidade de identificar suas
relações com o crescimento e com o processo de ensino e aprendizagem.
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De fato, por meio do brincar, as crianças podem construir seus conhecimentos
e desenvolver motricidade, raciocínio lógico. Diante disso, os jogos e brincadeiras
propiciam a socialização, haja vista que as crianças aprendem sobre o respeito, a
partilha e a divisão de tarefas no cotidiano.
O brincar é uma ação social; a criança não brinca sozinha, ela interage com um
brinquedo, um espaço, uma criança, com um adulto que contribui para a mediação
do brincar criativo e que auxilia o desenvolvimento motor e cognitivo das crianças.
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UNIDADE Jogos e Brincadeiras, o Papel do Espaço Físico no
Desenvolvimento da Criança, o Professor e a Educação Inclusiva
É notório que o ato de brincar é primordial, pois é por essa atividade que ocorrerão
as trocas de experiências, as reflexões e, assim, a produção do conhecimento.
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O Papel do Espaço Físico no
Desenvolvimento das Crianças
A forma como educamos as crianças em nossa sociedade vem se transformando.
Se antes as crianças brincavam nas ruas, atualmente, as crianças brincam no
período que permanecem em creches e pré-escolas.
O RCNEI enfatiza que o espaço nas escolas de Educação infantil deve propor-
cionar melhores condições para que as crianças possam aproveitar em prol do seu
desenvolvimento. Neste sentido, é preciso que o espaço seja flexível às transforma-
ções propostas pelas crianças. Para tanto, devem ser consideradas as especificida-
des de cada faixa etária, assim como as atividades que serão desenvolvidas.
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UNIDADE Jogos e Brincadeiras, o Papel do Espaço Físico no
Desenvolvimento da Criança, o Professor e a Educação Inclusiva
Percebe-se que a melhoria da ação educativa está atrelada ao uso que dele
fazem. Os professores devem organizar o espaço para que as crianças tenham
experiências formativas.
Educação Inclusiva
A literatura aponta que o nosso país vem ampliando a discussão sobre os novos
rumos da Educação e a sua efetivação de direito ao educando como formação
humana e oferecimento de condições necessárias para o pleno desenvolvimento
do indivíduo.
Essa discussão nos remete a um olhar mais amplo sobre o espaço escolar, pois
a educação inclusiva requer estruturação do sistema educacional para garantir o
acesso e a permanência de qualidade a todos os educandos.
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A história da Educação nos mostra um histórico de exclusão. As pessoas com
necessidades especiais eram consideradas marginalizadas que necessitavam de uma
instituição longe do convívio social.
Com o passar do tempo, as escolas acolheram esses indivíduos, pois eles eram
separados em classes especiais, com o objetivo social de normalizar o sujeito para
o convívio em sociedade.
Diante deste contexto, essa nova concepção de educação inclusiva tem ganhado
força no sentido de que a escola deve acolher, respeitando a diversidade e valorizando
a formação de uma sociedade mais justa e democrática.
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UNIDADE Jogos e Brincadeiras, o Papel do Espaço Físico no
Desenvolvimento da Criança, o Professor e a Educação Inclusiva
A escola inclusiva tem o desafio de construir uma trajetória de interação com esses
alunos de maneira que percebam que são capazes de aprender e se desenvolver
como qualquer aluno.
Para construir essa história, é necessário a percepção e o olhar atento de
observação e de toque, tão presente na Educação Infantil. Sem esse contato é
impossível conhecer o outro.
Além disso, a preocupação com a formação do professor que atuará na
educação infantil, na perspectiva de uma educação inclusiva também ganha espaço
de preocupação, do próprio Ministério da Educação – MEC:
Os programas de formação inicial deverão favorecer a todos os estudantes
de pedagogia, do ensino primário ou secundário, uma orientação positiva
sobre a deficiência, que permita entender o que se pode conseguir nas
escolas, com o suporte dos serviços de apoio disponíveis. O conhecimento
e habilidades requeridas dizem respeito principalmente à boa prática de
ensino e incluem a avaliação de necessidades especiais, adaptação do
conteúdo curricular, utilização de tecnologia de assistência, individualização
de procedimentos de ensino, para atender a um maior número de aptidões
etc. Na formação dos professores, atenção especial deverá ser dada à
preparação de todos os professores, para que exercitem sua autonomia e
apliquem suas habilidades na adaptação do currículo, e da instrução, para
atender às necessidades especiais dos alunos, bem como para colaborar
com os especialistas e com os pais (BRASÍLIA, 2006, p. 28).
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Por fim, o autor tece uma conclusão relevante:
As mudanças educativas, entendidas como uma transformação ao nível
das ideias e das práticas, não são repentinas e nem lineares. A prática
educativa não começa do zero: quem quiser modificá-la tem de apanhar o
processo “em andamento”. A inovação não é mais do que uma correção
de trajetória (SACRISTÁN,In NÓVOA, 1999, p.77).
Leia a reportagem da Revista Nova Escola, sobre os desafios da Educação Inclusiva, com
Explor
Considerações Finais
Ao longo desta Unidade, tivemos a oportunidade de estudar e refletir sobre a
importância dos Jogos e Brincadeiras, do espaço físico para o desenvolvimento e
da inclusão no contexto da Educação Infantil.
Vimos que por meio do brincar, as crianças podem construir seus conhecimentos
e desenvolver motricidade e raciocínio lógico. Neste sentido, os jogos e brincadeiras
propiciam a socialização, haja vista que as crianças aprendem sobre o respeito, a
partilha e a divisão de tarefas no cotidiano.
O planejamento dos espaços deve ser antecipado pelo conhecimento sobre a
criança e suas particularidades. Portanto, a organização do espaço é um elemento
crucial no processo educativo, pois contribuem para o desenvolvimento motor,
sensorial, simbólico e lúdico.
Estas ações devem ser pensadas também para um trabalho direcionado
à educação inclusiva, a qual requer estruturação do sistema educacional que
garanta o acesso e a permanência de qualidade a todos os educandos; porém,
pede especialmente conhecimento e comprometimento do professor para o
convívio com as crianças com necessidades especiais. É preciso uma mudança
nos diferentes aspectos: desde os estruturais e econômicos até os recursos
pedagógicos e, principalmente, os humanos.
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UNIDADE Jogos e Brincadeiras, o Papel do Espaço Físico no
Desenvolvimento da Criança, o Professor e a Educação Inclusiva
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
A importância do jogo e da brincadeira na Educação Infantil
FERREIRA, Antonia Maria Bordes dos Santos. Revista Nova Escola, jan. 2014.
Disponível em: http://goo.gl/eYUUcJ.
Educação Infantil, lugar de aprendizagem
NADAL, Paula. Revista Nova Escola.
Disponível em: http://goo.gl/QZA5XE.
Leitura
Saberes e práticas da inclusão: recomendações para a construção de escolas inclusivas
BRASILIA. 2.ed. Coordenação geral SEESP/MEC. – Brasília : MEC, Secretaria
de Educação Especial, 2006. 96p. Série: Saberes e práticas da inclusão.
Disponível em: http://goo.gl/jHmvOp
REVISTA Criança do Professor de Educação Infantil
Ministério da Educação – Coordenação-Geral de Educação Infantil – DPE/SEB. 2007.
Disponível em: http://goo.gl/Zcppua
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Referências
ARROYO, M. G. Ofício de Mestre: imagens e auto-imagens. Petrópolis: Vozes, 2009.
FARIA, Ana Lucia Goulart de. O espaço físico como um dos elementos fundamentais
para uma pedagogia da educação infantil. In: ______.; PALHARES, M. (Org.).
Educação infantil pós LDB. Campinas: Autores Associados, 2000.
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UNIDADE Jogos e Brincadeiras, o Papel do Espaço Físico no
Desenvolvimento da Criança, o Professor e a Educação Inclusiva
RINALDI, Carlina. Reggio Emilia: a imagem da criança e o ambiente em que ela vive
como princípio fundamental. In: GANDINI, Lella; EDWARDS, Carolyn (Org.). Bambini:
a abordagem italiana à educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 75-80.
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