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A Evolução da Evolução

No ano de 2016 eu participei de um curso online sobre psicologia evolutiva e budismo com o
professor Robert Wright da Universidade de Princeton pelo portal Córsega.org. Eu procuro
sempre fazer um curso, preferencialmente em Inglês para me aprofundar um pouco em algum
tema de filosofia e, também, para treinar o idioma.

Naquele curso, o professor Wright trazia vários trabalhos em psicologia, os quais


aparentemente confirmavam experimentalmente alguns importantes conceitos e diagnósticos
apresentados por Gautama Buda há vinte e cinco séculos. Grande parte dos trabalhos
apresentados baseavam-se na teoria da evolução e na ideia de que as pressões evolutivas
levaram nosso cérebro a adquirir certas características que o fazem operar por módulos, sobre
os quais não temos muito controle. Este tipo de evidência da psicologia coaduna-se, por
exemplo, com o conceito de não-eu (não self) apresentado pelo Buda. Evidências científicas
também apoiam o diagnóstico budista sobre a condição humana, relativamente ao apego e o
sofrimento proveniente desse apego a coisas e sensações sempre impermanentes.

Naquele momento me pareceu que, se pensamos a evolução como uma força, uma diretriz da
Natureza, e que essa força nos conduziu a uma disposição interior que propicia o stress, a
competição, a busca de satisfação dos sentidos e a ausência de controle sobre muitos
processos mentais, estes quase sempre ligados ao sucesso reprodutivo e à transmissão dessas
características à nossa descendência, a postura do Monge, quer seja budista ou não, pode ser
vista como um grande não ao processo evolutivo. Ora, o monge, além de assumir o controle
sobre sua mente, contra a conformação natural da mesma, não transmite seus genes às
gerações futuras.

Mais tarde, pensando na evolução num sentido mais amplo, me pareceu que a postura do
monge, antes de ser um não à evolução, pode ser a evolução da evolução. Um contemporâneo
do Buda muito forte e excelente guerreiro transmitiu seus genes às futuras gerações e estes
genes estão presentes no grande caldeirão do genoma humano. Buda, apesar de ter tido filhos
antes de sua iluminação, deixou, e seus seguidores até os nossos dias, uma herança não
genética ou física, mas sim espiritual. O mesmo acontece com Jesus e outros pioneiros na
transmissão de ideias em vez de genes.

Nesse nosso tempo, chegamos a uma condição tecnológica, científica e cultural, em que temos
a possibilidade de deixar para trás os imperativos da natureza, podemos criar novas espécies
de plantas e animais, podemos criar novas formas de sociedade, novos valores. Mais que isso,
é necessário que façamos isso, pois nosso atual modo de vida não sustentável não é mais
possível em nosso planeta de recursos finitos. Ou mudamos, ou deixaremos de existir.

Pode ainda ser que criemos máquinas e inteligência artificial capazes de desenvolver uma nova
etapa no grande processo da evolução. Se o espírito “humano” puder prosseguir sua evolução
sem depender de organismos biológicos, talvez o futuro seja totalmente cibernético. Quando
tivermos extinguido a nós mesmos, talvez deixemos como legado uma inteligência artificial
que se reproduza e se auto aperfeiçoe de forma independente dos instintos animais que nos
levaram à extinção.

Enquanto estamos por aqui, porém, ainda há a oportunidade de “criarmos” uma nova espécie
humana, uma espécie liberta dos programas mentais mais rudimentares, uma espécie em
harmonia com o ambiente, uma espécie que alcance a felicidade. Essa nova espécie, que se
caracteriza principalmente por um tipo especial de consciência, já está presente entre nós. Ela
passou a existir esporadicamente, assim como passaram a existir as primeiras flores e frutos,
as primeiras aves, há tempos imemoriais com os primeiros mestres e vem se desenvolvendo
lentamente, passando seu legado geração após geração até nossos dias. Talvez, assim como
qualquer outra espécie, caso proporcionemos condições favoráveis, ela se desenvolva
plenamente.

A boa notícia é que você pertence a essa nova espécie. Acontece que você está carregado de
instintos e programas que assumiram o controle de sua vida sem que você se desse conta. À
medida que você se torna consciente desses processos, eles perdem força e uma natureza,
que você até então desconhecia, passa a ser percebida. Já estava lá. Apenas de forma latente,
suave, sutil.

Eu me pergunto, às vezes, por que essa espécie de consciência não é, já, a prevalente entre
nós. Uma possível resposta é que as estruturas sociais e de poder, bem como o tipo de
educação e formação de caráter que damos às nossas crianças ainda favorecem o competidor,
o agressivo. Em nossa sociedade em tudo se compete, e estar em segundo lugar é uma
derrota. A felicidade está no sucesso, no futuro.

Acontece, porém, que esse modelo está chegando a um limite natural. Estamos destruindo as
bases materiais de sustentação de nossa própria vida. Aquilo que hoje aparece como sucesso,
tanto do ponto de vista da evolução das espécies, domínio sobre a natureza, a ciência, a
tecnologia, quanto do ponto de vista da sociedade humana, poder político, riqueza etc., é
aquilo que nos vai destruir.

Essa nova condição é um fator que favorece o aparecimento

Capítulo 1 – a teoria da Evolução

Entropia e vida – dialética

O aparecimento das flores, aves, música, religião

A experiência subjetiva

Capítulo 2 – a psicologia evolutiva e os módulos mentais

A ilusão do self, os erros de percepção etc.

Capítulo 3 – o Monge como um grande não

Os modos de vida atuais

Herança genética e ética. Salários e QI, homem/mulher , salários e agressividade

O monge percebe o “engano” em relação à felicidade

Reproduzir ou ser feliz. A primeira escolha livre.

– plasticidade do cérebro, aprendizado, escolhas

O monge se torna “imune”

O monge não transmite gens

Capítulo 4 – o Monge como um grande sim

Capítulo 5 – cibernética, genética etc.


Capítulo 6 – outra “espécie” humana

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