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ASSEMBLEIA DE DEUS
Resumo
Introdução
Esta pesquisa se origina da necessidade de ter uma compreensão melhor sobre conceito
da disciplina eclesiástica e como ela pode ser desenvolvida atráves do aconselhamento pastoral.
Nos dias atuais o ser humano padece em algumas igrejas pelo mau uso das disciplinas
eclesiásticas e falta de consolidação do aconselhamento pastoral causando muitas angústias e
sofrimentos. O tema deste estudo irá procurar conciliar de forma dinâmica à prática da disciplina
eclesiástica e aconselhamento pastoral, trazendo ajuda aos membros da comunidade de fé ou fora
Graduando em Teologia pela Faculdade de Teologia da Universidade Metodista de São Paulo, matrícula 162183.
Trabalho de Conclusão de Curso com vistas à obtenção de grau de Bacharel em Teologia, sob a orientação do Prof.
Dr. Jorge Schutz Dias – Maio de 2012.
dela, dão respostas para seus problemas e cuidado melhor para solucionar certos transtornos
causas pelo pecado cometido.
Assim, este estudo tem como objetivo refletir acerca da disciplina eclesiastica, e fazer
aproximação do motivo das práticas disciplinares na igreja, esclarecer que a comunidade precisa
e deve participar do processo disciplinar com foco de ser uma comunidade terapeutica de cura e
aconselhamento.
Em segundo e terceiro momento tratar da poimênica como função do pastor, que leva a
vida na maturidade cristã, junto com o aconselhamento pastoral que deve servir para tocar vidas,
modificá-las e levá-las em direção a maturidade tanto espiritual como emocional.
Será abordada a missão da igreja como função de libertar os seres humanos e afirmar que
a comunidade só pode ser terapêutica, quando pode socorrer, estender a mão a todas as pessoas
que estão à margem dos sofrimentos.
Disciplina eclesiástica
Uma definição clássica de disciplina eclesiástica poderia ser: “Todos os meios e medidas
pelas quais a Igreja busca a sua santificação e boa ordem necessária para sua edificação espiritual
e eliminação de tudo que ameaça seu bem-estar” (AMARAL FILHO; WILSON apud SHEDD,
1993, p. 11).
Sendo assim, disciplina cristã não é castigo e não deve ser encarada como vingança ou
revanchismo. É amor, antes de tudo, e deve ser praticada, exercida em amor (CASTRO, 2008, p.
90).
Disciplina: Do latim, ensinar para correção. Termo cognato de discipulo. Disciplina não é
punição, é ensino na tentativa de auxiliar a pessoa á formação do caracter cristão em sua
personalidade (CASTRO, 2008, p. 91).
No livro Aspectos Legais da Disciplina na Igreja, Castro nos mostra alguns termos
encontrados na Bíblia.
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a) PAIDEIA – Educação, Hebreus 12.5
b) PARAKLÉSIS – Exortação, encorajamento, 1 Timóteo 4.13.
c) NOUTHESIA – Advertência (aviso) admoestação, 1 Coríntios 4.14.
d) ELEGXIS – “Expor a luz”, punir, arquir, Mateus 18.15.
e) ORTHO-PODEO – Andar com pés direitos, ir retamente. ORTHO = reto, firme;
PODEO = relativo aos pés, Hebreus 12.13.
f) APOKOPTO – Cortar cirurgicamente, amputar, Gálatas 5.12 e Marcos 9.43-45
Portando, para Elliff et al (2006, p. 11), a disciplina na igreja é um dos principais meios
que Deus usa para corrigir e restaurar seus filhos, quando caem em pecado. É também um modo
pelo qual Ele mantém a unidade, pureza, integridade e boa reputação.
Entende-se que a prática disciplinar são meios elaborados que servi para conduzir a
pessoa de volta aos princípios cristãos, são ações tomadas para novamente dá continuidade de
onde houve o desvio, rompimento dos padrões ético-bíblico defendido pela cultura cristã ou
instituição religiosa.
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I. Advertencia (nouthêsia)
Segundo Shedd (1983, p. 25), advertência, implica um sentido de maior urgência do que
a exortação, porque alerta para “um perigo que deve ser evitado” […] Esta palavra, mais do que
as anteriores, pressupõe erro de pensamento ou atitude que pela persuasão sábia e paciente deve
ser corrigido.
Paulo aos Efésios orienta aos pais a criar seus filhos na nouthesia do Senhor (Ef
6:4), advertindo os filhos quano à escolha de caminhos errados para andar.
“Quando um filho, cuja instrução boa não foi omissa, começa a ceder às
pressões de amigos menos louváveis, um pai naturamente tenta dissuadi-lo com
admoestação” (SHEDD, 1993, p. 25).
Elliff et al (2006, p. 16) classificam ações tais como aspereza, impaciência, murmuração,
reclamação, negativismo, mesquinharia, ostentação, irritabilidade, falar demais ou falar em
ocasiões improprias, falta de confiança, ansiedade, falta de coragem, egoìsmo, como falhas
menores, podendo ser resolvido somente com advertência. Somente se uma falha menor se
repetir frequentemente ou de modo tão perturbador, que cause dano à igreja, é que deve tomar
alguma medida que vá além de instrução, adverência e repreensão individual.
II. Suspensão
O regime interno da Assembleia de Deus – Ministério de Perus no Art. 22º, inciso II,
informa que a suspensão é temporária de comunhão e afastamento dos cargos e comissões.
Art.23º diz que no caso de suspensão temporária de comunhão, não excederá a seis meses, não
sendo impedido de participar dos cultos e reuniões normais da igreja.
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presbítero ou diácono, devido à sua reputação maculada, quando as questões envolvem
casamento, divórcio ou alguma fraqueza em uma área específica (1 Tm3.2-3, 7,10; Tt 1.6-8; 1 Pe
5.3).
Elliff et al (2006, p. 14) consideram para exclusão do rol de membros três tipos de
ofensores, cujo comportamento deve ser considerado intolerável e que precisam ser excluidos
que são:
Pessoas culpadas de ofensas gravissimas – aquelas que cometem um pecado tão grave,
vergonhoso ou notório, que, se não forem excluídas, podem manchar a reputação de Cristo e de
sua igreja (Rm 2.21-24; 1 Co 5.1, 5, 13).
Transgressores que são afamados por suas iniquidades – cristãos professos que são
conhecidos publicamente por pecados tais como heresias, apostasia, divisões, imoralidade
sexual, embriaguez, lascivia.
Conforme Art. 22º Inciso III do regime interno da Assembleia de Deus – Perus, são
passíveis de exclusão aqueles que cometerem atos conforme os incisos VII e VIII do artigo 20º
do regimento, os atos descritos conforme o Artigo 20º e incisos VII e VIII são: Manisfetar-se
desobediente ou rebelde às normas da igreja, promover divisão, incentivar tumulto, praticar
agressão física ou moral.
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Apresentar vicios de qualquer natureza, praticar homossexualismo, zoofilia, pedofilia e
outros atos que comprometam a pureza cristã de acordo com a Biblia Sagrada e doutrina da
igreja.
2. Poimênica
Segundo Collins (1984, p. 14), o aconselhamento pastoral deve servir para tocar vidas,
modificá-las e levá-las em direção a maturidade tanto espiritual como psicológica.
Sendo assim, o aconselhamento pastoral, para Collins, tem como objetivo estimular o
desenvolvimento da personalidade, ajudar as pessoas a entrentarem mais eficazmente os
problemas da vida, os conflitos intimos e os desequilibrios emocionais e providenciar
encorajamento para lidar com as decepções e perdas (COLLINS, 2004, p.17).
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exercer seu proprio, singular e valioso ministerio de poimênica (CLINEBELL,
2007, p. 25).
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O fundamentalismo está muito mais interessado em guardar a letra da doutrina do que em
fazer vivificar o seu espírito. Essa forma de agir pode gerar intolerância e desprezo do outro e
das outras maneiras de compreender a verdade, provocando, inclusive, práticas violentas. Nesta
perspectiva, pode ser compreendida como fundamentalista a pessoa que se fecha em sua própria
concepção da verdade, não se abrindo para o diálogo e nem para novas construções de
identidade.
O aconselhamento eclesiástico deve e precisa levar não somente a Bíblia como único
livro para o desenvolvimento pastoral, é preciso rever novos métodos de apoio, levar em
consideração o contexto histórico, social, as estruturas de base familiar, respeitar a estrutura de
conhecimento bíblico.
Definição
Segundo Collins (1994, p. 14), o aconselhamento pastoral deve servir para tocar vidas,
modifica-las e levá-las em direção a maturidade tanto espiritual como emocional.
Hurding (1995, p. 36) define o aconselhamento como uma atividade com o objetivo de
ajudar aos outros em todo e qualquer aspecto da vida, dentro de um relacionamento de cuidado.
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Schneider-Harpprecht (2005, p. 292) define a poimênica e o aconselhamento pastoral em
primeiro lugar como uma expressão da vida da comunidade e não como uma tarefa específica
dos pastores.
Isto traz o crescimento ao Cristão que pode então enfrentar o desafio, passando a ter uma
perspectiva positiva.
Assim podemos entender a comunidade como uma comunidade cristã como uma
comunidade de cura, portanto terapêutica.
Uma comunidade de cura é aquela que reconhece sua realidade patológica e, por isso
mesmo, tem experiência suficiente para caminhar em direção à saúde (PEREIRA, 2010, p. 35).
Assim, pois, a missão da igreja é libertar os seres humanos de suas amarras e as doenças
são verdadeiras amarras que escravizam e submetem as pessoas.
Nós precisamos entender que a igreja de Deus é um lugar de vida, é um lugar de cura, é
uma comunidade terapêutica, é um lugar de restauração, é um lugar onde as pessoas machucadas
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e quebradas podem ser restauradas, aqueles vasos que estão em cacos podem ser refeitos em
vasos novos para a glória de Deus. 1
Uma igreja terapêutica trata com sensibilidade os que tropeçam. O apóstolo ordena:
“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós que sois espirituais, corrigi-o com
espírito de brandura”. A palavra usada pelo apóstolo procede da medicina. Foi usada no grego
clássico para reparar um osso quebrado. Precisamos lidar com tato e sensibilidade com as
pessoas que caem. Devemos ser intransigentes com o pecado, mas cheios de ternura com aqueles
irmãos que são surpreendidos por ele. Não podemos esmagar aqueles que já estão quebrados
nem ferir ainda mais aqueles que já estão machucados pela queda. A correção ao faltoso precisa
ser com espírito de brandura e não com truculência. A disciplina visa à restauração do caído e
não sua destruição (LOPES, 2011, não paginado).2
Devemos considerar dois aspectos que devem ser encarados: de um lado é a prática
comunitária de autocura, é o processo interno, é a busca da saúde daquela determinada
comunidade que, por sua vez, é agente terapêutico de uma comunidade maior para um mundo
mais amplo e mais complexo (PEREIRA, 2010, p. 33).
Conforme Pereira, Jesus declarou: “Eu vim para que tenham vida e esta em abundância”
(Jo 10.10). A vida em abundância compreende a integralidade do ser, onde a pesssoa inteira deve
estar bem, o que só é alcançado quando se está em harmonia com Deus, com o mundo e consigo
mesmo e, neste sentido, somos convidados a refletir sobre questões espirituais (PEREIRA, 2010,
p. 34).
De acordo com o autor, é o crescimento espiritual, pois a comunidade cristã não pode
conceber o mundo e as pessoas no mundo sem visão clara do ser humano como um ser espiritual.
1
Cf. http://www.verdadeevida.com.br/portal/pdf/254%20Igreja%20uma%20comunidade%20terapeutica.pdf.
Acesso em 24 abr. 2012.
2
Cf. http://www.amigodecristo.com/2011/01/igreja-uma-comunidade-terapeutica.html. Acesso em 24 abr. 2012.
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Cabe também uma reflexão sobre o sofrimento, pois ninguem está isento dele. A
comunidade cristã, como qualquer outro grupo humano, está sujeita a sofrimentos, a dor de
qualquer espécie, a frustrações (PEREIRA, 2010, p. 35).
Collins, em seu livro Aconselhamento Cristão, defende a igreja local como pondendo
funcionar em sim mesma como uma comunidade terapêutica seguindo o exemplo da igreja do
primeiro século que não apenas evangelizava e fazia a prática do ensino, mas também exercia
função terapêutica. Como o aconselhamento pastoral está integrado na comunidade terapêutica
ela se torna um lugar de cura, onde obreiros e leigos com um profundo compromisso podem
oferecer apoio aos membros, cura aos indivíduos necessitados e orientações quando as pessoas
tomam decisões e seguem em direção à maturidade tanto espiritual como psicológica
(COLLINS, 2004, p. 21).
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3. Pecado – causa da morte espiritual e não relacionamento
Segundo Paula (2009, p. 29), na concepção cristã a “morte eterna”, que significa o
Inferno; é fruto do pecado e da falta de arrependimento, em vida, dos “males” cometidos pela
pessoa.
Collins (2004, p. 374) afirma que pecado é rebelião contra Deus. Ele representa uma
desconfiança em relação à sinceridade de Deus e um desafio à sua perfeita vontade. O pecado
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causa os conflitos interpessoais, as tentativas de autojustificação, a tendência de jogar a culpa
dos nossos erros em cima dos outros, os problemas psicocossomáticos, as agressões verbais e
físicas, a tensão e a falta de respeito a Deus.
Por sua vez, se este temor não toca nossos sentimentos, acontece a falta de
arrependimento o que leva ao não relacionamento com Deus, ou seja, a morte espiritual.
3
Instituto Antonio Houaiss. Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 1794.
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Conforme Collins (2004, p. 407), o luto é uma reação natural à perda de qualquer pessoa,
objeto ou oportunidade que era importante para nós. Ele é uma sensação de privação e ansiedade
que pode ser manisfetar atraves do comportamento, das emoções, dos pensamentos, da fisiologia,
do modo como nos relacionamos com os outros e até da nossa espiritualidade. Dúvidas, a perda
da fé, o enfraquecimento da vitalidade espiritual e a incapacidade de encontrar significado na
vida são elementos que podem gerar a tristeza e o vazio caracteristicos do luto.
Nas agruras da vida, há que desenhar o cuidado pastoral de forma curativa e preventiva,
bem como incluir o envolvimento das igrejas que se abrem à interlocução com outros grupos
cujo objetivo primordial é o cuidado com o ser humano (PAULA, 2009, p. 65).
O corpo de Cristo existe com vários propósitos, todos muitos benéficos para os
indivíduos, incluindo nossos pacientes. Quando funciona adequadamente, o corpo louva a Deus
mediante adoração, edifica as pessoas por meio da fraternidade qaue oferece, e se estende por
meio do serviço, incluindo o evangelismo (COLLINS, 164, p. 164).
A igreja tem por seu papel direcionar a pessoa/cristã a uma conduta exemplar dentro de
sua comunidade. Quando o mesmo assim realiza algo fora desta conduta cristã, deve ser
advertido. Logo a igreja utiliza de métodos disciplinares que constam em sua doutrina. Com o
intuito de levar o cristão a plena edificação de seu corpo e espírito.
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4.1. Responsabilidade do corpo orgânico – comunidade terapêutica
O aconselhamento em grupo é agora usado por muitos conselheiros, em parte por ser
menos dispendioso para os participantes (COLLINS, 2005, p. 161).
O apóstolo Paulo, que era extremamente sensível às necessidades das pessoas marcadas
pela vida, escreveu que nós, que somos fortes, devemos suportar as debilidades dos mais fracos e
ajudá-los a levar suas cargas (COLLINS, 2004, p. 16).
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- oferecer um sentimento de pertencer ou de comunhão;
- mostrar amor bíblico às pessoas que não se sentem amadas, mas precisam de
amor;
Nas citações acima, nota-se a importância que a igreja tem, ou melhor, tinha como uma
comunidade terapêutica. Era de grande valor o papel da igreja de trazer através do
aconselhamento, um melhor relacionamento entre as pessoas. Em uma situação de fraqueza, esta
sim deveria ser a comunidade que lhe traria forças. Por sua vez, esta essência encontra-se
perdida. O foco hoje das maiorias das igrejas estão voltadas para a teologia da prosperidade e
falando com enfoque no âmbito material.
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Considerações finais
Fica claro que, a disciplina eclesiástica não é punição, como pensam muitos líderes
eclesiásticos, e sim, meios e medidas pelas quais busca a sua santificação e boa ordem necessária
para edificação espiritual do membro que pecou teologicamente. Sendo assim, um modo pelo
qual Ele mantém a unidade, pureza, integridade e boa reputação.
O agir do pastor é desenvolvido na sua práxis que nada mais é às práticas e reflexões às
atividades do pastor, esse trabalho é desenvolvido através do aconselhamento pastoral, com
objetividade de tocar vidas, modifica-las e levá-las em direção a maturidade tanto espiritual
como emocional.
O aconselhamento pastoral para os líderes das igrejas das Assembleias de Deus irá abrir
novos horizontes do saber ouvir, do saber se posicionar com empatia, a primeiro está preocupado
a ajudar e resolver as causas que veio levar a desobediência teológica e não primeiro está
preocupado a defender os dogmas das Assembleias de Deus, sendo essas também importantes
para os crentes.
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Entende-se que o aconselhamento não impõe ou não permite impor regras a serem obedecidas
segamente pelo aconselhado.
Referências bibliográficas
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HURDING. Roger F. A árvore da cura: modelos de aconselhamento e de psicoterapia. São
Paulo: Vida Nova, 1995.
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