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1 NOÇÕES GERAIS
das leis, tendo em vista que o respeito à Carta Magna é o primeiro grande passo
sistema penal racional e justo, como cita Nilo Batista, esse princípio “Além de
princípio garante que o cidadão não será submetido a coerção penal distinta
2 IMPORTÂNCIA
que esteja ligado. O ser humano é um ser eminentemente social, devido a esta
Estado.
deve está adstrita aos anseios sociais, ou seja, à realidade fática. O direito deve
Por isso a prática legislativa deve ser acentuada, para que assim
realidade dos homens devem servir como fontes inspiradoras para as leis.
sociais, erguendo sólidas bases para compor a segurança jurídica daqueles que
justa.
problema da tipificação penal nos crimes virtuais”, citando o autor Nélson Hungria,
(2005, p.2).
incriminando todos os fatos que possam estar desviados de uma conduta aceita
3 PREVISÃO LEGAL
João Sem Terra, em 1.215, na Inglaterra – outros dizem que suas raízes
Afonso IX.
pela primeira vez, apenas no direito austríaco de 1.787. Dois anos depois, sob a
socialismo alemão.
penal.
“não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal”, por outro lado, ainda que haja o tipo penal, necessário se faz que o
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Código Penal em seu artigo quinto, inciso XXXIX, reafirmando a idéia trazida pelo
2003, p.108).
havia esta previsão na primeira parte do artigo sétimo “Ninguém poderá ser
acusado, detido ou preso, senão nos casos determinados pela lei e de acordo
que assim ela seja considerada afasta a insegurança jurídica dos cidadãos no
sentido de perceber até que ponto a sua conduta é considerada lícita do ponto de
vista criminal. Desta forma foi dada aos cidadãos a faculdade de fixar os seus
por serem nocivas aos bens jurídicos essenciais à vida e que sua prática enseja a
Assim, ele permite distinguir quais condutas são as delituosas, possuindo uma
conduta da vida real e o crime constante na lei penal, sendo que um fato só será
conduta realizada pelo agente está tipificada na norma, porém o resultado não se
direito penal. São nesses casos cuja conduta tipicamente perfeita produz um
legislador deve buscar adequar a norma a realidade social de modo que os bens
aponta :
indeterminadas.
inciso XL, a impossibilidade da lei penal retroagir, salvo para beneficiar o réu.
Assim, a Constituição afasta a possibilidade de alguém ser punido por lei editada
história, aquelas leis ex post facto, ou seja, as leis que eram editadas
Nos casos de lei penal mais benéfica essa premissa fica afastada
quando alguém foi condenado pela prática de um ato delituoso e o mesmo tenha
poena sine lege scripta, sem a lei escrita, promulgada de acordo com as
deve ser categoricamente afastado do âmbito do direito penal, não é isso que
exemplo de expressão vaga e imprecisa dentro do âmbito penal, que deveria ser
formalize em uma lei, mas sim que ela seja feita de uma maneira taxativa e com a
acabam por gerar uma insegurança jurídica nos cidadãos, na medida em que fica
como criminosa.
podendo se utilizar das mais repudiadas formas para se chegar ao tipo penal
No caso dos tipos penais vagos e imprecisos, denominados tipos penais abertos,
o cidadão não tem como ter conhecimento de onde termina a legalidade e onde
claramente destacadas.
tipos penais estruturalmente incompletos” (2005, p.29), são aquelas normas que
tipo penal do tráfico ilícito de entorpecentes. A norma prevê o crime, porém não
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defina.
princípio da legalidade.
que as leis penais em branco só devem existir em casos excepcionais, tais como,
freqüente.
requer uma visão mais aprofundada dos limites da legalidade é quando a lei penal
determina que não haverá crime sem lei anterior que o defina?
Paulo Queiroz, grande defensor dessa tese diz “Temos que as leis
complemento.
de leis penais em branco, o que banaliza a prática legiferante penal e amplia, sem
REFERÊNCIAS
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Saraiva, 2004.
FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições de direito penal: Parte Geral. 16. ed. Rio de
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2001.
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ZAFFARONI, Eugénio Raul e BATISTA, Nilo. Direito penal brasileiro I. 2. ed. Rio
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