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Soldado

Edital nº 006 / 2017


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Sumário

Português – Prof. Carlos Zambeli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5


Redação Oficial – Profª Maria Tereza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
Redação – Prof Maria Tereza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193
Informática – Prof. Márcio Hunecke . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205
Matemática – Prof. Dudan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 483
Raciocínio Lógico – Prof. Edgar Abreu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 861
Física – Prof. Alexei Müller . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 953
Biologia – Prof. Enrico Blota . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1107
Direito Constitucional – Prof. André Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1385
Direito Constitucional – Profª Tatiana Marcello . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1499
Atualidades – Prof. Thiago Scott . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1551
Atualidades – Prof. Luciano Teixeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1665
História de Pernambuco – Thiago Scott . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1719

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Português

Professor Carlos Zambeli

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Aula XX

ACENTUAÇÃO

Regras de acentuação

1. Proparoxítonas – todas as proparoxítonas recebem acento.


•• lâmpada – rápido – córrego – rígido – pânico

2. Paroxítonas – são acentuadas as paroxítonas terminadas em:

a) DITONGO CRESCENTE (seguidas ou não de “s”)


•• sábio – régua – farmácia – espontâneo – mágoa

b) Ã, ÃS, ÃO, ÃOS


•• ímã – órfãs – órgão – bênçãos

c) EI, EIS
•• jóquei – pônei – fósseis – úteis

d) I, IS
•• táxi – biquíni – lápis – júri – íris

e) ON, OM, ONS


•• Nélson – próton – nêutrons

f) L, N, R, X, PS
•• sensível – hífen – caráter – tórax – bíceps

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g) UM, UNS, US
•• ônus, álbum, médiuns

ATENÇÃO: NÃO se acentuam os vocábulos paroxítonos terminados em EM, ENS e

ditongo aberto: item, homem, itens, hifens, homens, assembleia, heroico, ideia, jiboia,

paleozoico, paranoia, onomatopeia.

3. Oxítonas – são acentuadas as oxítonas terminadas em: A, E, O (seguidas


ou não de “s”), EM, ENS, ditongo aberto
•• sofá – café – cipó – você – porém – herói – chapéu – anéis

4. Hiato – acentuam-se o I e o U tônicos, quando formam sílabas sozinhos


ou com “s” e vêm precedidos de vogal.
•• saída – faísca – feiúra – uísque – influí – reúne – egoísta – destruí-lo – baú – Quarai – juízes

OBSERVAÇÕES:
Não se acentuam o I e o U quando seguidos de NH: rainha, bainha, ladainha.
Não se acentuam o I e o U quando formarem sílabas com outra letra que não seja “s”:
cairmos, juiz, ruim, defini-lo.
Não se acentuam o I e o U quando formarem ditongo: gratuito, fluido, fortuito, intuito.

ATENÇÃO:
As palavras paroxítonas que têm i ou u tônicos precedidos por ditongos não são mais
acentuadas. Desta forma, agora escreve-se feiura, baiuca, boiuno, cauila.
Essa regra não vale quando se trata de palavras oxítonas; nesses casos, o acento
permanece. Assim, continua correto Piauí, teiús, tuiuiú.

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Português – Acentuação Gráfica – Prof. Carlos Zambeli

5. Hiatos EE e OO
Foram eliminados os acentos circunflexos nos hiatos OO / EE:
•• oo – enjoo, perdoo, magoo, voo, abençoo

•• ee – creem, deem, leem, releem, veem, preveem

6. Trema
O trema foi abolido de todas as palavras da língua portuguesa.

Porém, o trema é mantido em nomes próprios estrangeiros e suas derivações, como Bündchen,

Schönberg, Müller e mülleriano, por exemplo.

7. Acento diferencial – diferencia a intensidade de alguns vocábulos com


relação a seus homógrafos átonos.
•• Pôr (verbo) / por (preposição)

•• Pôde (pret. perf. ind.) / pode (pres. ind.)

8. Verbos ter e vir

eles têm, Ele vem aqui; eles vêm aqui.


na terceira pessoa do plural do presente do indicativo
eles vêm Eles têm sede; ela tem sede.

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Português

ORTOGRAFIA

Os Porquês

1. Por que
Por qual motivo / Por qual razão / O motivo pelo qual / Pela qual

•• Por que não me disse a verdade?

•• Gostaria de saber por que não me disse a verdade.

•• As causas por que discuti com ele são sérias demais.

2. por quê = por que


Mas sempre bate em algum sinal de pontuação!

•• Você não veio por quê?

•• Não sei por quê.

•• Por quê? Você sabe bem por quê!

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3. porque = pois
•• Ele foi embora, porque foi demitido daqui.

•• Não vá, porque você é útil aqui.

4. porquê = substantivo
Usado com artigos, pronomes adjetivos ou numerais.

•• Ele sabe o porquê de tudo isso.

Este porquê é um substantivo.

Quantos porquês existem na Língua Portuguesa?

Existem quatro porquês.

HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS

Homônimos
Vocábulos que se pronunciam da mesma forma, e que diferem no sentido.
•• Homônimos perfeitos: vocábulos com pronúncia e grafia idênticas (homófonos e
homógrafos).
São: 3ª p. p. do verbo ser.
•• Eles são inteligentes.

São: sadio.
•• O menino, felizmente, está são.

São: forma reduzida de santo.


•• São José é meu santo protetor.

Eu cedo essa cadeira para minha professora!

Eu nunca acordo cedo!

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Português – Ortografia – Prof. Carlos Zambeli

•• Homônimos imperfeitos: vocábulos com pronúncia igual (homófonos), mas com grafia
diferente (heterógrafos).
Cessão: ato de ceder, cedência
Seção: corte, subdivisão, parte de um todo
Sessão: Espaço de tempo em que se realiza uma reunião

Parônimos
Vocábulos ou expressões que apresentam semelhança de grafia e pronúncia, mas que diferem
no sentido.
Cavaleiro: homem a cavalo
Cavalheiro: homem gentil

Acender: pôr fogo a


Ascender: elevar-se, subir

Acessório: pertences de qualquer instrumento; que não é principal


Assessório: diz respeito a assistente, adjunto ou assessor

Caçado: apanhado na caça


Cassado: anulado

Censo: recenseamento
Senso: juízo

Cerra: do verbo cerrar (fechar)


Serra: instrumento cortante; montanha; do v. serrar (cortar)

Descrição: ato de descrever


Discrição: qualidade de discreto

Descriminar: inocentar
Discriminar: distinguir, diferenciar

Emergir: sair de onde estava mergulhado


Imergir: mergulhar

Emigração: ato de emigrar


Imigração: ato de imigrar

Eminente: excelente
Iminente: sobranceiro; que está por acontecer

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Empossar: dar posse
Empoçar: formar poça

Espectador: o que observa um ato


Expectador: o que tem expectativa

Flagrante: evidente
Fragrante: perfumado

Incipiente: que está em começo, iniciante


Insipiente: ignorante

Mandado: ordem judicial


Mandato: período de permanência em cargo

Ratificar: confirmar
Retificar: corrigir

Tacha: tipo de prego; defeito; mancha moralTaxa - imposto


Tachar: censurar, notar defeito em; pôr prego emTaxar - determinar a taxa de

Tráfego: trânsito
Tráfico: negócio ilícito

Acento: inflexão de voz, tom de voz, acento


Assento: base, lugar de sentar-se

Concerto: sessão musical; harmonia


Conserto: remendo, reparação

Deferir: atender, conceder


Diferir: ser diferente, distinguir, divergir, discordar

Acerca de: Sobre, a respeito de.


Falarei acerca de vocês.
A cerca de: A uma distância aproximada de.
Mora a cerca de dez quadras do centro da cidade.
Há cerca de: Faz aproximadamente.
Trabalha há cerca de cinco anos

Ao encontro de: a favor, para junto de. Ir ao encontro dos anseios do povo.
De encontro a: contra. As medidas vêm de encontro aos interesses do povo.

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Português – Ortografia – Prof. Carlos Zambeli

ACORDO ORTOGRÁFICO

Mudanças no alfabeto

O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.


[...] J K L [...] V W X Y Z.

Usadas em
a) em símbolos de unidades de medida: km (quilômetro)/kg (quilograma)...
b) em nomes próprios de lugares originários de outras línguas e seus derivados: Kuwait,
kuwaitiano…
c) em nomes próprios de pessoas e seus derivados: Darwin, darwinismo...
d) podem ser usadas em palavras estrangeiras de uso corrente: sexy, show, download,
megabyte…

Trema

Não se usa mais o trema, que permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas.
antiguidade / sequência / consequência /
frequência / tranquilo / cinquenta!

Uso do hífen

Sempre se usa o hífen diante de h:


•• sub-habitação / proto-história / sobre-humano / anti-higiênico / super-homem...

Prefixo Palavra REGRA


última letra igual à primeira letra SEPARA

•• contra-ataque / semi-interno / anti-inflamatório / micro-ondas / inter-racial / sub-


bibliotecário/ super-romântico/ inter-regional
Obs. 1: com o prefixo sub-, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região,
sub-raça.

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Prefixo Palavra REGRA
última letra diferente da primeira letra JUNTAR

•• antieducativo / autoescola / infraestrutura / socioeconômico/ semiárido / agroexportador


/ semianalfabeto / coautor / subúmido
Obs. 2: O prefixo co- aglutina-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o:
coordenar.

Prefixo Palavra REGRA


terminado em vogal começar por R ou S JUNTAR E DOBRAR ESSAS LETRAS

•• autossuficiente / contrarregra / cosseno / semirrígida / ultrassom microssistema / minissaia


/antissocial / semissubmersa / macrorregião /antirrábica / neorrealismo / semirreta /
biorritmo / antirrugas
Com os prefixos circum- e pan-, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal.
•• circum-navegação / pan-americano
Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró e vice usa-se sempre o hífen.
•• ex-aluno / sem-terra / além-túmulo / aquém-mar / recém-casado / pós-graduação / pré-
vestibular / pró-euro / vice-rei

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Português

SEMÂNTICA E VOCABULÁRIO

Semântica

A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos para se expressar através
da linguagem.
Dependendo da concepção de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas.

Polissemia

A polissemia é o fato de uma determinada palavra ou expressão adquirir um novo sentido além


de seu sentido original, guardando uma relação de sentido entre elas.

Exemplos de polissemia:

Eu adoro comer laranja. Depositei o dinheiro neste banco.


Pintei a parede de laranja. Preciso sentar em um banco.
Esse era o laranja do grupo. Essa fruta chama-se manga.
Rasguei a manga da minha camiseta.

Palavra + contexto da frase + contexto do parágrafo + ideia do texto


A soma dessa equação chama-se CONTEXTO!

Sinonímia
Sinônimo é a palavra que tem significado idêntico ou muito semelhante ao de outra.

Edgar passou um trabalho fazendo a prova de Português.


Edgar passou um sufoco fazendo a prova de Português.
Edgar passou um aperto fazendo a prova de Português.

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Tenho muita esperança com esse concurso!
Tenho muita descrença com esse concurso!
Só escuto verdades no discurso dele.
Só escuto falsidades/ fantasias no discurso dele.
Ele vive uma realidade estranha.
Ele vive um sonho estranho.

Ambiguidade
Aquilo que pode ter mais de um sentido ou significado. É aquilo que apresenta indecisão,
hesitação, imprecisão, incerteza, indeterminação.
Papa abençoa fiéis do hospital. Edgar encontrou a esposa em seu carro. A cachorra da minha
colega é linda. Os alunos viram o incêndio do prédio ao lado.

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Português

CLASSES DE PALAVRAS (MORFOLOGIA) / FLEXÃO NOMINAL E VERBAL

A morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes


gramaticais.
São elas: Substantivo, Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição,
Conjunção e Interjeição.

Substantivo (nome)
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é a classe gramatical de palavras
variáveis, as quais denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos
também nomeiam:
•• lugares: Brasil, Rio de Janeiro...
•• sentimentos: amor, ciúmes ...
•• estados: alegria, fome...
•• qualidades: agilidade, sinceridade...
•• ações: corrida, leitura...

Destaque zambeliano
Concretos:
os que indicam elementos reais ou imaginários com existência própria, independentes
dois sentimentos ou julgamentos do ser humano.
•• Deus, fada, espírito, mesa, pedra.

Abstratos:
os que nomeiam entes que só existem na consciência humana, indicam atos,
qualidades e sentimentos.
•• vida (estado), beleza (qualidade), felicidade (sentimento), esforço (ação).

•• Dor, saudade, beijo, pontapé, chute, resolução, resposta

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Sobrecomuns
Quando um só gênero se refere a homem ou mulher.a criança, o monstro, a vítima, o
anjo.
Comuns de dois gêneros
Quando uma só forma existe para se referir a indivíduos dos dois sexos.
•• o artista, a artista, o dentista, a dentista...

Artigo

Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se ele está sendo empregado de
maneira definida ou indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o
número dos substantivos.

Detalhe zambeliano 1
Substantivação!
•• Os milhões foram desviados dos cofres públicos.

•• Não aceito um não de você.

Detalhe zambeliano 2
Artigo facultativo diante de nomes próprios.
•• Cláudia não veio. / A Cláudia não veio.

Detalhe zambeliano 3
Artigo facultativo diante dos pronomes possessivos.
•• Nossa banca é fácil.

•• A Nossa banca é fácil.

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Português – Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Prof. Carlos Zambeli

Adjetivo

Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se "encaixa"


diretamente ao lado de um substantivo.
•• O querido médico nunca chega no horário!

•• O aluno concurseiro estuda com o melhor curso.

Morfossintaxe do Adjetivo:
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto
adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).

Detalhe zambeliano!
•• Os concurseiros dedicados estudam comigo.

•• Os concurseiros são dedicados.

Locução adjetiva
•• Carne de porco (suína)
•• Curso de tarde (vespertino)
•• Energia do vento (eólica)
•• Arsenal de guerra (bélico)

Pronome

Pessoais
•• a 1ª pessoa: aquele que fala (eu, nós), o locutor;
•• a 2ª pessoa: aquele com quem se fala (tu, vós) o locutário;
•• a 3ª pessoa: aquele de quem se fala (ele, ela, eles, elas), o assunto ou referente.
As palavras EU, TU, ELE, NÓS, VÓS, ELES são pronomes pessoais. São denominados desta forma
por terem a característica de substituírem os nomes, ou seja, os substantivos.

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•• Vou imprimir uma apostila da Casa do concurseiro para dar no dia da inscrição da Ana.

•• Vou imprimir uma apostila da Casa do concurseiro para dar no dia da inscrição dela.

Os pronomes pessoais classificam-se em retos e oblíquos, de acordo com a função que


desempenham na oração.
RETOS: assumem na oração as funções de sujeito ou predicativo do sujeito.
OBLÍQUOS: assumem as funções de complementos, como o objeto direto, o objeto indireto, o
agente da passiva, o complemento nominal.

“Não sei, apenas cativou-me. Então, tu tornas-te eternamente responsável por aquilo que
cativa. Tu podes ser igual a todos outros no mundo, mas para mim serás único.”

Indefinidos
Algum material pode me ajudar. (afirmativo)
Material algum pode me ajudar. (negativo).
Outros pronomes indefinidos:
tudo, todo (toda, todos, todas), algo, alguém, algum (alguma, alguns, algumas), nada, ninguém,
nenhum (nenhuma, nenhuns, nenhumas), certo (certa, certos, certas), qualquer (quaisquer), o
mesmo (a mesma, os mesmos, as mesmas),outrem, outro (outra, outros, outras), cada, vários
(várias).

Demonstrativos
Este, esta, isto – perto do falante.
ESPAÇO � Esse, essa, isso – perto do ouvinte.
Aquele, aquela, aquilo – longe dos dois.
Este, esta, isto – presente/futuro
TEMPO � Esse, essa, isso – passado breve
Aquele, aquela, aquilo – passado distante
Este, esta, isto – vai ser dito
DISCURSO �
Esse, essa, isso – já foi dito
RETOMADA
Edgar e Zambeli são dois dos professores da Casa do Concurseiro. Este ensina Português;
aquele, Matemática.

Possessivos
•• Aqui está a minha carteira. Cadê a sua?

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Português – Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Prof. Carlos Zambeli

Verbos

As formas nominais do verbo são o gerúndio, infinitivo e particípio. Não apresentam flexão de
tempo e modo, perdendo desta maneira algumas das características principais dos verbos.

Tempo e Modo
As marcas de tempo verbal situam o evento do qual se fala com relação ao momento em que se
fala. Em português, usamos três tempos verbais: presente, passado e futuro.
Os modos verbais, relacionados aos tempos verbais, destinam-se a atribuir expressões
de certeza, de possibilidade, de hipótese ou de ordem ao nosso discurso. Essas formas são
indicativo, subjuntivo e imperativo.
O modo indicativo possui seis tempos verbais: presente; pretérito perfeito, pretérito imperfeito
e pretérito mais-que-perfeito; futuro do presente e futuro do pretérito.
O modo subjuntivo divide-se em três tempos verbais: presente, pretérito imperfeito e futuro.
O modo imperativo apresenta-se no presente e pode ser afirmativo ou negativo.

Advérbio

É a classe gramatical das palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio.
É a palavra invariável que indica as circunstâncias em que ocorre a ação verbal.

•• Ela reflete muito sobre acordar cedo!

•• Ela nunca pensa muito pouco!

•• Ela é muito charmosa.

O advérbio pode ser representado por duas ou mais palavras: locução adverbial (à direita,
à esquerda, à frente, à vontade, em vão, por acaso, frente a frente, de maneira alguma, de
manhã, de súbito, de propósito, de repente...)
•• Lugar: longe, junto, acima, atrás…
•• Tempo: breve, cedo, já, dentro, ainda…
•• Modo: bem, mal, melhor, pior, devagar, (usa, muitas vezes, o sufixo-mente).
•• Negação: não, tampouco, absolutamente…
•• Dúvida: quiçá, talvez, provavelmente, possivelmente…
•• Intensidade: muito, pouco, bastante, mais, demais, tão…
•• Afirmação: sim, certamente, realmente, efetivamente…

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Preposição
Preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração, subordinando o segundo
ao primeiro, ou seja, o regente e o regido.
Regência verbal: Entregamos aos alunos nossas apostilas no site.

Regência nominal: Somos favoráveis ao debate.

Zambeli, quais são as preposições?


a – ante – até – após – com – contra – de – desde – em – entre – para – per – perante –
por – sem – sob – sobre – trás.

•• Lugar: Estivemos em Londres.


•• Origem: Essas uvas vieram da Argentina.
•• Causa: Ele morreu, por cair de um guindaste.
•• Assunto: Conversamos muito sobre política.
•• Meio: Fui de bicicleta ontem.
•• Posse: O carro é de Edison.
•• Matéria: Comprei pão de leite.
•• Oposição: Corinthians contra Palmeiras.
•• Conteúdo: Esse copo é de vinho.
•• Fim ou finalidade: Ele veio para ficar.
•• Instrumento: Você escreveu a lápis.
•• Companhia: Sairemos com amigos.
•• Modo: nas próximas eleições votarei em branco.

Conjunções
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes
de uma mesma oração.
As conjunções podem ser classificadas em coordenativas e subordinativas
•• Edgar tropeçou e torceu o pé.

•• Espero que você seja estudiosa.

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Português – Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Prof. Carlos Zambeli

No primeiro caso temos duas orações independentes, já que separadamente elas têm sentido
completo: período é composto por coordenação.
No segundo caso, uma oração depende sintaticamente da outra. O verbo “espero” fica sem
sentido se não há complemento.
Coordenadas – aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas, explicativas.
Subordinadas – concessivas, conformativas, causais, consecutivas, comparativas, condicionais,
temporais, finais, proporcionais.

Curiosidade
Das conjunções adversativas, "mas" deve ser empregada sempre no início da oração:
as outras (porém, todavia, contudo, etc.) podem vir no início ou no meio.
Ninguém respondeu a pergunta, mas os alunos sabiam a resposta.

Ninguém respondeu a pergunta; os alunos, porém, sabiam a resposta

Numeral
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico. Ex.: cinco, dois, duzentos mil
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada. Ex.: primeiro, segundo, centésimo
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão. Ex.: meio, terço, três quintos
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes a
quantidade foi aumentada. Ex.: dobro, triplo, quíntuplo, etc.

Interjeição

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Classifique a classe gramatical das palavras destacadas (substantivo, adjetivo, advérbio)
A cerveja que desce redondo.

A cerveja que eu bebo gelada.

André Vieira é um professor exigente.

O bom da aula é o ensinamento que fica para nós.

Carlos está no meio da sala.

Leu meia página da matéria.

Aquelas jovens são meio nervosas.

Ela estuda muito.

Não faltam pessoas bonitas aqui.

O bonito desta janela é o visual.

Vi um bonito filme brasileiro.

O brasileiro não desiste nunca.

A população brasileira reclama muito de tudo.

O crescimento populacional está diminuindo no Brasil.


Número de matrimônios cresce, mas gaúchos estão entre os que menos casam no país.

Classifique as palavras destacadas, usando este código


1. numeral
2. artigo indefinido
a) ( ) Um dia farei um concurso fácil!
b) ( ) Tu queres uma ou duas provas de Português?
c) ( ) Uma aluna apenas é capaz de enviar os emails.
d) ( ) Zambeli só conseguiu fazer uma prova?
e) ( ) Não tenho muitas canetas. Então pegue só uma para você!
f) ( ) Ontem uma professora procurou por você.
g) ( ) Escrevi um artigo extenso para o jornal!
h) ( ) você tem apenas um namorado né?

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Português – Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Prof. Carlos Zambeli

Preencha as lacunas com os pronomes demonstrativos adequados:


a) A grande verdade é ___________: foi o Zambeli o mentor do plano.
b) Embora tenha sido o melhor plano, ele nunca admitiu _________ fato.
c) Ninguém conseguiu provar sua culpa, diante _____________, o júri teve de absolvê-lo.
d) Assisti à aula de Português aqui no curso. Uma aula _________ é indispensável para mim!
e) Por que você nunca lava _________ mãos?
f) Ana, traga ____________ material que está aí do seu lado.
g) Ana, ajude-me a carregar _______ sacolas aqui.

Classifique a classe gramatical das palavras numeradas no texto extraído do jornal


Zero Hora.
Ciência mostra que estar só pode trazer benefícios, mas também prejudicar a saúde física e
mental
As (1) pessoas preferem sofrer a ficar sozinhas e desconectadas(2), mesmo que por poucos
minutos. Foi isso(3) que mostrou um recente(4) estudo realizado por pesquisadores(5) da
Universidade de(6) Virginia, nos Estados Unidos, e publicado este(7) mês na revista científica(8)
"Science". Colocados sozinhos em uma sala(9), os voluntários do experimento deveriam passar
15 minutos sem fazer(10) nada, longe de seus(11) celulares e qualquer outro estímulo, imersos
em seus pensamentos. Mas(12), caso quisessem, bastava apertar um botão(13) e tomariam
um choque(14) elétrico(15).
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.

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Português

SINTAXE DA ORAÇÃO (ANÁLISE SINTÁTICA)

Frase: é o enunciado com sentido completo, capaz de fazer uma comunicação. Na frase é
facultativo o uso do verbo.
Oração: é o enunciado com sentido que se estrutura com base em um verbo.
Período: é a oração composta por um ou mais verbos.

SUJEITO
É o ser da oração ou a quem o verbo se refere e sobre o qual se faz uma declaração.
Que (me) é que?
“Teus sinais me confundem da cabeça aos pés, mas por dentro eu te devoro.” (Djavan)

Existem aqui bons alunos, boas apostilas e exemplares professores.

Discutiu-se esse assunto na aula de Português da Casa.

Casos especiais
Sujeito indeterminado – quando não se quer ou não se pode identificar claramente a quem o
predicado da oração se refere. Observe que há uma referência imprecisa ao sujeito. Ocorre
a) Com o verbo na 3ª pessoa do plural, desde que o sujeito não tenha sido identificado
anteriormente.
Falaram sobre esse assunto no bar do curso.

“Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão.”

b) Com o verbo na 3ª pessoa do singular. (VI, VTI, VL) + SE


Precisa-se de muita atenção durante a aula.

Dorme-se muito bem neste hotel.

“Fica-se muito louco quando apaixonado.” (Freud)

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Inexistente (oração sem sujeito) – ocorre quando há verbos impessoais na
oração.

Fenômeno da natureza
Venta forte no litoral cearense!

Deve chover nesta madrugada.

Haver - no sentido de existir, ocorrer, ou indicando tempo decorrido.


"Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.” (Rubem
Alves)

Havia muitas coisas estranhas naquele lugar.

Deve haver bons concursos neste mês.

Devem existir bons concursos neste mês.

Fazer – indicando temperatura, fenômeno da natureza, tempo.


Faz 18ºC em Porto Alegre hoje.

Deve fazer 40ºC amanhã em Recife.

Fez calor ontem na cidade.

Faz 3 anos que eu trabalho na Casa do Concurseiro.

Está fazendo 10 meses que nós nos vimos aqui.

Ser
É impessoal quando se refere a Horário, Data e Distância. A concordância será feita com o
predicativo.
Hoje são 29 de abril.

Hoje é dia 29 de abril.

Eram dezessete horas em Brasília.

Daqui até Porto Alegre são 229 km.

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Português – Sintaxe da Oração (Análise Sintática) – Prof. Carlos Zambeli

Sujeito Oracional
Estudar para concursos é muito cansativo.
É necessário que vocês estudem em casa.

“Parecia que era minha aquela solidão.”

Praticar exercícios frequentemente é bom para a saúde.

Seria interessante se você estudasse pela Casa.

TRANSITIVIDADE VERBAL

1. Verbo Intransitivo (VI) – verbo que não exige complemento.


“O poeta pena quando cai o pano, e o pano cai.” (Teatro Mágico)

“Meu coração já não bate nem apanha. ” (Arnaldo Antunes)

2. Verbo Transitivo Direto (VTD) – verbo que precisa de complemento sem preposição.
“O Eduardo sugeriu uma lanchonete, mas a Mônica queria ver o filme do Godard.” (Legião Urbana)

“Por onde andei enquanto você me procurava?” (Nando Reis)

3. Verbo Transitivo Indireto (VTI) – verbo que precisa de complemento com preposição.
"Cuida de mim, enquanto não me esqueço de você“ (Teatro Mágico)

“Acreditar por um instante em tudo que existe.” (Legião)

4. Verbo Transitivo Direto e Indireto (VTDI) – precisa de 2 complementos. (OD e OI)


“A Mônica explicava ao Eduardo coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar.” (Legião)

“Plantei uma flor no coração dela, e ela me deu um sorriso trazendo paz.” (Natiruts)

5. Verbo de Ligação (VL) – não indicam ação.


Esses verbos fazem a ligação entre 2 termos: o sujeito e suas características. Estas características
são chamadas de predicativo do sujeito.
“O sonho é a realização de um desejo.” (Freud) ser, viver, acha, encontrar, fazer,
Tu estás cansado agora? parecer, estar, continuar, ficar,
permanecer, andar, tornar, virar

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ADJUNTO ADVERBIAL
É o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, instrumento, lugar,
causa, dúvida, modo, intensidade, finalidade, ...). O adjunto adverbial é o termo que modifica o
sentido de um verbo, de um adjetivo, de um advérbio.

Advérbio X Adjunto Adverbial


Hoje eu prometo a você uma taça de vinho na minha casa alegremente!
Ontem assisti à aula do Zambeli na sala confortavelmente

APOSTO X VOCATIVO
Aposto é um termo acessório da oração que se liga a um substantivo, tal como o adjunto
adnominal, mas que, no entanto sempre aparecerá com a função de explicá-lo, aparecendo de
forma isolada por pontuação.
Vocativo é o único termo isolado dentro da oração, pois não se liga ao verbo nem ao nome.
Não faz parte do sujeito nem do predicado. A função do vocativo é chamar o receptor a que se
está dirigindo. É marcado por sinal de pontuação.
Edgar, o professor de matemática, também sabe muito bem Português!

Sempre me disseram duas coisas: estude e divirta-se.

“Não chore, meu amor, tudo vai melhorar” (Natiruts)

Adjunto adnominal é o termo que caracteriza e/ou define um substantivo. As classes de


palavras que podem desempenhar a função de adjunto adnominal são adjetivo, artigos,
pronomes, numerais, locução adjetiva. Portanto se trata de um termo de valor adjetivo que
modificara o nome ao qual se refere.
Artigo – O preço do arroz subiu.
Adjetivos – A política empresarial deve ser o grande debate no seminário.
Pronome – Algumas pessoas pediram essas dicas.
Numeral – Dez alunos dedicados fizeram o nosso simulado.
Locução adjetiva – A aula de Português sempre nos emociona muito!

Complemento Nominal
É o termo preposicionado que completa o sentido de um nome (adjetivo, substantivo ou
advérbio).

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Português – Sintaxe da Oração (Análise Sintática) – Prof. Carlos Zambeli

Temos necessidade de ajuda.

Estamos confiantes na vitória.

OBS.: o complemento nominal pode ser representado por um pronome oblíquo.


Aquela atitude lhe era prejudicial.

Distinção entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal


a) Somente os substantivos podem ser acompanhados de adjuntos adnominais; já os
complementos nominais podem ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios. Logo, o
termo ligado por preposição a um adjetivo ou a um advérbio só pode ser complemento
nominal.
b) O complemento nominal equivale a um complemento verbal, ou seja, só se relaciona a
substantivos cujos significados transitam. Portanto, seu valor é passivo, é sobre ele que
recai a ação. O adjunto adnominal tem sempre valor ativo.

CN Adjunto Adnominal
Sempre preposicionado; Nem sempre preposicionado;
Completa substantivo, adjetivo ou advérbio; Refere-se a substantivo abstrato ou concreto;
Sentido passivo. Sentido ativo.

A vila aguarda a construção da escola.

A autora fez uma mudança de cenário.

Observamos o crescimento da economia.

Assaltaram a loja de brinquedos.

Sujeito X Objeto Direto


Existiram algumas reclamações nesta semana.

Ouvi algumas reclamações nesta semana.

Bastam três gostas do remédio.

Tomaram três gostas do remédio.

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Objeto Direto X Objeto Indireto
Gostamos de todas as matérias!

Estudamos todas as matérias!

Assisti aos vídeos no sábado.

Vi os vídeos no sábado.

Objeto Indireto X Complemento Nominal


O livro resistiu ao tempo.

O livro ofereceu resistência ao tempo.

Tenho necessidade de algum tempo livre.

Necessito de algum tempo livre.

Predicativo do sujeito X Adjunto Adverbial


Eu estava nervoso.

Eu estava na rua.

Edgar anda rápido.

Edgar anda estressado.

Classifique os elementos sublinhados das orações abaixo.


a) O aluno voltou da prova.

b) Fatos impressionantes relatou-nos aquele professor.

c) O professor do curso ofereceu-lhe um lugar melhor na sala.

d) Procurei-a por toda a cidade.

e) “Assaltaram a gramática, assassinaram a lógica...”

f) Talvez ainda haja questões difíceis.

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Português – Sintaxe da Oração (Análise Sintática) – Prof. Carlos Zambeli

g) Taxa de homicídio cresce em 15 anos no país.

h) A prova foi interessante.

i) Hotel oferece promoções aos clientes.

j) Contei-lhe uma historia verdadeira!

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Português
Português

CONCORDÂNCIA VERBAL

Regra geral
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
“A renúncia progressiva dos instintos parece ser um dos fundamentos do desenvolvimento da
civilização humana.” (Freud)
Os concurseiros dedicados adoram esta matéria nas provas.
•• As alunas dedicadas estudaram esse assunto complicado ontem.

1. Se
a) Pronome apassivador – o verbo (VTD ou VTDI) concordará com o sujeito passivo.
•• Compraram-se alguns salgadinhos para a festa.
•• Estuda-se esse assunto na aula.
•• Exigem-se referências do candidato.
•• Emplacam-se os carros novos em três dias.
•• Entregou-se um brinde aos alunos durante o intervalo.

b) Índice de indeterminação do sujeito – o verbo


•• (VL, VI ou VTI) não terá sujeito claro! Terá um sujeito indeterminado.
•• Não se confia em pessoas que não estudam.
•• Necessita-se, no decorrer do curso, de uma boa revisão.
•• Assistiu-se a todas as cenas da novela no capítulo final.

2. Pronome de tratamento
O verbo fica sempre na 3ª pessoa (= ele/eles).
•• Vossa Excelência merece nossa estima. Sua obra é reconhecida por todos.

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3. Haver
No sentido de “existir ou ocorrer” ou indicando “tempo” ficará na terceira pessoa do singular. É
impessoal, ou seja, não possui sujeito.
•• Nesta sala, há bons e maus alunos.
•• Avisaram agora que a sala está desarrumada porque houve um simulado antes.
•• Há pessoas que não valorizam a vida.
•• Deve haver aprovações desde curso.
•• Devem existir aprovações desde curso.

4. Fazer
Quando indica “tempo”, “temperatura” ou “fenômenos da natureza”, também é impessoal e
deverá ficar na terceira pessoa do singular.
•• Faz 3 dias que vi essa aula no site do curso.
•• Fez 35 graus em Recife!
•• Faz frio na serra gaúcha.
•• Deve fazer 15 dias já que enviei o material.

5. Expressões partitivas ou fracionárias


Verbo no singular ou no plural (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a maioria de,
a maior parte de, grande parte de...)
•• A maioria das pessoas aceita/ aceitam os problemas sociais.
•• Um terço dos candidatos errou/ erraram aquela questão.

6. Mais de um
O verbo permanece no singular:
•• Mais de um aluno da Casa passou neste concurso.

Se expressão aparecer repetida ou associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo


deverá ficar no plural:
•• Mais de um deputado, mais de um vereador reclamaram dessa campanha.
•• Mais de um jogador se abraçaram após a partida.

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Português – Concordância Verbal e Nominal – Prof. Carlos Zambeli

7. Que x Quem
QUE: se o sujeito for o pronome relativo que, o verbo concorda com o antecedente do pronome
relativo.
•• Fui eu que falei. (eu falei) Fomos nós que falamos. (nós falamos)

QUEM: se o sujeito for o pronome relativo quem, o verbo ficará na terceira pessoa do singular
ou concordará com o antecedente do pronome (pouco usado).
•• Fui eu quem falei/ falou. Fomos nós quem falamos/falou.

1. É preciso que se _________ os acertos do preço e se ___________ as regras para não _____
mal-entendidos. ( faça – façam/ fixe – fixem/ existir – existirem)

2. Não ________ confusões no casamento. (poderia haver – poderiam haver)

3. _________de convidados indesejados. (Trata-se – Tratam-se)

4. As madrinhas acreditam que _______convidados interessantes, mas sabem que _______


alguns casados. (exista – existam / podem haver – pode haver)

5. ______vários dias que não se ________casamentos aqui; ________ alguma coisa estranha
no local. (faz – fazem/ realiza – realizam/ deve haver – devem haver)

6. Não ______ emoções que ______esse momento. (existe – existem/ traduza – traduzam)

7. ______ problemas durante o Buffet. (aconteceu – aconteceram)

8. Quando se _____ de casamentos, onde se _______trajes especiais, não _____ tantos


custos para os convidados.(trata – tratam/ exige – exigem/ deve haver – devem haver)

9. _____ às 22h a janta, mas quase não______ convidados.


(Iniciou-se – Iniciaram-se/ havia – haviam)

10. No Facebook, ______fotos bizarras e ______muitas informações inúteis. (publica-se –


publicam-se / compartilha-se – compartilham-se)

11. Convém que se ______nos problemas do casamento e que não se ____ partido da sogra.
(pense – pensem / tome – tomem)

12. Naquele dia, _____________37º C na festa. (fez – fizeram)

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13. __________aos bêbados todo auxílio. (prestou-se – prestaram-se)

14. Não se ____ boas festas de casamento como antigamente. (faz – fazem)

15. No Sul, _______ invernos de congelar. (faz – fazem)

16. É preciso que se ____ aos vídeos e que se ______ os recados.


(assista – assistam / leia – leiam)

17. Convém que se ________ às ordens da sogra e que se _________ os prometidos. (obedeça
– obedeçam / cumpra – cumpram)

18. As acusações do ex-namorado _____ os convidados às lágrimas. (levou / levaram)

19. Uma pesquisa de psicólogos especializados _______ que a maioria dos casamentos não se
_______ depois de 2 anos. (revelou / revelaram – mantém / mantêm)

20. A maior parte dos maridos _____ pela esposa durante as partidas de futebol.
(é provocada / são provocados)

21. Mais de uma esposa ___________ dos maridos. (reclama – reclamam)

Concordância Nominal

Regra geral
Os artigos, os pronomes, os numerais e os adjetivos concordam com o substantivo a que eles
se referem.

Casos especiais
Adjetivo + substantivos de gênero diferente: concordância com o termo mais próximo.
•• Aquele professor ensina complicadas regras e conteúdos.
complicados conteúdos e regras.
•• Notei caídas as camisas e os prendedores.
•• Notei caída a camisa e os prendedores.
•• Notei caído o prendedor e a camisa.

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Português – Concordância Verbal e Nominal – Prof. Carlos Zambeli

Substantivos de gêneros diferentes + adjetivo: concordância com o termo mais próximo ou uso
do masculino plural.
•• A Casa do Concurseiro anunciou a professora e o funcionário homenageado.
•• A Casa do Concurseiro anunciou a professora e o funcionário homenageados.
•• A Casa do Concurseiro anunciou o funcionário e a professora homenageada.

3. Anexo
•• Seguem anexos os valores do orçamento.
•• As receitas anexas devem conter comprovante.

4. Obrigado – adjetivo
•• “Muito obrigada”, disse a nova funcionária pública!

5. Só
•• “O impossível é só questão de opinião e disso os loucos sabem, só os loucos sabem.”
(Chorão)
•• “Eu estava só, sozinho! Mais solitário que um paulistano, que um canastrão na hora
que cai o pano”
•• “Bateu de frente é só tiro, porrada e bomba.” (Valesca Popozuda)

Observação!
A locução adverbial a sós é invariável.

6. Bastante
Adjetivo = vários, muitos
Advérbio = muito, suficiente
•• Entregaram bastantes problemas nesta repartição.
•• Trabalhei bastante.
•• Tenho bastantes razões para estudar na Casa do Concurseiro!

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7. TODO, TODA – qualquer
•• TODO O , TODA A – inteiro
•• “Todo verbo é livre para ser direto ou indireto.” (Teatro Mágico)
•• Todo o investimento deve ser aplicado nesta empresa.

8. É bom, é necessário, é proibido, é permitido


Com determinante = variável
Sem determinante = invariável
•• Vitamina C é bom para saúde.
•• É necessária aquela dica na véspera da prova.
•• Neste local, é proibido entrada de pessoas estranhas.
•• Neste local, é proibida a entrada de pessoas estranhas.

9. Meio
Adjetivo = metade
Advérbio = mais ou menos
•• Comprei meio quilo de picanha.
•• Isso pesa meia tonelada.
•• O clima estava meio tenso.
•• Ana estava meio chateada.

10. Menos e Alerta


Sempre invariáveis
•• Meus professores estão sempre alerta.
•• Tayane tem menos bonecas que sua amiga.

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Português – Concordância Verbal e Nominal – Prof. Carlos Zambeli

1. Complete as lacunas com a opção mais adequada:


a) É _________ (proibido OU proibida) conversa durante a aula.
b) É _________ (proibido OU proibida) a conversa durante a aula.
c) Não é ______ (permitido OU permitida) a afixação de propagandas.
d) Saída a qualquer hora, neste curso, não é _____ (permitido OU permitida).
e) No curso, bebida não é _____ (permitido OU permitida).
f) Crise econômica não é ____ (bom OU boa) para o governo.
g) Bebeu um litro e ________ (meio OU meia) de cachaça.
h) Respondeu tudo com __________ (meio OU meias) palavras.
i) Minha colega ficou ___________ (meio OU meia) angustiada.
j) Ana estava ___________ (meio OU meia) estressada depois da prova.
k) Nesta turma há alunos _________ (meio OU meios) irrequietos.
l) Eles comeram ______________ (bastante OU bastantes).
m) Os alunos saíram da prova _________ (bastante OU bastantes) cansados.
n) Já temos provas _______ (bastante OU bastantes) para incriminá-lo.
o) Os alunos ficam _____ (só OU sós).

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Português

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os
complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou as circunstâncias (adjuntos adverbiais).
Um verbo pode assumir valor semântico diferente com a simples mudança ou retirada de uma
preposição.

Verbos Intransitivos

Os verbos intransitivos não possuem complemento. São verbos significativos, capazes de


constituir o predicado sozinhos. Sua semântica é completa.
•• O balão subiu.
•• O cão desapareceu desde ontem.
•• Aquela geleira derreteu no inverno passado.

Verbos Transitivos Diretos

Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Isso significa que não
exigem preposição para o estabelecimento da relação de regência.
•• Zambeli comprou livros nesta loja.
•• Pedro ama, nesta loja, as promoções de inverno.

Verbos Transitivos Indiretos

Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que
esses verbos exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência.
•• Edgar Abreu necessita de férias nesta semana.
•• Pedro confia em Kátia sempre!

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Verbos Transitivos Diretos ou Indiretos

Há verbos que admitem duas construções: uma transitiva direta, outra indireta, sem que isso
implique modificações de sentido. Ou seja, possuem dois complementos: um OD e um OI.
•• Tereza ofereceu livros a Zambeli.
•• O professor emprestou aos alunos desta turma alguns livros novos.

Verbos de Ligação

Esse tipo de verbo tem a função de ligar o sujeito a um estado, a uma característica. A
característica atribuída ao sujeito por intermédio do verbo de ligação chama-se predicativo do
sujeito.
Uma maneira prática de se identificar o verbo de ligação é exclui-lo da oração e observar se
nesta continua a existir uma unidade significativa: Minha professora está atrasada. → Minha
professora atrasada.
São, habitualmente, verbos de ligação: ser, estar, ficar, parecer, permanecer, continuar, tornar-
se, achar-se, acabar...

Pronome relativo

QUE:
Retoma pessoas ou coisas.

•• André Vieira, que me ensinou Constitucional, é uma grande professor!

•• Os arquivos das provas de que preciso estão no meu email.

•• O colega em que confio é o Dudan.

Função sintática dos pronomes relativos

Sujeito
•• Os professores que se prepararam para a aula foram bem avaliados.

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Português – Regência Nominal e Verbal – Prof. Carlos Zambeli

Objeto direto

•• Chegaram as apostilas que comprei no site.

Objeto indireto

•• Aqui há tudo de que você precisa para o concurso.

Complemento nominal

•• São muitas aprovações de que a Casa do Concurseiro é capaz.

Predicativo do sujeito

•• Reconheço a grande mulher que você é.

Agente da passiva

•• Aquela é a turma do curso por que foste homenageado?

Adjunto adverbial

•• Este é o curso em que trabalho de segunda a sábado!

QUEM:
Só retoma pessoas. Um detalhe importante: sempre antecedido por preposição.

•• A professora em quem tu acreditas pode te ajudar.

•• O amigo de quem Pedro precisará não está em casa.

•• O colega a quem encontrei no concurso foi aprovado.

O QUAL:
Existe flexão de gênero e de número: OS QUAIS, A QUAL, O QUAL, AS QUAIS.

•• O chocolate de que gosto está em falta.

•• O chocolate do qual gosto está em falta.

•• A paixão por que lutarei.

•• A paixão pela qual lutarei.

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•• A prova a que me refiro foi anulada.

•• A prova à qual me refiro foi anulada.

CUJO:
Indica uma ideia de posse. Concorda sempre com o ser possuído.

•• A prova cujo assunto eu não sei será amanhã!

•• A professora com cuja crítica concordo estava me orientando.

•• A namorada a cujos pedidos obedeço sempre me abraça forte.

ONDE:
Só retoma lugar. Sinônimo de EM QUE

•• O país aonde viajarei é perto daqui.

•• O problema em que estou metido pode ser resolvido ainda hoje.

•• O lugar onde deixo meu carro fica próximo daqui.

Assistir
VTD: ajudar, dar assistência:

•• O policial não assistiu as vítimas durante a prova = O policial não as assistiu...

•• O conselho tutelar assiste todas as crianças.

VTI: ver, olhar, presenciar (prep. A obrigatória):

•• Assistimos ao vídeo no youtube = Assistimos a ele.

•• O filme a que eu assisti chama-se “ Intocáveis”.

Pagar e Perdoar
VTD: OD – coisa:

•• Pagou a conta.

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Português – Regência Nominal e Verbal – Prof. Carlos Zambeli

VTI: OI – A alguém:

•• Pagou ao garçom.

VTDI: alguma COISA A ALGUÉM:

•• Pagou a dívida ao banco.

•• Pagamos ao garçom as contas da mesa.

Querer
VTD – desejar, almejar:

•• Eu quero esta vaga para mim.

VTI – estimar, querer bem, gostar:

•• Quero muito aos meus amigos.

•• Quero a você, querida!

Implicar
VTD: acarretar, ter consequência

•• Passar no concurso implica sacrifícios.

•• Essas medidas econômicas implicarão mudanças na minha vida.

VTI: ter birra, implicância

•• Ela sempre implica com meus amigos!

Preferir
VTDI: exige a prep. A = X a Y

•• Prefiro concursos federais a concursos estaduais.

Ir, Voltar, Chegar


Usamos as preposições A ou DE ou PARA com esses verbos.

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•• Chegamos a casa.

•• Foste ao curso.

Esquecer-se, Lembrar-se: VTI (DE)


Esquecer, Lembrar: VTD
•• Eu nunca me esqueci de você!

•• Esqueça aquilo.

•• O aluno cujo nome nunca lembro foi aprovado.

•• O aluno de cujo nome nunca me lembro foi aprovado.

Aspirar
VTD – respirar

•• Naquele lugar, ele aspirou o perfume dela.

•• O cheiro que aspiramos era do gás!

VTI – desejar, pretender

•• Alexandre aspira ao sucesso nos concursos!

•• O cargo a que todos aspiram está neste concurso.

Obedecer/ desobedecer
VTI = prep. A

•• Zambeli nunca obedece ao sinal de trânsito.

Constar
(A) No sentido de “ser composto de”, constrói-se com a preposição DE:

•• A prova do concurso constará de trinta questões objetivas.

(B) No sentido de “estar incluído, registrado”, constrói-se com a preposição EM:

•• Seu nome consta na lista de aprovados do concurso!

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Português – Regência Nominal e Verbal – Prof. Carlos Zambeli

Visar
VTD – quando significa “mirar”

•• O atirador visou o alvo certo!

VTD – quando significa “assinar”

•• Você já visou o chegue?

VTI – quando significar “ almejar, ter por objetivo”

•• Visamos ao sucesso no vestibular de verão!

•• A vaga a que todos visam está desocupada.

Proceder
VTI (a) – iniciar, dar andamento.

•• Logo procederemos à reunião.

VTI (de) – originar-se.

•• Ele procede de boa família.

VI – ter lógica.

•• Teus argumentos não procedem.

Usufruir – VTD
•• Usufrua os benefícios da fama!

Namorar – VTD
•• Namoro Ana há cinco anos!

Simpatizar/ antipatizar – VTI


•• Eu simpatizei com ela.

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Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um substantivo, adjetivo ou advérbio transitivos e seu


respectivo complemento nominal. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição.
Deve-se considerar que muitos nomes seguem exatamente a mesma regência dos verbos
correspondentes. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime
dos nomes cognatos. Por exemplo, obedecer e os nomes correspondentes: todos regem
complementos introduzidos pela preposição a: obedecer a algo/a alguém; obediência a algo/a
alguém; obediente a algo/a alguém; obedientemente a algo/a alguém.

admiração a, por horror a


atentado a, contra impaciência com
aversão a, para, por medo a, de
bacharel em, doutor em obediência a
capacidade de, para ojeriza a, por
devoção a, para com, por proeminência sobre
dúvida acerca de, em, sobre respeito a, com, para com, por

Distinção entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal


a) Somente os substantivos podem ser acompanhados de adjuntos adnominais; já os
complementos nominais podem ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios. Logo, o ermo
ligado por preposição a um adjetivo ou a um advérbio só pode ser complemento nominal.

b) O complemento nominal equivale a um complemento verbal, ou seja, só se relaciona a


substantivos cujos significados transitam. Portanto, seu valor é passivo, é sobre ele que
recai a ação. O adjunto adnominal tem sempre valor ativo.

•• A vila aguarda a construção da escola.

•• A autor fez uma mudança de cenário.

•• Observamos o crescimento da economia.

•• Assaltaram a loja de brinquedos.

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Português
Português

CRASE

Eles foram à praia no fim de semana (A prep. + A artigo)


A aluna à qual me refiro é estudiosa (A prep. + A do pronome relativo A Qual)
A minha blusa é semelhante à de Maria (A prep. + A pronome demonstrativo)
Ele fez referência àquele aluno (A prep. + A pronome demonstrativo Aquele).

Ocorre crase

1. Substitua a palavra feminina por outra masculina correlata; em surgindo a combinação AO,
haverá crase.
•• Eles foram à praia.
•• O menino não obedeceu à professora.
•• Sou indiferente às críticas!

2. Substitua os demonstrativos Aqueles(s), Aquela(s), Aquilo por A este(s), A esta(s), A isto;


mantendo-se a lógica, haverá crase.
•• Ele fez referência àquele aluno.
•• Aquele: Refiro-me àquele rapaz.
•• Aquela: Dei as flores àquela moça!
•• Aquilo: Refiro-me àquilo que me contastes

3. Nas locuções prepositivas, conjuntivas e adverbiais.


à frente de; à espera de; à procura de; à noite; à tarde; à esquerda; à direita; às vezes; às pressas;
à medida que; à proporção que; à toa; à vontade, etc.
•• Pagamos a vista / à vista.
•• Tranquei a chave / à chave.
•• Estudaremos a sombra / à sombra.

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4. Na indicação de horas determinadas: deve-se substituir a hora pela expressão “meio-dia”;
se aparecer AO antes de “meio-dia”, devemos colocar o acento, indicativo de crase no A.
•• Ele saiu às duas horas e vinte minutos. (ao meio dia)
•• Ele está aqui desde as duas horas. (o meio-dia).

5. Antes de nome próprio de lugares, deve-se colocar o verbo VOLTAR; se dissermos VOLTO
DA, haverá acento indicativo de crase; se dissermos VOLTO DE, não ocorrerá o acento.
•• Vou à Bahia. (volto da). Vou a São Paulo (volto de).

Observação:
Se o nome do lugar estiver acompanhado
de uma característica (adjunto
adnominal), o acento será obrigatório.

•• Vou a Portugal. Vou à Portugal das grandes navegações.

6. Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais


A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o
verbo que rege esses pronomes exigir a preposição "a", haverá crase.
•• São regras às quais todos os funcionários devem obedecer.
•• Esta foi a conclusão à qual Pedro Kuhn chegou.
•• A novela à qual assisto passa também na internet.

7. Crase com o Pronome Demonstrativo "a“


•• Minha crise é ligada à dos meus irmãos
•• Suas lutas não se comparam as dos jovens de hoje.
•• As frases são semelhantes às da minha ex-namorada.

8. Se a palavra "distância" estiver determinada, especificada, o "a" deve ser acentuado.


Observe:
•• A cidade fica à distância de 70 km daqui (determinada).
•• A cidade fica a grande distância daqui (não-determinada).

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Português – Crase – Prof. Carlos Zambeli

Crase Opcional

1. Antes de nomes próprios femininos.


•• Entreguei o presente a Ana (ou à Ana).

2. Depois da preposição ATÉ.


•• Fui até a escola. (ou até à escola).

3. Antes de pronomes possessivos femininos adjetivos no singular.


•• Fiz alusão a minha amiga (ou à minha amiga). Mas não fiz à sua.

Não ocorre crase

1. Antes de palavras masculinas.


•• Ele saiu a pé.
•• Barco a vapor.

2. Antes de verbos.
•• Estou disposto a colaborar com ele.
•• Produtos a partir de R$ 1,99.

3. Antes de artigo indefinido.


•• Fomos a uma lanchonete no centro.

4. Depois de preposição diferente de A


•• Eles foram para a praia.
•• Ficaram perante a torcida após o gol.

5. Antes de alguns pronomes


•• Passamos os dados do projeto a ela.
•• Eles podem ir a qualquer restaurante.
•• Refiro-me a esta aluna.
•• A pessoa a quem me dirigi estava atrapalhada.
•• O restaurante a cuja dona me referi é ótimo.

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6. Quando o A estiver no singular e a palavra a que ele se refere estiver no plural.
•• Refiro-me a pessoas que são competentes.
•• Entregaram tudo a secretárias do curso.

7. Em locuções formadas pela mesma palavra.


•• Tomei o remédio gota a gota.
•• A vítima ficou cara a cara com o ladrão.

Utilize o acento indicativo de crase quando necessário.


a) Chegamos a ideia de que a regra não se refere a pessoas jovens.
b) A todo momento, damos sinais de que nos apegamos a vida.
c) Ela elevou-se as alturas.
d) Os alunos davam valor as normas da escola.
e) As duas horas as pegaríamos a frente da escola.
f) Ele veio a negócios e precisa falar a respeito daquele assunto.
g) Foi a Bahia, depois a São Paulo e a Porto Alegre.
h) Eles tinham a mão as provas que eram necessárias.
i) Graças a vontade de um companheiro de trabalho, reformulamos a agenda da semana.
j) Refiro-me a irmã do colega e as cunhadas, mas nada sei sobre a mãe dele.
k) Aderiu a turma a qual todos aderem.
l) A classe a qual pertenço é a única que não fará a visita aquela praia.
m) Não podemos ignorar as catástrofes do mundo e deixar a humanidade entregue a própria
sorte.
n) Somos favoráveis as orientações dos professores.
o) O ser humano é levado a luta que tem por meta a resolução das questões relativas a
sobrevivência.
p) Sou a favor da preservação das baleias.
q) Fique a espera do chefe, pois ele chegará as 14h.
r) A situação a que me refiro tornou-se complexa, sujeita a variadas interpretações.
s) Após as 18h, iremos a procura de auxilio.
t) Devido a falta de quorum, suspendeu-se a sessão.
u) As candidatas as quais foram oferecidas as bolsas devem apresentar-se até a data marcada.

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Português – Crase – Prof. Carlos Zambeli

v) Dedicou-se a uma atividade beneficente, relacionada a continuidade do auxílio as camadas


mais pobres da população.
w) Se você for a Europa, visite os lugares a que o material turístico faz referência.
x) Em relação a matéria dada, dê especial atenção aquele caso em que aparece a crase.
y) Estaremos atendendo de segunda a sexta, das 8h as 19h.
z) A pessoa a quem me refiro dedica-se a arte da cerâmica.

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Português

SINTAXE DO PERÍODO

Coordenativas: Ligam orações independentes, ou seja, que possuem sentido completo.

1. Aditivas: Expressam ideia de adição, soma, acréscimo.


São elas: e, nem,não só... mas também, mas ainda, etc.
•• “A alegria evita mil males e prolonga a vida.” (Shakespeare)

•• “No banquete da vida a amizade é o pão, e o amor é o vinho”

•• Não avisaram sobre o feriado, nem cancelaram as aulas.

2. Adversativas: Expressam ideia de oposição, contraste.


São elas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto, não obstante, etc.

•• “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons.” (Martin Luther
King)

•• “Todos caem; apenas os fracos, porém, continuam no chão.” (Bob Marley)

3. Alternativas: Expressam ideia de alternância ou exclusão.


São elas; ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, etc.
•• “Toda ação humana, quer se torne positiva, quer negativa, precisa depender de
motivação.” (Dalai Lama)

•• Ora estuda com disposição, ora dorme em cima das apostilas.

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4. Conclusivas: Expressam ideia de conclusão ou uma ideia consequente do que se disse
antes. São elas: logo, portanto, por isso, por conseguinte, assim, de modo que, em vista
disso então, pois (depois do verbo) etc.

•• Apaixonou-se; deve, pois, sofrer em breve.

•• “Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se
chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente
viver.” (Dalai Lama)

5. Explicativas: A segunda oração dá a explicação sobre a razão do que se afirmou na primeira


oração. São elas: pois, porque, que.

•• “Não faças da tua vida um rascunho, pois poderás não ter tempo de passá-la a limpo.”
(Mario Quintana)

•• “Prepara, que agora é a hora do show das poderosas.” (Chico Buarque #sqn)

•• Edgar devia estar nervoso, porque não parava de gritar na aula.

Subordinativas: ligam orações dependentes, de sentido incompleto, a uma oração principal


que lhe completa o sentido. Podem ser adverbiais, substantivas e adjetivas; neste caso,
estudaremos as conjunções que introduzem as orações subordinadas adverbiais.

1. Causais: Expressam ideia de causa, motivo ou a razão do fato expresso na oração principal.
São elas: porque, porquanto, posto que, visto que, já que, uma vez que, como, etc.

•• “Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes.” (Willian


Shakespeare)

•• “Que eu possa me dizer do amor (que tive): que não seja imortal, posto que é chama.
Mas que seja infinito enquanto dure.” (Vinicius de Morais)

2. Comparativas: Estabelecem uma comparação com o elemento da oração principal. São


elas: como, que (precedido de “mais”, de “menos”, de “tão”), etc.

•• “Como arroz e feijão, é feita de grão em grão nossa felicidade.” (Teatro Mágico)

•• “Esses padres conhecem mais pecados do que a gente...” (Mario Quintana)

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Português – Sintaxe do Período – Prof. Carlos Zambeli

3. Condicionais: Expressam ideia de condição ou hipótese para que o fato da oração principal
aconteça. São elas: se, caso, exceto se, a menos que, salvo se, contanto que, desde que,
etc.
“Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres, enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...” (Mario Quintana)

•• “A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria
inventado a roda..” (Mario Quintana)

4. Consecutivas: Expressam ideia de consequência ou efeito do fato expresso na oração


principal. São elas: que (precedido de termo que indica intensidade: tão, tal, tanto, etc.), de
modo que, de sorte que, de maneira que, etc.

“O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.” (Fernando Pessoa)

•• A gente é tão cúmplice um do outro que nem precisa se olhar!

5. Conformativas: Expressam ideia de conformidade ou acordo em relação a um fato expresso


na oração principal. São elas: conforme, segundo, consoante, como.

•• “Os homens estimam-vos conforme a vossa utilidade, sem terem em conta o vosso
valor” (Balzac)

•• Como tínhamos imaginado, a Casa do Concurseiro sempre é a melhor opção.

6. Concessivas: Expressam ideia de que algo que se esperava que acontecesse, contrariamente
às expectativas, não acontece. São elas: embora, conquanto, ainda que, se bem que,
mesmo que, apesar de que, etc.

•• “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.” (Vinicius de
Moraes)

•• “É sempre amor, mesmo que mude. É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que
passou.” (Bidê ou balde)

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7. Finais: Expressam ideia de finalidade. São elas: a fim de que, para que, que, etc.

“Para ser grande, sê inteiro; nada teu exagera ou exclui;


Sê todo em cada coisa; põe quanto és
No mínimo que fazes;
Assim em cada lago, a lua toda
Brilha porque alta vive.” (Fernando Pessoa)

•• As pessoas devem estudar para que seus sonhos se realizem.

8. Proporcionais: Expressam ideia de proporção, simultaneidade. São elas: à medida que, à


proporção que, ao passo que, etc.

•• Ao passo que o tempo corre, mais nervoso vamos ficando.

9. Integrantes: Introduzem uma oração que integra ou completa o sentido do que foi expresso
na oração principal. São elas: que, se.

•• “Mas o carcará foi dizer à rosa que a luz dos cristais vem da lua nova e do girassol.”
(Natiruts)

•• “Eu não quero que você esqueça que eu gosto muito de você” (Natiruts)

10. Temporais: expressam anterioridade, simultaneidade, posteridade relativas ao que vem


expresso na oração principal. São elas: quando, enquanto, assim que, desde que, logo que,
depois que, antes que, sempre que, etc.

•• “Quando o inverno chegar, eu quero estar junto a ti .” (Tim Maia)

•• “Só enquanto eu respirar, vou me lembrar de você.” (Teatro Mágico)

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Português
Português

PONTUAÇÃO

Emprego da vírgula

Na ordem direta da oração (sujeito + verbo + complemento(s) + adjunto adverbial), NÃO use
vírgula entre os termos. Isso só ocorrerá ao se deslocarem o predicativo ou o adjunto adverbial.
•• “Não boto bomba em banca de jornal.” (Renato Russo)

•• Os jornais informaram aos leitores os últimos concursos.

Dica zambeliana = Não se separam por vírgula:

•• predicado de sujeito = Ocorrem, alguns protestos no centro!

•• objeto de verbo = Enviamos, ao grupo, todas as questões.

•• adjunto adnominal de nome = A questão, de Português, está comentada no site!

Entre os termos da oração

1. para separar itens de uma série (Enumeração)

•• “O que era sonho se tornou realidade de pouco em pouco a gente foi erguendo o nosso

próprio trem, nossa Jerusalém, nosso mundo, nosso carrossel.” (Jeneci)

•• Hoje, enfrentamos muitos problemas. Alguns criados por nós em consequência de diferen-
ças ideológicas, religiosas, raciais, econômicas.

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2. para assinalar supressão de um verbo.
•• Ela almeja aprovação; eu, nomeação.

3. para separar o adjunto adverbial deslocado.


•• “No meio do caminho, tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho.”
(Carlos Drummond de Andrade)

•• “Na centralização administrativa, o Estado atua diretamente por meio de seus órgãos, ou
seja, das unidades que são meras repartições interiores de sua pessoa e que, por isso, dele
não se distinguem”.

•• A mentira é, muita vezes, tão involuntária como a respiração. (Machado de Assis)

Obs.: Se o adjunto adverbial for pequeno, a utilização da vírgula não é necessária, a não ser que
se queira enfatizar a informação nele contida.

•• “Hoje eu tenho uma proposta: a gente se embola e perde a linha a noite toda.” (Ludmilla)

4. para separar o aposto.


•• “Pois eu vou fazer uma prece prá Deus, nosso Senhor, prá chuva parar de molhar o meu
divino amor...” (Jorge Ben)

•• O FGTS, conta vinculada ou poupança forçada, é um direito dos trabalhadores rurais e


urbanos que está expresso no artigo 7º da Constituição Federal, a Carta Magna.

5. para separar o vocativo.


•• “É, morena, tá tudo bem, sereno é quem tem a paz de estar em par com Deus.” (Marcelo Camelo)

6. para separar expressões explicativas, retificativas, continuativas, conclusivas ou


enfáticas (aliás, além disso, com efeito, enfim, isto é, em suma, ou seja, ou melhor,
por exemplo, etc).
•• “A vida, enfim, vivida de manhã quando tenho você.” (Vanguart)

•• Com efeito, o caminho de um concurseiro é longo e árduo. Por exemplo, grande parte do seu
tempo livre é dedicada a estudos, ou seja, a vida social pode ficar um pouco comprometida,
ou melhor, abandonada. Além disso, é necessário disciplina e esforço, mas, enfim, vale a

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Português – Pontuação – Prof. Carlos Zambeli

pena: o concurseiro pode alcançar estabilidade financeira, isto é, jamais conhecer a palavra
desemprego, em suma, o sonho de todos.

Entre as orações

1. para separar orações coordenadas assindéticas.

•• ” O girino é o peixinho do sapo, o silêncio é o começo do papo, o bigode é a antena do gato,

o cavalo é o pasto do carrapato, o cabrito é o cordeiro da cabra, o pescoço é a barriga da

cobra.” (Arnaldo Antunes)

•• “Não fique pela metade, vá em frente, minha amiga, destrua a razão desse beco sem saída.”
(Engenheiros do Hawaii)

2. As orações coordenadas devem sempre ser separadas por vírgula. Orações


coordenadas são as que indicam adição (e, nem, mas também), alternância (ou, ou ...
ou, ora ... ora), adversidade (mas, porém, contudo...), conclusão (logo, portanto...) e
explicação (porque, pois).
•• Estudar para concursos é coisa séria entretanto as pessoas, muitas vezes, levam na
brincadeira.

•• Estou sem celular, portanto não estarei respondendo no whats!

3. para separar orações coordenadas sindéticas ligadas por “e”, desde que os
sujeitos sejam diferentes.
•• “De repente, a dor de esperar terminou, e o amor veio enfim.” (Tim Maia)

•• “A verdadeira felicidade é impossível sem verdadeira saúde, e a verdadeira saúde é


impossível sem um rigoroso controle da gula.” (Mahatma Gandhi)

4. para separar orações adverbiais, especialmente quando forem longas.


•• Em determinado momento, todos se retiraram, apesar de não terem terminado a prova.

•• “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.” (Vinícius de Moraes)

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5. para separar orações adverbiais antepostas à principal ou intercaladas, tanto
desenvolvidas quanto reduzidas.
•• Como não tinha muito tempo para estudar em casa, aproveitava bem a aula.

•• Começaremos, assim que todos os alunos chegarem, a trabalhar.

6. Orações subordinadas adjetivas


Podem ser:
a) Restritivas – delimitam o sentido do substantivo antecedente (sem vírgula). Encerram uma
qualidade que não é inerente ao substantivo.

•• “Com a chuva molhando o seu corpo lindo que eu vou abraçar”. (Jorge Ben)

•• “E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam
escutar a música.” (Friedrich Nietzsche)

•• “ Eu tenho meus amigos que só aparecem quando eu bebo.” (Vanguart)

b) Explicativas – explicações ou afirmações adicionais ao antecedente já definido plenamente


(com vírgula). Encerram uma qualidade inerente ao substantivo.

•• O Decreto nº 1.171/1994, que aprova o Código de Ética Profissional do servidor público civil
do Poder Executivo Federal, determina que a função pública deve ser tida como exercício
profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público.

•• Os alunos, que são esforçados, conseguem obter um bom resultado nos concursos.

•• As mulheres, que lidam com muitas coisas ao mesmo tempo, desenvolvem proveitosas
habilidades.

Emprego do Ponto-e-Vírgula

1. para separar orações que contenham várias enumerações já separadas por vírgula
ou que encerrem comparações e contrastes.

•• “Há cinco coisas neste mundo que ninguém pode realizar: primeira, evitar a velhice,
quando se está envelhecendo; segunda, evitar a doença, quando o corpo é predisposto à
enfermidade; terceira, não morrer quando o corpo deve morrer; quarta, negar a dissolução,

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Português – Pontuação – Prof. Carlos Zambeli

quando, de fato, há a dissolução do corpo; quinta, negar a extinção, quando tudo deve
extinguir-se.” (Buda)

•• “Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor; o Diabo, invejoso, fez o homem
confundir fé com religião e amor com casamento.” (Machado de Assis)

2. para separar orações em que as conjunções adversativas ou conclusivas estejam


deslocadas.
•• “A carne é boa; não creio, porém, que valha a de um camundongo, mas camundongo é que
não há aqui.” (Machado de Assis)

•• Vamos terminar este namoro; considere-se, portanto, livre deste compromisso.

3. para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia,


entretanto, etc.), substituindo, assim, a vírgula.
•• Gostaria de estudar hoje; todavia, só chegarei perto dos livros amanhã.

Emprego dos Dois-Pontos

1. para anunciar uma citação.


•• Já dizia Freud: “Poderíamos ser melhores, se não quiséssemos ser tão bons.”

2. para anunciar uma enumeração, um aposto, uma explicação, uma consequência


ou um esclarecimento.
•• “O uísque é o melhor amigo do homem: é um cachorro engarrafado.” (Vinícius de Moraes)

•• Os alunos vieram à aula e trouxeram algumas coisas: apostila, canetas e muita vontade.

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Português

IDENTIFICAÇÃO DA IDEIA CENTRAL

Trata-se de realizar “compreensão” de textos, ou seja, estabelecer relações com os


componentes envolvidos em dado enunciado, a fim de que se estabeleçam a apreensão e a
compreensão por parte do leitor.

Interpretar x Compreender

INTERPRETAR é COMPREENDER é
•• Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, •• Intelecção, entendimento, percepção
inferir. do que está escrito.
•• APARECE ASSIM NA PROVA •• APARECE ASSIM NA PROVA
•• Através do texto, infere-se que... •• é sugerido pelo autor que
•• É possível deduzir que... •• De acordo com o texto, é correta ou
•• O autor permite concluir que errada a afirmação
•• Qual é a intenção do autor ao afirmar •• O narrador afirma
que

Procedimentos

Enunciados Possíveis
“Qual é a ideia central do texto?”
“O texto se volta, principalmente, para”

Observação de
1. Fonte bibliográfica;
2. Autor;
3. Título;
4. Identificação do “tópico frasal”;
5. Identificação de termos de aparecimento frequente (comprovação do tópico);
6. Procura, nas alternativas, das palavras-chave destacadas no texto.

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EXEMPLIFICANDO
Banho de mar é energizante?
Embora não existam comprovações científicas, muitos especialistas acreditam que os banhos
de mar tragam benefícios à saúde. “A água marinha, composta por mais de 80 elementos
químicos, alivia principalmente as tensões musculares, graças à presença de sódio em sua
composição, por isso pode ser considerada energizante”, afirma a terapeuta Magnólia Prado de
Araújo, da Clínica Kyron Advanced Medical Center, de São Paulo. “Além disso, as ondas do mar
fazem uma massagem no corpo que estimula a circulação sanguínea periférica e isso provoca
aumento da oxigenação das células”, diz Magnólia.
Existe até um tratamento, chamado talassoterapia (do grego thalasso, que significa mar), surgido
em meados do século IX na Grécia, que usa a água do mar como seu principal ingrediente.
Graças à presença de cálcio, zinco, silício e magnésio, a água do mar é usada para tratar doenças
como artrite, osteoporose e reumatismo. Já o sal marinho, rico em cloreto de sódio, potássio e
magnésio, tem propriedades cicatrizantes e antissépticas. Todo esse conhecimento, no entanto,
carece de embasamento científico. “Não conheço nenhum trabalho que trate desse tema com
seriedade, mas intuitivamente creio que o banho de mar gera uma sensação de melhora e
bem-estar”, diz a química Rosalinda Montoni, do Instituto Oceanográfico da USP.
Revista Vida Simples.

1. Fonte bibliográfica: revista periódica de circulação nacional. O próprio nome da revista –


Vida Simples – indica o ponto de vista dos artigos nela veiculados.
2. O fato de o texto não ser assinado permite-nos concluir que se trata de um EDITORIAL
(texto opinativo) ou de uma NOTÍCIA (texto informativo).
3. O fato de o título do texto ser uma pergunta permite-nos concluir que o texto constitui-se
em uma resposta (geralmente, nos primeiros períodos).
4. Identificação do tópico frasal: percebido, via de regra, no 1º e no 2º períodos, por meio das
palavras-chave (expressões substantivas e verbais): não existam / comprovações científicas /
especialistas acreditam / banhos de mar / benefícios à saúde.
5. Identificação de termos cujo aparecimento frequente denuncia determinado enfoque
do assunto: água marinha / alivia tensões musculares / pode ser considerada energizante /
terapeuta / ondas do mar / estimula a circulação sanguínea / aumento da oxigenação das células
/ talassoterapia / água do mar / tratar doenças / conhecimento / carece de embasamento
científico.

1. Qual é a ideia central do texto acima?


a) Os depoimentos científicos sobre as propriedades terapêuticas do banho de mar são
contraditórios.
b) Molhar-se com água salgada é energizante, mas há necessidade de cuidados com infecções.
c) O banho de mar tem uma série de propriedades terapêuticas, que não têm comprovação
científica.
d) Os trabalhos científicos sobre as propriedades medicinais do banho de mar têm publicações
respeitadas no meio científico.
e) A água do mar é composta por vários elementos químicos e bactérias que atuam no sistema
nervoso.

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Português – Identificação da Ideia Central – Prof. Carlos Zambeli

Conclusão
1. Ideia central = palavra-chave 1º e 2º períodos.

2. Comprovação = campo lexical.

3. Resposta correta = a mais completa


(alternativa com maior número de palavras-chave destacadas no texto).

Campo Lexical

Conjunto de palavras que pertencem a uma mesma área de conhecimento.


Exemplo:
•• Medicina: estetoscópio, cirurgia, esterilização, medicação
•• Concurso, prova, gabarito, resultado, candidato, gabarito

EXEMPLIFICANDO
Trecho do discurso do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, pronunciado quando da
declaração de guerra ao regime Talibã.
“Essa atrocidade (o atentado de 11/09, em NY) foi um ataque contra todos nós, contra pessoas
de todas e nenhuma religião. Sabemos que a Al-Qaeda ameaça a Europa, incluindo a Grã-
Bretanha, e qualquer nação que não compartilhe de seu fanatismo. Foi um ataque à vida e aos
meios de vida. As empresa aéreas, o turismo e outras indústrias foram afetadas, e a confiança
econômica sofreu, afetando empregos e negócios britânicos. Nossa prosperidade e padrão de
vida requerem uma resposta aos ataques terroristas.”

2. Nessa declaração, destacaram-se principalmente os interesses de ordem


a) moral.
b) militar.
c) jurídica.
d) religiosa.
e) econômica.

Gabarito: 1. C 2. E

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Português

ESTRATÉGIA LINGUÍSTICA

Que que é isso?


Genericamente, estratégias textuais, linguísticas e discursivas seriam "táticas", "escolhas" do
falante/ escritor com relação ao modo como ele se utiliza da linguagem. 
As estratégias textuais dizem respeito especificamente à construção do texto – oral ou escrito
–, considerando que o texto é uma tessitura de linguagem que se enquadra em determinada
esfera e gênero, que detém sentido para o falante e para o interlocutor, e que depende de
certas características (como coesão e coerência) para ser adequadamente construído e
apropriadamente chamado de texto.
As estratégias linguísticas estão mais diretamente ligadas à linguagem em sua acepção
estruturalista/formalista: léxico, sintaxe, prosódia. As estratégias discursivas dizem respeito à
linguagem enquanto discurso, ou seja, interação, envolvendo sujeitos, contexto, condições de
produção.

(Gazeta do Povo, online. 05.03.2009)

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1. Palavras Desconhecidas = Paráfrases e Campo Semântico

Paráfrase é a reescritura do texto, mantendo-se o mesmo significado, sem prejuízo do sentido


original.
A paráfrase pode ser construída por várias formas:
•• substituição de locuções por palavras;
•• uso de sinônimos;
•• mudança de discurso direto por indireto e vice-versa;
•• conversão da voz ativa para a passiva;
•• emprego de antonomásias ou perífrases (Machado de Assis = O bruxo do Cosme Velho; o
povo lusitano = portugueses).

EXEMPLIFICANDO

1. Como o “interior” é uma região mais ampla e tem população rarefeita, a expressão “se
dissemina” está sendo empregada com o sentido de “se atenua”, “se dissolve”.
Como regra, a epidemia começa nos grandes centros e se dissemina pelo interior. A incidência
nem sempre é crescente; a mudança de fatores ambientais pode interferir em sua escalada.
( ) Certo ( ) Errado

Epidemia: manifestação muito numerosa de qualquer fato ou conduta; proliferação generalizada.


Disseminar: espalhar(-se), difundir(-se), propagar(-se).

2. Supondo que a palavra “eclético” seja desconhecida para o leitor, a melhor estratégia de que
ele pode valer-se para tentar detectar o seu significado será
O sucesso deveu-se ao caráter eclético de sua administração. Pouco se lhe dava que lhe
exigissem sua opinião. Sua atitude consistia sempre em tomar uma posição escolhida entre as
diversas formas de conduta ou opinião manifestadas por seus assessores.
a) aproximá-la de outras palavras da língua portuguesa que tenham a mesma terminação
como “político” e “dinâmico”.
b) considerá-la como qualificação de profissionais que atuam na administração de alguma
empresa.
c) associá-la às palavras “sucesso” e “caráter”, de forma a desvendar o seu sentido correto,
“que ofusca, que obscurece os demais”.
d) observar o contexto sintático em que ela ocorre, ou seja, trata-se de um adjunto adnominal.
e) atentar para a paráfrase feita no segundo período.

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Português – Estratégia Linguística – Prof. Carlos Zambeli

2. Observação de palavras de cunho categórico: Advérbios & Artigos

3. Seria mantida a coerência entre as ideias do texto caso o segundo período sintático fosse
introduzido com a expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral”
Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo
capitalista, mas não necessariamente de mercado. De modo geral, a democratização das
sociedades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não
contribuem para a fixação de uma tradição democrática.
( ) Certo ( ) Errado

4. Por meio da afirmativa destacada, o autor


Os ecos da Revolução do Porto haviam chegado ao Brasil e bastaram algumas semanas para
inflamar os ânimos dos brasileiros e portugueses que cercavam a corte. Na manhã de 26 de
fevereiro, uma multidão exigia a presença do rei no centro do Rio de Janeiro e a assinatura
da Constituição liberal. Ao ouvir as notícias, a alguns quilômetros dali, D. João mandou fechar
todas as janelas do palácio São Cristóvão, como fazia em noites de trovoadas.
a) exprime uma opinião pessoal taxativa a respeito da atitude do rei diante da iminência da
Revolução do Porto.
b) critica de modo inflexível a atitude do rei, que, acuado, passa o poder para as mãos do
filho. de modo inflexível – loc. adverbial
c) demonstra que o rei era dono de uma personalidade intempestiva, que se assemelhava a
uma chuva forte.
d) sugere, de modo indireto, que o rei havia se alarmado com a informação recebida.
e) utiliza-se de ironia para induzir o leitor à conclusão de que seria mais do que justo depor o
rei. mais do que justo – expressão adverbial

5. Do fragmento Foi o outro grande poeta chileno, infere-se que houve apenas dois grandes
poetas no Chile.
Há cem anos nasceu o poeta mais popular de língua espanhola, com uma obra cuja força
lírica supera todos os seus defeitos. Sem dúvida, há um “problema Pablo Neruda”. Foi o outro
grande poeta chileno, seu contemporâneo Nicanor Parra (depois de passar toda uma longa vida
injustamente à sombra de Neruda), quem o formulou com maliciosa concisão.
( ) Certo ( ) Errado

6. Assinale a opção correta.


Mas, como toda novidade, a nanociência está assustando. Afinal, um material com
características incríveis poderia também causar danos incalculáveis ao homem ou ao meio
ambiente. No mês passado, um grupo de ativistas americanos tirou a roupa para protestar
contra calças nanotecnológicas que seriam superpoluentes.
a) Coisas novas costumam provocar medo nas pessoas.
b) Produtos criados pela nanotecnologia só apresentam pontos positivos.
c) Os danos ao meio ambiente são provocados pela nanotecnologia.
d) Os ativistas mostraram que as calças nanotecnológicas provocam poluição.

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3. Marcadores Linguísticos
•• expressões que indicam soma ou alternância: não só... mas também, ou, etc.;
•• expressões de acréscimo, de progressão, de continuidade ou de inclusão: até, além disso,
desde, etc.;
•• preposições: até (inclusão ou limite), com (companhia ou matéria), de (diversas relações:
tempo, lugar, causa, etc.), desde (tempo, lugar, etc.), entre (intervalo, relação, etc.), para
(lugar, destinatário, etc.), etc.;
•• Exemplos matemáticos: lançado do alto / lançado para o alto; números de 12 a 25 /
números entre 12 e 25.

EXEMPLIFICANDO
7. Assinale a alternativa que encontra suporte no texto.
Profetas do possível
Até que ponto é possível prever o futuro? Desde a Antiguidade, o desafio de antecipar o dia de
amanhã tem sido o ganha-pão dos bruxos, dos místicos e dos adivinhos. Ainda hoje, quando
o planeta passa por mudanças cada vez mais rápidas e imprevisíveis, há quem acredite que 
é possível dominar as incertezas da existência por  meio das cartas do tarô e da posição dos
astros. Esse tipo de profecia nada tem a ver com a Ciência. Os cientistas também apontam seus
olhos para o futuro, todavia de uma maneira diferente. Eles avaliam o estágio do  saber de
sua própria época para projetar as descobertas que se podem esperar. Observam a natureza
para reinventá-la a serviço do homem.
Superinteressante
a) O articulador “até” indica o limite de previsibilidade do futuro.
b) A partir da Antiguidade, prever a sorte passou a ser a ocupação de místicos de toda ordem.
c) Profecias e Ciência são absolutamente incompatíveis.
d) Além das cartas de tarô e da posição dos astros, os crédulos atuais buscam saber o futuro
por meio da consulta a bruxos.
e) Os cientistas não só observam a natureza – como o fazem os místicos –, mas também
buscam moldá-la às necessidades humanas, considerando o estágio atual do conhecimento.
Gabarito: 1. E 2. E 3. E 4. D 5. C 6. A 7. E

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Estratégia linguística 2 (agora vai)

1. Observação de palavras de cunho categórico:

•• Tempos verbais
•• Expressões restritivas
•• Expressões totalizantes
•• Expressões enfáticas

Tempos Verbais

1. É irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-
sucedidos na profissão.
O emprego das formas verbais grifadas acima denota
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência
que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na
faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão.
O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É
esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente,
que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que
atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para
a pobre criança.
a) hipótese passível de realização.
b) fato real e definido no tempo.
c) condição de realização de um fato.
d) finalidade das ações apontadas no segmento.
e) temporalidade que situa as ações no passado.

2. Provoca-se incoerência textual e perde-se a noção de continuidade da ação ao se substituir a


expressão verbal vem produzindo por tem produzido.
Na verdade, a integração da economia mundial — apontada pelas nações ricas e seus prepostos
como alternativa única — vem produzindo, de um lado, a globalização da pobreza e, de outro,
uma acumulação de capitais jamais vista na história, o que permite aos grandes grupos
empresariais e financeiros atuar em escala mundial, maximizando oportunidades e lucros.
( ) Certo ( ) Errado

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Expressões Restritivas

3. Depreende-se da argumentação do texto que o autor considera as instituições como as únicas


“características fixas” aceitáveis de “democracia”.
Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo ca-
pitalista, mas não necessariamente de mercado. De modo geral, a democratização das socie-
dades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não contribuem
para a fixação de uma tradição democrática. Penso que temos de refletir um pouco a respeito
do que significa democracia. Para mim, não se trata de um regime com características fixas,
mas de um processo que, apesar de constituir formas institucionais, não se esgota nelas. [...]
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com
adaptações).

( ) Certo ( ) Errado

4. Considerado corretamente o trecho, o segmento grifado em A colonização do imaginário não


busca nem uma coisa nem outra deve ser assim entendido:
Posterior, e mais recente, foi a tentativa, por parte de alguns historiadores, de abandonar uma
visão eurocêntrica da “conquista” da América, dedicando-se a retraçá-la a partir do ponto de
vista dos “vencidos”, enquanto outros continuaram a reconstituir histórias da instalação de
sociedades europeias em solo americano. Antropólogos, por sua vez, buscaram nos documentos
produzidos no período colonial informações sobre os mundos indígenas demolidos pela
colonização. A colonização do imaginário não busca nem uma coisa nem outra.
(Adaptado de PERRONE-MOISÉS, Beatriz, Prefácio à edição brasileira de GRUZINSKI, Serge, A
colonização do imaginário: sociedades indígenas e ocidentalização no México espanhol
(séculos XVI-XVIII)).

a) não tenta investigar nem o eurocentrismo, como o faria um historiador, nem a presença
das sociedades europeias em solo americano, como o faria um antropólogo.
b) não quer reconstituir nada do que ocorreu em solo americano, visto que recentemente
certos historiadores, ao contrário de outros, tentam contar a história do descobrimento da
América do modo como foi visto pelos nativos.
c) não pretende retraçar nenhum perfil − dos vencidos ou dos vencedores − nem a trajetória
dos europeus na conquista da América.
d) não busca continuar a tradição de pesquisar a estrutura dos mundos indígenas e do mundo
europeu, nem mesmo o universo dos colonizadores da América.
e) não se concentra nem na construção de uma sociedade europeia na colônia − quer
observada do ponto de vista do colonizador, quer do ponto de vista dos nativos −, nem no
resgate dos mundos indígenas.

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Expressões Totalizantes

5. De acordo com o texto, no tratamento da questão da biodiversidade no Planeta,


A biodiversidade diz respeito tanto a genes, espécies, ecossistemas como a funções e coloca
problemas de gestão muito diferenciados. É carregada de normas de valor. Proteger a
biodiversidade pode significar:
•• a eliminação da ação humana, como é a proposta da ecologia radical;
•• a proteção das populações cujos sistemas de produção e de cultura repousam num dado
ecossistema;
•• a defesa dos interesses comerciais de firmas que utilizam a biodiversidade como matéria
prima, para produzir mercadorias.
a) o principal desafio é conhecer todos os problemas dos ecossistemas.
b) os direitos e os interesses comerciais dos produtores devem ser defendidos,
independentemente do equilíbrio ecológico.
c) deve-se valorizar o equilíbrio do ambiente, ignorando-se os conflitos gerados pelo uso da
terra e de seus recursos.
d) o enfoque ecológico é mais importante do que o social, pois as necessidades das populações
não devem constituir preocupação para ninguém.
e) há diferentes visões em jogo, tanto as que consideram aspectos ecológicos, quanto as que
levam em conta aspectos sociais e econômicos.

6. A argumentação do texto desenvolve-se no sentido de se compreender a razão por que


Quando alguém ouve que existem tantas espécies de plantas no mundo, a primeira reação
poderia ser: certamente, com todas essas espécies silvestres na Terra, qualquer área com um
clima favorável deve ter tido espécies em número mais do que suficiente para fornecer muitos
candidatos ao desenvolvimento agrícola.
Mas então verificamos que a grande maioria das plantas selvagens não é adequada por
motivos óbvios: elas servem apenas como madeira, não produzem frutas comestíveis e suas
folhas e raízes também não servem como alimento. Das 200.000 espécies de plantas selvagens,
somente alguns milhares são comidos por humanos e apenas algumas centenas dessas são mais
ou menos domesticadas. Dessas várias centenas de culturas, a maioria fornece suplementos
secundários para nossa dieta e não teriam sido suficientes para sustentar o surgimento de
civilizações. Apenas uma dúzia de espécies representa mais de 80% do total mundial anual
de todas as culturas no mundo moderno. Essas exceções são os cereais trigo, milho, arroz,
cevada e sorgo; o legume soja; as raízes e os tubérculos batata, mandioca e batata-doce; fontes
de açúcar como a cana-de-açúcar e a beterraba; e a fruta banana. Somente os cultivos de
cereais respondem atualmente por mais da metade das calorias consumidas pelas populações
humanas do mundo.
Com tão poucas culturas importantes, todas elas domesticadas milhares de anos atrás, é menos
surpreendente que muitas áreas no mundo não tenham nenhuma planta selvagem de grande
potencial. Nossa incapacidade de domesticar uma única planta nova que produza alimento nos
tempos modernos sugere que os antigos podem ter explorado praticamente todas as plantas
selvagens aproveitáveis e domesticado aquelas que valiam a pena.
(Jared Diamond. Armas, germes e aço)

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a) existiria uma dúzia de exceções dentre todas as espécies de plantas selvagens que seriam
monopólio das grandes civilizações.
b) tão poucas dentre as 200.000 espécies de plantas selvagens são utilizadas como alimento
pelos homens em todo o planeta.
c) algumas áreas da Terra mostraram-se mais propícias ao desenvolvimento agrícola, que
teria possibilitado o surgimento de civilizações.
d) a maior parte das plantas é utilizada apenas como madeira pelos homens e não lhes fornece
alimento com suas frutas e raízes.
e) tantas áreas no mundo não possuem nenhuma planta selvagem de grande potencial para
permitir um maior desenvolvimento de sua população.

Expressões Enfáticas
7. A afirmativa correta, em relação ao texto, é
Será a felicidade necessária?
Felicidade é uma palavra pesada. Alegria é leve, mas felicidade é pesada. Diante da pergunta
"Você é feliz?", dois fardos são lançados às costas do inquirido. O primeiro é procurar uma
definição para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala que pode ir da simples satisfação
de gozar de boa saúde até a conquista da bem-aventurança. O segundo é examinar-se, em
busca de uma resposta.
Nesse processo, depara-se com armadilhas. Caso se tenha ganhado um aumento no emprego
no dia anterior, o mundo parecerá belo e justo; caso se esteja com dor de dente, parecerá feio
e perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento de salário, e se
há algo imprescindível, na difícil conceituação de felicidade, é o caráter de permanência. Uma
resposta consequente exige colocar na balança a experiência passada, o estado presente e a
expectativa futura. Dá trabalho, e a conclusão pode não ser clara.
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência
que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na
faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão.
O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É
esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente,
que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que
atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para
a pobre criança.
(Trecho do artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Veja. 24 de março de 2010, p. 142)
a) A expectativa de muitos, ao colocarem a felicidade acima de quaisquer outras situações da
vida diária, leva à frustração diante dos pequenos sucessos que são regularmente obtidos,
como, por exemplo, no emprego.
b) Sentir-se alegre por haver conquistado algo pode significar a mais completa felicidade, se
houver uma determinação, aprendida desde a infância, de sentir-se feliz com as pequenas
coisas da vida.
c) As dificuldades que em geral são encontradas na rotina diária levam à percepção de que a
alegria é um sentimento muitas vezes superior àquilo que se supõe, habitualmente, tratar-
se de felicidade absoluta.

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Português – Estratégia Linguística – Prof. Carlos Zambeli

d) A possibilidade de que mais pessoas venham a sentir-se felizes decorre de uma educação
voltada para a simplicidade de vida, sem esperar grandes realizações, que acabam levando
apenas a frustrações.
e) Uma resposta provável à questão colocada como título do texto remete à constatação de
que felicidade é um estado difícil de ser alcançado, a partir da própria complexidade de
conceituação daquilo que se acredita ser a felicidade.

Geralmente, a alternativa correta (ou a mais viável) é construída por meio de palavras e de
expressões “abertas”, isto é, que apontam para “possibilidades”, “hipóteses”: provavelmente,
é possível, futuro do pretérito do indicativo, modo subjuntivo, futuro do pretérito (-ria) etc.

EXEMPLIFICANDO

8. Acerca do texto, são feitas as seguintes afirmações:


No Brasil colonial, os portugueses e suas autoridades evitaram a concentração de escravos de
uma mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros.
Essa política, a multiplicidade linguística dos negros e as hostilidades recíprocas que trouxeram
da África dificultaram a formação de grupos solidários que retivessem o patrimônio cultural
africano, incluindo-se aí a preservação das línguas.
Porém alguns senhores aceitaram as práticas culturais africanas – e indígenas – como um mal
necessário à manutenção dos escravos. Pelo imperativo de convertê-los ao catolicismo, alguns
clérigos aprenderam as línguas africanas [...]. Outras pessoas, por se envolverem com o tráfico
negreiro [...], devem igualmente ter-se familiarizado com as línguas dos negros.
I – os portugueses impediram totalmente a concentração de escravos da mesma etnia nas
propriedades e nos navios negreiros.
II – a política dos portugueses foi ineficiente, pois apenas a multiplicidade cultural dos negros,
de fato, impediu a formação de núcleos solidários.
III – Apesar do empenho dos portugueses, a cultura africana teve penetração entre alguns
senhores e clérigos. Cada um, é bem verdade, tinha objetivos específicos para tanto.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

9. Considere as afirmações feitas acerca do texto:


Macaco Esperto
Chimpanzés, bonobos e gorilas possuem uma função cerebral relacionada à fala que se pensava
exclusiva do ser humano. Isso sugere que a evolução da estrutura cerebral da fala começou
antes de primatas e humanos tomarem caminhos distintos na linha da evolução. O mais perto
que os primatas chegaram foi gesticular com a mão direita ao emitir grunhidos.

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I – de acordo com o segundo período, a evolução da estrutura cerebral da fala está diretamente
relacionada ao fato de esta ser atribuída tão somente aos humanos.
II – os seres cujos caminhos tornaram-se distintos durante o processo evolutivo possuem
ambos função cerebral relacionada à fala.
III – a estrutura cerebral dos primatas e dos humanos, em relação à fala, teria um ponto em
comum.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

Gabarito: 1. A 2. E 3. E 4. E 5. E 6. C 7. E 8. C 9. D

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Português

INFERÊNCIA

Que que é isso?


INFERÊNCIA – ideias implícitas, sugeridas, que podem ser depreendidas a partir da leitura do
texto, de certas palavras ou expressões contidas na frase.
Enunciados – “Infere-se”, Deduz-se”, “Depreende-se”,
Uma inferência incorreta é conhecida como uma falácia.

Observe a seguinte frase:


Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.

O autor transmite 2 informações de maneira explícita:


a) que ele frequentou um curso superior;
b) que ele aprendeu algumas coisas.

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Ao ligar as duas informações por meio de “mas”, comunica também, de modo implícito, sua
crítica ao ensino superior, pois a frase transmite a ideia de que nas faculdades não se aprende
muita coisa.
Além das informações explicitamente enunciadas, existem outras que se encontram
subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto
os dados explícitos quanto os implícitos.

1. “O tempo continua ensolarado”,


Comunica-se, de maneira explícita, que, no momento da fala, faz sol, mas, ao mesmo tempo, o
verbo “continuar” permite inferir que, antes, já fazia sol.

2. “Pedro deixou de fumar”


Afirma-se explicitamente que, no momento da fala, Pedro não fuma. O verbo “deixar”, todavia,
transmite a informação implícita de que Pedro fumava antes.

1. A leitura atenta da charge só não nos permite depreender que


a) é possível interpretar a fala de Stock de duas maneiras.
b) Wood revela ter-se comportado ilicitamente.
c) há vinte anos, a sociedade era mais permissiva.
d) as atividades de Wood eram limitadas.
e) levando-se em conta os padrões morais de nossa sociedade, uma das formas de entender a
fala de Stock provoca riso no leitor.

2. Observe a frase que segue:


É preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de um ataque norte-coreano.
Sobre ela, são feitas as seguintes afirmações:
I – O conteúdo explícito afirma que há necessidade da construção de mísseis, com a finalidade
de defesa contra o ataque norte-coreano.
II – O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é o de que os norte-coreanos
pretendem atacar o Ocidente.
III – O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é o de que a negociação com os
norte-coreanos é o único meio de dissuadi-los de um ataque ao Ocidente.

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Português – Inferência – Prof. Carlos Zambeli

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

Inferência Verbal X Não-verbal

Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indicadores linguísticos como
a) certos advérbios:
Os convidados ainda não chegaram à recepção.

Pressuposto: Os convidados já deviam ter chegado ou os convidados chegarão mais tarde.

b) certos verbos:
O desvio de verbas tornou-se público.

Pressuposto: O desvio não era público antes.

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c) as orações adjetivas explicativas (isoladas por vírgulas):
Os políticos, que só querem defender seus interesses, ignoram o povo.

Pressuposto: Todos os políticos defendem tão somente seus interesses.

d) expressões adjetivas:
Os partidos “de fachada” acabarão com a democracia no Brasil.

Pressuposto: Existem partidos “de fachada” no Brasil.

Costuma-se acreditar que , quando se relatam dados da realidade, não pode haver nisso
subjetividade alguma e que relatos desse tipo merecem a nossa confiança porque são reflexos
da neutralidade do produtor do texto e de sua preocupação com a verdade objetiva dos fatos.
Mas não é bem assim. Mesmo relatando dados objetivos, o produtor do texto pode ser
tendencioso e ele, mesmo sem estar mentindo, insinua seu julgamento pessoal pela seleção
dos fatos que está reproduzindo ou pelo destaque maior que confere a certos pormenores. A
essa escolha dos fatos e à ênfase atribuída acertos tipos de pormenores dá-se o nome de viés.

3. Infere-se do texto que


a) o ato de informar pode ser manipulado em função da defesa de interesses pessoais de
quem escreve.
b) a ausência de viés compromete a carga de veracidade de dados da realidade.
c) a atitude de neutralidade é meio indispensável para a boa aceitação de uma notícia.
d) o escritor tendencioso põe em risco sua posição perante o público.
e) o bom escritor tem em mira a verdade objetiva dos fatos. 

4. Infere-se ainda o texto que


a) uma mensagem será tanto mais aceita quanto maior for a imparcialidade do escritor.
b) o escritor, fingindo neutralidade, será mais capaz de interessar o leitor.
c) o interesse da leitura centraliza-se na análise dos pormenores relatados.
d) o viés introduz uma nota de humor na transmissão de uma mensagem.
e) o leitor deve procurar reconhecer todo tipo de viés naquilo que lê.

Gabarito: 1. C 2. D 3. A 4. A

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Português

ANÁLISE DE ALTERNATIVAS/ITENS

COMPREENSÃO DE TEXTOS

Estabelecimento de relações entre os componentes envolvidos em dado enunciado. Assinalar


a resposta correta consiste em encontrar, no texto, as afirmações feitas nas alternativas, e vice-
versa.

PROCEDIMENTOS DE APREENSÃO DO TEXTO


1. Leitura da fonte bibliográfica;
2. leitura do título;
3. leitura do enunciado;
4. leitura das afirmativas;
5. destaque das palavras-chave das afirmativas;
6. procura, no texto, das palavras-chave destacadas nas alternativas.

Será a felicidade necessária? (2)


Felicidade é uma palavra pesada. Alegria é leve, mas felicidade é pesada. Diante da
pergunta "Você é feliz?", dois fardos são lançados às costas do inquirido. O primeiro é
procurar uma definição para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala que pode ir
da simples satisfação de gozar de boa saúde até a conquista da bem-aventurança. O
segundo é examinar-se, em busca de uma resposta.
Nesse processo, depara-se com armadilhas. Caso se tenha ganhado um aumento no
emprego no dia anterior, o mundo parecerá belo e justo; caso se esteja com dor de dente,
parecerá feio e perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento
de salário, e se há algo imprescindível, na difícil conceituação de felicidade, é o caráter de
(6) permanência. Uma resposta consequente exige colocar na balança a experiência passada,
o estado presente e a expectativa futura. Dá trabalho, e a conclusão pode não ser clara.
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma
tendência que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que
entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na
profissão. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa
grandiosa. É esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se
não for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar.
Se ainda for pouco, que atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno
de encargos mais cruel para a pobre criança.
(Trecho do artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Veja. 24 de março de 2010, p. 142) (1)

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(1) Observação da fonte bibliográfica: o conhecimento prévio de quem escreveu o texto
constitui-se numa estratégia de compreensão, visto que facilita a identificação da intenção
textual. Ao reconhecermos o autor do texto – Roberto Pompeu de Toledo, importante jornalista
brasileiro, cuja trajetória se marca pelo fato de escrever matérias especiais para importantes
veículos e comunicação – bem como o veículo de publicação – Veja –, podemos afirmar que se
trata de um artigo.
(2) Observação do título: o título pode constituir o menor resumo possível de um texto. Por
meio dele, certas vezes, identificamos a ideia central do texto, sendo possível, pois, descartar
afirmações feitas em determinadas alternativas. O título em questão – Será a felicidade
necessária? –, somado ao fato de nomear um artigo, permite-nos inferir que o texto será uma
resposta a tal questionamento, a qual evidenciará o ponto de vista do autor.

1. De acordo com o texto, (3)


•• Devido à expressão “De acordo com”, podemos afirmar que se trata, tão somente, de
compreender o texto.
•• Outras expressões possíveis: “Segundo o texto”, “Conforme o texto”, “Encontra suporte no
texto”, ...
Assim sendo,
Compreensão do texto: RESPOSTA CORRETA = paráfrase MAIS COMPLETA daquilo que foi
afirmado no texto.
Paráfrase: versão de um texto, geralmente mais extensa e explicativa, cujo objetivo é torná-lo
mais fácil ao entendimento.

1. De acordo com o texto,


a) a realização pessoal que geralmente faz parte da vida humana, como o sucesso no trabalho,
costuma ser percebida como sinal de plena felicidade.
b) as atribuições sofridas podem comprometer o sentimento de felicidade, pois superam os
benefícios de conquistas eventuais.
c) o sentimento de felicidade é relativo, porque pode vir atrelado a circunstâncias diversas da
vida, ao mesmo tempo que deve apresentar constância.
d) as condições da vida moderna tornam quase impossível a alguma pessoa sentir-se feliz,
devido às rotineiras situações da vida.
e) muitos pais se mostram despreparados para fazer com que seus filhos planejem sua vida
no sentido de que sejam, realmente, pessoas felizes.

Convite à Filosofia
Quando acompanhamos a história das ideias éticas, desde a Antiguidade clássica até nossos
dias, podemos perceber que, em seu centro, encontra-se o problema da violência e dos meios
para evitá-la, diminuí-la, controlá-la.
Diferentes formações sociais e culturais instituíram conjuntos de valores éticos como padrões
de conduta, de relações intersubjetivas e interpessoais, de comportamentos sociais que
pudessem garantir a integridade física e psíquica de seus membros e a conservação do grupo
social.

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Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli

Evidentemente, as várias culturas e sociedades não definiram nem definem a violência da


mesma maneira, mas, ao contrário, dão-lhe conteúdos diferentes, segundo os tempos e os
lugares. No entanto, malgrado as diferenças, certos aspectos da violência são percebidos da
mesma maneira, formando o fundo comum contra o qual os valores éticos são erguidos.
Marilena Chauí. In: Internet: <www2.uol.com.br/aprendiz> (com adaptações).

Julgue o item a seguir.


Conclui-se a partir da leitura do texto que, apesar de diferenças culturais e sociais, é por
meio dos valores éticos estabelecidos em cada sociedade que se conserva o grupo social e se
protegem seus membros contra a violência.
( x ) Certo ( ) Errado
2º parágrafo

Conclusão
Resposta correta = a mais completa (alternativa com maior número de palavras-chave
encontradas no texto).
Optar pela alternativa mais completa, quando duas parecerem corretas.

EXEMPLIFICANDO
Centenas de cães e gatos são colocados para adoção mensalmente em Porto Alegre.
Cerca de 450 animais de estimação, entre cães e gatos, aguardam um novo dono em Porto
Alegre. Trata-se do contingente de animais perdidos, abandonados ou nascidos nas ruas
e entregues ao Gabea (Grupo de Apoio ao Bem-Estar Animal) e ao CCZ (Centro de Controle
de Zoonose), órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde. Destes, cerca de 120 animais são
adotados. Os outros continuam na espera por um lar.
O Sul. (adaptado)

Conforme o texto,
a) em Porto Alegre, cães e gatos são abandonados pelos seus donos. (3)
b) animais de estimação, entre eles cães e gatos nascidos nas ruas, são entregues ao Gabea.
(4)
c) um contingente de animais de estimação – entre eles cães e gatos – nasce nas ruas,
perdem-se de seus donos ou são por eles abandonados nas ruas de Porto Alegre. (6)
d) o CCZ propicia a adoção dos animais abandonados nas ruas de Porto Alegre. (4)
e) 120 animais de estimação são adotados mensalmente em Porto Alegre. (3)

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ANÁLISE DE ALTERNATIVAS/ITENS
Parte II

ERROS COMUNS COMPREENSÃO DE TEXTOS


O primeiro passo para acertar é entender o que está sendo pedido no enunciado e o que dizem
as alternativas ou itens. Algumas questões dão "pistas" no próprio enunciado. Assim sendo, é
fundamental "decodificar" os verbos que nele e nas alternativas se encontram.
Alguns verbos utilizados nos enunciados
•• Afirmar: certificar, comprovar, declarar.
•• Explicar: expor, justificar, expressar, significar.
•• Caracterizar: distinguir, destacar as particularidades.
•• Consistir: ser, equivaler, traduzir-se por (determinada coisa), ser feito, formado ou
composto de.
•• Associar: estabelecer uma correspondência entre duas coisas, unir-se, agregar.
•• Justificar: provar, demonstrar, argumentar, explicar.
•• Comparar: relacionar (coisas animadas ou inanimadas, concretas ou abstratas, da mesma
natureza ou que apresentem similitudes) para procurar as relações de semelhança ou de
disparidade que entre elas existam; aproximar dois ou mais itens de espécie ou de natureza
diferente, mostrando entre eles um ponto de analogia ou semelhança.
•• Relacionar: fazer comparação, conexão, ligação.
•• Definir: revelar, estabelecer limites, indicar a significação precisa de, retratar, conceituar,
explicar o significado.
•• Diferenciar: fazer ou estabelecer distinção entre, reconhecer as diferenças.
•• Identificar: distinguir os traços característicos de; reconhecer; permitir a identificação,
tornar conhecido.
•• Classificar: distribuir em classes e nos respectivos grupos, de acordo com um sistema ou
método de classificação; determinar a classe, ordem, família, gênero e espécie; pôr em
determinada ordem, arrumar (coleções, documentos etc.).
•• Referir-se: fazer menção, reportar-se, aludir-se.
•• Determinar: precisar, indicar (algo) a partir de uma análise, de uma medida, de uma
avaliação; definir.
•• Citar: transcrever, referir ou mencionar como autoridade ou exemplo ou em apoio do que
se afirma.
•• Indicar: fazer com que, por meio de gestos, sinais, símbolos, algo ou alguém seja visto;
assinalar, designar, mostrar.
•• Deduzir: concluir (algo) pelo raciocínio; inferir.
•• Inferir: concluir, deduzir.
•• Equivaler: ser idêntico no peso, na força, no valor etc.
•• Propor: submeter (algo) à apreciação (de alguém); oferecer como opção; apresentar,
sugerir.
•• Depreender: alcançar clareza intelectual a respeito de; entender, perceber, compreender;
tirar por conclusão, chegar à conclusão de; inferir, deduzir.
•• Aludir: fazer rápida menção a; referir-se.
(Fonte: dicionário Houaiss)

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Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli

ERROS COMUNS COMPREENSÃO DE TEXTOS

EXTRAPOLAÇÃO
Ocorre quando o leitor sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
normalmente porque já conhecia o assunto devido à sua bagagem cultural.

PRECONCEITOS

EXEMPLIFICANDO
8Canudo pela Internet
O ensino a distância avança e já existem mais de 30 mil cursos oferecidos na rede, de graduação
e pós-graduação até economia doméstica.
Passados nove anos de sua graduação em filosofia, a professora Ida Thon, 54 anos, enfiou na
cabeça que deveria voltar a estudar. Por conta do trabalho no Museu Nacional do Calçado,
na cidade gaúcha de Novo Hamburgo, onde mora, resolveu ter noções de museologia. Mas
para isso deveria contornar uma enorme dificuldade: o curso mais próximo ficava a 1.200
quilômetros de distância, em São Paulo.

1. Assinale a alternativa cuja afirmação não encontra suporte no texto.


a) A solução encontrada por Ida lançou mão das novas tecnologias educacionais.
b) O problema enfrentado por Ida, bem como a solução por ela encontrada, faz parte da
realidade de muitas pessoas no Brasil.
c) A Educação a Distância já é uma realidade brasileira.
d) O ensino oferecido pela web abrange uma vasta gama de possibilidades, buscando atender
a variadas tendências intelectuais.
e) Os cursos oferecidos pela web não podem ser considerados de grande importância, tendo
em vista não contemplarem a modalidade presencial e abordarem tão somente aspectos
triviais do conhecimento.

REDUÇÃO
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um ou outro aspecto, esquecendo-se de
que o texto é um conjunto de ideias.

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EXEMPLIFICANDO

Bichos para a Saúde


Está nas livrarias a obra O poder curativo dos bichos. Os autores, Marty Becker e Daniel Morton,
descrevem casos bem-sucedidos de pessoas que derrotaram doenças ou aprenderam a viver
melhor graças à ajuda de algum animalzinho. Cães, gatos e cavalos estão entre os bichos
citados.
(ISTO É)

2. De acordo com o texto,


a) pessoas que têm animais de estimação são menos afeitas a contrair doenças.
b) a convivência entre seres humanos e animais pode contribuir para a cura de males físicos
daqueles.
c) indivíduos que têm cães e gatos levam uma existência mais prazerosa.
d) apenas cães, gatos e cavalos são capazes de auxiliar o ser humano durante uma
enfermidade.
e) pessoas bem-sucedidas costumam ter animais de estimação.
(A) EXTRAPOLAÇÃO: contrair doenças ≠ derrotar doenças.
(C) REDUÇÃO: cães e gatos < animalzinho.
(D) REDUÇÃO: cães, gatos e cavalos < animalzinho.
(E) EXTRAPOLAÇÃO: pessoas bem-sucedidas > casos bem-sucedidos de pessoas que derrotaram
doenças.

CONTRADIÇÃO
É comum as alternativas apresentarem ideias contrárias às do texto, fazendo o candidato
chegar a conclusões equivocadas, de modo a errar a questão.
Só contradiga o autor se isso for solicitado no comando da questão.
Exemplo: “Indique a alternativa que apresenta ideia contrária à do texto”.

EXEMPLIFICANDO
O que podemos experimentar de mais belo é o mistério. Ele é a fonte de toda a arte e ciência
verdadeira. Aquele que for alheio a essa emoção, aquele que não se detém a admirar as colinas,
sentindo-se cheio de surpresa, esse já está, por assim dizer, morto e tem os olhos extintos. O
que fez nascer a religião foi essa vivência do misterioso – embora mesclado de terror. Saber
que existe algo insondável, sentir a presença de algo profundamente racional e radiantemente
belo, algo que compreenderemos apenas em forma muito rudimentar – é esta a experiência
que constitui a atitude genuinamente religiosa. Neste sentido, e unicamente neste sentido,
pertenço aos homens profundamente religiosos.
(Albert Einstein – Como vejo o mundo)

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3. O texto afirma que a experiência do mistério é um elemento importante para a arte, não para a
ciência.

( x ) Certo ( ) Errado

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Português

COMPREENSÃO GRAMATICAL DO TEXTO

Estabelecimento de relações entre os aspectos semânticos e gramaticais envolvidos em dado


anunciado.
Procedimentos

1. Leitura do enunciado e das alternativas;

2. identificação do aspecto gramatical apontado no enunciado e/ou na alternativa

3. Aplicação das técnicas de compreensão, inferência e vocabulário.


Os Pais de hoje constumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. [...] É irrelevante
que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos
na profissão. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora felicdade é coisa
grandiosa. É esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não
for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venham a abrigar. Se ainda
for pouco, que atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos
mais cruel para a pobre criança
ORA:
Advérbio = nesta ocasião; AGORA; A lei, ora apresentada, proíbe a venda de armas.
Conjunção = Ou... ou...: Ora ria, ora chorava. / Entretanto, mas: Eu ofereci ajuda; ora, orgulhosa
como é, nem aceitou.
Interjeição = manifesta surpresa, ironia, irritação etc.

1. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. Com
a palavra grifada, o autor
a) retoma o mesmo sentido do que foi anteriormente afirmado.
b) exprime reserva em relação à opinião exposta na afirmativa anterior.
c) coloca uma alternativa possível para a afirmativa feita anteriormente.
d) determina uma situação em que se realiza a probabilidade antes considerada.
e) estabelece algumas condições necessárias para a efetivação do que se afirma.

2. Por que, enfim, tantas reservas em relação ao consumo? O primeiro foco de explicação para essa
antipatia reside no fato de que nossa economia fechada sempre encurralou os consumidores
no país. A falta de um leque efetivo de opções de compra tem deixado os consumidores à

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mercê dos produtores no Brasil. Não por acaso, os apologistas do consumo entre nós têm
sido basicamente aqueles que podem exercer seu inchado poder de compra sem tomar
conhecimento das fronteiras nacionais. O resto da população, mantida em situação vulnerável,
ignora os benefícios de uma economia baseada no consumo.
A expressão “Não por acaso”, ao iniciar o período, indica
a) justificativa.
b) ênfase.
c) indagação.
d) concessão.
e) finalidade.

3. (FCC) A Companhia das Índias Orientais − a primeira grande companhia de ações do mundo,
criada em 1602 − foi a mãe das multinacionais contemporâneas.
O segmento isolado pelos travessões constitui, no contexto, comentário que
a) busca restringir o âmbito de ação de uma antiga empresa de comércio.
b) especifica as qualidades empresariais de uma companhia de comércio.
c) contém informações de sentido explicativo, referentes à empresa citada.
d) enumera as razões do sucesso atribuído a essa antiga empresa.
e) enfatiza, pela repetição, as vantagens oferecidas pela empresa.

4. (FCC) A gênese da música do Rio Grande do Sul também pode ser vista como reflexo dessa
multiplicidade de referências. Há influências diretas do continente europeu, e isso se mistura à
valiosa contribuição do canto e do batuque africano, mesmo tendo sido perseguido, vigiado,
quase segregado.
O segmento destacado deve ser entendido, considerando-se o contexto, como
a) uma condição favorável à permanência da música popular de origem africana.
b) uma observação que valoriza a persistente contribuição africana para a música brasileira.
c) restrição ao sentido do que vem sendo exposto sobre a música popular brasileira.
d) a causa que justifica a permanência da música de origem africana no Brasil.
e) as consequências da presença dos escravos e sua influência na música popular brasileira.

5. A média universal do Índice de Desenvolvimento Humano aumentou 18% desde 1990. Mas
a melhora estatística está longe de animar os autores do Relatório de 2010. [...] O cenário
apresentado pelo Relatório não é animador. [...] Os padrões de produção e consumo atuais são
considerados inadequados. Embora não queira apresentar receitas prontas, o Relatório traça
caminhos possíveis. Entre eles, o reconhecimento da ação pública na regulação da economia
para proteger grupos mais vulneráveis. Outro aspecto ressaltado é a necessidade de considerar
pobreza, crescimento e desigualdade como temas interligados. "Crescimento rápido não
deve ser o único objetivo político, porque ignora a distribuição do rendimento e negligencia a
sustentabilidade do crescimento", informa o texto.
O trecho colocado entre aspas indica que se trata de
a) comentário pessoal do autor do texto sobre dados do Relatório.
a) insistência na correção dos dados apresentados pelo Relatório.
c) repetição desnecessária de informação já citada no texto.

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Português – Compreensão Gramatical do Texto – Prof. Carlos Zambeli

d) transcrição exata do que consta no texto do Relatório de 2010.


e) resumo do assunto principal constante do Relatório de 2010.

6. O sonho de voar alimenta o imaginário do homem desde que ele surgiu sobre a Terra. A inveja
dos pássaros e as lendas de homens alados, como Dédalo e Ícaro (considerado o primeiro mártir
da aviação), levaram a um sem-número de experiências, a maioria fatal.
(considerado o primeiro mártir da aviação) Os parênteses isolam
a) citação fiel de outro autor.
b) comentário explicativo.
c) informação repetitiva.
d) retificação necessária.
e) enumeração de fatos.

5. (FCC) Diariamente tomamos decisões (comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir
um funcionário, poupar para uma viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore),
ponderando custos e benefícios.
O segmento entre parênteses constitui
a) transcrição de um diálogo, que altera o foco principal do que vem sendo exposto.
b) constatação de situações habituais, com o mesmo valor de mercado, vivenciadas pelas
pessoas.
c) reprodução exata das palavras do jornalista americano citado no texto, referentes à rotina
diária das pessoas.
d) interrupção intencional do desenvolvimento das ideias, para acrescentar informações
alheias ao assunto abordado.
e) sequência explicativa, que enumera as eventuais decisões que podem ser tomadas
diariamente pelas pessoas.

Gabarito: 1. B 2. A 3. C 4. B 5. D 6. B 7. E

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Português

DENOTAÇÃO X CONOTAÇÃO

O signo linguístico (a palavra) é constituído pelo significante – parte perceptível, constituída de


sons – e pelo significado (conteúdo) – a parte inteligível, o conceito. Por isto, numa palavra que
ouvimos, percebemos um conjunto de sons (o significante), que nos faz lembrar um conceito (o
significado).
Denotação: resultado da união entre o significante e o significado, ou entre o plano da
expressão e o plano do conteúdo.
Conotação: resultado do acréscimo de outros significados paralelos ao significado de base da
palavra, isto é, outro plano de conteúdo pode ser combinado com o plano da expressão. Esse
outro plano de conteúdo reveste-se de impressões, valores afetivos e sociais, negativos ou
positivos, reações psíquicas que um signo evoca.
Assim,
Denotação é a significação objetiva da palavra – valor referencial; é a palavra em "estado de
dicionário”
Conotação é a significação subjetiva da palavra; ocorre quando a palavra evoca outras
realidades devido às associações que ela provoca.

DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO
palavra com significação restrita palavra com significação ampla
palavra com sentido comum do dicionário palavra cujos sentidos extrapolam o sentido comum
palavra usada de modo automatizado palavra usada de modo criativo
linguagem comum linguagem rica e expressiva

EXEMPLIFICANDO
Para exemplificar esses dois conceitos, eis a palavra cão:
sentido denotativo quando designar o animal mamífero quadrúpede canino;
sentido conotativo quando expressar o desprezo que desperta em nós uma pessoa de mau
caráter ou extremamente servil.
(Othon M.Garcia)

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Um detalhe!
As aspas podem indicar que uma palavra está sendo empregada diferentemente do
seu sentido do dicionário!
Eu sempre “namorei” meus livros!
A “bateria” do meu filho não termina nunca! Esse menino não dorme.

Música “Dois rios”, de Samuel Rosa, Lô Borges e Nando Reis.


“O sol é o pé e a mão
O sol é a mãe e o pai
Dissolve a escuridão
O sol se põe se vai
E após se pôr
O sol renasce no Japão”

1. Assinale o segmento em que NÃO foram usadas palavras em sentido figurado.


a) Lendo o futuro no passado dos políticos.
b) As fontes é que iam beber em seus ouvidos.
c) Eram 75 linhas que jorravam na máquina de escrever com regularidade mecânica.
d) Antes do meio-dia, a tarefa estava pronta.
e) Era capaz de cortar palavras com a elegância de um golpe de florete.

2. Marque a alternativa cuja frase apresenta palavra(s) empregada(s) em sentido conotativo:


a) O homem procura novos caminhos na tentativa de fixar suas raízes.
b) “Mas lá, no ano dois mil, tudo pode acontecer. Hoje, não.”
c) “... os planejadores fizeram dele a meta e o ponto de partida.”
d) “Pode estabelecer regras que conduzam a um viver tranquilo ...”
e) “Evidentemente, (...) as transformações serão mais rápidas.”

Sinônimos X Antônimos

A semântica é a parte da linguística que estuda o significado das palavras, a parte significativa
do discurso. Cada palavra tem seu significado específico, porém podemos estabelecer relações
entre os significados das palavras, assemelhando-as umas às outras ou diferenciando-as
segundo seus significados.

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Português – Conotação e Denotação – Prof. Carlos Zambeli

Sinônimos
Palavras que possuem significados iguais ou semelhantes.

A bruxa prendeu os irmãos.

A feiticeira prendeu os irmãos.

Porém os sinônimos podem ser


•• perfeitos: significado absolutamente igual, o que não é muito frequente.
Ex.: morte = falecimento / idoso = ancião
•• imperfeitos: o significado das palavras é apenas semelhante.
Ex.: belo - formoso/ adorar – amar / fobia - receio

Antônimos
Palavras que possuem significados opostos, contrários. Pode originar-se do acréscimo de
um prefixo de sentido oposto ou negativo.
Exemplos: 
mal X bem
ausência X presença
fraco X forte
claro X escuro
subir X descer
cheio X vazio
possível X impossível
simpático X antipático

3. A palavra que pode substituir, sem prejuízo do sentido, “obviamente”, é


Julgo que os homens que fazem a política externa do Brasil, no Itamaraty, são excessivamente
pragmáticos. Tiveram sempre vida fácil, vêm da elite brasileira e nunca participaram, eles
próprios, em combates contra a ditadura, contra o colonialismo. Obviamente não têm a
sensibilidade de muitos outros países ou diplomatas que conheço.
a) Necessariamente
b) Realmente
c) Justificadamente
d) Evidentemente
e) Comprovadamente

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4. O texto se estrutura a partir de antíteses, ou seja, emprego de palavras ou expressões de sentido
contrário. O par de palavras ou expressões que não apresentam no texto essa propriedade
antitética é
Toda saudade é a presença da ausência
de alguém, de algum lugar, de algo enfim
Súbito o não toma forma de sim
como se a escuridão se pusesse a luzir
Da própria ausência de luz
o clarão se produz,
o sol na solidão.
Toda saudade é um capuz transparente
que veda e ao mesmo tempo traz a visão do que não se pode ver
porque se deixou pra trás
mas que se guardou no coração.
(Gilberto Gil)

a) presença / ausência
b) não / sim
c) ausência de luz / clarão
d) sol / solidão
e) que veda / traz a visão

Gabarito: 1. D 2. A 3. D 4. D

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Português

ELEMENTOS REFERENCIAIS

Estabelecem uma relação de sentido no texto, formando um elo coesivo entre o que está
dentro do texto e fora dele também. À retomada feita para trás dá-se o nome de anáfora e a
referência feita para a frente recebe o nome de catáfora.
Observe:

1. Carlos mora com a tia. Ele faz faculdade de Direito.


Ele – retomada de Carlos = anáfora.

2. Carlos ganhou um cachorro. O cachorro chama-se Lulu.


“Um cachorro”, informação para a frente = “o cachorro” = catáfora.

Mecanismos

1. REPETIÇÃO
“Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e dois tripulantes, além
de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda de um avião bimotor Aero Commander,
da empresa J. Caetano, da cidade de Maringá (PR). O avião prefixo PTI-EE caiu sobre quatro
sobrados da Rua Andaquara.”
A palavra AVIÃO foi repetida, principalmente por ele ter sido o veículo envolvido no acidente,
que é a notícia propriamente dita.

2. REPETIÇÃO PARCIAL
“Estavam no avião o empresário Silvio Name Júnior [...] Gabriela Gimenes Ribeiro e o marido
dela, João Izidoro de Andrade. Andrade é conhecido na região como um dos maiores
compradores de cabeças de gado do Sul do país.”
Na retomada de nomes de pessoas, a repetição parcial é o mais comum mecanismo coesivo.
Costuma-se, uma vez citado o nome completo de alguém, repetir somente o seu sobrenome.

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1. A sequência em negrito (globalização do olho da rua. É a globalização do bico. É a globalização
do dane-se.) caracteriza a globalização a partir da desestruturação do mundo do trabalho. Do
ponto de vista dos recursos da linguagem é correto afirmar que, no contexto, ocorre uma
a) gradação, com a suavização das dificuldades.
b) contradição, entre os modos de sobrevivência do desempregado.
c) ênfase, com a intensificação da afirmativa inicial.
d) retificação, pela correção gradual das informações iniciais.

e) exemplificação, pelo relato de situações específicas.

3. ELIPSE
É a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo contexto.
“Três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião ficaram feridas. Elas não sofreram
ferimentos graves. Apenas escoriações e queimaduras.”
Na verdade, foram omitidos, no trecho sublinhado, o sujeito (As três pessoas) e um verbo
(sofreram): (As três pessoas sofreram apenas escoriações e queimaduras).

2. Aproveitei os feriados da semana passada para curtir algumas releituras que há muito vinha
adiando. [...] Com chuva, o Rio é uma cidade como outra qualquer: não se tem muita coisa a
fazer. [...] O melhor mesmo é aproveitar o tempo ― que de repente fica enorme e custa a passar
― revisitar os primeiros deslumbramentos, buscando no passado um aumento de pressão nas
caldeiras fatigadas que poderão me levar adiante. [...] Leituras antigas, de um tempo em que
estava longe a ideia de um dia escrever um livro. Bem verdade que, às vezes, vinha a tentação
de botar para fora alguma coisa.
I – As expressões “releituras”, “revisitar” e “Leituras antigas” deixam claro que os livros que o
narrador pretende ler já foram obras lidas por ele no passado.
II – Nas expressões “há muito” e “Bem verdade”, pode-se depreender a elipse do substantivo
“tempo” e do verbo flexionado “É”.
III – É possível inferir uma relação de causa e consequência entre as orações conectadas pelos
dois-pontos.
Quais afirmativas estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

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Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

4. PRONOMES
A função gramatical do pronome é justamente a de substituir ou acompanhar um nome. Ele
pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a ideia contida em um parágrafo ou no texto todo.
“Estavam no avião Márcio Artur Lerro Ribeiro, seus filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto e Gabriela
Gimenes Ribeiro; e o marido dela, João Izidoro de Andrade.”

O pronome possessivo seus retoma Márcio Artur Lerro Ribeiro; o pronome pessoal (d)ela
retoma Gabriela Gimenes Ribeiro.

3. “... que lhe permitem que veja a origem de todos os seres e de todas as coisas para que possa
transmiti-las aos ouvintes”.
Em transmiti-las, -las é pronome que substitui
a) a origem de todos os seres.
b) todas as coisas.
c) aos ouvintes.
d) todos os seres.

Pronomes Demonstrativos
ESSE = assunto antecedente.
“A seca é presença marcante no Sul. Esse fenômeno é atribuído a ‘El Niña’.”

ESTE = assunto posterior.


“O problema é este: não há possibilidade de reposição das peças.”

ESTE = antecedente mais próximo


AQUELE = antecedente mais distante
“Jogaram Inter e Grêmio: este perdeu; aquele ganhou.”

4. "Um relatório da Associação Nacional de Jornais revelou que, nos últimos doze meses, foram
registrados no Brasil 31 casos de violação à liberdade de imprensa. Destes, dezesseis são
decorrentes de sentença judicial - em geral, proferida por juízes de primeira instância.”
Nesse segmento do texto, o pronome demonstrativo sublinhado se refere a
a) relatórios.
b) jornais.
c) meses.
d) casos.
e) atentados.

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5. ADVÉRBIOS
Palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de lugar, tempo, modo, causa...
“Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderiram à greve.”

5. Considere as afirmativas que seguem.


I. O advérbio já, indicativo de tempo, atribui à frase o sentido de mudança.
II. Entende-se pela frase da charge que a população de idosos atingiu um patamar inédito no
país.
III. Observando a imagem, tem-se que a fila de velhinhos esperando um lugar no banco sugere
o aumento de idosos no país.
Está correto o que se afirma em
a) I apenas.
b) II apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.

6. EPÍTETOS
Palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo que se referem a um elemento do texto,
qualificam-no.

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Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

“Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. Para o ex-Ministro dos


Esportes, a seleção...”

6. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é o melhor exemplo de que a reforma do Poder Judiciário
não está estagnada. Dez anos atrás, época em que ainda se discutia a criação do conselho, ao
qual cabia o epíteto “órgão de controle externo do Judiciário”, a existência de um órgão nesses
moldes, para controlar a atuação do Poder Judiciário, gerava polêmica.
O vocábulo “epíteto” introduz uma expressão que qualifica e explica a função do CNJ.
( ) Certo ( ) Errado

7. NOMES DEVERBAIS
São derivados de verbos e retomam a ação expressa por eles. Servem, ainda, como um resumo
dos argumentos já utilizados.
“Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Assis Brasil, como sinal de
protesto contra o aumento dos impostos. A paralisação foi a maneira encontrada...”

7. Assinale a alternativa cuja frase apresenta uma retomada deverbal.


a) E naquela casinha que eu havia feito, naquela habitação simples, ficava meu reino.
b) Mas como foi o negócio da Fazenda do Taquaral, lugar em que se escondiam os corruptores?
c) Ao comprar o sítio do Mané Labrego, realizou um grande sonho; tal compra redundaria em
sua independência.
d) O que ele quer lá, na fazenda Grota Funda?

Gabarito: 1. C 2. E 3. B 4. D 5. E 6. Certo 7. C

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Mecanismos

PRIORIDADE-RELEVÂNCIA
Ex.: Em primeiro lugar, Antes de mais nada, Primeiramente, Finalmente...

SEMELHANÇA, COMPARAÇÃO, CONFORMIDADE


Ex.: igualmente, da mesma forma, de acordo com, segundo, conforme, tal qual, tanto quanto,
como, assim como...
O PAVÃO
Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial.
Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão.
Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta como
em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas. Eu considerei que este é o luxo do grande
artista, atingir o máximo de matizes com um mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu
esplendor; seu grande mistério é a simplicidade. Considerei, por fim, que assim é o amor, oh!
minha amada; de tudo que suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas
meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glória e me faz magnífico.
Rubem Braga

1. No trecho da crônica de Rubem Braga, os elementos coesivos produzem a textualidade que


sustenta o desenvolvimento de uma determinada temática. Com base nos princípios linguísticos
da coesão e da coerência, pode-se afirmar que
a) na passagem, “Mas andei lendo livros”, o emprego do gerúndio indica uma relação de
proporcionalidade.
b) o pronome demonstrativo “este” (Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o
máximo de matizes com um mínimo de elementos.) exemplifica um caso de coesão anafórica,
pois seu referente textual vem expresso no parágrafo seguinte.
c) o articulador temporal “por fim” (Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada)
assinala, no desenvolvimento do texto, a ordem segundo a qual o assunto está sendo abordado.
d) a expressão “Oh! minha amada” é um termo resumitivo que articula a coerência entre a
beleza do pavão e a simplicidade do amor.
e) o pronome pessoal “ele”(existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me
cobre de glória e me faz magnífico.), na progressão textual, faz uma referência ambígua a
“pavão”.

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2. “Por outro lado, sua eficiência macroeconômica deixa muito a desejar, menos pela incapacidade
das instituições do que pela persistência de incentivos adversos ao crescimento.”
Em “do que pela”, a eliminação de “do” prejudica a correção sintática do período.
( ) Certo ( ) Errado

CONDIÇÃO, HIPÓTESE
Ex.: se, caso, desde que...

ADIÇÃO, CONTINUAÇÃO
Ex.: Além disso, ainda por cima, também, não só...mas também ...

DÚVIDA
Ex.: talvez, provavelmente, possivelmente...

CERTEZA, ÊNFASE
Ex.: certamente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com certeza...

FINALIDADE
Ex.: a fim de, com o propósito de, para que...

3. Em ...fruto não só do novo acesso da população ao automóvel, mas também da necessidade


de maior número de viagens..., os termos em destaque estabelecem relação de
a) explicação.
b) oposição.
c) alternância.
d) conclusão.
e) adição.

4. O trecho em que a preposição em negrito introduz a mesma noção da preposição destacada


em “Na luta para melhorar” é
a) O jogador com o boné correu.
b) A equipe de que falo é aquela.
c) A busca por recordes move o atleta.
d) A atitude do diretor foi contra a comissão.
e) Ele andou até a casa do treinador.

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ESCLARECIMENTO
Ex.: por exemplo, isto é, quer dizer...

RESUMO, CONCLUSÃO
Ex.: em suma, em síntese, enfim, portanto, dessa forma, dessa maneira, logo, então...

CAUSA, CONSEQUÊNCIA, EXPLICAÇÃO


Ex.: por conseguinte, por isso, por causa de, em virtude de, assim, porque, pois, já que, uma vez
que, visto que, de tal forma que...

CONTRASTE, OPOSIÇÃO, RESTRIÇÃO, RESSALVA


Ex.: pelo contrário, salvo, exceto, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora,
apesar de, ainda que, mesmo que, se bem que...

5. “Machado pode ser considerado, no contexto histórico em que surgiu, um espanto e um


milagre, mas o que me encanta de forma mais particular é o fato de que ele estava, o tempo
todo, pregando peças nos leitores e nele mesmo.”
Foi assim que o mais importante crítico literário do mundo, o norte-americano Harold Bloom,
77, classificou Machado de Assis quando elencou, em Gênio — Os 100 Autores Mais Criativos
da História da Literatura, os melhores escritores do mundo segundo seus critérios e gosto
particular.
No segundo parágrafo do texto, a conjunção portanto poderia substituir o termo “assim”, sem
prejuízo para a coesão e a coerência textuais.
( ) Certo ( ) Errado

6. Mariza saiu de casa atrasada e perdeu o ônibus. As duas orações do período estão unidas pela
palavra “e”, que, além de indicar adição, introduz a ideia de
a) Oposição.
b) Condição.
c) Consequência.
d) Comparação.
e) União.

7. “A ação da polícia ocorre em um ambiente de incertezas, ou seja, o policial, quando sai para a
rua, não sabe o que vai encontrar diretamente;”.
A expressão sublinhada indica a presença de uma

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a) retificação.
b) conclusão.
c) oposição.
d) explicação.
e) enumeração.

8. No anúncio publicitário, a substituição do elemento coesivo “para” pelo elemento coesivo


“porque” evidencia

a) a importância da liberdade como causa e não como finalidade.


b) a concepção de que a liberdade aumenta à proporção que lutamos por ela.
c) uma reflexão sobre a busca de liberdade como a principal finalidade da vida.
d) a liberdade como uma consequência de uma ação planejada com fins definidos.
e) a necessidade de compreender a liberdade como uma consequência de objetivos claros

Gabarito: 1. C 2. Errado 3. E 4. C 5. Errado 6. C 7. D 8. A

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Português

POLISSEMIA E FIGURAS DE LINGUAGEM

Polissemia

Polissemia significa (poli = muitos; semia = significado) “muitos sentidos”. Contudo, assim que
se insere no contexto, a palavra perde seu caráter polissêmico e assume significado específico,
isto é, significado contextual.
Os vários significados de uma palavra, em geral, têm um traço em comum. A cada um deles dá-
se o nome de acepção.
•• A cabeça une-se ao tronco pelo pescoço.

•• Ele é o cabeça da rebelião.

•• Edgar Abreu tem boa cabeça.

Contexto!
O contexto determina a acepção de dada palavra polissêmica. Palavras como “flor”, “cabeça”,
“linha”, “ponto”, “pena”, entre outras, assumem, em variados contextos, novas acepções.

CONTEXTO ACEPÇÃO
Adoro flor vermelha! parte de uma planta
“Última flor do Lácio” descendente
Vagava à flor da água. superfície
Ela é uma flor de pessoa. amável
Ele não é flor que se cheire. indigno, falso
Está na flor da idade. juventude

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1. O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações visuais e recursos
linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à
a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir a
ideia que pretende veicular.
b) ironia para conferir um novo significado ao termo “outra coisa”.
c) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população pobre e o
espaço da população rica.
d) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico.
e) antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira de descanso
da família.

Exemplos:
•• Edgar ocupa um alto posto na Casa. = cargo

•• Abasteci o carro no posto da estrada. = posto de gasolina.

•• Os eventos eram de graça. = gratuitos

•• Aquela mulher era uma graça. = beleza.

•• Os fiéis agradecem a graça recebida. = auxílio divino

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Figuras De Linguagem

São recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em


•• figuras de som,
•• figuras de construção,
•• figuras de pensamento,
•• figuras de palavras.

Algumas Figuras de

Som
Aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.
•• “Esperando, parada, pregada na pedra do porto.”

•• “Que o teu afeto me afetou é fato agora faça-me um favor...”

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Onomatópéia: consiste na reprodução de um som ou ruído natural.
•• “Não se ouvia mais que o plic-plic-plic da agulha no pano.” (Machado de Assis)

Construção
Elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.
•• “Em nossa vida, apenas desencontros.”

•• No curso, aprovações e mais aprovações!

Zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.


•• Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro)

Pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem.


•• “E rir meu riso e derramar meu pranto.”

•• O resultado da eleição, é importante anunciá-lo logo.

O pleonasmo vicioso – ao contrário do literário – é indesejável.


•• hemorragia de sangue.

2. Pleonasmo é uma figura de linguagem que tem como marca a repetição de palavras ou de
expressões, aparentemente desnecessárias, para enfatizar uma ideia. No entanto, alguns
pleonasmos são considerados “vícios de linguagem” por informarem uma obviedade e não
desempenharem função expressiva no enunciado. Considerando essa afirmação, assinale a
alternativa em que há exemplo de pleonasmo vicioso.
a) “E então abriu a torneira: a água espalhou-se”
b) “O jeito era ir comprar um pão na padaria.”
c) “Matá-la, não ia; não, não faria isso.”
d) “Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim.”
e) “Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus...”

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Português – Polissemia e Figuras de Linguagem – Prof. Carlos Zambeli

Pensamento
Antítese: consiste na  aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo
sentido.
“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia
Depois da Luz se segue à noite escura
Em tristes sombras morre a formosura
Em contínuas tristezas, a alegria.”

•• “Já estou cheio de me sentir vazio.” (Renato Russo)

Ironia: apresenta um termo em sentido oposto ao usual; efeito crítico ou humorístico.


•• “A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar crianças”.

3. No trecho "...dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo", a figura
de linguagem presente é chamada
a) Metáfora.
b) Hipérbole.
c) Hipérbato.
d) Anáfora.
e) Antítese.

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Hipérbato: inversão ou deslocamento de palavras ou orações dentro de um período.
"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas

De um povo heroico o brado retumbante."

Anáfora: repetição de uma ou mais palavras no início de frases ou versos consecutivos.


“Tende piedade, Senhor, de todas mulheres
Quem ninguém mais merece tanto amor
Que ninguém mais deseja tanto a poesia
Que ninguém mais precisa de tanta alegria.”
(Vinícius de Moraes)

Eufemismo: consiste na tentativa de suavizar expressão grosseira ou desagradável.


•• “Quando a indesejada das gentes chegar” (morte).”

•• “O problema não é você, sou eu.”

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Português – Polissemia e Figuras de Linguagem – Prof. Carlos Zambeli

Hipérbole: consiste em exagerar uma ideia com finalidade enfática.


•• “Pela lente do amor/Vejo tudo crescer/Vejo a vida mil vezes melhor”. (Gilberto Gil)

•• “Roseana Sarney (PMDB) aproveitou ontem o clima de campanha, na posse do secretariado,


para anunciar um mar de promessas.”

Prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados qualidades ou


características que são próprias de seres animados.

Em um belo céu de anil,


os urubus, fazendo ronda,
discutem, em mesa redonda,
os destinos do Brasil.

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Palavras
Metáfora: A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica
subentendido.
“Meninas são bruxas e fadas,
Palhaço é um homem todo pintado de piadas!
Céu azul é o telhado do mundo inteiro,
Sonho é uma coisa que fica dentro do meu travesseiro!”
(Teatro Mágico)

Catacrese: Na falta de um termo específico para designar conceito ou objeto, toma-se outro
por empréstimo. Devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado
em sentido figurado.
•• O pé da mesa estava quebrado.

•• Não deixe de colocar dois dentes de alho na comida.

•• Quando embarquei no avião, fui dominado pelo o medo.

•• A cabeça do prego está torta.

Gabarito: 1. A 2. E 3. E

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Português

TIPOLOGIA TEXTUAL

O que é isso?
É a forma como um texto se apresenta. As tipologias existentes são: narração, descrição,
dissertação, exposição, argumentação, informação e injunção.

Narração
Modalidade na qual se contam um ou mais fatos – fictício ou não - que ocorreram em
determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma relação de anterioridade
e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado.
Exemplo:
COMPRAR REVISTA
Parou, hesitante; em frente à banca de jornais. Examinou as capas das revistas, uma por uma.
Tirou do bolso o recorte, consultou-o. Não, não estava incluída na relação de títulos, levantada
por ordem alfabética. Mas quem sabe havia relação suplementar, feita na véspera? Na dúvida,
achou conveniente estudar a cara do jornaleiro. Era a mesma de sempre. Mas a talvez ocultasse
alguma coisa, sob a aparência habitual. O jornaleiro olhou para ele, sem transmitir informação
especial no olhar, além do reconhecimento do freguês. Peço? Perguntou a si mesmo. Ou é
melhor sondar a barra?”
Carlos Drummond de Andrade

A primeira vez que vi o mar eu não estava sozinho. Estava no meio de um bando enorme de
meninos. Nós tínhamos viajado para ver o mar. No meio de nós havia apenas um menino que
já o tinha visto. Ele nos contava que havia três espécies de mar: o mar mesmo, a maré, que é
menor que o mar, e a marola, que é menor que a maré. Logo a gente fazia ideia de um lago
enorme e duas lagoas. Mas o menino explicava que não. O mar entrava pela maré e a maré
entrava pela marola. A marola vinha e voltava. A maré enchia e vazava. O mar às vezes tinha
espuma e às vezes não tinha. Isso perturbava ainda mais a imagem. Três lagoas mexendo,
esvaziando e enchendo, com uns rios no meio, às vezes uma porção de espumas, tudo isso
muito salgado, azul, com ventos.
Fomos ver o mar. Era de manhã, fazia sol. De repente houve um grito: o mar! Era qualquer
coisa de largo, de inesperado. Estava bem verde perto da terra, e mais longe estava azul. Nós
todos gritamos, numa gritaria infernal, e saímos correndo para o lado do mar. As ondas batiam
nas pedras e jogavam espuma que brilhava ao sol. Ondas grandes, cheias, que explodiam com
barulho. Ficamos ali parados, com a respiração apressada, vendo o mar...
(Fragmento de crônica de Rubem Braga, Mar, Santos, julho, 1938)

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1. O texto é construído por meio de
a) perfeito encadeamento entre os dois parágrafos: as explicações sobre o mar, no primeiro,
harmonizam-se com sua visão extasiada, no segundo.
b) violenta ruptura entre os dois parágrafos: o primeiro alonga-se em explicações sobre o mar
que não têm qualquer relação com o que é narrado no segundo.
c) procedimentos narrativos diversos correspondentes aos dois parágrafos: no primeiro, o
narrador é o autor da crônica; no segundo, ele dá voz ao menino que já vira o mar.
d) contraste entre os dois parágrafos: as frustradas explicações sobre o mar para quem nunca
o vira, no primeiro, são seguidas pela arrebatada visão do mar, no segundo.
e) inversão entre a ordem dos acontecimentos em relação aos dois parágrafos: o que é
narrado no primeiro só teria ocorrido depois do que se narra no segundo.

Descrição

É a modalidade na qual se apontam as características que compõem determinado objeto,


pessoa, ambiente ou paisagem. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo.
Exemplos:
“Sua estatura era alta, e seu corpo, esbelto. A pele morena refletia o sol dos trópicos. Os olhos
negros e amendoados espalhavam a luz interior de sua alegria de viver e jovialidade. Os traços
bem desenhados compunham uma fisionomia calma, que mais parecia uma pintura.”

Quase todo mundo conhece os riscos de se ter os documentos usados de forma indevida por
outra pessoa, depois de tê-los perdido ou de ter sido vítima de assalto. Mas um sistema que
começou a ser implantado na Bahia pode resolver o problema em todo o país. A tecnologia
usada atualmente para a emissão de carteiras de identidade na Bahia pode evitar esse tipo de
transtorno. A foto digital, impressa no documento, dificulta adulterações. A principal novidade
do sistema é o envio imediato das impressões digitais, por computador, para o banco de dados
da Polícia Federal em Brasília. Dessa forma, elas podem ser comparadas com as de outros
brasileiros e estrangeiros cadastrados. Se tudo estiver em ordem, o documento é entregue em
cinco dias. Ao ser retirada a carteira, as digitais são conferidas novamente.
Internet: <www.g1.globo.com> (com adaptações).

2. O texto, predominantemente descritivo, apresenta detalhes do funcionamento do sistema de


identificação que deve ser implantado em todo o Brasil.
( ) Certo ( ) Errado

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Português – Tipologia Textual – Prof. Carlos Zambeli

Dissertação

A dissertação é um texto que analisa, interpreta, explica e avalia dados da realidade. Esse tipo
textual requer um pouco de reflexão, pois as opiniões sobre os fatos e a postura crítica em
relação ao que se discute têm grande importância.
O texto dissertativo é temático, pois trata de análises e interpretações; o tempo explorado é
o presente no seu valor atemporal; é constituído por uma introdução onde o assunto a ser
discutido é apresentado, seguido por uma argumentação que caracteriza o ponto de vista do
autor sobre o assunto em evidência e, por último, sua conclusão.

Redes sociais: o uso exige cautela


Uma característica inerente às sociedades humanas é sempre buscar novas maneiras de se
comunicar: cartas, telegramas e telefonemas são apenas alguns dos vários exemplos de meios
comunicativos que o homem desenvolveu com base nessa perspectiva. E, atualmente, o mais
recente e talvez o mais fascinante desses meios, são as redes virtuais, consagradas pelo uso,
que se tornam cada vez mais comuns...

Exposição

Apresenta informações sobre assuntos, expõe ideias, explica e avalia e reflete Não faz defesa
de uma ideia, pois tal procedimento é característico do texto dissertativo. O texto expositivo
apenas revela ideias sobre um determinado assunto. Por meio da mescla entre texto expositivo
e narrativo, obtém-se o que conhecemos por relato.
Ex.: aula, relato de experiências, etc.

Em todo o continente americano, a colonização europeia teve efeito devastador. Atingidos pelas
armas, e mais ainda pelas epidemias e por políticas de sujeição e transformação que afetavam
os mínimos aspectos de suas vidas, os povos indígenas trataram de criar sentido em meio à
devastação. Nas primeiras décadas do século XVII, índios norte-americanos comparavam a uma
demolição aquilo que os missionários jesuítas viam como “transformação de suas vidas pagãs e
bárbaras em uma vida civilizada e cristã.”

Argumentação

Modalidade na qual se expõem ideias gerais, seguidas da apresentação de argumentos que


as defendam e comprovem, persuadam o leitor, convencendo-o de aceitar uma ideia imposta
pelo texto. É o tipo textual mais presente em manifestos e cartas abertas, e quando também
mostra fatos para embasar a argumentação, se torna um texto dissertativo-argumentativo.

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“Perguntamo-nos qual é o valor da vida humana.Alguns setores da sociedade acreditam que
a vida do criminoso não tem o mesmo valor da vida das pessoas honestas. O problema é que
o criminoso pensa do mesmo modo: se a vida dele não vale nada, por que a vida do dono da
carteira deve ter algum valor? Se provavelmente estará morto antes dos trinta anos de idade
(como várias pesquisas comprovam), por que se preocupar em não matar o proprietário do
automóvel que ele vai roubar?”
Andréa Buoro et al. Violência urbana – dilemas e desafios. São Paulo: Atual, 1999, p. 26 (com
adaptações).

O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a totalidade do universo, toda a sociedade,
a história, a concepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que se estende a
todas as coisas e à qual nada escapa. É, de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro,
em todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação do mundo.

3. Embora o texto seja essencialmente argumentativo, seu autor se vale de estruturas narrativas
para reforçar suas opiniões.
( ) Certo ( ) Errado

Informação
O texto informativo corresponde aquelas manifestações textuais cujo emissor (escritor) expõe
brevemente um tema, fatos ou circunstâncias a um receptor (leitor). Em outras palavras,
representam as produções textuais objetivas, normalmente em prosa, com linguagem clara e
direta (linguagem denotativa), que tem como objetivo principal transmitir informação sobre
algo, isento de duplas interpretações.
Assim, os textos informativos, diferente dos poéticos ou literários (que utilizam da linguagem
conotativa), servem para conhecer de maneira breve informações sobre determinado tema,
apresentando dados e referências, sem interferência de subjetividade, desde sentimentos,
sensações, apreciações do autor ou opiniões. O autor dos textos informativos é um transmissor
que se preocupa em relatar informações da maneira mais objetiva e verossímil.

Injuntivo/Instrucional
Indica como realizar uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos e
comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria,
empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro
do presente do modo indicativo.
Ex.: Previsões do tempo, receitas culinárias, manuais, leis, bula de remédio, convenções, regras
e eventos.

Gabarito: 1. D 2. E 3. E

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Português
Aula XX

GÊNERO TEXTUAL

É o nome que se dá às diferentes formas de linguagem empregadas nos textos. Estas formas
podem ser mais formais ou mais informais, e até se mesclarem em um mesmo texto, porém
este será nomeado com o gênero que prevalecer!
Os gêneros textuais estão intimamente ligados à nossa situação cotidiana. Eles existem como
mecanismo de organização das atividades sociocomunicativas do dia a dia. Sendo assim,
gêneros textuais são tipos especificos de textos de qualquer natureza, literários ou não-
literários, cujas modalidades discursivas são como formas de organizar a linguagem.

Editorial

É um tipo de texto utilizado na imprensa, especialmente em jornais e revistas, que tem por
objetivo informar, mas sem obrigação de ser neutro, indiferente.
A objetividade e imparcialidade não são características dessa tipologia textual, já que o redator
demonstra a opinião do jornal sobre o assunto narrado.
Os acontecimentos são relatados sob a subjetividade do repórter, de maneira que evidencie
a posição da empresa que está por trás do canal de comunicação, pois os editoriais não são
assinados por ninguém.
Assim, podemos dizer que o editorial é um texto mais opinativo do que informativo.
Ele possui um fato e uma opinião. O fato informa o que aconteceu e a opinião transmite a
interpretação do que aconteceu.

O alto preço do etanol


A imagem de modernidade e inovação que o Brasil projetou internacionalmente em razão do
uso combustível do etanol é incompatível com as condições desumanas a que são submetidos
de modo geral os cortadores de cana, que têm uma vida útil de trabalho comparável à dos
escravos, como indica pesquisa da Unesp divulgada hoje pela Folha.[...]
Folha de São Paulo

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1. O título do texto refere-se
a) ao reflexo do custo da terceirização da colheita da cana no preço do etanol.
b) aos problemas ambientais resultantes da expansão da cultura de cana.
c) aos preços não competitivos do etanol brasileiro no mercado internacional.
d) às precárias condições de trabalho dos trabalhadores rurais na colheita da cana.
e) ao aumento dos lucros obtidos pelos empresários que investem na produção da cana.

2. Podemos citar como características do editorial


a) Imparcialidade na informação;
b) Excesso de narração;
c) Objetividade na informação
d) Dissertativo, crítico e informativo no desenvolvimento do texto
e) poético, rítmico e emocional.

Artigos

São os mais comuns. São textos autorais – assinados –, cuja opinião é de inteira responsabilidade
de quem o escreveu. Seu objetivo é o de persuadir o leitor.
É um texto dissertativo que apresenta argumentos sobre o assunto abordado, portanto, o
escritor além de expor seu ponto de vista, deve sustentá-lo através de informações coerentes e
admissíveis.

3. Leia o texto e considere as afirmações.


“Antes de mais nada, acho que querer ser milionário não é um bom objetivo na vida. Meu único
conselho é: ache aquilo que você realmente ama fazer. Exerça atividade pela qual você tem
paixão. É dessa forma que temos as melhores chances de sucesso. Se você faz algo de que não
gosta, dificilmente será bom. Não há sentido em ter uma profissão somente pelo dinheiro.”
DELL, Michael. O Mago do Computador. In: Veja

I – Depreende-se, pela leitura do texto, que querer ser milionário é ruim, pois esse desejo
impossibilita o homem de amar o trabalho.
II – Para o autor, as chances de sucesso em uma profissão dependem da paixão com que ela é
exercida.
III – É consenso atribuir-se o sucesso à paixão pela atividade que se realiza.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.

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Português – Gêneros Textuais – Prof. Carlos Zambeli

Notícias

Podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu


em um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas
personagens. Características do lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas
vezes, minuciosamente descritos. São autorais, apesar de nem sempre serem assinadas. Seu
objetivo é tão somente o de informar, não o de convencer.

Obra-prima de Leonardo da Vinci e uma das mais admiradas telas jamais pintadas, devido, em
parte, ao sorriso enigmático da moça retratada, a “Mona Lisa” está se deteriorando. O grito de
alarme foi dado pelo Museu do Louvre, em Paris, que anunciou que o quadro passará por uma
detalhada avaliação técnica com o objetivo de determinar o porquê do estrago. O fino suporte
de madeira sobre o qual o retrato foi pintado sofreu uma deformação desde que especialistas
em conservação examinaram a pintura pela última vez, diz o Museu do Louvre numa declaração
por escrito.
Fonte: http://www.italiaoggi.com.br (acessado em 13/11/07)

Crônica
Fotografia do cotidiano, realizada por olhos particulares. Geralmente, o cronista apropria-se de
um fato atual do cotidiano, para, posteriormente, tecer críticas ao status quo, baseadas quase
exclusivamente em seu ponto de vista. A linguagem desse tipo de texto é predominantemente
coloquial.

Características da crônica
•• Narração curta;
•• Descreve fatos da vida cotidiana;
•• Pode ter caráter humorístico, crítico, satírico e/ou irônico;
•• Possui personagens comuns;
•• Segue um tempo cronológico determinado;
•• Uso da oralidade na escrita e do coloquialismo na fala das personagens;
•• Linguagem simples.

Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da internet. O nome do teste era
tentador: “O que Freud diria de você”. Uau. Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o
seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos, depois disso você
buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento”. Perfeito! Foi exatamente o que
aconteceu comigo. Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da
psicanálise, e ele acertou na mosca.
MEDEIROS, M. Doidas e Santas. Porto Alegre, 2008 (adaptado).

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4. Quanto às influências que a internet pode exercer sobre os usuários, a autora expressa uma
reação irônica no trecho “Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o
pai da psicanálise”.
( ) Certo ( ) Errado

Ensaio
É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e
reflexões éticas e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal. Consiste também
na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico,
político, social, cultural, moral, comportamental, literário, religioso, etc.), sem que se paute em
formalidades.
O ensaio assume a forma livre e assistemática sem um estilo definido. Por essa razão, um
filósofo espanhol o definiu como "a ciência sem prova explícita".

“Entre os primatas, o aumento da densidade populacional não conduz necessariamente


à violência desenfreada. Diante da redução do espaço físico, criamos leis mais fortes para
controlar os impulsos individuais e impedir a barbárie. Tal estratégia de sobrevivência tem
lógica evolucionista: descendemos de ancestrais que tiveram sucesso na defesa da integridade
de seus grupos; os incapazes de fazê-lo não deixaram descendentes. Definitivamente, não
somos como os ratos.”
Dráuzio Varella.

5. Como a escolha de estruturas gramaticais pode evidenciar informações pressupostas e


significações implícitas, o emprego da forma verbal em primeira pessoa — “criamos” — autoriza
a inferência de que os seres humanos pertencem à ordem dos primatas.
( ) Certo ( ) Errado

Texto Literário
É uma construção textual de acordo com as normas da literatura, com objetivos e
características próprias, como linguagem elaborada de forma a causar emoções no leitor. Uma
das características distintivas dos textos literário é a sua função poética, em que é possível
constatar ritmo e musicalidade, organização específica das palavras e um elevado nível de
criatividade.

Madrugada na aldeia
Madrugada na aldeia nervosa, com as glicínias escorrendo orvalho, os figos prateados de
orvalho, as uvas multiplicadas em orvalho, as últimas uvas miraculosas.
O silêncio está sentado pelos corredores, encostado às paredes grossas, de sentinela.
E em cada quarto os cobertores peludos envolvem o sono: poderosos animais benfazejos,
encarnados e negros.

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Português – Gêneros Textuais – Prof. Carlos Zambeli

Antes que um sol luarento dissolva as frias vidraças, e o calor da cozinha perfume a casa
com lembrança das árvores ardendo, a velhinha do leite de cabra desce as pedras da rua
antiquíssima, antiquíssima, e o pescador oferece aos recém-acordados os translúcidos peixes,
que ainda se movem, procurando o rio.
(Cecília Meireles. Mar absoluto, in Poesia completa.

6. Considere as afirmativas seguintes:


I – O assunto do poema reflete simplicidade de vida, coerentemente com o título.
II – Predominam nos versos elementos descritivos da realidade.
III – Há no poema clara oposição entre o frio silencioso da madrugada e o sol que surge e traz o
calor do dia.
Está correto o que consta em
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I e II, apenas.

Peça Publicitária

Modo específico de apresentar informação sobre produto, marca, empresa, ideia ou política,
visando a influenciar a atitude de uma audiência em relação a uma causa, posição ou atuação.
A propaganda comercial é chamada, também, de publicidade. Ao contrário da busca de
imparcialidade na comunicação, a propaganda apresenta informações com o objetivo principal
de influenciar o leitor ou ouvinte. Para tal, frequentemente, apresenta os fatos seletivamente
(possibilitando a mentira por omissão) para encorajar determinadas conclusões, ou usa
mensagens exageradas para produzir uma resposta emocional e não racional à informação
apresentada Costuma ser estruturado por meio de frases curtas e em ordem direta, utilizando
elementos não verbais para reforçar a mensagem.

7. O anúncio publicitário a seguir é uma campanha de um adoçante, que tem como seu slogan a
frase “Mude sua embalagem”.
A palavra “embalagem”, presente no slogan da campanha, é altamente expressiva e substitui a
palavra
a) vida.
b) corpo.
c) jeito.
d) história.
e) postura.

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Piada

Dito ou pequena história espirituosa e/ou engraçada.

8. “Dois amigos conversam quando passa uma mulher e cumprimenta um deles, que fala:
Eu devo muito a essa mulher...
Por quê? Ela é sua protetora?
Não, ela é a costureira da minha esposa.”
Na piada acima, o efeito de humor
a) deve-se, principalmente, à situação constrangedora em que ficou um dos amigos quando a
mulher o cumprimentou.
b) constrói-se pela resposta inesperada de um dos amigos, revelando que não havia entendido
o teor da pergunta do outro.
c) é provocado pela associação entre uma mulher e minha esposa, sugerindo ilegítimo
relacionamento amoroso.
d) firma-se no aproveitamento de distintos sentidos de uma mesma expressão linguística,
devo muito.
e) é produzido prioritariamente pela pergunta do amigo, em que se nota o emprego malicioso
da expressão sua protetora.

Gráficos e Tabelas

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Português – Gêneros Textuais – Prof. Carlos Zambeli

9. Analisando as informações contidas no gráfico, é correto afirmar que


a) a taxa de analfabetismo entre as pessoas de 15 anos ou mais manteve-se a mesma em
todas as regiões do país desde 2000.
b) o número de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais diminuiu entre a população
brasileira em geral nas últimas décadas.
c) a região Centro-oeste é a que vem apresentando, nos últimos vinte anos, o menor número
de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais.
d) em comparação com o ano de 1991, pode-se dizer que, no Nordeste, em 2010, o número
de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais aumentou.

Charge
É um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar algum acontecimento atual com
uma ou mais personagens envolvidas. A palavra é de origem francesa e significa carga, ou
seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. Apesar de ser
confundida com cartum, é considerada totalmente diferente: ao contrário da charge, que tece
uma crítica contundente, o cartum retrata situações mais corriqueiras da sociedade. Mais do
que um simples desenho, a charge é uma crítica político-social mediante o artista expressa
graficamente sua visão sobre determinadas situações cotidianas por meio do humor e da sátira.

10. A relação entre o conjunto da charge e a frase “Brasil tem 25 milhões de telefones celulares”
fica clara porque a imagem e a fala do personagem sugerem o(a)
a) sentimento de vigilância permanente.
b) aperfeiçoamento dos aparelhos celulares.
c) inadequação do uso do telefone.
d) popularização do acesso à telefonia móvel.
e) facilidade de comunicação entre as pessoas.

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QUADRINHOS

Hipergênero, que agrega diferentes outros gêneros, cada um com suas peculiaridades.

11. A mãe identifica no discurso do menino


a) contradição
b) crueldade
c) tristeza
d) generosidade
e) acerto

Gabarito: 1. D 2. D 3. B 4. C 5. C 6. E 7. B 8. D 9. B 10. D 11. A

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Português

CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES CORRETAS E INCORRETAS

Análise de períodos considerando-se:


•• Coesão
•• Coerência
•• Clareza
•• Correção

Coesão
A coesão textual refere-se à microestrutura de um texto. Ela ocorre por meio de relações
semânticas e gramaticais.
No caso de textos que utilizam linguagem verbal e não verbal (publicidade, por exemplo), a
coesão ocorre também por meio da utilização de
•• cores
•• formas geométricas
•• fontes
•• logomarcas
•• etc

Nessa peça, a Jovem Pan busca vender sua cobertura da Copa do


Mundo de futebol, mas em nenhum momento usa essa palavra.
Contudo, os elementos coesivos remetem a esse esporte.

Moldura = bolas
de futebol

Cantos =
local de
escanteio +
bola

Fontes ≈ ideograma oriental Vermelho = alusão ao Oriente

www.acasadoconcurseiro.com.br 133
O pai e seu filhinho de 5 anos caminham por uma calçada.
Repentinamente, o garoto vê uma sorveteria e fala:
– Pai, eu já sarei do resfriado, né?
– Você não vai tomar sorvete! – responde o pai.

A resposta do pai não corresponde coesivamente à pergunta do filho, mas nem por isso é
incoerente. Depreende-se que o pai conhecia o objetivo do filho.

Anáfora
Retoma algo que já foi dito antes!
Edgar é um excelente professor. Ele trabalha aqui na Casa do Concurseiro, ensinando
Conhecimentos Bancários. Essa matéria é muito relevante para concursos nacionais.

Catáfora
O termo ou expressão que faz referência a um termo subsequente, estabelecendo com ele uma
relação não autônoma, portanto, dependente. 
A Tereza olhou-o e disse: – Edgar, você está cansado?

Coerência

Na situação comunicativa, é o que dá sentido ao texto.

Fatores de Coerência
•• encadeamento
•• conhecimento da linguagem utilizada
•• equilíbrio entre o número de informações novas e a reiteração delas
•• possibilidade de inferência
•• aceitabilidade
•• intertextualidade

134 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Confronto e Reconhecimento de Frases Corretas e Incorretas – Prof. Carlos Zambeli

http://www.wbrasil.com.br/wcampanhas/index.asp – Acesso em 22 nda agosto de 2005 – uso didático da peça

Fonte: http://www.meioemensagem.com.br/projmmdir/home_portfolio.jsp - Acesso em 17 de setembro de 2005


- uso didático da peça.

www.acasadoconcurseiro.com.br 135
É fácil de notar se quando falta coerência a um texto.

“Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de uma das avenidas de
São Paulo. Ele era tão fraquinho, que mal podia carregar a cesta em que estavam os pacotinhos
de amendoim. Um dia, na esquina em que ficava, um motorista, que vinha em alta velocidade,
perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para o ar. O menino não pensou duas vezes.
Correu para o carro e tirou de lá o motorista, que era um homem corpulento. Carregou o até a
calçada, parou um carro e levou o homem para o hospital. Assim, salvou lhe a vida.”
(Platão & Fiorin)

Vícios De Linguagem

São palavras ou construções que deturpam, desvirtuam, ou dificultam a manifestação do


pensamento, seja pelo desconhecimento das normas cultas, seja pelo descuido do emissor.

BARBARISMO
Desvio na grafia, na pronúncia ou na flexão de uma palavra. Divide-se em
Cacografia – má grafia ou má flexão de uma palavra: flexa – em vez de flecha / deteu – em vez
de deteve.
Cacoépia – erro de pronúncia: marvado – em vez de malvado.
Silabada – erro de pronúncia quanto à acentuação tônica das palavras: púdico – em vez de
pudico / rúbrica – em vez de rubrica.
Estrangeirismo – emprego desnecessário de palavras estrangeiras, quando elas já foram
aportuguesadas: stress – em vez de estresse.

SOLECISMO
É qualquer erro de sintaxe. Pode ser
•• de concordância: Haviam muitos erros – em vez de Havia ...
•• de regência: Assistimos o filme – em vez de Assistimos ao filme.
•• de colocação: Escreverei-te logo – em vez de Escrever-te-ei...

AMBIGUIDADE OU ANFIBOLOGIA
Duplo sentido que ocorre em função da má construção da frase:
Carlos disse ao colega que seu irmão morreu. (irmão de quem?)

136 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Confronto e Reconhecimento de Frases Corretas e Incorretas – Prof. Carlos Zambeli

ECO
Repetição de uma vogal formando rima:
O irmão do alemão prendeu a mão no fogão.

CACOFONIA
Som estranho que surge da união de sílabas diferentes, pela proximidade de duas palavras:
Ela tinha dezoito anos. (latinha)

NEOLOGISMO (palavra nova)


É o emprego de palavras que não passaram ainda para o corpo do idioma:
Devido ao apoiamento ao projeto, deram início às obras.

GERUNDISMO
Locução verbal na qual o verbo principal apresenta-se no gerúndio. Seu uso no português
brasileiro é recente, é considerado por muitos como vício de linguagem, uma vez que seu uso é
demasiadamente impreciso:
“A senhora pode estar respondendo algumas perguntas?”

“Nós vamos estar repassando o problema para a equipe técnica.”

“A senhora vai estar pagando uma taxa de reparo....”

1. Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto:


a) Peter Burke não compartilha com a tese que os românticos viam o fenômeno da invenção
como um atributo de apenas gênios isolados.
b) Na visão de um historiador, não há feito isolado, como invenção absoluta, que
independessem de outros fatos concorrentes a ela.
c) Embora aparentemente se oponha quanto ao sentido, tradição e invenção se mesclam
como um fator de progresso extremamente inventivo.
d) Não há dúvida quanto a períodos históricos aonde ocorra especial desenvolvimento
inventivo, sejam nas artes, sejam na tecnologia.
e) Faz parte do senso comum acreditar, ainda hoje, que toda e qualquer grande invenção
decorre do talento pessoal de um gênio.

Gabarito: 1. E

www.acasadoconcurseiro.com.br 137
Português

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

São várias as funções da linguagem, dependendo da intenção do falante e das circunstâncias


em que ocorre a comunicação. A adequada utilização dessas funções permitirá que ocorra o
perfeito entendimento da mensagem pretendida.

6
contexto
5
referente
1 4
emissor, 7 receptor
destinador canal de comunicação ou
ou remetente destinatário
3
mensagem

2
código

O linguista russo Roman Jakobson caracterizou seis funções da linguagem. Cada uma delas está
estreitamente ligada a um dos seis elementos que compõem o ato de comunicação.

Referente
FUNÇÃO REFERENCIAL

Mensagem
FUNÇÃO POÉTICA
Emissor Receptor
FUNÇÃO FUNÇÃO
EXPRESSIVA Canal de Comunicação CONATIVA
FUNÇÃO FÁTICA

Código
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA

www.acasadoconcurseiro.com.br 139
Emissor: o que emite a mensagem.
Receptor: o que recebe a mensagem.
Mensagem: o conjunto de informações transmitidas.
Código: a combinação de signos utilizados na transmissão de uma mensagem. A comunicação
só se concretizará, se o receptor souber decodificar a mensagem.
Canal de Comunicação: veículo por meio do qual a mensagem é transmitida (TV, rádio, jornal,
revista...)
Contexto: a situação a que a mensagem se refere, também chamado de referente.
O emissor, ao transmitir uma mensagem, sempre tem um objetivo: informar algo, ou
demonstrar seus sentimentos, ou convencer alguém a fazer algo, etc; consequentemente, a
linguagem passa a ter uma função, que são as seguintes:
•• Função Referencial
•• Função Metalinguística
•• Função Conativa
•• Função Fática
•• Função Emotiva
•• Função Poética
Numa mensagem, é muito difícil encontrarmos uma única dessas funções isolada. O que ocorre,
normalmente, é a superposição de várias delas.
Função referencial – busca transmitir informações objetivas, a fim de informar o receptor.
Predomina nos textos de caráter científico, didático e jornalístico.
Exemplo: Pesquisas já demonstraram que o universo vocabular de nossos estudantes, mesmo
de nível universitário, é pobre.

Função emotiva ou expressiva – exterioriza emoções, opiniões, avaliações, utilizando a 1ª


pessoa (eu). Aparece nas cartas, na poesia lírica, nas músicas sentimentais, nas opiniões e
avaliações. Predomina o elemento emocional sobre o lógico.
Exemplo: Tendo passado já sete dias sem a ver, se acentuava vivamente em mim o desejo de
estar outra vez com ela, beber-lhe o olhar e o sorriso, sentir-lhe o timbre da voz ou a graça dos
gestos.
(Cyro dos Anjos – “Abdias”)

Função conativa ou apelativa – visa a influir no comportamento do receptor, persuadi-


lo, seduzi-lo. Utiliza vocativo, verbos no imperativo e ocorre, principalmente, em textos de
propaganda.
Exemplo: O filtro “purex” é indispensável para a saúde de sua família. Procure hoje mesmo o
nosso revendedor autorizado.

140 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Funções da Linguagem – Prof. Carlos Zambeli

Função fática – tem por objetivo prolongar o contato com o receptor. Utiliza interjeições,
repetições, expressões sem valor semântico e, quando escrita, faz uso de recursos gráficos
como diferentes tipos de letras e variadas diagramações. É usada na linguagem coloquial,
especialmente nos diálogos.

•• POIS É...
•• ENTÃO... É melhor você
•• É FOGO. começar a ler
•• Ô. o Estadão.
•• NEM FALE.

Função poética – privilegia o imprevisto, a inovação, a criatividade. Produz no leitor ou no


ouvinte surpresa e prazer estético. Predomina na poesia, mas pode aparecer em textos
publicitários, jornalísticos, nas crônicas, etc. Nela, aparecem as figuras de linguagem, a
conotação.
Exemplo:
“De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento”
Vinícius de Moraes

Função metalinguística – quando a linguagem procura explicar a si mesma, definindo ou


analisando o próprio código que utiliza. É empregada nos textos em que se explica o uso da
palavra, como nos dicionários, nos poemas que falam da própria poesia, nas canções que falam
de outras canções ou de como se fazem canções.
Exemplo: Literatura é ficção, é a forma de expressão mediante a qual o artista recria a realidade.

EXEMPLIFICANDO
O princípio de que o Estado necessita de instrumentos para agir com rapidez em situações
de emergência está inscrito no arcabouço jurídico brasileiro desde a primeira Constituição,
de 1824, dois anos após a Independência, ainda no Império. A figura do decreto-lei, sempre
à disposição do Poder Executivo, ficou marcada no regime militar, quando a caneta dos
generais foi acionada a torto e a direito, ao largo do Congresso, cujos poderes eram sufocados
pela ditadura. Com a redemocratização, sacramentada pela Constituição de 1988, sepultou-
se o decreto-lei, mas não o seu espírito, reencarnado na medida provisória. Não se discute
a importância de o Poder Executivo contar com dispositivos legais que permitam ao governo
baixar normas, sem o crivo imediato do Congresso, que preencham os requisitos da “relevância
e urgência”. O problema está na dosagem, que, se exagerada, como ocorre atualmente, sufoca
o Poder Legislativo.
O Globo, 19/3/2008 ( com adaptações)

www.acasadoconcurseiro.com.br 141
1. A função da linguagem predominante no texto é
a) metalinguística.
b) poética.
c) expressiva.
d) apelativa.
e) referencial.

2. Há correspondência entre ELEMENTO do processo de comunicação e FUNÇÃO da linguagem


em
a) emissor – poética.
b) destinatário – emotiva.
c) contexto – referencial.
d) código – fática.
e) canal – metalinguística.

3. O texto abaixo utiliza uma linguagem emotiva, que pode ser comprovada especialmente na
opção pela subjetividade voltada para o narrador.
“Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentos possíveis. Não deixe
nada para depois. Diga o que tem para dizer. Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo
dentro de casa. Nem jogue seu lixo no ambiente. Não cultive amarguras e sofrimentos. Prefira
o sorriso. Dê risada de tudo, de si mesmo. Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores
bons. Seja feliz. Hoje. Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança. Só existe o hoje.”
( ) Certo ( ) Errado

4. HISTÓRIA MANJADA
GALÃ CANASTRÃO
TIROS E PERSEGUIÇÕES
EFEITOS GRATUITOS
MAIS TIROS E PERSEGUIÇÕES
FINAL PREVISÍVEL
Conheça outro jeito de fazer cinema.
Cine Conhecimento.
No canal PLUS.
Além de exibir filmes de diversos países, o programa traz análises, comentários, curiosidades e
detalhes da produção. Não perca! Tem sempre um bom filme para você!
(Revista Monet)

Pelos sentidos e pelas estruturas linguísticas do texto, é correto concluir que o emprego de
“Conheça” e “Não perca” indica que a função da linguagem predominante no texto é a
a) metalinguística.
b) poética.
c) conativa.
d) expressiva.

142 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Funções da Linguagem – Prof. Carlos Zambeli

5. No slogan CELULAR: Não Fale no Trânsito, uma característica da função conativa da linguagem
é
a) a objetividade da informação transmitida.
b) a manutenção da sintonia entre a STTU e o público-alvo.
c) o esclarecimento da linguagem pela própria linguagem
d) o emprego do verbo no modo imperativo

6. Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a


Cidade Grande
Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
(Carlos Drummond de Andrade)

a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.


b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.
d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.
e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.

Gabarito: 1. E 2. C 3. E 4. D 5. E 6. C

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Português

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Tanto a língua escrita quanto a oral apresentam variações condicionadas por diversos fatores:
regionais, sociais, intelectuais etc.
A língua escrita obedece a normas gramaticais e será sempre diferente da língua oral, mais
espontânea, solta, livre, visto que acompanhada de mímica e entonação, que preenchem
importantes papéis significativos. Mais sujeita a falhas, a linguagem empregada coloquialmente
difere substancialmente do padrão culto.

1. A Linguagem Culta Formal ou Padrão

É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que se apresenta com
terminologia especial. Caracteriza-se pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente
usada na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, mais
estável, menos sujeita a variações.

2. A Linguagem Culta Informal ou Coloquial

É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase sempre rebelde
à norma gramatical e é carregada de vícios de linguagem (solecismo - erros de regência e
concordância; barbarismo - erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia;
pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação, que ressalta o caráter
oral e popular da língua.

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1. Com frequência, a transgressão à norma culta constitui uma marca do registro coloquial da
língua. Nesses casos, parece existir, de um lado, a norma culta e, de outro, a “norma” coloquial
– e esta muitas vezes se impõe socialmente, em detrimento da primeira. Um exemplo de
transgressão à norma culta acontece numa das alternativas abaixo. Assinale-a.
a) Nós éramos cinco e brigávamos muito…
b) estrada lamacenta que o governo não conservava…
c) Miguel fazia muita falta, embora cada um de nós trouxesse na pele a marca de sua
autoridade.
d) Você assustou ele falando alto.
e) Se um de nós ia para o colégio, os outros ficavam tristes.

3. Linguagem Popular ou Vulgar


Existe uma linguagem popular ou vulgar, segundo Dino Preti, “ligada aos grupos extremamente
incultos, aos analfabetos”, aos que têm pouco ou nenhum contato com a instrução formal. Na
linguagem vulgar, multiplicam-se estruturas como “nóis vai, ele fica”, “eu di um beijo nela”,
“Vamo i no mercado”, “Tu vai í cum nóis”.
Saudosa Maloca
Peguemo todas nossas coisas
E fumo pro meio da rua
Preciá a demolição
Que tristeza que nóis sentia
Cada tauba que caía
Duía no coração
Mato Grosso quis gritá
Mais em cima eu falei:
Os home tá c’a razão,
Nóis arranja otro lugá.
Só se conformemo quando o Joca falô:
“Deus dá o frio conforme o cobertô”.
BARBOSA, Adoniran. In: Demônios da Garoa - Trem das 11. CD 903179209-2, Continental-Warner Music Brasil, 1995.

2. Considere as afirmações.
I – A letra de “Saudosa Maloca” pode ser considerada como realização de uma “linguagem
artística” do poeta, estabelecida com base na sobreposição de elementos do uso popular ao
uso culto.
II – Uma dessas sobreposições é o emprego do pronome oblíquo de terceira pessoa “se” em
lugar de “nos” (Só se conformemo), diferentemente do que prescreve a norma culta.
III – A letra de “Saudosa Maloca” apresenta linguagem inovadora, visto que, sem abandonar a
linguagem formal, dirige-se diretamente ao leitor.
Estão corretas
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.

146 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Variação Linguística – Prof. Carlos Zambeli

d) apenas I e II.
e) I, II e III.

4. Gíria
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais. Esses grupos utilizam a gíria como
meio de expressão do cotidiano, para que as mensagens sejam decodificadas apenas pelo
próprio grupo. Assim, a gíria é criada por determinados segmentos da comunidade social que
divulgam o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de comunicação de
massa, como a televisão e o rádio, propagam os novos vocábulos; às vezes, também inventam
alguns. A gíria que circula pode acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no
vocabulário de pequenos grupos ou cair em desuso.

3. Nas orações a seguir, as gírias sublinhadas podem ser substituídas por sinônimos.
“… e beijava tudo que era mulher que passasse dando sopa.”
“… o Papa de araque…”
“… numa homenagem também aos salgueirenses que, no Carnaval de 1967, entraram pelo
cano.”
Indique que opção equivale, do ponto de vista do sentido, a essas expressões.
a) distraidamente, falso, saíram-se mal.
b) reclamando, falso, obstruíram-se.
c) distraidamente, esperto, saíram-se vitoriosos.
d) reclamando, falso, deram-se mal.
e) distraidamente, esperto, obstruíram-se.

5. Linguagem Regional
Regionalismos ou falares locais são variações geográficas do uso da língua padrão, quanto
às construções gramaticais, empregos de certas palavras e expressões e do ponto de vista
fonológico. Há, no Brasil, por exemplo, falares amazônico, nordestino, baiano, fluminense,
mineiro, sulino.
Leia o texto a seguir e responda à questão.
“Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem — ou é o homem
arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum.
Nenhum! — é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, franco — é alta mercê que me
faz: e pedir posso, encarecido. Este caso — por estúrdio que me vejam — é de minha certa
importância. Tomara não fosse... Mas, não diga que o senhor, assisado e instruído, que acredita
na pessoa dele?! Não? Lhe agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava
por ela — já o campo!
Ah, a gente, na velhice, carece de ter uma aragem de descanso. Lhe agradeço. Tem diabo
nenhum. Nem espírito. Nunca vi. Alguém devia de ver, então era eu mesmo, este vosso
servidor. Fosse lhe contar... Bem, o diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas mulheres,
nos homens. Até: nas crianças — eu digo. Pois não é o ditado: “menino — trem do diabo”? E

www.acasadoconcurseiro.com.br 147
nos usos, nas plantas, nas águas, na terra, no vento... Estrumes... O diabo na rua, no meio do
redemunho... “
(Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas.)

4. O texto de Guimarães Rosa mostra uma forma peculiar de escrita, denunciada pelos recursos
linguísticos empregados pelo escritor. Entre as características do texto, está
a) o emprego da linguagem culta, na voz do narrador, e o da linguagem regional, na voz da
personagem.
b) a recriação da fala regional no vocabulário, na sintaxe e na melodia da frase.
c) o emprego da linguagem regional predominantemente no campo do vocabulário.
d) a apresentação da língua do sertão fiel à fala do sertanejo.
e) o uso da linguagem culta, sem regionalismos, mas com novas construções sintáticas e
rítmicas.

6. Linguagem das Mídias Eletrônicas


São dois os principais motivos da simplificação e da abreviação de palavras entre quem usa
a internet e costuma mandar mensagens: o primeiro, a facilidade de se escrever de modo
simplificado, e o segundo, a pressa. Esta, por sua vez, está ligada a outras duas razões: a
economia e o desejo de reproduzir virtualmente o ritmo de uma conversa oral.

Boa tarde, amigão,


Como vc está interessado em trabalhar nesta empresa, e somente poderá o fazer por meio
de concurso público, deve acessar o link Concursos, em www.fepese.org.br. Assim, tu tens
informação não apenas a respeito do concurso da CASAN, mas tb de outros que aquela
fundação coordena.
Abraços.
Manoel

5. Assinale a alternativa correta, quanto a esse tipo de correspondência.


a) Nesse tipo de correspondência o termo “amigão” é permitido, desde que realmente haja
amizade entre quem a envia e quem a recebe.
b) Nesse tipo de correspondência, são aceitáveis abreviaturas como vc e tb, comuns em
e-mails entre amigos.
c) Está correto o emprego de pessoas gramaticais diferentes: vc (você) está interessado e tu
tens; considerar isso erro gramatical é preconceito linguístico.
d) Em “somente poderá o fazer” há erro no emprego do pronome oblíquo; a correspondência
empresarial, mesmo sob a forma eletrônica, obedece à norma culta da língua.

Gabarito: 1. D 2. D 3. A 4. B 5. D

148 www.acasadoconcurseiro.com.br
Redação Oficial

Professora Maria Tereza

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Redação Oficial

REDAÇÃO OFICIAL

Correspondência Oficial: maneira pela qual o Poder Público (artigo 37 da Constituição: "ad-
ministração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios)” redige atos normativos e comunicações.

Características (atributos decorrentes da Constituição)

•• Impessoalidade: ausência de impressões individuais de quem comunica; tratamento ho-


mogêneo e impessoal do destinatário.
•• Uso do padrão culto de linguagem: observação das regras da gramática formal e emprego
de vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma (ausência de diferenças lexi-
cais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias
linguísticas). O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre
sua compreensão limitada.
•• Clareza: ausência de duplicidade de interpretações; ausência de vocábulos de circulação
restrita, como a gíria e o jargão.
•• Concisão: transmissão do máximo de informações com o mínimo de palavras.
•• Formalidade: obediência a certas regras de forma; certa formalidade de tratamento; poli-
dez, civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação.
•• Uniformidade: atenção a todas as características da redação oficial e cuidado com a apre-
sentação dos textos (clareza da digitação, uso de papéis uniformes para o texto definitivo e
correta diagramação do texto).
•• Emissor: um único comunicador – o Serviço Público.
•• Receptor: o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigidos por um órgão a ou-
tro) – ou o conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público).

Uso de Pronomes de Tratamento

1. Concordância dos pronomes de tratamento


•• concordância verbal, nominal e pronominal: embora se refiram à segunda pessoa gramatical
(à pessoa com quem se fala ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância
para a terceira pessoa.

Ex.: "Vossa Excelência conhece o assunto". / "Vossa Senhoria nomeará seu substituto.”

•• adjetivos referidos a esses pronomes: o gênero gramatical coincide com o sexo da pessoa a
que se refere.

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Ex.: "Vossa Excelência está atarefado." / "Vossa Excelência está atarefada."

Resumindo:

1. com quem se fala (vossa(s)): verbo e pronomes na 3ª pessoa;


2. de quem se fala (sua(s)): verbo e pronomes na 3ª pessoa;
3. adjetivos: concordam com o sexo do destinatário.

2. Emprego dos Pronomes de Tratamento (uso consagrado):

•• Vossa Excelência

a) autoridades do Poder Executivo (Presidente da República; Vice-Presidente da República;


Ministros de Estado1, Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários-Executivos de Ministérios
e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Governos
Estaduais; Prefeitos Municipais).

b) autoridades do Poder Legislativo (Deputados Federais e Senadores; Ministro do Tribunal


de Contas da União; Deputados Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas
Estaduais; Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais).
c) autoridades do Poder Judiciário (Ministros dos Tribunais Superiores; Membros de Tribunais;
2
Juízes; Auditores da Justiça Militar, Delegados ).

OBS.1: a vereadores, conforme Manual de Redação da Presidência da República, não é dispen-


sado o mesmo tratamento protocolar que recebem as autoridades legislativas. Logo, o prono-
me a ser usado é “Vossa Senhoria”.

Vocativo correspondente a “Vossa Excelência”

→Chefes de Poder – Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo.


Ex.: “Excelentíssimo Senhor Presidente da República” / “Excelentíssimo Senhor Presidente do
Congresso Nacional” / “Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal”
→Demais autoridades – Senhor, seguido do cargo respectivo.
Ex.: Senhor Senador / Senhor Juiz / Senhor Ministro / Senhor Governador.
•• Vossa Senhoria

1 São Ministros de Estado, nos termos do Decreto nº 4.118/2002, além dos titulares dos Ministérios, o Chefe da Casa
Civil da Presidência da República, o Chefe de Gabinete de Segurança Institucional, o Chefe da Secretaria-Geral da
Presidência da República, o Advogado Geral da União e o Chefe da Corregedoria-Geral da União. Posteriormente,
por meio de adendos ao Decreto, foram incluídos outros cargos, entre eles, o de Presidente do Banco Central.
2. A Lei nº 12.830/2013 dispõe, no art. 3º, que “O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito,
devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da
Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados”.

152 www.acasadoconcurseiro.com.br
Redação Oficial – Profª Maria Tereza

→ empregado para as demais autoridades e para particulares.

Vocativo correspondente a “Vossa Senhoria”


→ Senhor.
•• Vossa Magnificência
→ empregado, por força da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade.

Vocativo correspondente a “Vossa Magnificência”


→ Magnífico Reitor.
•• Pronomes de tratamento para religiosos
•• de acordo com a hierarquia eclesiástica.
•• Vossa Santidade: Papa. Vocativo Santíssimo Padre.
•• Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima: Cardeais. Vocativo Eminentíssimo
Senhor Cardeal ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal.
•• Vossa Excelência Reverendíssima: Arcebispos e Bispos.
•• Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima: Monsenhores, Cônegos e
superiores religiosos.
•• Vossa Reverência: sacerdotes, clérigos e demais religiosos.
OBS. 2: O Manual de Redação da Presidência da República – bem como outros dele decorrentes
– não apresenta vocativo para Arcebispo, Bispo, Monsenhor, Cônego, Sacerdote, Clérigo e
demais religiosos. Outros manuais – de forma inconsistente – recomendam Excelentíssimo
Reverendíssimo para Arcebispo e Bispo; Reverendíssimo para as demais autoridades eclesiásticas.

Resumindo:
1. TRATAMENTO Vossa Excelência: autoridades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário;
2. VOCATIVO Excelentíssimo: chefes dos Três Poderes;
3. VOCATIVO Senhor: para os demais cargos;
4. TRATAMENTO Vossa Senhoria: para os demais;
5. VOCATIVO: Senhor.

OBS. 3: em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD) para as
autoridades da lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo pú-
blico, sendo desnecessária sua repetida evocação.
OBS. 4: fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tra-
tamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.
OBS. 5: doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evita-se usá-lo indiscrimina-
damente; é empregado apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por
terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por doutor os bacharéis,
especialmente os bacharéis em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor
confere a desejada formalidade às comunicações.

www.acasadoconcurseiro.com.br 153
Envelope (endereçamento autoridades tratadas por Vossa Excelência):

A Sua Excelência o Senhor A Sua Excelência o Senhor


Senador Fulano de Tal Fulano de Tal
Senado Federal Ministro de Estado da Justiça
70.165-900 – Brasília. DF 70.064-900 – Brasília. DF

A Sua Excelência o Senhor


Fulano de Tal
a
Juiz de Direito da 10 Vara Cível
Rua ABC, nº 123
01.010-000 – São Paulo. SP

Envelope (endereçamento autoridades tratadas por Vossa Senhoria):

Ao Senhor
Fulano de Tal
Rua ABC, nº 123
70.123 – Curitiba. PR

Verso do Envelope

Remetente: NOME (em caixa alta)


Cargo (em caixa alta e baixa)
Setor de Autarquias Sul
Quadra 4 – Bloco N
70.070-0400 – Brasília-DF

NOME E NÚMERO DE RUA – põe-se vírgula depois do nome da rua, avenida, etc. A
abreviatura nº é dispensável: Rua Jerônimo Coelho, 277.
CAIXA POSTAL E TELEFONE – nunca são precedidos de vírgula, mesmo que omitida a
abreviatura nº (número): telefone nº 30852202 / telefone 3232-2895. Caixa postal nº 3085 /
caixa postal 3085.

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Tabela de Abreviaturas

Pronome de Abreviatura Abreviatura Usado para se


tratamento singular plural dirigir a
Vossa Alteza V. A. VV. AA. Príncipes, duques
a
Vossa Eminência V. Em. V. Em. as Cardeais
Vossa Excelência V. Ex. a V. Ex. as Altas autoridades
Reitores de
Vossa Magnificência V. Mag. a V. Mag. as
universidades
Vossa Majestade V. M. VV. MM . Reis, imperadores
a Tratamento
Vossa Senhoria V. S. V. S. as
cerimonioso

OBS. 6: não se abreviam os pronomes de tratamento quando os destinatários são o Presidente


da República e o Papa.

USO DA ABREVIATURA DE SENHOR(A) Abrevia-se a palavra senhor(a) apenas quando for


seguida de substantivo próprio ou personalizado.
•• Sr. Carlos Zambeli
•• Sra. Diretora
•• Srs. Professores

Fechos para Comunicações

1. para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:


Respeitosamente.

2. para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:


Atenciosamente.

CUIDADO!!!!! NÃO use Cordialmente, Graciosamente.


É ERRADO ABREVIAR QUALQUER UM DESSES FECHOS: Att., Atcs.

Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que


atendem a rito e tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do
Ministério das Relações Exteriores.

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Identificação do Signatário

Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunica-


ções oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de
sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
Ex.: (espaço para assinatura)
Nome
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República

OBS. 7: para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do
expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.

DOCUMENTO ASSINADO POR DOIS SIGNATÁRIOS


O chefe cuja hierarquia é superior assina à esquerda do documento. À direita, o de
hierarquia inferior à daquele.

OBS. 8:
•• Não se empregam PRECIOSISMOS: palavras raras, muitas vezes arcaicas, antigas, em desu-
so (“Outrossim”, “Destarte”, “Subscrevemos mui atenciosamente.”...)
•• Não se empregam NEOLOGISMOS: criação de palavras.
•• Não se usam expressões que exprimam FAMILIARIDADE: “Prezados”, “caros”, no vocativo;
•• Não se utilizam expressões REDUNDANTES: “Sem mais, subscrevemo-nos.”; traço para a
assinatura; “Vimos por meio desta...”
•• VERBORRAGIA E PROLIXIDADE constituem erro: “Temos a satisfação de comunicar...”; “Nada
mais havendo para o momento, ficamos à disposição para maiores informações necessárias.”;
“Aproveitamos o ensejo, para protestos da mais elevada estima e consideração.”

Padrão Ofício

Ofício
Aviso FORMA SEMELHANTE / FINALIDADE DIFERENTE
Memorando

SEMELHANÇAS

1. Partes:
→ tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede.
Exs.: Mem. 123/2012-MF Aviso 123/2012-SG Of. 123/2012-MME

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→ local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita.
Ex.: Brasília, 15 de março de 2015.
→ destinatário (o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação; no ofício, deve
ser incluído também o endereço).
Ex.:

Ofício no 524/2012/SG-PR
Brasília, 27 de maio de 2015.

A Sua Excelência o Senhor


Deputado [Nome]
Câmara dos Deputados
70.160-900 – Brasília – DF

→ assunto (resumo do teor do documento; também chamado de ementa).


Ex.: Assunto: Produtividade do órgão em 2015.

→ texto (padrão ofício)


•• introdução – apresentação do assunto que motiva a comunicação; evita-se o uso das
formas "Tenho a honra de", "Tenho o prazer de", "Cumpre-me informar que”;
•• desenvolvimento – detalhamento do assunto; se houver mais de uma ideia, deve haver
parágrafos distintos;
•• conclusão – reafirmação ou reapresentação do assunto.

OBS. 9: os parágrafos devem ser numerados, exceto nos casos em que estes estejam organizados
em itens ou títulos e subtítulos.
→ texto (mero encaminhamento de documentos)
•• introdução – referência ao expediente que solicitou o encaminhamento; caso contrário,
informação do motivo da comunicação (encaminhar) indicando os dados completos do
documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário e assunto de que trata) e a razão
pela qual está sendo encaminhado.
Ex: "Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 2012, encaminho, anexa, cópia do Ofício
nº 34, de 3 de abril de 2011, do Departamento Geral de Administração, que trata da requisição
do servidor Fulano de Tal."
ou
"Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do telegrama no 12, de 1º de
fevereiro de 2012, do Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto
de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste."
•• Desenvolvimento – normalmente, não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou
ofício de mero encaminhamento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 157
→ fecho.
→ assinatura do autor da comunicação.
→ identificação do signatário.

2. Forma de diagramação:
•• Fonte
Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações e 10 nas notas de rodapé.
Símbolos não existentes na fonte Times New Roman – fontes Symbol e Wingdings.
•• Número de páginas
É obrigatório constar a partir da segunda página.
•• Tamanho da folha
Todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos em papel de tamanho A4,
ou seja, 29,7 x 21,0 cm.
•• Orientação
O documento deverá ser impresso como Retrato.
•• Destaques
Não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado,
sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a so-
briedade do documento.

DESTAQUE DE PALAVRAS E EXPRESSÕES


Destacam-se expressões ou fragmentos de texto de diversas maneiras:
•• sublinhados;
•• aspas;
•• caracteres maiúsculos;
•• negrito;
•• itálico.
Não se misturam dois ou mais tipos de destaque; seu uso deve ser parcimonioso.

•• Impressão
Os ofícios, memorandos e anexos poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Nesse
caso, as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem
espelho”). A impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão
colorida deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações.

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•• Arquivo
Deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos documentos de
texto. Dentro do possível, todos os arquivos de texto dos documentos elaborados devem ser
preservados para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos.
•• Início de parágrafo
O início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda.
•• Espaçamento entre parágrafos
Deve ser utilizado espaçamento de 2,5 cm.
•• Espaçamento entre linhas
Deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo (uma
linha em branco).
•• Alinhamento
O texto deve ser justificado.
Margem esquerda
O campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3 cm de largura.
•• Margem direita
O campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm.
•• Margem superior
O campo destinado à margem superior terá 2 cm.

•• Margem inferior
O campo destinado à margem inferior terá 2 cm.
•• Armas nacionais
É obrigatório o uso das Armas Nacionais nos papéis de expediente, nos convites e nas
publicações de âmbito federal (artigo 26, inciso X, da Lei nº 5.700, de 1º de setembro de 1971),
único emblema que figurará nos modelos padronizados. As Armas Nacionais poderão ser
omitidas nos papéis e nas publicações de uso interno das repartições federais.
•• Cabeçalho
É composto pelo Brasão da República, centralizado na página, juntamente com os dizeres necessários,
em caixa-alta (maiúsculas), fonte do tipo Times New Roman, corpo 9, nesta ordem (exemplo):

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA GOIANO

•• Rodapé
Deve constar apenas nas correspondências oficiais (por exemplo, ofícios), sendo suprimidos
em outros documentos institucionais (regimentos, regulamentos, atas etc.). O rodapé será
alinhado à direita da página, fonte do tipo Times New Roman, corpo 9, composto pelo nome
da Instituição (em caixa-alta e negrito), unidade, Caixa Postal, CEP, Cidade/Estado, telefone e
e-mail do setor emitente, nesta ordem. Exemplo:

INSTITUTO FEDERAL GOIANO


REITORIA
Caixa Postal 50
74.001-970 – Goiânia – GO
55-62-3506-3600 –
gabinete@ifgoiano.edu.br

Não confundir “notas de rodapé” (corpo 10) com “rodapé” (corpo 9).

OBSERVAÇÕES QUANTO À DIGITAÇÃO


TRANSLINEAÇÃO
1. Por questão estética, não se deve isolar uma vogal de palavra translineada no fim
ou no início de linha:
•• á – rea
•• ge – lei – a
2. Deve-se evitar a translineação em que parte da palavra dividida lembre palavra
obscena ou ridícula:
•• a – bunda
•• com – putar
CARACTERES MAIÚSCULOS E ACENTUAÇÃO GRÁFICA – as palavras escritas em letras
maiúsculas permanecem subordinadas às regras de acentuação gráfica.

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DIFERENÇAS Padrão Ofício

Finalidade

Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas.


1. Aviso: expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma
hierarquia; tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si.
Uso de vocativo seguido de vírgula.

Exemplo de Aviso

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL


MINISTÉRIO XXXXXX
[Secretaria / Departamento / Setor / Entidade]
[Endereço para correspondência]
[Telefone e endereço de correio eletrônico]
Aviso nº xxx/SG-PR
Brasília, xx de dezembro de xxxx.
A Sua Excelência o Senhor
[nome e cargo]
Assunto: Blá-blá-blá
Senhor Ministro,
CORPO DO TEXTO: blá-blá-blá.
Atenciosamente,
Assinatura
[nome]
[cargo]

2. Ofício: expedido para e pelas demais autoridades; tratamento de assuntos oficiais pelos
órgãos da Administração Pública entre si e também com particulares.
Uso de vocativo seguido de vírgula.
No cabeçalho ou no rodapé: nome do órgão ou setor; endereço postal; telefone e endereço de
correio eletrônico.

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Exemplo de Ofício

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL


[Ministério]
[Secretaria / Departamento / Setor / Entidade]
[Endereço para correspondência]
[Telefone e endereço de correio eletrônico]

Ofício nº xxxxxxx/SG-PR
Brasília, xx de maio de xxxx.
A Sua Excelência o Senhor
Deputado Fulano
Câmara dos Deputados
CEP – município – estado

Assunto: Blá-blá-blá
Senhor Deputado,

CORPO DO TEXTO: blá-blá-blá.


Atenciosamente,
Assinatura
[nome]
[cargo]
INSTITUTO FEDERAL XXXXXXX
REITORIA
Caixa Postal XXXX
CEP XX.XXX-XXX – [cidade] – unidade da Federação
51-xxxxxxxx
gabinete@ifxxxxxxx.edu.br
AB / CD
OBS. 10: a numeração dos ofícios recomeça a cada ano.
OBS. 11: quando houver documentos a anexar, escreve-se a palavra anexo na margem esquerda
e a sua descrição.
Ex.: Anexo: Recibo do pagamento.

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OBS. 12: na última linha do papel, à esquerda, devem constar as iniciais de quem redigiu e de
quem digitou o texto, separadas por uma barra. Se forem a mesma pessoa, basta colocar a
barra e as iniciais.

2.1 Ofício Circular: segue os mesmos padrões de forma e estrutura do ofício. Entretanto, é
utilizado para tratar de um mesmo assunto com destinatários de diferentes setores/unidades.
Exemplo de Ofício Circular

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL


[Ministério]
[Secretaria / Departamento / Setor / Entidade]
[Endereço para correspondência]
[Telefone e endereço de correio eletrônico]

Ofício Circular nº xxxxxxx/&&-&&


Brasília, xx de maio de xxxx.
Aos Senhores
Diretores das Escolas da Rede Estadual
Região Metropolitana de ZZZZZ

Assunto: Blá-blá-blá
Senhor(a) Diretor(a),
.......
3. Memorando: comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem es-
tar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto, de uma forma
de comunicação eminentemente interna; caráter meramente administrativo ou de exposição de
projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por determinado setor do serviço público.
Característica principal: agilidade.
OBS. 13: o destinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa.
Ex.: Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração; Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos.
OBS. 14: os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e, no caso de
falta de espaço, em folha de continuação.
OBS. 15: após a numeração de controle, devem constar, no máximo, três níveis de siglas: a da
unidade emitente, a da imediatamente superior e a do órgão/unidade responsável pela com-
petência regimental.
Ex.: Memorando nº xx/Seata/Coseg/Cglog
OBS. 16: contém somente a identificação do órgão, não sendo admitido, portanto, o brasão.

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Exemplo de Memorando
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
[Ministério]
[Secretaria / Departamento / Setor / Entidade]
[Endereço para correspondência]
[Telefone e endereço de correio eletrônico]
Mem nº xxx/DJ
Brasília, xx de maio de xxxx.
Ao Senhor Chefe do Departamento de yyyy
Assunto: Blá-blá-blá
CORPO DO TEXTO: blá-blá-blá.
Atenciosamente,
[nome]
[cargo]

OUTROS TIPOS DE CORRESPONDÊNCIAS

4. Alvará
Documento escrito por autoridade competente para que se pratique determinado ato. Também
recebe o nome de mandado judicial, quando oriundo de autoridade judicial: alvará de soltura.
Recebe também o nome de licença, quando oriundo de autoridade administrativa: alvará para
funcionamento.
Os alvarás são de dois tipos: de licença (têm caráter definitivo e só podem ser revogados por
motivos de interesse público); de autorização (têm caráter instável e podem ser cassados).
Forma
•• Título com numeração e data de expedição.
•• Texto: com designação do cargo da autoridade que expede o alvará; citação da legislação
em que se baseia a decisão da autoridade.
•• Assinatura: nome da autoridade competente sem indicação do cargo, já mencionado no
texto.
•• Local e data: (dispensáveis se já constarem do título).

5. Apostila: averbação feita abaixo dos textos ou no verso de decretos e portarias pessoais
(nomeação, promoção, etc.), para que seja corrigida flagrante inexatidão material do texto
original (erro na grafia de nomes próprios, lapso na especificação de datas, etc.), desde que
essa correção não venha a alterar a substância do ato já publicado.

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Forma
•• título, em maiúsculas e centralizado sobre o texto: APOSTILA;
•• texto, do qual deve constar a correção que está sendo feita, a ser iniciada com a remissão
ao decreto que autoriza esse procedimento;
•• data por extenso;
•• identificação do signatário (nome em maiúsculas) abaixo da assinatura;
No original do ato normativo, próximo à apostila, deverá ser mencionada a data de publicação
da apostila no Boletim de Serviço ou no Boletim Interno.
Exemplo de Apostila:
APOSTILA
O cargo a que se refere o presente ato foi transformado em Assessor da Diretoria-Geral de
Administração, código DAS-102.2, de acordo com o Decreto nº 99.411, de 25 de julho de 1990.
Brasília, xx de xxxx de xxxx.
NOME
Subchefe da Secretaria-Geral da Presidência da República”

6. Ata: relatório escrito do que se fez ou disse em sessão de assembleia, sociedade, júri,
corporação. É o registro claro e resumido das ocorrências de uma reunião de pessoas, com
fim determinado.
Forma
•• localizadores temporais: dia, mês, ano e hora da reunião (sempre por extenso);
•• espaço da reunião: local (sede da instituição, rua, número, cidade);
•• nome e sobrenome das pessoas presentes, com respectivas qualificações;
•• declarações do presidente e secretário;
•• assuntos tratados (ordem do dia);
•• fecho;
•• assinaturas, por extenso, do presidente, secretário e participantes da reunião.

7. Atestado: documento firmado por uma pessoa a favor de outra, asseverando a verdade
acerca de determinado fato. Destina-se à comprovação de fatos ou situações passageiras,
não necessariamente constantes em documentos da Administração.
Partes
•• Título – nome do documento.
•• Texto – apresentação do conteúdo da atestação (não é obrigatória a declaração da
finalidade do documento, tampouco o registro de quem requer a informação).

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•• Local e data – cidade, dia, mês e ano da emissão do documento (é opcional o registro do
nome do órgão em que a autoridade signatária do atestado exerce suas funções).
•• Assinatura – nome e cargo (ou função) da autoridade signatária.
8. Auto
Descreve detalhadamente determinado acontecimento e suas circunstâncias. Na redação
oficial, é a narração judicial ou administrativa, escrita por escrivão ou tabelião e lavrada para
comprovar uma ocorrência.
Forma
•• Título com numeração.
•• Texto: deve constar o desenrolar dos acontecimentos com detalhes, nome do autuado,
motivo da autuação, indicação da penalidade e prazo para apresentação de defesa.
•• Data: local e data em que foi lavrado o auto.
•• Assinatura.

9. Carta Oficial
Forma de comunicação externa dirigida a pessoa (física ou jurídica) estranha à administração
pública, utilizada para fazer solicitações e convites, externar agradecimentos, ou transmitir in-
formações.
Estrutura
•• Local e data, por extenso, à esquerda da página.
•• Endereçamento (alinhado à esquerda): nome do destinatário, precedido da forma de
tratamento, e o endereço.
•• Vocativo: a palavra Senhor (a), seguida do cargo do destinatário e de vírgula.
•• Texto paragrafado, com a exposição do(s) assunto(s) e o objetivo da carta.
•• Fecho: Atenciosamente ou Respeitosamente.
•• Assinatura, nome e cargo do emitente da carta.
EXEMPLO
Rio de Janeiro, 19 de novembro de 2015
Sr. Professor Evanildo Bechara
Rua da Ajuda n.º 0 / apto 208
Centro – Rio de Janeiro – RJ
20000-000

Senhor Professor,
(Blá-blá-blá)

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10. Certidão – atesta fatos permanentes – visto que afirma convicção sobre os transitórios.
“Documento revestido de formalidades legais adequadas, fornecido por autoridade com-
petente, a requerimento do interessado, solicitado ou requerido ex oficio por autoridade
administrativa ou judicial e destinado a fazer certa a existência de registro em livro, proces-
so ou documento qualquer em poder do expedidor, referente a determinado ato ou fato,
ou dar por certa a inexistência de tal registro”.
Particularidades
As certidões podem ser de inteiro teor ou resumidas, desde que apresente fielmente o que se
contém no original de onde foram extraídas. Quando a certidão consistir em transcrição ver-
bum ad verbum, isto é, integral, também recebe o nome de translado.
As certidões apresentam certa semelhança com a elaboração da ata. Devem ser escritas em
linhas corridas, sem emendas ou rasuras. Eventuais erros podem ser ressalvados com a palavra
digo ou a expressão em tempo (ao final do corpo do texto). Quaisquer espaços em branco
devem ser preenchidos com pontos ou outros sinais convencionais.
Partes
•• Título – nome do documento.
•• Introdução – alusão ao ato que determinou a expedição do documento (poderá ser
mencionado o documento ou livro de qual a certidão está sendo extraída).
•• Texto – efetiva descrição do que foi encontrado ou transcrição do documento original.
•• Fecho – termo de encerramento e assinatura dos funcionários que participaram do ato
(quem lavrou o documento e quem o conferiu).
•• Local e data – cidade, dia, mês e ano da expedição do ato normativo.
•• Visto – da autoridade que autorizou a lavratura da certidão.

11. Convite
Parte importante na organização de um evento, pois ajuda a estabelecer o tom geral da função
social. Determina o número de convidados. O cartão de resposta determinará quem atendeu
ao convite, a fim de possibilitar a organização da disposição dos assentos, a seleção da comida
e o serviço.
Estrutura:
•• Logo ou gráfico da organização ou anfitrião no topo do convite.
•• Nome completo do anfitrião, sem honoríficos (Dr./Sr./Sra.) a não ser que haja um título
oficial (na linha abaixo do nome). Exceção: o título "Presidente" precede o nome do
anfitrião.
•• Vocabulário formal (“solicitam a sua presença“) ou menos formal ("cordialmente o
convidam a comparecer“).
•• Informações sobre o evento (cerimônia de premiação, festa...).
•• Propósito do evento (homenagem a..., etc.).

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•• Data do evento: formal = data por extenso (Quinta-feira, onze de novembro), ou informal
(Quinta-feira, 11 de novembro).
•• Hora do evento por extenso: exemplo – Às vinte horas.
•• Local do evento e seu endereço.
•• Instruções especiais, se houver alguma: exemplo – direções do local do evento.
•• Informação de RSVP: sigla em francês (Répondez s'il vous plaît), que em português significa
"Responder, por favor"; destina-se a festas e eventos para os quais é necessário saber
exatamente quem irá comparecer.
Observação: um convite eletrônico deve usar o mesmo vocabulário e a mesma etiqueta
utilizados em um convite escrito.

12. Convocação
Modelo – Estrutura
Senhor
(nome)
Convoco (convocamos) Vossa Senhoria para a xxxxxxxxxxx, ser realizada no (endereço do
local), no dia xx de (mês – por extenso) de (ano), às xx horas, quando haverá deliberação sobre
os seguintes temas:
-xxxxxxxxx
-yyyyyyyy
-zzzzzzzzz
Atenciosamente,
(localidade), (dia) de (mês) de (ano).

(Assinatura)
(nome completo)
(cargo)

13. Correio Eletrônico


Forma: um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não
interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem
incompatível com uma comunicação oficial. Nos termos da legislação em vigor, para que a
mensagem de correio eletrônico tenha valor documental, isto é, para que possa ser aceito
como documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a identidade do
remetente, na forma estabelecida em lei.
OBS. 17: O campo assunto do formulário de correio eletrônico deve ser preenchido de modo a
facilitar a organização documental tanto do destinatário quanto do remetente. Para os arquivos
anexados à mensagem deve ser utilizado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem
que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo. Sempre
que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não seja disponível,
deve constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento.

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Redação Oficial – Profª Maria Tereza

14. Decisão Administrativa: utilizada para formalizar informações pertinentes a dispensas, fe-
riados, recessos etc.
Forma: além do cabeçalho e rodapé, são elementos constitutivos da Decisão Administrativa:
a) título: Decisão Administrativa nº ... de ... de 20XX; em caixa-alta, centralizado e negrito;
b) data, alinhada à direita;
c) atribuições da pessoa que está expedindo o documento;
d) texto;
e) assinatura.
15. Declaração: utilizada para afirmar a existência de um fato; a existência ou não de um
direito.
Forma
Pode-se iniciar uma declaração assim: “Declaro para fins de prova junto ao órgão tal...”, “Decla-
ro, para os devidos fins, que...”, ...

16. Exposição de Motivos: expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presi-


dente (geralmente, por um Ministro de Estado) para informá-lo de determinado assunto;
propor alguma medida; ou submeter à sua consideração projeto de ato normativo. Caso
envolva mais de um Ministério, é assinada por todos os Ministros e chamada de Exposição
Interministerial.
Forma: modelo do padrão ofício, se o caráter for tão somente informativo – pode conter
comentários se a exposição submeter à consideração do Presidente da República a sugestão de
alguma medida a ser adotada.
OBS. 18: Havendo necessidade de duas assinaturas, fica à esquerda a da autoridade responsá-
vel (no uso das atribuições) e à direita a do corresponsável (que fornece apoio técnico e logísti-
co). A autoridade responsável é aquela que responde diretamente pelas competências e pelas
atribuições da unidade e o corresponsável é a autoridade da unidade que fornecerá o apoio
técnico e/ou logístico para o desempenho da atividade. Na maioria dos casos, o próprio docu-
mento define quem é o responsável direto e o responsável indireto.
Forma de identificação:
(assinatura) (assinatura)
(Nome do responsável) (Nome do corresponsável)
(Cargo do signatário) (Cargo do signatário)

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EXEMPLO DE EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DE CARÁTER INFORMATIVO

OBS. 19: Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Presidente da República


a sugestão de alguma medida a ser adotada ou a que lhe apresente projeto de ato normativo
– embora sigam também a estrutura do padrão ofício –, além de outros comentários julgados
pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente, apontar:

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a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da medida ou do ato normativo


proposto;
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou aquele ato normativo o ideal para
se solucionar o problema e eventuais alternativas existentes para equacioná-lo;
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual ato normativo deve ser
editado para solucionar o problema.
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição de motivos, devidamente preen-
chido, de acordo com o modelo previsto no Decreto nº 4.176, de 28 de março de 2002.

17. Despacho: encaminhamento com decisão proferida por autoridade administrativa em matéria
que lhe é submetida à apreciação. É muito empregado na tramitação de processos. Pode conter
apenas: aprovo, defiro, em termos, de acordo ou ser redigido de forma mais complexa.
Forma
Segue o padrão ofício, incluindo-se o nome do interessado e o número do processo e suprimin-
do-se o vocativo e o fecho.

18. Edital: ato pelo qual se publica pela imprensa, ou em lugares públicos, certa notícia, fato ou
ordenança que deve ser divulgada para conhecimento das pessoas nele mencionadas e de
outras tantas que possam ter interesse pelo assunto.
Forma
•• timbre do órgão que o expede;
•• título: denominação do ato: Edital nº ... de ... de 20XX;
•• ementa: facultativa;
•• texto: desenvolvimento do assunto tratado. Havendo muitos parágrafos, recomenda-se
numerá-los com algarismos arábicos, exceto o primeiro, que não se numera;
•• local e data: se a data não for colocada junto ao título, deve aparecer após o texto;
•• assinatura: nome da autoridade competente, com indicação do cargo que ocupa.

19. Fax
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-simile) é uma forma de comunicação que está
sendo menos usada devido ao desenvolvimento da Internet. É utilizado para a transmissão
de mensagens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há
premência, quando não há condições de envio do documento por meio eletrônico. Quando
necessário o original, ele segue posteriormente pela via e na forma de praxe.
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com o próprio fax,
cujo papel, em certos modelos, deteriora-se rapidamente.
Estrutura
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes. É
conveniente o envio, juntamente com o documento principal, de folha de rosto, i. é., de

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pequeno formulário com os dados de identificação da mensagem a ser enviada, conforme
exemplo a seguir:
[Órgão Expedidor]
[setor do órgão expedidor]
[endereço do órgão expedidor]
_______________________________________________________
Destinatário:_____________________________________________
Nº do fax de destino:_____________ Data:_______/_______/_____
Remetente:______________________________________________
Tel. p/ contato:________ Fax/correio eletrônico:________________
Nº de páginas: esta +______ Nº do documento: _________________
Observações:_____________________________________________

20. Informação: ato de servidor subalterno incumbido de estudo de processo, instrumento ou


qualquer documento, no qual consta esclarecimento que se fizer necessário, a fim de que o
chefe imediato possa formar juízo exato sobre o assunto e deliberar ou encaminhar o caso
em tela à autoridade superior.
Objetivo – instruir um chefe superior; esclarecer, provar e documentar um fato objeto de
processo.
Partes
•• Designação – número do processo colocado no centro do papel (poderá constar também o
número da informação).
•• Ementa – resumo do assunto (deve ser redigida pelo primeiro servidor que instruir o
processo); colocada no alto da página à direita.
•• Vocativo – obrigatório
•• Texto – dividido em três partes (os parágrafos devem ser numerados, exceto o primeiro):
•• Introdução – histórico
•• Apreciação – desenvolvimento
•• Conclusão – encerramento
•• Obs.: qualquer referência a elementos constantes do processo deve ser acompanhada da
indicação do número da folha respectiva do processo.
•• Fecho – deve constar
•• Denominação do órgão do servidor que elaborou o ato (permitida a abreviação)
•• Data
•• Assinatura
•• Nome do servidor por extenso, cargo e função

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21. Mensagem: instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos,
notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo
para informar sobre fato da Administração Pública.
Forma
•• indicação do tipo de expediente e de seu número, horizontalmente, no início da margem
esquerda: Mensagem nº;
•• vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário, horizontal-
mente, no início da margem esquerda;
•• texto, iniciando a 2 cm do vocativo: Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal;
•• local e data, verticalmente, a 2 cm do final do texto (distância), e horizontalmente fazendo
coincidir seu final com a margem direita.
OBS. 20: a mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz
identificação de seu signatário.

22. Nota Técnica: tem como finalidade oferecer subsídios e contribuições a debates, esclarecer
gestores sobre a importância de determinada ação, dar orientações, no mais das vezes em
atenção a consultas recebidas.
Exemplo de Nota Técnica
NOTA TÉCNICA Nº 018/2015

Brasília, 15 de dezembro de 2015.


ÁREA: Finanças
TÍTULO: Certificado Digital e a Importância para os Municípios.
REFERÊNCIA(S): Cartilha SIOPS;
Comunicado CGSN/SE nº 3, de 10 de março de 2009;
Portal Receita Federal do Brasil (RFB)
Portal e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte);

CORPO DO TEXTO (BLÁ-BLÁ-BLÁ)

23. Ordem de Serviço: uma instrução (ato interno) dada a servidor ou órgão administrativo.
Encerra orientações a serem tomadas pela chefia para execução de serviços ou desem-
penho de encargos. É o documento, o ato pelo qual se determinam providências a serem
cumpridas por órgãos subordinados.
Forma
•• título: Ordem de Serviço nº …...., de …... de …...................... de 20XX (Em caixa-alta e
centralizado);
•• texto;
•• nome e cargo do chefe.

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24. Parecer: opinião escrita ou verbal, emitida e fundamentada por autoridade competente,
acerca de determinado assunto.
Forma
Segue o padrão ofício, suprimindo-se o destinatário, o vocativo e o fecho e incluindo-se o nome
do interessado e o número do processo.
O título deve apresentar as iniciais em caixa-alta e as demais letras em caixa-baixa, seguido do
número sequencial do documento e da sigla da unidade que o emitiu, alinhados à esquerda. Tal
documento não se encontra padronizado no Manual de Redação da Presidência da República,
mas em outros tantos manuais deste decorrentes.
“Urgência urgentíssima” trata-se de regime de tramitação que permite a inclusão automática
na Ordem do Dia de proposição para discussão e votação imediata, ainda que iniciada a sessão
em que foi apresentada, caso seja aprovado requerimento pela maioria absoluta da composição
da Câmara ou de líderes que representem esse número, aprovado pela maioria absoluta dos
deputados. Esse regime dispensa parecer aprovado em comissão – o parecer pode ser dado
oralmente pelo relator no plenário.
Por ele, são dispensadas todas as formalidades regimentais – exceto as exigências de quorum,
pareceres e publicações – , com o objetivo de conferir rapidez ao andamento da proposição.

25. Portaria: empregada para formalizar nomeações, demissões, suspensões e reintegrações


de funcionários.
Forma
•• numeração: número e data de expedição: Portaria nº ..., de ... de ... de 20XX.
•• título: denominação da autoridade que expede o ato, em geral já impresso no modelo
próprio.
•• fundamentação: citação da legislação básica, seguida da palavra RESOLVE.
•• texto.
•• assinatura: nome da autoridade competente, com indicação do cargo que ocupa.
26. Regimento: juridicamente, o regimento é uma ordenação ou conjunto de regras destinado
a estabelecer as condições ou o desempenho de cargos ou funções. Desse modo, apresenta
normas de conduta ou formas de ação e direção. Muitas vezes, dispõe sobre a aplicação da
lei. Na administração pública, é o ato que regula o funcionamento de um órgão e indica sua
competência e atribuições.
Forma
Além de cabeçalho e rodapé,
•• título: Regimento Interno do...;
•• texto: artigos numerados como na lei, decreto, isto é, do 1º ao 9º a numeração é ordinal;
do 10 em diante, a numeração é cardinal;
•• local e data.

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27. Regulamento: é o conjunto de regras que se estabelece com a finalidade de executar a lei.
Nesse sentido, é o ato emanado do executivo com o objetivo de estabelecer as providências
necessárias ao cumprimento da lei. São as regras em que se determinam o modo de direção
e o funcionamento de uma associação ou entidade.
Forma
Além de cabeçalho e rodapé,
•• nome: Regulamento dos...;
•• texto: artigos numerados como na lei, decreto, isto é, do 1º ao 9º a numeração é ordinal;
do 10 em diante, a numeração é cardinal;
•• local e data.

28. Relatório: tem por finalidade expor ou relatar atos e fatos sobre determinado assunto para
descrição minuciosa de atividades ou fatos relevantes e concernentes a serviços específicos
ou inerentes ao exercício do cargo. A linguagem de um relatório deve ser clara, objetiva
e concisa. Deve, ainda, apresentar a descrição das medidas adotadas. Trata-se de texto
administrativo escrito para prestar conta de trabalho realizado. O relatório subsidia decisão
a ser tomada pelo destinatário. Por isso, é sempre conclusivo: apresenta sugestão de
caminho a ser tomado pelo superior, a quem dirigido, a partir do exame direto da situação
feito pelo autor. O relatório não é simples relato do ocorrido ou presenciado (narração).
Deve trazer a posição do signatário sobre a situação examinada, o que significa dizer que
é um texto argumentativo. A linguagem de um relatório deve ser clara, objetiva e concisa.
Deve, ainda, apresentar a descrição das medidas adotadas.
Tipos de relatório: científico, econômico, jurídico, policial, investigativo.
Estrutura do relatório:
•• título: nome do documento em maiúsculas (RELATÓRIO);
•• invocação: vocativo adequado ao tratamento da autoridade a quem se dirige o documento;
•• texto:
•• introdução (não numerada) – justificativa para a elaboração do documento;
•• registro – parte expositiva (pormenorizada e sequencial); traz dados obtidos por meio
da observação direta da situação;
•• análise – conteúdo argumentativo; confronto entre o dado da realidade e a norma apli-
cável (verificar se o que ocorre ou ocorreu está de acordo com a lei);
•• conclusão: segunda parte argumentativa; traz avaliação da situação (normal ou anor-
mal, regular ou irregular) e sugestão de providências.
•• Obs.: os parágrafos são numerados, exceto o primeiro.
•• fecho
•• local e data (padrão ofício)
•• assinatura
•• nome e cargo ou função da autoridade ou servidor que apresenta o relatório

www.acasadoconcurseiro.com.br 175
29. Requerimento: documento utilizado para obter um bem, um direito ou uma declaração
de uma autoridade pública. É uma petição dirigida a uma entidade oficial, organismo ou
instituição por meio da qual se solicita a satisfação de uma necessidade ou interesse. Em
sua elaboração, usa-se linguagem objetiva; incluem-se elementos como identificação,
endereço...; emprega-se a 3ª pessoa do singular e do plural; utiliza-se o Padrão Ofício,
contido no Manual de Redação da Presidência da República, para linguagem, identificação,
tipo de letra, dentre outras características.
Estrutura:
•• Designação do órgão administrativo a que se dirige;
•• Identificação do requerente pela indicação do nome, estado civil, profissão, morada e
número de contribuinte;
•• Exposição dos fatos em que se baseia o pedido e, quando tal seja possível ao requerente,
os respectivos fundamentos de direito;
•• Indicação do pedido em termos claros e precisos;
•• Data e assinatura do requerente ou de outrem a seu rogo, se o mesmo não souber ou não
puder assinar.
MODELO
Destinatário/invocação
Requerente
Identificação
O que requer
Justificativa
(Amparo legal, se houver)
Fecho: cerca de 3 linhas abaixo do texto. Pode ocupar uma ou duas linhas. Não é obrigatório.
(“Termos em que pede deferimento”)
(Localidade e data)
(Assinatura)

30. Resolução: é um ato emanado de autarquias ou de grupos representativos, por meio do


qual a autoridade determina, delibera, decide, ordena ou baixa uma medida. As resolu-
ções, em geral, dizem respeito a assuntos de ordem administrativa e estabelecem normas
regulamentares. Podem expedi-las os conselhos administrativos ou deliberativos, os insti-
tutos de previdência e assistência social e as assembleias legislativas.
Forma
Além de cabeçalho e rodapé,
•• título: Resolução nº ..., de ... de 20XX (centralizada, em caixa alta/maiúsculas e negrito);
•• ementa (em negrito, alinhada a esquerda no documento);
•• texto (alinhado à esquerda);
•• assinatura e cargo de quem expede a resolução.

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31. Telegrama
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, passa a
receber o título de telegrama toda comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc.
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente su-
perada, deve restringir-se o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja possível o
uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização. Também em razão de
seu custo elevado, essa forma de comunicação deve pautar-se pela concisão.
Forma
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis nas
agências dos Correios e em seu sítio na Internet.

NUMERAÇÃO DAS PARTES DE UMA CORRESPONDÊNCIA OFICIAL


Artigo: até o artigo nono (Art. 9º), adota-se a numeração ordinal. A partir do de número 10,
emprega-se o algarismo arábico correspondente, seguido de ponto final (Art. 10). Os artigos
serão designados pela abreviatura "Art." sem traço antes do início do texto. Cada artigo deve
tratar de um único assunto.
Parágrafos (§§): desdobramentos dos artigos; numeração ordinal até o nono (§ 9º) e cardinal
a partir do parágrafo dez (§ 10). No caso de haver apenas um parágrafo, adota-se a grafia Pará-
grafo único (e não "§ único").
Incisos: elementos discriminativos de artigo se o assunto nele tratado não puder ser condensa-
do no próprio artigo ou não se mostrar adequado a constituir parágrafo. Os incisos são indica-
dos por algarismos romanos.
Alíneas: desdobramentos dos incisos e dos parágrafos; são representadas por letras. A alínea
ou letra será grafada em minúsculo e seguida de parêntese: a); b); c); etc. O desdobramento
das alíneas faz-se com números cardinais, seguidos do ponto: 1.; 2.; etc.

GRAFIA DOS ALGARISMOS E NUMERAIS EM UMA CORRESPONDÊNCIA


OFICIAL
Número em início de período: não se deve iniciar frase com algarismos.
Ex.: 2015 foi um ano que ... (inadequado) / O ano de 2015 foi ... (adequado)
100 % de nossos alunos ... (inadequado) / Cem por cento de nossos alunos ... (adequado)
Algarismos romanos e pontuação: escrevem-se os algarismos romanos em letra maiúscula e
não seguidos de ponto, mas de travessão: LXII –
Obs.: com algarismos cardinais, usa-se ponto ou travessão: 5. ou 5 –
Grafia de numerais em atos normativos: os numerais devem ser escritos por extenso quando
apresentarem uma só palavra: (dez, onze, vinte, etc.). Quando formados por mais de uma pala-
vra, escrevem-se em algarismos (21, 174, 1001, etc.). Os numerais indicativos de porcentagem
seguem a mesma regra: dez por cento e 22 %.

www.acasadoconcurseiro.com.br 177
SIGLAS

Siglas que são pronunciáveis: no mesmo corpo do texto e somente com a inicial maiúscula
(não se usam pontos intermediários ou pontos finais).
Exemplo: Detran
Maiúsculas: siglas com quatro letras ou mais quando se pronunciar separadamente cada uma
das letras ou parte delas.
Exemplo: INSS, BNDES, IBGE
Maiúsculas: siglas até três letras.
Exemplo: SUS
Siglas consagradas pelo uso: a primeira referência no texto deve ser acompanhada de explici-
tação de seu significado.
Exemplo: Assessoria de Comunicação e Educação em Saúde (Ascom).
Manutenção da forma original: siglas que em sua origem trazem letras maiúsculas e minúsculas
na estrutura.
Exemplo: CNPq
Siglas dos órgãos estrangeiros 1: as traduzidas para o português deverão seguir essa designa-
ção, e não a original.
Exemplo: Organização das Nações Unidas (ONU)
Siglas dos órgãos estrangeiros 2: mantém-se a sigla estrangeira não traduzida, mesmo que o
seu nome em português não corresponda perfeitamente à sigla.
Exemplo: Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) Plural:
acréscimo de “s”, sem apóstrofo.
Exemplo: Organizações não Governamentais (ONGs).

EXPRESSÕES LATINAS COMUNS EM CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

1. A posteriori – pelo que segue.


Exemplo: Raciocinar a posteriori (= argumentar com as consequências de uma hipótese).
2. A priori – segundo um princípio anterior, admitido como evidente
Exemplo: Concluir a priori.
3. Ab initio – desde o início.
4. Ad hoc – para o caso, eventualmente.
5. Ad nutum – à vontade, segundo a vontade, ao arbítrio. (O empregado sem estabilidade
— ministro, secretário de governo, ocupante de cargo de confiança — pode ser demitido

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segundo a vontade do patrão, a qualquer hora. Exemplo: O ministro disse que é demissível
ad nutum.
6. Ad referendum – pendente de aprovação.
7. Data vênia – com a devida licença, permissão; com sua licença; com todo o respeito.
Recorre-se a essa expressão quando, numa argumentação, discorda-se de alguém.
8. Dura lex sed Lex – a lei é dura, mas é a lei.
9. Erga omnes – diz-se de ato, lei ou decisão que a todos obriga, ou é oponível contra todos,
ou sobre todos tem efeito.
10. Et similia – e coisas semelhantes.
11. Exempli gratia – por exemplo. Abrevia-se assim: e.g.
12. Ex expositis – do que ficou exposto.
13. Ex officio – por lei, oficialmente, em virtude do próprio cargo. Exemplo: O advogado do réu
foi nomeado ex officio (por lei)pelo juiz.
14. Ex positis – do que ficou assentado.
15. Ex professo – como professor, magistralmente, com toda a perfeição.
Exemplo: Discorreu sobre o assunto ex professo.
16. Ex vi – por força, por efeito, por determinação expressa.
Exemplo: ... ex vi do art. 52 da Lei Complementar nº...
17. Habeas corpus – que tenhas o corpo livre para te apresentares ao tribunal.
18. Habeas data – que tu tenhas os dados.
19. Honoris causa – pela honra.
20. In fine – no fim.
21. In limine – no limiar, no princípio.
Exemplo: As razões foram rejeitadas in limine.
22. In totum – em geral, no todo, totalmente.
23. Ipsis literis – com as mesmas letras, textualmente.
Exemplo: O professor pede: ”Escreva assim — ipsis literis”.
24. Ipsis verbis – com as mesmas palavras.
25. Ipso facto – em virtude desse mesmo fato.
Exemplo: Ele não pagou; ipso facto não concorreu ao sorteio.
26. Lato sensu – em sentido geral (o contrário de stricto sensu = em sentido restrito).

www.acasadoconcurseiro.com.br 179
27. Maxime – principalmente, mormente.
Exemplo: A todos obedeçamos, maxime aos pais.
28. Mutatis mutandis – mudando o que deve ser mudado, fazendo-se as mudanças devidas
com a devida alteração dos pormenores. Usa-se quando se adapta uma citação ao contexto
ou às circunstâncias.
Exemplo: Tem o pai vários deveres para com o filho; mutatis mutandis, tem o filho iguais deve-
res para com o pai.
29. Omissis – omitido.
30. Pari passu – a passo igual, junto.
Exemplo: Acompanhar alguém pari passu (= acompanhá-lo por toda a parte).
31. Persona non grata – pessoa que não é bem-vinda.
32. Primo – em primeiro lugar.
Exemplo: Por duas razões assim procedi: primo porque a consciência o mandava, secundo por-
que as circunstâncias o exigiam.
33. Pro forma – por mera formalidade.
34. Quantum satis ou quantum sufficit – o suficiente, o estritamente necessário.
35. Retro – atrás.
Exemplo: Reporto-me ao que retro ficou dito nesta folha.
36. Secundo – em segundo lugar.
Exemplo: Por duas razões assim procedi: primo porque a consciência o mandava, secundo por-
que as circunstâncias o exigiam.
37. Sic – assim, deste modo, com as mesmas palavras. É palavra que se pospõe a uma citação,
ou que nesta se intercala, entre parênteses ou entre colchetes, para indicar que o texto ori-
ginal é bem assim, por errado ou estranho que pareça.
38. Sine die – indeterminadamente, sem fixar dia.
39. Status quo – no estado em que.
40. Stricto sensu – em sentido restrito.
41. Sub examine – sob exame.
42. Sui generis – de gênero próprio, de seu próprio gênero, ímpar, sem igual.
43. Supra – acima, no lugar superior.
Exemplo: Os supracitados fatos.
44. Verbi gratia – por exemplo. Abrevia-se assim: v.g.
Obs.: muitas dessas expressões latinas, por serem bastante usadas em português, não costu-
mam vir escritas em itálico ou entre aspas.

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Redação Oficial – Profª Maria Tereza

Breve Resumo – Comunicações Oficiais: aviso, ofício


memorando, exposição de motivos e mensagem

EXPOSIÇÃO
AVISO OFíCIO MEMORANDO MENSAGEM
DE MOTIVOS
Nome do
órgão +
Cabeçalho Não Não Não Não
endereço +
tel. e e-mail
Tipo da
Sim: Ofício Sim:
comunicação Sim: Aviso Sim: Mem. Sim: EM
ou Of. Mensagem
e número
No final, no
Local e data Canto direito Canto direito Canto direito Canto direito
canto direito
Nome +
Destinatário Nome + cargo cargo + Cargo Não Não
endereço
Assunto Sim Sim Sim Não Não
Vocativo Sim Sim Não Sim Sim
Parágrafos Parágrafos Parágrafos Parágrafos
Parágrafos com
Texto sem com sem sem
numeração
numeração numeração numeração numeração
Fecho Sim Sim Sim Sim Não
Identificação
Nome+ cargo Nome+ cargo Nome + cargo Nome + cargo Só assinatura
do signatário
Comunicação
Expedido por
entre unidades Expedido por
Ministros de Expedido
administrativas Ministros de Entre Chefes
Expedido por Estado para por e para
de um Estado para o dos Poderes
e para autoridade as demais
mesmo órgão Presidente da Públicos
de mesma autoridades
(comunicação República
hierarquia
interna)

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Informar
sobre fato da
Administração
Pública; expor
o plano de
governo por
ocasião da
abertura de
sessão legisla-
tiva; submeter
Tratamento
Pode ter cará- ao Congresso
Tratamento de assuntos Informar algo,
ter meramente Nacional ma-
de assuntos oficiais pelos propor algu-
administrativo térias que
oficiais pelos órgãos da ma medida ou
ou pode ser para dependem de
Finalidade órgãos da administra- submeter à
a exposição de deliberação
administração ção pública sua considera-
projetos, ideias de suas Casas;
pública entre entre si, e ção projeto do
etc. Deve ser apresentar
si também com ato normativo
simples e ágil. veto; enfim,
particulares
fazer e
agradecer
comunicações
de tudo
quanto seja
de interesse
dos poderes
públicos e da
Nação.

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Redação Oficial – Profª Maria Tereza

COMUNICADO: comunicado interno é um meio privativo de comunicação interna de


informações entre os membros de uma empresa, organização ou instituição (em verdade, um
memorando).
MODELO
COMUNICADO INTERNO
De: Diretoria
Para: Colaboradores
Comunicamos a todos os colaboradores que, na próxima quinta-feira, dia XX/XX/XXXX, no
período vespertino, será realizada em nosso centro de eventos uma palestra ministrada por
XXXXX, abordando o tema XXXXXXX.
Em virtude disso, não haverá expediente no período, sendo que todos os colaboradores
estão convidados a participar da palestra.
(nome)
(cargo)
Quanto à linguagem, nenhum modelo de comunicado interno vai servir para todas as empresas.
O tom adequado dependerá, essencialmente, de dois fatores:
1 – a cultura organizacional da empresa
2 – o objetivo do comunicado.
Contudo, na maioria dos casos, o ideal é buscar equilíbrio: texto nem tão impessoal e nem tão
descontraído.

Objetividade e formato
Caso seja imprescindível expor alguns detalhes do comunicado, o ideal é organizá-los em
tópicos. Se o comunicado for enviado por e-mail, podem-se anexar documentos com mais
informações.

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SLIDES – REDAÇÃO OFICIAL

Redação oficial: maneira pela qual o Poder


Público redige atos normativos e comunicações.

Características
impessoalidade formalidade
língua padrão uniformidade

clareza emissor = serviço público


receptor = serviço público ou o
concisão
público

Uso dos Pronomes de Tratamento

Com quem se fala: Concordância


Vossa(s) + ... Verbo e pronome na 3ª
pessoa: Vossa (Sua)
Excelência pronunciará seu
discurso.
De quem se fala: Adjetivo – sexo da pessoa a
Sua(s) + ... que se refere: Vossa (sua)
Excelência está satisfeito(a).

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Redação Oficial – Profª Maria Tereza

Uso dos Pronomes de Tratamento

A quem se destina Vocativo


Excelentíssimo Senhor + cargo:
Vossa Excelência: apenas para os chefes dos Três
autoridades dos Poderes Poderes.
Executivo, Legislativo e
Senhor + cargo: demais
Judiciário.
autoridades.

Vossa Senhoria: demais


autoridades e Senhor + cargo: demais
particulares. autoridades e particulares.

Fechos para as Comunicações


Para autoridades
superiores, inclusive o Respeitosamente
Presidente da República:

Para autoridades de
mesma hierarquia ou Atenciosamente
de hierarquia inferior:

www.acasadoconcurseiro.com.br 185
Identificação do Signatário

Presidente da República: apenas assinatura

Demais
comunicações: assinatura + nome + cargo

Redação Oficial

Padrão Ofício

Professora Maria Tereza

186 www.acasadoconcurseiro.com.br
Redação Oficial – Profª Maria Tereza

Padrão Ofício
AVISO OFÍCIO MEMORANDO

Forma Finalidade
semelhante diferente

Padrão Ofício
SEMELHANÇAS
•tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede;
•local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita;
•destinatário (o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a
comunicação; no ofício, deve ser incluído também o endereço);
•assunto (resumo do teor do documento; também chamado de ementa);
•vocativo (seguido de vírgula);
•introdução - apresentação do assunto ;
•desenvolvimento – detalhamento do assunto; se houver mais de uma
ideia, deve haver parágrafos distintos;
•conclusão – reafirmação ou reapresentação do assunto;
•fecho;
•assinatura do autor da comunicação;
•identificação do signatário.

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Padrão Ofício - Diferenças
AVISO

Emissor Ministros de Estado

Receptor Autoridades de igual


hierarquia
Assunto Oficial

Padrão Ofício - Diferenças


OFÍCIO
Emissor demais autoridades

Receptor demais autoridades

Assunto oficial e particular

Ofício Circular Multidirecional

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Redação Oficial – Profª Maria Tereza

Padrão Ofício - Diferenças


MEMORANDO
Emissor unidade administrativa mesmo
órgão
Receptor unidade administrativa

Assunto caráter administrativo; interno


O destinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa.

Redação Oficial

Outras Correspondências

Professora Maria Tereza

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Outras Correspondências
1. Ata relatório de reunião

2. Apostila correção de inexatidão material


3. Atestado afirmação sobre ser verdade
determinado fato (transitório)
asseveração de fatos
4. Certidão
permanentes
5. Correio eletrônico flexibilidade / certificação
formalização de dispensas,
6. Decisão Administrativa
feriados, recessos...

Outras Correspondências
7. Declaração afirmação sobre existência de
fato, de direito
8. Exposição de motivos dirigida ao Presidente da
República
9. Despacho decisão proferida por autoridade
publicação de notícia, fato ou
10. Edital ordem
11. Fax arquivamento xerox

12. Mensagem comunicação oficial entre os


chefes dos Poderes Públicos

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Redação Oficial – Profª Maria Tereza

Outras Correspondências
13. Nota Técnica subsídios para debates

14. Ordem de Serviço instrução (ato interno) para


servidor
15. Parecer opinião solicitada; escrita ou
verbal
formalização de nomeações,
16. Portaria
demissões...
17. Regimento normas de conduta ou de ação
estabelecimento de providências
18. Regulamento
para o cumprimento da lei

Outras Correspondências
19. Relatório exposição de fatos; descrição de
atividades
20. Requerimento petição para obter bem, direito,
declaração
21. Resolução deliberação sobre normas
regulamentares (baixa uma
medida)

22. Telegrama comunicação dispendiosa

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Redação

Professor Carlos Zambeli

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Redação

10 DICAS PARA COMEÇAR!

1. A redação não é um texto construído por um monte de frases, é, sim, um enredo semântico
a que dados o nome de textualidade (coesão).
Por exemplo: Escreva a redação. Coloque-a sobre a mesa depois de pronta.
Essas frases possuem coesão?
Sim, pois tratam do mesmo assunto! Além disso temos o pronome “a” recuperando a palavra
“redação”.

Pedi um refrigerante. O refrigerante, porém, não estava gelado. (com coesão)

Pedi um refrigerante. Um refrigerante, porém, não estava gelado. (sem coesão)

2. Quais os tipos de erro de coesão?


a) Uso inadequado do conectivo:
Preposição: “Este governo diminuiu o salário dos professores e eliminou conteúdos importantes
no desenvolvimento de todos os estudantes.”

Pronome Relativo: “As crianças que as mães são presentes se caracterizam pela disciplina.”

Conjunção: “Aumentar a passagem, para muitas pessoas, é fundamental para qualificar o


serviço. Portanto, se as pessoas não aceitam essa verdade, devem protestar sem violência.”

b) Redundância:
Entende-se por redundância a repetição desnecessária ou exagerada da palavra, ideia ou
expressão. Quanto mais redundante for o texto mais fica provado que o candidato não tem
repertório suficiente para escrever uma boa redação.
Exemplos:
“Nesta semana, eu ganhei um brinde grátis da Casa do Concurseiro.”

“O projeto não foi aprovado, porque não houve consenso geral.”

www.acasadoconcurseiro.com.br 195
c) Ambiguidade:
Esse problema ocorre quando algo que está sendo dito admite mais de um sentido,
comprometendo a compreensão do conteúdo. Isso pode provocar dúvidas no leitor e levá-lo a
conclusões equivocadas na interpretação do texto.
Ex: “A mãe discutia com a filha sentada no sofá!”
Como resolver?
Opção 1 _________________________________________________

Opção 2 _________________________________________________

3. Como estruturar a minha redação, Zambeli?


Existem vários modelos de redação. No texto expositivo-argumentativo, vamos trabalhar
com introdução, 2 desenvolvimentos e conclusão. A chave para começar essas 3 estruturas é
caprichar no tópico frasal. No texto descritivo, a análise do ser ou do produto pode ser objetiva
ou subjetiva. No texto narrativo, a organização na sequência de fatos é o grande segredo. Já
no texto instrucional (prescritivo), a base se faz como se estivéssemos orientando algo a fazer,
construir, vender algo.

4. O que é o trópico frasal?


Esse item resume o conteúdo do parágrafo. Ele enuncia a ideia a ser desenvolvida. Esse trópico
frasal deve ser claro, detalhado e específico.

5. Erro de clareza:
“Para passar em um concurso, devemos saber como fazer isso.”

“Estudar é importante.”

“Ver Big Brother é prejudicial.”

Como consertar?
O sonho de ser concursado exige muito estudo por parte dos candidatos.

O estudo desenvolve no aluno o domínio do assunto e permite a reflexão crítica.

Programas considerados fúteis podem entreter as pessoas e fazê-las perder o foco de seus reais
objetivos.

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Redação – Prof. Carlos Zambeli

6. Essa divisão do texto em três parte faz o que exatamente?


A introdução estabelece o objetivo e a ideia central do texto, ela é a promessa do debate.
O desenvolvimento explana a ideia central, é onde ficam os argumentos para sustentar sua
opinião. A conclusão sintetiza seu conteúdo.

7. O que é a falta de unidade de um texto?


A falta de unidade decorre da “emoção” na analise de um argumento em detrimento do outro.
Assim o texto não fica uniforme e o corretor pode interpretar como uma bela manha para
completar as linhas!

8. Como fugir da ausência de coerência?


Não seja repetitivo, aborde o tópico no mesmo parágrafo de desenvolvimento, não aborde um
assunto sem um encadeamento progressivo, não comece a conclusão por nexos adversativos.

9. Como manter a coesão no texto?


Use sinônimos, capriche na escolha dos nexos, seja simples no vocabulário, etc.

10. O que são frases siamesas?


São duas frase completas, escritas como se fossem uma apenas. Essas frase unem o que não
deveria estar junto.
Exemplo:
Errado: “ Quis fazer o curso de redação do Zambeli e do Cássio acho sempre importante estudar
mais.”

Certo: “ Quis fazer o curso de redação do Zambeli e do Cássio, pois acho sempre importante
estudar mais.”

10 detalhes da estrutura para um texto argumentativo!

1. A dica da introdução
Uma boa introdução é aquela que informa o que será trabalhado. Sabe o que é necessário para
ficar legal? Informar o tema e as partes em que este tema foi dividido (exatamente na ordem
como vão aparecer no decorrer do texto.)

www.acasadoconcurseiro.com.br 197
2) Tipos de introduções problemáticas
a) Introduções vagas:
Esse tipo de introdução apresenta de forma vaga ou indiretamente o assunto do texto.

“Esse tema realmente é complicado.”

“Esse produto do Banco do Brasil é tão incrível quanto o da Caixa.”

b) Introduções prolixas:
vá direto ao que interessa! Exagerar nas explicações pode gerar dúvidas no leitor!

c) Introduções abruptas:
calmaaaaaaaaaaa! Não precisa ir tão direto ao ponto! Seu leitor precisa conhecer o assunto
com uma boa explanação. Seu leitor precisa ter o roteiro adequado para começar a ler seu
texto.

3. Resumo da introdução!
Não exagere no tamanho e não comece a argumentar ainda!

Busque apresentar o tema, delimitar o assunto e deixe claro o seu posicionamento.

4 Modelos de Introdução
a) Declaratória:
Você expõe o sugerido pela banca, usando as suas palavras! Não se esqueça de que você deve
delimitar a abordagem do assunto.
Qual o problema dessa?
___________________________________________________

b) Perguntas:
Só pergunte se você tiver a resposta para desenvolver depois! Não pense em fazer a introdução
toda com pergunta, mas é um bom recurso para iniciar.
Qual o problema dessa?
___________________________________________________

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Redação – Prof. Carlos Zambeli

c) Hipóteses:
Você supõe algumas formas de abordar e as fará no desenvolvimento do texto.
Qual o problema dessa?
___________________________________________________

d) Histórica:
Você compara algo do passado com a problemática do tema de redação. Apresenta uma
trajetória histórica para reforçar sua tese.
Qual o problema dessa?
___________________________________________________

e) Comparação
Você compara fatos, países, casos, problemas, enfim, apresenta sua ideia deixando claro que
nada é tão novidade assim.
Qual o problema dessa?
___________________________________________________

f) Citação
Você abre o texto com as palavras de uma autoridade no tema em questão.
Qual o problema dessa?
___________________________________________________

5. Zambeli, posso começar como esse texto?


•• Ao contrário do que muitos pensam...
•• Muito se discute a importância de...
•• Apesar de muitos acreditarem que...
•• Pode-se afirmar que, em razão de/ devido a
•• É indiscutível que...

6. E o desenvolvimento?
É a base do seu texto! Aqui ficam suas ideias principais. Vamos trabalhar com dois
desenvolvimentos (D1 e D2).
No D1, pode-se desdobrar o tema, detalhar, analisar, demonstrar!
No D2, apresentaremos nossos argumentos a favor ou contra. De que maneira? Demonstrando,
confrontando a validade dos nossos argumentos. Apresentando ordenada, clara e
convictamente.
Neles, devemos usar todo nosso poder de convencimento!

www.acasadoconcurseiro.com.br 199
7. Como desenvolver?
a) Hipóteses:
Você apresenta hipóteses para dar as soluções! Apresenta prováveis resultados. Assim,
demonstra dominar o assunto e ter interesse por ele.

b) Causa e Consequência:
Você analisa o que leva ao problema e apresenta suas consequências!

c) Exemplificação:
Você mostra, na prática, como seus argumentos são bons! Mas cuidado!!!! Exemplificar demais
pode transformar sua dissertação em narração! Os exemplos deve ser concretos, importantes
para a sociedade.

8. Como argumentar?
O que escrever? Para que escrever? Como escrever? Para que lado puxar? Essas perguntas
podem ajudá-lo a argumentar com mais precisão, sem se perder em detalhes desnecessários.

Observe: palavras- frases; frases-parágrafos; parágrafos-texto! Simples? Então fique fiel ao


tema, evidencie sentido e associe à realidade!
•• Argumente com algo de valor universal, ou com dados estatísticos, ou com a opinião de
uma autoridade, ou com uma breve narrativa!

9. Como ligar um desenvolvimento no outro?


D1
•• É preciso frisar também...

•• É necessário, primeiramente, considerar/lembrar/ater-se...

D2
•• Nota-se, por outro lado, que...

•• Não se pode esquecer...

•• Além disso...

•• Outro fator importante é...

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Redação – Prof. Carlos Zambeli

10. Concluindo então? Ufa!


A conclusão não é apenas uma recapitulação do que foi trabalhado. Deixe claro o caminho que
você seguiu para chegar até ali. Nesse momento tão fundamental, admite-se um fato novo,
uma ideia, um argumento, mas não se esqueça da estrutura: tema – tese – solução.
Essa parte deve ser breve, no entanto, não use apenas um período. Para concluir use: portanto,
logo, dessa forma, definitivamente...

10 detalhes tão pequenos! Mas...

1. Registro equivocado!
•• Só que – prefira mas, porém...
•• Ter – cuide se for o sentido de “haver”.
•• A gente – prefira “nós”
•• Fazer com que – Essas injustiças fazem com que as pessoas desacreditem no sistema./
Essas injustiças fazem as pessoas desacreditarem no sistema.

2. Problemas de Semântica!
•• Redundância e obviedade: Há dois meses atrás./ Eu penso.../ No mundo em que vivemos...
•• Sentido amplo demais: A crise da educação é uma coisa enorme!
•• Uso de gírias: Após resolver esse detalhe, a vida ficou um barato!

3. Lugar-comum
•• de mão beijada, depois de um longo e tenebroso inverno, desbaratada a quadrilha, de
vento em popa...
•• agradável surpresa, amarga decepção, calor escaldante, calorosa recepção, carreira
meteórica, cartada decisiva, chuvas torrenciais, corpo escultural, crítica construtiva
•• “se cada um fizer a sua parte...”, “é preciso lembrar que dinheiro não traz felicidade...”, “as
pessoas saem de casa sem saber se voltarão...”

4. Expressões comuns!
•• Em princípio – antes de mais nada, em tese.
•• A princípio – no início, no começo.
•• Possuir – só no sentido de posse, propriedade. “Edgar possui um carro velho.”/ “Edgar
desfruta de uma boa condição de vida.”

www.acasadoconcurseiro.com.br 201
•• Na medida em que – = porque
•• À medida que – = proporção
•• A meu ver – não use “ao meu ver”.
•• Em frente de/ diante de – não use “frente a”

5. Gerúndio (-ndo) – ação continua


•• Suas atitudes acabam gerando intrigas. (errado)
•• Suas atitudes geram intrigas. (certo)

6. Pontuação
•• Dois-pontos: usa-se para explicações, consequências.
•• Aspas: servem para indicar estes casos: palavras estrangeiras, ironia, transcrições textuais,
neologismos, títulos.

7. Paralelismo
•• Engano no paralelismo nas comparações:
“Falar com pessoas é mais fácil do que a conversa do dia a dia.” (errado)

“Falar com pessoas é mais fácil do que conversar no dia a dia.” (certo)

•• Falso paralelismo de sentido:


“Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis.”

•• Falso paralelismo morfológico:


“Essas crises se devem a mágoas, humilhações, ressentimentos e a agressores que
insistentemente o humilhavam na empresa.”

•• Falso paralelismo sintático:


“A preservação dessa consciência representa não só um dever de cidadania e é para que a
ordem seja mantida.”

8. Emprego dos nexos


•• Este,esta,isto = vai ser dito / esse, essa, isso = já foi dito
•• Onde = lugar parado! Na redação, use “em que”

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Redação – Prof. Carlos Zambeli

•• Mesmo(a) = não retoma palavras ou expressões. Use ele(a)


•• Prefira entretanto, contudo, todavia, não obstante no lugar de mas e porém.

9. Dúvidas comuns!
Letra: utilize tamanho regular. Não importa a letras, apenas diferencie maiúscula de minúscula.
Retificações: (excessões) exceções
•• Linhas: veja o edital! Obedeça à indicação!

10. Ortografia nova ou antiga?


Leia o edital!!!!!

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Informática

Professor Márcio Hunecke

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Informática

CONCEITOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA – SOFTWARE

O COMPUTADOR
Um sistema computacional é formado basicamente por duas
estruturas. Uma é denominada estrutura lógica (software)
e a outra estrutura física (hardware). Ambas funcionam em
conjunto.
•• Hardware: é o conjunto de elementos físicos que com-
põem o sistema computacional. Como por exemplo, me-
mória, periféricos, cabos, placas e chips que fazem do
computador, impressora, etc.
•• Software: são os programas que, utilizando o hardware,
por exemplo, o computador, executam as diferentes
tarefas necessárias ao processamento de dados.
•• Peopleware: são pessoas que trabalham direta, ou indiretamente, com a área de tecnologia
da informação.
•• Informação e Dado: Informação é o resultado do processamento, da manipulação e da
organização de dados, de tal forma que represente uma modificação (quantitativa ou
qualitativa) no conhecimento do sistema (pessoa, animal ou máquina) que a recebe.

TIPOS DE SOFTWARES QUANTO À FORMA DE DISTRIBUIÇÃO


PROPRIETÁRIO: seu código fonte não é distribuído e só poderá
ser alterado, copiado e distribuído mediante autorização de seu
proprietário. A distribuição é realizada por comercialização e se dará
no regime jurídico clássico comercial no qual a relação é baseada em
restrições e permissões onerosas ou não, tutelando-se tanto a sua
propriedade e autoria quanto a sua utilização. Exemplos: Windows,
Microsoft Office, Google Chrome, entre outros.
LIVRE: disponibiliza seu código-fonte e executável, podendo seu código-fonte ser alterado,
copiado e distribuído mediante ou não pagamento. A distribuição é realizada em um regime
jurídico de colaboração não compulsória no qual a relação se baseia, ao contrário, em
liberdades, tutelando-se tão somente a autoria e a permanência desse mesmo regime nas
distribuições subsequentes do software. Exemplos: Linux, Mozilla Firefox, BrOffice, LibreOffice,
entre outros.

www.acasadoconcurseiro.com.br 207
COMERCIAL: é software desenvolvido para ser comercializado ou com interesses financeiros.
Note que comercial e proprietário não são o mesmo. A maioria do software comercial é
proprietário, mas existe software livre que é comercial, e existe software não livre não
comercial. As características "livres" e "proprietário" apenas representam atributos da licença
do software. São modalidades de relações jurídicas que podem se estabelecer entre um
particular e o fornecedor.
FREEWARE ou GRATUITO: é qualquer programa de computador cuja utilização não implica o
pagamento de licenças de uso ou royalties. É importante não confundir o free de freeware
com o free de free software, pois, no primeiro uso, o significado é de gratuito, e no segundo
de livre. Um programa licenciado como freeware não é necessariamente um software livre,
pode não ter código aberto e pode acompanhar licenças restritivas, limitando o uso comercial,
a redistribuição não autorizada, a modificação não autorizada ou outros tipos de restrições.
Exemplos: AVG, jogos e utilitários em geral.
SHAREWARE: é um programa de computador disponibilizado gratuitamente, porém com algum
tipo de limitação. Sharewares geralmente possuem funcionalidades limitadas e/ou tempo de
uso gratuito do software limitado, após o fim do qual o usuário é requisitado a pagar para
acessar a funcionalidade completa ou poder continuar utilizando o programa. Um shareware
está protegido por direitos autorais. Esse tipo de distribuição tem como objetivo comum
divulgar o software, assim os usuários podem testá-lo antes da aquisição.

TIPOS DE SOFTWARES QUANTO À FINALIDADE

SOFTWARE BÁSICO: responsável pelo gerenciamento dos recursos do computador e pela


conversão da linguagem do homem para a da máquina e vice-versa. Exemplo: sistema
operacional, drivers.
SOFTWARE APLICATIVO: são sistemas que visam a atender a uma determinada área de atuação,
são focados no usuário, servem para atender uma demanda específica. Exemplo: editores de
texto, planilhas de cálculo, gerenciadores de bancos de dados.
SOFTWARE UTILITÁRIO: são programas voltados a atender necessidades do computador/
sistema operacionais, em geral estão ligados a manutenção. Exemplo: desfragmentador de
disco, formatador de disco, limpeza de disco, verificação de erros, compactadores, antivírus.

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Informática

CONCEITOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA – HARDWARE

O COMPUTADOR

Um sistema computacional é formado basicamente por duas estruturas. Uma é denominada


estrutura lógica (software) e a outra estrutura física (hardware). Ambas funcionam em conjunto.
•• Hardware: é o conjunto de elementos físicos que compõem o sistema computacional.
Como, por exemplo, memória, periféricos, cabos, placas e chips que fazem do computador,
impressora, etc.
•• Software: são os programas que, utilizando o hardware, como por exemplo, o computador,
executam as diferentes tarefas necessárias ao processamento de dados.

PLACA-MÃE (MOTHERBOARD)

A placa mãe é a “espinha dorsal” do computador. É a base na


qual são conectados o microprocessador, a memória, periféricos
de entrada e saída, fonte de alimentação e qualquer placa que se
conecta ao computador, como: som, vídeo ou rede. Toda placa-
mãe já com o chipset integrado, pode ou não ter outros recursos já
incorporados nela.

RECURSOS ON-BOARD → já vem integrado aos circuitos da própria


placa-mãe como, por exemplo, som, vídeo, ou rede.
RECURSOS OFF-BOARD → não vem integrado aos circuitos
da placa-mãe, sendo necessário conectá-lo pelo seu meio de
encaixe próprio (slot). Exemplo: placa de som, vídeo, rede ou
Fax-modem.

CHIPSET
O chipset é um dos principais componentes lógicos de uma placa-mãe, dividindo-se entre
"ponte norte" (northbridge, controlador de memória, alta velocidade) e "ponte sul"
(southbridge, controlador de periféricos, baixa velocidade). A ponte norte faz a comunicação
do processador com as memórias e, em outros casos, com os barramentos de alta velocidade

www.acasadoconcurseiro.com.br 209
AGP e PCI Express. Já a ponte sul, abriga os controladores de HDs (ATA/IDE e SATA), portas
USB, paralela, PS/2, serial, os barramentos PCI e ISA, que já não são usados mais em placas-
mãe modernas. O chipset é que define, entre outras coisas, a quantidade máxima de memória
RAM que uma placa-mãe pode ter, o tipo de memória que pode ser usada (SDRAM ou DDR), a
frequência máxima das memórias e do processador e o padrão de discos rígidos aceitos.

BARRAMENTOS (BUS)

Barramentos são as vias físicas existentes na placa-mãe, pelas quais trafegam as informações
entre os periféricos de entrada, processamento e saída em um computador.

Barramento Local é o principal barramento do micro. Nele, estão conectados os principais


circuitos da placa mãe tais como: memória RAM, chipsets, processadores, memória cache,
memória ROM.

Barramento X é o barramento no qual estão conectados os periféricos on-board, ou seja, os


periféricos integrados à placa mãe, como placa de som, vídeo, fax-modem e rede (on-board).

Barramentos de Expansão

São barramentos nos quais estão conectadas as placas de expansão (off-board), como as
placas de vídeo, fax-modem, som, rede, IDE, e demais placas. Essas placas são conectadas ao
barramento através de conectores denominados Slot.

Algumas características dos barramentos:

Plug and Play – Recurso inerente ao dispositivo e ao sistema operacional que possibilita a sua
conexão e pronto uso.
Hot – Característica inerente ao dispositivo que pode ser conectado ou desconectado mesmo
com o computador ligado.

Tipos de barramentos de expansão:

ISA (Industry Standart Architeture)


VESA (Video Eletronic Standart Association)

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Informática – Hardware – Prof. Márcio Hunecke

PCI - (Periferical Component Interconnect) – Criado pela Intel na época do desenvolvimento do


processador Pentium, o barramento PCI (Peripheral Component Interconnect) é utilizado até
hoje. O motivo de tanto sucesso se deve à capacidade do barramento de trabalhar a 32 ou 64
bits, o que oferecia altas taxas de transferência de dados. Só para dar uma noção, um slot PCI
de 32 bits pode transferir até 132 MB por segundo. A versão de 64 bits do PCI, cujo slot era um
pouco maior que os slots de 32 bits, nunca chegou a ser popular.
AGP - (Acelerated Graphics Port) – Visando obter uma maior taxa de transferência entre a
placa-mãe e as placas de vídeo (principalmente para uma melhor performance nas aplicações
3D), a Intel desenvolveu um barramento especialmente aprimorado para a comunicação com
o vídeo: o barramento AGP (Accelerated Graphics Port). A principal vantagem do barramento
AGP é o uso de uma maior quantidade de memória para armazenamento de texturas para
objetos tridimensionais, além da alta velocidade no acesso a essas texturas para aplicação na
tela. O primeiro AGP (1X) trabalhava a 133 MHz, o que proporcionou uma velocidade 4 vezes
maior que o PCI. Além disso, sua taxa de transferência chegava a 266 MB por segundo quando
operando no esquema de velocidade X1, e a 532 MB quando no esquema de velocidade 2X
(hoje, é possível encontrar AGPs com velocidades de 4X e 8X). Geralmente, só se encontra um
único slot nas placas-mãe, visto que o AGP só interessa às placas de vídeo.
PCI EXPRESS - É o tipo de Barramento PnP, transmissão serial, e veio para substituir os
barramentos PCI e AGP pelo fato de possuir maior taxa de transferência. Cada “caminho” do
PCIe, envia informações a uma taxa de 250 MB/s (250 milhões de bytes por segundo). Cada
slot PCIe roda a um, dois, quatro, oito, dezesseis ou trinta e dois caminhos de dados entre a
placa mãe e a placa ligada ao slot. A contagem dos caminhos é escrita com um sufixo "x", por
exemplo, 1x para um único caminho e 16x para uma placa de dezesseis caminhos. Por exemplo,
um slot PCIe 4x terá uma taxa de transferência de qutro vezes 250 (4 vezes 250), totalizando
1 Gbyte por segundo. O barramento PCI Express é hot plug, ou seja, é possível instalarmos e
removermos placas PCI Express mesmo com o micro ligado.

USB (Universal Serial Bus)


É um tipo de barramento PnP (Plug and Play) que permite a conexão de periféricos sem a
necessidade de desligar o computador. É muito mais rápida que a serial e que a paralela (ver
quadro de velocidades). Existem várias versões para o padrão USB, que hoje se encontra na
versão 3.0, sendo que a diferença mais significativa entre as versões é a velocidade.

www.acasadoconcurseiro.com.br 211
Versão do USB 1.0 1.1 2.0 3.0
Ano de
1996 1998 2000 2009
Lançamento
Taxa de
1,5 Mbps - 12 Mbps 480 Mbps 4,8 Gbps
Transferência

FIREWIRE
O FireWire é uma tecnologia de entrada/saída de dados em alta
velocidade para conexão de dispositivos digitais, desde camcorders e
câmaras digitais, até computadores portáteis e desktops. Amplamente
adotada por fabricantes de periféricos digitais como Sony, Canon, JVC
e Kodak, o FireWire tornou-se um padrão estabelecido na indústria
tanto por consumidores como por profissionais. O FireWire também
foi usado no iPod da Apple durante algum tempo, o que permitia
que as novas músicas pudessem ser carregadas em apenas alguns segundos, recarregando
simultaneamente a bateria com a utilização de um único cabo. Os modelos mais recentes,
porém, já não utilizam uma conexão FireWire (apenas USB). O barramento Firewire (assim
como o USB) é Hot Plug And Play.

SLOTS
Slots são conectores que servem para encaixar as placas de expansão de um micro, ligando-as
fisicamente aos barramentos por onde trafegam dados e sinais. Exemplo: placa de vídeo, placa
de som, placa de fax-modem, placas de rede, módulos de memória, entre outros.

PROCESSADOR

O Processador é o “cérebro” de um computador. Possui como sinônimos CPU ou UCP (“Central


Processing Unit” ou Unidade Central de Processamento) e tem a finalidade de processar as
informações, controlar as operações lógicas e aritméticas e efetuar o processamento de
entrada e saída.

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Informática – Hardware – Prof. Márcio Hunecke

O processador possui três unidades básicas, a saber:

O processador se comunica com a memória RAM por intermédio de um meio de


comunicação chamado de barramento local.
Barramento local: meio físico de conexão utilizado entre a memória RAM e o
processador e entre a memória ROM e o processador.

QUANTO À FREQUÊNCIA DE PROCESSAMENTO


CLOCK: gerador de impulsos que serão repetidos dentro de determinado tempo, formando,
assim, a frequência, que será medida em hertz.
HERTZ: unidade de medida de frequência referente ao número de ciclos realizados por segundo.
FREQUÊNCIA INTERNA: os processadores têm uma frequência interna com a qual executam
as instruções. O tempo que o processador consome para executar as operações é medido em
ciclos por segundos (HERTZ). Portanto, a unidade de medida de frequência de um processador
é o HERTZ. Exemplos: 1 GHz – 1.000.000.000 ciclos por segundo.
MULTINÚCLEO: ou do inglês multicore, consiste em colocar dois ou mais núcleos de
processamento (cores) no interior de um único chip. Estes dois ou mais núcleos são responsáveis
por dividir as tarefas entre si, ou seja, permitem trabalhar em um ambiente multitarefa. Em
processadores de um só núcleo, as funções de multitarefa podem ultrapassar a capacidade da

www.acasadoconcurseiro.com.br 213
CPU, o que resulta em queda no desempenho enquanto as operações aguardam para serem
processadas. Em processadores de múltiplos núcleos o sistema operacional trata cada um
desses núcleos como um processador diferente. Na maioria dos casos, cada unidade possui seu
próprio cache e pode processar várias instruções simultaneamente. Adicionar novos núcleos de
processamento a um processador possibilita que as instruções das aplicações sejam executadas
em paralelo, como se fossem dois ou mais processadores distintos.
Os dois núcleos não somam a capacidade de processamento, mas dividem as tarefas entre
si. Por exemplo, um processador de dois núcleos com clock de 1.8 GHz não equivale a um
processador de um núcleo funcionando com clock de 3.6 Ghz, e sim dois núcleos de 0.9.
O surgimento dos processadores multicore, tornou-se necessário principalmente devido à
missão cada vez mais difícil de resfriar processadores singlecore (processadores de apenas um
núcleo) com clocks cada vez mais altos; dada a concentração cada vez maior de transistores
cada vez menores em um mesmo circuito integrado. E além dessa e outras limitações dos
processadores singlecore, existe a grande diferença entre a velocidade da memória e do
processador, aliada à estreita banda de dados, que faz com que aproximadamente 75 por cento
do uso do microprocessador seja gasto na espera por resultados dos acessos à memória.
Atualmente, a família de processadores Intel Core é composta por três linhas comerciais, que
são I3, I5 e I7, sendo a I3 a linha de entrada/básica, o I5 a Intermediária e a I7 a linha mais
sofisticada e que apresenta a maior quantidade de recursos.

MEMÓRIAS

As memórias são dispositivos que armazenam temporária ou permanentemente informações.


Entre as memórias, podem-se destacar:

RAM (RANDOM ACCESS MEMORY)

É uma memória de acesso aleatório. Só funciona enquanto o computador estiver ligado. Por
este fato, as informações contidas nela só permanecerão enquanto existir impulso elétrico. Por
esta característica, ela é chamada de memória
VOLÁTIL, ou seja, quando desligado o computador, o
seu conteúdo será apagado.
Ela é chamada de memória principal ou de trabalho
porque todo e qualquer programa, exceto os contidos
na memória ROM, para ser executado, deverá ser
carregado nela. Permite leitura e gravação.

214 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Hardware – Prof. Márcio Hunecke

Caso a memória RAM “acabe”, isto é, caso você tente carregar mais dados na memória RAM
do que ela comporta (por exemplo, a memória RAM já está cheia e você manda o micro
carregar mais um programa), o processador transfere o conteúdo atual da memória RAM para
um arquivo do disco rígido, chamado arquivo de troca, liberando espaço na memória RAM. O
conteúdo do arquivo de troca é colocado de volta na RAM quando for solicitado algum dado
que esteja armazenado. Esse recurso é conhecido como MEMÓRIA VIRTUAL.

MEMÓRIA VIRTUAL: é um espaço reservado pelo sistema operacional no disco rígido,


que serve como memória auxiliar à memória RAM, quando esta necessitar de mais
espaço de armazenamento.

Existem basicamente dois tipos de memória em uso: SDR (SDRam) e DDR (Double Data Rate
SDRam). As SDR´s são o tipo tradicional, em que o controlador de memória realiza apenas
uma leitura por ciclo, enquanto as DDR são mais rápidas, pois fazem duas leituras por ciclo. O
desempenho não chega a dobrar, pois o acesso inicial continua demorando o mesmo tempo,
mas melhora bastante. Os pentes de memória SDR são usados em micros antigos: Pentium II
e Pentium III e os primeiros Athlons e Durons soquete A, já as DDR’s se encontram na terceira
geração (DDR3) e são utilizadas nos computadores atuais.
A ação de salvar consiste em levar os dados da memória RAM para um disco de armazenamento.
Os computadores domésticos atuais vêm equipados com capacidade de memória RAM que
variam aproximadamente de 2GB a 8GB

MEMÓRIA CACHE
Este tipo de memória (tipo RAM estática) é utilizado em um computador com a finalidade de
acelerar o desempenho de processamento; pois, pelo fato do processador ter uma velocidade
muito maior do que a memória principal RAM, haverá um tempo de espera por parte do
processador, sempre que ele fizer uma solicitação à memória RAM. Para reduzir este tempo de
espera, foi criada a memória cache. Ela é um tipo de memória que possui velocidade de acesso
maior do que a RAM, portanto é uma memória de alta velocidade e seu custo é alto comparado
com as outras memórias.

ROM
A Memória ROM (Read Only Memory) é somente utilizada para leitura, pois nelas estão
gravadas as características do computador. Essa memória vem de fábrica com toda a rotina
necessária e não deve ser alterada; pois, além de seu acesso ser difícil, fica reservada a sua
manutenção somente aos técnicos com conhecimento adequado. O software que vem gravado
pelo fabricante se chama FIRMWARE. Dentro desta memória há basicamente:

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BIOS – (Basic Input Output System – Sistema Básico de Entrada e Saída): “ensina” o processador
a trabalhar com os periféricos mais básicos do sistema, tais como os circuitos de apoio, a
unidade de disquete e o vídeo em modo texto.
POST – (Power-On Self-Test, Autoteste ao Ligar): um autoteste sempre que ligamos o micro. Por
exemplo, ao ligarmos o micro verificamos que é feito um teste de memória, vídeo, teclado e
posteriormente o carregamento do sistema operacional.
SETUP – (Configuração): programa de configuração de hardware do microcomputador,
normalmente chama-se este programa apertando um conjunto de teclas durante o
processamento do POST (geralmente basta pressionar a tecla DEL durante a contagem de
memória. Esse procedimento, contudo, pode variar de acordo com o fabricante da placa-mãe).

OBSERVAÇÃO – É muito comum haver confusão nos nomes. Veja que se acabou de
chamar o POST ou o SETUP de “BIOS”. Atualmente, usa-se a nomenclatura “BIOS”, como
algo genérico, podendo ser interpretado como “tudo que está contido na memória
ROM do micro”, mas quando se fala de upgrade de BIOS, refere-se à atualização dos
programas contidos na memória ROM (SETUP, BIOS)

CMOS (Complementary Metal Oxide Semiconductor – semicondutor óxido metálico


completmentar): tipo de memória volátil, mantida energeticamente por uma bateria, na
qual ficam armazenadas as configurações do SETUP feitas pelo usuário, assim como mantém
atualizados o relógio e o calendário do sistema.
Quando a bateria perde total ou parte de sua energia, a CMOS perde suas informações, ou seja,
o SETUP volta a sua configuração de fábrica (DEFAULT), o calendário e relógio do sistema ficam
desatualizados. Neste caso, deverá ser trocada a bateria.

OUTROS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS COM O COMPUTADOR

ADAPTADOR DE VÍDEO (conectores VGA, HDMI e DVI)


Placa de vídeo, ou aceleradora gráfica, é um componente de um computador que envia sinais
deste para o monitor, de forma que possam ser apresentadas imagens ao usuário. Normalmente
possui memória própria, com capacidade medida em Megabytes.

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Nos computadores de baixo custo, as placas de vídeo normalmente estão incorporadas na


placa-mãe, não possuem memória dedicada e, por isso, utilizam a memória RAM do sistema.
Normalmente denomina-se memória compartilhada. Como a memória RAM do sistema é
geralmente mais lenta do que as utilizadas pelos fabricantes de placas de vídeo e ainda dividem
o barramento com o processador e outros periféricos para acessá-la, este método torna o
sistema mais lento. Isso é notado especialmente quando se usam recursos tridimensionais (3D)
ou de alta definição.
Já em computadores mais sofisticados, o adaptador de vídeo pode ter um processador próprio,
o GPU ou acelerador gráfico. Trata-se de um processador capaz de gerar imagens e efeitos
visuais tridimensionais e acelerar os bidimensionais, aliviando o trabalho do processador
principal e gerando um resultado final melhor e mais rápido. Esse processador utiliza uma
linguagem própria para descrição das imagens tridimensionais. Algo como "crie uma linha do
ponto x1, y1, z1 ao ponto x2, y2, z2 e coloque o observador em x3, y3, z3" é interpretado e
executado, gerando o resultado final, que é a imagem da linha vista pelo observador virtual. O
resultado final normalmente é medido considerando-se o número de vezes por segundo que
o computador consegue redesenhar uma cena, cuja unidade é o FPS (quadros por segundo,
frames per second). Comparando-se o mesmo computador com e sem processador de vídeo
dedicado, os resultados (em FPS) chegam a ser dezenas de vezes maiores quando se tem o
dispositivo.
Também existem duas tecnologias voltadas aos usuários de softwares 3D e jogadores: SLI e
CrossFire. Essa tecnologia permite juntar duas placas de vídeo para trabalharem em paralelo,
duplicando o poder de processamento gráfico e melhorando seu desempenho. SLI é o
nome adotado pela nVidia, enquanto CrossFire é utilizado pela ATI. Apesar da melhoria em
desempenho, ainda é uma tecnologia cara, que exige, além dos dois adaptadores, uma placa-
mãe que aceite esse tipo de arranjo. E a energia consumida pelo computador se torna mais
alta, muitas vezes exigindo uma fonte de alimentação melhor.

ADAPTADOR ou PLACA DE REDE (conector RJ 45)


É a placa responsável pela comunicação entre dois ou mais computa-
dores em rede.

ADAPTADOR DE FAX-MODEM (conector RJ 11)


Permite a comunicação entre computadores via linha telefônica.
Realiza o processo de conversão de sinais digitais em analógicos e
vice-versa. (modula e demodula).

IMPRESSORA ou PLOTTER (conector USB, Paralela ou Serial)


Dispositivo de saída capaz de converter em papel as imagens e textos que são captados pelo
computador. Podem ser:

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1 Matricial => funciona com um cabeçote composto de várias agulhas enfileiradas que, a
cada vez que atingem a fita, imprimem pontos de tinta no papel. Tem menor resolução,
são mais lentas e barulhentas, porém mais baratas e as únicas que imprimem formulários
contínuos ou carbonados.

2 Jato de tinta => dispara um jato de tinta no papel para fazer a impressão. Costuma ter
uma qualidade e rapidez de impressão superior às impressoras matriciais. Outro ponto
forte delas é serem muito silenciosas e imprimirem em cores. Estas impressoras utilizam
cartuchos com as tintas.

3 Laser ou de Páginas => são assim chamadas por serem uma espécie de laser para desenhar
os gráficos e caracteres; porém, antes, montam uma página para depois imprimir. Libera
pequenos pontos de tinta em um cilindro, no qual é passado o papel que é queimado,
fixando melhor a tinta. Utiliza toner. Seu trabalho é mais perfeito, são mais silenciosas,
rápidas, porém o preço mais elevado.

Velocidade de impressão: a velocidade de impressão pode ser medida em CPS (caracteres por
segundo) ou por PPM (páginas por minuto)
Resolução de impressão: característica que permite definir a qualidade de impressão e também
comparar os vários modelos de impressoras. Exemplo: 300 dpi (pontos por polegada).
Plotter: é uma impressora destinada a imprimir desenhos em grandes dimensões, com elevada
qualidade e rigor, como, por exemplo, mapas cartográficos, projectos de engenharia e grafismo.

SCANNER
O scanner é outro tipo de dispositivo de entrada de dados. Permite a digitalização de fotos,
gravuras e textos. Os dados são transmitidos ao computador por meio de refletância de luz
e convertidos de sinais analógicos para digitais. Equipamentos multifuncionais executam a
função de digitalização, impressão e cópia.
Uma das principais caraterísticas de um scanner é a sua resolução, que também é medida
em dpi. Um outro termo que também é necessário saber é o pixel (picture element), ou seja,
elemento de imagem. Uma imagem digital é dividida em linhas e colunas de pontos. O pixel
consite na interseção de uma linha com uma coluna.

ESTABILIZADOR
O estabilizador é o equipamento utilizado para proteger o computador contra eventuais danos
causados por piques de energia, ou seja, flutuações na rede elétrica. A energia que alimenta o
sistema deve ser estabilizada.

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NO-BREAK
O no-break é o transferidor de energia. O no-break impede que o computador desligue
quando acaba a energia, ou seja, ele é automaticamente acionado quando ocorre a falta de
energia elétrica e permanece transferindo energia durante o tempo que está programado para
o fornecimento (autonomia). Este tempo poderá ser de meia hora, uma ou mais horas. Isto
depende do tipo de no-break.

MONITOR DE VÍDEO
O monitor é um dispositivo de saída do computador, cuja função é
transmitir informação ao usuário do computador através da imagem. Os
monitores são classificados de acordo com a tecnologia de amostragem
de vídeo utilizada na formação da imagem. Atualmente utiliza-se CRT
(figura ao lado) raramente e o LCD está cada vez mais presente.

UNIDADES DE ARMAZENAMENTO

Os dados são enviados para a memória do computador, pelo teclado ou por outro dispositivo de
entrada, para serem processados mediante instruções preestabelecidas. Mas as informações
contidas na memória são rapidamente repassadas para os dispositivos de saída ou ficam
residentes enquanto o computador estiver ligado.
Diante desses fatos, é necessário armazenar os dados em um meio capaz de mantê-los gravados
de forma permanente. Para isso, são utilizadas as unidades de armazenamento permanente.
Estas unidades são conhecidas como memórias de massa, secundária ou auxiliar.
Os HDs são conectados ao computador por meio de interfaces capazes de transmitir os dados
entre um e outro de maneira segura e eficiente. Há várias tecnologias para isso, sendo as mais
comuns os padrões IDE, SCSI, SATA e SSD. Há também a possibilidade de conectar um HD
através de uma porta USB, como é o caso da maioria dos HDs externos.
A interface IDE (Intelligent Drive Electronics ou Integrated Drive Electronics) também é
conhecida como ATA (Advanced Technology Attachment) ou, ainda, PATA (Parallel Advanced
Technology Attachment).
IDE, ATA ou PATA faz transferência de dados de forma paralela, ou seja,
transmite vários bits por vez, como se estes estivessem lado a lado.
SATA I: a transmissão é em série, tal como se cada bit estivesse um atrás do
outro.
SATA II: taxa máxima de transferência de dados de 300 MB/s ou 2,4 Gbps
(2,4 gigabits por segundo), o dobro do SATA I. Padrão mais utilizado em
computadores pessoais. Esses barramentos (IDE, SATA, PATA) também
são amplamente utilizados para a conexão de dispositivos leitores e
gravadores de DVDs, CDs.

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SCSI: Normalmente utilizado em computadores de grande porte (servidores).
SSD: Padrão mais novo de HDs. Em relação ao SATA II, o SSD é mais
rápido e mais caro e geralmente não passa de 1TB. Utiliza os mesmos
conectadores do HD SATA.

OUTROS TIPOS DE ARMAZENAMENTO


•• Disquetes - discos flexíveis (unidade magnética) – capacidade de 1,44 MB.
•• CD (unidade ou disco óptico) – capacidade aproximada de 700 MB.
•• DVD (unidade ou disco óptico) – capacidade de 4,7 GB (camada simples) ou 9,4 GB (camada
dupla ou dual layer).
•• Blue Ray ou BD (unidade ou disco óptico) – capacidade de 25 GB (camada simples) ou 50GB
(camada dupla ou dual layer).
•• CD / DVD / BD-ROM: já vem gravado e serve apenas para leitura.
•• CD / DVD / BD-R: vem virgem e admite apenas uma gravação fechada, que pode ser
executada em partes mantendo a seção aberta.
•• CD / DVD / BD-RW: vem virgem, porém admite várias gravações.
•• Fita (unidade magnética) – Vários tamanhos: 120, 320 GB.
•• Pen drive ou cartão de memória (memória flash) – Vários tamanhos: 4, 8, 16 e 32 GB.

SISTEMAS DE ARQUIVOS
Um sistema de arquivos permite ao usuário escolher qual será a forma de organização dos
arquivos que será aplicada à unidade de armazenamento.
Quando a unidade de armazenamento for um disco rígido, e para utilização do sistema
operacional Windows, podem-se escolher os seguintes sistemas de arquivos.
FAT ou FAT32: sistema mais veloz em comparação com o NTFS, porém não possui recursos
de segurança. Neste sistema, há um desperdício maior de espaço em relação ao NTFS devido
ao tamanho de seu cluster ou unidade de alocação. Para unidades de disco rígido acima de 2
GB, o tamanho de cada cluster é de 4 KB. Portanto, no armazenamento de um arquivo com
tamanho de 10 KB, serão utilizadas três unidades de alocação totalizando 12 KB, restando 2 KB
desperdiçados, pois o sistema não utiliza bytes restantes de uma unidade já ocupada. Sendo
assim, quanto maior for a ocupação de uma unidade de armazenamento com o sistema FAT32,
maior será o desperdício de espaço. O tamanho máximo de arquivos é de 4 Gb.
NTFS: sistema de arquivos que possui maiores recursos de segurança de dados e praticamente
inexiste desperdício de espaço. É o sistema de arquivos utilizado no HD onde o Windows está
instalado.
O Linux utiliza sistemas de arquivos diferentes do Windows. Os mais usados no Linux são: EXT2,
EXT3, EXT4 e ReiserFS.

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UNIDADES DE MEDIDA DE INFORMAÇÕES

A unidade que representa o volume de dados gravados em um disco ou outro dispositivo de


armazenamento é o byte, que representa um caractere.
As outras grandezas são:
•• 1 bit = menor unidade de medida de informação (1 (ligado) ou 0 (desligado)).
•• 1 Byte (B) = conjunto de 8 bits ou um caractere.
•• 1 Kilobyte (KB) = 1024 bytes - 210
•• 1 Megabytes (MB) = 1024 kilobytes - 220
•• 1 Gigabyte (GB) = 1024 megabytes - 230
•• 1 Terabyte (TB) = 1024 gigabytes - 240

PERIFÉRICOS DE ENTRADA
São chamados de periféricos de entrada os dispositivos utilizados para ativar comandos ou
inserir dados a serem processados pelo computador, como, por exemplo:
•• Teclado
•• Mouse
•• Joystick
•• Caneta óptica
•• Scanner
•• Microfone
•• Webcam

PERIFÉRICOS DE SAÍDA

São periféricos de saída os dispositivos utilizados para exibir, armazenar ou enviar dados já
processados pelo computador, como, por exemplo:
•• Impressora / Plotter
•• Monitor de vídeo / Projetor
•• Caixa de som

OBSERVAÇÃO – Existem periféricos que são tanto de entrada quanto de saída.


Exemplos: os drives de disquete, gravadora de CD/DVD, Pen drive, HD, modem,
monitores que possuem recurso de toque (touch screen) e os equipamentos
multifuncionais.

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Informática

WINDOWS 7

Tela de Boas-Vindas

A tela de boas-vindas é aquela que você usa para fazer logon no Windows. Ela exibe todas as
contas do computador. Você pode clicar no seu nome de usuário em vez de digitá-lo e depois
pode trocar facilmente para outra conta com a Troca Rápida de Usuário. No Windows XP, a
tela de boas-vindas pode ser ativada ou desativada. Nesta versão do Windows, não é possível
desativá-la. Por padrão, a Troca Rápida de Usuário está ativada.

A tela de boas-vindas

Starter Home Basic Home Premium Professional Enterprise Ultimate


Tarefas diárias A versão Somente
A versão O melhor do A versão
mais rápidas e o ideal para comercializado
mais simples Windows 7 em mais
seu fundo de tela quem utiliza o via contrato
do Windows seu computador completa do
personalizado. computador com a
7. Sem AERO pessoal Windows 7
Sem AERO para o trabalho Microsoft

Para identificar a edição do Windows 7, clicar no Menu Iniciar, Painel de Controle e abrir o
ícone “Sistema”.

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Área de Trabalho

A Área de Trabalho é a principal área exibida na tela quando você liga o computador e faz logon
no Windows. Ela serve de superfície para o seu trabalho, como se fosse o tampo de uma mesa
real. Quando você abre programas ou pastas, eles são exibidos na Área de Trabalho. Nela,
também é possível colocar itens, como arquivos e pastas, e organizá-los como quiser.
A Área de Trabalho é definida, às vezes, de forma mais abrangente para incluir a Barra de
Tarefas. A Barra de Tarefas fica na parte inferior da tela. Ela mostra quais programas estão em
execução e permite que você alterne entre eles. Ela também contém o botão Iniciar , que
pode ser usado para acessar programas, pastas e configurações do computador.

Trabalhando com Ícones da Área de Trabalho


Ícones são imagens pequenas que representam arquivos, pastas, programas e outros itens. Ao
iniciar o Windows pela primeira vez, você verá pelo menos um ícone na Área de Trabalho: a
Lixeira (mais detalhes adiante). O fabricante do computador pode ter adicionado outros ícones
à Área de Trabalho. Veja a seguir alguns exemplos de ícones da Área de Trabalho.

Exemplos de ícones da Área de Trabalho

Se você clicar duas vezes em um ícone da Área de Trabalho, o item que ele representa será
iniciado ou aberto.

Adicionando e Removendo Ícones da Área de Trabalho


Você pode escolher os ícones que serão exibidos na Área de Trabalho, adicionando ou
removendo um ícone a qualquer momento. Algumas pessoas preferem uma Área de Trabalho
limpa, organizada, com poucos ícones (ou nenhum). Outras preferem colocar dezenas de
ícones na Área de Trabalho para ter acesso rápido a programas, pastas e arquivos usados com
frequência.
Se quiser obter acesso fácil da Área de Trabalho a seus programas ou arquivos favoritos, crie
atalhos para eles. Um atalho é um ícone que representa um link para um item, em vez do item
em si. Quando você clica em um atalho, o item é aberto. Se você excluir um atalho, somente
ele será removido, e não o item original. É possível identificar atalhos pela seta no ícone
correspondente.

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Um ícone de arquivo (à esquerda) e um ícone de atalho (à direita)

Para Adicionar um Atalho à Área de Trabalho

1. Localize o item para o qual deseja criar um atalho.

2. Clique com o botão direito do mouse no item, clique em Enviar para e em Área de Trabalho
(criar atalho). O ícone de atalho aparecerá na Área de Trabalho.

Para Adicionar ou Remover Ícones Comuns da Área de Trabalho


Alguns exemplos de ícones comuns da Área de Trabalho incluem Computador, sua pasta
pessoal, a Lixeira, o Painel de Controle e a Rede.

1. Clique com o botão direito do mouse em uma parte vazia da Área de Trabalho e clique em
Personalizar (Observação: Essa opção não está disponível na edição do Windows Started).

2. No painel esquerdo, clique em Alterar ícones da Área de Trabalho.

3. Em Ícones da Área de Trabalho, marque a caixa de seleção referente a cada ícone que deseja
adicionar à Área de Trabalho ou desmarque a caixa de seleção referente a cada ícone que
deseja remover da Área de Trabalho. Em seguida, clique em OK.

Para Mover um Arquivo de uma Pasta para a Área de Trabalho

1. Abra a pasta que contém o arquivo.

2. Arraste o arquivo para a Área de Trabalho.

Para Remover um Ícone da Área de Trabalho


Clique com o botão direito do mouse no ícone e clique em Excluir. Se o ícone for um atalho,
somente ele será removido, e não o item original.

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Movendo Ícones
O Windows empilha os ícones em colunas no lado esquerdo da Área de Trabalho, mas você não
precisa se prender a essa disposição. Você pode mover um ícone arrastando-o para um novo
local na Área de Trabalho.
Também pode fazer com que o Windows organize automaticamente os ícones. Clique com
o botão direito do mouse em uma parte vazia da Área de Trabalho, clique em Exibir e em
Organizar ícones automaticamente. O Windows empilha os ícones no canto superior esquerdo
e os bloqueia nessa posição. Para desbloquear os ícones e tornar a movê-los novamente, clique
outra vez em Organizar ícones automaticamente, apagando a marca de seleção ao lado desta
opção.
Por padrão, o Windows espaça os ícones igualmente em uma grade invisível. Para colocar os
ícones mais perto ou com mais precisão, desative a grade. Clique com o botão direito do mouse
em uma parte vazia da Área de Trabalho, aponte para “Exibir” e clique em “Alinhar ícones à
grade”. Repita essas etapas para reativar a grade.

Selecionando Vários Ícones

Para mover ou excluir um grupo de ícones de uma só


vez, primeiro é necessário selecionar todos eles. Clique
em uma parte vazia da Área de Trabalho e arraste o
mouse. Contorne os ícones que deseja selecionar com
o retângulo que aparecerá. Em seguida, solte o botão
do mouse. Agora você pode arrastar os ícones como
um grupo ou excluí-los.

Ocultando Ícones da Área de Trabalho


Para ocultar temporariamente todos os ícones da Área de Trabalho sem realmente removê-
los, clique com o botão direito do mouse em uma parte vazia da Área de Trabalho, clique em
“Exibir” e em “Mostrar Ícones da Área de Trabalho” para apagar a marca de seleção dessa
opção. Agora, nenhum ícone aparece na Área de Trabalho. Para vê-los novamente, clique outra
vez em “Mostrar Ícones da Área de Trabalho”.

Lixeira

Quando você não precisar mais de um arquivo, poderá removê-lo do computador para ganhar
espaço e impedir que o computador fique congestionado com arquivos indesejados. Para
excluir um arquivo, abra a respectiva pasta ou biblioteca e selecione o arquivo. Pressione a
tecla “Delete” no teclado e, na caixa de diálogo Excluir Arquivo, clique em “Sim”.

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Um arquivo excluído é armazenado temporariamente na Lixeira. Pense nela como uma rede
de segurança que lhe permite recuperar pastas ou arquivos excluídos por engano. De vez em
quando, você deve esvaziar a Lixeira para recuperar o espaço usado pelos arquivos indesejados
no disco rígido.

A Lixeira vazia (à esquerda) e cheia (à direita)

Se tiver certeza de que não precisará mais dos itens excluídos, poderá esvaziar a Lixeira. Ao fazer
isso, excluirá permanentemente os itens e recuperará o espaço em disco por eles ocupado.
Regra: Ao recuperar um arquivo da Lixeira ele SEMPRE será colocado no mesmo local onde foi
excluído.
Em situações normais, todos os arquivos são enviados para Lixeira, mas existe algumas
exceções:
a) Excluir com a tecla SHIFT pressionada;
b) Excluir de dispositivos com armazenamento removível (pen drive);
c) Excluir da rede.;
d) Configurar o tamanho de Lixeira como “0”.
e) Excluir arquivos maiores que o tamanho da Lixeira;
f) Configurar a Lixeira selecionando a opção “Não mover arquivos para a Lixeira”;
g) Excluir arquivos maiores que o espaço livre da Lixeira faz com que os arquivos mais antigos
sejam excluídos.

Gadgets

O Windows contém miniprogramas chamados Gadgets que oferecem informações rápidas e


acesso fácil a ferramentas usadas com frequência. Por exemplo, você pode usar Gadgets para
exibir uma apresentação de slides ou exibir manchetes atualizadas continuamente. Alguns
Gadgets incluídos no Windows 7 são: Apresentação de Slides, Calendário, Conversor de
Moedas, Manchetes do Feed, Medidor de CPU, Quebra-cabeças de Imagens, Relógio e Tempo.

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Menu Iniciar

O Menu Iniciar é o portão de entrada para programas, pastas e configurações do computador.


Ele se chama menu, pois oferece uma lista de opções, exatamente como o menu de um
restaurante. E como a palavra “iniciar” já diz, é o local onde você iniciará ou abrirá itens.
Use o Menu Iniciar para fazer as seguintes atividades comuns:
•• Iniciar programas.
•• Abrir pastas usadas com frequência (bibliotecas).
•• Pesquisar arquivos, pastas e programas.
•• Ajustar configurações do computador (Painel de Controle).
•• Obter ajuda com o sistema operacional Windows.
•• Desligar o computador ou fazer logoff do Windows ou alternar para outra conta de usuário.
Para abrir o Menu Iniciar, clique no botão Iniciar no canto inferior esquerdo da tela, ou
pressione a tecla de logotipo do Windows no teclado.
O Menu Iniciar tem duas partes básicas:
•• O painel esquerdo grande mostra uma lista breve de programas no computador. Pode haver
variações na aparência dessa lista porque o fabricante do computador tem autonomia para
personalizá-la. Clique em Todos os Programas para exibir uma lista completa de programas
(mais informações adiante). Na parte inferior do painel esquerdo está a caixa de pesquisa,
que permite que você procure programas e arquivos no computador digitando os termos
de pesquisa.
•• O painel direito dá acesso a pastas, arquivos, configurações e recursos mais usados. Nele
também é possível fazer logoff do Windows ou desligar o computador.

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Abrindo Programas a Partir do Menu Iniciar


Um dos usos mais comuns do Menu Iniciar é abrir programas instalados no computador. Para
abrir um programa mostrado no painel esquerdo do Menu Iniciar, clique nele. Isso abrirá o
programa e fechará o Menu Iniciar.
Se você não vir o programa que deseja, clique em Todos os Programas, na parte inferior do
painel esquerdo. O painel exibirá uma longa lista de programas, em ordem alfabética, seguida
por uma lista de pastas.
Se você clicar em um dos ícones de programa, ele será inicializado e o Menu Iniciar será fechado.
O que há dentro das pastas? Mais programas. Clique em Acessórios, por exemplo, e uma lista
de programas armazenados nessa pasta aparecerá. Clique em qualquer programa para abri-lo.
Para voltar aos programas que você viu quando abriu o Menu Iniciar pela primeira vez, clique
em “Voltar” perto da parte inferior do menu.
Se você não tiver certeza do que um programa faz, mova o ponteiro sobre o respectivo ícone ou
nome. Aparecerá uma caixa com uma descrição do programa. Por exemplo, a ação de apontar
para a Calculadora exibe esta mensagem: “Executa tarefas aritméticas básicas com uma
calculadora na tela”. Isso funciona também para itens no painel direito do Menu Iniciar.
Você notará que, com o tempo, as listas de programas no Menu Iniciar vão sendo alteradas.
Isso acontece por dois motivos. Em primeiro lugar, quando você instala novos programas, eles
são adicionados à lista Todos os Programas. Em segundo lugar, o Menu Iniciar detecta quais
programas você usa mais e os substitui no painel esquerdo para acesso rápido.

O que está no painel esquerdo?


O painel esquerdo do Menu Iniciar contém links para os programas que você utiliza com mais
frequência. Segue uma descrição da distribuição dos ícones, de cima para baixo:
•• Ícones dos programas fixados no Menu Iniciar – Em uma instalação normal do Windows 7,
nenhum programa fica nesta parte superior do Menu Iniciar.
•• Ícones dos programas mais utilizados – Os dez programas mais usados aparecem na lista.
Se quiser remove algum programa da lista, basta clicar em Remover desta lista.
•• Todos os Programas – Lista de Todos os programas instalados no computador.
•• Pesquisa – Permite pesquisar itens como arquivos, pastas, programas e-mails e outros.

O que está no painel direito?


O painel direito do Menu Iniciar contém links para partes do Windows que você provavelmente
usará com mais frequência. Aqui estão elas, de cima para baixo:
•• Pasta pessoal. Abre a pasta pessoal, que recebe o nome de quem está conectado no
momento ao Windows. Por exemplo, se o usuário atual for Luciana Ramos, a pasta se
chamará Luciana Ramos. Esta pasta, por sua vez, contém arquivos específicos do usuário,
como as pastas Meus Documentos, Minhas Músicas, Minhas Imagens e Meus Vídeos.
•• Documentos. Abre a biblioteca Documentos, na qual é possível acessar e abrir arquivos de
texto, planilhas, apresentações e outros tipos de documentos.

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•• Imagens. Abre a biblioteca Imagens, na qual é possível acessar e exibir imagens digitais e
arquivos gráficos.
•• Música. Abre a biblioteca Músicas, na qual é possível acessar e tocar música e outros
arquivos de áudio.
•• Jogos. Abre a pasta Jogos, na qual é possível acessar todos os jogos no computador.
•• Computador. Abre uma janela na qual é possível acessar unidades de disco, câmeras,
impressoras, scanners e outros hardwares conectados ao computador.
•• Painel de Controle. Abre o Painel de Controle, no qual é possível personalizar a aparência
e a funcionalidade do computador, instalar ou desinstalar programas, configurar conexões
de rede e gerenciar contas de usuário.
•• Dispositivos e Impressoras. Abre uma janela que apresenta informações sobre a impressora,
o mouse e outros dispositivos instalados no seu computador.
•• Programas Padrão. Abre uma janela em que é possível selecionar qual programa você
deseja que o Windows use para determinada atividade, como navegação na Web.
•• Ajuda e Suporte. Abre a Ajuda e Suporte do Windows onde você pode procurar e pesquisar
tópicos da Ajuda sobre como usar o Windows e o computador.
•• Na parte inferior do painel direito está o botão de Desligar. Clique nele para desligar o
computador.

Personalizar o Menu Iniciar


Você pode controlar quais itens aparecerão no Menu Iniciar. Por exemplo, você pode adicionar
ícones de seus programas favoritos ao Menu Iniciar para acesso rápido ou remover programas
da lista. Você também pode ocultar ou mostrar certos itens no painel direito. Para isso, clique
com botão da direita do mouse sobre um o Menu Iniciar e selecione “Propriedades”.

Barra de Tarefas

A Barra de Tarefas é aquela barra longa horizontal na parte inferior da tela. Diferentemente
da Área de Trabalho, que pode ficar obscurecida devido às várias janelas abertas, a Barra de
Tarefas está quase sempre visível. Ela possui três seções principais:
•• O botão Iniciar , que abre o Menu Iniciar.
•• A seção intermediária, que mostra quais programas e arquivos estão abertos e permite que
você alterne rapidamente entre eles.
•• A Área de Notificação, que inclui um relógio e ícones (pequenas imagens) que comunicam
o status de determinados programas e das configurações do computador.
No Windows XP, ao lado no Menu Iniciar, aparecia a “Barra de Inicialização Rápida”, que não
existe no Windows 7, pois agora temos a opção de “Fixar” os programas na Barra de Tarefas.
Como é provável que você use a seção intermediária da Barra de Tarefas com mais frequência,
vamos abordá-la primeiro.

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Manter o Controle das Janelas


Se você abrir mais de um programa ou arquivo ao mesmo tempo, as janelas rapidamente
começarão a se acumular na Área de Trabalho. Como as janelas costumam encobrir umas às
outras ou ocupar a tela inteira, às vezes fica difícil ver o que está por baixo ou lembrar do que já
foi aberto.
É aí que a Barra de Tarefas entra em ação. Sempre que você abre um programa, uma pasta ou
um arquivo, o Windows cria um botão na Barra de Tarefas correspondente a esse item. Esse
botão exibe um ícone que representa o programa aberto. Na figura abaixo, dois programas
estão abertos (a Calculadora e o Campo Minado) e cada um tem seu próprio botão na Barra de
Tarefas.

Cada programa possui seu próprio botão na Barra de Tarefas

Observe que o botão na Barra de Tarefas para o Campo Minado está realçado. Isso indica que
o Campo Minado é a janela ativa, ou seja, que está na frente das demais janelas abertas e que
você pode interagir imediatamente com ele.
Para alternar para outra janela, clique no botão da Barra de Tarefas. Neste exemplo, se você
clicar no botão da Barra de Tarefas referente à Calculadora, sua janela será trazida para frente.

Clique em um botão da Barra de Tarefas para alternar para a janela correspondente

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Clicar em botões da Barra de Tarefas é apenas uma das diversas formas de alternar entre
janelas.

Minimizar e Restaurar Janelas


Quando uma janela está ativa (seu botão da Barra de Tarefas aparece realçado), o clique no
botão correspondente minimiza a janela. Isso significa que a janela desaparece da Área de
Trabalho. Minimizar uma janela não a fecha, nem exclui seu conteúdo. Simplesmente a remove
da Área de Trabalho temporariamente.
Na figura abaixo, a Calculadora foi minimizada, mas não fechada. Você sabe que ela ainda está
em execução porque existe um botão na Barra de Tarefas.

A ação de minimizar a Calculadora deixa visível somente seu botão da Barra de Tarefas

Também é possível minimizar uma janela clicando no botão de minimizar, no canto superior
direito da janela.

Botão Minimizar (à esquerda)

Para restaurar uma janela minimizada (fazê-la aparecer novamente na Área de Trabalho), clique
no respectivo botão da Barra de Tarefas.

Ver Visualizações das Janelas Abertas


Quando você move o ponteiro do mouse para um botão da Barra de Tarefas, uma pequena
imagem aparece mostrando uma versão em miniatura da janela correspondente. Essa
visualização, também chamada de miniatura, é muito útil. Além disso, se uma das janelas tiver
execução de vídeo ou animação, você verá na visualização.
Você poderá visualizar as miniaturas apenas se o Aero puder ser executado no seu computador
e você estiver executando um tema do Windows 7.

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Informática – Windows 7 – Prof. Márcio Hunecke

Área de Notificação

A Área de Notificação, na extrema direita da Barra de Tarefas, inclui um relógio e um grupo de


ícones. Ela tem a seguinte aparência:

À esquerda os ícones comuns em um computador de mesa e à direita de um notebook.

Esses ícones comunicam o status de algum item no computador ou fornecem acesso a


determinadas configurações. O conjunto de ícones que você verá varia em função dos
programas ou serviços instalados e de como o fabricante configurou seu computador.
Quando você mover o ponteiro para um determinado ícone, verá o nome desse ícone e o status
de uma configuração. Por exemplo, apontar para o ícone de volume mostrará o nível de
volume atual do computador. Apontar para o ícone de rede informará se você está conectado
a uma rede, qual a velocidade da conexão e a intensidade do sinal.
Na Área de Notificação temos um recurso novo do Windows 7, a “Central de Ações”. Ela é um
local central para exibir alertas e tomar providências que podem ajudar a executar o Windows
uniformemente. A Central de Ações lista mensagens importantes sobre configurações de
segurança e manutenção que precisam da sua atenção. Os itens em vermelho na Central de
Ações são rotulados como Importantes e indicam problemas significativos que devem ser
resolvidos logo, como um programa antivírus que precisa ser atualizado. Os itens em amarelo
são tarefas sugeridas que você deve considerar executar, como tarefas de manutenção
recomendadas.
Em geral, o clique simples em um ícone na Área de Notificação abre o programa ou a configuração
associada a ele. Por exemplo, a ação de clicar uma vez no ícone de volume abre os controles de
volume. O clique simples no ícone de rede abre a Central de Rede e Compartilhamento.
De vez em quando, um ícone na Área de Notificação exibirá uma pequena janela pop-up
(denominada notificação) para informá-lo sobre algo. Por exemplo, depois de adicionar um
novo dispositivo de hardware ao seu computador, é provável que você veja o seguinte:

A Área de Notificação exibe uma mensagem depois que o novo hardware é instalado

Clique no botão Fechar no canto superior direito da notificação para descartá-la. Se você não
fizer nada, a notificação desaparecerá após alguns segundos.

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Para evitar confusão, o Windows oculta ícones na Área de Notificação quando você fica um
tempo sem usá-los. Se os ícones estiverem ocultos, clique no botão “Mostrar ícones ocultos”
para exibi-los temporariamente.

Personalizar a Barra de Tarefas


Existem muitas formas de personalizar a Barra de Tarefas de acordo com as suas preferências.
Por exemplo, você pode mover a Barra de Tarefas inteira para a esquerda, para a direita ou para
a borda superior da tela. Também pode alargar a Barra de Tarefas, fazer com que o Windows a
oculte automaticamente quando não estiver em uso e adicionar barras de ferramentas a ela.
Para isso, clique com botão da direita do mouse sobre uma área sem ícones na Barra de Tarefas
e selecione Propriedades.

Desligando o Computador

Quando você termina de usar o computador, é importante desligá-lo corretamente, não apenas
para economizar energia, mas também para garantir que os dados sejam salvos e para ajudar
a mantê-lo mais seguro. Há três maneiras de desligar o computador: pressionando o botão
liga/desliga do computador, usando o botão Desligar no Menu Iniciar e, caso tenha um laptop,
fechando a tampa.

Use o Botão Desligar no Menu Iniciar


Para desligar o computador usando o Menu Iniciar, clique no botão Iniciar e, no canto inferior
direito desse menu, clique em Desligar.
Quando você clicar em Desligar, o computador fechará todos os programas abertos, juntamente
com o próprio Windows, para, em seguida, desligar completamente o computador e a tela. O
desligamento não salva seu trabalho; portanto, primeiro salve seus arquivos.

Clique na seta ao lado do botão Desligar para ver mais opções.

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Informática – Windows 7 – Prof. Márcio Hunecke

Para Alterar as Configurações do Botão Desligar


Por padrão, o botão Desligar desliga o computador. Mas você pode alterar o que acontece
quando clica nesse botão.

1. Clique para abrir a Barra de Tarefas e as Propriedades do Menu Iniciar.

2. Clique na guia Menu Iniciar.

3. Na lista Ação do botão de energia, clique em um item e em OK.


O botão Desligar também pode assumir uma outra forma. Se você tiver configurado o
computador para receber atualizações automáticas do “Windows Update” e elas estiverem
prontas para ser instaladas, o botão Desligar terá a seguinte aparência:

O botão Desligar (instalar atualizações e desligar)

Nesse caso, ao se clicar no botão Desligar, o Windows instala as atualizações e desliga seu
computador.
A ação de iniciar o computador após seu desligamento demora mais do que iniciá-lo quando
ele está em modo de suspensão.

Usando o Modo de Suspensão


Você pode colocar seu computador em suspensão, em vez de desligá-lo. Quando o computador
está em suspensão, o vídeo se desliga e, geralmente, a ventoinha para. Geralmente, uma luz na
parte externa do gabinete do computador pisca ou fica amarela para indicar que o computador
está em suspensão. Todo o processo leva apenas alguns segundos.
Como o Windows se lembrará do que você estava fazendo, não é necessário fechar os
programas e arquivos antes de colocar o computador em suspensão. Mas convém salvar seu
trabalho antes de colocar o computador em qualquer modo de baixo consumo de energia. Na
próxima vez que você ligar o computador (e inserir sua senha, se necessário), a aparência da
tela será exatamente igual a quando você desligou o computador.
Para ativar o computador, pressione o botão de energia no gabinete do computador. Como
você não precisa esperar o Windows iniciar, o computador é ativado em segundos e você pode
voltar ao trabalho quase imediatamente.
Enquanto está em suspensão, o computador usa pouca energia para manter seu trabalho na
memória. Se você estiver usando um laptop, não se preocupe. A bateria não será descarregada.
Se o computador ficar muitas horas em suspensão ou se a bateria estiver acabando, seu trabalho
será salvo no disco rígido e o computador será desligado de vez, sem consumir energia.

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Quando Desligar
Ainda que colocar o computador em suspensão seja uma maneira rápida de desligá-lo e a
melhor opção para retomar o trabalho rapidamente, há situações em que é necessário desligá-
lo completamente:
•• Ao adicionar ou atualizar hardware no interior do computador (por exemplo, instalar
memória, disco rígido, placa de som ou placa de vídeo). Desligue o computador e
desconecte-o da fonte de energia antes de prosseguir com a atualização.
•• Ao se adicionar uma impressora, um monitor, uma unidade externa ou outro dispositivo
de hardware que não se conecta a uma porta USB ou IEEE 1394 no computador. Desligue o
computador antes de conectar o dispositivo.
Ao adicionar hardware que usa um cabo USB, não é necessário desligar o computador primeiro.
A maioria dos dispositivos mais novos usa cabos USB. Esta é a aparência de um cabo USB:

Cabo USB

Usuários de Laptop: Fechar a Tampa


Se tiver um laptop, há uma maneira mais fácil ainda de desligar o computador: fechando a
tampa. Você pode escolher se o computador será colocado em suspensão, desligará ou
entrará em outro estado de economia de energia. Se preferir, desligue o laptop pressionando o
respectivo botão de energia. Para escolher a ação abra o Painel de Controle, Opções de Energia,
no lado esquerdo você encontra a opção “Escolher a função do fechamento da tampa”.

Trabalhando com Janelas

Sempre que você abre um programa, um arquivo ou uma pasta, ele aparece na tela em uma
caixa ou moldura chamada janela (daí o nome atribuído ao sistema operacional Windows, que
significa Janelas em inglês). Como as janelas estão em toda parte no Windows, é importante
saber como movê-las, alterar seu tamanho ou simplesmente fazê-las desaparecer.

Partes de uma Janela


Embora o conteúdo de cada janela seja diferente, todas as janelas têm algumas coisas em
comum. Em primeiro lugar, elas sempre aparecem na Área de Trabalho, a principal área da tela.
Além disso, a maioria das janelas possuem as mesmas partes básicas.

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Partes de uma janela típica

•• Barra de título. Exibe o nome do documento e do programa (ou o nome da pasta, se você
estiver trabalhando em uma pasta).
•• Botões Minimizar, Maximizar e Fechar. Estes botões permitem ocultar a janela, alargá-la
para preencher a tela inteira e fechá-la, respectivamente (mais detalhes sobre eles em
breve).
•• Barra de menus. Contém itens nos quais você pode clicar para fazer escolhas em um
programa.
•• Barra de rolagem. Permite rolar o conteúdo da janela para ver informações que estão fora
de visão no momento.
•• Bordas e cantos. É possível arrastá-los com o ponteiro do mouse para alterar o tamanho da
janela.
Outras janelas podem ter botões, caixas ou barras adicionais, mas normalmente também têm
as partes básicas.

Movendo uma Janela


Para mover uma janela, aponte para sua barra de título com o ponteiro do mouse . Em
seguida, arraste a janela para o local desejado. (Arrastar significa apontar para um item, manter
pressionado o botão do mouse, mover o item com o ponteiro e depois soltar o botão do mouse).

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Alterando o Tamanho de uma Janela
•• Para que uma janela ocupe a tela inteira, clique em seu botão Maximizar ou clique
duas vezes na barra de título da janela.
•• Para retornar uma janela maximizada ao tamanho anterior, clique em seu botão Restaurar
(ele é exibido no lugar do botão Maximizar), ou clique duas vezes na barra de título da
janela.
•• Para redimensionar uma janela (torná-la menor ou maior), aponte para qualquer borda ou
canto da janela. Quando o ponteiro do mouse mudar para uma seta de duas pontas (veja a
figura abaixo), arraste a borda ou o canto para encolher ou alargar a janela.

Arraste a borda ou o canto de uma janela para redimensioná-la

Não é possível redimensionar uma janela maximizada. Você deve primeiro restaurá-la ao
tamanho anterior.
Embora a maioria das janelas possa ser maximizada e redimensionada, existem algumas janelas
que têm tamanho fixo, como as caixas de diálogo.

Ocultando uma Janela


Minimizar uma janela é o mesmo que ocultá-la. Se você deseja tirar uma janela temporariamente
do caminho sem fechá-la, minimize-a.
Para minimizar uma janela, clique em seu botão Minimizar . A janela desaparecerá da Área
de Trabalho e ficará visível somente como um botão na Barra de Tarefas, aquela barra longa
horizontal na parte inferior da tela.

Botão da Barra de Tarefas

Para fazer uma janela minimizada aparecer novamente na Área de Trabalho, clique em seu
respectivo botão da Barra de Tarefas. A janela aparecerá exatamente como estava antes de ser
minimizada.

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Fechando uma Janela


O fechamento de uma janela a remove da Área de Trabalho e da Barra de Tarefas. Se você
tiver terminado de trabalhar com um programa ou documento e não precisar retornar a ele
imediatamente, feche-o.
Para fechar uma janela, clique em seu botão Fechar . Se você fechar um documento sem
salvar as alterações feitas, aparecerá uma mensagem dando-lhe a opção de salvar as alterações.

Alternando entre Janelas


Se você abrir mais de um programa ou documento, a Área de Trabalho poderá ficar
congestionada rapidamente. Manter o controle de quais janelas você já abriu nem sempre é
fácil, porque algumas podem encobrir, total ou parcialmente, as outras.
Usando a Barra de Tarefas. A Barra de Tarefas fornece uma maneira de organizar todas as
janelas. Cada janela tem um botão correspondente na Barra de Tarefas. Para alternar para
outra janela, basta clicar no respectivo botão da Barra de Tarefas. A janela aparecerá na frente
de todas as outras, tornando-se a janela ativa, ou seja, aquela na qual você está trabalhando no
momento.
Para identificar com facilidade uma janela, aponte para seu botão da Barra de Tarefas. Quando
você aponta para um botão na Barra de Tarefas, aparece uma visualização em miniatura dessa
janela, seja o conteúdo um documento, uma foto ou até mesmo um vídeo em execução. Esta
visualização é útil principalmente quando você não consegue identificar uma janela somente
pelo título.

Colocar o cursor sobre o botão de uma janela na Barra de Tarefas exibe uma visualização da janela

Observação: Para visualizar miniaturas, seu computador deve oferecer suporte ao Aero.

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Usando Alt+Tab. Você pode alternar para a janela anterior pressionando Alt+Tab, ou percorrer
todas as janelas abertas e a Área de Trabalho, mantendo pressionada a tecla Alt e pressionando
repetidamente a tecla Tab. Solte Alt para mostrar a janela selecionada.
Usando o Aero Flip 3D. O Aero Flip 3D organiza as janelas em uma pilha tridimensional para
permitir que você as percorra rapidamente. Para usar o Flip 3D:

1. Mantenha pressionada a tecla de logotipo do Windows e pressione Tab para abrir o Flip
3D.
2. Enquanto mantém pressionada a tecla de logotipo do Windows, pressione Tab
repetidamente ou gire a roda do mouse para percorrer as janelas abertas. Você também
pode pressionar Seta para a Direita ou Seta para Baixo para avançar uma janela, ou
pressionar Seta para a Esquerda ou Seta para Cima para retroceder uma janela.
3. Solte a tecla de logotipo do Windows para exibir a primeira janela da pilha ou clique em
qualquer parte da janela na pilha para exibir essa janela.

Aero Flip 3D

O Flip 3D faz parte da experiência de Área de Trabalho do Aero. Se o computador não oferecer
suporte para o Aero, você poderá exibir os programas e janelas abertos no computador
pressionando Alt+Tab. Para percorrer as janelas abertas, pressione a tecla Tab, pressione as
teclas de direção ou use o mouse.

Organizando Janelas Automaticamente


Agora que você sabe como mover e redimensionar janelas, pode organizá-las da maneira
que quiser na Área de Trabalho. Também pode fazer com que o Windows as organize
automaticamente em uma destas três formas: em cascata, lado a lado e empilhadas
verticalmente.

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Organize as janelas em cascata (à esquerda), lado a lado (à direita) ou em uma pilha vertical (no centro)

Para escolher uma dessas opções, abra algumas janelas na Área de Trabalho, clique com o botão
direito do mouse em uma área vazia da Barra de Tarefas e clique em “Janelas em cascata”,
“Mostrar janelas empilhadas” ou “Mostrar janelas lado a lado”.
O recurso Ajustar redimensiona automaticamente as janelas quando você as move ou ajusta
na borda da tela. Você pode usar o Ajustar para organizar janelas lado a lado, expandir janelas
verticalmente ou maximizar uma janela.

Para Organizar Janelas Lado a Lado – Aero SNAP (Ajustar)


1. Arraste a barra de título de uma janela para a esquerda ou a direita da tela até ser exibido
um contorno da janela expandida.
2. Libere o mouse para expandir a janela.
3. Repita as etapas 1 e 2 com outra janela para organizar as janelas lado a lado.

Arraste uma janela para o lado da Área de Trabalho para expandi-la até metade da tela.

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Para Expandir uma Janela Verticalmente - Aero SNAP
1. Aponte para a borda superior ou inferior da janela aberta até o ponteiro mudar para uma
seta de duas pontas .
2. Arraste a borda da janela para a parte superior ou inferior da tela para expandir a a janela
na altura total da Área de Trabalho. A largura da janela não é alterada.

Arraste a parte superior ou inferior da janela para expandi-la verticalmente

Para Maximizar uma Janela - Aero SNAP


1. Arraste a barra de título da janela para a parte superior da tela. O contorno da janela se
expande para preencher a tela.
2. Libere a janela para expandi-la e preencher toda a Área de Trabalho.

Arraste uma janela para a parte superior da Área de Trabalho para expandi-la totalmente

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Para Minimizar todas as Janelas menos a Janela Ativa – Aero SHAKE

1. Clique na barra de título da janela e arraste rapidamente para os dois lados. O tamanho da
janela se mantém o mesmo, mas as demais janelas são minimizadas. Isso também pode ser
feito, usando as teclas Windows +Home.

2. Para restaurar as janelas que foram minimizadas, basta repetir umas das opções acima.

Para Visualizar a Área de Trabalho através das Janelas – Aero PEEK

1. Basta apontar para a extremidade da Barra de Tarefas, para ver as janelas abertas ficarem
transparentes na hora, revelando todos os ícones e gadgets ocultos. Essa funcionalidade
também é conhecida como Visão de raio-X

Caixa de Diálogo

Uma caixa de diálogo é um tipo especial de janela que faz uma pergunta, fornece informações
ou permite que você selecione opções para executar uma tarefa. Você verá caixas de diálogo
com frequência quando um programa ou o Windows precisar de uma resposta sua antes de
continuar.

Uma caixa de diálogo aparecerá se você sair de um programa sem salvar o trabalho

Ao contrário das janelas comuns, a caixa de diálogo não pode ser maximizada, minimizada ou
redimensionada, mas pode ser movida.

Trabalhando com Arquivos e Pastas

Um arquivo é um item que contém informações, por exemplo, texto, imagens ou música.
Quando aberto, um arquivo pode ser muito parecido com um documento de texto ou com
uma imagem que você poderia encontrar na mesa de alguém ou em um arquivo convencional
Em seu computador, os arquivos são representados por ícones; isso facilita o reconhecimento
de um tipo de arquivo bastando olhar para o respectivo ícone. Veja a seguir alguns ícones de
arquivo comuns:

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Ícones de alguns tipos de arquivo

Uma pasta é um contêiner que pode ser usado para armazenar arquivos. Se você tivesse
centenas de arquivos em papel em sua mesa, seria quase impossível encontrar um arquivo
específico quando você dele precisasse. É por isso que as pessoas costumam armazenar os
arquivos em papel em pastas dentro de um arquivo convencional. As pastas no computador
funcionam exatamente da mesma forma. Veja a seguir alguns ícones de pasta comuns:

Uma pasta vazia (à esquerda); uma pasta contendo arquivos (à direita)

As pastas também podem ser armazenadas em outras pastas. Uma pasta dentro de outra é
chamada subpasta. Você pode criar quantas subpastas quiser, e cada uma pode armazenar
qualquer quantidade de arquivos e subpastas adicionais.

Windows Explorer

Windows Explorer (literalmente do inglês “Explorador do Windows”, nome pelo qual é


encontrado na versão portuguesa de todas as versões do Windows) é um gerenciador de
arquivos e pastas do sistema operacional Windows. Ou seja, é utilizado para a cópia, exclusão,
organização, movimentação e todas as atividades de gerenciamento de arquivos, podendo
também ser utilizado para a instalação de programas.
Seu ícone é uma pasta (diretório) amarela e o nome de seu arquivo é Explorer.exe, o qual
normalmente se encontra em C:\Windows. Para encontrar esse programa, clique no botão
“Iniciar”, em seguida, em Programas e em Acessórios, lá estará o Windows Explorer. Também
pode ser aberto clicando no ícone Computador do Menu Iniciar.

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Usando Bibliotecas para Acessar Arquivos e Pastas


No Windows Explorer podemos visualizar as Bibliotecas, um conceito novo do Windows
7. Biblioteca é o local onde você gerencia documentos, músicas, imagens e outros arquivos.
Você pode procurar arquivos da mesma forma como faz em uma pasta ou exibir os arquivos
organizados por propriedades como data, tipo e autor.
Quando se trata de se organizar, não é necessário começar do zero. Você pode usar bibliotecas,
para acessar arquivos e pastas e organizá-los de diferentes maneiras. Esta é uma lista das quatro
bibliotecas padrão e para que elas são usadas normalmente:
•• Biblioteca Documentos. Use essa biblioteca para organizar documentos de processamento
de texto, planilhas, apresentações e outros arquivos relacionados a texto. Por padrão, os
arquivos movidos, copiados ou salvos na biblioteca Documentos são armazenados na pasta
Meus Documentos.
•• Biblioteca Imagens. Use esta biblioteca para organizar suas imagens digitais, sejam elas
obtidas da câmera, do scanner ou de e-mails recebidos de outras pessoas. Por padrão, os
arquivos movidos, copiados ou salvos na biblioteca Imagens são armazenados na pasta
Minhas Imagens.
•• Biblioteca Músicas. Use esta biblioteca para organizar suas músicas digitais, como as que
você copia de um CD de áudio ou as baixadas da Internet. Por padrão, os arquivos movidos,
copiados ou salvos na biblioteca Músicas são armazenados na pasta Minhas Músicas.
•• Biblioteca Vídeos. Use esta biblioteca para organizar e arrumar seus vídeos, como clipes
da câmera digital ou da câmera de vídeo, ou arquivos de vídeo baixados da Internet. Por
padrão, os arquivos movidos, copiados ou salvos na biblioteca Vídeos são armazenados na
pasta Meus Vídeos.

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Para abrir as bibliotecas Documentos, Imagens ou Músicas, clique no botão Iniciar e, em
seguida, em Documentos, Imagens ou Músicas.

É possível abrir bibliotecas padrões do Windows a partir do Menu Iniciar

Compreendendo as Partes de uma Janela


Quando você abre uma pasta ou biblioteca, ela é exibida em uma janela. As várias partes dessa
janela foram projetadas para facilitar a navegação no Windows e o trabalho com arquivos,
pastas e bibliotecas. Veja a seguir uma janela típica e cada uma de suas partes:

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Partes da janela Função


Use o painel de navegação para acessar bibliotecas, pastas, pesquisas salvas
ou até mesmo todo o disco rígido. Use a seção “Favoritos” para abrir as pastas
Painel de
e pesquisas mais utilizadas. Na seção “Bibliotecas” é possível acessar suas
navegação
bibliotecas. Você também pode expandir “Computador” para pesquisar pastas
e subpastas.

Use os botões Voltar e Avançar para navegar para outras pastas ou


Botões Voltar e bibliotecas que você já tenha aberto, sem fechar, na janela atual. Esses botões
Avançar funcionam juntamente com a barra de endereços. Depois de usar a barra de
endereços para alterar pastas, por exemplo, você pode usar o botão Voltar para
retornar à pasta anterior.
Use a barra de ferramentas para executar tarefas comuns, como alterar
a aparência de arquivos e pastas, copiar arquivos em um CD ou iniciar uma
Barra de apresentação de slides de imagens digitais. Os botões da barra de ferramentas
ferramentas mudam para mostrar apenas as tarefas que são relevantes. Por exemplo, se
você clicar em um arquivo de imagem, a barra de ferramentas mostrará botões
diferentes daqueles que mostraria se você clicasse em um arquivo de música.
Use a barra de endereços para navegar para uma pasta ou biblioteca diferente
Barra de endereços
ou voltar à anterior.
O painel de biblioteca é exibido apenas quando você está em uma biblioteca
Painel de biblioteca (como na biblioteca Documentos). Use o painel de biblioteca para personalizar
a biblioteca ou organizar os arquivos por propriedades distintas.
Use os títulos de coluna para alterar a forma como os itens na lista de arquivos
são organizados. Por exemplo, você pode clicar no lado esquerdo do cabeçalho
Títulos de coluna
da coluna para alterar a ordem em que os arquivos e as pastas são exibidos ou
pode clicar no lado direito para filtrar os arquivos de maneiras diversas.
É aqui que o conteúdo da pasta ou biblioteca atual é exibido. Se você usou a caixa
Lista de arquivos de pesquisa para localizar um arquivo, somente os arquivos que correspondam
a sua exibição atual (incluindo arquivos em subpastas) serão exibidos.
Digite uma palavra ou frase na caixa de pesquisa para procurar um item na
pasta ou biblioteca atual. A pesquisa inicia assim que você começa a digitar.
Caixa de Pesquisa
Portanto, quando você digitar B, por exemplo, todos os arquivos cujos nomes
iniciarem com a letra B aparecerão na lista de arquivos
Use o painel de detalhes para ver as propriedades mais comuns associadas
ao arquivo selecionado. Propriedades do arquivo são informações sobre
Painel de detalhes
um arquivo, tais como o autor, a data da última alteração e qualquer marca
descritiva que você possa ter adicionado ao arquivo.
Use o painel de visualização para ver o conteúdo da maioria dos arquivos. Se
você selecionar uma mensagem de email, um arquivo de texto ou uma imagem,
Painel de
por exemplo, poderá ver seu conteúdo sem abri-lo em um programa. Caso não
visualização
esteja vendo o painel de visualização, clique no botão Painel de visualização
na barra de ferramentas para ativá-lo.

Na Barra de Ferramentas, no item “Organizar”, “Opções de pasta e pesquisa”, guia “Modo de


Exibição” temos algumas opções importantes que podem ser alteradas. Por padrão as duas
abaixo estão marcadas.

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•• Ocultar as extensões dos tipos de arquivo conhecidos
•• Não mostrar arquivos, pastas e unidades ocultas.
A Barra de Menus não é apresentada por padrão no Windows Explorer do Windows 7. Para
fazê-lo aparecer temporariamente pressione a tecla “ALT”. Para que a barra fique aparecendo
definitivamente, clique “Organizar”, “Layout” e marque a opção “Barra de menus”. Outras
alterações na aparência do Windows Explorer também estão disponíveis nessa opção.

Exibindo e Organizando Arquivos e Pastas


Quando você abre uma pasta ou biblioteca, pode alterar a aparência dos arquivos na janela.
Por exemplo, talvez você prefira ícones maiores (ou menores) ou uma exibição que lhe permita
ver tipos diferentes de informações sobre cada arquivo. Para fazer esses tipos de alterações,
use o botão Modos de Exibição na barra de ferramentas.
Toda vez que você clica no lado esquerdo do botão Modos de Exibição, ele altera a maneira
como seus arquivos e pastas são exibidos, alternando entre cinco modos de exibição distintos:
Ícones grandes, Lista, um modo de exibição chamado Detalhes, que mostra várias colunas de
informações sobre o arquivo, um modo de exibição de ícones menores chamado Lado a lado e
um modo de exibição chamado Conteúdo, que mostra parte do conteúdo de dentro do arquivo.
Se você clicar na seta no lado direito do botão Modos de Exibição, terá mais opções. Mova
o controle deslizante para cima ou para baixo para ajustar o tamanho dos ícones das pastas
e dos arquivos. Você poderá ver os ícones alterando de tamanho enquanto move o controle
deslizante.

As opções de Modos de Exibição

Em bibliotecas, você pode ir além, organizando seus arquivos de diversas maneiras. Por
exemplo, digamos que você deseja organizar os arquivos na biblioteca Músicas por gênero
(como Jazz e Clássico):

1. Clique no botão Iniciar e, em seguida, clique em Músicas.


2. No painel da biblioteca (acima da lista de arquivos), clique no menu próximo a “Organizar”
por e em Gênero.

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Localizando Arquivos

No Windows 7, você encontra mais coisas em mais lugares – documentos, e-mails, músicas – e
com mais rapidez na Pesquisa do Windows (Windows Search).

Comece a digitar na caixa de pesquisa do Menu Iniciar, e você verá instantaneamente uma lista
de arquivos relevantes no seu PC. Você pode pesquisar digitando o nome do arquivo ou com
base em marcas, no tipo de arquivo e até no conteúdo. Para ver ainda mais correspondências,
clique em uma categoria nos resultados, como Documentos ou Imagens, ou clique em Ver mais
resultados. Seus termos de pesquisa serão destacados para facilitar o exame da lista.
Poucas pessoas armazenam todos os seus arquivos em um lugar hoje em dia. Então, o Windows
7 também é projetado para procurar em discos rígidos externos, PCs em rede e bibliotecas. A
pesquisa mostrou muitos resultados? Agora você pode filtrá-los instantaneamente por data,
tipo de arquivo e outras categorias úteis.
Dependendo da quantidade de arquivos que você tem e de como eles estão organizados,
localizar um arquivo pode significar procurar dentre centenas de arquivos e subpastas; uma
tarefa nada simples. Para poupar tempo e esforço, use a caixa de pesquisa para localizar o
arquivo, programa ou e-mail.
A caixa de pesquisa também está localizada na parte superior de cada janela. Para localizar um
arquivo, abra a pasta ou biblioteca mais provável como ponto de partida para sua pesquisa,
clique na caixa de pesquisa e comece a digitar. A caixa de pesquisa filtra o modo de exibição
atual com base no texto que você digita.

A caixa de pesquisa

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Se você estiver pesquisando um arquivo com base em uma propriedade (como o tipo do
arquivo), poderá refinar a pesquisa antes de começar a digitar. Basta clicar na caixa de pesquisa
e depois em uma das propriedades exibidas abaixo dessa caixa. Isso adicionará um filtro de
pesquisa (como “tipo”) ao seu texto de pesquisa, fornecendo assim resultados mais precisos.

Opções de pesquisa para refinar o filtro

Caso não esteja visualizando o arquivo que está procurando, você poderá alterar todo o escopo
de uma pesquisa clicando em uma das opções na parte inferior dos resultados da pesquisa. Por
exemplo, caso pesquise um arquivo na biblioteca Documentos, mas não consiga encontrá-lo,
você poderá clicar em Bibliotecas para expandir a pesquisa às demais bibliotecas.

Copiando e Movendo Arquivos e Pastas

De vez em quando, você pode querer alterar o local onde os arquivos ficam armazenados no
computador. Por exemplo, talvez você queira mover os arquivos para outra pasta ou copiá-los
para uma mídia removível (como CDs ou cartões de memória) a fim de compartilhar com outra
pessoa.
A maioria das pessoas copiam e movem arquivos usando um método chamado arrastar e soltar.
Comece abrindo a pasta que contém o arquivo ou a pasta que deseja mover. Depois, em uma
janela diferente, abra a pasta para onde deseja mover o item. Posicione as janelas lado a lado
na Área de Trabalho para ver o conteúdo de ambas.
Em seguida, arraste a pasta ou o arquivo da primeira pasta para a segunda. Isso é tudo.

Para copiar ou mover um arquivo, arraste-o de uma janela para outra

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Ao usar o método arrastar e soltar, note que algumas vezes o arquivo ou a pasta é copiado e,
outras vezes, ele é movido. Se você estiver arrastando um item entre duas pastas que estão no
mesmo disco rígido, os itens serão movidos para que duas cópias do mesmo arquivo ou pasta
não sejam criadas no mesmo local. Se você estiver arrastando o item para um pasta que esteja
em outro local (como um local de rede) ou para uma mídia removível (como um CD), o item
será copiado.
A maneira mais fácil de organizar duas janelas na Área de Trabalho é usar a função Aero Snap
(ou Ajustar).
Se você copiar ou mover um arquivo ou pasta para uma biblioteca, ele será armazenado no
local de salvamento padrão da biblioteca. Para saber como personalizar o local de salvamento
padrão de uma biblioteca.
Outra forma de copiar ou mover um arquivo é arrastando-o da lista de arquivos para uma pasta
ou biblioteca no painel de navegação. Com isso, não será necessário abrir duas janelas distintas.

Arquivos e Extensões

Uma extensão de nome de arquivo é um conjunto de caracteres que ajuda Windows a entender
qual tipo de informação está em um arquivo e qual programa deve abri-lo. Ela é chamada de
extensão porque aparece no final do nome do arquivo, após um ponto. No nome de arquivo
meuarquivo.txt, a extensão é txt. Ela diz ao Windows que esse é um arquivo de texto que pode
ser aberto por programas associados a essa extensão, como WordPad ou Bloco de Notas.
Extensões de arquivos mais comuns:
Adobe Reader: *.pdf
Aplicativos Office: *.doc, *.docx, *.mdb, *.pps, *.ppt, *.pptx, *.xls, *.xlsx
Áudio e Vídeo: *.avi, *.mov, *.mp3, *.mp4, *.mpeg, *.wma, *.wmv
Backup: *.bak, *.bkf
Comprimidos / Zipados: *.rar, *.zip
E-mail: *.eml, *.msg, *.pst
Executáveis: *.bat, *.cmd, *.com, *.exe, *.msi
Fontes: *.ttf, *.otf
Imagem: *.bmp, *.jpg, *.jpeg, *.png, *.tif
Páginas Web: *.asp, *.htm, *.html, *.mht
Wordpad e Bloco de notas: *.rtf, *.txt

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Caracteres não Permitidos para Arquivos e Pastas
Caracteres relacionados a caminhos: | \ / : “
Caracteres curingas: * ?
Caracteres outros: < >

Criando, Renomeando e Excluindo Arquivos


O modo mais comum de criar novos arquivos é usando um programa. Por exemplo, você pode
criar um documento de texto em um programa de processamento de texto ou um arquivo de
filme em um programa de edição de vídeos.
Alguns programas criam um arquivo no momento em que são abertos. Quando você abre o
WordPad, por exemplo, ele inicia com uma página em branco. Isso representa um arquivo vazio
(e não salvo). Comece a digitar e quando estiver pronto para salvar o trabalho, clique no botão
Salvar . Na caixa de diálogo exibida, digite um nome de arquivo que o ajudará a localizar o
arquivo novamente no futuro e clique em Salvar.
Por padrão, a maioria dos programas salva arquivos em pastas comuns, como Meus Documentos
e Minhas Imagens, o que facilita a localização dos arquivos na próxima vez.
Se você criou o arquivo com o nome errado e deseja corrigir, pode fazer isso de pelo menos três
formas diferentes. Para todas as opções, será necessário localizar o arquivo na pasta onde ele
foi gravado. Uma das opções é clicar no arquivo com o botão da direita do mouse e escolher
a opção Renomear. Se preferir, selecione o arquivo e pressione a tecla F2 no teclado, ou
selecione o arquivo e clique novamente sobre ele com o mouse. Diferentemente do Windows
XP, no Windows 7, o sistema operacional sugere que você altere somente o nome do arquivo, e
mantenha a mesma extensão.

Abrindo um Arquivo Existente


Para abrir um arquivo, clique duas vezes nele. Em geral, o arquivo é aberto no programa que
você usou para criá-lo ou alterá-lo. Por exemplo, um arquivo de texto será aberto no seu
programa de processamento de texto.
Mas nem sempre é o caso. O clique duplo em um arquivo de imagem, por exemplo, costuma
abrir um visualizador de imagens. Para alterar a imagem, você precisa usar um programa
diferente. Clique com o botão direito do mouse no arquivo, clique em “Abrir com” e no nome
do programa que deseja usar.

Ferramentas do Sistema

As ferramentas do sistema podem ser localizadas diretamente através da opção Pesquisar ao


clicando no Menu Iniciar, Todos os Programas, Acessórios, Ferramentas do Sistema.

252 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Windows 7 – Prof. Márcio Hunecke

Limpeza de Disco
A Limpeza de Disco é uma forma conveniente de excluir arquivos que não são mais necessários
e liberar espaço no disco rígido do computador. Para liberar espaço no disco rígido, a Limpeza
de Disco localiza e remove arquivos temporários no computador quando você decide que não
os quer mais. Agendar a Limpeza de Disco para que seja executada regularmente evita que
você precise se lembrar de fazer isso.
Essa ferramenta só permite que você exclua arquivos que não sejam fundamentais para o
sistema operacional. Em termos gerais, você pode selecionar todas as opções apresentadas.
Observe que no topo aparece a quantidade de espaço em disco que pode ser liberada.

Com a Limpeza de Disco, também é possível entrar na ferramenta para desinstalação de


programas instalados ou limpar os pontos de restauração antigos, mantendo sempre o mais
recente.

Desfragmentador de Disco
Desfragmentação de Disco é o processo de consolidação de dados fragmentados em um volume
(como um disco rígido ou um dispositivo de armazenamento removível) para que ele funcione
de forma mais eficiente.
A fragmentação ocorre em um volume ao longo do tempo à medida que você salva, altera
ou exclui arquivos. As alterações que você salva em um arquivo geralmente são armazenadas
em um local do volume diferente do arquivo original. Isso não muda o local em que o arquivo
aparece no Windows — apenas o local em que os pedaços de informações que compõem o
arquivo são armazenados no volume em si. Com o tempo, tanto o arquivo quanto o volume
em si se tornam fragmentados, e o computador fica mais lento por ter que procurar em locais
diferentes para abrir um único arquivo.
O Desfragmentador de Disco é uma ferramenta que reorganiza os dados no volume e reúne
dados fragmentados para que o computador trabalhe de forma mais eficiente. É executado

www.acasadoconcurseiro.com.br 253
por agendamento para que você não tenha que se lembrar de executá-lo, embora ainda seja
possível executá-lo manualmente ou alterar o agendamento usado.

A tela acima representa o agendamento padrão (todas quartas-feiras à 01 hora). Na interface


gráfica não há uma indicação se é necessário ou não rodar a ferramenta. A recomendação é de
executar o desfragmentador se o índice de fragmentação for superior a 10%.

Firewall do Windows
Firewall é um software ou hardware que verifica informações vindas da Internet ou de uma
rede, rejeitando-as ou permitindo que elas passem e entrem no seu computador, dependendo
das configurações definidas. Com isso, o firewall pode ajudar a impedir o acesso de hackers e
software mal-intencionado ao seu computador.
O Firewall do Windows vem incorporado ao Windows e é ativado automaticamente.

Como funciona um firewall

254 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Windows 7 – Prof. Márcio Hunecke

Se você executar um programa como o de mensagens instantâneas (Windows Live Messenger)


ou um jogo em rede com vários participantes que precise receber informações da Internet ou de
uma rede, o firewall perguntará se você deseja bloquear ou desbloquear (permitir) a conexão.
Se você optar por desbloquear a conexão, o Firewall do Windows criará uma exceção para que
você não se preocupe com o firewall quando esse programa precisar receber informações no
futuro.

Agendador de Tarefas
Agenda a execução automática de programas ou outras tarefas. Se você costuma usar um
determinado programa regularmente, poderá usar o Assistente de Agendador de Tarefas para
criar uma tarefa que abre o programa para você automaticamente de acordo com a agenda que
você escolher. Por exemplo, se você usa um programa financeiro em um determinado dia de
cada mês, poderá agendar uma tarefa que abra o programa automaticamente para que você
não corra o risco de esquecer.
Você deve estar com logon de administrador para executar essas etapas. Se não tiver efetuado
logon como administrador, você só poderá alterar as configurações que se aplicarem à sua
conta de usuário.

www.acasadoconcurseiro.com.br 255
Pontos de Restauração
O ponto de restauração é uma representação de um estado armazenado dos arquivos do
sistema de seu computador. Você pode usar um ponto de restauração para restaurar arquivos
do sistema do computador para um ponto anterior no tempo. Os pontos de restauração são
criados automaticamente pela Restauração do Sistema semanalmente e quando a Restauração
do Sistema detecta o começo de uma alteração no computador, como ao instalar um programa
ou driver.
Os backups de imagem do sistema armazenados em discos rígidos também podem ser usados
para Restauração do Sistema, assim como os pontos de restauração criados pela proteção do
sistema. Mesmo que os backups de imagem do sistema tenham seus arquivos de sistema e
dados pessoais, os seus arquivos de dados não serão afetados pela Restauração do Sistema.

A Restauração do Sistema pode ser configurada clicando no Menu Iniciar, Painel de Controle,
Sistema, Proteção do Sistema e envolve também a funcionalidade chamada Versões Anteriores
dos Arquivos.

Instalação de Programas

A maneira como você adiciona um programa depende de onde estão localizados os arquivos
de instalação do programa. Normalmente, os programas são instalados de um CD ou DVD, da
Internet ou de uma rede.
Para instalar um programa de um CD ou DVD, insira o disco no computador e siga as instruções
na tela. Se você for solicitado a informar uma senha de administrador ou sua confirmação,
digite a senha ou forneça a confirmação.
Muitos programas instalados de CDs ou DVDs abrem um assistente de instalação do programa
automaticamente. Nesses casos, a caixa de diálogo Reprodução Automática será exibida e você
poderá optar por executar o assistente.

256 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Windows 7 – Prof. Márcio Hunecke

Se um programa não iniciar a instalação automaticamente, consulte as informações que


o acompanham. Elas provavelmente fornecerão instruções para instalar o programa
manualmente. Se não conseguir acessar as informações, você poderá navegar pelo disco e abrir
o arquivo de instalação do programa, normalmente chamado de Setup.exe ou Install.exe.
Para instalar um programa da Internet, no navegador da Web, clique no link do programa. Para
instalar o programa imediatamente, clique em Abrir ou Executar e siga as instruções na tela. Se
você for solicitado a informar uma senha de administrador ou sua confirmação, digite a senha
ou forneça a confirmação.
Para instalar o programa mais tarde, clique em Salvar e baixe o arquivo de instalação para o
computador. Quando estiver pronto para instalar o programa, clique duas vezes no arquivo e
siga as instruções na tela. Essa é uma opção mais segura, pois você pode verificar se há vírus no
arquivo de instalação antes de continuar.
Para desinstalar um programa utilize o ícone “Programas e recursos” do Painel de Controle.
Selecione o programa e clique na opção “Desinstalar”.
Observação: Ao baixar e instalar programas da Internet, assegure-se de que confia no
fornecedor do programa e no site que o está oferecendo.

Introdução à Impressão
Você pode imprimir praticamente qualquer coisa no Windows: documentos, imagens, páginas
da Web ou emails.

O que é DPI?
DPI (Dots per Inch, pontos por polegada) é uma medida de resolução de uma impressora. O
DPI determina a nitidez e o detalhamento do documento ou da imagem. É um dos pontos
importantes a serem avaliados ao comprar uma nova impressora.

Impressoras a Jato de Tinta


As impressoras a jato de tinta respingam pontos de tinta sobre a página para reproduzir texto
e imagens. Esse tipo de impressora é muito popular por ser relativamente barato. Há ainda
muitos outros modelos disponíveis, incluindo os criados especificamente para a impressão de
fotos coloridas.
E as desvantagens? As impressoras a jato de tinta são mais lentas (medição em páginas por
minuto) do que as impressoras a laser e exigem substituição regular do cartucho de tinta.

Impressora a jato de tinta

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Impressoras a Laser
As impressoras a laser usam toner, uma substância fina em pó, para reproduzir texto e
elementos gráficos. Elas podem imprimir em preto e branco ou colorido, embora os modelos
coloridos sejam geralmente mais caros. Uma impressora a laser que imprime apenas em preto
e branco pode ser chamada de impressora monocromática.
As impressoras a laser geralmente têm bandejas de papel maiores do que as impressoras a
jato de tinta, de modo que não é preciso adicionar papel com tanta frequência. Elas também
imprimem mais rápido (mais páginas por minuto) do que a maioria das impressoras a jato de
tinta. Além disso, os cartuchos de toner de impressoras a laser normalmente duram mais.
Dependendo do seu volume de impressão, pode ser mais econômico comprar uma impressora
a laser.

Impressora a laser

Impressoras Multifuncionais
Uma das categorias de maior crescimento entre as impressoras é a Multifuncional (MFP),
também chamadas de impressoras tudo em um (AIO – All in one). Como o nome já diz, são
dispositivos que fazem tudo: imprimem, digitalizam fotos, fazem fotocópias e até mesmo
enviam fax.
Qual é a diferença entre AIO e MFP? Normalmente, nenhuma. Porém, alguns dispositivos
vendidos como impressoras multifuncionais são maiores e criados para uso em escritórios.
Independentemente disso, o apelo comercial dos modelos multifuncionais é a conveniência.
Operações que normalmente exigiam três equipamentos agora podem ser feitas em apenas
um. Outra vantagem: alguns recursos, como a fotocópia, não exigem uma conexão com um
computador.

Multifuncional

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Informática – Windows 7 – Prof. Márcio Hunecke

Conectando a sua Impressora


As impressoras são feitas para serem conectadas a um computador executando o Windows
de maneiras diferentes, dependendo do modelo e de estarem sendo usadas em ambiente
doméstico ou comercial.
Estes são alguns dos tipos de conexão mais comuns:

Impressoras com Fio


Estes dispositivos se conectam por meio de um cabo e uma porta no computador.
A maioria das impressoras domésticas possui um conector USB, embora alguns modelos
antigos se conectem a portas paralelas ou seriais. Em um computador comum, a porta paralela
normalmente é indicada por “LPT1” ou por um pequeno ícone de impressora.
Quando você conecta uma impressora USB, o Windows tenta identificá-la e instalar o software
(chamado de driver) automaticamente para que ela funcione com seu computador.
O Windows foi projetado para reconhecer centenas de impressoras automaticamente.
Entretanto, você deve sempre consultar as instruções que acompanham a sua impressora;
algumas impressoras exigem a instalação de software do fabricante antes de serem conectadas.

Impressoras sem Fio


Uma impressora sem fio se conecta a um computador usando ondas de rádio através da
tecnologia Bluetooth ou Wi-Fi.
Para conectar uma impressora Bluetooth, pode ser necessário adicionar um adaptador
Bluetooth ao computador. A maioria dos adaptadores Bluetooth se conecta a uma porta USB.
Quando você conecta o adaptador e liga a impressora Bluetooth, o Windows tenta instalá-la
automaticamente ou pede que você a instale. Se o Windows não detectar a impressora, você
poderá adicioná-la manualmente.

Impressoras Locais X Impressoras de Rede


Uma impressora que se conecta diretamente a um computador é chamada de impressora
local. Enquanto a que se conecta diretamente a uma rede como um dispositivo autônomo é
chamada, naturalmente, de impressora de rede.

Imprimindo no Windows
O Windows conta com diversos métodos de impressão. O método escolhido depende do que
você quer imprimir.

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Escolhendo Opções de Impressão
Frente e verso ou somente um lado. Monocromático ou colorido. Orientação paisagem ou
retrato. Essas são apenas algumas das opções disponíveis ao imprimir.
A maioria das opções encontra-se na caixa de diálogo Imprimir, que você pode acessar no menu
Arquivo em quase todos os programas.

A caixa de diálogo Imprimir no WordPad

As opções disponíveis e também como elas são selecionadas no Windows dependem do


modelo da impressora e do programa utilizado. Para obter informações específicas, consulte
a documentação que acompanha a impressora ou o software. (Para acessar algumas opções,
talvez você precise clicar em um link ou botão chamado “Preferências”, “Propriedades” ou
“Opções Avançadas” na caixa de diálogo Imprimir.)
Aqui está uma lista das opções de impressão mais comuns e o que elas significam:
•• Seleção da impressora. A lista de impressoras disponíveis. Em alguns casos, também é
possível enviar documentos como fax ou salvá-los como documentos XPS.
•• Intervalo de páginas. Use vírgulas ou hifens para selecionar páginas ou um intervalo
específico de páginas. Por exemplo, digite 1, 4, 20-23 para imprimir as páginas 1, 4, 20, 21,
22 e 23.
A opção Seleção imprime apenas o texto ou os elementos gráficos selecionados em um
documento. Página Atual imprime apenas a página atualmente exibida.
•• Número de cópias. Imprima mais de uma cópia do documento, imagem ou arquivo. Marque
a caixa de seleção Agrupar para imprimir todo o documento antes de passar para a próxima
cópia.
•• Orientação da página. Também chamada de layout da página. Escolha entre uma página na
vertical (Retrato) ou uma página na horizontal (Paisagem).
•• Tamanho do papel. Selecione tamanhos de papel diferentes.
•• Saída ou fonte de papel. Também chamada de destino de saída ou bandeja de papel.
Selecione uma bandeja de papel. Isso é principalmente útil se você carregar cada bandeja
com um tamanho de papel diferente.
•• Impressão em frente e verso. Também chamada de impressão duplex ou dos dois lados.
Selecione essa opção para imprimir nos dois lados de uma folha.
•• Imprimir em cores. Escolha entre impressão preto e branco e colorida.

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Informática – Windows 7 – Prof. Márcio Hunecke

Gerenciando Dispositivos e Impressoras


Quando você quiser visualizar todos os dispositivos conectados ao seu computador, usar
um deles ou solucionar o problema de um que não esteja funcionando corretamente, abra
Dispositivos e Impressoras.
Em Dispositivos e Impressoras, você pode realizar várias tarefas que variam de acordo com o
dispositivo. Estas são as principais tarefas que você pode realizar:
•• Adicionar uma impressora ou dispositivo de rede ou sem fio ao computador.
•• Visualizar todos os dispositivos e impressoras externos conectados ao computador.
•• Verificar se um determinado dispositivo está funcionando corretamente.
•• Visualizar informações sobre os seus dispositivos, como marca, modelo e fabricante,
incluindo informações detalhadas sobre os recursos de sincronização de um celular ou
outro dispositivo móvel.
•• Realizar tarefas com um dispositivo.

Gerenciando Documentos Esperando a Impressão


Quando você imprime um documento, ele segue para a fila de impressão, onde é possível exibir,
pausar e cancelar a impressão, além de outras tarefas de gerenciamento. A fila de impressão
mostra o que está sendo impresso e o que está aguardando para ser impresso. Ela também
fornece informações úteis como o status da impressão, quem está imprimindo o que e quantas
páginas ainda faltam.

www.acasadoconcurseiro.com.br 261
A fila de impressão

Configurações Básicas do Windows

Neste tópico trabalharemos com as configurações de Resolução de Tela, Cores, Fontes,


Aparência, Segundo plano, Protetor de Tela. Todas estas funções podem ser acessadas pelos
menos de duas formas diferentes. Clicando com o botão da direita do mouse sobre uma
área vazia da área de Trabalho, Personalizar ou no Painel de Controle, Categoria Aparência e
Personalização, Personalização.

Resolução de Tela
Resolução de tela se refere à clareza com que textos e imagens são exibidos na tela. Em
resoluções mais altas, como 1600 x 1200 pixels, os itens parecem mais nítidos. Também
parecem menores, para que mais itens possam caber na tela. Em resoluções mais baixas, como
800 x 600 pixels, cabem menos itens na tela, mas eles parecem maiores.
A resolução que você pode usar depende das resoluções a que seu monitor oferece suporte.
Os monitores CRT normalmente têm resolução de 800 × 600 ou 1024 × 768 pixels e funcionam
bem em resoluções diferentes. Monitores LCD (também chamados de monitores de tela plana)
e telas de laptop geralmente oferecem suporte a resoluções mais altas e funcionam melhor em
uma resolução específica.
Quanto maior o monitor, normalmente maior é a resolução a que ele oferece suporte. Poder ou
não aumentar a resolução da tela depende do tamanho e da capacidade do monitor e do tipo
de placa de vídeo instalada.

Temas (Cores, Sons, Segundo Plano e Proteção de Tela)


Você pode alterar a cor das molduras da janela, o Menu Iniciar, a Barra de Tarefas e muito mais.
Um tema é uma combinação de imagens, cores e sons em seu computador. Ele inclui um plano
de fundo de Área de Trabalho, uma proteção de tela, uma cor de borda de janela e um esquema
de som. Alguns temas podem também incluir ícones de Área de Trabalho e ponteiros de mouse.
Quando clica em um tema novo, você altera a combinação de imagens, cores e sons em seu
computador. Cada tema pode inclui uma cor de janela diferente.

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Informática – Windows 7 – Prof. Márcio Hunecke

Painel de Controle

Você pode usar o Painel de Controle para alterar as configurações


do Windows. Essas configurações controlam quase tudo a respeito
do visual e do funcionamento do Windows, e você pode usá-las
para configurar o Windows da melhor forma para você. Existem
duas formas de visualizar os ícones: Por categoria ou por Ícones, e estes podem ser grandes ou
pequenos. A quantidade de ícones varia de computador para computador, pois depende dos
programas instalados. Em termos gerais, há entre 40 e 50 ícones, e estes são distribuídos em
8 categorias: Sistema e Segurança, Rede e Internet, Hardware e Sons, Programas, Contas de
Usuário, Aparência e Personalização, Facilidade de Acesso e Relógio Idioma e Região.

Principais Ícones do Painel de Controle


Backup e Restauração – Função idêntica a clicar no Menu Iniciar, Todos os Programas, Acessórios,
Ferramentas do Sistema e escolher a opção “Backup”. Utilizado para criar os backups e fazer as
restaurações. A ferramenta permite fazer dois tipos de backups: Arquivos e pastas específicos
ou Cópia de todo o Sistema Operacional.
Barra de Tarefas e Menu Iniciar – Função idêntica a clicar com botão da direita na Barra de
Tarefas e escolher a opção “Propriedades”. Neste item, é possível alterar as configurações da
Barra de Tarefas e do Menu Iniciar, conteúdo já abordado nesta apostila.
* Central de Ações – Função idêntica a clicar na “bandeirinha” da Área de Notificação e escolher
“Abrir Central de Ações”. Esse ícone ativa a ferramenta que o Windows utiliza para notificar ao
usuário eventuais problemas e sugerir configurações de segurança e manutenção.

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* Central de Facilidade de Acesso – Apresenta as ferramentas de acessibilidade como: Lupa,
Teclado Virtual, Narrador e Configuração de Alto Contraste. Também aparecem opções para
ajustar a configuração do vídeo, mouse e teclado para usuários com dificuldades motoras ou
visuais.
* Central de Rede e Compartilhamento – Utilizado para realizar as configurações de rede com
fio, rede sem fio (Wireless), e ativar o compartilhamento de recursos em uma rede.
** Contas de Usuários – Tem duas principais funções: Gerenciar as contas dos usuários e
Configurar o UAC (Controle de Conta de Usuário). O gerenciamento de usuários, permite, entre
outras coisas, a criação de novos usuários (Padrão ou Administrador), Alteração da figura do
usuário que aparece na Tela de Boas Vindas e Alteração ou criação da Senha. UAC é uma nova
funcionalidade do Windows 7 (não existia no Windows XP) que notificará antes que sejam feitas
alterações no computador que exijam uma permissão no nível de administrador. A configuração
de UAC padrão o notificará quando programas tentarem fazer alterações no computador, mas
você pode alterar a frequência com que o UAC o notifica. Existem quatro níveis de configuração,
de baixo para cima (na tela de configuração), a segurança vai aumentando. A primeira desativa
a funcionalidade do UAC; a segunda irá notificar o usuário quando um programa tentar fazer
alguma alteração, sem deixar a Área de Trabalho bloqueada; a terceira é a configuração padrão,
também notifica sobre alterações e bloqueia a Área de Trabalho quando houver solicitação
de consentimento. A quarta e última configuração notifica o usuário para qualquer alteração
sugerida por programas ou pelo próprio usuário.
Data e Hora – Função idêntica a clicar no relógio na Área de Notificação e escolher a opção
“Alterar configurações de data e hora”. É possível alterar a data e hora do Windows, ajustar
o fuso horário, configurar se o computador irá modificar o relógio automaticamente para o
horário de verão e incluir relógios adicionais para outros fusos horários. Não há opção para
ocultar o relógio.
Dispositivos e Impressoras – Função idêntica a clicar no Menu Iniciar e escolher a opção
“Dispositivos e Impressoras”. Item discutido anteriormente nessa apostila.
Firewall do Windows – Utilizado para gerenciar o Firewall do Windows. Item discutido
anteriormente nessa apostila.
Fontes – Permite incluir ou remover fontes do Windows. Item discutido anteriormente nessa
apostila.
Gadgets da Área de Trabalho – Função idêntica a clicar com o botão da direita na Área de
Trabalho e escolher a opção “Gadgets”. Permite incluir novos Gadgets que já estão instalados
ou fazer download de novos.
Gerenciador de Credenciais – Permite salvar ou excluir senhas previamente salvas. As senhas
são salvas em um “cofre” e isso facilita a acesso a sites que exigem senha. A senha pode ser
gravada e toda vez que for feito acesso ao site, o usuário não precisará digitá-las novamente,
pois o Windows irá apresentar as credenciais gravadas no cofre.
* Gerenciador de Dispositivos – Com esse ícone é possível visualizar e alterar os componentes
de hardware instalados no computador. As impressoras são os únicos equipamentos que não
aparecerem nesta ferramenta.

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Informática – Windows 7 – Prof. Márcio Hunecke

Ícones da Área de Notificação – Função idêntica a clicar com o botão da direita na Área de
Notificação e escolher a opção Propriedades. Item discutido anteriormente nessa apostila.
* Informações e Ferramentas de Desempenho - Permite verificar o Índice de Experiência do
Windows. É uma nota atribuída ao computador baseado na configuração do hardware. A nota
vai de 1,0 até 7,9). A nota geral é sempre baseada na menor nota dos 5 componentes.
Mouse – Permite alterar algumas configurações do mouse, como inverter os botões, definir a
velocidade para o duplo clique, escolher a função da Roda (Scroll) entre outras.
* Opções da Internet – Função idêntica a clicar em Ferramentas e escolher a Opções de Internet
dentro do Internet Explorer. Os detalhes são abordados no conteúdo relacionado ao Internet
Explorer.
* Opções de Energia – Apresenta ao usuário as opções para gerenciamento de energia e
também opções em relação à bateria para notebooks. O Windows traz três planos de energia,
Equilibrado (padrão), Economia de energia e Alto desempenho (vem oculto). Em cada um destes
planos existem inúmeras configurações, como: Esmaecer vídeo (somente notebooks), Desligar
vídeo, Suspender atividade do computador e Ajustar brilho do plano (somente notebooks).
Opções de Indexação – Traz opções de configuração do Pesquisar (Windows Search) para incluir
outros locais e novos tipos de arquivos a serem indexados e então, trazer mais rapidamente os
resultados das pesquisas do Windows.
Opções de Pasta – Função idêntica a clicar Organizar e escolher a opção “Opções de pasta e
pesquisa” no Windows Explorer. Neste item podemos fazer diversas configurações no Windows
Explorer. As mais comuns são utilizadas na guia “Modo de Exibição” e são elas: “Ocultar as
extensões dos tipos de arquivos conhecidos” e “Mostrar arquivos, pastas e unidades ocultas”.
* Personalização – Permite alteração nas configurações da Área de Trabalho como Temas, Plano
de Fundo, Proteção de Tela, Ícones da Área de Trabalho entre outros.
** Programas e Recursos – Esse ícone possibilita a ativação ou desativação do componentes
no Windows e a desinstalação de programas instalados. Por exemplo, o Internet Explorer que
vem com o Windows 7 é um componente, e não um programa. Desta forma, para retirá-lo do
computador é necessário desativar o recurso Internet Explorer.
* Programas Padrão – Função idêntica a clicar no Menu Iniciar e escolher a opção “Programas
Padrão”. Utilizado para escolher o programa que irá ser utilizado, quando um documento ou
link for aberto. Por exemplo, ao clicar em um arquivo com e extensão .doc, pode-se definir o
Microsoft Word ou o BrOffice Writer para abrir esse arquivo.
* Recuperação – Função idêntica a clicar no Menu Iniciar, Todos os Programas, Acessórios,
Ferramentas do Sistema e escolher a opção “Restauração do Sistema”. Utilizado para solucionar
diversos problemas do sistema, permitindo restaurar o computador a um estado anterior.
* Região e Idioma – Permite configurar formato de data, hora e moeda e configuração do layout
do teclado (configurar o teclado com ou sem a letra Ç).
** Sistema – Ícone bastante importante pois traz várias informações. Permite identificar
a edição do Windows 7 (Started, Home Basic entre outras e o tipo de sistema: 32bits ou 64
bits), permite identificar se o computador pertence à uma rede corporativa ou rede doméstica
(domínio ou grupo de trabalho), traz informações sobre a quantidade de memória RAM e o

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nome do processador. Nesse ícone também temos acesso ao “Gerenciador de Dispositivos”
(traz uma lista de todos os componentes de hardware instalados no computador), ou
“Configurações remotas” (local onde se configura a Assistência Remota e Área de Trabalho
Remota, configurações que definem se o acesso remoto será permitido ou não e os usuários
que terão acesso), “Proteção do sistema” (gerenciamento das configurações da Recuperação
do Sistema, abordado anteriormente nesta apostila) e “Configurações Avançadas do sistema”
(onde existem configurações relacionadas à Desempenho, Perfis do Usuário e Inicialização e
Recuperação).
Soluções de Problemas – Permite verificar a funcionalidade de “Programas”, “Hardware e
Sons”, “Rede e Internet” e “Sistema e Segurança”. Para cada um destes 4 componentes existem
assistentes que irão conduzir o usuário para testar os itens relacionados.
Som – Ícone bem simples que contém apenas informações sobre os dispositivos de áudio e
permite testar o alto-falante e o microfone.
Teclado – Permite ajustar configurações relacionadas ao teclado como o tratamento para
repetições de caracteres, e a intermitência com que o cursor fica piscando. Não é neste ícone
que se altera o layout do teclado, isso é feito no ícone “Região e Idioma”.
Telefone e Modem – Mostra os modens instalados no computador e permite definir o código
de área (051 para Porto Alegre) e outras regras de discagem (tecla para discagem externa e
outros).
Vídeo – Traz a opção de aumentar o tamanho de todos os itens da Área de Trabalho de 100%
para 125% e eventualmente 150%. Também apresenta atalhos para os itens “Ajustar resolução”,
“Calibrar a cor”, “Alterar configurações de vídeo” e “Ajustar texto ClearType”.
* Windows Defender – O Windows 7 já vem com uma ferramenta de anti-spyware instalada,
que se chama Windows Defender. Nesse ícone podemos fazer as configurações da ferramenta.
* Windows Update – O Windows Update é o nome do processo de atualização do sistema
operacional, Nesse ícone, pode-se ativar ou desativar a instalação das atualizações e também
definir a agenda de instalação das mesmas.

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Informática
Aula XX

MICROSOFT WORD 2013

“Esse material é uma coletânea de informações sobre o Microsoft Word com intuito de ajudar
a você a estudar para Concursos Públicos. Diversos trechos deste material foram retirados das
ajudas e do site de suporte de diversas versões do Microsoft Office, que podem ser acessados
para maiores informações (https://support.office.com/pt-br/)”.
O Microsoft Word é um programa de processamento de texto, projetado para ajudar você a criar
documentos com qualidade profissional. Com as ferramentas de formatação de documento,
o Word o auxilia a organizar e a escrever seus documentos com mais eficiência. Ele também
inclui ferramentas avançadas de edição e revisão para que você possa colaborar facilmente
com outros usuários.

JANELA INICIAL DO WORD 2013

A nova interface de usuário do Office Fluent no Word 2013 parece muito diferente da interface
do usuário do Word 2003. Os menus e as barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa
de Opções e pelo modo de exibição Backstage. Para os novos usuários do Word, a interface é

www.acasadoconcurseiro.com.br 267
muito intuitiva. Para os usuários do Word mais experientes, a interface requer um pouco de
reaprendizado.
A nova Faixa de Opções, um componente da interface do usuário do Office Fluent, agrupa suas
ferramentas por tarefa, e os comandos usados com mais frequência estão facilmente acessíveis.
No Word, você pode até personalizar essa Faixa de Opções para que os comandos usados com
frequência fiquem juntos.

1. As guias são projetadas para serem orientadas a


tarefas.

2. Os grupos dentro de cada guia dividem uma


tarefa em subtarefas.

3. Os botões de comando em cada grupo executam


um comando ou exibem um menu de comandos.

A nova interface do usuário do Office Fluent, orientada a resultados, apresenta as ferramentas,


de forma clara e organizada, quando você precisa delas:
•• Economize tempo e faça mais com os recursos avançados do Word selecionando em
galerias de estilos predefinidos, formatos de tabela, formatos de lista, efeitos gráficos e
mais.
•• A interface do usuário do Office Fluent elimina o trabalho de adivinhação quando você
aplica formatação ao documento. As galerias de opções de formatação proporcionam
uma visualização dinâmica da formatação no documento antes de você confirmar uma
alteração.

MICROSOFT OFFICE BACKSTAGE

A Faixa de Opções contém um conjunto de comandos de trabalho em um documento, enquanto


o modo de exibição do Microsoft Office Backstage é o conjunto de comandos que você usa para
fazer algo em um documento.
Abra um documento e clique na guia Arquivo para ver o modo de exibição Backstage. O
modo de exibição Backstage é onde você gerencia seus documentos e os dados relacionados
a eles — criar, salvar e enviar documentos, inspecionar documentos em busca de dados
ocultos ou informações pessoais, definir opções de ativação ou desativação de sugestões de
preenchimento automático, e muito mais.
A guia Arquivo substitui o Botão Microsoft Office (versão 2007) e o menu Arquivo usado nas
versões anteriores (2003, por exemplo) do Microsoft Office e está localizada no canto superior
esquerdo dos programas do Microsoft Office 2010 e 2013.

268 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Microsoft Word 2013 – Prof. Márcio Hunecke

Ao clicar na guia Arquivo, você vê muitos dos mesmos comandos básicos que via quando
clicava no Botão Microsoft Office ou no menu Arquivo nas versões anteriores do Microsoft
Office. Você encontrará Abrir, Salvar e Imprimir, bem como uma nova guia modo de exibição
Backstage chamada Salvar e Enviar, que oferece várias opções de compartilhamento e envio de
documentos.

Salvar (CTRL + B) e Salvar Como (F12)


Você pode usar os comandos Salvar e Salvar Como para armazenar seu trabalho e pode ajustar
as configurações que o Microsoft Word usa para salvar os documentos.
Por exemplo, se o documento for para o seu uso pessoal e você nunca espera abri-lo em uma
versão anterior do Microsoft Word, você pode usar o comando Salvar.
Se você quiser compartilhar o documento com pessoas que usem um software diferente
do Microsoft Word 2013, 2010 ou do Microsoft Office Word 2007 ou se você planeja abrir o
documento em outro computador nessas condições, será necessário escolher como e onde
salvar o documento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 269
Se você salvar o documento no formato de arquivo padrão .docx, os usuários do Microsoft
Word 2003, Word 2002 e Word 2000 terão de instalar o Pacote de Compatibilidade do
Microsoft Office para Formatos de Arquivo Open XML do Word, Excel e PowerPoint para abrir
o documento. Como alternativa, você pode salvar o documento em um formato que possa
ser aberto diretamente nas versões anteriores do Word — mas a formatação e o layout que
dependem dos novos recursos do Word 2013 podem não estar disponíveis na versão anterior
do Word.

1. Clique na guia Arquivo.

2. Clique em Salvar Como.

3. Escolha um local para Salvar.

4. Na caixa Nome do arquivo, digite o nome do documento e clique em Salvar.

5. Na lista Salvar como tipo, clique em Documento do Word 97-2003 (isso altera o formato do
arquivo para .doc.).

6. Digite um nome para o documento e, em seguida, clique em Salvar.

270 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Microsoft Word 2013 – Prof. Márcio Hunecke

Salvar um documento em formatos de arquivo alternativos


Se você estiver criando um documento para outras pessoas, poderá torná-lo legível e não
editável ou torná-lo legível e editável. Se quiser que um documento seja legível, mas não
editável, salve-o como arquivo PDF ou XPS ou salve-o como uma página da Web. Se quiser
que o documento seja legível e editável, mas preferir usar um formato de arquivo diferente de
.docx ou .doc, poderá usar formatos como texto simples (.txt), Formato Rich Text (.rtf), Texto
OpenDocument (.odt) e Microsoft Works (.wps).
PDF e XPS são formatos que as pessoas podem ler em uma variedade de softwares disponíveis.
Esses formatos preservam o layout de página do documento.
Páginas da Web: As páginas da Web são exibidas em um navegador da Web. Esse formato
não preserva o layout da página do seu documento. Quando alguém redimensionar a janela
do navegador, o layout do documento será alterado. Você pode salvar o documento como
uma página da Web convencional (formato HTML) ou como uma página da Web de arquivo
único (formato MHTML). Com o formato HTML, quaisquer arquivos de suporte (tais como
imagens) são armazenados em uma pasta separada, que é associada ao documento. Com o
formato MHTML, todos os arquivos de suporte são armazenados junto com o documento em
um arquivo.

Abrir um novo documento e começar a digitar

1. Clique na guia Arquivo.

2. Clique em Novo.

3. Clique em Documento em branco.

www.acasadoconcurseiro.com.br 271
INICIAR UM DOCUMENTO DE UM MODELO (DOTX)

Geralmente é mais fácil criar um novo documento usando um modelo do que começar de uma
página em branco. Os modelos do Word estão prontos para serem usados com temas e estilos.
Tudo o que você precisa fazer é adicionar seu conteúdo.
Sempre que você iniciar o Word 2013, você poderá escolher um modelo da galeria, clicar em
uma categoria para ver os modelos contidos nela ou procurar mais modelos online. (Se você
preferir não usar um modelo, basta clicar em Documento em branco).

Para analisar melhor qualquer modelo, basta clicar nele para abrir uma visualização maior.

GUIA PÁGINA INICIAL (WORD 2013)

A Guia Página Inicial contempla várias ferramentas, que, em tese, são as mais utilizadas, dividida
em 5 grupos:
Fonte
Área de Transferência
Estilo
Parágrafo
Edição

272 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Microsoft Word 2013 – Prof. Márcio Hunecke

ÁREA DE TRANSFERÊNCIA

A Área de Transferência do Office permite que você colete textos e itens gráficos de qualquer
quantidade de documentos do Office ou outros programas para, em seguida, colá-los em
qualquer documento do Office. Por exemplo, você pode copiar parte do texto de um documento
do Microsoft Word, alguns dados do Microsoft Excel, uma lista com marcadores do Microsoft
PowerPoint ou texto do Microsoft Internet Explorer, voltando para o Word e organizando alguns
ou todos os itens coletados em seu documento do Word.
A Área de Transferência do Office funciona com os comandos Copiar e Colar padrão. Basta
copiar um item para a Área de Transferência do Office para adicioná-lo à sua coleção (24 itens).
Depois, cole-o em qualquer documento do Office a qualquer momento. Os itens coletados
permanecerão na Área de Transferência do Office até que você saia dele.
Você pode acessar os comandos de Recortar (CTRL + X), Copiar
(CTRL + C) e Colar (CTRL + V) no Grupo Área de Transferência da
guia Inicio.
Para acessar o painel da área de transferência, clique no canto
inferior direito do grupo Área de Transferência.
É possível usar o Pincel na guia Página Inicial para copiar e colar formatação de texto e algumas
formatações básicas de gráfico, como bordas e preenchimentos.

1. Selecione o texto ou o gráfico que possui o formato que você deseja copiar.

OBSERVAÇÃO
Se quiser copiar a formatação de texto, selecione uma parte de um parágrafo. Se quiser
copiar a formatação do texto e do parágrafo, selecione um parágrafo inteiro, incluindo
a marca de parágrafo (indicada com a opção).

2. Na guia Página Inicial, no grupo Área de Transferência, clique em Pincel.


O ponteiro muda para um ícone de pincel.

OBSERVAÇÃO
Clique duas vezes no botão Pincel se deseja alterar o formato de várias seleções no
seu documento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 273
3. Selecione o texto ou o gráfico que deseja formatar.

4. Para interromper a formatação, pressione ESC.

FONTE

A formatação de fontes poderá ser feita através do Grupo Fonte da guia Página Inicial.

Botão Nome Função

Fonte Altera a fonte.

Tamanho da Fonte Altera o tamanho do texto.

Aumentar Fonte Aumenta o tamanho do texto.

Diminuir Fonte Diminui o tamanho do texto.

Altera todo o texto selecionado


Alterar Maiúsculas/Minúsculas para maiúsculas, minúsculas ou
outras capitalizações comuns.
Limpa toda a formatação
do texto selecionado,
Limpar Formatação
deixando apenas o texto sem
formatação.
Aplica negrito ao texto
Negrito
selecionado.
Aplica itálico ao texto
Itálico
selecionado.
Desenha uma linha sob o texto
selecionado. Clique na seta
Sublinhado
suspensa para selecionar o tipo
de sublinhado.

274 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Microsoft Word 2013 – Prof. Márcio Hunecke

Desenha uma linha no meio do


Tachado
texto selecionado.

Subscrito Cria caracteres subscritos.

Sobrescrito Cria caracteres sobrescritos.

Aplica um efeito visual ao texto


Efeitos de Texto selecionado, como sombra,
brilho ou reflexo.
Faz o texto parecer como se
Cor do Realce do Texto tivesse sido marcado com um
marca-texto.

Cor da Fonte Altera a cor do texto.

A maioria das formatações de fonte você encontrará no canto inferior direito do Grupo Fonte
por meio do iniciador da caixa de diálogo.

Cuidado principalmente com os efeitos de subscrito/sobrescrito e de Versalete (ou Caixa


Alta) e TODAS EM MAIÚSCULAS, pois costumam cair em muitas provas.

Veja que são poucas as diferenças entre as diversas versões do Word na formatação de fonte,
algumas diferenças relevantes são as guias e especialmente os efeitos de texto que foram
aprimorados.

www.acasadoconcurseiro.com.br 275
PARÁGRAFO

A caixa de diálogo Formatar Parágrafo permite personalizar o alinhamento, o recuo, o


espaçamento de linhas, as posições e as guias da parada de tabulação e as quebras de linha e
de parágrafo dentro dos parágrafos selecionados.

276 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Microsoft Word 2013 – Prof. Márcio Hunecke

A guia “Recuos e Espaçamento” permite personalizar o alinhamento, o recuo e o espaçamento


de linha dos parágrafos selecionados.

GERAL
Aqui você pode definir o alinhamento dos parágrafos:
À Esquerda: O caractere à extrema esquerda de cada linha é alinhado à margem esquerda, e
a borda direita de cada linha fica irregular. Esse é o alinhamento padrão para parágrafos com
direção do texto da esquerda para a direita.
Centro: O centro de cada linha de texto é alinhado ao ponto médio das margens direita e
esquerda da caixa de texto, e as bordas esquerda e direita de cada linha ficam irregulares.
À Direita: O caractere à extrema direita de cada linha é alinhado à margem direita, e a borda
esquerda de cada linha fica irregular. Esse é o alinhamento padrão para parágrafos com direção
do texto da direita para a esquerda.
Justificado: O primeiro e o último caracteres de cada linha (exceto o último do parágrafo) são
alinhados às margens esquerda e direita e, as linhas são preenchidas adicionando ou retirando
espaço entre e no meio das palavras. A última linha do parágrafo será alinhada à margem
esquerda, se a direção do texto for da esquerda para a direita, ou à margem direita, se a direção
do texto for da direita para a esquerda.

RECUO
O recuo determina a distância do parágrafo em relação às margens esquerda ou direita da caixa
de texto. Entre as margens, você pode aumentar ou diminuir o recuo de um parágrafo ou de
um grupo de parágrafos. Também pode criar um recuo negativo (também conhecido como
recuo para a esquerda), o que recuará o parágrafo em direção à margem esquerda, se a direção
do texto estiver definida como da esquerda para a direita, ou em direção à margem direita, se a
direção do texto estiver definida como da direita para a esquerda.
Margens e recuos são elementos diferentes dentro de um texto do Word. As margens
determinam a distância entre a borda do papel e o início ou final do documento. Já os recuos
determinam a configuração do parágrafo dentro das margens que foram estabelecidas para o
documento. Podemos determinar os recuos de um parágrafo utlilizando a régua horizontal ou
o grupo Parágrafo.
Existem, na régua, dois conjuntos de botões de recuo, um do lado direito, que marca o recuo
direito de parágrafo, e outro do lado esquerdo (composto por três elementos bem distintos),
que marca o recuo esquerdo de parágrafo.
O deslocamento destes botões deve ser feito pelo clique do mouse seguido de arrasto. Seu
efeito será sobre o parágrafo em que o texto estiver posicionado ou sobre os parágrafos do
texto que estiver selecionado no momento.
Movendo-se o botão do recuo direito de parágrafo, todo limite direito do parágrafo será
alterado:

www.acasadoconcurseiro.com.br 277
Já no recuo esquerdo, é preciso tomar cuidado com as partes que compõem o botão. O Botão
do recuo esquerdo é composto por 3 elementos distintos:
•• Botão de entrada de parágrafo ou recuo especial na 1º linha;
•• Botão de Deslocamento do recuo esquerdo, com exceção da 1º linha;
•• Botão de Deslocamento do recuo esquerdo, mantendo a relação entre a entrada do
parágrafo e as demais linhas.
Lembre-se que o deslocamento dos botões é válido para o parágrafo em que está posicionado
o cursor ou para os parágrafos do texto selecionado. Assim, primeiro seleciona-se o texto para
depois fazer o movimento com os botões de recuos.

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Informática – Microsoft Word 2013 – Prof. Márcio Hunecke

ESPAÇAMENTO ENTRE LINHAS


O espaçamento entre linhas determina a quantidade de espaço vertical entre as linhas do texto
em um parágrafo. O espaçamento entre parágrafos determina o espaço acima ou abaixo de um
parágrafo. Quando você pressiona ENTER para começar um novo parágrafo, o espaçamento é
atribuído ao próximo parágrafo, mas você pode alterar as configurações de cada parágrafo.

Alterar o espaçamento entre linhas em uma parte do documento

1. Selecione os parágrafos em que deseja alterar o espaçamento entre linhas.

2. Na guia Página Inicial, no grupo Parágrafo, clique em Espaçamento entre Linhas.

3. Siga um destes procedimentos:


•• Clique no número de espaçamentos entre linha que deseja.
Por exemplo, clique em 1,0 para usar um espaçamento simples com o espaçamento usado em
versões anteriores do Word. Clique em 2,0 para obter um espaçamento duplo no parágrafo
selecionado. Clique em 1,15 para usar um espaçamento com o espaçamento usado no Word
2010 e Word 2013.
•• Clique em Opções de Espaçamento entre Linhas e selecione as opções desejadas em
Espaçamento. Consulte a lista de opções disponíveis a seguir para obter mais informações.

www.acasadoconcurseiro.com.br 279
Opções de espaçamento entre as linhas
Simples: Essa opção acomoda a maior fonte nessa linha, além de uma quantidade extra de
espaço. A quantidade de espaço extra varia dependendo da fonte usada.
1,5 linha: Essa opção é uma vez e meia maior que o espaçamento de linha simples.
Duplo: Essa opção é duas vezes maior que o espaçamento de linha simples.
Pelo menos: Essa opção define o mínimo de espaçamento entre as linhas necessário para
acomodar a maior fonte ou gráfico na linha.
Exatamente: Essa opção define o espaçamento entre linhas fixo, expresso em pontos. Por
exemplo, se o texto estiver em uma fonte de 10 pontos, você poderá especificar 12 pontos
como o espaçamento entre linhas.
Múltiplos: Essa opção define o espaçamento entre linhas que pode ser expresso em números
maiores que 1. Por exemplo, definir o espaçamento entre linhas como 1,15 aumentará o espaço
em 15%, enquanto definir o espaçamento entre linhas como 3 aumentará o espaço em 300%
(espaçamento triplo).

Quebras de Linha e de Página


Esta guia permite controlar como as linhas em um parágrafo são formatadas em caixas de texto
vinculadas ou entre colunas.
Controle de linhas órfãs/viúvas: As viúvas e órfãs são linhas de texto isoladas de um parágrafo
que são impressas na parte superior ou inferior de uma caixa de texto ou coluna. Você pode
escolher evitar a separação dessas linhas do restante do parágrafo.
•• Linha órfã: a primeira linha de um parágrafo que fica sozinha na folha anterior.
•• Linha viúva: a última linha de um parágrafo que fica sozinha na folha seguinte.
Manter com o próximo: Essa caixa de seleção manterá um ou mais parágrafos selecionados
juntos em uma caixa de texto ou uma coluna.
Manter linhas juntas: Essa caixa de seleção manterá as linhas de um parágrafo juntas em uma
caixa de texto ou uma coluna.
Quebrar página antes: Esta opção insere uma quebra de página no parágrafo selecionado.

Tabulação
Para determinarmos o alinhamento do texto em relação ao tabulador, é preciso primeiro
selecionar o tipo de tabulador a partir do símbolo , que existe no lado esquerdo da régua
horizontal.

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Informática – Microsoft Word 2013 – Prof. Márcio Hunecke

Cada clique dado sobre este símbolo fará com que ele assuma uma das posições de alinhamento
que existem para tabuladores.

Determine a posição do tabulador antes de inseri-lo no texto. Após determinar o alinhamento


do tabulador, clique uma vez sobre o ponto da régua onde ele deverá aparecer.
Além dos tabuladores, existe ainda uma Barra, que pode ser colocada entre as colunas e as
posições de recuo esquerdo, que podem ser fixadas pela Régua Horizontal. Assim acrescenta-
se uma Barra no texto no ponto em que foi acionado. Nenhum efeito de tabulação ou marcação
de deslocamento é feito. Trata-se apenas de um elemento visual que pode ser inserido no texto
do Word (com ele pode-se criar, por exemplo, bordas que separam os diversos tabuladores).

Definir paradas de tabulação usando a caixa de diálogo Tabulações


Se você deseja que sua tabulação pare em posições precisas que não podem ser obtidas
clicando na régua, ou se deseja inserir um caractere específico (de preenchimento) antes da
tabulação, pode usar a caixa de diálogo Tabulações.
Para exibir a caixa de diálogo Tabulações, clique duas vezes em qualquer parada de tabulação
na régua ou faça o seguinte:

1. Clique duas vezes na régua ou clique na guia Layout de


Página, clique no Iniciador da Caixa de Diálogo Parágrafo
e clique em Tabulações.

2. Em Posição da parada de tabulação, digite o local onde


você deseja definir a parada de tabulação.

3. Em Alinhamento, clique no tipo de parada de tabulação


desejado.

4. Para adicionar pontos na parada de tabulação, ou


para adicionar outro tipo de preenchimento, clique na
opção desejada em Preenchimento.

5. Clique em Definir.

6. Repita as etapas de 2 a 5 para adicionar outra parada


de tabulação ou clique em OK.

www.acasadoconcurseiro.com.br 281
Criar uma lista numerada ou com marcadores
Você pode adicionar com rapidez marcadores ou números a linhas de texto existentes, ou o
Word pode automaticamente criar listas à medida que você digita.
Por padrão, se você iniciar um parágrafo com um asterisco ou um número 1., o Word
reconhecerá que você está tentando iniciar uma lista numerada ou com marcadores. Se não
quiser que o texto se transforme em uma lista, clique no botão Opções de AutoCorreção
que aparece.

Listas: um ou vários níveis


É possível criar uma lista de apenas um nível ou uma lista de vários níveis para mostrar listas em
uma lista.
Ao criar uma lista numerada ou com marcadores, você pode seguir um destes procedimentos:
•• Usar a Biblioteca de Marcadores e a Biblioteca de Numeração convenientes: permite que
você use os formatos padrão de marcador e numeração para listas, personalize listas ou
selecione outros formatos na Biblioteca de Marcadores e na Biblioteca de Numeração.

•• Formatar marcadores ou números: permite que você formate marcadores ou números de


maneira diferente da usada no texto de uma lista. Por exemplo, clique em um número ou
altere a cor do número para a lista inteira, sem alterar o texto da lista.

•• Usar imagens ou símbolos: permite que você crie uma lista com marcadores de imagens
para tornar um documento ou uma página da Web visualmente mais interessante.

282 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Mover uma lista inteira para a esquerda ou direita

1. Clique em um marcador ou número na lista para realçá-la.

2. Arraste a lista para um novo local.


A lista inteira será movida à medida que você arrastar. Os níveis de numeração não são
alterados.

Transformar uma lista de um nível em uma lista de vários níveis


Você pode transformar uma lista existente em uma lista de vários níveis alterando o nível
hierárquico dos itens da lista.

1. Clique em um item que você deseja mover para um nível diferente.

2. Na guia Página Inicial, no grupo Parágrafo, clique na seta ao lado de Marcadores ou


Numeração, clique em Alterar Nível da Lista e, em seguida, clique no nível desejado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 283
ESTILO

Um estilo é um conjunto de características de formatação, como nome da fonte, tamanho,


cor, alinhamento de parágrafo e espaçamento. Alguns estilos incluem até mesmo borda e
sombreamento.
Por exemplo, em vez de seguir três etapas separadas para formatar seu título como 16 pontos,
negrito, Cambria, você pode conseguir o mesmo resultado em uma única etapa aplicando o
estilo Título 1 incorporado. Não é preciso se lembrar das características do estilo Título 1. Para
cada rubrica no seu documento, basta clicar no título (você nem mesmo precisa selecionar
todo o texto) e clicar em Título 1 na galeria de estilos.

Se você decidir que quer subtítulos, use o estilo interno Título 2.

1. Os Estilos Rápidos da galeria de estilos foram criados para trabalhar juntos. Por exemplo, o
Estilo Rápido Título 2 foi criado para parecer subordinado ao Estilo Rápido Título 1.

2. O texto do corpo do seu documento é automaticamente formatado com o Estilo Rápido


Normal.

3. Estilos Rápidos podem ser aplicados a parágrafos, mas você também pode aplicá-los a
palavras individuais e a caracteres. Por exemplo, você pode enfatizar uma frase aplicando o
Estilo Rápido Ênfase.

4. Quando você formata o texto como parte de uma lista, cada item da lista é automaticamente
formatado com o Estilo Rápido Lista de Parágrafos.
Se mais tarde você decidir que gostaria que os títulos tenham uma aparência diferente, altere
os estilos Título 1 e Título 2, e o Word atualizará automaticamente todas as suas instâncias no
documento. Você também pode aplicar um conjunto de Estilo Rápido diferente ou um tema
diferente para mudar a aparência dos títulos sem fazer alterações aos estilos.
Os estilos internos (Título 1, Título 2, etc.) oferecem outros benefícios, também. Se você usar os
estilos internos de título, o Word poderá gerar uma tabela de conteúdos automaticamente. O

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Word também usa os estilos internos de título para fazer a Estrutura do documento, que é um
recurso conveniente para mover-se em documentos longos.

EDIÇÃO

No Word, com o Painel Navegação, você pode localizar-se rapidamente em documentos longos,
reorganizar com facilidade seus documentos arrastando e soltando seções em vez de copiar e
colar, além de localizar conteúdo usando a pesquisa incremental, para que não seja preciso
saber exatamente o que está procurando para localizá-lo.

No Word, é possível:
•• Mover-se entre títulos no documento clicando nas partes do mapa do documento;
•• Recolher níveis da estrutura de tópicos para ocultar cabeçalhos aninhados, para que você
possa trabalhar facilmente com o mapa mesmo em documentos longos, profundamente
estruturados e complicados;
•• Digitar texto na caixa de pesquisa para encontrar o lugar instantaneamente;
•• Arrastar e soltar títulos no documento para reorganizar a estrutura. Você também pode
excluir, recortar ou copiar títulos e seu conteúdo;
•• Facilmente promover ou rebaixar um título específico, ou um título e todos os seus títulos
aninhados, para cima ou para baixo dentro da hierarquia;
•• Adicionar novos títulos ao documento para criar uma estrutura de tópicos básica ou inserir
novas seções sem ter que rolar o documento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 285
•• Ficar atento ao conteúdo editado por outras pessoas procurando os títulos que contêm um
indicador de coautoria.
•• Ver miniaturas de todas as páginas do documento e clicar nelas para me mover pelo
documento.

Localização avançada
Permite a localização de texto, fonte, tipo parágrafo, idioma, quadro, estilo, realce e caracteres
especiais.

Substituir (CTRL + U)
Substitui texto, fonte, parágrafo, idioma, quadro, estilo, realce e caracteres especiais.

286 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Microsoft Word 2013 – Prof. Márcio Hunecke

Ir Para (ALT + CTRL + G)


Permite ir para uma determinada página, seção, linha, indicador, nota de rodapé, nota de fim,
tabela, etc.

GUIA LAYOUT DE PÁGINA

Alterar margens da página


As margens da página são o espaço em branco em volta das bordas da página. Em geral, você
insere texto e elementos gráficos na área imprimível entre as margens. Quando você alterar as
margens de um documento de página, alterará o local onde texto e gráficos aparecem em cada
página.
Para configurar página no Word:

1. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página,


clique em Margens. A galeria de Margens aparece.

2. Clique no tipo de margem que deseja aplicar.


Se o documento contiver várias seções, o tipo de margem
novo só será aplicado à seção atual. Se o documento contiver
várias seções e você tiver várias seções selecionadas, o tipo da
nova margem será aplicada a cada seção que você escolheu.

www.acasadoconcurseiro.com.br 287
OBSERVAÇÃO
Para alterar as margens padrão, depois de selecionar uma nova margem clique em
Margens Personalizadas e, em seguida, clique em Avançada. Na caixa de diálogo
Configurar Página, clique no botão Configurar Como Padrão. As novas configurações
padrão serão salvas no modelo no qual o documento é baseado. Cada novo documento
baseado nesse modelo automaticamente usará as novas configurações de margem.

Formatar Colunas
Sempre que se formata um texto em colunas, o próprio Word se encarrega de inserir quebras
de seções entre as partes que dividem o documento. Na Guia Layout da Página encontra-se a
opção colunas. Sua janela possibilita ao usuário modificar alguns dos critérios de formatação
das colunas, como a distância entre elas e o seu tamanho.

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Configurar Página
A formatação de página define como ficará o documento ativo com relação ao tamanho da
folha e a posição do texto dentro dela (margens direita, esquerda, superior inferior, etc.).

www.acasadoconcurseiro.com.br 289
QUEBRAS
As quebras podem ser de página, coluna, linha ou seções. Para inserir uma quebra, basta
acionar o botão de comando Quebras no Grupo Configurar Página, na Guia Layout.
Ao acionarmos o botão quebras, serão exibidas as opções de quebras de página, como segue:
Teclas de atalho:
Quebra de página (CTRL + ENTER)
Quebra de coluna (CTRL + SHIFT + ENTER)
Quebra Automática de Texto (SHIFT + ENTER)

A quebra de página também poderá ser acionada pelo botão de comando Quebra de Página
localizado no grupo Páginas, na Guia Inserir.

As Quebras de Seções
É possível usar quebras de seção para alterar o layout ou a formatação de uma página ou de
páginas do documento. Por exemplo, você pode definir o layout de uma página em coluna única

290 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Microsoft Word 2013 – Prof. Márcio Hunecke

como duas colunas. Pode separar os capítulos no documento para que a numeração de página
de cada capítulo comece em 1. Você também pode criar um cabeçalho ou rodapé diferente
para uma seção do documento.

1. Seção formatada como coluna única


2. Seção formatada como duas colunas
As quebras de seção são usadas para criar alterações de layout ou formatação em uma parte do
documento. Você pode alterar os seguintes elementos de seções específicas:
•• Margens;
•• Tamanho ou orientação do papel;
•• Fonte do papel para uma impressora;
•• Bordas da página;
•• Alinhamento vertical de um texto em uma página;
•• Cabeçalhos e rodapés;
•• Colunas;
•• Numeração de página;
•• Numerar linhas;
•• Numeração de nota de rodapé e de nota de fim.

Tipos de Quebra de Seção

Próxima Página
O comando Próxima Página insere uma quebra de seção e inicia a nova seção na próxima
página.

www.acasadoconcurseiro.com.br 291
Esse tipo de quebra de seção é especialmente útil para iniciar novos capítulos em um
documento.

Contínuo
O comando Contínuo insere uma quebra de seção e inicia a nova seção na mesma página.

Uma quebra de seção contínua é útil para criar uma alteração de formatação, como um número
diferente de colunas em uma página.

Páginas Pares ou Páginas Ímpares


O comando Páginas Pares ou Páginas Ímpares insere uma quebra de seção e inicia a nova seção
na próxima página de número par ou ímpar.

Se você quiser que os capítulos do seu documento sempre comecem em uma página par ou em
uma página ímpar, use a opção de quebra de seção Páginas pares ou Páginas ímpares.

GUIA INSERIR

Folha de Rosto – As folhas de rosto são sempre inseridas no início de um documento,


independentemente de onde o cursor aparece no documento. Depois de inserir uma folha de
rosto, você poderá substituir o texto de exemplo pelo seu próprio texto clicando para selecionar
uma área da folha de rosto, como o título, e digitando o texto.
Página em Branco – Clique no local em que deseja inserir uma nova página no documento. A
página inserida será exibida imediatamente antes do local do cursor.
Imagens / Imagens Online – Imagens podem ser inseridas ou copiadas em um documento de
muitas fontes diferentes. Baixadas de um site, copiadas de uma página da Web ou inseridas a
partir de um arquivo onde você salva as imagens.

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Informática – Microsoft Word 2013 – Prof. Márcio Hunecke

Formas – Você pode adicionar formas (como caixas, círculos e setas) em seus documentos. Para
adicionar uma forma, selecione uma forma, clique e arraste-a para desenhar a forma. Depois
de adicionar uma ou mais formas, é possível adicionar texto, marcadores, numeração e Estilos
Rápidos a elas.
SmartArt – Use para criar um organogramas que permitem mostrar os
relacionamentos de subordinação em uma organização, como gerentes
de departamento e funcionários que não fazem parte da administração.
Gráfico – Provavelmente, haverá momentos em que você precisará
apresentar um gráfico em um documento do Microsoft Office Word.
Assim como no Excel, há uma variedade muito grande de tipos de
gráficos (figura ao lado).
Hyperlink – O Word cria um hiperlink quando você pressiona a tecla
ENTER ou a barra de espaços após digitar um endereço da Web existente,
como www.acasadoconcurseiro.com.br.

CABEÇALHOS E RODAPÉS

ABRIR CABEÇALHOS E RODAPÉS


Use um dos três métodos:
•• Clicar duas vezes na área do cabeçalho e rodapé do documento;
•• Clicar com o botão direito na área do cabeçalho ou rodapé e, após, em Editar Cabeçalho;
•• Clicar na guia Inserir e no grupo Cabeçalho e Rodapé, e após, em Cabeçalho, Rodapé
ou Número de Página e insirir um estilo de uma destas galerias que abrem cabeçalhos e
rodapés.

FECHAR CABEÇALHOS E RODAPÉ


Use um dos dois métodos:
•• Clicar duas vezes no corpo do documento.
•• Na guia Design, da Ferramenta de Cabeçalho e Rodapé, clicar em Fechar Cabeçalho e
Rodapé.

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INSERIR CONTEÚDO USANDO O ESTILO DAS GALERIAS
As galerias contém conteúdo preexistente que foi posicionado, formatado, projetado e que
contém controles e campos.

1. Clique em Inserir.

2. No grupo Cabeçalho e Rodapé, clique em Cabeçalho, Rodapé ou Número de Página.

3. Para números de páginas, aponte para uma posição na página e isso abrirá a galeria.

4. Na galeria Cabeçalho, Rodapé ou Número de Página, clique em um estilo para aplicá-


lo e preencha os conteúdos conforme apropriado. Quando um estilo é aplicado, a guia
Ferramentas de Design de Cabeçalho e Rodapé abre com mais comandos para suportar
criação, navegação e edição.

EDITAR PROPRIEDADES DO DOCUMENTO


Para atualizar ou editar propriedades dos documentos com informações atuais, para os seus
cabeçalhos e rodapés, siga os seguintes passos.

1. Clique na guia Arquivo.

2. Na guia Informações, clique na seta próxima à Propriedades, à direita da janela.

3. Clique em Propriedades Avançadas.

4. Na guia Resumo, preencha a informação desejada.


Quando você usa as Propriedades do Documento ou Campo no menu Partes Rápidas, o Word
busca informações para os controles e campos Autor, Empresa e Título.

5. Clique em OK para fechar a caixa de diálogo Propriedades e, após, em Arquivo para fechar
a guia.

FORMATAR O NÚMERO DE PÁGINAS OU ALTERAR O NÚMERO INICIAL


Para alterar as configurações padrão para número de páginas no documento:

1. Na guia Inserir ou na guia Design com Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé, clique Número
de Página, e após, em Formatar Números de Página.

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2. Altere o formato do número ou o número inicial e clique em OK.


Dica para documentos com seções múltiplas: Posicione o cursor na seção desejada e complete
os passos acima.

TABELAS

Inserir uma tabela


Para inserir rapidamente uma tabela básica, clique na guia Inserir > Tabela e mova o cursor
sobre a grade até realçar o número correto de colunas e linhas desejado.

Clique e a tabela aparecerá no documento. Se você precisar fazer ajustes, poderá adicionar
linhas e colunas de tabela, excluir linhas e colunas de tabela ou mesclar células de tabelas em
uma célula.
Quando você clica na tabela, as Ferramentas de Tabela são exibidas.

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Use as Ferramentas de Tabela para escolher diferentes cores, estilos de tabela, adicionar uma
borda a uma tabela ou remover bordas de uma tabela. Você pode até mesmo inserir uma
fórmula para fornecer a soma de uma coluna ou linha de números em uma tabela.
Se você tem um texto que ficará melhor em uma tabela, o Word pode convertê-lo em uma
tabela.

Inserir tabelas maiores ou tabelas com comportamentos de largura personalizada


Para obter tabelas maiores e mais controle sobre as colunas, use o comando Inserir Tabela.

Assim, você pode criar uma tabela com mais de dez colunas e oito linhas, além de definir o
comportamento de largura das colunas.

1. Clique em Inserir > Tabela > Inserir Tabela.

2. Defina o número de colunas e linhas.

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3. Na seção Comportamento de ajuste automático, você tem três opções para configurar a
largura de suas colunas:
•• Largura fixa da coluna: você pode deixar o Word definir automaticamente a largura das
colunas como Automático ou pode definir uma largura específica para todas as colunas.
•• Ajustar-se automaticamente ao conteúdo: isso criará colunas muito estreitas que serão
expandidas conforme você adicionar conteúdo.
•• Ajustar-se automaticamente à janela: isso mudará automaticamente a largura de toda a
tabela para ajustar-se ao tamanho de seu documento.
•• Se quiser que cada tabela que você vier a criar tenha uma aparência semelhante à da tabela
que você está criando, marque Lembrar dimensões de novas tabelas.

Projetar sua própria tabela


Se quiser ter mais controle sobre a forma das colunas e linhas de sua tabela ou algo diferente
de uma grade básica, a ferramenta Desenhar Tabela ajuda a desenhar exatamente a tabela que
você deseja.

Você mesmo pode desenhar linhas diagonais e células dentro das células.

1. Clique em Inserir > Tabela > Desenhar Tabela. O ponteiro é alterado para um lápis.

2. Desenhe um retângulo para fazer as bordas da tabela. Depois, desenhe linhas para as
colunas e linhas dentro do retângulo.

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3. Para apagar uma linha, clique na guia Layout de Ferramentas de Tabela, clique em Borracha
e, após, na linha que você quer apagar.

Cuidado:
O comportamento padrão da tecla ENTER dentro de uma tabela é fazer uma quebra de
parágrafo, mas, se o cursor estiver na primeira posição da primeira célula e a tabela for
o primeiro item do documento, a tecla ENTER desloca a tabela para baixo.
O comportamento padrão da tecla TAB dentro de uma tabela é alterar entre as células,
mas, se o cursor estiver na última na célula, a tecla TAB cria uma nova linha.

GUIA DESIGN

A Guia Design foi criada para mudar rapidamente o visual do seu documento, alterar a cor do
plano de fundo da página, adicionar uma borda à página ou adicionar uma marca d'água.

GUIA REFERÊNCIAS

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A guia Referências permite criar um Sumário ou Índice ou ainda inserir Notas de Rodapé e
Notas de Fim.

GUIA CORRESPONDÊNCIA

A guia Correspondência tem a função básica de criar Mala Direta.

GUIA EXIBIÇÃO

Guia composta pelos grupos Modos de Exibição de Documento, Mostrar, Zoom, Janela e
Macros.

Grupo Modos de Exibição: alterna formas como o documento pode ser exibido:
Layout de Impressão, Leitura em Tela, Layout da Web, Estrutura de Tópicos e Rascunho.

Grupo Mostrar: ativa ou desativa a régua, linhas de grade e Painel de Navegação.

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Régua: exibe ou oculta as réguas horizontal e vertical.
Linhas de grade: ativa linhas horizontais e verticais, que podem ser usadas para alinhar objetos.
Painel de Navegação: ativa/desativa um painel à esquerda do documento mostrando a sua
estrutura e permitindo a navegação.
Grupo Zoom: permite especificar o nível de zoom de um documento.
Uma Página: exibe as páginas individualmente em tamanho reduzido.
Duas Páginas: exibe de duas em duas páginas reduzidas por vez.
Largura da Página: exibe uma página ajustada à sua largura.

GUIA REVISÃO

Verificar a ortografia e a gramática


Todos os programas do Microsoft Office podem verificar a ortografia e a gramática de seus
arquivos. No Microsoft Word 2013, você encontrará as opções de Ortografia e Gramática aqui:
•• Clique em Revisão > Ortografia e Gramática (ou pressione F7) para iniciar o verificador
ortográfico e gramatical e veja os resultados no painel de tarefas Ortografia e Gramática.

Escolha uma destas opções à medida que o verificador ortográfico e gramatical percorre cada
palavra:
•• Verificar a ortografia e gramática ao mesmo tempo;
•• Corrigir a ortografia e a gramática automaticamente ao digitar;
•• Verificar novamente as palavras que você verificou anteriormente e optou por ignorar (mas
mudou de ideia).

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Verificar a ortografia e a gramática ao mesmo tempo


Verificar a ortografia e a gramática no seu documento é útil quando você quer revisar
rapidamente seu texto. Você pode verificar a existência de possíveis erros e, então, decidir se
concorda com o verificador ortográfico e gramatical.
Depois de clicar em Ortografia e Gramática (ou de pressionar F7), você poderá corrigir cada
erro encontrado pelo Word de diferentes maneiras. No painel de tarefas à direita do seu
documento, você verá as opções de ortografia e gramática:

•• Corrigir o erro usando as sugestões do Word – Se você quiser corrigir o erro usando uma
das palavras sugeridas, selecione a palavra na lista de sugestões e clique em Alterar. (Você
também pode clicar em Alterar Tudo se souber que usou essa palavra incorreta em todo o
documento, para que não seja necessário lidar com ela sempre que ela aparecer).
•• Criar uma entrada de dicionário – Se a palavra for uma palavra real e você quiser que o
Word e TODOS os programas do Office a reconheçam também, clique em Adicionar.
•• Ignorar a palavra – Talvez você queira ignorar a palavra incorreta (por qualquer motivo):
clique em Ignorar ou em Ignorar Tudo.

Verificar ortografia e gramática automaticamente


A verificação ortográfica e gramatical durante a digitação pode ser uma maneira preferencial
para economizar tempo: você faz as correções e alterações necessárias enquanto escreve, não
precisando esperar até (você achar) que o seu documento esteja concluído.

1. Primeiro, ative (ou desative) a verificação ortográfica e gramatical automática, clique em


Arquivo > Opções > Revisão de Texto.

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2. Como você pode ver na imagem acima, é possível optar por verificar a ortografia
automaticamente, a gramática, uma ou outra, ambas ou nenhuma delas, ou até mesmo
outras opções, como a ortografia contextual.

3. Em Exceções, você pode optar por ocultar os erros gramaticais e ortográficos no seu
documento aberto ou, se deixar as opções desmarcadas, mas mantiver qualquer uma das
opções acima marcada, todos os seus novos documentos a partir de então manterão essas
configurações.

Como funciona a verificação ortográfica automática


O Word sinaliza palavras com erros ortográficos com uma linha ondulada vermelha sob elas
enquanto você trabalha, para que você possa localizar os erros com facilidade:

Quando você clicar com o botão direito do mouse em uma palavra com erro ortográfico, verá
um menu onde poderá escolher a forma como lidará com o erro.

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Como funciona a verificação gramatical automática


Depois de ativar a verificação gramatical automática, o Word sinaliza potenciais erros de
gramática, estilo e contexto com uma linha ondulada azul sob a palavra, o termo ou a frase
enquanto você trabalha no seu documento.

Como no caso do verificador ortográfico, você pode clicar com o botão direito do mouse no
erro para ver mais opções. (Nesse caso, é mais apropriado usar a frase como uma pergunta;
não como uma afirmação).

Verificar novamente as palavras e a gramática que você já verificou e


optou por ignorar
Você também pode forçar uma nova verificação das palavras e da gramática que anteriormente
optou por ignorar.

1. Abra o documento que você deseja verificar novamente.

2. Clique em Arquivo > Opções > Revisão de Texto.

3. Em Ao corrigir a ortografia e a gramática no Word, clique em Verificar Documento


Novamente.

4. Quando a mensagem a seguir for exibida Esta operação redefine o verificador ortográfico e
o verificador gramatical de forma que o Word verificará novamente palavras e gramática
que você verificou anteriormente e optou por ignorar. Deseja continuar?, clique em Sim e
depois em OK para fechar a caixa de diálogo Opções do Word.

5. Em seguida, no seu documento, clique em Revisão > Ortografia e Gramática (ou pressione
F7).
Outras maneiras de corrigir a ortografia e gramática:
•• Clique com o botão direito em uma palavra sublinhada de ondulado vermelho ou azul e,
em seguida, selecione o comando ou a alternativa de ortografia que deseja.
•• O ícone mostra o status da verificação de ortografia e gramática. Quando o Word
faz a verificação de erros, uma caneta animada aparece sobre o livro. Se nenhum erro for
encontrado, será exibida uma marca de seleção. Se um erro for encontrado, será exibido
um "X". Para corrigir o erro, clique nesse ícone.

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Ativar ou desativar o controle de alterações
No Word você pode personalizar a barra de status para adicionar um indicador que avise
quando o controle de alterações está ativado ou não. Quando o recurso Controlar Alterações
está ativado, você pode ver todas as alterações feitas em um documento. Quando estiver
desativado, você pode fazer alterações em um documento sem marcar o que mudou.

Ativar o controle de alterações


•• Na guia Revisão, no grupo Controle, clique na imagem de Controlar Alterações.

Para adicionar um indicador de controle de alterações na barra de status, clique com o botão
direito do mouse na barra de status e clique em Controlar Alterações. Clique no indicador
Controlar Alterações na barra de status para ativar ou desativar o controle de alterações.

Desativar o controle de alterações


Quando você desativa o controle de alterações, pode revisar o documento sem marcar as
alterações. A desativação do recurso Controle de Alterações não remove as alterações já
controladas.

IMPORTANTE
Para remover alterações controladas, use os comandos Aceitar e Rejeitar na guia
Revisar, no grupo Alterações.

•• Na guia Revisão, no grupo Controle, clique na imagem de Controlar Alterações.

IMPRESSÃO

Não consegue achar o botão de Visualização de Impressão? No Microsoft Office você


encontrará os comandos Imprimir e Visualizar na mesma janela. Clique em Arquivo > Imprimir
para encontrar os dois. À direita, você verá seu documento.

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Para ver cada página, clique na seta na parte inferior da visualização e, se o texto for pequeno
demais para ser lido, use o controle deslizante de zoom para ajustá-lo.

Escolha o número de cópias desejadas e clique no botão Imprimir.

Clique em para retornar ao documento.


Para imprimir apenas certas páginas, imprimir algumas das propriedades do documento ou
imprimir alterações acompanhadas e comentários, em Configurações, ao lado de Imprimir
Todas as Páginas (o padrão), clique na seta para ver todas as suas opções.

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Se você estiver imprimindo um documento com alterações controladas, escolha quanto de
marcação você deseja ver na impressão. Para desativar todas as marcações, clique em Revisão.
No grupo Acompanhamento, escolha Sem Marcação na caixa Exibir para Revisão.

NOVIDADES DO WORD 2013

Com esta nova versão do Word, você pode fazer muito mais com seus documentos: abra um
vídeo online, abra um PDF e edite o conteúdo, alinhe imagens e diagramas com um mínimo de
trabalho. O novo Modo de Leitura é limpo e sem distrações e funciona muito bem em tablets.
Agrupar-se em equipes também está mais fácil, com conexões diretas com os espaços online e
recursos de revisão otimizados, como a Marcação Simples e os comentários.

Desfrute da leitura
Agora você pode se concentrar nos documentos do Word diretamente na tela com um modo
de leitura limpo e confortável.

Novo modo de leitura


Aproveite sua leitura com um modo de exibição que mostra seus documentos em colunas
fáceis de ler na tela.

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As ferramentas de edição são removidas para minimizar as distrações, mas você ainda tem
acesso às ferramentas que estão sempre à mão para leitura, como Definir, Traduzir e Pesquisar
na Web.

Zoom do objeto
Dê dois toques com o seu dedo ou dois cliques com o mouse para ampliar e fazer com que
as tabelas, os gráficos e as imagens de seu documento preencham a tela. Foque a imagem e
obtenha as informações, depois toque ou clique novamente fora do objeto para reduzi-la e
continuar lendo.

Retomar leitura
Reabra um documento e continue sua leitura exatamente a partir do ponto em que parou. O
Word se lembrará onde você estava mesmo quando reabrir um documento online de um outro
computador.

Vídeo online
Insira vídeos online para assistir diretamente no Word, sem ter que sair do documento. Assim,
você pode ficar concentrado no conteúdo.

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Expandir e recolher
Recolha ou expanda partes de um documento com apenas um toque ou clique. Insira resumos
nos títulos e permita que os leitores abram a seção e leiam os detalhes se desejarem.

Trabalhe em conjunto
Nesta versão do Word, é possível trabalhar com outras pessoas com ferramentas otimizadas de
colaboração.

Salvar e compartilhar os arquivos na nuvem


A nuvem é como um armazenamento de arquivos no céu. Você pode acessá-lo a qualquer
momento em que estiver online. Agora é fácil compartilhar um documento usando o SharePoint
ou o OneDrive. De lá, você pode acessar e compartilhar seus documentos do Word, planilhas
do Excel e outros arquivos do Office. Você pode até mesmo trabalhar com seus colegas no
mesmo arquivo ao mesmo tempo.

Marcação simples
Um novo modo de exibição de revisão, Marcação Simples, oferece um modo de exibição limpo
e sem complicações do seu documento, mas você ainda vê os indicadores onde as alterações
controladas foram feitas.

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Responder aos comentários e marcá-los como concluídos


Agora, os comentários têm um botão de resposta. Você pode discutir e controlar facilmente os
comentários ao lado do texto relevante. Quando um comentário for resolvido e não precisar
mais de atenção, você poderá marcá-lo como concluído. Ele ficará esmaecido em cinza para
não atrapalhar, mas a conversa ainda estará lá se você precisar consultá-la posteriormente.

Adicione sofisticação e estilo


Com o Word 2013, você pode criar documentos mais bonitos e envolventes e pode trabalhar
com mais tipos de mídia (como vídeos online e imagens). Você pode até mesmo abrir PDFs.

Iniciar com um modelo


Ao abrir o Word 2013, você tem uma variedade de novos modelos ótimos disponíveis para
ajudá-lo a começar em uma lista dos documentos visualizados recentemente para que você
pode voltar imediatamente para onde parou.

Se você preferir não usar um modelo, apenas clique em Documento em branco.

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Abrir e editar PDFs
Abra PDFs e edite o conteúdo no Word. Edite parágrafos, listas e tabelas como os documentos
do Word que você já conhece. Transfira o conteúdo e deixe-o sensacional.

Inserir fotos e vídeos online


Adicione diretamente, aos seus documentos, vídeos online que os leitores poderão assistir no
Word. Adicione as suas fotos de serviços de fotos online sem precisar salvá-las primeiro em seu
computador.

Guias dinâmicas de layout e alinhamento


Obtenha uma visualização dinâmica à medida que você redimensiona e move fotos e formas
em seu documento. As novas guias de alinhamento facilitam o alinhamento de gráficos, fotos e
diagramas com o texto.

SELECIONAR TEXTO E ELEMENTOS GRÁFICOS COM O MOUSE

Para selecionar: Faça o Seguinte:


Qualquer quantidade de texto Arraste sobre o texto.
Uma palavra Clique duas vezes na palavra ou duas vezes F8.
Um elemento gráfico Clique no elemento gráfico.
Mova o ponteiro para a esquerda da linha até que ele assuma a
Uma linha de texto
forma de uma seta para a direita e clique.
Mova o ponteiro para a esquerda das linhas até que ele assuma
Várias linhas de texto a forma de uma seta para a direita e arraste para cima ou para
baixo.
Mantenha pressionada a tecla CTRL e clique em qualquer lugar
Uma frase
da frase ou três vezes F8.

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Mova o ponteiro para a esquerda do parágrafo até que ele


assuma a forma de uma seta para a direita e clique duas vezes.
Um parágrafo
Você também pode clicar três vezes em qualquer lugar do
parágrafo ou quatro vezes F8.
Mova o ponteiro para a esquerda dos parágrafos até que ele
Vários parágrafos assuma a forma de uma seta para a direita, clique duas vezes e
arraste para cima ou para baixo.
Clique no início da seleção, role até o fim da seção, mantenha
Um bloco de texto grande
pressionada a tecla SHIFT e clique.
Mova o ponteiro para a esquerda de qualquer texto do
documento até que ele assuma a forma de uma seta para a
Um documento inteiro
direita e clique três vezes ou com a tecla CTRL pressionada
clique apenas uma vez ou cinco vezes F8.
Pressione e mantenha pressionada a tecla ALT e inicie a seleção
Um bloco vertical de texto
do texto desejado.

SELECIONAR TEXTOS E ELEMENTOS GRÁFICOS COM O TECLADO

Selecione o texto mantendo pressionada a tecla SHIFT e pressionando a tecla que move o ponto
de inserção.

Para estender uma seleção: Pressione:


Um caractere para a direita SHIFT + SETA À DIREITA
Um caractere para a esquerda SHIFT + SETA À ESQUERDA
Até o fim o início da próxima palavra CTRL + SHIFT + SETA À DIREITA
Até o início de uma palavra CTRL + SHIFT +SETA À ESQUERDA
Até o fim de uma linha SHIFT + END
Até o início de uma linha SHIFT + HOME
Uma linha para baixo SHIFT + SETA ABAIXO
Uma linha para cima SHIFT + SETA ACIMA
Até o fim de um parágrafo CTRL + SHIFT + SETA ABAIXO
Até o início de um parágrafo CTRL + SHIFT + SETA ACIMA
Uma tela para baixo SHIFT + PAGE DOWN
Uma tela para cima SHIFT + PAGE UP
Até o início de um documento CTRL + SHIFT + HOME
Até o final de um documento CTRL + SHIFT + END

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Nota
É possível a seleção de blocos alternados de texto utilizando o mouse em combinação
com a tecla CTRL que deverá ser pressionada durante todo o processo de seleção.

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Informática

MICROSOFT EXCEL 2013

Para iniciar nosso estudo, vamos iniciar pela parte que mais importa para quem utiliza
planilhas: entender como fazer cálculos. Para isso, considero bem importante que se entenda
como criar Fórmulas e, posteriormente, as funções, para que, aí sim, passemos para a etapa de
formatações, configurações e demais assuntos.
Contudo, antes de iniciarmos os cálculos de fato, vamos entender alguns conceitos básicos:

Figura 1 – Janela do Excel 2013)

CÉLULAS
Dá-se o nome de Célula à interseção de uma Coluna e uma Linha, formando, assim, um
Endereço. As linhas são identificadas por números, enquanto m as colunas são identificadas
por letras do alfabeto. Sendo assim, o encontro da Coluna “B” com a Linha “6”, chamamos de
célula “B6”.
Para inserir qualquer tipo de informação em uma célula, deve-se, em primeiro lugar, ativá-la.
Para tanto, pode-se usar as teclas ENTER e TAB, as SETAS, o MOUSE ou digitar, na caixa de
nome, o endereço da célula desejada.

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TIPOS DE INFORMAÇÕES QUE UMA CÉLULA PODERÁ CONTER
Conteúdo: o dado propriamente dito.
Formato: recurso aplicado ao conteúdo de uma célula, como, por exemplo, definição de cor,
tamanho ou tipo de fonte ao conteúdo.

TIPOS DE CONTEÚDO
Texto – Este será automaticamente alinhado à esquerda.
Número – Números são alinhados à direita.
Fórmula – Dependendo do resultado, poderá ser alinhado à esquerda (texto) ou à direita
(número).

Observação
Observação: Datas são tipos de dados numéricos, porém já inseridos com formatação.
Exemplo: 10/02/2004. Para o Excel toda data é internamente um número, ou seja, por
padrão, a data inicial é 01/01/1900, que equivale ao nº 1, 02/01/1900 ao nº 2, e assim
consecutivamente.

Criar uma nova pasta de trabalho


Os documentos do Excel são chamados de pastas de trabalho. Cada pasta de trabalho contém
folhas que, normalmente, são chamadas de planilhas. Você pode adicionar quantas planilhas
desejar a uma pasta de trabalho ou pode criar novas pastas de trabalho para guardar seus
dados separadamente.

1. Clique em Arquivo > Novo.

2. Em Novo, clique em Pasta de trabalho em branco.


Obs. Os modelos são arquivos elaborados para serem documentos interessantes, atraentes e
de aparência profissional. Toda a formatação está completa; basta adicionar o que você quiser.
Entre os exemplos, estão os calendários, os cartões, os currículos, os convites e os boletins
informativos. Os programas do Office vêm com diversos modelos já instalados.

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Salvar seu trabalho

1. Clique no botão Salvar, na Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, ou pressione Ctrl + S.

Se você salvou seu trabalho antes, está pronto.

1. Se esta for a primeira vez, prossiga para concluir as próximas etapas:


a. Em Salvar Como, escolha onde salvar sua pasta de trabalho e navegue até uma pasta.
b. Na caixa Nome do arquivo, digite um nome para a pasta de trabalho.
c. Clique em Salvar para concluir.

FÓRMULAS EM PLANILHAS

Ao olharmos para uma planilha, o que vemos sobre as células são RESULTADOS, que podem
ser obtidos a partir dos CONTEÚDOS que são efetivamente digitados nas células. Quer dizer, o
conteúdo pode ou NÃO ser igual ao resultado que está sendo visto.
Os conteúdos podem ser de três tipos:
Strings (numéricos, alfabéticos ou alfanuméricos)
Fórmulas matemáticas
Funções

www.acasadoconcurseiro.com.br 315
FÓRMULAS
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula inicia
com um sinal de igual (=). Por exemplo, a fórmula a seguir multiplica 2 por 3 e depois adiciona
5 ao resultado.
=5+2*3
Uma fórmula também pode conter um ou todos os seguintes elementos: funções, referências,
operadores e constantes.
Partes de uma fórmula:

1. Funções: a função PI() retorna o valor de pi: 3.142...

2. Referências: A2 retorna o valor na célula A2.

3. Constantes: números ou valores de texto inseridos diretamente em uma fórmula como,


por exemplo, o 2.

4. Operadores: o operador ^ (acento circunflexo) eleva um número a uma potência e o


operador * (asterisco) multiplica.

USANDO CONSTANTES EM FÓRMULAS


Uma constante é um valor não calculado. Por exemplo, a data 09/10/2008, o número 210 e o
texto “Receitas trimestrais” são todos constantes. Uma expressão ou um valor resultante de
uma expressão não é uma constante. Se você usar valores de constantes na fórmula em vez
de referências a células (por exemplo, =30+70+110), o resultado se alterará apenas se você
próprio modificar a fórmula.

USANDO OPERADORES DE CÁLCULO EM FÓRMULAS


Os operadores especificam o tipo de cálculo que você deseja efetuar nos elementos de uma
fórmula. Há uma ordem padrão segundo a qual os cálculos ocorrem, mas você pode mudar
essa ordem utilizando parênteses.

TIPOS DE OPERADORES
Há quatro diferentes tipos de operadores de cálculo: aritmético, de comparação, de
concatenação de texto e de referência.

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OPERADORES ARITMÉTICOS
Para efetuar operações matemáticas básicas, como adição, subtração ou multiplicação,
combinar números e produzir resultados numéricos, use estes operadores aritméticos.

Operador aritmético Significado Exemplo


+ (sinal de mais) Adição 3+3
– (sinal de menos) Subtração 3–1
* (asterisco) Multiplicação 3*3
/ (sinal de divisão) Divisão 3/3
% (sinal de porcentagem) Porcentagem 20%
^ (acento circunflexo) Exponenciação 3^2

OPERADORES DE COMPARAÇÃO
Você pode comparar dois valores utilizando os operadores a seguir. Quando dois valores são
comparados usando esses operadores, o resultado é um valor lógico VERDADEIRO ou FALSO.

Operador de comparação Significado Exemplo


= (sinal de igual) Igual a A1=B1
> (sinal de maior que) Maior que A1>B1
< (sinal de menor que) Menor que A1<B1
>= (sinal de maior ou igual a) Maior ou igual a A1>=B1
<= (sinal de menor ou igual a) Menor ou igual a A1<=B1
<> (sinal de diferente de) Diferente de A1<>B1

OPERADOR DE CONCATENAÇÃO DE TEXTO


Use o “E” comercial (&) para associar ou concatenar uma ou mais sequências de caracteres de
texto para produzir um único texto.

Operador de texto Significado Exemplo


Conecta ou concatena dois
& (E comercial) valores para produzir um valor “Norte” “&“vento”
de texto contínuo

www.acasadoconcurseiro.com.br 317
OPERADORES DE REFERÊNCIA
Combine intervalos de células para cálculos com estes operadores.

Operador de
Significado Exemplo
referência
Operador de intervalo, que
produz uma referência para
: (dois-pontos) todas as células entre duas B5:B15
referências, incluindo as duas
referências
Operador de união, que
; (ponto e vírgula) combina diversas referências SOMA(B5:B15;D5:D15)
em uma referência
NO EXCEL – Operador de
interseção, que produz uma
Espaço em branco B7:D7 C6:C8
referência a células comuns a
dois intervalos

USANDO AS FUNÇÕES

Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos,
denominados argumentos, em determinada ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas
para executar cálculos simples ou complexos.

ESTRUTURA DE UMA FUNÇÃO

A estrutura de uma função começa com um sinal de igual (=), seguido do nome da
função, de um parêntese de abertura, dos argumentos da função separados por ponto
e vírgulas e deum parêntese de fechamento.

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Exemplo:

PRINCIPAIS FUNÇÕES DAS PLANILHAS DE CÁLCULO

SOMA
Retorna a soma de todos os números na lista de argumentos.
Sintaxe
=SOMA(núm1;núm2; ...)
Núm1, núm2,... são os argumentos que se deseja somar.

Exemplos:

=SOMA(A1;A3) é igual a 10

=SOMA(B1:C2)

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Observação:
Intervalo só funciona dentro de função.

=SOMA(A1)

=SOMA(A1+A2)

=SOMA(A1:A4;3;7;A1*A2)

Observação:
Primeiro se resolve a equação matemática; depois a função.

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=A1:A2 (Erro de Valor)

=SOMA(A1:A3/B1:B2) (Erro de Valor)

Observação:
Não se pode ter um operador matemático entre dois intervalos.

=SOMA(A1:A3)/SOMA(B1:B2)

=SOME(A1:A3) (Erro de Nome)

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Observação:
O texto como argumento nas planilhas deve ser colocado entre “aspas“ para não ser
confundido com um intervalo nomeado ou com outro nome de função. Entretanto,
não será possível realizar soma, média, etc., entre um “texto“ colocado como
argumento em uma função e os demais argumentos.

CONCATENAR
Use CONCATENAR, umas das funções de texto, para unir duas ou mais cadeias de texto em uma
única cadeia.
Sintaxe: CONCATENAR(texto1, [texto2], ...)
Por exemplo:
=CONCATENAR(“População de fluxo para”, A2, “ ”, A3, “ é ”, A4, “/km”)
=CONCATENAR(B2, “ ”, C2)

Nome do argumento Descrição


O primeiro item a ser adicionado. O item pode
Texto1 (obrigatório) ser um valor de texto, um número ou uma
referência de célula.
Itens de texto adicionais. Você pode ter até 255
Texto2,... (opcional)
itens e até um total de 8.192 caracteres.

Exemplos

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Observação Importante:

Siga este procedimento Descrição


O operador de cálculo & (E comercial) permite
a união de itens de texto sem que seja preciso
usar uma função.
Use o caractere & (E comercial) em vez da Por exemplo, =A1 & B1 retorna o mesmo valor
função CONCATENAR. que =CONCATENAR(A1;B1). Em muitos casos,
usar o operador & é mais rápido e simples do
que usar a função CONCATENAR para criar
cadeias de caracteres.

CONT.NÚM
Conta quantas células contêm números e também os números na lista de argumentos. Use
CONT.NÚM para obter o número de entradas em um campo de número que estão em um
intervalo ou em uma matriz de números.
Sintaxe
CONT.NÚM(valor1;valor2;...)
Valor1; valor2, ... são argumentos que contêm ou se referem a uma variedade de diferentes
tipos de dados, mas somente os números são contados.

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Exemplo:
=CONT.NÚM(C1:E2)

Observação:
R$ 4,00 é o NÚMERO 4 com formatação, bem como a Data também é número.

CONT.VALORES
Calcula o número de células não vazias e os valores na lista de argumentos. Use o Cont.Valores
para CONTAR o número de células com dados, inclusive células com erros, em um intervalo ou
em uma matriz.
Sintaxe
=CONT.VALORES(valor1;valor2;...)

Exemplo:
=CONT.VALORES(C1:E3)

MÉDIA
Retorna a média aritmética dos argumentos, ou seja, soma todos os números e divide pela
quantidade de números somados.

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Sintaxe
=MÉDIA(núm1;núm2;...)
A sintaxe da função MÉDIA tem os seguintes argumentos:
núm1 Necessário. O primeiro número, referência de célula ou intervalo para o qual você deseja
a média.
núm2, ... Opcional. Números adicionais, referências de célula ou intervalos para os quais você
deseja a média, até, no máximo, 255.
Exemplos:
=MÉDIA(C1:E2)

=MÉDIA(C1:E2;3;5)

=SOMA(C1:E2)/CONT.NÚM(C1:E2) => equivalente à função média

MULT
A função MULT multiplica todos os números especificados como argumentos e retorna o
produto. Por exemplo, se as células A1 e A2 contiverem números, você poderá usar a fórmula
=MULT(A1;A2) para multiplicar esses dois números juntos. A mesma operação também pode
ser realizada usando o operador matemático de multiplicação (*); por exemplo, =A1*A2.

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A função MULT é útil quando você precisa multiplicar várias células ao mesmo tempo. Por
exemplo, a fórmula =MULT(A1:A3;C1:C3) equivale a =A1*A2*A3*C1*C2*C3.
Sintaxe
=MULT(núm1;[núm2]; ...)
A sintaxe da função MULT tem os seguintes argumentos:
núm1 Necessário. O primeiro número ou intervalo que você deseja multiplicar.
núm2, ... Opcional. Números ou intervalos adicionais que você deseja multiplicar.

Exemplo:

ABS
Retorna o valor absoluto de um número. Esse valor é o número sem o seu sinal.
Sintaxe
=ABS(núm)
Núm é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.

Exemplo:

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MOD
Retorna o resto de uma divisão. Possui dois argumentos (valor a ser dividido e divisor).
Sintaxe
=MOD(Núm;Divisor)
Núm é o número para o qual você deseja encontrar o resto.
Divisor é o número pelo qual você deseja dividir o número.

Exemplo:
=MOD(6;4)
Resposta: 2

INT
Arredonda um número para baixo até o número inteiro mais próximo.
Sintaxe
=INT(núm)
Núm é o número real que se deseja arredondar para baixo até um inteiro.

Exemplo:

ARRED
A função ARRED arredonda um número para um número especificado de dígitos. Por exemplo,
se a célula A1 contiver 23,7825 e você quiser arredondar esse valor para duas casas decimais,
poderá usar a seguinte fórmula:
=ARRED(A1;2)
O resultado dessa função é 23,78.

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Sintaxe
=ARRED(número;núm_dígitos)
A sintaxe da função ARRED tem os seguintes argumentos:
número (Necessário). O número que você deseja arredondar.
núm_dígitos (Necessário). O número de dígitos para o qual você deseja arredondar o argumento
número.

Exemplo:

MÁXIMO
Retorna o valor máximo de um conjunto de valores.
Sintaxe
=MÁXIMO(núm1;núm2;...)
Núm1, núm2,... são de 1 a 255 números cujo valor máximo você deseja saber.

Exemplos:

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=MÁXIMO(A1:C5)

MÍNIMO
Retorna o menor valor de um conjunto de valores.
Sintaxe
=MÍNIMO(número1, [número2], ...)
A sintaxe da função MÍNIMO tem os seguintes argumentos:
Núm1, núm2,... Núm1 é obrigatório, números subsequentes são opcionais. De 1 a 255 números
cujo valor MÍNIMO você deseja saber.

Exemplos:
=MÍNIMO(A1:C5)

MAIOR
Retorna o MAIOR valor K-ésimo de um conjunto de dados. Por exemplo, o terceiro MAIOR
número. Possui dois argumentos. O primeiro argumento é a matriz, e o segundo é a posição em
relação ao maior número.
Sintaxe
=MAIOR(MATRIZ;posição)

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Exemplos:
=MAIOR(A3:D4;3) 2 4 6 9 12 23 35 50
Resposta: 23
=MAIOR(A1:C5;3)

MENOR
Retorna o MENOR valor K-ésimo de um conjunto de dados. Por exemplo, o terceiro MENOR
número. Possui dois argumentos. O primeiro argumento é a matriz, e o segundo é a posição em
relação ao menor número.
Sintaxe
=MENOR(MATRIZ;posição)

Exemplos:
=MENOR(A3:D4;3)
Qual é o terceiro MENOR número:
2 4 6 9 12 23 35 50 Resposta → 6

=MENOR(A1:C5;5)

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=MENOR(A1:C5;19)

DATA

HOJE()
Retorna o número de série da data atual. O número de série é o código de data/hora usado
pela planilha para cálculos de data e hora. Se o formato da célula era Geral antes de a função
ser inserida, a planilha irá transformar o formato da célula em Data. Se quiser exibir o número
de série, será necessário alterar o formato das células para Geral ou Número.
A função HOJE é útil quando você precisa ter a data atual exibida em uma planilha,
independentemente de quando a pasta de trabalho for aberta. Ela também é útil para o cálculo
de intervalos. Por exemplo, se você souber que alguém nasceu em 1963, poderá usar a seguinte
fórmula para descobrir a idade dessa pessoa a partir do aniversário deste ano:
=ANO(HOJE())-1963
Essa fórmula usa a função HOJE como argumento da função ANO de forma a obter o ano atual
e, em seguida, subtrai 1963, retornando a idade da pessoa.
Exemplos:
Supondo que a data de hoje configurada no computador é: 31/08/12

AGORA()
Retorna a data e a hora atuais formatados como data e hora. Não possui argumentos.
A função AGORA é útil quando você precisa exibir a data e a hora atuais em uma planilha ou
calcular um valor com base na data e na hora atuais e ter esse valor atualizado sempre que
abrir a planilha.

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Exemplos:

Supondo que a data de hoje configurada no computador é: 31/08/12 as 13h.

SE
A função SE retornará um valor se uma condição que você especificou for considerada
VERDADEIRO e um outro valor se essa condição for considerada FALSO. Por exemplo, a fórmula
=SE(A1>10;“Mais que 10”;“10 ou menos”) retornará “Mais que 10” se A1 for maior que 10 e
“10 ou menos” se A1 for menor que ou igual a 10.
Sintaxe
SE(teste_lógico;[valor_se_verdadeiro];[valor_se_falso])
A sintaxe da função SE tem os seguintes argumentos:
teste_lógico Obrigatório. Qualquer valor ou expressão que possa ser avaliado como
VERDADEIRO ou FALSO. Por exemplo, A10=100 é uma expressão lógica; se o valor da célula A10
for igual a 100, a expressão será considerada VERDADEIRO. Caso contrário, a expressão será
considerada FALSO. Esse argumento pode usar qualquer operador de cálculo de comparação.
valor_se_verdadeiro Opcional. O valor que você deseja que seja retornado se o argumento
teste_lógico for considerado VERDADEIRO. Por exemplo, se o valor desse argumento for a cadeia
de texto “Dentro do orçamento” e o argumento teste_lógico for considerado VERDADEIRO,
a função SE retornará o texto “Dentro do orçamento”. Se teste_lógico for considerado
VERDADEIRO e o argumento valor_se_verdadeiro for omitido (ou seja, há apenas um ponto e
vírgula depois do argumento teste_lógico), a função SE retornará 0 (zero). Para exibir a palavra
VERDADEIRO, use o valor lógico VERDADEIRO para o argumento valor_se_verdadeiro.
valor_se_falso Opcional. O valor que você deseja que seja retornado se o argumento teste_
lógico for considerado FALSO. Por exemplo, se o valor desse argumento for a cadeia de
texto “Acima do orçamento” e o argumento teste_lógico for considerado FALSO, a função SE
retornará o texto “Acima do orçamento”. Se teste_lógico for considerado FALSO e o argumento
valor_se_falso for omitido (ou seja, não há vírgula depois do argumento valor_se_verdadeiro),
a função SE retornará o valor lógico FALSO. Se teste_lógico for considerado FALSO e o valor do
argumento valor_se_falso for omitido (ou seja, na função SE, não há ponto e vírgula depois do
argumento valor_se_verdadeiro), a função SE retornará o valor 0 (zero).

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Exemplos:

SOMASE
Use a função SOMASE para somar os valores em um intervalo que atendem aos critérios que
você especificar. Por exemplo, suponha que, em uma coluna que contém números, você deseja
somar apenas os valores maiores que 5. É possível usar a seguinte fórmula:
=SOMASE(B2:B25;“>5”)
Nesse exemplo, os critérios são aplicados aos mesmos valores que estão sendo somados. Se
desejar, você pode aplicar os critérios a um intervalo e somar os valores correspondentes em
um intervalo correspondente. Por exemplo, a fórmula =SOMASE(B2:B5;“John”;C2:C5) soma
apenas os valores no intervalo C2:C5, em que as células correspondentes no intervalo B2:B5
equivalem a “John”.
Sintaxe
=SOMASE(intervalo;critérios;[intervalo_soma])
A sintaxe da função SOMASE tem os seguintes argumentos:
intervalo Necessário. O intervalo de células que se deseja calcular por critérios. As células em
cada intervalo devem ser números e nomes, matrizes ou referências que contêm números.
Espaços em branco e valores de texto são ignorados.
critérios Necessário. Os critérios na forma de número, expressão, referência de célula, texto
ou função que define quais células serão adicionadas. Por exemplo, os critérios podem ser
expressos como 32, “>32”, B5, 32, “32”, “maçãs” ou HOJE().

Observação:
Qualquer critério de texto ou qualquer critério que inclua símbolos lógicos ou
matemáticos deve estar entre aspas duplas (“). Se os critérios forem numéricos, as
aspas duplas não serão necessárias.

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intervalo_soma Opcional. As células reais a serem adicionadas, se você quiser adicionar células
diferentes das especificadas no argumento de intervalo. Se o argumento intervalo_soma for
omitido, a planilha adicionará as células especificadas no argumento intervalo (as mesmas
células às quais os critérios são aplicados).

Exemplos:

CONT.SE
A função CONT.SE conta o número de células dentro de um intervalo que atendem a um único
critério que você especifica. Por exemplo, é possível contar todas as células que começam com
uma certa letra ou todas as células que contêm um número maior do que ou menor do que
um número que você especificar. Suponha uma planilha que contenha uma lista de tarefas na
coluna A e o nome da pessoa atribuída a cada tarefa na coluna B. Você pode usar a função
CONT.SE para contar quantas vezes o nome de uma pessoa aparece na coluna B e, dessa
maneira, determinar quantas tarefas são atribuídas a essa pessoa. Por exemplo:
=CONT.SE(B2:B25;“Nancy”)
Sintaxe
=CONT.SE(intervalo;“critério”)
intervalo Necessário. Uma ou mais células a serem contadas, incluindo números ou nomes,
matrizes ou referências que contêm números.
critérios Necessário. Um número, uma expressão, uma referência de célula ou uma cadeia de
texto que define quais células serão contadas. Por exemplo, os critérios podem ser expressos
como 32, “32”, “>32”, “maçãs” ou B4.

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Exemplos:

MAIÚSCULA
Converte o texto em maiúsculas.
Sintaxe
=MAIÚSCULA(texto)
Texto é o texto que se deseja converter para maiúsculas. Texto pode ser uma referência ou uma
sequência de caracteres de texto.

Exemplo:

MINÚSCULA
Converte todas as letras maiúsculas em uma sequência de caracteres de texto para minúsculas.

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Sintaxe
=MINÚSCULA(texto)
Texto é o texto que você deseja converter para minúscula. MINÚSCULA só muda caracteres de
letras para texto.
Exemplo:

PRI.MAIÚSCULA
Coloca a primeira letra de uma sequência de caracteres de texto em maiúscula e todas as outras
letras do texto depois de qualquer caractere diferente de uma letra. Converte todas as outras
letras em minúsculas.
Sintaxe
=PRI.MAIÚSCULA(texto)
Texto é o texto entre aspas, uma fórmula que retorna o texto ou uma referência a uma célula
que contenha o texto que você deseja colocar parcialmente em maiúscula.

Exemplo:

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USANDO REFERÊNCIAS EM FÓRMULAS

Uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa
a planilha na qual procurar pelos valores ou dados a serem usados em uma fórmula. Com
referências, você pode usar dados contidos em partes diferentes de uma planilha em uma
fórmula ou usar o valor de uma célula em várias fórmulas. Você também pode se referir a células
de outras planilhas na mesma pasta de trabalho e a outras pastas de trabalho. Referências de
células em outras pastas de trabalho são chamadas de vínculos ou referências externas.

O estilo de referência A1
O estilo de referência padrão. Por padrão, o Excel 2013 usa o estilo de referência A1, que se
refere a colunas com letras (A até XFD, para um total de 16.384 colunas) e se refere a linhas com
números (1 até 1.048.576). Essas letras e números são chamados de títulos de linha e coluna.
Para se referir a uma célula, insira a letra da coluna seguida do número da linha. Por exemplo,
B2 se refere à célula na interseção da coluna B com a linha 2.

Para se referir a Usar


A célula na coluna A e linha 10 A10
O intervalo de células na coluna A e linhas 10 a 20 A10:A20
O intervalo de células na linha 15 e colunas B até E B15:E15
Todas as células na linha 5 5:5
Todas as células nas linhas 5 a 10 05:10
Todas as células na coluna H H:H
Todas as células nas colunas H a J H:J
O intervalo de células nas colunas A a E e linhas 10 a 20 A10:E20

Fazendo referência a uma outra planilha. No exemplo a seguir, a função de planilha MÉDIA
calcula o valor médio do intervalo B1:B10 na planilha denominada Marketing na mesma pasta
de trabalho.
Referência a um intervalo de células em outra planilha na mesma pasta de trabalho.

1. Refere-se a uma planilha denominada Marketing.

2. Refere-se a um intervalo de células entre B1 e


B10, inclusive.

3. Separa a referência de planilha da referência do


intervalo de células.

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REFERÊNCIAS ABSOLUTAS, RELATIVAS E MISTAS

Referências relativas. Uma referência relativa em uma fórmula, como A1, é baseada na posição
relativa da célula que contém a fórmula e da célula à qual a referência se refere. Se a posição da
célula que contém a fórmula se alterar, a referência será alterada. Se você copiar ou preencher
a fórmula ao longo de linhas ou de colunas, a referência se ajustará automaticamente. Por
padrão, novas fórmulas usam referências relativas. Por exemplo, se você copiar ou preencher
uma referência relativa da célula B2 para a B3, ela se ajustará automaticamente de =A1 para
=A2.

Fórmula copiada com referência relativa

Referências absolutas. Uma referência absoluta de célula em uma fórmula, como $A$1,
sempre se refere a uma célula em um local específico. Se a posição da célula que contém a
fórmula se alterar, a referência absoluta permanecerá a mesma. Se você copiar ou preencher a
fórmula ao longo de linhas ou colunas, a referência absoluta não se ajustará. Por padrão, novas
fórmulas usam referências relativas, e talvez você precise trocá-las por referências absolutas.
Por exemplo, se você copiar ou preencher uma referência absoluta da célula B2 para a célula
B3, ela permanecerá a mesma em ambas as células =$A$1.

Fórmula copiada com referência absoluta

Referências mistas. Uma referência mista tem uma coluna absoluta e uma linha relativa, ou
uma linha absoluta e uma coluna relativa. Uma referência de coluna absoluta tem o formato
$A1, $B1 e assim por diante. Uma referência de linha absoluta tem o formato A$1, B$1 e assim
por diante. Se a posição da célula que contém a fórmula se alterar, a referência relativa será
alterada, e a referência absoluta não se alterará. Se você copiar ou preencher a fórmula ao
longo de linhas ou colunas, a referência relativa se ajustará automaticamente, e a referência
absoluta não se ajustará. Por exemplo, se você copiar ou preencher uma referência mista da
célula A2 para B3, ela se ajustará de =A$1 para =B$1.

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Fórmula copiada com referência mista

Uma maneira simples de resolver questões que envolvem referência é a seguinte:


Na célula A3, tem a seguinte fórmula =soma(G$6:$L8), que foi copiada para a
célula C5. A questão solicita como ficou a Função lá:
Monte da seguinte maneira:
A3=SOMA(G$6:$L8)
C5=
E então copie a Função acertando as referências:
A3=SOMA(G$6:$L8)
C5=SOMA(
Para acertar as referências, faça uma a uma copiando da fórmula que está na A3 e
aumentando a mesma quantidade de letras e números que aumentou de A3 para C5.
Veja que, do A para C, aumentou duas letras e, do 3 para o 5, dois números.
Então, aumente essa quantidade nas referências, mas com o cuidado de que os itens
que têm um cifrão antes não se alterem.
A3=SOMA(G$6:$L8)
C5=SOMA(I$6:$L10)
Vejam que o G aumentou duas letras e foi para o I, e o 8 aumentou dois números e foi
para o 10. No resto, não mexemos porque tem um cifrão antes.

Alternar entre referências relativas, absolutas e mistas


Selecione a célula que contém a fórmula.
De a barra de fórmulas, selecione a referência que você deseja alterar.
Pressione F4 para alternar entre os tipos de referências.
A tabela a seguir resume como um tipo de referência será atualizado caso uma fórmula que
contenha a referência seja copiada duas células para baixo e duas células para a direita.

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Para a fórmula sendo copiada:

Se a referência for: É alterada para:


$A$1 (coluna absoluta e linha absoluta) $A$1 (a referência é absoluta)
A$1 (coluna relativa e linha absoluta) C$1 (a referência é mista)
$A1 (coluna absoluta e linha relativa) $A3 (a referência é mista)
A1 (coluna relativa e linha relativa) C3 (a referência é relativa)

Funções aninhadas
Em determinados casos, talvez você precise usar uma função como um dos argumentos de
outra função. Por exemplo, a fórmula a seguir usa uma função aninhada MÉDIA e compara o
resultado com o valor 50.

1. As funções MÉDIA e SOMA são aninhadas na função SE.


Retornos válidos. Quando uma função aninhada é usada como argumento, ela deve retornar
o mesmo tipo de valor utilizado pelo argumento. Por exemplo, se o argumento retornar um
valor VERDADEIRO ou FALSO, a função aninhada deverá retornar VERDADEIRO ou FALSO. Se
não retornar, a planilha exibirá um valor de erro #VALOR!
Limites no nível de aninhamento. Uma fórmula pode conter até sete níveis de funções
aninhadas. Quando a Função B for usada como argumento na Função A, a Função B será
de segundo nível. Por exemplo, as funções MÉDIA e SOMA são de segundo nível, pois são
argumentos da função SE. Uma função aninhada na função MÉDIA seria de terceiro nível e
assim por diante.

LISTAS NAS PLANILHAS

O Excel possui internamente listas de dias da semana, meses do ano e trimestres e permite a
criação de novas listas.

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Quando se insere em uma célula um conteúdo pertencente a uma lista e se arrasta a alça de
preenchimento desta mesma célula, o Excel preencherá automaticamente as demais células
por onde o arrasto passar, com os dados sequenciais a partir da célula de origem.

Exemplos de séries que você pode preencher


Quando você preenche uma série, as seleções são estendidas conforme mostrado na tabela
a seguir. Nesta tabela, os itens separados por vírgulas estão contidos em células adjacentes
individuais na planilha.

Seleção inicial Série expandida


1, 2, 3 4, 5, 6,...
09:00 10:00, 11:00, 12:00,...
Seg Ter, Qua, Qui
Segunda-feira Terça-feira, Quarta-feira, Quinta-feira,...
Jan Fev, Mar, Abr,...
Jan, Abr Jul, Out, Jan,...
Jan/07, Abr/07 Jul/07, Out/07, Jan/08,...
Trim3 (ou T3 ou Trimestre3) Tri4, Tri1, Tri2,...
texto1, textoA texto2, textoA, texto3, textoA,...
1º Período 2º Período, 3º Período,...
Produto 1 Produto 2, Produto 3,...

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Atenção
No Excel, se selecionarmos apenas um número e o arrastarmos pela alça de
preenchimento, o que acontece é a Cópia somente, ou seja, se colocarmos um número
em uma célula e o arrastarmos pela alça de preenchimento, não ocorre a sequência e
esse número somente é copiado nas demais células.

Quando forem selecionadas duas células consecutivas e arrastadas pela alça de preenchimento,
o que ocorrerá é a continuação da sequência com a mesma lógica aplicada nas duas células.

Se for colocado também texto seguido de números ou números seguidos de texto, ocorrerá
novamente a sequência.

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FORMATAÇÃO DE CÉLULAS

NÚMERO
Use as opções na guia Número para aplicar um formato de número
específico aos números nas células da planilha. Para digitar números
em células da planilha, você pode usar as teclas numéricas ou pode
pressionar NUM LOCK e, então, usar as teclas numéricas no teclado
numérico.

•• Categoria. Clique em uma opção na caixa Categoria e selecione as opções desejadas


para especificar um formato de número. A caixa Exemplo mostra a aparência das células
selecionadas com a formatação que você escolher. Clique em Personalizado se quiser criar
os seus próprios formatos personalizados para números, como códigos de produtos. Clique
em Geral se quiser retornar para um formato de número não específico.
•• Exemplo. Exibe o número na célula ativa na planilha de acordo com o formato de número
selecionado.
•• Casas decimais. Especifica até 30 casas decimais. Esta caixa está disponível apenas para as
categorias Número, Moeda, Contábil, Porcentagem e Científico.
•• Usar separador de milhar. Marque esta caixa de seleção para inserir um separador de
milhar. Esta caixa de seleção está disponível apenas para a categoria Número.

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•• Números negativos. Especifica o formato no qual se deseja que os números negativos
sejam exibidos. Esta opção está disponível apenas para as categorias Número e Moeda.
•• Símbolo. Selecione o símbolo da moeda que você deseja usar. Esta caixa está disponível
apenas para as categorias Moeda e Contábil.
•• Tipo. Selecione o tipo de exibição que deseja usar para um número. Essa lista está disponível
apenas para as categorias Data, Hora, Fração, Especial e Personalizado.
•• Localidade (local). Selecione um idioma diferente que deseja usar para o tipo de exibição
de um número. Esta caixa de listagem está disponível apenas para as categorias Data, Hora
e Especial.

ALINHAMENTO
Use as opções do grupo Alinhamento na guia
Início ou na caixa de diálogo Formatar Células
a guia Alinhamento para alterar o alinhamento
do conteúdo da célula, posicionar o conteúdo
na célula e alterar a direção desse conteúdo.

Alinhamento de Texto
•• Horizontal. Selecione uma opção na lista Horizontal para alterar o alinhamento horizontal
do conteúdo das células. Por padrão, o Microsoft Office Excel alinha texto à esquerda,
números à direita, enquanto os valores lógicos e de erro são centralizados. O alinhamento

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horizontal padrão é Geral. As alterações no alinhamento dos dados não alteram os tipos de
dados.
•• Vertical. Selecione uma opção na caixa de listagem Vertical para alterar o alinhamento
vertical do conteúdo das células. Por padrão, o Excel alinha o texto verticalmente na parte
inferior das células. O alinhamento vertical padrão é Geral.
•• Recuo. Recua o conteúdo das células a partir de qualquer borda da célula, dependendo das
opções escolhidas em Horizontal e Vertical. Cada incremento na caixa Recuo equivale à
largura de um caractere.
•• Orientação. Selecione uma opção em Orientação para alterar a orientação do texto
nas células selecionadas. As opções de rotação poderão não estar disponíveis se forem
selecionadas outras opções de alinhamento.
•• Graus. Define o nível de rotação aplicado ao texto na célula selecionada. Use um número
positivo na caixa Graus para girar o texto selecionado da parte inferior esquerda para a
superior direita na célula. Use graus negativos para girar o texto da parte superior esquerda
para a inferior direita na célula selecionada.

Controle de texto
•• Quebrar texto automaticamente. Quebra o texto em várias linhas dentro de uma célula. O
número de linhas depende da largura da coluna e do comprimento do conteúdo da célula.
•• Reduzir para caber. Reduz o tamanho aparente dos caracteres da fonte para que todos
os dados de uma célula selecionada caibam dentro da coluna. O tamanho dos caracteres
será ajustado automaticamente se você alterar a largura da coluna. O tamanho de fonte
aplicado não será alterado.
•• Mesclar Células. Combina duas ou mais células selecionadas em uma única célula. A
referência de célula de uma célula mesclada será a da célula superior esquerda da faixa
original de células selecionadas.

Direita para a esquerda


•• Direção do Texto. Selecione uma opção na caixa Direção do Texto para especificar a ordem
de leitura e o alinhamento. A configuração padrão é Contexto, mas você pode alterá-la
para Da Esquerda para a Direita ou Da Direita para a Esquerda.

www.acasadoconcurseiro.com.br 345
BORDAS
Use as opções na guia Borda para aplicar uma borda ao redor de células selecionadas em um
estilo e uma cor de sua escolha.

•• Linha. Selecione uma opção em Estilo para especificar o tamanho e o estilo de linha de
uma borda. Para alterar o estilo de linha de uma borda já existente, selecione a opção de
estilo de linha desejada e clique na área da borda no modelo de Borda onde quiser que o
novo estilo de linha seja exibido.
•• Predefinições. Selecione uma opção de borda predefinida para aplicar bordas nas células
selecionadas ou removê-las.
•• Cor. Selecione uma cor da lista para alterar a cor das células selecionadas.
•• Borda. Clique em um estilo de linha na caixa Estilo e clique nos botões em Predefinições ou
em Borda para aplicar as bordas nas células selecionadas. Para remover todas as bordas,
clique no botão Nenhuma. Você também pode clicar nas áreas da caixa de texto para
adicionar ou remover bordas.

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FONTE
Use as opções na guia Fonte para alterar a fonte, o estilo de fonte, o tamanho da fonte e outros
efeitos de fonte.

•• Fonte. Selecione o tipo da fonte para o texto nas células selecionadas. A fonte padrão é
Calibri.
•• Estilo da Fonte. Selecione o estilo da fonte para o texto nas células selecionadas. O estilo
de fonte padrão é Normal ou Regular.
•• Tamanho. Selecione o tamanho da fonte para o texto nas células selecionadas. Digite
qualquer número entre 1 e 1.638. O tamanho de fonte padrão é 11.

Observação:
Os tamanhos disponíveis na lista Tamanho dependem da fonte selecionada e da
impressora ativa.

•• Sublinhado. Selecione o tipo de sublinhado que deseja usar para o texto nas células
selecionadas. O sublinhado padrão é Nenhum.
•• Cor. Selecione a cor que deseja usar para as células ou o texto selecionados. A cor padrão é
Automático.

www.acasadoconcurseiro.com.br 347
•• Fonte Normal. Marque a caixa de seleção Fonte Normal para redefinir o estilo, o tamanho
e os efeitos da fonte com o estilo Normal (padrão).
•• Efeitos. Permite que você selecione um dos seguintes efeitos de formatação.
•• Tachado. Marque esta caixa de seleção para exibir o texto em células selecionadas
como tachado.
•• Sobrescrito. Marque esta caixa de seleção para exibir o texto em células selecionadas
como sobrescrito.
•• Subscrito. Marque esta caixa de seleção para exibir o texto em células selecionadas
como subscrito.
•• Visualização. Veja um exemplo de texto que é exibido com as opções de formatação que
você seleciona.

PREENCHIMENTO
Use as opções na guia Preenchimento para preencher as células selecionadas com cores,
padrões e efeitos de preenchimento especiais.
•• Plano de Fundo. Selecione uma cor de plano de fundo para células selecionadas usando a
paleta de cores.
•• Efeitos de preenchimento.
Selecione este botão para aplicar gradiente,
textura e preenchimentos de imagem em
células selecionadas.
•• Mais Cores. Selecione este botão para
adicionar cores que não estão disponíveis
na paleta de cores.
•• Cor do Padrão. Selecione uma cor de
primeiro plano na caixa Cor do Padrão para
criar um padrão que usa duas cores.
•• Estilo do Padrão. Selecione um padrão na
caixa Estilo do Padrão para formatar células
selecionadas com um padrão que usa as
cores que você seleciona nas caixas Cor de
Plano de Fundo e Cor Padrão.
Exemplo: Veja um exemplo das opções de cor, efeitos de preenchimento e de padrões que
selecionar.
Neste Menu foram reunidas todas as opções que permitirão ao usuário trabalhar a apresentação
do texto (formatação) de forma a torná-lo mais atrativo e de fácil leitura, com diferentes estilos
de parágrafos, diferentes fontes e formatos de caracteres, etc.

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PROTEÇÃO
Para impedir que, por acidente ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados
importantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode proteger determinados elementos
da planilha ou da pasta de trabalho, com ou sem senha. É possível remover a proteção da
planilha, conforme necessário.
Quando você protege uma planilha, todas as células são bloqueadas por padrão, o que significa
que elas não podem ser editadas. Para permitir que as células sejam editadas enquanto apenas
algumas células ficam bloqueadas, você pode desbloquear todas as células e bloquear somente
células e intervalos específicos antes de proteger a planilha. Você também pode permitir que
usuários específicos editem intervalos específicos em uma planilha protegida.

www.acasadoconcurseiro.com.br 349
SELECIONAR CÉLULAS, INTERVALOS, LINHAS OU COLUNAS

Para selecionar Faça o seguinte


Clique na célula ou pressione as teclas de direção para
Uma única célula
ir até a célula.
Clique na primeira célula da faixa e arraste até a última
célula ou mantenha pressionada a tecla SHIFT enquanto
pressiona as teclas de direção para expandir a seleção.
Um intervalo de células Você também pode selecionar a primeira célula do
intervalo e pressionar F8 para estender a seleção
usando as teclas de direção. Para parar de estender a
seleção, pressione F8 novamente.
Clique na primeira célula do intervalo e mantenha a
tecla SHIFT pressionada enquanto clica na última célula
Um grande intervalo de células
do intervalo. Você pode rolar a página para que a última
célula possa ser vista.
Clique no botão Selecionar Tudo.

Todas as células de uma


planilha
Para selecionar a planilha inteira, você também pode
pressionar CTRL + T. Observação: Se a planilha contiver
dados, CTRL + T selecionará a região atual. Pressione
CTRL + T uma segunda vez para selecionar toda a
planilha.
Selecione a primeira célula, ou o primeiro intervalo de
células, e mantenha a tecla CTRL pressionada enquanto
seleciona as outras células ou os outros intervalos.
Você também pode selecionar a primeira célula ou
intervalo de células e pressionar SHIFT + F8 para
Células ou intervalos de células não adicionar outra seleção de células ou de intervalo
adjacentes de células não adjacentes. Para parar de adicionar
células ou intervalos à seleção, pressione SHIFT + F8
novamente.
Observação: Não é possível cancelar a seleção de uma
célula ou de um intervalo de células de uma seleção
não adjacente sem cancelar toda a seleção.

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Clique no título da linha ou coluna.

1. Título da linha
2. Título da coluna
Uma linha ou coluna
inteira Você também pode selecionar células em uma linha ou
coluna selecionando a primeira célula e pressionando
CTRL + SHIFT + tecla de DIREÇÃO (SETA PARA A DIREITA
ou SETA PARA A ESQUERDA para linhas,
SETA PARA CIMA ou SETA PARA BAIXO para colunas).
Observação: Se a linha ou coluna contiver dados, CTRL +
SHIFT + tecla de DIREÇÃO selecionará a linha ou coluna
até a última célula utilizada. Pressione CTRL + SHIFT
+ tecla de DIREÇÃO uma segunda vez para selecionar
toda a linha ou coluna.
Arraste através dos títulos de linha ou de coluna ou
selecione a primeira linha ou coluna. Em seguida,
Linhas ou colunas adjacentes
pressione SHIFT enquanto seleciona a última linha ou
coluna.
Clique no título de linha ou de coluna da primeira linha
ou coluna de sua seleção. Pressione CTRL enquanto
Linhas ou colunas não adjacentes
clica nos títulos de linha ou coluna de outras linhas ou
colunas que você deseja adicionar à seleção.
Selecione uma célula na linha ou na coluna e, em
seguida, pressione CTRL + tecla de DIREÇÃO (SETA PARA
A primeira ou a última célula de uma linha
A DIREITA ou SETA PARA A
ou coluna
ESQUERDA para linhas, SETA PARA CIMA ou SETA PARA
BAIXO para colunas).
Selecione a primeira célula e, em seguida, pressione
A primeira ou a última célula em uma
CTRL + SHIFT + END para estender a seleção de células
planilha ou em uma tabela do Microsoft
até a última célula usada na planilha (canto inferior
Office Excel
direito).
Selecione a primeira célula e, em seguida, pressione
Células até o início da planilha. CTRL + SHIFT + HOME para estender a seleção de
células até o início da planilha.
Mantenha pressionada a tecla SHIFT e clique na última
Mais ou menos células do que a seleção célula que deseja incluir na nova seleção. O intervalo
ativa retangular entre a e a célula em que você clicar passará
a ser a nova seleção.

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GRÁFICOS
Gráficos são usados para exibir séries de dados numéricos em formato gráfico, com o objetivo
de facilitar a compreensão de grandes quantidades de dados e do relacionamento entre
diferentes séries de dados.
Para criar um gráfico no Excel, comece inserindo os dados numéricos desse gráfico em
uma planilha e experimente o comando Gráficos Recomendados na guia Inserir para criar
rapidamente o gráfico mais adequado para os seus dados.

1. Selecione os dados para os quais você deseja criar um gráfico.

2. Clique em Inserir > Gráficos Recomendados.

3. Na guia Gráficos Recomendados, percorra a lista de gráficos recomendados pelo Excel e


clique em qualquer um para ver qual será a aparência dos seus dados.

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Dica:
Se você não vir um gráfico que lhe agrade, clique em Todos os Gráficos para ver todos
os tipos de gráfico disponíveis.

4. Quando encontrar o gráfico desejado, clique nele > OK.

5. Use os botões Elementos do Gráfico, Estilos de Gráfico e Filtros de Gráfico próximos ao


canto superior direito do gráfico para adicionar elementos de gráfico, como títulos de eixo
ou rótulos de dados, personalizar a aparência do seu gráfico ou mudar os dados exibidos
no gráfico.

6. Para acessar recursos adicionais de design e formatação, clique em qualquer parte do


gráfico para adicionar as Ferramentas de Gráfico à faixa de opções e depois clique nas
opções desejadas nas guias Design e Formato.

Tipos de Gráficos
Há várias maneiras de criar um gráfico em uma planilha do Excel, em um documento do
Word ou em uma apresentação do PowerPoint. Independentemente de você usar um gráfico

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recomendado para os seus dados ou um gráfico escolhido na lista com todos os gráficos, saber
um pouco mais sobre cada tipo de gráfico pode ser de grande ajuda.
Se você já tem um gráfico e só quer mudar seu tipo:

1. Selecione o gráfico, clique na guia Design e em Alterar Tipo de Gráfico.

2. Escolha um novo tipo de gráfico na caixa Alterar Tipo de Gráfico.

Gráficos de colunas
Os dados organizados em colunas ou linhas em uma planilha podem ser plotados em um
gráfico de colunas. Em geral, um gráfico de coluna exibe categorias ao longo do eixo horizontal
(categoria) e valores ao longo do eixo vertical (valor), como mostra o seguinte gráfico:

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Gráficos de linhas
Dados organizados em colunas ou linhas em uma planilha podem ser plotados em um gráfico
de linhas. Nesse tipo de gráfico, os dados de categorias são distribuídos uniformemente ao
longo do eixo horizontal, e todos os dados de valores são distribuídos uniformemente ao longo
do eixo vertical. Gráficos de linhas podem mostrar dados contínuos ao longo do tempo em um
eixo com escalas iguais e, portanto, são ideais para mostrar tendências de dados em intervalos
iguais, como meses, trimestres ou anos fiscais.

Gráficos de pizza e rosca


Dados organizados em uma coluna ou linha de uma planilha podem ser plotados em um gráfico
de pizza. Esses gráfico mostram o tamanho dos itens em um série de dados, proporcional à soma
desses itens. Pontos de dados em um gráfico de pizza são exibidos como uma porcentagem da
pizza inteira.

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Considere a utilização de um gráfico de pizza quando:
•• Você tiver apenas uma série de dados;
•• Nenhum dos valores nos seus dados for negativo;
•• Quase nenhum dos valores nos seus dados for igual a zero;
•• Você não tiver mais de sete categorias, todas elas representando partes da pizza inteira.

Gráficos de rosca
Dados organizados apenas em colunas ou linhas de uma planilha podem ser plotados em um
gráfico de rosca. Como um gráfico de pizza, um gráfico de rosca mostra a relação das partes
com um todo, mas pode conter mais de uma série de dados.

Gráficos de barras
Dados organizados em colunas ou linhas de uma planilha podem ser plotados em um gráfico
de barras. Esses gráficos ilustram comparações entre itens individuais. Em um gráfico de barras,
as categorias costumam ser organizadas ao longo do eixo vertical, enquanto os valores são
dispostos ao longo do eixo horizontal.

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Considere a utilização de um gráfico de barras quando:


•• Os rótulos dos eixos forem longos;
•• Os valores mostrados forem durações.

Gráficos de área
Dados organizados em colunas ou linhas em uma planilha podem ser plotados em um gráfico
de áreas. Esses gráficos podem ser usados para plotar mudanças ao longo do tempo e chamar
a atenção para o valor total no decorrer de uma tendência. Mostrando a soma dos valores
plotados, um gráfico de áreas também mostra a relação de partes com um todo.

Gráficos de dispersão (XY) e de bolhas


Dados organizados em colunas e linhas em uma planilha podem ser plotados em um gráfico
de dispersão (XY). Coloque os valores X em uma linha ou coluna e depois insira os valores Y
correspondentes nas linhas ou nas colunas adjacentes.
Um gráfico de dispersão tem dois eixos de valores: um eixo horizontal (X) e um vertical (Y). Ele
combina os valores X e Y em pontos de dados únicos e os exibe em intervalos irregulares ou
em agrupamentos. Gráficos de dispersão costumam ser usados para exibir e comparar valores
numéricos, como dados científicos, estatísticos e de engenharia.

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Gráficos de bolhas
Semelhante a um gráfico de dispersão, um gráfico de bolhas adiciona uma terceira coluna para
especificar o tamanho das bolhas exibidas para representar os pontos de dados na série de
dados.

Gráficos de ações
Dados organizados em colunas ou linhas em uma ordem específica em uma planilha podem ser
plotados em um gráfico de ações. Como o nome sugere, esse gráfico pode ilustrar flutuações
nos preços das ações. No entanto, também pode ilustrar flutuações em outros dados, como
níveis de chuva diários ou temperaturas anuais. Lembre-se de organizar seus dados na ordem
correta para criar um gráfico de ações. Por exemplo, para criar um simples gráfico de ações de
alta-baixa-fechamento, você deve organizar seus dados com os valores Alta, Baixa e Fechamento
inseridos como títulos de colunas, nessa ordem.

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Gráficos de superfície
Dados organizados em colunas ou linhas de uma planilha podem ser plotados em um gráfico
de superfície. Esse gráfico é útil quando você quer encontrar combinações ideais entre dois
conjuntos de dados. Como em um mapa topográfico, cores e padrões indicam áreas que estão
no mesmo intervalo de valores. Você pode criar um gráfico de superfície quando tanto as
categorias quanto a série de dados são valores numéricos.

Gráficos de radar
Dados organizados em colunas ou linhas em uma planilha podem ser plotados em um gráfico
de radar. Esses gráficos comparam entre si os valores agregados de várias série de dados.

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Gráficos de combinação
Dados organizados em colunas e linhas podem ser plotados em um gráfico de combinação.
Esse gráfico combina dois ou mais tipos de gráfico para facilitar a interpretação dos dados,
especialmente quando estes são muito variados. Exibido com um eixo secundário, esse gráfico
é ainda mais fácil de ler. Neste exemplo, usamos um gráfico de colunas para mostrar o número
de casas vendidas entre os meses de janeiro e junho e depois usamos um gráfico de linhas para
que os leitores possam identificar com mais facilidade o preço médio das vendas em cada mês.

Adicionar um título de gráfico


Quando você cria um gráfico, uma caixa Título do Gráfico aparece acima dele. Basta selecionar
essa caixa e digitar o título desejado, formatá-lo do jeito que você quiser e movê-lo para um
local diferente no gráfico.

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1. Clique na caixa Título do Gráfico e digite o título.

2. Para iniciar uma nova linha no título, pressione Alt + Enter.

3. Para mudar o posicionamento do título, clique no botão Elementos do Gráfico


próximo ao canto superior direito do gráfico.
Clique na seta ao lado de Título do
Gráfico e depois clique em Título
Sobreposto Centralizado ou em Mais
Opções para ver outras opções.
Você também pode arrastar a caixa de
título até o local desejado.
Para formatar o título, clique nele com
o botão direito do mouse e clique
em Formatar Título de Gráfico para
escolher as opções de formatação
desejadas.

Guias Design e Formatar

CLASSIFICAR DADOS

A classificação de dados é uma parte importante da análise de dados. Talvez você queira colocar
uma lista de nomes em ordem alfabética, compilar uma lista de níveis de inventário de produtos
do mais alto para o mais baixo ou organizar linhas por cores ou ícones. A classificação de dados
ajuda a visualizar e a compreender os dados de modo mais rápido e melhor, a organizar e
localizar dados desejados e, por fim, a tomar decisões mais efetivas.

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Classificar texto

1. Selecione uma coluna de dados alfanuméricos em um intervalo de células ou certifique-se


de que a célula ativa está em uma coluna da tabela que contenha dados alfanuméricos

2. Na guia Página Inicial, no grupo Edição e, em seguida, clique em Classificar e Filtrar.

3. Siga um destes procedimentos:


•• Para classificar em ordem alfanumérica crescente, clique em Classificar de A a Z.
•• Para classificar em ordem alfanumérica decrescente, clique em Classificar de Z a A.

4. Como opção, você pode fazer uma classificação que diferencie letras maiúsculas de
minúsculas.

Classificar números

1. Selecione uma coluna de dados numéricos em um intervalo de células ou certifique-se de


que a célula ativa está em uma coluna da tabela que contenha dados numéricos.

2. Na guia Página Inicial, no grupo Edição, clique em Classificar e Filtrar e, em seguida, siga
um destes procedimentos:
•• Para classificar de números baixos para números altos, clique em Classificar do Menor para
o Maior.
•• Para classificar de números altos para números baixos, clique em Classificar do Maior para
o Menor.

Classificar datas ou horas

1. Selecione uma coluna de data ou hora em um intervalo de células ou certifique-se de que a


célula ativa está em uma coluna da tabela que contenha data ou hora.

2. Selecione uma coluna de datas ou horas em um intervalo de células ou tabelas.

3. Na guia Página Inicial, no grupo Edição, clique em Classificar e Filtrar e, em seguida, siga
um destes procedimentos:
•• Para classificar de uma data e hora anterior para uma data ou hora mais recente, clique em
Classificar da Mais Antiga para a Mais Nova.
•• Para classificar de uma data e hora recente para uma data ou hora mais antiga, clique em
Classificar da Mais Nova para a Mais Antiga.

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Classificar uma coluna em um intervalo de células sem afetar outros

Aviso:
Cuidado ao usar esse recurso. A classificação por uma coluna em um intervalo pode
gerar resultados indesejados, como movimentação de células naquela coluna para
fora de outras células na mesma linha.

1. Selecione uma coluna em um intervalo de células contendo duas ou mais colunas.

2. Para selecionar a coluna que deseja classificar, clique no título da coluna.

3. Na guia Página Inicial, no grupo Edição, clique em Classificar e Filtrar e siga um dos
seguintes procedimentos, após caixa de diálogo Aviso de Classificação ser exibida.

4. Selecione Continuar com a seleção atual.

5. Clique em Classificar.

6. Selecione outras opções de classificação desejadas na caixa de diálogo Classificar e, em


seguida, clique em OK.

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Ordens de classificação padrão
Em uma classificação crescente, o Microsoft Office Excel usa a ordem a seguir. Em uma
classificação decrescente, essa ordem é invertida.

Valor Comentário
Os números são classificados do menor número negativo ao maior
Números
número positivo.
Datas As datas são classificadas da mais antiga para a mais recente.
O texto alfanumérico é classificado da esquerda para a direita, caractere
por caractere. Por exemplo, se uma célula contiver o texto “A100”, o
Excel a colocará depois de uma célula que contenha a entrada ”A1” e
antes de uma célula que contenha a entrada “A11”.
Os textos e os textos que incluem números, classificados como texto,
são classificados na seguinte ordem:
• 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 (espaço) ! “ # $ % & ( ) * , . / : ; ? @ [ \ ] ^ _ ` { | } ~ +
<=>ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
Texto
• Apóstrofos (') e hífens (-) são ignorados, com uma exceção: se duas
sequências de caracteres de texto forem iguais exceto pelo hífen, o texto
com hífen será classificado por último.
Observação: Se você alterou a ordem de classificação padrão para que ela
fizesse distinção entre letras maiúscula e minúsculas na caixa de diálogo
Opções de Classificação, a ordem para os caracteres alfanuméricos é a
seguinte: a A b B c C d D e E f F g G h H i I j J k K l L m M n N o O p P q Q r
RsStTuUvVwWxXyYzZ
Lógica Em valores lógicos, FALSO é colocado antes de VERDADEIRO.
Erro Todos os valores de erro, como #NUM! e #REF!, são iguais.
Na classificação crescente ou decrescente, as células em branco são
sempre exibidas por último.
Células em branco
Observação: Uma célula em branco é uma célula vazia e é diferente de
uma célula com um ou mais caracteres de espaço.

CLASSIFICAÇÃO PERSONALIZADA
Você pode usar uma lista personalizada para classificar em uma ordem definida pelo usuário.

1. Selecione uma coluna de dados em um intervalo de células ou certifique-se de que a célula


ativa esteja em uma coluna da tabela.

2. Na guia Página Inicial, no grupo Edição, clique em Classificar e Filtrar e, em seguida, clique
em Personalizar Classificação.

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A caixa de diálogo Classificar será exibida.

3. Em coluna, na caixa Classificar por ou Em seguida por, selecione a coluna que deseja
classificar. Se for necessário, adicione mais níveis.

4. Em Ordenar, selecione o método desejado.

5. Clique em OK.

CONFIGURAR PÁGINA

Área de Impressão
Se você imprime frequentemente uma seleção específica da planilha, defina uma área de
impressão que inclua apenas essa seleção. Uma área de impressão corresponde a um ou mais
intervalos de células que você seleciona para imprimir quando não deseja imprimir a planilha
inteira. Quando a planilha for impressa após a definição de uma área de impressão, somente
essa área será impressa. Você pode adicionar células para expandir a área de impressão quando
necessário e limpar a área de impressão para imprimir toda a planilha.
Uma planilha pode ter várias áreas de impressão. Cada área de impressão será impressa como
uma página separada.

www.acasadoconcurseiro.com.br 365
Definir uma ou mais áreas de impressão

1. Na planilha, selecione as células que você deseja definir como área de impressão. É possível
criar várias áreas de impressão, mantendo a tecla CTRL pressionada e clicando nas áreas
que você deseja imprimir.

2. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página, clique em Área de Impressão e, em


seguida, clique em Definir Área de Impressão.

Adicionar células a uma área de impressão existente

1. Na planilha, selecione as células que deseja adicionar à área de impressão existente.

Observação:
Se as células que você deseja adicionar não forem adjacentes à área de impressão
existente, uma área de impressão adicional será criada. Cada área de im- pressão em
uma planilha é impressa como uma página separada. Somente as células adjacentes
podem ser adicionadas a uma área de impressão existente.

2. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página, clique em Área de Impressão e, em


seguida, clique em Adicionar à Área de Impressão.

Limpar uma área de impressão

Observação:
Se a sua planilha contiver várias áreas de impressão, limpar uma área de impressão
removerá todas as áreas de impressão na planilha.

1. Clique em qualquer lugar da planilha na qual você deseja limpar a área de impressão.

2. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página, clique em Limpar Área de


Impressão.

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Quebras de Página
Quebras de página são divisores que separam uma planilha (planilha: o principal documento
usado no Excel para armazenar e trabalhar com dados, também chamado planilha eletrônica,
que consiste em células organizadas em colunas e linhas e é sempre armazenada em uma pasta
de trabalho) em páginas separadas para impressão. O Microsoft Excel insere quebras de página
automáticas com base no tamanho do papel, nas configurações de margem, nas opções de
escala e nas posições de qualquer quebra de página manual inserida por você. Para imprimir
uma planilha com o número exato de páginas desejado, ajuste as quebras de página na planilha
antes de imprimi-la.
Embora você possa trabalhar com quebras de página no modo de exibição Normal, é
recomendável usar o modo de exibição Visualizar Quebra de Página para ajustá-las de forma
que você possa ver como outras alterações feitas por você (como alterações na orientação
de página e na formatação) afetam as quebras de página automáticas. Por exemplo, você
pode ver como uma alteração feita por você na altura da linha e na largura da coluna afeta o
posicionamento das quebras de página automáticas.
Para substituir as quebras de página automáticas que o Excel insere, é possível inserir suas
próprias quebras de página manuais, mover as quebras de página manuais existentes ou
excluir quaisquer quebras de página inseridas manualmente. Também é possível removê-las de
maneira rápida. Depois de concluir o trabalho com as quebras de página, você pode retornar ao
modo de exibição Normal.

Para inserir uma quebra de página

1. Selecione a planilha que você deseja modificar.

2. Na guia Exibir, no grupo Modos de Exibição da Planilha, clique em Visualização da Quebra


de Página.

Dica:
Também é possível clicar em Visualizar Quebra de Página na barra de status.

www.acasadoconcurseiro.com.br 367
Observação:
Se você obtiver a caixa de diálogo Bem-vindo à Visualização de Quebra de Página,
clique em OK. Para não ver essa caixa de diálogo sempre que você for para o modo de
exibição Visualização de Quebra de Página, marque a caixa de seleção Não mostrar
esta caixa de diálogo novamente antes de clicar em OK.

3. Siga um destes procedimentos:


•• Para inserir uma quebra de página horizontal, selecione a linha abaixo da qual você deseja
inseri-la.
•• Para inserir uma quebra de página vertical, selecione a coluna à direita da qual você deseja
inseri-la.

4. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página, clique em Quebras.

5. Clique em Inserir Quebra de Página.

Dica:
Também é possível clicar com o botão direito do mouse na linha abaixo da qual ou
na coluna à direita da qual você deseja inserir uma quebra de linha e clicar em Inserir
Quebra de Página.

Imprimir Títulos
Se uma planilha ocupar mais de uma página, você poderá imprimir títulos ou rótulos de linha e
coluna (também denominados títulos de impressão) em cada página para ajudar a garantir que
os dados sejam rotulados corretamente.

1. Selecione a planilha que deseja imprimir.

2. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página, clique em Imprimir Títulos.

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Observação:
O comando Imprimir Títulos aparecerá esmaecido se você estiver em modo de edição
de célula, se um gráfico estiver selecionado na mesma planilha ou se você não tiver
uma impressora instalada.

3. Na guia Planilha, em Imprimir títulos, siga um destes procedimentos ou ambos:


•• Na caixa Linhas a repetir na parte superior, digite a referência das linhas que contêm os
rótulos da coluna.
•• Na caixa Colunas a repetir à esquerda, digite a referência das colunas que contêm os
rótulos da linha.
Por exemplo, se quiser imprimir rótulos de colunas no topo de cada página impressa, digite
$1:$1 na caixa Linhas a repetir na parte superior.

Dica:
Também é possível clicar no botão Recolher Caixa de Diálogo , na extremidade
direita das caixas Linhas a repetir na parte superior e Colunas a repetir à esquerda, e
selecionar as linhas ou as colunas de título que deseja repetir na planilha. Depois de
concluir a seleção das linhas ou colunas de título, clique no botão Recolher Caixa de
Diálogo novamente para voltar à caixa de diálogo.

Observação:
Se você tiver mais de uma planilha selecionada, as caixas Linhas a repetir na parte
superior e Colunas a repetir à esquerda não estarão disponíveis na caixa de diálogo
Configurar Página. Para cancelar uma seleção de várias planilhas, clique em qualquer
planilha não selecionada. Se nenhuma planilha não selecionada estiver visível, clique
com o botão direito do mouse na guia da planilha selecionada e clique em Desagrupar
Planilhas no menu de atalho.

www.acasadoconcurseiro.com.br 369
IMPRESSÃO

É possível imprimir planilhas e pastas de trabalho inteiras ou parciais, uma ou várias por vez. Se
os dados que você deseja imprimir estiverem em uma tabela do Microsoft Excel, você poderá
imprimir apenas a tabela do Excel.

Imprimir uma planilha ou pasta de trabalho inteira ou parcial

1. Siga um destes procedimentos:


•• Para imprimir uma planilha parcial, clique na planilha e selecione o intervalo de dados que
você deseja imprimir.
•• Para imprimir a planilha inteira, clique na planilha para ativá-la.
•• Para imprimir uma pasta de trabalho, clique em qualquer uma de suas planilhas.

2. Clique em Arquivo e depois clique em Imprimir.


Atalho do teclado Você também pode pressionar CTRL + P.

3. Em Configurações, selecione uma opção para imprimir a seleção, a(s) planilha(s) ativa(s) ou
a pasta de trabalho inteira.

Observação:
Se uma planilha tiver áreas de impressão definidas, o Excel imprimirá apenas essas
áreas. Se você não quiser imprimir apenas uma área de impressão definida, marque a
caixa de seleção Ignorar área de impressão.

370 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Microsoft Excel 2013 – Prof. Márcio Hunecke

Imprimir várias planilhas de uma vez

1. Selecione as planilhas que você deseja imprimir.

Para selecionar Faça o seguinte


Clique na guia da planilha.

Uma única planilha Caso a guia desejada não esteja exibida, clique
nos botões de rolagem de guias para exibi-la e
clique na guia.

Clique na guia da primeira planilha. Em seguida,


mantenha pressionada a tecla SHIFT enquanto
Duas ou mais planilhas adjacentes
clica na guia da última planilha que deseja
selecionar.
Clique na guia da primeira planilha. Em seguida,
mantenha pressionada a tecla CTRL enquanto
Duas ou mais planilhas não adjacentes
clica nas guias das outras planilhas que deseja
selecionar.
Clique com o botão direito do mouse em uma
Todas as planilhas de uma pasta de trabalho guia de planilha e clique em Selecionar Todas as
Planilhas.

2. Clique em Arquivo e depois clique em Imprimir.


Atalho do teclado Você também pode pressionar CTRL + P.

Imprimir várias pastas de trabalho de uma vez


Todos os arquivos da pasta de trabalho que você deseja imprimir devem estar na mesma pasta.

1. Clique no Arquivo e clique em Abrir.


Atalho do teclado Você também pode pressionar CTRL + A.
2. Mantenha a tecla CTRL pressionada e clique no nome de cada pasta de trabalho que você
deseja imprimir.

3. Clique com o botão direito do mouse na seleção e, em seguida, clique em Imprimir.

www.acasadoconcurseiro.com.br 371
Imprimir uma planilha ou pasta de trabalho
Você pode imprimir planilhas e pastas de trabalho do Microsoft Excel, uma ou várias por vez.
Também é possível imprimir uma planilha parcial, como uma tabela do Excel.

Como se preparar para uma impressão


Antes de imprimir uma planilha com grandes quantidades de dados, ajuste rapidamente
a planilha no modo de exibição Layout da Página. Você pode ver e editar elementos como
margens, orientação de página e cabeçalhos e rodapés.
Verifique se os dados estão visíveis na tela. Por exemplo, se o texto ou os números forem muito
longos para caber em uma coluna eles aparecerão como teclas de cerquilha (##). Também é
possível aumentar coluna para evitar isso.

1. Dimensionamento de coluna

2. Dimensionamento de linha

Observação:
Algumas formatações, como texto colorido ou sombreamento de célula, podem ficar
com uma boa aparência na tela, mas você pode não gostar de sua aparência quando
for impressa em uma impressora branco e preto. Talvez você queira imprimir uma
planilha com as linhas de grade exibidas para que os dados, as linhas e as colunas
fiquem mais realçadas.

Recursos adicionais:
•• Visualizar páginas da planilha antes de imprimir
•• Imprimir uma planilha na orientação paisagem ou retrato
•• Inserir, mover ou excluir quebras de página manuais em uma planilha
•• Usar cabeçalhos e rodapés em impressões de planilhas

372 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Microsoft Excel 2013 – Prof. Márcio Hunecke

Imprimir uma ou várias planilhas


Selecione as planilhas que você deseja imprimir.

Como selecionar várias planilhas

Para selecionar Faça isto


Clique na guia da planilha.

Uma única planilha Caso a guia desejada não esteja exibida, clique
nos botões de rolagem de guias para exibi-la e,
em seguida, clique na guia.

Clique na guia da primeira planilha. Em seguida,


mantenha pressionada a tecla SHIFT enquanto
Duas ou mais planilhas adjacentes
clica na guia da última planilha que deseja
selecionar.
Clique na guia da primeira planilha. Mantenha
Duas ou mais planilhas não adjacentes pressionada a tecla CTRL enquanto clica nas guias
das outras planilhas que deseja selecionar.
Clique com o botão direito do mouse em uma
Todas as planilhas de uma pasta de trabalho guia da planilha e clique em Selecionar Todas as
Planilhas no menu de atalho.

Dica:
Quando várias planilhas são selecionadas, [Grupo] aparece na barra de título na parte
superior da planilha. Para cancelar uma seleção de várias planilhas em uma pasta
de trabalho, clique em alguma planilha não selecionada. Se nenhuma planilha não
selecionada estiver visível, clique com o botão direito do mouse na guia da planilha
selecionada e clique em Desagrupar Planilhas.

Clique em Arquivo e em Imprimir.


Atalho de teclado Você também pode pressionar CTRL + P.
Clique no botão Imprimir ou ajuste as Configurações antes de clicar no botão Imprimir.

www.acasadoconcurseiro.com.br 373
Imprimir parte de uma planilha
Clique na planilha e selecione o intervalo de dados que você deseja imprimir.
Clique em Arquivo e em Imprimir.
Atalho de teclado. Você também pode pressionar CTRL + P.
Em Configurações, clique na seta ao lado de Imprimir Planilhas Ativas e selecione Imprimir
Tabela Selecionada.
Clique no botão Imprimir.

Dica:
Se uma planilha tiver áreas de impressão definidas, o Excel imprimirá apenas essas
áreas. Se você não quiser imprimir apenas uma área de impressão definida, marque a
caixa de seleção Ignorar área de impressão.

Imprimir uma ou várias pastas de trabalho

Todos os arquivos da pasta de trabalho que você deseja imprimir devem estar na mesma pasta.
Clique em Arquivo e em Abrir.
Atalho de teclado. Você também pode pressionar CTRL + O.
Mantenha a tecla CTRL pressionada e clique no nome de cada pasta de trabalho que você
deseja imprimir.
Siga um destes procedimentos:
Em um computador que esteja executando o Windows 7 ou Vista:
•• Clique com o botão direito do mouse na seleção e, em seguida, clique em Imprimir.
Em um computador que esteja executando o Windows XP:
•• Na caixa de diálogo Abrir, clique em Ferramentas e, em seguida, clique em Imprimir.

Imprimir uma tabela do Excel


Clique em uma célula dentro da tabela para habilitá-la.
Clique em Arquivo e em Imprimir.
Atalho de teclado. Você também pode pressionar CTRL + P.

374 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Microsoft Excel 2013 – Prof. Márcio Hunecke

Em Configurações, clique na seta ao lado de Imprimir Planilhas Ativas e selecione Tabela


Selecionada.
Clique no botão Imprimir.

Imprimir uma pasta de trabalho em um arquivo


Clique em Arquivo e em Imprimir.
Atalho de teclado. Você também pode pressionar CTRL + P.
Em Impressora, selecione Imprimir em Arquivo.
Clique no botão Imprimir.
Na caixa de diálogo Imprimir em Arquivo, em Nome do Arquivo de Saída, digite um nome
para o arquivo e clique em OK. O arquivo será exibido na pasta padrão (geralmente Meus
Documentos).

Dica:
Se você imprimir posteriormente o arquivo em um tipo de impressora diferente, as
quebras de página e o espaçamento de fonte poderão mudar.

Algumas outras novidades do Excel 2013

A primeira coisa que você verá quando abrir o Excel é uma nova aparência. Ela é mais organizada
e foi desenvolvida para ajudar você a obter resultados com aparência profissional rapidamente.
Você encontrará muitos recursos novos que permitirão que você se livre de paredes de
números e desenhe imagens mais persuasivas de seus dados, que o auxiliarão a tomar decisões
melhores e com base em mais informações.

www.acasadoconcurseiro.com.br 375
Os modelos fazem a maior parte da configuração e o design do trabalho para você, assim você
poderá se concentrar nos dados. Quando você abre o Excel 2013, são exibidos modelos para
orçamentos, calendários, formulários e relatórios e muito mais.

Análise instantânea de dados

A nova ferramenta Análise Rápida permite que você converta seus dados em um gráfico ou
em uma tabela, em duas etapas ou menos. Visualize dados com formatação condicional,
minigráficos ou gráficos e faça sua escolha ser aplicada com apenas um clique.

Preencher uma coluna inteira de dados em um instante

O Preenchimento Relâmpago é como um assistente de dados que termina o trabalho para


você. Assim que ele percebe o que você deseja fazer, insere o restante dos dados de uma só vez,
seguindo o padrão reconhecido em seus dados. Para ver quando esse recurso é útil, consulte
Dividir uma coluna de dados com base no que você digitar.

376 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Microsoft Excel 2013 – Prof. Márcio Hunecke

Salvar e compartilhar arquivos online

O Excel torna mais fácil salvar suas pastas de trabalho no seu próprio local online, como seu
OneDrive gratuito ou o serviço do Office 365 de sua organização. Também ficou mais fácil
compartilhar suas planilhas com outras pessoas. Independentemente de qual dispositivo elas
usem ou onde estiverem, todas trabalham com a versão mais recente de uma planilha. Você
pode até trabalhar com outras pessoas em tempo real. Para obter mais informações, consulte
Salvar uma pasta de trabalho na Web.

Novos recursos de gráfico

Mudanças na faixa de opções para gráficos

O novo botão Gráficos Recomendados na guia Inserir permite que você escolha entre uma
série de gráficos que são adequados para seus dados. Tipos relacionados de gráficos como
gráficos de dispersão e de bolhas estão sob um guarda-chuva. E existe um novo botão para
gráficos combinados: um gráfico favorito que você solicitou. Quando você clicar em um gráfico,
você também verá uma faixa de opções mais simples de Ferramentas de Gráfico. Com apenas
uma guia Design e Formatar, ficará mais fácil encontrar o que você precisa.

Fazer ajuste fino dos gráficos rapidamente

Três novos botões de gráfico permitem que você escolha e visualize rapidamente mudanças
nos elementos do gráfico (como títulos ou rótulos), na aparência e no estilo de seu gráfico ou
nos dados que serão mostrados. Para saber mais sobre isso, consulte Formatar seu gráfico.

www.acasadoconcurseiro.com.br 377
Rótulos de dados sofisticados

Agora você pode incluir um texto sofisticado e atualizável de pontos de dados ou qualquer
outro texto em seus rótulos de dados, aprimorá-los com formatação e texto livre adicional
e exibi-los em praticamente qualquer formato. Os rótulos dos dados permanecem no lugar,
mesmo quando você muda para um tipo diferente de gráfico. Você também pode conectá-los
a seus pontos de dados com linhas de preenchimento em todos os gráficos, não apenas em
gráficos de pizza. Para trabalhar com rótulos de dados sofisticados, consulte Alterar o formato
dos rótulos de dados em um gráfico.

Visualizar animação nos gráficos


Veja um gráfico ganhar vida quando você faz alterações em seus dados de origem. Não é apenas
divertido observar, o movimento no gráfico também torna as mudanças em seus dados muito
mais claras.

378 www.acasadoconcurseiro.com.br
Questões

1. Indique quantos argumentos temos nas e) =SOMA(A2;B3;C2)


funções abaixo: f) =SOMA(A1:C3;A1;C3)
g) =SOMA(A1:D4)
a) =SOMA(A1;B6;7*A1) h) =MÉDIA(A1:B2)
b) =MÉDIA(A1:B6) i) =MÉDIA(A1:D4)
c) =CONCATENAR(“PROFESSOR“;”SÉRGIO”) j) =MÉDIA(A1:A4)
d) =MULT(3;2;A1:B3) k) =MÉDIA(A1:D1;1)
l) =MÉDIA(1+2+3+4)
2. Diga quais funções abaixo estão bem ou mal m) =MÉDIA(A1:A4;2*4;0)
construídas. n) =CONT.NÚM(A1:D4)
a) =MÉDIA(B1) o) =CONT.NÚM(A3:D4;4;3)
b) =MÉDIA(B1;B3) p) =CONT.VALORES(A1:D4)
c) =DIVIDE(A1:A4) q) =CONT.VALORES(A1:D4;3;4)
d) =SUBTRAIR(B2;B3) r) =MULT(A1:B2)
e) =MULT(A2:B5) s) =MULT(b3:c4)
f) =SOMA(A1:C3/B1:B3)
g) =SOMA(MÉDIA(A1:C3);SOMA(A3;B2) 5. Sobre a função ABS resolva as funções
h) =ARRED(8246,344;2;1) abaixo:
i) =ABS(2;-3) a) =ABS(-9)
j) =MÉDIA(A1;A2:B3) b) =ABS(4,5)
k) =MÉDIA(A1:B5;B2:B7) c) =ABS(-4,5)
l) =SOMA(A1:B3;A2+B2) d) =ABS(6)
3. Quantas células serão somadas nas funções 6. Com base na planilha abaixo resolva as
abaixo? seguintes funções matemáticas:
a) =SOMA(A3:B5)
b) =SOMA(B2:D5)
c) =SOMA(A1:A5)
d) =SOMA(A1:B4;C5;C4;C1:C5)

4. Baseado na planilha abaixo resolva as


seguintes fórmulas:
a) =INT(B1)
b) =INT(B2)
c) =INT(A2)
d) =INT(A3)
e) =MOD(INT(A2);INT(B1))
f) =MOD(INT(A3);INT(C1))
g) =ARRED(A1;2)
a) =2+10*8/2*2
h) =ARRED(A1;-2)
b) =A3*2+4/2^3
i) =ARRED(A4;2)
c) =A1+A2+A3+A4/4
d) =SOMA(A1:B3)

www.acasadoconcurseiro.com.br 379
7. Supondo que uma determinada empresa da até E10 e que traria como resultado
vendeu R$ 12.387.456,99 durante o ano de os respectivos salários?
2012 e que esse valor foi inserido na célula h) Qual a função retorna quantos funcio-
B7, qual seria a fórmula que poderíamos nários trabalham no RH?
inserir na célula C7 para ver esse valor em
dezena de milhar? 9. Com base na planilha abaixo resolva as
seguintes funções:
a) =ARRED(B7;-2)
b) =SOMASE(B7;10000)
c) =ARRED(B7;10000)
d) =ARRED(B7;-4)
e) =MOD(B7;10000)

8. Com base na planilha abaixo, responda as


perguntas a seguir: a) =MÁXIMO(A1:D3)
b) =MÁXIMO(A1:D3;4)
c) =MENOR(A1:D5;3)
d) =MAIOR(A1:D5;4)
e) =MAIOR(A1:C4;3)
f) =MÍNIMO(A1:D5;3;-6;12)
g) =MÁXIMO(A1:A5;D1:D5)
h) =MAIOR(B2:D4;3)
i) =MÍNIMO(A2:D3)

10. Sabendo que na célula A1 de uma planilha


a) Escreva qual a função calcularia o salá- tem a data da prova do concurso, qual das
rio somente dos funcionários com 10 funções abaixo pode ser utilizada para que
anos ou mais de serviço. na célula B1 apareça quantos dias faltam de
b) Escreva qual a função calcularia o salá- hoje até o dia da prova.
rio somente dos funcionários do setor a) =HOJE()-A1
Financeiro. b) =HOJE(-A1)
c) Escreva qual a função calcularia o salá- c) =A1-HOJE()
rio somente dos funcionários que não d) =HOJE(A1)
são do financeiro. e) =DIFERENÇA(A1;B1)
d) Escreva a função que conta quantos
funcionários temos com mais de 10 11. Supondo que na coluna D, das células D2
anos de serviço. a D25, tenha o sobrenome de todos os
e) Escreva qual a função calcularia o salá- funcionários de uma empresa e que se
rio somente dos funcionários que per- gostaria que na coluna E fosse colocado o
cebem salários de mais de R$ 8.000,00. e-mail de casa funcionário que é composto
f) Escreva a função que conta quantos fun- pelo sobrenome + a expressão “@empresa.
cionários ganham mais de R$ 5.000,00. com.br”. Qual a fórmula que poderia ser
g) Se quiséssemos dar um aumento de olocada na célula E2 e arrastado para as
300,00 aos funcionários que ganham demais células com os referidos e-mails?
menos que 4.000,00 e colocar o resulta-
do na coluna E, qual seria a função que
colocada na célula E2 poderia ser copia-

380 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Microsoft Excel 2013 – Prof. Sérgio Spolador

12. E se quiséssemos fazer a mesma situação 15. Considerando a planilha a seguir, caso a
da questão 11, mas garantindo que todos os fórmula digitada na célula A6 seja copiada
sobrenomes estarão em minúsculo? para a célula B8 qual seria o resultado
apresentado nessa célula?
13. Conforme a planilha abaixo e supondo que
o usuário clicou na alça de preenchimento
da célula C1 e arrastou até a célula C5, qual
o resultado apresentado na célula C5?

14. Considerando a planilha abaixo, qual fórmu-


la poderia ser digitada na célula C2 para que
seja arrastada até a célula C5 com o valor de
cada produto em Real, ou seja, multiplicado
o valor em dólar vexes a cotação.

Gabarito: 1. a) 3 b) 1 c) 3 d) 3  2. a) Bem b) Bem c) Mal (Não existe essa função) d) Mal (Não existe essa função) e) Bem f)
Mal (Não pode terradores matemáticos entre funções, seria feito primeiro a divisão, que não é possível, e somente depois a
função) g) Mal (Falta um parêntese no final) h) Mal (Tem um argumento a mais) i) Mal (A função ABS só aceita 1 argumento) j)
Bem k) Bem (Só não esqueça que quando resolver esse tipo de função, some primeiro TODOS os números de TODOS intervalos
e somente depois divida pelo total de número, se você tentar fazer em parte poderá encontrar um resultado ERRADO) l) BEM  
3. a) 6 b) 12 c) 5 d) 15  4. a) 82 b) 2,5 c) 8,5 d) 13 e) 11 f) 42 g) 52 h) 2,5 i) 4 j) 4 k) 2 l) 10 m) 4 n) 13 o) 8 p) 14 q) 16 r) 24 s) 88  5.
a) 9 b) 4,5 c) 4,5 d) 6  6. a) 9 b) 1234 c) 145 d) 147 e) 1 f) 3 g) 1874,97 h) 1900 i) 1326,35 j) 12,35 k) 10 l) -350 m) 1874,96 n) 1800
o) 1326,34 p) 5867,23 q) 5800 r) 1234 s) 990  7. D  8. a) =SOMASE(C2:C10;”>=10”;D2:D10) b) =SOMASE(B2:B10;”Financei
ro”;D2:D10) c) =SOMASE(B2:B10;"<>Financeiro";D2:D10) d) =CONT.SE(C2:C10;”>10”) e) =SOMASE(D2:D10;”>8000”) f) =CONT.
SE(D2:D10;”>5000”) g) =SE(D2<4000;D2+300;D2) h) =CONT.SE(B2:B10;”Recursos Humanos”)  9. a) 7 b) 7 c) 1 d) 8 e) 7 f) -6 g) 9 h) 8
i) -2  10. C  11. =CONCATENAR (D2;”@empresa.com.br”)  12. =CONCATENAR(MINÚSCULA(D2);”@ empresa.com.br”)  13. 6
(A FÓRMULA FICARIA =A$1*2+$B5)  14. =B2*D$7 ou B2*$D$7  15. 41 (A FÓRMULA FICARIA =SOMA(C$2:$C5;B$2;$D$4;2*B5))

www.acasadoconcurseiro.com.br 381
Informática
Aula XX

MICROSOFT POWERPOINT 2013

O PowerPoint é um programa utilizado para criação, edição e exibição de apresentações gráficas,


originalmente escrito para o sistema operacional Windows e portado para a plataforma Mac OS X.
As extensões utilizadas pelo PowerPoint:
PPTX – extensão padrão para as apresentações. Ao ser aberto, o arquivo fica em modo de
edição.
PPSX – extensão para apresentações. Ao ser aberto, o arquivo entra em modo de apresentação.
POTX – extensão para modelo do PowerPoint.
PDF, XPS – extensão para geração de arquivos não editáveis.
ODP – extensão compatível com Open Document Format (Libre Office Impress)
JPEG, PNG, GIF, TIFF, BMP – extensões de figuras. Cada slide é transformado em uma imagem.
WMV, MP4 – extensões de vídeos. A apresentação é transformada em um vídeo, com intervalo
de cinco segundos entre cada slide.
Ao iniciar, diversos modelos de apresentação ficam à sua disposição. Se nenhum dele atender
às suas necessidades, você pode usar a barra superior (destacada em azul) para procurar novos
modelos e temas na internet. Se preferir, pode iniciar uma “Apresentação em Branco”.

www.acasadoconcurseiro.com.br 383
O espaço de trabalho, ou modo de exibição Normal, foi desenvolvido para ajudar você a
encontrar e usar facilmente os recursos do Microsoft PowerPoint 2013. Quando você inicia a
edição de uma apresentação, ela é aberta no modo de exibição chamado Normal, no qual você
cria slides e trabalha neles.

Uma imagem do PowerPoint 2013 no modo de exibição Normal com vários elementos rotulados.

1. No painel Slide, você pode trabalhar em slides individuais.


2. As bordas pontilhadas identificam os espaços reservados, onde você pode digitar texto ou
inserir imagens, gráficos e outros objetos.
3. A guia Slides mostra uma versão em miniatura de cada slide inteiro mostrado no painel Slide.
Depois de adicionar outros slides, você poderá clicar em uma miniatura na guia Slides para
fazer com que o slide apareça no painel Slide ou poderá arrastar miniaturas para reorganizar
os slides na apresentação. Também é possível adicionar ou excluir slides na guia Slides.
4. No painel Anotações, você pode digitar observações sobre o slide atual. Também pode
distribuir suas anotações para a audiência ou consultá-las no Modo de Exibição do
Apresentador durante a apresentação.

GUIA PÁGINA INICIAL

Se comparado com o Microsoft Word 2013, temos apenas 11 itens diferentes em toda a guia.

384 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Microsoft PowerPoint 2013 – Prof. Márcio Hunecke

a) Grupo Slides → Novo Slide : utilizado para inserir slides na apresentação, escolhendo o
Layout desejado.
b) Grupo Slides → Layout : permite alterar o Layout do slide selecionado. Item
abordado com mais detalhes nas próximas páginas desta apostila.
c) Grupo Slides → Redefinir : reestabelece as configurações originais do layout.
d) Grupo Slides → Seção : permite criar, renomear e excluir seções. Item abordado
com mais detalhes nas próximas páginas desta apostila.
e) Grupo Fonte – Sombra de Texto : adiciona o efeito de sombra atrás do texto.
f) Grupo Fonte – Espaçamento entre caracteres : ajusta o espaçamento horizontal entre
os caracteres.
g) Grupo Parágrafo → Adicionar ou Remover Colunas : divide o texto em duas ou mais
colunas.
h) Grupo Parágrafo → Direção do texto : altera a orientação do texto para
vertical, empilhado ou girar para posição desejada.
i) Grupo Parágrafo → Alinhar texto : altera a forma como o texto está alinhado
verticalmente.
j) Grupo Parágrafo → Converter em SmartArt : converte o texto do slide
em um elemento gráfico SmartArt.
k) Grupo Desenho

GUIA EXIBIÇÃO

Modos de exibição do PowerPoint 2013


Estes são os modos de exibição do Microsoft PowerPoint 2013 que você pode usar para editar,
imprimir e fornecer apresentações:
•• Guia Modos de Exibição de Apresentações
Normal
Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos
Classificação de Slides
Anotações
Modo de Exibição de Leitura
Apresentação de Slides (com Modo de Exibição do Apresentador)

www.acasadoconcurseiro.com.br 385
•• Guia Modos de Exibição Mestres
Slide Mestre
Folheto Mestre
Anotações Mestras
Como mostram as figuras abaixo, você pode encontrar os modos de exibição do PowerPoint em
dois lugares:
•• Na guia Exibição, nos grupos Modos de Exibição de Apresentação e Modos de Exibição
Mestres.
•• Na Barra de Status, localizada na parte inferior da janela do PowerPoint, onde estão
disponíveis os principais modos de exibição (Normal, Classificação de Slides, Modo de
Exibição de Leitura e Apresentação de Slides).

Há vários modos de exibição no PowerPoint que podem ajudá-lo a criar e visualizar uma
apresentação profissional.

Modo de exibição Normal


O modo de exibição Normal é o modo no qual você trabalhará com mais frequência para criar
os seus slides. Na ilustração abaixo, o modo de exibição Normal mostra miniaturas de slides à
esquerda, uma janela grande com o slide atual e uma seção abaixo dessa janela grande na qual
você pode digitar anotações do apresentador para cada slide.

386 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Microsoft PowerPoint 2013 – Prof. Márcio Hunecke

Modo de exibição Estrutura de Tópicos


No PowerPoint 2013, você não pode acessar o “Modo de Exibição Estrutura de Tópicos” no
modo de exibição Normal. Você precisa acessá-lo a partir da guia Exibição. Use o modo de
exibição Estrutura de Tópicos para criar uma estrutura de tópicos ou um storyboard para a
apresentação. Esse modo de exibição mostra somente o texto dos slides.

Modo de exibição de Classificação de Slides


O modo de exibição Classificação de Slides mostra os slides em forma de miniaturas. Esse modo
de exibição facilita a classificação e a organização da sequência de slides
à medida que você cria a apresentação e também quando você prepara a
apresentação para impressão.
Nesse modo, também é possível adicionar seções e classificar os slides
em diferentes categorias ou seções.

Modo de Exibição Anotações


No painel Anotações, que está localizado abaixo do painel Slide, é possível digitar anotações
que se apliquem ao slide atual. Mais tarde, você poderá imprimir suas anotações e consultá-las
ao fornecer a apresentação. Você também poderá imprimir as anotações para distribuí-las ao
público ou incluir as anotações em uma apresentação que enviar para o público ou publicar em
uma página da Web. Se quiser exibir e trabalhar com as anotações em um formato de página
inteira, na guia Modo de Exibição, no grupo Modos de Exibição de Apresentação, clique em
Anotações.
Você pode digitar e formatar suas anotações enquanto trabalha na exibição Normal, mas, para
ver como as anotações serão impressas e o efeito geral da formatação de qualquer texto, como
as cores da fonte, é preciso trabalhar no Modo de Exibição Anotações. Neste modo de exibição,
também é possível verificar e alterar os cabeçalhos e os rodapés de suas anotações.
Cada anotação mostra uma miniatura do slide, juntamente com as anotações que acompanham
esse slide. No modo de exibição Anotações, você pode aprimorar suas anotações inserindo
gráficos, imagens, tabelas ou outras ilustrações.

1. As anotações incluem suas anotações e cada slide da apresentação.


2. Cada slide é impresso em sua própria página.
3. Suas anotações acompanham o slide.
4. Você pode adicionar dados, como gráficos ou imagens, às suas
anotações.
Imagens e outros objetos adicionados no modo Anotações são exibidos
nas anotações impressas, mas não na tela no modo de exibição Normal.

www.acasadoconcurseiro.com.br 387
Se desejar aumentar, reposicionar ou formatar a área de imagem do slide ou a área das
anotações, faça suas alterações no modo de exibição Anotações.

Modo de Exibição Leitura


Use o Modo de Exibição de Leitura para fornecer sua apresentação não para um público (por
exemplo, em uma tela grande), mas, em vez disso, para uma pessoa que a visualizará no
próprio computador ou use o Modo de Exibição de Leitura no seu computador quando quiser
exibir uma apresentação sem a utilização do Modo de Exibição Apresentação de Slides em tela
inteira, mas em uma janela com controles simples que facilitem a revisão da apresentação.
Você sempre poderá alternar do modo de exibição Leitura para outro modo de exibição, se
quiser alterar a apresentação.

Modo de Exibição de Apresentação de Slides


Use o Modo de Exibição de Apresentação de Slides para mostrar sua apresentação à audiência.
Esse modo ocupa toda a tela do computador, exatamente como a sua apresentação será vista
pela audiência em uma tela grande. É possível ver a aparência que gráficos, intervalos, filmes,
efeitos animados e efeitos de transição terão durante a apresentação real.

Modo de Exibição do Apresentador


Este é um importante modo de exibição baseado em apresentação de slides que você pode
utilizar para mostrar sua apresentação. Usando dois monitores, você pode executar outros
programas e exibir as anotações do apresentador que não podem ser vistas pela audiência.
Para acessar o Modo de Exibição do Apresentador, no Modo de Exibição de Apresentação de
Slides, no canto inferior esquerdo da tela, clique em Mostrar o
botão do Modo de Exibição do Apresentador no PowerPoint e
depois clique em Mostrar Modo de Exibição do Apresentador
(conforme ilustrado a seguir).
Use o Modo de Exibição do Apresentador para ver suas
anotações enquanto faz a apresentação. No modo de exibição do
Apresentador, a audiência não pode ver suas anotações.

Modos de Exibição Mestres


Os modos de exibição mestres incluem Slide, Folheto e Anotações. Esses modos de exibição
representam os principais slides com informações sobre a apresentação, incluindo plano de
fundo, cor, fontes, efeitos, tamanhos e posições de espaços reservados. A principal vantagem
de trabalhar em um modo de exibição mestre é que, no slide mestre, nas anotações mestras ou
no folheto mestre, você pode fazer alterações universais de estilo para cada slide, anotação ou
folheto associado à apresentação.

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Informática – Microsoft PowerPoint 2013 – Prof. Márcio Hunecke

COMEÇAR COM UMA APRESENTAÇÃO EM BRANCO

Apresentação em Branco é o mais simples e o mais genérico dos modelos no PowerPoint 2013
e será um bom modelo a ser usado quando você começar a trabalhar com o PowerPoint.
Para criar uma nova apresentação baseada no modelo Apresentação em Branco, a qualquer
momento, faça o seguinte:
Clique na guia Arquivo, aponte para Novo e, em Modelos e Temas Disponíveis, selecione Apre-
sentação em Branco.
O único slide que é exibido automaticamente ao abrir o PowerPoint tem dois espaços reserva-
dos, sendo um formatado para um título e o outro formatado para um subtítulo. A organização
dos espaços reservados em um slide é chamada Layout. O Microsoft PowerPoint 2013 também
oferece outros tipos de espaços reservados, como aqueles de imagens e elementos gráficos de
SmartArt.

Ao adicionar um slide à sua apresentação, siga este procedimento para escolher um layout para
o novo slide:

1. No Modo de Exibição Normal, clique na guia Slides e, após, clique abaixo do único slide
exibido automaticamente ao abrir o PowerPoint.

2. Na guia Página Inicial, no grupo Slides, clique na seta ao lado de Novo Slide,
ou, então, para que o novo slide tenha o mesmo layout do slide anterior,
basta clicar em Novo Slide em vez de clicar na seta ao lado dele.

3. Clique no layout desejado para o novo slide.

O novo slide agora aparece na guia Slides, onde está realçado como o slide atual e também
como o grande slide à direita no painel Slide. Repita esse procedimento para cada novo slide
que você deseja adicionar.

VISÃO GERAL SOBRE UM MODELO DO POWERPOINT

Um modelo do PowerPoint é um padrão ou um plano gráfico de um slide ou um grupo de slides


que você salva como um arquivo .potx. Os modelos podem conter layouts, cores de temas,
fontes de temas, efeitos de temas, estilos de plano de fundo e, até mesmo, conteúdo.
Você pode criar seus próprios modelos personalizados e armazená-los, reutilizá-los e
compartilhá-los com outras pessoas. Além disso, pode localizar muitos tipos diferentes de
modelos gratuitos internos no PowerPoint e centenas em Office.com e em outros sites de
parceiros, que você poderá aplicar à sua apresentação.

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GUIA INSERIR

A guia Inserir do PowerPoint é muito parecida com a guia Inserir do Microsoft Word. Uma
das poucas diferenças é o grupo Slides, que aparece no PowerPoint e não no Word. Ele tem a
mesma função do botão Novo Slide, disponível no grupo Slides da guia Página Inicial.
No PowerPoint, os SmartArt ganham destaque. Um elemento gráfico SmartArt é uma
representação visual de suas informações que você pode criar com rapidez e facilidade,
escolhendo entre vários layouts diferentes, para comunicar suas mensagens ou ideias com
eficiência.

Você pode criar um elemento gráfico SmartArt no Excel, no Outlook, no PowerPoint e no


Word. Ao criar um elemento gráfico SmartArt, você precisa escolher um tipo, como Processo,
Hierarquia, Ciclo ou Relação. Cada tipo de elemento gráfico SmartArt contém diversos layouts.
Depois de escolher um layout, é fácil alterar o layout ou o tipo de um elemento gráfico SmartArt.
Grande parte do texto e de outro conteúdo, como cores, estilos, efeitos e formatação do texto,
são transferidos automaticamente para o novo layout.
À medida que você adiciona e edita seu conteúdo no painel Texto, o elemento gráfico SmartArt
é atualizado automaticamente, ou seja, as formas são adicionadas ou removidas como
necessário.
Você também pode adicionar e remover formas no elemento gráfico SmartArt para ajustar a
estrutura do layout. Por exemplo, embora o layout Processo Básico apareça com três formas,
seu processo pode precisar de apenas duas formas ou de até cinco. Conforme você adiciona ou
remove formas e edita o texto, a organização das formas e do texto contido nelas é atualizada
automaticamente − mantendo a borda e o design originais do layout do elemento gráfico
SmartArt.

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Informática – Microsoft PowerPoint 2013 – Prof. Márcio Hunecke

GUIA DESIGN

Use temas para simplificar o processo de criação de apresentações com aparência de designer
profissional. As cores, as fontes e os efeitos dos temas não funcionam apenas no PowerPoint;
estão disponíveis também em Excel, Word e Outlook, de forma que as apresentações, os
documentos, as planilhas e os e-mails possam ter uma aparência coesiva.
Para experimentar temas diferentes, coloque o cursor do mouse sobre uma miniatura na galeria
de Temas e observe como o seu documento se altera.
Na figura seguinte, o mesmo tema usado no PowerPoint, Excel e Word.

A seguir, quatro temas aplicados ao mesmo elemento gráfico SmartArt. Em sentido horário, a
partir do canto superior esquerdo: Metrô, o tema padrão do Office, Ápice e Viagem.

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Aplicar um novo tema altera os detalhes principais do seu documento. Os efeitos do WordArt são
aplicados a títulos no PowerPoint. As tabelas, os gráficos, os elementos gráficos SmartArt, as formas
e os outros objetos são atualizados para se complementar. Além disso, no PowerPoint, até mesmo
os layouts e os planos de fundo dos slides podem ser alterados radicalmente de um tema para
outro. Se você gostar da aparência de um tema quando aplicá-lo à apresentação, terá acabado a
reformatação com apenas um clique do mouse. Se você quiser personalizar a apresentação ainda
mais, poderá alterar as cores do tema, as fontes do tema ou os efeitos do tema.
Nesta guia, temos dois novos recursos do PowerPoint 2013. As variações dos Temas, chamadas
de Variantes e a opção de ajustar o Tamanho do Slide para o formato Widescreen (16:9).

VISÃO GERAL SOBRE SLIDES MESTRES

Um slide mestre é o principal em uma hierarquia de slides que armazena informações sobre o
tema e os layouts de uma apresentação, incluindo o plano de fundo, a cor, as fontes, os efeitos,
os tamanhos dos espaços reservados e o posicionamento.
Cada apresentação contém, pelo menos, um slide mestre. O principal benefício de modificar e
usar slides mestres é que você pode fazer alterações de estilo universal em todos os slides de
sua apresentação, inclusive naqueles adicionados posteriormente. Ao usar um slide mestre,
você poupa tempo, pois não precisa digitar as mesmas informações em mais de um slide. O
slide mestre é prático, principalmente quando você tem apresentações com muitos slides.
Como os slides mestres afetam a aparência de toda a apresentação, ao criar e editar um slide
mestre ou os layouts correspondentes, você trabalha no Modo de Exibição Slide Mestre.

1. Um slide mestre no Modo de Exibição Slide Mestre

2. Layouts de slides associados ao slide mestre acima dele


Ao modificar um ou mais dos layouts abaixo de um slide mestre, você está modificando
essencialmente o slide mestre. Cada layout de slide é configurado de maneira diferente, mas
todos os layouts associados a um determinado slide mestre contêm o mesmo tema (esquema
de cores, fontes e efeitos).

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Informática – Microsoft PowerPoint 2013 – Prof. Márcio Hunecke

A imagem a seguir mostra um slide mestre único com o tema Austin aplicado e três layouts
de suporte. Observe como cada um dos layouts de suporte mostrados retrata uma versão
diferente do tema Austin, usando o mesmo esquema de cores, mas em uma disposição de
layout diferente. Além disso, cada layout fornece caixas de texto e notas de rodapé em locais
diferentes do slide e diferentes tamanhos de fonte nas várias caixas de texto.

Slide mestre com três layouts diferentes


Para que sua apresentação contenha dois ou mais estilos ou temas diferentes (como planos
de fundo, esquemas de cores, fontes e efeitos), você precisa inserir um slide mestre para cada
tema diferente. É bem provável que cada slide mestre tenha um tema diferente aplicado a ele.
Ao acessar o Modo de Exibição Slide Mestre você verá que existem vários layouts padrão
associados a qualquer slide mestre específico. Provavelmente você não usará todos os layouts
fornecidos. Você escolherá, entre os layouts disponíveis, aqueles que funcionam melhor para a
exibição de suas informações.
Você pode criar uma apresentação que contenha um ou mais slides mestres e salvá-la como
um arquivo de Modelo do PowerPoint (.potx ou .pot) para criar outras apresentações.

VISÃO GERAL SOBRE LAYOUTS DE SLIDES


Os layouts de slides contêm formatação, posicionamento e espaços reservados para todo o
conteúdo que aparece em um slide. Os espaços reservados são os contêineres em layouts que
retêm esse conteúdo como texto (incluindo texto do corpo, listas com marcadores e títulos),
tabelas, gráficos, gráficos SmartArt, filmes, sons, imagens e clip-art. Um layout também contém
o tema (cores, fontes, efeitos e plano de fundo) de um slide.

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Este diagrama mostra todos os elementos de layout que você pode incluir em um slide do
PowerPoint.
O PowerPoint inclui nove layouts de slide incorporados, mas você ainda pode criar layouts
personalizados que atendam às suas necessidades específicas e compartilhá-los com outras
pessoas que criam apresentações usando o PowerPoint. O gráfico a seguir mostra os layouts de
slides que estão incorporados no PowerPoint.

Nesse gráfico, cada layout mostra o posicionamento de vários espaços reservados em que você
adicionará texto ou gráficos.
Para aplicar um layout aos slides, siga os passos abaixo.
1. Na guia Exibição, no grupo Modos de Exibição de Apresentação, clique em Normal.
2. Clique no slide ao qual deseja aplicar um layout.
3. Na guia Página inicial, no grupo Slides, clique em Layout e selecione o layout desejado.

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VISÃO GERAL DE SEÇÕES

Você já se perdeu em uma apresentação gigante quando os títulos e os números dos slides
começam a se misturar e a navegação se torna impossível? Nessas horas, você simplesmente
não sabe mais onde está!
No Microsoft PowerPoint 2013, é possível usar o novo recurso Seções
para organizar seus slides, muito semelhante à maneira como você
usa pastas para organizar os seus arquivos. Você pode usar seções
nomeadas para controlar grupos de slides e pode atribuir seções
a colegas para esclarecer a propriedade durante a colaboração. Se
estiver começando do zero, as seções poderão até ser usadas para
destacar os tópicos em sua apresentação.
Você pode exibir seções no Modo Classificador de Slides ou no Modo
Normal. O Modo Classificador de Slides, porém, tende a ser mais útil
quando você deseja organizar e classificar seus slides em categorias
lógicas definidas por você.
A seguir, está um exemplo de como você pode exibir seções no Modo
Classificador de Slides:

Adicionar e renomear uma seção

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•• No Modo Normal ou no Modo Classificador de Slides, clique com o botão direito entre os
dois slides onde você deseja adicionar uma seção, e, em seguida, clique em Adicionar Seção.

•• Para renomear a seção para algo mais significativo, clique com o botão direito no marcador
Seção Sem Título e clique em Renomear Seção, conforme mostra a figura seguinte. Insira
um nome significativo para a seção e clique em Renomear (conforme mostrado abaixo em
Renomear Seção).

GUIA ANIMAÇÕES

A animação é uma excelente maneira de focalizar pontos importantes, controlar o fluxo de


informações e aumentar o interesse do espectador sobre um slide da sua apresentação. Você
pode aplicar efeitos de animação a textos ou objetos em slides individuais ou no slide mestre
ou a espaços reservados em layouts de slides personalizados.
Existem quatro tipos diferentes de efeitos de animação no PowerPoint 2013:

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•• Entrada (verde). Por exemplo, você pode fazer um objeto desaparecer gradualmente no
foco, surgir no slide de uma borda ou pular na exibição.
•• Ênfase (amarelo). Os exemplos desses efeitos são reduzir ou aumnetar o tamanho de um
objeto, mudar sua cor ou girar em seu centro.
•• Saída (vermelho). Esses efeitos incluem fazer um objeto se separar do slide, desaparecer
da exibição ou espiralar para fora do slide.
•• Caminhos de Animação. Você pode usar esses efeitos para mover um objeto para cima ou para
baixo, para a esquerda ou direita ou em um padrão circular ou estelar (entre outros efeitos).
Você pode usar qualquer animação sozinha ou combinar vários efeitos juntos. Por exemplo,
você pode fazer uma linha de texto surgir da esquerda e aumentar de tamanho ao mesmo
tempo, aplicando um efeito de entrada Surgir e um efeito de ênfase Ampliar/Reduzir a ela.

Adicionar animação a um objeto


Para adicionar um efeito de animação a um objeto, faça o seguinte:
1. Selecione o objeto que deseja animar.
2. Na guia Animações, no grupo Animação, clique em Mais e selecione a animação
desejada.

Exibir uma lista de animações atualmente no slide


É possível exibir a lista de todas as animações do slide no painel de tarefas Animação. Esse
painel mostra informações importantes sobre um efeito de animação, como o tipo de efeito, a
ordem de um efeito em relação a outro, o nome do objeto afetado e a duração do efeito.
Para abrir o painel de tarefas Animação, na guia Animações, no grupo Animação Avançada,
clique em Painel de Animação.

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1. No painel de tarefas, os números indicam a ordem em que os efeitos de animação são
executados. Esses números correspondem aos rótulos numerados não imprimíveis que são
exibidos no slide.

2. As linhas do tempo representam a duração dos efeitos.

3. Os ícones representam o tipo de efeito de animação. Neste exemplo, temos,


respectivamente, os efeitos de Saída, Entrada, Ênfase e Caminhos de Animação.

OBSERVAÇÕES
•• Os efeitos aparecem no painel de tarefas Animação na ordem em que foram adicionados.
•• Você também pode exibir os ícones que indicam o tempo de início dos efeitos de animação
em relação a outros eventos no slide. Para exibir o tempo de início de todas as animações,
clique no ícone de menu ao lado de um efeito de animação e selecione Ocultar Linha do
Tempo Avançada.
Existem vários tipos de ícones que indicam o tempo de início dos efeitos de animação. As
opções são:
Iniciar ao Clicar (ícone do mouse): a animação começa
quando você clica no mouse.
Iniciar com o Anterior (sem ícone): a execução do efeito
de animação começa ao mesmo tempo em que o efeito
anterior na lista. Esta configuração combina vários efeitos
simultaneamente.
Iniciar Após o Anterior (ícone de relógio): o efeito de
animação começa imediatamente após o término da
execução do efeito anterior na lista.

Definir as opções de efeito, o tempo ou a ordem de uma animação


•• Para definir as opções de efeito de uma animação, na guia Animações, no grupo Animação,
clique na seta para a direita de Opções de Efeito e clique na opção desejada.
•• Você pode especificar o tempo de início, de duração ou de atraso para uma animação na
guia Animações.
Para definir o tempo de início de uma animação, no grupo Intervalo, clique na seta para a
direita do menu Iniciar e selecione o tempo desejado.
Para definir a duração de execução da animação, no grupo Intervalo, insira o número de
segundos desejado na caixa Duração.
Para definir um atraso antes da animação começar, no grupo Intervalo, insira o número de
segundos desejado na caixa Atraso.

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Informática – Microsoft PowerPoint 2013 – Prof. Márcio Hunecke

•• Para reordenar uma animação na lista, no painel de tarefas Animação, selecione aquela que
você deseja reordenar e, na guia Animações, no grupo Intervalo, em Reordenar Animação,
selecione Mover para Trás para que a animação ocorra antes de outra animação na lista ou
escolha Mover para Frente para que a animação ocorra depois de outra animação na lista.

Testar o efeito de animação


Depois que você adicionar um ou mais efeitos de animação, para verificar se eles funcionam,
faça o seguinte:
•• Na guia Animações, no grupo Visualizar, clique em Visualizar

GUIA TRANSIÇÕES

As transições de slide são efeitos de animação que ocorrem no modo de exibição Apresentação
de Slides quando você muda de um slide para o próximo. É possível controlar a velocidade,
adicionar som e até mesmo personalizar as propriedades de efeitos de transição.

Adicionar uma transição a um slide


1. Selecione a miniatura do slide ao qual que você deseja aplicar uma transição.
2. Na guia Transições, no grupo Transição para este Slide, clique no efeito de transição de
slides desejado. No exemplo, foi selecionada a transição Esmaecer.

Para ver mais efeitos de transição, clique no botão Mais


OBSERVAÇÃO Para aplicar a mesma transição a todos os slides da sua apresentação: siga as
etapas da imagem apresentada e, na guia Transições, no grupo Intervalo, clique em Aplicar a
Tudo.

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Definir o intervalo para uma transição
Para definir a duração da transição entre o slide anterior e o slide atual, faça o seguinte:
•• Na guia Transições, no grupo Intervalo, na caixa Duração, digite ou selecione o tempo
desejado.

Para especificar como deve ser o avanço do slide atual para o próximo, use um destes
procedimentos:
•• Para avançar o slide clicando com o mouse, na guia Transições, no grupo Intervalo, marque
a caixa de seleção Ao Clicar com o Mouse.
•• Para avançar o slide após um tempo especificado, na guia Transições, no grupo Intervalo,
na caixa Após, digite o número de segundos desejado.

Adicionar som a transições de slides


1. Selecione a miniatura do slide ao qual você deseja adicionar um som.

2. Na guia Transições, no grupo Intervalo, clique na seta ao lado de Som (figura já apresentada)
e siga um destes procedimentos:
•• Para adicionar um som a partir da lista, selecione o som desejado.
•• Para adicionar um som não encontrado na lista, selecione Outro Som, localize o arquivo de
som que você deseja adicionar e, em seguida, clique em OK.

GUIA APRESENTAÇÃO DE SLIDES

Descrição dos principais itens da guia Apresentação de Slides


a) Do começo (F5) – Inicia a apresentação do primeiro slide
b) Do Slide Atual (Shift + F5) – Inicia a apresentação no slide atual
c) Apresentar Online (Ctrl + F5) – Inicia o Office Presentation Service, serviço gratuito da
Microsoft que permite que a apresentação seja visualizada no navegador pela internet.

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Informática – Microsoft PowerPoint 2013 – Prof. Márcio Hunecke

d) Apresentação de Slides Personalizada – Permite criar apresentações com os slides


escolhidos para personalizar a lista de slides a serem mostrados, de acordo com o público.
e) Configurar Apresentação de Slides – Configura opções avançadas para a apresentação de
slides, como o modo de quiosque.
f) Ocultar Slide – Oculta o slide atual para que ele não seja mostrado durante a apresentação.
g) Testar intervalos – Enquanto você ensaia a apresentação, o PowerPoint registra o tempo
de exibição de cada slide. Após obter os tempos, você pode usá-los para executar a
apresentação automaticamente.
h) Gravar Apresentação de Slides – Permite gravar com voz (narração) a sua apresentação e
depois executá-la automaticamente.
i) Executar narrações – Define se, ao iniciar a apresentação, a narração gravada será ou não usada.
j) Usar intervalos – Define se ao iniciar apresentação os intervalos gravados serão ou não usados.
k) Mostrar controles de mídia – Mostra os controles para reproduzir clipes de áudio e vídeo
quando você focaliza os clipes durante a apresentação.
l) Usar Modo de Exibição do Apresentador – Item já apresentado anteriormente nesta
apostila.

GUIA REVISÃO

A guia Revisão do PowerPoint é muito parecida com a guia Revisão do Microsoft Word. Uma das
poucas diferenças é que no PowerPoint não existe a opção Controle de Alterações, presente no
Word. Os botões Aceitar e Rejeitar ficam ativados com a uso da opção Comparar.

IMPRIMIR ITENS DA APRESENTAÇÃO


Você pode usar o Microsoft PowerPoint 2013 para imprimir Slides (um por página), Anotações,
estruturas de tópicos (somente o texto dos slides) e Folhetos da apresentação – com um, dois,
três, quatro, seis ou nove slides em uma página – que a audiência pode usar para acompanhar
enquanto você dá sua apresentação ou pode manter para referência futura.
O folheto de três slides por página é o único que inclui linhas que a audiência pode usar para
fazer anotações.
Para imprimir, clique na Guia Arquivo, clique na opção Imprimir e escolha a
opção desejada, conforme a figura seguinte.

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NOVIDADES DO POWERPOINT 2013

Mais opções de introdução


Em vez de abrir com uma apresentação em branco, o PowerPoint 2013 oferece várias maneiras
de iniciar sua próxima apresentação usando um modelo, um tema, uma apresentação recente,
uma apresentação não tão recente ou uma apresentação em branco.

Ferramentas do apresentador novas e aprimoradas

Modo de Exibição do Apresentador com praticidade


O Modo de Exibição do Apresentador permite que você veja suas anotações em seu monitor
enquanto que a audiência vê somente o slide. Nas versões anteriores, era difícil descobrir o que
cada um via em que monitor. O Modo de Exibição do Apresentador corrige essa dor de cabeça
e simplifica o trabalho.

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•• Usar o Modo de Exibição do Apresentador em um monitor: O Modo de Exibição do Apre-


sentador não exige mais vários monitores. Agora você pode ensaiar no Modo de Exibição
do Apresentador sem se conectar a nada mais.
•• Ampliar um slide: Clique na lupa para ampliar gráficos, diagramas ou que você quiser enfa-
tizar para sua audiência.
•• Ir para um slide: Use o Navegador de Slides para procurar outros slides da apresentação.
•• Configuração automática: O PowerPoint pode detectar automaticamente a configuração
de seu computador e escolher o monitor certo para o modo de exibição do Apresentador.

Crie e compartilhe apresentações interativas online


O Office Mix é uma nova solução gratuita para o PowerPoint, que torna mais fácil a criação e
o compartilhamento de apresentações online interativas ou "combinações". Combinações são
reproduzidas como vídeos da Web, mas com suporte a animações, links ao vivo e muito mais.

Para obter o Office Mix, baixe e instale o suplemento gratuito. Ao abrir o PowerPoint 2013,
você vê a nova guia do Mix. Você pode gravar anotações do orador em áudio ou vídeo para
cada slide da sua apresentação. Também é possível inserir questionários, vídeos auxiliares
e muito mais. Grave facilmente o que está em sua tela enquanto faz anotações com áudio.
Quando terminar, visualize a combinação e carregue-a para o OfficeMix.com para compartilhá-
la. O portal OfficeMix.com oferece análises para que você veja as estatísticas da audiência e os
resultados dos questionários.

Compatível com widescreen


Muitas das TVs e vídeos do mundo adotaram os formatos widescreen e HD, e assim também
o fez o PowerPoint. Há um layout 16:9 e novos temas projetados para aproveitar as vantagens
das possibilidades do widescreen.

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Iniciar uma reunião online a partir do PowerPoint
Agora você possui diversas maneiras de compartilhar uma apresentação do PowerPoint pela
Web. É possível enviar um link para os slides ou iniciar uma reunião completa do Lync que
exiba os slides com áudio e IM. Sua audiência poderá se associar a você de qualquer local, em
qualquer dispositivo usando o Lync ou o Office Presentation Service.

FERRAMENTAS DE CRIAÇÃO MELHORES

Variações de tema
Agora os temas possuem um conjunto de variações, como diferentes paletas de cores e famílias
de cores. E o PowerPoint 2013 oferece novos temas para widescreen além dos tamanhos
padrão. Escolha um tema e uma variação na tela inicial ou na guia Design.

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Informática – Microsoft PowerPoint 2013 – Prof. Márcio Hunecke

Alinhar e espaçar os objetos de maneira uniforme


Não é mais preciso ficar analisando os objetos em seus slides para ver se eles estão alinhados.
As Guias Inteligentes aparecem automaticamente quando seus objetos, como imagens, formas,
entre outros, estiverem muito próximos, além de mostrarem quando eles estiverem espaçados
de forma irregular.

Aprimoramentos nas trajetórias de animação


Agora, quando você cria uma trajetória de animação, o PowerPoint mostra onde seu objeto
ficará. Seu objeto original fica parado, e uma imagem "fantasma" se move pela trajetória até o
ponto de extremidade.

Suporte aprimorado a vídeo e áudio


Agora o PowerPoint é compatível com mais formatos de multimídia, como .mp4 e .mov com
vídeo H.264 e áudio AAC (Advanced Audio Coding), além de mais conteúdo de alta definição.
O PowerPoint 2013 inclui mais codecs internos para que você não precise instalá-los para que
determinados formatos de arquivo funcionem. Use o recurso Reproduzir no plano de fundo
para reproduzir uma música enquanto as pessoas visualizam a sua apresentação de slides.

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Novo conta-gotas para correspondência de cores
Você pode capturar a cor exata de um objeto em sua tela e então aplicá-la a qualquer forma. O
conta-gotas faz o trabalho de correspondência para você.

PowerPoint em dispositivos de toque


Agora é possível interagir com o PowerPoint na maioria dos dispositivos, incluindo PCs com o
Windows 8. Usando gestos de toque típicos, você pode passar o dedo, tocar, rolar, fazer zoom e
panorâmicas nos slides e realmente sentir a apresentação.

COMPARTILHAR E SALVAR

Compartilhar e salvar seus arquivos do Office na nuvem


A nuvem é como um armazenamento de arquivos no céu. Você pode acessá-lo a qualquer
momento que estiver online. Agora é fácil salvar seus arquivos do Office no seu OneDrive ou
no site da sua organização. De lá, você pode acessar e compartilhar suas apresentações do
PowerPoint e outros arquivos do Office. Você pode até mesmo trabalhar com seus colegas no
mesmo arquivo ao mesmo tempo.

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Comentários
Agora você pode fazer comentários no PowerPoint com o novo painel Comentários. E pode
mostrar ou ocultar comentários e revisões.

Trabalhar em conjunto na mesma apresentação


Você e seus colegas podem trabalhar juntos na mesma apresentação, com as versões de área
de trabalho e online do PowerPoint, além de ver as alterações uns dos outros.

www.acasadoconcurseiro.com.br 407
Informática

CONCEITOS DE REDES E INTERNET

Uma rede de computadores é um conjunto de equipamentos interligados de maneira a


trocar informações e a compartilhar recursos como arquivos de dados gravados, impressoras,
modems, softwares e outros equipamentos.
Redes locais foram criadas para que estações de trabalho, compostas basicamente de
computadores do tipo PC (personal computer), pudessem compartilhar impressoras, discos
rígidos de alta capacidade de armazenamento de dados e, principalmente, compartilhar
arquivos de dados.
Antes da conexão dos computadores em rede, as empresas possuíam computadores
independentes com diversas bases de dados (arquivos de dados) espalhados em duplicidade
pela empresa. Esta situação gera problemas devido ao fato de que, nem sempre, os dados em
duplicidade são iguais, pois um usuário pode alterar seus arquivos e outro não, passando a
haver divergência entre as informações.

ALGUNS CONCEITOS
ENDEREÇO IP – Cada host, ou seja, cada computador ou equipamento que faz parte de uma
rede deve ter um endereço pelo qual é identificado nela. Em uma rede TCP/IP, todos os hosts
têm um endereço IP. A atribuição do endereço IP poderá ser fixo ou dinâmico.
IP FIXO – Será um IP Fixo quando o administrador da rede atribuir um número ao equipamento.
Esse número permanecerá registrado no equipamento mesmo quando ele estiver desligado.
IP DINÂMICO – Este IP não será atribuído pelo administrador da rede e sim por meio de
um software chamado DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol) que tem como função
a atribuição de IP a cada equipamento que se conectar à rede. Neste tipo de IP, quando
o equipamento for desconectado da rede, perderá o seu número e só obterá um novo ou o
mesmo número quando se conectar novamente. É o tipo de IP utilizado pelos provedores
quando um usuário se conecta à Internet.
IPV4 – O endereço contém 32 bits (binário) e é dividido em quatro octetos (4 X 8 bits) separados
por um ponto. Cada octeto é representado em binário por ter números entre 0 e 255. Exemplos:
10.10.10.10, 192.168.1.0.
IVP6 – O endereço contém 128 bits (binário) e é dividido em oito partes representadas em
hexadecimal separadas por dois pontos. Exemplo: fe80:0000:0000:0000:4c5b:7bcc:ce79:ab64.
O IPV6 é a solução para dois problemas atuais: falta de endereços IPV4 na Internet e o baixo
nível de segurança padrão das comunicações IPV4.

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Observação:
O endereço IPV4 e IPV6 de cada host na mesma rede deverá ser exclusivo; pois, caso
contrário, gerará um conflito de rede.

LOGIN – A cada usuário será atribuída pelo administrador da rede uma identificação também
chamada de LOGIN (nome de usuário). O login deverá ser exclusivo; pois, caso contrário, gerará
um conflito de rede.
LOGON – É o processo de se conectar a uma rede. Iniciar uma sessão de trabalho em uma rede.
LOGOFF OU LOGOUT – É o processo de se desconectar de uma rede. Encerrar uma sessão de
trabalho em uma rede.

INTERNET
Internet é uma rede mundial de computadores. Interliga desde computadores de bolso até
computadores de grande porte.
Browser ou Navegador: é um programa que permite a fácil navegação na Internet para acessar
todos os serviços. O programa permite o acesso e a navegação por interfaces gráficas (ícones),
traduzindo-as em comando de forma transparente para o usuário.
Os navegadores mais comuns são: Internet Explorer; Mozilla Firefox; Google Chrome; Apple
Safari; Opera.

TIPOS DE CONEXÃO À INTERNET


Linha discada: conexão discada ou dial-up que utiliza como dispositivo um modem. Esse meio
de acesso é o mais barato e também o mais lento. Sua taxa de transmissão máxima é de 56 Kbps
(kilobits por segundo). Enquanto em conexão, o telefone fica indisponível para outras ligações.
ADSL: dispositivo utilizado é um modem ADSL. Utiliza a linha telefônica, mas não ocupa a linha,
permitindo o acesso à internet e o uso simultâneo do telefone. A versão 2.2+ pode alcançar
velocidade de 25 Mbps. Para este tipo de conexão, o computador deverá possuir uma placa de
rede ou porta USB. Padrão atual é de 10 Mbps.
TV a cabo: dispositivo utilizado é um cable modem. Utiliza o cabo da TV a cabo e não a linha
telefônica. A velocidade padrão atual é de 10 Mbps. Pode alcançar 150 Mbps.
Rádio: a conexão é feita via ondas de rádio. Neste tipo de conexão, tanto o provedor quanto
o usuário deverão possuir equipamento para transmissão e recepção (antenas). Temos, neste
caso, as modalidades WI-FI e WI-MAX. Velocidade de 100 Mbps.
Satélite: nesta conexão, são usadas antenas especiais para se comunicar com o satélite
e transmitir ao computador que deverá possuir um receptor interno ou externo. Inviável

410 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Internet/Intranet – Prof. Márcio Hunecke

comercialmente para usuários domésticos pelo seu alto custo, porém muito útil para áreas
afastadas onde os demais serviços convencionais não estão disponíveis. Velocidade padrão é
de 1Mbps.
Celular: o dispositivo utilizado é um modem. Tecnologia 3G (3ª geração), que funciona através
das antenas de celular e velocidade de 3 Mbps. A grande vantagem desse tipo de conexão é a
mobilidade, ou seja, enquanto estamos conectados poderemos nos deslocar dentro de uma
área de abrangência da rede, sem a necessidade de ficarmos em um lugar fixo. 4G é a sigla
para a Quarta Geração de telefonia móvel para prover velocidades de acesso entre 100 Mbit/s
em movimento e 1 Gbit/s em repouso, mantendo uma qualidade de serviço (QoS) de ponta a
ponta (ponto-a-ponto) de alta segurança para permitir oferecer serviços de qualquer tipo, a
qualquer momento e em qualquer lugar.
FTTH: (Fiber To The Home): é uma tecnologia de interligação de residências através de fibra
ópticas para o fornecimento de serviços de TV digital, radio digital, acesso à Internet e telefonia.
A fibra óptica é levada até as residências, em substituição aos cabos de cobre ou cabos coaxiais
(utilizados em televisão a cabo). As residências são conectadas a um ponto de presença da
operadora de serviços de telecomunicações. Em 2013, algumas operadoras passaram a oferecer
velocidade de 150 Mbps a custos bem acessíveis.

DNS
DNS, abreviatura de Domain Name System (Sistema de Nomes de Domínio), é um sistema de
gerenciamento de nomes de domínios, que traduz o endereço nominal digitado no navegador
para o endereço numérico (IP) do site. O nome de domínio foi criado com o objetivo de facilitar
a memorização dos endereços de computadores na Internet. Sem ele, teríamos que memorizar
os endereços IPs.
O registro de domínios no Brasil é feito pela entidade Registro.br (Registro de Domínios para a
Internet no Brasil). Quando o site é registrado no Brasil utiliza-se a sigla BR. Quando não tem o
código do país significa que o site foi registrado nos EUA.
Alguns tipos de domínio:
•• .com – instituição comercial.
•• .gov – instituição governamental.
•• .net – empresas de telecomunicação.
•• .edu – instituições educacionais
•• .org – organizações não governamentais.
•• .jus – relacionado com o Poder Judiciário.
•• Outros exemplos de domínios: adv; inf; med; nom.
Domínio é uma parte da rede ou da internet que é de responsabilidade de alguém e dá o direito
e a responsabilidade para de usar alguns serviços na internet.

www.acasadoconcurseiro.com.br 411
TIPOS DE SERVIÇOS DISPONIBILIZADOS NA INTERNET
WWW (World Wide Web) – significa rede de alcance mundial e é um sistema de documentos
em hipermídia que são interligados e executados na internet. Os documentos podem estar
na forma de vídeos, sons, hipertextos e figuras. Para visualizar a informação, utiliza-se um
programa de computador chamado navegador.
E-MAIL – é um serviço que permite compor, enviar e receber mensagens através de sistemas
eletrônicos de comunicação.
FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de arquivos) – serviço para troca de
arquivos e pastas. Permite copiar um arquivo de uma máquina para outra.

PROTOCOLOS
Na ciência da computação, um protocolo é uma convenção ou padrão que controla e possibilita
uma conexão, comunicação ou transferência de dados entre dois sistemas computacionais. De
maneira simples, um protocolo pode ser definido como "as regras que governam" a sintaxe,
semântica e a sincronização da comunicação. Os protocolos podem ser implementados pelo
hardware, software ou por uma combinação dos dois.
HTTP (Hypertext Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de Hipertextos) – permite a
transferência de documentos da Web, de servidores para seu computador.
HTTPS: é uma combinação do protocolo HTTP sobre uma camada de segurança, normalmente
SSL (Secure Sockets Layer). Essa camada adicional faz com que os dados sejam transmitidos
através de uma conexão criptografada, porém para que o site seja considerado seguro, deve
ter também um certificado digital válido, que garante a autenticidade e é representado por um
pequeno cadeado no Navegador.
HTML: É uma linguagem de programação para produzir sites.

INTERNET, INTRANET E EXTRANET


INTERNET: é uma rede pública de acesso público.
INTRANET: utiliza os mesmos conceitos e tecnologias da Internet, porém é uma rede privada,
ou seja, restrita ao ambiente interno de uma organização. Os mesmos serviços que rodam na
Internet podem rodar na Intranet, mas são restritos ao ambiente Interno. Exemplo disso é o
serviço de e-mail, que pode ser utilizado somente na rede Interna, para comunicação entre os
funcionários, sem a necessidade da Internet.
EXTRANET: algumas bancas consideram a Extranet como a "Intranet que saiu da empresa".
É a Intranet acessível aos funcionários da Instituição, via Internet, de fora da empresa, mas
ainda assim restrita ao público de interesse. A Extranet também pode ser considerada como
um sistema corporativo, acessível via Web (navegador), de fora da instituição. Um exemplo
seria um sistema de vendas que seja acessível via navegador, onde o vendedor pode acessar de
qualquer local para realizar uma venda.

412 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática

MECANISMOS DE BUSCA

Os principais sites utilizados como mecanismos de buscas atualmente são Google, Yahoo e Bing
(Microsoft). A forma de pesquisar varia de navegador para navegador. No Internet Explorer 9,
10 e no Google Chrome, não existe a Barra de Pesquisa. Nestes navegadores, a pesquisa pode
ser realizada diretamente na Barra de Endereços. Para escolher onde fazer a pesquisa, definir
o Provedor de Pesquisa padrão no item “Gerenciar Complementos” do Internet Explorer 9, por
exemplo.
Geralmente, todas as palavras inseridas na consulta serão usadas.

Noções básicas:
As pesquisas nunca diferenciam o uso de maiúsculas e minúsculas.
Geralmente, a pontuação é ignorada, incluindo @ # $ % ^ & * ( ) = + [ ] \ e outros
caracteres especiais.
Para garantir que as pesquisas do Google retornem os resultados mais relevantes,
existem algumas exceções às regras citadas acima.

www.acasadoconcurseiro.com.br 413
O objetivo dos buscadores é oferecer a você resultados que sejam claros e de fácil leitura. O
resultado básico de uma pesquisa incluirá o título com o link para a página, uma descrição curta
ou um trecho real da página da web e do URL da página.

Recursos Mais Avançados da Pesquisa na Web

O operador OR: Por padrão, o Google considera todas as palavras em uma pesquisa. Se você
deseja que qualquer uma das palavras pesquisadas retorne resultados, poderá usar o operador
OR (observe que você precisará digitar OR em LETRAS MAIÚSCULAS). Por exemplo, [campeão
brasileiro 1994 OR 2005] retornará resultados sobre qualquer um desses anos, enquanto [
campeão brasileiro 1994 2005 ] (sem OR) mostrará páginas que incluam ambos os anos na
mesma página.
Pesquisa de frase (“texto”): Ao colocar conjuntos de palavras entre aspas, você estará dizendo
ao Google para procurar exatamente essas palavras nessa mesma ordem, sem alterações.
Termos a serem excluídos (-): Colocar um sinal de menos antes de uma palavra indica que você
não deseja que apareçam nos resultados as páginas que contenham essa palavra. O sinal de
menos deve aparecer imediatamente antes da palavra, precedida por um espaço. Por exemplo,
na consulta [ couve-flor ], o sinal de menos não será interpretado como um símbolo de exclusão,
enquanto que a consulta [ couve -flor ] pesquisará por ocorrências de “couve” em sites que não
apresentem a palavra flor. Você poderá excluir quantas palavras desejar, usando o sinal - antes
de todas, como, por exemplo [ universal -studios -canal -igreja ]. O sinal - pode ser usado para
excluir mais do que palavras. Por exemplo, coloque um hífen antes do operador “site:” (sem
espaço) para excluir um site específico dos resultados de pesquisa.
Pesquisa exata (+): O Google emprega sinônimos automaticamente, de maneira que sejam
encontradas páginas que mencionem, por exemplo, “catavento” nas consultas por [ cata vento
] (com espaço), ou prefeitura de Porto Alegre para a consulta [ prefeitura de poa ]. No entanto,
às vezes o Google ajuda um pouco além da conta, fornecendo um sinônimo quando você não
o deseja. Colocar um sinal + antes de uma palavra, sem deixar um espaço entre o sinal e a
palavra, você estará informando ao Google que está procurando por resultados idênticos ao
que digitou. Colocar palavras entre aspas também funcionará do mesmo modo.
Pesquisa em um site específico (site): O Google permite que se especifique de qual site deverão
sair os resultados de pesquisa. Por exemplo, a consulta [ iraque site:estadao.com.br ] retornará
páginas sobre o Iraque, mas somente dentro do site estadao.com.br.
SafeSearch (Google) ou Filtro Familiar (Yahoo) ou Pesquisa Segura (Bing) : Muitas pessoas
preferem não ter conteúdo adulto em seus resultados de pesquisa (especialmente quando
compartilham com crianças o mesmo computador). Os filtros do SafeSearch fornecem
a capacidade de alterar as configurações de seu navegador a fim de impedir que sites com
conteúdo adulto apareçam em seus resultados de pesquisa. Nenhum filtro é 100% preciso, mas
o SafeSearch ajuda a evitar grande parte desse tipo de conteúdo. Para ativar ou desativar, visite
a página “Configurações de pesquisa”.
Pesquisas avançadas: Os buscadores normalmente permitem pesquisas avançadas. Para
acessar as pesquisas avançadas do Google, clicar na “engrenagem”, bem à direita da página.

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Informática – Buscadores – Prof. Márcio Hunecke

Você pode usar qualquer um dos filtros a seguir quando visitar a página “Pesquisa avançada”:
•• Idioma
•• Região (por país)
•• Data da última atualização (último dia, semana, mês ou ano)
•• Onde os termos de pesquisa aparecem na página (título, texto, URL, links)
•• Tipo de arquivo (PDF, PPT, DOC, XLS...)
•• Direitos de uso (sem restrição, compartilhado, comercial)
Outras funcionalidades (em 13/09/2014 eram 47 ao todo)
•• Encontre páginas relacionadas (related:<URL>)
•• Pesquisa por números em uma faixa (TV Sony R$300..R$500)
•• Faça conversões numéricas (miles to km)
•• Faça conversões monetárias (usd para reais)
•• Verifique o clima (clima Porto Alegre)
•• Calcule qualquer coisa (100*3,14-cos(83))
Lista completa: http://www.google.com/intl/pt-BR/insidesearch/tipstricks/all.html

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Informática

NAVEGADORES: CONCEITOS GERAIS

Navegador ou Browser é o principal programa para acesso à internet. Permite aos


usuários visitarem endereços na rede, copiar programas e trocar mensagens de web
mail.
Os navegadores mais utilizados são: Internet Explorer, Mozilla Firefox, Google Chrome,
Apple Safari, Opera.

Nesta apostila iremos trabalhar com os navegadores Internet Explorer, Mozilla Firefox e Google
Chrome.

BARRA DE FERRAMENTAS

O Internet Explorer possui diversas barras de ferramentas, incluindo a “Barra de menus”, a “Barra
de Favoritos”, a “Barra de comandos” e a “Barra de status”. Há também a Barra de Endereços,
na qual você pode digitar um endereço da Web. A “Barra de status” exibe mensagens como o
progresso do download da página. A única barra visível na configuração padrão é a Barra de
Endereços, todas as outras estão ocultas quando o navegador é instalado.

Internet Explorer 11

O Mozilla Firefox em sua versão 50 possui a “Barra de menus” e a “Barra de favoritos”. O local
para digitação do endereço do site é chamado de “Barra de endereço” e diferentemente dos
outros navegadores ainda apresenta a “Barra de Pesquisa”.

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Mozilla Firefox 50

O Google Chrome na versão 55 apresenta apenas um Barra de Ferramentas, a “Barra de


favoritos. É o navegador que tem menos ícones na sua configuração padrão.

Google Chrome 55

Obs: Os ícones apresentados serão sempre na ordem: Internet Explorer, Mozilla Firefox e Google
Chrome e as teclas de atalhos aplicam-se ao Internet Explorer.

Botões Voltar (Alt + ←) e Avançar (Alt + →)


Esses dois botões permitem recuar ou avançar nas páginas que foram abertas no Internet
Explorer e Google Chrome. O Mozilla Firefox apresenta apenas o botão Voltar.

Barra de endereços
A “Barra de endereços” é um espaço para digitar o endereço da página que você deseja acessar.
Pesquisar na web é mais fácil com a “Barra de endereços” que oferece sugestões, histórico e
preenchimento automático enquanto você digita. Você pode também alterar rapidamente os
provedores de pesquisa (“Mecanismos de pesquisa” no Firefox e Chrome), clicando na seta à
direita da “lupa” e escolhendo o provedor que você quer usar. No Internet Explorer, se quiser
adicionar novos provedores, basta clicar no botão “Adicionar”.

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Informática – Navegadores: Conceitos Gerais – Prof. Márcio Hunecke

No Mozilla Firefox a opção de gerenciar Mecanismos de Pesquisa é muito parecida com o


Internet Explorer, basta clicar na seta da Barra de Pesquisa e depois em “Alterar configurações
de pesquisa”.

No Google Chrome o gerenciamento de Mecanismos de pesquisa é realizado clicando no botão


Menu, opção “Configurações” e no botão “Gerenciar mecanismos de pesquisa”, ou clicando
com o botão da direita na Barra de endereços e selecionando “Editar mecanismos de pesquisa”.

Botão Atualizar (F5)


Recarrega a página atual. No Internet Explorer 8 a representação gráfica era diferente . No
Internet Explorer e Moziila Firefox este botão fica à direita da URL digitada e no Google Chrome
está localizada à esquerda.

Botão Ir para
Com a mesma função da tecla ENTER, esse botão inicia a pesquisa ou a abertura do conteúdo do
site digitado na barra de endereços. Esse botão fica disponível apenas quando algum caractere
está sendo digitado na barra de endereços do Internet Explorer ou Mozilla Firefox. O Chrome
não mostra esse botão.

Modo de exibição de Compatibilidade (exclusividade do Internet Explorer)


Às vezes, o site que você está visitando não é exibido da forma correta porque foi projetado
para uma versão mais antiga do Internet Explorer.
Quando o Modo de Exibição de Compatibilidade é ativado, o site que está visualizando será
exibido como se você estivesse usando uma versão mais antiga do Internet Explorer, corrigindo
os problemas de exibição, como texto, imagens ou caixas de texto desalinhados.

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Botão Interromper (Esc)
Interrompe a exibição da página que está sendo aberta. Isso evita que o usuário termine de
carregar uma página que não deseja mais visualizar.

Nova guia / aba


Para abrir uma nova guia, clique no botão “Nova guia” na linha de guias ou pressione
CTRL+ T. Para alternar entre as guias abertas pressione CRTL + TAB (para avançar) ou CTRL+SHIFT
+TAB (para retroceder). No Firefox as guias são chamadas de abas e a opção para criar uma
nova guia é representada por um sinal de mais . No Google Chrome, chama-se guias e tem
uma representação diferente .
No Internet Explorer ao clicar no botão “Nova guia” será apresentada a janela abaixo. A página
apresenta algumas diferenças de uma versão para outra do navegador, mas em geral traz os
itens abaixo destacados.

Frequentes: Mostra os 10 sites recentemente utilizados.


Reabrir guias fechadas: Permite abrir novamente guias que foram fechadas desde a abertura
desta janela do Internet Explorer.
Iniciar Navegação InPrivate: é uma opção para abrir uma nova janela para navegação InPrivate.
Ocultar sites: Permite ocultar os sites recentemente utilizados.
No Mozilla Firefox a “Nova aba” mostra os sites mais acessados (a quantidade depende do
zoom aplicado na página e da resolução, mas varia de 1 a 15). No canto superior direito à um
botão para personalização que permite alterar a página “Nova aba” para mostrar uma
página em branco.

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Informática – Navegadores: Conceitos Gerais – Prof. Márcio Hunecke

No Google Chrome a página “Nova guia” apresenta uma barra de pesquisa do Google e os 8
sites mais visitados. No canto superior direito aparecem atalhos para abrir o “Gmail”, para
alterar a barra de pesquisa do Google para “Imagens” e também atalhos para os aplicativos do
Google .

Guias Rápidas (exclusividade Internet Explorer)


No Internet Explorer 8, aparece um botão bem à esquerda das guias abertas. Nas versões
9 e 10 a funcionalidade vem desabilitada por padrão e só pode ser acessada através das teclas
de atalho. Na versão 11 não há mais essa opção. Quando há várias páginas da Web abertas ao
mesmo tempo, cada uma é exibida em uma guia separada. Essas guias facilitam a alternância
entre os sites abertos. As Guias Rápidas fornecem uma exibição em miniatura de todas as guias
abertas. Isso facilita a localização da página da Web que você deseja exibir.

Para ativar “Guias Rápidas” no IE 9 e IE 10, clicar no botão Ferramentas, Opções da Internet,
guia Geral, botão Guias.

Para abrir uma página da Web usando guias rápidas clique na miniatura da página da Web que
você deseja abrir.

Home Page (Alt + Home)


A Home Page (ou página inicial) é exibida quando você inicia o navegador ou clica neste
botão. No Firefox e no Chrome o botão da página inicial pode estar visível ou não. Todos os
navegadores permitem a configuração de mais de uma página inicial.

Exibição em tela cheia e Zoom


Nos três navegadores a tecla F11 ativa ou desativa o modo de exibição em tela cheia. Para
alterar o zoom, podemos utilizar as teclas Ctrl + +, (aumenta o zoom), Ctrl + - (diminui o zoom)
ou Ctrl + 0 (volta ao zoom 100%).

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Exibir Favoritos, Feeds e Histórico (Alt + C)

Favoritos (CTRL + I)
Os favoritos do Internet Explorer são links para sites que você visita com frequência. Para
adicionar o site que você estiver visualizando à lista de favoritos clique no Botão Favoritos e
depois em “Adicionar a favoritos” ou pressione as teclas CTRL + D. Para gerenciar Favoritos no
Mozilla Firefox, clicar no botão , escolher a opção “Exibir todos os favoritos” (CTRL + SHIFT +
B) e então será apresentada uma nova janela denominada “Biblioteca”. Para adicionar o site
aberto na lista de favoritos, clicar no botão . No Google Chrome a adição de sites é realizada
através do botão que fica bem à direita da Barra de Endereços. Para organizar os Favoritos,
clicar no botão Menu e escolher a opção “Favoritos” → “Gerenciador de Favoritos”.

Feeds RSS (CTRL + G)


Os feeds RSS fornecem conteúdo frequentemente atualizado publicado por um site. Em geral,
são usados por sites de notícias e blogs, mas também para distribuir outros tipos de conteúdo
digital, incluindo imagens, áudios (normalmente no formato MP3) ou vídeos.
Um feed pode ter o mesmo conteúdo de uma página da Web, mas em geral a formatação é
diferente. Quando você assina, o Internet Explorer verifica automaticamente o site e baixa o
novo conteúdo para que possa ver o que foi acrescentado desde a sua última visita ao feed.
O acrônimo RSS significa Really Simple Syndication (agregação realmente simples) é usado para
descrever a tecnologia usada para criar feeds.
Quando você visita uma página da Web o botão Feeds , da Barra de Comandos do Internet
Explorer muda de cor, informando que há Feeds disponíveis. Para exibir clique no botão Feeds
e, em seguida, clique no feed que deseja ver.
No Firefox e no Google Chrome, para utilização de Feeds ou Web Slices é necessário adicionar
uma extensão ou complemento.

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Informática – Navegadores: Conceitos Gerais – Prof. Márcio Hunecke

Histórico (CTRL + H)
Para exibir o histórico de páginas da Web visitadas no Internet Explorer clique no botão
Favoritos e, em seguida, clique na guia Histórico. Clique no site que deseja visitar. A lista do
histórico pode ser classificada por data, nome do site, páginas mais visitadas ou visitadas mais
recentemente, clicando na lista que aparece na guia Histórico e é armazenada, por padrão por
20 dias no Internet Explorer. Os outros navegadores armazenam por diversos meses.
Durante a navegação na Web, o navegador armazena informações sobre os sites visitados,
bem como as informações que você é solicitado a fornecer frequentemente aos sites da Web
(como, por exemplo, nome e endereço). O Internet Explorer armazena os seguintes tipos de
informações:
•• Arquivos de Internet temporários;
•• Cookies;
•• Histórico dos sites visitados;
•• Informações inseridas nos sites ou na barra de endereços;
•• Senhas da Web salvas;
O armazenamento dessas informações acelera a navegação, mas você pode excluí-las se, por
exemplo, estiver usando um computador público e não quiser que as informações pessoais
fiquem registradas.
Mesmo quando seu histórico de navegação for excluído, sua lista de favoritos ou Feeds
assinados não o será. Você pode usar o recurso Navegação InPrivate do Internet Explorer para
não deixar histórico enquanto navega na Web.
No Firefox, ao clicar no botão Menu, aparece a opção que permite verificar o histórico. No
Chrome também há uma forma rápida de acessar. Basta clicar no botão Menu e escolher a
opção “Histórico” e novamente “Histórico”.

BARRA DE FAVORITOS

A Barra de Favoritos inclui não apenas seus links favoritos, mas também Feeds e Web Slices.
Você pode arrastar links, tanto da Barra de endereços quanto de páginas da Web, para a Barra
de Favoritos de modo que suas informações favoritas estejam sempre ao alcance de um clique.
Você também pode reorganizar os itens na sua barra Favoritos ou organizá-los em pastas. Além
disso, você pode usar Feeds ou Web Slices para verificar se há atualizações de conteúdo em
seus sites favoritos sem precisar navegar por eles.

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Adicionar a barra de favoritos
A opção adiciona o site atual à barra de favoritos do Internet Explorer. Para adicionar um site
na Barra de Favoritos do Mozilla Firefox, é necessário clicar com botão da direita sobre a Barra
de Favoritos e escolher a opção “Novo Favorito”. No Chrome funciona da mesma forma, mas a
opção se chama “Adicionar página”.

BARRA DE COMANDOS (exclusividade Internet Explorer)

Quando visível, a barra de Comandos oferece acesso fácil a praticamente qualquer configuração
ou recurso no Internet Explorer.

Feeds ou Web Slices


Um Web Slices é uma porção específica de uma página da Web que você pode assinar, e que
permite que você saiba quando um conteúdo atualizado (como a temperatura atual ou a
alteração do preço de um leilão) está disponível em seus sites favoritos. Após sua assinatura
do Web Slices, ele será exibido como um link na barra Favoritos. Quando o Web Slices for
atualizado, o link na Barra de Favoritos será exibido em negrito. Você pode, então, clicar no link
para visualizar o conteúdo atualizado.

Botão Segurança

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Navegação InPrivate, Navegação privativa, Navegação Anônima


A Navegação InPrivate permite que você navegue na Web sem deixar vestígios no Internet Ex-
plorer. Isso ajuda a impedir que as outras pessoas que usam seu computador vejam quais sites
você visitou e o que você procurou na Web. Para iniciar a Navegação InPrivate, acesse a página
Nova Guia ou clique no botão Segurança.
Quando você inicia a Navegação InPrivate, o Internet Explorer abre uma nova janela do navega-
dor. A proteção oferecida pela Navegação InPrivate só terá efeito enquanto você estiver usando
a janela. Você pode abrir quantas guias desejar nessa janela e todas elas estarão protegidas
pela Navegação InPrivate. Entretanto, se você abrir outra janela do navegador ela não estará
protegida pela Navegação InPrivate. Para finalizar a sessão da Navegação InPrivate, feche a ja-
nela do navegador.
Quando você navegar usando a Navegação InPrivate, o Internet Explorer armazenará algumas
informações, como cookies e arquivos de Internet temporários, de forma que as páginas da
Web visitadas funcionem corretamente. Entretanto, no final da sua sessão da Navegação InPri-
vate, essas informações são descartadas.

Filtragem InPrivate (IE 8), Proteção contra Rastreamento (IE 9 e superiores), Não me
rastreie, Enviar uma solicitação “Não rastrear”.
A Filtragem InPrivate ajuda a evitar que provedores de conteúdo de sites coletem informações
sobre os sites que você visita.
A Filtragem InPrivate analisa o conteúdo das páginas da Web visitadas e, se detectar que o mes-
mo conteúdo está sendo usado por vários sites, ela oferecerá a opção de permitir ou bloquear
o conteúdo. Você também pode permitir que a Filtragem InPrivate bloqueie automaticamente
qualquer provedor de conteúdo ou site de terceiros detectado.

Filtragem ActiveX (somente Internet Explorer 9 e superiores)


A Filtragem ActiveX no Internet Explorer impede que os sites instalem e utilizem esses aplicati-
vos. Sua navegação fica mais segura, mas o desempenho de alguns sites pode ser afetado. Por
exemplo, quando a Filtragem ActiveX está ativada, vídeos, jogos e outros tipos de conteúdo
interativo podem não funcionar.
Os controles ActiveX são pequenos aplicativos que permitem aos sites apresentar conteúdo,
como vídeos e jogos. Eles também permitem a você interagir com o conteúdo, como barras de
ferramentas e cotações da bolsa, ao navegar na Internet. Entretanto, esses aplicativos às vezes
não funcionam adequadamente ou não mostram o conteúdo desejado. Em alguns casos, esses
aplicativos podem ser usados para coletar informações, danificar os dados e instalar software
no computador sem o seu consentimento, ou ainda permitir que outra pessoa controle remo-
tamente o seu computador.

Filtro SmartScreen (Internet Explorer), Proteção contra Phishing (Firefox e Chrome)


O Filtro SmartScreen ajuda a detectar sites de Phishing. O Filtro SmartScreen também pode
ajudar a proteger você da instalação de softwares mal-intencionados ou malwares, que são

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programas que manifestam comportamento ilegal, viral, fraudulento ou mal-intencionado. O
Mozilla Firefox tem essa funcionalidade, mas não há um nome definido, quatro opções estão
disponíveis, conforme abaixo.

No Google Chrome também não há um nome para essa funcionalidade e ela é ativada ou
desativada, não permitindo configurações.

Ferramentas (Alt + X) no Internet Explorer e Menu nos outros navegadores


Essas opções permitem a configuração das diversas opções do navegador, pois as outras barras
não estão visíveis na configuração original. As configurações serão detalhadas abaixo.

OPÇÕES DA INTERNET (INTERNET EXPLORER)

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Informática – Navegadores: Conceitos Gerais – Prof. Márcio Hunecke

GUIA GERAL

Home Page
Permite configurar a página que será exibida ao iniciar o navegador ou ao clicar o botão home.
Pode-se ter mais de uma página configurada, nesse caso o navegador exibirá cada uma delas
em uma guia, na ordem em que forem incluídas.
Existem também as opções usar padrão (Home Page da Microsoft) ou usar em branco (inicia o
navegador com uma página em branco).

Histórico de Navegação
Arquivos temporários da internet: As páginas da Web são armazenadas na pasta Arquivos de
Internet Temporários quando são exibidas pela primeira vez no navegador da Web. Isso agiliza
a exibição das páginas visitadas com frequência ou já vistas porque o Internet Explorer pode
abri-las do disco rígido em vez de abri-las da Internet.

Pesquisa
Permite adicionar ou remover os sites provedores de pesquisa e, ainda, definir qual deles será
o padrão.

Guias
Permite alterar as configurações da navegação com guias, como por exemplo, habilitar ou
desabilitar a navegação com guias, avisar ao fechar várias guias e habilitar guias rápidas.

Aparência
Permite alterar configurações de cores, idiomas, fontes e acessibilidade.

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GUIA PRIVACIDADE

Cookies: Um arquivo de texto muito pequeno colocado em sua unidade de disco rígido por
um servidor de páginas da Web. Basicamente ele é seu cartão de identificação e não pode ser
executado como código ou transmitir vírus.
Os sites usam cookies para oferecer uma experiência personalizada aos usuários e reunir
informações sobre o uso do site. Muitos sites também usam cookies para armazenar
informações que fornecem uma experiência consistente entre seções do site, como carrinho de
compras ou páginas personalizadas. Com um site confiável, os cookies podem enriquecer a sua
experiência, permitindo que o site aprenda as suas preferências ou evitando que você tenha
que se conectar sempre que entrar no site. Entretanto, alguns cookies, como aqueles salvos
por anúncios, podem colocar a sua privacidade em risco, rastreando os sites que você visita.
Os cookies temporários (ou cookies de sessão) são removidos do seu computador assim que
você fecha o Internet Explorer. Os sites os usam para armazenar informações temporárias,
como itens no carrinho de compras.
Bloqueador de Pop-ups: O Bloqueador de Pop-ups limita ou bloqueia pop-ups nos sites que
você visita. Você pode escolher o nível de bloqueio que prefere, ative ou desative o recurso
de notificações quando os pop-ups estão bloqueados ou criar uma lista de sites cujos pop-ups
você não deseja bloquear.

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Informática – Navegadores: Conceitos Gerais – Prof. Márcio Hunecke

OPÇÕES (MOZILLA FIREFOX)

Grande quantidade de configurações do Firefox são acessadas através do “Menu” e botão


“Opções”.
O guia Geral permite a você configurar quais páginas o Firefox deve abrir quando você iniciar
o navegador ou quando clicar no botão Página inicial e configurar o que o Firefox deve fazer
quando estiver baixando arquivos.

As outras guias importantes do Firefox são: Conteúdo (opção “Bloquear janelas popup”),
Privacidade (opção “Não me rastreie” e gerenciamento dos Cookies) e Segurança (Proteção
contra Phishing), conforme figuras abaixo.

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CONFIGURAÇÕES (GOOGLE CHROME)

A maior parte das configurações do Chrome são acessadas através do “Menu” e opção “Con-
figurações”.
Os principais grupos de configuração são: Inicialização, Pesquisar e Privacidade.

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Informática – Navegadores: Conceitos Gerais – Prof. Márcio Hunecke

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Planilha Comparativa dos Navegadores

432
Navegador Internet Explorer 8 Internet Explorer 9 a 11 Mozilla Firefox Mozilla Firefox

Versão em outubro de 2017 8 9, 10 e 11 50.1 55

Barra de Endereços/Navegação Barra de Endereços Barra de Endereços Barra de Endereços Barra de Endereços - Omnibox

Barra de Favoritos Opcional Opcional Opcional Opcional

Barra de Menus Sim Opcional Opcional Não

Barra de Pesquisar e Nome Sim – Provedor de Pesquisa Não – Provedor de Pesquisa Sim – Mecanismo de Pesquisa Não – Mecanismo de Pesquisa

Filtragem ActiveX Não Sim Não Não

Proteger você e seu dispositivo de sites


Filtro SmartScreen/Phishing Filtro SmartScreen Filtro SmartScreen Sim, tem 4 oções mas não tem um nome
perigosos

Gerenciador de Dowloads Não Sim (Ctrl + J) Sim (Ctrl + J) Sim (Ctrl + J)

Navegação em Abas/Guias Guias Guias Abas Guias

Navegação Privada Navegação InPrivate Navegação InPrivate Navegação Privativa Navegação anônima

Configurações de Bloqueador de Pop- Ferramentas → Opções da Ferramentas → Opções de Internet Pop-ups → Conteúdo Configurações → Privacidade →
ups e Cookies Internet → Guia Privacidade → Guia Privaciade Cookies → Privacidade Configurações de conteúdo

Enviar uma solicitação para "Não rastre-


Rastreamento/Filtragem InPrivate Filtragem InPrivate Proteção contra Rastreamento Não me rastreie
ar" com seu tráfego

Sincronização das configurações Não Não Sim, através do Sync Sim, fazendo login no Chrome

Armazewnamento do Histórico 20 dias 20 dias Vários meses Vários meses

www.acasadoconcurseiro.com.br
Fabricante Microsoft Microsoft Mozilla Foundation Google

Versão para Linux e Mac OS Não Não Sim Sim

Versão para Windows 7 Sim Sim Sim Sim

Versão para Windows XP Sim Não Sim Sim

* Barra de tarefas (arrastando a * Área de Trabalho (arrastar ícone * Área de trabalho (Menu - mais ferra-
Criação de atelhos para Sites Não guia) da barra de endereço) mentas)
* Menu Iniciar (Opções da Internet)

* Temas (Menu - personalizar) * Temas (Menu - Configurações)


* Navegador padrão do Windows
* Feeds precisam de extensão * Feeds precisam de extenção
7 * FIltragem Activex
* Abas de aplicativos – "Fixar aba" * Guia como Apps – "Fixar guia"
* Modo de compatibilidade * Modo de compatibilidade
Observações/Particularidades * "Abrir tudo em abas" * Gerenciador de Tarefas
* Guias rápidas * Barra de Comandos
* Biblioteca (gerenciar Histórico, Favo- * Google Cloud Print
* Barra de Comandos * Barra de Status
ritos, Tags) * Nâo tem modo Offline
* Barra de Status
* Sync * Pesquisa por voz no Google
Informática – Navegadores: Conceitos Gerais – Prof. Márcio Hunecke

Onde configurar as opções de Segurança e Privacidade

Navegação InPrivate / Anônima


a) Internet Explorer 8: Menu Ferramentas → Navegação InPrivate.
b) Internet Explorer 9, 10 e 11: Botão Ferramentas → Segurança → Navegação InPrivate.
c) Mozilla Firefox 50: Botão Menu → Nova janela privativa.
d) Google Chrome 55: Botão Menu → Nova janela anônima.

Filtro SmartScreen / Phishing


a) Internet Explorer 8: Menu Ferramentas → Filtro do SmartScreen.
b) Internet Explorer 9, 10 e 11: Botão Ferramentas → Segurança → Ativar / Desativar Filtro
SmartScreen.
c) Mozilla Firefox 50: Botão Menu → Opções → Segurança → 4 primeiras opções.
d) Google Chrome 55: Botão Menu → Configurações → Mostrar configurações avançadas →
“Proteger você e seu dispositivo de sites perigosos” no grupo “Privacidade”.

Filtragem InPrivate / Proteção contra Rastreamento


a) Internet Explorer 8: Menu Ferramentas → Filtragem InPrivate.
b) Internet Explorer 9, 10 e 11: Botão Ferramentas → Segurança → Proteção contra
Rastreamento.
c) Mozilla Firefox 50: Botão Menu → Opções → Privacidade → “gerenciar as configurações
Não me rastreie”.
d) Google Chrome 37: Botão Menu → Configurações → Mostrar configurações avançadas
→ Enviar solicitação para “Não Rastrear” com seu tráfego de navegação no grupo
“Privacidade”.

Filtragem ActiveX
a) Internet Explorer 8: Funcionalidade não disponível.
e) Internet Explorer 9, 10 e 11: Botão Ferramentas → Segurança → Filtragem ActiveX.
b) Mozilla Firefox 50: Funcionalidade não disponível.
c) Google Chrome 55: Funcionalidade não disponível.

www.acasadoconcurseiro.com.br 433
Bloqueador de Pop-ups
a) Internet Explorer 8: Menu Ferramentas → Opções da Internet → Privacidade → “Ativar
Bloqueador de Pop-ups” no grupo “Bloqueador de Pop-ups”.
b) Internet Explorer 9, 10 e 11: Botão Ferramentas → Opções da Internet → Privacidade
→“Ativar Bloqueador de Pop-ups” no grupo “Bloqueador de Pop-ups”.
c) Mozilla Firefox 50: Menu → Opções → Conteúdo → Bloquear janelas popup.
d) Google Chrome 55: Botão Menu → Configurações → Mostrar configurações avançadas
→ Configurações de Conteúdo → “Não permitir que nenhum site mostre pop-ups
(recomendado)” no grupo “Pop-ups”.

Página Inicial
a) Internet Explorer 8: Menu Ferramentas → Opções da Internet → Geral → Digitar uma URL
em cada linha.
b) Internet Explorer 9, 10 e 11: Botão Ferramentas → Opções da Internet → Geral → Digitar
uma URL em cada linha.
c) Mozilla Firefox 50: Botão Menu → Opções → Geral → Digitar as URLs separadas por |
(pipe).
d) Google Chrome 55: Botão Menu → Configurações → “Abre uma página específica ou um
conjunto de páginas” no grupo “Inicialização”.

434 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática
Matéria
Aula XX

REDES SOCIAIS

WIKI

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Wiki

Os termos wiki e Wiki Wiki são utilizados para identificar um tipo específico de coleção de
documentos em hipertexto ou o software colaborativo usado para criá-lo. O termo "Wiki wiki"
significa "extremamente rápido" no idioma havaiano.
Este software colaborativo permite a edição coletiva dos documentos por meio de um sistema
que não necessita que o conteúdo tenha que ser revisto antes da sua publicação.

Principais características
Uma Web Wiki permite que os documentos sejam editados coletivamente com uma linguagem
de marcação muito simples e eficaz por meio da utilização de um navegador web. Considerando
que a maioria dos Wikis é baseada na web, o termo wiki é normalmente suficiente. Uma única
página em um wiki é referida como uma "única página", enquanto o conjunto total de páginas,
que estão normalmente altamente interligadas, chama-se "o wiki".
Uma das características definitivas da tecnologia wiki é a facilidade com que as páginas são
criadas e alteradas. Geralmente não existe qualquer revisão antes de as modificações serem
aceitas, e a maioria dos wikis é aberta a todo o público ou pelo menos a todas as pessoas que
têm acesso ao servidor wiki. Nem o registro de usuários é obrigatório em todos os wikis.

Coletividade
O que faz o "wiki" tão diferente das outras páginas da Internet é certamente o fato de poder
ser editado pelos usuários que por ele navegam. É possível corrigir erros, complementar ideias
e inserir novas informações. Assim, o conteúdo de um artigo é atualizado graças à coletividade.
Os problemas que podem ocorrer em wikis são artigos feitos por pessoas que nem sempre
são especialistas no assunto, ou até vandalismo, substituindo o conteúdo do artigo. Porém, o
intuito é, justamente, que a página acabe por ser editada por alguém com mais conhecimentos.
Vale lembrar que, dentro de um universo wiki, não existem dois artigos com "títulos" repetidos,
pois faz parte da filosofia wiki utilizar-se da tecnologia de armazenamento para ajudar a

www.acasadoconcurseiro.com.br 435
eliminar ambiguidades. Ao mesmo tempo, é bom perceber que o wiki tem a sensibilidade de
distinguir maiúsculas de minúsculas como letras distintas para o armazenamento. Além disso, a
própria ambiguidade do idioma utilizado pode, facilmente, gerar artigos repetidos, até mesmo
com títulos extremamente parecidos, diferenciados apenas pelo caps (inglês para "maiúsculas
e minúsculas", observado na maioria dos teclados ocidentais).

Blogs

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Blog

Um blog ou "web log" (diário da rede) é um site cuja estrutura permite a atualização rápida a
partir de acréscimos dos chamados artigos, ou posts. Estes são, em geral, organizados de forma
cronológica inversa, tendo como foco a temática proposta do blog, podendo ser escritos por
um número variável de pessoas, de acordo com a política do blog.
Muitos blogs fornecem comentários ou notícias sobre um assunto em particular; outros
funcionam mais como diários online. Um blog típico combina texto, imagens e links para outros
blogs, páginas da Web e mídias relacionadas ao seu tema. A capacidade de leitores deixarem
comentários de forma a interagir com o autor e outros leitores é uma parte importante de
muitos blogs.
Alguns sistemas de criação e edição de blogs são muito atrativos pelas facilidades que oferecem,
disponibilizando ferramentas próprias que dispensam o conhecimento de HTML. A maioria dos
blogs são primariamente textuais, embora uma parte seja focada em temas exclusivos, como
arte, fotografia, vídeos, música ou áudio, formando uma ampla rede de mídias sociais. Outro
formato é o microblogging, que consiste em blogs com textos curtos.

Tipos de Blogs
Existem diversos tipos de blogs atualmente. Entretanto, é possível dividi-los em três grandes
ramos:

Blogs pessoais
Os blogs pessoais são os mais populares. Normalmente são usados como um gênero de diário
com postagens voltadas para os acontecimentos da vida e as opiniões do usuário. Também
são largamente utilizados por celebridades que buscam manter um canal de comunicação com
seus fãs.

Blogs corporativos e organizacionais


Muitas empresas vêm utilizando blogs como ferramentas de divulgação e contato com clientes.
Tanto é assim que já existe a profissão de blogueiro, ou seja, profissionais são contratados
pelas empresas com o cargo de blogueiro para a realização de blogs internos ou externos

436 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Redes Sociais – Prof. Márcio Hunecke

para registrar as diversas atividades corporativas para, respectivamente, públicos internos


(colaboradores) de forma mais privativa e externos como clientes e fornecedores. A empresa
líder em blogs pelo mundo é a Microsoft com um total de 4.500 blogs.

Blogs de gênero
Por fim, há blogs com um gênero específico, que tratam de um assunto dominado pelo o
usuário, ou grupo de usuários. Estes são os blogs com o maior número de acessos. Sendo que
eles podem apresentar conteúdos variados, como humorísticos, notícias, informativos ou o
de variedades, com contos, opiniões políticas e poesias. Algumas categorias de blogs recebem
denominações específicas, como: blogs educativos, blogs literários, Metablogs etc.

VLOGS
Videolog ou Vlog é uma variação de Blog. Contudo, o seu conteúdo consiste principalmente em
vídeos, possui características de estrutura muito similares, com atualização constante e vídeos
que geralmente são exibidos diretamente na página. Videologger ou Vlogger são os termos
utilizados para identificar os proprietários e produtores dos vídeos dos Vlogs.

FLOGS
Flog, Fotolog ou Fotoblog também seguem uma estrutura similar a dos Blogs. Contudo, seu
conteúdo principal são as fotos, que podem ser postadas em ordem cronológica, similarmente
a um blog.

www.acasadoconcurseiro.com.br 437
Microblogs
Fonte: https://pt.wikipedia.org

Microblogging é uma forma de informação de blog que permite que usuários façam atualizações
breves de imagens e texto (geralmente com menos de 200 caracteres) e publicá-las para que
sejam vistas publicamente ou apenas por um grupo restrito escolhido por ele. Estes textos
podem ser enviados por uma diversidade de meios tais como SMS, mensageiro instantâneo,
e-mail, MP3 ou pela Web. O serviço de microblogging mais popular chama-se Twitter lançado
em 2006.

Twitter

É uma rede social e um servidor para microblogging, que permite aos usuários enviar e
receber atualizações pessoais de outros contatos (em textos de até 140 caracteres, conhecidos
como "tweets"), por meio do website do serviço, por SMS e por softwares específicos de
gerenciamento.

As atualizações são exibidas no perfil de um usuário em tempo real e também enviadas a outros
usuários seguidores que tenham assinado para recebê-las. As atualizações de um perfil ocorrem
por meio do site do Twitter, por RSS, por SMS ou programa especializado para gerenciamento.
O serviço é gratuito pela internet, entretanto, a utilização do recurso de SMS pode acarretar a
cobrança pela operadora telefônica.
Algumas Características:
•• O retweet é uma função do Twitter que consiste em replicar determinada mensagem de um
usuário para a lista de seguidores, dando crédito ao seu autor original. Na página de início
do site existe um botão chamado retweetar, que faz o envio automático da mensagem
para todos os seguidores da pessoa. Antigamente, os usuários realizavam este recurso de
forma manual, acrescentando um "RT" ao lado da @alcunha de quem escreveu. Quando
um texto é "retweetado", o termo "RT" aparece em negrito no início da mensagem.

438 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Redes Sociais – Prof. Márcio Hunecke

•• Twitter List ou Lista do Twitter é um recurso disponível no Twitter que permite ao usuário
criar listas compartilháveis de usuários, o que dinamiza a leitura dos tweets, já que se torna
possível ler o conteúdo postado por grupos de seguidores.
•• Os Trending Topics (TTs) ou Assuntos do Momento são uma lista em tempo real das frases
mais publicadas no Twitter pelo mundo todo. Valem para essa lista os marcadores, também
conhecidos por hashtags (#) e nomes próprios.
•• O Twitter permite um excelente intercâmbio de informações com diversas redes sociais,
entre elas o Facebook, em que é possível que todo conteúdo postado no Twitter seja
postado em sua conta do Facebook também e vice-versa.

Tumblr

Tumblr é uma plataforma de blogging que permite aos usuários publicarem textos, imagens,
vídeos, linkss, citações, áudio e "diálogos". A maioria dos posts feitos no Tumblr são textos
curtos, mas a plataforma não chega a ser um sistema de microblog, estando em uma categoria
intermediária entre os blogs de formato convencional Wordpress ou Blogger e o microblog
Twitter. Os usuários são capazes de "seguir" outros usuários e ver seus posts em seu painel
(dashboard). Também é possível "gostar" (favoritar) ou "reblogar" (semelhante ao RT do
Twitter) outros blogs.

Listas de Discussão

Fonte: http://www.eproinfo.mec.gov.br/webfolio/Mod82673/etapa2/leituras/lista/index.htm

O objetivo da lista de discussão é debater um assunto, via e-mail (correio eletrônico), com os
participantes cadastrados nesta lista, configurando-se numa comunidade colaborativa virtual
que se reúne "em torno de interesses bem determinados e operam via e-mails como forma de
contato" (MARCUSHI, 2001).
Outra definição de lista de discussão é feita por Levy (1990): "O correio eletrônico permite enviar,
de uma só vez, uma mesma mensagem a uma lista (que pode ser longa) de correspondentes,
bastando indicar essa lista. Assim, não é necessário fazer fotocópias do documento, nem digitar
diversos números telefônicos, um após o outro".
A lista de discussão é um endereço de e-mail para o qual um usuário envia uma mensagem.
Essa mensagem é automaticamente enviada para todos os membros cadastrados nessa lista.
Essas mensagens são recebidas através do e-mail de cada participante.
Os participantes podem, a qualquer tempo, colocar uma dúvida ou um tema na lista. A partir daí,
os que puderem contribuir vão enviar seus e-mails de resposta, que também serão recebidos
por todos. Não é necessário instalar nenhum programa no computador para sua utilização, pois
o único pré-requisito é possuir um endereço de e-mail.

www.acasadoconcurseiro.com.br 439
GRUPOS DE DISCUSSÃO

É uma ferramenta gerenciável pela Internet, que permite, a um grupo de pessoas, a troca
de mensagens via e-mail entre todos os membros do grupo. O processo de uso consiste no
cadastramento da lista, como, por exemplo, no Yahoo, um dos sítios que oferecem o serviço
gratuitamente, e, após, no cadastramento de membros. Uma mensagem escrita por um
membro e enviada para a lista replica automaticamente na caixa postal de cada um dos
cadastrados. Há também a opção de estar cadastrado e fazer a leitura em modo Web, ou seja,
sem receber os e-mails da lista no e-mail.
Grupos de discussão são ferramentas de comunicação assíncronas, ou seja, para o recebimento
e envio de mensagens não é necessário que os participantes estejam conectados ao mesmo
tempo. Porém, essas possibilitam também uma comunicação síncrona por meio da ferramenta
de bate-papo existente na lista, exigindo que os participantes da discussão estejam conectados
simultaneamente para que o processo de comunicação seja efetuado.
É uma lista de discussão gerenciável pela Internet, utilizada para troca de informações (dos
mais variados assuntos) entre um grupo de pessoas que se interessam por assuntos comuns.
Essa troca de informações é feita via e-mail. Toda vez que alguém do grupo participa com algum
comentário, o seu e-mail é enviado para a caixa de correio de todos os participantes. A inscrição
também é feita por e-mail e deve ser encaminhada para o administrador da lista de discussões.
Em seguida, você recebe a confirmação ou não da sua inscrição, juntamente com instruções de
como participar e de como se desligar.
Embora haja uma etiqueta de como proceder diante das mensagens, os indivíduos não têm
obrigatoriedade alguma de responder quaisquer e-mails. Todavia, para que a pessoa que
escreveu saiba que seu texto foi lido, é interessante que se dê um retorno.
Geralmente as listas são temáticas, prendendo-se a determinado assunto definido em sua
página de abertura. Assuntos que não dizem respeito àquela temática podem ser aceitos ou
não pela pessoa que a criou. Um Gerente de Lista é também chamado de moderador porque,
antigamente, as mensagens eram liberadas somente após a leitura pelo moderador.
Todavia, há um grande número de listas que não são moderadas pelo gerente, que pode
escolher um grupo de ajudantes moderadores.

REDES SOCIAIS

Uma rede social é uma estrutura


social composta por pessoas ou
organizações, conectadas por um ou
vários tipos de relações, que partilham
valores e objetivos comuns.
As redes sociais online podem operar
em diferentes níveis, como, por
exemplo, redes de relacionamentos
(Facebook, Orkut, MySpace, Twitter),

440 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Redes Sociais – Prof. Márcio Hunecke

redes profissionais (LinkedIn), redes comunitárias (redes sociais em bairros ou cidades), redes
políticas, dentre outras, e permitem analisar a forma como as organizações desenvolvem a sua
atividade, como os indivíduos alcançam os seus objetivos ou, ainda, medir o capital social. As
principais são:
Redes comunitárias, estabelecidas em bairros ou cidades, em geral com a finalidade de reunir
os interesses comuns dos habitantes, melhorar a situação do local ou prover outros benefícios.
Redes profissionais: prática conhecida como networking, tal como o Linkedin, que procura
fortalecer a rede de contatos de um indivíduo, visando futuros ganhos pessoais ou profissionais.
Redes sociais online, ou de relacionamentos, tais como Facebook, Orkut, MySpace, Twitter,
Badoo WorldPlatform, que são serviços online, plataformas ou sites que focam em construir
e refletir redes sociais ou relações sociais entre pessoas, que, por exemplo, compartilham
interesses e/ou atividades, bate-papo, jogos com os amigos, entre outras funções.
Existem redes sociais públicas, em que o registo está desbloqueado para todos. As privadas
podem pedir o endereço eletrônico e só depois de uma resposta é que o registo fica disponível.
Nesse tipo de rede, nem sempre são aceitos todos os tipos de pessoas. Existem ainda as redes
sociais pessoais, para família ou amigos, pouco conhecidas na Internet.

Algumas outras redes sociais


•• Pinterest – compartilhamento de fotos;
•• Via 6 – Rede social profissional;
•• Myspace – Rede social com fotos, blogs, grupos de discussão, e-mail... Foi importante na
década passada, mas perdeu muito espaço para o Facebook;
•• Google+ – Rede social do Google, com base nos círculos de amizade;
•• Orkut – Desativada em 2014;
•• Instagram – Fotos;
•• Foursquare – rede geossocial e de microblogging, que permite ao utilizador indicar onde se
encontra e procurar por contatos seus que estejam próximos desse local.

FÓRUNS DE DISCUSSÃO

Fórum de discussão é uma ferramenta para páginas de Internet destinadas a promover debates
por meio de mensagens publicadas abordando uma mesma questão.

Organização das mensagens


Os fóruns de discussão basicamente possuem duas divisões organizacionais: a primeira faz a
divisão por assunto e a segunda uma divisão desse em tópicos. As mensagens ficam ordenadas
decrescentemente por data, da mesma forma que os tópicos ficam ordenados pela data da
última postagem.

www.acasadoconcurseiro.com.br 441
O processo de registro geralmente envolve verificação da idade (alguns fóruns proíbem ou
restringem o registro de pessoas menores de 13 anos, 18 anos, etc) seguida de uma declaração
dos termos de serviço (outros documentos também podem estar presentes), que deve ser aceita
para que o usuário possa se registrar. Depois disso, o usuário é apresentado a um formulário
de registro para preencher como requerente, no mínimo: um apelido (que depois pode ser
mudado pelo usuário ou pela moderação), uma senha, o e-mail e o código de verificação (serve
para impedir programas automáticos de se cadastrarem no fórum).
A maioria dos fóruns exige que o visitante se cadastre para postar. Os usuários registrados
são chamados de membros. Mesmo assim existem fóruns em que é permitido aos visitantes
postarem, sem necessidade de criação de conta. Ainda assim, nesses fóruns, o cadastro é
encorajado.
Todo fórum possui regras próprias. Porém, a maioria dos fóruns possuem regras em comum,
contra spam, fakes, flood, brigas, tópicos inúteis, double posting e ressuscitação de tópicos.
Geralmente, quando um usuário desrespeita uma dessas regras, é punido com alerta,
advertência, suspensão ou banimento. No caso de usuários não cadastrados (mas também
pode servir para usuários cadastrados), o bloqueio de IP também pode ser aplicado.
As regras são mantidas, executadas e modificadas pela equipe de moderação, mas os usuários
também podem ajudar os moderadores via um sistema de report. Os moderadores também
possuem regras próprias. Quando um moderador desrespeita uma dessas regras, geralmente
ele perde seu cargo.

Censor de palavras
Um censor de palavras é comumente incluído na plataforma do fórum. Como o próprio nome
já diz, ele pega as palavras de um post de um usuário e as substitui por outras palavras, por
asteriscos ou por qualquer outra coisa. Geralmente é usado para censurar palavrões, mas
pode ser usado para censurar outros tipos de palavras. Nem todos os fóruns usam o censor de
palavras.

Características
Todas as plataformas de fóruns possuem características (que podem ser habilitadas ou não
pelos administradores) que não são comuns a todos os fóruns, mas podem facilitar o uso deste.

Mensagem privada
Uma mensagem privada (ou MP) é uma mensagem enviada em privado para um membro (ou
mais). São geralmente usadas para conversas pessoais.

Anexo
Um anexo é mandado por um post. É um arquivo que é mandado para o servidor do fórum
e pode ser baixado pelos outros usuários do fórum. Fóruns geralmente possuem limites (de
tamanho e/ou de extensão) para os arquivos que podem ser enviados para o servidor do fórum,
ou proíbem totalmente os anexos.

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Informática – Redes Sociais – Prof. Márcio Hunecke

Emoticons
Emoticons ou smiles são símbolos ou combinações de símbolos para representar o conteúdo
emocional de um post.

Enquetes
Muitos fóruns possuem um sistema de enquete para que se saiba a opinião dos usuários do
fórum sobre alguma coisa. As enquetes podem permitir escolha única ou múltipla. As enquetes
também podem ser feitas para expirar em uma certa data ou um número de dias após sua
criação. Os membros votam na enquete e as estatísticas são exibidas em forma gráfica.

Permissões de usuários e moderação


Os status de usuários registrados em um fórum geralmente variam em quatro níveis de
permissão: Usuários, Moderadores, Administradores e Banidos.
O membro com status de usuário possui liberdade para publicar mensagens em tópicos abertos
ao debate e respondê-los, independentemente de quem os publicou.
O membro com status de moderador tem a permissão de editar, mover, deletar e adequar o
que for necessário na sala de tópicos na qual tem permissão de moderação. Na maioria dos
fóruns, cada assunto possui um ou mais moderadores, os quais possuem funções diversas, que
variam de fórum para fórum. Basicamente eles podem editar mensagens postadas, eliminar
publicações, moderar e eliminar tópicos, como também trocar uma mensagem que foge do
assunto (chamadas de off-topic), postá-la no lugar correto e comunicar ao usuário, entre
outros. Resumindo, é um usuário cuja função é corrigir tudo o que não está adequado e alertar
para esses mesmos erros.
O membro com status de administrador é o que agrega as funções de administração e
configuração do fórum, criação e adequação de novas salas. É quem tem permissão para enviar
e-mails em massa, é quem pode bloquear, suspender ou expulsar outros membros, entre
inúmeras outras funções administrativas. Às vezes, também se pode encontrar moderadores
com algumas funções de administrador (como bloquear usuários), ou administradores com
permissões menores do que outros.
O membro com status de banido é aquele que foi expulso do fórum por desrespeitar as regras.
Ele não pode postar nada e não pode alterar seu perfil. Geralmente os banidos não podem
voltar ao fórum, mas existem fóruns em que há regras para permitir que um membro banido
volte ao fórum.
Há muitos fóruns, hoje em dia, que possuem muito mais níveis de permissão que não se
restringem apenas aos membros, administradores, moderadores ou banidos. Esses quatro
níveis são apenas os essenciais.

www.acasadoconcurseiro.com.br 443
Tipos de Fórum
Existem dois tipos de fórum: o público e o privado. No fórum de discussão público, provedores,
empresas ou instituições disponibilizam espaços para discussão sobre os mais variados tópicos
de interesse geral durante determinado período de tempo. O acesso e a participação nesse tipo
de fórum são livres e irrestritos, sem limite de tempo ou espaço para a troca de mensagens
escritas. Em contrapartida, no fórum de discussão privado, uma empresa ou instituição abre
espaço para discussão sobre tópicos específicos relacionados à área de interesse durante um
período determinado. O usuário apenas precisa ter acesso ao sistema do fórum na web por
meio de cadastramento prévio para obtenção da senha competente.

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Informática

E-MAIL: CONCEITOS GERAIS

O correio eletrônico tornou-se popular devido a sua grande facilidade em quebrar barreiras
geográficas. Pessoas que estão em diferentes continentes podem se comunicar livremente
(desde que possuam computadores ou qualquer outro dispositivo com tal funcionalidade
conectados à Internet), enviando e recebendo mensagens a qualquer hora do dia e para
qualquer parte do mundo.
Formato padrão para um endereço de e-mail no Brasil: nomedousuario@nomedaempresa.
com.br. Ex.: marcio@acasadoconcurseiro.com.br

Webmail e Aplicativos de e-mail

O acesso ao e-mail pode ser realizado através do navegador de internet (Webmail) ou através de
aplicativos/ferramentas especializadas para acesso ao correio eletrônico. A principal vantagem
dos webmails é a mobilidade, pois é necessário apenas um computador com navegador e
acesso à internet. A utilização de aplicativos traz a possibilidade de acesso aos e-mails sem
a necessidade de conexão com a internet (modo off-line) e normalmente as ferramentas
disponibilizam mais recursos de organização e pesquisa dos e-mails.
As principais ferramentas do mercado são:
•• Mozilla Thunderbird – Aplicativo baseado em software livre, gratuito e disponível para
Windows, Linux e Mac OS.
•• Microsoft Outlook – Aplicativo baseado em software proprietário, comercializado
juntamente com o pacote Microsoft Office e disponível para Windows e Mac OS.
•• Outlook Express – Aplicativo baseado em software proprietário que vinha com o Windows
XP. Não tem versões para Windows 7 ou superiores. Produto descontinuado desde 8 de
abril de 2014 juntamente com o Windows XP.
•• Windows Live Mail – Aplicativo baseado em software proprietário, gratuito e parte de um
pacote de softwares da Microsoft chamado Windows Essentials. A Microsoft descontinuou
esse pacote e fornecerá/forneceu somente até 10 de janeiro de 2017.
•• Eudora – Software gratuito, disponível para Windows e Mac OS. Foi descontinuado em 10
de novembro de 2006.
•• Outlook ou E-mail – Aplicativo interno do Windows 8, Windows 8.1 e Windows 10.

www.acasadoconcurseiro.com.br 445
As duas principais empresas com soluções mundialmente utilizadas de webmail são o Google
e a Microsoft. A solução do Google se chama Gmail.com e a solução do Microsoft se chama
Outlook.com. Anteriormente se chamava Hotmail.com.

Protocolos de e-mail

Ao todo, 4 protocolos são utilizados nas soluções de correio eletrônico:


1) SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): protocolo responsável pelo envio de mensagens
eletrônicas, é o protocolo mais importante e fundamental para o funcionamento de
soluções de e-mail.
2) IMAP4 (Internet Message Access Protocol): é um protocolo de recebimento de mensagens.
O IMAP não move, apenas copia os e-mails para o computador. Desta forma, permite que
o usuário possa acessar de qualquer lugar do mundo as mesmas mensagens que foram
copiadas para o seu computador. Permite também que o usuário possa escolher quais os
anexos que serão copiados com a mensagem. O IMAP é um protocolo mais atual e com
mais recursos em relação POP.
3) POP3 (Post Office Protocol): protocolo simples utilizado para obter mensagens contidas em
caixa postal remota, portanto, é um protocolo de recebimento de mensagens eletrônicas.
Quando o usuário utiliza POP3 para acessar a caixa postal, ele move todo o seu conteúdo
para o computador, deixando a caixa postal no provedor vazia.
4) HTTP(s) (Hypertext Transfer Protocol): Utilizado quando se acessa a caixa postal através do
navegador (webmail).

Acima o fluxo de mensagens quando remetente e destinatário utilizam webmail. Envio e


recebimento são feitos usando HTTP(s).

446 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – E-mail: Conceitos Gerais – Prof. Márcio Hunecke

Acima o fluxo de mensagens quando remetente e destinatário utilizam aplicativos para e-mail.
Envio utiliza sempre SMTP e o recebimento pode ser com POP ou com IMAP.

Principais pastas

As pastas são utilizadas para organizar as mensagens. Todas as soluções possuem as pastas
abaixo e também permitem a criação de novas, para atender as necessidades de cada usuário.
•• Entrada: também chamada de Caixa de Entrada. Nesta caixa, são armazenadas todas as
mensagens recebidas, sem exceção.
•• Saída: quando uma mensagem é composta e o aplicativo está em modo off-line, a
mensagem é armazenada nesta caixa até a conexão ser feita e aplicativo receber o
comando para a mensagem ser enviada ou, conforme a configuração, ela pode ser
enviada automaticamente quando o programa se tornar on-line. É possível escrever várias
mensagens em Modo off-line e depois se conectar para enviá-las todas de uma só vez.
•• Enviados: toda vez que uma mensagem é enviada, ela vai para o destinatário e também
fica armazenada na caixa de Enviados ou também chamada de Itens Enviados.
•• Lixeira: quando uma mensagem é excluída de uma pasta, ela vai para a Lixeira. Para
restaurar uma mensagem, é necessário movê-la para a caixa original. Quando se apaga
uma mensagem dessa pasta, ela será excluída permanentemente.
•• Rascunhos: pasta onde se pode manter uma mensagem que não se deseja enviar. Para
colocar uma mensagem nesta pasta, deve-se salvá-la, em vez de enviá-la.
•• Lixo eletrônico: pasta para onde as mensagens são movidas quando as ferramentas
detectarem ela como SPAM ou lixo eletrônico.

www.acasadoconcurseiro.com.br 447
Campos utilizados

Ao redigir uma nova mensagem, diversos campos estão disponíveis. Alguns são obrigatórios e
outros opcionais.

Janela Nova mensagem do Mozilla Thunderbird

Campo DE: já vem preenchido automaticamente com a conta padrão configurada. Se houver
mais de uma conta cadastrada, o remetente poderá alterar a conta padrão e enviar com outro
e-mail. Esse campo é o único que precisa estar preenchido.
Campo PARA: utilizado para o identificar o destinatário principal da mensagem. Campo pode
conter mais de um destinatário e é opcional, desde que algum destinatário seja incluído em
outro campo (CC ou CCO).
Campo CC: (com cópia ou cópia carbonada) utilizado para identificar o destinatário que deve
tomar conhecimento da mensagem ou também conhecido como destinatário secundário.
Campo pode conter mais de um destinatário e é opcional, desde que algum destinatário seja
incluído em outro campo (PARA ou CCO).
Campo CCO: (com cópia oculta ou cópia carbonada oculta) este campo permite que o usuário
envie mensagens para um ou mais destinatários sem que os que receberam, por intermédio de
Para e Cc, fiquem sabendo. Campo pode conter mais de um destinatário e é opcional, desde
que algum destinatário seja incluído em outro campo (PARA ou CC).
Campo Assunto: digite um título para a mensagem. Campo opcional, mas se não for preenchido,
provavelmente será alertado ao enviar a mensagem.

448 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – E-mail: Conceitos Gerais – Prof. Márcio Hunecke

Campo Anexar: Clique no botão “Anexar”, normalmente representado por um clips , selecione
o arquivo a ser anexado e clique “Abrir”. Em seguida, clique em Anexar. O tamanho máximo de
cada arquivo anexo, pode variar de uma solução para outra, mas atualmente o tamanho
“máximo” aceitável fica em outro de 20Mb.

www.acasadoconcurseiro.com.br 449
Informática

ACESSO À DISTÂNCIA A COMPUTADORES

O acesso a distância entre computadores pode ser feito entre computadores diferentes.
Lembre-se que o importante é que eles consigam se comunicar através do mesmo protocolo.
Não é necessário que os computadores possuam a mesma configuração ou sistema operacional.
A tecnologia utilizada na comunicação pode ser através de cabos de fibra ótica, linha telefônica,
cabo coaxial, cabo de par trançado, satélite, rádio etc.

Área de trabalho remota


Esteja você se comunicando a partir de sua casa ou viajando para um local distante do escritório,
o Windows o ajudará a trabalhar onde você se encontra. Aprenda como conectar-se ao seu
escritório a partir de sua casa ou outro local e como alterar suas configurações dependendo do
local em que esteja e do que precise fazer.
Com a Área de trabalho remota no Windows, enquanto você estiver em outro computador,
poderá ter acesso a uma sessão do Windows que esteja sendo executada no seu computador.
Isso significa, por exemplo, que você pode se conectar de casa ao seu computador do trabalho e
ter acesso a todos os seus aplicativos, arquivos e recursos de rede, como se estivesse em frente
ao seu computador no trabalho. Você pode deixar programas sendo executados no trabalho e,
quando chegar em casa, poderá ver sua área de trabalho exibida no computador de casa, com
os mesmos programas em execução.
Quando você se conecta ao computador do trabalho, a Área de trabalho remota o bloqueia
automaticamente para que ninguém mais possa acessar seus aplicativos e arquivos enquanto
você estiver fora. Ao voltar para o computador no trabalho, pressione CTRL+ALT+DEL para
desbloqueá-lo.
A Área de trabalho remota permite várias situações, incluindo:
•• Trabalhar em casa - Acessar de casa o trabalho em andamento no computador do escritório,
incluindo acesso total a todos os dispositivos locais e remotos.
•• Colaborar - Leve a sua área de trabalho para o escritório de um amigo para depurar códigos,
atualizar uma apresentação de slides do Microsoft PowerPoint ou revisar um documento.
•• Para usar a Área de trabalho remota, você precisa do seguinte:
•• Um computador que esteja executando o Windows 7 Professional, Enterprise ou Ultimate
com uma conexão a uma rede local ou à Internet.
•• Um outro computador (computador doméstico) com acesso à rede local através de conexão
de rede, modem ou conexão VPN (rede virtual privada). Esse computador precisa ter o
componente Conexão de área de trabalho remota.
•• Contas de usuário e permissões apropriadas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 451
Assistência Remota

Algumas vezes, a melhor maneira de corrigir um problema é ter alguém que aponte como fazê-
lo. A Assistência Remota do Windows é uma maneira conveniente de alguém em quem você
confia, como um amigo ou uma pessoa do suporte técnico, conectar-se ao seu computador e
indicar-lhe uma solução, mesmo não estando perto. Para ajudar a garantir que apenas a pessoa
convidada se conectará ao seu computador usando a Assistência Remota do Windows, todas as
sessões serão criptografadas e protegidas por senha.

Ilustração de duas pessoas em locais diferentes usando a Assistência Remota do Windows para
trabalhar em um computador
Ao executar algumas etapas, você pode convidar alguém para se conectar ao seu computador.
Depois que estiver conectada, essa pessoa poderá ver a tela de seu computador e conversar
com você sobre o que ambos estão vendo. Com sua permissão, seu auxiliar poderá até mesmo
usar o mouse e o teclado dele para controlar seu computador e mostrar como corrigir o
problema. Você também pode ajudar outra pessoa da mesma maneira
Você pode conectar-se ao computador de outra pessoa da seguinte maneira:
•• Usando Conexão Fácil.
•• Usando um arquivo de convite.

Usando Conexão Fácil


Conexão Fácil é a maneira de conectar dois computadores que estejam executando o Windows
7 sem que haja necessidade de enviar um arquivo de convite. A primeira vez que você usa a
Conexão Fácil, a pessoa que está solicitando assistência recebe uma senha que deve ser for-
necida à pessoa que está oferecendo a assistência. Com essa senha, o auxiliar pode conectar

452 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Acesso à Distância a Computadores – Prof. Márcio Hunecke

diretamente os dois computadores. Depois que uma conexão entre os dois computadores tiver
sido estabelecida por meio da Conexão Fácil, informações de contato serão trocadas entre os
computadores. A próxima vez que você quiser se conectar para obter outra sessão de Assistên-
cia Remota, não será necessário trocar uma senha. É possível clicar rapidamente no nome de
contato da pessoa para estabelecer uma conexão.

Usando um arquivo de convite


Com essa opção, a pessoa que está solicitando a assistência fornece um arquivo de convite para
a pessoa que está oferecendo a ajuda. Um arquivo de convite é um tipo especial de arquivo
da Assistência Remota que você pode usar para se conectar ao computador de outra pessoa.
A pessoa que solicita a ajuda deve criar o arquivo de convite no próprio computador abrindo a
Assistência Remota e selecionando Convidar alguém confiável para ajudá-lo. Em seguida, essa
pessoa deverá enviar o arquivo de convite à pessoa que oferece assistência e fornecer a senha
associada a ele.
Há duas formas de enviar um arquivo de convite:
•• Enviá-lo em uma mensagem de e-mail.
•• Salvá-lo em um disco, um dispositivo de memória, como uma unidade flash USB ou um
local de rede.

VNC (Virtual Network Computing)

Virtual Network Computing (ou somente VNC) é um aplicativo gratuito desenhado para pos-
sibilitar interfaces gráficas remotas. Através deste software, usando o protocolo RFB (Remote
Frame Buffer) um usuário pode conectar-se a um computador remotamente, e utilizar as suas
funcionalidades visuais como se estivesse sentado em frente do computador.
Uma das grandes vantagens é poder fazer a conexão entre diferentes ambientes com Windows
e Linux.

Teamviewer

O TeamViewer é um pacote de software proprietário para acesso remoto, compartilhamento


de área de trabalho, conferência online e transferência de arquivos entre computadores. O pro-
grama opera dentro dos sistemas operacionais: Microsoft Windows, OS X, Linux, iOS, Android
e Windows Phone. Também é possível acessar uma máquina com Team Viewer via navegador
web. Enquanto o foco principal da aplicação é o acesso remoto a computadores, também estão
incluídos recursos de colaboração e de apresentação.

www.acasadoconcurseiro.com.br 453
Informática

TRANSFERÊNCIA DE ARQUIVOS E DADOS

Upload e Download
Em tecnologia, os termos download e upload são utilizados para referenciar a transmissão
de dados de um dispositivo para outro através de um canal de comunicação previamente
estabelecido.
O termo download está relacionado com a obtenção de conteúdo da Internet, onde um servidor
remoto hospeda dados que são acessados pelos clientes através de aplicativos específicos
que se comunicam com o servidor através de protocolos preestabelecidos, como é o caso do
navegador web que acessam os dados de um servidor web normalmente utilizando o protocolo
HTTP. De forma análoga, o termo upload faz referência a operação inversa a do download, isto
é, ao envio de conteúdo à Internet.
Apesar de serem termos com sentidos opostos, do ponto de vista técnico, a distinção de um
processo de transmissão entre download ou upload pode ser associada à uma questão de
perspectiva, pois sempre que um dispositivo faz download o dispositivo que interage ele faz
upload e vice-versa. No entanto, essa distinção é normalmente feita considerando a participação
do dispositivo que iniciou a transmissão de dados, seja obtendo ou disponibilizando.
Fonte: pt.wikipedia.org

Banda e Velocidades de transmissão

Banda Larga
O termo banda larga pode apresentar diferentes significados em diferentes contextos. A
recomendação I.113 do setor de Padronização da UIT define banda larga como a capacidade de
transmissão que é superior àquela da primária do ISDN a 2 ou 5 Megabits por segundo. O Brasil
ainda não tem uma regulamentação que indique qual é a velocidade mínima para uma conexão
ser considerada de banda larga. O significado já sofreu várias modificações conforme o tempo.
Inicialmente, banda larga era o nome usado para definir qualquer conexão à internet acima da
velocidade padrão dos modems analógicos (56 Kbps). Usando linhas analógicas convencionais,
a velocidade máxima de conexão é de 56 Kbps. Para obter velocidade acima desta tem-se
obrigatoriamente de optar por uma outra maneira de conexão do computador com o provedor.
Atualmente existem inúmeras soluções no mercado. O termo pode ser usado como oposição à
Banda estreita ou Banda base.
Fonte: pt.wikipedia.org

www.acasadoconcurseiro.com.br 455
Tipos de conexão à Internet e suas velocidades
Linha discada: conexão discada ou dial-up que utiliza como dispositivo um modem. Esse meio
de acesso é o mais barato e também mais lento. Sua taxa de transmissão máxima é de 56 Kbps
(kilobits por segundo). Enquanto em conexão, o telefone fica indisponível para outras ligações.
ADSL: dispositivo utilizado é um modem ADSL. Utiliza a linha telefônica, mas não ocupa a linha,
permitindo o acesso à internet e o uso simultâneo do telefone. A versão 2.2+ pode alcançar
velocidade de 25 Mbps. Para este tipo de conexão, o computador deverá possuir uma placa de
rede ou porta USB. Padrão atual é de 10 Mbps.
TV a cabo: dispositivo utilizado é um cable modem. Utiliza o cabo da TV a cabo e não a linha
telefônica. A velocidade padrão atual é de 10 Mbps. Pode alcançar 150 Mbps.
Celular: o dispositivo utilizado é um modem. Tecnologia 3G (3ª geração) funciona através das
antenas de celular e velocidade de 3 Mbps. A grande vantagem desse tipo de conexão é a
mobilidade, ou seja, enquanto estamos conectados poderemos nos deslocar dentro de uma
área de abrangência da rede, sem a necessidade de ficarmos em um lugar fixo. 4G é a sigla para
a Quarta Geração de telefonia móvel para prover velocidades de acesso entre 100 Mbps em
movimento e 1 Gbps em repouso, mantendo uma qualidade de serviço (QoS) de ponta a ponta
(ponto-a-ponto) de alta segurança para permitir oferecer serviços de qualquer tipo, a qualquer
momento e em qualquer lugar.

Outras velocidades de transmissão


Wireless 802.11b – Alcança uma velocidade de 11 Mbps padronizada pelo IEEE. Opera na
frequência de 2.4 GHz. Inicialmente suporta 32 usuários por ponto de acesso. Um ponto negativo
neste padrão é a alta interferência tanto na transmissão como na recepção de sinais, porque
funcionam a 2,4 GHz equivalentes aos telefones móveis, fornos micro-ondas e dispositivos
Bluetooth. O aspecto positivo é o baixo preço dos seus dispositivos, a largura de banda gratuita
bem como a disponibilidade gratuita em todo mundo. O 802.11b era amplamente utilizado por
provedores de internet sem fio.
Wireless 802.11g – Baseia-se na compatibilidade com os dispositivos 802.11b e oferece
uma velocidade de 54 Mbps. Funciona dentro da frequência de 2,4 GHz. Tem os mesmos
inconvenientes do padrão 802.11b (incompatibilidades com dispositivos de diferentes
fabricantes). A vantagem também é a velocidade.
Wireless 802.11n – Tem uma largura de banda 108 Mbps e um alcance de 70 metros. Opera nas
frequências 2,4GHz e 5GHz. É um padrão recente com uma nova tecnologia, MIMO (multiple
input, multiple output) que utiliza várias antenas para transferência de dados de um local para
outro. Os principais benefícios desta tecnologia são o aumento significativo da largura de banda
e o alcance que permite.
Cabo par Trançado – São os mais usados, pois têm um melhor custo benefício. Eles podem
ser comprados prontos em lojas de informática, ou feitos sob medida, ou ainda produzidos
pelo próprio usuário, e ainda são dez vezes mais rápidos que os cabos coaxiais. Surgiram com
a necessidade de se ter cabos mais flexíveis e com maior velocidade de transmissão. O nome
“par trançado” é muito conveniente, pois estes cabos são constituídos justamente por quatro
pares de cabos entrelaçados. Existem basicamente dois tipos de cabo par trançado: os Cabos

456 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Transferência de Arquivos e Dados – Prof. Márcio Hunecke

sem blindagem, chamados de UTP (Unshielded Twisted Pair), e os blindados conhecidos como
STP (Shielded Twisted Pair).
As velocidades mais usadas nas redes com o cabo par trançado são:
•• 10 Mbps (Ethernet)
•• 100 Mbps (Fast Ethernet)
•• 1000 Mbps (Gigabit Ethernet)

Questões da Casa das Questões

1. (60036) FGV - 2014 - DPE - Hardware, Conceitos Básicos de Informática


Observe o trecho de uma tela do Windows Explorer mostrando detalhes dos arquivos de uma
pasta.

Numa conexão de Internet estável com velocidade nominal de 16 Mbps, sem atrasos ou tráfego
concorrente, o tempo de transmissão do arquivo BK ZYX 04-02-2014 seria em torno de
a) 6 minutos.
b) 20 minutos.
c) 1 hora.
d) 3 horas.
e) 9 horas.

2. (73505) CESGRANRIO - 2014 - PETROBRÁS - Hardware, Conceitos Básicos de Informática


Um estagiário está participando de um treinamento de informática em determinada empresa.
Ao abordar o assunto de conceitos de organização de arquivos, o instrutor informa que um byte
a) equivale a 2 MB.
b) equivale a 1024 KB.
c) armazena 64 bits.
d) pode assumir 256 valores distintos.
e) é suficiente para representar o texto “CESG”.

3. (28009) FDRH - 2013 - BAGERGS - Hardware, Conceitos Básicos de Informática


O “Byte” e seus múltiplos (KB, MB, GB, TB, etc.) são usados como unidades de medida na
especificação de memória do computador.
Escolha a alternativa a seguir que representa o valor, em Bytes, de 2 MB.

www.acasadoconcurseiro.com.br 457
a) 2.000 Bytes.
b) 2.000 KBytes.
c) 2.048 Bytes.
d) 2.048 KBytes.
e) 2.000.000 Bytes.

Gabarito: 1. C 2. D 3. C

458 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática

APLICATIVOS DE ÁUDIO, VÍDEO, MULTIMÍDIA, USO DA INTERNET NA


EDUCAÇÃO, NEGÓCIOS, EMERGÊNCIAS E OUTROS DOMÍNIOS

Aplicativos de Áudio, Vídeo, Multimídia

Os principais aplicativos para CRIAÇÃO de conteúdo multimídia são o Microsoft PowerPoint,


do pacote Microsoft Office e o Impress, do pacote LibreOffice. Esse conteúdo, normalmente no
formato de slides, pode conter texto, áudio e vídeo.

Os principais aplicativos para EXECUÇÃO de conteúdo multimídia são:

•• Windows Media Player – é um programa reprodutor de mídia digital, ou


seja, áudio e vídeo em computadores pessoais. Produzido pela Microsoft,
está disponível gratuitamente para o Microsoft Windows, além de outras
plataformas, como Mac OS.

•• Windows Media Center – é um aplicativo feito pela Microsoft projetado


para servir como um centro de entretenimento doméstico, incluído no Win-
dows XP Media Center Edition, nas versões Home Premium e Ultimate do
Windows Vista, Home Premium, Professional e Ultimate do Windows 7.

•• RealPlayer – é um tocador de mídia de código fechado desenvolvido pela


RealNetworks destinado à execução de vídeos, músicas e programas de rá-
dio via Internet. Ele reproduz uma série de formatos multimídia, incluindo
MP3, MPEG-4, QuickTime, Windows Media e várias versões de codecs.

•• QuickTime (conhecido também como QT) é uma estrutura de suporte (fra-


mework) multimídia, marca registrada, desenvolvida pela Apple, Inc., capaz
de executar formatos de vídeo digital, mídia clips, som, texto, animação, mú-
sica e vários tipos de imagens panorâmicas interativas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 459
Principais extensões de arquivos

•• Imagens / Fotos / Figuras – BMP, PNG, JPG, JPEG, GIF.


•• Apresentações – PPT e PPTX (Microsoft PowerPoint) e ODP (LibreOffice Impress).
•• Somente áudio – WMA (Windows Media Áudio) e MP3 (MPEG layer 3).
•• Vídeo – WMV (Windows Media Vídeo), MP4 (MPEG layer 4), AVI, MPEG, MOV (QuickTime).
•• Animações Flash – SWF (Shockwave Flash).

Conceitos importantes

Codec – são dispositivos de software ou hardware capazes de codificar e/ou decodificar dados
e sinais digitais. A sigla nada mais é do que a junção das palavras em inglês coder e decoder
(codificador e decodificador). Estes dispositivos são usados em programas que gravam e repro-
duzem vídeos, sons e imagens. Imagine uma carta escrita em português. Para alguém entender
esta carta em qualquer outro lugar do mundo, é necessário que a pessoa entenda português.
Quem não sabe ler neste idioma, precisará encontrar uma pessoa que traduza o que está escri-
to. É assim que os codecs funcionam, eles são os responsáveis pela tradução do conteúdo.
Streaming – é uma tecnologia que envia informações multimídia, através da transferência de
dados, utilizando redes de computadores, especialmente a Internet, e foi criada para tornar
as conexões mais rápidas. Um grande exemplo de streaming, é o site Youtube, que utiliza essa
tecnologia para transmitir vídeos em tempo real.

Uso da Internet na Educação, Negócios, Emergências e outros Domínios

Conceitos importantes
EAD – Educação à distância é uma modalidade de educação mediada por tecnologias em que
alunos e professores estão separados espacial e/ou temporalmente, ou seja, não estão fisica-
mente presentes em um ambiente presencial de ensino-aprendizagem.
Na educação à distância, professores e alunos estão conectados, interligados, por tecnologias
chamadas telemáticas, como a internet e em especial as hipermídias, mas também podem ser
utilizados outros recursos de comunicação, tais como carta, rádio, televisão, vídeo, CD-ROM,
telefone, fax, celular, iPod, notebook etc.
A Educação apoiada pelas novas tecnologias digitais foi enormemente impulsionada assim que
a banda larga começou a se firmar, e a Internet passou a ser potencialmente um veículo para a
comunicação a distância.

460 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Aplicativos de Áudio, Vídeo e Multimídia – Prof. Márcio Hunecke

A EAD caracteriza-se pelo estabelecimento de uma comunicação de múltiplas vias, suas possi-
bilidades ampliaram-se em meio às mudanças tecnológicas como uma modalidade alternativa
para superar limites de tempo e espaço
O ambiente virtual de aprendizagem ou LMS (Learning Management System) é um software
baseado na Internet que facilita a gestão de cursos no ambiente virtual. Existem diversos pro-
gramas disponíveis no mercado de forma gratuita ou não. O Blackboard é um exemplo de Am-
biente Virtual de Aprendizagem pago e o Moodle é um sistema gratuito e de código aberto.
SCORM – Sharable Content Object Reference Model é uma coleção de padrões e especificações
para e-learning baseado na web. A norma SCORM define comunicações entre o conteúdo do
lado do cliente e um host/anfitrião chamado de ambiente de execução (comumente uma fun-
ção de um LMS (Learning Management System – Sistema de Gerenciamento de Aprendizado).
BIG DATA – refere-se a um grande conjunto de dados armazenados e se baseia em 5 V's: velo-
cidade, volume, variedade, veracidade e valor. Big Data é um termo amplamente utilizado na
atualidade para nomear conjuntos de dados muito grandes ou complexos, que os aplicativos de
processamento de dados tradicionais ainda não conseguem lidar. Este termo muitas vezes se
refere ao uso de análise preditiva e de alguns outros métodos avançados para extrair valor dos
dados. A Big Data pode ser utilizada na EAD para se entender as preferências e necessidades
de aprendizagem dos alunos e, assim, contribuir para soluções mais eficientes de educação
mediada por tecnologia.

www.acasadoconcurseiro.com.br 461
Informática

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO – CONCEITOS GERAIS

Triade CIDA

A Segurança da Informação se refere à proteção existente sobre as informações de uma


determinada empresa ou pessoa, isto é, aplica-se tanto às informações corporativas quanto
às informações pessoais. Entende-se por informação todo e qualquer conteúdo ou dado que
tenha valor para alguma organização ou pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito ou
exposta ao público para consulta ou aquisição.
Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou não de ferramentas) para a definição do nível
de segurança existente e, com isto, serem estabelecidas as bases para análise da melhoria ou
piora da situação de segurança existente. A segurança de uma determinada informação pode
ser afetada por fatores comportamentais e de uso de quem se utiliza dela, pelo ambiente ou
infraestrutura que a cerca ou por pessoas mal-intencionadas que têm o objetivo de furtar,
destruir ou modificar tal informação.
A tríade CIA (Confidentiality, Integrity and Availability) – Confidencialidade, Integridade e
Disponibilidade – representa os principais atributos que, atualmente, orientam a análise, o
planejamento e a implementação da segurança para um determinado grupo de informações
que se deseja proteger. Outros atributos importantes são a irretratabilidade e a autenticidade.
Com a evolução do comércio eletrônico e da sociedade da informação, a privacidade é também
uma grande preocupação.
Portanto, os atributos básicos, segundo os padrões internacionais (ISO/IEC 17799:2005), são os
seguintes:
Confidencialidade – propriedade que limita o acesso a informação tão somente às entidades
legítimas, ou seja, àquelas autorizadas pelo proprietário da informação. A criptografia é a
principal técnica utilizada para proteger a confidencialidade.
Integridade – propriedade que garante que à informação manipulada mantenha todas as
características originais estabelecidas pelo proprietário da informação, incluindo controle de
mudanças e garantia do seu ciclo de vida (nascimento, manutenção e destruição). A assinatura
digital é a principal técnica utilizada para proteger a integridade.
Disponibilidade – propriedade que garante que a informação esteja sempre disponível para
o uso legítimo, ou seja, por aqueles usuários autorizados pelo proprietário da informação. O
backup (becape) é uma das técnicas utilizadas para proteger a disponibilidade.

www.acasadoconcurseiro.com.br 463
Autenticidade – propriedade que garante que a informação é proveniente da fonte anunciada
e que não foi alvo de mutações ao longo de um processo. A assinatura digital é utilizada para
proteger a integridade.
Irretratabilidade ou não repúdio – propriedade que garante a impossibilidade de negar a
autoria em relação a uma transação anteriormente feita.

Autenticação, Autorização e Auditoria (AAA)

Autenticação é o ato de estabelecer ou confirmar algo (ou alguém) como autêntico, isto é,
que reivindica a autoria ou a veracidade de alguma coisa. A autenticação também remete à
confirmação da procedência de um objeto ou pessoa, neste caso, frequentemente relacionada
com a verificação da sua identidade.
Mecanismos ou Fatores de Autenticação:

1. Autenticação baseada no conhecimento (SABER) – Login e senha

2. Autenticação baseada na propriedade (TER) – Token / Smart card com PIN (senha do cartão)

3. Autenticação baseada na característica (SER) – Digital / Palma da mão / Íris


Cada mecanismo possui suas vantagens e desvantagens, devendo ser os mesmos aplicados
de modo a atender à necessidade do negócio visando garantir a autenticidade das entidades
envolvidas. O que vai definir qual dos métodos será adotado é o valor da informação a ser
protegida para as entidades envolvidas, cujo o risco deverá ser aceito em níveis aceitáveis.
Frequentemente é utilizada uma combinação de dois ou mais métodos.
Autorização é o mecanismo responsável por garantir que apenas usuários autorizados
consumam os recursos protegidos de um sistema computacional. Os recursos incluem arquivos,
programas de computador, dispositivos de hardware e funcionalidades disponibilizadas por
aplicações instaladas em um sistema. Podem ser consideradas consumidores de recursos as
pessoas que utilizam um sistema através de uma interface, programas e outros dispositivos de
um computador.
O processo de autorização decide se uma pessoa, programa ou dispositivo X tem permissão
para acessar determinado dado, programa de computador ou serviço Y. A maioria dos sistemas
operacionais modernos possuem processos de autorização. Após um usuário ser autenticado,
o sistema de autorização verifica se foi concedida permissão para o uso de determinado
recurso. As permissões são normalmente definidas por um administrador do sistema na forma
de "políticas de aplicação de segurança", como as ACLs (listas de controle de acesso) ou uma
"capacidade", com base no "princípio do privilégio mínimo": os consumidores terão permissão
apenas para acessar os recursos necessários para realizar a sua tarefa.
Auditoria é uma referência à coleta da informação relacionada à utilização de recursos de
rede pelos usuários. Esta informação pode ser utilizada para gerenciamento, planejamento,
cobrança, etc. A auditoria em tempo real ocorre quando as informações relativas aos usuários
são trafegadas no momento do consumo dos recursos. Na auditoria em batch as informações

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Informática – Segurança da Informação – Prof. Márcio Hunecke

são gravadas e enviadas posteriormente. As informações que são tipicamente relacionadas


com este processo são a identidade do usuário, a natureza do serviço entregue, o momento em
que o serviço se inicia e o momento do seu término.

Contas e senhas

Uma conta de usuário, também chamada de "nome de usuário", "nome de login" e username,
corresponde à identificação única de um usuário em um computador ou serviço. Por meio das
contas de usuário, é possível que um mesmo computador ou serviço seja compartilhado por
diversas pessoas, pois permite, por exemplo, identificar unicamente cada usuário, separar as
configurações específicas de cada um e controlar as permissões de acesso.
A sua conta de usuário é de conhecimento geral e é o que
permite a sua identificação. Ela é, muitas vezes, derivada
do seu próprio nome, mas pode ser qualquer sequência
de caracteres que permita que você seja identificado
unicamente, como o seu endereço de e-mail. Para garantir
que ela seja usada apenas por você, e por mais ninguém, é
que existem os mecanismos de autenticação.
Existem três grupos básicos de mecanismos de autenticação,
que se utilizam de: aquilo que você é (informações
biométricas, como a sua impressão digital, a palma da sua mão, a sua voz e o seu olho), aquilo
que apenas você possui (como seu cartão de senhas bancárias e um token gerador de senhas)
e, finalmente, aquilo que apenas você sabe (como perguntas de segurança e suas senhas).
Uma senha, ou password, serve para autenticar uma conta, ou seja, é usada no processo de
verificação da sua identidade, assegurando que você é realmente quem diz ser e que possui
o direito de acessar o recurso em questão. É um dos principais mecanismos de autenticação
usados na Internet devido, principalmente, à simplicidade que possui.
Se uma outra pessoa souber a sua conta de usuário e tiver acesso à sua senha ela poderá usá-
las para se passar por você na Internet e realizar ações em seu nome, como:
•• Acessar a sua conta de correio eletrônico e ler seus e-mails, enviar mensagens de spam e/
ou contendo phishing e códigos maliciosos, furtar sua lista de contatos e pedir o reenvio
de senhas de outras contas para este endereço de e-mail (e assim conseguir acesso a elas);
•• Acessar o seu computador e obter informações sensíveis nele armazenadas, como senhas
e números de cartões de crédito;
•• Utilizar o seu computador para esconder a real identidade desta pessoa (o invasor) e,
então, desferir ataques contra computadores de terceiros;
•• Acessar sites e alterar as configurações feitas por você, de forma a tornar públicas
informações que deveriam ser privadas;
•• Acessar a sua rede social e usar a confiança que as pessoas da sua rede de relacionamento
depositam em você para obter informações sensíveis ou para o envio de boatos, mensagens
de spam e/ou códigos maliciosos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 465
Algumas das formas como a sua senha pode ser descoberta são:
•• Ao ser usada em computadores infectados. Muitos códigos maliciosos, ao infectar um
computador, armazenam as teclas digitadas (inclusive senhas), espionam o teclado pela
webcam (caso você possua uma e ela esteja apontada para o teclado) e gravam a posição
da tela onde o mouse foi clicado;
•• Ao ser usada em sites falsos. Ao digitar a sua senha em um site falso, achando que está no
site verdadeiro, um atacante pode armazená-la e, posteriormente, usá-la para acessar o
site verdadeiro e realizar operações em seu nome;
•• Por meio de tentativas de adivinhação;
•• Ao ser capturada enquanto trafega na rede, sem estar criptografada;
•• Por meio do acesso ao arquivo onde a senha foi armazenada, caso ela não tenha sido
gravada de forma criptografada;
•• Com o uso de técnicas de engenharia social, como forma a persuadi-lo a entregá-la
voluntariamente;
•• Pela observação da movimentação dos seus dedos no teclado ou dos cliques do mouse em
teclados virtuais.

Cuidados a serem tomados ao usar suas contas e senhas:


•• Certifique-se de não estar sendo observado ao digitar as suas senhas;
•• Não forneça as suas senhas para outra pessoa, em hipótese alguma;
•• Certifique-se de fechar a sua sessão ao acessar sites que requeiram o uso de senhas. Use a
opção de sair (logout), pois isso evita que suas informações sejam mantidas no navegador;
•• Elabore boas senhas;
•• Altere as suas senhas sempre que julgar necessário;
•• Não use a mesma senha para todos os serviços que acessa;
•• Ao usar perguntas de segurança para facilitar a recuperação de senhas, evite escolher
questões cujas respostas possam ser facilmente adivinhadas;
•• Certifique-se de utilizar serviços criptografados quando o acesso a um site envolver o
fornecimento de senha;
•• Procure manter sua privacidade, reduzindo a quantidade de informações que possam ser
coletadas sobre você, pois elas podem ser usadas para adivinhar a sua senha, caso você
não tenha sido cuidadoso ao elaborá-la;
•• Mantenha a segurança do seu computador;
•• Seja cuidadoso ao usar a sua senha em computadores potencialmente infectados ou
comprometidos. Procure, sempre que possível, utilizar opções de navegação anônima.

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Informática – Segurança da Informação – Prof. Márcio Hunecke

•• Uma senha boa, bem elaborada, é aquela que é difícil de ser descoberta (forte) e fácil
de ser lembrada. Não convém que você crie uma senha forte se, quando for usá-la, não
conseguir recordá-la. Também não convém que você crie uma senha fácil de ser lembrada
se ela puder ser facilmente descoberta por um atacante.

Alguns elementos que você não deve usar na elaboração de suas senhas são:
Qualquer tipo de dado pessoal: evite nomes, sobrenomes, contas de usuário, números de
documentos, placas de carros, números de telefones e datas (estes dados podem ser facilmente
obtidos e usados por pessoas que queiram tentar se autenticar como você).
Sequências de teclado: evite senhas associadas à proximidade entre os caracteres no teclado,
como "1qaz2wsx" e "QwerTAsdfG", pois são bastante conhecidas e podem ser facilmente
observadas ao serem digitadas.
Palavras que façam parte de listas: evite palavras presentes em listas publicamente conhecidas,
como nomes de músicas, times de futebol, personagens de filmes, dicionários de diferentes
idiomas, etc. Existem programas que tentam descobrir senhas combinando e testando estas
palavras e que, portanto, não devem ser usadas.

Alguns elementos que você deve usar na elaboração de suas senhas são:
Números aleatórios: quanto mais ao acaso forem os números usados melhor, principalmente
em sistemas que aceitem exclusivamente caracteres numéricos.
Grande quantidade de caracteres: quanto mais longa for a senha, mais difícil será descobri-
la. Apesar de senhas longas parecerem, a princípio, difíceis de serem digitadas, com o uso
frequente elas acabam sendo digitadas facilmente.
Diferentes tipos de caracteres: quanto mais "bagunçada" for a senha mais difícil será descobri-
la. Procure misturar caracteres, como números, sinais de pontuação e letras maiúsculas e
minúsculas. O uso de sinais de pontuação pode dificultar bastante que a senha seja descoberta,
sem necessariamente torná-la difícil de ser lembrada.

Algumas dicas práticas que você pode usar na elaboração de boas senhas são:
Selecione caracteres de uma frase: baseie-se em uma frase e selecione a primeira, a segunda
ou a última letra de cada palavra. Exemplo: com a frase "O Cravo brigou com a Rosa debaixo de
uma sacada" você pode gerar a senha "?OCbcaRddus" (o sinal de interrogação foi colocado no
início para acrescentar um símbolo à senha).
Utilize uma frase longa: escolha uma frase longa, que faça sentido para você, que seja fácil de
ser memorizada e que, se possível, tenha diferentes tipos de caracteres. Evite citações comuns
(como ditados populares) e frases que possam ser diretamente ligadas a você (como o refrão
de sua música preferida). Exemplo: se quando criança você sonhava em ser astronauta, pode
usar como senha "1 dia ainda verei os anéis de Saturno!!!".

www.acasadoconcurseiro.com.br 467
Faça substituições de caracteres: invente um padrão de substituição baseado, por exemplo,
na semelhança visual ("w" e "vv") ou de fonética ("ca" e "k") entre os caracteres. Crie o seu
próprio padrão pois algumas trocas já são bastante óbvias. Exemplo: duplicando as letras "s"
e "r", substituindo "o" por "0" (número zero) e usando a frase "Sol, astro-rei do Sistema Solar"
você pode gerar a senha "SS0l, asstrr0-rrei d0 SSisstema SS0larr".
Existem serviços que permitem que você teste a complexidade de uma senha e que, de acordo
com critérios, podem classificá-la como sendo, por exemplo, "muito fraca", "fraca", "forte"
ou "muito forte". Ao usar estes serviços, é importante ter em mente que, mesmo que uma
senha tenha sido classificada como "muito forte", pode ser que ela não seja uma boa senha
caso contenha dados pessoais que não são de conhecimento do serviço, mas que podem ser
de conhecimento de um atacante. Apenas você é capaz de definir se a senha elaborada é
realmente boa!

Ameaças e Riscos

Acesso a conteúdo impróprios ou ofensivos: ao navegar você pode se deparar com páginas
que contenham pornografia, que atentem contra a honra ou que incitem o ódio e o racismo.
Contato com pessoas mal-intencionadas: existem pessoas que se aproveitam da falsa sensação
de anonimato da Internet para aplicar golpes, tentar se passar por outras pessoas e cometer
crimes como, por exemplo, estelionato, pornografia infantil e sequestro.
Furto de identidade: assim como você pode ter contato direto com impostores, também pode
ocorrer de alguém tentar se passar por você e executar ações em seu nome, levando outras
pessoas a acreditarem que estão se relacionando com você, e colocando em risco a sua imagem
ou reputação.
Furto e perda de dados: os dados presentes em seus equipamentos conectados à Internet
podem ser furtados e apagados, pela ação de ladrões, atacantes e códigos maliciosos.
Invasão de privacidade: a divulgação de informações pessoais pode comprometer a sua
privacidade, de seus amigos e familiares e, mesmo que você restrinja o acesso, não há como
controlar que elas não serão repassadas. Além disso, os sites costumam ter políticas próprias
de privacidade e podem alterá-las sem aviso prévio, tornando público aquilo que antes era
privado.
Divulgação de boatos: as informações na Internet podem se propagar rapidamente e atingir
um grande número de pessoas em curto período de tempo. Enquanto isto pode ser desejável
em certos casos, também pode ser usado para a divulgação de informações falsas, que podem
gerar pânico e prejudicar pessoas e empresas.
Dificuldade de exclusão: aquilo que é divulgado na Internet nem sempre pode ser totalmente
excluído ou ter o acesso controlado. Uma opinião dada em um momento de impulso pode ficar
acessível por tempo indeterminado e pode, de alguma forma, ser usada contra você e acessada
por diferentes pessoas, desde seus familiares até seus chefes.
Dificuldade de detectar e expressar sentimentos: quando você se comunica via Internet não
há como observar as expressões faciais ou o tom da voz das outras pessoas, assim como elas

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Informática – Segurança da Informação – Prof. Márcio Hunecke

não podem observar você (a não ser que você esteja utilizando webcams e microfones). Isso
pode dificultar a percepção do risco, gerar mal-entendidos e interpretações dúbias.
Dificuldade de manter sigilo: no seu dia a dia é possível ter uma conversa confidencial com
alguém e tomar cuidados para que ninguém mais tenha acesso ao que está sendo dito. Na
Internet, caso não sejam tomados os devidos cuidados, as informações podem trafegar ou ficar
armazenadas de forma que outras pessoas tenham acesso ao conteúdo.
Uso excessivo: o uso desmedido da Internet, assim como de outras tecnologias, pode colocar
em risco a sua saúde física, diminuir a sua produtividade e afetar a sua vida social ou profissional.
Plágio e violação de direitos autorais: a cópia, alteração ou distribuição não autorizada
de conteúdos e materiais protegidos pode contrariar a lei de direitos autorais e resultar em
problemas jurídicos e em perdas financeiras.

Criptografia

A palavra criptografia tem origem grega e significa a arte de escrever em códigos de forma
a esconder a informação na forma de um texto incompreensível. A informação codificada é
chamada de texto cifrado. O processo de codificação ou ocultação é chamado de cifragem,
e o processo inverso, ou seja, obter a informação original a partir do texto cifrado, chama-se
decifragem.
A cifragem e a decifragem são realizadas por programas de computador chamados de cifradores
e decifradores. Um programa cifrador ou decifrador, além de receber a informação a ser cifrada
ou decifrada, recebe um número-chave que é utilizado para definir como o programa irá se
comportar. Os cifradores e decifradores se comportam de maneira diferente para cada valor da
chave. Sem o conhecimento da chave correta não é possível decifrar um dado texto cifrado.
Assim, para manter uma informação secreta, basta cifrar a informação e manter em sigilo a
chave.
Atualmente existem dois tipos de crip-
tografia: a simétrica e a de chave pú-
blica. A criptografia simétrica realiza a
cifragem e a decifragem de uma infor-
mação por meio de algoritmos que uti-
lizam a mesma chave, garantindo sigilo
na transmissão e armazenamento de
dados. Como a mesma chave deve ser
utilizada na cifragem e na decifragem,
a chave deve ser compartilhada entre
quem cifra e quem decifra os dados. O
processo de compartilhar uma chave é
conhecido como troca de chaves. A tro-
ca de chaves deve ser feita de forma segura, uma vez que todos que conhecem a chave podem
decifrar a informação cifrada ou mesmo reproduzir uma informação cifrada.

www.acasadoconcurseiro.com.br 469
Os algoritmos de chave pública operam com duas chaves distintas: chave privada e chave
pública. Essas chaves são geradas simultaneamente e são relacionadas entre si, o que possibilita
que a operação executada por uma seja revertida pela outra. A chave privada deve ser mantida
em sigilo e protegida por quem gerou as chaves. A chave pública é disponibilizada e tornada
acessível a qualquer indivíduo que deseje se comunicar com o proprietário da chave privada
correspondente.

Assinatura Digital

Existem diversos métodos para assinar digitalmente documentos, os quais estão em


constante evolução. Porém de maneira resumida uma assinatura típica envolve dois processos
criptográficos: o hash (resumo criptográfico) e a encriptação deste hash.
Em um primeiro momento, é gerado um resumo criptográfico da mensagem por meio de
algoritmos complexos (exemplos: MD5, SHA-1, SHA-256) que reduzem qualquer mensagem
sempre a um resumo de mesmo tamanho. A este resumo criptográfico se dá o nome de hash.
O mesmo método de autenticação dos algoritmos de criptografia de chave pública operando
em conjunto com uma função resumo, também conhecido como função de hash, é chamado
de assinatura digital.
O resumo criptográfico é o resultado retornado por uma função de hash. Este pode ser
comparado a uma impressão digital, pois cada documento possui um valor único de resumo e
até mesmo uma pequena alteração no documento, como a inserção de um espaço em branco,
resulta em um resumo completamente diferente.
A vantagem da utilização de resumos criptográficos no processo de autenticação é o aumento
de desempenho, pois os algoritmos de criptografia assimétrica são muito lentos. A submissão
de resumos criptográficos ao processo de cifragem com a chave privada reduz o tempo de
operação para gerar uma assinatura por serem os resumos, em geral, muito menores que o
documento em si. Assim, consomem um tempo baixo e uniforme, independentemente do
tamanho do documento a ser assinado.

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Informática – Segurança da Informação – Prof. Márcio Hunecke

Na assinatura digital, o documento não sofre qualquer alteração e o hash cifrado com a chave
privada é anexado ao documento.
Para comprovar uma assinatura digital, é necessário inicialmente realizar duas operações:
calcular o resumo criptográfico do documento e decifrar a assinatura com a chave pública
do signatário. Se forem iguais, a assinatura está correta, o que significa que foi gerada pela
chave privada corresponde à chave pública utilizada na verificação e que o documento está
íntegro. Caso sejam diferentes, a assinatura está incorreta, o que significa que pode ter havido
alterações no documento ou na assinatura pública.
A semelhança entre a assinatura digital e a assinatura manuscrita restringe-se ao princípio de
atribuição de autoria a um documento. Na manuscrita, as assinaturas seguem um padrão, sendo
semelhantes entre si e possuindo características pessoais e biométricas de cada indivíduo.
Ela é feita sobre algo tangível, o papel, responsável pela vinculação da informação impressa
à assinatura. A veracidade da assinatura manuscrita é feita por uma comparação visual a uma
assinatura verdadeira tal como aquela do documento de identidade oficial.

Firewall

Firewall é um software ou hardware que verifica informações


vindas da Internet ou de uma rede, rejeitando-as ou permitindo
que elas passem e entrem no seu computador, dependendo
das configurações definidas. Com isso, o firewall pode ajudar
a impedir o acesso de hackers e software mal-intencionado ao
seu computador.
O Firewall do Windows vem incorporado ao Windows e é
ativado automaticamente.

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Se você executar um programa como o de mensagens
instantâneas (Skype) ou um jogo em rede com vários
participantes, que precise receber informações da
Internet ou de uma rede, o firewall perguntará se
você deseja bloquear ou desbloquear (permitir) a
conexão. Se você optar por desbloquear a conexão,
o Firewall do Windows criará uma exceção para que
você não se preocupe com o firewall quando esse
programa precisar receber informações no futuro.

VPN

Rede Privada Virtual (VPN) é uma rede de comunicações privada normalmente utilizada por
uma empresa ou um conjunto de empresas e/ou instituições, construída em cima de uma rede
de comunicações pública (como, por exemplo, a Internet). O tráfego de dados é levado pela
rede pública utilizando protocolos padrão, normalmente seguros.
Uma VPN é uma conexão es-
tabelecida sobre uma infraes-
trutura pública ou comparti-
lhada, usando tecnologias de
tunelamento e criptografia
para manter seguros os da-
dos trafegados. VPNs seguras
usam protocolos de cripto-
grafia por tunelamento que
fornecem confidencialidade,
autenticação e integridade ne-
cessárias para garantir a priva-
cidade das comunicações requeridas. Quando adequadamente implementados, estes protoco-
los podem assegurar comunicações seguras através de redes inseguras.

Políticas de Segurança

De acordo com o RFC 2196 (The Site Security Handbook), uma política de segurança consiste
num conjunto formal de regras que devem ser seguidas pelos utilizadores dos recursos de uma
organização.
As políticas de segurança devem ter implementação realista e definir claramente as áreas
de responsabilidade dos utilizadores, do pessoal de gestão de sistemas e redes e da direção.
Deve também se adaptar às alterações na organização. As políticas de segurança fornecem um
enquadramento para a implementação de mecanismos de segurança, definem procedimentos
de segurança adequados, processos de auditoria à segurança e estabelecem uma base para
procedimentos legais na sequência de ataques.

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Informática – Segurança da Informação – Prof. Márcio Hunecke

O documento que define a política de segurança deve deixar de fora todos os aspectos técnicos
de implementação dos mecanismos de segurança, pois essa implementação pode variar ao
longo do tempo. Deve ser também um documento de fácil leitura e compreensão, além de
resumido.
Algumas normas definem aspectos que devem ser levados
em consideração ao elaborar políticas de segurança. Entre
essas normas estão a BS 7799 (elaborada pela British
Standards Institution) e a NBR ISO/IEC 17799 (a versão
brasileira desta primeira). A ISO começou a publicar a
série de normas 27000, em substituição à ISO 17799 (e
por conseguinte à BS 7799), das quais a primeira, ISO
27001, foi publicada em 2005.
Existem duas filosofias por trás de qualquer política de segurança: a proibitiva (tudo que não
é expressamente permitido é proibido) e a permissiva (tudo que não é proibido é permitido).

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Informática

BACKUP

Em informática, cópia de segurança (em inglês: backup) é a cópia de dados de um dispositivo


de armazenamento a outro para que possam ser restaurados em caso da perda dos dados
originais, o que pode envolver apagamentos acidentais ou corrupção de dados.
Meios difundidos de cópias de segurança incluem CD (700 Mb), DVD (4,7 Gb ou 9,4 Gb), BlueRay
(25 Gb ou 50 Gb), disco rígido (até 4 Tb), disco rígido externo (até 4 Tb), Pendrive (até 1 Tb),
fita magnética (até 350 Gb) e cópia externa (backup online). Esta transporta os dados, por uma
rede como a Internet, para outro ambiente, geralmente para equipamentos mais sofisticados,
de grande porte e alta segurança.

Tipos de backup
Os utilitários de backup oferecem geralmente suporte a cinco métodos para backup de dados
no computador ou na rede.

Backup de cópia
Um backup de cópia copia todos os arquivos selecionados, mas não os marca como arquivos
que passaram por backup (ou seja, o atributo de arquivo não é desmarcado). A cópia é útil caso
você queira fazer backup de arquivos entre os backups normal e incremental, pois ela não afeta
essas outras operações de backup.

Backup diário
Um backup diário copia todos os arquivos selecionados que foram modificados no dia de
execução do backup diário. Os arquivos não são marcados como arquivos que passaram por
backup (o atributo de arquivo não é desmarcado).

Backup diferencial
Um backup diferencial copia arquivos criados ou alterados desde o último backup normal ou
incremental. Ele não marca os arquivos como arquivos que passaram por backup (o atributo de
arquivo não é desmarcado). Se você estiver executando uma combinação dos backups normal
e diferencial, a restauração de arquivos e pastas exigirá o último backup normal e o último
backup diferencial.

www.acasadoconcurseiro.com.br 475
Backup incremental
Um backup incremental copia somente os arquivos criados ou alterados desde o último backup
normal ou incremental e os marca como arquivos que passaram por backup (o atributo de
arquivo é desmarcado). Se você utilizar uma combinação dos backups normal e incremental,
precisará do último conjunto de backup normal e de todos os conjuntos de backups incrementais
para restaurar os dados.

Backup normal
Um backup normal copia todos os arquivos selecionados e os marca como arquivos que
passaram por backup (ou seja, o atributo de arquivo é desmarcado). Com backups normais,
você só precisa da cópia mais recente do arquivo ou da fita de backup para restaurar todos os
arquivos. Geralmente, o backup normal é executado quando você cria um conjunto de backup
pela primeira vez.
O backup dos dados que utiliza uma combinação de backups normal e incremental exige menos
espaço de armazenamento e é o método mais rápido. No entanto, a recuperação de arquivos
pode ser difícil e lenta porque o conjunto de backup pode estar armazenado em vários discos
ou fitas.
O backup dos dados que utiliza uma combinação dos backups normal e diferencial é mais
longo, principalmente se os dados forem alterados com frequência, mas facilita a restauração
de dados, porque o conjunto de backup geralmente é armazenado apenas em alguns discos ou
fitas.

476 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática
Aula XX

NOVAS TECNOLOGIAS E OUTROS

As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) são um conjunto de recursos tecnológicos


integrados entre si, que proporcionam, por meio das funções tecnológicas, a simplificação da
comunicação nos processos de negócios, da pesquisa científica, de ensino e aprendizagem.
Correspondem a todas as tecnologias que interferem nos processos informacionais e
comunicativos dos seres.
As Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC), abrangem Hardware, Software,
Tecnologias associadas às Redes de Comunicação, Linguagens de Programação e Bases de Dados.
São as tecnologias e métodos surgidos no contexto da Revolução Informacional, Revolução
Telemática ou Terceira Revolução Industrial, desenvolvidas gradativamente desde a segunda
metade da década de 1970 e, principalmente, a partir de 1990. A maioria delas caracteriza-se
por agilizar a comunicação, por meio da digitalização e das redes de telecomunicações, com a
captação, transmissão e distribuição de informação multimídia (texto, imagem, vídeo e som).
A enciclopédia livre (Wikipédia) chegou a criar um portal para reunir as últimas informações
relacionadas à Tecnologia da Informação, mas o site tem poucas atualizações e uso bem
restrito. O endereço do Portal é:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Portal:Tecnologias_de_informa%C3%A7%C3%A3o

Categorias das NTIC e alguns destaques:


•• Computadores pessoais (PCs) – dispositivos de armazenamento como CDs, DVDs, BDs (blu-
ray com capacidade de 25 a 50Gb), discos SSD (solid-state drive com capacidade em torno
de 500Gb), cartões de memória e pen drives.
•• Telefonia móvel – Smartphones com 3G ou 4G para transmissão de dados.
•• TV – TV digital, TV a cabo, Satélite e no passado Antena parabólica.
•• Correio eletrônico (e-mail) – uso cada vez mais frequente dos webmails.
•• Internet – Navegadores, Websites, Streaming e Cloud Computing (Computação em
Nuvem pode ser definido como um modelo computacional no qual o processamento,
armazenamento ou softwares estão em algum lugar e são acessadas via internet).
•• Tecnologias de digitalização – Scanners, Fotografia e vídeos digitais.
•• Tecnologias Wireless – Infravermelho e Bluetooth (curtas distâncias, máximo 10 metros) e
Wi-Fi (distâncias maiores em torno de 250 metros).

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Exemplos de Questões

1. Quando o assunto são novas tecnologias, qual nova tecnologia refere-se a um extenso conjunto
de pontos utilizados para acessar aplicativos e informações ou para interagir com pessoas,
redes sociais, governos e empresas, incluindo dispositivos móveis, wearables (tecnologias para
vestir), aparelhos eletrônicos de consumo e domésticos, dispositivos automotivos e ambientais
– tais como os sensores da Internet das Coisas (IoT)?
a) Malha de dispositivos.
b) Experiência ambiente-usuário.
c) Impressão 3D.
d) Aprendizagem avançada de máquinas.
e) Agentes e equipamentos autônomos.

2. O que significa NTIC’s?


a) Novas Tecnologias de Informação e Comunicação.
b) Novas Técnicas de Ilusão e Comunicação.
c) Nova TI Construída.
d) New TI Comunicação System.
e) N.R.A.

3. A nova tecnologia denominada Bluetooth utiliza um padrão de redes sem fio que
a) transmite informações via celular.
b) opera com equipamentos à curta distância.
c) opera com equipamentos à longa distância.
d) transmite informações via Internet de banda larga.
e) implementa conexão de banda larga para Intranet.

4. Atualmente, há uma tecnologia que permite ao usuário armazenar arquivos na Internet,


podendo realizar o acesso, edição e até mesmo exclusão de arquivos em uma diversidade
de dispositivos. O acesso a esse serviço é controlado por um nome de usuário e senha. Há
empresas que oferecem esse serviço gratuitamente. Assinale a alternativa correta para o nome
desta nova tecnologia.
a) Navegação Offline.
b) Armazenamento em Nuvem.
c) Dispositivos Móveis.
d) Serviço de Diretório.
e) Plataforma Java.

Gabarito: 1. A 2. A 3. B 4. B

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Informática

CONCEITOS DOS PRINCIPAIS SISTEMAS COMERCIAIS E OUTROS

Software Comercial é desenvolvido para ser comercializado ou com interesses financeiros. Co-
mercial e proprietário não são a mesma coisa. A maioria do software comercial é proprietário,
mas existe software livre que é comercial, e existe software não livre não comercial.
As características “Livres” e "Proprietário" apenas representam atributos da licença do software.
São modalidades de relações jurídicas que se pode estabelecer entre um particular e o fornecedor.
No caso do "Software Proprietário" significa que a distribuição é realizada por comercialização
e se dará no regime jurídico clássico comercial no qual a relação é baseada em restrições e per-
missões onerosas ou não, tutelando-se tanto a propriedade a autoria, e utilização do mesmo.
No caso do "Software Livre" significa que a distribuição é realizada em um regime jurídico de
colaboração não compulsória no qual a relação se baseia, ao contrário, em liberdades, tutelan-
do-se tão somente a autoria e a permanência desse mesmo regime nas distribuições subse-
quentes do software.

Tipos de Softwares quanto à Finalidade

SOFTWARE BÁSICO: responsável pelo gerenciamento dos recursos do computador e pela conver-
são da linguagem do homem para a da máquina e vice-versa. Exemplo: sistema operacional, drivers.
SOFTWARE APLICATIVO: são sistemas que visam a atender a uma determinada área de atua-
ção, são focados no usuário, servem para atender uma demanda específica. Exemplo: editores
de texto, planilhas de cálculo, gerenciadores de bancos de dados.
SOFTWARE UTILITÁRIO: são programas voltados a atender necessidades do computador / sis-
tema operacionais, em geral estão ligados a manutenção. Exemplo: desfragmentador de disco,
formatador de disco, limpeza de disco, verificação de erros, compactadores, antivírus.

Tipos de Softwares quanto à Forma de Distribuição

PROPRIETÁRIO: seu código fonte não é distribuído e só poderá ser alterado, copiado e distribu-
ído mediante autorização de seu proprietário. A distribuição é realizada por comercialização e
se dará no regime jurídico clássico comercial no qual a relação é baseada em restrições e per-
missões onerosas ou não, tutelando-se tanto a propriedade a autoria, e utilização do mesmo.
Exemplos: Windows, Microsoft Office, Google Chrome, entre outros.

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LIVRE: disponibiliza seu código-fonte e executável. Podendo seu código-fonte ser alterado, co-
piado e distribuído mediante ou não pagamento. A distribuição é realizada em um regime jurí-
dico de colaboração não compulsória no qual a relação se baseia, ao contrário, em liberdades,
tutelando-se tão somente a autoria e a permanência desse mesmo regime nas distribuições
subsequentes do software. Exemplos: Linux, Mozilla Firefox, BrOffice, LibreOffice, entre outros.

Categorias de Software e Exemplos

Sistemas Operacionais
Microsoft Windows: Windows XP, Windows Vista, Windows 7, Windows 8, Windows 10 - Sof-
tware básico, comercial e proprietário.
Distribuições de Linux: Red Hat, Fedora, CentOS, Ubuntu, Mandriva, Kurumin, SuSE
Debian, Gentoo e Android (voltado para dispositivos móveis) – Software básico, gratuito e livre.

Editores de Texto
Microsoft Word – parte do pacote Microsoft Office, software aplicativo, comercial e proprietário.
LibreOffice Writer – parte do pacote LibreOffice, software aplicativo, gratuito e livre.

Editores de Planilhas Eletrônicas


Microsoft Excel – parte do pacote Microsoft Office, software aplicativo, comercial e proprietário.
LibreOffice Calc – parte do pacote LibreOffice, software aplicativo, gratuito e livre.

Editores de Apresentações
Microsoft PowerPoint – parte do pacote Microsoft Office, software aplicativo, comercial e pro-
prietário.
LibreOffice Impress – parte do pacote LibreOffice, software aplicativo, gratuito e livre.

Editores de Banco de Dados


Microsoft Access – parte do pacote Microsoft Office, software aplicativo, comercial e proprie-
tário.
LibreOffice Base – parte do pacote LibreOffice, software aplicativo, gratuito e livre.

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Informática – Conceitos dos Principais Sistemas Comerciais e Outros – Prof. Márcio Hunecke

Ferramentas de Correio Eletrônico


Microsoft Outlook – parte do pacote Microsoft Office, software aplicativo, comercial e proprie-
tário.
Mozilla Thunderbird – não faz parte de nenhum pacote, software aplicativo, gratuito e livre.

Editores de Fórmulas Matemáticas


LibreOffice Math - parte do pacote LibreOffice, software aplicativo, gratuito e livre.

Navegadores
Microsoft Internet Explorer - software aplicativo, gratuito e proprietário.
Mozilla Firefox - software aplicativo, gratuito e livre.
Google Chrome - software aplicativo, gratuito e proprietário.
Apple Safari – software aplicativo, gratuito, proprietário, mas com componentes de software livre.
Opera - software aplicativo, gratuito, proprietário, mas com componentes de software livre.
Netscape – um dos primeiros navegadores do mercado, mas é muito pouco utilizado atualmente.

Editores de Imagens
Adobe Photoshop - software aplicativo, comercial e proprietário.
Corel Draw - software aplicativo, comercial e proprietário.

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Matemática

Professor Dudan

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Matemática

CONJUNTOS NUMÉRICOS

Números Naturais (ℕ)

Definição: ℕ = {0, 1, 2, 3, 4,...}

Subconjuntos
ℕ* = {1, 2, 3, 4,...} naturais não nulos.

Números Inteiros (ℤ)

Definição: ℤ = {..., – 4, – 3, – 2, – 1, 0, 1, 2, 3, 4,...}

Subconjuntos
ℤ* = {..., – 4, – 3, – 2, – 1, 1, 2, 3, 4,...} inteiros não nulos.

ℤ + = {0, 1, 2, 3, 4,...} inteiros não negativos (naturais).

ℤ*+ = {1, 2, 3, 4,...} inteiros positivos.

ℤ- = {..., – 4, – 3, – 2, – 1, 0} inteiros não positivos.

ℤ*- = {..., – 4, – 3, – 2, – 1} inteiros negativos.

O módulo de um número inteiro, ou valor absoluto, é a distância da origem a esse ponto


representado na reta numerada. Assim, módulo de – 4 é 4 e o módulo de 4 é também 4.

|– 4| = |4| = 4

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Faça você:

1. Assinale V para as verdadeiras e F para as falsas


( ) 0 ∈ N ( ) 0 ∈ Z ( ) – 3 ∈ Z ( ) – 3 ∈ N ( )NcZ

2. Calcule o valor da expressão 3 – |3+ | – 3|+|3||.

Números Racionais (ℚ)

Definição: Será inicialmente descrito como o conjunto dos quocientes entre dois números
inteiros.
p
Logo ℚ = { | p ∈ ℤ e q ∈ ℤ*}
q

Subconjuntos
ℚ* à racionais não nulos.
ℚ + à racionais não negativos.
ℚ*+ à racionais positivos.
ℚ - à racionais não positivos.
ℚ*- à racionais negativos.

Faça você:
3. Assinale V para as verdadeiras e F para as falsas:
( ) 0,333... ∈ Z ( ) 0 ∈ Q* ( ) – 3 ∈ Q+
( ) – 3,2 ∈ Z ( ) N c Q ( ) 0,3444... ∈ Q*
( ) 0,72 ∈ N ( ) 1,999... ∈ N ( ) 62 ∈ Q
( ) Q c Z

486 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Conjuntos Numéricos – Prof. Dudan

Frações, Decimais e Fração Geratriz


Decimais exatos
2 1
= 0,4 = 0,25
5 4

Decimais periódicos
1 7
= 0,333... = 0,3 = 0,777... = 0,7
3 9

Transformação de dízima periódica em fração geratriz

São quatro passos

1. Escrever tudo na ordem, sem vírgula e sem repetir.


2. Subtrair o que não se repete, na ordem e sem vírgula.
3. No denominador:
a) Para cada item “periódico”, colocar um algarismo “9”;
b) Para cada intruso, se houver, colocar um algarismo “0”.

Exemplos
a) 0,333... Seguindo os passos descritos acima: (03 – 0) = 3/9 = 1/3
9
b) 1,444... Seguindo os passos descritos acima: 14 – 1 = 13/9
9
c) 1,232323... Seguindo os passos descritos acima: 123 – 1 = 122/99
99
d) 2,1343434... Seguindo os passos descritos acima: 2134 – 21 = 2113/990
990

Números Irracionais (𝕀)

Definição: Todo número cuja representação decimal não é periódica.

Exemplos:
0,212112111... 1,203040... 2 π

Números Reais (ℝ)


Definição: Conjunto formado pelos números racionais e pelos irracionais.

www.acasadoconcurseiro.com.br 487
ℝ = ℚ ∪ 𝕀, sendo ℚ ∩ 𝕀 = Ø

Subconjuntos
ℝ* = {x ∈ R | × ≠ 0} à reais não nulos
ℝ + = {x ∈ R | × ≥ 0} à reais não negativos Q I

Z
ℝ*+ = {x ∈ R | × > 0} à reais positivos
N
ℝ- = {x ∈ R | × ≤ 0} à reais não positivos
ℝ*- = {x ∈ R | × < 0} à reais negativos

Números Complexos ( )
Definição: Todo número que pode ser escrito na forma a + bi, com a e b reais.

Exemplos:
3 + 2i – 3i – 2 + 7i

9 1,3 1,203040...

2 π

Resumindo:
Todo número é complexo.

Faça você:
4. Seja R o número real representado pela dízima 0,999...
Pode-se afirmar que:
a) R é igual a 1.
b) R é menor que 1.
c) R se aproxima cada vez mais de 1 sem nunca chegar.
d) R é o último número real menor que 1.
e) R é um pouco maior que 1.

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Matemática – Conjuntos Numéricos – Prof. Dudan

5. Entre os conjuntos abaixo, o único formado apenas por números racionais é:


a)

b)

c)

d)

e)

6. Dados os conjuntos numéricos ℕ, ℤ, ℚ e ℝ, marque a alternativa que apresenta os


elementos numéricos corretos, na respectiva ordem.
a) – 5, – 6, – 5/6, .
b) – 5, – 5/6, – 6, .
c) 0, 1, 2/3, .
d) 1/5, 6, 15/2, .
e) , 2, 2/3, .

7. A lista mais completa de adjetivos que se aplica ao número −1+ 25 é:


2
a) Complexo, real, irracional, negativo.
b) Real, racional, inteiro.
c) Complexo, real, racional, inteiro, negativo.
d) Complexo, real, racional, inteiro, positivo.
e) Complexo, real, irracional, inteiro.

8. Observe os seguintes números.


I – 2,212121...
II – 3, 212223...
III – /5
IV – 3,1416
V – −4
Assinale a alternativa que identifica os números irracionais.
a) I e II
b) I e IV
c) II e III
d) II e V
e) III e V

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9. Se a = 5 , b = 33/25, e c = 1,323232..., a afirmativa verdadeira é
a) a<c<b
b) a<b<c
c) c<a<b
d) b<a<c
e) b<c<a

Gabarito: 1. * 2. * 3. * 4. A 5. B 6. C 7. D 8. C 9. E

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Matemática

TEORIA DOS CONJUNTOS (LINGUAGEM DOS CONJUNTOS)

Conjunto é um conceito primitivo, isto é, sem definição, que indica agrupamento de objetos,
elementos, pessoas, etc. Para nomear os conjuntos, usualmente são utilizadas letras maiúsculas
do nosso alfabeto.

Representações:
Os conjuntos podem ser representados de três formas distintas:
I – Por enumeração (ou extensão): Nessa representação, o conjunto é apresentado pela citação
de seus elementos entre chaves e separados por vírgula. Assim, temos:
•• O conjunto “A” das vogais –> A = {a, e, i, o, u}.
•• O conjunto “B” dos números naturais menores que 5 –> B = {0, 1, 2, 3, 4}.
•• O conjunto “C” dos estados da região Sul do Brasil –> C = {RS, SC, PR}

II – Por propriedade (ou compreensão): Nessa representação, o conjunto é apresentado por


uma lei de formação que caracteriza todos os seus elementos. Assim, o conjunto “A” das vogais
é dado por A = {x / x é vogal do alfabeto} –> (Lê-se: A é o conjunto dos elementos x, tal que x é
uma vogal)
Outros exemplos:
•• B = {x/x é número natural menor que 5}
•• C = {x/x é estado da região Sul do Brasil}
III – Por Diagrama de Venn: Nessa representação, o conjunto é apresentado por meio de uma
linha fechada de forma que todos os seus elementos estejam no seu interior. Assim, o conjunto
“A” das vogais é dado por:

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Classificação dos Conjuntos
Vejamos a classificação de alguns conjuntos:
•• Conjunto Unitário: possui apenas um elemento. Exemplo: o conjunto formados pelos
números primos e pares.
•• Conjunto Vazio: não possui elementos, é representado por ∅ ou, mais raramente, por { }.
Exemplo: um conjunto formado por elemento par, primo e diferente de 2.
•• Conjunto Universo (U): possui todos os elementos necessários para a realização de um
estudo (pesquisa, entrevista, etc.)
•• Conjunto Finito: um conjunto é finito quando seus elementos podem ser contados um a
um, do primeiro ao último, e o processo chega ao fim. Indica-se n(A) o número (quantidade)
de elementos do conjunto “A”.
Exemplo: A = {1, 4, 7, 10} é finito e n(A) = 4
•• Conjunto Infinito: um conjunto é infinito quando não é possível contar seus elementos do
primeiro ao último.

Relação de Pertinência

É uma relação que estabelecemos entre elemento e conjunto, em que fazemos uso dos
símbolos ∈ e ∉.
Exemplo:
Fazendo uso dos símbolos ∈ ou ∉, estabeleça a relação entre elemento e conjunto:

a) 10 ____ ℕ

b) – 4 ____ ℕ

c) 0,5 ____ 𝕀

d) – 12,3 ____ ℚ

e) 0,1212... ____ ℚ

f) 3 ____ 𝕀

g) −16 ____ ℝ

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Matemática – Teoria dos Conjuntos (Linguagem dos Conjuntos) – Prof. Dudan

Relação de Inclusão

É uma relação que estabelecemos entre dois conjuntos. Para essa relação, fazemos uso dos
símbolos ⊂, ⊄, ⊃ e ⊅.

Exemplos:
Fazendo uso dos símbolos de inclusão, estabeleça a relação entre os conjuntos:
a) ℕ _____ ℤ
b) ℚ _____ ℕ
c) ℝ _____ 𝕀
d) 𝕀 _____ ℚ

Observações:
•• Dizemos que um conjunto “B” é um subconjunto ou parte do conjunto “A” se, e somente
se, B ⊂ A.
•• Dois conjuntos “A” e “B” são iguais se, e somente se, A ⊂ B e B ⊂ A.
•• Dados os conjuntos “A”, “B” e “C”, temos que: se A ⊂ B e B ⊂ C, então A ⊂ C.

União, Intersecção e Diferença entre Conjuntos

Exemplos:
Dados os conjuntos A = {1, 3, 4, 5}, B = {2, 3, 4} e C = {4, 5, 10}. Determine:
a) A ⋂ B c) A – B e) A ⋂ B ⋂ C

b) A ⋃ B d) B – A f) A ⋃ B ⋃ C

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1. Numa sala há n pessoas. Sabendo que 75 pessoas dessa sala gostam de
matemática, 52 gostam de física, 30 pessoas gostam de ambas as matérias e
13 pessoas não gostam de nenhuma dessas matérias. É correto afirmar que
n vale:
a) 170
b) 160
c) 140
d) 100.
e) 110.

2. Uma pesquisa encomendada sobre a preferência entre rádios em determinada cidade,


obteve o seguinte resultado:
•• 50 pessoas ouvem a rádio Riograndense;
•• 27 pessoas escutam tanto a rádio Riograndense quanto a rádio Gauchesca;
•• 100 pessoas ouvem apenas uma dessas rádios;
•• 43 pessoas não escutam a rádio Gauchesca;
O número de pessoas entrevistadas foi:
a) 117
b) 127
c) 147
d) 177
e) 197

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Matemática – Teoria dos Conjuntos (Linguagem dos Conjuntos) – Prof. Dudan

3. Uma pesquisa sobre a inscrição em cursos de esportes tinha as seguintes


opções: A (Natação), B (Alongamento) e C (Voleibol) e assim foi montada a
tabela seguinte:

Cursos Alunos
Apenas A 9
Apenas B 20
Apenas C 10
AeB 13
AeC 8
BeC 18
A, B e C 3

Analise as afirmativas seguintes com base nos dados apresentados na tabela.


1. 33 pessoas se inscreveram em pelo menos dois cursos.
2. 52 pessoas não se inscreveram no curso A.
3. 48 pessoas se inscreveram no curso B.
4. O total de inscritos nos cursos foi de 88 pessoas.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
a) 1e2
b) 1e3
c) 3e4
d) 1, 2 e 3
e) 2, 3 e 4

4. Assinale a alternativa incorreta:


a) ℝ⊂𝕔
b) ℕ⊂ℚ
c) ℤ⊂ℝ
d) ℚ⊂ℤ
e) �⊂ℕ

Gabarito: 1. E 2. C 3. B 4. D

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Matemática

INTERVALOS NUMÉRICOS

O conjunto dos números reais é formado a partir da união dos conjuntos dos números Naturais,
Inteiros, Racionais e Irracionais.
Pode-se representar o conjunto dos números reais associando cada número x ϵ R a um ponto
de uma reta r.
Assim, se convencionarmos uma origem O, associando a ela o zero, adotamos uma unidade e
um sentido positivo para esta reta, teremos aquela que denominamos reta orientada.

Tipos de intervalo

Intervalos Limitados

Intervalo fechado:
Números reais maiores ou iguais a “a” e menores ou iguais a “b”.

Intervalo: [a, b]
Conjunto: {x ϵ R | a ≤ x ≤ b}
Exemplo: Represente o intervalo [ – 2; + 4]

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Intervalo aberto:
Números reais maiores do que a e menores do que b.

Intervalo: ]a, b[
Conjunto: {x ϵ R | a < x < b}
Exemplo: Represente o intervalo ( – 2; + 4)

Intervalo fechado à esquerda:


Números reais maiores ou iguais a a e menores do que b.

Intervalo: [a, b[
Conjunto: {x ϵ R | a ≤ x < b}
Exemplo: Represente o intervalo [ – 2; + 4)

Intervalo fechado à direita:


Números reais maiores do que a e menores ou iguais a b.

Intervalo: ]a, b]
Conjunto: {x ϵ R | a < x ≤ b}
Exemplo: Represente o intervalo ( – 2; + 4]

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Matemática – Intervalos Numéricos – Prof. Dudan

Intervalos ilimitados

Semirreta esquerda, fechada, de origem b:


Números reais menores ou iguais a b.

Intervalo: ] – ∞ ,b]
Conjunto: {x ϵ R | x ≤ b}
Exemplo: Represente o intervalo ( – ∞; + 4]

Semirreta esquerda, aberta, de origem b:


Números reais menores que b.

Intervalo: ] – ∞ ,b[
Conjunto: {x ϵ R | x < b}
Exemplo: Represente o intervalo ( – ∞; +4)

Semirreta direita, fechada, de origem a:


Números reais maiores ou iguais a a.

Intervalo: [a,+ ∞ [
Conjunto: {x ϵ R | x ≥ a}

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Exemplo: Represente o intervalo [ – 2; + ∞)

Semirreta direita, aberta, de origem a:


Números reais maiores que a.

Intervalo: ]a, +∞ [
Conjunto: {x ϵ R | x > a}
Exemplo: Represente o intervalo ( – 2; + ∞)

Reta numérica:
Números reais.

Intervalo: ] – ∞ ,+ ∞ [
Conjunto: R

Exercicios:

1. Se A = {x ϵ IR; –1 < x < 2} e B = {x ϵ IR; 0 ≤ x < 3}, o conjunto A ∩ B é o intervalo:


a) [0; 2[
b) ]0; 2[
c) [–1; 3]
d) ]–1; 3[
e) ]–1; 3]

2. Para o intervalo A = [–2, 5], o conjunto A ∩ IN* é igual a:


a) {–2,–1, 1, 2, 3, 4, 5}
b) {1, 2, 3, 4, 5}
c) {1, 5}

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Matemática – Intervalos Numéricos – Prof. Dudan

d) {0, 1, 2, 3, 4, 5}
e) ]1, 5]

3. A diferença A – B, sendo A = {x ϵ IR; – 4 ≤ x ≤ 3} e B = {x ϵ IR; – 2 ≤ x < 5} é igual a:


a) {x ϵ IR; – 4 ≤ x < – 2}
b) {x ϵ IR; – 4 ≤ x ≤ – 2}
c) {x ϵ IR; 3 < x < 5}
d) {x ϵ IR; 3 ≤ x ≤ 5}
e) {x ϵ IR; – 2 ≤ x < 5}

4. Dados os conjuntos A = [1, 3[ e B = ]2, 9], os conjuntos (A U B), (A ∩ B) e (A – B) são,


respectivamente:
a) [1, 9], ]2, 3[, [1, 2]
b) ]1, 9], ]2, 3[, ]1, 2]
c) ]1, 9[, ]2, 3[, ]1, 2]
d) [1, 9], ]2, 3], [1, 2]
e) [1, 9], [2, 3], [1, 2]

Gabarito: 1. A 2. B 3. A 4. A

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Matemática

NÚMEROS PRIMOS

Por definição, os números primos são números pertencentes ao conjunto dos números naturais
não nulos, que possuem exatamente apenas dois divisores naturais distintos, o número 1 e o
próprio número.
Segundo essa definição, o número 1 não é um número primo, pois não apresenta dois divisores
distintos. Seu único divisor é o próprio 1.
O número 2 é o único número primo par, já que todos os demais números pares possuem ao
menos 3 divisores, dentre eles a unidade, o próprio número e o número 2.
Números naturais não nulos que possuem mais de dois divisores são chamados de números
compostos.

Exemplos:
a) 2 tem apenas os divisores 1 e 2, portanto 2 é um número primo.
b) 17 tem apenas os divisores 1 e 17, portanto 17 é um número primo.
c) 10 tem os divisores 1, 2, 5 e 10, portanto 10 não é um número primo.

Observações:
•• 1 não é um número primo, porque ele tem apenas um divisor que é ele mesmo.
•• 2 é o único número primo que é par.
Os números que têm mais de dois divisores são chamados números compostos.

Exemplo:
15 tem mais de dois divisores → 15 é um número composto.

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Como identificar se um número é primo?

Iremos testar a divisibilidade do número por cada um dos números primos, iniciando em 2, até
que a divisão tenha resto zero ou que o quociente seja menor ou igual ao número primo que se
está testando como divisor.
Vamos testar se o número 17 é primo ou não:
17 ÷ 2 = 8, resta 1;
17 ÷ 3 = 5, restam 2;
17 ÷ 5 = 3, restam 2.
Nesse ponto, já podemos ter a certeza de que o número 17 é primo, pois nenhum dos divisores
primos testados produziu resto 0 e o quociente da divisão pelo número primo 5 é igual a 3 que
é menor que o divisor 5.
Vejamos agora se o número 29 é primo ou não:
29 ÷ 2 = 14, resta 1;
29 ÷ 3 = 9, restam 2;
29 ÷ 5 = 5, restam 4.
Como nesse ponto, quociente da divisão de 29 pelo número primo 5 é igual ao próprio divisor
5, podemos afirmar com certeza que o número 29 é primo, pois nenhum dos divisores primos
testados resultou em uma divisão exata.
E o número 161?
Ele não é par, portanto não é divisível por 2;
1 + 6 + 1 = 8, portanto não é divisível por 3;
Ele não termina em 0 nem em 5, portanto não é divisível por 5;
Quando dividido por 7 ÷ 161 / 7 = 23, com resto zero, logo 161 é divisível por 7, e portanto não
é um número primo.
E o número 113:
Ele não é par, portanto não é divisível por 2;
1 + 1 + 3 = 5, portanto não é divisível por 3;
Ele não termina em 0 nem em 5, portanto não é divisível por 5;
Se dividido por 7 ÷ 113 / 7 = 16, com resto 1. O quociente (16) ainda é maior que o divisor (7).
Agora dividido por 11 ÷ 113 / 11 = 10, com resto 3. O quociente (10) é menor que o divisor (11),
e, além disso, o resto é diferente de zero (o resto vale 3), portanto 113 é um número primo.

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Matemática – Números Primos e Primos Entre Si – Prof. Dudan

O que são números primos entre si?

Um resultado na teoria de números é que todo número natural, maior que 1, pode ser escrito
como um produto, em que os fatores são todos números primos.
Por exemplo, (2.2.5) é a decomposição do número 20 em fatores primos, isto é, 20 = 2.2.5
Deve-se observar que, se o número em questão for um número primo, então a decomposição
será o próprio número.
Por exemplo, 7 será a decomposição em fatores primos do número 7.
Assim, se após a decomposição de dois números naturais a e b (maiores que 1), em fatores
primos, não houver fatores comuns; então a e b serão denominados números primos entre si.
Observe que 20 e 21 são números primos entre si, pois 20 = 2.2.5 e 21 = 3.7;
Já os números 15 e 21 não são primos entre si, pois 15 = 3.5 e 21 = 3.7
Resumindo: Um conjunto de números inteiros é chamado de mutuamente primo se não existir
um inteiro maior do que 1 que divida todos os elementos.
Assim chamamos de números primos entre si um conjunto de dois ou mais números naturais
cujo único divisor comum a todos eles seja o número 1.

Exemplo:
Os divisores do número 10 são: 1, 2, 5 e 10.
Os divisores de 20 são: 1, 2, 4, 5, 10 e 20.
Os divisores de 21 são: 1, 3, 7 e 21.
Podemos então afirmar que, juntos, os números 10, 20 e 21 são primos entre si, ou mutuamente
primos, já que o único divisor comum a todos eles continua sendo o número 1.
Observe, no entanto que os números 10 e 20 não são números primos, pois os números 1, 2, 5
e 10 são divisores comuns aos dois.
Em síntese, para sabermos se um conjunto de números são primos entre si, ou mutuamente
primos, basta calcularmos o seu máximo divisor comum (MDC). Se for 1, todos números do
conjuntos serão primos entre si.
Regra prática para descobrir se dois números naturais são primos entre si:
Seriam os números 49 e 6 primos entre si?
46
Se colocarmos 49 e 6 na forma de fração , não dá para simplificar por nenhum número,
logo temos uma fração IRREDUTÍVEL. 6

Assim, dizemos que 49 e 6 são PRIMOS ENTRE SI.

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Matemática

OPERAÇÕES MATEMÁTICAS

Observe que cada operação tem nomes especiais:


•• Adição: 3 + 4 = 7, em que os números 3 e 4 são as parcelas e o número 7 é a soma ou total.
•• Subtração: 8 – 5 = 3, em que o número 8 é o minuendo, o número 5 é o subtraendo e o
número 3 é a diferença.
•• Multiplicação: 6 × 5 = 30, em que os números 6 e 5 são os fatores e o número 30 é o
produto.
•• Divisão: 10 ÷ 5 = 2, em que 10 é o dividendo, 5 é o divisor e 2 é o quociente. Nesse caso o
resto da divisão é ZERO.

Regra de sinais da adição e subtração de números inteiros

•• A soma de dois números positivos é um número positivo.


(+ 3) + (+ 4) = + 7, na prática eliminamos os parênteses. + 3 + 4 = + 7

•• A soma de dois números negativos é um número negativo.


(-3) + (-4) = – 7, na prática eliminamos os parênteses. – 3 – 4 = – 7

•• Se adicionarmos dois números de sinais diferentes, subtraímos seus valores absolutos e


damos o sinal do número que tiver o maior valor absoluto.
(– 4) + (+ 5) = + 1, na prática eliminamos os parênteses. – 4 + 5 = 1 assim, 6 – 8 = – 2.

•• Se subtrairmos dois números inteiros, adicionamos ao 1º o oposto do 2º número.


(+ 5) – (+ 2) = (+ 5) + (– 2) = + 3, na prática eliminamos os parênteses escrevendo o oposto
do segundo número, então: + 5 – 2 = + 3 (o oposto de +2 é – 2)
(– 9) – (- 3) = – 9 + 3 = – 6
(– 8) – (+ 5) = – 8 – 5 = – 13

DICA
Na adição e subtração, quando os sinais forem iguais, somamos os números e
conservamos o mesmo sinal, quadno os sinais forem diferentes, diminuimos os
números e conservamos o sinal do maior valor absoluto.

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1. Calcule:
a) – 3 + 5 = b) + 43 – 21 =

c) – 9 – 24 = d) – 25 + (– 32) =

e) + 5 – 14 = f) + 7 + (– 4) =

g) – 19 – (– 15) = h) + 7 – (– 2) =

i) + 9 – 5 = j) – 8 + 4 + 5 =

k) – 9 – 1 – 2 = l) + (-6) – (+3) + 5 =

Regra de sinais da multiplicação e divisão de números inteiros


•• Ao multiplicarmos ou dividirmos dois números de sinais positivos, o resultado é um
número positivo.
a) (+ 3) × (+ 8) = + 24
b) (+12) ÷ (+ 2) = + 6

•• Ao multiplicarmos ou dividirmos dois números de sinais negativos, o resultado é um


número positivo.
a) (– 6) × (– 5) = + 30
b) (– 9) ÷ (– 3) = + 3

•• Ao multiplicarmos ou dividirmos dois números de sinais diferentes, o resultado é um


número negativo.
a) (– 4) × (+ 3) = – 12
b) (+ 16) ÷ (– 8) = – 2

DICA
Na multiplicação/divisão, quando os dois sinais forem iguais, o resultado é (+), e
quando forem diferentes, o resultado é (–).

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Matemática – Operações Básicas – Prof. Dudan

2. Calcule os produtos e os quocientes:


a) (– 9) × (– 3) = b) 4 ÷ (– 2) = c) – 6 × 9 =

d) (– 4) ÷ (– 4) = e) 12 ÷ (– 6) = f) – 1 × (– 14) =

g) (+ 7) × (+ 2) = h) (– 8) ÷ (– 4) = i) – 5 x (- 4) ÷ 2 =

3. Efetue os cálculos a seguir:


a) 2085 – 1463 = b) 700 + 285 = c) 435 x 75 =

d) 4862 ÷ 36 = e) 3,45 – 2,4 = f) 223,4 + 1,42 =

g) 28,8 ÷ 4 = h) 86,2 x 3 =

Potenciação e Radiciação
•• No exemplo 72 = 49 temos que: 7 é a base, 2 é o expoente e 49 é a potência.
•• A potência é uma multiplicação de fatores iguais: 72 = 7 x 7 = 49
•• Todo número inteiro elevado a 1 é igual a ele mesmo:
1
Ex.: a) (– 4) = – 4 b) (+ 5)1 = 5
•• Todo número inteiro elevado a zero é igual a 1.
0
Ex.: a) (– 8) = 1 b) (+ 2)0 = 1

•• No exemplo 3 8 = 2 temos que: 3 é o índice da raiz, 8 é o radicando, 2 é a raiz e o símbolo


é o radical.
2
Ex.: a) 5 = 25 b) 23 = 8 c) 34 = 81
d) 4 625 = 5 e) 64 = 8 f) 3 27 = 3

Regra de sinais da potenciação de números inteiros


•• Expoente par com parênteses: a potência é sempre positiva.
Exemplos: a) (– 2)4 = 16, porque (– 2) × (– 2) × (– 2) × (– 2) = + 16
b) (+ 2)² = 4, porque (+ 2) × (+ 2) = + 4

•• Expoente ímpar com parênteses: a potência terá o mesmo sinal da base


3
Exemplos: a) (– 2) = – 8, porque ( – 2) × (– 2) × ( – 2) = – 8
5
b) (+ 2) = + 32, porque (+ 2) × (+ 2) × (+ 2) × (+ 2) × (+ 2) = + 32

www.acasadoconcurseiro.com.br 509
•• Quando não tiver parênteses, conservamos o sinal da base independente do expoente.
Exemplos: a) – 2² = – 4
b) – 23 = – 8
c) + 3² = 9
3
d) + 5 = + 125

4. Calcule as potências:
a) 3² = b) (– 3)² =

c) – 3² = d) (+ 5)3 =

e) (– 6)² = f) – 43 =

g) (– 1)² = h) (+ 4)² =

i) (– 5)0 = j) – 7² =

k) (– 2,1)² = l) – 1,13 =

m) (–8)² = n) – 8² =

Propriedades da Potenciação

•• Produto de potência de mesma base: Conserva-se a base e somam-se os expoentes.


Exemplos:
a) a3 x a4 x a2 = a9
b) (– 5)2 x (– 5) = (– 5)3
c) 3 x 3 x 32 = 34

•• Divisão de potências de mesma base: Conserva-se a base e subtraem-se os expoentes.


Exemplos:
a) b5 ÷ b2 = b3
b) (– 2)6 ÷ (– 2)4 = (– 2)2
c) (– 19)15 ÷ (– 19)5 = (– 19)10

•• Potência de potência: Conserva-se a base e multiplicam-se os expoentes.


Exemplos:
a) (a2)3 = a6
b) [(– 2)5]2 = (– 2)10

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Matemática – Operações Básicas – Prof. Dudan

•• Potência de um produto ou de um quociente: Multiplica–se o expoente de cada um dos


elementos da operação da multiplicação ou divisão pela potência indicada.
Exemplos:
a) [(– 5)2 x (+ 3)4]3 = (– 5)6 x (+ 3)12
b) [(– 2) ÷ (– 3)4]2 = (– 2)2 ÷ (– 3)8

Expressões numéricas
Para resolver expressões numéricas, é preciso obedecer a seguinte ordem:
1º resolvemos as potenciações e as radiciações na ordem em que aparecem.
2º resolvemos as multiplicações e as divisões na ordem em que aparecem.
3º resolvemos as adições e as subtrações na ordem em que aparecem.

Caso contenha sinais de associação:


1º resolvemos os parênteses ( )
2º resolvemos os colchetes [ ]
3º resolvemos as chaves { }

5. Calcule o valor das expressões numéricas:


a) 6² ÷ 3² + 10² ÷ 50 =

b) 20 + 23 × 10 – 4² ÷ 2 =

c) 100 + 1000 + 10000 =

d) 5² – 5 × 15 + 50 × 53 =

e) 53 – 2² × [24 + 2 × (23 – 3)] + 100 =

f) 2 × {40 – [15 – (3² – 4)]} =

www.acasadoconcurseiro.com.br 511
Simplificação de frações

•• Para simplificar uma fração, divide-se o numerador e o denominador da fração por um


mesmo número.
Exemplo:
a) 6 ÷ 2 = 3
14 2 7
2
b) 40 ÷ 2 = 20 ÷ 2 = 10 ou 40 ÷ 4 = 10
12 2 6 3 12 4 3
•• Quando o numerador é divisível pelo denominador, efetua-se a divisão e se obtém um
número inteiro.
Exemplo:
a) 100 = – 4
-25
b) 299 = 13
23

6. Simplifique as frações, aplicando a regra de sinais da divisão:

a) – 75 b) – 48 c) – 36 d) – 10
50 84 2 15

A relação entre as frações decimais e os números decimais

•• Para transformar uma fração decimal em número decimal, escrevemos o numerador da


fração e o separamos com uma vírgula, deixando tantas casas decimais quanto forem os
zeros do denominador.
Exemplo: a) 48 = 4,8 b) 365 = 3,65 c) 98 = 0,098 d) 678 = 67,8
10 100 1.000 10

•• Para transformar um número decimal em uma fração decimal, colocamos no denominador


tantos zeros quanto forem os números depois da vírgula do número decimal.

Exemplo: a) 43,7 = 437 b) 96,45 = 9.645 c) 0,04 = 4 d) 4,876 = 4.876


10 100 100 1.000

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Matemática – Operações Básicas – Prof. Dudan

Adição e subtração de frações


Com o mesmo denominador
•• Sendo os denominadores iguais, basta somar ou diminuir os numeradores.
Exemplo: a) 21 – 4 + 9 = 26 simplificando 26 = 13 b) 1 + 3 = 4 = 1
6 6 6 6 6 3 4 4 4

Com denominadores diferentes


•• Sendo os denominadores diferentes, é preciso encontrar as frações equivalentes às frações
dadas, de modo que os denominadores sejam iguais, uma maneira prática é encontrar o
MMC dos denominadores. Veja:
2 4
3 – 5 , o MMC de 3 e 5 é 15. Para encontrar os novos numeradores, dividímos o MMC (15) pelo
denominador da primeira fração e multiplicamos o resultado da divisão pelo seu numerador:
15 ÷ 3 = 5 x 2 = 10. Assim procedemos com as demais frações, então: 2 – 4 = 10 – 12
3 5 15 15
2
Observe que a fração 10 é equivalente à fração e a fração 12 é equivalente a fração 4
15 3 15 5
Por fim, efetuamos o cálculo indicado entre 10 – 12 = – 2
15 15 15

7. Calcule o valor das expressões e simplifique quando for possível:

a) – 3 + 2 – 5 – 5 b) 7 + 2 – 1
4 10 2 10 3 4

Multiplicação e divisão de frações


•• Para multiplicar frações, basta multiplicar os numeradores entre si e os denominadores
entre si também.
Exemplo: a) 2 x �– 3 � = – 6 simplificando – 3
5 4 20 10

•• Para dividir frações, basta multiplicar a primeira fração pelo inverso da segunda.
1
3 3 7 21 2
5
Exemplo: a) – ÷ = – x = – b) _____
=– 1 x 5 – 5
8 7 8 5 40 3 2 3 6

5

DICA
Dividir por um número é multiplicar pelo seu inverso!

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8. Efetue e simplifique quando for possível:
a) 4 ÷ �– 2 � b) – 1 �– 3 � 2 c) (– 4) ÷ �– 3 � d)
7 5 2 4 3 8

9. Aplique seus conhecimentos e calcule o valor das expressões numéricas. Observe


as operações indicadas, a existência de sinais de associação e tenha cuidado com as
potências.

a) (– 1 – 2 – 3 – 4 – 5) ÷ (+ 15) =

b) (8 + 10 ÷ 2 – 12) ÷ (– 4 + 3) =

c) – 3 – {– 2 – [(- 35) ÷ 25 + 2]} =

d) 4 – {(– 2) × (– 3) – [– 11 + (– 3) × (– 4)] – (– 1)} =

e) – 2 + {– 5 – [- 2 – (– 2) – 3 – (3 – 2) ] + 5} =

f) – 15 + 10 ÷ (2 – 7) =

10. Efetue os cálculos a seguir:

a) 2075 – 2163 b) 740 – 485 c) 415 × 72

d) 1548 ÷ 36 e) 13,46 – 8,4 f) 223,4 + 1,42

g) 3,32 × 2,5 h) 86,2 × 3 i) 78,8 ÷ 4

j) 100 ÷ 2,5 k) 21,2 ÷ 0,24 l) 34,1 ÷ 3,1

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Matemática – Operações Básicas – Prof. Dudan

Potenciação e radiciação de frações


•• Para elevarmos uma fração a uma determinada potência, determina-se a potenciação do
numerador e do denominador obedecendo as regras de sinais da potenciação.
Exemplo: a) � – 2 � = + 4 b) � – 1 � = – 1 c) �+ 3 � = 27
2 3 3
3 9 4 64 5 125
•• Um número racional negativo não tem raiz de índice par no conjunto Q, se o índice for
ímpar pode ter raiz positiva ou negativa.
Exemplo: a) - 36 = ∉ Q
b) 4 -81 = ∉ Q
•• Já o índice ímpar admite raiz nagativa em Q.
Exemplo: a) 3 -64 = – 4, porque (- 4)3 = – 64
5
b) 5 -32 = – 2, porque (- 2) = – 32

Expoente negativo

Todo número diferente de zero elevado a um expoente negativo é igual ao inverso do mesmo
número com expoente positivo.
Exemplo: a) 1 = 1 b) 4-3 = 1 = 1 c) �– 2 �-2 = �– 4 �2 = + 16
7² 49 4³ 64 4 2 4

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Matemática

FRAÇÕES

Definição

Fração é um modo de expressar uma quantidade a partir de uma razão de dois números
inteiros. A palavra vem do latim fractus e significa partido, dividido ou quebrado (do verbo
frangere: quebrar).
Também é considerada parte de um inteiro que foi dividido em partes exatamente iguais. As
frações são escritas na forma de números e na forma de desenhos. Observe alguns exemplos:

www.acasadoconcurseiro.com.br 517
Na fração, a parte de cima é chamada de numerador e indica quantas partes do inteiro foram
utilizadas.
A parte de baixo é chamada de denominador, que indica a quantidade máxima de partes em
que fora dividido o inteiro e nunca pode ser zero.

Ex.: Uma professora tem que dividir três folhas de papel de seda entre quatro alunos, como ela
pode fazer isso?
Se cada aluno ficar com 3/4 (lê-se três quartos) da folha. Ou seja, você vai dividir cada folha em
4 partes e distribuir 3 para cada aluno.
Assim, por exemplo, a fração 56/8 (lê-se cinquenta e seis oitavos) designa o quociente de 56
por 8. Ela é igual a 7, pois 7 × 8 = 56.

Relação entre frações decimais e os números decimais


Para transformar uma fração decimal (de denominador 10) em um número decimal, escrevemos
o numerador da fração e o separamos com uma vírgula, deixando tantas casas decimais à
direita quanto forem os zeros do denominador.
Exemplo: 48 /10 = 4,8 365 / 100 = 3,65
98/1000 = 0,098 678 / 10 = 67,8
Para a transformação contrária (decimal em fração decimal), colocamos no denominador
tantos zeros quantos forem os números à direita da vírgula no decimal.
Exemplo: 43,7 = 437 / 10 96,45 = 9645/ 100
0,04 = 4 / 100 4,876 = 4876 / 1000

SIMPLIFICAÇÃO de FRAÇÕES
Para simplificar uma fração, se possível, basta dividir o numerador e o denominador por um
mesmo número se eles não são números primos entre si.
Exemplos:

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Matemática – Frações – Prof. Dudan

COMPARAÇÃO entre FRAÇÕES


Se duas frações possuem denominadores iguais, a maior fração é a que possui maior numerador.
Por exemplo:
3 < 4
5 5

Para estabelecer comparação entre frações, é preciso que elas tenham o mesmo denominador.
Isso é obtido por meio do menor múltiplo comum.
Exemplo:

Na comparação entre frações com denominadores diferentes, devemos usar frações


equivalentes a elas e de mesmo denominadores, para assim, compará-las.
O M.M.C entre 5 e 7 é 35, logo:

Assim, temos que

ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
•• Sendo os denominadores iguais, basta somar ou subtrair os numeradores e manter o
denominador.
Exemplos:

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•• Se os denominadores forem diferentes será necessário encontrar frações equivalentes
(proporcionais) que sejam escritas no mesmo denominador comum. Usaremos o M.M.C, veja:
Exemplo:

O M.M.C de 3 e 5 é 15. Em seguida, divide-se o M.M.C pelo denominador original de cada


fração e multiplica-se o resultado pelo numerador, obtendo, assim, uma fração equivalente.
Observe que, com isso, temos :

Por fim, efetuamos o cálculo:

Exemplo:

Exemplo: Calcule o valor das expressões e simplifique quando for possível:

a) −3 + 2 − 5 − 5
4 10 2 10

7 1
b) +2−
3 4
⎛ 1 1⎞ ⎛ 5 3⎞
c) ⎜ + ⎟ − ⎜ − ⎟
⎝ 3 2⎠ ⎝ 6 4⎠

d)
1
2
(
+ −0,3 )

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Matemática – Frações – Prof. Dudan

MULTIPLICAÇÃO e DIVISÃO
Para multiplicar frações, basta multiplicar os numeradores entre si e fazer o mesmo entre os
denominadores, independente de serem iguais ou não.
Exemplo:

Para dividir as frações, basta multiplicar a primeira fração pelo inverso da segunda fração.
Exemplo:

Exemplos: Efetue e simplifique quando for possível:

1
−1−
4 ⎛ 2⎞ 1 ⎛ −3 ⎞ 2 ⎛ −3 ⎞
a) ÷ −
7 ⎜⎝ 5 ⎟⎠
b)
⎜ ⎟
2⎝ 4 ⎠ 3
( )
c) −4 ÷ ⎜
⎝ 8⎠ ⎟   d)
7
3 ⎛ −1 ⎞

6 ⎜⎝ 3 ⎟⎠

→ Potenciação e radiciação de frações


Para elevarmos uma fração à determinada potência, basta aplicarmos a potência no numerador
e no denominador, respeitando as regras dos sinais da potenciação.
Exemplo:

2 2
⎛ 2 ⎞ ⎛ 22 ⎞ 4 ⎛ 4 ⎞ ⎛ 42 ⎞ 16
= ⎜ ⎟
⎜⎝ 3 ⎟⎠ ⎝ 3 ⎠ 9= − = ⎜ +
⎜⎝ 9 ⎟⎠ ⎝ 9 ⎠ ⎟ = +
2 2
81

3 2 2
⎛ 3 ⎞ ⎛ 33 ⎞ 27 ⎛ 12 ⎞ ⎛ 3 ⎞ ⎛ 32 ⎞ 9
⎜⎝ 5 ⎟⎠ = ⎜⎝ + 53 ⎟⎠ = + 125 ⎜⎝ − 8 ⎟⎠ = ⎜⎝ − 2 ⎟⎠ = ⎜⎝ + 22 ⎟⎠ = 4

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Caso seja necessário aplicar um radical numa fração, basta entender que: “a raiz da fração é a
fração das raízes.”
Exemplos:

Exemplo: Calcule o valor das expressões:

Questões:

1. João e Tomás partiram um bolo retangular. João comeu a metade da terça parte e Tomás comeu
a terça parte da metade. Quem comeu mais?
a) João, porque a metade é maior que a terça parte.
b) Tomás.
c) Não se pode decidir porque não se conhece o tamanho do bolo.
d) Os dois comeram a mesma quantidade de bolo.
e) Não se pode decidir porque o bolo não é redondo.

2. Dividir um número por 0,0125 equivale a multiplicá-lo por:


a) 1/125.
b) 1/8.
c) 8.
d) 12,5.
e) 80.

Gabarito: 1. D 2. E

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Matemática

POTÊNCIAS

A potenciação indica multiplicações de fatores iguais.


Por exemplo, o produto 3 . 3 . 3 . 3 pode ser indicado na forma 34. Assim, o símbolo an, sendo
a um número inteiro e n um número natural, n > 1, significa o produto de n fatores iguais a a:

an = a . a . a . ... . a
n fatores

Exemplo:
26 = 64, onde,
2 = base
6 = expoente
64 = potência

Exemplos:
a) 54 = 5 . 5 . 5 . 5 . = 625
•• 5 é a base;
•• 4 é o expoente;
•• 625 é a potência
b) ( – 6) = ( – 6) . ( – 6) = 36
2

•• – 6 é a base;
•• 2 é o expoente;
•• 36 é a potência
3
c) ( – 2) = ( – 2) . ( – 2) . ( – 2) = – 8
•• – 2 é a base;
•• 3 é o expoente;
•• – 8 é a potência
1
d) 10 = 10
•• 10 é a base;
•• 1 é o expoente;
•• 10 é a potência

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Casos especiais:

a1 = a 1n = 1 a0 = 1
a ≠ 0

Exemplo: Calcule as potências.


a) 52 = b) – 52 = c) ( – 5)2 =
3
d) – 5 = e) ( – 5)3 = f) – 18 =
3
g) – ( – 5) = h) (√3)0 = i) – 100 =

j) – 3³ = k) ( – 3)³ = l) – 3²=
0 0
m) ( – 3)² = n) ( – 3) = o) – 3 =

Potências “famosas”
21 = 2 3¹ = 3 5¹= 5
2² = 4 3² = 9 5² = 25
2³ = 8 3³ = 27 5³ = 125
24 = 16 34 = 81 54 = 625
25 = 32 35 = 243
26 = 64
27 = 128
28 = 256
29 = 512
210 = 1024

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Matemática – Potências – Prof. Dudan

Potências de base “dez”

“n” inteiro e positivo “n” inteiro e positivo

10n = 10000...0 10n = 0,0000...001


“n” zeros “n” algarismos

Exemplos:
a) 104 = 10000 d) 10-5 = 0,00001
b) 106 = 1000000 e) 10-2 = 0,01
c) 103 = 1000 f) 10-1 = 0,1

Exemplo: Analise as sentenças abaixo e assinale a alternativa que completa os parênteses


corretamente e na ordem correta.
4 4 4 4 5
( )4 +4 +4 +4 =4
( ) 320 + 320 + 320 = 920
( ) 27 + 27 = 28
( ) 53 + 53 + 53 + 53 + 53 = 515
a) V–F–F–F
b) V–V–V–V
c) F–V–F–V
d) V–F–V–F
e) F–V–V–F
Exemplo: Qual o dobro de 230?
30
a) 4
b) 260
c) 460
d) 231
e) 431
Exemplo: Qual é a metade de 2100?
a) 250
b) 299
c) 1100
d) 150
e) 225

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Propriedades de potências

Produto de potências de mesma base


Na multiplicação de potências de bases iguais, conserva-se a base e somam-se os expoentes.

ax . ay = ax + y

Exemplos:

a) 2 . 2 = 2 = 2 = 32
3 2 3+2 5

b) 54 . 5 = 54 + 1 = 55
c) 2x . 26 = 2x + 6
d) 24 . 2-3 = 24 + (-3) = 24 - 3 = 21 = 2
e) 37 . 3-7 = 37 + (-7) = 37 - 7 = 30 = 1
f) xn . x-n = xn + (-n) = xn - n = x0 = 1
g) 8 . 2x = 23 . 2x = 23 + x
h) 2x . 2x = 2x + x = 22x

Observação: A propriedade aplica-se no sentido contrário também

am + n = am . an
Exemplo:
= 2x . 22 = 2x . 4 = 4 . 2x
x+2
a) 2
b) 32x = 3x + x = 3x . 3x = (3x)2
c) 5m + x = 5m . 5x
d) 42 + n = 42 . 4n = 16 . 4n

Observação: Somente podemos aplicar essa propriedade quando as bases são iguais.
25 . 32 ≠ 65 + 2 (não há propriedade para esses casos)

Não é possível multiplicar as bases quando houver expoente (não há propriedade para esses
casos)
Exemplos:
a) 2 . 6x ≠ 12x
b) 32 . 3x = 32 + x

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Matemática – Potências – Prof. Dudan

Divisão de potências de mesma base


Na divisão de potências de bases iguais, conserva-se a base e subtraem-se os expoentes.

ax ÷ ay = ax - y
OU

ax = a x - y
ay
Exemplos:
a) 710 ÷ 78 = 710 - 8 = 72 = 49
b) 32 ÷ 3-5 = 32- (-5) = 32 + 5 = 37
c) 102x ÷ 10x = 102x - x = 10x
d) 20 ÷ 25 = 20 - 5 = 2-5
103x
e) = 103x - x = 102x
10x
f) 13x ÷ 13x + 2 = 13x - (x + 2) = 13x - x - 2 = 13- 2
g) 53 ÷ 53 = 53 - 3 = 50 = 1
h) 43 ÷ 48 = 43 - 8 = 4-5
i) 11-5 ÷ 113 = 11-5 - 3 = 11- 8
x5n
j) = x5n - 10n = x-5n
x10n

A propriedade aplica-se no sentido contrário também.

am - n = am ÷ an
Exemplos:
x-2 x 2 x x
a) 2 = 2 ÷ 2 = 2 ÷ 4 = 2 /4
b) 5m-x = 5m ÷ 5x = 5m/5x
c) 42 - n = 42 ÷ 4n = 16 + 4n = 16/4n

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Potência de potência
Quando uma potência está elevada a algum expoente, conserva-se a base e multiplica-se o
expoente.

(ax)y = axy
Exemplos:

a) (22)3 = 22 . 3 = 26 = 128
b) (33x)2 = 36x
c) (54 + x)3 = 512+3x
d) (77)0 = 77 . 0 = 70 = 1
e) (2-3)2 = 2(-3) . 2 = 2-6

Cuidado!
n
(am)n ≠ am
Exemplo:
2
(23)2 ≠ 23   →  26 ≠ 29  →  128 ≠ 512

Potência de mesmo expoente


O produto de dois números quaisquer a e b, ambos elevados a um expoente n, conserva-se o
expoente e multiplicam-se as bases.

an . bn = (a . b)n
Exemplos:
a) (3 . 2)3 = 33 . 23 = 27 . 8 = 216
b) (5x)2 = 52 . x2 = 25x2
c) ( – 2ab)4 = ( – 2)4 . a4 . b4 = 16 a4 . b4
d) (x2y3)4 = (x2)4 . (y3)4 = x8 . y12
e) 57 . 27 = (5 . 2)7 = 107
f) (4 . a3 . b5)2 = 42 . (a3)2 . (b5)2 = 16 . a6 . b10

Exemplo: A soma dos algarismos do produto 421 . 540 é:

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Matemática – Potências – Prof. Dudan

Divisão de mesmo expoente


A divisão de dois números quaisquer a e b, ambos elevados a um expoente n, conserva-se os
expoentes e dividem-se as bases. (b ≠ 0)

n
an ⎛ a ⎞
=⎜ ⎟
b ⎝ b⎠
n

Exemplos:
4
⎛ ⎞ 4
a) 2 = 2 = 16
⎜⎝ 3 ⎟⎠ 34 81
7
7
⎛ ⎞
b) 5 = 5 = 17 = 1
5 ⎜⎝ 5 ⎟⎠
7

( )( )
3 3 3
3 4
⎛ 2x 4z2 ⎞ 2 x z2 8x12z6
c)
⎜ 3y 3 ⎟ = =
( )
3
⎝ ⎠ 33 y 3 27y 9
8
88 ⎛ 8 ⎞
d) 8 = ⎜ ⎟ = 48
2 ⎝ 2⎠
2x
e) 9 = ⎛ 9 ⎞ = 32x
2x

32x ⎜⎝ 3 ⎟⎠

Potência de expoente negativo


O expoente negativo indica que se deve trabalhar com o inverso multiplicativo dessa base.

Expoente – 1 Expoente qualquer

n n n
−1 1 1 1
−1 − n −n 1 1 1 − n −ou
− n −1 1 1 1
a = aa = = a =a a= =n a =a n n= a− n =
a a a a a a a a an

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Exemplos:

1
a) 5−1 =
5
2
−21 1
b) x = =
x x2
3
−3 1 1
c) 2 = =
2 8
1
d) y −1 =
y

Casos especiais:

−n n −1
a b a b
= =
b a b a

Exemplos:

−1
2 3
a) =
3 2
−2 2
5 3 9
b) = =
3 5 25
−4 4
1 2
c) = = 24 = 16
2 1
−2 2
3 x x2
d) − = − =
x 3 9

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Matemática – Potências – Prof. Dudan

Regras importantes
Base NEGATIVA elevada a expoente ÍMPAR resulta em NEGATIVO.
Exemplo:
a) ( – 1)5 = ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) = – 1
b) ( – 2) = ( – 2) . ( – 2) . ( – 2) = – 8
3
1
c) ( – 5) = – 5

Base NEGATIVA elevada a expoente PAR resulta em POSITIVO.


Exemplo:
a) ( – 2)4 = ( – 2) . ( – 2) . ( – 2) . ( – 2) = + 16
b) ( – 7) = ( – 7) . ( – 7) = + 49
2

c) ( – 1) = ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) = + 1
6

Caso especial para BASE = – 1


Exponente PAR Exponente ÍMPAR
(–1)0 = +1 (–1)1 = –1
(–1) = (–1) . (–1) = +1 (–1) = (–1) . (–1) . (–1) = –1
2 3

(–1) = (–1) . (–1) . (–1) . (–1) = +1 (–1)5 = (–1) . (–1) . (–1) . (–1) . (–1) = –1
4

( –1) = (– 1) . (– 1) . (– 1) . (– 1) . (– 1) . (– 1) = + 1 ( – 1)7 = ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) = – 1
6

. .
. .
. .
PAR
( – 1) = + 1 ( – 1)ÍMPAR = – 1

Exemplos:

a) ( – 1)481 = – 1
1500
b) ( – 1) = + 1
( – 1) . ( – 1) = ( – 1)
123 321 123 + 321
c) = ( – 1)444 = + 1
2n
d) ( – 1) = + 1 pois "2n" é um número par
6n - 1
e) ( – 1) = – 1 pois "6n – 1" é um número ímpar

www.acasadoconcurseiro.com.br 531
Exemplos: Calcule as potências:
3 5
a) 8 . 16 = j) 0,25-3 =
7 -4 −1
b) 7 ÷ 7 = 7
k) =
c) 5 =
-3 4
3 5
d) (3 ) = l) π0 =
5
e) ( – 5)0 = m) 10 =
-3
f) – 50 = n) 10 =
2 −4 −1
3 1 7 o) (0,001)3 =
g) − = −
4 2 4 p) (0,001)-3 =
-23 −4 −1
3 q) 410 ÷ 2 =
h) − = −1 7
4 2 4 r) 10003 =
2 −4 −1
3 1 7
− i) − =
4 2 4

Exemplo: Relacione a coluna da esquerda com a coluna da direita.


( ) 05
( ) 50 a) 1
7
( ) ( – 1) b) – 1
10
( ) ( – 1) c) 0
0
( ) 1

A alternativa que completa corretamente os parênteses, de cima para baixo é:


a) a–b–c–b–a
b) c–a–b–a–a
c) c–b–b–b–a
d) c–b–a–b–c
e) a–a–a–a–c

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Matemática

RADICAIS

Certas situações envolvendo radicais podem ser simplificadas utilizando algumas técnicas
matemáticas. Vamos, por meio de propriedades, demonstrar como simplificar números na
forma de radicais, isto é, números ou letras que podem possuir raízes exatas ou não. Nesse
último caso, a simplificação é primordial para os cálculos futuros e para as questões de concurso.

Definição
Se perguntássemos qual número multiplicado por ele mesmo tem resultado 2, não
encontraríamos nenhum número natural, inteiro ou racional como resposta.
Uma raiz nada mais é que uma operação inversa à potenciação, sendo assim, ela é utilizada
para representar, de maneira diferente, uma potência com expoente fracionário.
Radiciação de números relativos é a operação inversa da potenciação. Ou seja:
n
an = b ⇔ b = �a (com n > 0)

Regra do “SOL e da sombra”

www.acasadoconcurseiro.com.br 533
Exemplos:
3 3
5 5
a)a)7 57=5 = 737=3 =5 343
5
343
3 3
4 43 3
b)b) 2 2= =
22 4 4

1 1

3 3= = 3 3
c)c) 2 2

5 5
3 3
d)d) 3232= =
22 3 3

8 8 4 4
0 ,80 ,8 5 5
4 4 5 5
e)10
e)10
  = 10
= 10 = 10
10 10
= 10 = = 1010
5 5
= = 10000
10000

Atenção: par
negativo ≠ IR

Propriedades

I. Simplificação de radicais
Regra da chave-fechadura
Exemplos:
a)  27 = b)  32 =
c)  3 16 = d)  5 32 =
e)  36 = f)  4 512 =
g)  243 = h)  3 729 =
i)  108 = j)  3 −64 =

Atenção!
n
an = a

II. Soma e subtração de radicais


Exemplos:
a) 5 − 5 20 + 45 − 7 125 + 320 =
b) 3 2 − 3 54 + 3 128 =

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Matemática – Radicais – Prof. Dudan

III. Multiplicação de raízes de mesmo índice

�a . n�b = n�a . b
n

Exemplos:
a) 2 . 5 = 2.5 = 10
3 3
b) 4 . 2 = 3 4.2 = 3 8 = 2
c) 2 27 . 2
3
d) 3 16 . 3
2

IV. Divisão de raízes de mesmo índice

n 20 20
a a a) = = 4 =2
= n
20 20 5
5
n
b b a) = = 4 =2
5 5 4 3
4 3
b) = = 2 3
Exemplos: Atenção:
2 3 2

3
a)
20
=
20
= 4 =2 4 4 3 144 144 12
5 5 b) =3 1 ,=44 =2
100
= =
10
= 1 ,2
3
2 2 100
20 20
a) 3 = = 4 =2
45 3 4 5 3 m n
b) = = 2 a = m.n a
3
2 2

144 144 12
1 , 44 = = 64 = 64= 2 ,2
= 64 == 1
3
44
b) =3 =32 a) 3 2.3
=2 6 6 6
3
V. 1 Raiz
144
2
, 442= de raiz
=
144 12
= = 1 ,2
100 100 10
100 100 10
5 4
b) 3 = 5.4 3 = 20 3
144 144 12
1 , 44 = = = = 1 ,2
m n
a = m.n a
m n
a = m.n a100 100 10

m n m.n
a) a =3 64 a= 2.3 64 = 6 64 = 26 = 2
6

Exemplos:
3 6
5 34 2.3 6
a) 64 = 2.3 64 = 6 64 = 26 = 2
20 6
3 ==5.4 364= = 3 64 = 2 = 2
6
a)
b) 64

5 4 5 4
b) 3 = 5.4 3 = 20 3
b) 3 = 5.4 3 = 20 3

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VI. Simplificação de índice e expoente

n.p n
am.p = am
n.p n
am.p = am n.p n
Exemplos: am.p =4 am 4 2
4 4
a) 9= 3 = 3
a) 9 = 32 = 3
4 4
a) 9 8= 6 32 2= 3 4 3
.4 2.3
b)
8
76 =
2.4
72.3 = 73
4
b) 7 = 7 = 7
n.p n
am.p = am
2.3 8 2.4 4
m
a⋅n b =
m.n
b) 7 6
=
an ⋅ bm
VII. Multiplicação de raízes de míndices
7 = 7 3

a ⋅ n bdistintos
m.n
a) 4
9= 3 = 3
4 2 = an ⋅ bm
3 12
a) 5 ⋅ 4 7 = 5 4 ⋅ 73 m m.n
b)
8
76 =
2.4
72.3 = 73
4
a ⋅ n b 3= 4an ⋅ b12m 4 3
5 4 20 20
a)15 5 ⋅ 7 = 5 ⋅ 7
b)
m n ⋅ 5n3 =m 22⋅4 ⋅ 53⋅5 = 2 ⋅ 5
22 m.n 8
a⋅ b = a ⋅ b
Exemplos: 3 12
a) 5 5⋅ 4 27 =4 354 ⋅2073 2⋅4 3⋅5 20 8 15
a) 3
5 ⋅ 4 7 = 5 4 ⋅ 73
12 b) 2 ⋅ 5 = 2 ⋅ 5 = 2 ⋅5
5 4 20 20
b)
5
22 ⋅ 53 = 22⋅4 ⋅ 53⋅5 = 28 ⋅b)
4 20
515
20
22 ⋅ 53 = 22⋅4 ⋅ 53⋅5 = 28 ⋅ 515

Exercícios

1. Se x = 2 e y = 98 − 32 − 8 então:
a) y = 3x
b) y = 5x
c) y=x
d) y = −x
e) y = 7x

2. Se a = 2 e b = 2 − 8 , então a/b é um número:


a) racional positivo.
b) racional não inteiro.
c) racional.
d) irracional.
e) complexo não real.

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Matemática – Radicais – Prof. Dudan

3. O numeral 5120,555 é equivalente a:


a) 32.
b) 16 2 .
c) 2.
d) 2 .
e) 5 2 .
1,777...
4. O valor de é:
0,111...

a) 4,444...
b) 4.
c) 4,777...
d) 3.
e) 4/3.
50%
5. O valor de (16%) é:
a) 0,04%
b) 0,4%
c) 4%
d) 40%
e) 400

2 2 3
6. O valor de  8 + 14 + 6 + 4  é:
a) 2 3
b) 3 2 2
c) 5
d) 2 5
e) 5 2

7. Se a = 23,5, então:
a) 6 < a < 8,5.
b) 8,5 < a < 10.
c) 10 < a < 11,5.
d) 11,5 < a < 13.
e) 13 < a < 14,5.

Gabarito: 1. C 2. C 3. A 4. B 5. D 6. A 7. C

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Matemática

PRODUTOS NOTÁVEIS

Existem alguns produtos que se notabilizaram por algumas particularidades, chamam-se


de PRODUTOS NOTÁVEIS. Essas multiplicações são frequentemente usadas e, para evitar a
multiplicação de termo a termo, existem algumas fórmulas que convém serem memorizadas.

QUADRADO DA SOMA DE DOIS NÚMEROS

O quadrado da soma de dois números é igual ao quadrado do primeiro somado duas vezes o
primeiro pelo segundo, somado o quadrado do segundo.

Exemplos:
(x + 4)2 = x2 + 2.x.4 + 42 = x2 + 8x + 16
(3x + 1)2 = (3x)2 + 2.3x.1 + 12 = 9x2 + 6x + 1
(2a + 3b)2 = (2a)2 + 2.2a.3b + (3b)2 = 4a2 + 12ab + 9b2
(3x2 + 2x)2 = (3x2)2 + 2.3x2.2x + (2x)2 = 9x4 + 12x3 + 4x2

CUIDADO: (x + y)2 ≠ x2 + y2

DICA:
Não é necessário decorar essa fórmula, basta lembrar:
(a + b)2 = (a + b).(a + b)

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Aplicando a distributiva,

(a + b)2 = a2 + ab + ab + b2
(a + b)2 = a2 + 2ab + b2

Exemplos:
a) (a + 7)2 =
2
b) (a³ + 5b) =

QUADRADO DA DIFERENÇA DE DOIS NÚMEROS

O quadrado da diferença de dois números é igual ao quadrado do primeiro subtraído duas


vezes o primeiro pelo segundo, somado o quadrado do segundo.

EXEMPLOS:
(x – 3)2 = x2 – 2.x.3 + 32 = x2 – 6x + 9
(5x – 3)2 = (5x)2 – 2.5x.3 + 32 = 25x2 – 30x + 9
(2a – 4b)2 = (2a)2 - 2.2a.4b + (4b)² = 4a2 + 16ab + 16b2
(3x2 – 2x)2 = (3x2)2 – 2.3x2.2x + (2x)2 = 9x4 – 12x3 + 4x2

CUIDADO: (x – y)2 ≠ x2 – y2

DICA:
Não é necessário decorar essa fórmula, basta lembrar:
(a – b)2 = (a – b).(a – b)
Aplicando a distributiva,

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Matemática – Produtos Notáveis – Prof. Dudan

(a – b)2 = a2 – ab – ab + b2
(a – b)2 = a2 – 2ab + b2

Exemplos:
a) (3x – 1)2 =
b) (5x2 – 3x)2 =

PRODUTO DA SOMA PELA DIFERENÇA ENTRE DOIS NÚMEROS

O produto da soma de dois termos pela sua diferença é igual ao quadrado do primeiro termo
subtraído o quadrado do segundo termo.

Exemplos:
(x + 1).(x – 1) = x2 – 12 = x2 – 1
(2a + 3).(2a – 3) = (2a)2 – 32 = 4a2 – 9
(3x + 2y).(3x – 2y) = (3x)2 – (2y)2 = 9x2 – 4y2

DICA:
Obs.: Não é necessário decorar essa fórmula, basta lembrar de aplicar a distributiva:

(a + b).(a – b) = a2 – ab + ab – b2
(a + b).(a – b) = a2 – b2

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Exemplos:
(3a – 7).(3a + 7)=

(5a3 – 6).(5a3 + 6) =

Exercicios:
2 2
1. A expressão (x – y) – (x + y) é equivalente a:
a) 0
2
b) 2y
c) – 2y3
d) – 4xy
e) – 2xy

2. A expressão (3 + ab).(ab – 3) é igual a:


2
a) a b–9
2
b) ab – 9
2 2
c) a b –9
2 2
d) a b –6
2 2
e) a b +6
2 2
3. Se (x – y) – (x + y) = – 20, então x.y é igual a:
a) 0
b) –1
c) 5
d) 10
e) 15
2 2
4. Se x – y = 7 e xy = 60, então o valor da expressão x + y é:
a) 53
b) 109
c) 169
d) 420
e) 536

5. A diferença entre o quadrado da soma e o quadrado da diferença de dois números reais é igual:
a) a diferença dos quadrados dos dois números.
b) a soma dos quadrados dos dois números.
c) a diferença dos dois números.
d) ao dobro do produto dos números.
e) ao quádruplo do produto dos números.

Gabarito: 1. D 2. C 3. C 4. C 5. E

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Matemática

FATOR COMUM

Quando todos os termos de uma expressão tem um fator comum, podemos colocá-lo em
evidência. A forma fatorada é o produto do fator comum pelo que se obtém dividindo-se cada
termo da expressão original dada pelo fator comum.
Para usar esse método, temos que achar um fator que seja comum entre os termos, seja
número ou uma incógnita (letra), e colocá-lo em evidência.
Exemplos:
a) 2a + 2b = 2 (a + b)

1º Achamos o fator comum que é o 2.


2º Depois colocamos em evidência e dividimos cada termo pelo fator comum:
2a : 2 = a
2b : 2 = b

b) 6ax + 8ay = 2a (3x + 4y)

1º Nesse caso, temos a incógnita como fator comum, mas temos também números que
aparentemente não têm nada em comum. Então, devemos achar algum número que seja
divisível pelos dois números ao mesmo tempo, ou seja, encontramos o 2. Colocamos,
assim, em evidência.
2º Agora dividimos cada termo pelo fator comum:
6ax : 2a = 3x
8ay : 2a = 4y

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Exemplo: Colocando o fator comum em evidência, fatore os seguintes polinômios:

a) 10a + 10b =

b) 4a – 3ax =

2
c) 35c + 7c =

TRINÔMIO DO QUADRADO PERFEITO

Outra maneira de fatorar expressões algébricas é utilizando a regra do trinômio do quadrado


perfeito. Para fatorar uma expressão algébrica utilizando esse caso, a expressão deverá ser um
trinômio e formar um quadrado perfeito.
Então, para compreender melhor esse tipo de fatoração, vamos recapitular o que é um trinômio
e quando um trinômio pode ser um quadrado perfeito.
Para que uma expressão algébrica seja um trinômio, ela deverá ter exatamente 3 termos. Veja
alguns exemplos de trinômios:

3 2
x + 2x + 2x

– 2x5 + 5y – 5

ac + c – b

É importante lembrar que nem todos os trinômios são quadrados perfeitos. Por isso, é preciso
verificar se um trinômio pode ser escrito na forma de um quadrado perfeito.

Como identificar um trinômio do quadrado perfeito?


Veja se o trinômio 16x2 + 8x + 1 é um quadrado perfeito. Para isso, siga as seguintes regras:
Verifique se dois membros do trinômio têm raízes quadradas exatas e se o dobro delas é o
outro termo.

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Matemática – Fator Comum – Prof. Dudan

Assim, o trinômio 16x2 + 8x + 1 é quadrado perfeito.


Então, a forma fatorada do trinômio é 16x2 + 8x + 1 é (4x + 1)2, pois é a soma das raízes ao
quadrado.

Exemplos Resolvidos

Fatore a expressão x2 – 18x + 81.

Encontre a forma fatorada de x2 – 100x + 2500.

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Exercícios:

x+3
1. Para x ≠ 3, a simplificação da expressão é:
x2 − 9
a) x – 3

b) 3 – x
1
c)
x−3
1
d)
x+3
1
e)
3− x

2x2 − 8y2
2. Se y ≠ 0 e se x ≠ – 2y, a expressão é igual a:
3x2y + 6xy2
−2
a)
y + 2x

b) 2x − 4y
3xy
x − 4y
c)
y + 2x

1
d)
x + 2y

e) 2
3
a2 + 6a+ 9 a2 − 9
3. Para a ≠ – 3 e a ≠ 3, a expressão ÷ é equivalente a:
a+ 3 3 a− 3
a)
3
b) a + 2
c) a + 3
d) a – 3
e) a− 3
3

Gabarito: 1. C 2. B 3. A

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Matemática

DIVISORES E MÚLTIPLOS

Os múltiplos e divisores de um número estão relacionados entre si da seguinte forma: 


Se 15 é divisível por 3, então 3 é divisor de 15, assim, 15 é múltiplo de 3. 
Se 8 é divisível por 2, então 2 é divisor de 8, assim, 8 é múltiplo de 2. 
Se 20 é divisível por 5, então 5 é divisor de 20, assim, 20 é múltiplo de 5. 

Múltiplos de um número natural 


Denominamos múltiplo de um número o produto desse número por um número natural
qualquer. Um bom exemplo de números múltiplos é encontrado na tradicional tabuada. 
Múltiplos de 2 (tabuada da multiplicação do número 2) 
2 x 0 = 0 
2 x 1 = 2 
2 x 2 = 4 
2 x 3 = 6 
2 x 4 = 8 
2 x 5 = 10 
2 x 6 = 12 
2 x 7 = 14 
2 x 8 = 16 
2 x 9 = 18 
2 x 10 = 20 
E assim sucessivamente. 
Múltiplos de 3 (tabuada da multiplicação do número 3) 
3 x 0 = 0 
3 x 1 = 3 
3 x 2 = 6 
3 x 3 = 9 
3 x 4 = 12 
3 x 5 = 15 
3 x 6 = 18 
3 x 7 = 21 
3 x 8 = 24 
3 x 9 = 27 
3 x 10 = 30 

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E assim sucessivamente. 
Portanto, os múltiplo de 2 são: 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 18, 20, ... 
E os múltiplos de 3 são: 0, 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27, 30, ... 

Divisores de um número natural 


Um número é divisor de outro quando o resto da divisão for igual a 0. Portanto, 
12 é divisível por 1, 2, 3, 4, 6 e 12. 
36 é divisível por 1, 2, 3, 4, 6, 9, 12, 18 e 36. 
48 é divisível por 1, 2, 3, 4, 6, 8, 12, 24 e 48. 

Importante!
• O menor divisor natural de um número é
sempre o número 1. 
• O maior divisor de um número é o próprio
número. 
• O zero não é divisor de nenhum número. 
• Os divisores de um número formam um
conjunto finito.

Principais Critérios de Divisibilidade


Dentre as propriedades operatórias existentes na Matemática, podemos ressaltar a divisão,
que consiste em representar o número em partes menores e iguais.
Para que o processo da divisão ocorra normalmente, sem que o resultado seja um número
não inteiro, precisamos estabelecer situações envolvendo algumas regras de divisibilidade.
Lembrando que um número é considerado divisível por outro quando o resto da divisão entre
eles é igual a zero.

Regras de divisibilidade
Divisibilidade por 1
Todo número é divisível por 1.

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Matemática – Divisores e Múltiplos – Prof. Dudan

Divisibilidade por 2
Um número natural é divisível por 2 quando ele termina em 0, ou 2, ou 4, ou 6, ou 8, ou seja,
quando ele é par.
Exemplos: 5040 é divisível por 2, pois termina em 0.
237 não é divisível por 2, pois não é um número par.

Divisibilidade por 3
Um número é divisível por 3 quando a soma dos valores absolutos dos seus algarismos for
divisível por 3.
Exemplo: 234 é divisível por 3, pois a soma de seus algarismos é igual a 2 + 3 + 4 = 9, e como 9 é
divisível por 3, então 234 é divisível por 3.

Divisibilidade por 4
Um número é divisível por 4 quando termina em 00 ou quando o número formado pelos dois
últimos algarismos da direita for divisível por 4.
Exemplos: 1800 é divisível por 4, pois termina em 00.
4116 é divisível por 4, pois 16 é divisível por 4.
1324 é divisível por 4, pois 24 é divisível por 4.
3850 não é divisível por 4, pois não termina em 00 e 50 não é divisível por 4.

Divisibilidade por 5
Um número natural é divisível por 5 quando ele termina em 0 ou 5.
Exemplos: 55 é divisível por 5, pois termina em 5.
90 é divisível por 5, pois termina em 0.
87 não é divisível por 5, pois não termina em 0 nem em 5.

Divisibilidade por 6
Um número natural é divisível por 6 quando é divisível por 2 e 3 ao mesmo tempo.
Exemplos: 54 é divisível por 6, pois é par, logo divisível por 2 e a soma de seus algarismos é
múltiplo de 3 , logo ele é divisível por 3 também.
90 é divisível por 6, pelo mesmos motivos..
87 não é divisível por 6, pois não é divisível por 2.

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Divisibilidade por 7
Um número é divisível por 7, quando estabelecida a diferença entre o dobro do seu último
algarismo e os demais algarismos, encontramos um número divisível por 7.

Exemplos:
161 : 7 = 23, pois 16 – 2.1 = 16 – 2 = 14
203 : 7 = 29, pois 20 – 2.3 = 20 – 6 = 14
294 : 7 = 42, pois 29 – 2.4 = 29 – 8 = 21
840 : 7 = 120, pois 84 – 2.0 = 84

E o número 165928? Usando a regra : 16592 – 2.8 = 16592 – 16 = 16576


Repetindo o processo: 1657 – 2.6 = 1657 – 12 = 1645
Mais uma vez : 164 – 2.5 = 164 – 10 = 154 e 15 – 2.4 = 15 – 8 = 7
Logo 165928 é divisível por 7.

Divisibilidade por 8
Um número é divisível por 8 quando termina em 000 ou os últimos três números são divisíveis
por 8.

Exemplos:
1000 : 8 = 125, pois termina em 000
45128 é divisível por 8 pois 128 dividido por 8 fornece 16
45321 não é divisível por 8 pois 321 não é divisível por 8.

Divisibilidade por 9
Será divisível por 9 todo número em que a soma de seus algarismos constitui um número
múltiplo de 9.

Exemplos:
81 : 9 = 9, pois 8 + 1 = 9
1107 : 9 = 123, pois 1 + 1 + 0 + 7 = 9
4788 : 9 = 532, pois 4 + 7 + 8 + 8 = 27

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Matemática – Divisores e Múltiplos – Prof. Dudan

Divisibilidade por 10
Um número é divisível por 10 se termina com o algarismo 0 (zero).
Exemplos: 5420 é divisível por 10 pois termina em 0 (zero)
6342 não é divisível por 10 pois não termina em 0 (zero).

Divisibilidade por 11
Um número é divisível por 11 nas situações em que a diferença entre o último algarismo e o
número formado pelos demais algarismos, de forma sucessiva até que reste um número com 2
algarismos, resultar em um múltiplo de 11. Como regra mais imediata, todas as dezenas duplas
(11, 22, 33, 5555, etc.) são múltiplas de 11.
1342 : 11 = 122, pois 134 – 2 = 132 → 13 – 2 = 11
2783 : 11 = 253, pois 278 – 3 = 275 → 27 – 5 = 22
7150: 11 = 650, pois 715 – 0 = 715 → 71 – 5 = 66

Divisibilidade por 12
Se um número é divisível por 3 e 4, também será divisível por 12.

Exemplos:
192 : 12 = 16, pois 192 : 3 = 64 e 192 : 4 = 48
672 : 12 = 56, pois 672 : 3 = 224 e 672 : 4 = 168

Divisibilidade por 15
Todo número divisível por 3 e 5 também é divisível por 15.

Exemplos:
1470 é divisível por 15, pois 1470:3 = 490 e 1470:5 = 294.
1800 é divisível por 15, pois 1800:3 = 600 e 1800:5 = 360.

Exemplo: Teste a divisibilidade dos números abaixo por 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.


a) 1278
b) 1450
c) 1202154

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Matemática

FATORAÇÃO

Podemos escrever os números como produto (multiplicação) de números primos. Contudo,


qual a finalidade de fatorarmos esses números? Preciso realizar a fatoração separadamente ou
posso fazê-la simultaneamente, com dois ou mais números? Esses respostas virão adiante.
Um dos pontos importantes da fatoração, encontra-se no cálculo do M.D.C (Máximo Divisor
Comum) e do M.M.C (Mínimo Múltiplo Comum). Entretanto, devemos tomar cuidado quanto
à obtenção desses valores, pois utilizaremos o mesmo procedimento de fatoração, ou seja, a
mesma fatoração de dois ou mais números para calcular o valor do M.D.C e do M.M.C. Sendo
assim, devemos compreender e diferenciar o modo pelo qual se obtém cada um desses valores,
por meio da fatoração simultânea.
Vejamos um exemplo no qual foi feita a fatoração simultânea:
12,  42  2 (Divisor Comum)
6,  21  2
3,  21  3 (Divisor Comum)
1,  7   7
1  1

Note que na fatoração foram destacados os números que dividiram simultaneamente os


números 12 e 42. Isto é um passo importante para conseguirmos determinar o M.D.C. Se
fôssemos listar os divisores de cada um dos números, teríamos a seguinte situação:
D(12) = {1, 2, 3, 4, 6, 12}
D(42) = {1, 2, 3, 6, 7, 21, 42}

Note que o maior dos divisores comuns entre os números 12 e 42 é o número 6. Observando
a nossa fatoração simultânea, este valor 6 é obtido realizando a multiplicação dos divisores
comuns.
Por outro lado, o M.M.C será obtido de uma maneira diferente. Por se tratar dos múltiplos,
deveremos multiplicar todos os divisores da fatoração. Sendo assim, o M.M.C (12,14) = 2 x 2 x
3 x 7 = 84.
Portanto, esse processo de fatoração é muito utilizado no cálculo do M.M.C e do M.D.C também,
mas cada um com seu respectivo procedimento, portanto, cuidado para não se confundir.

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Exemplos: Vamos fatorar, para o cálculo do M.M.C, os valores abaixo:
15, 24, 60  2
15, 12, 30  2
15, 6,  15  2
15, 3,  15   3
5,  1,  5   5
1,  1,  1

Logo, o produto desses fatores primos: 2 . 2 . 2 . 3 . 5 = 120 é o menor múltiplo comum entre os
valores apresentados.
Agora se quiséssemos calcular o M.D.C , teríamos que fatorá-los sempre juntos, até não haver
mais divisor comum além do número 1.
Assim:
15, 24, 60  3
5,  8,  20  

E com isso, temos que o M.D.C dos valores dados é 3.


Exemplo: Fatore 20 e 30 para o cálculo do M.M.C
20,  30  2
10,  15  2
5,  15  3
5,  5   5
1  1

Assim, o produto desses fatores primos obtidos: 2.2.3.5 = 60 é o M.M.C de 20 e 30.

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Matemática – Fatoração – Prof. Dudan

De fato, se observarmos a lista de múltiplos de 20 e 30, verificaremos que, dentre os comuns,


o menor deles é, de fato, o 60.
M(20) = 0, 20, 40, 60, 80, 100, 120, 140, 160,...
M(30) = 0, 30, 60, 90, 120, 150,...
Agora, se buscássemos o M.D.C teríamos que fatorar de forma diferente.
20,  30  2
10,  15  5
2,  3

Com isso, o produto desses fatores primos, 2 . 5 = 10, obtidos pela fatoração conjunta,
representa o M.D.C .
De fato, se observarmos a lista de divisores de 20 e 30, verificaremos que, dentre os comuns,
o maior deles é, de fato, o 10.
D(20) = 1, 2, 4, 5, 10, 20.
D(30) = 1, 2 ,3 ,5 ,6, 10, 15, 30.

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Matemática

MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM

O mínimo múltiplo comum entre dois números é representado pelo menor valor comum
pertencente aos múltiplos dos números. Observe o M.M.C entre os números 20 e 30:
M(20) = 0, 20, 40, 60, 80, 100, 120, .... e M(30) = 0, 30, 60, 90, 120, 150, 180, ...
Logo o M.M.C entre 20 e 30 é equivalente a 60.
Outra forma de determinar o M.M.C entre 20 e 30 é pela fatoração, em que devemos escolher
os fatores comuns de maior expoente e os termos não comuns.
Observe:
20 = 2 * 2 * 5 = 2² * 5 e 30 = 2 * 3 * 5 = 2 * 3 * 5 logo
M.M.C (20; 30) = 2² * 3 * 5 = 60
A terceira opção consiste em realizar a decomposição simultânea dos números, multiplicando
os fatores obtidos. Observe:
20,  30  2
10,  15  2
5,  15  3
5,  5   5
1
M.M.C (20, 30) = 2 * 2 * 3 * 5 = 60

Dica:
Apenas números naturais
têm M.M.C.

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Um método rápido e fácil para se determinar o M.M.C de um conjunto de números naturais é
a FATORAÇÃO.
Nela iremos decompor simultaneamente os valores, de forma que ao menos um deles possa
ser dividido pelo fator primo apresentado, até que não sobrem valores maiores que 1.
O produto dos fatores primos utilizados nesse processo é o Mínimo Múltiplo Comum.
Para que possamos fazer uma comparação, vamos tomar os números 6, 8 e 12 como exemplo.
Da fatoração desses três números temos:
6, 8, 12  2
3, 4, 6   2
3, 2, 3   2
3, 1, 3    3
1, 1, 1

O M.M.C (6, 8, 12) será calculado pelo produto desses fatores primos usados na decomposição
dos valores dados.
Logo: M.M.C (6 , 8 , 12) = 2.2.2.3 = 24
Qual é o M.M.C (15, 25, 40)?
Fatorando os três números, temos:
15, 25, 40  2
15, 25, 20  2
15, 25, 10  2
15, 25, 5    3
5,  25, 5  5
1,  5,  1  5
1,  1,  1

Assim o M.M.C (15, 25, 40) = 2. 2 . 2 . 3 . 5 . 5 = 600

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Matemática – Mínimo Múltiplo Comum – Prof. Dudan

Propriedade do M.M.C.
Todo múltiplo comum de dois ou mais números inteiros é múltiplo do m.m.c. desses números.
Exemplo: os múltiplos comuns positivos de 2 , 5 e 6 são exatamente os múltiplos positivos de
30 (m.m.c. (2 ,5 , 6) = 30), ou seja, são 30 , 60, 90,... 

Como identificar questões que exigem o cálculo do M.M.C?


Para não ficar em dúvida quanto à solicitação da questão, M.M.C ou M.D.C, basta entender que
o M.M.C por ser um “múltiplo comum”, é um número sempre será maior ou igual ao maior dos
valores apresentados , logo sempre um valor além dos valores dados.
Apesar do nome Mínimo Múltiplo Comum é equivocado pensar que o “mínimo” indica um
número pequeno, talvez menor que os valores apresentados. Na verdade, ele é o menor dos
múltiplos e quase sempre maior que todos esses valores de quem se busca o cálculo do M.M.C.

Exemplo

1. Numa linha de produção, certo tipo de manutenção é feita na máquina A a cada 3 dias; na
máquina B, a cada 4 dias; e na máquina C, a cada 6 dias. Se no dia 2 de dezembro foi feita a
manutenção nas três máquinas, após quantos dias as máquinas receberão manutenção no
mesmo dia?
Temos que determinar o M.M.C entre os números 3, 4 e 6.
3, 4, 6  2
3, 2, 3  2
3, 1, 3  3
1, 1, 1   
Assim, o M.M.C (3, 4, 6) = 2 * 2 * 3 = 12
Concluímos que, após 12 dias, a manutenção será feita nas três máquinas. Portanto, dia 14
de dezembro.

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2. Um médico, ao prescrever uma receita, determina que três medicamentos sejam ingeridos
pelo paciente de acordo com a seguinte escala de horários: remédio A, de 2 em 2 horas;
remédio B, de 3 em 3 horas; e remédio C, de 6 em 6 horas. Caso o paciente utilize os três
remédios às 8 horas da manhã, qual será o próximo horário de ingestão dos medicamentos?
Calcular o M.M.C dos números 2, 3 e 6.
2, 3, 6  2
1, 3, 3  3
1, 1, 1
M.M.C (2, 3, 6) = 2 * 3 = 6
O mínimo múltiplo comum dos números 2, 3, 6 é igual a 6.
De 6 em 6 horas os três remédios serão ingeridos juntos. Portanto, o próximo horário será
às 14 horas.

3. Em uma árvore de natal, três luzes piscam com frequência diferentes. A primeira pisca a
cada 4 segundos, a segunda a cada 6 segundos e a terceira a cada 10 segundos. Se num
dado instante as luzes piscam ao mesmo tempo, após quantos segundos voltarão a piscar
juntas?

4. No alto da torre de uma emissora de televisão, duas luzes “piscam” com frequências
diferentes. A primeira “pisca” 15 vezes por minuto e a segunda “pisca” 10 vezes por
minuto. Se num certo instante, as luzes piscam simultaneamente, após quantos segundos
elas voltarão a “piscar simultaneamente”?
a) 12
b) 10
c) 20
d) 15
e) 30
5. Três ciclistas percorrem um circuito saindo todos ao mesmo tempo, do mesmo ponto, e com
o mesmo sentido. O primeiro faz o percurso em 40 s; o segundo em 36 s; e o terceiro em 30
s. Com base nessas informações, depois de quanto tempo os três ciclistas se reencontrarão
novamente no ponto de partida, pela primeira vez, e quantas voltas terá dado o primeiro, o
segundo e o terceiro ciclista, respectivamente?
a) 5 minutos, 10 voltas, 11 voltas e 13 voltas.
b) 6 minutos, 9 voltas, 10 voltas e 12 voltas.
c) 7 minutos, 10 voltas, 11 voltas e 12 voltas.
d) 8 minutos, 8 voltas, 9 voltas e 10 voltas.
e) 9 minutos, 9 voltas, 11 voltas e 12 voltas.

Gabarito: 3. 60 Segundos 4. A 5. B 6. B

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Matemática

MÁXIMO DIVISOR COMUM (M.D.C)

O máximo divisor comum entre dois números é representado pelo maior valor comum
pertencente aos divisores dos números. Observe o M.D.C entre os números 20 e 30:
D(20) = 1, 2, 4, 5, 10, 20. e D(30) = 1, 2, 3, 5, 6, 10, 15, 30.
O maior divisor comum dos números 20 e 30 é 10.
Podemos também determinar o M.D.C entre dois números através da fatoração, em que
escolheremos os fatores comuns de menor expoente. Observe o M.D.C de 20 e 30 utilizando
esse método.
20 = 2 * 2 * 5 = 2² * 5 e 30 = 2 * 3 * 5 = 2 * 3 * 5
Logo M.D.C (20; 30) = 2 * 5 = 10
A terceira opção consiste em realizar a decomposição simultânea e conjunta dos números,
multiplicando os fatores obtidos. Observe:
20,  30  2
10,  15  2
2,  3   

Logo o M.D.C (20 , 30) = 10


Um método rápido e fácil para se determinar o M.D.C de um conjunto de números naturais é a
FATORAÇÃO.
Nela iremos decompor simultaneamente os valores, de forma que todos eles devem
ser divididos, ao mesmo tempo, pelo fator primo apresentado, até que se esgotem as
possibilidades dessa divisão conjunta.
O produto dos fatores primos utilizados nesse processo é o Máximo Divisor Comum.

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Para que possamos fazer uma comparação, vamos tomar novamente os números 6, 8 e 12
como exemplo.
Da fatoração conjunta destes três números, temos:
6, 8, 12  2
3, 4, 6  

O M.D.C (6, 8, 12) será calculado pelo produto desses fatores primos usados na decomposição
dos valores dados.
Logo: M.D.C (6 , 8 , 12) = 2

Qual é o M.D.C (15, 25, 40)?


Fatorando os três números, temos:
15, 25, 40  2
3,  5,  5  

Assim o M.D.C (15, 25, 40) = 5

Exemplo:
Qual é o M.D.C (15, 75, 105)?
Fatorando os três números, temos:
15,  75, 105  3
5,  25, 35  5
1,  5,  7   

M.D.C (15, 75, 105) = 3 . 5 = 15


Note que temos que dividir todos os valores apresentados, ao mesmo tempo, pelo fator primo.
Caso não seja possível seguir dividindo todos, ao mesmo tempo, dá-se por encerrado o cálculo
do M.D.C.

Propriedade Fundamental
Existe uma relação entre o M.M.C e o M.D.C de dois números naturais a e b.
M.M.C.(a,b) . M.D.C. (a,b) = a . b
Ou seja, o produto entre o M.M.C e M.D.C de dois números é igual ao produto entre os dois
números.

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Matemática – Máximo Divisor Comum – Prof. Dudan

Exemplo
Se x é um número natural em que M.M.C. (14, x) = 154 e M.D.C. (14, x) = 2, podemos dizer que
x vale.
a) 22
b) – 22
c) +22 ou – 22
d) 27
e) – 27

Como identificar questões que exigem o cálculo do M.D.C?


Para não ficar em dúvida quanto à solicitação da questão, M.M.C ou M.D.C, basta entender
que o M.D.C por ser um “divisor comum”, é um número sempre será menor ou igual ao menor
dos valores apresentados, logo sempre um valor aquém dos valores dados, dando ideia de
corte, fração.
Já o M.M.C, por ser um “múltiplo comum”, é um número sempre será maior ou igual ao maior
dos valores apresentados, logo sempre um valor além dos valores dados, criando uma ideia
de “futuro”.
Apesar do nome Mínimo Múltiplo Comum, é equivocado pensar que o “mínimo” indica um
número pequeno, talvez menor que os valores apresentados. Na verdade, ele é o menor
dos múltiplos e quase sempre maior que todos esses valores de quem se busca o cálculo do
M.M.C.

Exemplo:

1. Uma indústria de tecidos fabrica retalhos de mesmo comprimento. Após realizarem os


cortes necessários, verificou-se que duas peças restantes tinham as seguintes medidas: 156
centímetros e 234 centímetros. O gerente de produção ao ser informado das medidas, deu
a ordem para que o funcionário cortasse o pano em partes iguais e de maior comprimento
possível. Como ele poderá resolver essa situação?

2. Uma empresa de logística é composta de três áreas: administrativa, operacional e


vendedores. A área administrativa é composta de 30 funcionários, a operacional de 48 e a
de vendedores com 36 pessoas. Ao final do ano, a empresa realiza uma integração entre as
três áreas, de modo que todos os funcionários participem ativamente. As equipes devem
conter o mesmo número de funcionários com o maior número possível. Determine quantos
funcionários devem participar de cada equipe e o número possível de equipes.

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3. Para a confecção de sacolas, serão usados dois rolos de fio de nylon. Esses rolos, medindo
450 cm e 756 cm serão divididos em pedaços iguais e do maior tamanho possível. Sabendo
que não deve haver sobras, quantos pedaços serão obtidos?
a) 25
b) 42
c) 67
d) 35
e) 18
4. Nas últimas eleições, três partidos políticos tiveram direito, por dia, a 90 s, 108 s e 144 s
de tempo gratuito de propaganda na televisão, com diferentes números de aparições. O
tempo de cada aparição, para todos os partidos, foi sempre o mesmo e o maior possível. A
soma do número das aparições diárias dos partidos na TV foi de: 
a) 16
b) 17
c) 18
d) 19
e) 20
5. Um escritório comprou os seguintes itens: 140 marcadores de texto, 120 corretivos e 148
blocos de rascunho e dividiu esse material em pacotinhos, cada um deles contendo um
só tipo de material, porém todos com o mesmo número de itens e na maior quantidade
possível. Sabendo-se que todos os itens foram utilizados, então o número total de
pacotinhos feitos foi:
a) 74
b) 88
c) 96
d) 102
e) 112

Dica:
Quando se tratar de M.M.C
a solução será um valor no
mínimo igual ao maior dos
valores que você dispõe. Já
quando se tratar de M.D.C
a solução será um valor no
máximo igual ao menor dos
valores que você dispõe.

Gabarito: 1. 78 2. 6 e 19 3. C 4. D

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Matemática

EXPRESSÕES ALGÉBRICAS

Definição
Expressões algébricas são expressões matemáticas que apresentam letras e podem conter
números, são também denominadas expressões literais. As letras constituem a parte variável
das expressões, pois elas podem assumir qualquer valor numérico.
No cotidiano, muitas vezes usamos expressões sem perceber que representam expressões
algébricas ou numéricas.
Numa papelaria, quando calculamos o preço de um caderno somado ao preço de duas canetas,
usamos expressões como 1x + 2y, onde x representa o preço do caderno e y, o preço de cada
caneta.
Num colégio, ao comprar um lanche, somamos o preço de um refrigerante com o preço de um
salgado, usando expressoes do tipo 1x + 1y, onde x representa o preço do salgado e y, o preço
do refrigerante.
As expressões algébricas podem ser utilizadas para representar situações problemas, como as
propostas a seguir:
•• O dobro de um número adicionado a 20: 2x + 20.
•• A diferença entre x e y: x – y
•• O triplo de um número qualquer subtraído do quádruplo do número: 3x – 4x

Propriedades das expressões algébricas


Para resolver uma expressão algébrica, é preciso seguir a ordem exata de solução das operações
que a compõem:
1º Potenciação ou radiciação
2º Multiplicação ou divisão
3º Adição ou subtração

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Se a expressão algébrica apresentar parênteses, colchetes ou chaves, devemos resolver
primeiro o conteúdo que estiver dentro dos parênteses; em seguida, o que estiver contido nos
colchetes e, por último, a expressão que estiver entre chaves. Em suma:
1º Parênteses
2º Colchetes
3º Chaves

Assim como em qualquer outro cálculo matemático, essa hierarquia é muito importante, pois,
caso não seja seguida rigorosamente, será obtido um resultado incorreto. Veja alguns exemplos:

a) 8x – (3x – √4)


8x – (3x – 2)
8x – 3x + 2
5x + 2

Exemplo resolvido:
Uma mulher é 5 anos mais nova do que seu marido. Se a soma da idade do casal é igual a 69
anos, qual é a idade de cada um?
x + ( x – 5) = 69
x + x – 5 = 69
2x – 5 = 69
2x = 69 + 5
2x = 74
x = 37
69 – 37 = 32
37 – 5 = 32
Logo, a idade do marido é 37 anos e da mulher 32 anos.

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Matemática – Expressões Algébricas – Prof. Dudan

Exercícios:

1. O resultado da expressão:
1 – 2 + 3 – 4 + 5 – 6 + 7 – 8 + . . . – 168 + 169 – 170
é igual a:
a) 170
b) – 170
c) 85
d) – 85
e) – 87
2. De um total de 40 questões planejadas para uma prova, eliminaram-se 2x delas e, do resto,
ainda tirou-se a metade do que havia sobrado. Qual é a tradução algébrica do número de
questões que restaram?
a) (40 – 2x) – 20 + x
b) (40 – 2x) – 20
c) (40 – 2x) – X/2
d) (40 – 2x) – x
e) (40 – 2x) – 20 – x
3. Um ano de 365 dias é composto por n semanas completas mais 1 dia. Dentre as expressões
numéricas abaixo, a única cujo resultado é igual a n é:
a) 365 ÷ (7 + 1)
b) (365 + 1) ÷7
c) 365 + 1 ÷ 7
d) (365 – 1) ÷7
e) 365 – 1 ÷ 7
4. Adriano, Bernardo e Ciro são irmãos e suas idades são números consecutivos, cuja soma é
igual a 78. Considerando que Ciro é o irmão do meio, então a soma das idades de Adriano e
Bernardo há 8 anos era igual a:
a) 33
b) 36
c) 34
d) 37
e) 35

Gabarito: 1. D 2. A 3. D 4. B

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Enigma Facebookiano

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Matemática

PROBLEMAS ALGÉBRICOS E ARITMÉTICOS

Definição
A aritmética (da palavra grega arithmós, "número") é o ramo da matemática que lida com
números e com as operações possíveis entre eles. É o ramo mais antigo e mais elementar da
matemática, usado por quase todos, seja em tarefas do cotidiano, em cálculos científicos ou de
negócios e sempre cobrada em concursos públicos.
Já a álgebra é o ramo que estuda a manipulação formal de equações, as operações matemáticas,
os polinômios e as estruturas algébricas. A álgebra é um dos principais ramos da matemática
pura, juntamente com a geometria, topologia, análise combinatória e Teoria dos números.
O termo álgebra, na verdade, compreende um espectro de diferentes ramos da matemática,
cada um com suas especificidades.
A grande dificuldade encontrada pelos alunos nas questões envolvendo problemas é na
sua interpretação. O aluno tem que ler o texto e “decodificar” suas informações para o
matematiquês.
Em algumas questões, iremos abordar alguns pontos importantes nessa interpretação.

Exemplos
Há 19 anos uma pessoa tinha um quarto da idade que terá daqui a 14 anos. A idade da pessoa,
em anos, está entre:
a) 22 e 26
b) 27 e 31
c) 32 e 36
d) 37 e 41
e) 42 e 46

www.acasadoconcurseiro.com.br 569
Um casal e seu filho foram a uma pizzaria jantar. O pai comeu 3/4 de uma pizza. A mãe comeu
2/5 da quantidade que o pai havia comido. Os três juntos comeram exatamente duas pizzas,
que eram do mesmo tamanho. A fração de uma pizza que o filho comeu foi:
a) 3/5
b) 6/20
c) 7/10
d) 19/20
e) 21/15

Dois amigos foram a uma pizzaria. O mais velho comeu 3/8 da pizza que compraram. Ainda
da mesma pizza, o mais novo comeu 7/5 da quantidade que seu amigo havia comido. Sendo
assim, e sabendo que mais nada dessa pizza foi comido, a fração da pizza que restou foi:
a) 3/5
b) 7/8
c) 1/10
d) 3/10
e) 36/40

O dono de uma papelaria comprou 98 cadernos e, ao formar pilhas, todas com o mesmo
número de cadernos, notou que o número de cadernos de uma pilha era igual ao dobro do
número de pilhas. O número de cadernos de uma pilha era:
a) 12
b) 14
c) 16
d) 18
e) 20

Durante o seu expediente, Carlos digitalizou 1/3 dos processos que lhe cabiam pela parte da
manhã; no início da tarde, ele digitalizou metade do restante e, no fim da tarde, ¼ do que havia
sobrado após os 2 períodos iniciais. No fim do expediente, ele decidiu contar todos os processos
que não haviam sido digitalizados e encontrou 30 processos. O número total de processos que
ele devia ter digitalizado nesse dia era de:
a) 80
b) 90
c) 100
d) 110
e) 120

570 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática

RAZÃO E PROPORÇÃO
Razão
A palavra razão vem do latim ratio e significa a divisão ou o quociente entre dois números, A e
A
B, denotada por .
B
12
Exemplo: A razão entre 12 e 3 é 4, pois = 4.
3
Proporção
Já a palavra proporção vem do latim proportione e significa uma relação entre as partes de uma
grandeza, ou seja, é uma igualdade entre duas razões.

6 10 6 10
Exemplo: = , a proporção é proporcional a .
3 5 3 5

A C
Se numa proporção temos B = D , então os números A e D são denominados extremos enquanto
os números B e C são os meios e vale a propriedade: o produto dos meios é igual ao produto
dos extremos, isto é:

A×D=C×B

x 12
Exemplo: Dada a proporção = , qual é o valor de x?
3 9
Dica
x 12
= logo, 9.x=3.12 → 9x=36 e, portanto, x=4 DICA: Observe a ordem com
3 9
que os valores são enunciados
para interpretar corretamente a
questão.
Exemplo: Se A, B e C são proporcionais a 2, 3 e 5,
•• Exemplos: A razão entre a e b
é a/b e não b/a!!!
logo: A B C A sua idade e a do seu colega são
= =
2 3 5 proporcionais a 3 e 4,
sua idade 3
logo = .
idade do colega 4

www.acasadoconcurseiro.com.br 571
Faça você:

2
1. A razão entre o preço de custo e o preço de venda de um produto é . Se for
vendida a R$ 42,00, qual é o preço de custo? 3

2. A razão entre dois números P e Q é 0,16. Determine P + Q, sabendo que eles são
primos entre si.

3. A idade do professor Zambeli está para a do professor Dudan assim como 8 está para
7. Se apesar de todos os cabelos brancos o professor Zambeli tem apenas 40 anos, a
idade do professor Dudan é de:
a) 20 anos.
b) 25 anos.
c) 30 anos.
d) 35 anos.
e) 40 anos.

4. A razão entre os números (x + 3) e 7 é igual à razão entre os números (x – 3) e 5. Nessas


condições, o valor de x é?

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Matemática – Razão e Proporção – Prof. Dudan

Grandezas diretamente proporcionais

A definição de grandeza está associada a tudo aquilo que pode ser medido ou contado. Como
exemplo, citamos: comprimento, tempo, temperatura, massa, preço, idade, etc.
As grandezas diretamente proporcionais estão ligadas de modo que, à medida que uma
grandeza aumenta ou diminui, a outra altera de forma proporcional.
Grandezas diretamente proporcionais, explicando de uma forma mais informal, são grandezas
que crescem juntas e diminuem juntas. Podemos dizer também que nas grandezas diretamente
proporcionais uma delas varia na mesma razão da outra. Isto é, duas grandezas são diretamente
proporcionais quando, dobrando uma delas, a outra também dobra; triplicando uma delas, a
outra também triplica... E assim por diante.

Exemplo:
Um automóvel percorre 300 km com 25 litros de combustível. Caso o proprietário desse
automóvel queira percorrer 120 km, quantos litros de combustível serão gastos?

300 km 25 litros
120 km x litros
Dica
Quando a regra
300 25 3000 de três é direta
= 300.x = 25.120 x=  à x = 10
120 x 300 multiplicamos em
X, regra do “CRUZ
CREDO”.

Exemplo:
Em uma gráfica, certa impressora imprime 100 folhas em 5 minutos. Quantos minutos ela
gastará para imprimir 1300 folhas?

100 folhas 5 minutos


1300 folhas x minutos

100 5 5 × 1300
= = 100.x = 5.1300 à x= = 65 minutos
1300 x 100

www.acasadoconcurseiro.com.br 573
Grandeza inversamente proporcional

Entendemos por grandezas inversamente proporcionais as situações em que ocorrem


operações inversas, isto é, se dobramos uma grandeza, a outra é reduzida à metade.

São grandezas que, quando uma aumenta, a


outra diminui e vice-versa. Percebemos que Dica!!
variando uma delas, a outra varia na razão
inversa da primeira. Isto é, duas grandezas são
inversamente proporcionais quando, dobrando Dias
uma delas, a outra se reduz pela metade; inv
triplicando uma delas, a outra se reduz para a Op. H/d
terça parte... E assim por diante.

Exemplo:
12 operários constroem uma casa em 6 semanas. 8 operários, nas mesmas condições,
construiriam a mesma casa em quanto tempo?
12 op. 6 semanas
8 op. x semanas
Antes de começar a fazer, devemos pensar: se diminuiu o número de funcionários, será que
a velocidade da obra vai aumentar? É claro que não, e se um lado diminui enquanto o outro
aumentou, é inversamente proporcional e, portanto, devemos multiplicar lado por lado (em
paralelo).

8.x = 12.6
8x = 72 Dica
72 Quando a regra de três é
x =  à x = 9
8 inversa, multiplicamos lado
por lado, regra da LALA.

Exemplo: A velocidade constante de um carro e o tempo que esse carro gasta para dar uma
volta completa em uma pista estão indicados na tabela a seguir:

Velocidade (km/h) 120 60 40


Tempo (min) 1 2 3

Observando a tabela, percebemos que se trata de uma grandeza inversamente proporcional,


pois, à medida que uma grandeza aumenta, a outra diminui.

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Matemática – Razão e Proporção – Prof. Dudan

5. Diga se é diretamente ou inversamente proporcional:


a) Número de cabelos brancos do professor Zambeli e sua idade.
b) Número de erros em uma prova e a nota obtida.
c) Número de operários e o tempo necessário para eles construírem uma
casa.
d) Quantidade de alimento e o número de dias que poderá sobreviver um náufrago.
e) O número de regras matemática ensinadas e a quantidade de aulas do professor
Dudan assistidas.

6. Se um avião, voando a 500 Km/h, faz o percurso entre duas cidades em 3h, quanto
tempo levará se viajar a 750 Km/h?
a) 1,5h.
b) 2h.
c) 2,25h.
d) 2,5h.
e) 2,75h.

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7. Em um navio com uma tripulação de 800 marinheiros, há víveres para 45 dias. Quanto
tempo poderíamos alimentar os marinheiros com o triplo de víveres?
a) 130
b) 135
c) 140
d) 145
e) 150

8. Uma viagem foi feita em 12 dias percorrendo-se 150km por dia. Quantos dias seriam
empregados para fazer a mesma viagem, percorrendo-se 200km por dia?
a) 5
b) 6
c) 8
d) 9
e) 10

Gabarito: 1. R$28,00 2. 29 3. D 4. 18 5. B 6. B 7. B 8. D

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Matemática

REGRA DE TRÊS SIMPLES

Grandezas diretamente proporcionais

A definição de grandeza está associada a tudo aquilo que pode ser medido ou contado. Como
exemplo, citamos: comprimento, tempo, temperatura, massa, preço, idade, etc.
As grandezas diretamente proporcionais estão ligadas de modo que, à medida que uma
grandeza aumenta ou diminui, a outra altera de forma proporcional.
Grandezas diretamente proporcionais, explicando de uma forma mais informal, são grandezas
que crescem juntas e diminuem juntas. Podemos dizer também que nas grandezas diretamente
proporcionais uma delas varia na mesma razão da outra. Isto é, duas grandezas são diretamente
proporcionais quando, dobrando uma delas, a outra também dobra; triplicando uma delas, a
outra também triplica... E assim por diante.

Exemplo:
Um automóvel percorre 300 km com 25 litros de combustível. Caso o proprietário desse
automóvel queira percorrer 120 km, quantos litros de combustível serão gastos?

300 km 25 litros
120 km x litros
Dica
Quando a regra
300 25 3000 de três é direta
= 300.x = 25.120 x=  à x = 10
120 x 300 multiplicamos em
X, regra do “CRUZ
CREDO”.

Exemplo:
Em uma gráfica, certa impressora imprime 100 folhas em 5 minutos. Quantos minutos ela
gastará para imprimir 1300 folhas?

100 folhas 5 minutos


1300 folhas x minutos

www.acasadoconcurseiro.com.br 577
100 5 5 × 1300
= = 100.x = 5.1300 à x= = 65 minutos
1300 x 100

Grandeza inversamente proporcional


Entendemos por grandezas inversamente proporcionais as situações em que ocorrem
operações inversas, isto é, se dobramos uma grandeza, a outra é reduzida à metade.

São grandezas que quando uma aumenta a outra


diminui e vice-versa. Percebemos que, variando Dica!!
uma delas, a outra varia na razão inversa da
primeira. Isto é, duas grandezas são inversamente
proporcionais quando, dobrando uma delas, a Dias
outra se reduz pela metade; triplicando uma inv
delas, a outra se reduz para a terça parte... E Op. H/d
assim por diante.

Exemplo:
12 operários constroem uma casa em 6 semanas. 8 operários, nas mesmas condições,
construiriam a mesma casa em quanto tempo?
12 op. 6 semanas
8 op. x semanas
Antes de começar a fazer, devemos pensar: se diminuiu o número de funcionários, será que
a velocidade da obra vai aumentar? É claro que não. E se um lado diminui enquanto o outro
aumentou, é inversamente proporcional e, portanto, devemos multiplicar lado por lado (em
paralelo).

8.x = 12.6
8x = 72 Dica
72 Quando a regra de três é
x =  à x = 9
8 inversa, multiplicamos lado
por lado, regra da LALA.

Exemplo: A velocidade constante de um carro e o tempo que esse carro gasta para dar uma
volta completa em uma pista estão indicados na tabela a seguir:

Velocidade (km/h) 120 60 40


Tempo (min) 1 2 3

Observando a tabela, percebemos que se trata de uma grandeza inversamente proporcional,


pois, à medida que uma grandeza aumenta, a outra diminui.

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Matemática – Regra de Três Simples – Prof. Dudan

Questões

1. Diga se é diretamente ou inversamente proporcional:


a) Número de cabelos brancos do professor Zambeli e sua idade.
b) Número de erros em uma prova e a nota obtida.
c) Número de operários e o tempo necessário para eles construírem uma casa.
d) Quantidade de alimento e o número de dias que poderá sobreviver um náufrago.
e) O número de regras matemática ensinadas e a quantidade de aulas do professor
Dudan assistidas.

2. Se (3, x, 14, ...) e (6, 8, y, ...) forem grandezas diretamente proporcionais, então o valor
de x + y é:
a) 20
b) 22
c) 24
d) 28
e) 32

3. Uma usina produz 500 litros de álcool com 6 000 kg de cana-de-açúcar. Determine
quantos litros de álcool são produzidos com 15 000 kg de cana.
a) 1000 litros.
b) 1050 litros.
c) 1100 litros.
d) 1200 litros.
e) 1250 litros.

4. Um muro de 12 metros foi construído utilizando 2 160 tijolos. Caso queira construir
um muro de 30 metros nas mesmas condições do anterior, quantos tijolos serão
necessários?
a) 5000 tijolos.
b) 5100 tijolos.
c) 5200 tijolos.
d) 5300 tijolos.
e) 5400 tijolos.

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5. Uma equipe de 5 professores gastou 12 dias para corrigir as provas de um
vestibular. Considerando a mesma proporção, quantos dias levarão 30
professores para corrigir as provas?
a) 1 dia.
b) 2 dias.
c) 3 dias.
d) 4 dias.
e) 5 dias.

6. Em uma panificadora, são produzidos 90 pães de 15 gramas cada um. Caso queira
produzir pães de 10 gramas, quantos serão produzidos?
a) 120 pães.
b) 125 pães.
c) 130 pães.
d) 135 pães.
e) 140 pães.

7. Se um avião, voando a 500 Km/h, faz o percurso entre duas cidades em 3h, quanto
tempo levará se viajar a 750 Km/h?
a) 1,5h.
b) 2h.
c) 2,25h.
d) 2,5h.
e) 2,75h.

8. Em um navio com uma tripulação de 800 marinheiros, há víveres para 45 dias. Quanto
tempo poderíamos alimentar os marinheiros com o triplo de víveres?
a) 130 dias.
b) 135 dias.
c) 140 dias.
d) 145 dias.
e) 150 dias.

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Matemática – Regra de Três Simples – Prof. Dudan

9. A comida que restou para 3 náufragos seria suficiente para alimentá-los por
12 dias. Um deles resolveu saltar e tentar chegar em terra nadando. Com um
náufrago a menos, qual será a duração dos alimentos?
a) 12 dias.
b) 14 dias.
c) 16 dias.
d) 18 dias.
e) 20 dias.

10. Uma viagem foi feita em 12 dias percorrendo-se 150km por dia. Quantos dias seriam
empregados para fazer a mesma viagem, percorrendo-se 200km por dia?
a) 5 dias.
b) 6 dias.
c) 8 dias.
d) 9 dias.
e) 10 dias.

11. Para realizar certo serviço de manutenção são necessários 5 técnicos trabalhando
durante 6 dias, todos com o mesmo rendimento e o mesmo número de horas. Se
apenas 3 técnicos estiverem disponíveis, pode-se concluir que o número de dias a
mais que serão necessários para realizar o mesmo serviço será:
a) 2 dias.
b) 3 dias.
c) 4 dias.
d) 5 dias.
e) 6 dias.

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12. Três torneiras, com vazões iguais e constantes, enchem totalmente uma
caixa d’água em 45 minutos. Para acelerar esse processo, duas novas
torneiras, iguais às primeiras, foram instaladas. Assim, o tempo gasto para
encher essa caixa d’água foi reduzido em:
a) 18 min.
b) 20 min.
c) 22 min.
d) 25 min.
e) 28 min.

13. Um empreiteiro utilizou 10 pedreiros para fazer um trabalho em 8 dias. Um vizinho


gostou do serviço e contratou o empreiteiro para realizar trabalho idêntico em sua
residência. Como o empreiteiro tinha somente 4 pedreiros disponíveis, o prazo dado
para a conclusão da obra foi:
a) 24 dias.
b) 20 dias.
c) 18 dias.
d) 16 dias.
e) 14 dias.

Casos particulares

João, sozinho, faz um serviço em 10 dias. Paulo, sozinho, faz o mesmo serviço em 15 dias. Em
quanto tempo fariam juntos esse serviço?
Primeiramente, temos que padronizar o trabalho de cada um. Nesse caso, já está padronizado,
pois ele refere-se ao trabalho completo, o que poderia ser dito a metade do trabalho feito em
um certo tempo.
Se João faz o trabalho em 10 dias, isso significa que ele faz 1/10 do trabalho por dia.

582 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Regra de Três Simples – Prof. Dudan

Na mesma lógica, Paulo faz 1/15 do trabalho por dia.

1 1 3 2 5 1
Juntos o rendimento diário é de + = + = =
10 15 30 30 30 6
Se em um dia eles fazem 1/6 do trabalho em 6 dias os dois juntos completam o trabalho.

Sempre que as capacidades forem diferentes, mas o serviço a ser feito for o mesmo,
1 1 1
seguimos a seguinte regra: + =
t1 t2 tT (tempo total)

14. Uma torneira enche um tanque em 3h, sozinha. Outra torneira enche o
mesmo tanque em 4h, sozinha. Um ralo esvazia todo o tanque sozinho em
2h. Estando o tanque vazio, as 2 torneiras abertas e o ralo aberto, em quanto
tempo o tanque encherá?
a) 10 h.
b) 11 h.
c) 12 h.
d) 13 h.
e) 14 h.

Gabarito: 1. * 2. E 3. E 4. E 5. B 6. D 7 B 8. B 9. D 10. D 11. C 12. A 13. B 14. C

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Matemática

REGRA DE TRÊS COMPOSTA

A regra de três composta é utilizada em problemas com mais de duas grandezas, direta ou
inversamente proporcionais. Para não vacilar, temos que montar um esquema com base na
análise das colunas completas em relação à coluna do “x”.
Vejamos os exemplos abaixo.
Exemplo:
Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m3 de areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão
3
necessários para descarregar 125m ?
A regra é colocar, em cada coluna, as grandezas de mesma espécie e deixar o X na segunda
linha.

+ –
Horas Caminhões Volume
8 20 160

5 x 125

Identificando as relações quanto à coluna que contém o X:


Se, em 8 horas, 20 caminhões carregam a areia, em 5 horas, para carregar o mesmo volume,
serão necessários MAIS caminhões. Então se coloca o sinal de + sobre a coluna Horas.
Se 160 m³ são transportados por 20 caminhões, 125 m³ serão transportados por MENOS
caminhões. Sinal de – para essa coluna.
Assim, basta montar a equação com a seguinte orientação: ficam no numerador, acompanhando
o valor da coluna do x, o MAIOR valor da coluna com sinal de +, e da coluna com sinal de –, o
MENOR valor.
Assim:
20 × 125 × 8
= 25 Logo, serão necessários 25 caminhões.
160 × 5

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Exemplo:
Numa fábrica de brinquedos, 8 homens montam 20 carrinhos em 5 dias. Quantos carrinhos
serão montados por 4 homens em 16 dias?
Solução: montando a tabela:

– +
Homens Carrinhos Dias
8 20 5
4 x 16

Observe que, se 8 homens montam 20 carrinhos, então 4 homens montam MENOS carrinhos.
Sinal de – nessa coluna.

Se, em 5 dias montam-se 20 carrinhos, então, em 16 dias montam-se MAIS carrinhos. Sinal de +.
20 × 4 × 16
Montando a equação: x = = 32
8× 5
Logo, serão montados 32 carrinhos.

Exemplo:
O professor Cássio estava digitando o material para suas incríveis aulas para a turma do BNB
e percebeu que digitava 30 linhas em 2,5 minutos num ritmo constante e errava 5 vezes a
digitação nesse intervalo de tempo.
Sabe-se que o número de erros é proporcional ao tempo gasto na digitação.
Assim, com o objetivo de diminuir o total de erros para 4, se Cassio for digitar 120 linhas com
velocidade 20% inferior ele precisará de um tempo igual a:
a) 300 segundos.
b) 400 segundos.
c) 500 segundos.
d) 580 segundos.
e) 600 segundos.

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Matemática – Regra de Três Composta – Prof. Dudan

RESOLUÇÃO:
Inicialmente organizaremos as colunas nas mesmas unidades de medida, portanto, usaremos o
tempo em segundos lembrando que 2,5 minutos = 2,5 x 60 segundos, logo 150 segundos.
Assim:

linhas t(seg) erros velocidade(%)


30 150 5 100
120 x 4 80

Agora temos que fazer as perguntas para a coluna do x:


Se 30 linhas precisam de 150 segundos para serem digitadas, 120 linhas gastarão MAIS ou
MENOS tempo? RESPOSTA: MAIS tempo.
Se 5 erros são cometidos em 150 segundos de digitação, 4 erros seriam cometidos em MAIS ou
MENOS tempo? RESPOSTA: MENOS tempo.
Se com velocidade de 100% a digitação é feita em 150 segundos, com velocidade reduzida em
20% gastaríamos MAIS ou MENOS tempo?RESPOSTA: MAIS tempo.
Agora colocamos os sinais nas colunas e montamos a equação.

+ – +
linhas t(seg) erros velocidade(%)
30 150 5 100
120 x 4 80

Assim, basta colocar no numerador o valor que respeita o sinal colocado na coluna completa:
Sinal de + , coloca-se o MAIOR , sinal de - , coloca-se o MENOR valor.
X = 150.120.4.100 = 150.120.4.100 = 5.120.4.100 = 120.4.100 =
30.5.80 30.5.80 5.80 80
12.4.100 = 12.50 = 600 segundos.
8
Alternativa E

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Questões

1. Num acampamento, 10 escoteiros consumiram 4 litros de água em 6 dias. Se


fossem 7 escoteiros, em quantos dias consumiriam 3 litros de água?
a) 6,50
b) 6,45
c) 6,42
d) 6,52
e) 6,5

2. Em uma campanha publicitária, foram encomendados, em uma gráfica, quarenta e oito


mil folhetos. O serviço foi realizado em seis dias, utilizando duas máquinas de mesmo
rendimento, oito horas por dia. Dado o sucesso da campanha, uma nova encomenda
foi feita, sendo, desta vez, de setenta e dois mil folhetos. Com uma das máquinas
quebradas, a gráfica prontificou-se a trabalhar doze horas por dia, entregando a
encomenda em:
a) 7 dias.
b) 8 dias.
c) 10 dias.
d) 12 dias.
e) 15 dias.

3. Franco e Jade foram incumbidos de digitar as laudas de um texto. Sabe-se que ambos
digitaram suas partes com velocidades constantes e que a velocidade de Franco era
80% da de Jade. Nessas condições, se Jade gastou 10 min para digitar 3 laudas, o
tempo gasto por Franco para digitar 24 laudas foi:
a) 1h e 15 min.
b) 1h e 20 min.
c) 1h e 30 min.
d) 1h e 40 min.
e) 2h.

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Matemática – Regra de Três Composta – Prof. Dudan

4. Uma fazenda tem 30 cavalos e ração estocada para alimentá-los durante 2


meses. Se forem vendidos 10 cavalos e a ração for reduzida à metade, os
cavalos restantes poderão ser alimentados durante:
a) 3 meses.
b) 4 meses.
c) 45 dias.
d) 2 meses.
e) 30 dias.

5. Uma ponte foi construída em 48 dias por 25 homens, trabalhando​-se 6 horas por dia.
Se o número de homens fosse aumentado em 20% e a carga horária de trabalho em 2
horas por dia, essa ponte seria construída em:
a) 24 dias.
b) 30 dias.
c) 36 dias.
d) 40 dias.
e) 45 dias

6. Usando um ferro elétrico 20 minutos por dia, durante 10 dias, o consumo de energia
será de 5 kWh. O consumo do mesmo ferro elétrico se ele for usado 70 minutos por
dia, durante 15 dias será de.
a) 25 kWh.
b) 25,5 kWh.
c) 26 kWh.
d) 26,25 kWh.
e) 26,5 kWh.

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7. Trabalhando oito horas por dia, durante 16 dias, Pedro recebeu R$ 2 000,00.
Se trabalhar 6 horas por dia, durante quantos dias ele deverá trabalhar para
receber R$ 3000,00?
a) 31 dias.
b) 32 dias.
c) 33 dias.
d) 34 dias.
e) 35 dias.

8. Cinco trabalhadores de produtividade padrão e trabalhando individualmente,


beneficiam ao todo, 40 kg de castanha por dia de trabalho referente a 8 horas.
Considerando que existe uma encomenda de 1,5 toneladas de castanha para ser
entregue em 15 dias úteis, quantos trabalhadores de produtividade padrão devem ser
utilizados para que se atinja a meta pretendida, trabalhando dez horas por dia?
a) 10
b) 11
c) 12
d) 13
e) 14

9. Uma montadora de automóveis demora 20 dias, trabalhando 8 horas por dia, para
produzir 400 veículos. Quantos dias serão necessários para produzir 50 veículos,
trabalhando 10 horas ao dia?
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

10. Em 12 horas de funcionamento, três torneiras, operando com vazões iguais e


constantes, despejam 4500 litros de água em um reservatório. Fechando-se uma das
torneiras, o tempo necessário para que as outras duas despejem mais 3 500 litros de
água nesse reservatório será, em horas, igual a:
a) 10h
b) 11h
c) 12h
d) 13h
e) 14h

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Matemática – Regra de Três Composta – Prof. Dudan

11. Em uma fábrica de cerveja, uma máquina encheu 2 000 garrafas em 8 dias,
funcionando 8 horas por dia. Se o dono da fábrica necessitasse que ela
triplicasse sua produção dobrando ainda as suas horas diárias de
funcionamento, então o tempo, em dias, que ela levaria para essa nova
produção seria:
a) 16
b) 12
c) 10
d) 8
e) 4

12. Em uma fábrica de tecidos, 7 operários produziram, em 10 dias, 4 060 decímetros de


tecido. Em 13 dias, 5 operários, trabalhando nas mesmas condições, produzem um
total em metros de tecidos igual a:
a) 203
b) 377
c) 393
d) 487
e) 505

13. Para cavar um túnel, 30 homens demoraram 12 dias. Vinte homens, para cavar dois
túneis do mesmo tamanho e nas mesmas condições do primeiro túnel, irão levar:
a) 36 dias.
b) 38 dias.
c) 40 dias.
d) 42 dias.
e) 44 dias.

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14. Em um contrato de trabalho, ficou acertado que 35 operários construiriam
uma casa em 32 dias, trabalhando 8 horas diárias. Decorridos 8 dias, apesar
de a obra estar transcorrendo no ritmo previsto, novo contrato foi
confirmado: trabalhando 10 horas por dia, 48 operários terminariam a obra.
O número de dias gasto, ao todo, nessa construção foi:
a) 14
b) 19
c) 22
d) 27
e) 50

15. Numa editora, 8 digitadores, trabalhando 6 horas por dia, digitaram 3/5 de um
determinado livro em 15 dias. Então, 2 desses digitadores foram deslocados para um
outro serviço, e os restantes passaram a trabalhar apenas 5 horas por dia na digitação
desse livro. Mantendo-se a mesma produtividade, para completar a digitação do
referido livro, após o deslocamento dos 2 digitadores, a equipe remanescente terá de
trabalhar ainda:
a) 18 dias.
b) 16 dias.
c) 15 dias.
d) 14 dias.
e) 12 dias.

Gabarito: 1. C 2. D 3. D 4. C 5. B 6. D 7. B 8. A 9. B 10. E 11. B 12. B 13. A 14. C 15. B

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Matemática

DIVISÃO PROPORCIONAL

Existem problemas que solicitam a divisão de um número em partes diretamente proporcionais


a outro grupo de números, assim como aqueles que pedem a divisão em partes inversamente
proporcionais. Temos também os casos em que, em uma mesma situação, um número pode
ser dividido em partes diretamente proporcionais a um grupo de números, e em partes
inversamente proporcionais a um outro grupo de números.
A divisão proporcional é muito usada em situações relacionadas à Matemática Financeira,
Contabilidade, Administração, na divisão de lucros e prejuízos proporcionais aos valores
investidos pelos sócios de uma determinada empresa, por grupos de investidores em bancos
de ações e contas bancárias.
São questões sempre presentes em concursos públicos, por isso faremos uma abordagem
cuidadosa e detalhada desse mecanismo.

CONSTANTE DE PROPORCIONALIDADE

Considere as informações na tabela:

A B As colunas A e B não são iguais, mas são PROPORCIONAIS.


5 10 Então, podemos escrever:
6 12
5 ∞ 10
7 14
6 ∞ 12
9 18
9 ∞ 18
13 26
15 30
Toda a proporção se transforma em uma
Assim, podemos afirmar que: igualdade quando multiplicada por uma
constante
5k = 10
6k = 12


9k = 18
Onde a constante de proporcionalidade k é igual a dois.

www.acasadoconcurseiro.com.br 593
DIVISÃO PROPORCIONAL

Podemos definir uma DIVISÃO PROPORCIONAL, como uma forma de divisão no qual se
determinam valores que, divididos por quocientes previamente determinados, mantêm-se
uma razão constante (que não tem variação).
Exemplo Resolvido 1
Vamos imaginar que temos 120 bombons para distribuir em partes diretamente proporcionais
a 3, 4 e 5, entre 3 pessoas A, B e C, respectivamente:
Num total de 120 bombons, k representa a quantidade de bombons que cada um receberá.
Pessoa A - k k k = 3k
Pessoa B - k k k = 4k
Pessoas C - k k k = 5k
Se A + B + C = 120 então 3k + 4k + 5k = 120
3k + 4k + 5k = 120 logo 12k = 120 e assim k = 10
Pessoa A receberá 3 x 10 = 30
Pessoas B receberá 4 x 10 = 40
Pessoas C receberá 5 x 10 = 50
Exemplo Resolvido 2
Dividir o número 810 em partes diretamente proporcionais a 2/3, 3/4 e 5/6.
Primeiramente tiramos o mínimo múltiplo comum entre os denominadores 3, 4 e 6.
2 3 5 8 9 10
=
3 4 6 12 12 12

Depois de feito o denominador e encontradas frações equivalentes a 2/3, 3/4 e 5/6 com
denominador 12, trabalharemos apenas com os numeradores ignorando o denominador, pois
como ele é comum nas três frações. Logo, não precisamos trabalhar com ele mais.
Podemos então dizer que:
8K + 9K + 10K = 810
27K = 810
K = 30.
Por fim, multiplicamos cada parte proporcional pelo valor encontrado de k e assim obtemos:
240, 270 e 300.
8 x 30 = 240
9 x 30 = 270
10 x 30 = 300

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Matemática – Divisão Proporcional – Prof. Dudan

Exemplo Resolvido 3
Dividir o número 305 em partes inversamente proporcionais a 3/8, 5 e 5/6.
O que muda quando diz inversamente proporcional? Simplesmente invertemos as frações pelas
suas inversas.

3 8
 à 
8 3
1
5 à  Depois disso, usamos o mesmo método de cálculo.
5
5 6
 à 
6 5

8 1 6 40 3 18
=
3 5 5 15 15
5 15

Ignoramos o denominador e trabalhamos apenas com os numeradores.


40K + 3K + 18K = 305 logo 61K = 305 e assim K = 5
Por fim,
40 x 5 = 200
3 x 5 = 15
18 x 5 = 90
200, 15 e 90
Exemplo Resolvido 4
Dividir o número 118 em partes simultaneamente proporcionais a 2, 5, 9 e 6, 4 e 3.
Como a razão é direta, basta multiplicarmos suas proporcionalidades na ordem em que foram
apresentadas em ambas.
2 x 6 = 12
5 x 4 = 20
9 x 3 = 27 logo 12K + 20K + 27K =
118 → 59K = 118 daí
K=2
Teremos então,
12 x 2 = 24
20 x 2 = 40 24, 40 e 54.
27 x 2 = 54

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Questões:

1. Dividir o número 180 em partes diretamente proporcionais a 2,3 e 4.

2. Divida o número 250 em partes diretamente proporcionais a 15, 9 e 6.

3. Dividir o número 540 em partes diretamente proporcionais a 2/3, 3/4 e 5/6.

4. Dividir o número 48 em partes inversamente proporcionais a 1/3, 1/5 e 1/8.

5. Dividir o número 148 em partes diretamente proporcionais a 2, 6 e 8 e inversamente


proporcionais a 1/4, 2/3 e 0,4.

6. Dividir o número 670 em partes inversamente proporcionais simultaneamente a 2/5,


4, 0,3 e 6, 3/2 e 2/3.

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Matemática – Divisão Proporcional – Prof. Dudan

7. Dividindo-se 70 em partes proporcionais a 2, 3 e 5, a soma entre a menor e a


maior parte é:
a) 35
b) 49
c) 56
d) 42
e) 28

8. Com o lucro de R$ 30.000,00, o sócio A investiu R$ 60.000,00, o sócio B R$ 40.000,00 e


o sócio R$ 50.000,00. Qual é a parte correspondente de cada um?

9. Quatro amigos resolveram comprar um bolão da loteria. Cada um dos amigos deu a
seguinte quantia:
Carlos: R$ 5,00 Roberto: R$ 4,00 Pedro: R$ 8,00 João: R$ 3,00
Se ganharem o prêmio de R$ 500.000,00, quanto receberá cada amigo, considerando
que a divisão será proporcional à quantia que cada um investiu?

10. Três sócios formam uma empresa. O sócio A entrou com R$ 2 000 e trabalha 8h/dia.
O sócio B entrou com R$ 3 000 e trabalha 6h/dia. O sócio C entrou com R$ 5 000 e
trabalha 4h/dia. Se, na divisão dos lucros o sócio B recebe R$ 90 000, quanto recebem
os demais sócios?

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11. Três pessoas montam uma sociedade, na qual cada uma delas aplica,
respectivamente, R$ 20.000,00, R$ 30.000,00 e R$ 50.000,00. O balanço
anual da firma acusou um lucro de R$ 40.000,00. Supondo-se que o lucro seja
dividido em partes diretamente proporcionais ao capital aplicado, cada sócio
receberá, respectivamente:
a) R$ 5.000,00; R$ 10.000,00 e R$ 25.000,00
b) R$ 7.000,00; R$ 11.000,00 e R$ 22.000,00
c) R$ 8.000,00; R$ 12.000,00 e R$ 20.000,00
d) R$ 10.000,00; R$ 10.000,00 e R$ 20.000,00
e) R$ 12.000,00; R$ 13.000,00 e R$ 15.000,00

12. Uma herança foi dividida entre 3 pessoas em partes diretamente proporcionais às suas
idades que são 32, 38 e 45
Se o mais novo recebeu R$ 9 600, quanto recebeu o mais velho?

13. Uma empresa dividiu os lucros entre seus sócios, proporcionais a 7 e 11. Se o 2º sócio
recebeu R$ 20 000 a mais que o 1º sócio, quanto recebeu cada um?

14. Certa herança foi dividida de forma proporcional às idades dos herdeiros, que tinham
35, 32 e 23 anos. Se o mais velho recebeu R$ 525,00 quanto coube ao mais novo?
a) R$ 230,00
b) R$ 245,00
c) R$ 325,00
d) R$ 345,00
e) R$ 350,00

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Matemática – Divisão Proporcional – Prof. Dudan

15. Certo mês o dono de uma empresa concedeu a dois de seus funcionários
uma gratificação no valor de R$ 500. Essa gratificação foi dividida entre eles
em partes que eram diretamente proporcionais aos respectivos números de
horas de plantões que cumpriram no mês e, ao mesmo tempo, inversamente
proporcional à suas respectivas idades. Se um dos funcionários tem 36 anos
e cumpriu 24h de plantões e, outro, de 45 anos cumpriu 18h, coube ao mais
jovem receber:
a) R$ 302,50
b) R$ 310,00
c) R$ 312,5
d) R$ 325,00
e) R$ 342,50

Casos Especiais

Usaremos o método da divisão proporcional para resolver sistemas de equações que


apresentem uma das equações como proporção.
Exemplo Resolvido 5 :
A idade de meu pai está para a idade do filho assim como 9 está para 4. Determine essas idades
sabendo que a diferença entre eles é de 35 anos.
P=9
F=4

P–F=9
Como já vimos as proporções ocorrem tanto “verticalmente” como “horizontalmente”. Então
podemos dizer que:
P∝4
P está para 9 assim como F está para 4. Simbolicamente,
F∝9
Usando a propriedade de que “toda proporção se transforma em uma igualdade quando
multiplicada por uma constante”, temos:
P = 9k e F = 4k
Logo, a expressão fica:
P – F = 35
9k – 4k = 35 Assim, P = 9 x 7= 63 e F = 4 x 7 = 28
5k = 35
K=7

www.acasadoconcurseiro.com.br 599
y
16. Se 9x = e x + y = 154 determine x e y:
13

17. Sabendo-se que x – y = 18, determine x e y na proporção xy = 5 .


2

18. Os salários de dois funcionários do Tribunal são proporcionais às suas idades que são
40 e 25 anos. Se os salários somados totalizam R$ 9100,00, qual é a diferença de salário
desses funcionários?

19. A diferença entre dois números é igual a 52. O maior deles está para 23, assim como o
menor está para 19.Que números são esses?

20. A idade do pai está para a idade do filho assim como 7 está para 3. Se a diferença entre
essas idades é 32 anos, determine a idade de cada um.

Gabarito: 1. 40, 60 e 80 2. 125, 75 e 50 3. 240, 270 e 300 4. 9, 15 e 24 5. 32,36 e 80 6. 50, 20 e 600 7. B 8. 1200 / 8000 / 10000
9. R$ 125000, R$ 10000, R$ 200000 e R$ 75000 10. R$ 80000, R$ 90000 e R$100000 11.C 12. R$ 13500 13. R$ 35000 e R$ 55000 
14. D 15. C 16. x = 63 / y = 91 17. 30 e 12 18. R$ 2100 19. 299 e 247 20. 56 e 24

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Matemática

PORCENTAGEM

DEFINIÇÃO: A percentagem ou porcentagem (do latim per centum, significando “por cento”,
“a cada centena”) é uma medida de razão com base 100 (cem). É um modo de expressar uma
proporção ou uma relação entre 2 (dois) valores (um é a parte e o outro é o inteiro) a partir de
uma fração cujo denominador é 100 (cem), ou seja, é dividir um número por 100 (cem).

Taxa Unitária
Quando pegamos uma taxa de juros e dividimos o seu valor por 100, encontramos a taxa
unitária.
A taxa unitária é importante para nos auxiliar a desenvolver todos os cálculos em matemática
financeira.
Pense na expressão 20% (vinte por cento), ou seja, essa taxa pode ser representada por uma
fração cujo numerador é igual a 20 e o denominador é igual a 100.

Como Fazer Agora é sua vez


10
10% = = 0,10
100 15%
20 20%
20% = = 0, 20
100 4,5%
5
5% = = 0, 05 254%
100
38 0%
38% = = 0,38
100 63%
1,5 24,5%
1,5% = = 0, 015
100
6%
230
230% = = 2,3
100

Dica:
A porcentagem vem
sempre associada a um
elemento, portanto,
sempre multiplicado a ele.

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Exemplos:

I. Calcule:

a) 20% de 450

b) 30% de 300

c) 40% de 400

d) 75% de 130

e) 215% de 120

f) 30% de 20% de 50

g) 20% de 30%de 50

Exemplo Resolvido
II. Um jogador de futebol, ao longo de um campeonato, cobrou 75 faltas, transformando em
gols 8% dessas faltas. Quantos gols de falta esse jogador fez?
8 600
8% de 75 = .75 = =6
100 100

Portanto, o jogador fez 6 gols de falta.

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Matemática – Porcentagem – Prof. Dudan

Exemplos:

2. Calcule:
a)
b) (20%)²
c) (1%)³
2
3. A expressão (10%) é igual a:
a) 100%.
b) 1%.
c) 0,1%.
d) 10%.
e) 0,01%

4. Uma mercadoria que custava US$ 2.400 sofreu um aumento, passando a custar US$ 2.880. A
taxa de aumento foi de:
a) 30%
b) 50%
c) 10%
d) 20%
e) 15%

5. Em um exame vestibular, 30% dos candidatos eram da área de Humanas. Dentre esses
candidatos, 20% optaram pelo curso de Direito. Do total dos candidatos, qual a porcentagem
dos que optaram por Direito?
a) 50%.
b) 20%.
c) 10%.
d) 6%.
e) 5%.

6. Uma certa mercadoria que custava R$ 10,50 sofreu um aumento, passando a custar R$ 11,34.
O percentual de aumento da mercadoria foi de:
a) 1,0%
b) 10,0%
c) 10,8%
d) 8,0%
e) 0,84%

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7. Se, em uma prova de matemática de 40 questões objetivas, um candidato ao vestibular errar
12 questões, o percentual de acertos será:
a) 4,8%
b) 12%
c) 26%
d) 52%
e) 70%

8. Dentre os inscritos em um concurso público, 60% são homens e 40% são mulheres. Já têm
emprego 80% dos homens e 30% das mulheres. Qual é a porcentagem dos candidatos que já
têm emprego?
a) 60%
b) 40%
c) 30%
d) 24%
e) 12%

9. O preço de um bem de consumo é R$100,00. Um comerciante tem um lucro de 25% sobre o


preço de custo desse bem. O valor do preço de custo, em reais, é:
a) 25,00.
b) 70,50.
c) 75,00.
d) 80,00.
e) 125,00.

10. Numa melancia de 10 kg, 95% dela é constituída de água. Após desidratar a fruta, de modo que
se eliminem 90% da água, pode-se afirmar que a massa restante da melancia será, em kg, igual
a:
a) 1,45
b) 1,80
c) 5
d) 9
e) 9,5

11. Em uma sala onde estão 100 pessoas, sabe-se que 99% são homens. Quantos homens devem
sair para que a percentagem de homens na sala passe a ser 98%?
a) 1
b) 2
c) 10
d) 50
e) 60

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Matemática – Porcentagem – Prof. Dudan

Fator de Capitalização

Vamos imaginar que certo produto sofreu um aumento de 20% sobre o seu valor inicial. Qual é
o novo valor deste produto?
Claro que, se não sabemos o valor inicial deste produto, fica complicado calcularmos, mas
podemos fazer a afirmação abaixo:
O produto valia 100% e sofreu um aumento de 20%. Logo, está valendo 120% do seu valor
inicial.
Como vimos no tópico anterior (taxas unitárias), podemos calcular qual o fator que podemos
utilizar para calcular o novo preço deste produto após o acréscimo.

120
Fator de Captalização = = 1,2
100
O Fator de Capitalização é um número pelo qual devo multiplicar o preço do meu produto para
obter como resultado final o seu novo preço, acrescido do percentual de aumento que desejo
utilizar.
Assim, se o meu produto custava R$ 50,00, por exemplo, basta multiplicar R$ 50,00 pelo meu
fator de capitalização (por 1,2) para conhecer seu novo preço. Nesse exemplo, será de R$ 60,00.
CALCULANDO O FATOR DE CAPITALIZAÇÃO: Basta somar 1 com a taxa unitária. Lembre-se de
que 1 = 100/100 = 100%

COMO CALCULAR:
•• Acréscimo de 45% = 100% + 45% = 145% = 145/ 100 = 1,45
•• Acréscimo de 20% = 100% + 20% = 120% = 120/ 100 = 1,2

ENTENDENDO O RESULTADO:
Para aumentar o preço do produto em 20%, deve-se multiplicar o preço por 1,2.
Exemplo: um produto que custa R$ 1.500,00, ao sofrer um acréscimo de 20%, passará a custar
1.500 x 1,2 (fator de capitalização para 20%) = R$ 1.800,00

COMO FAZER:

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Agora é a sua vez:

Acréscimo Cálculo Fator


15%
20%
4,5%
254%
0%
63%
24,5%
6%

Fator de Descapitalização

Vamos imaginar que certo produto sofreu um desconto de 20% sobre o seu valor inicial. Qual é
o novo valor deste produto?
Claro que, se não sabemos o valor inicial deste produto, fica complicado calcularmos, mas
podemos fazer a afirmação abaixo:
O produto valia 100% e sofreu um desconto de 20%. Logo, está valendo 80% do seu valor inicial.
Conforme dito anteriormente, podemos calcular o fator que podemos utilizar para calcular o
novo preço desse produto após o acréscimo.
80
Fator de Captalização = = 0,8
100
O Fator de Descapitalização é o número pelo qual devo multiplicar o preço do meu produto
para obter como resultado final o seu novo preço, considerando o percentual de desconto que
desejo utilizar.
Assim, se o meu produto custava R$ 50,00, por exemplo, basta multiplicar R$ 50,00 pelo meu
fator de descapitalização por 0,8 para conhecer seu novo preço, que, nesse exemplo, será de
R$ 40,00.
CALCULANDO O FATOR DE DESCAPITALIZAÇÃO: Basta subtrair o valor do desconto expresso
em taxa unitária de 1. Lembre-se que 1 = 100/100 = 100%

COMO CALCULAR:
•• Desconto de 45% = 100% - 45% = 55% = 55/ 100 = 0,55
•• Desconto de 20% = 100% - 20% = 80% = 80/ 100 = 0,8

606 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Porcentagem – Prof. Dudan

ENTENDENDO O RESULTADO:
Para calcularmos um desconto no preço do produto de 20%, devemos multiplicar o valor desse
produto por 0,80.

Exemplo:
Um produto que custa R$ 1.500,00, ao sofrer um desconto de 20%, passará a custar 1.500 x
0,80 (fator de descapitalização para 20%) = R$ 1.200,00

COMO FAZER:

AGORA É A SUA VEZ:


Desconto Cálculo Fator

15%

20%

4,5%

254%

0%

63%

24,5%

6%

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Acréscimo e Desconto Sucessivos
Um tema muito comum abordado nos concursos é os acréscimos e os descontos sucessivos. Isso
acontece pela facilidade que os candidatos tem em se confundir ao resolver uma questão desse
tipo. O erro cometido nesse tipo de questão é básico: somar ou subtrair os percentuais, sendo
que, na verdade, o candidato deveria multiplicar os fatores de capitalização e descapitalização.

Exemplo resolvido 1:
Os bancos vêm aumentando significativamente as suas tarifas de manutenção de contas.
Estudos mostraram um aumento médio de 30% nas tarifas bancárias no 1º semestre de 2009 e
de 20% no 2° semestre de 2009. Assim, podemos concluir que as tarifas bancárias tiveram, em
média, suas tarifas aumentadas em:
a) 50%
b) 30%
c) 150%
d) 56%
e) 20%
Ao ler essa questão, muitos candidatos se deslumbram com a facilidade e quase por impulso
marcam como certa a alternativa “a” (a de “apressadinho”).
Ora, estamos falando de acréscimos sucessivos. Vamos considerar que a tarifa média mensal de
manutenção de conta no início de 2009 seja de R$ 100,00. Logo, após um acréscimo, teremos:
100,00 x 1,3 = 130,00
Agora, vamos acrescentar mais 20% referente ao aumento dado no 2° semestre de 2009:
130,00 x 1,2 = 156,00
Ou seja, as tarifas estão 56,00 mais caras do que no início do ano.
Como o valor inicial das tarifas era de R$ 100,00, concluímos que elas sofreram uma alta de
56%, e não de 50% como parecia inicialmente.

Como resolver a questão acima de uma forma mais direta:


Basta multiplicar os fatores de capitalização, como aprendemos no tópico 1.3:
• Fator de Capitalização para acréscimo de 30% = 1,3
• Fator de Capitalização para acréscimo de 20% = 1,2

1,3 x 1,2 = 1,56


logo, as tarifas sofreram uma alta média de: 1,56 – 1 = 0,56 = 56%

DICA: Dois aumentos sucessivos de 10% não implicam num aumento final de 20%.

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COMO FAZER
Exemplo Resolvido 2:
Um produto sofreu, em janeiro de 2009, um acréscimo de 20% sobre o seu valor; em fevereiro,
outro acréscimo de 40%; e em março, um desconto de 50%. Nesse caso, podemos afirmar que
o valor do produto após a 3ª alteração em relação ao preço inicial é:
a) 10% maior
b) 10 % menor
c) Acréscimo superior a 5%
d) Desconto de 84%
e) Desconto de 16%

Resolução:
Fator para um aumento de 20% = 100% + 20% = 100/100 + 20/100 = 1+0,2 = 1,2
Aumento de 40% = 100% + 40% = 100/100 + 40/100 = 1 + 0,4 = 1,4
Desconto de 50% = 100% - 50% = 100/100 - 50/100 = 1 - 0,5 = 0,5
Assim: 1,2 x 1,4 x 0,5 = 0,84 (valor final do produto)
Como o valor inicial do produto era de 100% e 100% = 1, temos:
1 – 0,84 = 0,16
Conclui-se então que esse produto sofreu um desconto de 16% sobre o seu valor inicial.
Alternativa E

Exemplo Resolvido 3:
O professor Ed perdeu 20% do seu peso de tanto “trabalhar” na véspera da prova do concurso
público da CEF. Após esse susto, começou a se alimentar melhor e acabou aumentando em 25%
do seu peso no primeiro mês e mais 25% no segundo mês. Preocupado com o excesso de peso,
começou a fazer um regime e praticar esporte, conseguindo perder 20% do seu peso. Assim, o
peso do professor Ed em relação ao peso que tinha no início é:
a) 8% maior
b) 10% maior
c) 12% maior
d) 10% menor
e) Exatamente igual

Resolução:
Perda de 20% = 100% - 20% = 100/100 – 20/100 = 1 – 0,2 = 0,8
Aumento de 25% = 100% + 25% = 100/100 + 25/100 = 1 + 0,25 = 1,25
Aumento de 25% = 100% + 25% = 100/100 + 25/100 = 1 + 0,25 = 1,25
Perda de 20% = 100% - 20% = 100/100 – 20/100 = 1 – 0,2 = 0,8
Assim: 0,8 x 1,25 x 1,25 x 0,8 = 1
Conclui-se então que o professor possui o mesmo peso que tinha no início.
Alternativa E

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Exemplo Resolvido 4:
O mercado total de um determinado produto, em número de unidades vendidas, é dividido
por apenas duas empresas, D e G, sendo que, em 2003, a empresa D teve 80% de participação
nesse mercado. Em 2004, o número de unidades vendidas pela empresa D foi 20% maior do
que em 2003, enquanto na empresa G esse aumento foi de 40%. Assim, pode-se afirmar que,
em 2004, o mercado total desse produto cresceu, em relação a 2003,
a) 24%.
b) 28%.
c) 30%.
d) 32%.
e) 60%.

Resolução:
Considerando o tamanho total do mercado em 2003, sendo 100%, e sabendo que ele é
totalmente dividido entre o produto D (80%) e o produto G (20%):

2003 2004
Produto D 0,8 Aumento de 20% = 0,8 * 1,2 = 0,96
Produto G 0,2 Aumento de 40% = 0,2 * 1,4 = 0,28
TOTAL: 1 0,96 + 0,28 = 1,24

Se o tamanho total do mercado era de 1 em 2003 e passou a ser de 1,24 em 2004, houve um
aumento de 24% de um ano para o outro.
Alternativa A

Exemplo Resolvido 5:
Ana e Lúcia são vendedoras em uma grande loja. Em maio elas tiveram exatamente o mesmo
volume de vendas. Em junho, Ana conseguiu aumentar em 20% suas vendas, em relação a maio,
e Lúcia, por sua vez, teve um ótimo resultado, conseguindo superar em 25% as vendas de Ana,
em junho. Portanto, de maio para junho o volume de vendas de Lúcia teve um crescimento de:
a) 35%.
b) 45%.
c) 50%.
d) 60%.
e) 65%.

Resolução:
Como não sabemos as vendas em maio, vamos considerar as vendas individuais em 100% para
cada vendedora. A diferença para o problema anterior é que, no anterior, estávamos tratando
o mercado como um todo. Nesse caso, estamos calculando as vendas individuais de cada
vendedora.

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Maio Junho
Ana 1 Aumento de 20% = 1 * 1,2 = 1,2
Lúcia 1 Aumento de 25% sobre as vendas de Ana em junho = 1,2 * 1,25 = 1,5

Como as vendas de Lúcia passaram de 100% em maio para 150% em junho (de 1 para 1,5),
houve um aumento de 50%.
Alternativa C

12. Um trabalhador recebeu dois aumentos sucessivos, de 20% e de 30%, sobre o seu
salário. Desse modo, o percentual de aumento total sobre o salário inicial desse
trabalhador foi de
a) 30%
b) 36%
c) 50%
d) 56%
e) 66%

13. Descontos sucessivos de 20% e 30% são equivalentes a um único desconto de:
a) 25%
b) 26%
c) 44%
d) 45%
e) 50%

14. Considerando uma taxa mensal constante de 10% de inflação, o aumento de preços
em 2 meses será de
a) 2%
b) 4%
c) 20%
d) 21%
e) 121%
e) 25%

15. Um comerciante elevou o preço de suas mercadorias em 50% e divulgou, no dia


seguinte, uma remarcação com desconto de 50% em todos os preços. O desconto
realmente concedido em relação aos preços originais foi de:
a) 40%
b) 36%
c) 32%
d) 28%
e) 25%

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16. Um revendedor aumenta o preço inicial de um produto em 35% e, em seguida,
resolve fazer uma promoção, dando um desconto de 35% sobre o novo preço. O
preço final do produto é
a) impossível de ser relacionado com o preço inicial.
b) superior ao preço inicial.
c) superior ao preço inicial, apenas se este for maior do que R$ 3.500,00.
d) igual ao preço inicial.
e) inferior ao preço inicial.

Gabarito: 1. * 2. * 3. B 4. D 5. D 6. D 7. E 8. A 9. D 10. A 11. D 12. D 13. C 14. D 15. E 16. E

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Matemática

SISTEMA MÉTRICO DECIMAL 

Definição: O SISTEMA MÉTRICO DECIMAL é parte integrante do Sistema de Medidas. É adotado


no Brasil tendo como unidade fundamental de medida o metro. O Sistema de Medidas é um
conjunto de medidas usado em quase todo o mundo, visando padronizar as formas de medição.  
Unidades de medida ou sistemas de medida é um tema bastante presente em concursos
públicos e, por isso, é mais um dos assuntos tratados nesse livro.
Para podermos comparar um valor com outro, utilizamos uma grandeza predefinida como
referência, grandeza chamada de unidade padrão.
As unidades de medida padrão que nós brasileiros utilizamos com maior frequência são o
grama, o litro e o metro, assim como o metro quadrado e o metro cúbico.
Além dessas, também fazemos uso de outras unidades de medida para realizarmos, por
exemplo, a medição de tempo, de temperatura ou de ângulo.
Dependendo da unidade de medida que estamos utilizando, a unidade em si ou é muito grande
ou muito pequena. Nesse caso, então, utilizamos os seus múltiplos ou submúltiplos. O grama
geralmente é uma unidade muito pequena para o uso cotidiano, por isso, em geral, utilizamos
o quilograma, assim como em geral utilizamos o mililitro ao invés da própria unidade litro,
quando o assunto é bebidas, por exemplo.

Utilização das Unidades de Medida


Quando estamos interessados em saber a quantidade de líquido que cabe em um recipiente, na
verdade estamos interessados em saber a sua capacidade. O volume interno de um recipiente
é chamado de capacidade. A unidade de medida utilizada na medição de capacidades é o litro.
Se estivéssemos interessados em saber o volume do recipiente em si, a unidade de medida
utilizada nessa medição seria o metro cúbico.
Para ladrilharmos um cômodo de uma casa, é necessário que saibamos a área deste cômodo.
Áreas são medidas em metros quadrados.
Para sabermos o comprimento de uma corda, é necessário que a meçamos. Nessa medição, a
unidade de medida utilizada será o metro ou metro linear.
Se você for fazer uma saborosa torta de chocolate, precisará comprar cacau e o mesmo será
pesado para medirmos a massa desejada. A unidade de medida de massa é o grama.
Veja a tabela a seguir, na qual agrupamos essas principais unidades de medida, seus múltiplos e
submúltiplos do Sistema Métrico Decimal, segundo o Sistema Internacional de Unidades – SI:

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Subconjunto de Unidades de Medida do Sistema Métrico Decimal

Medida de Grandeza Fator Múltiplos Unidades Submúltiplos

Capacidade Litro 10 kl hl dal l dl cl ml


3 3 3 3 3 3
Volume Métro Cúbico 1000 km hm dam m dm cm mm3
Metro
Área 100 km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
Quadrado
Comprimento Metro 10 km hm dam m dm cm mm
Massa Grama 10 kg hg dag g dg cg mg

�⥂x �⥂x �⥂x �⥂x � ⥂x � ⥂x �⥂x ⥂x


Observe que as setas que apontam para a direita indicam uma multiplicação pelo fator
multiplicador (10, 100 ou 1000 dependendo da unidade de medida), assim como as setas que
apontam para a esquerda indicam uma divisão também pelo fator.
A conversão de uma unidade para outra unidade dentro da mesma grandeza é realizada
multiplicando-se ou dividindo-se o seu valor pelo fator de conversão, dependendo de a unidade
original estar à esquerda ou à direita da unidade a que se pretende chegar, tantas vezes quantos
forem o número de níveis de uma unidade a outra.

O metro
O termo “metro” é oriundo da palavra grega métron e tem como significado “o que mede”.
Estabeleceu-se, no princípio, que a medida do “metro” seria a décima milionésima parte da
distância entre o Pólo Norte e Equador, medida pelo meridiano que passa pela cidade francesa
de Paris. O metro padrão foi criado no de 1799 e hoje é baseado no espaço percorrido pela luz
no vácuo em um determinado período.

Múltiplos e submúltiplos do Metro


Como o metro é a unidade fundamental do comprimento, existem evidentemente os seus
respectivos múltiplos e submúltiplos.
Os nomes pré-fixos desses múltiplos e submúltiplos são: quilo, hecto, deca, centi e mili.
Veja o quadro:

Múltiplos Unidade Principal Submúltiplos


Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Km Hm Dam M Dm Cm Mm
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m
2000m 200m 20m 2m 0,2m 0,02m 0,002m
3000m 300m 30m 3m 0,3m 0,03m 0,003m

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Matemática – Sistema Métrico Decimal – Prof. Dudan

Os múltiplos do metro são usados para realizar medição em grandes áreas/distâncias, enquanto
os submúltiplos para realizar medição em pequenas distâncias.

Leitura das Medidas de Comprimento


Podemos efetuar a leitura correta das medidas de comprimento com o auxilio de um quadro
chamado “quadro de unidades”.
Exemplo: Leia 16,072 m

Km Hm Dam M Dm Cm Mm
Kilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1 6, 0 7 2

Após ter colocado os respectivos valores dentro das unidades equivalentes, lê-se a parte inteira
acompanhada da unidade de medida do seu último algarismo e a parte decimal com a unidade
de medida o último algarismo.
16,072m : dezesseis metros e setenta e dois milímetros.
Veja outros exemplos de leitura:
8,05 km = Lê-se assim: “Oito quilômetros e cinco decâmetros”
72,207 dam = Lê-se assim: “Setenta e dois decâmetros e duzentos e sete centímetros”
0,004 m = Lê-se assim: “quatro milímetros”.

Sistemas não Decimais

Para distâncias astronômicas, utilizamos o ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km
O pé, a polegada, a milha e a jarda são unidades não pertencentes ao sistemas métrico decimal,
são utilizadas em países de língua inglesa. Observe as igualdades abaixo:
Pé = 30,48 cm
Polegada = 2,54 cm
Jarda = 91,44 cm
Milha terrestre = 1.609 m
Milha marítima = 1.852 m

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Observe que:
1 pé = 12 polegadas
1 jarda = 3 pés

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Matemática

SISTEMA DE MEDIDA DE TEMPO

Medidas de tempo

É comum em nosso dia a dia perguntas do tipo:


•• Qual é a duração dessa partida de futebol?
•• Qual é o tempo dessa viagem?
•• Qual é a duração desse curso?
•• Qual é o melhor tempo obtido por esse corredor?
Todas essas perguntas serão respondidas tomando por base uma unidade padrão de medida
de tempo.
A unidade de tempo escolhida como padrão no Sistema Internacional (SI) é o segundo.
Um dia é um intervalo de tempo relativamente longo. Nesse período você pode dormir, se
alimentar, estudar, se preparar para concursos e muitas outras coisas.
Muitas pessoas se divertem assistindo a um bom filme; porém, se os filmes tivessem a duração
de um dia, eles não seriam uma diversão, mas sim uma tortura.
Se dividirmos em 24 partes iguais o intervalo de tempo relativo a um dia, cada uma destas
frações de tempo corresponderá a exatamente uma hora, portanto concluímos que um dia
equivale a 24 horas e que 1 24 do dia equivale a uma hora.
Uma ou duas horas é um bom tempo para se assistir um filme, mas para se tomar um banho é
um tempo demasiadamente grande.
Portanto, dependendo da tarefa, precisamos fracionar o tempo, nesse caso, a hora.
Se dividirmos em 60 partes iguais o intervalo de tempo correspondente a uma hora, cada uma
dessas 60 partes terá a duração exata de um minuto, o que nos leva a concluir que uma hora
equivale a 60 minutos, assim como 1 60 da hora equivale a um minuto.
Dez ou quinze minutos é um tempo mais do que suficiente para tomarmos um bom banho
ouvindo uma boa música, mas, para atravessarmos a rua, esse tempo é um verdadeiro convite
a um atropelamento.
Se dividirmos em 60 partes iguais o intervalo de tempo relativo a um minuto, cada uma dessas
partes terá a duração exata de um segundo. Com isso concluímos que um minuto equivale a 60
segundos e que 1 60 do minuto equivale a um segundo.
Das explicações acima podemos chegar ao seguinte resumo:
•• 1 dia = 24 horas
•• 1 hora = 60 minutos
•• 1 minuto = 60 segundos

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Assim, também podemos concluir que :
•• 1 hora = 1/24 dia
•• 1 minuto = 1/60 hora
•• 1 segundo = 1/60 minuto.

Múltiplos e Submúltiplos do Segundo


Quadro de unidades

Múltiplos
Minutos Horas Dia
min h d
60s 60 min = 3.600s 24h = 1.440min = 86.400s

São submúltiplos do segundo:


•• décimo de segundo
•• centésimo de segundo
•• milésimo de segundo
Cuidado: Nunca escreva 2,40h como forma de representar 2h40min. Pois o sistema de medidas
de tempo não é decimal.
Observe:

Tabela para Conversão entre Unidades de Medidas de Tempo

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Matemática – Unidade de Tempo – Prof. Dudan

Além das unidades vistas anteriormente, podemos também relacionar algumas outras:

Unidade Equivale
Semana 7 dias
Quinzena 15 dias
Mês 30 dias *
Bimestre 2 meses
Trimestre 3 meses
Quadrimestre 4 meses
Semestre 6 meses
Ano 12 meses
Década 10 anos
Século 100 anos
Milênio 1000 anos

* O mês comercial utilizado em cálculos financeiros possui, por convenção, 30 dias.

Exemplos Resolvidos
•• Converter 25 minutos em segundos
A unidade de tempo minuto é maior que a unidade segundo, já que 1 minuto contém 60
segundos. Portanto, de acordo com o explicado acima, devemos realizar uma multiplicação,
mas devemos multiplicar por quanto?
Devemos multiplicar por 60, pois cada minuto equivale a 60 segundos:
Visto que:
A min = 60 seg
Então:
Assim, 25 min é igual a 1500 s.

•• Converter 2220 segundos em minutos


Este exemplo solicita um procedimento oposto ao do exemplo anterior. A unidade de tempo
segundo é menor que a unidade minuto já que: 1s = 1 60 min
Logo, devemos dividir por 60, pois cada segundo equivale a 1 60 do minuto: 2.200 ÷ 60 = 37
Note que alternativamente, conforme a tabela de conversão acima, poderíamos ter multiplicado
60 ao invés de termos dividido por 60, já que são operações equivalentes:
1

2.200 x 1 = 37
60
Assim, 2.220 s é igual a 37 min.

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•• Quantos segundos há em um dia?
Nos exemplos anteriores nos referimos a unidades vizinhas, convertemos de minutos para
segundos e vice-versa.
Como a unidade de tempo dia é maior que a unidade segundo, iremos solucionar o problema
recorrendo a uma série de multiplicações.
Pela tabela de conversão acima para convertermos de dias para horas devemos multiplicar por
24, para convertermos de horas para minutos devemos multiplicar por 60 e finalmente para
convertermos de minutos para segundos também devemos multiplicar por 60. Temos então o
seguinte cálculo:
1 x 24 x 60 x 60 = 864.000

•• 10.080 minutos são quantos dias?


Semelhante ao exemplo anterior, só que, nesse caso, precisamos converter de uma unidade
menor para uma unidade maior. Como as unidades não são vizinhas, vamos então precisar de
uma série de divisões.
De minutos para horas precisamos dividir por 60 e de horas para dias temos que dividir por 24.
O cálculo será então:
10.080 ÷ 60 ÷ 24 = 7
Assim, 10.080 minutos correspondem 7 dias.

1. Fernando trabalha 2h 20min todos os dias numa empresa, quantas minutos


ele trabalha durante um mês inteiro de 30 dias.

a) 420
b) 4200
c) 42000
d) 4,20
e) 42,00

2. Um programa de televisão começou às 13 horas, 15 minutos e 20 segundos, e


terminou às 15 horas, 5 minutos e 40 segundos. Quanto tempo esse programa durou,
em segundos?
a) 6.620 s
b) 6.680 s
c) 6.740 s
d) 10.220 s
e) 13.400 s

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Matemática – Unidade de Tempo – Prof. Dudan

3. Uma competição de corrida de rua teve início às 8h04min. O primeiro atleta


cruzou a linha de chegada às 12h02min05s. Ele perdeu 35s para ajustar seu
tênis durante o percurso. Se esse atleta não tivesse tido problema com o
tênis, perdendo assim alguns segundos, ele teria cruzado a linha de chegada com o
tempo de
a) 3h 58min 05s.
b) 3h 57min 30s.
c) 3h 58min 30s.
d) 3h 58min 35s.
e) 3h 57min 50s.

4. Um atleta já percorreu o mesmo percurso de uma corrida por dez vezes. Em duas
vezes seu tempo foi de 2h25 min. Em três vezes percorreu o percurso em 2h17min.
Por quatro vezes, seu tempo foi de 2h22min, e, em outra ocasião, seu tempo foi de
2h11min. Considerando essas marcações, o tempo médio desse atleta nessas dez
participações é:
a) 2h 13 min.
b) 2h 18 min.
c) 2h 20 min.
d) 2h 21 min.
e) 2h 24 min.

5. Uma espaçonave deve ser lançada exatamente às 12 horas, 32 minutos e 30 segundos.


Cada segundo de atraso provoca um deslocamento de 44 m de seu local de destino,
que é a estação orbital. Devido a uma falha no sistema de ignição, a espaçonave foi
lançada às 12 horas 34 minutos e 10 segundos. A distância do ponto que ela atingiu até
o destino previsto inicialmente foi de:
a) 2,2 km.
b) 3,3 km.
c) 4,4 km.
d) 5,5 km.
e) 6,6 km.

6. Os 3 de um dia correspondem a
50
a) 1 hora, 4 minutos e 4 segundos.
b) 1 hora, 26 minutos e 4 segundos.
c) 1 hora, 26 minutos e 24 segundos.
d) 1 hora, 40 minutos e 4 segundos.
e) 1 hora e 44 minutos.

Gabarito: 1. B 2. A 3. B 4. C 5. C 6. C

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Matemática

CONVERSÃO DE UNIDADES

Apresentamos a tabela de conversão de unidades do sistema Métrico Decimal.

Medida de Grandeza Fator Múltiplos Unidades Submúltiplos

Capacidade Litro 10 kl hl dal l dl cl ml


Volume Metro Cúbico 1000 km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Metro
Área 100 km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
Quadrado
Comprimento Metro 10 km hm dam m dm cm mm
Massa Grama 10 kg hg dag g dg cg mg
⥂x
� �⥂x �⥂x �⥂x � ⥂x � ⥂x �⥂x � ⥂x

Exemplos de Conversão entre Unidades de Medida

Converta 2,5 metros em centímetros


Para convertermos 2,5 metros em centímetros, devemos multiplicar (porque na tabela metro
está à esquerda de centímetro) 2,5 por 10 duas vezes, pois, para passarmos de metros para
centímetros, saltamos dois níveis à direita.
Primeiro passamos de metros para decímetros e depois de decímetros para centímetros:
2,5 m .10.10 = 250 cm
Isto equivale a passar a vírgula duas casas para a direita.
Portanto: 2,5 m é igual a 250 cm

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Passe 5.200 gramas para quilogramas
Para passarmos 5.200 gramas para quilogramas, devemos dividir (porque na tabela grama
está à direita de quilograma) 5.200 por 10 três vezes, pois, para passarmos de gramas para
quilogramas, saltamos três níveis à esquerda.
Primeiro passamos de grama para decagrama, depois de decagrama para hectograma e
finalmente de hectograma para quilograma:
5200 g :10:10:10 = 5,2 kg
Isso equivale a passar a vírgula três casas para a esquerda.
Portanto: 5.200 g é igual a 5,2 kg.

Quantos centilitros equivalem a 15 hl?


Para irmos de hectolitros a centilitros, passaremos quatro níveis à direita. Multiplicaremos
então 15 por 10 quatro vezes:
15 hl .10.10.10.10 = 150000 cl
Isso equivale a passar a vírgula quatro casas para a direita.
Portanto: 150.000 cl equivalem a 15 hl.

Quantos quilômetros cúbicos equivalem a 14 mm3?


Para passarmos de milímetros cúbicos para quilômetros cúbicos, passaremos seis níveis à
esquerda. Dividiremos então 14 por 1000 seis vezes:
3 -17 3
Portanto: 0,000000000000000014 km , ou a 1,4 x 10 km se expresso em notação científica
3
equivalem a 14 mm .

Passe 50 dm2 para hectômetros quadrados


Para passarmos de decímetros quadrados para hectômetros quadrados, passaremos três
níveis à esquerda. Dividiremos então por 100 três vezes:
50 dm² :100:100:100 = 0,00005 km²
Isso equivale a passar a vírgula seis casas para a esquerda.
Portanto: 50 dm2 é igual a 0,00005 hm2.

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Matemática – Conversão de Unidades – Prof. Dudan

Agora observe os exemplos de transformações

1. Transforme 17,475 hm em m

Para transformar hm (hectômetro) em m (metro) – observe que são duas casas à direita –
multiplicamos por 100, ou seja, (10 x 10).
17,475 x 100 = 1.747,50 ou seja 17,475 hm é = 1.747,50m

2. Transforme 2,462 dam em cm

Para transformar dam (Decâmetro) em cm (Centímetro) – observe que são três casas à direita –
multiplicamos por 1000, ou seja, (10 x 10 x 10).
2,462 x 1000 = 2462 ou seja 2,462dam é = 2462cm

3. Transforme 186,8m em dam.

Para transformar m (metro) em dam (decâmetro) – observe que é uma casa à esquerda –
dividimos por 10.
186,8 ÷ 10 = 18,68 ou seja 186,8 m é = 18,68 dam

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4. Transforme 864m em km.

Para transformar m (metro) em km (Kilômetro) – observe que são três casas à esquerda –
dividimos por 1000.
864 ÷ 1000 = 0,864 ou seja 864m é = 0,864km
Obs: Os quadros das medidas foram colocados em cada operação repetidamente, de
propósito, para que haja uma fixação, pois é fundamental conhecer “decoradamente”
essas posições.

Exercícios:

3
1. Os de um hectômetro correspondem a:
50

a) 60 mm.
b) 60 cm.
c) 60 dm.
d) 60 m.
e) 60 dam.

2. A atleta brasileira Fabiana Murer alcançou a marca de 4,60 m no salto com vara,
nos Jogos Pan-americanos realizados no Rio de Janeiro em 2007. Sua melhor
marca é de 4,80 m, recorde sul-americano na categoria. Qual é a diferença, em
centímetro, entre essas duas marcas?
a) 0,2.
b) 2.
c) 20.
d) 200.
e) 2000.

3. O resultado de 15.000 mm² + 15 cm² é igual a:


a) 0,1515 dm²
b) 1,5015 dm²
c) 1,65 dm²
d) 15,15 dm²
e) 151,5 dm²

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Matemática – Conversão de Unidades – Prof. Dudan

4. Uma tartaruga percorreu, num dia, 6,05 hm. No dia seguinte, percorreu mais 0,72
km e, no terceiro dia, mais 12.500 cm. Qual a distância que a tartaruga percorreu
nos três dias?
a) 1,45 m
b) 14,5 m
c) 145 m
d) 1450 m
e) 14500 m.

5. Se 13,73 dam foram convertidos para várias unidades diferentes. Das conversões
abaixo, assinale a única que está errada.
a) 13730 cm
b) 137,3 m
c) 1,373 hm
d) 0,01373 km
e) 1373 dm

Equivalência entre Medidas de Volume e Medidas de Capacidade

As principais conversões entre volume e capacidade são:


1m³ = 1000 litros
1 dm³ = 1 litro
1 cm³ = 1 ml
• Um cubo de aresta de 10 cm terá um volume de 1.000 cm3, medida que equivalente a 1 l.
• Como 1.000 cm3 equivalem a 1 dm3, temos que 1 dm3 equivale a 1 l.
• Como um litro equivale a 1.000 ml, podemos afirmar que 1 cm3 equivale a 1 ml.
• dm3 equivalem a 1 m3, portanto 1 m3 é equivalente a 1.000 l, que equivalem a 1 kl.

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Exemplos de Conversão entre Medidas de Volume e Medidas de Capacidade

Quantos decalitros equivalem a 1 m3?


Sabemos que 1 m3 equivale a 1.000 l, portanto, para convertermos de litros a decalitros,
passaremos um nível à esquerda. Dividiremos então 1.000 por 10 apenas uma vez:
1000l :10 = 100 dal
Isso equivale a passar a vírgula uma casa para a esquerda.
Poderíamos também raciocinar da seguinte forma:
Como 1 m3 equivale a 1 kl, basta fazermos a conversão de 1 kl para decalitros, quando então
passaremos dois níveis à direita. Multiplicaremos então 1 por 10 duas vezes:
ikl .10.10 = 100dal
Portanto: 100 dal equivalem a 1 m3.

348 mm3 equivalem a quantos decilitros?


Como 1 cm3 equivale a 1 ml, é melhor dividirmos 348 mm3 por mil, para obtermos o seu
3 3 3
equivalente em centimetros cúbicos: 0,348 cm . Logo 348 mm equivale a 0,348 ml, já que cm
e ml se equivalem.
Nesse ponto, já convertemos de uma unidade de medida de volume, para uma unidade de
medida de capacidade.
Falta-nos passarmos de mililitros para decilitros, quando então passaremos dois níveis à
esquerda.
Dividiremos então por 10 duas vezes:
0,348 ml :10:10 = 0,00348 dl
Logo: 348 mm3 equivalem a 0,00348 dl.

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Matemática – Conversão de Unidades – Prof. Dudan

6. Transformando 3,5 m³ em dal, temos:


a) 0,35
b) 3,5
c) 35
d) 350
e) 3500

7. Quantos cm³ existem em 10 litros?


a) 10
b) 100
c) 1.000
d) 10.000
e) 100.000

Dúvidas Frequentes
•• Um metro cúbico equivale a quantos metros quadrados?
•• Converter medidas em decilitros para gramas.
•• Quantos litros cabem em um metro quadrado?
•• Como passar litros para milímetros?
•• Quantos centímetros lineares há em um metro quadrado?
•• Conversão de litros para gramas.
•• Um centímetro corresponde a quantos litros?
•• Como passar de centímetros quadrados para mililitros?
•• Quantos mililitros tem um centímetro?
3
•• Transformar m em metro linear.
•• Quanto vale um centímetro cúbico em gramas?

Você consegue notar algum problema nessas pesquisas?


O problema é que elas buscam a conversão entre unidades de medidas incompatíveis, como
por exemplo, a conversão de metro cúbico para metro quadrado. A primeira é uma unidade de
medida de volume e a segunda é uma unidade de medida de área, por isso são incompatíveis e
não existe conversão de uma unidade para a outra.
Então todas as conversões acima não são possíveis de se realizar, a não que se tenha outras
informações, como a densidade do material na última questão, mas isso já é uma outra
disciplina.
Acredito que a razão dessas dúvidas é o fato de o estudante não conseguir discernir claramente
o que são comprimento, área, volume e capacidade, portanto vou procurar esclarecer tais
conceitos com maiores detalhes.
Gabarito: 1. C 2. C 3. C 4. D 5. D 6. C 7. D

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Matemática

RELAÇÃO ENTRE GRANDEZAS

Definição

Definimos por grandeza tudo aquilo que pode ser contado e medido, como tempo, velocidade,
comprimento, preço, idade, temperatura entre outros. As grandezas são classificadas em:
diretamente proporcionais e inversamente proporcionais.

Grandezas diretamente proporcionais


São aquelas grandezas em que a variação de uma provoca a variação da outra numa mesma
razão. Se uma dobra, a outra dobra; se uma triplica, a outra triplica; se uma é divida em duas
partes iguais, a outra também é divida à metade.

Grandezas inversamente proporcionais


Uma grandeza é inversamente proporcional quando operações inversas são utilizadas nas
grandezas. Por exemplo, se dobramos uma das grandezas temos que dividir a outra por dois, se
triplicamos uma delas devemos dividir a outra por três e assim sucessivamente. A velocidade e
o tempo são considerados grandezas inversas, pois, se aumentarmos a velocidade, o tempo é
reduzido, e, se diminuímos a velocidade, o tempo aumenta.
Questões sobre esse assunto exigirão que o candidato, ao se deparar com uma tabela ou um
gráfico, saiba interpretá-lo, por exemplo, o crescimento populacional de uma região em relação
ao crescimento econômico; o desmatamento de uma mata com relação ao numero de espécies
de pássaros presentes, etc.
Os gráficos podem ser curvas ou retas, crescentes ou decrescentes.
Muitas vezes, a área sob a curva pode nos dar algumas informações (que é o produto de x vezes
y do gráfico). Gráficos e tabelas são intercambiáveis, ou seja, os dados de uma tabela podem
ser plotados em um gráfico, assim como os pontos de um gráfico podem ser tabelados.

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Exemplo

1. O gráfico abaixo apresenta o consumo médio de oxigênio, em função do tempo, de um atleta


de 70 kg ao praticar natação.

Considere que o consumo médio de oxigênio seja diretamente proporcional à massa do atleta.
Qual será, em litros, o consumo médio de oxigênio de um atleta de 80 kg, durante 10 minutos
de prática de natação?
a) 50,0
b) 52,5
c) 55,0
d) 57,5
e) 60,0

2. O gráfico apresenta informações sobre a relação entre o número de mulheres e o número de


homens atendidos em uma instituição, nos anos de 2012 e 2013.
Mantendo-se a mesma relação de atendimentos observada em 2012 e 2013, essa instituição
pretende atender, em 2014, 110 homens. Dessa forma, o número total de pessoas que essa
instituição pretende atender em 2014 e o número médio anual de atendimentos a mulheres
que se pretende atingir, considerando-se os anos de 2012, 2013 e 2014, são, respectivamente,
a) 160 e 113,3
b) 160 e 170
c) 180 e 120
d) 275 e 115
e) 275 e 172,2

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Matemática – Relação entre Grandezas – Prof. Dudan

Exemplo:

3. O gráfico mostra as receitas que uma empresa conseguiu em cada mês de um ano, além dos
custos que ela teve nos respectivos meses.

Considerando que o lucro mensal de uma empresa seja dado pela diferença entre a receita e o
custo, nessa ordem, observados naquele mês, o maior lucro mensal obtido por essa empresa
no ano considerado ocorreu no mês de:
a) dezembro
b) outubro
c) maio
d) fevereiro
e) janeiro

Gabarito: 1. E 2. D 3. B

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Matemática

PROGRESSÃO ARITMÉTICA

Definição

Uma progressão aritmética (abreviadamente, P.A.) é uma sequência numérica em que cada
termo, a partir do segundo, é igual à soma do termo anterior com uma constante r. O número r
é chamado de razão da progressão aritmética.
Alguns exemplos de progressões aritméticas:
• 1, 4, 7, 10, 13, ..., é uma progressão aritmética em que a razão (a diferença entre os números
consecutivos) é igual a 3.
• – 2, – 4, – 6, – 8, – 10, ..., é uma P.A. em que r = – 2.
• 6, 6, 6, 6, 6, ..., é uma P.A. com r = 0.
Exemplo: (5, 9, 13, 17, 21, 25, 29, 33, 37, 41, 45, 49, ...)
r = a2 – a1 = 9 – 5 = 4 ou r = a3 – a2 = 13 – 9 = 4 ou r = a4 – a3 = 17 – 13 = 4
e assim por diante.

Dica:
Observe que a razão é constante e pode ser calculada subtraindo um termo qualquer
pelo seu antecessor.

CLASSIFICAÇÃO

Uma P.A. pode ser classificada em crescente, decrescente ou constante dependendo de como
é a sua razão (R).

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Exemplos:

I – (5, 8, 11, 14, 17, 20, 23, 26, ...) → CRESCENTE pois r = + 3

II – (26, 18, 10, 2, – 6, – 14, – 22, ...) → DECRESCENTE pois r = – 8

III – (7, 7, 7, 7, 7, ...) → ESTACIONÁRIA OU CONSTANTE pois r = 0

TERMO GERAL ou enésimo termo ou último termo

Numa P.A. de n termos, chamamos de termo geral ou enésimo termo, o último termo ou o
termo genérico dessa sequência.

an = a1 + (n-1)r ou an = ap + (n-p)r

Atenção!
a20 = a1 + 19r ou a20 = a7 + 13r ou a20 = a14 + 6r

Exemplo Resolvido:
Sabendo que o 1º termo de uma P.A. é igual a 2 e que a razão equivale a 5, determine o valor do
18º termo dessa sequência numérica.
a18 = 2 + (18 – 1) . 5
a18 = 2 + 17 . 5
a18 = 2 + 85 logo a18 = 87
O 18º termo da PA em questão é igual a 87.

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Matemática – Progressão Aritmética – Prof. Dudan

Faça Você:

1. Dada a progressão aritmética (8, 11, 14, 17, ...), determine:


a) razão b) décimo termo c) a14 d) termo geral

2. Calcule a razão da P.A. em que o terceiro termo vale 14 e o décimo primeiro termo
vale 40.

3. A razão de uma P.A. de 10 termos, em que o primeiro termo é 42 e o último é – 12


vale:
a) –5
b) –9
c) –6
d) –7
e) 0

4. Numa progressão aritmética, temos a7 = 5 e a15 = 61. Então, a razão pertence ao


intervalo:
a) [8,10]
b) [6,8)
c) [4,6)
d) [2,4)
e) [0,2)

TERMO GERAL ou MÉDIO

Numa progressão aritmética, a partir do segundo termo, o termo central é a média aritmética
do termo antecessor e do sucessor, isto é,

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Exemplo:
Na P.A (2, 4, 6, 8, 10,...) veremos que ou , etc.

Na P.A (1, 4, 7, 10, 13,...) veremos que ou , etc.

Dica:
Sempre a cada três termos consecutivos de uma P.A, o termo central é a média
dos seus dois vizinhos, ou seja, a soma dos extremos é o dobro do termo central.
Além disso, a soma dos termos equidistantes dos extremos é constante.

Faça Você:

5. Determine a razão da P.A. (x + 2, 2x, 13).

6. As idades das três filhas de Carlos estão em progressão aritmética. Colocando em


ordem crescente tem-se (1 + 3x, 4x + 2, 7x + 1). Calcule a idade da filha mais nova.
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

7. Calcule o termo central da progressão (31, 33, 35,..., 79)

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Matemática – Progressão Aritmética – Prof. Dudan

8. Se uma P.A. de 3 termos a soma dos extremos é 12, o termo médio é:


a) 5
b) –5
c) 6
d) –6
e) 0

9. Numa P.A. de nove termos, o primeiro termo é igual a 7 e o termo central é igual a
13. O nono termo dessa sequência é igual a:
a) 26
b) 23
c) 21
d) 19
e) 14

10. Sabendo que a sequência (1 – 3x, x – 2, 2x + 1) é uma P.A., determine o valor da


razão.
a) –2
b) 0
c) 2
d) 4
e) 5

SOMA DOS “n” TERMOS

Sendo n o número de termos que se deseja somar, temos:

Dica:
Essa fórmula pode ser lembrada como a soma do primeiro e do último termos,
multiplicada pelo número de casais ( ).

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Exemplo Resolvido:
Na sequência numérica ( – 1, 3, 7, 11, 15,...), determine a soma dos 20 primeiros termos.

1) Cálculo da razão da P.A.


r = 3 – (–1) = 3 + 1 = 4 ou r = 7 – 3 = 4 ou r = 11 – 7 = 4

2) Determinando o 20º termo da P.A.


a20 = –1 + (20 – 1) * 4
a20 = – 1 + 19 * 4
a20 = – 1 + 76
a20 = 75
2) Calculando a soma dos termos

s20 = 740
A soma dos 20 primeiros termos da PA ( – 1, 3, 7, 11, 15, ...) equivale a 740.
Observe que a soma do 1º termo com o último (20º) é 74 que multiplicada pelo número de
casais formados com 20 pessoas (10 casais) totalizará 740.

Faça Você

11. Calcule a soma dos vinte primeiros termos da sequencia (15, 21, 27, 33, ...).

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Matemática – Progressão Aritmética – Prof. Dudan

12. A soma dos 12 primeiros termos de uma P.A. é 180. Se o primeiro termo vale 8,
calcule o último termo dessa progressão.

13. O termo geral de uma sucessão é an = 3n + 1 . A soma dos trinta primeiros termos
dessa sucessão é igual a:
a) 91
b) 95
c) 110
d) 1425
e) 1560

14. Uma exposição de arte mostrava a seguinte sequência lógica formada por bolinhas
de gude:

O primeiro quadro contém 5 bolas, o segundo contém 12 bolas, o terceiro contém 21


bolas, o quarto contém 32 bolas ... . Cada quadro contém certa quantidade de bolas
de gude e seguirá nesse padrão até chegar ao vigésimo quadro que tem n bolinhas. É
correto afirmar que n vale:
a) 420
b) 440
c) 460
d) 480
e) 500

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15. Devido à epidemia de gripe do último inverno, foram suspensos alguns concertos
em lugares fechados. Uma alternativa foi realizar espetáculos em lugares abertos,
como parques ou praças. Para uma apresentação, precisou-se compor uma plateia
com oito filas, de tal forma que na primeira fila houvesse 10 cadeiras; na segunda,
14 cadeiras; na terceira, 18 cadeiras; e assim por diante. O total de cadeiras foi:
a) 384
b) 192
c) 168
d) 92
e) 80

Gabarito: 3. C 4. B 6. D 8. C 9. D 10. E 13. D 14. D 15. C

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Matemática

PROGRESSÃO GEOMÉTRICA

Uma progressão geométrica (abreviadamente, P.G.) é uma sequência numérica em que cada
termo, a partir do segundo, é igual ao produto do termo anterior por uma constante q. O
número q é chamado de razão da progressão geométrica.
Alguns exemplos de progressões geométricas:
• 1, 2, 4, 8, 16, ..., é uma progressão geométrica em que a razão é igual a 2.
• – 1, – 3, – 9, – 27, – 81, ..., é uma P.G. em que q = 3.
• 6, 6, 6, 6, 6, ..., é uma P.G. com q = 1.
• (3, 9, 27, 81, 243, ...) → é uma P.G. Crescente de razão q = 3
1
• (90, 30, 10, 10/3, ...) → é uma P.G. Decrescente de razão q =
3
Exemplo: (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, ...)

a2 2 a 4 a 8
q= = = 2 ou q = 3 = = 2 ou q = 4 = = 2 e assim por diante.
a1 1 a2 2 a3 4

Dica:
Observe que a razão é constante e pode ser calculada dividindo um termo qualquer
pelo seu antecessor.

CLASSIFICAÇÃO

Uma P.G. pode ser classificada em crescente, decrescente, constante ou oscilante, dependendo
de como é a sua razão (q).
Exemplos:

I – (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, ...) → CRESCENTE pois a2 > a1 , a3 > a2 e assim por diante;
II – ( – 1, – 3, – 9, – 27, – 81, ...) → DECRESCENTE pois a2 < a1 , a3 < a2 e assim por diante;

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III – (7, 7, 7, 7, 7, ...) → CONSTANTE pois q =1 e a2=a1 e assim por diante;
IV – (3, – 6, 12, – 24, 48, – 96, ...) → OSCILANTE pois há alternância dos sinais.

TERMO GERAL ou enésimo termo ou último termo

Numa P.G. de n termos, chamamos de termo geral ou enésimo termo o último termo ou o
termo genérico dessa sequência.

an = a1.qn-1 ou an = ap.qn-p

Atenção!

a20 = a1q19 ou a20 = a7.q13 ou a20=a14q6 ou a20 = a18q2

Exemplo Resolvido
Em uma progressão geométrica, temos que o 1º termo equivale a 4 e a razão igual a 3.
Determine o 8º termo dessa PG.
a8 = 4 .37
a8 = 4 . 2187
a8 = 8748 logo, o 8º termo da PG descrita é o número 8748.

Faça Você:

1. Dada a progressão geométrica (5, 10, 20, 40, ...), determine:


a) razão b) oitavo termo c) a10 d) termo geral

2. Calcule a razão da P.G. na qual o primeiro termo vale 2 é o quarto termo vale 54.

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Matemática – Progressão Geométrica – Prof. Dudan

TERMO GERAL ou MÉDIO

Numa progressão geométrica, a partir do segundo termo, o termo central é a média geométrica
do termo antecessor e do sucessor, isto é an = an−1 .an+1
Exemplo Resolvido:
Na P.G. (2,4,8,16,...) veremos que 4 = 2.8 ou 8 = 4.16 , etc.

Faça Você:

3. Calcule a razão da P.G. (x – 2, x + 1, x + 7, ...).

4. Na P.G. cujos três primeiros termos são x – 10, x e 3x, o valor positivo de x é:
a) 15.
b) 10.
c) 5.
d) 20.
e) 45.

5. O primeiro termo de uma progressão geométrica em que a3 = 1 e a5 = 9 é:


a) 1
27
1
b)
9
c) 1
3
d) 1

e) 0

6. O quinto e o sétimo termo de uma P.G. de razão positiva valem respectivamente


10 e 16. O sexto termo desta P.G. é:
a) 13
b) 10
c) 4 10
d) 41
e) 40

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SOMA DOS FINITOS TERMOS

Caso deseje-se a soma de uma quantidade exata de termos, usaremos:

Exemplo:
Considerando a PG (3, 9, 27, 81, ...), determine a soma dos seus 7 primeiros elementos.

Faça Você:

7. Calcule a soma dos oito primeiros termos da progressão (3, 6, 12, 24, ...)

8. Calcule a soma dos 9 primeiros termos da série (2, 4, 8, 16,...)

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Matemática – Progressão Geométrica – Prof. Dudan

SOMA DOS INFINITOS TERMOS

Para calcular a soma de uma quantidade infinita de termos de uma P.G. usaremos:

Dica:
Essa fórmula é usada quando o texto confirma o desejo pela soma de uma quantidade
infinita de termos e também quando temos 0 < q < 1.

Faça Você:

⎛ 3 3 ⎞.
9. Calcule a soma dos infinitos termos da progressão
⎜⎝ 6,3, 2 , 4 ,...⎟⎠

2x 4x 8x
10. Determine x, sendo x + + + +... = 12 .
3 9 27
a) 2
b) 3
c) 4
d) 5
e) 6

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(x) (x)
11. O valor de x na igualdade x + + +... = 12 , é igual a:
3 9
a) 8
b) 9
c) 10
d) 11
e) n.d.a.
1 1 1
12. A soma da série infinita 1+ + + ... é:
5 25 125+
a) 6
5
b) 7
5
c) 5
4
d) 2
e) 7
4
⎛1 1 1 ⎞
13. A soma dos seis primeiros termos da PG ⎜ , , ,...⎟ é:
⎝ 3 6 12 ⎠
a) 12
33
15
b)
32
c) 21
33
d) 21
32
2
e)
3
14. Na 2ª feira, foram colocados 3 grãos de feijão num vidro vazio. Na 3ª feira, o vidro
recebeu 9 grãos, na 4ª feira, 27 e assim por diante. No dia em que recebeu 2187
grãos, o vidro ficou completamente cheio. Isso ocorreu:
a) num sábado
b) num domingo
c) numa 2ª feira
d) no 10º dia
e) no 30º dia

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Matemática – Progressão Geométrica – Prof. Dudan

15. Considere que, em julho de 1986, foi constatado que era despejada uma certa
quantidade de litros de poluentes em um rio e que, a partir de então, essa
quantidade dobrou a cada ano. Se hoje a quantidade de poluentes despejados
nesse rio é de 1 milhão de litros, há quantos anos ela era de 500 mil litros?
a) Nada se pode concluir, já que não é dada a quantidade despejada em 1986.
b) Seis.
c) Quatro.
d) Dois.
e) Um.

Gabarito: 4. A 5. B 6. C 10. C 11. A 12. C 13. D 14. B 15. E

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Matemática

SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS

Uma sequência é uma lista ordenada de objetos, números ou eventos. Frequentemente nos
deparamos com situações em que enumeramos elementos de um conjunto seguindo uma
determinada ordenação:
•• Da sucessão dos presidentes de um país;
•• Da sequência dos episódios de uma minissérie de televisão.
Repare que há dois aspectos importantes na sequência: o tipo e a ordem dos elementos.
Todos os elementos de uma sucessão são do mesmo tipo (por exemplo: apenas presidentes)
e obedecem uma ordenação (por exemplo: primeiramente ocorre o primeiro episódio da
minissérie, depois o segundo, depois o terceiro...).
Em matemática, uma sequência (ou uma sucessão) é uma lista (conjunto) de números (ou
variáveis que os representem). Formalmente, a sequência é uma lista cuja ordem é definida por
uma "lei", uma função específica.
Casos específicos de sequencias numéricas são as progressões.
Exemplo 1: Observe o diagrama e seu padrão de organização.

A diferença numérica entre A e B, quando se completa o diagrama de acordo com o padrão, é


igual a:
a) 40
b) 27
c) 15
d) 21
e) 35

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Exemplo 2: Considere que os termos da sucessão (0, 1, 3, 4, 12, 13, ...) obedecem a uma lei
de formação. Somando o oitavo e o décimo termo dessa sucessão obtém-se um número
compreendido entre:
a) 150 e 170
b) 130 e 150
c) 110 e 130
d) 90 e 110
e) 70 e 90

Exemplo 3: Considere que os números inteiros que aparecem na tabela abaixo foram dispostos
segundo determinado padrão.

1a coluna 2a coluna 3a coluna 4a coluna 5a coluna


0 2 4 6 8
7 9 11 13 15
14 16 18 20 22
21 23 25 27 29
28 30 32 34 36

Se esse padrão fosse mantido indefinidamente, qual dos números seguintes com certeza NÃO
estaria nessa tabela:
a) 585
b) 623
c) 745
d) 816
e) 930

Exemplo 4: Na sequência, seguinte o número que aparece entre parênteses é obtido segundo
uma lei de formação: 63(21)9; 186(18)31; 85(?)17
O número que está faltando é:
a) 15
b) 17
c) 19
d) 23
e) 25

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Matemática – Sequências Numéricas – Prof. Dudan

Exemplo 5: Em relação à disposição numérica seguinte, assinale a alternativa que preenche a


vaga assinalada pela interrogação: 2 8 5 6 8 ? 11
a) 1
b) 4
c) 3
d) 29
e) 42

Gabarito: 1. B 2. A 3. C 4. A 5. B

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Matemática

PRINCÍPIO DA CONTAGEM

Os primeiros passos da humanidade na Matemática estavam ligados à necessidade de


contagem de objetos de um conjunto, enumerando seus elementos. Mas as situações foram se
tornando mais complexas, ficando cada vez mais difícil fazer contagens a partir da enumeração
dos elementos.
A análise combinatória possibilita a resolução de problemas de contagem, importante no
estudo das probabilidades e estatísticas.
Problema: Para eleição de uma comissão de ética, há quatro candidatos a presidente (Adolfo,
Márcio, Bernardo e Roberta) e três a vice-presidente (Luana, Diogo e Carlos).
Quais são os possíveis resultados para essa eleição?

PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE RESULTADOS POSSÍVEIS PARA ELEIÇÃO

12
RESULTADOS
POSSÍVEIS
PARA ELEIÇÃO

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O esquema que foi montado recebe o nome de árvore das possibilidades, mas também
podemos fazer uso de tabela de dupla entrada:

VICE-PRESIDENTE


↓ PRESIDENTE L D C

A AL AD AC
M ML MD MC
B BL BD BC
R RL RD RC

Novamente, podemos verificar que são as 12 possibilidades de resultado para eleição.

PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO
Você sabe como determinar o número de possibilidades de ocorrência de um evento, sem
necessidade de descrever todas as possibilidades?
Vamos considerar a seguinte situação:
Edgar tem 2 calças (preta e azul) e 4 camisetas (marrom, verde, rosa e branca).
Quantas são as maneiras diferentes que ele poderá se vestir usando uma calça e uma camiseta?
Construindo a árvore de possibilidades:

CALÇAS CAMISETAS MANEIRAS DE EDGAR SE VESTIR

Edgar tem duas possibilidades de escolher uma calça. Para cada uma delas, são quatro as
possibilidades de escolher uma camiseta. Logo, o número de maneiras diferentes de Edgar se
vestir é 2.4 = 8.
Como o número de resultados foi obtido por meio de uma multiplicação, dizemos que foi
aplicado o PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO.
LOGO: Se um acontecimento ocorrer por várias etapas sucessivas e independentes, de tal modo
que:
•• p1 é o número de possibilidades da 1ª etapa;
•• p2 é o número de possibilidades da 2ª etapa;
.
.
.
•• pk é o número de possibilidades da k-ésima etapa;
Então o produto p1 . p2 ... pk é o número total de possibilidades de o acontecimento ocorrer.
•• De maneira mais simples poderíamos dizer que: Se um evento é determinado por duas
escolhas ordenadas e há “n” opções para primeira escolha e “m” opções para segunda, o
número total de maneiras de o evento ocorrer é igual a n.m.

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Matemática – Princípio da Contagem – Prof. Dudan

De acordo com o princípio fundamental da contagem, se um evento é composto por duas ou


mais etapas sucessivas e independentes, o número de combinações será determinado pelo
produto entre as possibilidades de cada conjunto.
EVENTO = etapa1 x etapa2 x etapa3 x ... etapan
Exemplo:
Vamos supor que uma fábrica produza motos de tamanhos grande, médio e pequeno, com
motores de 125 ou 250 cilindradas de potência. O cliente ainda pode escolher as seguintes
cores: preto, vermelha e prata. Quais são as possibilidades de venda que a empresa pode
oferecer?

Tipos de venda: 3 . 2 . 3 = 18 possibilidades

Tamanho Motor Cor


125 Preta
Grande Vermelha
250 Prata
125 Preta
Média Vermelha
250 Prata
125 Preta
Pequena Vermelha
150 Prata

Listando as possibilidades, tem-se:

Grande – 125 cc – preta Média – 125 cc – preta Pequena – 125 cc – preta


Grande – 125 cc – vermelha Média – 125 cc – vermelha Pequena – 125 cc – vermelha
Grande – 125 cc – prata Média – 125 cc – prata Pequena – 125 cc – prata
Grande – 250 cc – preta Média – 250 cc – preta Pequena – 250 cc – preta
Grande – 250 cc – vermelha Média – 250 cc – vermelha Pequena – 250 cc – vermelha
Grande – 250 cc – prata Média – 250 cc – prata Pequena – 250 cc – prata

Problema:
Os números dos telefones da cidade de Porto Alegre têm oito dígitos. Determine a quantidade
máxima de números telefônicos, sabendo que os números não devem começar com zero.
Resolução:
9 x 10 x 10 x 10 x 10 x 10 x 10 x 10 = 90.000.000
Problema:
Utilizando os números 1,2,3,4 e 5, qual é o total de números de cinco algarismos distintos que
consigo formar?
Resolução: 5 x 4 x 3 x 2 x 1 = 120

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1. Quantos e quais números de três algarismos distintos podemos formar com os
algarismos 1, 8 e 9?

2. Um restaurante oferece no cardápio 2 saladas distintas, 4 tipos de pratos de carne, 5


variedades de bebidas e 3 sobremesas diferentes. Uma pessoa deseja uma salada, um
prato de carne, uma bebida e uma sobremesa. De quantas maneiras a pessoa poderá
fazer o pedido?
a) 120.
b) 144.
c) 14.
d) 60.
e) 12.

3. Uma pessoa está dentro de uma sala onde há sete portas (nenhuma trancada). Calcule
de quantas maneiras distintas essa pessoa pode sair da sala e retornar sem utilizar a
mesma porta.
a) 7.
7

b) 49.
c) 42.
d) 14.
e) 8.

4. Para colocar preço em seus produtos, uma empresa desenvolveu um sistema


simplificado de código de barras formado por cinco linhas separadas por espaços.
Podem ser usadas linhas de três larguras possíveis e espaços de duas larguras possíveis.
O número total de preços que podem ser representados por esse código é:
a) 1.440.
b) 2.880.
c) 3.125.
d) 3.888.
e) 4.320.

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Matemática – Princípio da Contagem – Prof. Dudan

5. Uma melodia é uma sequência de notas musicais. Para compor um trecho de


três notas musicais sem as repetir, um músico pode utilizar as sete notas que
existem na escala musical. O número de melodias diferentes possíveis de
serem escritas é:
a) 3.
b) 21.
c) 35.
d) 210.
e) 5.040.

6. Quantos números inteiros positivos, com 3 algarismos significativos distintos, são


múltiplos de 5?
a) 128.
b) 136.
c) 144.
d) 162.
e) 648.

7. A figura abaixo pode ser colorida de diferentes maneiras, usando-se pelo menos duas
de quatro cores disponíveis.
Sabendo-se que duas faixas consecutivas não podem ter cores iguais, o número de
modos de colorir a figura é:

a) 12.
b) 24.
c) 48.
d) 72.
e) 108.

8. O número de frações diferentes entre si e diferentes de 1 que podem ser formados


com os números 3, 5, 7, 11, 13, 19 e 23 é
a) 35.
b) 42.
c) 49.
d) 60.
e) 120.

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9. Lucia está se preparando para uma festa e separou 5 blusas de cores diferentes
(amarelo, preto, rosa , vermelho e azul), 2 saias (preta, branca) e dois pares de
sapatos (preto e rosa). Se nem o sapato nem a blusa podem repetir a cor da
saia, de quantas maneiras Lucia poderá se arrumar para ir a festa?
a) 26.
b) 320.
c) 14.
d) 30.
e) 15.

10. Sidnei marcou o telefone de uma garota em um pedaço de papel a fim de marcar um
posterior encontro. No dia seguinte, sem perceber o pedaço de papel no bolso da
camisa que Sidnei usara, sua mãe colocou-a na máquina de lavar roupas, destruindo
assim parte do pedaço de papel e, consequentemente, parte do número marcado.
Então, para sua sorte, Sidnei se lembrou de alguns detalhes de tal número:
•• o prefixo era 2.204, já que moravam no mesmo bairro;
•• os quatro últimos dígitos eram dois a dois distintos entre si e formavam um número
par que começava por 67.
Nessas condições, a maior quantidade possível de números de telefone que satisfazem
as condições que Sidnei lembrava é:
a) 24.
b) 28.
c) 32.
d) 35.
e) 36.

Gabarito: 1. 6 2. A 3. C 4. D 5. D 6. B 7. E 8. B 9. C 10. B

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Matemática

ÂNGULOS

Ângulo é a região de um plano concebida pelo encontro de duas semirretas que possuem uma
origem em comum, chamada vértice do ângulo.
A unidade usual de medida de ângulo, de acordo com o sistema internacional de medidas, é o
grau, representado pelo símbolo °, e seus submúltiplos são o minuto ’ e o segundo ”.
Temos que 1° (grau) equivale a 60’ (minutos) e 1’ equivale a 60”(segundos).
Ângulo é um dos conceitos fundamentais da matemática, ocupando lugar de destaque na
Geometria Euclidiana, ao lado de ponto, reta, plano, triângulo, quadrilátero, polígono e
perímetro.

Tipos de ângulo
•• Ângulos Complementares: dois ângulos são complementares se a soma de suas medidas é
igual a 90°. Nesse caso, cada um é o complemento do outro.
Na ilustração, temos que:

α
0

α + β = 90°

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•• Ângulos Suplementares: dois ângulos são suplementares quando a soma de suas medidas é
igual a 180°. Nesse caso, cada um é o suplemento do outro.
Na ilustração, temos que:

β
α

α + β = 180°
•• Ângulos Replementares: dois ângulos são replementares quando a soma de suas medidas é
igual a 360°. Nesse caso, cada um é o replemento do outro.
Na ilustração, temos que:

α + β = 360°
Exemplo: Assinale V para verdadeiro e F para falso nas sentenças abaixo:
( ) 80° e 100° são suplementares.
( ) 30° e 70° são complementares.
( ) 120° e 60° são suplementares.
( ) 20° e 160° são complementares.
( ) 140° e 40° são complementares.
( ) 140° e 40° são suplementares.
Exemplo: Dê a medida do ângulo que vale o dobro de seu complemento.

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Matemática – Ângulos – Prof. Dudan

Dadas duas ou mais retas paralelas, cada reta transversal a essas retas formam ângulos opostos
pelo vértice.

r/s
y
x t é transversal
r
x
y

y
x
s
x
y
x + y = 180° e ângulos opostos
congruentes

ângulos opostos pelo vértice são


CONGRUENTES

a + b = 180°

Exemplos:

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Exemplo:
As retas r e s são interceptadas pela transversal "t", conforme a figura. O valor de x para que r e
s sejam paralelas é:

a) 20°.
b) 26°.
c) 28°.
d) 30°.
e) 35°.

Exemplo:
Na figura adiante, as retas r e s são paralelas, o ângulo 1 mede 45° e o ângulo 2 mede 55°. A
medida, em graus, do ângulo 3 é:

a) 50°.
b) 55°.
c) 60°.
d) 80°.
e) 100°.

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Matemática – Ângulos – Prof. Dudan

Ângulos de um Polígono
A soma dos ângulos internos de qualquer polígono depende do número de lados (n), sendo
usada a seguinte expressão para o cálculo:

Polígono regular e irregular


Todo polígono regular possui os lados e os ângulos com medidas iguais. Alguns exemplos de
polígonos regulares.

Polígonos regulares

Um polígono irregular é aquele que não possui os ângulos com medidas iguais e os lados não
possuem o mesmo tamanho.

Polígonos irregulares

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Diagonais de um polígono
Diagonal de um polígono é o segmento de reta que liga um vértice ao outro, passando pelo
interior da figura. O número de diagonais de um polígono depende do número de lados (n) e
pode ser calculado pela expressão:

Exemplo:
A medida mais próxima de cada ângulo externo do heptágono regular da moeda de R$ 0,25 é:

a) 60°.
b) 45°.
c) 36°.
d) 83°.
e) 51°.

Exemplo:
Os ângulos externos de um polígono regular medem 20°. Então, o número de diagonais desse
polígono é:
a) 90°.
b) 104°.
c) 119°.
d) 135°.
e) 152°.

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Matemática – Ângulos – Prof. Dudan

Exemplo:
Dada a figura:

Sobre as sentenças:
I – O triângulo CDE é isósceles.
II – O triângulo ABE é equilátero.
III – AE é bissetriz do ângulo BÂD.
é verdade que
a) somente a I é falsa.
b) somente a II é falsa.
c) somente a III é falsa.
d) são todas falsas.
e) são todas verdadeiras.

Gabarito: 1. V F V F F V 2. 60° 3. B 4. E 5. E 6. D 7. E

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Matemática

TEOREMA DE TALES

Definição

O Teorema de Tales pode ser determinado pela seguinte lei de correspondência:


“Se duas retas transversais são cortadas por um feixe de retas paralelas, então a razão entre
quaisquer dois segmentos determinados em uma das transversais é igual à razão entre os
segmentos correspondentes da outra transversal”.
Para compreender melhor o teorema, observe o esquema representativo a seguir:

Nesse feixe de retas, podemos destacar, de acordo com o Teorema de Tales, as seguintes razões:

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Exemplo 1
Aplicando a proporcionalidade existente no Teorema de Tales, determine o valor dos segmentos
AB e BC na ilustração a seguir:

2. Determine o valor de x na figura abaixo:

Exemplos

3. O proprietário de uma área quer dividi-la em três lotes, conforme a figura. Sabendo-se que as
laterais dos terrenos são paralelos e que a + b + c = 120 m, os valores de a, b¸e c, em metros,
são, respectivamente:
a) 40, 40 e 40
b) 30, 30 e 60
c) 36, 64 e 20
d) 30, 36 e 54
e) 30, 46 e 44

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Matemática – Teorema de Tales – Prof. Dudan

4. Determine o valor de x na figura a seguir:

CASO ESPECIAL

a y
Nesse caso, as proporções determinadas são: =
x b

5. Determine o valor de x.

Gabarito: 3. D

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Matemática

TEOREMA DE PITÁGORAS

DEFINIÇÃO

O teorema de Pitágoras é uma relação matemática entre os comprimentos dos lados de


qualquer triângulo retângulo. Na Geometria Euclidiana, o teorema afirma que:
“Em qualquer triângulo retângulo, o quadrado do comprimento da hipotenusa é igual à soma
dos quadrados dos comprimentos dos catetos”.
Por definição, a hipotenusa é o lado oposto ao ângulo reto, e os catetos são os dois lados que
o formam. O enunciado anterior relaciona comprimentos, mas o teorema também pode ser
enunciado como uma relação entre áreas:
“Em qualquer triângulo retângulo, a área do quadrado cujo lado é a hipotenusa é igual à soma
das áreas dos quadrados cujos lados são os catetos”.

Para ambos os enunciados, pode-se equacionar:


 a2 = b2 + c2

Exemplo:
Calcule o valor do segmento desconhecido no triângulo retângulo a seguir.

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Exemplo:
Calcule o valor do cateto no triângulo retângulo a seguir:

Exemplo:
Determine x no triângulo a seguir:

•• Triângulos Retângulos PITAGÓRICOS


Existem alguns tipos especiais de triângulos retângulos cujos lados são proporcionais a:

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Matemática – Teorema de Pitágoras – Prof. Dudan

Questões

1. Roberto irá cercar uma parte de seu terreno para fazer um canil. Como ele
tem um alambrado de 10 metros, decidiu aproveitar o canto murado de seu
terreno (em ângulo reto) e fechar essa área triangular esticando todo o alambrado,
sem sobra. Se ele utilizou 6 metros de um muro, do outro muro ele irá utilizar, em
metros?
a) 7.
b) 5.
c) 8.
d) 6.
e) 9.

2. Num triângulo ABC, retângulo em B, os catetos medem 5 cm e 12 cm. A altura relativa


ao vértice B desse triângulo, em cm, é aproximadamente igual a:
a) 4,6.
b) 1,3.
c) 3,7.
d) 5,2.
e) 6,3.

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3. Em um prédio do Tribunal de Justiça, há um desnível de altura entre a calçada
frontal e a sua porta de entrada. Deseja-se substituir a escada de acesso
existente por uma rampa. Se a escada possui 40 degraus iguais, cada um com
altura de 12,5 cm e comprimento de 30 cm, o comprimento da rampa será de:
a) 5 m.
b) 8 m.
c) 10 m.
d) 12 m.
e) 13 m.

4. Um ciclista acrobático vai atravessar de um prédio a outro com uma bicicleta especial,
percorrendo a distância sobre um cabo de aço, como demonstra o esquema a seguir:

Qual é a medida mínima do comprimento do cabo de aço?


a) 8 m.
b) 9 m.
c) 10 m.
d) 11 m.
e) 12 m.

Gabarito: 1. C 2. A 3. E 4. E

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Matemática

TRIÂNGULO

Triângulo é uma figura geométrica formada por três retas que se encontram duas a duas e não
passam pelo mesmo ponto, formando três lados e três ângulos.
Para fazer o cálculo do perímetro de um triângulo, basta fazer a soma da medida de todos os
lados. A soma dos ângulos internos é sempre 180°.
Observando o triângulo, podemos identificar alguns de seus elementos:

•• A, B e C são os vértices.
•• Os lados dos triângulos são simbolizados pelo encontro dos vértices (pontos de encontros):
, , segmentos de retas.
•• Os ângulos têm duas formas de representá-los: no caso do triângulo ele tem 3 lados,
consequentemente, 3 ângulos.

Tipos de Triângulo
O triângulo pode ser classificado segundo:

A medida do seu lado.


Triângulo Equilátero: é todo triângulo que apresenta os três lados com a mesma medida. Nesse
caso, dizemos que os três lados são congruentes.

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Triângulo Isósceles: é todo triângulo que apresenta dois lados com a mesma medida, ou seja,
dois lados de tamanhos iguais.

Triângulo Escaleno: é todo triângulo que apresenta os três lados com medidas diferentes, ou
seja, três lados de tamanhos diferentes.

A medida de seus ângulos


Triângulo acutângulo: é todo triângulo que apresenta os três ângulos internos menores que
90º, ou seja, os três ângulos internos são agudos.

Triângulo obtusângulo: é todo triângulo que apresenta um ângulo interno maior que 90º, ou
seja, que possui um ângulo obtuso.

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Matemática – Triângulos – Prof. Dudan

Triângulo retângulo: é todo triângulo que apresenta um ângulo interno reto, ou seja, que
possui um ângulo medindo 90º.

TRIÂNGULO RETÂNGULO

Triângulos Retângulos PITAGÓRICOS


Existem alguns tipos especiais de triângulos retângulos cujos lados são proporcionais a:

Exemplo:
Determine x no triângulo abaixo:

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Exemplo:
Num triângulo ABC, retângulo em B, os catetos medem 5 cm e 12 cm. A altura relativa ao vértice
B desse triângulo, em cm, é aproximadamente igual a:
a) 4,6
b) 1,3
c) 3,7
d) 5,2
e) 5,9

Exemplo:
Na figura abaixo, ABD e BCD são triângulos retângulos isósceles. Se AD = 4, qual é o comprimento
de DC?

a) 4 2
b) 6
c) 7
d) 8
e) 8 2

Exemplo:
Calcule o valor de x.

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Matemática – Triângulos – Prof. Dudan

Calculo da área do Triângulo


A área de um triângulo é a metade do produto da medida da sua altura pela medida da sua
base. Assim, a área do triângulo pode ser calculada pela fórmula:
onde h é a altura do triângulo, b a medida da base.

Questões

1. Determine a área do triângulo a seguir considerando que a sua base mede


23 metros e a altura 12 metros.

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Exemplo:
A área do triângulo sombreado da figura abaixo é:

a) 13,5
b) 9 10
c) 10,5
d) 21
e) 10,5 10

Exemplo:
Calcule a área do triangulo retângulo abaixo.

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Matemática

TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO

Definição
Trigonometria é uma ferramenta matemática bastante utilizada no cálculo de distâncias
envolvendo triângulos retângulos. Na antiguidade, matemáticos utilizavam o conhecimento
adquirido em trigonometria para realizar cálculos ligados à astronomia, determinando a
distância, quase que precisa, entre a Terra e os demais astros do sistema solar. Há muito tempo,
medições eram realizadas de formas indiretas, usando as estrelas e os corpos celestes para
orientação, principalmente na navegação.
Com o estudo das relações métricas no triângulo retângulo, essas medidas se tornaram mais
eficientes, mais precisas, tornando viáveis cálculos outrora impossíveis.

Composição do Triângulo Retângulo


Catetos: correspondem aos lados que compõem o ângulo reto, formada por dois catetos:
adjacente e oposto.
Hipotenusa: lado oposto ao ângulo reto considerado o maior lado do triângulo retângulo.

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Relações Trigonométricas

•• Seno de x é a razão entre o comprimento do cateto oposto ao ângulo x e o comprimento


da hipotenusa do triângulo.
•• Cosseno de x é a razão entre o comprimento do cateto adjacente ao ângulo x e o
comprimento da hipotenusa do triângulo.
•• Tangente de x é a razão entre os comprimentos do cateto oposto e do cateto adjacente ao
ângulo x .

Principais Ângulos

0o 30o 45o 60o 90o


Seno
Cos
Tan

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Matemática – Trigonometria no Triângulo Retângulo – Prof. Dudan

Casos especiais de Triângulos Retângulos

Caso : “Coisa” , “2Coisa” e “Coisa √3”

Caso : Triangulo Retângulo Isósceles

Exemplo: Num triângulo retângulo, a hipotenusa mede 8 cm, e um dos ângulos internos possui
30°. Qual é o valor dos catetos oposto (x) e adjacente (y) desse triângulo?

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Exemplo: Determine os valores de seno, cosseno e tangente dos ângulos agudos do triângulo
abaixo.

Exemplo: Sabendo que sen α =1/2 , determine o valor de x no triângulo retângulo abaixo:

Exemplo: Considerando o triângulo retângulo ABC da figura, determine as medidas a e b


indicadas.

Exemplo: Sabe-se que, em um triângulo retângulo isósceles, cada lado congruente mede 30
cm. Determine a medida da hipotenusa desse triângulo.

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Matemática – Trigonometria no Triângulo Retângulo – Prof. Dudan

Exemplo: Nos triângulos das figuras abaixo, calcule tg Â, tg Ê, tg Ô:

Exemplo: Encontre os valores de x e y nos triângulos retângulos abaixo.

               

Exemplo: No triângulo retângulo da figura abaixo, determine as medidas de x e y indicadas


(Use: sen 65° = 0,91; cos 65° = 0,42 ; tg 65° = 2,14)

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Exemplo: Um alpinista deseja calcular a altura de uma encosta que vai escalar. Para isso, afasta-
se, horizontalmente, 80 m do pé da encosta e visualiza o topo sob um ângulo de 60° com o
plano horizontal. A altura da encosta, em metros, é:
a) 160
b) 40√3
c) 80√3
d) 40√2
e) 80 3
3

Exemplo: Uma escada de 2 m de comprimento está apoiada no chão e em uma parede vertical.
Se a escada faz 30° com a horizontal, a distância do topo da escada ao chão é de:
a) 0,5 m
b) 1m
c) 1,5 m
d) 1,7 m
e) 2m

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Matemática

QUADRILÁTEROS

Um quadrilátero é um polígono de quatro lados. Em geral, um quadrilátero será uma figura


geométrica limitada por quatro lados, todos diferentes e que formam entre si quatro ângulos
internos também diferentes.
Em qualquer caso, a soma dos valores dos ângulos internos de um quadrilátero é sempre 360°.
Algumas propriedades dos quadriláteros:

1. A soma dos seus ângulos internos é 360°.

2. A soma dos seus ângulos externos é 360°.

3. Todos os quadriláteros apresentam dois diagonais.

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Exemplo: Determine a medida dos ângulos indicados:

Classificação dos Quadriláteros

Os quadriláteros classificam-se em paralelogramos e trapézios.

Paralelogramos
São quadriláteros de lados opostos paralelos.

Exemplos:
Retângulo – Paralelogramo em que todos os ângulos são retos. O retângulo cujos lados são
congruentes chama-se quadrado.
Quadrado – Retângulo cujos lados tem medidas iguais.
Losango, paralelogramo.

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Matemática – Quadriláteros – Prof. Dudan

Exemplo: Observe os paralelogramos e, considerando as propriedades estudadas, determine:


a) MN e NP b) xey

Exemplo: Encontre os valores de x e de y:


a) ABCD é um losango b) ABCD é um retângulo

Trapézios
Quadrilátero que tem dois e só dois lados opostos paralelos.
Exemplos:
Trapézio Escaleno: tem todos os lados de medidas distintas.
Trapézio Retângulo – Trapézio que tem dois ângulos retos.
Trapézio Isósceles – Trapézio que tem os lados não paralelos com a mesma medida.

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Exemplo:
A figura abaixo é um trapézio isósceles, onde a, b, c representam medidas dos ângulos internos
desse trapézio. Determine a medida de a, b, c.

Principais Quadriláteros

1. Trapézio

Características:
Apresenta dois lados paralelos apenas.
Exemplos: Calcule o valor de x e de y nos trapézios abaixo:

2. Paralelogramo

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Matemática – Quadriláteros – Prof. Dudan

Características:
Lados paralelos congruentes, ângulos opostos congruentes.

3. Losango

Características:
Lados paralelos congruentes, todos os lados de mesma medida, ângulos opostos congruentes,
diagonais cortam-se nos seus pontos médios e são proporcionais entre si.

3. Retângulo

Características:
Todos os ângulos internos são retos, com lados paralelos congruentes e diagonais de mesma
medida e que se cortam nos seus pontos médios.

4. Quadrado

Características:
Todos os ângulos internos são retos, com lados paralelos congruentes e de mesma medida,
com diagonais de mesma medida, perpendiculares entre si e que se cortam nos seus pontos
médios.

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Questões

1. A área da sala representada na figura é:

a) 15 m2
b) 17 m2
2
c) 19 m
2
d) 20 m

2. Na figura, ABCD é um quadrado e DCE é um triângulo equilátero. A medida do ângulo


AED, em graus, é:

a) 30
b) 49
c) 60
d) 75
e) 90

Gabarito: 1. D 2. D

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Matemática

FIGURAS CIRCULARES

Definição

Os estudos relacionados à Geometria são responsáveis pela análise das formas encontradas
na natureza. Tais estudos formulam expressões matemáticas capazes de calcular o perímetro,
a área, o volume e outras partes dos objetos. Duas figuras importantes são o círculo e a
circunferência. Mas qual é a diferença entre as duas formas?
De acordo com a Geometria Euclidiana, circunferência é o espaço geométrico de uma região
circular que compreende todos os pontos de um plano, localizados a uma determinada
distância, denominada raio, de um ponto chamado centro. Podemos definir o círculo como a
região interna da circunferência. A circunferência limita o círculo, como demonstra a ilustração
a seguir:

A circunferência e o círculo possuem um elemento denominado diâmetro, que constitui em um


segmento que passa pelo centro da figura. Outro segmento importante pertencente às duas
figuras é o raio, que corresponde à metade do diâmetro. Observe a figura:

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E o famoso valor π ?
Há duas interpretações distintas quanto ao valor do π:
Como constante matemática,costumamos definir PI como sendo a razão entre a circunferência
e o diâmetro de um círculo, o que vale aproximadamente 3,14.
Agora, quando trabalhamos com ângulos, temos a seguinte relação:
π rad = 180°

PRINCIPAIS FÓRMULAS

1 – CÍRCULO / CIRCUNFERÊNCIA

Exemplo: Calcule o valor da área e do perímetro dos círculos abaixo:

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Matemática – Figuras Circulares – Prof. Dudan

2 – SETOR CIRCULAR

Exemplo: Calcule o perímetro e a área de um setor circular cujo ângulo central vale 2π rad.
3

3 – COROA CIRCULAR

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Exemplo: Determine a área da coroa circular da figura a seguir, considerando o raio da
circunferência maior igual a 10 metros e raio da circunferência menor igual a 8 metros.

EXERCÍCIOS:

1. Carlos vai pintar uma circunferência cujo comprimento é 31,4 metros.


Considerando = 3,14, o total de tinta, em m³, que Carlos precisa para pintar, sem
que haja desperdício, essa circunferência é igual a:
a) 42,39
b) 59,12
c) 64,78
d) 78,50
e) 85,63

2. Na figura abaixo, o comprimento da circunferência é 36 e = 25º. O comprimento


do arco é:
a) 1
b) 1,5
c) 2,5
d) 3
e) 3,5

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Matemática – Figuras Circulares – Prof. Dudan

3. A área de um setor circular de 210° e raio 3 cm é:


a) 9π
2
b) 15π
4
c) 8π

d) 21π
4
e) 6π

Gabarito: 1. D 2. C 3. D

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Matemática

COMPRIMENTO OU PERÍMETRO

Um exemplo claro do uso do conhecimento matemático nessas simples situações é quando


precisamos saber o tamanho de certas coisas. Logo, sabemos que essas medidas que
procuramos correspondem também ao uso das unidades de medida correspondentes. Um
terreno por exemplo, além da área que possui, também possui medidas laterais independente
da natureza que é formado esse terreno – quadrado, retângulo, trapézio, etc.
Se tratarmos de um terreno retangular com dimensões laterais de 12 m e 25 m, sabemos
2
que sua área é 300 m . Isso significa que, se quisermos calçar o terreno devemos comprar o
material necessário para 300 m², mas, por outro lado, se falarmos em cercar esse mesmo local,
falaremos em perímetro.
O perímetro de um determinado lugar é a soma das medidas de seus lados. Considerando
as dimensões do terreno citado acima temos: 12 m e 25m. Somando a medida de seus lados
temos que o perímetro do terreno é igual a 74 m (12 m + 25 m + 12 m + 25 m).
Se necessitarmos obter o perímetro de uma figura geométrica qualquer, por exemplo, devemos
observar primeiro a natureza da figura, ou seja, quantos lados possui: pentágono 5 lados,
eneágono 9 lados, triângulo 3 lados, e depois realizar a soma das medidas de todos os lados
para achar o perímetro.
Sendo assim, o perímetro é a medida do contorno de um objeto bidimensional, ou seja, a soma
de todos os lados de uma figura geométrica.
Imagine a seguinte situação: Um fazendeiro quer descobrir quantos metros de arame serão
gastos para cercar um terreno de pastagem com formato retangular. Como ele deveria proceder
para chegar a uma conclusão? De maneira bem intuitiva, concluímos que ele precisa determinar
as medidas de cada lado do terreno e, então, somá-las, obtendo o quanto seria gasto. A esse
procedimento damos o nome de perímetro.
O perímetro de uma figura é representado por 2p apenas por convenção.
Exemplo: Um fazendeiro pretende cercar um terreno retangular de 120 m de comprimento
por 90 m de largura. Sabe-se que a cerca terá 5 fios de arame. Quantos metros de arame serão
necessários para fazer a cerca? Se o metro de arame custa R$ 15,00, qual será o valor total
gasto pelo fazendeiro?

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Solução: Imagine que a cerca terá somente um fio de arame. O total de arame gasto para
contornar todo o terreno será igual à medida do perímetro da figura. Como a cerca terá 5 fios
de arame, o total gasto será 5 vezes o valor do perímetro.
Cálculo do perímetro:
2p = 120 m + 90 m + 120 m + 90 m = 420 m
Total de arame gasto:
5.420 = 2100 m de arame para fazer a cerca.
Como cada metro de arame custa R$ 15,00, o gasto total com a cerca será de:
2100.15 = R$ 31.500,00.

Principais Figuras

1. Triângulo Retângulo

Exemplo: Calcule o perímetro da figura abaixo.

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Matemática – Comprimento/Perímetro – Prof. Dudan

2. Triângulo Equilátero

Exemplo: Calcule o perímetro da figura abaixo:

3. Quadrado

Exemplo: Calcule o perímetro da figura abaixo:

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4. Retângulo

Exemplo: Calcule o perímetro da figura abaixo:

5. Losango

Exemplo: Calcule o perímetro da figura abaixo:

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Matemática – Comprimento/Perímetro – Prof. Dudan

6. Círculo

Exemplo: Calcule o perímetro da figura abaixo:

Questões

1. Roberto irá cercar uma parte de seu terreno para fazer um canil. Como ele tem um
alambrado de 10 metros, decidiu aproveitar o canto murado de seu terreno (em
ângulo reto) e fechar essa área triangular esticando todo o alambrado, sem sobra. Se
ele utilizou 6 metros de um muro, do outro muro ele irá utilizar, em metros,
a) 7.
b) 5.
c) 8.
d) 6.
e) 9.

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2. Para fazer um cercado para ratos, em um laboratório, dispõe-se de 12 metros
de tela de arame. Para um dos lados, será aproveitada a parede do fundo da
sala, de modo a fazer o cercado com um formato retangular, usando os 12
metros de tela para formar os outros três lados do retângulo.
Se a parede a ser usada tem 4 metros, qual será a área do cercado?
2
a) 28 m
b) 24 m2
c) 20 m2
d) 16 m2
e) 12 m2

3. Deseja-se traçar um retângulo com perímetro de 28 cm e com a maior área possível. O


valor dessa área será de:
2
a) 14 cm
b) 21 cm2
c) 49 cm2
d) 56 cm2
e) 70 cm2

4. Analise as afirmações a seguir, relativas ao retângulo representado abaixo, cujo


perímetro mede 158 cm.

I – A área desse retângulo é igual a 13,50 m2.


2
II – A área desse retângulo é menor do que 1 m .
III – O lado menor desse retângulo mede 50 cm.
Quais são verdadeiras?
a) Apenas a I.
b) Apenas a II.
c) Apenas a III.
d) Apenas a I e a III.
e) Apenas a II e a III.

Gabarito: 1. E 2. D 3. C 4. B

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Matemática

ÁREA

Definição
O cálculo de área é uma atividade cotidiana na vida de todos nós. Sempre nos vemos envolvidos
em alguma situação em que há a necessidade de se calcular a área de uma forma geométrica
plana. Seja na aquisição de um terreno, na reforma de um imóvel ou na busca de reduzir custos
com embalagens, o uso do conhecimento de cálculo de áreas se faz presente. É uma atividade
muito simples, mas, às vezes, deixamos algumas questões passarem despercebidas.
Área é um conceito matemático que pode ser definida como quantidade de espaço
bidimensional, ou seja, de superfície.
2
Existem várias unidades de medida de área, sendo a mais utilizada o metro quadrado (m ) e os
seus múltiplos e submúltiplos.
Para não haver erro, lembre-se: “Área é o que eu posso pintar”.

Fórmulas mais importantes

1. Triângulo Qualquer

Exemplo:

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2. Triângulo Retângulo

Exemplo:

3. Triângulo Equilátero

Exemplo:

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Matemática – Área – Prof. Dudan

4. Quadrado

Exemplo:

5. Retângulo

Exemplo:

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6. Losango

Exemplo:

7. Paralelogramo

Exemplo:

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Matemática – Área – Prof. Dudan

8. Trapézio

Exemplo:

9. Círculo

Exemplo

www.acasadoconcurseiro.com.br 711
Curiosidades
Primeiro, faremos um exemplo conhecendo as medidas do retângulo, depois faremos a
generalização.
Exemplo 1. Considere o retângulo abaixo:

Sua área será de:


A1 = 10 x 3 = 30 cm2
Agora, vamos duplicar as medidas dos lados.

A área desse novo retângulo será de:


A2 = 20 x 6 = 120 cm2
Observe que, ao dobrar as medidas dos lados do retângulo, sua área mais que dobrou, na
verdade, quadruplicou.

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Matemática – Área – Prof. Dudan

Questões
1. Uma praça ocupa uma área retangular com 60 m de comprimento e 36,5 m
de largura. Nessa praça, há 4 canteiros iguais, e cada um ocupa 128,3 m².
Qual é a área, em m², da praça não ocupada pelos canteiros?
a) 1.676,8
b) 1.683,2
c) 1.933,4
d) 2.061,7
e) 2.483,2

2. A área do quadrado sombreado:

a) 36
b) 40
c) 48
d) 50
e) 60

3. No quadrilátero RAMP, o ângulo R é reto, e os lados PR e RA medem,


respectivamente, 6 cm e 16 cm.

Se a área de RAMP é 105 cm2, qual é, em cm2, a área do triângulo PAM?


a) 47
b) 53
c) 57
d) 63
e) 67

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4. No desenho abaixo, uma cruz é formada por cinco quadrados de lado 1
justapostos.

A área do quadrado ABCD é:


a) 4
b) 5
c) 6
d) 7
e) 8

5. Se a área da região destacada na figura corresponde a 30% da área do terreno, então a


medida x vale:

a) 15 m
b) 12 m
c) 10 m
d) 6m
e) 3m

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Matemática – Área – Prof. Dudan

6. Sabendo-se que todos os ângulos dos vértices do terreno ilustrado na figura


acima medem 90o e que o metro quadrado do terreno custa R$ 120,00, é
correto afirmar que o preço desse terreno é

a) superior a R$ 9.900,00 e inferior a R$ 10.100,00.


b) superior a R$ 10.100,00.
c) inferior a R$ 9.500,00.
d) superior a R$ 9.500,00 e inferior a R$ 9.700,00.
e) superior a R$ 9.700,00 e inferior a R$ 9.900,00.

7. Seja o octógono EFGHIJKL inscrito num quadrado de 12 cm de lado, conforme mostra


a figura a seguir. Se cada lado do quadrado está dividido pelos pontos assinalados em
segmentos congruentes entre si, então a área do octógono, em centímetros quadrados,
é:

a) 98
b) 102
c) 108
d) 112
e) 120

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8. A área do polígono da figura é 30. O lado x mede.

15
a)
6
b) 3
c) 4
d) 5
e) 17

Gabarito: 1. A 2. D 3. C 4. B 5. D 6. D 7. D 8. D

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Matemática

SIMETRIA DE FIGURAS PLANAS

Definição

Polígonos são regiões planas fechadas, constituídas de lados, vértices e ângulos. Dizemos que
dois polígonos são semelhantes quando eles possuem o mesmo número de lados e se adéquam
às seguintes condições:
→ Ângulos iguais.
→ Lados correspondentes proporcionais.
→ Possuem razão de semelhança igual entre dois lados correspondentes.
Nas questões de simetria e semelhança, usaremos conceitos básicos de proporção entre as
medidas correspondentes das figuras estudadas.

Semelhança de Polígonos

Considere os polígonos ABCD e A'B'C'D', nas figuras:

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Observe que:
→ os ângulos correspondentes são congruentes:

→ os lados correspondentes (ou homólogos) são proporcionais:

Podemos concluir que os polígonos ABCD e A'B'C'D' são semelhantes .


Dois polígonos são semelhantes quando os ângulos correspondentes são congruentes e os
lados correspondentes são proporcionais.

A razão entre dois lados correspondentes em polígonos semelhante denomina-se razão de


2
semelhança e nos polígonos considerados é k =
3

Obs: A definição de polígonos semelhantes só é válida quando ambas as condições são


satisfeitas: ângulos correspondentes congruentes e lados correspondentes proporcionais.
Apenas uma das condições não é suficiente para indicar a semelhança entre polígonos.

Exemplo Resolvido
Determine o valor da medida x, sabendo que os trapézios a seguir são semelhantes.

Precisamos descobrir qual é a razão entre os segmentos proporcionais correspondentes.

7,5 5
= 2,5 e = 2,5
3 2

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Matemática – Simetria de Figuras Planas – Prof. Dudan

O coeficiente de ampliação dos trapézios equivale à constante k = 2,5. Então:

x
= 2,5
5
x = 2,5 * 5
x = 12,5
O valor de x corresponde a 12,5 unidades.

Exemplo Resolvido
Observa, agora, os seguintes retângulos. Será que os retângulos são semelhantes?

Como as duas figuras são retângulos, então, a medida de todos os ângulos internos é 90°, logo,
os ângulos são geometricamente iguais.
3 6 , logo, os lados são diretamente proporcionais.
=
2 6

Desse modo, podemos afirmar que as duas figuras são semelhantes e a razão de semelhança é
1,5.

Exemplo

1. Para que uma folha com 18 cm de comprimento, quando dobrada ao meio, conforme nos
mostra a figura, mantenha a mesma forma que tinha quando estendida, sua largura em cm se
encontra entre:
a) 14 e 15
b) 10 e 11
c) 11 e 12
d) 12 e 13
e) 15 e 16

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Semelhança de Triângulos

Dois ou mais triângulos são semelhantes quando possuem todos os ângulos correspondentes
congruentes entre si.

O segredo é comprovar a semelhança e reorganizar as figuras na mesma posição para poder


aplicar a proporção.
OBS:
Dois triângulos (ou de forma geral, duas figuras planas) são congruentes quando têm a mesma
forma e as mesmas dimensões, ou seja, o mesmo tamanho.

2. Na figura, o triângulo ABC é retângulo em A, ADEF é um quadrado, AB = 1 e AC = 3. Quanto


mede o lado do quadrado?
a) 0,70
b) 0,75
c) 0,80
d) 0,85
e) 0,90

3. O valor de x, na figura abaixo, é:


a) 24
b) 13
c) 5
d) 8
e) 10

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Matemática – Simetria de Figuras Planas – Prof. Dudan

4. A figura representa um triângulo retângulo de vértices A, B e C, onde o segmento de reta DE é


paralelo ao lado AB do triângulo.
Se AB = 15 cm, AC = 20 cm e AD = 8 cm, a área do trapézio ABED, em cm², é:
a) 84
b) 96
c) 120
d) 150
e) 192

Gabarito: 1. D 2. B 3. C 4. B

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Matemática

VOLUME

DEFINIÇÃO

As medidas de volume possuem grande importância nas situações envolvendo capacidades


de sólidos. Podemos definir volume como o espaço ocupado por um corpo ou a capacidade
que ele tem de comportar alguma substância. Da mesma forma que trabalhamos com o metro
linear (comprimento) e com o metro quadrado (comprimento x largura), associamos o metro
cúbico a três dimensões: altura x comprimento x largura.
O volume de um corpo é a quantidade de espaço ocupada por esse corpo. Volume tem unidades
de tamanho cúbicos (por exemplo, cm³, m³, dm³, etc.).
Observe a tabela e os métodos de transformação de unidades de volume:

Exemplos:
Transformar 12 km3 em m3 = 12 x 1000 x 1000 x 1000 = 12 000 000 000 m3
Transformar 2 m3 em cm3 = 2 x 1000 x 1000 = 2 000 000 cm3
Transformar 1000 cm3 em m3 = 1000: 1000 : 1000 = 0,001 m3
Transformar 5000 dm3 em m3 = 5000 : 1000 = 5 m3
Ainda devemos lembrar que:
1m3 ----- 1000 litros
1 m3 ----- 1 litro
1 m3 ----- 1 ml

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Podemos encontrar o volume de todos os sólidos geométricos. O volume corresponde à
“capacidade” desse sólido. Tente imaginar alguns sólidos geométricos. É possível preenchê-lo
com algum material, como a água? Se existe essa possibilidade, podemos realizar o cálculo do
volume desses objetos.
Para a grande maioria dos sólidos abordados em questões de concursos públicos, o cálculo do
volume será feito usando uma fórmula clássica.
Calcularemos a área de sua base para, em seguida, multiplicá-la pela sua altura.
A área da base dependerá de qual figura da geometria plana serve de base ao prisma.
Sendo assim:
V = (área da base) . altura
Essa “ideia” serve para os seguintes sólidos:

1. Cubo

Volume = Ab .H = a² .a = a³
Exemplo: Calcule o volume, em litros, de um cubo de aresta 3 m.

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Matemática – Volume – Prof. Dudan

2. Paralelepípedo

Volume = AB. H = ab.c = abc


Exemplo: Calcule o volume de um paralelepípedo de medidas 2, 3 e 4 m.

3. Prisma qualquer
Um prisma é um poliedro que possui uma base inferior e uma base superior. Essas bases são
paralelas e congruentes, isto é, possuem as mesmas formas e dimensões, e não se interceptam.

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Usaremos a mesma ideia:
Vol = Ab. H, mas o cálculo da área da base será feita separadamente, dependendo da base.
Exemplo: Calcule o volume do prisma abaixo:

4. Cilindro
Usaremos a mesma ideia.

Vol = AB . H = πR² .H
Lembrando que, no caso do cilindro reto, a geratriz serve como altura.
Exemplo:
Calcule o volume do cilindro cuja base tem diâmetro 12 m e a altura vale 4 m.

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Matemática – Volume – Prof. Dudan

Casos Especiais
Há casos em que teremos que usar a mesma ideia de volume porem deveremos dividir o
resultado por “3”.
Esses casos ocorrem nas pirâmides e cones.

5. Cone

πR². H
Assim Vol = V =
3
Exemplo: Calcule o volume, em ml, de um cone com geratriz 5 cm e raio da base 3 cm.

6. Pirâmides

Usaremos a mesma estratégia do cone, mas com atenção especial ao cálculo da área da base,
pois, assim como nos prismas, dependerá da figura plana que serve de base desse sólido.
Assim:
Vol =

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Exemplo: Uma pirâmide quadrangular tem aresta da base medindo 5 cm e altura 4. Qual é o
volume desse sólido?

7. Esfera
Caso mais particular ainda, seu volume será calculado por uma fórmula específica:

Exemplo: Calcule o volume de uma esfera de diâmetro 10 m.

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Matemática – Volume – Prof. Dudan

Questões:
1. O volume de um cilindro circular reto é 160 π m³. Se o raio da base desse
sólido mede 4 m, a altura mede:
a) 80 dm.
b) 90 dm.
c) 100 dm.
d) 110 dm.
e) 120 dm.

2. Uma caixa d’água tem a forma de um cilindro reto. A base é um círculo de 2 m de


diâmetro e a altura é de 1,5 m. Dentre as opções abaixo, indique aquela que mais se
aproxima da capacidade de armazenamento de caixa, em litros.
a) 1000.
b) 2000.
c) 3500.
d) 4700.
e) 5500.

3. Um tanque com a forma de um paralelepípedo retangular tem as seguintes medidas


internas: base medindo 3 m x 2 m e altura de 4 m. O tanque inicialmente está vazio.
Após serem despejados 15.000 litros de água nesse tanque, a altura que a água
atingirá, em m, será de:
a) 1.
b) 2.
c) 2,5.
d) 3.
e) 3,5.

4. Uma piscina retangular de 10,0 m x 15,0 m e fundo horizontal está com água até a
altura de 1,5 m. Um produto químico em pó deve ser misturado à água à razão de um
pacote para cada 4500 litros. O número de pacotes a serem usados é:
a) 45.
b) 50.
c) 55.
d) 60.
e) 75.

Gabarito: 1. C 2. D 3. C 4. B

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Matemática

ESTATÍSTICA

A ciência encarregada de coletar, organizar e interpretar dados é chamada de estatística. Seu


objetivo é obter compreensão sobre os dados coletados. Muitas vezes, utilizam-se técnicas
probabilísticas a fim de prever um determinado acontecimento.

Nomenclatura
•• População: quantidade total de indivíduos com mesmas características submetidos a uma
determinada coleta de dados.
•• Amostra: parte de uma população, onde se procura tirar conclusões sobre a população.
•• Frequência Absoluta: quantidade de vezes que determinado evento ocorreu.
•• Frequência Relativa: é a razão entre a frequência absoluta e a quantidade de elementos
da população estatística. É conveniente a representação da frequência relativa em forma
percentual.

Exemplo Resolvido 1:
Uma pesquisa foi realizada com os 200 funcionários de uma empresa de comércio atacadista,
no intuito de analisarem as preferências por esportes. Dentre as opções esportivas foram
fornecidas as seguintes opções: futebol, vôlei, basquete, natação, tênis e ciclismo. Observe os
resultados:
Futebol: 70
Vôlei: 50
Basquete: 40
Natação: 20
Tênis: 15
Ciclismo: 5

Modalidade Esportiva Frequência Absoluta Frequência Relativa


Futebol 70 70/200 = 0,35 = 35%
Vôlei 50 50/200 = 0,25 = 25%
Basquete 40 40/200 = 0,20 = 20%
Natação 20 20/200 = 0,10 = 10%
Tênis 15 15,200 = 0,075 = 7,5%
Ciclismo 5 5/200 = 0,025 = 2,5%
Total 200 100%

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Exemplo Resolvido 2:
Em uma empresa, os salários dos 60 funcionários foram divididos de acordo com a seguinte
informação:

R$ Frequência Absoluta
600 α 690 6
690 α 780 15
780 α 870 30
870 α 960 6
960 α 1050 3

Vamos determinar a frequência relativa dos salários dessa empresa:

R$ Frequência Absoluta Frequência Relativa


600 α 690 6 6/60 = 0,10 = 10%
690 α 780 15 15/60 = 0,25 = 25%
780 α 870 30 30/60 = 0,50 = 50%
870 α 960 6 6/60 = 0,10 = 10%
960 α 1050 3 3/60 = 0,05 = 5%
Total 60 100%

Exemplo Resolvido 3:
Numa prova de matemática a nota 6 foi obtida por cinco alunos. Sabendo que essa turma
possui um total de 20 alunos, qual é a frequência relativa dessa nota?
Sabendo que a nota 6 foi obtida por 5 dos 20 alunos, temos que sua frequência absoluta é 5 e a
frequência relativa é 5/20 = 1/4 = 25%

Exemplo Resolvido 4:
Às pessoas presentes em um evento automobilístico foi feita a seguinte pergunta: qual é a sua
marca de carro preferida?

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Matemática – Representação e Análise de Dados – Prof. Dudan

Foi então construída uma tabela para melhor dispor os dados:

Marcas Frequência Absoluta (FA) Frequência Relativa (FR)


Ford 4 16,7%
Fiat 3 12,5%
GM 6 25%
Nissan 1 4,2%
Peugeot 3 12,5%
Renault 2 8,3%
Volks 5 20,8%
Total 24 100%

Frequência absoluta: quantas vezes cada marca de automóvel foi citada.


Frequência relativa: é dada em porcentagem. A marca Ford tem frequência relativa 4 em 24 ou
4/24 ou ~0,166 ou 16,66% ou 16,7%.

Exemplo Resolvido 5:
Em uma empresa foi realizada uma pesquisa a fim de saber a quantidade de filhos de cada
funcionário. Os dados da pesquisa foram organizados na seguinte tabela:

Número de filhos Frequência Absoluta Frrequência Relativa


0 30 30/160 = 0,1875 = 18,75%
1 36 36/160 = 0,225 = 22,5%
2 60 60/160 = 0,375 = 37,5%
3 24 24/160 = 0,25 = 15%
4 10 10/160 = 0,0625 = 6,25%
Total 160 100%

Veja a análise:
18,75% dos funcionários não possuem filhos. 22,5% possuem exatamente um filho. 37,5%
possuem dois filhos. 15% possuem três filhos. 6,25% possuem quatro filhos.

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Representação Gráfica

O uso do gráfico nas representações de situações estatísticas é de grande valia, pois auxilia
na visualização dos dados. É prudente, porém, observar o tipo de gráfico escolhido para a
representação, pois um gráfico inadequado pode omitir dados.
Os tipos de gráficos mais comuns são: o gráfico de colunas, de barras, o histograma, o gráfico
de setores, também chamado de “torta” ou “pizza” e o gráfico de linha poligonal.

Gráfico de colunas
Exemplo: Distribuição das notas de Matemática de cinco alunos da 2ª série, ao longo do ano de
2008.

Responda:

a) Qual é o aluno mais regular dessa turma?

b) Qual aluno ficou com média 6?

c) Qual aluno teve desempenho crescente ao longo do ano?

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Matemática – Representação e Análise de Dados – Prof. Dudan

Gráfico de barras
Exemplo: Salário mensal dos engenheiros da empresa “Minérios Brasil”.

Valores em milhares de reais.

Histograma
Exemplo: Estatura dos alunos do curso de Física.

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Gráfico de Setores
Exemplo: Durante o primeiro semestre de 2009, a fatura telefônica de uma residência ficou
distribuída conforme o gráfico:

Responda:

a) Qual é o ângulo central representado pelo mês de fevereiro?

b) Qual é o valor do menor ângulo central observado no gráfico?

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Matemática – Representação e Análise de Dados – Prof. Dudan

Linha Poligonal
Exemplo: Do ano 2002 a 2008, o mercado financeiro registrou uma grande oscilação no valor
das ações X e Y, conforme representado no gráfico a seguir:

Valores em R$

Responda:

a) Em relação a 2002, as ações X, no fechamento de 2008 tiveram qual variação percentual?

b) Em 2006, qual era a ação mais valorizada?

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Matemática

MÉDIA ARITMÉTICA

A média aritmética é uma das formas de obter um valor intermediário entre vários valores. É
considerada uma medida de tendência central e é muito utilizada no cotidiano.
Para a calcular basta somar todos os elementos e dividi-los pelo total de elementos

x1 + x2 + ... + xn
Ma =
n
Exemplo Resolvido 1:
Calcule a média anual de Carlos na disciplina de Matemática com base nas seguintes notas
bimestrais:
1ºB = 6,0 2ºB = 9,0 3ºB = 7,0 4ºB = 5,0
Logo: Ma = (6,0 + 9,0 + 7,0 + 5,0) / 4
Ma = 27/4
Ma = 6,75

Exemplo Resolvido 2:
O dólar é considerado uma moeda de troca internacional, por isso o seu valor diário possui
variações. Acompanhando a variação de preços do dólar em reais durante uma semana,
verificou-se as variações de acordo com a tabela informativa:

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta


R$ 2,30 R$ 2,10 R$ 2,60 R$ 2,20 R$ 2,00

Determine o valor médio do preço do dólar nesta semana.


Ma = (2,3 + 2,1 + 2,6 + 2,2 + 2) / 5
Ma = 11,2 / 5 = 2,24

O valor médio do dólar na semana apresentada foi de R$ 2,24.

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Média Ponderada

Ponderar é sinônimo de pesar. No cálculo da média ponderada, multiplicamos cada valor do


conjunto por seu “peso”, isto é, sua importância relativa.

x1 ×P1 + x2 ×P2 + ... + xn ×Pn


Mp =
P1 + P2 + ... + Pn

Exemplo Resolvido 3:
Paulo teve as seguintes notas nas provas de Matemática no ano de 2008: 8,5; 7,0; 9,5 e 9,0,
nas quais os pesos das provas foram 1, 2, 3 e 4, respectivamente. Para obter uma nota que
representará seu aproveitamento no bimestre, calculamos a média aritmética ponderada (MP).

Exemplo Resolvido 4:
Marcos participou de um concurso, onde foram realizadas provas de Português, Matemática,
Biologia e História. Essas provas tinham peso 3, 3, 2 e 2, respectivamente. Sabendo que Marcos
tirou 8,0 em Português, 7,5 em Matemática, 5,0 em Biologia e 4,0 em História, qual foi a média
que ele obteve?

p =

Portanto, a média de Marcos foi de 6,45.

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Matemática – Média Aritmética – Prof. Dudan

1. A média aritmética de 11 números é 45. Se o número 8 for retirado do


conjunto, a média aritmética dos números restantes será:
a) 48,7.
b) 48.
c) 47,5.
d) 42.
e) 41,5.

2. Comprei 5 doces a R$ 1,80 cada um, 3 doces a R$ 1,50 e 2 doces a R$ 2,00 cada. O
preço médio, por doce, foi de:
a) R$ 1,75.
b) R$ 1,85.
c) R$ 1,93.
d) R$ 2,00.
e) R$ 2,40.

3. Para ser aprovado em um concurso, um estudante precisa submeter-se a três


provas parciais durante o período letivo e a uma prova final, com pesos 1, 1, 2 e 3,
respectivamente, e obter média no mínimo 7. Se um estudante obteve nas provas
parciais as notas 5, 7 e 5, respectivamente, a nota mínima que necessita obter na prova
final para ser aprovado é:
a) 9.
b) 8.
c) 7.
d) 6.
e) 5.

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4. Num curso de iniciação à informática, a distribuição das idades dos alunos,
segundo o sexo, é dada pelo gráfico seguinte.

Com base nos dados do gráfico, pode-se afirmar que:


a) o número de meninas com, no máximo, 16 anos é maior que o número de meninos
nesse mesmo intervalo de idades.
b) o número total de alunos é 19.
c) a média de idade das meninas é 15 anos.
d) o número de meninos é igual ao número de meninas.
e) o número de meninos com idade maior que 15 anos é maior que o número de
meninas nesse mesmo intervalo de idades.

5. No concurso para o Tribunal de Alçada, os candidatos fizeram provas de Português,


Conhecimentos Gerais e Direito, respectivamente com pesos 2, 4 e 6. Sabendo-se que
cada prova teve o valor de 100 pontos, o candidato que obteve 68 em Português, 80
em Conhecimentos Gerais e 50 em Direito, teve média:
a) 53.
b) 56.
c) 63.
d) 66.
e) 72.

Gabarito: 1. A 2. A 3. A 4. D 5. C

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Matemática

MÉDIA GEOMÉTRICA

Definição

Na matemática, a média geométrica é um tipo de média ou aproximação, que indica a tendência


central ou o valor típico de um conjunto de números usando o produto dos seus valores (ao
contrário da média aritmética que usa a soma dos valores).
Essa média é calculada multiplicando-se todos os “n” valores e extraindo-se a raiz de índice n
desse produto.

M.G= n X1.X2.X3. ... .Xn


CUIDADO: A média geométrica só se aplica a números positivos, a fim de evitar o cálculo da raiz
do produto de um número negativo, o que poderia resultar em números imaginários.
Exemplo:

1. Calcule a média geométrica entre:

a) 2 e 8 b) 2 e 32

1
c) 4, 6 e 9 d) 4, 1 e
32

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e) 3, 3, 9, 81

1
Gabarito: 1. a) 4 b) 8 c) 6 d)  e) 9
2

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Matemática

MEDIANA (MD)

A mediana é o valor central dos dados estatísticos dispostos em ordem crescente ou


decrescente. Se o número de dados do rol for par, temos que a mediana é a média aritmética
dos dois valores centrais.
Exemplos:

1) A mediana dos dados 1, 2, 3, 4, 5, 9, 12, 16, 17 é 5.

2) A mediana em 15, 12, 10, 2 vale (12 + 10)/2 = 11.

Exemplo:

População com Nº de Elementos Ímpar:


Para a seguinte população: {1, 3, 5, 7, 9}
A mediana será o 3º elemento, que é 5 (nesse caso, igual à média).

População com Nº de Elementos Par:


Na seguinte população: {1, 2, 4, 8, 9, 10}
Não há um valor central, portanto a mediana é calculada tirando-se a média dos dois valores
centrais (no caso, o 3º e 4º elemento).
Logo, a posição da mediana é = (4 + 8)/2 = 6 (e a média é 5,666).

Como determinar a posição da mediana?


Caso o rol de dados seja muito grande, há uma maneira de localizar a posição exata da mediana
nesse rol (quando disposto em ordem crescente ou decrescente)
•• Se a quantidade de elementos for ímpar:
Posição = (n + 1)/2, n = número de elementos
Exemplo: Se tivermos 73 elementos, a mediana ocupará a posição:
(73 + 1 )/2 = 74/2 = 37.

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Daí basta usar o conceito de frequência acumulada e verificar em que classe está a mediana e
consequentemente, qual o seu valor.
•• Se a quantidade de elementos for par:
Nesse caso, já sabemos que a mediana será calculada pela média aritmética dos dois termos
centrais, logo:
Posição dos termos centrais = n/2 e seu sucessor,
Onde n: número de elementos.
Exemplo: Se tivermos 90 elementos, a mediana será calculada pela média entre os termos de
posição:
90/ 2 = 45 e seu sucessor.
Usaremos novamente o conceito de frequência acumulada para verificar em que classe estão
ambos valores e assim calcular a mediana.
CUIDADO: esse recurso permite o calculo da POSIÇÃO da mediana e não de seu valor!
Exemplo:
O gráfico apresenta a quantidade de gols marcados pelos artilheiros das Copas do Mundo
desde a Copa de 1930 até a de 2010.

Quantidades de Gols dos Artilheiros das Copas do Mundo

GOLS 14

12

10

0
1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 ANO

    Disponível em http://www.suapesquisa.com. Acesso em: 23 abr. 2010 (adaptado)

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Matemática – Mediana – Prof. Dudan

1. A partir dos dados apresentados, qual é a mediana das quantidades de gols marcados pelos
artilheiros das Copas do Mundo?
a) 6 gols
b) 6,5 gols
c) 7 gols
d) 7,3 gols
e) 8,5 gols

2. Suponha que a etapa final de uma gincana escolar consista em um desafio de conhecimentos.
Cada equipe escolheria 10 alunos para realizar uma prova objetiva, e a pontuação da equipe
seria dada pela mediana das notas obtidas pelos alunos. As provas valiam, no máximo, 10
pontos cada. Ao final, a vencedora foi a equipe Ômega, com 7,8 pontos, seguida pela equipe
Delta, com 7,6 pontos. Um dos alunos da equipe Gama, a qual ficou na terceira e última
colocação, não pôde comparecer, tendo recebido nota zero na prova. As notas obtidas pelos 10
alunos da equipe Gama foram 10; 6,5; 8; 10; 7; 6,5; 7; 8; 6; 0. Se o aluno da equipe Gama que
faltou tivesse comparecido, essa equipe:
a) teria a pontuação igual a 6,5 se ele obtivesse nota 0.
b) seria a vencedora se ele obtivesse nota 10.
c) seria a segunda colocada se ele obtivesse nota 8.
d) permaneceria na terceira posição, independentemente da nota obtida pelo aluno.
e) empataria com a equipe Ômega na primeira colocação se o aluno obtivesse nota 9.

3. O Departamento de Comércio Exterior do Banco Central possui 30 funcionários com a seguinte


distribuição salarial em reais.

Nº de funcionários Salários em R$
10 2.000,00
12 3.600,00
5 4.000,00
3 6.000,00

Quantos funcionários que recebem R$ 3.600,00 devem ser demitidos para que a mediana
dessa distribuição de salários seja de R$ 2.800,00?
a) 8
b) 11
c) 9
d) 10
e) 7

Gabarito: 1. A 2. D 3. D

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Matemática

MODA (MO)

A moda de um conjunto de números é o valor que ocorre com maior frequência. A moda pode
não existir e também não ser única.
Exemplos:

1) O conjunto de números: 2, 2, 3, 4, 5, 5, 5, 6, 6, 6, 6, 6, 7, 9 tem moda 6.

2) O conjunto de números: 7, 6, 6, 8, 8, 9 tem modas 6 e 8. É, portanto, dito bimodal.

3) Seja o rol de dados: 1, 3, 7, 9, 10. Como todos os dados têm a mesma frequência, dizemos
que não existe moda.

O que está na moda hoje em dia?


• ESTUDAR PARA CONCURSO PÚBLICO.
• SER ALUNO DA CASA DO CONCURSEIRO.
• TER O NOME DIVULGADO NO DOU.
• FAZER SELFIE.
• APRENDER MATEMÁTICA.

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1. Depois de jogar um dado em forma de cubo e de faces numeradas de 1 a 6, por 10 vezes
consecutivas, e anotar o número obtido em cada jogada, construiu-se a seguinte tabela de
distribuição de frequências.
A média, mediana e moda dessa distribuição de frequências são respectivamente:

NÚMERO OBTIDO FREQUÊNCIA


1 4
2 1
4 2
5 2
6 1

a) 3, 2 e 1
b) 3, 3 e 1
c) 3, 4 e 2
d) 5, 4 e 2
e) 6, 2 e 4

2. Cinco equipes A, B, C, D e E disputaram uma prova de gincana, na qual as pontuações recebidas


podiam ser 0, 1, 2 ou 3. A média das cinco equipes foi de 2 pontos.
As notas das equipes foram colocadas no gráfico a seguir, entretanto, esqueceram de
representar as notas da equipe D e da equipe E.

Mesmo sem aparecer as notas das equipes D e E, pode-se concluir que os valores da moda e da
mediana são, respectivamente,
a) 1,5 e 2,0.
b) 2,0 e 1,5.
c) 2,0 e 2,0.
d) 2,0 e 3,0.
e) 3,0 e 2,0.

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Matemática – Moda – Prof. Dudan

3. A tabela que segue é demonstrativa do levantamento realizado por determinado batalhão


de Polícia Militar, no que se refere às idades dos policiais integrantes do grupo especial desse
batalhão:
Idade Nr. de Policiais
25——-12
28——-15
30——-25
33——-15
35——-10
40——–8
A moda, média e mediana dessa distribuição são, respectivamente, iguais a:
a) 31,31,31
b) 31,30,31
c) 30,31,30
d) 30,30,30
e) 30,30, 31

4. As idades dos 11 alunos de uma turma de matemática são respectivamente iguais a:


11 11 11 12 12 13 13 13 13 15 16.
A moda e a mediana desses 11 valores correspondem a:
a) 16 e 12.
b) 12 e 11.
c) 15 e 12.
d) 13 e 13.
e) 11 e 13.

Gabarito: 1. B 2. C 3. C 4. D

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Matemática

VARIÂNCIA

Na estatística, a variância de uma variável aleatória é uma medida da sua dispersão estatística,
indicando quão longe em geral os seus valores se encontram do valor esperado.
•• A variância deve ser calculada pela soma dos quadrados entre a diferença de um valor
observado e o valor médio. A diferença serve para mostrar quanto um valor observado se
distancia do valor médio.
•• Para população, a fórmula é a seguinte:
( X1 − Xm)² + ( X2 − Xm)²+ ... ( Xn − Xm) ²
VA =
n

Obs.: a unidade da variância é igual à unidade de medida das observações elevada ao


quadrado.

Na Estatística, existem diversas formas de analisar um conjunto de dados, a depender da


necessidade em cada caso. Imagine que um treinador anote o tempo gasto por cada um
de seus atletas a cada treino de corrida e, depois, observe que o tempo de alguns de seus
corredores está apresentando considerável variação, o que pode resultar em derrota em uma
competição oficial. Nesse caso, é interessante que o treinador tenha algum método para
verificar a dispersão entre os tempos de cada atleta.
Exemplo: No exemplo citado anteriormente, temos os tempos anotados de cada atleta.

Atletas Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5


João 63 min 60 min 59 min 55 min 62 min
Pedro 54 min 59 min 60 min 57 min 61 min
Marcos 60 min 63 min 58 min 62 min 55 min

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Antes de calcular a variância, é necessário encontrar a média aritmética dos tempos de cada
atleta. Para tanto, o treinador fez os seguintes cálculos:

Agora que o treinador já conhece o tempo médio de cada atleta, ele pode utilizar a variância
para obter a distância dos períodos de cada corrida em relação a esse valor médio. Para calcular
a variância de cada corredor, pode ser realizado o seguinte cálculo:

Para cada atleta, o treinador calculou a variância:

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Matemática – Variância e Desvio Padrão – Prof. Dudan

De acordo com os cálculos da variância, o atleta que apresenta os tempos mais dispersos da
média é o Marcos. Já Pedro apresentou tempos mais próximos de sua média do que os demais
corredores.
Exemplo: Observe as notas de três competidores em uma prova de manobras radicais com
skates.
Competidor A: 7,0 – 5,0 – 3,0
Competidor B: 5,0 – 4,0 – 6,0
Competidor C: 4,0 – 4,0 – 7,0
Ao calcular a média das notas dos três competidores, iremos obter média cinco para todos,
impossibilitando a nossa análise sobre a regularidade dos competidores.
Partindo dessa ideia, precisamos adotar uma medida que apresente a variação dessas notas no
intuito de não comprometer a análise.
Assim, calcularemos a variância dos valores apresentados por atleta.
(7 – 5)²+ (5 – 5)²+ (3 – 5)² 4 + 0 + 4
VA = = = 2,667
3 3
(5 – 5)²+ (4 – 5)²+ (6 – 5)² 0 + 1 + 1
VB = = = 0,667
3 3
(4 – 5)²+ (4 – 5)²+ (7 – 5)² 1 + 1 + 4
VC = = =2
3 3

Assim percebemos que o competidor B é o mais regular de todos.


Exemplo: O dono de uma microempresa pretende saber, em média, quantos produtos são
produzidos por cada funcionário em um dia. O chefe tem conhecimento de que nem todos
conseguem fazer a mesma quantidade de peças, mas pede que seus funcionários façam um
registro de sua produção em uma semana de trabalho. Ao fim desse período, chegou-se à
seguinte tabela:

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Quantidade de peças produzidas por dia
Funcionários
Seg Ter Quar Quin Sext
A 10 9 11 12 8
B 15 12 16 10 11
C 11 10 8 11 12
D 8 12 15 9 11

Para saber a produção média de seus funcionários, o chefe faz o cálculo da média aritmética de
produção, isto é, a soma do número de peças produzido em cada dia dividida pela quantidade
analisada de dias.
A partir desse cálculo, temos a produção diária média de cada funcionário. Mas se observarmos
bem a tabela, veremos que há valores distantes da média. O funcionário B, por exemplo, produz
uma média de 12,8 peças por dia. No entanto, houve um dia em que ele produziu 16 peças e
outro dia em que ele confeccionou apenas 10 peças. Será que o processo utilizado pelo dono
da empresa é suficiente para o seu propósito?
Faremos o cálculo da variância para cada um dos funcionários.
Primeiramente, calcularemos a média de peças produzidas por cada um deles.

Agora a variância:

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Matemática – Variância e Desvio Padrão – Prof. Dudan

Podemos afirmar que a produção diária do funcionário C é mais uniforme do que a dos demais
funcionários, assim como a quantidade de peças diárias de D é a mais desigual. Quanto maior
for a variância, mais distantes da média estarão os valores, e, quanto menor for a variância,
mais próximos os valores estarão da média.
•• Para amostra, a soma dessas diferenças deve ser dividida por n-1 , onde n é o número de
elementos da amostra.
( )² ( )² ( )²
VA = X1 − Xm + X2 − Xm + ... Xn − Xm
n−1

Exemplo:
Calcular a variância amostral do conjunto : 1, 2, 3, 4, 5
n = 5 e Xm (média) = 3
logo:
Var = = =

= 2,5

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DESVIO PADRÃO

O desvio padrão é calculado extraindo a raiz quadrada da variância.

D.P. = VA
A unidade do desvio padrão é igual a unidade de medida das observações.
Exemplo: O dono de uma microempresa pretende saber, em média, quantos produtos são
produzidos por cada funcionário em um dia. O chefe tem conhecimento de que nem todos
conseguem fazer a mesma quantidade de peças, mas pede que seus funcionários façam um
registro de sua produção em uma semana de trabalho. Ao fim desse período, chegou-se à
seguinte tabela:

Quantidade de peças produzidas por dia


Funcionários
Seg Ter Quar Quin Sext
A 10 9 11 12 8
B 15 12 16 10 11
C 11 10 8 11 12
D 8 12 15 9 11

Faremos o cálculo da variância para cada um dos funcionários.


Primeiramente, calcularemos a média de peças produzidas por cada um deles.

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Matemática – Variância e Desvio Padrão – Prof. Dudan

Agora a variância:

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Calculando o desvio, temos:

Exemplo: O serviço de atendimento ao consumidor de uma concessionária de veículos recebe as


reclamações dos clientes via telefone. Tendo em vista a melhoria desse serviço, foram anotados
os números de chamadas durante um período de sete dias consecutivos. Os resultados obtidos
foram os seguintes:

Dia Número de chamadas


Domingo 3
Segunda 4
Terça 6
Quarta 9
Quinta 5
Sexta 7
Sábado 8

Sobre as informações contidas nesse quadro, podemos afirmar que:


a) O número médio de chamadas dos últimos sete dias foi 6,5.
b) A média é menor que a variância.
c) A variância dos dados é 4.
d) O desvio padrão dos dados é 2 .
e) O desvio é um número ímpar.

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Matemática

PROBABILIDADE

Denifinição

Eventos favoráveis
______________________________
Probabilidade =
Total de eventos

0≤P≤1

1. Se a probabilidade de chover num dia de um determinado período é 0,6, então:


a) Qual é a probabilidade de não chover num desses dias?

b) Qual é a probabilidade de chover dois dias seguidos?

2. Um sorteio consiste em escolher, aleatoriamente, uma letra da palavra CONCURSO.


Qual é a probabilidade de retirar uma vogal nessa escolha?

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3. Escolhido ao acaso um elemento do conjunto dos divisores positivos de 60, a
probabilidade de que ele seja primo é:
a) 1/2
b) 1/3
c) 1/4
d) 1/5
e) 1/6

4. Em um recipiente existem 12 aranhas, das quais 8 são fêmeas. A probabilidade de se


retirar uma aranha macho para um experimento é:
a) 4

b) 1
4
c) 1
3
d) 1
2
e) 2
30

5. Numa roleta, há números de 0 a 36. Supondo que a roleta não seja viciada, então a
probabilidade de o número sorteado ser maior do que 25 é:
11
a) 36

b) 11
37
c) 25
36
d) 25
37
e) 12
37

6. Numa família com 9 filhas, a probabilidade de o décimo filho ser homem é:


a) 50%
b) 70%
c) 80%
d) 90%
e) 25%

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Matemática – Probabilidade Básica – Prof. Dudan

7. As 23 ex-alunas de uma turma que completou o Ensino Médio há 10 anos se


encontraram em uma reunião comemorativa. Várias delas haviam se casado e
tido filhos. A distribuição das mulheres, de acordo com a quantidade de filhos,
é mostrada no gráfico abaixo.

Um prêmio foi sorteado entre todos os filhos dessas ex-alunas. A probabilidade de que
a criança premiada tenha sido um(a) filho(a) único(a) é:
a) 1
3
b) 1
4
c) 7
15
d) 7
23
e) 7
25
8. Em relação aos alunos de uma sala, sabe-se que 60% são do sexo feminino, 30% usam
óculos e 37,5% dos homens não usam óculos. Escolhendo-se, ao acaso, um aluno
dessa sala, a probabilidade de que seja uma mulher de óculos é:
a) 10%
b) 15%
c) 5%
d) 8%
e) 12%

9. Uma caixa contém bolas azuis, brancas e amarelas, indistinguíveis a não ser pela cor.
Na caixa existem 20 bolas brancas e 18 bolas azuis. Retirando-se ao acaso uma bola
da caixa, a probabilidade de ela ser amarela é 1/3. Então, o número de bolas amarelas
nessa caixa é de:
a) 18
b) 19
c) 20
d) 21
e) 22

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Casos Especiais

Probabilidade Condicional
Nesse caso, o primeiro evento ocorre de maneira “livre” e condiciona os demais. Assim, todos
ficam condicionados ao primeiro evento ocorrido.

10. Em uma gaveta, cinco pares diferentes de meias estão misturados. Retirando-
se ao acaso duas meias, a probabilidade de que sejam do mesmo par é de:
a) 1/10
b) 1/9
c) 1/5
d) 2/5
e) 1/2

11. Numa maternidade, aguarda-se o nascimento de três bebês. Se a probabilidade de


que cada bebê seja menino é igual à probabilidade de que cada bebê seja menina, a
probabilidade de que os três bebês sejam do mesmo sexo é:
a) 1/2
b) 1/3
c) 1/4
d) 1/6
e) 1/8

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Matemática – Probabilidade Básica – Prof. Dudan

Eventos Dependentes
São eventos que têm uma relação entre si e, com isso, conforme ocorrem, modificam o espaço
amostral e também os eventos favoráveis.

12. Um dado é lançado 3 vezes consecutivas. A probabilidade de que os 3


números obtidos sejam diferentes é:
a) 56

b) 58

c) 8
9

d) 3
8

e) 59

13. Numa gaiola estão 9 camundongos rotulados, 1, 2, 3, ..., 9. Selecionando-se


conjuntamente 2 camundongos ao acaso (todos têm igual possibilidade de serem
escolhidos), a probabilidade de que na seleção ambos os camundongos tenham rótulo
ímpar é:
a) 0,3777...
b) 0,47
c) 0,17
d) 0,2777...
e) 0,1333...

14. Uma pessoa tem, em sua carteira, oito notas de R$ 1, cinco notas de R$ 2 e uma nota
de R$ 5. Se ela retirar ao acaso três notas da carteira, a probabilidade de que as três
notas retiradas sejam de R$ 1 está entre:
a) 15% e 16%
b) 16% e 17%
c) 17% e 18%
d) 18% e 19%
e) 19% e 20%

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Probabilidade de “PELO MENOS UM” evento ocorrer

Probabilidade = 1 – P (Nnehuma vez)

Ramificação
No lançamento sucessivo de uma moeda 3 vezes ou de 3 moedas, quais as possíveis disposições?

15. Uma parteira prevê, com 50% de chance de acerto, o sexo de cada criança
que vai nascer. Num conjunto de três crianças, a probabilidade de ela acertar
pelo menos duas previsões é de:
a) 12,5%
b) 25%
c) 37,5%
d) 50%
e) 66,6%

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Matemática – Probabilidade Básica – Prof. Dudan

16. Um dado é lançado 3 vezes. A probabilidade de que a face 4 apareça ao


menos uma vez é:
a) 81
216

b) 91
216

c) 101
216

d) 111
216

e) 121
216

Gabarito: 1. * 2. * 3. C 4. C 5. B 6. A 7. B 8. C 9. B 10. B 11. C 12. E 13. D 14. A 15. D 16. B

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Matemática

GRÁFICO DE FUNÇÕES

A importância do estudo de função não é restrita apenas aos interesses da Matemática, mas
colocado em prática em outras ciências, como a física e a química.
Na matemática, o estudo de função é dividido basicamente em:

•• Características, tipos e elementos de uma função.


•• Tipos de funções.

Nem sempre percebemos, mas estamos em contato com as funções no nosso dia a dia, por
exemplo:
Quando assistimos ou lemos um jornal, muitas vezes nos deparamos com um gráfico que
nada mais é que uma relação, comparação de duas grandezas ou até mesmo uma função, mas
representada graficamente.
Para que esse gráfico tome forma é necessário que essa relação, comparação, seja representada
em uma função na forma algébrica.
Para dar início ao estudo de função, é necessário o conhecimento de equações, pois todo o
desenvolvimento algébrico de uma função é resolvido por meio de equações.
Precisamos antes, definir “funções”:
É uma relação entre dois conjuntos, em que há uma relação entre cada um de seus elementos.
Também pode ser uma lei que para cada valor x é correspondido por apenas um e único
elemento y, também denotado por ƒ(x).

www.acasadoconcurseiro.com.br 769
Exemplo: Assinale abaixo se o gráfico representa ou não uma função.

1. Relacione adequadamente um gráfico para cada situação relatada:


a) Eu tinha acabado de sair de casa, quando percebi que havia esquecido meus livros; então
eu voltei para buscá-los.
b) Tudo ia bem até que o pneu furou.
c) Eu iniciei calmamente, mas aumentei a velocidade quando me dei conta de que iria me
atrasar.
d) Saí rapidamente de casa, mas comecei a andar mais lentamente para poder apreciar as
vitrines das lojas.

A alternativa que melhor relaciona os gráficos com as situações é:


a) 1 → d, 2 → b, 3 → a, 4→c
b) 1 → b, 2 → d, 3 → a, 4→c
c) 1 → d, 2 → b, 3 → c, 4→a
d) 1 → c, 2 → b, 3 → a, 4→d
e) 1 → d, 2 → a, 3 → b, 4→c

Gabarito: 1. A

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Matemática

FUNÇÃO CRESCENTE OU DECRESCENTE

As funções que são expressas pela lei de formação y = ax + b ou f(x) = ax + b, onde a e b


pertencem ao conjunto dos números reais, com a ≠ 0, são consideradas funções do 1º grau.
Esse tipo de função pode ser classificada de acordo com o valor do coeficiente a, se a > 0, a
função é crescente, caso a < 0, a função se torna decrescente.
Vamos analisar as seguintes funções com domínio no conjunto dos números reais, na medida
em que os valores de x aumentam.
Exemplo 1: f(x) = 3x

Quando temos, numa função, os valores de x aumentando e os valores das imagens também
aumentando, diremos que a função é crescente.
Outros exemplos:

www.acasadoconcurseiro.com.br 771
Exemplo 2: f(x) = – 3x

Nesse caso, os valores de x aumentam e os valores das imagens diminuem, e assim temos a
função decrescente.
Outro exemplo:

Mas será que esse conceito só pode ser aplicado em funções de 1º grau?

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Matemática – Função Crescente ou Decrescente – Prof. Dudan

Exemplo 3: Classifique cada uma das funções seguintes em crescente ou decrescente:


a) y = 4x + 6

b) f(x) = – x + 10

Exemplo 4: A função real de variável real, definida por f (x) = (3 – 2a).x + 2, é crescente quando:
a) a > 0

3
b) a <
2

3
c) a =
2

3
d) a >
2

e) a < 3

Gabarito: 4. B

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Matemática

DOMÍNIO, IMAGEM E CONTRADOMÍNIO

→ Domínio da função é o conjunto de todos os elementos x para os quais a função deve ser
definida.

→ Contradomínio da função é o conjunto que contém os elementos que podem ser relacionados
a elementos do domínio. Em outras palavras, é o conjunto em que a função toma valores.

→ Dentro do contradomínio define-se o conjunto imagem da função, como o conjunto de


valores que efetivamente f(x) assume. O conjunto imagem é, pois, sempre um subconjunto do
contradomínio.

Exemplo: Nas funções abaixo, defina domínio, contradomínio e imagem.

Como já vimos nos exemplos, o gráfico cartesiano de uma função é o conjunto de todos os
pontos (x,y) do plano que satisfazem a condição y = f(x).
Assim, resumidamente: domínio são os possíveis valores de “x” que podem ser utilizados e
imagem os possíveis valores de “y" que serão encontrados.
Exemplo: Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} criamos a função f: A → B,
definida por f(x) = x + 5, que também pode ser representada por y = x + 5. A representação,
utilizando conjuntos, dessa função, é:

www.acasadoconcurseiro.com.br 775
O conjunto A é o conjunto de saída e o B é o conjunto de chegada.
Domínio é um sinônimo para conjunto de saída, ou seja, para essa função o domínio é o próprio
conjunto A = {1, 4, 7}.
Como, em uma função, o conjunto de saída (domínio) deve ter todos os seus elementos
relacionados (regra fundamental), não precisamos ter subdivisões para o domínio.
O conjunto de chegada "B", também possui um sinônimo, é chamado de contradomínio.
Note que podemos fazer uma subdivisão dentro do contradomínio (conjunto rosa da figura
acima). Podemos ter elementos do contradomínio que não são relacionados a algum elemento
do domínio e outros que são. Por isso, devemos levar em consideração essa subdivisão (que é
até mais importante do que o próprio contradomínio).
Este subconjunto é chamado de conjunto imagem, e é composto por todos os elementos em
que as flechas chegam.
O conjunto imagem é representado por "Im" e é formado por cada ponto em que a flecha
chega.
•• Obs.: Note que existe uma diferença entre imagem e conjunto imagem, o primeiro é um
ponto em que a flecha de relacionamento toca, e o segundo é o conjunto de todos elementos
que as flechas tocam.
No nosso exemplo, o domínio é D = {1, 4, 7}, o contradomínio é = {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e o
conjunto imagem é Im = {6, 9, 12} e:
•• a imagem do ponto x = 1 é y = 6, indicado por f(1) = 6;
•• a imagem do ponto x = 4 é y = 9, indicado por f(4) = 9;
•• a imagem do ponto x = 7 é y = 12, indicado por f(7) = 12.

Exemplo 1: Quantos elementos possui o conjunto imagem da função f(x) = x² – 2x + 1,


considerando que seu domínio é o conjunto D = { – 2, – 1, 0, 1, 2}?
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

Gabarito: 1. E

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Matemática

EQUAÇÕES DO 1º GRAU

A equação de 1º grau é a equação na forma ax + b = 0, onde a e b são números reais e x é a


variável (incógnita). O valor da incógnita x é − b
a

ax + b = 0 → x=

Resolva as equações:
a) 10x – 2 = 0

b) – 7x + 18 = – x

c) x + 3 − x − 3 = 7
2 3

2x
d) +3= x
5

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Faça Você

1 1
1. Gastei do dinheiro do meu salário e depois gastei do restante, ficando
3 4
com R$ 120,00 apenas. Meu salário é de:
a) R$ 480,00
b) R$ 420,00
c) R$ 360,00
d) R$ 240,00
e) R$ 200,00

2. Duas empreiteiras farão conjuntamente a pavimentação de uma estrada, cada


2
uma trabalhando a partir de uma das extremidades. Se uma delas pavimentar
5
da estrada e a outra os 81 km restantes, a extensão dessa estrada será de:
a) 125 km.
b) 135 km.
c) 142 km.
d) 145 km.
e) 160 km.

3. O denominador de uma fração excede o numerador em 3 unidades. Adicionando-


se 11 unidades ao denominador, a fração torna-se equivalente a 3 . A fração
4
original é:
a) 54
57
30
b)
33
33
c)
36

d) 42
45

18
e)
21

778 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Equações do 1º Grau – Prof. Dudan

1
4. Uma pessoa gasta do dinheiro que tem e, em seguida, 2 do que lhe resta,
4 3
ficando com R$ 350,00. Quanto tinha inicialmente?
a) R$ 400,00
b) R$ 700,00
c) R$ 1400,00
d) R$ 2100,00
e) R$ 2800,00

1
5. Uma peça de tecido, após a lavagem, perdeu de seu comprimento e este ficou
10
medindo 36 metros. Nessas condições, o comprimento, em m, da peça antes da
lavagem era igual a:
a) 44
b) 42
c) 40
d) 38
e) 32

7
6. Do salário que recebe mensalmente, um operário gasta e guarda o restante,
8
R$ 122,00, em caderneta de poupança. O salário mensal desse operário, em reais,
é:
a) R$ 868,00
b) R$ 976,00
c) R$ 1204,00
d) R$ 1412,00
e) R$ 1500,00

7. O valor de x que é solução da equação (x/3) – (1/4) = 2(x – 1) pertence ao intervalo:


a) ]0, 1]
b) ]1, 2]
c) ]2, 3]
d) ]3, 4]
e) ]4, 5]

Gabarito: 1. D 2. B 3. D 4. C 5. C 6. B 7. B

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Matemática

FUNÇÕES DE 1º GRAU

Chama-se função polinomial do 1º grau, ou função afim, a qualquer função f de IR em IR dada


por uma lei da forma:
onde a e b são números reais dados e a ≠ 0.
f (x) = ax + b
Seu gráfico é sempre uma reta.
a → Coeficiente angular, Parâmetro angular, Inclinação ou Declividade.
b → Coeficiente linear, Parâmetro linear ou Termo Independente.
Atenção!
O coeficiente linear b é o ponto de intersecção do eixo y.
O coeficiente angular a não é o ponto de intersecção do eixo x.
Veja alguns exemplos de funções polinomiais do 1º grau:
f(x) = 5x – 3, onde a = 5 e b = – 3
f(x) = – 2x – 7, onde a = – 2 e b = – 7
f(x) = – x, onde a = – 1 e b = 0
Exemplo:

1. Sendo f(x) = – 4x + 10, determine:


a) f(3)
b) f(0)
c) f(x) = 2
d) f(x) = 0

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•• Coeficiente angular a:
a > 0 a<0
Reta CRESCENTE Reta DECRESCENTE

•• Coeficiente linear b:

2. Sendo a função f(x) = mx + n que possui os pontos f(2) = 5 e f( – 1) = 2. Determine m e n.

3. Assinale as leis de formação das funções abaixo:

( ) f(x) = – 3/2 x ( ) f(x) = – 3x + 2


( ) f(x) = – 3/2 x +2 ( ) f(x) = 2x – 3
( ) f(x) = – 3x +2 ( ) f(x) = 2x – 1
( ) f(x) = – 2x + 3 ( ) f(x) = x – 2
( ) f(x) = – 2/3x ( ) f(x) = 2x – 2

782 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Funções de 1º Grau – Prof. Dudan

4. Uma função polinomial f do 1º grau é tal que f(3) = 6 e f(4) = 8. Portanto, o valor de f(10) é:
a) 16
b) 17
c) 18
d) 19
e) 20

5. A função geradora do gráfico abaixo é do tipo y = mx + n

Então, o valor de m³ + n é
a) 2
b) 3
c) 5
d) 8
e) 13

6. Considere a tabela a seguir, que apresenta dados sobre as funções g, h, k, m, f.


A função cujo gráfico está sobre uma mesma reta é
a) g
b) h
c) k
d) m
e) f

7. A tabela a seguir, obtida a partir de dados do Ministério do Meio Ambiente, mostra o cresci-
mento do número de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção.
Se mantida, nos anos subsequentes, a tendência linear de crescimento mostrada na tabela, o
número de espécies ameaçadas de extinção em 2011 será igual a:

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a) 461
b) 498
c) 535
d) 572
e) n.d.a

8. Em fevereiro, o governo da Cidade do México, metrópole com uma das maiores frotas de
automóveis do mundo, passou a oferecer à população bicicletas como opção de transporte.
Por uma anuidade de 24 dólares, os usuários têm direito a 30 minutos de uso livre por dia.
O ciclista pode retirar em uma estação e devolver em qualquer outra e, se quiser estender a
pedalada, paga 3 dólares por hora extra. Revista Exame. 21 abr. 2010.
A expressão que relaciona o valor f pago pela utilização da bicicleta por um ano, quando se
utilizam x horas extras nesse período é
a) f(x) = 3x
b) f(x) = 24
c) f(x) = 27
d) f(x) = 3x + 24
e) f(x) = 24x + 3

9. Em uma experiência realizada na aula de Biologia, um grupo de alunos mede o crescimento


de uma planta, em centímetros, todos os dias. Plotando os pontos (t,a), em que t corresponde
ao tempo em dias, e a corresponde à altura da planta em centímetros, os alunos obtiveram a
figura a seguir.
Se essa relação entre tempo e altura da planta for mantida, estima-se que, no 34º dia, a planta
tenha, aproximadamente,
a) 10 cm
b) 6 cm
c) 8 cm
d) 5 cm
e) 7 cm

10. O valor de um caminhão do tipo A novo é de R$ 90.000,00 e, com 4 anos de uso, é de


R$ 50.000,00. Supondo que o preço caia com o tempo, segundo uma função linear, o valor de
um caminhão do tipo A, com 2 anos de uso, em reais, é de
a) 40.000,00
b) 50.000,00
c) 60.000,00
d) 70.000,00
e) 80.000,00

Gabarito: 4. E 5. B 6. C 7. B 8. D 9. E 10. D

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Matemática

EQUAÇÕES DO 2º GRAU

A equação de 2º grau é a equação na forma ax² + bx + c = 0, onde a, b e c são números reais e x


é a variável (incógnita). O valor da incógnita x é determinado pela fórmula de Bháskara.
Nas equações escritas na forma ax² + bx + c = 0 (forma normal ou forma reduzida de uma
equação do 2º grau na incógnita x), chamamos a, b e c de coeficientes.
•• “a” é sempre o coeficiente de x²;
•• “b” é sempre o coeficiente de x,
•• “c” é o coeficiente ou termo independente.
Assim:
•• x² – 5x + 6 = 0 é um equação do 2º grau com a = 1, b = – 5 e c = 6.
•• 6x² – x – 1 = 0 é um equação do 2º grau com a = 6, b = – 1 e c = – 1.
•• 7x² – x = 0 é um equação do 2º grau com a = 7, b = – 1 e c = 0.
•• x² – 36 = 0 é um equação do 2º grau com a = 1, b = 0 e c = – 36.
Complete o quadro conforme os exemplos:

Coeficientes
Equação
a b c
6x2 – 3x + 1=0

5
−3x2 − + 4x = 0
2
2x2 – 8 = 0
2
6x – 3x = 0

RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES COMPLETAS DE 2º GRAU

ax2 + bx + c = 0

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Como solucionar uma equação do 2º grau?
Para solucionar equações do 2º grau, utilizaremos a fórmula de Bháskara.

−b ± b2 − 4ac
x=
2a
Onde a, b e c são os coeficientes (números) encontrados na equação.
Exemplo:
Resolução a equação: 7x2 + 13x – 2 = 0
Temos a = 7, b = 13 e c = – 2 .
Substituindo na fórmula, temos:

Vale ressaltar que, de acordo com o discriminante, temos três casos a considerar:
•• 1º caso: O discriminante é positivo , ∆ > 0, então a equação tem duas raízes reais diferentes.
•• 2º caso: O discriminante é nulo , ∆ = 0, então a equação tem duas raízes reais e iguais.
•• 3º caso: O discriminante é negativo, ∆ < 0 ,então não há raízes reais.

Atenção!
•• Raiz (ou zero da função) é(são) o(s) valor(es) da incógnita x que tornam verdadeira a
equação.

Exemplos:
I – As raízes de x² – 6x + 8 = 0 são x1 = 2 e x2 = 4 pois (2)² – 6(2) + 8 = 0 e (4)² – 6(4) + 8 = 0

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Matemática – Equações do 2º Grau – Prof. Dudan

II – As raízes de x² + 6x + 9 = 0 são x1 = x2 = – 3 pois (– 3)² + 6 (– 3) + 9 =0

Faça Você:

1. Determine as raízes das equações:


a) x² – 2x – 15 = 0 b) – x² + 10x – 25 = 0 c) x² – 4x + 5 = 0

RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES INCOMPLETAS DE 2º GRAU


Na resolução das incompletas não é necessário resolver por Bháskara, basta usar os métodos
específicos:

Faça Você:

2. Encontre as raízes das equações abaixo:


a) x² – 4x = 0 b) – 3x² +9x = 0 c) x² – 36 = 0 d) 3x² = 0

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SOMA E PRODUTO DAS RAÍZES

A soma e o produto das raízes da função quadrática são dados pelas fórmulas:
Soma = x1 + x2 = ____
–b

a

Produto = x1 . x2 = ___
c
a

Faça Você:

3. Determine a soma e o produto das raízes das equações:


a) x² – 7x – 9 = 0 b) – 4x² + 6x = 0 c) 3x² – 10 = 0

2
4. O número – 3 é a raíz da equação x – 7x – 2c = 0. Nessas condições, o valor do
coeficiente c é:
a) 11
b) 12
c) 13
d) 14
e) 15

5. A maior raiz da equação – 2x² + 3x + 5 = 0 vale:


a) –1
b) 1
c) 2
d) 2,5
e) (3 + 19 )
4

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Matemática – Equações do 2º Grau – Prof. Dudan

6. O produto das raízes reais da equação 4x² – 14x + 6 = 0 é igual a:


3
a) −
2
1
b) −
2
1
c)
2
3
d)
2
e) 5
2

7. A diferença entre o quadrado de um número natural e o seu dobro é igual a 15.


Qual é esse número?
a) –5
b) –3
c) 1
d) 3
e) 5

8. O quadrado da minha idade menos a idade que eu tinha há 20 anos é igual a 2000.
Assim, minha idade atual é:
a) 41
b) 42
c) 43
d) 44
e) 45

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9. Se a soma das raízes da equação kx² + 3x – 4 = 0 é 10, podemos afirmar que o
produto das raízes é:
a) 40
3
40
b) −
3
c) 80
3
40
d) −
3
e) − 3
10

10. Considere as seguintes equações:


I. x² + 4 = 0
II. x² – 2 = 0
III. 0,3x = 0,1

Sobre as soluções dessas equações é verdade que:


a) II são números irracionais.
b) III é número irracional.
c) I e II são números reais.
d) I e III são números não reais.
e) II e III são números racionais.

Gabarito: 4. E 5. D 6. D 7. E 8. E 9. A 10. A

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Matemática

FUNÇÃO DE 2º GRAU

Definição

Chama-se função quadrática, ou função polinomial do 2º grau, qualquer função f de IR em IR


dada por uma lei da forma f(x) = ax² + bx + c, onde a, b e c são números reais e a ≠ 0.

f(x)=ax2+bx+c
O gráfico de uma função polinomial do 2º grau é uma curva chamada parábola.
Exemplos de funções quadráticas:
f(x) = 3x² – 4x + 1, onde a = 3, b = – 4 e c = 1
f(x) = x² – 1, onde a = 1, b = 0 e c = – 1
f(x) = – x² + 8x, onde a = 1, b = 8 e c = 0
f(x) = – 4x², onde a = – 4, b = 0 e c = 0

→ Ao construir o gráfico de uma função quadrática y = ax2 + bx + c, notaremos sempre que:


concavidade voltada para cima concavidade voltada para baixo

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→ Outra relação importante na função do 2º grau é o ponto onde a parábola corta o eixo y.
Verifica-se que o valor do coeficiente “c” na lei de formação da função corresponde ao valor do
eixo y onde a parábola o corta.

→ A análise do coeficiente "b" pode ser orientada pela analise de uma reta “imaginária” que
passa pelo “c” e pelo vértice. Assim:

Nos exemplos acima, se a reta “imaginária” for crescente, b > 0, caso contrário, b < 0, e no caso
em que o vértice e o “c” coincidem, teremos b = 0 e uma simetria em relação ao eixo Y.
Atenção!
A quantidade de raízes reais de uma função quadrática depende do valor obtido para o
radicando ∆ , chamado discriminante:
Se ∆ > 0, há duas raízes Se ∆ = 0, há duas raízes Se ∆ < 0, não há raiz real.
reais e distintas; reais e iguais;

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Exemplo:

1. Complete as lacunas:

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2. Determine o valor de K para que a função f(x) = x² – kx + 9 tenha raízes reais e iguais.

Zero ou Raiz da Função

Chamam-se zeros ou raízes da função polinomial do 2º grau f(x) = ax2 + bx + c, com a ≠ 0, os


números reais x tais que f(x) = 0.
Para determinar as raízes, aplica-se a chamada fórmula de Bhaskara:

x=
−b ± b2 − 4a.c
2a
,sendo =b2 − 4.a.c 
Exemplo:

3. Encontre as raízes de x² – 5x + 6.

SOMA E PRODUTO DAS RAÍZES

A soma e o produto das raízes da função quadrática são dados pelas fórmulas:

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4. Determine a soma e o produto das raízes das funções abaixo.


a) f(x) = x² + 5x + 6 b) y = – x² – 4 c) f(x) = 6x² – 4x + 1

Vértice da Parábola

O vértice da parábola constitui um ponto importante do gráfico, pois indica o ponto de valor
máximo e o ponto de valor mínimo. De acordo com o valor do coeficiente a, os pontos serão
definidos. Observe:

Para determinar o ponto de máximo (quando a < 0) ou ponto de mínimo (quando a > 0):
V(XV,YV)

b Δ
XV = − YV = −
2a 4a
Atenção: Xv é o ponto médio das raízes reais.

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Exemplo:

5. Determine o vértice da parábola f(x) = 2x² – 8x + 5.

6. A função que define o lucro de uma empresa é L(x) = – 2x² + 32x + 10, sendo x o número de
peças vendidas e L o lucro em milhares de reais. Determine:
a) Qual é o lucro na venda de 10 peças?

b) Quantas peças devem ser vendidas para obter o lucro máximo?

c) Qual é o lucro máximo?

7. A expressão que define a função quadrática f(x), cujo gráfico está esboçado, é:
a) f(x) = –2x2 – 2x + 4
2
b) f(x) = x + 2x – 4
2
c) f(x) = x + x – 2
2
d) f(x) = 2x + 2x – 4
2
e) f(x) = 2x + 2x – 2

8. Considere a função f: ℜ → ℜ definida por


O valor de f(π) + f( 2 ) – f(1) é
a) π2+2 π -2
b) 2π + 2 2 – 2
c) π2 – 2
d) 2π + 1
e) 2 2 – π + 1

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9. Baseado no gráfico da função f(x) = ax2 + bx + c, com a, b, e c ∈! , pode-se afirmar que:


a) a > 0,  Δ < 0
b) a > 0,  Δ = 0
c) a > 0,  Δ > 0
d) a < 0,  Δ > 0
e) a < 0,  Δ = 0

2
10. A função f(x) = Ax + Bx + C, A ≠ 0 tem como gráfico a figura abaixo. Podemos então concluir
que:
2
a) A > 0, B < 4AC, C > 0
2
b) A > 0, B = 4AC, C > 0
2
c) A > 0, B > 4AC, C > 0
2
d) A < 0, B < 4AC, C < 0
2
e) A > 0, B < 4AC, C < 0

11. O movimento de um projétil, lançado para cima verticalmente, é descrito pela equação
2
y= – 40x + 200x, onde y é a altura, em metros, atingida pelo projétil x segundos após
o lançamento. A altura máxima atingida e o tempo que esse projétil permanece no ar
corresponde, respectivamente, a:
a) 6,25 m, 5s
b) 250 m, 0s
c) 250 m, 5s
d) 250 m, 200s
e) 10.000 m , 5s

12. Na parábola y = 2x² – (m – 3)x + 5, o vértice tem abscissa 1. A ordenada do vértice é:


a) 3
b) 4
c) 5
d) 6
e) 7

Gabarito: 7. D 8. C 9. C 10. C 11. C 12. A

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Matemática

EQUAÇÃO EXPONENCIAL

Definição

Equações são expressões algébricas matemáticas que possuem um sinal de igualdade entre
duas partes. A intenção de resolver uma equação é determinar o valor da incógnita (valor
desconhecido) aplicando técnicas resolutivas.
Equações exponenciais são aquelas em que a incógnita se encontra no expoente de pelo menos
uma potência. A forma de resolução de uma equação exponencial permite que as funções
exponenciais sejam também resolvidas de forma prática. Esse tipo de função apresenta
características individuais na análise de fenômenos que crescem ou decrescem rapidamente.
Elas desempenham papéis fundamentais na Matemática e nas ciências envolvidas com ela,
como: Física, Química, Engenharia, Astronomia, Economia, Biologia, Psicologia, entre outras.
Exemplos de equações exponenciais:
x
10 = 100
2x + 12 = 20
9x = 81
5x+1 = 25
A resolução das Equações Exponenciais se divide em dois casos:

EXPONENICAIS DO 1º TIPO

São equações resolvidas eliminando as bases comuns nos dois lados da igualdade.
Para resolvermos uma equação exponencial, precisamos igualar as bases; assim podemos
considerar que os expoentes são iguais. Observe os exemplos resolvidos:
3x = 2187 (fatorando o número 2187 temos: 37)
3x = 37
x=7

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O valor de x na equação é 7.
Exemplos Resolvidos:
a) 2x + 12 = 1024
x + 12
2 = 210
x + 12 = 10
x = 10 – 12
x=–2
4x + 1
b) 2 . 8 –x + 3 = 16 –1
4x + 1
2 . 2 3(–x + 3) = 2 –4
2 4x + 1 . 2 –3x + 9 = 2-4
4x + 1 – 3x + 9 = – 4
4x – 3x = –1 – 4 – 9
x = – 14
x+3
c) 5 . 5 x + 2 . 5 x = 125
x+3
5 . 5 x+2 . 5 x = 5 3
x+3+x+2+x=3
3x = 3 – 5
3x = – 2
2
x= −
3

Exemplos:

1. Determine a solução das equações exponenciais.


1
a) 23x−1 = 32 b) 32−x =
27

( )
x+2
3
c) 5 = 0,04 d) 3x−1  .  9 x+2  .  27 x = 1

x−3
x2 ⎛ 3⎞ 9
e) 100 − 0,001 = 0 f) ⎜ ⎟ =
⎝ 5⎠ 25

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Matemática – Equação Exponencial – Prof. Dudan

EXPONENCIAIS DO 2º TIPO

São equações resolvidas por uma incógnita auxiliar.

2. Determine a solução das equações exponenciais.


a) 4 x − 9  .  2 x + 8 = 0 b) 9 x − 2  .  3x+1 +  32 = 0

3. O conjunto-solução da equação (0,25)2x = 32 é:


a) − 5
8
5
b)
8

c) 1
2
5
d) −
4

e) 5
4

4. A solução da equação é um número racional x, tal que:


a) −1 ≤ x ≤ 0
b) 0 < x < 1
c) 1 ≤ x ≤ 2
d) 2 < x < 3
e) 3 ≤ x ≤ 4

5. O valor de x que verifica a equação é:


a) 0,4
b) 0,8333
c) 1,2
d) 2,5
e) inexistente

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6. A solução de é:
a) um múltiplo de 16
b) um múltiplo de 9
c) um número primo
d) um divisor de 8
e) um primo com 48
3x -x
7. Se 5 = 8, então o valor de 5 é:
a) 2
b) 1
2

c) 1
4

d) 1
8

e) 1
6

Gabarito: 3. A 4. C 5. C 6. A 7. B

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Matemática

FUNÇÃO EXPONENCIAL

Chamamos de função exponencial qualquer função de ℜ em ℜ , definida por:

onde a ∈ℜ + e a ≠ 1
*
f(x) = ax
Exemplos:
x
x ⎛ 3⎞
I) f(x) = 4 II) f(x) = III) f(x) = 2x – 1 IV) f(x) = 5 – x
⎜⎝ 7 ⎟⎠

GRÁFICOS

FUNÇÃO CRESCENTE FUNÇÃO DECRESCENTE

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Exemplo:

1. Esboce o gráfico das seguintes funções: x −x


x
⎛ 1⎞ ⎛ 1⎞
a) f(x) = 10 b) f(x) = ⎜ ⎟ c) f(x) = ⎜⎝ 5 ⎟⎠
⎝π⎠

d) f(x) = 10 – x e) y = 3x – 2 f) y = – 2.3x

2. Em uma cultura, o número de bactérias é dado por f(t) = 1000 . 30,5t, onde t é o tempo em
horas. Quando o número de bactérias for 9000, o valor de t será:
a) 1
b) 2
c) 4
4500
d) 1000 . 3
4500
e) 3000

3. Uma instituição financeira oferece um tipo de aplicação tal que, após t meses, o montante
0,04t
relativo ao capital aplicado é dado por M(t) = C . 2 , onde C > 0. O menor tempo possível para
quadruplicar uma certa quantia aplicada nesse tipo de aplicação é:
a) 5 meses
b) 2 anos e 6 meses
c) 4 anos e 2 meses
d) 6 anos e 4 meses
e) 8 anos e 5 meses

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Matemática – Função Exponencial – Prof. Dudan

4. A figura mostra um esboço do gráfico da função y = ax + b, com a, b ∊ IR, a > 0, a ≠ 1 e b ≠ 1.

Então o valor de a² – b² é:
a) –3
b) –1
c) 0
d) 1
e) 3

x
5. A função representada no gráfico é definida por f(x) = a . b . Então:
a) a<0eb>1
b) a<0e0<b<1
c) a<0eb=1
d) a>0eb>1
e) a>0e0<b<1

Gabarito: 2. C 3. C 4. E 5. A

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Matemática

LOGARITMOS

DEFINIÇÃO

Na matemática, o logaritmo de um número é o expoente a que outro valor fixo, a base, deve
ser elevado para produzir esse número.
Por exemplo, o logaritmo de 1000 na base 10 é 3 porque 10 ao cubo é 1000 (1000 = 10 × 10 × 10
3
= 10 ).
De maneira geral, para quaisquer dois números reais a e b, onde b >0 e b ≠ 1, temos:

logb a = c       ⇒bc = a

onde a é o logaritmando
b é a base
c é o logaritmo
Exemplos:
a) log39 = 2 b) log20,25 = – 2 c) log28 = 3

CASOS PARTICULARES

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Exemplos:
a) log31 = 0 b) log22 = 1 c) log21 = 0

PROPRIEDADES

Propriedade do produto

logba +logca =logb.c


a

Exemplo:
a) log312 + log35 = log312.5 = log360

Propriedade do quociente

b
logba −logca =loga c

Exemplo:
72
a) log372 – log312 = log3 = log3 6
12

Propriedade da potência

logban =n.logba
Exemplo:
a) log3 72 = 2. log3 7

Propriedade da mudança de base

logbc
log = log
b
a a
c

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Matemática – Logaritmos – Prof. Dudan

Exemplo:
log10 7
a) log37 =
log10 3

Exemplos:

1. Considere as afirmações:
I – log 1 = 0
II – log 0,01 = – 2
III – log (a + b) = log a + log b
Associe a cada uma delas a letra V se for verdadeira e F caso seja falsa. Na ordem apresentada,
temos:
a) V, F, V
b) V, V, F
c) F, V, V
d) V, V, V
e) V, F, F

2. Se, x = log 2 128 então x – 3 é:


a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
1
3. Se log8 x −log8 y = , então a relação entre x e y é:
3
a) x= 3y
b) 2x – y = 0
x 1
c) =
y 3
d) y = 8x
e) x = 2y

4. A base do sistema de logaritmos no qual o logarítmo de 8 vale 3 é:


a) 0
b) 1
c) 2
d) –1
e) –2

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5. Calcule log9 27.
a) 1
b) 2
c) 3
3
d)
2
e) 1
2

Gabarito: 1. B 2. D 3. E 4. C 5. D

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Matemática

EQUAÇÃO LOGARÍTMICA

Definição

Podemos resolver uma equação logarítmica quando há uma igualdade entre logaritmos de
mesma base ou quando igualamos um logaritmo a um número real.
Quando falamos de logaritmo, devemos nos lembrar de sua definição básica:
log ab = x → ax = b
E quando pensamos em equação logarítmica, devemos unir as ideias de logarítmo com as
definições básicas de funções.
Alguns tipos principais de equações destacam-se :

I. Logaritmo e um número real


Usando a propriedade básica do logaritmo, em que log ab = x → ax = b, e lembrando que há
uma condição de existência, b > 0. Vamos resolver a equação logarítmica abaixo:
log 3 (x + 5) = 2
32 = x + 5
x + 5 = 32
x+5=9
x=9–5
x=4
Vamos substituir o valor encontrado para x a fim de verificar a condição de existência:
x + 5 > 0 → 4 + 5 > 0 → 9 > 0.
Como a condição de existência foi respeitada, concluímos que a solução da equação é x = 4.

II. Logaritmos de mesma base:


Se tivermos uma equação logarítmica do tipo log a n = log a m, com mesma base, para a
igualdade ser verdadeira, é necessário que n = m.

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É importante ainda que n e m sejam positivos para satisfazer a condição de existência.
Vejamos um exemplo prático utilizando equação:
log 2 (4x + 5) = log 2 (2x + 11)
Nesse exemplo, a base 2 é a mesma em ambos os lados da equação; portanto, para a igualdade
ser verdadeira, é necessário que 4x + 5 seja igual a 2x + 11. Temos então:
4x + 5 = 2x + 11
4x – 2x = 11 – 5
2x = 6
6
x=
2
x=3
Vamos substituir o valor encontrado para x para verificarmos a condição de existência:
4x + 5 = 4 . 3 + 5 = 12 + 5 = 17 > 0
2x + 11 = 2 . 3 + 11 = 6 + 11 = 17 > 0
Exemplo :

1. Resolva:
a) logx–16 = 1 b) log5 (x + 2) = 2

2. O único valor de x que verifica a equação log 5 ( – x + 2) = 2 sobre


a) é negativo
b) está entre 0 e 10
c) está entre 10 e 20
d) está entre 20 e 30
e) está entre 50 e 100
2
3. Considere a > 1 e a expressão adiante x = loga2 a+loga a , então o valor de x é:
a) 2
b) 3
2
5
c)
2
d) 2
5
e) 1

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Matemática – Equação Logarítmica – Prof. Dudan

4. A raiz da equação log (log(x + 1)) = 0.


a) 0
b) 1
c) 9
d) 10
e) 11

5. Se log1/81
1/3
= x, então o valor de log2x é:
a) 4
b) 3
c) 1
2
d) 2

e) 1
4

Gabarito: 2. A 3. B 4. C 5. D

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Matemática

FUNÇÃO LOGARÍTMICA

Definição

Toda função definida pela lei de formação f(x) = logax, com a ≠ 1 e a > 0 é denominada função
logarítmica de base a. Nesse tipo de função, o domínio é representado pelo conjunto dos
números reais maiores que zero e o contradomínio, o conjunto dos reais.
Exemplos de funções logarítmicas:
f(x) = log2x
f(x) = log3x
f(x) = log1/2x
f(x) = log10x
f(x) = log1/3x

GRÁFICOS

FUNÇÃO CRESCENTE FUNÇÃO DECRESCENTE

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Exemplo:

1. Esboce o gráfico das seguintes funções:


a) f(x) = log2x b) f(x) = log1/3x c) f(x) = log10x

d) f(x) = logπx e)f(x) = log0,7x f) f(x) = log7/3x

Determinando o domínio da função logarítmica


Devemos sempre garantir a condição de existência dos logaritmos e assim definir o domínio da
função logarítmica.
Exemplo:

1. Determine o domínio da função f(x) = log(x – 2) (4 – x) :


1) 4 – x > 0 → – x > – 4 → x < 4
2) x – 2 > 0 → x > 2
3) x – 2 ≠ 1 → x ≠ 1+2 → x ≠ 3
Realizando a intersecção das restrições 1, 2 e 3, temos o seguinte resultado:
•• < x < 3 e 3 < x < 4.
Dessa forma, D = {x E R / 2 < x < 3 e 3 < x < 4}

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Matemática – Função Logarítmica – Prof. Dudan

Exemplos:

2. Observe a representação da função dada por y = log(x), a seguir. Pelos dados da figura, podemos
afirmar que valor de log(a.b) é:

a) 1
b) 10
2/5
c) 10
d) 103/5
e) 105

3. O gráfico mostra o comportamento da função logarítmica na base a. Então o valor de a é:

a) 10
b) 2
c) 1
d) 1
2
e) – 2

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4. Certo tipo de planta tem seu crescimento aproximado pela função h(x) = log3 (x + 1) , onde x é o
número de dias após a germinação e h(x) é a altura da planta em cm. Assim, podemos dizer que
a altura dessa planta após 2 anos da germinação será de aproximadamente:
a) 4 cm
b) 5 cm
c) 6 cm
d) 7 cm
e) 8 cm

5. Considere as seguintes funções reais e os seguintes gráficos:

Fazendo a correspondência entre as funções e os gráficos, assinale, dentre as alternativas a


seguir, a sequência CORRETA:
a) I-A, II-B, III-C, IV-D
b) I-A, II-D, III-C, IV-B
c) I-B, II-D, III-A, IV-C
d) I-C, II-B, III-A, IV-D
e) I-B, II-C, III-D, IV-A

Gabarito: 2. A 3. D 4. C 5. C

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Matemática

INEQUAÇÕES

DEFINIÇÃO

Inequação é uma sentença matemática, com uma ou mais incógnitas, expressas por uma
desigualdade, diferenciando-se da equação, que representa uma igualdade.
Os principais tipos de inequações cobradas em concursos públicos são as de 1º e 2º graus, que
exigirão também conhecimentos básicos sobre as próprias equações de 1º e 2º graus.

INEQUAÇÃO DE 1º GRAU

Nas inequações de 1º grau, a resolução algébrica é eficaz.


Exemplos:
a) 2x – 8 > 0 b) 3x + 9 ≥ 0 c) – 3x – 10 < 0 d) – 5x + 1 ≤ 0
2x > 8 3x ≥ – 9 – 3x < 10 – 5x ≤ – 1
X > 8/2 x ≥ – 9/3 (multiplica por – 1) (multiplica por – 1)
X > 4 x ≥ – 3 3x > – 10 5x ≥ 1
X > 10 /3 x ≥ 1/5
DICA: Uma desigualdade muda de sentido quando multiplicamos ou dividimos ambos os
membros por um mesmo número negativo.
Mais exemplos:
a) 2 – 4x ≥ x + 17 b) 3(x + 4) < 4(2 – x)

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INEQUAÇÃO DE 2º GRAU

Nas inequações de 2º grau, será necessária a resolução gráfica. Para isso, resolveremos a
"equação", montaremos seu gráfico (parábola) e então iremos nos preocupar com a inequação.
Exemplo:
a) x² + 2x – 3 < 0

Por Bhaskara, acharemos as suas duas raízes: x1 = 1 e x2 = – 3 e traçaremos seu gráfico:

+ +

-3 – 1

Os sinais colocados referem-se ao valores de y. A parte do gráfico que fica acima do eixo x leva
o sinal + e a parte abaixo, o sinal de –.
Traçado o gráfico basta agora perceber que a inequação pede a parte negativa (< 0). Logo a
solução seria:

+ +

-3 – 1

S = {–3 < x < 1}


Exemplo:

b) x² – 6x + 8 ≥ 0

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Matemática – Inequações – Prof. Dudan

1. O conjunto solução da inequação (x – 2)² < 2x – 1, considerando como


universo o conjunto R, está definido por:
a) 1<x<5
b) 3<x<5
c) 2<x<4
d) 1<x<4
e) 2<x<5

2. O conjunto solução da inequação x² – 2x – 3 ≤ 0 é:


a) {x R / –1 < x < 3}
b) {x R / –1 < x ≤ 3}
c) {x R / x < -1 ou x > 3}
d) {x R / x ≤ –1 ou x ≥ 3}
e) {x R / –1 ≤ x ≤ 3}

3. A menor solução inteira de x² – 2x – 35 < 0 é.


a) –5
b) –4
c) –3
d) –2
e) –1

4. O conjunto solução da inequação x² – 3x – 10 < 0 é:


a) (– �, –2)
b) (– �, –2) (5, �)
c) (– 2, 5)
d) (0, 3)
e) (3, 10)

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5. A solução da inequação x² ≤ x é o intervalo real:
a) (– �; – 11]
b) [– 1; + �)
c) [– 1; 0]
d) [– 1; 1]
e) [0; 1]

6. O preço da corrida de táxi na cidade R é calculado adicionando um valor fixo de R$


2,50 a R$ 1,30 por cada quilômetro rodado, enquanto na cidade S o preço é obtido
adicionando um valor fixo de R$ 3,40 a R$ 1,25 por quilômetro rodado. A partir de
quantos quilômetros rodados o táxi da cidade R deixa de ser mais barato que o da
cidade S?
a) 18
b) 15
c) 12
d) 10
e) 9

7. O custo diário de produção de um artigo é C = 50 + 2x + 0,1x², onde x é a quantidade


diária produzida. Cada unidade do produto é vendida por R$ 6,50. Entre quais valores
deve variar x para não haver prejuízo?
a) 19 ≤ x ≤ 24
b) 20 ≤ x ≤ 25
c) 21 ≤ x ≤ 26
d) 22 ≤ x ≤ 27
e) 23 ≤ x ≤ 28

Gabarito: 1. A 2. E 3. B 4. C 5. E 6. A 7. B

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Matemática – Inequações – Prof. Dudan

INEQUAÇÃO EXPONENCIAL

A resolução de inequações exponenciais inicia com o mesmo objetivo de uma equação


exponencial: IGUALAR AS BASES.
Podemos dividir as inequações em dois tipos.
1º tipo: base > 1 ou 2º tipo: 0 < base < 1 .
Veja um exemplo do 1º tipo (base > 1) resolvido abaixo:

2x < 83 Como em uma equação, vamos fatorar ambos os lados:


x 3 3
2 < (2 ) Aplicando as propriedades de potenciação
x 9
2 <2 Pronto, com as bases iguais, podemos cortá-las e trabalhar somente com os expoentes.
x<9 Esta é a resposta

O 2º tipo (0 < base < 1) tem uma pequena diferença, que é a inversão do sinal da desigualdade
entre os expoentes após igualar as bases.

4x+5 2x+3
⎛ 1⎞ ⎛ 1⎞
⎜⎝ 4 ⎟⎠ ≥⎜ ⎟ Já temos as bases igualadas
⎝ 4⎠

4x + 5 ≥ 2x + 3 Vamos resolver a equação criada pelos expoentes, mas antes devemos inverter
4x + 5 ≤ 2x + 3 o sinal da desigualdade.
4x – 2 ≤ 3 – 5
2x ≤ –2 Esta é a resposta correta!
x ≤ –1

Observação:
Sempre que tivermos 0 < base < 1 devemos INVERTER o sinal da desigualdade ao "cortar" as
bases da inequação.

Determine a solução das inequações:


a) 5x ≤ 125

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b) (0,3)x ≤ 0,09

c) (1/2)x < 8

d) (1/3)x–2 > 1/81

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Matemática

SISTEMAS DE EQUAÇÕES

Todo sistema linear é classificado de acordo com o número de soluções apresentadas por ele.

DETERMINADO
Admite uma única solução
POSSÍVEL OU COMPATÍVEL
quando admite solução �
SISTEMA INDETERMINADO


LINEAR Admite infinitas soluções

IMPOSSÍVEL OU INCOMPATÍVEL
quando não admite solução

Métodos de Resolução
Método da Adição
Definição
Consiste em somar as equações, que podem ser previamente multiplicadas por uma constante,
com o objetivo de eliminar uma das variáveis apresentadas.
Esse método consiste em multiplicar as equações de maneira que se criem valores "opostos"
da mesma variável que será eliminada quando somarmos as equações.
Vale ressaltar que nem sempre é necessária tal multiplicação .

x + 2y = 16
Exemplo: �
3x – y = 13
Assim, multiplicaremos a segunda equação por 2, logo:
x + 2y = 16
� assim criamos os valores opostos 2y e – 2y.
6x - 2y = 26

Agora somaremos as 2 equações, logo:


x + 2y = 16
6x - 2y = 26
7x + 0y = 42

www.acasadoconcurseiro.com.br 825
42
Logo x = 7 → x = 6 e, para achar o valor de y, basta trocar o valor de x obtido em qualquer uma
das equações dadas:
10
Assim, se x + 2 y = 16, então 6 + 2y = 16 → 2y = 10 e portanto y = →y=5
2

1. Resolva usando o método da adição.

3x + y = 9 3x − 2y = 7
a) b)
2x + 3y = 13 x + y = −1

Método da Substituição

Definição
Esse método consiste em isolar uma das variáveis numa equação e substituí-la na outra.
Vale ressaltar que preferencialmente se deve isolar a variável que possuir “coeficiente” 1; assim
evitamos um trabalho com o m.m.c.

x + 2y = 16
Exemplo: �
3x – y = 13

Assim, isolando o “x” na primeira equação, temos:


x = 16 – 2y e substituindo-o na segunda equação:
−35
3(16 – 2y) – y = 13 → 48 – 6y – y = 13 → – 7y = 13 – 48 → – 7y = – 35 logo x = =5
−7
Daí basta trocar o valor de x obtido na equação isolada:
Se x = 16 – 2y, logo x = 16 – 2 x 5 → x = 16 – 10 → x = 6

2. Resolva usando o método da substituição.


3x + y = 9 3 x − 2y = 7
a) b)
2 x + 3y = 13 x + y = −1

Caso Especial
Sempre que nos depararmos com um sistema de duas equações no qual uma delas seja uma
“proporção”, podemos resolvê-la de maneira eficaz e segura aplicando os conceitos de divisão
proporcional.

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Matemática – Sistemas de Equações – Prof. Dudan

Exemplo:

3. A idade do pai está para a idade do filho assim como 7 está para 3. Se a diferença entre essas
idades é 32 anos, determine a idade de cada um.

4. Os salários de dois funcionários do Tribunal são proporcionais às suas idades, que são 40
e 25 anos. Se os salários somados totalizam R$ 9.100,00 qual a diferença de salário desses
funcionários?

Faça Você:

5. Na garagem de um prédio, há carros e motos num total de 13 veículos e 34 pneus.


O número de motos nesse estacionamento é:

a) 5
b) 6
c) 7
d) 8
e) 9

6. Um aluno ganha 5 pontos por exercício que acerta e pede 3 pontos por exercício
que erra. Ao fim de 50 exercícios, tinha 10 pontos. Quantos exercícios ele acertou?

a) 15
b) 35
c) 20
d) 10
e) 40

7. Uma família foi a um restaurante em que cada criança paga a metade do buffet
e cada adulto paga R$ 12,00. Se nessa família há 10 pessoas e a conta foi de R$
108,00, o número de adultos é:

a) 2
b) 4
c) 6
d) 8
e) 10

www.acasadoconcurseiro.com.br 827
8. O valor de dois carros de mesmo preço adicionado ao de uma moto é R$ 41.000. O
valor de duas motos iguais à primeira adicionado ao de um carro de mesmo preço
que os primeiros é de R$ 28.000. A diferença entre o valor do carro e o da moto é:
a) R$ 5.000
b) R$ 13.000
c) R$ 18.000
d) R$ 23.000
e) R$ 41.000

9. João entrou na lanchonete BOG e pediu 3 hambúrgueres, 1 suco de laranja e


2 cocadas, gastando R$ 21,50. Na mesa ao lado, algumas pessoas pediram 8
hambúrgueres, 3 sucos de laranja e 5 cocadas, gastando R$ 57,00. Sabendo-se
que o preço de um hambúrguer, mais o de um suco de laranja, mais o de uma
cocada totaliza R$ 10,00, assim o preço de cada um desses itens em reais,
respectivamente, vale.
a) 4; 2,5 e 3,5
b) 3; 2 e 4
c) 4; 3 e 2
d) 4; 2,5 e 3
e) 3; 2,5 e 3,5

10. Durante uma aula de ginástica, três amigas, com a mesma preocupação, resolveram
avaliar o peso de cada uma, utilizando a balança da academia. A pesagem, contudo,
foi efetuada duas a duas. Ana e Carla pesaram, juntas, 98 kg; Carla e Márcia, 106
kg; Ana e Márcia, 104 kg. O peso das três amigas, juntas, subtraindo o dobro do
peso de Carla, é igual a:
a) 42 kg
b) 46 kg
c) 48 kg
d) 54 kg
e) 58 kg

Gabarito: 5. E 6. C 7. D 8. B 9. A 10. D

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Matemática

CICLO TRIGONOMÉTRICO

Definição

•• O Círculo Trigonométrico ou Ciclo Trigonométrico é um recurso criado para facilitar a


visualização das proporções entre os lados dos triângulos retângulos. Ele consiste em uma
circunferência orientada de raio unitário, centrada na origem dos 2 eixos de um plano
cartesiano ortogonal, ou seja, um plano definido por duas retas perpendiculares entre si,
ambas com o valor 0 (zero) no ponto onde elas se cortam.
Existem dois sentidos de marcação dos arcos no ciclo: o sentido positivo, chamado de anti-
horário, que se dá a partir da origem dos arcos até o lado terminal do ângulo correspondente
ao arco; e o sentido negativo, ou horário, que se dá no sentido contrário ao anterior.

•• O radiano (símbolo: rad ) é a razão entre o comprimento de um arco e o seu raio. Ele é a
unidade padrão de medida angular utilizada em muitas áreas da Matemática.
Relação Principal: πrad = 180°
•• Nos estudos trigonométricos, existem arcos que possuem medidas maiores que 360º, isto
é, eles possuem mais de uma volta. Sabemos que uma volta completa equivale a 360º
ou 2π rad. Com base nessa informação, podemos reduzi-lo à primeira volta, realizando o
seguinte cálculo: dividir a medida do arco em graus por 360° (volta completa), o resto da
divisão será a menor determinação positiva do arco.
•• Dois arcos são côngruos quando possuem a mesma origem e a mesma extremidade.
Dessa forma, a determinação principal do arco em um dos quadrantes fica mais fácil. A
determinação principal de um arco que mede α (graus ou radianos) é dada de acordo com
as definições: 0° ≤ α < 360° ou 0 ≤ α < 2π.

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→ Exemplo Resolvido: Considerando o arco α = 2100°, qual será a sua determinação principal?
2100° : 360° = quociente 5 e resto igual a 300. Portanto, o arco possui determinação principal
no 3º quadrante (300°), com 5 voltas completas. Logo, ele é côngruo do 300°.

17π
→ Exemplo 2: Dado o arco , a sua determinação principal será:
4 rad
17π 16π π π
= + = 4π + , onde:
4 rad 4 4 4

4π = corresponde a duas voltas completas


π
= determinação principal (45° – 1° quadrante)
4

Resumindo: NÃO IMPORTA QUANTAS VOLTAS SÃO DADAS, MAS SIM ONDE ELA PARA.

TRANSFORMAÇÕES: RADIANOS ↔ GRAUS

•• Quando medimos o ângulo de um arco, utilizamos como unidade o grau ou o radiano.


Temos que 1º (um grau) possui 60’ (sessenta minutos) e 1’ (um minuto) possui 60” (sessenta
segundos). Uma circunferência possui 360 arcos de abertura igual a 1°.
Α tabela a seguir mostra algumas relações entre as unidades em graus e radianos:

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Matemática – Ciclo Trigonométrico – Prof. Dudan

7π 5π
1. Localize no ciclo trigonométrico os arcos 45°, π , 210°,330°, e .
3 6 6

2. Calcule a determinação principal e localize os arcos côngruos de 810°, 1620°, 2000° e 27π .
4

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3. Dentre os desenhos abaixo, aquele que representa o ângulo que tem medida mais próxima de
1 radiano é:

4. Se um ângulo mede 40°, então sua medida em radianos vale:


π
a)
3
π
b)
4

c)
9

d)
7

e)
6

Gabarito: 4. C

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Matemática

RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

Definição

A Trigonometria (trigono: triângulo e metria: medidas) é o ramo da Matemática que estuda a


proporção, fixa, entre os comprimentos dos lados de um triângulo retângulo, para os diversos
valores de um dos seus ângulos agudos.
Entre esses ângulos, os de 30°, 45° e 60° são denominados ângulos notáveis. As proporções
entre os 3 lados dos triângulos retângulos são denominadas de seno, cosseno, tangente e
cotangente, dependendo dos lados considerados na proporção.

Principais Relações Trigonométricas

→ Os estudos iniciais sobre a Trigonometria são associados ao grego Hiparco, que relacionou
os lados e os ângulos de um triângulo retângulo e possivelmente construiu a primeira tabela
de valores trigonométricos, por isso muitos o consideram o pai da trigonometria. Os estudos
trigonométricos no triângulo são embasados em três relações fundamentais: seno, cosseno e
tangente.
•• O seno é uma função Trigonométrica. Dado um triângulo retângulo com um de seus
ângulos internos igual a θ, define-se sen θ como sendo a razão entre o cateto oposto a θ e a
hipotenusa desse triângulo. Dessa mesma forma, o cosseno, definido como cos θ, é a razão
entre o cateto adjacente a θ e a hipotenusa. Para completar, temos a tangente, tg θ, que é
a razão entre os catetos oposto e adjacente.
•• Assim:

cateto oposto
sen θ =
hipotenusa
cateto adjacente
cos θ =
hipotenusa
cateto oposto
tg θ =
cateto adjacente

DICA: SOH CAH TOA

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Visualização no ciclo

Vale lembrar que − 1 ≤ senx ≤ +1 , − 1 ≤ cosx ≤ +1 e − ∞ ≤ tgx ≤ + ∞.


NÃO ESQUECER : sen² x + cos² x = 1 , para todo x∊R.
Além disso, é importante sabermos os valores dos ângulos notáveis.

IMPORTANTE: Use Sempre Sua Cabeça!!!!!


Exemplos:
2m−1
1. Sendo sen x = e π < x < 2π, o menor valor inteiro de m é:
6
a) −3
b) −2
c) −1
d) 0
e) 1

2. Um avião decola, percorrendo uma trajetória retilínea, formando com o solo, um ângulo de 30°
(suponha que a região sobrevoada pelo avião seja plana). Depois de percorrer 1.000 metros, a
altura atingida pelo avião é.
a) 250 m
b) 250 3

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Matemática – Relações Trigonométricas – Prof. Dudan

c) 500 m
d) 500 2
e) 500 3

3. Um foguete é lançado sob um ângulo de 45°. Num certo instante, a altura dele é de 500 m.
Logo a distância percorrida por ele, em linha reta, é de:
a) 1000 m
b) 600 m
c) 500 m
d) 500 2 m
e) 1000 2 m

4. Um avião levanta voo sob um ângulo constante de 20°. Após percorrer 2.000 metros em linha
reta, a altura atingida pelo avião, é de aproximadamente.
(Utilize: sen 20° = 0,342; cos 20° = 0,94 e tg 20° = 0,364)
a) 684 m
b) 728 m
c) 1280 m
d) 1880 m
e) 2000m

5. As ruas Jerônimo Coelho e Duque de Caxias, ambas retilíneas, cruzam-se conforme um ângulo
de 30°. A sede da Casa do Concurseiro encontra-se na avenida Jerônimo Coelho, a 900 m do
citado cruzamento. Portanto, em metros, a distância da sede da Casa do Concurseiro a Duque
de Caxias é de.
a) 300 m
b) 450 m.
c) 450 3 m
d) 600 m
e) 900 m

6. Quando o ângulo de elevação do sol é de 65°, a sombra de um edifício mede 18 m. A altura do


edifício é de:
(sen 65° = 0,9063, cos 65° = 0,4226 e tg 65° = 2,1445)
a) 7,60 m
b) 16,31 m
c) 24,45 m
d) 38,60 m
e) 45,96 m

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− 3 ⎡π ⎤
7. Sendo cos x = ex∊ ⎢ ,π ⎥ ; o valor de tg x é:
2 ⎣2 ⎦
a) 3
− 3
b)
3
c) − 3

d) 3 3

e) 1

42
8. Sendo x um número real, o menor e o maior valor possíveis da expressão são,
respectivamente, ( )
5− 2.sen 10x

a) 6 e 14

42
b) − 21 e
5
14 42
c) − e
5 25
d) − 42 e 42

e) − 14 e − 6

Outras Relações Trigonométricas

COTANGENTE, SECANTE E COSSECANTE


→ As razões trigonométricas vistas anteriormente possuem inversas que são nomeadas
cossecante, secante e cotangente. Assim:
1 hipotenusa
•• sec x = =
cosx cateto adjacente
1 hipotenusa
•• cossec x = =
senx cateto oposto
1 cateto adjacente
•• cotg x = =
tg x cateto oposto

Vale lembrar que secante, cossecante e cotangente herdam os sinais de cosseno, seno e
tangente respectivamente.

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Matemática – Relações Trigonométricas – Prof. Dudan

→ Ainda devemos lembrar que:


sec² x = 1 + tg² x cosec²x = 1 + cotg²x

1 π
9. Sabendo-se que cotg x = e 0 < x < , pode-se afirmar que o valor de sen x é:
2 2
1
a)
10
2
b)
5
5
c)
5
2 5
d)
5
5
e)
2

10. A expressão (1 + cotg2x).(1 − cos2x) é igual a:


a) 0
b) 1
c) cos x
d) sen x
e) cotg x

Gabarito: 1. B 2. C 3. D 4. A 5. B 6. D 7. B 8. A 9. D 10. B

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Matemática

FUNÇÃO TRIGONOMÉTRICA

Definição

A palavra trigonometria é formada por três radicais gregos: tri(três), gono(ângulos)e


metron(medida); significando “medida dos triângulos”.
No campo das funções, estudaremos o comportamento das funções trigonométricas “clássicas”
e suas variações.

Função Seno

Chamamos de função seno a função f(x) = sen x.


O domínio dessa função é R e a imagem é Im [ – 1,1] ; visto que, na circunferência trigonométrica,
o raio é unitário e, pela definição do seno, –1 ≤ sen x ≤ 1, ou seja:
Domínio de f(x) = sen x; D(sen x) = R.
Imagem de f(x) = sen x; Im(sen x) = [ – 1,1].

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Função Cosseno

Chamamos de função cosseno a função f(x) = cos x


Assim como na f(x) = sen x, temos :
D(cos x) = R e Im(cos x) = [ – 1,1].

Função Tangente

Chamamos de função tangente a função f(x) = tg x.


Domínio de f(x) = O domínio dessa função são todos os números reais, exceto os que zeram o
cosseno, pois não existe tangente se cosx = 0.
Im (tg x) = R ou ]-∞;+∞[ .

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Matemática – Função Trigonométrica – Prof. Dudan

Vale ressaltar que essas são as funções básicas e que elas podem sofrer algumas variações.

ESTRUTURA DAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS


As funções trigonométricas (seno e cosseno) se comportam de acordo com a seguinte estrutura:
seno
f(x) = cosseno (Bx + C) + D , onde:
A : define a imagem

B: define o período , pois Per =
B
C: movimento horizontal (corredor)
D: movimento vertical (elevador):

Vale ressaltar que o movimento de “elevador” faz com que o gráfico perca a simetria em torno
do eixo X.
Exemplo:

1. Esboce os gráficos de:

⎛ x⎞
a) f(x) = 2 sen (3x) b) f(x) = – 3 cos ⎜ ⎟
⎝ 2⎠

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⎛ π⎞
2. O período da função definida por f(x)   =  sen   ⎜ 3x-­‐     ⎟ é:
⎝ 2⎠
a) π
2

b) 2π
3

c) 5π
6

d) π
e) 2π

3. Sobre a função representada no gráfico é correto afirmar:


a) O período da função é 2 π .

b) O domínio é o intervalo [ – 3, 3].

c) A imagem é o conjunto IR.

⎛ x⎞
d) A função é 3 sen ⎜ ⎟
⎝ 2⎠
π
e) A função é y = 3 sen
2

4 Na figura a seguir, tem-se parte do gráfico da função f, de IR em IR, dada por f(x) = k.cos(tx).
Nessas condições, calculando-se k – t obtém-se:
3
a) −
2
b) -1
c) 0
d) 3
2
e) 5
2

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Matemática – Função Trigonométrica – Prof. Dudan

5. O gráfico seguinte corresponde a uma das funções de IR em IR a seguir definidas. A qual delas?

a) f(x) = sen 2x + 1
b) f(x) = 2 sen x
c) f(x) = cos x + 1
d) f(x) = 2 sen 2x
e) f(x) = 2 cos x + 1

Gabarito: 2. B 3. D 4. D 5. A

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Matemática

DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS

Definição

Dados dois pontos distintos do plano cartesiano, chama-se distância entre eles a medida do
segmento de reta que tem os dois pontos por extremidade. Sendo A(x1, y1) e B(x2, y2), aplicando
Pitágoras, temos:

 
dAB = (xB − x A )2 + (yB − y A )2

DICA: Use o Teorema de Pitágoras no triângulo retângulo formado.

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Exemplo:

1. Determine a distância entre os pontos:


a) O (0, 0) e P (4, 3) b) A (3, 2) e B (– 2, 14)

2. A distância entre A (– 3, k) até B (1, – 5) é 5 u.c.. Determine o(s) valor(es) de k.

PONTO MÉDIO

O ponto médio é o ponto que divide o segmento em duas partes congruentes (iguais). Para
determinar o ponto médio de um segmento, basta fazer a média aritmética entre os valores de
x e a média aritmética entre os valores de y.
Sendo A(x1, y1), B(x2, y2) e M(xM , yM) o seu ponto médio, temos:

 
⎛ x1 + x 2 y1 + y 2 ⎞
PM ⎜ , ⎟
⎝ 2 2 ⎠

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Matemática – Distância entre Pontos – Prof. Dudan

Exemplo:

3. Determine o ponto médio do segmento AB , sendo A(4, – 5) e B(– 1, – 9).

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Matemática

ESTUDO DA RETA

CONDIÇÃO DE COLINEARIDADE

Sendo A(x1, y1), B(x2, y2) e C(x3, y3) três pontos distintos dois a dois, são colineares ou estão
alinhados, se e somente se:

Para que os três pontos estejam sobre a mesma reta,

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Exemplo:

1. Determine o valor de k para que os pontos A (2, – 3), B ( – 1, k) e C (0, 3) sejam colineares.

EQUAÇÃO REDUZIDA DA RETA

É toda equação do tipo y = ax + b, onde “a” é chamado de coeficiente angular (ou declividade
ou inclinação) e “b” é chamado de coeficiente linear.
Obs.: um sinônimo de coeficiente é parâmetro.
Exemplos:

⎧ ⎧
y = 2x − 3           ⎨ a = 2 y = −5x +1           ⎨ a = −5
⎩ b = −3 ⎩ b=1

COEFICIENTE ANGULAR DE UMA RETA


O coeficiente angular de uma reta é um número real “a” que representa a sua inclinação (α).
Para determinar esse coeficiente angular, basta calcular a tangente do ângulo formado por essa
reta com o eixo x.
y = ax + b
coeficiente angular → a = tg α
coeficiente linear → “b” é o ponto de intersecção com o eixo y

Para o coeficiente angular, temos que lembrar que:


y 2 − y1
tg α = = a, sendo A(x1 , y1) e B(x2 , y2) pontos pertencentes a esta reta.
x2 − x1
sen  α
LEMBRAR: tg  α = , e o valor das principais tangentes:
cos  α

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Matemática – Estudo da Reta – Prof. Dudan

Exemplo:

2. Determine as equações das retas abaixo:

3. Determine o coeficiente angular da reta abaixo:

EQUAÇÃO DA RETA POR UM PONTO E O COEFICIENTE ANGULAR

Para determinar a reta que possua um ponto A(x1 , y1) e o coeficiente angular a, aplica-se a
fórmula:

y−y0 =a( x−x0 )


Exemplo:

4. Determine a equação da reta que passa pelo ponto A (– 3, 1) e tem declividade 2.

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5. A equação geral da reta abaixo representada é:
a) 3x − 3y + 6 = 0
b) 3x + 3y + 6 = 0
c) 3x − y − 2 = 0
d) y = 3x + 2 3
e) y = 3 / 3(x + 2)

EQUAÇÃO DA RETA POR DOIS PONTOS

Para determinar a reta que passe por dois pontos A(x1 , y1) e B(x2 , y2), aplica-se:

onde, x e y são as incógnitas da equação da reta.

Exemplo:

6. A equação reduzida da reta que contém os pontos A (2, – 5) e B (– 1,1) é:


a) y = – 2x – 1
b) y = – 2x + 1
c) y = 2x
d) y=–x+2
e) y=x+2

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Matemática – Estudo da Reta – Prof. Dudan

PARALELISMO E PERPENDICULARISMO

RETAS PARALELAS
Duas ou mais retas são paralelas quando possuem o mesmo coeficiente angular. A reta r é
paralela a reta s então,

RETAS PERPENDICULARES
Duas retas são perpendiculares quando o coeficiente angular de uma é igual ao inverso
multiplicativo da outra com o sinal trocado.

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Exemplo:

7. Determine a inclinação da reta r.

8. Determine a reta suporte da mediatriz do segmento AB , sendo A (– 1, 4) e B (3, 6).

INTERSECÇÃO DE RETAS

Para determinar o ponto de encontro de duas retas r e s, basta determinar a solução do sistema
de equações.

 
⎧r : ax + by + c = 0

⎩s : dx + ey + f = 0

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Matemática – Estudo da Reta – Prof. Dudan

Exemplo:

9. Determine a intersecção das retas 3x – 4y + 6 = 0 e 2x + y – 4 = 0.

DISTÂNCIA DE UM PONTO À RETA

A distância de um ponto P (x0 , y0) até uma reta AX + BY + C = 0 é dada pela fórmula:

A.x0 +B.y 0 + C
DPr =
A2 +B2
Exemplo:

10. Determine a distância do ponto P à reta r.

Gabarito: 5. A 6. A

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Matemática

ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA

Definição

De acordo com a Geometria Euclidiana, circunferência é o espaço geométrico de uma região


circular que compreende todos os pontos de um plano, localizados a uma determinada
distância, denominada raio, de um ponto chamado centro. Podemos definir o círculo como a
região interna da circunferência. A circunferência limita o círculo; observe a ilustração a seguir:

EQUAÇÃO REDUZIDA

Consideremos uma circunferência de centro C(xc , yc) e raio R, teremos:

(x − x c ) + (y − yc )
 
2 2
= R2

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Exemplo Resolvido:
Dada a circunferência centrada no ponto (3,4) e de raio 5, defina sua equação reduzida.
Solução
De acordo com os dados apresentados, temos que a equação reduzida é
(x – 3)² + (y – 4)² = 25

EQUAÇÃO GERAL

Ao desmembrar os termos da equação reduzida da circunferência (aplicando produtos notáveis)


encontra-se a equação geral da circunferência (igualada a zero).
x2 + y2 + Ax + By + C = 0
O centro é a divisão dos coeficientes de x e y por ( – 2) .
O raio dessa circunferência é a raiz quadrada do xc² somado yc² subtraído ao C (termos que não
possui x ou y).

⎛ coef.x coef.y ⎞
(x ) + (y ) − C
2 2
C=⎜ ; R=
⎝ −2 −2 ⎟⎠ c c

Exemplo Resolvido
Qual é o raio e o centro da circunferência de equação x2 + y2 – 8x – 6y = 0?
Solução
De acordo com as equações dadas, temos que :
Xc = – 8 / –2 = + 4 e Yc = – 6 / – 2 = +3
Assim R = (4) + (3) − (0) = 16 + 9 = 25 = 5
2 2

Exemplo

1. Determine a equação da circunferência que possui:


a) raio 4 e centro (– 2, 3). b) raio 5 e centro na origem.

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Matemática – Estudo da Circunferência – Prof. Dudan

Exemplo

2. Determine a área da circunferência de equação x2 + y2 + 4x – 10y + 4 = 0.

3. A medida do raio da circunferência de equação x2 + y2 – 4x + 6y – 7 = 0 é:


a) 20
b) 10
c) 2 5
d) 2 3
e) 5 2

CONDIÇÃO DE EXISTÊNCIA DA CIRCUNFERÊNCIA

A condição necessária para existir uma circunferência é que o raio seja um número real positivo.

R  >  0         ⇒          ( xc )2 + ( yc )2 −C     >0
Exemplo

4. Determine quais equações representam circunferências e quais não representam.


a) x2 + y2 – 4x + 6y + 20 = 0 b) x2 + y2 – 4x + 6y – 20 = 0

c) x2 – y2 + x – 6y + 5 = 0 d) 2x2 + 2y2 – 6x + 12y – 4 = 0

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5. A equação x2 + y2 + 4x – 6y + m = 0 representa um círculo se, e somente se:
a) m>0
b) m<0
c) m > 13
d) m > – 13
e) m < 13

Gabarito: 3. C 5. E

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Raciocínio Lógico

Professor Edgar Abreu

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Raciocínio Lógico

PROPOSIÇÃO

PROPOSIÇÃO SIMPLES

Um argumento é uma sequência de proposições na qual uma delas é a conclusão e as demais


são premissas. As premissas justificam a conclusão.
Proposição: Toda frase que você consiga atribuir um valor lógico é proposição, ou seja, frases
que podem ser verdadeiras ou falsas.

Exemplos:

1) Ed é feliz.

2) João estuda.

3) Zambeli é desdentado

Não são proposições frases onde você


não consegue julgar, se é verdadeira
ou falsa, por exemplo:

1) Vai estudar?

2) Mas que legal!

Sentença: Nem sempre permite julgar se é verdadeiro ou falso. Pode não ter valor lógico.

Frases interrogativas, no imperativo, exclamativas e com sujeito indeterminado, não


são proposições.

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Sentenças Abertas: São sentenças nas quais não podemos determinar o sujeito. Uma forma
simples de identificá-las é o fato de que não podem ser nem Verdadeiras nem Falsas. Essas
sentenças também não são proposições
Aquele cantor é famoso.
A + B + C = 60.
Ela viajou.

QUESTÃO COMENTADA
(Cespe – Banco do Brasil – 2007) Na lista de frases apresentadas a seguir, há exatamente três
proposições.
I – “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
II – A expressão X + Y é positiva.
III – O valor de
IV – Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
V – O que é isto?
Solução:
Item I: Não é possível atribuir um único valor lógico para esta sentença, já que se considerar
que é verdadeiro, teremos uma resposta falsa (mentira) e vice-versa. Logo não é proposição.
Item II: Como se trata de uma sentença aberta, onde não estão definidos os valores de X e Y,
logo também não é proposição.
Item III: Como a expressão matemática não contém variável, logo é uma proposição,
conseguimos atribuir um valor lógico, que neste caso seria falso.
Item IV: Uma simples proposição, já que conseguimos atribuir um único valor lógico.
Item V: Como trata-se de uma interrogativa, logo não é possível atribuir valor lógico, assim não
é proposição.
Conclusão: Errado, pois existem apenas 2 proposições, Item III e IV.

PROPOSIÇÕES COMPOSTAS

Proposição Composta é a união de proposições simples por meio de um conector lógico. Este
conector irá ser decisivo para o valor lógico da expressão.
Proposições podem ser ligadas entre si por meio de conectivos lógicos. Conectores que criam
novas sentenças mudando ou não seu valor lógico (Verdadeiro ou Falso).
Uma proposição simples possui apenas dois valores lógicos, verdadeiro ou falso.

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Raciocínio Lógico – Proposição – Prof. Edgar Abreu

Já proposições compostas terão mais do que 2 possibilidades distintas de combinações dos


seus valores lógicos, conforme demonstrado no exemplo abaixo:
Consideramos as duas proposições abaixo, “chove” e “faz frio”
Chove e faz frio.

Cada proposição existe duas possibilidades distintas, falsa ou verdadeira, numa sentença
composta teremos mais de duas possibilidades.

E se caso essa sentença ganhasse outra proposição, totalizando agora 3 proposições em uma
única sentença:
Chove e faz frio e estudo.

A sentença composta terá outras possibilidades,

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PARA GABARITAR
É possível identificar quantas possibilidades distintas teremos de acordo com o número
de proposição em que a sentença apresentar. Para isso devemos apenas elevar o
numero 2 a quantidade de proposição, conforme o raciocínio abaixo:

Proposições Possibilidades
1 2
2 4
3 8
n
n 2

QUESTÃO COMENTADA
(CESPE – Banco do Brasil – 2007) A proposição simbólica P Ʌ Q V R possui, no máximo,
4 avaliações.
Solução:
Como a sentença possui 3 proposições distintas (P, Q e R), logo a quantidade de
avaliações será dada por:
2proposições = 23= 8
Resposta: Errado, pois teremos um total de 8 avaliações.

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Raciocínio Lógico – Proposição – Prof. Edgar Abreu

Slides – Proposição

Prova:  UESPI  -­‐  2014  -­‐  PC-­‐PI  -­‐  Escrivão  de  Polícia  Civil  
 
Assinale,   dentre   as   alterna>vas   a   seguir,   aquela   que   NÃO  
caracteriza  uma  proposição.  
 
 a)  107  -­‐  1  é  divisível  por  5  
 b)  Sócrates  é  estudioso.  
 c)  3  -­‐  1  >  1  
 d)  
 e)  Este  é  um  número  primo.  

 Prova:  CESPE  -­‐  2014  -­‐  MEC  -­‐  Todos  os  Cargos  
 
Considerando  a  proposição  P:  “Nos  processos  sele?vos,  se  o  candidato  for  
pós-­‐graduado   ou   souber   falar   inglês,   mas   apresentar   deficiências   em  
língua   portuguesa,   essas   deficiências   não   serão   toleradas”,   julgue   os   itens  
seguintes  acerca  da  lógica  sentencial.  
 
 
A  tabela  verdade  associada  à  proposição  P  possui  mais  de  20  linhas  
 
(      )  Certo    (      )Errado  

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Prova:  CESPE  -­‐  2013  -­‐  SEGER-­‐ES  -­‐  Analista  Execu<vo    
 
Um  provérbio  chinês  diz  que:  
 
P1:  Se  o  seu  problema  não  tem  solução,  então  não  é  preciso  se  preocupar  com  ele,  
pois  nada  que  você  fizer  o  resolverá.  
P2:  Se  o  seu  problema  tem  solução,  então  não  é  preciso  se  preocupar  com  ele,  pois  
ele  logo  se  resolverá.  
 
O   número   de   linhas   da   tabela   verdade   correspondente   à   proposição   P2   do   texto  
apresentado  é  igual  a  
 a)  24.  
 b)  4.  
 c)  8.  
 d)  12.  
 e)  16.  

Prova:  CESPE  -­‐  2011  -­‐  MEC  -­‐  Todos  os  Cargos  
 
Considerando   as   proposições   simples   P,   Q   e   R,   julgue   os  
próximos   itens,   acerca   de   tabelas-­‐verdade   e   lógica  
proposicional.  
 
A  tabela-­‐verdade  da  proposição  (¬PVQ)→(R∧Q)V(¬R∧P)  tem  8  
linhas.  
(      )  Certo    (      )  Errado  
 
 
 

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Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO SIMPLES

1. Éder é Feio.
Como negamos essa frase?

Para quem, também disse: “Éder é bonito”, errou. Negar uma proposição não significa dizer o
oposto, mas sim escrever todos os casos possíveis diferentes do que está sugerido.
“Éder NÃO é feio.”
A negação de uma proposição é uma nova proposição que é verdadeira se a primeira for falsa e
é falsa se a primeira for verdadeira

PARA GABARITAR
Para negar uma sentença acrescentamos o não, sem mudar a estrutura da frase.

2. Maria Rita não é louca.


Negação: “Maria Rita é louca.”
Para negar uma negação excluímos o não

Simbologia: Assim como na matemática representamos valores desconhecidos por x, y, z... Na


lógica também simbolizamos frases por letras. Exemplo:

Proposição: Z
Para simbolizar a negação usaremos ~ ou ¬.
Negação: Éder não é feio.
Simbologia: ~ Z.

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Proposição: ~ A
Negação: Aline é louca.
Simbologia: ~ (~A)= A

p= Thiago Machado gosta de matemática.


~p = Thiago Machado não gosta de matemática.
Caso eu queira negar que Thiago Machado não gosta de matemática a frase voltaria para a
proposição “p”, Thiago Machado gosta de matemática”.
~p = Thiago Machado não gosta de matemática.
~(~p) = Não é verdade que Thiago Machado não gosta de matemática.
ou
~(~p) = Thiago Machado gosta de matemática.

EXCEÇÕES
Cuidado, em casos que só existirem duas possibilidades, se aceita como negação o
"contrário", alternando assim a proposição inicial. Exemplo:
p: João será aprovado no concurso.
~p: João será reprovado no concurso
q: O deputado foi julgado como inocente no esquema "lava-jato".
~q: O deputado foi julgado como culpado no esquema "lava jato".

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Raciocínio Lógico

CONECTIVOS LÓGICOS

Um conectivo lógico (também chamado de operador lógico) é um símbolo ou palavra usado para
conectar duas ou mais sentenças (tanto na linguagem formal quanto na linguagem natural) de
uma maneira gramaticalmente válida, de modo que o sentido da sentença composta produzida
dependa apenas das sentenças originais.
Muitas das proposições que encontramos na prática podem ser consideradas como construídas
a partir de uma, ou mais, proposições mais simples por utilização de uns instrumentos lógicos,
a que se costuma dar o nome de conectivos, de tal modo que o valor de verdade da proposição
inicial fica determinado pelos valores de verdade da ou das, proposições mais simples que
contribuíram para a sua formação.
Os principais conectivos lógicos são:
I – "e" (conjunção).
II – "ou" (disjunção).
III – "se...então" (implicação).
IV – "se e somente se" (equivalência).

CONJUNÇÃO – “E”
Proposições compostas ligadas entre si pelo conectivo “e”.
Simbolicamente, esse conectivo pode ser representado por “^”.
Exemplo:
Chove e faz frio
Tabela verdade: Tabela verdade é uma forma de analisarmos a frase de acordo com suas
possibilidades, o que aconteceria se cada caso acontecesse.

Exemplo:
Fui aprovado no concurso da PF e Serei aprovado no concurso da PRF
Proposição 1: Fui aprovado no concurso da PF.
Proposição 2: Serei aprovado no concurso da PRF.
Conetivo: e.

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Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “^”.
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p^q.
Vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:
H1:
p: Não fui aprovado no concurso da PF.
q: Serei aprovado no concurso da PRF.

H2:
p: Fui aprovado no concurso da PF.
q: Não serei aprovado no concurso da PRF.

H3:
p: Não fui aprovado no concurso da PF.
q: Não serei aprovado no concurso da PRF.

H4:
p: Fui aprovado no concurso da PF.
q: Serei aprovado no concurso da PRF.
Tabela Verdade: Aqui vamos analisar o resultado da sentença como um todo, considerando
cada uma das hipóteses acima.

p q P^Q
H1 F V F
H2 V F F
H3 F F F
H4 V V V

Conclusão

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Raciocínio Lógico – Conectivo E (Conjunção) – Prof. Edgar Abreu

Slides – Conectivo E (Conjunção)

1. Prova: CESPE - 2014 - TJ-SE - Técnico Judiciário

Julgue o item que se segue, relacionado à lógica proposicional.

A sentença “O reitor declarou estar contente com as políticas relacionadas


à educação superior adotadas pelo governo de seu país e com os rumos
atuais do movimento estudantil” é uma proposição lógica simples.
( ) Certo ( ) Errado

2. Prova: FCC - 2009 - TJ-SE Técnico Judiciário

Considere as seguintes premissas:

p : Trabalhar é saudável
q : O cigarro mata.

A afirmação "Trabalhar não é saudável" ou "o cigarro mata" é FALSA se


a) p é falsa e ~q é falsa.
b) p é falsa e q é falsa.
c) p e q são verdadeiras.
d) p é verdadeira e q é falsa.
e) ~p é verdadeira e q é falsa.

Gabarito: 1. Errado 2. D

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Raciocínio Lógico

DISJUNÇÃO – “OU”

Recebe o nome de disjunção toda a proposição composta em que as partes estejam unidas
pelo conectivo ou. Simbolicamente, representaremos esse conectivo por “v”.
Exemplo:
Estudo para o concurso ou assisto o Big Brother.
Proposição 1: Estudo para o concurso.
Proposição 2: assisto o Big Brother.
Conetivo: ou.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “v”.
Assim podemos representar a sentença acima da seguinte forma: p v q.
Vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:

H1:
p: Estudo para o concurso.
q: assisto o Futebol.
H2:
p: Não Estudo para o concurso.
q: assisto o Futebol.

H3:
p: Estudo para o concurso.
q: Não assisto o Futebol...

H4:
p: Não Estudo para o concurso.
q: Não assisto o Futebol.

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Tabela Verdade:

p q PvQ
H1 V V V
H2 F V V
H3 V F V
H4 F F F

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Raciocínio Lógico

DISJUNÇÃO EXCLUSIVA – “OU...OU”

Recebe o nome de disjunção exclusiva toda a proposição composta em que as partes estejam
unidas pelo conectivo ou “primeira proposição” ou “segunda proposição”. Simbolicamente,
representaremos esse conectivo por “v”.
Exemplo:
Ou vou a praia ou estudo para o concurso.
Proposição 1: Vou a Praia.
Proposição 2: estudo para o concurso.
Conetivo: ou.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de " v "
Assim podemos representar a sentença acima da seguinte forma: p v q
Vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:

H1:
p: Vou à praia.
q: estudo para o concurso do Banco do Brasil.

H2:
p: Não Vou à praia.
q: estudo para o concurso do Banco do Brasil.

H3:
p: Vou à praia.
q: Não estudo para o concurso do Banco do Brasil.

H4:
p: Não Vou à praia.
q: Não estudo para o concursodo Banco do Brasil.

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Tabela Verdade:

p q PvQ
H1 V V F
H2 F V V
H3 V F V
H4 F F F

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Raciocínio Lógico

CONDICIONAL – “SE...ENTÃO...”

Recebe o nome de condicional toda proposição composta em que as partes estejam unidas
pelo conectivo Se... então, simbolicamente representaremos esse conectivo por “→”.

Em alguns casos o condicional é apresentado com uma vírgula substituindo a palavra “então”,
ficando a sentença com a seguinte característica: Se proposição 1, proposição 2.

Exemplo: “Se estudo, então sou aprovado”.

Proposição 1: estudo (Condição Suficiente).

Proposição 2: sou aprovado (Condição Necessária).

Conetivo: se... então.

Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “→”

Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p → q

Agora vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:

H1:
p: estudo.
q: sou aprovado.

H2:
p: Não estudo.
q: sou aprovado.

H3:
p: Não estudo.
q: Não sou aprovado.

H4:
p: estudo.
q: Não sou aprovado.

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p q P→Q
H1 V V V

H2 F V V
H3 F F V
H4 V F F

A tabela verdade do condicional é a mais cobrada em provas de concurso público.


A primeira proposição, que compõe uma condicional, chamamos de condição suficiente da
sentença e a segunda é a condição necessária.
No exemplo anterior temos:
• Estudo é condição necessária para ser aprovado.
• Ser aprovado é condição suficiente para estudar.

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Raciocínio Lógico

BICONDICIONAL – “... SE SOMENTE SE ...”

Recebe o nome de bicondicional toda proposição composta em que as partes estejam unidas
pelo conectivo ... se somente se ... Simbolicamente, representaremos esse conectivo por “ ↔”.
Portanto, se temos a sentença:
Exemplo: “Maria compra o sapato se e somente se o sapato combina com a bolsa”.
Proposição 1: Maria compra o sapato.
Proposição 2: O sapato combina com a bolsa.
Conetivo: se e somente se.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “↔”.
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p ↔ q.
Vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:

H1:
p: Maria compra o sapato.
q: O sapato não combina com a bolsa.

H2:
p: Maria não compra o sapato.
q: O sapato combina com a bolsa.

H3:
p: Maria compra o sapato.
q: O sapato combina com a bolsa.

H4:
p: Maria não compra o sapato.
q: O sapato não combina com a bolsa.

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p q P↔Q
H1 V F F
H2 F V F
H3 V V V
H4 F F V

O bicondicional só será verdadeiro quando ambas as proposições


possuírem o mesmo valor lógico, ou quando as duas forem verdadeiras
ou as duas proposições forem falsas.

Uma proposição bicondicional pode ser escrita como duas condicionais, é como se tivéssemos
duas implicações, uma seta da esquerda para direita e outra seta da direita para esquerda,
conforme exemplo abaixo:

Neste caso, transformamos um bicondicional em duas condicionais conectadas por uma


conjunção. Estas sentenças são equivalentes, ou seja, possuem o mesmo valor lógico.

PARA GABARITAR

SENTENÇA LÓGICA VERDADEIROS SE... FALSO SE...


p∧q p e q são, ambos, verdade um dos dois for falso

p∨q um dos dois for verdade ambos, são falsos

p→q nos demais casos que não for falso p=Veq=F

p↔q p e q tiverem valores lógicos iguais p e q tiverem valores


lógicos diferentes

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Raciocínio Lógico – Conectivo “se e somente se” (Bicondicional) – Prof. Edgar Abreu

Slides – Conectivo “se e somente se” (Bicondicional)

1. Prova: FJG - RIO - 2014 - Câmara Municipal -RJ - Analista

P Q ~Q↔P
V V F
V F x
F V y
F F z

Os valores lógicos que devem substituir x, y e z são, respectivamente:

a) V, F e F
b) F, V e V
c) F, F e F
d) V, V e F

2. Prova: CESPE - 2012 - Banco da Amazônia - Técnico Científico

Com base nessa situação, julgue os itens seguintes.

A especificação E pode ser simbolicamente representada por A↔[B∨C], em que A, B e


C sejam proposições adequadas e os símbolos ↔ e ∨ representem, respectivamente,
a bicondicional e a disjunção.

( ) Certo ( ) Errado

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3. Prova: CESPE - 2012 - TC-DF - Auditor de Controle Externo

Com a finalidade de reduzir as despesas mensais com energia elétrica na sua


repartição, o gestor mandou instalar, nas áreas de circulação, sensores de presença e
de claridade natural que atendem à seguinte especificação:

P: A luz permanece acesa se, e somente se, há movimento e não há claridade natural
suficiente no recinto.

Acerca dessa situação, julgue os itens seguintes.

A especificação P pode ser corretamente representada por p ↔ (q Λ r ), em que p, q e


r correspondem a proposições adequadas e os símbolos ↔ e Λ representam,
respectivamente, a bicondicional e a conjunção

( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. D 2. Certo 3. Certo

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Raciocínio Lógico

TAUTOLOGIA

Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma
Tautologia se ela for sempre verdadeira, independentemente dos valores lógicos das
proposições p, q, r, ... que a compõem.
Exemplo:
Grêmio cai para segunda divisão ou o Grêmio não cai para segunda divisão.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “~p” e o conetivo de “v”.
Assim podemos representar a sentença acima da seguinte forma: p v ~p.
Agora vamos construir as hipóteses:

H1:
p: Grêmio cai para segunda divisão.
~p: Grêmio não cai para segunda divisão.

H2:
p: Grêmio não cai para segunda divisão.
~p: Grêmio cai para segunda divisão.

p ~p p v ~p
H1 V F V
H2 F V V

Como os valores lógicos encontrados foram todos verdadeiros, logo temos uma TAUTOLOGIA!
Exemplo 2, verificamos se a sentença abaixo é uma tautologia:
Se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo.
p = João é alto.
�p→pvq
q = Guilherme é gordo.

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Agora vamos construir a tabela verdade da sentença anterior:

p q pvq p→pvq
H1 V F V V
H2 F V V V
H3 F V V V
H4 F F F V

Como para todas as combinações possíveis, sempre o valor lógico da sentença será verdadeiro,
logo temos uma tautologia.

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Raciocínio Lógico – Tautologia – Prof. Edgar Abreu

Slides – Tautologia

1. Prova: Uespi - 2014 - PC-PI - Escrivão de Polícia Civil

Um enunciado é uma tautologia quando não puder ser falso, um


exemplo é:

a) Está fazendo sol e não está fazendo sol.


b) Está fazendo sol.
c) Se está fazendo sol, então não está fazendo sol.
d) não está fazendo sol.
e) Está fazendo sol ou não está fazendo sol.

2. Prova: Cespe - 2014 - TJ-SE - Técnico Judiciário

Julgue os próximos itens, considerando os conectivos lógicos usuais


¬, ∧, ∨, →, ↔ e que P, Q e R representam proposições lógicas simples.

A proposição 𝑃 → 𝑄 ∧ 𝑅 ↔ ¬𝑃 ∨ 𝑄 ∧ ¬𝑃 ∨ 𝑅 é
uma tautologia.

( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. E 2. C

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Raciocínio Lógico

CONTRADIÇÃO

Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma
contradição se ela for sempre falsa, independentemente dos valores lógicos das proposições p,
q, r, ... que a compõem.
Exemplo: Lula é o presidente do Brasil e Lula não é o presidente do Brasil.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “~p” e o conetivo de “^”.
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p ^ ~p.

p ~p p ^ ~p
H1 V F F
H2 F V F

Logo temos uma CONTRADIÇÃO!

PARA GABARITAR
•• Sempre verdadeiro = Tautologia
•• Sempre Falso = Contradição
•• Verdadeiro e Falso = Contigência

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Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO DE UMA PROPOSIÇÃO COMPOSTA

Agora vamos aprender a negar proposições compostas, para isto devemos considerar que:
Para negarmos uma proposição conjunta devemos utilizar a propriedade distributiva, similar
aquela utilizada em álgebra na matemática.

NEGAÇÃO DE UMA DISJUNÇÃO.

Negar uma sentença composta é apenas escrever quando esta sentença assume o valor lógico
de falso, lembrando as nossas tabelas verdade construídas anteriormente.
Para uma disjunção ser falsa (negação) a primeira e a segunda proposição tem que ser falsas,
conforme a tabela verdade abaixo, hipótese 4:

p q P∨Q
H1 V V V
H2 F V V
H3 V F V
H4 F F F

Assim concluímos que para negar uma sentença do tipo P v Q, basta negar a primeira (falso) E
negar a segunda (falso), logo a negação da disjunção (ou) é uma conjunção (e).
Exemplo 1:
1. Estudo ou trabalho.
p = estudo.
� P∨Q
q = trabalho
Conectivo = ∨
Vamos agora negar essa proposição composta por uma disjunção.
∼ (p ∨ q) = ∼ p ∧ ∼ q
Não estudo e não trabalho.

www.acasadoconcurseiro.com.br 891
Para negar uma proposição composta por uma disjunção, nós negamos a primeira proposição,
negamos a segunda e trocamos “ou” por “e”.
Exemplo 2:
Não estudo ou sou aprovado.
p = estudo
q = sou aprovado � ∼p∨q
~p = não estudo
Conectivo: “∨”
Vamos agora negar essa proposição composta por uma disjunção.
∼ (∼ p ∨ q) = p ∧ ∼ q
Lembrando que negar uma negação é uma afirmação e que trocamos “ou” por “e” e negamos
a afirmativa.
Estudo e não sou aprovado.

NEGAÇÃO DE UMA CONJUNÇÃO.

Vimos no capítulo de negação simples que a negação de uma negação é uma afirmação, ou
seja, quando eu nego duas vezes uma mesma sentença, encontro uma equivalência.
Vimos que a negação da disjunção é uma conjunção, logo a negação da conjunção será uma
disjunção.
Para negar uma proposição composta por uma conjunção, nós devemos negamos a primeira
proposição e depois negarmos a segunda e trocamos “e” por “ou”.
Exemplo 1:
Vou a praia e não sou apanhado.
p = vou a praia.
�p∧∼q
q = não sou apanhado
Conectivo = ∧
Vamos agora negar essa proposição composta por uma conjunção.
Não vou à praia ou sou apanhado.

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Raciocínio Lógico – Negação da conjunção e disjunção inclusiva (Lei de Morgan) – Prof. Edgar Abreu

PARA GABARITAR
Vejamos abaixo mais exemplo de negações de conjunção e disjunção:
~(p v q) = ~(p) ~(v) ~(q) = (~p ˄ ~q)
~(~p v q) = ~(~p) ~(v) ~(q) = (p ˄ ~q)
~(p˄~q) = ~(p) ~(˄) ~(~q) = (~p v q)
~(~p˄ ~q) = ~(~p) ~(˄) ~(~q) = (p v q)

1. Prova: CESPE – 2008 - TRT 5ª Região(BA) - Téc. Judiciário


Na linguagem falada ou escrita, o elemento primitivo é a sentença, ou proposição simples, formada basicamente
por um sujeito e um predicado. Nessas considerações, estão incluídas apenas as proposições afirmativas ou
negativas, excluindo, portanto, as proposições interrogativas, exclamativas etc. Só são consideradas proposições
aquelas sentenças bem definidas, isto é, aquelas sobre as quais pode decidir serem verdadeiras (V) ou falsas (F).
Toda proposição tem um valor lógico, ou uma valoração, V ou F, excluindo-se qualquer outro. As proposições serão
designadas por letras maiúsculas A, B, C etc. A partir de determinadas proposições, denominadas proposições
simples, são formadas novas proposições, empregando-se os conectivos “e”, indicado por v, “ou”, indicado por w,
“se ... então”, indicado por ÷, “se ... e somente se”, indicado por ø. A relação AøB significa que (A÷B) v (B÷A).
Emprega-se também o modificador “não”, indicado por ¬. Se A e B são duas proposições, constroem-se as
“tabelas-verdade”, como as mostradas abaixo, das proposições compostas formadas utilizando-se dos conectivos e
modificadores citados — a coluna correspondente a determinada proposição composta é a tabelaverdade daquela
proposição.
A B R
V V F
V F F
F V F
F F V

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Há expressões às quais não se pode atribuir um valor lógico V ou F, por exemplo: “Ele é juiz do TRT da 5.ª
Região”, ou “x + 3 = 9”. O sujeito é uma variável que pode ser substituído por um elemento arbitrário,
transformando a expressão em uma proposição que pode ser valorada como V ou F. Expressões dessa forma
são denominadas sentenças abertas, ou funções proposicionais. Pode-se passar de uma sentença aberta a
uma proposição por meio dos quantificadores “qualquer que seja”, ou “para todo”, indicado por oe, e
“existe”, indicado por ›. Por exemplo: a proposição (oex)(x 0 R)(x + 3 = 9) é valorada como F, enquanto a
proposição (›x)(x 0 R)(x + 3 = 9) é valorada como V. Uma proposição composta que apresenta em sua
tabelaverdade somente V, independentemente das valorações das proposições que a compõem, é
denominada logicamente verdadeira ou tautologia. Por exemplo, independentemente das valorações V ou F
de uma proposição A, todos os elementos da tabela-verdade da proposição Aw(¬A) são V, isto é, Aw(¬A) é
uma tautologia.
Considerando as informações do texto e a proposição P: "Mário pratica natação e judô", julgue os itens seguintes.

A negação da proposição P é a proposição R: “Mário não pratica natação nem judô”, cuja tabela-
verdade é a apresentada ao lado.

Certo Errado

2. Prova: FCC - 2014 - AL-PE - Agente Legislativo

A negação da frase “Ele não é artista, nem jogador de futebol” é


equivalente a:

a) ele é artista ou jogador de futebol.


b) ele é artista ou não é jogador de futebol.
c) não é certo que ele seja artista e jogador de futebol.
d) ele é artista e jogador de futebol.
e) ele não é artista ou não é jogador de futebol.

Gabarito: 1. E 2. A

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Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO DE UMA CONDICIONAL

Conforme citamos anteriormente, negar uma proposição composta é escrever a(s) linha(s) em
que a tabela verdade tem como resultado “falso”.
Sabemos que uma condicional só será falsa, quando a primeira proposição for verdadeira “e” a
segunda for falsa.
Assim para negarmos uma sentença composta com condicional, basta repetir a primeira
proposição (primeira verdadeira), substituir o conetivo “se...então” por “e” e negar a segunda
proposição (segunda falsa).
Vejamos um exemplo:

1. Se bebo então sou feliz.


p = bebo.
�p→q
q = sou feliz.
Conectivo = →

Negação de uma condicional.


~ (p → q) = p ∧ ~ q
Resposta: Bebo e não sou feliz.

2. Se não estudo então não sou aprovado.


p = estudo.
~p = não estudo.
� ~p→~q
q = sou aprovado.
~q = não sou aprovado
Conectivo = →

Negando: ~ (~ p → ~ q)= ~ p ∧ q
Resposta: Não estudo e sou aprovado.

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3. Se estudo então sou aprovado ou o curso não é ruim.
p = estudo.
q = sou aprovado.
� p→q∨~r
r = curso é ruim.
~r = curso não é ruim.
Negando, ~ (p →q ∨ ~ r).
Negamos a condicional, mantém a primeira e negamos a segunda proposição, como a
segunda proposição é uma disjunção, negamos a disjunção, usando suas regras (negar as duas
proposições trocando “ou” por “e”).
~ (p →q ∨ ~ r)=p ∧ ~ (q ∨ ~ r)=p ∧ ~ q ∧r.
Estudo e não sou aprovado e o curso é ruim.

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Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO DE UMA BICONDICIONAL

Existe duas maneiras de negar uma bicondicional. Uma é a trivial onde apenas substituímos o
conetivo “bicondiciona” pela “disjunção exclusiva”, conforme exemplo abaixo:
Sentença: Estudo se e somente se não vou à praia.
p = estudo.
q = vou à praia. � ~[ p ↔ ~ q ] = [ p � ~ q ]
~ q = não vou à praia
Conectivo = ↔
Logo sua negação será: Ou Estudo ou não vou à praia.
A segunda maneira de negar uma bicondicional é utilizando a propriedade de equivalência e
negando as duas condicionais, ida e volta, temos então que negar uma conjunção composta
por duas condicionais.
Negamos a primeira condicional ou negamos a segunda, usando a regra da condicional em
cada uma delas.
Exemplo 1:
Estudo se e somente se não vou à praia.
p = estudo.
q = vou à praia. � p ↔ ~ q = [ p → ~ q ] Ʌ [ ~ q → p]
~ q = não vou à praia
Conectivo = ↔
Uma bicondicional são duas condicionais, ida e volta.
Negando,

~ (p ↔ ~ q) = ~ [[p → ~ q] Ʌ [~ q → p]] =
~ [p ↔ ~ q] � ~ [~ q → p ]
p Ʌ q � ~ q Ʌ ~ p.
Estudo e vou à praia ou não vou à praia e não estudo.

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Raciocínio Lógico

EQUIVALÊNCIA DE UMA CONDICIONAL

Vamos descobrir qual a sentença equivalente a uma condicional, negando duas vezes a mesma
sentença.
Exemplo: Se estudo sozinho então sou autodidata.
Simbolizando temos:

p = estudo sozinho
�p → q
p = sou autodidata
conectivo = →

Simbolicamente: p → q
Vamos negar, ~ [ p →q ] = p ∧ ~ q
Agora vamos negar a negação para encontrarmos uma equivalência.
Negamos a negação da condicional ~ [p ∧ ~ q] = ~ p ∨ q

Solução: Não estudo sozinho ou sou autodidata.

Mas será mesmo que estas proposições, p → q e ~ p ∨ q são mesmo equivalentes? Veremos
através da tabela verdade.

p Q ~p p→q ~pvq
V V F V V
V F F F F
F V V V V
F F V V V

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Perceba na tabela verdade que p → q e ~ p ∨ q tem o mesmo valor lógico, assim essas duas
proposições são equivalentes.
Exemplo 2: Vamos encontrar uma proposição equivalente a sentença “Se sou gremista então
não sou feliz.”

p = Sou gremista.
q = Sou feliz. �p→~q
~ q = Não sou feliz.

Negação: ~ [ p → ~ q ] = p ∧ q
Sou gremista e sou feliz.
Equivalência: negação da negação.

~[p→~q]=p∧q
~[p∧q]=p∨~q
Logo, Não sou gremista ou não sou feliz é uma sentença equivalente.

Exemplo 3: Agora procuramos uma sentença equivalente a “Canto ou não estudo.”

c = Canto.
e = Estudo .� c ∨ ~ e
~ e = Não estudo.

Negação: ~ [ c ∨ ~ e ] = ~ c ∧ e
Equivalência: Negar a negação: ~ [ ~ c ∧ e ] = c ∨ ~ e
Voltamos para a mesma proposição, tem algo errado, teremos que buscar alternativa. Vamos
lá:
Vamos para a regra de equivalência de uma condicional.

p→q=~p∨q , podemos mudar a ordem da igualdade.

~p∨q=p→q
Veja que o valor lógico de p mudou e q continuou com o mesmo valor lógico.
Usando a regra acima vamos transformar a proposição inicial composta de uma disjunção em
numa condicional.
c∨~e=p→q
Para chegar à condicional, mudo o valor lógico de p,

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Raciocínio Lógico – Equivalência de uma Condicional e Disjunção Inclusiva – Prof. Edgar Abreu

Troco “ou” por “se...então” e mantenho o valor lógico de q, ficando


Se não canto então não estudo.
Exemplo 4: Estudo ou não sou aprovado. Qual a sentença equivalente?

e = Estudo.
a = Sou aprovado. �e∨~a
~ a = Não sou aprovado.

Dica: quando for “ou” a equivalência sempre será “se...então”.


Assim, temos que transformar “ou” em “se...então”. Mas como?
p → q = ~ p ∨ q (equivalentes), vamos inverter.

~p∨q=p→q
Inverte o primeiro e mantém o segundo, trocando “ou” por “se...então”, transferimos isso para
nossa proposição.

e∨~a=~e→~a

Trocamos “e” por “~ e”, mantemos “~ a” e trocamos " ∨" por " →".
Logo, Se não estudo então não sou aprovado.
Não podemos esquecer que “ou” é comutativo, assim a opção de resposta pode estar trocada,
então atente nisto, ao invés de e ∨ ~ a pode ser ~ a ∨ e , assim a resposta ficaria:
Se sou aprovado então estudo.
Quaisquer das respostas estarão certas, então muita atenção!

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Raciocínio Lógico

CONTRAPOSITIVA

Utilizamos como exemplo a sentença abaixo:


Se estudo lógica então sou aprovado
p = estudo lógica.
�p→q
q = sou aprovado.

Vamos primeiro negar esta sentença:

�(p →q) = p Ʌ � q
Lembrando da tabela verdade da conjunção “e”, notamos que a mesma é comutativa, ou seja,
se alterarmos a ordem das premissas o valor lógico da sentença não será alterado. Assim vamos
reescrever a sentença encontrada na negação, alterando o valor lógico das proposições.
p Ʌ � q = �q Ʌ p
Agora vamos negar mais uma vez para encontrar uma equivalência da primeira proposição.

�(�q Ʌ p) ↔ � q � � p
Agora vamos utilizar a regra de equivalência que aprendemos anteriormente.
Regra:
p→q↔� p�q
Em nosso exemplo temos:
q� p↔ q→ p
� � �
Logo encontramos uma outra equivalência para a nossa sentença inicial.
Esta outra equivalência chamamos de contrapositiva e é muito fácil de encontrar, basta
comutar as proposições (trocar a ordem) e negar ambas.
p→q=� q→� p
Exemplo 2: Encontrar a contrapositiva (equivalente) da proposição “Se estudo muito então
minha cabeça dói”
p = estudo muito.
� p → q
q = minha cabeça dói.

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Encontramos a contrapositiva, invertendo e negando ambas proposições.
p→q=� q→� p
Logo temos que: Se minha cabeça não dói então não estudo muito.

PARA GABARITAR
EQUIVALÊNCIA 1: p → q = p � q

EQUIVALÊNCIA 2: p → q = q → p (contrapositiva)
� �

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Raciocínio Lógico – Equivalência Contrapositiva – Prof. Edgar Abreu

Slides – Equivalência Contrapositiva

'

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Raciocínio Lógico

EQUIVALÊNCIA BICONDICIONAL E CONDICIONAL

Recebe o nome de bicondicional toda proposição composta em que as partes estejam unidas
pelo conectivo ... se somente se... Simbolicamente, representaremos esse conectivo por “ ↔ ”.
Portanto, se temos a sentença:
Exemplo: “Estudo se e somente se sou aprovado”
Proposição 1: Estudo.
Proposição 2: Sou aprovado.
Conetivo: se e somente se.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “ ↔ ”
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p ↔ q
Sua tabela verdade é:

p q p↔q
H1 V F F
H2 F V F
H3 V V V
H4 F F V

Uma proposição bicondicional pode ser escrita como duas condicionais, é como se tivéssemos
duas implicações, uma seta da esquerda para direita e outra seta da direita para esquerda,
conforme exemplo abaixo:

Neste caso, transformamos um bicondicional em duas condicionais conectadas por uma


conjunção. Estas sentenças são equivalentes, ou seja, possuem o mesmo valor lógico.

p q p→q p←q (p → q) Ʌ (p ← q) p↔q


V V V V V V
F F V V V V
F V V F F F
V F F V F F

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Raciocínio Lógico

QUANTIFICADORES LÓGICOS

Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de proposições iniciais redunda em uma


outra proposição final, que será conseqüência das primeiras. Estudaremos aqui apenas os
argumentos que podemos resolver por diagrama, contendo as expressões: Todo, algum,
nenhum ou outras similares.
Um argumento válido tem obrigatoriamente a conclusão como consequência das premissas.
Assim, quando um argumento é válido, a conjunção das premissas verdadeiras implica
logicamente a conclusão.
Exemplo: Considere o silogismo abaixo:

1. Todo aluno da Casa do Concurseiro é aprovado.

2. Algum aprovado é funcionário da defensoria.


Conclusão:
Existem alunos da casa que são funcionários da defensoria.
Para concluir se um silogismo é verdadeiro ou não, devemos construir conjuntos com as
premissas dadas. Para isso devemos considerar todos os casos possíveis, limitando a escrever
apenas o que a proposição afirma.

Pelo exemplo acima vimos que nem sempre a conclusão acima é verdadeira, veja que quando
ele afirma que “existem alunos da casa que são funcionários da defensoria”, ele está dizendo
que sempre isso vai acontecer, mas vimos por esse diagrama que nem sempre acontece.

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Nesse diagrama isso acontece, mas pelo dito na conclusão, sempre vai existir, e vimos que não,
logo a conclusão é falsa.
No mesmo exemplo, se a conclusão fosse:
“Existem funcionários da defensoria que não são alunos da casa”.
Qualquer diagrama que fizermos (de acordo com as premissas) essa conclusão será verdadeira,
tanto no diagrama 1 quanto no diagrama 2, sempre vai ter alguém de fora do desenho.
Logo, teríamos um silogismo!
Silogismo é uma palavra cujo significado é o de cálculo. Etimologicamente, silogismo significa
“reunir com o pensamento” e foi empregado pela primeira vez por Platão (429-348 a.C.). Aqui
o sentido adotado é o de um raciocínio no qual, a partir de proposições iniciais, conclui-se uma
proposição final. Aristóteles (384-346 a.C.) utilizou tal palavra para designar um argumento
composto por duas premissas e uma conclusão.

ALGUM

Vamos representar graficamente as premissas que contenham a expressão “algum”.


São considerados sinônimos de algum as expressões: existe(m), há pelo menos um ou qualquer
outra similar.
Analise o desenho abaixo, que representa o conjunto dos A e B. O que podemos inferir a partir
do desenho?

Conclusões:
Existem elementos em A que são B.
Existem elementos em B que são A.
Existem elementos A que não são B.
Existem elementos B que não estão em A.

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Raciocínio Lógico – Quantificadores Lógicos: Todo, Nenhum e Existe – Prof. Edgar Abreu

NENHUM

Vejamos agora as premissas que contém a expressão nenhum ou outro termo equivalente.
Analise o desenho abaixo, que representa o conjunto dos A e B. O que podemos inferir a partir
do desenho?

Conclusões:
Nenhum A é B.
Nenhum B é A.

TODO

Vamos representar graficamente as premissas que contenham a expressão “todo”.


Pode ser utilizado como sinônimo de todo a expressão “qualquer um” ou outra similar.
Analise o desenho abaixo, que representa o conjunto dos A e B. O que podemos inferir a partir
do desenho?

Conclusão:
Todo A é B.
Alguns elementos de B é A ou existem B que são A.

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Prova: FGV - 2014 - AL-BA - Téc.Nível Médio

Afirma-se que: “Toda pessoa gorda come muito”.

É correto concluir que:

a) se uma pessoa come muito, então é gorda.


b) se uma pessoa não é gorda, então não come muito.
c) se uma pessoa não come muito, então não é gorda.
d) existe uma pessoa gorda que não come muito.
e) não existe pessoa que coma muito e não seja gorda.

Gabarito: 1. C

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Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO DE TODO, ALGUM E NENHUM

As Proposições da forma Algum A é B estabelecem que o conjunto A tem pelo menos um


elemento em comum com o conjunto B.
As Proposições da forma Todo A é B estabelecem que o conjunto A é um subconjunto de B.
Note que não podemos concluir que A = B, pois não sabemos se todo B é A.
Como negamos estas Proposições:
Exemplos:

1. Toda mulher é friorenta.


Negação: Alguma mulher não é friorenta

2. Algum aluno da casa será aprovado.


Negação: Nenhum aluno da casa vai ser aprovado.

3. Nenhum gremista é campeão.


Negação: Pelo menos um gremista é campeão.

4. Todos os estudantes não trabalham


Negação: Algum estudante trabalha.

PARA GABARITAR

Cuide os sinônimos como por exemplo, existem, algum e etc.

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1. Prova: Instituto AOCP – 2014 – UFGD – Analista
de Tecnologia da Informação

Assinale a alternativa que apresenta a negação de “Todos


os pães são recheados”.

a) Existem pães que não são recheados.


b) Nenhum pão é recheado.
c) Apenas um pão é recheado.
d) Pelo menos um pão é recheado.
e) Nenhuma das alternativas.

2. Prova: FJG-RIO – 2014 – Câmara Municipal do Rio de Janeiro –


Analista Legislativo

Seja a seguinte proposição: “existem pessoas que não acordam cedo e


comem demais no almoço”.

A negação dessa proposição está corretamente indicada na seguinte


alternativa:

a) Todas as pessoas acordam cedo ou não comem demais no almoço.


b) Não existem pessoas que comem demais no almoço.
c) Não existem pessoas que acordam cedo.
d) Todas as pessoas que não acordam cedo comem demais no almoço.

914 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Negação Todo, Nenhum e Existe – Prof. Edgar Abreu

3. Prova: CESPE – 2014 – Câmara dos Deputados –


Técnico Legislativo

Considerando que P seja a proposição “Se o bem é público, então


não é de ninguém”, julgue os itens subsequentes.

A negação da proposição P está corretamente expressa por “O


bem é público e é de todos”.

( ) Certo ( ) Errado

4. Prova: FGV - 2013 – TJ/AM - Analista Judiciário - Serviço Social

José afirmou: “— Todos os jogadores de futebol que não são ricos jogam
no Brasil ou jogam mal“.

Assinale a alternativa que indica a sentença que representa a negação do que


José afirmou:

a) Nenhum jogador de futebol que não é rico joga no Brasil ou joga mal.
b) Todos os jogadores de futebol que não jogam no Brasil e não jogam mal.
c) Algum jogador de futebol que não é rico não joga no Brasil e não joga mal.
d) Algum jogador de futebol é rico mas joga no Brasil ou joga mal.
e) Nenhum jogador de futebol que é rico joga no Brasil ou joga mal.

Gabarito: 1. A 2. A 3. Errado 4. C

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Raciocínio Lógico

SILOGISMO
Silogismo Categórico é uma forma de raciocínio lógico na qual há duas premissas e uma
conclusão distinta destas premissas, sendo todas proposições categóricas ou singulares.
Existem casos onde teremos mais de duas premissas.
Devemos sempre considerar as premissas como verdadeira e tentar descobrir o valor lógico de
cada uma das proposições, com objetivo de identificar se a conclusão é ou não verdadeira.
Sempre que possível devemos começar nossa linha de raciocínio por uma proposição simples
ou se for composta conectada pela conjunção “e”.
Abaixo um exemplo de como resolver uma questão envolvendo silogismo.

QUESTÃO COMENTADA
(FCC: BACEN - 2006) Um argumento é composto pelas seguintes premissas:
I – Se as metas de inflação não são reais, então a crise econômica não demorará a
ser superada.
II – Se as metas de inflação são reais, então os superávits primários não serão
fantasioso.
III – Os superávits serão fantasiosos.
Para que o argumento seja válido, a conclusão deve ser:
a) A crise econômica não demorará a ser superada.
b) As metas de inflação são irreais ou os superávits serão fantasiosos.
c) As metas de inflação são irreais e os superávits são fantasiosos.
d) Os superávits econômicos serão fantasiosos.
e) As metas de inflação não são irreais e a crise econômica não demorará a ser
superada.
Solução:
Devemos considerar as premissas como verdadeiras e tentar descobrir o valor
lógico de cada uma das proposições.
Passo 1: Do português para os símbolos lógicos.

I – Se as metas de inflação não são reais, então a crise econômica não demorará a ser superada
~ P →~ Q

II – Se as metas de inflação são reais, então os superávits primários não serão fantasiosos.

~ P →~ R

III – Os superávits serão fantasiosos.

Passo 2: Considere as premissas como verdade.

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PREMISSA 1 PREMISSA 2 PREMISSA 3
VERDADE VERDADE VERDADE
~P→~Q ~P→~R R
Não é possível determinar Não é possível determinar
o valor lógico de P e Q, já o valor lógico de P e Q, já
que existem 3 possibilidades que existem 3 possibilidades CONCLUSÃO: R=V
distintas que torna o distintas que torna o
condicional verdadeiro. condicional verdadeiro.

Passo 3: Substitui a premissa 3 em 2 e analise.


•• Como na premissa 3 vimos que R é V logo ~ R = F.
•• Como P é uma proposição, o mesmo pode ser F ou V.

Vamos testar:

P → ~R P → ~R
F F F V F
V F V F F

Como a premissa 2 é verdade e caso a proposição P tenha valor V teremos uma


premissa falsa, logo chegamos a conclusão que P = F.
Passo 3: Substitui a premissa 2 em 1 e analise.
•• Como na premissa 2 vimos que P é F logo ~ P = V.
•• Como Q é uma proposição, o mesmo pode ser F ou V.
•• Analisando o condicional temos:
~P → ~Q
V V V
V F F
Logo ~ Q = V, assim Q = F
Passo 4: Traduzir as conclusões para o português.
Premissa 1: P = F
•• as metas de inflação não são reais.
Premissa 2: Q = F
•• crise econômica não demorará a ser superada.

Conclusão: Alternativa A

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Raciocínio Lógico – Argumento Com Proposições Válido (Silogismo) – Prof. Edgar Abreu

Slides

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Raciocínio Lógico – Argumento Com Proposições Válido (Silogismo) – Prof. Edgar Abreu

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Raciocínio Lógico

ARGUMENTO COM QUANTIFICADORES VÁLIDO – SILOGISMO

QUESTÃO COMENTADA
FCC: TCE-SP – 2010
Considere as seguintes afirmações:
I – Todo escriturário deve ter noções de Matemática.
II – Alguns funcionários do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo são escriturários.
Se as duas afirmações são verdadeiras, então é correto afirmar que:
a) Todo funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo deve ter noções de
Matemática.
b) Se Joaquim tem noções de Matemática, então ele é escriturário.
c) Se Joaquim é funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, então ele é
escriturário.
d) Se Joaquim é escriturário, então ele é funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo.
e) Alguns funcionários do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo podem não ter noções
de Matemática.

Resolução:
Primeiramente vamos representar a primeira premissa.
I – Todo escriturário deve ter noções de Matemática.

II – Alguns funcionários do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo são escriturários.

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Vejamos uma hipótese para a segunda premissa.

Vamos considerar agora a possibilidade de todos os funcionários terem noções de Matemática,


ficamos agora com duas possibilidades distintas.

Analisamos agora as alternativas:


Alternativa A: Todo funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo deve ter noções
de Matemática

Solução:

Observe que o nosso símbolo representa um funcionário do TCE que não possui noção de
matemática. Logo a conclusão é precipitada.

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Raciocínio Lógico – Argumento com Quantificadores Válidos (Silogismo) – Prof. Edgar Abreu

Alternativa B: Se Joaquim tem noções de Matemática, então ele é escriturário.

Solução:

O ponto em destaque representa alguém que possui noção de matemática, porém não é
escriturário, logo a conclusão é precipitada e está errada.

Alternativa C: Se Joaquim é funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, então


ele é escriturário.

Solução:

O ponto em destaque representa alguém que possui é funcionário do TCE, porém não é
escriturário, logo a conclusão é precipitada e está errada.

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Alternativa D: Se Joaquim é escriturário, então ele é funcionário do Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo.

Solução:

O ponto em destaque representa alguém que é escriturário, porém não é funcionário do TCE,
logo a conclusão é precipitada e está alternativa está errada.

Alternativa E: Alguns funcionários do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo podem não
ter noções de Matemática.

Solução:

O ponto em destaque representa um funcionário do TCE que não tem noção de matemática,
como a questão afirma que “podem”, logo está correta.

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Raciocínio Lógico – Argumento com Quantificadores Válidos (Silogismo) – Prof. Edgar Abreu

Prova: IESES - 2014 - IGP-SC - Auxiliar Pericial – Criminalístico

Considere que as seguintes frases são verdadeiras e assinale a alternativa


correta:

- Algum policial é alto;


- Todo policial é educado.

a) Todo policial educado é alto.


b) Algum policial alto não é educado.
c) Algum policial não educado é alto.
d) Algum policial educado é alto.

Prova: FDRH - 2008 - IGP-RS - Papiloscopista Policial

Considere os argumentos abaixo:

I – Todos os gatos são pretos.


Alguns animais pretos mordem.
Logo, alguns gatos mordem.

II – Se 11 é um número primo, então, 8 não é um número par.


Ora 8 é um número par, portanto, 11 não é um número primo.

III – Todos os X são Y.


Todos os Z são Y.
Alguns X estão quebrados.
Logo, alguns Y estão quebrados.

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Quais são válidos?

a) Apenas o I.
b) Apenas o II.
c) Apenas o III.
d) Apenas o II e o III.
e) O I, o II e o III.

Gabarito: 1. D 2. D

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Raciocínio Lógico

CÓDIGOS E ANAGRAMAS

1. (Prova: FCC – 2014 - TJ-AP – Analista Judiciário) Bruno criou um código secreto para se
comunicar por escrito com seus amigos. A tabela mostra algumas palavras traduzidas para esse
código.

A palavra MEL, no código de Bruno, seria traduzida como:


a) LDK.
b) NFM.
c) LFK.
d) NDM.
e) OGN.

2. (Prova: FCC – 2012 – PREF. São Paulo-SP – Auditor Fiscal) Considere a multiplicação abaixo, em
que letras iguais representam o mesmo dígito e o resultado é um número de 5 algarismos.

A soma (S + O + M + A + R) é igual a:
a) 33.
b) 31.
c) 29.
d) 27.
e) 25.

Gabarito: 1. D 2. D

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Raciocínio Lógico

QUESTÕES DE RESTO DE UMA DIVISÃO

São comuns as questões de raciocínio lógico que envolva resto de uma divisão. Normalmente
essas questões abordam assuntos relacionados a calendário, múltiplo ou divisores ou qualquer
outra sequência que seja cíclica.
Estas questões são resolvidas todas de forma semelhante, vejamos os exemplos abaixo:

QUESTÃO COMENTADA 1
CESGRANRIO: CAPES – 2008
Em um certo ano, o mês de abril termina em um domingo. É possível determinar o próximo
mês a terminar em um domingo?
a) Sim, será o mês de setembro do mesmo ano.
b) Sim, será o mês de outubro do mesmo ano.
c) Sim, será o mês de dezembro do mesmo ano.
d) Sim, será o mês de janeiro do ano seguinte.
e) Não se pode determinar porque não se sabe se o ano seguinte é bissexto ou não.
Solução:
Sabendo que o mês de Abril possui 30 dias, logo sabemos que dia 30 de abril foi um domingo.
Vamos identificar quantos dias teremos até o último dia de cada mês, assim verificamos se esta
distância é múltipla de 7, já que a semana tem 7 dias e os domingos acontecerão sempre um
número múltiplo de 7 após o dia 30 de Abril:

QUANT. DIAS DO
MÊS DIAS ATÉ 30/04 MÚLTIPLO DE 7
MÊS
MAIO 31 31 NÃO
JUNHO 30 61 NÃO
JULHO 31 92 NÃO
AGOSTO 31 123 NÃO
SETEMBRO 30 153 NÃO
OUTUBRO 31 184 NÃO
NOVEMBRO 30 214 NÃO
DEZEMBRO 31 245 SIM (245/7 = 35)
Solução será dia 31 de Dezembro do mesmo ano, alternativa C.

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QUESTÃO COMENTADA 2
FCC: TST – 2012
Pedro é um atleta que se exercita diariamente. Seu treinador orientou-o a fazer flexões de
braço com a frequência indicada na tabela abaixo:

Dia da semana Número de flexões


2ª e 5ª feiras 40
3ª e 6ª feiras 10
4ª feiras 20
Sábados 30
Domingos nenhuma

No dia de seu aniversário, Pedro fez 20 flexões de braço. No dia do aniversário de sua namorada,
260 dias depois do seu, Pedro:
a) não fez flexão.
b) fez 10 flexões.
c) fez 20 flexões.
d) fez 30 flexões.
e) fez 40 flexões.

Solução:
Com Pedro fez 20 flexões em seu aniversário, logo concluímos que caiu em uma quarta-feira.
Devemos descobrir qual o dia da semana será após 260 dias. Primeiramente vamos descobrir
quantas semanas se passaram até este dia, dividindo 260 por 7, já que uma semana tem 7 dias.
260 = 37 (resto 1)
7
Assim sabemos que se passaram 37 semanas e mais um dia.
Como ele fez aniversário na quarta, se somarmos 1 dia temos quinta-feira e o total de flexões
para este dia será de 40, segundo a tabela. Alternativa E

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Raciocínio Lógico – Problemas Cíclicos/Calendário e Datas – Prof. Edgar Abreu

Prova: FCC - 2014 - AL-PE - Agente Legislativo

O dia 04 de março de 2014 foi uma terça-feira. Sendo assim, é


correto afirmar que o dia 04 de março de 2015 será:

a) segunda-feira.
b) quarta-feira.
c) quinta-feira.
d) domingo.
e) terça-feira.

Prova: FCC - 2013 - TRT - 5ª Região (BA) - Analista Judiciário

Um ano bissexto possui 366 dias, o que significa que ele é composto por
52 semanas completas mais 2 dias. Se em um determinado ano bissexto
o dia 1º de janeiro caiu em um sábado, então o dia 31 de dezembro cairá
em:

a) um sábado.
b) um domingo.
c) uma 2ª feira.
d) uma 3ª feira.
e) uma 4ª feira.

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Prova(s): FCC - 2013 - DPE-RS - Técnico de Apoio Especializado
Em uma montadora, são pintados, a partir do início de um turno de
produção, 68 carros a cada hora, de acordo com a seguinte sequência de
cores: os 33 primeiros são pintados de prata, os 20 seguintes de preto, os
próximos 8 de branco, os 5 seguintes de azul e os 2 últimos de vermelho.
A cada hora de funcionamento, essa sequência se repete.

Dessa forma, o 530º carro pintado em um turno de produção terá a cor:

a) prata.
b) preta.
c) branca.
d) azul.
e) vermelha.

Gabarito: 1. B 2. B 3. C

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Raciocínio Lógico

PROBLEMAS DE MÍNIMO E MÁXIMO

1. Prova: FCC - 2012 - TJ-RJ - Analista Judiciário

A câmara municipal de uma cidade é composta por 21 vereadores, sendo


10 do partido A, 6 do partido B e 5 do partido C. A cada semestre, são
sorteados n vereadores, que têm os gastos de seus gabinetes auditados
por uma comissão independente. Para que se garanta que, em todo
semestre, pelo menos um vereador de cada partido seja necessariamente
sorteado, o valor de n deve ser, no mínimo,

a) 11.
b) 10.
c) 17.
d) 16.
e) 14.

2. Prova: FCC - 2009 - SEFAZ-SP - Agente Fiscal de Rendas - Prova 1

Numa cidade existem 10 milhões de pessoas. Nenhuma delas possui mais do


que 200 mil fios de cabelo. Com esses dados, é correto afirmar que,
necessariamente,

a) existem nessa cidade duas pessoas com o mesmo número de fios de cabelo.
b) existem nessa cidade pessoas sem nenhum fio de cabelo.
c) existem nessa cidade duas pessoas com quantidades diferentes de fios de
cabelo.
d) o número médio de fios de cabelo por habitante dessa cidade é maior do que
100 mil.
e) somando-se os números de fios de cabelo de todas as pessoas dessa cidade
obtém-se 2 × 1012.

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3. Prova: FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Analista Judiciário

Em uma floresta com 1002 árvores, cada árvore tem de 900 a 1900 folhas.
De acordo apenas com essa informação, é correto afirmar que,
necessariamente,

a) ao menos duas árvores dessa floresta têm o mesmo número de folhas.


b) apenas duas árvores dessa floresta têm o mesmo número de folhas.
c) a diferença de folhas entre duas árvores dessa floresta não pode ser
maior do que 900.
d) não há árvores com o mesmo número de folhas nessa floresta.
e) a média de folhas por árvore nessa floresta é de 1400.

Gabarito: 1. C 2. A 3. A

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Raciocínio Lógico

PROBLEMAS ENVOLVENDO FUTEBOL

1. (Prova: FCC – 2014 - TRT 2ª Região (SP) – Técnico Judiciário) Um jogo de vôlei entre duas equipes
é ganho por aquela que primeiro vencer três sets, podendo o placar terminar em 3 a 0, 3 a 1 ou
3 a 2. Cada set é ganho pela equipe que atingir 25 pontos, com uma diferença mínima de dois
pontos a seu favor. Em caso de igualdade 24 a 24, o jogo continua até haver uma diferença de
dois pontos (26 a 24, 27 a 25, e assim por diante). Em caso de igualdade de sets 2 a 2, o quinto
e decisivo set é jogado até os 15 pontos, também devendo haver uma diferença mínima de dois
pontos. Dessa forma, uma equipe pode perder um jogo de vôlei mesmo fazendo mais pontos
do que a equipe adversária, considerando-se a soma dos pontos de todos os sets da partida. O
número total de pontos da equipe derrotada pode superar o da equipe vencedora, em até:
a) 47 pontos.
b) 44 pontos.
c) 50 pontos.
d) 19 pontos.
e) 25 pontos.

2. (Prova: SHDIAS – 2014 – CEASA-Campinas – Assistente Administrativo) No basquete, uma cesta


pode valer 1, 2, ou 3 pontos, Na partida final do campeonato, Leonardo fez 5 cestas, em um
total de 11 pontos. Nesse caso, não é possível que Leonardo tenha feito exatamente:
a) Uma cesta de 1 ponto.
b) Quatro cestas de 2 pontos.
c) Três cestas de 3 pontos.
d) Três cestas de 2 pontos.

3. (Prova: CESPE – 2014 – SUFRAMA – Nível Superior) Em um campeonato de futebol, a pontuação


acumulada de um time é a soma dos pontos obtidos em cada jogo disputado. Por jogo, cada
time ganha três pontos por vitória, um ponto por empate e nenhum ponto em caso de derrota.
Com base nessas informações, julgue o item seguinte.
Nesse campeonato, os critérios de desempate maior número de vitórias e menor número de
derrotas são equivalentes.
( ) CERTO
( ) ERRADO

Gabarito: 1. B 2. D 3. Errado

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Raciocínio Lógico

PROBLEMAS COM DIREÇÃO E SENTIDO

1. (Prova: FCC – 2014 – METRÔ-SP – Técnico de Sistemas Metroviários) M, N, O e P são quatro


cidades próximas umas das outras. A cidade M está ao sul da cidade N. A cidade O está à leste
da cidade M. Se a cidade P está à sudoeste da cidade O, então N está a:
a) noroeste de P.
b) nordeste de P.
c) norte de P.
d) sudeste de P.
e) sudoeste de P.

2. (Prova: FCC – 2014 – SABESP – Tecnólogo) Partindo de um ponto inicial A, Laura caminhou 4 km
para leste, 2 km para sul, 3 km para leste, 6 km para norte, 6 km para oeste e, finalmente, 1 km
para sul, chegando no ponto B. Artur partiu do mesmo ponto A de Laura percorrendo X km para
norte e 1 km para a direção Y, chegando no mesmo ponto B em que Laura chegou. Sendo Y uma
das quatro direções da rosa dos ventos (norte, sul, leste ou oeste), X e Y são, respectivamente,
a) 6 e sul.
b) 2 e norte.
c) 4 e oeste.
d) 3 e leste.
e) 4 e leste.

3. (Prova: FCC – 2014 – TRF 3ª Região – Técnico Judiciário) Partindo do ponto A, um automóvel
percorreu 4,5 km no sentido Leste; percorreu 2,7 km no sentido Sul; percorreu 7,1 km no
sentido Leste; percorreu 3,4 km no sentido Norte; percorreu 8,7 km no sentido Oeste; percorreu
4,8 km no sentido Norte; percorreu 5,4 km no sentido Oeste; per- correu 7,2 km no sentido
Sul, percorreu 0,7 km no sentido Leste; percorreu 5,9 km no sentido Sul; percorreu 1,8 km no
sentido Leste e parou. A distância entre o ponto em que o automóvel parou e o ponto A, inicial,
é igual a :
a) 7,6 km.
b) 14,1 km.
c) 13,4 km.
d) 5,4 km.
e) 0,4 km.

Gabarito: 1. C 2. D 3. A

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Raciocínio Lógico

QUESTÕES ENVOLVENDO SEQUÊNCIA DE NÚMEROS

É comum aparecer em provas de concurso questões envolvendo sequências de números, onde


o candidato terá que descobrir a “lógica” da sequência para solucionar o problema.
A verdade é que não existe uma regra de resolução destas questões, cada sequência é diferente
das demais, depende da lógica que o autor está cobrando.
O que vamos aprender neste capítulo é a resolver algumas das sequências que já foram
cobradas em concursos anteriores, este tipo de questão, só existe uma única maneira de
aprender a resolver, fazendo!

QUESTÃO COMENTADA
FCC: BACEN – 2006
No quadriculado seguinte os números foram colocados nas células obedecendo a um
determinado padrão.

16 34 27 X
13 19 28 42
29 15 55 66

Seguindo esse padrão, o número X deve ser tal que:


a) X > 100
b) 90 < X < 100
c) 80 < X < 90
d) 70 < X < 80
e) X < 70

Solução:
Quando a sequencia se apresenta em tabelas, similares a esta, procure sempre encontrar uma
lógica nas linhas ou nas colunas. A lógica da sequencia desta questão está na relação da linha
três com as linhas 1 e 2.
A linha 3 é a soma das linhas 1 e 2 quando a coluna for impar e a subtração das linhas 1 e 2
quando a coluna for par, note:

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Coluna 1: 16 + 13 = 29
Coluna 2: 34 - 19 = 15
Coluna 3: 27 + 28 = 55
Logo a coluna 4, que é par, teremos uma subtração:
x – 42 = 66 => x = 66 + 42 = 108
Alternativa A

QUESTÃO COMENTADA 2
FCC : TRT – 2011
Na sequência de operações seguinte, os produtos obtidos obedecem a determinado padrão.
1x1=1
11 x 11 = 121
111 x 111 = 12.321
1.111 x 1111 = 1.234.321
11.111 x 11.111 = 123.454.321
Assim sendo, é correto afirmar que, ao se efetuar 111 111 111 × 111 111 111, obtém-se um
número cuja soma dos algarismos está compreendida entre:
a) 85 e 100.
b) 70 e 85.
c) 55 e 70.
d) 40 e 55.
e) 25 e 40.

Solução:
Note que o termo centra do resultado da multiplicação é sempre a quantidade de número 1
que estamos multiplicando, conforme destacado na tabela abaixo:

1x1 1
11 x 11 121
111 x 111 12. 321
1. 111 x 1. 111 1. 234. 321
11. 111 x 11. 111 123. 454. 321

Perceba também que o resultado da multiplicação é formado por um número que começa com
1 e vai até a quantidade de números 1 que tem a multiplicação e depois começa a reduzir até o
número 1 de volta.

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Raciocínio Lógico – Números – Prof. Edgar Abreu

Logo a multiplicação de 111 111 111 × 111 111 111 temos 9 números 1, assim o resultado
certamente será composto pelo número 12345678 9 87654321. Agora basta apenas somar os
algarismos e encontra como resposta o número 81, alternativa B.

QUESTÃO COMENTADA 3
CESGRANRIO: TCE/RO – 2007
O sistema binário de numeração, só se utilizam os algarismos 0 e 1. Os números naturais,
normalmente representados na base decimal, podem ser também escritos na base binária
como mostrado:

DECIMAL BINÁRIO
0 0
1 1
2 10
3 11
4 100
5 101
6 110
7 111

De acordo com esse padrão lógico, o número 15 na base decimal, ao ser representado na base
binária, corresponderá a:
a) 1000
b) 1010
c) 1100
d) 1111
e) 10000

Solução:
No sistema decimal que conhecemos, cada vez que conhecemos, a cada 10 de uma casa
decimal forma-se outra casa decimal. Exemplo: 10 unidades é igual uma dezena, 10 dezenas é
igual a uma centena e assim sucessivamente.
Já no sistema binário, a lógica é a mesma, porém a cada 2 unidades iremos formar uma nova
casa decimal. Assim para transformar um número decimal em binário, basta dividirmos este
número sucessivamente por dois e analisar sempre o resto, conforme exemplo abaixo.
Transformando 6 em binário:
6 / 2 = 3 (resto zero, logo zero irá ocupar primeira casa binária).

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3 / 2 = 1 (resto 1, logo o 1 do resto irá ocupar a segunda casa binária enquanto o 1 quociente da
divisão irá ocupar a terceira casa binária).
Resultado: 110
Para saber se está certo, basta resolver a seguinte multiplicação:
110 = 1 x 2² + 1 x 2¹ + 0 x 20 = 4 + 2 + 0 = 6
Utilizando esta linha de raciocínio temos que:
15 / 2 = 7 (resto 1)
7 / 2 = 3 (resto 1)
3 / 2 = 1 (resto 1)
Logo o número será 1111, Alternativa D

1. Prova: IDECAN - 2014 - AGU - Agente Administrativo

Observe a sequência: 49, 64, 81, 100, ...

Qual será o sétimo termo?

a) 144.
b) 169.
c) 196.
d) 225.
e) 256.

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Raciocínio Lógico – Números – Prof. Edgar Abreu

2. Prova: Instituto AOCP - 2014 - UFGD - Analista Administrativo

A sequência a seguir apresenta um padrão:

1; 8; 15; 22; ...

Qual é o quinto termo desta sequência?

a) 27.
b) 28.
c) 29.
d) 30.
e) 31.

3. Prova: FCC - 2010 - TCE-SP - Auxiliar da Fiscalização Financeira

Considere que os números inteiros e positivos que aparecem no


quadro abaixo foram dispostos segundo determinado critério.

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3. Completando corretamente esse quadro de acordo
com tal critério, a soma dos números que estão
faltando é:

a) maior que 19.


b) 19.
c) 16.
d) 14.
e) menor que 14.

4. Prova: FCC - 2014 - TRF - 4ª REGIÃO – Analista


Judiciário – Informática

A sequência numérica 1, 7, 8, 3, 4, 1, 7, 8, 3, 4, 1, 7, 8, 3, 4, 1, ..., cujos


dezesseis primeiros termos estão explicitados, segue o mesmo padrão de
formação infinitamente. A soma dos primeiros 999 termos dessa
sequência é igual a:

a) 4596.
b) 22954.
c) 4995.
d) 22996.
e) 5746.

Gabarito: 1. B 2. C 3. A 4. A

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Raciocínio Lógico

1. Prova: FCC – 2014 – TRT 16ª REGIÃO (AM)– Téc. Judiciário

Considere as figuras abaixo:

Seguindo o mesmo padrão de formação das dez primeiras


figuras dessa sequência, a décima primeira figura é:

a)

b)

c)

d)

e)

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2. Prova: FCC – 2012 – TST – Téc. Judiciário
Marina possui um jogo de montar composto por várias peças quadradas,
todas de mesmo tamanho. A única forma de juntar duas peças é unindo-as
de modo que elas fiquem com um único lado em comum. Juntando-se três
dessas peças, é possível formar apenas dois tipos diferentes de figuras,
mostradas abaixo.

Note que as duas figuras podem aparecer em


diferentes posições, o que não caracteriza
novos tipos de figuras. O número de tipos
diferentes de figuras que podem ser formados
juntando-se quatro dessas peças é igual a

a) 4.
b) 5.
c) 6.
d) 7.
e) 8.

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Raciocínio Lógico – Imagens e Figuras – Prof. Edgar Abreu

3. Prova: FCC – 2012 – TRT – Analista Judiciário

Partindo de um quadriculado n × n formado por palitos de


fósforo, em que n é um número ímpar maior ou igual a 3, é
possível, retirando alguns palitos, obter um “X” composto por
2n-1 quadrados. As figuras a seguir mostram como obter esse
“X” para quadriculados 3 × 3 e 5 × 5.

Seguindo o mesmo padrão dos exemplos acima,


partindo de um quadriculado 9 × 9, o total de
palitos que deverão ser retirados para obter o
“X” é igual a

a) 64.
b) 96.
c) 112.
d) 144.
e) 168.

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Gabarito

1. B 2. B 3. C

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Raciocínio Lógico

LETRAS

1. (Prova: CEPERJ – 2014 – RIOPREVIDÊNCIA – Assistente Previdenciário) Observe atentamente a


sequência a seguir:
ABCDEEDCBAABCDE...
A centésima primeira letra nessa sequência será:
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E

2. (Prova: FCC – 2014 – TJ-AP – Técnico Judiciário) Cada termo da sequência a seguir é formado
por seis vogais:
(AAAEEI; EEEIIO; IIIOOU; OOOUUA; UUUAAE; AAAEEI; EEEIIO; . . . )
Mantido o mesmo padrão de formação da sequência, se forem escritos os 12º, 24º, 36º e 45º
termos, o número de vezes que a vogal U será escrita nesses termos é igual a
a) 1
b) 6
c) 5
d) 2
e) 3

3. Prova: FCC – 2014 – TRT 19ª Região (AL) – Técnico Judiciário


Gabriel descobriu pastas antigas arquivadas cronologicamente, organizadas e etiquetadas na
seguinte sequência:
07_55A; 07_55B; 08_55A; 09_55A; 09_55B; 09_55C;
09_55D; 09_55E; 10_55A; 10_55B; 11_55A; 12_55A;
12_55B; 12_55C; 01_56A; 01_56B; 02_56A; 02_56B;
03_56A; xx_xxx; yy_yyy; zz_zzz; 04_56B.
Sabendo-se que as etiquetas xx_xxx; yy_yyy; zz_zzz representam que o código foi encoberto,
a etiqueta com as letras yy_yyy deveria, para manter o mesmo padrão das demais, conter o
código

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a) 03_56C.
b) 04_57C
c) 04_56C.
d) 03_56B.
e) 04_56ª.

Gabarito: 1. A 2. C 3. A

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Física

Professor Alexei Muller

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Física

INTRODUÇÃO

Grandezas Físicas

Grandeza Física é tudo que pode ser medido. Medir uma grandeza é compará-la com outra
grandeza da mesma espécie, tomada como medida padrão.
Exemplos:
•• velocidade,
•• tempo,
•• aceleração,
•• força,
•• distância,
•• etc.

Sistema Internacional de Unidades S.I.

Instituído em 1960, é o conjunto de unidades que tem por finalidade comparar as espécies de
grandezas. Composto por: Grandezas Fundamentais e Grandezas Derivadas.

Grandezas Fundamentais

GRANDEZA UNIDADE SÍMBOLO


Comprimento metro m
Massa quilograma kg
Tempo segundo s
Intensidade de corrente elétrica ampère A
Intensidade luminosa candela cd
Quantidade de matéria mol mol
Temperatura kelvin K

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Algumas Grandezas Derivadas

GRANDEZA UNIDADE SÍMBOLO


Área metro quadrado m2
Volume metro cúbico m3
Força newton N
Velocidade metro por segundo m/s
2
Aceleração metro por segundo ao quadrado m/s
Energia joule J
Potência watt W

Prefixos de múltiplos e submúltiplos das unidades do S.I.

PREFIXO SÍMBOLO FATOR


Tera T 1012
Giga G 109
Mega M 106
Quilo k 103
Hecto h 102
Deca da 101
Deci d 10-1
Centi c 10-2
Mili m 10-3
Micro μ 10-6
Nano η 10-9
Pico p 10-12

Exemplos:

1. 14 TeV = 14.1012 eV -1
7. 3 dm = 3.10 m
9 -2
2. 8 GW = 8.10 W 8. 7cm = 7.10 m
6 -3
3. 97 MHz = 97.10 Hz 9. 12 mA = 12.10 A
3 -6
4. 120 km = 120. 10 m 10. 75 μC = 75.10 C
2 -9
5. 6 hPa = 6.10 Pa 11. 6 ηV = 6.10 V
-12
6. 8 dal = 8.10 l 12. 36 pJ = 36.10 J

956 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Introdução – Prof. Alexei Muller

Grandezas

•• Grandezas Escalares são aquelas que ficam perfeitamente definidas por um número
(quantidade) e por um significado físico (unidade de medida).
•• Exemplos: tempo, distância, temperatura, etc.
•• Grandezas Vetoriais são aquelas que necessitam de um número (módulo), de uma
orientação (direção e sentido) e de um significado físico (unidade), para ficarem
perfeitamente definidas.
•• Exemplos: força, velocidade, aceleração, etc.

Vetor

•• É um ente matemático que será representado por um segmento de reta orientado. Sua
aplicação na Física é para indicar grandezas vetoriais. O vetor tem um módulo e uma
orientação (direção e sentido).
!
•• Módulo: V ou v representa o tamanho do vetor, que é proporcional a intensidade da
grandeza que ele representa.
•• Direção: é definida pela reta que dá suporte ao vetor, por exemplo, vertical, horizontal, etc.
•• Sentido: é definido pela seta que está numa das extremidades do vetor, por exemplo, da
esquerda para a direita, do norte para o sul, etc.

Exemplo

Considere um veículo se movimentando sobre a estrada retilínea da figura, com velocidade de


60 km/h.
Observe que, para a grandeza física velocidade ficar caracterizada, precisamos conhecer:
•• seu módulo: valor e unidade: 60km/h;
•• sua direção: horizontal;
•• seu sentido: da esquerda para direita.
Determine o módulo, a direção e o sentido do vetor a seguir:

www.acasadoconcurseiro.com.br 957
Módulo:

Direção:

Sentido:

Adição de vetores

→ → →
Vr = V1 + V2

1. Adição de dois vetores quaisquer:


Exemplo:
Seja V1 = 3 u, V2 = 5 u e α = 60° (cos 60° = 0,5), calcule o módulo do vetor resultante:

VR = V12 + V22 + 2.V1 .V2 . cos α

2. Adição de dois vetores com mesma direção e mesmo sentido (α = 0°)

3. Adição de dois vetores com direções iguais e sentidos opostos (α = 180°)

958 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Introdução – Prof. Alexei Muller

4. Adição de vetores ortogonais (α = 90°)

Notação Científica

É a representação de um número N, com o uso de uma potência de 10, seguindo a seguinte


condição:

N = a.10n ,sendo
n ∈Z e
1 ≤ a< 10.

Exemplos:
mTerra = 6 000 000 000 000 000 000 000 000 kg = 6.1024 kg
-19
e = 0, 000 000 000 000 000 000 16 = 1,6.10 C

Exemplos:

1. 237,6 =

2. 7982,3 =

3. 0,0021 =

4. 0,0752 =

Ordem de Grandeza
Para obter a ordem de grandeza de um número deve-se, inicialmente, escrevê-lo na forma de
notação científica.
1. 237,6 =

www.acasadoconcurseiro.com.br 959
2. 7982,3 =

3. 0,0021 =

4. 0,0752 =

1. 2,376 . 102; OG =
3
2. 7,9823.10 ; OG =
-3
3. 2,1.10 ; OG =
-2
4. 7,52 .10 ; OG =
Em seguida, compara-se o valor de a com 10 ≅ 3,16 .
•• a ordem de grandeza será a potência de 10 do valor dado se a < 10 ≅ 3,16 .
•• ou a potência de 10 imediatamente superior se a ≥ 10 ≅ 3,16 .

Exemplo:
•• Em 2007, a população do planeta Terra atingiu a marca de 6,6 bilhões de pessoas.
•• Qual a ordem de grandeza da população da Terra?

Ponto material x corpo extenso


•• Ponto material (partícula) é um corpo cujas dimensões são desprezíveis em relação às
dimensões envolvidas no fenômeno estudado.
•• Quando as dimensões do corpo são relevantes para o estudo de seu movimento e das
ações de forças ele é chamado de corpo extenso.

Velocidade, força e aceleração


•• Velocidade
•• Força
•• Aceleração

960 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física

CINEMÁTICA

Varia sucessivamente a sua posição (seu lugar) com o passar do tempo em relação a um sistema
de referência. Os conceitos de repouso e de movimento pressupõem sempre a existência de
um referencial. Um corpo está em repouso quando sua posição não varia com o tempo em
relação a um referencial. Não existem repouso e movimento absolutos.

Referencial

É um sistema num local escolhido dentro do campo de observação. Serve como elemento de
comparação para determinarmos se ocorre ou não alteração da posição entre o móvel e o
referencial.
O movimento é relativo, depende do referencial adotado pelo observador.

Lembre-se: Quando o referencial não é indicado, o solo é o referencial usado em estudos de


movimentos na superfície da Terra.

Trajetória

É o caminho descrito pelo móvel ao longo do seu movimento sob o ponto de vista de um
observador.

www.acasadoconcurseiro.com.br 961
Portanto, a trajetória depende do referencial adotado, ou seja, de quem vê ou observa o
movimento.

Posição [x,s]
•• É o local onde o móvel se encontra no espaço.
•• De forma prática, por exemplo, em uma estrada, nossa posição pode ser dada por placas
indicativas de km. Possibilitando indicar a que distância estamos do km 0.

!!
Vetor posição [ x , s ]
Define-se vetor posição em um instante t como um vetor x em que sua origem é tomada a
partir do referencial, e sua outra extremidade, no ponto de observação.

! !
Vetor deslocamento[ Δx ,Δs ]
É uma grandeza vetorial que representa a diferença entre o vetor posição final e o vetor posição
inicial.

962 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Cinemática – Prof. Alexei Muller

O módulo do vetor deslocamento mede o quanto o móvel se afastou de sua posição inicial em
linha reta.

Distância [d]
Quando um corpo está em movimento, descreve uma trajetória. O comprimento dessa
trajetória é denominado de distância percorrida.

Exemplo: distância x deslocamento

EXERCÍCIO 1
Indique a distância percorrida e o deslocamento nos respectivos trechos, partindo do ponto A:

!
Velocidade [ v ]
Função de descrever o movimento.
•• Módulo: rapidez
•• Direção: tangente à trajetória descrita pelo móvel (onde o corpo está)
•• Sentido: o mesmo do deslocamento (para onde o corpo vai)

Observações
•• Uma velocidade somente será constante, quando em todos os instantes mantiver
constantes o seu módulo, a sua direção e o seu sentido.

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•• Dois corpos deslocam-se com velocidades iguais quando em todos os instantes forem
iguais seus módulos, suas direções e seus sentidos.

Velocidade escalar média (vm)

d(andou)
vm =
Δt (gastou)
Velocidade  
Unidades:
escalar  média  (vm)  
S.I. d
Usual
( andou)
v
v: m/s
m
= v: km/h
Unidades:
S.I. Usual
d: m Δt
d: km
( gastou) v: m/s v: km/h
∆t:s ∆t: h d: m d: km
∆t:s ∆t: h

d = 120km
t = 12h
t0 = 8h

33

x 3,6

m/s km/h

: 3,6
Converta:  
Converta:
•  10  m••/s  10=m/s
 ___________km/h  
= ___________km/h
                     
•  20  m••/s=  
20 m/s=___________km/h  
___________km/h
•• 30 m/s = ___________km/h
•  30  m••/s  18=km/h=
 ___________km/h  
__________m/s                      
•  18  k•m/h=  
• 54 km/h= __________m/s
__________m/s  
•• 90 km/h= __________m/s
•  54  km/h=  __________m/s                            
•  90  km/h=  __________m/s   34
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Física – Cinemática – Prof. Alexei Muller

Exercícios

1 Calcule a velocidade média de um automóvel que percorreu 100 km em 2h.

2. Qual a distância percorrida por um automóvel com velocidade média de 70 km/h em 3h?

3. Quanto tempo leva uma moto para percorrer 300 km com velocidade média de 60km/h?

4. Um móvel percorre a metade de um caminho a 60 km/h e a outra metade a 120 km/h. Qual a
sua velocidade média ao longo de toda a viagem?

Aceleração

A aceleração é responsável por indicar como varia o vetor velocidade. Como a velocidade pode
variar tanto em módulo quanto em direção e sentido, vamos analisar dois tipos de acelerações:
•• aceleração tangencial (linear) e
•• aceleração centrípeta (normal, radial).

Aceleração tangencial ou linear

Δv v − vo
at = ou at = f
Δt Δt

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Δv vf − vo
at = ou at =
Δt Δt

v v
at

centrípeta,  normal  
a ou   t

radial.    
38

Aceleração centrípeta, normal ou radial

v 2 ac =
v2

=
r →
ac

r
Unidades:
S.I.
a: m/s2
v: m/s 39
r: m

Aceleração escalar média

Δv v − vo
am = ou am = f
Δt Δt

Unidades:
S.I.
a: m/s2
∆v: m/s
∆t: s

Exercícios

1. Uma revista especializada em automóveis informa que a velocidade de um determinado


modelo varia de zero a 100 km/h em 4 s. Qual é a aceleração média desse automóvel? O que
ela significa?

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Física – Cinemática – Prof. Alexei Muller

2. Um automóvel partindo do repouso tem a sua velocidade aumentada para 20 m/s em 8s, qual
é a aceleração média desse automóvel? O que ela significa?

3. Um motorista conduz o seu automóvel a 90 km/h, o veículo é freado e para em 5s. Qual é a sua
aceleração média?

Movimento progressivo x regressivo

Progressivo

Regressivo ou retrógrado

Movimento acelerado x retardado

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Movimento Retilíneo Uniforme – MRU

Características
O móvel percorre distâncias iguais em intervalos de tempo iguais.

→ → →
FR = 0; a = 0; v cons tan te (≠ 0).

Ex.: v = 2m/s

MRU – Fórmula
Δx = v. Δt

Exemplo:
Um corpo em MRU, desenvolve uma velocidade constante de 900 km/h, após 3h terá percorrido
uma distância de:

Gráficos MRU
Posição (X) em função do tempo (t):

x = x o + v.Δt

tg θ : declividade = velocidade

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Física – Cinemática – Prof. Alexei Muller

Exemplo:
O gráfico abaixo indica as posições ocupadas por dois automóveis, A e B, em função do
tempo, sobre uma trajetória retilínea.

Gráficos MRU – velocidade em função do tempo


•• velocidade em função do tempo: v constante ( ≠ 0)

Área = ΔX

•• aceleração em função do tempo: (a = 0)

  

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Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV)

Características  
→ →
F R cons tan te; a cons tan te ( ≠ 0).

O módulo da velocidade varia uniformemente com o tempo; em intervalos de tempos iguais


ocorrem iguais variações no módulo da velocidade.

Exemplo:
2
Um móvel, partindo do repouso, em MRUV move-se com aceleração de módulo 2 m/s , na
direção horizontal e com sentido para a direita:

Observa-se que a cada segundo, a velocidade do corpo variou 2 m/s, ou seja:


∆vconstante = 2 m/s em cada ∆t = 1s

MRUV – fórmulas

Δx vo + vf vf − vo
vm = vm = a=
Δt 2 Δt
2
a.Δt
Δx = v o .t + v 2f = v 2o + 2.a.Δx
2

Exemplos:
2
1. Um móvel parte do repouso com aceleração constante de 2m/s . Qual será a sua velocidade
após 10s?

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Física – Cinemática – Prof. Alexei Muller

2. Uma moto parte do repouso com aceleração constante de 2m/s2. Qual a distância que a moto
percorre até atingir a velocidade de 20m/s?

Gráficos MRUV – Posição (X)   em função do tempo (t)


Gráficos  MRUV-­‐  aΔt
Posição  (X)  em  função  do  tempo  
2
x = x + v .Δt +
o o
2 (t)   aΔt 2
x = x + v .Δt + o o
2




  θ
tg  θ    :  declividade=  v  
tg θ : declividade = v

Exemplo:
O gráfico mostra a posição x de um corpo em função de um tempo t. O movimento ocorre ao
longo do eixo OX.

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Gráficos MRUV – velocidade em função do tempo

v = v o + a. Δt

tg θ : declividade = a

Área = ΔX

Exemplos:
O gráfico representa a velocidade em função do tempo, para duas partículas que descrevem
movimentos retilíneos, com os movimentos iniciando em t = 0s. Se até o instante T, a partícula
“A” havia percorrido 40m, podemos dizer que a distância percorrida pela partícula “B” até o
mesmo instante, foi:

Gráficos MRUV – aceleração em função do tempo



!
a cons tan te (a ≠ 0)

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Física – Cinemática – Prof. Alexei Muller

Área = Δv

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Física

DINÂMICA

INTRODUÇÃO À DINÂMICA

Anteriormente, estudamos a parte da Física denominada Cinemática, que descreve e analisa os


movimentos dos corpos.
Agora, passaremos a estudar a Dinâmica, que vai relacionar os movimentos com as suas causas.

Força
“Puxão ou empurrão”.
•• Quando aplicamos uma Força em um corpo, ela pode gerar no mesmo uma aceleração, ou
seja, a Força pode provocar variação na velocidade.
•• Força é a grandeza física responsável pela modificação dos estados de repouso ou
movimento dos corpos, podendo ainda deformá-los.

Quanto à aplicação a força pode ser


a) de contato: cessa o contato cessa a força;
b) de campo: não necessita contato.
Exemplo de força de campo: campo gravitacional (peso).

Relação entre força e aceleração


•• A aceleração gerada por uma força tem sempre a mesma direção e o mesmo sentido da
força que a gerou.

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Considerações
Vamos considerar três automóveis deslocando-se em uma linha reta e com velocidade
constante. Inicialmente nenhuma força atua sobre eles. Num certo instante, em cada
automóvel, é aplicada uma força de módulo constante, como mostram as figuras a seguir.

Na figura acima não haverá mudança na trajetória. A força aumentará o módulo da velocidade.

Na figura acima não haverá mudança na trajetória. A força diminuirá o módulo da velocidade.

Na figura acima haverá mudança na trajetória. A velocidade manterá o seu módulo constante.

!"
Força Resultante ( FR )
•• É o somatório de todas as forças que atuam sobre um corpo.
•• Força resultante na mesma direção do movimento não muda a trajetória, muda apenas o
módulo da velocidade.
•• Força resultante perpendicular ao movimento transforma a trajetória retilínea em
curvilínea, muda a direção e o sentido da velocidade, porém não modifica o seu módulo.

at = aceleração tangencial indica variação no módulo da velocidade.

ac = aceleração centrípeta indica variação na direção da velocidade.

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Física – Dinâmica – Prof. Alexei Muller

Leis de Newton (Princípios da Dinâmica)

Primeira Lei de Newton (Princípio da Inércia)


•• Todo o corpo em repouso ou em Movimento tende a permanecer em repouso ou em
Movimento Retilíneo Uniforme, respectivamente, enquanto a resultante das forças
externas que agem sobre ele for nula.
→ →

Se FR = 0 , então Δ v = 0 (não haverá variação na velocidade).

Segunda Lei de Newton (Princípio da Massa)

→ →
FR = m. a

•• A aceleração adquirida por um corpo, quando impulsionado por uma força, é diretamente
proporcional a esta força e inversamente proporcional à sua massa.
•• Unidades de medida:
No S.I.:
m: quilograma = kg
a: metro por segundo ao quadrado = m/s2
F: newton = N

Terceira Lei de Newton (princípio da ação e reação)


•• A toda de força de ação corresponde uma força de reação de mesmo módulo, mesma
direção, porém de sentido contrário.

Características das forças de Ação e Reação


•• Possuem mesmo módulo (intensidade).
•• Possuem mesma direção.
•• Os sentidos são contrários.
•• Atuam em corpos diferentes.
•• O corpo que tiver maior massa terá menor aceleração.
•• Faz a reação o corpo que sofre a ação.

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Peso de um corpo (P )
•• O peso de um corpo é a força de atração gravitacional que a Terra exerce sobre ele.
•• O vetor que representa a força Peso tem direção perpendicular ao plano da Terra e seu
sentido aponta para o centro da Terra.

→ →
FR = m. a

→ →
P = m.g
•• A unidade de medida do peso é o newton (N)

→ →
Força normal (Fn ,N)
•• Quando um corpo comprime uma superfície sólida, esta reage empurrando-o com uma
força que forma com a superfície um ângulo de 90°, força essa chamada de normal, força
Normal ou reação Normal.
•• Exemplos:
Indique o vetor Força Normal que atua sobre o bloco m em cada item.


Tensão, tração ( T )
•• É a força transferida através de cordas, fios ou cabos.

978 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Dinâmica – Prof. Alexei Muller

Exemplo

1. Seja um corpo m de massa m = 5 kg.


Determine T na corda nas seguintes situações:
a) m está em repouso;
b) m começa a subir com aceleração constante de valor a = 2 m/s2;
2
c) m está subindo e começa a parar com uma aceleração de valor a = 3 m/s ;
d) m está descendo com velocidade constante.

Exemplo
Determine a aceleração do sistema a seguir e a tensão no fio que une os blocos A e B, sabendo
2
que mA = 6 kg, mB = 4 kg e g = 10 m/s .

Dois blocos A e B, com massas 3kg e 2kg, respectivamente, apoiados sobre uma superfície
plana e sem atrito, sofrem a ação de uma força F horizontal, de 10N. A força que o bloco A
exerce sobre o bloco B, em newtons, é igual a


Força de atrito (Fa )
•• É uma força de oposição ao deslizamento de uma superfície sólida sobre outra.

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•• µ: coeficiente de atrito, grandeza que relaciona as imperfeições existentes entre as
superfícies em contato.


Força de atrito estática (Fae )
•• É a força que o corpo sofre quando há tendência ao deslizamento sobre a superfície,
impedindo o início do deslizamento.

Fae = F (módulo)


Força de atrito estática máxima (F aem )
•• É a maior força de atrito que o corpo sofre, ainda sem deslizar, a partir daí o corpo irá
deslizar.

Faem = me .N


Força de atrito cinética ou dinâmica (Fac )
•• Força exercida sobre o corpo quando o corpo está deslizando sobre a superfície.

Fac = mc .N

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Exemplos

1. Qual o valor da força de atrito sobre um bloco de madeira em repouso sobre uma mesa
horizontal? 

2. Qual o valor da força de atrito sobre um bloco que desliza sobre um plano horizontal, empurrado
por uma força, também horizontal, de 20 N? Sabe-se que a velocidade do bloco é constante.

3. Um bloco de massa 2,5 kg está sendo arrastado por uma força F constante de valor 20 N, numa
superfície horizontal, de modo a imprimir-lhe uma certa velocidade constante. Sabendo-se que
há atrito entre o bloco e a superfície, qual o valor do coeficiente de atrito entre ambos? 

4. Um bloco de 5 kg, sobre uma superfície horizontal, desliza com velocidade constante igual a
2
2 m/s. Sendo g = 10m/s e o coeficiente de atrito estático igual a 0,3. Calcule a força de atrito
sobre o bloco.


Força Centrípeta (Fc )

•• É a força que age e modifica a direção da velocidade de um corpo é chamada força


centrípeta. Aponta para o centro da trajetória e é responsável pela mudança na direção do
movimento do móvel. Qualquer tipo de força pode funcionar como força centrípeta.
•• O módulo da força centrípeta é dado pela fórmula:

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Fc = m . ac

Observações
•• A Força Centrípeta é perpendicular ao vetor velocidade.
•• A Força Centrípeta não aumenta e não diminui o módulo da velocidade.
•• A Força Centrípeta transforma a trajetória retilínea em curvilínea.
•• Quando cessa a Força Centrípeta o móvel sai pela tangente, numa trajetória retilínea.

1
Fc ∝ v 2 ,Fc ∝ m,Fc ∝ .
r

Exercício
•• Um carro deve fazer uma curva de raio 100 metros numa pista plana e horizontal, com
2
velocidade constante e igual a 72 km/h. Admitindo-se g = 10 m/s , qual o coeficiente de
atrito para que o carro não saia da pista?

•• Um carro deve fazer uma curva de raio 70 metros numa pista plana e horizontal, com
velocidade constante igual a 90 km/h. Qual o coeficiente de atrito para que o carro não saia
da pista?

Trabalho Mecânico (W, τ)


•• Forma de transferência de energia com aplicação de força.

W = F.∆X.cos

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Unidades no S.I.
W: joule= J
F: newton = N
∆X: metro = m

Observações
1. O que é um joule? 1 J é o trabalho realizado pelo agente que aplica uma força de 1 N, que
provoca no corpo um deslocamento de 1 m na mesma orientação da força aplicada.

2. Se 0o ≤ θ < 90o ⇒ W > 0


Se 90o < θ ≤180o ⇒ W < 0
Se θ = 90o ⇒ W = 0

•• Área do gráfico F x X = W

Potência Mecânica (P)


•• É a rapidez com se realiza um trabalho.

W
P=
Δt
Como o trabalho W é dado em joules (J) e o tempo é dado em segundos (s) a potência, no S.I. é
dada em J/s, ou seja, em watt (W). Quer dizer que uma força desenvolve uma potência de 1 W
quando realiza um trabalho de 1 J em 1 s.

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Observação
•• 1cv = 736 W1
HP = 746 W
Quando um móvel desenvolve velocidade constante
P = F.v

Exemplo
•• (UFRGS) O resgate de trabalhadores presos em uma mina subterrânea no norte do Chile
foi realizado através de uma cápsula introduzida numa perfuração do solo até o local em
que se encontravam os mineiros, a uma profundidade na ordem de 600 m. Um motor com
potência total aproximadamente igual a 200,0 kW puxava a cápsula de 250 kg contendo
um mineiro de cada vez. Considere que para o resgate de um mineiro de 70 kg de massa
a cápsula gastou 10 minutos para completar o percurso e suponha que a aceleração da
2
gravidade local é 9,8 m/s . Não se computando a potência necessária para compensar as
perdas por atrito, a potência efetivamente fornecida pelo motor para içar a cápsula foi de
a) 686 W.
b) 2.450 W.
c) 3.136 W.
d) 18.816 W.
e) 41.160 W.

Energia Mecânica
•• A Energia Mecânica de um corpo é a soma de sua energia cinética com sua energia
potencial.
Em = Ec + EP
Unidade no S.I.: J (joule)

Energia Cinética (Ec)


•• Todo corpo que se encontra em movimento, fica dotado de uma energia devido a este
estado de movimento, chamada de Energia Cinética.

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Unidades no S.I.
E: joule = J m.v 2
Ec =
m: quilograma = kg 2
v: metro pro segundo= m/s

Exemplo
Para um dado observador, dois automóveis A e B, de massas iguais, movem-se com velocidades
constantes de 20 km/h e 30 km/h, respectivamente. Para o mesmo observador, qual a razão
EA/EB entre as energias cinéticas desses automóveis?
a) 1/3
b) 4/9
c) 2/3
d) 3/2
e) 9/4

Energia Potencial
•• Energia potencial é aquela forma de energia que todo corpo possui devido a sua posição
não natural. Encontramos dois tipos de energia potencial:

Energia Potencial Gravitacional (Eg)

Um corpo de massa m, situado a uma altura h de um referencial, possui uma energia potencial
gravitacional calculada por:
Eg = m.g.h
Unidades no S.I.
E: joule = J
m: quilograma = kg
g: metro por segundo ao quadrado = m/s2
h: metro = m

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Exemplo
Um corpo de 5 kg de massa está a altura de 20 m. Considerando g = 10m/s2, a energia potencial
gravitacional do corpo nessa posição em relação ao solo é igual a
a) 1000 J.
b) 750 J.
c) 500 J.
d) 100 J.
e) 50 J.

Força Elástica

Lei de Hooke:
 F
=K
X

A força elástica de uma mola de constante elástica K que sofre uma deformação x é calculada
por:
F = K.x

Energia Potencial Elástica (Ee)


•• Quando um corpo elástico está comprimido ou distendido, portanto não se encontra em
sua posição natural, ele fica dotado de uma energia chamada de Energia Potencial Elástica.

K.x 2
Ee =
   2    

986 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Dinâmica – Prof. Alexei Muller

Unidades no S.I.
E: joule = J
K: Newton por metro = N/m
x: metro = m
F: Newton = N

Teorema da Conservação da Energia Mecânica


•• “Na ausência de forças dissipativas, a Energia Mecânica de um sistema permanece
constante, isto é, a cada acréscimo de Energia Cinética, ocorre igual decréscimo de Energia
Potencial e vice-versa”.

Exemplo
1. Uma esfera de massa 2kg foi abandonada a uma certa altura do solo, no vácuo. Faça a
análise da energia mecânica ao longo da queda:

2. Um bloco de 4 kg de massa e velocidade de 10 m/s, movendo-se sobre um plano horizontal,


choca-se contra uma mola de constante elástica K = 10 000 N/m, o valor da deformação
máxima que a mola poderia atingir em, em cm, é
a) 1
b) 2
c) 4
d) 20
e) 40


Impulso ( I )

Chama-se impulso de uma força a grandeza vetorial definida por l = F. ∆t

www.acasadoconcurseiro.com.br 987
A orientação do impulso é a mesma da força que lhe dá origem.
Unidades no S.I.
I: newton vezes segundo = N.s
F: newton = N
t: segundo = s

Gráfico F x t

Área numericamente igual ao impulso.

Exemplo
•• Um automóvel sofre a ação de uma força 700 N durante 10 s, calcule o impulso dado pela
força.

→ →
Quantidade de movimento linear ou momento ( Q ,p )

•• Todo corpo de massa m que se movimenta com uma velocidade v , está dotado de uma
quantidade de movimento.
•• A quantidade de movimento tem a mesma orientação da velocidade.
Q = m.v
Unidades no Sl:
Q: quilograma vezes metro por segundo = kg.m/s
m:quilograma = kg
v: metro por segundo = m/s

988 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Dinâmica – Prof. Alexei Muller

Exemplo
Uma condição necessária e suficiente para que um veículo de 1.000 kg apresente uma
quantidade de movimento NULA é que
a) esteja trafegando em uma trajetória retilínea.
b) esteja somente em queda livre.
c) apresente velocidade constante e diferente de zero.
d) seja nula a resultante de forças que nele atua.
e) esteja parado, ou seja, em repouso.

Teorema do Impulso
•• O Impulso aplicado a um corpo é numericamente igual a variação da sua quantidade de
movimento.

→ →
I FR = Δ Q

Exemplo
Um observador, situado em um sistema de referência inercial, constata que um corpo de massa
igual a 2 kg, que se move com velocidade constante de 15 m/s no sentido positivo do eixo x,
recebe um impulso de 40 N.s em sentido oposto ao de sua velocidade. Para esse observador,
com que velocidade, especificada em módulo e sentido, o corpo se move imediatamente após
o impulso?
a) – 35m/s
b) 35m/s
c) – 10m/s
d) – 5m/s
e) 5m/s

Teorema da conservação da Quantidade de movimento


•• Num sistema onde a resultante das forças externas é nula, a quantidade de movimento do
sistema, antes e depois de um choque permanece constante.

Exemplo
•• Consideremos dois carrinhos A e B deslocando-se numa trajetória retilínea, inicialmente
em sentidos contrários.

www.acasadoconcurseiro.com.br 989
Q = QA + QB = mA.vA + mB.vB
Q = 2 kg.6m/s + 1 kg.(– 4 m/s)
Qantes = 8 kg.m/s

Q = QA + QB = mA.vA´ + mB.vB´
Q = 2 kg.1m/s + 1 kg.6 m/s
Qdepois = 8 kg.m/s

→ →
Logo: Qantes = Qdepois

Choques Mecânicos
•• Após o choque, duas partículas que viajam no espaço podem seguir separadas ou podem
seguir juntas sua trajetória, caracterizando um choque elástico ou um choque inelástico.

Choque elástico
•• Após o choque os corpos seguem separados sem deformações.
•• A quantidade de movimento permanece constante.
•• A energia cinética permanece constante.

Choque Inelástico
•• Após o choque os corpos seguem separados com deformações.

990 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Dinâmica – Prof. Alexei Muller

•• A quantidade de movimento permanece constante.


•• A energia cinética diminui após o choque.

Choque Perfeitamente Inelástico


•• Após o choque os corpos seguem juntos.
•• A quantidade de movimento permanece constante.
•• Há a maior dissipação de energia cinética após o choque.

Exemplo
Um condutor, ao desrespeitar a sinalização, cruza seu veículo de 5 000 kg por uma linha férrea
e é atingido por um vagão ferroviário de 20 t que trafegava a 36 km/h. Após o choque, o vagão
arrasta o veículo sobre os trilhos. Desprezando-se a influência do atrito e a natureza do choque
como sendo perfeitamente inelástico, qual a velocidade em que o veículo foi arrastado?
a) 9 m/s.
b) 10 m/s.
c) 8 m/s.
d) 12 m/s.
e) nula.

www.acasadoconcurseiro.com.br 991
Física

ESTÁTICA

Estática dos corpos rígidos

Corpo Rígido é aquele em que as posições de suas partículas, do ponto de vista macroscópico
não se alteram em relação a um referencial fixado no próprio corpo.
Centro de massa do corpo rígido é o ponto onde toda a massa poderia estar concentrada e
todas as forças externas poderiam ser aplicadas para que o seu movimento não sofresse
alteração.
Centro de gravidade é o ponto de aplicação da força que a Terra exerce sobre o corpo – o peso.
Em corpos homogêneos e uniformes, de pequenas dimensões, o centro de massa coincide com
o centro de gravidade.

!"
Momento de Força ou Torque: M

O efeito da força que está relacionado à rotação de um corpo extenso rígido que depende da
força aplicada e da distância da linha de ação da força ao eixo de rotação

    
!" "
           M = F.d

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Unidade do momento de uma força (S.I.)

Exemplo
Uma pessoa pretende utilizar um pé-de-cabra para arrancar um prego. Dos cinco vetores
representados na foto, o que corresponde à menor força necessária à tarefa é
a) F1.
b) F2.
c) F3.
d) F4.
e) F5.

Condições de equilíbrio de um corpo extenso


I. F r = 0.

II. ∑ M = 0.

994 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Estática – Prof. Alexei Muller

Equilíbrio de um ponto material

Um corpo está em equilíbrio quando ocorre uma das seguintes situações:


!
a) equilíbrio estático – o ponto material está em repouso: v = 0
!
b) equilíbrio dinâmico – o ponto material está em MRU: v = constante

Se um ponto material, sujeito à ação de um sistema de forças coplanares, estiver em equilíbrio,


as somas algébricas das projeções dessas forças sobre dois eixos perpendiculares e pertencentes
ao plano das forças são nulas.

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Física

HIDROSTÁTICA

HIDROSTÁTICA

Massa Específica (densidade absoluta)


Massa Específica (densidade absoluta)

m
m=
V

1g 7,8g 19,3g
m= m= m=
1cm3 1cm3 1cm3

m =1g/cm3 m =7,8 g/cm3 m =19,3 g/cm3

x 103

Unidades: g/cm3 ou k g/m3 Conversão: g/cm3 k g/m3


: 103

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Pressão
Pressão

F
p=
A

N
[p] g pascal(Pa)
m2

Em qual posição o tijolo exerce maior pressão?


1

1
2 3

Exercício
•• Qual a pressão em N/m2, gerada pelo salto de uma senhora de 90 kg, sabendo que a área
2
do salto é 3 cm ?

Experiência de Torricelli

  

po = 76 cm Hg = 760 mm Hg = 1 atm

998 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Hidrostática – Prof. Alexei Muller

Pressão Hidrostática

F
ph =
A
m.g
ph =
A
m.V.g
ph =
A
m.A.h.g
ph =
A
ph = m.g.h

ptotal = pa + m.g.h

Vasos Comunicantes

   

Sendo a massa específica da água 1 g/cm3,


calcule a massa específica do óleo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 999
Manômetro de tubo aberto

Princípio de Pascal
Princípio de Pascal

pm = pM

Fm FM FM AM
= =
Am AM Fm Am

1000 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Hidrostática – Prof. Alexei Muller

Elevador Hidráulico

Calcule F, sendo a área A = área B/4.

FM AM hm
= =
Fm Am hM

Princípio de Arquimedes

Empuxo

O empuxo é uma força vertical que o fluido provoca sobre um corpo nele mergulhado.

E = PLD
E = mLD.g
E = m .VLD.g
E = g .m .VLD

www.acasadoconcurseiro.com.br 1001
O empuxo é numericamente igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo.

Análise de Equilíbrio
Análise de Equilíbrio

P > E
mc > mL

Quando o corpo está totalmente


P = E mergulhado o EMPUXO é calculado
com o volume de líquido deslocado
mc = mL igual ao volume do corpo.

P < E
mc < mL

Análise
Quando o corpo está totalmente mergulhado o EMPUXO de Equilíbrio
é calculado com o volume
de líquido deslocado igual ao volume do corpo.

P = E

mc < mL

P = E Quando o corpo está parcialmente


mergulhado o EMPUXO é calculado
mc < mL com o volume de líquido deslocado
que é diferente e sempre menor
do que o volume do corpo.
P = E

mc < mL

1002 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Hidrostática – Prof. Alexei Muller

Quando o corpo está parcialmente mergulhado o EMPUXO é calculado com o volume


de líquido deslocado que é diferente e sempre menor do que o volume do corpo.

Fração Submersa Tensão na corda


Fração Submersa

E=P

mL.g.VLD = mC.g

mL.g.VLD = mC.VC.g

mC VLD
=
mL VC T=P-E

T = Paparente
mC
= FS
mL

TensãoTensão
na corda
na corda

T=P-E

T = Paparente

www.acasadoconcurseiro.com.br 1003
Exemplo:
Selecione a alternativa que apresenta as palavras que preenchem corretamente as lacunas nas
seguintes afirmações referentes a líquidos em repouso.
1. Quando um corpo flutua num líquido, seu peso é equilibrado pela força de .................... .
2. Quando um corpo flutua parcialmente submerso num líquido e depois é colocado num
segundo líquido mais denso, ele afunda .................... que no primeiro.
3. A força resultante exercida sobre um corpo que flutua totalmente submerso no interior de
um líquido é .................... .
a) empuxo – menos – zero
b) empuxo – mais – zero
c) reação – menos – diferente de zero
d) reação – mais – diferente de zero
e) empuxo – mais – diferente de zero

1004 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física

GRAVITAÇÃO UNIVERSAL

Teoria Geocêntrica

Aristóteles (384 – 322 a.C.)


•• Foi aceita durante 2000 anos. Ele acreditava estar a Terra no centro do Universo e que
todos os demais corpos (planetas, estrelas, etc) giravam em órbitas circulares ao seu redor.

Teoria Heliocêntrica

Nicolau Copérnico (1473 – 1543)


•• No século XVI O Sol estava localizado no centro do Universo, em repouso, e que todos os
planetas giravam em órbitas circulares ao seu redor.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1005
Tycho Brahe (1546-1601)
•• Fez muitas observações das posições de planetas e estrelas, com grande precisão,
•• Não acreditava na hipótese heliocêntrica de Copérnico, mas foram suas observações dos
planetas que levaram às leis de Kepler do movimento planetário.
•• Em 1600 (um ano antes de sua morte), Tycho contratou, para ajudá-lo na análise dos
dados sobre os planetas, colhidos durante 20 anos, um jovem e hábil matemático alemão
chamado Johannes Kepler.

Johannes Kepler

Kepler (1571-1630)
•• Tycho havia feito observações intrigantes a respeito do movimento orbital de Marte. No
céu, Marte vagarosamente executa um notável vai-e-vem contra o fundo das constelações.
Em 1600 ele contrata o matemático Kepler para ajudá-lo nos dados colhidos sobre os
planetas.
•• Tycho possuía as observações astronômicas mais precisas do mundo. Resultado de 35
anos devotados à observação do céu antes da invenção do telescópio. Mas era um homem
desleixado com sua saúde e suas pesquisas também.
•• Conheciam apenas seis planetas (Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno).

Leis de Kepler

1ª lei: Lei das órbitas elípticas (1609)


•• A órbita de cada planeta é uma elipse, com o Sol em um dos focos. Como consequência da
órbita ser elíptica, a distância do Sol ao planeta varia ao longo de sua órbita.

1006 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Gravitação Universal – Prof. Alexei Muller

2ª lei: Lei das áreas (1609)


•• A reta unindo o planeta ao Sol varre áreas iguais em tempos iguais.
•• O significado físico dessa lei é que a velocidade orbital
•• Não é uniforme, mas varia de forma regular: quanto mais distante o planeta está do Sol,
mais devagar ele se move.

3ª lei: Lei harmônica (1618)


•• O quadrado do período orbital dos planetas é diretamente proporcional ao cubo de sua
distância média ao Sol.
•• Planetas com órbitas maiores se movem mais lentamente em torno do Sol, portanto isso
implica que a força entre o Sol e o planeta decresce com a distância ao Sol.

Exemplos
Considere o raio médio da órbita de Júpiter em torno do Sol igual a 5 vezes o raio médio da
órbita da Terra.
Segundo a 3ª Lei de Kepler, o período de revolução de Júpiter em torno do Sol é de
aproximadamente
a) 5 anos.
b) 11 anos.
c) 25 anos.
d) 110 anos.
e) 125 anos.

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Lei da Gravitação Universal

Isaac Newton (1642- 1727)


•• Como os planetas descrevem órbitas em torno do Sol, eles deveriam estar sujeitos à ação
de uma força centrípeta.
•• Atribuiu a esta força à existência de uma atração do Sol sobre o planeta.

G = 6,67.10-11 Nm2/kg2

A aceleração da gravidade

      

1008 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Gravitação Universal – Prof. Alexei Muller

Variações da g em relação à distância

Gravidade Terrestre x Raio da Terra

•• Para pontos no interior da Terra (d < R), o valor da aceleração da gravidade cresce
linearmente com a distância medida a partir do centro da Terra.
O gráfico a seguir mostra a variação do módulo da aceleração da gravidade a partir do centro
da Terra.

Gravidade x Latitude Terrestre

•• A Terra é levemente achatada nos polos logo, o valor do raio no Equador é maior do que o
valor do raio nos polos.

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Física

ELETROSTÁTICA

LEI DE COULOMB

Lei de Coulomb

k.Q.q 9 2 2

F= 2 k 0 = 9.10 N.m / C
d

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Variando somente as cargas

Variando somente a distância

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Física – Eletrostática – Prof. Alexei Muller

Exercitando
Complete as lacunas de forma que a Lei de Coulomb seja respeitada.
Exercitando
Complete as lacunas de forma que a
Lei de Coulomb seja respeitada.
q1 q2
F F
F a q1 . q2
+ +

9 q1 q1 q1 q1 q1
q1 q1 2 q1 2 q1 5 q1 10 q1
2 2 2
q2 q 2 q2 q2 q2
q2 q2 2 q2 3 q2 4 q2 4 q2
27 5 3 2 2
F F F F F
F 2F 6F 8 F 20 F 5 F
3 5 6 4 2

Exercitando
Complete as lacunas de forma que a Lei de Coulomb seja respeitada.

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Gráfico F x d
Gráfico Fxd

F(N)

F d 1
F α 2
1 1
d

1 2
4
1 3
9
1 4
16
d(m)

Natureza vetorial da Força Eletrostática

1014 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Eletrostática – Prof. Alexei Muller

Natureza vetorial da Força Eletrostática

Natureza vetorial da Força Eletrostática

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Natureza vetorial da Força Eletrostática

Natureza vetorial da Força Eletrostática

1016 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Eletrostática – Prof. Alexei Muller

Campo

Campo Elétrico

Gerado por uma carga positiva

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Gerado por uma carga negativa

Conclusão!

1018 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Eletrostática – Prof. Alexei Muller

Cálculo do Campo Elétrico

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Exemplos

Variando a carga geradora

Variando distância

Gráfico E x d

Para uma carga puntiforme

1020 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Eletrostática – Prof. Alexei Muller

Natureza vetorial do Campo Elétrico

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Linhas de Força

1022 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Eletrostática – Prof. Alexei Muller

Características das Linhas de Força


1) As Linhas de força são sempre perpendiculares à superfí corpos carregados.

2) O vetor campo elétrico é sempre tangente a uma linha de em qualquer ponto.

3) A concentração de linhas de força é diretamente proporcional a intensidade do campo


elétrico.

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Trajetória de Partículas

1024 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Eletrostática – Prof. Alexei Muller

Potencial Elétrico: V

Relaciona a energia potencial elétrica armazenada em uma carga de prova que se encontra nas
proximidades de uma carga geradora de um campo elétrico. A energia elétrica adquirida pela
carga ao ser colocada no ponto A de um campo é numericamente igual ao trabalho realizado
por um agente externo para transportar essa carga até o ponto A sem aceleração

Unidade do potencial elétrico no S.I.: J/C = V (volt)

www.acasadoconcurseiro.com.br 1025
Propriedades
Propriedades do Potencial
do Potencial Elétrico Elétrico
Carga geradora Positiva: o potencial diminui com o afastamento
Carga  geradora  Posi,va:  o  potencial  diminui  com  o  afastamento  
 
1

d

 A      >      B    >      C    >        D  

       Carga  geradora  nega*va:  o  potencial  aumenta  com  o  afastamento.  


Carga geradora negativa: o potencial aumenta com o afastamento.

1

d

           A  <    B    <    C      <      D      

Conclusão Importante!!!
As linhas de força sempre apontam do maior para o menor potencial elétrico.

Superfície Equipotencial
Lugar onde todos os pontos do espaço que têm o mesmo potencial elétrico. As superfícies
equipotenciais são, em qualquer ponto, perpendiculares às linhas de força. Se a carga é
puntiforme, as superfícies equipotenciais são superfícies esféricas e concêntricas com a carga.

1026 www.acasadoconcurseiro.com.br
Lugar  onde  todos  os  pontos  do  espaço  que  têm  o  mesmo  
potencial  elétrico.  As  super8cies  equipotenciais  são,  em  
qualquer  ponto,  perpendiculares  às  linhas  de  Física
força.    Se  a  c–arga  
– Eletrostática é   Muller
Prof. Alexei
pun?forme,  as  super8cies  equipotenciais  são  super8cies  
esféricas  e  concêntricas  com  a  carga.  
Linhas  de  Força   VA=  VB=  VC<  VD  

Super8cie  
Equipotencial  

No campo elétrico uniforme, as superfícies equipotenciais são planos paralelos entre si e


perpendiculares às linhas de força.

Trabalho e Energia Potencial Elétrica


Trabalho e Energia Potencial Elétrica

www.acasadoconcurseiro.com.br 1027
Considerando o transporte da carga de B para A

Força exercida por agente externo para carga Se a carga q for transportada de B para A,
se mover sem aceleração
sem aceleração, duas forças devem
estar atuando, exatamente iguais porém
com sentidos contrários. Neste caso F
resultante é nula e a aceleração será nula
também.
Cada força realiza um trabalho sobre a
partícula: W = F.d.cos θ
Considerando o transporte da carga de B
para A. Sendo θ o ângulo entre a força e
Força exercida pelo campo elétrico o deslocamento,
se F e d tiverem o mesmo sentido, W > 0
e se F e d tiverem sentidos opostos, W < 0

Trabalho realizado pelo Agente Externo paratransportar


a carga q de B para A.
O trabalho realizado pelo agente externo para transportar a carga de B para A, sem aceleração,
é numericamente igual a variação da energia potencial elétrica da carga entre os pontos B e A.

1028 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Eletrostática – Prof. Alexei Muller

Diferença de potencial entre dois pontos


ddp
Diferença de potencial entre dois pontos: ddp

Num campo elétrico variado


Num  campo  elétrico  variado  
 

Num campo elétrico uniforme

www.acasadoconcurseiro.com.br 1029
Cessa  o  movimento  das  cargas.  

Cargas  em  excesso  tendem  a  se  distribuir  em  sua  


Equilíbrio   super;cie  mais  externa.  
eletrostá/co  
 Campo  elétrico  interno  nulo.  

Potencial  elétrico  constante  em  qualquer  ponto  do  


Campo elétrico no interior de uma
corpo.  

esfera eletricamente carregada.


Campo elétrico no interior de uma esfera eletricamente carregada

Potencial elétrico no interior de


uma esfera eletricamente carregada.
Potencial elétrico no interior de uma esfera eletricamente carregada

1030 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Eletrostática – Prof. Alexei Muller

O poder das pontas


Quando um objeto possui pontas, a concentração de cargas
elétricas nestas pontas é muito maior do que nas outras regiões
desse corpo. Isso faz o campo elétrico tornar-se mais intenso
nas proximidades dessas pontas. Esse é o princípio de
funcionamento de um PARA-RAIOS.
Quando uma nuvem eletrizada passa sobre o local onde
o para-raios foi colocado, o campo elétrico estabelecido
entre a nuvem e a terra passa a ser muito intenso nas
proximidades de suas pontas, então o ar em torno das
pontas ioniza-se, vencendo a rigidez dielétrica e fazendo
um raio poder ocorrer. Em outras palavras, há maior
probabilidade de o raio “cair” (popular, pois o raio não
cai) no para-raios do que em outro local da vizinhança.

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Física

ELETRODINÂMICA

•• Corrente Elétrica.
•• Consiste no movimento ordenado dos portadores da carga, pode ser nos sólidos, nos
líquidos e nos gases.

Metais

•• Possuem partículas eletricamente carregadas, fracamente ligadas às ultimas órbitas de


seus átomos; essas partículas são os elétrons, também chamados de elétrons livres. Esses
elétrons executam, no interior do metal, um movimento totalmente aleatório.

•• Quando o condutor é submetido a uma campo elétrico, os elétrons livres passarão a sofrer
ação de forças e se movimentarão em sentido oposto ao campo aplicado. Surge um fluxo
ordenado de elétrons, fluxo este que agora é chamado de corrente elétrica.

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Física – Eletrodinâmica – Prof. Alexei Muller

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1036 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Eletrodinâmica – Prof. Alexei Muller

www.acasadoconcurseiro.com.br 1037
Energia Elétrica

Efeito Joule
É a conversão de Energia Elétrica em Energia Térmica. Os elétrons livres se movimentam e,
através de sucessivos choques com os íons fixos da rede transferem energia para esses íons.

Energia Elétrica
Quando um aparelho elétrico qualquer é ligado a um gerador, o aparelho é submetido a uma
d.d.p. (tensão, voltagem, fem) V , circulará por ele uma corrente elétrica de intensidade i, ficando
ligado durante um tempo t. A energia elétrica Ee que ele consome é calculada pela equação:

Ee = V . i . t

Potência Elétrica

A potência de um aparelho elétrico indica a taxa energia elétrica que é transformada em outra
forma de energia, na unidade de tempo:
E
Daí podemos dizer que Ee = P . t          P = e
t
V.i.t V.i.t
Ee = V. i. t então P = ou P = daí P = V . i
t t

Unidades de medida

No S.I. P: Usualmente a energia E:


Wh (watt hora) ou em kWh (quilowatt
watt = J/s = W hora)
Aí a energia E é dada em J Aí o tempo, t, é dado em hora, h,
E o tempo t é dados em s e a potência é dada em W ou em kW.

1038 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Eletrodinâmica – Prof. Alexei Muller

Análise da potência

Associação de Resistores

Série

www.acasadoconcurseiro.com.br 1039
Paralelo

Associação mista

1040 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física

MAGNESTIMO

Magne&smo  
Natural:  A  Magne&ta  -­‐  formado  pelos  óxidos  de  ferro  II  e  III    
Ímã   (FeO,  Fe2O3  ),  cuja  fórmula  química  é  Fe3O4.  

Ar&ficial  

-­‐  ímãs  
atrai  
-­‐  ferromagné&cas:  Fe,  Ni,  Cobal,  Aço.  

repele     -­‐  ímãs  

Propriedades dos ímãs

Propriedades  dos  ímãs  


Polos magnéticos
São as regiões onde as ações magnéticas são mais
intensas.
Polos magnéticos
São as regiões onde
O ímã tem doisaspolos
ações magnéticas
magnéticos: sãoe mais
norte intensas.
sul localizados polos
em suas extremidades, a menos que estas não existam
(caso de discos magnéticos). Por isso são chamados
dipolos magnéticos, o NORTE e o SUL.
O ímã tem dois polos magnéticos: norte e sul localizados em suas extremidades, a menos que
estas não existam (caso de discos magnéticos).Por isso são chamados dipolos magnéticos, o
NORTE e o SUL.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1041
Interação entre polos

polos com mesmo nome se repelem polos com nomes diferentes se atraem

Inseparabilidade dos polos de um ímã

É impossível separar os polos magnéticos de um ímã, toda vez que este for dividido serão
obtidos novos polos. Não existe polo norte sem a coexistência do polo sul.

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Física – Magnetismo – Prof. Alexei Muller

Campo magnético
É a região do espaço, em princípio, em torno de um ímã.

O campo magnético é representado por linhas de indução, que saem do polo norte e entram
no sul, por fora do ímã. No interior do ímã vão do sul para o norte.


Vetor campo magnético B

A cada ponto de um campo magnético representamos um vetor B denominado vetor indução
magnética, ou vetor campo magnético que é sempre tangente às linhas de indução e sempre
tem o mesmo sentido da linha de indução no ponto considerado.

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Bússola e o vetor B →
Bússola  e  o  vetor     B

Campo magnético da Terra

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Física – Magnetismo – Prof. Alexei Muller

Exemplo
A figura mostra a orientação de uma bússola B quando colocada próxima do ímã. A bússola e o
ímã estão no plano da página, e a presença do campo magnético terrestre é desprezível. Sendo
a bússola deslocada para a posição P, qual será a sua orientação?

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Física

ONDULATÓRIA

Onda
É uma perturbação que se propaga por intermédio de um
meio.

Propriedade Fundamental de uma Onda


Uma onda transmite energia sem o transporte de
matéria.

Classificação das ondas

I. Quanto à natureza da onda


a. Mecânicas – são a produzidas por uma perturbação num meio material como, por exemplo,
uma onda na água, a vibração de uma corda de violão, a voz de uma pessoa, etc.
As ondas mecânicas não se propagam no vácuo.
O som só se propaga em meios materiais, pois é uma vibração na matéria.
b. Eletromagnéticas – ondas eletromagnéticas são produzidas por variação de um campo
elétrico e de um campo magnético, tais como as ondas de rádio, de televisão, as micro-
ondas e outras mais.
As ondas eletromagnéticas não precisam de um meio material de propagação, logo podem
propagar-se no vácuo.
A luz pode se propagar no vácuo, pois é uma onda eletromagnética. 

www.acasadoconcurseiro.com.br 1047
II. Quanto à direção de oscilação
Uma outra classificação de onda é em relação à direção de oscilação, comparada com a direção
de propagação.
a. Ondas Transversais – São aquelas em que a direção de propagação é perpendicular à
direção de vibração.
Exemplo:
Ondas numa corda.

Considere, por exemplo, uma corda segurada por duas crianças nas extremidades. A criança
na extremidade da esquerda levanta e abaixa a corda rapidamente. Forma-se, então, um pulso
de onda. Observe que o pulso está se propagando na horizontal, da esquerda para a direita,
enquanto os pontos da corda, os perturbados pelo pulso, oscilam para cima e para baixo. Com
isso, a direção de oscilação (vertical) é perpendicular à direção de propagação (horizontal). A
onda será chamada de onda transversal.
Outro exemplo:
Podemos obter uma onda transversal usando uma mola helicoidal.

Atenção!
Todas as ondas eletromagnéticas são transversais.

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Física – Ondulatória – Prof. Alexei Muller

b. Ondas Longitudinais – São aquelas em que a direção de propagação coincide com a direção
de vibração. No espaço em todas as direções, afastando-se da fonte, como indicado no
desenho.
Exemplo:
O som, transmitindo-se no ar, produz compressões e rarefações. De acordo com a sequência
sonora emitida pela fonte sonora, há camadas de ar mais comprimidas ou menos comprimidas,
conforme está representado na figura por meio de regiões claras e de regiões escuras.

Exemplo
Ondas numa mola.

Quando a direção de oscilação (horizontal) é paralela à direção de propagação (horizontal). A


onda será chamada de onda longitudinal.

Elementos de uma onda

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A e B – cristas ou picos.
C e D – vales ou depressões.
E. E. – eixo de equilíbrio.
a. amplitude: é a distância entre o eixo de equilíbrio e a crista ou a distância entre o eixo de
equilíbrio e o vale (depressão). U.S.I [a] = m (metro).
A amplitude de uma onda depende da fonte que a gera.
λ – comprimento de onda: é a menor distância entre dois pontos em fase numa onda. Por
exemplo distância entre cristas sucessivas ou entre dois vales também sucessivos.
S.I [λ] = m (metro).
A figura abaixo representa uma oscilação completa:

PERÍODO (T)
É o tempo necessário para que a onda complete uma oscilação.

S.I [T] = s (segundo)


t = tempo total.
n = nº de oscilações.

FREQUÊNCIA (f)
É o número de oscilações efetuadas na unidade de tempo.
A frequência de uma onda depende da fonte que a gera.

S.I [f] = Hz (hertz)


n = nº de oscilações.
t = tempo total.

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Física – Ondulatória – Prof. Alexei Muller

RELAÇÃO ENTRE O PERÍODO (T) E A FREQUÊNCIA (f)

Velocidade (v)
A velocidade de propagação de uma onda depende do meio em que ela se propaga.
Se a onda se propaga num mesmo meio sua velocidade é constante:

d = distância total percorrida pela onda.


t = tempo gasto para percorrer essa distância.

Podemos escrever também que:

Se substituirmos o “T” por “1/f ”, concluímos que também podemos escrever que

S.I metro/segundo
[v] = m/s (metro/segundo)

Observações
v constante (propagação num mesmo meio).
f constante (refração, onda muda de meio).

Ondas Eletromagnéticas

São formadas por campos elétricos e campos magnéticos variáveis;


•• o campo elétrico é perpendicular ao campo magnético;
•• são ondas transversais (os campos são perpendiculares à direção de propagação);

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•• propagam-se no vácuo com a velocidade “c” c = 3.105 km/s = 3.108 m/s;
•• podem propagar-se num meio material com velocidade menor que a obtida no vácuo.

Esse campo elétrico E variável irá gerar um campo magnético B, que será também variável. Por
sua vez, esse campo magnético irá gerar um campo elétrico, e assim sucessivamente.
Cada campo varia e gera outro campo que, por ser variável, gera outro campo: está criada a
perturbação eletromagnética que se propaga através do espaço, constituída pelos dois campos
em recíprocas induções.

Espectro Eletromagnético

É o conjunto de todas as ondas eletromagnéticas.


Ondas de Rádio – Ondas Longas
– Ondas Médias
– Ondas Curtas
– Frequência modulada (FM)
Ondas de Televisão (TV)
Micro-ondas
Infravermelho (ondas de calor)
Luz   – vermelho
 – alaranjado
 – amarelo
 – verde
 – azul
 – anil
 – violeta
Raios ultravioleta
Raios X
Raios γ

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Física – Ondulatória – Prof. Alexei Muller

Fisicamente, não há intervalos no espectro. Podemos ter ondas de qualquer frequência que
são idênticas na sua natureza, diferenciando-se no modo como podemos captá-las.
Observe que algumas frequências de TV podem coincidir com a frequência de FM. Isso permite,
algumas vezes, captar uma rádio FM na televisão ou captar um canal de TV num aparelho de
rádio FM.
Observações
1. A energia é quantizada (descontínua, discreta), não é contínua.
2. Fóton: é um “pacote de energia”.
3. No vácuo, todas as ondas eletromagnéticas têm a mesma velocidade.
4. A velocidade das ondas eletromagnéticas no vácuo é de 3.108 m/s.

Fenômenos Ondulatórios

Reflexão – é o fenômeno que ocorre com as ondas, quando atingem a superfície de separação
entre dois meios e voltam para o meio de onde se originaram.
A frequência, o módulo da velocidade de propagação e o comprimento de onda das ondas
incidentes são iguais para as ondas refletidas, e a fase pode variar ou não.

Reflexão de ondas bi e tridimensionais


Existem dois princípios básicos na reflexão de ondas bi e tridimensionais (som, luz, ondas na
superfície de líquidos, etc.):
•• a onda (ou raio) incidente, a onda (ou raio) refletida e a normal no ponto de incidência são
coplanares.
•• o ângulo de incidência e o ângulo de reflexão são iguais (i = r).
Como as frentes de onda são perpendiculares aos raios de onda, o aspecto das ondas é o da
figura.

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Absorção
Todos os meios materiais, quando atravessados por ondas (mecânicas ou eletromagnéticas)
absorvem uma parcela da energia da onda, transformando-a em calor. Dependendo do meio,
isso ocorre em maior ou menor grau. Por exemplo, os corpos opacos absorvem fortemente a
luz, ao contrário dos corpos transparentes que a absorvem pouco. Outro exemplo de absorção
é o enfraquecimento verificado numa onda que percorre uma corda esticada. O vácuo é o único
meio onde não ocorre absorção.

Refração
É o fenômeno que ocorre com as ondas quando passam de um meio
de propagação para outro. A frequência, o período e a fase das ondas
não mudam. Contudo, o módulo da velocidade de propagação e o
comprimento de onda se alteram, podendo ocorrer mudança na direção
de propagação.

Exemplo
Refração de ondas na superfície de um líquido
As ondas na superfície da água refratam-se ao passar de uma região mais profunda para outra
mais rasa. O módulo da velocidade e o comprimento de onda aumentam na região profunda.

fA = fB   λA < λB   VA < VB

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Física – Ondulatória – Prof. Alexei Muller

Difração
É o fenômeno que consiste em uma onda contornar obstáculos, passando por fendas.
O comprimento de onda, a frequência e a velocidade de propagação não se alteram.
As figuras representam recipientes com água, cuja superfície é cortada por um obstáculo fixo
com uma abertura. Na primeira figura, o comprimento de onda é muito pequeno em relação à
abertura e, na segunda figura, ele tem dimensões da mesma ordem da abertura.

  

Exemplo
A figura ao lado representa um automóvel de faróis acesos,
tocando a buzina num dos lados de uma esquina. Pelo
outro lado da esquina caminha um pedestre que ouve a
buzina, mas não consegue ver diretamente a luz dos faróis
do automóvel, isso porque as ondas sonoras conseguem
contornar o obstáculo, que é a esquina, mas, para as ondas
luminosas, a esquina é um obstáculo grande demais em
comparação ao seu comprimento de onda, e os raios
seguem em linha reta, não a contornando. O som sofre
difração na esquina, mas a luz não.

Uma situação interessante acontece com as ondas de


rádio. O comprimento de onda médio da faixa de AM
é muito maior que o comprimento de onda médio da
faixa de FM, logo é muito mais fácil para uma onda
de AM contornar um morro, por exemplo. O mesmo
raciocínio vale para a faixa de VHF em comparação com
a faixa de UHF.

Observação
A difração só ocorre se o comprimento de onda e a fenda forem da mesma ordem de grandeza.

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Interferência
A interferência é resultado da superposição de duas ou mais ondas.
A interferência pode ser Construtiva ou Destrutiva.

Construtiva
Quando duas ondas se superpõem, ocorrendo uma interferência construtiva, a amplitude da
onda resultante será dada pela soma das amplitudes das ondas superpostas.
Note que, após a interferência, as ondas seguem se propagando com as mesmas características
anteriores.

Destrutiva
Quando duas ondas se superpõem, ocorrendo uma interferência destrutiva, a amplitude da
onda resultante será dada pela subtração das amplitudes das ondas superpostas.
Note que, após a interferência, as ondas seguem se propagando com as mesmas características
anteriores.

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Difração seguida de interferência

Onde uma crista e um vale se superpõem, ocorre uma interferência destrutiva.


Onde duas cristas ou dois vales se superpõem, ocorre uma interferência construtiva.

Polarização
É o fenômeno pelo qual uma onda de vários planos de vibração é transformada em uma onda
de apenas um plano de vibração.

Onda natural ou não polarizada: é aquela que possui vários planos de vibração.

Observação
A polarização ocorre somente com ondas transversais; não ocorre com ondas longitudinais.

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Ressonância
Fenômeno que acontece quando um sistema vibra forçado por outro sistema, mas com uma
característica: o sistema que provoca a vibração deve estar perto do outro e vibra com uma
frequência igual à frequência natural desse outro. Um sistema físico recebe energia por meio
de excitações de frequência igual a uma de suas frequências naturais de vibração. Assim, o
sistema físico passa a vibrar com amplitudes cada vez maiores.

Exemplo
Ponte Tacoma Narrows, nos Estados Unidos, em 7 de novembro de
1940. Num determinado momento o vento soprou com frequência
igual à natural de oscilação da ponte, fazendo com que esta começasse
a aumentar a amplitude de suas vibrações até que sua estrutura não
pudesse mais suportar, fazendo com que sua estrutura rompesse.

Efeito Doppler
É a percepção de uma frequência diferente da realmente emitida, em virtude do movimento
relativo de aproximação ou afastamento entre a fonte e o observador.
Quando ocorre uma aproximação, o observador percebe uma frequência maior; quando o
movimento é de afastamento, o observador percebe uma frequência menor.
Aproximação             Afastamento

          

Quando o movimento é de aproximação, a frequência percebida pelo observador é maior que a


real e quando o movimento é de afastamento a frequência percebida é menor que a real.

Ondas sonoras

Chamam-se som as ondas mecânicas que sensibilizam nossa audição.


Som é uma onda longitudinal propagando-se no meio.
O movimento da vareta produz a onda sonora, que consiste numa compressão seguida de uma
rarefação.
A distância entre duas compressões ou duas rarefações sucessivas constitui um comprimento
de onda.

1058 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Ondulatória – Prof. Alexei Muller

O número de compressões originadas por segundo é a frequência f da onda sonora, igual à


frequência de oscilação da fonte. A distância entre duas regiões de compressão (ou de dilatação)
consecutivas é o comprimento de onda λ. Sendo v a velocidade de propagação da onda sonora
no meio, vale a equação.
v = λ f.

Exemplo
Podemos citar as cordas vocais, os instrumentos musicais, as sirenes, os motores de automóveis,
os marteletes pneumáticos e outros.
O ouvido humano é sensível a todas as ondas sonoras que o atingem emitidos por fontes
cuja frequência está compreendida entre 20 Hz e 20.000 Hz = 20 kHz. Esses limites variam
conforme as condições do ouvido.
À medida que envelhecemos, o limite superior de frequência vai sendo reduzido: muitas
pessoas de meia-idade não conseguem detectar sons de frequência maior que 10 kHz.
As ondas sonoras de frequência inferior a 20 Hz são chamadas de infrassons, e as de frequência
superior a 20 kHz, de ultrassons.
Certos animais (como morcegos e golfinhos) emitem e percebem sons de frequência superior
a 20 kHz.

Propriedades das ondas sonoras

Reflexão do som
O ouvido humano só é capaz de diferenciar sons que o atingem com um intervalo de tempo
igual ou superior a 0,1 segundo.
•• Eco: manifesta-se quando os dois sons, direto e refletido, são
recebidos num intervalo de tempo igual ou superior a 0,1 s. Nesse,
caso os dois sons são percebidos de forma distinta. Para 340 m/s
de velocidade do som no ar, o obstáculo refletor deve estar a uma
distância igual ou superior a 17 m.

Sensibilidade auditiva humana (tempo mínimo necessário para escutarmos separadamente o


som refletido do emitido).
d = v . t t = sensibilidade auditiva humana
d = 340 x 0,1 s
d = 34 m (ida e volta)
•• Reforço: ocorre quando o intervalo de tempo de recebimento do som refletido e do som
direto é praticamente nulo. O ouvinte apenas percebe um som mais intenso, pois recebe
maior quantidade de energia.

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•• Reverberação: ocorre quando a diferença entre os instantes de recebimento dos sons
é pouco inferior a 0,1 s. Não se percebe um novo som, mas há um prolongamento da
sensação sonora.
•• Refração do som: ocorre a mudança de meio:a velocidade das ondas sonoras é diferente
em diferentes meios.

Qualidades fisiológicas do som

1. ALTURA
Qualidade que permite identificar um som agudo ou um som grave. A altura está associada à
frequência do som emitido.

    
  Som grave (BAIXO)            Som agudo (ALTO)

2. INTENSIDADE
Qualidade que permite afirmar se um som é fraco ou forte. Tanto a intensidade sonora quanto
a intensidade auditiva estão associadas à energia transportada pela onda e a amplitude.

  
       Som FRACO              Som FORTE

3. TIMBRE
Qualidade que permite a diferenciação de dois sons, de mesma altura e intensidade, mas
emitidos por instrumentos diferentes. O timbre é caracterizado pela forma da onda.
Alturas iguais, intensidades iguais e timbres diferentes

  

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Física

ÓPTICA

Introdução à Óptica

•• Óptica Geométrica
A óptica geométrica estuda a geometria dos raios de luz, sem buscar explicações para o traçado
do raio.
•• Luz
A luz se origina de oscilações eletromagnéticas ou da oscilação de cargas elétricas. É, portanto,
classificada como uma onda eletromagnética, com a característica de ser visível.

Fontes de Luz
•• Fonte Primária ou Corpo Luminoso
São corpos que emitem luz por aquecimento, reação química ou reação
nuclear.
Exemplos
Lâmpadas (incandescente, fluorescente); sol; estrelas; pisca-pisca do vaga-
lume.
•• Fonte Secundária ou Corpo Iluminado
São corpos que refletem a luz e formam a maioria dos corpos que
vemos.
Exemplos
Lua; Terra; o quadro da sala de aula.

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Princípios da Óptica Geométrica

1. Princípio da Propagação Retilínea da Luz


Em um meio transparente e homogêneo, a luz propaga-se em linha reta.

2. Princípio da Independência dos Raios


Cada raio de luz propaga-se independentemente dos demais.

3. Princípio da Reversibilidade
A trajetória dos raios não depende do sentido de propagação.

Meios de Propagação da Luz

Meio Transparente
É o meio que permite propagação da luz através de si por distâncias
consideráveis e caracteriza-se pela nitidez da imagem através dele.
Exemplos
Ar; vidro; água.

Meio Translúcido
É o meio que permite a propagação da luz através de si, mas provocando um
espelhamento dos raios, não permitindo uma visualização nítida da imagem.
Exemplos
Vidro fosco; papel de seda; vidro de banheiro.

Meio Opaco
É o meio que impede a propagação da luz, não permitindo a visualização
dos objetos.
Exemplos
Madeira; concreto.

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Física – Óptica – Prof. Alexei Muller

Observação
Os conceitos de transparência, translucidez e opacidade são relativos.
Exemplo
A água, em pequena quantidade, é transparente, mas em quantidade maior é translúcida.

Reflexão da Luz

Leis da Reflexão
•• 1ª Lei: O raio incidente, a normal à superfície refletora N e o raio refletido r estão no mesmo
plano.
•• 2ª Lei: O ângulo de incidência i é igual ao ângulo de reflexão r.

Espelho Plano

Classificação da Imagem

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ÓPTICA GEOMÉTRICA

ESPELHOS ESFÉRICOS

ESPELHO CÔNCAVO ESPELHO CONVEXO

ELEMENTOS DE UM ESPELHO ESFÉRICO

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Física – Óptica – Prof. Alexei Muller

ESPELHO CÔNCAVO – PROPRIEDADES


ESPELHO CÔNCAVO - PROPRIEDADES
Obs.: A passagem dos raios é EFETIVA
Obs.: A passagem dos raios é EFETIVA
1ª Todo raio de luz que incide paralelamente ao eixo principal reflete-se numa direção que
passe pelo FOCO principal.
1ª ) Todo raio de luz que incide paralelamente ao eixo principal
reflete-se numa direção que passe pelo FOCO principal.  

C   F   V  

Exemplo: Fogão solar  


Exemplo: Fogão solar
ESPELHO CÔNCAVO  
2ª Todo raio de luz que incide numa direção que passa pelo FOCO principal reflete-se
2ª eixo
paralelamente ao ) Todo raio de luz que incide numa direção que passa pelo FOCO
principal.
principal reflete-se paralelamente ao eixo principal.  

C   F   V  

Exemplo: Lanterna  

Exemplo: Lanterna

3ª Todo raio de luz que incide numa direção que passa pelo CENTRO de curvatura reflete-se
sobre si mesmo.

Exemplo: Farol de carro

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ESPELHO CÔNCAVO  
4ª Todo raio de luz que incide sobre o VÉRTICE do espelho reflete-se simetricamente em
relação ao eixo principal.
4ª ) Todo raio de luz que incide sobre o VÉRTICE do espelho reflete-
se simetricamente em relação ao eixo principal.  

C   F   î V  
^r
î = r^  

ESPELHO CONVEXO – PROPRIEDADES


Obs.: A passagem dos raios é em prolongamento
1ª Todo raio de luz que incide paralelamente ao eixo principal reflete-se de tal modo que o
prolongamento passe pelo FOCO principal.

2ª Todo raio de luz que incide numa direção que passa pelo FOCO principal reflete-se
paralelamente ao eixo principal.

1066 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Óptica – Prof. Alexei Muller

3ª Todo raio de luz que incide numa direção que passa pelo CENTRO de curvatura reflete-se
sobre si mesmo.

ESPELHO CONVEXO  
4ª Todo raio de luz que incide sobre o VÉRTICE do espelho reflete-se simetricamente em
relação ao eixo
4ª principal.
) Todo raio de luz que incide sobre o VÉRTICE do espelho reflete-
se simetricamente em relação ao eixo principal.  

C   F   V   î
r^
î = r^  

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CONSTRUÇÃO GEOMÉTRICA DE IMAGENS:
CONSTRUÇÃO GEOMÉTRICA DE IMAGENS:  

→ EM ESPELHOS CÔNCAVOS
➨ EM ESPELHOS CÔNCAVOS  

1º CASO – Objeto
1º CASO longe longe
) Objeto do centro
do centro  

Objeto  

Imagem:
V   F   C   real
menor
invertida

➥ Imagem real é conjugada pelo encontro


dos raios refletidos.
➥ Toda imagem real é invertida
➨ CONSTRUÇÃO DE IMAGENS
EM ESPELHOS CÔNCAVOS  

2º CASO – Objeto
2º CASO sobre sobre
) Objeto o centro
o de curvatura
centro de curvatura  

Objeto  

V   F   C   Imagem:
real
do mesmo tamanho
invertida

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Física – Óptica – Prof. Alexei Muller

➨ CONSTRUÇÃO DE IMAGENS
3º oCASO
3º CASO – Objeto entre foco e)oObjeto
centro
EM entre o CÔNCAVOS  
ESPELHOS foco e o centro  

Objeto  

Imagem:
real
V   F   C   maior
invertida

➨ CONSTRUÇÃO DE IMAGENS
4º CASO
4º CASO – Objeto sobre o foco ) Objeto sobre oCÔNCAVO  
NO ESPELHO foco  

Objeto  
Imagem:
se forma no infinito
imprópria
V   C   NÃO há formação de
imagem
F  

➥ Os raios refletidos são paralelos,


não se encontram.
➥ Logo, não forma imagem

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5º CASO – Objeto entre o foco e o vértice

→ EM ESPELHOS CONVEXOS

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EQUAÇÃO
EQUAÇÃO DE GAUSS – Equação DEconjugados
dos pontos GAUSS
- Equação dos pontos conjugados -  

   1          =        1                      1      
=     +    
   f  o                    di do  

fo = distância focal
di = distância da imagem ao espelho
do = distância do objeto ao espelho

AUMENTO LINEAR TRANSVERSAL

REFRAÇÃO DA LUZ

→ É o fenômeno que ocorre quando a luz tem a sua velocidade alterada.


Exemplo: Quando a luz passa do AR para a ÁGUA.

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➥ É o fenômeno que ocorre quando a luz tem a
sua velocidade alterada.
Exemplo: - Quando a luz passa do AR para a ÁGUA.

LUZ
Há um desvio

AR
ÀGUA

ÍNDICE DE REFRAÇÃO ABSOLUTO DE UM MEIO (n)


ÍNDICE DE REFRAÇÃO ABSOLUTO DE UM MEIO (n)
→ É a razão entre a velocidade da luz no vácuo e a velocidade da luz no meio considerado.
➥ É a razão entre a velocidade da luz no vácuo e a velocidade da luz no
meio considerado.

c = velocidade da luz no vácuo (m/s)


n= C
c = 3 x 1088 m/s
V v = velocidade da luz no meio (m/s)
UNIDADE:
UNIDADE:

➥O O
índice de refração
índice não tem
de refração nãounidade, é uma grandeza
tem unidade, adimensional.
é uma grandeza adimensional.

c ➙ m/s n = c ➙ m/s
v ➙ m/s V ➙ m/s

1072 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Óptica – Prof. Alexei Muller

EXEMPLOS

www.acasadoconcurseiro.com.br 1073
DISPERSÃO LUMINOSA

É o fenômeno pelo qual a luz branca se decompõe nas sete cores.

Exemplo: Arco-íris
•  DISPERSÃO LUMINOSA

Quando   um   raio   de   luz   branca   incide  


num  prisma,  penetra  nele  separando-­‐se  
num   espectro   de   cores:   é   o   fenômeno  
da  dispersão  da  luz  branca.  

Vermelho  
Alaranjado  
Amarelo  
Verde  
Azul  
Anil  
Violeta  

1074 www.acasadoconcurseiro.com.br
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LENTES ESFÉRICAS

→ Lente esférica é o sistema óptico constituído por três meios homogêneos e transparentes,
separados por duas superfícies esféricas ou por uma superfície esférica e outra plana. O meio
intermediário constitui a lente propriamente dita, sendo geralmente o vidro ou o plástico.
LENTES CONVERGENTES → Apresentam as extremidades mais finas do que a parte central.
LENTES DIVERGENTES → Apresentam as extremidades mais espessas do que a parte central.

LENTES CONVERGENTES
•• Apresentam as extremidades mais finas do que a parte central.
•• Transformam um feixe paralelo em um feixe convergente.

LENTES DIVERGENTES
•• Apresentam as extremidades mais espessas do que a parte central.
•• Transformam um feixe paralelo em um feixe divergente.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1075
PROPRIEDADES DAS LENTES
PROPRIEDADES DAS LENTES
• LENTES CONVERGENTES
LENTES CONVERGENTES
1ª ) Todo raio luminoso incidente paralelo ao
1ª Todo raio luminoso incidente paralelo ao eixo principal refrata-se passando pelo FOCO.
eixo principal refrata-se passando pelo FOCO.

E.P. FOCO

É o encontro
• PROPRIEDADES DAS LENTES dos
CONVERGENTES
raios refratados.

2ª ) Todo raio luminoso incidente que passa


2ª Todopelo FOCO
raio luminoso refrata-se
incidente paralelamente
que passa pelo ao eixoao
FOCO refrata-se paralelamente eixo
principal.
principal.

E.P. F

• PROPRIEDADES DAS LENTES CONVERGENTES

3ª ) Todo raio luminoso incidente que passa


3ª pelo
Todo CENTRO
raio luminoso óptico
incidente não
que passa pelo sofre
CENTRO desvio.
óptico não sofre desvio.

E.P. O

1076 www.acasadoconcurseiro.com.br
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CONSTRUÇÃO GEOMÉTRICA DE IMAGENS

LENTES CONVERGENTES

1º Caso

Exemplos: Máquina Fotográfica; Olho.

2º Caso

Exemplo: Copiadora

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3º Caso

Exemplos: Cinema; Projetor de Slides.

4º Caso

Exemplo: Farol

1078 www.acasadoconcurseiro.com.br
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5º Caso

LENTES DIVERGENTES
1ª Todo raio luminoso incidente paralelo ao eixo principal refrata-se com o prolongamento
passando pelo FOCO.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1079
2ª Todo raio luminoso incidente que tem a direção do FOCO refrata-se paralelamente ao eixo
principal.

• PROPRIEDADES DAS LENTES DIVERGENTES

3ª) Todo raio luminoso incidente no CENTRO


3ª Todo raio luminoso incidente no CENTRO óptico não sofre desvio.
óptico não sofre desvio.

E.P. O

Caso Único

1080 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Óptica – Prof. Alexei Muller

Óptica

Lentes

Convergente

Divergente

www.acasadoconcurseiro.com.br 1081
EQUAÇÃO DE GAUSS
EQUAÇÃO DE GAUSS – Equação dos pontos
- Equação dos conjugados -
pontos conjugados -

1 == 1 + 1
fo di do

fo = distância focal
di = distância da imagem à lente
do = distância do objeto à lente

CONVERGÊNCIA (C)
→ É o inverso da distância focal.

OLHO NORMAL
OLHO NORMAL

Ø  Formação  da  imagem  no  Olho  Humano


→ Formação da imagem no Olho Humano.

1082 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Óptica – Prof. Alexei Muller

Anomalias  da  visão  


Anomalias da visão

Anomalias  do  olho  


Anomalias  do  olho  
Anomalias do olho

• • Hipermetropia  
Hipermetropia  
Hipermetropia

Imagem  
Imagem   se  se   forma  
forma   atrás  
atrás  
da   r e5na  
da  re5na  

•  • Lente  
Lente Lente   corre5va:  
corre5va:  
corretiva: Convergente
Convergente  
Convergente  

Imagem  
Imagem   se  se   forma  
forma   na  na  
re5na  
Anomalias  
Anomalias  ddo  
o  oolho  
re5na  
lho  
Miopia
•  Miopia  
•  Miopia  

Imagem  se  forma  em  frente  a  


Imagem  se  forma  em  frente  a  
re3na  
re3na  

•  Lente  corre3va:  
•  Lente  
Lente corretiva: Divergente
corre3va:  
Divergente  
Divergente  

Imagem  se  forma  


Imagem  se  forma  
na  re3na  
na  re3na  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1083
ASTIGMATISMO
É um defeito na esferidade da córnea. É corrigido com lente cilíndrica.

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DA CÂMERA FOTOGRÁFICA


•  PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
DA CÂMERA FOTOGRÁFICA

Basicamente um anteparo FILME

OBJETO sensível à luz.

IMAGEM

LENTE
CONVERGENTE Imagem real se
forma sobre o
OBJETIVA. Recebe os raios de luz filme e
do objeto e conjuga a imagem real. invertida.
1o)  Caso  

•  PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
DE UM PROJETOR
TELA

OBJETO (slide) (anteparo)

LÂMPADA IMAGEM
F2

F1
Real e
maior que o
objeto
(muitas
LENTE vezes
CONVERGENTE OBJETIVA maior).

3o)  Caso  

1084 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Óptica – Prof. Alexei Muller

• LUPA

Usando uma lupa


podemos ver
uma imagem
virtual e
aumentada do
objeto.

5o)  Caso  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1085
Física

CONCEITOS BÁSICOS DE TERMOLOGIA

TERMOLOGIA

Temperatura
•• Indica o nível de agitação das partículas de um corpo.
•• Associada às sensações táteis de quente e frio.

Energia Interna
•• Energia, sob qualquer forma, que ele tem armazenada dentro de si.
•• Energia cinética de translação das partículas, energia cinética de rotação das partículas e
energia potencial de ligação entre as partículas.
•• A energia interna de um sistema varia diretamente com a temperatura, exceto nos processos
de mudança de estado, quando há variação de energia interna, embora a temperatura se
mantenha constante.

T aumenta → U aumenta (∆U > 0)


T diminui → U diminui (∆U < 0)
T = cte → U = cte (∆U = 0)
Não valem nas mudanças de estado.

Calor
•• Processo de transferência de energia decorrente da diferença de temperatura entre dois
ou mais sistemas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1087
Escalas Termométricas

Tc − 0 T − 32 T − 273
= f = k
100 − 0 212 − 32 373− 273

Conversão das escalas

Celsius para Fahrenheit

Tc − 0 T − 32 Tc Tf − 32
= f =
100 − 0 212 − 32
     5 9
Ex:
95°F = ?°C

1088 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Conceitos Básicos de Termologia – Prof. Alexei Muller

Celsius para Kelvin

Tc = Tk − 273
   

Ex:
27°C =? K

Zero Absoluto

•• O limite inferior para a temperatura de um corpo é – 273°C ou zero K.


•• Essa temperatura, por ser o ponto de energia molecular mínimo, é denominada zero
absoluto.
TKα Ec (média de translação)

Variações  de  temperatura  


Variações de temperatura

o
o
C F K

→ ΔTK→ ΔTK
= 1K = 1K
ΔTc ΔTF ΔTK
= =
100 180 100
ΔTc ΔTF ΔTK
=o =
100
ΔTC = 1180 100
C → ΔT o
F = 1,8 F
→ ΔTK = 1K

ΔTC = 1o C → ΔTF = 1,8o F → ΔTK = 1K

Exemplo
Um auxiliar de enfermagem observa que a temperatura de um paciente sofreu uma variação
de 3°C. A variação na escala Fahrenheit corresponde a:
a) 3°F
b) 6°F
c) 5,4°F
d) 10,8°F
e) 38,4°F

www.acasadoconcurseiro.com.br 1089
Escalas arbitrárias
Escalas  arbitrárias  
TC − PG T − PG
= X
PV − PG PV − PG
T − PG T − PG
o
C o
X 20 C− 0 TX=− 20
X
=
PV − PG PV − PG
PV 100 − 0 70 − 20
PV 100 70
20 − 0 TX − 20
=
TC TX 100= −TX0 − 20
20 70 − 20
100 50
20 T − 20
PG 0 20 PG = X
1 100 50
T − 20 50
= X = TX − 20
5 1 50TX − 20
5 50
= = TX − 20
5 50 5
10 = TX − 20    20 + 10 = TX    30o X = TX
10 = TX − 20 20 + 10 = TX 30o X = TX

Propagação de Calor Condução

Predomina nos sólidos (metais).


Quando átomos adjacentes vibram.

     

Convecção

Nos fluidos (líquido ou gasoso).


Transferência de energia térmica pelo movimento de moléculas de uma parte do material para
outra, devido à diferença de densidade.

1090 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Conceitos Básicos de Termologia – Prof. Alexei Muller

  

                      

Radiação (irradiação)

É um processo de transmissão de calor através de ondas eletromagnéticas.


Não há necessidade de um meio material para essa forma de propagação de calor.

     

Dilatação Térmica
Dilatação Linear

   ∆L = L0.α. ∆T

∆L = L – L0
∆LαL0
∆Lα∆T
Depende do material: Coeficiente de dilatação linear α

www.acasadoconcurseiro.com.br 1091
Exemplo
Um fio metálico tem 100 m de comprimento e coeficiente de dilatação linear igual a 17.10 – 6°C-1.
A variação de comprimento desse fio, quando a temperatura varia 10°C, é de

1092 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física

DILATAÇÃO TÉRMICA

Dilatação Superficial

    ∆S = S0 . β. ∆T

∆S = S – S0
∆SαS0
∆Sα∆T
Depende do material : Coeficiente de dilatação superficial β

Exemplo
Uma telha de alumínio tem dimensões lineares de 20 cm x 500 cm e seu coeficiente de dilatação
–5 –1
superficial é igual a 4,4 x 10 °C . A telha, ao ser exposta ao sol durante o dia, experimenta uma
2
variação de temperatura de 20°C . A dilatação superficial máxima da chapa, em cm , durante
esse dia, será

Dilatação Volumétrica

    ∆V = V0 . γ. ∆T

www.acasadoconcurseiro.com.br 1093
∆V = V – V0
∆VαV0
∆Vα∆T
Depende do material: Coeficiente de dilatação volumétrico: γ

Exemplo
Um sólido homogêneo apresenta, a 5°C, um volume igual a 4,00 dm3. Aquecido até 505°C, seu
3
volume aumenta 0,06 dm . Qual o coeficiente de dilatação volumétrico aproximado do material
desse sólido?

Relação entre os coeficientes

α
β = 2α
γ = 3α

Exemplo
Um corpo de forma cúbica tem volume inicial V0 e é feito de um certo material com coeficiente
de dilatação linear α. Se esse corpo sofrer uma variação de temperatura de 8°C, verifica-se que
a variação no volume será de

Alguns valores dos coeficientes

1094 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física

CALORIMETRIA

Trocas de calor (substâncias puras):

    
∆T ∆ Ec  ∆Ep Mudança de Estado Físico

Quantidade de calor sensível (QS)

QS = m.c.∆T
QS = C.∆T

Calor Específico (c)


Indica a quantidade de calor necessário para fazer uma unidade de massa variar sua temperatura
em uma unidade de massa.

QS
c=
m.ΔT

Característica da substância.

Capacidade Térmica (C)


Quantidade de calor necessária por unidade de variação de temperatura do corpo:
C = m.c

QS
c=
ΔT

Característica do corpo e não da substância.

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Quantidade de calor latente (QL)
A quantidade de calor envolvida na mudança de estado decorre da definição de calor latente.
QL = m.L

Calor Latente (L)


Quantidade de calor para fazer uma unidade de massa da substância mudar de estado físico.

QL
L=
m

Característica da substância.

Princípio Fundamental da Calorimetria

Se vários corpos, no interior de um recipiente isolado termicamente, trocam calor, os de


maior temperatura cedem calor aos de menor temperatura, até que se estabeleça o equilíbrio
térmico.
Q1 + Q2 + .... + Qn = 0

Análise Gráfica Análise  Gráfica  


 F  
         T  
 G  
 
                   L  +  G   E  
D
L  
B    S  +  L   C

 
S  
A:   Q  
A Sólido  
AB:  QS;  Sólido     CD:  Qs;  Líquido        EF:  QS;  Gasoso  

BC:  QL;  Fusão   DE:  QL;  Vaporização  

1096 www.acasadoconcurseiro.com.br
Física – Calorimetria – Prof. Alexei Muller

Evaporação x Ebulição

Evaporação
•• Ocorre na superfície livre do líquido;
•• Em temperaturas variadas;
•• Sem formação de bolhas;
•• A medida que o líquido evapora a temperatura do líquido restante
diminui, pois as moléculas que evaporam são as de maior energia
cinética.

Ebulição:
•• Ocorre no interior do líquido;
•• Em uma temperatura definida para uma determinada pressão;
•• Com formação de bolhas, a ebulição ocorre no interior do líquido.

Relação Pressão x Temperatura

Relação p x Tfusão,solidificação
•• Em geral:
Quanto maior a pressão maiores as temperaturas de fusão e de solidificação das substâncias.
•• Substâncias que sofrem dilatação anômala na fusão (água):
Quanto maior a pressão, menores as temperaturas de fusão e de solidificação.

Relação p x T ebulição, condensação


•• Quanto maior a pressão maior as temperaturas de ebulição e de
condensação.
•• Por isso o uso de panela de pressão para cozinhar.

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Física

TERMODINÂMICA

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Física – Termologia – Prof. Alexei Muller

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Física – Termologia – Prof. Alexei Muller

 
SEGUNDO  PRINCÍPIO  DA  
TERMODINÂMICA:  
SEGUNDO PRINCÍPIO DA TERMODINÂMICA:
 
n:  rendimento  
 
n=  τ/Q1  
Fonte   Trabalho:  τ    
quente     Q − Q 2
n= 1
      Q1
Q1          T1     M.T.   Q1 Q 2
n= −
Q1 Q1
Q2
n = 1−
Q1
Fonte  fria   n = 1−
T2
Q2      T2  
T1

•• É impossível uma máquina térmica ter um rendimento de 100%.

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Biologia

Professor Enrico Blota

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Biologia

BIOQUÍMICA

Leitura complementar – Água, sais minerais e vitaminas

Água
A água não é só a substância mais abundante no ambiente, ela representa cerca de 75%
das substâncias que compõem o corpo dos seres vivos, podendo variar em idade, espécie e
metabolismo celular. Aproximadamente 65% da massa do indivíduo humano adulto é água e
nosso encéfalo apresenta em média 90% dessa molécula. Os músculos possuem até 85% e os
ossos variam de 20% a 40%. É importante salientar as propriedades que a água apresenta. As
propriedades da água são: solvente universal; calor específico (energia para elevar de 1°C a
quantidade de 1g de água); regulação térmica; adesão, coesão e tensão superficial; transporte
de substâncias (capilaridade); hidrólise.
Sabe-se, da calorimetria, que a capacidade térmica refere-se a determinado corpo (pois
considera a massa), enquanto o calor específico diz respeito à substância. A água apresenta
um alto calor específico (maior que o álcool e o mercúrio, por exemplo), o que faz dela um
excelente protetor térmico contra variações de temperatura do ambiente. Mesmo que
ocorram alterações bruscas de temperatura no meio externo, as condições biológicas internas
do organismo que contém muita água permanecem mais estáveis. Os endotermos mantêm a
temperatura constante com auxílio da água, principalmente em regiões quentes. As reações
químicas também dependem da água para ocorrer e, sem água, não há atividade enzimática.

Sais minerais
São classificados de acordo com as quantidades presentes no corpo e necessárias a uma dieta
equilibrada.
Macronutrientes – nitrogênio, cálcio, fósforo, potássio, cloro, magnésio, enxofre, carbono,
hidrogênio e oxigênio.
Micronutrientes (oligoelementos) – ferro, zinco, cobre, iodo, flúor, cromo, selênio, cobalto,
manganês, molibdênio, vanádio, níquel, estanho e silício.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1109
Alguns sais minerais:
•• Cálcio – Componente dos ossos e dentes. Importante para a coagulação e contração
muscular. Encontrado em diversos vegetais, leite e derivados.
•• Cloro – Principal ânion do meio extracelular. Importente para o balanço hídrico do corpo.
Presente no sal de cozinha e diversos tipos de alimento.
•• Cobre – Componente de muitas enzimas. Essencial para a síntese da hemoglobina.
Encontrado no fígado, ovos, peixes, feijão e outros.
•• Enxofre – Componente de proteínas diversas, é essencial para a síntese das proteínas, já
que está presente no aminoácido metionina. Encontrado em carnes e legumes.
•• Ferro – Componente da hemoglogina, mioglobina e enzimas respiratórias. É fundamental
para a respiração celular e no transporte dos gases respiratórios. Encontrado no fígado,
carnes, gema de ovo, legumes e vegetais verdes.
•• Fósforo – Importante componente dos ácidos nucleicos (DNA e RNA), do ATP, ossos e
dentes. Encontrado no leite e derivados, carnes e cereais.
•• Magnésio – Envolvido nas contrações musculares e impulso nervoso. Ativa reações químicas
que produzem energia nas células. Está presente na clorofila e, portanto, é importante para
a fotossíntese. Encontrado em castanhas, peixes, leite, cereais, soja, verduras.
•• Potássio – Auxilia na saúde dos músculos, impulso nervoso e ajuda no equilíbrio hídrico do
corpo. É muito concentrado no meio intracelular. Encontrado em grandes concentrações
na banana.
•• Sódio – Com funções semelhantes às do potássio. É muito concentrado no meio extracelular.
Encontrado em quase todos os alimentos.

Vitaminas
O termo vitamina é empregado para substâncias orgânicas necessárias em pequenas
quantidades, importantes em atividades metabólicas do organismo e que, como regra geral, não
são sintetizadas por ele. Podem ser hidrossolúveis (solúveis em água) ou lipossolúveis (solúveis
em lipídios). De maneira geral, as vitaminas lipossolúveis podem ficar mais tempo armazenadas
no organismo. As vitaminas lipossolúveis são a vitamina K,A.D e E e as hidrossolúveis são a C e
as do complexo B.
Algumas vitaminas:
•• Vitamina K (filoquinona) – Atua na coagulação do sangue prevenindo hemorragias.
Presente em vegetais verdes, tomate e castanhas.
•• Vitamina A (retinol) – Essencial para o funcionamento dos olhos, pois é precursora
de pigmentos da retina. Previne a cegueira noturna e xeroftalmia (olho seco). Fontes
importantes são os vegetais amarelos, gema de ovo e fígado.
•• Vitamina D (calciferol) – Atua no metabolismo do cálcio e fósforo. Mantém ossos e dentes
saudáveis. Previne o raquitismo. Principais fontes são óleo de fígado de bacalhau, fígado e
gema de ovo.

1110 www.acasadoconcurseiro.com.br
Biologia – Bioquímica – Prof. Enrico Blota

•• Vitamina E (tocoferol) – Auxilia na fertilidade masculina, atua no sistema nervoso


involuntário e músculos involuntários. Previne a esterilidade masculina e envolvida na
prevenção do aborto. Suas fontes são carnes magras, laticínios, alface e outras.
•• Vitamina C (ácido ascórbico) – Mantém a integridade dos vasos sanguíneos e dos tecidos
conjuntivos. É precursora do colágeno. Previne o escorbuto (mal das gengivas). Encontrada
nas frutas cítricas, tomate, pimentão e outras.
•• Vitamina B1 (Tiamina) – Atua no tônus muscular e no bom funcionamento do sistema
nervoso. Previne o beribéri. Encontrada em cereais, feijão, fígado, carne de porco e outros.
•• Vitamina B3 (Niacina) – Como a B1, auxilia no funcionamento dos músculos e sistema
nervoso. Também ajuda no funcionamento do sistema digestório. Previne o pelagra (pele
seca) e distúrbios do tubo digestivo. Encontrada em carnes magras, ovos, fígado e leite.
•• Vitamina B5 (ácido pantotênico) – Componente da Coenzima A, que atua em processos
energéticos celulares. Previne anemia, fadiga e dormência dos membros. Encontrada na
carne, leite e derivados, verduras e cereais.
•• Vitamina B9 (ácido fólico) – Importante para a síntese do DNA e para a formação do
sistema nervoso durante o desenvolvimento embrionário. Previne anemia e má formação
fetal (espinha bífida). Encontrada em vegetais verdes, frutas e cereais integrais.
•• Vitamina B12 (cianocobalamina) – Importante para maturação das hemácias e síntese
dos nucleotídios. Previne anemia perniciosa e distúrbios nervosos. Suas fontes são carnes,
ovos, leite e derivados.

Principais moléculas orgânicas

Carboidratos
São moléculas orgânicas formadas por C, H e O. Podem ser chamados de açúcares ou glicídios
e a glicose é um dos açúcares mais comuns na natureza, sendo produzida pelo processo de
fotossíntese (nos cloroplastos) e aproveitada durante a respiração celular para produção de
energia ATP. No caso dos vegetais a glicose pode ser armazenada em caules e raízes na forma
de amido. Já nos animais a glicose pode ser armazenada no fígado e nos músculos na forma de
glicogênio.
Podem ser divididos em três grupos

1. Monossacarídeos
Apresentam fórmula (CH2O)n, em que “n” pode variar de 3 a 7. Assim, teremos trioses (3
carbonos), tetroses (4 carbonos), pentoses (5 carbonos), hexoses (6 carbonos) e heptoses (7
carbonos). Os monossacarídeos mais comuns são as hexoses, como por exemplo a glicose
C6H12O6. As pentoses, como a ribose e a desoxirribose, também são monossacarídeos

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importantes e apresentam fórmula C5H10O5. Os monossacarídeos são sólidos, cristalinos e
solúveis em água e apresentam sabor doce como regra geral. Os carboidratos são usados como
fonte energética para o processo de respiração celular.

Desoxirribose Glicose

Outros tipos de monossacarídeos como as trioses e heptoses participam nos processos


bioquímicos de respiração celular e fotossíntese, como compostos intermediários.

2. Oligossacarídeos
São açúcares formados pela união de 2 a 10 moléculas de monossacarídeos. Há vários tipos de
oligossacarídeos, porém destacam-se os dissacarídeos, importantes na alimentação humana.
São formados pela união de 2 monossacarídeos.
Sacarose – glicose + frutose – encontrado na cana de açúcar.
Maltose – glicose + glicose – encontrada em cereais e resultado da quebra do amido na digestão
humana.
Lactose – glicose + galactose – encontrada no leite.
Os dissacarídeos e também os polissacarídeos podem ser sintetizados pela reação de
desidratação. Cada dois monossacarídeos unidos liberam uma molécula de água. A síntese
da maltose é um exemplo desse processo. Porém, eles também podem sofrer digestão por
reações de hidrólise (na presença da água e enzimas), onde são novamente transformados em
monossacarídeos ou dissacarídeos. A rafinose (presente no feijão) é um exemplo formado pela
união da galactose + glicose + frutose, sendo um outro exemplo de oligossacarídeo.

1112 www.acasadoconcurseiro.com.br
Biologia – Bioquímica – Prof. Enrico Blota

3. Polissacarídeos
São açúcares formados pela união de muitas moléculas de monossacarídeos. Podem ter
função estrutural, como é o caso da quitina (açúcar importante na formação do exoesqueleto
dos artrópodes e cerdas dos anelídeos) e da celulose. Apresentam também função de reserva
energética, como é o caso do amido (reserva nos vegetais) e do glicogênio (reserva em fungos
e animais). O glicogênio também é armazenado nos nossos músculos para uso no exercício
muscular. Outros polissacarídeos importantes são a heparina (anticoagulante) e o ácido
hialurônico (que participa da reação acrossômica e é um dos componentes das membranas das
células e permite união entre elas). São pouco solúveis ou insolúveis em água e possuem alto
peso molecular.

Lipídeos
São moléculas formadas pela união de ácidos graxos e um álcool (no geral esse álcool é o glicerol).
Assim como os hidratos de carbono (açúcares) são formados por C, H e O, mas podem apresentar
outros constituintes associados a molécula (o fósforo por exemplo). Encontramos lipídeos em
diversas partes no nosso corpo e dos animais, assim como nos vegetais. Além da função energética
que apresentam, estão presentes na composição da membrana celular e, isolam, nos neurônios,
a condução dos impulsos nervosos (bainha de mielina) além de servir como isolante térmico sob
a pele dos mamíferos. O tecido adiposo e o colesterol são exemplos de lipídios encontrados nos
animais. As ceras são importantes lipídios encontrados nos vegetais. Os lipídios são insolúveis em
água e solúveis em solventes orgânicos (éter, benzina, clorofórmio e álcool)

Classificação dos lipídeos


Podem ser simples, apenas apresentando C, H e O. Os glicerídeos (óleos e gorduras), as
ceras (abelha, frutos e ouvido) e os esteroides (hormônios sexuais, hormônios corticoides,
colesterol, sais biliares, vitaminas lipossolúveis). Já os complexos são aqueles que possuem
em sua composição o nitrogênio, fósforo ou enxofre, como é o caso dos lipídios conjugados
fosfolipídios, glicolipídeos e cerebrosídeos.
As moléculas de glicerídeos, óleos em estado líquido (insaturados) e gorduras em estado
sólido (saturados), são formadas por glicerol e três ácidos graxos. Os glicerídeos estão na
composição da manteiga, da banha, dos queijos, do leite e nos óleos de origem vegetal. As
ceras ou cerídeos são formados por uma grande cadeia de álcool, bem maior que o glicerol,
ligada a um ácido graxo (permitem, por exemplo, impermeabilização – encontramos, também,

www.acasadoconcurseiro.com.br 1113
na planta carnaúba). Os esteroides são formados pela combinação de ácidos graxos com
alcoóis policíclicos, ou seja, de cadeias fechadas. Formam importantes hormônios (estrógeno,
progesterona e testosterona) do corpo, além do colesterol. Este é um esteroide encontrado
na membrana plasmática. Parte do colesterol é produzido pelo fígado, outra parte obtemos
na alimentação (nas gorduras de origem animal). Lembre que a vitamina D (calciferol) e os sais
biliares também estão enquadrados neste grupo.

Os fosfolipídios (glicerídeo + fosfato) são constituintes da membrana plasmática e os


carotenoides são pigmentos amarelos (caroteno – na cenoura) e vermelho (licopeno – no
tomate). Os glicolipídeos são outros tipos de lipídeos complexos encontrados no glicocálix da
membrana plasmática de certas células e os cerebrosídeos são lipídios complexos encontrados
no tecido nervoso.

Proteínas
São formadas pela união de vários aminoácidos (cinquenta ou mais). Correspondem ao grupo de
substâncias orgânicas com maior versatilidade de funções biológicas. Na natureza encontramos
20 tipos de aminoácidos e alguns organismos são capazes de sintetizar todos os tipos. Em
alguns casos, os seres utilizam o esqueleto carbônico da glicose e do nitrato absorvido do solo
e montam os aminoácidos para seu metabolismo, como ocorre nas plantas. Outros seres vivos
são incapazes de produzir todos os aminoácidos de que necessitam, sendo obrigados a obtê-los
pela dieta, como é o caso dos humanos.
As proteínas são formadas por ligações peptídicas (entre os aminoácidos), assim poderemos
formar pequenos fragmentos chamados de peptídeos. Por exemplo: dois aminoácidos
formam um dipeptídeo, três formam um tripeptíeo. Até dez unidades temos os chamados
oligopeptídeos. Acima disso temos os polipeptídeos. Proteínas são polipeptídeos
biologicamente ativos.

Alguns aminoácidos e seus radicais

A ligação peptídica é aquela que


se estabelece entre o grupo amina
de um aminoácido com o grupo
carboxila do outro aminoácido,
nesse processo ocorre saída de água
(síntese por desidratação).

1114 www.acasadoconcurseiro.com.br
Biologia – Bioquímica – Prof. Enrico Blota

A ligação peptídica:

Os aminoácidos são divididos em dois grupos quanto à necessidade. Na espécie humana são os
seguintes:
Naturais (não essenciais) – Produzidos pelo próprio organismo. São eles: Tirosina, alanina,
ácido aspártico, arginina, histidina, ácido glutâmico, aspargina, cisteína, glicina, serina, prolina,
glutamina e histidina (não produzido pelo recém nascido)
Essenciais – Não são produzidos pelo próprio organismo. São eles: Fenilalanina, lisina,
triptofano, treonina, isoleucina, metionina, valina, leucina.
O leite, a carne, os ovos, a gelatina e outros alimentos podem ser utilizados como fonte de
aminoácidos para o organismo. A proteína caseína, que é utilizada pelo organismo como fonte
de aminoácidos naturais, está presente no leite.

Classe das proteínas Exemplo


Enzimas Amilase, tripsina
Transporte Hemoglobina, mioglobina
Protetoras (defesa) Anticorpos, imunoglobulinas
Hormônios (regulatórias) Insulina, prolactina
Estruturais Colágeno, elastina, queratina
Movimento (contração) Actina, miosina

Estrutura das proteínas

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Enzimas
São proteínas que aceleram reações químicas, aumentando a velocidade da reação e não
são consumidas durante o processo. Isso justifica o fato de serem necessárias em baixas
concentrações. Para catalisarem as reação devem interagir com os “reagentes” (substratos).
Assim, numa certa região da enzima (o centro ativo), encontramos uma forma que se encaixa
ao substrato. Numa analogia teremos então uma chave de fenda (enzima) se encaixando no
parafuso (substrato). Portanto existe alta especificidade enzima-substrato (chave-fechadura),
dessa forma uma enzima atua em algum tipo de substrato, mas não em outro. Por exemplo,
a maltase quebra a maltose, mas não a sacarose. Os fatores que interferem em uma atividade
enzimática são a temperatura, o pH e a concentração do substrato (salinidade).

ATENÇÃO:
A miosina é a proteína que, associada à actina, produz a contração muscular. CD4 é
a proteína de membrana de alguns linfócitos (glóbulos brancos), lembre que ela é a
proteína que liga-se à proteína viral. Albumina é a proteína de reserva energética,
tendo importante ação osmótica no sangue. Queratina é a proteína de ação estrutural
de revestimento, presente na epiderme e em anexos epidérmicos dos vertebrados.
Imunoglobulinas são os chamados anticorpos, proteínas específicas que atacam e
inativam agentes estranhos que entram no organismo. Hemoglobina é a proteína que
transporta oxigênio dos pulmões para as células. Quando as proteínas são submetidas
à elevação de temperatura, a variações de pH ou a certos solutos como a ureia, sofrem
alterações na sua configuração espacial, e sua atividade biológica é perdida. Este
processo se chama desnaturação. Ao romper as ligações originais, a proteína sofre
novas dobras ao acaso. Geralmente, as proteínas se tornam insolúveis quando se
desnaturam. É o que ocorre com a albumina da clara do ovo que, ao ser cozida, se
torna sólida.

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Biologia

MEMBRANAS BIOLÓGICAS – PARTE 1

Todas as células, sejam elas procariontes ou eucariontes apresentam um revestimento


membranoso lipoproteico chamado membrana plasmática. É uma fina membrana capaz
de realizar diversas funções. Sua constituição só pode ser vista com auxílio da microscopia
eletrônica. Além da membrana plasmática, procariotos e muitos eucariotos ainda apresentam
a parede celular, com constituição diversificada nos diferentes reinos dos seres vivos. Veremos
nesse capítulo as membranas biológicas e os transportes através da membrana.

Parede celular

A parede celular é composta por 3 camadas mais ou menos distintas: a lamela média (camada
mais externa compartilhada com células vizinhas), a parede primária e a parede secundária.
Estas camadas são formadas essencialmente por celulose, lignina (responsável pela rigidez das
células), gorduras (protegem as células dos tecidos em contato com o exterior) e outras como
a pectina. A parede celular é encontrada em bactérias, em algas do reino protista, nos fungos e
nos vegetais.

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Membrana plasmática

Todas as células apresentam a membrana plasmática como revestimento celular. Ela


delimita a célula e regula as substâncias que entram ou saem, regulando inclusive o sentido
do movimento. Isso é essencial para o metabolismo celular, pois este só se processa se as
substâncias estiverem presentes nas quantidades adequadas. Esta capacidade de selecionar as
substâncias que entram ou saem da célula é designada por permeabilidade seletiva ou semi-
permeabilidade (substâncias lipossolúveis). Outra importante característica da membrana é
quanto a sua composição formada por fosfolipídios e proteínas (lipoprotéica). A membrana
plasmática apresenta-se como um mosaico-fluido, modelo estabelecido por Singer e Nicholson.

Leitura Obrigatória

As junções celulares e especializações da membrana das células


São diversas estruturas que mantém as células epiteliais e outros tipos celulares firmemente
unidas entre si ou auxiliam na função de absorção. As principais são os desmossomos, as zonas
de adesão, as zonas de oclusão, as junções do tipo gap (comunicantes), as interdigitações e as
microvilosidades.
•• Interdigitações: são dobras que ampliam a superfície de contato e também facilitam
passagens.

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Biologia – Membranas Biológicas – Prof. Enrico Blota

•• Microvilosidades: são áreas que ampliam a superfície de absorção dos nutrientes.


Encontradas nas células do duodeno (primeira porção do intestino delgado).

•• Desmossomos: são discos de adesão entre as células, funcionando como pontes. São
formados por duas porções que se unem (uma em cada célula).

•• Hemidesmossomos: são semelhantes aos desmossomos, porém, permitem que as células


epiteliais se conectem com a lâmina basal, porção que faz contato do tecido epitelial com o
tecido conjuntivo.

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•• Zonas de adesão: são zonas onde as células vizinhas estão firmemente unidas por uma
substância intercelular adesiva, mas suas membranas plasmáticas não chegam a se tocar.
Na zona citoplasmática dessa região existem filamentos de actina, conferindo maior
resistência.
•• Zonas de oclusão: zonas onde há
junção da membrana de células ad-
jacentes nas áreas mais próximas do
pólo apical, estabelecendo uma bar-
reira à entrada de macromoléculas
no espaço entre as células vizinhas.
As macromoléculas só podem pene-
trar passando pelo interior das cé-
lulas, o que possibilita o controle do
que entra nas diferentes estruturas
revestidas por epitélios.
•• Junções do tipo gap (nexos): apresentam grupos de proteínas específicas, que se dispõem
formando canais que atravessam as camadas de lipídios das membranas. Esses grupos de
proteínas tocam-se no espaço intercelular, estabelecendo canais de comunicação entre as
células.

•• Plasmodesmos: São pequenos orifícios, onde uma célula mantém contato com outra
vizinha. Permite passagem de substâncias entre os citoplasmas vizinhos.

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MEMBRANAS BIOLÓGICAS – PARTE 2

Os transportes através da membrana

A morfologia da membrana plasmática permite que algumas substâncias passem livremente


ou sejam transportadas do meio intracelular para o extracelular e vice-versa. Assim, temos os
seguintes transportes através da membrana:
•• Transporte passivo – Não há gasto energético. Pode ocorrer do meio onde há maior
concentração de substâncias para o meio em que há menor concentração delas. Exemplos:
Difusão simples e facilitada.
Difusão simples – Esse tipo de transporte se processa a favor do gradiente de concentração
(do meio mais concentrado para o menos concentrado). Ocorre comumente com substâncias
solúveis nos fosfolipídeos da bicamada. É o caso dos gases oxigênio e gás carbônico.
Difusão facilitada – Assim como a difusão simples o movimento das substâncias se processa
a favor do gradiente de concentração, porém, o tamanho ou constituição da molécula não
é favorável a uma difusão simples. Isso requer a intervenção de proteínas especializadas da
membrana (permeases, que são específicas para cada tipo de substância). Como exemplo
temos o processo de entrada da glicose nas células.

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Osmose – É um caso especial de transporte passivo, pois se processa do meio menos
concentrado (hipotônico) para o mais concentrado (hipertônico). Nesse caso não se trata de
um soluto e sim de um solvente (a água). O objetivo do transporte é tornar o meio em questão
isotônico. É importante acrescentar que ainda existem as porinas (aquaporinas) são proteínas
que formam poros (ou canais), verdadeiros túneis para passagem de água e íons.

•• Transporte ativo: Há gasto energético. O processo ocorre com as substâncias sendo


transportadas do meio menos concentrado para o meio mais concentrado. Os principais
são as bombas de íons ou moléculas, endocitoses e exocitoses.
Bomba de sódio e potássio – A concentração de potássio é geralmente 10 a 20 vezes maior no
interior da célula do que no exterior. Já a concentração de sódio é maior no meio extracelular.
Essa diferença de concentrações é mantida sempre pela bomba de sódio e potássio. Isso exige
consumo energético evidente.

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Endocitoses – É a incorporação de macromoléculas pela célula. Podemos dizer que há dois tipos:
a fagocitose (englobamento de partículas sólidas – formam-se pseudópodes) e a pinocitose
(englobamento de partículas em meio líquido – “gotículas” – não há emissão de pseudópodos).
Há formação de uma vesícula contendo as partículas (fagossomo ou pinossomo) que poderá se
fundir com o lisossomo da célula para uma futura degradação.

Exocitoses – O metabolismo celular exige produção e degradação de moléculas distintas. Esse


processo pode gerar resíduos que devem ser eliminados para fora das células. Formam-se
vesículas que são eliminadas para o meio externo. Ao aproximar-se da membrana plasmática, a
membrana da vesícula funde-se com a membrana plasmática libertando, assim, o seu conteúdo
para o exterior da célula. Esse processo descrito de exocitose é conhecido como clasmocitose.
Há outros casos de exocitose, como a secreção celular, quando a célula produz e elimina um
produto útil no meio extracelular. Um exemplo desse tipo é a secreção de hormônios no sangue.

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O citoesqueleto

Apesar de parecer vazio, quando observado ao microscópio óptico, o hialoplasma é formado


por uma matriz de fibras denominada citoesqueleto. O citoesqueleto tem como função dar
suporte à célula e aos diferentes organóides, bem como auxiliar o seu deslocamento. Fazem
parte do citoesqueleto os microfilamentos, os microtúbulos e os filamentos intermediários.

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Chama-se ciclose o movimento interno sofrido pelas células, com participação especial
do citoesqueleto. A ciclose é uma corrente citoplasmática capaz de deslocar substâncias e
organelas como mitocôndrias, vacúolos digestivos e cloroplastos. Abaixo um exemplo de ciclose
em vegetais.

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Biologia

CITOPLASMA E ORGANELAS

O citoplasma é um espaço entre a membrana e o núcleo preenchido por um material conhecido


como citosol ou hialoplasma onde estão mergulhadas as organelas citoplasmáticas. Pode ser
dividido da seguinte forma:

Principais organelas citoplasmáticas

Ribossomos livres – São organelas com função de produção de proteínas que atuam no citosol
e no núcleo celular e das proteínas que formam o citoesqueleto. Inicialmente são produzidas no
interior do núcleo (nucleolo) e são formados por duas subunidades (uma maior e outra menor)
que unem-se durante o processo de síntese protéica. Vão atuar livremente no citoplasma ou
fazer parte do Retículo Endoplasmático Rugoso. “núcleo celular”.

Retículo Endoplasmático (Liso ou agranular e Rugoso ou granular ou ainda ergastoplasma)


– São tubos e bolsas membranosas que podem apresentar ribossomos aderidos (granular
ou rugoso) ou não (agranular ou liso). O Retículo Rugoso faz produção de proteínas para
exportação, incluindo hormônios de origem protéica; produção de enzimas lisossômicas;

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produção de proteínas que compõem as membranas celulares; transporte e armazenamento
de substâncias. Já o Retículo Liso faz produção de ácidos graxos, de fosfolipídios e de esteróides,
que ocorre no interior de suas bolsas e tubos membranosos; transporte e armazenamento de
substâncias. Nas células do fígado é bem desenvolvido.

Complexo Golgiense – Constituído por bolsas membranosas achatadas, denominadas cisternas


ou vesículas, empilhadas umas sobre as outras. Nas células vegetais há conjuntos dessas
cisternas dispersos pelo citoplasma (dictiossomo ou golgiossomo). O Golgi é responsável
por fazer glicosilação de proteínas (adição de glicídios às proteínas); síntese de carboidratos;
secreção celular; armazenamento de proteínas; forma os lisossomos e o acrossoma do
espermatozoide.

Lisossomos – São bolsas membranosas que contém dezenas de tipos de enzimas digestivas,
capazes de digerir diversas substâncias. Algumas enzimas são as nucleases (digerem DNA
e RNA), proteases, fosfatases, além de enzimas que digerem polissacarídeos e lipídios. As
células animais podem conter centenas de lisossomos. Podem digerir material capturado do
exterior por fagocitose ou por pinocitose (heterofagia) ou digerir partes desgastadas da própria

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Biologia – Citoplasma e Organelas – Prof. Enrico Blota

célula (autofagia). Os lisossomos são também responsáveis pela autólise celular, onde há
rompimento dos lisossomos e posterior morte da célula e do tecido. Um caso de autólise é o
que ocorre na doença Silicose, onde ocorre rompimento dos lisossomos de células pulmonares
em trabalhadores das minas devido ao contato com o pó de sílica. Outros problemas são a
artrite reumatoide e a doença de Tay-Sachs.

Peroxissomos – São organelas presentes nas células animais e em muitas células vegetais. Elas
contém diversos tipos de oxidases, enzimas que utilizam gás oxigênio para oxidar substâncias
orgânicas. Por exemplo, a água oxigenada (H2O2- peróxido de hidrogênio) é uma substância
tóxica para as células, mas os peroxissomos apropriadamente contêm a enzima catalase, que
transforma o peróxido de hidrogênio (em água e gás oxigênio. São organelas abundantes no
fígado e nos rins. Os peroxissomos são responsáveis por oxidação de ácidos graxos para serem
utilizados na respiração celular e na síntese de compostos importantes, como o colesterol.
Também participam na produção dos ácidos biliares. As enzimas peroxissômicas são produzidas
por ribossomos livres no citosol.
Certas sementes dos vegetais, principalmente as oleaginosas, possuem um tipo especial de
peroxissomo, o glioxissomo, cuja função é fazer com que os lipídios armazenados na semente
se transformem em açúcares, consumidos durante o processo de germinação.

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Plastos – São organelas presentes apenas em células de plantas e algas. Variam conforme o
organismo. Há três tipos de plastos: cloroplastos, cromoplastos e leucoplastos.
Os cloroplastos são os principais e caracterizam-se pela cor verde pelo pigmento clorofila.
Em um cloroplasto há enzimas, DNA, RNA, além de ribossomos semelhantes aos das células
bacterianas. É nos cloroplastos que ocorre a fotossíntese, processo no qual moléculas de gás
carbônico (CO2) e de água (H2O) reagem formando glicídios e gás oxigênio (O2). A energia
necessária para tal processo é a energia luminosa e, por meio da fotossíntese, algas e plantas
produzem açúcares utilizados em suas próprias mitocôndrias para a produção de ATP. Como
produzem sua própria energia química dizemos que são organismos autotróficos.

  

Alguns plastos não têm clorofila, e sim pigmentos vermelhos ou amarelos, sendo por isso
chamados de cromoplastos. Essas organelas são responsáveis pelas cores de certos frutos
e flores, de algumas raízes, como a cenoura, e de folhas que se tornam amareladas ou
avermelhadas no outono. A função dos cromoplastos nas plantas ainda não é pouco conhecida.
Outros plastos não possuem pigmentos e são chamados de leucoplastos. Estão presentes
em certas raízes e caules, e sua função é o armazenamento de amido. Esse polissacarídio é
fabricado a partir de glicídios produzidos na fotossíntese e acumula-se no leucoplasto, podendo
ocupar totalmente o interior da organela, que cresce e se transforma em um amiloplasto (ou
grão de amido). Esse amido pode ser convertido em glicose e ser usado na respiração celular.
Vacúolos – São pequenos em células vegetais jovens e vão aumentando gradativamente de
tamanho e fundindo-se uns aos outros até constituir o grande vacúolo vegetal. É delimitado
por uma membrana, o tonoplasto. O vacúolo de célula vegetal contém uma solução aquosa
ácida composta de íons orgânicos, açúcares, aminoácidos, ácidos orgânicos e, em alguns casos,
proteínas, como ocorre nas células das sementes. Esses sais podem cristalizar assumindo formas
geométricas espaciais em forma de estrelas (drusas) ou em forma de agulhas (ráfides). Pode
desempenhar função dos lisossomos nas células, já que também apresenta algumas enzimas
digestivas. Há nos protistas um vacúolo de regulação osmótica chamado vacúolo contráctil ou
pulsátil.

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Centríolos – Com exceção dos fungos e das plantas superiores as células eucariotas apresentam
um par de centríolos orientados perpendicularmente na região do centrossomo. Pouco antes
de uma célula dividir-se eles se autoduplicam. Ao lado de cada centríolo do par original forma-
se um novo, pela agregação de moléculas de tubulina presentes no citosol. Quando a célula
inicia a divisão propriamente dita o centrossomo divide-se em dois, cada um com um par de
centríolos. Participam da divisão celular e são responsáveis pela cinética celular; originam os
cílios e os flagelos.

Mitocôndrias – Seu número varia de dezenas a centenas, dependendo do tipo celular. As


mitocôndrias são delimitadas por duas membranas lipoprotéicas. A mais externa é lisa e
semelhante às demais membranas celulares, enquanto a membrana interna é diferente e
apresenta dobras chamadas cristas mitocondriais, que se projetam para o interior da organela.
O interior é preenchido por um líquido viscoso – a matriz mitocondrial – que contém diversas
enzimas, DNA, RNA e ribossomos menores que os citoplasmáticos (mitorribossomos) e muito
semelhantes aos ribossomos bacterianos. Nelas ocorre a respiração aeróbia, processo em que
moléculas orgânicas reagem com o gás oxigênio, formando gás carbônico e água e liberando

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energia, que é armazenada em moléculas de ATP (trifosfato de adenosina). O ATP produzido nas
mitocôndrias difunde-se para outras regiões da célula e fornece energia para as mais diversas
atividades celulares. O conjunto de mitocôndrias em uma célula é conhecido pelo nome de
condrioma.

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Biologia

CÓDIGO GENÉTICO

NÚCLEO E SÍNTESE PROTEICA

O núcleo é de fundamental importância para grande parte dos processos que ocorrem nas
células, dentre eles, a produção dos ribossomos, divisão celular, produção de RNAm e outros.
Algumas células podem apresentar um ou mais núcleos e outras podem ser até anucleadas,
como ocorre com os eritrócitos (hemácias). Assim, o núcleo é o responsável por manter
grande parte do metabolismo celular, já que apresenta o material hereditário dos organismos
eucariotos, o DNA.

Recentemente descobriu-se uma organela chamada retículo nucleoplasmático (no interior do


núcleo) com função de armazenamento de cálcio para sua posterior utilização.
Algumas estruturas do núcleo:
•• Carioteca – É a membrana nuclear, formada por duas membranas lipoprotéicas, cada uma
delas com organização estrutural semelhante à das demais membranas celulares. Entre as
membranas existe um espaço denominado perinuclear. A membrana externa comunica-se
com o retículo endoplasmático granuloso, e, como ele, apresenta ribossomos aderidos em
sua superfície.

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•• Complexo do poro – A carioteca apresenta poros ou annuli, delimitando espaços através
dos quais ocorrem trocas de substâncias entre o núcleo e o citoplasma. Em cada poro há
um complexo de proteínas que regula a entrada e saída de substâncias, de modo que há
controle sobre o que entra e sai do núcleo.
•• Cariolinfa (nucleoplasma) – é constituído de substâncias (íons, vários tipos de enzimas,
moléculas de ATP) dissolvidas em água.
•• Nucleolo – É uma região mais densa no interior do núcleo não delimitada por membrana. É
o local de intensa síntese do ácido ribonucleico ribossômico (RNAr). Essa síntese ocorre em
regiões de determinados cromossomos, denominadas regiões organizadoras do nucléolo
– RON, onde estão os genes responsáveis por esse processo.
•• Cromatina – consiste em DNA associado a proteínas chamadas histonas. A cromatina
é o material que forma cada um dos cromossomos. Há duas formas, a eucromatina e a
heterocromatina.

Os tipos de cromossomos:
Os cromossomos são classificados quanto à posição do centrômero, que corresponde a uma
região de “estrangulamento” (de heterocromatina).
Conforme abaixo, essa região pode estar no centro (cromossomo metacêntrico- A), um
pouco deslocado do centro (cromossomo submetacêntrico- B), próxima da região terminal
(acromcêntrico- C) ou na porção terminal (telocêntrico – D).

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Ácidos Nucleicos (DNA e RNA)


Fazem parte de um grupo de moléculas orgânicas de enorme importância para os seres vivos.
Tanto o DNA (ácido desoxirribonucléico) como o RNA (ácido ribonucléico) são compostos por
sua unidade estrutural, o nucleotídeo. Tanto o DNA como o RNA são formados por quatro
nucleotídeos diferentes. Cada nucleotídeo apresenta um grupo fosfato, uma pentose (açúcar) e
uma base nitrogenada.
Existem cinco bases nitrogenadas: ADENINA, CITOSINA, GUANINA, TIMINA E URACILA. Essas
bases podem ser purinas (guanina e adenina) ou pirimidinas (citosina, timina e uracila) Observe
abaixo o esquema que representa um nucleotídeo com seus constituintes:

O DNA
É formado por duas cadeias polinucleotídicas enroladas entre si, formando uma estrutura
de dupla hélice. As duas cadeias encontram-se ligadas entre si pelas bases nitrogenadas dos
nucleotídeos através de ligações de hidrogênio, sendo que a base guanina (G) liga-se à citosina
(C) e a base adenina (A) liga-se à timina (T). O DNA tem a função bioquímica de assegurar a
transmissão da informação genética de uma geração para a próxima bem como de, ao ser
portador dessa informação, controlar a síntese proteica.
O DNA foi decifrado em 1953 por James Watson e Francis Crick como uma molécula helicoidal
com duas cadeias de nucleotídeos que são complementares e antiparalelas.

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A estrutura do DNA

Anotações:

OBS.: os filamentos externos de açúcares e de fosfatos se dispõem em direções opostas. A dupla


ligação dos fosfatos, que inicia no C5 de uma pentose e termina no C3 de outra, determina a
polaridade da cadeia, sempre no sentido 5’-3’. Os filamentos transversais são constituídos de
pares de bases orgânicas A-T e C-G (e vice-versa).
De acordo com a “Regra de Chargaff” caso tenhamos 24% de adeninas em uma das fitas do
DNA, teremos 24% de timinas na fita complementar desse DNA. Assim, teremos também 26%
de citosinas e 26 % de guaninas.

O processo de replicação
Durante a divisão celular o material genético presente na célula é transmitido às células-filhas.
A replicação do material genético tem de ser o mais fiel possível ao original para que todas as
características sejam transmitidas. Cada uma das duas novas moléculas de DNA possui uma
cadeia da molécula inicial, obtendo-se assim uma replicação semi-conservativa. A outra cadeia,
de cada uma das moléculas é obtida através de um processo em que se forma uma cadeia
complementar à que já existe. Esse processo é catalisado por diversas enzimas (a enzima DNA
polimerase e enzima Helicase, por exemplo). Observe o esquema com atenção:

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Biologia – Código Genético – Prof. Enrico Blota

Anotações:

O RNA
É formado através da transcrição de segmentos de uma das duas cadeias de moléculas do
DNA. A transcrição é catalisada por uma enzima, a RNA polimerase. Ela tem a capacidade de
reconhecer o local exato onde deve iniciar a transcrição, iniciando a síntese de RNA e iniciando
o percurso ao longo da cadeia de DNA até o local onde reconhece o sinal de “stop”, libertando a
cadeia de RNA sintetizada. No RNA existem riboses, e a base timina (T) é substituída pela base
uracila (U).
Existem três tipos de RNA – todos são produzidos no interior do núcleo:
RNAr – É o RNA ribossômico, é o mais abundante e constituinte fundamental dos ribossomos
RNAm – É o RNA mensageiro, que contém sequências de nucleotídeos utilizadas na síntese
protéica (Tradução)
RNAt – É o RNA transportador ou de transferência, que tem o papel de transportar os
aminoácidos até os ribossomos, para que estes realizem a formação das proteínas.

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Resumo da Transcrição:

Comparação entre DNA e RNA

Hélices Açúcar
Bases Local
(fitas) (pentose)
DNA
Duas Desoxirribose A-T-C-G Núcleo
“Hereditariedade”
RNA Núcleo e Citopl.
Uma Ribose A-U-C-G
“Síntese protéica” Tipos: RNAr, RNAm e RNAt

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Biologia – Código Genético – Prof. Enrico Blota

Aminoácidos
A tabela apresenta as possíveis combinações no RNA mensageiro que codificam as aminoácidos.
Há 4 importantes ressalvas: a trinca AUG indica o códon de iniciação da proteína (a metionina) e
as trinca UAA, UAG e UGA indicam códons de terminação da proteína. Logo, temos 64 possíveis
códons (que são trincas do RNAm).

A Síntese de Proteínas
A sede da síntese de proteínas é o Ribossomo que recebe o RNAm livre no citoplasma ou
no RER. Abaixo todas as etapas da formação dos ribossomos e da Tradução, a produção das
proteínas.

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Anotações:

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Biologia

DIVISÃO CELULAR

Os seres vivos precisam cumprir um ciclo de vida. Para isso, nascem, se desenvolvem e
amadurecem para reproduzir. A reprodução depende fundamentalmente das divisões celulares,
principalmente a meiose.
Cada célula também cumpre um ciclo de vida, o ciclo celular, que corresponde a dois momentos:
o período no qual a célula não está se dividindo, a Intérfase, e o período da divisão celular.
Antes de apresentarmos as divisões celulares, observe abaixo a estrutura mais importante
envolvida nesses processos, o cromossomo:

Anotações:

Nos organismos, a taxa de divisão celular é variável dependendo do grupo celular analisado.
Por exemplo, células da pele e células formadoras dos elementos figurados do sangue estão
se dividindo continuamente. Já as células do tecido ósseo entram em divisão nos adultos após
alguma lesão ou fratura.
Durante a interfase, a célula encontra-se em intensa atividade metabólica e síntese protéica.
A replicação do DNA nesse período é fundamental para que o número de cromossomos se
mantenha constante nas duas células formadas (caso da mitose). Há células que permanecem
em um estado modificado chamado G0 e não se dividem mais, como é o caso das fibras
musculares. Algumas, ao serem estimuladas, podem reiniciar um novo ciclo celular. Neste
grupo estão as células do fígado, por exemplo.

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O ciclo celular

Mitose

É a divisão conhecida como equacional, na qual uma célula divide-se originando duas células
com igual ploidia. A mitose é importante para que ocorra crescimento, desenvolvimento
embrionário, regeneração de tecidos e para a reposição celular.

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Biologia – Divisão Celular – Prof. Enrico Blota

Fases da Mitose
Prófase
Os centríolos sofrem duplicação (fato que também pode ocorrer na interfase);
desaparecem a carioteca e o nucléolo; formam-se as fibras do fuso (a partir dos
centríolos); os cromossomos continuam o processo de condensação.
Metáfase
As fibras do fuso prendem-se aos cinetócoro do centrômero do cromossomo; os
cromossomos passam a ficar dispostos na região mediana da célula (placa equatorial);
os cromossomos atingem o máximo grau de condensação (fase ideal para fazer o
cariótipo)
Anáfase
Ocorre duplicação dos centrômeros; as fibras do fuso encolhem; cromátides migram
para os polos opostos da célula.
Telófase
Reaparecimento da carioteca e do nucléolo; desaparecem as fibras do fuso;
cromossomos se descondensam; ocorre a citocinese dando origem a duas células
2n=4.

Cariótipo humano

Anotações:

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Meiose

É a divisão que reduz à metade o número de cromossomos da célula que entra em divisão.
Nesse processo, por duas divisões sucessivas, uma célula diploide origina quatro células
haploides. Nos animais, de uma forma geral, a meiose é realizada por células especiais nos
testículos (nos túbulos seminíferos) do macho ou nos ovários da fêmea. Também é precedida
pela interfase. Veremos também a meiose de uma célula 2n=4.

Fases da Meiose

Prófase I
É uma fase de fundamental importância pois é nela que ocorre o Crossing-over (recombinação
ou permutação), fenômeno de aumento da variabilidade genética dos cromossomos. Observe
as cinco etapas da prófase I para a ocorrência desse processo.

Metáfase I
Cromossomos homólogos dispostos lado a lado na região mediana da célula; cromossomos
atingem o seu maior grau de condensação.

Anáfase I
Não ocorre a duplicação dos centrômeros; cromossomos homólogos migram para os polos
opostos da célula.

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Telófase I
Reaparecem a carioteca e o nucléolo temporariamente; cromossomos se descondensam,
sendo cada uma das células formadas já hapliides n=2, porém com cromossomos duplicados.

Intercinese
Corresponde ao intervalo entre as duas divisões (meiose I e meiose II). Cada célula com n
cromossomos duplicados (com duas cromátides) prepara-se para iniciar a meiose II. Essa etapa
diferencia-se da intérfase, principalmente por não ocorrer a replicação.

Prófase II
Cada célula com n cromossomos duplicados inicia a divisão e os cromossomos voltam a se
condensar. Formam-se as fibras do fuso.

Metáfase II
Cromossomos dispostos na região mediana da célula (placa equatorial).

Anáfase II
Duplicação dos centrômeros; cromátides irmãs migram para os polos opostos celulares.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1145
Telófase II
Cromossomos se descondensam; reaparecem a carioteca e o nucléolo; desaparecem as fibras
do fuso. As células formadas são haploides, agora com cromossomos simples n=2.

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Biologia

FOTOSSÍNTESE

Processo de formação de matéria orgânica (principalmente a glicose) a partir de gás carbônico


e água. Essa capacidade é encontrada em muitos procariotos e eucariotos. As cianobactérias,
algas e vegetais são os principais exemplos de seres fotossintetizantes. Todos os seres
fotossintetizantes, exceto algumas bactérias, utilizam o processo geral conforme abaixo, na
presença da luz e com o pigmento clorofila:
Estudaremos a fotossíntese com base na seguinte equação geral:

Vamos dividir a fotossíntese em duas etapas nos cloroplastos:

1. Etapa Fotoquímica (fase clara) – Nos tilacoides

Nesta etapa a luz é convertida em energia elétrica, com fluxo de elétrons através de aceptores
especiais. Essa energia é convertida em energia química, que será armazenada em moléculas
de ATP e NADPH2. O oxigênio é um produto importante nesta etapa e é resultado da quebra da
água (fotólise). A etapa fotoquímica é dividida em duas: “Fotofosforilação e Fotólise da água
ou ciclo de Hill”.

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Anotações:

2. Etapa Química (Fase escura – ciclo de Calvin) – No estroma

Esta etapa é altamente dependente das moléculas produzidas durante a fase clara, como o ATP
e o NADPH2. Ela também pode ocorrer na presença da luz, mas não ocorrerá caso não haja luz,
pois, nesse caso, não aconteceria nem a primeira fase (fotoquímica).
O processo principal é a utilização da energia assimilada na fase clara. Assim, há incorporação
de átomos de carbono em moléculas orgânicas, produzindo substâncias mais convenientes
para o consumo, transporte e armazenamento. Essa incorporação vai ocorrer em sequências
cíclicas de reações que chamamos de ciclo de Calvin (ou ciclo das pentoses). Assim, a partir da
pentose ribulose, CO2, ATP e NADPH2, teremos a produção final de glicose (C6H12O6). No ciclo
não será mostrada a participação da água.

Anotações:

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Biologia – Fotossíntese – Prof. Enrico Blota

Leitura obrigatória

Metabolismo C3, C4 e CAM


Nas plantas C3 a assimilação do CO2 forma um primeiro produto com 3 carbonos. Em torno de
95% das plantas apresentam metabolismo C3. Assim, ele é caracterizado pela produção inicial
de um composto de três carbonos e fotorrespiração quando há elevação da temperatura. Cerca
de 95% das árvores possuem esse metabolismo.
Em plantas C4 a fixação do CO2 forma um ácido orgânico com 4 carbonos. Devido ao seu sistema
fotossintético altamente eficaz, crescem rapidamente em condições favoráveis de temperatura,
água e nutrientes. Apresentam diferenças anatômicas e fisiológicas que as permite utilizar
com maior eficiência o gás carbônico, mesmo em altas temperaturas e em altas intensidades
luminosas. São exemplos, o milho e a cana-de-açúcar.
No metabolismo CAM os ácidos orgânicos são armazenados em vacúolos nos vegetais e as
taxas de fixação de C estão limitadas pela capacidade de armazenamento dos vacúolos. Ocorre
em plantas suculentas dos desertos (cactáceas) ou em epífitas dos trópicos (muitas bromélias).
Assim, ocorre em plantas adaptadas a ambientes com falta de água ou em altas temperaturas
e, nesse processo, a absorção de CO2 ocorre durante a noite e a sua conversão em carboidratos
durante o dia, para evitar que a planta perca água.

Quimiossíntese

Certas espécies de bactérias e arqueas são autótrofas e produzem substâncias orgânicas a partir
da quimiossíntese, processo que utiliza a energia liberada por reações oxidativas de substâncias
inorgânicas simples. Arqueas metanogênicas, por exemplo, obtém energia a partir da reação
entre o gás hidrogênio (H2) e o gás carbônico (CO2), com produção de gás metano (CH4). Essa
arqueas vivem em ambientes pobre em gás oxigênio (anaeróbios), tais como depósitos de
lixo, fundos de pântanos e tubos digestórios de animais. Outras bactérias quimiossintetizantes
são conhecidas na ciclagem dos nutrientes durante o ciclo do nitrogênio, as Nitrosomonas e a
Nitrobacter. As bactérias quimiossintetizantes podem vivem em ambientes desprovidos de luz
e de matéria orgânica, uma vez que a energia necessária ao seu desenvolvimento é obtida de
oxidações inorgânicas.

Anotações:

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Biologia

RESPIRAÇÃO CELULAR

A bioenergética é o estudo dos processos do metabolismo celular de produção e quebra de


energia nos seres vivos. Os principais processos são Fermentação, Respiração Celular Aeróbia,
Fotossíntese e Quimiossíntese.
A energia necessária para a realização dos processos celulares que consomem energia é retirada
principalmente a partir da molécula de ATP. Porém, para produzir essa molécula a célula utiliza
moléculas orgânicas como fonte (energia química), principalmente carboidratos e lipídios e isso
ocorre a partir do catabolismo dessas moléculas.
A respiração e a fermentação são os principais processos de catabolismo para a síntese de ATP.
Podemos resumir os processos de utilização de energia química a partir do esquema abaixo:

A glicólise é uma das principais vias catabólicas da bioenergética, conforme abaixo:

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Fermentação

Organismos que só vivem na presença de oxigênio são chamados aeróbios obrigatórios e


organismos que vivem na ausência de oxigênio são chamados de anaeróbios. Porém, alguns
eucariotos, como as leveduras, alguns moluscos, alguns anelídeos e certas bactérias são
chamados anaeróbios facultativos, pois podem viver tanto na presença como na ausência de
oxigênio. O principal processo anaeróbio de produção de ATP a partir de substâncias orgânicas
é a fermentação. Além disso, nossas próprias células executam fermentação se faltar oxigênio
para a respiração celular. Podemos definir fermentação como um processo de degradação
incompleta de moléculas orgânicas com liberação de energia para formação de ATP, em que
+
o aceptor de elétrons e de H é uma molécula orgânica. A parte final da fermentação, em que
o ácido pirúvico é transformado em ácido lático – fermentação lática, ou em etanol e gás
carbônico – fermentação alcoólica, é uma reação de oxirredução, sendo o ácido pirúvico a
+
molécua que atua como aceptor final de elétrons e dos H liberados na glicólise e captados pelo
+
NAD . Um outro processo é conhecido como fermentação acética e é empregado na produção
de vinagre. Ele é realizado por bactérias dos gêneros Acetobacter e Acetomonas, que crescem
espontaneamente em bebidas alcoólicas, como vinho, expostas ao ar, oxidando o álcool, que se
transforma em ácido acético.

Anotações:

Respiração celular

É o processo de formação de energia para o metabolismo. Consiste na liberação da energia


química continua em compostos orgânicos. Os transportadores desta energia são moléculas
de ATP (trifosfato de adenosina) que serão utilizadas mediante a necessidade da célula. A
fonte energética da respiração é a glicose que será degradada lentamente para um melhor
aproveitamento energético da molécula. A degradação da glicose compreende quatro etapas:
1. GLICÓLISE – Consiste na conversão de açúcares em piruvato e que se processa no
citoplasma.
2. OXIDAÇÃO DO PIRUVATO – O piruvato formado na glicólise é transformado em acetil com
liberação de CO2.
3. CICLO DE KREBS – Conhecida também por ciclo do ácido cítrico, é uma sequência de reações
interligadas que ocorrem na matriz mitocondrial com o objetivo de oxidar completamente
moléculas de Acetil CoA e liberar CO2.

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Biologia – Respiração Celular – Prof. Enrico Blota

4. CADEIA RESPIRATÓRIA (FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA) – Envolve a fosforilação do ADP para


formar ATP associado à transferência de elétrons para o oxigênio com a libertação de água.
Ocorre nas cristas mitocondriais.
EQUAÇÃO GERAL DA RESPIRAÇÃO

Glicólise – Sequência de 10 reações químicas catalisadas por enzimas livres no citosol. Nela,
uma molécula de glicose é quebrada em duas moléculas de ácido pirúvico (C3H4O3), com saldo
líquido de duas moléculas de ATP.

Anotações:

Oxidação do piruvato e Ciclo de Krebs – O ácido pirúvico produzido na glicólise é transportado


através das membranas das mitocôndrias, na matriz mitocondrial, se transforma em acetil e
reage imediatamente com uma substância denominada coenzima A (CoA). Nessa reação, são
produzidas uma molécula de acetilcoenzima A (acetil-CoA) e uma molécula de gás carbônico
+
(CO2). Dela também participa uma molécula de NAD , que se transforma em NADH ao capturar
2 elétrons de alta energia.

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Cadeia respiratória (fosforilação oxidativa) – A síntese de maior parte do ATP gerado na
respiração celular está acoplada à reoxidação das moléculas de NADH e FADH2, que se
+
transformam em NAD e FAD respectivamente. Nessa reoxidação, são liberados elétrons com
alto nível de energia que, após perderem seu excesso de energia, reduzem o gás oxigênio a
moléculas de água.
A energia liberada gradativamente pelos elétrons durante sua transferência até o gás oxigênio
é usada na produção de ATP. O termo fosforilação oxidativa refere-se justamente à produção
de ATP, pois a adição de fosfato ao ADP para formar ATP é uma reação de fosforilação. Ela é
chamada oxidativa porque ocorre diversas oxidações sequenciais, nas quais o último grande
oxidante é o gás oxigênio (O2).

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Biologia

TECIDO EPITELIAL (OU EPITÉLIO)

Apresenta funções de revestimento, absorção de substâncias e proteção de diversas estruturas


do organismo (a pele, por exemplo, possui tecido epitelial de revestimento – a epiderme) e
função de secreção de substâncias (glandular), podendo ser endócrinas (tiroide, por exemplo)
ou exócrinas (glândula sebácea, por exemplo). Há ainda epitélios muito especializados, como
os que fazem a percepção de estímulos ambientais (epitélio sensorial), permitindo reações
adaptativas do animal.
As células do tecido epitelial apresentam-se unidas e com pouco ou nenhum espaço entre elas
e são conectadas pelo glicocálix, mas existem também especializações de suas membranas
que exercem essa função. Os epitélios não são atravessados por vasos sanguíneos, sendo
alimentados por difusão a partir dos capilares do tecido conjuntivo próximo aos epitélios. Os
epitélios de revestimento apresentam uma nítida polaridade, pois mostram dois polos: um livre
e outro preso a uma membrana basal (ou lâmina basal), uma fina rede de fibrilas associada a
glicoproteínas.

Epitélio de revestimento
A epiderme, camada mais externa da nossa pele, é um dos principais exemplos de tecido
epitelial de revestimento. A função de revestimento é garantida pela união entre as células
epiteliais, formando uma espécie de “parede”.
Abaixo o esquema apresenta a pele e também as principais camadas celulares da epiderme:

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Um olhar mais aprofundado da pele:

Na epiderme da nossa pele encontramos um estrato formado por queratina (camada córnea),
uma proteína abundante na pele de muitos animais (como os répteis). Os melanócitos estão
na camada germinativa, com atividade mitótica intensa. Já na derme temos tecido conjuntivo
com gordura (hipoderme, na base), glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas e terminações
nervosas.

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Biologia – Tecido Epitelial – Prof. Enrico Blota

Tipos de epitélios de revestimento:


Os epitélios podem ser formados por uma única camada de células (uniestratificado) ou por
várias camadas (estratificado ou multiestratificado), há uma grande variedade de formas e
função desses epitélios.

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Resumo dos epitélios de revestimento:

OBS.: AS MUCOSAS REVESTEM INTERNAMENTE AS CAVIDADES DO ORGANISMO, COMO POR


EXEMPLO A MUCOSA BUCAL, ANAL E GÁSTRICA. JÁ AS SEROSAS REVESTEM EXTERNAMENTE
ALGUNS ÓRGÃOS DO TÓRAX E ABDÔMEN, COMO POR EXEMPLO A DO ESTÔMAGO (PERITÔ-
NIO), DO INTESTINO (MESENTÉRIO), DOS PULMÕES (PLEURA) E DO CORAÇÃO (PERICÁRDIO).

Epitélio glandular (glândulas)


As células desse epitélio são especializadas na produção e eliminação de substâncias úteis ao
organismo, as secreções. Quanto à forma de secretar, as glândulas podem ser classificadas em
exócrinas (secreção liberada em um ducto) e endócrinas (secreção diretamente no sangue).

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Biologia – Tecido Epitelial – Prof. Enrico Blota

Glândulas exócrinas
Eliminam suas secreções para fora
do corpo ou cavidades internas dos
órgãos, através de um canal ou ducto.
As glândulas sudoríparas eliminam suor
por um ducto que se abre na superfície
externa da pele, enquanto as glândulas
salivares eliminam a saliva por ductos
que se abrem na cavidade bucal.
Podem ser classificadas com base em
diferentes critérios. Um deles é a forma
da porção secretora: se ela é tubular
a glândula é chamada de tubulosa; se é arredondada, a glândula é considerada alveolar ou
acinosa; se a glândula contém longos ductos tubulares com porções secretoras arredondadas
nas extremidades, ela é denominada túbulo-alveolar ou túbulo-acinosa.
Quanto ao tipo de ducto, uma glândula pode ter o ducto sem ramificações (simples) ou ser
ramificado (composta).
Quanto à maneira de secretar, podem liberar apenas a secreção, mantendo o citoplasma intacto
(glândula merócrina – ex.salivar); liberar a secreção junto a uma quantidade de citoplasma da
célula (glândula apócrina – ex.mamária) ou liberar a célula como um todo após a sua morte
(glândula holócrina – ex.sebácea).

Glândulas endócrinas
São aquelas que não possuem ductos e liberam suas secreções, genericamente chamadas de
hormônios, diretamente no sangue. A glândula tiroide, por exemplo, localizada na região do
pescoço, é uma glândula que libera seu produto de secreção (o hormônio tiroxina – iodo +
aminoácido tirosina) na corrente sanguínea.

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Glândulas mistas
Quando a glândula desempenha simultaneamente funções endócrinas e exócrinas, chamamos
de glândula mista ou anfícrina (secreção dupla). O pâncreas apresenta uma porção secretora
exócrina localizada nos ácinos pancreáticos (com lipases, amilases e outras substâncias) e uma
porção endócrina localizada nas ilhotas pancreáticas (com os hormônios insulina e glucagon).

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Biologia

TECIDOS CONJUNTIVOS

São constituídos predominantemente por material intercelular (matriz extracelular) que


mantém as células conjuntivas separadas umas das outras e cuja composição caracteriza os
diversos tipos de tecidos conjuntivos. Essa matriz consiste, em geral, de uma rede de fibras
de proteínas mergulhadas em um material cuja consistência pode variar desde líquida até
relativamente sólida, a substância fundamental amorfa.

Tipos de Fibras dos Tecidos Conjuntivos


•• Fibras colágenas: as fibras colágenas são esbranquiçadas. Muitas vezes suas moléculas
estão dispostas paralelas umas às outras. O colágeno representa boa porção do total de
proteínas do corpo humano.
•• Fibras elásticas: fibras proteicas mais delgadas que o colágeno, muito ramificadas e formam
malhas irregulares. Seu principal componente é a proteína elastina.
•• Fibras reticulares: são fibras delicadas, dispostas em rede. São encontradas abundante-
mente nas tramas internas de numerosos órgãos, como o baço, os gânglios linfáticos e nas
cápsulas externas dos órgãos. Também possuem colágeno.

Algumas células que podem ser encontradas nos diferentes tecidos conjuntivos:

Fibroblastos: Produzem fibras e substância amorfa da matriz extracelular.


Macrófagos: Fagocitam agentes invasores e alertam o sistema imunológico. São oriundos dos
monócitos (um tipo de leucócito)

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Mastócitos: São ricos na produção de heparina (anticoagulante) e histamina (vasodilatadora).
Plasmócitos: Rico em RE granuloso. Produzem anticorpos (imunoglobulinas) que combatem
agentes invasores.
Adipócitos: Armazenam substâncias energéticas para momentos de necessidade.
Mesenquimatosas: São as células capazes de originar diversas células do tecido conjuntivo.
Condroblastos: Produzem fibras e a substância amorfa da matriz cartilaginosa. Transformam-se
em condrócitos quando adultas.
Condroclastos: São células ricas em lisossomos e responsáveis pela remodelagem da matriz.
Osteoblastos: Produzem as fibras e substância amorfa da matriz óssea. Transformam-se em
osteócitos.
Osteoclastos: São multinucleados. Degradam a matriz óssea, promovendo a reciclagem do
tecido ósseo.
As funções dos tecidos conjuntivos variam conforme o tipo celular podendo ser energética,
de sustentação, de nutrição, de preeenchimento, de transporte de substâncias, participa de
processos de regeneração em diferentes órgãos, faz conexão entre os tecidos e órgãos e proteja
contra infecções. A seguir os diferentes tipos de tecidos conjuntivos.

TCPD (tecido conjuntivo propriamente dito)


1. Tecido conjuntivo frouxo: Consiste de uma rede de fibras elásticas e finas fibras colágenas
dispostas em todas as direções. Os espaços são preenchidos por uma matriz e por células
conjuntivas. A principal função desse tecido é unir estruturas corporais. Um exemplo típico
é a capada papilar da derme, localizada imediatamente abaixo da lâmina basal da epiderme
(lembre da figura da pele).

Um tipo especial de tecido conjuntivo frouxo é o Tecido adiposo, em que se encontram as


células adiposas, ou adipócitos, especializadas no armazenamento de substâncias lipídicas
(triglicerídeos). Essas células originam-se de células indiferenciadas, conhecidas como
mesenquimatosas (células mesenquimais).

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Biologia – Tecidos Conjuntivos – Prof. Enrico Blota

O tecido adiposo é dividido em dois tipos: O adiposo unilocular (ou amarelo) e o multilocular
(ou marrom).

O principal tipo de tecido adiposo é a tela subcutânea (ou hipoderme), localizada sob a
pele. Outros tecidos adiposos preenchem espaços entre órgãos internos, como o espaço em
torno dos rins, são reserva energética, isolante térmico e também proteção contra choques
mecânicos.
2. Tecido conjuntivo denso: Dividido em não modelado e modelado. O tecido conjuntivo
denso não modelado (imagem da derme abaixo) é também chamado fibroso ou irregular
e é pobre em células e rico em fibras colágenas entrelaçadas em três direções. Isso lhe dá
resistência e elasticidade. Presente nas cápsulas protetoras que envolvem órgãos internos,
como rins, baço e fígado. Também é um dos constituintes da derme. O tecido conjuntivo
denso modelado (imagem do tendão abaixo) é também chamado de tendinoso e
apresenta grande quantidade de fibras colágenas orientadas paralelamente e em algo

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grau de compactação, o que lhe confere alta resistência e pouca elasticidade. É o caso dos
tendões (que ligam músculos aos ossos) e dos ligamentos (que ligam os ossos entre si).

Tecido hemocitopoiético (Reticular)


Dá origem as células sanguíneas. Contém duas linhagens de células: a linfoide, que origina os
linfócitos e a mieloide, que origina os demais leucócitos e também as hemáceas (eritrócitos
ou glóbulos vermelhos). Esse tecido se encontra na medula óssea vermelha, na extremidade
(cabeça) dos ossos longos e no osso esterno. Observe abaixo a figura que apresenta a
hematopoiese ou hemocitopoiese (formação das células sanguineas).

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Biologia – Tecidos Conjuntivos – Prof. Enrico Blota

O sangue
Pelo fato de ser líquido, revela uma de suas importantes funções, a de transportar substâncias
no interior do organismo. Isso é feito pelas hemácias e pelo plasma (substância fundamental).
O plasma é um líquido incolor, de composição complexa no qual estão dissolvidos sais e um
grande número de substâncias orgânicas. O sangue também participa ativamente da regulação
hídrica ácido-básica (constância do pH) e osmótica, mantendo-se em isotonia com os demais
tecidos. Também distribui o calor atuando como um mecanismo interno regulador. Assim
mantém a homeostase.

A hemoglobina
É um pigmento formado por um radical “Heme” contendo ferro, responsável pela cor vermelha e
pela globina, uma proteína. As moléculas de hemoglobina ficam distribuídas homogeneamente
por todo o citoplasma de uma hemácia, que pode, assim, captar os gases respiratórios que
atravessam sua delicada membrana plasmática. Observe os compostos formados abaixo
formados pela hemoglobina e os gases respiratórios.

Leitura obrigatória – Os leucócitos (glóbulos brancos) e a inflamação

Tem a propriedade de atravessar as paredes dos capilares sanguíneos (diapedese) e deslocam-


se em diferentes tecidos, emitindo pseudópodes, com os quais podem fazer fagocitose de
corpos estranhos de várias naturezas, incluindo microorganismos. Grandes variações no
número dessas células podem ocorrer em curtos períodos de tempo, muitas vezes revelando
processos infecciosos e alérgicos no organismo. Um pequeno aumento no número de leucócitos
é chamado de leucocitose; na leucemia, o número é exageradamente alto, de dezenas de
milhares por milímetro cúbico, enquanto o normal é de 7 a 9 mil. Uma diminuição desse
número é chamado de leucopenia.

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Inflamalação:

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As plaquetas (ou trombócitos) e a coagulação

Tecido ósseo
O tecido ósseo tem a função de sustentação e ocorre nos ossos do esqueleto dos vertebrados.
É um tecido rígido graças à presença de matriz rica em sais de cálcio (carbonato de cálcio),
fósforo (fosfato). Além desses elementos, a matriz é rica em fibras colágenas, que fornecem
certa flexibilidade ao osso além de mucopolissacarídeos. Os ossos são órgãos ricos em vasos
sanguíneos. Além do tecido ósseo, apresentam outros tipos de tecido: reticular, adiposo,
nervoso e cartilaginoso. Por ser um estrutura inervada e irrigada, os ossos apresentam
sensibilidade, alto metabolismo e capacidade de regeneração. Os ossos também fazem a
hemocitopoese (na medula óssea vermelha) e constituem reserva de gordura na medula óssea
amarela, promovem a troca contínua de cálcio e fósforo com o plasma sanguíneo, protegem o
encéfalo, a medula espinhal, o coração e os pulmões. Um osso é dividido em duas regiões: osso
compacto e osso esponjoso.

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As células ósseas ficam localizadas em pequenas cavidades existentes nas camadas concêntricas
de matriz mineralizada. Quando jovens, elas são chamadas osteoblastos (do grego osteon,
osso, e blastos, “célula jovem”) e apresentam longas projeções citoplasmáticas, que tocam
os osteoblastos vizinhos. Ao secretarem a matriz intercelular ao seu redor, os osteoblastos
ficam presos dentro de pequenas câmaras, das quais partem canais que contêm as projeções
citoplasmáticas. Quando a célula óssea se torna madura, transforma-se em osteócito (do grego
osteon, osso, e kyton, célula), e seus prolongamentos citoplasmáticos se retraem, de forma que
ela passa a ocupar apenas a lacuna central. Os canalículos onde ficavam os prolongamentos
servem de comunicação entre uma lacuna e outra para trocas. Além dos osteoblastos e dos
osteócitos, existem outras células importantes no tecido ósseo: os osteoclastos, ativas na
destruição de áreas lesadas ou envelhecidas do osso, abrindo caminho para a regeneração do
tecido pelos osteoblastos.

Fratura óssea

Tecido cartilaginoso
Apresenta função de sustentação mecânica e proteção de algumas partes do organismo.
Apresenta boa resistência a trações e pressões e uma boa flexibilidade. Na fase embrionária
e durante o crescimento, o processo de ossificação dos ossos longos ocorre a partir de um
molde prévio de tecido cartilaginoso, que vai sendo substituído por tecido ósseo. Chamamos
essa ossificação de endocondral (endo = interno, condro = cartilagem)
A cartilagem é encontrada no nariz, nos anéis da traquéia e dos brônquios, na orelha externa
(pavilhão auditivo), na epiglote e em algumas partes da laringe. Além disso, existem discos
cartilaginosos entre as vértebras, que amortecem o impacto dos movimentos sobre a coluna

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vertebral. No feto, o tecido cartilaginoso é muito abundante, pois o esqueleto é inicialmente


formado por esse tecido, que depois é em grande parte substituído pelo tecido ósseo. Há dois
tipos principais de células nas cartilagens: os condroblastos, que produzem as fibras colágenas
e a matriz. Após a formação da cartilagem, a atividade dos condroblastos diminui e eles sofrem
uma pequena retração de volume, quando passam a ser chamados de condrócitos. No tecido
cartilaginoso não há vasos sanguíneos nem nervos, e a nutrição é feita pela difusão lenta de
substâncias a partir de vasos sanguíneos periféricos. Isso explica seu baixo nível metabólico
e sua dificuldade de regeneração. Temos a cartilagem hialina (cabeça dos ossos e anéis da
traqueia); a elástica (epiglote e orelha) e a cartilagem fibrosa (discos intervertebrais).

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Biologia

TECIDO MUSCULAR / TECIDO NERVOSO

TECIDO MUSCULAR

O tecido muscular é composto pelas fibras musculares (miócitos). A fibra é uma célula complexa,
diferente das fibras do tecido conjuntivo, que são apenas filamentos proteicos, produzidos
pelos fibroblastos. São especializadas e com a propriedade de contração. Por estímulo nervoso
elas se encurtam, proporcionando o movimento dos órgãos e do corpo como um todo. Em
seu citoplasma, são ricas em dois tipos de filamentos protéicos: os de actina e os de miosina,
responsáveis pela grande capacidade de contração e distensão dessas células. Quando um
músculo é estimulado a se contrair, os filamentos de actina deslizam entre os filamentos de
miosina. A célula diminui em tamanho, caracterizando a contração.
A organização de um músculo:

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Anotações:

Três diferentes tipos de fibras musculares formam os tecidos musculares dos animais (músculo
liso, estriado esquelético e estriado cardíaco).

Liso Estriado esquelético Estriado cardíaco


Filamentar ramificada
Forma Fusiforme Filamentar
(anastomosada)

Estrias transversais Não há Sim Sim

Muitos periféricos
Núcleo 1 central 1 ou 2 centrais
(sincício)
Discos intercalares Não há Não há Sim
Contração Lenta, involuntária Rápida voluntária Rápida, involuntária
Forma camadas que
Forma pacotes bem
envolvem os órgãos
Apresentação definidos, os músculos Forma o miocárdio
(tubo digestivo, bexiga
Esqueléticos.
útero, vasos sang.)

A fibra muscular estriada

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Biologia – Tecido Muscular - Tecido Nervoso – Prof. Enrico Blota

O sarcômero e a contração

A contração inicia com a liberação de íons cálcio do retículo sarcoplasmático, após um estímulo
oriundo do sistema nervoso (que passa para o túbulo T e, posteriormente para o retículo).
Com isso o sarcômero altera a conformação dos filamentos de Actina e isso permite a ligação
das miosinas nas actinas. Como as miosinas gastam ATP para executar o movimento e “puxar”
as actinas, os filamentos de actinas deslizam sobre os de miosina, encurtando o sarcômero.
Observe na imagem acima que após a contração as linhas Z se aproximam e diminuem as faixas
I e a zona H do sarcômero.
Funcionamento geral do processo:

TECIDO NERVOSO

Nesse tecido a substância intercelular praticamente não existe e apresenta dois componentes
celulares:os neurônios e as células da glia. As células da glia (ou neuroglia) são vários tipos
celulares relacionados com a sustentação e a nutrição dos neurônios, com a produção de
mielina e com a fagocitose.

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Os neurônios, ou células nervosas, têm a propriedade de receber e transmitir estímulos
nervosos, permitindo ao organismo responder a alteração do meio.

Os neurônios são alongados, podendo atingir, em alguns casos, cerca de 1 metro de


comprimento, como nos neurônios que se estendem desde nossas costas até o pé. São células
formadas por um corpo celular, de onde partem dois tipos de prolongamentos: dendritos
e axônio. Muitos neurônios são envolvidos por células especiais, as células de Schwann
(enquadrada como célula glia por alguns autores). Essas células se enrolam dezenas de vezes
em torno do axônio e formam uma capa membranosa de natureza lipídica, chamada bainha
de mielina. A bainha de mielina atua como um isolamento elétrico e aumenta a velocidade
de propagação do impulso nervoso ao longo do axônio. Na doença degenerativa conhecida
como esclerose múltipla, por exemplo, ocorre um deterioração gradual da bainha de mielina,
resultando na perda progressiva da coordenação nervosa. As fibras mielínicas (com bainha
de mielina) conduzem o impulso nervoso a uma velocidade de mais de 100 m/s. Já as fibras
amielínicas (sem bainha de mielina) conduzem o impulso muito lentamente.
As células glia:
•• Astrócitos – fazem a sustentação e suas ramificações ligam capilares a neurônios,
transportando nutrientes.
•• Micróglia – fazem a fagocitose de corpos estranhos e restos celulares.
•• Oligodendrócitos e Células de Schwann – Formam bainhas de mielina de axônios, sendo os
oligodendrócitos no sistema nervoso central e as células de Schwann no sistema nervoso
periférico.

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Biologia – Tecido Muscular - Tecido Nervoso – Prof. Enrico Blota

Leitura obrigatória – Tipos de neurônios

A condução do impulso nervoso

Os estímulos se propagam sempre no mesmo sentido: são recebidos pelos dendritos, seguem
pelo corpo celular, percorrem o axônio e, da extremidade deste, são passados à célula seguinte
(dendrito – corpo celular – axônio). O impulso nervoso que se propaga através do neurônio é
de origem elétrica e resulta de alterações nas cargas elétricas das superfícies externa e interna
da membrana celular. Quando essa membrana se encontra em tal situação, diz-se que está
polarizada. Essa diferença de cargas elétricas é mantida pela bomba de sódio e potássio.
Assim separadas, as cargas elétricas estabelecem uma energia elétrica potencial através da
membrana: o potencial de membrana ou potencial de repouso (diferença entre as cargas
elétricas através da membrana). Quando um estímulo químico, mecânico ou elétrico chega
ao neurônio, ocorre alteração da permeabilidade da membrana, permitindo grande entrada
de sódio na célula e pequena saída de potássio dela. Com isso, ocorre uma inversão das
cargas ao redor dessa membrana, que fica despolarizada gerando um potencial de ação. Essa
despolarização propaga-se pelo neurônio caracterizando o impulso nervoso. Imediatamente
após a passagem do impulso, a membrana sofre repolarização, recuperando seu estado de
repouso, e a transmissão do impulso cessa.

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OBS.: a condução do impulso nervoso é um pouco diferente nas fibras mielínicas que inervam
os músculos esqueléticos. Nelas, apenas há inversão de polaridade nas regiões dos nódulos de
Ranvier. A onda, então, “salta” diretamente de um nódulo para outro, não acontecendo em toda
a extensão da região mielinizada (a mielina é isolante). Fala-se então em condução saltatória e
com isso há um bom aumento da velocidade do impulso nervoso quando comparado às fibras
amielínicas.

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Biologia – Tecido Muscular - Tecido Nervoso – Prof. Enrico Blota

“LEI DO TUDO OU NADA”


Um neurônio só consegue enviar um impulso se a intensidade do impulso for
acima de um determinado nível. Este valor mínimo que permite a transmissão do
potencial de ação é conhecido como potencial limiar. Os valores abaixo do potencial
limiar são conhecidos como sublimiares. Acima desse valor o potencial ocorrerá
independentemente da intensidade. (adaptado de: ced.ufsc.br)

Sinapse

Anotações:

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Biologia

TECIDOS VEGETAIS – PARTE 1

Desde as sementes, os vegetais apresentam tecidos embrionários e, à medida que crescem,


as plantas formam tecidos organizados com diversas funções. Esse processo é chamado
diferenciação e vai formando novos tecidos ou novas estruturas.
Os tecidos vegetais podem ser divididos em:

1. Meristemáticos ou embrionários

1.1 Meristemas primários


São os tecidos que permitem o crescimento longitudinal dos vegetais. Estão localizados
nas extremidades das plantas. As células meristemáticas deste tecido demonstram uma
permanente capacidade de efetuar mitoses, promovendo um crescimento contínuo.
Em uma planta jovem, por exemplo, os meristemas apicais existentes na ponta do caule estão
em grande atividade. Os meristemas primários são divididos em:
•• Dermatogênio (protoderme) – Forma a epiderme e anexos da epiderme.
•• Periblema (meristema fundamental) – Forma a casca ou córtex. Desse tecido surgem os
parênquimas e os tecidos de sustentação.
•• Pleroma (procâmbio) – Forma o cilindro central. Origina os vasos do xilema e floema.

Anotações:

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1.2 Meristemas secundários
Promovem o crescimento em espessura do vegetal. Ao longo do tempo suas células perdem
a capacidade de efetuar mitoses, voltando à característica embrionária (desdiferenciação). Os
meristemas secundários são divididos em câmbio e felogênio.

•• Câmbio – Instala-se entre os tecidos vasculares primários, produzindo os tecidos


vasculares secundários. Quando em atividade, são células altamente vacuoladas, com
núcleo pequeno. A porção diferenciada a partir do procâmbio formará os elementos de
condução (xilema e floema). Existe uma parte do câmbio diferenciada a partir de um outro
meristema, chamado periciclo, que produzirá raios parenquimáticos.
•• Felogênio – É o meristema lateral que origina a periderme, um tecido secundário que
substitui a epiderme em muitas dicotiledôneas e gimnospermas lenhosas. Pode ser
observado em cortes transversais, como uma faixa mais ou menos contínua e suas células
iniciais são retangulares.
Obs.: Periciclo: tecido primário que origina o felogênio e a parte do câmbio (câmbio
interfascicular, em frente aos polos de protoxilema) que origina os raios parenquimáticos
(presentes entre o xilema).

Visão geral do crescimento primário e secundário

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Biologia – Tecidos Vegetais – Prof. Enrico Blota

2. Adultos ou permanentes

2.1 Revestimento – Epiderme e súber


A epiderme das plantas vasculares é um tecido formado, de modo geral, por uma única camada
de células de formato irregular, achatadas, vivas e aclorofiladas. É um tecido de revestimento
típico de órgãos jovens (raiz, caule e folhas). A epiderme de uma raiz mostra uma camada
cilíndrica de revestimento, com uma zona pilífera, cujos pelos nada mais são do que extensões
de uma célula epidérmica.

Leitura obrigatória – Anexos vegetais

Tricomas (secretores ou absorventes)


São geralmente estruturas especializadas contra a perda de água por excesso de transpiração,
ocorrendo em planta de clima quente. Podem ser, no entanto, secretores, produzindo secreções
oleosas, digestivas ou urticantes. As plantas carnívoras possuem tricomas “digestivos” e a
urtiga, planta que provoca irritação da pele, possui tricomas urticantes.

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Cutícula
As células epidérmicas secretam para o exterior substâncias impermeabilizantes, que formam
uma película de revestimento denominada cutícula. O principal componente da cutícula é a
cutina, um polímero feito de moléculas de ácidos graxos. Além de evitar a perda de água, a
cutícula protege a planta contra infecções e traumas mecânicos.

Lenticelas
São pontos de ruptura do tegumento (súber) de áreas mais velhas do caule. Permite trocas
gasosas entre os meios interno e externo.

Acúleos
São estruturas pontiagudas com função de proteção da planta contra predadores, são
frequentemente confundido com espinhos, que são folhas ou ramos modificados. Os acúleos
são fáceis de destacar e são provenientes da epiderme. Podem ser encontrados nas roseiras.

Hidatódios
Hidatódios são especializados em eliminar excessos líquidos da planta. Os hidatódios
geralmente presentes nas bordas das folhas, onde, pela manhã, é possível observar as gotas de
líquido que eles eliminam, fenômeno conhecido como gutação.

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Biologia – Tecidos Vegetais – Prof. Enrico Blota

Estômatos
Os estômatos são os anexos mais importantes relacionados com a troca de gases e água entre
as folhas e o meio. As células estomáticas são as únicas na epiderme que possuem clorofila.
Um estômato visto de cima, assemelha-se a dois feijões dispostos com as concavidades frente
a frente: são as duas células estomáticas ou células-guarda, que possuem parede celular mais
espessa na face côncava e cuja disposição deixa entre elas um espaço denominado fenda
estomática ou ostíolo.
Atenção – “Periderme”: Na estrutura secundária da raiz e caule de angiospermas e
gimnospermas, a epiderme é substituída pela periderme, camada formada pelo súber,
felogênio e feloderme. O felogênio produz para fora o súber, formado por células com parede
celular impregnada de suberina, uma espécie de cera que impermeabiliza as células, o que
torna o tecido morto pois não absorve substâncias. Para dentro, o felogênio produz a feloderme
composta por células vivas.

OBS.: O súber pode se desprender da planta à medida que é renovado, chamamos então de
Ritidoma, que são cascas que se desprendem do vegetal.

Estômatos, um olhar mais aprofundado

Anotações:

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TECIDOS VEGETAIS – PARTE 2

2.2 Preenchimento
A folha é totalmente revestida pela epiderme, e seu interior, denominado mesófilo (do grego,
mesos, meio e phylon, folha), é constituído por parênquima clorofiliano, tecidos condutores e
tecidos de sustentação.
O parênquima clorofiliano foliar pode ser, em geral de dois tipos:
•• Paliçádico – constituído por células prismáticas e justapostas como uma paliçada
•• Lacunoso – constituído por células de forma irregular, que deixam espaços ou lacunas entre si.

OBS.: O parênquima clorofiliano (assimilador) realiza fotossíntese e, por isso, é mais encontrado
em folhas e caules verdes; o parênquima amilífero ou de reserva é o que armazena reservas
energéticas (principalmente amido) e é muito encontrado em raízes; o parênquima aerífero
(aerênquima) armazena ar, mas não para respirar, mas para flutuar em ambientes aquáticos; o
parênquima aquífero armazena água para resistir em regiões áridas (quentes e secas) como é o
caso dos desertos e da caatinga e é bem desenvolvido em cactáceas.

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Biologia – Tecidos Vegetais – Prof. Enrico Blota

2.3 Sustentação

Colênquima
É um tecido flexível, localizado mais externamente no corpo do vegetal e encontrado em
estruturas jovens como pecíolo de folhas, extremidade do caule, raízes, frutos e flores.

Esclerênquima
O esclerênquima é um tecido mais rígido que o colênquima, encontrado em diferentes locais
do corpo de uma planta.

2.4 Condução – Transporte


Inicialmente, ocorre a absorção de água e nutrientes minerais pela zona pilífera da raiz. Os
diferentes tipos de íons são obtidos ativa ou passivamente e a água é absorvida por osmose.
Forma-se uma solução aquosa mineral, a seiva bruta ou seiva inorgânica. Essa solução caminha
de célula a célula radicular até atingir os vasos do xilema (ou lenho) existentes no centro da
raiz. A partir daí, o transporte dessa seiva ocorre integralmente dentro dos vasos lenhosos até
as folhas. Lá chegando, os nutrientes e a água difundem-se até as células e são utilizados no
processo da fotossíntese.

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Os compostos orgânicos elaborados nas células do parênquima clorofiliano das folhas difundem-
-se para outro conjunto de vasos do tecido condutor chamado floema ou líber. No interior dos va-
sos liberianos, essa seiva orgânica ou seiva elaborada é conduzida até atingir as células do caule,
de um fruto, de um broto em formação, de uma raiz etc., onde é utilizada ou armazenada.
Xilema e suas células:

Organização do xilema

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Biologia – Tecidos Vegetais – Prof. Enrico Blota

Floema e suas células:

Ao lado, observe a parte interna da raiz é o cilindro central,


composto principalmente por elementos condutores, fi-
bras e parênquima. O cilindro central é delimitado pela en-
doderme, uma camada de células bem ajustadas e dotadas
de reforços especiais nas paredes, as estrias casparianas
(ou de Caspary). Essas estrias são como cintas que unem
firmemente as células vizinhas, vedando completamente
os espaços entre elas. Assim, para penetrar no cilindro cen-
tral, toda e qualquer substância tem que atravessar direta-
mente as células endodérmicas, uma vez que as estrias de
Caspary fecham os interstícios intercelulares. São formadas
por suberina e, em certos casos, há lignina. Abaixo, observe
como a água desloca-se dentro do vegetal.

Anotações:

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Os modelos de Munch e Dixon

2.5 Secretores
São tecidos com capacidade de secretar substâncias com alguma função (defesa, digerstão,
cicatrização, entre outros). São divididos em 4 tipos:
•• Pêlos – Defesa, absorção e predação. Podem conter enzimas digestivas (como na Drosera)
•• Nectários – Produzem o néctar
•• Vasos Lactíferos – Látex, seringueira- borracha.
•• Bolsa Secretora – Pode servir de defesa e acumular cristais de oxalato de cálcio. Notam-se
duas formas, as drusas ou ráfides.

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Biologia

BIOTECNOLOGIA

É a área da biologia que estuda o conjunto de técnicas que permite à Indústria cultivar
microrganismos para produção. A Biotecnologia abrange diferentes áreas do conhecimento
que incluem a ciência básica (Biologia Molecular, Microbiologia, Biologia celular, Genética,
Genômica, Embriologia etc.), a ciência aplicada (Técnicas imunológicas, químicas e bioquímicas)
e outras tecnologias (Informática e Robótica, por exemplo). A Engenharia Genética ocupa um
lugar de destaque como tecnologia inovadora, pois permite substituir métodos tradicionais de
produção (Hormônio de crescimento, Insulina) e permite obter produtos inteiramente novos
(Organismos transgênicos). A Biotecnologia transforma nossa vida cotidiana e o seu impacto
atinge vários setores produtivos, oferecendo novas oportunidades de emprego e inversões.
Hoje contamos com plantas resistentes a doenças, plásticos biodegradáveis, detergentes
mais eficientes, biocombustíveis, processos industriais e agrícolas menos poluentes, novos
medicamentos e um futuro promissor no tratamento de diversas doenças.
(adaptado de http://www.ort.org.br/biotecnologia)

Leitura obrigatória

Fatores importantes a se considerar em biotecnologia


•• Um gene é um fragmento de DNA que apresenta uma cadeia de bases nitrogenadas. É
caracterizado por sua função e também a proteína que irá formar a partir do dogma central
da biologia DNA – RNA – PROTEÍNAS. A ordem das bases nigrogenadas dos ácidos nucléicos
é o que determina o o código genético. Assim, temos a formação de RNAm e proteínas. Ao
criarem proteínas, os genes “constroem características”.
•• Um genoma de um ser vivo é o seu conjunto de genes guardado no núcleo (no caso dos
eucariontes) ou disperso no citoplasma (no caso dos procariontes).
•• A transcrição gênica de um RNA tem início quando a enzima polimerase do RNA se encaixa
em uma sequência especial de bases do DNA denominada região promotora de um gene
e termina em uma sequência de término da transcrição. Estudos mostram que transcrição
e tradução em bactérias e eucariotos apresentam aspectos bastantes distintos. Um deles
é quanto ao número de polipeptídios traduzidos a partir de um RNA mensageiro. Em
bactérias, a molécula de RNAm contém, em geral, a instrução para a síntese de mais de
uma cadeia polipeptídica. Em escherichia coli, por exemplo, as enzimas betagalactosidase,
galactosidio-permease e acetilase são traduzidas a partir de uma única molécula de RNAm.

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Por outro lado, nos eucariontes, a regra é cada RNAm ser traduzido em um único tipo de
polipeptídio.
•• Nos humanos há em torno de 3 bilhões de bases do DNA, porém há porções desse DNA que
não são codificantes (não formam proteínas – DNA lixo). Essas porções são chamadas de “in-
trons”. As porções que codificam proteínas são chamadas de “exons” e representam uma pe-
quena porcentagem do DNA. Entre as modificações sofridas no RNAm, a mais notável é a re-
moção dos introns, processo que recebeu a denominação, em inglês, de splicing, que significa
“corte e emenda”. O processo de splicing do RNAm é realizado por um complexo de partículas e
enzimas nucleares conhecido como spliciossomo. As partículas que compõe o spliciossomo são
constituídas por proteínas e por pequenas moléculas de um tipo especial de RNA encontrado
no núcleo, conhecido como snRNA (small nuclear RNA, pequeno RNA nuclear).

Diz-se que o código genético é universal, ou seja, os mesmos códons estão relacionados aos
mesmos aminoácidos em todos os seres vivos do planeta; é não ambíguo, ou seja, uma trinca
ou códon só determina um único aminoácido e nunca outro; é degenerado ou redundante,
ou seja, mais de um códon pode codificar o mesmo aminoácido, ou seja, várias trincas podem
codificar o mesmo aminoácido.
•• A ENGENHARIA GENÉTICA é a área da genética que envolve a manipulação dos genes e a
criação de diversas combinações entre os genes de organismos diferentes. As possibilidades
são as mais variadas, sendo possível produzir e até modificar os seres vivos, bem como
aumentar sua produção.
•• O plasmídio bacteriano é o DNA extra, circular e relacionado à reprodução sexuada
(conjugação). Usado em biotecnologia na produção de diversas moléculas.
•• O sucesso da produção de animais transgênicos abriu a perspectiva de correção de doenças
genéticas, procedimento chamado de geneterapia. Teoricamente, seria possível substituir
ou adicionar às células de uma pessoa doente uma cópia correta do alelo alterado,
causador da doença genética. Mas apesar desse tipo de tratamento ainda não ser uma
realidade prática, muitos já se preocupam com os problemas éticos que ele possa trazer.
Alguns argumentam que a geneterapia poderia levar a um controle da distribuição de
genes humanos. Outros acreditam que não haveria nenhuma diferença entre a engenharia
genética de células humanas e outros métodos convencionais de terapia.

ENZIMAS DE RESTRIÇÃO (Endonucleases de restrição)


São enzimas bacterianas que atuam como “tesouras moleculares“, reconhecendo sequências
de pares de bases específicas em moléculas de DNA e cortando-as nesses pontos. Elas são
altamente específicas: cada tipo de enzima reconhece e corta apenas uma determinada

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sequência de nucleotídios, em geral constituída por 4 ou 6 pares de bases nitrogenadas.


Endonucleases de restrição são comparáveis e ferramentas que permitem cortar moléculas de
DNA de forma controlada e previsível.

ELETROFORESE – Separação eletroforética de fragmentos de DNA

É realizada em uma placa de gelatina especial (gel). A solução contendo os fragmentos de DNA
é colocada em fendas em uma das extremidades do gel, à qual é conectado o pólo negativo de
uma fonte geradora de corrente elétrica; à extremidade oposta do gel é ligada o pólo positivo
da fonte. A aplicação de uma diferença de potencial na placa de gel faz os fragmentos de DNA

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se deslocarem em direção ao pólo positivo, uma vez que eles possuem carga elétrica negativa.
O deslocamento dos fragmentos de DNA no gel é comparável a uma corrida de obstáculos,
representados pelas fibras que formam o gel; o DNA movimenta-se entre as fibras e, quanto
menor o tamanho do fragmento, maior a velocidade com que ele se desloca. Quando o campo
elétrico é desligado, fragmentos do mesmo tamanho estacionam juntos em determinada
posição na placa de gel, formando uma faixa ou banda. As bandas podem ser visíveis com
auxílio de uma substância especial (brometo de etídio) que forma um complexo que se torna
visível quando iluminado com raios ultravioleta.

EXPRESSÃO DE GENES EM BACTÉRIAS

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GENOMA HUMANO

Teve início em outubro de 1990, com a publicação de um plano de pesquisa cujo o objetivo prin-
cipal era determinar a sequência de todos os nucleotídios dos 24 cromossomos constituintes do
genoma humano (os 22 autossomos e os cromossomos sexuais X e Y). Outro objetivo era iden-
tificar todos os genes humanos. Em 26 de junho de 2000, os pesquisadores Francis Collins (líder
do consórcio público do projeto) e Craig Venter (presidente da Celera Genomics) anunciaram na
Casa Branca (EUA), a conclusão de um esboço geral do genoma humano. Os trabalhos foram pu-
blicados em revistas científicas importantes como a Cience e Nature em fevereiro de 2001. Com
o final do sequenciamento conclui-se que o genoma humano é constituído por cerca de 3 bilhões
de pares de nucleotídios, distribuídos nos 22 autossomos e nos cromossomos sexuais X e Y. Para
se ter idéia de tudo isso, se escrevêssemos a sequência de iniciais das bases (A, T, C e G) de apenas
uma das cadeias do DNA constituintes dos 24 cromossomos humanos em tipos bem pequenos,
preencheríamos mais de 200 volumes equivalentes a grossas listas telefônicas. Apenas 3% disso
corresponde a genes; 97% são sequências não codificantes, isto é, não transcritas para moléculas
de RNA. O número total de genes humanos (cerca de 20.000) é bem menor do que o previsto
antes do sequenciamento do genoma humano. Quanto a esse número, estamos em pé de igual-
dade com os camundongos e pouco acima das moscas, cujo genoma possui 13.000 genes. Assim,
a quantidade de genes não é o que faz a diferença entre o grau de complexidade dos organismos,
mas sim como esses genes funcionam, suas relações entre si e com o ambiente. Muitos de nossos
genes são semelhantes aos de bactérias e vírus. Cerca de 40% de nossos genes são semelhantes
aos de vermes nematoideos, 60% são semelhantes aos de Drosophilas e nada menos que 90%
de nossos genes são semelhantes aos dos camundongos. Diferimos do nosso parente mais pró-
ximo, o Chimpanzé, em apenas 1% das sequências de DNA, ou seja, em apenas 1 par de bases
nitrogenadas a cada 100 pares. Vale lembrar que proteoma é um conjunto de todas proteínas
produzidas por uma espécie. A partir do sequenciamento do genoma humano estuda-se agora
as milhares de proteínas que o homem pode produzir, bem como sua composição, estrutura e
funções que podem desempenhar. Não é suficiente enumerar a sequência de aminoácidos que
formam as proteínas, pois sua estrutura tridimensional também é importante para sabermos o
papel que elas realizam.

• CLONAGEM
É um termo usado para a reprodução que forma indivíduos geneticamente iguais. O resultado
são cópias idênticas de um ser vivo que se deseja cultivar. Um exemplo muito comum é o
cultivo de estacas de vegetais a partir de uma planta mãe. As plantas descendentes podem ser
chamadas de clones, já que possuem o mesmo material genético da planta mãe. No caso de
muitos microorganismos é comum a formação de clones naturais a partir da reprodução por
divisão binária, como o que ocorre em bactérias e muitos unicelulares. Os clones não chamaram
atenção durante anos, pois a clonagem se restringia principalmente a plantas e protozoários.
Mas em 1996, um anúncio marcou a história da ciência, onde um escocês chamado Ian Wilmut,
do instituto Roslin, de Edimburgo, com colaboradores, conseguiu mostrar que era possível, a
partir de uma célula somática diferenciada, clonar um mamífero. Tratava-se da ovelha Dolly, da
raça Finn Dorset. O maior feito dos cientistas, foi fazer com que uma célula adulta se tornasse
totipotente (células-tronco) de novo. As células-tronco (ou totipotentes) possuem a capacidade
de se diferenciarem em diferentes tipos de células, em um processo antes considerado
irreversível. Esse foi um dos casos de clonagem reprodutiva mais importantes de todos os
tempos, pois foi inovador e abriu novos caminhos para essa área da ciência.

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OBS.: A Clonagem terapêutica baseia-se na formação de tecidos ou órgãos a partir de células
tronco com imenso potencial para ser usada no futuro com muita eficácia, já que temos
possibilidade de formação de órgãos reais humanos.

CLONAGEM MOLECULAR DE DNA

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TRANSGÊNICOS

As técnicas de engenharia genética tornaram possível introduzir, por exemplo, genes humanos
em camundongos e até bactérias, ou genes de insetos em plantas, dentre outros casos. Os
organismos que recebem e incorporam em seu genoma genes de outra espécie são chamados
de organismos transgênicos. Diversos são os organismos transgênicos produzidos na atualidade,
tendo destaque a produção de soja transgênica e outros vegetais. Experimentos envolvendo
genes que estão envolvidos na bioluminescência foram feitos com sucesso, como é o caso
de camundongos com genes de cnidários que produzem luz e da planta tabaco com gene de
vagalume.

CÉLULAS TRONCO (embrionárias ou adultas)

São tipos especiais de células capazes de se diferenciar e constituir diferentes tecidos do


organismo.

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Possuem uma enzima chamada telomerase, que torna as células capazes de se dividir
indefinidamente, o que não ocorre com outras células.

Os tipos de células tronco:

Totipotentes
São células que produzem todas as células embrionárias e extraembrionárias (como os anexos
embrionários).

Pluripotentes
São as células que podem produzir todos os tipos celulares de um embrião.

Multipotentes
Podem produzir células de várias linhagens diferentes.

“Alguns autores usam os termos pluripotentes e multipotentes


como sendo da mesma classe de células tronco”

Oligopotentes
Produzem células de apenas uma linhagem celular.

Unipotentes
Podem produzir apenas um único tipo de célula madura.

Leitura obrigatória – Legislação, Biotecnologia e ética

(Fonte: http://monografias.brasilescola.uol.com.br/biologia/a-etica-biotecnologia-moderna.htm)
Há abundante legislação Brasileira protetora do meio ambiente. Machado revisou e comentou
sua totalidade até 1982 e, mais recentemente, examinou a relativa à proteção às águas.
A Constituição de 1988 tem um capítulo especial sobre o meio ambiente, constituído pelo artigo
225. O parágrafo 1º, inciso II deste artigo específica que incumbe ao Poder Público "preservar a
diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as atividades dedicadas à
pesquisa e manipulação de material genético"; e o inciso V, que cabe ao mesmo Poder Público
"controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente".
Outros documentos legais que devem ser mencionados são: (a) o Decreto Legislativo nº 2,
de 3 de fevereiro de 1994, que aprova a Convenção sobre diversidade Biológica, assinada na

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Biologia – Biotecnologia – Prof. Enrico Blota

Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio
de Janeiro no período de 5 a 14 de junho de 1992; (b) a Lei nº 8.974, de 5 de novembro de
1995, que regulamenta os incisos II e V do parágrafo 1º do artigo 225 da Constituição Federal;
(c) o Decreto nº 152, que regulamenta a Lei nº 8.974 e estabelece a estrutura da Comissão
Técnica Nacional de Biossegurança; e (d) a Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996, intitulada Lei de
Patentes. Além disso, encontra-se em discussão, no Senado, um projeto de lei que dispõe sobre
os instrumentos de controle do acesso aos recursos genéticos do pais e dá outras providências,
de autoria da senadora Marina Silva e, na Câmara dos Deputados, outro projeto de lei sobre a
utilização científica de animais, do deputado Sérgio Arouca. Esse último talvez venha a receber
um substitutivo, elaborado por representantes de várias sociedades científicas, e que seria
encaminhado pela deputada Vanessa Felippe (garcia, 1995).
Embora a mudança genética, protegia por lei, criaram-se a Lei nº 11.105 de março de 2005, a
fim de assegurar a implantação de modificações genéticas.
Art. 1º Esta Lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a
construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a
exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio
ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados,
tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia,
a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução
para a proteção do meio ambiente.
A Lei de Biossegurança tenta regulamentar duas polêmicas de uma só vez – a produção e
comercialização de organismos geneticamente modificados e a pesquisa com células-tronco.
Os transgênicos são aqueles produtos acrescidos de um novo gene ou fragmento de DNA
para que desenvolva uma característica em particular, como mudanças do valor nutricional ou
resistência a pragas.
A polêmica em torno do plantio e da comercialização dos transgênicos passa pelos campos
econômico, social e ambiental. Os defensores dos OGM argumentam que a biotecnologia
aumentaria a produção de alimentos, o que, por sua vez, reduziria a quantidade de brasileiros
vítimas da fome.
No outro lado, estão os críticos dos transgênicos. Ambientalistas e algumas organizações de
cientistas argumentam que seus efeitos na saúde humana e no meio ambiente ainda são
desconhecidos.
O texto da lei define que a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) deve analisar
tecnicamente o pedido para o plantio dos transgênicos.
Por tudo isso, mais uma vez, resta dirigir o “fazer” com equilíbrio e prudência, entre as apertadas
fronteiras do necessário e do possível. A sofisticada intervenção tecnocientífica em um meio
não somente natural como também cultural, atravessado por atos de vontade e de escolha
apaixonados, é tão “humana” quanto a ética, com a qual, neste pé, pode e deve estabelecer
diálogo.
E, nos casos extremos em que se torne impossível a sua consagração, é necessário, ou até
mesmo indispensável, que a referência concreta do agir paute-se nos limites mais avançados
possíveis da ética e incorpore o tema da tolerância. Como pano de fundo do cenário, a
participação e o controle social adquirem importância fundamental.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1197
Dentro do tema da democracia e desenvolvimento da ciência, portanto, não se pode deixar de
abordar a questão do controle social sobre qualquer atividade que seja de interesse público e/
ou coletivo. Mesmo neste complexo tema dos transgênicos, a pluriparticipação é indispensável,
para a garantia de que a cidadania seja respeitada. O controle social, por meio do pluralismo
participativo, deverá prevenir o difícil problema de um progresso biotecnocientífico que reduz
o cidadão a súdito ao invés de emancipá-lo. O súdito é o vassalo, aquele que está sempre sob
as ordens e vontades de outros, representados neste debate pelo próprio rei, pelos cientistas,
empresas ou políticos. Essa peculiaridade é absolutamente indesejável em um processo no
qual se pretende que a participação consciente da sociedade brasileira adquira papel de relevo,
através da educação, da informação e do acesso a esta e, se necessário, mais adiante, mediante
uma consulta plebiscitária na qual todos tenham possibilidade de externar suas opiniões.
O grande nó relacionado com a questão dos transgênicos não está na utilização em si da nova
tecnologia, mas no controle contextualizado, caso a caso, de cada uma das novidades. E este
controle deve se dar em patamar diferente ao dos planos científicos e tecnológicos: o controle
é ético. É conveniente recordar que a ética sobrevive sem a ciência e a técnica; isto é, sua
existência não depende delas. A ciência e a técnica, no entanto, não podem prescindir da ética,
sob pena de transformarem-se em armas desastrosas para o futuro da humanidade nas mãos
de minorias poderosas e/ou mal-intencionadas.
Os transgênicos não foram desenvolvidos para se resolverem os problemas da agricultura,
são uma alternativa para o uso dos melhores genótipos e, em diversas situações, como nos
métodos de melhoramento genético tradicional são capazes de gerar indivíduos apropriados às
condições requeridas.
As condições normais não apresentam nenhum dano maléfico à saúde humana entre os
milhões de consumidores dos produtos transgênicos, torna-se necessário a analise adequada
do risco e o monitoramento constante quanto a saúde alimentar e a segurança ambiental.
As controvérsias e debates sobre o uso desses alimentos sem fundamentos justificáveis
são inapropriados na medida em que se possa influenciar negativamente, em pesquisa e
crescimento tecnológico, o desenvolvimento de genótipos da maior utilidade para o bem estar
da humanidade.

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Biologia

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE GENÉTICA

A genética é a parte da biologia que trata do estudo


dos genes e de suas manifestações, bem como a
transmissão desses genes para a descendência (ou
prole) de um cruzamento.
O grande homem da genética foi Gregor Mendel, um
monge agostiniano que publicou as bases da genética
em 1865 e que foram ignoradas nessa época. No
início do século XX, pesquisadores chamados De Vries,
Correns e Tchermack chegaram às mesmas conclusões
que Mendel. Após as descobertas desses pesquisadores Mendel
Mendel foi considerado o “pai da genética” por seus
diversos estudos com ervilhas Pisum sativum.

Alguns conceitos:
•• Gene (Cistron): É um pedaço de DNA que condiciona um caractere de uma espécie. Os
genes são estruturas hereditárias presentes nos cromossomos das células ou em filamentos
de DNA. Assim, consideramos um gene aquele pedaço de DNA que é capaz de determinar
a síntese de uma proteína a partir do dogma central (DNA – RNA – PROTEÍNA). Lembre que
existem regiões geneticamente inativas, chamadas heterocromáticas (região de constrição
primária, contendo o centrômero e de constrição secundária, formando a zona SAT –
satélite).
•• Lócus Gênico: É o local onde situa-se o gene em um cromossomo.
•• Cromossomos homólogos: São os pares de cromossomos das células não sexuais
(somáticas), que durante a meiose separam-se na formação dos gametas, e que pareiam-se
após a fecundação (na cariogamia e reconstituição da ploidia da espécie). Os cromossomos
homólogos possuem mesmo tamanho, mesma posição do centrômero e genes relacionados
à codificação das mesmas características.
•• Alelos: São versões de um mesmo gene que codificam diferentes proteínas e, por isso,
podem determinar características diferentes. O indivíduo é homozigótico (puro- “aa ou
AA”) quando apresenta alelos iguais ou heterozigótico (híbrido – Aa) quando apresenta
alelos diferentes.
•• Gene Dominante: É o que manifesta-se mesmo em dose simples (A_), determinando o
fenótipo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1199
•• Gene Recessivo: É o que necessita de dose dupla para manifestar (aa) o fenótipo. Em boa
parte dos casos podemos dizer que é inibido pelo gene dominante.
•• Genótipo: Conjunto de genes que se está considerando em um determinado indivíduo. É
representado por letras (BB, Bb, Aa, CC, DdEe, etc.)
•• Fenótipo: É o resultado da interação entre o genótipo desse indivíduo com o meio.
Ex.: Amarelo, rugoso, liso, alto, baixo, etc.

Anotações:

1200 www.acasadoconcurseiro.com.br
Biologia

PRIMEIRA LEI DE MENDEL E


NOÇÕES GERAIS DE GENÉTICA DO CORPO HUMANO

PRIMEIRA LEI DE MENDEL – Monoibridismo com dominância e hibridização

As suas observações com as ervilhas da espécie Pisum sativum basearam-se principalmente


por esta planta ter facilidade de cultivo, ciclo de vida bastante curto, características facilmente
observáveis e obtenção de diversas gerações em pouco tempo. Nesse tipo de planta há
hermafroditismo com autofecundação, o que também ajudou no seu estudo. Mendel estudou
7 caracteres dessa ervilha.
Algumas características observadas por Mendel:

Em um dos experimentos, na geração Parental cruzou ervilhas amarelas puras (AA) com verdes
puras(aa), obtendo na F1 (Filhos de P) 100% de ervilhas amarelas (Aa). Estas quando cruzadas
entre si, originavam amarelas e verdes, numa proporção de 3:1. Esse princípio corresponde
a Segregação dos fatores, constituindo a Primeira Lei de Mendel ou Lei da Segregação dos
Fatores.

Anotações:

www.acasadoconcurseiro.com.br 1201
AUSÊNCIA DE DOMINÂNCIA – MONOIBRIDISMO SEM DOMINÂNCIA

Na planta conhecida como Maravilha, não existe dominância para a cor da flor, ela pode ser:
Vermelha (VV) ou Branca (BB), sendo o híbrido de cor rósea (VB). Nesse caso, teremos as
proporções fenotípicas e genotípicas iguais (1:2:1). Podemos chamar esse tipo de ausência de
dominância de herança intermediária ou dominância incompleta. Já um outro tipo, conhecido
como co-dominância, também temos de ausência de dominância, pois manifestam-se os dois
genes envolvidos. É o caso dos tipos sanguíneos A e B que formam o tipo AB e da cor dos pelos
em alguns animais

Leitura obrigatória – Cruzamento-teste e retrocruzamento

Quando cruza-se o indivíduo de genótipo desconhecido com um parceiro recessivo; o fenótipo


dos descendentes fornecerá a resposta de qual genótipo deste indivíduo. Esse método de
cruzamento é chamado cruzamento-teste. A diferença para o retrocruzamento é o indivíduo a
ser cruzado, que é um dos ancestrais do indivíduo de genótipo desconhecido.

GENES LETAIS – Herança da cor dos pelos em camundongos

Um importante exemplo é o estudado por Cuenót na herança da cor do pelo em camundongos.


Nesse experimento, camundongos heterozigotos foram cruzados resultando em uma proporção
2:1, diferente da proporção 3:1 encontrada por Mendel em sua primeira lei. Nesse caso, o
gene dominante é letal quando em dose dupla e promove morte durante o desenvolvimento
embrionário. Na espécie humana há a doença de Tay-sachs, que normalmente causa morte até
os 3 anos de idade, o nanismo acondroplásico (acondroplasia) e a talassemia.

1202 www.acasadoconcurseiro.com.br
Biologia

ANTÍGENOS, ANTICOROS E OS GRUPOS SANGUÍNEOS

Antes de falarmos dos grupos sanguíneos, dos antígenos e anticorpos, é fundamental


conhecermos o conceito genético de polialelia (alelos múltiplos), que ocorre quando há mais
de dois alelos para o mesmo lócus em uma população. Esse caso ocorre em diversos exemplos,
como na cor da pelagem de coelhos e nos grupos sanguíneos.

Anotações:

Daremos mais ênfase ao sistema ABO (grupos sanguíneos A, B, AB e O)

Sistema ABO

No início do século XX, um pesquisador chamado Karl Landsteiner executou diversos testes que
envolviam transfusões sanguíneas. Assim ele pode notar há riscos de mortalidade, pois pode
ocorrer aglutinação (união) das hemácias no sangue. Demonstrou que esse problema ocorria
devido à presença de anticorpos no plasma sanguíneo que reagiam com os antígenos existentes
nas hemácias, reação antígeno x anticorpo.
Antes de conhecer os grupos sanguíneos, vamos aprofundar a definição de antígeno e
anticorpo.

Antígeno –

Anticorpo –

www.acasadoconcurseiro.com.br 1203
No sistema ABO (grupos sanguíneos), vamos aplicar essas definições para entendermos as
diferenças entre os grupos.

Aglutinogênio Aglutinina
Fenótipo/Genótipo
(Nas Hemácias) (No Plasma)
(grupos sanguíneos)
(Antígeno) (Anticorpo)
A- AA ou AO A Anti-B
B- BB ou BO B Anti-A
AB- AB AeB -
O- OO - Anti-A e Anti-B

FATOR Rh

Não é um caso de polialelismo, já que há apenas dois alelos (“R” para Rh positivo e “r”
para Rh negativo), porém, também envolve antígenos e anticorpos de hemácias e plasma,
respectivamente. Foi descoberto pelos médicos Karl Landesteiner e Alex Viener, quando
trabalhavam com sangue do macaco Rhesus. Perceberam que o sangue desse animal quando
injetado em cobaias, provocava produção gradativa de anticorpos. Concluíram que existe
um antígeno nas hemácias de Rhesus e esse antígeno foi chamado de fator Rh. O anticorpo
produzido pela cobaia foi denominado anti-Rh.

Anotações:

Eritroblastose fetal

Frequentemente há incompatibilidade sanguínea entre mãe e filho. A eritroblastose fetal


ocorre, na maioria das vezes, no segundo filho quando a mãe é Rh negativa, o pai Rh positivo e
o primeiro e segundo filho são Rh positivos, conforme a seguir:

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Biologia – Antigenos, Anticorpos e os Grupos Sanguíneos – Prof. Enrico Blota

Anotações:

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Biologia

TRANSPLANTES, IMUNIDADE E DOENÇAS AUTOIMUNES

Os transplantes de tecidos e órgãos levam muito em conta a imunidade do paciente submetido


a esse processo. Doador e receptor tem que ter compatibilidade para que o procedimento de
transplante ocorra. Um dos casos mais comuns de transplante é a transfusão de sangue, onde o
sangue do doador deve ser compatível com o sangue do receptor. Por exemplo, uma pessoa do
tipo sanguíneo O negativo não poderá receber sangue de uma pessoa do tipo A.
Assim, um transplante refere -se ao fato de se transferir um órgão inteiro ou tecido de uma
pessoa para outra e, em certas ocasiões como em queimaduras, apenas o paciente afetado é
usado.

Tipos de transplantes:
•• Autoenxerto – Quando o órgão ou tecido transplantado é do próprio receptor.
•• Isoenxerto – Quando o órgão ou tecido transplantado envolve pessoas geneticamente
iguais.
•• Aloenxerto – Quando o órgão ou tecido doado envolve pessoas geneticamente diferentes.
•• Xenoenxerto – Quando o órgão ou tecido doado envolve espécies diferentes.

O que é MHC e qual a sua relação nos transplantes?

MHC (ou complexo de histocompatibilidade) é uma região gênica (um gene) presente
no cromossomo 6 humano. Esse gene está envolvido na síntese de proteínas (do tipo
glicoproteínas), as HLA (antígenos leucocitários humanos). Entre as atividades dessas proteínas
está sua ação nos processos de rejeição de órgãos transplantados.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1207
Para compreender melhor o sistema de transplantes, vamos aprender um pouco mais de tecido
hemocitopoietico e de imunidade.
O tecido hemocitopoietico é o formador das células sanguíneas e encontra-se nas epífises
dos ossos longos (como o fêmur) e também nos ossos chatos (como a escápula). Esse tecido
apresenta células tronco hematopoiéticas, precursoras dos elementos figurados do sangue:
Plaquetas, eritrócitos (hemácias ou glóbulos vermelhos) e leucócitos (ou glóbulos brancos).

A nossa imunidade depende de diversos tipos de leucócitos e pode ser dividida em dois tipos:
natural (inata ou imunidade inespecífica) ou adquirida (humoral ou imunidade específica).

1 – Natural

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Biologia – Transplantes e Doenças Autoimunes – Prof. Enrico Blota

2 – Adquirida

  A imunidade adquirida ainda


pode ser dividida em dois tipos:

A formação de imunidade pode ocorrer devido a muitas causas, como a partir de uma vacina,
contato com veneno, transplante de órgãos, vírus, bactérias e outros casos. A seguir, um
exemplo de produção de anticorpos após o contato com determinado antígeno.

O que ocorre em uma rejeição de órgão ou tecido?

A rejeição e um órgão ou tecido transplantado ocorre quando o sistema imunológico do receptor


ataca o órgão ou tecido transplantado. Com exceção de gêmeos monozigóticos, qualquer
transplante entre pessoas gera determinada rejeição, já que doador e receptor possuem
alguns (ou até muitos) antígenos distintos. A rejeição do órgão transplantado ocorre quando o
receptor reconhece o tecido do doador como estranho. Esse reconhecimento se faz através dos

www.acasadoconcurseiro.com.br 1209
antígenos, principalmente os HLA, presentes nas células do enxerto. Não pode deixar de existir,
o uso dos imunossupressores, que irão adequar o sistema imunológico e evitar a rejeição do
órgão. Alguns transplantes raramente dão rejeição, como é o caso do transplante de córnea.
Abaixo, uma parte da fisiologia de um caso de transplante de rim.

Tipos de rejeição:
•• Hiperaguda – Ocorre logo após a implantação do órgão e se deve à existência de anticorpos
naturais contra antígenos do doador. Caracteriza-se pelo aparecimento de trombose
vascular e inflamação.

•• Aguda – Normalmente ocorre até os primeiros 10 dias, com degeneração e necrose


das células, além da trombose. Quando ocorre tardiamente (após os 10 dias) há lesão
endotelial, bem como sua inflamação (endotelialite) e outros problemas.

•• Crônica – Caracteriza-se por fibrose progressiva, aumento de matriz no órgão, e outros


problemas, como inflamação grave na parede do vaso.

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Biologia – Transplantes e Doenças Autoimunes – Prof. Enrico Blota

Leitura obrigatória – Doenças autoimunes

As doenças auto-imunes são um tipo de desordem imunológica e sua característica reside


no fato da diminuição da tolerância aos componentes do próprio organismo. Essas doenças
atingem aproximadamente 3-5% da população do mundo e tem origem na delicada relação
entre fatores externos (ambientais) e fatores intrínsecos do organismo, como predisposição
genética, alterações nos níveis hormonais e, baixo controle imuno-regulatório.
Pesquisas relatam que as doenças auto-imunes aumentaram nos últimos 40 anos, sendo que
em nível mundial, médicos e também pesquisadores presumem que ela ataque de 15 a 20% da
população. Talvez essa maior constatação seja devido ao fato do aprimoramento das técnicas
de diagnóstico laboratoriais.
Sabe-se que existem um pouco mais do que 30 doenças auto-imunes, sendo que cada uma
possui sintomas específicos e atacando órgãos distintos. Veja algumas doenças abaixo:
•• Diabetes mellitus tipo 1;
•• Lúpus eritematoso sistêmico;
•• Artrite Reumatoide;
•• Esclerose Múltipla;
•• Vitiligo;
•• Psoríase;
•• Doença de Addison;
•• Doença Celíaca.
Existem hipóteses sobre o motivo do surgimento das doenças auto-imunes, uma delas seria
devido ao aumento da higiene, o que resulta em redução da aquisição de infecções. Mas há
controvérsias de que seriam exatamente as infecções que afetariam o funcionamento do
sistema imunológico. Embora não se sabe ao certo como funciona o desencadeamento deste
tipo de doença, sabe-se que são necessários três requisitos básicos para que ela apareça:

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•• Predisposição genética para a doença;
•• O problema deve ser desencadeado por um fator ambiental;
•• Desequilíbrio das células do sistema imunológico.
O diagnóstico das doenças auto-imunes é feito através do quadro clínico que o paciente
apresenta e através de exames laboratoriais de sangue, onde são pesquisados auto-anticorpos.
O tratamento destas doenças baseia-se na inibição do sistema imunológico através da
administração de drogas imunossupressoras (por exemplo, corticoides). No entanto, não é
possível a realização de uma imunossupressão apenas dos anticorpos indesejáveis, levando o
indivíduo a uma imunossupressão geral, predispondo ele a infecção por outros patógenos.
(Adaptado de: http://www.infoescola.com/saude/doencas-auto-imunes)

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Biologia

NEOPLASIAS E FATORES AMBIENTAIS

Tumor ou neoplasia é um tipo de proliferação celular descontrolada que leva a um crescimento


de um tecido tumoral no organismo. O termo "neoplasia" vem do grego, sendo que “neo”
significa novo e “plasis” significa crescimento (multiplicação celular). Os tumores ou neoplasias
podem ser divididos em dois tipos: benignos ou malignos, de acordo com o seu potencial de
desenvolvimento e danos no corpo do indivíduo.

Benigno

Tem crescimento lento e, normalmente delimitado por um tecido fibroso. Na grande maioria
das vezes não ocorre metástase, ou seja, as células tumorais (ou neoplásicas) não invadem
outros tecidos e ficam no tecido de origem do tumor. É comum o sufixo "oma" na nomenclatura
do tumor. Um caso comum é o lipoma, um tumor benigno de tecido adiposo.

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Maligno (Câncer)

As neoplasias malignas também são chamadas de cânceres e, normalmente, possuem


crescimento rápido e tem a capacidade de invadir tecidos próximos. Pode ocorrer transporte
de células tumorais através da circulação e, assim, tecidos distantes da origem podem ser
afetados. Podem ser de diversos tipos. Vamos adotar a divisão em duas formas tumorais:
1. Carcinoma – Tem origem no tecido epitelial, como certos casos de tumores de pele e
outros.
2. Sarcoma – Tem origem no tecido conjuntivo, como o osteossarcoma (tumor ósseo) e
diversos outros.

Fatores ambientais nas neoplasias

Traços de produtos químicos comumente relacionados ao câncer estão à espreita em todos os


lugares. Mas, após décadas de pesquisa, o número de pessoas realmente vitimadas por eles
permanece uma incógnita. Acredita-se que o fumo e os maus hábitos alimentares respondem
por 60% das mortes por câncer, a doença mais letal no mundo.

E quanto ao resto?
A influência do meio ambiente vem sendo debatida há três décadas por cancerologistas
e epidemiologias ambientais. Segundo antigas estimativas, as exposições ambientais e

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Biologia – Neoplasias e Fatores Ambientais – Prof. Enrico Blota

ocupacionais se relacionam a apenas 6% dos óbitos. Mas a questão voltou à tona no começo de
maio após a publicação de um relatório do Presidents Cancer Panel, um comitê de especialistas
encarregados do Programa Nacional contra o Câncer que se reporta diretamente ao presidente.
O relatório afirma que o valor da estimativa é defasado e subestimado, e, considerando que a
exposição a poluentes, a genética e o estilo de vida parecem todos entrelaçados, os cientistas
provavelmente jamais saberão a influência dos contaminadores ambientais sobre a doença.
"É como olhar os fios de uma teia de aranha e decidir qual é o importante", disse o Dr. Ted
Schettler, diretor da Science and Environmental Health Network, organização sem fins lucrativos
que defende a aplicação da ciência às políticas ambientais.
No mundo todo, desde antes do nascimento até a velhice, as pessoas se expõem a incontáveis
cancerígenos por meio da comida, do ar, da água e de produtos de consumo.
De acordo com o 11º Relatório sobre Cancerígenos dos Estados Unidos, os National Institutes
of Health classificaram 54 compostos que causariam ao menos um tipo de câncer. As maiores
exposições seriam ocupacionais e não ambientais, apesar de estas também ocorrerem. O
poluente benzeno, por exemplo, comum nos gases de exaustão de veículos, é uma conhecida
causa de leucemia. O radônio, gás radioativo natural encontrado em muitas casas, eleva o risco
de câncer de pulmão. O arsênico, presente em algumas redes de água potável, é ligado a câncer
de pele, fígado, bexiga e pulmão. Outros conhecidos cancerígenos humanos incluem asbesto,
cromo hexavalente, aflatoxinas e cloreto de vinila.
Desde 1981, agências e institutos citam as mesmas estimativas para avaliar fatores
cancerígenos no ambiente de trabalho, no meio ambiente e nos produtos de consumo: cerca
de 4% das mortes por câncer (ou 20 mil mortes por ano) poderiam ser atribuídas a exposições
ocupacionais, e 2% (ou 10 mil mortes por ano), a exposições ambientais. Em seu novo
relatório, o comitê indicado pelo ex-presidente George W. Bush disse que essas estimativas são
"lamentavelmente defasadas", e "o verdadeiro peso do câncer induzido pelo meio ambiente
tem sido grosseiramente subestimado".
Para a American Cancer Society, essa afirmação não tem consenso científico. "Baseados em que
eles dizem grosseiramente subestimado? É uma possibilidade, mas muitas hipóteses têm sido
propostas. Sem prova real, não se pode afirmar nada", argumentou o Dr. Michael Thun, vice-
presidente honorário de epidemiologia e pesquisa de vigilância de risco da American Cancer
Society. Segundo ele, o comitê presidencial exagera a preocupação sobre as causas ambientais,
quando a melhor forma de se prevenir o câncer seria combater os maiores riscos enfrentados
pelas pessoas: fumo, alimentação e sol.
Já os epidemiologistas ambientais dizem que o questionamento dos números seria mera tática
diversionista da American Cancers Society, que endossaria o mesmo princípio dos grupos
industriais – o de que não se deve agir sem prova absoluta. Mas muitos epidemiologistas
defendem o princípio da prevenção: é preciso reduzir a exposição das pessoas aos poluentes
ambientais mesmo sem provas concretas dos riscos.
(Adaptado de: http://www2.uol.com.br/sciam...)

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Biologia

MUTAÇÕES

Mutação é uma mudança ou alteração no conteúdo genético de uma célula ou de um ser vivo.
Dizemos que um ser vivo é mutante quando ele possui uma mutação que leva a uma adaptação.
Vale ressaltar que uma mutação pode ser algo positivo que leve esse organismo a ter uma
característica benéfica ou algo negativo, que pode levar o organismo à morte. Basicamente há
duas formas de mutações: gênicas e cromossômicas.
As mutações gênicas são a fonte primária da variabilidade genética. Elas aumentam o número
de alelos disponíveis em um loco. Podem ser provocadas por agentes externos ou podem
ser naturais. Já as mutações cromossômicas podem ser divididas em dois tipos: numéricas e
estruturais.
As mutações numéricas ocorrem com a perda ou acréscimo de um conjunto cromossômico
(euploidias), como o que ocorre na mudança do zangão (haploide-n) para a abelhas operárias
ou rainhas (diploides-2n) ou com a perda ou acréscimo de um ou mais cromossomos
(aneuploidias), como o que ocorre com os portadores da síndrome de Turner (44 autossomas
+ X0 = 45 cromossomos). Podem ocorrer também mutações estruturais que podem ser
classificadas como por deficiência ou deleção, duplicação, inversão e translocação.

MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS NUMÉRICAS

EUPLOIDIAS: Ocorre perda ou acréscimo de um conjunto cromossômico. Nesse caso de


mutação, há variação no número de todo o genoma em algum organismo da espécie. Por
exemplo, se no número de cromossomos de uma espécie é 20 (2n = 20) poderemos ter
organismos haploides (n = 10). Euploidias podem dar origem a espécies novas, quando alguns
descendentes podem nascer 3n, 4n, etc. Esse tipo de situação é comum em muitas plantas.
ANEUPLOIDIAS: Quando há variação em parte do genoma do ser vivo. Por exemplo, nas
síndromes humanas, temos erros de divisão celular (meiose – não disjunção cromossômica),
acarretando em uma numeração diferente do normal (que seria 2n = 46 cromossomos). Podem
ser do tipo nulissomia (falta de 1 par de cromossomos), monossomia (falta de um cromossomo
do par) ou trissomia (presença de um cromossomo a mais no par)

Síndrome de Down (trissomia do 21)


Os indivíduos afetados apresentam um cromossomo extra. Essa anomalia pode ocorrer tanto
nos homens como nas mulheres, cujos cariótipos serão, respectivamente, 45 + XY e 45 + XX.

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Características: Deficiência mental, inflamação das pálpebras e prega única no dedo mínimo,
dentre outras. Trata-se de uma das anomalias mais frequentes. É também conhecida como
trissomia do cromossomo 21, isto é, em vez de dois cromossomos, o par 21 apresenta três
cromossomos.

Síndrome de Turner (monossomia sexual)


Os indivíduos portadores dessa síndrome não têm um dos cromossomos X (X0), apresentando
um cariótipo igual a 44 + X0. O zero indica a ausência cromossomo sexual. Exibem, entre outras
características, fenótipo feminino, ovários atrofiados e estatura pequena. Estas mulheres não
possuem cromatina sexual.

Sindrome de Klinefelter (trissomia sexual)


Neste caso os homens possuem um cromossomo X (XXY) extra. Assim, o cariótipo será 44 + XXY.
O indivíduo apresenta um fenótipo masculino, testículos atrofiados, pequenos seios, contornos
sexuais femininos, dentre outras. Esses homens apresentam cromatina sexual, já que possuem
dois cromossomos X.

Síndrome do Triplo X (trissomia sexual)


É também conhecida como síndrome da superfêmea. Aparentemente são normais, podendo
apresentar em alguns casos alterações mentais. Os vários casos de mulheres XXX que tiveram
filhos sugerem que sua fertilidade pode ser, em alguns casos, normal. Apresentam dois
corpúsculos de Barr (cromatina sexual) em suas células somáticas se forem triplo X. Assim,
pode-se considerar que elas possuem dois de seus cromossomas X parcialmente “desligados”.
Há casos de mulheres XXXX, que apresentam três corpúsculos de Barr.

Síndrome de Patau (trissomia do 13)


É caracterizada por malformações graves do sistema nervoso central. Pode estar presente um
retardo mental acentuado. Há defeitos cardíacos no geral, assim como defeitos urogenitais,
palato fendido, dentre outros. O período de vida é curto. Seu cariótipo é 45 + XX ou 45 + XY.

Síndrome de Edwards (trissomia do 18)


As características principais desta síndrome estão relacionadas a problemas cardíacos
(malformação do coração), problemas mentais e de crescimento. A boca é pequena e o pescoço
geralmente é curto. O cariótipo é semelhante ao de Patau.

Síndrome do miado do gato (síndrome 5p)


É uma síndrome de deleção da perna curta do cromossomo 5. Normalmente possui retardo
mental grave e retardo motor. Apresentam um choro característico que lembra um miado,
devido a uma hipoplasia da laringe.

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Biologia – Mutações e Aconselhamento Genético – Prof. Enrico Blota

MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS ESTRUTURAIS

Podem ser de 4 tipos: deleção, duplicação, inversão e translocação, conforme abaixo:

MUTAÇÕES GÊNICAS

Um gene corresponde a um pedaço de DNA que pode sofrer um processo de transcrição e


tradução. Assim, uma mutação gênica ocorre em um gene e, consequentemente, poderá
alterar a produção de uma proteína, tornando a proteína mutante. Ocorrem nos nucleotídeos
do DNA por erros de meiose e podem ser de 3 tipos: Substituição, adição ou inserção e perda
ou deleção.

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Anotações:

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Biologia

REGRAS DE NOMENCLATURA BIOLÓGICA

SISTEMÁTICA E OS NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS

Sistemática
É a área da taxonomia que se desenvolveu para organizar, estudar profundamente e classificar
os seres vivos. Nos últimos anos, usa muito a evolução e a molécula de DNA para a classificação.
Assim, pode-se compreender melhor a relação da diversidade e saber se uma “espécie X” é
mais aparentada com a “espécie Y” ou com a “espécie Z”. A sistemática tem como principais
objetivos mostrar a diversidade e também descrever a biodiversidade. Outra área da taxonomia,
a nomenclatura, trabalha na definição de normas universais para a classificação dos seres vivos
com o intuito de facilitar o estudo das espécies.
“O histórico da sistemática começa com Aristóteles 340 a.C. que inventou a história natural e
afirmou que existe uma gradação completa na natureza; foi ele quem percebeu que existem
organismos mais simples e outros mais complexos. Dizendo que o estágio mais baixo é o
inorgânico e que o orgânico “surgiria” do inorgânico por metamorfose direta. Aristóteles não
conseguiu avaliar a importância dos fósseis. Ele fez uma classificação tipológica e uma divisão
lógica dos organismos. Aristóteles concebia o mundo orgânico como constituído de três
estágios: vegetais, vegetais-animais (uma espécie de transição) e animais”. (infoescola.com/
biologia/sistematica)
Bem mais tarde, Carlos Linnaeus, ou simplesmente Lineu (1707 – 1778) também teve grande
importância, sendo um dos primeiros pesquisadores a propor um sistema de classificação
natural. Em 1758, no seu Systema Naturae, dividiu os animais conhecidos em mamíferos,
aves, anfíbios (incluindo répteis), peixes, insetos e vermes (que incluíam todos os outros
invertebrados), subdividindo cada grupo até as espécies. Propôs também regras para a
nomenclatura dos seres vivos com o uso de palavras latinas.
Lineu viveu antes de Darwin e, portanto, antes do estabelecimento da teoria da evolução dos
seres vivos. Para Lineu, o número de espécies na natureza era fixo e havia sido determinado por
Deus no momento da criação (Fixismo).
Ao escrevermos os nomes científicos dos seres vivos, devemos seguir algumas regras básicas
como forma de uma universalização. Assim, na África o leão é chamado cientificamente de
Panthera leo. Da mesma forma é na América do Sul e nos outros continentes.
Entre o nível de espécie e o nível de reino, Lineu e outros taxonomistas acrescentaram várias
categorias ao longo dos anos. Assim, duas ou mais espécies que tenham um certo número de
caracteres comuns constituem um gênero. Basicamente, podemos classificar os seres vivos
conforme as sete categorias taxonômicas básicas em ordem:

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“REINO-FILO-CLASSE-ORDEM-FAMÍLIA-GÊNERO-ESPÉCIE”
Durante os anos seguintes, surgiram muitos pesquisadores que criaram sistemas de classificação
mais detalhados, aprimorando a taxonomia e também as formas de ensino da biodiversidade.
Veremos dois tipos de sistemas mais recentes.

Sistema de Wittaker: Sistema de Carl Woose:

Abaixo as principais regras de nomenclatura biológica:


1. A nomenclatura deve ser binominal, composto por duas palavras. A primeira refere-se
ao epíteto genérico (gênero) e a segunda ao epíteto específico (espécie). Os dois nomes
juntos formam a espécie que se deseja indicar. Ex: Araucaria angustifolia; Ancylostoma
duodenale; Homo sapiens
O epíteto genérico é um substantivo e o epíteto específico, geralmente, é um adjetivo que
qualifica o gênero.
2. Os nomes científicos devem ser escritos em latim (ou latinizados), destacados de texto
(negrito, sublinhado ou itálico), sendo a primeira letra do nome do gênero escrita em
maiúscula e a da espécie em minúscula.
3. Quando existe subespécie, o nome que a designa deve ser escrito depois do nome da
espécie, sempre com inicial minúscula. Ex: Rhea americana alba (ema branca).
4. Quando existe subgênero, o nome que o designa deve ser escrito depois do nome do
gênero, entre parênteses e com inicial maiúscula. Exemplo: Anopheles (Nyssorhinchus)
darlingi (mosquito-prego, transmissor da malária).
5. O nome da família, para animais, é feito pela adição da terminação –IDAE ao radical
correspondente ao nome do gênero. Ex: cão = gênero Canis, família Canidae;
Entre vegetais, no entanto, os nomes das famílias costumam apresentar a terminação –
ACEAE. Exemplos: cactos = família Cactaceae;
O nível taxonômico de espécie caracteriza um organismo no seu grau mais específico. Faremos
uma relação desse organismo como sendo parte de diferentes níveis de organização, que
podem ser estudados em diferentes áreas da biologia, como a bioquímica, citologia, histologia,
ecologia e outras. Abaixo, os níveis de organização dos seres vivos:

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Biologia – Regras de Nomenclatura Biológica – Prof. Enrico Blota

Os níveis de espécie, população, comunidade, ecossistema, assim como outros assuntos, serão
abordados novamente de modo mais aprofundado durante as aulas de ecologia.

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Biologia

ATÓTROFOS, HETERÓTROFOS, UNICELULARES,


MULTICELULARES E VÍRUS

Os seres vivos podem ser classificados de acordo de diferentes maneiras, como sua nutrição,
tecidos, simetria, tipos de células e outras tantas formas. Neste momento, daremos ênfase na
forma de nutrição e número de células que os compõem. Assim, de acordo com a nutrição,
podem ser autótrofos ou heterótrofos e, de acordo com o número de células, podem ser
unicelulares ou multicelulares (também chamados de pluricelulares).

Seres autótrofos

Dizemos que um organismo é autótrofo quando ele é capaz de produzir a energia que consome,
ou seja, seu próprio alimento. Em ecologia, dizemos que ocupam o primeiro nível trófico.
Podem ser divididos de acordo com a maneira de produzir essa energia química, podendo
ser fotossintetizantes (como as plantas, as algas e certas bactérias) ou quimiossintetizantes
(como muitas bactérias). No primeiro caso, o organismo usa a energia luminosa para produzir
essa energia química (normalmente a molécula de glicose) e depende de muitas reações que
ocorrem com dependência de pigmentos fotossintetizantes, como a clorofila, carotenos e
outros. No segundo caso, o organismo usa energia liberada de reações químicas produzidas por
ele mesmo para produzir essa energia química.

              

Vegetal fotossintetizante                 Bactérias quimiossintetizantes

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Seres heterótrofos

Os organismos heterótrofos são os demais organismos que não conseguem produzir seu
próprio alimento. Então, necessitam capturar alimento, que pode ser de diferentes formas
(normalmente ingestão ou absorção). A ingestão ocorre na maioria dos animais que, através
de formas de capturar o alimento, ingerem e depositam esse alimento em um tubo digestivo
para que posteriormente haja a absorção de nutrientes para as células. Em certos seres, ocorre
absorção de nutrientes diretamente do meio, como é o caso dos fungos.
Em ecologia os seres heterótrofos são enquadrados a partir do segundo nível trófico e podem
ser consumidores (primário quando como o autótrofo, secundário quando como o primário, e
assim por diante) ou decompositores da matéria morta. Os heterótrofos podem ser herbívoros,
carnívoros, onívoros, parasitas específicos e outras formas de alimentação.

O beija flor é um heterótrofo e consumidor primário

Seres unicelulares

Organismos unicelulares são formados por uma só célula. Portanto, a célula é o próprio
organismo e é responsável por todas as atividades metabólicas para a sobrevivência, como
alimentação, reprodução, síntese de moléculas, etc. Bactérias, cianobactérias, protozoários,
muitos fungos e diversas algas são exemplos de organismos unicelulares.

      
O tripanossomo é um protozoário e unicelular   Uma colônia de bactérias, cada uma é um ser unicelular.

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Biologia – Unicelulares e Multicelulares / Vírus – Prof. Enrico Blota

Seres multicelulares

Organismos multicelulares são formados por muitas células (milhares, milhões, até trilhões) e
podem apresentar o corpo contendo áreas de funções específicas, como é o caso dos animais e
vegetais que possuem tecidos e órgãos com funções distintas, porém vitais. Outros organismos
como algas e fungos também podem ser multicelulares.

Cogumelos são fungos multicelulares

VÍRUS

O termo vírus deriva do Latim e significa veneno. São estruturas muito simples e pequenas (0,2
µm ou menos). São formados, geralmente, por uma cápsula proteica (capsídeo) envolvendo
um ácido nucléico (DNA ou RNA). A maioria dos vírus é menor que todas as células eucariotas e
procariotas. Assim, são parasitas intracelulares obrigatórios. Quando estão fora das células são
conhecidos como vírions.
Abaixo a estrutura geral de um vírus do tipo fago (não envelopado) e de um vírus envelopado.

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Como os vírus entram nas células?
Um vírus pode entrar nas células de 3 maneiras, dependendo do tipo viral. O bacteriófago faz
injeção do ácido nucleico na célula hospedeira; o vírus HIV faz uma fusão do envelope lipídico
na membrana plasmática e o vírus da gripe entra por endocitose.

O ciclo reprodutivo de um vírus pode ser lítico ou lisogênico:

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Biologia – Unicelulares e Multicelulares / Vírus – Prof. Enrico Blota

Anotações:

O vírus pode alternar do estado lisogênico para o lítico ou vice versa, conforme abaixo:

HIV – O HIV é um vírus de RNA que possui a capacidade de desenvolver-se no interior dos
organismos fazendo transcrições reversas, onde moléculas de DNA são produzidas a partir
de RNAs virais. Essa forma metabólica depende de uma enzima chamada TR (transcriptase
reversa).

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Abaixo a estrutura desse vírus, causador da AIDS:

Gráfico de uma pessoa infectada com o HIV

Há ainda fragmentos de RNA chamados de viroides (ex. parasitas batatas). Já os mimivírus são
os maiores de todos os vírus. Podem controlar seu próprio metabolismo e foram encontrados
pela primeira vez na Acanthamoeba polyphaga e já foi, no passado, confundido com uma
bactéria coloração e tamanho. Existem também os virusoides que são semelhantes aos
viroides, porém necessitam de auxílio de um vírus para se propagar. O RNA de um virusoide
somente se multiplica se houver simultaneamente um vírus parasitando a mesma célula.

ATENÇÃO: OS PRÍONS
Príons são versões malformadas de proteínas cerebrais normais e não são vírus. Quando um
príon faz contato com uma versão normal de uma mesma proteína ele pode induzir a proteína
a se tornar uma proteína malformada. A reação em cadeia resultante pode continuar até que
altos níveis desses príons se agreguem, causando um funcionamento celular inadequado e
eventual dano ou degeneração cerebral.

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Biologia – Unicelulares e Multicelulares / Vírus – Prof. Enrico Blota

Há várias doenças priônicas humanas e em outros animais. Há alguns anos, a doença da vaca
louca afetou o gado bovino, sendo causada por esse tipo de proteína. Nos humanos há uma
doença conhecida como Kuru e outra chamada de Doença de Creutzfeldt Jakob. Todas essas
anomalias cerebrais também são conhecidas como encefalopatias espongiformes.

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Biologia

IDENTIDADE DOS SERES VIVOS-PROCARIOTOS

São unicelulares, autótrofos (fotossintetizantes ou quimiossintetizantes) como as cianobactérias


e algumas bactérias e organismos heterótrofos como as bactérias parasitas. São procariotos
(citoplasma sem núcleo individualizado = carioteca ausente)
Há procariotos do tipo arqueobactérias e eubactérias, conforme abaixo:

•• Archaeas – São moneras que vivem e estão altamente adaptadas em condições extremas,
que provavelmente prevaleceram durante o início da vida na Terra. São divididas em 3
grupos:
•• Metanogênicas: formadoras de metano, podem ser encontradas em ambientes
encharcados e também associadas a alguns animais como os ruminantes. Sobrevivem
conforme a reação abaixo:
•• Termoacidófilas: são as que vivem em acidez ou temperaturas extremas, como próximo
de ilhas vulcânicas e águas termais ou em regiões ácidas.
•• Halófitas: apresentam alta afinidade aos ambientes salinos.
•• Eubactérias: são os procariotos mais comuns como as cianobactérias e as bactérias
causadoras de doenças (heterótrofas) e as bactérias autótrofas. Abaixo, a estrutura geral
de uma bactéria flagelada.

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Forma das bactérias

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Biologia – Procariotos – Prof. Enrico Blota

Metabolismo bacteriano

Outros procariotos de grande presença em nosso planeta são as cianobactérias, antes


chamadas de algas azul-esverdeadas ou cianofíceas. Assim como as bactérias, são incluídas
no grupo das eubactérias. Podem ser células isoladas, agregados celulares, colônias ou até
fazendo parte dos líquenes (mutualistas). Fazem fotossíntese de modo semelhante ao que
ocorre nos vegetais e protistas clorofilados, o que ajuda a explicar que provavelmente foram
as formas fotossintetizantes mais primitivas do planeta. Vivem em locais úmidos, sobre
rochas, água doce, solo e até tronco de árvores. Algumas vivem em temperaturas extremas.
Pode haver uma bainha de mucilagem
externa à parede celular e é frequentemente
pigmentada (dourada, amarela, azul, violeta,
marrom, etc.). A cor das cianobactérias
é dada devido a pigmentos contidos nos
sistemas de membranas e não em plastos:
azul (ficocianina), vermelho (ficoeritrina),
clorofila “a” e carotenóides. Algumas podem
fixar o nitrogênio atmosférico através de
um tipo celular chamado heterocisto. Ainda
podem formar os acinetos (estruturas muito
resistentes em ambientes desfavoráveis).
Quanto à reprodução é assexuada por
cissiparidade ou ainda podem se partir em
fragmentos chamados hormogônios.

Aumento de variabilidade em bactérias

A forma de uma bactéria se propagar é assexuada por cissiparidade e também é predominante


nas cianobactérias. Algumas espécies podem fazer esporos como forma de resistência.
Muitas bactérias também são capazes de aumentar a variabilidade genética, numa espécie de
recombinação genética. Há três formas:

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•• Conjugação: Uma bactéria (macho), através de uma ponte citoplasmática ou pilli sexual,
doa material genético (DNA) a outra (fêmea), tornando esta mais variável geneticamente.
O DNA pode ser do plasmídeo ou do cromossomo bacteriano.

•• Transformação: Bactérias podem incorporar fragmentos de DNA de bactérias mortas


presentes no meio, assim há aumento da variabilidade genética.

•• Transdução: Durante a reprodução viral (de um bacteriófago), o vírus injeta material


genético (DNA) em uma “bactéria 1”. Ao final da reprodução, novos vírus atacam novas
bactérias levando e introduzindo parte do material genético da bactéria 1. As bactérias, ao
receberem o ataque viral, incorporam o DNA da bactéria 1, o que aumenta a variabilidade.

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Biologia

EUCARIOTOS PROTISTAS

O termo protista significa “primeiro de todos”. São unicelulares ou multicelulares, eucariontes,


heterótrofos ou autótrofos, sendo divididos em vários filos, cujas relações filogenéticas ainda
não são bem compreendidas. Recentemente há uma ideia de considerar o termo “protista”
como coletivo para aglomerar seres vivos vulgarmente chamados de protozoários e algas.
Antigamente, era comum os protistas serem considerados como “Reino Protista”.
O termo protozoário significa “primeiro animal” e foi criado há muitos anos, quando havia o filo
dos protozoários dentro do reino animal. São todos unicelulares e heterótrofos. Na classificação
antiga, os protozoários eram divididos em 4 filos de maior diversidade: Sarcodina ou Rhizopoda,
Flagellata ou Mastigophora, Ciliophora e Sporozoa. Na classificação atual, muitas espécies
foram separadas de seres que antes eram do mesmo grupo, já que as relações evolutivas a cada
ano são mais compreendidas.

Classificação antiga

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Principais protistas na classificação atual

*Diplomonadidos e Parabasálios

Nesses grupos, há duas organelas derivadas das


mitocôndrias conhecidas como hidrogenossomos
e mitossomos. Possuem duas membranas como as
mitocôndrias, porém, não apresentam DNA próprio.
Sabe-se que o hidrogenossomo gera ATP de forma
anaeróbia a partir do piruvato e libera gás hidrogênio (daí
seu nome). Já o mitossomo está envolvido na maturação
de proteínas que contém ferro e enxofre.
Os diplomonadidos possuem mitossomos, sendo um
exemplo importante a Giardia lamblia, protozoário
causador da doença giardíase, uma parasitose intestinal.
Os parabasálios possuem hidrogenossomos e os mais
importantes são os protozoários do gênero Trichonynpha Giardia lamlia
(mutualistas intestinais de alguns insetos, como cupins)
e o Trychomonas vaginalis, causador da DST chamada
Tricomoníase,

*Amebozoários
Deslocam-se ou capturam alimentos por meio de pseudópodes e possuem representantes de
vida livre ou parasitas, com origens bastante distintas. Muitas espécies são dulcícolas, outras são
marinhas ou solos úmidos e há até espécies parasitas, como a Entamoeba histolitica, causadora
da amebíase. A ameba de vida livre mais conhecida é a Amoeba proteus (foto abaixo). O tipo
de reprodução mais comum é a divisão binária (imagens A e B).

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Biologia – Eucariotos Protistas – Prof. Enrico Blota

Alguns amebozoários perderam totalmente as mitocôndrias em sua evolução. É o caso


da ameba Pelomyxa palustres, que tem DNA mitocondrial incorporado ao DNA nuclear. A
Entamoeba histolitica também não apresenta mitocôndrias, mas possui mitossomos.
Algumas amebas de vida livre possuem uma espécie de carapaça que pode ser de grãos de
areia ou de material produzido pela própria ameba, sendo chamadas de tecamebas.

*Foraminíferos, radiolários e heliozoários


São protozoários que também formam pseudópodes,
porém, um pouco diferentes daqueles formados pelas
amebas. Nos foraminíferos, os pseudópodes são
finos e ramificados e conhecidos como reticulópodes.
Eles vivem principalmente no ambiente marinho
e geralmente apresentam esqueleto formado por
carbonato de cálcio ou aglutinação de areia. Possuem
muito registro fóssil, sendo usados por geólogos como
indicadores para a presença de petróleo. O gênero
fóssil Numullites podia chegar a ter 18 cm de diâmetro,
o que para um unicelular é impressionante.
Radiolários e Heliozoários formam pseudópodes finos, eretos, flexíveis e sustentados por
feixes de microtúbulos internos, sendo chamados axópodes. Os heliozoários são comuns em
água doce, onde habitam o fundo ou raízes de plantas aquáticas como o água-pé. Em algumas
espécies há carapaça (exoesqueleto). Já os radiolários são comuns no plâncton marinho,
apresentam endoesqueleto de sílica e possuem formas geométricas muito variadas.


    Heliozoário              Algumas formas de radiolários

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*Cinetoplastídeos
Esse grupo possui flagelo usado para deslocamento
e apresentam uma única e grande mitocôndria na
base do flagelo, apresentando uma dilatação onde
fica o DNA. Essa zona na mitocôndria de grande
quantidade de DNA é chamada cinetoplasto. Anti-
gamente achava-se o cinetoplasto era responsável
pelo movimento do protozoário, porém, mesmo
após sabermos que não é, o nome continuou.

Cinetoplastídeos podem ser de vida livre (água doce, mar ou solo úmido) ou parasitas.
Os parasitas mais famosos são o Trypanosoma cruzi (causador da doença de Chagas),
Trypanosoma gambiense (causador da doença do sono), Leishmania brasiliensis e Leishmania
chagasi (causadores da úlcera de Bauru ou leishmaniose tegumentar e leishmaniose visceral,
respectivamente).

*Euglenoides
Também conhecidos como Euglehophyta, Apresentam dois flagelos que partem do saco
flagelar ou reservatório. Voltada para o citoplasma, apresentam uma película flexível formada
por fibrilas proteicas que dão forma mais constante à célula. Existem espécies fotossintetizantes
(apresentam estigma para percepção da luz) como a Euglena e a Phacus e heterótrofos, que se
alimentam de outros protistas. A Peranema é um exemplo de heterótrofo que se alimenta de
euglenas. Essas espécies vivem em água doce, mas são comuns exemplos em água salgada.
Também apresentam vacúolos para osmorregulação, como outros protistas. Muitas espécies
clorofiladas, na ausência da luz, podem ter forma alimentar heterotrófica por causa da
regressão do cloroplasto, que volta a se diferenciar e aparecer na presença da luz.

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Biologia – Eucariotos Protistas – Prof. Enrico Blota

*Ciliados
Deslocam-se ou obtêm alimentos por meio de cílios; é o único grupo que se mantém igual
à classificação tradicional, a qual propõe o agrupamento de todos os ciliados em um único
filo (Ciliophora). Podem ser encontrados em água doce, salgada, salobra e solos úmidos.
Existem espécies parasitas sendo a Balantitium coli a parasita do ser humano. Os gêneros mais
conhecidos de vida livre são o Paramecium e a Vorticella (imagens abaixo), que se alimentam de
material em suspensão na água e a Frontonia que é predador de outros protozoários. Usaremos
como base o Paramécio que apresenta estruturas típicas como o sulco oral, uma reentrância
ciliada onde o alimento entra no ser vivo; o citóstoma, onde o alimento penetra na célula;
citopígio ou citoprocto, por onde os restos não aproveitados são eliminados do vacúolo para
fora. Há também presença de vacúolos pulsáteis para osmorregulação e a presença de dois
núcleos, o macronúcleo (metabolismo) e o micronúcleo (participa do aumento de variabilidade
por conjugação).

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Conjugação no paramécio:

*Apicomplexos ou esporozoários

Não possuem estruturas especiais para deslocamento,


mas podem se deslocar por flexões do corpo ou desliza-
mento; obtêm alimentos principalmente por absorção ou
pinocitose; eram chamados de Sporozoa. São todos endo-
parasitas e completam seu ciclo de vida dentro de células
do seu hospedeiro. Seu ciclo de vida apresenta formas de
intensa multiplicação no interior do corpo dos organismos
parasitados (esquizogonia e esporogonia). Podem formar
estruturas de resistência (esporocistos) onde ficam os es-
porozoítos, uma das formas celulares dos esporozoários.
Os principais parasitas deste grupo são os seres do gênero “Toxoplasma no interior de uma
Plasmodium, causador da Malária (Maleita ou febre inter- célula após a reprodução”
mitente) e o Toxoplasma, causador da Toxoplasmose.

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Biologia – Eucariotos Protistas – Prof. Enrico Blota

Forma básica de um esporozoário

* Dinoflagelados
São também chamadas de Pyrrophyta (algas de
fogo) ou Dinophyta. Podem ser autótrofos, heteró-
trofos de vida livre, mutualistas e até parasitas de
protozoários, crustáceos e peixes. Entre os simbion-
tes mutualistas, destaque para as zooxantelas, que
vivem dentro de outros protistas ou até animais in-
vertebrados, como os corais.
Possuem endoesqueleto com sacos membranosos
associados à membrana plasmática e podem
conter depósitos de celulose. Muitas espécies
fazem parte do plânton marinho (gên. Ceratium Maré vermelha
é autótrofo e o gên. Noctiluca é heterótrofo com um tentáculo móvel). O gênero Noctiluca
apresenta bioluminescência, sendo a reação química dependente de uma substância chamada
luciferina que é oxidada pela enzima luciferase na presença de ATP e oxigênio, liberando a luz.
Isso também acontece com outros seres vivos. Algumas espécies são formadoras da MARÉ
VERMELHA.

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                          Noctiluca sp

Ciliados, apicomplexos e dinoflagelados estão intimamente ligados, principalmente, devido a


estruturas alveolares próximas da membrana plasmática. Devido a isso, esses três protistas são
incluídos em um grupo maior, conhecido como Alveolados.

Leitura obrigatória – Outros protistas

•• Bacillariophyta – Este filo é representado pelas Diatomá-


ceas, algas muito comuns no plâncton marinho e em água
doce. A maioria é autótrofa, mas existem espécies heteró-
trofas no sedimento marinho. A sua parede celular é rígida
(frústula ou carapaça), impregnada de compostos de sílica.
A frústula é composta por duas valvas que se encaixam. Há
muitas formas de vida neste grupo, não havendo um pa-
drão comum.
OBS: Após a morte das diatomáceas formam-se depósitos dessas carapaças, formando as terras
de diatomáceas, ou diatomito, que podem ser classificadas como um tipo de rocha sedimentar.
O diatomito pode ser usado como filtro e essas carapaças podem ser usadas como abrasivos e
até na produção de dentifrícios e cosméticos.


Diatomáceas

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Biologia – Eucariotos Protistas – Prof. Enrico Blota

•• Phaeophyta – Algas pardas. São multicelulares e de tamanho variado, podendo chegar de


microscópicos até mais de 60 metros. Ocorrem principalmente no ambiente marinho. Na
região Nordeste há tipicamente o Sargassume e a Padina. No Atlântico Norte forma-se
o Mar de Sargaço. Apresentam ramos diferenciados com função reprodutora e pequenas
vesículas cheias de gás que funcionam como flutuadores, mantendo a alga na superfície.
Em alguns ambientes costeiros e frios podemos encontrar algas pardas gigantes (Kelps) que
formam florestas aquáticas. São fonte de muitos produtos para a indústria para alginatos
(substâncias viscosas para fabricar o papel), estabilizadores de cremes dentais e sorvetes.
Os principais gêneros são o Macrocystis e Laminaria. A espécie Laminaria japônica (Kombu),
comum na China é usada na alimentação e seu alto teor de Iodo combate o Bócio.

Mar de Sargassum

•• Rhodophyta – Algas vermelhas. Maioria marinha. Existem


algumas espécies usadas na alimentação humana, como
no nori (gênero Porphyra), usada no sushi. Apresenta alto
teor de vitamina C, logo, é muito usada para combater o
escorbuto. A parede celular é formada por uma camada
interna e rígida de celulose e outra externa mucilaginosa
(com polissacarídeos ágar e carragenina). Usada na indústria
farmacêutica, cosmética e na preparação de meios de cultura
para bactérias. Certos grupos ainda apresentam carbonato
de cálcio na parede celular (algas vermelhas calcárias) que
auxiliam na formação de recifes.
•• Chlorophyta – Algas verdes. É o grupo mais diversificado de algas, com representantes
uni ou multicelulares e mais de 7 mil espécies. São marinhos, dulcícolas ou meio úmido
(cascas de árvores, barrancos). A Ulva (alface-do-mar) é um exemplo bem conhecido. A
parede celular é rica em celulose e algumas podem apresentar carbonato de cálcio (algas
verdes calcárias), comuns no litoral brasileiro. Podem também fazer parte da formação
mutualística dos líquenes.

Uma alga verde multicelular

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Ciclo de vida da Ulva

•• Charophyta – Algas carofíceas- São multicelulares e muito


aparentadas com as clorofíceas e com o reino vegetal.
Alguns botânicos recomendam que esse reino seja
expandido e que inclua, além das plantas atuais, clorofíceas
e carofíceas. Esse grupo de algas tem variação entre os
sistemas de classificação. Habitam principalmente águas
doces e salobras.

Resumo:

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Biologia

EUCARIOTOS FUNGOS

Os fungos possuem grande biodiversidade, com mais de cem mil espécies. São heterotróficos
que apresentam alimentação por absorção e digestão extracorpórea. Possuem parede celular
de quitina e reserva energética de glicogênio. Sua reprodução envolve a formação de esporos.
Quanto a sua formação celular podem ser unicelulares ou com o corpo formado por estruturas
chamadas hifas que se organizam dando origem ao micélio (conjunto de hifas).

O corpo do fungo é formado por esses filamentos delgados (hifas), formando o micélio, que
não é um tecido propriamente dito. Quanto aos fungos não formados por hifas o exemplo
mais comum é o Saccharomyces cerevisiae (levedura usada na fabricação de bebidas alcoólicas
– cerveja e produção de pão). Existem hifas que são septadas (com divisão no citoplasma
separando o núcleo) ou hifas não septadas – cenocíticas (onde vários núcleos ficam dispersos
na mesma massa citoplasmática).
No geral, quanto à formação do micélio, há hifas imersas no substrato (micélio vegetativo –
retiram alimento) e hifas fora do substrato (micélio reprodutivo – formador de esporos).
Os principais filos de fungos são:
1. Quitrídiomicetos – Uni ou multicelulares, apresentam flagelos. Ex. Chitridium

www.acasadoconcurseiro.com.br 1247
2. Zigomicetos – Maioria multicelulares. Podem atuar como decompositores, alimentando-se
de frutos e pães. Ex. Mucor

3. Glomerulomicetos – Maioria multicelulares. Conhecidos como fungos micorrízicos arbus-


culares (grande parte realiza associação micorriza- fungos associados as raízes das plantas).

4. Ascomicetos – É a maior biodiversidade do reino (mais de 60.000 espécies). Quando


há corpo de frutificação é em forma de saco. Inclui as leveduras fermentadoras do pão
(fungo unicelular Sacharomyces cerevisiae) e diversas espécies de grande importância
médica (fungo multicelular Penicilium notatum). Nesse filo há muitos exemplos usados
na alimentação (Morchella) e outros são alucinógenos (Claviceps). Há também o fungo
Candida albicans, causador da doença candidíase.

   
      Morchella

5. Basidiomicetos – Maioria multicelulares. Muitos são importantes como decompositores.


Quando há corpo de frutificação é em forma de chapeu. São os cogumelos e orelhas-de-
pau. Muitos são comestíveis (Champginon) e outros são alucinógenos (Amanita).

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Biologia – Eucariotos Fungos – Prof. Enrico Blota

Anotações:

Reprodução e ciclo de vida

Como forma assexuada, os fungos unicelulares podem fazer bipartição ou brotamento. Nos
multicelulares há produção de esporos. De modo sexuado é comum a plasmogamia, que
corresponde a fusão das hifas durante o ciclo de vida.

Ciclo de vida de um basidiomiceto e brotamento de uma levedura

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Importância
Os fungos são importantes fontes usadas na farmacologia, sendo constituintes básicos na
formação dos antibióticos usados no combate às bactérias. Exemplos como a Penicilina
(Penicilium notatum) e a Neomicina são amplamente usados.
Os fungos são decompositores e importantes nas cadeias alimentares servindo como fonte de
alimento e também no controle da população de outros seres, sendo parasitas de plantas e
animais.
O fungo Aspergillus pode contaminar as sementes de amendoim liberando aflatoxinas, que
pode levar a problemas hepáticos.
Queijos camembert e roquefort, além de bebidas alcoólicas são produzidos a partir de fungos.
Há importantes associações mutualísticas, como as micorrizas (fungos associados a raizes de
algumas plantas) e os Líquenes (associações de fungos com as algas), conforme abaixo. As
estruturas reprodutivas do liquens são os sorédios (forma assexuada de reprodução). Cada
sorédio apresenta células de algas envolvidas por hifas de fungos e são facilmente transportados
pelo vento. Existem 3 tipos de liquens: Crostoso (talo é fortemente aderido ao substrato);
folhoso (talo lembra folhas) e fruticoso (talo é ereto e semelhante a um arbusto).
Estrutura dos liquens:

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Biologia – Eucariotos Fungos – Prof. Enrico Blota

Estrutura das micorrizas:

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Biologia

TIPOS DE CICLOS DE VIDA

Os ciclos de vida dos seres vivos tem muita relação com os processos de divisão celular (mitose
e meiose), já que a produção de gametas, esporos ou até mesmo de organismos depende das
divisões celulares. Podemos diferenciar basicamente dois tipos de ciclo de vida:

1. Haplobionte

Indivíduos com ciclo haplobionte não variam a ploidia (organização cromossômica “n” ou
“2n”) ao longo do ciclo de vida. Se o organismo adulto for haploide (n), chamamos o ciclo
de haplobionte haplonte e se o organismo adulto for diploide (2n), chamamos o ciclo de
haplobionte diplonte. Observe abaixo os esquemas dos dois ciclos:

Haplobionte haplonte
A meiose neste ciclo ocorre na formação do zigoto, por isso é chamada de meiose zigótica,
também chamada de meiose inicial. Ocorre em diversas espécies de algas e alguns fungos.

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Haplobionte diplonte
A meiose deste ciclo ocorre na formação de gametas, por isso é chamada de meiose gamética,
também chamada de meiose final. Ocorre na maioria dos animais, incluindo a espécie humana.

2. Diplobionte

Ocorre variação de ploidia ao longo do ciclo de vida. Em algum momento teremos redução
cromossômica para uma fase de vida “n” e, em outro momento, uma fase de vida “2n” se
forma. A meiose que ocorre durante esse ciclo de vida é chamada de meiose espórica ou
meiose intermediária e é responsável por produzir esporos (células n). Ocorre em plantas,
certos fungos e algas.

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Biologia

DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO

A partir da fecundação inicia uma série de eventos que determinam o desenvolvimento


embrionário dos animais. Esses eventos dependem de divisões celulares e de diferenciações de
células em tecidos que darão origem ao organismo, formado por órgãos e sistemas.
Estudaremos o desenvolvimento embrionário dando ênfase para os aparelhos reprodutores
humanos, desenvolvimento embrionário, anexos embrionários e fecundação.
Abaixo um desenho dos primeiros momentos após a fecundação:

Os tipos de ovos

•• Oligolécito/isolécito/alécito: O ovo apresenta uma pequena quantidade de vitelo,


uniformemente distribuída.
Em alguns casos a taxa de vitelo é quase nula.

•• Heterolécito: O ovo tem uma quantidade intermediária de vitelo entre a dos mamíferos e
a das aves. Há dois polos, o animal com pouco vitelo e o vegetativo com maior quantidade.

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•• Telolécito: Esse tipo de ovo é riquíssimo em vitelo. A parte em que se localiza o núcleo
é o pólo animal; o restante, rico em vitelo, é o pólo vegetativo. Na maioria dos casos, o
embrião desenvolve-se principalmente fora da mãe.

•• Centrolécito: O ovo tem uma quantidade intermediária de vitelo, como ocorre nos anfíbios;
sua distribuição, no entanto, é diferente, concentrando-se ao redor do núcleo.

Clivagem ou segmentação

São as divisões do ovo após a fecundação. Pode


ser total ou holoblástica (todo o ovo se divide) ou
parcial ou meroblástica (parte do ovo se divide).
Ainda podemos classificar a holoblástica em igual ou
desigual e a meroblástica em discoidal e superficial,
conforme abaixo:
Holoblástica igual: Blastômeros em igual tamanho,
como o que ocorre em ovos oligolécitos, como na
imagem ao lado.
Holoblástica desigual: Blastômeros de tamanhos
diferentes (macrômeros e micrômeros), como o que
ocorre em ovos heterolécitos.
Meroblástica discoidal: Clivagens apenas na região do disco germinativo, como o que ocorre
em ovos telolécitos.

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Biologia – Desenvolvimento Embrionário – Prof. Enrico Blota

Meroblástica superficial: Clivagens na região superficial do ovo, como o que ocorre em ovos de
insetos.

O desenvolvimento embrionário

Após a fecundação começam as primeiras clivagens da célula inicial. Surgem as fases de mórula,
blástula, gástrula e nêurula, conforme abaixo.

•• Mórula: Maciço celular com poucas células. O termo foi adotado do latim e significa amora.
O embrião de um anfíbio, neste estágio, com 16 células, apresenta 2 mm.

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•• Blástula: Aumenta o número de células e forma-se uma cavidade interna cheia de líquido.
O termo blástula significa broto.
•• Gastrulação: Pode ocorrer de várias maneiras, porém a mais simples é a que ocorrem
por embolia ou invaginação. Nesse tipo de gastrulação, em determinado local do polo
vegetativo da blástula as células invaginam-se gradualmente para o interior da blastocele.
Forma-se então outra cavidade chamada arquêntero ou intestino primitivo, que se
comunica com o exterior por meio do orifício chamado blastóporo, que corresponde ao
local onde ocorreu a invaginação.

Neurulação: Após o final da gástrula (esquema acima), tem início a neurulação. É uma das fases
da organogênese onde a placa neural e as pregas neurais são formadas, e o fechamento que
forma o tubo neural. Neste processo, o embrião pode ser chamado de nêurula.

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Biologia – Desenvolvimento Embrionário – Prof. Enrico Blota

Desenvolvimento inicial geral nos mamíferos:

Folhetos germinativos e destino do blastóporo

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Quanto ao celoma

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Biologia

ANEXOS EMBRIONÁRIOS E FORMAÇÃO DE GÊMEOS

Os anexos embrionários são estruturas exclusivas dos vertebrados que auxiliam no


desenvolvimento do embrião. São responsáveis por hidratação, trocas gasosas, nutrição,
proteção e outras funções.

I – Saco vitelínico: envolve a gema, absorvendo os nutrientes da própria gema e da clara; os


nutrientes são transportados até o embrião por meio de vasos sanguíneos. Ocorre nos peixes,
répteis, aves e mamíferos.
II – Alantoide: forma-se a partir do arquêntero e assume um aspecto de saco; recebe e
acumula os excretas nitrogenados (ácido úrico), gerados pelo embrião. Ocorre nos répteis, aves
e mamíferos.
III – Âmnio: envolve o embrião, acumulando grande quantidade de líquido (a cavidade
amniótica). Protege o embrião contra desidratação e abalos mecânicos. Ocorre nos répteis,
aves e mamíferos.
IV- Cório ou serosa: envolve o embrião e todos os demais anexos; acaba por encostar na
membrana da casca. O cório é um elemento de proteção. Também ocorre em répteis, aves e
mamíferos.
Os mamíferos apresentam os mesmos anexos presentes em aves e répteis, porém o saco
vitelínico é uma bolsa sem vitelo em seu interior; os nutrientes são fornecidos pela mãe. Uma
nova estrutura – a placenta – permite a nutrição e a realização de trocas gasosas entre o sangue
da mãe e o sangue do filho; através da placenta ocorre a eliminação de excretas embrionários
para o sangue materno.

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A placenta resulta do desenvolvimento do cório em contato com o endométrio (camada
interna do útero). Formam-se as vilosidades coriônicas, que aumentam a superfície de contato,
facilitando as trocas de materiais entre sangue materno e sangue do embrião. Portanto a
placenta não é um anexo do embrião e sim materno-fetal.
O âmnio cresce e adere ao cório. O âmnio também envolve o alantóide e o saco vitelínico,
compondo o cordão umbilical, que liga o embrião à placenta.

O processo de fecundação

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Biologia – Anexos Embrionários / Fecundação e Formação de Gêmeso – Prof. Enrico Blota

Formação de gêmeos

•• Dizigóticos, fraternos ou diferentes – São gêmeos formados por, normalmente, duas


fecundações. Dois espermatozoides fecundam dois ovócitos diferentes (poliovulação)
resultando em filhos geneticamente distintos. Podem ser do mesmo sexo ou não.

•• Monozigóticos ou idênticos – São resultantes de uma única fecundação, portanto, um


espermatozoide fecunda um ovócito e gera dois ou até mais embriões (poliembrionia). São
sempre do mesmo sexo e com DNA idêntico.

Há três possibilidades de desenvolvimento desse tipo de gêmeo:

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Biologia

SISTEMA ENDÓCRINO

As glândulas do corpo humano podem ser exócrinas (com seus produtos de secreção sendo
lançados em um ducto) ou endócrinas (com seus produtos de secreção sendo lançados na
corrente sanguínea). O sistema endócrino é responsável por liberar substâncias na circulação
que atuam em diversas funções, como crescimento, transporte de substâncias, absorção de
cálcio, produção do leite, estímulo do metabolismo, dentre outras.

1*Hipófise ou Pituitária

•• Adenohipófise: Hormônios: prolactina, o hormônio do crescimento (somatotrofina ou STH


– GH), o tireotrófico (TSH), os gonadotróficos (FSH e LH) e o adrenocorticotrófico (ACTH).
•• Neurohipófise: Esta região da hipófise não produz seus hormônios, que são produzidos no
hipotálamo. Logo, ela apenas armazena e secreta os hormônios vasopressina (ADH ou anti-
diurético) e o hormônio oxitocina.

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2*Pineal

Está relacionada aos ciclos circadianos (ritmos biológicos) como a atividade sexual e reprodutora
dentre outras funções. Produz o hormônio melatonina com função de regular o sono nos
humanos.

3*Timo

É um órgão linfático com função de maturação das células de defesa (linfócitos T). Produz o
hormônio timosina que auxilia nessa função.

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Biologia – Sistema Endócrino – Prof. Enrico Blota

4*Tireoide

Hormônios T3, T4 e calcitonina. Os hormônios T3 e T4 atuam no metabolismo basal enquanto a


calcitonina atua na diminuição de cálcio do sangue.

   
                      Exoftalmia, um dos distúrbios da tireoide

5*Paratireoides

Hormônio paratormônio (ou paratireoidina). Esse hormônio é antagônico da calcitonina.

6*Adrenais

Medula (parte interna) e Córtex (parte externa). Essas duas regiões secretam hormônios
completamente diferentes e comportam-se como duas glândulas. O córtex secreta três
tipos de hormônios: os glicocorticóides (cortisol), os mineralocorticóides (aldosterona) e os
androgênios e a medula secreta as catecolaminas (adrenalina ou epinefrina e noradrenalina ou
norepinefrina)

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7*Pâncreas (Ilhotas Pancreáticas)

Dois hormônios: insulina (produzida nas células beta) e glucagon (produzido nas células alfa),
que atuam no metabolismo da glicose.

8*Gônadas (ovários e testículos)

Os ovários produzem a progesterona e o estrogênio, ambos com muita influência no ciclo


menstrual e os testículos produzem a testosterona.

  

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Biologia

SISTEMA NERVOSO

Tem por função receber, associar, armazenar ou emitir informações garantindo assim a
homeostase e neurossecreção.

   

  

É dividido didaticamente em dois, o Sistema Nervoso Central, destacando o hipotálamo,


cérebro, cerebelo, ponte e bulbo; e o Sistema Nervoso Periférico, formado por gânglios
nervosos e nervos, sendo 12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos raquidianos. Os
tipos celulares são os neurônios e as células glia, que compõem o tecido nervoso. Observe a
divisão básica.

  

Divisão do sistema nervoso:

1. Parte Central – Sistema nervoso central (SNC)


A caixa craniana protege o encéfalo assim como a espinha dorsal protege a medula espinhal.
Todo o sistema nervos é protegido por três membranas chamadas meninges (dura-máter –
mais externa, aracnóide – mediana e pia-máter – mais interna). Nas meninges também há o
líquido cefalorraquidiano ou líquor que protege o sistema de impactos. A análise desse líquido
permite saber se há ou não meningite.

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•• Encéfalo – cérebro, cerebelo e tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo raquidiano)
•• Medula Espinhal

2. Parte periférica – Sistema nervoso periférico (SNP) – Gânglios e Nervos

Anotações:

  

3. Parte autônoma – Sistema nervoso autônomo (SNA)

Todos os órgãos viscerais têm uma regulação autônoma, independente de um controle


voluntário. Respiração e movimentos peristálticos, por exemplo, não dependem do sistema
nervoso voluntário. São controlados pelo SNA. Os nervos e os gânglios do SNA estão reunidos
em dois grupos: Os do sistema simpático e os do sistema parassimpático.

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Biologia – Sistema Nervoso – Prof. Enrico Blota

Reflexo
É um ato involuntário e rápido que visa uma proteção ou adaptação do organismo quando
recebemos um estímulo periférico. Ocorre por estimulação física ou química e depende de uma
série de estruturas para que se efetive a reação ou ação reflexa. Essas estruturas constituem o
arco reflexo simples (que é o trajeto percorrido pelo impulso nervoso).

Leitura Obrigatória – Aparelho sensorial


Para que os processos de recepção a estímulos externos ocorram, necessitamos de receptores
sensoriais, estruturas que têm a função de receber um estímulo e transformá-lo em impulso
nervoso, que é processado nos centros nervosos cerebrais. Informado sobre as alterações
do seu interior e as do ambiente, o corpo inicia as reações de adaptação às novas condições.
Alguns envolvidos no aparelho sensoriais são os mecanorreceptores que corrrespondem aos
receptores de pressão (ex: na pele), quimiorreceptores que correspondem aos receptores de
substâncias químicas (ex. lingua e cavidade nasal), fotorreceptores que são receptores de luz
(ex: células da retina do olho) e termorreceptores que são receptores de calor ou frio.

Como funciona o aparelho sensorial?

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Receptores cutâneos
 

Visão – Para atingir a retina, o feixe de luz inicia o trajeto pela córnea (capa protetora do
cristalino). Logo atrás da pupila está o cristalino, que é uma lente biconvexa que torna o feixe
de luz convergente, permitindo a formação da imagem na retina. Na retina existem os cones
(responsáveis pela visão em cores) e os bastonetes (responsáveis pela visão noturna). Assim,
a luz atravessa esse sistema de lentes até chegar à retina. Através do nervo óptico a atividade
elétrica é endereçada até o lobo occipital no cérebro, que forma a imagem corretamente. Na
retina, há a fovea centralis que é a região rica em células fotorreceptoras. No ponto cego não
tem células fotorreceptoras.

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Biologia – Sistema Nervoso – Prof. Enrico Blota

  Os  olhos  são  revestidos  pela  conjuntiva,  uma  membrana  transparente  com  finíssimos  vasos  sanguíneos.  
Sob  a  conjuntiva  encontram-­‐se    três  camadas  de  tecidos:  a  esclerótica,  a  coróide  e  a  retina.

OBS.: Outros defeitos relacionados à visão são presbiopia (vista cansada), glaucoma (aumento
da pressão), conjutivites (irritações ou inflamações da conjuntiva), tracoma (infecção grave na
conjuntiva) e catarata (perda da transparência do cristalino).
Audição – A orelha é o órgão do equilíbrio e também da captação do som e transformação
em atividade elétrica. Assim, é mecanorreceptor, pois percebe ondas sonoras que provocam
deformações em suas estruturas. Apresenta três regiões: Orelha externa, orelha média e orelha
interna.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1273
 

Como a orelha atua no equilíbrio? O labirinto é uma região importante na orelha interna.
Formado por uma câmara, o vestíbulo, ligada a três canais semicirculares. Na base de cada
canal há uma dilatação, a ampola, e internamente a ela, grupos de neurônios, os neuromastos,
semelhantes aos da linha lateral dos peixes. O labirinto é preenchido pela endolinfa, onde ficam
dispersos grânulos de carbonato de cálcio, os otólitos, que são responsáveis pela estimulação
dos neuromastos quando há uma corrente ou deslocamento de endolinfa. O ramo vestibular do
nervo auditivo leva ao cérebro os impulsos nervosos que nos dão a percepção dos movimentos
e da nossa posição em relação à força de gravidade possibilitando o equilíbrio e a postura.
Olfato – Para sentirmos o cheiro dos alimentos e das partículas presentes no ar devemos ter os
seguintes eventos:
1. As moléculas odofíferas penetram na cavidade nasal
2. Os pêlos olfatórios possuem receptores para tipos específicos de moléculas odofíferas
3. Os potenciais de ação produzidos pela ligação entre as moléculas odofíferas e os receptores
são transmitidos pelas células olfatórias até o bulbo olfatório
4. Os interneurônios no bulbo olfatório integram a informação oriunda das células olfatórias

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Biologia – Sistema Nervoso – Prof. Enrico Blota

Paladar

O gosto relaciona-se à percepção de soluções que entram em contato com as células sensoriais,
de forma semelhante ao que ocorre com o olfato. Na língua, a células sensoriais que são
estimuladas pelas substâncias que entram na boca, o que gera um impulso nervoso. De cada
botão gustativo sai uma fibra nervosa, que é um ramo de um nervo craniano e, assim, o impulso
nervoso chega ao cérebro, onde temos a consciência do gosto.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1275
Biologia

SISTEMA DIGESTÓRIO

Tem por função tornar as macromoléculas, retiradas dos alimentos, em compostos aproveitáveis
pelas células. Para tal processo são necessários dois mecanismos: digestão mecânica
(mastigação, deglutição e o peristaltismo exercido pelo sistema nervoso autônomo) e digestão
química (processos enzimáticos exercidos pela produção da saliva – na boca; quimificação –
processo estomacal e quilificação – processo intestinal).

Para que ocorram todos os processos digestivos perfeitamente são necessárias diversas
enzimas, hormônios, sais e diversas outras substâncias produzidas pelos órgãos do tubo
digestivo. O pH ideal para cada enzima difere em cada região. A amilase salivar atua em pH
neutro (6,8-7,0), a pepsina atua em pH ácido (2,0) e as enzimas que atuam do intestino em pH
alcalino (8,0). A digestão inicia na boca com ação da amilase salivar e, após a deglutição, segue
a digestão no estômago e intestino com auxílio do pâncreas e do fígado.
Observe as imagens do tubo digestivo e faça anotações referentes à aula:

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Boca e glândulas

Estômago

  

Intestino

Anotações:

  

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Biologia – Sistema Digestório / Sistema Excretor – Prof. Enrico Blota

Hormônios da digestão

Anotações:

   

Resumo das principais enzimas e órgãos do tubo digestivo

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SISTEMA EXCRETOR
Formado por dois rins, dois ureteres, bexiga e uretra. Apresenta um grande papel na
manutenção de uma composição relativamente estável dos fluidos orgânicos. As principais
funções são a eliminação de substâncias tóxicas resultantes do metabolismo das proteínas,
especialmente a amônia, a uréia e o ácido úrico; eliminação de substâncias estranhas (como
drogas, por exemplo); manutenção do equilíbrio hidrossalino (osmorregulação); regulação do
volume sanguíneo; manutenção do equilíbrio ácido-básico, mantendo um pH por volta de 7,4
nos fluidos orgânicos.

Os rins são órgãos pares e são protegidos externamente por uma resistente cápsula de tecido
conjuntivo fibroso. Internamente podemos dividir o rim em uma zona cortical (córtex-periferia)
e uma zona medular (centro). Suas unidades excretoras, na realidade microfiltros, são os
néfrons (cerca de 1 milhão em cada rim).

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Biologia – Sistema Digestório / Sistema Excretor – Prof. Enrico Blota

Processos de formação da urina:

1. Filtração
O capilar de entrada no glomérulo apresenta alta pressão arterial, tornando eficiente a filtragem
do plasma. O líquido filtrado (filtrado glomerular) contém água, sais, glicose, aminoácidos,
vitaminas, uréia, etc. As proteínas, pelo grande peso molecular, não atravessam o endotélio
capilar e o epitélio pavimentoso, portanto sua presença na urina indica lesões nos rins (nefrites).

2. Reabsorção
Ao longo dos túbulos do néfron, ocorre reabsorção de algumas substâncias que saem do capilar
glomerular. Algumas delas são reabsorvidas por transporte ativo (glicose, aminoácidos, sódio e
outros íons – eletrólitos), outras são arrastadas passivamente (osmose – água). Existe ainda o
processo de secreção ativa (excreção ativa), feita do plasma para o interior dos túbulos distais,
eliminando o íon H+, que deixa a urina ácida.
Sistema Renina – Angiotensina – Aldosterona

  

Anotações:

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Biologia

SISTEMA CIRCULATÓRIO

O sistema circulatório humano apresenta artérias (que partem do coração para o corpo
e suportam mais pressão) e veias (que chegam no coração trazendo sangue dos órgãos e
suportam menos pressão). As artérias se ramificam em arteríolas e os capilares unem-se
constituindo vênulas que encontram as veias. A parede dos capilares é muito fina, formada por
epitélio simples pavimentoso (endotélio). Através dele ocorre contínua troca de substâncias
por difusão, entre o plasma e os líquidos intercelulares.

A contração (sístole) do miocárdio determina uma pressão no sistema arterial ligado aos
ventrículos. Essa pressão arterial é medida no momento da sístole (pressão sistólica) e é de
aproximadamente 120 mmHg e cai para cerca de 80 mmHg no momento do relaxamento
(diástole-pressão diastólica). O número de contrações por minuto é chamado de frequência
cardíaca e a quantidade de sangue que metade do coração (um ventrículo) pode bombear em
1 minuto é chamado de débito cardíaco.

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Movimentos do coração

Controle do coração

Anotações:

  

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Biologia – Sistema Circulatório / Sistema Respiratório – Prof. Enrico Blota

Leitura obrigatória

Sistema linfático
Formado pela linfa, vasos e órgãos linfáticos. Os capilares linfáticos estão presentes em quase
todos os tecidos do corpo. Capilares mais finos vão se unindo em vasos linfáticos maiores, que
terminam em dois grandes dutos principais: o duto torácico (recebe a linfa procedente da parte
inferior do corpo, do lado esquerdo da cabeça, do braço esquerdo e de partes do tórax) e o
duto linfático (recebe a linfa procedente do lado direito da cabeça, do braço direito e de parte
do tórax), que desembocam em veias próximas ao coração. A linfa é o líquido que circula nos
vasos. Sua composição é semelhante à do sangue, mas não possui hemácias, apesar de conter
glóbulos brancos sendo a maioria linfócitos.

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SISTEMA RESPIRATÓRIO

Constituído por um conjunto de canais, cujas últimas e finas ramificações, os bronquíolos,


terminam em câmaras microscópicas, os alvéolos. Existem milhões deles e são responsáveis
pelas trocas gasosas (hematose).

Anotações:

   

Os movimentos respiratórios são controlados pelo “bulbo”. Para equilíbrio do pH, uma elevação
da concentração de gás carbônico, diminuição da concentração de oxigênio e excesso de íons
H+ no sangue (acidez) estimulam o bulbo. Já uma diminuição de gás carbônico, aumento da
concentração de oxigênio e diminuição de íons H+ (alcalose) inibem o bulbo.

Os movimentos respiratórios

1286 www.acasadoconcurseiro.com.br
Biologia – Sistema Circulatório / Sistema Respiratório – Prof. Enrico Blota

A maior parte de oxigênio é transportada pela hemoglobina (oxiemoglobina) e o gás


carbônico é transportado em sua maior parte na forma de bicarbonato, em parte pela
hemoglobina (carboemoglobina) e uma pequena porção dissolvida no plasma. Pode formar-se
a carboxiemoglobina na presença de CO (monóxido de carbono) que apresenta uma ligação
estável com a hemoglobina.

O transporte de CO2

Anotações:

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Biologia

ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS – INTRODUÇÃO

A Ecologia é a ciência que estuda as relações dos seres vivos entre si e com o ambiente.
Está envolvida no estudo as relações que uma ou mais espécies têm com os outros seres de
um ecossistema. Também pode estudar a influência ambiental sobre os organismos desse
ecossistema, bem como os problemas ambientais ocasionados pela ação antrópica em uma
determinada região. Assim, ela estuda o ambiente nos aspectos físico, químico e biológico. A
palavra foi criada pelo biólogo alemão, discípulo de Darwin, E. Haekel, em 1866, para designar
a ciência das relações do organismo com o meio ambiente.

Para compreender melhor, observe a foto abaixo que apresenta um recife de corais, um
verdadeiro ecossistema natural. Nele, há peixes que dependem uns dos outros como fonte
alimentar (predatismo) e muitas formas de vida encontram esconderijos nos corais. Esse
ambiente também sofre interferência da temperatura da água, pH e outros fatores sem vida
que influenciam os seres vivos.

Ao longo dos nossos estudos, vamos compreender os conceitos fundamentais em ecologia e


todas as relações que podem ser feitas envolvendo a manutenção desses ambientes naturais,
como se formam, entre outras importantes considerações que enriquecem o estudo para
nossas provas.

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Vocabulário

BIOSFERA – Espaço ambiental terrestre em que existe vida. É a esfera da vida.

ESPÉCIE – Formam uma mesma espécie aqueles organismos capazes de reproduzir e formar
descendentes férteis. É nativa quando for de uma região de origem, ou exótica quando for
invasora e/ou introduzida pelo homem.

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Biologia – Introdução – Prof. Enrico Blota

POPULAÇÃO – É o conjunto dos indivíduos da mesma espécie que vivem em um território,


cujos limites são geralmente os da biocenose da qual esta espécie faz parte.
BIOTA, COMINIDADE OU BIOCENOSE – Conjunto de seres vivos (populações diversas) de um
mesmo biótopo em equilíbrio.

BIÓTOPO – Espaço limitado onde vive uma biocenose. Leva-se também em conta o ambiente
físico (solo, por exemplo) e os fatores abióticos presentes no ecossistema (umidade,
temperatura...).

ECOSSISTEMA – A biocenose e seu biótopo constituem dois elementos inseparáveis que


reagem um sobre o outro, para produzir um sistema mais ou menos estável que recebe o nome
de ecossistema. Podemos dizer que o ecossistema é “biótopo + comunidade”.

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BIOMA – Comunidade biótica que se caracteriza pela uniformidade fisionômica da flora e da
fauna que a formam e se influenciam mutuamente. Ex. Floresta tropical, Floresta temperada,
tundra...

FATORES BIÓTICOS E ABIÓTICOS – Bióticos são os seres vivos de um ecossistema e abióticos


(não vivos) são fatores que, assim como os bióticos, também atuam no equilíbrio do
ecossistema, como luz, umidade, pressão, temperatura, pH, entre outros.
HÁBITAT – Lugar onde vive uma espécie. Ex. Pássaros que
habitam a copa de uma árvore em uma mata.
NICHO ECOLÓGICO – É o papel que o organismo desem-
penha no ecossistema. É um conceito amplo que também
inclui o modo de vida de uma espécie. O conhecimento de
nicho ecológico permite responder às seguintes questões:
como, onde e à custa de quem a espécie se alimenta, quem
é o predador, como e onde descansa e se reproduz.

Anotações

1292 www.acasadoconcurseiro.com.br
Biologia

ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS –


TEIAS ALIMENTARES, FLUXO DE ENERGIA E PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

Em um ecossistema temos diversos tipos de seres, podendo ser autótrofos ou heterótrofos,


fotossintetizantes ou quimiossintetizantes, dentre outras características. Há também a presença
dos decompositores que atuam na ciclagem dos nutrientes para o ecossistema. Assim, os seres
vivos são divididos em níveis tróficos:
Produtores: Estão representados pelos vegetais e pelas algas, pois são organismos que realizam
fotossíntese, isto é, transformam a energia luminosa em energia química (glicose) e, por isso,
são chamados de autótrofos. Algas são produtores em ecossistemas aquáticos
Consumidores: estão representados pelos animais, que podem ser herbívoros, carnívoros ou
onívoros e serem de diversos níveis tróficos (segundo, terceiro, quarto...). São organismos
heterótrofos, pois não são auto-suficientes em termos alimentares, isto é, dependem direta
ou indiretamente de um produtor para se alimentarem. Os herbívoros, como gafanhoto, vaca,
coelho, entre outros, são denominados consumidores primários (e do segundo nível trófico),
por alimentarem-se diretamente dos produtores. Os carnívoros, como o gavião, o leão e o
lobo, podem ser consumidores secundários(terceiro nível trófico), terciários (quarto nível
trófico) e assim por diante, de acordo com sua fonte de alimento. Os onívoros são os animais
que apresentam uma dieta bastante variável, alimentando-se de carne, leite, ovos, legumes,
verduras, frutos , sementes, etc.
Decompositores: São os microrganismos, como fungos e bactérias, que realizam a decomposição
da matéria morta, permitindo a sua reutilização na forma de água, gás carbônico, amônia, etc.
Como os decompositores atuam sobre os diferentes tipos de matéria orgânica, podem ocupar
diferentes níveis alimentares (tróficos). Enquadram-se sempre no último nível trófico.

A energia flui do produtor


para os decompositores e
NUNCA CICLA.

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Cadeias e teias alimentares

Na comunidade biótica do ecossistema, existem, em geral, várias espécies de produtores, de


consumidores e de decompositores. Por definição, os produtores fazem parte do primeiro nível
trófico, os herbívoros do segundo nível trófico, os consumidores secundários do terceiro nível
trófico e assim sucessivamente. Os decompositores podem ocupar diferentes níveis tróficos de
acordo com sua fonte de alimento. Os decompositores só não podem ocupar o primeiro nível
trófico. Percebe-se que, nos ecossistemas, o número de níveis tróficos varia de acordo com as
cadeias alimentares estudadas. Uma cadeia leva apenas um único sentido (por exemplo: capim-
gafanhoto-anfíbio) e a teia alimentar apresenta amplas relações com diversos participantes.

Cadeia alimentar Teia alimentar

Pirâmides ecológicas
As cadeias alimentares são colocadas em esquemas gráficos (diagramas) chamados de pirâmi-
des ecológicas. Podem ser de três tipos: Biomassa, número e energia.
Pirâmide de números: Leva em conta o número de indivíduos em uma cadeia alimentar. Este
número é variável em cada ecossistema. Assim, em um campo temos um maior número de
produtores se comparados aos consumidores. Porém, em uma floresta podemos ter, em uma
única árvore, muitos pássaros, o que leva a uma inversão da pirâmide. Observe abaixo:

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Biologia – Cadeias e Teias Alimentares / Pirâmides Ecológicas – Prof. Enrico Blota

Pirâmide de biomassa: Leva em consideração a massa correspondente à matéria orgânica dos


indivíduos (biomassa) de cada nível trófico. Normalmente, a pirâmide de biomassa apresenta
a base maior e o ápice menor porque é comum considerarmos que uma biomassa maior sus-
tenta uma biomassa menor ao longo das cadeias alimentares. Porém, observa-se uma inversão
desta regra em alguns ambientes aquáticos.

Anotações

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Pirâmide de energia: Na pirâmide de energia, o nível do produtor corresponde à quantidade
de energia armazenada nos alimentos produzidos pelos autótrofos através da fotossíntese
para a comunidade, em uma determinada área, num certo intervalo de tempo. Essa energia
armazenada no produtor passa gradativamente para o consumidor primário, deste para o
secundário e assim até chegarmos ao topo da cadeia alimentar. Do total de energia armazenada
pelos autótrofos na matéria orgânica produzida pela fotossíntese, parte ele mesmo consome
na respiração para se manter vivo. Portanto, só é passado para o nível trófico seguinte o que o
produtor não consumiu. A energia vai sendo reduzida à medida que se afasta do produtor até o
último consumidor. Assim, teremos uma única forma desta pirâmide, conforme abaixo:

Em torno de 10% da energia flui de um nível para o outro.

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Biologia

ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS- SUCESSÃO ECOLÓGICA

Alterações graduais, ordenadas e progressivas no ecossistema resultante da ação contínua dos


fatores ambientais sobre os organismos e da reação destes últimos sobre o ambiente. É uma
sucessão de comunidades em determinado local, até o estabelecimento de uma comunidade
estável, que recebe o nome de COMUNIDADE CLÌMAX.

A sucessão ecológica é dividida em três estágios:

1. Comunidade pioneira (ECESE) – Primeiros organismos a se instalarem em uma região. Como


por exemplo, liquens em rochas ou gramíneas numa área nua. Insetos e outros invertebrados
também podem ocupar o ambiente em sucessão durante esta fase. À medida que há evolução
do ecossistema, novos animais e outros seres vivos ocupam a área.
2. Comunidade intermediária (ESTÁGIOS SERAIS OU SERE) – Representada por vegetação ar-
bustiva e herbácea. Nesta etapa ocorrem profundas mudanças no ecossistema, com aumento
da diversidade através do surgimento de novas espécies.
3. Comunidade final (CLIMAX) – Aqui, a comunidade atinge o auge da diversidade, podendo
ocorrer em ecossistemas sem muita riqueza de espécies, como em pequenas regiões de cam-
pos ou até em climas semi-árido.
OBS: DURANTE A FORMAÇÃO DAS COMUNIDADES CLÍMAX HÁ UM GRADUAL AUMENTO DA DIVERSIDADE DE
ESPÉCIES, OCORRENDO ESTABILIDADE AO FINAL. HÁ UM AUMENTO DA BIOMASSA E UM AUMENTO DA COMPLE-
XIDADE DAS TEIAS ALIMENTARES, SURGINDO NOVOS NICHOS ECOLÓGICOS AO LONGO DESSA EVOLUÇÃO.

Outras considerações: Uma sucessão em um substrato aberto recebe organismos que se es-
tabelecem inicialmente. Durante esse tempo inicial podem ocorrem alterações nas condições
ambientais que promovem a manutenção ou eliminação desses organismos, para que na pró-
xima etapa haja uma estabilização da comunidade e das condições do meio. Assim, durante
toda a sucessão, há uma diminuição na variabilidade das condições ambientais e um aumento
estrutural e funcional do ecossistema.

A sucessão pode ser primária ou secundária:

Sucessão primária: em substratos não previamente ocupados por organismos. Ex.: afloramentos
rochosos, exposição de camadas profundas de solo, depósitos de areia, lava vulcânica recém
solidificada.

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Sucessão secundária: em substratos que já foram anteriormente ocupados por uma comunidade
e, consequentemente, contêm matéria orgânica viva ou morta (detritos, propágulos). Ex: após
uma queimada, em áreas desmatadas, áreas de plantações abandonadas, etc.

ATENÇÃO: Eventos que ocorrem ao longo de uma sucessão:

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Biologia – Sucessão Ecológica – Prof. Enrico Blota

Você sabe o que é um ecótone?


Ecótone (ou ecótono) é uma área de transição ambiental entre dois ecossistemas. Nele, as
comunidades ecológicas das diferentes áreas entram em contato, determinando que nessa
área de ecótone haja uma grande biodiversidade. Abaixo, alguns locais de ecótones:

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Biologia

ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS –


POPULAÇÕES E INTERAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS

Populações

Uma população é um conjunto de indivíduos da mesma espécie que vive em um mesmo local
ao mesmo tempo. Uma população é caracterizada pela sua densidade, taxa de natalidade,
de mortalidade, distribuição etária, potencial biótico, dispersão, formas de crescimento e
sobrevivência.

Fatores que interferem no tamanho das populações

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A taxa de imigração é a velocidade com que indivíduos, provenientes de outras áreas, são
incorporados a uma população. A taxa de emigração é a velocidade com que indivíduos de
uma população saem para outras áreas. Assim, natalidade e imigração tendem a aumentar a
densidade populacional, enquanto a mortalidade e emigração tendem a diminuir a densidade
populacional.

Potencial biótico

ATENÇÃO: Existem diversos fatores que influenciam ou limitam o crescimento populacional.


Os principais encontram-se abaixo:
Fatores bióticos: predatismo, parasitismo e competição
Fatores abióticos: temperatura, luz, salinidade, pressão, umidade e disponibilidade de
nutrientes.

Relações entre os seres vivos

Representam as interações entre os seres vivos em um determinado ecossistema.

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Biologia – Relações Ecológicas / Estudo das Populações – Prof. Enrico Blota

Podem ser divididas da seguinte forma:

Intra-específicas
São aquelas que ocorrem entre indivíduos da mesma espécie. Estas relações ecológicas podem
ser do tipo harmônicas (sem prejuízo entre os envolvidos - positivas) ou desarmônicas (com
prejuízo - negativas).

Interespecíficas
Ocorrem entre indivíduos de espécies diferentes e também podem ser harmônicas ou
desarmônicas.

Relações Intraespecíficas Harmônicas: sociedade, colônia e gregarismo.


Sociedades – São indivíduos que estão unidos formando uma população que divide as tarefas.
Há uma divisão de trabalho e existem várias funções (castas). Normalmente os indivíduos são
morfologicamente diferentes. São exemplos de sociedades os cupins, as formigas, as abelhas e
muitos outros animais.
Observe as diferentes formas de castas nos cupins:
Rei (macho pequeno à esquerda) e Rainha (fêmea ao lado do macho) reproduzem e dão origem
a mais três formas de vida. De cima para baixo: ninfa reprodutora, operário e soldado.

Em abelhas:

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Colônias – Indivíduos coloniais apresentam-se unidos anatomicamente e podem formar
colônias heteromórficas (seres diferentes, como ocorre no cnidário Obelia- figura abaixo) ou
isomórficas (seres iguais, como nas esponjas e bactérias).

Gregarismo – Neste caso de interação os seres vivos envolvidos se unem para um benefício
comum, que pode ser, por exemplo, a alimentação. Os golfinhos durante uma caçada unem-se
ao redor de um cardume para se alimentar. Já os lobos fazem gregarismo para caçar um animal
maior.

Relações Intraespecíficas desarmônicas: competição e canibalismo


Competição – Normalmente quando dois indivíduos da mesma espécie ocupam o mesmo nicho
ecológico há competição entre eles. Alguns recursos como alimento, acasalamento e território
são importantes motivos para haver competição. Um exemplo comum é a disputa, entre dois
ou mais vegetais da mesma espécie, por espaço em um mesmo ecossistema.

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Biologia – Relações Ecológicas / Estudo das Populações – Prof. Enrico Blota

Canibalismo – Há casos de canibalismo quando um individuo mata outro da mesma espécie.


É uma forma de alimentação ou redução de uma futura competição. Ocorre, por exemplo, na
aranha “viúva-negra” e em gafanhotos, onde as fêmeas matam o macho durante ou após a
cópula. Observe a foto abaixo, onde um dos representantes está sem uma parte do corpo, inge-
rida pela fêmea na cópula. O canibalismo também é observado entre alguns felinos.

Relações Interespecíficas Harmônicas: forésia, protocooperação, mutualismo,


inquilinismo, comensalismo
Forésia – Dizemos que houve forésia quando um ser vivo utiliza-se de outro como meio de
transporte. É o caso de animais que promovem a dispersão de sementes e vão disseminando
os seres vivos de outras espécies. Veja o peixe rêmora que pode ser transportado pelo tubarão.

Protocooperação – Um ser vivo tira vantagens de outro, que também se beneficia. É uma união
temporária para benefício mútuo (coexistem temporariamente). São exemplos os pássaros que
come carrapatos no dorso dos vertebrados, o crocodilo e o pássaro-palito, a anêmona e o crus-
táceo eremita, entre outros.

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Mutualismo – Neste caso dois seres vivos estão associados obrigatoriamente e de forma vital,
a ponto de não sobreviverem separadamente. Ambos estão beneficiados, como é o caso das
micorrizas (raízes de plantas com fungos) e outros exemplos como as bactérias que vivem no
intestino dos humanos e até protozoários que vivem nos cupins.

Inquilinismo – Relação em que um ser vivo vive junto a outro recebendo, em muitos casos
suporte para viver e, em outros casos, proteção. Quando plantas vivem de forma harmônica
junto a outras, dizemos que há um caso de epifitismo e a planta então é uma epífita (como a
orquídea em uma figueira). Se estivermos tratando de animais, dizemos que está havendo um
caso de epizoísmo (como as cracas nas baleias).

Comensalismo – Alguns animais aproveitam-se de restos deixados pela alimentação de outros.


“Aqueles que comem restos” são chamados de comensais. É uma relação que envolve alimen-
tação. São comensais as hienas que comem restos, algumas aves, a rêmora que come os restos
do tubarão, entre outros. Na imagem abaixo, as garças boiadeiras comem restos de gado bovi-
no, já que o gado mata muitos insetos e outros seres enquanto come a pastagem.

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Biologia – Relações Ecológicas / Estudo das Populações – Prof. Enrico Blota

Relações Interespecíficas Desarmônicas: competição, parasitismo, esclavagismo,


amensalismo, herbivoria, predatismo,.
Competição interespecífica – Da mesma forma que a intraespecífica, os envolvidos disputam
recursos do meio, porém são de espécies diferentes. O gafanhoto e o gado bovino competem
pela vegetação e o homem e outros animais competem por espaço. Este princípio é chamado
”Princípio de Gause” ou princípio da exclusão competitiva. Na imagem abaixo, formou-se um
ambiente desfavorável para a leoa durante sua alimentação, já que a hiena se aproximou, ca-
racterizando uma competição por um recurso alimentar.

Parasitismo – Um organismo é chamado de parasita quando retira energia de outro (que é


prejudicado). Há casos de parasitas que ficam externamente ao hospedeiro (ectoparasitas, como
a sanguessuga) e casos de parasitas que ficam internamente no hospedeiro (endoparasitas,
como as tênias).

Pulgões sugando seiva de um vegetal

Esclavagismo – Esta curiosa relação envolve uma espécie que se beneficia do trabalho de outra
(que se comporta como escrava). Alguns insetos escravizam larvas de outros insetos para obter
trabalho. Também é comum ocorrer esse comportamento com algumas espécies de aves. É
comum chamar a relação de sinfilia.

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Amensalismo (antibiose) – Relação em que uma espécie bloqueia o crescimento ou a reprodução
de outra. Ocorre liberação de substâncias tóxicas para ocorrer tal inibição. A penicilina é retirada
a partir de um fungo (Penicilium notatum) e é utilizada para inibição do crescimento bacteriano
em um doente. Já a maré-vermelha é a proliferação excessiva de dinoflagelados no ambiente.
Isso acarreta a liberação de toxinas que provocam a morte de diversos organismos. Na foto, a
mancha na água é resultante da proliferação desses dinoflagelados.

Herbivoria – Relação ecológica que envolve espécies que alimentam-se dos produtores (como
os vegetais). São animais herbívoros o panda, o boi, o gafanhoto, o homem e diversas outras
espécies.

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Biologia – Relações Ecológicas / Estudo das Populações – Prof. Enrico Blota

Predatismo – Um indivíduo mata outro de outra espécie para alimentar-se. Há na natureza


muitos casos de predatismo. São importantes meios para controle das populações de predado-
res e de presas.

Leitura complementar: Controle biológico e algumas curvas de crescimento


de populações

É um método natural de controle populacional de animais, microrganismos e plantas. Baseia-se


no conhecimento de relações ecológicas desarmônicas (competição, parasitismo, predatismo,
amensalismo) entre espécies. Com esse conhecimento, uma espécie parasita, competidora ou
predadora é introduzida em um ecossistema para impedir ou equilibrar o desenvolvimento de
uma outra espécie em questão. Substitui em muitos casos o uso de pesticidas e outros pro-
dutos químicos que podem trazer sérios danos ao ecossistema. O controle biológico deve ser
muito bem estudado, pois pode acarretar em um desequilíbrio. Um exemplo bem sucedido é
na agricultura, onde pode ser usada aplicação de vírus e bactérias que atacam lagartas que des-
troem plantações de soja. Alguns vermes nematelmintos controlam naturalmente a população
de larvas do mosquito da dengue e também podem ser usados para evitar o surgimento de
epidemias.

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Algumas curvas de crescimento:

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Biologia

ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS – CICLOS BIOGEOQUÍMICOS – ÁGUA

Água nos seres vivos

http://explorarasciencias.yolasite.com/resources/Obten%C3%A7%C3%A3o%20de%20%C3%A1gua.jpg

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A água no planeta

A água encontrada na atmosfera é proveniente da evapotranspiração, que compreende a trans-


piração dos seres vivos e a evaporação da água líquida (doce ou salgada). Em última análise,
podemos afirmar que essa energia provém do Sol, atuando diretamente na evaporação e indi-
retamente na transpiração. Afinal, a transpiração dissipa o calor do organismo para o ambiente.
A água gasosa da atmosfera se condensa e pode precipitar na forma de chuva (líquida) ou, se o
resfriamento for excessivo, na forma sólida, como neve ou granizo. Os vegetais absorvem água
e sais minerais pelos sistemas radiculares, utilizam essa água no fenômeno da fotossíntese e a
devolvem à natureza por meio da transpiração.
Os animais ganham água por meio da ingestão direta ou pela alimentação. A água é fundamen-
tal como veículo de transporte de substâncias através do sangue, urina e suor, sendo devolvida
ao ambiente pelas fezes, urina e suor (transpiração).

O ciclo da água é dividido em pequeno ciclo e grande ciclo da água:

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Biologia

MEIO AMBIENTE - CICLAGEM DOS ELEMENTOS NO AMBIENTE

Após a morte dos seres vivos ou a perda de parte de seus corpos, a matéria orgânica é
transformada em compostos que podem ser reaproveitados nas cadeias e teias alimentares.
Quando os átomos “saem” dos organismos e voltam para o meio abiótico para posteriormente
retornar aos seres vivos temos a ciclagem desses átomos no ambiente. Em todos os ciclos
dos elementos químicos participam os produtores (seres autótrofos), os consumidores (seres
heterótrofos) e os decompositores (heterótrofos que transformam a matéria morta em
aproveitável). Todos os elementos possuem ciclagem na natureza e vamos dar mais importância
aos ciclos do carbono, oxigênio, nitrogênio e fósforo. Neste capítulo também vamos enfocar a
importância da ação antrópica negativa e positiva nesses ciclos.

Ação antrópica nos ciclos

•• Poluição Hídrica;
•• Mau uso dos recursos hídricos e desperdício dos
mesmos;
•• Queimadas e desmatamentos;
•• Agricultura;
•• Adubação.

Ciclo do Carbono

O carbono não tem existência livre na biosfera, encontrado principalmente combinado com
o oxigênio, formando o gás carbônico ou dióxido de carbono (CO2). Por essa razão é que
analisamos o ciclo do gás carbônico, quando nos referimos ao ciclo do carbono. O gás carbônico
encontra-se na atmosfera numa concentração aproximada de 0,03% e em proporções
semelhantes dissolvido na parte superficial dos mares, oceanos, rios e lagos. O CO2 é removido
da atmosfera pela fotossíntese, incorporando-se aos seres vivos, em compostos orgânicos com
energia armazenada nos carboidratos. A respiração ou fermentação liberam a energia desses
compostos orgânicos e devolvem o dióxido de carbono para a atmosfera.

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A decomposição da matéria orgânica, realizada pelos fungos e bactérias, dá origem a gases,
entre eles o carbônico, que se desprendem para a atmosfera. Outra forma de colocar gás
carbônico na atmosfera é por intermédio da queima de combustíveis fósseis, como o carvão-
de-pedra e petróleo (que dá origem à gasolina e ao diesel, por exemplo), e por meio das
queimadas.

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Ciclagem dos Elementos no Ambiente – Biologia – Prof. Enrico Blota

As concentrações de gás carbônico aumentam a cada ano:

*O CO2, o metano (CH4), a água e o oxido nitroso (N2O) são os principais gases do efeito estufa.

Ação antrópica no ciclo

Principais:
•• Queima de combustíveis fósseis(Indústrias, automóveis...) e álcool.
•• Queimadas.
"Problema principal - Intensificação do efeito estufa - Aquecimento global"

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Ciclo do oxigênio

Se por um lado o fenômeno da fotossíntese retira o CO2 da atmosfera, por outro ele é o
responsável pela origem do gás oxigênio (O2) em nossa atmosfera. O O2 é fundamental na
respiração celular como aceptor final dos hidrogênios nas reações da cadeia respiratória para a
formação do ATP.
Acredita-se que a origem do O2 na atmosfera só foi possível com o aparecimento dos
organismos fotossintetizantes no planeta Terra, sendo o evento seguinte na evolução biológica
o surgimento dos organismos aeróbicos que utilizam o O2 na respiração celular, que ocorre nas
mitocôndrias. Os fenômenos da fotossíntese e da respiração mantêm o oxigênio em torno de
22% da constituição dos gases na atmosfera. Observe abaixo os dois ciclos (carbono e oxigênio).

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Ciclagem dos Elementos no Ambiente – Biologia – Prof. Enrico Blota

Ação antrópica no ciclo

Ciclo do fósforo

O fósforo é encontrado nos ácidos nucleicos, fosfolipídeos da membrana plasmática dos


animais, na molécula energética ATP. Está presente em ossos, dentes e carapaças de animais.
3-
A mais importante forma inorgânica do fósforo é o fosfato (PO4 ), que as plantas absorvem e
utilizam para formar moléculas orgânicas.
Os maiores depósitos de fósforo estão nas rochas sedimentares de origem marítima (ciclo
sedimentar), mas existem grandes quantidades desse elemento no solo e dissolvido na água
doce e nos oceanos.

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Ação antrópica no ciclo

Ciclo do nitrogênio

O nitrogênio é um elemento químico fundamental para os seres vivos porque é necessário na


produção dos aminoácidos, das proteínas, das bases nitrogenadas (adenina, guanina, citosina,
timina e uracila) dos nucleotídeos que formam os ácidos nucleicos (DNA e RNA) e o ATP. O
nitrogênio utilizável pelos seres vivos é o combinado com o hidrogênio na forma de amônia
(NH3).

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Ciclagem dos Elementos no Ambiente – Biologia – Prof. Enrico Blota

A transformação de N2 em NH3 é chamada fixação. Essa fixação, na natureza, é realizada pelas


bactérias, cianobactérias e fungos, que podem viver livres no solo ou associados a plantas, é
denominada fixação biológica ou biofixação. Bactérias do gênero Rhizobium, cianobactérias
dos gêneros Anabaena e Nostoc e certos fungos são organismos fixadores de nitrogênio e vivem
associados a plantas, principalmente leguminosas. As plantas que produzem frutos com forma
de vagem são consideradas leguminosas, como, por exemplo: feijão, ervilha, grão-de-bico,
soja, amendoim, jacarandá, unha-de-vaca, tremoço, alfafa e lentilha. Esses microorganismos
vivem em nódulos nas raízes dessas leguminosas. Eles recebem da planta proteção e alimento
e em troca fornecem, para a planta, um farto suprimento de nitrogênio aproveitável (NH3). A
gimnosperma Araucaria, planta não leguminosa, apresenta nódulos em suas raízes com fungos
fixadores de nitrogênio.

A amônia, produzida pelos biofixadores de vida livre (bactérias dos gêneros Azotobacter -
aeróbias - e Clostridium - anaeróbias) no solo ou na água, é transformada em nitrito (NO2) e,
posteriormente, em nitrato, pela ação das bactérias nitrificantes (Nitrosomonas, Nitrosococcus
e Nitrobacter). A transformação de amônia (NH3) em nitrato (NO3) é chamada nitrificação.
A nitrificação compreende de duas etapas: na primeira, a amônia é transformada em nitrito e, na
segunda, o nitrito é transformado em nitrato. A primeira é denominada nitrosação e a segunda,
nitratação. Essas bactérias são quimioautótrofas, isto é, autótrofas e quimiossintetizantes. Elas
utilizam a energia liberada na nitrificação para produzir as suas substâncias orgânicas.
A amônia produzida pelos biofixadores ou pela amonificação pode ser aproveitada pelas
bactérias nitrificantes ou ser transformada em N2 (nitrogênio livre), desprendendo-se para a
atmosfera. Essa devolução do N2 para a atmosfera é conhecida por desnitrificação e é realizada
pelas bactérias desnitrificantes (Pseudomonas denitrificans). A desnitrificação é necessária
porque, se não ocorresse, a concentração de nitratos no solo aumentaria em proporções
imprevisíveis

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Rotação de culturas:

Consiste na alternância de uma cultura de não-leguminosas (por exemplo: arroz, milho, trigo,
cana-de-açúcar, sorgo) com leguminosas (por exemplo: feijão, lentilha, tremoço, amendoim)
periodicamente. Assim, numa safra planta-se uma não-leguminosa e na entressafra a
leguminosa, deixando-se os restos das leguminosas na área.
A decomposição da leguminosa adiciona compostos nitrogenados ao solo, que serão utilizados
posteriormente pela cultura da não-leguminosa. Essa forma de adubação é conhecida como
adubação verde. Além da rotação de cultura, uma outra prática pode ser usada para adicionar
nitrogênio ao solo, conhecida por culturas consorciadas, plantando-se, por exemplo, feijão nas
ruas do milharal.

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Ciclagem dos Elementos no Ambiente – Biologia – Prof. Enrico Blota

Ação antrópica no ciclo

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Biologia
Aula XX

MEIO AMBIENTE – A NATUREZA E AS TERRAS BRASILEIRAS

O termo “natureza” pode ser usado para definir o conjunto de coisas que realmente existem.
Em biologia, normalmente, associamos essa palavra com a biodiversidade existente em
uma determinada região. Por exemplo, ao dizermos que queremos viver perto da natureza,
na realidade, queremos viver perto de um ambiente natural, um ecossistema, onde há
biodiversidade vegetal e animal predominante.
O Brasil possui uma das biodiversidades mais ricas do mundo, as maiores reservas de água
doce do planeta e um terço das florestas tropicais que ainda restam. Quando falamos em
biodiversidade, podemos definir regiões com biodiversidade e clima característicos chamadas
de Biomas.

No Brasil há 6 biomas determinados: Floresta Amazônica, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata


Atlântica e Pampa.

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Além dos biomas típicos, podemos ainda definir diversas regiões de transição (como a Mata
dos Cocais), regiões consteiras e até as aquáticas, como manguezais, banhados, rios, lagos,
lagoas, etc.
Vamos conhecer nesse capítulo as principais regiões brasileiras que abrigam a nossa
biodiversidade.

A Floresta Amazônica:

Ocupa 40% da superfície brasileira, estende-se pelo Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Amapá,
Roraima e parte do Mato Grosso, Goiás e do Tocantins. Típica floresta pluvial tropical. As
precipitações são bem distribuídas ao longo do ano, temperatura quase sempre constante.
Trata-se de um ecossistema de grande complexidade, no estágio clímax, e com inúmeros nichos
ecológicos. De modo geral, pode-se dizer que a vegetação é higrófila, ou seja, adaptada à vida
em condições de excesso e água. Essas plantas têm folhas em goteira, com o ápice voltado para
baixo e superfície revestida com cera, fazendo com que o excesso de água goteje para baixo,
evitando a obstrução dos estômatos.
A floresta de terra firme composta por uma grande riqueza vegetal, tais como: trepadeiras,
epífitas, cipós lenhosos (lianas), o guaraná, palmeiras, a seringueira e a castanha-do-pará.
Plantas de grande porte, de 30 a 40m de altura, produtoras de boa madeira, são, por exemplo,
o Angelim, a sucupira, a amburana e a copaíba.
No geral, o solo da floresta é pobre em nutrientes. A maior parte dessas substâncias minerais
está incorporada não ao solo, mas aos organismos da floresta. Quando os órgãos da planta
morrem, são decompostos e, muito rapidamente, seus componentes são reabsorvidos pelas
raízes abundantes de suas vizinhas.

1324 www.acasadoconcurseiro.com.br
Biologia – A Natureza E As Terras Brasileiras – Prof. Enrico Blota

Se a água da chuva caísse diretamente sobre o solo nu, tenderia a lavá-lo, retirando os sais
minerais- processo chamado lixiviação. Na floresta, porém, a queda das gotas é amortecida
pela densa folhagem, e a perda de nutrientes é reduzida ao mínimo. Fica fácil entender,
portanto, como o desmatamento leva a um rápido empobrecimento da terra.

Anotações:

As caatingas do Nordeste:

Ocupam 11% do território brasileiro, existem nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio
Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas e Bahia. Algumas plantas da caatinga
se caracterizam por terem folhas apenas nos três ou quatro meses do “inverno”, que é a estação
das chuvas. Fala-se, portanto, em vegetação caducifólia. As temperaturas são elevadas e é
baixa a umidade relativa do ar. As precipitações são irregulares e a estação das secas prolonga-
se por mais de sete meses por ano. Os rios em geral secam no verão, a não ser o São Francisco,
que é perene.
As plantas da caatinga possuem várias adaptações que lhes permitem sobreviver na estação
seca. As folhas são, em geral, reduzidas, como no caso das cactáceas (com espinhos) e o
mecanismo de abertura e fechamento dos estômatos é bem rápido. Além disso, o fato de as
folhas caírem na estação seca representa um modo eficiente de reduzir a transpiração.
Algumas bombacáceas, como as barrigudas, árvores de grande porte, têm o caule rico em
água. São plantas da caatinga: cactáceas, como o mandacaru, a coroa-de-frade, o xiquexique e
o facheiro, e algumas bromeliáceas, como a macambira, dentre outras.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1325
Os campos cerrados:
Recobrem 25% da superfície do Brasil: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, e parte dos
estados do de Tocantins e São Paulo. São campos do tipo savana. O aspecto da vegetação é
devido à escassez de nutrientes do solo. A água não é o fator limitante do cerrado, já que existe
bastante umidade no solo a 2m de profundidade, mesmo na estação seca. Além disso, o lençol
freático, a 18 m de profundidade, é permanentemente atingido pelas raízes profundas de
muitas espécies.

O Pantanal:
Em sua maior parte, ocupa o estado do Mato Grosso do Sul e o restante no Mato Grosso. É
considerada uma das maiores reservas ecológicas do mundo, com fauna e flora extremamente
ricas, portanto com grande biodiversidade. Trata-se de uma planície percorrida pelos rios
Paraguai e seus afluentes.
O ciclo de vida compreende dois períodos distintos: o período das águas, de novembro a março,
e o das secas, de abril a outubro. No Pantanal a planície tem um declive muito baixo, e isso faz
com que a água das cheias não fique estagnada, escorrendo lentamente da planície para o leito

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Biologia – A Natureza E As Terras Brasileiras – Prof. Enrico Blota

dos rios, durante a seca. Calcula-se, assim, que a água que cai nas cabeceiras do rio Paraguai
leve quatro meses ou mais para atravessar todos o Pantanal.
As extensas áreas inundadas servem de abrigo para inúmeras espécies animais. Existem ali
centenas de espécies de peixes, que saem do leito dos rios durante a cheia e povoam as regiões
inundadas, onde procuram alimento. A riqueza em aves também é muito grande no Pantanal.
Jacarés, cobras, onças, ariranhas, porcos-do-mato, macacos e veados também fazem parte da
fauna local. Os solos do Pantanal são arenosos e neles podem crescer pastagens, utilizada pelos
herbívoros da região e pelo gado bovino.

As matas costeiras ou matas atlânticas:

Acompanham o contorno da costa brasileira, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul,
totalizando em torno de 6% do território nacional.
São muito úmidas, graças aos ventos carregados de vapor que sopram do mar; o ar, ao subir,
esfria e se condensa, e a precipitação se dá sob a forma de chuvas fortes e de nevoeiros.
As árvores mais altas podem atingir 30m de altura. Havendo muitas espécies de epífitas e
trepadeiras. A vegetação é higrófila como nas florestas tropicais.
A Mata Atlântica tem muitas das características da Floresta Amazônica, a diferença marcante
está na topografia, mais íngreme na Mata Atlântica. Como árvores características, encontram-
se muitas palmeiras (coco e palmito), quaresmeiras, ipês, canelas, cedros e jatobás, além de
pteridófitos arborescentes, como as samambaiaçus. É também da Mata Atlântica, embora
muito raro hoje, o pau-brasil.

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As matas de araucárias:

Encontrada no sul do país, nos estados do Paraná, Santa Catarina e rio Grande do Sul. Estações
bem definidas, precipitações bem regulares. A árvore dominante é o pinheiro-do-paraná
(Araucaria angustifólia), em razão de não possuir árvores com copas muito fechadas a umidade
é menor que nas demais matas pluviais tropicais, há menor quantidade de epífitas também.
As sementes dos pinheiros - os pinhões - são um rico alimento para muitos animais. Nas matas
se araucárias há também o mate (erva-mate), de grande importância econômica.

Outros tipos de vegetação:

Os pampas, manguezais, dunas e restingas do litoral e os cocais do Norte são importantes


tipos de vegetação.
Os pampas, juntamente com as matas de araucárias no sul, cobrem mais de 10% do território
brasileiro. Campos bastante homogêneos quanto à vegetação, que é sobre tudo feita por
gramíneas. A distribuição de chuvas é regular e as estações bem demarcadas. São utilizados
como pastagens para o gado e a agricultura é amplamente explorada.

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Biologia – A Natureza E As Terras Brasileiras – Prof. Enrico Blota

Os manguezais constituem ecossistemas de grande produtividade, com rica diversidade de


espécies vegetais e animais. Neles são abundantes moluscos, crustáceos e peixes, e ali também
se desenvolvem muitas larvas de animais aquáticos. Entre os vegetais com adaptações ao
terreno lamacento, destacam-se aqueles com suas raízes respiratórias (pneumatóforos), ou
com suas raízes suporte. Na mata de cocais, há dois gêneros de palmeiras economicamente
importantes: a carnaúba e o babaçu. Essa mata, na realidade, é uma imensa zona de transição
entre a floresta amazônica e a caatinga. Além dos cocais, há mais duas áreas importantes: A
área entre o cerrado e a floresta amazônica e a área entre o cerrado e a caatinga.
Nas restingas, encontramos uma mistura de vegetação litorânea e dunas. É um bioma arenoso
com alguns animais roedores, insetos, dentre outros. Restingas são muito comuns, assim como
as dunas, no litoral sul do Rio Grande do Sul.

As águas doces (ambientes dulcícolas - limnociclo no Brasil)

Lagos, lagos, charcos, rios, corredeiras e riachos constituem os ecossistemas de água doce. Em
lagos e lagoas, a água costuma ser parada, ou lêntica; em rios, riachos e corredeiras, a água
está em movimento, e é chamada de lótica.
Lagos e lagoas: Como em qualquer ecossistema aquático, produção de matéria orgânica é
realizada por meio da fotossíntese. Assim, nas margens, e nas águas próximas às margens,
existe vegetação herbácea, arbustiva e ainda flutuante, como gramíneas, aguapés e taboas.
Os produtores da lagos são os organismos que constituem o fitoplâncton: algas verdes,
cianobactérias e diatomáceas. Constituindo o zooplâncton, encontram-se microcrustáceos,
rotíferos, protozoários e larvas de muitos tipos.

Os consumidores de maior porte são peixes, anfíbios, moluscos, vermes, crustáceos e insetos.
Na lama do fundo ficam bactérias e fungos decompositores, que degradam os detritos orgânicos
que ali se depositam.
No Brasil, uma das lagoas mais profundas é a Lagoa das Palmas em linhares, no Espírito Santo
com aproximadamente 50 metros na zona mais profunda.

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Os rios: Como praticamente não têm plâncton, os rios podem ser considerados, do ponto de
vista energético, ecossistemas que dependem em grande de matéria orgânica importada. As
águas são muito oxigenadas e nelas existem muitos organismos adaptados ao seu movimento
constante. Pequenas algas e musgos vivem agarrados às rochas. Muitos insetos adultos ou na
forma larval podem manter-se debaixo de pedras, nas cascatas. Há também diatomáceas, algas
filamentosas e variada e a quantidade de sedimentos normalmente aumenta em direção à foz.
Quando as correntes se alargam e se tornam mais lentas, passam a ter as características das
lagoas. As imagens abaixo mostram as zonações de um rio e o Rio Amazonas.

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Meio Ambiente
Aula XX

MEIO AMBIENTE – EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Podemos definir Educação Ambiental como uma forma de preparar os indivíduos para
compreender os principais problemas ambientais globais, nacionais e municipais da era
contemporânea e, quando não há problemas em áreas naturais, auxiliar esses indivíduos a
manter e proteger o meio ambiente. Isso depende de conhecimentos e qualidades necessárias
para desempenhar uma função produtiva com finalidade de manter o meio ambiente, melhorar
a vida selvagem e proteger a biodiversidade levando em consideração fundamentos éticos.

Dimensão dos Principais Problemas Ambientais

Globais Nacionais Municipais


Efeito Estufa Tráfico de Animais Silvestres Lixo Doméstico e Industrial
Destruição da Camada de
Chuva Ácida Degradação de Mata Ciliar
Ozônio
Poluição por Óleo em Mar Poluição de Rios, Lagoas e
Acidentes e Lixo Nuclear
Territorial Baías

Tabela adaptada de: SÉRGIO DE MATTOS FONSECA, A Educação Ambiental como Disciplina.

A visão de meio ambiente consiste em ver o mundo de modo amplo, valorizando os seres vivos
e considerando as relações de dependência entre os diferentes elementos que constituem um
ecossistema, como uma floresta, por exemplo. Esses elementos vão desde vegetais, passando
por fungos, bactérias, animais e outros.
Com a educação ambiental, conseguiremos contribuir para a formação de pessoas com maior
consciência e com capacidade de interferir de modo seguro contra aqueles que são capazes de
agir degradando o meio ambiente.

A Educação Ambiental sob três eixos


Levantamento dos principais
Participação em ventos e
Conceito básicos para facilitar problemas ambientais locais e
projetos ambientais, tendo
a discussão sobre os temas globais.
como objetivo melhorar a
ambientais. Observar as causa e possíveis
qualidade de vida.
soluções.

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Discussões fundamentais em Educação Ambiental
•• Ecossistemas;
•• Desenvolvimento sustentável;
•• Biodiversidade;
•• Recursos hídricos;
•• Problemas ambientais;
•• Agricultura orgânica;
•• Recuperação de áreas degradadas;
•• Meio ambiente x economia.
É importante salientar que a educação ambiental não iniciou após a Revolução Industrial, mas
os impactos foram potencializados com o desenvolvimento tecnológico e com o aumento da
população mundial provocados por essa Revolução.
Podemos destacar dois eventos catastróficos promovidos pela Revolução Industrial:

1. SMOG – 1952 – Poluição atmosférica de origem industrial provocou muitas mortes em


Londres. Em Nova York (1952 a 1960), muitas mortes pelo mesmo motivo;

2. Mal de Minamata – 1953 – A cidade japonesa de Minamata enfrentou o problema da


poluição por mercúrio e milhares de pessoas foram intoxicadas;

Em 1962, Raquel Carson publicou “Primavera Silenciosa”, uma crítica mundialmente conhecida
sobre a utilização de insumos químicos e do despejo de dejetos industriais no ambiente.

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Meio Ambiente – Educação Ambiental – Prof. Enrico Blota

A partir da década de 70 houve aumento das desigualdades econômico-sociais, maior


acúmulo de lixo e diversos outros problemas com relação direta ao meio ambiente. Acidentes
continuaram e continuam acontecendo, como foi o caso de 1986, em Chernobyl, Ucrânia, onde
um acidente com um reator nuclear provocou a contaminação de milhares de pessoas.

Recentemente, em 2011 no Japão, em Fukushima, ocorreu um acidente de grandes proporções


como o que ocorreu em Chernobyl.

Algumas medidas importantes, como as duas abaixo, de impacto mundial foram aplicadas
inicialmente (na década de 70) e antecederam uma série de Protocolos e medidas posteriores
do final do século XX e início deste século.
•• 1972, em Estocolmo, Suécia, a Conferência da ONU sobre o Ambiente Humano- Criação
do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA);
•• 1977, Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental, em Tbilisi, ex-União
Soviética.

ECO-92 e a Agenda 21
A Eco-92 foi uma Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento.
Foi realizada no ano de 1992, na cidade do Rio de Janeiro. Fez um balanço tanto dos problemas
existentes quanto dos progressos realizados, e elaborou documentos importantes que
continuam sendo referência para as discussões ambientais.

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Diferentemente da Conferência de Estocolmo, a Eco-92 teve um caráter especial em razão da
presença maciça de inúmeros chefes de Estado, demonstrando assim a importância da questão
ambiental no início dos anos 90.
A ECO-92 contou também com um grande número de Organizações Não Governamentais
(ONGs), que realizaram de forma paralela o Fórum Global, que aprovou a Declaração do Rio
(ou Carta da Terra). Conforme esse documento, os países ricos têm maior responsabilidade na
preservação do planeta.
Duas importantes convenções foram aprovadas durante a ECO-92: uma sobre biodiversidade e
outra sobre mudanças climáticas. Outro resultado de fundamental importância foi a assinatura
da Agenda 21, um plano de ações com metas para a melhoria das condições ambientais do
planeta.
A Agenda 21 consiste em um acordo estabelecido entre vários países para a elaboração de
estratégias que objetivem o alcance do desenvolvimento sustentável.
O aprofundamento da Convenção sobre Mudanças Climáticas resultou na elaboração do
Protocolo de Kyoto, de 1997, que objetiva a redução da emissão de gases causadores do Efeito
de Estufa. Porém, muitos países desenvolvidos e em desenvolvimento, em virtude do modelo
de produção e consumo estabelecido, não colocaram em prática as políticas ambientais
elaboradas durante esses eventos. (adaptado de: brasilescola.com)
ART. 225 da constituição federal de 88
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
•• Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das
espécies e ecossistemas;
•• Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as
entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
•• Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública
para a preservação do meio ambiente;
•• Controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias
que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente”;
•• Outros.

Educação Ambiental, Meio Ambiente e Transportes


Os transportes estão envolvidos com muitos problemas globais atmosféricos e fisiológicos dos
organismos. A poluição sonora tem como uma das fontes os automóveis. Ela provoca muitos
efeitos negativos. Os principais são: distúrbios do sono, estresse (irritabilidade), perda da
capacidade auditiva, surdez, dores de cabeça, distúrbios digestivos, perda de concentração,
aumento do batimento cardíaco e alergias.
A poluição do ar nas cidades é hoje uma das mais graves ameaças à nossa qualidade de vida.
Os principais causadores da poluição do ar são as indústrias e os veículos automotores. Os

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Meio Ambiente – Educação Ambiental – Prof. Enrico Blota

gases que saem do escapamento contêm monóxido de carbono, óxidos de enxofre, material
particulado (fumaça preta) e outros poluentes. A quantidade desses gases depende do tipo e
da qualidade do combustível e do tipo e da regulagem do motor. Quanto melhor é a queima
do combustível, ou melhor dizendo, quanto melhor regulado estiver seu veículo, menor será
a poluição. A presença desses gases na atmosfera não é só um problema para cada uma das
pessoas, é um problema para toda a coletividade de nosso planeta.
O monóxido de carbono não tem cheiro, não tem gosto e é incolor, sendo difícil sua identificação
pelas pessoas. Mas é extremamente tóxico e causa tonturas, vertigens, alterações no sistema
nervoso central e pode ser fatal, em altas doses, em ambientes fechados. Está envolvido em
problemas do metabolismo energético e transporte dos gases respiratórios
Já o dióxido de enxofre, presente na combustão do diesel, provoca coriza, catarro e danos
irreversíveis aos pulmões e também pode ser fatal, em doses altas.
A fuligem, que é composta por partículas sólidas e líquidas, fica suspensa na atmosfera e pode
atingir o pulmão das pessoas e agravar quadros alérgicos como asma e bronquite, irritação de
nariz e garganta e facilitar a propagação de infecções gripais.

É importante ressaltar os seguintes tópicos:


•• A educação ambiental na construção das rodovias;
•• Poluentes e transportes:
•• Melhora na qualidade dos transportes coletivos;
•• Poluição sonora;
•• Poluição nas rodovias (lixo);
•• Poluição atmosférica:
•• Óxidos de nitrogênio, monóxido de carbono, óxidos de enxofre, fuligem, outros.

Anotações:

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Meio Ambiente
Aula XX

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E AS TRANSFORMAÇÕES AMBIENTAIS

A Revolução Industrial provocou uma intensa transformação no processo produtivo existente


até então. Substituiu a produção artesanal pela produção em série, isto é, aquela feita em
grande quantidade, marcada pela utilização das máquinas e que tem fábricas como locais de
produção. Iniciou na Inglaterra, no século XVIII e foi irradiando-se para outros países Europeus,
como França, Bélgica, Holanda, Alemanha e também para os EUA, no continente Americano.
A industrialização ocorreu sobretudo em países que dispunham de condições ou características
para ser industrializado, tais como: muito capital desenvolvimento técnico, matérias-primas,
energia, mão-de-obra abundante, mercado consumidor e outros fatores. Esses países
acabaram exercendo forte dominação econômica sobre os demais continentes. O novo mundo
foi explorado, principalmente pela Inglaterra, que desejava encontrar matérias-primas para
suas fábricas.
A Revolução Industrial também provocou mudanças no espaço geográfico e transformações
ambientais. As paisagens foram se alterando com um aumento significativo dos elementos
culturais: novos locais para a produção (as fábricas) e crescimento do espaço urbano, pois
muitas pessoas deixavam o campo e migravam para as cidades, em buscas de empregos nas
fábricas ou nos setores de prestação de serviço gerados pelas atividades industriais. Muitas
cidades europeias tiveram aumento extraordinário de sua população em um período poucos
anos. (adaptado de: http://showtimer1.blogspot.com.br)
Após a Revolução Industrial, os danos ao ambiente aumentaram, o que passamos a chamar de
problemas ambientais, como poluição, buraco na camada de ozônio, aquecimento global entre
outros problemas.

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Veremos abaixo os principais problemas ambientais nas cidades e o que isso interfere na
qualidade de vida na nossa espécie e de outras:

1. Poluição sonora

O barulho ou alto volume de aparelhos de som, máquinas nas indústrias ou outros aparelhos
produz o que chamamos de poluição sonora. A curto e médio prazo esse tipo de poluição
provoca irritação nas pessoas, determinando alterações de comportamento e a longo prazo
provoca diminuição da audição e até pode provocar surdez.

Fonte :www.maispinhais.com.br

Usar protetores em fábricas e evitar locais em que o som é de alto volume é importante para
prevenirmos problemas ligados a esse tipo de poluição.

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Meio Ambiente – Revolução Industrial e as Transformações Ambientais – Prof. Enrico Blota

2. Poluição térmica

É o aumento na temperatura da água, podendo promover alterações graves para ambientes


como lagos, lagoas e mares. Em certos lugares, ocorre devido à ação de usinas elétricas e
atômicas, pelo uso de sistemas de resfriamento dos reatores durante a geração de energia.
O aumento da temperatura promove desenvolvimento de fungos e bactérias que podem
promover doenças em peixes e outros animais, aumentando a mortalidade da vida aquática.

3. Poluição do ar

Diversos gases estão envolvidos na poluição do ar, os principais são: gás carbônico (CO2),
monóxido de carbono (CO), dióxido de enxofre (SO2), ozônio (O3), dióxido de nitrogênio (NO2)
e hidrocarbonetos, liberados por diversos agentes poluidores. Um dos principais agentes
poluentes é o motor dos automóveis que libera, entre outros gases poluentes, CO2 e CO. A
carboxihemoglobina produzida, resultante do CO com a hemoglobina, é um composto estável
que impede que a hemoglobina transporte oxigênio, prejudicando o metabolismo celular.
As combustões de alguns combustíveis podem produzir também hidrocarbonetos gasosos e
óxidos de nitrogênio. Estes dois subprodutos combinam-se na atmosfera em presença de luz
solar, produzindo outras substâncias mais tóxicas: o ozônio e o nitrato peroxiacetílico (PAN),
que provocam desconforto respiratório e irritação nos olhos com lacrimejamento. O excesso de
ozônio também determina o aumento na taxa respiratória das plantas, que acabam morrendo
por consumir desnecessariamente a glicose armazenada e o PAN é um inibidor da fotossíntese.
Além da gasolina, a queima do diesel e do carvão mineral pelas indústrias também liberam
produtos tóxicos, como o dióxido de enxofre (SO2) e o dióxido de nitrogênio (NO2), que causam
distúrbios respiratórios, como bronquite e asma. Esses gases reagem com o vapor d’água da
atmosfera, originando, respectivamente, ácido sulfúrico e ácido nítrico, que chegam à superfície
sob a forma de chuva ácida, que destrói monumentos e promove destruição de florestas e da
vida aquática.

Fonte: http://bibocaambiental.blogspot.com.br

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Os gases poluentes também estão envolvidos em problemas como a inversão térmica, problema
caracterizado pela presença de uma massa de ar quente onde normalmente a atmosfera é fria.

É importante lembrar que o CO2, o CH4 (metano), N2O (óxido nitroso) e até H2O (vapor d’água)
estão envolvidos diretamente no aquecimento da Terra e regulação da temperatura global
(efeito estufa).
Observe o funcionamento geral dessa regulação térmica global:

Também vale ressaltar que o ozônio é responsável por formar a camada de ozônio, que filtra os
raios ultravioletas emitidos pelo sol. A camada de ozônio protege a Terra contra os efeitos nocivos
da radiação solar, absorvendo os raios ultravioletas (UV) irradiados pelo Sol, que é prejudicial
aos animais e vegetais que aqui vivem, pois eles podem causar danos na pele, como câncer;
nos olhos, como a catarata; e também alterar o funcionamento celular das plantas. A camada
funciona como um “protetor solar” natural e sem ela não existiria os seres vivos. O buraco na
camada de ozônio está diretamente relacionado a emissão de CFC (clorofluorcarbono), que
interrompe a formação do ozônio diminuindo a espessura dessa camada.

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Leia mais sobre o efeito estufa e o buraco na camada de ozônio em: http://www.brasilescola.com

Buraco localizado sobre a Antártida (polo sul)

4. Poluição por elementos radioativos

Elementos radiativos causam alterações genéticas que podem desencadear graves problemas
como cânceres e até morte. Alguns acidentes marcaram a história, é o caso de Chernobyl (na
antiga União soviética) e em Goiânia (no Brasil), nos anos 1980 e o acidente de Fukushima, no
Japão em 2011. No primeiro caso o acidente provocou a formação de uma nuvem radiativa que
afetou muitos humanos cujas famílias sofrem até hoje (gerações foram afetadas anos após o
acidente). Além de pessoas essa nuvem contaminou vegetais, solo, rios e mares da região.

No Brasil, em 1987, uma pequena cápsula contendo um pó com césio-137 foi aberta por pessoas
desavisadas, provocando o acidente mais grave já registrado no mundo com esse elemento.
Nesse acidente, 4 pessoas morreram, e muitas outras foram contaminadas.
Na baía de Minamata, no Japão, pescadores foram envenenados ao comerem peixes
contaminados por metilmercúrio, que foi introduzido junto com dejetos lançados por uma
indústria química. Pessoas que começaram a ter sintomas de danos cerebrais passaram a ter

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uma doença que foi conhecida como Mal de Minamata. Inicialmente não sabia-se a causa, mas
logo após identificou-se que era causada por contaminação por mercúrio.
Esses acidentes nos servem como alerta para o grande perigo que os acidentes nucleares podem
representar e despertam a atenção para mais um problema a ser resolvido pela humanidade: o
que podemos fazer com o lixo radiativo.

5. Poluição por substâncias não-biodegradáveis

Substâncias não-biodegradáveis são poluentes persistentes no meio e trazem sérios problemas


aos ecossistemas. Elas acumulam-se nos tecidos dos organismos e vão se concentrando ao longo
das cadeias alimentares, acarretando em sérios problemas aos organismos e desequilíbrios nas
cadeias e teias alimentares.
Um poluente importante encontrado principalmente na água é o mercúrio, utilizado em
indústrias químicas de tintas, de fungicidas, de pesticidas e de papel. Na forma inorgânica
pode ser absorvido, porém, quando associado a compostos orgânicos, principalmente
o metilmercúrio, torna-se altamente tóxico. Outro poluente é o DDT (Dicloro-Difenil-
Tricloroetano), considerado o organoclorado mais persistente de todos os poluentes, podendo
permanecer vários anos no ambiente. Esse acúmulo dessas substâncias podem ser chamado de
bioacumulação ou magnificação trófica.

6. Poluição por derramamento de petróleo

Os acidentes com petróleo são muito comuns quando causados por navios petroleiros e
pela água usada na lavagem dos reservatórios de petróleo dos navios, que depois é lançada
diretamente no mar. O petróleo bloqueia a passagem da luz, afetando a fotossíntese, e também,
impede as trocas de gases entre a água e o ar. Além disso, animais aquáticos são afetados, pois
ele se impregna na superfície de seus corpos, matando-os por intoxicação. O petróleo também
pode afetar as brânquias dos peixes e impedir a termorregulação da aves e mamíferos, já que
pode se aderir às penas das aves e corpo dos mamíferos.

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7. Poluição por eutrofização

É o processo em que ocorre um aumento excessivo de nutrientes nas águas, como fosfatos
e nitratos, devido a despejo direto de esgotos não tratados. Esses nutrientes agem como
fertilizantes, levando à proliferação excessiva anormal de algas. Assim, a biomassa desses
ecossistemas aumenta e também cresce o número de bactérias aeróbias que fazem a
decomposição da matéria orgânica. Isso esgota o oxigênio dissolvido na água, provocando
a morte de peixes e outros animais. Além disso, há proliferação de bactérias anaeróbias
decompositoras, que se multiplicam e liberam ácido sulfídrico, causando odor pútrido e
tornando a água imprópria para outros seres vivos.

8. Lixo

Uma das soluções mais antigas, e que ainda é utilizada, consiste em remover o lixo de um local
e transferi-lo para outro, nas periferias das cidades, formando os lixões a céu aberto. Isso
promove a proliferação de muitos animais, como ratos e insetos, além de microrganismos que
podem causar problemas.
Mas há algumas formas mais eficientes. São elas: a construção de aterros sanitários, a
incineração (queima) e a compostagem.
Nos aterros sanitários, o solo é preparado de modo a receber impermeabilização e impedir
ou diminuir a contaminação do solo. Bactérias anaeróbias fazem decomposição da matéria
orgânica (algumas liberam metano).
A incineração é realizada principalmente nos casos de lixo contaminado, como o de hospitais.
Apesar de ser executado em incineradores apropriados, esse processo sempre gera gases
poluentes pela emissão de fumaça.
A compostagem consiste em transformar a parte orgânica do lixo em um composto, que pode
servir de fertilizante para o solo. É bastante útil porque além de ser uma solução para o lixo
orgânico também contribui para a agricultura e participa do processo de reciclagem da matéria
orgânica. A compostagem depende da coleta seletiva do lixo, já que é necessário separar o lixo

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orgânico (como restos de comida) do lixo inorgânico (vidro, papel, metal, plástico) produzido
pelas cidades.

Anotações:

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Biologia

MÉTODO CIENTÍFICO, HISTÓRIA E EXPERIMENTAÇÃO

O método científico

O método científico é definido como um conjunto de regras básicas para desenvolver uma
experiência a fim de produzir novo conhecimento, bem como corrigir e integrar conhecimentos
pré-existentes. Observação de um fato biológico, levantamento de hipóteses sobre esse fato,
experimentação e elaboração de uma teoria são algumas regras relacionadas ao método.
Um exemplo de fato biológico é a presença de larvas no interior de frutos. Podemos criar uma
hipótese de que insetos depositam ovos nos frutos e as larvas penetram posteriormente para
se alimentarem, conforme abaixo:

Após a criação da hipótese poderemos elaborar experimentos para identificar se a hipótese


criada é verdadeira ou falsa. Feita a conclusão da experimentação, elabora-se a teoria.

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Origem da vida

Diversas são as formas de pensamentos sobre a origem da vida e muitos pensadores de


diversas áreas contribuíram de forma a desenvolver idéias de como teria surgido o primeiro ser
vivo. Para alguns, as primeiras moléculas orgânicas teriam sido sintetizadas próximas às fontes
hidrotermais, pequenas chaminés que expelem água aquecida pela lava do subsolo a cerca de
2500 m de profundidade em certas regiões do oceano Pacífico. Essa água contém gás sulfídrico,
que é oxidado por bactérias quimiossintetizantes, que funcionam como os produtores de
uma comunidade de organismos. Nessas regiões, as primeiras moléculas orgânicas estariam
protegidas contra choques de grandes meteoritos, que promoveriam a evaporação de água,
esterilizando a superfície dos mares. Para outros cientistas, muitas moléculas orgânicas
poderiam ter caído na terra juntamente com meteoritos e cometas.

O criacionismo acredita que um ser superior (Deus) foi o criador de todos os organismos e
estruturas da Terra. Assim, como vamos usar explicações baseadas no método científico, vamos
dar mais ênfase ao panspermismo, à teoria da evolução química e à geração espontânea.

Panspermismo
A vida se originou a partir de germes ou esporos extraterrestres (Pan = todo; sperma = semente).
Uma variante dessa teoria defende a ideia de que a vida surgiu não desses germes ou esporos,
mas sim de compostos orgânicos trazidos por cometas, meteoritos ou asteroides. O interior
desses corpos celestes poderia estar protegido do intenso calor produzido pela fricção com a
atmosfera.
Evolução química de Oparin e Haldane da década de 1920 e o experimento de comprovação
de 1953:
Oparin e Haldane imaginaram que uma atmosfera gasosa primitiva de mais de 4 bilhões de
anos poderia ter dado origem a estruturas moleculares de modo lento e gradual, obedecendo
ao seguinte raciocínio:

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Biologia – Método Científico, História e Experimentação – Prof. Enrico Blota

•• As chuvas lavavam as rochas e conduziam as proteínas para os mares. Surgia uma "sopa de
proteínas" nas águas mornas dos mares primitivos.
•• As proteínas dissolvidas em água formavam colóides. Os colóides se interpenetravam e
originavam os coacervados.
•• Os coacervados englobavam moléculas de nucleoproteínas. Depois, organizavam-se em
gotículas delimitadas por membrana lipoprotéica. Surgiam as primeiras células.
•• Essas células pioneiras eram muito simples e ainda não dispunham de um equipamento
enzimático capaz de realizar a fotossíntese. Eram, portanto, heterótrofas. Só mais tarde,
surgiram as células autótrofas, mais evoluídas. Entravam no palco da Natureza os seres
autótrofos fotossintetizantes. E, como esses seres passaram a eliminar oxigênio para a
atmosfera, isso abriu caminho para que surgisse um novo tipo de organismo – o dos seres
de respiração aeróbia (que respiram o oxigênio do ar). Até então, todos os organismos
existentes eram anaeróbios (seres que não utilizam o oxigênio para a sua respiração). Hoje,
a grande maioria dos seres vivos se enquadra entre os organismos aeróbios.
Anos mais tarde essa hipótese foi testada e comprovada, ou seja, moléculas orgânicas podem
ser originadas a partir de gases de uma possível atmosfera primitiva. As figuras mostram a
atmosfera primitiva de Oparin e Haldane e o experimento de Stanley Miller de 1953.

Anotações:

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Abiogênese (ou geração espontânea) x Biogênese
Até meados do século XIX os cientistas acreditavam que os seres vivos eram gerados
espontaneamente do corpo de cadáveres em decomposição; que rãs, cobras e crocodilos
eram gerados a partir do lodo dos rios. Essa interpretação sobre a origem dos seres vivos ficou
conhecida como hipótese da geração espontânea ou da abiogênese (a = prefixo de negação,
bio = vida, genesis = origem; origem da vida a partir da matéria Bruta). Mesmo Aristóteles,
um filósofo grego que viveu de 384 a 322 a.C. e cujas idéias influenciaram diversas áreas do
conhecimento, acreditava que um “princípio ativo” ou “vital” teria a capacidade de transformar
a matéria em um ser vivo. Jan Baptist van Helmont (1577 – 1644), um cientista belga, chegou a
dar uma receita para produzir seres vivos. Ele ensinava a produzir ratos a partir de uma camisa
suada suja colocada com grãos de trigo em um local protegido. Francesco Redi (1626 – 1697)
foi um dos pioneiros a investigar algo contrário à geração espontânea, a suposta origem de
vermes em corpos em decomposição. Ele observou que moscas são atraídas pelos corpos em
decomposição e neles colocam seus ovos. Desse ovos surgem as larvas, que se transformam em
moscas adultas. Como as larvas são vermiformes, os “vermes” que ocorrem nos cadáveres em
decomposição nada mais seriam que larvas de moscas. Redi concluiu, então, que essas larvas
não surgem espontaneamente a partir da decomposição de cadáveres, mas são resultantes da
eclosão dos ovos postos por moscas atraídas pelo corpo em decomposição.

Os experimentos de Redi conseguiram reforçar a hipótese da biogênese (ideia contrária a


da abiogênese) até a descoberta dos seres microscópicos, quando uma parte dos cientistas
passou novamente a considerar a hipótese da abiogênese para explicar a origem desses
seres. Segundo esses cientistas, os microorganismos surgem espontaneamente em todos os
lugares, independentemente da presença de outro ser vivo. Já outro grupo de pesquisadores
não aceitava essas explicações. Para eles os microorganismos somente surgiam a apartir de
“sementes” presentes no ar, na água ou no solo. Essas “sementes”, ao encontrarem locais
adequados, proliferavam (interpretação coerente com a hipótese da biogênese). Vários outros
pesquisadores debateram os fatos de origem por abiogênese ao longo do século XVII e XVIII,
porém, somente no século XIX houve a verdadeira queda da geração espontânea, com Louis
Pasteur e seu experimento com frasco em pescoço de cisne.
Ele demonstrou experimentalmente que os seres microscópicos presentes em caldos nutritivos
sempre resultam da contaminação por microorganismos ou por seus esporos presentes no ar.
De acordo com a biogênese todo o ser vivo provém de outro pré-existente.

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Biologia – Método Científico, História e Experimentação – Prof. Enrico Blota

Leitura obrigatória – Hipóteses quanto ao metabolismo dos primeiros


seres vivos

1. Metabolismo Heterotrófico
Segundo essa hipótese os primeiro seres foram heterótrofos, ou seja, não tinham capacidade
de produzir energia/alimento. Esse modo de nutrição é atualmente encontrado em muitas
bactérias, fungos, protozoários e animais. Mais recentemente alguns cientistas propuseram a
hipótese autotrófica.
“Acredita-se que a primeira molécula de comando metabólico tenha sido um RNA primitivo
e que, mais tarde, tenha surgido o DNA a partir desse RNA”.

2. Metabolismo autotrófico
Ganhou adeptos nos últimos anos e passou a ser a mais aceita. A principal evidência foi a
descoberta de bactérias primitivas, que obtém energia a partir de reações inorgânicas simples
em ambientes inóspitos, tais como fontes termais e fendas submarinas, em cavidades de rochas.
Essas bactérias foram chamadas de Quimiolitoautotróficas (“comedoras de rochas”) porque
usam a energia liberada por reações entre componentes inorgânicos da crosta terrestre para
fabricar as moléculas orgânicas que lhes servem alimentos. A teoria baseia-se no fato de que
seus mecanismos de obtenção de energia são bem mais simples que os utilizados por todos os
outros seres. A partir desses seres quimiolitoautotróficos teriam se originado os demais tipos
de organismos, primeiramente os fermentadores, depois os fotossintetizantes e, por último, os
respiradores aeróbios.

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Origem das mitocôndrias e dos cloroplastos – Teoria simbiogênica ou
endossimbiose

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Biologia

EVOLUÇÃO E TEORIAS EVOLUTIVAS

O princípio da evolução postula que as espécies que habitaram e habitam o nosso planeta não
foram criadas independentemente, mas descendem de um ancestral comum. Isso quer dizer
que existe uma grande relação entre todas as espécies. A evolução não deve ser compreendida
como melhora, mas sim, como uma transformação lenta e gradual que pode levar à formação
de organismos mais simples ou até mais complexos que os anteriores que lhes deram origem.
Esta transformação, denominada evolução das espécies, foi apresentada e explicada por J. B.
Lamarck no início do século XIX e, posteriormente por Charles Darwin, na metade do mesmo
século.

Conceito de Adaptação:

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Provas da evolução

1. Fósseis
A morte de um organismo não significa que ele vai necessariamente desintegrar-se de maneira
completa. Plantas e animais podem ser encobertos por lava vulcânica e uma parte significativa
de seus corpos acaba sendo preservada. Cientistas podem obter informações valiosas sobre o
passado no nosso planeta quando encontram esses verdadeiros tesouros científicos, os fósseis:
restos ou vestígios de seres vivos de épocas remotas.
Podemos encontrar diversos tipos fósseis, como escamas, ossos, conchas, coprólitos e até
corpos inteiros. Com o estudo dos fósseis através de métodos de datação precisos temos uma
noção de tempo evolutivo do exemplar em questão.

2. Órgãos vestigiais
São órgãos normalmente com tama-
nho reduzido ou aparentemente sem
função em uma espécie. Esses mesmos
órgãos em outras espécies são bem de-
senvolvidos e com função importante
para o organismo. Esses órgãos, como
aparecem em espécies diferentes, po-
dem ser utilizados como indicativo de
ancestralidade comum, isto é, eviden-
ciar grau de parentesco evolutivo entre
as espécies. Nos herbívoros, o apêndice
vermiforme e o ceco são importantes
no processo de digestão da celulose,
realizada por microorganismos (bac-
térias e protozoários) que vivem nesse
apêndice. Nos humanos eles aparecem
como um órgão vestigial.
Podemos ainda verificar outros órgãos, como os músculos eu movimentam a orelha e uma
vértebra caudal, homóloga à cauda dos demais vertebrados.

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Biologia – Evolução e Teorias Evolutivas – Prof. Enrico Blota

3. Embriologia comparada
São semelhanças no padrão de desenvolvimento inicial dos animais. Com o passar do tempo
de desenvolvimento embrionário o padrão individualiza e diminuem as semelhanças. Podemos
notar um padrão de semelhança entre os deuterostômios (animais onde o blastóporo origina
o ânus). Assim notamos que o padrão de um ouriço-do-mar, de um anfioxo e de um peixe tem
algo de evolutivamente comum.

4. Evidências moleculares
Atualmente, os cientistas analisam as semelhanças entre as espécies de modo muito mais
refinado, com a comparação de suas moléculas de DNA e de proteínas. São as chamadas
evidências bioquímicas da evolução.

São evidências moleculares:


•• O código genético que é universal,
•• A molécula de DNA que é presente em todos os seres vivos.
•• Proteínas em seres vivos distintos, como anelídeos e mamíferos apresentarem a
Hemoglobina e sequencias de “citocromo C”, uma proteína respiratória que é a mesma em
homens e macacos. Já em baleias o citocromo difere na posição de 8 aminoácidos; em aves
difere a posição de 13; nos peixes de 20 aminoácidos e de um fungo 41.
Assim, podemos notar um afastamento evolutivo do homem e do fungo e uma grande
proximidade com o macaco.

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5. Irradiação adaptativa – Mesmo ancestral

A irradiação adaptativa é a formação de várias espécies, adaptadas a ambientes diferentes ou


não, sendo todas originárias de um ancestral comum. No caso dos mamíferos, tem-se a idéia
evolutiva de que surgiram a partir de um ancestral comum insetívoro. A partir da irradiação
adaptativa temos o surgimento das HOMOLOGIAS, que são estruturas ou órgãos que refletem
ancestralidade comum, ou seja, parentesco e origem embriológica idêntica. Nesse caso
os órgãos analisados podem ter mesma função ou não. Como exemplo temos os ossos da
nadadeira do golfinho e do braço humano.

6. Convergência evolutiva – Não há ancestralidade comum


Na convergência adaptativa, ancestrais diferentes, vivendo em um mesmo ambiente, passam
por processos semelhantes de seleção natural. Com o tempo, tornam-se semelhantes em
alguns aspectos.
Observe o caso de dois vertebrados que podem viver no mesmo rio: hipopótamo e crocodilo.
O primeiro é mamífero e tem as características que descrevemos acima; o crocodilo, por sua
vez, não possui pelos, glândulas mamárias, nem diafragma e sua reprodução difere bastante do
hipopótamo, pois coloca ovos com casca. No entanto, crocodilo e hipopótamo são semelhantes
em relação à posição dos olhos e das narinas, que permanecem acima do plano da água.
A partir da convergência temos as ANALOGIAS, que são estruturas ou órgãos que se assemelham
por ter mesma função e estarem adaptados ao mesmo ambiente, mas não refletem parentesco
evolutivo e não apresentam mesma origem embriológica. Não são usadas nas relações de
parentesco evolutivo.

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Biologia – Evolução e Teorias Evolutivas – Prof. Enrico Blota

Teorias evolutivas

1. Lamarck
Jean Baptiste Lamarck publicou, em 1809, uma obra considerada pioneira em evolução
biológica: Filosofia zoológica.
Nessa obra, Lamarck defendia a idéia de que os seres vivos poderiam se modificar ao longo
do tempo, a partir de necessidades geradas pelo ambiente. Assim, por exemplo, coelhos
ancestrais dos atuais poderiam ter tido orelhas curtas, apresentando necessidade de ouvir a
aproximação de predadores. Isso determinaria por parte dos coelhos um esforço para ouvir
melhor, movimentando freqüentemente as orelhas. A partir daí podem ser enunciados dois
fundamentos do lamarckismo:

I. Lei do Uso e Desuso:


Estruturas muito utilizadas apresentam a tendência de se desenvolver e as menos utilizadas
tendem a se atrofiar. As estruturas do coelho mais utilizadas seriam suas orelhas e patas
traseiras (empregadas na fuga de predadores). No entanto, seus dentes caninos (típicos de
animais carnívoros) seriam pouco ou nada empregados, pois eles apresentam dieta à base de
plantas.

II. Lei da Transmissão dos caracteres adquiridos


As mudanças do organismo (através de uso/desuso) seriam transmitidas aos descendentes.
Assim, ao longo de várias gerações haveria um aumento gradual das orelhas e patas traseiras
dos coelhos, enquanto seus dentes caninos terminariam por desaparecer. Posteriormente,
com o desenvolvimento da genética, foram esclarecidos os mecanismos de herança biológica
e, efetivamente, não se dá a transmissão de características adquiridas durante a vida. Um
exemplo: bebês não nascem com o lobo da orelha furado, apesar de suas mães (ou pais) terem
realizado esse procedimento

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Para Lamarck, a evolução biológica é o processo de transformação que os seres vivos sofrem
ao longo do tempo. As espécies presentes nos ecossistemas atuais apresentam um conjunto de
características que permitem sua sobrevivência, isto é, possuem alto grau de adaptação.
Seu problema foi acreditar que o ambiente modificava o ser vivo para o próprio ser vivo se
adaptar, mas seus pensamentos foram importantes numa era de crença religiosa. Onde se
acreditava cegamente no fixismo, Lamarck publicou que havia mudanças nos seres vivos ao
longo da evolução.
A forma de evolução do pescoço da girafa ficou relacionada a Lamarck, mas nem mesmo ele
deu muita importância a esse fato:

Em 1883, August Weismann publicou os resultados de seus experimentos visando testar


sua hipótese de que as características adquiridas não são passadas para a descendência. Em
seus experimentos, cortava a cauda de ratos de laboratório por várias gerações e sempre os
filhotes dos ratos sem cauda nasciam com a cauda. Esse experimento enfraqueceu a teoria
de Lamarck.

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Biologia – Evolução e Teorias Evolutivas – Prof. Enrico Blota

2. Charles Darwin
Após uma vida escolar pontuada por poucos interesses, formou-se pastor da Igreja Anglicana.
No entanto, durante sua permanência no seminário foi influenciado por um professor,
adquirindo gosto pelas ciências naturais. Aos 22 anos interessou-se em participar de uma
expedição realizada pela Marinha inglesa, dando a volta ao redor do mundo.

A expedição percorreu parte da América do Sul, sendo que Darwin encontrou, na Argentina,
fósseis de animais semelhantes a tatus. Posteriormente, a expedição passa algumas semanas
no arquipélago de Galápagos, a aproximadamente mil quilômetros do Equador. Nessas ilhas,
ficou intrigado com os jabutis gigantescos que ali viviam. Notou que havia tipos distintos de
jabutis nas diferentes ilhas; os animais diferiam em relação ao formato do bico, no aspecto
das patas e no comprimento do pescoço. Deveria haver uma explicação para essas diferenças.
Após seu retorno à Inglaterra, Darwin passou a trabalhar com o material que obteve durante a
expedição. Em 1859, publicou o livro A origem das espécies, que tratava de evolução biológica.
Darwin relata que para ele foi decisiva a leitura do trabalho de Malthus (Um ensaio sobre
populações), o qual mostrava uma discrepância entre o crescimento da população humana
(em progressão geométrica) e a produção alimentar (em progressão aritmética). Com isso,
segundo Malthus, haveria uma grande luta pela sobrevivência diante da produção insuficiente
de alimento (raciocínio de competição que Darwin levou a sério na vida selvagem).

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O mecanismo evolutivo proposto por Darwin pode ser assim iniciado:
a) os seres de uma espécie apresentam tendência de gerar muitos indivíduos
b) no entanto, as populações naturais mantêm-se estáveis
c) isso significa que apenas alguns indivíduos sobrevivem.
Darwin deu o nome de variabilidade às diferenças existentes entre os indivíduos da mesma
espécie. Assim, entre os organismos da mesma espécie, devem sobreviver os que forem mais
adaptados. Nesse ponto, o ambiente teria um papel fundamental, selecionando os indivíduos
mais aptos, permitindo sua sobrevivência e reprodução. Essa “escolha” dos mais aptos, Darwin
denominou SELEÇÃO NATURAL, que seria uma “crítica seletiva” do ambiente. Outros casos de
seleção incluem a Seleção sexual, onde um parceiro ou parceira escolhe seu companheiro(a)
para a reprodução pelos seus atributos vantajosos e a seleção artificial que é a ação humana
sobre as espécies domésticas, dando maiores chances de sobrevivência e reprodução para as
espécies que lhe interessam.

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Biologia – Evolução e Teorias Evolutivas – Prof. Enrico Blota

3. Teoria moderna ou sintética da evolução


Reconhece como principais fatores evolutivos a mutação, a recombinação gênica, deriva gené-
tica e a seleção natural. Na verdade, é uma complementação aprofundada da teoria de Darwin
explicando as fontes da variabilidade das populações (fato que Darwin não conseguiu), infor-
mações que vieram com o desenvolvimento da Genética e com o conhecimento do material
genético (ácidos nucléicos). Além desses processos citados as migrações também podem inter-
vir no processo evolutivo de uma população, na imigração de um gene novo ou na saída de um
outro gene importante na população.

*Recombinação gênica (ou crossing-over)

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*Deriva genética

Leitura obrigatória – Alguns exemplos de Seleção natural e tipos de


seleção natural

*Mimetismo – “Jogo da imitação entre espécies”

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Biologia – Evolução e Teorias Evolutivas – Prof. Enrico Blota

*Camuflagem – “O ser vivo não quer ser visto”

*Tipos de seleção natural:

Vamos imaginar uma população com 3 tipos de aves: de asas longas, médias e curtas.
Na seleção direcional, após um evento externo, apenas aves de asas longas ou curtas
são selecionadas. Na seleção disrupitiva, após esse evento, aves de asas longas e
curtas seriam selecionadas. Já na seleção estabilizadora, apenas aves de asas médias
seriam selecionadas.

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Meio Ambiente

MEIO AMBIENTE – PRIMEIROS PASSOS DA TRAJETÓRIA HUMANA

As espécies do planeta, incluindo o Homo sapiens, surgiram por um longo processo de


transformações no material genético associadas a diversos outros fatores (como, por exemplo,
a seleção natural). Esse processo longo é conhecido como evolução. Para compreendermos
melhor os primeiros passos da trajetória humana até melhorarmos nossa consciência ecológica
deveremos compreender brevemente como surgiu nossa espécie.

Evolução humana

Pode ser explicada de duas formas:


•• Religiosa (criacionismo) – O homem foi criado por um Deus.
•• Evolucionismo – O homem originou-se ao longo do tempo, por um processo longo de
evolução por seleção natural, mutações e outros fatores evolutivos.
A seleção natural de Charles Darwin (séc. XIX) explica a extinção e sobrevivência de diversas
espécies através do forte pensamento de que os mais aptos têm maiores chances de deixar
descendentes e proliferar. Darwin também escreveu sobre a evolução humana e ancestralidade
comum com macacos, o que no século XIX causou espanto. Após o surgimento dos Hominídeos,
uma série de transformações ocorreram até que tivéssemos o Homo sapiens.
Veremos os principais pontos da evolução humana, porém, deve-se lembrar que muitos
pontos ainda estão sendo estudados e ainda faltam muitas peças desse quebra cabeças que é a
evolução humana. Observe abaixo um esquema simplificado da evolução

Fonte: História – Das cavernas ao terceiro milênio, ed. Moderna

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Hominídeos – Os hominídeos formam uma família dentro da ordem dos primatas (que
incluem os macacos e outros parentes mais distantes do homem). O homem (gênero Homo), os
orangotangos (gênero Pongo), os gorilas (gênero Gorilla) e os chimpanzés (gênero Pan) são os
primatas dessa família. Os fósseis também indicam a existência, no gênero Homo, de diversas
espécies extintas, como o H. habilis e H. erectus, por exemplo. Além deles há outros gêneros,
como o Australopitecus.
Australopitecus – Teria surgido em torno de 4 milhões de anos atrás no sul da África, tendo
depois se subdividido em várias subespécies. Era bípede e se alimentava de folhas, grãos e
frutos.
Homo habilis – Teria surgido em torno de 2 milhões de anos atrás. Com maior capacidade
craniana, tinha habilidade para fabricar ferramentas simples de pedra. Alimentava-se de
vegetais e carne.
Homo erectus – Teria surgido em torno de 1,8 milhão de anos atrás na África. Desenvolveu a
caça e dominava o fogo. Migrou da África para a Europa e para Ásia.
Homo neanderthalensis – Surgiu em torno de 500 mil anos atrás na Europa. Tinha boa técnica
de caça e desenvolveu algumas atividades simbólicas como o sepultamento. Entrou em contato
com o Homo sapiens, mas acabou extinto em torno de 27 mil anos atrás.
Homo sapiens – É o homem moderno, espécie à qual pertencemos. Surgiu há mais de 100 mil
anos na África. Espalhou-se pelos continentes durante a última glaciação. Venceu a luta pela
sobrevivência, desenvolveu diferentes expressões artísticas e a escrita e ocupou todo o planeta.

Ocupação e destruição ambiental

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Meio Ambiente – Primeiros Passos da Trajetória Humana – Prof. Enrico Blota

Se pensarmos nas últimas centenas de anos que estamos ocupando o planeta de modo
indiscriminado, toda e qualquer ocupação feita pelo homem está gerando impactos diretos nos
ecossistemas que são subjugados. Sempre que acontece o estabelecimento de uma edificação
ou asfaltamento na construção de estradas e cidades em uma área qualquer, todas as atividades
que são desenvolvidas acarretam algum tipo de consequência direta nas condições naturais da
zona de implantação.
A verdade é que o microclima local acaba sendo alterado em virtude das alterações que
são feitas na flora, fauna e incidência de recursos naturais peculiares da região que sofreu a
intervenção.
Os movimentos de terra realizados em escavações e terraplanagens, e a derrubada de espécies
vegetais, são dois processos que deveriam passar por análise e concessões municipais antes de
serem realizadas. Infelizmente não existem regras claras que impeçam a ação indiscriminada
do ser humano em todos os municípios, através de secretarias específicas para tal fiscalização,
ou seja, nem sempre as leis chegam a todos os lugares ocupados.
Todo o empreendimento novo deveria passar por uma análise profunda e rigorosa de seu
impacto ambiental, para que as medidas necessárias pudessem ser tomadas na minimização
ou em alguns casos a inviabilização do mesmo. (adaptado de: portaleducação.com.br)

Consciência ecológica

Capa do livro “A consciência ecológica que nossos filhos precisam ter”.


Autor: Antônio Carlos de Oliveira Barreto.

O fenômeno da consciência ecológica representa o despertar de uma compreensão e


sensibilidade da degradação do meio ambiente e das consequências desse processo para a
qualidade da vida humana e para o futuro das espécies como um todo. É um sinal de crise
ecológica.
A degradação ambiental é, na verdade, consequência de um modelo, de organização político-
social e de desenvolvimento econômico, que estabelece prioridades e define o que a sociedade
deve produzir, como deve produzir e como será distribuído o produto social. Isto implica no
estabelecimento de um determinado padrão tecnológico e de uso dos recursos naturais,

www.acasadoconcurseiro.com.br 1365
associados a uma forma específica de organização do trabalho e de apropriação das riquezas
socialmente produzidas. Comporta, portanto, interesses divergentes entre os vários grupos
sociais, dentre os quais aqueles com maiores poderes decidem os rumos sociais e os impõem
ao restante da sociedade.
Assim, os impactos ecológicos e os desequilíbrios sobre os ciclos biogeoquímicos (ciclo
natural da água, carbono, oxigênio, nitrogênio e outros) são decorrentes de decisões políticas
e econômicas previamente tomadas. A solução para tais problemas exige mudanças nas
estruturas de poder e de produção e não medidas superficiais e paliativas sobre seus efeitos.
(adaptado de: http://www.cefetsp.br/edu/eso/ecologiacritica.html)

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Biologia

NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS / DST'S

DSTs

São doenças sexualmente transmissíveis, mas diversas podem ser transmitidas de outras formas
(transfusão de sangue, uso de seringas contaminadas, entre outras). Podem ser causadas por
diferentes agentes parasitários, como vírus, bactérias, protozoários e até fungos. Abaixo alguns
vocábulos que usaremos para essa aula.

1. Herpes: Contato direto ou indireto com objetos usados por herpéticos quando as feridas
estão na fase de manifestação da doença. A doença manifesta pequenas bolhas que se tornam
feridas na boca ou pele (herpes tipo I) e feridas na região genital ou anal (herpes tipo II).

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2. Condiloma acuminado (HPV – papilomavírus): Promove verrugas genitais e, em muitos
casos, pode provocar câncer de colo uterino.

3. AIDS: É causada pelo vírus HIV. Ele ataca o sistema imunológico promovendo uma espécie
de síndrome que, em casos graves, promove o enfraquecimento das defesas do corpo e leva a
infecções oportunistas que podem determinar a morte. É adquirida através do contato sexual,
amamentação, uso de seringas e outros objetos cortantes contaminados e transfusões. O ciclo
de vida do HIV foi estudado com maior ênfase durante a aula de VÍRUS.
4. Hepatites: São diversas formas de hepatites. Podem ser transmitidas de forma fecal-oral,
por contato sanguíneo ou objetos contaminados (seringa, objetos cortantes) e algumas formas
por contato sexual. Os diferentes vírus afetam o fígado. Para as formas de contaminação fecal-
oral devemos, como medida profilática, ter saneamento básico e, para as formas sexualmente
transmissíveis, devemos usar preservativos.

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Biologia – Noções de Primeiros Socorros / DST's – Prof. Enrico Blota

5. Clamídia (linfogranuloma venéreo): Causada pela bactéria Clamidia trachomatis. Aparecem


lesões na genitália ou região anal. O reto de pessoas infectadas (crônicas) pode alojar a infecção.

6. Gonorreia: DST causada pela bactéria Neisseria gonorroheae. Esse parasita causa ardência
ao urinar, purulência e pode dar febre.

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Purulência liberada da uretra

7. Sífilis: Causada pela bactéria Treponema palidum. É uma doença grave, transmitida por
via sexual ou congênita. É uma doença que avança no organismo tornando-se cada vez mais
agressiva.

8. Cancro mole: É uma infecção causada pela bactéria Haemophilus ducreyi. A bactéria ataca
o tecido e produz uma ferida aberta, chamado de cancro mole ou úlcera que pode apresentar
sangramentos. Pode haver produção de um fluido contagioso que espalha bactérias no contato
com pele ou mucosa de outra pessoa.

*Principais DSTs

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Biologia – Noções de Primeiros Socorros / DST's – Prof. Enrico Blota

Leitura obrigatória – Primeiros socorros


Corresponde aos primeiros atendimentos (imediatos) que deveremos efetuar em uma pessoa
que teve um acidente que gere algum risco para a saúde ou para a vida.

Resposta: C

Princípios básicos dos primeiros socorros


Avaliar: Tipo de acidente, quantos estão envolvidos, número de vítimas, se é seguro socorrer.
Proteger: Primeiro proteja-se, em acidentes de carro sinalizar a área (não mexer no acidentado,
não dê as costas para o trânsito), verificar se há perigo de incêndio (algum material inflamável,
isqueiros...).
Avisar: Os números gratuitos principais são 190, 192 e 193; procurar saber o endereço, quantas
vítimas, tipo de acidente; em envenenamentos encontre ou tenha o número do centro toxoló-
gico de sua cidade.
Socorrer: É importante saber que somente o socorrista que recebeu treinamento pode fazer
manobras arriscadas de salvamento. Por isso os procedimentos mais indicados são avaliar, pro-
teger e avisar. Somente se não houver a possibilidade de avisar um especializado deve-se ten-
tar a manobra, mas principalmente se tiver noção de como fazer.

Alguns cuidados básicos que evitam acidentes

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Primeiros cuidados
1. Antes de tudo, avaliar se é seguro para você prestar o auxílio.

Risco de explosão, um caso em que não deveremos nos aproximar

2. Se a vítima não está acordada:


•• Verificar a respiração.
•• Abrir vias aéreas, se necessário fazer ventilações.

3. Em casos de ferimentos:
•• Ferimentos leves lavar com água corrente e sabão.
•• Ferimentos em outras pessoas, proteger com luvas.
•• Fazer o curativo.
•• Ferimentos profundos - pressionar o ferimento.
•• Com objetos cortantes - não retira-se o objeto. Enfaixar com o objeto presente (imobilizar)

NÃO DEVE-SE APERTAR DEMAIS (GARROTE) POIS ISSO PODE


INTERROMPER TOTALMENTE A CIRCULAÇÃO VENOSA OU ARTERIAL.

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Biologia – Noções de Primeiros Socorros / DST's – Prof. Enrico Blota

4. Em casos de epistaxe:
Epistaxe é o sangramento através do nariz.
•• Apertar o nariz com os dedos.
•• Se for contínuo, colocar gaze.
•• Inclinar a cabeça (levemente) para frente, para
evitar enjoo.
5. Em casos de fraturas, entorses ou luxações:
•• Não tente mexer nos ossos quebrados ou
fraturados.
•• Analise sensivelmente imperfeições (se souber),
faça também na cintura pélvica e escapular.
•• Imobilizar com um pano ou materiais suaves fazendo “almofadados” na volta do ferimento.
•• Não mexa na posição da vítima

NUNCA OFEREÇA LÍQUIDOS PARA UM ACIDENTADO. PROCURE MANTÊ-LO CALMO E


AQUECIDO (COM UM COBERTOR OU PEÇA DE ROUPA)

1. Em casos de convulsões:
Proteger a cabeça e manter objetos possivelmente cortantes afastados da vítima.
2. Em casos de desmaios ou perda de sentidos:
•• Auxiliar ajudando a deitar-se levemente ao chão.
•• Alivie as peças de roupa do pescoço, relógio, cinto e qualquer outra.
•• Faça um pequeno travesseiro com uma peça de roupa.
•• Chame o socorro.

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3. Em casos de queimaduras:
•• Se o corpo estiver em chamas, abafar com material
não inflamável (nunca plásticos ou tecidos sintéti-
cos).
•• Se queimaduras leves colocar água fria.
4. Se houver contato com animal peçonhento:
Usar botas em locais onde há incidência desses animais é uma medida profilática.

Serpentes:
•• Lavar o local com água e sabão.
•• Vítima não deve fazer esforço (ficar relaxada).
•• Manter a vítima hidratada com líquidos (nunca usar bebida alcoólica).
•• Ligar para o socorro ou procurar o posto ou hospital mais próximo imediatamente.

Escorpiões e aranhas:
•• Lavar com água e sabão, após fazer compressas com água morna (alivia a dor).
•• Ligar para o socorro ou procurar o posto ou hospital mais próximo imediatamente.
“Em qualquer caso, nunca bloquear a circulação, chupar o sangue ou colocar qualquer
substância no local. Se possível, coletar o animal para melhor aplicação do antídoto”
5. Se houver engasgamento: Manobra de Heimlich
•• Colocar a mão direita fechada na boca do es-
tômago (entre o umbigo e o osso esterno).
•• A mão esquerda é colocada por cima da
direita.
•• Pressionar a região fazendo movimentos (den-
tro/cima).

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Biologia – Noções de Primeiros Socorros / DST's – Prof. Enrico Blota

•• Se a vítima perdeu a consciência levar imediatamente para o hospital.

Em bebês ou em pessoas sozinhas:

6. E se houver parada cardíaca: Ressuscitação cardiopulmonar

•• Verificar os batimentos cardíacos pelo pescoço, caso não haja fazer RCP (Ressuscitação
Cardiopulmonar).
•• Essa manobra deve ser feita apenas por quem sabe realizá-la, pessoas que nunca treinaram
essa manobra não podem realizá-la.
•• Alternam-se duas ventilações com 15 estimulações cardíacas.
“As estimulações devem ser feitas aproximadamente dois dedos abaixo do osso esterno
(osso do meio do peito)”.

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Biologia
Aula XX

MEIO AMBIENTE – SAÚDE

O que é saúde?

Saúde significa estado de normalidade de funcionamento do organismo humano. Ter saúde


é viver com boa disposição física e mental. Além da boa disposição do corpo e da mente, a
OMS (Organização Mundial da Saúde) inclui na definição de saúde, o bem-estar social entre os
indivíduos.
A saúde de um indivíduo pode ser determinada pela própria biologia humana, pelo ambiente
físico, social e econômico a que está exposto e pelo seu estilo de vida, isto é, pelos hábitos de
alimentação e outros comportamentos que podem ser benéficos ou prejudiciais.
Uma boa saúde está associada ao aumento da qualidade de vida. É sabido que uma alimentação
balanceada, a prática regular de exercícios físicos e o bem-estar emocional são fatores
determinantes para um estado de saúde equilibrado.

A saúde pública é um conceito que remete para a integridade física e mental dos elementos
constituintes de uma comunidade. A saúde pública abrange medidas e políticas relacionadas
com a higiene, para a manutenção da saúde, sendo que também são promovidas medidas para
a prevenção de doenças.
(adaptado de: http://www.significados.com.br/saude)

  

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Por outro lado, muitas pessoas estão expostas a condições precárias de sobrevivência. Vivem
em regiões onde não possuem saneamento básico (água, limpeza, esgotos, etc.), assistência
médica adequada, alimentação e água de qualidade. Essas pessoas têm a sua saúde seriamente
afetada. Outras vivem em locais expostos a condições ambientais perigosas, como riscos de
enchentes, terremotos, tsunamis, entre outros casos.
Vamos destacar alguns problemas de saúde e cuidados básicos essenciais que deveremos tomar
para nos mantermos saudáveis e auxiliarmos na manutenção do bem estar da comunidade em
que estamos inseridos, mesmo quando há uma alteração de ordem natural, como as citadas no
parágrafo acima.

Problemas de saúde comuns no Brasil

Entre os problemas que podem afetar as pessoas de uma cidade e influenciar no sistema de
saúde destacam-se dois tipos:
1. Adquiridos através de um contato com o agente causador (vírus, bactérias e outros);
•• AIDS – causada por um vírus.
•• Hepatite B – causada por um vírus.
•• Leishmaniose – causada por um protozoário, o Leishmania sp.
•• Dengue – causada por um vírus.
•• Malária – causada por um protozoário, o Plasmodium sp.
•• Doença de Chagas – causada por um protozoário, o Trypanosoma cruzi.
•• Sarampo – causada por um vírus.

Anotações:

2. Influenciados pelo ambiente (alimentação ruim, uso de drogas, cigarros, bebidas alcoólicas
e vida sedentária por exemplo). Vale acrescentar que algumas doenças podem ter influência
genética.
•• Depressão.
•• Pressão alta.
•• Infarto.
•• Acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
•• Diabetes.

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Biologia – Saúde – Prof. Enrico Blota

Anotações:

Quando usar vacina ou soro?


Vacinas são usadas, na maioria dos casos, antes do contato com o agente patogênico e são
formadas por antígenos desse determinado agente patogênico (vírus da hepatite B, por
exemplo). Elas estimulam nosso organismo a produzir anticorpos específicos contra o causador
da doença em questão. Já o soro é usado após a contaminação, ou seja, após o contato com o
agente causador da doença. É formado por anticorpos.

Anotações:

Para leitura

Drogas: você sabe como entra, nunca como sai


As pessoas costumam trilhar o perigoso caminho das drogas sem conhecimento algum dos
graves problemas de saúde que estão por trás de poucos momentos de aparente bem-estar
e euforia. É fundamental discutir as consequências do uso das drogas, buscando esclarecer as
pessoas de maneira que elas possam dizer não às drogas de modo consciente e definitivo.
“DROGAS: TÔ FORA, GOSTO MAIS DE MIM”.
•• Ecstasy
Conhecido como “pílula do amor”, o ecstasy (ou simplesmente E), é uma das drogas ilegais que
tem sido muito utilizadas atualmente. Os riscos para a saúde de quem utiliza ecstasy são muito
graves. O ecstasy é composto pela substância MDMA, sigla de metilenodioximetanfetamina.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1379
Com esse nome, a droga é confundida com as anfetaminas ou metanfetaminas, outros
estimulantes sintéticos ilegais que provocam o efeito de deixar as pessoas “ligadas”. Apesar de
ser derivado da anfetamina parte da molécula de MDMA é semelhante à de um alucinógeno.
Essa substância atua sobre três neurotransmissores: a serotonina, mais atingida pela droga
controla as emoções e também regula o domínio sensorial, o domínio motor e a capacidade
associativa do cérebro. O MDMA provoca uma descarga de serotonina nas células nervosas do
cérebro, produzindo uma falsa sensação de leveza e bem-estar.
As mortes associadas a essa droga são decorrentes quase sempre da elevação da temperatura
do corpo acima dos 41 °C, pois a serotonina também é reguladora da temperatura do corpo.
Dessa forma, os usuários do ecstasy correm alto risco de hipertermia, o superaquecimento do
organismo. A partir de 41 °C o sangue pode coagular, produzindo convulsões e parada cardíaca.
•• Cigarro: a nicotina encaixa-se nos receptores destinados à acetilcolina, atenuando a fome
e o cansaço e gerando uma leve sensação de euforia. Ela desempenha também o papel
da dopamina, neurotransmissor associado à satisfação e inibição do apetite. Os riscos do
fumo são enormes: o cigarro aumenta a chance de desenvolvimento de câncer de boca, de
faringe, de pulmão, além de muitos outros problemas de saúde, como enfarto do miocárdio
e enfisema pulmonar.
•• Maconha: é uma droga ilegal cuja substância ativa (THC) encaixa-se nos receptores
destinados à anandamida, um neurotransmissor que provoca euforia, alteração da
memória e hipersensibilidade. A maconha pode causar impotência sexual e dependência,
além de outros danos à saúde.
•• Cocaína: essa droga ilegal provoca o aumento da produção de dopamina e de noradrenalina,
estimulante cerebrais. A dopamina cria uma sensação de satisfação e, em doses mais
altas, de euforia. Os efeitos da cocaína são muito rápidos e intensos. A droga causa rápida
dependência. Os riscos à saúde dão graves e podem levar à morte.
•• Oxi: é uma droga que chegou ao país em meados da última década pelo Acre e pelo
Amazonas, nas regiões das fronteiras com Bolívia e Colômbia. Agora, há registro de mortes
no Piauí e a ameaça de que ela atinja o Sudeste. A Fundação Oswaldo Cruz já prepara um
mapeamento da droga no território nacional. A droga é derivada da planta coca, assim
como a cocaína e o crack. Há diferenças, contudo, no modo de preparo. Existe uma pasta
base, com o princípio da droga, e de seu refino vem a cocaína.O crack e o oxi são feitos a
partir dos restos do refino da cocaína. As três drogas possuem, portanto, o mesmo princípio
ativo e um efeito parecido, que é a aceleração do metabolismo, ou seja, do funcionamento
do corpo como um todo. A diferença da cocaína para as outras duas está no que os
especialistas chamam de “via de administração”. Enquanto a primeira é inalada em forma
de pó, as outras duas são fumadas em forma de pedra. Isso muda a forma como o corpo
lida com a dose. O pó da cocaína é absorvido pela mucosa nasal, que tem nervos aflorados,
responsáveis pelo olfato. O efeito dura entre 30 e 45 minutos. No caso das outras duas
drogas, a absorção acontece no pulmão, de onde ela cai na corrente sanguínea. O efeito
dura cerca de 15 minutos, e por isso, é mais intenso que o da cocaína, o que aumenta o
risco de que o usuário se torne um viciado. “Se você usa uma que dá um 'barato' de 48
horas, você não precisa de outra dose tão cedo, mas se usa uma que dá um barato de
15 minutos e, em seguida, te dá depressão, vai querer outra dose”, explica a psiquiatra.
A grande diferença do oxi para o crack está na sua composição química. Para transformar
o pó em pedra, o crack usa bicarbonato de sódio e amoníaco. Já o oxi, com o objetivo de
baratear os custos – e atingir um número maior de usuários –, leva querosene e cal virgem.

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Biologia – Saúde – Prof. Enrico Blota

Querosene e cal virgem são substâncias corrosivas e extremamente tóxicas. Por isso, o
consumo do oxi pode levar à morte mais rápido que o crack – no qual o que é realmente
nocivo é o princípio ativo da droga. (Fonte:http://g1.globo.com)
•• Outras drogas

Droga Efeito Perigo


Superexcitação, distorção sen- Tolerância (a pessoa precisa de
soriais, alucinações, dilatação doses cada vez maiores para
LSD das pupilas, aumento da pres- obter o mesmo efeito), depen-
são arterial e dos batimentos dência física, comportamento
cardíacos. irracional, morte por overdose.
Provoca depressão, fadiga,
perda de memória, insônia,
Aumento da autoconfiança,
paranoia, perda do apetite se-
Crack sensação de poder e euforia se-
xual, comportamento violento,
guida de depressão profunda.
tendência ao suicídio, morte
por overdose.
Sedativos, reduzem a Tolerância, dependência física,
ansiedade e induzem ao sono, morte por overdose, especial-
Barbitúricos
reduzem a pressão sanguínea e mente se combinados com
diminuem o ritmo respiratório. álcool.
Euforia, redução da dor,
Analgésicos narcóticos redução de reflexos, contração Tolerância, dependência física,
(morfina, hidrocodona) das pupilas, perda de convulsão, morte por overdose.
coordenação.
Euforia, excitação, hiperativida-
Tolerância, dependência física,
de, aumento do ritmo respira-
Anfetaminas alucinações, morte por over-
tório e da pressão sanguínea,
dose.
dilatação das pupilas.
(Adaptado de: Biologia Vol. Único, Sônia Lopes, Ed. Saraiva)

•• Os efeitos das bebidas alcoólicas no organismo


O álcool atua de modo destrutivo, atacando diretamente o glutamato, neurotransmissor
envolvido no raciocínio e no movimento, entre outras funções. Além da possibilidade de destruir
as moléculas de glutamato, o álcool também pode provocar danos que dificultam o encaixe da
substância em seus receptores. O álcool pode causar diversos tipos de doenças, principalmente
prejudicando as funções do fígado, como na cirrose hepática. Nos últimos anos se discute o
fato do álcool estar diretamente envolvido em acidentes de trânsito e diversas mortes no nosso
país, fato que consolidou maiores punições para casos em que ocorrem flagrantes.

Cuidados básicos em casos de enchentes


Quando um desastre de origem natural acontece (uma enchente ou outro), devemos tomar
todos os cuidados possíveis para evitar a transmissão de doenças e preservar a nossa saúde.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1381
A ingestão de água contaminada das enchentes (e também de outras fontes contaminadas) ou
a contaminação através do simples contato da pele com a água da enchente, pode provocar
doenças diversas que atacam nosso tubo digestivo (ou outros órgãos) e promovem diversos
sintomas, como diarreias, vômitos e problemas mais graves. Isso se dá devido ao fato da água
das enchentes frequentemente ter microorganismos patogênicos. Em muitos casos eles levam
à morte.

As doenças abaixo são alguns exemplos no Brasil:


•• Giardíase – causada por um protozoário chamado Giardia lamblia.
•• Cólera – causada por uma bactéria conhecida como Vibrio colerae.
•• Hepatite A – causada por um vírus.
•• Febre tifoide – causada por uma bactéria chamada Salmonella enterica typhi.
•• Amebíase – causada por um protozoário conhecido como Entamoeba histolitica.
•• Leptospirose – causada por uma bactéria chamada Leptospira interrogans.
•• Diversas verminoses – causadas por animais conhecidos por vermes (platelmintos e
nematelmintos). Um exemplo comum é a Ascaridíase, causada pelo verme nematelminto
Ascaris lumbricoides.
Quando as enchentes entram em contato com os lixões a céu aberto, podem carregar o lixo das
zonas afastadas para os centros urbanos, fazendo as pessoas entrar em contato com muitos
desses agentes parasitários, como a Leptospira causadora da leptospirose.

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Biologia – Saúde – Prof. Enrico Blota

Nos casos de enchentes não deveremos consumir


•• Água contaminada de reservatórios ou caixas d’água que se desconfia ter entrado em
contato com a água da enchente;
•• Alimentos com cheiro, cor ou aspecto fora do normal (úmido, mofado, murcho);
•• Alimentos como leite, carne, peixe, frango e ovos, crus ou malcozidos, principalmente
aqueles que entraram em contato com a água de enchente;
•• Frutas, verduras e legumes estragados ou escurecidos que entraram em contato com a
água.

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Direito Constitucional

Professor André Vieira

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Direito Constitucional
Aula XX

TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Dos direitos e deveres


5o individuais e coletivos

6o-11o Dos direitos sociais

12o-13o Da nacionalidade

14o-16o Dos direitos políticos

17o Dos partidos políticos

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
DESTINATÁRIOS DO ART. 5º:

Proteção dentro do país. Brasileiros, estrangeiros, pessoas físicas e jurídicas.


Embora o texto do artigo garanta expressamente aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País o exercício de todos os direitos e garantias fundamentais, a
interpretação aqui é sistemática e finalística além desta proteção ser realizada
sem distinção de qualquer natureza. Assim, a proteção dos direitos fundamentais
é reservada a todos os indivíduos, independente de sua nacionalidade ou situação
no Brasil.
A expressão residentes no Brasil, segundo Alexandre Moraes, deve ser interpretada
no sentido de que a Carta Federal só pode assegurar a validade e gozo de direitos
fundamentais dentro do território brasileiro, não excluindo, assim, os estrangeiros
em trânsito pelo território nacional. As pessoas jurídicas também são beneficiárias
dos direitos e das garantias individuais, porque reconhece-se às associações o
direito à existência.

I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei;

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TORTURA – ART. 5º, III e LIII
III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

DIREITO DE OPINIÃO – Speech Hate


IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano


material, moral ou à imagem;

LIBERDADE DE CRENÇA RELIGIOSA

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício


dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;
VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades
civis e militares de internação coletiva;

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de


convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em
lei; (ver artigo 15, inciso IV).

DIREITO DE EXPRESSÃO
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;

INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, DA VIDA PRIVADA, DA HONRA E DA IMAGEM


X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

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Direito Constitucional – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Art. 005) – Prof. André Vieira

INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante
o dia, por determinação judicial;

REGRA Inviolabilidade do domicílio

EXCEÇÕES

DIA NOITE

Flagrante delito Flagrante delito

Prestar socorro Prestar socorro

Desastre Desastre

Determinação Judicial X

Key-code Sem consentimento

CPC Art. 212 (06:00/20:00)


CONCEITO DE DIA

J.A.Silva (06:00/18:00)

Sol alto

Nucci Alvorecer/Anoitecer

Pouco importando o horário


Lenza Conjugação de critérios

(06:00/18:00) + Aurora ao crepúsculo

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SIGILO DE CORRESPONDÊNCIA E DE COMUNICAÇÃO

XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das


comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

Só será autorizada por ordem judicial nos seguintes casos:

1 Investigação criminal

Interceptação
telefônica

2 Instrução processual penal

XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações


profissionais que a lei estabelecer;
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional;

LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

DIREITO DE REUNIÃO E ASSOCIAÇÃO XV a XXI


XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

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Direito Constitucional – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Art. 005) – Prof. André Vieira

ASSOCIAÇÃO

XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

PROPRIEDADE

XXII – é garantido o direito de propriedade;


XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de


propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

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A indenização deve
Prévia Antecipada

Em dinheiro Em espécie

XXVI
Para pagamentos de débitos
decorrentes de sua atividade produtiva
A pequena
propriedade Desde que trabalhada pela família
rural
Dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento

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PROPRIEDADE INTELECTUAL

XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de


suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e
voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de
que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e
associativas;
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos
nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

  http://entendaocasolegiao.blogspot.com.br/

XXX – é garantido o direito de herança;


XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do de cujus;
XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
e do Estado;
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento
de situações de interesse pessoal;

PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE JURISDICIONAL ‒ ACESSO À JUSTIÇA


XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1393
XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ‒ ANTERIORIDADE


XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL


XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

CRIMES

XLII – a prática do racismo constitui crime INAFIANÇÁVEL e IMPRESCRITÍVEL, sujeito à pena


de reclusão, nos termos da lei;
XLIII – a lei considerará crimes INAFIANÇÁVEIS e INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU ANISTIA
a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os
que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV – constitui crime INAFIANÇÁVEL e IMPRESCRITÍVEL a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

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CRIMES INAFIANÇÁVEL IMPRESCRITÍVEL INSUSCETÍVEL

RACISMO X X

AGA X X

TORTURA X X

TRÁFICO X X

TERRORISMO X X

HEDIONDO X X

PENAS

XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o


dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores
e contra eles executadas, ATÉ O LIMITE DO VALOR DO PATRIMÔNIO TRANSFERIDO;

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XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

PENAS
Recepciona Não recepciona

5
De morte, salvo em caso de guerra
Privação ou restrição da liberdade
declarada, nos termos do art. 84, XIX

Perda de bens De caráter perpétuo

Multa De trabalhos forçados

Prestação social alternativa De banimento

Suspensão ou interdição de direitos Cruéis

XLVII – não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

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Direito Constitucional – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Art. 005) – Prof. André Vieira

XLVIII – a pena será cumprida em ESTABELECIMENTOS DISTINTOS, de acordo com a


NATUREZA DO DELITO, a IDADE e o SEXO do apenado;

Do cumprimento da pena

A
Estabelecimento distinto

B
Natureza do delito

C
Idade

D
Sexo

XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1397
EXTRADIÇÃO

LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,


praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

Nato Jamais

Crime político

Estrangeiro Não será extraditado

Crime de opinião

Antes Crime comum

Naturalizado

Antes / depois Tráfico ilícito

Competência Originária Juízes Federais

Crime Político

Competência Recursal STF


Ordinária

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PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL – XXXVII e LIII


LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela AUTORIDADE COMPETENTE;

PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL


LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORE ENVENENADA – FRUITS OF THE POISONOUS TREE


LVI – são inadmissíveis, no processo, AS PROVAS OBTIDAS POR MEIOS ILÍCITOS;

PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA


LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei;

  

LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal;
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade
ou o interesse social o exigirem;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1399
PRESO

LXI – ninguém será PRESO senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;

PRISÃO

LXII – a PRISÃO de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados


imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

PRESO

LXIII – o PRESO será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV – o PRESO tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;

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Direito Constitucional – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Art. 005) – Prof. André Vieira

PRISÃO

LXV – a PRISÃO ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;


LXVI – ninguém será levado à PRISÃO ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;
LXVII – não haverá PRISÃO civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;

LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora


torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII – conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial
ou administrativo;
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

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REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

Descrições de Incisos

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Direito Constitucional – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Art. 005) – Prof. André Vieira

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

Descrições de Incisos

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Assistência Jurídica Integral e Gratuita (AJIG)
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;
LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além
do tempo fixado na sentença;

CHEGOU A MINHA VEZ!!!


LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;

1404 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Art. 005) – Prof. André Vieira

LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.

LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do


processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm APLICAÇÃO IMEDIATA.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta CONSTITUIÇÃO NÃO EXCLUEM OUTROS DECOR-
RENTES DO REGIME E DOS PRINCÍPIOS POR ELA ADOTADOS, ou dos tratados internacionais
em que a República Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais SOBRE DIREITOS HUMANOS que forem aprova-
dos, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos res-
pectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha mani-
festado adesão.

§,1o Aplicação imediata

§,2o Exemplificativo / não exclui

§,3o 2T # 3/5 # CD e SF # EC

§,4o TPI # Estatuto de Roma

www.acasadoconcurseiro.com.br 1405
Direito Constitucional
Aula XX

PODER JUDICIÁRIO

STF

CNJ

STJ TST TSE STM

AUDITORIAS
TJ TRF TRT TRE MILITARES

JUIZ DE JUIZ JUIZ DO JUIZ JUIZ


DIREITO FEDERAL TRABALHO ELEITORAL MILITAR

www.acasadoconcurseiro.com.br 1407
FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

Autoridades Comum Responsabilidade

STF STF SF

Membros do CNJ Há divergência SF

Tribunais superiores STF STF

2a instância STJ STJ

Juízes estaduais TJ TJ
(DF e Territórios)
Juízes federais TRF TRF
(do trabalho e militares)

Considerações

1408 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 092 a 100) – Prof. André Vieira

CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I – o Supremo Tribunal Federal;
I-A – o Conselho Nacional de Justiça;
II – o Superior Tribunal de Justiça;
II-A – o Tribunal Superior do Trabalho;
III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V – os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI – os Tribunais e Juízes Militares;
VII – os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm
sede na Capital Federal.
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território
nacional.

Cuidado!

Não possui jurisdição. Apenas caráter fiscalizatório.

( X )    (...)
CNJ Sede

( X )    ( X )  
STF Sede Jurisdição

( X )    ( X )  
TRIBUNAIS SUPERIORES Sede Jurisdição

STJ STM TST TSE

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Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios:

Iniciativa STF
Estatuto da
Magistratura
Espécie
LC
normativa

I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público
de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases,
exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-
se, nas nomeações, à ordem de classificação;

Ingresso na
carreira

Cargo inicial Juiz substituto

Concurso Concurso público de provas e títulos

Participação OAB # todas as fases

Prática jurídica M/3 anos

II – promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento,


atendidas as seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas
em lista de merecimento;

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Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 092 a 100) – Prof. André Vieira

b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e


integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com
tais requisitos quem aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de
produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela frequência e aproveitamento em
cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;
d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto
fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada
ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo
legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;

Promoção
do Juíz

Antiguidade
II Alternada

Merecimento

3 x consecutivas
Lista de
a Obrigatória
merecimento
5 alternada

2 anos de exercício na
respectiva entrância

b Por merecimento pressupõe

Integrar o juiz a
primeira quinta parte

www.acasadoconcurseiro.com.br 1411
Aferição de
C
merecimento

Conforme Desempenho

Critérios Objetivos

Produtividade

Presteza

Frequência

OU

Reconhecidos de aperfeiçoamento

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Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 092 a 100) – Prof. André Vieira

Recusa do
d Quem pode Tribunal
magistrado
mais antigo

Voto Fundamentado

Quórum 2/3

Assegurada Ampla defesa

Hipótese de
e Retenção de autos
não promoção

Forma Injustificadamente

Prazo Além do prazo legal

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Classificação das Comarcas
O território do Rio Grande do Sul, para efeitos da administração da justiça, é dividido atualmente
em ____________ comarcas. Cada comarca pode abranger um ou mais municípios.

Entrância 1 -
Conceito:
Entrância 2 -
III – o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento,
alternadamente, apurados na última ou única entrância;

2oa Regra do 1/5

Acesso
1oa 1o grau

Forma Antiguidade e Antiguidade

Única entrância
Apuração
Última

IV – previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados,


constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou
reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados;

1414 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Previsão de cursos oficiais

Aperfeiçoamento

Promoção

Constitui

Etapa obrigatória do processo de vitaliciamento

V – o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento
do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos
demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme
as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e
outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco
por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer
caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;

Teto Ministros do STF

95% Ministros dos tribunais superiores

Fixados Lei
Demais
magistrados
Escalonados Nível

Superior 10%

www.acasadoconcurseiro.com.br 1415
Inferior 5%
95% Ministros dos tribunais superiores

Fixados Lei
Demais
magistrados
Escalonados Nível

Superior 10%

Inferior 5%

Exceder 95%

No que percebem os ministros nos tribunais superiores

VI – a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto


no art. 40;

Aposentadoria Pensão

Magistrados Dependentes

Regra

Art. 40

1416 www.acasadoconcurseiro.com.br
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VII – o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal;


VIII – o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público,
fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho
Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;
VIII-A – a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância
atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a, b, c e e do inciso II;
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas
as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às
próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do
direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
X – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as
disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;
XI – nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído
órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício
das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno,
provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal
pleno;

Min 11

Órgão
Obrigatório Facultativo
especial

Máximo 25

Administrativas

Delegação

Jurisdicionais

Met. antiguidade

Composição
Met. por eleição

www.acasadoconcurseiro.com.br 1417
XII – a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos
e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense
normal, juízes em plantão permanente;

Tribunais de
Vedado Juízos ou
2o grau

Férias coletivas

Permitido Tribunais superiores e STF

XIII – o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial
e à respectiva população;
XIV – os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de
mero expediente sem caráter decisório;

Atos de administração

Servidores Receberão Delegação

Atos de mero expediente

XV – a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição.

Distribuição Será imediata

1418 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do
Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez
anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez
anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação
das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder
Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.

TRF MP Carreira
+ 10
Advogados E. A. P.
1 TE

5 TDF Notório saber jurídico

T R.I.

Promotores MP

Indicados L. sextupla

Advogados OAB

Tribunal L. tríplice Envia

P. Executivo

20 dias

Cuidado

STJ # não tem regra do 1/5. Possui regra do 1/3

www.acasadoconcurseiro.com.br 1419
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício,
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III – irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153,
III, e 153, § 2º, I.
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II – receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III – dedicar-se à atividade político-partidária.
IV – receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

Administrativo 96
Institucionais
Financeiro 99

Garantias do Vitaliciedade
judiciário
Garantias Inamovibilidade

Funcionais I. de subsídio
ou de órgãos

Vedações Imparcialidade

1420 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Art. 96. Compete privativamente:


I – aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das
normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o
funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados,
velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva
jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art.
169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança
assim definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que
lhes forem imediatamente vinculados;
II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao
Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que
lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive
dos tribunais inferiores, onde houver;
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
III – aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem
como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada
a competência da Justiça Eleitoral.

Considerações

www.acasadoconcurseiro.com.br 1421
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo
órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
Poder Público.

Reserva de plenário

De seus membros

MA ou

Membros do órgão especial

Inconstitucionalidade
da lei

Poderão Tribunais Declarar

Inconstitucionalidade
Key code de ato normativo

Cuidado!

Em relação aos órgãos fracionados não aplico a regra do artigo.

Quem são: Turma Câmara

1 2

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Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:


I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações
penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo,
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas
de juízes de primeiro grau;

Juizados especiais

Providos Juízes togados ou Togados e leigos

Competência

Conciliação
Julgamento

Execução

Tipos de causas

Cíveis Menor complexidade

Infrações penais De menor potencial ofensivo

Oral
Procedimento
Sumaríssimo

Transação
Nas hipóteses previstas e
em lei cabe
Julgamento

Turmas recursais Juízes de primeiro grau

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II – justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e
secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos,
verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer
atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.

Justiça de Paz Remunerada

Requisitos Cidadão e Idade M/21 anos

Escolha Eleição

Tipo de eleição Voto direto Universal

e Secreto

Mandato 4 anos

Recondução

Competência
Xxxxx 1 Celebrar casamentos

2 Verifica processo de habilitação

3 Atribuições conciliatórias

Caráter Sem caráter jurisdicional

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§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal.
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos
às atividades específicas da Justiça.
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados
conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
I – no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores,
com a aprovação dos respectivos tribunais;
II – no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais
de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias
dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará,
para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária
vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo
com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes
necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de
despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos
suplementares ou especiais.

Proposta orçamentária

§ 1o Elaborarão

§ 2o Encaminhamento

§ 3o Não encaminhamento

§ 4o Desacordo

§ 5o Despesas ou assunção de obrigações que extrapolem os limites na LDO

Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais,
em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação
dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas
nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1425
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, venci-
mentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indeniza-
ções por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença
judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos,
exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditá-
ria, tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas
com deficiência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os
demais débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º
deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na
ordem cronológica de apresentação do precatório.
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica
aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas refe-
ridas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às
entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo
igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social.
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba neces-
sária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes
de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do
exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder
Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o
pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de
preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessá-
rio à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva.
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou ten-
tar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e res-
ponderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça.
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago,
bem como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadra-
mento de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo.
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação, de-
les deverá ser abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e
certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pú-
blica devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execu-
ção esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial.
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para
resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre
os débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos.
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa devedora, a en-
trega de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo ente federado.
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requi-
sitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza,

1426 www.acasadoconcurseiro.com.br
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será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de
compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre
a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios.
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros,
independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto
nos §§ 2º e 3º.
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de peti-
ção protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora.
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal po-
derá estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito
Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de
liquidação.
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de
precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente.
§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aferirão mensalmente, em base
anual, o comprometimento de suas respectivas receitas correntes líquidas com o pagamento
de precatórios e obrigações de pequeno valor.
§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata o § 17, o somatório
das receitas tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços,
de transferências correntes e outras receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art.
20 da Constituição Federal, verificado no período compreendido pelo segundo mês imediata-
mente anterior ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as duplicidades, e
deduzidas:
I – na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios por deter-
minação constitucional;
II – nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;
III – na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contribuição dos servidores
para custeio de seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da
compensação financeira referida no § 9º do art. 201 da Constituição Federal.
§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações judiciais em precatórios e
obrigações de pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a média do compro-
metimento percentual da receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores,
a parcela que exceder esse percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites de endi-
vidamento de que tratam os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Federal e de quaisquer
outros limites de endividamento previstos, não se aplicando a esse financiamento a vedação de
vinculação de receita prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal.
§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento) do montante dos pre-
catórios apresentados nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor deste
precatório serão pagos até o final do exercício seguinte e o restante em parcelas iguais nos
cinco exercícios subsequentes, acrescidas de juros de mora e correção monetária, ou mediante
acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com redução máxima
de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado, desde que em relação ao crédito
não penda recurso ou defesa judicial e que sejam observados os requisitos definidos na regula-
mentação editada pelo ente federado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1427
Conceito
São pagamentos devidos pela fazenda pública
Federal / Estadual / DF e Municipal

Ordem
Cronológica

Caráter alimentar

Salários, vencimentos, proventos, pensões (...)

Condição
Fundadas em responsabilidade civil e em virtude
de sentença judicial transitada em julgado

PRECATÓRIOS
Novos beneficiários
Quem contar com 60 anos de idade ou mais e portadores
de doença grave, definidos na forma da lei

RPV
Requisição de pequeno valor

Habilitação
Até 1o de julho / para pagamento até o
final do exercício seguinte

Preterição da ordem

Possibilidade de sequestro

Ato: Comissivo ou omissivo / quem responde

Presidente do tribunal competente

Tipo de crime

Crime de responsabilidade

1428 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 092 a 100) – Prof. André Vieira

Responderá também perante quem

CNJ

Expedição de precatório complementar ou suplementar

Vedado

Compensação de precatório

Possível, desde que ocorra antes da expedição do precatório

Solicitação a fazenda pública devedora

Fazenda pública devedora se manifesta no prazo de 30 dias


PRECATÓRIOS

Compra de imóveis públicos

Possível, desde que com o mesmo ente

Índice de atualização

Caderneta de poupança

Cessão de precatórios

Total ou parcial

Momento que produz efeitos

Após a comunicação

Refinanciamento de precatórios

Possível, neste caso a União é quem deverá assumir

Importante

www.acasadoconcurseiro.com.br 1429
Direito Constitucional

Seção II
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos
com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e
reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente
da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1431
Composição Nomeação
11 Presidente da República

Requisitos

Cidadão
Brasileiro nato
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

+ 35 AI # - 65 AI
Notável saber jurídico
Reputação ilibada

Aprovação Tipo de aprovação


SF MA

Importante

Leitura do art. 102


§1o, §2o e §3o

Comum Crimes Responsabilidade

STF SF

1432 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Supremo Tribunal Federal (Art. 101 a 103-B) – Prof. André Vieira

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,


cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação
declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; 

Estadual
LEI OU ATO NORMATIVO

Federal
ADI

SIM SIM

Estadual
Federal
ADC

SIM NÃO

b) NAS INFRAÇÕES PENAIS COMUNS, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os


membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
c) NAS INFRAÇÕES PENAIS COMUNS E NOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE, os Ministros de
Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no
art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes
de missão diplomática de caráter permanente;

INFRAÇÃO PENAL COMUM CRIME COMUM E DE RESPONSABILIDADE

ME
Presidente da República Com (MEA) sem conexão
Vice-presidente da República
CMDC permanente
Membros do CN
⇒ TCU
PGR Membros
Seus próprios ministros ⇒ Tribunais
Superiores

www.acasadoconcurseiro.com.br 1433
d) o HABEAS CORPUS, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores;
o MANDADO DE SEGURANÇA e o HABEAS DATA contra atos do Presidente da República, das
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do
Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;

HABEAS CORPUS

PACIENTE PACIENTE – COATOR COATOR

Tribunal Superior
Autoridade ou funcionário
Alíneas STJ
"b" e "c" STM
Ligados ao STF
TST
TSE

MANDADO DE SEGURANÇA e HABEAS DATA

X Presidente da República Mesas (CD, SF)

STF PGR TCU

1434 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Supremo Tribunal Federal (Art. 101 a 103-B) – Prof. André Vieira

Litígio
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado,
o Distrito Federal ou o Território;

Cuidado!
RO ____X_____________

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns
e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;

Causas e os conflitos

UxE U x DF E x DF

Entidades de administração indireta

g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;


h) REVOGADO.
i) o HABEAS CORPUS, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente
for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo
Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;
j) a revisão criminal e a ação rescisória DE SEUS JULGADOS;

Instrumento processual utilizável para reabrir discussão judicial sobre


decisão criminal já transita em julgado.
REVISÃO CRIMINAL
Fundamento: é o conhecimento de situação, posterior à condenação, apta a
alterar esta decisão.

Instrumento processual apto a atacar decisão transitada em julgado


AÇÃO RESCISÓRIA em processo civil, para desconstituí-la e, eventualmente, provocar novo
julgamento.

l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas


decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de
atribuições para a prática de atos processuais;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1435
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente
interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam
impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;

TODOS / MAGISTRATURA MAIS DA METADE / TRIBUNAL

Impedidos
Direta ou indiretamente interessados
Direta ou indiretamente interessados

o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre


Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição
do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um
dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;

MANDADO DE INJUNÇÃO

X Presidente da República X

Mesas (CD, SF) CN CD / SF

STF Tribunais superiores TCU

1436 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Supremo Tribunal Federal (Art. 101 a 103-B) – Prof. André Vieira

r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério


Público;
II – julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos
em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;

4 HC MS HD MI

pelos

4 STJ STM TST TSE

1a Condição

Única instância

2a Condição

Se delegatória a decisão

b) o crime político;

Competência originária 109, IV

Competência em R.O.

STF

www.acasadoconcurseiro.com.br 1437
III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância,
quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

REX

Causas decididas

Única

OU

Última instância

Contrariar CF

Tratado

Declarar a inconstitucionalidade

Lei federal

Julgar válida
Em face
Lei local Constestada de lei federal

1438 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Supremo Tribunal Federal (Art. 101 a 103-B) – Prof. André Vieira

§ 1º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição,


será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações
diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão
eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e
à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das
questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine
a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus
membros.

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de


constitucionalidade:

Legitimação Universais

Neutros

3 CHEFES 3 MESAS 3 OUTROS


Presidente da República CD CFOAB

PGR SF P. Pol com Rep. no CN

Confederação sindical
Assembleia Legislativa ou da
Gov (E, DF) ou entidade de classe de
Câmara legislativa do DF
âmbito nacional

www.acasadoconcurseiro.com.br 1439
Legitimação Especiais

Interessados

x x x

x x x

Assembleia Legislativa Confederaçãp sindical ou


Gov (E, DF) ou da Câmara Legislativa entidade de classe de
do DF âmbito nacional

São "os órgãos ou e entidades cuja autuação é restrita às questões que repercutem
diretamente sobre sua esfera jurídica ou de seus filiados e em relação às quais possam atuar
com representatividade adequada" (Luis Roberto Barroso).
Deve-se demonstrar o prejuízo que a lei ou ato normativo federal ou estadual estão causando
para o ente ou para os seus filiados. A esta obrigação de demonstrar prejuízo é dado nome de
"pertinência temática", ou seja, demonstrar que o tema ou assunto daquela lei lhe é prejudicial,
demonstrando pertinência como interesse do legitimado.
I – o Presidente da República;
II – a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
VI – o Procurador-Geral da República;
VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII – partido político com representação no Congresso Nacional;
IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitu-
cionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma cons-
titucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias
e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

1440 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Supremo Tribunal Federal (Art. 101 a 103-B) – Prof. André Vieira

§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma


legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato
ou texto impugnado.

PGR Ouvido

Cuidados

AGU Citará

Inconstitucionalidade por omissão

Ciência Poder competente

Objetivo Adoção das providências necessárias

Órgão Em 30 dias deverá fazê-lo


administrativo

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão
de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar
súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos
demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida
em lei. 
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas,
acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração
pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre
questão idêntica. 
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento
de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de
inconstitucionalidade.
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que
indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a
procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará
que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1441
Objetivo
§, 1o

De que forma poderá ser criada


Ofício ou provocação

Tipo de aprovação
2/3

Discussão
Matéria constitucional
SÚMULA VINCULANTE

Publicização
DOU

Tipo de efeito
Vinculante

Frente a quem
Órgãos do P. Jud e à Adm. Púb. direta e indireta

Esferas
Nas esferas federal, estadual e municipal

Revisão
§, 2o

Legitimidade (aprovação - revisão ou cancelamento)


Os que podem propor ADi

Desrespeito a SV
Reclamação

Dirigido a quem
STF

Sendo procedente o que ocorre


Anula-se o ato administrativo ou cassará

1442 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Supremo Tribunal Federal (Art. 101 a 103-B) – Prof. André Vieira

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2
(dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: 

ORIGEM – CNJ

(3)   Presidente STF
Desembargador TJ (2)
Advogados
J estadual

(3)   M STJ (2)  1 | MPU | Indicado


J TRF    -------------------------------
   1 | MPE | Escolhido
J Federal

(3)   M TST    ⇒ Notável saber jurídico


J TRT (2)  Cidadãos (CD / SF)
   ⇒ Reputação ilibada
J do trabalho

I – o Presidente do Supremo Tribunal Federal; 


II – um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; 
III – um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; 
IV – um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
V – um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; 
VI – um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; 
VII – um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; 
VIII – um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; 
IX – um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; 

www.acasadoconcurseiro.com.br 1443
X – um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República;
XI – um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República
dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual;
XII – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
XIII – dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara
dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas
ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois
de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao
Supremo Tribunal Federal.
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário
e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições
que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
I – zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura,
podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar
providências;
II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade
dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao
exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário,
inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais
e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da
competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares
em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios
ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas,
assegurada ampla defesa;
IV – representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de
abuso de autoridade;
V – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de
tribunais julgados há menos de um ano;
VI – elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por
unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação
do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do
Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da
abertura da sessão legislativa.

1444 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Supremo Tribunal Federal (Art. 101 a 103-B) – Prof. André Vieira

§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor e


ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições
que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes: 
I – receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e
aos serviços judiciários;
II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral; 
III – requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de
juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios.
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. 
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça,
competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros
ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente
ao Conselho Nacional de Justiça.

Considerações

www.acasadoconcurseiro.com.br 1445
Composição

15 membros

Quem preside

Presidente do STF
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

Em caso de impedimento e ausência, quem substitui

Vice-presidente do STF

Aprovação

Senado Federal

Tipo de aprovação

Maioria absoluta

Sede

Capital federal

Jurisdição

Não possui

Mandato

2 anos

Recondução

1 (uma)

1446 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Supremo Tribunal Federal (Art. 101 a 103-B) – Prof. André Vieira

Em ausência de indicação, quem procede


Próprio STJ

Que controle exerce o CNJ


§, 4o

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA


Processos disciplinares
Menos de um ano

Relatório estatístico
Semestral e anual

Ouvidorias
Criará

Origem do ministro corregedor


STJ

Particularidades
Excluído da distribuição de processos

Quem oficia
PGR e o presidente CFOAB

Importante
Atentar para as nomeações

Comum Crimes Responsabilidade

STF STF

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Direito Constitucional

Seção III
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente
da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de
notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta
do Senado Federal, sendo:
I – um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores
dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;
II – um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal,
Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.

1/3 Juízes do TRF

1/3 Dentre desembargadores dos TJ

33
Elaborado Lista tríplice

Quem elabora Próprio tribunal

Advogados
1/3
Membros do MP (F / E / DF / T)

Condição Alternadamente

Forma Do art. 94

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Composição Nomeação
M / 33 Presidente da República

Requisitos

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


Brasileiros
Mais de 35 anos e menos de 65
Notável saber jurídico
Reputação ilibada

Aprovação Tipo de aprovação


SF MA

Importante

Não aplico a regra do 1/5


e sim a regra do 1/3

Comum Crimes Responsabilidade

STF STF

1450 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Superior Tribunal de Justiça (Art. 104 a 105) – Prof. André Vieira

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


I – processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos
de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito
Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais
Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos
ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante
tribunais;

INFRAÇÃO PENAL COMUM CRIME COMUM E DE RESPONSABILIDADE

Desembargadores
------------------------
E / DF

TCE / TCDF

Governadores TRFs / TREs / TRTs


------------------------
E / DF
4 Membros

Conselhos ou tribunais
de contas dos municípios

MPU - que oficiem


perante tribunais

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b) os MANDADOS DE SEGURANÇA e os HABEAS DATA contra ato de Ministro de Estado, dos
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; 

MANDADO DE SEGURANÇA e HABEAS DATA

ME COM (MEA) Tribunal

c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas
na alínea a, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou
Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral;

HABEAS CORPUS

COATOR OU PACIENTE COATOR

Tribunal sujeito a sua jurisdição

Alínea "a"

Cuidado!! Exceção Justiça Eleitoral

d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I,


o, bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais
diversos;

1452 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Superior Tribunal de Justiça (Art. 104 a 105) – Prof. André Vieira

e) as revisões criminais e as ações rescisórias DE SEUS JULGADOS;

Instrumento processual utilizável para reabrir discussão judicial sobre


decisão criminal já transita em julgado.
REVISÃO CRIMINAL:
Fundamento: é o conhecimento de situação, posterior à condenação, apta a
alterar esta decisão.
Instrumento processual apto a atacar decisão transitada em julgado
AÇÃO RESCISÓRIA: em processo civil, para desconstituí-la e, eventualmente, provocar novo
julgamento.

f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas


decisões;
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre
autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre
as deste e da União;
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição
de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os
casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça
Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;

MANDADO DE INJUNÇÃO

Órgão / entidade ou autoridade

Administração (Direta / Indireta)

Cuidar com a exceção

i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1453
II – julgar, em recurso ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou
pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais
ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;

HC pelos TRFs TEs

Condição Única ou última instância

2 Condição Decisão denegatória

2 MS pelos TRFs TEs

Condição Única instância

Condição Denegatória

c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado,


e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;

Competência originária 109, II

R.O.

STJ

1454 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Superior Tribunal de Justiça (Art. 104 a 105) – Prof. André Vieira

III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Palavra-chave RESP

Lei federal

Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça:


I – a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre
outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;
II – o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão
administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão
central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante.

Funcionarão
STJ
1 2
ENFAM CJF

Regulamenta os cursos oficiais


1 Ingresso
Promoção

Poder correicional
2
Caráter vinculante

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Direito Constitucional

Seção IV
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS
Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
I – os Tribunais Regionais Federais;
II – os Juízes Federais.

Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão,


TRF 1ª Região
Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins.
TRF 2ª Região Espírito Santo e Rio de Janeiro.
TRF 3ª Região Mato Grosso do Sul e São Paulo.
TRF 4ª Região Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
TRF 5ª Região Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1457
Composição Nomeação
Mínimo 7 juízes Presidente da República

Requisitos

Brasileiros
+ 30 - 65 anos de idade
Recrutados quando possível na respectiva região
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL

Aprovação Tipo de aprovação


X X

Importante

Existência de justiça itinerante

Origem

1 ADUs + 10 anos EAP


5 MPF + 10 anos Carreira

Demais mediante promoção


Juízes federais com mais de 5 anos de exercício (A/M)

Comum Crimes Responsabilidade

STJ STJ

1458 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais (Art. 106 a 110) – Prof. André Vieira

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados,
quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros
com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;
II – os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por
antiguidade e merecimento, alternadamente.
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e
determinará sua jurisdição e sede.

§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de


audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva
jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo
Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as
fases do processo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1459
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I – processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do
Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da
União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

CRIME COMUM E DE RESPONSABILIDADE

Juízes:
Juízes Membros
federais A Militares do MPU
B Trabalho

Ressalvada a competência
da justiça eleitoral

b) as revisões criminais e as ações rescisórias DE JULGADOS seus ou dos juízes federais da


região;

Instrumento processual utilizável para reabrir discussão judicial sobre


decisão criminal já transita em julgado.
REVISÃO CRIMINAL
Fundamento: é o conhecimento de situação, posterior à condenação, apta a
alterar esta decisão.
Instrumento processual apto a atacar decisão transitada em julgado
AÇÃO RESCISÓRIA em processo civil, para desconstituí-la e, eventualmente, provocar novo
julgamento.

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Direito Constitucional – Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais (Art. 106 a 110) – Prof. André Vieira

c) os MANDADOS DE SEGURANÇA e os HABEAS DATA contra ato do próprio Tribunal ou de juiz


federal;
d) os HABEAS CORPUS, quando a autoridade coatora for juiz federal;

MS / HD Tribunal ou juiz federal

HC – COATOR Juiz federal

e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;

JUÍZES TRF
VINCULADOS

JUÍZES STJ
NÃO VINCULADOS

II – julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais
no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1461
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de
acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II – as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa
domiciliada ou residente no País;
III – as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo
internacional;
IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços
ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V – os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no
País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
V-A – as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;
VI – os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII – os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento
provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
VIII – os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados
os casos de competência dos tribunais federais;
IX – os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça
Militar;
X – os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta
rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
XI – a disputa sobre direitos indígenas.
§ 1º As causas em que a UNIÃO FOR AUTORA serão aforadas na seção judiciária onde tiver
domicílio a outra parte.
§ 2º As causas intentadas CONTRA A UNIÃO poderão ser aforadas na seção judiciária em que
for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda
ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.

1462 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais (Art. 106 a 110) – Prof. André Vieira

FOR AUTORA
§ 1º UNIÃO

   aforadas
§ 2º CONTRA A
UNIÃO

   ser aforadas

§ 3º Serão processadas e julgadas na JUSTIÇA ESTADUAL, no foro do domicílio dos segurados


ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado,
sempre que a COMARCA NÃO SEJA SEDE DE VARA DO JUÍZO FEDERAL, e, se verificada essa
condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela
justiça estadual.
§ 4º NA HIPÓTESE DO PARÁGRAFO ANTERIOR, o RECURSO cabível será sempre para o Tribunal
Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.

Foro
JUSTIÇA JUSTIÇA Dom. dos segurados
FEDERAL ESTADUAL ou beneficiários

Causas

Instituição da Previdência Social e segurado

Cuidado! Recurso:

A lei poderá permitir outras causas TRF

www.acasadoconcurseiro.com.br 1463
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com
a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais
de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de
Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência
para a Justiça Federal.

CHICO MENDES DOROTHY MAE STANG MANOEL BEZERRA DE MATTOS

Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por
sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes
federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.

1464 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Seção V
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DO TRABALHO
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
I – o Tribunal Superior do Trabalho;
II – os Tribunais Regionais do Trabalho;
III – Juízes do Trabalho.
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos
dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável
saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela
maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,
observado o disposto no art. 94; 
II – os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da
carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. 
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:
I – a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-
-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na car-
reira; 
II – o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão
administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e
segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante.
§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, originariamente, a reclamação
para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões. (novo)

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Composição Nomeação
27 Ministros Presidente da República

Requisitos

Brasileiros
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

+ 35 - 65 anos de idade
Notável saber jurídico (novo)
Reputação ilibada (novo)

Aprovação Tipo de aprovação


Senado Federal Maioria absoluta

Importante

Alterações da EC.92/2016 (novo)

Origem

1 ADVs. + 10 anos EAP


5 MPT + 10 anos Efetivo Exercício

Os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriun-


dos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal
Superior.

Comum Crimes Responsabilidade

STF STF

1466 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Tribunais e Juízes do Trabalho (Art. 111 a 117) – Prof. André Vieira

Funcionarão
TST
1 2

ENFAMT CSJT

Regulamenta os cursos oficiais


1 Ingresso
Promoção

Regulamenta os cursos oficiais


2 _________________________
Efeito vinculante

Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por
sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do
Trabalho.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1467
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e
condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo
e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios; 

II – as ações que envolvam exercício do direito de greve;

III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores,
e entre sindicatos e empregadores;

1468 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Tribunais e Juízes do Trabalho (Art. 111 a 117) – Prof. André Vieira

IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado


envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 

MS / HD / HC Sujeitos à sua jurisdição

V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto


no art. 102, I, o; 
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; 

VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos
de fiscalização das relações de trabalho; 
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; 
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado
às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a
Justiça do  Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao
trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público,
o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do
Trabalho decidir o conflito. 

www.acasadoconcurseiro.com.br 1469
Composição Nomeação
Mínimo 7 juízes Presidente da República

Requisitos

Brasileiros
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO

+ 30 - 65 anos de idade
Recrutados quando possível na respectiva região

Aprovação Tipo de aprovação


X X

Importante

Existência de justiça itinerante

Origem

1 Advs + 10 anos EAP


5 MPT + 10 anos EE

Demais mediante promoção, dentre juízes


do trabalho (A / M)

Comum Crimes Responsabilidade

STJ STJ

1470 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Tribunais e Juízes do Trabalho (Art. 111 a 117) – Prof. André Vieira

Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados,
quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros
com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: 
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,
observado o disposto no art. 94; 
II – os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento,
alternadamente. 

§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de


audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva
jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. 
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo
Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as
fases do processo. 
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular.
Art. 117.

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Direito Constitucional

Seção VI
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS

Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:


I ‒ o Tribunal Superior Eleitoral;
II ‒ os Tribunais Regionais Eleitorais;
III ‒ os Juízes Eleitorais;
IV ‒ as Juntas Eleitorais.

Não são órgãos da Justiça Eleitoral

Mesários eleitorais Mesas

Seção eleitorais Zonas

Ministério Público Eleitoral

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros,


escolhidos:
I ‒ mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II ‒ por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados
de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal
Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-
Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor
Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1473
Composição M / 7 membros

Mediante Eleição
Origem
Voto Secreto

3 Juízes dentre Ministros do

2 Juízes dentre Ministros do

Por nomeação do Presidente da República

2 Juízes dentre 6 Advogados

A Notável saber jurídico


B Idoneidade Moral Requisitos

Indicação Supremo Tribunal Federal

Comum Crimes Responsabilidade

STF STF

1474 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Tribunais e Juízes Eleitorais (Art. 118 a 121) – Prof. André Vieira

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.
§ 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I ‒ mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II ‒ de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito
Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional
Federal respectivo;
III ‒ por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de
notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
§ 2º O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os
desembargadores.
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de
direito e das juntas eleitorais.
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no
exercício de suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão
inamovíveis.
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no
mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na
mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta
Constituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de segurança.
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:
I ‒ forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;
II ‒ ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;
III ‒ versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou
estaduais;
IV ‒ anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais;
V ‒ denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-data" ou mandado de
injunção.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1475
Composição 7 juízes

Mediante Eleição
Origem
Voto Secreto

2 Juízes dentre desembargadores do


TRIBUNAL REGIONAL ELEITORIAL

2 Juízes dentre juízes de direito escolhidos pelo

Estado

1 Juiz do TRF com sede na capital

DF
ou NÃO HAVENDO

Juíz federal, escolhido em qualquer caso pelo TRF respectivo

Por nomeação do Presidente da República

2 Juízes dentre 6 Advogados

A Notável saber jurídico


Requisitos
B Idoneidade Moral

Indicação Tribunal de Justiça

Comum Crimes Responsabilidade

STJ STJ

1476 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Seção VII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:
I ‒ o Superior Tribunal Militar;
II ‒ os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre
oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-
generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre
brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:
I ‒ três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de
efetiva atividade profissional;
II ‒ dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da
Justiça Militar.
Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça
Militar.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1477
Composição Nomeação
15 ministros Presidente da República

Requisitos

Só se exige dos advogados

SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR


Aprovação Tipo de aprovação
SF X

Importante

Todos os ministros são vitalícios

Origem

10
5 civis
3 M 3 advogados
4 E 2 auditores / MPJM
por escolha paritária
3 A

Comum Crimes Responsabilidade

STF STF

1478 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Seção VIII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta
Constituição.
§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de
organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos
normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da
legitimação para agir a um único órgão.
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar
estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça
e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos
Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes
militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a
competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre
a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes
militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo
ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes
militares. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras
regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do
processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais
funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-
se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas
especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á
presente no local do litígio.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1479
Organização
Observa-se os princípios estabelecidos nesta CF

Competências dos Tribunais


DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS

Definida pela Constituição Estadual

Organização Judiciária
De iniciativa do TJ

Inconstitucionalidade
Representação

Âmbito
Estaduais ou municipais

Vedação
Legitimidade há um único órgão

Estrutura

2oa TJ ou TJM
1oa Juízes de direito e pelo conselho de justiça

Competência
Processar e julgar os militares dos Estados, nos
crimes definidos em lei nas ações judiciais contra
atos disciplinares militares, ressalvada a competência
do júri quando a vítima for civil.

1480 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Tribunais e Juízes Militares (Art. 125 a 126) – Prof. André Vieira

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Direito Constitucional
Aula XX

CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos:

DA SEGURANÇA PÚBLICA
Objetivos

I – polícia federal;
II – polícia rodoviária federal;
III – polícia ferroviária federal;
IV – polícias civis;
V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.

Órgãos federais de
segurança pública

Órgãos estaduais de
segurança pública

§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e manti-
do pela União e estruturado em carreira, destina-se a:" (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
I – apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de
bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas
públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual
ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1483
II – prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas
de competência;
III – exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estru-
turado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias fede-
rais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estru-
turado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias fede-
rais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a
competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto
as militares.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos cor-
pos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de ati-
vidades de defesa civil.
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exérci-
to, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios.
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança
pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens,
serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo
será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de
2014)
I – compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades
previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
II – compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos
órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma
da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

1484 www.acasadoconcurseiro.com.br
Do Estado de Defesa e das Instituições Democráticas - Do Estado de Defesa (Art. 136) – Prof. André Vieira

TÍTULO V
Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas

CAPÍTULO I

DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO


DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO
Seção I
DO ESTADO DE DEFESA
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o
Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente
restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social
ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades
de grandes proporções na natureza.

Quem decreta

Consulta

Âmbito (alcance)

Instrumento

Finalidade

Controle Legislativo

§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração,


especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as
medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I – restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1485
II – ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública,
respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.

Conteúdo do Decreto

Medidas coercitivas

§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser
prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua
decretação.

Duração

Prorrogação

§ 3º Na vigência do estado de defesa:


I – a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este
comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao
preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;
II – a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental
do detido no momento de sua autuação;
III – a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando
autorizada pelo Poder Judiciário;
IV – é vedada a incomunicabilidade do preso.

Da prisão

Da comunicação
da prisão

Prazo da prisão

Incomunicabilidade

1486 www.acasadoconcurseiro.com.br
Do Estado de Defesa e das Instituições Democráticas - Do Estado de Defesa (Art. 136) – Prof. André Vieira

§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de


vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que
decidirá por maioria absoluta.
§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no
prazo de cinco dias.
§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento,
devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.

Decretação do
Estado de Defesa

Sujeição

Exame (justificação)

Votação

Aprovação

OU

Decretação da
prorrogação do
Estado de Defesa

Sujeição

Rejeição

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Considerações

1488 www.acasadoconcurseiro.com.br
Do Estado de Defesa e das Instituições Democráticas - Do Estado de Sítio (Art. 137 a 139) – Prof. André Vieira

Seção II
DO ESTADO DE SÍTIO
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa
Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:
I – comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia
de medida tomada durante o estado de defesa;
II – declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de
sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso
Nacional decidir por maioria absoluta.

Decretação

Consulta

Instrumento

Controle Legislativo

Circunstâncias

Instrumento
da autorização
congressual

Maioria de aprovação
do Decreto Legislativo

www.acasadoconcurseiro.com.br 1489
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução
e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da
República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas.

Conteúdo

§ 1º O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de trinta dias,
nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo
o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.

Prazo do
Estado de Sítio
(comoção nacional
ou ineficiência das
medidas de defesa)

Prazo do
Estado de Sítio
(caso de guerra ou
agressão armada
estrangeira)

§ 2º Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso parlamentar, o


Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso
Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato.

Decretação durante o
recesso parlamentar

§ 3º O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas


coercitivas.
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser
tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
I – obrigação de permanência em localidade determinada;
II – detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;

1490 www.acasadoconcurseiro.com.br
Do Estado de Defesa e das Instituições Democráticas - Do Estado de Sítio (Art. 137 a 139) – Prof. André Vieira

III – restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à


prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;
IV – suspensão da liberdade de reunião;
V – busca e apreensão em domicílio;
VI – intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII – requisição de bens.
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de
parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.

Medidas possíveis
(no caso de estado de
sítio por situação de
guerra ou resposta
a agressão armada
estrangeira)

Medidas possíveis
(no caso de
estado de sítio por
comoção nacional
ou ineficiência de
medidas de estado de
defesa)

www.acasadoconcurseiro.com.br 1491
Considerações

1492 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 140 a 141) – Prof. André Vieira

Seção III
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão
composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas
referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem
prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes.
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas aplicadas
em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso
Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas, com relação nominal dos
atingidos e indicação das restrições aplicadas.

Considerações

www.acasadoconcurseiro.com.br 1493
Considerações

1494 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

CAPÍTULO II
DAS FORÇAS ARMADAS
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica,
são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia
e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se
à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer
destes, da lei e da ordem.

DAS FORÇAS ARMADAS


Forças armadas

Definição

Base da organização

Comando

Destinação

§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organiza-


ção, no preparo e no emprego das Forças Armadas.

Espécie normativa

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§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.

Regra

Exceções

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das
que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 18, de 1998)
I – as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo
Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou
reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais
membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
18, de 1998)

Atribuição de
patentes

Garantia de
patente

II – o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente,
ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva,
nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)
III – o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função
pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese
prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", ficará agregado ao respectivo quadro e somente

1496 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Das Forças Armadas – Prof. André Vieira

poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-
lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo
depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos
da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)

Militar da ativa que


tomar posse em cargo
ou emprego civil
permanente

Militar da ativa que


tomar posse em
cargo, emprego ou
função pública civil
temporária, não
eletiva

Militar da ativa que


tomar posse em cargo
público eletivo

IV – ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (Incluído pela Emenda Constitucional nº


18, de 1998)
V – o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Militar da reserva

Filiação partidária e
elegibilidade

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VI – o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele
incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de
tribunal especial, em tempo de guerra; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Perda do posto
e da patente

VII – o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior
a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no
inciso anterior; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
VIII – aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art.
37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar,
no art. 37, inciso XVI, alínea "c"; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)

Direitos atribuídos

IX – (Revogado pela Emenda Constitucional nº 41, de 19.12.2003)


X – A lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras
condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração,
as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de
suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de
guerra. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em
tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal
o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de
atividades de caráter essencialmente militar. (Regulamento)
§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de
paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir. (Regulamento)

1498 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Professora Tatiana Marcello

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Direito Constitucional

DISPOSIÇÕES GERAIS (ART. 037 A 038)

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA III – o prazo de validade do concurso público


FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 será de até dois anos, prorrogável uma vez,
por igual período;
IV – durante o prazo improrrogável previsto
no edital de convocação, aquele aprovado
CAPÍTULO VII em concurso público de provas ou de pro-
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA vas e títulos será convocado com prioridade
sobre novos concursados para assumir car-
Seção I go ou emprego, na carreira;
DISPOSIÇÕES GERAIS V – as funções de confiança, exercidas ex-
clusivamente por servidores ocupantes de
Art. 37. A administração pública direta e indireta
cargo efetivo, e os cargos em comissão, a
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
serem preenchidos por servidores de car-
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
reira nos casos, condições e percentuais mí-
aos princípios de legalidade, impessoalidade,
nimos previstos em lei, destinam-se apenas
moralidade, publicidade e eficiência e, também,
às atribuições de direção, chefia e asses-
ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Cons-
soramento; (Redação dada pela Emenda
titucional nº 19, de 1998)
Constitucional nº 19, de 1998)
I – os cargos, empregos e funções públicas
VI – é garantido ao servidor público civil o
são acessíveis aos brasileiros que preen-
direito à livre associação sindical;
cham os requisitos estabelecidos em lei, as-
sim como aos estrangeiros, na forma da lei; VII – o direito de greve será exercido nos
(Redação dada pela Emenda Constitucional termos e nos limites definidos em lei espe-
nº 19, de 1998) cífica; (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional nº 19, de 1998)
II – a investidura em cargo ou emprego
público depende de aprovação prévia em VIII – a lei reservará percentual dos cargos
concurso público de provas ou de provas e e empregos públicos para as pessoas por-
títulos, de acordo com a natureza e a com- tadoras de deficiência e definirá os critérios
plexidade do cargo ou emprego, na forma de sua admissão;
prevista em lei, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei IX – a lei estabelecerá os casos de contrata-
de livre nomeação e exoneração; (Redação ção por tempo determinado para atender a
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de necessidade temporária de excepcional in-
1998) teresse público;
X – a remuneração dos servidores públicos
e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39

www.acasadoconcurseiro.com.br 1501
somente poderão ser fixados ou alterados XIV – os acréscimos pecuniários percebidos
por lei específica, observada a iniciativa por servidor público não serão computados
privativa em cada caso, assegurada revisão nem acumulados para fins de concessão de
geral anual, sempre na mesma data e sem acréscimos ulteriores; (Redação dada pela
distinção de índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Re-
gulamento) XV – o subsídio e os vencimentos dos ocu-
pantes de cargos e empregos públicos são
XI – a remuneração e o subsídio dos ocu- irredutíveis, ressalvado o disposto nos inci-
pantes de cargos, funções e empregos pú- sos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º,
blicos da administração direta, autárquica e 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada
fundacional, dos membros de qualquer dos pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, dos detentores XVI – é vedada a acumulação remunerada
de mandato eletivo e dos demais agentes de cargos públicos, exceto, quando houver
políticos e os proventos, pensões ou outra compatibilidade de horários, observado em
espécie remuneratória, percebidos cumu- qualquer caso o disposto no inciso XI: (Re-
lativamente ou não, incluídas as vantagens dação dada pela Emenda Constitucional nº
pessoais ou de qualquer outra natureza, 19, de 1998)
não poderão exceder o subsídio mensal, em a) a de dois cargos de professor; (Redação
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
Federal, aplicando-se como limite, nos Mu- 1998)
nicípios, o subsídio do Prefeito, e nos Esta-
dos e no Distrito Federal, o subsídio mensal b) a de um cargo de professor com outro
do Governador no âmbito do Poder Execu- técnico ou científico; (Redação dada pela
tivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Distritais no âmbito do Poder Legislativo e
c) a de dois cargos ou empregos privativos
o subsidio dos Desembargadores do Tribu-
de profissionais de saúde, com profissões
nal de Justiça, limitado a noventa inteiros e
regulamentadas; (Redação dada pela Emen-
vinte e cinco centésimos por cento do sub-
da Constitucional nº 34, de 2001)
sídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, no âmbito do XVII – a proibição de acumular estende-se a
Poder Judiciário, aplicável este limite aos empregos e funções e abrange autarquias,
membros do Ministério Público, aos Procu- fundações, empresas públicas, sociedades
radores e aos Defensores Públicos; (Reda- de economia mista, suas subsidiárias, e so-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 41, ciedades controladas, direta ou indireta-
19.12.2003) mente, pelo poder público; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XII – os vencimentos dos cargos do Poder
Legislativo e do Poder Judiciário não po- XVIII – a administração fazendária e seus
derão ser superiores aos pagos pelo Poder servidores fiscais terão, dentro de suas áre-
Executivo; as de competência e jurisdição, precedência
sobre os demais setores administrativos, na
XIII – é vedada a vinculação ou equiparação
forma da lei;
de quaisquer espécies remuneratórias para
o efeito de remuneração de pessoal do ser- XIX – somente por lei específica poderá ser
viço público; (Redação dada pela Emenda criada autarquia e autorizada a instituição
Constitucional nº 19, de 1998) de empresa pública, de sociedade de eco-
nomia mista e de fundação, cabendo à lei

1502 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

complementar, neste último caso, definir as (Redação dada pela Emenda Constitucional
áreas de sua atuação; (Redação dada pela nº 19, de 1998)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I – as reclamações relativas à prestação dos
XX – depende de autorização legislativa, em serviços públicos em geral, asseguradas a
cada caso, a criação de subsidiárias das en- manutenção de serviços de atendimento ao
tidades mencionadas no inciso anterior, as- usuário e a avaliação periódica, externa e
sim como a participação de qualquer delas interna, da qualidade dos serviços; (Incluído
em empresa privada; pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXI – ressalvados os casos especificados II – o acesso dos usuários a registros admi-
na legislação, as obras, serviços, compras nistrativos e a informações sobre atos de
e alienações serão contratados mediante governo, observado o disposto no art. 5º, X
processo de licitação pública que assegu- e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucio-
re igualdade de condições a todos os con- nal nº 19, de 1998)
correntes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as con- III – a disciplina da representação contra o
dições efetivas da proposta, nos termos da exercício negligente ou abusivo de cargo,
lei, o qual somente permitirá as exigências emprego ou função na administração públi-
de qualificação técnica e econômica indis- ca. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
pensáveis à garantia do cumprimento das 19, de 1998)
obrigações. (Regulamento) § 4º Os atos de improbidade administrativa
XXII – as administrações tributárias da importarão a suspensão dos direitos políti-
União, dos Estados, do Distrito Federal e cos, a perda da função pública, a indisponi-
dos Municípios, atividades essenciais ao bilidade dos bens e o ressarcimento ao erá-
funcionamento do Estado, exercidas por rio, na forma e gradação previstas em lei,
servidores de carreiras específicas, terão re- sem prejuízo da ação penal cabível.
cursos prioritários para a realização de suas § 5º A lei estabelecerá os prazos de pres-
atividades e atuarão de forma integrada, crição para ilícitos praticados por qualquer
inclusive com o compartilhamento de ca- agente, servidor ou não, que causem pre-
dastros e de informações fiscais, na forma juízos ao erário, ressalvadas as respectivas
da lei ou convênio. (Incluído pela Emenda ações de ressarcimento.
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público
§ 1º A publicidade dos atos, programas, e as de direito privado prestadoras de servi-
obras, serviços e campanhas dos órgãos ços públicos responderão pelos danos que
públicos deverá ter caráter educativo, infor- seus agentes, nessa qualidade, causarem a
mativo ou de orientação social, dela não po- terceiros, assegurado o direito de regresso
dendo constar nomes, símbolos ou imagens contra o responsável nos casos de dolo ou
que caracterizem promoção pessoal de au- culpa.
toridades ou servidores públicos.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as
§ 2º A não observância do disposto nos in- restrições ao ocupante de cargo ou empre-
cisos II e III implicará a nulidade do ato e a go da administração direta e indireta que
punição da autoridade responsável, nos ter- possibilite o acesso a informações privile-
mos da lei. giadas. (Incluído pela Emenda Constitucio-
§ 3º A lei disciplinará as formas de partici- nal nº 19, de 1998)
pação do usuário na administração pública
direta e indireta, regulando especialmente:

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§ 8º A autonomia gerencial, orçamentá- noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
ria e financeira dos órgãos e entidades da por cento do subsídio mensal dos Ministros
administração direta e indireta poderá ser do Supremo Tribunal Federal, não se apli-
ampliada mediante contrato, a ser firmado cando o disposto neste parágrafo aos sub-
entre seus administradores e o poder públi- sídios dos Deputados Estaduais e Distritais
co, que tenha por objeto a fixação de metas e dos Vereadores. (Incluído pela Emenda
de desempenho para o órgão ou entidade, Constitucional nº 47, de 2005)
cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Art. 38. Ao servidor público da administração
direta, autárquica e fundacional, no exercício de
I – o prazo de duração do contrato; mandato eletivo, aplicam-se as seguintes dispo-
sições: (Redação dada pela Emenda Constitucio-
II – os controles e critérios de avaliação de nal nº 19, de 1998)
desempenho, direitos, obrigações e respon-
sabilidade dos dirigentes; I – tratando-se de mandato eletivo federal,
estadual ou distrital, ficará afastado de seu
III – a remuneração do pessoal." cargo, emprego ou função;
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às II – investido no mandato de Prefeito, será
empresas públicas e às sociedades de eco- afastado do cargo, emprego ou função, sen-
nomia mista, e suas subsidiárias, que rece- do-lhe facultado optar pela sua remunera-
berem recursos da União, dos Estados, do ção;
Distrito Federal ou dos Municípios para pa-
gamento de despesas de pessoal ou de cus- III – investido no mandato de Vereador, ha-
teio em geral. (Incluído pela Emenda Consti- vendo compatibilidade de horários, perce-
tucional nº 19, de 1998) berá as vantagens de seu cargo, emprego
ou função, sem prejuízo da remuneração do
§ 10. É vedada a percepção simultânea de cargo eletivo, e, não havendo compatibili-
proventos de aposentadoria decorrentes do dade, será aplicada a norma do inciso ante-
art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remune- rior;
ração de cargo, emprego ou função pública,
ressalvados os cargos acumuláveis na forma IV – em qualquer caso que exija o afasta-
desta Constituição, os cargos eletivos e os mento para o exercício de mandato eletivo,
cargos em comissão declarados em lei de li- seu tempo de serviço será contado para to-
vre nomeação e exoneração. (Incluído pela dos os efeitos legais, exceto para promoção
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) por merecimento;
§ 11. Não serão computadas, para efeito V – para efeito de benefício previdenciário,
dos limites remuneratórios de que trata o no caso de afastamento, os valores serão
inciso XI do caput deste artigo, as parcelas determinados como se no exercício estives-
de caráter indenizatório previstas em lei. se.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 47,
de 2005) (...)

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do


caput deste artigo, fica facultado aos Esta-
dos e ao Distrito Federal fixar, em seu âm-
bito, mediante emenda às respectivas Cons-
tituições e Lei Orgânica, como limite único,
o subsídio mensal dos Desembargadores
do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a

1504 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

CONCEITOS INTRODUTÓRIOS

Conceitos Introdutórios

• Órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito


Administração Federal e dos Municípios.
Direta

• Autarquias (Ex. INSS, BACEN)


Administração • Fundações Públicas (Ex. IBGE, FUNAI)
Indireta • Empresas Públicas (Ex. CEF, Correios)
• Sociedades de Economia Mista (Ex. BB,Petrobrás)

1.1. Princípios Constitucionais aplicáveis à Administração Pública

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência...
Trata-se dos princípios expressamente trazidos pela CF/88, considerando que há outros
princípios aplicáveis.
Para memorizá-los, usa-se o macete do “LIMPE”:
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência

Princípio da Legalidade
A administração pública só pode agir quando houver lei que determine ou autorize sua
atuação. Assim, a eficácia da atividade da administração pública está condicionada ao que a lei
permite ou determina.
Enquanto no âmbito dos particulares, o princípio da legalidade significa que podem fazer
tudo o que a lei não proíba, no âmbito da administração pública esse princípio significa que o
administrador só pode fazer o que a lei autorize ou determine.
Esse princípio é o que melhor caracteriza o estado Estado de Direito, pois o administrador
público não pode agir de acordo com sua própria vontade e sim de acordo com o interesse do

www.acasadoconcurseiro.com.br 1505
povo, titular do poder. Como, em última instância, as leis são feitas pelo povo, através de seus
representantes, pressupõe-se que estão de acordo com o interesse público.

Princípio da Impessoalidade
O administrador público deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade a satisfação do
intere interesse público, não podendo beneficiar nem prejudicar a si ou determinada pessoa.
Esse princípio é visto sob dois aspectos:
a) como determinante da finalidade de toda atuação administrativa – inevitavelmente,
determinados atos podem ter por consequencia benefícios ou prejuízos a alguém, porém,
a atuação do administrador deve visar ao interesse público, sob pena de tal ato ser
considerado nulo por desvio de finalidade;
b) como vedação a que o agente público valha-se das atividades desenvolvidas pela
administração para obter benefício ou promoção pessoal – é vedado a promoção pessoal
do agente público pela sua atuação como administrador.
Como exemplos de aplicação do princípio da impessoalidade, podemos citar a imposição
de concurso público como condição para ingresso em cargo efetivo ou emprego público e a
exigência de licitações públicas para contratações pela administração.

Princípio da Moralidade
A moral administrativa está ligada à ideia de ética, probidade e de boa-fé. Não basta que a
atuação do administrador público seja legal, precisa ser moral também, já que nem tudo que é
legal é honesto.
Ato contrário a moral não é apenas inoportuno ou inconveniente, é considerado nulo.

Princípio da Publicidade
Esse princípio é tratado sob dois prismas:
a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos administrativos
gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público – enquanto
não for publicado, o ato não pode produzir efeitos;
b) exigência de transparência da atuação administrativa – finalidade de possibilitar, de forma
mais ampla possível, controle da administração pública pelo povo.

Princípio da Eficiência
O princípio da eficiência foi inserido o caput do art. 37 através da EC 19/1998. Visa a atingir
os objetivos de boa prestação dos serviços, de modo mais simples, rápido e econômico,
melhorando a relação custo/benefício da atividade da administração pública. O administrador
deve ter planejamento, procurando a melhor solução para atingir a finalidade e interesse
público do ato.

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Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

Esse princípio, porém, não tem um caráter absoluto, já que não é possível afastar os outros
princípios da administração sob o argumento de dar maior eficiência ao ato. Por exemplo, não
se pode afastar as etapas legais (princípio da legalidade) de um procedimento licitatório a fim
de ter maior eficiência.

Conceito de Agente Público

Agente público é toda pessoa que desempenha atividade administrativa, temporária ou não,
com ou sem remuneração.
Conceito Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa):
Art. 2º. Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.
Portanto, Agentes Públicos são as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente,
do exercício de alguma função estatal.

Classificação/Espécies dos Agentes Públicos

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Os agentes públicos podem ser classificados em:
a) Agentes Políticos – Exercem função pública de alta direção do Estado. Em regra, ingressam
por meio de eleição, com mandatos fixos, ao término dos quais a relação com o Estado
desaparece automaticamente. Exemplos: Chefes do Poder Executivo (Presidente da
República, Governadores dos Estados e Prefeitos Municipais, com seus respectivos vices),
Parlamentares (Senadores, Deputados Federais e Estaduais, Vereadores), Ministros de
Estado...
b) Servidores Estatais (ou Agentes Administrativos ou Servidores Públicos em sentido
amplo) – São as pessoas que prestam serviço público para a Administração, com natureza
profissional e remunerada. Dividem-se em:
•• Servidores Públicos Estatutários (são os ocupantes de cargos públicos e submetidos a
regime estatutário). Em sentido estrito, “servidor público” é apenas o estatutário.
•• Empregados Públicos (são os ocupantes de emprego público e submetidos a regime
celetista – CLT)
•• Servidores Temporários (aqueles contratados por tempo determinado para atender
a necessidade temporária de excepcional interesse público, não tendo cargo nem
emprego público, exercendo função pública remunerada e temporária).
Obs.: Há doutrina e questões que entendem que “Servidor Público em sentido amplo”
abrange essas 3 espécies (servidores públicos estatutários, empregados públicos e servidores
temporários), enquanto “Servidor Público em sentido estrito” seria apenas o Servidor
Estatutário. Vejamos o esquema:

c) Particulares em colaboração com o Estado – são os que desempenham função pública


sem vínculo com o Estado, também chamados de “agentes honoríficos”. Segundo Celso
Antônio Bandeira de Mello, essa categoria é composta por:
•• Requisitados de serviço (mesários, jurados do Tribunal do Juri, convocados para o
serviço militar);
•• Gestores de negócios públicos (pessoas que atuam em situações emergenciais quando
o Estado não está presente, como alguém que chega antes dos bombeiros a um
incêndio e presta socorro);
•• Contratados por locação civil de serviços (a exemplo de um jurista famoso que é
contratado para fazer um parecer);
•• Concessionários e permissionários (os que trabalham nas concessionárias e
permissionárias de serviço público, exercendo função pública por delegação estatal);
•• Delegados de função ou ofício público (é o caso dos que exercem serviços notariais).

1508 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

d) Agentes Militares (Forças Armadas, Policiais Militares e Corpos de Bombeiros Militares)


– Quem compõe os quadros permanentes das forças militares possui vínculo Estatutário
especial, ou seja, seu regime jurídico é regido por lei específica, não se confundindo com os
Estatutos aplicáveis aos servidores públicos civis.

Cargo, Emprego e Função Pública

Cargo Público
Os cargos públicos são ocupados por servidores públicos, efetivos e comissionados, submetidos
ao regime estatutário.
A Lei nº 8.112/1990 define: “Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades
previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.”
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Cargos são as mais simples e indivisíveis
unidades de competência a serem expressadas por um agente, previstas em número certo,
com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de direito público e criadas por
lei”.
Cargos públicos são próprios das pessoas jurídicas de direito público.

Emprego Público
Os empregos públicos são ocupados por empregados públicos, os quais se submetem ao
regime celetista (Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT). Os empregados públicos ingressam

www.acasadoconcurseiro.com.br 1509
por meio de concurso público para ocupar empregos públicos , de natureza essencialmente
contratual.
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Empregos públicos são núcleos de encargos
de trabalho permanentes a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los,
sob relação trabalhista”.
Empregos públicos são próprios das pessoas jurídicas de direito privado da Administração
Indireta. São exemplos, os empregados da Caixa Econômica Federal (empresa pública) e
do Banco do Brasil (sociedade de economia mista); lembrando que CESPE considera que
“dirigentes” dessas instituições, que não sejam do quadro de empregados, são regidos por
regime próprio e não pela CLT.

Função Pública
De acordo com Maia Sylvia Di Pietro: “São funções públicas as funções de confiança e
as exercidas pelos agentes públicos contratados por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público (CF, art. 37, IX).”
Não há concurso público para preenchimento de função pública.

AGENTES PÚBLICOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Cargos, empregos e funções públicas

São acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos
estrangeiros, na forma da lei; (Obs.: Lei 8.112/90, art. 5º, § 3º As universidades e instituições de
pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos
e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei).

Exigência de concurso público

A regra é que a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em


concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
Cargo em Comissão e Função de Confiança – as funções de confiança, exercidas exclusivamente
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por
servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-
se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

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Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

Cargo Público

Efetivo Comissão

Livre nomeação e
Concurso Público exoneração (direção,
chefia e assessoramento)

Sem
Estabilidade
estabilidade
Criação e extinção do cargo público

Criação Lei

Cargo Público Lei


(se ocupado)
extinção
Decreto
Autônomo
(se vago)

Prazo de validade do concurso

O prazo de validade do concurso público será de até 2 anos, prorrogável uma vez, por igual
período; ou seja, o prazo pode ser menor do que 2 anos; assim, se o prazo for de 1 ano, poderá
ser prorrogado por mais 1 ano apenas.

Prioridade de nomeação

Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em


concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.
Obs.: Lei 8.112/90, art. 12, § 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato
aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1511
Obs.: STF – Candidato aprovado no concurso público dentro do número de vagas indicado no
edital tem direito subjetivo à nomeação, dentro do prazo de validade do concurso.

Direito à livre associação sindical

É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical, regra aplicável apenas
ao servidores públicos civis, já que a CF veda a aplicação aos militares (art. 142, § 3º, IV, CF).

Direito de greve

O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; porém,
ainda não regulamentação legal, o que fez com que o STF decidisse pela aplicação da lei que
regulamenta o direito de greve do empregado na iniciativa privada (Lei nº 7783/89). Também é
proibido ao militar fazer greve.

Reserva de percentual aos portadores de deficiência

A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
Obs.: Segundo o STF, mesmo em concursos como de Polícia, é obrigatória a reserva de vagas
para portadores de deficiência, porém, os exames de aptidão indicarão se a deficiência é
compatível ou não com as atribuições do cargo.
Obs.: Lei 8.112/90, art. 5º, § 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de
se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis
com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% das vagas
oferecidas no concurso.

Fixação e revisão geral da remuneração

A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente


poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada
caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.

Teto remuneratório

Agentes públicos não podem receber remuneração maior do que o subsídio mensal pago aos
Ministros do Supremo Tribunal Federal (é o chamado teto absoluto). Há também o chamado
subteto: I – nos Municípios, nenhum servidor poderá ganhar mais do que o prefeito; II – nos
Estados e Distrito Federal, se Poder Executivo, nenhum servidor pode ganhar mais do que o

1512 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

Governador, se Poder Legislativo, nenhum servidor pode ganhar mais do que os Deputados
Estaduais ou Distritais, se Poder Judiciário, nenhum servidor pode ganhar mais do que os
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça.
Obs.: Não serão computadas, para efeito desses limites remuneratórios, as parcelas de caráter
indenizatório previstas em lei.

Teto Absoluto Nenhum agente público pode receber remuneração maior do que Ministro do STF

Subteto
Não pode receber remuneração
Agentes Públicos Âmbito
maior que a do
Municipais Geral Prefeito
Estaduais e Distritais Poder Executivo Governador
Poder Legislativo Deputados Estaduais ou Distritais
Poder Judiciário Desembargadores do TJ

Paridade de Vencimentos

Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

• Paridade de Vencimentos: Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do


Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

Executivo
$$$

Judiciário Legislativo

Mandato eletivo

Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de


mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

www.acasadoconcurseiro.com.br 1513
I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo,
emprego ou função;
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe
facultado optar pela sua remuneração;
III – investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo
de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão
determinados como se no exercício estivesse.

Mandato eletivo
Mandato Eletivo
Ao servidor
• Aoinvestido
servidor em mandato
investido eletivo aplicam-se
em mandato as seguintes
eletivo aplicam-se disposições:
as seguintes disposições:

Ømandato federal, estadual ou üficará afastado do cargo, recebendo $ do mandato.


distrital
Ømandato de Prefeito üserá afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar
pela remuneração do cargo ou a do mandato;

Ømandato de vereador: ühavendo compatibilidade de horários, perceberá a


remuneração do cargo + a do mandato (acumulará);
ünão havendo compatibilidade de horários, será
afastado e poderá optar pela remuneração do cargo ou
a do mandato (regra do Prefeito).

Irredutibilidade de vencimentos e subsídios

Em regra, o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são


irredutíveis, respeitando-se o teto tratado acima.

Acumulação de cargos públicos

É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, bem como de empregos e funções,


abrangendo autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; porém
é permitida a acumulação, excepcionalmente, quando houver compatibilidade de horários,
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI (teto):
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

1514 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões


regulamentadas.

Acumulação lícita:

Acumulação de proventos com remuneração

É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria (art. 40, art. 42 e 142, CF)
com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis
na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de
livre nomeação e exoneração.

Atos de Improbidade Administrativa

Os atos de improbidade administrativa importarão:


a) a suspensão dos direitos políticos,
b) a perda da função pública,
c) a indisponibilidade dos bens,
d) e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
e) sem prejuízo da ação penal cabível.

Responsabilidade por danos

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado
o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Portanto, quem responde
pelos danos causados a terceiros por agentes públicos são as respectivas pessoas jurídicas;
porém, se houver culpa ou dolo do agente, o Poder Público poderá cobrá-lo o ressarcimento.

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SLIDES – DISPOSIÇÕES GERAIS

Direito Administrativo

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Administração Pública na
Constituição Federal

Disposições Gerais
(art. 37 a 38)

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Conceitos Introdutórios

• Órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito


Administração Federal e dos Municípios.
Direta

• Autarquias (Ex. INSS, BACEN)


Administração • Fundações Públicas (Ex. IBGE, FUNAI)
Indireta • Empresas Públicas (Ex. CEF, Correios)
• Sociedades de Economia Mista (Ex. BB,Petrobrás)

Princípios Constitucionais aplicáveis à Administração Pública

• Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência...

• Tratam-se dos princípios expressamente trazidos pela CF/88, considerando


que há outros princípios aplicáveis.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1517
• Para memorizá-los, usa-se o macete do “LIMPE”:

Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência

• 1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

• A administração pública só pode agir quando houver lei que determine ou


autorize sua atuação. Assim, a eficácia da atividade da administração pública
está condicionada ao que a lei permite ou determina.

• Enquanto no âmbito dos particulares, o princípio da legalidade significa que


“podem fazer tudo o que a lei não proíba”, no âmbito da administração
pública esse princípio significa que o administrador “só pode fazer o que a lei
autorize ou determine”.

• Esse princípio é o que melhor caracteriza o estado Estado de Direito, pois o


administrador público não pode agir de acordo com sua própria vontade e
sim de acordo com o interesse do povo, titular do poder. Como, em última
instância, as leis são feitas pelo povo, através de seus representantes,
pressupõe-se que estão de acordo com o interesse público.

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• 2. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
• O administrador público deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade a
satisfação do interesse público, não podendo beneficiar nem prejudicar a si
ou determinada pessoa.
• Esse princípio é visto sob dois aspectos:
a) como determinante da finalidade de toda atuação administrativa -
inevitavelmente, determinados atos podem ter por consequencia benefícios
ou prejuízos a alguém, porém, a atuação do administrador deve visar ao
interesse público, sob pena de tal ato ser considerado nulo por desvio de
finalidade;
b) como vedação a que o agente público valha-se das atividades
desenvolvidas pela administração para obter benefício ou promoção pessoal
- é vedado a promoção pessoal do agente público pela sua atuação como
administrador.
• Ex.: imposição de concurso público como condição para ingresso em cargo
efetivo ou emprego público; exigência de licitações públicas para contratações
pela administração.

• 3. PRINCÍPIO DA MORALIDADE

• A moral administrativa está ligada à ideia de ética, probidade e de boa-fé.


Não basta que a atuação do administrador público seja legal, precisa ser
moral também, já que nem tudo que é legal é honesto.

• Ato contrário a moral não é apenas inoportuno ou inconveniente, é


considerado nulo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1519
• 4. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

• Esse princípio é tratado sob dois prismas:


a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos
atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o
patrimônio público - enquanto não for publicado, o ato não pode produzir
efeitos;
b) exigência de transparência da atuação administrativa - finalidade de
possibilitar, de forma mais ampla possível, controle da administração pública
pelo povo.

• 5. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

• O princípio da eficiência foi inserido o caput do art. 37 através da EC 19/1998.


Visa a atingir os objetivos de boa prestação dos serviços, de modo mais
simples, rápido e econômico, melhorando a relação custo/benefício da
atividade da administração pública.

• O administrador deve ter planejamento, procurando a melhor solução para


atingir a finalidade e interesse público do ato.

• Esse princípio, porém, não tem um caráter absoluto, já que não é possível
afastar os outros princípios da administração sob o argumento de dar maior
eficiência ao ato. Por exemplo, não se pode afastar as etapas legais (princípio
da legalidade) de um procedimento licitatório a fim de ter maior eficiência.

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Agente Público

• Conceito Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa):

Art. 2º. Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

Portanto, Agentes Públicos são as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou


transitoriamente, do exercício de alguma função estatal.

Agentes
Públicos

Agentes Administrativos Particulares em Agentes Militares


Agentes Políticos colaboração
(Servidores Estatais ou (Agentes (Estatuto/Lei
Servidores Públicos em honoríficos) Específica)
sentido amplo)

Servidores
Servidores Empregados
Temporários
Públicos Públicos
(Contrato prazo
(Estatuários) (Celetistas)
determinado)

cargo emprego função


público público pública

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Servidores Públicos Empregados Públicos Servidores Temporários

Cargos Públicos (efetivos


Empregos Públicos Função Pública
ou em comissão)

Regime Estatutário ou Regime Celetista ou Contrato com prazo


Legal Trabalhista (CLT) determinado

Administração Direta, Empresas Públicas e Soc.


Autarquias e Fundações de Economia Mista

Agentes Públicos na Constituição Federal

• Cargos, empregos e funções públicas

• São acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei,


assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

• (Obs.: Lei 8.112/90, art. 5º, § 3º As universidades e instituições de pesquisa


científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores,
técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos
desta Lei).

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• Exigência de concurso público

• A regra é que a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação


prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração.

• Cargo em Comissão e Função de Confiança - as funções de confiança, exercidas


exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão,
a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento.

Cargo Público

Efetivo Comissão

Livre nomeação e
Concurso Público exoneração (direção,
chefia e assessoramento)

Sem
Estabilidade
estabilidade

www.acasadoconcurseiro.com.br 1523
Criação e extinção do cargo público

Criação Lei

Cargo Público Lei


(se ocupado)
extinção
Decreto
Autônomo
(se vago)

• Prazo de validade do concurso


• O prazo de validade do concurso público será de até 2 anos, prorrogável 1 vez, por
igual período.

• Prioridade de nomeação
• Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado
em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.
• Obs.: STF – Candidato aprovado no concurso público dentro do número de vagas
indicado no edital tem direito subjetivo à nomeação, dentro do prazo de validade
do concurso.
• Obs.: Lei 8.112/90, art. 12, § 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver
candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado.

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• Direito à livre associação sindical

• É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.

• Direito de greve

• O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica; porém, ainda não há regulamentação legal, o que fez com que o STF
decidisse pela aplicação da lei que regulamenta o direito de greve do empregado na
iniciativa privada (Lei nº 7783/89).

ØObs.: Essas duas regras são aplicáveis apenas ao servidores públicos civis, já que a
CF veda a aplicação aos militares (art. 142, § 3º, IV, CF).

• Reserva de percentual aos portadores de deficiência

• A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas


portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

• Obs.: Segundo o STF, mesmo em concursos como de Polícia, é obrigatória a reserva


de vagas para portadores de deficiência, porém, os exames de aptidão indicarão se a
deficiência é compatível ou não com as atribuições do cargo.

• Obs.: Lei 8.112/90, art. 5, § 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o


direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas
atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais
pessoas serão reservadas até 20% das vagas oferecidas no concurso.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1525
• Fixação e revisão geral da remuneração

• A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39


somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e
sem distinção de índices.

• Teto remuneratório

• Agentes públicos não podem receber remuneração maior do que o subsídio mensal
pago aos Ministros do Supremo Tribunal Federal (é o chamado teto absoluto).
• Há também o chamado subteto: I – nos Municípios, nenhum servidor poderá
ganhar mais do que o prefeito; II – nos Estados e Distrito Federal, se Poder
Executivo, nenhum servidor pode ganhar mais do que o Governador, se Poder
Legislativo, nenhum servidor pode ganhar mais do que os Deputados Estaduais ou
Distritais, se Poder Judiciário, nenhum servidor pode ganhar mais do que os
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça.
• Obs.: Não serão computadas, para efeito desses limites remuneratórios, as parcelas
de caráter indenizatório previstas em lei.

1526 www.acasadoconcurseiro.com.br
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• Paridade de Vencimentos: Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do


Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

Executivo
$$$

Judiciário Legislativo

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Mandato eletivo

• Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:

Ømandato federal, estadual ou üficará afastado do cargo, recebendo $ do mandato.


distrital
Ømandato de Prefeito üserá afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar
pela remuneração do cargo ou a do mandato;

Ømandato de vereador: ühavendo compatibilidade de horários, perceberá a


remuneração do cargo + a do mandato (acumulará);
ünão havendo compatibilidade de horários, será
afastado e poderá optar pela remuneração do cargo ou
a do mandato (regra do Prefeito).

• Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção
por merecimento;

• Para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão


determinados como se no exercício estivesse.

1528 www.acasadoconcurseiro.com.br
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• Irredutibilidade de vencimentos e subsídios

• Em regra, o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos


públicos são irredutíveis, respeitando-se o teto tratado acima.

• Acumulação de cargos públicos

• É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, bem como de empregos e


funções; porém é permitida a acumulação, excepcionalmente, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI
(teto):
a) a de 2 cargos de professor;
b) a de 1 cargo de professor com 1 técnico ou científico;
c) a de 2 cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas.
Obs.: também 1 de vereador + 1 cargo, emprego ou função.

• A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,


fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1529
Acumulação lícita:

• Acumulação de proventos de aposentadoria + remuneração de cargo


• É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria (art. 40,
art. 42 e 142, CF) com a remuneração de cargo, emprego ou função pública,
ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos
eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
exoneração.

• Regra: vedada a acumulação


• Exceção:
a) cargos acumuláveis na atividade;
b) cargo em comissão;
c) cargo eletivo.

1530 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

• Atos de Improbidade Administrativa

• Os atos de improbidade administrativa importarão:


Øsuspensão dos direitos políticos,
Øperda da função pública,
Øindisponibilidade dos bens,
Øressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
Øação penal cabível.

• Responsabilidade por danos

• As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado


prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

• Portanto, quem responde pelos danos causados a terceiros por agentes


públicos são as respectivas pessoas jurídicas; porém, se houver culpa ou
dolo do agente, o Poder Público poderá cobrá-lo o ressarcimento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1531
Direito Administrativo

DOS SERVIDORES PÚBLICOS (ART. 039 A 041)

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA III – as peculiaridades dos cargos. (Incluído


FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Fede-
ral manterão escolas de governo para a for-
CAPÍTULO VII mação e o aperfeiçoamento dos servidores
públicos, constituindo-se a participação nos
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA cursos um dos requisitos para a promoção
na carreira, facultada, para isso, a celebra-
Seção II ção de convênios ou contratos entre os en-
DOS SERVIDORES PÚBLICOS tes federados. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
18, de 1998) § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de
cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII,
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal
VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX,
e os Municípios instituirão, no âmbito de sua
XXII e XXX, podendo a lei estabelecer re-
competência, regime jurídico único e planos de
quisitos diferenciados de admissão quando
carreira para os servidores da administração pú-
a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela
blica direta, das autarquias e das fundações pú-
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
blicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal
mandato eletivo, os Ministros de Estado e
e os Municípios instituirão conselho de política
os Secretários Estaduais e Municipais serão
de administração e remuneração de pessoal,
remunerados exclusivamente por subsídio
integrado por servidores designados pelos res-
fixado em parcela única, vedado o acrésci-
pectivos Poderes. (Redação dada pela Emenda
mo de qualquer gratificação, adicional, abo-
Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº
no, prêmio, verba de representação ou ou-
2.135-4)
tra espécie remuneratória, obedecido, em
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
e dos demais componentes do sistema re- (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
muneratório observará: (Redação dada pela de 1998)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito
I – a natureza, o grau de responsabilidade Federal e dos Municípios poderá estabele-
e a complexidade dos cargos componen- cer a relação entre a maior e a menor re-
tes de cada carreira; (Incluído pela Emenda muneração dos servidores públicos, obede-
Constitucional nº 19, de 1998) cido, em qualquer caso, o disposto no art.
II – os requisitos para a investidura; (Inclu- 37, XI.(Incluído pela Emenda Constitucional
ído pela Emenda Constitucional nº 19, de nº 19, de 1998)
1998)

www.acasadoconcurseiro.com.br 1533
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Ju- II – compulsoriamente, com proventos pro-
diciário publicarão anualmente os valores porcionais ao tempo de contribuição, aos
do subsídio e da remuneração dos cargos e 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (se-
empregos públicos. (Incluído pela Emenda tenta e cinco) anos de idade, na forma de
Constitucional nº 19, de 1998) lei complementar; (Redação dada pela
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distri- Emenda Constitucional nº 88, de 2015)
to Federal e dos Municípios disciplinará a III – voluntariamente, desde que cumprido
aplicação de recursos orçamentários pro- tempo mínimo de dez anos de efetivo exer-
venientes da economia com despesas cor- cício no serviço público e cinco anos no car-
rentes em cada órgão, autarquia e funda- go efetivo em que se dará a aposentadoria,
ção, para aplicação no desenvolvimento de observadas as seguintes condições: (Reda-
programas de qualidade e produtividade, ção dada pela Emenda Constitucional nº 20,
treinamento e desenvolvimento, moderni- de 15/12/98)
zação, reaparelhamento e racionalização a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de
do serviço público, inclusive sob a forma de contribuição, se homem, e cinqüenta e cin-
adicional ou prêmio de produtividade. (In- co anos de idade e trinta de contribuição, se
cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de mulher; (Redação dada pela Emenda Cons-
1998) titucional nº 20, de 15/12/98)
§ 8º A remuneração dos servidores públicos b) sessenta e cinco anos de idade, se ho-
organizados em carreira poderá ser fixada mem, e sessenta anos de idade, se mulher,
nos termos do § 4º. (Incluído pela Emenda com proventos proporcionais ao tempo de
Constitucional nº 19, de 1998) contribuição. (Redação dada pela Emenda
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efe- Constitucional nº 20, de 15/12/98)
tivos da União, dos Estados, do Distrito Federal § 2º Os proventos de aposentadoria e as
e dos Municípios, incluídas suas autarquias e pensões, por ocasião de sua concessão, não
fundações, é assegurado regime de previdên- poderão exceder a remuneração do respec-
cia de caráter contributivo e solidário, median- tivo servidor, no cargo efetivo em que se
te contribuição do respectivo ente público, dos deu a aposentadoria ou que serviu de refe-
servidores ativos e inativos e dos pensionistas, rência para a concessão da pensão. (Reda-
observados critérios que preservem o equilíbrio ção dada pela Emenda Constitucional nº 20,
financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. de 15/12/98)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
41, 19.12.2003) § 3º Para o cálculo dos proventos de apo-
sentadoria, por ocasião da sua concessão,
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime serão consideradas as remunerações utili-
de previdência de que trata este artigo se- zadas como base para as contribuições do
rão aposentados, calculados os seus pro- servidor aos regimes de previdência de que
ventos a partir dos valores fixados na forma tratam este artigo e o art. 201, na forma da
dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda lei. (Redação dada pela Emenda Constitu-
Constitucional nº 41, 19.12.2003) cional nº 41, 19.12.2003)
I – por invalidez permanente, sendo os pro- § 4º É vedada a adoção de requisitos e cri-
ventos proporcionais ao tempo de contri- térios diferenciados para a concessão de
buição, exceto se decorrente de acidente aposentadoria aos abrangidos pelo regime
em serviço, moléstia profissional ou doença de que trata este artigo, ressalvados, nos
grave, contagiosa ou incurável, na forma da termos definidos em leis complementares,
lei;(Redação dada pela Emenda Constitucio- os casos de servidores: (Redação dada pela
nal nº 41, 19.12.2003) Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

1534 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Dos Servidores Públicos (Art. 039 a 041) – Profª Tatiana Marcello

I – portadores de deficiência; (Incluído pela § 8º É assegurado o reajustamento dos be-


Emenda Constitucional nº 47, de 2005) nefícios para preservar-lhes, em caráter per-
II – que exerçam atividades de risco; (Inclu- manente, o valor real, conforme critérios
ído pela Emenda Constitucional nº 47, de estabelecidos em lei. (Redação dada pela
2005) Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

III – cujas atividades sejam exercidas sob § 9º O tempo de contribuição federal, esta-
condições especiais que prejudiquem a dual ou municipal será contado para efeito
saúde ou a integridade física. (Incluído pela de aposentadoria e o tempo de serviço cor-
Emenda Constitucional nº 47, de 2005) respondente para efeito de disponibilidade.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20,
§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de 15/12/98)
de contribuição serão reduzidos em cinco
anos, em relação ao disposto no § 1º, III, § 10. A lei não poderá estabelecer qualquer
"a", para o professor que comprove exclu- forma de contagem de tempo de contribui-
sivamente tempo de efetivo exercício das ção fictício. (Incluído pela Emenda Constitu-
funções de magistério na educação infantil cional nº 20, de 15/12/98)
e no ensino fundamental e médio. (Redação § 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI,
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de à soma total dos proventos de inatividade,
15/12/98) inclusive quando decorrentes da acumula-
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decor- ção de cargos ou empregos públicos, bem
rentes dos cargos acumuláveis na forma como de outras atividades sujeitas a contri-
desta Constituição, é vedada a percepção buição para o regime geral de previdência
de mais de uma aposentadoria à conta do social, e ao montante resultante da adição
regime de previdência previsto neste artigo. de proventos de inatividade com remune-
(Redação dada pela Emenda Constitucional ração de cargo acumulável na forma desta
nº 20, de 15/12/98) Constituição, cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração, e de
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do bene- cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Consti-
fício de pensão por morte, que será igual: tucional nº 20, de 15/12/98)
(Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 41, 19.12.2003) § 12. Além do disposto neste artigo, o regi-
me de previdência dos servidores públicos
I – ao valor da totalidade dos proventos do titulares de cargo efetivo observará, no que
servidor falecido, até o limite máximo esta- couber, os requisitos e critérios fixados para
belecido para os benefícios do regime geral o regime geral de previdência social. (Inclu-
de previdência social de que trata o art. 201, ído pela Emenda Constitucional nº 20, de
acrescido de setenta por cento da parcela 15/12/98)
excedente a este limite, caso aposentado
à data do óbito; ou (Incluído pela Emenda § 13. Ao servidor ocupante, exclusivamen-
Constitucional nº 41, 19.12.2003) te, de cargo em comissão declarado em lei
de livre nomeação e exoneração bem como
II – ao valor da totalidade da remuneração de outro cargo temporário ou de emprego
do servidor no cargo efetivo em que se deu público, aplica-se o regime geral de previ-
o falecimento, até o limite máximo estabe- dência social. (Incluído pela Emenda Consti-
lecido para os benefícios do regime geral de tucional nº 20, de 15/12/98)
previdência social de que trata o art. 201,
acrescido de setenta por cento da parcela § 14. A União, os Estados, o Distrito Fede-
excedente a este limite, caso em atividade ral e os Municípios, desde que instituam
na data do óbito. (Incluído pela Emenda regime de previdência complementar para
Constitucional nº 41, 19.12.2003) os seus respectivos servidores titulares de

www.acasadoconcurseiro.com.br 1535
cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das equivalente ao valor da sua contribuição
aposentadorias e pensões a serem concedi- previdenciária até completar as exigências
das pelo regime de que trata este artigo, o para aposentadoria compulsória contidas
limite máximo estabelecido para os bene- no § 1º, II. (Incluído pela Emenda Constitu-
fícios do regime geral de previdência social cional nº 41, 19.12.2003)
de que trata o art. 201. (Incluído pela Emen- § 20. Fica vedada a existência de mais de um
da Constitucional nº 20, de 15/12/98) regime próprio de previdência social para os
§ 15. O regime de previdência complemen- servidores titulares de cargos efetivos, e de
tar de que trata o § 14 será instituído por mais de uma unidade gestora do respectivo
lei de iniciativa do respectivo Poder Executi- regime em cada ente estatal, ressalvado o
vo, observado o disposto no art. 202 e seus disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela
parágrafos, no que couber, por intermédio Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
de entidades fechadas de previdência com- § 21. A contribuição prevista no § 18 deste
plementar, de natureza pública, que ofere- artigo incidirá apenas sobre as parcelas de
cerão aos respectivos participantes planos proventos de aposentadoria e de pensão
de benefícios somente na modalidade de que superem o dobro do limite máximo es-
contribuição definida. (Redação dada pela tabelecido para os benefícios do regime ge-
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) ral de previdência social de que trata o art.
§ 16. Somente mediante sua prévia e ex- 201 desta Constituição, quando o beneficiá-
pressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 rio, na forma da lei, for portador de doença
poderá ser aplicado ao servidor que tiver incapacitante. (Incluído pela Emenda Cons-
ingressado no serviço público até a data da titucional nº 47, de 2005)
publicação do ato de instituição do corres- Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo
pondente regime de previdência comple- exercício os servidores nomeados para cargo de
mentar. (Incluído pela Emenda Constitucio- provimento efetivo em virtude de concurso pú-
nal nº 20, de 15/12/98) blico. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
§ 17. Todos os valores de remuneração con- nal nº 19, de 1998)
siderados para o cálculo do benefício pre- § 1º O servidor público estável só perderá o
visto no § 3° serão devidamente atualiza- cargo: (Redação dada pela Emenda Consti-
dos, na forma da lei. (Incluído pela Emenda tucional nº 19, de 1998)
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
I – em virtude de sentença judicial transita-
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proven- da em julgado; (Incluído pela Emenda Cons-
tos de aposentadorias e pensões conce- titucional nº 19, de 1998)
didas pelo regime de que trata este artigo
que superem o limite máximo estabelecido II – mediante processo administrativo em
para os benefícios do regime geral de pre- que lhe seja assegurada ampla defesa; (In-
vidência social de que trata o art. 201, com cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
percentual igual ao estabelecido para os 1998)
servidores titulares de cargos efetivos. (In- III – mediante procedimento de avaliação
cluído pela Emenda Constitucional nº 41, periódica de desempenho, na forma de lei
19.12.2003) complementar, assegurada ampla defesa.
§ 19. O servidor de que trata este artigo que (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
tenha completado as exigências para apo- de 1998)
sentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, § 2º Invalidada por sentença judicial a de-
III, a, e que opte por permanecer em ativi- missão do servidor estável, será ele reinte-
dade fará jus a um abono de permanência grado, e o eventual ocupante da vaga, se es-

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Direito Administrativo – Dos Servidores Públicos (Art. 039 a 041) – Profª Tatiana Marcello

tável, reconduzido ao cargo de origem, sem cional ao tempo de serviço, até seu adequa-
direito a indenização, aproveitado em outro do aproveitamento em outro cargo. (Reda-
cargo ou posto em disponibilidade com re- ção dada pela Emenda Constitucional nº 19,
muneração proporcional ao tempo de ser- de 1998)
viço. (Redação dada pela Emenda Constitu- § 4º Como condição para a aquisição da es-
cional nº 19, de 1998) tabilidade, é obrigatória a avaliação especial
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua des- de desempenho por comissão instituída
necessidade, o servidor estável ficará em para essa finalidade. (Incluído pela Emenda
disponibilidade, com remuneração propor- Constitucional nº 19, de 199

1. Obrigatoriedade de regime jurídico único

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua compe-


tência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública
direta, das autarquias e das fundações públicas. Cada ente da Federação deve definir se o re-
gime de todos os seus servidores (em sentido amplo) será celetista ou estatutário. Essa regra
foi alterada pela EC 19/1998, eliminando o regime único. Porém, o STF suspendeu a eficácia
da nova redação, passando a constar novamente a redação original (de regime jurídico único).
Por exemplo, a Lei nº 8.112/1990 institui o regime estatutário para todos os servidores civis da
União, autarquias e fundações públicas Federais.

2. Estabilidade
São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimen-
to efetivo em virtude de concurso público + avaliação especial de desempenho por comissão
instituída para essa finalidade. Portanto, são requisitos para aquisição da estabilidade:
a) aprovação em concurso público;
b) nomeação para cargo público efetivo;
c) 3 anos de efetivo exercício;
d) avaliação especial de desempenho.
A estabilidade é a garantia de permanência do servidor no serviço público, mas não é absoluta,
sendo que a própria CF prevê que o servidor público estável só perderá o cargo:
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei comple-
mentar, assegurada ampla defesa.
Também poderá perder o cargo em caso de despesa de pessoal acima dos limites legais (art.
169, CF). A Lei complementar n. 101/200 (Lei de Responsabilidade Fiscal) estabelece que o limi-
te de despesa com pessoal da União é de 50% da receita líquida, enquanto dos Estados e Mu-
nicípios é de 60%. Ultrapassados esses limites, o ente deverá tomar as seguintes providências:
a) reduzir em pelo menos 20% as despesas com cargos em comissão e funções de confiança; b)

www.acasadoconcurseiro.com.br 1537
exoneração dos servidores não estáveis; c) se ainda assim ficar fora dos limites legais, o servi-
dor estável poderá perder o cargo.

3. Reintegração
Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o even-
tual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao
tempo de serviço.

4. Disponibilidade
Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilida-
de, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento
em outro cargo.

5. Aposentadoria
Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência (Regime
Próprio de Previdência Social – RPPS) de caráter contributivo e solidário, mediante contribui-
ção do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Obs.: O Estatuto trará as regras para
a aposentadoria.
Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nome-
ação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o
Regime Geral de Previdência Social (RGPS), ou seja, o regime geral aplicável aos trabalhadores
da iniciativa provada regidos pela CLT.
Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados:
I – por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição,
exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa
ou incurável, na forma da lei (integrais);
II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 anos de
idade, ou aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar; (Lei Complementar 152/2015)
III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício
no serviço público e 5 anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as
seguintes condições:
a) 60 anos de idade e 35 de contribuição, se homem, e 55 anos de idade e 30 de contribuição,
se mulher;
b) 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao
tempo de contribuição.

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Direito Administrativo – Dos Servidores Públicos (Art. 039 a 041) – Profª Tatiana Marcello

SLIDES – DOS SERVIDORES PÚBLICOS

• Obrigatoriedade de regime jurídico único


• Regime Jurídico é o conjunto de regras (direitos e deveres) que regem a
relação entre o servidor e a Administração. Pode ser estatutário/legal ou
celetista/trabalhista.

• A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito


de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os
servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações
públicas.

• Cada ente da Federação deve definir se o regime de todos os seus servidores


será celetista ou estatutário. Essa regra foi alterada pela EC 19/1998,
eliminando o regime único. Porém, o STF suspendeu a eficácia da nova
redação, passando a constar novamente a redação original (de regime jurídico
único). Por exemplo, a Lei nº 8.112/1990 institui o regime estatutário para
todos os servidores civis da União, autarquias e fundações públicas Federais.

Direitos Trabalhistas aplicáveis aos Servidores

• Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV,
VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei
estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo
o exigir.

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• Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
• IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a
suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
vinculação para qualquer fim;
• VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
• VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria;
• IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
• XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda
nos termos da lei;
• XIII - duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho;

• XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;


• XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do
normal;
• XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 a mais do que o
salário normal;
• XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de
120 dias;
• XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
• XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos,
nos termos da lei;
• XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;
• XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

1540 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Dos Servidores Públicos (Art. 039 a 041) – Profª Tatiana Marcello

• Estabilidade

• É a garantia de permanência no serviço público.

• São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados para


cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público + avaliação
especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
Portanto, são requisitos para aquisição da estabilidade:
a) aprovação em concurso público;
b) nomeação para cargo público efetivo;
c) 3 anos de efetivo exercício;
d) avaliação especial de desempenho.

3 anos

Estágio
Concurso Nomeação Posse Exercício Estabilidade
Probatório

www.acasadoconcurseiro.com.br 1541
• A estabilidade não é absoluta, sendo que a própria CF prevê que o servidor
público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho.

• Também poderá perder o cargo por despesa de pessoal acima dos limites
legais (art. 169, CF). A Lei complementar n. 101/200 (Lei de Responsabilidade
Fiscal) estabelece que o limite de despesa com pessoal da União é de 50% da
receita líquida, enquanto dos Estados e Municípios é de 60%. Ultrapassados
esses limites, o ente deverá tomar as seguintes providências: a) reduzir em
pelo menos 20% as despesas com cargos em comissão e funções de confiança;
b) exoneração dos servidores não estáveis; c) se ainda assim ficar fora dos
limites legais, o servidor estável poderá perder o cargo.

Reintegração

• Invalidada por sentença judicial (ou decisão administrativa) a demissão do servidor


estável, será ele reintegrado.

• O eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem


direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
remuneração proporcional ao tempo de serviço.

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Disponibilidade

• Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em


disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu
adequado aproveitamento em outro cargo.

Está disponível? Vou aproveitar!

• Aposentadoria

• Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado
regime de previdência (Regime Próprio de Previdência Social – RPPS) de caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos
servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Obs.: O Estatuto trará as regras para a
aposentadoria.

• Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de


livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de
emprego público, aplica-se o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), ou seja,
o regime geral aplicável aos trabalhadores da iniciativa provada regidos pela CLT.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1543
• Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão
aposentados:
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei (integrais);
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70
anos de idade, ou aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar; (Lei
Complementar 152/2015)
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de 10 anos de efetivo
exercício no serviço público e 5 anos no cargo efetivo em que se dará a
aposentadoria, observadas as seguintes condições:
a) 60 anos de idade e 35 de contribuição, se homem, e 55 anos de idade e 30 de
contribuição, se mulher;
b) 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição.

Aposentadoria

• Por invalidez permanente.

• Compulsoriamente.
ü75 anos de idade.

1544 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Dos Servidores Públicos (Art. 039 a 041) – Profª Tatiana Marcello

• Voluntariamente (10 anos de efetivo exercício e 5 anos no cargo efetivo


que se aposentar):

• 60 anos de idade + 35 de contribuição (Integral);


• Ou 65 anos de idade (Proporcional ao tempo de contribuição).

• 55 anos de idade + 30 de contribuição (Integral);


• Ou 60 anos de idade. (Proporcional ao tempo de contribuição).

www.acasadoconcurseiro.com.br 1545
Direito Constitucional

DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL


E DOS TERRITÓRIOS

Presidência da República nadores. (Redação dada pela Emenda Cons-


titucional nº 20, de 15/12/98)
Casa Civil
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Es-
Subchefia para Assuntos Jurídicos tados, do Distrito Federal e dos Territórios
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO aplica-se o que for fixado em lei especí-
BRASIL DE 1988 fica do respectivo ente estatal. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 41,
(...) 19.12.2003)
(...)

CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção III
DOS MILITARES DOS ESTADOS,
DO DISTRITO FEDERAL E DOS
TERRITÓRIOS
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
18, de 1998)
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Cor-
pos de Bombeiros Militares, instituições organi-
zadas com base na hierarquia e disciplina, são
militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional nº 18, de 1998)
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados,
do Distrito Federal e dos Territórios, além
do que vier a ser fixado em lei, as disposi-
ções do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do
art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual
específica dispor sobre as matérias do art.
142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos
oficiais conferidas pelos respectivos gover-

www.acasadoconcurseiro.com.br 1547
SLIDES - DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL
E DOS TERRITÓRIOS

DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

• Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares,


instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

• § 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
aplica-se o que for fixado em lei específica do respectivo ente estatal.

• § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além
do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do
art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do
art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos
governadores.

• Art. 14, § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:


I - se contar menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de 10 anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

1548 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios – Profª Tatiana Marcello

Art. 142, CF
• § 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.
• § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes,
além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil
permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c“
(acumulação de 2 cargos privativos de profissionais da area de saúde), será
transferido para a reserva, nos termos da lei;
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a
estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os
direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos
militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas
cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1549
Atualidades

Professor Thiago Scott

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Atualidades

GLOBALIZAÇÃO

O que é globalização? Existe mesmo uma sociedade globalizada?

Muitos autores consideram que sim. ORTIZ (1994), entretanto, é cauteloso, embora compre-
enda que várias situações e vivências cotidianas levam-nos a pensar que estamos vivendo essa
realidade. É a chegada do mundo até nós. Sem sairmos de onde estamos, podemos estar onde
quisermos. Quebraram-se as barreiras do tempo e do espaço. Para IANNI, "a Terra mundia-
lizou-se de tal maneira que o globo deixou de ser uma figura astronômica para adquirir mais
plenamente sua significação histórica".
De fato, o termo globalização tem sido usado para "caracterizar um conjunto aparentemente
bastante heterogêneo de fenômenos que ocorreram ou ganharam impulso a partir do final dos
anos 80 - como a expansão das empresas transnacionais, a internacionalização do capital fi-
nanceiro, a descentralização dos processos produtivos, a revolução da informática e das teleco-
municações, o fim do socialismo de Estado na ex-URSS e no Leste Europeu, o enfraquecimento
dos Estados nacionais, o crescimento da influência cultural norte-americana etc. -, mas que es-
tariam desenhando todos uma efetiva ‘sociedade mundial’, ou seja, uma sociedade na qual os
principais processos e acontecimentos históricos ocorrem e se desdobram em escala global".
(ALVAREZ,1999, p. 97)
Diante da definição do autor percebe-se que falar de globalização envolve vários fenômenos
– de caráter político, social, econômico e cultural – que vêm acontecendo ao longo dos anos
e têm sido percebidos mais fortemente nas últimas décadas, em escala mundial. Percebe-se,
que a globalização deve ser vista como processo, como algo inter-relacionado e, por conseguin-
te, muito complexo. Nos últimos anos, vários estudos têm sido apresentados sobre o tema e
alguns pontos de reflexão se nos apresentam. Trata-se de revolução ou evolução do contínuo
processo de desenvolvimento das civilizações? É algo que tem como culminância a integração
das nações, com a conseqüente quebra de barreiras e diferenças, ou é algo que veio para rom-
per com o sonho de planeta-nação e aumentar as diferenças entre os povos?
Para SANTOS (2000) a globalização constitui-se numa revolução que se projeta como fator de
discriminação e de aprofundamento das diferenças sociais. Desse modo, "...marca a ruptura
nesse processo de evolução social e moral que se vinha fazendo nos séculos precedentes. É
irônico recordar que o progresso técnico aparecia, desde os séculos anteriores, como uma con-
dição para realizar essa sonhada globalização com a mais completa humanização da vida do
planeta. Finalmente, quando esse processo técnico alcança um nível superior, a globalização se
realiza, mas não a serviço da humanidade".
Decerto que não se trata de algo novo. O que se vive é resultante do processo de modernização
da sociedade ocidental (ALVAREZ, 1999; CASTELLS, 1999a; ORTIZ, 1994). E, por constituir-se

www.acasadoconcurseiro.com.br 1553
em fenômeno tão complexo, muitas análises tendem a reduzir todo o processo à visão emi-
nentemente economicista, porque parecem compreender que as "transformações econômicas
repercutem automaticamente no conjunto da sociedade, devendo todas as demais esferas se
adequarem aos imperativos da economia de mercado mundializada" (ALVAREZ, 1999, p.98).
ORTIZ (1994) discute este fato e chama a atenção para a necessidade de se ter postura mais
crítica, pois a interação entre as dimensões econômicas, políticas e culturais não pode ser nega-
da ou esquecida. Além disso, as relações que se estabelecem estão longe de se acomodarem a
qualquer tipo de determinismo.
A emergência e/ou existência da sociedade globalizada não ocorre de maneira uniforme, até
porque o mundo é composto de nações vivendo diferentes estágios de desenvolvimento. Nes-
se sentido, à globalização não deve ser vista como processo homogêneo, que levaria à expan-
são e à uniformização em todas as sociedades. Ao contrário, o que se tem é o processo de
desenvolvimento social bastante descontínuo, seletivo e excludente.
CASTELLS (1999a), por sua vez, considera que o momento atual é percebido através da mudan-
ça em nossa cultura material, como resultado do novo paradigma tecnológico que se organiza
em torno da tecnologia da informação. Esse paradigma tem como pressuposto a aplicação de
conhecimento na geração de novos conhecimentos e dispositivos, num contínuo de inovação,
uso e processamento da informação. O autor considera que o processo não se dá de forma
homogênea, admitindo, pois, a existência de várias sociedades da informação, com suas diver-
sidades e especificidades.
GUEDES e PAULA (1999) defendem que a compreensão do conceito de sociedade da informa-
ção ocorre a partir de critérios não mutuamente excludentes – tecnológico, econômico, ocupa-
cional, espacial e cultural – que a distinguem de outros tipos de sociedades. A compreensão de
sociedade da informação ressalta as inovações tecnológicas, nas quais o avanço do processa-
mento, do armazenamento e da transmissão de informação resulta no uso dessas tecnologias
em todas as esferas da sociedade. A informação passa a ter valor econômico tal, que permite
qualificar e quantificar as sociedades, conforme o seu acesso à informação e seu uso. Assim,
percebe-se na sociedade da informação uma mudança ocupacional, com o predomínio de fun-
ções e cargos na área da informação, cuja ênfase reside nas redes que conectam as localidades,
o que desencadeia nova ordem conceitual de espaço e tempo. Consequentemente, os fatores
culturais sofrem transformações visíveis nas vivências cotidianas, pelo aumento da circularida-
de da informação, da influência da mídia e da profusão de significados simbólicos que envol-
vem o indivíduo. Entretanto, GUEDES e PAULA (1999) questionam a existência da sociedade da
informação e, ainda, a existência de revolução. Consideram que haja apenas continuidade no
processo de desenvolvimento da sociedade, não acreditando que as novas tecnologias de co-
municação e informação possam ser a força propulsora para a nova era.
Questionam, sobretudo, a coerência da abordagem centrada no determinismo tecnológico, até
porque essas tecnologias não são compartilhadas por todas as sociedades (ou por todos em
dada sociedade).
Ao caracterizar a sociedade da informação verificamos que o processo de globalização e a ca-
racterização de sociedade dele resultante ainda se apresentam bastante imprecisos. Embora
percebamos que algo esteja acontecendo, torna-se difícil delimitar e apresentar visão clara do
fenômeno. Qualquer leitura desses acontecimentos acaba por privilegiar uma dimensão, quer
seja econômica, tecnológica ou cultural.

1554 www.acasadoconcurseiro.com.br
Atualidades – Globalização – Prof. Thiago Scott

Decerto que o momento atual tem gerado mudanças sociais que apresentam as tecnologias de
comunicação e informação como fatores importantes, mudanças estas ocorridas muito mais
pela forma como as tecnologias estão sendo utilizadas, na medida em que, uma vez incorpora-
das ao cotidiano, elas exigem competências e habilidades que muitos não possuem, gerando
o desemprego. Acrescente-se o fato de que tudo isso tem acentuado as desigualdades sociais,
pois a informação advinda do acesso e uso eficientes das tecnologias de comunicação e infor-
mação assume valor econômico, gerando as distinções sociais. Daí afirmar-se que atualmente
quem tem a informação detém o poder.
Para SANTOS (2000, p. 69) o mundo atual está unificado por técnicas, transmitindo a idéia de
ação humana mundializada, com culturas e informações integradas, mas que, na realidade,
possui ideologia baseada na dupla tirania do dinheiro e da informação, que solidificam a globa-
lização perversa, causando exclusões política, econômica e social acentuadas. O autor afirma
que as desigualdades resultantes de todo esse processo mundial, em meio século, contempla-
ram os países subdesenvolvidos com, pelo menos, três formas de pobreza: incluída, marginali-
zada e estrutural. A primeira, seria a "pobreza acidental, às vezes residual ou sazonal, produzida
em certos momentos do ano, uma pobreza intersticial e, sobretudo, sem vasos comunicantes".
Outra, bastante estudada, é a chamada marginalidade, em que países são postos à margem
devido ao processo econômico da divisão do trabalho – internacional ou interna. Esta última,
apesar de bem mais complexa, é percebida como processo reversível, sendo que a mudança
estaria a cargo dos governantes. No presente, contudo, o que temos refere-se a um outro tipo
de pobreza, a estrutural, que do ponto de vista moral, equivale à uma dívida social. É a pobreza
que está sendo disseminada globalmente, embora mais presente nos países subdesenvolvidos.
Por conseguinte, o autor considera que a globalização e suas consequências constituem muito
mais produto da ideologização de grupos hegemônicos do que de contingências históricas. Es-
tamos vivendo uma fase de transição, em que se percebem vários sinais de resistência (movi-
mentos paralelos), sendo que as populações envolvidas no atual processo de exclusão (pobreza
estrutural) podem constituir-se em focos de mudança. A compreensão do que está ocorrendo
atinge com clareza crescente os pobres e os países pobres, cada vez mais numerosos e caren-
tes. É provável que a partir da percepção de escassez ou exclusão possa acontecer uma tomada
de consciência. É no homem, pois, que reside a esperança de construção do novo mundo, e não
na atual política de desenvolvimento sócio-econômica e técnicoinformacional.
A vivência globalizada ocorre no cotidiano. É difícil perceber o mundo globalizado (em suas
diferentes instâncias) que não seja pelo acesso ao novo, pela compreensão, aceitação e assimi-
lação desse, por parte das pessoas (sujeitos da história) inseridas no contexto.

O que há de global na globalização?

Antes de mais nada, é interessante notar que grande parte da confusão e das disputas acerca
da globalização se dá em torno da definição do conceito – o que se expressa, por exemplo, no
fato de vários autores analisarem tal fenômeno social sem indicar, de maneira explícita, o que
entendem pelo termo. Na verdade, é possível identificar pelo menos cinco definições mais am-
plas de globalização.
Em primeiro lugar estaria uma noção que concebe a globalização em termos de internaciona-
lização. Assim, a palavra global seria apenas outro adjetivo para descrever as relações trans-

www.acasadoconcurseiro.com.br 1555
fronteiriças entre os países, e a palavra globalização definiria um crescimento da interdepen-
dência e das trocas internacionais. Para Hirst & Thompsom a globalização diria respeito aos
“(...) processos que promovem a interconexão internacional (...) – aumentando os fluxos de
comércio, investimento e comunicação entre as nações” (Hirst & Thompsom, 2002:247). Con-
tudo, as interconexões entre países têm se intensificado nos últimos 500 anos. No tocante ao
final do século XIX em especial, nota-se uma intensificação substantiva nos níveis de migração
transfronteiriça, no investimento direto estrangeiro, nas finanças e no comércio internacionais.
Neste sentido, não se necessita da palavra globalização para explicar fenômenos prévios de
internacionalização, e a terminologia usual das relações internacionais continua sendo perfei-
tamente capaz de lidar com as transações e interconexões transfronteiriças contemporâneas.
Em segundo lugar a globalização tem sido identificada como liberalização – ou seja, um mundo
global seria aquele sem barreiras regulatórias para a transferência de recursos entre as fron-
teiras. Tal argumento é expresso de maneira bem clara na seguinte afirmação feita por Ohmae
acerca da obsolescência do Estado no mundo contemporâneo: “(...) os Estados já (grifo do au-
tor) perderam seus papéis como unidades significativas de participação na economia global
do atual mundo sem fronteiras” (Ohmae, 1996:5). Tal definição, muito usada tanto pelo neoli-
berais quanto por alguns de seus críticos mais ferozes, também é redundante, uma vez que o
termo livre comércio é perfeitamente capaz de lidar com esse fenômeno não sendo necessário,
assim, o uso do termo globalização.
Em terceiro lugar globalização tem sido vista como sinônimo de universalização. De acordo com
Reiser e Davies globalização seria a “‘síntese planetária das culturas’ em um ‘humanismo glo-
bal’” (Reiser & Davies apud Scholte, 2000:16). Ora, é inegável que mais pessoas e fenômenos
culturais têm, recentemente, se difundido por todo o planeta. Não obstante, os movimentos
em direção à universalização – movimentos estes que são altamente contestáveis visto que,
para muitos, a globalização geraria também um processo de localização – não são algo novo
– vide, por exemplo, os movimentos históricos das religiões mundiais –, o que faz com que o
conceito de globalização também seja desnecessário para explicar tal fenômeno.
Em quarto lugar globalização seria o mesmo que ocidentalização ou modernização, estando
assim associada a um processo de homogeneização na medida em que todo o mundo se torna
ocidental, moderno e, particularmente, norte-americano. Em outras palavras, a globalização
seria o fenômeno pelo qual as estruturas sociais da modernidade – como o capitalismo, o ra-
cionalismo, o industrialismo, etc. – são espalhadas pelo mundo e, neste processo, destróem as
culturas preexistentes e as autodeterminações locais. Neste caso também nota-se fenômenos
não recentes, sendo que, assim, conceitos como modernização e imperialismo são mais do que
suficientes para lidar com as idéias de ocidentalização, americanização e europeização – tam-
bém não necessitando, assim, do conceito de globalização.
Ora, com base em tais definições de globalização surge uma dúvida: o que realmente há de glo-
bal na globalização? Na verdade, novos insights surgem quando há um deslocamento para um
quinto tipo de definição de globalização: a saber, globalização como desterritorialização – ou
supraterritorialização – e transplanetarização. Globalização diria respeito, assim, a uma recon-
figuração da geografia social, ou seja, uma “mudança na natureza do espaço social” (Scholte,
2000:46)79 que não é mais passível de ser mapeado apenas em termos lugares territoriais,
distâncias territoriais e fronteiras territoriais. Nas palavras de Held e outros, globalização é “(...)
um processo (ou uma gama de processos) que incorporam uma transformação na organização
espacial das relações sociais e das transações” (Held, et. al., 1999:16)80. Em outras palavras,
isso reflete o fato do mundo estar sendo rapidamente moldado em um espaço social compar-

1556 www.acasadoconcurseiro.com.br
Atualidades – Globalização – Prof. Thiago Scott

tilhado por forças tecnológicas e econômicas, o que faz com que os desenvolvimentos em uma
região do mundo possam ter profundas conseqüências para as chances de vida tanto de indiví-
duos quanto de comunidades inteiras em outras partes do globo.
Ora, a globalização possui um caráter inegavelmente material, uma vez que é possível identifi-
car os fluxos de comércio, pessoas e capital pelo globo, por exemplo. Contudo, tal conceito diz
respeito a muito mais do que somente uma intensificação desses fluxos. Na verdade, a magni-
tude dessa intensificação é de tal monta que os Estados e sociedades ficam cada vez mais enre-
dados em sistemas mundiais e redes de interação, e a ocorrência de fenômenos distantes pode
passar a gerar impactos internos ao passo que fenômenos anteriormente locais repercutem
globalmente. Em suma, a globalização representaria, assim, uma mudança deveras significativa
no alcance espacial da ação e da organização sociais, que passa para uma escala inter-regional
ou intercontinental; ou seja, diria respeito a uma gama de processos que geram uma transfor-
mação na organização espacial tanto das relações quanto das transações sociais (Held, et. al.,
1999; Held & McGrew, 2001).
Essa reconfiguração do espaço social é algo muito significativo uma vez que o espaço é uma
dimensão deveras importante para as relações sociais. Na verdade, os contornos espaciais de
uma sociedade influenciam fortemente a natureza da produção, da governança, da identida-
de e da comunidade em dada sociedade. A produção do espaço seria, assim, “(...) um mo-
mento constitutivo dentro da dinâmica de acumulação do capital e da luta de classe” (Harvey,
2000a:23).
Cumpre ressaltar que essa mudança no alcance espacial não significa, necessariamente, que a
ordem global suplante ou passe a ter precedência sobre as ordens locais, nacionais ou regio-
nais da vida social. Na verdade, o que ocorre é que estas podem se inserir em conjuntos mais
amplos de relações e redes de poder inter-regionais. Destarte, as limitações do tempo social
e do espaço geográfico – coordenadas essenciais da vida social moderna – não mais impõem
barreiras fixas a muitas das formas de interação ou organização social, vide, por exemplo, a in-
ternet e os mercados financeiros globais. Em suma: não há o fim do Estado.
Este permanece sendo um lócus fundamental no processo de regulação e não apresenta sinais
de dissolução em um futuro próximo. Contudo, a intensificação dos processos de globalização
das relações sociais têm promovido uma gama de transformações em aspectos deveras sig-
nificativos do Estado, como por exemplo no tocante ao controle dos fluxos transfronteiriços
– sejam eles fluxos monetários, de bens e produtos ou migratórios, por exemplo. Em outras
palavras, “(...) o Estado sobrevive sob a globalização, mas a governança tem se tornado subs-
tancialmente diferente” (Scholte, 2000:22).
A proliferação e a difusão dessas conexões supraterritoriais traria fim ao que Scholte chama de
“territorialismo”, a saber, “uma situação na qual a geografia social é inteiramente territorial”
(Scholte, 2000:46). Isso significa que, embora o território continue tendo uma grande impor-
tância no mundo em globalização, ele não mais constitui o todo da geografia social.
Consequentemente, faz-se necessário romper com o territorialismo metodológico a fim de me-
lhor compreender a realidade globalizante contemporânea – territorialismo metodológico aqui
entendido como a prática de se entender e conduzir estudos acerca do mundo social através
das lentes da geografia territorial.
Cada uma das quatro concepções de globalidade83 discutidas anteriormente (globalização
como internacionalização, liberalização, ocidentalização e universalização) se encontra firme-

www.acasadoconcurseiro.com.br 1557
mente calcada em uma concepção territorialista do espaço social, ou seja, cada uma delas pre-
sume que o mapa da sociedade é única e exclusivamente territorial. Partindo de um arcabouço
territorial, o “lugar” diz respeito a uma localização fixa em tal mapa; a “distância” se refere ao
comprimento de uma rota que conecta pontos neste mapa; e a “fronteira” diz respeito a uma
linha neste mapa que divide as regiões na superfície terrestre, separando umas das outras. O
territorialismo implica que o macro espaço social é completamente organizado em termos de
unidades como distritos, cidades, províncias, países e regiões; mais especificamente, em tem-
pos de territorialismo estatal os países são vistos como o lugar mais relevante frente aos de-
mais espaços territoriais e, porquê não, como o lugar por excelência da política (Scholte, 2000;
cf. Walker, 1993).
Ora, é possível notar contemporaneamente a proliferação de conexões sociais que são des-
conectadas da lógica territorial, como por exemplo, as questões concernentes à comunicação
global, aos mercados globais, à produção global, às finanças globais, às organizações globais e
ao problemas ecológicos globais, fenômenos estes que não podem ser situados em uma úni-
ca localização territorial fixa, operando freqüentemente através das fronteiras territoriais. Ou
seja, o lugar não é mais territorialmente fixo, a distância é coberta instantaneamente e as fron-
teiras territoriais não mais apresentam impedimentos particulares. Assim, globalidade enquan-
to supraterritorialidade descreveria circunstâncias nas quais o espaço territorial é substancial-
mente transcendido. A geografia desses fenômenos globais não pode ser entendida apenas
em termos de territorialidade; na verdade, eles se encontram vinculados em um mundo que
é visto como um único lugar – ou seja, em um espaço transmundial. Entendida desta forma, a
globalidade diz respeito a uma forma distinta de compressão espaço-temporal que se encontra
intimamente ligada a uma profunda mudança estrutural da geografia social.
Tal mudança ou transformação da geografia social se expressa, por exemplo, no caso das tran-
sações globais. Aqui, o “lugar” não é algo territorialmente fixo, as “distâncias” territoriais são
cobertas praticamente instantaneamente e as “fronteiras” territoriais não apresentam nenhum
tipo de impedimento. Isso fica claro quando a atenção é voltada para fenômenos como, por
exemplo, a transmissão via satélite de programas de televisão, o Dólar norteamericano, o mo-
vimento feminista, o efeito estufa e o movimento alterglobalista ou altermundialista (Gómez,
2004a e 2004b): todos estes fenômenos apresentam uma qualidade supraterritorial. Assim, a
globalidade, enquanto expressão da reconfiguração supraterritorial e transplanetária do espa-
ço social, diz respeito a circunstâncias nas quais o espaço territorial é transcendido de maneira
substancial.
Destarte, considerando que as relações internacionais são relações entre entidades territoriais,
as relações globais se caracterizam por ser relações supraterritoriais. Ou seja, enquanto as rela-
ções internacionais dizem respeito a trocas através das fronteiras nas quais a distância tem uma
importância, as relações globais por sua vez são relações transfronteiriças praticamente sem
distância. Em suma: “a internacionalidade está incrustada no espaço territorial; a globalidade
transcende tal geografia” (Scholte, 2000:49).
Cumpre oportuno ressaltar que o território continua tendo uma importância fundamental no
mundo em globalização, sendo que a globalização diz respeito a processos de desterritorializa-
ção e de reterritorialização. Em outras palavras, o fim do territorialismo não implica o fim da
territorialidade; trata-se de um mundo em globalização, não um mundo globalizado, o que faz
com que a territorialidade não seja algo irrelevante – a globalização gera uma desterrritorializa-
ção relativa da vida social. Muitas situações da vida social contemporânea permanecem sendo
altamente territoriais, o que indica que a mudança – ou seja, a proliferação de conexões globais

1558 www.acasadoconcurseiro.com.br
Atualidades – Globalização – Prof. Thiago Scott

– se interrelaciona, dialeticamente, com a continuidade – a persistência de espaços territoriais.


Em suma, é possível notar, assim, que globalização e territorialidade não são termos/realida-
des excludentes na medida em que a tendência à globalização pode ser vinculada a muitos
processos de reterritorialização nos quais certas unidades territoriais declinam em significado
ao passo que outras configuração territoriais passam a ter uma maior importância – vide, por
exemplo, o fenômeno hodierno da regionalização.
Dito isto, poder-se-ia destacar algumas das atividades transfronteiriças que caracterizam a vida
social contemporânea. No tocante às comunicações, as conexões supraterritoriais têm sido
promovidas, por exemplo, através das ondas eletromagnéticas, do telégrafo, do telefone (in-
clusive celular), telex, videoconferências e redes de computadores (incluindo aí também a in-
ternet). As comunicações globais capacitam as pessoas em qualquer lugar da Terra a ter conta-
to praticamente imediato com outra pessoa, a despeito das distâncias e fronteiras territoriais
existentes entre eles. Em segundo lugar, há as atividades globais relacionadas ao mercados. Um
mercado global existe quando um produto é distribuído e vendido em um espaço transmundial
através de uma estratégia de negócios que é supraterritorialmente coordenada. Um exemplo
seria o fato de que consumidores de todo o mundo podem comprar produtos da mesma marca
– como por exemplo, coca-cola.
Em terceiro lugar é possível citar a produção transmundial. Em muitas empresas, os diferentes
estágios do processo de produção são alocados em diversas localidades. A produção suprater-
ritorial envolve o comércio intra-firma dentro de uma companhia global bem como o comércio
internacional entre países. Uma quarta área da atividade global seria aquela concernente à
moeda, área esta extremamente vinculada às precedentes. Moedas como o yen japonês, o
dólar americano e o Euro passaram e continuam passando por um processo de desterritoriali-
zação, passando a circular globalmente e sendo utilizados ao mesmo tempo em qualquer parte
do globo e se movendo de uma parte do globo para outra – principalmente de maneira eletrô-
nica – de uma forma praticamente instantânea.
Em quinto lugar, há também a globalização das finanças. Muitas das transações financeiras hoje
em dia ocorrem através do mundo em um mercado que interliga, por exemplo, Londres, Nova
Iorque, Tóquio, Hong Kong, Singapura, Paris, Zurique, Frankfurt e Sidney. Muitos investidores
privados e institucionais possuem portfólios globais. Na verdade, mesmo sem entrar em deta-
lhes técnicos acerca dos mercados financeiros, nota-se que grande parte investimentos, trocas,
derivativos e seguros feitos hoje são em certa medida desvinculados do espaço territorial.
Em sexto lugar nota-se a difusão de organizações globais, que possuem uma função regulatória
e, dessa forma, são também chamadas de agências da governança global – como por exemplo
as agências da ONU, o FMI, o Banco Mundial, a OMC e o BIS. Tais instituições formulam, imple-
mentam e, em alguma medida, pressionam para que haja a adoção de normas, regras e pro-
cedimentos transmundiais nas mais diversas áreas. Além dessas, há também as organizações
globais que exercem atividades comerciais – as chamadas “corporações multinacionais”, termo
este equivocado. Em sétimo lugar é possível notar que a ecologia social também apresenta as-
pectos globais. Isso se expressa, por exemplo, no efeito estufa e no conseqüente aquecimento
global, na chuva ácida, nas migrações de animais, na poluição marinha, na desertificação e no
desmatamento.
Por fim, a globalidade também se expressa em uma crescente consciência global, ou seja, no
fato de que cada vez mais as pessoas pensam em termos globais – principalmente com relação
às questões e problemas supracitados, às competições esportivas globais, aos músicos e artis-

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tas superstars em geral e, em especial, quando as pessoas concebem suas filiações e lealdades
não mais em termos territoriais. Por exemplo, as solidariedades baseadas em questões de clas-
se, gênero, raça, religião e sexualidade. Em suma, de maneira conjunta, todas essas atividades
globais (comunicação, mercados, processos produtivos, moedas, finanças, organizações, ques-
tões ecológicas e pensamentos/consciência) indicam que, a despeito do fato da territorialidade
ainda exercer nos dias de hoje uma influência importantíssima nas relações sociais, o espaço
social não pode mais, nos dias contemporâneos, ser entendido apenas em termos geográficos
territoriais.
Mas, a globalização com o seu poder de transformação tem características marcantes, segundo
Manuel Castells (2002):
•• As novas tecnologias da informação estão integrando o mundo em redes globais de ins-
trumentalidade. A comunicação através do computador gera um vasto desdobramento de
comunidades virtuais;
•• Introduziu-se uma nova forma de relação entre economia, Estado e sociedade em um siste-
ma de geometria variável, em função da capacidade de certas atividades funcionarem em
tempo real;
•• No mundo de fluxos globais de riqueza, de poder e de imagens, a busca da identidade co-
letiva ou individual, atribuída ou construída, transforma-se na fonte fundamental de signi-
ficado social;
•• A tendência social e política são a construção da ação social e da política, em torno das
identidades primárias, assim estão atribuídas ou enraizadas na história e na geografia ou
são de recente construção na busca do significado e espiritualidade. As primeiras etapas
históricas das sociedades informatizadas parecem caracterizar-se pelo pré-eminência da
identidade como princípio organizativo;
•• A identidade está transformando-se na principal e às vezes única fonte de significado em
um período histórico caracterizado por uma ampla desestruturação das organizações, des-
legitimação das instituições, desaparecimento dos principais movimentos sociais e expres-
sões culturais efêmeras;
•• O Estado exerce papel importante na relação entre tecnologia e sociedade, uma vez que
detém, desencadeia ou dirige a inovação tecnológica;
•• A capacidade ou falta de capacidade das sociedades para dominar a tecnologia e em par-
ticular as que são estrategicamente decisivas em cada período histórico, define em boa
parte seu destino;
•• O mundo é verdadeiramente multicultural e inderdependente que somente podemos
compreender e mudar a partir de uma perspectiva plural que articule identidade cultural,
interconexão global e política multidimensional;
•• A economia informatizada/global se organiza em torno de centros de comando e controle,
capazes de coordenar, inovar e administrar as atividades entrecruzadas das redes empre-
sariais;
•• O advento da fabricação de alta tecnologia baseada na microeletrônica e na fabricação as-
sistida por computador, que marcou o surgimento de uma nova lógica de localização indus-
trial, onde as empresas eletrônicas, produtoras de máquinas de nova tecnologia da infor-

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Atualidades – Globalização – Prof. Thiago Scott

mação foram as primeiras a praticara estratégia de localização, surgindo um novo processo


de produção baseado na informação, ou seja, o novo espaço industrial se organiza em tor-
no de fluxos de informação;
•• Regiões e redes constituem pólos interdependentes dentro do novo mosaico espacial de
inovação global;
•• A interação da nova tecnologia da informação e os processos atuais de mudança social teve
um impacto substancial sobre as cidades e o espaço onde observamos que a vida cotidia-
na em ambiente eletrônico provocou um aumento espetacular do trabalho a distância nas
áreas metropolitanas do EUA, do trabalho autônomo e alternativo, uma piora no transpor-
te urbano, o crescimento do comércio on-line e utilização do computador na medicina;
•• A nova economia global e a sociedade informacional emergente apresentam uma nova for-
ma espacial que se desenvolve em uma variedade de contextos sociais e geográficos: as
megacidades que articulam a economia global, conectam as redes informatizadas e con-
centram o poder mundial;
•• A sociedade atual está construída em torno de fluxos: fluxos de capital, fluxos de informa-
ção, fluxos de tecnologia, fluxos de interação organizacional, fluxos de imagens, sons e sím-
bolos. Os fluxos não são somente um elemento da organização social, mas são a expressão
dos processos que dominam nossa vida econômica, política e simbólica;

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Atualidades

RELAÇÃO ENTRE ESTADOS E POVOS

A instituição fundamental das sociedades civilizadas, antigas ou modernas, é o estado. Ele está
localizado no cerne tanto das duas principais instituições político-territoriais da antiguidade –
a cidade-estado e o império – como nos modernos estados-nação. Existe, entretanto, grande
confusão em torno da palavra ‘estado’. Para uns o estado é uma organização com poder de le-
gislar e tributar, para outros é também o sistema constitucional-legal, e para outros ainda, con-
funde-se com o estado-nação ou país. A primeira acepção, redutora, é aquela que faz parte da
linguagem corrente; a terceira, é empregada especialmente na literatura sobre relações inter-
nacionais. A segunda – o estado é o sistema constitucional-legal e a organização que o garante
– é aquela que me parece mais correta. Na medida em que o estado é a principal instituição
de qualquer sociedade nacional, possuindo, portanto, grande abrangência, ele compartilha as
duas formas que as instituições assumem: a de sistema valorativo e normativo e a de sistema
social organizado formalmente. Nesta nota, interessa-nos apenas o estado moderno que surge
com a Revolução Capitalista.

Nação, estado e estado-nação


O estado-nação, que, como sua própria denominação sugere, tem o estado como seu elemen-
to constituinte fundamental, é o principal resultado político da Revolução Capitalista. Esta, no
plano econômico, deu origem ao capital e às demais instituições econômicas fundamentais do
sistema – o mercado, o trabalho assalariado, os lucros, e o desenvolvimento econômico decor-
rente da acumulação de capital combinada com o progresso. No plano social, surgem as três
novas classes sociais: a burguesia, os trabalhadores assalariados, e, em uma segunda fase, a
classe profissional. No plano político, além do estado, surgem a nação e a sociedade civil, e,
definem-se, sucessivamente, os grandes objetivos políticos e as respectivas ideologias: a liber-
dade e o liberalismo, a autonomia nacional e o nacionalismo, o desenvolvimento econômico
e a racionalidade instrumental ou eficientismo, a justiça social e o socialismo, e a proteção da
natureza e o ambientalismo.
A Revolução Capitalista é a transformação tectônica por que passou a história na medida em
que as ações sociais deixavam de ser coordenadas pela tradição e pela religião para o serem
pelo estado e pela principal instituição econômica por este regulada – o mercado; é o processo
histórico que dá origem às nações e aos estados-nação, estes passando gradualmente a substi-
tuir os impérios na organização político-territorial da terra; é a transformação econômica que
separa os trabalhadores dos seus meios de produção e dá origem, inicialmente, à burguesia e
à classe operária, e mais adiante à classe profissional ou tecnoburocrática; é a transformação
cultural que torna a razão e a ciência as fontes legítimas de conhecimento em substituição à
revelação e à tradição. A idéia de progresso e mais tarde a idéia correlata de desenvolvimento
econômico constituem-se em realidade histórica no bojo da Revolução Capitalista.

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Os impérios egípcio, romano e chinês conheceram muitos momentos de prosperidade, mas
não havia a idéia de progresso ou de desenvolvimento econômico, porque o progresso tecno-
lógico era lento, e não existiam as idéias, de um lado, uma crescente racionalização e demo-
cratização da vida política, e, de outro, um processo necessário de acumulação de capital e de
inovação que permitiram, primeiro, aos filósofos e depois aos economistas identificar um pro-
cesso contínuo e 3 relativamente auto-sustentado de realização dos grandes objetivos políticos
de liberdade, bem-estar, justiça social e proteção da natureza. Dentro desse quadro amplo, é
preciso definir com mais clareza alguns conceitos centrais da teoria política – em especial na-
ção, sociedade civil, estado, e estado-nação. Esses conceitos são vítimas de ampla confusão se-
mântica, que eu não pretendo resolver. Quero apenas deixar claro como venho entendo esses
termos nos últimos anos, de forma que a eventual leitura do que escrevo fique mais clara. Em
cada estado-nação ou estado nacional existe uma nação ou uma sociedade civil, um estado, e
um território. Tanto a nação quanto a sociedade civil são a sociedade politicamente organizada,
a sociedade enquanto agente político dotado de crenças e valores.
A nação é a sociedade que compartilha um destino comum e logra ou tem condições de dotar-
-se de um estado tendo como principais objetivos a segurança ou autonomia nacional e o de-
senvolvimento econômico; já a sociedade civil é a sociedade politicamente organizada que se
motiva principalmente pela garantia dos direitos civis e dos direitos sociais.
O estado, por sua vez, é o sistema constitucional-legal e a organização que o garante; é a orga-
nização ou aparelho formado de políticos e burocratas e militares que tem o poder de legislar
e tributar, e a própria ordem jurídica que é fruto dessa atividade. Finalmente, o estado-nação
é a unidade político-territorial soberana formada por uma nação, um estado e um território.
Dessa forma, embora seja comum falar-se em estado como sinônimo de estado-nação, esta-
mos distinguindo os dois termos. O estado tem uma dupla natureza: é ao mesmo tempo uma
instituição organizacional – a entidade com capacidade de legislar e tributar uma determinada
sociedade –, e uma instituição normativa – a própria ordem jurídica ou o sistema constitucio-
nal-legal. Podemos, entretanto, definir o estado não pelo que ele é, mas pelo que faz. Nessa
perspectiva, o estado é a instituição abrangente que a nação usa para promover seus objetivos
políticos, ou, em outras palavras, é o instrumento por excelência de ação coletiva da nação ou
da sociedade civil.
É comum usarem as expressões ‘estado’ e ‘nação’ como sinônimas de ‘estado-nação’, mas evi-
tarei essa prática. Aproximo, porém, nação de sociedade civil porque são termos muito seme-
lhantes, porque indicam a sociedade politicamente organizada fora do estado. Entretanto, en-
quanto pensada como ‘sociedade civil’, essa sociedade defendeu inicialmente as liberdades,
depois a justiça social, e mais recentemente o ambiente, e, portanto, será, em diversos graus,
liberal, socialista e ambientalista. Já quando pensada como ‘nação’, a sociedade será ciosa de
sua soberania e 4 promoverá o desenvolvimento econômico – será nacionalista. Tanto no caso
da nação quanto da sociedade civil, o poder dos cidadãos será ponderado por seu dinheiro, seu
conhecimento e sua capacidade de organização, mas a nação tem geralmente uma conotação
política mais abrangente ou mais popular do que a sociedade civil, mas, em compensação, é
particularista, enquanto que a sociedade civil tem uma conotação mais universal e mais demo-
crática. 1 Quando afirmo que o estado é o instrumento por excelência de ação coletiva da na-
ção, surge imediatamente a questão: ao invés disso, não seria ele, conforme propuseram Marx
e Engels, “comitê executivo da burguesia”? Não há, porém, conflito entre as duas definições se
pensarmos a primeira como mais geral, ou então, como associada ao estado democrático. No
sentido mais geral, o estado, a partir da antiguidade, foi sempre a expressão daqueles que têm

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Atualidades – Relações entre Estados e Povos – Prof. Thiago Scott

poder na sociedade. Um poder que, dialeticamente, acaba tendo também origem no próprio
estado, mas cuja origem principal deve ser pensada externamente. Na antiguidade, aqueles
que na sociedade controlavam a força, a religião e a tradição constituíam uma oligarquia que
dominava o estado.
Na primeira forma de estado capitalista, o Estado Liberal – o estado que Marx conheceu e viveu
– o poder ainda estará nas mãos da aristocracia, mas está sendo transferido celeremente para
a burguesia. Já no Estado Democrático dos nossos dias, a classe profissional e também a classe
trabalhadora também partilham do poder. Podemos, assim, pensar em uma nação ou em uma
sociedade civil mais ou menos democrática, e quanto mais democrática for, mais democrático
será o respectivo estado. Enquanto em um estado democrático todos os cidadãos são iguais
perante a lei, a sociedade civil ou a nação será tanto mais democrática quanto menores forem
as diferenças de poder real dos seus membros – quanto menores forem as diferenças decor-
rentes do dinheiro, do conhecimento, e mesmo da capacidade de organização ou mobilização
social. O estado-nação é a unidade político-territorial própria do capitalismo. Embora tenha na-
turalmente pontos de contacto com o império pré-capitalista, dele diferencia-se essencialmen-
te porque a nação busca, no seu território, se constituir em uma sociedade nacional integrada
e voltada para o desenvolvimento econômico, enquanto que as oligarquias dominantes nos im-
périos não sabem o que seja o desenvolvimento econômico, e não buscam integrar econômi-
ca e culturalmente suas colônias das quais apenas exigem o pagamento de impostos (Gellner,
1983).
Uma das razões pelas quais podemos ver a globalização como o estágio atual e, portanto, mais
avançado do capitalismo, é o fato de que neste início de século XXI o globo terrestre está, pela
primeira vez, totalmente coberto por estados-nação. Neste breve esforço de definir palavras,
temos ainda que definir desenvolvimento econômico, mercado e dinheiro. O desenvolvimento
econômico é o processo de crescimento continuado da produtividade, da renda por habitante,
e dos salários dos trabalhadores que ocorre a partir da Revolução Capitalista em conseqüência
do aumento do nível de educação, da acumulação de capital e do progresso técnico. Para que o
desenvolvimento econômico se desencadeie, supõe-se a existência de uma acumulação origi-
nal promovida pelo estado em benefício seja de uma burguesia mercantil, seja de uma burocra-
cia, cujos representantes bem sucedidos se transformam em empresários capitalistas. E supõe
também um razoável grau de desenvolvimento do mercado e do dinheiro nessa sociedade. O
mercado é a instituição e o mecanismo que, através da competição, coordena a divisão do tra-
balho e a alocação dos recursos produtivos.
Os mercados existiram antes dos estados nacionais, mas os mercados modernos são social-
mente construídos: são organizados e regulados pelos estados-nação a nível nacional e inter-
nacional. O dinheiro, finalmente, é a instituição que serve de meio de troca e reserva de valor
para que o mercado possa funcionar. Nesse quadro, o estado é a matriz das demais instituições
formais de um estado-nação, e, portanto, do sistema constitucional-legal ou da ordem jurídica,
ao mesmo tempo em que se constitui nesse próprio sistema constitucional-legal. É a matriz,
mas, ao contrário do que pode parecer, não é o agente principal. Este papel também não cabe
ao indivíduo, como pretende um certo tipo de teoria liberal, nem cabe ao povo em que todos
são iguais como a ficção democrática afirma (Rosanvallon), mas à nação ou à sociedade civil na
qual os poderes são diferenciados e ponderados. Ao invés de agente, o estado é o instrumento
da sociedade nacional na busca dos seus objetivos políticos. Já os mercados e o dinheiro são
as duas principais instituições econômicas que viabilizam o objetivo econômico das nações – o
desenvolvimento econômico – são instituições reguladas pelo estado a serviço advocacia ou

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controle político são, sem dúvida, importantes em ampliar a democratização da 6 da nação.
Portanto, quando se fala em capitalismo, em nação e em estado-nação, em estado e em mer-
cado, não se está falando de instituições concorrentes, mas de instituições complementares
voltadas para os objetivos políticos das sociedades modernas.

As três revoluções capitalistas


Para que a Revolução Capitalista pudesse se desencadear, a partir do século XII, na Europa,
foi necessário que primeiro houvesse uma transformação técnica fundamental da agricultura,
que, até o século XI, estava limitada quase exclusivamente a terras de aluvião; foi o uso de ara-
dos com lâminas de ferro e outras ferramentas capazes de cortar terras duras que viabilizou a
exploração das terras altas e férteis da Europa (Landes, 1999: 41). Só graças a esse progresso
técnico decisivo foi possível produzir o excedente econômico necessário para que trabalhado-
res pudessem ser transferidos para o comércio e a indústria – e também para que pudessem
ser construídas as grandes catedrais góticas, quase todas datadas do século XII. Celso Furtado
(1961), usando com liberdade conceitos de Marx e de Weber, propôs que a idéia do desenvol-
vimento econômico se constituiu em dois momentos históricos e está intimamente relacionada
com o processo de racionalização que caracterizará o mundo moderno.
Em um primeiro momento, a racionalidade se revela pelo objetivo econômico definido com
clareza (o lucro), e pela adoção da acumulação de capital como meio de atingi-lo. O excedente
originado do aumento da produtividade agrícola foi inicialmente investido em catedrais, palá-
cios, e no comércio de bens de luxo, que deu origem à Revolução Comercial e ao surgimento
das cidades-estado burguesas do Norte da Itália, da Alemanha e dos Países Baixos.
Em um segundo momento, com a Revolução Industrial, a racionalidade se expressa em um
meio mais especificamente lógico de alcançar o lucro além da acumulação de capital: a incor-
poração de progresso técnico, que, devido à sua própria aceleração e à competição crescente,
tornava-se condição de sobrevivência das empresas. Em outras palavras, o que hoje chamamos
de desenvolvimento econômico configurava-se pela primeira vez historicamente. E definia-se
a estratégia principal para alcançá-lo: o investimento inovador. Entretanto, nessa análise his-
tórica faltava uma terceira transformação fundamental que ocorreu entre as duas citadas ou
conjuntamente com a Revolução Nacional, ou seja, a formação dos estados nacionais. É a partir
do momento em que as nações se dotam de sociedade civil. estados e formam estados-nação
que o desenvolvimento econômico se viabiliza. Enquanto os impérios eram a forma por exce-
lência de organização política territorial da antiguidade, os estados-nação o serão nos tempos
modernos ou capitalistas. Enquanto o poder imperial limitava-se a cobrar impostos da colônia,
deixando intactas sua organização econômica e sua cultura, os estados-nação estão diretamen-
te envolvidos na competição internacional por maior poder e maiores taxas de crescimento.
Para isso, buscam homogeneizar sua cultura, dotando-se de uma língua comum, para, através
da educação pública, poder garantir que padrões crescentes de produtividade sejam compar-
tilhados por toda a população (Gellner, 1993); e os respectivos governos passam a ser os con-
dutores do processo de desenvolvimento econômico através da definição de instituições que
estimulem o investimento, da adoção de políticas macroeconômica que garantam a estabilida-
de de preços, taxas de juros moderadas e taxas de câmbio competitivas, e de políticas indus-
triais que favoreçam as empresas nacionais na concorrência internacional. Através do demora-
do processo de institucionalização política e econômica que é o da formação do estado-nação,
empresários, burocratas do estado e políticos assumem o papel de grupos sociais chave no

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Atualidades – Relações entre Estados e Povos – Prof. Thiago Scott

processo da definição de estratégias nacionais de desenvolvimento. Ao nível das empresas, são


os empresários que irão fazer a diferença através da atividade inovadora (Schumpeter, 1911).
Empresários, políticos, classe profissional pública e privada, e trabalhadores formam a nação
– a sociedade politicamente orientada que compartilha um destino comum – que, ao se dotar
de um estado e de um território, forma o estado-nação. A constituição dos estados nacionais
e, portanto, de mercados seguros para os empresários investirem na indústria foi, por sua vez,
a condição da revolução industrial, inicialmente na Inglaterra e na França e, depois, nos Esta-
dos Unidos. A industrialização se confunde então com o próprio desenvolvimento econômico
na medida em que será a forma pela qual as sociedades aumentarão decisivamente seu va-
lor adicionado per capita transferindo mão-de-obra da agricultura. Para que a industrialização
ocorresse, não bastava que a região estivesse organizada em cidades-estado burguesas, como
era próprio do comércio de longa distância que prosperou durante a revolução comercial; foi
necessária a formação concomitante dos grandes estados-nação com seus grandes mercados
nacionais. Formados os modernos estados-nação, seus respectivos estados ou regimes políti-
cos assumiram, sucessivamente, três grandes formas históricas. Em uma primeira fase, no Es-
tado Absoluto, os governos estavam formando seus estados nacionais; estavam, 8 portanto,
voltados principalmente para a defesa contra o inimigo externo e a manutenção da ordem.
Mas mesmo nessa época a preocupação com a economia por parte dos grandes reis mercan-
tilistas foi decisiva para o desenvolvimento econômico dos seus países. Em seguida, quando
aqueles objetivos começaram a ser razoavelmente assegurados nos países mais avançados em
sua Revolução Capitalista, a nova classe burguesa logra que o estado deixe de ser aristocrático
e absoluto, e entramos na fase do Estado Liberal que garante os direitos civis ou as liberdades;
estávamos então no século XIX, quando se falava insistentemente em retirar o estado da eco-
nomia, mas este continuava a ter um papel chave no desenvolvimento econômico.
No século XX, quando os pobres e as classes médias finalmente conquistam a democracia, o
desenvolvimento econômico e o princípio do império da lei continuam centrais, mas agora de-
fine-se uma nova forma de estado, o Estado Democrático e Social que, de um lado, garante o
direito de votar e ser eleito e, de outro, passa a ter como objetivo político adicional uma dis-
tribuição de renda mais eqüitativa. O estado que Marx conheceu – o Estado Liberal do século
XIX – era, sob muitos aspectos, “o comitê executivo da burguesia”. No século XX já não é mais.
O estado, seu aparelho e sua ordem jurídica não são mais a simples forma de exercício do po-
der pelas classes dirigentes; são também instrumentos de emancipação social (Sousa Santos,
2004). Cabe ao estado e a seu governo, em cada momento, estabelecer o delicado equilíbrio
entre o desenvolvimento econômico e a distribuição de renda, entre lucros e salários, entre in-
vestimentos e despesas sociais. São alternativas não excludentes, que muitas vezes se somam,
mas que, com a mesma freqüência, se opõem.
As três revoluções da Revolução Capitalista darão origem às economias capitalistas ou econo-
mias de mercado. Os mercados que antes eram locais transformam-se em mercados nacionais,
e pouco a pouco começam a ganhar caráter internacional. Conforme assinala Polanyi (1944),
não houve nada de natural na passagem dos mercados locais para os nacionais: essa transição
ocorreu como o resultado de estratégias políticas nacionais que de um lado institucionalizaram
a competição, mostrando o caráter socialmente construído dos mercados, e de outro levaram
à formação dos modernos estados-nação. Através da definição de fronteiras seguras, os esta-
dos nacionais modernos estavam criando as condições necessárias para que uma burguesia
industrial originária da burguesia comercial se constituísse a partir da revolução industrial in-
glesa, e passasse a investir e incorporar progresso técnico de forma sistemática e competitiva

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ao trabalho e aos meios de produção. Os antigos comerciantes investiam no mercado de longa
distância, mas a riqueza que daí provinha era eminentemente instável. Em seguida eles come-
çam a investir em manufaturas, mas seu investimento era ainda limitado, continuando a produ-
ção a se organizar de forma tradicional, e os mercados a serem ainda essencialmente de longa
distância. Já o investimento na indústria, que ocorre a partir da revolução industrial, envolvia
custos pesados que só podiam se justificar no quadro de um grande mercado assegurado pelo
respectivo estado-nação. Daí o interesse das burguesias em se associar aos monarcas absolutos
na constituição dos primeiros estados-nação.
O desenvolvimento econômico é assim um fenômeno histórico que ocorre no quadro da Re-
volução Capitalista, relacionado, de um lado, com o surgimento das nações e a formação dos
estados-nação, e, de outro, com a acumulação de capital e a incorporação de progresso técnico
ao trabalho e ao próprio capital. Seus benefícios são imediatamente reconhecidos, primeiro
pela própria burguesia, que é inicialmente a maior beneficiada; em um segundo momento, já
no século XX, quando a produção deixa de se realizar principalmente em unidades familiares
para se realizar em organizações empresariais, a importância do desenvolvimento econômico
é aceita pela nova classe profissional que surge então; e finalmente, quando os regimes demo-
cráticos, ainda nesse século, começam a se consolidar e ganhar substância, o desenvolvimento
econômico passa a ser também um objetivo dos trabalhadores na medida em que passam tam-
bém a participar do excedente econômico produzido.

Cinco ideologias
A experiência histórica demonstra, portanto, que, para que um país possa se desenvolver, para
que possa haver uma estratégia nacional de desenvolvimento, é essencial que haja uma nação
forte apoiada em um grande acordo entre as classes sociais quando se trata de competir inter-
nacionalmente. A Revolução Capitalista deu origem a três novas classes sociais: em um primei-
ro momento – aquele que Marx conheceu – deu origem à burguesia e aos trabalhadores assa-
lariados, e depois, já no século XX, à classe profissional ou tecnoburocrática. De acordo com a
perspectiva marxista, a burguesia torna-se a classe dominante e dirigente, em substituição à
aristocracia;. Na verdade, pouco depois deste fato acontecer, a produção deixa de ser familiar
para se realizar em grandes organizações burocráticas, e surge assim, ao nível do aparelho do
estado e da sociedade, uma nova classe político-burocrática – a classe profissional – com a qual
a burguesia terá que crescentemente dividir poder e privilégio. Essas três classes e suas elites
estão engajadas 10 permanentemente dentro de cada estado-nação em um processo dialético
de conflito e cooperação, no qual as ideologias desempenham papel central. O conflito se dá
pela distribuição da renda nacional; já a cooperação está referida principalmente à competição
internacional. O conflito de classes é inerente ao desenvolvimento econômico, como o é tam-
bém a solidariedade social na construção da nação.
O conflito está limitado, de um lado, pela necessidade de uma taxa de lucro satisfatória e razo-
avelmente segura para os empresários, e, de outro, pela lógica do crescimento dos salários de
forma proporcional ao aumento da produtividade. Embora divididos entre direita e esquerda,
entre capitalistas e socialistas, a cooperação entre os cidadãos será essencial para que possam
atingir os objetivos políticos comuns de segurança, liberdade, desenvolvimento econômico,
justiça social e proteção do meio-ambiente. É a cooperação ou a solidariedade que define uma
nação e permite que ela seja bem sucedida na competição internacional inerente ao sistema
capitalista. A Revolução Capitalista deu origem também a cinco grandes ideologias ao mesmo

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tempo complementares e contraditórias: o liberalismo – a ideologia burguesa das liberdades


de comercializar e de não ser molestado em sua autonomia individual –, o nacionalismo – a
ideologia também burguesa da formação do estado-nação e do desenvolvimento econômico
–, o socialismo – a ideologia trabalhadora e das camadas média da justiça social –, o eficien-
tismo – a ideologia tecnoburocrática da racionalidade instrumental –, e, mais recentemente,
o ambientalismo. Enquanto as sociedades agrárias eram coordenadas pelas instituições e pelo
poder político, as sociedades capitalistas que nascem do desenvolvimento econômico são tam-
bém, e principalmente, coordenadas pelo mercado. Por isso, para os antigos a sociedade tinha
precedência sobre o indivíduo, enquanto que para os modernos o indivíduo tem a precedência.
Essa precedência se expressou na primeira ideologia moderna surgida, ainda no século XVII – o
liberalismo –, que inicialmente é uma ideologia burguesa, mas aos poucos, através do avan-
ço da democracia, ganha maior amplitude social. Ao mesmo tempo, ainda no mercantilismo
e principalmente durante a Revolução Industrial, quando o fenômeno do desenvolvimento
econômico realmente ganha significado histórico, surge uma segunda ideologia capitalista – o
nacionalismo – para que o estado-nação pudesse definir uma estratégia nacional de desen-
volvimento ou de competição. O socialismo, por sua vez, nasce também do capitalismo, já em
meados do século XIX, como ideologia dos trabalhadores, indignados com a desigualdade a
que estavam submetidos, e se expressa nos direitos sociais.
O eficientismo é mais recente: é uma ideologia do século XX, quando a classe profissional ga-
nha força na medida em que a produção deixa de se realizar em unidades familiares para ocor-
rer em grandes organizações empresariais e públicas. É nesse momento que o fator estratégico
de produção começa a passar do capital para o conhecimento – e que o conhecimento ganha
caráter instrumental: visa principalmente aumentar a eficiência e a produtividade. Finalmente,
na segunda metade do século XX surgirá a última grande ideologia do capitalismo – o ambien-
talismo – para por um freio aos excessos contra a natureza que o desenvolvimento econômi-
co anterior havia causado. Todas essas ideologias estão relacionadas com o desenvolvimento
econômico, mas as duas diretamente e positivamente relacionadas com ele são o eficientismo
e o nacionalismo. Sobre o eficientismo – palavra que não consta da linguagem usual – não há
muito o que falar. É hoje uma ideologia extremamente difundida que tem como arautos os
economistas e os administradores – ou, mais amplamente, a classe profissional ou tecnoburo-
crática cujo poder deriva do pressuposto de que é ela que é capaz de racionalizar os processos
produtivos. O nacionalismo, embora identificado originalmente com a burguesia, porque foi
essa a classe que desempenhou o papel decisivo na formação dos estados-nação, é quase por
definição uma ideologia de todos os cidadãos porque cimenta, dá coesão ou solidariedade à
nação. O nacionalismo, como o republicanismo, é uma manifestação da unidade da sociedade,
da sua existência não como soma de partes, mas como um todo, não como mero fruto de agên-
cias individuais, mas ela própria ator social; o nacionalismo ou o patriotismo é a ideologia que
une as classes, que as torna solidárias na competição internacional. Das cinco ideologias, entre-
tanto, é a única que não é universal; que é limitada a cada nação. A radicalização de qualquer
dessas ideologias traz conseqüências terríveis, mas as mais violentas são as do nacionalismo.
Guerras, genocídios têm sempre origem no nacionalismo. Entretanto, os cidadãos de todos os
grandes estados-nação mais desenvolvidos são essencialmente nacionalistas: entendem que
seu governo deve defender os interesses do trabalho, do capital e do conhecimento nacional,
ou, em outras palavras, estão identificados com os interesses nacionais. Esse nacionalismo, se
for liberal, social, e principalmente democrático – como geralmente é nesses países – terá um
papel fundamental no processo de desenvolvimento econômico, político e social, porque joga
um papel central na grande competição internacional que é o desenvolvimento capitalista.

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Nações sem Estado
Uma nação sem país é um grupo, geralmente um grupo étnico minoritário no interior de um
ou mais países, que almeja constituir o seu próprio Estado, especificamente um Estado-nação.
Uma vez que não existem critérios objetivos para determinar se um grupo particular é uma na-
ção ou se faz parte de um Estado multicultural, o uso do termo é político e controverso, sendo
normalmente usado por movimentos separatistas. Muitas vezes, os defensores do separatismo
veem o Estado do qual fazem parte como uma forma de Império e seu domínio como imperia-
lismo. Eles geralmente rejeitam o princípio de um Estado multiétnico, especialmente nos casos
em que um grupo étnico busca a soberania.
Nem todas as minorias declaram-se como "sem Estado", mesmo quando elas afirmam ser uma
nacionalidade à parte. Os Estados podem reconhecer os grupos étnicos minoritários e as nacio-
nalidades em diferentes graus: reconhecimento específico de direitos culturais e linguísticos, e
permissão de certa autonomia político-administrativa. Por exemplo, o Conselho da Europa es-
tabeleceu desde 1992 a "Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias" para proteger
alguns direitos linguísticos e culturais específicos.

Entre as principais nações sem Estado estão:

Curdos:
Essa é maior nação sem Estado do mundo. A população de origem curda soma mais de 26
milhões de pessoas, que estão distribuídas nos territórios da Armênia, Azerbaijão, Irã, Iraque,
Síria e Turquia, que abriga mais de 14 milhões. Os curdos reivindicam a criação de um Estado
próprio (entre o norte do Iraque, oeste da Turquia e noroeste do Irã), denominado Curdistão.

Palestinos:
Os Palestinos ocupam uma área do Oriente Médio. Essa nação, formada por mais de 7 milhões
de pessoas, reivindica a criação do Estado Palestino, além da reincorporação de terras ocupa-
das por Israel. Os constantes conflitos envolvendo árabes e israelenses provocaram grandes
fluxos migratórios de palestinos para o Líbano, Síria, Egito e Jordânia, fato que enfraqueceu a
luta pela formação do Estado Palestino. No entanto, a OLP (Organização para Libertação da Pa-
lestina) continua lutando pela autonomia política e territorial dessa grande nação.

Tibetanos:
Formada por aproximadamente 6 milhões de pessoas, a nação tibetana, de tradição budista,
solicita a criação de um Estado próprio em uma região dominada pelos chineses. A China opri-
me de forma violenta os movimentos separatistas no Tibete, além de estimular a emigração de
chineses para essa região com o intuito de enfraquecer a cultura local.

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Atualidades – Relações entre Estados e Povos – Prof. Thiago Scott

Bascos:
Com mais de 2,3 milhões de pessoas, a nação basca está presente na porção norte da Espanha
e no sul da França. Esse grupo ocupa essa região há mais de seis mil anos, possuindo língua e
cultura própria. O grupo ETA (Pátria Basca e Liberdade) realizou vários atentados terroristas
como forma de pressão ao governo espanhol para reconhecer a autonomia do País Basco.

Chechenos:
Majoritariamente mulçumanos, o 1,2 milhão de chechenos vivem nas montanhas do Cáucaso,
que é território da Federação Russa. Com a desintegração da União das Republicas Socialistas
Soviéticas, a Chechênia declarou independência em 1991, entretanto, não foi reconhecida pe-
los russos, que oprimiram a população local de forma violenta, realizando massacres, estupros
e torturas.

Caxemires:
Habitada por 5 milhões de pessoas (4 milhões de muçulmanos e 1 milhão de hinduístas), essa
região é dominada pela Índia, Paquistão e China. A maioria dos habitantes (muçulmanos) soli-
cita que o território seja anexado ao Paquistão, no entanto, os hinduístas são totalmente con-
trários a tal fato.

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Atualidades

TERRORISMO

Ameaça Terrorista

Terrorismo é o uso de violência, física ou psicológica, através de ataques localizados a elementos


ou instalações de um governo ou da população governada, de modo a incutir medo, pânico e,
assim, obter efeitos psicológicos que ultrapassem largamente o círculo das vítimas, incluindo,
antes, o resto da população do território. É utilizado por uma grande gama de instituições como
forma de alcançar seus objetivos, como organizações políticas, grupos separatistas e até por
governos no poder.
A guerra de guerrilha é frequentemente associada ao terrorismo uma vez que dispõe de
um pequeno contingente para atingir grandes fins, fazendo uso cirúrgico da violência para
combater forças maiores. Seu alvo, no entanto, são forças igualmente armadas procurando
sempre minimizar os danos a civis para conseguir o apoio destes. Assim sendo, é tanto mais
uma táctica militar que uma forma de terrorismo.
Segundo especialistas da área, existem centenas de definições da palavra terrorismo.A
inexistência de um conceito amplamente aceito pela comunidade internacional e pelos
estudiosos do tema significa que o terrorismo não é um fenômeno entendido da mesma forma,
por todos os indivíduos, independentemente do contexto histórico, geográfico, social e político.
Segundo Walter Laqueur
“Nenhuma definição pode abarcar todas as variedades de terrorismo que existiram ao longo da
história”.
Segundo Baudrillard, os atentados de 11 de setembro de 2001 foram "um ato fundador do
novo século, um acontecimento simbólico de imensa importância porque de certa forma
consagrou o império mundial e sua banalidade. Os terroristas que destruíram as torres gêmeas
introduziram uma forma alternativa de violência que se dissemina em alta velocidade. A nova
modalidade está gerando uma visão de realidade que o homem desconhecia. O terrorismo
funda o admirável mundo novo. Bom ou mau, é o que há de novo em filosofia. O terrorismo
está alterando a realidade e a visão de mundo. Para lidar com um fato de tamanha envergadura,
precisamos assimilar suas lições por meio do pensamento.
Entretanto o uso sistemático de terror como recurso de controle social e político tem
acompanhado a humanidade por milênios. O historiador Xenofonte (430-349 a.C.) conta que o
terrorismo era praticado pelos governos das cidades gregas como forma de guerra psicológica
contra populações inimigas. Também semearam o terror os imperadores romanos Tibério e
Calígula, os membros da Santa Inquisição, Robespierre e seus adeptos, os integrantes da Ku
Klux Klan, as milícias nazistas e muitos outros.

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Segundo a advogada Luciana Worms, os conceitos de terrorismo usados no Brasil são pautados
pela Organização dos Estados Americanos (OEA). A partir desse viés, no passado, durante a
Guerra Fria, o terrorista podia ser um comunista; atualmente, é um jihadista ou membro de
uma organização de narcotráfico. Segundo Worms, ações bárbaras, que resultem em mortes
em massa, nem sempre são consideradas como atos de terrorismo: a União Nacional para a
Independência Total de Angola (UNITA), organização aliada dos Estados Unidos, apesar de ter
plantado minas terrestres no país, nunca foi qualificada como terrorista. Do mesmo modo,
segundo a professora, Baruch Goldstein - um fanático judeu que, nos anos 1990, invadiu uma
mesquita e matou 27 muçulmanos que estavam rezando - não foi classificado como terrorista
mas como louco, pelo governo de Israel.
Segundo Aegemiro Procópio, professor titular em Relações Internacionais da Universidade de
Brasília:
“A negligência dos países desenvolvidos com relação ao terrorismo das desigualdades nas
relações internacionais precisa ser combatida, porque tal batalha manterá acesa a chama da
indignação contra atos terroristas, contra suas causas. Ajudará na busca do consenso acerca da
necessidade da eliminação do ódio. Sabendo ser pouco demais o que a Organização das Nações
Unidas realiza contra o terror, inclusive a desfavor das desigualdades por causa do seu obcecado
temor diplomático de ferir susceptibilidades nacionais, a ONU, ao qualificar o terrorismo como
crime internacional, chove no molhado. Variadíssimas interpretações podem ser dadas ao
Artigo 51 da sua própria Carta, em que se reserva aos países o direito da autodefesa. O Iraque e
a Líbia, por exemplo, estão roucos de tanto invocá-lo.
A domesticação do terror da violência com a banalização do valor da vida, em flagrante
desrespeito ao próximo e aos direitos humanos, mais a apropriação do nome de Deus no
combate ao terror entre as partes conflitantes – vejam-se, por exemplo, os discursos de George
W. Bush e Osama bin Laden – complicam enormemente a arena da ética antiterrorista. A
invocação do nome de Deus deveria preocupar as diferentes confissões religiosas. Sobre isso
não se ouviu quase nada das lideranças eclesiásticas ocidentais, inclusive por parte do Vaticano.
Relativamente poucas vozes nas igrejas checam a moralidade dos bombardeios lançados pela
nação mais poderosa contra provavelmente uma das menos favorecidas. Apelar para a ética
cristã é lembrar a onipresença divina manifestada tanto em Washington quanto em Cabul ou
em Brasília.
O sentido espiritual da Jihad, Guerra Santa, precisa ser respeitado e conhecido no Ocidente.
Jihad significa igualmente empenho em busca do equilíbrio a serviço do Criador; empenho
traduzido como esforço de defesa dos valores da fé islâmica. A tradição maometana prega
caminhar da Jihad menor para a Jihad maior. A Jihad maior é o empenho da fé e do exemplo.
Também implica ascese testemunhal por meio de usos e costumes (suna) ensinados pelo
Profeta, em Medina.
Diferentes leituras aplicam-se à bíblia e ao corão. Fundamentalistas encontram-se tanto
no islamismo, no judaísmo e no cristianismo, quanto no budismo. Misturar islamismo com
terrorismo equivale a esquecimento da essência do radical monoteísmo abraânico presente no
judaísmo, no islamismo e no cristianismo.
Entender esta trilogia como se fossem civilizações em choque e de outro mundo, como pretende
Samuel Huntington, com suas cortinas de ferro, de bambu e de veludo, só reforça equívocos e
preconceitos históricos transmitidos por ideologias compromissadas. Existe choque sim, mas
de poder. Luta de classes, não de civilizações!

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As elites dominantes ocidentais, convictas da morte e sepultamento do marxismo, acordam


atônitas com o explodir das reações em cadeia às respostas fratricidas perpetradas pelo
sofisticado aparato bélico industrial dos Estados Unidos. Destas ações, por condenáveis
que sejam, ingente mérito não se pode negar: ressuscitaram a utopia marxista soprando
vigorosamente o espírito da teologia da libertação.
Em nome de interesses toma-se o santo nome de Deus em vão. O abuso de Deus, seja pelos
movimentos terroristas, seja pela repressão mundial ao seu encalço, certamente traduz
convicções mais profundas que as estudadas até o presente na sociologia das relações
internacionais. Por exemplo, o Miutzan Elohim (Ira de Deus) vingava o brutal assassinato de
atletas israelenses nos Jogos Olímpicos de Munique em 1972, observando o “dente por dente,
olho por olho” do ensinamento bíblico. Respondia com terror o terror do Setembro Negro de
Yasser Arafat que, anos mais tarde, dividiria, com Shimon Perez o Prêmio Nobel da Paz.
O Ruhollah (Sopro Divino) dos xiitas iranianos, o Portão do Céu californiano, o Templo do Povo,
causador de centenas de mortes por envenenamento, na Guiana, a Jihad Islâmica do Egito, o
Hezbollah (Partido de Deus) no Líbano e o Hamas (Fervor) constituem modelos de manipulação
do messiânico no desespero do terror. Fosse vivo, Antônio Conselheiro e seu bando de fanáticos
sertanejos famintos talvez se confundissem com os talibãs afegãos integrando a lista da história
terrorista dos presentes dias.” (http://www.scielo.br/pdf/rbpi/v44n2/a04v44n2.pdf)
Atualmente a ideia de ameaça terrorista está muito ligada aos atos do ISIS (também conhecido
como Estado Islâmico, EI)
O grupo Estado Islâmico, antes chamado de Estado Islâmico no Iraque e na Síria (Isis), intensificou
sua campanha de violência no Norte e Oeste do Iraque em junho desse ano, quando conseguiu
assumir o controle de Mossul, a segunda maior cidade do país. Desde então, os extremistas
colecionam algumas conquistas importantes, como a tomada de vastos territórios iraquianos,
a obtenção de armamento do Exército, e o controle de infraestruturas estratégicas. Diante
disso, a organização é considerada uma ameaça não só ao país, mas também a outras áreas do
Oriente Médio.
Destacaremos cinco pontos para entender o grupo que aterroriza Iraque e Síria:
1. Surgimento. O Estado Islâmico no Iraque e na Síria (Isis) foi criado em 2013 e cresceu como
um braço da organização terrorista al-Qaeda no Iraque. No entanto, no início deste ano, os
dois grupos romperam os laços. No final de junho, os extremistas declararam um califado,
mudaram de nome para o Estado Islâmico (EI) e anunciaram que iriam impor o monopólio
de seu domínio pela força. O EI é hoje um dos principais grupos jihadistas, e analistas o
consideram um dos mais perigosos do mundo.
2. Áreas de atuação. As atividades do EI se concentram no Iraque e na Síria, onde o grupo
assumiu um papel dominante e possui forte presença. O recente controle de vastos
territórios no Norte e Oeste do Iraque, além das áreas dominadas pelos curdos, ajudaria o
grupo islâmico a consolidar seu domínio ao longo da fronteira com a Síria, onde luta contra
o regime de Bashar al-Assad.
3. Liderança. Seu principal líder é Abu Bakr al-Baghdadi, apontado como um comandante
de campo e tático e designado "califa de todos os muçulmanos". Aparentemente, ele
se juntou à insurgência em 2003, logo após a invasão do Iraque, liderada pelos Estados
Unidos. Diante dos avanços do Estado Islâmico, ele pode em breve se tornar o jihadista
mais influente do mundo.

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4. Combatentes ocidentais. O Estado Islâmico conta com um vasto grupo de extremistas: entre
3 mil e 5 mil milicianos, muitos deles estrangeiros. Vídeos divulgados pelo grupo jihadista
mostram britânicos que aderiam à causa islâmica e à luta armada. Os governos ocidentais
temem que esses insurgentes possam voltar para seus países representando uma ameaça.
5. Ações cruéis. Nos conflitos nos quais participou, o grupo foi acusado de diversas atrocidades,
como sequestros, assassinato de civis e torturas. A milícia é considerada extremamente
agressiva e eficiente em combate. Após a tomada de Mossul, os EUA afirmaram que a
queda da segunda maior cidade do Iraque representava uma ameaça para toda a região. O
avanço dos jihadistas levou os EUA a bombardearem alvos

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Atualidades

CONFLITOS NA ÁFRICA E NO ORIENTE MÉDIO

África

Um dos desdobramentos mais trágicos das lutas desencadeadas a partir do processo de inde-
pendência são as guerras civis. Trata-se da consequência mais visivel e sangrenta da criação de
fronteiras artificiais responsáveis pela divisão política do continente africano. Conflitos ances-
trais tornaram-se guerras que desencadearam elevado índice de mortes, muitas vezes acom-
panhadas de golpes de Estado e instauração de ditaduras corruptas, interessadas em assegurar
privilégios de minorias. A seguir, serão apresentados alguns exemplos dessas guerras.

1. RUANDA E BURUNDI:
Um dos maiores exemplos dessa luta mortal entre tribos é a que envolve hútus e tútsis nos
territórios hoje divididos em Ruanda e Burundi. Originalmente denominada Ruanda-Burundi,
até a primeira guerra mundial essa região pertencia à África Oriental Alemã. Em 1919, após a
derrota dos alemães na guerra, os belgas assumiram o controle do território em questão.
Os conflitos na região, porém, remontam aos séculos XII e XV, quando chegaram ao local gru-
pos hútus e tútsis, que conviveram ali durante muito tempo. Em termos de língua ou de aspec-
to físico, os dois grupos não apresentam grandes diferenças; já do ponto de vista econômico,
enquanto os tútsis criavam gado, os hútus eram agricultores.
Sob o domínio Belga, os tútsis, que correspondiam a cerca de 15% da população foram escolhi-
dos pelo poder colonial para "governar" o país. A maioria hútu (cerca de 85%) ficou excluída do
processo social e econômico. Como não poderia deixar de ser, os hútus passaram a defender
um governo que representasse os seus interesses. Em 1959, os agricultores hútus rebelaram-se
contra a monarquia tútsi apoiada pelos Belgas e abriram caminho para separar Ruanda e Bu-
rundi. Em 1961, sob a liderança hútu, Ruanda ganharia status de República, e,no ano seguinte,
a Bélgica reconheceria sua independência. Perseguidos os tútsis procuraram abrigo nos países
vizinhos. Por sua vez, Burundi também se tornou independente nesse ano, sob monarquia tút-
sis.
Entretanto a paz não foi alcançada. Em 1963, tútsis exilados no Burundi organizaram um exér-
cito e voltaram para Ruanda, sendo massacrados pelos hútus. Outros massacres sucederam-se
até que, em 1973, um golpe de Estado levou ao poder, em Ruanda, o coronel Juvénal Habyari-
mana, de etnia hútu. Apesar dos conflitos persistirem, pode-se afirmar que houve uma trégua
nas duas décadas seguintes.

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Em 1993, o governo de Ruanda, liderado pelos hútus, assinou um acordo de paz com a liderança
tútsi, pelo qual os refugiados poderiam voltar ao país e participar do governo. Em abril do
ano seguinte, retornando de uma conferência na Tanzânia, os presidentes hútus de Ruanda e
Burundi foram vítimas de um acidente aéreo. A morte desses líderes desencadeou a volta dos
massacres. No Burundi apesar da condição de minoria étnica, os tútsis detinham o controle do
exército e deram um golpe de Estado em 1996, quando nomearam para presidente um major
dessa etnia. Além disso obrigaram grande massa de hútus a viverem na condição de refugiados
nos chamados "campos de reagrupamento", que reúnem cerca de 10% da população (cerca
de 800 mil pessoas), segundo dados da organização não governamental Anistia Internacional.
Outros 700 mil refugiados vivem fora das fronteiras do país, mais precisamente em países
limítrofes, como Tanzânia e Uganda, criando sérios problemas para os dois governos, que não
tem condições de garantir ajuda humanitária a essa população. Em Ruanda, onde a violência
não tem sido menor, calcula-se que 13% da população tenha morrido na guerra desencadeada
em 1994 pelos hútus, sendo 90% desse total integrante da minoria tútsi, segundo dados da
ONU.

MAPA DE RUANDA E BURUNDI - PAÍSES AFRICANOS


(Fonte: www.googleimagens.com.br)

2. BIAFRA:
Outro exemplo dos terríveis efeitos das fronteiras artificiais foi a guerra de Biafra no final dos
anos 1960 e início da década seguinte. Província da Nígéria, Biafra é uma ex-colônia britânica
que possui mais de 250 etnias. Em 1966, os Ibos, uma dessas tribos, tomaram o poder, provo-

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Atualidades – Conflitos na África e no Oriente Médio – Prof. Thiago Scott

cando o aumento das rivalidades contra os Iorubas e os hauçás. Em consequência de um con-


tragolpe, os Ibos foram massacrados no norte do país, onde são minoria. Eles deslocaram-se
então para o leste da Nigéria, mais precisamente para a província de Biafra. No ano sequinte,
os Ibos da pronvíncia de Biafra declararam sua independência, aprofundando a guerra civil, que
se prolongou até 1970. Um boicote econômico por parte das empresas petroliferas (a Nigéria
é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, a OPEP)impediu o desenvolvi-
mento do novo país e pôs fim ao projeto de separação dos Ibos, já que tal divisão poderia trazer
problemas para essas empresas. Ao final do conflito, cerca de 1 milhão de biafrenses, quase
todos Ibos, haviam morridos, vitimados pela fome ou por doenças. A Nigéria contudo, conti-
nuou como palco de golpes de Estado, liderados por chefes militares, o que tem tornado difícil
a superação dos seus graves problemas internos.

PROVÍNCIA DE BIAFRA (NIGÉRIA)


(Fonte: www.googleimagens.com.br)

CRIANÇAS SUBNUTRIDAS DURANTE A GUERRA OCORRIDA NA PROVÍNCIA DE BIAFRA - NIGÉRIA.


(Fonte: www.googleimagens.com.br)

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3. ANGOLA E MOÇAMBIQUE:
Também na chamada África Portuguesa (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São
Tomé e Principe), as lutas pela independência revelaram-se sangrentas. Moçambique e Angola,
por exemplo, libertaram-se após violentas guerras contra Portugal, em 1975.
Em Angola, o movimento anticolonial assumiu contornos especiais em razão do contexto da
Guerra Fria. Os grupos angolenses de orientação Marxista procuraram apoio junto a países
como Cuba e União Soviética, enquanto grupos liberais buscaram ajuda norte-americana. Pro-
porcionado a independência de Angola, o acordo de Alvor, assinado em janeiro de 1975, não
foi capaz de propiciar um entendimento entre esses grupos políticos, que passaram a lutar pelo
poder no país. A Guerra Civil ganhou força, especialmente porque os Estados Unidos não ti-
mha interesse na instalação de regimes socialistas na África. Por outro lado, o bloco socialista
também via no conflito uma oportunidade de fortalecer o seu bloco, caso Angola passasse a
integrá-lo.
Foi só com o fim da Guerra Fria que se ampliaram as condições para um tratado de paz e um
acordo entre as duas organizações, abrindo oportunidade para a realização das primeiras
eleições pluripartidárias do país, em 1992. O Movimento Popular Pela Libertação de Ango-
la (MPLA, de esquerda, foi alçado ao poder, com José Eduardo dos Santos. Entretanto Jonas
Savimbi, seu opositor de direita (apoiado pelos Estados Unidos), não reconheceu o resultado,
e a Guerra Civel recomeçou. Com a morte de Jonas Savimbi durante um combate em abril de
2002,seu grupo foi finalmente desarticulado, abrindo caminho para um processo de paz mais
duradouro. O trágico saldo da Guerra Civil de mais de duas décadas é um país arrasado em
toda a sua infra-estrutura, afetado por doenças que matam centenas de pessoas por dia e que
se tornou o detentor do maior percentual mundial de pessoas mutiladas por minas terrestres.
Além de mutilar as minas dificultam a prática da agricultura. Consequentemente, Angola é um
dos países mais pobres do mundo, em que cerca de 60% da população é analfabeta e somente
40% fala o português, língua oficial do país.
O caso de Moçambique, outra ex-colônia portuguesa, não difere muito do angolano. Em 1975,
Moçambique conseguiu a independência, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO),
de orientação Marxista, chegou ao poder com um sistema de partido único, e o seu lider, Sa-
mora Machel, tornou-se presidente do país. Moçambique enfretaria problemas parecidos com
os de Angola, ou seja, ali também os conflitos girariam em torno da divisão entre socialistas e
capitalistas. A FRELIMO apoiada pelos governos socialistas, enfrentaria a Resistência Nacional
Moçambicana (RENAMO), que tinha como principais aliados os Estados Unidos e a África do
Sul. Em 1992 a FRELIMO e a RENAMO assinaram o acordo de paz, dando esperança de dias
melhores para os Moçambicanos. Em 1994, foram realizadas eleições pluripartidárias, e a FRE-
LIMO saiu vitoriosa por meio da eleição de Joaquim Alberto Chissano. a RENAMO permaneceu
como a segunda força política do país, optando pelo caminho das armas. Em 1999 Chissano foi
reeleito, apesar das denúncias de fraudes, feitas pela oposição, que não foram comprovadas.

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Oriente Médio

O Oriente Médio, região situada ao lado do Ocidente tendo como referência o Mar Mediterrâ-
neo, inclui os países costeiros do Mediterrâneo Oriental (da Turquia ao Egito), a Jordânia, Me-
sopotâmia (Iraque), península Arábica, Pérsia (Irã) e geralmente o Afeganistão.
A condição de área de passagem entre a Eurásia e a África, de um lado, e entre o Mar Medi-
terrâneo e o Oceano Índico de outro, favoreceu o comércio de caravanas que enfraqueceu-se
posteriormente em proveito das rotas marítimas, renovadas pela abertura do canal de Suez em
1869. Logo antes da Primeira Guerra Mundial, a região já era a maior produtora petrolífera do
mundo e, por isso, despertava o interesse das grandes potências, tornando-se objeto de rivali-
dades e conflitos internacionais. Além da economia baseada no petróleo e das fortes desigual-
dades sociais, a região também apresenta problemas nas uniões tribais e étnicas, na fragilidade
das estruturas de governo e, sobretudo na centralização islâmica da vida política.
A maioria dos Estados do Oriente Médio surgiram sob influencia do imperialismo franco-britâ-
nico, com a queda do Império Turco-Otomano após a I Guerra Mundial, assim a maior parte da
região seria dividida em protetorados. A Palestina, a Transjordânia (atual Jordânia), o Egito, o
Iraque (antiga Mesopotâmia) e a Pérsia (atual Irã) ficaram sob domínio da Inglaterra e a Síria e
o Líbano tornaram-se protetorados franceses. Essa divisão obedeceu aos interesses das potên-
cias, que não levaram em conta os problemas específicos da região como as minorias étnicas e
religiosas.
Após a Segunda Guerra Mundial, os países do Oriente Médio tentaram relegar a religião so-
mente à esfera privada, através do nacionalismo pan-arabista, cujo maior líder foi o presidente
egípcio Gamal Abdel Nasser. Na década de 1970, as massas urbanas e a classe média se afasta-
ram do nacionalismo, adotando o fundamentalismo islâmico, que consolidou-se como ideolo-
gia dominante nas últimas décadas do século XX, principalmente após a Revolução Iraniana de
1979 e a ascensão do Talibã ao poder no Afeganistão.
O Oriente Médio permanece uma das áreas mais instáveis do mundo, devido a uma série de
motivos que vão desde a contestação das fronteiras traçadas pelo colonialismo franco-britâ-
nico, a posição geográfica, no contato entre três continentes; suas condições naturais, pois a
maior parte dos países ali localizados são dependentes de água de países vizinhos; a presença
de recursos estratégicos no subsolo, caso específico do petróleo; posição no contexto geopo-
lítico mundial; até a proclamação do Estado de Israel na Palestina em 1948, o que de imediato
provocou uma série de conflitos conhecidos como as guerras árabes-israelenses, entre eles a
guerra de independência de Israel, a Guerra dos Seis Dias, a Guerra de Suez e a Guerra do Yom
Kippur.

Guerra do Golfo
Durante as décadas de 80 e 90, o Iraque passava por uma crise devido ao baixo valor do petró-
leo. O país achava que a culpa era do Kuwait, porque os iraquianos acreditavam que eles ha-
viam vendido suas cotas de petróleo por um preço acima do estipulado pela OPEP (Organização
dos Países Produtores e Exportadores de Petróleo). Por causa disso, o Iraque invadiu o Kuwait.
Como muitos países compravam esse produto do daquele país, todos temeram que os conflitos
pudessem aumentar o seu valor. A ONU estabeleceu um prazo para que Saddam Hussein reti-
rasse suas tropas da região.

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Em 1991, após o não cumprimento de retirada pelo Iraque, os EUA deram início à operação
denominada Tempestade no Deserto. Essa operação durou seis semanas, tendo como conse-
quências a desocupação do Kuwait e o país recebeu sanções da ONU.

Guerra do Afeganistão
Durante o século XX, o país sofreu com diversas ditaduras e após problemas como o Paquistão,
ele se aproximou da União Soviética, que lhe deu apoio. Posteriormente, o país se aproximou
dos EUA e teve como resposta um ataque soviético para ocupá-lo. Com a eleição de Mikhail
Gorbatchev, em 1985, a Rússia passou a ter menos gastos com os militares e favoreceu o avan-
ço de grupos como o Taleban, formado por estudantes.
O Taleban conquistou o poder em 1996 com a eleição de Mohammad Omar, que tinha o objeti-
vo de retirar qualquer modernidade do país. Nesse governo, o terrorista Osama Bin Laden pas-
sou a viver no Afeganistão. Ele criou o grupo da Al Qaeda que, com o intuito de proteger os po-
vos muçulmanos das tentações ocidentais, determinou que os EUA seriam seus inimigos. Esse
grupo atacou os Estados Unidos diversas vezes; porém, o maior ataque ocorreu do dia 11 de
setembro de 2001. Terroristas sequestraram aviões comerciais nos EUA, que bateram nas Tor-
res Gêmeas do World Trade Center, no edifício do Pentágono e outro avião que caiu na mata.
Osama Bin Laden foi executado pelo Exército americano, no dia 02 de Maio de 2011, em uma
ação militar aliada ao governo do Paquistão. O líder da Al Qaeda se encontrava em uma casa
totalmente protegida, na cidade de Abbotabad, próxima à capital do Paquistão, Islamabad. Fo-
ram utilizados, na operação, cerca de quatro helicópteros e um pequeno contingente com ape-
nas soldados dos Estados Unidos.
Além de Osama, morreram uma mulher e mais três homens, sendo que, um deles, era filho
do terrorista mais procurado do mundo. Um exame de DNA foi realizado para comprovar que
o corpo era realmente dele. Segundo as autoridades americanas, o corpo foi jogado ao mar,
respeitando-se as tradições islâmicas.
Pela primeira vez, o país mais poderoso do mundo havia sido atacado daquela forma em solo
americano. Milhares de pessoas morreram, o que levou a uma reação americana que exigia a
entrega de Osama Bin Laden. Não tendo nenhum posicionamento, o Afeganistão foi atacado
e várias regiões do país foram completamente destruídas. O governo Taleban foi deposto e a
Aliança do Norte (grupo formado pelos tadjiques, uzbeques e hazaras) assumiu o comando.
Ainda em 2001, foi realizada uma conferência, conhecida como Acordo de Bonn, que visava es-
tabelecer os rumos da reconstrução do país. Com o acordo, também foi estabelecida a criação
da Força de Assistência e Segurança Internacional. Milhares de civis e soldados de vários países
já morreram nessa guerra que ainda não tem previsão para terminar.

Invasão do Iraque
A invasão do Iraque foi justificada com a alegação de que Saddam Hussein possuía armas de
destruição em massa. O conflito teve início em 2003, com a invasão do país feita pelos EUA.
Obteve o apoio da Espanha, Itália, Austrália, Inglaterra e Polônia. Os EUA também obtiveram o
apoio da população, que acreditava que atacar preventivamente seria melhor. Porém, quando
os militares chegaram à capital iraquiana, não encontraram Saddam Hussein.

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Atualidades – Conflitos na África e no Oriente Médio – Prof. Thiago Scott

O ex-líder do Iraque foi encontrado naquele mesmo ano, escondido em uma passagem subter-
rânea. Ele foi julgado por crimes à humanidade e por tentativa de assassinato. Foi condenado e
enforcado posteriormente. Os Estados Unidos pretendiam atacar o país de forma rápida, mas
com os ataques constantes de rebeldes, a guerra continua a causar mortes e baixas no exército
americano. Além disso, o confronto já gastou milhares de dólares e ainda não acabou.

Árabe-Israelense
O conflito que ocorre entre os israelenses e palestinos é um dos mais importantes do Oriente
Médio. Os principais motivos para tantos problemas são as diferenças culturais e a disputa de
terras entre essas duas nações. Além disso, devem ser levados em conta os interesses econômi-
cos e políticos nessas regiões.

Guerra dos Seis Dias


Em 1967, Israel invadiu a Faixa de Gaza, a península do Sinai, a Cisjordânia e as colinas de Golã,
na Síria. Essa guerra, que teve duração de seis dias, mudou a relação do país com seus vizinhos
e deu um novo caminho para o problema da palestina. Antes do conflito, o Egito interrompeu o
Estreito de Tiran. Essa decisão fez com que Israel não pudesse ser abastecido pelo Mar Verme-
lho.
No dia 05 junho daquele ano, o exército israelense começou a guerra em direção à fronteira
com o Egito e a Síria. A Jordânia atacou cidades israelenses, como Jerusalém e Tel Aviv e, por
isso, o Estado de Israel invadiu a Cisjordânia. A guerra acabou no dia 10 daquele mês e o país
passou a ter como território a Cisjordânia,o leste de Jerusalém, as Colinas de Golã, monte Her-
món (que fazia parte do território da Líbia e da Síria), a Faixa de Gaza e o Sinai.

Guerra do Líbano
O Líbano conseguiu se libertar da França em 1945 e sofre diversos problemas com conflitos e
guerras civis. De um lado, se encontram os muçulmanos (xiitas e sunitas) e, do outro, estão os
diversos grupos cristãos (formado por maronitas armênios católicos, etc.). Em 1975, esse país
era democrático e tinha em sua capital, Beirute, um grande centro econômico e bancário no
Oriente Médio. O problema do Líbano era os vários grupos étnicos que habitavam a região e o
poder que os cristãos obtinham em detrimento dos muçulmanos.
Esse país recebeu vários refugiados do Líbano. Sendo assim, os cristãos buscavam a expulsão
dos palestinos e a continuação deles no poder. A guerra civil começou dividindo a região em
druso-muçulmana, com o apoio da OLP e a Aliança Maronita de Direita. O exército do Líbano
ficou fragmentado, deixando o governo enfraquecido. A violência passou a ser mais recorrente
e, em 1976, a Síria invadiu o país. Os sírios começaram a conquistar vários territórios, devido a
suas alianças com vários grupos libaneses. Com a Síria no país, tropas de diversos países foram
para essa região.

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Ainda naquele ano, foi realizado Encontro de Riad que fez com que a Síria restabelecesse con-
tatos com a PLP e saísse do Líbano. Foi designada uma comissão para que se avaliasse a paz
naquela região. Porém, a situação foi alterada quando o líder druso, Kamal Jumblatt foi assas-
sinado. Devido ao fato, os combates voltaram a ocorrer na região. Em 1982, Israel conseguiu
invadir o país e consegue chegar à capital. Depois de dois meses de conflitos, a OLP se retirou
da capital e depois ela saiu do país.
Em setembro de 1982, Israel autorizou que cristãos libaneses invadissem campos de refugiados
palestinos e matassem a população civil. Essa ação ocorreu em resposta à morte do presidente
Bachir Gemayel. Após a chacina, os EUA mandaram tropas para o local e se retiraram em 1984.
Um ano depois, as facções militares libanesas (milícia drusa, milícia Amal e a Falange) assina-
ram um cessar-fogo. Esse acordo não foi assinado pelo Hezbollah, um grupo radical xiita, pela
Murabitun e algumas partes cristãs.
Em 1989, foi assinada, na Arábia Saudita, uma carta de reconciliação nacional, que havia sido
aprovada por países árabes, EUA e França. A carta estabelecia um governo com muçulmanos e
cristãos e as milícias desarmadas. Mas, Michel Aoun, um general da base cristã, não aceitou a
decisão e se proclamou como presidente da República. No ano seguinte, ele acabou exilado na
França com a ajuda da Síria. O país passou a manter seu exército no Líbano e as milícias come-
çaram a ser desarmadas.
Na região sul, os conflitos ainda continuaram com a atuação dos guerrilheiros do Hezbollah que
atacaram Israel. Os israelenses realizaram ataques aéreos e, em 1998, pretendiam atender de-
terminações da ONU para se retirar da faixa no sul do Líbano.

Conflito Irã-Iraque
O conflito entre Irã e Iraque começou em 1980 e o principal motivo para essa guerra foram as
diferenças religiosas e a presença dos Estados Unidos na região do Oriente Médio. Até o ano de
1979, o Irã era um importante aliado dos EUA no Oriente Médio. Foi nesse período que ocor-
reu a Revolução Islâmica, no Irã, com a retirada do Xá Reza Pahlevi. Após a revolução, o país se
tornou uma ditadura fundamentalista islâmica, com a defesa da revolução e críticas aos antigos
aliados americanos.
Com a perda de sua aliança e das reservas de petróleo que havia no Irã, os Estados Unidos
decidiram se aproximar do Iraque e de seu novo líder, Saddam Hussein. O conflito teve início
por causa da passagem Chatt-el-Arab, que levou o Iraque ao Golfo Pérsico para que o petróleo
fosse levado do país. Esse canal era controlado pelo Irã, mas podia ser utilizado pelo Iraque sem
maiores problemas. Porém, o líder iraquiano queria o total controle do local e após a recusa do
Irã, as tropas iraquianas invadiram o país destruíram a refinaria de Abadã, a maior da época.
A partir do que aconteceu, os dois países passaram a se atacar, matando milhares de soldados
e população civil. O Iraque recebeu o apoio dos Estados Unidos e de países pertencentes ao
Oriente Médio, que temiam o crescimento do fundamentalismo islâmico, o qual crescia em
solo iraniano. O fim da guerra aconteceu em 1988, pois eles aceitaram uma sugestão das Orga-
nizações das Nações Unidas. O Irã deixou de ser uma ameaça e o Iraque passou a não ter mais
o apoio americano.

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A GUERRA CIVIL NA SÍRIA


A ONU considera que a guerra civil na Síria é a maior crise humanitária do século XXI. Hoje,
estima-se que o conflito vitimou ao menos 250 mil pessoas, que mais de 4,5 milhões tenham
saído do país como refugiadas e que outros 6,5 milhões foram obrigadas a se deslocar dentro
da Síria. Com a economia em frangalhos, quase 70% dos sírios que permaneceram agora vivem
abaixo da linha de pobreza. Como começou tudo isso?
Março de 2011 na Síria. Um grupo de crianças em Daraa, no sul da Síria, pichou frases com crí-
ticas ao governo, e foi preso. Inconformadas, centenas de pessoas saem às ruas da cidade para
protestar contra as restrições à liberdade promovidas pelo governo do ditador Bashar Al-Assad.
Num primeiro momento, simpatizantes dos que se rebelaram contra o governo começaram a
pegar em armas – primeiro para se defender e depois para expulsar as forças de segurança de
suas regiões. Esse levante de pessoas nas ruas, lutando por democracia, faz parte de um mo-
vimento chamado Primavera Árabe e podemos dizer que esse processo culminou no início da
guerra civil na Síria.

O que foi a Primavera Árabe?


A chamada primavera árabe foi um fenômeno que aconteceu em países do Oriente Médio e do
norte da África, em que pessoas – principalmente os jovens – tomaram as ruas pedindo liber-
dade de expressão, democracia e justiça social. Essas revoltas foram esperançosas para grande
parte desses países, que eram ditaduras longevas – e, de fato, presidentes do Egito, da Tunísia,
da Líbia caíram.
Porém, cinco anos depois do início dessa primavera, pode-se dizer que o único caso de “suces-
so” foi o da Tunísia, onde ocorreram eleições diretas, foi aprovada a Constituição mais progres-
sista do mundo árabe e se elegeu um novo governo. No resto dos países, esse clima de tensão
acirrou as disputas de poder entre milícias e favoreceu a expansão de grupos terroristas. Isso
deu espaço a governos ainda mais autoritários que os anteriores.

Como a guerra civil se intensificou?


Após a represália do governo de Assad contra os jovens que estavam se rebelando contra o
regime, alguns grupos foram formados a fim de combater, de fato, as forças governamentais e
tomar o controle de cidades e vilas. A batalha chegou à capital, Damasco, e depois a Aleppo em
2012. Mas desde que começou, a guerra civil na Síria mudou muito.
O Estado Islâmico aproveitou o vácuo de representação por parte do governo, a revolta da
sociedade civil e a guerra brutal que acontece Síria para fazer seu espaço. Foi conquistando ter-
ritórios tão abrangentes, tanto na Síria como no Iraque, que proclamou seu ‘califado’ em 2014.
Para isso, tiveram de lutar contra todos: rebeldes, governistas, outros grupos terroristas – como
se tivessem feito uma guerra dentro da guerra.
Há evidências de que todas as partes cometeram crimes de guerra – como assassinato, tortura,
estupro e desaparecimentos forçados. Também foram acusadas de causar sofrimento civil, em
bloqueios que impedem fluxo de alimentos e serviços de saúde, como tática de confronto.

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Agentes externos: EUA x Rússia
Pelo avanço do Estado Islâmico no ganho de territórios, os Estados Unidos fizeram ataques aé-
reos na Síria em tentativa de enfraquecê-lo, evitando ataques que pudessem beneficiar as for-
ças de Assad – isso em 2014. Em 2015, a Rússia fez o mesmo contra terroristas na Síria, mas ati-
vistas da oposição dizem que os ataques têm matado civis e rebeldes apoiados pelo Ocidente.
O resumo da obra em termos de apoio é esse: a Rússia e os Estados Unidos querem o fim do
Estado Islâmico. Porém, os Estados Unidos querem a queda do governo de Bashar Al-Assad –
por considerarem que seu regime não-democrático é prejudicial à Síria – e, por isso apoia os re-
beldes; por outro lado, a Rússia acredita na força de Assad e está apoiando seu regime. A Síria,
então, é o território do fogo cruzado dessa guerra fria.

GRUPOS ENVOLVIDOS NO CONFLITO DA SÍRIA

Governo Sírio e Aliados


O governo sírio é liderado pelo ditador Bashar Al-Assad. Ele é sucessor de uma família que está
no poder desde 1970. O regime no país era brutal com a população, de partido único e laico –
apesar de a família Assad ser xiita. Apesar de não apoiarem o ditador, cristãos, xiitas e até parte
da elite sunita preferem ver Assad no poder diante da possibilidade de ter um país tomado
pelos extremistas.
Quanto às alianças externas, Assad conta com o apoio do Irã e do grupo libanês Hezbollah.
Juntos eles formam um “eixo xiita” – ou seja, seguem essa interpretação da religião islâmica –
no Oriente Médio. O grupo se opõe a Israel e disputa a hegemonia no Oriente Médio com as
monarquias sunitas, lideradas pela Arábia Saudita. O principal aliado de fora é a Rússia, que
mantém uma antiga parceria com a Síria. Tanto o apoio do Hezbollah e das milícias iranianas,
quanto os bombardeios mais recentes realizados pelas forças russas têm sido fundamentais
para a sobrevivência do regime de Assad.

Grupos rebeldes
Uma das primeiras forças internas que se rebelou contra o governo sírio, praticamente come-
çando a guerra civil na Síria, foram os grupos sunitas – Assad é xiita. São chamados de “rebel-
des moderados”, por não serem adeptos do radicalismo islâmico. A organização está envolvida
com países da Europa e com os Estados Unidos com o objetivo de derrubar o governo de Assad.
Três grandes potências no Oriente Médio também colaboram com os rebeldes: Turquia, Arábia
Saudita e Catar, relevando os interesses dos países próximos à Síria, também.

Extremistas islâmicos
Entre os grupos que querem derrubar Assad, há também facções extremistas islâmicas, que es-
tão fragmentadas em diversos grupos. Uma das organizações que mais conquistaram terreno,
principalmente nos primeiros anos do conflito, foi a Frente Al-Nusra, um braço da rede extre-

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mista Al Qaeda na Síria. Posteriormente, a partir de 2013, o grupo terrorista Estado Islâmico
(EI) aproveitou-se da situação de caos criada pela guerra civil e, vindo do Iraque, avançou de
forma avassaladora e brutal, ocupando metade do território sírio.

Curdos
Os curdos também fazem parte da guerra civil na Síria. São uma etnia de 27 a 36 milhões de
pessoas no mundo que vivem em diversos países, inclusive na Síria e em países vizinhos. Eles
reivindicam a criação de um Estado próprio para o seu povo – o Curdistão. Desde o início do
conflito na Síria uma milícia formada para defender as regiões habitadas pelos curdos no norte
do país, se fortaleceu. Para o regime de Assad, tornaram-se bastante úteis, porque a milícia se
opõe aos rebeldes moderados e também ao Estado Islâmico.

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Atualidades

HISTÓRIA DA AMÉRICA LATINA CONTEMPORÂNEA

O MERCOSUL

Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai assinaram, em 26 de março de 1991, o Tratado de Assun-


ção, com vistas a criar o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). O objetivo primordial do Tratado
de Assunção é a integração dos Estados Partes por meio da livre circulação de bens, serviços e
fatores produtivos, do estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC), da adoção de uma
política comercial comum, da coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais, e da har-
monização de legislações nas áreas pertinentes.
A configuração atual do MERCOSUL encontra seu marco institucional no Protocolo de Ouro Pre-
to, assinado em dezembro de 1994. O Protocolo reconhece a personalidade jurídica de direito
internacional do bloco, atribuindo-lhe, assim, competência para negociar, em nome próprio,
acordos com terceiros países, grupos de países e organismos internacionais. O MERCOSUL ca-
racteriza-se, ademais, pelo regionalismo aberto, ou seja, tem por objetivo não só o aumento do
comércio intrazona, mas também o estímulo ao intercâmbio com outros parceiros comerciais.
São Estados Associados do MERCOSUL a Bolívia (em processo de adesão ao MERCOSUL), o Chi-
le (desde 1996), o Peru (desde 2003), a Colômbia e o Equador (desde 2004). Guiana e Suriname
tornaram-se Estados Associados em 2013. Com isso, todos os países da América do Sul fazem
parte do MERCOSUL, seja como Estados Parte, seja como Associado.
O aperfeiçoamento da União Aduaneira é um dos objetivos basilares do MERCOSUL. Como pas-
so importante nessa direção, os Estados Partes concluíram, em 2010, as negociações para a
conformação do Código Aduaneiro do MERCOSUL.
Na última década, o MERCOSUL demonstrou particular capacidade de aprimoramento institu-
cional. Entre os inúmeros avanços, vale registrar a criação do Tribunal Permanente de Revisão
(2002), do Parlamento do MERCOSUL (2005), do Instituto Social do MERCOSUL (2007), do Insti-
tuto de Políticas Públicas de Direitos Humanos (2009), bem como a aprovação do Plano Estraté-
gico de Ação Social do MERCOSUL (2010) e o estabelecimento do cargo de Alto Representante-
-Geral do MERCOSUL (2010).
Merece especial destaque a criação, em 2005, do Fundo para a Convergência Estrutural do
MERCOSUL, por meio do qual são financiados projetos de convergência estrutural e coesão so-
cial, contribuindo para a mitigação das assimetrias entre os Estados Partes. Em operação desde
2007, o FOCEM conta hoje com uma carteira de projetos de mais de US$ 1,5 bilhão, com par-
ticular benefício para as economias menores do bloco (Paraguai e Uruguai). O fundo tem con-
tribuído para a melhoria em setores como habitação, transportes, incentivos à microempresa,
biossegurança, capacitação tecnológica e aspectos sanitários.
O Tratado de Assunção permite a adesão dos demais Países Membros da ALADI ao MERCOSUL.
Em 2012, o bloco passou pela primeira ampliação desde sua criação, com o ingresso definitivo

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da Venezuela como Estado Parte. No mesmo ano, foi assinado o Protocolo de Adesão da Bolívia
ao MERCOSUL, que, uma vez ratificado pelos congressos dos Estados Partes, fará do país andi-
no o sexto membro pleno do bloco.
Com a incorporação da Venezuela, o MERCOSUL passou a contar com uma população de 270
milhões de habitantes (70% da população da América do Sul); PIB de US$ 3,2 trilhões (80% do
PIB sul-americano); e território de 12,7 milhões de km² (72% da área da América do Sul). O
MERCOSUL passa a ser, ainda, ator incontornável para o tratamento de duas questões centrais
para o futuro da sociedade global: segurança energética e segurança alimentar. Além da impor-
tante produção agrícola dos demais Estados Partes, o MERCOSUL passa a ser o quarto produtor
mundial de petróleo bruto, depois de Arábia Saudita, Rússia e Estados Unidos.
Em julho de 2013, a Venezuela recebeu do Uruguai a Presidência Pro Tempore do bloco. A
Presidência Pro Tempore venezuelana reveste-se de significado histórico: trata-se da primeira
presidência a ser desempenhada por Estado Parte não fundador do MERCOSUL.
Na Cúpula de Caracas, realizada em julho de 2014, destaca-se a criação da Reunião de Autorida-
des sobre Privacidade e Segurança da Informação e Infraestrutura Tecnológica do MERCOSUL e
da Reunião de Autoridades de Povos Indígenas. Uma das prioridades da Presidência venezuela-
na, o foro indígena é responsável por coordenar discussões, políticas e iniciativas em benefício
desses povos. Foram também adotadas, em Caracas, as Diretrizes da Política de Igualdade de
Gênero do MERCOSUL, bem como e o Plano de Funcionamento do Sistema Integrado de Mo-
bilidade do MERCOSUL (SIMERCOSUL). Criando em 2012, durante a Presidência brasileira, o
SIMERCOSUL tem como objetivo aperfeiçoar e ampliar as iniciativas de mobilidade acadêmica
no âmbito do Bloco.
No segundo semestre de 2014, a Argentina assumiu a Presidência Pro Tempore do MERCOSUL.
Entre os principais resultados da Cúpula de Paraná, Argentina, destacam-se: a assinatura de
Memorando de Entendimento de Comércio e Cooperação Econômica entre o MERCOSUL e o
Líbano; a assinatura de acordo-quadro de Comércio e Cooperação Econômica entre o MERCO-
SUL e a Tunísia; e a aprovação do regulamento do Mecanismo de Fortalecimento Produtivo do
bloco.
Em 17 de dezembro de 2014, o Brasil recebeu formalmente da Argentina a Presidência Pro
Tempore do MERCOSUL, que será exercida no primeiro semestre de 2015.

DADOS GERAIS

Composição do Bloco
Todos os países da América do Sul participam do MERCOSUL, seja como Estado Parte, seja
como Estado Associado.
Estados Partes: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai (desde 26 de março de 1991) e Venezuela
(desde 12 de agosto de 2012).
Estado Parte em Processo de Adesão: Bolívia (desde 7 de dezembro de 2012).
Estados Associados: Chile (desde 1996), Peru (desde 2003), Colômbia, Equador (desde 2004),
Guiana e Suriname (ambos desde 2013).

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Atualidades – História da América Latina Contemporânea – Prof. Thiago Scott

Objetivos
O MERCOSUL tem por objetivo consolidar a integração política, econômica e social entre os
países que o integram, fortalecer os vínculos entre os cidadãos do bloco e contribuir para me-
lhorar sua qualidade de vida.

Princípios
O MERCOSUL visa à formação de mercado comum entre seus Estados Partes. De acordo com o
art. 1º do Tratado de Assunção, a criação de um mercado comum implica:
•• livre circulação de bens, serviços e fatores de produção entre os países do bloco;
•• estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de uma política comercial con-
junta em relação a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados e a coordenação de posi-
ções em foros econômico-comerciais regionais e internacionais;
•• coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados Partes;
•• compromisso dos Estados Parte em harmonizar a legislação nas áreas pertinentes, a fim de
fortalecer o processo de integração.

Dados Básicos

1. Território
O MERCOSUL responde por 71,8% (12.789.558 km²) do território da América do Sul. Possui cer-
ca de 3 vezes a área da União Europeia.

Fonte: IBGE países (http://www.ibge.gov.br/paisesat/main.php)

2. População
Somada, a população do MERCOSUL chega a 275 milhões de habitantes. A população do
MERCOSUL corresponde a 69,78% da população da América do Sul e conta com variadas etnias
e origens.

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Fonte: FMI (http://www.imf.org/external/index.htm)

3. Produto Interno Bruto (PIB)


O MERCOSUL tem PIB nominal de US$ 3,2 trilhões e ocuparia a posição de quinta economia
mundial se fosse considerado como um único país (Fonte: World Economic Outlook Database
– FMI)

4. Comércio
O comércio dentro do MERCOSUL multiplicou-se por mais de 12 vezes em duas décadas, sal-
tando de US$ 4,5 bilhões (1991) para US$ 59,4 bilhões (2013). Oitenta e sete por cento (87%)
das exportações brasileiras para o bloco é composta de produtos industrializados.

5. Produção Agrícola
O MERCOSUL é uma potência agrícola. Ressaltam suas capacidades de produção das cinco prin-
cipais culturas alimentares globais (trigo, milho, soja, açúcar e arroz). O MERCOSUL é o maior
exportador líquido mundial de açúcar, o maior produtor e exportador mundial de soja, 1º pro-
dutor e 2º maior exportador mundial de carne bovina, o 4º produtor mundial de vinho, o 9º
produtor mundial de arroz, além de ser grande produtor e importador de trigo e milho.

6. Energia
O MERCOSUL é uma das principais potências energética do mundo. O bloco detém 19,6% das
reservas provadas de petróleo do mundo, 3,1% das reservas de gás natural e 16% das reservas
de gás recuperáveis de xisto.
O MERCOSUL é detentor da maior reserva de petróleo do mundo, com mais de 310 bilhões de
barris de petróleo em reservas certificadas pela OPEP. Desse montante, a Venezuela concorre
com uma reserva de 296 milhões de barris.
A Venezuela detém 92,7% das reservas de petróleo do MERCOSUL. O Brasil tenderá a ampliar
sua participação nas reservas de petróleo do Bloco à medida que os trabalhos de certificação
das reservas do pré-sal brasileiro progridam. Estimativas conservadoras calculam essas reser-
vas em torno de 50 bilhões de barris.

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Atualidades – História da América Latina Contemporânea – Prof. Thiago Scott

CRONOLOGIA DO MERCOSUL
26/03/1991 – Assinatura do Tratado de Assunção, que fixa metas, prazos e instrumentos para a
construção do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL).
19/09/1991 – Criação a Comissão Parlamentar Conjunta do MERCOSUL por iniciativa de depu-
tados e senadores dos Estados Partes.
29/11/1991 – Firma do Acordo de Complementação Econômica n.º 18 no âmbito da Associa-
ção Latino-americana de Integração (ALADI).
17/12/1991 – Assinatura do Protocolo de Brasília, que institui sistema temporário de solução
de controvérsias para o MERCOSUL.
05/08/1994 – Aprovação da Tarifa Externa Comum (TEC), a ser aplicada às importações de ex-
trazona, a partir de 1/1/1995.
05/08/1994 – Criação da Comissão de Comércio do MERCOSUL.
17/12/1994 – Assinatura do Protocolo de Ouro Preto, que estabelece as bases institucionais do
MERCOSUL.
15/12/1997 – Inauguração da Sede Administrativa do MERCOSUL em Montevidéu, sob a deno-
minação "Edifício MERCOSUL".
24/07/1998 – Aprovação do Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático no MER-
COSUL, Bolívia e Chile.
18/02/2002 – Assinatura do Protocolo de Olivos, que cria o Tribunal Permanente de Revisão
(TPR).
06/10/2003 – Criação da Comissão de Representantes Permanentes do MERCOSUL (CRPM),
localizada em Montevidéu, como órgão do Conselho do Mercado Comum (CMC).
01/01/2004 – Entrada em vigor do Protocolo de Olivos para Solução de Controvérsias no MER-
COSUL.
13/08/2004 – Instalação do Tribunal Permanente de Revisão, em Assunção (Paraguai).
16/12/2004 – Criação do Fundo para a Convergência Estrutural do MERCOSUL (FOCEM).
07/12/2005 – Entrada em vigor do Protocolo de Montevidéu sobre Comércio de Serviços do
MERCOSUL.
09/12/2005 – Assinatura do Protocolo Constitutivo do Parlamento do MERCOSUL.
24/05/2006 – Assinado o Protocolo de Adesão da Venezuela ao MERCOSUL.
15/11/2006 – Aprovação do primeiro orçamento do FOCEM.
14/12/2006 – Sessão Inaugural do Parlamento do MERCOSUL.
18/01/2007 – Aprovados os primeiros projetos pilotos do FOCEM.
18/01/2007 – Criação do Instituto Social do MERCOSUL.
24/02/2007 – Entrada em vigor do Protocolo Constitutivo do Parlamento do MERCOSUL.
07/05/2007 – Sessão de instalação do Parlamento, em Montevidéu.
28/06/2007 – Criação do Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML) para as transações
comerciais realizadas entre os Estados Partes do MERCOSUL.

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15/12/2008 – Criação do Fundo de Agricultura Familiar do MERCOSUL (FAF).
15/12/2008 – Aprovação do Estatuto do “Fundo MERCOSUL de Garantias a Micro, Pequenas e
Médias Empresas” (Fundo Pymes).
15/12/2008 – Aprovação do Acordo de Comércio Preferencial MERCOSUL-SACU.
01/06/2009 – Entrada em vigor do Acordo de Comércio Preferencial MERCOSUL-Índia.
24/07/2009 – Assinatura do Memorando de Entendimento para a Promoção de Comércio e
Investimentos entre o MERCOSUL e a República da Coreia.
24/07/2009 – Criação do Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos (IPPDH) do MER-
COSUL.
07/12/2009 – Criação do Fundo de Promoção de Turismo do MERCOSUL (FPTur).
23/12/2009 – Entrada em vigor do Tratado de Livre Comércio subscrito entre o MERCOSUL e o
Estado de Israel.
02/08/2010 – Aprovação de cronograma para a eliminação da dupla cobrança da TEC.
02/08/2010 – Aprovação do Código Aduaneiro do MERCOSUL (Decisão CMC n° 27/10).
16/12/2010 – Aprovação do Acordo sobre Defesa da Concorrência do MERCOSUL.
16/12/2010 – Criação da placa veicular do MERCOSUL ("Patente MERCOSUR").
16/12/2010 – Aprovação do Plano Estratégico de Ação Social – PEAS.
16/12/2010 – Instituição da Unidade de Apoio à Participação Social – UPS.
16/12/2010 – Aprovação do Plano de Ação para a conformação de um Estatuto da Cidadania do
MERCOSUL.
16/12/2010 – Adoção do Programa de Consolidação da União Aduaneira do MERCOSUL (Deci-
são CMC N° 56/10).
17/12/2010 – Criação do cargo de Alto Representante-Geral.
20/12/2011 – Assinatura de Acordo de Livre Comércio entre o MERCOSUL e a Palestina.
20/12/2011 – Assinatura do Protocolo de Montevidéu sobre Compromisso com a Democracia
no MERCOSUL (Ushuaia II).
12/08/2012 – Entrada em vigor do Protocolo de Adesão da Venezuela.
06/12/2012 – Implementação do Plano Estratégico de Ação Social.
07/12/2012 – Assinatura do Protocolo de Adesão da Bolívia ao MERCOSUL.
07/12/2012 – Criação do Fórum Empresarial do MERCOSUL.
17/12/2014 – Assinatura do Memorando de Entendimento de Comércio e Cooperação Econô-
mica entre o MERCOSUL e o Líbano.
17/12/2014 – Assinatura do Acordo-Quadro de Comércio e Cooperação Econômica entre o
MERCOSUL e a Tunísia.
Fonte: http://www.mercosul.gov.br/saiba-mais-sobre-o-mercosul

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A terra treme no Mercosul (por Celso Amorim, diplomata brasileiro e ex-ministro da


defesa)
O Mercosul passa pela maior crise desde a sua criação, em 1991. O aspecto mais imediato é o
risco de vacância da presidência, uma vez encerrado o período em que o Uruguai esteve à fren-
te do bloco.
Corretamente, Montevidéu declarou encerrado seu papel na coordenação, ao completar-se o
semestre que lhe cabia. Seu ministro do Exterior, o ex-vice-presidente Nin Novoa, declarou que
“não via impedimento” a que a Venezuela assumisse o comando.
De acordo com os documentos constitutivos do Mercosul, especialmente o Protocolo de Ouro
Preto, cujo dispositivo a esse respeito (artigo 5) ganhou, ademais, a força da tradição, a transfe-
rência ocorre por ordem alfabética. Assim é e assim deve seguir sendo.
Os outros membros do bloco, sobretudo Brasil e Paraguai, não aceitam, porém, ver Caracas na
presidência. No caso do Paraguai, além do elemento ideológico, pesa o ressentimento decor-
rente do fato de a adesão da Venezuela, que vinha sendo adiada pela não ratificação pelo Parla-
mento em Assunção, ter-se concretizado em um momento em que o governo paraguaio estava
com sua participação suspensa, em virtude do golpe parlamentar que derrubou o presidente
Fernando Lugo.
O substrato da posição paraguaia, entretanto, consiste no fato de que a Venezuela não seria um
país plenamente democrático. Preocupações semelhantes foram verbalizadas pelo presidente
Mauricio Macri, da Argentina, sobretudo no início do seu mandato.
De lá para cá, a oposição de Buenos Aires ao governo de Nicolás Maduro parece ter sido algo
suavizada, mas essa pode ser uma falsa impressão, decorrente da candidatura da chanceler Su-
sana Malcorra ao posto de secretária-geral da ONU.
E o Brasil? A explicação para o nosso “veto” ao traslado da presidência à Venezuela tem osci-
lado. Embora existam críticas à natureza do regime de Nicolás Maduro e à situação interna do
país, Brasília, inclusive pela voz do presidente interino, tem insistido mais na alegada inadim-
plência por parte de Caracas com relação às obrigações contraídas por ocasião do ingresso no
bloco.
Formalismos à parte, a ojeriza ideológica pelo chavismo ou bolivarianismo (este, por vezes, atri-
buído, de forma absurda, aos governos Lula e Dilma) parece ser o fator dominante.
A situação na Venezuela é objeto de preocupação legítima para toda a América do Sul. Aplica-
-se aí, ao lado do princípio da não intervenção, a norma de comportamento que, quando minis-
tro das Relações Exteriores entre 2003 e 2010, qualifiquei como “não indiferença”.
O caos econômico que vive aquela nação irmã, combinado à dissensão política extremada, na
qual os dois lados têm sua parcela de responsabilidade, tem o potencial de levar o país a um
conflito de extrema gravidade.
É natural que outros países – sobretudo os vizinhos, sócios da Venezuela no Mercosul e/ou na
Unasul – busquem ajudar os venezuelanos a superar a crise atual.
É, aliás, o que a Unasul está fazendo com propostas econômicas ousadas, com apoio de eco-
nomistas renomados. Caso adotadas, poderão ajudar a mitigar os efeitos mais graves da crise.

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No plano político, igualmente, a Unasul, por meio do seu secretário-geral, o ex-presidente co-
lombiano Ernesto Samper tem mobilizado ex-chefes de governo, como José Luis Zapatero, da
Espanha e Leonel Fernández, da República Dominicana. A Santa Sé também poderia, com sua
autoridade moral, contribuir para o diálogo, e – sendo algo otimista –, no mais longo prazo,
para algum grau de reconciliação nacional.
Afinal, até Estados Unidos e Cuba restabeleceram relações, depois de décadas de antagonismo
e um malsucedido bloqueio. E o governo colombiano, comandado pelo ex-ministro da Defesa
Juan Manuel Santos, e as Farc chegaram a um entendimento sobre a pacificação. Por que então
desesperar, por mais difícil que seja a tarefa, de um encaminhamento pacífico para a situação
venezuelana?
Para tanto, a meu ver, será necessário encontrar denominador comum não apenas para ques-
tões estritamente políticas, mas também garantir que avanços sociais sejam mantidos. A Vene-
zuela, diga-se, antes de Chávez, não era um modelo de equidade e boa distribuição da riqueza.
Diferentemente de 2002-2003, a situação interna do Brasil não favorece a que tenhamos um
papel central na busca desse diálogo. Mas podemos, sim, evitar ações que agravem a crise ou
levem ao isolamento do governo, aparentemente solidamente ancorado em sua base militar,
além de razoável popularidade, que apenas contribuiria para a radicalização de posições.
Um pouco de bom senso e ausência de rompantes condenatórios, que visam satisfazer uma
parte da opinião pública (ou “opinião publicada”), já seriam uma ajuda. Nesse contexto, privar
a Venezuela da presidência do Mercosul em nada contribuiria para melhorar a situação no país
vizinho. A psicologia do “cerco” nunca produziu bons resultados.
Isso não quer dizer que não seja legítimo pressionar, por meios diplomáticos normais – como
ocorre em tantas outras “inadimplências” no Mercosul – para que Caracas gradualmente vá
cumprindo com suas obrigações junto ao bloco.
A menos que o objetivo seja outro: o de contribuir para uma desestabilização maior da Vene-
zuela, sem atentar para as terríveis consequências que isso acarretaria.
De quebra, o Mercosul sairia debilitado, correndo o risco de implodir a maior empreitada de
integração (não confundir com meras áreas de livre-comércio) no mundo em desenvolvimento.

Cuba

A República de Cuba, é um país insular localizado no mar do Caribe, na América Central e Ca-
ribe. Havana é a maior cidade de Cuba e a capital do país, sendo Santiago de Cuba a segunda
maior cidade. Ao norte de Cuba se encontram localizados os Estados Unidos e as Bahamas; a
oeste está o México; ao sul estão as Ilhas Cayman e a Jamaica; enquanto que a sudeste estão
situados a Ilha de Navassa e o Haiti. A Base Naval dos Estados Unidos em Guantánamo está
situada na ilha principal, Cuba.
Em 1492, Cristóvão Colombo descobriu e reivindicou a ilha, hoje ocupada por Cuba, para o Rei-
no de Espanha. Cuba permaneceu como um território da Espanha até a Guerra Hispano-Ame-
ricana, que terminou em 1898, sendo reconhecida como um país independente pela maioria
dos países no início do século XX. Entre 1953 e 1959 ocorreu a Revolução Cubana, que removeu

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a ditadura de Fulgencio Batista e instalou um regime comunista unipartidário que mantém os


irmãos Castro no poder desde então.
Cuba é o lar de mais de 11 milhões de pessoas e é a nação-ilha mais populosa do Caribe. Seu
povo, sua cultura e seus costumes foram formados a partir de fontes diversas, tais como os po-
vos tainos e ciboneys, o período em que foi uma colônia do Império Espanhol, a introdução de
escravos africanos e a sua proximidade com os Estados Unidos. Politicamente, Cuba é o único
país socialista da América na atualidade. Em todo o mundo, apenas a China, o Laos, o Vietnã e a
Coreia do Norte seguem adotando essa forma de governo.
Cuba tem uma taxa de alfabetização de 99,8%, uma taxa de mortalidade infantil inferior até
mesmo à de alguns países desenvolvidos, e uma expectativa de vida média de 79,39 (2014). Em
2006, Cuba foi a única nação no mundo que recebeu a definição da WWF de desenvolvimento
sustentável; ter uma pegada ecológica de menos de 1,8 hectares per capita e um Índice de De-
senvolvimento Humano de mais de 0,8 em 2007.

Independência, domínio Americano e Revolução


Os primeiros movimentos em favor da independência da ilha datam do século XVIII, quando a
Espanha exigiu monopólio na comercialização do tabaco cubano, em razão da valorização deste
no mercado internacional. Os produtores de tabaco, conhecidos como vergueiros, se revolta-
ram, num movimento conhecido como Insurreição dos Vergueiros. No século seguinte houve
outros movimentos pró-independência, influenciados por movimentos semelhantes em outras
colônias. Todos foram contidos pela administração colonial cubana, que não conseguia conci-
liar os interesses da elite local com os da Coroa Espanhola.
A luta armada começou de fato em 10 de outubro de 1868, num movimento denominado Grito
de Yara. O advogado Carlos Manuel de Céspedes, em 1868, organizou um movimento denomi-
nado "República em Armas". Essa revolta contou com o apoio de várias nações americanas e
dos Estados Unidos, mas a Espanha continuou o seu domínio sobre a ilha. Posteriormente foi
organizado outro movimento, liderado por Antonio Maceo, Guillermón Moncada, Máximo Go-
mes e José Martí, sendo que esse último é até hoje considerado um dos herois da independên-
cia cubana. A tática dos guerrilheiros foi ocupar faixas do litoral e alguns pontos considerados
estratégicos. A Espanha tomou a iniciativa e realizou o que foi denominado reconcentración,
que consistia em deixar famílias camponesas isoladas em campos de concentração.
As lutas se estenderam até a intervenção dos Estados Unidos durante a Guerra de Independên-
cia Cubana, em 1898, fato considerado o estopim da Guerra Hispano-Americana. Com a derro-
ta na guerra, em 10 de dezembro de 1898 a Espanha teve de reconhecer a independência de
Cuba, além de ceder Porto Rico aos Estados Unidos, através da assinatura do Tratado de Paris.
Entretanto, os EUA passaram a ter grande influência sobre o novo país, que foi governado du-
rante quatro anos por uma junta militar que defendia os interesses americanos.
No dia 20 de maio de 1902, foi proclamada a república em Cuba, mas o governo norte-ameri-
cano, em 1901, tinha convencido a Assembleia Constituinte cubana a incorporar um apêndice à
Constituição da República, a Emenda Platt, pela qual se concedia, aos Estados Unidos, o direito
de intervir nos assuntos internos da nova república, negando à ilha, bem como à vizinha ilha de
Porto Rico, a condição jurídica de nação soberana, o que limitaria sua soberania e independên-
cia por 58 anos. Assim sendo, Cuba manteve, mesmo após a independência, estrutura econô-
mica similar àquela dos tempos coloniais, baseada na exportação de açúcar.

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De 1934 a 1959, Fulgêncio Batista foi o dirigente de facto de Cuba, ocupando a presidência de
1940 a 1944 e de 1952 a 1959. A presidência de Batista impôs enormes regulações à economia,
o que trouxe grandes problemas para a população. O desemprego se tornava um problema na
medida em que os jovens que entravam no mercado de trabalho não conseguiam encontrar
uma função para exercer. A classe média, cada vez mais insatisfeita com a queda no nível de
qualidade de vida, se opôs cada vez mais a Batista. Ainda durante essa época, Cuba se transfor-
mou numa espécie de "ilha dos prazeres" dos turistas americanos. Aproveitando o agradável
clima tropical e a beleza das paisagens naturais, foi construída toda uma infraestrutura voltada
para os visitantes estrangeiros. Nesse cenário, misturavam-se corrupção governamental, joga-
tina de cassinos, uso indiscriminado de drogas e incentivo à prostituição. À época, Cuba era o
país da América Latina com o maior consumo per capita de carnes, vegetais, cereais, automó-
veis, telefones e rádios, apesar de todos estes bens estarem concentrados nas mãos de uma
pequena elite e de investidores estrangeiros.
Reagindo a essa situação de desigualdade, um grupo de guerrilheiros comandado por Fidel
Castro começou a lutar contra o governo cubano em 1956. Após dois anos de combate, a guer-
rilha havia conquistado a simpatia popular. Em 1° de janeiro de 1959, conseguiu derrubar o
governo de Batista. Após a tomada do poder, a revolução tomou rumos socialistas. Cresceram,
então, os conflitos entre o novo governo e os interesses norte-americanos.
Em 1961, uma força militar treinada e financiada pelo governo de John F. Kennedy, composta
por exilados cubanos, tenta invadir o país através da baía dos Porcos. No ano seguinte, Cuba foi
expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA) graças à influência dos Estados Unidos,
só sendo readmitida 47 anos depois. No mesmo ano, o governo norte-americano impôs um
embargo econômico que perdura até os dias de hoje. Os graves conflitos de interesse entre
Cuba e Estados Unidos acabaram forçando a aproximação do governo cubano com a União
Soviética.
Em 1962, Cuba permitiu a instalação, em seu território, de mísseis nucleares soviéticos. Ken-
nedy reagiu duramente à estratégia militar soviética, considerando-a uma perigosa ameaça à
segurança nacional americana. Ocorreu então o episódio que ficaria conhecido como crise dos
mísseis cubanos. Numa verdadeira mobilização de guerra, os Estados Unidos impuseram um
poderoso bloqueio naval à ilha de Cuba, forçando os soviéticos a desistirem dos planos de ins-
talação dos mísseis no continente americano. A crise dos mísseis é reconhecida como um dos
momentos mais dramáticos da Guerra Fria.
Após quase cinquenta e três anos de governo de Castro, Cuba exibe seus melhores êxitos no
campo social, tendo conseguido eliminar o analfabetismo, implementar um sistema de saúde
pública universal, diminuir significativamente as taxas de mortalidade infantil e reduzir o índice
de desemprego. No campo político, no entanto, Cuba segue com um sistema de partido único,
o Partido Comunista Cubano, apontado como um sistema ditatorial, apesar de que, no país, são
realizadas dois tipos de eleições, as parciais, a cada dois anos e meio, para eleger delegados, e
as gerais, a cada cinco, para eleger os deputados nacionais e integrantes das assembleias pro-
vinciais. Até o final da década de 1960, todos os jornais de oposição haviam sido fechados, e
toda informação foi posta sob rígido controle estatal, o que se segue até os dias de hoje. Num
único ano, cerca de 20 mil dissidentes políticos foram presos. Estimativas indicam que cerca
de 15 a 17 mil cubanos tenham sido executados durante o regime. Homossexuais, religiosos, e
outros grupos foram mandados para campos de trabalhos forçados, onde foram submetidos a
"re-educação" segundo o que o Estado considera correto.

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Apesar do sucesso nas áreas de saúde, igualdade social, educação e pesquisa científica, houve
fracasso no campo das liberdades individuais, além disso, o governo de Castro também foi um
fracasso no campo econômico. Não conseguiu diversificar a agricultura do país e tampouco es-
timular a industrialização. A economia segue dependente da exportação de açúcar e de fumo.
Às deficiências do regime, soma-se o embargo imposto pelos Estados Unidos, que utilizam sua
influência política para impedir que países e empresas mantenham negócios com Cuba.
Com a dissolução da União Soviética, em 1991, a situação econômica de Cuba tornou-se extre-
mamente delicada, uma vez que os principais laços comerciais do país eram mantidos com o
regime soviético, que comprava 60% do açúcar e fornecia petróleo e manufaturas. Nesse cená-
rio de crise, o governo de Fidel Castro flexibilizou a economia, permitindo, dentro da estrutura
socialista, a abertura para atividades capitalistas. A principal delas é o turismo, que não só deu
uma injeção de capital ao país como também gerou grandes problemas, como o aparecimento
de casos de AIDS com a alta na atividade de prostituição.
Em 24 de fevereiro de 2008, com a renúncia do irmão devido a problemas de saúde, Raúl Cas-
tro assumiu o comando da ilha, prometendo algumas reformas econômicas, como o incentivo a
mais investimentos estrangeiros e a mudanças estruturais para que o país possa produzir mais
alimentos e reduzir a dependência das importações. Entretanto, o regime segue fechado no
campo político.
Apesar de seus fracassos e de acordo com seus sucessos, a Revolução Cubana é considerada
um capítulo importante da história da América Latina, por constituir o primeiro e único Estado
socialista do continente americano. Atualmente, Cuba é único país socialista do Ocidente, e um
dos poucos do mundo, ao lado da China, da Coreia do Norte, do Vietnã e do Laos.

Governo e Política
Cuba é uma república socialista, organizada segundo o modelo marxista-leninista, (partido úni-
co, sem eleições diretas para cargos executivos), da qual Fidel Castro foi o primeiro-secretário
do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e o presidente dos Conselhos de Estado e de
Ministros (presidente da República), e que governou desde 1959 como chefe de governo e a
partir de 1976 também como chefe de estado e comandante em chefe das forças armadas. Fi-
del afastou-se do poder em 1 de agosto de 2006, pela primeira vez desde a vitória da insurgên-
cia, por problemas de saúde. Seu irmão, Raúl Castro, assumiu interinamente as funções de Fi-
del (secretário-geral do Partido Comunista Cubano, comandante supremo das Forças Armadas
e presidente do Conselho de Estado), exercendo-as até 19 de fevereiro de 2008 nessa condição,
quando Fidel Castro renunciou oficialmente. Raúl Castro foi eleito novo presidente de Cuba no
dia 24 de fevereiro de 2008 em eleição de candidato único.
A política dos Estados Unidos para Cuba está permeada por grandes conflitos de interesses
que remontam ao governo de Thomas Jefferson, na primeira década do século XIX. As relações
conflituosas aprofundaram-se com a Revolução Cubana de 1959, em que os revolucionários
encabeçados por Fidel Castro Ruz promoveram reformas estatais de cunho socialista que de-
sagradavam os Estados Unidos naquele contexto da Guerra Fria. Moniz Bandeira (1998, p. 14).
A Revolução Cubana (1959), liderada por Fidel, teve apoio generalizado, até das pessoas que
não eram ideologicamente esquerdistas, pois muitos pensaram que os princípios dos revolu-
cionários eram a soberania popular, já que isso foi o que eles reivindicaram no Manifiesto de

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Montecristi. Em 1º de dezembro de 1961, no entanto, Fidel declarou-se marxista-leninista e
estabeleceu acordos com a União Soviética.
“Eu tinha a maior vontade de entender-me com os Estados Unidos. Até fui lá, falei, expliquei
nossos objetivos. (...) Mas os bombardeios, por aviões americanos, de nossas fazendas açu-
careiras, das nossas cidades; as ameaças de invasão por tropas mercenárias e a ameaça de
sanções econômicas constituem agressões à nossa soberania nacional, ao nosso povo”. Fidel
Castro, a Louis Wiznitzer, enviado especial do GLOBO a Havana, em entrevista publicada em 24
de março de 1960.
Para se defender, Fidel buscou apoio do líder soviético na época, Nikita Khrushchov, com quem
iniciou conversações em 6 de fevereiro de 1960, estabelecendo relações diplomáticas formais
com a União Soviética em 8 de maio desse ano. A União Soviética se comprometeu a adquirir
cinco milhões de toneladas de açúcar produzidas em Cuba, a facilitar a aquisição de petróleo
e cereais, prover crédito e passou a dar cobertura militar à defesa da ilha . Por outro lado, em
17 de março de 1960, o presidente Dwight Eisenhower aprovou oficialmente, e divulgou pu-
blicamente, um "plano anti-Castro", criando embargos comerciais ao livre comércio do açúcar
cubano, e à sua importação de petróleo e armamentos, e lançou uma propaganda antiCastro. O
plano de Eisenhower incluía incentivos para os exilados cubanos de Miami tentarem derrubar
Castro através de ações terroristas. Na sua campanha presidencial Kennedy acusou as políticas
de Nixon e Eisenhower de "negligência e indiferença", e de terem colaborado para que Cuba
entrasse na cortina de ferro.
Raúl prometeu "eliminar proibições" na ilha, mas reconheceu o legado de seu irmão, que ficou
mais de 49 anos a frente do poder: Nas próximas semanas, começaremos a eliminar as (proi-
bições) mais simples, já que muitas delas tiveram como objetivo evitar o surgimento de novas
desigualdades em um momento de escassez generalizada, declarou durante seu discurso de
posse. Em março de 2008 Raúl Castro liberou a venda de computadores pessoais (PC's) e DVDs
em Cuba, a venda de telefones celulares e televisores a cidadãos comuns também foi liberada.
No final de abril, Raul Castro convocou uma assembleia do Congresso do Partido Comunista
Cubano (PCC) para o segundo semestre de 2009, para redefinir os eixos políticos e econômicos
do país. O VI Congresso do PCC, quando ocorrer, terão decorrido onze anos sem que se tenha
reunido o órgão supremo de decisão política de Cuba.

Eleições gerais
Em 21 de outubro de 2007 realizaram-se em Cuba eleições gerais, com o comparecimento de
mais de 8 milhões de eleitores, para eleger os delegados das "Assembleias Municipais do Po-
der Popular" na ilha. Segundo a ministra da Justiça, María Esther Reus, têm direito a exercer o
voto cerca de 8,3 milhões de pessoas, nos 37 749 colégios eleitorais habilitados em 169 mu-
nicípios. Por ocasião da realização das eleições gerais, Fidel Castro conclamou, mais uma vez,
o presidente George W. Bush a por fim ao embargo comercial a Cuba e acusou Bush de estar
"obcecado" com Cuba. O governo dos Estados Unidos, a União Europeia e opositores cubanos
ao regime de Castro se referem às eleições cubanas como sendo um "exercício cosmético de
democracia" que exclui a oposição e é completamente supervisionado pelo partido comunista
cubano. E ativistas cubanos qualificaram as eleições como ilegítimas e inconstitucionais.
Fidel Castro renunciou à presidência em 19 de fevereiro de 2008 e seu irmão Raúl “encabeçou a
uma lista única de candidatos apresentada à Assembleia, que ratificou a cédula e o elegeu” em

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24 de fevereiro para sucedê-lo na Presidência de Cuba. O general já governava Cuba interina-


mente desde julho de 2006, devido aos problemas de saúde de Fidel, que culminaram em sua
renúncia ao cargo.

Direitos humanos
O governo cubano tem sido acusado de inúmeras violações dos direitos humanos, incluindo
tortura, detenções arbitrárias, julgamentos injustos e execuções extrajudiciais (também conhe-
cido como "El paredón"). A Human Rights Watch acusa o governo de "reprimir quase todas as
formas de dissidência política" e que "aos cubanos são sistematicamente negados direitos fun-
damentais de livre expressão, associação, reunião, privacidade, movimento e devido processo
legal." Os cidadãos não podem sair ou voltar para Cuba sem obter primeiramente uma permis-
são oficial.
Os números mostram uma tendência de evolução desfavorável, nos últimos vinte anos. Em
1978 havia entre quinze e vinte mil presos políticos em Cuba, número que subiu para cerca de
112 mil em 1986. Em 2006, apesar de uma redução substancial, ainda havia, segundo a Anistia
Internacional, entre 80 mil e 80,5 mil prisioneiros políticos na ilha. Esse número continuou a
cair significativamente nos anos seguintes. Em 2007, era de 234 e, em 2008, era de 205. "O re-
sultado óbvio é que segue a tendência, observada nos últimos vinte anos, da diminuição gradu-
al de pessoas condenadas por motivações políticas", segundo a Comissão Cubana de Direitos
Humanos, um grupo ilegal embora tolerado. Mas a comissão também chama a atenção para as
mais de mil e quinhentas detenções rápidas, feitas de forma arbitrária.
Cuba teve o segundo maior número de jornalistas presos em 2008 (a República Popular da
China foi a primeira), de acordo com várias fontes, incluindo o Committee to Protect Journalists
(CPJ), uma ONG internacional, e a Human Rights Watch.
Os dissidentes cubanos enfrentam detenção e prisão. Na década de 1990, a Human Rights Wa-
tch informou que o sistema prisional de Cuba, um dos maiores da América Latina, é composto
por cerca de 40 prisões de segurança máxima, trinta prisões de segurança mínima e mais de
duzentos campos de trabalho. Segundo a Human Rights Watch, os presos políticos, juntamente
com o resto da população prisional de Cuba, estão confinados a celas com condições precárias
e insalubres.
Os homossexuais foram uns dos mais afetados pelas violações, tendo o próprio Fidel, em 2010,
admitido que os perseguiu nas décadas de 1960 e 1970, exonerando-os de cargos públicos,
prendendo-os ou lhes enviando a campos de trabalho forçado, afirmando que foram "momen-
tos de muita injustiça".
O governo se defende salientando o respeito, em Cuba, aos direitos à saúde e à educação, à
liberdade religiosa e de associação. Além disso, acusa os Estados Unidos de limitar, com seu
embargo econômico, os direitos humanos na ilha. "Cuba é um país onde nos últimos 50 anos
não foi registrado um único desaparecido, torturado ou uma execução extrajudicial", disse, em
2009, o chanceler cubano Felipe Pérez Roque.

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Relações com os Estados Unidos
Em 15 de abril de 1959, o governo cubano adotou sua primeira reforma agrária, estabelecendo
um limite ao tamanho das propriedades rurais privadas e desapropriando o excedente, que
estava 90% nas mãos de grupos americanos. O governo ofereceu em pagamento pelas terras
desapropriadas o mesmo valor usado para a cobrança do imposto territorial rural das proprie-
dades. A primeira propriedade rural a ser desapropriada foi, simbolicamente, a propriedade da
família de Castro – com quatorze mil hectares de terra, chamada Macanas – localizada próximo
ao povoado de Birán, Mayarí, na fértil região da antiga província do Oriente (hoje província de
Holguín); a sua mãe, a agora ex-latifundiária Lina Ruz, foi viver para o México.
Em janeiro de 1960 Cuba desapropriou 28.328 hectares de terras pertencentes a usinas açuca-
reiras americanas, que incluíam 14.164 ha de pastos e florestas de propriedade da United Fruit
Company; a United Fruit ainda continuaria detendo outros 95.100 ha de terras férteis em Cuba.
Em 1901, durante a ocupação militar de Cuba pelos Estados Unidos, a United Fruit adquirira
81000 ha de terras de fazendeiros cubanos endividados, na região cubana de Oriente – a mais
fértil da ilha – ao preço de US$ 2,47 o hectare.
Em 6 de junho de 1960, Cuba solicitou a duas refinarias de petróleo norte-americanas – Texaco
e Esso – e uma neerlandesa, Shell, que refinassem uma partida de óleo importada da Rússia. As
três companhias se recusaram a refinar o petróleo russo. Em 28 de junho Cuba nacionalizou as
três refinarias.
Em 5 de julho, Cuba determina a nacionalização de todos os negócios e propriedades comer-
ciais americanas. Em 6 de julho o presidente Eisenhower retaliou, com autorização do congres-
so americano, e reduziu em 700.000 toneladas a quota de importação de açúcar cubano pelos
EUA.
Esses conflitos marcaram o início de uma relação diplomática conflituosa entre os Estados Uni-
dos e Cuba, perdura até os dias de hoje, como fica visível nos discursos anti-americanos de
Fidel Castro e nas posições diplomáticas dos EUA, que mantêm sanções econômicas à ilha, as
quais foram condenadas por 15 vezes pela Assembleia Geral das Nações Unidas. A última reso-
lução da Organização das Nações Unidas, aprovada dia 8 de novembro de 2006, por 183 votos
a favor, quatro contra (Israel, Ilhas Marshall, Palau e Estados Unidos) e uma abstenção (Micro-
nésia) "reiterou os apelos da Assembleia Geral das Nações Unidas para que todos os Estados
se abstenham de promulgar e aplicar leis e medidas não conformes com suas obrigações de
defender a liberdade do comércio e da navegação."
As políticas propostas por Eisenhower e Nixon em relação a Cuba, aliadas às desapropriações
dos 14164 ha das terras mais férteis da ilha, que estavam em mãos da United Fruit Company,
(hoje Chiquita Brands International), dos bens dos mafiosos norte-americanos que, associados
a Fulgêncio Batista, exploravam os casinos e a prostituição – inclusive infantil – em Cuba, e a
desapropriação de várias outras propriedades de empresas dos EUA – fatos que se somaram à
recusa das refinarias de petróleo norte-americanas em refinar o petróleo russo, forçando sua
ocupação militar para evitar o total colapso da economia cubana, e sua posterior desapropria-
ção – acabaram resultando em relações tensas, entre Cuba e os EUA.
Houve frequentes episódios de confronto aberto, que resultaram afinal no rompimento de re-
lações diplomáticas, em 3 de janeiro de 1961. O rompimento se deveu a incidentes que inclu-
íram desde os bombardeios da ilha por aviões piratas norte-americanos decolando da Flórida
para incendiar canaviais cubanos, até uma desastrada tentativa de invasão da ilha, autorizada

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por John Kennedy e organizada pela CIA, sob o codinome de "operação Magusto", com a cola-
boração da Máfia, no episódio que ficou mais conhecido como a "invasão da Baía dos Porcos"
(denominada Operação Mongoose, nos planos quasi-terroristas dos militares norte-america-
nos) ou a Operação Northwoods, de 1962.

Relações com organizações multilaterais


Em 1962, Cuba foi expulsa da Organização dos Estados Americanos, que passou a apoiar o em-
bargo econômico. Todavia, o país já fez vários acordos, com cinco países (Espanha, França, Su-
íça, Reino Unido e Canadá), para o pagamento de indenizações relativas às propriedades desa-
propriadas pela revolução. Esses acordos foram o resultado de prolongadas negociações com
cada país envolvido, de governo para governo. Os pagamentos foram efetuados em prestações
e, em alguns casos, como o da Espanha, com a troca de produtos comerciais ao invés de di-
nheiro. Os Estados Unidos se recusam a participar de negociações com Cuba, e as corporações
norte-americanas desapropriadas consideram insatisfatórios os termos dos acordos já realiza-
dos com outros cinco países.

Governo Raúl Castro


Após ter permitido a venda de alguns produtos a cubanos, o governo de Raul Castro começou
a ser melhor visto pela midia internacional, inclusive, com a expectativa de que Chanceleres
europeus retirem as sanções contra Cuba.
Em junho de 2008 a União Europeia aceitou abrir mão das sanções diplomáticas contra Cuba
abriu um processo de diálogo político incondicional com a ilha. A decisão foi tomada apesar dos
pedidos dos Estados Unidos para que os países mantivessem uma postura dura contra Havana.

Fim da exclusão da OEA


Em 3 de junho de 2009, a Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou por consenso a
anulação da resolução de 1962, que expulsava a ilha da organizaçãoNa época, a expulsão ocor-
reu sob pressão dos Estados Unidos, no contexto da Guerra Fria, quando a ilha se aproximava
do bloco socialista soviético. Contudo todos os governos do continente restabeleceram contato
com a ilha, com exceção dos EUA.
Um grupo de trabalho instituído para debater o assunto apresentou a proposta à chanceler
hondurenha, Patrícia Rodas, que presidia à Assembleia Geral. A proposta então foi aceita por
aclamação. A decisão histórica permite que Cuba seja reincorporada caso manifeste vontade,
embora o governo cubano já tenha declarado em várias ocasiões não ter interesse em retornar.
No mesmo dia 3 de junho, o ex-presidente Fidel Castro, em artigo publicado no Granma, acusa-
va a OEA de ter aberto as portas "ao cavalo de Troia [os Estados Unidos] que apoiou as reuniões
de cúpula das Américas, o neoliberalismo, o narcotráfico, as bases militares e as crises econô-
micas." Nos últimos anos, governos de esquerda do sub-continente também têm defendido a
formação de um grupo regional alternativo à OEA, sem a presença dos EUA.
Horas antes da resolução da assembleia da OEA, sete deputados americanos, a maioria deles
republicanos, haviam apresentado um projeto de lei que suspende o apoio financeiro dos Esta-
dos Unidos à organização, caso Cuba seja readmitida como país-membro do grupo

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2 matérias do El País sobre Cuba

DIÁLOGO DEPOIS DE CINCO DÉCADAS


Nova era entre dois históricos adversários
Aproximação entre EUA e Cuba acaba com último resquício da Guerra Fria na América
O norte-americano Alan Gross é solto em Cuba após passar cinco anos preso
MARC BASSETS . Washington 17 DEZ 2014
A Guerra Fria terminou nesta quarta-feira na América. Um quarto de século depois da queda do
muro do Berlim, Estados Unidos e Cuba deram o primeiro passo para normalizar suas relações
e encerrar uma das últimas anomalias da política externa norte-americana: um sistema de san-
ções em vigor desde 1961, que afinal foi inútil para seu propósito, o fim do regime dos irmãos
Castro. O presidente Barack Obama anunciou o início de conversações com a ilha para restabe-
lecer as relações diplomáticas, rompidas há 53 anos, e para abrir uma embaixada em Havana.
Obama determinou uma revisão da presença de Cuba na lista de patrocinadores do terrorismo.
Washington facilitará as viagens e o comércio. O degelo foi anunciado horas após a revelação
de que haveria uma troca de dois presos norte-americanos em Cuba por três cubanos que es-
tão nos EUA. O acordo, depois de uma conversa de Obama com Raúl Castro, é resultado de
mais de um ano de negociações, nas quais o Papa teve um papel central.
O presidente Obama, que em 2009 chegou à Casa Branca com a promessa de dialogar com os
líderes rivais, justificou a decisão pela ineficácia das sanções diplomáticas e do embargo comer-
cial. “No final das contas”, disse em uma declaração solene, “esses 50 anos demonstraram que
o isolamento não funcionou. Chegou a hora de um novo enfoque”.
A tensão marcou as relações com Cuba por parte de todos os presidentes norte-americanos
desde Dwight Eisenhower. Nesse período, o exílio cubano transformou o sul da Flórida. A pres-
são para evitar qualquer concessão aos Castros, afiliados à União Soviética durante a Guerra
Fria, e o desinteresse de Havana pela perda do argumento de vítima do embargo, frearam as
tentativas e aproximação.
As medidas anunciadas nesta quarta-feira por Obama –ao mesmo tempo em que Raúl Castro
se dirigia aos cubanos pela televisão– rompem a política dos EUA e se deparam com uma forte
resistência no Congresso, refratário até agora a qualquer sinal de distensão se, em troca, Cuba
não se democratizar. Líderes republicanos como o senador Marco Rubio, filho de cubanos, pro-
meteram fazer o possível para, em suas palavras, “bloquear essa tentativa perigosa e desespe-
rada do presidente de abrilhantar seu legado às custas do povo cubano”
Obama não pode levantar por sua conta o embargo, um complexo emaranhado normativo.
Suprimir boa parte das sanções econômicas requer a aprovação do Congresso. Mas ele dispõe,
sim, de margem para relaxar a tensão, e essa é a via que adota com a anuência do presidente
Castro. A conversa telefônica de Obama e Castro – a primeira oficial de um líder norte-america-
no e outro cubano desde a Revolução Cubana, em 1959– foi o ponto culminante na terça-feira
de meses de negociações secretas entre emissários da Casa Branca e do Governo cubano. Oba-
ma e Castro falaram por cerca de uma hora.

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Na primeira hora desta quarta-feira a Casa Branca anunciou que Cuba libertava Alan Gross,
um subcontratado norte-americano preso em Havana desde 2009, e também um misterioso
espião de nacionalidade cubana, que trabalhava para os EUA e estava havia quase vinte anos
preso. Em troca, os EUA soltaram três espiões cubanos que estavam havia mais de uma década
detidos no país. A Casa Branca insistiu durante anos que a detenção de Gross era o obstáculo
decisivo para qualquer aproximação.
A negociação tinha começado muito antes, em junho de 2013. Os emissários se reuniram várias
vezes no Canadá. A reunião decisiva se realizou neste semestre no Vaticano. O papa Francisco
atuou como mediador.
Obama e o papa abordaram o problema em março, quando o presidente dos EUA visitou Roma.
E em meados do ano Francisco enviou uma carta a Obama e a Castro na qual fazia um chama-
mento para que resolvessem a detenção dos presos em ambos os países.
O ocorrido nesta quarta-feira é o primeiro gesto de aproximação de Obama em relação a Cuba.
Nos seis anos em que está na Casa Branca, ele suavizou as condições para que os cubano-ame-
ricanos viajassem para a ilha e enviassem remessas de dinheiro. Em paralelo, Castro adotou
algumas medidas para liberalizar a economia cubana.
O contexto mudou nos EUA e no sul da Flórida em relação à Guerra Fria e os anos posteriores à
dissolução do bloco soviético. Miami já não é a capital dos exilados intransigentes, como foi em
outra época, embora esse grupo mantenha uma decisiva influência política em Washington. As
novas gerações de cidadãos de origem cubana se distanciam das posições mais duras contra o
castrismo. Uma pesquisa recente indicou que 52% da comunidade cubana em Miami se opõe à
manutenção do embargo.
Figuras eminentes da comunidade, como o magnata do açúcar Alfy Fanjul, também se pro-
nunciaram a favor de uma mudança de política. E o big business –o mundo da grande empresa
norte-americana– não quer perder oportunidades de negócios em uma futura Cuba aberta ao
capitalismo.
O argumento de Obama para defender a normalização não é que os EUA devam abandonar a
bandeira dos direitos humanos e da democracia em Cuba, mas que a melhor maneira de pro-
movê-la é abrindo-se à ilha. Daí o fato de Obama insistir na prioridade de medidas para facilitar
o comércio –as instituições financeiras dos EUA poderão abrir contas em bancos cubanos– e as
viagens: como na Espanha dos anos 60, essa pode ser a melhor maneira para que circulem as
ideias que acabem precipitando a mudança.
Para o Governo Obama, abrir-se a Cuba é uma questão de interesse nacional. A Casa Branca
admite que a tensão era um obstáculo nas relações com o restante da América Latina. Em abril
está previsto que Obama compareça com Castro à cúpula das Américas no Panamá.
Se as medidas desembocarem em uma normalização plena, será eliminado o último resquício
da Guerra Fria na América Latina. Não é o único no mundo. Além da pendência das negocia-
ções com o Irã, resta a Coreia do Norte.

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MORRE FIDEL CASTRO
A Cuba de Fidel, uma mudança de rumo ainda não concluída
Fidel morre depois de lutar durante meio século por um igualitarismo impossível
JUAN JESÚS AZNAREZ 26 NOV 2016
Fidel Castro morreu na noite de sexta-feira depois de batalhar durante mais de meio século por
um igualitarismo impossível, e sem ter conseguido construir em Cuba a pátria socialista e prós-
pera ambicionada pelo líder da guerrilha que em 1959 derrubou Fulgencio Batista. Seu irmão
mantém a tentativa, sem renunciar ao poder político. Morreu sem ser derrubado, nem assassi-
nado, pelos Estados Unidos, que tentaram várias vezes desde os tempos de Dwight Eisenhower.
Uma vida inteira no poder, na utopia revolucionária, e na sala de máquinas de uma nação cuja
influência geopolítica superou seu tamanho. O histórico comandante da Sierra Maestra deixou
este mundo depois de ter passado o bastão a Raúl Castro, outro chefe do Exército Rebelde, que
conduz o país rumo a objetivos econômicos e sociais mais de acordo com o século XXI, com re-
formas estruturais importantes, ainda que sem abri-lo ao pluralismo político, nem renunciar ao
regime de partido único, o Partido Comunista de Cuba.
Fidel Castro morreu aferrado a suas teses, venerado pelos seus e polemizando com aqueles
que o acusavam de negar as liberdades e ter aversão à democracia. Excepcional em todos os
sentidos, foi um dos protagonistas da Guerra Fria (1945-1989), durante o enfrentamento políti-
co, ideológico e econômico do século XX entre dois blocos de nações sob as ordens dos Estados
Unidos e da União Soviética. Sua liderança determinou o futuro de uma ilha colada à costa da
Flórida, a 150 quilômetros do inimigo ianque, e também o nascimento de guerrilhas na América
Latina, na África e em outras partes do planeta, à sua imagem e semelhança. Poucos anos antes
de sua morte, reconhecia que o centralismo imperante em seu país, o paternalismo do Estado,
o intervencionismo oficial inflexível, o modelo, “não serve nem a nós mesmos”. Aprovava, com
mais resignação do que entusiasmos, as reformas em curso na maior das Antilhas, cujo objetivo
é evitar o naufrágio do sistema e conseguir melhor bem-estar para os 11 milhões de cubanos.
Como é a Cuba deixada por Fidel Castro? Qual foi sua evolução? A revolução mais importante
da América Latina contemporânea, admirada como exemplo anti-imperialista pela esquerda
radical, e denunciada como totalitária por seus detratores, observa o falecimento de seu fun-
dador em meio às transformações de novas mudanças socioeconômicas: imersa em uma aber-
tura complexa imprescindível para sua sobrevivência. A partir do absolutismo e da prevalência
do Partido Comunista em todos os âmbitos, as transformações em curso parecem profundas
quanto a sua implementação no setor privado, e chegaram empurradas pela necessidade. Mas
não são improvisadas. Alguns analistas citam como data inicial do processo em marcha o ano
de 1997, quando Raúl realizou sua primeira viagem à China da coabitação entre o comunismo
e o capitalismo, e comprovou que esse matrimônio sui generis era possível. Fidel nunca quis
ser o Gorbachov de Cuba, mas não se tratava de instaurar um arco-íris de partidos, mas sim de
aprovar mecanismos de mercado para impedir que as graves carências nacionais e a contínua
deterioração dos principais avanços revolucionários levassem à queda do sistema. “O povo de-
pende do Estado e o Estado está falido”, resumiu à época Andy Gómez, diretor do Instituto para
os Estudos Cubanos na Universidade de Miami.
A fragilidade financeira do Estado responde à sua própria estrutura, à biografia de um homem
que em 1958 negou ser comunista, se declarou socialista em 15 de abril de 1961, marxista-

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-leninista em 1º de dezembro daquele ano, e aboliu a propriedade privada sete anos depois. As
multinacionais norte-americanas e mais de 50.000 pequenos comércios foram expropriados.
Tudo passou para as mãos do Estado, e o exílio de empresários, comerciantes e profissionais
ocorreu em massa. Depois da ruptura diplomática com os Estados Unidos, em 1961, o alinha-
mento de Fidel Castro com a desaparecida União Soviética, que havia começado em agosto
de 1959 com um simbólico acordo comercial, ativou o embargo norte-americano à ilha, ainda
hoje vigente, e no qual Cuba coloca a culpa pela maioria de seus problemas. Inevitavelmente,
a política externa castrista entrou em colisão com os interesses norte-americanos durante os
anos duros da Guerra Fria, e continuou nessa linha depois. O choque estava posto, uma vez que
o proselitismo ideológico e logístico de Castro na América Latina das injustiças sociais enfurecia
Washington, irritada também por seu apoio militar, de 1975 a 1991, ao Movimento para a Li-
bertação de Angola (MLA), que conteve o Governo graças aos fuzis cubanos.
Mas no final dos anos 1980 tudo mudou depois de 33 anos de revolução e de estreita coalizão
com o Kremlin. Cuba quase afundou após a desintegração da URSS, seu principal fornecedor
de bens e serviços, e fonte creditícia, militar e tecnológica, a preços políticos. “Foi um golpe
destruidor. Foi como se o sol deixasse de nascer”, admitiu Castro em 2008. A interrupção do
maná moscovita, somado à obsolência do modelo produtivo cubano, provocaram uma queda
de 35% do PIB entre os anos 1989 e 1993, e foram necessárias medidas de urgências contrárias
às convicções de Fidel Castro. Não havia outra solução, porque desapareceu de repente 85% do
comércio nacional, que se concentrava na União Soviética e nos “países irmãos” do leste euro-
peu. Sem recursos nem crédito suficientes para se abastecer nos mercados internacionais, que
só entendem a linguagem de dólares, ienes e das moedas fortes, o problema da revolução era
maiúsculo.
Os cubanos sofreram 120 meses de calamidades desde que em 29 de agosto de 1990 o jornal
oficial Granma anunciou as primeiras medidas restritivas para enfrentar a escassez de energia,
combustíveis e cesta básica. Os preços no mercado negro dispararam até 400%. O plano conce-
bido então pretendia que a iniciativa privada, o investimento externo direto e o turismo, entre
outras fontes de receita, proporcionassem à população o que o Estado não podia garantir. A
economia era 90% de propriedade do Estado, cujos tentáculos abarcavam praticamente todos
os setores, com exceção de algumas parcelas agrícolas e pouca coisa mais. Foi autorizado o in-
vestimento direto de capital estrangeiro, através da criação de empresas mistas com controle
majoritário de Cuba, a entrada de remessas familiares e as visitas de parentes cubanos que mo-
ravam no exterior. A despenalização da posse de divisas em 1993 e a transformação de um bom
número de empresas estatais em cooperativas agrícolas foram outras medidas de urgência.
Os camponeses receberam terras em usufruto, foram autorizados alguns trabalhos por conta
própria, e o peso cubano conversível, o CUC, entrou em circulação em 1994 junto com o dólar
e em paralelo com o desvalorizado peso cubano. A série de mudanças descentralizadoras e a
austeridade de guerra miravam contra o desabastecimento, a inflação, o aumento da crimi-
nalidade e da prostituição e o início de protestos sociais de fundo político. Durante o biênio
1993-94, cerca de 35.000 pessoas fugiram de Cuba na chamada crise dos balseiros. Os Estados
Unidos observaram então a possibilidade de que eventuais revoltas nas ruas pudessem romper
o imobilismo do regime, ou inclusive provocar a defenestração de Castro. Com esse objetivo
apertaram as medidas de isolamento mediante a aprovação, em 1992, da Lei Torricelli e, em
1996, da Lei Helms-Burton, que punem as empresas estrangeiras com negócios na ilha.
Paralelamente, a direção comunista aplicou o lema vigente desde 1º janeiro de 1959, e aplica-
do até a morte de seu inspirador. “Com a revolução, tudo; contra a revolução, nada”, ou quase

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nada. Os dissidentes foram sufocados, e foram presos os “criminosos pagos pelo imperialismo”.
Cuba foi ao fundo do poço, mas as medidas aplicadas durante o denominado Período Especial
evitaram seu colapso. Dois novos sócios, China e a Venezuela de Hugo Chávez, preencheram,
de alguma forma, o vazio deixado pela URSS, mas nada era mais igual. No Palácio da Revolução
chegou-se à conclusão de que, a longo prazo, só com os próprios meios seria possível a salva-
ção.Os analistas do Governo ponderavam as consequências da diminuição do aparato estatal e
da eliminação da política de subsídios aplicada por Fidel Castro, quando a situação sofreu uma
reviravolta inesperada: em 31 de julho de 2006 uma grave crise intestinal deixou o comandante
em chefe à beira da morte e o afastou de todos os seus cargos, assumidos por seu irmão mais
novo até sua designação oficial como presidente dois anos depois.
A globalização da crise norte-americana de 2008 e outros fatores agravaram a debilidade da
economia cubana, cuja crise havia adquirido a categoria de crônica pela recorrência de suas
causas. A partir de então, Raúl Castro deu o sinal verde e autorizou reformas socioeconômicas
que multiplicam o número e a profundidade das medidas do Período Especial. Não apenas se
ampliou o usufruto privado de terras de cultivo ociosas e se aprovou a demissão de centenas
de milhares de trabalhadores públicos, entre 10% e 35% da força de trabalho, para tentarem
sua recolocação no emergente setor privado. O VI Congresso do Partido Comunista, em 2010,
foi além. Na verdade, significou a arrancada de um processo de reformas e de expansão da ini-
ciativa privada, do trabalho por conta própria, sem precedentes na história de uma revolução
que foi refratária à abertura durante décadas. “O império aproveita qualquer liberalização para
tentar nos destruir”, era a justificativa.
Cuba, segundo um dos acordos daquele conclave comunista, promoveria as modalidades de
investimento externo, as cooperativas de agricultores, os usufrutuários, os arrendatários, os
trabalhadores por conta própria e as formas de produção “que poderiam surgir para contribuir
para elevar a eficiência”. O Partido Comunista, que aprovou mais de 300 medidas de conteúdo
econômico e social, os chamados Alinhamentos, destacou que a política econômica não esque-
cerá que “o socialismo significa igualdade de direitos e de oportunidades para todos os cida-
dãos, não igualitarismo, e se ratifica o princípio de que na sociedade socialista cubana ninguém
ficará desamparado”.
Foram inovações aprovadas com Fidel Castro ainda vivo, mas já afastado do painel de controle:
os empreendedores, os trabalhadores por conta própria, mais de meio milhão, podem contra-
tar empregados em seus restaurantes, barbearias, comércios e negócios autorizados. Com as
restrições estabelecidas nas leis e as licenças, teve início a atividade imobiliário com a compra
e venda de moradias, e também de veículos, e se autoriza a posse de computadores e celula-
res, apesar de o acesso à Internet ainda ser bastante limitado e lento.Nunca antes os cubanos
tinham estado tão comunicados. Além disso, se permitiu sua saída ao exterior e o retorno à ilha
de quem quisesse voltar, incluindo os dissidentes, sobre os quais se exerce um controle dife-
rente, mais sofisticado, menos carcerário.Apareceram os impostos e desapareceu a proibição
de acesso dos cubanos aos hotéis e centros turísticos; também passaram ao esquecimento ou
foram descatalogados os slogans propagados por Fidel Castro durante os anos da ortodoxia: A
Batalha de Ideias, as microbrigadas, as escolas do campo, a “revolução energética” e os “do-
mingos vermelhos”.
As mudanças não vão levar, por enquanto, a um predomínio da economia de mercado, capi-
talista, sobre a estatal, segundo Oscar Fernández, professor da Universidade de Havana, mas
o desenvolvimento do processo pode ganhar vida própria. Nos últimos anos foram aprovadas
mais iniciativas de abertura do que em meio século de revolução. Salvo imponderáveis que po-

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dem acelerar as reformas ou prejudicá-las, a modificação do funcionamento econômico levará


anos, pois as barreiras culturais, ideológicas e estruturais erguidas em Cuba durante a perse-
guição pela utopia igualitária foram muitas e sólidas. Apesar de tudo, estão ocorrendo muitas
coisas em diferentes níveis “e não necessariamente nós estamos todos vendo que esse novo
modelo, com essas novas regras de funcionamento, está gerando determinados comportamen-
tos que depois fazem surgir determinados atores”.
Um dos velhos atores, Fidel Castro, não poderá presenciar a guinada dada em sua revolução, à
qual se dedicou de corpo e alma desde os anos milicianos, nem tampouco poderá testemunhar
o grau de perícia do novo piloto no comando, seu irmão Raúl, que tenta salvar o terreno atua-
lizando seus fundamentos, insuflando liberdade econômica e social, mas não política. Busca o
maior bem-estar material de seus compatriotas evitando disparates como os aparecidos na sua
época no Diário Oficial, que regulamentou a venda de alimentos pelos camponeses aos hotéis
com ressalvas desse teor: podiam vender ovos de galinha e de codorna, mas de pato, não.

Bolívia

Antes da colonização europeia, a região andina boliviana fazia parte do império Inca — o maior
império da era pré-colombiana. O império Espanhol invadiu e conquistou essa região no século
XVI. Durante a maior parte do período colonial espanhol, este território era chamado Alto Peru
ou Charcas e encontrava-se sob a administração do Vice-Reino do Peru, que abrangia a maioria
das colônias espanholas sul-americanas. Após declarar independência em 1809, dezesseis anos
de guerras se seguiram antes do estabelecimento da república, instituída por Simón Bolívar, em
6 de agosto de 1825. Desde então, o país tem passado por períodos de instabilidade política,
ditaduras e problemas econômicos.
A Bolívia é uma república democrática, dividida em nove departamentos. Geograficamente,
possui duas regiões distintas, o altiplano a oeste e as planícies do leste, cuja parte norte perten-
ce à bacia Amazônica e a parte sul à Bacia do Rio da Prata, da qual faz parte o Chaco boliviano. É
um país em desenvolvimento, com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) médio e uma
taxa de pobreza que atinge cerca de 60% da população. Dentre suas principais atividades eco-
nômicas, destacam-se a agricultura, silvicultura, pesca, mineração, e bens de produção como
tecidos, vestimentas, metais refinados e petróleo refinado. A Bolívia é muito rica em minerais,
especialmente em estanho.
A população boliviana, estimada em 10 milhões de habitantes, é multiétnica, possuindo ame-
ríndios, mestiços, europeus, asiáticos e africanos. A principal língua falada é o espanhol, em-
bora o aimará e o quíchua também sejam comuns. Além delas, outras 34 línguas indígenas são
oficiais. O grande número de diferentes culturas na Bolívia contribuiu para uma grande diversi-
dade em áreas como a arte, culinária, literatura e música.

Governo Evo Morales


Nas eleições presidenciais de Dezembro de 2005, Evo Morales conseguiu sair como vencedor
ao obter 53,74% dos votos, frente a 28,59% de seu principal opositor, Jorge Quiroga. Pela pri-
meira vez na Bolívia um indígena sobe ao poder mediante o voto popular por uma margem
considerável sobre o segundo lugar.

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Morales é apoiado pelos camponeses indígenas do pobre Altiplano Andino, que falam idiomas
autóctones como o quéchua e o aimará, enquanto seus adversários são os políticos das provín-
cias das planícies, que fazem fronteira com Brasil, Paraguai e Argentina, e têm forte presença
branca, concentrando historicamente o poder econômico do país.
Em seus primeiros discursos declarou a necessidade da nacionalização dos hidrocarbonetos,
cuja exploração se encontra em propriedade das petrolíferas transnacionais, principalmente a
brasileira Petrobras, através de concessões que catalogou como nulas de pleno direito. Metade
do gás natural consumido em todo o Brasil é de origem boliviana.
Poucos dias depois das eleições foi vítima de um trote de uma rádio espanhola: um dos seus
integrantes se fez passar pelo presidente do Governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero,
felicitando-0 por se unir ao "eixo com os irmãos cubanos e o irmão Chávez". O trote foi re-
transmitido no espaço La Mañana da emissora católica COPE, dirigida pelo jornalista Federico
Jiménez Losantos. Morales declarou o seu apoio às políticas dos presidentes considerados de
esquerda da América Latina nas últimas décadas: Fidel Castro, Luiz Inácio Lula da Silva, Néstor
Kirchner e em especial do presidente venezuelano Hugo Chávez.
Um de seus primeiros atos como presidente foi o de reduzir seu salário em 57% para US$1.875
por mês. Morales anunciou também sua intenção de levar aos tribunais seu predecessor, o
ex-presidente interino, Eduardo Rodríguez, e o então ministro da Defesa, Gonzalo Méndez Gu-
tiérres, acusando-os de traição à Pátria por terem transferido 28 mísseis terra-ar MHN-5, de
fabricação chinesa que se encontravam nos arsenais bolivianos, para os Estados Unidos, a fim
de serem "desativados".

Nacionalização das reservas de petróleo e gás natural


Em 1º de maio de 2006, Evo Morales declara a nacionalização dos hidrocarbonetos e das refi-
narias, postos e distribuidores de petróleo, gás e derivados, além de tornar o governo boliviano
sócio majoritário dessas indústrias, detendo 50% mais 1 das ações.
A empresa responsável pela extração destes bens naturais se tornou a Yacimientos Petrolíferos
Fiscales Bolivianos (YPFB). Pela falta de pessoal qualificado e diminuição de sua atuação após
privatização de 1996, técnicos venezuelanos foram cedidos para assessorar a auditoria e pro-
dução de gás e petróleo.
As grandes prejudicadas foram a empresa britânica British Gas, a estadunidense Exxon-Mobil,
a hispano-argentina Repsol YPF, além da estatal brasileira Petrobrás, maior produtora de gás da
Bolívia, que investiu mais de 1 bilhão de dólares naquele país.
A maior parte do gás natural consumido no Brasil em 2006, 52% do total, é proveniente destas
reservas, o que justifica a preocupação dos empresários brasileiros com a nacionalização.
Em face do ocorrido, a presidência da Petrobrás chegou a anunciar que não realizaria os inves-
timentos previstos na Bolívia para os meses subsequentes. No entanto, o presidente do Brasil
na época, Lula, declarou para a imprensa que não considera a situação como "uma crise", afir-
mando que as divergências seriam resolvidas com diálogo e que os investimentos para a conso-
lidação e ampliação da rede de gás natural que interliga a Bolívia, Argentina e Brasil, a princípio,
continuariam.

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Atualidades – História da América Latina Contemporânea – Prof. Thiago Scott

Uma alternativa idealizada pela Petrobrás para o diminuir a dependência brasileira do gás na-
tural boliviano seria aumentar a produção de gás natural no próprio Brasil, investindo R$17
bilhões para aumentar a exploração de gás nas Bacias de Campos e de Santos, e transportá-lo
em um gasoduto direcionado para o mercado brasileiro, o que seria possível a partir de 2008.

Referendo 2008
Em dezembro de 2007, em meio a uma tensa situação política relacionada com o processo
constituinte, Morales lançou a proposta de submeter-se, juntamente com todos os governado-
res, ao referendo revogatório, um referendo previsto pela constituição da Bolívia que submete
os ocupantes dos cargos à uma nova votação.
Assim, em 10 de agosto de 2008, o povo boliviano votou para decidir se queriam ou não que o
presidente, Evo Morales, seu vice-presidente, Álvaro García Linera, e oito dos nove governado-
res do país continuassem em seus cargos.
Dia 16 de agosto de 2008 a Corte Nacional Eleitoral da Bolívia confirmou os resultados, que
deram a esmagadora vitória do presidente Evo Morales, que acaba de cumprir a metade de seu
mandato de cinco anos. Ele foi ratificado no cargo com 67,41 por cento dos votos válidos.
Além de Morales, também foram ratificados os governadores de quatro departamentos que
formam a chamada "meia lua" opositora e são liderados por Rubén Costas, de Santa Cruz. Ou-
tros quatro governadores opositores às políticas de Morales não obtiveram o número necessá-
rio de votos e perderão seus mandatos.
Morales perderia o cargo se tivesse no mínimo 53,74% dos votos "não". Para a revogação dos
mandatos dos governadores uma nova norma da Corte Nacional Eleitoral, que foi aprovada
na semana que precedeu ao referendo, determinou que eles precisam ter 50% de votos "sim"
para vencer. Caso perdesse, Morales deveria convocar imediatamente novas eleições gerais,
que podem ocorrer entre 90 e 180 dias depois da divulgação oficial do resultado. Os governa-
dores que foram revogados deixarão suas funções, e o cargo será declarado vago. O presidente
terá que indicar um novo governador, que exercerá as funções até a nova eleição.

Crise
A crise de setembro de 2008 na Bolívia começou com protestos contra o Presidente Evo Mora-
les que exigem maior autonomia para os departamentos do leste do país, que está em estado
de sítio. Manifestantes escalaram os protestos destruindo infra-estrutura de gás natural e pré-
dios do governo. Em Taiguati, no Chaco boliviano (departamento de Tarija), um grupo de oposi-
tores ao governo assumiu o controle do gasoduto através do qual o gás combustível é escoado
rumo ao Brasil. A violência entre os que apoiam Morales e os seus oponentes já resultou em
quase trinta mortes, segundo o governo. O Brasil se posicionou no sentido de tentar mediar as
negociações de ambos os lados.

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Notícias do EL País

Evo Morales anuncia candidatura à reeleição para um quarto mandato


Os bolivianos votaram contra mudança que possibilitaria que ele se apresentasse novamente
FERNANDO MOLINA. La Paz 19 DEZ 2016.
O IX Congresso Extraordinário do Movimento para o Socialismo (MAS), que acaba de ser encer-
rado depois de dois dias de sessões, aprovou a defesa da possibilidade de reeleição para o plei-
to de 2019, pela quarta vez consecutiva, de seu líder Evo Morales, presidente da Bolívia desde
2006. Para isso, segundo a resolução aprovada pelos presentes por aclamação, há “quatro vias”
para o Governo escolher de forma a que a nova reeleição de Morales “não se afaste nenhum
milímetro da lei”. “Vamos nos encontrar nas urnas”, desafiou o presidente, referindo-se à opo-
sição, em seu discurso final.
O MAS já tentou mudar a Constituição em fevereiro passado com um referendo, no qual foi
derrotado. O MAS sempre enfatizou que essa derrotada se deu “por apenas 1% dos votos”:
50% votaram “não” e 49% “sim”. A Constituição aprovada em 2009 estabelece um máximo de
duas reeleições para o presidente do país e outros cargos eletivos, limite que foi essencial nas
negociações entre os governistas e a oposição que permitiram na ocasião a aprovação dessa
regra pelas urnas. Por esse motivo, Morales teria de ter deixado o poder em 2014, algo de que
conseguiu escapar, porém, apoiando-se em uma interpretação da cláusula de proibição por
parte do Tribunal Constitucional, que decidiu não contabilizar o primeiro mandato do presiden-
te pelo fato de este ter ocorrido antes da promulgação da nova Constituição.
O MAS argumenta que a derrota de Morales no referendo de fevereiro decorreu de uma “ar-
timanha” dos meios de comunicação, que pouco antes do comparecimento da população às
urnas revelou a existência de Gabriela Zapata, uma ex-companheira do presidente que naquele
momento era gerente comercial da CAMC, a principal parceira chinesa do governo. Depois do
referendo, Zapata foi presa por usar o nome de Morales para obter enriquecimento ilícito. Na
prisão, afirmou que o filho que supostamente havia tido com o presidente e que este dava
por morto estava, na verdade, vivo. Isso permitiu a sustentação da ideia de tráfico de influên-
cia contra Morales e de provar que este mentiu. O caso acabou por ganhar grande dimensão,
tornando-se o assunto mais importante a ser desvendado. Como, no final das contas, a mulher
apresentou diante da justiça um menino impostor, sua versão sobre seu relacionamento com
Evo e com outros integrantes do governo acabou desmoronando.
De acordo com um documentário divulgado nos últimos dias pelo governo, a importância ad-
quirida por Zapata e as suspeitas que recaíram sobre o presidente do país decorreram de um
“complô” articulado por quatro veículos de comunicação que os governistas identificam como
o “cartel da mentira” justamente nos dias que antecederam o referendo e nos dias imediata-
mente posteriores a ele. Por isso, no congresso, Morales disse aos presentes, gritando, que
“desta vez será sem mentiras”.
As quatro vias que o MAS pretende explorar para driblar a proibição constitucional de uma nova
reeleição são um novo referendo, convocado desta vez por “iniciativa popular”; a renúncia de
Morales seis meses antes do encerramento do atual mandato, o que o habilitaria a se recandi-
datar depois; recorrer ao Tribunal Constitucional; e, por fim, atuar no sentido de o Parlamento
aprovar uma reforma constitucional. A contrapartida que o partido oficial pretende oferecer à

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oposição para que esta aceite se deparar mais uma vez com Morales nas eleições presidenciais
consiste na extensão do benefício da reeleição de modo indefinido para todos os atuais gover-
nantes, inclusive aqueles que estão à frente, hoje em dia, de governos regionais e municipais.

Bolívia faz campanha contra novo decreto de imigração de Mauricio Macri


Evo Morales manda o presidente do Senado a Buenos Aires para frear "a onda de xenofobia”
Carlos Cué. Buenos Aires 7 FEV 2017
O endurecimento da política imigratória de Mauricio Macri, que aprovou um decreto para ex-
pulsar com mais facilidade os estrangeiros envolvidos em delitos e evitar que entrem no país
pessoas com antecedentes criminais, provocou um conflito importante com a Bolívia. Evo Mo-
rales, que criticou Macri com dureza e o acusou de se aproximar das políticas de Donald Trump,
enviou uma delegação a Buenos Aires liderada pelo presidente do Senado, José Alberto Gonzá-
les, para demonstrar seu mal-estar e reduzir a tensão.
“O temor dos bolivianos é que seja desencadeada uma onda de perseguições, com discrimina-
ção pelo tipo físico, que persigam pessoas que vêm trabalhar, com a desculpa da luta contra a
criminalidade. A questão foi exacerbada, apareceu uma onda de xenofobia, mas no Governo
argentino nos garantem que não é essa a intenção do decreto. Estamos tentando afastar fan-
tasmas. A reunião foi positiva”, disse Gonzáles a EL PAÍS, depois de se encontrar com o vice-
-chanceler argentino, Pedro Villagra.
O Governo Macri insiste em que não tem nenhuma intenção de estigmatizar os imigrantes,
que a Argentina continua sendo um país aberto –o preâmbulo de sua Constituição é muito
claro ao falar de “todos os homens do mundo que queiram habitar em solo argentino” –, mas
algumas declarações, em especial as da ministra da Segurança, Patricia Bullrich, aumentaram a
tensão com a Bolívia, Peru e Uruguai, os países com mais cidadãos na Argentina. Um deputado
argentino, Alfredo Olmedo, chegou a pedir que seja construído um muro com a Bolívia, e Evo
Morales explodiu. “Irmãos presidentes latino-americanos: sejamos pátria grande, não sigamos
políticas imigratórias do Norte. Juntos por nossa soberania e dignidade”, lançou no Twitter. “As
políticas discriminatórias que condenam a imigração e a consideram causadora da criminalida-
de, do narcotráfico, do tráfico de pessoas, terrorismo e um freio ao direito ao desenvolvimento
são um retrocesso vergonhoso diante dos direitos conquistados pela luta de nossos povos”,
arrematou.
Gonzáles, que viveu vários anos na Argentina, como cônsul boliviano, se reuniu com represen-
tantes de uma comunidade enorme no país –1,2 milhão de pessoas – e detectou uma grande
preocupação. “A questão foi exagerada, o papel da mídia é importante, as redes sociais con-
tribuem também. Isso inquieta as pessoas. O Governo argentino insiste em que é uma norma
contra a criminalidade. Estamos tentando eliminar um pouco esses fantasmas.”
O presidente do Senado boliviano apontou a mulher de Macri, Juliana Awada, proprietária de
uma conhecida marca de roupas que trabalha muito com bolivianos em suas oficinas e foi acu-
sada de empregar trabalhadores irregulares. “Se vocês têm dúvidas de como trabalham os bo-
livianos, perguntem a Awada qual é a qualidade do trabalho dos costureiros bolivianos”, disse.
Gonzáles parece buscar agora um apaziguamento para evitar males maiores. No entanto, os
bolivianos na Argentina estão muito apreensivos. María Blanco, referência dos bolivianos em

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Villa Celina, em Buenos Aires, explica que “o medo é que criem motivos. Podem te expulsar
por oito anos. E estamos vendo abusos da polícia, que entra sem ordem de revista nas chácaras
onde são produzidas hortaliças. Agora vai ser pior. Esta nova lei reaviva a xenofobia. Meus filhos
nasceram aqui. Este é seu país, mas continuam sendo considerados bolivianos. A sociedade nos
discrimina. Agora vão começar as aulas. Veremos o que vai acontecer”, se preocupa.
“O problema real é a crise”, diz Juan Vasquez, da Simbiosis Cultural, entidade de bolivianos.
“Há muita preocupação porque não há trabalho. O setor têxtil, que é onde os bolivianos mais
trabalham, está muito mal porque estão sendo abertas as importações. Todas as oficinas des-
cumprem a lei de alguma maneira. Agora podem expulsar você por qualquer coisa”, diz.
“Muitos cidadãos paraguaios, bolivianos e peruanos se comprometem nas questões do nar-
cotráfico como financiadores ou como mulas, como motoristas ou como parte de uma rede”,
disse a ministra Bullrich, desencadeando a polêmica. “Dizem coisas que não são verdadeiras.
Temos os dados oficiais do sistema penitenciário de Buenos Aires. Dos 39.000 presos que há na
província, somente 190 são bolivianos. E somente 14 deles estão ali por narcotráfico. Esta é a
realidade”, sentencia Gonzáles. Bullrich insiste: "A lei é a mesma que a Bolívia tem, exatamente
igual para as pessoas que têm antecedentes ou cometeram delitos. Não são bem-vindas. A lei
não tem nada a ver com a imigração, mas com a criminalidade”.
As consequências práticas do decreto serão vistas com o tempo. Mas os bolivianos já começam
a notar uma onda de xenofobia nunca vista na Argentina.

Venezuela

O território venezuelano foi colonizado pelo Império Espanhol em 1522, apesar da resistência
dos povos nativos. Em 1811, tornou-se uma das primeiras colônias hispano-americana a decla-
rar a independência, mas que apenas foi consolidada em 1830, quando a Venezuela deixou de
ser um departamento da Grã-Colômbia. Durante o século XIX, o país sofreu com instabilidade
política e autocracia, dominado por caudilhos regionais até meados do século XX. Desde 1958,
houve uma série de governos democráticos. No entanto, choques econômicos nas décadas de
1980 e 1990 culminou em várias crises políticas, como os motins mortais durante o Caracazo
de 1989, duas tentativas de golpe em 1992, além do impeachment do presidente Carlos An-
drés Pérez por desvio de fundos públicos em 1993. O colapso da confiança permitiu que Hugo
Chávez ganhasse força. Ele criou o conceito de "Revolução Bolivariana" ao aprovar uma nova
constituição em 1999.
O país é amplamente conhecido por suas vastas reservas de petróleo, pela diversidade ambien-
tal do seu território e por seus diversos recursos naturais. É considerada uma nação megadi-
versa, com uma fauna diversificada e uma grande variedade de habitats protegidos. As cores
da bandeira venezuelana são o amarelo, azul e vermelho, nessa ordem: o amarelo representa
a riqueza da terra, o azul o mar e o céu do país, e o vermelho o sangue derramado pelos heróis
da independência.

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Século XX
Em 1908 Castro foi deposto por Juan Vicente Gómez, ditador durante os vinte e sete anos se-
guintes. Foi durante o seu governo, em 1922, que se iniciou a exploração das jazidas de petró-
leo da Venezuela.
Em 1945, após a queda da ditadura do general Isaías Medina Angarita, Rómulo Betancourt,
fundador do partido Acción Democrática, tornou-se presidente provisório até as eleições livres
de finais de 1947 que levaram o escritor Rómulo Gallegos à presidência. Uma revolta militar
retirou-o do poder; em 1953 instalou-se a ditadura de Pérez Jiménez.
O ditador militar Pérez Jiménez foi forçado a deixar o poder em 23 de janeiro de 1958. Em um
esforço para consolidar a jovem democracia, os principais partidos políticos (com a notável ex-
ceção do Partido Comunista da Venezuela) assinaram o Pacto de Punto Fijo. O Ação Democráti-
ca e o COPEI iriam dominar o cenário político do país por quatro décadas.
Em 1960 houve movimentos guerrilheiros substanciais, como as Forças Armadas de Libertação
Nacional e o Movimento da Esquerda Revolucionária, que havia se separado de Ação Democrá-
tica em 1960. A maioria desses movimentos depuseram as armas sob a presidência de Rafael
Caldera (1969-1974); Caldera tinha ganhado a eleição 1968 pelo COPEI, sendo a primeira vez
que um partido diferente do Ação Democrática assumia a presidência através de uma eleição
democrática.
A eleição de Carlos Andrés Pérez, em 1973, coincidiu com a crise do petróleo de 1973, que viu
a renda da Venezuela explodir quando os preços do petróleo subiram, enquanto as indústrias
petrolíferas foram nacionalizados em 1976. Isto levou a aumentos maciços nos gastos públicos,
mas também ao aumento da dívida externa, que continuou até a década de 1980, quando o
colapso dos preços do petróleo na década de 1980 prejudicou a economia venezuelana. À me-
dida que o governo começou a desvalorizar a moeda em fevereiro de 1983, com o objetivo de
cumprir com as suas obrigações financeiras, o nível de vida real dos venezuelanos caiu drastica-
mente. Uma série de políticas econômicas fracassadas e o aumento da corrupção no governo
levaram ao aumento da pobreza e do crime, o agravamento dos indicadores sociais e aumento
da instabilidade política.
A crise econômica na década de 1980 e 1990 levou a uma crise política que deixou centenas de
mortos nos distúrbios de "Caracazo" em 1989; duas tentativas de golpes de Estado em 1992 e
o impeachment do presidente Carlos Andrés Pérez (reeleito em 1988) por corrupção em 1993.
O golpista Hugo Chávez foi perdoado março 1994 pelo presidente Rafael Caldera, quando seus
direitos políticos foram restabelecidos.

Revolução Bolivariana
O colapso da confiança nos partidos existentes acabou ajudando Chávez a se eleger presidente
em 1998 e a lançar a subsequente "Revolução Bolivariana", que começou com uma Assembleia
Constituinte de 1999 a escrever uma nova Constituição da Venezuela. Em abril de 2002, Chá-
vez foi brevemente expulso do poder no golpe de 2002, após manifestações populares de seus
opositores, mas ele voltou ao poder depois de dois dias como resultado de protestos de seus
partidários e ações militares.

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Chávez também se manteve no poder depois de uma greve geral nacional, que durou mais de
dois meses (de dezembro de 2002 a fevereiro de 2003), além de uma greve na companhia esta-
tal de petróleo Petróleos de Venezuela (PDVSA). Os movimentos grevistas produziram um pro-
blema econômico grave, sendo que o PIB do país caiu 27 por cento durante os primeiros quatro
meses de 2003 e custou à indústria petrolífera 13,3 bilhões de dólares. A fuga de capitais, antes
e durante a greve, levou à reinstituição de controles cambiais (que tinha sido abolida em 1989),
gerido pela agência CADIVI. Na década seguinte, o governo foi forçado a várias desvalorizações
da moeda. Estas desvalorizações têm feito pouco para melhorar a situação do povo venezuela-
no, que conta com produtos importados ou produtos produzidos localmente mas que depen-
dem de insumos importados, enquanto as vendas de petróleo representam a grande maioria
das exportações da Venezuela.
Chávez sobreviveu a vários testes políticos adicionais, incluindo um referendo revogatório em
agosto de 2004. Ele foi eleito para um novo mandato em dezembro de 2006 e reeleito para um
terceiro mandato em outubro de 2012. No entanto, ele nunca foi empossado para seu terceiro
período, devido a complicações médicas. Chávez morreu no dia 5 de março de 2013, depois de
uma luta de quase dois anos contra um câncer. A eleição presidencial, que aconteceu em 14
de abril de 2013, foi a primeira vez desde que Chávez assumiu o poder, em 1999, em que o seu
nome não aparecia na cédula de votação.
Nicolás Maduro tem ocupado o cargo de presidente da Venezuela desde 14 de abril de 2013,
depois de vencer a segunda eleição presidencial após a morte de Chávez, com 50,61% dos vo-
tos, contra o candidato da oposição Henrique Capriles Radonski, que teve 49,12% dos votos.
O partido Mesa da Unidade Democrática contestou a sua nomeação como uma violação da
constituição. No entanto, a Suprema Corte da Venezuela decidiu que, segundo a constituição
nacional, Nicolás Maduro é o presidente legítimo e foi investido como tal pelo congresso vene-
zuelano.
Em fevereiro de 2014, centenas de milhares de venezuelanos protestaram contra os cada vez
mais altos níveis de violência criminal, inflação e pela escassez crônica de produtos básicos de-
vido às políticas do governo federal. Manifestações e tumultos deixaram mais de 40 mortes nos
distúrbios entre os dois chavistas e manifestantes da oposição, além de terem levado à prisão
de líderes da oposição, como Leopoldo López.

Petróleo e outros recursos


A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo e gás natural do mundo, além de ser classifi-
cada consistentemente entre os dez maiores produtores mundiais de petróleo. Em comparação
com o ano anterior, outros 40,4% em reservas de petróleo bruto foram comprovados em 2010,
permitindo que a Venezuela superasse a Arábia Saudita como o país com as maiores reservas
desse tipo. As principais jazidas de petróleo do país estão localizadas em torno e abaixo do
lago Maracaibo, no Golfo da Venezuela (ambos em Zulia) e na bacia do rio Orinoco (Venezuela
leste), onde maior reserva do país está localizada. Além das maiores reservas de petróleo con-
vencional e a segunda maior reserva de gás natural do Hemisfério Ocidental, o país também
possui depósitos não convencionais de petróleo (óleo bruto extra-pesado, betume e areias be-
tuminosas) aproximadamente iguais às reservas mundiais de petróleo convencional. O sistema
elétrico na Venezuela é um dos poucos a usar principalmente a energia hidrelétrica, e inclui a
Hidrelétrica de Guri, uma dos maiores do mundo.

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Vista de parte do Complexo de Paraguaná, da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), uma das
maiores refinarias do mundo.
Na primeira metade do século XX, as empresas de petróleo dos Estados Unidos estiveram forte-
mente envolvidas na Venezuela, inicialmente interessadas apenas em comprar concessões. Em
1943, um novo governo introduziu uma divisão 50/50 nos lucros entre o governo e a indústria
do petróleo. Em 1960, com um governo democrático recém-instalado, o ministro de hidrocar-
bonetos, Juan Pablo Pérez Alfonso, liderou a criação da OPEP, o consórcio de países produtores
de petróleo com o objetivo de apoiar o preço do petróleo.
Em 1973, a Venezuela votou a nacionalizar sua indústria petrolífera, a partir de 1 janeiro de
1976, com a Petróleos de Venezuela (PDVSA) assumido e presidindo uma série de empresas
subsidiárias; nos anos seguintes, o país construiu um vasto sistema de refino e comercialização
na Europa e nos Estados Unidos.Na década de 1990, a PDVSA tornou-se mais independente do
governo e presidiu uma abertura, na qual convidou em investimentos estrangeiros. No governo
de Hugo Chávez, uma lei de 2001 estabeleceu limites ao investimento estrangeiro.
A empresa estatal de petróleo, a PDVSA, desempenhou um papel fundamental em dezembro
de 2002, durante a greve nacional que terminou em fevereiro de 2003, e que buscava a renún-
cia do presidente Chávez. Gestores e técnicos qualificados bem pagos da PDVSA fecharam as
plantas e deixaram os seus postos e, de acordo com alguns relatos, sabotaram equipamentos,
fazendo com que a produção e o refino de petróleo PDVSA quase parasse. As atividades foram
lentamente reiniciadas e os trabalhadores do petróleo substituídos. Como resultado da greve,
cerca de 40% da força de trabalho da empresa (cerca de 18 mil trabalhadores) foram demitidos
por "abandono do dever" durante a greve.
Em 2015, mais de 70 por cento das famílias venezuelanas vive numa situação de pobreza um
número considerado recorde na história do país. Os dados fazem parte de um estudo elabora-
do em conjunto pelas universidades Católica Andrés Bello, Central da Venezuela e Simón Bolí-
var e foram divulgados durante um fórum sobre a situação do país em novembro de 2015.

Matérias da Carta Capital

Tribunal Supremo da Venezuela assume as funções do Parlamento


por AFP — publicado 30/03/2017 15h12
Oposição acusa golpe, enquanto Judiciário fala em manutenção do Estado de Direito
O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela assumiu as competências do Parlamento, de
ampla maioria opositora e ao qual considera em desacato, em uma decisão que, segundo ana-
listas, representa mais um passo rumo a um modelo autoritário.
"Adverte-se que, enquanto persistir a situação de desacato e de invalidade das atuações da
Assembleia Nacional, esta Sala Constitucional garantirá que as competências parlamentares
sejam exercidas diretamente por esta sala ou pelo órgão de que ela disponha para velar pelo
Estado de Direito", assinala a decisão do TSJ publicada na noite de quarta-feira 29.
O TSJ, acusado pela oposição de servir ao governo de Nicolás Maduro, declarou o Legislativo
em desacato no início de 2016, devido à juramentação de três deputados opositores cuja elei-

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ção foi suspensa por suposta fraude. Por isso, cancelou todas as decisões parlamentares. Em-
bora a câmara tenha desvinculado estes deputados posteriormente, o tribunal considera que o
ato não foi formalizado.
"Nesta semana avançamos lamentavelmente rumo a um modelo autoritário na política vene-
zuelana. A democracia está em perigo", disse nesta quinta-feira à AFP o analista Carlos Romero.
"Estamos diante de um uso indiscriminado e ilegal das atribuições do TSJ para acabar com o
Poder Legislativo", acrescentou.
Após a divulgação da nova decisão do TSJ, o opositor Henry Ramos Allup afirmou que os par-
lamentares "devemos seguir cumprindo nossos deveres (...) e continuar exercendo a qualquer
preço nossas funções, porque para nós uma pessoa não nos deu um título de deputados, nós
fomos eleitos". O Parlamento venezuelano, por sua vez, acusou nesta quinta-feira Maduro de
dar um "golpe de Estado".
"Na Venezuela Nicolás Maduro deu um golpe de Estado", afirmou o presidente da Assembleia
Nacional, Julio Borges, em uma declaração na qual anunciou que o Legislativo desconhece a
decisão do TSJ, classificando-a de "lixo".
Além disso, apelou para que os militares quebrem o silêncio diante da ruptura constitucional.
"A Força Armada venezuelana não pode seguir calada diante da ruptura da Constituição. Sa-
bemos que a imensa maioria dos oficiais (...) é contrária ao caos que ocorre na Venezuela",
afirmou Borges.
Já o legislador Diosdado Cabello, um dos principais dirigentes do chavismo, comemorou a deci-
são. "Não podemos estar com a Assembleia Nacional ausente porque eles querem", disse.
Alegando o desacato, o TSJ já havia retirado a imunidade dos deputados, o que abriu a possibi-
lidade de processá-los, inclusive ante tribunais militares.
A retirada dos foros parlamentares ocorreu enquanto o Conselho Permanente da Organização
dos Estados Americanos (OEA) se reunia para debater a grave crise política e econômica do país
petrolífero.
O encontro em Washington terminou sem acordo, mas 20 países assinaram uma declaração
conjunta na qual expressaram "preocupação pela difícil situação política, econômica, social e
humanitária" da Venezuela.
Uma semana antes deste encontro, o bloco opositor aprovou um acordo no qual pediu à OEA
que aplique a Carta Democrática Interamericana, que prevê sanções em caso de alterações ou
ruptura do marco constitucional, o que foi classificado por Maduro como "traição à pátria", um
crime punido com penas de até 30 anos de prisão.
Para analistas como Benigno Alarcón, a escalada no choque de poderes da Venezuela é uma
resposta às recentes ações da OEA. "O governo está tentando aumentar a pressão sobre os par-
lamentares e a comunidade internacional, dizendo que está disposto a represálias e a prender
líderes opositores que estejam buscando ajuda no exterior", declarou Alarcón à AFP.
A sentença mediante a qual o TSJ adota as funções do Parlamento também tem um fundo
econômico. Ocorreu em resposta a um recurso de interpretação sobre a criação de empresas
mistas no setor petrolífero.

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Atualidades – História da América Latina Contemporânea – Prof. Thiago Scott

Segundo a Constituição, o governo não pode assinar contratos de interesse público com Esta-
dos ou empresas públicas e privadas estrangeiras "sem a aprovação da Assembleia Nacional".
Mas, ao declarar "omissão legislativa", o TSJ indicou que não existe "impedimento algum" para
que o Executivo forme companhias sem passar pelos deputados.
Esta questão é chave para o governo, que busca financiamento para paliar um déficit fiscal que
o Banco Mundial estimou em 11,5% do PIB em 2016.
Maduro também tenta atrair investimentos estrangeiros para os setores petrolífero e mine-
rador, e enfrentar, assim, a grave crise econômica, refletida em escassez de todo tipo de bens
básicos e na inflação mais alta do mundo, projetada em 1.660% pelo FMI para 2017.
As gestões na OEA são promovidas por seu secretário-geral, Luis Almagro, que exige a convoca-
ção de eleições gerais em um curto prazo e a libertação de uma centena de opositores presos.
As eleições presidenciais estão previstas para dezembro de 2018, enquanto as regiões deve-
riam ter ocorrido no fim do ano passado, mas o poder eleitoral as adiou para 2017 e ainda não
fixou uma data.

A Venezuela dá mais um passo rumo ao autoritarismo


por Redação — publicado 31/03/2017 16h05
O golpe executivo-judiciário dificulta uma solução política pacífica para a situação do país.
O Supremo Tribunal da Venezuela (TSJ), favorável ao governo chavista, suspendeu na quinta-fei-
ra 30 os poderes legislativos da Assembleia Nacional e os avocou para sua Sala Constitucional,
por desacatar várias de suas sentenças, inclusive ao dar posse a três deputados impugnados.
Nos dias anteriores, o TSJ suspendera a imunidade parlamentar e conferira poderes especiais
ao presidente Nicolás Maduro. A Assembleia pediu o posicionamento das Forças Armadas, mas
seus comandantes parecem ser fiéis ao chavismo.
Embora não se tenha chegado à dissolução do Congresso, trata-se de um golpe executivo-judi-
ciário. Segue-se, é verdade, a tentativas fracassadas de golpe legislativo e responde à tentativa
do secretário-geral da OEA, Luis Almagro, de acionar a Carta Democrática da organização para
suspender Caracas com apoio da Assembleia.
É também um passo para o autoritarismo e dificulta o caminho para uma solução política pa-
cífica. Almagro descreveu a manobra como um “autogolpe” e deve persistir em sua intenção.

Assembleia Nacional
Instalada em 2016, e com inédita maioria antichavista, a Assembleia Nacional, o parlamento
unicameral venezuelano, era tida como último bastião opositor perante o governo Maduro,
questionado por se distanciar dos modelos democráticos com uma série de medidas autoritá-
rias.
"É um golpe de Estado. Na Venezuela não há Constituição, Nicolás Maduro tem todo o poder",
afirmou o presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, na quinta-feira. "Isso não tem outro
nome, senão golpe de Estado e ditadura."

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Em meio a uma severa recessão, aumento da inflação e falta de comida e remédios, a manobra
marca o ápice de uma campanha de Maduro para reduzir o papel da oposição, após a detenção
e prisão, sem julgamento, de líderes antichavistas, a suspensão do referendo sobre a revogação
de seu mandato e a manipulação do Supremo, visto pelos opositores como um apêndice do
Executivo.
O golpe institucional foi amplamente condenado internacionalmente. O governo venezuelano,
por sua vez, negou que se trate de um golpe.
"É falso que tenha sido consumado um golpe de Estado na Venezuela. Pelo contrário, as insti-
tuições adotaram corretivos legais para deter a desviada e golpista situação dos parlamentares
opositores declarados abertamente em desacato com as decisões do Tribunal Supremo de Jus-
tiça", assinalou a chancelaria em um comunicado.
O texto rejeitou a onda de condenações internacionais à sentença do TSJ, considerando-as "um
ataque dos governos de direita intolerante e pró-imperialista (...) dirigido pelo departamento
de Estado e os centros de poder americanos".

Reações no Mercosul
O Mercosul convocou uma reunião de emergência para o sábado 1 para discutir "grave situa-
ção institucional" no país, da qual deve participar o atual chanceler brasileiro, Aloysio Nunes
(PSDB-SP).
"Perante a grave situação institucional na República Bolivariana da Venezuela, os Estados Partes
signatários do Tratado de Assunção resolveram convocar uma reunião de chanceleres urgente
para sábado, para analisar possíveis vias de solução", afirmou em comunicado a Chancelaria da
Argentina, que tem a presidência temporário do Mercosul.
"Os países fundadores do Mercosul reiteram seu inalterável apoio aos princípios fundamentais
do Estado de Direito e à preservação da democracia na região latino-americana", acrescentou o
bloco, integrado por Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil.

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Atualidades

BRASIL CONTEMPORÂNEO

A Nova República

Sexta República Brasileira ou Nova República é o nome do período da História do Brasil que se
seguiu ao fim do regime militar. É caracterizado pela ampla democratização política do Brasil e
sua estabilização econômica.
Usualmente, considera-se o seu início em 1985, quando, concorrendo com o candidato situ-
acionista Paulo Maluf, o oposicionista Tancredo Neves ganha uma eleição indireta no Colégio
Eleitoral, sucedendo o último presidente militar, João Figueiredo. Tancredo não chega a tomar
posse, vindo a falecer. Seu vice-presidente, José Sarney, assume a presidência em seu lugar.
Sob seu governo é promulgada a Constituição de 1988, que institui um Estado Democrático de
Direito e uma república presidencialista
O Brasil era governado, desde 1964, por um sistema militar, caracterizado no campo político
pela repressão política, no campo econômico, pela modernização do país, pelos investimentos
nas indústrias de base, da agricultura e na substituição dos produtos importados além de uma
campanha nacionalista. No ápice do regime militar, no início da década de 1970, o Brasil passa-
va por um período de milagre econômico, cobrando taxas de crescimento anual do PIB beiran-
do 8%, comandado por um governo centralizado, repressor e desenvolvimentista.
Entretanto, por causa de crises econômicas internacionais a partir de 1973 (crise do petróleo),
o forte crescimento econômico brasileiro foi interrompido, e a pressão social passou a aumen-
tar. Demandas da classe média por maiores liberdades, pelo fim da censura, pela anistia e pelo
controle da inflação, foram desestabilizando o governo brasileiro até o fim da década. O gover-
no passou a estruturar, então, uma lenta transmissão para a democracia. Iniciada pelo presi-
dente Ernesto Geisel, em 1976, algumas liberdades foram devolvidas ao povo brasileiro, mas
vagarosamente.
O general do exército João Figueiredo foi eleito pelo Colégio eleitoral brasileiro em 1979, com
a promessa de entregar a democracia de volta ao Brasil. Em seu governo, a anistia geral e irres-
trita a todos os perseguidos políticos foi garantida, e algumas reformas políticas e econômicas
foram praticadas, como a volta da eleição direta para governadores de estado e do pluriparti-
darismo. Entretanto, a inflação aumentava.
Pressões sociais lideradas pelo PMDB (partido de oposição ao regime militar) culminaram em
1984, com o movimento Diretas Já, série de manifestações populares que pediam eleições dire-
tas para presidente da república e o fim da interferência militar no governo brasileiro. Em 1984,
o Colégio Eleitoral realizou eleições para presidente e, preterindo o candidato representante da
situação, Paulo Maluf, optaram pelo candidato oposicionista do PMDB, Tancredo Neves. Em 15

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de Março de 1985, Neves seria o primeiro presidente civil a reger o país, desde João Goulart,
deposto em 1964.

Transição: Governo Sarney (1985–1990)


Apesar de eleito, Neves não chegou a assumir o seu cargo. Devido a uma complicação de sua
doença, Tancredo Neves foi internado, sendo operado no dia 14 de março de 1985 e contraindo
infecção hospitalar. No dia da posse, 15 de março de 1985, assume então José Sarney de modo
interino. No dia 21 de abril, o porta-voz da República anuncia o falecimento oficial do presiden-
te Tancredo Neves. Deste dia em diante, Sarney seria reconhecido como presidente em exercí-
cio pleno.
Em 1 de março de 1986, Sarney e sua equipe econômica comandada por Dilson Funaro, minis-
tro da Fazenda, lançam o "Plano Cruzado", conjunto de medidas para conter a inflação, entre as
quais o congelamento geral de preços e a criação de uma nova moeda, o Cruzado (Cz$), valen-
do mil cruzeiros (Cr$) (moeda da época). Sarney apelou para a população que deu amplo apoio
ao plano, inclusive com algumas pessoas se declarando "fiscais do Sarney" e denunciando vio-
lações ao congelamento de preços. O PMDB, com a popularidade do plano, vence as eleições
para governador de 1986 em praticamente todos os estados (à exceção de Alagoas). Porém,
após as eleições, em 21 de novembro de 1986 o governo decreta o "Plano Cruzado II", com os
preços sendo liberados. Isto ocasionou um descontentamento do povo para com o governo,
pois o plano cruzado foi visto por muitos como uma simples estratégia política para vencer as
eleições. A inflação volta a subir, a crise se alastra e em 20 de janeiro de 1987 o governo decreta
moratória, deixando de pagar a dívida externa.
Em 29 de abril de 1987, o governo substitui Funaro por Luis Carlos Bresser Pereira, que com
a inflação em alta, lança o "Plano Bresser", com novo congelamento de preços, em junho de
1987 e acabando com a moratória. A inflação volta a subir e em 6 de janeiro de 1988, Bresser
é substituído por Maílson da Nóbrega. A democracia foi plenamente restabelecida em 1988,
quando a atual Constituição Federal foi promulgada.

Governos Collor e Itamar Franco (1990–1994)


Em 1989, o ex-governador do estado de Alagoas Fernando Collor, praticamente desconhecido
no resto do país, por força de uma campanha agressiva baseada na promessa de combate à
corrupção (combate aos marajás), da construção de uma imagem de líder jovem e dinâmico,
que vendia uma imagem de político de direita progressista (seu partido era o inexpressivo Par-
tido da Reconstrução Nacional). Contando com apoio de setores que temiam a vitória do candi-
dato do PT, Luiz Inácio da Silva, Fernando Collor é eleito presidente, nas primeiras eleições dire-
tas para o cargo desde 1960. Entretanto, após dois anos, o próprio irmão do presidente, Pedro
Collor de Mello, faz denúncias públicas de corrupção através de um sistema de favorecimento
montado pelo tesoureiro da campanha eleitoral, PC Farias. Sem qualquer resistência do Execu-
tivo, o Congresso Nacional instaura uma CPI cujas conclusões levam ao pedido de afastamento
do presidente (impeachment).
Durante o processo, a Rede Globo de Televisão produz e transmite Anos rebeldes, de Gilberto
Braga, uma série dramática ambientada nas manifestações de 1968, a qual serve de inspiração

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para o movimento dos caras-pintadas, manifestações de estudantes e intelectuais que, do alto


de carros-de-som, clamavam por justiça e por um Brasil melhor. Fernando Collor de Mello re-
nunciou antes de ter seu impedimento aprovado pelo Congresso, mas mesmo assim teve seus
direitos políticos suspensos por oito anos, embora a lei em vigor na época previsse a suspensão
do processo no caso de renúncia antes de sua conclusão. Collor mudou-se em seguida para
Miami. A Justiça o absolveu de todos os processos movidos contra ele por sua gestão. PC Farias
evadiu-se do país durante alguns anos e, após enviuvar, retornou a Alagoas mas, em 1996, foi
encontrado em seu quarto de dormir, morto por ferimento de arma de fogo.
Collor de Mello foi sucedido na presidência pelo vice-presidente Itamar Franco em cuja admi-
nistração é adotado o Plano Real, um plano econômico inédito no mundo executado pela equi-
pe do então ministro da fazenda, Fernando Henrique Cardoso (FHC). Percebendo que a hiperin-
flação brasileira era também um fenômeno emocional de separação da "unidade monetária de
troca" da "unidade monetária de contas", o plano concentrou todos os índices de reajuste de
preços existentes em um único índice, a Unidade Real de Valor, ou URV. Esta, posteriormente,
foi transformada em moeda corrente, o real, iniciando assim o controle do maior problema
econômico do Brasil: a inflação. Posteriormente, inúmeras reformas econômicas de peso de-
ram lastro à estabilidade da moeda, evitando os erros do passado.

Governo Fernando Henrique (1995–2002)


Com o sucesso do Plano Real, Fernando Henrique Cardoso, concorre e é eleito presidente em
1994, conseguindo a reeleição em 1998. Cardoso iniciou seu primeiro mandato em 1 de ja-
neiro de 1995, e foi reeleito em 1998. O presidente Cardoso procurou estabelecer a base para
a estabilidade a longo prazo e crescimento e para reduzir os desequilíbrios socioeconômicos
extremos do Brasil. Suas propostas para o Congresso incluíram emendas constitucionais para
abrir a economia brasileira a um maior investimento estrangeiro e para implementar reformas
radicais - incluindo a segurança social, administração pública e tributação - para reduzir gastos
excessivos do setor público e melhorar a eficiência do governo.
Seu governo é creditado com o fornecimento de estabilidade econômica de um país marcado
por anos de hiperinflação. Ao mesmo tempo, as crises econômicas no México em 1997, na Ásia
Oriental em 1998, na Rússia em 1998 e na Argentina em 2002 reduziram as perspectivas de
crescimento econômico durante a sua presidência.
Foi também durante sua administração que muitas empresas estatais foram privatizadas e que
agências reguladoras foram criadas pela primeira vez para fiscalizar e regular muitos setores
da indústria (energia, petróleo, aviação, etc). A administração de Fernando Henrique Cardoso
também colocou um forte foco nas relações exteriores. Além de aderir à Organização Mundial
do Comércio (OMC) e participar da Rodada Uruguai, o Brasil participou da missão de paz da
INTERFET no Timor-Leste.

Governo Lula (2003 – 2009)


Após os oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso, em 2002 elege-se presidente da
República o ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), tradicio-
nal partido de esquerda brasileiro. Lula aumenta a abrangência dos projetos sociais, transfor-

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mando o Bolsa-Escola em Bolsa-Família e criando novos programas, como o Prouni. Em 2006,
Luiz Inácio Lula da Silva é reeleito presidente da República.
Apesar da estabilidade macroeconômica que reduziu as taxas de inflação e de juros e aumen-
tou a renda per capita, colocando o país em uma lista dos países mais promissores do mundo,
ao lado de China, Rússia, Índia e África do Sul (chamados de BRICS) com Lula, diferenças rema-
nescem ainda entre a população urbana e rural, os estados do norte e do sul, os pobres e os
ricos.
A economia contém uma indústria e agricultura mais sofisticadas, e um setor de serviços em
expansão. As recentes administrações expandiram a inserção do país no mercado mundial,
com saltos de investimentos e produtividade em alguns setores, como o de telecomunicações
e automobilístico, mas ainda deixando a desejar na eficiência de portos marítimos, estradas
de ferro, geração de eletricidade, aeroportos e outros melhoramentos da infraestrutura, o que
reduziria o chamado "custo Brasil". O país começou a se voltar para as exportações em 2004,
e, mesmo com um real valorizado e a crise internacional, atingiu em 2008 exportações de US$
197,9 bilhões, importações de 173,2 bilhões de dólares, o que coloca o país entre os 19 maiores
exportadores do planeta.

Governo Dilma Rousseff (2010 – 2016)


Em outubro de 2010, em segundo turno, o Brasil elege pela primeira vez uma mulher como
Chefe do poder executivo. Dilma Rousseff (mineira de Belo Horizonte) tomou posse do cargo
de Presidente da República Federativa do Brasil, prestando, assim como os demais presidentes
eleitos na Nova República, juramento solene perante o Congresso Nacional em 1º de janeiro de
2011. Dilma deu continuidade aos programas do governo Lula tais como. O Luz para Todos, que
beneficiou mais de 3 milhões de famílias até 2013, a segunda fase do PAC que foram disponibi-
lizados recursos na ordem de R$ 1,59 trilhão em uma série de investimentos, tais como trans-
portes, energia, cultura, meio ambiente, saúde, área social e habitação, e do programa Minha
Casa, Minha Vida que obteve investimentos na cifra de R$ 34 bilhões da qual foram construídas
1 milhão de moradias na primeira fase, e 2 milhões de moradias com investimentos de R$125,7
bilhões na segunda fase do programa.
Em junho de 2013, irromperam no país inúmeras manifestações populares, quando milhões de
pessoas saíram às ruas em todos os estados para contestar os aumentos nas tarifas de trans-
porte público, a truculência das policiais militares estaduais, além de outras reivindicações. En-
tre os principais desafios do país para o futuro estão um salto qualitativo na educação e saúde,
a desburocratização do empreendedorismo e uma resposta eficiente aos crescentes problemas
de segurança pública e favelização dos centros urbanos. Tais manifestações resultaram em ju-
lho de 2013 no lançamento do programa mais médicos que teve como objetivo levar 15 mil
profissionais da saúde para atender regiões carentes do Brasil. O Brasil sedia em 2014 a Copa
do Mundo de futebol. No final do primeiro governo de Dilma, é deflagrada a Operação Lava
Jato, do qual é apurado um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou mais de 10
bilhões de reais, sendo considerado pela polícia federal o maior esquema de corrupção da his-
tória do Brasil.
Após as polarizadas eleições presidenciais de 2014, Rousseff é reeleita com 51,64% dos votos
válidos, ao derrotar em segundo turno o candidato Aécio Neves. Durante a campanha eleito-
ral, um acidente aéreo vitimou o candidato Eduardo Campos do PSB. Em março de 2015 novos

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protestos acontecem em vários estados principalmente contra a corrupção, especialmente por


conta da Operação Lava Jato conduzida pela Polícia Federal. Como efeito da enorme e crescen-
te insatisfação popular com o governo, a base política da presidente foi se deteriorando e um
processo de impeachment contra a presidente é iniciado em dezembro do mesmo ano com
base em várias acusações, incluindo as chamadas "pedaladas fiscais" cometidas em seu go-
verno. O ato causa grande controvérsia e divide o país entre grupos antigovernistas (majorita-
riamente de direita) e pró-governo (majoritariamente de esquerda). Em 17 de abril de 2016, a
Câmara dos Deputados aprova o início do processo, que a partir de então é encaminhado para
análise no Senado.

Governo Michel Temer

Michel Temer, atual presidente do Brasil, desde 31 de agosto de 2016.


No dia 12 de maio de 2016, o Senado Federal aprova a admissibilidade do processo por 55 votos
a favor, 22 contra e 2 abstenções. A Presidente Dilma Rousseff é afastada do exercício do cargo
e o vice-presidente Michel Temer assume interinamente até o julgamento no Senado presidido
pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski. O Brasil sedia, em agosto
e setembro os Jogos Olímpicos e os Jogos Paralímpicos de Verão de 2016 respectivamente. No
dia 31 de agosto de 2016, o Senado aprovou o impeachment de Dilma Rousseff com 61 votos
favoráveis e 20 contrários e cassa o mandato de Dilma. O vice-presidente Michel Temer é então
empossado no cargo como presidente da república em virtude da vacância do cargo.
Sendo considerado como um governo reformista, Temer encaminha ao congresso nacional re-
formas importantes e polêmicas da qual eram aguardadas há décadas. Reformas tais como:
Ensino médio, previdência, trabalhista e tributária. Temer dá continuidade ao programa habi-
tacional, do qual é lançado ainda no governo Dilma a terceira fase do Minha Casa, Minha Vida
que serão construídas mais 2 milhões de moradias até 2018, totalizando 5 milhões de moradias
nas três fases do programa.

Movimentos Sociais – Jornadas de Junho de 2013


Os protestos no Brasil em 2013, também conhecidos como Manifestações dos 20 centavos,
Manifestações de Junho ou Jornadas de Junho, foram várias manifestações populares por todo
o país que inicialmente surgiram para contestar os aumentos nas tarifas de transporte público,
principalmente nas principais capitais. São as maiores mobilizações no país desde as manifesta-
ções pelo impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello em 1992, e chegaram a
contar com até 84% de simpatia da população.
Inicialmente restrito a pouco milhares de participantes, os atos pela redução das passagens nos
transportes públicos ganharam grande apoio popular em meados de junho, em especial após
a forte repressão policial contra os manifestantes, cujo ápice se deu no protesto do dia 13 em
São Paulo. Quatro dias depois, um grande número de populares tomou parte das manifesta-
ções nas ruas em novos diversos protestos por várias cidades brasileiras e até do exterior. Em
seu ápice, milhões de brasileiros estavam nas ruas protestando não apenas pela redução das
tarifas e a violência policial, mas também por uma grande variedade de temas como os gastos
públicos em grandes eventos esportivos internacionais, a má qualidade dos serviços públicos

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e a indignação com a corrupção política em geral. Os protestos geraram grande repercussão
nacional e internacional.
Em resposta, o governo brasileiro anunciou várias medidas para tentar atender às reivindica-
ções dos manifestantes e o Congresso Nacional votou uma série de concessões (a chamada
"agenda positiva"), como ter tornado a corrupção como um crime hediondo, arquivado a cha-
mada PEC 37, que proibiria investigações pelo Ministério Público, e proibido o voto secreto em
votações para cassar o mandato de legisladores acusados de irregularidades. Houve também a
revogação dos então recentes aumentos das tarifas nos transportes em várias cidades do país,
com a volta aos preços anteriores ao movimento.
As manifestações no Brasil seguiram o mesmo processo de "propagação viral" de protestos em
outros países, como a Primavera Árabe, no mundo árabe, Occupy Wall St, nos Estados Unidos,
e Los Indignados, na Espanha.

Impeachment da Presidente Dilma Rousseff


Em 31 de agosto de 2016, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, foi destituída do cargo após
a conclusão de um processo de impeachment, aberto contra ela em 12 de maio do mesmo
ano. Entretanto, Dilma Rousseff não perdeu seus direitos políticos com a destituição, isto é,
não ficou inabilitada para exercer cargos públicos por um período de oito anos, como prevê a
Constituição Federal em seu artigo 52. Neste texto, além de explicarmos como ocorreu esse
acontecimento, também indicaremos alguns temas históricos correlatos que podem ser alvos
de questões de vestibulares e do Enem nos próximos anos.

Acolhimento do pedido de impeachment na Câmara dos Deputados


Ao longo do ano de 2015, a Câmara dos Deputados, então presidida pelo deputado Eduardo
Cunha (PMDB), recebeu 50 pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Des-
ses pedidos, 39 foram rejeitados por não apresentarem provas e argumentos satisfatórios. Dos
11 restantes, Eduardo Cunha acolheu, em 2 de dezembro, aquele que foi protocolado em 15 de
outubro. Esse pedido foi elaborado pelos juristas Miguel Reale Jr., Janaína Conceição Paschoal
e Hélio Bicudo e subscrito por três líderes de movimentos populares que articularam parte da
massa de pessoas que foi para as ruas em várias cidades do país em 2015, sobretudo em 15 de
março. São eles: Kim Patroca Kataguiri (Movimento Brasil Livre – MBL), Rogério Chequer (Vem
Pra Rua) e Carla Zambelli Salgado (Movimento Contra a Corrupção).

Abertura do processo e afastamento da presidente


O pedido foi encaminhado ao plenário da Câmara para ser votada a sua admissibilidade. A vota-
ção ocorreu no dia 17 de abril de 2016. 367 deputados federais foram favoráveis e 137 votaram
contra. Aos doze dias do mês seguinte, foi a vez de o plenário do Senado Federal votar contra
ou favor da abertura do processo de impeachment. 55 senadores votaram a favor e 22, contra.
Sendo assim, o processo estava oficialmente em curso e, como previsto no texto constitucional,
Dilma Rousseff teve que se afastar temporariamente do cargo. Seu vice, Michel Temer, assumiu
interinamente o posto.

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Argumentos da acusação e da defesa


Segundo a Constituição Federal do Brasil, durante o processo de impeachment, os senadores
desempenham função de juízes. Portanto, foi montada uma Comissão Especial de Impeach-
ment para apurar as denúncias do processo, ouvir testemunhas da acusação e da defesa e de-
bater política e juridicamente o caso.
No pedido que foi acolhido, os denunciantes formularam a acusação de crime de respon-
sabilidade contra a presidente Dilma com base no artigo 85 da Constituição Federal e Lei 1.
079/1050. O argumento principal dizia respeito à violação, por parte da presidente, de leis re-
lativas ao orçamento e ao controle fiscal, como a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei
de Responsabilidade Fiscal (LRF). Essa violação teria sido cometida com a edição de decretos de
créditos suplementares sem a aprovação do Congresso Nacional e a realização de operação de
crédito com instituição financeira controlada pela União.
A defesa, que foi realizada pelo advogado José Eduardo Cardozo, bem como os senadores par-
tidários da presidente, justificou que a edição dos decretos consistia apenas em autorização
de gastos, sem impacto na realização da despesa, já que esta seria “controlada pelos decretos
de contingenciamento. Quanto a esse aspecto, no ano de 2015, o governo teria promovido o
maior contingenciamento da história e cumprido a meta vigente ao final do exercício”. Além
disso, a defesa também argumentou que toda a realização do processo de impeachment não
tinha legitimidade porque não havia crime algum cometido por Dilma Rousseff. Fez parte desse
argumento a narrativa de que o processo, na verdade, era um “golpe parlamentar”, orquestra-
do por alguns personagens da cena política, como Eduardo Cunha e Michel Temer.

Votação final
Finalizados os trâmites da Comissão Especial de Impeachment, o processo seguiu para sua fase
final, que transcorreu durante os dias 29, 30 e 31 de agosto de 2016. No primeiro dia, a presi-
dente Dilma foi ao plenário do Senado Federal fazer a sua defesa e responder aos questiona-
mentos dos senadores. Depois, acusação e defesa fizeram seus discursos finais, seguidos pelos
discursos, também finais, dos senadores contra e a favor do impeachment. No dia 31, houve a
votação decisiva.
Todavia, antes que tivesse início, o primeiro-secretário do Senado, senador Vicentinho Alves,
apresentou um requerimento da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) – partido da Presi-
dente da República – que pedia o destaque do texto da votação que fala da penalidade aplicada
ao presidente que sofre impeachment. O texto integral prevê a destituição do cargo e a perda
dos direitos políticos, isto é, a inabilitação para o exercício de funções públicas, por oito anos. O
requerimento pedia que ocorressem duas votações, uma para cada quesito da sentença. Os se-
nadores votariam: 1) a favor ou contra a perda do mandato da presidente e 2) a favor ou contra
a perda dos direitos políticos.
O requerimento foi deferido pelo presidente da mesa do julgamento, que era, na ocasião, o
ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. Ocorreram,
então, duas votações e a presidente foi destituída de seu posto (primeira votação), mas ficou
com os seus direitos políticos preservados (segunda votação). Esse “fatiamento” do texto da
pena gerou intensa discussão entre juristas, políticos e jornalistas, já que foi considerado in-
constitucional por muitos.

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Operação Lava-Jato
Operação Lava Jato é um conjunto de investigações em andamento pela Polícia Federal do Bra-
sil, cumprindo mais de mil mandados de busca e apreensão, de prisão temporária, de prisão
preventiva e de condução coercitiva, visando apurar um esquema de lavagem de dinheiro que
movimentou de 10 a 20 bilhões de reais em propina. Iniciada em 17 de março de 2014, a
operação contava até fevereiro de 2016 com trinta e oito fases operacionais, durante as quais
mais de cem pessoas haviam sido presas e condenadas. Investiga crimes de corrupção ativa e
passiva, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, organização criminosa, obstrução da justiça,
operação fraudulenta de câmbio e recebimento de vantagem indevida. De acordo com inves-
tigações e delações premiadas recebidas pela força-tarefa da Operação Lava Jato, estão envol-
vidos membros administrativos da empresa estatal petrolífera Petrobras, políticos dos maiores
partidos do Brasil, incluindo presidentes da Câmara e do Senado e governadores de estados,
além de empresários de grandes empresas brasileiras.
A origem do nome da operação foi devido ao uso de uma rede de lavanderias e postos de com-
bustíveis para movimentar valores de origem ilícita, investigada na primeira fase da operação,
na qual o doleiro Alberto Youssef foi preso. Através de Youssef, constatou-se sua ligação com
Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, que foi preso preventivamente na segunda fase.
Seguindo essa linha de investigação, prendeu-se Nestor Cerveró em 2015, que depois dela-
tou. Em junho, a operação atingiu grandes empreiteiras brasileiras, como a Andrade Gutierrez
e Odebrecht, cujos respectivos presidentes foram presos; depois muitas outras empresas de
empresas de ramos diversos seriam investigadas. Da ligação política, José Dirceu, já condenado
em 2013 pelo seu envolvimento no Mensalão, foi preso novamente em agosto, e o publicitário
João Santana seria investigado em fevereiro de 2016, enquanto, em março, a condução coer-
citiva do ex-presidente Lula para depor à Polícia Federal em São Paulo repercutiu na impren-
sa internacional. No mesmo mês, aconteceu a primeira operação internacional realizada pela
Operação Lava Jato, em parceria com a Polícia Judiciária portuguesa. O ex-tesoureiro do Partido
Progressista, João Cláudio Genu, foi preso em maio. Dois ex-ministros da Fazenda foram presos
em setembro, Guido Mantega e Antonio Palocci, aquele liberado logo depois. O primeiro mem-
bro eleito do executivo a ser preso foi o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral em no-
vembro; no mês seguinte, foi a vez de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara de Deputados.
Em janeiro de 2017, o empresário Eike Batista foi preso, e posteriormente, em março de 2017,
o ex-gerente da Petrobras Roberto Gonçalves foi preso ao movimentar recursos ilícitos da Suíça
para China e Bahamas. Em abril de 2017, a justiça bloqueou 470 milhões de reais do Partido
Progressista (PP) e políticos da legenda, em uma ação que pede ressarcimento do partido de
2,3 bilhões de reais. A operação continua ativa.
Ao final de dezembro de 2016, a Operação Lava Jato obteve um acordo de leniência com a em-
preiteira Odebrecht, que proporcionou o maior ressarcimento da história mundial. O acordo
previu o depoimento de 77 executivos da empreiteira, que gerou 83 inquéritos no STF, e que
foram retirados o sigilo em abril de 2017, pelo ministro da Corte Edson Fachin. Em 2017, peritos
da Polícia Federal levantaram que as operações financeiras investigadas na Operação Lava Jato
somaram 8 trilhões de reais. A Polícia Federal considera-a a maior investigação de corrupção da
história do país.
A Operação Lava Jato descobriu um quadro de corrupção sistêmica no Brasil e fez a Justiça
criminal funcionar para todos, independentemente de riqueza ou poder. Uma operação desse
porte, em que cada fio da meada puxado tem desdobramentos imprevisíveis, não será esqueci-

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Atualidades – Brasil Contemporâneo – Prof. Thiago Scott

da facilmente. Quebrou-se paradigmas e criou-se necessidade de se estabelecer novos padrões


de comportamento na política e na economia. Na fase batizada de Catilinárias, cujo alvo foi
Eduardo Cunha e outros políticos, foi necessário mergulhar na história antiga e nos discursos
de Cicero no Senado romano para entender a situação do Brasil: "Até quando abusarás da nos-
sa paciência? Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós? A que extremos se há de
precipitar a tua desenfreada audácia? (...) Não te dás contas de que teus planos foram desco-
bertos?" O sentimento era mesmo o de que zombavam de nós e abusavam de nossa paciência.
A pergunta "Até quando?" continua a ecoar nos ouvidos dos brasileiros. A resposta só pode ser
dada por meio do fortalecimento das instituições.

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Atualidades

POLÍTICAS PÚBLICAS

1. Conceitos de Políticas Públicas

A função que o Estado desempenha em nossa sociedade sofreu inúmeras transformações ao


passar do tempo. No século XVIII e XIX, seu principal objetivo era a segurança pública e a defesa
externa em caso de ataque inimigo.
Entretanto, com o aprofundamento e expansão da democracia, as responsabilidades do Estado
se diversificaram. Atualmente, é comum se afirmar que a função do Estado é promover o bem
estar da sociedade.
Para tanto, ele necessita desenvolver uma série de ações e atuar diretamente em diferentes
áreas, tais como saúde, educação, meio ambiente.
Para atingir resultados em diversas áreas e promover o bem-estar da sociedade, os governos se
utilizam das Políticas Públicas que podem ser definidas da seguinte forma:
“(...) Políticas Públicas são um conjunto de ações e decisões do governo, voltadas para a solu-
ção (ou não) de problemas da sociedade (...)”
Dito de outra maneira, as Políticas Públicas são a totalidade de ações, metas e planos que os
governos (nacionais, estaduais ou municipais) traçam para alcançar o bem-estar da sociedade
e o interesse público. É certo que as ações que os dirigentes públicos (os governantes ou os to-
madores de decisões) selecionam (suas prioridades) são aquelas que eles entendem serem as
demandas ou expectativas da sociedade. Ou seja, o bem-estar da sociedade é sempre definido
pelo governo e não pela sociedade. Isto ocorre porque a sociedade não consegue se expres-
sar de forma integral. Ela faz solicitações (pedidos ou demandas) para os seus representantes
(deputados, senadores e vereadores) e estes mobilizam os membros do Poder Executivo, que
também foram eleitos (tais como prefeitos, governadores e inclusive o próprio Presidente da
República) para que atendam as demandas da população.
As demandas da sociedade são apresentadas aos dirigentes públicos por meio de grupos or-
ganizados, no que se denomina de Sociedade Civil Organizada (SCO), a qual inclui, conforme
apontado acima, sindicatos, entidades de representação empresarial, associação de morado-
res, associações patronais e ONGs em geral1.
As sociedades contemporâneas se caracterizam por sua diversidade, tanto em termos de idade,
religião, etnia, língua, renda, profissão, como de idéias, valores, interesses e aspirações.
No entanto, os recursos para atender a todas as demandas da sociedade e seus diversos grupos
(a SCO) são limitados ou escassos. Como conseqüência, os bens e serviços públicos desejados
pelos diversos indivíduos se transformam em motivo de disputa. Assim, para aumentar as pos-

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sibilidades de êxito na competição, indivíduos que têm os mesmos objetivos tendem a se unir,
formando grupos.
Não se deve imaginar que os conflitos e as disputas na sociedade sejam algo necessariamente
ruim ou negativo. Os conflitos e as disputas servem como estímulos a mudanças e melhorias
na sociedade, se ocorrerem dentro dos limites da lei e desde que não coloquem em risco as
instituições.
Assim, o interesse público – o qual, por sua vez, reflete as demandas e expectativas da so-
ciedade – se forma a partir da atuação dos diversos grupos. Durante a apresentação de suas
reivindicações os grupos tentam obter apoio de outros grupos, mas também sofrem oposição
daqueles que têm outras reivindicações contrárias. O interesse público se forma, portanto, por
meio da disputa de todos os grupos da Sociedade Civil Organizada (SCO). A corrente teórica que
criou e desenvolveu tal explicação é denominada de pluralismo. As demais correntes teóricas
existentes não dão uma contribuição tão significativa para a explicação do fenômeno e foram
ignoradas neste trabalho. A explicação que se segue é, portanto, de cunho pluralista.
Cabe ao formulador de Políticas Públicas conseguir perceber, compreender e selecionar as di-
versas demandas.
Compreendidas as diversas demandas e expectativas da sociedade, ele fará a seleção de prio-
ridades para, em seguida, oferecer as respostas. As respostas nunca atenderão às expectativas
de todos os grupos. Alguns grupos serão contemplados, outros não. Para os grupos contem-
plados o governo terá de formular e desenvolver ações para buscar atender suas expectativas,
integral ou parcialmente. Quando o governo busca atender as principais (na sua percepção)
demandas recebidas, diz-se que ele está voltado para o interesse público (ou seja, para o in-
teresse da sociedade). Ao atuar na direção do interesse público, o governo busca maximizar o
bem estar social.
Em outras palavras, as Políticas Públicas são o resultado da competição entre os diversos gru-
pos ou segmentos da sociedade que buscam defender (ou garantir) seus interesses. Tais inte-
resses podem ser específicos – como a construção de uma estrada ou um sistema de captação
das águas da chuva em determinada região – ou gerais – como demandas por segurança públi-
ca e melhores condições de saúde.
É importante ressalvar, entretanto, que a existência de grupos e setores da sociedade apre-
sentando reivindicações e demandas não significa que estas serão atendidas, pois antes disso
é necessário que as reivindicações sejam reconhecidas e ganhem força ao ponto de chamar a
atenção das autoridades do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário.
Como exemplo do que foi apresentado, podemos citar o Programa do Artesanato Brasileiro
(PAB), gerenciado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC),
cuja missão é “estabelecer ações conjuntas no sentido de enfrentar os desafios e potencializar
as muitas oportunidades existentes para o desenvolvimento do Setor Artesanal, gerando opor-
tunidades de trabalho e renda, bem como estimular o aproveitamento das vocações regionais,
levando à preservação das culturas locais e à formação de uma mentalidade empreendedora,
por meio da preparação das organizações e de seus artesãos para o mercado competitivo”, con-
forme apresentado na página do MDIC². Tal programa é gerido pelo governo federal, mas busca
a descentralização, pois pretende desenvolver as potencialidades dos estados e municípios.

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Tal política foi desenvolvida visando a geração de emprego e renda bem como a preservação
das culturas locais e a criação de uma mentalidade empreendedora. Para tanto, as ações ado-
tadas são a capacitação de artesãos e multiplicadores, estruturação de núcleos produtivos do
segmento artesanal, feiras e eventos para comercialização da produção artesanal e rotas de
artesanato e turismo. Certamente tais ações não são consideradas suficientes por todos os gru-
pos envolvidos nesse tema, entretanto, certamente ela surgiu como resultado da interação dos
elementos que constituem esse segmento social.

2. Os atores das Políticas Públicas

Aos grupos que integram o Sistema Político, apresentando reivindicações ou executando ações,
que serão transformadas em Políticas Públicas, denominamos de Atores.
No processo de discussão, criação e execução das Políticas Públicas, encontramos basicamente
dois tipos de atores: os ‘estatais’ (oriundos do Governo ou do Estado) e os ‘privados’ (oriundos
da Sociedade Civil). Os atores estatais são aqueles que exercem funções públicas no Estado,
tendo sido eleitos pela sociedade para um cargo por tempo determinado (os políticos), ou atu-
ando de forma permanente, como os servidores públicos (que operam a burocracia).
Existe importante diferença no modo de agir de cada um desses segmentos.
Os políticos são eleitos com base em suas propostas de políticas apresentadas para a popula-
ção durante o período eleitoral e buscam tentar realizá-las. As Políticas Públicas são definidas
no Poder Legislativo, o que insere os Parlamentares (vereadores e deputados) nesse processo.
w.desenvolvimento.gov.br
Entretanto, as propostas das Políticas Públicas partem do Poder Executivo, e é esse Poder que
efetivamente as coloca em prática. Cabe aos servidores públicos (a burocracia) oferecer as in-
formações necessárias ao processo de tomada de decisão dos políticos, bem como operacio-
nalizar as Políticas Públicas definidas. Em princípio, a burocracia é politicamente neutra, mas
frequentemente age de acordo com interesses pessoais, ajudando ou dificultando as ações go-
vernamentais.
Assim, o funcionalismo público compõe um elemento essencial para o bom desempenho das
diretrizes adotadas pelo governo.
Já os atores privados são aqueles que não possuem vínculo direto com a estrutura administra-
tiva do Estado.
Fazem parte desse grupo:
•• A imprensa;
•• Os centros de pesquisa;
•• Os grupos de pressão, os grupos de interesse e os lobbies;
•• As Associações da Sociedade Civil Organizada (SCO);
•• As entidades de representação empresarial;

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•• Os sindicatos patronais;
•• Os sindicatos de trabalhadores;
•• Outras entidades representativas da Sociedade Civil Organizada (SCO).
Ainda utilizando o Programa do Artesanato Brasileiro, podemos citar como exemplo de atores
estatais envolvidos os deputados e senadores (responsáveis pela aprovação do orçamento que
define quanto será gasto por cada Política Pública), governadores, deputados estaduais (res-
ponsáveis pela elaboração de Políticas Públicas estaduais), prefeitos e vereadores (que, além
de elaborar as políticas municipais, se utilizam de seu prestigio político para apresentar reivin-
dicações de suas localidades a deputados, senadores e ao Poder Executivo federal e estadual),
ministros de Estado, servidores do MDIC (mais especificamente do Departamento de Micro,
Pequenas e Médias Empresas), do Ministério da Cultura (já que o artesanato se insere em suas
atribuições) e do Ministério do Turismo (uma vez que uma das ações da política é a chamada
Rotas de Turismo), servidores dos órgãos estaduais referentes ao artesanato, dentre outros.
Já os artesãos e suas associações, entidades de apoio ao desenvolvimento das micro e peque-
nas empresas, bem como as que se dedicam ao desenvolvimento do empreendedorismo em
nossa sociedade, grupos ligados a atividades turísticas e culturais são alguns dos atores priva-
dos envolvidos nessa política.

3. As fases das Políticas Públicas (o ciclo ou estágios das Políticas Públicas)

O processo de formulação de Políticas Públicas, também chamado de Ciclo das Políticas Públi-
cas, apresenta diversas fases:
•• PRIMEIRA FASE – Formação da Agenda (Seleção das Prioridades)
•• SEGUNDA FASE – Formulação de Políticas (Apresentação de Soluções ou Alternativas)
•• TERCEIRA FASE – Processo de Tomada de Decisão (Escolha das Ações)
•• QUARTA FASE – Implementação (ou Execução das Ações)
•• QUINTA FASE – Avaliação
Na prática, as fases se interligam entre si, de tal forma que essa separação se dá mais para faci-
litar a compreensão do processo.

PRIMEIRA FASE Formação da Agenda


É impossível para os atores públicos concentrarem suas atenções e atenderem a todos os pro-
blemas existentes em uma sociedade, dado que estes são abundantes e os recursos necessários
para solucioná-los, escassos. Por isso, é necessário que se estabeleçam quais questões serão
tratadas pelo governo. O processo de definição da lista de principais problemas da sociedade
é chamado de Formação da Agenda. Tal processo envolve a emergência, o reconhecimento e a
definição das questões que serão tratadas e, como conseqüência, quais serão deixadas de lado.
O tratamento dos problemas se encontra no processo orçamentário, o qual será melhor traba-

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lhado à frente. Cabe aqui dizer que, no caso do Governo Federal foram estabelecidos no Plano
Plurianual de 2007 a 2011 aproximadamente 210 programas finalísticos no âmbito do Poder
Executivo, que por sua vez se multiplicam em ações e projetos.
Existe uma série de elementos que contribuem para que determinado problema se insira na
Agenda Governamental, dentre os quais podemos citar, a título ilustrativo:
•• A existência de indicadores, que são uma série de dados que mostram a condição de deter-
minada situação. Se esses indicadores apresentarem uma situação problemática, ela pode-
rá ser inserida na Agenda Governamental para sofrer interferência do poder público. Um
exemplo seria uma alta taxa de mortalidade de micro e pequenas empresas nos primeiros
meses de sua existência, o que poderia resultar em uma política pública voltada para esse
segmento; Eventos Simbólicos. Situações que, pela repercussão social que causam, cha-
mam a atenção para determinados problemas, como casos de crimes violentos que, pela
comoção na população, podem dar início a ações do governo que busquem evitar que ou-
tros crimes parecidos ocorram;
•• Feedback das ações governamentais.
São os resultados obtidos com programas anteriores, encerrados ou não, que apontam falhas
nas medidas adotadas pelo referido programa avaliado ou outros problemas que até então não
recebiam atenção governamental. Em geral, são frutos de avaliações das políticas. Os proces-
sos institucionais também desempenham um relevante papel na definição da Agenda. A rotina
administrativa e as regras do sistema político produzem uma dinâmica que influi na inclusão de
determinado tema. Como exemplo, podemos citar o fato de que os períodos de transição de
governos são apontados como aqueles onde a Agenda muda com maior facilidade, o que tam-
bém demonstra a importância da visão dos políticos sobre quais temas devem receber maior
atenção.
Porém, cabe ressalvarmos que, mesmo que uma questão se insira na Agenda Governamental,
isso não significará que ela será considerada prioritária. Isso só ocorre quando diversos fatores
se juntam, tais como vontade política, mobilização popular e a percepção de que os custos de
não resolver o problema serão maiores que os custos de resolvê-los.

SEGUNDA FASE Formulação de Políticas


A partir do momento em que uma situação é vista como problema e, por isso, se insere na
Agenda Governamental, é necessário definir as linhas de ação que serão adotadas para solucio-
ná-los.
Este processo, no entanto, não ocorre de maneira pacífica, uma vez que geralmente alguns
grupos considerarão determinadas formas de ação favorável a eles, enquanto outros a conside-
rarão prejudicial, iniciando-se assim um embate político.
Esse é o momento onde deve ser definido qual é o objetivo da política, quais serão os progra-
mas desenvolvidos e as metas almejadas, o que significa a rejeição de várias propostas de ação.
Certamente essa escolha, além de se preocupar com o posicionamento dos grupos sociais, ne-
cessita ser feita ouvindo o corpo técnico da administração pública, inclusive no que se refere
aos recursos – materiais, econômicos, técnicos, pessoais, dentre outros – disponíveis.

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De forma geral, podemos definir os seguintes passos como necessários a um bom processo de
elaboração de Políticas Públicas:
•• A conversão de estatísticas em informação relevante para o problema;
•• Análise das preferências dos atores e;
•• Ação baseada no conhecimento adquirido.
Com o objetivo de facilitar a formulação de propostas, o responsável pela elaboração da Políti-
ca Pública deve se reunir com os atores envolvidos no contexto (área ou setor) onde ela irá ser
implantada e pedir a eles uma proposta sobre qual seria a melhor forma de se proceder e, em
caso de inviabilidade desta, qual seria a melhor alternativa. Assim, a autoridade terá em suas
mãos uma série de opiniões que servirão como uma fonte de idéias, as quais poderão apontar
o caminho desejado por cada segmento social, auxiliando na escolha e contribuindo com a le-
gitimidade da mesma.
As opiniões dos grupos precisam ser analisadas de maneira objetiva, considerando-se a viabi-
lidade técnica, legal, financeira, política, dentre outras. Outra análise importante se refere aos
riscos que cada alternativa traz, desenvolvendo uma forma de compará-las e de medir qual é
mais eficaz e eficiente para atender ao objetivo e aos interesses sociais.
No caso do Programa do Artesanato Brasileiro, a interação entre todos os atores não estatais
envolvidos, ouvindo as considerações técnicas do corpo administrativo, juntamente com ele-
mentos políticos, resultou na definição das seguintes macroações: Capacitação de Artesãos e
Multiplicadores; Estruturação de Núcleos Produtivos do Segmento Artesanal; Feiras e Eventos
para Comercialização da Produção Artesanal; Gestão e Administração do Programa e Rotas de
Artesanato e Turismo.

TERCEIRA FASE Processo de Tomada de Decisões


Durante todo o ciclo de Políticas Públicas é necessário se tomar decisões. Entretanto, a fase de
tomada de decisões pode ser definida como o momento onde se escolhe alternativas de ação/
intervenção em resposta aos problemas definidos na Agenda. É o momento onde se define, por
exemplo, os recursos e o prazo temporal de ação da política. As escolhas feitas nesse momento
são expressas em leis, decretos, normas, resoluções, dentre outros atos da administração pú-
blica.
Outro passo importante, nessa fase, é se definir como se dará o processo de tomada de deci-
sões, ou seja, qual o procedimento que se deve seguir antes de se decidir algo. Primeiramente
deverá se decidir quem participará do processo, se este será aberto fechado.
Caso venha a ser aberto, é preciso determinar se haverá ou não uma consulta ampla aos be-
neficiários. No caso de se prever tal tipo de consulta (como, por exemplo, no Orçamento Parti-
cipativo), é necessário estabelecer se a decisão será ou não tomada por votação, as regras em
torno da mesma, o número de graus (direta ou indireta) que envolverá a consulta que será feita
aos eleitores etc. Essa definição é fundamental pelo fato de que diferentes formas de decisão
podem apresentar diferentes controladores da Agenda e resultar em decisões diferentes.
Estudiosos em Políticas Públicas desenvolveram vários modelos para explicar o processo de to-
mada de decisão. Tais modelos, cujo objetivo é descrever o que acontece, podem ser uma aju-

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da valiosa para aqueles formuladores de políticas que não desenvolveram ainda conhecimento
prático, permitindo que eles aprendam se poupando de alguns erros.
Dentre os diversos modelos, cabe citar neste trabalho a Abordagem das Organizações, que
pressupõe que o governo é um conjunto de organizações dos mais diversos níveis, dotadas de
maior ou menor autonomia. A forma dos governos perceberem problemas são os sensores das
organizações, e as informações fornecidas por tais sensores se constituem em recurso para se
solucionar os problemas inseridos nesse modelo, as Políticas Públicas passam a ser entendidas
como resultado da atuação das organizações.
Assim, os atores são as próprias organizações que concorrem em termos de poder e influência
para promover a sua perspectiva e interpretação dos problemas tratados. Sob este enfoque,
explicam-se as decisões basicamente como o resultado de interações políticas entre as organi-
zações burocráticas. As soluções ajustam-se aos procedimentos operacionais padronizados, ou
seja, às rotinas organizacionais.
Segundo esse modelo, uma boa decisão seria aquela que permitisse a efetiva acomodação de
todos os pontos de conflito envolvidos naquela Política Pública. Os principais atores, ou seja,
aqueles que têm condições efetivas de inviabilizar uma Política Pública devem ter a convicção
de que saíram ganhando.
Na pior hipótese, nenhum deles deve se sentir completamente prejudicado.
Na prática, isso requer que os atores que podem impedir a execução devem sentir que poderão
não ter ganhos reais mas, ao menos, não terão prejuízos com a política proposta.
Definiu-se que a forma de tomada de decisão do PAB é o Fórum do Artesanato Brasileiro, que
é “um espaço do PAB onde as diretrizes para o desenvolvimento de Políticas Públicas são cons-
truídas, de forma democrática e participativa, cuja abrangência contempla quatro gerências
básicas”, conforme consta na página do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior. Assim, busca-se acomodar o máximo possível as diferentes formas de pensar dos ato-
res envolvidos, objetivando maximizar os benefícios do programa.

QUARTA FASE Implementação


É o momento onde o planejamento e a escolha são transformados em atos.
O corpo administrativo é o responsável pela execução da política. Cabe a eles a chamada ação
direta, ou seja, a aplicação, o controle e o monitoramento das medidas definidas. Durante esse
período, a política pode sofrer modificações drásticas dependendo da postura do corpo admi-
nistrativo.
Estudiosos apresentam dois modelos de implementação das Políticas Públicas; o de Cima para
Baixo (que é a aplicação descendente ou, em outras palavras, do governo para a população) e o
de Baixo para Cima (que é a aplicação ascendente ou da população para o governo).
O modelo de Cima para Baixo representa um modelo centralizado, onde apenas um número
muito pequeno de funcionários participa das decisões e opina na forma da implementação das
Políticas Públicas. Ele reflete uma concepção hierárquica da administração pública, segundo a
qual a decisão tomada pela administração pública seja acatada e cumprida pelos demais.

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Já o modelo de Baixo para Cima é caracterizado pela descentralização. Ou seja, ele supõe a
participação dos beneficiários ou do usuário final das políticas em questão. Ele representa uma
perspectiva participativa das Políticas Públicas, o que é possível pelo contato direto do cidadão
com o aparato da administração pública. Os beneficiários são chamados a participar.
Durante a fase de implementação, é possível se perceber alguns fatores que podem compro-
meter a eficácia das políticas. Podemos citar como exemplo as disputas de poder entre as or-
ganizações, bem como fatores internos e os fatores externos que afetam o desempenho das
instituições, tais como suas estruturas e a preparação formal e treinamento do quadro adminis-
trativo encarregado da execução de políticas.
Dentre os fatores de disputas entre as organizações, destacam-se a quantidade de agências
ou organizações envolvidas no acompanhamento e controle das políticas e o grau de coopera-
ção ou lealdade entre elas. Quanto maior o número de organizações envolvidas na execução
de uma política, maior será o número de comandos ou ordens que tem de ser expedidas e,
conseqüentemente, o tempo demandado para a realização das tarefas. A extensão da cadeia
de comando mede-se pelo número de decisões que é necessário adotar para que o programa
funcione.
A extensão de comando afeta o grau de cooperação entre as organizações, tornando o controle
e monitoração do processo de implementação mais complexo e difícil. Dessa forma, quanto
mais elos – agências e organizações da administração pública envolvidas na execução de tare-
fas – tiver a cadeia de comando – canais de transmissão das ordens para execução das tarefas
– mais sujeita a deficiências estará a implementação de políticas.
Dentre os fatores internos que afetam as organizações, podemos enumerar, em primeiro lu-
gar, as características estruturais das agências burocráticas – recursos humanos, financeiros e
materiais – e a relação entre quantidade de mudanças exigidas por uma política e extensão do
consenso sobre seus objetivos e metas.
As características das agências abrangem aspectos objetivos – como tamanho, hierarquia, au-
tonomia, sistemas de comunicação e de controle – e qualitativos – como a competência da
equipe e a vitalidade de seus membros.
Essas características estruturais são responsáveis não apenas pela eficácia na execução das ta-
refas como também pela compreensão mais ou menos precisa dos implementadores acerca da
política e pela abertura ou adaptabilidade da organização às mudanças.
Quanto ao segundo fator interno, cabe destacar a existência de consenso dentro da burocracia.
Com efeito, a relação entre a quantidade de mudanças exigidas afeta inversamente o consenso
sobre a política, ou seja, quanto mais mudanças no padrão de interação dos atores ou nas es-
truturas forem necessárias, menor será o consenso sobre como atingi-las.
Isso afeta negativamente o grau de cooperação entre as organizações e a lealdade da burocra-
cia aos formuladores, provocando deficiências e deturpações na implementação das Políticas
Públicas.
Os fatores externos, por fim, também afetam as Políticas Públicas. Com efeito, a opinião pú-
blica, a disposição das elites, as condições econômicas e sociais da população e a posição de
grupos privados podem tornar problemática a execução das políticas.

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A indiferença e descaso gerais, a resistência passiva ou a mobilização intensa contra as medidas


podem configurar uma conjuntura negativa que prejudique a aplicação dos objetivos e metas
propostas na política.
Para melhor se entender isso, é importante ressaltar quais características possuem os indiví-
duos que podem contribuir para o aparecimento dos fatores externos. Além da diferença na
escala social (grupos de alta, média ou baixa posição), as características mais importantes dos
atores políticos são: a racionalidade, os interesses e as capacidades que possuem para agir.
Se entendermos essas três características, entenderemos como ocorre a formulação de Polí-
ticas Públicas na prática. A racionalidade é a capacidade de um Grupo Social (um ator) definir
estratégias e cursos de ação para alcançar seus objetivos.
Os interesses representam as preferências de um dado ator por uma certa política com a qual
possui mais afinidade em detrimento de outras que desconhece ou não possui simpatia.
A capacidade reflete os recursos (carisma, possibilidade de mobilização, liderança, unidade,
acesso aos meios de comunicação) que um ator possui na sua relação com seus representados,
o que faz com que a sociedade ouça seus argumentos e os leve em consideração (ou não).

QUINTA FASE Avaliação


A avaliação é um elemento crucial para as Políticas Públicas. O fato de ser apresentada como úl-
tima etapa não significa que ela seja uma ferramenta para ser utilizada apenas quando o tempo
de atuação da Política Pública acaba. Muito pelo contrário, a avaliação pode ser feita em todos
os momentos do ciclo de Políticas Públicas, contribuindo para o sucesso da ação governamen-
tal e a maximização dos resultados obtidos com os recursos destinados. Além disso, a avaliação
também é uma fonte de aprendizado que permite ao gestor perceber quais ações tendem a
produzir melhores resultados.
A avaliação permite à administração:
•• Gerar informações úteis para futuras Políticas Públicas;
•• Prestar contas de seus atos;
•• Justificar as ações e explicar as decisões;
•• Corrigir e prevenir falhas;
•• Responder se os recursos, que são escassos, estão produzindo os resultados esperados e
da forma mais eficiente possível;
•• Identificar as barreiras que impedem o sucesso de um programa;
•• Promover o diálogo entre os vários atores individuais e coletivos envolvidos;
De maneira geral, o processo de avaliação de uma política leva em conta seus impactos e as
funções cumpridas pela política. Além disso, busca determinar sua relevância, analisar a efici-
ência, eficácia e sustentabilidade das ações desenvolvidas, bem como servir como um meio de
aprendizado para os atores públicos.

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Os impactos se referem aos efeitos que uma Política Pública provoca nas capacidades dos ato-
res e grupos sociais, por meio da redistribuição de recursos e valores, afetando interesses e
suas estruturas de preferências. A avaliação de impacto analisa as modificações na distribuição
de recursos, a magnitude dessas modificações, os segmentos afetados, as contribuições dos
componentes da política na consecução de seus objetivos.
A avaliação de uma política também deve enfocar os efeitos que esses impactos provocam e
que se traduzem em novas demandas de decisão por parte das autoridades, com o objetivo de
anular ou reforçar a execução da medida. Também é importante analisar se a política produziu
algum impacto importante não previsto inicialmente, bem como determinar quais são os maio-
res obstáculos para o seu sucesso.
Quanto às funções cumpridas pela política, a avaliação deve comparar em que medida a Polí-
tica Pública, nos termos em que foi formulada e implementada, cumpre os requisitos de uma
boa política.
Idealmente, uma boa política deve cumprir as seguintes funções:
•• Promover e melhorar os níveis de cooperação entre os atores envolvidos;
•• Constituir-se num programa factível, isto é, implementável;
•• Reduzir a incerteza sobre as conseqüências das escolhas feitas;
•• Evitar o deslocamento da solução de um problema político por meio da transferência ou
adiamento para outra arena, momento ou grupo;
•• Ampliar as opções políticas futuras e não presumir valores dominantes e interesses futuros
nem predizer a evolução dos conhecimentos. Uma boa política deveria evitar fechar possí-
veis alternativas de ação.
Para se determinar a relevância de uma política deve se perguntar se as ações desenvolvidas
por ela são apropriadas para o problema enfrentado.
Para se analisar a eficácia e eficiência de um programa, uma avaliação deve buscar responder
se os produtos alcançados são gerados em tempo hábil, se o custo para tais produtos são os
menores possíveis e se esses produtos atendem aos objetivos da política. Quanto à sustentabi-
lidade, uma política deve ser capaz de que seus efeitos positivos se mantenham após o término
das ações governamentais na área foco da Política Pública avaliada.
Por fim, é importante se apreender, dentre outras coisas, quais seriam outras alternativas de
ações que poderiam ter sido adotadas – e que poderão ser em intervenções futuras – e quais
lições se tirar da experiência – tanto daquilo que deu certo como do que deu errado.
Comumente encontramos na literatura destinada às Políticas Públicas duas divisões de avalia-
ção: a que se refere ao grupo responsável por avaliá-la e a relativa à finalidade da avaliação.
A primeira divisão se dá entre a avaliação interna – que é conduzida pela equipe responsável
pela operacionalização do programa – e a externa – feita por especialistas que não participam
do programa. A vantagem da primeira se dá devido ao fato de que, ao estarem inseridos no
programa, a equipe terá maior conhecimento sobre ele, além de acesso facilitado às informa-
ções necessárias, o que diminui o tempo e os custos da avaliação. Em contrapartida, a equipe
envolvida no programa pode não contar com a separação do objeto avaliado, necessária para

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se garantir a imparcialidade. Já a avaliação externa tem como ponto fraco o tempo necessário
para se familiarizar com o objeto de estudo, porém conta com imparcialidade maior.
A segunda divisão se refere ao objetivo da avaliação, e pode ser formativa, quando se busca
informações úteis para a equipe na parte inicial do programa, ou a somativa, que busca gerar
informações sobre o valor ou mérito do programa a partir de seus resultados, para que a au-
toridade responsável possa tomar sua decisão de manter, diminuir, aumentar ou encerrar as
ações do programa.

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Atualidades

SEGURANÇA

Redemocratização e paradoxos da segurança pública

Num breve olhar sobre a história do país, é difícil discernir o que é parte de uma política de-
liberada de segurança ou o que é decorrência de práticas sociais e institucionais tradicionais.
Durante o período colonial, os crimes atentavam contra a vontade do soberano e eram consi-
derados faltas morais ou religiosas. As atribuições policiais e judiciais estavam concentradas em
poucos cargos da hierarquia da administração colonial da justiça, havendo considerável disper-
são de mecanismos de vigilância e punição, muitos dos quais eram religiosos e/ou privados. A
administração colonial contava com ampla participação dos senhores da terra e a justiça era
exercida à distância. As práticas de punição eram, em regra, o degredo (para pessoas de maior
condição) e o açoite (para os escravos). As práticas de investigação eram baseadas na suspeita
sistemática e as provas eram obtidas mediante tortura judicial. Essas práticas generalizaram-se
quando o Santo Ofício desembarcou em terras brasileiras. O município era o centro das preocu-
pações da administração da justiça na colônia portuguesa e base de toda a estrutura colonial.
Nesse sentido, as cidades eram símbolos do poder da metrópole e da igreja e nelas havia os
locais para a detenção e punição dos criminosos. As cidades foram construídas em decorrência
das necessidades imediatas da exploração econômica e, embora fossem o centro do controle
político, gozavam de ampla autonomia e independência.
Depois de três séculos de vida colonial, vivendo à sombra das instituições e da legislação por-
tuguesa, o Brasil passou a ter uma Constituição, em 1824, um Código Criminal, em 1830, e um
Código de Processo Criminal, em 1832. A legislação penal passou a entender o crime como
infração à regra penal, para a qual penalidades específicas foram prescritas. O sofrimento físi-
co começou a ceder espaço às punições tecnicamente frias, como o degredo ou a privação da
liberdade. As punições passaram a estar relacionadas à retribuição, à recomposição da infração
de uma lei anterior e o criminoso passou a ser visto como aquele que rompeu um pacto social.
A escravidão permanecia como problema político, moral, econômico e social. Durante o Im-
pério, embora o Brasil tivesse um governo acentuadamente centralizado, as províncias man-
tiveram-se isoladas e com autonomia em relação à aplicação da lei e ao uso das instituições
judiciais. O espetáculo punitivo foi praticado contra escravos, durante quase todo o século XIX.
Embora muitos dos castigos aplicados em escravos ainda permanecessem subordinados à es-
fera da fazenda, portanto, à esfera privada, nas cidades os castigos davam-se em praça pública
e eram executados por “funcionários públicos”. Os castigos atraíam enorme atenção popular. O
sistema punitivo do Brasil imperial manteve a pena de prisão com trabalho forçado, as multas e
os suplícios públicos. O sentido profundo dessa disparidade ainda está por ser desvelado. Esse
sistema perdeu espaço na medida em que a crise do escravismo se acentuava. As reformas le-
gais liberais, ocorridas durante a década de 1870, apontavam nessa direção.

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Na República, com a promulgação de uma nova Constituição, em 1891, e de um novo Código
Penal, um ano antes, o federalismo e a pena de prisão celular tornaram-se regra. Os interesses
dos plantadores de café fizeram-se representar tanto na política como na administração da
justiça. É claro que a economia agroexportadora, sustentada pelo latifúndio e pela empresa
cafeeira, deu impulso ao desenvolvimento das cidades. As condições para isso foram o trabalho
livre e a importação de mão de obra europeia. Os trabalhadores importados, assimilados pelo
primeiro surto industrial, organizaram associações para reivindicar melhores condições de vida
e trabalho. O acesso restrito à política e as baixas concessões feitas pelos industriais à demanda
dos trabalhadores permitiram a ampliação da luta política no espaço da rua, na forma de greves
e manifestações. O cenário da luta dos trabalhadores foi a cidade de São Paulo. Além de suas
funções públicas, comerciais, bancárias e industriais, a cidade era local de moradia das elites
políticas e econômicas. O espaço urbano, dividido entre bairros das elites e de trabalhadores,
funcionou como lente de aumento das novas tensões sociais e como laboratório para inúmeras
estratégias de controle e segregação. Polícia, prisões e outras instituições, nesse sentido, rece-
beram atenção especial das elites.
Mudanças importantes somente ocorreram com as Constituições de 1934, de 1937, de 1946,
com o Código Penal de 1940 e com o Código do Processo Penal de 1941. Foram mudanças
contraditórias, pois as instituições de segurança pública - polícia, prisões, ministério público,
magistrados e júri – não mudaram muito em relação à configuração legada pela Primeira Re-
pública, embora, sob o Estado Novo, tenha havido uma centralização e uma racionalização da
administração pública sem precedentes na história do país. Vários relatos indicam até mesmo
uma degradação acelerada dessas instituições durante o Estado Novo e, mais adiante, durante
a Ditadura Militar. Nos períodos de exceção, as violações de direitos, as prisões ilegais, a vio-
lência policial, as condições iníquas de cárceres e instituições de repressão tornaram-se moeda
corrente. O acesso à justiça e a distribuição de renda agravaram-se, sobretudo diante do aden-
samento populacional nas principais capitais e em suas regiões metropolitanas.
O período de 1945 a 1964, do ponto de vista constitucional, foi uma exceção a essa regra. Mas
não se sabe o quanto nossa primeira experiência democrática promoveu mudanças no trata-
mento dispensado àqueles que estavam submetidos à justiça e à lei. Notícias veiculadas na
imprensa sugerem que as garantias constitucionais nada significavam para os detidos e inves-
tigados pela polícia, nem para os indivíduos que cumpriam pena ou que estavam em manicô-
mios, e não traziam ônus adicionais aos homens da lei. A tortura, a corrupção, as atividades de
justiceiros e as rebeliões em presídios parecem ter uma história mais longa e um destino mais
persistente do que imagina nossa credulidade democrática.
O processo de democratização do Brasil, iniciado em 1985, teve seu apogeu com a promulga-
ção da Constituição da República Federativa do Brasil, em 1988, a chamada Constituição Ci-
dadã, que abrangeu um considerável elenco de direitos civis, políticos e sociais. O controle da
violência do Estado, até a transição política, era tão rarefeito que qualquer referência aos ins-
trumentos internacionais era meramente retórica, haja vista a distância entre as práticas dos
agentes do Estado e as exigências de vários textos legais nacionais e internacionais.
Os governos civis, além de terem promovido o ingresso do Brasil na legalidade do sistema in-
ternacional de proteção dos direitos humanos, puseram em prática iniciativas, mesmo algumas
vezes intermitentes e interrompidas, de uma nova abordagem oficial em relação aos direitos
e garantias constitucionais e às violações dos direitos humanos. Apesar da nova configuração
político-institucional, baseada no reconhecimento e na garantia dos direitos fundamentais dos
cidadãos, isto é, da democracia formal, os institutos jurídicos tradicionais do direito brasileiro

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e as práticas institucionais baseadas no Estado não sofreram mudança imediata; ao contrário,


durante os últimos quinze anos de exercício democrático, subsistiram práticas ilegais, corrup-
ção, violência, promovidas pelos próprios agentes do Estado, bem como toda uma cultura au-
toritária, dispersa em nossa sociedade (Pinheiro, 1996). A criminalidade violenta agravou-se,
particularmente os homicídios que incidem sobre os jovens, algumas vezes tendo como agen-
tes os membros das próprias corporações estatais responsáveis pela segurança pública (Paixão,
1988).
Porém o Estado, diferentemente da época do regime de exceção, não era mais o coordena-
dor direto das ações de violência ilegal, embora, em parte, tenha enorme responsabilidade no
problema ao não promover a integração do repertório constitucional às práticas policiais, ju-
diciais e punitivas. As duas últimas décadas foram marcadas pela crescente insegurança social
diante da expansão da criminalidade e da ampliação de esferas privadas e segregadas (condo-
mínios fechados, bolsões residenciais, grades e muros), cada vez mais marcada pelos espaços
não propícios para a manifestação pública desinteressada (Soares, 2000). A segurança passou,
nos últimos surveys, a ocupar o segundo lugar nas preocupações dos cidadãos brasileiros, so-
mente abaixo do desemprego. Os efeitos disso são preocupantes, pois assinalam o aumento
dos gastos do poder público (armas e equipamentos), da comunidade (dispositivos eletrônicos
e condomínios fechados) e dos indivíduos (veículos blindados, seguros, armas) com segurança
(Caldeira, 2001).
No mesmo momento em que houve a explosão da violência e do conseqüente aumento de
sua percepção pública, as políticas de segurança passaram a ser alvo de discussões, debates e
propostas (Adorno, 1998). A expectativa generalizada era que essa onda pudesse ter interferi-
do positivamente nas práticas de nossas instituições e, no limite, melhorado a prestação dos
serviços de segurança à população. Mas a realidade tem se mostrado, por enquanto, imune a
essa tendência (Chevigny, 1995). Apenas para ressaltar um ponto, embora a sensação de medo
seja mais ou menos generalizada, na cidade de São Paulo, por exemplo, a distribuição de crimes
é desigual e tende a acompanhar o mapa sócio-econômico. A possibilidade de uma pessoa ser
vítima de homicídio é muito maior nos distritos censitários localizados nas regiões periféricas
do que nos distritos do chamado centro expandido ou nos distritos que apresentam Índice de
Desenvolvimento Humano considerado elevado. Em contrapartida, os crimes contra o patri-
mônio ocorrem em maior número nos distritos do centro ou do centro expandido do que nos
limites extremos da cidade (Pinheiro, 1999). O poder público, muitas vezes, não acompanha,
em suas prioridades, essa lógica elementar. O poder público tem insistido em considerar os
crimes contra o patrimônio (e os seqüestros) como prioridade e parte importante dos recur-
sos públicos de segurança não é destinada às áreas periféricas. Sabe-se, no entanto, que essa
estratégia não tem resultados inequívocos, pois as taxas de crimes contra o patrimônio (furto,
roubo, furto e roubo de veículos) permanecem elevadas ou continuam em acentuada elevação
(Adorno, 1998)

A SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL

Na última década, a questão da segurança pública passou a ser considerada problema funda-
mental e principal desafio ao estado de direito no Brasil. A segurança ganhou enorme visibi-
lidade pública e jamais, em nossa história recente, esteve tão presente nos debates tanto de
especialistas como do público em geral.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1645
Os problemas relacionados com o aumento das taxas de criminalidade, o aumento da sensa-
ção de insegurança, sobretudo nos grandes centros urbanos, a degradação do espaço público,
as dificuldades relacionadas à reforma das instituições da administração da justiça criminal, a
violência policial, a ineficiência preventiva de nossas instituições, a superpopulação nos presí-
dios, rebeliões, fugas, degradação das condições de internação de jovens em conflito com a lei,
corrupção, aumento dos custos operacionais do sistema, problema relacionados à eficiência da
investigação criminal e das perícias policiais e morosidade judicial, entre tantos outros, repre-
sentam desafios para o sucesso do processo de consolidação política da democracia no Brasil.
A amplitude dos temas e problemas afetos à segurança pública alerta para a necessidade de
qualificação do debate sobre segurança e para a incorporação de novos atores, cenários e pa-
radigmas às políticas públicas.
O problema da segurança, portanto, não pode mais estar apenas adstrito ao repertório tradi-
cional do direito e das instituições da justiça, particularmente, da justiça criminal, presídios e
polícia. Evidentemente, as soluções devem passar pelo fortalecimento da capacidade do Esta-
do em gerir a violência, pela retomada da capacidade gerencial no âmbito das políticas públicas
de segurança, mas também devem passar pelo alongamento dos pontos de contato das insti-
tuições públicas com a sociedade civil e com a produção acadêmica mais relevante à área.
Em síntese, os novos gestores da segurança pública (não apenas policiais, promotores, juízes e
burocratas da administração pública) devem enfrentar estes desafios além de fazer com que o
amplo debate nacional sobre o tema transforme-se em real controle sobre as políticas de segu-
rança pública e, mais ainda, estimule a parceria entre órgãos do poder público e sociedade civil
na luta por segurança e qualidade de vida dos cidadãos brasileiros.
Trata-se na verdade de ampliar a sensibilidade de todo o complexo sistema da segurança aos
influxos de novas idéias e energias provenientes da sociedade e de criar um novo referencial
que veja na segurança espaço importante para a consolidação democrática e para o exercício
de um controle social da segurança.

Planos de combate à violência


A segurança pública é um dos temas mais debatidos e pesquisados nos últimos anos no Brasil.
Entretanto, as discussões e a visibilidade pública do problema ainda não tiveram impacto de-
finitivo na produção de conhecimento acadêmico na área. Evidentemente, muitos pesquisa-
dores vêm se debruçando sobre o assunto e a bibliografia nacional sobre segurança não pára
de ampliar-se e de se aprofundar. Mas as políticas públicas voltadas para a segurança ainda
carecem de uma reflexão mais sistemática e a produção acadêmica necessita conversar com a
produção que emerge dentro das instituições voltadas para segurança.
A dificuldade reside em grande medida à tradição jurídica e policial brasileira que coloca a se-
gurança como um problema afeto mais a juristas e a profissionais. A segurança pública conti-
nua sendo uma área de pouca penetração para outras áreas do conhecimento como as Ciências
Sociais, a Psicologia, a Administração, a Economia, a História e a Geografia.
O predomínio do Direito (bem como a formação policial em academias insuladas do contexto
universtário mais amplo) tornam a segurança pública basicamente um problema de lei e or-
dem, sujos efeitos se traduzem numa discussão estéril sobre mecanismos mais apropriados

1646 www.acasadoconcurseiro.com.br
Atualidades – Segurança – Prof. Thiago Scott

para aumentar o grau de punitividade de nossas instituições, particularmente aquelas ligadas


tradicionalmente ao direito penal e à administração da justiça criminal.
A própria composição profissional das instituições da segurança pública refletem essa tradição.
Em grande parte, delegacias de policia, instituições correcionais, fóruns e unidades de cumpri-
mento de medidas sócio-educativas são concebidas, geridas e controladas por profissionais da
área do direito e com formação técnica específica, proporcionada pelas instituições elas mes-
mas.
Em vários lugares do mundo, particularmente no contexto anglo-saxão, os profissionais da área
da justiça criminal têm procurado formação complementar em universidades e encontrado es-
paço e abertura para construir seu conhecimento de forma transdisciplinar. Nas universidades,
centros de pesquisa (que recebem recursos públicos e privados) têm se tornado espaço impor-
tante para formação complementar e para a realização de pesquisas acadêmicas ou aplicadas
em decorrência dos problemas e questões que interferem na qualidade do serviço das institui-
ções.
A segurança pública, nesse contexto, têm passado por uma mudança importante de referen-
cial. Tem deixado de ser vista como um problema restrito do Estado, das instituições criminais
e do direito. O novo referencial têm apontado para uma nova visão da segurança como espaço
de participação comunitária (pública mas não apenas estatal), como afeta a outras áreas de
governo (social e não apenas criminal), como ligada a uma abordagem que concilia diversas
disciplina (particularmente das Ciências Humanas) e como problema de ordem regional ou glo-
bal. Além disso, a segurança pública tem sido vista como espaço de experimentações sobre a
questão fundamental da garantia da ordem social num contexto de globalização que aporta
problemas novos que demandam soluções novas.
Por exemplo, a internacionalização do crime, a nova configuração do crime eletrônico, a deses-
truturação do mercado de trabalho interno, a nova fluidez das fronteiras e novos marcos do
crime como empreendimento lucrativo são problemas que exigem uma nova configuração da
segurança pública que desafia nossa tradição criminal, essencialmente inquisitorial.
Em grande parte, a morosidade do processo, uma policial ainda fortemente cartorial, a falta de
comunicação entre as instituições da segurança, a formação pouco flexível dos profissionais,
a baixa capacitação, a incitação ao crime e à violência policial como forma de controle social,
o baixo arejamento das estruturas estatais, a dificuldade com que a informação é produzida e
circula no contexto institucional, e mesmo uma concepção militar da segurança dificultam a
assimilação das experiências internacionais e impedem a presença de pesquisadores no coti-
diano das instituições.
Espera-se, no cenário da segurança pública, nesse começo de milênio, que os desafios sejam
enfrentados e que novos espaços de participação e de transparência na administração pública
sejam enfrentados. Não se trata apenas de aprimorar os mecanismos de detecção do crime e
de apreensão de criminosos. No novo cenário das politicas de segurança, trata-se de aprimorar
as estratégias preventivas e ampliar o controle social sobre as instituições públicas. Estamos
apenas no começo dessa nova realidade. Para mudarmos o quadro limitado da segurança, le-
gado por uma visão estatizante e populista em que o crime é alvo de politicas repressivas pa-
dronizadas e de baixo impacto, é preciso conceber que os chamados crimes sem vítimas devem
ser o desafio para superar o abismo entre segurança e cidadania, entre segurança e defesa dos
direitos humanos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1647
Referências:
ADORNO, Sérgio. “Consolidação Democrática e políticas de segurança pública no Brasil: ruptu-
ras e continuidades.” In Zaverucha, Jorge (org.) Democracia e instituições políticas Brasileiras
no final do século XX. Recife. Bagaço. 1998.
CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. Cidade de muros. Crime, segregação e cidadania em São Paulo.
São Paulo. Edusp/Editora 34. 2001.
CHEVIGNY, Paul. Edge of the Knife. Police violence in the Americas. New York: The New Press.
1995.
PAIXÃO, Antonio Luiz. "Crime, controle social e consolidação da Democracia" in REIS, Fábio
Wanderley & O'DONNEL, Guilhermo. A Democracia no Brasil. Dilemas e perspectivas. São Pau-
lo. Vértice/Revista dos Tribunais. 1988.
PINHEIRO, Paulo S. “O passado não está morto: nem passado é ainda” In Dimenstein, G. Demo-
cracia em pedaços – Direitos Humanos no Brasil, São Paulo, Companhia das Letras. 1996.
PINHEIRO, Paulo Sérgio. “The rule of Law and the Underprivileged in Latin America: introduc-
tion.” In MÉNDEZ, Juan E., O’DONNELL, Guillermo,
PINHEIRO, Paulo Sérgio (eds) (1999) The (Un) Rule of Law & the Underprivileged in Latin Ameri-
ca. Indiana. University of Notre Dame Press. 1999.
SOARES, Luiz Eduardo. Meu casaco de general. Quinhentos dias no front da Segurança Pública
do Rio de Janeiro. São Paulo. Cia. Das Letras. 2000.

Matéria da BBC Brasil sobre a crise de segurança no Brasil

5 razões por trás da crise de segurança pública no Brasil (BBC BRASIL.com 12 FEV
2017)
A paralisação da Polícia Militar no Espírito Santo nos últimos dias voltou a colocar em evidência
a crescente crise de segurança pública do Brasil.
Desde o último sábado, várias cidades no Estado, incluindo a capital Vitória, viraram palco de
um alto número de assassinatos, furtos, tiroteios e arrastões, com mais de 120 mortes.
A paralisação começou com um protesto de mulheres de policiais militares que se posiciona-
ram diante das portas dos batalhões para impedir a saída das viaturas. Elas reivindicam reajuste
salarial e melhoria das condições de trabalho.
A crise no Espírito Santo acontece pouco depois de rebeliões que terminaram em massacres
em presídios nas regiões Norte e Nordeste e após ameaças de greve e paralisações de polícias
em outros Estados do Brasil, no que especialistas consultados pela BBC Brasil chamaram de
"uma mesma crise da arquitetura institucional que organiza a segurança pública brasileira".
Eles elencaram os principais fatores por trás do problema:

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Atualidades – Segurança – Prof. Thiago Scott

1. Limbo sócio jurídico


Para começar, há um vácuo jurídico acerca do tema segurança pública, avalia Renato Sérgio de
Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
"Nossa Constituição não diz o que é segurança pública, nenhuma lei diz que segurança pública
é proteger a população ou investigar criminoso, só diz por quem a segurança vai ser exercida",
disse ele à BBC Brasil.
"Então segurança é um conceito que ganha significado no dia a dia da prática policial. Se olhar-
mos para a história das instituições policiais hoje, muitas estão reguladas por outro conceito de
segurança, que é a manutenção de um modelo de ordem pública, de uma situação em que o
Brasil tem um inimigo interno. A lógica é que o tráfico é o inimigo a ser combatido e deixamos
de lado uma série de problemas ligados à preservação da vida", explica.
Para Lima, um bom conceito de segurança pública seria prevenção, investigação e punição de
responsáveis por atos de violência e criminalidade e administração de conflitos para garantir di-
reitos básicos da população para que ela possa exercer outros direitos da cidadania, como sair
de casa, ir ao médico e trabalhar.

2. Precariedade do sistema penitenciário


As rebeliões em várias unidades prisionais do Brasil nas primeiras semanas de 2017 que provo-
caram mais de 130 mortes evidenciaram a precariedade do sistema penitenciário.
Atualmente o Brasil possui a quarta maior população carcerária do mundo, com 622 mil deten-
tos e apenas 371 mil vagas, de acordo com o Ministério da Justiça. De 2000 para cá, a popula-
ção carcerária mais que dobrou de tamanho.
"O problema de fundo é que o Brasil encarcera muito e encarcera mal. O país adotou uma po-
lítica de guerra às drogas, qualquer um que é pego com drogas é preso. Se o menino entra um
contraventor, vai para a universidade do crime. Não é pelo encarceramento que se causa me-
lhoria da segurança", disse à BBC Julio Jacobo Waiselfisz, sociólogo, autor do Mapa da Violência
e coordenador de estudos sobre Segurança Pública da Faculdade Latino-Americana de Ciências
Sociais (Flacso).
E ainda há o problema da guerra entre facções criminosas dentro das prisões.
"Todos sabem que há facções dentro das prisões, facções violentas que dominam o sistema
carcerário. Estamos de crises em crises que podemos chamar de anunciadas e para cada perío-
do desses o governo cria um plano que nunca se concretiza", diz Waiselfisz.

3. Reformas que não saem do papel


Este é outro problema apontado por ambos os especialistas em segurança pública.
"O plano nacional de segurança pública de hoje é (semelhante ao) de 2002, então temos uma
série de reformas que se discutem mas não foram concretizadas até hoje, como reforma do
código penal, desmilitarização da polícia, mais recursos para políticas públicas", explica Waisel-
fisz.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1649
Para Lima, esse problema está ligado a uma desconexão de instituições que compõem o siste-
ma de segurança pública.
"Como não há uma clareza sobre o que é segurança pública, quem dá sentido a isso são as insti-
tuições, em especial a polícia, mas também tribunais, delegacias, Ministério Público. Cada uma
faz um pedaço em uma profunda desconexão tanto administrativa quanto republicana, envol-
vendo judiciário com executivo e defensoria", diz.
"Nesse quadro de baixíssima eficácia institucional, que afeta a resolução do que poderíamos
pensar como segurança pública, ninguém se sente dono do problema, fica um jogo político de
empurra com uma baixíssima governância da vida pública", afirma.

4. Falta de investigação
O estudo "Diagnóstico da Investigação de Homicídios no Brasil", realizado pelo Conselho Na-
cional do Ministério Público (CNMP) e divulgado em 2012, apontou que a média nacional de
resolução de homicídios é de apenas de 5%. No Reino Unido, esse número é de 93%.
"Não temos pesquisas, não temos polícia técnica judiciária e sofremos com um deficit impres-
sionante de investigação e ocorrência. As polícias não prestam contas e têm dificuldade de
construir uma relação de confiança com a população", afirma Waiselfisz.
Segundo o sociólogo, a ineficiência da polícia em termos de investigação está ligada a outro
fator que explica a crise de segurança pública, que é a falta de recursos.

5. Recursos
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2016, o Brasil gasta 1,5% do PIB em se-
gurança pública, um pouco menos dos gastos da França na área (1,7% do PIB). "Precisamos de
muito mais dinheiro", afirma.
Outro problema é a forma como esse valor é repassado.
"Os mecanismos de finanças precisam ser revisados. Atualmente esse dinheiro é repassado por
convênios, mas o custo do repasse é caro porque passa por impasses burocráticos. A segurança
precisa de dinheiro constante e planejamento, o comandante precisa saber quanto dinheiro vai
receber a cada ano para pensar em um plano de trabalho. Isso não acontece hoje", explica o
especialista.

1650 www.acasadoconcurseiro.com.br
Atualidades

Educação

Educação engloba os processos de ensinar e aprender. É um fenômeno observado em qualquer


sociedade e nos grupos constitutivos dessas, responsável pela sua manutenção, perpetuação,
transformação e evolução da sociedade a partir da instrução ou condução de conhecimentos,
disciplinamentos (educar a ação), doutrinação, às gerações que se seguem, dos modos culturais
de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou
sociedade, ou seja, é um processo de socialização que visa uma melhor integração do indivíduo
na sociedade ou no seu próprio grupo.
Enquanto processo de sociabilização, a educação é exercida nos diversos espaços de convívio
social, seja para a adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à
sociedade. Nesse sentido, educação coincide com os conceitos de socialização e endoculturação,
mas não se resume a estes. A prática educativa formal — que ocorre nos espaços escolarizados,
que sejam da Educação Infantil à Pós Graduação — dá-se de forma intencional e com objetivos
determinados, como no caso das escolas. No caso específico da educação formal exercida na
escola, pode ser definida como Educação Escolar.
De acordo com a UNESCO a educação também é exercida para além do ambiente formal das
escolas e adentra em outras perspectivas caracterizadas como: educação não formal e educação
informal. Segundo a organização, a partir das Conferências Internacionais de Educação de
Adultos - CONFINTEA compreende-se por educação não formal todo processo de ensino e
aprendizagem ocorrido a partir de uma intencionalidade educativa mas sem a obtenção de
graus ou títulos, sendo comum em organizações sociais com vistas a participação democrática.
E educação informal como aquela ocorrida nos processos quotidianos sociais, tais como com a
família, no trabalho, nos círculos sociais e afetivos.
No caso específico da educação exercida para a utilização dos recursos técnicos e tecnológicos e
dos instrumentos e ferramentas de uma determinada comunidade, dá-se o nome de Educação
Tecnológica. Outra prática seria a da Educação Científica, que dedica-se ao compartilhamento
de informação relacionada à Ciência (no que tange a seus conteúdos e processos) com
indivíduos que não são tradicionalmente considerados como parte da comunidade científica.
Os indivíduos-alvo podem ser crianças, estudantes universitários, ou adultos dentro do público
em geral. A educação sofre mudanças, das mais simples às mais radicais, de acordo com o
grupo ao qual ela se aplica, e se ajusta a forma considerada padrão na sociedade.

Legislação brasileira
No Brasil, a educação é regulamentada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, pelo
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e pelo Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério.

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Plano de Desenvolvimento da Educação

A principal meta do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) é uma educação básica de


qualidade, para isso deve-se investir na educação profissional e na educação superior. Para isso
se tornar realidade deve acontecer o envolvimento de todos: pais, alunos, professores e ges-
tores, em busca da permanência do aluno na escola. Com o PDE o Ministério da Educação pre-
tende mostrar tudo o que se passa dentro e fora da escola e realizar uma grande prestação de
contas. As iniciativas do MEC devem chegar a sala de aula para beneficiar a criança para atingir
a qualidade que se deseja para a educação brasileira. O PDE foi editado pelo Governo Federal,
por premissas à visão sistêmica da educação, a sustentação da qualidade do ensino e a priori-
dade a educação básica.

10 pontos sobre a Reforma do Ensino Médio (textos extraídos do site do


MEC)

1) O que é?
Flexibilização da grade curricular, o novo modelo permitirá que o estudante escolha a área de
conhecimento para aprofundar seus estudos.
A nova estrutura terá uma parte que será comum e obrigatória a todas as escolas (Base Nacio-
nal Comum Curricular) e outra parte flexível.

2) Como será o currículo do novo ensino médio?


A BNCC definirá as competências e conhecimentos essenciais que deverão ser oferecidos a to-
dos os estudantes na parte comum (1.800 horas), abrangendo as 4 áreas do conhecimento e
todos os componentes curriculares do ensino médio definidos na LDB e nas diretrizes curri-
culares nacionais de educação básica. Por exemplo, a área de ciências humanas compreende
história, geografia, sociologia e filosofia.
As disciplinas obrigatórias nos 3 anos de ensino médio serão língua portuguesa e matemática.
O restante do tempo será dedicado ao aprofundamento acadêmico nas áreas eletivas ou a cur-
sos técnicos, a seguir: I – linguagens e suas tecnologias; II – matemática e suas tecnologias; III –
ciências da natureza e suas tecnologias; IV – ciências humanas e sociais aplicadas; V – formação
técnica e profissional.

3) Quando começa o novo ensino médio? Já começa agora?


O novo modelo depende ainda da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que está em ela-
boração e será homologada em 2017. A BNCC será obrigatória e irá nortear os currículos das
escolas de ensino médio. Após essa etapa, no primeiro ano letivo subsequente à data de publi-
cação da BNCC, os sistemas de ensino deverão estabelecer um cronograma de implantação das
principais alterações da lei e iniciar o processo de implementação, conforme o referido crono-
grama, a partir do segundo ano letivo.

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Atualidades – Educação – Prof. Thiago Scott

4) O que é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)?


É um conjunto de orientações que deverá nortear os currículos das escolas, redes públicas e
privadas de ensino, de todo o Brasil.
A Base trará os conhecimentos essenciais, as competências e as aprendizagens pretendidas
para crianças e jovens em cada etapa da educação básica em todo país. A BNCC pretende pro-
mover a elevação da qualidade do ensino no país por meio de uma referência comum obrigató-
ria para todas as escolas de educação básica, respeitando a autonomia assegurada pela Consti-
tuição aos entes federados e às escolas.

5) Por que o novo ensino médio foi editado por Medida Provisória?
Em primeiro lugar, em decorrência da urgência do problema desse nível de ensino no país, da-
dos do IDEB recém-divulgados mostram uma realidade trágica no ensino médio e retratam a
urgência da reforma.
Em segundo lugar, em consequência da relevância do tema que se apresenta na medida em
que o fracasso do ensino médio brasileiro é um dado da realidade, como demonstram os resul-
tados das avaliações nacionais e internacionais.

6) Como serão implantadas as escolas em tempo integral?


A reforma do ensino médio prevê ainda uma Política de Fomento de Escolas em Tempo Inte-
gral, que deverá ocorrer de forma gradual. Está previsto um investimento do Governo Federal
de R$ 1,5 bilhão até 2018, correspondendo a R$ 2.000 por aluno/ano e criando 500 mil novas
matrículas de tempo integral. O PNE estabelece que, até 2024, o país deva atender, pelo me-
nos, 25% das matrículas. Atualmente, são 386 mil alunos matriculados no ensino médio em
tempo integral, o que representa 5% do total.

7) Como será a formação técnica e profissional?


Hoje, se o jovem quiser cursar uma formação técnica de nível médio, ele precisa cursar 2400
horas do ensino médio regular e mais 1200 horas do técnico.
O novo ensino médio permitirá que o jovem opte por uma formação técnica profissional dentro
da carga horária do ensino médio regular desde que ele continue cursando Português e Mate-
mática até o final. E, ao final dos três anos, ele terá um diploma do ensino médio e um certifica-
do do ensino técnico.

8) Profissionais com notório saber poderão dar aula na parte comum do currículo?
Como será a formação de professores?
Não. A medida permite que os sistemas de ensino autorizem profissionais com notório saber
para ministrar aulas exclusivamente em disciplinas dos cursos técnicos e profissionalizantes,
como já acontece hoje no sistema S e na maioria dos países do mundo.
A formação de professores se dará da mesma forma como a legislação atual prevê.

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O professor com licenciatura poderá fazer complementação pedagógica para dar aula de outra
disciplina dentro da sua área de conhecimento.

9) Como fica educação física, artes, sociologia e filosofia? E língua portuguesa e ma-
temática?
A proposta prevê que serão obrigatórios os estudos e práticas de filosofia, sociologia, educação
física e artes no ensino médio. Língua portuguesa e matemática são disciplinas obrigatórias nos
três anos de ensino médio independente da área de aprofundamento que o estudante esco-
lher.

10) E a língua inglesa? Por que foi escolhida como obrigatória?


Anteriormente, a LDB não trazia a língua inglesa como estudo obrigatório. A reforma torna o
inglês obrigatório desde o 6º ano do ensino fundamental e no ensino médio. Os sistemas de
ensino poderão ofertar outras línguas estrangeiras se assim desejarem, preferencialmente o
espanhol.

Ocupação das Escolas (Primavera Secundarista)

O movimento de ocupações de escolas tomou conta do Brasil em outubro. Mais de mil escolas
foram ocupadas por estudantes que não se conformam com os rumos que a educação vem to-
mando no governo Temer. Vamos entender melhor as origens dessas ocupações e os motivos
dos estudantes.

Quem está ocupando as escolas e onde?


Estudantes da rede pública de todo o país estão à frente das ocupações. Esses atos estão sendo
executados pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), a maior entidade de re-
presentação estudantil para o ensino médio.
Segundo levantamento da Exame, mais de 1100 escolas foram ocupadas em 22 estados brasi-
leiros (mais o Distrito Federal). O maior foco de ocupações é o Paraná, onde 850 instituições fo-
ram tomadas por secundaristas, segundo o Movimento Ocupa Paraná, da Ubes. A Secretaria do
Estado de Educação afirma que 752 continuam ocupadas no dia 31 de outubro. Estudantes co-
meçaram a tomar as escolas no último dia 6. Mas o movimento pode terminar em breve, pois a
Justiça determinou a reintegração de posse de algumas das principais escolas de Curitiba.

O que pedem os estudantes das escolas ocupadas?


O movimento de ocupações de secundaristas tem sido contestado por polêmicas e suposta fal-
ta de legitimidade. O grupo Movimento Brasil Livre (MBL), conhecido por articular os protestos
anti-Dilma nos últimos dois anos, tem pressionado os estudantes a encerrar os protestos. Foi
formado também o Movimento Desocupa Paraná. Os contrários às ocupações afirmam, entre

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Atualidades – Educação – Prof. Thiago Scott

outras coisas, que as ocupações são ilegais e impedem alunos de exercer o direito de estudar.
Além disso, há quem conceda que as motivações dos estudantes são legítimas, mas que deve-
riam pensar em outras formas de protestos (nas ruas, por exemplo).
Mas o momento mais tenso das ocupações foi a morte de um estudante no colégio Santa Feli-
cidade, em Curitiba, ocorrida no dia 24 de outubro. Lucas Eduardo Araújo Mota, de apenas 16
anos, foi assassinado a facadas por um colega de 17 anos. O suspeito afirmou que ambos inge-
riram uma droga sintética e que ele esfaqueou Lucas durante uma briga. O episódio aumentou
a pressão do governo paranaense sobre o movimento e motivou também a reintegração de
posse.

Histórico das ocupações

No início de 2016, a ocupação de escolas por alunos em protesto teve foco maior no estado de
São Paulo. Por lá, foram as escolas técnicas(Etec’s) as mais envolvidas no movimento. Nessas
ocupações, o foco recaiu sobre questões de responsabilidade do governo estadual, como o for-
necimento de merenda, que estava prejudicado por causa do esquema conhecido como “máfia
da merenda”.
Essa não foi a primeira vez que secundaristas de São Paulo se organizaram para ocupar insti-
tuições de ensino. Em novembro de 2015, cerca de 200 escolas paulistas foram tomadas por
estudantes. Eles protestavam contra a reestruturação do sistema educacional estadual. A me-
dida previa o fechamento de quase 100 escolas e o remanejamento de 311 mil alunos e 74 mil
professores. Os protestos surtiram efeito: o governo Alckmin suspendeu a reorganização do
sistema.

Ocupação de escolas: legalidade


A legalidade das ocupações tem sido discutida. O jurista Hyago Otto afirma que a escola pode
ser vista como serviço público. Como tal, elas não poderiam ter seu funcionamento interrom-
pido. Mesmo que garantido o direito à livre manifestação, as ocupações conflitariam com o
direito à educação – garantido no artigo sexto da Constituição.
Por outro lado, o Ministério Público do Paraná afirmou que as ocupações são legítimas. Ao
justificar sua posição, o MP paranaense invocou o artigo 205 da Constituição Federal, que diz
que a educação deve preparar para o exercício da cidadania. As ocupações, enquanto forma de
protesto, seriam uma forma válida de prática cidadã para os alunos.

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Atualidades

SAÚDE

"Toda pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para assegurar a sua saúde, o seu bem-
-estar e o de sua família, especialmente para a alimentação, o vestuário, a moradia, a assis-
tência médica e para os serviços sociais necessários". (artigo 25 da Declaração Universal dos
Direitos do Homem)
Uma das mais citadas definições de Saúde Pública foi apresentada pelo americano Charles-
-Edward Amory Winslow (1877–1957) em 1920:
"A arte e a ciência de prevenir a doença, prolongar a vida, promover a saúde e a eficiência física
e mental mediante o esforço organizado da comunidade. Abrangendo o saneamento do meio,
o controle das infecções, a educação dos indivíduos nos princípios de higiene pessoal, a orga-
nização de serviços médicos e de enfermagem para o diagnóstico precoce e pronto tratamento
das doenças e o desenvolvimento de uma estrutura social que assegure a cada indivíduo na
sociedade um padrão de vida adequado à manutenção da saúde".
A persistência do uso dessa definição é reforçada pela ampla difusão da definição de saúde da
Organização Mundial de Saúde - organização internacional que propôs a realização das Confe-
rências Mundiais de Saúde com integração de todos os países na persistente busca do comple-
to bem-estar físico, psíquico e social.
Segundo o brasileiro Jairnilsom Paim "A Saúde Coletiva, latino-americana foi composta a partir
da crítica à Medicina Preventiva, à Medicina Comunitária, à Medicina da Família, desenvolveu-
-se a partir da Medicina Social do Século XIX e pela saúde pública institucionalizada nos ser-
viços de saúde e academia. Envolve um conjunto de práticas técnicas, ideológicas, políticas e
econômicas desenvolvidas no âmbito acadêmico, nas organizações de saúde e em instituições
de pesquisa vinculadas a diferentes correntes de pensamento resultantes de projetos de refor-
ma em saúde."
Ainda de acordo com ele, ao longo da história da medicina cosmopolita, o campo social da saú-
de tem sido atravessado por um conjunto de movimentos ideológicos como a Polícia Médica;
Higiene; Saúde Pública; Medicina Social; Medicina Preventiva; Saúde Comunitária; Saúde Cole-
tiva; Medicina Familiar entre outros. Tais movimentos constituem-se como lutas teórico-para-
digmáticas, políticas e ideológicas com repercussões enquanto campo do saber e de práticas.

Medicina Social

"Identificam-se três etapas para consolidação da medicina social, inclusive como disciplina do
curso de formação médica: a Polícia Médica, especialmente desenvolvida na Alemanha no iní-

www.acasadoconcurseiro.com.br 1657
cio do século XVIII a fim de prover o Estado sobre os índices de saúde da população alemã, a
Medicina das Cidades ou Medicina Urbana, que tem como objetivo controlar os fatores nocivos
à saúde da população urbana que estavam associados às grandes epidemias, evidenciada na
França, e, por fim, a Medicina da Força de Trabalho, consolidada no sanitarismo inglês, que ob-
jetiva manter a sua força trabalhadora plenamente apta."
Observe-se porém que as preocupações com o isolamento de doentes e assistência aos po-
bres confunde-se com os princípios da caridade e assistencialismo pregado pelos cristãos e mu-
çulmanos, a exemplo: das discussões sobre a remuneração dos serviços médicos associada à
realização de curas de Cosme e Damião os santos "anárgiros", ou seja, “aqueles que não são
comprados por dinheiro" (no que hoje é a Síria, por volta do ano 300); a assistência médica
prestada aos escravos e soldados romanos (valetudinário); ou ao nascimento das Santas Casas
de Misericórdia em Portugal (1000) e hospitais religiosos.

Saúde Coletiva

O objetivo da investigação e das práticas da Saúde Coletiva são as seguintes dimensões:


•• o estado de saúde da população ou condições de saúde de grupos populacionais específi-
cos e tendências gerais do ponto de vista epidemiológico, demográfico, sócio-econômico e
cultural;
•• os serviços de saúde, enquanto instituições de diferentes níveis de complexidade (do posto
de saúde ao hospital especializado), abrangendo o estudo do processo de trabalho em saú-
de, a formulação e implementação de políticas de saúde, bem como a avaliação de planos,
programas e tecnologias utilizada na atenção à saúde;
•• o saber sobre a saúde, incluindo investigações históricas, sociológicas, antropológicas e
epistemológicas sobre a produção de conhecimentos nesse campo e sobre as relações en-
tre o saber "científico" e as concepções e práticas populares de saúde, influenciadas pelas
tradições, crenças e cultura de modo geral.

História da saúde pública no Brasil

O estudo da Saúde Pública no Brasil necessariamente passa por uma série de nomes e institui-
ções como Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, o Instituto Manguinhos ou Vital Brazil, o Instituto Bu-
tantã, Adolfo Lutz e o instituto que leva o seu nome. Instituições que se mantêm até hoje como
ilhas de competência do poder público na construção de um sistema de saúde de natureza
pública e equitativo, no Brasil, o SUS - Sistema Único de Saúde, capaz de dar conta das ações de
saúde tanto no âmbito da atenção primária e da promoção da saúde como nas ações curativas
e necessárias à reabilitação (níveis secundário e terciário da atenção em saúde).
No início, "não havia nada" considerando-se o que poderia ter sido feito. A saúde no Brasil pra-
ticamente inexistiu nos tempos de colônia. O modelo exploratório nem pensava nessas coisas.
O pajé, com suas ervas e cantos, a medicina dos jesuítas e os boticários, que viajavam pelo Bra-

1658 www.acasadoconcurseiro.com.br
Atualidades – Saúde – Prof. Thiago Scott

sil Colônia, eram as únicas formas de assistência à saúde. Para se ter uma ideia, em 1789, havia
no Rio de Janeiro apenas quatro médicos.
Além das enfermarias de cuidados dos jesuítas as únicas instituições que podemos destacar no
vazio assistencial desse período é a criação das Santas Casas de Misericórdia. É controversa a
data de criação da primeira Santa Casa no Brasil, para alguns autores teria sido a do porto de
Santos fundada por Brás Cubas (1507-1592) em 1543 para outros teria sido a da Bahia ou de
Olinda.
Entre as descrições das patologias e medicamentos utilizados no Brasil Colônia destaca-se as
contribuições do médico naturalista Guilherme Piso (1611-1678), que participou, como médi-
co, de uma expedição nos anos 1637 - 1644 para o Brasil, com patrocínio do conde Maurício
de Nassau (1604-1679) que administrou a conquista holandesa do nordeste do país entre 1637
e 1644.. Observe-se a continuidade da catalogação de espécies de uso medicinal, já iniciada
pelos jesuítas e outros viajantes, comparando o uso das espécies nativas às já conhecidas na
farmacopeia europeia.
Com a chegada da família real portuguesa, em 1808, as necessidades da corte forçaram a cria-
ção das duas primeiras escolas de medicina do país: o Colégio Médico-Cirúrgico no Real Hos-
pital Militar da Cidade de Salvador e a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro. E foram essas as
únicas medidas governamentais até a República.
Foi no primeiro governo de Rodrigues Alves (1902-1906) que houve a primeira medida sanita-
rista no país. O Rio de Janeiro não tinha nenhum saneamento básico e, assim, várias doenças
graves como varíola, malária, febre amarela e até a peste bubônica espalhavam-se facilmente.
O presidente então nomeou o médico Oswaldo Cruz para dar um jeito no problema. Numa
ação policialesca, o sanitarista convocou 1.500 pessoas para ações que invadiam as casas, quei-
mavam roupas e colchões. Sem nenhum tipo de ação educativa, a população foi ficando cada
vez mais indignada. E o auge do conflito foi a instituição de uma vacinação anti-varíola. A popu-
lação saiu às ruas e iniciou a Revolta da Vacina. Oswaldo Cruz acabou afastado.

Da "Revolta da Vacina" ao Ministério da Saúde

A forma como foi feita a campanha da vacina revoltou do mais simples ao mais intelectualiza-
do. Veja-se o que Rui Barbosa disse sobre a imposição à vacina: "Não tem nome, na categoria
dos crimes do poder, a temeridade, a violência, a tirania a que ele se aventura, expondo-se,
voluntariamente, obstinadamente, a me envenenar, com a introdução no meu sangue de um
vírus sobre cuja influência existem os mais bem fundados receios de que seja condutor da mo-
léstia ou da morte."
Apesar do fim conflituoso, o sanitarista conseguiu resolver parte dos problemas e colher mui-
tas informações que ajudaram seu sucessor, Carlos Chagas, a estruturar uma campanha rotinei-
ra de ação e educação sanitária.
Pouco foi feito em relação à saúde depois desse período, apenas com a chegada dos imigrantes
europeus, que formaram a primeira massa de operários do Brasil, começou-se a discutir, obvia-
mente com fortes formas de pressão como greves e manifestações, um modelo de assistência
médica para a população pobre. Assim, em 1923, surge a lei Elói Chaves, criando as Caixas

www.acasadoconcurseiro.com.br 1659
de Aposentadoria e Pensão. Essas instituições eram mantidas pelas empresas que passaram a
oferecer esses serviços aos seus funcionários. A União não participava das caixas. A primeira
delas foi a dos ferroviários. Elas tinham entre suas atribuições, além da assistência médica ao
funcionário e a família, concessão de preços especiais para os medicamentos, aposentadorias e
pensões para os herdeiros. Detalhe: essas caixas só valiam para os funcionários urbanos.
Esse modelo começa a mudar a partir da Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas tomou o
poder. É criado o Ministério da Educação e Saúde e as caixas são substituídas pelos Institutos
de Aposentadoria e Pensões (IAPs), que, por causa do modelo sindicalista de Vargas, passam a
ser dirigidos por entidades sindicais e não mais por empresas como as antigas caixas. Suas atri-
buições são muito semelhantes às das caixas, prevendo assistência médica. O primeiro IAP foi
o dos marítimos. A União continuou se eximindo do financiamento do modelo, que era gerido
pela contribuição sindical, instituída no período getulista.
Quanto ao ministério, ele tomou medidas sanitaristas como a criação de órgãos de combate a
endemias e normativos para ações sanitaristas. Vinculando saúde e educação, o ministério aca-
bou priorizando o último item e a saúde continuou com investimentos irrisórios.
Dos anos 40 a 1964, início da ditadura militar no Brasil, uma das discussões sobre saúde pública
brasileira se baseou na unificação dos IAPs como forma de tornar o sistema mais abrangente.
É de 1960 a Lei Orgânica da Previdência Social, que unificava os IAPs em um regime único para
todos os trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), o que excluía tra-
balhadores rurais, empregados domésticos e funcionários públicos. É a primeira vez que, além
da contribuição dos trabalhadores e das empresas, definia-se efetivamente uma contribuição
do Erário Público. Mas tais medidas foram ficando no papel.
A efetivação dessas propostas só aconteceu em 1967, pelas mãos dos militares, com a unifica-
ção de IAPs e a consequente criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Surgiu
então uma demanda muito maior que a oferta. A solução encontrada pelo governo foi pagar
a rede privada pelos serviços prestados à população. Mais complexa, a estrutura foi se mo-
dificando e acabou por criar o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social
(INAMPS) em 1978, que ajudou nesse trabalho de intermediação dos repasses para iniciativa
privada.
Em 1972, surge a primeira entidade de representação dos sanitaristas brasileiros, a Associação
Paulista de Saúde Pública.
Um pouco depois, em 1974, os militares já haviam criado o Fundo de Apoio ao Desenvolvi-
mento Social (FAS), que ajudou a remodelar e ampliar a rede privada de hospitais, por meio de
empréstimos com juros subsidiados. Toda essa política acabou proporcionando um verdadeiro
boom na rede privada. De 1969 a 1984, o número de leitos privados cresceu cerca de 500%. De
74.543 em 1969 para 348.255 em 1984. Como pode-se ver, o modelo criado pelo regime militar
era pautado pelo pensamento da medicina curativa. Poucas medidas preventivas e sanitárias
foram tomadas. A mais importante foi a criação da Superintendência de Campanhas da Saúde
Pública (Sucam).
Durante a transição democrática, finalmente a saúde pública passa a ter um fiscalização da
sociedade. Em 1981, ainda sob a égide dos militares, é criado o Conselho Consultivo de Ad-
ministração da Saúde Previdenciária (CONASP). Com o fim do regime militar, surgem outros
órgãos que incluem a participação da sociedade civil como o Conselho Nacional dos Secretários

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Atualidades – Saúde – Prof. Thiago Scott

Estaduais de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Cona-
sems).
Se, de um lado, a sociedade civil começou a ser mais ouvida, do outro, o sistema privado de
saúde, que havia se beneficiado da política anterior, teve que arranjar outras alternativas. É
nesse período que se cria e se fortalece o subsistema de atenção médico-suplementar. Em ou-
tras palavras, começa a era dos convênios médicos. Surgem cinco modalidades diferentes de
assistência médica suplementar: medicina de grupo, cooperativas médicas, autogestão, segu-
ro-saúde e plano de administração.
A classe média, principal alvo desses grupos, adere rapidamente, respondendo contra as falhas
da saúde pública. O crescimento dos planos é vertiginoso. Em 1989, já contabilizam mais de 31
milhões de brasileiros, ou 22% da população, faturando US$ 2,4 bilhões.
Ao lado dessas mudanças, os constituintes da transição democrática começaram a criar um
novo sistema de saúde, que mudou os parâmetros da saúde pública no Brasil, o SUS.

Conceito Ampliado de Saúde

A saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambien-
te, trabalho, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse de terra e acesso a serviços de saúde.
O conceito ampliado de saúde diz respeito à qualidade de vida, não só à ausência de doenças!
Este manual visa, de forma simples e direta, orientar as pessoas sobre o direito aos serviços de
saúde que lhes é assegurado por lei, explicar-lhes no que consiste, e indicar-lhes como garanti-
-lo de maneira efetiva. O trabalho não tem a pretensão de discorrer sobre todos os assuntos
relacionados à saúde, mas sim, de abordar alguns temas que comumente atingem e afligem os
menos favorecidos, quando estes necessitam do acesso à saúde e encontram dificuldades.

PRINCÍPIOS CONTIDOS NA CARTA DE DIREITOS DOS USUÁRIOS DA SAÚDE

(Aprovada pela Portaria MS/GM nº 675, de 30/3/2006)


1. Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado aos sistemas de saúde.
2. Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para seu problema.
3. Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer dis-
criminação.
4. Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite sua pessoa, seus valores e seus direi-
tos.
5. Todo cidadão também tem responsabilidades para que seu tratamento aconteça de forma
adequada.
6. Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos gestores da saúde para que os
princípios anteriores sejam cumpridos.

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Quem tem direito à saúde no nosso país e onde isso está previsto?

O artigo 196, da Constituição da República estabelece que: “A saúde é direito de todos e dever
do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua pro-
moção, proteção e recuperação”.
Assim, a Constituição Federal e outras leis que serão mencionadas garantem a todas as pessoas
o acesso gratuito aos órgãos relacionados à saúde pública para, por exemplo, pleitear medica-
mentos, próteses, consultas médicas, exames, internações, cirurgias, orientações e cuidados de
saúde através do SUS – Sistema Único de Saúde.

O que é o SUS?

O SUS é um sistema público de saúde que reúne todas as ações, serviços e unidades de saúde
sob responsabilidade da União, dos Estados e dos Municípios, de forma integrada. O SUS é con-
siderado um dos mais abrangentes sistemas públicos de saúde do mundo, e presta serviços de
forma gratuita a toda a população brasileira.

Quem tem o dever de assegurar a assistência à saúde às pessoas?

São os entes denominados federados, ou seja, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
nicípios, através de seus órgãos públicos, em parceria ou não com instituições privadas. Esses
entes arrecadam impostos e possuem receitas para financiar a prestação de serviços de saúde,
não se tratando, portanto, de nenhum favor prestado ao cidadão. A responsabilidade dos Mu-
nicípios, Estados e União é solidária, ou seja, todos têm o dever de garantir o direito constitu-
cional à saúde, conjuntamente ou não, e o cidadão, caso não tenha este direito assegurado,
pode escolher qual ente acionar judicialmente para garantilo.
E se houver recusa por parte desses entes na oferta de produtos ou serviços relacionados à
saúde pública (medicamentos, fraldas, consultas médicas, internação, tratamentos, cirurgias,
exames)?
É recomendado que, primeiramente, o cidadão ou seu representante legal procure a adminis-
tração de saúde mais próxima, geralmente as Secretarias Municipais de Saúde, e faça a solicita-
ção formal, verbalmente, e, se não atendido, por escrito, dirigindo o documento ao Secretário
Municipal de Saúde ou Prefeito Municipal.
Após esta solicitação escrita, caso, administrativamente, permaneça a situação de recusa ou
haja demora excessiva na resolução do pedido, seja qual for ele, o necessitado pode procurar o
Poder Judiciário para garantir o atendimento de suas necessidades. Judicialmente o ente fede-
rado será obrigado a cumprir com sua obrigação de prestação de serviços de saúde.
Em termos práticos, para entrar com uma ação judicial a fim de garantir o necessário para res-
tabelecer ou manter sua saúde, a pessoa poderá procurar qualquer um destes órgãos:

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Atualidades – Saúde – Prof. Thiago Scott

•• A Promotoria de Justiça
•• A sede da subseção da Ordem dos Advogados da comarca
•• A defensoria pública, se houver

Organização dos serviços de saúde

O Brasil possui atualmente 5.561 municípios em seus 26 Estados, e nem todos tem condições,
sozinhos, de oferecer todas as ações e serviços necessários para garantir a saúde de sua popu-
lação. Para isto, o SUS está organizado em redes, coordenadas regionalmente, visando oferecer
um atendimento integral e completo ao cidadão.
Você pode (e deve!) participar da gestão e organização do SUS no seu bairro, seu município e
sua região?
É através dos Conselhos e das Conferências de Saúde, onde a população tem vez e voz para rei-
vindicar e decidir os rumos da saúde!

Das Espécies de Bens e Serviços Relacionados à Saúde

Que tipos de pedidos relacionados à saúde são feitos em ações judiciais contra o Município,
Estado ou a União?
São, em regra, pedidos de medicamentos, tratamentos, próteses, exames, internações e cirur-
gias.
Contra quem é movida a ação judicial?
A pessoa necessitada pode ajuizar ação contra todos os entes federados ou somente contra
um deles. Em regra, a ação é movida contra o Município, que recebe repasse dos demais entes
para prestar os serviços de saúde pública às pessoas, mas existem serviços prestados por insti-
tuições de administração pública estadual e federal.

Informações básicas sobre o SUS

1. Todos os estados e municípios devem ter conselhos de saúde compostos por representan-
tes dos usuários do SUS, dos prestadores de serviços, dos gestores e dos profissionais de
saúde.Os conselhos são fiscais da aplicação dos recursos públicos em saúde.
2. A União é o principal financiador da saúde pública no país. Historicamente, metade dos
gastos é feita pelo governo federal, a outra metade fica por conta dos estados e municípios.
A União formula políticas nacionais, mas a implementação é feita por seus parceiros (esta-
dos, municípios, ONGs e iniciativa privada)

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3. O município é o principal responsável pela saúde pública de sua população. A partir do Pac-
to pela Saúde, assinado em 2006, o gestor municipal passa a assumir imediata ou paulati-
namente a plenitude da gestão das ações e serviços de saúde oferecidos em seu território.
4. Quando o município não possui todos os serviços de saúde, ele pactua (negocia e acerta)
com as demais cidades de sua região a forma de atendimento integral à saúde de sua popu-
lação. Esse pacto também deve passar pela negociação com o gestor estadual.
5. O governo estadual implementa políticas nacionais e estaduais, além de organizar o aten-
dimento à saúde em seu território.
6. A porta de entrada do sistema de saúde deve ser preferencialmente a atenção básica (pos-
tos de saúde, centros de saúde, unidades de Saúde da Família, etc.). A partir desse primeiro
atendimento, o cidadão será encaminhado para os outros serviços de maior complexidade
especializadas da saúde pública (hospitais e clínicas).
7. O sistema público de saúde funciona de forma referenciada. Isso ocorre quando o gestor
local do SUS não dispondo do serviço de que o usuário necessita, encaminha-o para outra
localidade que oferece o. serviço. Esse encaminhamento e a referência de atenção à saúde
são pactuados entre os municípios.
8. Não há hierarquia entre União, estados e municípios, mas há competências para cada um
desses três gestores do SUS. No âmbito municipal, as políticas são aprovadas pelo CMS –
Conselho Municipal de Saúde; no âmbito estadual, são negociadas e pactuadas pela CIB
– Comissão Intergestores Bipartite (composta por representantes das secretarias munici-
pais de saúde e secretaria estadual de saúde) e deliberadas pelo CES – Conselho Estadual
de Saúde (composto por vários segmentos da sociedade: gestores, usuários, profissionais,
entidades de classe, etc.); e, por fim, no âmbito federal, as políticas do SUS são negociadas
e pactuadas na CIT – Comissão Intergestores Tripartite (composta por representantes do
Ministério da Saúde, das secretarias municipais de saúde e das secretarias estaduais de
saúde).
9. Os medicamentos básicos são adquiridos pelas secretarias estaduais e municipais de saú-
de, dependendo do pacto feito na região. A insulina humana e os chamados medicamentos
estratégicos - incluídos em programas específicos, como Saúde da Mulher, Tabagismo e
Alimentação e Nutrição - são obtidos pelo Ministério da Saúde. Já os medicamentos ex-
cepcionais (aqueles considerados de alto custo ou para tratamento continuado, como para
pós-transplantados, síndromes – como Doença de Gaucher – e insuficiência renal crôni-
ca) são comprados pelas secretarias de saúde e o ressarcimento a elas é feito mediante
comprovação de entrega ao paciente. Em média, o governo federal repassa 80% do valor
dos medicamentos excepcionais, dependendo dos preços conseguidos pelas secretarias de
saúde nos processos licitatórios. Os medicamentos para DST/Aids são comprados pelo mi-
nistério e distribuídos para as secretarias de saúde.
10. Com o Pacto pela Saúde (2006), os estados e municípios poderão receber os recursos fede-
rais por meio de cinco blocos de financiamento: 1 – Atenção Básica; 2 – Atenção de Média
e Alta Complexidade; 3 – Vigilância em Saúde; 4 – Assistência Farmacêutica; e 5 – Gestão
do SUS. Antes do pacto, havia mais de 100 formas de repasses de recursos financeiros, o
que trazia algumas dificuldades para sua aplicação.

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Atualidades

Professor Luciano Teixeira

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Geografia

A QUESTÃO MIGRATÓRIA NA EUROPA

Vítimas de guerras civis e perseguições estão entre os cerca de 300 mil imigrantes e refugiados
que chegam ao continente. Para os mais de 300 mil imigrantes e refugiados que chegaram à
Europa pelo Mar Mediterrâneo até agosto deste ano, arriscar a vida em embarcações sem ne-
nhuma infraestrutura não é pior do que as circunstâncias que eles vivem em seus países.
Vítimas de guerras civis, terrorismo, perseguições e miséria, eles buscam no continente uma
chance de uma vida mais digna, mas nem sempre chegam à terra firme. Só em 2015, mais de
2.500 pessoas morreram afogadas na travessia, um número sem precedentes.

Quem são os imigrantes?

De todo o contingente que cruzou o Mar Mediterrâneo em direção a Europa durante os primei-
ros seis meses de 2015, um terço era formado por homens, mulheres e crianças da Síria, cujos
cidadãos têm sido quase universalmente reconhecidos como refugiados ou elegíveis a outras
formas de proteção internacional. Os outros dois terços são majoritariamente originários de
países como Afeganistão e Eritréia.
"Enquanto a Europa debate a melhor maneira de lidar com esta crescente crise no Mediter-
râneo, os refugiados são a maioria dos que chegam à Europa em busca de proteção", afirmou
o Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres. No caso da África, países como
Senegal, Mali, Guiné e Gâmbia concentram os maiores índices de imigrantes ilegais rumo a Eu-
ropa. A maioria deles são homens solteiros na faixa dos 20 anos.
Para o pesquisador do observatório interdisciplinar de políticas públicas e professor de econo-
mia José Renato de Campos Araújo, esse aumento no fluxo de migratório se deve principalmen-
te ao crescente número de conflitos internos em países da África e do Oriente Médio.
"A Europa é o foco de imigrantes, principalmente africanos, desde pelo menos a década de
1960, por causa da riqueza do continente. Mesmo com a crise europeia, a região ainda é convi-
dativa. Ainda mais porque há um grande número de compatriotas, o que facilita a adaptação",
explica.

Travessia milionária

Para atravessar o Mediterrâneo, os imigrantes se arriscam em embarcações superlotados sem


o mínimo de segurança. Aliciados por traficantes de pessoas, os passageiros acabam desenbol-

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sando quantias maiores do que R$ 10 mil por pessoa, o que torna o negócio altamente lucrati-
vo – um único barco pode render US$ 1 milhão.
Apesar do pagamento alto, eles não têm qualquer garantia de que terão seus pedidos de re-
fúgio aceitos. Muitos não ficam no destino final e são mandados de volta aos seus respectivos
países de origem.

Pedidos de refúgio na Europa

A agência de refugiados da ONU indica que o maior grupo requerentes no continente é forma-
do por sírios, com 122.800 requisições de asilo, ou 20% do número total de candidatos. Eritreus
que fogem da guerra estão em segundo lugar. O destino preferido é a Alemanha, que no ano
passado recebeu 202.700 requisições, ou 32% do total. A Suécia veio logo em seguida com
81.200, ou 13%. Seguem Itália, com 64.600, ou 10% do total, França, 62.800, ou 10%, e a Hun-
gria, 42.800, ou 7%. No caso da África, países como Senegal, Mali, Guiné e Gâmbia, concentram
os maiores índices de imigrantes ilegais rumo a Europa. A maioria deles são homens solteiros
na faixa dos 20 anos.

Trajetória antes do destino ideal

Antes de chegarem aos países onde vão buscar refúgio, muitos migrantes passam por países vi-
zinhos, como Turquia e Líbano, em busca de proteção. Mas como esses Estados vivem uma cri-
se estrutural e econômica – até pela chegada cada vez maior de refugiados sem o devido apoio
internacional –, a única opção acaba sendo seguir viagem. Muitos dos milhares de imigrantes
que chegam à Grécia todos os dias, principalmente a partir da vizinha Turquia, têm como ob-
jetivo atingir a Macedônia, onde pegam um trem superlotado para a Sérvia. Lá, eles tentam
alcançar a União Europeia novamente, através da Hungria.
Tanto que, atualmente, a rota mais utilizada por aqueles que conseguem chegar à Europa, é a
dos Balcãs Ocidentais (a fronteira terrestre húngara com a Sérvia), onde o número de migrantes
detidos ultrapassou os 10 mil de janeiro a abril deste ano. No período entre 1º de Janeiro e 31
de maio, mais de 50 mil migrantes foram pegos nessa rota, um aumento de 880% em relação
ao mesmo período de 2014.

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Geografia – A Questão Migratória na Europa – Prof. Luciano Teixeira

Slides – A QUESTÃO MIGRATÓRIA NA EUROPA

Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos


fluxos populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem
econômico-social.

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1670 www.acasadoconcurseiro.com.br
Geografia – A Questão Migratória na Europa – Prof. Luciano Teixeira

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Geografia – A Questão Migratória na Europa – Prof. Luciano Teixeira

Síria
Islamismo
Alauítas-Xiitas Minoria da População
Sunitas Maioria da população Elite no Poder 44 anos.
Turquia Oposição Política-1 Bashar – Al Assad Presidente
Partido Baath
EUA Socialista
Armas Exército Sírio
Arábia Saudita Síria Livre-2 Rússia Guerra Fria
Sunitas Veto
Al Qaeda Venda de Armas
Sunitas Radicais Islâmicos-3 Base Militar em
Tartus – Síria
Estado Islâmico Proclamado China Veto
entre Síria-Iraque 06/2014
Irã-Xiita Apoio Político

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1674 www.acasadoconcurseiro.com.br
Geografia – A Questão Migratória na Europa – Prof. Luciano Teixeira

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XENOFOBIA

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Geografia

MEIO AMBIENTE

Desde a escola ouvimos uma antiga definição de que meio ambiente era chamado de tudo o
que é vivo, ou seja, todas as coisas que vivem neste planeta e estão ligadas a vida dos seres
humanos. As plantas, os animais e tudo que possui vida própria e faz parte de nosso ecossiste-
ma é meio ambiente. O mundo impôs até uma data para que seja comemorado o Dia do Meio
Ambiente, dia 5 de junho, é oficialmente comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente e da
Ecologia.
Meio ambiente envolve todas as coisas vivas e não-vivas que ocorrem na Terra, ou em alguma
região dela, que afetam os ecossistemas e a vida dos humanos. O meio ambiente pode ter di-
versos conceitos, que são identificados por seus componentes.
Na ecologia, o meio ambiente é o panorama animado ou inanimado onde se desenvolve a vida
de um organismo. No meio ambiente existem vários fatores externos que têm uma influência
no organismo. A ecologia tem como objeto de estudo as relações entre os organismos e o am-
biente envolvente.
Meio ambiente é um conjunto de unidades ecológicas que funcionam como um sistema natu-
ral, e incluem toda a vegetação, animais, microorganismos, solo, rochas, atmosfera e fenôme-
nos naturais que podem ocorrer em seus limites. Meio ambiente também compreende recur-
sos e fenômenos físicos como ar, água e clima, assim como energia, radiação, descarga elétrica,
e magnetismo.
Para as Nações Unidas, meio ambiente é o conjunto de componentes físicos, químicos, biológi-
cos e sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos, em um prazo curto ou longo, sobre
os seres vivos e as atividades humanas.
A preservação do meio ambiente depende muito da sensibilização dos indivíduos de uma so-
ciedade. A cidadania deve contemplar atividades e noções que contribuem para a prosperida-
de do meio ambiente. Desta forma, é importante saber instruir os cidadãos de várias idades,
através de formação nas escolas e em outros locais.
No Brasil existe a PNMA, que é a Política Nacional do Meio Ambiente. A PNMA define meio am-
biente como o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.

Meio ambiente e sustentabilidade

A sustentabilidade ambiental e ecológica é a manutenção do meio ambiente do planeta Terra,


é manter a qualidade de vida, manter o meio ambiente em harmonia com as pessoas. É cuidar

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para não poluir a água, separar o lixo, evitar desastres ecológicos, como queimadas, desmata-
mentos. O próprio conceito de sustentabilidade é para longo prazo, significa cuidar de todo o
sistema, para que as gerações futuras possam aproveitar.
É importante que a sustentabilidade do meio ambiente seja cada vez uma prioridade para os
políticos no poder, para que a conservação do meio ambiente possa ser alcançada.

Meio ambiente e reciclagem

A reciclagem é um processo de elevada relevância para a preservação do meio ambiente. Atra-


vés da reciclagem, é possível diminuir a poluição do ar, água e solo. O grande desafio na área da
reciclagem é conseguir educar os cidadãos para que compreendam que cada esforço, por mais
pequeno que seja, tem um impacto positivo no meio ambiente envolvente.

Meio ambiente e sociologia

No âmbito da sociologia, o meio ambiente é o conjunto de todos os fatores materiais ou imate-


riais que afetam o indivíduo e que vão desde a paisagem até à mentalidade da época. Os soci-
ólogos partidários da teoria do meio ambiente consideram o indivíduo como produto das suas
relações sociais.
O meio ambiente é umas das grandes preocupações do último século. Todos os dias alguma
questão ligada ao meio ambiente está entre os assuntos mais comentados no mundo todo e as
atenções para com o meio ambiente em nosso país, não são diferentes.
Por toda sua geografia e biodiversidade, o Brasil é um país frequentemente preocupado com o
meio ambiente, embora haja muitas atitudes e coisas que devam ser mudadas, tanto da parte
da população como da parte do poder público.
O Brasil possui espalhado por todo seu território uma rica vegetação formada por florestas
úmidas, matas, cerrados, manguezais, rios, praias e formações rochosas. Sem falar da fauna
brasileira com várias espécies em extinção e da maior floresta do mundo, a floresta amazôni-
ca, conhecida mundialmente como “pulmão do mundo”. Aliás, há muito tempo que a floresta
amazônica, se encontra sob ameaça constante dos desmatamentos e das queimadas. Nosso
país precisa urgentemente pensar e tomar atitudes emergenciais para proibir estas atitudes.
Pois além de estarem acabando com o maior patrimônio nacional, que é o meio ambiente, está
causando a destruição do próprio ser humano.
Infelizmente no Brasil, grande parte da população não tem o costume de tratar corretamente
o meio ambiente e isto se volta diretamente à própria população, ocasionando muitas tragé-
dias. Um exemplo disso são as enchentes que ocorrem em todo pais, de Norte a Sul, causando
anualmente a morte de centenas de pessoas. Estas enchentes acontecem por descuido com o
meio ambiente por parte da população, que ao colocarem lixo nas ruas faz com que obstrua as
galerias pluviais.

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Geografia – Meio Ambiente – Prof. Luciano Teixeira

Em abril de 1999 foi criada no Brasil, uma lei que regulamenta e trata da educação ambiental.
Sob o número 9.795, a lei dispõe sobre a educação ambiental, instituindo uma política de pre-
servação do meio ambiente. Mas no dia a dia do país,o que se vê e o desrespeito com o meio
ambiente é lamentável. s
O desenvolvimento sustentável, a adoção de práticas sustentáveis, é extremamente necessá-
rio, mas acima de tudo é preciso que a população brasileira tenha uma maior preocupação e
respeito com o meio ambiente.

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SLIDES – MEIO AMBIENTE

Meio Ambiente x consciência ambiental


• o Dia do Meio Ambiente, dia 5 de junho, é oficialmente
comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia.

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Geografia – Meio Ambiente – Prof. Luciano Teixeira

consciência ambiental
Habilidade de compreender o meio ambiente em que se vive,
as ações realizadas em relação a ele, os impactos causados a
curto, médio e longo prazos. Esta consciência só se torna
completa, porém, quando a percepção amplia-se a ponto de se
perceber não apenas a própria casa, mas todo o planeta, como
o ambiente em questão.
A conscientização do brasileiro em relação ao Meio Ambiente aumentou 30% nos
últimos 15 anos. É o que revela pesquisa divulgada, nesta segunda-feira (22), pelo
Ministério do Meio Ambiente (MMA) em parceria com o Instituto de Estudos da
Religião (Iser) e WWF Brasil. Essa expansão ocorreu de modo pouco diferenciado em
todas as regiões e se distribuiu, homogeneamente, em todos os grupos populacionais.

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Geografia – Meio Ambiente – Prof. Luciano Teixeira

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Geografia

A PRODUÇÃO MUNDIAL DE ENERGIA

FONTES TRADICIONAIS
•• CARVÃO
•• PETRÓLEO
•• NÚCLEAR
•• HIDRELETRICIDADE
•• GÁS NATURAL

FONTES ALTERNATIVAS
•• ÁLCOOL
•• EÓLICA
•• BIOMASSA
•• SOLAR
•• MARINHA
•• GEOTÉRMICA

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Fontes Renováveis

•• Fontes de energia inesgotáveis ou que podem ser repostas a curto ou médio prazo, espon-
taneamente ou por intervenção humana.
•• Energia Hídrica;
•• Energia Eólica;
•• Energia Solar;
•• Energia Geotérmica;
•• Energia das Ondas e Marés;
•• Energia da Biomassa.

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Geografia – A Produção Mundial de Energia – Prof. Luciano Teixeira

HIDRELÉTRICAS

TUCURUÍ – (Araguaia-Tocantins)
•• Maior Hidrelétrica genuinamente Brasileira.
•• Localizada no estado do Para - Rio Tocantins.
•• Faz parte do Projeto Carajás, oficialmente conhecido como Programa Grande Carajás
(CVRD).

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Belo Monte

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Geografia – A Produção Mundial de Energia – Prof. Luciano Teixeira

Belo Monte - “a fio d’água”


•• Usinas hidrelétricas “a fio d’água” são aquelas que não dispõem de reservatório de água, ou
o têm em dimensões menores do que poderiam ter. Optar pela construção de uma usina “a
fio d’água” significa optar por não manter um estoque de água que poderia ser acumulado
em uma barragem.

ITAIPU - Paraná

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UHE – Santo Antônio Madeira-Mamoré
•• A UHE Santo Antônio está interligada ao Sistema Elétrico do Sudeste/Centro-Oeste Brasi-
leiro por meio de duas linhas de transmissão em corrente contínua de cerca de 600 kV com
2.375 km de extensão, que serão as maiores do mundo em operação.

UHE - Jirau Madeira-Mamoré


•• Rio Madeira, a 120 km de Porto Velho, em Rondônia.
•• Faz parte do Complexo do Rio Madeira.

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Geografia – A Produção Mundial de Energia – Prof. Luciano Teixeira

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Polígono das secas
•• Os 1.348 municípios que formam o polígono das secas são aqueles relacionados no Ma-
nual de Preenchimento da DITR, situados nos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Ge-
rais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, compreendendo grande
parte do Nordeste brasileiro geoeconômico. É reconhecida pela legislação como sujeita à
repetidas crises de prolongamento das estiagens e, consequentemente, objeto de espe-
ciais providências do setor público.
•• Constitui-se de diferentes zonas geográficas, com distintos índices de aridez. Em algumas
delas o balanço hídrico é acentuadamente negativo, onde somente se desenvolve a caatin-
ga hiperxerófila sobre solos delgados

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Elimar José

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Transposição do São Francisco

Comissão para Transposição

•• O objetivo do colegiado é acompanhar todos os atos, fatos relevantes, normas e procedi-


mentos referentes ao projeto de Integração do Rio São Francisco com as bacias hidrográfi-
cas do Nordeste Setentrional.

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•• Segundo o governo federal, 55,5% do total previsto já estão prontos. O compromisso é
concluir até 2015 o projeto orçado em cerca de R$ 8 bilhões. São 477 quilômetros de canais
(mais do que a distância entre Rio de Janeiro e São Paulo), formando os eixos Norte, que vai
de Cabrobó (PE) a Cajazeiras (PB), e Leste, com início em Floresta (PE) e término em Mon-
teiro (PB) que conduzirão a água no semiárido nordestino.
•• O Ministério da Integração prevê a entrega de 100 quilômetros de canais em cada eixo em
dezembro de 2014. As obras, inciadas em 2007, incluem ainda a recuperação de 23 açudes,
construção de 27 reservatórios, nove estações de bombeamento, 14 aquedutos e quatro
túneis exclusivos para a passagem de água.

Artigo - Hidrelétricas

•• Este estudo aparece em um momento de grande controvérsia em vários países sul-ame-


ricanos onde está se impulsionando a construção de hidrelétricas que ameaçam inundar
grandes áreas da floresta amazônica e destruir o habitat de tribos indígenas.  Um dos pro-
jetos mais polêmicos é a construção da usina de Belo Monte, na Amazônia brasileira, que
deverá ser a terceira maior do mundo.
•• De acordo com Pueyo: “Este trabalho deixa sem base qualquer tentativa de justificar a des-
truição das florestas e a invasão de terras indígenas para levar adiante uma suposta” ener-
gia limpa “para freiar as alterações climáticas”.
•• Os pesquisadores Salvador Pueyo e Philip M. Fearnside, do IC3 e do Inpa, respectivamen-
te, garantem que as pesquisas anteriores sobre este tema subestimavam “quase 80% das
emissões”.

Hidrelétricas poluem quatro vezes mais que o estimado, diz estudo

•• A emissão de gases que contribuem para o “efeito estufa” de hidrelétricas é quatro vezes
maior do que se pensava, segundo um estudo do Instituto Catalão de Ciências do Clima
(IC3) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), do Brasil.  Este estudo põe
em dúvida a reputação de “energia limpa”, que se ostentava para a energia hidrelétrica e
indica que estas centrais produzem emissões de partículas de metano na atmosfera, um
gás que contribui mais para o aquecimento global da Terra que o dióxido de carbono (CO2).
•• De acordo com o IC3, as condições ambientais que são criadas no entorno de reservató-
rios hidrelétricos, especialmente em climas tropicais, faz com que a matéria orgânica em
decomposição não gere CO2, mas o gás metano, que contribui mais para o “efeito estufa”
que dióxido de carbono.  Os pesquisadores Salvador Pueyo e Philip M. Fearnside, do IC3 e
do Inpa, respectivamente, garantem que as pesquisas anteriores sobre este tema subesti-
mavam “quase 80% das emissões” e nota que essas centrais hidrelétricas são “fábricas de
metano”, com um nível semelhante de emissões de centrais termoelétricas.

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Energia Eólica

•• Fonte de energia limpa.


•• A China possui a maior quantidade de turbinas eólicas em operação do mundo
•• Ceará – Maior produtor de energia Eólica.
•• O Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de energia eólica. Santa Vitória do Palmar
e Osório.
•• Impactos:
•• Poluição Sonora.
•• Instalações em rotas de Aves migratórias.

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Solar

•• Os alemães instalaram em seus telhados, na forma de painéis solares, o país europeu é


o pioneiro no incentivo ao uso da energia solar, com um programa federal que subsidia a
produção.
•• Energia limpa
•• Maiores produtores:
•• EUA
•• JAPÃO
•• ALEMANHA
•• ITÁLIA
•• ESPANHA
•• CHINA

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Geografia – A Produção Mundial de Energia – Prof. Luciano Teixeira

Biocombustível

•• O biodiesel pode ser produzido a partir de diversas matérias-primas, tais como óleos vege-
tais, gorduras animais, óleos e gorduras residuais, por meio de diversos processos.
•• A evolução tecnológica dos últimos anos mostra tendências para a adoção da transesterifi-
cação com metanol e etanol como processo principal para o uso em mistura com o diesel.
•• O uso do biodiesel reduz as emissões associadas ao diesel de base fóssil. Trata-se de um
produto não tóxico e biodegradável

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Biomassa

Energia Maremotriz

•• As ondas do mar possuem energia cinética devido ao movimento da água e energia po-
tencial devido à sua altura. Energia elétrica pode ser obtida se for utilizado o movimento
oscilatório das ondas.
•• O aproveitamento é feito nos dois sentidos: na maré alta a água enche o reservatório, pas-
sando através da turbina, e produzindo energia elétrica, na maré baixa a água esvazia o
reservatório, passando novamente através da turbina, agora em sentido contrário ao do
enchimento, e produzindo energia elétrica.

Relação socioeconômica - Maremotriz

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Geografia – A Produção Mundial de Energia – Prof. Luciano Teixeira

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Gráfico da distribuição energética

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Geografia

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Pegada Ecológica
•• O uso abusivo de recursos naturais, a degradação ambiental, o consumo exagerado e a
quantidade de resíduos resultantes são os rastros que deixamos na natureza e não perce-
bemos. A pegada ecológica, outra denominação recebida pela Pegada de Carbono, é ape-
nas uma estimativa e nos mostra até que ponto o nosso estilo de vida está adequado ao
que o planeta pode nos fornecer.
•• A Pegada de Carbono da indústria da moda é muito grande, é a segunda indústria mais
poluente do mundo, perdendo apenas para a automobilística. A situação é tão crítica que
algumas marcas e estilistas estão se conscientizando para calcular esse dano e tentar re-
duzi-lo ao máximo. Já que, qualquer um dos processos realizados pela indústria têxtil - tais
como a fiação, o beneficiamento, o tecimento, a limpeza, o tingimento, a estamparia, os
acabamentos e até a administração da empresa - causa algum tipo de impacto, seja no
solo, no ar, na água ou à população.

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Mudança do Clima e a CQNUMC

•• Muitas vezes usado com a presunção de que essas alterações são causadas pela atividade
humana, como no contexto da “Convenção Quadro das Nações Unidas para a Mudança do
Clima” (CQNUMC), ou “Conferência Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáti-
cas” (CQNUAC), em Portugal.

Mudança do Clima e o IPCC

•• Segundo o “Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas” (da sigla em inglês


IPCC), mudança climática é uma variação a longo prazo estatisticamente significante em
um parâmetro climático (como temperatura, precipitação ou ventos) médio ou na sua va-
riabilidade, durante um período extenso (que pode durar de décadas a milhões de anos).
A mudança climática pode ser causada por processos naturais da própria Terra ou por for-
ças externas, incluindo variações na intensidade da luz solar, ou ainda, mais recentemente,
pela ação do homem.

Causas...

•• Ciclo solar
•• As glaciações
•• Impactos de meteoritos
•• Influência Interna
•• Deriva dos continentes
•• Placas tectônicas
•• El Niño e La Niña
•• Vulcanismo
•• O efeito Estufa
•• Causas Antrópicas
•• Emissão de gases do efeito estufa

Histórico..

Em 24 de fevereiro de 1984, um falha em dutos subterrâneos da Petrobras espalhou 700 mil


litros de gasolina nos arredores da Vila Socó, em Cubatão (SP). Duas horas após o vazamento,
houve a explosão e incêndio que destruíram parte da favela.

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Geografia – Mudanças Climáticas – Prof. Luciano Teixeira

Um grave episódio de contaminação por radioatividade teve início em 13 de setembro de 1987,


quando um aparelho utilizado em radioterapias foi furtado por dois sucateiros de hospital
abandonado em Goiânia (GO). 60 pessoas mortas.

Um vazamento de resíduos químicos do reservatório da Indústria Cataguases de Papel e Celu-


lose, na região da Zona da Mata mineira, ocorrido no dia 29 de março de 2003, atingiu os rios
Pomba e Paraíba do Sul, originando prejuízos ao ecossistema e à população ribeirinha, que teve
o abastecimento de água interrompido.

Um vazamento ocorrido na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, pode se transformar em um


dos maiores desastres ecológicos do país. Uma grande quantidade de petróleo vazou de uma

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plataforma da companhia norte-americana Chevron. Segundo informações da Petrobras e da
ANP (Agência Nacional de Petróleo)

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Geografia – Mudanças Climáticas – Prof. Luciano Teixeira

Pré-Sal

Custos

•• Para atingir as camadas pré-sal, entre 5000 e 7000 metros de profundidade, a Petrobras
desenvolveu novos projetos de perfuração: mais de 2000 metros de sal foram atravessados.
O primeiro poço demorou mais de um ano e custou US$ 240 milhões. Hoje, a Petrobras
perfura um poço equivalente em 60 dias, a um custo de US$ 60 milhões.

ACIDENTES

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Desflorestamento

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Agricultura

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Extrativismo Mineral

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História de Pernambuco

Professor Thiago Scott

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História de Pernambuco

CARACTERÍSTICAS GERAIS DO BRASIL COLONIAL

As causas da Expansão Marítima

As atividades comerciais desenvolvidas a partir das Cruzadas eram desfavoráveis para o


Ocidente, pois os produtos oferecidos por esses não apresentavam grandes valores, por não
serem tão necessários aos muçulmanos, forçando um grande fluxo de metais ocidentais para
o Oriente, especialmente a prata amoedada. Sendo assim, a busca de novas fontes de metais
preciosos era necessária e urgente. (as minas européias esgotavam-se rapidamente).
A busca de novas fontes de metais se reforçava também em função da recuperação econômica
européia, que saia do atoleiro do século XIV. Com o aumento da oferta,o preço dos produtos
agrícolas sofreram uma grande queda, recuperando dessa forma o preço dos metais preciosos.
Já na primeira metade do século XV, grandes quantidades de ouro em pó vinham de algumas
cidades, como Maghreb, no norte da África, que tinham sua origem na região subsaariana,
classificada vagamente como Sudão. Outras cidades como Ceuta, Argel Oran e Tânger também
serviam de base para os mercadores cristãos e árabes.
Alguns Estados da Europa mediterrânea habilitavam-se para empreender a busca deste ouro
africano. Em primeiro lugar, estava Gênova, que mantinha há muito comércio com o norte da
África, tendo inclusive feitorias nas cidades portuárias do Marrocos e, possivelmente, tendo
atingido as ilhas Canárias no século XIV. Em segundo lugar, havia os aragoneses, senhores de
uma poderosa rede de comércio ligando Barcelona, Valência e Palma de Mallorca com a Itália, a
Sicília, a Sardenha, o Marrocos e a Tunísia. Por fim, surge no início do século XV, Portugal.
As bases da Expansão Marítima remontam no Renascimento comercial da Baixa Idade Média,
como já foi trabalhado. Todavia, a crise geral do feudalismo, especialmente a partir do século
XIV, forçaria a Europa Ocidental a expandir suas fronteiras geográficas e ampliar as populações
a serem exploradas.
Portugal, por vários motivos, acabou tendo o pioneirismo no processo marítimo:
•• o papel do Infante Dom Henrique (1394-1460) e de sua Escola de Sagres;
•• autonomia, com tendência a voltar-se para fora: (Lisboa já se especializava, com a ajuda
dos genoveses, em um grande centro comercial de longas distâncias, nos séculos XIII e
XIV, que se aprofundou com as relações econômicas dos lusos com o mundo islâmico do
Mediterrâneo);

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•• Portugal se unifica e fica menos sujeito a disputas internas e a revoltas camponesas, ao
contrário de França ou Inglaterra;
•• A Revolução de 1383-1385: com a morte de Dom Fernando, em 1383, o último rei da
dinastia Borgonha, não deixando herdeiro, abre-se uma profunda crise (1383-1385). D.
Beatriz, casada com Dom João I, rei de Castela, apoiados pela grande nobreza lusa, invade
Portugal, desencadeia uma guerra que ao mesmo tempo em que é de independência
coloca Dom João, o Mestre de Avis, filho bastardo do Rei Pedro I, no poder do país, que se
apóia nas camadas “populares”, contra uma tentativa feudalizante de Castela;
•• Reagrupamento dos setores sociais em torno do Mestre de Avis: Dom João, meio-irmão
do rei e mestre da Ordem de Avis, se articula em um partido “nacional”, tentando anular o
poder da nobreza latifundiária, que se encontrava enfraquecida em decorrência da crise do
feudalismo e, por isso, buscava apoio na nobreza de Castela;
•• O gosto pela aventura, que dominava a mentalidade da época desde as Cruzadas;
“O ataque a África unia ambas as condições: a possibilidade de acesso ao
ouro e às especiarias e a manutenção do espírito de cruzada. Ao mesmo
tempo, surgia a possibilidade do acesso a terras conquistadas e a criação e
distribuição de uma série de cargos civis, militares e religiosos que, ao lado
de tenças, mercês e dotes, seriam distribuídos aos fidalgos”.
(Francisco Carlos Teixeira da Silva)

•• O desenvolvimento das técnicas de navegação, a “nova mentalidade”, o aperfeiçoamento


de instrumentos como o quadrante e o astrolábio, arquitetura naval mais apropriada
(caravelas, a partir de 1441) e a nova mentalidade de humanistas portugueses (Duarte
Pacheco Pereira, Diogo Gomes e Dom João de Castro), valorizando o conhecimento oriundo
da experimentação;
•• Atração pelo ouro e pelas especiarias:o ouro (moeda confiável e empregado, em larga
escala, pelos aristocratas asiáticos na confecção de palácios e templos bem como na
fabricação de roupa) e as especiarias (do latim, especia), substância, utilizada como
condimento, remédio ou perfumaria. A noz-moscada, o gengibre, a canela, o cravo, a
pimenta (a principal), o açúcar, o café, peixe, madeira, os corantes, as drogas medicinas, os
escravos, entre outros;
•• A ocupação da costa africana e as feitorias: segundo Magalhães Godinho, os principais
interesses de Portugal no Marrocos seriam: ser uma zona cerealífera, tendo Portugal, nesse
momento, problemas de abastecimento; ser uma área de criação de cavalos e cabras; a
chegada, na região das rotas com o ouro sudanês e também pelo fato de Ceuta ser um
núcleo mercantil importante, que negociava tecidos, utensílios de cobre, cera, mel, peixes
secos, entre outros. A conquista de Ceuta, em 1415, é considerada por muitos o início
desse processo (abrir caminho na busca do ouro do Sudão e controlar a pirataria árabe no
litoral de Portugal, bem como uma grande expedição da nobreza, promovida pelo rei, em
busca de saque e aventura).
Com a morte do infante Dom Fernando, a partir de 1437, Portugal encontrou uma forte
resistência no norte da África. Tendo conhecimento que as rotas comerciais vinham do centro e
do sul do continente africano, Portugal inicia a organização de expedições que visavam atingir,
na origem, esses produtos.

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História de Pernambuco – Características Gerais do Brasil Colonial – Prof. Thiago Scott

Durou 53 anos, da passagem de Gil Eanes, em 1434, pelo Cabo Bojador, até 1487, com
Bartolomeu Dias ultrapassando o Cabo da Boa Esperança. Sem penetrar no interior, os
portugueses fundaram as feitorias (postos fortificados de comércio, o que indica o caráter
precário do comércio, que ainda depende da arma). Dirigida por um feitor, responsável pela
compra e estocagem das mercadorias até a chegada dos navios portugueses, as feitorias
estabeleceram o monopólio real sobre o ouro. Data desse período as primeiras trocas
comerciais entre “nativos” e portugueses. Esses, traziam da região de Granada cavalos, trigo,
tecidos, prata e sedas e trocavam por ouro, plumas, peles, marfim, entre outros produtos.
A partir de 1444, quando os portugueses ultrapassaram o cabo Verde e entraram em contato
com populações mais organizadas da África, já islamizadas, o “comércio mudo” trocava sal
português por ouro em pó.

A ocupação das ilhas do Atlântico

"Como bem destaca Lúcio de Azevedo: ´iniciada a passagem à África, as


mesmas necessidades da conquista impunham o alargamento dela.’
Portugal era, ao mesmo tempo, obrigada a voltar-se para outro vetor de
expansão: o Mar Oceano, a costa ocidental africana e as ilhas atlânticas.
Impulsionado por dois motivos básicos mudava, ou ampliava, sua política
de expansão: de um lado o relativo fracasso da conquista de Ceuta, após os
lucros imediatos auferidos no saque e, de outro, a pressão constante do reino
de Aragão pela ocupação das fabulosas 'Islã Afortunadas’, o arquipélago das
Canárias.
Estas ilhas tinham sido visitadas por navios genoveses, por expedição
de Dom Afonso IV (1325-1357) de Portugal e explorada regularmente
por navegadores aragoneses, interessados na sua exploração, como nos
explica Luís de Albuquerque, visando: produtos tintoriais, provenientes de
vegetais da ilha; apresamento de escravos, que seriam vendidos na Europa e
colonização agrícola”.
(Francisco Carlos Teixeira da Silva)

Portugal procurou implantar o cultivo de cereais panificáveis não somente em função do


fracasso de Ceuta como também pelos problemas de desabastecimento do país. Nelas, o
plantio em larga escala e o uso da mão-de-obra escrava (na Madeira, por volta de 1420, nos
Açores, em torno de 1427, nas ilhas de Cabo Verde, em 1460, e na de São Tomé, em 1471).
São Tomé, situada no Golfo da Guiné, se destacou, a semelhança do Brasil, em um importante
centro produtor de açúcar. Com a crise do século XVII, essa colônia se transformou em um
grande entreposto de escravos vindos do interior do continente.
“Portugal, com seus exíguos 89 mil quilômetros quadrados de terras nem
sempre hábeis para a agricultura, possuía, no final do século XIV, um milhão
de habitantes, com uma ampla população urbana concentrada em Lisboa e,
bem menos, no Porto, Setúbal e Viana do Castelo.
A situação econômica de Portugal era precária, devastado pela guerra
recente com Castela e exaurido pelas campanhas militares, desastrosas, de
Dom Fernando I”.
(Francisco Carlos Teixeira da Silva)

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A chegada ao Brasil

Em junho de 1499, chegava a Portugal a primeira nau de regresso da Índia. A 9 de março de


1500, partia do Rio Tejo, em Lisboa, uma frota de 13 navios e 1500 homens a mando de Dom
Manuel sob o comando de um jovem fidalgo, Pedro Álvares Cabral, com objetivo de consolidar
a viagem de Vasco da Gama. Em 21 de abril, chegavam ao Brasil.

Os índios
Os dois principais grupos de índios brasileiros praticavam uma agricultura bastante adaptada
ao intertrópicos, tendo como produto principal, a mandioca.
Por volta do ano mil antes de Cristo, os dois grupos se encontravam entre Rondônia, o
Amazonas e a Bolívia. Mudanças climáticas podem ter iniciado os movimentos migratórios. Os
tupis marcharam até o Paraná e, daí, iniciaram a caminhada para o norte, atingindo a Bahia no
século XIII. Já os arawak foram para o norte, povoando a Amazônia, os primeiros degraus do
planalto perúvio-boliviano e atingindo, mais ao norte, as Antilhas.
Quando chegaram ao litoral, os tupis-guaranis já desenvolviam a cerâmica, tendo domesticado
a mandioca, feijão, abóbora, a batata-doce, o amendoim, a banana e o milho.
O plantio se desenvolvia em clareiras que, depois de esgotadas, entravam em um período de
repouso.
Os índios, como todas as comunidades não-mercantis, não assimilavam a necessidade do
trabalho duro para a produção de grandes excedentes, o que rendeu a esses povos a fama
de “vagabundos” e indolentes. A resistência indígena ao processo de aculturamento não
tardou. No Rio de Janeiro, os tamoios formaram forte resistência à penetração dos europeus no
continente.
Na chegada dos portugueses havia no Brasil uma população indígena de cerca de dois milhões.
As populações ameríndias já apresentavam uma grande uniformidade cultural e lingüística,
podendo ser distinguidos dois grupos: os tupi-guaranis e os arawak (distribuídos pela Amazônia
ocidental até os altiplanos da Bolívia e Peru). Os primeiros ocupavam praticamente toda costa
brasileira. Os tupis ou tupinambás ocupavam do norte até o atual Estado de São Paulo; os
guaranis, de São Paulo até o extremo sul. Os tapuias representam uma grande variedade de
grupos (aimoré Tremembé ou goitacás).

“Caçador de escravos”. Jean Baptista De Bret

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História de Pernambuco – Características Gerais do Brasil Colonial – Prof. Thiago Scott

Em 1570, a Coroa publicou a primeira lei proibindo a escravidão indígena.


“O Brasil nunca pertenceu à zona nuclear do povoamento pré-colombiano, o
que quer dizer que a densidade de sua população autóctone no momento do
contato inicial era muito menor do que a então existente na Meso-América
ou na Zona Andina Central. A falta de estudos como os que já existem
para outras partes das Américas, ignoramos a magnitude da catástrofe
demográfica no caso brasileiro. As epidemias, facilitadas em sua expansão
pela concentração forçosa dos índios em aldeias na segunda metade do
século XVI, a destruição do sistema social e cultural que conheceram até
então, a escravidão e o desenraiza mento através do intenso tráfico interno
de cativos, nas zonas costeiras cedo dizimaram a população indígena.
A densidade demográfica pré-colombiana bem inferior em média à do Indo
– América nuclear, catástrofe demográfica irreversível em zonas tropicais
baixas como a da costa brasileira: eis aí fatores de peso na explicação de
que o Brasil colonial na sua maior parte integrasse o setor afro-americano
das Américas, não o indo-americano, no tocante à população e às formas de
trabalho.”
(Ciro Flamarem Santana Cardoso.)

Os períodos do Brasil Colonial


1. Da chegada de Cabral à formação do Governo Geral (1500-1549): reconhecimento e posse
da terra e um pequeno comércio.
2. Do Governo Geral até o final do século XVIII (1549-1790): montagem da empresa
colonizadora.
3. Da crise do Antigo Regime à Independência (1790-1822): crise do sistema colonial
português.

Tentativas iniciais de exploração

A Terra dos Papagaios. Assim foi chamado o Brasil por informantes italianos, o que evidencia
que a chegada não foi muito comemorada, como tinha ocorrido com a viagem de Vasco da
Gama. Poderia ser apenas uma ilha, com animais exóticos e índios. O Rei Dom Manuel chamou
as terras descobertas de Vera Cruz e logo de Santa Cruz. Em 1503, o nome Brasil começou a
aparecer.
As primeiras tentativas de exploração do Brasil se basearam no sistema de feitorias, como na
costa africana. Arrendado por três anos a um consórcio de comerciantes de Lisboa, liderado
por Fernão de Loronha ou Noronha, durando até 1505. Essa fase inicial (1500-1535), a principal
atividade econômica foi a extração do pau-brasil, conseguido principalmente a partir da troca
com os índios, que ofereciam a madeira e, em menor escala, farinha de mandioca, trocadas por
peças de tecido, facas, canivetes e outros objetos de pouco valor.

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“Na verdade, Portugal auferia enormes lucros decorrentes da carreira das
Índias e da exploração do litoral africano, não se dispondo, assim, a transferir
recursos, homens e navios para a ocupação da Nova Terra, cujo retorno
imediato era dado apenas por madeira tintorial, papagaios e pimenta.
O sistema de feitorias caracterizava-se, fundamentalmente, pelo predomínio
dos interesses da burguesia mercantil lusitana e, como nos diz Fernando
Novais, se circunscrevia nos limites da circulação de mercadorias. O grande
lucro dos portugueses dava-se na diferença entre os preços de compra e
venda na raridade nos produtos fornecido à Europa, o que garantia seus
preços compensadores. O processo produtivo seja das especiarias seja do
ouro africano era desconhecido e, ao preço de aquisição, somava-se o cálculo
dos gastos na armação das frotas e sua equipagem. Para a manutenção de tal
esquema, onde as proporções dos lucros advêm das condições de circulação
das mercadorias, era essencial que Portugal garantisse a exclusividade no
fornecimento dos produtos orientais e africanos.”
(Francisco Carlos Teixeira da Silva.)

Início de colonização:

As Capitanias Hereditárias

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A expedição de Martim Afonso de Sousa (1530-1533) marca o início dessa nova fase. Patrulhar a
costa, estabelecer uma colônia através da concessão não-hereditária de terras aos povoadores
que trazia (São Vicente, 1532) e explorar a terra foram seus objetivos. Dom João III optou então
pelo uso das Capitanias Hereditárias, 15 quinhões entregues aos capitães-donatários (pequena
nobreza, burocratas e comerciantes, todos ligados com a Coroa. Entre os donatários, Martim
Afonso, experiente navegador, Duarte Coelho, militar no Oriente, com êxito em Pernambuco,
Jorge Figueiredo Correia, comerciante e escrivão e Pero do Campo Tourinho. Antes de 1532,
Fernão de Noronha recebeu a primeira capitania no Brasil. Como o comércio com as Índias
e com as ilhas do Atlântico era mais atrativo, a grande nobreza acabou não participando da
ocupação inicial do território.
Recebendo a posse, e não a propriedade da terra, os donatários tinham extensos poderes
econômicos (arrecadação de tributos) e administrativos.
“A instalação de engenhos de açúcar e de moinhos de água e o uso de
depósitos de sal dependiam do pagamento de direitos; parte dos tributos
devidos à Coroa pela exploração do pau-brasil, de metais preciosos e de
derivados da pesca cabiam também aos donatários. Do ponto de vista
administrativo, eles tinham o monopólio da justiça, autorização para fundar
vilas, doar sesmarias (extensão de terra virgem doada a um sesmeiro, com
a obrigação – raramente cumprida – de cultivá-la no prazo de cinco anos
e de pagar o tributo devido à Coroa), alistar colonos para fins militares e
formar milícias sob seu comando. Assim, o sistema de capitanias hereditárias
reproduzia algumas relações da sociedade medieval no Brasil, como o uso
das banalidades, entre outros”.
(Boris Fausto)

As capitanias, imensos tratos de terra, foram distribuídas entre fidalgos da pequena nobreza
– já que os grandes se interessavam mais pelas Índias ou por ter terras no Reino e suas ilhas
adjacentes – e funcionários da burocracia monárquica, muitos de extração burguesa, e, mesmo,
com estreitas ligações com cristãos-novos, judeus recém-convertidos.
A Carta de Doação e o Foral asseguraram, juridicamente, a ocupação da terra. A primeira cedia
ao donatário 10 léguas a partir da costa, divididas em lotes, isentos de tributação, com exceção
do dízimo. Possibilitava a fabricação de moendas e moinhos de água e garantia a posse da terra
no restante da capitania.
O Foral tinha por objetivo definir o percentual do lucro do donatário em relação à exploração
do solo e subsolo.

As Capitanias de São Vicente e Pernambuco


Doada a Duarte Coelho, com larga experiência no Oriente, a capitania de Pernambuco foi
organizada com o capital proveniente da venda de suas terras em Portugal. Auxiliado por
emigrantes portugueses com experiência agrícola, introduziu a cana-de-açúcar no Brasil. Por
volta de 1570, 30 dos 65 engenhos brasileiros encontravam-se em Pernambuco.
Martim Afonso de Sousa introduziu o cultivo da cana na capitania de São Vicente. Contudo,
por ser um ponto bastante avançado em direção ao sul, a região rapidamente estabeleceu
fortes relações comerciais com a região do Prata, que comprava da capitania escravos índios,
provavelmente usados nas minas do Peru e na plantação de mate, no Paraguai.

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Dois documento básicos conforme a tradição do povoamento de terras no Portugal da
Reconquista, regiam o sistema de capitanias: a carta de doação e o foral, que garantiam os
direitos do capitão-donatário e suas obrigações frente à Coroa, na seguinte forma: a) o capitão-
donatário tinha o “senhorio”, conforme o costume medieval, das moendas de água, engenhos
de açúcar e das marinhas de sal, cujo acesso obrigava os colonos ao pagamento de direitos;
b) tinha o direito de escravizar e mandar vender, em Portugal, 24 peças – índios apresados –
por ano; c) ficava com a vintena (5%) sobre o valor da exportação do pau-brasil, metade da
dízima do pescado, a redízima (1/10) das rendas da Coroa, a dízima dos metais e os direitos de
passagens dos rios, portos e “outras águas”.
Mais importantes, no processo de colonização, eram os amplos poderes de que dispunham os
capitães no tocante à administração pública:
a) tinham o monopólio da alta e da baixa justiça;
b) visando promover o povoamento tinham o direito de doar sesmarias;
c) tinham, ainda, o comando militar e o direito de alistar os colonos e formar milícias.
A falta de recursos, desentendimentos internos, inexperiência, ataques dos índios e a
descentralização administrativa acabaram levando ao fracasso desse modelo, com a sabida
exceção das capitanias de São Vicente e Pernambuco. Aos poucos, as capitanias foram sendo
recuperadas pela Coroa e, entre 1552 e 1554, o Marquês de Pombal completou a passagem do
domínio privado para o público.

O Governo Geral

O aparecimento dos primeiros sinais de crise no comércio das Índias, as derrotas militares
portuguesas no Marrocos e o fato da Espanha ter encontrado a grande mina de prata de Potosí,
em 1545, levou Portugal a criar o Governo Geral, mandando para o Brasil Tomé de Souza,
importante fidalgo com experiência na África e na Índia, em 1549, representando um passo
importante na administração colonial, terminando assim a tentativa de exploração do Brasil
controlada por particulares.
Com aproximadamente mil pessoas, entre elas quatrocentos degradados, foram criados alguns
cargos importantes:
•• ouvidor: administração e justiça;
•• capitão-mor: vigilância da costa;
•• provedor-mor: controle e crescimento da arrecadação.
Em 1588, a arrecadação proveniente do Brasil era de apenas 2,5% das rendas da Coroa,
enquanto a Índia correspondia com 26%. Aumentar o peso do Brasil nessa proporção era
fundamental.
Os primeiros jesuítas chegaram nesse momento, entre eles, Manoel da Nóbrega. A organização
do clero se efetiva com a criação, em 1532, do bispado de São Salvador, sujeito ao arcebispo de
Lisboa. A construção de salvador foi uma obra importante do primeiro governador geral, pois
essa seria a capital do Brasil até 1763.

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Um grande esforço de centralização política foi feito nesse momento, que não atingiu o objetivo
em função da precária comunicação entre as capitanias.
Conforme o Regimento de Tomé de Souza, os principais problemas a serem enfrentados eram
a pirataria, sobretudo francesa, e os ataques indígenas. Porém, não menos desestabilizadores
eram os conflitos entre os colonos: disputa entre comerciantes e lavradores, entre as
autoridades prepotentes e colonos, e entre colonos.
O processo de colonização iniciado pelo governador geral passava principalmente pelo
assentamento dos colonos, por isso o incentivo à implantação dos engenhos, a organização de
feiras regulares, entre outras ações.
Trazidos de Cabo Verde, Tomé de Souza distribuía, como forma de pagamento de soldos, gado
bovino (Garcia d`Ávila, criado do governador-geral, recebeu duas cabeças de gado e, dois anos
depois, já possuía duzentos, o que iria lhe transformar em um dos maiores latifundiários da
história da América).
Com a fundação de Salvador é introduzida a organização das câmaras, chamadas em Portugal
de conselhos.

Vitor Meireles. A primeira missa no brasil. 1861 – 1879

O Trabalho Compulsório
A falta de trabalhadores europeus que pudessem migrar para a América levou Portugal a pensar
uma forma de mão-de-obra conveniente para os fins da colonização. Inicialmente, o índio
foi utilizado, mas, em seguida substituído lenta e parcialmente pelo negro. Essa substituição
foi bastante heterogênea. Nos centros econômicos mais prósperos ela ocorreu de forma
menos demorada (açúcar) e nos menos prósperos (São Paulo), apenas no século XVIII, com a
descoberta do ouro, os índios foram substituídos pelos negros.
A escravização do índio (em decorrência das guerras justas, guerras defensivas, como punição
pela prática da antropofagia, ou pela compra de prisioneiros de outras tribos) contou com uma
grande rede de resistência dentro do quadro dos interesses coloniais: a inexistência do trabalho

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intensivo e da escravidão nas suas estruturas sociais; a facilidade das fugas em massa, por estarem
em seus territórios e as catástrofes demográficas provenientes das epidemias (sarampo, varíola,
gripe, etc.) que, entre 1562 e 1563 mataram, somente no litoral, 60 mil índios.
Em 1758, a Coroa determinou a libertação dos índios de forma definitiva.
Assim, em 1570 incentivou-se a importação de escravos africanos e, no final do mesmo século,
o comércio de escravos já estava estruturado e lucrativo. Muitos escravos negros tinham suas
origens em sociedades que já conheciam o uso do ferro e da criação de gado, o que facilitou o
processo de aculturamento.
Calcula-se que, na primeira metade do século XVII o custo do escravo, na economia açucareira,
era amortizado em 16 meses e, no século XVIII, quando seu custo subiu bastante, em 30
meses. Estima-se que entre 1550 e 1850 entraram no Brasil 4 milhões de escravos pelos portos,
majoritariamente, jovens do sexo masculino


Escravo usando a máscara de flandres.

A Guiné (Bissau e Cacheu) e a Costa da Mina foram as regiões que mais forneceram escravos
para o Brasil no século XVI. A partir do século XVII, as regiões mais ao sul, Congo e Angola,
assumiram esse papel, pelos portos de Luanda, Benguela e Cabinda. Já no século XVIII, 70 %
dos escravos negros tinham sua origem em Angola.

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Numa classificação reducionista costuma-se classificar os escravos negros em dois grupos: os


sudanese (iorubas, jejes, tapas, hauçás) provenientes da África ocidental, Sudão egípcio e da
costa norte do Golfo da Guiné e os bantos (angolas, bengalas, monjolos, moçambiques), da
África equatorial e tropical, de parte do Golfo da Guiné, do Congo, Angola e Moçambique.
Os centros importadores mais importantes foram: Salvador, que contava com o fumo como
forte moeda de troca, e o Rio de Janeiro, que recebeu principalmente escravos de Angola.

O Exclusivo Colonial

No sistema colonial o exclusivismo se manifestou de várias formas diferentes: grupos comerciais


metropolitanos, companhias de comércio, exploração direta do Estado ou puramente o
arrendamento. Contudo, o momento mais forte do monopólio somente se deu no século
XVIII, quando o Marquês de Pombal, tentando diminuir a influência da Inglaterra na economia
portuguesa, consolidou as práticas exclusivistas.
Durante o processo da colonização, Portugal não se comportou de forma homogênea na
aplicação das práticas exclusivistas. Não somente o contrabando como também por outros
elementos, diversos países também se beneficiaram do lucro decorrente do Brasil. No século
XVI, os holandeses foram importantes “sócios” portugueses, transportando sal e vinho lusitanos
e açúcar brasileiro, em troca de produtos manufaturados, como tecidos, queijos ou cobre, e, no
século XVII, a Inglaterra se beneficiaria largamente com o comércio do Brasil.
Resumindo todo esse longo processo de oscilação do “exclusivo” colonial, podemos dizer que
houve uma fase de relativa liberdade comercial de 1530 até 1571, data em que o rei Dom
Sebastião decretou a exclusividade dos navios portugueses no comércio colonial, coincidindo,
aliás, com os anos iniciais da grande expansão da economia açucareira. O período da chamada
união das duas Coroas (1580-1640), quando o rei da Espanha ocupou também o trono de
Portugal, caracterizou-se por crescentes restrições à participação de outros países no comércio
colonial, visando especialmente a Holanda, que estava em guerra com a Espanha. Mesmo
assim, há notícias de um tráfego regular e direto entre o Brasil e Hamburgo na Alemanha, por
volta de 1590.
Após o fim do domínio espanhol, com a aclamação de Dom João IV como rei de Portugal, seguiu-
se uma breve fase de “livre comércio”, com pouca regulamentação e ausência de controle sobre
o mercado colonial de importação. Mas, em 1649, passou-se a um novo sistema de comércio
centralizado e dirigido, por meio de frotas. Com capital obtido principalmente de cristãos-
novos, foi criada a Cia. Geral de Comércio do Brasil. A partir de 1694, a Cia. foi transformada em
órgão governamental.
Entretanto, a criação da empresa não impediu concessões feitas por Portugal à Holanda e
especialmente à Inglaterra. Um bom exemplo disso é o tratado imposto por Cromwell em 1654,
em que se garantia aos ingleses o direito de negociar com a colônia brasileira, exceto no tocante
aos produtos monopolizados pela Cia. Geral de Comércio.
O sistema de frotas só foi abandonado em 1765, quando o marquês de Pombal resolveu
estimular o comércio e restringir o crescente papel dos ingleses. Isso se fez através da criação
de novas companhias (Cia. do Grão-Pará e Maranhão; Cia. de Pernambuco e Paraíba), que
representaram as últimas expressões nítidas da política mercantilista no Brasil.

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A Grande Propriedade Agroexportadora
A monocultura voltada para o mercado externo, com o uso da mão-de-obra escrava caracteriza
o plantation. Todavia, estudos recentes demonstram que a Coroa não estimulava apenas esse
tipo de ocupação. A plantação voltada para o mercado interno também era incentivada. E
mais, não se pode esquecer a importância de brancos e pequenos proprietários, bem como um
campesinato.
Outro ponto geralmente esquecido pela historiografia tradicional é a acumulação urbana.
A acumulação de capitais nas mãos de um reduzido, mas poderoso grupo, principalmente a
partir do século XVIII, no Rio de Janeiro, por capitais investidos no tráfico de escravos. Esse
importante grupo diversificava sua atuação em investimentos em prédios urbanos, na usura e
nas operações de importação e exportação.
O Estado e a Igreja Católica foram as duas instituições básicas na administração do mundo
colonial. Ao Estado coube o papel de garantir a soberania portuguesa sobre o Brasil, desenvolver
sua administração e o povoamento, resolver os problemas decorrentes da mão-de-obra e
consolidar o sistema colonial.
A Igreja, como educadora, teve um importante papel de veicular a idéia geral de obediência.
Estando presente no cotidiano das pessoas, a igreja ficou subordinada ao Estado através do
padroado real (ampla concessão da Igreja de Roma ao Estado português, em troca da garantia
estatal na organização da Igreja nas terras colonizadas). Cabia também à Coroa nomear os
bispos e criar dioceses.
O controle do Estado sobre a Igreja foi, de certa forma, limitado pela forte influência dos jesuítas
na Corte, processo apenas controlado pelo marquês de Pombal.

As Instituições da Administração Colonial

“Entre as figuras de cúpula, destacavam-se os governadores das capitanias, especialmente


os das mais importantes. Acima deles, ficava o governador-geral. A partir de 1763, quando a
sede do governo foi transferida da Bahia para o Rio de Janeiro, tornou-se comum a outorga
ao governador-geral, pelo rei, do título de Vice-Rei e Capitão-Geral do Mar e Terra do Estado
do Brasil. Os vice-reis tinham extensas atribuições, dispondo do conjunto das forças armadas.
Representavam e encarnavam, à distância, a pessoa do monarca português. Os demais
órgãos administrativos podem ser agrupados em três setores: o Militar, o da Justiça e o da
Fazenda. As Forças Armadas de uma capitania compunha-se de tropas de linha (contingente
regular e profissional permanentemente em armas, quase sempre formado por regimentos
portugueses), das milícias (tropas auxiliares, recrutadas entre os habitantes da colônia, para
serviço obrigatório e não remunerado) e dos corpos de ordenança (todo o resto da população
masculina entre 18 e 60 anos, (exceto os padres).
Os órgãos da Justiça, às vezes com funções administrativas eram representados por vários
juízes, entre os quais se destacava o ouvidor da comarca, nomeado pelo soberano por três anos.
“Por sua vez, o principal órgão encarregado de arrecadar tributos e determinar a realização de
despesas era a Junta da Fazenda, presidida também pelo governador de cada capitania.”

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As Câmaras Municipais
Eram compostas de membros natos, ou seja, não eleitos, e de representantes eleitos. Votavam
nas eleições, que eram geralmente indiretas, os “homens bons” (proprietários residentes
na cidade, excluídos os artesãos e os considerados impuros pela cor e pela religião, isto é,
negros, mulatos e cristãos-novos). Nos primeiros tempos da colônia, Câmaras como a de São
Luís, Rio de Janeiro e São Paulo tornaram-se, de fato, a principal autoridade das respectivas
capitanias, sobrepondo-se aos governadores. Posteriormente, o seu poder diminuiu, refletindo
a concentração da autoridade nas mãos dos representantes da Coroa.
As Câmaras possuíam finanças e patrimônios próprios. Arrecadavam tributos, nomeavam
juízes, julgavam crimes, cuidavam das vias públicas, das pontes e chafarizes incluídos no seu
patrimônio.

As Divisões Sociais
O princípio da pureza do sangue era o principal fator de distinção e discriminação social.
Cristãos-novos, negros, mesmo livres, índios e muitos mestiços não podiam ocupar cargos de
governo, receber títulos de nobreza ou participar de irmandades. Todavia, a principal forma
discriminatória era a separação de pessoas e não-pessoas, livres e escravos, considerados
juridicamente como coisas.
No fim do período colonial negros e mulatos representavam 75 % da população de Minas Gerais,
68% de Pernambuco, 79% da Bahia, 64% do Rio de Janeiro e 44% de São Paulo. Os cativos
não eram todos usados na lavoura. Houve escravos alugados para prestação de serviços e, nos
centros urbanos, havia os escravos de ganho, que prestavam serviços ou vendiam mercadorias,
pagando para os seus senhores uma taxa diária ou semanal. Outro dado importante é a
quantidade de africanos e afro-brasileiros livres ou libertos. No início do século XIX, 42% da
população negra ou mulata eram formados por esses.
As pessoas livres da colônia dividiam-se em três grupos: nobreza, clero e o povo e na hierarquia
das profissões o “ser senhor de engenho” correspondia, no Brasil, aos títulos de fidalgos do
reino, enquanto as atividades comerciais eram colocadas em segundo plano.
No alto da pirâmide social, ficavam os grandes proprietários rurais, os comerciantes voltados
para o comércio exterior e, ao longo dos anos, os grupos concentrados no Rio de Janeiro que
se dedicavam, principalmente, ao tráfico de escravos, às inversões imobiliárias e à usura. Os
grandes comerciantes desempenhavam, desde cedo, um papel estratégico na vida da colônia.
Descreveram uma curva de ascensão social e política.

O Açúcar
No litoral nordestino deu-se o início da colonização brasileira, concentrando a vida social e
econômica até meados do século XVIII, e tendo Salvador como capital, até 1763. O açúcar,
até o século XV, era ainda uma especiaria usada como remédio ou tempero exótico. Teve sua
origem na Índia, atingindo a Pérsia e, futuramente, levado pelos árabes para a costa oriental do
Mediterrâneo, introduzido na Sicília e na península Ibérica.

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Todavia, apenas na década de 1530 e 1540 que a produção brasileira desenvolveu uma base
sólida. Com tecnologia vinda da Ilha da Madeira, engenhos foram construídos em várias
capitanias. O Engenho de São Jorge dos Erasmos provavelmente foi o maior de todos, sendo de
propriedade do próprio Martim Afonso de Souza, em sociedade com estrangeiros. No Rio de
Janeiro, até o século XVIII, a cachaça, e não o açúcar, foi o principal subproduto da cana, que foi
utilizada como importante moeda de troca no comércio de escravos com Angola. Os maiores
centros produtores do açúcar foram Pernambuco e Bahia, que combinavam os elementos
naturais com a proximidade dos centros importadores europeus.

O Engenho
Formado pela casa-grande, carros de transporte, pastagens, gado, escravos, senzala e a
plantação de cana, o engenho excluía o processo de refino, que não foi feito no Brasil e nem em
Portugal.

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Sendo muito custoso a sua montagem, Portugal teve que, inicialmente, apelar para os
investimentos estrangeiros, principalmente flamengos e italianos. Contudo, já no século XVII,
essas fontes foram perdendo sua importância. Na Bahia, os investimentos das instituições
religiosas e beneficentes (Misericórdia, a Ordem Terceira de São Francisco ou o Convento de
Santa Clara do Desterro) passaram a ser mais importantes.
Os principais centros importadores estavam em Amsterdã, Londres, Hamburgo e Gênova, que
influenciavam bastante a cotação do açúcar no mercado internacional, por maiores que fossem
os esforços de Portugal para manter o monopólio.
Também foi na atividade açucareira que se deu de forma
mais transparente a transição da mão-de-obra escrava
indígena para a negra. Entre 1550-1560 praticamente
ainda não havia negros na atividade, sendo a mão-
de-obra formada por índios. Em 1574, os africanos
participavam com 7% da força de trabalho. Contudo, em
1591, essa já era de 37% e, por volta de 1638, totalizavam
a maioria.
Tendo diferentes origens (membros de família nobres, altos funcionários públicos, imigrantes
com recursos, comerciantes, etc.) os senhores de engenho se transformaram numa aristocracia
de poder e riqueza, vivendo com fortes contatos com o exterior pelo fato dos engenhos estarem
localizados perto dos portos e também pela necessidade de ampliar o contato com o mercado
internacional.
De forma intermediária entre senhores e escravos, temos os libertos e os trabalhadores brancos
ligados aos serviços especializados (artesãos e mestres-de-açúcar), bem como os plantadores
livres, que não possuíam engenhos mas vendiam seus produtos para terceiros, formando o
maior contingente de homens livres no mundo colonial português.

As fases do açúcar
Entre 1570 e 1620, houve um grande momento de expansão determinado pela ausência de
concorrência e pelo aumento do consumo nos mercados europeus. Porém, com a Guerra dos
Trinta Anos (1618) e com as invasões holandesas, o comércio demonstrou sinais de debilidade.
Na década de 1630 o nosso produto passou a contar com a concorrência das ilhas das Antilhas
(Holanda, Inglaterra e França). Elevando os preços dos escravos, que também foram usados
como fonte de trabalho nessas regiões, o Brasil jamais voltaria a viver os bons tempos do início
do século XVII, mas o açúcar nunca perdeu o papel de importância na economia colonial,
visto ser esse produto, ainda em 1760, correspondente a 50% do valor total das exportações,
acompanhada pelo ouro, com 46%.
Segundo R. Simonsen, até o final do século XVIII, o valor da produção açucareira alcançava os
300 milhões de libras esterlinas, enquanto a mineração, no mesmo período, alcançou uma cifra
de 200 milhões.
O açúcar sofreu as mesmas restrições impostas ao tabaco. Tanto o Conselho Ultramarino como
os vice-reis muito se preocuparam com o crescimento exagerado das plantações de cana em
detrimento da produção de alimentos voltada para o mercado interno.

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Se, na Bahia, essas restrições não foram eficazes, tornando a região dependente da compra de
alimentos a partir de uma rede de abastecimento interno, o Rio de Janeiro, com suas freguesias
de Majé, Iguaçu, Irajá e Macacu, atingiram a auto-suficiência de alimentos, abastecendo não
somente as naus portuguesas como também cidades como Salvador e Recife e as colônias de
Sacramento e Angola.
De qualquer forma fica, a nosso ver, evidente que o projeto plantacionista – quem diz Brasil diz
açúcar, embora pudéssemos aplicar o princípio a outros produtos – era um projeto perseguido
bem mais pela classe dominante colonial, senhores de engenho, lavradores, de cana e de
tabaco, e da burguesia portuária local envolvida no tráfico destes produtos, do que um projeto
da Coroa portuguesa, concebido em torno de um sentido único da empresa colonial.

O Fumo

O nordeste brasileiro, no ponto de vista econômico e social, não foi apenas açúcar, pois a região
possibilitou uma diversificação significativa, com o fumo, por exemplo.
No final do século XVII, os esforços revitalizantes de Dom Pedro II expandiram o cultivo
do tabaco na Bahia, em torno da Baia de Todos os Santos, em Cairu, Jaguaribe, Cachoeira e
Boipeba, assim como no Rio de Janeiro. Em 1707, período de maior produção, as plantações do
tabaco já se espalhavam até o Maranhão.
O destino do tabaco era bastante diversificado. Uma parte seguia em direção à metrópole,
outra para o consumo interno e uma terceira era direcionada para a Costa da Mina e Angola,
onde era trocado por escravos. Contudo, uma quantia significativa da produção caia nas mãos
dos holandeses pela prática do contrabando, que se estabeleciam entre o litoral da Nigéria e
Angola.
A maior parte da produção era proveniente da Bahia, de onde, entre 1698 e 1704, partiram 112
navios, carregando 36.965.368 arrobas de fumo, relançando a economia agrícola de grande
parte do recôncavo, em particular de Cairu e Cachoeira.
O crescimento da produção possibilitou, no Rio de Janeiro, a criação do Contrato do Tabaco,
em 1695. Segundo Jean-Baptiste Nardi havia no período quatro vetores importantes do tabaco:
Brasil/Lisboa/Mercados europeus; Brasil/Índia/Macau; Brasil/África e o mercado interno
brasileiro.
O rápido retorno e a necessidade de poucos investimentos do tabaco levaram muitos
agricultores que, anteriormente estavam ligados à plantação de gêneros alimentícios, a
abandonarem suas produções, em especial a mandioca, para se dedicarem ao plantio do fumo.
Com isso, em 1686, a Coroa, por alvará régio, ordenou a erradicação das novas plantações que
anteriormente estavam ocupadas por produtos alimentícios. Em 1704, a vila de Maragojipe
teve suas plantações erradicadas por ordem do vice-rei.
No início do século XVIII, um importante anel de plantadores de fumo se desenvolveu em torno
de Salvador, estendendo-se até o rio São Francisco.

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A Pecuária

Inicialmente desenvolvida nas proximidades dos engenhos, a pecuária foi sendo “empurrada”
para o interior. Já em 1701, a Coroa proibia a criação numa faixa de oitenta quilômetros do
litoral, o que contribuiu significativamente para o desbravamento do sertão (Piauí, Maranhão,
Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará).
Dando origem a grandes propriedades ainda no fim do século XVII, a concentração fundiária
possibilitou a formação de fazendas com um milhão de hectares, maiores que Portugal. Além
destes grandes núcleos, outros menores também se desenvolveram, como na ilha de Marajó,
abastecendo Belém; os Campos de Goitacases, abastecendo o Rio de Janeiro e o sul de Minas,
suprindo a área mineradora.
A expansão da pecuária no sertão nordestino se deu a partir da introdução do gado por Tomé
de Souza, se espalhando ao redor de Salvador e Olinda, os mais importantes núcleos do litoral,
que formaram dois importantes pólos irradiadores desta atividade.
A corrente baiana, a partir de 1590, depois da conquista de Sergipe, levou o gado até o rio
São Francisco, onde a existência de barreiras salinas determinou uma rápida expansão das
fazendas de criação, ocupando o que Capistrano de Abreu chamou de “sertão de dentro”,
isto é, o território do atual Estado da Bahia. Atravessando o rio São Francisco, ela povoou sua
margem esquerda, que pertencia à Pernambuco, e, procurando atingir a bacia do Parnaíba,
desbravou o sul do Piauí, e do maranhão, de onde atingiu o Ceará. A corrente pernambucana,
apesar de menos significativa, atingiu também o rio São Francisco, que se transformou em um
condensador de populações a partir das primeiras décadas do século XVII. Por outro lado, a
expansão pernambucana tomou também a direção norte, conquistando o sertão de Fora (costa
da Paraíba e do rio Grande do Norte), atingindo o Ceará.
A pecuária do sul do país (de Curitiba ao Rio Grande do Sul) encontrou condições extremamente
favoráveis – relevo suavemente ondulado, clima ameno, muitos rios e vegetação rasteira,
formada principalmente por gramíneas e algumas leguminosas – quando comparada com a
situação nordestina.
A pecuária foi responsável pela ocupação dessa região e de sua integração com ao território
colonial, visto ser a área pertencente inicialmente a Espanha, segundo o Tratado de Tordesilhas.
As boiadas que chegavam à Bahia constavam de 100 a 300 cabeças de gado, conduzidas por
brancos, mulatos, pretos ou índios ”que com este trabalho procuravam ter algum lucro”, em
jornadas que vão a seis léguas, por vezes até vinte léguas. Antonil assim descreve as sucessivas
etapas da condução da boiada, entre o produtor até o seu destino final: o produtor confia
a boiada ao “passador”, que a leva de Jacobina, por exemplo, até a feira de Capuema, lugar
distante oito léguas de Salvador, onde há bons pastos e se torna o ponto de encontro dos
marchantes. Nessa jornada ganhavam os boiadeiros e guias um cruzado “por cabeça da dita
boiada”, correndo os gastos da jornada por conta dos boiadeiros, bem como os riscos de perda
do gado.

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As invasões holandesas

Sendo o maior conflito político-militar da vida colonial brasileira, as invasões holandesas


representaram um grande esforço militar e financeiro não só de Portugal como também de
forças locais.
A crise sucessória em Portugal, que levou ao fim da dinastia de Avis (1580), possibilitando a
União Ibérica foi um fator decisivo nas invasões estrangeiras. Os holandeses iniciaram a pilha-
gem na costa africana (1595) e em Salvador (1604) demonstrando uma grande vontade po-
lítica de atacar bases portuguesas no além mar. A Trégua dos Doze Anos (1609-1621) trouxe
uma pequena estabilidade nas relações internacionais entre Espanha e Holanda. Todavia, com
a criação da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, constituída com capitais estatal e
particular, a Holanda iniciava uma nova fase de ataque às áreas produtoras de açúcar, tentando
também controlar as áreas fornece-
doras de escravos.
Ocupando Salvador, em 1624, os
holandeses desencadearam uma
resistência por parte dos homens
bons, que se refugiaram nas fazendas
próximas à capital, sob o comando
de Matias de Albuquerque e do
bispo Dom Marcos Teixeira. Em maio
de 1625, com a chegada de uma
frota de 52 navios e mais de 12 mil
homens, os holandeses se renderam.
Em 1630, era a vez de Pernambuco ser atacada, sendo Olinda conquistada. A chegada holande-
sa na capitania marcaria o início de um conflito que pode ser dividido em três momentos:
•• 1630-1637: marcado por uma guerra de resistência, que acabou afirmando a dominação
holandesa na região entre o Ceará e o rio São Francisco, contando com a participação de
tropas portuguesas, castelhanas e mercenários napolitanos;
•• 1637-1644: caracterizou-se por uma relativa paz nas mãos do príncipe holandês Maurício
de Nassau, responsável pela implementação de várias realizações políticas e administrativas
(venda à crédito dos engenhos abandonados pelos seus antigos donos, obrigação do plantio
de mandioca para solucionar parcialmente o problema do desabastecimento, liberdade de
culto para os criptojudeus, entradas de artistas – Frans Post -, melhoramentos no Recife,
elevado à categoria de capital substituindo Olinda, entre outros). Nassau regressou para a
Holanda em 1644, em função de problemas com a Cia. das Índias Ocidentais;
•• 1645-1654: definiu-se pela reconquista.
Com o fim da União Ibérica, a partir da ascensão de Dom João IV ao trono de Portugal, os
principais centros de resistência estavam em Pernambuco, destacando-se as figuras de André
Vidal de Negreiros e João Fernandes Vieira, juntando-se também os negros Henrique Dias e
o índio Filipe Camarão. Com as duas vitórias nas Batalhas de Guararapes (1648-1649), a crise
da Cia. das Índias Ocidentais e o início da guerra entre Inglaterra e Holanda, em 1652, os
holandeses foram definitivamente derrotados em 1654.

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A expulsão dos holandeses fortaleceu o nativismo pernambucano, transformando essa região,


até 1848, em um grande polo de contestação colonial.

A colonização do território

Norte
A realidade da região norte foi bastante diferente daquela vivida na região nordeste.
Prevalecendo o trabalho escravo indígena e com pouca integração com o mercado europeu, a
colonização da região aconteceu de forma lenta e gradual. O interesse de Portugal somente foi
despertado com a invasão francesa no Maranhão, em 1612. A fundação de Belém data de 1616,
sendo a cidade a base para a penetração a partir do rio Amazonas. Em 1690, os portugueses
ocuparam a boca do rio Negro, perto de onde hoje se localiza Manaus. A Coroa, sob domínio
da Espanha, criou o Estado do Maranhão e do Grão-Pará, separando a administração local da
administração do restante da colônia.
A língua dominante no norte, até o século XVIII foi a “língua franca”, variante do tupi,
denunciando uma forte miscigenação da população, fortalecida pela escassez de mulheres
portuguesas. No mesmo período, a falta de moedas incentivava o comércio a base de escambo,
ou utilizando pano de algodão ou cacau como moeda.
De forma geral, a economia nortista se baseou na extração das “drogas do sertão”, produtos
como baunilha, salsaparilha e, principalmente, o cacau nativo, extraído por índios e mestiços
ao longo dos rios e levados para troca em Belém. Com forte concentração indígena, a região
acabou concentrando uma grande quantidade de ordens religiosas. Estima-se que cerca de 50
mil índios viviam, em 1740, em aldeias franciscanas e jesuíticas, destacando-se a atuação do
padre Antônio Vieira. Os conflitos entre os colonos e os jesuítas levaram à expulsão dos últimos
definitivamente em 1759.
A Amazônia portuguesa manteve-se durante toda época colonial como região pobre e
subpovoada. Entre 1650 e 1750, sua economia baseou-se na coleta de recursos florestais
–” as drogas do sertão “- e na escravização de índios na região do rio Negro, atual Estado do
Amazonas, levando-os para o que é hoje o Estado do Pará.
Cacau selvagem, salsaparrilha e pau-cravo eram recolhidos na floresta amazônica por
trabalhadores recrutados através de ordens administrativas nas numerosas missões espalhadas
ao longo do Amazonas e do baixo curso de seus afluentes. Era proibida a repartição de índios
entre colonos para tarefas agrícolas, mas isto se fazia correntemente. Havia, ainda, um setor
agrícolasubsidiário constituído: por pequeno número de grandes propriedades (engenhos e
fazenda de gado) que empregavam escravos e libertos índios e, ilegalmente, índios das missões
repartidos; pelo setor agrícola das próprias missões; por um campesinato variado (pequenos
proprietários ou posseiros livres, brancos, índios ou mestiços; atividades autônomas dos
escravos índios nas parcelas que recebiam em usufruto no interior das fazendas.

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Sudeste e do Centro-sul
A colonização da Capitania de São Vicente manteve o modelo clássico da agroindústria.
Todavia, essa atividade não prosperou em função de elementos trabalhados no texto anterior
(concorrência nordestina). Como no norte, a concentração de índios atraiu os jesuítas,
destacando-se os padres Nóbrega e Anchieta, que fundaram a povoação de São Paulo,
transformada em vila em 1561.
A fragilidade da agroindústria, a forte presença de índios, a disputa entre colonizadores e
missionários pelo controle daqueles e a escassez da moeda aproxima bastante essa região da
região Norte.
O plantio de uva, do algodão e principalmente de trigo, combinados com outras atividades
possibilitou uma forte interiorização da população. Criadores de gado subiram em direção
ao nordeste, chegando, inclusive, ao vale do Rio São Francisco . No sul, atual Paraná, o gado
paulista ocupou regiões até a Banda Oriental, atual Uruguai. Imigrantes do Arquipélago dos
Açores e paulistas fundaram Laguna em Santa Catarina, em 1684.
Contudo, a maior contribuição deixada pelos paulistas fora as Bandeiras, expedições formadas
pelos colonos e por milhares de índios, muitas vezes, que passavam meses e até anos, buscando
metais preciosos e índios para serem escravizados. Nas bandeiras, o número de índios e de
mamelucos foi sempre maior que o de brancos (a bandeira de Manuel Preto e Raposo Tavares,
em 1629, era formada por dois mil índios, novecentos mamelucos e apenas 69 brancos).
Tomando a direção de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, expedições como a de Raposo
Tavares percorreu entre 1648e 1652, 12 mil quilômetros, contando, muitas vezes, com o apoio
da Coroa.
Outro papel importante dos bandeirantes foi a repressão de populações não submetidas ao
controle colonial. Domingo Jorge Velho e Matias Cardoso de Almeida, combateram, no Rio
Grande do Norte, os indígenas na Guerra dos Bárbaros (1683-1713) e o primeiro também
participou do combate final na destruição do Quilombo dos Palmares em Alagoas (1690-1695).

Domingos Jorge Velho. Calixto. 1903

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O destino final dos índios capturados era São Vicente e o Rio de Janeiro, consumidos na
produção de açúcar do século XVII, sendo muitos também consumidos na própria capitania,
especialmente na produção de trigo

A sociedade das minas


No final do século XVII, as tentativas de Dom Pedro II na busca de ouro foram vitoriosas. Por
volta de 1695, o achado de Borba Gato confirmava a existência de ouro de boa qualidade na
região próxima ao rio das Velhas, que daria origem a Vila Rica, atual Ouro Preto.
O movimento migratório em direção
à Minas Gerais se intensificou a partir
da mineração, construindo assim uma
nova sociedade, não somente forma-
da por mineradores e seus escravos
como também por comerciantes, ad-
vogados, fazendeiros, artesãos, buro-
cratas e militares.
A vida social se concentrou nas cida-
des, centro de negócios, residência e
festas comemorativas e a formação
de associações religiosas leigas (Ir-
mandades e Ordens Terceiras) possi-
bilitavam a construção de Igrejas bar-
rocas mineiras, destacando-se a figura
do mulato Antônio Francisco Lisboa, o
Aleijadinho, filho ilegítimo de uma es-
crava com um construtor português.
A base dessa sociedade era escrava, que apresentava, naquele momento, uma expectativa de
vida de sete a doze anos. Sendo assim, o número de escravos exportados para o Brasil cresceu
bastante entre 1720 e 1750, apesar da crise do açúcar. Dos 320 mil habitantes, os negros
representavam 52,2%; os mulatos 25,7%; e os brancos, 22,1%.
Com a mineração de ouro e diamante, bem como devido à urbanização intensificada, e ainda
em função da expansão e diversificação agrícolas (estas visíveis sobretudo na segunda metade
do século XVIII), deu-se nesse período uma intensificação da escravidão e, conseguinte, do
tráfico que alimentava. Calcula-se que 1.891.400 africanos tenham sido desembarcados em
portos da América portuguesa entre 1701 e 1810.
No período inicial da mineração (últimas décadas do XVII e início do XVIII) a procura pelo ouro
gerou falta de alimentos e uma inflação que atingiu toda a colônia. Contudo, com a descoberta
de grandes quantidades de ouro a sociedade mineradora acabou por acumular riquezas nas
mãos de poucos (grupos dedicados não só à extração mas aos vários negócios e oportunidades,
como a contratação de serviços com a administração pública.
A fase do apogeu da mineração foi entre 1733 e 1748, começando, a partir daí, o declínio (Ouro
Preto tinha, em 1740 uma população de 20 mil habitantes e, em 1804, o número caiu para 7
mil).

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Visando reter apenas as linhas mais importantes do impacto da mineração sobre o conjunto
da economia colonial, poderíamos dizer que: a) a mineração alargou, de forma considerável,
a faixa de ocupação do território brasileiro; b) a economia do ouro conseguiu atrair para si a
pecuária sulina, através de São Paulo, e a nordestina, através do Rio São Francisco, integrando
as “ilhas” de povoamento em que se converte a colonização portuguesa; e c) o surto do ouro
alterou, profundamente, as bases políticas e administrativas da colônia, realçando o papel do
Rio de Janeiro, capital colonial depois de 1763, e incentivando a vida urbana.
Vários fatores teriam se somado para dar a escravidão, na atividade da mineração, uma
dinâmica própria: a escassez de mulheres brancas nas primeiras décadas (aumentando a
mestiçagem), um maior controle estatal, a necessidade de uma rápida exploração, em virtude
de ser temporária a autorização governamental de exploração, o que abriu a possibilidade de
estímulo ao escravo para aumentar sua produtividade e o desenvolvimento urbano tornando a
sociedade mais complexa.
A soma desses fatores deu ao mundo do trabalho da mineração características bem distintas,
como uma incidência maior de alforrias.

O Sul
Até o século XVII, a ocupação portuguesa na região se estendia até Laguna, atual Estado de
Santa Catarina e, mais ao sul, a Colônia do Santíssimo Sacramento do Rio da Prata (atual
Uruguai), tendo um grande vazio demográfico entre as duas regiões.
A partir de 1737, a Coroa tentou povoar a região com soldados que criavam gado, com pessoas
de Laguna e com colonos dos Açores (estabelecidos em pequenas propriedades).
Com a destruição das missões espanholas em território brasileiro no século XVII, o gado se
espalhou, dando origem, no século seguinte, a uma grande quantidade de bovinos selvagens,
que eram caçados por uma população pouco densa de mestiços brancos e índios e cavaleiros
nômades, que comiam a carne dos animais mas exportavam o couro.
Com a mineração, a procura pelo gado aumentou, dinamizando um pouco mais a região. Logo
em seguida, a criação de mulas para o transporte entre a região produtora de ouro e diamante
e o litoral eforçou ainda mais este dinamismo. A partir do início do século XVIII, as “estâncias” já
faziam parte da paisagem do Rio Grande do Sul, submetendo os mestiços que antes caçavam o
gado ao trabalho de empregado.

As relações de trabalho no mundo colonial

Até a década de 1960, a historiografia brasileira foi tomada por uma “obsessão plantacionista”
(tudo no Brasil era grande propriedade com mão-de-obra escrava), ao mesmo tempo em que
se alimentava a idéia que, na pecuária, a quase inexistência desse tipo de trabalhador fosse
uma verdade quase que absoluta. A colônia como um simples complemento da economia
metropolitana e a propriedade da terra como elemento definidor da posição social completavam
um número significativo de pontos inquestionáveis a cerca da História do Brasil Colônia.

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Contudo, trabalhos mais recentes de historiadores como Hebe Mattos de Castro, João Luís
Fragoso, Sheila Melo e Francisco Carlos Teixeira demonstram que a realidade colonial era muito
mais complexa que àquela denunciada por Caio Prado Júnior ou Fernando Novais. Esses novos
estudos denunciam, por exemplo, que na Bahia, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro ou em São
Paulo, o número de grandes propriedades escravistas era reduzido, quando comparado com o
número de pequenos proprietários.
Mesmo sendo necessários mais estudos, já se demonstrou, pelo menos para certos períodos
e lugares, a inverdade de assertivas como a da ausência ou extrema raridade de famílias entre
os trabalhadores escravizados. As relações familiares englobavam, em 1801, 53% dos escravos
de Lorena (São Paulo), sendo alta, ali, a incidência de famílias nucleares de cativos (casas com
filhos a eles ainda ligados, como se depreende de um artigo de Iraci da Costa, Robert Slenes e
Stuat Schwartz.
Segundo Ciro Cardoso, é possível perceber quatro fases na história do trabalho durante o
período colonial:
1. 1500-1532: economia extrativa baseada no escambo com os indígenas, com a construção
de feitorias costeiras, onde se acumulavam pau-brasil, pássaros e animais da terra e uns
poucos escravos indígenas que ficavam à espera das embarcações;
2. 1532-1600: época onde predominou a escravidão indígena, pois com o início da atividade
açucareira e a exigência de alimentos para a população européia e africana, a relação inicial
com os indígenas foi radicalmente alterada;
3. 1600-1700: consolidação do modelo “clássico” da plantation, que teria favorecido
largamente os comerciantes estabelecidos no Rio de Janeiro e Salvador, muito mais do que
àqueles estabelecidos em Lisboa;
4. 1700-1822: onde ocorreu uma maior diversidade econômica, principalmente em função da
mineração, com o surgimento de uma rede urbana.
Não podemos achar que o mundo dos escravos se apresentava de forma homogênea. A primeira
diferença aparecia entre os escravos recém-chegados, os“boçais” e os que já entendiam o
português, os “ladino”. A segunda estaria relacionada com a atividade. Os mais desgraçados
eram os escravos do campo, seguidos por aqueles que trabalhavam nos engenhos de açúcar,
nos meses de moagem e preparação dos produtos.
Além dos engenhos, os “lavradores de cana” também eram importantes proprietários de
escravos.

A crise do sistema colonial

O mundo passou por profundas transformações a partir do século XVIII (Independência das
colônias inglesas, em 1776, a Revolução Francesa, em 1789 e a Revolução Industrial), o que
contribuiu para a desintegração do sistema colonial português.
Em meados do século XVIII, Portugal era um país atrasado e dependente da Inglaterra. Em
1750, a chegada de Dom José I ao trono português transformaria de forma significativa a
administração do mundo colonial. O seu ministro Sebastião José de Carvalho, futuro Marquês

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de Pombal, entre 1750e 1777, desenvolveu um grande esforço para tornar mais eficiente a
administração portuguesa, mudando assim a relação Metrópole-Colônia. Tentando associar os
princípios do absolutismo ilustrado com o mercantilismo, Pombal atuou a partir das seguintes
práticas: criou as companhias privilegiadas de comércio: – a Cia. Geral do Comércio do Grão-
Pará e Maranhão (1755) e a Cia. Geral de Pernambuco e Paraíba (1759).

A primeira tinha por objetivo desenvolver a região norte, estimulando o cacau, o cravo, a canela,
o algodão e o arroz e, a segunda, tentou reativar o nordeste; colocou membros das elites locais
nos órgãos administrativos e fiscais do governo, na magistratura e nas instituições militares;
em Minas Gerais, o imposto da capitação foi substituído pelo antigo quinto, tendo que render
a região pelo menos cem arrobas ano do metal; tentou diminuir a dependência de Portugal e
Brasil da compra de produtos manufaturados, estimulando a produção dos mesmos nas duas
regiões; a expulsão dos jesuítas de Portugal e seus domínios com confisco de bens (1759), tendo
por objetivo acabar com a administração paralela das ordens religiosas (“um Estado dentro do
estado”). A maioria das terras confiscadas aos jesuítas foi arrendada por grandes fazendeiros e
comerciantes e a expulsão da ordem causou uma forte crise no sistema de ensino da colônia, já
bastante pobre. A política pombalina para as ordens religiosas fazia parte de um grande esforço
para subordinar a Igreja ao Estado. Em 1773, o Papa Clemente XIV extinguiu a Cia. de Jesus, que
somente voltaria a existir e 1814.

O Reinado de Dona Maria


Com a morte de Dom José, em 1794,e a queda de Pombal, assumi Dona Maria, transformando
muitos dos esforços do governo anterior: extinção das companhias de comércio, fechamento
das fábricas coloniais, exceto as de pano de algodão para uso dos escravos.
O reinado de Dona Maria e do Príncipe Regente Dom João, ao contrário do anterior, foi mais
favorável em função da revitalização da atividade açucareira (insurreição de escravos em São
Domingos) e o fortalecimento do cultivo do algodão (guerra de independência dos Estados
Unidos).

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O processo de Independência do Brasil

A Inconfidência Mineira, a Conjuração dos Alfaiates e a Revolução de 1817 em Pernambuco


representaram movimentos de revoltas regionais, sem o cunho nacionalista. A formação de uma
relação de oposição à Portugal se construiu no momento em que os interesses metropolitanos
se colocaram numa relação inversa aos interesses coloniais. O exato momento da formação
dessa oposição ainda é palco de estudos. Formados pôr grupos heterogêneos, com idéias
distintas, os agentes históricos (proprietários de terras, soldados, letrados, etc.) tiveram na
Independência dos Estados Unidos e na Revolução Francesa dois pontos de referência.

A Inconfidência Mineira
Em 1787, dos dezenove estudantes brasileiros em Coimbra, dez eram de Minas Gerais. José
Joaquim da Maia, em 1786, manteve contatos com Thomas Jefferson, então embaixador dos
EUA na França, o que demonstra as influências externas no movimento de rebeldia colonial.
A crise na atividade mineradora durante as últimas décadas do século XVIII, marcada pela
contínua queda na produção de ouro, o que aumentava as pressões da Metrópole no sentido
de garantir para essa o tão necessitado metal. A maior parte dos revoltosos era formada a partir
da própria elite local (mineradores, fazendeiros, padres, funcionários e advogados) possuindo
um grande vínculo com as autoridades coloniais na capitania, com exceção de José Joaquim
da Silva Xavier que, em 1775, depois de uma tentativa fracassada de comerciante, passou a
ocupar o cargo de alferes, grau inicial no quadro de oficiais e, nas horas vagas, desenvolvia a
atividade de dentista.
A chegada do governador Luís da Cunha Menezes, em 1782, afastando membros da elite local
do poder para beneficiar amigos mais próximos, afetando, inclusive, Tiradentes, que perdeu
o comando do destacamento dos Dragões que patrulhava a estrada da Serra da Mantiqueira,
abalou profundamente um forte grupo local. Com a substituição de Cunha Menezes pelo
Visconde de Barbacena, que recebeu ordens para garantir o envio de cem arrobas/ano de ouro
para Portugal, podendo, inclusive, confiscar ouro e cobrar a derrama, um imposto a ser pago
pôr cada habitante da capitania. Quando antigos contratos entre particulares e a Coroa foram
reavaliados, a pressão nos principais devedores que não repassavam para Portugal os impostos
cobrados, avolumando uma grande dívida que se ameaçava cobrar.
Nos últimos meses de 1788, os revoltosos começaram a preparar a rebelião, a qual teria o
seu início com a cobrança da derrama, que acabou não acontecendo, pois foi suspensa pôr
Barbacena, o qual recebia do delator Silvério dos Reis os nomes dos conspiradores. As prisões
começaram no Rio e em Minas e o processo somente terminaria em 18 de abril de 1792.
Tiradentes e outros foram condenados à forca, todavia, uma carta de clemência da Rainha
Dona Maria transformava todas as penas em banimento, exceto a de Tiradentes que, na manhã
de 21 de abril de 1792, foi enforcado e retalhado.
Aparentemente, a intenção da maioria dos inconfidentes era a proclamação de uma República,
tomando como modelo a constituição dos Estados Unidos. O Distrito Diamantino seria
libertado das restrições, os devedores, perdoados e haveria o incentivo do desenvolvimento
manufatureiro. A questão da escravatura foi tratada de forma bastante heterogênea. Alguns,
como Alvarenga Peixoto, um grande proprietário de escravos, defendia a libertação dos

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cativos, que se transformariam os grandes defensores da República. Já Álvares Maciel defendia
o oposto, o que certamente levou a uma grande duplicidade dessa questão nos registros da
inconfidência sobre a escravatura, que aparecem de forma dispersa e lacunosa.
A Inconfidência (a palavra significa falta de fidelidade) Mineira se configurou como um
movimento regional sem, naquele momento, atingir um caráter mais abrangente. Nesse
sentido, a Revolução Pernambucana de 1817, foi bem mais importante, pois se espraiou pôr
uma grande área do nordeste brasileiro.

Tiradentes Esquartejado, em tela de Pedro Américo (1893)

A Conjuração dos Alfaiates


A Bahia, em 1798, foi palco de mais
um movimento de contestação.
Mulatos e negros livres e libertos,
ligados a profissões urbanas como
soldados e artesãos, destacando-
se vários alfaiates e brancos pobres
foram os principais atores desse
movimento histórico brasileiro. As
precárias condições de vida e trabalho
de Salvador já tinham gerado vários
motins, entre 1797 e 1798.
Os conspiradores pregavam a proclamação da República, o fim da escravidão, o aumento
de salários, a punição de padres contrários ao movimento de liberdade e o livre comércio,
principalmente com a França.
Entre as lideranças do movimento, destacaram-se os alfaiates João de Deus do Nascimento e
Manuel Faustino dos Santos Lira (este com apenas 18 anos de idade), além dos soldados Lucas
Dantas e Luiz Gonzaga das Virgens. As ruas de Salvador foram tomadas pelos revolucionários

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Luiz Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas que iniciaram a panfletagem como forma de obter mais
apoio popular e incitar à rebelião. Os panfletos difundiam pequenos textos e palavras de ordem,
com base naquilo que as autoridades coloniais chamavam de "abomináveis princípios franceses".
A Revolta dos Alfaiates foi fortemente influenciada pela fase popular da Revolução Francesa.
Uma rápida repressão aos revoltosos levou à morte os quatro principais líderes e aos demais
pena de prisão ou banimento.
A violência exagerada da Coroa se explica pela origem popular do movimento. O medo de
revoluções de escravos, como a ocorrida em São Domingos, colônia francesa nas Antilhas, em
1791, que levaria a criação do Haiti, apavorava o colonizador, principalmente pelo fato de 80%
da população da capitania ser formada de negros e mulatos.
Sendo assim, a Confederação dos Alfaiates foi a primeira expressão de um movimento de raízes
populares que associava os ideais revolucionários com reivindicações sociais.

A Vinda da Família Real


Quando Napoleão impôs o Bloqueio Continental, Portugal se transformou, pela sua
dependência econômica com a Inglaterra, em um grande buraco no embargo econômico
francês. Sendo assim, Dom João VI, regente português desde 1792, no momento que sua mãe,
Dona Maria foi declarada louca, decide pela migração para o Brasil quando tropas francesas,
em novembro de 1807, cruzaram a fronteira de Portugal com a Espanha. Cerca de 10 e 15 mil
pessoas embarcaram em navios portugueses rumo ao Brasil (ministros, conselheiros, juizes
da Corte Suprema, funcionários do tesouro, patentes do exército e marinha, membros do alto
clero e várias bibliotecas além do tesouro real).

Em 28 de janeiro de 1808, Dom João decretou, ainda na Bahia, a Abertura dos Portos às
nações amigas. No Rio de Janeiro, o príncipe regente revogou os decretos que proibiam o
desenvolvimento manufatureiro no Brasil, deu livre comércio para a importação voltada para o
desenvolvimento industrial e incentivou o desenvolvimento de maquinários.

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O porto do Rio de Janeiro transformou-se na porta de entrada dos produtos ingleses não
somente para o Brasil como também para o Rio da Prata e a costa do Pacífico (200 comerciantes
ingleses já ocupavam o Rio de Janeiro em agosto de 1808, possuindo um grande poder de
mando nas alfândegas). Não se pode esquecer que a abertura dos portos também favoreceu
os grandes proprietários exportadores principalmente de açúcar e algodão. Todavia, como
os comerciantes coloniais foram abalados diretamente pelos ingleses, em junho de 1808 o
comércio livre foi limitado aos portos de Belém, São Luís, Salvador e Rio de Janeiro; o comércio
de cabotagem ficou restrito aos navios portugueses e o imposto de importação de 24% foi
reduzido para 16%, caso o transporte fosse feito em embarcações portuguesas.
As pressões inglesas levaram, em 1810, a assinatura do Tratado de Navegação e Comércio, que
fixou a tarifa de produtos ingleses em 15%. O Tratado de Aliança e Amizade, firmado entre
Portugal e Inglaterra, forçava o primeiro a limitar o tráfico de escravos, medida que, em 1815,
com o Congresso de Viena, foi reforçada com a cessação do tráfico ao norte do equador.
Contudo o tráfico cresceu no Brasil, principalmente em 1820.
Com a corte no Rio de Janeiro, toda política externa portuguesa passou a ser decidida no
Brasil, ficando no Rio o Ministério da Guerra e Assuntos Estratégicos. A ação militar da Corte se
concentrou na bacia da Prata, especialmente na Banda Oriental, atual Uruguai, onde o conflito
com os espanhóis era constante. Duas campanhas militares (1811 e 1816) levaram à derrota de
Artigos, principal referência da resistência uruguaia, o que possibilitou a anexação do território,
em 1821, com o nome de província Cisplatina.
Outro aspecto importante é o florescimento cultural que o Rio de Janeiro passou, contando,
em 1808, com o seu primeiro jornal e com a circulação de livros europeus, alimentado
principalmente com o crescimento da população (passou de cerca de 50 mil a 100 mil pessoas).
A chegada de cientistas e viajantes estrangeiros (o naturalista John Mãe, o zoólogo bávaro Seis,
o botânico Martins, o naturalista francês Saint-Hilaire, o arquiteto Grandjean e os pintores
Taunay e Debret) registraria nas diferentes formas estéticas o Rio de Janeiro.

A Revolução Pernambucana de 1817


A chegada da Corte no Brasil causou uma
série de descontentamentos em diferentes
setores coloniais. Em Pernambuco, as forças
militares locais foram preteridas em relação
aos militares que chegaram de Portugal,
transformando-se em um importante foco de
descontentamento na província.
Com o aumento dos impostos necessários
para a manutenção das guerras na Cisplatina
e para o sustento da Corte no Brasil, O Rio de
Janeiro acabou assumindo o papel da antiga
metrópole, Lisboa. O sentimento regionalista
do nordeste somou-se ao antiluzitanismo,
dando uma reação explosiva. Em março de
1817, militares, proprietários rurais, juízes,
artesãos, comerciantes e um significativo

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História de Pernambuco – Características Gerais do Brasil Colonial – Prof. Thiago Scott

número de sacerdotes (“a Revolução dos Padres”) iniciaram a revolução que, rapidamente se
estendeu para Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte.
“Não devemos imaginar, porém, que os diferentes grupos tivessem os
mesmos objetivos. Para as camadas pobres da cidade, a independência
estava associada à idéia de igualdade, uma igualdade mais para cima que
para baixo... (“ os cabras, mulatos e crioulos andavam tão atrevidos que
diziam que éramos todos iguais e não haviam de casar senão com brancas
das melhores”). Para os grandes proprietários rurais, tratava-se de acabar
com a centralização imposta pela Coroa e tomar em suas mãos o destino, se
não da colônia, pelo menos do nordeste”.
FAUSTO, Boris. História do Brasil.

Tomando a cidade do Recife e formando um governo provisório, os revoltosos proclamaram


a República, declarando igualdade de direito e tolerância religiosa, sem tocar na questão da
escravidão. Em maio de 1817, as tropas portuguesas ocupavam o Recife e já controlavam a
revolta em Alagoas, prendendo e matando os líderes do movimento.

A Independência
Em dezembro de 1815, resistindo à idéia de retornar a Portugal, Dom João VI elevou o Brasil
a categoria de reino Unido a Portugal e Algarves. Em 1820, irrompeu em Portugal a revolução
do Porto. Liberal (considerava a monarquia absolutista ultrapassada e pregava a formação das
Cortes) e ilustrada, a revolução representava o resultado das grandes contradições que vivia o
país no momento (crise política causada pela permanência de D. João no Brasil e dos órgãos de
governo; crise econômica gerada, em parte, pelo excesso de liberdade comercial do Brasil; crise
militar em face da presença de militares ingleses em Portugal, que, inclusive, governava o país
– marechal inglês Beresford).
Convocada as eleições para a formação das Cortes (200 deputados de todo império português,
sendo 50 representantes do Brasil), a constituição do país estava a caminho.
O retorno de D. João VI para a Europa dividia as opiniões no Brasil.
“O retorno era defendido no Rio de Janeiro pela “facção portuguesa”,
formada pôr altas patentes militares, burocratas e comerciantes interessados
em subordinar o Brasil à Metrópole, se possível de acordo com os padrões
do sistema colonial. Opunha-se a isso e ao retorno do monarca o ‘partido
brasileiro’ constituídos pôr grandes proprietários rurais das capitanias
próximas à capital, burocratas e membros do Judiciário nascidos no Brasil.
Acrescenta-se a eles portugueses cujos interesses tinham passado a vincular-
se aos da colônia.”
FAUSTO, Boris. História do Brasil.

As articulações políticas dos brasileiros foram fortemente orientadas pelas lojas maçônicas,
participantes ativas da Rev. Pernambucana de 1817.
Não suportando a pressão, Dom João retorna para Portugal, em 1821, acompanhado de 4 mil
portugueses.

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Formada as Cortes de Lisboa, tiveram início as tentativas de recolonização do Brasil. Os
governos provinciais passaram a ser subordinados diretamente à Lisboa, não mais ao Rio de
Janeiro; tentativas de revogar os acordos comerciais com a Inglaterra; em outubro, decidiu-se
pela transferência para Lisboa das principais repartições instaladas no Brasil por D. João e a
determinação do retorno de D. Pedro para a Europa. O “partido brasileiro” mobilizou-se para a
permanência do regente (“Dia do Fico” – 9/10/1822). D. Pedro forma assim um novo ministério,
composto por portugueses mas chefiado por um brasileiro, José Bonifácio de Andrada e Silva.
Nesse quadro político, a corrente conservadora defendia maior autonomia do Brasil com
relação a Portugal, assumindo apenas em um segundo momento, a idéia da independência,
desejando como forma de governo a monarquia constitucional. Já a corrente radical, bastante
heterogênea (de monarquistas esclarecidos a republicanos radicais), optava pela ruptura
imediata.
Em agosto, o príncipe regente declarou as tropas portuguesas no Brasil inimigas. Gonçalves
Ledo e José Bonifácio dirigiram manifestações às nações amigas.
A chegada do despacho que ordenava o retorno de D. Pedro para Portugal e revogava os
decretos do príncipe regente alimentou o grito da independência, em 7 de setembro de 1822,
as margens do riacho Ipiranga.

LEITURA COMPLEMENTAR

A CRISE DO ANTIGO SISTEMA COLONIAL


Uma das grandes falhas da historiografia brasileira, no passado e ainda hoje, consiste em
dissociar o processo da independência brasileira do conjunto em que se desenvolveu, seja pelo
esquecimento das transformações operadas na Europa desde os fins do século XVIII, que se
refletiram nas áreas coloniais e impulsionaram a solução da autonomia, seja pela omissão do
que ocorreu na própria América. O processo de independência dos povos coloniais americanos,
entretanto, foi único, embora tivesse encontrado diferenças e particularidades, confirme as
condições dominantes nas diversas zonas, desde o Vice-Reinado do México até o do Brasil,
passando por Nova Granada, Peru e Prata.
Tal processo tem inicio quando o desenvolvimento econômico assinala a transformação do
mercantilismo em capitalismo, configurando o largo quadro conhecido como Revolução
Industrial. O extraordinário aumento da população advindo da progressiva e acelerada
substituição da manufatura pela maquina introduz modificações profundas na fisionomia dos
povos, que aqueles em que ele apenas repercute, e que lhe sofrem as conseqüências, seja
porque se comportem como mercados consumidores, seja pela simultaneidade dos dois casos
– esta é, precisamente, a situação das áreas coloniais americanas.
A acumulação capitalista define plenamente, então, a ascensão da burguesia e vai romper os
fundamentos que mantinham, embora em equilíbrio instável, a posição de povos e nações
que não chegaram a superar o período mercantil e que se comportavam, em relação às
áreas coloniais, como simples intermediários. A eliminação dos intermediários é uma das
mais prementes exigências das árias de produção em que as relações capitalistas estavam na
plenitude de seu desenvolvimento. Entre essas áreas, a Inglaterra tinha destacada posição.

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O que mantinha ainda a subordinação das áreas coloniais às metrópoles era o regime de
monopólio comercial, levado, em alguns casos, como no do Brasil da fase mineradora, aos
limites da clausura. Rompido o monopólio, a subordinação perdia o seu conteúdo, e surgia a
autonomia como conseqüência inelutável. As exigências do processo capitalista traduziam-
se em dois planos: abertura das áreas coloniais à troca internacional, em primeira urgência;
eliminação do trabalho escravo, na segunda urgência.
(O que se deve ler para conhecer o Brasil. Nelson Werneck Sodré. 1973)

SOCIEDADE COLONIAL

O sistema produtor açucareiro colonial trouxe, desde sua montagem inicial, profundas con-
sequências econômicas e sociais, que marcam a realidade brasileira até hoje. Com efeito, a
colonização brasileira teve um cunho discriminatório, aristocrático e, por conseguinte, social-
mente excludente. Para melhor compreendermos a dimensão social da colonização brasileira,
devemos, em primeiro lugar, levantar o problema da origem classista dos nossos primeiros po-
voadores. Noutros termos, qual setor social iria realizar os primeiros investimentos de capital
na distante, desconhecida e aparentemente agreste terra brasileira? A burguesia mercantil lu-
sitana mais próspera, que auferia altos lucros no comércio, não estava interessada em aplicar
seus capitais numa aventura aparentemente incapaz de gerar o acúmulo de capitais. Também a
nobreza lusitana não se mostrava particularmente disposta, pois, além de carente de recursos,
preferia viver atrelada ao aparelho estatal ou, no máximo de sua ousadia mercantil, dedicar-se
à exploração oriental. A inexistência de mercado interno na área colonial podava a participação
dos pequenos e médios proprietários lusitanos. Além disso, a posse de terras no Brasil, onde
elas existiam em abundância, carecia de importância, pois não funcionavam como propriedade
imobiliária. No início do século XVI, a terra, por si só, nada significava. Só começaria a represen-
tar alguma coisa, a ter função econômica, a partir do momento em que se tornasse objeto do
trabalho humano. Em síntese: o valor imobiliário da terra brasileira iria depender da instalação
de um sistema colonial de produção. Ciente de que só a colonização poderia garantir a preser-
vação do controle político das terras brasileiras, a Coroa lusitana buscou despertar o interesse
do capital privado para a árdua empresa de conquista e valorização econômica de sua zona
americana. Ao contrário das Índias – onde já existiam sistemas produtivos e mercados relativa-
mente prósperos – o Brasil, cujos habitantes indígenas viviam um estágio primitivo de civiliza-
ção, nada oferecia de atraente às ambições imediatistas do mercantilismo português.
Para tornar rentável o processo colonizatório de suas possessões na América, Portugal precisa-
ria montar, preliminarmente, uma estrutura produtora de gêneros agrícolas. Isto porque, em
nosso país, a única forma possível de exploração econômica viria a ser o cultivo do solo. Por
isso, o Reino procurou, desde o início, dar à colonização brasileira uma orientação adequada
à necessidade de aqui se implantar um núcleo civilizacional baseado na produção agrária. Por
exemplo: o rei português investiu Martim Afonso de Souza, em sua expedição pioneira de 1530,
e, pouco depois, os donatários, do direito de conceder sesmarias às pessoas interessadas em
“fazer lavoura”.
A doação de sesmarias não era uma forma genérica de transferência de terras: estava subor-
dinada a uma estrita regulamentação jurídica. O sesmeiro tinha pleno direito de propriedade
sobre seu lote, com algumas restrições, tais como os estancos (monopólios reais) e as servidões
públicas de águas. Além disso, era obrigado a pagar tributos devidos à Ordem de Nosso Senhor
Jesus Cristo, organismo encarregado da expansão marítimo-comercial portuguesa.

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As terras concedidas em sesmarias, segundo a livre vontade de seus proprietários, podiam ser
alienadas ou transmitidas a herdeiros. O dono da sesmaria, no entanto, tinha a obrigação de
aproveitá-la economicamente dentro de um prazo determinado. Esta disposição fazia parte da
legislação portuguesa: as Ordenações Manuelinas. A violação deste estatuto acarretava a per-
da da propriedade e o pagamento de uma multa em dinheiro.
A Coroa não doava sesmarias indiscriminadamente a todos os interessados na posse de terras.
Na realidade, só se concediam sesmarias “a quem pudesse cultivar”, isto é, aos que comprovas-
sem possuir os recursos necessários à tarefa de exploração econômica do solo.
Ao se examinar a legislação portuguesa que regulamentou a montagem da colonização do Bra-
sil, verifica-se que seu significado básico não repousava na amplitude dos poderes delegados
ou transferidos aos donatários ou aos colonos. Pode-se encontrá-lo, ao contrário, na forma es-
tabelecida para a implantação da propriedade privada no território da colônia, elemento gera-
dor das primeiras diferenciações classistas em nosso país.
•• A Coroa só doava terras a quem tivesse recursos para cultivá-la.
•• Só se outorgava o privilégio de montar engenhos a quem estivesse em condições financei-
ras de fazê-lo funcionar.
Percebe-se assim, no início do processo de colonização, uma clara tendência discriminatória,
que caracterizaria todo o empreendimento e determinaria o tipo de sociedade da zona açuca-
reira, por exemplo: a necessidade de um investimento inicial impossibilitaria a participação na
empresa colonizatória de cidadãos metropolitanos desprovidos de fortuna. A própria distribui-
ção da terra obedeceu a um critério seletivo. Além disso, acentuando o caráter elitista da colo-
nização, a montagem e a operação dos engenhos também se tornariam privilégios reservados
a poucos reinóis.
Esse conjunto de fatores contribuiu para que se formasse no Brasil uma sociedade aristocrática,
na qual o valor do trabalho diminuiu em função da importância social que o direito de proprie-
dade conferia aos poucos cidadãos que o possuíssem.
Portanto, no Brasil, não se levava em conta a origem de classe dos primeiros povoadores, e
sim, a posição de proprietários por eles ocupada: ela os transformava em aristocratas, inde-
pendentemente de sua procedência classista. Em síntese: no Brasil, durante as fases iniciais da
colonização, o fator do privilégio social era o capital necessário para montar a estrutura produ-
tiva açucareira, mas esse mesmo privilégio se reproduzia enquanto estamento, uma espécie de
“nobreza da terra”. Em termos bem simples, podemos dizer que os primeiros Albuquerques
– família pernambucana tradicional – tornaram-se privilegiados em função dos investimentos
por eles trazidos. Pouco a pouco, contudo, sua dominação social decorreria do próprio nome
Albuquerque.

Olinda: a capital do açúcar

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A sociedade açucareira colonial

De maneira simplista, costuma-se ensinar que a sociedade colonial açucareira era bipolar: os
latifundiários, no topo da pirâmide social, e os escravos, total e completamente marginaliza-
dos. Essa visão da realidade colonial brasileira é bem expressa no título do famoso livro do
antropólogo Gilberto Freyre: “Casa-Grande – Senzala”. Na verdade, a sociedade brasileira de
então era mais complexa, pois, além dos capitais e rendas, existiam outros fatores de privilégio.
Um deles consistia na localização da propriedade agrária. De fato, sendo o açúcar um produto
destinado aos mercados externos, as terras situadas próximas do litoral passaram a ter maior
valor econômico do que as localizadas em regiões interioranas. Os proprietários das primeiras
auferiam mais lucros do que os das segundas. Outro elemento importante a ser considerado
era a qualidade do solo. Se esse fosse de massapé, as safras apresentariam maior rentabilida-
de do que as colhidas de solos inferiores. Dessa maneira, as sesmarias concentradas nas áreas
litorâneas e nos vales dos rios – abundantes em solo fértil – tinham mais possibilidades de
êxito econômico, privilegiando seus proprietários em relação aos latifundiários cujas sesmarias
estavam mal localizadas. Finalmente, também era decisiva a posse de meios de beneficiamen-
to – o engenho – para consolidar uma situação de privilégio social. Havia, basicamente, dois
tipos de latifundiários: os que possuíam engenho e aqueles outros que somente se dedicavam
à produção da cana-de-açúcar. Nesse contexto, surgiram as então denominadas “fazendas obri-
gadas”; ou seja, os sesmeiros que eram apenas agricultores se viam forçados a transformar a
cana em açúcar nos engenhos dos latifundiários vizinhos, pagando o serviço em espécie. Por
exemplo, se a produção de uma “fazenda obrigada” (sem engenho) fosse da ordem de 100 to-
neladas, o seu proprietário precisava pagar a operação do engenho entregando ao dono desse
último, 50 toneladas. Do ponto de vista social, os latifundiários estritamente agricultores e os
donos de engenho eram iguais; do ponto de vista econômico, não o eram. Progressivamente,
os plantadores passaram a subordinar-se aos senhores de engenho, que eram efetivamente os
únicos privilegiados. Em pouco tempo, o sistema colonial açucareiro gerou a concentração da
propriedade fundiária, a aristocratização dos senhores de engenho e o desaparecimento dos
plantadores independentes.
No nordeste brasileiro da época, onde as distâncias eram enormes, as fazendas relativamente
isoladas e o poder público português quase inexistente, o sistema açucareiro gerou o mando-
nismo político privado. Noutros termos, os grandes proprietários donos de engenho tornaram-
-se o verdadeiro núcleo do poder político-administrativo colonial, exercendo, de fato, as fun-
ções de controle, de administração e de aplicação da justiça nas áreas circunvizinhas aos seus
latifúndios. As competências que, no mundo moderno, cabem ao Estado, eram desempenha-
das, entre nós, por particulares: a “coisa pública” tornou-se “coisa privada”. De fato, o poder
político estatal só adquiriu importância, no Brasil, a partir do século XVIII. Até então, esteve nas
mãos dos “homens bons”, denominação dada à “nobreza colonial”.

Resumo
“A transformação dos senhores de engenho em típicos aristocratas rurais ocorreu independentemen-
te de sua origem social. Os membros da classe dominante colonial, mesmo que originariamente não
pertencessem à nobreza, acabavam se aristocratizando, por concentrarem em suas mãos a posse da
terra, dos escravos, da renda e do poder político. Esta aristocratização gerou também a mentalidade
profundamente conservadora de nossas elites, fato que se verifica até hoje.”
Professor José Carlos Pires de Moura

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A sociedade colonial açucareira do nordeste brasileiro, pautada pelo ruralismo, já que as
poucas vilas existentes não passavam de meras extensões do latifúndio e desconheciam
qualquer forma de vida tipicamente urbana, foi caracterizada também por um alto grau de
estratificação social, sendo praticamente impossível alterações verticais na pirâmide social,
cujos componentes básicos eram:

Os segmentos sociais do Brasil açucareiro

Senhores – os grandes proprietários de engenho, terras e escravos, que exerciam a dominação


econômica social e política.
Camadas intermediárias – em número pequeno e socialmente inexpressivo, formadas por
padres, militares, agregados ao latifúndio, alguns poucos funcionários, rendeiros e, também
poucos, pequenos proprietários. Esse setor social orbitava o latifúndio, pois uma economia
marcada pela exportação, pela necessidade de importações de bens de consumo, pela
existência do escravismo e pela carência de mercado interno entravava qualquer possibilidade
de seu crescimento.
Escravos – base da estrutura social do Brasil Colônia, o trabalho compulsório dos negros vindos
de África e de alguns poucos indígenas foi o elemento fundador da realidade brasileira. O seu
papel e a sua importância, na época, são bem descritas por uma frase então bastante difundida:
“os escravos são as mãos e os pés dos senhores de engenho”. Do ponto de vista jurídico, as
Ordenações portuguesas definiam o escravo no mesmo capítulo dedicado ao “animal de carga”.

Um navio negreiro

O tráfico escravista: negros num navio “tumbeiro”

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A estrutura familiar

Uma sociedade rural, latifundiária e calcada no escravismo, que desvaloriza o trabalho, implica
necessariamente:
Desimportância social da mulher – de fato, a mulher branca, filha e esposa do latifundiário, só
desempenha um papel: a reprodução e a transmissão da propriedade. Destituída de qualquer
função produtiva, ela passa a ser “protegida”, fechada numa “redoma social”. Nos velhos
casarões do Brasil açucareiro, havia “gineceus”: quartos onde ficavam as moças solteiras,
durante o dia, para não serem vistas pelos cobiçosos olhares masculinos. As moças das elites,
extremamente reprimidas, eram obrigadas a contrair matrimônio com os filhos de outros
latifundiários e, muitas vezes, no interior da própria família, casando-se com primos ou tios, o
que gerou uma sociedade tendencialmente endogâmica. O círculo familiar era absolutamente
restrito, o que pode ser comprovado pelo fato de que o próprio adultério tendia ocorrer no seio
do clã. De fato, no Brasil Colônia, foi muito comum a relação adulterina entre sogras e genros.
Reverência filial – ser filho do senhor de engenho era fator de privilégio. Numa sociedade
carente de oportunidades de desenvolvimento econômico, pelo escravismo e pela ausência
de mercado interno, romper com o pai traria consigo a perda da dominação social. Dessa
maneira, o respeito, a obediência e o culto subserviente ao genitor tornaram-se necessidades
imperiosas.
Sociedade ociosa – numa realidade escravista, onde o trabalho é sinônimo de inferioridade
social, o ócio se torna um fator distintivo das elites. Nas enormes varandas das casas-grandes,
os latifundiários e seus filhos deitavam-se em redes, abanados por negros e agraciados com os
“cafunés” das negras. Gilberto Freyre observa que “a rede quase atrofiou o pé do latifundiário”.
Em suma, uma sociedade ociosa e quituteira, pois as principais “atividades” das elites eram a
conversação e o prazer gastronômico, esse último facilitado pelo grande número de escravas
na cozinha. Além disso, cultivava-se a hospitalidade, pois as visitas e festividades eram sempre
formas de se “matar o tempo”.
Família patriarcal – em suma, a sociedade colonial brasileira gerou uma estrutura familiar
patriarcal, pois o centro do clã era o pai: dono de terras, de engenhos, de escravos, do poder
político e todo-poderoso em relação à família.
Sociedade miscigenada – na comunidade açucareira do Brasil Colonial, onde ao homem era
tudo permitido e à mulher branca quase tudo era vedado, a iniciação e as práticas sexuais
cotidianas dos elementos masculinos eram levadas a efeito com as escravas, gerando uma
sociedade miscigenada. Embora o latifundiário e seus dependentes não reconhecessem os
mulatos como filhos legítimos, sabiam que eles eram seus descendentes e por essa razão
tendiam a protegê-los relativamente. De fato, os mulatos normalmente exerciam funções
menos rudes do que as dos negros: eram feitores, “meninos de recados”, chefes da cozinha,
etc. Por essa razão, havia um provérbio, bastante difundido na época, que dizia: “o Brasil é o
Purgatório do branco, o Inferno do negro e o Paraíso do mulato”.

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História de Pernambuco

AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS (1534)

A expedição de Martim Afonso de Sousa (1530-1533) marca o início dessa nova fase. Patrulhar a
costa, estabelecer uma colônia através da concessão não-hereditária de terras aos povoadores
que trazia (São Vicente, 1532) e explorar a terra foram seus objetivos. Dom João III optou então
pelo uso das Capitanias Hereditárias, 15 quinhões entregues aos capitães-donatários (pequena
nobreza, burocratas e comerciantes, todos ligados com a Coroa. Entre os donatários, Martim
Afonso, experiente navegador, Duarte Coelho, militar no Oriente, com êxito em Pernambuco,
Jorge Figueiredo Correia, comerciante e escrivão e Pero do Campo Tourinho. Antes de 1532,
Fernão de Noronha recebeu a primeira capitania no Brasil. Como o comércio com as Índias
e com as ilhas do Atlântico era mais atrativo, a grande nobreza acabou não participando da
ocupação inicial do território.

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Recebendo a posse, e não a propriedade da terra, os donatários tinham extensos poderes
econômicos (arrecadação de tributos) e administrativos.
“A instalação de engenhos de açúcar e de moinhos de água e o uso de depósitos de sal
dependiam do pagamento de direitos; parte dos tributos devidos à Coroa pela exploração do
pau-brasil, de metais preciosos e de derivados da pesca cabiam também aos donatários. Do
ponto de vista administrativo, eles tinham o monopólio da justiça, autorização para fundar vilas,
doar sesmarias (extensão de terra virgem doada a um sesmeiro, com a obrigação – raramente
cumprida – de cultivá-la no prazo de cinco anos e de pagar o tributo devido à Coroa), alistar
colonos para fins militares e formar milícias sob seu comando. Assim, o sistema de capitanias
hereditárias reproduzia algumas relações da sociedade medieval no Brasil, como o uso das
banalidades, entre outros”. (Boris Fausto)
As capitanias, imensos tratos de terra, foram distribuídas entre fidalgos da pequena nobreza
– já que os grandes se interessavam mais pelas Índias ou por ter terras no Reino e suas ilhas
adjacentes – e funcionários da burocracia monárquica, muitos de extração burguesa, e, mesmo,
com estreitas ligações com cristãos-novos, judeus recém-convertidos.
A Carta de Doação e o Foral asseguraram, juridicamente, a ocupação da terra. A primeira cedia
ao donatário 10 léguas a partir da costa, divididas em lotes, isentos de tributação, com exceção
do dízimo. Possibilitava a fabricação de moendas e moinhos de água e garantia a posse da terra
no restante da capitania.
O Foral tinha por objetivo definir o percentual do lucro do donatário em relação à exploração
do solo e subsolo.

As Capitanias de São Vicente e Pernambuco

Doada a Duarte Coelho, com larga experiência no Oriente, a capitania de Pernambuco foi
organizada com o capital proveniente da venda de suas terras em Portugal. Auxiliado por
emigrantes portugueses com experiência agrícola, introduziu a cana-de-açúcar no Brasil. Por
volta de 1570, 30 dos 65 engenhos brasileiros encontravam-se em Pernambuco.
Martim Afonso de Sousa introduziu o cultivo da cana na capitania de São Vicente. Contudo,
por ser um ponto bastante avançado em direção ao sul, a região rapidamente estabeleceu
fortes relações comerciais com a região do Prata, que comprava da capitania escravos índios,
provavelmente usados nas minas do Peru e na plantação de mate, no Paraguai.
Dois documento básicos conforme a tradição do povoamento de terras no Portugal da
Reconquista, regiam o sistema de capitanias: a carta de doação e o foral, que garantiam os
direitos do capitão-donatário e suas obrigações frente à Coroa, na seguinte forma: a) o capitão-
donatário tinha o “senhorio”, conforme o costume medieval, das moendas de água, engenhos
de açúcar e das marinhas de sal, cujo acesso obrigava os colonos ao pagamento de direitos;
b) tinha o direito de escravizar e mandar vender, em Portugal, 24 peças – índios apresados –
por ano; c) ficava com a vintena (5%) sobre o valor da exportação do pau-brasil, metade da
dízima do pescado, a redízima (1/10) das rendas da Coroa, a dízima dos metais e os direitos de
passagens dos rios, portos e “outras águas”.

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História – As Capitanias Hereditárias – Prof. Thiago Scott

Mais importantes, no processo de colonização, eram os amplos poderes de que dispunham os


capitães no tocante à administração pública:
a) tinham o monopólio da alta e da baixa justiça;
b) visando promover o povoamento tinham o direito de doar sesmarias;
c) tinham, ainda, o comando militar e o direito de alistar os colonos e formar milícias.
A falta de recursos, desentendimentos internos, inexperiência, ataques dos índios e a
descentralização administrativa acabaram levando ao fracasso desse modelo, com a sabida
exceção das capitanias de São Vicente e Pernambuco. Aos poucos, as capitanias foram sendo
recuperadas pela Coroa e, entre 1552 e 1554, o Marquês de Pombal completou a passagem do
domínio privado para o público.

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História de Pernambuco

CAPITANIA DE PERNAMBUCO

A Capitania de Pernambuco abrangia os atuais estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande


do Norte, Ceará e Alagoas e o Oeste da Bahia. Pernambuco foi a capitania mais rica da América
Portuguesa.

O Início

Em 1501, quando a expedição do navegador Gaspar de Lemos fundou feitorias no litoral da


colônia portuguesa, na recém descoberta América, teve início o processo de colonização de
Pernambuco, uma das primeiras áreas brasileiras a ter ativa colonização portuguesa.
Entre os anos de 1534 e 1536, Dom João III, então rei de Portugal, instalou o sistema de
Capitanias Hereditárias no Brasil, que consistia na doação de um lote de terras, chamado
Capitania, a um Donatário (português), a quem caberia explorar, colonizar as terras, fundar
povoados, arrecadar impostos e estabelecer as regras do local. Dentre os primeiros 14 lotes
distribuídos por D. João III estava a Capitania de Pernambuco, ou Capitania de Nova Lusitânia,
como seu Donatário, Duarte Coelho, a batizou. Dessa forma, em 1535, Duarte Coelho se
estabeleceu no local onde fundou a vila de Olinda e espalhou os primeiros engenhos da região.
Até então, os ocupantes do território eram os índios Tabajaras.

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No início da Colonização do Brasil, as únicas capitanias que prosperaram foram esta de
Pernambuco e a de São Vicente, graças à cultura canavieira. São Vicente, no entanto, prosperou
somente por efêmeras décadas do século XVI. Pernambuco, por outro lado, se tornou a mais
rica de todas as possessões portuguesas.
Centro da economia colonial durante o ciclo da cana-de-açúcar, Pernambuco impressionara o
padre Fernão Cardim, que surpreendeu-se com "as fazendas maiores e mais ricas que as da
Bahia, os banquetes de extraordinárias iguarias, os leitos de damasco carmesim, franjados de
ouro e as ricas colchas da Índia", e resumiu suas impressões numa frase antológica: "Enfim,
em Pernambuco acha-se mais vaidade que em Lisboa". A opulência pernambucana parecia
decorrer, como sugere Gabriel Soares de Sousa em 1587, do fato de, então, ser a capitania "tão
poderosa (...) que há nela mais de cem homens que têm de mil até cinco mil cruzados de renda,
e alguns de oito, dez mil cruzados. Desta terra saíram muitos homens ricos para estes reinos
que foram a ela muito pobres". Por volta do início do século XVII, Pernambuco era a maior e
mais rica área de produção de açúcar do mundo
De acordo com a Carta de Doação passada por D. João III a 10 de março de 1534, o capitão
donatário de Pernambuco foi Duarte Coelho Pereira, fidalgo que se destacara nas campanhas
portuguesas na Índia. A capitania se estendia entre o rio São Francisco e o rio Igaraçu,
compreendendo:
"Sessenta léguas de terra (…) as quais começarão no rio São Francisco (…) e acabarão no rio que
cerca em redondo toda a Ilha de Itamaracá, ao qual ora novamente ponho nome rio [de] Santa
Cruz (…) e ficará com o dito Duarte Coelho a terra da banda Sul, e o dito rio onde Cristóvão
Jacques fez a primeira casa de minha feitoria e a cinquenta passos da dita casa da feitoria pelo
rio adentro ao longo da praia se porá um padrão de minhas armas, e do dito padrão se lançará
uma linha ao Oeste pela terra firme adentro e a terra da dita linha para o Sul será do dito
Duarte Coelho, e do dito padrão pelo rio abaixo para a barra e mar, ficará assim mesmo com
ele Duarte Coelho a metade do dito rio de Santa Cruz para a banda do Sul e assim entrará na
dita terra e demarcação dela todo o dito Rio de São Francisco e a metade do Rio de Santa Cruz
pela demarcação sobredita, pelos quais rios ele dará serventia aos vizinhos dele, de uma parte
e da outra, e havendo na fronteira da dita demarcação algumas ilhas, hei por bem que sejam
do dito Duarte Coelho, e anexar a esta sua capitania sendo as tais ilhas até dez léguas ao mar
na fronteira da dita demarcação pela linha Leste, a qual linha se estenderá do meio da barra
do dito Rio de Santa Cruz, cortando de largo ao longo da costa, e entrarão na mesma largura
pelo sertão e terra firme adentro, tanto, quanto poderem entrar e for de minha conquista. (…)."
(Carta de Doação)
A metade da barra sul do canal de Itamaracá, que o soberano denominou de "rio" de Santa
Cruz, até 50 passos além do local onde existira a primitiva feitoria de Cristóvão Jacques,
demarcava o limite norte; ao sul, o limite da capitania era o rio São Francisco, em toda sua
largura e extensão, incluindo todas suas ilhas da foz até sua nascente. O território da capitania
infletia para o sudoeste, a acompanhar o curso do rio, alcançando suas nascentes no atual
estado de Minas Gerais. Ao Norte, o soberano estabelecia o traçado de uma linha para o oeste,
terra adentro, até os limites da conquista, definidos pelo Tratado de Tordesilhas ou seja, as
terras situadas além das 370 léguas ao oeste das ilhas do Cabo Verde. As fronteiras da capitania
abrangiam todo o atual Estado de Alagoas e terminavam ao sul, no rio São Francisco, fazendo
fronteira com o atual estado de Minas Gerais. Graças à posse deste importante rio, em toda
sua extensão e largura, Pernambuco crescia na orientação sudoeste, ultrapassando em largura
em muito as 60 léguas estabelecidas na carta de doação. Na observação de Francisco Adolfo

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História de Pernambuco – Capitânia de Pernambuco – Prof. Thiago Scott

de Varnhagen possuía a capitania 12 mil léguas quadradas, constituindo-se na maior área


territorial entre todas que o rei distribuiu.
Ao receber a doação, Duarte Coelho Pereira partiu para o Brasil com a esposa, filhos e muitos
parentes. Ao chegar ao seu lote, fixou-se numa bela colina, construindo uma fortificação (o
Castelo de Duarte Pereira), uma capela e moradias para si e para os colonos: seria o embrião de
Olinda, constituída vila em 1537. Pioneiros na terra foram o seu próprio engenho, o do Salvador,
e o do seu cunhado, o de Beberibe.
Olinda foi o local mais rico do Brasil Colônia da sua criação até a Invasão Holandesa, quando
foi devastada pelos neerlandeses, que escolheram o Recife como a capital da Nova Holanda. A
gravura mostra o cerco a Olinda em 1630.[4]
Recife foi a mais cosmopolita cidade da América durante o governo do conde alemão (a serviço
da coroa holandesa) Maurício de Nassau. Na imagem o Palácio de Friburgo, residência de
Nassau demolida no século XVIII.

Recife foi a mais cosmopolita cidade da América durante o governo do conde alemão (a
serviço da coroa holandesa) Maurício de Nassau. Na imagem o Palácio de Friburgo, residência
de Nassau demolida no século XVIII.
Tudo estava por fazer e o donatário organizou o tombamento de terras, a distribuição de
justiça, o registro civil, a defesa contra os índios Caetés e Tabajaras. Ao falecer, em Lisboa, em
1554, legou aos filhos uma capitania florescente. O seu cunhado, Jerônimo de Albuquerque,
em correspondência com a Coroa, pedia autorização para importar escravos africanos.
Em Olinda, sede administrativa da capitania, se instalaram as autoridades civis e eclesiásticas,
o Colégio dos Jesuítas, os principais conventos e o pequeno cais do Varadouro. Em fins do
século XVI, cerca de 700 famílias ali residiam, sem contar os que que viviam nos engenhos, que
abrigavam de 20 a 30 moradores livres. O pequeno porto de Olinda era pouco significativo,
sem profundidade para receber as grandes embarcações que cruzavam o Oceano Atlântico. Por
sua vez, Recife, povoado chamado pelo primeiro donatário de "Arrecife dos navios", segundo a
Carta de Foral passada a 12 de março de 1537, veio a ser o porto principal da capitania.

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Olinda foi o local mais rico do Brasil Colônia da sua criação até a Invasão Holandesa, quando
foi devastada pelos neerlandeses, que escolheram o Recife como a capital da Nova Holanda.
A gravura mostra o cerco a Olinda em 1630.

Território

A capitania de Pernambuco, em seu auge territorial, abrangia os atuais estados federativos de


Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e a porção oeste do atual estado
da Bahia, região à época denominada "Comarca do São Francisco", que hoje corresponde
grosso modo à mesorregião estatística do Extremo Oeste Baiano. O Além São Francisco, outra
denominação da região, em 1824 foi desmembrado de Pernambuco por ordem do imperador
dom Pedro I como punição pela participação da elite política pernambucana no movimento
separatista da Confederação do Equador. Provisoriamente a administração da região foi passada
à competência de Minas Gerais e em 1827 foi transferida à Bahia, à qual foi definitivamente
incorporada.

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História de Pernambuco

CICLO DO AÇÚCAR

A cana-de-açúcar é originária da Índia. Açúcar foi produzido no subcontinente indiano desde


a antiguidade. Porém não era de fácil acesso: o mel era usado com maior frequência para se
adoçar os alimentos na maior parte do mundo. Uma das primeiras menções à cana-de-açúcar
aparece em manuscritos antigos de chineses datados do oitavo século antes de Cristo. Ao redor
de 500 a.C, habitantes do subcontinente indiano faziam grandes cristais de açúcar para facilitar
o transporte e armazenamento. Esses cristais, chamados khanda, são semelhantes aos pães de
açúcar que eram a principal forma de açúcar até o desenvolvimento de açúcar granulado e em
cubos no final do século XIX.

A cana-de-açúcar foi uma cultura de acesso limitado e açúcar uma mercadoria rara durante
muito tempo. Os cruzados levaram açúcar para casa na sua volta à Europa após suas campanhas
na Terra Santa, onde eles encontraram caravanas carregando "sal doce". No começo do século
XII, Veneza adquiriu algumas vilas perto de Tiro e organizou propriedades rurais para produzir
açúcar para exportar para Europa, onde ele suplementou o mel como a única outra forma de
adoçante. O cronista cruzado Guilherme de Tiro, escrevendo no final do século XII, descreveu o
açúcar como "muito necessário para o uso e saúde da humanidade".
Celso Furtado afirma haver indicações de que os italianos participaram da expansão agrícola
das ilhas portuguesas do Atlântico por volta do século XV. A técnica de produção açucareira já
era difundida no Mediterrâneo e o produto refinado em Chipre era considerado de primeira
classe, envolvendo segredos industriais. Tanto que, em 1612, o Conselho de Veneza ainda
agia nesse sentido, proibindo a exportação de equipamentos, técnicos e capitais oriundos da
indústria. Comerciantes de açúcar se tornaram ricos; Veneza, no auge de seu poder financeiro,
foi o principal centro de distribuição e comércio de açúcar para a Europa.

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No início do século XV, deu-se uma viragem importante na história do açúcar. O infante D.
Henrique resolveu introduzir na Madeira a cultura agrícola da cana-de-açúcar. O projeto
correu bem e, em breve, Portugal estaria a vender açúcar ao resto da Europa. Por outro lado,
com a passagem do cabo da Boa Esperança, os Portugueses passaram a viajar para a Índia
com bastante regularidade. Nesta época, os Portugueses tornaram-se, assim, os maiores
negociantes de açúcar, e Lisboa a capital da refinação e comércio deste produto. Normalmente
associa-se o açúcar a uma origem sul-americana. No entanto, terá sido apenas na altura dos
Descobrimentos que a cana fez a sua viagem até este o continente americano. Foi Cristóvão
Colombo o intermediário desta viagem, tendo levado alguns exemplares de cana-de-açúcar
provenientes das Canárias para plantar em São Domingos, a atual República Dominicana.
A cultura de cana encontrou, no continente americano, excelentes condições para se
desenvolver, e não foram precisos muitos anos para que, em praticamente todos os países
americanos colonizados pelos europeus, os campos se cobrissem de cana-de-açúcar. Os
navegadores portugueses apostaram nos solos férteis das terras brasileiras para instalar
plantações gigantescas de cana cultivadas com mão de obra escrava, e a aposta foi bem-
sucedida do ponto de vista financeiro. Os solos eram férteis e o clima, o mais adequado. Nesta
época, na Europa, o açúcar era um produto de tal maneira cobiçado que foi apelidado de "ouro
branco", tal era a riqueza que gerava.
A colonização das Américas não foi impulsionada apenas por “ouro, glória e evangelho”. A
nobreza européia estava ávida de açúcar. Por volta da metade do século 15, os rendimentos
dessa cara iguaria produzida nas ilhas do Atlântico estavam enchendo os cofres portugueses.
Por isso, em 1516 o Rei Manuel I, de Portugal, decidiu estabelecer a produção de açúcar em
seus territórios no Novo Mundo.
O ciclo da cana-de-açúcar foi um período da história do Brasil Colônia compreendido entre
meados do século XVI e meados do século XVIII. O açúcar representou a primeira grande
riqueza agrícola e industrial do Brasil e, durante muito tempo, foi a base da economia colonial.
O ciclo teve início quando a cana-de-açúcar foi simultaneamente introduzida em três capitanias:
Pernambuco, Bahia e São Vicente. Em 1549, Pernambuco já possuía trinta engenhos-banguê;
a Bahia, dezoito; e São Vicente, dois. A lavoura da cana-de-açúcar era próspera e, meio século
depois, a distribuição dos engenhos perfazia um total de 256.
As plantações ocorriam no sistema de plantation, ou seja, eram grandes fazendas produtoras
de um único produto. Sua produção era voltada para o comércio exterior, e utilizava mão de
obra escrava composta por indígenas e africanos — cujo tráfico também gerava lucros. O açúcar
brasileiro tinha como principal destino o mercado europeu, e os núcleos mais produtivos se
utilizavam de mão de obra africana, enquanto os núcleos menores continuavam com a mão
de obra indígena original. O senhor de engenho era um fazendeiro proprietário da unidade de
produção de açúcar. Além do açúcar, destacou-se, na época, no Brasil, também a produção de
tabaco e algodão.
Nas palavras de Gilberto Freyre:
“O Massapê (...) tem profundidade. É terra doce sem deixar de ser terra
firme: o bastante para que nela se construa com solidez engenho, casa
e capela. Nessas manchas de terra pegajenta foi possível fundar-se a
civilização moderna mais cheia de qualidades, de permanência e ao mesmo
tempo de plasticidade que já se fundou nos trópicos. A riqueza do solo era

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História de Pernambuco – Ciclo do Açúcar – Prof. Thiago Scott

profunda: as gerações de senhores de engenho podiam suceder-se no


mesmo engenho; fortalecer-se; criar raízes em casas de pedra-e-cal; não era
preciso o nomadismo agrário que se praticou noutras terras, onde o solo
era menos fértil, esgotado logo pela monocultura, fez do agricultor quase
sempre um cigano à procura de terra virgem. Um dom-juan de terras. (...) A
qualidade do solo, completada pela da atmosfera, condicionou, como talvez
nenhum outro elemento, essa especialização regional da colonização da
América pelos portugueses que foi a colonização baseada na cana-de-açúcar
(...) A verdade é que foi no extremo Nordeste – por extremo Nordeste deve
entender-se o trecho da região agrária do Norte que vai de Sergipe ao Ceará
– e no Recôncavo Baiano – nas suas melhores terras de barro e húmus – que
primeiro se fixaram e tomaram fisionomia brasileira os traços, os valores, as
tradições portuguesas que junto com as africanas e as indígenas constituiriam
aquele Brasil profundo, que hoje se sente ser o mais brasileiro. O mais
brasileiro pelo seu tipo de aristocrata, hoje em decadência, e principalmente
pelo seu tipo de homem do povo, já próximo, talvez, de relativa estabilidade.
Um homem do povo [...] feito de três sangues, em outras terras tão inimigas
– o do branco, o do índio e o do negro. Um negro adaptado como nenhum
à lavoura do açúcar e ao clima tropical. Um português também disposto à
sedentariedade da agricultura. Um índio que ficou aqui mais no ventre e nos
peitos da cabocla gorda e amorosa do que nas mãos e nos pés do homem
arisco e inquieto".

Pernambuco, a mais rica das capitanias durante o ciclo da cana-de-açúcar, impressionara o


padre Fernão Cardim, que surpreendeu-se com "as fazendas maiores e mais ricas que as da
Bahia, os banquetes de extraordinárias iguarias, os leitos de damasco carmesim, franjados de
ouro e as ricas colchas da Índia", e resumiu suas impressões numa frase antológica: "Enfim,
em Pernambuco acha-se mais vaidade que em Lisboa". A opulência pernambucana parecia
decorrer, como sugere Gabriel Soares de Sousa em 1587, do fato de, então, ser a capitania "tão
poderosa (...) que há nela mais de cem homens que têm de mil até cinco mil cruzados de renda,
e alguns de oito, dez mil cruzados. Desta terra saíram muitos homens ricos para estes reinos
que foram a ela muito pobres". Por volta do início do século XVII, Pernambuco era a maior e
mais rica área de produção de açúcar do mundo.

Um engenho de cana-de-açúcar em Pernambuco colonial, pelo pintor holandês Frans Post (século XVII).

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Os problemas da colonização Portuguesa

A montagem de um sistema produtor de bens numa área tão afastada de Portugal implicaria
a necessidade de enormes recursos financeiros para a implantação, aqui, de tecnologia,
populações e implementos necessários para criar um fluxo permanente de bens destinados
ao consumo do Velho Continente. Portugal, na época, ou não detinha tais recursos, ou não
conhecia meios efetivos de canalizar a poupança interna para uma tão ousada iniciativa. Isso
pressupunha, portanto, a vinda de investimentos internacionais, que deveriam ser atraídos
para uma área – o Brasil – amplamente desconhecida e de alto risco para o investidor. Em suma:
O primeiro problema para a colonização do Brasil:
Investimento inicial – destituído de poupança interna, Portugal precisava atrair a poupança
externa.
Para interessar os investidores estrangeiros, o Reino português teria de escolher um produto
que satisfizesse às seguintes condições: a existência de mercado para ele na Europa; capacidade
de ampliar mercados; relativa experiência de Portugal em sua produção e comercialização e,
por fim, que fosse um gênero adequado às condições ambientais do Brasil.
O segundo problema para a colonização do Brasil:
A escolha do produto – o gênero a ser escolhido deveria:
•• ter mercados na Europa;
•• ampliar mercados;
•• ser produzido e comercializado por Portugal;
•• ser adaptado à ecologia americana.
Outro obstáculo à colonização do Brasil era a questão do transporte. De fato, a marinha lusitana,
em função do grande número de perdas de embarcações na “rota oriental”, encontrava-se
bastante abalada. Além disso, era crescente o número de navegadores e construtores navais
portugueses que, famosos por seus conhecimentos técnicos, eram atraídos para outros países
europeus em função dos elevados salários que a eles eram oferecidos. Impunha-se, por
conseguinte, o apoio de uma frota estrangeira.
O terceiro problema para a colonização do Brasil:
A questão do transporte – o relativo enfraquecimento da marinha portuguesa demandava o
suporte de navios estrangeiros.
Por fim, outro problema a ser resolvido era o da mão de obra, já que a colonização não poderia
se apoiar no trabalho assalariado, pelo alto custo que acarretaria à produção e por total
incompatibilidade do regime de trabalho livre com as normas mercantilistas de exploração
colonial. Com efeito, a existência de um regime de trabalho assalariado no Brasil implicaria
a criação de um mercado consumidor local, gerador de produção interna, o que provocaria
o enriquecimento da própria colônia, desviando capitais que deveriam ser acumulados na
Metrópole.
O quarto problema para a colonização do Brasil:

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História de Pernambuco – Ciclo do Açúcar – Prof. Thiago Scott

A mão de obra – as necessidades de exploração econômica da área colonial por parte da


metrópole impossibilitavam o trabalho assalariado, pelo seu alto custo e pelo fato de provocar
a prosperidade da própria colônia.
Todos os problemas que obstavam a colonização tiveram uma solução açucareira.

Uma solução açucareira

No início do século XVI, nenhum gênero agrícola extra europeu conhecia ampla comercialização
no interior do Velho Mundo. O principal produto da terra – o trigo – era abundante no próprio
continente, o que tornava sua importação desnecessária. Além disso, os fretes marítimos eram
bastante elevados, em virtude dos riscos que envolviam o transporte à longa distância: somente
bens manufaturados e as caras e exóticas especiarias orientais podiam comportá-los. Inúmeros
eram, pois, os obstáculos e custos do empreendimento agrícola em território americano, fato
que não era ignorado por nenhum empresário europeu.
A colonização do Brasil, em seus momentos iniciais, consistiu basicamente, na montagem de
um sistema produtor de açúcar. Os portugueses, nessa época, já eram os maiores produtores
mundiais dessa apreciada especiaria. Assim, aproveitando sua experiência açucareira nas ilhas
atlânticas, Portugal implantou em nosso país uma solução semelhante, o que, além de propiciar
a solução de inúmeros problemas técnicos relacionados com a produção de açúcar, fomentou o
desenvolvimento em Portugal de uma indústria de equipamentos para os engenhos.
Contudo, a maior vantagem do empreendimento açucareiro português ocorreu no campo
comercial. Numa primeira fase, o açúcar lusitano entrou nos tradicionais canais de troca,
controlados pelos mercadores das cidades italianas. Nas últimas décadas do século XV,
porém, o produto sofreu uma sensível baixa de preço, indicando que as redes comerciais
dominadas pela burguesia da orla mediterrânea não se ampliaram na medida requerida pela
expansão da produção açucareira. Por outro lado, houve também nesse período uma crise de
superprodução, pois dentro dos estreitos limites mercantis estabelecidos pelos negociantes da
Península Itálica, o açúcar não podia ser absorvido senão em escala relativamente limitada.
Mas, sem dúvida, a principal consequência da entrada da produção portuguesa no mercado foi
a ruptura do monopólio de acesso às fontes de produção, mantido até então pelos venezianos.
Assim, desde cedo, o açúcar lusitano passou também a ser encaminhado para Flandres, e, em
1496, quando a coroa portuguesa, em função da baixa do preço, decidiu restringir a produção,
quase metade desta já era enviada para os portos flamengos.

O capital mercantil e financeiro holandês

O capital mercantil e financeiro holandês foi fator fundamental para o êxito da colonização
do Brasil. De fato, os flamengos, acostumados ao comércio intra-europeu, possuíam recursos
e uma sofisticada organização comercial, o que possibilitou criar um mercado de grandes
dimensões para o açúcar brasileiro. Até o século XVI, época em que o açúcar de nosso país
começou a surgir nos mercados mundiais, este gênero ainda apresentava características de

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especiaria. Pequeno volume, peso reduzido, alto valor unitário e consumo diminuto. Enquanto
o açúcar estivera nas mãos de produtores árabes e comerciantes italianos, ele foi um “presente
de reis”. Com efeito, tal era seu preço que príncipes, quando se casavam, recebiam açúcar como
parte do dote matrimonial. Pessoas de alto poder aquisitivo utilizavam-no como remédio,
quando acometidas por doenças graves, já que o açúcar é um poderoso energético. Como
já observamos, foi a produção lusitana nas ilhas atlânticas que permitiu, simultaneamente,
uma relativa ampliação do mercado e uma queda no preço açucareiro. No final do século XV,
a Europa Ocidental já estava bem abastecida do produto, o que começava a provocar crises
de superprodução e uma política de desestímulo aos novos plantios. Por conseguinte, a
implantação da cana-de-açúcar no Brasil só seria possível se novos mercados fossem criados.
Essa foi a grande tarefa do capital comercial holandês, que, além de ampliar o consumo no
oeste da Europa, levou o gênero para a Europa Central e Oriental. Pode-se dizer, portanto, que
o açúcar perdeu sua condição de especiaria e se tornou um gênero de consumo corrente graças
aos esforços flamengos.
A contribuição holandesa para a colonização brasileira não se limitou apenas ao aspecto
mercantil: os capitalistas holandeses financiaram, em grande parte, a implantação do sistema
produtor em nosso país, além de tomar parte no tráfico negreiro. Realmente, a experiência
técnica dos portugueses na produção de açúcar não era suficiente para levar adiante a
colonização do Brasil: a capacidade comercial e o poder financeiro dos holandeses tornaram
viável o empreendimento. Em suma, o papel holandês para criar a realidade agrícola brasileira
consistiu em:
1. financiamento dos sistemas produtores implantados em nosso território;
2. montagem de uma grande rede de distribuição comercial açucareira em todo continente
europeu;
3. suporte naval – ajudando a trazer escravos e, pouco a pouco, assumindo o monopólio do
transporte açucareiro para a Europa, os navios holandeses, graças aos lucros dos fretes,
ajudaram ainda mais a acumulação de capital gerado pelo açúcar brasileiro nos Países
Baixos, descapitalizando Portugal.
À luz de tudo que dissemos, pode-se afirmar que o negócio açucareiro do Brasil, no século XVI e
início do XVII, não foi brasileiro e nem português; foi fundamentalmente holandês.
Porém, essa aliança econômica de Portugal com a Holanda promoveu o povoamento do Brasil
e permitiu que Portugal garantisse seu controle sobre todo o território brasileiro. Além disso,
todos os navios que partiam para o Brasil eram obrigados a partir de portos portugueses e todos
os navios que vinham do Brasil tinham que fazer uma escala em Portugal. O governo português
cobrava imposto sobre qualquer transação comercial feita com o Brasil. Os portugueses
não lucraram tanto quanto os holandeses, que comercializavam o açúcar, mas essa aliança
econômica ajudou a aliviar os problemas econômicos de Portugal.

A produção açucareira no Brasil Colonial

O sistema produtor açucareiro implantado no Brasil foi juridicamente baseado no regime de


concessão de sesmarias. Interessado em excluir camadas médias e populares da colonização

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História de Pernambuco – Ciclo do Açúcar – Prof. Thiago Scott

brasileira, já que o interesse era a grande produção destinada ao mercado europeu, Portugal
só concedia terras às pessoas detentoras de grandes capitais, quer próprios, quer obtidos em
bancos holandeses. De fato, pela “Lei das Sesmarias”, só podia obter propriedade fundiária
quem tivesse posses para cultivá-las. O caráter aristocrático da posse agrária no Brasil data do
início da colonização. É por esse motivo que, até hoje, conhecemos problemas agrários em
nosso país. Na realidade, o “movimento dos sem-terra” não é recente, data dos primórdios
da colonização. Efetivamente, nos momentos iniciais do processo colonizatório, a pequena
propriedade – o minifúndio, apoiado no trabalho individual ou familiar de pequenos agricultores
– não teve condições para se desenvolver. Inúmeros obstáculos impediram a formação, em
nosso país, de uma comunidade de pequenos e médios proprietários.

As razões da inexistência da pequena propriedade no período colonial


1. O trabalho livre de pequenos agricultores autônomos, cultivando suas próprias
terras, não possibilitava o desbravamento de um território virgem e de penetração
extremamente difícil.
2. A existência de minifúndios entrava em contradição com o caráter mercantilista da
empresa colonizatória (o propósito real do esforço de colonização era a montagem
de zonas produtoras de gêneros primários para os mercados externos. A pequena
propriedade, em função de seus recursos limitados, acarretaria, inevitavelmente,
uma produção orientada para a subsistência dos próprios lavradores. Isto
significaria a negação radical da finalidade do antigo sistema colonial: a acumulação
de capital das economias centrais e metropolitanas).
3. Os pequenos proprietários não dispunham de recursos suficientes (a instalação
de um engenho de açúcar – equipamento técnico indispensável ao sucesso da
colonização – exigia um volume de capital inacessível ao pequeno lavrador).
4. Não havia mercados para o pequeno produtor (o simples lavrador não atingia o
mercado externo, ao qual se destinava a produção açucareira; o mercado interno
no Brasil Colônia quase não existia, principalmente porque o latifúndio, a grande
unidade econômica dos tempos coloniais, produzia o necessário para seu consumo
interno, pouco dependendo de fornecimentos exteriores).
5. As tribos indígenas eram hostis (o latifúndio dispunha de recursos para formar um
forte contingente de homens armados que o defendessem contra os ataques dos
selvagens; a pequena propriedade, ao contrário, era presa fácil para os índios).

A lógica da colonização mercantilista abafou o pequeno lavrador; na realidade, a pequena


propriedade foi esmagada pelo latifúndio. Fundamentalmente, os minifundiários foram vítimas
de uma pressão real por parte do latifúndio, além de discriminados por uma legislação opressora.
Inúmeros obstáculos jurídicos impediram os lavradores independentes de se dedicarem
para produtos ao alcance de seus pequenos recursos. Um bom exemplo disso: a fabricação
de aguardente exigiria, somente, engenhos de baixo custo. Como tal produção desfalcava
os grandes engenhos da cana de que necessitavam, Portugal, pelo Alvará de 1570, proibiu
a fabricação de “pinga”. Como bem observa o historiador Caio Prado Júnior, o “aristocrático
açúcar matou a democrática aguardente”. Dessa maneira, o latifúndio, ao eliminar a pequena

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propriedade, tornou-se a base da colonização do Brasil. No primeiro século da ocupação e
valorização do Brasil, praticamente inexistiu qualquer tipo de produção urbana. A indústria e
o comércio, atividades características das economias citadinas, dependiam da exploração do
solo. Modestos mascates ambulantes, que percorriam os latifúndios e as poucas vilas em busca
de escassos fregueses, efetuavam as diminutas transações comerciais. Olarias, carpintarias e
serrarias estavam concentradas, em escalas muito reduzidas, às áreas das grandes fazendas. No
século XVI e XVII, as vilas brasileiras não podiam ser chamadas de realidades urbanas.
Ao instalar uma área produtora açucareira no Brasil, o mercantilismo – que inicialmente
pretendera a mera circulação mercantil – desdobrou-se numa nova fase de seu desenvolvimento.
Nesse contexto, o capital mercantil assumiu uma dupla função: a de produtor, mantendo,
contudo, seu caráter de controlador da circulação de mercadorias e capitais. Em resumo, a
colonização do Brasil teve um sentido mercantilista. E essa lógica impôs a “plantation” como
modo de produção típico das áreas periféricas submetidas aos ditames do antigo sistema
colonial.

As características da plantation

Objetivo explorador – a produção colonial, voltada para os mercados europeus, buscava


complementar as economias metropolitanas e acelerar a acumulação primitiva de capital em
mãos da burguesia mercantil europeia.
Carência do mercado interno – a lógica mercantilista e os entraves jurídicos à pequena
propriedade impediram o desenvolvimento da produção e do comércio internos.
Produção latifundiária – como a meta básica da produção colonial era suprir a demanda
externa, só interessava ao capital comercial a exploração agrícola em grande escala.
Monocultura – as zonas produtoras coloniais dedicavam-se à elaboração de um só produto.
Como o capital comercial se interessava, no Brasil, apenas pela venda de açúcar em grandes
quantidades, os investimentos realizados na colônia não podiam fomentar, de maneira
dispersiva, várias atividades agrícolas. Dessa forma, o mercantilismo, no início dos Tempos
Modernos, criou uma verdadeira divisão mundial do trabalho, reservando a cada área periférica
a exclusividade na produção de um determinado gênero.
Produção em dois eixos – um eixo dinâmico gerador de renda – o exportador (no caso do
Brasil, o açucareiro) – e um outro voltado à produção básica de subsistência (em nosso país,
fundamentalmente a pecuária).
Mão de obra escrava – a adoção do trabalho escravo impedia a formação de um mercado
interno e, consequentemente, o surgimento de um setor da população colonial voltado para a
produção de artigos de consumo estritamente local. Assim, o escravismo vedava a possibilidade
de as rendas geradas pelo aparelho produtor periférico permanecerem na própria colônia.
Impedindo o processo de acumulação de capital no interior das regiões coloniais, as burguesias
metropolitanas asseguraram-se a exclusividade dos lucros. Além disso, também se optou pela
implantação do escravismo negro na América, devido à existência do tráfico de africanos,
empreendimento comercial de alta rentabilidade. Os setores da camada mercantil europeia,
ligados ao comércio escravista, pressionavam para que se impusessem formas compulsórias

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História de Pernambuco – Ciclo do Açúcar – Prof. Thiago Scott

de trabalho em todas as áreas coloniais: assim, eles continuariam desfrutando dos lucros
exorbitantes proporcionados pelo tráfico negreiro. Os altos preços que o produtor colonial
pagava pela “mercadoria” africana sangravam ainda mais os parcos capitais retidos na colônia,
desviando-os para a Europa. O tráfico negreiro estava, assim, inserido na própria lógica do
mercantilismo, que preconizava o fortalecimento das economias metropolitanas.
Transferência de capital gerado pela produção para a esfera da circulação – durante o
capitalismo mercantil, todo e qualquer sistema produtor, quer europeu, quer colonial, tinha
função precípua de se inserir na órbita da circulação de mercadorias. Nessa fase inicial do
capitalismo, a circulação comandava a produção.
Funções tripartites – no Brasil colônia, o capital comercial holandês investiu na produção e
cuidou da circulação; o latifúndio se especializou na produção açucareira e a Metrópole Lusitana
se ocupou da administração, da tributação e, em termos econômicos, do tráfico negreiro, com
relativo apoio flamengo.
Sociedade colonial – basicamente bipolarizada: senhores de engenho e latifundiários, de um
lado, e escravos, na base da sociedade. A lógica mercantilista de colonização praticamente
excluiu camadas médias, que dependeriam da eventual existência de um mercado interno
colonial.

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História de Pernambuco

UNIÃO IBÉRICA

União ibérica foi a unidade política que regeu a península ibérica de 1580 a 1640, resultado
da união dinástica entre as monarquias de Portugal e da Espanha após a Guerra da Sucessão
Portuguesa. Na sequência da crise de sucessão de 1580 em Portugal, uma união dinástica
que juntou as duas coroas, bem como as respectivas possessões coloniais, sob o controle da
monarquia espanhola durante a chamada dinastia Filipina. O termo união ibérica é uma criação
de historiadores modernos.
A unificação da península havia sido desde há séculos um objetivo dos monarcas da região.
Sancho III de Navarra e Afonso VII de Leão e Castela ambos tomaram o título de Imperator
totius Hispaniae, que significa "Imperador de Toda a Hispânia". A união poderia ter sido
alcançada antes se Miguel da Paz (1498-1500), Príncipe de Portugal e das Astúrias, filho do
primeiro casamento do rei D. Manuel I com a infanta Isabel de Aragão, tivesse chegado a rei,
mas este morreu na infância.
A história de Portugal desde a crise de sucessão iniciada em 1578 até aos primeiros monarcas
da dinastia de Bragança foi um período de transição. O Império Português estava no auge no
início deste período.
Ao longo do século XVII, a crescente predação às feitorias portuguesas no Oriente por
holandeses, ingleses e franceses, e a rápida intrusão no comércio atlântico de escravos, minou
o lucrativo monopólio português no comércio oceânico de especiarias e no tráfico de escravos,
iniciando um longo declínio. Em menor medida, o desvio de riqueza de Portugal pela monarquia
dos Habsburgo para sustentar o lado católico na Guerra dos Trinta Anos, também criou tensões
dentro da união, embora Portugal tenha beneficiado do poderio militar espanhol para ajudar a
manter o Brasil e impedir o comércio holandês. Estes eventos, e aqueles que ocorreram no final
da dinastia de Aviz e no período da união ibérica, levaram Portugal a um estado de dependência
das suas colónias, primeiro da Índia e depois o Brasil.
Para entendermos a vinda dos holandeses para o Brasil, devemos estudar a unificação de
Portugal e Espanha no período de 1580 e 1640, pois esses fatos estão relacionados.
Na segunda metade do século XVI, Portugal já era vítima de um processo de decadência, cujas
causas eram inúmeras: os altos custos de manutenção da corte e da burocracia de estado; a
existência de uma nobreza parasitária e financeiramente dependente do governo; os custos das
navegações, principalmente às dedicadas ao comércio oriental; a despreocupação em investir
em manufaturas, o que obrigava o Reino a importações desnecessárias e a dependência do
capital mercantil lusitano de investimentos estrangeiros, principalmente holandeses. Com o
objetivo de superar a crise que então acometia o país, alguns segmentos das elites e do governo
propuseram a retomada da expansão, dessa vez visando o controle do norte da África. Mais
uma vez, manifestava-se a “vocação africana de Portugal”.

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Em 1557, com a morte do Rei D. João III, subia ao trono seu neto D. Sebastião, um jovem
soberano, impregnado de espírito cruzadista e de ambições de glória, que encampou o “sonho
louco” do império africano. Uma boa descrição de seus devaneios é dada pelo poeta Fernando
Pessoa que diz “Louco sim, porque quis grandeza”. Buscando concretizar seus delírios de
vitória, em 1578, D. Sebastião desembarca no Marrocos, onde é vencido e morto na Batalha
de Alcácer-Quibir por exércitos árabes poderosos e bem preparados. A morte de D. Sebastião –
ainda jovem e sem filhos – gera em Portugal uma Questão Dinástica. Com a vacância do Trono,
é aclamado rei seu tio-avô, o Cardeal D. Henrique, idoso e também sem descendentes. Para
resolver o problema da sucessão monárquica, são convocadas as Cortes do Alecrim, onde
comparecem 16 pretendentes à Coroa Portuguesa: destacando-se Dona Catarina, duquesa de
Bragança; D. Antônio, prior do Crato, primo bastardo de D. Sebastião, e Filipe II de Habsburgo,
rei da Espanha e neto de D. João III. Apoiado pela Inglaterra, pela França e, de início, pela
burguesia mercantil portuguesa, Antônio fez-se proclamar Rei de Portugal. De imediato, Filipe
II ordenou que tropas castelhanas, encabeçadas pelo Duque de Alba, então apelidado de o
“carniceiro de Bruxelas”, invadissem Portugal.
Em 1581, nas Cortes de Tomar, Filipe II era coroado rei português: nascia a União Ibérica,
também conhecida como a União das Coroas Peninsulares, a “longa noite” do domínio
espanhol. Num primeiro momento, essa alteração política pouco nos afetou, pois os principais
cargos administrativos na Colônia continuaram sendo ocupados por autoridades portuguesas.
À médio prazo, contudo, a hegemonia da Espanha – inimiga da Inglaterra, da França e, em
especial, da Holanda – acarretaria as invasões flamengas ao Brasil.

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História de Pernambuco

INVASÕES HOLANDESAS / INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA

INVASÕES HOLANDESAS

Sendo o maior conflito político-militar da vida colonial brasileira, as invasões holandesas


representaram um grande esforço militar e financeiro não só de Portugal como também de
forças locais.
A crise sucessória em Portugal, que levou ao fim da dinastia de Avis (1580), possibilitando
a União Ibérica foi um fator decisivo nas invasões estrangeiras. Os holandeses iniciaram a
pilhagem na costa africana (1595) e em Salvador (1604) demonstrando uma grande vontade
política de atacar bases portuguesas no além mar. A Trégua dos Doze Anos (1609-1621) trouxe
uma pequena estabilidade nas relações internacionais entre Espanha e Holanda. Todavia, com
a criação da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, constituída com capitais estatal e
particular, a Holanda iniciava uma nova fase de ataque às áreas produtoras de açúcar, tentando
também controlar as áreas fornecedoras de escravos.

Ocupando Salvador, em 1624, os holandeses desencadearam uma resistência por parte dos
homens bons, que se refugiaram nas fazendas próximas à capital, sob o comando de Matias de
Albuquerque e do bispo Dom Marcos Teixeira. Em maio de 1625, com a chegada de uma frota
de 52 navios e mais de 12 mil homens, os holandeses se renderam.

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Em 1630, era a vez de Pernambuco ser atacada, sendo Olinda conquistada. A chegada holandesa
na capitania marcaria o início de um conflito que pode ser dividido em três momentos:
•• 1630-1637: marcado por uma guerra de resistência, que acabou afirmando a dominação
holandesa na região entre o Ceará e o rio São Francisco, contando com a participação de
tropas portuguesas, castelhanas e mercenários napolitanos;
•• 1637-1644: caracterizou-se por uma relativa paz nas mãos do príncipe holandês Maurício
de Nassau, responsável pela implementação de várias realizações políticas e administrativas
(venda à crédito dos engenhos abandonados pelos seus antigos donos, obrigação do plantio
de mandioca para solucionar parcialmente o problema do desabastecimento, liberdade de
culto para os criptojudeus, entradas de artistas – Frans Post – , melhoramentos no Recife,
elevado à categoria de capital substituindo Olinda, entre outros). Nassau regressou para a
Holanda em 1644, em função de problemas com a Cia. das Índias Ocidentais;
Nassau, homem culto e liberal, tolerante com a imigração de judeus e protestantes, que o
apoiavam contra o Reino de Portugal na sua conquista do território brasileiro, trouxe consigo
artistas e cientistas para estudar as potencialidades da terra. Preocupou-se com a recuperação
da agromanufatura do açúcar, prejudicada pelas lutas, concedendo créditos e vendendo em
hasta pública os engenhos conquistados. Cuidou da questão do abastecimento e da mão de
obra, da administração e promoveu ampla reforma urbanística no Recife (Cidade Maurícia).
Concedeu liberdade religiosa, registrando-se a fundação, no Recife, da primeira sinagoga do
continente americano.
Em novembro de 1640, uma expedição da WIC, comandada por Jan Cornelisz e Lichthardt e Hans
Koin, tomou a Ilha de São Luís. Colonos portugueses e missionários jesuítas se estabeleceram
em Tapuitapera. O principal líder da resistência foi Antônio Muniz Barreiros. Em 1643, chegaram
reforços do Pará, liderados por João Vale do Velho e Pedro Maciel. As lutas para expulsão do
invasor estenderam-se até 28 de fevereiro de 1644.
Em dezembro de 1640, Portugal se separou da Espanha, o que possibilitou a formação de uma
aliança com a Inglaterra para combater a Holanda.

1645-1654: definiu-se pela reconquista.

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História de Pernambuco – Invasões Holandesas / Insurreição Pernambucana – Prof. Thiago Scott

Com o fim da União Ibérica, a partir da ascensão de Dom João IV ao trono de Portugal, os
principais centros de resistência estavam em Pernambuco, destacando-se as figuras de André
Vidal de Negreiros e João Fernandes Vieira, juntando-se também os negros Henrique Dias e
o índio Filipe Camarão. Com as duas vitórias nas Batalhas de Guararapes (1648-1649), a crise
da Cia. das Índias Ocidentais e o início da guerra entre Inglaterra e Holanda, em 1652, os
holandeses foram definitivamente derrotados em 1654.

INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA (1645-1654)

Batalha dos Guararapes (óleo sobre tela por Victor Meirelles, 1879)

A expulsão dos holandeses fortaleceu o nativismo pernambucano, transformando essa região,


até 1848, em um grande polo de contestação colonial.
A Insurreição Pernambucana, também referida como Guerra da Luz Divina, registrou-se
no contexto da segunda das invasões holandesas do Brasil, culminando com a expulsão dos
holandeses da região Nordeste do país tornando esta à coroa portuguesa. Em 15 de maio
de 1645, reunidos no Engenho de São João, 18 líderes insurretos pernambucanos assinaram
compromisso para lutar contra o domínio holandês na capitania. O movimento integrou forças
lideradas por André Vidal de Negreiros, João Fernandes Vieira, Henrique Dias e Filipe Camarão,
nas célebres Batalhas dos Guararapes, travadas entre 1648 e 1649, que determinaram a
expulsão dos holandeses do Brasil.
A Insurreição ocorreu no contexto da ocupação holandesa na região Nordeste do Brasil, em
meados do século XVII. Ela representou uma ação de confronto com os holandeses por parte
dos portugueses, comandados principalmente por João Fernandes Vieira, um próspero senhor
de engenho de Pernambuco. Nessa luta contra os holandeses, os portugueses contaram com o
importante auxílio de alguns africanos libertos e também de índios potiguares.
A oposição dos portugueses aos holandeses ocorreu em decorrência da intensificação da
cobrança de impostos e também da cobrança dos empréstimos realizados pelos senhores de
engenho de origem portuguesa com os banqueiros holandeses e com a Companhia das Índias
Ocidentais, empresa que administrava as possessões holandesas fora da Europa.

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Outro fato que acirrou a rivalidade entre portugueses e holandeses foi a questão religiosa.
Boa parte dos holandeses que estava na região de Recife e Olinda era formada por judeus
ou protestantes. Nesse contexto religioso que trazia as consequências da Reforma e da
Contrarreforma para solo americano, o catolicismo professado pelos portugueses era mais um
elemento de estímulo para expulsar os holandeses do local.
Os conflitos iniciaram-se em maio de 1645, após o regresso de Maurício de Nassau à Holanda. As
tropas comandadas por João Fernandes Vieira receberam o apoio de Antônio Felipe Camarão,
índio potiguar conhecido como Poti que auxiliou no combate aos holandeses junto a centenas
de índios sob seu comando. Outro auxílio recebido veio do africano liberto Henrique Dias. A
Batalha do Monte Tabocas foi o principal enfrentamento ocorrido nesse início da Insurreição.
Os portugueses conseguiram infligir uma retumbante derrota aos holandeses, garantindo uma
elevação da moral para a continuidade dos conflitos. Além disso, os insurrectos receberam
apoio de tropas vindas principalmente da Bahia.
Outro componente envolvido na Insurreição Pernambucana estava ligado às disputas que
havia entre vários países europeus à época. Durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648),
os espanhóis estavam em confronto com os holandeses pelos territórios dos Países Baixos.
Era ainda o período da União Ibérica, em que o Reino Português estava subjugado ao Reino
Espanhol.
Nesse sentido, a posição holandesa em relação a Portugal era dúbia. Em solo europeu, os
holandeses apoiavam os portugueses contra o domínio espanhol, mas, ao mesmo tempo,
ocupavam territórios portugueses na África Ocidental e no Brasil, sendo que além da região
pernambucana, os holandeses tentaram ainda conquistar algumas localidades no Maranhão e
em Sergipe.
No início de 1648, Holanda e Espanha selaram a paz, e os espanhóis aceitaram entregar aos
holandeses as terras tomadas pelos insurrectos portugueses em Pernambuco. Frente a tal
situação, o conflito continuou. Em Abril de 1648, ocorreu a primeira Batalha dos Guararapes,
em que os holandeses sofreram dura derrota, abrindo caminho para o ressurgimento do
domínio português a partir de 1654.

Principais líderes da revolta


João Fernandes Vieira – Senhor de engenho português, era mulato e chegou ao Brasil com dez
anos de idade. Na opinião do historiador Charles Ralph Boxer foi o principal lider da reconquista
de Pernambuco. Conforme as palavras do historiador brasileiro Oliveira Lima, "João Fernandes
Vieira, apesar de ser de cor, governou Angola e Pernambuco". Em 1645 foi o primeiro signatário
do pacto então selado no qual figura o vocábulo pátria pela primeira vez utilizado em terras
brasileiras. Na função de Mestre-de-Campo, comandou o mais poderoso terço do Exército
Patriota nas duas batalhas dos Guararapes (1648 e 1649). Por seus feitos, foi aclamado Chefe
Supremo da Revolução e Governador da Guerra da Liberdade e da Restauração de Pernambuco.
André Vidal de Negreiros – brasileiro nascido na Paraíba, mobilizou recursos e gentes do sertão
nordestino para lutar ao lado das tropas luso-brasileiras, um dos melhores soldados de seu
tempo, tomou parte com grande bravura em quase todos os combates contra os holandeses.
Foi nomeado Mestre-de-Campo, notabilizando-se no comando de um dos terços do Exército
Patriota nas duas batalhas dos Guararapes. Comandou o sítio de Recife que resultou na

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História de Pernambuco – Invasões Holandesas / Insurreição Pernambucana – Prof. Thiago Scott

capitulação holandesa em 1654. André Vidal de Negreiros foi na opinião do historiador


Francisco Adolfo de Varnhagen o grande artífice da expulsão dos holandeses. Pelos seus feitos
foi nomeado governador e capitão-geral das capitanias do Maranhão, de Pernambuco e o
Estado de Angola.
Morro dos Guararapes, local onde foram travadas as Batalhas dos Guararapes, com Recife ao
fundo. O Parque Histórico Nacional dos Guararapes é bem tombado pelo IPHAN.
Filipe Camarão ou Potiguaçu – Indígena da tribo potiguar, à frente dos guerreiros de sua tribo
organizou ações de guerrilha que se revelaram essenciais para conter o avanço dos invasores,
destacou-se nas batalhas de São Lourenço (1636), Porto Calvo (1637) e de Mata Redonda
(1638). Nesse último ano participou ainda da defesa de Salvador, atacada pelos melhores
soldados de Maurício de Nassau. Distinguiu-se comandando a ala direita do exército rebelde
na Primeira Batalha dos Guararapes, pelo que foi agraciado com a mercê de Dom, o hábito de
cavaleiro da Ordem de Cristo, o foro de fidalgo com brasão de armas e o título de Capitão-Mor
de Todos os índios do Brasil.
Henrique Dias – Brasileiro filho de escravos, conhecido como governador da gente preta,
recrutou ex-escravos afro-brasileiros oriundos dos engenhos assolados pelo conflito e
dominados pelos invasores, como mestre-de-campo comandou o Terço de Homens Pretos
e Mulatos do Exército Patriota nas duas batalhas dos Guararapes, suas tropas também eram
denominadas Henriques ou milícias negras. Participou de inúmeros combates, distinguindo-se
por bravura nos combates de Igaraçu onde foi ferido duas vezes, participou ainda da reconquista
de Goiana e notoriamente em Porto Calvo em 1637, quando teve a mão esquerda estraçalhada
por um tiro de arcabuz, sem abandonar o combate decidiu a vitória na ocasião. Quando D.
João IV desautorizara a Insurreição Pernambucana há uma breve trégua, mas mesmo assim
Henrique Dias escreve estas palavras ao holandeses "...Meus senhores holandeses...Saibam
Vossas Mercês que Pernambuco é...minha Pátria, e que já não podemos sofrer tanta ausência
dela. Aqui haveremos de perdar as vidas, ou havemos de deitar a Vossas Mercês fora dela. E
ainda que o Governador e Sua Majestade nos mandem retirar para a Bahia, primeiro que o
façamos havemos de responder-lhes, e dar-lhes as razões que temos para não desistir desta
guerra". Pelos seus serviços prestados também recebeu vários títulos de fidalgo, como a a
mercê do Hábito da Ordem de Cristo e a a Comenda de Soure.
Antonio Dias Cardoso – Português, foi um dos principais líderes da Insurreição Pernambucana
e comandou um pequeno efetivo que venceu a batalha dos Montes das Tabocas contra uma
tropa muito maior liderada diretamente por Maurício de Nassau e posteriormente também em
menor número venceu em Casa Forte a tropa neerlandesa comandada pelo Tenente-coronel
Hendrick Van Hans, Comandante-Geral holandês no Nordeste do Brasil. Também participou
ativamente nas duas batalhas dos Guararapes quando na primeira foi subcomandante do maior
dos quatro terços do Exército Patriota, tendo-lhe sido passada a investida da principal frente de
batalha por João Fernandes Vieira, na segunda batalha comandou a chamada Tropa Especial do
Exército Patriota, desbaratando toda a ala direita dos holandeses.
Nesta campanha começou no posto de soldado, durante a invasão de 1624 a 1625 teve sucesso
ao lado de sua companhia em conter o invasor no perímetro de Salvador que estava cercada
pelos melhores soldados de Maurício de Nassau, por seus feitos durante a campanha chegou
rapidamente ao posto de capitão, onde foi para a reserva, mas devido ao seu reconhecido valor
foi novamente convocado para lutar, era conhecedor profundo das técnicas de guerrilha dos
indígenas, onde os mesmos utilizavam-se largamente de emboscadas, e em 1645 recrutou,

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treinou e liderou uma força de 1.200 pernambucanos mazombos insurretos, armados com
armas de fogo, foices, paus, arcos e flechas, numa emboscada em que derrotaram 1.900
neerlandeses melhor equipados. Esse sucesso lhe valeu o apelido de mestre das emboscadas.
Devido a seus feitos foi lhe concedido a honra de Cavaleiro da Ordem de Cristo e o comando
do Terço de João Fernandes Vieira, do qual havia sido ajudante à época da 1ª batalha dos
Guararapes. Em 1656 foi nomeado Mestre-de-Campo, encerrando definitivamente a sua
carreira militar. Em 1657, assumiu o governo da Capitania da Paraíba.
Devido a ter comandado a Tropa Especial do Exército Patriota e principalmente por ter
operado no passado da mesma maneira que fazem atualmente as tropas de forças especiais,
combatendo em menor número, sem posição fixa, usando a surpresa como elemento de
combate, utilizando-se de emboscadas, recrutando população local, treinando-as em técnicas
irregulares como as de guerrilha, dentre outras coisas, foi homenageado como patrono do 1º
Batalhão de Forças Especiais do Exército Brasileiro e por isso é reconhecido atualmente como o
primeiro operador de forças especiais do Brasil.

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História de Pernambuco

REVOLTAS NATIVISTAS – GUERRA DOS MASCATES

Entre os principais conflitos podemos destacar a Guerra dos Mascates, em Pernambuco, que foi
fundamental na separação de Recife e Olinda; A Revolta dos Irmãos Beckman, no Maranhão,
que aconteceu após a crise açucareira que atingiu o Brasil em 1680; A Guerra dos Emboabas,
em Minas Gerais, que culminou na criação da Capitania de São Paulo; A Aclamação de Amador
Bueno da Ribeira, em São Paulo e a Revolta de Filipe dos Santos, em 1720, na Capitania de São
Vicente.
Alguns estudiosos afirmam que as revoltas nativistas não foram resultado de nenhum arroubo
de paixão pela pátria nem um crescente desejo de conseguir a independência do Brasil, não
se pensava na emancipação do país, e sim na melhora dos aspectos do pacto colonial. A
colonização, que se estendeu de maneira predominante por dois séculos, não foi de todo mal
para o Brasil, que cresceu durante esse período e beneficiava de alguma forma os colonos do
país com a subordinação que devia a Portugal.

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Guerra dos Mascates (PE)

O mascate e seu escravo, de Henry Chamberlain

A Guerra dos Mascates, que se registrou de 1710 a 1711 na então Capitania de Pernambuco, é
considerada um movimento nativista pela historiografia em História do Brasil.
A partir de 1654, a expulsão definitiva dos holandeses de Pernambuco provocou uma grande
mudança no cenário econômico daquela região. Os grandes produtores de açúcar que
anteriormente usufruíram dos investimentos holandeses, agora viviam uma crise decorrente da
baixa do açúcar no mercado internacional e a concorrência do açúcar produzido nas Antilhas.
Contudo, esses senhores de engenho ainda possuíam o controle do cenário político local por
meio do poder exercido na câmara municipal de Olinda.
Em contrapartida, Recife – região vizinha e politicamente subordinada à Olinda – era
considerado o principal polo de desenvolvimento econômico de Pernambuco. O comércio
da cidade trazia grandes lucros aos portugueses, que controlavam a atividade comercial da
região. Essa posição favorável tinha como motivação as diversas melhorias empreendidas na
cidade com a colonização holandesa, que havia transformado a cidade em seu principal centro
administrativo.
Com o passar do tempo, a divergência da situação política e econômica entre os fazendeiros
de Olinda e os comerciantes portugueses de Recife criou uma tensão local. Inicialmente, os
senhores de engenho de Olinda, vivendo sérias dificuldades para investirem no negócio
açucareiro, pediram vários empréstimos aos comerciantes portugueses de Recife. Contudo, a
partir da deflagração da crise açucareira, muitos dos senhores de engenho acabaram não tendo
condições de honrar seus compromissos.
Nessa mesma época, a complicada situação econômica de Olinda somou-se ao completo
sucateamento da cidade, que sofreu com as guerras que expulsaram os holandeses. Com
isso, a câmara de Olinda decidiu aumentar os impostos de toda a região, incluindo Recife,
para que fosse possível recuperar o centro administrativo pernambucano. Inconformados, os
comerciantes portugueses, pejorativamente chamados de “mascates”, buscaram se livrar da
dominação política olindense.

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História de Pernambuco – Guerra dos Mascates – Prof. Thiago Scott

Para tanto, os comerciantes de Recife conseguiram elevar o seu povoado à categoria de vila,
tendo dessa maneira o direito a formar uma câmara municipal autônoma. A medida deixou os
latifundiários de Olinda bastante apreensivos, pois temiam que dessa forma os comerciantes
portugueses tivessem meios para exigir o pagamento imediato das dívidas que tinham a
receber. Dessa forma, a definição das fronteiras dos dois municípios serviu como estopim para
o conflito.
A guerra teve início em 1710, com a vitória dos olindenses que conseguiram invadir e controlar
a nova cidade pernambucana. Logo em seguida, os recifenses conseguiram retomar o controle
de sua cidade em uma reação militar apoiada por autoridades políticas de outras capitanias. O
prolongamento da guerra só foi interrompido no momento em que a Coroa Portuguesa indicou,
em 1711, a nomeação de um novo governante que teria como principal missão estabelecer um
ponto final ao conflito.
Os mascates contra-atacaram em 1711, invadindo Olinda e provocando incêndios e destruição
em vilas e engenhos na região.
A nomeação de um novo governador, Felix José de Mendonça, depois da retirada forçada para a
Bahia de Sebastião de Castro Caldas que tinha levado um tiro, e a atuação de tropas mandadas
de lá puseram fim à guerra. A burguesia mercantil recebeu o apoio da metrópole, e o Recife
manteve a sua autonomia.
No século XIX, escreveria Frei Caneca a esse respeito: Quando a pátria careceu dos braços e
sangue de seus filhos, ao lado dos pardos não lhe deram seus braços e sangue os brancos e
os pretos? Quando aqueles lavaram de suas lágrimas os ferros do despotismo, não correram
também a fio as lágrimas destes? Antes os brancos tem padecido mais do que os outros
pernambucanos nas maiores tempestades de Pernambuco. Nas sedições do século passado,
entrando todos na refrega, somente sobre os brancos vieram os flagelos e os raios; as masmorras
foram cheias das pessoas mais respeitáveis de Pernambuco; outros amontoaram-se aos mais
embrenhados matos e longínquos sertões; e viram-se carregados de ferros e remetidos para
Portugal o coronel Leonardo Bezerra Cavalcanti e seus dois filhos, o major Bernardo Vieira
de Melo, com um filho (André) e seu irmão, o comissário geral Manuel Cavalcanti Bezerra, o
capitão André Dias de Figueiredo e seu irmão tenente-coronel, o licenciado José Tavares de
Holanda, o capitão João de Barros Correia, o capitão Cosme Bezerra Cavalcanti e outros. (Frei
Joaquim do Amor Divino Caneca, Coleção Formadores do Brasil, 1994, página 283)
O sentimento autonomista e antilusitano dos pernambucanos, que vinha desde a luta contra os
holandeses, continuou a manifestar-se em outros conflitos, como a Conspiração dos Suassunas,
a Revolução Pernambucana de 1817 e a Confederação do Equador.
Depois de muita luta, que contou com a intervenção das autoridades coloniais, finalmente
em 1711 o fato se consumou: Recife foi equiparada a Olinda. Assim terminou a Guerra dos
Mascates.
Com a vitória dos comerciantes, essa guerra apenas reafirmava o predomínio do capital
mercantil (comércio) sobre a produção colonial.

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História de Pernambuco

A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817

A chegada da Corte no Brasil causou uma série de descontentamentos em diferentes setores


coloniais. Em Pernambuco, as forças militares locais foram preteridas em relação aos militares
que chegaram de Portugal, transformando-se em um importante foco de descontentamento na
província.
Com o aumento dos impostos necessários
para a manutenção das guerras na Cisplatina
e para o sustento da Corte no Brasil, O Rio de
Janeiro acabou assumindo o papel da antiga
metrópole, Lisboa. O sentimento regionalis-
ta do nordeste somou-se ao antiluzitanismo,
dando uma reação explosiva. Em março de
1817, militares, proprietários rurais, juízes,
artesãos, comerciantes e um significativo
número de sacerdotes (“a Revolução dos
Padres”) iniciaram a revolução que, rapida-
mente se estendeu para Alagoas, Paraíba e
Rio Grande do Norte.
“Não devemos imaginar, porém, que os di-
ferentes grupos tivessem os mesmos obje-
tivos. Para as camadas pobres da cidade, a
independência estava associada à idéia de
igualdade, uma igualdade mais para cima
que para baixo... (“ os cabras, mulatos e crioulos andavam tão atrevidos que diziam que éramos
todos iguais e não haviam de casar senão com brancas das melhores”). Para os grandes pro-
prietários rurais, tratava-se de acabar com a centralização imposta pela Coroa e tomar em suas
mãos o destino, se não da colônia, pelo menos do nordeste”. (FAUSTO, Boris. História do Brasil.)
“Não devemos imaginar, porém, que os diferentes grupos tivessem os mesmos objetivos. Para
as camadas pobres da cidade, a independência estava associada à idéia de igualdade, uma
igualdade mais para cima que para baixo... (“ os cabras, mulatos e crioulos andavam tão atre-
vidos que diziam que éramos todos iguais e não haviam de casar senão com brancas das me-
lhores”). Para os grandes proprietários rurais, tratava-se de acabar com a centralização impos-
ta pela Coroa e tomar em suas mãos o destino, se não da colônia, pelo menos do nordeste”.
(FAUSTO, Boris. História do Brasil.)
Tomando a cidade do Recife e formando um governo provisório, os revoltosos proclamaram
a República, declarando igualdade de direito e tolerância religiosa, sem tocar na questão da
escravidão. Em maio de 1817, as tropas portuguesas ocupavam o Recife e já controlavam a re-
volta em Alagoas, prendendo e matando os líderes do movimento.

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História de Pernambuco

REVOLTA DOS CABANOS

A REGÊNCIA (1831-1840)

Sendo um período de muitas agitações sociais, a Regência apresentou-se como uma fase de
extrema importância para história do Brasil, em especial nas questões de centralização ou des-
centralização, o grau de autonomia das províncias e a organização das forças armadas.
A falta de consenso entre as elites locais e a falta de clareza em relação ao papel do Estado
foram os principais fatores da difícil governabilidade do período. Os liberais moderados forma-
ram a principal tendência política da regência, destacando-se os políticos de Minas Gerais, São
Paulo e Rio de Janeiro, contando também com um número significativo de padres, muitos pro-
prietários de terras e de escravos, destacando-se Bernardo Pereira de Vasconcelos (magistrado
mineiro formado em Coimbra), o Padre Diogo Feijó (paulista, futuro regente) e Evaristo da Vei-
ga (responsável pelo jornal Aurora Fluminense, o mais importante jornal liberal da época).
A oposição se dividia: os “exaltados” (defendiam a federação e as liberdades individuais, sendo
alguns, como Cipriano Barata e Borges da Fonseca, republicanos) e os absolutistas (“caramu-
rus”, muitos portugueses, burocratas, militares do Exército e comerciantes, lutavam pela volta
de Dom Pedro I. Em 1834, com a morte deste, o grupo se desfez).

As Reformas Institucionais
Criar uma nova organização militar, que reduzisse o seu papel, e suprimir ou diminuir as atribui-
ções de órgãos da Monarquia foram as duas principais preocupações das reformas institucio-
nais.
Em 1834, o Código de Processo Criminal entrou em vigor (maiores poderes aos juizes de paz,
instituiu o júri e criou o habeas corpus). Uma lei de agosto de 1834, chamada de Ato Adicio-
nal (fez adições e alterações na constituição de 1824) determinou a impossibilidade de uso do
Poder Moderador durante a Regência, supriu o Conselho de Estado, criaram-se as Assembléias
Provinciais, permitiu que as Províncias conseguissem recursos próprios, à custa do enfraque-
cimento do poder central e deu às Assembléias Provinciais o direito de demitir e nomear fun-
cionários públicos, (colocando nas mãos dos políticos locais um grande instrumento de poder).
Em agosto de 1831, foi criada a Guarda Nacional, substituindo as antigas milícias. Tinha por ob-
jetivo criar um corpo de cidadãos confiáveis, recrutando todos os cidadãos com direito de voto
nas eleições primárias que tivessem entre 21 e 60 anos, desfalcando assim o Exército.

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As Revoltas Provinciais e a Guerra dos Cabanos

Resultado de questões específicas, as revoltas regenciais apresentaram em comum as dificul-


dades de vida e as incertezas da organização política. O fortalecimento dos poderes provinciais
em decorrência do Ato Adicional de 1834 aumentou consideravelmente a disputa interna pelo
poder local.
No Rio de Janeiro, entre 1831 e 1832, houve cinco levantes, o que colocou, inclusive, a vida do
imperador em perigo.
“Muito diferente dessas revoltas foi a Guerra dos Cabanos, em Pernambuco, entre 1832 e 1835,
um movimento essencialmente rural que se diferenciou também das anteriores insurreições
pernambucanas, por seu conteúdo. Os cabanos reuniam pequenos proprietários, trabalhado-
res do campo, índios, escravos e, no início, alguns senhores de engenho. Lutaram em nome da
religião, pelo retorno do imperador contra os chamados “carbonários jacobinos”. Os cabanos
contaram com o apoio de comerciantes portugueses do Recife e de políticos restauracionista
na capital do Império.
Depois de uma guerra de guerrilhas, os rebeldes foram afinal derrotados, ironicamente, por
Manuel Carvalho Pais de Andrade, a mesma pessoa que proclamara em 1824 a Confederação
do Equador.

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História de Pernambuco – Revolta dos Cabanos – Prof. Thiago Scott

A Guerra dos Cabanos


Cabanada foi a rebelião ocorrida no Brasil entre 1832 e 1834, iniciada logo após a abdicação de
Dom Pedro I, ou seja, no período da Regência. Dificuldades financeiras do novo Regime, com
o comércio exterior quase estagnado e a queda das cotações do algodão e da cana-de-açúcar,
além do privilégio aduaneiro à Inglaterra, em vigor desde 1810, fizeram com que eclodissem
diversas revoltas no Império do Brasil nesse período.
O movimento da Cabanada se deu em Pernambuco, Alagoas, e Pará, porém são insurreições
diferentes e em locais diferentes. A primeira se trata da revolta em Pernambuco e Alagoas e a
segunda na região do atual Pará.
Em Pernambuco, onde também foi chamado de "A Guerra dos Cabanos", a rebelião foi conser-
vadora pois pretendia a volta do monarca português ao trono do Brasil (para alguns historiado-
res, uma pré-Canudos). Desenrolou-se na zona da mata e no agreste. Teve como líder Vicente
de Paula, com seguidores de origem humilde, predominando índios (jacuípes e outros) e escra-
vos foragidos (chamados de papaméis).
Com a morte de Dom Pedro I em Portugal (1834), o movimento deixou de ter razão de existir,
e em uma Conferência de Paz com participação do bispo Dom João da Purificação Marques
Perdigão, a rebelião terminou. Mesmo assim, os governadores Manoel de Carvalho Paes de An-
drade e Antônio Pinto Chichorro da Gama mandaram um exército de 4000 soldados cercarem o
local, prendendo centenas de revoltosos.
Já bem antes da revolta começar o bispo Dom João da Purificação Marques Perdigão, estava ar-
rumando um jeito de acabar com ela, pois ele já tinha em mente que iria acontecer isso, estava
mais preocupado com como terminar que com como começar.
A insurreição da Cabanagem no Pará foi mais grave, pois foi nacionalista e queria a indepen-
dência da província. Durou cerca de 5 anos, pacificada pelo Marechal Soares de Andréa, o ba-
rão de Caçapava, a custa de vários conflitos sangrentos e execuções dos insurretos.
Ao final da Cabanada, o líder Vicente de Paula foi preso e enviado para a ilha de Fernando de
Noronha

Leitura complementar: as Revoltas Regenciais


Após o Ato Adicional de 1834, ocorreram a Cabanagem, no Pará (1835-1840), a Sabinada, na
Bahia (18371838), a Balaiada, no Maranhão (1838-1840) e a Farroupilha, no Rio Grande do Sul
(1836-1845).
A Cabanagem: explodiu no Pará, região frouxamente ligada ao Rio de Janeiro. A estrutura social
não tinha aí a estabilidade de outras províncias, nem havia uma classe de proprietários rurais
bem estabelecida. Era um mundo de índios, mestiços, trabalhadores escravos ou dependen-
tes e uma minoria branca, formada por comerciantes portugueses. Essa minoria se encontrava
em Belém, uma pequena cidade de 12 mil habitantes. Por aí escoava a modesta produção de
tabaco, cacau, borracha e arroz. Uma contenda entre grupos da elite local, sobre a nomeação
do presidente da província, abriu caminho para a rebelião popular. Foi proclamada a indepen-
dência do Pará. Uma tropa cuja base se compunha de negros, mestiços e índios atacou Belém

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e conquistou a cidade, após vários dias de dura luta. A partir daí a revolta se estendeu para o
interior da província.
Em meio à luta, destacou-se na liderança dos rebeldes Eduardo Angelim. Angelim tentou orga-
nizar umgoverno, colocando como seu secretário, um padre, uma das poucas pessoas capazes
de escrever fluentemente.
Os cabanos não chegaram a oferecer uma organização alternativa ao Pará, concentrando-se no
ataque aos estrangeiros, aos maçons, e na defesa da religião católica, dos brasileiros, de Dom
Pedro II, do Pará e da liberdade.
A rebelião foi vencida pelas tropas legalistas, depois do bloqueio da entrada do Rio Amazonas e
uma série de longos e cruéis confrontos. Calcula-se que 30 mil pessoas morreram, entre rebel-
des e legalistas, ou seja, 20% da população estimada da província.
A Sabinada: deriva a designação de seu principal líder, Sabino Barroso, jornalista e professor da
Escola de Medicina de Salvador. A Sabinada reuniu uma base ampla de apoio, incluindo pesso-
as da classe média e do comércio de salvador, em torno das idéias federalistas e republicanas.
Seriam libertos os cativos nacionais que houvessem pegado em armas pela revolução; os de-
mais continuariam escravizados.
Os “sabinos”não conseguiram penetrar no Recôncavo, onde os senhores de engenho apoiaram
o governo. Após o cerco de Salvador por terra e mar, as forças governamentais recuperaram a
cidade através de uma luta corpo a corpo que resultou em cerca de 1800 mortos.
A Balaiada: maranhense começou a partir de uma série de disputas entre grupos da elite local.
As rivalidades acabaram resultando em uma revolta popular. Ela se concentrou no sul do Mara-
nhão, junto à fronteira do Piauí, uma área de pequenos produtores de algodão e criadores de
gado À frente do movimento estavam o cafuzo Raimundo Gomes, envolvido na política local, e
Francisco dos Anjos Ferreira, de cujo ofício – fazer e vender balaios – derivou o nome da revol-
ta.
Paralelamente, surgiu um líder negro conhecido como Cosme – sem sobrenome pelo menos
nos relatos históricos – à frente de 3 mil escravos fugidos.
Os balaios chegaram a ocupar Caxias, Segunda cidade da província. De suas raras proclamações
por escrito constam vivas à religião católica, à Constituição, à Dom Pedro II, à “santa causa da
liberdade”.
As várias tendências existentes entre os balaios resultaram em desentendimentos e os rebel-
des foram derrotados em meados de 1840. Cosme foi enforcado em 1842. No comando das
tropas imperiais estava um oficial com presença constante nos confrontos políticos e nas Bata-
lhas do Segundo Reinado: Luís Alves de Lima e Silva, que na ocasião recebeu o título de Barão
de Caxias.” (Boris Fausto, pp. 1664-167).

A Guerra dos Farrapos


Em 1835, a Guerra dos Farrapos (ou Farroupilhas), “maltrapilhos”, “gente vestida com farrapos”,
referencia inicial aos trajes usados por Cipriano Barata, quando nas Cortes de Lisboa. Onome
trás uma incorreção pelo fato de seus participantes representarem a elite dos estancieiros, cria-
dores de gado da província.

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História de Pernambuco – Revolta dos Cabanos – Prof. Thiago Scott

As relações dos gaúchos com o mundo platino, em especial com o Uruguai, sempre foi mui-
to grande, pois os grandes proprietários da região possuíam fortes contatos com os caudilhos
uruguaios, inclusive com relações de casamentos. Por outro lado, a economia da província tam-
bém apresentava uma integração com as demais regiões brasileiras, em especial pela criação
de mulas, até as últimas décadas do século XVIII pela produção de trigo, pela criação de gado
e produção de carne bovina em charque, que era fortemente consumindo nas demais regiões,
na alimentação das populações pobres e escravos. Os criadores de gados e os produtores de
charque formavam dois grupos distintos: os primeiros encontravam-se na região da Campanha,
na fronteira com o Uruguai e os charqueadores tinham suas industrias no litoral, nas áreas das
lagoas, como Rio Grande e Pelotas.
O primeiro problema apontado pelas elites locais era o sistema tributário muito pesado, que
acabava subsidiando outras províncias do sulcomo, por exemplo, Santa Catarina. Quando a re-
volta teve seu início, os estancieiros da fronteira contaram com o apoio de muitas camadas
médias urbanas, contudo não contaram com os charqueadores que, por dependerem do Rio de
Janeiro, acabaram apoiando o governo central. Os revoltosos pretendiam acabar com a taxa-
ção do gado ou reduzi-la na fronteira com o Uruguai, criando a livre circulação dos rebanhos e
resistiam à criação da Guarda Nacional pois temiam que esta viesse a diminuir os seus poderes
locais, já consolidados pelos pequenos exércitos regionais.
Com os revoltosos, duas dezenas de revolucionários italianos refugiados no Brasil, entre eles
Giuseppe Garibaldi. O principal líder do movimento foi Bento Gonçalves, filho de um rico estan-
cieiro, organizador de muitas lojas maçônicas na fronteira, que foram utilizadas no movimen-
to de conspiração contra o governo central. Bento Gonçalves e Davi Canabarro estenderam a
guerra para o norte da província, tendo conquistado, inclusive, temporariamente o controle de
Santa Catarina.
Em 1838 foi proclamada a República do Piratini, tendo Bento Gonçalves como presidente, que
estimulou à criação de gado e à exportação de charque e de couros.
A reação do governo foi alternada por repressões e concessões, como o decreto de uma taxa
de importação de 25% sobre a carne salgada vinda do Prata. Em 1842, Caxias foi nomeado pre-
sidente e comandante de armas da província e, em 1845, assina com Canabarro o acordo de
paz. Foi concedida anistia aos revoltosos, os oficiais farroupilhas foram integrados ao Exército e
o governo central.
Embora não haja consenso entre os historiadores em relação ao caráter separatista do movi-
mento, pode-se afirmar que todos os revoltosos lutaram pelo aumento da autonomia da pro-
víncia, com aumento da arrecadação interna e um pouco mais livre do centralismo do Rio de
Janeiro.

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História de Pernambuco

CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR E REVOLUÇÃO PRAIEIRA

A Confederação do Equador (1824)

Ao dissolver a Constituinte, D. Pedro demonstrou claramente suas intenções no poder bem


como a forte influência dos burocratas e comerciantes, muitos portugueses, no seu governo.
Pernambuco, com forte tendência liberal, não tardou a reagir. A divulgação das idéias
republicanas, federativas e antiportuguesas aumentou na província com a presença de Cipriano
Barata, representante da Bahia nas Cortes, e com a circulação de vários periódicos comoO
Tamoio, coordenados pelos Andradas, já na oposição depois das medidas autoritárias de D.
Pedro, O Sentinela, de Cipriano Barata e o Tífis Pernambucano, de Frei Caneca.
Com a detenção de Cipriano, que ficaria preso até 1830, a figura central das críticas ao governo
central passou para Frei Caneca (Joaquim do Amor Divino, educado no Seminário de Olinda,
centro de difusão das idéias liberais).
A nomeação de um governador não desejado deu início a revolta. Manuel de Carvalho
proclamou a Confederação do Equador a 2 de julho de 1824, devendo reunir sob forma
federativa além de Pernambuco, as províncias da Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e Paraíba.
Mesmo sendo de alto teor antilusitano, a revolta contou com o apoio de vários estrangeiros,
dentre eles João Guilherme Ratcliff, português liberal, que acabaria sendo executado com as
demais lideranças. Em novembro do mesmo ano, a rebelião era completamente controlada
pelas forças imperiais, com a morte do próprio Frei Caneca.

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Sendo assim, Pernambuco mostrava, mais uma vez, uma forte resistência aos ideais centralistas
do governo central, o que voltaria a acontecer em 1848.

Revolução Praieira (1848)


No começo do Segundo Reinado, a ascensão dos liberais que apoiaram a chegada de Dom
Pedro II ao poder foi logo interceptada após os escândalos políticos da época. As “eleições do
cacete” tomaram os noticiários da época com a denúncia das fraudes e agressões físicas que
garantiriam a vitória da ala liberal. Em resposta, alguns levantes liberais em Minas e São Paulo
foram preparados em repúdio às ações políticas centralizadoras do imperador.
Nesses dois estados os levantes não tiveram bastante expressão, sendo logo contidos pelas
forças militares nacionais. Entretanto, o estado de Pernambuco foi palco de uma ação liberal
de maior impacto que tomou feições de caráter revolucionário. Ao longo da década de 1840,
setores mais radicais do partido liberal recifense manifestaram seus idéias através do jornal
Diário Novo, localizado na Rua da Praia. Em pouco tempo, esses agitadores políticos ficaram
conhecidos como “praieiros”.
Entre as principais medidas defendidas por esses liberais estavam a liberdade de imprensa,
a extinção do poder moderador, o fim do monopólio comercial dos portugueses, mudanças
sócio-econômicas e a instituição do voto universal. Mesmo não tendo caráter essencialmente
socialista, esse grupo político era claramente influenciado por socialistas utópicos do século
XIX, como Pierre–Joseph Proudhon, Robert Owen e Charles Fourier.
Em 1847, o movimento passou a ganhar força com a nomeação de um presidente de província
conservador mineiro para conter a ação dos liberais pernambucanos. Revoltados com essa
ação autoritária do poder imperial, os praieiros pegaram em armas e tomaram conta da cidade
de Olinda. A essa altura, um conflito civil contando com o apoio de grandes proprietários,
profissionais liberais, artesãos e populares tomou conta do estado.
Em fevereiro de 1849, os rebelados tomaram a cidade de Recife e entraram em novo confronto
com as forças imperiais. Nesse período, o insurgente Pedro Ivo surgiu como um dos maiores
líderes dos populares. Entretanto, a falta de apoio de outras províncias acabou desarticulando
o movimento pernambucano. No ano de 1851, o governo imperial deu fim aos levantes que
contabilizaram cerca de oitocentas baixas.

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História de Pernambuco

REVOLUÇÃO PRAIEIRA (1848)

Foi considerada a última revolta do período imperial, tendo como principal objetivo pôr fim ao
sistema político vigente das elites conservadoras, donde o poder local era monopolizado pelas
famílias aristocráticas: Cavalcanti e Rego Barros.
O termo “praieira” associado a revolta, remete ao nome da rua (rua da praia), local onde era a
sede do “Diário Novo”, principal meio de comunicação do grupo liberal, o qual recebeu o nome
de “praieiros”. Em resumo, a revolução praieira representou o choque político entre os liberais
e os conservadores.
No começo do Segundo Reinado, a ascensão dos liberais que apoiaram a chegada de Dom
Pedro II ao poder foi logo interceptada após os escândalos políticos da época. As “eleições do
cacete” tomaram os noticiários da época com a denúncia das fraudes e agressões físicas que
garantiriam a vitória da ala liberal. Em resposta, alguns levantes liberais em Minas e São Paulo
foram preparados em repúdio às ações políticas centralizadoras do imperador.
Nesses dois estados os levantes não tiveram bastante expressão, sendo logo contidos pelas
forças militares nacionais. Entretanto, o estado de Pernambuco foi palco de uma ação liberal
de maior impacto que tomou feições de caráter revolucionário. Ao longo da década de 1840,
setores mais radicais do partido liberal recifense manifestaram seus idéias através do jornal
Diário Novo, localizado na Rua da Praia. Em pouco tempo, esses agitadores políticos ficaram
conhecidos como “praieiros”.
Entre as principais medidas defendidas por esses liberais estavam a liberdade de imprensa,
a extinção do poder moderador, o fim do monopólio comercial dos portugueses, mudanças
sócio-econômicas e a instituição do voto universal. Mesmo não tendo caráter essencialmente
socialista, esse grupo político era claramente influenciado por socialistas utópicos do século
XIX, como Pierre–Joseph Proudhon, Robert Owen e Charles Fourier.

HISTÓRIA

A Revolução Praieira ou Insurreição Praieira de Pernambuco, representou um levante armado


de caráter liberal e republicano. Liderada por Pedro Ivo Veloso da Silveira, a revolta ocorreu na
província de Pernambuco, no final do período do Brasil Império (1822-1889) durante o Segundo
Reinado (governo de Dom Pedro II), entre os anos de 1848 e 1850.
Foi considerada a última revolta do período imperial, tendo como principal objetivo pôr fim ao
sistema político vigente das elites conservadoras, donde o poder local era monopolizado pelas
famílias aristocráticas: Cavalcanti e Rego Barros.

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O termo “praieira” associado a revolta, remete ao nome da rua (rua da praia), local onde era a
sede do “Diário Novo”, principal meio de comunicação do grupo liberal, o qual recebeu o nome
de “praieiros”. Em resumo, a revolução praieira representou o choque político entre os liberais
e os conservadores.
Em fins do Segundo Reinado, a população de Recife se encontrava insatisfeita com o aumento
da desigualdade social, o controle do monopólio político e comercial (Portugal), dentre outros
problemas. Assim, quando foi eleito governador da Província de Pernambuco, em 1845, pelo
partido conservador, Antônio Chinchorro da Gama despertou grande insatisfação na população,
sobretudo dos liberais que ocuparam o poder no período anterior de 1844 a 1848. A partir
disso, com o apoio dos federalistas, socialistas, republicanos e os setores populares, os liberais
almejavam, primeiramente, destituir Chinchorro do cargo.
Ao lado de Pedro Ivo, líder militar da revolta, estavam Borges da Fonseca (antigo liberal
pernambucano), com quem escreveu o “Manifesto ao Mundo”, e o deputado Joaquim Nunes
Machado. O "Manifesto ao Mundo", foi publicado em 1849, e trazia as reivindicações do grupo
liberal, a saber:
•• Voto livre e universal
•• Liberdade de Imprensa
•• O trabalho como garantia de vida para os cidadãos
•• O comércio a retalho só para os cidadãos Brasileiros
•• Harmonia e efetiva independência dos poderes políticos
•• A extinção do Poder Moderador
•• Nova organização Federalista
•• Reforma do poder judicial, assegurando os direitos individuais dos cidadãos
•• Extinção da cobrança de juros
•• Extinção do atual sistema de recrutamento militar
•• Expulsão dos portugueses
Em 1847, o movimento passou a ganhar força com a nomeação de um presidente de província
conservador mineiro para conter a ação dos liberais pernambucanos. Revoltados com essa
ação autoritária do poder imperial, os praieiros pegaram em armas e tomaram conta da cidade
de Olinda. A essa altura, um conflito civil contando com o apoio de grandes proprietários,
profissionais liberais, artesãos e populares tomou conta do estado.
Em fevereiro de 1849, os rebelados tomaram a cidade de Recife e entraram em novo confronto
com as forças imperiais. Nesse período, o insurgente Pedro Ivo surgiu como um dos maiores
líderes dos populares. Entretanto, a falta de apoio de outras províncias acabou desarticulando
o movimento pernambucano. No ano de 1851, o governo imperial deu fim aos levantes que
contabilizaram cerca de oitocentas baixas.

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História de Pernambuco

PERNAMBUCO REPUBLICANO

Texto de Michel Zaidan


Uma visão panorâmica de Pernambuco no início do século 20 nos levaria a considerar o peso
da herança socioeconômica da indústria sucroalcooleira na vida do Estado. A economia dos
engenhos e usinas resultou de uma simbiose entre o velho e novo: nos canaviais, ao lado do
trabalho assalariado, sobreviviam inúmeras relações de trabalhos remanescentes do cativeiro
negro ou a ele associadas. O tom geral que caracteriza a atividade agrícola na Zona da Mata,
Agreste e Sertão é determinado pelo velho, pelo anacronismo das relações sociais, transpostas
para as cidades, através da influencia política e econômica dos `coronéis, ‘ dos usineiros e dos
altos comerciantes. Da mesma forma, aquelas relações delimitam o espaço político das cidades
sempre no sentido da exclusão do povo.
Recife, capital do Estado de Pernambuco, se apresenta como um centro natural de atração
para todos aqueles que, no Nordeste, querem se aperfeiçoar nos estudos, para os exilados
políticos regionais ou para quem busca simplesmente melhores oportunidades econômicas
ou sociais. O velho porto comercial e financeiro da região, a exemplo de outras metrópoles,
sobrevive principalmente como escoadouro de toda a produção agrícola exportável (café, açúcar,
algodão, mamona, etc) do Estado e de zonas agrícolas adjacentes. Suas industrias são escassas,
desconcentradas e caracterizadas por formas artesanais de produção (resumem-se a umas poucas
fabricas de tecidos e cigarros, além, é obvio, de duas usinas de açúcar), e uma parte substancial
de seu proletariado urbano está nos serviços portuário e ferroviário, bem como nos transportes
urbanos – os ferrocarris. De sua parte, não é desprezível o contingente de funcionários públicos,
sobretudo os médios e baixos. Há, também uma grande quantidade de profissionais liberais.
O comercio recifense acha-se, em grande parte, nas mãos de ingleses, portugueses, alemães
americanos e outros estrangeiros. Só o pequeno comercio encontra-se, de fato, sob o controle de
grupos nacionais.
Pernambuco ainda não entrou no século 20. comunga o sonho modernista de um Estado habitado
por uma população bela, forte e saudável, seguindo os padrões higienistas e sociais da `Belle
Époque’ europeia. Mas tem que conviver a todo instante com bondes de burro, iluminação a gás,
falta de saneamento, epidemias, óbitos e muita sujeira nas ruas. A reforma urbana e sanitária de
Otavio de Freitas e Saturnino Braga será obra da década seguinte, bem como a reforma do porto
do Recife. O torpor oitocentista do Estado só será com a campanha sucessória estadual de 1911,
com a chegada do general Dantas Barreto.
É quando o sono dos conselheiros do império será interrompido pelo alarido das massas urbanas,
aproximando a praça do palácio e fazendo do Carnaval o estribilho da revolução. Esse episódio –
conhecido como `salvação’ – foi a porta de entrada de Pernambuco na modernidade, acabando
o longo reinado da oligarquia do conselheiro Rosa e Silva e trazendo o povo para o proscênio da
política. Depois dele, Pernambuco não seria mais um condomínio de velhos oligarcas. O sonho

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republicano de Martins Júnior voltaria a se corporificar. Como a França, também tivemos a queda
da bastilha e o nosso 1789… O povo não sairia tão cedo das ruas.
A derrota da oligarquia chefiada pelo conselheiro Rosa e Silva, em 1911, não foi definitiva. E os
interesses remanescentes do império só esperavam uma oportunidade para se estabelecerem na
cena política do Estado. Essa oportunidade foi criada com a luta entre Dantas Barreto e o futuro
governador Manuel Borba, seu aliado de véspera. Borba vai se compor com os correligionários de
Rosa e Silva, resultando dessa aliança outro divorcio entre a praça e o palácio.
A década de 10 em Pernambuco será palco de imensa agitação política e social. 1914 é a data
chave para se entender a criação da federação operaria do nosso Estado. Obra de um incansável
militante social pernambucano, o estivador José Elias, enviado especial do 2 o Congresso Operário
Brasileiro para a reorganização da classe trabalhadora da região. Importante também será o eco
da Revolução Russa em nosso Estado e particularmente sua influencia sobre as `sociedades
de resistência’ dos trabalhadores urbanos (estivadores, ferroviários, portuários, condutores
de bondes etc). Associada ao eco da revolução Russa, terá, no interior do Estado, uma grave
ocorrência política conhecida pelo nome da `hecatombe de Garanhuns’: uma violenta briga
entre famílias que acaba num banho de sangue, mas que assinala a longa e dolorosa transição do
patriciado rural da região para um novo patriciado urbano, ligado ao núcleo agroexportador da
economia de Pernambuco.
Contudo, o acontecimento de maior repercussão do Estado e mesmo além de suas fronteiras
é a greve dos operários da Pernambuco Tramway. Essa grandiosa paralisação, que se iniciou
como uma mera disputa corporativa entre a empresa e seus funcionários, terminou assumindo
uma dimensão regional, graças à habilidade de um assessor jurídico da federação operaria, e
imobilizou a economia do Estado durante vários dias.
Mas uma vez, os trabalhadores urbanos de Pernambuco eram chamados a participar da `grande
política’, através de uma estratégia de remotas raízes na política de nosso Estado: a fusao dos
interesses corporativos como uma questão nacional. O resultado dessa inteligente política foi o
apoio generalizado ao movimento dos operários contra a avidez de um truste internacional.
Essa experiência de mobilização policlassista, na esteira de revoluções passadas, como a Praieira
e o Movimento Salvacionista, abriria definitivamente as portas da política de Pernambuco para a
participação popular, nem sempre – como veremos – em beneficio do povo.
As mobilizações policlassistas que marcaram a historia política e sociais de Pernambuco voltaram
a ocorrer durante os anos 20, uma época de muitas agitações e transformações importantes: o
Tenentismo, a fundação do PCB, o Movimento Regionalista, as reformas do governador Sergio
Loreto. Alias, há quem diga que o fim da `Republica Velha’ tenha começado em Pernambuco, tal o
estado de ebulição social, política e cultural aqui existente na década de 20.
Nesse sentido, a década se inicia com duas grandes mobilizações populares, capitaneadas pelo
professor Joaquim Pimenta. Uma contra o chamado `orçamento monstro’ – nome atribuído ao
abusivo aumento de impostos decretado pelo então governador José Rufino Bezerra, em 1921,
que uniu industriais, comerciantes, donas de casa, operário e o povo em geral. A outra, contra a
ameaça de intervenção federal do Estado, ordenada pelo presidente da Republica, o paraibano
Epitácio Pessoa. Em ambos os casos, os trabalhadores urbanos, os funcionários públicos e a
população foram arregimentados pelo Dr. Pimenta para lutar por questões apresentadas como de
`interesse geral’ da sociedade.

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História de Pernambuco – Pernambuco Republicano – Prof. Thiago Scott

O desfecho dessas agitações será a indicação do juiz Sergio Loreto para o Governo do Estado,
pacificando a disputa entre borbistas e dantistas. A assunção de Loreto assinala i inicio de
uma gestão modernizadora em Pernambuco, com a reforma do Porto do Recife, a abertura de
grandes avenidas, a criação do Departamento de Assistência e Saúde (sob a direção do medico
Amaury de Medeiros), a reforma da Escola Normal… O perfil modernizador de Loreto se
associava intimamente a um ranço autoritário e conservador, sobretudo no que diz respeito `as
manifestações sindicais e operarias, a exemplo do que ocorreu com a ultima grande greve deste
período (a dos ferroviários da Tramways), com a prisão e o exílio de lideranças políticas e sindicais.
Mas os anos 20 foram, o marco de fundação de importantes iniciativas político-culturais: a
criação do Centro de Estudos Sociais, embrião da seção local do Partido Comunista; a instalação
do Centro Regionalista, em 1924; a coluna do intrépido tenente Cleto Campelo, que deveria se
unir `a coluna Prestes no Sertão pernambucano; as co conspirações da Rua Velha; a criação do
Diário da Manhã do futuro interventor Carlos de Lima Cavalcanti e, finalmente, a realização do
congresso Regionalista.
Os agitados anos 20 haveriam de ser uma época seminal em muitos sentidos politicamente,
com a crise das velhas oligarquias e a radicalização ideológica que então se anunciava;
administrativamente, com as profundas reformas urbanas, sanitárias e econômicas; com a criação
e difusão da `regionalismo nordestino’. O alcance e abrangência dessa produção discursiva – `a
brasilidade nordestina’ – dos anos 20 só se explicitará anos mais tarde, com a sobrevida simbólico-
cultural da saga de uma oligarquia, deslocada do poder pelos correligionários de 30.
O sonho de modernidade alimentado pelo imaginário social da primeira década do século 20
iria se concretizar, ao seu modo, na década de trinta. Anos de profundas instabilidades política
e grande radicalização ideológica (a luta entre fascismo e comunismo), a década se anuncia em
Pernambuco – como em todo o Brasil – como um período de ruptura com o passado neocolonial
do país. Ruptura, contudo, conduzida pela elites através do que passou a ser conhecido como `a
via prussiana’ do desenvolvimento capitalista, ou seja, através de uma conciliação entre o velho
e o novo . Daí, a fachada de `pardieiro político’ com que se revestirão as grandes transformações
políticas do Brasil.
Dessa forma, quem representará em Pernambuco a legenda da Aliança Liberal será nada menos
do que a figura de um tradicional usineiro: Carlos de Lima Cavalcanti, proprietário do jornal Diário
da Manhã e antigo aliado de Estácio Coimbra, o Governador de posto pela Revolução de 30 em
nosso Estado.
Com a vitória do movimento de 30, Carlos de Lima Cavalcante é nomeado o primeiro interventor
federal do Estado. A interventoria, que se estende até o golpe de 1937, será caracterizada por
um misto de inovação administrativa e repressão política aos movimentos sociais. O contraponto
da ação administrativa de Carlos de Lima será a recorrente instabilidade política do período. AS
organizações trabalhistas se dividirão. De um lado, a Federação das Classes Trabalhadoras de
Pernambuco colaborará com o Governo; de outro, a União Proletária de Pernambuco a atacará.
Os militantes do PC seriam, por sua vez, detidos inúmeras vezes sob a acusação de agitadores
sociais e teriam seus mandatos eletivos `degolados’ pela justiça eleitoral.
Outros eventos que merecem destaque nesse período são a chapa da esquerda `Trabalhador,
Ocupa teu Posto, que concorreu às eleições de 34; a revolta do 21 BC contra a interventoria
(também conhecida como `a revolta de Pedro Calado’);o Congresso Afro-Brasileiro realizado sob
a inspiração de Gilberto Freyre; a Constituinte de 1934, com a eleição de Carlos de Lima Cavalcanti
para o Governo do Estado; a realização do Congresso Eucarístico no Parque 13 de maio; a leitura

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do Manifesto Integralista no Recife e, certamente, o levante da Aliança Nacional Libertadora,
onde se destacaria a bravura e o patriotismo do então Sargento Gregório Bezerra.
Mas o ambiente de intensa radicalização política e ideologicamente existem no País e as
indefinições políticas no mundo seriam responsáveis pelo Golpe de Estado de 1937 e a
subsequente instalação de um regime ditatorial no Brasil, conhecido pelo nome de Estado Novo.
Em Pernambuco, a nova situação política será representada pela figura de Agamenon Magalhães,
chamado até pelos amigos de `china gordo’, não só em função de seu aspecto físico, mas,
sobretudo pelas características de sua ação administrativa.
Os agitados anos trinta foram na verdade, a preparação para o advento de uma experiência de
Governo no Brasil, e particularmente em Pernambuco, que iria transformar profundamente a
sociedade brasileira. Manobrando ora com a direita (o integralismo), ora com a esquerda (a ANL),
Getúlio Vargas criaria a oportunidade tão esperada para dar o golpe de Estado, de novembro
de 1937, e instalar o chamado Estado Novo, um regime altamente centralizado, autoritário e
intervencionista.
Nos estados não seria diferente. Uma vez rasgada a constituição (e a ordem jurídica) pactuada
em 1934, sobreviria uma onda de intervenções estaduais e municipais patrocinada pelo ditador.
Em Pernambuco, o Governo constitucionalmente eleito de Carlos de Lima Cavalcanti começara a
perder prestigio depois do levante da Aliança Libertadora Nacional, em 1935. e terminaria por ser
deposto por Vargas, após um período de intensas intrigas fomentadas por Agamenon Magalhães,
o escolhido pelo ditador para trazer “a emoção do Estado Novo” para Pernambuco.
Analisar o que foi essa experiência de Governo entre nós é reconhecer o laboratório político-
ideológico e social que se tornou o nosso Estado no âmbito mais geral do regime varguista: não só
pelas características biográficas do interventor, mas, sobretudo pelas características de sua ação
administrativa e os resultados de sua gestão.
Agamenon Magalhães era um sertanejo que havia sido seminarista e recebido uma grande
influencia da doutrina social-católica (de Leão XIII). Na crise do pensamento liberal do século
passado, ainda mais exacerbada pelo conflito entre Nazismo e Comunismo, o social-catolicismo
aparecia como uma variante do credo antiliberal, preocupado em assistir os trabalhadores (para
evitar a influencia do comunismo), através do reforço da família, da propriedade, da ética do
trabalho, do respeito à hierarquia e, sobretudo, à tradição. Dessa forma, o que vamos assistir
com `a emoção do Estado Novo’ em Pernambuco é à montagem de um regime fortemente
centralizado na pessoa do interventor, apoiado num ideário tradicionalista e interveniente nos
mínimos detalhes da vida social (inclusive no lazer).
A obra administrativa de Magalhães pode ser dividida, primeiro, pela busca desenfreada
do `consenso máximo’ na sociedade pernambucana, a partir de uma falsa imagem de paz e
harmonia social no Estado. Objetivo perseguido através de uma feroz repressão aos adversários,
críticos, comunistas, prostitutas, afro-brasileiros, vadios e homossexuais, bem como da criação do
Departamento de Imprensa e Propaganda.
Esses foram os instrumentos utilizados por Agamenon, além de seu jornal diário, a Folha da
Manhã, para a produção do `consenso máximo’ em Pernambuco. É preciso acrescentar que o
anticomunismo foi utilizado como matéria-prima de primeira classe para induzir a opinião publica
a aceitar as ideias do interventor, a pretexto de se desenvolver o sentimento de brasilidade entre
os pernambucanos.

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Outro aspecto dessa obra que merece atenção é a criação dos Centros Educativos Operários, cujo
fim era “educar, regenerar, civilizar e integrar” os trabalhadores no seio da sociedade. A meta
principal era fazer um trabalho de saneamento e profilaxia social, afastando os operários da
doutrina marxista da luta de classes.
Mais um ponto a ser ressaltado foi a campanha contra os mocambos, que assumiu um caráter
ressocializador, na medida em que vinculava estreitamente habitação, saúde, integridade física
e moral da família, trabalho e cidadania. A campanha de erradicação do mocambo foi objeto de
intensas e apaixonadas controvérsias entre sociólogos, antropólogos, engenheiros, sanitaristas
e urbanistas. Na verdade, ela escondia uma intenção civilizatória com a qual muitos não
concordavam, como Gilberto Freyre, Mario Sette, Manuel Bandeira e outros.
A conjunção entre modernidade e autoritarismo, revestida das cores locais do mandonismo
sertanejo, foi essencial ao projeto reformador das elites brasileiras nesse período, em consonância,
aliás, com as utopias sociais surgidas da crise do liberalismo. A cara feia que ela tomou entre nós
não invalida as transformações por ela produzidas.
Quando se tornou evidente, depois da entrada do Brasil na guerra, que o regime iria mudar, o
interventor deixou o cargo, para ocupar o Ministério da Justiça e preparar a transição política.
Mas antes deixou uma herança importante: a potente maquina partidária do PSD, responsável
pela reprodução de `agamenonismo’ em Pernambuco ate pelo menos a derrota eleitoral de 1958.
O Fim do Estado Novo em Pernambuco, prenunciado com a saída de Agamenon Magalhães para
o Ministério da Justiça, não significou o fim do `agamenonismo’ na vida política do Estado. O
`china gordo’ – como ironicamente o apelidara o poeta Manuel Bandeira – legou a seu sucessor,
o bacharel Etelvino Lins, a importante tarefa de estruturar, em nível estadual, a potente maquina
partidária do Partido Social Democrata (PSD), apoiada numa extensa rede de coronéis do Agreste
e do Sertão, que garantiria dali para frente a vitória de todos os candidatos ao Governo do Estado
indicados pelo ex-interventor ou seu partido.
Dessa maneira, ainda que tivesse de administrar a crise do regime em Pernambuco, e
particularmente as tendências oposicionistas do Recife e adjacências, o PSD conseguiria eleger
Barbosa Lima Sobrinho, em 47; Agamenon, em 51; Etelvino Lins, em 53, e o marechal Cordeiro
Farias, em 55 – só perdendo as eleições na capital, onde seus candidatos sempre obtiveram
menos votos do que os partidos de oposição (PCB, PTB, PSB, PST, etc).
A grande disputa ideológica desses anos, em Pernambuco, seria entre a visão conservadora,
agrarista e ruralista do PSD – que, apesar do nome, era identificado com as oligarquias interioranas
– e o pensamento nacional-desenvolvimentista definido por uma frente de partidos que
congregava industriais, classes media, militares nacionalistas, comunistas, socialistas, católicos
progressistas, trabalhadores, camponeses e estudantes. Essa disputa ocorre no bojo do segundo
Governo de Vargas e de seus sucessores, imersos na crise do nacionalismo populista da segunda
metade dos anos 50.
Como se recorda, o nacional desenvolvimentismo se assentava num pacto político de classes
muito diferentes. Quando a ação do governo – ameaçado por pressões externas e por grupos
conservadores no Brasil – pendeu para a esquerda, tornou-se difícil a sua manutenção. Dessa
forma, assistiríamos em Pernambuco a um afastamento progressivo do PSD da agenda
desenvolvimentista.

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Os anos 50 viram o nascimento de importantes iniciativas políticas, que brotaram graças ao clima
de agitação desenvolvimentista da época, a exemplo do Congresso de Salvação do Nordeste,
em 1954, que daria origem ao GTDN e depois à Sudene em 1958, pelas mãos do economista
Celso Furtado – um importante instrumento do planejamento regional destinado a combater as
desigualdades sociais, através de incentivos fiscais para a industrialização e do apoio à introdução
de processos regionais do uso e cultivo da terra, bem como pela liberação de lotes para a reforma
agrária.
Outro evento notável foi a organização do movimento camponês e dos trabalhadores agrícolas,
dando origem à formação das ligas e sindicatos rurais. Contudo, mais importante foi a coalização
política reformista que foi se formando em reação ao longo domínio do PSB em Pernambuco, para
dar à luz o movimento chamado `Frente do Recife’, a partir das primeiras vitórias da oposição nas
eleições para Prefeitura da capital do Estado.
O Congresso de Salvação do Nordeste propiciara uma aproximação do Partido Comunista com
ala nacionalista de PTB. A corrente desse partido, juntamente com os comunistas e socialistas,
formaria o núcleo ideológico da `Frente’, dando-lhe a necessária consistência eleitoral para
desbancar o `pessedismo’. O primeiro grande resultado dessa articulação política foi a vitória do
engenheiro e professor Pelópidas Silveira para a Prefeitura do Recife, em janeiro de 1955. Estava
lançada, assim, a semente para a derrota eleitoral e política da maquina `pessedista’, criada por
Agamenon no Estado.
Dessa maneira, nas eleições de 1958 para o Governo do Estadual, o embrião da experiência
eleitoral de 55 deu forma a uma grande coalizão política, constituída pela UND, PCB, PSB, e PTB,
reunindo industriais, sindicalistas, comunistas e socialistas, num acordo desenvolvimentalista
para o Estado. A chapa composta pelo industrial e usineiro Cid Sampaio e Pelópidas Silveira
derrotou fragorosamente o candidato `pessedista’ e também usineiro João Cleofas de Oliveira,
numa das mais memoráveis campanhas políticas de Pernambuco (talvez só comparável à derrota
do Conselheiro Rosa e Silva no começo do século). A partir de então, iniciava-se um novo período
de radicalização política no Estado, que vai dar no golpe militar de 1964.
A derrota eleitoral do PSD, em 1958, para legenda das Oposições Unidas, foi o inicio da
desagregação do quadro partidário em Pernambuco e de uma progressiva desinstitucionalização
da política no Estado. Com o fim do longo domínio da maquina pessedista sobre a política
estadual, nenhum partido deteria mais, sozinho, a hegemonia do sistema partidário. Daí as
constantes modificações do jogo político no Estado, produzindo alianças conjunturais onde os
aliados de ontem seriam os adversários de hoje, e assim por diante.
As alianças entre usineiros industrias, trabalhadores, camponeses, classes médias urbanas
e a esquerda – representada pela Frente do Recife – estava fadada a ter um breve existência
no contexto da instabilidade política nacional e das próprias contradições do nacional
desenvolvimentismo. Nesse sentido, a crise da aliança se inicia com o alinhamento de Cid
Sampaio à candidatura de Jânio Quadros à Presidência da Republica, em 1961, recompondo-se
com a direção nacional da UDN. Mas aprofundou-se com a repressão movida pelo Governo do
Estado ao movimento camponês e com o esvaziamento paulatino da sudene enquanto órgão de
planejamento e intervenção regional. Pressionado pelas `classes conservadoras’ ora pelos aliados
da esquerda e movimento popular – que cobravam coerência do governador em relação aos
compromissos de campanha – Cid rompe finalmente com seus aliados, em 1962 reaproximando-
se do PSD e das velhas oligarquias do Estado.

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O rompimento da Frente do Recife deu inicio a um processo de radicalização política sem


paralelo na vida do Estado. Radicalização produzida pelas ambiguidades e hesitações da própria
republica populista desses anos. A renuncia de Jânio jogara o País numa profunda instabilidade
política (aliás, ocasionada pelo frágil sistema partidário brasileiro de então). João Goulart, o vice-
presidente, assume o poder sobre tutela do Congresso, em razão da emenda parlamentarista
votada em 1963. Jango procura mover-se entre dois focos: de um lado, uma frente conservadora
– alimentado pelo imperialismo americano através do IBAD – de outro, a frente nacionalista
democrática apoiada pelos partidos de esquerda e movimento sindical a UNF e outros. O
presidente hesita em tomar mediadas radicais e definidas, para evitar um golpe de direita. É esse
ambiente em que as forças progressista vão se reaglutinar no estado para eleger Miguel Arraes de
Alencar governador de Pernambuco, em 1963, ao lado do político pessedista Paulo guerra.
A coligação política que elegeu Miguel Arraes assinala o fim de um ciclo, não o seu inicio. Ela só
foi possível em função da desagregação do sistema partidário estadual e da perda de unidade
nos hostes pessedista e pela progressiva desinstitucionalização da política representada pelo
pujante movimento dos trabalhadores rurais, dando origem a vários congressos, encontros e
organizações. A emergência desse ato político na vida do País desequilibra o precário arranjo da
republica populista, que vigorou de 1945 a 1964. quando a coligação dos partidos de esquerda,
católicos progressistas, sindicalistas e independentes se uniu ao movimento camponês e passou
a contemplar suas reivindicações, estava dada a largada para conspirações civis e militares que
derrubariam o Presidente da Republica e Governador de Pernambuco.
A saga do `Governo popular’ começou a ser criada com eleição de Pelópidas Silveira para
prefeitura do Recife, em 1954 foi reforçada pela vitória de Arraes para o Governo municipal, em
1958, quando o ex-governador – em prosseguimento à gestão de Pelópidas, fez uma excelente
gestão, inovando a política municipal em vários pontos: educação, abastecimento, segurança
publica, desenvolvimento regional/agrário, direitos trabalhistas no campo, etc.
Mas foi com o Governo do Estado, em 1963, que Arraes mudou inteiramente as prioridades da
administração estadual, elegendo o povo (leia-se os camponeses e trabalhadores rurais) como
prioridade numero um, nos marcos da legalidade constitucional então vigente. Dois aspectos de
sua gestão merecem ser destacadas: a extensão da Legislação Social Trabalhista ao campo e o
Movimento de Cultura Popular (MCP).
Num contexto de radicalização política, efervescência dos movimentos sociais e profundas
instabilidade das instituições políticas, a experiência do `Governo popular’ não poderia
sobreviver, particularmente diante de uma intensa mobilização ideológica das classes médias
urbanas, atemorizadas com o espantalho do comunismo. A derrota do PSD foi também a derrota
das precárias instituições da republica populista. A memorável campanha de Frente do Recife
em 1958, e depois, de 1963, só poderia ter vingado no quadro de uma nova institucionalidade
democrática que contemplasse a participação dos trabalhadores rurais e camponeses no
complicado jogo das alianças políticas. Infelizmente, o que se viu foi a gênese de um regime
muitas vezes mais autoritário e liberticida do que o que vigorou a partir de 1937 no Brasil.
A frágil institucionalização do quadro político brasileiro, face à mobilização anticomunista das
classes médias urbanas, conduziu a um golpe bonapartista de direita no Brasil. As características
do regime implantado pelos militares uniam a centralização política, uma razoável dose de
repressão às liberdade civis e um furor desenvolvimentista, que desmentiria facilmente as
analises sobre o caráter regressivo da intervenção militar. Na verdade, o golpe de 1 o de abril de

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1964 impôs, pela via do terrorismo de Estado, uma modalidade de capitalista monopolista, que
transfiguraria profundamente a sociedade brasileira.
Aspecto relevante do centralismo político imposto ao país foi a nomeação de governadores e
prefeitos para os estados e capitais. A violação da legalidade constitucional, através da edição de
sucessivos atos institucionais, atingiria seu ápice com o famigerado Ai-5, que fechou o congresso,
impôs uma drástica censura aos meios de comunicação de massas e desencadeou uma feroz
perseguição política aos opositores do Regime Militar.
Pernambuco, como um dos pólos regionais de maior agitação política e social do País, não
poderia escapar ileso a essas medidas de força, patrocinadas pelos Governos Militares desde
a deposição do governador Miguel Arraes de Alencar até as torturas medievais infringidas ao
militante comunista Gregório Bezerra, passando pelas perseguições, prisões, assassinatos e maus
tratos a lideres estudantis, intelectuais, jornalistas e membros do clero progressista, como o cruel
assassinato do Padre Henrique.
Caracterizar a vida política de Pernambuco, nesta quadra, não fugiria muito ao padrão
centralizador intervencionista dos militares no resto do País. O Estado teve quatro governadores
indiretos, além do vice-governador de Miguel Arraes de Alencar, saída do remanejamento dos
grupos políticos tradicionais da região, cuja principal marca de atuação foram a subserviência aos
militares, a intransparência administrativa e a realização de grandes obras publicas.
O Estado – como o resto do país – viveu o clima da euforia desenvolvimentista do Regime
Militar, muito auxiliado pela conquista da Copa do Mundo em 1970 pela Seleção Brasileira de
Futebol. Euforia baseada num imenso arrocho salarial, na manipulação de índices estatísticos,
na repressão aos sindicatos e partidos de esquerda e bastante ajudada pelo brilho platinado da
industria cultural moderna (leia-se Rede Globo de Televisão).
O saldo desse regime foi a falta de a renovação da vida política brasileira, no acanhado espaço
do bipartidarismo oficial, um grau inaudito de internacionalização da economia brasileira e uma
sociedade civil complexa e diferenciada, ansiosa por encontrar formas de participação.
O regime implantado pelos militares em 1964 terminaria por engendrar as suas próprias
contradições. O processo de uma modernização da economia brasileira, às custas do arrocho
salarial, hiperinflação e endividamento externo, despertaria forças e atores sociais difíceis de
conter na camisa de força do bipartidarismo oficial. A partir das eleições proporcionais de 1974,
quando a oposição ao regime militar venceu em toda linha, o núcleo estratégico do Governo
passou a elaborar um plano “que permitisse uma distensão controlada e auto-reforma ou a
institucionalização da ditadura militar”.
Ocorre que o processo de abertura política foi mais veloz que o projeto dos militares. A
complexidade e a diferenciação da sociedade brasileira-suscitada pela modernização conservadora
– produziram atores e demandas incompatíveis com acanhado espaço de participação política
então existente, ultrapassando as manobras continuistas do regime. A partir dos anos 80, ficou
claro que o controle do processo de abertura não estava com os militares e sim com a sociedade
civil (OAB, ABI, CNBB), o sindicalismo do ABC, o movimento de intelectuais, de donas de casa,
estudantes e entidades comunitárias.
É preciso atentar, também, para a evolução da participação institucional da oposição do regime:
o MDB, depois PMDB, os sindicatos de trabalhadores urbanos, e os aparelhos privados da
sociedade civil. Cada vez mais, o sistema bipartidário criado pela ditadura estava se tornando

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um instrumento involuntário de canalização da insatisfação social. E muitos parlamentares


da esquerda e/ou das correntes de centro esquerdistas passaram a se eleger sob a legenda do
MDB. Foi tentada, ainda nos anos 80, uma reforma partidária para conter os avanços eleitorais
da oposição. Mas não deu certo. O centro manteve-se unido à esquerda, isolando o partido do
Governo nos Estados e, depois, nas capitais.
Em Pernambuco, a evolução do bipartidarismo não foi diferente. Criado inicialmente para
acolher todas as forças e legendas de oposição ao regime, o MDB tornou-se o autentico partido
de oposição, apoiado, inclusive, por setores progressistas da Igreja Católica. A eleição de Marcos
Freire ao Senado Federal, em 1974, foi fruto de uma campanha memorável da oposição em
Pernambuco. Na política estadual, o MDB também elegeu vários deputados, vereadores e
prefeitos. A exemplo de São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, o Estado nunca deixou de
lado a sua intensa politização. O caráter ideológico do partido – em nível regional – se traduzia
por uma linha de centro-esquerda (à qual nunca esteve alheio o Partido Comunista Brasileiro),
representada por uma geração de novos políticos como: Marcos Freire, Marcos Cunha, Fernando
Bezerra Coelho, Cristina Tavares, Roberto Freire e outros.
Esse processo de renovação político-partidário em Pernambuco encontraria seus limites na
redemocratização e na volta dos exilados políticos ao Brasil. Quando o ex-governador Miguel
Arraes de Alencar retorna ao Recife, vem em busca da liderança outrora exercida no conjunto
das forças esquerdas no Estado. Mas as suas pretensões encontrarão fortes resistências nos
novos políticos do ex-MDB, agora PMDB. Essa disputa, inicialmente com Marcos Freire quando da
indicação do candidato para as eleições de 1982 ao Governo do Estado, evoluindo para uma dura
e amarga briga pessoal com o hoje governador Jarbas Vasconcelos, que teve seu nome preterido
na convenção partidária, em nome do político udenista Cid Sampaio.
Nas primeiras eleições para as capitais depois do fim do regime militar, Jarbas Vasconcelos
abandona o PMDB para candidatar-se à Prefeitura do Recife por uma coligação partidária
arrumada na ultima hora.
Em 1990, Jarbas tenta se eleger governador do Estado contra a candidatura do hoje deputado
federal Joaquim Francisco, que sai vitorioso. Ele responsabilizaria Miguel Arraes pela sua derrota,
o que o leva a buscar uma aliança com o PFL, para derrotar Arraes a qualquer custo.
A ruptura aconteceu na segunda gestão de Jarbas Vasconcelos à frente da Prefeitura do Recife. A
partir daí, a política de Pernambuco sofreria uma nova inflexão, com a volta do PFL ao poder e a
derrota da coligação dos partidos de centro-esquerda nas eleições municipais de 1996 e, depois,
nas eleições estaduais de 1998. As consequências dessa aliança neo-conservadora ainda não são
de todos visíveis para o futuro político do Estado, até porque não se sabe ao certo qual será o
tempo de duração de tal aliança.
Quando, em fins de 1993, cogitou-se pela primeira vez a possibilidade de uma aliança política
entre o então prefeito da cidade do Recife, Jarbas Vasconcelos e os próceres do Partido da Frente
Liberal contra a candidatura de Miguel Arraes de Alencar ao Governo do estado, houve quem
saudasse com entusiasmo aquela aliança, acenando para o surgimento de um fato novo na vida
política de Pernambuco. Dizia-se que a aliança era o fim da tradicional polarização política em
nosso estado e o inicio da construção de uma terceira via. É dessa época, aliás, a cantilena da
terceira via produzida pela junção das palavras `socialismo’ e `mercado’.
Ou seja, a conversão do pensamento da direita ao evangelho social, e o dá esquerda ao credo
liberal, criando um pensamento de centro-direita. Nem esquerda, nem direita: neo-social ou

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social-liberal, como afirmava cinicamente o presidente da Republica, referindo-se aos ingentes
esforços de um certo senador baiano para aumentar o salário mínimo do trabalhador brasileiro e
acabar com as mazelas da administração publica no País.
Desde aquela época, já se advertia para o possível malogro dessa terceira via nordestina, em
face do caráter eleitoreiro da aliança, fundada de um lado na esperteza política do PFL e, do
outro, na obsessão de Jarbas em derrotar Miguel Arraes a qualquer custo. Afirma-se também
que as consequências dessa estranha aliança para o quadro partidário de Pernambuco seriam
desastrosas (e isso não apenas pela vergonhosa metamorfose de ex-comunistas engajados até o
pescoço na administração municipal), mas sobretudo pelo desequilíbrio e pela desestabilização
do poder relativo das demais forças políticas do Estado, produzindo uma `reoligarquização’ da
esfera publica e reduzindo o já exíguo espaço para novas candidaturas ou propostas partidárias.
Não demorou muito e os resultados dessa malfada experiência começaram a se manifestar: a
implosão do PSDB e sua transformação em legenda de aluguel nas mãos de trânsfugas partidárias;
a implosão do PSB com a derrota de Miguel Arraes e a saída de ilustres parlamentares socialistas
para outras legendas partidárias; a desmoralização do PMDB, transformada em mero instrumento
das pretensões eleitoral de Jarbas; e o estreitamento do campo político da esquerda, reduzido
agora ao PPS, PT, PcdoB, PSB e PCB.
Mas grave, contudo, foi a promiscuidade que se estabeleceu entre o poder publico, o poder
econômico e uma parte da mídia, a serviço de interesses nem sempre confessáveis dos parceiros
dessa aliança. As inúmeras denúncias de corrupção, favorecimento ilícito de empresas privadas
e de abuso do poder econômico puseram a nu o processo de formação dessa nova oligarquia
política, traduzida finalmente na ampla e rica coligação eleitoral encabeçada pelo ex-prefeito
da cidade do Recife Roberto Magalhães. A agressiva estadualização da campanha, com o
engajamento explicito da figura do governador em favor de Magalhães foi, entre outras causas,
uma das principais razoes da derrota do ex-prefeito, abrindo um novo capitulo na Historia
política do Estado, com o inicio das administrações petistas nos grandes colégios eleitorais de
Pernambuco.
À aliança neoconservadora do PFL com o PMDB, ora dominante em nosso Estado, contrasta
vivamente com o quadro de uma economia diversificada, apoiada em atividades competitivas e
diretamente atreladas ao mercado externo, como: a fruticultura; o turismo; os pólos tecnológicos
metropolitanos; a indústria de lazer e alimentação, etc. economia moderna mas altamente
concentradora de renda, porque baseada na renuncia fiscal e na precarização das relações de
trabalho.
Na realidade, dada a ausência de um projeto de desenvolvimento regional integrado, que
contemple políticas compensatórias para setores e regiões mais pobres ou deprimidas, o Governo
de Pernambuco vem aderindo à agenda liberal, adotada por FHC. O que se traduz em inverter o
fluxo dos recursos públicos, agora, em direção às chamadas atividades competitivas, destinando
à filantropia e ao chamado terceiro setor o atendimento das imensas carências sociais de grande
parte da população. Os últimos lances da atual administração foram a utilização dos recursos
obtidos com a privatização da CELPE na duplicação da BR232 e a posição dúbia assumida em face
da extinção da Sudene, o que só comprova as consequências problemáticas daquela aliança para
os verdadeiros interesses do Estado e da região.

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História de Pernambuco

CULTURA PERNAMBUCANA

A importância de Gilberto Freyre e


Ariano Suassuna para a cultura pernambucana

Gilberto de Mello Freyre (1900 — 1987) foi um intelectual brasileiro nascido em Recife (PE).
Como escritor, dedicou-se à ensaística da interpretação do Brasil sob ângulos da sociologia,
antropologia e história. Foi também autor de ficção, jornalista, poeta e pintor. É considerado
constantemente um dos mais importantes sociólogos do século XX.
Sobre Freyre, Monteiro Lobato profetiza: "O Brasil do futuro não vai ser o que os velhos
historiadores disserem e os de hoje repetem. Vai ser o que Gilberto Freyre disser. Freyre é um
dos gênios de palheta mais rica e iluminante que estas terras antárticas ainda produziram".
Seu primeiro e mais conhecido livro é Casa-Grande & Senzala, publicado no ano de 1933 e
escrito em Portugal. Nele, Freyre rechaça as doutrinas racistas de branqueamento do Brasil.
Baseado em Franz Boas, demonstrou que o determinismo racial ou climático não influencia no
desenvolvimento de um país. Ainda, essa obra foi precursora da noção de democracia racial
no Brasil, com relações harmônicas interétnicas que mitigariam a influência social do passado
da escravidão no Brasil, que, segundo Freyre, fora menos segregadora que a norte-americana.
Embora seja sua obra mais importante, também recebeu críticas por sua linguagem tida como
vulgar e obscena.[11] Em Recife chegou a ter seu livro queimado em praça pública, ato apoiado
por um colégio religioso de Recife.
Ao contrário do que popularmente se imagina, Casa-Grande & Senzala não é um estudo
sociológico ou antropológico. Baseado em fontes históricas e suas reflexões, Gilberto Freyre
se apresentou como um "escritor treinado em ciências sociais" e não como sociólogo ou
antropólogo, como refletiu em seu Como e porque sou e não sou sociólogo (1968) . Além disso,
por influência de Franz Boas sabia da necessidade de pesquisas empíricas para validar um
estudo como sendo sociológico ou antropológico.

Vida pública
Viajou para a Europa, visitando vários países, completando sua formação acadêmica. No
período que ficou no exterior, escrevia artigos para o jornal Diário de Pernambuco, sobre livros
e temas diversos. O hábito de escrever em jornais perdurou pela vida toda.
De volta ao Recife, se integrou a sociedade local, despertando grande interesse pelos problemas
regionais. Organizou para o Diário de Pernambuco, o Livro do Nordeste, com a colaboração de
diversas personalidades, com textos de história, literatura, artes e tradições regionais.

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Em 1926, no governo de Estácio Coimbra, foi nomeado secretário particular e encarregado
do jornal oficioso A Província. Foi professor de Sociologia da Escola Normal. Pela primeira vez
se ministrava regularmente essa disciplina numa escola no Brasil. Com a Revolução de 30,
acompanhou o governador ao exílio, em Portugal e depois viajou pela Europa e Estados Unidos,
ministrando aulas, como visitante, em diversas universidades.
De volta ao Recife, foi convidado pelo reitor da Universidade do Distrito Federal, o educador
baiano Anísio Teixeira, para lecionar Sociologia. Tornou-se também técnico do serviço do
Patrimônio Histórico Nacional.
Entre 1933 e 1937 escreveu três livros voltados para o problema da formação da sociedade
patriarcal no Brasil: Casa-Grande & Senzala, Sobrados e Mucambos e Nordeste. Nesse
desenvolve teses geográficas, sendo considerado o pioneiro da ecologia.
Na década de 40, Gilberto entra em confronto com o Governador Agamenon Magalhães,
chegando a ser preso pela polícia da ditadura. Nas eleições de 2 de dezembro de 1945, foi
eleito à Assembleia Constituinte, participando da elaboração da Constituição de 1946. Nela
atuou nos setores ligados à ordem social e à cultura, tendo depois reunido seus discursos no
livro Quase Política.
Gilberto Freire permaneceu na Câmara e apresentou seu projeto para criação do Instituto
Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, órgão que deveria se dedicar ao estudo e à realização
de pesquisas sobre as condições de vida do trabalhador rural do Nordeste. Esse Instituto foi
depois transformado na "Fundação Joaquim Nabuco".
Em 1949, voltou ao Recife e de sua casa no bairro de Apipucos, hoje Fundação Gilberto Freire,
continuou a pesquisar, escrever e participar de seminários. Realizou frequentes viagens a
convite de diversas instituições. Sua viagem à Índia e à África Portuguesa, resultou no livro
Aventura e Rotina.
Gilberto Freyre ganhou diversos prêmios e condecorações no Brasil e exterior. O Prêmio
Anisfield-Wolf, USA, (1957), Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras
(conjunto de obras, em 1962), Prêmio Internacional La Madonnina, Itália (1969), "Sir – Cavaleiro
Comandante do Império Britânico", distinção conferida pela Rainha da Inglaterra, (1971) Grã-
cruz de D. Alfonso, El Sábio, Espanha, (1983).
Gilberto de Mello Freyre faleceu no Recife, Pernambuco, no dia 18 de julho de 1987.
Sobre a obra Livro do Nordeste, destacamos alguns elementos:
•• Alertas sobre os possíveis impactos ambientais que a extensão da produção canavieira
poderá gerar e sobre a precariedade do trabalho presente nos canaviais – que aproxima,
muitas vezes, a rotina dos cortadores de cana da escravidão – fazem parte da polêmica em
torno do etanol, recheada com essas e outras questões que não são novas no Brasil. Embora
colocadas num novo contexto, a história do Brasil nos faz lembrar que a monocultura
canavieira foi profundamente marcada (ao longo de, ao menos, quatro séculos) pelo
escravismo e pela a destruição do meio ambiente. Esses e outros elementos (políticos,
culturais, sociais) integram a chamada "civilização do açúcar", esmiuçada por Gilberto
Freyre no livro Nordeste – aspectos da influência da cana sobre a vida e a paisagem do
Nordeste do Brasil.

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História de Pernambuco – Cultura Pernambucana: Importância de Gilberto Freire e Ariano Suassuna – Prof. Thiago Scott

•• Publicado em 1937, a proposta do livro, segundo Freyre, é realizar um estudo ecológico


sobre o Nordeste brasileiro. Não o "outro Nordeste" das secas, do semiárido, do sertão
cujas atividades principais são a pecuária e a plantações de algodão. Mas o Nordeste
que se estende do Recôncavo baiano ao Maranhão cujo o centro é Pernambuco e,
particularmente, a cidade do Recife. Esse Nordeste cuja estrutura é baseada na escravidão,
no latifúndio e na monocultura canavieira. E que, segundo Freyre, por algum tempo foi o
"centro da civilização brasileira".
•• A cana-de-açúcar é o principal personagem do livro. Através dela, e ao longo de seis
capítulos, Freyre analisa a relação entre o homem e a natureza, sempre mediada pela
cultura: as relações entre senhores de engenho e seus escravos são sempre descritas
através de suas relações com as matas, os rios e os animais; a partir dos valores que estão
sendo construídos com a extensão dos canaviais e, nesse sentido, com a constituição de
uma civilização do açúcar. As relações entre o homem e a natureza, estabelecidas através
da monocultura da cana, não podem, assim, ser dissociadas das relações dos homens entre
si. Esse seria o aspecto inovador de Nordeste e, ao mesmo tempo, o que lhe distingue
de Casa-Grande & Senzala (1933) e Sobrados e Mocambos (1936), obras nas quais está
mais explícito o projeto freyreano em se debruçar sobre a formação da família patriarcal
e seu impacto na sociedade brasileira. Contudo, a reconstrução de costumes e hábitos
das famílias de engenho também está presente em Nordeste: a arquitetura triangular da
"casa-grande, engenho e capela", as tradições culinárias, as práticas sexuais, os provérbios
e folguedos populares etc.
•• O livro é resultado de uma pesquisa de caráter tanto historiográfico (cartas e arquivos
pessoais de senhores de engenho, anúncios e artigos de jornais do século XIX, documentos
da Coroa portuguesa) como de uma espécie de "trabalho de campo" realizado por Freyre
na companhia de Pedro Paranhos – a quem o livro é dedicado – amigo pessoal e herdeiro
do engenho de Japaranduba.
•• A partir de uma dessas incursões, Freyre descreve como a destruição das matas em nome
do "exclusivismo brutal" da cana fez com que senhores de engenhos, como Paranhos,
se tornassem ignorantes de suas terras. "Ele sabia quase tão mal quanto nós, menino
de cidade, os nomes das árvores da mata grande do seu engenho. Entretanto eram suas
conhecidas velhas desde o tempo de menino. Mas simples conhecidas de vista. Foi preciso
que o caboclo nos fosse dizendo: isto é um pé disso; isto é um pé daquilo; isto dá um leite
que serve para ferida brava; isto dá um chá que serve para as febres". Dessa ignorância
é que se fez a destruição da Mata Atlântica, através da coivara (queimada da vegetação
rasteira) e do machado, já que a lenha era o combustível das fornalhas dos engenhos –
somente no século XIX, o bagaço da cana substituiu a madeira. Mas surgiu, então, o trem a
vapor...
•• Freyre também descreve os usos e costumes em torno da água, desde a utilização dos rios
como instrumento de transporte – diante das dificuldades e da lentidão que os carros de
boi e os cavalos tinham para se locomover no solo de massapê, úmido e pegajoso – até
sua importância para o lazer: os banhos de rio, as festas na várzea, sem contar a própria
importância da pesca. Hábitos que serão comprometidos com o lançamento, pelas usinas,
das caldas das destilarias e outros detritos poluidores dos rios. "A monocultura da cana no
Nordeste acabou separando o homem da própria água dos rios; separando-o dos próprios
animais – "bichos do mato" desprezíveis ou então considerados no seu aspecto único de
inimigos da cana, que era preciso conversar à distância do engenhos (como os próprios

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bois que não fossem os de carro). E não falemos aqui da distância social imensa que a
monocultura aprofundou, como nenhuma outra força, entre dois grupos de homens – os
que trabalham no fabrico do açúcar e os que vivem mal ou voluptuosamente dele"
•• O contraponto é entre a aristocracia do açúcar, que se iniciara com a colonização portuguesa,
no século XVI, com a formação das famílias de engenho tradicionais, e as usinas da segunda
metade do século XIX, que intensificaram a destruição do meio ambiente. E mudaram as
relações com os trabalhadores. "Em geral, o trabalhador de eito não existe para o industrial
ausente ou quase ausente como um conterrâneo cujo bem-estar o interesse; nem o
fornecedor de cana como um consórcio cuja situação o afete. Ao contrário: tem-se visto
o preço do açúcar se elevar, com vantagem para o usineiro, e ao mesmo tempo as usinas
baixarem os preços de sua tabela de compra de cana".
•• Operando com esses contrastes, o Nordeste seria assim a expressão desse "equilíbrio de
antagonismos" (expressão utilizada por ele em Casa-Grande & Senzala) inscrito nos "ho-
mens do povo" mas também nos "grandes senhores da política, da diplomacia e da admi-
nistração do império" como Joaquim Nabuco, que combinou abolicionismo e orgulho de
sua origem aristocrática. Por isso, segundo Freyre, o Nordeste é o "centro da civilização
brasileira": "A Antiga civilização do açúcar no Nordeste, de uma patologia social tão nume-
rosa, dá-nos essa mesma impressão, em confronto com as demais civilizações brasileiras
– a pastoril, a das minas, a da fronteira, a do café. Civilizações mais saudáveis, mais demo-
cráticas, mais equilibradas quanto à distribuição da riqueza e dos bens. Mas nenhuma mais
criadora do que ela, de valores políticos, estéticos, intelectuais".
Ariano Vilar Suassuna (1927 – 2014) foi um dramaturgo, romancista, ensaísta e poeta
brasileiro e formado em Direito. Idealizador do Movimento Armorial e autor das obras Auto
da Compadecida e O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta,
foi um preeminente defensor da cultura do Nordeste do Brasil. Foi secretario de Cultura de
Pernambuco (1994-1998) e secretário de Assessoria do governador Eduardo Campos até abril
de 2014.
Destacaremos a relevância do Movimento Amorial para a arte do nordeste brasileiro.
Movimento Armorial foi uma iniciativa artística cujo objetivo seria criar uma arte erudita a
partir de elementos da cultura popular do Nordeste Brasileiro. Um dos fundadores e diretores
foi o escritor Ariano Suassuna. Tal movimento procura orientar para esse fim todas as formas
de expressões artísticas: música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura,
entre outras expressões.
A Arte Armorial Brasileira é aquela que tem como traço comum principal a ligação com o
espírito mágico dos "folhetos" do Romanceiro Popular do Nordeste (Literatura de Cordel), com
a Música de viola, rabeca ou pífano que acompanha seus "cantares", e com a Xilogravura que
ilustra suas capas, assim como com o espírito e a forma das Artes e espetáculos populares com
esse mesmo Romanceiro relacionados." Ariano Suassuna, Jornal da Semana, Recife, 20 maio
1975.
O Movimento Armorial surgiu sob a inspiração e direção de Ariano Suassuna, com a colabora-
ção de um grupo de artistas e escritores da região Nordeste do Brasil e o apoio do Departamen-
to de Extensão Cultural da Pró-Reitoria para Assuntos Comunitários da Universidade Federal de
Pernambuco.

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História de Pernambuco – Cultura Pernambucana: Importância de Gilberto Freire e Ariano Suassuna – Prof. Thiago Scott

Teve início no âmbito universitário, mas ganhou apoio oficial da Prefeitura do Recife e da
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco. Foi lançado oficialmente, no Recife, no dia
18 de outubro de 1970, com a realização de um concerto e uma exposição de artes plásticas
realizados no Pátio de São Pedro, no centro da cidade. Seu objetivo foi o de valorizar a cultura
popular do Nordeste brasileiro, pretendendo realizar uma arte brasileira erudita a partir das
raízes populares da cultura do País.
Segundo Suassuna, sendo "armorial" o conjunto de insígnias, brasões, estandartes e bandeiras
de um povo, a heráldica é uma arte muito mais popular do que qualquer coisa. Desse modo, o
nome adotado significou o desejo de ligação com essas heráldicas raízes culturais brasileiras.
O Movimento tem interesse pela pintura, música, literatura, cerâmica, dança, escultura,
tapeçaria, arquitetura, teatro, gravura e cinema.
Uma grande importância é dada aos folhetos do romanceiro popular nordestino, a chamada
literatura de cordel, por achar que neles se encontram a fonte de uma arte e uma literatura que
expressa as aspirações e o espírito do povo brasileiro, além de reunir três formas de arte: as
narrativas de sua poesia, a xilogravura, que ilustra suas capas e a música, através do canto dos
seus versos, acompanhada por viola ou rabeca.
São também importantes para o Movimento Armorial, os espetáculos populares do Nordeste,
encenados ao ar livre, com personagens míticas, cantos, roupagens principescas feitas a partir
de farrapos, músicas, animais misteriosos como o boi e o cavalo-marinho do bumba-meu-boi.
O mamulengo ou teatro de bonecos nordestino também é uma fonte de inspiração para
o Movimento, que procura além da dramaturgia, um modo brasileiro de encenação e
representação.
Congrega nomes importantes da cultura pernambucana. Além do próprio Ariano Suassuna,
Francisco Brennand, Raimundo Carrero, Gilvan Samico, entre outros, além de grupos como
o Balé Armorial do Nordeste, a Orquestra Armorial de Câmara, a Orquestra Romançal e o
Quinteto Armorial.
Ao tentarmos situar o movimento armorial dentro da tradição intelectual brasileira,
identificamos não apenas afinidades com o Modernismo de Mário de Andrade, mas também
com o regionalismo de Gilberto Freyre. Guardadas as devidas especifidades históricas, há vários
elementos comuns entre a estética marioandradeana – que dá suporte à construção de uma
concepção de identidade nacional – e o ideário armorial, que propõe uma recriação erudita da
cultura popular com o mesmo propósito.
Vale ressaltar que observamos em Andrade, no entanto, um paradoxo, na medida em que esse
autor combina, num mesmo olhar, o deslumbramento e a postura crítica bem característica
deste modernismo diante daquelas manifestações populares.
Macunaíma é uma das mais bem acabadas expressões desse paradoxo.
Segundo Wisnik (1982: 144), “recebendo injeções maciças de folclore (a expressão é de
Florestan Fernandes), a música nacionalista aproximaria intelectual e povo, separados por um
abismo ‘cultural’ (formulável, noutros termos, como alteridade de classe), e funcionaria ao
modo de uma panacéia pedagógica para sanar (a nível doutrinário) aquela ‘falta de caráter’
que o Macunaíma registra na sua economia simbólica como impasse”

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Já em Suassuna não há paradoxos, mas uma sacralização do popular “puro”, cuja expressão
maior em sua obra é Auto da Compadecida. Em Suassuna são notáveis, além disso, as refe-
rências a Gilberto Freyre como principal mentor de uma tradição de pensamento que, a partir
dos anos vinte, traz uma nova acepção de valor às culturas populares nordestinas, situando-as
numa posição estratégica diante da tarefa então posta, que era a construção de uma identida-
de nacional. Em meio a estas confluências está incrustada a fala de Ariano Suassuna.

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