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Assim, na comunidade internacional, ações que priorizem o uso das novas tecnologias
para trazer mais comodidade às populações mais carentes, enquanto beneficiam a
economia popular e o meio ambiente ganham especial relevância porque evidenciam o
potencial de estudantes e da comunidade acadêmica, como um tanto, de realmente
impactar a realidade concreta de maneira socioambientalmente responsável.
Uma das iniciativas que tem recebido destaque no Brasil, é o aplicativo Cataki,
carinhosamente apelidado de “Tinder da reciclagem” por permitir que catadores e
consumidores entrem em contato e deem o melhor destino possível para o que seria
lixo.
Como no Brasil, os catadores de lixo são responsáveis por 90% do lixo reciclado, fica
claro a importância que eles detém numa economia mais verde, embora não recebam
o prestígio social e econômico que merecem. É em função da atividade desses
trabalhadores que o Brasil é o país que mais recicla alumínio, chegando a 98%,
enquanto a média mundial é de 75%, conforme matéria d’A Folha de São Paulo,
publicada em 2016.
No entanto, outros materiais como o papel e o vidro não obtêm o mesmo grau de
sucesso. O aplicativo Cataki surge como mais um instrumento para facilitar o processo
de reciclagem, ao possibilitar o contato entre catadores e outros cidadãos que desejam
dar um destino adequado ao subprodutos do consumo.
Resumo do Trabalho (100 a 300 palavras)
(Elementos básicos são [1] objetivo, [2] método e [3] resultados esperados)
Conforme ANDRADE et al. (2013, p. 4) o direito [...] a um meio ambiente hígido não
poderia ser concretizado senão, por meio da cooperação [...] por tal razão, os direitos
surgidos nessa fase ficaram conhecidos como direitos de fraternidade ou de
solidariedade. Para o Direito, tal fase, em que as questões ambientais (como o direito
ao ambiente ecologicamente equilibrado) passaram a ser tuteladas, é tida por terceira
dimensão (geração ou constelação, a depender do referencial teórico escolhido).
Sendo uma dimensão dos direitos fundamentais bastante recente, ainda é comum não
vermos tantas ações do Poder Público, que busquem efetivar o direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado. Essas ações poderiam incluir, por exemplo, imposições
para que as empresas produtoras de bens sejam responsáveis por toda a cadeia de
produção. Atualmente o mais comum é que os empreendedores se importem com o
planejamento de forma, conteúdo e função (design) do produto, seu transporte,
divulgação através de extensa propaganda comercial e, por fim, a venda em lojas para
formar seu lucro.
É interessante notar que, ao contrário das normas de Direito Penal e Direito Civil, que
apenas podem ser redigidas pela União, isso é, no Congresso Nacional, as normas
ambientais podem ser criadas e especificadas pelos poderes locais, como a Assembleia
Legislativa e a Câmara de Vereadores. Assim, se adequadamente implementado em
Rio Branco, o aplicativo pode servir como um case de sucesso para a população ter
instrumentos legais que pressionem os empreendedores da cadeia produtiva local.
Desta forma, o projeto justifica-se em várias esferas. Primeiramente, ele pode ser uma
oportunidade para o Direito Ambiental se visto dentro do curso de bacharelado em
Direito como uma disciplina mais série e guarda potenciais tão importantes como o
Direito Penal; socialmente a implementação do projeto, ao levar discentes bolsistas e
voluntários a buscar contato com catadores pode estimular a sensibilidade no trato com
as pessoas que mais necessitam do Estado Democrático de Direito; economicamente,
a praticidade do aplicativo, que facilita o acesso à informação, pode aumentar a renda
dos catadores de Rio Branco; e, por fim, ambientalmente os danos ambientais a longo
prazo podem ser reduzidos.
Metas
(Definir, em termo quantitativo e com um prazo determinado, os resultados
pretendidos)
META 1. Contato com a equipe desenvolvedora do Cataki, para realizar, ao menos 1
(uma) conversa, conhecendo as experiências prévias tidas com os catadores em
outras cidade brasileiras. (em um mês)
Para isto, o contato inicial dos discentes para uma conversa com a equipe
desenvolvedora do app Cataki é bastante importante porque poderemos conhecer as
experiências tidas anteriormente e regular nossas expectativas acerca do
desenvolvimento do nosso projeto.
A partir daí, poderemos proceder com os encontros em grupos de estudo para trazer
uma abordagem extraclasse do Direito Ambiental (contemplando a tríade ensino-
pesquisa-extensão), que é majoritariamente ordenado por legislação bastante dispersa
em nível nacional, estadual e municipal. O que exige um processo de leitura, discussão
e avaliação um pouco prolongado, permitindo que as informações em suspensão se
assentem na mente como conhecimentos que guiarão as nossas ações no projeto.
Assim, necessitamos articular diversos recursos para alcançar, pelo menos, o número
de 4 (quatro) catadores, estabelecido anteriormente. Para facilitar este processo, o
nosso capital social será bastante importante, além claro, do uso de diversas mídias,
como a TV e as redes sociais que nos permitam obter mais informações sobre onde
encontrá-lo.
Quanto ao locus, neste caso, necessitamos defini-lo de maneira mais abrangente, qual
seja, o município de Rio Branco. Obviamente, a Universidade não “[...] pode
desenvolver suas atividades de ensino e pesquisa sem se voltar de maneira intencional
para a sociedade que a envolve (SEVERINO, p.31)”, no entanto ainda tendo iniciado a
fase de identificação dos catadores é impossível definir com precisão onde iremos atuar.
Conteúdo programático
Como o projeto inclui uma meta de capacitação dos discentes, através dos encontros
(META 2), faz-se necessário estabelecer previamente alguns tópicos que serão
analisados em nossos encontros.
Espera-se alcançar tais objetivos delineado pelo PCC através do contato com a equipe
do app Cataki, bem como as leituras específicas de Direito Ambiental e o contato com
a realidade social concreta, ao qual os alunos serão submetidos ao buscar contato com
os catadores a serem cadastrados da plataforma do aplicativo.
Além disso, o PDI afirma que “as ações de extensão devem captar, articular,
compreender e promover o diálogo com a sociedade, em um contexto de
complexidade próprio do século XXI [...] [devendo as] ações da Ufac [...] alcançar a
comunidade externa, principalmente os segmentos menos favorecidos, [em áreas
como] direitos humanos e justiça; tecnologia e produção; meio ambiente [em parceria]
com movimentos sociais (p. 65).
O contexto do século XXI é trazido pelo app Cataki, que tem objetivo alcançar um
segmento pouco favorecido, os catadores de recicláveis, ao promover os direitos
humanos, inserindo a tecnologia na produção de bens, estando principalmente
preocupado com o meio ambiente e contanto com os movimentos sociais, pois o
aplicativo foi desenvolvido pelo coletivo Pimp my carroça, criado por Mundano
(reconhecido ativista e grafiteiro).
O público alvo primário consiste nos catadores de recicláveis. Eles são o grupo menor,
que será composto provavelmente por menos de 10 pessoas, mas que precisarão da
maior parte da nossa atenção devido à vulnerabilidade socioeconômica, a qual
normalmente estão expostos. Além disso, eles serão o eixo central porque as nossas
ações no projeto dependem da atividade realizada por este trabalhadores, como os do
Movimento Nacional dos Catadores e dos empreendedores responsáveis pela compra
de sucata.
Posteriormente, temos o público alvo secundário, um grupo mais abstrato porque não
necessariamente teremos contato direto e aprofundado com eles. Este grupo é formado
pelos consumidores interessados em realizar o descarte adequado de seus dejetos
domésticos de maneira ambientalmente correta. Os consumidores serão contactados
principalmente através dos meios de informação e das mídias sociais.
Por fim, é importante esclarecer que se é bastante oneroso para um equipe num projeto
financiado pela universidade realizar esse mapeamento e entrar em contato com
catadores, para pessoas individuais consideradas que queiram encontrá-los é
praticamente impossível. Por tanto, o projeto demonstra sua relevância.
Entretanto, a atual era da informação nos permite realizar com certa facilidade um
caderno virtual com anotações em um blog, para que a própria comunidade possa
acompanhar o desenvolvimento do projeto, a aplicação dos recursos públicos, e ao final,
teremos maior facilidade para a produção do relatório.
A ideia dos organismos internacionais de levar jovens, que teoricamente ainda não
ocupam espaços institucionalizados de poder político se dá porque se tornou evidente
que não só devemos deixar um mundo melhor para os nosso filhos, mas também deixar
filhos melhores para o nosso mundo. Assim, o projeto espera impactar positivamente
nas suas formações.
Referencial
ACE YOUTH FORUM. Disponível em: < https://aceyouthforum.org/what-is-ace/ >.
BARBIER, René. A pesquisa-ação. Tradução: Lucie Didio. Brasília: Liber Livro Editora,
2004. (Série pesquisa em educação, v.3).
AMADO, F. Direito ambiental esquematizado. ed. 4. São Paulo: Editora Método, 2013.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São Paulo:
Cortez, 2007.