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Contributo para o estudo da utilização do deflectómetro de 
impacto ligeiro 
 
 
Jorge Edgar Rodrigues Lopes 
 

Dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia Civil
 

Júri
Presidente: Prof. Doutor José Álvaro Pereira Antunes Ferreira
Orientador: Prof. Doutor José Manuel Coelho das Neves
Co-Orientador: CAP/ENGAED António Bruno Antunes
Vogal: Prof. Doutor Luís Guilherme de Picado Santos

Setembro 2010

 
 
 
 
 
 

A  todos  aqueles  que  tornaram  este 


trabalho possível. 

 
 
 
 

 
 
 
 

Resumo 

O deflectómetro de impacto ligeiro é um dispositivo portátil e de fácil operação, que pode ser útil
para a avaliação do desempenho de camadas de aterro e de pavimentos de infra-estruturas de
transporte. Vários e importantes estudos têm sido realizados a fim de alcançar uma melhor
compreensão da adequação deste tipo de deflectómetro a esta finalidade. Este é, também, o
objectivo principal deste trabalho, onde se apresenta um estudo desenvolvido pelo Departamento
de Engenharia Civil e Arquitectura do Instituto Superior Técnico (IST), Universidade Técnica de
Lisboa, em colaboração com o Laboratório de Solos e Pavimentos do Grupo de Engenharia e
Aeródromos da Força Aérea Portuguesa (GEAFA). O estudo é composto por duas partes: a
primeira parte envolveu o estudo bibliográfico sobre a descrição e utilização do deflectómetro de
impacto ligeiro e a colocação ao serviço do equipamento do Instituto Superior Técnico
recentemente adquirido; a segunda consistiu num programa experimental para avaliar a
repetibilidade e a reprodutibilidade do uso dos dois tipos de dispositivos: PRIMA 100 LWD e
Dynatest LWD 3031. Os ensaios da parte experimental foram realizados para diversas condições
de compactação in situ, em termos do teor em água e compacidade. O material foi identificado e
caracterizado através de ensaios laboratoriais. Os resultados e conclusões apresentadas neste
trabalho são importantes para uma melhor prática e investigação sobre a utilização do
deflectómetro de impacto ligeiro, no domínio das infra-estruturas de transportes.

PALAVRAS CHAVE: Estrada, Pavimento, Aterro, Leito de Pavimento, Controlo de Qualidade,


Deflectómetro de Impacto Ligeiro


 
 
 

ii 
 
 
 

Abstract 
The light falling weight deflectometer is a portable and easy operation device that can be useful for
quality construction of transport infrastructures. Many and important research studies are being
performed in order to achieve a better understanding of the suitability of this kind of deflectometer
for this purpose. This is also the main aim of this paper that presents a study developed by the
Department of Civil Engineering and Architecture of “Instituto Superior Técnico” (IST), Technical
University of Lisbon, in collaboration with the Soils and Pavements Laboratory of the Portuguese Air
Force (GEAFA). The study has comprised two parts: the first part of the study has consisted in an
experimental program to assess the repeatability and reproducibility of the use of the two types of
devices: PRIMA 100 LWD and DYNATEST 3031 LWD; and the second part has involved a set of
experiences in order to achieve a new method to assess the construction control of pavements
subgrade layers by the use of a light falling weight deflectometer. The proposed method is based
on a qualitative evaluation of layer performance related to the compaction effectiveness. The tests
were performed for several in situ compaction conditions in terms of water content and density. The
material was identified and characterized by laboratory tests: sieve analysis, plasticity limits and
Proctor. The results and conclusions presented in this paper are important for a better practice and
further research on construction control based on the light falling weight deflectometer, in the
domain of transports infrastructures.

KEY WORDS: Road, Pavement, Subgrade, Quality control, Light falling weight deflectometer.

iii 
 
 
 

iv 
 
 
 

Agradecimentos 
 

A todos aqueles que participaram na realização desta dissertação.

Um agradecimento especial pela disponibilidade, atenção dispensada, conhecimento transmitido e


pela forma humana como encara o ensino ao Prof. Doutor José Manuel Coelho das Neves.

Agradecer, igualmente, pela disponibilidade, por terem sido parte integral deste documento, pela
forma simpática e paciênte que demonstraram ao longo dos ensaios efectuados, a toda a equipa
do GEAFA, destacando a 1SAR/CMI Rosa Casimiro, o 1SAR/CMI Marcia Baptista, o CADJ/CMI
Rui Garcia, o CADJ/CMI Wilson Luis, 1CAB/CMI Bruno Almeida, ainda, ao Manuel Farinha Ramos,
ao Vitor Faria e um agradecimento muito especial ao CAP/ENGAED António Bruno Antunes, pela
sua vontade de ajudar e pelo contributo dado ao desenvolvimento desta dissertação.

Manifesto o meu agradecimento ao Instituto Superior Técnico e ao GEAFA pelo apoio institucional
concedido.

Aos meus pais, irmã, restante família e amigos.

Á Vanessa.

A todos bem hajam.


 
 
 

vi 
 
 
 

Índice 
 
1.  Introdução ................................................................................................................................... 1 
1.1.  Enquadramento do tema .................................................................................................... 1 
1.2.  Objectivos e metodologia ................................................................................................... 2 
1.3.  Estrutura do trabalho .......................................................................................................... 2 
2.  Avaliação “in situ” do Comportamento Mecânico ...................................................................... 5 
2.1.  Características de Comportamento Mecânico .................................................................... 5 
2.2.  Avaliação “in situ” da Deformabilidade .............................................................................. 7 
2.2.1.  Metodologia de Avaliação ........................................................................................... 7 
2.2.2.  Ensaios com Equipamentos Pesados .......................................................................... 8 
2.2.3.  Ensaios com Equipamentos Ligeiros ......................................................................... 14 
2.3.  Conclusões ......................................................................................................................... 17 
3.  Ensaios com o Deflectómetro de Impacto Ligeiro .................................................................... 19 
3.1.  Evolução histórica ............................................................................................................. 19 
3.2.  Tipos de Equipamentos ..................................................................................................... 21 
3.3.  Apresentação dos equipamentos utilizados no estudo .................................................... 23 
3.3.1.  3031 LWD – Dynatest ................................................................................................ 23 
3.3.2.  Prima 100 LFWD – Grontmij‐Carl Bro ........................................................................ 26 
3.4.  Comparação dos Equipamentos ....................................................................................... 27 
3.4.1.  Montagem do DIL ...................................................................................................... 28 
3.4.2.  Especificações ............................................................................................................ 30 
3.4.3.  Placa de Carga ........................................................................................................... 31 
3.4.4.  Sistema de Amortecedores ....................................................................................... 32 
3.4.5.  Componentes adicionais: Massas e geofones ........................................................... 32 
3.4.6.  Conexões e Software ................................................................................................. 33 
3.4.7.  Calibração .................................................................................................................. 36 
3.4.8.  Realização do Ensaio ................................................................................................. 37 
3.5.  Interpretação dos Resultados dos Ensaios ........................................................................ 38 
3.5.1.  Factores que Influenciam os Resultados ................................................................... 38 
3.5.2.  Cálculo do Módulo de Deformabilidade ................................................................... 41 
3.6.  Conclusões ......................................................................................................................... 43 

vii 
 
 
 

4.  Caso Prático ............................................................................................................................... 45 
4.1.  Apresentação e descrição do estudo ................................................................................ 45 
4.2.  Descrição dos locais de ensaio .......................................................................................... 46 
4.3.  Propriedades do solo......................................................................................................... 47 
4.4.  Procedimento do ensaio de deflectómetro de impacto ligeiro ........................................ 50 
4.5.  Avaliação das características “in situ” do solo .................................................................. 52 
4.6.  Análise e interpretação dos resultados ............................................................................. 56 
4.6.1.  Considerações iniciais ............................................................................................... 56 
4.6.2.  Análise comparativa dos equipamentos ................................................................... 57 
4.6.3.  Análise do Módulo de Deformabilidade ................................................................... 65 
5.  Conclusões e Trabalhos Futuros ............................................................................................... 69 
5.1.  Conclusões ......................................................................................................................... 69 
5.2.  Trabalhos Futuros .............................................................................................................. 70 
Bibliografia ........................................................................................................................................ 73 
Anexos ............................................................................................................................................... 77 
Anexo I – Resultados obtidos in situ e Deflexão Normalizada .......................................................... 79 
Anexo II – Análise da Repetibilidade e Reprodutibilidade ................................................................ 89 
Anexo III – Módulo de Deformabilidade ........................................................................................... 91 
 

   

viii 
 
 
 

Índice de Figuras 

Figura 2.1 – Modelo de Boussinesq .................................................................................................... 6

Figura 2.2 – Exemplo de bacias de deflexão ...................................................................................... 7

Figura 2.3 – Ensaio de carga com placa efectuado pelo GEAFA....................................................... 9

Figura 2.4 – Esquema de Ensaio de Carga com Placa Estático ...................................................... 10

Figura 2.5 – Esquema de ensaio com deflectómetro de impacto ..................................................... 11

Figura 2.6 – Deflectómetro de impacto ............................................................................................. 11

Figura 2.7 – Esquema do ensaio com a Viga Benkleman ................................................................ 12

Figura 2.8 – Ensaio com a Viga Benkleman ..................................................................................... 13

Figura 2.9 – Dynaflect ....................................................................................................................... 13

Figura 2.10 – Soil Stiffness Gauge – GeoGauge .............................................................................. 15

Figura 2.11 – Dynamic Cone Penetrometer ...................................................................................... 16

Figura 3.1 – TRL Foundation Tester (TFT) ....................................................................................... 19

Figura 3.2 - Sequência temporal da força de impacto exercida pelo DIP e assentamento gerado . 20

Figura 3.3 – Evolução nos dados recolhidos em ensaios com o DIL ............................................... 20

Figura 3.4 – Elementos constituintes do DIL convencional .............................................................. 21

Figura 3.5 – Ensaio com o Loadman ................................................................................................ 22

Figura 3.6 – Ensaio com o DIL 3031 LWD da Dynatest ................................................................... 24

Figura 3.7 – Componentes do DIL 3031 LWD da Dynatest .............................................................. 25

Figura 3.8 - Ensaio com o DIL Prima 100 ......................................................................................... 26

Figura 3.9 – Componentes do DIL Prima 100................................................................................... 26

Figura 3.10 – Processo de montagem do DIL 3031 LWD ................................................................ 29

Figura 3.11 – Sistema de mudança de placa de carga do DIL 3031 LWD ....................................... 31

Figura 3.12 – Sistema de mudança de placa de carga do DIL Prima 100 ....................................... 31

Figura 3.13 - Sistema de amortecedores dos DIL ............................................................................ 32

ix 
 
 
 
Figura 3.14 – Verificação da distância entre os geofones adicionais e a unidade principal ............ 33

Figura 3.15 – Módulo wireless do DIL 3031 LWD............................................................................. 34

Figura 3.16 – Screen do programa LWD 3031 ................................................................................. 34

Figura 3.17 – Exemplo da informação, in situ, do LWD 3031........................................................... 35

Figura 3.18 – Antena Wireless Prima 100 ........................................................................................ 35

Figura 3.19 - Informação in situ do Prima 100 .................................................................................. 36

Figura 3.20 – Sequência de queda da massa no decorrer de um ensaio com 3031 LWD .............. 37

Figura 3.21 – Manípulo de reposicionamento do geofone central do 3031 LWD............................. 39

Figura 3.22 – Bacia de deflexão perfeita .......................................................................................... 40

Figura 3.23 – Bacias de deflexão com diminuição da deformação registada .................................. 40

Figura 3.24 – Bacia de deflexão com ressalto da placa de carga .................................................... 40

Figura 4.1 – Pista de corrida da Base Aérea de Alverca .................................................................. 46

Figura 4.2 – Mancha de empréstimo do Campo de Tiro de Alcochete............................................. 47

Figura 4.3 – Condições da mancha de empréstimo do Campo de Tiro de Alcochete ..................... 47

Figura 4.4 – Estratificação do pavimento na pista de corrida da Base Aérea de Alverca ................ 48

Figura 4.5 – Curva granulométrica do saibro .................................................................................... 48

Figura 4.6 – Curva de compactação do saibro ................................................................................. 50

Figura 4.7 - Localização e disposição dos pontos de ensaio na pista de corrida da Base Aérea de
Alverca............................................................................................................................................... 51

Figura 4.8 - Localização e disposição dos pontos de ensaio no Campo de Tiro de Alcochete ....... 51

Figura 4.9 – Ensaio com o gamadensímetro .................................................................................... 53

Figura 4.10 – Ensaio com a garrafa de areia .................................................................................... 54

Figura 4.11 – Relação dos valores de baridade húmida e de teor em água volumétrico entre o
gamadensímetro e a garrafa de areia ............................................................................................... 55

Figura 4.12 – Resultados obtidos nos pontos de ensaio 4, 5 e 6 da 2ª campanha .......................... 57

Figura 4.13 - Correlação das deflexões normalizadas obtidas nos ensaios com os DIL ................. 58


 
 
 
Figura 4.14 - Valores de deflexão normalizada nos oito pontos de ensaio na 1ª campanha ........... 60

Figura 4.15 – Evolução da estabilização da deflexão em função do número de repetições de ensaio


(1ª Campanha) .................................................................................................................................. 61

Figura 4.16 - Valores da deflexão normalizada nos pontos de ensaio 1, 2 e 3 da 2ª campanha..... 62

Figura 4.17 - Evolução da estabilização da deflexão em função do número de repetições de ensaio


(2ª Campanha) .................................................................................................................................. 63

Figura 4.18 – Correlação do módulo de deformabilidade com o estado hídrico .............................. 66

Figura 4.19 - Correlação do módulo de deformabilidade com o estado de compacidade ............... 67

   

xi 
 
 
 

xii 
 
 
 

Índice de Quadros 

Quadro 3.1 - Descrição das componentes do DIL 3031 LWD da Dynatest ..................................... 25

Quadro 3.2 - Descrição das componentes do DIL Prima 100 .......................................................... 27

Quadro 3.3 – Especificações técnicas do 3031 LWD e do Prima 100 ............................................. 30

Quadro 3.4 - Pressão aconselhada a aplicar, pela Dynatest, no decorrer de um ensaio, consoante
o tipo de camada ............................................................................................................................... 33

Quadro 3.5 - Coeficientes de Poisson aconselháveis consoante o material a ensaiar .................... 42

Quadro 4.1 – Fracções granulométricas do saibro ........................................................................... 49

Quadro 4.2 – Caracterização da plasticidade do saibro ................................................................... 49

Quadro 4.3 – Classificações do saibro ............................................................................................. 50

Quadro 4.4 – Valores obtidos com o gamadensímetro na 1ª campanha de ensaios ....................... 53

Quadro 4.5 - Valores obtidos com o gamadensímetro na 2ª campanha de ensaios ....................... 53

Quadro 4.6 – Valores da garrafa de areia na 1ª campanha de ensaios ........................................... 54

Quadro 4.7 - Valores da garrafa de areia na 2ª campanha de ensaios............................................ 54

Quadro 4.8 – Valores corrigidos e obtidos com o gamadensímetro na 1ª campanha de ensaios ... 55

Quadro 4.9 – Valores obtidos com o gamadensímetro na 2ª campanha de ensaios, corrigidos ..... 55

Quadro 4.10 – Análise da repetibilidade e reprodutibilidade dos valores da deflexão ..................... 64

Quadro 4.11 - Análise da repetibilidade e reprodutibilidade dos valores da força de impacto ......... 64

Quadro 4.12 - Valores do módulo de deformabilidade da 1ª campanha .......................................... 65

Quadro 4.13 - Valores do módulo de deformabilidade da 2ª campanha .......................................... 66

Quadro I.1 - 3031 LWD – Base Aérea de Alverca – 1ª Campanha .................................................. 79 

Quadro I.2 - Prima 100 – Base Aérea de Alverca – 1ª Campanha ................................................... 81 

Quadro I.3 - 3031 LWD – Campo de Tiro de Alcochete – 2ª Campanha ......................................... 83 

Quadro I.4 - Prima 100 – Campo de Tiro de Alcochete – 2ª Campanha .......................................... 66 

xiii 
 
 
 

Quadro II.1 - Análise à Deflexão ....................................................................................................... 89 

Quadro II.2 - Análise à Força de Impacto ......................................................................................... 90 

Quadro III.1 - 3031 LWD – Base Aérea de Alverca – 1ª Campanha ................................................ 91 

Quadro III.2 - 3031 LWD – Campo de Tiro de Alcochete – 2ª Campanha ....................................... 93 

   

xiv 
 
 
 

Abreviaturas 

A – Factor de rigidez da placa de carga;

a – Raio da placa de carga;

CVr – Coeficiente de variação da repetibilidade;

CVR – Coeficiente de variação da reprodutibilidade;

D – Deflexão;

E– Módulo de deformabilidade;

Eeq – Módulo de deformabilidade equivalente;

Emédio – Módulo de deformabilidade médio;

Er- Módulo de deformabilidade à distância r do centro;

P – Pressão de contacto;

r- Distância do sensor ao centro;

Wp – Teor em água no ponto p;

Wopt – Teor em água óptimo.

Simbologia Grega 

ε r – extensão reversível ou elástica;

γs – Baridade seca;

γmax – Baridade seca máxima;

ν – coeficiente de Poisson;

σ d – tensão deviatórica;

σ – tensão aplicada.

xv 
 
 
 

   

xvi 
 
 
 

Siglas 

AASHTO – American Association of State Highway and Transport Officials

ASTM – American Society for Testing and Materials

CBR – California Bearing Ratio

DCP – Dynamic Cone Penetrometer

DIL – Deflectómetro de Impacto Ligeiro

GEAFA – Grupo de Engenharia e Aeródromos da Força Aérea

FWD – Falling Weight Deflectometer

GDP – German Dynamic Plate

INIR – Instituto de Infra-Estruturas Rodoviárias

IST – Instituto Superior Técnico

LCPC – Laboratoire Central des Ponts et Chaussées

LFWD – Light Falling Weight Deflectometer

LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil

LNEC E – Especificação do LNEC

LSP – Laboratório de Solos e Pavimentos

LWD – Light Weight Deflectometer

NP – Norma Portuguesa

PDA – Personal Digital Assistant

PFWD – Portable Falling Weight Deflectometer

SSG – Soil Stiffness Gauge

TFT – Transport Research Laboratory Foundation Test

US – United States

WASHO – Western Association of State Highway Organizations

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CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 

1. Introdução 

1.1. Enquadramento do tema 

A avaliação estrutural de pavimentos rodoviários tem evoluído no sentido de tentar reproduzir, o


mais fielmente possível, a passagem dos rodados dos veículos, permitindo conhecer o
comportamento das camadas face a isso, em termos dos estados de tensão e de deformação
instalados.

Durante muito tempo, a avaliação estrutural dos pavimentos e respectiva fundação foi baseada em
ensaios de carregamento estático, que introduziam grandes forças nos materiais conduzindo-os à
rotura. Contudo, o comportamento real que se observa nos pavimentos quando sujeitos à
passagem do tráfego é diferente. Assim, houve a necessidade de melhorar a forma como os
equipamentos efectuavam a auscultação, surgindo os ensaios de carga dinâmica, que permitem
assim considerar o comportamento cíclico dos materiais devido às solicitações do tráfego. Foram
então desenvolvidos, pelos diferentes fabricantes, vários tipos de equipamentos que cumprem este
objectivo, sendo quase todos no geral de grande porte e com uma elevada capacidade de indução
de carga no pavimento.

O Deflectómetro de Impacto Ligeiro (DIL) surge, em meados dos anos 90, como uma ferramenta
de análise com recurso a carga dinâmica mas num formato ligeiro, o que implica uma menor
capacidade de indução de forças sobre os materiais. Por outro lado, tem a vantagem de tornar o
equipamento facilmente transportável e com um baixo custo associado.

Considera-se que o DIL poderá ser uma mais valia na avaliação estrutural de pavimentos,
principalmente em cenários de obra, pois a sua estrutura e forma de funcionamento permitem a
realização de ensaios sem interferir com os trabalhos. O DIL apresenta a desvantagem de pouca
capacidade de carga mas, ainda assim, é uma ferramenta de auscultação que permite caracterizar
fundações ou bases granulares. Este facto pode apresentar vantagens, principalmente na
construção de estradas para baixo tráfego, onde muitas das vezes não ocorre qualquer
auscultação prévia das condições de fundação. Para estes casos, o DIL poderá ser uma boa
ferramenta de análise.

A presente dissertação tem como objectivo contribuir para o estudo do Deflectómetro de Impacto
Ligeiro, que aparentemente tem sido pouco usado em cenários reais no contexto nacional, mas
que se considera ter vantagens para ser potenciada ainda mais a sua utilização.


 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
1.2. Objectivos e metodologia 

O estudo desenvolvido neste documento pretende analisar a utilização do Deflectómetro de


Impacto Ligeiro na avaliação do desempenho em termos de comportamento mecânico de camadas
compactadas de materiais não-ligados, associadas a pavimentos e camadas de aterro ou mesmo
fundo de escavação. Pretende-se aprofundar o conhecimento sobre a utilização deste
equipamento relativamente a parâmetros, não só associados a características do equipamento e
sua operação mas também relativamente a propriedades e parâmetros de estado do material.

Com vista à concretização destes objectivos, o presente trabalho foi desenvolvido com base na
seguinte metodologia:

• Pesquisa bibliográfica, com o objectivo de aprofundar o conhecimento sobre a análise


estrutural de camadas de pavimento in situ, bem como, perceber qual o enquadramento do
deflectómetro de impacto ligeiro neste tipo de avaliações. Pesquisando que estudos
haviam sido efectuados até à data e quais as suas conclusões.

• Caso prático de estudo, com a realização de ensaios com recurso a dois deflectómetros de
impacto ligeiros de fabricantes diferentes, com posterior análise e interpretação dos
resultados obtidos.
No que diz respeito ao desenvolvimento do caso prático, pretendeu-se contribuir para os seguintes
objectivos mais específicos:
• Análise comparativa entre deflectómetros de impacto ligeiro de fabricantes diferentes.
• Análise da influência de aspectos de operação com influência na qualidade dos resultados,
como por exemplo o número de quedas da massa (força de impacto) associada a uma
estabilização dos resultados da deflexão.
• Análise da repetibilidade e reprodutibilidade entre equipamentos relativamente aos valores
de deflexão e de força de impacto.
• Análise do módulo de deformabilidade calculado para as condições de estado dos
materiais em estudo (estados hídrico e de compacidade).

1.3. Estrutura do trabalho 

A presente dissertação encontra-se dividida em cinco capítulos, que estão definidos como:

Capítulo 1: “Introdução” – Faz-se um enquadramento do tema em estudo, indicando os principais


objectivos, metodologia de trabalho e a sua estrutura.


 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
Capítulo 2: “Avaliação “in situ” do Comportamento Mecânico” – Neste capítulo caracteriza-se o
comportamento mecânico de camadas de pavimentos, indicando o modelo correntemente aplicado
na sua análise, e os equipamentos de auscultação in situ.

Capítulo 3: “Ensaios com o Deflectómetro de Impacto Ligeiro” – Trata-se de um capítulo onde se


pretende dar a conhecer o deflectómetro de impacto ligeiro, a sua história evolutiva e a norma
associada ao método de ensaio. É objectivo deste capítulo, de forma sucinta, explicar o processo
de montagem do equipamento e identificar as componentes que o integram.

Capítulo 4: “Caso Prático” – Neste capítulo dá-se a conhecer o caso prático de estudo, no qual se
realizaram ensaios com recurso a dois deflectómetros de impacto ligeiros de fabricantes diferentes.
Com os resultados obtidos, efectuou-se uma análise comparativa para as situações estudadas,
bem como, procurou avaliar-se a relação dos módulos de deformabilidade calculados com os
parâmetros de estado do solo (teor em água e baridade).

Capítulo 5: “Conclusões e Trabalhos Futuros” – No capítulo final são apresentadas as principais


conclusões a que se chegou com os ensaios práticos realizados, tentando com isso contribuir para
um maior conhecimento da utilização do deflectómetro de impacto ligeiro. Descrevem-se, ainda,
alguns trabalhos futuros que poderão ajudar ao aprofundamento do estudo iniciado com este
trabalho e da utilização deste equipamento.

   


 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
   


 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
2. Avaliação “in situ” do Comportamento Mecânico  

2.1. Características de Comportamento Mecânico 

A avaliação in situ das características do comportamento mecânico de camadas de pavimentos e


aterros, é fundamental no projecto de vias de comunicação. A análise estrutural da constituição de
um pavimento e respectiva fundação tem-se desenvolvido de forma a permitir o cálculo de tensões,
deformações e deslocamentos com uma maior aproximação ao comportamento real de uma
estrutura em serviço.

O comportamento mecânico das camadas de um pavimento é, assim, simulado com base em


modelos, onde os atributos para input são valores empiricamente obtidos, ou provenientes de
resultados de ensaios in situ e em laboratório.

Durante muito tempo, esta avaliação foi estabelecida pelo ensaio CBR – “California Bearing Ratio”,
que permitia avaliar a força necessária para fazer penetrar um cilindro de aço, até certa
profundidade e a determinada velocidade. A obtenção do CBR, medida indirecta da resistência do
solo, não representa no entanto com realismo o tipo de solicitações a que uma estrutura rodoviária
está sujeita em serviço. Por isso, houve a necessidade de desenvolver novas abordagens que
representassem melhor o comportamento de um pavimento sujeito ao rolamento de veículos. [1,2]

Actualmente, o projecto de pavimentos baseia-se na análise estrutural das camadas envolvidas,


através da caracterização das mesmas em termos do seu comportamento mecânico traduzido
pelos modelos mais adequados: comportamento elástico, comportamento elásto-plástico,
comportamento viscoso, comportamento visco-elástico, comportamento linear, comportamento não
linear. Outros modelos poderão ser estabelecidos de maior complexidade. No entanto, a prática
corrente de projecto tem privilegiado os modelos mais simples de comportamento, desde que
obviamente conducentes a soluções do lado da segurança, mas que se baseiam em parâmetros
simples e fáceis de obter em estudos de campo ou laboratoriais. É este o caso do comportamento
linear, simplesmente caracterizado por um módulo de deformabilidade e um coeficiente de
Poisson, ainda que associados a outros factores, como por exemplo o valor e frequência da força
aplicada, a temperatura, ou outros, para contemplar indirectamente comportamento não lineares
ou de natureza viscosa que caracterizam certos materiais [1].

Fazendo um pouco de história em modelos de comportamento simples, tem-se a primeira e mais


básica modelação associada à teoria de Boussinesq, desenvolvida em 1885, para o cálculo das
tensões verticais em função de cargas aplicadas num solo. No que respeita à distribuição de
tensões, esta teoria assume os pressupostos da análise elástica [1,3,4]:

• O material é homogéneo.


 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
• O material é isotrópico, possuindo as mesmas propriedades elásticas em qualquer
direcção.
• Cada camada é transversalmente infinita.
• As camadas podem ou não ser consideradas ligadas entre si e têm dimensão finita,
excepto a fundação.
• As tensões são caracterizadas pela constantes elásticas E (módulo de elasticidade) e
(coeficiente de Poisson).

Este modelo resulta do desenvolvimento de equações diferenciais para cargas aplicadas,


combinadas com a lei de Hooke, fornecendo as tensões a uma profundidade z e afastada da
vertical de aplicação da carga (figura 2.1) [5].

Figura 2.1 – Modelo de Boussinesq [6]

Assim, a tensão de contacto (σ(x,y)), pelo modelo elástico de Boussinesq, é função de elipsóides
que dependem da força de impacto aplicada no solo (P) e a da posição (x,y) (2.1 e 2.2) [4]. 

(2.1)

Estas aplicações de cargas obrigam o material a deformar-se. Como se considera o solo elástico,
este recupera da energia de deformação que lhe é aplicada. Daqui, resulta um parâmetro bem
conhecido na caracterização de materiais, designado por módulo de deformabilidade. Este, por sua
vez, é obtido com base na relação entre a tensão desviatória e a deformação recuperável (2.2) [7].


 
CONTRIBU
UIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO
U DO DEFLECTÓM
METRO DE IMP O 
PACTO LIGEIRO

 
 
MR = σd/εεr (2
2.2)

MR – Módulo Deforrmabilidade

σd – Tensão
T Desvia
atória

εr – Deeformação Reecuperável

O mó
ódulo de de
eformabilidad
de pode resu
ultar de enssaios de lab
boratório apliicados aos materiais,
ainda
a assim complexos pois está-se a fa
alar de ensaios triaxiais de
d carregam
mento cíclico,, pois são
os mais represen
ntativos do comportamen
c nto real à pa
assagem do tráfego. Noss casos de ensaios
e in
situ, com
c recurso a carregame
ento do pavimento, torna
a-se importan
nte ter em attenção que a medição
efectu
uada pelos equipamen
ntos provém
m de uma integração do registo
o do geofo
one para
deterrminação do pico da defflexão. Ora, o momento em que oco
orre a máxim
ma deflexão pode não
ser simultâneo
s com o pico máximo
m de carga
c devido
o a efeitos dinâmicos,
d ssendo que, a máxima
deflexxão pode inccluir uma parrte de deform
mação plásticca [8].

2  Avalia
2.2. ação “in siitu” da De
eformabillidade 

2.2.1. M
Metodologia de Avalia
ação

A defformabilidade, segundo Branco et al.


a [1], provém de uma deformação
d vvertical da superfície,
s
consiiderada com
mo a resposta do pavime
ento quando
o é submetid
do à aplicaçã
ão de uma carga em
deterrminadas con
ndições.

O valor dessa de
eformação é designado por deflexão
o e encontra
a-se represe
entado pela sua
s bacia
(figurra 2.2).

Fig
gura 2.2 – Ex
xemplo de bacias de deflexão [9]


 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
Estas representações gráficas, e principalmente o seu valor de pico são usados para a
caracterização da capacidade resistente de um material, sendo obtidos in situ, graças a ensaios de
carregamento do pavimento.

Os ensaios de carregamento são assim realizados com recurso a equipamentos específicos, que
se podem distinguir como destrutivos ou não destrutivos. Onde os primeiros implicam uma recolha
de amostra no local para posteriores ensaios em laboratório, enquanto os segundos baseiam-se
numa análise in situ e sem danificar o pavimento [2].

A classificação dos ensaios “in situ”, numa abordagem clássica, encontra-se divida em ensaios de
cargas rolantes ou pontuais, consoante a forma de aplicação da carga. No caso de equipamentos
de carga pontual, a força pode ainda ser aplicada de forma estática ou dinâmica [2]. Trata-se de
uma classificação que permite distinguir os equipamentos pela forma como transmitem forças ao
pavimento. Contudo, no presente documento efectua-se uma abordagem com base numa
perspectiva diferente relacionada com o carácter portátil do equipamento, a sua facilidade e
rapidez de manuseio e custo associado. Com base nisso, optou-se por uma classificação que os
distingue como pesados ou ligeiros.

Na análise das deformações de camadas de pavimentos é importante ter noção da ordem de


grandeza das deformações expectáveis, permitindo uma boa leitura in situ dos resultados. Assim,
em solos e materiais granulares de pavimentos, de estradas e auto-estradas, são esperadas
deformações na ordem dos 10-4, para fundações na ordem dos 10-2, sendo que nos aterros de
solos moles são de 10-1 [10]. É igualmente relevante percepcionar quais os factores que interferem
nas medições da deformabilidade, como o caso dos parâmetros intrínsecos do solo: granulometria,
características físicas e litológicas; os parâmetros de estado, como o estado de tensão,
compacidade e teor em água, ou ainda, o facto de se tratarem ou não de camadas homogéneas.

Apresentam-se, em seguida, exemplos de equipamentos utilizados neste tipo de análises.

2.2.2. Ensaios com Equipamentos Pesados

Entende-se por equipamento pesado todo aquele que necessita de veículo automóvel para
realização do ensaio ou para se fazer transportar em reboque. São equipamentos que produzem
elevadas cargas de impacto no solo, devido à sua capacidade de mobilização de forças. Existem
diversos instrumentos com estas características, dos quais se destacam:

a) Ensaio de Carga com Placa – carregamento estático.


b) FWD – Falling Weight Deflectometer – carregamento dinâmico.
c) Viga de Benkleman – carregamento quase-estático.


 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
d) Dynaflect – carregamento vibratório.

Tratam-se, assim, de ensaios que permitem a obtenção das bacias de deflexão de um pavimento
através de acções de carregamento diferentes. Da bibliografia consultada verificou-se que não
existe uma correlação única dos dados e resultados obtidos por eles.

a) Ensaio de Carga com Placa

O ensaio de carga com placa, ensaio estático, foi um dos primeiros métodos a surgir para a
medição de deformações em função de cargas aplicadas, tendo sido utilizado pela primeira vez em
1948 na avaliação dos aeroportos de Sarnia e Ottawa, no Canadá [11].

Na Figura 2.3 é possível visualizar um ensaio de carga com placa efectuado pelo GEAFA na Base
Aérea do Montijo para a obtenção da capacidade de carga da fundação de uma pista desactiva.

Figura 2.3 – Ensaio de carga com placa

De uma forma genérica, o equipamento consiste numa placa rígida circular que assenta
directamente no solo. A aplicação de carga é conseguida com um macaco hidráulico, tendo uma
célula de carga para medição da força aplicada e deflectómetros ou transdutores de deslocamento
para medição dos deslocamentos verticais. Na Figura 2.4, é possível verificar o esquema de um
ensaio de carga com placa estático.


 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 

Figura 2.4 – Esquema de Ensaio de Carga com Placa Estático [12]

O ensaio pode seguir por exemplo as normas ASTM D1196-93: Standard Test Method for
Nonrepetitive Static Plate Load Tests of Soils and Flexible Pavement Components, for Use in
Evaluation and Design of Airport and Highway Pavements e a ASTM D1195-93: Standard Test
Method for Repetitive Static Plate Load Tests of Soils and Flexible Pavement Components, for Use
in Evaluation and Design of Airport and Highway Pavements. Outras normas existem, como por
exemplo a norma francesa que permite obter módulos de deformabilidade na descarga, que se
podem associar para avaliar as condições efectivas de compactação da camada.

Como desvantagens do ensaio de carga com placa, apresenta o facto de ser trabalhoso e moroso,
bem como, de custo elevado [11]. Em consequência disso, encontra-se cada vez mais em desuso,
sendo substituído por ensaios mais práticos, simples e rápidos. Trata-se de um equipamento
pesado, na medida em que a realização do ensaio está depende do uso de um camião.

b) Ensaio de Carga com Deflectómetro de Impacto

O “Falling Weight Deflectometer” – FWD – conhecido na literatura portuguesa como deflectómetro


de impacto, é um equipamento cujo princípio de funcionamento (Figura 2.5) consiste na queda
deliberada de uma massa suspensa, sobre amortecedores de borracha, transmitindo impulso a
uma placa de carga que se encontra assente na superfície a ensaiar. Daqui, resulta a produção de
tensões e extensões relativamente comparáveis. O equipamento regista a deflexão originada por
meio de sensores, que deverão ser colocados ao longo da superfície da camada, obtendo assim, a
bacia de deflexão (linha de deslocamentos). [1]

10 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 

Figura 2.5 – Esquema de ensaio com deflectómetro de impacto [adaptado de 13]

O equipamento clássico, trata-se de um reboque que deverá ser atrelado a um veículo, como se
visualiza na Figura 2.6. No entanto, existem actualmente versões que incorporam o equipamento
no interior de carrinhas de dimensões adequadas.

Figura 2.6 – Deflectómetro de impacto [14]

O FWD trata-se de um ensaio não destrutivo, estando normalizado pela ASTM D4694 – “Standard
Test Method for Deflections With a Falling-Weight-Type Impulse Load Device”.

A placa de carga, tipicamente, tem diâmetro de 300 ou 450 mm, sendo que a força a aplicar
deverá, no mínimo, aproximar-se dos 65 kN. [15]

Existem diversos modelos de FWD, consoante as necessidades de carga a aplicar. A Dynatest, por
exemplo, dispõem de modelos como o 800E FWD com massas na ordem dos 50 a 350 kg
provocando forças de impacto entre os 7 e os 120 kN ou, para casos mais pesados, o 8081 com
massa entre os 200 e os 700 kg, provocando um impacto entre os 30 e os 240 kN [16]. Trata-se,
por isso, de um equipamento pesado para auscultação da capacidade resistente de pavimentos.
Este tipo de equipamentos mais pesado é útil na caracterização de pavimentos com maior
capacidade de carga, como é o caso de pavimentos de aeroportos.

11 
 
CONTRIBU
UIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO
U DO DEFLECTÓM
METRO DE IMP O 
PACTO LIGEIRO

 
 
Este ensaio apre
esenta como
o vantagens, o facto de ser rápido e com bom rrendimento. Contudo,
necesssita de ope
erador especializado para
a manuseam
mento, tendo um custo ellevado de aq
quisição e
com calibrações
c p
periódicas e especializad
das [5,13].

c Ensaio d
c) m Viga Benkleman
de Carga com

O ensaio com a utilização da


a Viga de Be
enkleman fo
oi desenvolvida em 1953
3 por A.C. Benkleman
[1], por
p ocasião de
d realização
o da pista exxperimental da
d WASHO, no oeste do
os EUA [11]. Trata-se
de um
m equipamen
nto destinado a medir a deflexão de um pavimen
nto, de forma
a quase está
ática, com
a aplicação de um
ma carga atrravés de um pneu de cam
mião [1]. O teste pode se
er efectuado de forma
conve
encional, com
m o veículo estático
e ou com
c leitura co
ontínua.

A vig
ga Benkleman é composta por um
ma parte fixxa, apoiada no pavime
ento, atravéss de pés
reguláveis e com uma viga móvel
m acupula
ada através de uma articculação. Num
ma extremida
ade fica a
ponta
a apalpadora
a (ou ponta de
d prova), em contacto ccom a superrfície (no ponto onde se pretende
medirr a deflexão
o) (Figura 2.7
7). No outro
o extremo é accionado um
u deflectóm
metro (ou tra
adutor de
ocamentos) que regista o movimento vertical.. A articulaçção entre o
deslo os braços permite
p o
movim
mento da vig
ga e divide-a
a em duas partes, onde a relação a//b é conhecid
da, sendo ge
eralmente
aço maior cerca de 2,4 metros
de ½, tendo o bra m de com
mprimento [1
1].

Figura 2.7 – Esquema


a do ensaio com a Viga Be
enkleman [11]

A viga é posicion
nada entre os
o pneus do rodado dupllo do eixo tra
aseiro do ca
amião (Figura
a 2.8), no
o onde se g
ponto gera a deflexxão máxima
a, sendo o camião
c padro
onizado com
m pneus calibrados à
presssão de 0,55 M
Mpa e carga de 80 kN. [1
11]

12 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 

Figura 2.8 – Ensaio com a Viga Benkleman [17]

O ensaio é pontual e tem como desvantagem o elevado de tempo de execução, o que não é
compatível com a execução de várias medições de deflexão [11]. Este ensaio, em desuso, tem a
desvantagem de ser realizado com o veículo de ensaio a baixa velocidade, o que não corresponde
às velocidades de circulação do tráfego actualmente.

d) Ensaio Dynaflect

O Dynaflect foi o primeiro aparelho disponível comercialmente a utilizar o modo dinâmico de


carregamento [11].

Trata-se de um equipamento para medição da deflexão num pavimento com a aplicação de uma
carga dinâmica (vibratória), através de rotação, a 480 rpm ou em 8 ciclos por segundo, de duas
rodas de aço, revestidas de borracha, distanciadas a 50,8 cm entre si. A deflexão é medida por
meio de 5 geofones.

O Dynaflect consiste numa unidade que deverá ser atrelada a um veículo (Figura 2.9), sendo que
este deverá disponibilizar uma bateria de 12 volt..

Figura 2.9 – Dynaflect [18]

13 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
O Dynaflect apresenta como principais desvantagens o facto de não permitir a variação da
frequência, nem do carregamento aplicado, bem como, o facto de não registar a deflexão
directamente no ponto de aplicação de carga [18].

2.2.3. Ensaios com Equipamentos Ligeiros

Entende-se por equipamento ligeiro todo aquele que seja facilmente transportável.

Os equipamentos ligeiros são ferramentas com um desenvolvimento recente. Embora não


substituam os ensaios com equipamento pesado, permitem no entanto uma avaliação também
adequada da deformabilidade de camadas de pavimentos, com um baixo custo associado.

Para o presente estudo, realizaram-se ensaios com recurso a um equipamento deste tipo,
nomeadamente o deflectómetro de impacto ligeiro – DIL.

O surgimento de equipamentos ligeiros ocorreu ainda antes do desenvolvimento do DIL, com


ensaios para medição da rigidez de solos in situ. São exemplos o Clegg Hammer, o Natural
Vibration Method, o Dynamic Cone Penetrometer ou, mais recentemente, o Soil Stiffness Gauge.

Como exemplos de equipamentos ligeiros apresentam-se:

a) Ensaio de Carga com Deflectómetro de Impacto Ligeiro


b) Ensaio com “Soil Stiffness Gauge”
c) Ensaio com “Dynamic Cone Penetrometer”

De acrescentar que, de uma forma geral, são equipamentos que necessitam apenas de um
operador e com poucas manutenções.

a) Ensaio de Carga com Deflectómetro de Impacto Ligeiro

O Deflectómetro de Impacto Ligeiro (DIL), conhecido na literatura estrangeira como Light Weight
Deflectometer (LFWD) ou como Portable Falling Weight Deflectometer (PFWD), é um ensaio
dinâmico de carga com placa, com um princípio de funcionamento idêntico ao FWD, onde a força
de impacto é gerada pela queda de uma massa sobre um sistema de amortecedores, transmitindo
impulso ao solo através de uma placa de carga.

Este equipamento diz respeito ao objecto de estudo da presente dissertação, pelo que será
explorado mais à frente com maior detalhe. As vantagens encontram-se associadas à sua
mobilidade, facilidade de transporte e possibilidade de realização de ensaios em locais de difícil
acesso, como trincheiras de escavação.

14 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
Devido às semelhanças de tipo de ensaio, vários estudos comparam resultados entre o DIL e o
FWD. Destaca-se o estudo de Kilvac et al. [19] onde o valor obtido de coeficiente de correlação
entre estes equipamentos foi de 0,50 a 0,86. Segundo estes autores, os valores do módulo de
deformabilidade obtidos, com recurso ao DIL, são superiores. A um resultado idêntico também
chegaram Steinert et al. [20].

No capítulo 3 encontra-se desenvolvido o estudo sobre este equipamento.

b) Ensaio com “Soil Stiffness Gauge”

O Soil Stiffness Gauge ou SSG, igualmente conhecido pelo nome de uma marca, a GeoGauge, é
um equipamento não destrutivo e não nuclear de medição da deformabilidade in situ de solos.

O GeoGauge (Figura 2.10) pesa cerca de 10 kg, tem 28 cm de diâmetro e 25,4 cm de altura. Trata-
se de um equipamento com um princípio de funcionamento diferente dos restantes apresentados,
visto que a deformabilidade da camada é avaliada através do recurso a impulsos estáticos [21]. 

Figura 2.10 – Soil Stiffness Gauge – GeoGauge [22]

Este equipamento encontra-se normalizado pela ASTM, com a norma D6758-02. O ensaio é rápido
de realizar, sendo que, em ambiente de obra, torna-se interessante porque também não provoca
interferência e/ou atraso com significado dos trabalhos [23].

O SSG dispõe de um vibrador que produz pequenas forças que são transmitidas à superfície a
ensaiar por meio de um anel. Registando as velocidades de deformação da superfície para
diferentes valores de frequência. O aparelho vibra em 25 tipos de frequências diferentes, que
oscilam entre os 100 e os 200 Hz.

A avaliação da deformabilidade com recurso a este método é influenciada por condições de


fronteira, especialmente pelas camadas subjacentes à superfície testada, bem como, a rigidez da
camada a ensaiar [23].

15 
 
CONTRIBU
UIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO
U DO DEFLECTÓM
METRO DE IMP O 
PACTO LIGEIRO

 
 
c Ensaio c
c) com Dynamiic Cone Pen
netrometer

O “Dyynamic Cone eter” – DCP - é um equiipamento qu


e Penetrome ue mede a ta
axa de pene
etração de
um martelo
m de 8 kg no solo. A penetração está relaciionada com a rigidez do solo, possib
bilitando a
relaçã
ão com o valor de CBR (California
( Be
earing Ratio)).

Foi desenvolvido
d o pela US Army
A Waterw
ways Experim
ment Station
n para avaliação das estradas e
aerop
portos do De
epartamento
o de Defesa.. O equipam
mento é simp
ples de usarr, contudo deverá ser
manu
useado prefe
erencialmente
e por duas ou
o três pesso
oas em conju
unto [24].

O ensaio encontrra-se regido pela norma


a ASTM D69
951-03: Stan
ndard Test M
Method for Use
U of the
Dyna
amic Cone P w Pavement Applicationss, e está rep
Penetrometerr in Shallow presentado na
n Figura
2.11.

Figura 2..11 – Dynamic Cone Penetrometer [ada


aptado de 25]

perador, no local de ensa


O op aio, deverá elevar o ma
artelo desliza
ante até ao manípulo, de
eixando-o
cair no
n momento
o do teste. A penetração a, para um determinado
o total obtida o número de
e ensaios,
registtada em mm
m/golpe, serviirá para cara
acterizar a rig
gidez do solo
o e estimar o CBR.

16 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
2.3. Conclusões  

A análise e avaliação dos materiais de camadas de pavimentos e aterros têm-se desenvolvido no


sentido de permitir medir e relacionar tensões, deformações e deslocamentos com uma
aproximação, cada vez maior, ao comportamento real do rolamento de veículos.

Existem diversos equipamentos que cumprem o objectivo da avaliação das características de


deformabilidade dos materiais. Foram descritos alguns, que apresentaram, em geral, diferentes
formas de aplicação de forças. Estes equipamentos foram distinguidos em pesados ou ligeiros,
consoante a sua facilidade de transporte e envergadura. Procurou-se abordar as vantagens e
desvantagens de cada um. 

No capítulo seguinte descreve-se com maior aprofundamento as características físicas e de


operação do deflectómetro de impacto ligeiro, intimamente relacionado com o tema e objectivo da
presente dissertação.

   

17 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
   

18 
 
CONTRIBU
UIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO
U DO DEFLECTÓM
METRO DE IMP O 
PACTO LIGEIRO

 
 
3. Ensaios c
E com o Defflectóme
etro de Im
mpacto Liigeiro 
3 Evoluçção histórrica 
3.1.

A primeira referê
ência a ensa
aios com o uso de um
m deflectóme
etro de impa
acto ligeiro, surge da
Dyna
atest, empressa dedicada à auscultaçã
ão de pavime
entos, que menciona
m a sua primeira versão
v de
DIL, como
c desenvolvida por volta
v dos ano
os 70 [26]. Posteriormen
P nte a isso, en
ncontram-se menções
ao DIL apenas a partir dos anos 90 onde, em 1991, foi desenvolvido na A
Alemanha o “German
Dyna earing Test” e na Filândiia o Loadma
amic Plate Be an. Em 1992, a “Loughbo ersity”, na
orough Unive
Inglatterra, desen o actual deflectómetro ligeiro, o “TR
nvolveu um protótipo do RL Foundatio
on Tester
T)” [27], que se
(TFT) s tratava de mento em tudo idêntico aos
e um equipam a deflectóm
metros actua
ais, com a
difere
ença de apre
esentar uma massa mais elevada da placa de carrga (Figura 3
3.1).

ndation Testter (TFT) [ad


Figura 3.1 – TRL Foun daptado de 28]

Historicamente, o desenvolviimento e o uso


u do defle
ectómetro de
e impacto lig
geiro são rec
centes. O
ensaiio com este
e equipamen
nto encontra
a-se normaliizado desde
e 2007, pela
a ASTM E2
2583-07 –
“Stan
ndard Method
d for Measurring Deflectio
ons with a Lig
ght Weight Deflectomete
D r (LWD)”.

Trata
a-se, assim, de um ensa
aio usado para
p avaliar a capacidad
de de carga e, indirecta
amente, a
qualid
dade da com d camadas de solo e bases granula
mpactação de das na construção de
ares, aplicad
os e pavimentos em viass de comunicação. O en
aterro nsaio não de
epende direcctamente da
a natureza
dos materiais, contudo,
c é conveniente ter-se a percepção
p g
genérica desstes para avaliar
a as
condiições de ensaio e a adequabilidade
e do equipam
mento pelass limitações resultantes de certas
caraccterísticas do
o mesmo, como adiante se
s verá.

Segu
undo a bibliog
grafia, o ensaio pode serr usado em ssolos granula
ares, não invvalidando a análise
a de
soloss finos e coe
esivos. Pode
e ser aplicado para determinar o mó
ódulo de defo
ormabilidade
e (E) com
es, tipicamente, entre os 15 e os 70/80
valore 7 MPa. P
Podendo, co
ontudo, ser p
possível med
dições do
módu
ulo superior a 120 MPa [2
29].

19 
 
CONTRIBU
UIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO
U DO DEFLECTÓM
METRO DE IMP O 
PACTO LIGEIRO

 
 
A durração do ensaio dinâmicco é definida
a pelo intervalo de temp
po entre o início e o pico
o da onda
gerad
da pela carg
ga (Figura 3.2), sendo que
q o valor do módulo de
d deformab
bilidade é ob
btido com
base na amplitud
de (smax) do assentamen
nto da placa
a de carga. As
A duraçõess mais comu
uns estão
preendidas e
comp em intervalo
os de tempo
o de 4 até 25 ms, qu
ue demonstrram uma ra
apidez de
execu
ução apreciá
ável, se comp
parado com outros ensaios [4,28].

Figura 3.2 - Sequê


ência temporral da força de
d impacto ex
xercida pelo DIP
D e assenta
amento gerad
do [28,30]

Segu
undo a Dynattest [26] a evvolução dos equipamento
os tem permitido a melho
oria dos resu
ultados do
ensaiio, traduzind
do-se em da
ados cada vez
v mais rea
alistas e fiávveis [26]. Na
a Figura 3.3
3 pode-se
visua
alizar a difere
ença das leituras efectua
adas inicialmente pelo DIIL, e aquelass que ele acttualmente
facultta.

Fiigura 3.3 – Ev
volução nos dados
d recolh
hidos em ensa
aios com o D
DIL [26]

O me
elhoramento do desemp
penho do eq
quipamento, bem como a possibilida
ade de realiização de
várioss ensaios nu
um curto esp
paço de tem
mpo e com u
uma boa velo
ocidade de o
obtenção de
e dados in
situ, fazem
f do DIL
L uma ferram
menta interesssante para uso
u em cená
ários reais de
e ambiente de
d obra.

20 
 
CONTRIBU
UIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO
U DO DEFLECTÓM
METRO DE IMP O 
PACTO LIGEIRO

 
 
 

3 Tipos  de Equipa
3.2. amentos  

O DIL, de uma m
maneira gera
al, apresenta
a-se com um
m formato estético
e e fun
ncional idêntico entre
fabriccantes. Actua
almente, e em
e versão co
omercial, enccontramos o “German D
Dynamic Platte (GDP)”,
o Loa
adman, o 30
031 LWD da
a Dynatest e o Prima 10
00 da Grontm
mij-Carl Bro, como send
do os DIL
mais referenciado
os.

uenas diferen
Pequ nças distingu
uem os equiipamentos, ccom excepçã man. Assim, optou-se
ão do Loadm
por dividir os tiposs de equipam
mentos em dois,
d nomead
damente:

a DIL Convvencional
a)
b Loadman
b) n

Apesar do conce
eito e funcion
nalidades se
erem idêntica
as, optou-se por esta differenciação devido
d ao
caráccter distinto que
q o Loadm
man apresentta em relação
o aos outross equipamenttos.

a DIL Conv
a) vencional

O defflectómetro de
d impacto ligeiro, no se
eu formato co
onvencional,, trata-se do equipamentto sobre o
qual este docume
ento incide. Nos capítulo
os que se seguem será explorado ccom maior precisão
p e
aque as sua
desta as componentes, montagem, factore
es que influ
uenciam as suas medições, bem
como
o, a análise
e de um ca
aso de estu o abordagem inicial,
udo prático.. Ainda asssim, e como
apressentam-se oss seus eleme
entos constittuintes (Figurra 3.4).

Figura
a 3.4 – Elementos constitu
uintes do DIL convenciona
al [adaptado de 28 e 30]

21 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
O DIL trata-se de um equipamento facilmente transportável, que se divide em peças quase sempre
singulares, e com uma montagem rápida e simples. Apresenta uma altura de cerca de 1,40 m, com
um peso aproximado a 20 kg e uma carga dinâmica entre os 15 e os 20 kN [26,31].

Pelo seu tamanho e fácil transporte, o equipamento permite, à partida, uma avaliação estrutural de
camadas em ambiente de obra, sem interferir com os trabalhos.

b) Loadman

O Loadman, representado na Figura 3.5, foi desenvolvido em 1991 pela Al-Engineering Oy da


Filândia [19,27]. O equipamento consiste num tubo metálico, em alumínio, com 1170 mm de
comprimento e 132 ou 300 mm de diâmetro, contendo uma massa livre de 10 Kg no seu interior, e
uma carga dinâmica até aos 23 kN [20].  

Figura 3.5 – Ensaio com o Loadman [23]

Durante o teste, o Loadman deverá ser inclinado de forma ao peso correr até se conectar a um
suporte electro-magnético. No local do ensaio, dever-se-á assentar o equipamento e pressionar o
botão existente na sua parte superior, de maneira a provocar a queda do peso sobre a placa,
medindo-se o deslocamento vertical provocado [32].

Segundo Kilvac et al. [19]  citando um estudo desenvolvido por Pidwerbesky, a correlação entre o
módulo de deformabilidade obtido com o Loadman e o DIL convencional é estabelecida pela
seguinte equação:

EDIL Convencional = 1,06 x ELoadman + 10 (3.1)

O deflectómetro Loadman, como os demais DIL, é facilmente transportável, não necessita de


calibração para solos diferentes e permite uma obtenção de dados in situ.

22 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
3.3. Apresentação dos equipamentos utilizados no estudo 

O presente estudo baseia-se na análise de dois deflectómetros de impacto ligeiros convencionais,


nomeadamente, o 3031 LWD da Dynatest, pertencente ao Instituto Superior Técnico e o Prima 100
LFWD da Grontmij-Carl Bro, propriedade do GEAFA.

Tratam-se de dois DIL convencionais, pelo que é por isso de esperar que possuam componentes e
especificações idênticas. Assim, pretende-se explorar as possíveis pequenas diferenças
existentes, e os efeitos que estas causam nos resultados de ensaios experimentais. É por isso
importante explorar o conteúdo destes equipamentos, tendo como base as especificações técnicas
indicadas pelas marcas.

3.3.1. 3031 LWD – Dynatest

Por volta dos anos 70, a Dynatest apresentou o seu primeiro DIL como uma nova forma de
determinar o módulo de deformabilidade de agregados de pavimentos. Os avanços tecnológicos
recentes, levaram a marca a redesenhar o equipamento inicial, melhorando e actualizando-o.
Assim, a Dynatest ao lançar o modelo 3031 LWD (Figura 3.6), fê-lo com algumas novidades em
relação a versões anteriores, como por exemplo [25]:

• O equipamento foi redesenhado, tornando o seu uso mais cómodo e prático.


• O sistema de amortecedores foi desenvolvido para optimizar o impulso de carga,
permitindo uma maior facilidade na configuração para massas diferentes, sem a
necessidade de ferramentas adicionais.
• O geofone central contém um mecanismo que permite assegurar a sua verticalidade e
posicionamento.
• O sistema de placa dupla foi desenvolvido de forma a permitir o uso de duas placas de
carga num mesmo ponto sem remoção do equipamento.
• Introdução do programa LWDmod, baseado no Elmod usado nos ensaios com o FWD.
Este programa calcula o módulo de deformabilidade.

23 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 

Figura 3.6 – Ensaio com o DIL 3031 LWD da Dynatest 

O DIL subdivide-se em peças quase sempre singulares, sendo rápida a sua


montagem/desmontagem. Esta particularidade, associada a um peso standard de 22 Kg,
constituem as suas grandes vantagens.

No que respeita ao equipamento standard, deverá conter as seguintes componentes:

• Unidade principal com célula de carga, módulo electrónico com compartimento para
bateria.
• Placas de carga com diâmetros variáveis.
• Membrana de borracha de 300 mm de diâmetro.
• Haste guia de queda do peso, parte superior e inferior.
• Manípulo gatilho.
• Massa móvel (10 kg).
• Sensor de deformação (geofone).
• CD de Software.
• Carregador para a bateria (AA, RC6) e 4 baterias recarregáveis.
• Amortecedores.

Podem ainda ser adquiridos equipamentos adicionais, tais como:

• Geofones adicionais.
• Mala de transporte.
• Mala de transporte para equipamento opcional.
• Massa móvel adicional (5 e 10 Kg).
• Carrinho de transporte.

24 
 
CONTRIBU
UIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO
U DO DEFLECTÓM
METRO DE IMP O 
PACTO LIGEIRO

 
 
Na Figura 3.7a, encontra-se
e o deflectómetro desmon
ntado e divid
do nas suas componente
es, com a
respe
ectiva corresspondência no
n Quadro 3.1, o na Figura 3.7b se pode visualizar algum do
3 enquanto
equip
pamento adiccional.

    

a) DIL divid
dido em peçass singulares b) Mala e carrinho de trransporte

Figura 3.7 – Componentes do DIL 3031 LWD da


d Dynatest

Qu escrição das componente


uadro 3.1 - De es do DIL 303
31 LWD da Dy
ynatest

Componente Deesignação
Fun
ncionalidade
e
1 H
Hastes
H
Hastes metálicas por on nde desliza a massa du urante o enssaio, parte superior
s e
in
nferior;
2 U
Unidade Prin ncipal
E
Elemento fulccral do DIL, onde
o constam o módulo electrónico, de recepção o, recolha
e envio de daados, e o geoofone central;
3 A
Amortecedores
E
Elementos so obre os quaiss a massa caai, amortecen ndo a sua quueda;
4 M
Massa Móve el
M
Massa móvell de 10 kg;
5 R
Rosca
P
Permite fixar o manípulo gatilho
g na alttura de quedda pretendida
a;
6 M
Membrana de d Borracha de 300mm
M
Membrana qu ue ajuda a gaarantir um m
melhor contaccto da placa com o terrenno;
7 M
Manipulo Ga atilho
D
Dispõem de um íman na base, ao a qual se conecta a massa mó óvel, para
p
posteriormente ser deixad da cair da alttura pretendiida;
8 P
Placa de Carrga
P
Placa de cargga de 300 mm;
9 G
Geofones Ad dicionais
D
Dois geofonees adicionais, inseridos numa calha metálica
m grad
duada;

A tra
ansmissão dos dados do
os ensaios ocorre via ligação Blue
etooth a uma
a PDA, sendo que a
Dyna
atest fornece software pró
óprio, com viista ao armazzenamento e tratamento
o de dados in
n situ.

25 
 
CONTRIBU
UIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO
U DO DEFLECTÓM
METRO DE IMP O 
PACTO LIGEIRO

 
 
Este equipamento
o adquirido pelo
p Instituto
o Superior Té
écnico, para além das co
omponentes standard,
tem disponível
d um
ma PDA HP iPAQ hx2400
0, bem como
o, todas as componentes
c s adicionais.

3.3.2. P
Prima 100 LFWD
L – Grrontmij-Carrl Bro

As ca
aracterísticass e compon
nentes, do Prima
P 100, d
da Grontmij--Carl Bro, sã
ão idênticas ao 3031
LWD. Este fabrica
ante desenvvolveu o equiipamento a p
partir de 1997, inicialmen
nte apresenta
ado como
um protótipo,
p su
urgindo na sua
s versão completa e final em 1999.
1 A Fig
gura 3.8 mo
ostra este
equip
pamento em operação du
urante um en
nsaio.

Figura 3.8 - Ensaio com o DIL Prima 100 

De uma forma ge
eral, o Prima 100 e o 3031
3 LWD são idênticoss. É por isso
o natural que
e as suas
comp
ponentes sejam semelha
antes em forrmato, núme
ero e função. Na Figura 3.9 e no Qu
uadro 3.2,
encon
ntram-se as componente
es em que se
e decompõe o Prima 100
0.

F
Figura 3.9 – Componentes
C s do DIL Prim
ma 100

26 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
Quadro 3.2 - Descrição das componentes do DIL Prima 100

Componente Designação
Funcionalidade
1 Haste
Hastes metálicas por onde desliza a massa durante o ensaio, parte superior e
inferior
2 Unidade Principal
Elemento fulcral do DIL, onde constam o módulo electrónico, de recepção e
armazenamento de dados, e o geofone central
3 Amortecedores
Elementos sobre os quais a massa cai, amortecendo a sua queda
4 Massa Móvel
Massa móvel de 10 kg
5 Placa de Carga
Placa de carga de 300 mm
6 Módulo Wireless
Módulo para ligação Bluetooth com PDA, com função de envio de dados

A Carl Bro disponibiliza ainda equipamento adicional, como acontece com o Dynatest,
nomeadamente, geofones adicionais, massas móveis extra, mala e carrinho de transporte.

De acrescentar que, na sua versão inicial, os dados eram transferidos apenas para computador
portátil, contudo, na mais recente actualização do equipamento foi incorporado um dispositivo
wireless para ligação bluetooth, trazendo consigo ainda mais vantagens no que respeita a
mobilidade e facilidade de uso.

O Prima 100 utilizado pertence ao GEAFA e tem disponível uma PDA Trimble Juno Series.

3.4. Comparação dos Equipamentos  

Um dos pontos fortes do deflectómetro de impacto ligeiro é a sua forma simples de funcionamento
na realização do ensaio.

Reserva-se para os respectivos manuais de instruções, uma descrição pormenorizada e exaustiva


da forma de funcionamento dos equipamentos, contudo, e para que se possa efectuar uma análise
comparativa dos DIL em questão, destacam-se algumas das componentes, as diferenças entre
elas, formas de funcionamento e software utilizado.

Para que o presente documento cumpra o objectivo de contribuir para o uso deste equipamento,
torna-se imprescindível dar a conhecer de forma simples, o processo de montagem do DIL, bem
como, a realização do ensaio com este.

27 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
3.4.1. Montagem do DIL

O processo de montagem do DIL é rápido de executar e padronizado. Apresenta-se, em seguida, a


montagem do DIL 3031 LWD, de forma genérica, salvaguardando-se, posteriormente, as
diferenças existentes em relação ao Prima 100.

O processo de montagem é o descrito seguidamente:

• Começa-se por colocar a placa de carga sobre a membrana de borracha de 300 mm de


diâmetro (Figuras 3.10a e 3.10b). No caso de inexistência da membrana, a placa deverá
ficar assente directamente sobre a superfície a ensaiar.
• Sobre a placa de carga, fazer assentar a unidade principal do DIL (Figura 3.10c), com a
agulha a indicar a placa de 150 mm (Figura 3.10d).
• O encaixe da unidade principal é feito por rotação (Figura 3.10e). Para tal, gira-se a
unidade de forma a ficar seleccionada a placa de 300 mm (Figura 3.10f). Após o encaixe
realizado, poder-se-á seleccionar o diâmetro de placa pretendido para o ensaio.
• Prossegue-se com a ligação da haste inferior à unidade principal, como se visualiza na
Figura 3.10g.
• Adiciona-se, em seguida, os amortecedores (Figura 3.10h). No 3031 LWD existem
diferentes combinações de amortecedores, consoante o peso da massa de queda, pelo
que se aconselha a consultar o respectivo manual de instruções.
• À semelhança dos amortecedores, a massa é introduzida por deslizamento pela haste;
• Conecta-se a parte superior à inferior da haste.
• Introduz-se o manípulo gatilho, enroscando-o na altura de queda pretendida.

Assim, após este procedimento o DIL estará montado e pronto a estabelecer ligação com o
aparelho de recolha de dados.

A montagem do Prima 100 apresenta ligeiras diferenças em relação ao 3031 LWD, isto porque, a
ligação da placa de carga à unidade principal é efectuada por aparafusamento, pelo que, dever-se-
á escolher logo à partida o diâmetro de placa pretendido. Existe, ainda, diferença na aplicação dos
amortecedores que, neste caso, é realizada por enroscamento destes.

28 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
3.4.2. Especificações

Neste capítulo pretende-se dar a conhecer as especificações técnicas dos deflectómetros usados
no caso prático. Assim, no Quadro 3.3 expõem-se as características de cada um deles, com base
nas informações disponibilizadas pelos fabricantes.

Quadro 3.3 – Especificações técnicas do 3031 LWD e do Prima 100

Dynatest 3031 Prima 100 LFWD


LWD
Dimensões
Altura Equipamento (m) 1,38 1,28
Peso (equip. standard) (kg) 22 17
Massa Móvel (standard) (kg) 10 10
Massas Móveis adicionais (kg) 5 - 10 5 - 10
Massa Móvel Máx. (kg) 20 20
Altura Queda Máx. (cm) 85 85

Características da Carga
Diâmetro da Placa (mm) 100 – 150 – 300 100 – 200 - 300
Gama de Carga (kN) 1 a 15 (> 15 com 1 a 15
massa móvel
máx.)
Duração do Impulso de Carga (ms) 15 a 30 15 a 25
Forma do Impulso essenc. Semi- essenc. Semi-
sinusoidal sinusoidal
Tempo de Ascenção * Aprox. 8 mseg

Célula de Carga
Exactidão (kPa) 2%± 2 1%± 1
Precisão/Resolução (kN) 0,0003 0,1
Alcance (kN) 0-25 *
Frequência de Alcance (Hz) * 0-400

Sensor de Deflexão
Tipo de Sensor Geofone Geofone
Número 1a3 1a3
Gama de medida (µm) 2200 2200
Frequência de Amostragem/Gama de Frequência (Hz) 4 000 0,
2 – 300
Período de Amostragem (ms) 60-120 *
Exactidão (µm) 2%± 2 ±2%
Resolução (µm) 0,1 1
* Valores não indicados nas especificações técnicas dos respectivos equipamentos

A norma ASTM indica valores mínimos, que os equipamentos devem cumprir, em algumas das
suas características, nomeadamente, na célula de carga que deverá ter uma precisão de ±0,1 kN,
e no sensor de deflexão, que deverá cumprir como requisito, uma precisão de ±2 µm. Em ambos
os casos, a exactidão deverá ser de ± 2% [33].

30 
 
CONTRIBU
UIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO
U DO DEFLECTÓM
METRO DE IMP O 
PACTO LIGEIRO

 
 
3.4.3. P
Placa de Ca
arga

Os eq
quipamentoss dispõem de
e sistemas de
d placa de ccarga diferen
ntes, onde o 3031 LWD apresenta
a
um sistema de placa dupla, que
q permite a troca de d
diâmetros (F
Figura 3.11), entre 150 e 300 mm,
sem que amento seja removido do
q o equipa o local de ensaio.

Figura 3.11 – Sistema


S de mudança
m de p
placa de carga
a do DIL 3031
1 LWD

No Prima
P 100, a mudança de
e placa ocorrre por meio de aparafus
samento (Fig
gura 3.12). Este
E facto,
torna o processo mais moroso
o e menos prático de exe
ecutar.

Figu
ura 3.12 – Sis
stema de mud
dança de plac
ca de carga do
d DIL Prima 100 [30]

Os eq
quipamentoss disponibilizzam placas com
c três diâmetros distin
ntos: ambos têm placas de 100 e
300 mm,
m sendo o diâmetro in
ntermédio de para o 3031 LWD e de 2
e 150 mm p 200 mm para
a o Prima
100.

nto à escolha
Quan a do diâmetrro a utilizar em
e ensaios, está
e depend
dente da capacidade de carga
c das
cama
adas do pavimento ou da
a fundação. Tendencialm
T mente, nos ca
asos de capa
acidade de ca
arga mais
eleva
ada, deverá ser
s utilizada a placa com
m menor diâm
metro, de forrma a privile
egiar a mobilização de
evados). Na fundação, poderá ser
uma resposta esttrutural dos materiais (níveis de tenssão mais ele
ada a placa de maior diâ
utiliza âmetro (300 mm), pois é suficiente aplicar
a um níível de tensã
ão menor,
mas envolvendo
e o maior bolb
bo de tensões
s possível em
m profundida
ade.

31 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
3.4.4. Sistema de Amortecedores

O sistema de amortecedores, conhecido na literatura inglesa como “Buffers”, é uma das


componentes onde existe maior distinção entre os modelos.

Os DIL apresentam diferenças na forma, no sistema de aplicação e nos materiais que constituem
os amortecedores. Assim, o 3031 LWD dispõem de um sistema de amortecedores amovível
(Figura 3.13a), com 4 almofadas diferentes que se devem conjugar consoante o peso a usar no
ensaio. No caso do Prima 100, o sistema é fixo (Figura 3.13b), podendo alternar-se apenas entre
dois tipos, com maior ou menor rigidez.

a) 3031 LWD b) Prima 100

Figura 3.13 - Sistema de amortecedores dos DIL

Os amortecedores são cruciais no desempenho do equipamento num ensaio, podendo, por isso,
afectar os resultados obtidos. Um dos factores que, segundo os fabricantes, está dependente do
sistema de amortecedores, trata-se da capacidade do DIL gerar forças de impacto e do tempo de
retorno do ensaio.

3.4.5. Componentes adicionais: Massas e geofones

Os dois modelos de DIL utilizados têm disponível componentes adicionais, para além do
equipamento standard.

São, assim, consideradas componentes adicionais as massas extra de 5 e 10 kg, que se podem
anexar à massa standard, aumentando o peso de queda e implicando uma maior força de impacto.

A massa a usar num ensaio fica dependente da pressão que se pretende atingir, sendo por isso
um critério do operador. Existe uma recomendação da Dynatest, a respeito das pressões a aplicar
consoante o tipo de material, que se apresenta no Quadro 3.4.

32 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
Quadro 3.4 - Pressão aconselhada a aplicar, pela Dynatest, no decorrer de um ensaio, consoante o tipo
de camada [25]

Tipo de Camada Pressão (kPa)

Bases granulares 200 - 300

Sub-bases 100 - 200

Camadas rígidas 50 - 100

Camadas flexiveis 10 - 60

Outras componentes extras tratam-se dos geofones adicionais. São, no total, dois geofones
inseridos numa calha (Figura 3.14), com possibilidade de variação da distância entre eles, mas
estando fixa a distância à unidade principal, em 30 cm.

Figura 3.14 – Verificação da distância entre os geofones adicionais e a unidade principal

No caso de estudo apresentado neste documento, as componentes adicionais usadas foram as


massas extra.

3.4.6. Conexões e Software

No decorrer dos ensaios é imprescindível ter-se um equipamento para armazenamento dos dados
obtidos in situ. Nos deflectómetros em estudo, a recolha de dados é processada por um
“smarthphone” (PDA), que estabelece uma conexão “bluetooth” com o DIL.

O 3031 LWD possui um módulo electrónico associado à unidade principal, e que se representa na
Figura 3.15.

33 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 

Figura 3.15 – Módulo wireless do DIL 3031 LWD

Este módulo envia a informação recolhida dos ensaios para uma PDA, que por sua vez, deverá
conter previamente instalado um software específico para o efeito.

Os DIL apresentam software diferente mas, com funcionalidades, finalidades e output’s em tudo
semelhantes.

No caso do Dynatest, o programa para a PDA denomina-se “LWD 3031”, cujo screen se pode
visualizar na Figura 3.16.

Dados do geofone: Registos do


distância ao centro de sensor de carga
deflexão, deformação
registada e cálculo do
E

Barra de
Navegação
Área do gráfico
de deflexão e
pressão

Figura 3.16 – Screen do programa LWD 3031 [adaptado de 25]

Após a execução de um ensaio, as diferentes células ficam devidamente preenchidas (Figura


3.17).

34 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 

Figura 3.17 – Exemplo da informação, in situ, do LWD 3031 [25]

Como se pode verificar, o programa traça instantaneamente o gráfico de deflexão, indica a força de
impacto, a pressão exercida, o valor de deformação e calcula o módulo de deformabilidade
correspondente. Este cálculo baseia-se na fórmula de Boussinesq, considerando a placa flexível e
um coeficiente de Poisson de 0,35.

No caso do DIL da Carl Bro, o módulo electrónico da unidade principal possui entradas para
ligação a computador portátil ou, caso se adquire o equipamento adicional, a uma antena wireless,
como na Figura 3.18.

Figura 3.18 – Antena Wireless Prima 100 [30]

Assim, é possível transferir os dados dos ensaios para uma PDA, melhorando as condições de
transporte e de uso.

O programa que a Carl Bro fornece para o Prima 100, apesar de ter um layot diferente do “LWD
3031”, recolhe e fornece o mesmo tipo de informação, permitindo uma análise instantânea no local
de ensaio. Como se verifica na Figura 3.19, o programa permite visualização do gráfico de

35 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
deflexão, indica a força de impacto, a pressão exercida, o valor de deformação e calcula o módulo
de deformabilidade correspondente, com base nos mesmos pressupostos que o programa anterior.

Figura 3.19 - Informação in situ do Prima 100 [30]

Ao contrário do que acontece no “LWD 3031”, este programa possibilita a edição de parâmetros,
como o caso do coeficiente de Poisson, do factor de distribuição de pressão e permite ainda definir
o tempo de retorno do ensaio.

3.4.7. Calibração

O deflectómetro de impacto ligeiro, tal como qualquer um dos outros equipamentos mencionados
neste trabalho, necessita de calibrações das suas componentes, contudo, tratam-se de
procedimentos simples.

Assim, as verificações a efectuar segundo a norma ASTM são [33]:

• Sensor de deflexão (geofone) – calibrar o sensor, uma vez por ano, de acordo com as
indicações do fabricante.
• Dispositivo gerador de força (massa, haste guia e unidade principal) – efectuar cinco
quedas, verificando as diferenças de forças de impacto atingidas, a variação não deverá
ser superior a 63% entre elas. Caso se supere esta tolerância, a altura de queda, a limpeza
do local de ensaio e do equipamento, bem como, o sistema de amortecedores, devem ser
verificados.
• Placa de carga – seguir as recomendações dos fabricantes, visto variar consoante a
marca.

36 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
3.4.8. Realização do Ensaio

Com o equipamento devidamente montado e após garantir que as conexões bluetooth entre o DIL
e a PDA se encontram configuradas1, a realização do ensaio decorrer de forma padronizada,
independentemente da superfície a testar.

Relativamente à realização do ensaio, a norma ASTM indica o seguinte procedimento [33]:

• Posicionar o equipamento no local de teste, garantindo uma superfície plana e lisa,


removendo-se possível material granular solto.
• Colocar, sobre a superfície, a placa de carga e o geofone central (que se encontra
associado à unidade principal), assegurando que se encontram bem assentes.
• Levantar a massa móvel até à altura pretendida, posteriormente dever-se-á deixá-la cair
livremente.
• Executar o procedimento anterior, pelo menos duas vezes, e comparar os resultados.

Na Figura 3.20 demonstra-se a sequência de queda durante um ensaio realizado pelo autor com o
3031 LWD da Dynatest.

Figura 3.20 – Sequência de queda da massa no decorrer de um ensaio com 3031 LWD

O procedimento de ensaio trata-se de um aspecto comum aos dois equipamentos, sendo


partilhadas as recomendações e indicações normativas. Assim, segundo os manuais de instruções,
dever-se-á ter em conta que:

• O ensaio deverá ser repetido até que os resultados mostrem consistência de um ensaio
para o outro.
• É recomendável centrar regularmente o geofone, principalmente se os dados recolhidos
entre ensaios forem díspares.
                                                            
1
 Consultar manuais de instruções dos equipamentos 

37 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
Os fabricantes aconselham ainda, a que se faça um número de ensaios que se achar conveniente,
usando pesos diferentes e o maior número de quedas possível ou até que os resultados da
deflexão sejam estáveis. Ao longo dos ensaios dever-se-á verificar regularmente se as
componentes essenciais do equipamento se mantêm sem sujidade.

Da norma ASTM [33] e das disposições normativas do INIR [34], destacam-se as seguintes
situações a ter em consideração:

• Os ensaios de carga não deverão ser realizados em caso de precipitação.


• Não deverão ser realizados ensaios em superfícies irregulares ou onde a água se encontre
estagnada.
• Dever-se-á ter em atenção o contacto total da placa de ensaio e dos geofones com a
superfície do pavimento. Caso seja necessário, dever-se-á criar uma almofada de areia, de
espessura muito delgada, para regularizar a superfície de contacto da placa e dos
geofones, garantindo um contacto uniforme da placa de carga com o solo.
• Caso haja deslocamento lateral da placa, devido ao impacto da queda da massa, esse
resultado não deverá ser contabilizado.
• A pendente da área de ensaio não deverá ser superior a 6%.

3.5. Interpretação dos Resultados dos Ensaios 

3.5.1. Factores que Influenciam os Resultados

De uma forma geral, pode-se dividir os factores que influenciam os resultados em dois grupos, um
relacionado com as condições da camada a ensaiar e outro com o equipamento em si. Assim, no
que respeita a factores externos ao uso do deflectómetro, a medição da deflexão poderá ser
afectada por [11]:

• Factores ambientais, tais como, a temperatura e a humidade.


• Espessura e posição das camadas.
• Teor em água e compactação dos materiais.
• Tipo de materiais que constituem as camadas.

Quanto aos factores relacionados com o equipamento, e excluindo à partida um uso indevido do
DIL, estão relacionados com:

a) Contacto da placa de carga e geofone central.


b) Tipo de sistema de amortecedores.
c) Tempo de retorno dos resultados.

38 
 
CONTRIBU
UIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO
U DO DEFLECTÓM
METRO DE IMP O 
PACTO LIGEIRO

 
 
O pesso e o tipo de carregame
ento têm igua
almente influ
uenciam no re
esultado.

De uma forma ge
eral, estes são
s factores controláveiss, cujos desvvios na mediição são min
nimizados
com uma correctta compreen
nsão do funccionamento do equipamento e uma boa leitura visual do
local a ensaiar.

a Contacto
a) o da Placa de
d Carga e Geofone
G Cen
ntral

De fo
orma a garan
ntir uma obte
enção de dad
dos com um mínimo de desvios,
d o ge
eofone centrral deverá
estar bem posicio
onado e cen
ntrado. O 3031 LWD posssui um man
nípulo que p
permite repos
sicionar o
geofo
one caso os resultados se revelem diiferentes do esperado (Figura 3.21).

Fig
gura 3.21 – Ma
anípulo de re
eposicioname
ento do geofo
one central do 3031 LWD

Antess de efectua
ar, pelo men
nos, a prime
eira queda num
n local de teste, con
nvém pressio
onar este
manípulo, assegu
urando que o geofone se
e encontra co
onvenientem
mente assentte. Este proc
cedimento
pode ser realizado igualmente
e entre testes.

É imp
prescindível garantir um total contaccto da placa e do geofon
ne com a su
uperfície a estudar.
e O
Prima
a 100 não apresenta este
e mecanismo, mas é importante
e que ao lo
ongo dos en
nsaios se
confirrme o posicio
onamento da
a placa e do geofone.

Uma forma de asssegurar o to


otal contacto da placa de
e carga com a superfície a ensaiar, co
omo já foi
referido, é a colo
ocação de uma
u camada
a de areia d
de forma a uniformizar a superfície a testar.
Segu nvolvido por Fleming et al. [8], a colocação
undo um esstudo desen o de material, para
homo
ogeneizar a superfície, revelou-se ajustado
a às necessidade ardando os casos de
es, salvagua
coloccação excesssiva de areia
a.

O con
ntacto da pla
aca com a su
uperfície a ensaiar
e ue influencia os dados
é um factor imporrtante, porqu
obtido
os, alterando
o os valoress de deforma
ação registad ndo distorcerr a bacia de deflexão.
dos e poden
Na Fiigura 3.22 visualiza-se o aspecto de uma bacia d
de deflexão perfeita.
p

39 
 
CONTRIBU
UIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO
U DO DEFLECTÓM
METRO DE IMP O 
PACTO LIGEIRO

 
 

Figura 3.22 – Bacia de deflexão perfeita [ada


aptado de 8]

No ca
aso de ensa
aios de repettibilidade, e dependendo
o do material em análise
e, poderá oco
orrer uma
comp
pactação do solo com a energia do ensaio, dimiinuindo a de
eformação re
egistada ao longo
l das
sucesssivas aplica
ações de ten
nsão. Esse comportame
c nto terá, à partida,
p uma sequência de
d bacias
de de
eflexão como
o as apresen
ntadas na Fig
gura 3.23.

Figura 3.23 – Bacias de


e deflexão co
om diminuiçã
ão da deforma
ação registad
da [adaptado 8]

Existe
e ainda a possibilidade
p da bacia de
d deflexão se apresentar como na
a Figura 3.2
24, sendo
resulttado de um ressalto da placa
p de carrga no mome
ento da qued
da do peso ou,
o eventualm
mente, no
caso de solos mu
uito saturados, onde ocorrre o fenóme
eno do seu le
evantamento.

Figu
ura 3.24 – Bac
cia de deflexã
ão com ressa
alto da placa de
d carga [ada
aptado 8]

40 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
De forma geral, importa assinalar que um posicionamento errado da placa de carga ou do geofone,
pode traduzir-se em medições débeis. Tratam-se, assim, de erros associados a uma utilização
incorrecta do equipamento, podendo ser evitados.

b) Sistema de Amortecedores

A escolha do sistema de amortecedores depende, logo à partida, da capacidade da aplicação de


carga que se pretende atingir, visto que, segundo Thom et al. [35], a rigidez dos amortecedores
contribui para uma maior ou menor capacidade de aplicação de tensão pelo equipamento. No seu
estudo, concluiu que o uso de amortecedores mais rijos provoca a redução do tempo de aplicação
da carga máxima, aumentando a força de impacto, que resulta num módulo de deformabilidade
superior. Por outro lado, no caso de amortecedores com menor rigidez, ocorreram alterações no
tempo de pico de carga, reduzindo a capacidade de aplicação de força, contudo, com pouca
alteração no valor do módulo de deformabilidade.

Importa ainda considerar, que este sistema pode ser afectado pela variação de temperatura,
segundo Fleming et al. [8], que concluíram que a uma temperatura mais elevada, os
amortecedores terão tendência a tornar-se menos rijos, razão pela qual, no estudo indicado,
ocorreu um aumento do tempo de retorno do ensaio, de 18 para 20 milissegundos. [8]

De acrescentar que segundo o representante do Prima 100, o sistema de amortecedores usado


por este equipamento, permite atingir um impulso de carga superior ao 3031 LWD, chegando aos
17 kN com massa de queda de 15 kg e aos 22 kN com massa de 20 kg. Para o 3031 LWD, a
Dynatest indica o valor máximo de carga de 15 kN, com o peso de queda de 20 kg.

c) Tempo de Retorno

Num ensaio com o DIL o tempo de retorno expectável, segundo a Dynatest [26], estará entre 15 e
25 ms, contudo, a norma ASTM [33] refere um intervalo com valores superiores, entre 20 e 40 ms.

Thom et al. [35] estudaram o efeito das alterações do tempo de retorno nos resultados obtidos,
concluindo que quando mais baixo for o tempo, maior será o módulo de deformabilidade.

O tempo de retorno é influenciado pelo sistema de amortecedores escolhidos, onde amortecedores


mais rijos implicam uma redução no intervalo.

3.5.2. Cálculo do Módulo de Deformabilidade

A análise da deflexão de um pavimento ou camada granular tem-se tornado uma das principais
formas de avaliação da sua capacidade estrutural.

41 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
A medição da deflexão de uma superfície permite, a obtenção do módulo de deformabilidade, que
serve como indicador da capacidade resistente. O seu cálculo pode ser efectuado por retro-
análise, envolvendo uma análise em software apropriado e com recurso a valores de comparação
ou, considerando a bibliografia consultada, através das seguintes fórmulas, onde se assume o
meio homogéneo, elástico e linear. Assim, a equação (3.2) destina-se à obtenção do módulo de
deformabilidade em casos de ensaios com recurso ao geofone central, sendo a equação (3.3)
destinada a resultados de ensaios onde se utilizem geofones adicionais, distanciados do ponto
central de impacto.

(3.2)

(3.3)
.

Onde:
E – Módulo de Deformabilidade (MPa)
Er – Módulo de Deformabilidade à distância r do centro (MPa)
A – Factor de rigidez da placa de carga; A=2 – placa flexível, A=π/2 – placa rígida
P – Pressão de contacto (kPa)
dr – Deflexão registada no geofone central (mm)
a – Raio da placa de carga (mm)
r – Distância do sensor ao centro (mm)
– coeficiente de Poisson

No Quadro 3.5 apresentam-se os coeficientes de Poisson aconselhados consoante o tipo de


material a ensaiar. Contudo, o manual do Prima 100 indica os seguintes valores do coeficiente:
0,15 para camadas de pavimentos em materiais betuminosos ou de betão e 0,35 para camadas de
areias e bases granulares.

Quadro 3.5 - Coeficientes de Poisson aconselháveis consoante o material a ensaiar [36]

Material Coeficiente de Poisson

Argilas saturadas 0,50

Argila arenosa ou siltosa 0,20 – 0,40

Areia solta 0,40

Areia densa 0,2 – 0.45

42 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 

No caso prático apresentado, o cálculo do módulo de deformabilidade foi efectuado com base na
expressão atrás indicada. Contudo, em casos de pavimentos com várias camadas, dever-se-á
aplicar a retro-análise, onde a interpretação dos resultados ocorre por análise de bacias de
deflexão. Nesta análise é necessário ter conhecimento da carga aplicada, das características do
tipo de material presente, das espessuras das camadas e da gama de valores de módulos de
deformabilidade dos materiais. Esta análise tem por base a comparação da bacia de deflexão
obtida nos ensaios com uma bacia teórica para o local em estudo. A retro-análise segue a norma
ASTM D5858 de 2008: Standard Guide for Calculating In Situ Equivalent Elastic Moduli of
Pavement Materials Using Layered Elastic Theory [13]. Este é um método essencialmente utilizado
para ensaios com recurso ao FWD, embora contudo também é aplicável ao DIL.

De acrescentar que no presente documento, o cálculo do módulo de deformabilidade foi baseado


na expressão (3.2), onde se considerou a placa de carga flexível (A=2) e um coeficiente de poisson
de 0,35.

3.6. Conclusões 

O deflectómetro de impacto ligeiro trata-se de um equipamento de avaliação da deformabilidade in


situ com um desenvolvimento histórico recente, e que na versão convencional se apresenta com
um formato semelhante entre fabricantes. O ensaio encontra-se normalizado desde 2007, pela
ASTM E2583-07 – “Standard Method for Measuring Deflections with a Light Weight Deflectometer
(LWD)”, que descreve a forma de utilização, atribui requisitos mínimos às suas características e
define especificações para algumas das componentes.

Este equipamento subdivide-se em peças, quase sempre singulares, com funções específicas e
cujo funcionamento, muitas das vezes, pode influenciar o rigor dos resultados obtidos. Por esse
motivo, pretendeu-se dar a conhecer as características de um deflectómetro ligeiro, com base
numa descrição comparativa entre dois modelos distintos, para um maior contributo no
conhecimento da sua utilização.

O DIL trata-se de uma ferramenta facilmente transportável, com um processo de montagem rápido
e uma aplicação simples, apresentando uma forma de funcionamento que permite a obtenção e
tratamento de dados in situ.

Os factores que influenciam as suas medições foram já alvo de estudos, o que permite minimizar
os erros de utilização do equipamento.

43 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
A análise da capacidade estrutural é efectuada no local de ensaio, com recurso a software
específico, permitindo a determinação instantânea do módulo de deformabilidade da camada a
testar.

44 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
4. Caso Prático 

4.1. Apresentação e descrição do estudo 

Pretendendo-se com este trabalho contribuir para o estudo da utilização do deflectómetro de


impacto que tem ainda, em Portugal, uma utilização restrita, foi desenvolvido um estudo
experimental com dois objectivos principais:

ƒ Proceder a uma análise comparativa de dois equipamentos de fabricantes diferentes,


nas mesmas condições de utilização em termos de repetibilidade e de
reprodutibilidade.

ƒ Estabelecer relações entre os resultados obtidos nos ensaios, nomeadamente em


termos de caracterização da deformabilidade das camadas ensaiadas através do
correspondente módulo de deformabilidade, e as condições de estado dessas mesmas
camadas (estado hídrico e de compacidade).

Para tal, no estudo experimental foram utilizados dois deflectómetros distintos:

ƒ Modelo 3031 LWD da empresa Dynatest.

ƒ Modelo Prima 100 da empresa Carl Bro.

Foram realizadas duas campanhas de ensaios, em instalações militares da Força Aérea


Portuguesa:

ƒ A 1ª campanha foi realizada no dia 27 de Março de 2010, na pista de treino de corrida


da Base Aérea de Alverca.

ƒ A 2ª campanha decorreu no dia 21 de Maio de 2010, na mancha de empréstimo do


Campo de Tiro de Alcochete.

Em cada local, os ensaios foram realizados em diferentes pontos de ensaio, que foram
devidamente identificados. Nos ensaios utilizou-se sempre a mesma metodologia. Em
complemento, foram realizados ensaios em laboratório e in situ para conhecimento das principais
propriedades do solo ensaiado.

O trabalho experimental foi desenvolvido em estreita colaboração com o Laboratório de Solos e


Pavimentos do Grupo de Engenharia e Aeródromos da Força Aérea (GEAFA), que autorizou o
acesso às instalações militares, disponibilizou o equipamento Prima 100 da CarlBro, bem como,
realizou os ensaios de caracterização do solo, quer em laboratório quer in situ.

45 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
4.2. Descrição dos locais de ensaio 

Como já foi referido, o estudo experimental desenvolvido nas duas campanhas de ensaios foi
realizado em bases militares da Força Aérea Portuguesa.

A selecção dos locais de ensaio, para além da disponibilidade de acesso, procurou ter em conta a
facilidade de identificação e caracterização das condições geométricas e físicas desses mesmos
locais e das condições de compactação do solo a ser ensaiado.

A primeira campanha de ensaio foi realizada na pista de corrida inserida na Base Aérea de Alverca
(Figura 4.1). A pavimentação desta pista consiste numa camada horizontal e homogénea de saibro
assente no solo local através de uma fina camada de areia, ao longo de toda a largura e extensão.
Desta forma, este local de ensaio configurou um meio estratificado constituído por uma camada
superficial assente num meio semi-infinito.

Figura 4.1 – Pista de corrida da Base Aérea de Alverca

Por razões associadas à sua utilização, a pista apresentava duas zonas distintas em termos das
características de compactação. Efectuou-se, assim, um reconhecimento inicial com recurso ao
gamadensímetro o que permitiu seleccionar oito pontos de ensaio com características de
compactação diferentes.

A segunda campanha foi efectuada na mancha de empréstimo do solo utilizado na pavimentação


da pista de corrida da primeira campanha. Este local pertence ao Campo de Tiro de Alcochete
(Figura 4.2).

46 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 

Figura 4.2 – Mancha de empréstimo do Campo de Tiro de Alcochete

As características desta mancha de empréstimo permitiram ter um local de ensaio que configurou
um meio único (não estratificado), homogéneo e semi-infinito. Também de acordo com um
reconhecimento preliminar do local com recurso ao gamadensímetro, foi possível distinguir zonas
com diferentes características de compactação, aliás potencialmente fáceis de detectar pela sua
proximidade em relação a locais onde se encontrava água acumulada à superfície (Figura 4.3).
Deste reconhecimento inicial, resultou a escolha de seis pontos de ensaio.

a) Zona visualmente seca b) Zona com água estagnada

Figura 4.3 – Condições da mancha de empréstimo do Campo de Tiro de Alcochete

4.3. Propriedades do solo 

Pelo exposto anteriormente, em ambos os locais das campanhas de ensaio efectuadas, foi
estudado sempre o mesmo solo identificado como saibro.

Com este material foram realizados ensaios em laboratório para identificação das suas
características de compactação nos locais dos ensaios:

47 
 
CONTRIBU
UIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO
U DO DEFLECTÓM
METRO DE IMP O 
PACTO LIGEIRO

 
 
a Análise g
a) granulométricca
b Limites de consistênc
b) cia
c Ensaio de
c) e compactaç
ção

Todo
os os ensaio
os de labora
atório foram realizados pelo Labora
atório de Solos e Pavim
mentos do
Grupo de Engenh
haria de Aeró
ódromos da Força Aérea
a (GEAFA).

orme já refe
Confo ormente, no caso da piista da Base Aérea de Alverca o meio era
erido anterio
estrattificado, com
m o saibro compactado
c a de 10 cm sobre cama
em camada ada de areia de 5 cm
(Figura 4.4).

Figura 4.4
4 – Estratifica
ação do pavim
mento na pis
sta de corrida
a da Base Aérrea de Alverc
ca

Para efeitos de análise estrutural, considerou-se qu


ue se tratavva de um meio
m estratificcado com
adas homogé
cama éneas e de espessura
e co
onstante.

a Análise g
a) granulométrrica

A aná
álise granulo
ométrica foi efectuada
e po
or peneiração
o húmida seg
gundo a espe
ecificação do
o LNEC E
239: 1970. A curvva granulomé
étrica do saib
bro está reprresentada na
a Figura 4.5.

Fig
gura 4.5 – Currva granulom
métrica do saibro [37]

48 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
Da análise da curva granulométrica, verifica-se que o solo apresenta uma granulometria contínua e
com as fracções granulométricas indicadas no Quadro 4.1.

Quadro 4.1 – Fracções granulométricas do saibro

Fracção Granulométrica Dimensão das Partículas (mm) %

Silte e Argila Até 0,06 15,8

Areia Até 2 68,0

Seixo ou Cascalho Até 60 16,2

Calhau 150 -

Pedra 150 -

Verifica-se que o saibro apresenta um diâmetro efectivo D10 aproximadamente de 0,074 mm,
correspondendo ao peneiro de malha mais apertada. Quanto à uniformidade e curvatura, concluiu-
se que o solo se encontra bem graduado, com Cu=11,36 > (4 a 6), e 1 < Cc=2,8 < 3, e com uma
curva que se apresenta regular. O diâmetro máximo, Dmáx, é de 9,51 mm.

a) Limites de consistência

A caracterização da plasticidade baseou-se na determinação na determinação do limite de liquidez


e do limite de plasticidade segundo a norma portuguesa NP 143: 1969.

Assim, para o solo em questão, foram determinados os limites apresentados no Quadro 4.2.

Quadro 4.2 – Caracterização da plasticidade do saibro [37]

LL – Limite Liquidez LP – Limite Plasticidade Índice Plasticidade - IP=LL-LP

27 % 16 % 11 %

a) Ensaio de compactação

O ensaio de compactação tipo Proctor seguiu a especificação do LNEC E 197: 1966. O ensaio foi
realizado com compactação pesada em molde pequeno. A curva de compactação obtida neste
ensaio para o saibro é apresentada na Figura 4.6.

49 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 

Figura 4.6 – Curva de compactação do saibro [37]

Da análise da curva de compactação, conclui-se que o teor em água óptimo e a baridade seca do
solo são, respectivamente, 8,5% e 2,07 g/cm3.

b) Classificação do solo

Da análise das características anteriormente indicadas, apresenta-se no Quadro 4.3 as


classificações ASTM, AASHTO e SETRA/LCPC do saibro.

Quadro 4.3 – Classificações do saibro [38]

ASTM AASHTO SETRA/LCPC

A-2-6(0) SC – Areia Argilosa B6

4.4. Procedimento do ensaio de deflectómetro de impacto ligeiro 

Na realização dos ensaios de deflectómetro de impacto ligeiro, nas duas campanhas, procurou
seguir-se sempre procedimentos iguais.

Genericamente e conforme já foi referido anteriormente, foi realizada inicialmente uma prospecção
das condições de compactação do saibro nos locais de ensaio com recurso ao gamadensímetro.
Foi com base nesta informação obtida que se seleccionaram os diferentes pontos. Em cada ponto
de ensaio, foi utilizado em primeiro lugar o deflectómetro Modelo 3031 LWD da Dynatest,
seguindo-se a utilização do Modelo Prima 100 da CarlBro.

Na 1ª campanha, realizada na pista de corrida da Base Aérea de Alverca, a distribuição de pontos


de ensaio adoptada foi a que se representa na Figura 4.7.

50 
 
CONTRIBU
UIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO
U DO DEFLECTÓM
METRO DE IMP O 
PACTO LIGEIRO

 
 

Figura 4.7 - Loc


calização e disposição
d do
os pontos de ensaio na pista de corrida da Base Aé
érea de
Alverca

Assim
m, foram esccolhidos oito
o pontos de ensaio diferrentes onde foram efecttuadas entre
e 11 a 21
repettições das qu
uedas da ma
assa com os equipamento
os.

À sem
melhança do
o procedimen
nto realizado
o na Base Aé
érea de Alverca, na 2ª ca
ampanha rea
alizada na
manccha de empréstimo do Campo de Tiro de Alco
ochete, foram seleccion
nados seis pontos
p de
ensaiio com base numa prosp
pecção inicial das condiçõ
ões de comp
pactação do solo, avaliad
das com o
gama
adensímetro.. A sequência de execuçção dos ensa
aios com os deflectómetr
d ros de impac
cto ligeiros
foi a mesma que
e na campan 4.8 pode-se visualizar a localização
nha anterior. Na Figura 4 o dos seis
os da 2ª cam
ponto mpanha.

Figura 4.8 - Localização e disposição dos pontos de ensaio no


o Campo de T
Tiro de Alcoch
hete

Em cada
c um doss seis locais foram efectu
uadas entre 21 e 26 rep
petições de q
quedas da massa
m dos
DIL.

Tendo em vista a aferição dos valores me


edidos com o aparelho gamadensíme
g etro, foram realizados
r
em simultâneo, em
e alguns po
ontos de enssaio, ensaios de determ
minação da b
baridade sec
ca “in situ”

51 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
pelo método da garrafa de areia. A determinação do teor em água desses locais foi concretizada
pela secagem em estuda das amostras colhidas nesses locais.

Os valores obtidos permitiram estabelecer correlações de ajuste dos valores obtidos pelo método
nuclear.

Relativamente às componentes dos deflectómetros usados, adoptaram-se as mesmas


configurações nas duas campanhas:

ƒ Utilização da placa de carga de 300 mm.

ƒ Medição dos deslocamentos com recurso ao geofone localizado no centro da placa.

De salientar que, antes da realização dos ensaios em cada campanha, foram efectuadas quedas
experimentais com o objectivo de equiparar, entre os dois equipamentos, as forças de impacto e
respectivas tensões de contacto da placa sobre o solo. Verificou-se que, para a mesma força de
impacto aplicada na placa, o Dynatest necessitava do dobro do peso do Prima 100, isto é, a força
de impacto nos ensaios esteve quase sempre compreendida entre 9 e 10 kN, o que correspondeu
no Prima 100 à utilização da massa de 10 kg e no Dynatest á utilização da massa de 20 kg.

4.5. Avaliação das características “in situ” do solo 

A avaliação das condições in situ do saibro nos locais de ensaio foi realizada recorrendo ao
método nuclear, através da medição do teor em água e da baridade húmida do solo com aparelho
gamadensímetro da marca Troxler. Estes valores foram posteriormente corrigidos com base no
estudo comparativo efectuado pelo método da garrafa de areia, conforme já foi mencionado
anteriormente.

c) Método Nuclear (Gamadensímetro)

O ensaio com o gamadensímetro (Figura 4.9) baseou-se na norma ASTM D6938 – “Standard Test
Method for In-Place Density and Water Content of Soil and Soil-Aggregate by Nuclear Methods
(Shallow Depth)”. Este método é muito corrente na avaliação das características de compactação
de camadas compactadas, pela sua facilidade de operação, rapidez e forma de obtenção dos
resultados.

52 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 

 
Figura 4.9 – Ensaio com o gamadensímetro

Como já foi referido, em cada ponto de ensaio realizou-se uma medição com recurso ao
gamadensímetro, registando-se o teor em água e a baridade húmida in situ. Assim, para a 1ª
campanha de ensaios, os valores obtidos apresentam-se no Quadro 4.4.

Quadro 4.4 – Valores obtidos com o gamadensímetro na 1ª campanha de ensaios

Ponto de ensaio Teor em água w (%) Baridade húmida (g/ cm3)


1  6,2    2,05 
2  7,3    2,01 
3  7,4 2,00
4  7,1    2,01 
5  6,4    2,05 
6  5,8    2,07 
7  6,2    2,05 
8  6,3    2,05 

Na 2ª campanha efectuada, no Campo de Tiro de Alcochete, os resultados obtidos foram os


apresentados no Quadro 4.5.

Quadro 4.5 - Valores obtidos com o gamadensímetro na 2ª campanha de ensaios

Ponto de ensaio Teor em água w (%) Baridade húmida (g/ cm3)


1  4,8 1,94  
2  5,6    1,89   
3  5,3    1,92   
4  7,1    1,76   
5  10,4    1,85   
6  6,5    1,76   

53 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
a) Método da garrafa de areia

Os ensaios com a garrafa de areia (Figura 4.10) foram realizados com o principal objectivo de
validar e calibrar a informação proveniente do método do gamadensímetro, tendo-se efectuado
esta aferição apenas em alguns dos pontos de ensaio.

Figura 4.10 – Ensaio com a garrafa de areia

A realização deste ensaio seguiu a norma ASTM D1556 – “Standard Test Method for Density and
Unit Weight of Soil in Place by the Sand-Cone Method”, e a norma portuguesa do LNEC E
204:1967.

Na 1ª campanha de ensaios, foram efectuadas três medições (pontos 3, 6 e 8), uma em cada
extremidade da pista de corrida e outra no seu centro. Os resultados obtidos encontram-se no
Quadro 4.6.

Quadro 4.6 – Valores da garrafa de areia na 1ª campanha de ensaios

Ponto de ensaio Teor em água w (%) Baridade húmida (g/ cm3)


3  6,9    2,02   
6  5,5    2,25   
8  6,4    2,01   

Na 2ª campanha de ensaios, foram realizadas duas medições, nos pontos 2 e 6. Os resultados


obtidos são apresentados no Quadro 4.7.

Quadro 4.7 - Valores da garrafa de areia na 2ª campanha de ensaios

Ponto de ensaio Teor em água w (%) Baridade húmida (g/ cm3)


2  3,7    2,03   
6  5,6    1,92   

54 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
a) Análise dos resultados

Com base nos valores atrás indicados, procedeu-se ao estabelecimento de uma relação entre os
dois ensaios. Representa-se na Figura 4.11a a relação entre as baridades húmidas, e na Figura
4.11b a relação entre os teores em água volumétricos.
Baridade húmida      

2,5 0,20

volumétrico(cm3/cm3) ‐
0,15
(g/cm3) ‐ GA

2,0

Teor em água
0,10
1,5 0,05

GA
1,0 0,00
1,0 1,5 2,0 2,5 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20

Baridade húmida (g/ cm3) Teor em água volumétrico (cm3/cm3)‐
‐ gamadensímetro gamadensímetro
 

a) Relação dos valores da baridade húmida b) Relação dos valores da massa volúmica de água

Figura 4.11 – Relação dos valores de baridade húmida e de teor em água volumétrico entre o
gamadensímetro e a garrafa de areia

A relação entre os dois métodos foi obtida através de uma ponderação das suas correlações,
chegando-se a valores de baridade seca e de teor em água corrigidos para o gamadensímetro.
Estes valores encontram-se representados no Quadro 4.8 para a 1ª campanha, e no Quadro 4.9
para a 2ª campanha.

Quadro 4.8 – Valores corrigidos e obtidos com o gamadensímetro na 1ª campanha de ensaios

Ponto de ensaio Teor em água w (%) Baridade seca (g/ cm3))


1  6,4    1,95 
2  7,4    1,89 
3  7,5    1,88 
4  7,3    1,89 
5  6,6    1,94 
6  6,0    1,97 
7  6,4    1,95 
8  6,5    1,94 

Quadro 4.9 – Valores obtidos com o gamadensímetro na 2ª campanha de ensaios, corrigidos

Ponto de ensaio Teor em água w (%) Baridade seca (g/ cm3))


1  5,0 1,87  
2  5,8    1,81   
3  5,5 1,84  

55 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
Serão estes os valores das características de compactação dos pontos de ensaio que serão
utilizados, posteriormente, na análise e interpretação dos resultados dos ensaios com os
equipamentos de deflectómetro de impacto portátil.

4.6. Análise e interpretação dos resultados 

4.6.1. Considerações iniciais

A análise e interpretação dos resultados dos ensaios teve por base os valores obtidos in situ nas
duas campanhas efectuadas com os DIL. Contudo, sabe-se à partida que poderão existir valores
aberrantes, provenientes de erros de medição ou de execução dos ensaios, que afectam essa
mesma análise e que por isso têm que ser eliminados. Sabendo-se que não existem à partida
indicações sobre os critérios de selecção dos pontos a excluir da análise, no entanto, considerou-
se adequado utilizar os seguintes critérios:

• Rejeição dos valores obtidos na primeira queda em todos os pontos de ensaio, seguindo a
indicação dos manuais de instruções dos equipamentos [26,31].
• Rejeição dos valores correspondentes a quedas, em que a variação da força de impacto
seja superior a ± 3% da força de impacto da queda anterior [33].

Assim, dos resultados dos ensaios das campanhas foram excluídos da análise valores pontuais
que se enquadravam nos pressupostos atrás referidos mas, foram igualmente excluídos locais de
ensaio, nomeadamente os pontos de ensaio 4, 5 e 6 da 2ª campanha. Esta rejeição justificou-se
pelo comportamento, de carácter excepcional, observado nos resultados obtidos. Para
compreender as razões desta rejeição, apresentam-se na Figura 4.12, os valores da deflexão
normalizada obtidos das repetições de quedas sucessivas da massa de ensaio efectuadas nestes
locais.

Em cada ensaio e para cada queda da massa, foi medida a força de impacto e a correspondente
deflexão no geofone central da placa de ensaio. Tendo em conta a variação da força de impacto,
procedeu-se à normalização da deflexão obtida para a força considerada padronizada em todos os
ensaios, realizados com os dois equipamentos de ensaio.

56 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
Δ 3031 LWD Ο Prima 100
650

600
Deflexão Normalizada (µm)

550
Ponto 4
500
Ponto 4
450 Ponto 5

400 Ponto 5
Ponto 6
350
Ponto 6
300
0 5 10 15 20 25
Nº de repetições
 
Figura 4.12 – Resultados obtidos nos pontos de ensaio 4, 5 e 6 da 2ª campanha

Verificou-se, assim, que os valores de deflexão, em termos da repetibilidade do ensaio com o 3031
LWD, evidenciaram uma tendência clara de diminuição até um certo patamar de estabilização.
Posteriormente, quando se efectuava o ensaio com o Prima 100, os registos de valores iniciais de
deflexão deste, eram próximos do patamar final do 3031 LWD e, ao longo das sucessivas quedas,
observavam-se apenas pequenas variações. Atribui-se este comportamento excepcional, ao
possível e provável facto da energia libertada no ensaio com o 3031 LWD ter provocado a
compactação do solo e, como o Prima 100 efectuava as quedas posteriormente, terá encontrado o
solo já num estado mais compactado. Assim, optou-se por excluir os pontos de ensaio referidos.

4.6.2. Análise comparativa dos equipamentos

Um dos objectivos desta dissertação é a comparação entre os dois equipamentos usados nos
ensaios de campo e, para tal, foram realizadas análises comparativas, nomeadamente, de
correlação da deflexão, da influência do número de quedas da massa e uma análise de
repetibilidade e reprodutibilidade.

Para as duas primeiras análises, foram usados os valores da deflexão normalizados que
correspondem, conforme já explicado anteriormente, à transformação dos valores medidos para
uma força de impacto padronizada. Tal procedimento permite uma comparação directa mais
adequada dos resultados medidos nos dois equipamentos. Assim, a força de impacto para a qual
as deflexões foram normalizadas foi de 9,9 kN, correspondendo a uma pressão de 140 kPa. Este

57 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
valor base corresponde à média de todos os valores das forças de impacto atingidas nas duas
campanhas.

Na análise de repetibilidade e reprodutibilidade foram usados os valores directamente medidos


pelos geofones e que se encontram no Anexo I, os valores de deflexão normalizada encontram-se
igualmente apresentados neste anexo.

a) Correlação entre as deflexões normalizadas

Uma das análises escolhidas de comparação dos dois equipamentos baseou-se na correlação dos
valores normalizados da deflexão obtidos. Para tal, e tendo em consideração os resultados de
todos os pontos de ensaio, representa-se na Figura 4.13 a correlação obtida.

900
800
Deflexão (µm) ‐ 3031 LWD 

700
600
500
400
300
200
100
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
Deflexão (µm) ‐ Prima 100
 
Figura 4.13 - Correlação das deflexões normalizadas obtidas nos ensaios com os DIL

A análise de regressão linear dos dados permitiu obter uma correlação, expressa em termos de R2,
de 0,98. Este resultado indica que existe uma relação aceitável entre os resultados dos dois
equipamentos. Para as condições de ensaio estudadas, para os equipamentos utilizados e para a
metodologia seguida nas comparações de resultados, as deflexões normalizadas estão
relacionadas entre si através da seguinte expressão:

D3031 LWD = DPrima 100 + 44 (4.1)

58 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
b) Estudo da influência do número de quedas da massa

Um dos aspectos da metodologia de ensaio a esclarecer está relacionado com o número mínimo
de quedas que é necessário garantir para que haja estabilização de valores da deflexão medida
em cada ensaio.

A norma ASTM é omissa sobre este aspecto, sendo que apenas os manuais de instruções dos
equipamentos indicam para que sejam efectuadas repetições até que os valores de deflexão sejam
estáveis, sem quantificar este critério. De facto, considera-se que é subjectivo quantificar um
número ideal de repetições, contudo, pretendeu-se analisar os resultados obtidos no estudo
experimental com vista a esclarecer melhor esta necessidade.

Assim, na 1ª campanha de ensaios as condições de repetibilidade foram analisadas para uma


sequência de quedas, da massa variável entre 11 e 25 pancadas. Na Figura 4.14 encontram-se
representados os valores obtidos de deflexão normalizada nos oito pontos de ensaio e respectivas
repetições.

59 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
Δ 3031 LWD Ο Prima 100
900

875

850
Ponto 1
825
Ponto 1
800
Ponto 2
775 Ponto 2
750 Ponto 3
Deflexão (um)

725 Ponto 3
Ponto 4
700
Ponto 4
675
Ponto 5
650
Ponto 5
625 Ponto 6
600 Ponto 6

575 Ponto 7
Ponto 7
550
Ponto 8
525
Ponto 8
500
0 5 10 15 20 25 30
Nº de repetições
 

Figura 4.14 - Valores de deflexão normalizada nos oito pontos de ensaio na 1ª campanha

A análise da figura permite constatar que existe uma tendência de estabilização da deflexão para
um determinado valor em cada ponto.

Com vista a percepcionar melhor este comportamento, seleccionaram-se os últimos 5 valores de


deflexão normalizada de cada ponto, calculando a sua média. Esta passou a ser considerada
como uma deflexão de estabilização, com vista ao cálculo da dispersão dos restantes valores em
torno dela. Os valores obtidos, expressos em termos da percentagem de variação de cada valor
em relação ao valor de estabilização calculado, são representados na Figura 4.15.

60 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
15 15
10 10
5 5
0 Prima 100 0 Prima 100
%

%
‐5 0 20 3031 LWD ‐5 0 20 3031 LWD
‐10 ‐10
‐15 ‐15
Nº de repetições Nº de repetições

a) Ponto 1 b) Ponto 2

15 15
10 10
5 5
0 Prima 100 0 Prima 100
%

‐5 0 3031 LWD % ‐5 0 3031 LWD
20 20
‐10 ‐10
‐15 ‐15
Nº de repetições Nº de repetições
   

c) Ponto 3 d) Ponto 4

15 15
10 10
5 5
0 Prima 100 0 Prima 100
%

‐5 0 20 3031 LWD ‐5 0 20 3031 LWD
‐10 ‐10
‐15 ‐15
Nº de repetições Nº de repetições
   

e) Ponto 5 f) Ponto 6

15 15
10 10
5 5
0 Prima 100 0 Prima 100
%

‐5 0 20 3031 LWD ‐5 0 20 3031 LWD
‐10 ‐10
‐15 ‐15
Nº de repetições
  Nº de repetições  

g) Ponto 7 h) Ponto 8

Figura 4.15 – Evolução da estabilização da deflexão em função do número de repetições de ensaio (1ª
Campanha)

61 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
Analisando os resultados obtidos de dispersão das deflexões, é notório que existe um
comportamento geral de estabilização para os dois equipamentos e que se pode concluir que o
3031 LWD tende a estabilizar com os valores a decrescer, enquanto o Prima 100 apresenta uma
estabilização com valores a crescer.

Na 2ª campanha de ensaios o procedimento foi idêntico, sendo que na Figura 4.16 se pode
visualizar os valores de deflexão normalizada, obtidos nos três pontos considerados.

Δ 3031 LWD Ο Prima 100


275
250
225
200 Ponto 1
Deflexão (µm)

175 Ponto 1
150 Ponto 2
125 Ponto 2

100 Ponto 3

75 Ponto 3

50
0 5 10 15 20 25 30
Nº de repetição

Figura 4.16 - Valores da deflexão normalizada nos pontos de ensaio 1, 2 e 3 da 2ª campanha

Com base nestes dados, procedeu-se, tal como anteriormente, ao cálculo de um valor de deflexão
de estabilização, para uma análise de dispersão em torno dela (Figura 4.17).

15 15
10 10
5 5
0 Prima 100 0 Prima 100
%

‐5 0 20 3031 LWD ‐5 0 20 3031 LWD
‐10 ‐10
‐15 ‐15
Nº de repetições Nº de repetições
 

a) Ponto 1 b) Ponto 2

62 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
15
10
5
Prima 100
0

%
3031 LWD
‐5 0 20
‐10
‐15
 

c) Ponto 3

Figura 4.17 - Evolução da estabilização da deflexão em função do número de repetições de ensaio (2ª
Campanha)

O comportamento dos equipamentos na 2ª campanha foi idêntico ao observado na 1ª campanha,


onde o 3031 LWD apresenta uma aproximação a um valor estável de deflexão, mas com valores
superiores a esta, enquanto o Prima 100 efectua uma aproximação com valores abaixo.

Pode ainda dizer-se que, embora haja uma tendência de estabilização comum aos dois
equipamentos, de forma diferentes, o valor final não é exactamente o mesmo.

O comportamento evidenciado, de maior ou menor rapidez de estabilização pode estar relacionado


com as condições de compactação do solo, embora o número limitado de pontos de ensaio
utilizado neste estudo não permita tirar conclusões seguras a este respeito.

Assim, considera-se que não é possível concluir claramente acerca do número de repetições de
quedas ideal, o qual terá que ser avaliado caso a caso. Verfica-se, contudo, que a dispersão não
ultrapassa os 15%, mantendo-se no geral entre os 5 e os 10%.

c) Análise de repetibilidade e reprodutibilidade

Conceptualmente, a análise da reprodutibilidade, nos casos em que se efectuam leituras repetidas


de um mesmo item, representa a medição da variação dos resultados causada por alterações do
comportamento do operador num ensaio, sendo caracterizada pelo coeficiente de variação da
reprodutibilidade. Por outro lado, a análise da repetibilidade representa a variação das medições,
sendo usualmente utilizada como forma de avaliar a precisão de um determinado equipamento, e é
caracterizada pelo coeficiente de variação da repetibilidade.

As variáveis sobre as quais se realizou esta análise foram o valor de deflexão em cada ponto de
ensaio, e a respectiva força de impacto.

A este respeito, a norma ASTM E 2583 apenas dá indicações de coeficientes para as situações de
ensaio com operador único, e com uso de apenas um equipamento. Para as condições aí
referidas, é apresentado um coeficiente de reprodutibilidade entre 15 e 35%. Esta é assim, a única

63 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
situação prevista na norma, que faz referência a estudos sobre a reprodutibilidade entre
equipamentos, indicando como data esperada de divulgação de resultados o mês de Dezembro de
2009 [33]. Contudo, não se encontraram indicações de que esses valores fossem já divulgados.

No Anexo II encontram-se as análises efectuadas aos dados dos ensaios com os DIL, sendo que
no Quadro 4.10 são apresentados os valores de repetibilidade e reprodutibilidade da deflexão.

Quadro 4.10 – Análise da repetibilidade e reprodutibilidade dos valores da deflexão

  Pontos CVr CVR Repetibilidade Reprodutibilidade


(%) (%)
1ª 1 0,033 0,102 3,26 10,16
campanha 2 0,013 0,043 1,30 4,34
3 0,012 0,027 1,17 2,72
4 0,011 0,064 1,15 6,40
5 0,007 0,038 0,71 3,77
6 0,017 0,111 1,75 11,11
7 0,006 0,059 0,58 5,93
8 0,017 0,017 1,69 1,75
2ª 1 0,078 0,239 7,79 23,91
campanha 2 0,027 0,070 2,67 6,98
3 0,024 0,090 2,39 8,95

Relativamente à análise feita sobre a força de impacto nos ensaios, os valores obtidos estão
dispostos no Quadro 4.11.

Quadro 4.11 - Análise da repetibilidade e reprodutibilidade dos valores da força de impacto

  Pontos CVr CVR Repetibilidade Reprodutibilidade


(%) (%)
1ª 1 0,021 0,021 2,13 2,10
campanha 2 0,012 0,013 1,23 1,32
3 0,010 0,011 1,05 1,12
4 0,008 0,010 0,84 1,00
5 0,009 0,009 0,94 0,90
6 0,007 0,011 0,70 1,06
7 0,007 0,012 0,69 1,16
8 0,011 0,016 1,10 1,60
2ª 1 0,034 0,042 3,39 4,19
campanha 2 0,018 0,031 1,78 3,10
3 0,045 0,044 4,48 4,37

64 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
Das análises realizadas resulta um intervalo entre 0,5 e 7% da repetibilidade da deflexão e entre
0,7 e 4,5% para a força de impacto, relativamente à reprodutibilidade entre 1,7 e 24% e entre 0,9 e
4,5%, respectivamente.

O maior intervalo diz respeito à reprodutibilidade da deflexão, devido ao valor no ponto 1 da 2ª


campanha, que se apresenta distante dos restantes, tendo como possível justificação a dispersão
de valores obtidos com o Prima 100, como se verifica na Figura 4.17a.

4.6.3. Análise do Módulo de Deformabilidade

A determinação do módulo de deformabilidade, E, foi efectuado para cada ponto de ensaio, tendo
como base a equação (3.2), onde se considerou a placa flexível, um raio de placa de carga de 150
mm e um coeficiente de Poisson de 0,35.

No Anexo IV encontram-se dispostos os valores do módulo de deformabilidade para os vários


pontos e respectivas repetições de quedas.

O cálculo deste módulo teve como base os valores medidos de deflexão com o 3031 LWD, nas
duas campanhas realizadas. Tentou-se assim, encontrar um valor de E que fosse minimamente
representativo de cada ponto de ensaio. Considerando que se verificou uma tendência para a
estabilização da deflexão, achou-se um Emédio, com base nas cinco últimas medições de deflexão
em cada ponto, tal como já se tinha considerado no estudo da influência do número de quedas da
massa.

No Quadro 4.12 apresentam-se os módulos de deformabilidade da 1ª campanha de ensaios,


tratando-se neste caso de um E equivalente (Eeq), pois o saibro ensaiado encontrava-se num meio
estratificado.

Quadro 4.12 - Valores do módulo de deformabilidade da 1ª campanha

Ponto de ensaio Módulo de deformabilidade equivalente, Eeq (MPa)


1 58
2 47
3 55
4 58
5 65
6 61
7 65
8 58

65 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
Relativamente à 2ª campanha de ensaios, decorrida num meio homogéneo semi-infinito, procedeu-
se de forma igual ao cálculo do módulo de deformabilidade, cujos valores obtidos são
apresentados no Quadro 4.13.

Quadro 4.13 - Valores do módulo de deformabilidade da 2ª campanha

Ponto de ensaio Módulo de deformabilidade, E (MPa)


1 179
2 162
3 157
 

Considerou-se importante relacionar os módulos calculados com as diferentes condições de


estado do saibro em cada ponto de ensaio. Para tal, e considerando os teores em água e as
baridades secas corrigidas, obtidas no item 4.5.c, efectuou-se a correlação entre os módulos de
deformabilidade e a diferença de teor em água de cada ponto (Wp) com o teor em água óptimo

(Wopt), bem como, da variação percentual da baridade seca (ɣs) em relação à baridade seca
máxima. Nas Figuras 4.18 e 4.19, respectivamente em relação ao estado hídrico e ao estado de
compacidade, encontram-se essas correlações.

200,00
Módulo de deformabilidade -

150,00

100,00
E (MPa)

50,00

0,00
‐4 ‐3 ‐2 ‐1 0 1
‐50,00
wp-wopt (%)
 

Figura 4.18 – Correlação do módulo de deformabilidade com o estado hídrico

66 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
200,00

Módulo de deformabilidade
150,00

- E (MPa)
100,00

50,00

0,00
86 88 90 92 94 96
(ɣs/ɣmax)x100 (%)
 

Figura 4.19 - Correlação do módulo de deformabilidade com o estado de compacidade

Desta análise, confirma-se a existência de uma certa influência dos parâmetros de estado do solo
no módulo de deformabilidade, sendo a correlação de 0,6629 entre o módulo de deformabilidade e
o estado hídrico, e de 0,5362 com o estado de compacidade. Contudo, não é possível concluir
sobre uma tendência clara deste comportamento, tendo em conta o número limitado de resultados
que suportam esta análise.

67 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
   

68 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
5. Conclusões e Trabalhos Futuros 

5.1. Conclusões 

Apresentam-se agora as principais conclusões do estudo da aplicação do deflectómetro de


impacto ligeiro, na caracterização do comportamento mecânico de camadas de pavimentos e de
camadas de aterro compactadas.

A análise da aplicação deste ensaio foi baseada num caso prático de estudo decorrido em duas
campanhas de prospecção em Bases Militares da Força Aérea Portuguesa, com a colaboração do
LSP do GEAFA.

Os objectivos mais específicos aos quais este documento se propunha, de forma a contribuir para
o estudo da utilização do DIL, eram:

• Análise comparativa entre dois deflectómetros de impacto ligeiro de fabricantes diferentes;


• Análise da influência do número de quedas da massa (força de impacto).
• Análise da repetibilidade e reprodutibilidade entre equipamentos.
• Análise do módulo de deformabilidade calculado para as condições estudadas.

Para o efeito, nas duas campanhas práticas foram seleccionados pontos de ensaio envolvendo um
saibro, cujas principais propriedades foram estudadas em laboratório, bem como foram avaliadas
in situ as reais condições de compactação deste solo nos locais de estudo, recorrendo à utilização
do gamadensímetro e da garrafa de areia.

Os DIL utilizados no estudo foram os modelos 3031 LWD da Dynatest e Prima 100 da Carl Bro,
sendo que dos resultados obtidos com a sua utilização foi possível chegar às seguintes conclusões
principais:

• Da análise comparativa dos resultados da deflexão normalizada, conclui-se que existiu


uma boa relação entre os resultados obtidos. Contudo, constatou-se que os valores de
deflexão medida foram diferentes entre os equipamentos mas com diferenças sempre
constantes. Este facto sugere que as diferenças encontradas podem estar associadas a
factores constantes, intrínsecos aos próprios equipamentos.
Da análise dos resultados apresentados no Anexo I, verifica-se que para além dos valores
de deflexão, as maiores diferenças encontradas dizem respeito ao tempo de retorno do
ensaio, onde o 3031 LWD apresenta tempos consideravelmente superiores ao Prima 100.
Ora, sabendo à partida que tempos de retorno mais curtos conduzem a registos de
deformabilidade inferiores e, naturalmente, a módulos de deformabilidade calculados mais

69 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
elevados, considera-se, então que aquela constatação é consistente com os resultados
obtidos no presente estudo, onde o Prima 100 com tempos de retorno mais curtos registou
deformações mais pequenas. Estes resultados permitem ainda concluir, que o Prima 100
apresenta um sistema de amortecedores mais rijo que o 3031 LWD, diminuindo o seu
tempo de retorno.
• No que diz respeito à influência do número de quedas da massa de ensaio, nos resultados
dos ensaios era expectável que fosse evidenciada uma clara tendência para um valor de
deflexão. Este objectivo não foi atingido de forma a se estabelecer uma regra, pois a
tendência nem sempre era evidente nos casos com maior número de repetições.
• Da análise de repetibilidade e reprodutibilidade dos equipamentos estudados, conclui-se
que os valores do coeficiente de variação de repetibilidade estão entre, aproximadamente,
1 a 3%, para a deflexão, e entre 1 e 4%, para a força de impacto. Por sua vez, o
coeficiente de variação da reprodutibilidade esteve entre 4 e 24%, para a deflexão, e de 1
a 4%, para a força de impacto. Constata-se uma maior variação associada à
reprodutibilidade da deflexão.
• Por último, verificou-se que o valor do módulo de deformabilidade calculado apresenta ter
relação com os parâmetros de estado do solo. Esta constatação, deverá ser validada
efectivamente com maior número de ensaios em condições de estado diferentes e para
outros tipos de materiais. Considera-se que um maior conhecimento desta influência
poderá potenciar uma maior utilização do equipamento para controlo de qualidade
baseada no desempenho das camadas do pavimento, em termos de deformabilidade.

5.2. Trabalhos Futuros 

O presente documento pretende contribuir para o aprofundamento do conhecimento na utilização


do deflectómetro de impacto ligeiro com vista à caracterização mecânica de camadas de materiais
não ligadas, associadas a aterros e camadas de pavimentos. Contudo, e considerando que, em
alguns casos, a informação sobre este equipamento é ainda limitada, sugere-se a realização de
novos estudos, com vista à obtenção de uma maior quantidade de resultados e em diferentes
circunstâncias.

Assim, deixam-se algumas indicações de possíveis análises futuras a serem efectuadas com
recurso ao DIL, nomeadamente:

• Avaliação e calibração dos valores obtidos da análise de repetibilidade e reprodutibilidade


comparativa entre DIL’s.

70 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
• Validação da correlação entre o módulo de deformabilidade e os respectivos valores de
teor em água e baridade seca, ensaiando solos com maior variação dos seus parâmetros
de estado.
• Estudo da variação da deflexão consoante o número de quedas da massa de ensaio,
sugerindo-se que se aumente o seu número, com a finalidade de verificar a real existência
de tendência de comportamento.

   

71 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
   

72 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
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Resíduos de Construção e Demolição, Dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em
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Estradas do Atlântico  
 
[10]Ferreira, S. Reis. Influência da Granulometria nas Características de Deformabilidade de
Materiais de Natureza Granítica, Universidade do Minho (data desconhecida) 
 
[11]Borges, C. B. S. (2001). Estudo Comparativo Entre Medidas de Deflexão com Viga
Benkelman e FWD em Pavimentos da Malha Rodoviária Estadual de Santa Catarina,
Dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Civil, Universidade
Federal de Santa Catarina, Santa Catarina 
 
[12] FDO, http://www.fdo.pt/georumo/PortalRender.aspx, página consultada a 19/02/2010

[13] Bernucci, L. B., Motta, L. M. G., Ceratti, J. A. P. e Soares, J. B. (2008). Pavimentação


Asfáltica, Formação básica para engenheiros, Petrobras – Petróleo Brasileiro S.A.

[14] Grontmij – Carl Bro Group, http://www.pavement-consultants.com/, página consultada a


24/02/2010

[15] ASTM D4694-09 (2003), Standard Test Method for Deflections with a Falling Weight Type
Impulse Load Device

[16] Morrow, D. (2008). An Overview of Dynatest Structural Testing Equipment, Dynatest


Consulting, Inc.

73 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 

[17] Walter Bartels, http://www.walterbartels.com/, página consultada a 10/04/2010

[18] Dynaflect, http://www.dynaflect.com/, página consultada a 10/04/2010

[19]Klvac, R., Vrána, P. e Jirousek, R. (2010). Possibilities of Using the Portable Falling Weight
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in Brno, Journal of Forest Science, 56, pág. 130-136 
 
[20] Steinert, B. C., Humphrey D. N. e Kestler M. A. (2005). Portable Falling Weight
Deflectometer Study, Department of Civil and Environmental Engineering, University of
Maine e USDA Forest Service, eds New England Transportation Consortium, Maine

[21] Sawangsuriya A., Bosscher P. J. e Edil T. B. (2002). Laboratory Evaluation of the Soil
Stiffness Gauge (SSG), Department of Civil & Environmental Engineering, The University of
Wisconsin-Madison, Madison

[22] Protea, http://www.protsurv.co.za/geo-gauge.htm, página consultada a 22/05/2010

[23] ASTM D6758-02 (2002), Standard Test Method for Measuring Stiffness and Apparent
Modulus of Soil and Soil-Aggregate In-Place by an Electro-Mechanical Method

[24] Kestler, M. A., Eaton, R., Berg, R. e Steinert, B.(data desconhecida). Handheld in-situ
Testing Devices for Estimating the Stiffness of Trails and Low Volume Roads, USDA Forest
Service, Washington

[25] ASTM D6952-03 (2003), Standard Test Method for Use of the Dynamic Cone Penetrometer
in Shallow Pavement Applications

[26] Dynatest (2006). Dynatest 3031 LWD Test System, Owner’s Manual

[27] Tayabji, S.D. (2000). Nondestructive testing of pavements and backcalculation of moduli:
Third volume, American Society for Testing and Materials, ISBN 0-8031-2858-4

[28] Garcia, G. e Thompson, M.R. (2003). Subgrade Strength/Stiffness Evaluation,


Transportation Research Laboratory, Department of Civil & Environmental Engineering,
University of Illinois, Illinois

[29] Gonçalves, Jorge, (data desconhecida). Possibilidade de Controlar o Processo Construtivo


de Aterros com Recurso a Deflectómetro de Impacto Portátil, Geoplano Aherne.

[30] Norma técnica de Ensayo (2003). Ensayo dinámico de carga con placa con la ayuda del
equipo ligero de impacto, Espanha

[31] Carl Bro Pavement Consultants (2000). Manual do Utilizador Prima 100, Defletómetro de
Impacto Portátil, Avaliação da Capacidade Resistente dos Pavimentos.

[32] Pidwerbesky, B. (1997). Evaluation of non-destructive in situ tests for unbound granular
pavements, IPENZ Transactions, Vol.24

[33] ASTM E2583 (2007), Standard Test Method for Measuring Deflections with a Light Weight
Deflectometer (LWD)

74 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
[34] INIR (2009). Indicadores de Estado de Conservação de Pavimentos, Disposições
Normativas, Lisboa

[35] Thom, N.H. e Fleming, P.R. (2002). Experimental and Theoretical Comparison of Dynamic
Plate Testing Methods, 6th Internacional Conference Bearing Capacity of Roads, Railways
and Airfields, pp 731-740, Lisboa

[36] Environment, http://environment.uwe.ac.uk/geocal/foundations/foundations.htm, página


consultada a 23/03/2010

[37] Grupo de Engenharia de Aeródromos da Força Aérea (2009). Boletins de Ensaio do


Laboratório de Solos e Pavimentos do Grupo de Engenharia e Aeródromos da Força
Aérea, Alverca

[38] Neves, J.M. (2008). Material didáctico da disciplina de Construção e Manutenção de Infra-
estruturas de Transportes, Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura, Instituto
Superior Técnico, Lisboa

75 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
   

76 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
 

Anexos 
 

   

77 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
   

78 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
Anexo I – Resultados obtidos in situ e Deflexão Normalizada 

Quadro I.1 - 3031 LWD – Base Aérea de Alverca – 1ª Campanha

Valor rejeitado

Ensaio Força Pressão Pulse Defl. Defl. normalizada Ensaio Força Pressão Pulse Defl. Defl. normalizada
Ponto Ponto
nº (kN) (kPa) (ms) (µm) (µm) nº (kN) (kPa) (ms) (µm) (µm)
1 9,3 131,2 34 792 845 1 9 126,8 35 946 1044

2 9,7 136,6 34 679 2 9,5 133,9 34 833 871


696
3 9,6 136,5 34 661 3 9,5 133,9 34 792
678 828
4 9,7 137,3 34 661 4 9,7 137,9 33 795
674 807
5 9,8 139,1 34 655 5 9,8 138,5 33 792
659 801
6 9,8 138,2 34 646 654 6 9,8 139,1 33 790 795
7 9,8 138,3 34 644 652 7 9,6 136,2 33 782 804
8 9,8 138 34 643 652 8 9,8 138,9 33 791 797
9 9,8 138,9 34 649 654 9 9,8 138,2 33 785 795
10 9,8 138,6 34 645 652 10 9,8 138,6 33 780 788
11 9,8 139 34 639 644 2 11 9,8 139,2 33 777 781
1
12 9,9 140 34 637 12 9,8 138,3 34 780
637 790
13 9,8 139,1 34 637 13 9,6 136,2 33 770
641 791
14 9,8 139,1 34 640 14 9,7 137,8 33 778
644 790
15 9,8 138,2 34 637 15 9,7 136,9 33 762
645 779
16 9,8 138,4 34 637 644 16 9,7 137,8 34 785 798
17 9,8 138,6 34 626 632 17 9,8 138,4 33 765 774
18 9,8 139,3 34 632 635 18 9,7 137,6 34 789 803
19 9,9 139,5 34 634 636 19 9,7 137,9 33 766 778
20 9,9 140 34 631 631 20 9,8 138,3 34 780 790
21 9,9 139,4 34 627 21 9,8 138,4 33 768
630 777

22 9,7 137,8 34 626 636

79 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
Ensaio Força Pressão Pulse Defl. Defl. normalizada Ensaio Força Pressão Pulse Defl. Defl. normalizada
Ponto Ponto
nº (kN) (kPa) (ms) (µm) (µm) nº (kN) (kPa) (ms) (µm) (µm)
1 9,4 133,7 34 767 803 1 9,3 131,6 34 888 945

2 9,8 138,6 34 694 2 9,7 137,8 34 675 686


701
3 9,7 137,1 33 685 3 9,8 139 34 660 665
699
4 9,7 137,8 34 672 683 4 9,8 138,9 34 645 650
5 9,9 139,5 34 674 676 5 9,9 139,5 33 647 649
3 6 9,8 138,6 33 675 682 4 6 9,9 139,4 34 637 640
7 9,9 139,7 34 664 665 7 9,8 139,3 34 635 638
8 9,9 140,2 33 673 672 8 9,9 140,3 34 631 630
9 10 141,2 33 671 9 9,9 140,3 34 636
665 635
10 9,9 139,6 33 667 10 10 141 34 633
669 629
11 9,9 139,4 33 664 11 9,9 140,3 33 636
667 635
Ensaio Força Pressão Pulse Defl. Defl. normalizada Ensaio Força Pressão Pulse Defl. Defl. normalizada
Ponto Ponto
nº (kN) (kPa) (ms) (µm) (µm) nº (kN) (kPa) (ms) (µm) (µm)
1 9,4 132,7 34 610 644 1 9,5 134,5 34 734 764

2 9,7 136,9 34 581 594 2 9,8 139,1 34 648 652


3 9,7 137,8 33 570 3 9,8 139,2 34 631
579 635
4 9,7 137,8 33 575 4 9,9 140 33 623
584 623
5 9,8 138,2 34 569 5 9,9 140,2 34 618
576 617
6 9,8 138,1 34 573 6 10 140,8 33 618
581 614
5 6
7 9,8 138,8 34 567 572 7 9,9 140 33 613 613
8 9,8 139,1 33 568 572 8 10 141 33 613 609
9 9,9 139,6 34 569 571 9 9,9 140,6 33 611 608
10 9,9 139,9 33 569 569 10 9,9 140,4 33 609 607
11 9,8 138,6 34 565 571 11 9,9 140,3 34 604 603

12 9,9 139,6 34 570 572 12 9,9 140,3 33 605 604


Ensaio Força Pressão Pulse Defl. Defl. normalizada Ensaio Força Pressão Pulse Defl. Defl. normalizada
Ponto Ponto
nº (kN) (kPa) (ms) (µm) (µm) nº (kN) (kPa) (ms) (µm) (µm)
1 9,8 138,2 33 627 635 1 9,6 135,7 34 694 716

2 9,8 138,6 34 579 585 2 9,8 139,3 35 637 640


3 9,9 140,4 34 574 572 3 9,8 139,3 34 628 631
4 10 141,6 33 578 571 4 9,8 139 34 624 628
5 10 141,8 33 576 569 5 9,8 138 35 618 627
7 6 9,9 140,7 34 570 6 9,7 137,1 35 615
567 628
8
7 10 141,3 33 573 7 9,7 137,2 35 617
568 630
8 10 141,6 34 572 8 9,8 138,9 35 618
566 623
9 10 141,2 33 580 9 9,9 139,8 34 633
575 634
10 10 142 34 575 567 10 10 140,8 34 629 625
11 10,1 142,6 33 581 570 11 9,8 139 34 638 643
12 10 142,1 34 642 633

80 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
Quadro I.2 - Prima 100 – Base Aérea de Alverca – 1ª Campanha

Valor rejeitado

Defl.
Ensaio Força Pressão Pulse Defl. Defl. normalizada Ensaio Força Pressão Pulse Defl.
Ponto Ponto normalizada
nº (kN) (kPa) (ms) (µm) (µm) nº (kN) (kPa) (ms) (µm)
(µm)
1 9,45 133,79 7,5 595,57 623 1 9,41 133,15 11 754,5 793

2 9,2 130,27 10,5 527,27 567 2 9,64 136,42 10,5 735,56 755

3 9,17 129,81 10,5 530,09 572 3 9,81 138,79 11 735,24 742

4 10,15 143,72 10,5 583,41 568 4 9,82 139,05 10,5 733,07 738

5 9,71 137,38 10,5 540,33 551 5 9,88 139,79 10,5 736,04 737

6 6,53 92,38 11,5 387,16 587 6 9,99 141,34 10,5 748,5 741

7 9,62 136,12 10,5 530,08 545 7 9,62 136,11 10,5 734,2 755

8 9,8 138,74 10,5 537 542 8 9,46 133,9 10 723,44 756

9 9,87 139,64 10,5 544,94 546 9 9,5 134,46 10,5 728,12 758

10 9,54 134,97 10,5 525,36 545 10 9,73 137,68 10,5 727,11 739

11 9,57 135,49 10,5 536,24 554 2 11 9,63 136,25 10,5 730,6 751

12 9,65 136,55 10,5 540,72 554 12 9,67 136,83 11 729,79 747

13 974,039 137,79 10,5 546,59 555 13 9,65 136,64 11 733,34 751


1
14 9,76 138,15 10,5 551,83 559 14 9,74 137,84 11 736,35 748

15 10,15 1436,14 10,5 574,92 56 15 9,42 133,31 10,5 728,06 765

16 9,84 139,34 10,5 574,33 577 16 9,51 134,61 10,5 720,83 750

17 9,77 138,29 11 557,57 564 17 9,62 136,12 11 742,17 763

18 9,75 137,95 11 562,81 571 18 9,57 135,44 10,5 740,06 765

19 9,68 136,99 10,5 577,02 590 19 9,62 136,12 11 744,56 766

20 9,64 136,46 10,5 574,83 590 20 9,66 136,7 11 758,63 777

21 9,99 141,4 10,5 592,08 586 21 9,56 135,31 10,5 752,4 778

22 10,09 142,86 11 596,24 584


   
23 9,64 136,42 10,5 573,63 589
   
24 9,78 138,49 11 584,05 590
   
25 10,15 143,73 11 598,02 583
   
26 9,95 140,82 10,5 585,08 582
   

81 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
Defl.
Ensaio Força Pressão Pulse Defl. Defl. normalizada Ensaio Força Pressão Pulse Defl.
Ponto Ponto normalizada
nº (kN) (kPa) (ms) (µm) (µm) nº (kN) (kPa) (ms) (µm)
(µm)
1 9,37 132,57 11,5 668,68 706 1 9,32 131,86 10 727,1 772

2 9,8 138,66 10,5 638,17 644 2 6,41 90,73 11,5 446,57 689

3 9,72 137,63 10,5 646,06 657 3 9,74 137,79 10,5 580,67 590

4 9,75 138,03 10,5 647,06 656 4 9,7 137,25 10,5 574,74 586

5 9,62 136,12 10,5 649,82 668 5 9,77 138,29 10,5 578,68 586

3 6 9,59 135,69 10 653,64 674 6 9,75 137,99 10,5 576,93 585


4
7 9,87 139,69 10 656,9 658 7 9,81 138,84 10,5 579,85 585

8 9,83 139,17 11 652,59 656 8 9,75 137,99 11 576,21 585

9 9,84 139,3 10 650,54 654 9 9,75 138,05 10,5 598,38 607

10 9,92 140,4 10 657,27 655 10 9,96 140,98 10,5 585,69 582

11 9,85 139,39 10,5 654,68 658 11 9,98 141,23 11 585,27 580

12 9,82 138,98 11 594,56 599


           
Defl.
Ensaio Força Pressão Pulse Defl. Defl. normalizada Ensaio Força Pressão Pulse Defl.
Ponto Ponto normalizada
nº (kN) (kPa) (ms) (µm) (µm) nº (kN) (kPa) (ms) (µm)
(µm)
1 10,6 150,05 8,5 649,87 606 1 9,41 133,24 12 568,67 598

2 9,76 138,09 10,5 561,94 570 2 9,75 137,97 10,5 528,38 536

3 9,85 139,35 11 558,74 561 3 9,82 138,97 11 529,23 533

4 9,97 141,07 10,5 549,5 545 4 9,76 138,13 11 527,36 534

5 9,68 137,05 10 538,54 550 5 9,68 136,99 10,5 520,99 532

5 6 9,78 138,49 10,5 541,1 547 6 9,66 136,78 10,5 518,59 531
6
7 10,01 141,67 10,5 542,75 536 7 9,74 137,84 11 522,9 531

8 9,79 138,52 10 532,56 538 8 9,81 138,83 11 529,35 534

9 9,78 138,45 10 539,11 545 9 9,85 139,48 11 539,64 542

10 9,78 138,38 10 543,02 549 10 9,86 139,59 11 533,38 535

11 9,88 139,78 11 536,31 537 11 9,89 139,91 11,5 533,64 534

12 9,82 139,05 11 530,73 534


           
Defl.
Ensaio Força Pressão Pulse Defl. Defl. normalizada Ensaio Força Pressão Pulse Defl.
Ponto Ponto normalizada
nº (kN) (kPa) (ms) (µm) (µm) nº (kN) (kPa) (ms) (µm)
(µm)
1 9,43 133,52 10 550,95 578 1 9,56 135,36 11 651,49 674

2 9,79 138,62 11 525,98 531 2 9,75 137,93 10,5 604,53 614

3 9,83 139,16 10,5 528,21 531 3 9,89 139,95 10,5 607,15 607

4 9,8 138,68 11 527,22 532 4 9,98 141,25 10 614,98 610

5 10,00 141,56 10,5 535,45 530 5 9,95 140,84 10,5 613,93 610

6 9,9 140,17 11 529,66 529 6 10,04 142,1 11 640,93 631


7 8
7 9,82 138,99 11 526,92 531 7 10,08 142,62 11 631,97 620

8 9,93 140,58 11 532,49 530 8 10,10 142,94 10,5 624,81 612

9 9,92 140,45 10,5 531,17 529 9 10,09 142,86 10,5 635,19 622

10 9,84 139,31 11 529,7 532 10 10,09 142,83 10,5 636,03 623

11 9,74 137,91 11 527,66 536 11 10,04 142,15 10 621,95 613

12 9,83 139,19 11 528,31 531 12 10,03 141,96 10,5 639,69 631

82 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
Quadro I.3 - 3031 LWD – Campo de Tiro de Alcochete – 2ª Campanha

Valor rejeitado

Defl.
Ensaio Força Pressão Pulse Defl. Defl. normalizada Ensaio Força Pressão Pulse Defl.
Ponto Ponto normalizada
nº (kN) (kPa) (ms) (µm) (µm) nº (kN) (kPa) (ms) (µm)
(µm)
1 9,6 135,8 41 261 269 1 9,9 139,6 40 299 300

2 10,1 142,9 41 228 223 2 6,4 90,8 60 136 210


3 10,1 143,4 41 219 214 3 10,1 142,8 36 239 234
4 10,1 143 40 231 226 4 10,1 143,1 41 241 236
5 10,1 143,3 41 229 224 5 10,1 143,2 40 239 234
6 10,1 142,2 41 218 6 10,1 142,7 36 224
215 220
7 10,0 141,4 60 212 7 10,1 142,8 35 246
210 241
8 10,0 141,5 36 213 8 10,1 143,4 36 226
211 221
9 10,1 142,6 35 210 9 10 141,5 36 223
206 221
10 10,2 144,2 36 211 205 10 10,1 142,3 36 241 237
1 11 10,2 144,3 36 212 206 2 11 10,1 142,7 35 237 233
12 10,2 144 35 213 207 12 10,1 142,6 36 228 224
13 10,2 144,2 35 211 205 13 10,1 142,9 36 234 229
14 10,2 145 36 212 205 14 10,1 142,6 37 237 233
15 10,3 145,3 35 212 204 15 10,1 142,7 36 230 226
16 10,2 143,9 36 211 16 10 141,7 36 236
205 233
17 10,2 143,7 36 212 17 10,1 142,3 37 234
207 230
18 10,2 144,2 36 212 18 10,1 143,4 37 237
206 231
19 10,2 144,8 36 213 19 10,1 142,8 37 228
206 224
20 10,2 144,7 36 213 206 20 9,9 140,4 37 222 221
21 10,2 144 35 212 206 21 10,1 143 33 132 129

83 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 

Defl.
Ensaio Força Pressão Pulse Defl. Defl. normalizada Ensaio Força Pressão Pulse Defl.
Ponto Ponto normalizada
nº (kN) (kPa) (ms) (µm) (µm) nº (kN) (kPa) (ms) (µm)
(µm)
1 9,7 137,2 36 349 356 1 9,7 136,7 39 879 900

2 9,8 138,1 36 255 2 10,2 144 37 621


259 604
3 9,6 136,5 38 252 3 10,2 144,7 36 571
258 552
4 9,8 138,8 37 254 4 10,2 144,8 36 549
256 531
5 6,6 93,9 60 135 201 5 10,3 145,6 36 534
513
6 10,2 143,9 40 246 239 6 10,1 142,9 36 514 504
7 10,1 143,4 36 246 240 7 10,3 145,3 36 514 495
8 9,8 139,2 39 241 242 8 10,2 144,8 36 495 479
9 9,8 139,3 39 243 244 9 10,2 144 35 496 482
10 9,9 140 40 241 241 4 10 10,3 145,4 36 494 476
3 11 10,1 143,3 39 240 234 11 10,2 144,9 36 494 477
12 10,1 143 35 242 12 10,3 145,9 36 490
237 470
13 9,9 140,1 36 241 13 10,3 145 35 488
241 471
14 9,8 138,7 37 238 14 10,1 143,4 35 495
240 483
15 9,9 140,2 37 239 15 10,2 144,4 35 487
239 472
16 9,9 140,3 37 233 233 16 10,2 144,4 36 479 464
17 9,7 137,8 38 230 234 17 10,1 143,4 36 490 478
18 9,9 139,4 37 233 234 18 10,3 145,7 36 487 468
19 9,8 138,3 37 234 237 19 10,2 144,8 36 475 459
20 10,1 143 36 237 232
21 9,7 137,1 39 229
234

84 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 

Defl.
Ensaio Força Pressão Pulse Defl. Defl. normalizada Ensaio Força Pressão Pulse Defl.
Ponto Ponto normalizada
nº (kN) (kPa) (ms) (µm) (µm) nº (kN) (kPa) (ms) (µm)
(µm)
1 9,6 135,1 53 950 984 1 9,6 135,7 46 1119 1154

2 10,2 144,7 38 646 2 10,1 142,8 38 630


625 618
3 10,2 144,5 39 598 3 10 142 41 552
579 544
4 10,1 143,2 37 571 4 10,1 142,8 40 533
558 523
5 5 10,1 142,6 40 509
10,2 144 39 568 552 500
6 10,3 145,2 37 560 540 6 10,1 142,5 39 494 485
7 10,1 143,2 40 544 532 7 10,1 142,6 39 495 486
8 10,2 144,4 37 540 524 8 10,1 143,5 40 488 476
9 10,2 144,9 37 540 522 9 10,1 142,8 40 481 472
10 10,2 144,9 38 534 516 10 10,1 142,5 41 467 459
5 11 10,3 145,2 39 526 507 6 11 10,1 142,7 40 470 461
12 10,3 145,7 37 526 12 10,1 142,6 38 468
505 459
13 10,2 144,8 37 536 13 10,1 143,6 40 466
518 454
14 10,2 144,7 36 530 14 10,2 144 39 464
513 451
15 9,9 140,1 42 513 15 10,1 143 39 459
513 449
16 10,1 142,3 41 508 500 16 10,1 143,4 41 461 450
17 10,1 142,6 39 512 503 17 10,1 143,2 40 457 447
18 10,1 143 39 520 509 18 10,1 143,4 41 456 445
19 10 142 41 511 504 19 10,1 143,3 40 456 445
20 10 141,9 37 499 492 20 10,1 142,3 40 447 440
21 10,1 142,4 40 527 21 10,1 143,3 39 449
518 439

85 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
Quadro I.4 - Prima 100 – Campo de Tiro de Alcochete – 2ª Campanha

Valor rejeitado

Defl.
Ensaio Força Pressão Pulse Defl. Defl. normalizada Força Pressão Pulse Defl.
Ponto Ponto Ensaio nº normalizada
nº (kN) (kPa) (ms) (µm) (µm) (kN) (kPa) (ms) (µm)
(µm)
1 10,51 148,73 11 184,66 174 1 10,29 145,65 11,5 248,95 239

2 10,3 145 11 140 135 2 10,4 147 11 217 206

3 10,3 146 11 155 148 3 10,4 148 12 208 197

4 10,1 143 11 127 124 4 10,3 146 12 205 197

5 10,3 145 11 133 128 5 10,4 146 12 199 191

6 10,4 147 11 138 131 6 10,3 146 12 205 197

7 10,1 143 11 147 144 7 10,3 146 11 214 206

8 10,1 143 11 153 150 8 10,3 146 11 214 205

9 10,2 144 11 159 154 9 10,3 146 12 214 205

10 7,4 105 12 131 175 10 10,3 146 11 213 204

11 10,2 144 12 163 159 11 10,4 147 12 216 206


2
12 10,3 146 12 162 156 12 10,4 148 12 217 205

1 13 10,3 146 11 171 165 13 7,5 107 12 154 202

14 10,2 144 11 175 169 14 10,5 149 11 216 203

15 10,3 146 11 164 157 15 10,4 147 11 218 208

16 10,3 145 11 162 156 16 10,4 148 11 209 199

17 7,5 106 12 133 175 17 10,5 148 12 217 205

18 7,4 105 12 131 175 18 10,5 148 12 217 205

19 10,1 143 12 174 170 19 10,4 147 12 215 205

20 10,4 147 11 181 172 20 10,5 148 12 217 205

21 10,4 147 12 180 171 21 10,5 148 12 217 205

22 10,4 147 11 176 168 22 10,3 146 12 215 207

23 10,4 147 12 168 160


   
24 7,4 105 12 132 176
   
25 10,4 146 12 182 174
   

86 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 

Defl.
Ensaio Força Pressão Pulse Defl. Defl. normalizada Força Pressão Pulse Defl.
Ponto Ponto Ensaio nº normalizada
nº (kN) (kPa) (ms) (µm) (µm) (kN) (kPa) (ms) (µm)
(µm)
1 10,14 143,49 11,5 217,62 212 1 9,89 140,04 11,5 480,79 481

2 10,5 149 11 219 206 2 10,3 145 11 478 460

3 10,5 148 11 215 203 3 10,3 146 11 486 466

4 10,6 150 12 216 202 4 10,4 147 11 469 447

5 10,5 149 11 213 200 5 10,0 141 11 443 438

6 10,6 150 11 213 199 6 9,8 139 12 434 436

7 10,6 150 11 213 199 7 7,3 103 12 367 497

8 10,6 150 12 213 199 8 10,0 141 12 450 446

9 10,5 148 11 211 199 9 10,1 143 12 448 440

10 10,5 148 12 213 201 10 10,0 141 12 446 441

11 10,6 150 12 210 197 11 9,9 140 11 430 428


3 4
12 10,4 147 11 210 199 12 10,1 142 11 444 437

13 10,4 148 11 213 201 13 10,4 147 12 452 431

14 10,5 149 11 212 199 14 10,0 142 12 437 432

15 10,6 150 12 215 200 15 9,9 140 11 447 447

16 10,6 150 11 214 200 16 10,0 141 11 441 438

17 10,6 150 11 212 198 17 10,0 142 12 442 437

18 10,6 150 11 213 199 18 10,3 145 11 450 434

19 10,7 151 11 213 198 19 9,9 140 11 432 433

20 10,3 145 12 208 200 20 10,1 143 12 437 430

21 10,5 149 12 213 200 21 10,0 141 12 436 432

22 10,5 149 12 212 199 22 10,0 142 11 438 432

87 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 

Defl.
Ensaio Força Pressão Pulse Defl. Defl. normalizada Força Pressão Pulse Defl.
Ponto Ponto Ensaio nº normalizada
nº (kN) (kPa) (ms) (µm) (µm) (kN) (kPa) (ms) (µm)
(µm)
1 9,95 140,87 11,5 606,89 603 1 10,45 147,97 11 438,26 415

2 10,3 146 11 548 526 2 10,3 145 11 437 420

3 10,2 144 11 551 535 3 10,4 147 11 425 406

4 7,3 103 12 447 607 4 10,3 146 12 428 411

5 10,2 145 11 540 523 5 10,3 146 11 426 408

6 10,4 147 12 537 513 6 10,4 147 12 434 415

7 10,2 145 11 525 508 7 10,5 148 12 418 395

8 10,2 144 12 525 512 8 10,4 148 12 406 385

9 10,3 146 11 526 504 9 9,9 140 12 386 385

10 10,2 144 12 527 511 10 10,4 147 12 425 406

11 10,0 141 12 520 514 11 10,4 147 12 413 395


5
12 10,0 141 12 523 517 6 12 10,2 145 12 409 395

13 10,1 142 12 514 506 13 10,3 146 12 383 368

14 10,0 141 12 506 502 14 10,4 147 12 386 367

15 10,1 143 11 512 501 15 10,4 147 11 379 360

16 10,2 145 12 514 497 16 7,6 107 13 312 407

17 10,1 144 12 507 494 17 10,4 146 12 387 370

18 10,1 144 12 509 496 18 10,4 147 11 394 375

19 10,1 143 11 507 497 19 10,4 147 12 387 369

20 10,1 143 12 506 496 20 10,5 148 12 381 359

21 10,1 142 12 505 498 21 7,7 108 12 320 413

22 10,1 143 11 503 492 22 10,5 148 12 383 362

23 10,4 147 12 387 368

88 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 

Anexo II – Análise da Repetibilidade e Reprodutibilidade 

Quadro II.1 - Análise à Deflexão

DEFLEXÃO

3031 LWD Prima 100


T3 ∑ T4 ∑
P yi yi2 ni yi yi2 ni Y T1 T2 T5 Sr2 Sr SL2 SR2 SR Cvr CvR
ni ni2
1 642 412409 21 560 313807 24 601 26930 16191954 45 1017 16540 385 19.61 3345 3729.92 61 0.033 0.102

2 780 608975 19 736 541554 20 758 29545 22401602 39 761 3613 98 9.88 984 1081.20 33 0.013 0.043

3 674 454141 10 651 423375 10 662 13246 8775166 20 200 1087 60 7.77 264 324.10 18 0.012 0.027

4 638 406406 8 583 340003 10 610 10931 6651283 18 164 788 49 7.02 1474 1523.48 39 0.011 0.064
Alverca
5 570 324330 10 540 291990 8 555 10018 5579225 18 164 251 16 3.96 423 438.48 21 0.007 0.038

6 618 381362 11 529 279379 11 573 12607 7268150 22 242 2005 100 10.01 3950 4050.08 64 0.017 0.111

7 575 331136 9 529 280204 11 552 11002 6062468 20 202 186 10 3.21 1062 1071.97 33 0.006 0.059

8 627 393357 11 621 385854 9 624 12490 7799609 20 202 2014 112 10.58 7 118.64 11 0.017 0.017

1 215 46311 20 156 24257 24 185 8042 1508380 44 976 8767 209 14.45 1758 1966.60 44 0.078 0.239

Alcochete 2 233 54496 19 213 45369 21 223 8908 1988179 40 802 1348 35 5.96 207 242.68 16 0.027 0.070

3 241 57954 19 213 45369 21 227 9047 2053879 40 802 1119 29 5.43 383 412.64 20 0.024 0.090

DEFLEXÃO
Prima
3031 LWD
100
P Si ni Si ni

1 13 21 24 24

2 10 19 10 20

3 9 10 6 10

4 6 8 8 10
Alverca
5 3 10 5 8

6 13 11 6 11

7 4 9 3 11

8 9 11 12 9

1 6 20 19 24

Alcochete 2 7 19 5 21

3 7 19 2 21

89 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
Quadro II.2 - Análise à Força de Impacto

FORÇA

3031 LWD Prima 100


T3 ∑ T4 ∑
P yi yi2 ni yi yi2 ni Y T1 T2 ni ni2 T5 Sr2 Sr SL2 SR2 SR Cvr CvR
-
1 45 1017
9.80 96 21 9.76 95 24 9.78 439.91 4300.48 1.859 0.043 0.208 0.001 0.042 0.205 0.021 0.021
2 9.73 95 19 9.66 93 20 9.69 378.00 3663.75 39 761 0.527 0.014 0.119 0.002 0.016 0.128 0.012 0.013
3 20 200
9.85 97 10 9.78 96 10 9.81 196.29 1926.51 0.190 0.011 0.103 0.001 0.012 0.110 0.010 0.011
4 9.89 98 8 9.80 96 10 9.85 177.13 1743.09 18 164 0.109 0.007 0.083 0.003 0.010 0.098 0.008 0.010
Alverca
-
5 18 164
9.81 96 10 9.83 97 8 9.82 176.77 1735.98 0.135 0.008 0.092 0.001 0.008 0.088 0.009 0.009
6 9.90 98 11 9.79 96 11 9.84 216.54 2131.42 22 242 0.094 0.005 0.069 0.006 0.011 0.104 0.007 0.011
7 9.99 100 9 9.85 97 11 9.92 198.30 1966.23 20 202 0.085 0.005 0.069 0.009 0.013 0.115 0.007 0.012
8 20 202
9.83 97 11 10.00 100 9 9.91 198.07 1961.73 0.213 0.012 0.109 0.013 0.025 0.158 0.011 0.016
1 10.16 103 20 9.79 96 24 9.97 438.13 4364.11 44 976 4.788 0.114 0.338 0.060 0.174 0.418 0.034 0.042
Alcochete 2 40 802
9.88 98 19 10.25 105 21 10.07 403.05 4062.57 1.222 0.032 0.179 0.065 0.097 0.312 0.018 0.031
-
3 40 802
10.53 111 19 10.53 111 21 10.53 421.21 4435.43 8.453 0.222 0.472 0.011 0.211 0.460 0.045 0.044

FORÇA

3031 LWD Prima 100

P Si ni Si ni
1
0.07 21 0.28 24
2 0.09 19 0.14 20
3 0.10 10 0.11 10
4 0.06 8 0.09 10
Alverca
5 0.07 10 0.11 8
6 0.06 11 0.07 11
7
0.06 9 0.07 11
8
0.10 11 0.12 9
1
0.08 20 0.45 24
Alcochete 2
0.20 19 0.16 21
3 0.68 19 0.09 21

90 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 

Anexo III – Módulo de Deformabilidade 

Quadro III.1 - 3031 LWD – Base Aérea de Alverca – 1ª Campanha

Pressão Pulse Defl. E Pressão Pulse Defl. E


Ponto Ensaio nº Ponto Ensaio nº
(kPa) (ms) (µm) (MPa) (kPa) (ms) (µm) (MPa)
2 136.6 34 679 53 3 133.9 34 792 45

3 136.5 34 661 54 4 137.9 33 795 46

4 137.3 34 661 55 5 138.5 33 792 46

5 139.1 34 655 56 6 139.1 33 790 46

6 138.2 34 646 56 7 136.2 33 782 46

7 138.3 34 644 56 8 138.9 33 791 46

8 138 34 643 57 9 138.2 33 785 46

9 138.9 34 649 56 10 138.6 33 780 47

10 138.6 34 645 57 11 139.2 33 777 47

11 139 34 639 57 2 12 138.3 34 780 47

1 12 140 34 637 58 13 136.2 33 770 47

13 139.1 34 637 57 14 137.8 33 778 47

14 139.1 34 640 57 15 136.9 33 762 47

15 138.2 34 637 57 16 137.8 34 785 46

16 138.4 34 637 57 17 138.4 33 765 48

17 138.6 34 626 58 18 137.6 34 789 46

18 139.3 34 632 58 19 137.9 33 766 47

19 139.5 34 634 58 20 138.3 34 780 47

20 140 34 631 58 21 138.4 33 768 47

21 139.4 34 627 59

22 137.8 34 626 58

91 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 

Pressão Pulse Defl. E Pressão Pulse Defl. E


Ponto Ensaio nº Ponto Ensaio nº
(kPa) (ms) (µm) (MPa) (kPa) (ms) (µm) (MPa)
2 138.6 34 694 53 4 138.9 34 645 57

3 137.1 33 685 53 5 139.5 33 647 57

4 137.8 34 672 54 6 139.4 34 637 58

5 139.5 34 674 54 7 139.3 34 635 58


4
6 138.6 33 675 54 8 140.3 34 631 59
3
7 139.7 34 664 55 9 140.3 34 636 58

8 140.2 33 673 55 10 141 34 633 59

9 141.2 33 671 55 11 140.3 33 636 58

10 139.6 33 667 55

11 139.4 33 664 55
Pressão Pulse Defl. E Pressão Pulse Defl. E
Ponto Ensaio nº Ponto Ensaio nº
(kPa) (ms) (µm) (MPa) (kPa) (ms) (µm) (MPa)
3 137.8 33 570 64 2 139.1 34 648 57

4 137.8 33 575 63 3 139.2 34 631 58

5 138.2 34 569 64 4 140 33 623 59

6 138.1 34 573 63 5 140.2 34 618 60

7 138.8 34 567 64 6 140.8 33 618 60


5 6
8 139.1 33 568 64 7 140 33 613 60

9 139.6 34 569 65 8 141 33 613 60

10 139.9 33 569 65 9 140.6 33 611 61

11 138.6 34 565 65 10 140.4 33 609 61

11 140.3 34 604 61
12 139.6 34 570 64
Pressão Pulse Defl. E Pressão Pulse Defl. E
Ponto Ensaio nº Ponto Ensaio nº
(kPa) (ms) (µm) (MPa) (kPa) (ms) (µm) (MPa)
3 140.4 34 574 64 2 139.3 35 637 58

4 141.6 33 578 65 3 139.3 34 628 58

5 141.8 33 576 65 4 139 34 624 59

6 140.7 34 570 65 5 138 35 618 59

7 7 141.3 33 573 65 6 137.1 35 615 59

8 141.6 34 572 65 8 7 137.2 35 617 59

9 141.2 33 580 64 8 138.9 35 618 59

10 142 34 575 65 9 139.8 34 633 58

11 142.6 33 581 65 10 140.8 34 629 59

11 139 34 638 57

12 142.1 34 642 58

92 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 
Quadro II.2 - 3031 LWD – Campo de Tiro de Alcochete – 2ª Campanha

Pressão Pulse Defl. E Pressão Pulse Defl. E


Ponto Ensaio nº Ponto Ensaio nº
(kPa) (ms) (µm) (MPa) (kPa) (ms) (µm) (MPa)
2 142.9 41 228 165 2 90.8 60 136 175

3 143.4 41 219 172 3 142.8 36 239 157

4 143 40 231 163 4 143.1 41 241 156

5 143.3 41 229 165 5 143.2 40 239 158

6 142.2 41 218 172 6 142.7 36 224 168

7 141.4 60 212 175 7 142.8 35 246 153

8 141.5 36 213 175 8 143.4 36 226 167

9 142.6 35 210 179 9 141.5 36 223 167

10 144.2 36 211 180 10 142.3 36 241 156

11 144.3 36 212 179 2 11 142.7 35 237 158


1
12 144 35 213 178 12 142.6 36 228 165

13 144.2 35 211 180 13 142.9 36 234 161

14 145 36 212 179 14 142.6 37 237 159

15 145.3 35 212 180 15 142.7 36 230 164

16 143.9 36 211 179 16 141.7 36 236 158

17 143.7 36 212 178 17 142.3 37 234 160

18 144.2 36 212 179 18 143.4 37 237 159

19 144.8 36 213 179 19 142.8 37 228 165

20 144.7 36 213 179 20 140.4 37 222 166


21 144 35 212 178
Pressão Pulse Defl. E
Ponto Ensaio nº
(kPa) (ms) (µm) (MPa)
2 138.1 36 255 143

3 136.5 38 252 142

4 138.8 37 254 144

6 143.9 40 246 154

7 143.4 36 246 154

8 139.2 39 241 152

9 139.3 39 243 151

10 140 40 241 153

11 143.3 39 240 157


3
12 143 35 242 155

13 140.1 36 241 153

14 138.7 37 238 153

15 140.2 37 239 154

16 140.3 37 233 158

17 137.8 38 230 158

18 139.4 37 233 157


19 138.3 37 234 155
20 143 36 237 159
21 137.1 39 229 158

93 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DO DEFLECTÓMETRO DE IMPACTO LIGEIRO 

 
 

94 
 

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