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Élison Santos
RESUMO
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A Psicologia do Amor
Élison Santos
INTRODUÇÃO
Importar-se com o outro, sentir-se chamado a realizar algo pelo outro, amar.
Que papel o amor pode exercer na cura de uma doença psíquica, na mudança de
comportamento, na superação de limites?
Pode-se dizer que o amor é a maior força que um ser humano é capaz de
experimentar? E se isso é verdade e através dele as pessoas se mobilizam mais do
que o fariam com sua ausência, então o amor é a mola propulsora do
desenvolvimento humano? Por que não? O que é o amor?
Este trabalho busca destacar as contribuições de Viktor Emil Frankl para o
aprofundamento da compreensão sobre o sentido do amor para a existência
humana e ampliar a reflexão sobre o poder do amor na cura de transtornos
psíquicos.
Max Scheler(1960) chegará a dizer que a essência do ser humano é o amor.
Quando uma pessoa ajuda alguém, ela se sente realizada e a pessoa ajudada
sente-se no dever de retribuir a ajuda, pois ser ajudado não a realiza tanto quanto
poder ajudar. Compreendendo a ajuda como uma expressão do amor, poder-se-ia
dizer que o homem tem em si a necessidade de ser amado, mas, em última
instância, a necessidade de amar? Não há realização plena na vida humana senão
através do amor?
Sigmund Freud afirmava que a busca primordial do ser humano é por prazer,
Adler afirmava que essa busca é pelo poder, Viktor Frankl defendia a visão de que a
busca primordial e vital do ser humano é por sentido. Frankl também afirmava que a
forma mais sublime de sentido da vida é encontrada por meio da vivência do amor,
quando se tem a quem amar.
Este trabalho convida a refletir sobre o sentido do amor, buscando afirmar
que em última instância, o que o ser humano busca é, de fato, o sentido da vida que
se manifesta de forma sublime na possibilidade de amar. É amando que se pode
experimentar o auge do prazer, do poder e do sentido da vida.
O conceito de amor encontra vários significados nos dias atuais, tanto no
conhecimento popular, quanto para diferentes autores das relações humanas. A
visão frankliana sobre o sentido do amor oferece uma perspectiva ontológica de
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Amai (ágape) ao senhor vosso Deus com todo vosso coração e com
toda vossa alma e com toda vossa mente’. Este é o primeiro e maior
de todos os mandamentos. E o segundo é: ‘Amai (ágape) vosso
próximo como a vós mesmos. Toda a lei e os Profetas residem nestes
dois mandamentos (Mt 22, 37- 41).
Ouvistes dizer: amarás (ágape) teu irmão e odiarás teu inimigo’, mas
eu vos digo: amai (ágape) vossos inimigos, fazei o bem aos que vos
odeiam, e orai por aqueles que vos perseguem e maltratam, pois
deste modo sereis filhos de vosso Pai nos céus, aquele que faz com
que o sol se levante o mau e sobre o bom, e faz chover sobre o justo
e sobre o injusto. Se amais apenas aqueles que vos amam, que
recompensa tereis?
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No trecho acima, Viktor Frankl(1946) nos permite entrar em contato com três
diferentes autores. A definição de Max Scheler (1874-1928) nos possibilita
compreender que o amor é um movimento. O amor não é algo estagnado no
homem, mas como tudo que caracteriza a vida, o amor é um movimento, e não está
dirigido para qualquer lugar ou para qualquer objetivo, como que ao acaso, ele
move-se para o alto, dirigido ao “alto valor” da pessoa amada, Scheler também fala
de um movimento que não é material, mas sim espiritual. Utilizando a ontologia
dimensional de Frankl que afirma que o núcleo da pessoa é espiritual, podemos
pensar que este movimento do qual fala Scheler tem suas raízes no núcleo da
pessoa, em sua própria essência. Desta forma, podemos afirmar que para poder
captar o alto valor da outra pessoa é preciso que primeiramente eu capte este alto
valor em mim mesmo.
Spranger (1882-1963) e Hattingberg(1879-1944) parecem seguir a mesma
linha de pensamento. O amor reconhece as possibilidades de valor, o amor vê a
pessoa tal como Deus a pensou. E é justamente esta imaterialidade do amor que o
torna ilógico se analisado pelo viés das ciências exatas, por exemplo, ou até mesmo
pode ser incompreendido e reconhecido como nocivo se analisado pelo viés das
ciências humanas. São incontáveis os casos de amor onde o sofrimento esteve
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profundamente presente e para os que analisaram tais casos a resposta seria muito
simples, negar o amor. Não seria talvez este um dos pontos em que muitas
abordagens psicológicas se apoiam para orientar as pessoas a deixarem o ser amado
quando enfrentadas com possibilidades de sofrimento? Contudo, se abrimos mão
do amor que temos pela outra pessoa, abrimos mão do movimento espiritual que é
capaz de “salvar” o homem, mas não porque abre mão da possibilidade de receber
amor, mas porque abre mão da possibilidade que tem de amar!
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Frankl(1946) afirma que no amor "o ser amado é captado como um ser
irrepetível no seu ser-aí (Dasein), e único no seu ser-assim (So-sein). Um Tu acolhido
num outro “Eu”. Para Frankl o ser amado vem a ser para a pessoa que o ama alguém
insubstituível, "ninguém, fazendo as vezes dele, sem que por isso ou para isso tenha
que fazer seja o que for".
A ligação entre o amor e o espiritual também se afirma na teoria frankliana
uma vez que este afirma que a pessoa amada não tem mérito por ter sido
reconhecida como um bem, pois isto não depende de si, mas é graça.
Amar também traz para quem ama uma nova concepção dos valores, traz
uma "maior altura no que diz respeito à ressonância humana em face da plenitude
dos valores". Viktor Frankl (1946)
Frankl(1946) amplia sua explicação a respeito do ser amado e do ser que ama,
o amor:
Cada ser humano é único, irrepetível, singular. Cada ser humano tem sua
única impressão digital, seu único DNA e, o mais importante, sua única essência, sua
identidade espiritual. Única história, únicas experiências, único e singular ponto de
vista. Ainda que dois gêmeos nasçam e sejam criados e educados da mesma forma,
ainda assim o beijo da mãe, o cheiro do leite, as cores da roupa e todo o ambiente
que os cerca serão lidos e experimentados de forma diferente.
Sendo, portanto, único, diferente e irrepetível, cada ser humano tem então
uma missão específica. Ainda que seja a missão de ser pai, o será de forma diferente
dos outros, se sua missão for ser um empresário o será de forma diferente, um
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presidente, uma mãe, uma bailarina, sempre, sempre, será único e diferente. A
missão não estará diretamente ligada à profissão ou à função social, mas sim ao
significado que esta pessoa traz ao mundo, ao sentido que sua vida representa para
a história da humanidade. Ao trazer à memória a imagem de pessoas que faleceram,
não são lembradas simplesmente pela função que exerceram na sociedade. Quando
grandes personalidades da história são lembradas, é destacado o sentido que elas
deram à sociedade em seu tempo.
Não se pode negar que quando as pessoas vivem no ápice de suas
potencialidades, ou no ápice de sua missão, realizam mudanças no mundo, não de
forma estratégica como que realizando obras, mas de forma existencial, ou seja,
pelo que representam para as outras pessoas.
O que se pode destacar das pessoas que deixaram sua marca na história da
humanidade é também a capacidade que tiveram de destacar aspectos
essencialmente humanos em momentos da história em que tais aspectos se viam
ameaçados.
O que dizer, por exemplo, da figura do jovem Francisco de Assis, que vivia em
uma sociedade marcada por guerras e por legalismos que denegriam a dignidade
humana, um ambiente profundamente desumanizado, onde a própria imagem de
Deus era distorcida. Francisco não fez mais que dar espaço à sua humanidade,
buscou nas escrituras e em sua fé o sentido mais profundo da existência humana,
buscou viver o extremo do amor.
Testemunhar que milhares de jovens do mundo inteiro acorreram a Assis para
segui-lo é perceber o quanto aquela sociedade estava sedenta por uma solução mais
humana, ou seja, em suma, o amor.
O que dizer de Madre Teresa de Calcutá, uma simples mulher que só se
interessava por amar, dar aos mais miseráveis entre os miseráveis da Índia, um
consolo, um cuidado, o amor? Perceber que ela recebeu o Nobel da paz e foi
aclamada nos principais meios de comunicação de nossos tempos é constatar que
nossa sociedade também é sedenta de humanização, de atitudes que nos
convençam de que a vida é mais, de que há espaço para a essência humana, ou seja,
há espaço para o amor.
Quantos milhões de mães e pais que muitas vezes renunciam a projetos
pessoais por amor aos filhos, para lhes dar um futuro melhor, estarem mais
próximos, serem mais atenciosos às suas necessidades.
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teorias implícitas e teorias culturais. Nestes livros é possível encontrar uma gama de
importantes contribuições para a psicologia na compreensão do amor, contudo, é
também possível notar a ausência de referências da visão existencialista do ser
humano, de modo que as obras que fundamentam apenas na visão comportamental
e social do ser humano não poderiam se autodenominar, ao menos não com
completude, uma psicologia especificamente do amor. A tendência de se ver a vida
humana de forma mecanicista, ou seja, determinada pelos aspectos biológicos e
comportamentais além de estar largamente disseminada no meio médico parece
tomar também as ciências psicológicas.
Ainda que a psicologia comportamental tenha seu espaço para a
compreensão do comportamento humano e também a psicologia social que estuda
as diferentes manifestações da pessoa nos diferentes meios em que se encontra,
todo estudo que visa compreender o ser humano que prescinda de sua natureza
espiritual e desconsidera como possível fator motivador das ações humanas sua
capacidade de autotranscendência e busca por sentido tende a resultados
equivocados.
Uma verdadeira psicologia do amor deveria, antes que mais nada,
fundamentar-se em uma visão completa do ser humano que também há de ser
complexa. As três escolas vienenses de psiquiatria muito contribuíram para os
avanços desta visão e é em Frankl que se é possível encontrar aquilo que ele mesmo
chamou de uma Ontologia Dimensional.
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Frankl fala também de uma capacidade de amar que pode ser apreendida
através de uma educação, ou seja, ainda que esteja claro que a capacidade de amar
está presente na essência espiritual do ser humano é necessário que a pessoa
aprenda a viver esta capacidade, principalmente no que diz respeito à entrega de si
mesma ao outro. O amor, sendo vivido como uma doação, permite que a pessoa se
fortaleça, deixe a posição de vítima diante das diferentes situações da vida e
encontre mais facilmente o sentido para sua existência.
Cabe tomar o conceito de amor concupiscente que se distingue do amor
benevolente. O ápice da vivência humana de experiência do amor concupiscente dá
ao ser humano o sentido de auto-realização, mas há um grau ainda maior de
vivência do amor que seria a vivência do que se pode chamar de amor benevolente
que se dá através da vivência da espiritualidade, ou seja, a possibilidade que o ser
humano tem de relacionar-se com Deus e unir sua capacidade humana de amar com
a capacidade de tornar-se um instrumento divino e experimentar a plenitude do
amor que é o amor de Deus e, neste caso, sendo portador deste amor para com os
outros.
A respeito desta realidade há uma larga documentação de relatos de pessoas
que vivenciaram tais experiências em diversas culturas, como por exemplo, o
testemunho de pessoas que foram consideradas santas e que deixaram
documentadas suas experiências de sentirem de tal forma o amor de Deus a ponto
de entregarem suas próprias vidas por amor ao outro, um amor sem interesse, de
extrema doação. Talvez a melhor explicação para o amor benevolente seja o
exemplo cristão, aquele que é capaz de dar a vida por seus amigos.
A percepção de que sua vida é capaz de salvar outra vida ou dar sentido a
outra vida é certamente a maior de todas as vivências que o ser humano pode
experimentar, e isto é o amor. A mãe que, sabendo que poderá perder sua vida se
deixar levar a cabo a gravidez, decide dar à luz seu filho, mesmo sabendo que ela
poderá morrer, está cumulada de amor, encontrou o maior sentido de sua vida,
sabe que está fazendo o que é certo mesmo que o mundo tente lhe convencer do
contrário, entrega sua vida pelo simples fato de que ama. Ou um homem que se
lança na frente de uma bala para salvar a vida de um amigo. A vivência do amor é o
que dá sentido à vida.
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John Izzo (2008), autor do livro (Cinco Segredos Que Você Precisa Descobrir
Antes De Morrer) descobriu em sua pesquisa com pessoas próximas da morte que
status e poder não são itens que causarão saudade quando olharem para trás, mas
são as pessoas que ajudaram a crescer que darão a elas a sensação de satisfação.
Pois é justamente a lembrança de vivências de amor que nos garantem a
autorrealização.
Quando se perde uma pessoa, pode-se lembrar dela pelas coisas que fez, mas
é apenas apreciada e se sente saudades dela se foi uma pessoa que viveu o amor de
alguma forma. Que transmitiu algo de bom, um sentimento de respeito pela vida,
um amor pela vida, pelos outros, que deixou um legado de admiração entre os
homens. Quando, pelo contrário, tudo que se construiu durante a vida foram
pseudo-amores, quando se morre, os únicos frutos deixados são pseudo-amores
que, invariavelmente causarão brigas e disputas por heranças materiais, deste
morto dificilmente alguém sentirá saudades.
Uma visão de ser humano que prescinda da essência espiritual do amor tende
ao niilismo, ao fatalismo da vida. Não apenas deixa de se encontrar o sentido da
vida, mas também é uma experiência de morte, um vir a não ser ao invés de um vir
a ser. O carpe diem da sociedade moderna é um grito por sentido, por amor. Uma
vez que busca aproveitar-se ao máximo todas as oportunidades de pseudo-amores
que a vida pode oferecer, a pessoa não tem tempo para encontrar-se consigo
mesma, não há tempo para cultivar sua espiritualidade, para ter um encontro
verdadeiro com outras pessoas.
Hoje, parece que as estruturas capitalistas, que valorizam o bem material
mais que a dignidade da pessoa humana, são mais valorizadas que os vínculos
afetivos, especialmente os vínculos familiares. Uma empresa não aceita que seu
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funcionário seja irresponsável com o trabalho que assumiu e para o qual foi
contratado; muitas pessoas dão a vida e são capazes de enormes sacrifícios para
manterem o emprego e o salário que recebem para não serem despedidos. Mas
quando se fala em fazer sacrifícios pelas responsabilidades que assumiu como pai,
mãe, esposo ou esposa, o discurso já é diferente. Fala-se muito bem das grandes
empresas que pagam bom salário para seus funcionários, e o casamento ainda é
visto por muitos como uma prisão.
Se o individualismo é a solução para a vida como defendia, por exemplo,
Adam Smith (1776), precursor da Revolução Industrial, então o capitalismo
selvagem é aceitável e a própria afirmação de Maquiavel (1513) de que os fins
justificam os meios, também. Tal ponto de vista revela uma visão mecanicista da
vida, ou seja, o homem como um mecanismo condicionado, dependente de suas
designações genéticas e sociais, um homem que não é livre.
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saúde para esta mesma classe de aproximação ao homem que sofre. O termo
“humanização” ou “atendimento humanizado” nunca foi tão utilizado nos hospitais
e locais de atendimento à saúde, muito embora parta de princípios ainda altamente
discutíveis ou seguramente equivocados na compreensão do que é uma verdadeira
humanização.
Contudo, há que se afirmar que inclusive nas enfermidades
infecciosas a situação da imunidade depende da situação do efeito e
a situação do efeito depende em última instância da motivação,
especialmente da orientação de sentido. Precisamente esta
circunstância adquire importância na medida em que o homem de
hoje padece, por regra geral, de um sentimento de carência de
sentido. Apesar do bem estar material, surge hoje em dia uma
frustração existencial e o que importa é ir ao seu encontro também
terapeuticamente. Isto, entretanto, não é possível enquanto
continuamos psicologizando a medicina, pois a própria psicologia é
interpretada e praticada em grande medida de forma mecanicista.
Certamente ambas – a medicina e a psicologia – precisam de uma
rehumanização. (Viktor Frankl, 1987)
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São muitos os pais e mães que preferem não esperar, que preferem não ter
expectativa, que preferem não amar. A sociedade pós-moderna ensina que a
frustração é o maior sofrimento da vida e que para evita-la é preciso não esperar
nada. Viver o presente em um enlouquecido e obcecado carpe diem tornou-se a
solução de vida para muitas pessoas, contudo, é justamente por temer a frustração
que a vida perde o sentido, por esquivar-se da possibilidade de esperar que se deixa
de movimentar-se espiritualmente, mantém-se em um cativeiro existencial seu
espírito, sua essência, negando-lhe até as possibilidades de alimentar- se no
encontro com os outros, no envolvimento com os familiares, com os amigos, com as
pessoas que lhe cercam. O homem do século XXI fecha suas janelas de casa, do
carro, do MSN, do Facebook, suas janelas da alma! Esta realidade é tão assustadora,
mas ao mesmo tempo tão presente que não será difícil encontrar alguém que,
perguntado sobre a causa de suas angústias, não diga em algum momento que
tenha medo. Medo do futuro, medo do mundo, medo das pessoas. Quanto mais
medo experimentado em relação aos outros, mais provável que a capacidade de
amar não está sendo acessada, pois se o espírito que é a força propulsora da vida
não pode mover-se, não há psíquico e biológico que se sustente para dar conta de
todos os desafios que o mundo propõe.
CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
IZZO, John. The five secrets you must discover before you die. San Francisco:
BerretKeholer Publishers, 2008.
FRANKL, Viktor. The doctor and the soul. From psychotherapy to logotherapy. Nova
York: Vintage Books, 1986.
FRANKL, Viktor. The unheard cry for meaning. Psychotherapy and Humanism. Nova
York: Touchstone books, 1978.
PINTOS, Cláudio Garcia e cols. Frankl por definición. Buenos Aires: San Pablo, 2007.
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SMITH, Adam. A riqueza das nações: Investigação sobre sua natureza e suas causas.
São Paulo:Nova Cultura, 1985.
STERNBERG, Robert; STERNBERG, Karin. The new psychology of love. Nova York:Yale
University Press. 2008.
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