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ANÁPOLIS-GO
2018
JOSÉ GOMES DE FREITAS
ANÁPOLIS-GO
2018
Conflitos na família de José.
Texto: I Coríntios 3:3.
“Porque ainda sois carnais, pois, havendo entre vós inveja, contendas e
dissensões, não sois, porventura, carnais e não andais segundo os
homens”?
INTRODUÇÃO
Os conflitos familiares são tão antigos quanto a própria raça humana. Eles
se originaram a partir do Éden, quando o primeiro casal deu ouvidos a voz da
serpente, comendo do fruto proibido. De modo que a Queda, atingiu Adão e Eva
e, posteriormente, Caim e Abel e consequentemente toda raça humana.
Desde muito cedo, o homem natural é inclinado a pecar, o que pode ser
visto já nas crianças de tenra idade, que são inclinadas ao egoísmo. Esse é o
grande problema da humanidade. Isso porque a natureza humana é
inerentemente má, por isso o salmista afirma que foi gerado em iniquidade e
concebido em pecado, ou seja, quando o ser humano é gerado, ele já traz em
si, a semente do pecado original.
Na narrativa bíblica, os grandes homens de Deus enfrentaram sérios
conflitos em suas famílias, como é o caso dos patriarcas Abraão que deu ouvidos
a sua esposa, envolveu-se com sua escrava, gerou um filho fora da aliança,
gerando dessa forma um conflito que dura até os dias de hoje. Isaque, preferia
a Esaú enquanto sua esposa Rebeca amava a Jacó. Provocando um grande
conflito entre irmãos. Jacó, preferia José, tal preferência provocou a ira de seus
irmãos gerando um conflito fenomenal.
O único remédio para solucionar conflitos é o amor de Deus que foi
derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm 5.5). A parábola do filho
pródigo narra o epicentro dos conflitos familiares. Filho rebelde em atrito com
irmão que não perdoa, e o Pai, que representa Deus, em busca da reconciliação
familiar. Essa é a história de todos nós!
A história de José é um drama cheio de traições, conflitos familiares,
mentiras e injustiça e é, ao mesmo tempo, uma das mais belas demonstrações
do significado do perdão e da confiança de um homem nos desígnios de Deus.
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Olhando para a família do patriarca Jacó, pai de doze filhos, aprende-se
as seguintes coisas:
I. A Natureza do Conflito.
1. Filho amado de Jacó.
José nasceu em uma grande família, irmão caçula de onze irmãos e filho
primogênito de Raquel, a mulher preferida de Jacó que havia passado grande
parte de sua vida estéril. José nasceu em meio à velhice de seus pais, como
fruto de um milagre. Por esse motivo seu pai o amava mais do que todos os
outros irmãos: “E Israel (Jacó) amava a José mais do que a todos os seus filhos,
porque era filho da sua velhice” (Gn 37:3).
A primeira vez em que Jacó demonstrou essa predileção abertamente foi
quando presenteou José com uma túnica longa e colorida. A túnica representava
realeza e autoridade, e somente os príncipes e reis usavam; não era para
qualquer pessoa. Somente os primogênitos tinham o direito de recebe-la. Desde
o momento em que os irmãos perceberam o amor de seu pai por José
começaram a odiá-lo, e a odiá-lo cada dia mais, a ponto de não conseguir mais
lhe falar amigavelmente.
O lar em que José foi criado se compunha de uma família de pessoas
cheias de ódio, inveja e falsidade, as vezes é difícil entender como na família de
um dos heróis da fé, existia tantos problemas de relacionamentos.
Na verdade, isso mostra que somente pela manifestação graciosa de
Deus, é que somos preservados e os propósitos divinos se cumprem em nossas
vidas, pois onde abundou o pecado, superabundou a graça. O fato é que
Bíblia afirma que os irmãos de José tinham total desprezo por ele, de tal forma
que não podiam sequer dizer-lhe uma palavra bondosa; (37:4)
“A família é o lugar onde se criam doenças psíquicas e psicossomáticas,
e ela é a primeira rede de apoio que preserva de adoecer em consequência de
uma crise” (Imagens da Família, Ed. Sinodal, p.115).
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diante dele. Depois disso, tive outro sonho, nesse segundo sonho, o sol a lua e
onze estrelas se curvaram diante de mim.
Quando José contou esses sonhos para seus irmãos e seu pai todos o
repreenderam. Seus irmãos sentiram mais ciúmes e seu pai lhe disse: “Que
sonho é este que tiveste? Porventura viremos, eu e tua mãe, e teus irmãos, a
inclinar-nos perante ti em terra? ” (Gn 37:10). Mas nenhum deles imaginava, nem
o próprio José, que cada um desses sonhos eram um prelúdio de algo futuro e
grandioso, uma profecia sobre sua própria história que antes de ser escrita pelo
acaso e pela vontade dos homens foi escrita por Deus.
No entanto após contar dois de seus sonhos para seus irmãos, inflamou
ainda mais o ódio deles; (37:8). O ódio e a inveja eram tão fortes no coração dos
irmãos de José que conspiraram contra ele para o matar; (37:18)
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Quando Rúben voltou ao poço e viu que José já não estava mais lá ficou
muito triste. Os irmãos tomaram a túnica de José e a molharam no sangue de
um bode que haviam matado. Enviaram a túnica para seu pai com a seguinte
mensagem:
“Temos achado esta túnica; conhece agora se esta será ou não a túnica
de teu filho.” (Gn 37.32)
Jacó reconheceu a túnica e pensou que um animal selvagem havia
devorado José. Todos os filhos de Jacó tentaram consolá-lo mais ele recusava
ser consolado:
“Porquanto com choro hei de descer ao meu filho até à sepultura“(Gênesis
37:35). Assim Jacó chorou muito dias por seu filho José.
O mundo de José, circunscrito ao conforto do lar, marcado pelo amor dos
pais e recheado de sonhos bons, desmoronou de uma hora para outra. Ele
estaria, a partir de então, sozinho e desprezado no maior país do mundo na
época, o Egito.
A insensibilidade dos irmãos de José impressiona, muitas vezes, os
leitores da Bíblia Sagrada. No entanto, a reação dos irmãos, movidos de inveja,
era perfeitamente previsível, mesmo porque eles nunca aprenderam nada
acerca de perdão e tolerância com seus pais! O hostil ambiente familiar, que
contava com filhos de várias esposas (cenário bastante parecido com muitas
famílias atuais) e mães que se digladiavam de maneira feroz, incentivava
naturalmente a rivalidade entre todos, o que, sem dúvida, não poderia acabar
em algo bom. Isso mostra que até um aparente pequeno conflito familiar entre
irmãos pode se transformar em tragédia. E mais: que cabe a todos
(principalmente aos pais) procurarem, a todo o custo, o mais rápido possível,
juntar os cacos dos relacionamentos familiares fragilizados, independentemente
da gravidade e extensão dos mesmos, antes que seja tarde demais.
José viveu muitos anos na terra do Egito, a princípio viveu na casa de
Potifar, administrando toda a riqueza do seu senhor. Depois José torna-se
prisioneiro por causa da falsa acusação de tentativa de violentar a esposa de
Potifar. Depois José sai da prisão e se torna governador do Egito. Casa-se com
uma egípcia, gera o primeiro filho Manasses que significa esquecer, era como
se estivesse dizendo que Deus o fez esquecer de toda dor e feridas abertas no
passado. O segundo filho recebeu o nome de Efraim que significa enriquecer,
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quem sabe ele estava dizendo através dos nomes dos filhos que Deus o fizera
prospero em meio as aflições e conflitos da vida.
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IV. Princípios bíblicos aplicados.
A Bíblia é clara em mostrar que os conflitos existem, ´é uma realidade nos
relacionamentos humanos. Na vida diária podemos nos encontrar envolvidos em
conflitos com outras pessoas. Não é fácil reagir da forma correta no meio de uma
briga feia, mas a Bíblia tem bons conselhos para acalmar os ânimos e resolver
o conflito:
1. Ouvir antes de falar
Quem responde antes de ouvir comete insensatez e passa vergonha.
(Provérbios 18:13)
Muitas discussões ficam feias porque ninguém está ouvindo o que o outro
está dizendo! Procure entender a razão do aborrecimento antes de responder.
2. Responder com calma
A resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira.
(Provérbios 15:1)
Gritar só piora a briga. Quem respira fundo e fala com calma retoma o
controle da conversa.
3. Ignorar o insulto
O insensato revela de imediato o seu aborrecimento, mas o homem
prudente ignora o insulto. (Provérbios 12:16)
Durante uma briga as pessoas dizem coisas que não deviam, para fazer
o outro perder o controle. Ignorar o insulto mostra maturidade e que o outro não
lhe pode afetar.
4. Não retrucar
Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos
olhos de todos. (Romanos 12:17)
Quando você retribui mal por mal, você perde toda a razão. Retrucar só
piora a briga. Se você agir de forma correta, você terá a vantagem moral.
5. Tratar com respeito
O homem que não tem juízo ridiculariza o seu próximo, mas o que tem
entendimento refreia a língua. (Provérbios 11:12)
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Ridicularizar o outro só o vai enfurecer mais. Quando a outra pessoa se
sente respeitada, vai se acalmar.
6. Ter paciência
O homem irritável provoca dissensão, mas quem é paciente acalma a
discussão. (Provérbios 15:18)
Muitos conflitos acontecem porque as pessoas envolvidas não estão com
paciência. Ter um pouco de paciência para tentar entender o que se passa
acalma o conflito.
7. Perdoar
Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra
os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. (Colossenses 3:13)
No fim de todo conflito é preciso perdão. Quando não há perdão, vem
ressentimento e mais conflitos podem acontecer. Perdoar restaura amizades.
Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus.
(Mateus 5:9)
Conclusão. As lições que podemos aprender com a família de José são as
seguintes:
1. Na educação dos filhos nenhum inimigo é mais sútil do que a passividade.
Quando os pais são passivos, eles podem acabar retardando ou omitindo
a disciplina.
2. Pais omissos são pais negligentes.
Quando os pais são presentes na vida de seus filhos, a compreensão e a
solução dos conflitos familiares torna-se mais fácil.
3. Nenhuma reação é mais cruel do que os ciúme.
Quando os ciúmes se tornam em raiva no meio da família ou entre os
filhos, os conflitos familiares serão frequentes no lar e se tornarão problemas de
grave solução; os ciúmes nunca se corrigem, eles só levam a maiores males.
4. Em meio a um conflito familiar sempre devemos pedir ajuda a Deus.
Sempre confiar Nele, como fez José, que Abandonado pelos seus irmãos
e deixado à mercê dos mercenários mercadores a caminho de um destino
desconhecido, o filho adolescente de Jacó não tinha em quem confiar senão em
Deus.