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A CRIANÇA E O BRINCAR

Júnia Ferreira de Araujo1

A brincadeira para a criança, experimentando o mundo e dos fatos e afetividade. Ou seja, descreve-se para a criança o
aprendendo sobre o mesmo, é uma coisa séria, dotada de senti- que foi percebido, identificando para que ela possa se posicionar.
dos, por meio da qual ela se desenvolve mentalmente, fisicamente De acordo com OAKLANDER,
e socialmente. A brincadeira de criança é a forma de autoterapia
da mesma, pela qual a ansiedade, os conflitos e as confusões são, O brincar das crianças no consultório do terapeuta é provei-
de certa forma, elaborados. toso para todos outros propósitos além do processo direto de
Em alguns casos, a criança pode ser delicada e atenciosa, terapia. Brincar é divertido para a criança e ajuda a promo-
já em outros, brinca de forma agressiva e grosseira. Assim, por ver a afinidade necessária entre o terapeuta e a criança. O
meio da segurança da brincadeira, toda criança pode experimen- medo e resistência iniciais por parte desta muitas vezes são
tar suas próprias e novas formas de ser. drasticamente reduzidos quando ela se defronta com uma
A brincadeira desempenha uma função vital para a criança, sala cheia de brinquedos atraentes. Brincar pode ser um bom
ela é muito mais do que apenas um conjunto de atividades frívo- instrumento de diagnóstico. (OAKLANDER, 1980, p.189)
las, levianas e prazerosas, que os adultos jugam que seja. O brin-
car serve como linguagem para a criança, um simbolismo que É importante perceber que a criança também pode usar a
substitui as palavras, a criança na vida muitas coisas que ainda é brincadeira como meio de evitar e expressar seus sentimentos e
incapaz de expressar verbalmente, e, desse modo, utiliza a brin- pensamentos, podendo decidir ficar fixada em um determinado
cadeira para formular e assimilar aquilo que experimenta. tipo de brincadeira, ou, simplesmente, não se envolver com qual-
A realização da ludoterapia (terapia por meio do brincar) tem quer tipo de brinquedo. O terapeuta precisa reconhecer essa ten-
mostrado excelentes resultados em crianças com diversos tipos dência e lidar com o problema de forma direta e delicada.
de dificuldades ou problemas. A ludoterapia permite que a crian- A sala de ludoterapia é um bom lugar de crescimento para
ça expresse seus medos, conflitos e ansiedades, possibilitando a criança, onde ela está no comando da situação e de si mesma,
(com o auxílio do terapeuta) a elaboração desses sentimentos. ninguém critica o que faz. Sendo assim, ela deve ser tratada com
A criança em terapia brinca de várias maneiras, com jogos, dignidade e respeito, podendo dizer o que sente da maneira que
com desenho, brincadeiras, um teatro de bonecos ou uma im- quiser. Pode também brincar com os brinquedos do modo que
provisação do terapeuta. O terapeuta é responsável em utilizar- gostar, sendo aceito completamente.
-se do brincar, de situações em terapias, de várias maneiras. Axline (1984) diz que a participação do terapeuta, durante
De acordo com OAKLNDER (1980), foram observadas vá- o contato terapêutico, reforça também o seu sentimento de se-
rias maneiras diferentes de brincar da criança; assim, no processo gurança. O terapeuta é sensível ao que a criança está sentindo e
de ludoterapia, são observados vários fatores - positivos e negati- expressando por meio de seu brinquedo e de sua verbalização.
vos. Desde o momento em que a criança se aproxima do material A mesma autora ainda relata que o papel do terapeuta, em-
(brinquedos, testes, jogos etc.), é observada sua forma de brincar, bora seja não-diretivo, não é de modo algum passivo, mas de
o que ela escolhe para brincar, aquilo com que evita brincar etc. sensibilidade e de constante atenção em relação ao que a criança
Várias perguntas são levantadas no momento do brincar. está dizendo ou fazendo. Assim o terapeuta é um profissional
Qual é o estilo geral de suas brincadeiras? Se a criança é que, ao lidar com a criança, deve respeitar e ter um compromis-
desorganizada ou organizada? O que se repete quando ela so com a mesma, como se tivesse atendendo um adulto.
brinca? Sendo assim, a maneira como ela brinca conta muito
sobre sua forma de ser na vida cotidiana. REFERÊNCIAS
A observação do terapeuta vai analisar alguns fatores essen-
ciais no processo da ludoterapia - de que forma a criança brinca Axline, Virginia Mãe. Ludoterapia. Belo Horizonte: Interlivros, 1984.

em situações de solidão, agressão, amparo, desastre com carro,


Oaklander. V. Descobrindo crianças. São Paulo: Summus, 1980.
aviões etc. Em alguns momentos serão observados, por meio do
conteúdo de suas brincadeiras: suas emoções, sua consciência
Revista de Psicologia - Edição 1 l 101
NOTA DE RODAPÉ

1 Aluna do curso de Psicologia do Centro universitário Newton Paiva do estágio


supervisionado pela professora Natércia Acipreste Moura.

102 l Revista de Psicologia - Edição 1

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