Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
3 – Desorientação no tempo – pode ser ligeira (envolve horas), moderada a severa (envolve dias,
meses ou anos) ou avançada (envolve estações do ano)
4 - Coma – total inconsciência, sendo que nas fases mais profundas não apresenta resposta a qualquer
tipo de estímulo.
Alterações qualitativas (modo como os conteúdos da são apreendidos e vividos)
3 – Estreitamento da consciência – a consciência está limitada, com poucas ideias e atitudes, podendo
haver ligeira desorientação temporal e espacial. Pode atingir o Estado Crepuscular = com início e fim
abruptos, explosões de violência não deliberadas, perseveração (repetição automática e frequente de
verbos) e automatismos (atos ou movimentos involuntários), com pós confusão e amnésia.
4 – Expansão da consciência – experiência subjetiva de estar mais alerta, perceção mais viva, maior
capacidade de atenção e memória e atividade intelectual mais intensa.
3. Atenção = focagem ativa (atenção voluntária dirigida para objetos) ou passiva (atenção
involuntária, arrastada para o campo da atenção) da consciência numa experiência, como um estímulo
sensorial ou uma representação interna.
Concentração = capacidade de manter atenção ao longo do tempo.
Atenção externa = focada no meio, mundo externo ao sujeito.
Atenção interna = focada nos processos mentais.
Atenção focalizada = concentração num campo limitado.
Atenção dispersa = espalhada de forma menos limitada
Distratibilidade = incapacidade de manter a atenção em situações relevantes.
Psicopatologias:
1 – Hiperprosexia – aumento muito elevado da atenção passiva em estímulos irrelevantes.
2- Hipoprosexia – diminuição da atenção passiva e aumento da fadiga.
3 – Pseudoprosexia – dificuldade da atenção por se estar focado em outros aspetos.
4 – Aprosexia – sem capacidade de atenção, por mais fortes e variados que sejam os estímulos.
Alterações Qualitativas:
1 – Paramnésia – distorção/falsificação das memórias e não perda destas.
Alterações da evocação – distorção não intencional das memórias de acordo com estados
afetivos atuais (falsificação retrospetiva); datar delírio como anterior á doença atual, determinado
pelo estado mental atual (delírio retrospetivo); síndrome de memórias falsas; falseamento da memória
em factos, que aparecem como novos ao doente (criptomnesia); descrição detalhada e falsa de um
acontecimento que supostamente ocorreu no passado (confabulações).
Alterações do reconhecimento – podem ser não delirantes: dejá-vu (reconhecimento de que já
se teve dada experiência, que nunca se teve) e jamais vu (sentir que se passa por uma situação pela
primeira vez, quando não é verdade); ou delirantes: falso reconhecimento positivo (pensar que
desconhecidos são conhecidos disfarçados), falso reconhecimento negativo (crença de que houve
mudança radical na sua aparência física).
5. Humor
Afetividade – diz respeito ao conjunto de estados de humores e paixões que a pessoa vive de forma
própria e imediata. Influencia a sua personalidade e comportamento, e a vida afetiva pode ser
organizada em polos extremos (ex. dor-prazer).
2- Expansão – boa disposição associado à dificuldade de controlar as próprias emoções, com elevada
desinibição. Ocorre na mania/hipomania.
1 – Abulia – perda de vontade, pode haver desejo de fazer algo mas não há energia para iniciativa.
Comum na esquizofrenia.
2 – Hipobulia – diminuição da energia volitiva, apatia, indiferença. Comum em episódios depressivos
6 – Perturbação da postura – exemplo: flexibilidade cérea (modelagem do corpo como se fosse cera);
catalepsia (manutenção de uma dada postura, imposta ou voluntária, devido à rigidez dos músculos).
8. Perceção = diz respeito ao conhecimento do mundo e do próprio meio somático a partir dos
dados sensoriais. As perceções são corpóreas, aparecendo no espaço objetivo externo, são constantes,
facilmente retidas e independentes da vontade (aceites passivamente).
Processo de perceção = existem 3 fases neste processo: (1) existência de um evento sensorial; (2)
perceção sensorial; (3) perceção com significado. O homem nunca atinge uma visão pura da
realidade, uma vez que a perceção incorpora visão subjetiva própria da personalidade.
Psicopatologias da perceção:
1 – Distorções sensoriais – existe um objeto real cuja perceção é distorcida. A alteração pode ocorrer
na intensidade da perceção, quando esta aumenta (hiperestesia) ou diminui (hipoestesia), ou na
qualidade, havendo alterações da cor, da dimensão (macropsia – objetos parecem maiores; micropsia
– objetos parecem menores), da forma (dismorfopsias) e separação da perceção (sensações entram
em conflito, parecendo separadas).
2 – Falsas perceções – existe uma perceção “de novo” que pode ser ou não uma resposta a um
estímulo externo. Existem três tipos.
Ilusões – um objeto percecionado é combinado com uma imagem mental de forma a produzir
uma perceção falsa.
Alucinações – perceção sem objeto que ocorre na mente, de imediato, tal como na perceção
verdadeira, com objetividade e nitidez. São uma projeção – localizadas no espaço exterior. Embora
venha de dentro, o sujeito reage como sendo uma perceção verdadeira vinda de fora. Podem ser
auditivas (perturbações de humor, alcoolismo crónico), visuais (delirium, demências), olfativas, do
gosto e do tato. Comuns na esquizofrenia, mania psicótica e depressão psicótica.
1 – De curso – relativamente ao ritmo do pensamento: pode ser acelerado, com fuga de ideias,
circunstanciado (perde-se em detalhes desnecessários), lento, inibido (custa pensar); relativamente à
continuidade: perseveração (ideia persistente para além do ponto em que é relevante), bloqueio do
pensamento (suspensão brusca e imotivada do pensamento).
2 – Da forma – défice de abstração, pensamento desagregado, incoerente, desorganizado.
3 – Da posse – ideias obsessivas e compulsões (ideias que ocorrem contra a vontade do individuo,
invasor e sem motivo), alienação do pensamento (crença de que os pensamentos são controlados por
entidades extrínsecas): imposição do pensamento, roubo de ideias, difusão do pensamento (sente que
não lhe pertence).
10. Linguagem = método para comunicar ideias, emoções e desejos, através de um sistema de
símbolos produzido voluntariamente.
Perturbações do discurso:
Perturbações orgânicas
Oligofrerias: quando o funcionamento intelectual está a baixo da média: atraso mental ligeiro (QI 50-
69), atraso mental moderado (35-49), atraso mental grave (20-34), atraso mental profundo (0-19).
Incapacidade intelectual: pode haver défices em funções intelectuais como o raciocínio e pensamento
abstrato; ou no funcionamento adaptativo, resultando na falha em atingir padrões de
desenvolvimento, independência pessoal e responsabilidade social; tanto os défices intelectuais como
os adaptativos têm início no período de desenvolvimento.
Causas de défice intelectual: perturbação da estrutura ou função cerebral; falta de experiência
sensorial; perturbação do contacto com a realidade; perturbação dos afetos, dificultando a perceção,
a atenção e a motivação.
12. Personalidade = organização complexa, interna e dinâmica, com relativa estabilidade e que
caracteriza o modo próprio de pensar, sentir e agir de uma pessoa. Evolui e é influenciada pelo
contexto, constituindo uma forma de adaptação. É uma construção contínua que depende de fatores
inatos, socioculturais (educação, família, cultura) e das experiências pessoais.
Tipos de personalidade: Myers – Briggs, baseando-se na tipologia da personalidade criada por Jung
(extroversão, introversão, sensação, intuição, pensamento e sentimento), acrescentou dois conceitos
tipos: julgamento e perceção. Deste modo apresentou 16 tipos de personalidade, a partir da
combinação dos 8 conceitos (sendo que cada pessoa tem de ter um dos conceitos de cada par na sua
personalidade ex. tipo ESPJ – extrovertido, sensação, pensamento e julgamento).
Extroversão: preferência para assimilar energia do mundo exterior, das pessoas e atividades.
Introversão: preferência para assimilar energia do mundo interior, das ideias e emoções.
Sensação: preferência por captar informação através dos 5 sentidos e observar o real.
Intuição: preferência por captar informação através do “6º sentido”.
Pensamento: decisões tomadas de forma lógica e objetiva.
Sentimento: decisões tomadas de forma pessoal e baseada em valores.
Julgamento: preferência por ter uma vida planeada e organizada.
Perceção: preferência por ter uma vida espontânea e flexível.
Sintomas mais comuns: aloplásticos (sensação de ser outrem a produzir características que
sabe serem suas), autoplásticos (acha que as suas características são auto-geradas), egossintónicos
(indivíduo sabe ser a sua maneira de ser) e egodistónicos (não reconhece a sua maneira de ser).
13. Ansiedade
Ansiedade normal: fraca, pouco frequente, curta duração, relativa a estímulos externos e tem poucas
consequências a nível social, cognitivo e da performance.
Ansiedade patológica: moderada a intensa, frequente, de longa duração, reação desadequada a
estímulos internos, apresenta sintomas físicos e com consequências a nível social, cognitivo e da
performance.
7 - Mutismo seletivo – incapacidade de falar em situações sociais específicas nas quais é esperado
falar (ex. escola).
Perturbação dismórfica – preocupação com a perceção de um ou mais defeitos físicos, que não são
observáveis ou são discretos para os outros. Leva a comportamentos repetitivos ou atos mentais em
resposta a estas preocupações.
Perturbação de acumulação – dificuldade persistente em separar-se das suas coisas.
Perturbações dissociativas – sintomas de doença física ou certos tipos de doença mental que
surgem na ausência da patologia somática a que estão normalmente associados, sendo os sintomas
produzidos inconscientemente. Há uma conversão = converter conflito psicológico num sintoma
corpóreo.
14. Depressão = pode ocorrer no contexto de uma experiência normal (morte de uma
familiar), de uma doença somática ou ser uma perturbação (do humor, por exemplo, é o que vamos
realçar)
Síndrome depressiva = pessoa com aspeto pouco arranjado, postura curvada, pestanejo diminuído,
perturbação do sono; com humor deprimido permanente, tristeza anímica e/ou vitalizada, falta de
confiança e energia; com pensamentos de infelicidade, pessimismo (tríade cognitiva), desespero,
morte, culpa, vergonha, anedonia, alterações das memórias (amnésia catatímica), dificuldade em
pensar e se concentrar, isolamento social. Pode levar a despersonalização e ter relação com fobias.
Episódio depressivo major – dura pelo menos 2 semanas (14 dias), e, pela gravidade da
depressão, causa problemas sociais, ocupacionais e em todas as áreas importantes. Há presença de
ideias delirantes congruentes com o humor (desvalorização, culpa etc.) e não congruentes com o
humor (perseguição).
Perturbação depressiva persistente - humor cronicamente depressivo.
Síndrome maniforme = pessoa com humor elevado, eufórico e ao mesmo tempo irritável; há um
aumento da atividade e energia, agitação, com logorreia e fuga das ideias e distratibilidade. Há
presença de ideias expansivas não delirantes ou delirantes (mais autoestima, grandeza, perseguição).
Há ainda uma diminuição do sono, maior apetite, mais líbido, excessivo envolvimento em atividades
com alto potencial de consequências causadoras de sofrimentos.
Episódio hipomaníaco – dura pelo menos 4 dias, com alterações no humor e funcionamento
observáveis pelos outros, mas o episódio não é suficientemente grave para causar problemas a nível
social, ocupacional ou implicar internamento.
Ideação suicida = pensamentos cujo conteúdo central é acabar com a própria vida, sendo percursores
dos comportamentos auto lesivos ou suicidas. Podem apresentar-se em forma de desejos ou plano de
cometer suicídio sem que haja efetivamente passagem ao ato, podendo tornar-se pensamentos
recorrentes que trazem sensação temporária de alívio/controlo sobre a realidade.
Comportamentos auto lesivos = comportamentos sem intencionalidade suicida consciente, mas com
intencionalidade auto lesiva consciente.
Atos suicidas:
1 – Tentativas de suicídio (para-suicídios) – ato levado a cabo que visa a própria morte mas por
razões diversas resulta em frustração.
2 – Suicídio consumado – ato levado a cabo pelo individuo que provoca morte, com intenção. Inclui
intencionalidade patológica (ex. obedecer a vozes que comandam).
Dor psicológica (estímulo intolerável, aspeto mais comum no suicídio) Procura-se solução
(propósito) Interrupção da consciência (objetivo). Esta dor psicológica causa stress, devido à
frustração das necessidades psicológicas, e emoções como o desespero e o abandono. O individuo
encontra-se num estado cognitivo ambivalente e percetivo restrito. Pode haver comunicação da
intenção (ato interpessoal).
Factos: (1) não tem de se ser doente mental para pensar em suicídio, sendo a maioria das pessoas
inteligentes mas exigentes com elas próprias; (2) Não são apenas pessoas específicas que cometem
suicídio e grande parte das pessoas comunica a sua intenção; (3) quem já realizou tentativas corre
mais risco; (4) o suicídio não é sempre impulsivo; (4) discutir ideação suicida de forma direta e
sensível é um fator protetor, pois alivia a ansiedade e solidão; (5) a maioria das crises tem duração
limitada e baseia-se em pensamentos confusos.
Fatores de risco: plano de suicido; disponibilidade de meios; tentativas prévias; abuso de substâncias;
perturbações de pânico com depressão; perdas recentes; isolamento; preocupações económicas;
esquizofrenia; depressão major; perturbação de personalidade e de ansiedade; doença física
incapacitante; impulsividade; baixa autoestima; hostilidade e agressividade; perfecionismo e rigidez,
comportamentos auto lesivos ou tentativas; histórico familiar.
Sinais de alerta: demonstrar tristeza, falta de esperança, choro raiva etc.; falar sobre a morte e realizar
preparativos, como resolver assuntos; mudança acentuada nas atitudes e aparência; ter
comportamentos de risco; isolamento com dificuldade de relacionamento familiar e social; aumentar
ou iniciar consumo de álcool, drogas ou fármacos.
16. Stress = conjunto de perturbações biológicas e psicológicas provocadas por uma
agressão sobre o organismo. A resposta de curto prazo aos stressores é dada pelo sistema nervoso
autónomo, que decide entre a luta ou a fuga. As as pessoas assumem diversos estilos defensivos e
comportamentos de coping: comportamentos de procura de informação, comportamentos afiliativos
(procura de vinculação, relação harmoniosa entre as pessoas) e comportamentos de resolução de
problemas.
Perturbação aguda de stress (3 dias a 1 mês)
1 – Perturbação de stress pós-traumático - remete para um problema de ansiedade que ocorre depois
de uma pessoa ter sido exposta a um acontecimento que constitui um trauma psicológico. Há sintomas
intrusivos (lembranças, sonhos), reações dissociativas (flashbacks, mal-estar psicológico intenso),
humor e cognições negativas, sintomas de evitamento, de ativação (perturbação do sono,
comportamento irritável, acessos de raiva, hipervigilância, resposta de sobressalto exagerada),
episódios de pânico e distanciamento emocional. Evitam-se estímulos que possam desencadear o
ciclo das lembranças traumáticas.
17. Somatização
Os sintomas somáticos podem vir de doenças somáticas, alterações fisiológicas, medicamentos ou
perturbações psíquicas – quando as alterações emocionai são persistentes e frequentes podem dar
origem a alterações físicas, ou seja, a somatização é a apresentação de sintomas somáticos na ausência
de doenças físicas ou lesões de tecidos. Pode ser uma sequela de uma doença/lesão anterior e é piorada
em circunstâncias indutoras de stress.
Medicina psicossomática = enfatiza a unidade do corpo e da mente e as suas interações.
Medicina Comportamental = estuda desenvolvimento do conhecimento cientifico e técnicas
comportamentais e biomédicas relevantes para a saúde e doença, e aplicação destes na prevenção,
diagnóstico e tratamento.
Sintomas autonómicos (do SNA):
Simpático: taquicardia, aumento da tensão arterial, vasoconstrição, midríase (dilatação da pupila).
Parassimpático: bradicardia, vasodilatação, miose (contração da pupila), aumento da salivação.
Perturbação da ansiedade relacionada com a doença: preocupação com ter adquirido ou vir a adquirir
doença grave, embora os sintomas sejam fracos ou ausentes. Ansiedade e preocupação elevada, com
duração superior a 6 meses.
Perturbações psicológicas que podem apresentar sintomas somáticos:
1 – Perturbações ansiosas, de humor, esquizofrénicas, relacionadas com substâncias.
2 – Perturbações factícias – sintomas produzidos intencionalmente, sendo que o individuo está
consciente dos seus comportamentos, ainda que inconsciente das motivações subjacentes. A
perturbação pode ser imposta ao próprio ou a outra pessoa.
3 – Perturbação de conversão – paciente converte conflito psicológico em um sintoma corpóreo.
Fatores predisponentes = genéticos, stress na infância, crenças sobre doenças, inibição das emoções,
alexitimia, baixo limiar à dor, perturbações psicológicas (ansiedade, depressão, hipocondria, stress).
1 – Paranoide – doentes reservados, desconfiados e hostis. Suspeitam que lhes querem fazer mal e
isolam-se progressivamente. Têm ideias delirantes de influência, roubo e difusão do pensamento.
2 – Catatónica – há alterações psicomotoras – inibição motora (catatonia inibida) ou acentuada
agitação psicomotora, podendo levar à exaustão física, comportamento violento/destrutivo e discurso
incoerente (catatonia agitada).
3 – Desorganizada – desorganização do pensamento e comportamento, alterações afetivas com
resposta emocional desadequada, maneirismos, afastamento social, contacto pobre com a realidade.
4 – Indiferenciada – gradual, com perda de vontade (abulia), interesse (apatia), ambição e inicitavi,
isolamento social, desprezo pelas obrigações sociais e indiferença. Há presença de ideias delirantes,
alucinações e comportamento desorganizado.
5 – Residual – a pessoa tem de ter passado por pelo menos um episódio prévio de esquizofrenia no
passado, apesar de não ter sintomas muito marcados. Tem capacidade de viver em comunidade mas
não tem capacidade de manter uma profissão.
Doença Psicótica – em sentido restrito é sinónimo de psicose e é considerado o estado mental
patológico caracterizado por desvios do comportamento. Há ideias delirantes, alucinações
proeminentes, ausência de crítica à sua natureza patológica e perturbação da vivência do eu.
Estádios = 0 – aumento do risco para a doença psicótica, ainda sem sintomas; 1 – sintomas
pouco específicos ou ligeiros; 2 – primeiro episódio psicótico; 3 – recorrência de doença psicótica; 4
– doença psicótica grave ou persistente.
Atenção complexa = constituída pela atenção sustentada (manter concentração durante algum tempo),
dividida, seletiva e velocidade de processamento.
Função executiva = relacionada com o planeamento, tomada de decisão, memória de trabalho,
resposta às reações, controlo ou inibição de hábitos, flexibilidade cognitiva.
Aprendizagem e memória = memória imediata (dura segundos), recente (de curta duração e
relacionada com a evocação espontânea com pista e memória de reconhecimento), memória de longo
prazo (semântica e autobiográfica); aprendizagem implícita (adquirir conhecimento sem intenção de
aprender).
Percetivo motor = perceção visual, visuoconstrutiva (capacidade de juntar estímulos físicos e realizar
movimentos para organizá-los); praxia (função que permite a realização de gestos coordenados);
gnosia (capacidade de perceção e reconhecimento de objetos e sensações).
Cognição social = reconhecimento de emoções; teoria da mente (habilidade de atribuir estados
mentais a si e aos outros e perceber que os outros possuem estado diferentes dos seus).
Psicopatologias:
-Perturbação neurocognitiva vascular – há uma relação temporal entre o início dos défices
cognitivos e um ou mais eventos cerebrovasculares. O declínio é mais proeminente na atenção
complexa e nas funções executivas.
3 - Demência = insidiosa, dura mais de um ano, queixas escondidas, lentamente progressiva, humor
lábil e superficial, agravamento dos sintomas da parte da tarde. Há uma perda da memória a curto
prazo, défice nas funções executivas e visuoespaciais, dificuldades diárias, desorientação temporal e
espacial e défice na linguagem. Alterações progressivas no comportamento com consequências
sociais, afasia, e pode haver sintomas psicóticos com alterações da personalidade precoces. Por fim
há ainda défices na capacidade de abstração, na flexibilidade mental, velocidade de processamento e
memória de trabalho. Pode decorrer de AVC (meses após este).
Delirium Tremens = consiste no agravamento do delírio alcoólico subagudo, com crises convulsivas
e marcados sintomas físicos, podendo levar ao colapso circulatório e à morte. Causa torpor da
consciência, alteração cognitiva global, tremor, agitação psicomotora, alteração do ciclo sono-vigília,
perturbações emocionais, ilusões, alucinações visuais, delírio ocupacional, sintomas
neurovegetativos (febre, taquicardia, hipertensão arterial).
Tipo I: fatores principalmente ambientais, afetas os dois sexos de igual forma, afeta mais pessoas a
partir dos 25 anos e tem melhor prognóstico.
Tipo II: fatores principalmente genéticos, afeta mais o sexo masculino e idades inferiores aos 25 anos,
tem maior gravidade prognóstica e maior percentagem de alterações comportamentais.
Dependência de substâncias = causa prazer (reforço positivo), tolerância, dependência física (reforço
negativo); dependência psicológica, uso compulsivo, descontrolo comportamental e a substância
domina a hierarquia motivacional.
Sistema de recompensa – vias de reforço: o que ocorre com os estímulos naturais é que a
libertação de dopamina precede a ocorrência do estímulo, nos estímulos condicionados, e a atividade
dopaminérgica aumenta com a incerteza da recompensa. No consumo de substância há uma ação
direta destas no aumento da atividade dopaminérgica, causando uma sensitização (tornar sensível,
imprescindível) aos efeitos da substância – aumenta a recompensa da substância, estimulando a
motivação para o consumo. Na abstinência há uma hipoatividade dopaminérgica.
Substâncias de abuso
1 – Cannabis – tem efeitos que duram 2 a 3 horas, como a euforia, autoconfiança, alteração da
perceção do tempo, aumento da sensibilidade, alteração da concentração de memória, boca seca,
taquicardia, olhos vermelhos, maior apetite. Tem algumas psicopatologias associadas: ansiedade,
crises de pânico, desconfiança, ideias delirantes, fenómenos alucinatórios, e pode evoluir para uma
psicose esquizofrénica, dependendo da quantidade consumida e precocidade.
Síndrome de abstinência prolongada: dura vários meses, com presença de dores difusas,
astenia (diminuição de resistência do sistema), humor instável, irritabilidade, sintomatologia
depressiva, perturbação da memória e atenção.