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1.

(Enem 2ª aplicação 2010) Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado,
apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para
conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual;
contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical.
Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos
muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho,
e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer
perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar
deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au
ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l
pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe
no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto
manifestam-se
a) na fonologia.
b) no uso do léxico.
c) no grau de formalidade.
d) na organização sintática.
e) na estruturação morfológica.

2. (Enem 2013) Dúvida Dois compadres viajavam de carro por uma estrada de fazenda
quando um bicho cruzou a frente do carro. Um dos compadres falou:
— Passou um largato ali! O outro perguntou:
— Lagarto ou largato? O primeiro respondeu:
— Num sei não, o bicho passou muito rápido.
Piadas coloridas. Rio de Janeiro: Gênero, 2006.

Na piada, a quebra de expectativa contribui para produzir o efeito de humor. Esse efeito
ocorre porque um dos personagens
a) reconhece a espécie do animal avistado.
b) tem dúvida sobre a pronúncia do nome do réptil.
c) desconsidera o conteúdo linguístico da pergunta.
d) constata o fato de um bicho cruzar a frente do carro.
e) apresenta duas possibilidades de sentido para a mesma palavra.

3. (Enem 2013)
Os objetivos que motivam os seres humanos a estabelecer comunicação determinam, em
uma situação de interlocução, o predomínio de uma ou de outra função de linguagem.
Nesse texto, predomina a função que se caracteriza por
a) tentar persuadir o leitor acerca da necessidade de se tomarem certas medidas para a
elaboração de um livro.
b) enfatizar a percepção subjetiva do autor, que projeta para sua obra seus sonhos e
histórias.
c) apontar para o estabelecimento de interlocução de modo superficial e automático, entre o
leitor e o livro.
d) fazer um exercício de reflexão a respeito dos princípios que estruturam a forma e o
conteúdo de um livro.
e) retratar as etapas do processo de produção de um livro, as quais antecedem o contato
entre leitor e obra.

4. (Enem 2013) Lusofonia

rapariga: s.f., fem. de rapaz: mulher nova; moça; menina; (Brasil), meretriz.
Escrevo um poema sobre a rapariga que está sentada
no café, em frente da chávena de café, enquanto
alisa os cabelos com a mão. Mas não posso escrever este
poema sobre essa rapariga porque, no brasil, a palavra
rapariga não quer dizer o que ela diz em portugal. Então,
terei de escrever a mulher nova do café, a jovem do café,
a menina do café, para que a reputação da pobre rapariga
que alisa os cabelos com a mão, num café de lisboa, não
fique estragada para sempre quando este poema atravessar o
atlântico para desembarcar no rio de janeiro. E isto tudo
sem pensar em áfrica, porque aí lá terei
de escrever sobre a moça do café, para
evitar o tom demasiado continental da rapariga, que é
uma palavra que já me está a pôr com dores
de cabeça até porque, no fundo, a única coisa que eu queria
era escrever um poema sobre a rapariga do
café. A solução, então, é mudar de café, e limitar-me a
escrever um poema sobre aquele café onde nenhuma rapariga se
pode sentar à mesa porque só servem café ao balcão.
JÚDICE, N. Matéria do Poema. Lisboa: D. Quixote, 2008.

O texto traz em relevo as funções metalinguística e poética. Seu caráter metalinguístico


justifica-se pela
a) discussão da dificuldade de se fazer arte inovadora no mundo contemporâneo.
b) defesa do movimento artístico da pós-modernidade, típico do século XX.
c) abordagem de temas do cotidiano, em que a arte se volta para assuntos rotineiros.
d) tematização do fazer artístico, pela discussão do ato de construção da própria obra.
e) valorização do efeito de estranhamento causado no público, o que faz a obra ser
reconhecida.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Torno a ver-vos, ó montes: o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino.

Aqui estou entre Almendro, entre Corino,


Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.

Se o bem desta choupana pode tanto,


Que chega a ter mais preço, e mais valia
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto.

Aqui descanso a louca fantasia,


E o que até agora se tornava em pranto
Se converta em afetos de alegria.
Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78/9.

5. (Enem 2008) Assinale a opção que apresenta um verso do soneto de Cláudio Manoel da
Costa em que o poeta se dirige ao seu interlocutor.
a) "Torno a ver-vos, ó montes: o destino" (v. 1)
b) "Aqui estou entre Almendro, entre Corino," (v. 5)
c) "Os meus fiéis, meus doces companheiros," (v. 6)
d) "Vendo correr os míseros vaqueiros" (v. 7)
e) "Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto." (v. 11)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
⁶Viajam de bonde silenciosamente. Devia ser quase uma hora, ¹pois o veículo já se
enchia do público especial dos domingos.
²Eram meninas do povo envolvidas nos seus vestidos empoados com suas fitinhas
cor-de-rosa ao cabelo e o leque indispensável; eram as baratas casemiras claras dos
ternos, [...] eram as velhas mães, prematuramente envelhecidas com a maternidade
frequente, ⁷a acompanhar a escadinha dos filhos, ao lado dos maiores, ainda moços, que
fumavam os mais compactos charutos do mercado — era dessa gente que se enchia o
bonde e se via pelas calçadas em direção aos jardins, aos teatros em matiné, aos
arrabaldes e às praias.
³Era enfim o povo, o povo variegado da minha terra. ⁴As napolitanas baixas com
seus vestidos de roda e suas africanas, as portuguesas coradas e fortes, caboclas, mulatas
e pretas — era tudo sim preto, às vezes todos exemplares em bando, às vezes separados,
⁸que a viagem de bonde me deu a ver.
E muito me fez meditar o seu semblante alegre, a sua força prolífica, atestada pela
cauda de filhos que arrastavam, a sua despreocupação nas anemias que havia, em nada
significando a preocupação de seu verdadeiro estado — e tudo isso muito me obrigou a
pensar sobre o destino daquela gente.
BARRETO, Lima. O domingo. Contos completos de Lima Barreto.
Organização e introdução de Lília Moritz Schwarcz. São Paulo:
Companhia das Letras, 2010. p. 589.

6. (Enem 2ª aplicação 2010) Sobre os elementos linguísticos do texto, está correto o que se
afirma em
a) A forma verbal “Viajam” (ref.6) refere-se a um sujeito não explicitado na sequência
textual.
b) O termo em negrito, em “a acompanhar a escadinha dos filhos” (ref.7), apresenta um
valor quantitativo.
c) A palavra enfim, em “Era enfim o povo” (ref.3), constitui uma palavra denotativa de
finalidade.
d) As formas pronominais “seus” e “suas” (ref.2) denotam posse de sujeitos distintos no
contexto da frase.
e) O vocábulo em destaque, em “que a viagem de bonde me deu a ver” (ref.8), pode ser
permutado por porque, preservando-se o mesmo sentido do contexto.

7. (Enem 2012)
As palavras e as expressões são mediadoras dos sentidos produzidos nos textos. Na fala
de Hagar, a expressão “é como se” ajuda a conduzir o conteúdo enunciado para o campo
da
a) conformidade, pois as condições meteorológicas evidenciam um acontecimento ruim.
b) reflexibilidade, pois o personagem se refere aos tubarões usando um pronome reflexivo.
c) condicionalidade, pois a atenção dos personagens é a condição necessária para a sua
sobrevivência.
d) possibilidade, pois a proximidade dos tubarões leva à suposição do perigo iminente para
os homens.
e) impessoalidade, pois o personagem usa a terceira pessoa para expressar o
distanciamento dos fatos.

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