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RESUMO
O objetivo desse artigo é compreender e criticar a sociedade burguesa e o modo de produção
capitalista sua estrutura dinâmica e alguns complexos, fazendo uma análise partindo do ponto
de vista marxista e lukacsiano, no qual abordaremos o desenvolvimento do processo de
produção dos trabalhadores e ressaltar o seu sentido ontológico, peça fundamental para esse
entendimento.
Palavras-chave: Trabalho; Ontologia; Capitalismo; Ser Social; Sociedade Burguesa.
ABSTRACT
The objective of this article is to understand and criticize bourgeois society and the capitalist
mode of production its dynamic structure and some complex ones, making an analysis starting
from the Marxist and Lukacsian point of view, in which we will approach the development of
the production process of the workers and to emphasize the its ontological sense, fundamental
piece for this understanding.
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Graduanda de Serviço Social na UFCG-CCJS. E-mail: anaritapereirasilva53@gmail.com
2
Graduanda de Serviço Social na UFCG-CCJS. E-mail: jedyelensousasc@gmail.com
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Graduando de Serviço Social na UFCG-CCJS. E-mail: gomesralfs@gmail.com
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Doutor em Serviço Social pela UFSC e professor pela UFCG-CCJS. E-mail: reginaldo.francajr@gmail.com
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INTRODUÇÃO
Dessa maneira, tudo o que envolve trabalho e modo de produção capitalista será
abordado. Por fim, tem como objetivo e objeto de estudo a análise real e critica a sociedade
burguesa e ao modo de produção capitalista, para entender e analisar o significado do trabalho.
Faremos uma contextualização do seu sentido até chegar a perspectiva atual de plena
exploração e apropriação da riqueza socialmente produzida, para articular todas as categorias
importante nesse processo, pois temos como base a perspectiva marxista e Lukacsiana.
racionalidade e fins de capacidade para pensar e imaginar o seu objetivo, sua finalidade.
“Bebendo da fonte” de Marx, de tal forma Lukács afirma que:
O trabalho dá lugar a uma dupla transformação. Por um lado, o próprio ser humano
que trabalha é transformado por seu trabalho; ele atua sobre a natureza exterior e
modifica, ao mesmo tempo, sua natureza, desenvolve as potências que nela se
encontram latentes (LUKÁCS, 2012, p. 286).
A materialização só será possível através desse contato com a natureza e essa capacidade
de racionalização, assim para Lukács a teleologia deve ser compreendida como essa finalidade
pensada e elaborada por essa capacidade do homem, forma de buscar objetivar esse trabalho,
mas não podemos cometer o equívoco de reduzir todo esse processo simplesmente a natureza,
não pode esquecer do caráter coletivo fundamental para que o homem torne se ser social, pois
cria relações sociais assim a objetivar o trabalho, trazendo para realidade concreta.
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Início no tecer de algumas abordagens sobre categorias as quais ele conseguiu captar
através do concreto que é o capital variável (valor força de trabalho) e capital constante (valor
dos meios de produção). A acumulação do capital é notória sobre dois aspectos. Do valor e da
matéria. A composição segundo o valor e composição técnica. Descreve-se que a força de
trabalho retirada através da mais-valia se transforma em capital, em capital variável. Concernir
essas mediações, segundo Marx, que ao passo que a composição do capital não aumenta quer
dizer que aumenta a procura da força de trabalho e vice-versa. A escala de acumulação do
capital pode ser ampliada na medida em que as relações sociais exigem necessidades sociais.
Na ocasião em que o capital necessita de acumulação aumenta a procura da força de trabalho e
consequentemente aumentam os salários e ao passo que se acumulam, mas diminui a procura
da força de trabalho. Portanto a força de trabalho é necessária ao capital; não pode livrar-se
dele. “Acumular capital significa o aumento do proletariado”. O autor vem abordar na nota de
rodapé o que se pode entender por “proletariado” – é “economicamente o assalariado
(mecanismo principal de dominação) que produz e expande o capital e é lançado à rua logo que
se torna supérfluo as necessidades de expansão do capital” (MARX, 1867).
formas de trabalho. Não se compra a força de trabalho para satisfação das necessidades, no
capital, é apenas um mecanismo de acumulação, ou seja, “produzir mais-valia (trabalho não
pago pelo capitalista) é a lei absoluta desse modo de produção”. (MARX, 1867)
O nome composição orgânica do capital é dado por Marx para a composição segundo o
valor que é determinado pela composição técnica, pois desvela-se as variações dessa relação
entre meios de produção e quantidade de trabalho. E a composição do capital social de um país
e dada pela média de todas as formas de acumulação de todos os ramos da produção.
A acumulação é demarcada pela contradição entre detentores e não detentores dos meios
de produção. O crescimento do capital é resultado do inserir-se da força de trabalho.
Sob o conhecimento disso, Marx agora passa a analisar não somente os trabalhadores
na produção, mas também os trabalhadores que são dispensados do chão fabril no momento em
que há uma mudança na composição orgânica do capital. Uma revelação contraditória, em que
ao passo que o trabalhador participa dos processos de produção na produção dos meios de
produção ele cria sua própria cama-de-gato, produz-se os meios que fazem dele uma população
supérflua.
Essa mudança na composição técnica do capital faz com que os empregados trabalhem
ainda mais. Essa proporção que o trabalho toma leva aos trabalhadores a pensar em suas
demissões, cogita a existência da população desempregada que está apto a qualquer situação.
Não se pode esquecer dos salários, enuncia quanto ao efeito nos salários, pois:
E para completar Marx fala que o capital é “predatório e autofágico”, ele emprega e
desempregar os trabalhadores gerando um ciclo vicioso em que os mesmos (assalariados) ficam
sobre pressão de serem demitidos e assim ocorre um processo maior de acumulação através da
mais-valia.
A superpopulação relativa latente são os trabalhadores rurais que foram expulsos dos
campos e esperam ser empregados novamente.
Entender os processos que desenvolve o capital nos dá uma visão dupla do detrimento
de uma classe em relação a outra na seguinte citação: “Acumulação de riqueza num polo é, ao
mesmo tempo, acumulação de miséria, de trabalho atormentante, de escravatura, ignorância,
brutalização e degradação moral, no polo oposto, constituído pela classe cujo produto vira
capital.” (MARX, 1867)
Esses termos são utilizados pelo autor Marx na sua obra O capital, são termos utilizados
para formular a sua teoria crítica do capitalismo. Marx define que a mercadoria é vista de duas
maneiras como “valor de uso” e “valor de troca”. Então essa dupla interpretação, a unidade
valor de uso e de troca, ele vai adotar como forma de expressão de uma unidade mais profunda:
o trabalho no seu duplo caráter, o trabalho concreto, que se manifesta no valor de uso, e trabalho
abstrato, qual se manifesta no valor de troca. Então essa dupla interpretação serve para muitos
fatores econômicos.
O valor de toda mercadoria é o trabalho abstrato, quando temos que o valor de produto
passa a ser representado pelo dinheiro, outra mercadoria especial (material ou simbólica) que
serve equivalente universal ou expressão única de valor de troca todas as mercadorias. Assim,
o valor de uma coisa significa trabalho humano no sentido abstrato, além de gasto de trabalho
em geral. O trabalho produtor de mercadorias é trabalho concreto, que produz valores de uso
específicos, tais como: roupas, alimentos, casas, eletrodomésticos, entre outros.
Para tomar como exemplo: A mercadoria força de trabalho, cujo valor de uso é trabalho
concreto feito pelo trabalhador no processo de valorização do capital, é unidade de valor de uso
e valor de troca, o valor de troca da força de trabalho aparece na forma de salário. O salário é
pago em troca da realização de uma determinada quantidade de trabalho que gera um novo
valor superior ao custo da força de trabalho.
Na produção, o trabalho vai da forma da atividade para a forma do ser, ou seja, para
uma nova forma de objeto, no qual essas características do trabalho não são próprias das
atividades determinadas pela natureza elas irão configurar em relação à vida natural um tipo
novo de atividade. O trabalho na forma da atividade é trabalho vivo, ou seja, subjetividade em
ação. Portanto, o trabalho vivo é o sujeito real do processo econômico. E como sujeito real, ele
é um princípio de teleologia, liberdade, criatividade. É o trabalho variável (Não se reconhece
mais na mercadoria). Pois no modo de produção capitalista, o trabalho vivo existe como
trabalho alienado, como trabalho que está obrigado a criar algo que permanece oculto de si
mesmo, e por isso o domina.
O trabalho objetivado é o trabalho que passou de vivo á morto, ou seja, que foi posto
socialmente na forma de valor. O trabalho morto pressupõe a forma de mercadoria. Em sua
forma plena, ele pressupõe o capitalismo. No capitalismo o trabalho morto se afirmar como
sujeito automático.
Mas as máquinas, o capital, produzem bens tanto quanto o trabalho. Assim, é “justo” que o
capital, como o trabalho, receba a sua parte da riqueza produzida. Cada “fator de produção”
tem que ter a sua recompensa. É por isso que Marx costumava se referir aos meios de produção
como “trabalho morto”. Quando os homens de negócios se gabam do capital que possuem, na
realidade estão se gabando do fato de que eles controlam um enorme manancial de trabalho das
gerações anteriores.
Enfim essa troca de trabalho vivo por trabalho morto barateia o valor das mercadorias e
serviços. Mas, como o lucro sai do trabalho vivo, seu volume geral cai. Os lucros podem ser
milionários, mas a taxa de retorno em relação ao investimento tende a diminuir. É preciso muito
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mais investimento para obter o mesmo retorno em lucros. É o que Marx chamou de queda
tendencial da taxa-de-lucro. Um limite que o capitalismo não consegue superar.
2.6- Alienação/Estranhamento
Essas relações sociais estão ligeiramente ligadas umas às outras depois do crescimento
do capitalismo, de tal modo que a produção de uma determinada sociedade influencia outras
sociedades e assim por diante. As sociedades estão cada vez mais heterogêneas e complexas
resultado de um grande desenvolvimento social com o aprofundamento das relações de trabalho
capitalista como a divisão social do trabalho. Essa divisão nos faz entender a intensificação na
reprodução da sociedade, proporcionam-se às criações de novas contradições.
Eis outro ponto de raciocínio determinante nas relações sociais, o desenvolvimento das
forças produtivas e consequentemente a passagem de um modo de produção a outro. Essa
síntese cria tendências históricas universais de modo que as necessidades e possibilidades
rompe com o sentido ontológico do trabalho, o que se faz encontrar a satisfação das
necessidades coletivas na esfera econômica. Não estou a afirmar que a reprodução social está
vinculada estritamente aos aspectos econômicos, mas uma grande parte sim, proporcionando o
indispensável para o desenvolvimento histórico.
logo a junção das partes… exemplo: na medida em que a sociedade evolui, as partes evoluem,
assim diversificando, crescendo. Quanto maior o desenvolvimento desses complexos sociais
mais articula a vida entre si, logo se faz a exigência de novas relações sociais, complexos e
instituições. Portanto, na medida em que o indivíduo se complexifica, as relações sociais e
consequentemente a sociedade anda no mesmo rumo do desenvolvimento, das contradições em
momentos distintos, porém articulados.
Para entender a alienação foi necessário trazer uma breve noção da reprodução em
Lukács. E, portanto, creio que entender essa visão de mundo ofuscada da realidade é preciso
conhecer que a perspectiva conservadora da história sempre trouxe o viés da naturalização das
relações sociais independentemente de qualquer modo de produção. Me refiro aqui também as
sociedades primitivas onde as relações são mascaradas sobre o divino, o grandioso, a imagem
aparente da realidade na sua naturalização. Dizer que a natureza humana não pode ser alterada
pela história é tremendamente subjetivista, ignoramos as casualidades sócio históricas, é fechar
os olhos a realidade concreta. Em algumas situações essa realidade é criada como mecanismo
de dominação, e não como superação de algo ou como afastamento das barreiras naturais, então
os conservadores querem dizer que não é possível superar a ordem capitalista, justamente por
ser “quem somos” a “natureza mesquinha da humanidade”. Vejo que a resposta conservadora
se faz justificar, cria mecanismo para dar “viés” ao seu discurso naturalizador de um
individualismo social, promovendo a uma imutabilidade humana, portanto, referenciar a
história é o mesmo que falsificar a realidade para tais.
das sociedades de classe, com a divisão social do trabalho é que ela se evidencia de maneira
plena. Logo, a alienação atinge as concepções de mundo dos ser humano que ocultando a
realidade como se fosse algo que não é criado por eles mesmos e sim por forças ou entidades
sobrenaturais, mas hoje sabemos que é puramente humana a criação da nossa realidade.
Considerações Finais
Extraindo do trabalhador a mais valia do seu trabalho e ainda usando dos seus
arcabouços de ideologia para aliená-los, usando a mídia para “espalhar” a necessidade de
consumo não só por necessidade, mas por status social, tendo assim pessoas que julgam e
discriminam por posse de bens, deixando de enxergar suas características e capacidades para
notar apenas aquilo que possui. O” fetiche” da mercadoria que por sua vez proporciona maior
consumo pela ideologia feita em torno da mercadoria, dessa necessidade de ocupar esse espaço
na sociedade burguesa. Criticamos aqui também essa sociedade fundada por tal modo de
produção, em que o trabalho perde o seu sentido ontológico de satisfação das necessidades
coletivas e individuais e passa a ser um trabalho forçado, apenas por obrigações de
sobrevivência que por muitas vezes são mínimas, pela própria forma de exploração exercida
pelo capitalismo fundamentado em todo decorrer desta escrita.
Acreditamos que não possa existir salários justos em uma realidade contraditória,
quando na verdade o trabalho é uma atividade transformadora do capital e não dá emancipação
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É importante e necessário primeiramente para sua superação que a classe trabalhadora, que
por sinal é hegemônica, tenha consciência política, ou melhor dizendo, tenha consciência de
classe, na qual o modo de produção capitalista quer e sempre quis a todo vapor interromper.
Por fim, é preciso que não cometamos o equívoco de naturalizar essas ações e se conformar
com o que está posto pela sociedade e pelo modo de produção capitalista.
Referências
MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. Livro I, Capitulo 23: Lei Geral Da
Acumulação Capitalista. Tradução de Regis Barbosa e Flávio Kothe. São Paulo: Nova Cultural,
1985.
Junior, Reginaldo Pereira França, e Lara, Ricardo. Trabalho e Ser Social: reflexões sobre a
ontologia lukacsiana e sua incidência no Projeto Ético-Político Profissional. Disponível em:
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/viewFile/17406/13306. Acesso
em. Março de 2018.
LARA, Ricardo. A produção do conhecimento em Serviço Social: o mundo do trabalho em
debate. 2008. 278 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de História,
Direito e Serviço Social, 2008. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/106112>. Acesso
em março de 2018.