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Панзу Лауринду Макуа
Resumo
Este texto trata de uma introdução a história de Angola no contexto da história Universal,
pois, sabemos que a história de Angola não ocorreu num vácuo, ou num laboratório, nem se
limita ao que aconteceu em Angola sómente. Assim, no estudo da história de Angola tem que ter
em atenção o que se passou ou passava nos estados ou povos mais chegados de Angola ao longo
dos tempos. Precisamos assim de relacionar Angola com o resto do mundo, e investigar as
influências que recebeu do exterior e a influência que exerceu nos povos da África Central, no
Atlântico Sul, nas Américas, na Europa, e mesmo no mundo; em poucas palavras, enquadrar a
História de Angola na História Universal, é a real intenção deste trabalho.
O nome "Angola" tem raíz no termo "Ngola" que era título de um dos potentados
Ambundos que existia no Antigo Reino do Ndongo, no tempo do início da expansão da
influência dos portugueses sobre o Antigo Reino de Ndongo, na segunda metade do Século
XVI.
fig.1
Por sua vez o termo "Ngola" tem por sua vez raíz no termo "Ngolo", o que em
quimbundo (língua do povo Ambundo, Bakongo...) significa "força, rigor, fortaleza ou robustez",
de acordo com o "Ensaio de Diccionário Kinbundu-Portugues", preparado por Joaquim Dias
Cordeiro da Matta. Desde então, as terras vizinhas ao longo dos rios Lucala e Cuanza, sob a
tutela dos Ngola e mais tarde conquistadas pelos Portugueses, passaram a ser chamadas e
reconhecidas nos mapas e documentos oficiais da época como "Terras do Ngola", depois como
"Terras d'Angola", e desde então a colónia portuguesa passou a chamar-se simplesmente
"Angola".
Quais os grupos humanos que nos debruçamos a estudar quando queremos estudar a
Historia de Angola? Perguntas fáceis de propôr, mas de não tão fácil e imediata resposta. Para
efeitos deste estudo, por Angola entendo todos os grupos humanos locais que de qualquer forma
tiveram influência relevante na evolução histórica do país a que hoje chamamos Angola, e o
estudo das relações entre esses povos ao longo da história. Assim, no estudo da história de
Angola , estudamos: A história dos povos e dos factos históricos, diferentes modos de produção
que foram factores determinantes na História de Angola e também avaliar o papel de Angola no
contexto da História Universal.
fig.2
I.3.2. Política
fig.3
I.3.3. Economia
fig.4
I.3.4. Infrastrutura
I.3.5. Cultura
- Danças
- Festas
- Festas do Mar: Estas festas tradicionais designadas por “ Festas do Mar” , têm lugar na cidade
do Namibe.
- Festas das frutas: realizadas entre o verão e início do outono, simbolizam a alegria de uma
lavoura farta na época da colheita;
- Festas da Nossa Senhora de Muxima: O É uma festa muito popular que se realiza todos os anos
e que inevitavelmente atrai inúmeros turistas, pelas suas características religiosas.
fig.6
O Período Pré-Colonial, que começa com a Idade do Ferro, as grandes migrações dos
povos Bantos, e o consequente estabelecimento dos reinos da savana, até que termina na data da
chegada dos Portugueses ao Antigo Reino do Congo em 1481 - desde cerca do ano 1.000 depois
de Cristo até aos fins do Séc. XV, que inclui a época que vai desde a chegada dos povos Bantos à
região que hoje compreende o território de Angola no Séc. XIII e a chegada dos Portugueses nos
fins do Séc. XV.
Angola como estado soberano, depois da Independência, depois de 1975 até aos dias de hoje .
Angola Estado Soberano, começa com a descolonização de África, passando pela luta de
libertação nacional, descolonização portuguesa, Independência, breve experiência marxista-
leninista, Guerra Civil, petróleo bruto e diamantes e cleptocracia e corrupção, e por fim Angola
em paz e em crescimento(desenvolvimento).
Nesta Viagem que o estudo da História de Angola importa referir que a história de Angola
não ocorreu num vácuo, ou numa proveta de laboratório, nem se limita ao que aconteceu em
Angola sómente. O seu estudo tem que ter em atenção o que se passou ou passava nos estados ou
povos mais chegados a Angola ao longo dos tempos. Precisamos assim de relacionar Angola
com o resto do mundo, e investigar as influências que recebeu do exterior e a influência que
exerceu nos povos da África Central, no Atlântico Sul, nas Américas, na Europa, e mesmo no
mundo; em poucas palavras, é necessário enquadrar a História de Angola na História Universal.
Assim é importante relacionar a História de Angola com a história dos povos Bantos que cedo se
estabeleceram no que hoje chamamos território de Angola; com a história de Portugal como
potência colonial de cinco séculos; com a história do Brasil, nação irmã e cliente mais
importante na parceria do tráfico de escravos - onde hoje há mais descendentes de africanos do
que africanos em Angola; e com a própria história geral de África - seja de povos próximo como
os do Congo ou de São Tomé, ou de sociedades ou culturas mais distantes no espaço e no tempo,
como o a civilização Suahili na costa oriental de África ou mesmo da República da África do Sul
nos tempos mais recentes.
É ainda necessário relacionar a História de Angola com a história atlântica e de todos os seus
povos ribeirinhos, como a América Latina (antigas colónias de Espanha e Portugal), as Antilhas,
a Holanda, a Inglaterra, a França, e até os Estados Unidos da América; de realçar o papel do
tráfico de escravos angolanos na economia mundial do século XVI ao século XIX.
É bom lembrar que desde a sua imersão na economia e história mundiais nos finais do
Século XV, os povos de Angola, embora hoje um pouco arredados dos centros de decisão
mundial, estiveram no cerne de três grandes desenvolvimentos da história da humanidade nos
últimos quinhentos anos.
Assim, vamos rever em mais detalhe nos próximos três paragrafos cada um destes três
inportantes desenvolvimentos históricos de forma a podermos compreender melhor o papel de
Angola na história da humanidade.
a). Os escravos levados de Angola e da bacia do Congo aguentaram durante mais de 350
anos a carga mais difícil na construção do Novo Mundo (Brasil, Antilhas e Estados Unidos)
e alimentaram a riqueza económica e preponderância política da Europa durante o mesmo
período;
Começamos por relembrar que, como resultado do Tratado de Tordesilhas firmado entre
Portugal e Espanha em 1494, os dois reinos ibéricos dividiram o mundo entre si, cabendo aos
Portugueses o hemisfério oriental incluindo a África com a sua riqueze em ouro e marfim, e com
o seu manancial quase infinito de mão-de-obra, e a Índia com possibilidades infinitas no
comércio das especiarias. Os Espanhóis, por seu lado, ficaram com o hemisfério ocidental que
incluia os ricos depósitos de ouro e prata nas Américas e com o comércio do Pacífico, incluindo
as Ilhas Molucas (Filipinas) no Extremo Oriente; contudo sem uma oferta abundante, rentável e
segura de mão-de-obra, que podia ser fornecida somente pelos Portugueses.
Portugal foi o primeiro estado europeu a estabelecer colónias de base agrícola nas novas
terras descobertas, inicialmente no Atlântico (Madeira), depois em África (São Tomé) e mais
tarde na América do Sul (Brasil); contudo, com uma população relativamente escassa e tendo em
atenção o sorvedouro de gente que a empresa da Índia requeria, os Portugueses depressa
concluiram que a empresa da colónia agrícola de plantação era de facto muito rentável, mas que
requeria outra fonte de mão-de-obra que não somente colonos portugueses, descobrindo assim o
papel fundamental que o escravo africano haveria a desempenhar neste novo sistema económico
mundial.
fig.5
b) As disputas territoriais em Angola entre Portugal (Lunda, Foz do Zaire, costa da região
do Ambriz, e bacia dos rios Lungué Bungo e Zambeze no Moxico) e Leopoldo II da Bélgica
(Lunda e Katanga, Estado Livre do Congo) foram o ponto de discórdia que levou à
realização da Conferência de Berlim onde a consequente partilha de África teve lugar e
onde nasceram os impérios coloniais europeus que haviam de perdurar cerca de um século;
Como medida de estabelecer com melhor firmeza o seu domínio no reduzido território
que controlavam ao longo do Rio Kuanza, os Portugueses impuseram um imposto “por cabeça”
que tinha de ser pago por africanos em moeda corrente ou em produtos coloniais, obrigando-os
assim a participar na economia colonial, o que em breve resultou na expansão do domínio
económico dos Portugueses às regiões limítrofes do interior.
Assim e pela mesma razão os Portugueses ocuparam o Antigo Reino do Congo em 1881
e Cabinda e Massábi em 1883, como medida de afastar ou tentar neutralizar a influência dos
franceses a norte (Ponta Negra) e de Leopoldo II da Bélgica na foz do rio Zaire (Boma e
Matadi), que entretanto tinham estabelecido um número de feitorias comerciais ao longo da
costa.
Com o objectivo de confirmar o seu domínio sobre a região, Portugal assinou um acordo
com a Inglaterra em 1884, em que a Inglaterra confirmava a pretensão portuguesa. Contudo,
tanto os Franceses com Leopoldo II da Bélgica montaram uma oposição muito forte contra o
acordo, não o reconhecendo de forma alguma, e até argumentando ruídos de guerra. Face à
oposição internacional e ao risco da deterioração das suas relações com o resto da Europa,
incluindo o risco de uma nova guerra, o Parlamento Inglês não reconheceu o acordo com
Portugal.
fig.
O pedido de tal conferência, que tinha sido feita por Portugal já algumas vezes em anos
anteriores e tinha acabado em “ouvidos de mouco”, desta vez porém capturou a atenção de
Bismark, que se via preocupado com a expansão francesa e inglesa em África, e com a falta de
colónias alemãs em África.
Até aquela altura, a posição oficial (embora não a de facto) do governo alemão era que a
Alemanha não estava interessada em colónias; contudo, a rápida ascensão da Inglaterra como
potência económica através da Revolução industrial, convenceu Bismark que esta era a melhor
oportunidade para a Alemanha se lançar também na Corrida à África, com o objectivo de
assegurar fontes de matérias primas para a indústria alemã e de novos mercados para a sua
economia emergente, e também de despoletar uma situação internacional que se tornava
gradualmente mais explosiva.
A conferência começou por discutir o estatuto internacional advogado para o delta do Rio
Níger e da foz do Rio Zaire, que passariam a ser abertas ao comércio internacional, e não sujeitas
a qualquer domínio colonial. Apesar do acordo atingido no que respeita à neutralidade para a foz
do Zaire, a grande bacia do Zaire, incluindo a região do Baixo Congo (imediatamente a norte e
Nordeste de Angola) passou a ser colónia privada do Rei Leopoldo II da Bélgica, sob a bandeira
do Estado Livre do Congo.
Após a Conferência, a África ficou assim dividida: Para a Inglaterra, o eixo de colónias
do Cabo ao Cairo, incluindo o Sudão, Uganda, Quénia, Rodésia e Niassalândia (Zâmbia,
Malawi, e Zimbabwe), Bechuanalândia (Botsuana), e Suazilândia (Lesoto), e as colónias da
Costa do Ouro (Gana) e Nigéria.
O Rei Leopoldo II da Bélgica viu confirmada a sua soberania sobre of Estado Livre do
Congo (Congo Kinshasa). Portugal ficou com Angola na costa ocidental e Moçambique na costa
oriental. A Itália ficou com a Somalilândia (Somália) e parte da Etiópia.
II.3. Angola, o Fim da Guerra Fria, e a Re-Africanização da África Austral
c) Foi nas chanas das Terras do Fim-do-Mundo em Angola (Cuito Cuanavale) que se
travaram as batalhas finais mais decisivas da Guerra Fria , o que eventualmente resultou
no desmoronar dos bastiões brancos em África (Rodésia, Sudoeste Africano e o regime de
apartheid na República da África do Sul), e na queda final da experência marxista-
leninista de 70 anos da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) na Europa
Oriental e Ásia Central.
O Regresso das Caravelas. Angola Lugar Quente da Guerra Fria. O Fim da Rodésia, do
Sudoeste Africano e do Apartheid na África do Sul
Conclusão
Neste estudo introdutório podemos concluir em linhas gerais que a relação da história de
Angola e com a história universal se estabeleceu fundamente nos seguimtes pontos:
- A influência dos escravos levados de Angola para construção do Novo Mundo (Brasil, Antilhas
e Estados Unidos) e alimentar a riqueza económica e preponderância política da Europa durante
o período de 350 anos;
- Foi nas chanas das Terras do Fim-do-Mundo em Angola (Cuito Cuanavale) que se travaram as
batalhas finais e decisivas da Guerra Fria , o que eventualmente resultou no desmoronar dos
bastiões brancos em África, e na queda final da experência marxista-leninista de 70 anos da
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) na África, Europa Oriental e Ásia Central.
Biobliografia
PINTO Alberto Oliveira, História de Angola. Da pré-história ao inicio do século XXI, Lisboa,
2016.
unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190256POR.pdf
introestudohistangola.blogspot.com
https://pt.wikipedia.org/wiki/História_de_Angola
www.tpissarro.com/angola-h.htm
www.governo.gov.ao/historia.aspx