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CAPITULO CONSIDERAGOES GERAIS O sistema respiratério, como todos os domais sistemas do corpo humano, no tem um funcionamento independente isolado, mas trabalha em interagao com outros Grgios e sistemas. Neste texto ndo se pretende aprofundar estudo da anatomia do sistema respiratorio, ‘mas ressaltar os aspectos de interesse clinico, sobretudo aqueles imprescindiveis ao estu- dante de fisioterapia ou do reas afins, le- vvando-se em consideracao o funcionamento de cada parte ou segmento deste sistema, Entretanto, para um estudo mais aprofun- dado, recomenda-se @ consulta a livros espe- cfficos de anatomia e de fisiologia humana. O sistema respiratorio do ser humano pode ser definido, de modo geral ¢ sucin- to, como um sistema de vias aéroas (supo- rores e inferiores), unido a um par de pul- mées (principal érgao da respiragao), os quais sao revestidos pela pleura pulmonar © esto contidas na caixa torécica. Funcio- nalmente, o sistema respiratério osté liga- do a0 coragao e interage com o sistema cit- culatério no processo de trocas gasosas, provendo o organismo de oxigénio, sua fungao fundamental?**". FISIOTERAPYA RESPRATORIA BASICA ‘A compreensao da organizagao anato- mofuncional do sistema respirat6rio é de fundamental importancia para que 0 fisio- terapeuta possa discernir 0 fisiolégico do fisiopatol6gico e, conseaiientemente, en- tender com mais clareza as diferentes pneumopatias e disfung6es respiratérias. Da mesma forma, o dominio desse conhe- cimento leva-o a encontrar a devida funda- ‘mentagéo e justificativa para aplicar as t6o- nicas de fisioterapia respirat6ri VIAS AEREAS SUPERIORES [As vias aéreas superiores compreen- dem as narinas, a cavidade nasal, as_coa- nas, 0 Zmplexo peeled e a laringe. Nessés segmentos existem estru- tras indispensaveis para a preparagéo do ar captado na atmosfera, a fim de que atin- ja outtas estruturas mais sensiveis e dolica- das dos pulmées. ‘Narnas ‘As narinas sao dois orificios que tituem, externamente, a base do internamente, 0 vestibulo do sis rat6rio para o ar captado na atmosfora Por essa razao e com o objetivo de prepa- rar o ar inalado, as narinas contém estra- luras vibréteis em forma de pélos, deno- minadas vibrissas (pélos nasais) As vibrissas movimentam-se quando, no ar inspirado, esto presentes particulas sélidas de poeira grossa e pequenos inst tos, entre outros fragmentos. Assim, as vibrissas agem como uma primeira “pene ra” na filtragem do ar, evitando que tais substncias ganhem trajeto mais inferior ¢ se alojem na rvore bronquica. ‘As narinas sao providas, nas paredes laterais, de fibras musculares {mtisculos elevadores das narinas) que, em determi nadas circunstancias, aumentam essa aber- tura, favorecendo a passagem do ar. No bebé com dispnéia, essa atuacao continua 6 denominada “batimento de asa nasal” ¢ constitui um importante sinal clinico de pneumopaties que causam dispnéia. Na parte mais interna do vestibulo na- sal encontra-se uma camada permanente de muco espesso. O muco é produzido nessa regio, estendo-se por toda a cavida- de nasal e tom a fungao de atrair particu- las sélidas do ar inalado nao retidas pelas vibrissas, Essa camada de muco age entéo como uma segunda barreira no proceso de filtragem do ar, retendo as particulas sélidas mais finas. Esse muco é ressecado com a constante passagem do ar inspirado e deve ser removido com freqiiéncia por meio da higiene nasal. Dopendendo da temperatura ambiente e da umidade rela- tiva do ar ambiente, essa mucosa resseca- se mais ou menos répida e intensamente, podendo contribuir para o bom funciona- ‘mento pulmonar ou deixar de fazé-Io, tra- zendo conseqiiéncias danasas ao sistema respirat6rio. Cavipape Nasa A cavidade nasal inicia-se nas narinas, abre-se no nariz interno e prolonga-se pos- teriormente até as coanas. Hsse segmento 6 separado centralmente pela septo nasal e, nas duas porcées laterais, contém certas reentrancias e saliéncias denominadas, respectivamente, conchas nasais e meatos nasais, Todas ossas estruturas séo compos- las por tecido dsseo e cartilagem, sendo revestidas por uma extensa camada de mucosa, ricamente vascularizada. Em toda a cavidade nasal, a referida mucosa produz constantemente, como ja foi mencionado, um muco que € capaz de envolver as particulas sdlidas finas, no filtradas até entao, além de umidificar o ar inspirado, agindo, pois, como a “peneira” ‘mais fina no proceso de filtragem do ar. E também nesse segmento que o ar 6 aqueci- do, j4 que a rede vascular nesta regio 6 rica e esté bem préxime da superficie. A cavidade nasal 6, portanto, a princi- pal responsavel pela purificagaa (Hiltracéo, ‘umidificacéo ¢ aquecimento) do ar inala- do, preparando-o definitivamente para ga- nhar um trajeto inferior da arvore brén- quica, Na presenca de inflemagao nesta regio (rinfte), esse processo de purilicagaa tomnarse prejudicado, Na parte superior da cavidade nasal existem terminagoes nervosas responsa- veis pelo olfato, as quais teréo sua fungio prejudicada sempre que houver congestio nasal. Nas paredes laterais estao situados pequenos orificios que as comunicam com 9s seins paranasais, que, por sua vez, tam bém sio revestidos por uma fina mucosa. A inflamagio da mucosa dessa regio re- te, uma alleragio que tam- bem é prejudicial ao sistoma respiratorio Coanas, As coanas so pequenas aberturas pos- teriores a cavidede nasal, com a fungio de direcionar para a laringe o fluxo aéreo ins- pirado ¢ auxiliar como vélvula de retencéo desse fluxo no momento em que ocorre passagem de alimento da boca para a faringo, Além disso, durante o vémito as coanas tendem a fechar-se, evitando assim o refluxo gésirico na cavidade nasal. Nas imediagdes das coanas, encontra-se tum tipo de tecido esponjoso sensivel a in- flamacdes constantes, levando & formagéo de pélipos nasais ¢ de “care esponjosa’, Nessa regio, lovalizam-se a glamttutas adenoides, freqiientemente hipertrofiadas em criangas, com presenga de aderéncias ou quistos. Esses achados, em muitos ca- 808, provocam obstrugao da passagem do ar, resultando num quadro de “respirador bucal’. FSIOTERAPIA RESPRATORIA BASICA, ‘Comptexo NASOBUCOFARINGOLARINGEO © complexo nasabucofaringolaringeo, situado na parte anterior da faringe, com- poe a denominada “garganta”, Pode ser compreendido como uma “vélvula ar-ali- mento”. Isto 6, no momento da degluticao a base da lingua faz um movimento de retroversao, liberando a cartilagem epiglo- ‘te (até entéo tracionada para a frente), que, por sua vez, ind obstruir a passagem de ar para a faringe e, conseqientemente, impe- dir que o alimonto (sdlido ou liquido) in- vada as vias aéreas Inferiores. Ao mesmo tempo que isso ocorre, 0 alimento 6 con- duzido a faringo 0 em seguida ao esdfago. 0 inverso desse proceso se dé quando, nas fases da respiragao, a epiglote volta para a frente, dando passage ao ar. Este complexo de segmentos deverd es- tar em perfeito ¢ coordenado funciona- mento, a fim de evitar o “afogamento” ou ‘o engasgamento. No entanto, em criangas ou em adultos com alteracdes das estrutu- ras envalvidas neste complexo, ou nas “crises de tosse”, 6 comum 0 engasga- ‘mento com alimentos ou até mesmo com a prépria saliva. Essa regio é freqtiente- mente acometida de “inflamagoes de gar- ganta” (faringites e/ou laringites), assim ‘como por cerios tipos do otites. Laxince, Para alguns autores, a larings 6 conside- rada o primeiro segmento das vias aéreas inferiores, e para outros, 0 ultimo segmen- to das vias aéreas superiores. A laringe, a0 ‘mesmo tempo que compoe parte das vias aéreas, 6 classificada como um 6rgdo de fonacao, pois é nela que se localizam as cordas ou pregas vocais, segmento indis pensavel para a fala. As pregas vocais exeroem também papel auxiliar nos esfor- {gos que produzem a tosse, a defecagio, 0 arto e outros movimentos que envolvem. a manobra de Valsalva. ‘A laringe é composta essencialmente por cartilagens e pequenos misculos, ¢ 0 principal delos ¢ 0 tireoaritendideo (a pré- ria corda vocal). revestida internamento por epitélio cilindrico ciliado vibratil (exce- to nas cordas vocais). Na sua parte mais superior, situa-se a cartilagem epiglote, que FISIOTERAPUA RESAIRATORIA BASICA age como uma valvula, ora vedando, ora permitindo a passagem do ar pela laringe. ‘Alm das trés cartilagens impares — ti- redide, epiglote e cricbide —, ha mais trés pares, a saber: aritendides, comniculadas (do Santorini) o cuneiformes. Intemamente, a laringe apresenta uma parte medial mais estreita a glote, uma fen- da supraglotica e uma fenda infraglética. ‘A cavidade endolaringea 6 dividida om trés andares ou planos, a saber: andar glético, constituido pelas “cordas vocais"; ‘andar supraglético, que vai das cordas vo- cais até o orificio superior da laringe (nesta, regiéo encontram-se, lateralmente, outras cduas pregas mucosas denominadas “falsas cordas vocais"); e andar infragldtico, que vai das cordas vocais até o limite inferior de cartilagom cricoide. ‘Uma inlamadio na parte ntera dao ringe Teva aos sinais da tosse rouca (Fou- quidio) on disfonia, bem-como sintomas dedispnéia e fadiga. Uma das mais com: ‘Os pequenos mtisculos ai localizados apresentam uma funcio esfincteriana. Bn- tre esses mtisculos, destacam-se, funcio- nalmente, 08 adutores e tensores, cuja acio 6 aproximar as cordas vovais. Sua fungio predominante é fonatéria; ea dos muscu- los abdutores, cuyja agao é afastar as cordas vocais, predominantemente respiratoria. A disfungdo dessos musculos acarreta distir- bios fonatérios e respiratorios, levando & afonia ¢ & asfixia, respectivamente, VIAS AEREAS INFERIORES ‘As vias aéreas inferiores séo constitui- das por um sistema tubular denominado frvore bronquica, que tem inicio na tra- quéia, segue pelos bronquios ¢ bronquio- los © termina nos alvéolos. A partir dos segmentos bronquiais, as vias aéreas infe- riores penetram os pulmées, pasando, portanto, a fazer parte desse érgio. Traguéta ‘A traquéia 6 um tubo composto anéis cartilaginosos que tem inicio tremidade inferior da laringe e ts bifurcagao brénquica denominada carina, Esse conduto aéreo & revestido interna- mente por epitélio pseudo-estratificado ciliado, no qual se encontra grande quan- tidade de receptores da tosse. Assim, a presenca de particulasolidas no ar inspi- rado e 6 aciimulo de muco ou de substin- ins toxicas nesta regido estimulam a tose, Os anéis cartilaginosos que formam a traquéia sio semicirculares, com abertura na poredo posterior. Devido a esse aspacto, a formagao anatémica da traquéia possi bilita a aproximagao ao eséfego, que esté localizado em posigéo imediatamente pos- terior a ela. Por isso, se 0 bolo alimentar for muito grande, hé uma tendéncia de invaginacao do eséfago na traquéia no momento da degluticao. If também por essa razio que, através da conexéo tra- quéia-es6fago, alimentos perfurantes, como espinhas de peixe, podem acidental- mente pasar do sistema digestivo para o sistema respiratorio, causando sérios da- nos a este sistema. A traquéia tom importante papel na ventilagéo mecanica invasiva, especial- mente por alojar o tubo endotraqueal, que nela é fixado. Num dos tipos de ventilagao mecinica, a intubacio é feita diretamente através da traquéia, sem passar pela boca nom pelo nariz, ¢ sim por meio de uma incisdo na regio anterior da traquéia, de- nominada traqueostomia. Broxquios Os bronquios emergem, em numero de dois, da bifurcagdo da traquéia, denomina- da carina. Passam, entdo, a sofrer divis6es, chegando a aproximadamente 18 “gora- {¢0e8”, prosseguindo com os bronquiolos © terminando nos alvéolos. A medida que se distanciam da cari 9s bronquios se.dividem por dicotomi tendo, conseqitentemente, sua luz diminu dae sua parede mais adolgagada. Acom- panhando essa mudanca estrutural, ocor- zem também mudangas teciduais, pois, quanio mais os brénquios se distanciam da traquéia, menor é a sua quantidade de cartilage @ maior a de misculo liso. Essa caracteristica de afunilamento dos condutos aéreos da érvore bronquice pos- sibilita, por um lado, melhor distribuicgo ‘grea nos pulmées e, por outro, um fluxo menos laminar ¢ mais turbulento na regiéo de bifurcagio. Em condigdes normais, 0 a, a0 passer pela traquéia, adquire velocida- de bem maior do que quando passa pelos bronquiolos ou pelos bronquies de fino calibre. © thaxo aéreo da respiracéo pode ser alterado quando, na luz desses condu- {0s aéreos, ocorre uma mudanga na velo- cidade e na quantidade de ar. Um exemplo isso 6 a inflamacao crénica de bronquios (bronquite), que faz com que a mesma uantidade de ar tenha de passar mais ra- pidamente num mesmo trajeto, alterando, Conseqitentemente, o fluxo aéreo. As extremidades mais distais dos brén- quios, também denominadas pequenas vias aéreas, nao tém mais que 2mm de did- metro ¢ um nimero aproximado de 30 mil unidades para cada pulmao. Essas pe- quenas vias aéreas apresentam uma resis- \éncia aérea significativa e, por isso, sio de grande interesso clinico, sobretudo no diag- néstico precoce de doengas pulmonares obstrutivas. Em condicdes normais, os bréaquios sofrem uma discreta dilatagao durante a inspiragio e retornam a posigéo original durante a expiracio, tendendo a colabar. Refere-se ao primeizo par de brénquios como brénquios primérios; o bronquio es- querdo é mais perpendicular & traquéia ¢ © direito segue como se fosse uma conti- muagio da traquéia. Esse aspecto confere aos brénquios e ao pulmao direitos maior tendéncia de alojar objetos inalados por “afogamento”, o que ocorro principalmente ‘em criangas. ‘Nas paredes bronquiais existem nume- rosas glandulas mucosas que produzem @ langam constantemente 0 muco na luz bronquial. Dessa regio, 0 muco 6 condu- zido pelo “rolo mucociliar” (formado p las extremidades das o6lulas ciliadas) até as extremidades mais altas das vias aére- as inforiores, e em seguida é expecto- rado, sendo eliminado pela boca ou do- slutido, Cada colula ciliada da érvore traqueo- bronquica contém cerca de 270 ciflios. Es- 508 cilios realizam movimentos répidos, caracterizados como batidas (20 batidas por segundo ou 1,200/min), fazendo, a cada batida, um movimento Tento para tras FISIOTERAPIA RESPIRATORIA BASICA, (sentido distal) ¢ rapido para a frente {sentido proximal), somelhante ao movi- mento que o lenhador faz com o macha- do ao golpeé-lo sobre a lenha, Gragas a esses movimentos, os oflios promovem a conduio das secregdes pulmonares para fora dos pulmdes, por meio do “tapete r0- ante” de muco, dirigido para a traquéia e a laringe, quando o muco ¢ finalmente expec-torado (clearance mucociliar). Bronguiowos Os bronquiolos, como jé fot menciona- do, sao condutos aéreas que dao continui- dade aos bronquios e, por sua vez, esto subdivididos em bronquiolos terminais e bronquiolos respiratéris. Bronquiolos Terminais Os bronquiolos terminais sao estruturas das vias aéreas inferiores, apresentando espessura menor e, conseqtientemente, ‘menor luz (aproximadamente 0,5mm de diametro). Cada pequeno bronquio dé gem a aproximadamente 20 bronquiolos terminais. ‘Tendo em vista que os bronquiolos ter- minais sao estruturas bem dolgadas (a mais delgada das vias aéreas), a_passar por esse segmento..o ar gera ruidos, que Tip de grande interesse clinica na semi: logia pneumoldgica, especialmente na aus: culta pulmonar. i ‘Os bronquiolos terminais nao apresen- tam cartilagem nem glandulas mucosas. Sao constituidos basicamente de tecido muscular liso e contém em sua luz, como 0s bronquios, epitélio pseudo-estratificado ciliado, O broncoespasmo (contracées es- pasmodicas da muscu lisa dos bron- quios _bronquiolos} ocorre em grande parte nos bronquiolos terminals. A asma, uma pneumopatia que acomete predomi- nantemente esse segmento das vias aéreas feriores, tem como caracteristica fisiopa- tolégica o broncoespasmo, caracterizado pela contragao espastica dos miiscullos lisos. traquéia até os bronquiolos ter minais, e8sa rede de condutos aéreos e1 volve-6 chamado “espaco morto anaté- mico”, de grande importancia na f pulmonar SS FISIOTERAPIA RESPIRATORIA BASICA Bronquiolos Rospirat6rios Os bronquiolos respiratérios situam-se centre os bronquiolos terminais ¢ os alvéo- Jos. Sua parede nao apresenta mais mus- culos lisos e em sua constituigio encontra- se uma camada de epitélio cibico nao ciliado, Davido a fina parede e a rica rede 1¢ existe nesso local, em algumas Fogides ja comega a surgir uma interagio do ar com o sangue (troca gasosa). Sua morfologia assemelha-so a dos alvéolos. Esse sogmento ja nao é considerado como nia dos Os alvéolos so estruturas de formato sacular que so asses um cacho de va. Sua pared@ é extremamente delgada e seu didmetro é de aproximadamente 0,25mm durante a desinsuflagao. Em cada pulmao ha cerca de 300 milhoes de alvé- los, que formam uma grande drea de tro- ca gasosa. Essa quantidade de alvéolos, s¢ distendida, perfaz uma area de aproxima- damonte 80m, o equivalente a um campo de futebol. ‘A parede alveolar se funde com a dos capifares 6 dé origom & membrana alveo~ Tocapilar, formada por um conjunto de te- cidos: uma membrana basal de tecido colégeno, elistico, e reticulina, acrescida de uma camada do células endoteliais c pilares, do lado dos capilares, ¢ endoteliais alveolares, do lado dos alvéolos. Esse conjunto de tecidos tem como propriedade fundamental permitir a passa- gem do CO, provoniente das hemécias para a luz alveolar, bem como do O, exis- tente nos alvéolos, proveniente da atmos- fera, para a corente sangitinea, sem que para isso a hemécia atinja a luz capilar. Qualquer alteragao que ocorra nessa estrutura tectdual dos alvéolos sera preju- dicial para o funcionamento da respiragio, especialmente na difusao dos gases (trocas gasosas), A distensdo exagerada e prolom gada dos alvéoTos promove perda de ticidado, causando uma pnew nica denominada enfisema outro lado, a retragéo exagerada, ~S colabacao. jove atelectasia, Tais al- teragoes influenciam o mecanismo deno- minado hematose, que € essencial para 0 provimento de O, @ a eliminagao de CO, do sangue, No interior dos alvéolos existe um Ii- quido denominado surfactante, que man- tém uma ensdo suficiente para que nao ocorta colabamento nem hiperdistensio. Essa substancia 6 produzida por células especializadas, localizadas na parede alveolar, donominadas pnoumécito do tipo IL Entre os alvéolos, podem existir peque- nas comunicagées, denominadas poros de Khon. Esses poros possibilitam a ventila~ Gio colateral dos alvéolos. PULMOES Os pulmdes direito e esquerdo ocupam 2 maior parte do térax, ¢ tém entre si o coracao. Apresentam, um formato pirami- dal, sendo o apice a porcéo superior, e a bbase, a inforior. A base 6 mais clevada an- teriormente e mais inferior posteriormen- te, Os pulmées so compostos essencial- mente por tecido elastico que apresenta caracteristicas de uma esponja e denomi- na-se parénquima pulmonar. Os pulmoes sao envolvides por uma fina membrana denominada pleura visce- ral, quo, apés revestir 0s pulmdes, reveste também a parte interna da caixa tordcica, recebendo a denominacio de pleura parie- tal. Essas duas membranas permanecem em contato intimo, exceto na parte mais medial dos pulmées, onde se situa 0 hilo pulmonar, por onde entram e saem vasos, bronguios © nervos. Os pulmoes dividem-se em lobos. O lobo direito contém trés lobos (superior, médio e inferior), @ 0 esquerdo, apenas dois (superior e inferior). Cada lobo apre~ sonta droas distintas, de acordo com 0 su- primento de bronquios, vasos e nervos ‘conforme a diregéo de cada uma, O conhe- cimento dessas dreas é de extrema impor- téncia para a aplicagao de uma técnica te- rapéutica muito empregada na fisioterapia respirat6ria, denominada drenagem postu- ral. Essas éreas serio estudadas posterior- mente no Capitulo 4 Entre 0s lobos pulmonares hé uma invaginagio da pleura visceral, denomina- da fissura pulmonar. A fissura pulmonar confere a independéncia funcional e estru- tural entre os lobos pulmonares, o que fa- vorece a realizacao de cirurgias de lobec- tomia pulmonar, que é a retirada de um Jobo pulmonar. Embora a Tungdo principal dos pul- mées seja a troca gasosa, permitindo a pas- sagem do oxigenio para o sangue venoso ¢ a saida do didxido de carbono, este érgio tem também outras fungdes,-como-filtrar materi i circulaga izar alguns campostos ¢ aluar como um reser valério 0. TORAX sistema respiratério, juntamente com © coragio, ocupa a maior parte interna do t6rax. O t6rax 6 constituido por um arca- bouco osteomuscular cartilaginoso, tendo como estruturas principais as costelas, as vérlebras tordcicas, 0 osso esterno e a car- tilagem condroesternal, todos revestidos intetcalados por miisculos esqueléticos. Esso conjunto de estruturas denomina-se gradil costal. O gradi costal movimenta-se a cada respiracdo, expandindo-se na fase inspi- ratéria (expansibilidade toracopulmonar) & retraindo-se na fase expiratéria (recuo eli tico). Na fase expiratéria ocorre 0 relaxa~ ‘mento dos miisculos inspirat6rios, ¢ entrar em acdo as forcas eldsticas dos pulmées. No individuo vivo, esses dois compo- nontes néo podem ser medidos de forma direta, mas podem ser estimados pela mobilidade torécica, que pode ser medida por moio da cirlometria torécica dinamica, da qual se obtém a diferenca entre a inspi- ragdo maxima e a expiracao maxima. A mobilidade toracopulmonar ou as pressdes geradas na inspiragao e expiragao podem também ser mensuradas pela pletismo- srafia de corpo inteiro ou pelo cilculo das diferencas press6ricas intrapulmonar e at- mosférica, por meio de balonete intra~ esoliigico'. Essas medidas sio de grande importancia clinica, pois, considerando quo a cartilagem condroesternal sofre um processo de ossificacao com avango da FISIOTERAPU RESPRATORIA BASICA idade, o trax, da mesma forma que os te- Cidos eldstioos dos pulmdes, torna-se mais rigido. Assim, no individuo idoso a mobi- lidade do gradil costal diminui, Tal proces- 50 pode ocorrer também em individuos jo- vvens acometidos, por exemplo, de doengas do tecido cattilaginoso ou de natureza os- tooarticular. No t6rax situa-se @ maior parte dos mriscullos inspiratérios; o principal deles, 0 diafragma, separa o t6rax do abdome ¢ é0 elamentode maior importancia na me nica rospiratoria. Muitos outros miscu- los localizados no t6rax ou préximo a esse segmento corpéreo nao atuam na respira- ‘¢éo normal, mas somente em mavimentos respirat6rios forcados. Dai a necessidade de um estudo mais detalhado sobre os :misculos da respiragao, o que serd tratado no Capitulo 2, ‘A ventilacao pulmonar esté diretamen- te relacionada com as curvaturas da colu- na vertebral, a mé-formagao do t6rax ou as alteragoes na mobilidade torécica; assim sendo, sao de grande importéncia, reque- rendo um estudo mais aprofundado, espo- clalmente na avaliacao fisica do paciente com disfungées toracopulmonares, Pela intimidade e grande relacao que o térax tem com o sistema respiratério, mui- tos termos relacionados com a respiragio referem-se ao térax, como respiracio to- réicica ¢ pneumotérax, entre outros. A fisio- terapia respiratéria também recebe o nome de fisioterapia tordcica (do inglés chest physiotherapy). PRINCIPIOS BASICOS DA MECANICA. RESPIRATORIA \Venritacho PULMONAR A ventilacéo pulmonar 6 medida pela quantidade de ar que entra 6 sai dos pul- mées num minuto. Porlanto, para obter 0 volume-minuto, mede-se o volume corren- te durante um minuto. Outras medidas volumétricas da respiracdo serao trata- das no Capitulo 2, no item “Espirome- Iria”, A ventilagéo acorre gracas a um sis- tema de fole que envolve o conjunto trax! pulmées. Tal sistema 6 ativado a cada in- cursao de ar, devido as alteragdes pres- FPSIOTERAPA RESPIRATORIA BASICA s6ricas intratorécicas e intrapulmonares ‘que ocorrem em relacao a pressio atmos- {rica ambiental. O ritmo e a profundidade da ventilacao pulmonar sao alterados em fungao do es- forgo respiratério, resullante de exercicios fisioos ou de alteracdes nas presses parci- ais do O, (PaO,) ¢ de CO, (PaCO,, bem co mo do pi sangiineo, os quais influenci- am a demanda ventilatéria, Tais alteracées ‘ocortem sob a coordenagio dos contros respirat6rios, sobretudo o de ritmicidade bulbar, localizados na formagao reticular do bulbo e-da ponte, e por meio dos qui- miorreceptores, como 05 corptisculos ca- rotfdeos, inervados por ramos do nervo slossofaringeo ¢ adrticos, inervados por ramos do nervo vago. A ventilagéo dos pulmées consiste em apenas uma das trés condicées bésicas da respiracao (ventilacao, perfusao e difusao) A respiracao propriamente dita ocorre ‘num processo posterior, quando o O, cap- tado na atmosfera, apés ter sido conduzi- do pela corrente sangitinea, atingir 0 meio celular. Pressoes & Forcas ToRacoPutMONARES. Para que 0 ar entre nos pulmdes & ne- ‘cesséria uma pressdo intrapulmonar mais negativa ou menos positiva que a pressao atmosférica (pressio pulmonar subatmos- {érica). [ss0 confere ao sistema respiratério um gradiente pressérico que devera ser constantemente alterado a cada fase da rospiracao (inspiracéo ¢ expiragio). Varios fatores contribuem para que ocorra esse gradiente press6rico, entre os quais a forga muscular respiratéria ¢ elasticidade do.tecido pulmonar. A forga muscular inspiratéria gera uma energia que favorece a entrada do ar nos pulmoes, ea forca eldstica do tecido pulmonar gera ‘uma energia no sentido contrério, Em am- bos os casos, existe um controle refinado que determina o grau méximo de expan sao e de retragao toracopulmonar, bem como um ponto de equilfbrio entre essas forcas. Esse controle ¢ comandado pela demanda de O, no sangue, eo equilibrio entre as forgas depende, principalme do grau de complacéncia ou rigidez do tema. Além dessas forcas basicas responsé- veis pela ventilacao pulmonar, existem for {gas concorrentes ou resistentes, como gidez articular das articulagoes do térax a resisténcia das vias aéreas. Comeracéneta Putmonar A complacéncia pulmonar pode ser de- finida como 0 poder de distensibilidade dos tecidos dos pulmées..0 mesmo se aplica ao t6raxi portanto, aplica-se o termo complacéncia tordécica & expansibilidade do térax, No individuo vivo, a expansio dos pulmdes ocorre conjuntamente com a expansio do t6rax. Assim sendo, conside- Ta-se a complacéncia toracopulmonar. As caracteristicas pressovolumétricas do aparelho respiratério sio expressas em termos de complacéncia, que corresponde 2 variagao de volume (AV) por unidade do variagio de pressio (AP). Com isso, a com- placéncia (C) ¢ interpretada pele férmula C = AV/AP. Por oxemplo, se pera obter um volume pulmonar de 4 litro de ar, fot ne- cessério gerar uma pressdo de 5cm H.O, a complacéncia, nesse caso, foi de 1 litro/ Scm H,O ou 0,20 litro/em 1,0. ‘A complacéncia pode ser interpretada quando 0 t6rax e os pulmdes encontram- 8¢ em movimento (complacéncia dini- mica) ou num determinado ponto entre a inspiragao ¢ a expiracao (complacéncia estatica). Na complacincia esttica, utiliza-so, para efeito de célculo, a mesma formula C= aviar Para ofeito de célculo da complacéncia dinaimica (pulmao e t6rax em movimento), 6 necessério considerar também o fluxo aéreo. Nesse caso, para obter o resultado da complacéncia dindmica numa incurséo respiratéria, ¢ preciso dividir a variagao de volume pela variacao de pressio transpul- moner, do ponto expiratdrio final para 0 onto inspiratério final, ou de um para ‘outro ponto determinado entre o inicio e © fim de inspiragaa ou da expiragao, Isso significa que a complacdncia pulmonar nao é a mesma para volumes diferentes. A complacéncia ¢ diferente entre as fa- ses da respiragao, pois a pressio gorada para a entrada cle uma certa quantidade de ar nos pulmées difere da presséo gerada para a safda dessa mesma quantidade de ar, sobretudo na parte mais central dessas fases, Em condigoes de normalidade ¢ es- tando o individuo em repouso, € necossé- ria, na fase inspiraléria, uma presséio maior que na fase expiratéria, ‘Na rotina da avaliagdo pulmonar esses medidas nao sao realizadas diretamente. Todavia, podem sor estimadas pelo resultado de testes de funcao pulmonar e pela cirto- metria toracoabdominal dinamica, sobretu- do da fluxometria expiratéria. Além disso, complacéncia toracopulmonar podera es- {ar alterada por limitacbes mfisculo-esque- léticas do t6rax. Essa doficiéncia leva a al- teragoes na mobilidade tordcica ou na am- plitude dos movimentos respiratérios, de- tectados por moio da cirtometzia tordcica, ‘A mecanica respiratéria 6 bem mais abrangente ¢ envolve elementos mais com- plexos, merecendo um estudo mais dire- cionado. Para tanto, recomenda-se aos in- toressados em aprofundar este tema buscar subsfdlios na literatura especifica sobre fi- siologia respiratéria e/ou biofisica, BIBLIOGRAFIA Agur, AMR. Grande atlas de anatomia, 0 ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1998. . Bone, RM. & Levy M.N. Fisiologia, 2° ed., Rio de Janeiro, Guanabara Kogan, 1988. Bost, CH, & Taylor NB. 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