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O PLANEJAMENTO FAMILIAR E O ABORTO INDUZIDO

O planejamento familiar é um conjunto de ações, previstas em lei (LEI Nº 9.263, DE


12 DE JANEIRO DE 1996.), que auxiliam na chegada dos filhos e na prevenção de
uma gravidez indesejada. O Estado tem o dever de oferecer acesso a recursos
informativos, educacionais, técnicos e científicos que assegurem a prática do
planejamento familiar. Porém, apesar de ser lei, o planejamento familiar não é tão
eficaz quanto deveria ser, visto que uma das principais motivações para o aborto
induzido é a dificuldade de acesso ao mesmo. Essa inacessibilidade se deve em sua
maior parte a fatores socioeconômicos, sendo a população que reside em favelas a
que tem maior dificuldade de acesso, não apenas aos serviços de saúde, como aos
bens em geral.

O aborto passa, então, a ser o resultado da ineficácia do Estado em fornecer aos


indivíduos um direito que deveria independer de situação econômica ou etnia.

Entretanto, segundo uma estimativa realizada pelo IBGE, em 2013, fica claro que o
aborto tem cor e renda. No Nordeste, por exemplo, o percentual de mulheres sem
instrução que fizeram aborto provocado (37% do total de abortos) é sete vezes
maior que o de mulheres com superior completo (5%). Entre as mulheres pretas, o
índice de aborto provocado (3,5% das mulheres) é o dobro daquele verificado entre
as brancas (1,7% das mulheres). E segundo pesquisa feita pela Fundação Perseu
Abramo, a principal razão alegada pelas entrevistadas para abortarem foi à falta de
condições econômicas para ter um (ou mais um) filho (41%).

No Brasil, o aborto inseguro é a quarta causa de mortalidade materna, sendo


responsável por 11% do total das mortes de mulheres. . As mulheres negras têm um
risco 3 vezes maior de morrer por aborto inseguro do que as mulheres brancas.

Em suma, às mulheres negras de baixa renda cabe uma maior ocorrência de


gestações não desejadas. E embora uma parcela dessas mulheres recorra a um
aborto clandestino, que trás diversos riscos para saúde (inclusive de morte), existem
outras que acabam por assumir o nascimento de um filho num momento inoportuno
de suas vidas.

http://www.gineco.com.br/saude-feminina/metodos-contraceptivos/planejamento-
familiar/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9263.htm

http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v49n3/pt_0080-6234-reeusp-49-03-0502.pdf

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1989000200006

http://csbh.fpabramo.org.br/node/7248

https://www.huffpostbrasil.com/2015/08/21/veja-onde-se-faz-mais-aborto-no-brasil-
de-acordo-com-o-ibge_a_21694557/

Laurenti R, Mello Jorge MHP, Gotlieb SLD. A mortalidade materna nas capitais
brasileiras: algumas características e estimativas de um fator de ajuste.

Ministério da Saúde. Norma Técnica para Atenção Humanizada ao Abortamento;


2005.

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