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REGISTRO - SP
JUNHO DE 2018
1. Introdução
O Brasil, com grande potencial hídrico e biológico, é apontado com um dos países
de maior potencial para a expansão da aquicultura, especialmente frente a crescente
demanda mundial por alimentos de qualidade, conforme dados da FAO 2016.
2. Biologia da Espécie
Segundo Silva (2007), nas últimas décadas os estudos sobre a biologia e a ecologia
das ostras têm se intensificado com o objetivo de desenvolver técnicas de cultivo adequadas
a cada região e espécie.
A ostra do mangue está inserida no filo Mollusca, classe Bivalvia, ordem Ostreoida,
família Ostreidae e gênero Crassostrea (Figura 1), originando assim a Crassostrea brasiliana
(Figura 2).
Figura 1. Taxonomia.
Amplamente distribuída pela costa brasileira, desde o Estado de Santa Catarina até o
Maranhão e no Estado de São Paulo, C. brasiliana é encontrada principalmente em costões
rochosos e em raízes de mangues (Figura 3), conforme Lopes (2008).
Figura 3. Ostras fixadas nas raízes do mangue. Fonte: Atlas dos Manguezais Brasileiros (2018)
A morfologia das ostras pode ser influenciada por fatores ambientais, de forma que a
sua classificação baseada em características como estrutura, cor ou forma das conchas pode
acarretar em grande chance de erro (IGNÁCIO et al., 2000).
Neto & Ostrensky (2012) descrevem que as ostras do gênero Crassostrea apresentam
corpo envolvido por duas conchas ou valvas articuladas em sua porção dorsal por um
ligamento córneo, com altura de 50 a 130 mm, coloração esverdeada e amarronzada com
feixes brancos (AMARAL, 2010) e com corpo composto por: conchas, músculo adutor,
brânquias, manto, sistema digestivo, sistema circulatório e sistema nervos (Figura 4).
Figura 6. Mapa da Baía de Guaratuba, litoral do Estado do Paraná, Brasil. Fonte: Elton Augusto
Lehmkuhl (2010).
Figura 7. Bancos de ostras identificados na Baía de Guaratuba - PR. Fonte: Westphal (2012).
4. Delineamento
Para a produção, serão utilizadas ostras nativas da espécie Crassostrea brasiliana. As
sementes serão obtidas no Centro de Produção e Propagação de Organismos Marinhos
(CPPOM), localizado em Guaratuba (PR) e posteriormente, serão alocadas em travesseiros
em sistema de tabuleiros para engorda em ambiente natural, ao norte da Baia de Guaratuba.
Serão instalados 32 tabuleiros em áreas rasas na região do manguezal, onde ficarão
fixos horizontalmente à profundidade de 1,5m, apresentando seções de 3m x 0,85 m de
largura e 0,5 m de altura, formados por vergalhões de aço de construção (ENGEPESCA,
2007) e compostos de 96 travesseiros.
Os travesseiros (Tabela 1) serão confeccionados com telas plásticas retangulares de
1m x 0,5m de altura e compreenderão 3 diferentes malhas, conforme crescimento das ostra.
A cada 15 dias as ostras serão expostas à radiação solar (castigo) para devida
eliminação de parasitas. O manejo será realizado a cada 40 dias para classificação das ostras
por tamanho e redistribuição das mesmas nos travesseiros, totalizando em torno de 12 meses
de cultivo, com tamanho mínimo comercial de 50 mm.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BATALHA, M.O. et al. 2002. A maricultura no Estado de São Paulo. São Paulo: SEBRAE:
GEPAI: GENAQUI.
IGNACIO, B.L. et al. 2000. Genetic evidence of the presence of two espécies of Crassostrea
(Bivalvia: Ostreidae) on the coast of Brazil. Marine Biology, n. 136, p. 987-991.
LANNA, P.C.; MARONE, E.; LOPES, R.M. & MACHADO, E.C. 2000. The subtropical
estuarine complex of Paranaguá Bay, Brazil. Ecological Studies, 144:131-145.
MARONE, E.; NOEMBERG, M.A ; LAUTERT, L.F.C.; SANTOS, I.; ANDREOLI, O R.;
BUBA, H. & FILL, H.D. 2006. Hidrodinamica de la Bahia de Guaratuba – PR,
Brasil. No prelo.
Neto, R. M., & Ostrensky, A. 2012. Revisão: Uso de modelos matemáticos para avaliação da
influência de variáveis ambientais sobre o desenvolvimento de ostras no
Brasil&. PUBVET, 6, Art-1283.