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MEDICINA LEGAL – AULA 03

Tanatologia
A definição clássica do instante da morte foi formulada por Hipócrates cerca de 500
anos antes do nascimento de Cristo:
“Testa enrugada e árida, olhos cavos, nariz saliente, cercado de coloração escura.
Têmporas deprimidas, cavas e enrugadas, queixo franzido e endurecido, epiderme seca,
lívida e plúmbea, pelos das narinas e dos cílios coberto por uma espécie de poeira, de um
branco fosco, fisionomia nitidamente conturbada e irreconhecível.”
CONCEITOS
 Tanatologia – provém do termo grego thánatos (morte) e logia (estudo), significando
a ciência que estuda a morte e os fenômenos a ela relacionados;
 Morte – do latim “mortis” de “mori” (morrer);
 Cadáver – do latim “caro data vermis” (carne dada aos vermes).
TANATOLOGIA MÉDICO LEGAL
Estuda a morte e o morto, e as suas repercussões na esfera jurídico-social.
MORTE
O que é? Cessação total e permanente das funções vitais (cerebral, respiratória e
circulatória).
Qual o momento exato da morte? Atualmente, a tendência é dar-se privilégio à
avaliação da atividade cerebral e ao estado de descerebração ultrapassada como indicativo
de morte real.
Morte encefálica: comprometimento irreversível da vida de relação (que é de
responsabilidade do córtex cerebral, onde temos a função de cognição) e coordenação da
vida vegetativa (que é função do tronco encefálico). Logo, morte encefálica é o termo mais
correto, e é diferente de morte cerebral. A morte cortical ocorre quando há o
comprometimento apenas da vida de relação (reconhecimento das pessoas, afeto, etc).
RESOLUÇÃO 1480/97 DO CFM
Os artigos dessa resolução do CFM determinam que a morte encefálica será
caracterizada através da realização de exames clínicos e complementares durante
intervalos de tempo variáveis, próprios para determinadas faixas etárias.
Os dados clínicos e complementares observados quando da caracterização da morte
encefálica deverão ser registrados no "termo de declaração de morte encefálica".
A morte encefálica deverá ser consequência de processo irreversível e de causa
conhecida.
Exame clínico
Os 3 parâmetros clínicos a serem observados para constatação de morte encefálica
são:
 Coma aperceptivo – o indivíduo não reage ao meio externo, mesmo com estímulos
dolorosos. Está descerebrado;
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 Ausência de atividade motora supraespinhal – perda dos reflexos supraespinhais,
como o fotomotor (indivíduo fica em midríase), corneopalpebral, oculoencefálico
(“olhos de boneca”), oculovestibular (não reage a água gelada no ouvido) e de
vômito;
 Apneia.
Exames complementares
Os exames complementares a serem observados para constatação de morte
encefálica deverão demonstrar de forma inequívoca:
 Ausência de atividade elétrica cerebral (EEG);
 Ausência de atividade metabólica cerebral (PET, extração cerebral de oxigênio);
 Ausência de perfusão sanguínea cerebral (Doppler transcraniano, Cintilografia
cerebral TC com xenônio, arteriografia).
Assim, só há morte quando existe lesão irreversível de todo encéfalo.
Os exames clínico e complementares devem ser feitos em momentos diferentes.
O artigo 5º dessa resolução do CFM determina que os intervalos mínimos entre as
duas avaliações clínicas necessárias para a caracterização da morte encefálica serão
definidos por faixa etária, conforme especificado abaixo:
Tempo mínimo entre
Faixa Etária
as 2 avaliações
De 7 dias a 2 meses incompletos 48 horas
De 2 meses a 1 ano incompleto 24 horas
De 1 ano a 2 anos incompletos 12 horas
Acima de 2 anos 6 horas

TRANSPLANTES
A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a
transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica,
constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e
transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por
resolução do Conselho Federal de Medicina.
A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para
transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou
parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau
inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação
da morte. Então, mesmo que o indivíduo tenha dito em vida ou declarado ser doador de
órgãos em algum documento, é a família quem decide quanto a doação.
Desligar aparelhos
A resolução do CFM nº 1826/2007, determina que é legal e ética a suspensão dos
procedimentos de suportes terapêuticos quando determinada a morte encefálica em não-
doador de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante.

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CLASSIFICAÇÃO DA MORTE
Quanto à extensão
1. Morte celular ou histológica – ocorre uma inutilização dos sistemas (membrana celular,
metabolismo energético, síntese de proteínas) e uma sequência de alterações bioquímicas
e de alterações morfológicas das organelas, levando as células à morte.
2. Morte anatômica – ocorre a morte do organismo como um todo, seguida da morte dos
tecidos. Os primeiros a morrer são células nervosas, e os últimos a morrer são os fâneros
(cabelos e unhas).
Quanto a reversibilidade
1. Morte aparente – corresponde aos estados patológicos que simulam a morte, em que há
um intenso embotamento das funções vitais (inconsciência, batimentos cardíacos
imperceptíveis, movimentos respiratórios imperceptíveis ou ausentes). Os principais
exemplos são: coma epiléptico, catalepsia, estados sincopais e morte aparente do recém-
nascido. A morte aparente é mais comum pela ação de energias externas, como: asfixia,
envenenamentos (barbitúricos, benzodiazepínicos), eletroplessão e fulguração (óbito por
raio - sinal de Lichtenberg).

CPP Art. 162. A autópsia será feita pelo menos 6 (seis) horas depois do óbito, salvo se os
peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele
prazo, o que declararão no auto.
2. Morte relativa – corresponde a parada efetiva e duradoura das funções nervosas,
respiratórias e circulatórias. Esse tipo de morte é reversível por manobras terapêuticas
extraordinárias.
3. Morte intermédia – ocorre reaparecimento de alguns sinais vitais após manobras,
podendo haver vida artificial por algum tempo.
4. Morte absoluta ou real – ausência definitiva de todas as atividades biológicas.
Quanto à causa jurídica
1. Morte natural – Consequência de um processo esperado e previsível como o
envelhecimento natural, estado mórbido adquirido ou situação congênita.
2. Morte violenta – consequência de uma causa externa de instalação abrupta (exceto
envenenamentos crônicos). Pode ser acidental, criminosa ou voluntária.

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3. Morte duvidosa ou suspeita
a) Morte súbita: é uma morte rápida, aproximadamente em menos de 24 horas. É
quando ocorre de um jeito que não sabe a causa. A morte súbita não é
instantânea. Se é instantâneo, é fulminante. Exemplo: cardiopatias, aneurismas,
arritmias, asma, EP, pneumonia, HDA, pancreatite, epilepsia, aneurisma
cerebral, meningite, hemorragia cerebral, sepse, choque anafilático, gravidez
ectópica etc.
b) Morte fulminante: morte de instalação instantânea.
FENOMENOS CADAVÉRICOS

Abióticos Transformativos

Imediatos Destrutivos

Consecutivos Conservadores

Os fenômenos cadavéricos abióticos são aqueles em que não há necessidade de


participação de organismos vivos (bactéria, vermes) para acontecer. Eles podem ser
imediatos ou consecutivos.
Nos fenômenos cadavéricos transformativos, por sua vez, pode haver participação
de organismos vivos. Eles são dois: destrutivos (autólise, putrefação, maceração) ou
conservadores (mumificação, saponificação, calcificação, corificação).
FENÔMENOS ABIÓTICOS IMEDIATOS
 Perda da consciência;
 Perda da sensibilidade;
 Abolição da motilidade e do tônus muscular (fácies hipocrática ou máscara de
morte);
 Relaxamento dos esfíncteres;
 Midríase paralítica;
 Cessação da respiração e da circulação.
Testes (antigos) de verificação de morte
 Prova de Winslow: aproximar uma vela acesa da boca e nariz (se o indivíduo estiver
respirando, a chama da vela se apaga ou tremula);
 Prova de Middeldorf: introdução de uma agulha longa do precórdio a fim de verifica
a existência dos movimentos cardíacos pela agitação da extremidade livre da agulha;
 Prova da escara cáustica de Chavigny e Simonin: aplicação de uma gota de ácido
sulfúrico sobre a pele do indivíduo, provocando uma escara negra no vivo e uma
placa apergaminhada no cadáver;
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS
Pode apresentar um desses ou todos:
 Desidratação cadavérica, com perda de peso (8 a 18g/kg/dia – essa perda é mais
acentuada em fetos e RN);
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 Apergaminhamento cutâneo (pele com aspecto de pergaminho, sem elasticidade);
 Queda da tensão do globo ocular (Sinal de Louis);
 Mancha de Sommer-Larcher – mancha de cor enegrecida que surge devido à
dessecação da esclerótica e permite a visibilidade da coróide subjacente;
 Opacidade da córnea;

Mancha de Sommer-Larcher

 Resfriamento do corpo (algor mortis) – há uma tendência ao equilíbrio com o meio


ambiente, progressivo e não uniforme. A temperatura do cadáver se iguala à do meio
ambiente na 24º hora depois da morte. Essa informação é útil para estimarmos o
tempo de morte do indivíduo, através da fórmula:
𝑁∙𝐶
𝐻=
1,5
Onde N é a temperatura retal normal (37,2ºC), C é a temperatura retal do cadáver
no momento do exame e H é o tempo de horas que o indivíduo morreu. Se a temperatura
do cadáver está igual ao do meio ambiente, sabe-se que faz mais de 24h que morreu.
 Rigidez cadavérica (rigor mortis) – devido à falta de ATP, não se consegue relaxar
as cadeias de actina e miosina. A rigidez se inicia 1-2 horas após a morte, atingindo
o máximo em 8 horas e desfazendo-se em 24 horas após a morte. Ela possui uma
ordem de aparecimento craniocaudal: face → mandíbula → pescoço → membros
superiores e tronco → membros inferiores. Essa ordem de aparecimento é igual a
de desaparecimento.
 Livores hipostáticos (Livor mortis).

Os livores hipostáticos são manchas em forma de placas na pele, ou livores viscerais


nos pulmões, fígado, rins, baço, intestino, encéfalo. Eles aparecem 2 a 3 horas após a morte
e fixam-se em 8 a 12 horas.
Sem a circulação e sob ação da gravidade, o sangue se deposita nos pontos de
maior declive, ou seja, nas regiões inferior do cadáver, exceto nas regiões de pressão. Isso
permite saber em que posição o indivíduo faleceu. Ou seja, permite saber se houve
alteração da cena do crime.

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Se o corpo foi movido da posição que morreu, o livor move com ele. Mas isso vai
depender do tempo, até 8 horas se mexer o corpo, o livor também mexe. Se for depois de
12 horas, vai mexer o corpo mas o livor permanece no mesmo local
Os livores hipostáticos são importantes para o diagnóstico da realidade da morte,
para o diagnóstico da causa da morte, para a estimativa do tempo de morte e para o estudo
da posição em que permaneceu o cadáver depois da morte.
Espasmo cadavérico ou rigidez cataléptica
 Fenômeno controverso e raro;
 É uma forma de rigidez muscular que se manifesta de forma instantânea, sem que
haja um relaxamento prévio. É diferente do rigor mortis, que é um fenômeno que não
é instantâneo;
 É importante porque pode registrar a última atitude da vítima, já que se instaura no
momento da morte, de forma abrupta, e se mantém até a instalação do rigor mortis;
 Pode ser generalizado, afetando todo o corpo, ou localizado, afetando por exemplo
a mão que empunhava um revólver (no caso de um suicídio).
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
A tafonomia forense é o estudo de todas as fases por que passa o ser humano após
sua morte – de destruição ou conservação –, no interesse judicial ou forense.
1. Autólise
Nós não conseguimos visualizar esse processo, mas já é o início.
 Fenômeno putrefativo anaeróbico intracelular;
 Rompimento de lisossomos;
 Processo sem participação bacteriana;
 As células mais afetadas são as que possuem mais enzimas (mucosa gástrica,
mucosa intestinal e pâncreas);
 Acidez dos tecidos.
2. Putrefação
 É o prosseguimento da autólise;
 Há ação dos microrganismos e suas toxinas;
 As fases da putrefação são:
o Coloração;
o Gasosa;
o Coliquativa;
o Esqueletização.
2.1 Fase de coloração
A fase de coloração é o primeiro estágio da putrefação. Essa fase começa com uma
mancha verde abdominal, que aparece em 18-24 horas no verão e em 36-48 horas no
inverno. Surge na fossa ilíaca direta (por conta do Ceco e sua proximidade com a pele e
meio externo). Nos RN e afogadas essa mancha verde é torácica.
Essa fase se prolonga por cerca de 1 semana, quando toda a pele fica com cor
verde-enegrecido a negro. A cabeça fica muito negra.
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O ácido sulfúrico (ação dos gases e das enzimas bacterianas), produzido pelas
bactérias, se junta à hemoglobina, formando a sulfometahemoglobina, que tem a coloração
verde.

A fase de coloração começa na FID porque tem o ceco, que é um local onde se tem
mais gás e bactérias, além de ser uma das estruturas mais próximas da parede abdominal,
passando mais rapidamente os gases pra pele e o sangue vai ficando verde.
No RN começa no tórax porque a entrada das bactérias vai ser pela via aérea pois
eles ainda não tem bactérias no TGI. E no afogado pois normalmente está de cabeça para
baixo.
Nos adultos, a mancha verde pode surgir em outras regiões do abdome, caso haja
herniação de alguma víscera abdominal.
2.2 Fase gasosa
Inicia-se na primeira semana e se estende, aproximadamente, por 30 dias (as fases
podem se misturar). O que a gente vê por aqui, em Alagoas, é que essa fase se inicia já no
2º-3º dia.
Na fase gasosa da putrefação, há ação de bactérias saprófitas, que atuam
produzindo gás sulfrídrico, os quais se infiltram, formando ptomaínas, que são compostos
nitrogenados com odor característico.
Há a presença de flictenas putrefativas (bolhas com conteúdo putrefeito dentro),
perda de fâneros e aumento da pressão abdominal, com prolapso do útero (parto post-
mortem), prolapso do reto, elevação do diafragma (compressão pulmonar – saída de
sangue pela boca e narinas). Muitas vezes, esses corpos explodem pelo gás.

O aspecto do corpo é gigantesco, com protrusão ocular, protrusão da língua,


distensão dos órgãos genitais masculino. O corpo assume uma posição de lutador.

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Vísceras maciças ficam com amolecimento, superfície de corte com pequenas
cavidades (aspecto de queijo suíço). O coração torna-se amolecido e pardo. Os pulmões
colabados, pardos escuros ou cinza-enegrecido, cavidades pleurais com até 200mL de
líquido pardo escuro.
Circulação póstuma de Brouardel: aparecimento na pele de vasos cheios de sangue
devido ao aumento do volume das cavidades abdominais e a ação das bactérias que agem
liberando gases empurrando as estruturas para cima.

Destacamento da epiderme: ocorre em meio aquoso (afogados) ou no feto que morre


no útero da mãe (maceração asséptica). Há o destacamento dos segmentos cutâneos
devido ao fenômeno de embebição da hemoglobina, fazendo com que a epiderme se solte
facilmente.
2.3 Fase coliquativa
A característica clássica dessa fase é a presença dos vermes (miíase cadavérica).
Essa fase se inicia no fim do primeiro mês e pode estender-se por meses ou até 2 ou 3
anos. As larvas podem destruir a matéria orgânica do cadáver em 4 a 8 semanas.
A putrilagem é o nome dado à mistura de vísceras em putrefação e vermes.
2.4 Fase de esqueletização
A fase de esqueletização comumente se mescla à fase coliquativa, pois enquanto os
vermes vão “comendo a carne”, a estrutura óssea do indivíduo vai ficando visível. É o final
do processo destrutivo cadavérico. O resultado final é o esqueleto livre de partes moles.
O início dessa fase ocorre entre a 3º e 4º semana, com término em 6 meses.
Os principais fatores que interferem na fase de esqueletização são: clima, ambiente
(+ fauna cadavérica), ar livre, inumação (enterrar), submersão.
2.5 Maceração Asséptica
É uma fase que só se observa em feto morto intrauterinamente. Não há participação
de bactérias, logo, é um processo asséptico, pois o feto morre numa cavidade asséptica
(sem bactérias) e cheia de líquido.
O início se dá em poucas horas após a morte fetal. Há destacamentos de amplos
retalhos de epiderme e os tegumentos ficam com tonalidade avermelhada. O corpo perde
a consistência habitual (achata-se) e os tecidos se soltam dos ossos.

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FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS CONSERVADORES
Adipocera ou saponificação
 Fenômeno raro;
 Transformação da gordura em cera;
 Pode surgir após a 1º semana;
 Perceptível aos 3 meses;
 Necessidade de ação bacteriana (principalmente do gênero Clostridium);
 Geralmente limitado a algumas partes do cadáver;
 Predisponentes: obesos, água estagnada e pouco corrente, solo argiloso e úmido,
difícil acesso ao ar atmosférico, frequentemente encontrado em valas comuns.
Mumificação
 Mais comum que saponificação;
 Há uma desidratação tão intensa, que nem as bactérias que produzem a putrefação
resistem;
 Meio quente, arejado e seco facilita o fenômeno;
 Mais comum nos magros e crianças;
 Peso e volume reduzidos, pele ondulada, endurecida, aspecto de couro (soa como
cartão ao toque), com coloração parda;
 Pode possibilitar exame de lesões e identificação;
 Condições ambientais de alta temperatura, baixa umidade e boa ventilação.
Corificação
 Em cadáveres conservados em urnas metálicas (de zinco galvanizado)
hermeticamente seladas;
 O ambiente dentro da urna inibe parcialmente os fenômenos de decomposição;
 A pele do cadáver assume o aspecto, a cor e a consistência uniforme de couro
recentemente curtido;
 Começa a observar-se no 1º ano de coloração do cadáver na urna, atingindo o seu
máximo no 2º ano.
Calcificação
 Muito raro;
 Petrificação ou calcificação corporal;
 A forma intrauterina é a forma mais comum;
 Ocorre na morte fetal retida (Litopédio = criança de pedra; quando é a calcificação
do feto);
 Putrefação muito rápida;
 Assimilação de sais calcários pelo esqueleto;
 Resultado de aparência pétrea e grande peso (fóssil).

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CALENDÁRIO DA MORTE OU ESTIMATIVA DO TEMPO DE MORTE

Evento Tempo decorrido


Corpo flácido, sem livores e quente Menos de 2 horas
Rigidez da mandíbula e da nuca De 2 a 4 horas
Livores se formando De 2 a 4 horas
Rigidez da mandíbula, nuca, tronco, MMSS e livores
De 4 a 6 horas
presentes
Rigidez completa, livores presentes De 6 a 16 horas
Livores fixos De 8 a 12 horas
Rigidez se desfazendo, até desaparecer De 16 a 24 horas
Mancha verde abdominal De 18 a 36 horas
Início da fase gasosa, mancha verde abdominal De 24 a 48 horas
Fase gasosa instalada, pele com formação de
De 48 a 72 horas
bolhas. Circulação póstuma de Brouardel
Extensão da mancha verde abdominal De 72 a 96 horas
Ápice da fase gasosa, disseminação completa da
De 96 a 144 horas
mancha (corpo de cor enegrecida)
Perda inicial do volume gasoso, friabilidade dos
De 6 a 12 dias
tecido que começam a se desfazer
Início da destruição das partes moles do corpo até A partir de 10 dias e
sua completa resolução dura meses
Esqueletização Acima de 6 meses

LESÕES ANIMAIS POST-MORTEM


 Vários animais podem produzir alterações post-mortem;
 Animais de médio e grande porte são responsáveis por espalhar fragmentos por uma
área considerável;
 Lesões palpebrais geralmente são produzidas por formiga.
NECRÓPSIA
A necropsia vai ser facultativa ou anatomopatológica nos casos de morte de causa
natural. Quando facultativa, ela depende da autorização da família e o corpo é enviado ao
SVO ou Serviço de Patologia de um hospital.
A necropsia será obrigatória ou médico-legal nos casos de morte de causa
violenta. Nessas ocasiões, sua realização é de responsabilidade do Estado e o
procedimento é feito no IML por Perito Oficial. A atribuição do perito é produzir prova
técnica, esclarecendo como a morte ocorreu.

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Quesitos a responder
 Houve morte?
 Qual a causa da morte?
 Qual o instrumento ou meio que produziu a morte?
 Foi produzida com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel?
De acordo com o Código de Processo Penal Brasileiro, a autópsia será feita pelo
menos 6 (seis) horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de
morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
Inspeção
Inspeção externa
 Exame das vestes e pertences;
 Elementos de identidade (cor do cabelo, olhos, tatuagem);
 Sinais de morte;
 Ectoscopia
▫ Identidade: cor, sexo, idade, altura, peso, dimensões, sinais característicos
▫ Sinais de morte: rigidez muscular, manchas de hipóstase (livor), algidez,
sinais de putrefação;
▫ Exames: sentido craniocaudal e anteroposterior (cabeça, pescoço, tórax,
abdômen, ânus, órgãos genitais, MMSS, MMII, dorso).
Exemplo: Envolto por saco; cadáver do sexo masculino, com altura de aproximadamente
1.70m, pardo, idade aproximada 35 anos, cabelo de cor preta, olhos de cor castanha,
cavanhaque, ausência de sinais particulares (sem tatuagem). Sinais de morte: livor em
parte posterior do corpo. Ectoscopia: cicatriz cirúrgica ainda com pontos do apêndice xifoide
até o púbis, típico de incisão cirúrgica, ferida circular de bordas regulares com
características de entrada de projetil de arma de fogo.
Inspeção interna
 Cavidades: craniana, torácica e abdominal.
 Incisões
▫ Bimastoidea;
▫ Biacromial + manubriopubiana ou submentopubiana [tóraco-abdominal];
 Técnicas de exame
▫ Letulle (monobloco);
▫ Ghon (4 monoblocos);
▫ Virchow (dissecção e remoção dos órgãos um a um);
▫ Rokitansky (órgãos são examinados e abertos individualmente in situ).
GENÉTICA FORENSE
Útil para Identificação do indivíduo, investigação criminal e análise de paternidade.
Perguntas
 Quem é a vítima?
 Quem é o pai dessa criança?
 A quem pertence a mancha de sangue deixada em um local de crime?
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 Quem deixou os espermatozoides no corpo da vítima?
Aplicações de DNA para fins forenses
 Justiça civil: testes de paternidade;
 Justiça criminal: identificação humana, crimes sexuais, crimes contra a vida, crimes
contra o patrimônio, desastres de massa.
Identificação humana
 É uma necessidade do ser humano desde a antiguidade;
 Tem-se os caracteres morfológicos (cor da pele, cabelo, olhos), tatuagens,
fotografias, impressões digitais, marcadores genéticos (DNA).
Desvantagens
 Técnica muito demorada e trabalhosa;
 Necessita de grande quantidade de DNA;
 Dificuldade em se estabelecer vínculos genéticos.
STRs - Short Tandem Repeat
 Marcadores de DNA utilizados na genética forense atualmente.
Coleta do material
 De diversas origens: local do crime, vítimas, suspeitos, roupas e objetos.
Materiais biológicos que podem conter DNA
 Fluidos corporais: suor, sangue, saliva, sêmen, urina, secreção vaginal;
 Restos mortais: dentes e ossos;
 Fâneros: Fios de cabelos, pelos, unhas.
Vestígios potenciais para busca de DNA
 Objetos pessoais: óculos, boné, sapato, sandálias, escova etc;
 Objetos descartados: guardanapo, garrafas plásticas, palito de dente, cigarro etc;
 Armas manuseadas: barra de ferro, porrete, faca, espeto de churrasco etc.
Materiais biológicos mais utilizados coletados em:
 Pessoas vivas: sangue, swab da mucosa oral, fâneros (pelos);
 Cadáveres: sangue, swab da mucosa da bexiga, músculo e cartilagem, ossos e
dentes.
Na coleta: usar luvas e máscaras, evitar conversar sobre as amostras, coletar
quantidade suficiente para os exames evitando o máximo de contaminação;
Na preservação do material biológico: secar os suportes utilizados para a coleta,
manter as amostras em baixa temperatura (congeladas).

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