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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS No trecho da palestra proferida por Evanildo Bechara, na

Academia Galega da Língua Portuguesa, verifica-se o uso


TECNOLOGIAS de estruturas gramaticais típicas da norma padrão da lín-
QUESTÕES 01 A 40 gua. Esse uso:
A torna a fala inacessível aos não especialistas no as-
QUESTÃO 01 sunto abordado.
B contribui para a clareza e a organização da fala no ní-
Anfíbio com formato de cobra é descoberto no Rio vel de formalidade esperado para a situação.
Madeira (RO) C atribui à palestra características linguísticas restritas à
Animal raro foi encontrado por biólogos em canteiro de modalidade escrita da língua portuguesa.
obras de usina. Exemplares estão no Museu Emilio Go- D dificulta a compreensão do auditório para preservar o
eldi, no Pará. caráter rebuscado da fala.
E evidencia distanciamento entre o palestrante e o audi-
O trabalho de um grupo de biólogos no canteiro de obras tório para atender os objetivos do gênero palestra.
da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, em
Porto Velho, resultou na descoberta de um anfíbio de for- QUESTÃO 03
mato parecido com uma cobra. Atretochoana eiselti é o
Há o hipotrélico. O termo é novo, de impensada origem e
nome científico do animal raro descoberto em Rondônia.
ainda sem definição que lhe apanhe em todas as pétalas
Até então, só havia registro do anfíbio no Museu de His-
o significado. Sabe-se, só, que vem do bom português.
tória Natural de Viena e na Universidade de Brasília. Ne-
Para a prática, tome-se hipotrélico querendo dizer: antipo-
nhum deles tem a descrição exata de localidade, apenas
dático, sengraçante imprizido; ou talvez, vicedito: indiví-
“América do Sul”. A descoberta ocorreu em dezembro do
duo pedante, importuno agudo, falta de respeito para com
ano passado, mas apenas agora foi divulgada.
a opinião alheia. Sob mais que, tratando-se de palavra
XIMENES, M. Disponível em: http://g1.globo. inventada, e, como adiante se verá, embirrando o hipotré-
com. Acesso em: 1 ago. 2012.
lico em não tolerar neologismos, começa ele por se negar
A notícia é um gênero textual em que predomina a função nominalmente a própria existência.
referencial da linguagem. No texto, essa predominância ROSA, G. Tutameia: terceiras estórias. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2001 (fragmento).
evidencia-se pelo(A):
A recorrência de verbos no presente para convencer o leitor. Nesse trecho de uma obra de Guimarães Rosa, depre-
B uso da impessoalidade para assegurar a objetividade ende-se a predominância de uma das funções da lingua-
da informação. gem, identificada como:
C questionamento do código linguístico na construção da A metalinguística, pois o trecho tem como propósito es-
notícia. sencial usar a língua portuguesa para explicar a pró-
D utilização de expressões úteis que mantêm aberto o pria língua, por isso a utilização de vários sinônimos e
canal de comunicação com o leitor. definições.
E emprego dos sinais de pontuação para expressar as B referencial, pois o trecho tem como principal objetivo
emoções do autor. discorrer sobre um fato que não diz respeito ao escritor
QUESTÃO 02 ou ao leitor, por isso o predomínio da terceira pessoa.
C fática, pois o trecho apresenta clara tentativa de esta-
Em primeiro lugar gostaria de manifestar os meus agra-
belecimento de conexão com o leitor, por isso o empre-
decimentos pela honra de vir outra vez à Galiza e con-
go dos termos “sabe-se lá” e “tome-se hipotrélico”.
versar não só com os antigos colegas, alguns dos quais
D poética, pois o trecho trata da criação de palavras no-
fazem parte da mesa, mas também com novos colegas,
vas, necessária para textos em prosa, por isso o em-
que pertencem à nova geração, em cujas mãos, com toda
prego de “hipotrélico”.
certeza, está também o destino do Galego na Galiza, e
E expressiva, pois o trecho tem como meta mostrar a
principalmente o destino do Galego incorporado à grande
subjetividade do autor, por isso o uso do advérbio de
família lusófona.
dúvida “talvez”.
E, portanto, é com muito prazer que teço algumas consi-
derações sobre o tema apresentado. Escolhi como tema
como os fundadores da Academia Brasileira de Letras QUESTÃO 04
viam a língua portuguesa no seu tempo. Como sabem, a A diva
nossa Academia, fundada em 1897, está agora comple- Vamos ao teatro, Maria José?
tando 110 anos, foi organizada por uma reunião de jorna- Quem me dera,
listas, literatos, poetas que se reuniam na secretaria da desmanchei em rosca quinze quilos de farinha,
Revista Brasileira, dirigida por um crítico literário e por um tou podre. Outro dia a gente vamos.
literato chamado José Veríssimo, natural do Pará, e desse Falou meio triste, culpada,
entusiasmo saiu a ideia de se criar a Academia Brasilei- e um pouco alegre por recusar com orgulho.
ra, depois anexada ao seu título: Academia Brasileira de TEATRO! Disse no espelho.
Letras. TEATRO! Mais alto, desgrenhada.
Nesse sentido, Machado de Assis, que foi o primeiro pre- TEATRO! E os cacos voaram
sidente desde a sua inauguração até a data de sua morte, sem nenhum aplauso.
em 1908, imaginava que a nossa Academia deveria ser Perfeita.
uma academia de Letras, portanto, de literatos. PRADO, A. Oráculos de maio. São Paulo: Siciliano, 1999.
BECHARA, E. Disponível em: www.
academiagalega.org. Acesso em: 31 jul. 2012.

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Os diferentes gêneros textuais desempenham funções §§ Mantenha a calma (o tom de fala vale mais que bons
sociais diversas, reconhecidas pelo leitor com base em argumentos).
suas características específicas, bem como na situação §§ Invalide as opiniões do adversário, desqualificando-o
comunicativa em que ele é produzido. Assim, o texto “A sem questioná-lo.
diva”: §§ Repita o argumento do outro, mas agora a seu favor.
A narra um fato real vivido por Maria José. §§ Revele que está usando uma tática para ganhar a dis-
B surpreende o leitor pelo seu efeito poético. cussão (aproveite para fingir que você venceu).
C relata uma experiência teatral profissional. NARLOCH, L. Disponível em: http://super.abril.
D descreve uma ação típica de uma mulher sonhadora. com.br. Acesso em: 27 out. 2011 (fragmento).
E defende um ponto de vista relativo ao exercício teatral.
O fragmento, retirado de uma revista de divulgação cientí-
fica, constrói-se em tom de humor, a partir de uma lingua-
QUESTÃO 05 gem lúdica e despojada. O apelo a esse recurso expressi-
vo é adequado para essa situação comunicativa, porque:
A converge para a subjetividade, característica desse
tipo de periódico.
B segue parâmetros textuais semelhantes aos das publi-
cações científicas.
C confirma o próprio periódico como meio de comunica-
ção de massa.
D atende a um leitor interessado em expandir conheci-
mento teórico.
E contraria o uso previsto para o registro formal da língua
portuguesa.

QUESTÃO 07

Os objetivos que motivam os seres humanos a estabe-


lecer comunicação determinam, em uma situação de in-
terlocução, o predomínio de uma ou de outra função de
linguagem. Nesse texto, predomina a função que se ca-
racteriza por: Pelas características da linguagem visual e pelas esco-
A tentar persuadir o leitor acerca da necessidade de se lhas vocabulares, pode-se entender que o texto possibilita
tomarem certas medidas para a elaboração de um livro. a reflexão sobre uma problemática contemporânea ao:
B enfatizar a percepção subjetiva do autor, que projeta A criticar o transporte rodoviário brasileiro, em razão da
para sua obra seus sonhos e histórias. grande quantidade de caminhões nas estradas.
C apontar para o estabelecimento de interlocução de B ironizar a dificuldade de locomoção no trânsito urbano,
modo superficial e automático, entre o leitor e o livro. devida ao grande fluxo de veículos.
D fazer um exercício de reflexão a respeito dos princípios C expor a questão do movimento como um problema exis-
que estruturam a forma e o conteúdo de um livro. tente desde tempos antigos, conforme frase citada.
E retratar as etapas do processo de produção de um li- D restringir os problemas de tráfego a veículos particula-
vro, as quais antecedem o contato entre leitor e obra. res, defendendo, como solução, o transporte público.
E propor a ampliação de vias nas estradas, detalhando o
QUESTÃO 06 espaço exíguo ocupado pelos veículos nas ruas.
Como ganhar qualquer discussão
A verdade nem sempre depende de fatos – nos jornais, no QUESTÃO 08
Congresso ou no boteco, ela é frequentemente empaco-
TEXTO I
tada com táticas perversas e milenares. Conhecer essas
A característica da oralidade radiofônica, então, seria
técnicas é um bom jeito de se defender contra elas (e fa- aquela que propõe a diálogo com o ouvinte: a simplicida-
zer a sua opinião prevalecer). de, no sentido da escolha lexical; a concisão e coerência,
1. Capte a benevolência – Siga a dica da retórica roma- que se traduzem em um texto curto, em linguagem colo-
na (captatio benevolentia) e adule o interlocutor. quial e com organização direta; e o ritmo, marcado pelo
2. Exagere o argumento do adversário – É a “técnica locutor, que deve ser o mais natural (do diálogo). É esta a
do espantalho”, também chamada de ampliação inde- organização que vai “reger” a veiculação da mensagem,
vida pelo filósofo Arthur Schopenhauer. seja ela interpretada ou de improviso, com objetivo de dar
3. Entre na onda – Concorde com parte dos argumentos melodia à transmissão oral, dar emoção, personalidade
do outro para, a partir daí, traçar a própria conclusão. ao relato de fato.
Outras dicas do mal: VELHO, A.P.M. A linguagem do rádio multimídia. Disponível
em www.bocc.ubi.pt. Acesso em 27 de fev. 2012

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TEXTO II que mais eu gozo se escabroso é o tema.
Uma boca de estrela dando beijo
A dois passos do Paraíso
é, meu amigo, assunto p’ra um poema.
A rádio Atividade leva até vocês
Direis agora: Mas, enfim, meu caro,
Mais um programa da séria série
As estrelas que dizem? Que sentido
“Dedique uma canção a quem você ama”
têm suas frases de sabor tão raro?
Eu tenho aqui em minhas mãos uma carta
Amigo, aprende inglês para entendê-las,
Uma carta d’uma ouvinte que nos escreve
Pois só sabendo inglês se tem ouvido
E assina com o singelo pseudônimo de
Capaz de ouvir e de entender estrelas.
“Mariposa Apaixonada de Guadalupe”
Ela nos conta que no dia que seria TIGRE, Bastos. Ouvir estrelas. In: Becker, I. Humor e
humorismo: Antologia. São Paulo: Brasiliense, 1961.
O dia mais feliz da sua vida
Arlindo Orlando, seu noivo A partir da comparação entre os poemas, verifica-se que:
Um caminhoneiro conhecido da pequena e A no texto de Bilac, a construção do eixo temático se deu
Pacata cidade de Miracema do Norte em linguagem denotativa, enquanto no de Tigre, em
Fugiu, desapareceu, escafedeu-se linguagem conotativa.
Oh! Arlindo Orlando volte B no texto de Bilac, as estrelas são inacessíveis, distan-
Onde quer que você se encontre tes, e no texto de Tigre, são próximas, acessíveis aos
Volte para o seio de sua amada que as ouvem e as entendem.
Ela espera ver aquele caminhão voltando C no texto de Tigre, a linguagem é mais formal, mais tra-
De faróis baixos e para-choque duro... balhada, como se observa no uso de estruturas como
BLITZ. Disponível em http://letras.terra.com. “dir-vos-ei sem pejo” e “entendê-las”.
br. Acesso em 28 fev. 2012 (fragmento) D no texto de Tigre, percebe-se o uso da linguagem me-
talinguística no trecho “Uma boca de estrela dando bei-
Em relação ao Texto I, que analisa a linguagem do rádio,
jo/ é, meu amigo, assunto p’ra um poema.”
o Texto II apresenta, em uma letra de canção:
E no texto de Tigre, a visão romântica apresentada para
A estilo simples e marcado pela interlocução com o re-
alcançar as estrelas é enfatizada na última estrofe de
ceptor, típico da comunicação radiofônica.
seu poema com a recomendação de compreensão de
B lirismo na abordagem do problema, o que afasta de uma
outras línguas.
possível situação real de comunicação radiofônica.
C marcação rítmica dos versos, o que evidencia o fato de
o texto pertencer a uma modalidade de comunicação QUESTÃO 10
diferente da radiofônica. Texto I
D direcionamento do texto a um ouvinte específico, di-
XLI
vergindo da finalidade de comunicação do rádio, que é
Ouvia:
atingir as massas.
Que não podia odiar
E objetividade na linguagem caracterizada pela ocorrên-
E nem temer
cia rara de adjetivos, de modo a diminuir as marcas de
Porque tu eras eu.
subjetividade do locutor.
E como seria
Odiar a mim mesma
QUESTÃO 09 E a mim mesma temer.
Ouvir estrelas HILST, H. Cantares. São Paulo: Globo, 2004 (fragmento).
“Ora, (direis) ouvir estrelas! Certo
perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, Texto II
que, para ouvi-las, muita vez desperto Transforma-se o amador na cousa amada
e abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda noite, enquanto Transforma-se o amador na cousa amada,
a Via-Láctea, como um pálio aberto, por virtude do muito imaginar;
cintila. E, ao vir o Sol, saudoso e em pranto, não tenho, logo, mais que desejar,
inda as procuro pelo céu deserto. pois em mim tenho a parte desejada.
Direis agora: “Tresloucado amigo! Camões. Sonetos. Disponível em: http://www.
Que conversas com elas?” Que sentido jornaldepoesia.jor.br. Acesso em: 03 set. 2010 (fragmento).
tem o que dizem, quando estão contigo?”
Nesses fragmentos de poemas de Hilda Hilst e de Ca-
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
mões, a temática comum é:
Pois só quem ama pode ter ouvido
A o “outro” transformado no próprio eu lírico, o que se re-
Capaz de ouvir e de entender estrelas”.
aliza por meio de uma espécie de fusão de dois seres
BILAC, Olavo. Ouvir estrelas. In: Tarde, 1919.
em um só.
Ouvir estrelas B a fusão do “outro” com o eu lírico, havendo, nos versos
Ora, direis, ouvir estrelas! Vejo de Hilda Hilst, a afirmação do eu lírico de que odeia a
que estás beirando a maluquice extrema. si mesmo.
No entanto o certo é que não perco o ensejo C o “outro” que se confunde com o eu lírico, verificando-
De ouvi-las nos programas de cinema. -se, porém, nos versos de Camões, certa resistência
Não perco fita; e dir-vos-ei sem pejo do ser amado.

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D a dissociação entre o “outro” e o eu lírico, porque o Trabalhando com recursos formais inspirados no Concre-
ódio ou o amor se produzem no imaginário, sem a rea- tismo, o poema atinge uma expressividade que se carac-
lização concreta. teriza pela:
E o “outro” que se associa ao eu lírico, sendo tratados, A interrupção da fluência verbal, para testar os limites da
nos Textos I e II, respectivamente, o ódio o amor. lógica racional.
B reestruturação formal da palavra, para provocar o es-
QUESTÃO 11 tranhamento no leitor.
C dispersão das unidades verbais, para questionar o
A pátria sentido das lembranças.
Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! D fragmentação da palavra, para representar o estreita-
Criança! não verás nenhum país como este! mento das lembranças.
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta! E renovação das formas tradicionais, para propor uma
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa, nova vanguarda poética.
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos, QUESTÃO 13
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos! A substituição do haver por ter em construções existen-
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos! ciais, no português do Brasil, corresponde a um dos pro-
Vê que grande extensão de matas, onde impera, cessos mais característicos da história da língua portugue-
Fecunda e luminosa, a eterna primavera! sa, paralelo ao que já ocorrera em relação à ampliação do
Boa terra! jamais negou a quem trabalha domínio de ter na área semântica de “ posse”, no final da
O pão que mata a fome, o teto que agasalha... fase arcaica. Mattos e Siva (2001:136) analisa as vitórias
Quem com o seu suor a fecunda e umedece, de ter sobre haver e discute a emergência de ter exis-
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece! tencial, tomando por base a obra pedagógica de João de
Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e cinquenta
Criança! não verás país nenhum como este: do século XVI, encontram-se evidências, embora raras,
Imita na grandeza a terra em que nasceste! tanto de ter “existencial”, não mencionado pelos clássicos
BILAC, O. Poesias infantis. Rio de estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo
Janeiro: Francisco Alves, 1929. existencial com concordância, lembrado por Ivo Castro,
e anotado como “novidade” no século XVIII por Said Ali.
Publicado em 1904, o poema “A pátria” harmoniza-se com Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só
um projeto ideológico em construção na Primeira Repúbli- revela um conhecimento deficiente da língua. Há mais
ca. O discurso poético de Olavo Bilac ecoa esse projeto, perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma
na medida em que: única e prescritiva? É válido confundir o bom uso e a nor-
A a paisagem natural ganha contornos surreais, como o ma da própria língua e dessa forma fazer uma avaliação
projeto brasileiro de grandeza. crítica e hierarquizante de outros usos e, através deles,
B a prosperidade individual, como a exuberância da ter- dos usuários? Substitui-se uma norma por outra?
ra, independe de políticas de governo.
CALLOU, D. A propósito de norma, correção e
C os valores afetivos atribuídos à família devem ser apli- preconceito linguístico: do presente para o passado.
cados também aos ícones nacionais. In: Cadernos de Letras da UFF, n. 36, 2008. Disponível
D a capacidade produtiva da terra garante ao país a ri- em: www.uff.br. Acesso em 26 fev 2012 (adaptado).
queza que se verifica naquele momento.
E a valorização do trabalhador passa a integrar o concei- Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em dife-
to de bem-estar social experimentado. rentes contextos evidencia que:
A o estabelecimento de uma norma prescinde de uma
QUESTÃO 12 pesquisa histórica.
B os estudos clássicos de sintaxe histórica enfatizam a
da sua memória variação e a mudança na língua.
mil C a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua
e fundamenta a definição da norma.
mui D a adoção de uma única norma revela uma atitude ade-
tos quada para os estudos linguísticos.
out E os comportamentos puristas são prejudiciais à com-
ros preensão da constituição linguística.
ros
tos
sol
tos
pou
coa
pou
coa
pag
amo
meu
ANTUNES, A. 2 ou + corpos no mesmo
espaço. São Paulo: Perspectiva, 1998.

6 LC - 1º dia
QUESTÃO 14 QUESTÃO 16
A palavra serve para comunicar e interagir. E também
S.O.S Português
para criar literatura, isto é, criar arte, provocar emoções,
Por que pronunciamos muitas palavras de um jeito dife- produzir efeitos estéticos.
rente da escrita? Pode-se refletir sobre esse aspecto da (Português: linguagens: volume 1: ensino médio /
língua com base em duas perspectivas. Na primeira delas, William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães.
fala e escrita são dicotômicas, o que restringe o ensino da – 5.ed. – São Paulo: Atal, 2005. p. 27.)
língua ao código. Daí vem o entendimento de que a escri-
ta é mais complexa que a fala, e seu ensino restringe-se A partir da definição anterior, pode-se afirmar que a lin-
ao conhecimento das regras gramaticais, sem a preocu- guagem literária:
pação com situações de uso. Outra abordagem permite A pressupõe objetividade e clareza diante da sua função
encarar as diferenças como um produto distinto de duas utilitária.
modalidades da língua: a oral e a escrita. A questão é que B não permite que haja dupla interpretação a respeito do
nem sempre nos damos conta disso. assunto tratado.
C é organizada de modo que a plurissignificação esteja
S.O.S Português. Nova Escola. São Paulo: Abril, Ano
XXV, n.° 231, abr. 2010 (fragmento adaptado). presente no texto.
D tem por objetivo esclarecer acerca de um assunto rela-
O assunto tratado no fragmento é relativo à língua portu- cionado à realidade.
guesa e foi publicado em uma revista destinada a profes- E manifesta a contradição das culturas onde é produzida.
sores. Entre as características próprias desse tipo de tex-
to, identificam-se as marcas linguísticas próprias do uso QUESTÃO 17
A regional, pela presença de léxico de determinada re-
gião do Brasil. A ROSA DE HIROXIMA
B literário, pela conformidade com as normas da gramática. Pensem nas crianças
C técnico, por meio de expressões próprias de textos Mudas telepáticas
científicos. Pensem nas meninas
D coloquial, por meio do registro de informalidade. Cegas inexatas
E oral, por meio do uso de expressões típicas da oralidade. Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
QUESTÃO 15 Pensem nas feridas
Cientistas da Grã-Bretanha anunciaram ter identificado Como rosas cálidas
o primeiro gene humano relacionado com o desenvolvi- Mas oh não se esqueçam
mento da linguagem, o FOXP2. A descoberta pode ajudar Da rosa da rosa
os pesquisadores a compreender os misteriosos meca- Da rosa de Hiroxima
nismos do discurso – que é uma característica exclusiva A rosa hereditária
dos seres humanos. O gene pode indicar porque e como A rosa radioativa
as pessoas aprendem a se comunicar e a se expressar e Estúpida e inválida
porque algumas crianças têm disfunções nessa área. Se- A rosa com cirrose
gundo o professor Anthony Monaco, do Centro Wellcome A antirrosa atômica
Trust de Genética Humana, de Oxford, além de ajudar a Sem cor sem perfume
diagnosticar desordens de discurso, o estudo do gene vai Sem rosa sem nada.
possibilitar a descoberta de outros genes com imperfei- Vinicius de Moraes, Antologia poética.
ções. Dessa forma, o prosseguimento das investigações
pode levar a descobrir também esses genes associados Os aspectos expressivo e exortativo do texto conjugam-
e, assim, abrir uma possibilidade de curar todos os males -se, de modo mais evidente, no verso:
relacionados à linguagem. A “Mudas telepáticas”. (V. 2)
Disponível em: http://www.bbc.co.uk.
B “Mas oh não se esqueçam”. (V. 9)
Acesso em: 4 maio 2009 (adaptado). C “Da rosa da rosa”. (V. 10)
D “Estúpida e inválida”. (V. 14)
Para convencer o leitor da veracidade das informações E “A antirrosa atômica”. (V. 16)
contidas no texto, o autor recorre à estratégia de:
A citar autoridade especialista no assunto em questão.
B destacar os cientistas da Grã-Bretanha.
C apresentar citações de diferentes fontes de divulgação
científica.
D detalhar os procedimentos efetuados durante o pro-
cesso da pesquisa.
E elencar as possíveis consequências positivas que a
descoberta vai trazer.

7 LC - 1º dia
QUESTÃO 18 O fogo do forte amor,
Ah, meu Deus!, com que me amas
Mais me consome que as chamas
E brasas, com seu calor.

Pois teu amor, pelo meu


Tais prodígios consumou,
Que eu, nas brasas onde estou,
Morro de amor pelo teu.
(Auto de São Lourenço, de José de AnchietA

Texto 2
PROSOPOPEIA
I
Cantem Poetas o Poder Romano,
Sobmetendo Nações ao jugo duro;
O Mantuano pinte o Rei Troiano,
Descendo à confusão do Reino escuro;
Que eu canto um Albuquerque soberano,
Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas
Da Fé, da cara Pátria firme muro,
vestes e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem
Cujo valor e ser, que o Ceo lhe inspira,
forte influência do rococó europeu e está representada
Pode estancar a Lácia e Grega lira.
aqui por um dos profetas do pátio do Santuário do Bom
Jesus de Matosinho, em Congonhas, (MG), esculpido em II
pedra-sabão por Aleijadinho. Profundamente religiosa, As Délficas irmãs chamar não quero,
sua obra revela: que tal invocação é vão estudo;
A liberdade, representando a vida de mineiros à procura Aquele chamo só, de quem espero
da salvação. A vida que se espera em fim de tudo.
B credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Ele fará meu Verso tão sincero,
Minas Gerais. Quanto fora sem ele tosco e rudo,
C simplicidade, demonstrando compromisso com a con- Que per rezão negar não deve o menos
templação do divino. Quem deu o mais a míseros terrenos.
D personalidade, modelando uma imagem sacra com fei-
ções populares. III
E singularidade, esculpindo personalidade do reinado E vós, sublime Jorge, em quem se esmalta
nas obras divinas. A Estirpe d’Albuquerques excelente,
E cujo eco da fama corre e salta
QUESTÃO 19 Do Cauro Glacial à Zona ardente,
Suspendei por agora a mente alta
As manifestações da literatura do Brasil-Colônia estão
Dos casos vários da Olindesa gente,
ligadas ao Quinhentismo português e ao Seiscentismo
E vereis vosso irmão e vós supremo
peninsular. Assim, entre os anos de 1500 a 1600, encon-
No valor abater Querino e Remo.
tram-se importantes produções, como as de José de An-
chieta e a de Bento Teixeira, as quais marcam presença IV
nas origens da literatura brasileira. Vereis um sinil ânimo arriscado
A trances e conflictos temerosos,
Texto 1
E seu raro valor executado
Primeiro Ato Em corpos Luteranos vigurosos.
(Cena do martírio de São Lourenço) Vereis seu Estandarte derribado
Aos Católicos pés victoriosos,
Cantam: Vereis em fim o garbo e alto brio
Do famoso Albuquerque vosso Tio.
Por Jesus, meu salvador,
Que morre por meus pecados, V
Nestas brasas morro assado Mas em quanto Talia no se atreve,
Com fogo do meu amor. No Mar do valor vosso, abrir entrada,
Aspirai com favor a Barca leve
Bom Jesus, quando te vejo
De minha Musa inculta e mal limada.
Na cruz, por mim flagelado,
Invocar vossa graça mais se deve
Eu por ti vivo e queimado
Que toda a dos antigos celebrada,
Mil vezes morrer desejo.
Porque ela me fará que participe
Pois teu sangue redentor Doutro licor milhor que o de Aganipe.
Lavou minha culpa humana, (Bento TeixeirA
Arda eu pois nesta chama
Com fogo do teu amor. Sobre tais produções e seus autores, analise as proposi-
ções a seguir e assinale a alternativa INCORRETA.
8 LC - 1º dia
A Em geral, a produção de José de Anchieta tem como QUESTÃO 20
finalidade prestar serviço à Companhia de Jesus; as- O texto permite afirmar que o potencial “nerdístico” do filme
sim, é intencional o caráter estético-doutrinário e peda- A está associado às marcas de metalinguagem.
gógico de suas obras. B advém da trama onírica que induz ideias subliminares.
B O Auto de São Lourenço é dotado de técnica tomada
C resulta das fortes referências intertextuais.
de empréstimo de Gil Vicente e possui forte influência
barroca, como imaginação exaltada, ideia abstrata e D origina-se da mistura entre realidade e ficção.
valorização dos sentidos. E decorre da associação entre o sonho e a escada de
C Prosopopeia é um poemeto épico com a finalidade de Penrose.
louvar o Governador de Pernambuco, Jorge de Albu-
querque Coelho. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
D Pode-se dizer que o Texto 2 distancia-se tanto na for- (...)
ma como no estilo de Os Lusíadas, de Camões. Anos atrás, a cantora Marina Lima compôs com o seu ir-
E Bento Teixeira compromete o valor estético de sua mão, o poeta Antonio Cícero, uma música que dizia: “Eu
Prosopopeia, quando emprega um tom bajulatório no
espero / acontecimentos / só que quando anoitece / é fes-
poemeto, apresentando pobre motivo histórico e incon-
sistência nos recursos nele utilizados. ta no outro apartamento”.
Passei minha adolescência com esta sensação: a de que
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: algo muito animado estava acontecendo em algum lugar
Filme-enigma de Christopher Nolan gera discussões sobre para o qual eu não tinha convite. É uma das caracterís-
significado e citações ocultas ou óbvias em sua trama onírica ticas da juventude: considerar-se deslocado e impedido
de ser feliz como os outros são – ou aparentam ser. Só
que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão
ligada na grama do vizinho.
As festas em outros apartamentos são fruto da nossa ima-
ginação, que é infectada por falsos holofotes, falsos sor-
risos e falsas notícias. Os notáveis alardeiam muito suas
vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam
pouco suas aflições, não dão bandeira das suas fraque-
zas, então fica parecendo que todos estão comemorando
grandes paixões e fortunas, quando na verdade a festa lá
Certa vez o sábio taoísta Chuang Tzu sonhou que era fora não está tão animada assim.
uma borboleta. Ao acordar, entretanto, ele não sabia mais Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho
se era um homem que sonhara ser uma borboleta ou uma não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no
borboleta que agora sonhava ser um homem. mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e tam-
Será que Dom Cobb está sonhando? Será que a vida real bém motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente.
é esta mesma ou somos nós que sonhamos? Só que os motivos pra se refugiar no escuro raramente
Alguns podem ir ao cinema para assistir “A Origem”, de são divulgados. Pra consumo externo, todos são belos,
Christopher Nolan (“Batman – O Cavaleiro das Trevas”) e sexys, lúcidos, íntegros, ricos, sedutores. “Nunca conheci
achar tão chato que vão sonhar de verdade, dormindo na quem tivesse levado porrada / todos os meus conhecidos
fase de sono REM. têm sido campeões em tudo”.
Mas outros estão sonhando acordados. Em blogs, sites e Fernando Pessoa também já se sentiu abafado pela per-
grupos de discussão, os já fanáticos pelo filme de Nolan feição alheia, e olha que na época em que ele escreveu
apontam referências (de mitologia grega, veem citações estes versos não havia esta overdose de revistas que há
(de “Lost”), tecem teorias malucas e conspiratórias (o so- hoje, vendendo um mundo de faz-de-conta.
nho dentro do sonho). Nesta era de exaltação de celebridades – reais e inventa-
Alguns acusam o diretor de copiar filmes os mais variados, das – fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem gra-
de “Blade Runner” (1982) a “eXistenZ” (1999), de se inspi- ça. Mas tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas,
rar em “2001 – Uma Odisseia no Espaço” (1968) e até de livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale
roubar a ideia de um quadrinho do Tio Patinhas de 2002. ser incluído na nossa biografia. (...) Compensa passar a
O fato é que Nolan acertou o alvo. E ele sabia do poten- vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de
cial “nerdístico” de seu filme. Tanto é que cogitou mudar modelo exige? Será tão gratificante ter um paparazzo na
a canção que toca no filme todo, “Non, Je Ne Regrette sua cola cada vez que você sai de casa? Estarão mesmo
Rien”, com Edith Piaf, porque uma das atrizes escaladas, todos realizando um milhão de coisas interessantes en-
Marion Cotillard, havia vivido a cantora francesa em um quanto só você está sentada no sofá pintando as unhas
filme de 2007. do pé?
(...) Favor não confundir uma vida sensacional com uma vida
Além da música, uma boa diversão de “A Origem” é identifi- sensacionalista. As melhores festas acontecem dentro do
car os objetos impossíveis deixados por Nolan ao longo do nosso próprio apartamento.
filme. A escada de Penrose, criada pelo psiquiatra britânico (MARTHA MEDEIROS, jornalista e escritora,
Lionel Penrose, aparece diversas vezes na tela – e também colunista do jornal Zero Hora e de O Globo)
inspirou o quadro que tenta explicar facetas do longa.
Melhor ir ver o filme e não pensar em escadas... No que
você está pensando agora?
(http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1908201010.htm)

9 LC - 1º dia
QUESTÃO 21 QUESTÃO 24
As frases interrogativas no penúltimo parágrafo são: MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A
A parábolas que querem provocar no leitor uma reação DE COMPUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇÃO: 12X
mais vibrante em relação à vida. SEM JUROS.
B perguntas retóricas que questionam os estereótipos
vigentes relacionados à felicidade. Campanha publicitária de loja de eletroeletrônicos. Revis-
C alegorias que buscam uma postura mais crítica do lei- ta Época. N.° 424, 03 de jul. 2006.
tor para os modelos de felicidade.
Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como
D monólogos interiores que revelam as dúvidas da auto-
práticas de linguagem, assumindo configurações específi-
ra sobre a melhor forma de felicidade.
cas, formais e de conteúdo. Considerando o contexto em
E solilóquios que extravasam de maneira ordenada e ló-
que circula o texto publicitário, seu objetivo básico é:
gica os pensamentos e emoções da autora.
A influenciar o comportamento do leitor, por meio de ape-
los que visam à adesão ao consumo.
QUESTÃO 22 B definir regras de comportamento social pautadas no
Assaltantes roubam no ABC 135 mil figurinhas da combate ao consumismo exagerado.
Copa do Mundo C defender a importância do conhecimento de informáti-
Cinco assaltantes roubaram 135 mil figurinhas do álbum ca pela população de baixo poder aquisitivo.
da Copa do Mundo 2010 na noite dessa quarta-feira (21), D facilitar o uso de equipamentos de informática pelas
em Santo André, no ABC. Segundo a assessoria da Tree- classes sociais economicamente desfavorecidas.
log, empresa que distribui os cromos, ninguém ficou ferido E questionar o fato de o homem ser mais inteligente que
durante a ação. a maquina, mesmo a mais moderna.
O roubo aconteceu por volta das 23h30. Armados, os cri-
minosos renderam 30 funcionários que estavam no local, TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
durante cerca de 30 minutos, e levaram 135 caixas, cada 3
Você sabia que com pouco esforço é possível ajudar o
uma delas contendo mil figurinhas. Cada pacote com cin- planeta e o seu bolso?
co cromos custa R$ 0,75. Ao usarmos a energia elétrica para aparelhos eletrônicos
e lâmpadas também emitimos 1gás carbônico, um dos
Procurada pelo G1, a Panini, editora responsável pelas
principais gases do 6efeito estufa. Atitudes simples como
figurinhas, afirmou que a falta dos cromos em algumas
trocar lâmpadas incandescentes pelas 4fluorescentes e
bancas não tem relação com o roubo. Segundo a editora,
puxar da tomada os aparelhos que não estão em uso re-
isso se deve à grande demanda pelas figurinhas.
duzirão a sua conta de luz e as nossas emissões de 2CO2
A notícia é um gênero jornalístico. No texto, o que carac- na atmosfera.
teriza a linguagem desse gênero é o uso de: 5
Planeta sustentável: conhecimento por um mundo melhor
A expressões linguísticas populares.
B palavras de origem estrangeira.
C variantes linguísticas regionais. QUESTÃO 25
D termos técnicos e científicos. Assinale a alternativa que indica recurso empregado no
E formas da norma padrão da língua. texto.
A Intertextualidade, já que se pode notar apropriação ex-
QUESTÃO 23 plícita e marcada, por meio de citações, de trechos de
A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desen- outros textos.
volvem os seres vivos, se divide em unidades menores B Conotação, uma vez que o texto emprega em toda a
chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, sua extensão uma linguagem que adota tom pessoal e
um deserto e até um lago. Um ecossistema tem múltiplos subjetivo.
mecanismos que regulam o número de organismos dentro C Ironia, observada no emprego de expressões que con-
dele, controlando sua reprodução, crescimento e migra- duzem o leitor a outra possibilidade de interpretação,
ções. sempre crítica.
D Denotação, pois há a utilização objetiva de palavras e
DUARTE, M. O guia dos curiosos. São
expressões que destacam a presença da função refe-
Paulo: Companhia das Letras, 1995.
rencial.
Predomina no texto a função da linguagem: E Metalinguagem, uma vez que a linguagem adotada
A emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em serve exclusivamente para tratar da própria linguagem.
relação à ecologia.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
B fática, porque o texto testa o funcionamento do canal
de comunicação. Tampe a panela
C poética, porque o texto chama a atenção para os recur-
sos de linguagem. Parece conselho de mãe para a comida não esfriar, mas
D conativa, porque o texto procura orientar comporta- a ciência explica como é possível ser um cidadão ecos-
mentos do leitor. sustentável adotando o simples ato de tampar a panela
E referencial, porque o texto trata de noções e informa- enquanto esquenta a água para o macarrão ou para o ca-
ções conceituais. fezinho. Segundo o físico Cláudio Furukawa, da USP, a
cada minuto que a água ferve em uma panela sem tampa,
cerca de 20 gramas do líquido evaporam.

10 LC - 1º dia
Com o vapor, vão embora 11 mil calorias. Como o poder QUESTÃO 28
de conferir calor do GLP, aquele gás utilizado no botijão
de cozinha, é de 11 mil calorias por grama, será preciso
1 grama a mais de gás por minuto para aquecer a mes-
ma quantidade de água. Isso pode não parecer nada para
você ou para um botijão de 13 quilos, mas imagine o po-
tencial de devastação que um cafezinho despretensioso e
sem os devidos cuidados pode provocar em uma popula-
ção como a do Brasil: 54,6 toneladas de gás desperdiçado
por minuto de aquecimento da água, considerando que
cada família brasileira faça um cafezinho por dia. Ou 4
200 botijões desperdiçados.
Superinteressante. São Paulo: Abril, n° 247, dez. 2007.

A figura é uma adaptação da bandeira nacional. O uso


QUESTÃO 26 dessa imagem no anúncio tem como principal objetivo:
O contato com textos exercita a capacidade de reconhe- A mostrar à população que a Mata Atlântica é mais im-
cer os fins para os quais este ou aquele texto é produzido. portante para o país do que a ordem e o progresso.
Esse texto tem por finalidade: B criticar a estética da bandeira nacional, que não reflete
A apresentar um conteúdo de natureza científica. com exatidão a essência do país que representa.
B divulgar informações da vida pessoal do pesquisador. C informar à população sobre a alteração que a bandeira
C anunciar um determinado tipo de botijão de gás. oficial do país sofrerá.
D solicitar soluções para os problemas apresentados. D alertar a população para o desmatamento da Mata
E instruir o leitor sobre como utilizar corretamente o botijão. Atlântica e fazer um apelo para que as derrubadas
acabem.
QUESTÃO 27 E incentivar as campanhas ambientalistas e ecológicas
Em uma famosa discussão entre profissionais das ciên- em defesa da Amazônia.
cias biológicas, em 1959, C. P. Snow lançou uma frase
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
definitiva: “Não sei como era a vida antes do clorofórmio”.
De modo parecido, hoje podemos dizer que não sabemos A EMA
como era a vida antes do computador. Hoje não é mais
O surgimento da figura da Ema no céu, ao leste, no anoi-
possível visualizar um biólogo em atividade com apenas
tecer, na segunda quinzena de junho, indica o início do in-
um microscópio diante de si; todos trabalham com o auxí-
verno para os índios do sul do Brasil e o começo da esta-
lio de computadores. Lembramo-nos, obviamente, como
ção seca para os do norte. É limitada pelas constelações
era a vida sem computador pessoal. Mas não sabemos
de Escorpião e do Cruzeiro do Sul, ou Cut’uxu. Segundo
como ela seria se ele não tivesse sido inventado.
o mito guarani, o Cut’uxu segura a cabeça da ave para
PIZA, D. Como era a vida antes do computador? garantir a vida na Terra, porque, se ela se soltar, beberá
OceanAir em Revista, nº 1, 2007 (adaptado).
toda a água do nosso planeta. Os tupis-guaranis utilizam
Neste texto, a função da linguagem predominante é: o Cut’uxu para se orientar e determinar a duração das noi-
A emotiva, porque o texto é escrito em primeira pessoa tes e as estações do ano.
do plural. A ilustração a seguir é uma representação dos corpos ce-
B referencial, porque o texto trata das ciências biológi- lestes que constituem a constelação da Ema, na percep-
cas, em que elementos como o clorofórmio e o compu- ção indígena.
tador impulsionaram o fazer científico.
C metalinguística, porque há uma analogia entre dois
mundos distintos: o das ciências biológicas e o da tec-
nologia.
D poética, porque o autor do texto tenta convencer seu
leitor de que o clorofórmio é tão importante para as
ciências médicas quanto o computador para as exatas.
E apelativa, porque, mesmo sem ser uma propaganda,
o redator está tentando convencer o leitor de que é
impossível trabalhar sem computador, atualmente.

A próxima figura mostra, em campo de visão ampliado,


como povos de culturas não indígenas percebem o espa-
ço estelar em que a Ema é vista.

11 LC - 1º dia
Na canção de Geraldo Vandré, tem-se a manifestação
da função poética da linguagem, que é percebida na ela-
boração artística e criativa da mensagem, por meio de
combinações sonoras e rítmicas. Pela análise do texto,
entretanto, percebe-se, também, a presença marcante da
função emotiva ou expressiva, por meio da qual o emissor:
A imprime à canção as marcas de sua atitude pessoal,
seus sentimentos.
B transmite informações objetivas sobre o tema de que
trata a canção.
C busca persuadir o receptor da canção a adotar um cer-
QUESTÃO 29 to comportamento.
D procura explicar a própria linguagem que utiliza para
Assinale a opção correta a respeito da linguagem empre-
construir a canção.
gada no texto A ema.
E objetiva verificar ou fortalecer a eficiência da mensa-
A A palavra Cut’uxu é um regionalismo utilizado pelas
gem veiculada.
populações próximas às aldeias indígenas.
B O autor se expressa em linguagem formal em todos os
QUESTÃO 32
períodos do texto.
C A ausência da palavra Ema no início do período “É limi- Beatriz
tada (...)” caracteriza registro oral. Chico Buarque
D A palavra Cut’uxu está destacada em itálico porque in-
Olha
tegra o vocabulário da linguagem informal.
Será que ela é moça
E No texto, predomina a linguagem coloquial porque ele
Será que ela é triste
consta de um almanaque.
Será que é o contrário
Será que é pintura
QUESTÃO 30
O rosto da atriz
Não apresenta metalinguagem a passagem transcrita em: Se ela dança no sétimo céu
A “... com um gesto casual, atirei meu paletó em cima da Se ela acredita que é outro pais
mesa, cobrindo o rascunho de um conto que começara E se ela só decora o seu papel
naquela manha.” (TELLES, Lygia Fagundes. Antes do E se eu pudesse entrar na sua vida
baile verde)
B “Revirei meu fraseado. Quis falar em coração fiel e Olha
sentidas coisas. Poetagem. Mas era o que eu sincero Será que é de louca
queria como em fala de livros, o senhor sabe: de bel- Será que é de éter
-ver, bel-fazer e bel-amar” (ROSA, Guimarães. Grande Será que é loucura
sertão: veredas) Será que é cenário
C “Todo o seu desejo vagamente artístico encaminhara- A casa da atriz
-se há muito no sentido de tornar os dias realizados e Se ela mora num arranha-céu
belos; com o tempo seu gosto decorativo se desenvol- E se as paredes são feitas de giz
vera e suplantara a íntima desordem.” (LISPECTOR, E se ela chora num quarto de hotel
Clarice. Laços de família) E se eu pudesse entrar na sua vida
D “Por que continuar tais confidências, já destituídas de
intimidade, pois que me dirijo sempre a um leitor imagi- Sim, me leva para sempre, Beatriz
nário? Prometi a mim mesmo que nunca escreveria um Me ensina a não andar com os pés no chão
livro, se não lhe pudesse dar proporções monumen- Para sempre e sempre por um triz
tais” (ANJOS, Ciro dos. O amanuense Belmiro) Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
E “Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs Diz se e perigoso a gente ser feliz
no intróito, mas no cabo: diferença radical entre este Esse texto é um exemplo do gênero lírico, porque:
livro e o Pentateuco.” (ASSIS, Machado de. Memórias
Póstumas de Brás Cubas) A explora as manifestações psíquicas que confundem
realidade e sonho.
QUESTÃO 31 B aborda a temática amorosa, ainda que sob uma pers-
pectiva contemporânea.
Pequeno concerto que virou canção
C revela a expressão dos estados emotivos do eu-lírico
Não, não há por que mentir ou esconder ante a inalcançável dama.
A dor que foi maior do que é capaz meu coração D exalta a personagem de outro texto lírico, a Beatriz da
Não, nem há por que seguir cantando só para explicar Divina comédia, de Dante Alighieri.
Não vai nunca entender de amor quem nunca soube amar E enaltece a objetividade e clareza do eu-lírico.
Ah, eu vou voltar pra mim
Seguir sozinho assim
Até me consumir ou consumir toda essa dor
Até sentir de novo o coração capaz de amor
VANDRE. G. Disponível em: http://www.letras.
terra.com.br. Acesso em 29 jun. 2011.

12 LC - 1º dia
QUESTÃO 33 QUESTÃO 35
Assinale a alternativa correta. Guardar
A O gênero lírico refere-se à exteriorização dos valores e Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
sentimentos coletivos. Em cofre não se guarda coisa alguma.
B O gênero lírico exprime a manifestação de sentimen- Em cofre perde-se a coisa à vista.
tos pessoais nos quais predomina, assim, a função ex- Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
pressiva. admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
C O gênero épico revela a representação de fatos com Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
presença física de atores. ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,
D O gênero épico é composto por romances que ilustram isto é, estar por ela ou ser por ela.
a história de um homem ou de um povo. Por isso melhor se guarda o voo de um pássaro
E O gênero dramático é feito exclusivamente de autos. Do que um pássaro sem voos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
QUESTÃO 34 por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Texto 1 Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
O Morcego Por isso o lance do poema:
Meia-noite. Ao meu quarto me recolho. Por guardar-se o que se quer guardar.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede: MACHADO, G. In: MORICONI, I. (org.).
Na bruta ardência orgânica da sede, Os cem melhores poemas brasileiros do
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho. século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
“Vou mandar levantar outra parede...”
A memória é um importante recurso do patrimônio cultu-
Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
ral de uma nação. Ela está presente nas lembranças do
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
passado e no acervo cultural de um povo. Ao tratar o fazer
Circularmente sobre a minha rede!
poético corno uma das maneiras de se guardar o que se
Pego de um pau. Esforços faço. Chego
quer, o texto:
A tocá-lo. Minh’alma se concentra.
A ressalta a importância dos estudos históricos para a
Que ventre produziu tão feio parto?!
construção da memória social de um povo.
A Consciência Humana é este morcego !
B valoriza as lembranças individuais em detrimento das
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
narrativas populares ou coletivas.
Imperceptivelmente em nosso quarto!
C reforça a capacidade da literatura em promover a sub-
ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994.
jetividade e os valores humanos.
D destaca a importância de reservar o texto literário
Texto 2 àqueles que possuem maior repertório cultural.
E revela a superioridade da escrita poética como forma
O lugar-comum em que se converteu a imagem de um
ideal de preservação da memória cultural.
poeta doentio, com o gosto do macabro e do horroroso, di-
ficulta que se veja, na obra de Augusto dos Anjos, o olhar TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
clínico, o comportamento analítico, até mesmo certa frie-
za, certa impessoalidade científica. I. “A cada canto um grande conselheiro,
CUNHA, F. Romantismo e modernidade na poesia.
Que nos quer governar cabana e vinha;
Rio de Janeiro: Cátedra, 1988 (adaptado). Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.”
Em consonância com os comentários do texto 2 acerca
da poética de Augusto dos Anjos, o poema O morcego II. “Há coisa como ver um Paiaiá
apresenta-se, enquanto percepção do mundo, como for- Mui prezado de ser Caramuru,
ma estética capaz de: Descendente do sangue de tatu
A reencantar a vida pelo mistério com que os fatos ba- Cujo torpe idioma e Cobepá”
nais são revestidos na poesia. III. “Rubi, concha de perlas peregrina,
B expressar o caráter doentio da sociedade moderna por Animado cristal, viva escarlata,
meio do gosto pelo macabro. Duas safiras sobre lisa prata,
C representar realisticamente as dificuldades do cotidia- Ouro encrespado sobre prata fina.
no sem associá-lo a reflexões de cunho existencial. Este o rostinho é de Caterina.”
D abordar dilemas humanos universais a partir de um pon-
to de vista distanciado e analítico acerca do cotidiano. IV. “Ardor em coração firme nascido!
E conseguir a atenção do leitor pela inclusão de elemen- Pranto por belos olhos derramado!
tos das histórias de horror e suspense na estrutura líri- Incêndio em mares de água disfarçado!
ca da poesia. Rio de neve em fogo convertido!”

13 LC - 1º dia
QUESTÃO 36 Medo que ofusca: luz!
Sobre essas passagens, é correto afirmar que: Cumplicemente,
A I e II empregam versos sem rima.
B I e III manifestam o cultismo típico do estilo barroco. as folhas contam-te um segredo
C II e IV se caracterizam pelo emprego de paradoxos. velho como o mundo:
D III e IV são exemplos da vertente lírica na poesia do autor. Adolescente, olha! A vida é nova...
E II e III empregam temática indígena. A vida é nova e anda nua
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS DUAS QUESTÕES – vestida apenas com teu desejo!
QUINTANA, Mário. Nariz de vidro. São
O acendedor de lampiões Paulo, Moderna, 1984, p. 7
Lá vem o acendedor de lampiões da rua!
Este mesmo que vem infatigavelmente,
Parodiar o sol e associar-se a lua QUESTÃO 39
Quando a sombra da noite enegrece o poente! Assinale a alternativa em que há a correta relação entre a
Um, dois, três lampiões, acende e continua ideia principal e as estrofes do poema de Quintana.
Outros mais a acender imperturbavelmente, A 1ª estrofe – O segredo / 2ª estrofe – O desejo / 3ª es-
À medida que a noite aos poucos se acentua trofe – A curiosidade cria oportunidade / 4ª estrofe – O
E a palidez da lua apenas se presente. deslumbramento / 5ª estrofe – A beleza da vida nos
amedronta.
Triste ironia atroz o senso humano irrita: B 1ª estrofe – A beleza da vida nos amedronta / 2ª estro-
Ele que doira a noite ilumina a cidade, fe – O segredo / 3ª estrofe – O desejo / 4ª estrofe – O
Talvez não tenha luz na choupana em que habita. deslumbramento / 5ª estrofe – A curiosidade cria opor-
Tanta gente também nos outros insinua tunidade.
Crenças, religiões, amor, felicidade, C 1ª estrofe – A curiosidade cria oportunidade / 2ª estrofe
Como este acendedor de lampiões da rua! – O deslumbramento / 3ª estrofe - O segredo / 4ª es-
trofe – A beleza da vida nos amedronta / 5ª estrofe – O
Jorge de Lima
desejo.
D 1ª estrofe – A beleza da vida nos amedronta / 2ª estrofe
QUESTÃO 37 – A curiosidade cria oportunidade / 3ª estrofe – O des-
Do primeiro terceto do poema, pode-se inferir que, em re- lumbramento / 4ª estrofe – O segredo / 5ª estrofe – O
lação ao acendedor de lampiões, o eu-lírico mostra-se: desejo.
A confiante. E 1ª estrofe – O desejo / 2ª estrofe – A curiosidade cria
B solidário. oportunidade / 3ª estrofe – O deslumbramento / 4ª es-
C sarcástico. trofe – O segredo / 5ª estrofe – A beleza da vida nos
D impaciente. amedronta.
E inquieto
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
QUESTÃO 38 Brasil
Releia a última estrofe do poema:
O Zé Pereira chegou de caravela
“Tanta gente também nos outros INSINUA E preguntou pro guarani da mata virgem
Crenças, religiões, amor, felicidade, – Sois cristão?
Como este acendedor de lampiões da rua!” – Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
A palavra destacada pode ser substituída, sem alteração Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
de sentido, por: Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
A granjeia, capta. O negro zonzo saído da fornalha
B inculca, infunde. Tomou a palavra e respondeu
C avisa, persuade. – Sim pela graça de Deus
D descobre, enxerga. - Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E colore, imprime E fizeram o Carnaval
(Oswald de Andrade
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: QUESTÃO 40
O adolescente A polifonia, variedade de vozes, presente no poema resul-
ta da manifestação do:
A vida é tão bela que chega a dar medo. A poeta e do colonizador apenas.
Não o medo que paralisa e gela, B colonizador e do negro apenas.
estátua súbita. C negro e do índio apenas.
mas D colonizador, do poeta e do negro apenas.
esse medo fascinante e fremente de curiosidades que faz E poeta, do colonizador, do índio e do negro.
o jovem felino seguir para frente farejando o vento
ao sair, a primeira vez, da gruta.

14 LC - 1º dia
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS C crescimento da direita ultra conservadora na Europa.
D sequestro de 300 alunas realizado pelo Boko Haram
TECNOLOGIAS na Nigéria.
QUESTÕES 41 A 45 E uma série de imagens de violência e barbarismo asso-
ciadas ao extremismo.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS TRÊS QUESTÕES
From Syria to Iraq, Kenya to Malaysia: How new era of Is- QUESTÃO 42
lamic fundamentalism is spreading fear and chaos around O caso de Maria Yehya Ibrahim causou indignação mun-
the world dial e protestos que evitaram:
A que ela fosse executada por ter se casado com um
From a beheading in Iraq to the hard-line repression of cristão.
religious freedoms in Sudan, a string of extremist acts in B que ela tivesse que parir acorrentada na prisão.
recent weeks have raised the worrying spectre of a new
C que ela fugisse para os Estados Unidos.
era of Islamic fundamentalism spreading across the world.
D que ela fosse presa novamente.
Over the last month, the world’s media has been awash
E que os filhos não pudessem deixar o Sudão.
with gruesome images of barbarism – pulled into sharp
focus in recent days with the barrage of horrific videos and
hate-filled messages pouring onto the internet from Sunni QUESTÃO 43
militants in Iraq. A ação dos direitos humanos na República Centro-Africa-
But it is far from restricted to that country alone. In just the na concluiu:
last few days: A que um genocídio igual ao ocorrido na Bósnia será ine-
§§ Footage has emerged showing armed militant chil- vitável.
dren as young as eight watching as an Iraqi prisoner is B que se uma milícia cristã revidar os ataques dos extre-
executed by ISIS, while another shows a captured Iraqi mistas islâmicos haverá um genocídio.
police officer being beheaded; C que sobreviventes da Bósnia tentarão evitar a repeti-
§§ At least five people have died in an attack on Kenya’s ção de um genocídio.
coast just days after Al Qaeda-inspired terror group Al C que a opressão imposta pela milícia cristã causará um
Shabaab kills 60 in twin massacres; genocídio.
§§ Islamist militants Boko Haram are feared to have sna- E que o genocídio será culpa de radicais Islâmicos, como
tched 90 villagers in the same area of Nigeria where sempre.
they seized nearly 300 Christian schoolgirls two months
ago; TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
§§ A human rights group has warned that revenge
attacks between Christian and Islamic militia in the
Central African Republic risk creating conditions for a
genocide reminiscent of Bosnia in the 1990s.
§§ Just last night, an explosion in a Nigerian shopping mall
killed at least 21 people and injured 17 more as the na-
tion prepared to watch its football team play Argentina
in the World Cup
§§ Also yesterday, a suicide bomber killed himself and
wounded several security officers at a hotel in Raouche
in Beirut, close to the Saudi Arabian embassy
Another form of religious extremism has also gained wides-
pread attention and subsequent outrage in Sudan, where
a mother was handed the death sentence for marrying a QUESTÃO 44
Christian and was forced to give birth in shackles in prison. Ao observarmos o quadro acima fica nítido/a:
Mariam Yehya Ibrahim was released after an international A a preocupação em formar seres pensantes.
outcry, but yesterday was re-arrested and charged with B a cultura massificada de buscar o fácil, o rápido.
fraud as she tried to leave the country with her American C a busca de novas respostas para questões.
husband, Daniel Wani, and their two children. D não incentivar o pensamento crítico.
http://www.dailymail.co.uk/news/article-2669427/ E como Incentivar o pensamento crítico e não aceitar o
From-Syria-Iraq-Kenya-Malaysia-How-new-era-Islamic- óbvio.
fundamentalism-spreading-fear-chaos-world.html

QUESTÃO 41
Questões como o temor do ocidente em relação à expan-
são islâmica e à intolerância aos valores pré-estabeleci-
dos do ocidente têm conquistado espaço na mídia, pode-
-se perceber fatos associados a esse tipo de pensamento
devido a/ao:
A explosão de um shopping Center na Nigéria.
B confrontos entre milícias Islâmicas e Cristãs na Repú-
blica Centro-Africana.

15 LC - 1º dia
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

QUESTÃO 45
Ivan Petrovich Pavlov foi um fisiologista russo conheci-
do principalmente pelo seu trabalho no condicionamento
clássico. Foi premiado com o Nobel de Fisiologia de 1904.
Sua tese sobre os estímulos condicionados associados à
capacidade de aprender e “condicionar” foram e são fer-
ramenta útil à psicologia, à psiquiatria e à fisiologia. Na
imagem associada podemos observar:
A uma crítica aos maus tratos que Pavlov impunha aos cães:
B uma sátira da época vinda dos que não acreditavam
em suas teses.
C uma sátira à tese do condicionamento em forma de
prosopopeia.
D as reações que os cães demonstrariam durante o teste
se pudessem falar.
E o ato de babar como objeto de estudo é satirizado.

16 LC - 1º dia
INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO
§§ O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
§§ O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em 30 linhas.
§§ A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito
de correção.
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
§§ tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insulficiente”.
§§ fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
§§ apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos.
§§ apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

Texto I

Texto II
Duas pesquisas divulgadas nesta semana revelam que a homofobia tem se tornado uma preocupação para os brasi-
leiros. O que é louvável, convenhamos. Este estudo com 2500 pessoas indicou o combate à homofobia como assunto
urgente a ser debatido. Ao todo, 51% das pessoas se declararam extremamente favoráveis à luta contra este tipo de
crime. Entre os entrevistados, 70% consideram o Brasil um país homofóbico, mas o mesmo índice - 70% - não se
consideram homofóbicos. Ou seja, de acordo com os organizadores, um percentual expressivo aponta outras pessoas
como parte da questão, mas não se inclui nela.

17 LC - 1º dia
http://www20.opovo.com.br/app/colunas/cenag/2016/07/01/noticiascenag,3630545/o-brasileiro-e-a-homofobia.shtml

Texto III
A homofobia é aprendida, e persiste se não for enfrentada ativamente.
Para enfrentar a homofobia: rever práticas, espaços e intencionalidades das práticas pedagógicas e dos espaços do
ambiente escolar. A educação pública deve desenvolver formas de atender às necessidades de todas/os aquelas/es
que, por direito, devem chegar à escola e nela permanecer. ”Por que há sempre uma aceitação ‘condicionada’ para que
estudantes de orientação sexual diversa da considerada ‘normal’ possam frequentar o espaço escolar? Por que deve-
riam abrir mão de seus jeitos de ser, falar, vestir, agir, para se adequarem a padrões e regras de condutas que agradam
aos outros? Obrigar estudantes a se modificarem para que não apareçam, para que não incomodem os olhos das/dos
outras/os, ‘guarda’ a discriminação em sua forma dissimulada, menos explícita, mas não menos presente e prejudicial.
Na sala de aula, uma estudante lésbica deve ouvir e responder constantemente aos comentários de professoras e pro-
fessores sobre por que não se comporta como uma ‘mocinha’? A homofobia é uma matriz poderosa na escola: desde
o inocente ‘Não seja maricas’ ou ‘Vai aprender a ser homem’ até a homofobia amigável dos que acham que quem não
se enquadra no padrão reconhecido como normal ‘pode até ter direitos, desde que…’. Há sempre um ‘desde que’, um
reconhecimento de cidadania, mas ‘de segunda’.”
http://acervo.novaescola.org.br/pdf/kit-gay-escola-sem-homofobia-mec.pdf

PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema A urgência de assumir e
combater a homofobia no Brasil, apresentando proposta de intervenção que respeite os Direitos Humanos. Selecione,
organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos para defesa de seu ponto de vista.

18 LC - 1º dia
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS QUESTÃO 48
Os holandeses desembarcaram em Pernambuco no ano
TECNOLOGIAS de 1630, em nome da Companhia das Índias Ocidentais
QUESTÕES 46 A 90 (WIC), e foram aos poucos ocupando a costa que ia da
foz do Rio São Francisco ao Maranhão, no atual Nordeste
QUESTÃO 46 brasileiro. Eles chegaram ao ponto de destruir Olinda, an-
tiga sede da capitania de Duarte Coelho, para erguer no
Texto I Recife uma pequena Amsterdã.
Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos
habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente brasília” NASCIMENTO, R. L. X. A toque de caixas. Revista de
História da Biblioteca Nacional, ano 6, n. 70, jul. 2011.
e, ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era
a eles aplicado, mas as referências ao status econômico e Do ponto de vista econômico, as razões que levaram os
jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os ter- holandeses a invadirem o nordeste da Colônia decorriam
mos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais do fato de que essa região:
frequência do que qualquer outro. A era a mais importante área produtora de açúcar na
SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. América portuguesa.
Pensando o Brasil: a construção de um povo. In: MOTA, B possuía as mais ricas matas de pau-brasil no litoral das
C. G. (Org.). Viagem Incompleta: a experiência brasileira Américas.
(1500-2000). São Paulo: Senac, 2000 (adaptado). C contava com o porto mais estratégico para a navega-
ção no Atlântico Sul.
Texto II
D representava o principal entreposto de escravos africa-
Índio é um conceito construído no processo de conquista nos para as Américas.
da América pelos europeus. Desinteressados pela diver- E constituía um reduto de ricos comerciantes de açúcar
sidade cultural, imbuídos de forte preconceito para com o de origem judaica.
outro, o indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugue-
ses, franceses e anglo-saxões terminaram por denominar QUESTÃO 49
da mesma forma povos tão díspares quanto os tupinam- Quando Deus confundiu as línguas na torre de Babel, pon-
bás e os astecas. derou Filo Hebreu que todos ficaram mudos e surdos, por-
SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos
que, ainda que todos falassem e todos ouvissem, nenhum
históricos. São Paulo: Contexto, 2005.
entendia o outro. Na antiga Babel, houve setenta e duas
Ao comparar os textos, as formas de designação dos gru- línguas; na Babel do rio das Amazonas, já se conhecem
pos nativos pelos europeus, durante o período analisado, mais de cento e cinquenta. E assim, quando lá chegamos,
são reveladoras da: todos nós somos mudos e todos eles, surdos. Vede agora
A concepção idealizada do território, entendido como ge- quanto estudo e quanto trabalho serão necessários para
ograficamente indiferenciado. que esses mudos falem e esses surdos ouçam.
B percepção corrente de uma ancestralidade comum às VIEIRA, A. Sermões pregados no Brasil. In: RODRIGUES.
populações ameríndias. J. H. História viva. São Paulo: Global, 1985 (adaptado).
C compreensão etnocêntrica acerca das populações dos No decorrer da colonização portuguesa na América, as
territórios conquistados. tentativas de resolução do problema apontado pelo padre
D transposição direta das categorias originadas no ima- Antônio Vieira resultaram na:
ginário medieval. A ampliação da violência nas guerras intertribais.
E visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza. B desistência da evangelização dos povos nativos.
C indiferença dos jesuítas em relação à diversidade de
QUESTÃO 47 línguas americanas.
D pressão da Metrópole pelo abandono da catequese
As convicções religiosas dos escravos eram entretanto co-
nas regiões de difícil acesso.
locadas a duras provas quando de sua chegada ao Novo E sistematização das línguas nativas numa estrutura
Mundo, onde eram batizados obrigatoriamente “para a sal- gramatical facilitadora da catequese.
vação de sua alma” e deviam curvar-se às doutrinas religio-
sas de seus mestres. lemanjá, mãe de numerosos outros
QUESTÃO 50
orixás, foi sincretizada com Nossa Senhora da Conceição,
É preciso ressaltar que, de todas as capitanias brasileiras, Mi-
e Nanã Buruku, a mais idosa das divindades das águas, foi
nas era a mais urbanizada. Não havia ali hegemonia de um ou
comparada a Sant’Ana, mãe da Virgem Maria.
dois grandes centros. A região era repleta de vilas e arraiais,
VERGER, P. Orixás: deuses iorubás na África e
grandes e pequenos, em cujas ruas muita gente circulava.
no Novo Mundo. São Paulo: Corrupio, 1981.
PAIVA, E. F. O ouro e as transformações na
sociedade colonial. São Paulo: Atual, 1998.
O sincretismo religioso no Brasil colônia foi uma estratégia
utilizada pelos negros escravizados para: As regiões da América portuguesa tiveram distintas lógi-
A compreender o papel do sagrado para a cultura europeia. cas de ocupação. Uma explicação para a especificidade
B garantir a aceitação pelas comunidades dos convertidos. da região descrita no texto está identificada na:
C preservar as crenças e a sua relação com o sagrado. A apropriação cultural diante das influências externas.
D integrar as distintas culturas no Novo Mundo. B produção manufatureira diante do exclusivo comercial.
E possibilitar a adoração de santos católicos. C insubordinação religiosa diante da hierarquia eclesiástica.
D fiscalização estatal diante das particularidades econômicas.
E autonomia administrativa diante das instituições metro-
politanas.

19 CH - 1º dia
QUESTÃO 51 A o problema dos métodos citados no trecho residia na
Próximo da Igreja dedicada a São Gonçalo nos depara- dissimulação, que acabava por enganar o enfeitiçado.
mos com uma impressionante multidão que dançava ao B o diabo era um concorrente poderoso da autoridade da
som de suas violas. Tão logo viram o Vice-Rei, cercaram- Igreja e somente a justiça do fogo poderia eliminá-lo.
-no e o obrigaram a dançar e pular, exercício violento e C os ingredientes em decomposição das poções mági-
pouco apropriado tanto para sua idade quanto posição. cas eram condenados porque afetavam a saúde da
Tivemos nós mesmos que entrar na dança, por bem ou população.
por mal, e não deixou de ser interessante ver numa igreja D as feiticeiras representavam séria ameaça à socieda-
padres, mulheres, frades, cavalheiros e escravos a dan- de, pois eram perceptíveis suas tendências feministas.
çar e pular misturados, e a gritar a plenos pulmões “Viva E os cristãos deviam preservar a instituição do casamento
São Gonçalo do Amarante”. recorrendo exclusivamente aos ensinamentos da Igreja.
BARBINAIS, Le Gentil. Noveau Voyage autour du
monde. Apud: TINHORÃO, J. R. As festas no Brasil QUESTÃO 54
Colonial. São Paulo: Ed. 34, 2000 (adaptado).
A Lei das Doze Tábuas, de meados do século V a.C., fi-
O viajante francês, ao descrever suas impressões sobre xou por escrito um velho direito costumeiro. No relativo às
uma festa ocorrida em Salvador, em 1717, demonstra di- dívidas não pagas, o código permitia, em última análise,
ficuldade em entendê-la, porque, como outras manifesta- matar o devedor; ou vendê-lo como escravo “do outro lado
ções religiosas do período colonial, ela: do Tibre” – isto é, fora do território de Roma.
A seguia os preceitos advindos da hierarquia católica CARDOSO, C. F. S. O trabalho compulsório na
romana. Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984.
B demarcava a submissão do povo à autoridade constituída. A referida lei foi um marco na luta por direitos na Roma
C definia o pertencimento dos padres às camadas po- Antiga, pois possibilitou que os plebeus:
pulares. A modificassem a estrutura agrária assentada no latifúndio.
D afirmava um sentido comunitário de partilha da devoção. B exercessem a prática da escravidão sobre seus devedores.
E harmonizava as relações sociais entre escravos e se- C conquistassem a possibilidade de casamento com os
nhores. patrícios.
D ampliassem a participação política nos cargos políticos
QUESTÃO 52 públicos.
e) reivindicassem as mudanças sociais com base no co-
Dos senhores dependem os lavradores que têm partidos nhecimento das leis.
arrendados em terras do mesmo engenho; e quanto os
senhores são mais possantes e bem aparelhados de todo
QUESTÃO 55
o necessário, afáveis e verdadeiros, tanto mais são procu-
rados, ainda dos que não têm a cana cativa, ou por antiga Mirem-se no exemplo
obrigação, ou por preço que para isso receberam. Daquelas mulheres de Atenas
ANTONIL, J. A. Cultura e opulência no Brasil [1711]. São Vivem pros seus maridos
Paulo: Companhia Editora Nacional, 1987 (adaptado). Orgulho e raça de Atenas.
BUARQUE, C.; BOAL, A. “Mulheres de Atenas”. In:
Segundo o texto, a produção açucareira no Brasil colonial era: Meus caros amigos,1976. Disponível em: http://letras.
A baseada no arrendamento de terras para a obtenção terra.com.br. Acesso em 4 dez. 2011 (fragmento)
da cana a ser moída nos engenhos centrais.
B caracterizada pelo funcionamento da economia de li- Os versos da composição remetem à condição das mu-
lheres na Grécia antiga, caracterizada, naquela época,
vre mercado em relação à compra e venda de cana.
em razão de:
C dependente de insumos importados da Europa nas fro- A sua função pedagógica, exercida junto às crianças ate-
tas que chegavam aos portos em busca do açúcar. nienses.
D marcada pela interdependência econômica entre os B sua importância na consolidação da democracia, pelo
senhores de engenho e os lavradores de cana. casamento.
E sustentada no trabalho escravo desempenhado pelos C seu rebaixamento de status social frente aos homens.
lavradores de cana em terras arrendadas. D seu afastamento das funções domésticas em períodos
de guerra.
QUESTÃO 53 E sua igualdade política em relação aos homens.
No final do século XVI, na Bahia, Guiomar de Oliveira de-
nunciou Antônia Nóbrega à Inquisição. Segundo o depoi- QUESTÃO 56
mento, esta lhe dava “uns pós não sabe de quê, e outros A história não corresponde exatamente ao que foi real-
pós de osso de finado, os quais pós ela confessante deu mente conservado na memória popular, mas àquilo que
a beber em vinho ao dito seu marido para ser seu ami- foi selecionado, escrito, descrito, popularizado e institu-
go e serem bem-casados, e que todas estas coisas fez cionalizado por quem estava encarregado de fazê-lo. Os
tendo-lhe dito a dita Antônia e ensinado que eram coisas historiadores, sejam quais forem seus objetivos, estão en-
diabólicas e que os diabos lha ensinaram”. volvidos nesse processo, uma vez que eles contribuem,
ARAÚJO, E. O teatro dos vícios. Transgressão conscientemente ou não, para a criação, demolição e re-
e transigência na sociedade urbana colonial. estruturação de imagens do passado que pertencem não
Brasília: UnB/José Olympio, 1997. só ao mundo da investigação especializada, mas também
à esfera pública na qual o homem atua como ser político.
Do ponto de vista da Inquisição: HOBSBAWN, E.; RANGER, T. A Invenção das tradições.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984 (adaptado).

20 CH - 1º dia
Uma vez que a neutralidade é inalcançável na atividade D os trabalhadores consideram que a História é uma ci-
mencionada, é tarefa do profissional envolvido: ência de difícil compreensão, pois trata de sociedades
A criticar as ideias dominantes. antigas e distantes no tempo.
B respeitar os interesses sociais. E as civilizações citadas no texto, embora muito impor-
C defender os direitos das minorias. tantes, permanecem sem terem sido alvos de pesqui-
D explicitar as escolhas realizadas. sas históricas.
E satisfazer os financiadores de pesquisas.
QUESTÃO 59
QUESTÃO 57 Distantes uma da outra quase 100 anos, as duas telas
A mitologia comparada surge no século XVIII. Essa ten- seguintes, que integram o patrimônio cultural brasileiro,
dência influenciou o escritor cearense José de Alencar, valorizam a cena da primeira missa no Brasil, relatada na
que, inspirado pelo estilo da epopeia homérica na Ilíada, carta de Pero Vaz de Caminha. Enquanto a primeira re-
propõe em Iracema uma espécie de mito fundador do povo trata fielmente a carta, a segunda – ao excluir a natureza
brasileiro. Assim como a Ilíada vincula a constituição do e os índios – critica a narrativa do escrivão da frota de
povo helênico à Guerra de Troia, deflagrada pelo romance Cabral. Além disso, na segunda, não se vê a cruz fincada
proibido de Helena e Páris, Iracema vincula a formação do no altar.
povo brasileiro aos conflitos entre índios e colonizadores,
atravessados pelo amor proibido entre uma índia – Irace-
ma – e o colonizador português Martim Soares Moreno.
DETIENNE, M. A invenção da mitologia. Rio de
Janeiro: José Olympio, 1998 (adaptado).

A comparação estabelecida entre a Ilíada e Iracema de-


monstra que essas obras:
A combinam folclore e cultura erudita em seus estilos es-
téticos.
B articulam resistência e opressão em seus gêneros lite-
rários.
C associam história e mito em suas construções identitá-
rias.
D refletem pacifismo e belicismo em suas escolhas ideo-
lógicas.
E traduzem revolta e conformismo em seus padrões ale-
góricos.

QUESTÃO 58
Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilônia várias vezes destruída. Quem a reconstruiu
tantas vezes?
Em que casas da Lima dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha
da China ficou pronta?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.
Quem os ergueu? Sobre quem triunfaram os césares?
BRECHT, B. Perguntas de um trabalhador
que lê. Disponível em: http://recantodasletras.
uol.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010. Ao comparar os quadros e levando-se em consideração a
explicação dada, observa-se que:
Partindo das reflexões de um trabalhador que lê um livro
A a influência da religião católica na catequização do
de História, o autor censura a memória construída sobre
povo nativo é objeto das duas telas.
determinados monumentos e acontecimentos históricos.
B a ausência dos índios na segunda tela significa que
A crítica refere-se ao fato de que:
Portinari quis enaltecer o feito dos portugueses.
A os agentes históricos de uma determinada sociedade
C ambas, apesar de diferentes, retratam um mesmo mo-
deveriam ser aqueles que realizaram feitos heroicos
mento e apresentam uma mesma visão do fato histórico.
ou grandiosos e, por isso, ficaram na memória.
D a segunda tela, ao diminuir o destaque da cruz, nega a
B a História deveria se preocupar em memorizar os no-
importância da religião no processo dos descobrimentos.
mes de reis ou dos governantes das civilizações que
E a tela de Victor Meirelles contribuiu para uma visão ro-
se desenvolveram ao longo do tempo.
mantizada dos primeiros dias dos portugueses no Brasil.
C grandes monumentos históricos foram construídos por
trabalhadores, mas sua memória está vinculada aos
governantes das sociedades que os construíram.

21 CH - 1º dia
QUESTÃO 60 O texto apresenta uma interpretação da modernidade que
a caracteriza como um(a):
Texto I
A dinâmica social contraditória.
Cidadão B interação coletiva harmônica.
C fenômeno econômico estável.
Tá vendo aquele edifício, moço?
D sistema internacional decadente.
Ajudei a levantar
E processo histórico homogeneizador.
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
QUESTÃO 62
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto A crescente intelectualização e racionalização não indi-
Olho pra cima e fico tonto cam um conhecimento maior e geral das condições sob
Mas me vem um cidadão as quais vivemos. Significa a crença em que, se quisésse-
E me diz desconfiado mos, poderíamos ter esse conhecimento a qualquer mo-
“Tu tá aí admirado mento. Não há forças misteriosas incalculáveis; podemos
Ou tá querendo roubar?” dominar todas as coisas pelo cálculo.
WEBER, M. A ciência como vocação. In: GERTH,
Meu domingo tá perdido
H., MILLS, W. (Org.). Max Weber: ensaios de
Vou pra casa entristecido sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado).
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio Tal como apresentada no texto, a proposição de Max
Eu nem posso olhar pro prédio Weber a respeito do processo de desencantamento do
Que eu ajudei a fazer. mundo evidencia o(a):
BARBOSA, L. In: ZÉ RAMALHO. 20 Super Sucessos. A progresso civilizatório como decorrência da expansão
Rio de Janeiro: Sony Music, 1999 (fragmento). do industrialismo.
B extinção do pensamento mítico como um desdobra-
Texto II
mento do capitalismo.
O trabalhador fica mais pobre à medida que produz mais C emancipação como consequência do processo de ra-
riqueza e sua produção cresce em força e extensão. O cionalização da vida.
trabalhador torna-se uma mercadoria ainda mais barata D afastamento de crenças tradicionais como uma carac-
à medida que cria mais bens. Esse fato simplesmente terística da modernidade.
subentende que o objeto produzido pelo trabalho, o seu E fim do monoteísmo como condição para a consolida-
produto, agora se lhe opõe como um ser estranho, como ção da ciência.
uma força independente do produtor.
MARX, K. Manuscritos econômicos- QUESTÃO 63
filosóficos (Primeiro manuscrito). São Paulo:
O impulso para o ganho, a perseguição do lucro, do di-
Boitempo Editorial, 2004 (adaptado).
nheiro, da maior quantidade possível de dinheiro não
Com base nos textos, a relação entre trabalho e modo de tem, em si mesma, nada que ver com o capitalismo. Tal
produção capitalista é: impulso existe e sempre existiu. Pode-se dizer que tem
A baseada na desvalorização do trabalho especializado sido comum a toda sorte e condição humanas em todos
e no aumento da demanda social por novos postos de os tempos e em todos os países, sempre que se tenha
emprego. apresentada a possibilidade objetiva para tanto. O capi-
B fundada no crescimento proporcional entre o número talismo, porém, identifica-se com a busca do lucro, do lu-
de trabalhadores e o aumento da produção de bens e cro sempre renovado por meio da empresa permanente,
serviços. capitalista e racional. Pois assim deve ser: numa ordem
C estruturada na distribuição equânime de renda e no completamente capitalista da sociedade, uma empresa
declínio do capitalismo industrial e tecnocrata. individual que não tirasse vantagem das oportunidades de
D instaurada a partir do fortalecimento da luta de classes obter lucros estaria condenada à extinção.
e da criação da economia solidária. WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo.
E derivada do aumento da riqueza e da ampliação da ex- São Paulo: Martin Claret, 2001 (adaptado).
ploração do trabalhador.
O capitalismo moderno, segundo Max Weber, apresenta
como característica fundamental a:
QUESTÃO 61
A competitividade decorrente da acumulação de capital.
Ser moderno é encontrar-se em um ambiente que pro-
B implementação da flexibilidade produtiva e comercial.
mete aventura, poder, alegria, crescimento, autotransfor-
C ação calculada e planejada para obter rentabilidade.
mação e transformação das coisas em redor – mas ao
D socialização das condições de produção.
mesmo tempo ameaça destruir tudo o que temos, tudo o
E mercantilização da força de trabalho.
que sabemos, tudo o que somos. A experiência ambiental
da modernidade anula todas as fronteiras geográficas e
raciais, de classe e nacionalidade: nesse sentido, pode-se
dizer que a modernidade une a espécie humana. Porém,
é uma unidade paradoxal, uma unidade de desunidade.
BERMAN. M. Tudo que é sólido desmancha
no ar: a aventura da modernidade. São Paulo:
Cia. das Letras. 1986 (adaptado).

22 CH - 1º dia
QUESTÃO 64 A determinações biológicas impregnadas na natureza
Texto I humana.
Fragmento B91: Não se pode banhar duas vezes no mes- B verdades objetivas com fundamento anterior aos inte-
mo rio, nem substância mortal alcançar duas vezes a resses sociais.
mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da mu- C mandamentos divinos inquestionáveis legados das tra-
dança, dispersa e de novo reúne. dições antigas.
HERÁCLITO. Fragmentos (Sobre a natureza). D convenções sociais resultantes de interesses huma-
São Paulo: Abril Cultural, 1996 (adaptado). nos contingentes.
E sentimentos experimentados diante de determinadas
Texto II atitudes humanas.
Fragmento B8: São muitos os sinais de que o ser é ingê-
nito e indestrutível, pois é compacto, inabalável e sem fim; QUESTÃO 67
não foi nem será, pois é agora um todo homogêneo, uno,
contínuo. Como poderia o que é perecer? Como poderia
gerar-se?
PARMÊNIDES. Da natureza. São Paulo:
Loyola, 2002 (adaptado).

Os fragmentos do pensamento pré-socrático expõem uma


oposição que se insere no campo das:
A investigações do pensamento sistemático.
B preocupações do período mitológico.
C discussões de base ontológica.
D habilidades da retórica sofística.
E verdades do mundo sensível.

QUESTÃO 65
A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda,
com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apon-
as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e le- tando para o alto. Esse gesto significa que o conhecimen-
vá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, to se encontra em uma instância na qual o homem des-
porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das cobre a:
coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e A suspensão do juízo como reveladora da verdade.
fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela embora B realidade inteligível por meio do método dialético.
apenas em estado de crisálida, está contido o pensamen- C salvação da condição mortal pelo poder de Deus.
to: Tudo é um. D essência das coisas sensíveis no intelecto divino.
NIETZSCHE. F. Crítica moderna. In: Os pré- E ordem intrínseca ao mundo por meio da sensibilidade.
socráticos. São Paulo: Nova Cultural. 1999

O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimen- QUESTÃO 68


to da filosofia entre os gregos? Leia o mapa apresentado sobre as frentes de ocupação e
A O impulso para transformar, mediante justificativas, os de expansão da região Sul do Estado do Maranhão.
elementos sensíveis em verdades racionais.
B O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos
seres e das coisas.
C A necessidade de buscar, de forma racional, a causa
primeira das coisas existentes.
D A ambição de expor, de maneira metódica, as diferen-
ças entre as coisas.
E A tentativa de justificar, a partir de elementos empíri-
cos, o que existe no real.

QUESTÃO 66
Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus
amigos presumiam que a justiça era algo real e importan-
te. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas
acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido
ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No en-
tanto, essas regras não passavam de invenções humanas.
RACHELS. J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.

O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo


A República, de Platão, sustentava que a correlação entre
justiça e ética é resultado de:

23 CH - 1º dia
O território que, na atualidade, constitui o Estado do Mara- C
nhão apresenta meios e modos de ocupação distintos ao
longo do seu processo histórico, resultando em diferentes
características socioeconômicas e identidades regionais.
É possível identificar que as transformações ocorridas nas
bases socioeconômicas dessa área do Maranhão, nos sé-
culos XIX e XX, ocorreram, respectivamente, pela:
A pecuária intensiva, advinda do leste de criadores nor-
destinos e pela agricultura moderna de fazendeiros do
centro-oeste do país.
B agricultura de subsistência, advinda do leste de mi-
grantes da seca e pela pecuária moderna de fazendei-
ros do sul do país.
C pecuária, advinda do leste de criadores nordestinos e
pela agricultura moderna de fazendeiros do centro-sul D
do país.
D agricultura, advinda do leste de fazendeiros nordesti-
nos e pela atividade pastoril de pecuaristas do norte do
estado.
E agricultura de subsistência, advinda do leste de mi-
grantes da seca e pela agricultura familiar vinda do sul
do país.

QUESTÃO 69
Em 1967, o geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger
propôs uma divisão regional do país em regiões geoeco-
nômicas ou complexos regionais. Essa divisão baseia-se
no processo histórico de formação do território brasileiro, E
levando em conta, especialmente, os efeitos da industria-
lização. Dessa forma, busca-se refletir a realidade do país
e compreender seus mais profundos contrastes.
Disponível em: http://educacao.uol.com.br.
Acesso em: 23 ago. 2012 (adaptado).

A divisão em regiões geoeconômicas ou complexos regio-


nais encontra-se na seguinte representação:
A

QUESTÃO 70
Em seu livro O Grande Projeto, Stephen Hawking e Leo-
nard Mlodinow explicam que “os padrões climáticos sazo-
nais da Terra são determinados principalmente pela incli-
nação do eixo de rotação terrestre em relação ao plano de
sua órbita ao redor do Sol. Durante o inverno no hemis-
fério norte, por exemplo, o polo norte está inclinado para
B longe do Sol. O fato de que a Terra está mais próxima do
Sol nesse momento – apenas milhões de quilômetros, em
oposição aos milhões de quilômetros do começo de julho
– tem um efeito desprezível na temperatura comparado
ao efeito de sua inclinação. Mas em planetas com uma
maior excentricidade orbital, a distância variável em rela-
ção ao Sol desempenha um papel muito mais importante.
Mercúrio, por exemplo, com uma excentricidade de vinte
por cento, quando está no ponto mais próximo do Sol (pe-
riélio) apresenta uma temperatura de mais de 110 graus
centígrados acima daquela do ponto mais afastado (afé-
lio). De fato, se a excentricidade da órbita terrestre fosse
próxima de um, nossos oceanos ferveriam no periélio e

24 CH - 1º dia
se congelariam quando alcançássemos o afélio [...]. Gran- A a centralização das unidades produtivas no país sede
des excentricidades não são propícias à vida, e por isso da Apple.
somos afortunados em ter um planeta com uma excentri- B a introdução de métodos fordistas na fabricação do
cidade orbital próxima de zero”. smartphone.
Texto adaptado de HAWKING, S. W.; C a desproporcional diferença entre a demanda e a ofer-
MLODINOW, L. O Grande Projeto. Rio de ta do produto.
Janeiro: Nova Fronteira, 2011. 152 p. D o domínio do modelo clássico da divisão internacional
do trabalho.
Sabendo-se que o valor da excentricidade orbital está E o padrão atual da distribuição territorial das atividades
associado ao achatamento da elipse, em que uma ex- econômicas.
centricidade próxima de 0 (zero) significa que a figura se
assemelha a um círculo, enquanto uma excentricidade
QUESTÃO 72
próxima de 1 (um) implica uma elipse bem alongada, de-
A qual princípio da Ciência Geográfica estão relacionadas
duz-se que:
as características apresentadas no esboço esquemático
A a excentricidade dos planetas que orbitam o Sol tem
a seguir?
influência desprezível sobre as temperaturas médias.
B a translação da Terra, descrita no texto como excentri-
cidade orbital, é a principal responsável pelos padrões
climáticos sazonais.
C quanto menor a excentricidade, maior a diferença en-
tre aproximação e afastamento do planeta em relação
ao Sol.
D o periélio e afélio terrestre coincidem, respectivamen-
te, com o verão e inverno no hemisfério sul.
E a zona habitável de um planeta é determinada pela in-
clinação do eixo de rotação deste em relação ao plano
de sua órbita ao redor de uma estrela.

QUESTÃO 71
A Extensão
B Analogia
C Causalidade
D Atividade
E Conexidade

QUESTÃO 73
Considere a imagem e o texto a seguir.

Em visita ao Brasil, Pato Donald experimenta a cachaça


oferecida pelo seu novo amigo Zé Carioca.

Apple Inc. é uma empresa multinacional norte-americana


que tem o objetivo de projetar e comercializar produtos
eletrônicos de consumo, software de computador e com-
putadores pessoais. Os produtos de hardware mais co-
nhecidos da empresa incluem a linha de computadores
Macintosh, o iPod, o iPhone, o iPad, a Apple TV e o Apple
Watch.
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/
De acordo com Tota, “Berente Friele, amigo de Nelson
Apple>. Acesso em: 26 nov. 2015. Rockefeller e diretor da Brazilian Division [...], cuidou de
levar pessoalmente para o Palácio Guanabara a primei-
Os componentes do preço de venda do iPhone repre- ra cópia de Saludo, amigos ou, em português america-
sentam: nizado, Alô, amigos. Disney havia idealizado esse filme
quando de sua viagem ao Brasil, no ano anterior. O filme

25 CH - 1º dia
mostrava pela primeira vez o personagem Zé Carioca, TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
que foi apresentado a Vargas (presidente do Brasil) e toda Surgimos da confluência, do entrechoque e do caldea-
sua família”. mento do invasor português com índios silvícolas e cam-
(TOTA, Antonio Pedro. O Imperialismo Sedutor. São pineiros e com negros africanos, uns e outros aliciados
Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 135). como escravos. Nessa confluência, que se dá sob a re-
gência dos portugueses, matrizes raciais díspares, tradi-
De acordo com a imagem e o contexto descrito, é correto ções culturais distintas, formações sociais defasadas se
o que se afirma em: enfrentam e se fundem para dar lugar a um povo novo.
A A política da Boa Vizinhança do presidente Roose- Novo porque surge como uma etnia nacional, que se vê
velt, foi o instrumento ideal para execução do plano de a si mesma e é vista como uma gente nova, diferenciada
americanização do Brasil, pois Vargas permitiu que o culturalmente de suas matrizes formadoras. Velho, po-
imperialismo se desenvolvesse totalmente no país. A rém, porque se viabiliza como um proletariado externo,
americanização da sociedade brasileira foi plenamente como um implante ultramarino da expansão europeia que
conquistada pelos Estados Unidos, pois Vargas foi co- não existe para si mesmo, mas para gerar lucros expor-
nivente e financiou inúmeros filmes da Disney, desde táveis pelo exercício da função de provedor colonial de
que eles exaltassem a imagem do país. bens para o mercado mundial, através do desgaste da po-
B Plena americanização da sociedade brasileira sem pulação. Sua unidade étnica básica não significa, porém,
resistência e com fácil aproximação política entre os nenhuma uniformidade, mesmo porque atuaram sobre
Estados Unidos e o Brasil. A política da Boa Vizinhança ela forças diversificadoras: a ecológica, a econômica e a
do presidente Roosevelt executou seu plano de ameri- migração. Por essas vias se plasmaram historicamente
canização e imperialismo em todo o continente latino- diversos modos rústicos de ser dos brasileiros: os serta-
-americano, inclusive no Brasil, mesmo após a morte nejos, os caboclos, os crioulos, os caipiras e os gaúchos.
do presidente Vargas, os filmes continuaram sendo en- Todos eles muito mais marcados pelo que têm de comum
caminhados aos presidentes posteriores. como brasileiros, do que pelas diferenças devidas a adap-
C Vargas reage e resiste à tentativa de suposta america- tações regionais ou funcionais, ou de miscigenação e
nização da sociedade brasileira, mas optou por apro- aculturação que emprestam fisionomia própria a uma ou
ximar-se politicamente dos Estados Unidos. Mesmo outra parcela da população.
assim, a política da Boa Vizinhança do presidente Roo- (Darcy Ribeiro. O povo brasileiro, 1995. Adaptado.)
sevelt fracassou, pois Vargas era um ditador e não se
adequou ao estilo norte americano e o plano de ame-
ricanização imperialista não obteve nenhum êxito no QUESTÃO 75
Brasil, exceto pelos filmes produzidos que exaltavam o De acordo com o excerto, a gênese do povo brasileiro
país e o personagem Zé Carioca. está associada:
D A suposta americanização da sociedade brasileira A ao propósito de ocupação de novos territórios pelos
quebraria possíveis resistências à aproximação polí- portugueses e à implantação de um empreendimento
tica entre os Estados Unidos e o Brasil. A política da de povoamento, voltado à construção de um mercado
Boa Vizinhança do presidente Roosevelt era o instru- interno amplo e diversificado.
mento, de amplo espectro, para execução do plano de B à conquista de novos territórios pelos povos africanos,
americanização e imperialismo em todo o continente ameríndios e europeus e à implantação de um modelo
latino-americano tão diversificado culturalmente. de desenvolvimento econômico autônomo, voltado a
E Vargas jamais reagiu à tentativa de uma suposta ame- atender às demandas do mercado externo.
ricanização da sociedade brasileira e também nunca C ao ímpeto pela descoberta de novos territórios pelos
fez a opção de aproximar-se politicamente dos Es- povos ameríndios e africanos e à implantação de um
tados Unidos. Mesmo assim, a política da Boa Vizi- modelo de desenvolvimento social e econômico de ins-
nhança do presidente Roosevelt, foi um sucesso e se piração europeia, dirigido ao progresso técnico e eco-
apoiou largamente nos filmes da Disney, pois todos nômico nacional.
eles foram comprados pelo governo brasileiro, embora D ao projeto de colonização de novos territórios e de seus
Vargas fosse um ditador, adequou-se plenamente ao respectivos povos pelos portugueses e à implantação
estilo norte americano, ao ideal da Disney, ao plano de de um empreendimento mercantil, voltado a atender às
americanização e a imposição imperialista no Brasil. demandas do mercado externo.
E ao propósito de conquista de novos territórios pelos
QUESTÃO 74 europeus e à implantação de um modelo de desen-
Um avião decolou em Porto Alegre (situada a 45º oeste volvimento econômico autônomo, voltado a atender às
do meridiano de Greenwich) às 19 horas do dia 7 de mar- demandas do mercado local.
ço, com destino a Lisboa, em Portugal (situada na faixa
equivalente a 0º). duração do voo foi de 11 horas. Consi-
derando o horário local, em que horário e dia esse avião
aterrissou em Lisboa?
A Às 22 horas do mesmo dia.
B Às 9 horas do mesmo dia.
C Às 6 horas do dia seguinte.
D Às 9 horas do dia seguinte.
E Às 22 horas do dia seguinte.

26 CH - 1º dia
QUESTÃO 76 A movimentação do ar na atmosfera terrestre está asso-
ciada a diversos fatores, dentre eles, a temperatura, a
umidade e a pressão, os quais sofrem variações horizon-
tais e verticais, de acordo com a distribuição do ar em dife-
rentes porções da superfície terrestre. Conforme ilustrado
na figura e considerando a situação geradora de ventos
alísios, conclui-se que os fatores responsáveis pelo des-
vio de sua direção para o oeste, são:
A o deslocamento dos ventos das áreas ciclonais para as
anticiclonais e a rotação da Terra em torno do seu eixo.
B o deslocamento dos ventos das áreas anticiclonais para
as ciclonais e a translação da Terra em torno do Sol.
C o deslocamento dos ventos das áreas ciclonais para as
anticiclonais e a precessão do eixo de rotação da Terra.
D o deslocamento dos ventos das áreas anticiclonais para
as ciclonais e a rotação da Terra em torno do seu eixo.
E o deslocamento dos ventos das áreas ciclonais para as
anticiclonais e a translação da Terra em torno do Sol.
A seta em preto sobre um recorte da Carta Náutica: Proxi-
midades da Barra de Paranaguá indica o trajeto a ser feito QUESTÃO 78
pela embarcação que sai da Baía de Paranaguá. Consi- As proposições abaixo tratam de temas analisados e dis-
derando a escala da Carta e a orientação tomada, assi- cutidos pela Geografia Brasileira. Identifique a alternativa
nale a alternativa que corresponde à situação observada. INCORRETA, em relação aos temas apresentados.
A Rumo 42° SE, coordenadas em A: Latitude: 25,51° S A A terra é o meio de produção fundamental na econo-
e Longitude: 48,38 W.Gr. e, em B: Latitude: 25,31° S e mia rural. A concentração da propriedade da terra é
Longitude: 48,48 W.Gr. Distância percorrida de aproxi- um dos traços marcantes da economia rural brasileira,
madamente 15 km. cujas origens remotas encontram-se no modelo de sua
B Rumo 42° SE, coordenadas em A: Latitude: 25,51° S colonização. Ainda hoje, a manutenção histórica desse
e Longitude: 48,38 W.Gr. e, em B: Latitude: 25,62° S e padrão concentrador pode ser verificada na atual es-
Longitude: 48,28 W.Gr. Distância percorrida de aproxi- trutura fundiária do país.
madamente 15 km. B Os condomínios fechados transformaram-se em refú-
C Rumo 42° NW, coordenadas em A: Latitude: 25,51° S gio das classes dominantes. Embora seja legítimo, do
e Longitude: 48,38 W.Gr. e, em B: Latitude: 25,31° S e ponto de vista do indivíduo, buscar maior segurança
Longitude: 48,48 W.Gr. Distância percorrida de aproxi- para si e para a família, esse processo vem acentuan-
madamente 1,5 km. do a exclusão social e reduzindo os espaços urbanos,
D Rumo 42° NW, coordenadas em A: Latitude: 25,51° S uma vez que propicia o crescimento de espaços priva-
e Longitude: 48,38 W.Gr. e, em B: Latitude: 25,62° S e dos e de circulação restrita.
Longitude: 48,28 W.Gr. Distância percorrida de aproxi- C O avanço tecnológico cria redes internacionais de co-
madamente 10 km. municação que levam as mesmas informações e pro-
E Rumo 42° SE, coordenadas em A: Latitude: 25,51° S dutos culturais às comunidades mais distantes, padro-
e Longitude: 48,38 W.Gr. e, em B: Latitude: 25,62° S e nizando “gêneros de vidas”.
Longitude: 48,28 W.Gr. Distância percorrida de aproxi- D A emergência do modelo urbano industrial, em meados
madamente 7,5 km. do século XX, alterou os padrões de energia. A indús-
tria e os transportes passaram a dominar a demanda
QUESTÃO 77 energética no país.
Analise a figura a seguir. E Estruturado a partir do modelo colonial de exportação,
somente no século XXI o espaço brasileiro deixou de
apresentar uma economia fragmentada, dividida em
ilhas de exportação, para se constituir como um espaço
integrado, com uma dinâmica interna que liga as diver-
sas regiões e envolve os vários setores da economia.

QUESTÃO 79
No que diz respeito ao Brasil e seu relacionamento com
as instituições internacionais, é correto afirmar que:
A na década de 1970, foi elaborado o projeto “Brasil Po-
tência”, que visava à supremacia estratégica do Brasil
na América do Sul, por meio da criação de blocos eco-
nômicos, como o Mercosul.
B em 2008, constituiu-se, internacionalmente, o Grupo
dos 20 Financeiro (G-20 Financeiro), por iniciativa bra-
sileira, a fim de articular posições conjuntas dos paí-
ses em desenvolvimento nos assuntos de redução de
subsídios e de abertura dos mercados agrícolas dos
27 CH - 1º dia
países desenvolvidos. QUESTÃO 81
C a partir de um entendimento entre Brasil e Argentina, A imagem a seguir ilustra um veículo que se desloca de
o Mercosul adotou uma “cláusula democrática”, porém Laguna para Florianópolis, no dia 23 de setembro de 2013
esses países não aceitaram o regime de inspeções no momento em que segue sobre a mesma longitude na
adotadas pela Agência Internacional de Energia Atômi- BR-101.
ca (AIEA).
D o Brasil vem procurando reforçar sua presença nas
instituições internacionais, participando do G-20 Co-
mercial e do G-20 Financeiro, mesma postura que a
China, a Índia e a Argentina vêm adotando.
E o Tratado da Unasul, assinado em 2008, estabeleceu
um banco de desenvolvimento (o Banco do Sul) e criou
um conselho de defesa, o Conselho de Defesa Sul-
-Americano, o qual passou a funcionar nos mesmos
moldes da Organização do Tratado do Atlântico Norte
(OTAN), isto é, como uma aliança militar.

QUESTÃO 80
Os tratados que definem a União Europeia são o Tratado
da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA),
o Tratado da Comunidade Econômica Europeia (CEE),
o Tratado da Comunidade Europeia da Energia Atômica Com base na sombra projetada pelo veículo, assinale a
(EURATOM) e o Tratado da União Europeia (UE), além alternativa CORRETA que indica a hora em que o mesmo
do Tratado de Maastricht, que estabelece fundamentos se desloca.
da futura integração política. Sobre este tema, é incorreto A 17 horas.
afirmar que: B 21 horas.
A o tratado EURATOM estabeleceu metas para facilitar C 13 horas.
a circulação das pessoas, dos produtos, dos serviços D 9 horas.
e do capital pelo continente com a finalidade de de- E 5 horas.
terminar a estabilidade política na Europa após tantos
períodos conturbados. QUESTÃO 82
B Comunidade Econômica Europeia (CEE) é o nome Assinale o alternativo que preenche corretamente as la-
da organização internacional que existiu de 1958 até cunas do enunciado abaixo, na ordem em que aparecem.
1993, e que, neste mesmo ano, tornou-se a atual Uma família residente em Porto Alegre, Brasil, mudará
União Europeia (UE). para Maputo, em Moçambique. Pretende levar suas plan-
C a Comunidade Europeia da Energia Atômica visa con- tas de jardim e saber como o sol incidirá sobre elas no
trolar e fomentar o estabelecimento e o crescimento de novo local. Nessa situação, é importante saber que, em
indústrias nucleares no espaço da União Europeia. O Moçambique, o sol nasce no ..............., passa pelo ........ e
tratado constituinte, assinado em 1957, providenciou a se opõe no ............... . As plantas expostas na face ........
instalação de um Centro Comum de Pesquisa Nuclear receberão luz solar durante todo o dia.
para garantir que a pesquisa, os programas de treino A oeste – norte – leste – sul
e outras tarefas atribuídas ao centro fossem levadas a B leste – sul – oeste – norte
cabo. C oeste – sul – leste – norte
D o Tratado de Maastricht foi assinado em 1992. Este re- D leste – sul – oeste – sul
presentou um marco na união da Europa, fixando a in- E leste – norte – oeste – norte
tegração econômica e consequente unificação política.
O novo bloco que se formou no continente substituiu a QUESTÃO 83
anterior Comunidade Econômica Europeia (CEE) por Um menino que mora em uma cidade localizada sobre
um grupo chamado União Europeia (UE). a linha do Equador (latitude 0°) quer construir uma casa
E o Tratado CECA previa uma organização dos regimes para a morada de pássaros, de forma que possa apro-
de produção e de distribuição do carvão e do ferro ba- veitar melhor a entrada de raios de Sol. O menino deve
seada em um sistema institucional autônomo que de- colocar a entrada da casa orientada no sentido:
veria assegurar a sua gestão. A norte, pois assim terá Sol na maior parte do ano.
B oeste, pois terá sempre o Sol da manhã nas estações
de inverno e verão.
C sul, pois terá sempre o Sol na estação do inverno, mas
não no verão.
D norte, pois terá sempre o Sol na estação do inverno,
mas não no verão.
E leste, pois sempre terá o Sol da manhã nas estações
de inverno e verão.

28 CH - 1º dia
QUESTÃO 84 Argentina viu diminuir suas exportações porque o Bra-
Um congresso internacional, com sede em Tubingen, sil implementou barreiras sobre o setor automobilístico
uma pequena cidade do estado de Baden-Wurttemberg, e o de linha branca (geladeiras, micro-ondas, fogões),
na Alemanha, realizou uma videoconferência online com provenientes do mercado argentino.
início às 20 h do dia 12 de outubro de 2011. Sabendo-se D A entrada da Venezuela no MERCOSUL contribuiu para
que a cidade de Santa Cruz do Sul-RS fica a 60º W de a superação das dificuldades de integração regional,
Tubingen, e que entre 27 de março e 30 de outubro a Ale- já que o país, além de apresentar os maiores índices
manha estava com horário de verão, é correto afirmar que
de crescimento sul-americano, também funciona como
a videoconferência começou a ser transmitida em tempo
real, em Santa Cruz do Sul-RS, às: porta-voz de interação com outros blocos econômicos,
A 11 h. como o NAFTA (Acordo de Livre Comércio da América
B 15 h. do Norte) e a CAN (Comunidade Andina de Nações).
C 12 h. E O MERCOSUL representou para o Brasil a oportunida-
D 16 h. de de diversificar seu comércio exterior, adotar estraté-
E 18 h. gias de enfrentamento à concorrência externa, ser ins-
trumento de atração de investimentos internacionais e
QUESTÃO 85 funcionar como contraponto à dependência da região
A zona do euro dá sinais de desalento. O pacote de aus- à influência norte-americana.
teridade implementado após a crise não funcionou, o
desemprego segue em níveis recorde, dois de seus prin- QUESTÃO 87
cipais países, França e Itália, estão em recessão, o fan- Em fevereiro de 2016, a Organização Mundial da Saúde
tasma da deflação avança e o conflito na Ucrânia parece (OMS/ONU) destacou a relação entre a ocorrência do El
não ter fim. Niño e a maior incidência de algumas doenças:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/09/140905_
analise_crise_zona_euro_lgb.shtml “No Brasil e em outros países das Américas do Sul e Cen-
tral, a Organização Mundial da Saúde prevê um aumento
Sobre a crise na zona do euro, é correto afirmar: no número de casos de doenças transmitidas pelo mos-
A As maiores economias da zona do euro defendem es-
quito, entre elas, a zika. Chuvas e enchentes fortes serão
tratégias diferentes de combate à crise: a Alemanha
propõe a ampliação dos gastos públicos, enquanto a provocadas pelo El Niño até maio desse ano, favorecendo
França advoga a austeridade. a reprodução do Aedes aegypti.”
B Apesar da crise em 2013, a zona do euro cresceu bem [...]
mais do que Estados Unidos e os países emergentes “O atual El Niño, que tem provocado secas severas e en-
da Ásia, mais afetados pelas turbulências financeiras. chentes intensas em diferentes partes do mundo, já é con-
C Um dos resultados mais preocupantes da crise econô- siderado o pior dos últimos anos e tem sido comparado
mica na zona do euro é a o aumento da inflação, que ao mesmo fenômeno ocorrido entre 1997 e 1998. Neste
já superou, em muito, a meta estabelecida pelo Banco período, por exemplo, o Equador registrou um surto de
Central Europeu (BCE). malária responsável por um aumento de dos casos da
D A situação econômica da zona do euro vem sendo doença no país.”
agravada pela crise na Ucrânia, que resultou no esta-
belecimento de sanções econômicas contra a Rússia. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE – OMS/ONU.
E França e Itália, ambas em recessão técnica, são os Disponível em: <https://nacoesunidas.org/oms-chuvas-
acima-da-media-causadas-pelo-el-nino-aumentarao-risco-
países da zona do euro que apresentam as maiores
de-proliferacao-do-aedes/>. Acesso em: 11 mar. 2016.
taxas de desemprego.
Fenômeno oceânico caracterizado pela anomalia térmica
QUESTÃO 86 das águas superficiais nas porções central e leste do oce-
O MERCOSUL – Mercado Comum do Sul – é um bloco ano Pacífico, o El Niño gera graves perturbações climáti-
econômico criado pelo Tratado de Assunção, em 1991, cas com impactos planetários:
tendo como países-membros o Brasil, a Argentina, o Uru- A como a aceleração dos ciclos reprodutivos de parasitas
guai, o Paraguai e, mais recentemente, a inclusão da Ve-
e insetos vetores em diversas regiões do planeta, provo-
nezuela. Posteriormente, há promessas de adesão de ou-
tros países sul-americanos como Colômbia, Peru, Bolívia, cada pela elevação das médias termopluviométricas.
Equador e Chile. Com relação aos objetivos e aos dilemas B como a alteração na dinâmica das massas de ar, in-
desse bloco econômico, assinale a opção correta. terrompendo o deslocamento da massa Polar Atlântica
A A redução das assimetrias econômicas entre seus no hemisfério Meridional, tendo como consequência
membros possibilitou a unificação dos mercados na invernos mais rigorosos no Sul do Brasil.
década de 1990 e a expansão da economia regional. C como o aumento da piscosidade na costa peruana,
Esse cenário elevou o intercâmbio de trocas intrarre- resultante do aquecimento das águas superficiais do
gional e a participação da América do Sul na Organiza- oceano Pacífico e da ausência dos ventos alísios.
ção Mundial do Comércio (OMC). D como o excesso de chuvas na região Norte brasileira,
B Os acordos estabelecidos entre os países-membros o que provocou um surto de doenças transmitidas por
permitiram a livre circulação de bens e serviços, além
mosquitos, tais como a leptospirose e a cólera.
do estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum
(TEC), no entanto, as liberalizações não foram esten- E como o aumento da ocorrência de furacões e tornados
didas às pessoas que são impedidas de circularem e tra- na costa Ocidental dos Estados Unidos, decorrentes
balharem em qualquer outro país do MERCOSUL. do aumento da temperatura das águas do Oceano
C O MERCOSUL vem enfrentando dificuldades nas re- Atlântico, em especial no golfo do México.
lações comerciais entre as economias maiores. A

29 CH - 1º dia
QUESTÃO 88 QUESTÃO 90
A incorporação de grande parcela da população ao sis- Em dezembro de 2015, numerosas instituições divulga-
tema bancário, a difusão generalizada das operações de ram suas projeções para os principais indicadores da eco-
crédito individual, a dispersão de agências bancárias e nomia brasileira.
pontos de autoatendimento em escala nacional e a difu-
são de formas de compra por meio de cartão de crédito
são expressões de um fenômeno que pode ser denomina-
do de “financeirização da sociedade e do território brasilei-
ro”. A forma como este processo ocorreu no Brasil esteve
associada:
A à integração do território nacional através dos sistemas
técnicos de comunicação e informação; à centraliza-
ção de capitais e articulação dos agentes do sistema
financeiro; à difusão de um modelo de consumo de
massa; e à flexibilização do acesso ao crédito pessoal.
B à desarticulação das regiões brasileiras em termos de
sistemas de transportes e comunicação; à centraliza-
ção de capitais pelos agentes do sistema financeiro; à
difusão de diferentes modelos de produção e consu-
mo; e à flexibilização do acesso ao crédito pessoal.
C à integração do território nacional através dos sistemas
técnicos de comunicação e informação; à multiplicida- De acordo com as informações apresentadas na tabela
de e desarticulação dos agentes do sistema financeiro; acima, é correto afirmar que:
à difusão de diferentes modelos de consumo; e à res- A o valor do IPCA deve ficar abaixo do teto estabelecido
trição do acesso ao crédito pessoal. pelo Banco Central (6,5%) permanecendo no limite re-
D à integração interna das regiões brasileiras e sua de- comendado pelo Conselho Monetário Nacional.
sarticulação em escala nacional; à centralização de ca- B o PIB deve continuar apresentando taxas negativas de
pitais pelos agentes do sistema financeiro; à difusão de crescimento, em função da retração dos investimentos
um modelo de consumo de massa; e à flexibilização do e do consumo das famílias.
acesso ao crédito pessoal. C o saldo da balança comercial deve ser positivo, em
E à fragmentação do território nacional em termos de sis- função da maior exportação de produtos de média-bai-
xa tecnologia, com aumento nas vendas de derivados
temas de transporte e comunicação; à multiplicidade
do petróleo e combustível nuclear.
e desarticulação dos agentes dos sistemas financei- D o setor industrial deve retomar o crescimento em fun-
ros regionais; à difusão de um modelo de consumo de ção do nível de investimentos do Estado em infraestru-
massa; e à restrição do acesso ao crédito pessoal. tura, embutido no aumento dos gastos públicos.
E a taxa de câmbio deve evoluir rumo à depreciação do
QUESTÃO 89 real em relação ao dólar, repercutindo positivamente
A mundialização introduz o aumento da produtividade do na balança comercial.
trabalho sem acumulação de capital, justamente pelo ca-
ráter divisível da forma técnica molecular-digital do que
resulta a permanência da má distribuição da renda: exem-
plificando mais uma vez, os vendedores de refrigerantes
às portas dos estádios viram sua produtividade aumenta-
da graças ao just in time dos fabricantes e distribuidores
de bebidas, mas para realizar o valor de tais mercadorias,
a forma do trabalho dos vendedores é a mais primitiva.
Combinam-se, pois, acumulação molecular-digital com o
puro uso da força de trabalho.
OLIVEIRA, F. Crítica à razão dualista e o
ornitorrinco. Campinas: Boitempo, 2003.

Os aspectos destacados no texto afetam diretamente


questões como emprego e renda, sendo possível explicar
essas transformações pelo(a):
A crise bancária e o fortalecimento do capital industrial.
B inovação toyotista e a regularização do trabalho formal.
C impacto da tecnologia e as modificações na estrutura
produtiva.
D emergência da globalização e a expansão do setor se-
cundário.
E diminuição do tempo de trabalho e a necessidade de
diploma superior.

30 CH - 1º dia
Transcreva a sua Redação para a Folha de Redação.

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31 LC - 1º dia

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