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339.12 (815.1)
DIAGNÓSTICO MULTIDIMENSIONAL DA POBREZA RURAL
Belo Horizonte
Junho de 2017
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO
Alameda das Acácias, 70
São Luiz
Belo Horizonte – MG
CEP 31275.150
Telefones: (31)3448.9580 e 3448-9561
Email: comunicação@fjp.mg.gov.br
Site: http://www.fjp.mg.gov.br
EQUIPE TÉCNICA
COORDENAÇÃO
Roberto do Nascimento Rodrigues
COLABORAÇÃO
Andréia Ramos Budaruiche (FJP)
Carolina Portugal Gonçalves da Motta (FJP)
Karina Rabelo Leite Marinho (FJP)
Frederico Poley Martins Ferreira (FJP)
Murilo Cássio Xavier Fahel (FJP)
Maria José Nogueira (FJP)
Douglas Sathler
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
ESTAGIÁRIO
Emerson Dutra
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA
Figura 1: Interação dos setores rural e urbano na perspectiva funcionalista ........... 32
GRÁFICOS
Gráfico 1: População total e rural – Brasil –1950/2050 (em milhões de pessoas).... 33
Gráfico 2: Pirâmides etárias da população rural dos territórios de desenvolvimento
do Vale do Rio Doce Norte Vale do Mucuri Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – 1980/ 2010 .................................... 42
MAPAS
Mapa 1: Área de estudo e municípios dos territórios de desenvolvimento do Alto
Jequitinhonha, Médio e Baixo Jequitinhonha, Norte, Mucuri e Vale do
Rio Doce, por classes de tamanho – Minas Gerais – 2016 ...................... 26
Mapa 2: Razão de dependência e taxa de envelhecimento dos municípios dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais –1980/2010................................................................................... 44
Mapa 3: Taxa de fecundidade total (TFT) e esperança de vida ao nascer dos
municípios com população inferior a 20 mil habitantes dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha Minas Gerais – 2010 .............. 47
Mapa 4: Taxa Líquida de Migração (TLM) dos municípios com menos de 20 mil
habitantes dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerai – 2010 ....................................................... 49
Mapa 5: Renda per capita dos pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –Minas Gerais – 2010 ............ 53
Mapa 6: Renda per capita da população residente fora do perímetro urbano dos
municípios médios e grandes dos territórios de desenvolvimento do Vale
do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 ...................................................... 54
Mapa 7: Percentual de pobres e de extremamente pobres nos pequenos
municípios dos territórios do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri,
Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –Minas Gerais –
2010 ......................................................................................................... 55
Mapa 8: Percentual de pobres e de extremamente pobres da população
residente fora do perímetro urbano nos médios e grandes municípios
dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2010 .......................................................................................... 56
Mapa 9 Taxa de Atividade, Taxa de Desemprego, Grau de formalização dos
ocupados, Percentual de ocupados com ensino fundamental, percentual
dos ocupados com ensino médio e percentual dos ocupados com até
um salário mínimo nos municípios pequenos dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 .......... 58
Mapa 10: Taxa de atividade e de desemprego grau de formalização dos
ocupados, percentual de ocupados com ensino fundamental e médio e
percentual dos ocupados com até um salário mínimo da população
residente fora do perímetro urbano dos municípios médios e grandes do
Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha
e Alto Jequitinhonha em 2010 .................................................................. 59
Mapa 11: Gasto per capita com apoio ao trabalho nos municípios pequenos dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2010 .......................................................................................... 60
Mapa 12: Gasto per capita com apoio ao trabalho nas áreas rurais da população
residente fora do perímetro urbano dos municípios médios e grandes
dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2010 .......................................................................................... 61
Mapa:13 Existência de programas ou ações de inclusão produtiva para a geração
de trabalho e renda e de formação qualificação ou capacitação
profissional, execução do programa Acesso dos Usuários da
Assistência Social (Acessuas) Trabalho nos pequenos municípios dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2010 ......................................................................................... 62
Mapa 14: Existência de programas ou ações de inclusão produtiva para a geração
de trabalho e renda e de formação qualificação ou capacitação
profissional, execução do programa Acesso dos Usuários da
Assistência Social (Acessuas) Trabalho nos municípios médios e
grandes dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte,
Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2010 ................................................................................ 63
Mapa 15: Existência de SINE Estadual e Municipal, Agência Regional do
Trabalho, UAI, Agência CEF e Agência de Previdência Social nos
pequenos municípios dos, territórios de desenvolvimento do Vale do Rio
Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013 ..................................................... 65
Mapa 16: Existência de SINE Estadual e Municipal, Agência Regional do
Trabalho, UAI, Agência CEF e Agência de Previdência Social nos
municípios médios e grandes dos territórios de desenvolvimento do Vale
do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013 ...................................................... 66
Mapa 17: Taxa de analfabetismo da população de 15 anos e mais nos municípios
pequenos dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 ...................................................... 70
Mapa 18: Taxa de analfabetismo da população de 15 anos e mais residente fora
do perímetro urbano dos municípios médios e grandes dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 ........... 71
Mapa 19 Percentual de jovens de 15 a 17 anos e de jovens adultos de 18 anos
ou mais com o fundamental completo, e de jovens de 18 a 20 anos com
o médio completo nos pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 ........... 72
Mapa 20: Percentual de jovens de 15 a 17 anos e de jovens e adultos de 18 anos
ou mais com o fundamental completo, e de jovens de 18 a 20 anos com
o médio completo da população residente fora do perímetro urbano dos
municípios médios e grandes dos territórios de desenvolvimento do Vale
do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 ...................................................... 73
Mapa 21: Percentual de aprovados reprovados e abandono nos ensinos
fundamental e médio nos pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015 ........... 75
Mapa 22: Percentual de aprovados reprovados e abandono nos ensinos
fundamental e médio no campo da população residente fora do
perímetro urbano nos municípios médios e grandes com população dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2015 .......................................................................................... 76
Mapa 23: Déficit habitacional nos pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 .......... 82
Mapa 24: Déficit habitacional da população residente fora do perímetro urbano
nos municípios médios e grandes dos territórios de desenvolvimento do
Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha
e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 ............................................ 83
Mapa 25: Percentual de domicílios atendidos com água encanada, com
esgotamento sanitário e com abastecimento de água e esgotamento
sanitário inadequados nos pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha– Minas Gerais – 2010 ............ 84
Mapa 26: Percentual de domicílios situados fora do perímetro urbano atendidos
com água encanada, com esgotamento sanitário e com abastecimento
de água e esgotamento sanitário inadequados nos municípios médios e
grandes dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte,
Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2010 ................................................................................ 85
Mapa 27: Companhia de água e esgoto responsável pela prestação de serviço
nos municípios pequenos dos territórios de desenvolvimento do Vale do
Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013 ...................................................... 86
Mapa 28: Companhia de água e esgoto responsável pela prestação de serviço
nos municípios médios e grandes dos territórios de desenvolvimento do
Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha
e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013 ............................................ 87
Mapa 29: Percentual de domicílios precários nos municípios com população
inferior a 20 mil habitantes dos territórios de desenvolvimento do Vale
do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 ...................................................... 88
Mapa 30: Percentual de domicílios precários situados fora do perímetro urbano nos
municípios médios e grandes dos territórios de desenvolvimento do Vale
do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010 ..................................................... 89
Mapa 31: Localização das cisternas dos pequenos, médios e grandes municípios
dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2014 .......................................................................................... 90
Mapa 32: Solicitações de ligações de luz ainda não atendidas em áreas rurais nos
pequenos, médios e grandes municípios do Vale do Rio Doce, Norte,
Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha em
2014 ......................................................................................................... 91
Mapa 33: Taxa de mortalidade infantil nos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013 .......... 93
Mapa 34: Proporção de nascidos vivos cujas mães realizaram sete ou mais
consultas de pré-natal nos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013 .......... 94
Mapa 35: Proporção de internações por doenças devido ao saneamento
ambiental inadequado nos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013 ........... 96
Mapa 36: Proporção de população atendida pelo Programa Saúde da Família
(PSF) nos municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio
Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013 ...................................................... 98
Mapa 37: Percentual de domicílios com piso de terra para os municípios médios e
grandes (área rural) e pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015 ........... 109
Mapa 38: Percentual de domicílios de alvenaria para os municípios médios e
grandes (área rural) e pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015 ........... 110
Mapa 39: Percentual de domicílios com água encanada para os municípios
médios e grandes (área rural) e pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015 ........... 111
Mapa 40: Percentual de domicílios com cisterna para os municípios médios e
grandes (área rural) e pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015 .......... 112
Mapa 41 Percentual de domicílios com poço ou nascente para os municípios
médios e grandes (área rural) e pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015 .......... 112
Mapa 42: Percentual de domicílios com rede de abastecimento de água para os
municípios médios e grandes (área rural) e pequenos municípios dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2015 ......................................................................................... 113
Mapa 43: Percentual de domicílios com escoamento sanitário para os municípios
médios e grandes (área rural) e pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015 ........... 114
Mapa 44: Percentual de domicílios com coleta de lixo para os municípios médios e
grandes (área rural) e pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015 ........... 115
Mapa 45: Percentual de domicílios com luz elétrica para os municípios médios e
grandes (área rural) e pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015 .......... 115
Mapa 46: Percentual de domicílios em ruas sem calçamento para os municípios
médios e grandes (área rural) e pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015 .......... 116
Mapa 47: Percentual de pessoas por faixa de renda médios e grandes (área rural)
e pequenos municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do
Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha, 2015 ................................................................................. 118
Mapa 48: Taxa de analfabetismo (1) e percentual de crianças e adolescentes fora
da escola (2) nos médios e grandes (área rural) e pequenos municípios
dos territórios do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha, 2015 ...................................... 119
Mapa 49: Índice de recursos humanos na assistência social nos grandes e médios
e pequenos municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do
Rio Doce Norte, Vale do Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2011 ...................................................... 122
Mapa 50: Conselhos municipais existentes nos municípios pequenos dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2010 .......................................................................................... 159
Mapa 51: Conselhos municipais existentes nos municípios médios e grandes dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2010 .......................................................................................... 160
QUADROS
Quadro 1: Gestão de Equipamento Público de Segurança Alimentar e Nutricional
(EPSAN) Programa de Cooperação Técnica (PCT) para os municípios
prioritários dos territórios de desenvolvimento do Alto, Médio e Baixo
Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce – 2015 ........................ 100
Quadro 2: Ações de Segurança Alimentar e Nutricional (SANS) para os municípios
prioritários dos territórios de desenvolvimento do Alto, Médio e Baixo
Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce – 2015 ........................ 101
Quadro 3: Ações de Segurança Alimentar e Nutricional (SANS) para acesso à
água para os municípios prioritários dos territórios de desenvolvimento
do Alto, Médio e Baixo Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce
– 2015 ...................................................................................................... 102
Quadro 4: Programas constantes no PPAG 2016 – 2019 (exercício 2017) que
contemplam o objetivo de reduzir a pobreza rural .................................... 129
Quadro 5: Ações que visam a redução da pobreza rural por programa .................... 130
Quadro 6: Política # 1 Ampliar a oferta de Educação Integral nas escolas estaduais 134
Quadro 7: Política #2 Escola Aberta ......................................................................... 135
Quadro 8: Política #3 Formação de Profissionais da Educação ................................ 136
Quadro 9: Política #4 Aquisição de ônibus para transporte escolar .......................... 137
Quadro 10: Política #5 Reforma e ampliação de unidades escolares ......................... 138
Quadro 11: Política #6 Estruturação de laboratórios escolares de informática............ 138
Quadro 12: Política #7 Confinamento de equipes volantes ......................................... 140
Quadro 13: Política #8 Doação de 34 novos veículos para uso do CRAS ou equipe
volante ..................................................................................................... 141
Quadro 14: Política #9 Qualificação das equipes do Sistema Único de Assistência
Social (SUAS) .......................................................................................... 142
Quadro 15: Política #10 Fortalecimento do Programa Leite pela Vida ........................ 143
Quadro 16: Política #11 Garantia de renda mínima aos agricultores familiares .......... 144
Quadro 17: Política #12 Água para as comunidades tradicionais ............................... 145
Quadro 18: Política #13 Projeto Água Vida ................................................................. 146
Quadro 19: Política #14 Doação de tubulação e reservatórios de água – Plano de
Urgência para Enfrentamento da Seca .................................................... 147
Quadro 20: Política #15 Projeto Caixa D´água ........................................................... 148
Quadro 21: Política #16 Energização dos poços artesianos ....................................... 149
Quadro 22: Política #17 Programa 100% presente – Eletrificação Rural .................... 150
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 23
2 DADOS E MÉTODOS ................................................................................................ 25
3 SÍNTESE ECONÔMICA E PERSPECTIVA DE ABORDAGEM ................................. 29
4 ANÁLISE DESCRITIVA DAS VARIÁVEIS SELECIONADAS ................................... 38
4.1 Demografia ........................................................................................................... 38
4.2 Trabalho e renda .................................................................................................. 50
4.3 Educação ............................................................................................................ 67
4.4 Habitação saneamento e acesso à água ............................................................ 81
4.5 Saúde ............ ..................................................................................................... 92
4.6 Segurança alimentar ........................................................................................... 98
4.7 Assistência social................................................................................................ 104
4.7.1 Grupos vulneráveis ............................................................................................. 104
4.7.2 Informações do Cadastro Único ......................................................................... 108
4.7.2.1 Domicílios ......................................................................................................... 108
4.7.2.2 Pessoas ............................................................................................................ 117
4.7.2.3 Programas sociais............................................................................................. 120
4.7.2.4 Comunidades tradicionais ................................................................................. 123
5 MAPEAMENTO DE AÇÕES DE COMBATE À POBREZA ....................................... 128
ANEXOS ...................................................................................................................... 151
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 168
1 INTRODUÇÃO
Indicadores desse tipo, portanto, permitem a identificação das famílias mais pobres, dos
grupos mais vulneráveis, dos distintos perfis da pobreza, suas disparidades espaciais e
comportamento temporal, além de estabelecer correlações entre diferentes dimensões de
vulnerabilidade. Questões como essas não são de natureza meramente conceitual, pois
permitem políticas públicas mais qualificadas, a partir de definições claras dessas
manifestações concretas tão diversas do fenômeno. Assim, a definição do público-alvo de
programas de assistência social constitui tarefa complexa, pois todas essas manifestações
concretas de vulnerabilidade são, na maior parte das vezes, superpostas.
Esse constitui um dos maiores limitadores para os desenhos de políticas públicas. Ou seja,
o caráter multidimensional do fenômeno leva à intersetorialidade necessária às políticas. Tal
intersetorialidade, por sua instância, limita-se pela diversidade de formatos institucionais das
organizações públicas. Além disso, políticas sociais lidam com objetos complexos, em que
seu público vivencia vulnerabilidades similares, mas, ao mesmo tempo, apresentam
especificidades importantes. Trata-se de um processo de diversificação e heterogeneidade
da “matéria-prima” da ação social.
23
pobreza, a escassez de recursos também deve ser levada em consideração, por meio da
análise da renda familiar per capita das populações.
24
2 DADOS E MÉTODOS
O percentual de pobres corresponde à proporção dos indivíduos com renda domiciliar per
capita igual ou inferior a R$ 140,00 mensais, em reais de agosto de 2010. Já o percentual
de extremamente pobres corresponde à proporção dos indivíduos com renda domiciliar per
capita igual ou inferior a R$ 70,00 mensais, em reais de agosto de 2010 (PROGRAMA DAS
NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO; INSTITUTO DE PESQUISAS
ECONÔMICAS APLICADAS; FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2013). Portanto, esses
indicadores de níveis de pobreza estão baseados exclusivamente na renda das populações.
Salienta-se que o presente estudo trata a pobreza de maneira multidimensional e não se
restringe apenas à consideração dos níveis de renda da população.
25
Mapa 1: Área de estudo e municípios dos territórios de desenvolvimento do Alto
Jequitinhonha, Médio e Baixo Jequitinhonha, Norte, Mucuri e Vale do Rio
Doce, por classes de tamanho – Minas Gerais – 2016
26
vida ao nascer e Taxa Líquida de Migração (TLM). Na dimensão trabalho e renda, o estudo
explora a renda per capita, o percentual de pobres e de extremamente pobres, taxa de
atividade, taxa de desemprego, grau de formalização dos ocupados, percentual de
ocupados com ensino fundamental, médio e que ganham até um salário mínimo, gasto
municipal per capita com apoio ao trabalho, existência ou não de programas ou ações de
inclusão produtiva para a geração de trabalho e renda, existência ou não de ações,
programas ou projetos de formação, qualificação ou capacitação profissional, existência ou
não de programa de Acesso dos Usuários da Assistência Social ao Trabalho (ACESSUAS-
Trabalho), presença no município de Sistema Nacional de Emprego (SINE) -estadual e
municipal- agência regional da Caixa Econômica Federal (superintendência), Unidade de
Atendimento Integrado (UAI), e agência de Previdência Social.
27
território povos ou comunidades tradicionais; município apoia agricultores familiares,
destinação de alimentos da agricultura familiar; inspeção municipal; vigilância sanitária;
Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) para agricultores familiares; doações de
alimentos ou cestas de alimentos; produção de base agroecológica (ações de SANS);
incentivo à produção de base agroecológica (ações de SANS); legislação que regula o uso
e/ou controle de agrotóxicos; ações de educação alimentar e nutricional; agricultura familiar
para utilização na alimentação escolar; apoia agricultura urbana; apoia tecnologias sociais
de armazenamento/acesso à água e tecnologias de acesso à água com apoio dos
municípios.
Na dimensão saúde o foco do estudo baseia-se na análise de indicadores tais como taxa de
mortalidade infantil, proporção de nascidos vivos cujas mães realizaram sete ou mais
consultas de pré-natal, proporção de internações por doenças devido ao saneamento
ambiental inadequado e proporção de população atendida pelo Programa de Saúde da
Família.
Por fim, são apresentadas as principais ações de combate à pobreza rural em Minas Gerais
em anos recentes, assim como os programas e ações que integram o Plano Plurianual de
Ação Governamental (PPAG) para o período 2016 a 2019, com previsão de execução em
2017.
28
3 SÍNTESE ECONÔMICA E PERSPECTIVA DE ABORDAGEM
Nas nações periféricas, a discussão em torno dos sistemas de proteção social teve outro
caráter e foi suscitada, em verdade, pela sua virtual inexistência. Na segunda metade do
século XX, o mundo subdesenvolvido – o chamado “Terceiro Mundo” – encontrou condições
econômicas e políticas favoráveis à adoção de programas de industrialização acelerada.
29
Esses processos de modernização produtiva dirigidos pelo Estado, entretanto, foram
excludentes e resultaram no aprofundamento das desigualdades sociais e da pobreza. No
início dos anos 1980, as turbulências da economia mundial se expressaram na estagflação
e no agravamento das já precárias condições sociais dos países subdesenvolvidos. Assim,
foram revigoradas as críticas ao modelo de desenvolvimento concentrador de renda,
reconduzindo para o centro da agenda das economias periféricas a temática, sempre
negligenciada, da assistência social e do combate à pobreza. Porém, da mesma forma
como ocorreu nas economias centrais, a visão neoliberal predominou e os programas de
assistência social dos países periféricos incorporaram os parâmetros de eficiência alocativa,
condicionalidades e focalização.
30
como mero suporte de apoio à expansão e à modernização das atividades urbano-
industriais. Nessa perspectiva funcionalista, o setor rural exerceria cinco funções básicas:
a) provisão de alimentos;
d) transferência líquida de recursos (via preços, confisco cambial, tributação entre outros);
31
Figura 1: Interação dos setores rural e urbano na perspectiva funcionalista
Um ponto de partida apropriado nesse esforço de reavaliar a pobreza no campo passa pelo
reconhecimento da relevância da população rural no Brasil. Embora esteja em queda
secular, tanto em termos absolutos quanto relativos, o contingente populacional do país que
vive no campo deverá se estabilizar em torno de 25 milhões a partir desta década até 2050,
quando, de acordo com as projeções da Comissão Econômica para a América Latina e o
Caribe (CEPAL, 2015) deverá se situar acima dos 20 milhões de habitantes (gráf. 1).
Ademais, informações disponíveis evidenciam que a pobreza tem uma grande incidência no
meio rural brasileiro: em 2010, considerando uma linha de pobreza de R$ 70/mês por
pessoa, dos 16,2 milhões de pessoas que se encontravam em condição de extrema pobreza
no Brasil, 47% residiam no setor rural, sendo a maior prevalência nas regiões Norte e
Nordeste (ORTEGA, 2013).
32
Gráfico 1: População total e rural – Brasil –1950/2050 (em milhões de pessoas)
- aposentadorias rurais;
33
Antes de apresentar as principais dimensões endereçadas para lidar com o problema da
pobreza rural em Minas Gerais, vale a pena fazer breve referência ao contexto prevalecente
no Estado, sublinhando os seus principais aspectos. Inicialmente, nota-se que Minas Gerais
apresenta elevado grau de urbanização, que se situa em patamar moderadamente superior
à média nacional, com 85,3% de sua população residente localizada em centros urbanos,
ante percentual de 84,3% do país, de acordo com informações censitárias. Contudo, as
mesmas informações censitárias evidenciam que Minas Gerais tem a segunda maior
população rural do Brasil: 2,88 milhões de mineiros residem no campo, o equivalente a 9,7%
do contingente nacional. Esses números, embora sintéticos, reforçam a magnitude do
desafio que o governo estadual tem pela frente no que concerne à atenuação do quadro de
pobreza observado no campo.
Junta-se a esse dado um quadro social de agudas carências, tendo em vista que Minas
Gerais abriga o terceiro maior contingente de pessoas inscritas no Cadastro Único para
Programas Sociais (CadÚnico), de modo que parcela significativa da população residente no
estado vive atualmente em situação de pobreza ou de pobreza extrema. A Tabela 1 mostra
que 7,64 milhões de pessoas se encontravam nessa condição de debilidade
socioeconômica em Minas Gerais, em 2016, correspondendo a mais de 36% da população
mineira estimada para o mesmo ano. O maior contingente populacional relativo em situação
de pobreza e/ou pobreza extrema estava localizado nos territórios de desenvolvimento do
Médio e Baixo Jequitinhonha (66,81%), Alto Jequitinhonha (61,52%), Norte (61,02%), Mucuri
(61,02%) e Vale do Rio Doce (51,81%) – justamente os territórios de desenvolvimento que
são foco deste diagnóstico, que irá subsidiar a elaboração de um plano de ações do governo
direcionadas ao combate à pobreza rural.
Tendo em conta esse grande pano de fundo, os programas e ações constantes no PPAG
2016-2019 (Exercício de 2017) que são endereçados ou contemplam, entre os seus
objetivos, a redução da pobreza rural. Como é possível verificar, são quatro programas e 19
ações, que preveem desembolsos consolidados de R$ 481.424.129 entre 2017 e 2020,
perfazendo investimento de R$ 167 por habitante do setor rural nesse período. As
informações permitem perceber que os atuais programas de enfrentamento da pobreza rural
têm caráter multissetorial e interinstitucional, ao envolverem diferentes Secretarias –
Sedese, Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste
(Sedinor) e Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (SEDA) – e perpassarem três
eixos temáticos: “Educação e Cultura”, “Saúde e Proteção Social” e “Desenvolvimento
Produtivo, Científico e Tecnológico”.
34
Desigualdades regionais constituem um traço característico de Minas Gerais e permanecem
como um dos principais desafios a serem vencidos pelas políticas econômicas
desenvolvidas no âmbito estadual, embora o fenômeno envolva, evidentemente, diversas
dimensões abrangendo, além de aspectos econômicos, questões sociais, políticas e
culturais, dentre outras.
Por isso, o atual Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI) tem como diretriz
fundamental a redução das desigualdades regionais, abrangendo todas as suas dimensões:
não apenas a econômica, mas também social, cultural, política, entre outros. O objetivo-
síntese é, efetivamente, criar condições para que as oportunidades sejam mais equitativas
para todos os cidadãos de Minas Gerais, a despeito da sua localidade de residência.
35
encaminhar ações que busquem criar novas centralidades no território, a fim de originar
oportunidades mais dispersas e equânimes para todos os mineiros, independentemente do
território em que resida.
36
A estratégia de Enfrentamento da Pobreza no Campo, que contempla a elaboração deste
diagnóstico se insere nesta perspectiva de redução das desigualdades inter e intraterritoriais
em Minas Gerais, ao eleger como público-alvo a parcela mais carente da população
residente nos territórios de desenvolvimento de menor dinamismo e desenvolvimento
socioeconômico.
37
4 ANÁLISE DESCRITIVA DAS VARIÁVEIS SELECIONADAS
4.1 Demografia
Assim como ocorre com o Brasil, o estado de Minas Gerais é marcado por profundas
desigualdades regionais, o que implica no registro de estágios distintos do processo de
transição demográfica1, quando são consideradas as diversas regiões mineiras, a despeito
1
No caso da fecundidade, uma discussão mais ampliada do processo de transição demográfica em
curso em Minas Gerais e nos seus territórios de desenvolvimento, aqui incluídos os territórios que
constituem o universo amostral objeto deste estudo, foge ao escopo deste relatório. Destaca-se,
nesta seção do relatório, ainda que tangencialmente e de maneira agregada, a velocidade da redução
da fecundidade, elemento chave de explicação das modificações na estrutura etária da população. A
abordagem específica da migração também está inserida nesta seção, ao passo que a mortalidade
será objeto de consideração no item relativo à dimensão saúde.
38
da tendência de convergência para uma situação de taxas de mortalidade e de fecundidade
reduzidas, resultando em baixo crescimento vegetativo da população e em um processo de
envelhecimento populacional, ambos influenciados, também, pelo comportamento da
migração.
Minas Gerais apresentava, em 1970, uma taxa de fecundidade de 6,31 filhos por mulher
durante seu período reprodutivo, nível elevado mesmo em relação à média de 5,02 filhos
por mulher registrada para o conjunto do Brasil. No mesmo ano, dados divulgados pelo
Banco Mundial (WORLD BANK, 2016) revelam um nível de 3,07 filhos por mulher na
Argentina. Dez anos depois, em 1980, o número médio de filhos por mulher em Minas
Gerais reduziu-se para 4,30, bem mais próximo do nível de 4,07 registrado para o Brasil e
de 3,32 para a Argentina. Em 1990 a fecundidade em Minas Gerais (2,70 filhos por mulher)
já era inferior àquela registrada para o Brasil (2,81) e para a Argentina (2,99). Em 2000, a
taxa de fecundidade de Minas Gerais (2,30 filhos por mulher) ainda se situava acima do
nível de reposição2, que é de 2,1 filhos por mulher, mas mantinha-se pouco inferior ao valor
estimado para o Brasil (2,36) e para a Argentina (2,48). Em 2010, a taxa de fecundidade
registrada em Minas Gerais (1,76 filho por mulher) já estava abaixo do nível de reposição,
mesma situação em que se encontrava o índice estimado para o conjunto do Brasil (1,84) e,
em ambos os casos, já inferior ao valor estimado para a Argentina (2,22). Em 2015 a taxa
de fecundidade total era de 1,4 filho por mulher em Minas Gerais e de 1,7 no Brasil.
2
Para assegurar a reposição da população a taxa de fecundidade não pode ser inferior a 2,1 filhos por mulher.
Os dois filhos substituem os pais e a fração 0,1 é necessária para compensar os indivíduos que morrem antes de
atingir a idade reprodutiva.
39
Jequitinhonha/Mucuri) que hoje correspondem à área delimitada pelos cinco territórios de
desenvolvimento3 focalizados no presente estudo (Alto Jequitinhonha, Médio e Baixo
Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce) são aquelas que apresentaram, entre
1970 e 2010, os maiores níveis de fecundidade do estado (tab. 3).
3
Como a divisão de Minas Gerais em territórios de desenvolvimento é relativamente recente, as estimativas de
fecundidade disponíveis ainda são desagregadas em nível das 10 regiões de planejamento.
4
Uma série de fatores podem explicar a evolução dos níveis de fecundidade em Minas Gerais e suas regiões
de planejamento, tais como a melhoria na educação, inserção da mulher em atividades produtivas, aumento da
proporção de pessoas residentes em áreas urbanas e a própria redução da mortalidade, dentre outros, mas essa
análise foge ao escopo deste relatório.
40
Uma das consequências mais evidentes da redução da fecundidade, e relevante para a
análise empreendida neste relatório, é a alteração na estrutura etária da população. Importa
ressaltar aqui, sobretudo, a natureza processual das modificações na composição da
população por idade, à luz dos potenciais e dos desafios que elas ensejam quando o foco
recai sobre as condições de vida da população. Para isso considera-se não apenas o
processo de envelhecimento populacional, mas também as modificações apresentadas no
segmento de população jovem, em idade ativa e reprodutiva, assim como no segmento de
crianças. Para tanto, é importante apresentar a configuração das pirâmides etárias da
população focalizada.
O gráfico 2 apresenta as pirâmides etárias para as áreas rurais5 dos cinco territórios de
desenvolvimento focalizados neste relatório, para os anos de 1980 e 2010, com o objetivo
de ilustrar as modificações ocorridas na composição desse contingente populacional.
No geral, as pirâmides etárias demonstram que as populações desses territórios são jovens
e que o processo de transição demográfica é relativamente recente. A transição
demográfica, impulsionada pela queda da fecundidade, possui diferentes ritmos entre as
diversas regiões do país. Tais diferenças se relacionam ao nível socioeconômico e às
características regionais e locais da dinâmica populacional (WONG; CARVALHO, 2006).
Nos territórios analisados, estudos anteriores reforçam a ideia de que a transição
demográfica e suas consequentes alterações nas estruturas etárias das populações
ocorrem de maneira atrasada em relação a outras regiões do país (PAIVA; WAJNMAN,
2005; SATHLER et al., 2015).
5
Compreende a totalidade da população dos municípios com até 20 mil habitantes e a população residente
fora do perímetro urbano dos municípios com população superior a 20 mil habitantes.
41
Gráfico 2: Pirâmides etárias da população rural dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio
Doce Norte Vale do Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – 1980/
2010
Vale do Rio Doce, 2010
Vale do Rio Doce, 1980
70 a 74 anos 70 a 74 anos
60 a 64 anos 60 a 64 anos
50 a 54 anos 50 a 54 anos
40 a 44 anos 40 a 44 anos
Idade
Idade
30 a 34 anos 30 a 34 anos
20 a 24 anos 20 a 24 anos
10 a 14 anos 10 a 14 anos
0 a 4 anos 0 a 4 anos
9 4 1 6 11 9 4 1 6
Idade
30 a 34 anos 30 a 34 anos
20 a 24 anos 20 a 24 anos
10 a 14 anos 10 a 14 anos
0 a 4 anos 0 a 4 anos
9 4 1 6 9 4 1 6
70 a 74 anos 70 a 74 anos
60 a 64 anos 60 a 64 anos
50 a 54 anos 50 a 54 anos
40 a 44 anos 40 a 44 anos
Idade
Idade
30 a 34 anos 30 a 34 anos
20 a 24 anos 20 a 24 anos
10 a 14 anos 10 a 14 anos
0 a 4 anos 0 a 4 anos
9 4 1 6 9 4 1 6
Idade
30 a 34 anos 30 a 34 anos
20 a 24 anos 20 a 24 anos
10 a 14 anos 10 a 14 anos
0 a 4 anos 0 a 4 anos
9 4 1 6 11 9 4 1 6
Idade
30 a 34 anos 30 a 34 anos
20 a 24 anos 20 a 24 anos
10 a 14 anos 10 a 14 anos
0 a 4 anos 0 a 4 anos
9 4 1 6 9 4 1 6
Mulheres Homens Mulheres Homens
Fontes: IBGE (RJ). Censo demográfico: características dados gerais - migração - instrução - fecundidade -
mortalidade; Minas Gerais 1980. Rio de Janeiro, 1983
IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de ponderação. Rio de
Janeiro, 2013a
42
Em todas as pirâmides é possível observar o estreitamento da base nos grupos etários 0 a 4
anos e 5 a 9 anos, indicando uma tendência de redução da proporção de crianças e
aumento gradual da proporção de jovens e adultos nas populações desses territórios. Nas
próximas duas décadas, as populações dos territórios analisados irão experimentar o
chamado bônus demográfico, ou dividendo demográfico, com a ampliação da população
ativa, capaz de produzir riqueza, em detrimento da população dependente, atualmente
composta principalmente por crianças.
Os dados demonstram que a razão de dependência é maior numa faixa que parte da porção
Noroeste do Vale do Rio Doce e se estende pelo Oeste do Mucuri até o Leste do Baixo e
Médio Jequitinhonha. Existem altos níveis de Razão de Dependência na porção setentrional
do território Norte. Já a taxa de envelhecimento, de modo geral, é maior nas porções Sul e
Leste da área de estudo. O Território Norte se destaca pelas baixas taxas de
envelhecimento populacional.
43
Mapa 2: Razão de dependência e taxa de envelhecimento dos municípios dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais –1980/2010
No Território Norte, os municípios de São João das Missões (74,75%), Josenópolis (69,30%)
e Fruta de Leite (69,09%) destacam-se pelos altos valores de razão de dependência dentre
os pequenos municípios, ao passo que Mato Verde (45,28%), São João da Lagoa (46,32%)
e Guaraciama (46,61%) apresentam os menores valores, de acordo com os dados do
Censo Demográfico. As taxas de envelhecimento dos pequenos municípios de Mamonas
(11,85%) e Santa Cruz de Salinas (11,21%) apresentam os maiores valores do Território
Norte. Por outro lado, sete municípios destacam-se por apresentarem taxas de
envelhecimento bastante baixas: Cristália (4,97%), Verdelândia (5,09%), São João das
Missões (5,45%), Olhos d´água (5,56%), São Romão (5,60%), Padre Carvalho (5,86%) e
Matias Cardoso (5,87%). Dentre os municípios médios e grandes, São Francisco (64,16) e
Januária (64,09) apresentam as maiores Razões de Dependência e Porteirinha (44,09%),
Várzea da Palma (45,59%) e Monte Azul (45,88%) se destacam pelos baixos valores de
razão de dependência. Salinas (11,49%) e Monte Azul (11,36%) apresentam as maiores
taxas de envelhecimento dentre os municípios médios e grandes, considerando apenas a
44
população residente fora do perímetro urbano, ao passo que Pirapora (3,87%) e Jaíba
(3,88%) apresentam os menores valores (IBGE, 2010).
No Alto Jequitinhonha, Alvorada de Minas (67,42%), Serra Azul de Minas (66,40%) e Santo
Antônio do Itambé (66,26%) apresentam as maiores razões de dependência dentre os
pequenos municípios, enquanto Gouveia (45,59%) e Veredinha (47,15%) se destacam pelos
baixos valores. Materlândia (11.84%) possui a mais alta taxa de envelhecimento, e, na outra
ponta, Chapada do Norte (6,02%) e São Gonçalo do Rio Preto (6,54%) possuem os
menores valores. Dentre os municípios médios e grandes, Serro apresenta a maior razão de
dependência para a população residente fora do perímetro urbano. No outro extremo, Minas
Novas (55,01%) e Itamarandiba (56,41%) possuem os menores valores, embora ainda bem
acima dos menores valores registrados para os pequenos municípios do Alto Jequitinhonha.
45
A taxa de envelhecimento do Serro (9,08%) é a maior dentre aquelas calculadas para a
população residente fora do perímetro urbano dos municípios médios e grandes e Minas
Novas (4,03%) e Capelinha (4,96%) apresentam os menores valores (IBGE, 2013).
De forma geral, a TFT está acima do nível de reposição (2,1) em boa parte dos pequenos
municípios analisados, ou seja, a atual geração de pais deverá repor em igual ou maior valor
o contingente populacional atual no futuro. A população do município tenderá a aumentar,
caso essa diferença não seja impactada por fluxos migratórios. As TFTs de Minas Gerais
(1,76 em 2010) e do Brasil (1,90 em 2010) estão em níveis bem abaixo do predominante
nos municípios da área de estudo com população de até 20 mil habitantes (IBGE, 2013).
46
Mapa 3: Taxa de fecundidade total (TFT) e esperança de vida ao nascer dos
municípios com população inferior a 20 mil habitantes dos territórios
de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri,
Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha Minas Gerais –
2010
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por
área de ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)
47
condições de vida digna para a população. Por outro lado, revela também uma tendência de
rápido envelhecimento populacional, o que significa um horizonte de futura redução do
percentual de população em idade ativa e aumento da demanda por bens e serviços por
parte de um contingente populacional em idade de se retirar do mercado de trabalho. A
velocidade em que esse processo de transição se dará vai depender, em parte, do
comportamento da migração, que, em sua maioria, envolve justamente a parcela da
população em idade ativa.
O mapa 4 apresenta a taxa líquida de migração (TLM) para os pequenos municípios dos
territórios Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha em 2010. Essas taxas não foram calculadas para as populações residentes
fora do perímetro urbano dos médios e grandes municípios, tendo em vista que boa parte
dos fluxos migratórios se dá dentro do próprio município. Neste estudo, a TLM dos
pequenos municípios foi calculada com base nos dados de migração de data-fixa6 (2005-
2010) do Censo 2010. A TLM corresponde à proporção da população observada em 2010
resultante do processo migratório, quando a taxa for positiva, e à proporção em que a
população seria acrescida na ausência de migração, se negativa. Entre os municípios de até
20 mil habitantes dos territórios focalizados, as TLMs são predominantemente negativas
entre 2005 e 2010. No total, 142 municípios apresentaram TLMs negativas, contra apenas
46 municípios que apresentaram TLMs positivas. Os pequenos municípios que
apresentaram TLMs positivas no período analisado se encontram espalhados
principalmente nos territórios do Vale do Rio Doce e Norte. Existe uma clara tendência de
perda populacional nos pequenos municípios do Mucuri e Médio e Baixo Jequitinhonha
(IBGE, 2013).
De forma geral, o Vale do Rio Doce concentra os municípios que possuem as TLMs
positivas mais elevadas dos territórios, com destaque para José Raydan (11,76), Tumiritinga
(7,89), Divino das Laranjeiras (7,34), Cuparaque (5,67), São Geraldo do Manteninha (4,99),
Frei Inocêncio (4,75), Sardoá (4,46), Cantagalo (4,42), Senhora do Porto (4,13), Alpercata
(3,79) e Fernandes Tourinho (3,66). Já os municípios com TLM negativa mais significativa
estão espalhados em toda a área analisada, a exemplo de Ouro Verde de Minas (-13,69) no
Mucuri, Montalvânia (-11,69) e São Sebastião do Maranhão (-11,31) no Vale do Rio Doce,
Serra Azul de Minas (-10,94) no Alto Jequitinhonha, e Santa Maria do Salto (-7,34) no Médio
e Baixo Jequitinhonha (IBGE, 2013).
6 o
Neste caso, a informação básica diz respeito ao local de residência do indivíduo em uma data fixa, 1 de
setembro de 2005, ou seja, cinco anos antes da data de referência do Censo Demográfico de 2010.
48
Mapa 4: Taxa Líquida de Migração (TLM) dos municípios com
menos de 20 mil habitantes dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerai – 2010
49
ativa, ao lado da necessidade de dotar esse contingente populacional com educação básica
e qualificação profissional que lhes permitam inserir em atividades produtivas de maior
renda e, ao mesmo tempo, de políticas capazes de gerar tais oportunidades de trabalho.
Adicionalmente, o processo de envelhecimento populacional, especialmente em meio a uma
população rural, requer atenção a políticas que possibilitem a geração de poupança por
parte da população atualmente jovem, mas também de políticas que garantam um patamar
de renda mínima e proteção social àquele segmento populacional em idade de se
aposentar.
A renda, embora não responda, sozinha, pela situação de vulnerabilidade que envolve a
consideração multidimensional da pobreza é, sem dúvida, um indicador essencial para
delimitação das condições de vida da população, especialmente no que diz respeito ao
acesso a bens, serviços e aos benefícios potencialmente gerados pelas políticas públicas.
Os dados apresentados na tabela 4 evidenciam, sem deixar margem a dúvidas e sem
requerer comparação com a situação vigente em outros territórios ou regiões do estado de
Minas Gerais, do Brasil ou de outros países, um quadro bastante precário e generalizado na
área rural dos cinco territórios de desenvolvimento focalizados.
Quando se considera a parcela da população com renda monetária de até ½ salário mínimo
verifica-se que nos cinco territórios focalizados o percentual da população correspondente é
sempre superior a 90% do total, ou seja, menos de 10% da população rural desses
territórios de desenvolvimento sobrevivia com renda monetária superior a ½ salário mínimo
e em nenhum deles a porcentagem de população com renda maior do que 1 salário mínimo
7
Ressalta-se que uma parcela expressiva da população residente em áreas rurais pode ter como renda
complementar, ou até mesmo como fonte principal de renda, recursos não monetários, provenientes da troca de
mercadorias, ou podem ter como base de sustentação a produção de subsistência, no âmbito do
desenvolvimento da agricultura familiar.
50
atingiu 1% da população (o percentual máximo, de 0,70, foi registrado para o território do
Vale do Rio Doce).
51
A situação delineada para o Território de Desenvolvimento do Médio e Baixo Jequitinhonha
parece particularmente preocupante, uma vez que em quase todos os microterritórios que o
compõem 80% ou mais da população rural recebia, em 2010, renda monetária de até ¼ do
salário mínimo (a única exceção é o microterritório de Araçuaí, no qual esse percentual era
de “apenas” 78). Em situação desvantajosa, no que diz respeito à proporção da população
rural que recebia renda monetária de até ¼ do salário mínimo também se encontravam os
microterritórios de Bocaiuva, São Francisco, Manga, Janaúba e Espinosa, pertencentes ao
Território de Desenvolvimento Norte, e o microterritório de Águas Formosas, no Mucuri.
Ainda com relação a essa faixa de renda monetária, a situação menos precária foi registrada
para a população residente na área rural dos microterritórios de Governador Valadares, no
Rio Doce (68%), e de Nanuque, no Mucuri (também 68%).
Os mapas 5 e 6 apresentam informações sobre a renda per capita8 estimada em 2010 para
os pequenos, médios e grandes municípios dos Territórios de Desenvolvimento Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha. De forma geral, os
pequenos municípios do Vale do Rio Doce se destacam por apresentarem renda per capita
superior às outras regiões em análise. Dez dos quinze municípios com maior valor de renda
per capita estão no Vale do Rio Doce, a saber: Resplendor, Galiléia, Itanhomi, São Geraldo
da Piedade, Sabinópolis, Peçanha, Itueta, Virginópolis, Capitão Andrade e Nacip Raydan.
Importante considerar que o valor da renda per capita não supera R$ 555,36. A renda per
capita dos pequenos municípios é, de forma geral, menor na porção setentrional da área de
estudo, com destaque para um conjunto de municípios do Território Norte, com valores
inferiores a R$ 300,00, a exemplo de São João das Missões, Santo Antônio do Retiro, Pai
Pedro, Cristália, Ninheira, Juvenília, Bonito de Minas e Ibiracatu.
8
Trata-se da razão entre o somatório da renda de todos os indivíduos residentes em domicílios particulares
permanentes e o número total desses indivíduos.
52
Mapa 5: Renda per capita dos pequenos municípios dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha
e Alto Jequitinhonha –Minas Gerais – 2010
A maior parte dos municípios médios e grandes possui população residente fora do
perímetro urbano com renda per capita inferior a R$ 300,00, com destaque para os
municípios localizados no Território Norte. Dentre os municípios desse território com baixos
valores de renda per capita se destacam Januária, Coração de Jesus e São Francisco. Em
toda a área de análise, os maiores valores de renda per capita, considerando-se a área rural
dos municípios com população superior a 20 mil habitantes, foram registrados nos
municípios de Pirapora, Nanuque, Várzea da Palma, Governador Valadares e Jaíba. O
maior valor de renda per capita foi de R$ 434,38, estimado para o município de Pirapora.
53
Mapa 6: Renda per capita da população residente fora do
perímetro urbano dos municípios médios e grandes dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e
Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
54
proporção de extremamente pobres, Santo Antônio do Retiro (42,36%), Bonito de Minas
(35,66%) e São João das Missões (35,27%), no Norte, Monte Formoso (32,60%) no Médio e
Baixo Jequitinhonha, Ninheira (31,77%) no Norte e Alvorada de Minas (31,25%) no Alto
Jequitinhonha registraram os maiores valores, ao passo que Campanário (4,63%) no
Mucuri, Joaquim Felício (4,90%), Juramento (6,01%) e Nova Porteirinha (6,16%), no Norte,
Fernandes Tourinho (6,34%) no Vale do Rio Doce, e Olhos D´Água (6,85%) no Norte e
Gouveia (6,90%) no Alto Jequitinhonha possuem os menores valores, conforme os dados do
Censo 2010 (Ver tabelas 15 e 16 em Anexo).
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por
área de ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro(FJP).
55
residente fora do perímetro urbano se destacam Januária (38,02%) no Norte e, também,
outros cinco municípios do Médio e Baixo Jequitinhonha, a saber: Pedra Azul (32,97%),
Novo Cruzeiro (30,33), Medina (29,58), Caraí (27,56) e Araçuaí (27,10%). Os municípios de
Nanuque e Pirapora destacam-se por não apresentarem parcela da população na extrema
pobreza.
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por
área de ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)
56
municípios pequenos, médios e grandes dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio
Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha em 20109.
O mapa 9 demonstra que a taxa de atividade é alta nos pequenos municípios localizados na
porção meridional do Território Norte. No entanto, a taxa de desemprego é igualmente alta
nesses municípios que, em sua maioria, também possuem alto percentual de ocupados
ganhando até um salário mínimo. Na porção setentrional do Território Norte, os municípios
apresentam, de forma geral, baixa taxa de atividade, alto desemprego, baixo grau de
formalização dos ocupados, alto percentual de ocupados com ensino fundamental e alto
percentual dos ocupados com até um salário mínimo. O Médio e Baixo Jequitinhonha
destaca-se pelo baixo grau de formalização dos ocupados. O Vale do Rio Doce apresenta,
no geral, o maior número de municípios com menor percentual dos ocupados que recebem
até 1 salário mínimo (abaixo de 65%).
O mapa 10 revela que a taxa de desemprego é significativamente menor nas áreas fora do
perímetro urbano dos municípios médios e grandes, uma vez que boa parte dos municípios
apresentam menos de 5% de população economicamente ativa desempregada. No entanto,
grande parte dos ocupados possuem baixo nível educacional e recebem até um salário
mínimo.
9
A taxa de atividade corresponde à razão entre as pessoas de 10 anos ou mais de idade que eram
economicamente ativas, ou seja, que estavam ocupadas ou desocupadas na semana de referência do censo, e
o total de pessoas nessa faixa etária, multiplicado por 100. A taxa de desemprego corresponde ao percentual da
população economicamente ativa (PEA) nessa faixa etária que estava desempregada, ou seja, que não estava
ocupada na semana anterior à data do censo, mas havia procurado trabalho ao longo do mês anterior à
pesquisa. Já o grau de formalização dos ocupados corresponde à razão entre o número de pessoas de 18 anos
ou mais formalmente ocupadas e o número total de pessoas ocupadas nessa faixa etária, multiplicado por 100.
57
Mapa 9 Taxa de Atividade, Taxa de Desemprego, Grau de formalização dos ocupados,
Percentual de ocupados com ensino fundamental, percentual dos ocupados com
ensino médio e percentual dos ocupados com até um salário mínimo nos municípios
pequenos dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração Fundação João Pinheiro (FJP)
58
Mapa 10: Taxa de atividade e de desemprego grau de formalização dos ocupados, percentual
de ocupados com ensino fundamental e médio e percentual dos ocupados com até
um salário mínimo da população residente fora do perímetro urbano dos municípios
médios e grandes do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha em 2010
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)
59
Os mapas 11 e 12 demonstram o gasto per capita com apoio ao trabalho nos pequenos,
médios e grandes municípios do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha em 2010, conforme dados disponíveis no IMRS (FJP,
2013). Corresponde ao valor dos gastos orçamentários apresentados nas prestações de
contas anuais com proteção e benefício ao trabalhador, relações de trabalho,
empregabilidade e fomento ao trabalho, dividido pelo total da população do município.
A maior parte dos pequenos, médios e grandes municípios não investe recursos em
políticas de apoio ao trabalho. O Vale do Rio Doce apresenta o maior número de pequenos
municípios que investem algum recurso nesse tipo de política. Os territórios Norte, Alto e
Médio e Baixo Jequitinhonha apresentam poucos municípios pequenos que aplicam
recursos em ações de apoio ao trabalho.
60
Mapa 12: Gasto per capita com apoio ao trabalho nas áreas
rurais da população residente fora do perímetro urbano
dos municípios médios e grandes dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
61
Mapa:13 Existência de programas ou ações de inclusão produtiva para a
geração de trabalho e renda e de formação qualificação ou
capacitação profissional, execução do programa Acesso dos
Usuários da Assistência Social (Acessuas) Trabalho nos pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
62
Mapa 14: Existência de programas ou ações de inclusão produtiva para a
geração de trabalho e renda e de formação qualificação ou capacitação
profissional, execução do programa Acesso dos Usuários da
Assistência Social (Acessuas) Trabalho nos municípios médios e
grandes dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte,
Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2010
63
grande município avaliado possui SINE municipal. Nenhum município pequeno possui
Agência Regional do Trabalho. Dentre os médios e grandes municípios, existe Agência
Regional do Trabalho apenas no Alto Jequitinhonha e na porção meridional do Norte. Além
disso, não existe UAI em nenhum pequeno município das regiões avaliadas. Postos de
atendimento UAI estão presentes apenas em Montes Claros, Governador Valadares, Teófilo
Otoni e Araçuaí. Em sua maioria, as agências da Previdência Social se concentram nos
médios e grandes municípios, existindo poucos pequenos municípios com esse
equipamento. Mesmo que os pequenos municípios não se destaquem pela presença dos
equipamentos mapeados pelos mapas 15 e 16, partes desses equipamentos estão
acessíveis em municípios vizinhos.
Essa débil atuação do setor público explica, em grande medida, o quadro de precariedades
vivenciado pela população rural dos territórios de desenvolvimento analisados nesse estudo.
As tímidas e incompletas políticas públicas que têm sido recorrentemente implementadas ao
longo do tempo, muitas delas adotadas sem a necessária articulação com as demais,
podem ser arroladas para explicar parte substancial das carências que foram relatadas nos
parágrafos anteriores, entre as quais destacam-se a reduzida renda per capita, o elevado e
persistente desemprego, a expressiva informalidade do mercado de trabalho, a baixa
remuneração e a deficiente formação escolar da mão de obra local. Juntos, esses
elementos constitutivos acabam por reiterar os níveis de pobreza, cuja incidência se espraia
por todos os territórios, ainda que concentradamente em algumas localidades específicas.
64
Mapa 15: Existência de SINE Estadual e Municipal, Agência Regional do
Trabalho, UAI, Agência CEF e Agência de Previdência Social
nos pequenos municípios dos, territórios de desenvolvimento
do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013
65
Mapa 16: Existência de SINE Estadual e Municipal, Agência Regional do
Trabalho, UAI, Agência CEF e Agência de Previdência Social
nos municípios médios e grandes dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri,
Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2013
66
4.3 Educação
Entre os cinco territórios de desenvolvimento focalizados neste estudo, Mucuri foi o que
apresentou o maior percentual de residentes na área rural, na faixa etária de 6 a 14 anos
que, em 2010, ainda não tinham sido alfabetizados (13,00%) e, no outro extremo despontou
o território do Médio e Baixo Jequitinhonha (9,39%). Nessa faixa etária chama a atenção o
caso da microrregião de Montes Claros, no território Norte, com taxa de analfabetismo rural
de 15,08%. Ainda no território Norte, duas outras microrregiões apresentaram percentuais
superiores a 10%: Manga, com 11,09% e Espinosa, com 10,48%. Taxas acima de 10%
também foram registradas para os três microterritórios do Mucuri (Águas Formosas,
Nanuque e Teófilo Otoni), além de Capelinha, no território Alto Jequitinhonha, Araçuaí e
Itaobim, no Médio e Baixo Jequitinhonha e em três dos quatro microterritórios do Vale do
Rio Doce (Governador Valadares, Mantena e Resplendor).
67
O microterritório de Jacinto também se sobressaiu, negativamente, por apresentar a maior
taxa de analfabetismo entre a população rural com 15 anos ou mais (21,00%). Nessa faixa
de idade, níveis superiores aos 15% também foram registrados nos microterritórios
Almenara (17,35%) no Médio e Baixo Jequitinhonha, assim como Águas Formosas (18,47%)
no Mucuri, Salinas (15,38%) no Norte, e Mantena (15,24%) no Vale do Rio Doce. Os níveis
médios estimados para os territórios Médio e Baixo Jequitinhonha e Mucuri também
superaram o patamar de 15%.
68
O conjunto desses indicadores de educação evidencia, de forma inequívoca, a necessidade
de atenção para o setor, tendo em vista ser esse atributo um elemento essencial para a
condição de cidadania e, sobretudo, para a possibilidade de inserção em atividades
produtivas. Ressalta-se o fato de que a estrutura etária da população rural dos cinco
territórios de desenvolvimento focalizados denota um grande e crescente contingente do
segmento de jovens adultos, em idade ativa, situação que representa uma janela de
oportunidade para a promoção de um processo de desenvolvimento inclusivo e sustentável.
O desafio, então, é concretizar esse potencial, qualificando a população para o trabalho e
gerando oportunidades de inserção em atividades produtivas de maior remuneração.
Em que pese a centralidade da educação para propiciar melhor qualidade de vida, tanto no
presente quanto no futuro, sobretudo tendo em vista a estrutura etária da população
delineada anteriormente, os dados ilustrados nos mapas 17 e 18, que mostram as taxas de
analfabetismo da população de 15 anos e mais residentes, respectivamente, em municípios
pequenos e em áreas rurais de municípios de médio e de grande porte dos territórios
focalizados neste relatório, denotam uma situação preocupante. Há um número expressivo
de municípios com menos de 20 mil habitantes, especialmente no Território do Médio e
Baixo Jequitinhonha, com mais de 25% das pessoas com 15 anos ou mais ainda
analfabetas. Ainda chama a atenção que há 13 municípios, seis situados no Território Norte,
outros seis no Território do Mucuri e um no Território do Médio e Baixo Jequitinhonha com
mais de 30% da população de 15 anos ou mais na condição de analfabetos. No caso das
áreas fora do perímetro urbano dos municípios de médio e grande porte, as taxas de
analfabetismo entre a população com 15 anos e mais também são motivo de preocupação,
notadamente nos territórios Norte, Médio e Baixo Jequitinhonha e Mucuri, uma vez que
parte significativa dos municípios apresentam taxas de analfabetismo superiores a 25%.
69
Mapa 17: Taxa de analfabetismo da população de 15 anos e
mais nos municípios pequenos dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale
do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
70
Mapa 18: Taxa de analfabetismo da população de 15 anos
e mais residente fora do perímetro urbano dos
municípios médios e grandes dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte,
Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e
Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
A despeito das melhorias recentes no acesso ao ensino, os dados ilustrados nos mapas 19
e 20, que apresentam, respectivamente, para municípios pequenos e para áreas fora do
perímetro urbano em municípios de médio e grande porte, os percentuais de jovens de 15 a
17 anos com fundamental completo, de jovens de 18 a 20 anos com médio completo e de
jovens e adultos de 18 anos ou mais com fundamental completo também revelam a
necessidade de atenção especial a políticas voltadas para a melhoria do nível educacional
dos territórios de desenvolvimento focalizados neste relatório.
Entre os municípios com até 20 mil habitantes predominam aqueles em que pelo menos a
metade dos jovens de 15 a 17 anos completou o fundamental, mas em todos os territórios
de desenvolvimento considerados há um volume expressivo de municípios em que mais de
40% desses jovens ainda não concluíram esse ciclo do processo de aprendizagem. Em
71
meio aos municípios de pequeno porte são poucos aqueles com 45% ou mais de jovens de
18 a 20 anos com ensino médio completo, sendo mais frequentes os municípios em que
esse ciclo foi concluído por uma proporção que varia entre 25% e 35% desses jovens. Há,
coerentemente, uma predominância de municípios em que a proporção de jovens e adultos
de 18 anos ou mais que concluíram o fundamental completo é igual ou superior a 30%.
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)
Nos municípios de médio e grande porte do Território Médio e Baixo Jequitinhonha há sete
casos em que o percentual de jovens de 15 a 17 anos com fundamental completo não
ultrapassa os 40%. Mesmo diante da predominância de uma proporção de jovens de 15 a
17 anos com fundamental completo superior a 40% no território Norte, ressalta-se que esses
valores ainda despertam grandes preocupações por parte dos planejadores e gestores de
políticas públicas. Em todos os territórios de desenvolvimento focalizados predominam os
casos em que 25% ou menos dos jovens de 18 a 20 anos concluíram o ensino médio. Da
72
mesma forma, em todos os territórios, na grande maioria dos municípios com mais de 20 mil
habitantes, 25% ou menos dos jovens e adultos com 18 anos ou mais residentes nas áreas
rurais tinham completado o ensino fundamental.
Mapa 20: Percentual de jovens de 15 a 17 anos e de jovens e adultos de 18 anos ou mais com
o fundamental completo, e de jovens de 18 a 20 anos com o médio completo da
população residente fora do perímetro urbano dos municípios médios e grandes dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)
No que diz respeito ao desempenho dos estudantes, (mapa 21 e 22) ainda que os dados
não permitam avaliar a qualidade do ensino e o real aprendizado, verifica-se que, na quase
totalidade dos municípios pequenos, pelo menos 90% dos alunos foram aprovados no
ensino fundamental. Com relação aos aprovados no ensino médio, a predominância é de
um nível de aprovação de 85% ou menos, também na totalidade dos territórios de
desenvolvimento em análise. Como desejável, o percentual de abandono no ensino
73
fundamental é pequeno, predominantemente na faixa de até 2,5, mas em todos os territórios
há municípios, poucos, é verdade, em que essa proporção é superior a 10%. O mesmo não
ocorre no tocante ao abandono no ensino médio, no qual sobressaem percentuais que
variam entre 5 e 10 ou acima de 10, sendo poucos os municípios em que a evasão situa-se
em patamar de somente até 2,5%.
Os mesmos indicadores, para o caso das áreas rurais dos municípios de médio e grande
porte, denotam uma situação um tanto similar àquela apresentada pelos municípios
pequenos. O percentual de aprovados no ensino fundamental é predominantemente igual ou
superior a 90; o nível de aprovação no ensino médio é, em grande parte das áreas
consideradas, de 85% ou menos; o percentual de abandono no ensino fundamental é
inferior a 2,5; e a taxa de abandono no ensino médio varia, na maior parte dos municípios,
entre 5 e 10% ou acima de 10%.
Os dados apresentados nas tabelas 6 a 9 não estão desagregados para o nível municipal,
mas incorporam informações para os territórios de desenvolvimento focalizados, assim
como para as comunidades tradicionais (indígenas e quilombolas).
74
Mapa 21: Percentual de aprovados reprovados e abandono nos ensinos fundamental e médio
nos pequenos municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2015
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)
75
Mapa 22: Percentual de aprovados reprovados e abandono nos ensinos fundamental e médio
no campo da população residente fora do perímetro urbano nos municípios médios e
grandes com população dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2015
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)
76
Nos municípios de pequeno porte, as 12 escolas quilombolas estavam conectadas à internet
e tinham energia proveniente de rede pública, mas apenas 10 das 18 escolas indígenas
contavam com serviço de internet e em duas delas não havia energia (tab. 7). Todas as
escolas indígenas e quilombolas possuíam cacimba, cisterna ou poço. Além disso, todas as
escolas quilombolas contavam também com água filtrada, situação em que se encontravam
88,89% das escolas indígenas. A água da rede pública chegava a 44,44% das escolas
indígenas e a 33,33% das quilombolas. Dois terços das escolas indígenas e um terço das
quilombolas possuíam poço artesiano. Os percentuais de escolas com água de rio, igarapé,
riacho ou córrego era de 11,11% entre as escolas indígenas e de 16,67% entre as
quilombolas.
Em relação às escolas situadas em áreas rurais dos municípios de médio e grande porte, os
dados apresentados na Tabela 8 mostram que apenas os territórios de desenvolvimento do
Mucuri e do Norte tinham escolas não conectadas à internet (14,29% e 8,23%,
respectivamente). Todas estavam ligadas à rede pública de energia, nenhuma contava com
energia alternativa e 1,67% das escolas do Território Norte possuíam gerador. Também
somente no Território Norte havia escolas sem acesso à água filtrada (3,23%).
Nas áreas rurais de municípios médios e grandes não havia escola indígena e, das seis
escolas quilombolas, todas estavam conectadas à internet e tinham água filtrada, apenas
16,67% estavam ligadas à rede pública de água e 33,33% contavam com poço artesiano,
mesmo percentual de escolas com água proveniente de rio, igarapé, riacho ou córrego (tab.
9).
77
Tabela 6: Percentual de escolas atendidas por equipamentos de infraestrutura (internet, energia e água) no total de pequenos municípios
das regiões Alto Jequitinhonha Médio e Baixo Jequitinhonha Mucuri Norte e Vale do Rio Doce – Minas Gerais – 2015
Equipamentos de infraestrutura
Energia Água
Região Rio Total de
Internet Cacimba
Rede Energia Água Rede Poço Igarapé escolas
Gerador Inexistente Cisterna Inexistente
Pública Alternativa Filtrada Pública Artesiano Riacho ou
ou Poço
Córrego
Alto Jequitinhonha 90,48 100,00 0,00 0,00 0,00 95,24 61,90 33,33 0,00 14,29 0,00 42
Médio e Baixo
100,00 100,00 0,00 0,00 0,00 100,00 66,67 14,81 0,00 22,22 3,70 54
Jequitinhonha
Mucuri 88,46 100,00 0,00 3,85 0,00 100,00 73,08 26,92 0,00 26,92 0,00 52
Norte 95,43 100,00 0,00 0,00 0,00 92,00 59,43 39,43 0,00 10,29 0,00 175
Vale do Rio Doce 95,00 97,50 0,00 0,00 2,50 100,00 65,00 35,00 2,50 2,50 2,50 80
Fonte: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Sinopses estatísticas da educação
básica 2015. Brasília, DF, 2016.
Nota: Sinal convencional utilizado: – dado numérico igual zero não resultante de arredondamento.
1) Internet, energia e água.
Tabela 7: Percentual de escolas indígenas e quilombolas atendidas por equipamentos de infraestrutura (1) no total de pequenos municípios
das regiões Alto Jequitinhonha Médio e Baixo Jequitinhonha Mucuri Norte e Vale do Rio Doce – Minas Gerais – 2015
Equipamentos de infraestrutura
Energia Água
Escola (Tipo) Rio Total de
Internet Cacimba
Rede Energia Água Rede Poço Igarapé escolas
Gerador Inexistente Cisterna Inexistente
Pública Alternativa Filtrada Pública Artesiano Riacho ou
ou Poço
Córrego
Indígena 55,56 88,89 0,00 0,00 11,11 88,89 44,44 66,67 100,00 11,11 0,00 18
Quilombola 100,00 100,00 0,00 0,00 0,00 100,00 33,33 33,33 100,00 16,67 16,67 12
Fonte: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Sinopses estatísticas da educação
básica 2015. Brasília, DF, 2016.
Nota: Sinal convencional utilizado: – dado numérico igual zero não resultante de arredondamento.
1) Internet, energia e água.
Tabela 8: Percentual de escolas atendidas por equipamentos de infraestrutura (1) situadas fora do perímetro urbano no total de municípios
médios e grandes das regiões Alto Jequitinhonha Médio e Baixo Jequitinhonha Mucuri Norte e Vale do Rio Doce – Minas Gerais
– 2015
Equipamentos de infraestrutura
Energia Água
Equipamentos de infraestrutura
Energia Água
Escola (Tipo) Rio Total de
Internet Cacimba
Rede Energia Água Rede Poço Igarapé
Gerador Inexistente Cisterna Inexistente escolas
Pública Alternativa Filtrada Pública Artesiano Riacho ou
ou Poço
Córrego
Indígena 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0
Quilombola 100,00 100,00 0,00 0,00 0,00 100,00 16,67 33,33 0,00 33,33 16,67 6
Fonte: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Sinopses estatísticas da educação
básica 2015. Brasília, DF, 2016.
Nota: Sinal convencional utilizado: – dado numérico igual zero não resultante de arredondamento.
1) Internet, energia e água.
Além de atributos pessoais, o caráter multidimensional da pobreza requer a consideração,
também, de outros atributos contextuais nos níveis domiciliar e da comunidade ou do
município de residência da população focalizada. Alguns desses atributos são endereçados
na seção 4.4.
Em suma, verifica-se que as áreas rurais dos municípios dos territórios de desenvolvimento
abordados neste documento defrontam-se, em maior ou menor intensidade, com déficit
habitacional, sendo o problema mais severo nos pequenos municípios, em especial no
Território Norte.
10
Neste diagnóstico, é utilizado o seguinte o conceito de déficit habitacional: “[O déficit habitacional] está ligado
diretamente às deficiências do estoque de moradias. Engloba aquelas sem condições de serem habitadas em
razão da precariedade das construções ou do desgaste da estrutura física e que por isso devem ser repostas.
Inclui ainda a necessidade de incremento do estoque, em função da coabitação familiar forçada (famílias que
pretendem constituir um domicílio unifamiliar), dos moradores de baixa renda com dificuldades de pagar aluguel
e dos que vivem em casas e apartamentos alugados com grande densidade. Inclui-se ainda nessa rubrica a
moradia em imóveis e locais com fins não residenciais. O déficit habitacional pode ser entendido, portanto, como
déficit por reposição de estoque e déficit por incremento de estoque.” (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2016, p.
18)
81
Mapa 23: Déficit habitacional nos pequenos municípios dos territórios
de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha
– Minas Gerais – 2010
82
Mapa 24: Déficit habitacional da população residente fora do
perímetro urbano nos municípios médios e grandes dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte,
Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
83
Mapa 25: Percentual de domicílios atendidos com água encanada, com esgotamento
sanitário e com abastecimento de água e esgotamento sanitário inadequados
nos pequenos municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio
Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha– Minas Gerais – 2010
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP)
84
De modo geral, os pequenos municípios dos territórios analisados apresentam elevado
percentual de domicílios atendidos com água encanada. Em relação ao percentual de
domicílios atendidos com esgotamento sanitário, os pequenos municípios do Território Norte
possuem valores bem inferiores àqueles registrados nos demais territórios focalizados. Já
dentre os médios e grandes municípios, o Médio e Baixo Jequitinhonha e a porção Leste e
Oeste do Território Norte se destacam pelos baixos valores percentuais de domicílios
atendidos com água encanada. Os percentuais de domicílios atendidos com esgotamento
sanitário são muito baixos nas áreas rurais nos médios e grandes municípios. Repare que a
escala mudou na representação cartográfica do percentual de domicílios atendidos com
esgotamento sanitário, diante dos valores observados nitidamente bem inferiores em
relação aos pequenos municípios. Os mapas 25 e 26 que são significativos os percentuais
de domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário inadequados.
Mapa 26: Percentual de domicílios situados fora do perímetro urbano atendidos com água
encanada, com esgotamento sanitário e com abastecimento de água e esgotamento
sanitário inadequados nos municípios médios e grandes dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP).
85
À luz desses indicadores sintéticos, fica evidenciada a ocorrência de problemas
generalizados de saneamento básico. Contudo, são as populações residentes fora do
perímetro urbano dos médios e grandes municípios que vivenciam as precariedades mais
acentuadas em termos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário.
86
Mapa 28: Companhia de água e esgoto responsável pela prestação
de serviço nos municípios médios e grandes dos territórios
de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2013
11
Entende-se como “domicílios precários” aqueles que são improvisados ou rústicos, sem paredes de alvenaria
ou de parede de madeira emparelhada.
87
Mapa 29: Percentual de domicílios precários nos municípios com
população inferior a 20 mil habitantes dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri,
Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2010
88
Mapa 30: Percentual de domicílios precários situados fora do
perímetro urbano nos municípios médios e grandes dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte,
Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
89
Mapa 31: Localização das cisternas dos pequenos, médios e grandes
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do
Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2014
O mapa 32 apresenta informações sobre solicitações de ligações de luz ainda não atendidas
em áreas rurais nos pequenos, médios e grandes municípios do Vale do Rio Doce, Norte,
Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha. Os dados constam no
cadastro da CEMIG 2016 e a representação cartográfica sugere a existência de uma
demanda significativa por ligações elétricas em áreas rurais relevantes em todos os
territórios analisados neste diagnóstico.
90
Mapa 32: Solicitações de ligações de luz ainda não atendidas em
áreas rurais nos pequenos, médios e grandes municípios
do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e
Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha em 2014
91
Esses elementos podem ser cotejados como delimitadores de atributos contextuais de
comunidades ou territórios específicos e, em paralelo, podem também compor
condicionantes para atributos pessoais expressos por indicadores como os de saúde, que
constituem o foco de considerações da seção 4.5.
4.5 Saúde
A dimensão saúde12 é, em si, de muita relevância para explicação das condições de vida da
população e, portanto, constitui-se em elemento importante para delimitação da pobreza,
tendo em vista o seu caráter multidimensional. A taxa de mortalidade infantil, por exemplo, é
um dos indicadores que servem para avaliar a qualidade de vida, uma vez que reflete a
eficácia dos serviços públicos, tais como saneamento básico, sistema de saúde,
disponibilidade e acesso a medicamentos, vacinas e atendimento médico-hospitalar a
crianças e mães, educação materna e condição, dentre outros.
12
Os dados presentes nesta análise descritiva foram obtidos, basicamente, a partir dos indicadores que
serviram de base para construção do Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS) para 2013. Como o nível
único de disponibilidade dessas informações é o município, não é possível a desagregação segundo a condição
de residência urbana e rural. Também foram utilizados dados de Conselhos Municipais de Saúde ativos em
2014.
92
Mapa 33: Taxa de mortalidade infantil nos municípios dos territórios de desenvolvimento do
Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013
Em relação à área de abrangência deste estudo, tem-se que, em 2013, ainda havia 10
municípios com taxa de mortalidade infantil acima de 50 por mil nascidos vivos: Campanário
(93,75), Lagoa dos Patos (69,77), Riacho dos Machados (62,99), Joaquim Felício (57,14),
Presidente Kubitschek (55,56), Alvorada de Minas (51,72), Paulistas (51,72), Cachoeira de
Pajeú (51,55), Salto da Divisa (51,28) e Santa Maria do Salto (51,28). Todos esses
municípios possuem menos de 20 mil habitantes, ou seja, são considerados municípios
rurais. O município com maior taxa de mortalidade infantil está localizado no Território de
Desenvolvimento do Mucuri, mas três dos quatro municípios com maior taxa de mortalidade
estão localizados no território Norte. Entre os municípios médios e grandes a maior taxa de
mortalidade infantil foi registrada em Buritizeiros (28,3%o), no território Norte.
Ações ou políticas que visem reduzir a taxa de mortalidade infantil certamente implicarão em
melhoria das condições de vida da população envolvida e, por conseguinte, em redução da
pobreza. Em paralelo, ações ou políticas com o intuito de reduzir a pobreza poderão resultar
93
em melhoria nas condições de saúde da população e, consequentemente, em diminuição da
mortalidade infantil.
Nessa perspectiva, acrescenta-se outro indicador com interface com a condição de vida da
população, notadamente seu acesso a serviços básicos de saúde, que é a proporção de
nascidos vivos cujas mães realizaram sete ou mais consultas de pré-natal, conforme
preconizado pelo Ministério da Saúde13. Esses dados são apresentados no mapa 34.
Mapa 34: Proporção de nascidos vivos cujas mães realizaram sete ou mais consultas de pré-
natal nos municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte,
Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais –
2013
O acompanhamento médico das gestantes via pré-natal é um fator muito importante para
manutenção da integridade das condições de saúde da mulher e da criança, permitindo
detectar problemas como doenças que possam afetar a criança ou o seu desenvolvimento
13
O recomendável é que essas consultas sejam assim distribuídas: uma no primeiro trimestre, três no segundo
trimestre e três no terceiro trimestre. Os dados disponíveis, no entanto, não permitem apresentar essa
desagregação.
94
no útero. Em Minas Gerais, seguindo a tendência verificada para o conjunto do Brasil, tem
havido aumento considerável na proporção de mulheres que realizam sete ou mais
consultas de pré-natal durante a gravidez: eram 59% em 2006 e 72% em 2013.
No entanto, em 2013, em grande parte dos municípios pequenos esse percentual era
inferior a 60, especialmente entre aqueles localizados no Território de Desenvolvimento do
Vale do Rio Doce. Os menores percentuais foram registrados para os municípios de Água
Boa (30,6), Novo Oriente de Minas (31), Fernandes Tourinho (31,23), Divino das Laranjeiras
(37,3), Sobrália (37,5), Bertópolis (38,9), São Sebastião do Maranhão (39), Santa Maria do
Suaçuí (40,6), Urucuia (40,9), José Gonçalves de Minas (43,9), Mathias Lobato (47,4),
Santa Rita do Itueto (47,8), Alpercata (48,3), Capitão Andrade (48,3) e Malacacheta (49,3).
14
Destaca-se que os dados disponíveis não permitem desagregação por situação de residência, mas a situação
é certamente mais crítica na área rural desses municípios.
15
Saneamento ambiental inadequado refere-se a abastecimento deficiente da água, tratamento inadequado de
esgoto sanitário, contaminação por resíduos sólidos ou condições precárias de moradia.
95
(22,6), Várzea da Palma (21,1), Porteirinha (19,3), Taiobeiras (19), Caraí (16,8) e Pirapora
(16,6%).
96
Em razão da sua relevância estratégica como um dos elementos centrais do funcionamento
do sistema de saúde, é importante adicionar informações sobre a proporção de população
atendida pelo Programa de Saúde da Família (PSF) nos municípios focalizados neste
estudo. Isso porque o PSF se insere na perspectiva de um modelo assistencial de atenção
baseado na promoção, proteção, diagnóstico precoce, tratamento e recuperação da saúde
da população, em linha com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). É,
portanto, um programa que pode auxiliar na qualidade de vida e redução da probabilidade
da ocorrência de problemas de saúde de maior complexidade, especialmente para a
população de menor renda que não tem acesso a planos de saúde privados. Nesse caso,
idealmente, a população deveria ser integralmente coberta. Entretanto, não é o que ocorre.
Os dados apresentados no mapa 36 mostram que oito municípios ainda tinham, em 2013,
menos de 60% de sua população atendida pelo PSF, sendo cinco de pequeno porte (Santa
Maria do Suaçui, 22%, Sobrália, com 39,5%, Bertópolis, com 41,7%, Itueta, com 59,2%, e
Peçanha, com 60%). Entre os municípios com mais de 20 mil habitantes destacam-se
Januária (48,3%), Governador Valadares (50%) e Araçuaí (59,9%). A maior parte desses
municípios, sobretudo os pequenos, encontra-se no Território de Desenvolvimento do Vale
do Rio Doce.
Ainda assim, impõe-se registrar que na grande maioria dos municípios a cobertura do PSF
atinge 90% ou mais da população. A questão em aberto, impossível de ser referenciada
com base nos dados disponíveis e que foge ao escopo deste relatório, é verificar a
qualidade do atendimento, incluindo sua aderência aos reais problemas de saúde da
população.
97
Mapa 36: Proporção de população atendida pelo Programa Saúde da Família (PSF) nos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2013
Outra linha de investigação que guarda estreita correlação com as condições de vida e de
saúde da população e, portanto, com a situação de pobreza, diz respeito à segurança
alimentar e nutricional, aspecto contemplado na seção 4.6.
Embora se possa afirmar que o Brasil tem longa experiência na execução de programas
sociais voltados para a questão alimentar e nutricional (CUSTÓDIO; YUBA ; CYRILLO,
2013), a análise dessa questão revela-se difícil em função da escassez de informações e de
sua disponibilidade em recortes populacionais específicos, como o requerido para o
universo de investigação deste relatório, notadamente no que concerne à desagregação por
situação de residência (urbana e rural). Na verdade, a Política Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional (PNSAN) somente foi instituída no Brasil com a Lei Orgânica de
98
Segurança Alimentar 11 346, de 15 de setembro de 2006, e é a partir de então que as ações
passaram a se articular de forma mais permanente e intersetorial.
No caso específico deste relatório, com base nas informações disponíveis, não é possível ir
além de apresentar uma descrição sucinta de variáveis escassas para alguns dos
municípios que integram o conjunto de territórios de desenvolvimento em análise, na
expectativa de que possam eventualmente orientar ações visando à ampliação,
disseminação ou avaliação. Nesta perspectiva, os quadros 1 a 3 apresentam um conjunto
de informações do Mapeamento de Segurança Alimentar e Nutricional (Mapasan) para os
municípios prioritários dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale
do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha em 2015.
De acordo com o quadro 1, que apresenta informações sobre gestão, Equipamento Público
de Segurança Alimentar e Nutricional (EPSAN) e Programa de Cooperação Técnica (PCT),
o Alto Jequitinhonha (60%), Médio e Baixo Jequitinhonha (62%), Mucuri (50%), Norte (88%)
e Vale do Rio Doce (92%) apresentam alto percentual de municípios que não possuem
Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). De todos os municípios
considerados, apenas Jequitinhonha, localizado no Território de Desenvolvimento do Médio
e Baixo Jequitinhonha possui Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional
(Caisan). Além disso, nenhum município possuía Plano Municipal de Segurança Alimentar e
Nutricional (SAN) e, consequentemente, até o momento da pesquisa, nenhum município
havia realizado alguma conferência municipal sobre o tema.
É preciso, então, verificar quais ações ou políticas requerem a existência dos organismos
mencionados para serem efetivamente implantadas e, também, em que medida há
pertinência, legal ou operacional, em se estruturar recortes territoriais que envolvam
cooperação intermunicipal. Essa, aliás, é uma questão que merece reflexão também no
caso de outras institucionalidades, especialmente em se tratando de municípios pequenos,
com menos de 20 mil habitantes.
99
Quadro 1: Gestão de Equipamento Público de Segurança Alimentar e Nutricional (EPSAN) Programa de Cooperação Técnica (PCT) para os municípios
prioritários dos territórios de desenvolvimento do Alto, Médio e Baixo Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce – 2015
Mesorregiões Alto Jequitinhonha Médio e Baixo Jequitinhonha Mucuri Norte Vale do Rio Doce
São Gonçalo
São Geraldo
Governador
Francisco Sá
Santa Maria
Jequitinhon
Diamantina
São José do
Engenheiro
Senhora do
Resplendor
Virgolândia
Montalvâni
Sabinópolis
Presidente
Palmópolis
Botumirim
Pedra Azul
Itacambira
Machacalis
Tarumirim
Serra Azul
São Pedro
Brasília de
Turmalina
Alvarenga
Capelinha
Carbonita
Cachoeira
Miravânia
Lagoa dos
Bonito de
Nanuque
Itanhomi
Japonvar
Bocaiúva
Lassance
Espinosa
Joaquim
Crisólita
Janaúba
Cônego
Capitão
Araçuaí
Itens avaliados / Municípios
Joaíma
Jacinto
Lontra
Padre
Divisa
Santo
Santo
Serro
Novo
Caraí
Sen.
CONSEA x x x x x x x x x x x
Caisan Municipal x
Gestão
Lei de SAN x x x x x x x x x x
Plano Municipal de SAN
Realizou Conferência Municipal
de SAN
CEASA x
Mercado público ou popular x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Sacolão público ou quitanda
x x x
pública
Feira livre x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Suporte às feiras livres x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
EPSAN
x x x x x x x x x x x x x
Povos e comunidades tradicionais
Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação. Secretaria de Segurança
Alimentar e Nutricional. MAPASAN - mapeamento de segurança alimentar e nutricional 2014. Brasília, DF, 2015b.
Nota: Consea = Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Caisan = Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional. SAN =
Segurança Alimentar e Nutricional. Ceasa = Centrais Estaduais de Abastecimento.
Quadro 2: Ações de Segurança Alimentar e Nutricional (SANS) para os municípios prioritários dos territórios de desenvolvimento do Alto, Médio e Baixo
Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce – 2015
Mesorregiões Alto Jequitinhonha Médio e Baixo Jequitinhonha Mucuri Norte Vale do Rio Doce
São Gonçalo
São Geraldo
Governador
Francisco Sá
Santa Maria
Jequitinhon
Diamantina
São José do
Engenheiro
Senhora do
Resplendor
Virgolândia
Montalvâni
Sabinópolis
Presidente
Palmópolis
Botumirim
Pedra Azul
Itacambira
Machacalis
Tarumirim
Serra Azul
São Pedro
Brasília de
Turmalina
Alvarenga
Capelinha
Carbonita
Cachoeira
Miravânia
Lagoa dos
Bonito de
Nanuque
Itanhomi
Japonvar
Bocaiúva
Lassance
Espinosa
Joaquim
Crisólita
Janaúba
Cônego
Capitão
Araçuaí
Itens avaliados / Municípios
Joaíma
Jacinto
Lontra
Padre
Divisa
Santo
Santo
Serro
Novo
Caraí
Sen.
Apoio agricultores familiares x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Destinação de alimentos da
agricultura familiar
Programa de aquisicao de
alimentos (PAA)
x x x x x x x x x x x x x x x x
Alimentacao escolar (PNAE) x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Rede socioassistencial x x x x x
Banco de alimentos x x x x x x
Restaurantes populares
Cozinhas comunitárias
Cozinhas e refeitórios
hospitalares
x x
Cozinhas em unidades de
x x x x x x
educacao infantil
Feiras livres x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
AÇÕES DE SANS
Mercados públicos x x x x x x x
Sacolões ou quitandas públicas x x
Compras Públicas x x x x
Prefeitura municipal x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Inspeção municipal (SIM) x x x x x x x x x x x x
Vigilância sanitária x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
ATER para agricultores familiares x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Doações de alimentos ou cestas de
alimentos
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Produção de base agroecológica x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Incentivo à produção de base
agroecológica
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Legislação que regule o uso e/ou
contrôle de agrotóxicos
x x
Ações de educação alimentar e
nutricional
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Agricultura familiar para utilização
na alimentacao escolar
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Apoia práticas de agricultura urbana x x x x x x x x x x x
Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação. Secretaria de Segurança
Alimentar e Nutricional. MAPASAN - mapeamento de segurança alimentar e nutricional 2014. Brasília, DF, 2015b.
.
Quadro 3: Ações de Segurança Alimentar e Nutricional (SANS) para acesso à água para os municípios prioritários dos territórios de desenvolvimento do
Alto, Médio e Baixo Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce – 2015
Mesorregiões Alto Jequitinhonha Médio e Baixo Jequitinhonha Mucuri Norte Vale do Rio Doce
São Gonçalo
São Geraldo
Governador
Francisco Sá
Santa Maria
Jequitinhon
Diamantina
São José do
Engenheiro
Senhora do
Resplendor
Virgolândia
Montalvâni
Sabinópolis
Presidente
Palmópolis
Botumirim
Pedra Azul
Itacambira
Machacalis
Tarumirim
Serra Azul
São Pedro
Brasília de
Turmalina
Alvarenga
Capelinha
Carbonita
Cachoeira
Miravânia
Lagoa dos
Bonito de
Nanuque
Itanhomi
Japonvar
Bocaiúva
Lassance
Espinosa
Joaquim
Crisólita
Janaúba
Cônego
Capitão
Araçuaí
Itens avaliados / Municípios
Joaíma
Jacinto
Lontra
Padre
Divisa
Santo
Santo
Serro
Novo
Caraí
Sen.
Apoia tecnologias sociais de
armazenamento/acesso à água
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Tecnologias de acesso a àgua com o
apoio dos municípios
Cisternas com água para
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
consumo (Primeira Água)
Cisternas com água para
x x x x x x x x x x x
produção (Segunda Água)
AÇÕES DE SANS
Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação. Secretaria de Segurança
Alimentar e Nutricional. MAPASAN - mapeamento de segurança alimentar e nutricional 2014. Brasília, DF, 2015b.
Em relação aos Equipamentos Públicos de Segurança Alimentar e Nutricional (EPSAN),
verifica-se que apenas o município de Governador Valadares possuía Ceasa. Existe uma
proporção significativa de municípios que apresentavam mercado popular no Alto
Jequitinhonha (40%), Médio e Baixo Jequitinhonha (83%), Mucuri (25%), Norte (44%) e Vale
do Rio Doce (17%). Já o equipamento “sacolão público ou quitanda” está presente apenas
em Jacinto, no Médio e Baixo Jequitinhonha, além de Brasília de Minas e Lontra, no Norte.
Parte expressiva dos municípios possuíam feiras livres no Alto Jequitinhonha (70%), Médio
e Baixo Jequitinhonha (100%), Mucuri (50%), Norte (81%) e Vale do Rio Doce (42%). Em
relação às feiras livres de produtos orgânicos ou de base agroecológica, a proporção de
municípios que possui esse equipamento também é significativa no Alto Jequitinhonha
(60%), Médio e Baixo Jequitinhonha (54%), Mucuri (25%), Norte (13%) e Vale do Rio Doce
(33%). Entre os municípios avaliados, apenas Governador Valadares, no Vale do Rio Doce,
possui restaurante popular, e somente Pedra Azul, no Médio e Baixo Jequitinhonha, e
Brasília de Minas, no Norte, possuíam cozinhas comunitárias. Apenas Capelinha possui
banco de alimentos no Alto Jequitinhonha, equipamento ausente nos municípios do Médio e
Baixo Jequitinhonha e do Mucuri. No Norte, a presença de banco de alimentos é mais
significativa, com destaque para os municípios de Bocaiúva, Botumirim, Brasília de Minas,
Itacambira, Janaúba e Japonvar. No Vale do Rio Doce esse equipamento está presente nos
municípios de Alvarenga, Governador Valadares e Virgolândia.
103
Focalizam-se as ações de segurança alimentar e nutricional para acesso à água no quadro
3. Parte significativa dos municípios focalizados apoiam tecnologias sociais de
armazenamento e acesso à água no Norte (94%), Médio e Baixo Jequitinhonha (62%) e Alto
Jequitinhonha (60%). Nos municípios focados, pertencentes aos territórios do Vale do Rio
Doce e do Mucuri, o percentual de apoio às tecnologias sociais de armazenamento e acesso
à água são bem mais reduzidos (25, nos dois casos). Entre as tecnologias utilizadas para
permitir o acesso à água destacam-se as cisternas com água para o consumo (primeira
água), cisternas com água para a produção (segunda água), os sistemas coletivos de
abastecimento de água, os barreiros ou pequenas barragens e os poços artesianos.
Como observado, não há como tecer considerações gerais em relação aos dados
apresentados nos quadros 1 a 3, seja porque não cobrem toda a área de abrangência que
constitui objeto de investigação neste estudo, sobretudo em se tratando de foco no
segmento populacional inserido na área rural, seja porque remetem a condicionantes de
políticas específicas.
A presente seção deste diagnóstico diz respeito a indicadores mais diretamente afeitos à
assistência social e, de certa forma, ou em alguma medida, podem apontar público-alvo ou
necessidades específicas de ações visando o bem-estar da população. Seu objetivo é
abordar indicadores de vulnerabilidade, tendo como unidade de análise tanto o indivíduo
quanto as famílias ou a comunidade e, na medida da disponibilidade de informações, inclui
um foco especial nas populações quilombola e indígena.
104
Jequitinhonha, 30,30% das crianças de quatro e cinco anos, moradoras de municípios de
pequeno porte, estavam fora da escola. Esse percentual eleva-se para 31,46 no Norte,
34,21 no Vale do Rio Doce, 37,65 no Alto Jequitinhonha, e chega a 47,84 no Mucuri. No
Território do Alto Jequitinhonha, 3,02% das crianças com idades entre seis e 14 anos não
frequentavam instituições de ensino, percentual correspondente a 3,16 no Médio e Baixo
Jequitinhonha, 3,25 no Norte, 2,98 no Vale do Rio Doce e 4,08 no Mucuri. Assim, ainda que
a atenção pública deva se manter sobre a educação nos níveis fundamentais e médio, os
níveis pré-escolares também devem ser levados em consideração para a implementação de
políticas públicas educacionais nesses territórios.
Tabela 10: Indicadores de vulnerabilidade para o agregado de municípios com população inferior a
20 mil habitantes dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha, 2010
Alto Médio e Baixo Vale do Rio
Mesorregiões Mucuri Norte
Jequitinhonha Jequitinhonha Doce
Crianças e Jovens
% de crianças de 4 a 5 anos fora da escola 37,65 31,30 47,84 31,46 34,21
% de crianças de 6 a 14 anos fora da escola 3,02 3,16 4,08 3,25 2,98
% de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, nem trabalham
e são vulneráveis a pobreza 20,66 25,41 24,78 26,36 21,84
% de mulheres de 10 a 14 anos que tiveram filhos 0,16 0,09 0,35 0,41 0,16
% de mulheres de 15 a 17 nos que tiveram filhos, taxa de
atividade – 10 a 14 anos 4,46 5,71 6,17 7,27 6,38
Família
% de mães chefes de família sem fundamental completo e com
filhos menores de 15 anos 25,11 24,85 24,55 25,18 24,30
% de crianças extremamente pobres 22,37 25,76 24,46 25,36 17,30
Trabalho e renda
% de vulneráveis à pobreza 58,10 63,40 62,05 65,51 54,87
% de pessoas de 18 anos ou mais sem fundamental completo e
em ocupação informal 19,52 21,42 20,31 20,00 19,19
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de ponderação.
Rio de Janeiro, 2013a.
Ainda no que diz respeito à população jovem, 4,46% das mulheres moradoras em
municípios de pequeno porte no Alto Jequitinhonha, e com idades entre 15 e 17 anos, têm
ao menos um filho. Esse é também o caso de 5,71% das jovens, nessa mesma faixa etária,
105
residentes no Médio e Baixo Jequitinhonha, 6,17% das jovens do Mucuri, 7,27% das jovens
do Norte e 6,38% das jovens do Vale do Rio Doce.
Assim, são ainda maiores, nesses municípios, os percentuais de crianças em idades pré-
escolares, que não frequentam creches (tab. 11). No Alto Jequitinhonha, esse percentual
corresponde a 58,85 das crianças com idades de quatro e cinco anos, 67,54 no Médio e
Baixo Jequitinhonha, 57,77 no Mucuri, 49,82 no Norte e 34,08 no Vale do Rio Doce.
Crianças e adolescentes do campo em idade escolar, mas que não frequentam instituições
de ensino correspondem a 3,83% no Alto Jequitinhonha, 4,90% no Médio e Baixo
Jequitinhonha, 4,35% no Mucuri, 2,31% no Norte e 3,20% no Vale do Rio Doce, percentuais
próximos àqueles encontrados quando da análise dos municípios pequenos. Jovens, com
idades entre 15 e 24 anos, que não trabalhavam nem estudavam, moradores em áreas
rurais, correspondem a percentuais entre 23,41 no Alto Jequitinhonha e 31,33 no Mucuri,
proporções superiores àquelas encontradas no âmbito dos municípios de pequeno porte.
A proporção de mulheres muito jovens com filhos – situação que pode agravar o quadro de
vulnerabilidade já instalado, gerando evasão escolar, por exemplo – é mais acentuada em
áreas rurais dos municípios médios e grandes, do que nos municípios de pequeno porte. O
106
percentual de mulheres com idades entre 15 e 17 anos que são mães corresponde a 5,31
no Alto Jequitinhonha, 9,38 no Médio e Baixo Jequitinhonha, 14,64 no Mucuri, 6,75 no Norte
e a 7,38 no Vale do Rio Doce.
Tabela 11: Indicadores de vulnerabilidade no campo para o agregado de municípios com população
superior a 20 mil habitantes dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce,
Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha, 2010
Alto Médio e Baixo Vale do Rio
Mesorregiões Mucuri Norte
Jequitinhonha Jequitinhonha Doce
Crianças e Jovens
% de crianças de 4 a 5 anos fora da escola 58,85 67,54 57,77 49,82 34,08
% de crianças de 6 a 14 anos fora da escola 3,83 4,90 4,35 2,31 3,20
% de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, nem trabalham e são
vulneráveis a pobreza 23,41 28,14 31,33 28,17 23,93
% de mulheres de 10 a 14 anos que tiveram filhos 0,56 0,00 0,00 0,07 0,00
% de mulheres de 15 a 17 nos que tiveram filhos, taxa de atividade – 10 a 14
anos 5,31 9,38 14,64 6,75 7,38
Família
% de mães chefes de família sem fundamental completo e com filhos
menores de 15 anos 38,28 36,65 26,45 24,80 24,60
% de crianças extremamente pobres 26,63 37,16 19,68 29,11 19,27
Trabalho e renda
% de vulneráveis à pobreza 68,31 72,43 67,99 68,42 60,54
% de pessoas de 18 anos ou mais sem fundamental completo e em
ocupação informal 32,01 30,36 19,92 27,02 22,08
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de ponderação.
Rio de Janeiro, 2013a.
Também são superiores as proporções de famílias com crianças, chefiadas por mulheres
com escolaridade correspondente ao ensino fundamental incompleto: 24,60% das famílias
com crianças no Vale do Rio Doce e 38,28% das famílias no Alto Jequitinhonha são
chefiadas por mulheres com baixa escolaridade. Soma-se a esse quadro o percentual de
crianças em situação de extrema pobreza. Em municípios rurais, entre 19,27% das crianças
no Vale do Rio Doce e 37,16% das crianças no Médio e Baixo Jequitinhonha são
extremamente pobres.
Pessoas maiores de 18 anos que ocupam postos de trabalho informal, e que não possuem o
ensino fundamental completo correspondem a um percentual de 32,01 no Alto
Jequitinhonha, 30,36 no Médio e Baixo Jequitinhonha, 19,92 no Mucuri, 27,02 no Norte e a
22,08 no Vale do Rio Doce, percentuais também superiores àqueles encontrados para os
municípios de pequeno porte. Essa situação agrava ainda mais a situação de
vulnerabilidade à pobreza, e justifica a necessidade de investimentos específicos entre
jovens e adultos no meio rural, sobretudo no que concerne à geração de trabalho e renda e
acesso à educação. Assim, 68,31% é o percentual de vulneráveis à pobreza no Alto
Jequitinhonha, proporção correspondente a 72,43% no Médio e Baixo Jequitinhonha,
67,99% no Mucuri, 68,42% no Norte, e 60,54% no Vale do Rio Doce.
107
O conjunto dessas informações revela um contexto social grave e preocupante nos
territórios de desenvolvimento que são foco deste diagnóstico. Um indicador síntese das
condições precárias a que se faz referência é, com certeza, a fração populacional que se
encontra em situação de vulnerabilidade à pobreza, que varia de 54,87% a 72,43%, de
acordo com a localização espacial do agrupamento no âmbito da área geográfica analisada.
As análises seguintes focalizam um segmento populacional específico, que faz parte dos
registros do Cadastro Único (CadÚnico), instrumento criado pelo Governo Federal para
identificar e caracterizar famílias de baixa renda, público-alvo de seus programas sociais. O
CadÚnico conta com informações relativas a características de residências, identificação de
moradores, situação de trabalho e renda, entre outros dados.
4.7.2.1 Domicílios
O mapa 37 mostra a distribuição espacial dos domicílios com piso de terra, no segmento
rural dos territórios de desenvolvimento em análise. Nas áreas rurais dos municípios médios
e grandes há pequena concentração de domicílios (até 5%) com piso de terra. No entanto,
alguns municípios têm alta concentração de domicílios nesta condição. Assim, por exemplo,
os municípios de Jaíba e do Serro possuem 31,54% e 23,61% de seus domicílios em piso
de terra, respectivamente. A concentração de domicílios com piso de terra é ainda superior
quando pequenos municípios são levados em consideração (municípios com populações
inferiores a 20 mil habitantes). Nessas áreas, diversos municípios apresentam um
percentual superior a 15 de domicílios nessa situação, com destaque para Coronel Murta
(62,56) e Ladainha (58,96).
108
Mapa 37: Percentual de domicílios com piso de terra para os
municípios médios e grandes (área rural) e pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio
Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e
Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015
109
Mapa 38: Percentual de domicílios de alvenaria para os municípios
médios e grandes (área rural) e pequenos municípios dos
territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte,
Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015
A presença de água entre habitações das áreas em análise também constitui variável
importante para se conhecer as dimensões de qualidade de vida das populações, no que diz
respeito aos seus modos de habitação. De acordo com os dados ilustrados no mapa 39,
municípios com populações inferiores a 20 mil habitantes, apresentam uma concentração
maior de domicílios que contam com esse recurso, em comparação com as áreas rurais de
municípios médios e grandes. Ainda assim, entre municípios menores, 36,85% dos
domicílios em Nova Belém e 22,26% em Ladainha não contam com água encanada. Entre
os municípios maiores esses percentuais correspondem a 47% em Rio Pardo de Minas, e a
45% em Pirapora.
110
Mapa 39: Percentual de domicílios com água encanada para os
municípios médios e grandes (área rural) e pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do
Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais –
2015
Entre os municípios de pequeno porte, são mais frequentes aqueles em que a concentração
de domicílios com cisterna ultrapassa 3%. Ainda assim, independentemente da unidade
abordada (se áreas rurais de médios e grandes municípios ou se pequenos municípios),
apenas uma pequena parte das habitações contam com cisternas (mapa 40). Exceções são
os municípios de São José do Jacuri, Fernandes Tourinho e Curral de Dentro, com 33,67%,
30,67% e 26%, respectivamente, de domicílios com cisterna, entre os pequenos, e Novo
Cruzeiro, com 12% de domicílios com cisterna, entre as áreas rurais dos municípios de
médio e grande porte.
111
Mapa 40: Percentual de domicílios com cisterna para os
municípios médios e grandes (área rural) e pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale
do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais –
2015
112
Populações fora do perímetro urbano de municípios com populações superiores a 20 mil
habitantes contam mais frequentemente com rede de abastecimento de água do que
municípios com populações inferiores a 20 mil habitantes. Entre os municípios pequenos
destacam-se Frei Lagonero, com apenas 18,37% de domicílios com abastecimento de água,
e Ladainha, com 16,70% de domicílios que contam com esse recurso. Considerando-se as
áreas rurais dos municípios médios e grandes, apenas 38,38% dos domicílios em Caraí,
37,68% em São João da Ponte e 29,33% em Novo Cruzeiro contam com rede de
abastecimento de água (mapa 42).
113
Mapa 43: Percentual de domicílios com escoamento sanitário
para os municípios médios e grandes (área rural) e
pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale
do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2015
114
Mapa 44: Percentual de domicílios com coleta de lixo para os
municípios médios e grandes (área rural) e pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do
Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais –
2015
115
Entre 50 e 70% ou mais dos domicílios da maior parte dos pequenos municípios estão
localizados em vias sem calçamento (mapa 46). Nas áreas rurais de municípios médios e
grandes há a prevalência de entre 30 e 50% de habitações que não contam com calçamento
nas ruas. Mas alguns municípios rurais apresentam uma disponibilidade menor de ruas com
calçamento, como São José do Divino, Salto da Divisa, e Marilac (13%, 10,06% e 9,60%,
respectivamente). Entre as áreas rurais dos municípios médios e grandes somente 17% dos
domicílios em Jequitinhonha e 11,66% dos domicílios rurais em Governador Valadares se
localizam em ruas com calçamento.
116
4.7.2.2 Pessoas
O mesmo ocorre no que concerne à frequência de crianças com idades entre quatro e cinco
anos fora da escola. Entre os municípios pequenos, são mais frequentes aqueles em que
mais de 80% das crianças nessa faixa de idade não frequenta a pré-escola. A não
frequência a estabelecimentos de ensino diminui na medida em que há um incremento na
faixa etária analisada. Assim, em apenas alguns municípios, independentemente do
tamanho, mais de 16% das crianças e adolescentes entre seis e 14 anos de idade, e mais
de 3,5% das crianças e adolescentes entre 15 e 17 anos de idade não frequentam a escola.
117
Mapa 47: Percentual de pessoas por faixa de renda médios e grandes (área
rural) e pequenos municípios dos territórios de desenvolvimento do
Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha, 2015
118
Mapa 48: Taxa de analfabetismo (1) e percentual de crianças e adolescentes
fora da escola (2) nos médios e grandes (área rural) e pequenos
municípios dos territórios do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do
Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha, 2015
119
Com base nas informações analisadas nesta seção, cabe sublinhar três características
básicas que permitem dimensionar a situação socioeconômica degradada dos territórios de
desenvolvimento que são foco deste diagnóstico: a primeira diz respeito ao reduzido valor
do rendimento familiar per capita auferido pela grande maioria da população rural local; a
segunda está relacionada à expressiva incidência de analfabetismo entre jovens e adultos
(indivíduos com 15 anos ou mais) e a terceira se refere à elevada proporção de crianças de
quatro e cinco anos não matriculadas nas atividades pré-escolares.
O número de pessoas atendidas pelo Programa Projovem é maior no Território Norte, tanto
quando levados em consideração municípios com populações inferiores a 20 mil habitantes,
quanto se levadas em consideração as áreas rurais dos municípios médios e grandes (tab.
12). Em municípios pequenos do Território Norte, 1 880 jovens eram atendidos pelo
Programa em 2015, ao passo que outros 1 662 jovens residentes fora do perímetro urbano
dos municípios médios e grandes também eram beneficiados. No Território do Mucuri um
número maior de jovens eram atendidos pelo programa em municípios pequenos (257
jovens), em contraste com um atendimento circunscrito a 56 jovens residentes fora do
perímetro urbano dos municípios de médio e grande porte. De um modo geral, o Projovem
tem um público maior em municípios pequenos (3 626 atendidos) do que em áreas rurais de
municípios rurais médios e grandes (2 909 beneficiários).
16
O Projovem tem como objetivo estimular a permanência de jovens em cursos que visam complementar seu
processo de escolarização e proporcionar a obtenção de qualificação profissional inicial, dividindo-se em
Projovem Urbano e Projovem Campo. O Projovem fornece bolsas mensais a jovens com idades entre 18 e 29
anos, alfabetizados, mas que não concluíram o ensino fundamental. O Benefício de Prestação Continuada ao
Deficiente e ao Idoso, por sua instância, fornece um salário mínimo mensal ao idoso com idade acima de 65
anos, bem como ao portador de deficiência física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo, cuja renda per
capita familiar seja menor que ¼ do salário mínimo vigente. O Programa do Leite, ou Programa de Aquisição de
Alimentos (PAA) na modalidade leite, tem como objetivo o fornecimento de leite por produtores familiares –
incentivando assim a produção familiar – para o consumo de famílias que se encontram em estado de
insegurança alimentar e nutricional.
120
Tabela 12: Pessoas atendidas pelos programas sociais (1) para o agregado de municípios com
população superior a 20 mil habitantes (população rural) e inferior a 20 mil habitantes
nos territórios de desenvolvimento do Alto Jequitinhonha, Médio e Baixo
Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce, 2015
Programa social
Mesorregião Pró-jovem BPC Programa
BPC Idoso
adolescente Deficiente do Leite
Municípios > 20 mil
Alto Jequitinhonha 518 3 503 1 123 15 478
Médio e Baixo Jequitinhonha 527 3 458 2 545 10 427
Mucuri 56 1 255 1 565 8 545
Norte 1 662 10 879 3 640 47 982
Vale do Rio Doce 146 2 690 2 076 730
Total 2 909 21 785 10 949 83 162
Municípios < 20 mil
Alto Jequitinhonha 531 3 087 564 11 408
Médio e Baixo Jequitinhonha 629 2 736 1 375 12 439
Mucuri 257 2 351 1 274 15 282
Norte 1 880 7 081 2 030 49 211
Vale do Rio Doce 329 5 651 2 469 3 355
Total 3 626 20 906 7 712 91 695
Total 6 535 42 691 18 661 174 857
Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. CadÚnico. Brasília, DF, 2015a.
121
beneficiários, respectivamente). Esse é o programa social com maior cobertura, ou seja, que
possui o maior número de beneficiários nos territórios em análise, com 174 857 pessoas
atendidas.
Mapa 49: Índice de recursos humanos na assistência social nos grandes e médios e
pequenos municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio
Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto
Jequitinhonha – Minas Gerais – 2011
122
4.7.2.4 Comunidades tradicionais
O rendimento familiar per capita entre os quilombolas era muito baixo em todos os territórios
analisados, sobretudo no Médio e Baixo Jequitinhonha. Nesse caso, 90,37% dos domicílios
contavam com rendimento per capita inferior a ¼ do salário mínimo. Esses percentuais
correspondem a 89,40% no Território Norte, 81,59% no Alto Jequitinhonha e a 79,21% no
Mucuri. Entre quilombolas residentes em municípios médios e grandes, 27,24% não sabiam
ler, no Médio e Baixo Jequitinhonha, percentual correspondente a 26 no Território Norte,
21,31 no Alto Jequitinhonha e a 20,79 no Mucuri. Ressalta-se que há uma discrepância no
tamanho dessas populações quilombolas, entre os territórios. Nas áreas rurais de
municípios médios e grandes do Território Norte havia 7 295 quilombolas. Esse número
diminui para 1 989 no Alto Jequitinhonha, 301 no Médio e Baixo Jequitinhonha e 101 no
Mucuri.
123
Tabela 13: Características da população quilombola cadastrada no Cadastro Único nos grandes e
médios (área rural) e pequenos municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do
Rio Doce Norte Vale do Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2015
Grandes e Médios municípios (rural)
Variáveis/mesorregiões Alto Médio e Baixo Mucuri Norte Vale do Alto
Jequitinhonha Jequitinhonha Rio Doce Jequitinhon
Total de pessoas 1689 301 101 7295 0 1
% Piso de terra 15,57 25,58 11,88 21,70 0,00 20
% Alvenaria 83,42 46,84 92,08 79,03 0,00 52
% Água canalizada 60,33 66,45 44,55 60,41 0,00 64
% Cisterna 0,47 3,65 11,88 2,55 0,00 3
% Poço artesiano 64,65 41,53 82,18 56,09 0,00 64
% Rede de abastecimento 29,72 36,21 0,00 26,33 0,00 12
% Escoamento sanitário 18,95 19,60 4,95 2,89 0,00 2
% Coleta de Lixo 18,59 32,56 1,98 19,77 0,00 5
% Energia elétrica 92,84 73,42 92,08 84,74 0,00 88
% Sem calçada 89,58 70,10 95,05 80,71 0,00 86
% Renda per capita da família inferior à 1/4 de sm 81,59 90,37 79,21 89,40 0,00 82
% Renda per capita da família entre 1/4 a 1/2 sm 14,62 6,64 11,88 7,96 0,00 12
% Renda per capita da família entre 1/2 a 1 sm 3,73 2,99 8,91 2,56 0,00 4
% Renda per capita da família entre maior que 1 sm 0,06 0,00 0,00 0,07 0,00 0
% Não sabe ler 21,31 27,24 20,79 26,00 0,00 25
Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. CadÚnico. Brasília, DF, 2015a
Nota: Não há registro de população quilombola nos municípios grandes e médios do Território de
Desenvolvimento do Vale do Rio Doce.
124
No que diz respeito aos rendimentos, também entre os municípios pequenos prevalecem
rendas muito baixas. No Mucuri, 90,53% dos domicílios quilombolas possuíam renda familiar
per capita de até ¼ do salário mínimo, percentual correspondente a 83,94 no Norte, a 82,16
no Alto do Jequitinhonha, a 80,19 no Médio e Baixo Jequitinhonha e a 72,01 no Vale do Rio
Doce. Mais uma vez é importante assinalar as diferenças em tamanho das populações
quilombolas entre territórios: a população quilombola do Alto Jequitinhonha corresponde a
1 676 indivíduos, número que chega a 2 014 no Médio e Baixo Jequitinhonha, 549 pessoas
no Mucuri, 4 756 no Norte e 568 indivíduos no Território do Vale do Rio Doce.
Entre pequenos municípios, 5,27% dos domicílios do Mucuri possuíam água canalizada,
3,61% possuíam rede de abastecimento, e 1,85% possuíam escoamento sanitário. No que
concerne ao rendimento, 97,66% dos domicílios indígenas do Mucuri possuíam renda
familiar per capita inferior a ¼ do salário mínimo. Além disso, 81,55% dos indígenas do
Território Médio e Baixo Jequitinhonha não sabiam ler. As diferenças no número de
indígenas permanecem: essa população correspondia a apenas 11 indivíduos no Alto
Jequitinhonha, a 103 no Médio e Baixo Jequitinhonha, a 1 025 no Mucuri, a 3 918 no Norte e
a 227 pessoas no Vale do Rio Doce.
125
Tabela 14: Características da população indígena cadastrada no Cadastro Único nos grandes e médios (área rural) e pequenos municípios dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha, 2015
Grandes e Médios municípios (rural) Pequenos municípios
Variáveis/mesorregiões Alto Médio e Baixo Mucuri Norte Vale do Alto Médio e Baixo Mucuri Norte Vale do
Jequitinhonha Jequitinhonha Rio Doce Jequitinhonha Jequitinhonha Rio Doce
Total de pessoas 24 18 49 91 29 11 103 1025 3918 227
% Piso de terra 16,67 77,78 83,67 60,44 0,00 100,00 75,73 90,05 42,45 20,70
% Alvenaria 75,00 77,78 67,35 91,21 0,00 18,18 51,46 4,00 55,33 94,71
% Água canalizada 83,33 77,78 42,86 84,62 0,00 27,27 52,43 5,27 70,11 64,32
% Cisterna 0,00 0,00 0,00 4,40 0,00 0,00 0,00 0,00 0,94 3,52
% Poço artesiano 33,33 0,00 40,82 15,38 0,00 72,73 36,89 87,90 75,50 74,89
% Rede de abastecimento 58,33 77,78 42,86 80,22 0,00 27,27 39,81 3,61 10,21 11,89
% Escoamento sanitário 41,67 61,11 36,73 49,45 0,00 0,00 33,98 1,85 0,46 7,49
% Coleta de Lixo 33,33 77,78 46,94 74,73 0,00 0,00 36,89 3,80 6,76 9,69
% Energia elétrica 83,33 77,78 48,98 94,51 0,00 18,18 66,99 64,59 79,10 89,43
% Sem calçada 66,67 0,00 36,73 28,57 0,00 0,00 33,01 88,88 81,60 74,01
% Renda per capita da família inferior à 1/4 de sm 100,00 66,67 93,88 92,31 0,00 81,82 83,50 97,66 89,74 80,18
% Renda per capita da família entre 1/4 a 1/2 sm 0,00 33,33 0,00 7,69 0,00 18,18 11,65 1,56 6,48 18,06
% Renda per capita da família entre 1/2 a 1 sm 0,00 0,00 6,12 0,00 0,00 0,00 4,85 0,78 3,65 1,76
% Renda per capita da família entre maior que 1 sm 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,13 0,00
% Não sabe ler 41,67 11,11 59,18 20,88 0,00 63,64 81,55 43,90 71,11 74,89
Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. CadÚnico. Brasília, DF, 2015a
Nota: Não há registro de população quilombola nos municípios grandes e médios do Território de Desenvolvimento do Vale do Rio Doce.
Os dados expostos nesta seção proporcionam uma visão panorâmica da situação
socioeconômica de comunidades tradicionais que vivem na área rural dos territórios de
desenvolvimento que foram analisados. Pode-se afirmar que essas comunidades
tradicionais, formadas especificamente pelas populações quilombolas e indígenas,
vivenciam condições que, de maneira geral e em muitos aspectos, reproduzem em
parâmetros mais críticos os problemas enfrentados pelo conjunto populacional local. A
despeito de diferenciações territoriais, observam-se precariedades de toda ordem, tanto em
termos habitacionais quanto de acesso a serviços públicos e infraestruturais coletivos.
Verifica-se, ainda, um padrão de renda muito baixo e taxas de analfabetismo que se
mantém em níveis ainda significativos.
127
5 MAPEAMENTO DE AÇÕES DE COMBATE À POBREZA
Na sua concepção original, o objetivo desta seção prevê uma análise das ações
relacionadas à oferta de serviços, programas e políticas públicas voltadas para a situação
de pobreza em áreas rurais de Minas Gerais, assim como a “identificação de eventuais
desenhos de marcos lógicos (metodológicos e conceituais).” (MINAS GERAIS, 2016, p. 4).
A FJP teve oportunidade de, juntamente com a SEPLAG, discutir com cada uma das
secretarias estaduais as propostas a serem inseridas no PMDI 2016-2027, sendo esta a
primeira vez, nas últimas décadas, que foi adotada uma metodologia de concepção
endógena do planejamento governamental, sem contar com consultoria externa para sua
elaboração. Esse trabalho interativo e altamente participativo também foi adotado na
proposição do PPAG 2016-2019 (Exercício 2017). Neste caso, a SEPLAG e a FJP
promoveram pelo menos três rodadas de discussão com cada secretaria até se chegar a um
consenso sobre as ações a serem propostas.
128
Quadro 4: Programas constantes no PPAG 2016 – 2019 (exercício 2017) que contemplam o objetivo de reduzir a pobreza rural
122: Água para todos – Promover a universalização do acesso e uso da água para consumo
universalização do Saúde e Proteção humano e para a produção de alimentos e minimizar os efeitos da baixa
Sedinor 127.874.885
acesso e uso da Social precipitação com alto evapotranspiração adequando as formas de
água. abastecimento existentes ao contexto climático da região.
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte,
2016].
Nota: Fucam = Fundação Educacional Caio Martins. Sedinor = Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste. SEDA = Secretaria de Estado
de Desenvolvimento Agrário
Quadro 5: Ações que visam a redução da pobreza rural por programa
(Continua)
Programas Ações Finalidade
Garantir atendimento a crianças, adolescentes e jovens, com
4031: Atendimento a crianças, adolescentes e atividades em tempo integral, em ambientes adequados,
jovens em situação de vulnerabilidade. realização de melhorias nas instalações físicas e manutenção
019: Promoção social de jovens no campo e das atividades produtivas da fundação.
periferias urbanas. Possibilitar a aproximação da comunidade, buscando um maior
4373: Educação complementar e atividades vínculo familiar e o convívio comunitário, promover oficinas de
de educação integral. arte, cultura e cursos profissionalizantes. Operar como
complementação ao ensino integral de escolas estaduais.
Contribuir para a emancipação produtiva e econômica e
4209: Apoio à inclusão produtiva e autonomia melhoria da qualidade de vida das mulheres do campo,
econômica das mulheres do campo. considerando os problemas históricos relacionados à questão
de gênero.
Apoiar a inclusão produtiva e a garantia de renda mínima a
4233: Garantia de renda mínima aos famílias em situação de extrema pobreza e a famílias
agricultores familiares. vulneráveis à insegurança alimentar e nutricional devido à
perda de produção agrícola por intempéries.
Promover condições para a permanência do jovem no meio
4238: Apoio à permanência do jovem no rural e estimular a participação social desse público, por meio
059: Apoio à produção sustentável, campo e à continuidade da agricultura de atividades relativas à capacitação, geração de renda e
agregação de valor e comercialização - familiar – sucessão rural. difusão de conhecimentos tradicionais e sustentáveis da
do campo à mesa. agricultura familiar.
Promover a participação e o controle social no âmbito das
4248: Controle, gestão e mobilização social
políticas de desenvolvimento agrário, por meio da viabilização
para o desenvolvimento rural.
de atividades dos órgãos colegiados ligados à secretaria.
Apoiar e fomentar o desenvolvimento sustentável dos povos e
comunidades tradicionais (PCTS) com o objetivo de superar a
4257: Acesso à terra e desenvolvimento pobreza no meio rural e urbano desses grupos, contribuindo,
sustentável de povos e comunidades por meio do incentivo à utilização de iniciativas coletivas, para o
tradicionais. acesso à terra, a produção sustentável, a agregação de valor e
comercialização dos produtos dos PCTS e a valorização
identitária e cultural destes povos.
Quadro 5: Ações que visam a redução da pobreza rural por programa
(Continuação)
Programas Ações Finalidade
Fortalecer o SUAS nos municípios por meio da transferência
4311: Piso mineiro de assistência social fixo.
regular e automática do piso mineiro da assistência social.
Ampliar os recursos de cofinanciamento estadual para a política
de assistência social, ampliando e qualificando a oferta de
serviços de proteção social básica e especial, com foco na
4312: Piso mineiro de assistência social
implantação de serviços que busquem reduzir desigualdades
variável.
regionais e promover a inclusão social de populações em
situação de risco social (população rural, populações
tradicionais, pessoas em situação de violação de direitos).
4313: Oferta de serviços socioassistenciais de Garantir e ofertar serviços socioassistenciais para pessoas com
média e alta complexidade não deficiência oriundas da extinta Fundação Estadual para o Bem
114: Oferta de proteção socioassistencial. regionais. Estar do Menor – Febem.
4447: Implantação e manutenção de serviços Expandir e regionalizar a oferta da proteção social especial de
regionais de média e alta complexidade. média e alta complexidade.
Fortalecer e estruturar a rede socioassistencial pública e
privada, com o objetivo de qualificar os serviços ofertados à
4585: Estruturação da rede socioassistencial
população, com foco nas entidades socioassistenciais da rede
privada e pública.
privada e na aquisição de veículos para atendimento de
população rural.
Combater a pobreza e extrema pobreza em Minas Gerais,
contribuindo para a redução de desigualdades regionais, e
4586 Transferência de renda.
promovendo a proteção social das populações em situação de
vulnerabilidade e risco social.
Promover as famílias em situação de extrema pobreza
122: Água para todos – universalização do 1056: Implantação de barraginhas ou pequena residentes em comunidades que não se encontram dispersas
acesso e uso da água. barragem. nas áreas de abrangência do semiárido mineiro e seu entorno o
acesso à água para produção.
Quadro 5: Ações que visam a redução da pobreza rural por programa
(Conclusão)
Programas Ações Finalidade
Promover as famílias em situação de extrema pobreza
residentes em comunidades que se encontram dispersas nas
1057: Implantação de barramentos.
áreas de abrangência do semiárido mineiro e seu entorno o
acesso à água para produção.
Promover as famílias em situação de extrema pobreza
residentes em comunidades que se encontram dispersas nas
1059: Implantação de cisterna de consumo.
áreas de abrangência do semiárido mineiro e seu entorno o
acesso à água para consumo humano.
Promover as famílias em situação de extrema pobreza
1060: Implantação de sistema simplificado de residentes em comunidades que não se encontram dispersas
abastecimento de água. nas áreas de abrangência do semiárido mineiro e seu entorno o
acesso à água para consumo humano.
122: Água para todos – universalização do
acesso e uso da água. Promover a universalização do acesso à água por meio de
ações de intervenções de infraestrutura hídrica, de forma a
ampliar o acesso à água para o consumo humano e produção
de alimentos com a eliminação do desabastecimento dos
1061: Complementação da barragem em Mato
municípios de Mato Verde e Catuti em períodos de estiagem,
Verde.
beneficiando aproximadamente 14 925 habitantes, que
corresponde a aproximadamente 4 389 famílias, com a geração
de 7 728 empregos entre diretos, indiretos e induzidos (efeito
renda).
Adaptar o sistema de abastecimento de água de Montes Claros,
1062: Ampliação do sistema de abastecimento de forma a minimizar os efeitos da baixa precipitação,
de água de Montes Claros. adequando as formas de abastecimento existentes ao contexto
climático no município.
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de Ação Governamental 2016-2019: exercício 2017. [Belo Horizonte,
2016].
Há em andamento 17 estratégias de enfrentamento da pobreza no campo que estão sob a
responsabilidade de diferentes órgãos ou instituições. A Secretaria de Estado de Educação
está responsável pela execução de seis das dezessete ações planejadas pelo Governo de
Estado para combate à pobreza nas áreas rurais, a saber: (1ª) ampliar a oferta da educação
integral nas escolas estaduais; (2ª) escola aberta; (3ª) formação de profissionais de
educação; (4ª) aquisição de ônibus para transporte escolar; (5ª) reforma e ampliação de
unidades escolares; (6ª) estruturação de laboratórios de informática nas escolas.
133
Quadro 6: Política # 1 Ampliar a oferta de Educação Integral nas escolas estaduais
Especificação Descrição
Criar e estruturar o conceito de Educação Integral em
Minas Gerais, a partir da perspectiva da Educação
Integral e Integrada, considerando o estudante nas
suas diferentes perspectivas, desejos e atuações. A
partir desse conceito, é objetivo do Programa ampliar
o quantitativo de estudantes atendidos com Ações de
Objetivo
Educação Integral. Ampliar a oferta de alimentação
escolar para os estudantes da Rede Estadual de
Ensino que participam das Ações de Educação
Integral na Rede. Objetiva-se não apenas ampliar o
número de alunos atendidos, mas também a
qualidade da oferta da merenda escolar
Estudantes da Rede Estadual de Ensino
Qual é a grafia oficial da expressão “rede estadual de
ensino?
Público-alvo
É necessário uniformizá-la em todo o texto.
As ocorrências daqui em diante serão assinaladas de
amarelo.
Atendimento a 54 000 estudantes até o final do ano
Entrega
de 2016, em 275 municípios
Abrangência: 17 territórios
Orçamento: R$ 30.000.000,00 em 2016
Órgão Responsável Secretara de Estado da Educação
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de Ação
Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].
Além disso, a educação integral amplia a possibilidade de melhoria do estado nutricional dos
estudantes, sobretudo aqueles oriundos de famílias com maior nível de vulnerabilidade
social. Adicionalmente, a proporção do tempo despendido no transporte por estudantes de
escolas rurais – elemento que não pode ser desprezado num contexto rural em que
prevalecem as grandes distâncias entre povoados – em relação ao tempo aproveitado nas
escolas será reduzida, o que pode, em alguma medida, contribuir para estimular a fixação
dos estudantes na escola.
A articulação dessa política com a nova reforma do ensino médio, anunciada recentemente
pelo Governo Federal, é de grande importância. Nos territórios focalizados, a educação
profissional tem caráter estratégico, com grande potencial para a redução das altíssimas
taxas de evasão no ensino médio. A implantação da educação integral e profissionalizante
conectada aos anseios dos jovens e à realidade local, resultado da articulação e apoio dos
três níveis de governo, trará repercussões muito positivas para os indicadores
socioeconômicos e de vulnerabilidade no médio prazo.
134
Federal, e está presente em 836 escolas no Estado de Minas Gerais. Destas, 343 estão em
municípios dos 5 territórios prioritários e 58 são escolas rurais, em 37 municípios, nos quais
são atendidos 232 alunos”. Entre as atividades desenvolvidas, incluem-se 57 de
acompanhamento pedagógico; 16 de agroecologia; 69 de cultura, artes e educação
patrimonial; 10 de educação em direitos humanos; 60 de esporte e lazer; 18 de memória e
história das comunidades tradicionais; além de duas de iniciação científica.
A Política #2, denominada escola aberta, poderá trazer repercussões positivas para as
comunidades envolvidas (quadro 7). Equipamentos de esporte e lazer geralmente não estão
presentes nas comunidades, o que favorecerá o sucesso dessa iniciativa. A integração e o
envolvimento das comunidades na escola pública são essenciais para reforçar o papel da
escola no âmbito local. Esta política deverá estar integrada com outras ações da estratégia,
diante da importância da disponibilidade do transporte escolar para viabilizar as atividades
nas escolas que atendem populações rurais e, também, da reforma e adequação dos
equipamentos disponíveis nas escolas. Além disso, atividades artísticas e culturais
desenvolvidas no contexto da escola integral podem fazer parte do calendário de eventos da
escola aberta.
135
A Política #3 da estratégia de enfrentamento à pobreza no campo prevê a formação de
profissionais da educação (quadro 8). A carência de políticas de qualificação dos
profissionais em áreas de maior vulnerabilidade social também contribui para os altos
índices de retenção e evasão escolar. A melhoria constante do conhecimento técnico dos
profissionais é fundamental para a implementação de projetos educativos. Os cursos devem
estar voltados para o atendimento das necessidades básicas das populações rurais, a
exemplo da superação das altíssimas taxas de analfabetismo. Essa política de formação de
profissionais da educação deve dotar os educadores de ferramentas necessárias para a
formulação de projetos educacionais mais conectados à realidade local nas áreas rurais dos
territórios estudados, sobretudo, nas escolas situadas em comunidades tradicionais.
136
A Política #4, aquisição de ônibus para transporte escolar, é de grande importância para o
meio rural (quadro 9). Conforme apresentado no diagnóstico, boa parte dos municípios da
porção setentrional de Minas Gerais possui grande extensão territorial, o que amplia a
necessidade de reforço na política de transporte escolar. Ressalta-se que os ônibus também
são importantes para viabilizar a política #2, escola aberta, tendo em vista a necessidade de
transporte escolar também nos finais de semana. Transporte adequado é fundamental para
combater a evasão escolar no campo, sobretudo de alunos residentes em domicílios mais
afastados das escolas.
A Política #5, reforma e ampliação de unidades escolares, tem especial importância nos
territórios explorados neste diagnóstico (quadro 10). Apesar dos indicadores do Censo
Escolar 2014 demonstrar que boa parte das escolas avaliadas possui infraestrutura básica,
que permite o acesso à luz, água e internet, o funcionamento adequado das escolas
depende do aprimoramento constante da estrutura física, operacional, de segurança, de
bem-estar e acessibilidade. Conforme os dados apresentados na seção 4.7, existe um alto
percentual de domicílios que não possuem piso, alvenaria ou acesso à água e luz, o que
amplia a necessidade da presença dessas características no ambiente escolar já que o
ambiente das residências não favorece o estudo e o aprendizado.
137
Quadro 10: Política #5 Reforma e ampliação de unidades escolares
Especificação Descrição
Garantir e ampliar o funcionamento adequado
das unidades educacionais por meio da
Objetivo melhoria, manutenção e conservação da
infraestrutura física, operacional, de segurança,
de bem-estar social e acessibilidade.
Público-alvo Estudantes da rede estadual de ensino.
Entrega Atender 252 escolas do campo.
Abrangência: 16 territórios
Será investido no ano de 2016 o total de
Orçamento:
R$ 59.528.261,54
Órgão Responsável Secretara de Estado da Educação
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].
A Política #6, estruturação dos laboratórios escolares de informática, deverá adequar 335
escolas em 2016 aos novos tempos (quadro 11). A inclusão digital e o uso das Tecnologias
de Informação e Comunicação (TICs) oferecem uma grande oportunidade de ensino e
aprendizagem, o que não era disponível em décadas anteriores. Investimentos em
informática podem, inclusive, reduzir a necessidade de investimentos em setores antes
tradicionais do ensino (como redimensionamento das bibliotecas escolares, assinaturas de
revistas e jornais, entre outros.).
138
No entanto, é de extrema importância a conexão dessa política com a Política #3 (quadro 8),
já que os professores devem estar preparados para explorar o mundo de possibilidades com
a instalação de laboratórios de informática adequados. A manutenção constante dos
laboratórios é o grande gargalo dessa política. É muito comum em escolas públicas situadas
nos territórios de interesse a presença de laboratórios estruturados e sem utilidade, já que
os computadores exigem manutenção e acompanhamento constante.
A Política # 7 atende a um anseio antigo e, até então insatisfeito e visa, de fato, diferenciar
as políticas socioassistenciais direcionadas às populações rurais, tratando de forma desigual
problemas que se configuram diferentes (quadro 12). Isso poderá representar redução no
diferencial entre territórios, e mesmo no interior dos territórios, favorecendo exatamente
aqueles nos quais estão concentrados os contingentes mais expressivos de populações
vulneráveis à pobreza.
139
Quadro 12: Política #7 Confinamento de equipes volantes
Especificação Descrição
O Piso Mineiro de Assistência Social Variável
consiste no financiamento estadual destinado
ao cofinanciamento de serviços e programas
socioassistenciais conforme prioridades da
Política Estadual de Assistência Social,
pactuadas na Comissão Intergestores Bipartite
(CIB) e deliberadas pelo Conselho Estadual de
Assistência Social (CEAS). Ele tem como
objetivo orientar o financiamento estadual para
Objetivo
atender as especificidades e diversidades dos
territórios mineiros, adotando critério de
equidade para a alocação dos recursos
conforme as necessidades. Um dos
cofinanciamentos que integrará o Piso Variável
é o cofinanciamento para equipes volantes, com
o objetivo de fortalecer os serviços
socioassistenciais com foco no combate à
pobreza rural.
As equipes volantes integram as equipes dos
Centros de Referência de Assistência Social
(CRAS) e têm o objetivo de prestar serviços de
assistência social a famílias que residem em
locais de difícil acesso (áreas rurais,
comunidades indígenas, quilombolas, calhas de
Entrega
rios, assentamentos, dentre outros). Essa
equipe é responsável por fazer a busca ativa
dessas famílias. Em 2016, serão cofinanciados
41 municípios. Para 2017 e 2018, 41 novos
municípios serão atendidos a cada ano,
totalizando 123 municípios cofinanciados.
Médio e Baixo Jequitinhonha, Alto
Abrangência: Jequitinhonha, Mucuri, Vale do Rio Doce ou
Norte.
2016: R$ 738.000,00
Orçamento: 2017: R$ 2.952.000,00
2018: R$ 5.166.000,00
Secretaria de Estado de Trabalho e
Órgão Responsável
Desenvolvimento Social (Sedese)
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].
140
Quadro 13: Política #8 Doação de 34 novos veículos para uso do CRAS ou equipe volante
Especificação Descrição
Estruturar a rede socioassistencial, por meio da
doação de veículos a municípios mineiros,
contribuindo para o fortalecimento da proteção
Objetivo
social básica, especialmente CRAS (Centros de
Referência da Assistência Social) e equipes
volantes.
Indivíduos e famílias em situação de
vulnerabilidade social, especialmente aqueles
que vivem no campo, remanescentes de
Público-alvo comunidades tradicionais (como quilombolas e
indígenas) e comunidades populacionais
específicas (como assentados, acampados e
ribeirinhos).
34 veículos. Os 34 veículos foram adquiridos
com recursos oriundos de emenda ao
Entrega orçamento 2015 da Comissão de Participação
Popular da Assembleia Legislativa de Minas
Gerais.
33 municípios em 12 territórios de
Abrangência:
desenvolvimento.
Orçamento: R$ 1.000.000,00
Secretaria de Estado de Trabalho e
Órgão Responsável
Desenvolvimento Social (Sedese)
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].
141
Quadro 14: Política #9 Qualificação das equipes do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)
Especificação Descrição
Ações que visem à qualificação das equipes
municipais para o trabalho, considerando as
especificidades do campo e o enfrentamento da
pobreza rural, incluindo ampliação do acesso a
benefícios e serviços socioassistenciais. As
ações usarão duas estratégias diferenciadas,
uma presencial e outra à distância.
Presencialmente serão ofertadas oficinas e
Objetivo
visitas de apoio técnico abordando conteúdos
relacionados à ruralidade e considerando as
dimensões teórico-metodológicas e técnico-
operativas. À distância serão ofertados cursos
telepresenciais com a participação de
especialistas que discutirão temas identificados
como prioritários pelas equipes municipais
durante a atividades de apoio técnico.
210 trabalhadores qualificados, em 70
Entrega
municípios prioritários.
Abrangência: 14 territórios de desenvolvimento.
Orçamento: Estimado em R$ 100.000,00
Secretaria de Estado de Trabalho e
Órgão Responsável
Desenvolvimento Social (Sedese)
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].
142
Quadro 15: Política #10 Fortalecimento do Programa Leite pela Vida
(Continua)
Especificação Descrição
Aumentar o aporte de recursos do tesouro estadual
para o programa Leite pela Vida (atualmente em
torno de 20% do valor do convênio) e equiparar o
preço do litro de leite pago pelo Instituto de
Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas
Gerais (Idene) em relação ao preço de mercado.
Atualmente, o Idene paga 0,97 centavos enquanto no
mercado tradicional o preço varia entre R$ 1,15 e
Objetivo R$ 1,30, o que tem inviabilizado o programa em
alguns municípios. O Programa Leite pela Vida tem
como objetivo contribuir para o combate à fome e à
desnutrição de cidadãos que estejam em situação de
vulnerabilidade social e/ou em estado de insegurança
alimentar e nutricional – por meio da distribuição
gratuita de leite. São atendidas, prioritariamente, as
famílias com perfil do Bolsa Família, além dos
agricultores familiares fornecedores do programa.
É uma ação constante que prevê o atendimento de
95 municípios, com a seguinte meta anual: 2016: 70
Entrega
mil litros/dia 2017: 100 mil litros/dia 2018: 165 mil
litros/dia.
Norte, Alto Jequitinhonha, Médio e Baixo
Abrangência:
Jequitinhonha, Mucuri, Central, Noroeste e Rio Doce.
2016: R$ 4 milhões de recursos estaduais e R$ 30
milhões de recursos federais.
Orçamento: 2017 e 2018: R$ 65 milhões de recursos estaduais e
R$ 130 milhões de recursos federais.
A Política #11, garantia de renda mínima aos agricultores familiares, está sob a
responsabilidade da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (SEDA) (quadro 16).
A exemplo da política #10, ela integra esforços federais e estaduais, visando estabelecer
condições adequadas ao funcionamento do programa. É recomendável integrar essa ação a
outra que pudesse garantir orientação técnica aos produtores rurais, via capacitação
ofertada por servidores da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de
Minas Gerais (Emater), por exemplo, de maneira a possibilitar aumento da produtividade.
143
Quadro 16: Política #11 Garantia de renda mínima aos agricultores familiares
Especificação Descrição
Apoiar a inclusão produtiva e a garantia de renda
mínima a famílias em situação de extrema
pobreza e a famílias vulneráveis à insegurança
alimentar e nutricional devido à perda de
produção agrícola por intempéries. A ação
enfatiza o apoio ao programa federal de
Objetivo distribuição de recursos financeiros para famílias
com poucas condições de auferir renda e, por
isso, em vulnerabilidade no que tange à
insegurança alimentar, o Garantia-Safra. Neste
momento, está sendo realizada a mobilização
dos municípios para a assinatura do Termo de
Adesão ao programa Garantia-Safra 2016/2017.
A execução do Garantia Safra envolve
processos semelhantes em cada ano. No
primeiro semestre é feita a fiscalização dos
beneficiários que receberão o seguro, referente à
safra anterior; entre os meses de junho e julho é
feito o pagamento da parcela do estado,
Entrega
referente à safra anterior; no segundo semestre
de cada ano é feita a mobilização e adesão das
prefeituras e agricultores que serão
contemplados no ano seguinte. A previsão para
2016 é beneficiar 43 760 agricultores, totalizando
185 659 atendimentos até 2018.
Noroeste, Norte, Alto Jequitinhonha, Médio e
Abrangência:
Baixo Jequitinhonha e Mucuri.
O valor do recurso estadual é de
R$ 4.474.820,70 em 2016, totalizando
R$ 17.139.306,45 até 2018. O Fundo total
Orçamento
disponibilizado para Minas Gerais é de
R$ 42.500.000,00 (contribuição da União,
Estado, Municípios e Agricultores).
Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Órgão Responsável
Agrário (SEDA)
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].
144
melhoria efetiva das condições de vida da população, capazes de produzir efeitos tal como,
por exemplo, redução da taxa de mortalidade infantil.
Especificação Descrição
Esta ação visa contribuir para o abastecimento
de água com qualidade para as comunidades
Objetivo tradicionais, população Indígena e quilombola,
cujas sedes dos municípios tenham concessão
com a Copasa e Copanor.
2016: Serão elaborados diagnósticos e projetos
para melhorias dos sistemas de abastecimento
de água para as comunidades dos territórios
Mucuri e Vale do Rio Doce (oito territórios
indígenas e 22 territórios quilombolas). 2017:
Serão elaborados diagnósticos e projetos para
melhorias dos sistemas de abastecimento de
água de 174 comunidades (cinco territórios
Entrega indígenas e 169 territórios quilombolas)
integrantes dos territórios Alto, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Norte. Serão iniciadas as
obras/intervenções projetadas para as
comunidades dos territórios Mucuri e Vale do Rio
Doce. 2018: Serão iniciadas as
obras/intervenções projetadas para as
comunidades dos territórios Alto, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Norte.
Alto Jequitinhonha, Médio e Baixo Jequitinhonha,
Abrangência:
Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce.
R$ 300.000,00 em 2016. Os demais anos
Orçamento dependerão dos valores previstos para as obras
nos projetos que serão elaborados.
Companhia de Saneamento de Minas Gerais
Órgão Responsável
(Copasa-MG)
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].
Já no que se refere à Política #13 (Projeto Água Viva) atendeu os municípios de Arinos e
Formoso, em 25 comunidades (quadro 18).
145
Quadro 18: Política #13 Projeto Água Vida
Especificação Descrição
Busca-se proporcionar acesso à água em
qualidade e quantidade, prioritariamente para
consumo humano, e de promover condições de
saneamento básico adequados ao convívio
familiar em residências rurais. Especificamente o
projeto visa implantar cisternas, pequenas
coberturas para captação de água de chuva,
módulos sanitários e biodigestores em
comunidades/domicílios rurais, a fim de garantir
acesso à água de boa qualidade e esgotamento
Objetivo
sanitário básico. As famílias a serem
beneficiadas com os produtos dessa ação
deverão respeitar alguns pré-requisitos, como
por exemplo, residir em zona rural, estar inscrita
no Cad Único e possuir renda familiar per capita
de até R$ 154,00 (Cento e cinquenta e quatro
reais) mensais, possuir atendimento precário da
fonte hídrica que comprometa a quantidade e a
qualidade necessária, não possuir rede coletora
de esgoto, entre outras formas.
100 kits Água Vida (composto por módulo
sanitário, biodigestor, cisterna e cobertura para
captação de água de chuva) entregues às
famílias residentes em áreas rurais. As etapas
Entrega previstas para o projeto são: seleção e
mobilização das famílias, aquisição das cisternas
e biodigestores, aquisição dos módulos
sanitários e execução das obras de instalação
dos equipamentos.
Pretende-se atender, inicialmente, 100 famílias
sem rede de água potável e/ou esgotamento
Abrangência: sanitário. A viabilidade da ação, contudo,
condiciona-se à captação de recursos
financeiros, em processo de negociação.
R$ 17.000,00 por família beneficiada. R$
1.700.000,00 no total. Será definida a
Orçamento
abrangência territorial em conjunto com a
secretaria de estado responsável.
Órgão Responsável Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas)
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].
146
Quadro 19: Política #14 Doação de tubulação e reservatórios de água – Plano de Urgência para
Enfrentamento da Seca
Especificação Descrição
Esta ação objetiva a equipagem de poços
tubulares perfurados por meio do Plano de
Urgência para Enfrentamento da Seca. A
doação de 940 668 metros de tubos em PVC e
de 500 reservatórios de água em polietileno vai
Objetivo beneficiar 474 comunidades de 115 municípios
do Norte e Nordeste de Minas Gerais. Público
alvo: população de comunidades rurais
contempladas com a perfuração de poços
tubulares por meio do Plano de Urgência para
Enfrentamento da Seca.
940 668 metros de tubos em PVC e de 500
reservatórios de água em polietileno em 474
Entrega
comunidades já foram adquiridos e estão
aguardando apenas autorização de entrega.
Norte, Mucuri, Alto Jequitinhonha, Médio e Baixo
Abrangência: Jequitinhonha, Vale do Rio Doce, Central e
Noroeste.
Orçamento R$ 3.677.977,62
Secretaria de Estado de Desenvolvimento e
Órgão Responsável
Integração do Norte e Nordeste (Sedinor)
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].
No caso da Política #15 (Projeto Caixa D´água), sempre de acordo com o Grupo de
Trabalho para Acompanhamento das Ações de Enfrentamento da Pobreza no Campo, o
projeto foi implantado “em 1.000 comunidades rurais, beneficiando 30.000 famílias que já
receberam ou estão recebendo abastecimento de água por meio do Programa Água para
Todos e do Plano de Urgência para Enfrentamento da Seca” (quadro 20). No entanto, “o
programa não teve execução em 2016 por indisponibilidade orçamentária e ainda não há
previsão de financiamento para 2017”.
147
Quadro 20: Política #15 Projeto Caixa D´água
(Continua)
Especificação Descrição
Trata-se de da implantação de um modelo de
gestão de uso racional da água nas
comunidades rurais, por meio de uma ação
conjunta do Sistema Sedinor/Idene, Sedese,
Servas e Cemig. O modelo visa a melhoria da
oferta de água nas comunidades rurais das
regiões Norte e Nordeste de Minas Gerais, além
de diminuir os custos de energia elétrica para as
famílias consumidoras. Um dos efeitos
Objetivo
esperados pela implantação do projeto é o
estímulo ao desenvolvimento de atividades rurais
nas pequenas propriedades, tendo em vista o
público da população rural dos municípios da
área de abrangência do Sistema Sedinor/Idene
atendidos pelo Programa Água para Todos, pelo
Plano de Urgência para Enfrentamento da Seca
e outras políticas públicas de convivência com a
seca já implementadas.
Implantação do projeto em 1 000 comunidades
rurais, beneficiando 30 000 famílias que já
receberam ou estão recebendo abastecimento
de água por meio do Programa Água pra Todos
Entrega e do Plano de Urgência para Enfrentamento da
Seca, executados pelo Governo de Minas
Gerais. A meta são 333 comunidades em 2016,
333 comunidades em 2017 e 334 comunidades
em 2018.
Norte, Alto Jequitinhonha, Médio e Baixo
Abrangência: Jequitinhonha, Mucuri, Rio Doce, Central,
Caparaó, Vale do Aço, Metropolitano e Noroeste.
Orçamento R$ 30.000.000,00
Secretaria de Estado de Desenvolvimento e
Órgão Responsável
Integração do Norte e Nordeste (Sedinor)
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].
148
Quadro 21: Política #16 Energização dos poços artesianos
Especificação Descrição
Esta ação está relacionada às ações do Estado
no âmbito do Programa Água Para Todos. Em
resumo, objetiva realizar a ligação elétrica de
Objetivo poços artesianos. O público atendido por essa
iniciativa são moradores de comunidades rurais
com poços artesianos perfurados e não
energizados.
Energizar cerca de 1 500 poços artesianos que
já foram perfurados ou estão em fase de
perfuração. A parceria entre a Sedinor e a Cemig
está permitindo o funcionamento de poços que
Entrega foram perfurados e que não funcionavam por
falta de eletricidade. Em 2016, serão
energizados 250 poços. Em 2017, serão
energizados 650 poços. Em 2018, serão
energizados 600 poços.
Noroeste, Norte, Médio e Baixo Jequitinhonha,
Abrangência: Mucuri, Vale do Rio Doce, Alto Jequitinhonha e
Central.
2016: R$ 3,5 milhões
Orçamento 2017: R$ 9,1 milhões
2018: R$ 8,4 milhões
Secretaria de Estado de Desenvolvimento e
Órgãos Responsáveis Integração do Norte e Nordeste (Sedinor)
Cia Energética de Minas Gerais (Cemig)
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].
No caso da Política #17, na área compreendida pelos cinco territórios analisados neste
relatório, já foram atendidas 2 746 propriedades em 2016 (quadro 22).
149
Quadro 22: Política #17 Programa 100% presente – Eletrificação Rural
Especificação Descrição
O novo ciclo do Programa de Eletrificação Rural
tem o objetivo de elevar o índice médio de 95%
de propriedades rurais servidas de energia
elétrica, atingido em 2015, para mais de 99% até
Objetivo 2018. São atendidas propriedades rurais típicas,
poços artesianos comunitários, assentamentos
para fins de regularização fundiária de interesse
social, quilombos, tribos indígenas, escolas
rurais e produtores rurais.
Serão ligadas, aproximadamente, 50 000
propriedades em todas as regiões do Estado.
Desse montante, cerca de 30 000 solicitações
foram cadastradas até 2015 e serão atendidas
Entrega
prioritariamente ao longo dos 2 (dois) primeiros
anos. Para tal, serão construídos mais de 15 000
km de redes de distribuição e instalados cerca
de 40 000 transformadores.
Abrangência: 774 municípios em todos os 17 territórios de
desenvolvimento.
Orçamento R$ 800.000.000,00
Órgão Responsável Cia Energética de Minas Gerais (Cemig).
Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Plano Plurianual de
Ação Governamental 2016 – 2019: exercício 2017. [Belo Horizonte, 2016].
Em que pese alguns problemas de execução, o exame dos programas e ações que
integram a Estratégia de Enfrentamento da Pobreza no Campo, assim como o PPAG 2016-
2019 permite verificar que eles estão alinhados com os principais problemas que foram
identificados neste diagnóstico. Contudo, evidencia-se também a necessidade de ampliar e
fortalecer esses instrumentos de políticas públicas.
150
ANEXOS
151
Tabela 15: Renda per capita, percentual de pobres e de extremamente pobres nos pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce Norte Vale do
Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
(Continua)
Renda Extremamente
Pobres
Município Mesorregião per pobres
(%)
capita (%)
152
Tabela 15: Renda per capita, percentual de pobres e de extremamente pobres nos pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce Norte Vale do
Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
(Continuação)
Renda Extremamente
Pobres
Município Mesorregião per pobres
(%)
capita (%)
153
Tabela 15: Renda per capita, percentual de pobres e de extremamente pobres nos pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce Norte Vale do
Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
(Continuação)
Renda Extremamente
Pobres
Município Mesorregião per pobres
(%)
capita (%)
154
Tabela 15: Renda per capita, percentual de pobres e de extremamente pobres nos pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce Norte Vale do
Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
(Continuação)
Renda Extremament
Pobres
Município Mesorregião per e pobres
(%)
capita (%)
155
Tabela 15: Renda per capita, percentual de pobres e de extremamente pobres nos pequenos
municípios dos territórios de desenvolvimento do Vale do Rio Doce Norte Vale do
Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
(Conclusão)
Extremamente
Renda per Pobres
Município Mesorregião pobres
capita (%)
(%)
156
Tabela 16: Renda per capita, percentual de pobres e de extremamente pobres nos médios e
grandes municípios do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
Renda per Pobres Extremamente
Município Mesorregião
capita (%) pobres (%)
MONTES CLAROS Norte 354,36 32,84 10,78
GOVERNADOR VALADARES Vale do Rio Doce 402,89 32,76 10,95
TEÓFILO OTONI Mucuri 378,34 37,40 15,81
JANAÚBA Norte 342,44 32,83 8,25
JANUÁRIA Norte 222,49 55,59 38,02
SÃO FRANCISCO Norte 253,98 50,45 22,67
PIRAPORA Norte 434,38 15,77 0,00
BOCAIÚVA Norte 359,25 35,82 14,07
DIAMANTINA Alto Jequitinhonha 302,02 39,80 19,19
NANUQUE Mucuri 426,61 10,66 0,00
SALINAS Norte 296,93 39,66 22,04
ALMENARA Médio e Baixo Jequitinhonha 325,22 39,66 17,79
PORTEIRINHA Norte 278,76 42,70 22,51
ARAÇUAÍ Médio e Baixo Jequitinhonha 249,85 47,54 27,10
VÁRZEA DA PALMA Norte 414,94 28,51 11,57
CAPELINHA Alto Jequitinhonha 304,14 33,41 17,69
JAÍBA Norte 402,56 24,10 9,41
ITAMARANDIBA Alto Jequitinhonha 294,31 46,63 25,07
GUANHÃES Vale do Rio Doce 329,78 31,33 9,09
BRASÍLIA DE MINAS Norte 276,92 48,42 19,20
ESPINOSA Norte 271,22 39,21 20,69
TAIOBEIRAS Norte 293,18 33,31 12,38
MINAS NOVAS Alto Jequitinhonha 258,62 39,14 19,98
NOVO CRUZEIRO Médio e Baixo Jequitinhonha 260,06 52,43 30,33
RIO PARDO DE MINAS Norte 296,40 43,48 23,90
MANTENA Vale do Rio Doce 293,83 41,71 21,99
BURITIZEIRO Norte 364,51 32,29 15,98
CORAÇÃO DE JESUS Norte 248,06 45,10 19,54
SÃO JOÃO DA PONTE Norte 279,69 43,89 22,35
AIMORÉS Vale do Rio Doce 365,38 26,16 13,75
FRANCISCO SÁ Norte 277,65 40,46 16,74
JEQUITINHONHA Médio e Baixo Jequitinhonha 307,41 47,55 19,83
PEDRA AZUL Médio e Baixo Jequitinhonha 280,95 53,79 32,97
ITAMBACURI Mucuri 223,74 46,79 21,24
CARAÍ Médio e Baixo Jequitinhonha 247,70 51,14 27,56
SÃO JOÃO DO PARAÍSO Norte 299,92 37,93 20,03
CONSELHEIRO PENA Vale do Rio Doce 340,81 44,00 19,89
MONTE AZUL Norte 285,50 39,78 24,83
MEDINA Médio e Baixo Jequitinhonha 287,29 45,01 29,58
ITAOBIM Médio e Baixo Jequitinhonha 346,39 39,43 16,79
SERRO Alto Jequitinhonha 326,67 47,52 16,66
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de
157
ponderação. Rio de Janeiro, 2013a.
158
Mapa 50: Conselhos municipais existentes nos municípios pequenos dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
159
Mapa 51: Conselhos municipais existentes nos municípios médios e grandes dos territórios de
desenvolvimento do Vale do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo
Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas Gerais – 2010
160
Tabela 17: População total, população urbana e população rural nos pequenos municípios do Vale
do Rio Doce Norte Vale do Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2010
(Continua)
População
Município Mesorregião Rural
Total Urbana
Abs. %
SENHORA DO PORTO Vale do Rio Doce 3.497 1.286 2.211 63,23
SÃO PEDRO DO SUAÇUÍ Vale do Rio Doce 5.570 2.302 3.268 58,67
VIRGOLÂNDIA Vale do Rio Doce 5.658 3.402 2.256 39,87
PAULISTAS Vale do Rio Doce 4.918 2.303 2.615 53,17
RUBIM Médio e Baixo Jequitinhonha 9.919 7.703 2.216 22,34
TARUMIRIM Vale do Rio Doce 14.293 8.019 6.274 43,90
SOBRÁLIA Vale do Rio Doce 5.830 4.129 1.701 29,18
MAMONAS Norte 6.321 2.812 3.509 55,51
MATERLÂNDIA Alto Jequitinhonha 4.595 2.011 2.584 56,24
FERNANDES TOURINHO Vale do Rio Doce 3.030 2.016 1.014 33,47
DIVINO DAS LARANJEIRAS Vale do Rio Doce 4.937 4.108 829 16,79
CENTRAL DE MINAS Vale do Rio Doce 6.772 5.594 1.178 17,40
PAVÃO Mucuri 8.589 5.204 3.385 39,41
NACIP RAYDAN Vale do Rio Doce 3.154 1.979 1.175 37,25
COROACI Vale do Rio Doce 10.270 5.181 5.089 49,55
NOVA MÓDICA Mucuri 3.790 2.328 1.462 38,58
RESPLENDOR Vale do Rio Doce 17.089 12.832 4.257 24,91
SÃO JOÃO DO MANTENINHA Vale do Rio Doce 5.188 2.905 2.283 44,01
FRONTEIRA DOS VALES Mucuri 4.687 3.038 1.649 35,18
MACHACALIS Mucuri 6.976 5.749 1.227 17,59
SANTA CRUZ DE SALINAS Norte 4.397 1.151 3.246 73,82
JACINTO Médio e Baixo Jequitinhonha 12.134 9.197 2.937 24,20
PESCADOR Mucuri 4.128 3.259 869 21,05
COMERCINHO Médio e Baixo Jequitinhonha 8.298 3.547 4.751 57,25
FELISBURGO Médio e Baixo Jequitinhonha 6.877 5.088 1.789 26,01
ATALÉIA Mucuri 14.455 7.199 7.256 50,20
NOVORIZONTE Norte 4.963 1.717 3.246 65,40
POTÉ Mucuri 15.667 9.337 6.330 40,40
SANTA MARIA DO SALTO Médio e Baixo Jequitinhonha 5.284 3.742 1.542 29,18
ITUETA Vale do Rio Doce 5.830 3.299 2.531 43,41
OURO VERDE DE MINAS Mucuri 6.016 3.629 2.387 39,68
BANDEIRA Médio e Baixo Jequitinhonha 4.987 2.377 2.610 52,34
ITANHOMI Vale do Rio Doce 11.856 8.646 3.210 27,07
PALMÓPOLIS Médio e Baixo Jequitinhonha 6.931 4.488 2.443 35,25
ALVARENGA Vale do Rio Doce 4.444 2.119 2.325 52,32
CARLOS CHAGAS Mucuri 20.069 12.964 7.105 35,40
JOSÉ RAYDAN Vale do Rio Doce 4.376 1.568 2.808 64,17
NOVO ORIENTE DE MINAS Mucuri 10.339 4.421 5.918 57,24
161
Tabela 17: População total, população urbana e população rural nos pequenos municípios do Vale
do Rio Doce Norte Vale do Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2010
(Continuação)
População
Município Mesorregião Rural
Total Urbana
Abs. %
MENDES PIMENTEL Vale do Rio Doce 6.331 3.455 2.876 45,43
Médio e Baixo
RIO DO PRADO Jequitinhonha 5.217 2.730 2.487 47,67
FELÍCIO DOS SANTOS Alto Jequitinhonha 5.142 2.229 2.913 56,65
Médio e Baixo
SANTO ANTÔNIO DO JACINTO Jequitinhonha 11.775 6.358 5.417 46,00
SABINÓPOLIS Vale do Rio Doce 15.704 10.136 5.568 35,46
SÃO JOÃO EVANGELISTA Vale do Rio Doce 15.553 10.108 5.445 35,01
CAMPO AZUL Norte 3.684 1.551 2.133 57,90
CAPITÃO ANDRADE Vale do Rio Doce 4.925 3.573 1.352 27,45
Médio e Baixo
FRANCISCO BADARÓ Jequitinhonha 10.248 3.191 7.057 68,86
FREI GASPAR Mucuri 5.879 1.916 3.963 67,41
Médio e Baixo
JORDÂNIA Jequitinhonha 10.324 7.221 3.103 30,06
SÃO JOSÉ DO JACURI Vale do Rio Doce 6.553 2.006 4.547 69,39
VIRGINÓPOLIS Vale do Rio Doce 10.572 6.208 4.364 41,28
SERRA DOS AIMORÉS Mucuri 8.412 6.774 1.638 19,47
RUBELITA Norte 7.772 2.516 5.256 67,63
MARILAC Vale do Rio Doce 4.219 3.423 796 18,87
JAMPRUCA Vale do Rio Doce 5.067 3.288 1.779 35,11
SENADOR MODESTINO
GONÇALVES Alto Jequitinhonha 4.574 1.803 2.771 60,58
ALPERCATA Vale do Rio Doce 7.172 5.660 1.512 21,08
Médio e Baixo
CORONEL MURTA Jequitinhonha 9.117 6.693 2.424 26,59
BERTÓPOLIS Mucuri 4.498 2.731 1.767 39,28
Médio e Baixo
ITINGA Jequitinhonha 14.407 6.554 7.853 54,51
ÁGUAS FORMOSAS Mucuri 18.479 14.318 4.161 22,52
SÃO FÉLIX DE MINAS Vale do Rio Doce 3.382 2.089 1.293 38,23
SÃO GERALDO DA PIEDADE Vale do Rio Doce 4.389 1.054 3.335 75,99
GALILÉIA Vale do Rio Doce 6.951 5.692 1.259 18,11
GLAUCILÂNDIA Norte 2.962 1.048 1.914 64,62
Médio e Baixo
PADRE PARAÍSO Jequitinhonha 18.849 11.520 7.329 38,88
CLARO DOS POÇÕES Norte 7.775 5.251 2.524 32,46
Médio e Baixo
JOAÍMA Jequitinhonha 14.941 10.273 4.668 31,24
ITABIRINHA Vale do Rio Doce 10.692 8.370 2.322 21,72
162
Tabela 17: População total, população urbana e população rural nos pequenos municípios do Vale
do Rio Doce Norte Vale do Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2010
(Continuação)
População
Município Mesorregião Rural
Total Urbana
Abs. %
PONTO DOS VOLANTES Médio e Baixo Jequitinhonha 11.345 4.031 7.314 64,47
VIRGEM DA LAPA Médio e Baixo Jequitinhonha 13.619 6.840 6.779 49,78
SALTO DA DIVISA Médio e Baixo Jequitinhonha 6.859 5.749 1.110 16,18
SÃO SEBASTIÃO DO
MARANHÃO Vale do Rio Doce 10.647 3.250 7.397 69,47
MALACACHETA Mucuri 18.776 11.818 6.958 37,06
UMBURATIBA Mucuri 2.705 1.558 1.147 42,40
PEÇANHA Vale do Rio Doce 17.260 9.097 8.163 47,29
RIO VERMELHO Alto Jequitinhonha 13.645 5.481 8.164 59,83
SANTA MARIA DO SUAÇUÍ Vale do Rio Doce 14.395 10.722 3.673 25,52
CRISÓLITA Mucuri 6.047 3.489 2.558 42,30
CACHOEIRA DE PAJEÚ Médio e Baixo Jequitinhonha 8.959 4.461 4.498 50,21
MONTALVÂNIA Norte 15.862 10.239 5.623 35,45
FRANCISCÓPOLIS Mucuri 5.800 2.398 3.402 58,66
TUMIRITINGA Vale do Rio Doce 6.293 4.323 1.970 31,30
CAMPANÁRIO Mucuri 3.564 2.651 913 25,62
GOIABEIRA Vale do Rio Doce 3.053 2.473 580 19,00
CANTAGALO Vale do Rio Doce 4.195 2.479 1.716 40,91
IBIRACATU Norte 6.155 3.123 3.032 49,26
JOAQUIM FELÍCIO Norte 4.305 2.526 1.779 41,32
MATO VERDE Norte 12.684 9.459 3.225 25,43
LONTRA Norte 8.397 5.630 2.767 32,95
COLUNA Alto Jequitinhonha 9.024 3.814 5.210 57,73
FRUTA DE LEITE Norte 5.940 2.036 3.904 65,72
SANTA EFIGÊNIA DE MINAS Vale do Rio Doce 4.600 3.053 1.547 33,63
INDAIABIRA Norte 7.330 2.742 4.588 62,59
SÃO JOSÉ DO DIVINO Mucuri 3.834 2.725 1.109 28,93
COUTO DE MAGALHÃES DE
MINAS Alto Jequitinhonha 4.204 3.835 369 8,78
DIVINOLÂNDIA DE MINAS Vale do Rio Doce 7.024 5.760 1.264 18,00
MIRABELA Norte 13.042 10.028 3.014 23,11
SERRANÓPOLIS DE MINAS Norte 4.425 1.728 2.697 60,95
SANTA RITA DO ITUETO Vale do Rio Doce 5.697 2.310 3.387 59,45
MIRAVÂNIA Norte 4.549 1.079 3.470 76,28
CÔNEGO MARINHO Norte 7.101 1.915 5.186 73,03
ENGENHEIRO CALDAS Vale do Rio Doce 10.280 8.325 1.955 19,02
JEQUITAÍ Norte 8.005 5.504 2.501 31,24
MATA VERDE Médio e Baixo Jequitinhonha 7.874 6.388 1.486 18,87
163
Tabela 17: População total, população urbana e população rural nos pequenos municípios do Vale
do Rio Doce Norte Vale do Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2010
(Continuação)
População
Município Mesorregião Rural
Total Urbana
Abs. %
164
Tabela 17: População total, população urbana e população rural nos pequenos municípios do Vale
do Rio Doce Norte Vale do Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2010
(Continuação)
População
Município Mesorregião Rural
Total Urbana
Abs. %
165
Tabela 17: População total, população urbana e população rural nos pequenos municípios do Vale
do Rio Doce Norte Vale do Mucuri Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha –
Minas Gerais – 2010
(Conclusão)
População
Município Mesorregião Rural
Total Urbana
Abs. %
166
Tabela 18: População total, população urbana e população rural nos médios e grandes municípios do Vale
do Rio Doce, Norte, Vale do Mucuri, Médio e Baixo Jequitinhonha e Alto Jequitinhonha – Minas
Gerais – 2010
População
Município Mesorregião Total Urbana Rural
Abs. %
MONTES CLAROS Norte 361.915 344.427 17.488 4,83
GOVERNADOR VALADARES Vale do Rio Doce 263.689 253.300 10.389 3,94
TEÓFILO OTONI Mucuri 134.745 110.076 24.669 18,31
JANAÚBA Norte 66.803 60.570 6.233 9,33
JANUÁRIA Norte 65.463 41.009 24.454 37,36
SÃO FRANCISCO Norte 53.828 34.204 19.624 36,46
PIRAPORA Norte 53.368 52.385 983 1,84
BOCAIÚVA Norte 46.654 36.600 10.054 21,55
DIAMANTINA Alto Jequitinhonha 45.880 40.064 5.816 12,68
NANUQUE Mucuri 40.834 36.789 4.045 9,91
SALINAS Norte 39.178 30.716 8.462 21,60
ALMENARA Médio e Baixo Jequitinhonha 38.775 31.750 7.025 18,12
PORTEIRINHA Norte 37.627 19.338 18.289 48,61
ARAÇUAÍ Médio e Baixo Jequitinhonha 36.013 23.435 12.578 34,93
VÁRZEA DA PALMA Norte 35.809 31.313 4.496 12,56
CAPELINHA Alto Jequitinhonha 34.803 24.753 10.050 28,88
JAÍBA Norte 33.587 17.635 15.952 47,49
ITAMARANDIBA Alto Jequitinhonha 32.175 21.988 10.187 31,66
GUANHÃES Vale do Rio Doce 31.262 25.421 5.841 18,68
BRASÍLIA DE MINAS Norte 31.213 20.675 10.538 33,76
ESPINOSA Norte 31.113 18.023 13.090 42,07
TAIOBEIRAS Norte 30.917 25.060 5.857 18,94
MINAS NOVAS Alto Jequitinhonha 30.794 12.584 18.210 59,13
NOVO CRUZEIRO Médio e Baixo Jequitinhonha 30.725 10.522 20.203 65,75
RIO PARDO DE MINAS Norte 29.099 11.692 17.407 59,82
MANTENA Vale do Rio Doce 27.111 21.258 5.853 21,59
BURITIZEIRO Norte 26.922 23.630 3.292 12,23
CORAÇÃO DE JESUS Norte 26.033 14.766 11.267 43,28
SÃO JOÃO DA PONTE Norte 25.358 8.656 16.702 65,86
AIMORÉS Vale do Rio Doce 24.959 19.700 5.259 21,07
FRANCISCO SÁ Norte 24.912 14.897 10.015 40,20
JEQUITINHONHA Médio e Baixo Jequitinhonha 24.131 17.061 7.070 29,30
PEDRA AZUL Médio e Baixo Jequitinhonha 23.839 21.006 2.833 11,88
ITAMBACURI Mucuri 22.809 15.119 7.690 33,71
CARAÍ Médio e Baixo Jequitinhonha 22.343 7.191 15.152 67,82
SÃO JOÃO DO PARAÍSO Norte 22.319 10.235 12.084 54,14
CONSELHEIRO PENA Vale do Rio Doce 22.242 17.601 4.641 20,87
MONTE AZUL Norte 21.994 12.418 9.576 43,54
MEDINA Médio e Baixo Jequitinhonha 21.026 15.092 5.934 28,22
ITAOBIM Médio e Baixo Jequitinhonha 21.001 15.779 5.222 24,87
SERRO Alto Jequitinhonha 20.835 12.895 7.940 38,11
Fonte: IBGE (RJ). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra por área de ponderação. Rio de
Janeiro, 2013a.
167
REFERÊNCIAS
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