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De
um lado. ainda era forte a influência das tendências artísticas da segunda metade do
século XIX; de outro, já começava a ser preparada a grande renovação modernista, cujo
marco no Brasil é a Semana de Arte Moderna (1922). Esse período de transição, que não
chega a constituir um movimento literário, é chamado Pré-Modernismo.
A OBRA
Monteiro Lobato situa-se entre os autores regionalistas do Pré-Modernismo e destaca-se
no gênero conto. O universo retratado por ele geralmente são os vilarejos decadentes do
Vale do Paraíba (região paulista entre São Paulo e Rio de Janeiro) na época da crise do
plantio do café.
Escritor sem nenhuma pretensão de promover renovação psicológica ou estética,
Lobato foi, antes de tudo, um extraordinário contador de historias, de casos interessantes,
preso ainda a certos modelos realistas. Dono de um estilo cuidadoso, não perdeu
oportunidade para criticar certos hábitos brasileiros, como a obediência a modelos
estrangeiros, a subserviência ao capitalismo internacional. a submissão das massas
eleitorais, o nacionalismo ufanista cego, etc.
Apesar de ideologicamente avançado, do ponto de vista artístico, mostrou-se
conservador quando começaram a surgir as primeiras manifestações modernistas em São
Paulo. Ficou famoso o seu polêmico artigo intitulado "Paranola ou mistificação",
publicado no jornal O Estado de São Paulo em 1917. Nele, Lobato criticava violentamente
a exposição de pinturas expressionistas de Anita Malfatti, pintora paulista recém-chegada
da Europa, considerando seu trabalho resultado de uma deformação mental. Apesar disso,
na década de 1920, na condição de integrante da direção da Revista do Brasil, Lobato
acabou sendo um dos colaboradores do movimento de divulgação das ideias modernistas.
Em sua produção voltada ao público adulto, destacam-se as obras Urupes, Cidades
mortas e Negrinha.
O jornalista Roberto Pompeu de Toledo comenta
sobre o significado que o personagem de Monteiro
Lobato teve quando foi publicada pela primeira vez a
obra Urupês:
Jeca Tatu é uma grande descoberta. Ou, se não uma
descoberta, uma grande sacudida nas consciências.
Será uma descoberta na hipótese, não desprezível, de
que os brasileiros bem-nascidos e letrados não tivessem
ideia, ou tivessem apenas uma ideia vaga, da existência.
no subsolo do país onde se moviam, de um Brasil
miserável, ignorante e desprezado. Será uma sacudida
nas consciências se esses brasileiros, conhecendo esse
Brasil, fingissem que o existia. Num caso como no outro,
Jeca Tatu é um soco no estômago no estomago: da
ignorância ou no da hipocrisia. (Veja, mi 1588.)
A LITERATURA INFANTIL
Monteiro Lobato foi também um dos primeiros
autores de literatura infantil em toda a América Latina.
Personagens como Narizinho, Pedrinho, boneca Emília,
Dona Benta, Tia Nastácia, o Visconde de Sabugosa e o
porco Rabicó ficaram conhecidas por muitas gerações
de crianças de vários países.
Na década de 1970, as histórias da turma foram
adaptadas para a TV levadas ao ar no programa Sitio do
Pica-Pau Amarelo.
O “pai da literatura brasileira infantil” conseguiu
que milhares de pequenos explorassem sua imaginação
e, de quebra, adquirissem conhecimento da forma mais
saudável – se divertindo. Um exemplo disso é como
Lobato abordou um sério assunto político-econômico, a
exploração do petróleo, dentro de suas narrativas.
Por falar em narrativa, as de Lobato eram fluídas e gostosas de acompanhar,
conquistando crianças pequenas, jovens adultos e até mesmo adultos como leitores, e
tornando todos fãs das estórias.
Folclore, nacionalismo e outras brasilidades desencadeavam não só estórias divertidas,
mas também ensinavam e educavam os leitores sobre a cultura do país de um jeito
dinâmico e superinteressante.
EXERCÍCIOS
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