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EXCELENTISSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA FEDERAL

DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA PARAÍBA – TRF 5ª REGIÃO.

CÉLIA CRISTINA ZAGO, brasileira, divorciada, portadora do CPF nº 079.569.831-34, e do


RG nº 50.506.722 SSP/SC, residente e domiciliada a Rua Aderbal Maia Paiva, Lote 499, Q
243, Bairro Portal do Sol, CEP: 58046-527, João Pessoa/PB, por seu advogado infra-
assinado, vem a presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 109, I, da CRFB/88 e
nos arts. 165, I e II, 167, parágrafo único, todos do CTN, bem como as súmulas 162 e
188 do STJ, propor a presente

AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO

em face da UNIÃO FEDERAL, pessoa jurídica de direito público, pelos fatos e


fundamentos a seguir narrados.

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Av. Carneiro da Cunha, 98, Torre, João Pessoa/PB - CEP: 58040-240.
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PRELIMINARMENTE:

1 – DA JUSTIÇA GRATUITA

Antes de adentrarmos ao mérito da presente lide, a Autora requer a


concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, tendo em vista que não possui condições
financeiras de arcar com ônus financeiro decorrente do processo, sem que ocasione
prejuízo para seu sustento e de sua família.

2 – DO PRAZO DE PRESCRIÇÃO PARA REPETIÇÃO DE INDÉBITO

No que refere ao prazo para restituição de tributos, no julgamento da


Arguição de Inconstitucionalidade nos Embargos de Divergência em RESP nº 644.736 /
PE (2005/0055112-1), ficou pacificada, no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, a
interpretação quanto ao alcance da Lei Complementar nº 118/05, nos seguintes
termos:

Ementa: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. LEI INTERPRETATIVA. PRAZO DE


PRESCRIÇÃO PARA A REPETIÇÃO DE INDÉBITO, NOS TRIBUTOS SUJEITOS A
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. LC 118/2005: NATUREZA MODIFICATIVA (E
NÃO SIMPLESMENTE INTERPRETATIVA) DO SEU ARTIGO 3º.
INCONSTITUCIONALIDADE DO SEU ART. 4º, NA PARTE QUE DETERMINA A
APLICAÇÃO RETROATIVA.
1. Sobre o tema relacionado com a prescrição da ação de repetição de indébito
tributário, a jurisprudência do STJ (1ª Seção) é no sentido de que, em se tratando de
tributo sujeito a lançamento por homologação, o prazo de cinco anos, previsto no art.
168 do CTN, tem início, não na data do recolhimento do tributo indevido, e sim na
data da homologação – expressa ou tácita - do lançamento. Segundo entende o
Tribunal, para que o crédito se considere extinto, não basta o pagamento: é
indispensável a homologação do lançamento, hipótese de extinção albergada pelo
art. 156, VII, do CTN. Assim, somente a partir dessa homologação é que teria início o
prazo previsto no art. 168, I. E, não havendo homologação expressa, o prazo para a
repetição do indébito acaba sendo, na verdade, de dez anos a contar do fato gerador.

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2. Esse entendimento, embora não tenha a adesão uniforme da doutrina e nem de
todos os juízes, é o que legitimamente define o conteúdo e o sentido das normas
que disciplinam a matéria, já que se trata do entendimento emanado do órgão do
Poder Judiciário que tem a atribuição constitucional de interpretá-las.
3. O art. 3º da LC 118/2005, a pretexto de interpretar esses mesmos enunciados,
conferiu-lhes, na verdade, um sentido e um alcance diferente daquele dado pelo
Judiciário. Ainda que defensável a 'interpretação' dada, não há como negar que a Lei
inovou no plano normativo, pois retirou das disposições interpretadas um dos seus
sentidos possíveis, justamente aquele tido como correto pelo STJ, intérprete e
guardião da legislação federal.
4. Assim, tratando-se de preceito normativo modificativo, e não simplesmente
interpretativo, o art. 3º da LC 118/2005 só pode ter eficácia prospectiva, incidindo
apenas sobre situações que venham a ocorrer a partir da sua vigência.
5. O artigo 4º, segunda parte, da LC 118/2005, que determina a aplicação retroativa
do seu art. 3º, para alcançar inclusive fatos passados, ofende o princípio
constitucional da autonomia e independência dos poderes (CF, art. 2º) e o da
garantia do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada (CF, art. 5º,
XXXVI).
6. Arguição de inconstitucionalidade acolhida.
(AI nos EREsp 644736/PE, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL,
julgado em 06.06.2007, DJ 27.08.2007 p. 170).GRIFO NOSSO.

A Autora afirma que o ajuizamento da ação em tela se faz tempestivo, já


que está dentro do prazo de 5 anos a que se refere o art. 168 do CTN, por tratar-se de
pagamento indevido de Imposto de Renda referente ao exercício – 2011 (Ano-
calendário 2010). Portanto, registre-se que não ocorreu a prescrição da promovente em
ser ressarcida da quantia indevidamente paga.

MERITORIAMENTE:
3 – DOS FATOS

A Autora, atualmente, é servidora pública federal lotada na Universidade


Federal da Paraíba - UFPB, sendo que anteriormente atuava na Universidade Federal de

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Mato Grosso – UFMT, momento em que junto com outros litisconsortes ajuizou ação
para reaver valores que lhe eram devidos, nos autos da Ação Originária nº 96.000.082-
48 (Assunto: Índice de 28,86% Lei 8.622/93 e 8.627/93 – Reajuste de Vencimentos –
Servidor público Civil – Administrativo; Data do ajuizamento: 07/03/1996; Data do
transito em julgado: 01/09/1997; Local: 1ª Vara Federal da Seção Judiciária de Mato
Grosso – TRF 1ª REGIÃO). Posteriormente a ação entrou em fase de execução, onde os
autos receberam nova numeração, Ação nº 1997.360.000.541-66, com transito em
julgado em 16/06/2008.

Ocorre, que a ação de execução supracitada foi julgada procedente


(cópia da sentença dos embargos à execução em anexo), condenando a FUNDAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – UFMT a pagar a quantia constante nos
pedidos.

Diante da condenação a Autora recebeu a quantia de R$ 115.159,87


(CENTO E QUINZE MIL, CENTO E CINQUENTA E NOVE REAIS E OITENTA E SETE
CENTAVOS), conforme ofício nº 1105-0062830 (em anexo), expedido pela
Coordenadoria de Execução Judicial do TRF 1ª Região.

Após o recebimento, a requerente, no ano de 2011, fazendo a sua


Declaração Anual de Imposto de Renda Pessoa Física, informou os rendimentos
recebidos no ano de 2010, dentre os quais estava os valores recebidos
acumuladamente e em atraso por força da decisão judicial prolatada no processo
informado anteriormente, no valor atualizado de R$ 115.385,86 (CENTO E QUINZE MIL,
TREZENTOS E OITENTA E CINCO REAIS E OITENTA E SEIS CENTAVOS), onde já foi retido
na fonte, a título de Imposto de Renda – IRRF, o valor de R$ 3.461,58 (TRÊS MIL,
QUATROCENTOS E SESSENTA E UM REAIS E CINQUENTA E OITO CENTAVOS) - cópia do
comprovante de levantamento judicial anexo.

Ocorre que, no momento do preenchimento da declaração no campo de


“RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE PELO TITULAR”, a promovente

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quando da escolha da opção de tributação acabou escolhendo, por desconhecimento
da norma, equivocadamente a opção de “Tributação com Ajuste Anual”, sendo que a
opção de Tributação correta seria a “Tributação com Ajuste Anual Exclusivo na Fonte”,
conforme cópias de declaração de Imposto de Renda anexas (uma cópia de como foi
informada - declaração informada -, e outra de como deveria ter sido informada -
declaração retificadora). Portanto, a renda recebida pela Autora não deveria ter sido
posta como tributável, pois os valores recebidos a título de decisão judicial não é
tributável.

O erro ocorrido no momento do preenchimento gerou indevidamente


um saldo negativo de Imposto de Renda. Portanto, ficou a demandante com ônus de
pagar o montante de R$ 25.163,42 (VINTE E CINCO MIL, CENTO E SESSENTA E TRÊS REAIS
E QUARENTA E DOIS CENTAVOS).

A Requerente, por total desconhecimento do erro pagou o valor citado


acima, a título de imposto de renda devido, em 8 (oito) cotas no valor de R$ 3.145,42
(TRÊS MIL, CENTO E QUARENTA E CINCO REAIS E QUARENTA E DOIS CENTAVOS) cada,
conforme cópia de todos os DARF’s (Documento de Arrecadação de Receitas Federais)
pagos.

Após o conhecimento do referido erro, a demandante tentou a


retificação da Declaração de Imposto de Renda de forma administrativa, conforme
solicitação direcionada à Secretaria da Receita Federal do Brasil (anexo), não obtendo
êxito.

O preenchimento incorreto do campo de Rendimentos Recebidos


Acumuladamente, fez com que fosse cobrado um saldo de imposto a pagar, sendo que
a Autora refez a Declaração preenchendo de maneira correta os campos de forma a ser
direito um saldo de imposto a ser restituído à Promovente e não a pagar como tinha
sido declarado.

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Ocorre que a promovente é servidora pública federal e mensalmente é
deduzido de seus rendimentos a importância relativa ao IRPF. Neste particular, após a
demandante preencher a declaração retificadora no ano-calendário 2010, constatou
que, além do pagamento indevido de R$ 25.163,42 (vinte e cinco mil, cento e sessenta
e três reais e quarenta e dois centavos), também possuía direito a ser restituída da
importância de R$ 4.435,07 (quatro mil, quatrocentos e trinta e cinco reais e sete
centavos).

A referida restituição está devidamente comprovada através da


declaração retificadora de IRPF (não recebida pela Receita Federal) - vide anexo.

Portanto, diante do indébito pago a título de Imposto de Renda e da


posterior inércia Administrativa quanto à devolução não resta outro caminho, a não ser
recorrer ao Poder Judiciário para obter a restituição do valor de R$ 25.163,42 (VINTE E
CINCO MIL, CENTO E SESSENTA E TRÊS REAIS E QUARENTA E DOIS CENTAVOS)
indevidamente pago, bem como e o valor de R$ 4.435,07 (QUATRO MIL, QUATROCENTOS
E TRINTA E CINCO REAIS E SETE CENTAVOS) que deveria ter sido restituído com a
Retificação da Declaração Anual de Imposto de Renda.

Requer ainda que seja autorizada a Retificação da Declaração Anual de


Imposto de Renda Pessoa Física do exercício ano-base 2011 (ano-calendário 2010).

4 – DO DIREITO

4.1. DO PAGAMENTO INDEVIDO

A autora esclarece que o pagamento indevido se fez na quantia de R$


25.163,42 (VINTE E CINCO MIL, CENTO E SESSENTA E TRÊS REAIS E QUARENTA E DOIS
CENTAVOS) relativamente a uma suposta dívida de Imposto de Renda. Ademais,
analisando os DARF’s pagos, é possível concluir que também ainda deve ser restituído a

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Autora o valor de R$ 4.435,07 (QUATRO MIL, QUATROCENTOS E TRINTA E CINCO REAIS E
SETE CENTAVOS) que não foi restituído pelo erro de preenchimento da declaração.

4.2. DA RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO

Dispõe o art. 165 do Código Tributário Nacional:

Art. 165 - O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à


restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento,
ressalvado o disposto no § 4 do artigo 162, nos seguintes casos:
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido
em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais
do fato gerador efetivamente ocorrido;
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no
cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer
documento relativo ao pagamento;
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.

O presente caso enquadrasse nas hipóteses trazidas pelo artigo citado


acima, portanto é de direito da Autora receber os valores os quais requer.

4.3 DA NÃO INCIDENCIA DO IR NA TOTALIDADE DOS RENDIMENTOS RECEBIDOS


ACUMULADAMENTE.

O caso em tela trata-se de incidência de imposto de renda sobre


rendimentos recebidos acumuladamente, caso que já é pacifico nos tribunais
superiores, onde não é aceitável a incidência do IR sobre esses rendimentos.

Vejamos:

Acórdão na íntegra, publicado no DJU 17.12.2008

RECURSO ESPECIAL Nº 1.075.700 – RS (2008⁄0158175-0)

RELATORA : MINISTRA ELIANA CALMON


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RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL
ADVOGADO : PROCURADOR- GERAL DA FAZENDA NACIONAL
RECORRIDO : JOSÉ FERNANDO SOUZA PEDONE
ADVOGADO : DANIELLE MILBRATZ BEHLING E OUTRO(S)

EMENTA
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE.
BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO ATRASADO. JUROS MORATÓRIOS INDENIZATÓRIOS.
NÃO-INCIDÊNCIA. VIOLAÇÃO DO ART. 535, CPC. OMISSÃO QUANTO A DISPOSITIVO
CONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 356 DO STF1. O
STF, no RE 219.934⁄SP, prestigiando a Súmula 356 daquela Corte, sedimentou
posicionamento no sentido de considerar prequestionada a matéria constitucional
pela simples interposição dos embargos declaratórios. Adoção pela Suprema Corte
do prequestionamento ficto. 2. O STJ, diferentemente, entende que o requisito do
prequestionamento é satisfeito quando o Tribunal a quoemite juízo de valor a
respeito da tese defendida no especial. 3. Não há interesse jurídico em interpor
recurso especial fundado em violação ao art. 535 do CPC, visando anular acórdão
proferido pelo Tribunal de origem, por omissão em torno de matéria constitucional.
4. No caso de rendimentos pagos acumuladamente, devem ser observados para a
incidência de imposto de renda, os valores mensais e não o montante global
auferido.5. Os valores recebidos pelo contribuinte a título de juros de mora, na
vigência do Código Civil de 2002, têm natureza jurídica indenizatória. Nessa condição,
portanto, sobre eles não incide imposto de renda, consoante a jurisprudência
sedimentada no STJ.5. Recurso especial não provido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas,
acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça “A Turma,
por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Sr(a).
Ministro(a)-Relator(a).” Os Srs. Ministros Castro Meira, Humberto Martins, Herman
Benjamin e Mauro Campbell Marques votaram com a Sra. Ministra Relatora.
Brasília-DF, 05 de novembro de 2008(Data do Julgamento)
MINISTRA ELIANA CALMON Relatora
GRIFO NOSSO.

A incidência do Imposto de Renda obedece ao regime de competência


(mês em que a parcela deveria efetivamente ter sido paga). Para os pagamentos

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recebidos de forma acumulada, os Tribunais Superiores vêm reiteradamente decidindo
pela não tributação sobre a totalidade dos rendimentos recebidos, o chamado regime de
caixa.

Por meio da Medida Provisória n.° 497/2010, convertida na Lei n.° 12.350
de 2010, foi reconhecido este tratamento para todos os rendimentos recebidos
acumuladamente referentes aos anos anteriores, cuja aplicação veio a ser
regulamentada pela Receita Federal por meio da Instrução Normativa RFB n.° 1.127, de
07/02/2011, publicada no DOU de 08/02/2011.

Consoante o que determinam esses diplomas, a tributação desses


rendimentos é realizada pelo regime de competência e exclusivamente na fonte, em
separado dos rendimentos normais.

Esse tratamento traz um benefício considerável para o contribuinte, pois,


ao invés do desconto do imposto de renda incidir sobre todo o montante, ele passa a
ser aplicado sobre cada valor mensal recebido, reduzindo significativamente o desconto
do Imposto de Renda.

Tem a seguinte redação o artigo 12 da Lei nº 7.713, de 1988:

Art. 12. No caso de rendimentos recebidos acumuladamente, o imposto incidirá, no


mês do recebimento ou crédito, sobre o total dos rendimentos, diminuídos do valor
das despesas com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de
advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização.

A questão foi regulamentada pelo Decreto nº 3.000, de 1999, nestes


termos:

Art. 56. No caso de rendimentos recebidos acumuladamente, o imposto incidirá no


mês do recebimento, sobre o total dos rendimentos, inclusive juros e atualização
monetária (Lei nº 7.713, de 1988, art. 12).

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O que deu ensejo ao pagamento englobado dos valores foi o fato de as
parcelas não terem sido pagas na ocasião em que eram devidas. O adimplemento
ocorreu de uma só vez por determinação judicial, conforme pode ser observado no
comprovante de levantamento judicial anexo, onde fora deduzido na fonte o valor
referente ao IR.

A incidência do imposto sobre o valor recebido englobadamente ofende


a equidade. Os demais trabalhadores que receberam na época devida pagaram menos
imposto. Há também enriquecimento sem causa da administração, e o contribuinte foi
penalizado duplamente: primeiro com o não recebimento na época devida tendo que
ajuizar ação para obter o que lhe era devido e, depois, pelo fisco que tributa o seu
rendimento por alíquota maior em razão do recebimento de uma só vez de parcelas
referentes a diversos períodos.

A matéria já foi examinada no Superior Tribunal de Justiça tendo aquela


Corte firmado entendimento de que o imposto de renda não incide sobre os valores
pagos de uma só vez. Nesse sentido, os seguintes julgados:

PREVIDENCIÁRIO. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. BENEFÍCIOS PAGOS COM


ATRASO POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL. CUMULAÇÃO DOS VALORES. IMPOSTO
DE RENDA RETIDO NA FONTE SOBRE O TOTAL DO MONTANTE DEVIDO. NÃO-
INCIDÊNCIA. MORA EXCLUSIVA DO INSS. PRECEDENTES DO STJ. RECURSO PROVIDO.
1. O imposto de renda incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente deve ser
calculado com base nas tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referem tais
rendimentos. Em outras palavras, a retenção na fonte deve observar a renda que teria
sido auferida mês a mês pelo contribuinte se não fosse o erro da administração e não
no rendimento total acumulado recebido em virtude de decisão judicial (REsp
783.724/RS, Segunda Turma, Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJ 25/8/06). 2. Recurso
especial provido. (REsp 613.996/RS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA
TURMA, julgado em 21/05/2009, DJe 15/06/2009) GRIFO NOSSO.
_______________________________________________________________

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TRIBUTÁRIO. AÇÃO REVISIONAL DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. VALOR MENSAL DO
BENEFÍCIO ISENTO DE IMPOSTO DE RENDA. PARCELAS ATRASADAS RECEBIDAS
ACUMULADAMENTE. NÃO-TRIBUTAÇÃO.
1. O pagamento decorrente de ato ilegal da Administração não constitui fato
gerador de tributo.
2. O imposto de renda não incide sobre os valores pagos de uma só vez pela
autarquia previdenciária, quando o reajuste do benefício determinado na sentença
condenatória não resultar em valor mensal maior que o limite legal fixado para
isenção do referido imposto.
3. A hipótese in foco versa proventos de aposentadoria recebidos incorretamente e
não rendimentos acumulados, por isso que, à luz da tipicidade estrita, inerente ao
direito tributário, impõe-se o acolhimento da pretensão autoral.
4. O Direito Tributário admite, na aplicação da lei, o recurso à eqüidade, que é a
justiça no caso concreto. Ora, se os proventos, mesmos revistos, não são tributáveis
no mês em que implementados, também não devem sê-lo quando acumulados pelo
pagamento a menor pela entidade pública. Ocorrendo o equívoco da Administração,
o resultado judicial da ação não pode servir de base à incidência, sob pena de
sancionar-se o contribuinte por ato do fisco, violando os princípios da Legalidade e da
Isonomia, mercê de chancelar o enriquecimento sem causa da Administração.
5. O aposentado não pode ser apenado pela desídia da autarquia, que negligenciou-
se em aplicar os índices legais de reajuste do benefício. Nessas hipóteses, a revisão
judicial tem natureza de indenização pelo que o aposentado isento, deixou de
receber mês a mês.
6. Agravo regimental desprovido. (AgRg no REsp 1069718/MG, Rel. Ministro LUIZ
FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/04/2009, DJe 25/05/2009)
GRIFO NOSSO.

Assim, em caso de rendimentos pagos acumuladamente em


cumprimento de decisão judicial, a incidência do imposto ocorre no mês do
recebimento, mas o cálculo do imposto é feito levando em consideração o mês a que
cada parcela se refere.

Em 22 de outubro do ano 2010, a Corte Especial deste Tribunal deu


parcial provimento à Arguição de Inconstitucionalidade, in verbis: "da regra insculpida
no art. 12 da Lei nº 7.713/88, na particular lide, quanto aos rendimentos recebidos

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acumuladamente decorrentes de remuneração, vantagem pecuniária ou provento
recebidos a menor pelo contribuinte em cada mês-competência, cujo pagamento se dê
mês a mês ou em menor período, devendo ser aplicada mês a mês, para o cálculo do
imposto de renda devido, a alíquota correspondente à tabela progressiva vigente no
período mensal em que apurado o rendimento percebido a menor após somado este
com o valor já pago". (Arguição de Inconstitucionalidade nº 2002.72.05.000434-0, Rel.
Des. Federal Álvaro Eduardo Junqueira).

Assim, de acordo com todo o acima exposto, não incide imposto de


renda sobre os rendimentos recebidos acumuladamente por força de decisão judicial na
sua totalidade, mas sim mês a mês conforme o regime de competência e que deve ser
retido diretamente na fonte (IRRF – imposto de renda retido na fonte), retenção essa
que já foi realizada pelo órgão competente, conforme comprovante de levantamento
judicial em anexo, que já traz o abatimento do referido IRRF.

Isto posto, deve ser condenada a Fazenda Pública Federal a restituir a


Promovente do pagamento realizado indevidamente no valor de R$ 25.163,42 (VINTE E
CINCO MIL, CENTO E SESSENTA E TRÊS REAIS E QUARENTA E DOIS CENTAVOS), assim
como pagar a quantia que deixou de receber a título de restituição do IRPF ano-
calendário 2010, no valor de R$ 4.435,07 (QUATRO MIL, QUATROCENTOS E TRINTA E
CINCO REAIS E SETE CENTAVOS), devidamente atualizados e corrigidos monetariamente.

4.4. DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA

A Autora da presente pede possa Vossa Excelência, ao julgar procedente


a ação, determine a aplicação de juros e correção monetária, na forma da lei que se
observe o art. 167, parágrafo único do CTN bem como as Súmulas 162 e 168 do STJ, de
sorte a que a correção monetária deva correr desde a data do pagamento indevido e os
juros a partir do transito em julgado da sentença.

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5 – DOS PEDIDOS

Posto isto, requer-se a V. Excelência:

a) A concessão do benefício da justiça gratuita em virtude da Parte


Autora não poder arcar com o pagamento das custas processuais
e honorários advocatícios sem prejuízo do seu sustento ou de sua
família, condição que expressamente declara, na forma do art. 4º
da Lei n.º 1.060/50;

b) A citação da UNIÃO FEDERAL, na pessoa do Ilustre Procurador-


Regional da Fazenda Nacional, para querendo e no prazo legal,
apresentar defesa, sob pena de confissão e revelia da matéria
alegada;

c) Ao final, julgar procedente a presente ação, para condenar a


Promovida a restituir a Promovente do pagamento realizado
indevidamente no valor de R$ 25.163,42 (VINTE E CINCO MIL,
CENTO E SESSENTA E TRÊS REAIS E QUARENTA E DOIS CENTAVOS),
assim como pagar a quantia que deixou de receber a título de
restituição do IRPF ano-calendário 2010, no valor de R$ 4.435,07
(QUATRO MIL, QUATROCENTOS E TRINTA E CINCO REAIS E SETE
CENTAVOS), devidamente atualizados e corrigidos
monetariamente.;

d) Aplicação de juros e correção monetária, na forma da lei que se


observe o art. 167, parágrafo único do CTN bem como as Súmulas
162 e 168 do STJ, de sorte a que a correção monetária deva
correr desde a data do pagamento indevido e os juros a partir do
transito em julgado da sentença;

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e) A produção de todos os tipos de provas em direito admitidas;

f) Requer que seja dispensado o reexame necessário, nos termos do artigo


475, §3º do Código de Processo Civil;

g) Requer ainda, a condenação da Requerida ao pagamento de


honorários advocatícios na base de 20% (vinte por cento) sobre o
total da condenação e demais cominações legais, bem como o
pagamento de custas processuais;

Dar-se a causa valor de R$ 29.598,49 (vinte e nove mil quinhentos e


noventa e oito reais e quarenta e nove centavos).

Nestes Termos.
Pede Deferimento.

João Pessoa, 21 de Outubro de 2014.

RAFAEL SERRANO CARNEIRO DANTAS FÁBIO CARNEIRO DA CUNHA AMORIM


OAB/PB 16.561 OAB/PB Nº 19.033

VANESSA SERRANO CARNEIRO DANTAS


OAB/PB 19.035

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