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Casos de Arbitragem
Tem-se verificado erros nos diferentes lançamentos rela-
Em simultâneo realizou-se o Campeonato Nacional Veteranos
tivos ao engenho a ser utilizado por cada atleta/escalão
- Pentatlo de Lançamentos que foi, certamente o que teve, até à data,
por parte dos juízes e dos atletas por falta de conhe-
mais participantes. Mereciam, pois, todos os atletas presentes que a
cimento dos “pesos” dos engenhos normalizados para
ANAV estivesse presente, em especial, o seu Presidente Luís Jesus que,
Helena Carvalho os Masters, constantes do Appendix A, das regras de com excepção a Pombal e Torres Vedras, continua a primar pela ausên-
competição da WMA.
cia.
Regra 187.1 - As especificações dos engenhos, são
O Presidente da ANAV, através de SMS, comunicou a Jorge Car-
os fixados no Apêndice A do referido regulamento e que são as seguin-
valho (Presidente do CF da ANAV), e atleta do CluVe que entregasse as
tes:
medalhas (que havia enviado por um atleta que veio de Lisboa). Nem um
telefonema, nem uma palavra... uma mensagem!
Durante a saudação aos presentes, Carlos Gonçalves - Pre-
sidente do CluVe - agradeceu a presença de todos e, claro, lamentou
a ausência de um elemento da Direcção da ANAV e, em especial do
presidente da ANAV, bem como a forma como delegou a entrega das
medalhas aos atletas associados da ANAV.
A determinada altura, Jorge Carvalho, chamou o Presidente do
CluVe para receber uma placa de agradecimento e parabéns, por parte
da ANAV, pela organização do Campeonato Nacional. O presidente do
CluVe, perante os presentes, e educamente, recusou receber a referida
placa, tendo afirmado “... na vida temos de ser sempre coerentes, nas
palavras e nos actos. Se há pouco criticámos a ausência de Luis Jesus,
não podemos receber agora esta placa. Pedimos a Jorge Carvalho que
a devolva à ANAV dizendo que estamos disponíveis para a receber das
mãos do Presidente da ANAV numa próxima oportunidade”.
O Jantar/Convívio, com 61 convivas, decorreu num ambiente
descontraído, de amizade e cumplicidade. Mais uma grande jornada do
Atletismo Veterano.
E muitos de nós estivemos presentes!
O atletismo português em 25 de Abril de 1974 e 44 anos depois
Quando se deu a Revolução dos Cravos, a 25 de Mamede, Aniceto Simões) tinham um horário de trabalho como qualquer
Abril de 1974, Portugal era, para além de uma ditadu- outro funcionário, treinando antes de entrarem ao serviço, manhã bem cedo,
ra, um país atrasado, na cauda da Europa. E o atletis- e ao fim da tarde, não tendo tempo para recuperarem.
mo nacional não fugia à regra. Em 1973, a Federação Nos Jogos Olímpicos de Munique’1972, Portugal foi repre-
possuía 3112 atletas federados, dos quais 730 em sentado por seis atletas. Armando Aldegalega foi 41º na maratona e
Arons de Carvalho
Angola e Moçambique e 2382 na então chamada Me- Fernando Silva (400 m), Fernando Mamede (800 e 1500 m), Carlos
trópole. Em 2017, o número de filiados é de 16.447, ou seja, pra- Lopes (5000 e 10000 m), Alberto Matos (110 m barreiras), José Car-
ticamente sete vezes mais (6,9). Há 44 anos, para além de Angola valho (400 m barreiras) e a seleção de 4×400 m ficaram logo pelo
e Moçambique, eram apenas dez as associações distritais, nove no caminho depois das primeiras eliminatórias. No Campeonato da Europa
Continente e a da Madeira. E não havia praticamente atletismo popu- de Roma’1974. Portugal teve apenas quatro atletas: Carlos Lopes de-
lar: as escassas provas de estrada que se realizavam praticamente sistiu nos 10000 m, Aniceto Simões desistiu nos 5000 m, José Carvalho
reuniam apenas (poucos) atletas federados. No Grande Prémio do (400 m barreiras) e Fernando Mamede (800 e 1500 m) ficaram-se
Natal de 1973, desviado para a Cidade Universitária pois foi impedi- pelas eliminatórias. Em 1975, um ano depois do 25 de Abril, o prof.
da a utilização das principais vias lisboetas, nomeadamente a Avenida Moniz Pereira, a pedido do prof. Melo de Carvalho, diretor-geral dos
da Liberdade, estiveram cerca de seis dezenas de participantes, in- Desportos, elaborou um plano de apoio aos atletas de alta competição
cluindo 17 populares e 12 veteranos, que fizeram corridas à parte. (que passaram a ser dispensados do trabalho na parte da manhã) e,
Qualitativamente, o atletismo nacional era igualmente fraquíssi- nos Jogos Olímpicos de 1976, Carlos Lopes ganhou a medalha de pra-
mo. Portugal raramente participava nas principais competições ou fazia-o ta, José Carvalho foi quinto nas barreiras, Aniceto Simões oitavo nos
com um número muito reduzido de atletas. Em 1973, Portugal regressou 5000 m e Fernando Mamede e Hélder de Jesus chegaram às meias-
ao Mundial de corta-mato, depois de 10 anos de ausência no Cross das -finais dos 1500 m. E, daí para a frente, Portugal somou medalhas e
Nações, que o antecedeu. A seleção foi 16ª entre 18 equipas e apenas lugares de finalista em grandes competições. Até ao 25 de Abril de
Carlos Lopes (24º) se classificou entre os 100 primeiros. 1974, as melhores classificações nacionais em grandes competições
Nas três primeiras edições da Taça da Europa (atual Euro- haviam sido o 4º lugar de Manuel Oliveira nos obstáculos nos Jogos
peu de Seleções), a seleção nacional masculina foi 4ª e última na fase Olímpicos de 1964 e o 4º lugar de Álvaro Dias (comprimento) e 8º de
preliminar em 1965 e 1967 (último lugar no conjunto de todos os paí- José Araújo (maratona) nos Europeus de 1950 e 1954, respetivamen-
ses) e não participou em 1970 (a seleção feminina não tomou parte te. Depois disso, Portugal conseguiu 10 medalhas olímpicas (quatro
em nenhuma das edições). Em 1973, aproveitando a inauguração do das quais de ouro), 19 em Mundiais e 34 em Europeus, para além
“tartan” no Estádio Nacional, Portugal organizou essa fase preliminar de 35 em Mundiais (13) e Europeus (22) de pista coberta e 65 em
masculina, sendo terceiro entre quatro seleções (a seleção feminina Mundiais (21) e Europeus (44) de corta-mato. E há ainda as meda-
foi última em Rijeka). Atualmente, Portugal luta (em ambos os setores) lhas em estrada (nomeadamente na marcha) e nos escalões jovens…
pelo acesso à Superliga europeia (12 países), que já atingiu em 2009 e Em suma, por muitas queixas que ainda haja, por muito que ainda
2011. Em 2015 e 2017, Portugal foi 5º na I Liga, o que equivale a um tenhamos de progredir, Portugal (e o seu atletismo) passou da noi-
17º lugar entre os 46 países participantes, bem na primeira metade. te (bem escura) para o dia, antes e depois da Revolução dos Cravos!
Em 1973, não existia alta competição ou alto rendimento em
Portugal. Os melhores atletas nacionais da altura (Carlos Lopes, Fernando Texto de M. Arons de Carvalho que gentilmente autorizou a sua divulgação pelo
CLUVE.
A devida e justa evocação a Carlos Paiva
Com saudade, lembro-me bem do Carlos cício em Oliveira de Azeméis, Centro Hospitalar de Coimbra, Hospital
Paiva, sendo o nosso primeiro encontro nas Psiquiatrico de Lorvão, Hospital Sobral Cid e do IPO Francisco Gen-
pistas do Estádio Universitário em 1964, eu, til em Coimbra. Integrou o Conselho Directivo do Centro Reg. Segu-
então como aspirante a atleta da AAC e ele rança Social e Assessor da ARSaúde do Centro. Autor e co-autor de
atleta e director da Secção de Atletismo da vários trabalhos publicados na área da saúde sendo também Forma-
AAC. Desde logo me deparei com uma pessoa dor de várias acções de formação na área dos serviços de saúde.
simpática, afável, criando-se laços de empatia A sua personalidade de forte pendor humanístico e de
e amizade mútua que duraram até ao passado elevado sentido cívico levou Carlos Paiva ao envolvimento em múl-
mês de março, quando o Carlos inesperada- tiplas actividades cívicas, por ex. no CADC e no actual IUJP, tesou-
mente partiu ao encontro da luz da eternidade. reiro e presidente da Direcção da Secção de Atletismo da AAC,
O Carlos Paiva nasceu em Angola, em integrou corpos sociais da ADC e da ADAC , foi presidente da Di-
1944, em Coimbra fez a licenciatura em Di- recção da Cooperativa de Habitação do Mondego e membro de
reito, em 1970, concluindo o Curso de Admi- várias comissões de Ética de serviços hospitalares de Coimbra.
nistração Hospitalar, em 1977. Como comple- Sócio fundador do CLUVE e presidente do CF de 1992 a 98, Carlos Paiva
mento fez Formação em Gestão de Recursos foi, durante quase uma década, um valoroso praticante de Atletismo na
Humanos e Gestão Financeira. Durante o ser- AAC na área da velocidade e dos saltos, foi campeão distrital, campeão
viço militar em Timor desempenhou a função de Juíz no Tribunal Adminis- nacional universitário e campeão nacional de 2ª divisão no salto em com-
trativo, do Tribunal de Contas e do Tribunal Militar em Dili, em 1972-73. primento, em 1970. A sua participação como atleta foi interrompida com a
Profissionalmente foi Administrador Hospitar desde 1979, com exer- mobilização militar para Timor, não voltando à prática regular do Atletismo.
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A devida e justa evocação Calendário de actividades
a Carlos Paiva (cont. pag 3) 2 e 3/
Jun
Campeonato Distrital Juvenis Pombal ADAC
FICHA TÉCNICA
Propriedade: CluVe
Director: Carlos Gonçalves
Corpo Editorial: Rui Costa, Jorge Carvalho e Luis Neves. Apoio: Jorge Loureiro
Composição: ANGOCAR Tiragem: CopyKnómica