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Texto

1Pedro 1.22-2.1-3

22 Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo


em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros
ardentemente,

23 pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de


incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente.

24 Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva;
seca-se a erva, e cai a sua flor;

25 a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a


palavra que vos foi evangelizada.

1 Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e


invejas e de toda sorte de maledicências,

2 desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite


espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação,

3 se é que já tendes a experiência de que o Senhor é bondoso.

Ilustração

Introdução

Nos últimos dias de seu ministério, Jesus predisse que Pedro um dia iria
“fortalecer” seus companheiros (Lc 22.32; Jo 21.15-17). Nesta primeira de suas
duas cartas, Pedro fez exatamente isso, encorajou os cristãos que estavam
enfrentando perseguição (2.12, 3.16, 4.4) e que em breve experimentariam uma
perseguição muito maior, com o imperador Nero (64 d.C.)

Contexto

Até o versículo 21 o contexto é extremamente conceitual, porque o Apostolo


Pedro começa a sua carta no versículo 1 e 2, nos desafiando a viver como
peregrinos, se nós somos eleitos de Deus.
A partir dai ele começa a falar sobre a nossa esperança e como essa esperança
é para nós, aquilo que nos capacita e nos incentiva a vivermos em santidade
neste mundo. O que ele quis dizer – Pedro este relacionando a esperança da
Glória Eterna a dias melhores aqui, se nós estamos vivendo, esperando pelo o
dia em que estaremos com o Senhor, nós estaremos vivendo a essência desta
vida que é a vida sem pecado, e a vida que luta contra o pecado nesta terra, se
nos estamos esperando pela volta de Cristo, nós estamos vivendo neste mundo
como se Cristo fosse voltar logo e essa consciência é o que faz de nós pessoas
santas na presença de Deus.

Lembrando que a Santificação é um processo não é um ato. A justificação é um


ato, mas a santificação é um processo, na Cruz nós fomos declarados justos e
somos feitos santos gradativamente, qualquer um de nós que reclamar para si o
rotulo de perfeito baseado nessa compreensão ainda não entendeu o que Pedro
está falando porque ser santo como o próprio texto diz no versículo 15, é uma
questão de tornar-se, porque Deus é Santo, essa reflexão de Pedro que tem
muito mais a ver, ou melhor tem pouco a ver com questões de jogo de palavras,
simplesmente ou uma expressão poética, mas tem a ver com o fato de que Pedro
está defendendo para nós a essência de Deus é algo que vais sendo
acrescentado na nossa vida gradativamente por meio do processo da
santificação e quando nós nos tornamos santos, você vai perceber que algumas
coisas mudam dentro de nós.

Toda esta fala foi para justificar o seguinte: Pedro esta saindo de uma discussão
conceitual e indo para uma discussão prática. Uma ligação entre todo este
conceito e amor. Como ligar um ponto no outro, porque foi preciso Pedro falar
de tanta coisa a respeito de santidade, procedimento, de um fútil procedimento
e de um procedimento santo, depois ele falar sobre amor.

O fato esse tipo de assunto está logo depois de uma discussão sobre santidade
nos mostra, para amarmos verdadeiramente o que é preciso acontecer antes,
nós precisamos ser santos.

“Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade...” (v. 22)
– Vida santa exige purificação (2Co 7.1). Pedro declara que os salvos não foram
apenas redimidos da escravidão do pecado, mas também purificados pela
obediência à verdade. Foi na salvação que os crentes receberam a capacidade
de demonstrar amor sobrenatural. O apóstolo Paulo diz que esse amor foi
derramado em nossa vida pela ação do Espírito santo que nos foi concedido (Rm
5.5). Um resultado positivo da obediência à verdade é uma vida purificada. “De
que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o
segundo a tua palavra” (Sl 119.9). Como as provações refinam a fé, de forma
semelhante à obediência à Palavra de Deus refina o caráter. Aquele que se
purifica por viver de acordo com a Palavra de Deus descobre a alegria da
obediência. Além disso, é importante destacar que a palavra “purificado”
(hāgnikotes, em grego) é um “particípio perfeito” que descreve uma ação
passada com resultados contínuos. Em outras palavras, Deus não apenas nos
purificou (cf. Hb 4.1-3; 9.22-23), Ele também nos concede recursos para o
presente e futuro (2Co 5.17; cf. Rm 6.3-14).

As implicações de uma vida transformada pelo Evangelho.

A transformação é marcada pela pureza da alma em obediência à verdade

Pedro apresenta cinco aspectos da transformação que ocorre por meio da


Palavra de Deus:

1.A transformação é realizada por Deus através da Sua Palavra, não pelo
homem.

“pois fostes regenerados...” – A palavra “regenerado” (“nascer de novo” na NTLH


e anagennao, em grego) Ou seja, aponta para a ação de Deus no novo
nascimento. É Deus quem nos salva “... Ele nos salvou mediante o lavar
regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tt 3.5). Esse “nascer de novo”
acontece através da Palavra de Deus (tanto pregada quanto escrita). Tiago
afirma: “Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para
que fôssemos como que primícias das suas criaturas” (Tg 1.18). Os homens
podem especular sobre o que Deus é, mas somente através da revelação e não
da especulação, que podemos conhecer verdadeiramente a Deus. Assim, Ele
usa a verdade, especialmente a verdade sobre o Seu Filho que se entregou na
cruz por nossos pecados, para transformar nossos corações de pedra em
coração de carne: “Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados;
de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-
vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração
de pedra e vos darei coração de carne” (Ez 36.25-27; cf. Jr 31.31-34; Mt 26.28;
Jo 3.5; Ef 5.26; Tt 3.5).

2. A transformação não é temporária, mas duradoura.

“pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de


incorruptível...” (v. 23) – Pedro descreve o novo nascimento como vindo de
uma semente imperecível, em contraste com a semente perecível do nascimento
humano. A semente incorruptível é a Palavra (Lc 8.11), que é viva e permanente.
Assim, a vida nova que Deus dá através da Sua Palavra é eterna, não está
sujeita à morte. Pedro cita Isaías para apoiar o seu ponto. No contexto, Isaías
profetizou ao povo de Deus que foi levado para o cativeiro na Babilônia,
confortando-os sobre o fato de que Deus cumpriria Suas promessas
restaurando-os a terra.

A Babilônia, exteriormente, era um dos reinos mais impressionantes e poderosos


do mundo. Os jardins suspensos foram considerados uma das maravilhas do
mundo antigo. As muralhas da Babilônia pareciam impenetráveis. Mas Isaías diz:
“Toda a carne é erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e
caem as flores, soprando nelas o hálito do SENHOR. Na verdade, o povo é erva;
seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece
eternamente” (Is 40.6-8). Em outras palavras, não se deixe enganar pela
imponência da Babilônia. Ela vai desaparecer como uma flor, mas a Palavra de
Deus permanecerá para sempre! É claro, a Palavra de Deus através de Isaías
provou-se verdadeira. Pedro acrescenta: “Esta é a palavra que foi anunciada
como uma boa nova para você”. Assim, quando você estiver sofrendo nesse
mundo que parece fascinante e duradoura, não se deixe enganar. Ele vai
desaparecer e perecer, mas o novo nascimento que você possui por meio da
Palavra de Deus habitará para sempre. Além do mais, o amor também vai durar
para sempre da mesma forma que a Palavra de Deus. Paulo diz que o amor
jamais acaba (1Co 13.8). O amor vai durar para sempre (1Co 13.13). O amor
deve ser visível na vida daqueles que são obedientes à verdade.
3. A Transformação nos leva a amar uns aos outros.

“... tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos
outros ardentemente” (v. 22b) – O amor está no centro da vida cristã. Na
verdade, o amor é o próprio caráter, a própria essência de Deus (1Jo 4.8). Como
vimos, Jesus declarou que seria por este amor que todos iriam reconhecer seus
discípulos (Jo 13.35).

Pedro usou duas palavras diferentes para o amor: philadelphia que representa o
amor de irmãos ou irmãs, amor fraterno. Pedro também utilizou a palavra agape
que expressa o tipo ideal de amor, aquele que é exercido pela vontade ao invés
da emoção, não determinado pela beleza ou conveniência, mas a nobre intenção
de quem ama. Mas o que isso significa?

O apóstolo Pedro nos ensina que o amor bíblico possui três características
específicas:

Primeiro, é um amor sincero. A expressão “não fingido” (anupokritos) significa


“não hipócrita” (cf. Rm 12.9; 2Co 6.6). Este amor entre irmãos (filadélfia) deve
ser sincero. Sabendo do perigo da hipocrisia, Paulo admoestou aos romanos: “O
amor seja sem hipocrisia...” (Rm 12.9, 12.10). O apóstolo João nos exorta da
mesma forma: “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato
e de verdade” (1Jo 3.18; cf. 2Co 6.6; 8.8). Ao viver esse tipo de amor, Deus pode
usar a unidade amorosa dos crentes para atrair um mundo perdido e despertá-
lo para a sua necessidade de salvação (cf. Jo 13.34-35; 1Co 10.31,33). No
entanto, o amor (ágape) só pode brotar de um coração transformado pela ação
do Espírito Santo de Deus.

Em segundo lugar, é um amor puro. O provérbio faz a seguinte pergunta: “Quem


pode dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou do meu pecado?” (Pv 20.9). A
resposta é: ninguém! Não se pode limpar ou purificar a si mesmo do pecado.
Somente Cristo pode fazer isso (1Pe 1.19-20). Você não pode amar biblicamente
ao abrigar o pecado não confessado em seu coração. Ele deve partir de um
coração puro. Foi exatamente isso que Paulo ensinou ao jovem Timóteo: “Foge,
outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com
os que, de coração puro, invocam o Senhor” (2Tm 2.22).
Terceiro, é um amor fervoroso. “... amai-vos, de coração, uns aos outros
ardentemente” (v. 22) – A palavra “ardentemente” (ektenōs em grego) é um
termo de origem fisiológica. Significa esticar um músculo ao máximo. A palavra
é traduzida por Lucas como “intensamente” (Lc 22.44; At 12.5, At 26.7). Pedro
também utilizou da mesma forma: “Acima de tudo, porém, tende amor intenso
uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados” (1Pe 4.8).
O amor é algo que temos que nos esforçar para praticar. O amor cristão não é
um sentimento, é uma questão de vontade.

Mostramos amor aos outros quando tratamos da mesma forma como Deus nos
trata. Deus nos perdoa, por isso, perdoamos. Deus é bom para conosco, por
isso, somos gentis com os outros. Não é uma questão de sentimento, mas de
vontade, e isso é algo que devemos trabalhar constantemente se quisermos ter
sucesso. Amar biblicamente requer muito trabalho e esforço. Nem sempre é fácil.
Mas é necessário como parte crucial do desenvolvimento de nossa salvação.

4.A transformação por meio do evangelho nos leva a abandonar o pecado

A conjunção “portanto” remete a 1Pe 1.23-25 onde Pedro declarou que “a


palavra do Senhor, permanece eternamente” a “semente incorruptível”, o
evangelho capaz de produzir um novo nascimento. Ou seja, a Palavra de Deus
é a fonte da salvação (2Tm 3.15). Logo, Deus em Sua graça opera através da
Palavra para gerar uma nova vida (Tg 1.18; cf. Jo 20.31; Rm 10.17). Por isso,
diante da Palavra semeada, todo cristão deve abandonar as atitudes
pecaminosas de sua velha vida e buscar diariamente ser mais parecido com
Cristo.

“Despojando-vos, portanto...” (v. 1) – Tiago compartilha o mesmo conselho de


Pedro quando escreve: “Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo
de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é
poderosa para salvar a vossa alma” (Tg 1.21). O verdadeiro arrependimento
deve sempre começar com o abandono do pecado. O verbo “despojar”
(apotıthēmi, em grego) significa “se livrar de” ou “lançar fora”. Paulo usou a
mesma palavra para expressar nossa atitude em relação às obras das trevas:
“Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e
revistamo-nos das armas da luz” (Rm 13.12). Nas antigas cerimônias de
batismo, aqueles que eram batizados deveriam descartar as roupas que usavam
na cerimônia. Após o batismo, eles colocavam roupas novas que recebiam da
igreja. O ato de trocar de roupa simbolizava a realidade da salvação em
abandonar as coisas do passado e se revestir de uma nova vida (Rm 6.3-7; 2Co
5.17; Ef 4.24). O autor de Hebreus nos encoraja a “desembaraçar de todo peso
e do pecado que tenazmente nos assedia e correr com perseverança, a carreira
que nos está proposta” (Hb 12.1). Assim, um cristão que experimentou o novo
nascimento deve abandonar todos os pecados que atrapalham o seu desejo pela
Palavra de Deus (2Tm 2.4). O pecado nos priva do melhor de Deus, e ainda
assim, muitas vezes brincamos com o algo extremamente perigoso. Tentamos
chegar o mais perto possível, sem se queimar. Mas o pecado nunca opera sem
consequências. O que semeamos, colheremos. “Porque o que semeia para a
sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito
do Espírito colherá vida eterna” (Gl 6.8).

Pedro lista cinco pecados que devemos nos despojar a fim de experimentarmos
um crescimento espiritual.

Em primeiro lugar, a Maldade – O termo maldade (kakia, em grego) é uma


palavra geral para todo o tipo de malícia (Rm 1.29, 1Co 5.8; Ef 4.31). Os outros
pecados mencionados nessa lista são decorrentes dessa maldade.

Em segundo lugar, o Dolo – Essa palavra originalmente significava “isca” ou


“armadilha”. Representa um espírito traiçoeiro. Refere-se a alguém que conta
uma mentira a fim de enganar os outros (2.22, 3.10; cf. Mc 7.22,23).

Em terceiro lugar, a “Hipocrisia” – A hipocrisia (hupokrisis, em grego) significa


dissimulação. É utilizar uma máscara para esconder a verdadeira identidade. (Mt
23.28; Mc 12.15; Lc 12.1). No grego clássico, um hipócrita poderia ser um
intérprete, orador, declamador de poesia ou ator. Jesus criticou os hipócritas de
serem piedosos apenas em público (Mt 6.2, 5, 16). Os hipócritas também foram
culpados de criticar as falhas dos outros e ignorar as próprias falhas (Mt 7.1-5).
Jesus muitas vezes chamou os fariseus de hipócritas por causa do conflito entre
suas ações externas e atitudes internas (Mt 15.1-9). Jesus comparou-os aos
sepulcros caiados que por fora eram impecáveis, mas por dentro eram sujos (Mt
23.25-28). Paulo acusou Pedro de hipocrisia por se recusar a comer com os
cristãos gentios em Antioquia (Gl 2.12-13). Paulo advertiu a Timóteo sobre os
falsos mestres hipócritas (1Tm 4.2).

Em quarto lugar, a “Inveja” – Descreve um sentimento avarento de querer ocupar


o lugar do outro. Foi esse o sentimento por trás da crucificação de Jesus: os
líderes religiosos tornaram-se invejosos diante da popularidade de Cristo (Mc
15.10, Mt 27.18; Rm 1.29). A inveja muitas vezes leva a ressentimentos, ódio,
amargura e conflitos (cf. 1Co 3.3; 1Tm 6.4).

Em quinto lugar, “toda sorte de maledicências” – Por fim, o apóstolo Pedro


menciona a maledicência (katalalia, em grego) que significa calúnia. Essa
palavra (katalalia, em grego) aparece somente aqui em 1Pe 2.1 e em 2Coríntios
12.20. O verbo relacionado katalaleō é traduzido como “falar contra” em Tiago
4.11. O caluniador diz coisas boas diante da pessoa, mas o deprecia por trás.
Ele sempre fala mal quando a vítima não está por perto. O desejo do apóstolo
Pedro é que os seus leitores jamais se esquecessem de que o pecado é uma
fraude. Jesus declarou que o Diabo é o pai da mentira (Jo 8.44). Entretanto,
Deus é a fonte de toda a verdade. Ou seja, quanto mais conhecemos a respeito
do Deus verdadeiro revelado em Sua Palavra, mais parecidos com Cristo nos
tornamos. Como resultado, até os nossos sentimentos serão transformados.

Tome a decisão de romper com as atitudes e pensamentos pecaminosos de sua


velha vida e viva como um verdadeiro cristão. Alguém acertadamente declarou:
Confesse seus pecados e os abandone o mais rápido possível! E volte para a
Bíblia.

5.A transformação do evangelho nos leva a nos alimentar da Palavra de


Deus

“desejai ardentemente...” (v. 2) – Pedro queria que seus leitores desejassem


ardentemente a Palavra como um bebê recém-nascido deseja o leite materno. A
palavra desejar (epipothēsate) é um verbo imperativo. O apóstolo Paulo usou a
palavra sete vezes (Rm 1.11; 2Co 5.2; 9.14; Fp 1.8), e em cada caso, ela
expressa um intenso desejo, ou paixão insaciável (cf. Sl 42.1 ). Todo cristão
precisa e deve ansiar pelo alimento espiritual que produz crescimento, a Palavra
de Deus.
Além disso, é notável que Pedro não ordene aos crentes a ler a Palavra, estudar
a Palavra, meditar na Palavra, ensinar a Palavra, pregar a Palavra, buscar a
Palavra ou memorizar a Palavra. Todas essas coisas são essenciais, e outras
passagens ordenam os crentes a fazerem isso (cf. Js 1.8; Sl 119.11; At 17.11).
No entanto, Pedro foca no elemento mais fundamental que os crentes precisam
ter antes de exercer qualquer dessas atividades, um desejo profundo e contínuo
pela Palavra da verdade (cf. 2Ts 2.10b). É exatamente esse sentimento que os
leitores de Pedro deveriam nutrir em seus corações pela Palavra de Deus. Pedro
declara que Palavra de Deus é pura, racional e nutritiva.

A. A Palavra é pura.

“desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite


espiritual...” (v. 2) – A expressão “recém-nascida” (brephos, em grego) identifica
uma criança que acabara de nascer e está chorando desesperadamente por
alimento. Sua maior necessidade é o alimento. Ela é tão frágil, mas a sua fome
é grande! De forma semelhante, os crentes devem desejar a Palavra de Deus.
É um desejo singular e implacável, porque a vida depende disso. Contudo, Pedro
proclama que não é qualquer tipo de alimento que devemos ansiar.

Pelo contrário, ele diz: “o genuíno leite espiritual”. O termo “genuíno” (adolos, em
grego) significa, literalmente, não misturado, não adulterado. É a mesma palavra
utilizada no versículo 1 (traduzida por “dolo”). É um termo oriundo da indústria
do vinho do primeiro século. O vinho era muitas vezes misturado com água,
especialmente o vinho mais velho. Muitas vezes, os comerciantes tentavam
vender vinho aguado ou diluído. Portanto, este termo era usado metaforicamente
para aquilo que era “sem mistura” ou “genuíno”. Mas a adulteração não acontece
apenas com o vinho. Alimentar um recém-nascido com leite contaminado é
assinar o seu atestado de óbito. O leite contaminado é um veneno capaz de
matar mais rápido do que a fome. Da mesma forma, sem o genuíno leite
espiritual, que é a Palavra de Deus, o crente vai perecer. Davi declarou:
“Consumida está a minha alma por desejar, incessantemente, os teus juízos” (Sl
119.20). Para Davi a lei se tornou o seu alimento dia e noite (Sl 1.2). Porém, é
muito triste quando os cristãos não têm fome pela Palavra de Deus. Pedro nos
diz para desejar ardentemente o leite genuíno, o leite não adulterado. Isto é, a
Palavra de Deus, sem quaisquer impurezas de erro, e livre de quaisquer
influências humanas.

B. A Palavra é racional.

“desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite


espiritual...” (v. 2) – A palavra “espiritual” (logikos) também significa racional ou
o que pertence à razão ou à lógica. A outra vez que ela ocorre na Bíblia é em
Romanos, onde Paulo diz que devemos apresentar nossos corpos como
“sacrifício vivo a Deus que é o nosso culto racional” (Rm 12.2).

Pedro utiliza-o para mostrar que não está falando sobre o leite materno
literalmente, mas sim sobre o leite espiritual da Palavra viva e permanente de
Deus (1.23). Este leite espiritual é racional. A razão humana deve se sujeitar à
revelação escrita de Deus. Ninguém pode conhecer a Deus sem o uso de sua
mente, pois Ele se revela na Palavra escrita. Esse equilíbrio deveria corrigir
muitos dos excessos de nossos dias. Existem muitos cristãos subjetivos. Eles
operam num nível de sentimento, desprovido de conteúdo teológico sólido.
Outros enfatizam conteúdo teológico, mas têm medo das emoções. A Palavra
de Deus deveria encher nossas mentes com o conhecimento de Deus e mover
os nossos corações com Sua majestade e amor.

C. A Palavra é nutritiva.

“... para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação” (v. 2) – O objetivo
do desejo de leite puro espiritual de Deus é o crescimento. É sempre triste ver
um ser humano desnutrido, fraco e em desenvolvimento demorado. Todos os
crentes devem ser motivados pela oportunidade de crescer e amadurecer em
Cristo.

“... vos seja dado crescimento...” – A palavra “crescimento” (auxēthēte, em


grego) é um verbo passivo, que significa literalmente “fazer você crescer”.O
apóstolo Pedro usou o mesmo verbo no fim da sua segunda carta quando
ordenou aos crentes a “crescerem na graça e no conhecimento de nosso Senhor
e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 3.18; cf. At 20.32; 1Tm 4.6). É pela ingestão da
verdade do Espírito Santo que o cristão amadurece e cresce (cf. 2Co 3.18). Deus
quer que cresçamos na graça e no conhecimento de Jesus Cristo. A exortação
de Pedro a respeito do crescimento na Palavra genuína lembra a exortação do
apóstolo Paulo aos Filipenses (Fp 3.7-14).

Deus criou o leite materno como alimento ideal para os recém nascidos. Ele tem
a capacidade de proteger o bebê de muitas doenças e nutri-los para o
crescimento. De forma semelhante, a Palavra de Deus protegerá os cristãos de
muitas doenças espirituais. O leite materno vai fazer o bebê crescer durante
meses sem qualquer outro alimento. Já a Palavra de Deus alimenta os cristãos
para que “cresçam para a salvação” (2.2). Enquanto Pedro fala sobre o
crescimento, ele também fala sobre degustação. Antes de desejar
profundamente o leite espiritual, Pedro mostra que a degustação precede o
desejo (v. 3).

5.1 A transformação nos leva a provar do Deus da Palavra

A motivação para desejar a Palavra de Deus ecoa das palavras do salmista, “Oh!
Provai e vede que o SENHOR é bom” (Sl 34.8). O Salmo 34 deve ter sido o
favorito de Pedro - ele cita novamente em 3.10-12. Além disso, o tema do Salmo
34 é aproximadamente o mesmo que o de 1Pedro: “Busquei o SENHOR, e ele
me acolheu; livrou-me de todos os meus temores” (Sl 34.4) e “Muitas são as
aflições do justo, mas o SENHOR de todas o livra” (Sl 34.19). “se é que já tendes
a experiência...” (v. 3) – A palavra “experiência” (geuomai, em grego) significa
provar, traz a ideia de provar uma comida.

Pedro se refere especialmente à bondade do Senhor ou a graça que foi mostrada


aos seus leitores. Em outras palavras, se você conhece a Cristo e tem certeza
de sua salvação, você experimentou da bondade do Senhor, porque você sabe
que merecia julgamento, mas Deus lhe mostrou misericórdia (Rm 5.8). Os
crentes devem regularmente estudar as bênçãos de sua salvação, lembrando-
se das muitas vezes em que Deus respondeu suas orações (cf. Sl 40.1; 116.1;
138.3). O profeta Jeremias escreveu: “Achadas as tuas palavras, logo as comi;
as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome
sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos” (Jr 15.16). Como o salmista
todos devem afirmar, “Puríssima é a tua palavra; por isso, o teu servo a estima.
Pequeno sou e desprezado; contudo, não me esqueço dos teus preceitos. A tua
justiça é justiça eterna, e a tua lei é a própria verdade” (Sl 119.140-142).

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