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AULA 01, QUINTA, 08.

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DA JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA: DOS ARTIGOS 69 A 91 DO CPP

Jurisdição é o poder-dever pertinente ao Estado-juiz de aplicar o direito ao caso concreto.


Não há lide em processo penal, há o preceito primário (crime), e o preceito secundário (pena) será
aplicado através de uma instrução, num procedimento, feita pelo órgão responsável, por norma
anterior que o estabeleça, pela jurisdição.

Não pode a jurisdição ser delegada a outros órgãos (indelegabilidade), exceto pelas cartas
precatórias. A jurisdição não está sujeita à vontade das partes (inevitabilidade). É característica
basilar da jurisdição o juiz natural (artigo 5° da CF, LIII e XXXVII), que consiste no princípio de
existência preestabelecida de normas jurídicas de competência jurisdicional, garantindo a
independência e a imparcialidade do órgão julgador. A jurisdição é inafastável (inafastabilidade,
artigo 5° da CF, XXXV). O devido processo legal é a essência da ciência processual e
consequentemente da jurisdição.

É preciso ter correspondência entre a sentença e o pedido na inicial acusatória (correlação


ou relatividade). No IQ, a tipificação dada pelo delegado não vincula o MP. No processo penal, o
réu se defende dos fatos e não do tipo penal, que é característica meramente garantista vide o
princípio da reserva legal. Sem modificar a descrição do fato na exordial acusatória, o juiz poderá
atribuir definição legal jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais
grave, é o chamado emendatio libelli (artigo 383, CPP). * O IQ só serve para duas coisas: apurar a
suposta autoria e a materialidade delitiva*. Já o instituto da mutatio libelli, tem cabimento quando
os fatos narrados na inicial são dissonantes daqueles apurados na instrução criminal, havendo
então uma emenda da inicial, que modifica a situação fática.

AULA 02, SEXTA, 09.02

Em regra, os órgãos jurisdicionais dependem de provocação (princípio da inércia). A


característica basilar da jurisdição é a substitutividade, ou seja, cabe apenas ao Estado,
substituindo a atividade das partes, resolver os litígios. A atividade jurisdicional tem pode objetivo
aplicar o direito ao caso concreto, numa hermenêutica criativa. Após o trânsito em julgado, a
sentença não pode ser modificada, salvo exceções permitidas em lei, como a revisão criminal, é a
imutabilidade; a revisão criminal, exclusiva do réu, a qualquer tempo, após o trânsito, pode ser
demandada (não há revisão criminal pro societate, mas sim, unicamente, pro reo,

Todo juiz tem jurisdição, mas nem todo juiz tem competência. A competência é a medida ou
delimitação da jurisdição, dentro dos quais o órgão jurisdicional poderá aplicar o direito ao caso
concreto. Artigo 69 do CPP.

Há a competência absoluta, que o interesse tutelado é de interesse público, e é


improrrogável. Há também a competência relativa, que o interesse tutelado é de natureza particular,
das partes, e é prorrogável.

A incompetência absoluta pode ser suscitada a qualquer tempo, inclusive após o trânsito em
julgado (...).
Artigo 69 - Determinará a competência jurisdicional:
I – O lugar da infração;
II – O domicílio ou residência do réu;
III- Natureza da infração;
IV- A distribuição;
V – A conexão ou continência;
VI – A prevenção;
VII – A prerrogativa de função.
Competência ratione materiae: justiça estadual, justiça federal, justiça militar estadual e
federal, justiça especializada eleitoral.
Atenção para as novas competências da justiça militar após a lei 13.491/2017.
Competência ratione loci: artigos 70 e 71 do CPP. Em regra, é determinada pelo lugar em
que se consumou a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato
de execução. MAS ATENÇÃO: Nos crimes de homicídio que sejam plurilocais (conduta em uma
comarca e resultado em outra) há uma ponderação casuística, pois, mesmo existindo a
consumação em outra cidade, mas as provas e as diligências estão em outro lugar, o da tentativa,
esse lugar deverá ter a competência, ou seja, o local onde o crime exteriorizou seus efeitos, onde
provou impacto na sociedade.

A teoria da atividade ou omissão, muito usada nos crimes tentados e obrigatoriamente no JECRIM,
em crimes formais, o juiz competente é o local onde aconteceu a infração penal.

A teoria do resultado, é a usada, em regra, pelo CPP, o juiz competente é o local onde se operou
a consumação do delito.

A teoria da ubiquidade, junção das teorias da atividade e do resultado, é usada nos crimes à
distância, que são aqueles que ocorrem em dois ou mais países.

Competência por domicílio ou residência do réu: artigos 72 e 73 do CPP. Não sendo


conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. Nos
casos de exclusiva ação penal privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da
residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.

Crimes praticados a bordo de navios ou aeronaves: Viagens nacionais em navio e aeronave,


se iniciar a viagem e a encerrar em território brasileiro, o juízo competente é o do local onde primeiro
pousar ou atracar. Viagens internacionais, saindo do país ou chegando ao país, o local da chegada
ou saída. Artigos 89, 90 e 91 do CPP; no caso das embarcações, viagem nacional é o local em que
primeiro a embarcação aportar após o delito; viagem internacional, se estar se distanciando é
definida pelo local de saída, se aproximando, é o local da chegada. Pequenas embarcações, JE, e
navios, JF.

Artigo 109, IX da CF: Compete aos juízes federais processar e julgar os crimes cometidos a
bordo de navios ou aeronaves, ressalvadas a competência da Justiça Militar.

No caso das aeronaves, viagem nacional é o local do pouso após o delito, ainda que fora do plano
de voo. Viagem internacional, se estiver se distanciando do Brasil, a competência será pelo local
de partida, em caso de aproximação, o local da chegada. Competência: JF.
Crimes praticados no exterior será a competência da capital do Estado onde por último tiver
residido o acusado, e caso nunca tenha residido no Brasil, será julgado na capital da República.

Lei número 10.446/2002 > Artigo 144, CF. *Justiça Federal não julga contravenção penal,
havendo apenas uma possibilidade, se e somente o contraventor gozar de prerrogativa de função*.
Se tiver um crime estadual junto com crime federal, tudo irá para a esfera federal, conforme súmula
122, STJ.

AULA 03, QUINTA, 22.02

Da competência pela natureza da infração, estabelecida no artigo 74 do CPP. Permite a


identificação do juízo competente a depender da qualidade da infração a ser julgada, como o
tribunal do júri, cuja competência seja a de julgar crimes dolosos contra a vida, na sua forma
consumada ou tentada, e mais o rol ampliado pelo artigo 74 do CPP, quais sejam, os artigos 121,
§§1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal.

Da competência por distribuição, diz o artigo 75 do CPP que a precedência da distribuição


fixará a competência quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente
competente. Seu parágrafo único diz que a distribuição realizada para o efeito da concessão de
fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou
queixa, prevenirá a da ação penal. É a fixação de competência por prevenção.
Da competência ratione personae é a prerrogativa de função e de manutenção do cargo ou
mandato. CUIDADO: As autoridades com foro privilegiado estatuído na CF não irão ao tribunal do
júri, sendo julgadas pelo respectivo tribunal competente; mas cuidado, há uma súmula vinculante,
45, que diz que a competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual. Na CF não há
prevalência do foro sobre tribunal do júri para parlamentares estaduais, apenas para parlamentares
federais. *Muita polêmica aqui, com decisões diferenciadas e diversas nos tribunais, principalmente
STF*. Hoje, o processo vai atrás da pessoa, conforme sua prerrogativa ou não, essa é a regra
geral. Quando a prerrogativa funcional dos prefeitos, a competência é do TJ, conforme artigo 29,
X, da CF. Nos crimes contra a união, suas autarquias e empresas públicas, quem julgará o prefeito
será o TRF, e nos crimes eleitorais, será o TER (aplica-se esse entendimento aos deputados
estaduais, conforme súmula 208 do STJ). Quanto a prerrogativa de foro e o indiciamento, esse é
privativo do delegado de polícia. O duplo grau de jurisdição não tem previsão expressa na CF,
sendo estrutura própria de funcionamento do judiciário e pelo pacto de São José da Costa Rica;
quanto a relação do duplo grau e o foro de prerrogativa e sua cessação (professor não explicou
porra nenhuma).
Cada estado poderá fixar prerrogativa de função em suas constituições, respeitando a CF.

A competência absoluta é de interesse público, a competência relativa é de interesse


unicamente das partes.

A prevenção é o critério mais residual de fixação de competência; prevento é quando o juiz


primeiro pratica atos do processo ou medidas relativas ao mesmo; a audiência de custódia não
discute o mérito da ação e não induz prevenção do juiz, tendo finalidade específica de analisar a
integridade física do preso em flagrante e suas opções de responder aos procedimentos em
liberdade.
Quando for incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições e a infração tenha sido
praticada em suas dividas, conforme o artigo 70, §3°.

Caso de crime continuado ou permanente, que se estenda pelo território de mais de uma
jurisdição, conforme artigo 71.

Artigo 72, §§1° e 2°, é quando não é conhecido o local da consumação do delito e se o réu
tiver mais de uma residência, não possuir ou for desconhecida, a competência será fixada pela
prevenção.

Competência por CONEXÃO ou CONTINÊNCIA: a conexão é a interligação entre duas ou


mais infrações, devendo ser julgadas em um só processo; já a continência, é o vínculo que une
vários infratores e uma única infração, ou a ligação de várias infrações por ocorrerem de conduta
única (concurso formal).

Artigo 76, I: se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo,
por várias pessoas reunidas (conexão intersubjetivo simultânea, como arrastão), ou por várias
pessoas em concurso, embora diverso o tempo e lugar (conexão intersubjetiva concursal, como
organização criminosa), ou por várias pessoas, umas contas as outras (conexão intersubjetiva
recíproca, como lesão corporal recíproca). *Atenção para a Rixa é crime único*. II: se, no mesmo
caso (duas ou mais infrações), houverem sido umas praticas para facilitar ou ocultas as outras, ou
para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas (conexão objetiva material,
teleológica ou finalista, como a testemunha que presenciou a prática de um crime). III: quando a
prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra
infração (conexão objetiva instrumental ou probatória, como a receptação em PE e furto na BA).

Artigo 77, I: duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração (continência por
cumulação subjetiva)
II: no caso de infração cometida nas condições previstas no artigo 51, §1°, artigo 53, segunda parte,
e artigo 54 do Código Penal (continência por cumulação objetiva).

AULA 04, SEXTA, 23.02


Documentário vei o qual não prestei atenção.
AULA 05, QUINTA, 01.03

Quanto à competência da Justiça Militar, temos o seguinte. JMF poderá, excepcionalmente,


julgar civis, mas a JME nunca poderá julgar civis. Recentemente, tivemos mudanças nesse quesito.
Crimes militares poderão, agora, serem previstos na legislação penal comum, conforme alteração
do inciso II do artigo 9 (consideram-se crimes militares, em tempo de paz: II os crimes previstos
neste Código e os previstos na legislação penal, quando praticados...) – os crimes dolosos contra
a vida de civis, praticados por militar, no EXERCÍCIO de sua função, em regra, irão à júri popular,
exceto, quando serão julgados e processados pela Justiça Militar da União, tais crimes praticados
no mesmo contexto por militares das Forças Armadas. O militar que praticar homicídio fora do
exercício de suas funções, será julgado normalmente pela Justiça Comum (Tribunal do Júri).

Foro prevalente é aquele que concentra o julgamento de todas as infrações e/ou todos os
infratores nas hipóteses de conexão e continência. Temos a Justiça Especial, militar ou eleitoral, e
a Justiça Comum. Havendo conexão entre o crime doloso contra a vida e crime de competência da
JM ou JE, haverá separação obrigatória. Júri contra Jurisdição Comum, em regra, o júri sempre vai
atrair as conexões e continências. Se o crime doloso contra a vida é conexo com crime comum
federal, ambos irão a júri que será realizado na JF.

Quanto à jurisdição de maior hierarquia e a jurisdição de menor hierarquia, em regra, fraciona-se e


separa-se, apesar de haver entendimento excepcional contrário do STF no caso Mensalão.
Quanto às jurisdições de hierarquia similar concorrendo, artigo 78, II.
Separação obrigatória dos processos: Justiça Comum e Justiça Militar; Justiça Comum e Juízo de
Menores (Vara da Infância e da Juventude, pois atos infracionais não são crimes); Superveniência
de Doença Mental; Fuga do Corréu.

Separação facultativa dos processos: Infrações penais praticadas em circunstâncias de tempo e


lugar diferentes; número excessivo de acusados; qualquer outro motivo relevante.
Observações finais (SLIDE...).

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