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ADORAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Segundo aponta Laplanche e Pontalis (2001), por referência ao mito de Narciso, é o
amor, pela imagem de si mesmo. Aparecendo pela primeira vez na literatura de Freud
1910, ao explicar a escolha de objetos nos homossexuais, segundo Freud (1910, apud
Laplanche e Pontalis, 2001 p. 311) ‘’ [...] tomam a si mesmos como objeto sexual;
partem do narcisismo e procuram jovens que se pareçam com eles, e a quem possam
amar assim como a mãe deles os amou’’. Conforme Roudinesco (1998) o termo
narcisismo foi utilizado pela primeira vez em 1887, por Alfred Binet, psicólogo francês,
para descrever um viés de fetichismo que consiste em se tornar a própria pessoa como
objeto sexual.
‘’ [...] até atingir plena satisfação mediante esses atos. Desenvolvido a esse
ponto, o narcisismo tem o significado de uma perversão que absorveu toda a
vida sexual da pessoa, e está sujeito às mesmas expectativas com que
abordamos o estudo das perversões em geral’’ (FREUD, 1914/1990, p.10).
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ser o Narcisismo um traço de normalidade no indivíduo, fazendo uma comparação com
a esquizofrenia, propõe (1914/1990 p.10/11):
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Freud (1914/1990), ainda, dividiu o Narcisismo em dois tipos, o narcisismo primário
e o narcisismo secundário. Sendo que no primário, o sujeito teria como modo de
satisfação da libido o auto-erotismo, que foi conceituado como o prazer que o órgão tira
de si mesmo. Por conta disso, essas pulsões, de forma independente, buscam
satisfazer-se no próprio corpo. Freud (1914/1990) ressalta a posição dos pais na
constituição do narcisismo primário nos filhos. Portanto o amor dos pais aos filhos, é o
narcisismo dos mesmos, renascido e transformado em amor objetal. Assim, Freud
definiu a escolha objetal ‘anaclítica’ ou de ‘ligação’, quando ama-se segundo o modelo
do amor recebido na relação com as figuras parentais, aquela que alimenta e protege.
Sobre a relação da esquizofrenia com o amor objetal, verificou-se que:
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Segundo Freud (1914/1990), o ego ideal é ambiguamente, um substituto do
narcisismo perdido da infância (onipotência infantil), bem como, o produto da
identificação das figuras parentais, assim como seus intermediários sociais. O
narcisismo dos indivíduos surge, deslocado em direção a esse ego ideal. Bem como o
ego infantil, o ego ideal, configura-se detentor de todo valor e perfeição. Assim sendo,
os indivíduos com tal vertente, não estão dispostos a renunciar seu narcisismo infantil, e
toda sua perfeição. Projetando, diante de si como sendo seu ideal, o substituto deste
amor narcisista de sua infância, aonde o próprio bebê era seu ideal. Sendo de
características normais este processo dar-se com a criança, do contrário afirma,
MOMBACH (2014, p. 3. apud CORDIÉ, 1996):
Pois bem, o bebê constituir-se-á a partir dessa primeira relação dual com a
mãe, onde vai extrair significados primordiais e fundamentais destes
investimentos libidinais, que refletiram mais tarde na construção de seus
próprios significados. Contudo, para que se inaugure esta construção psíquica é
necessária, a passagem do bebê pelo Narcisismo. Caso contrário, conforme
Cordié (1996) podem ocorrer acidentes de percurso na constituição deste corpo
imaginário e libidinal podendo provocar distúrbios diversos, como, por exemplo,
as doenças psicossomáticas, distúrbios instrumentais e também debilidade.
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parece guardar relação com o elemento narcísico da vida amorosa.’’ (FREUD,
1914/1990, p. 31)
Para Freud (1914/1990), o Narcisismo, por si só, não é considerado uma patologia.
Sendo ele, um integrador e protetor da personalidade e, também, do psiquismo. Alguns
aspectos fazem parte do funcionamento narcisista como, a preocupação exagerada
com o corpo, demonstra uma exagerada necessidade de se sentirem amados e
valorizados, buscam elogios, frustram-se com críticas, sentem-se infelizes quando
ignorados. Os indivíduos narcisistas mantêm relacionamentos superficiais, tendo
dificuldade em relacionar-se de forma mais profunda, inclusive na terapia apresentam
resistência a manter uma relação verdadeira. Outra dificuldade apontada consiste no
próprio estudo direto do narcisismo, pois segundo Freud (1914/1990, p.16):
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Freud (1914/1990) sinaliza a relevância da temática ao referir-se à distinção
entre narcisismo primário e narcisismo secundário, conceitos que podem ser
relacionados à diferenciação das estruturas neurótica e psicótica. A concepção do ideal
do ego permite um primeiro olhar da estrutura social, de onde vem que o ideal moral da
civilização é constituído com base no narcisismo. Tendo ele sido originado da
incapacidade de se renunciar ao modo de satisfação narcísica já obtida.
REFERÊNCIAS
FREUD, S. (1914). Sobre o narcisismo: uma introdução. In: FREUD, S. Edição standard
brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. v.14. Rio de Janeiro:
Imago, 1990.
VELOSO, C. Muito: dentro da estrela azulada – Sampa. São Paulo: 1978. Disponível
em: https://musicasbrasileiras.wordpress.com/2010/07/26/sampa-caetano-veloso/
Acesso em: 20/05/2018.