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MÁRIO JORGE DE ALMEEOA CARVALHO

FIICJLÎME BE CIuHClAS SOCIAIS E


BIBLIOTECA

46575

PPORI.F.MAS FI?NDA\îF.\TAIS DE FENO^IEXQJLíK^AJJJJlI.XITIIPI:

LISBOA
1996

4C575
Dissertagão de Doutoramento em Filosofia

Faculdade de Ciências Sociais


apresentada a

e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.


Para o David,

que queria estudar filosofia e a quem não

cheguei a ensinar latim,

brincou e morreu ao lado desta tese.


'Was ist das Schwerste von allem9 Was dir das Leichteste dúnket:

Mit den Augen zu sehen, was vor den Augen dir liegt."

GOETHE, Nachlass-Xenien. 45

"Kivôovsúsi yáp riu^v ík.ũlgxoc. oíov ovap siococ d^avTa

itávi' <xu iraA.iv éoĸzp ûrøp áyvosiv."

PLATÃO, Politico, 277d

"sí ouv iô <jĸo<; tô sv ooi oĸoioc sgiív, tô okôtoc; xôoov."

MATEUS 6, 23
NOTA FRÊVIA

investigagSo que a seguir se apre-


o seu tltulo indica, a
Como

da finitude.
senta diz respeito ao problema
nâo se

Mas, ao contrârio do que o proprio título pode sugerir,

abarque rodas ou pelo me


trata de uma investigagĩo abrangente, que

das facetas do problema, numa averiguagao exaustiva ou

nos muitas

Na verdade, deixa mesmo inteiramente


de qualquer modo muito ampla.
do
numerosos aspectos (e aspectos importantes)
f0ra de consideragão

tornar finita a nossa condi-


de factores que concorrem para
conjunto

gão .

de factores que contri-


A bem dizer, de toda a multipl icidade

estamos sujeitos ngo se conaidera^agui


buem para a finitude a que

do acesso em
a finitude
p^o^iajnent^i^q^JHn^^Eei^^:
tem das coisas-i.e., a finitu
que se
que se estâ, da aEresentagSg
de vista".
de do ""«"
"ponto
desde jâ, para prevenir eventuais equívo-
importa sublinha-lo
encontrar ne
surpresa de nâo se
âmbito do trabalho e a
cos sobre o

de numerosos aspectos que seria legitimo espe-


le quaiquer mengSo
invesr.igagão sobre a finitude.
ver tratados numa
rar

ccnfronta-se unica e exclusivamen-


levada a cabo
A averiguagão

da íinirude do "ponto de vista"- com o prcblema


te com o problema
e, pcr outro lado, em^uejnedil
de saber en^u^entidO-O^nÍÍdos
de vista é
é se Pode dizer que o nosso ponto
dida, a_que ponto que

finito.
um ponto de vista
rrata, e somente disto.
E disto que se
Deste modo, mais do que uma f enomenologia da finitude, no sen-

ziáo prôprio e amplo da nocão ,


aquilo que se procura empreender e

coisa como uma f enomeno logia do escondimento —

uma averi-
qualquer

em está em causa estabelecer a natureza e amplitude da-


guacão que

nôs de uma apresentagão e compreensâo das coi-


quilo que , dispondo

disso se subtrai a ela, se mantém numa recusa, ou de


saS; apesar

algum modc faz restrito, torna imperfeito o acesso, a apresentacSo

de que se dispOe.

Mas, se na verdade é este o objecto da investigagão que se a-

entao parece haver qualquer coisa de imprôprio no título


presenta,

adootado, em ela vem designada sob a forma de "Problemas fun-


que

damentais de f enomenologia da finitude".

Muito mais adequadamente se definiria o empreendimento em cau-

sa, e o crue parece, se se falasse de "Problemas fundamentais de fe-

du escondimento" indicando assim claramente o âmbito


nomeno logia ,

de incidéncia mais restrito.

N2o é. por acaso que isso não está feito e se incorre


porem,

no risco de suscitar equívocos.

Se esse outro título seria em certo sentido mais exacto que o

nele ficaria por expressar algo de decisivo em vir


que se adopiou,

tude do ma 1 e ie problemas fundamentais de f enomeno logia da fini-

tude--e nao do escondimento —

que se fala: o facto (que no curso da

e pouco se desenha) de a finitude do acesso


investigacao a pcuco

de i.e., o escondimento que esse acesso deixa subsis


cue dispcmos,

tir, ter 'dimensOes" e um carácter tais que não constitui apenas

um mornentD mais no complexo dos factores finitizantes mas um momen-

to fundamental , decisivo desse complexo


um momento que torna a ti

nitude que nos afecta muito mais crítica e, se assim se pode dizer,

radicalmente mais jinita .

A aparente imprecisãc nâo é, assim, ocasional. Nem e propria-

mente uma imprecisâo. Corresponde á indicagão de um aspecto ful-

cral do apuramento que se 1 eva a cabo : ao modo como nele emerge a


do ponto de vista como momento fundamental e momen-
finitude nosso

momento mais fundamental e


_gjL certa medida,
como
to crítico ( e ,

de todo complexo da finitude


critico) o .

mais

é também devido acerca do que


Algum esclarecimento preliminar

se entende por f enomenologia e do sentido em que a investigacão

realizada corresponde a tal designagâo.

Na verdade, sô o prôprio curso da investigacão pode proporcio-

cabal esse respeito. Mas é, em todo o ca-


nar um esc larecimento a

so, imprescindível prevenir de antemão qualquer interpretagão me-

nos adequada que a referência á nogâo de f enomeno logia porventura

possa suscitar. Pois o termo


"
f enomenol ogia" é equívocc. Nâo somen

diversas as concepgOes a que corresponde nos diferentes em-


te sâo

filosôficos assim se quiseram designar. Mas a prô


creendimentos que

trouxe consigo, o uso in


pria banalizagão que a sua "popularidade"

estado tornam o seu significado im-


discriminado a que tem sujeito,

preciso, difuso.

"

Ao caracterizar-se o trabalho realizado como f enomenologia" ,

de maneira nenhuma que ele corresponda a todo c


tal nâo significa

complexo de ccncepgôes, procedimentos e requisitos metôdicos, etc,

dos diferentes projectos filo-


que se acham implicados em qualquer

do secuio desenvo 1 veram sob este


sôficos que desde o princípio se

trabalho se leva a cabo tenha pontos de con-


título. Embora o que

os
tacto com algt.ns cesses empreendimentos (e, designadamente ,
com

de Husserl e Heidegger) ,
a verdade é que muitos dos aspectos daqui

neles não estâo seguidos na presente inves-


lo que a nocâo implica

tigagâo .

descrito como f enomenologia numa a


0 que se empreende pode ser

nûcleo fundamental do que a


cepgâo lata, em correspondôncia a um

comum ás diversas tentativas feitas em seu nome .

nocao significa,
investigagâo da prô
Nesse nucleo,
"
f enomeno 1 ogia" significa uma

temos das coisas.


pria aj^esentasão,
do prôprio aparecimento, que

1 itada e requerida pelo facto de— ao con-


Uma investigagâo possibi

TTT
trário do que pode e tende a parecer, pois trata-se da prôpria mos-

em se está, da manif estagão a que se tem acesso--essa a


tragâo que

nâo estar naturalmente acompanhada num regime de intei^


presentagâo
de si mesma a si (de tal modo que nada do que e
ra transparência

seu lhe escapa) , mas antes constituída de tal forma que nâo se a-

bem de si, a si propria e ainda precisa de ser pa-


percebe escapa

tenteada, trazida a uma plena apropriagâo de si .

"

nesse núcleo, f enomenologia" é a investi-


Por outras palavras,

decorre de se verificar que a despeito de a apresenta-


gagão que ,

se apresenta (o campo da manifestagão das coisas


rao e aquilo que

em estamos) ser precisamente o mais prôximo que temos (aquilo


que

cue parece mais disponível e inteiramente å mostra: aigc absoluta-

contacto livre, abso iutamente irres-


mente dadc e perccrrivel num

"

de facto isso mesmo que assim parece mais a descoberto"


trito),

e aualcruer coisa que se estå muito longe de ter acompanhada--qual


-

coisa ainda cabe (e, mais do que isso, que ainda falta)
cuer que

descobr ĩr .

Em suma,
"
f enomeno iogia" é o empreendimento que corresponde a

oeculiar oossibi 1 idade expressa pela máxima dos Nachlass-Xenien de

Goethe citada em epígraíe (" Was ist das Schwerste von allem? Was

dir das Leichteste diinket: Mit den Augen zu sehen, was vor den Au~

1
possibi 1 idade de na verdade faltar ainda ver
gen dir liegt." ) : a

com os olhos

ver "com olhos de ver" —

aquilo que estå diante deles.

além disso, a investigagâo que decorre de se


"Fenornenologia" e,

verificar essa falta relativa ao acompanhamento da prôpria apre


que

sentarão é difícil de suprir e que a piena apropriagâo da apresenta

nâo e qualquer coisa que querendo-se, se obtem assim sem mais


gão ,

sem obståculos, sem problemas), mas antes ai


( numa råpida passagem,

ao de entravado, que sô um extraordinário esforgo, um aturado e cui^

dadoso processo de focagem permite conseguir. Ou seja, "fenomenolo

empreendimento de investigagâo que corresponde nâo sô a ha


gia" e o

uma de não acompanhamento do aparecimento perante o quai


ver margem
ser bastante ampla e dificil de cobrir,
se está, mas a essa margem

estå muito longe de um efectivo a-


de tal modo que naturalmente se

um caminho ainda
companhamento desse aparecimento— tão longe e com

ele expressa na
tão custoso a percorrer para se chegar a quanto se

realizagSo de tal tarefa (que naturaimente pa


máxima citada, onde a

de modo muito facil de reali-


rece sempre jA realizada ou qualquer

como sendo a mais difícil de todas .

zar), vem apresentada


finalmente, o empreendimento que correspon-
"Fenomenologia" e,

apropriagâo da apresen-
de a verificagâo de que essa focagem, essa

tudo mais ou menos como era antes de


se tem nâo deixa
tagão que
á fixagão de um conjunto de pormenores
se dar (não equivale apenas

sobre a forma como está constituída a a


mais ou menos indiferentes

não sô
constitui qualquer coisa cuja reaiizagão
presentagão),antes
tal
faz diferenga, mas uma grande diferenga— uma diferenga que pro

da situagão em que se estå e na ver


duz uma extraordinária revis3o

tudo a uma nova luz.


dade faz aparecer

corresponde a ideia de fenome-


s a este núcĩeo fundamental que

dele que irradiam as diferentes compreensOes do seu


noiogia e e

diferentes identií icagGes


sentidc--as quais traduzem precisamente
si prôpria, está a
da fcrma como a apresentagâo nâo se acompanha a

diferentes identif icagôes do


lheada de si, e, corre lativamente ,
a

de tal alheamen
e preciso para se produzir uma plena supressâo
que

uma plena descoberta do prôprio apareci


tc, uma plena apropriagão,

ccnsequenc ia também do que resulta da realizagão de


mento (e, por
,

semelhante descoberta) .

tem forgosamente de ter u-


caracterizagao que assim se avanga
A

ainda indeterminagão por esclare-


ma índole formal— que deixa em ,

enuncia. 0 cabi
cer, a que e que na verdade corresponde aquilo que

como a fenomeno-
mento, o sentido e o alcance de um empreendimento

da identif icagão concreta de cpmq


logia sô se descobrem a partir
de co
na verdade há um nåo-acompanhamento da prôpria apresentagão e

de tal forma esse redescobrimento


mo e possível redescobr i-1 a que
tudo de antes, traz consigo alteragôes de
na verdade não deixa como

se veem as coisas Antes de tal identi f icagão


peso na forma como . ,

os enunciaios que se apresentam a seu respeito, mesmo que apontem

deixa.m tudo ainda indefinido e n3.o e


jå numa determinada direcgão,

liminam uma certa perplexidade acerca do que possa ser aquilo que

identif icagâo concreta sô a pouco e pouco se torna-


referem. Ora a

do da investigagSo e de facto sô
rá. clara a partir prôprio processo

fica conclulda no seu termo.

Mas ,
sendo esta indicagâo ainda insuficiente para fazer ver con

"

corresponde a esta ideia de f enomenologia"


cretamente que e que ,

fica em tcdo o casc ciaro a partir da explicagão preiiminar já a-

tratado presente investigagão e o da


vangada que, se o problema na

de vista e se esse problema é seguido por


finitude do nosso ponto

ela no modo da f enomenologia , então é por uma revisao, por uma re-

de dispôe (por qualquer coi


focagem do prôprio aparecimerrto que se

"tentar ver com os oihos aquilo que de facto se tern pe-


sa como u:n

fazer luz sobre o problema da finitude.


rante eles") que se procura

esforgo de focagem e de reapropriagâo dessa or


E e precisamente um

tudo o se
dem que se pode encontrar em que segue.

Dito isto, esc larec imento prévio do sentido da investiga-


para

tem estar caracterizada como "fenomenoio-


"ão e do significado que

falta ainda assinalar que não e sô por uma afinidade metôdi-


gia",
estå projecto da fenome-
ca que a investigagão realizada ligada ao

nologia, tai como foi descrito. Incidindo espec if icamente sobre o

da finitude e tendo, desse modo um âmbito restrito, o s eu


problema ,

carácter nao .
é o de uma apiicagâo avulsa da forma de investiga.gao

de uma aplicagâo desligada de tudo o que fica fora


f encmenolôgica

desse âmfcito restrito. Nâo . A investigagâo enquadra-se no projecto

da tarefa global de apropriagão que corresponde a ideia


mais amplo

de f enomenologia . Tem as suas raízes nesse projecto, integra-se ne

le, pretende contribuir para a sua realizagão.

sâc complexas, podem expl ic itar-se melhor da


As relagQes, que

7T
forma seguinte:
natural da apresentagão, o alheamento
Por um lado, a opacidade

si f enomeno logia tal co


em que está a respeito de prôpria e que a ,

mo foi caracterizada, se destina a suprir é também uma opacidade,

á sua finitude~de tal modo que também a


um alheamento em relagão

é necessario um esforgo de supressâo do alheamento,


este respeito

Neste sentido, a f enomenologia tem de ser sempre tam


de refocagem.

da finitude da apresentagão do aparecimento .

bém uma f enomenol ogia ,

Por outro lado, sem uma focagem e reapropriagâo do aparecimento ,

defeito de transparencia que naturalmente o caracte-


mantendo-se o

de si mesmo, é muito difícil ter condigOes para con


riza a respeito

um mínimo de acuidade o problema da finitu


seguir "equacionar" com

de do nosso ponto de vista. Neste sentido, uma averiguagão da fini

de ter no seu centro uma componente de fenome-


tude não pode deixar

Finalmente, a f enomenologia da finitude, a supressão do a-


nologia.

á finitude da apresentagão nåío e apenas um


lheamento em relagão ,

dos diversos momentos por que tem de passar a realizagão da tarefa

fenomenolôgica, constitui antes uma condigao decisiva dessa reali-

toda a tentativa de a levar a cabo corre o


zagâo : algo sem o qual

de isso, não estar a aitura do que pre


risco de ser ingenua e , por

promogão da apropriagâo f enomenolôgica,


tende; e algo cujo papel na

conse-
cujo contributo para pôr na sua pista da apresentagão , para

efectiva focagem dela, é decisivo.


guir uma

referir dar uma ideia da a


Tudo isto, que e indispensáve 1 para

de que se trata, do seu enquadramento e objectivos, po-


veriguagâo

induzir em erro se não se tiver em conta uma res-


de, finalmente,

alcance da forma como constitui um tra


fundamental do seu e
trigão
se
balho de
"
feno menol^gda
"
. Inscrevendo-se num projecto como o que

ideia de f enomeno logia, com tudo o que isso


apontou corresponder a

feita não constitui mais do que um esfjgr^o


implica, a investigagâo

para a realizagao desse projecto— um esforgo que


de_encaminhamento_
plena ou ate mesmo como efec-
não tem condigôes de se garantir como

VTT
tiva execugâo do seu propôsito e nâo pode apresentar-se como uma

fenomenologia realizada, em que a apropriagãc da finitude, a sua

descoberta, e a apropriagão da apresentagão , a sua descoberta, es-

tejam realmente alcangadas ou fiquem sequer prôximo de o serem.

0 conduz, finalmente, ao ũltimo aspecto que importa subli-


que

nhar de antemão e que também se acha expresso na formulagâo do ti.

tulo.

É intencional e deve ser tido em atengão que toda a investiga-

sob forma de "proble-


gão que acui se apresenta esteja designada a

mas"

outro lado, de "problemas fundamentais"


e, por
.

Isso significa, em primeiro lugar, que aquilo que se empreen

de e somente um levantamento de problemas


com tudo o que tal su-

de confronto ainda inacabado com as coisas, de percurso fei-


gere

to a tactear, de embarago ainda subsistente.

Com di.ferentes desenvo 1 vimentos , nalguns casos sô com esbogos,

noutros averiguagOes mais aturadas o plano em que se fica


jA em ,

e semore o de uma exploragao e auscultagao de possibi 1 idades--ini

ainda envolvido em dif iculdades sem qucU


plano ainda provisôrio, ,

quer aspiragão a deixar estabelecido o que quer que seja de defi-

nitivo —

um adquirido absoiutamente estável, assente.

exprimindo tudo isto em linguagem forense— ou,


Numa paiavra, e

tnais precisamente , do processo cível —

o que é aqui tentado é qua I


-

coisa como o "despacho saneador" (no sentido lato, que inclui


quer

"
"

f icagão" e o "questionário" ) e a instrugao" do "processo"


a especi

da finitude do nosso ponto de vista —

e em tudo o que se apresenta o

está precisamente ainda apenas "em fase preparatôria" na^o


processo ,

mais adia.ntada que a fase de instrugao .

Mas , em segundo lugar, sendo assim, a precaridade que isso in-

troduz ricío impede que ,


tal como o titulo indica, a investigagao rea

lizada tente debater-se com os problemas fundamentais da finit'jde do

de vista e seia caracterizâve 1 como investigagâo desses


nosso ponto

probl emas .

VIII
tem, um lado, um sentido restritivo: sig
Tal caracterizacâo por

sô no âmbito mais estreito da finitude do ponto


nifica que, mesmo

não todos os problemas— nâo é exaus


devista, a investigagão segue

Mas significa, por outro lado, que es-


tiva, atem-se sô a alguns.

sa nâo-exaustividade corresponde a uma concentragao no que se jul-

mais decisi-
ga ser o nûcleo do problema— naqueles aspectos em que

a índole e a amplitude da finitude a que o nosso


vamente se joga

ponto de vista está sujeito.

Por outras palavras, o facto de estar marcada por precaridade,

feita ainda a tactear, etc .


, nao significa que a investiga
de ser

avulsos do seu âmbito de incidôncia,


gão se debruce sobre aspectos

de obter um resultado e de
escolhidos ao acaso, sem preocupagao

dos problemas com rele-


chegar a um confronto com toda a amplitude

finitude do ponto de vista. Não Embora


averiguagâo da
.

vo para unía

do uma fase preparatôria, de instrugao,


não corresponda a mais que

apuramento realizado
e embora envoiva uma selecgâo de problemas, o

isso : uma efectiva preparagão


obriga-se a tentar ser precisamente
da finitude do nosso ponto de
global do "processo"
e "instrugão"

(e continuando a fazer uso da terminologia forense


vista. Ou seja

a se recorreu) : o levantamento obriga-se a tentar produzir uma


que

dos elementos mais relevantes a ter em con-


apropriada condensagSo
da finitude do nosso ponto de vista. Ou seja, em
ta no "processo"

obriga-se a produzir um correcto apuramento dos as


primeiro lugar.

de finitude do nosso ponto de vis-


pectos de definigâo da situagão

ta são e não são susceptíveis de serem á partida reconhecidos


que

como factos. Em segundo lugar, obriga-se a tentar, a partir daí, u

dos quesitos a ter em conta nesse "proces


ma adequada pni^iona^o
: um ladc, uma identif icagão
so"— com tudo o que isso implica por

completa do conjunto desses quesi-


tanto quanto possível precisa e

respectivo peso e das cone


tcs; por outro iado, uma diiucidagão do

articulam entre si, por forma a determinar os que


xOes que se
por

1 idades as linhas de clivagem, as


tôm mais peso, i.e., as possibi ,

IX
mais relevantes, a partir de cuja decisao se obtem as
alternativas

decidir demais quesitos. Fi-


bases para por sua vez se pcderem os

tentar coligir tão circunstanciadamen-


nalmente, obriga-se ainda a

pode ser de a decisao


te quanto possível tudo aquilo que peso para

a fornecer um quadro de elementos que habilite


de tais quesitos e

essa decisao a ser tâo esclarecida quanto puder ser.

Para concluir esta fixagão prévia do quadro do trabalhc, cumpre,

finalmente, sublinhar que não se apresenta todo o curso da investi

gagão levada a cabo mas apenas uma parte (se bem que uma grande par

dela. A morosidade das coisas, a necessidade de dar cumprimen-


te)

to aos estabelecidos etc . fazem que tenham ficado ern manus-


prazos , ,

crito ainda incompletos) cs dois \lltimos passos da investigagâo


(e ,

onde se trata do levantamento da situagão de finitude, tal corno es-

'

tá feito por Platao, e da analítica existenciai-temporal do Da-

Heidegger. Estas análises não ccrrespondem a


sein" empreendida por

uma inflexão "histôrica" na conclusão do trabalho mas ao desenvol-

vimento do em que e deixado no final da versão incompleta que


ponto

aqui se apresenta. Tai como está, a investigagao chega ao apuramen-

evidôncia compreensiva de dispomos ser


to da possibi lidade de a que

sem excepgac uma evidencia de mera pseudo-compreen-


globalmente e

constituída e sustentada por fenômenos de desfocagem. N3o che


sao,

a entrar na verificagao de a que ponto de facto é isso que se


ga

As análises ccnsagradas a Platao destinam-se precisamente a


passa.

1 idade estrutura do sistema de com


explorar melhor essa possibi e a

preensao naturalmente constituído. E, por outro iado, o exame da

nao somente aperfeigoar i


analítica existenc ial-temporal procura a

dentificagao dessa estrutura mas tenta justamente, por via dela,

X
facto dessa total opacidade, dessa to-
chegar a um confronto com o

marcar o nosso pon-


tal nulidade da clareza comprensiva que parece
2
to de vista.

Friburgo entre
0 presente trabaiho, em grande parte redigido em

semestre de verão de 1991,


o semestre de inverno de 1989/1990 e o

uma bolsa de estudo do Deutscher Akademischer


foi possibilitada por

bolseiro concedida pela Facul-


Austauschdienst e peia equiparagão a

Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.


dade de Ciências

â Faculdade, bem como á. Biblioteca da U-


Agradecem-se ao D.A.A.D.,

todas as facilidades concedidas.


niversidade de Friburgo,

contínuo apoio e incentivo do Prof . Dr .Miche 1 Renaud, o-


Sem o

e da Prof Dra Isabe I Carmelo Rosa Re-


rientador da investigagãc ,
. .

teria sido escrita. Se valeu a pena tê-lo si-


naud nunca esta tsse

isso e incerto. Não o é, porém, a boa-vontade que sem-


do ou não,

interesse com acompanharam o meu tra


^re senti da sua parte, o que

Muito fica muito longe de indicar tudo a-


balho ao iongo de anos .

se lhes deve
quilo
.

que

Herrmann, orientou a par


Ac Prof . Dr . Friedrich-Wi lhelm von que

Friburgo e com quem se discutiram


te da investigagâo reaiizada em

da tese å in-
diferentes aspectos relativos a concepgâo giobal e

da analítica existenc ial-temporal do "Dasein" , agrade-


terpretagão

ce-se a sua disponibi 1 idade e o encora jamento recebido.

Ao Prof. Dr. Jacques Tamimaux e aos Doutores Heinz Leonardy e

de Lovaina agradece-se
?ol Vandevelde bem como ao Arquivo Husserl

estudar manuscritos de Husserl e a forma como


de
a possibilidade
criar as melhores condigOes para esse estudo .

se esforgaram por
trabalho de re-
Pelo empenho com que dia a dia acompanhou o

XI
melhores condigQes, pela extra-
dacgâo e prozurou propiciar-lhe as

com promoveu a resolugao de um sem-nûmero


ordinária dedicagâo que

impôe-se também uma palavra de especial re


de problemas praticos,

conhecimento á Sr. Dra. Marianne Schneider.

boa-vontade da Teresa Rodrigues, que passou


Sem a paciencia e

boa do manuscrito, teria sido muito mai3 lenta e compli-


uma parte

cada a conclusâo deste trabalho. E a ajuda do Joao Constâncio, na

do texto e das notas se deve ter-se con


parte final da organizagâo ,

ao fim. Também no que lhes diz respeito o agradeci-


seguido chegar

mento que aqui se deixa expresso fica muito aquém de poder corres-

ponder ao que foi feito.

Ao Nuno Ferro, Boris Ferreira, Ljudmii Douridanoff, Carlos Bote-

Iho, Leonor Santa-Bârbara, Antonio Frazao, Maria Jose Santos e Sil-

va, Luís Pereira da Siiva, Elsa Santos e á Sra. Doutora Liliana

Ferreira, da Univers idade de Coimbra, agradece-se a ajuda na obten

Antônio Frazao, José Pedro Cabrera, á Tere-


gão de bibi itograf ia. Ao

sa e José Amaral , Manuela e Joâo Paulc Pereira da Silva, agradece-

-se a colaboragão que prestara.m na passagem das notas e na resoiu-

gâo dos problemas criados peios computadores .

XII
ÍNDICE

Nota Prévia

SEU SIMULTANEO CONHECIMENTO E DES-


l.A EXPERIÊNCIA NATURAL E 0

SENTIDO E ALCANCE DE UM LEVANTAMENTO


CONHECIMENTO DA FINITUDE.

DA FINITUDE E 0 SEU PROBLEMA 1


DA FINITUDE. A FORMA NATURAL

reconhecimento espontâneo da f initude— anál ise do seu


1110
0
sentido. estrutura da evidência
A permanente da finitude.
inautêntico, va
reconhecimento espontâneo como reconhecimento
zio A compreensao global da finitude
e as diversas situagOes
diferenga e articula-
da sua experiência concreta: respectiva
de ambas— a falta de uma delimitagao pre
gao A insuficiencia
consiste a finitude: a situagao natural,
cisa em que
daquilo situa-
não reconhecimento que dela f az
obstante o
como uma ,

da finitude. A tarefa de um levantamen


cao de desconhecimento
to que a demarque

112 0 preconceito dominante na compreensão natural do sen

levantamento da finitude— o fe
tido e alcance possível de um
Análise
nômeno da autoconf ianga da apresentagão que temos .

nôs
mais detida deste fenômeno: evidenciagao da vigencia em

da extensao possível da fim-


de uma antecipagao inexplícita
antemao as suas dimensGes e o seu por-
tude restringindo de
antecipagao limita a
te Á
compreensão inexplícita, que em

núcleo da sua compreen-


amplitude possível da finitude,
como

da finitude compreen
se decide o sentido
sao natural, em que
dessa antecipagao como forma da finitude.
dida— o antecipado
21
do fenômeno da forma da fimtude
Anålise preliminar

da forma natural da finitude— a


1 1 3 A questionabilidade
inadequagao. fungao
da sua A condutora da ante
possibilidade
averiguagao
da da finitude e a possibilida-
forma na
cipagao de vista
nosso ponto
de de a forma da finitude vigente
no

situgao real de fimtude.


ter um papel ocultante, escondendo a

itude como problema fundamental : a


O problema da fo^ma_da_Jdn
da finitude 58
sua precedência no quadro
da averiguagao

da forma natural da finitude:o es


1 2 1 Análise aprofundada
como lacuna. 0 domfnio absoluto da for
tatuto da imperfeigao
oersistência sua nas diferentes situagoes de
ma natural e a

natural da finitude. A tese fundamental de auto-


experiência
compreensao do acesso como globalmente adequado e o disposi-
da sua vigencia: as estrutu-
tivo de sistemática preservagao
ras de minimizagao,
de enquadramento e subaltermzagao das
78
do acesso
falhas relativamente å eficicia

de finitude na perspectiva natural : a de


1 2 2 As modalidades
diversas modalidades da finitude na ex
tecgâo inixplícitã de
das
Dilucidagao e caracterizagao prelimmar
periôncia natural .

126
detectadas
diferentes modalidades naturalmente

XIII
1.2.2.1 Primeira modalidade da finitude: a incompletude do a
cesso ao mundo da apresentagao que se tem das coisas. Estru-
,

A compreen-
tura específica do escondimento na incompletude
.

meramente lacunar 130


sao natural da incompletude como

1.2.2.2 Segunda modalidade da finitude:


a ngo-compreensgo a ,

de dis-
incapacidade de compreender bem apresentagOes que se

Estrutura específica do escondimento na nao-compreensao .

pOe .

A falha de nao-compreens3o como lacuna num


horizonte predomji
dela 136
nantemente livre

1.2.2.3 Terceira modalidade da finitude: o erro o poder errar. ,

de
Estrutura específica do escondimento no fenômeno de erro

marcagâo relativamente as demais modalidades. A perspectiva


natural sobre a ocorrencia de erro como excepgao num horizon
n3o errado 140
te predominantemente
de finitude: f initude modal 0
1.2.2.4 Quarta modalidade a .

"UUy^^i. «<'A,ígj> í^XtiV


"
e a estrutura especffica do escondi-

mento corresponde. Demarcagao relativamente ãs de-


que lhe
mais e em particular relativamente a terceira modalidade. A
finitude modal como lacuna num horizonte predominantemente
livre de restrigao modal 145
tido como

1.2.2.5 A apercepgao natural das modalidades e as suas carac

terfsticas A preponderância .
modelo da incompletude Insu- do .

ficiôncia da apercepgao natural e necessidade de um levanta

mento sistemático das modalidades de finitude. 0 inquérito so


bre as modalidades e o inquérito sobre a forma da finitude 149

1.3 Dificuldades da tarefa de verificagao da forma da fini-


tude A possibi 1 idade de utilizagão das modalidades como fio
.

condutor para a sua execugão Definigao preliminar da investi .

gagão a realizar: o levantamento sistemático das modalidades


da questao da forma 159
como meio para o apuramento

sobre sentido e alcance da investi-


1.4 ObservagCes gerais o

seu todo 166


gagão no

1.4.1 A impossibi 1 idade de um apuramento válido para a natureza


humana. Possibi 1 idade e sentido do apuramento da finitude como
outrem 166
um apuramento rebevante para

1.4.2 0 apuramento da finitude como um apuramento meramente de


facto. 1 idade
A impossibi de uma "crítica" no sentido prôprio,
,

prêtêndido por Kant (i.e. da delimitagao definitiva de uma fi


nitude necessária, insuperáve 1 ) ; a sitiiagão de finitude e a
falta de condigôes para uma antecipagao da impossibilidade de
finitude: o levantamento da finitude como mera
superagac da
"censura" no sentido kantiano 170
,

XIV
2. DA POSSIBILIDADE DE AS DIMENSÔES DA FINITUDE EXCEDEREM A

SISTEMÁTICO NO ÂMBITO DAS DIFE-


FORMA NATURAL— LEVANTAMENTO

A REVISÃO DA FORMA NATURAL E


RENTES MODALIDADES DA FINITUDE.

COMO "RESfDUO" DA FINITUDE 177


OS SEUS LIMITES— 0 "COGITO"

2 i Da que se tem e da irredutibili-


incompletude do acesso
forma natural da finitude. Levanta
dade das suas dimensOes k
do escondimento no âmbito
mento sistemático do escondimento
do escondimento do escondimen-
da incompletude— a supressao
da incompletude : a incompletu
to e o "disparo" das dimensOes
184
de como uma imensa, esmagadora— como abismo
incompletude

horizontes externos 187


2.1.1 0 abismo da incompletude nos

Anilise preliminar da estrutura nucleo-de-incidôncia/


2 111
do propriamente dado 0 alheamen-
horizontes--o real para lá
.

horizontes externos— o fenôme-


to natural relativamente aos

0 alheamento natural e a possi-


no do "territôrio" do olhar.
supressão— f ocagens fragmentárias e focagem
bilidade da sua
187
dos horizontes externos
global
de haver a-
2 1 horizontes externos e a possibi lidade
1 2 Os
se manifeste nenhum abismo de incom-
percepgao deles sem que
pletude. Análise e desconstrugao dos fenômenos que possibili
234
dessa ordem ■

tam apercepge5es

2 112 10 esbatimento dos limites da apresenta-


fenômeno do
dos limites no campo
gao' Análise oreliminar— o esbatimento
limites dentro
de~incidência'. 0 contraste entre a marcagao de do
do campo de incidência e
a ausência de limites prôprio cam
dos limites como esbati-
po A especificidade do esbatimento
sua irredutibi 1 idade a
mento dos limites da anresentagao
e a

formas mais vulgares de


defeito de atengao— o condicionamento
dos limites da apresentagao, o seu en-
prôprio do esbatimento li-
0 esbatimento dos
raizamento e capacidade de resistencia.
mites do campo de incidência
e o apoio que tem na presenga de
de famil iaridade A constituigao do campo de fami-
.

um campo
características As modalidades de pre-
liaFIdade e as suas .

f ami 1 iaridade— os fenômenos de presentifi-


senga do campo de
do campo de familiariaade em co
cagao a presenga permanente
-apresentagao horizontal e
o regime de determinagao que lhes
corresponde. esbatimento dos limites do campo de incidên-
0

cia as regime de determinagao no campo de


propriedades do
habi
famíliaridade e a fusflo dos dois campos nade apresentagao
0 esbatimento dos limites do_campo familiaridade e
tual
contraste entre as perspectivas que
as suas consequencias—
se tem esbatimento dos limites do campo de familia
com e sem

ridade ~Ôs fenômenos de


arredondamento e de propagagao índe-
seu papel na neutraliza
finida do campo de fami 1 iaridade
e o

XV
gão do reconhecimento da incompletude em relagao aos horizon
tes exteriores e na compatibi 1 izagao desse reconhecimento com
f initude 236
a forma natural da

fenômeno da representagao inautôntica de totalj.-


2.1.1.2.2 0
dades. redugão A esbatimento dos limites
do persistência e a

relativamente a ideia que se faz da


de~ũma tese de adequagao
extensão dos campos de escondimento nos
horizontes exterio-

res. A elasticidade da nossa capacidade de conceber


aparente
extense5es— detecgao do seu carácter ilusôrio
a par-
grandes
tem do territôrio por
tir da análise da representagao que se

de acuidade na apresentagâo de grandes dimen


tugues. A perda
de totalidade e o seu
sOes, as representagOes inautenticas
efeito de ocultagao da incompletude 0 fenômeno da absorgâo .

de dimensoes muito grandes numa


de todas as representagOes
fixo representagao inautenti-

de a ângulo
mesma perspectiva
ca de neutral izagao do crescendo de ordens de
totalidade e a
exteriores. Papel
grandeza na apresentagao dos horizontes
travao no
da representagao inautentica de totalidades
como

reconhecimento da incompletude e factor de protecgao da for


ma natural da finitude. A inibigao das representagt5es inau-
da incom
tenticas de totalidade e o "disparo" das dimensôes
292
pletude

2.1.1.2.3 A tese espontanea de homogeneidade a respeito dos


horizontes f amil iaridade
exteriores Exploragao
ao campo de .

da O conteûdo da tese de homogenei-


preliminar sua presenga.
dade o seu caråcter simultaneamente aberto e fechado e a
,

prevalônc.a das determinagôes que fixa sobre a margem de in


aberto.A génese da tese de homoge-
determinagâo que deixa em

do de fami 1 iaridade e a estrutura com


neidade partir campo
a
mul tipl icidade das determinagOes en
plexa da prôpria tese

a

volvidas :ia projecgao de homogeneidade suas caracterf sticas ,

icada. A f lexibilidade da tese de ho-


e organizagao estratif
mogeneidade, o "mlcleo duro" da tese e a sua capacidade de
resistôncia. Papel da tese de homogeneidade no "preenchimen-
to" dos horizontes exteriores a tese de homogeneidade e a —

horizontes exteriores á di
plena redugao da incompletude nos
mensao de um mero conjunto de lacunas. A natureza irrestrita
da tese de homogeneidade e a forma como constitui
uma apre-
323
senta£3o_do tqdo

2.1.1.2.4 A tese natural de relegagao da importância dos ho-


exteriores ao campo de fami liaridade 0 fenômeno da
rizontes .

relegagao importânciade relegagao de im


e as suas raf zes . A

dos horizontes exteriores e a pretensao de saber


portância
que tem implicada
a relegagao como antecipagao e a forma de

dos horizontes que lhe corresponde. A natu-


"preenchimento"
reza simultaneamente aberta e fechada do conteddo constituí
do pela tese importância, o caracter "rare-
relegagao de
de
feito" da e a sua capacidade
fixagâo que produz para, não
si todo o em-aberto que comporta e fa-
obstante, absorver em

zer que os horizontes exteriores nao aparegam como incôgni-


tas .A relegagao de importância como segunda modalidade de
reduto dc dispositivo natural
apresentagao _do todo e illtimo
de "amortecimento" da incompletude em relagao aos horizon-
tes exteriores. O problema da fundamentaggo da tese de homo
da tese de relegagao de importância as duas te- —

geneidade e

e o seu carácter de projecgOes insustentadas tornadas e-


ses

desf ocagem e falta de acuidade 364


videntes por

A articulagao dos diferentes fenômenos e


2.1.1.2.5 Balango.

XVI
organizagao de perspectiva que em
estrutura de
xaminados e a
da apresentagao para lá do cam-
se inserem. 0 obscurecimento
incidêncĩi^ĩ ambliopia, a falta de acuidade e
a pro-
Po de
gressiva dissolugao do grau
de definigao do apresentado ta^
to na apresentagao "horizontal" quanto na apresentagâo temá-
da acuidade e do
tica horizontes externos. A dissolugao
dos
do apresentado e a sua diferenga relativa
qrau de definigao
de apresentagao e de determma-
mente a uma total ausôncia
esbatimento dos limites das represen
A implantagao do
gao.
inautônticas de totalidade, da tese de homogeneidade
tageîes factores de deter
relegagao de importância
como
e da tese de
no meio ambliope da a-
minagao e conformagao de perspectiva
ha-
exteriores--a ambliopia como
nresentagao dos horizontes A
desses f enômenos
de preservagao
.

bitat" natural e factor


organizagao eles. A
colaboragao e assistência mûtua entre
de inci_ e campo
de sectores no campo de apresentagao(n*cleo
extenores) e o sis
dôncia/campo de familiaridade/horizontes
esbatem as diferengas
tema de anisotropias concordantes que
eles e nivelam todo o campo
num mesmo "registo" aparen
entre
resultado do sistema de condicionamento a-
te de domínio. 0
se tem, mesmo quando.se conside
nalisad^a^presentagao que
ram horizontes
os externos, como uma apresentagao nao sô de
modo de tudo, mas que de facto pretende ja saber o_fun-
algum 401
damental de tudo

sistematica dos horizontes externos no espa


2.1.1.3 Anålise

horizonte Portugal na ôptica


Os'horizontes englobantes do

abismos— a am
dos campos de"latência como multipl icagao de
escondimento como amplitude correspondente a a^
plitude do
bismos dea^hunqs. «-< *„ =
honzonte Portugal(a
5^-h^T^ti^englobados pelo da regiao^a
inibigão
cidade,o quarteirao,o prédio)na ôptica
bairrco
de total idade--a amplitude ma-
das representagôes espúrias regiao,
barcável dos campos de escondimento correspondentes J.
bairrcao quarteirao ao prédio
A remultipl ica-
â cidade,ao
,

partir dos honzontes menos


gão do abismo
de incompletude a

extensos. ,. ,
.
._ ,_ jj_„m„«rtr.

432
tivamente a realidade no espag*

do tempo Análise preli-


incompletude no horizonte
.

2 1 1 4 A
de incidencia e honzon-
minar'do horizonte temporal--núc leo ^
tes no âmbito do tempo

Analise preliminar do seu ca


2 115 0 horizonte do passado.
rácter de realidade. 0 esquecimento do^s^°^°^°^^^°
e

de
es

do
ĩidade rrĩompreensao'do horizont^ do passado--exposisao
extensOes
caracter das representagoes de grandes
inautêntico
á prôpria multiplicidade temporal
e
de passado relativamente
dos campos de realidade que
relativamente a multiplicidade
de abis
0 passado como abismo e ahi3mo
"ocuparam"esse tempo
.

mos

XVII
2.1.1.6 Análise sistemâtica dos horizontes do passado.Os ho-
mais dimensao ôptica
rizontes mais prôximos e de
pequena na

da supressao do esbatimento dos limites e das representagOes


liltimos 1000,500,100,50,20,10,5 a
espdrias de totalidade

os

ano,os últimos 4 meses,o \lltimo môs,os \lltimos


15
nos,o último
\lltima meia
dias,o últ_mo dia,as \iltimas horas,a liltima hora,a
-hora,os ú.Itimos 5 minutos : apuramento do carácter inabarcavel,
abissal do escondimento correspondente a todos estes horizon-
nao distorcida do campo de
tes. apercepgâo
CondigOes para uma

latôncia correspondente ao passado. 0 abismo de abismos de a-

472
bismos do passado inacessfvel

2.1.1.7 0 abismo de escondimento do futuro.Discussao prelinú


nar da sua natureza peculiar dominio de realidade. Des- como

dos fenômenos que ocultam o escondimento que rei-


construgão
antecipag3o do futuro analise da sua es —

na a seu respeito.A
trutura. O carácter escondido do futuro
antecipado na perspec
tiva da destruigâo de todas as representagOes espúrias de to
uma apercepgao nao distorcida do cam
talidade. OondigCes para
de realidade correspondente ao futuro. A fragilidade da an
po
pecul iaridade do modo de
tecipagâo natural do futuro e a seu
"
"
oir»cortv 491
escondimento : o futuro como

o abismo de escondimento do horizonte tempo-


2.1.1.8 Sinopse:
abismo de escondimento do horizonte espAcio-temporal 524
ral; o

2.1.1.9 Conclusao modelo da sucessão das formas da finitu


: 0

de e a sua verificagâo no levantamento dos horizontes exter-


nos.A fcrma da finitude correspondente â incompletude do acom
dos horizontes externos A aparente impossibi 1 idade
panhamento .

de um maior alastramento da incompletude


o campo de reaiida-
de sobre que de cada vez o olhar incide como resfduo absoluto
531
da incompletude . . .

2.1.2 O domfnio de realidade correspondente ao campo de inci-

dência e a aparente impossibil idade incompletude mais


de uma

que lacunar da sua apresentagao


.

Verificagão sistemática das


dimensOes da incompletude possfvel neste domfnio anålise da —

incompletu.de da apresentagão da realidade presente na prôpria


sala se escreve 551
em que

2.1.2.1 0 escondimento do interior dos corpos opacos.O esba-


timento limites,a representagao
dos inautentica de totalida-
des escondimento dos interiores
e o Levantamento sistematico .

dos campos de latência correspondentes a esta forma de escon


dimento presentes no âmbito da sala. Detecgão e Inibigao de di_
ferentes fenômenos que dificultam a apercepgâo da imensa mul-
de realidades que se incluem nesses campos 560
tiplicidade

2.1.2.2. O escondimento no domínio das prôprias superf icies


vistas. A apresentagâo å distância como factor de escondimen-
to 6~carácter meramente "horizontal" da apresentagão da maior
.

de a a-
parte das superfícies e as insuf iciências decorrentes
da maior parte das superfícies ser sempre sô des-
presentagao
simpl if icagao"no prôprio foco de inci^
"
ta ordem. O fenômeno da
dôncia e a imensa amplitude do conjunto de realidades nao a-
companhadas na apresentagão das superf ícies 594

2.1.2.3 0 escondimento no domínio do espago 1 ivre que há. den-

espago como vazio e do o saber do


tro da sala. A apresentagão
ocupado 0 escondimento das realidades presentes
espago como
.

insuperabi 1 idade O livre como


no espago 1 ivre e a sua espago
.

'■
XVIII
icidade de realidades la-
domínio de uma inabrangível multipl
tentes

introduzidas pe
2.1.2.4 Avaliagao preliminar das modif icagCíes
inabrangível campo de latencia de-
lasanálises anteriores o —

de detecgão de uma incompletude ain


tectado e a possibi 1 idade
sala inerte e a imensa multipl icidade aconteci-
de
da maior.A
nela ocorre Anál ise diversos
de
mentos,de transf ormagPes que
.

fora de acesso no campo da sala. 630


horizontes de acontecimentos

2.1.2.5 A sala vista e a sala "submersa" o "perante mim" ina-


amplitude. 0 carácter meramente incipiente das


cessível e a sua

análises e a possibi
efectuadas 1 idade de uma continuagão do le

vantamento da incompletude Suficiência das anâlises realizadas


.

647
da questao da forma da finitude
para o apuramento

2.1.2.6 anålise da incompletude no prôprio âmbito


Conclusao da
dê incidéncia. A possibi lidade de um escondimento do mais prôx^
espago nem no tempo A
mcdaquilo que n3o está afastado nem
no .

reíatividade das dimensGes espaciais da sala apresentada e o


a

relatividade das dimensOes


bismo das dimensoes reais da sala. A
abismo das dimensoes reais da
temporais da sala apresentada
e o

0 abismo dos horizontes externos e o abismo do


sala no tempo .

662
âmbito de incidencia

2.1.2.7 ObservageJes sobre as modif icagSes introduzidas pela de


inci
apresentagao do foco de
têcgão da incompletude da prôprio
espii-
dôncia: 1 )" o esbatimento representagOes dos limites, as

rias de totalidade, a tese de homogeneidade


e a tese de rele-

gagao de importância como


fenômenos não-regionais, afectando
dos momentos; 2) a anisotropia
apresentagão em cada um
seus
a
da apresentagao e a
dos níveis de exigencia no acompanhamento
estrutura do "territôrio" do olhar no prôprio campo de inci-
dencia; 3) o agravamento da crise de autocompreensao do pon-
to de vista verificagão do abismo
na de incompletude que tem
lugar no prôprio foco de incidência; 4) incompletude e a
a

da realidade na sua apresentagao; 5 ) o a-


"desarticulagag"
de escondimento nos horizontes externos e a
bismo do campo
sua re-multiplicagão a partir do abismo de incompletude no

698
prôprio foco de incidôncia

2 1.3.1 A incompletude da apresentagão e a descrigao platôni


da
ca da'situagâo do nosso ponto de vista na alegoria
"
caver-

HMíZN"
domínio do oniløEN
apresentagao que temos e o .

na~a
verificagâo da descrigao
cTapuramento da incompletude como

platônica
realizado sobre a in-
2.1.3.2 Balango de todo o levantamento
da
completude as alteragSes da forma da finitude no âmbito

da determinagao da incom-
primeira modalidade. A fragilidade
pletude e a possibi 1 idade de fixagâo de um resultado. A sub-
forma âmbito da incompletude e o seu limite a
versao da no

de um escondimento total no quadro da primei


impossibilidade 755
ra modal idade de f initude

DE ERRO e da FINITUDE MODAL do acesso que se


2 2 Da FINITUDE
respectivas
1 idade das dimensOes ^ forma na
tem e da irredutibi
do escondimento do
tural da finitude. Levantamento sistemático
âmbito da FINITUDE DE ERRO e da FINITUDE MODAL
escondimento no
do escondimento e o "disparo" das
a supressão do escondimento

XIX
dimensCes cabimento de do erro e da incerteza : a possibilida-
abismos que desarticulam comple-
de de erro e a incerteza como
766
tamente a ôptica natural

de um alastramento do escondimento nas


2.2.1 A possibilidade
outras modalidades além da incompletude— averiguagao prelimi-
finitude de errq e da finitude modal Possi-
casos da
.

nar. Os
bilidade e sentido de uma averiquagao conjunta do problema da
âmbito destas duas modalidades 767
forma da finitude no

2.2.2 caricter restritivo do reconhecimento da possibilida


O
natural e as formas
de de erro e de incerteza na perspectiva
restritivo exposigao do ca

aparentes de reconhecimento
menos

inautentico dessas f ormas A imprescindibi-


râcter abstracto,
.

lidade dê~~um levantamento concreto das teses que conformam

o nosso de vista e de uma verificagao do modo como es-


ponto
sas diferentes teses estão ou n3o sujeitas å possibi lidade
de finitude de erro que obs
e å. finitude modal . Dificuldades
levantamento Focagem preliminar do dispositivo
tam a um tal .

de obstrug3o do
específicc de escondimento do escondimento ( da finitude de er
pleno reccnhecimento da finitude) nos casos

modal '72
ro e da f initude

de ocultagâo do cabimento de
2,2.2.1 Análise do dispositivo
errô e da finitude modal Primeiro elemento desse dispositi-
.

de
vo : o carácter muito incompleto da nossa perspectivagão
a sistemática elisao de possibi 1 idades que
possibilidades—
naturalmente reina no nosso ponto de vista. A sistemåtica e^
1 i de jjoss ib i 1 L dade s alternativas as
s âo gue temos sus- tese s

Sua faíta de f undamento 0 ilegítimo fechamento do


tentadas .
.

consideradas e o seu papel na oculta


campo de possibi 1 idades
783
gao do cabimento de erro e da f initude modal

do dispositivo de ocultagao do
2.2.2.2 Continuagao da análise
da finitude modal : o fenômeno da trans-
cabimento de erro e

gressao modal . 0 sistemático domínio da transgressao modal no


nôsso' pon:-o'"de vista e o seu papel na ocultagâo do cabimento
de erro e da f initude modal .

entre o papel da elisao de possibi 1 idades e o pa


Articulagao
modal na ocultagao do cabimento da fini-
pel da transgressao
tude de erro e da finitude modal . A radical modificagao de
nerspectiva que se produz ao proceder-se á redugao destes fe
F
8 04
ou^
nômenos

2.2.2.3 A tarefa de sistemática redugao, neutral izagã.o


uma

dâ elisao de possibi 1 idades e da transgressao modal e as di-


ficuldades que a entravam.
estratif icado do complexo de teses que conformam
0 carâcter
níveis menos profundos e nfveis mais
ponto de vista

o nosso

profundos: o plano das teses singulares especf f icas e , ,


o pla
universalmente envolvidas em hori-
no das teses abrangentes,
A relutância em a-
zontes inteiros do campo de apresentagao
.

ceitar a possibi lidade de erro e de incerteza relativamente


aos niveis mais profundos e a tendencia para a concepgâo do
da finitude modal como um
alargamento da finitude de erro
e

avulso, foco por foco. 0 caracter condicionado


s
alargamento
afectando o
dessa perspectiva e a possibi 1 idade de paralaxes
de apresentagao que se tem sentido e cabimen —

prôprio regime
832
to de gar-adaxes_de_p 1 ano
apuramento a realizar o abandono

2.2.3 Natureza restrita do

da verificagao da falibilidade das teses singulares e a concen


fundamental sobre o cabimento ou nao de pa-
tragao no problema

XX

"

-•-.".lí.n, tT--r»- T-*..i3.Xi^~ .■ t;."-.':


está, se de er
prôprio plano de apresentagao que em
ralaxes do
causa todo o reconhecimento que se
ros radicais que ponham em
861
tem feito da realidade

2 2.4 Exame possibilidade de erro de plano— as


preliminar da

análises anteriormente feitas sobre


a incompletude e a sua re
da margem de cabimento de erro e de
percussao num alargamento
assim produzido.
incerteza. Os diversos niveis do alargamento
e a manifestagao da possibilida-
0 apuramento da incompletude
de de paralaxes do prôprio plano,
do préprio regime da apre-
866
sentagao que se tem constituída

para- 1 idade de uma


2 Continuagâo da análise da possibi
2.5
de apresentagao : a diferenga entre er-
laxe do prôprio regime
erros de plano. Correspondencia dos er
ros de distribuigao e
do de distribuigao A
ros normalmente admitidos â figura erro .

possibilidade de erros de plano


e a nogao de "qualidade se-

cundâria" . Sentido e implicagCSes da destituigâo de determma


idades secundárias 927
gôes como meras qual

2.2.5.1 possibil idade de determinageíes funda-


Exploragao da
terem o carácter de
mentais do regime natural de apresentagao
secundárias. 0 caråcter eventualmente se-
meras qualidades

cundårio das cores e das demais "qualidades


sensíveis". 0 ca
de outras determinageíes fun-
råcter eventualmente secundário
damentais da apresentagao natural: a possibi 1 idade do carácter
secundário da identidade diacrônica, a possibi 1 idade do carác
"estáticas" isoladas, a pcssi-
ter secundário das realidades
e

bilidade do caracter secundário da


conexao causal, a possibi-
lidade do carácter secundário da organizagao do apresentado em
com identidades fundamentais que a
complexos de determinagôes
eles presidem, a possibi 1 idade do carácter
secundário do es-
1 idade do carácter secundátrio do tempo,
a pos-
pago, a possibi
da prôpria organizagao ca-
sibilidade do carâcter secundário
tem do singular 944
teôorial da apresentagao e da perspectiva que
. . .

2 2.5.2 0 carázter secundário das determinagCîes analisadas e


núcleo de determinagâo va-
a'persistência inexplícita de um

determinagao "existencia in-


lendo qualidade primaria: a
como
decisivo como referência fundamen-
dependente" e o seu papel
da fragilidade da
tãl de toda a aoresentagão Diversas facetas .

absoluta irredutibili
tese sobre a existência independente—
a

dade da possibi 1 idade de erro a que esta exposta.O carácter e


das qualidades fundamentais e a possi-
ventualmente secundário
bilidade de a apresentagao em que se está ser uma apresenta-
fechada, sem correspondente corno um sonho. Diferenga en-

gão
carácter secundårio das "quali-
tre o sonho correspondente
ao

dades" e a nogao habitual de sonho—


a possibilidade de a apre_
um sonho e o seu sentido 1046
sentagao ser radicalmente como

efectuado: os diferentes aspec


2.2.5.3 Balango do apuramento
tôs'de finitude plano de considerados e a sucessâo de "catás
forma da finitude, que representam.
trofes",de alteragôes da
momentos de paralaxe radical
A possibilidade de ainda outros
da nossa perspectiva. A presenga
de perspectivas de orienta-
lhe cor
gao apresentagao e o complexo de teses que
pratica na
desta peculiar forma de de
responde.Reconhecimento preliminar
1 idade de erro que comporta. Carâcter
terminagao e da possibi
a defimgao —

nao-regional do complexo de orientagao pratica da fixa


omnipresente indissociáve 1
prática como componente
, ,

realidades apresentadas Caracter estratifi- .

gao de todas as
cado do sistema de determinagQes praticas— exploragao
preli-
de nível: o complexo de teses de o-
minar das suas diferengas

x:ci
A possibi 1 idade de erros
rientagao e a sua "profundidade"
.

de orientagao prática 1075


de plano no âmbito das teses

do reconhecimento do complexo de orienta-


2.2.5.4 Continuagao
A multipl icidade das componentes de orientagão
gao pråtica.
pratica envolvidas em cada situagao as competencias práticas

maneio dos objectos (e os seus correlatos objectivos)


e as
de
de actuagao, o sentido da o-
teses de orientagao sobre o rumo
correlatos objecti-
cupagao a que se está entregue (e
os seus

de componentes

entre estes dois tipos carac


vos. Articulagao
ter instrumental dos primeiros relativamente
aos segundos : a q
da
rientagao "ie rumo" como momento fundamental, "profundidade"
de maneio.O carác-
orientagão correspondente âs competencias
orientagao de rumo anâlise a par —

ter estratif icado da prôpria


tir da situagao de redacgão da tese. Os nfveis mais profundos
dificuldade da sua identif icagao 1114
da orientagao de rumo e a

2.2.5.5 nfveis mais profundos da orientagao de


Exploragao dos
evidencia-
rumo identif icagao de algumas teses fundamentais e

cabimento de erro. a tese


gão da forma como estão expostas
ao

adesão âi vida, seu papel, sua fal ibil idade A tese


natural de .

de orientagao por um princípio de conveniência, seu papel, sua

falibilidade. A tese natural de delimitagao temporal do campo


f al ibi 1 idade A hipôtese crista e as
pape 1 sua .

prático, seu ,

de revela. As teses de fixa-


possibilidaders de erro plano que
falibi 1 idade Balango comple

do sentido e a sua radical . o


gao
de fixagao do sentido e a sua total
xo orientagão pratica
de e

radicais 1129
exposigao e.o cabimento de
erros

de fi-
2.2.5.6 Articulagao entre os dois complexos (complexo
xagâo de consistôncia e complexo
de orientagão prática sc.de
de er
identif icagao do sentido) e os dois planos de cabimento
do complexo de orienta-
ros de plano.O carácter não-acessôrio

gão e da paralaxe radical a que está exposto. A multipl icida-


de de momentos fixagâo global de
de determinagao e a possibi-
lidade de ainda outros núcleos ainda
haver indetectados —

ca-

do levantamento realizado 1213


rácter incompleto, aberto ,

2.2.6 Conclusao : a alteragao da forma da finitude


quadro no

possibi 1 idade nâq da-


carâcter

de e a sua o
da finitude erro

do da maior determinageîes
parte das (mesmo das determinagoes
fũndamentais) do nosso ponto de vista, o carâcter decisôriq
do dado e a sua
da fixagâo da realidade apresentada. 0 núcleo
da natureza da rea-
total neutralidade re lativamente å fixagao
lidade e daquiio que aparece As dificuldades que obstam á ple .

de erro Seu profundo enraiza-


capacitagão da possibi 1 idade
.

na
A mi
mento A tendência para a minimizagao dos erros de plano.
.

análise dos principais equívocos em que


nimizagao "pragmatica"
estâ exposto o nosso
labora. possibi 1 idade de
A erro a que pon-
to de vista e a esmagadora invasao de escondimento que corres-
i226
ponde a percebe-la

2.2.7 alteragão da forma da finitude no âmbito da finitu-


A
modal
de de erro e a alteragao da forma da finitude no plano
.

0 levantamento feito e a sua repercussao numa radical redesco-

berta da incerteza o alastramento



da incerteza a todos os sec

tores do de apresentagao e a emergência da incerteza ra-


campo
dical, de plano. As dificuldades que obstam â plena capacita-
enraizamento A tendencia
gão da incerteza. Seu profundo para .

analise dos equívocos em que


minimizagao da restrigao modal

a
da relagao de
labora. A focagem da situagao modal e a inversao
campo de apresentagao como
quase total
certo/incerto

o
forgas
em-aberto, ainda radicalmente a decidir. 0 labirinto das possi

XXII
bilidades indecididas e o abismo da incerteza 1254

2.2.8 limitado da expansao do escondimento na fi-


Carácter
nitude de erro na finitude modal eA impossibi 1 idade de er- .

ro e de incerteza totais a facticidade, o dado absoluto da a-


presentagao e o "cogito" como limite intransponivel da finitu-


de de erro e da f initude modal .

Depuragao de diversos equivocos que tendem a perturbar o


re-

conhecimento deste limite e a identif icagao do cogito como re-

siduo de resistôncia ao escondimento de erro e de incerteza:

A
compreensao cogito segundo o modelo da "composigao" da
do
nossa perspectiva a partir da conjugagao de um núcleo
de dado

e de um conjunto de teses a ele apostas.A n3o vinculagao do co-


este modelo e a sua neutralidade relativamente a ele —
a
qito a

insuf iciôncia compreensao cogito nestes moldes. A facti-


da do
cidade absoluta do prôprio dado da apresentag3o e a ambiguida-
de da sua presenga e da forma como constitui um núcleo de re-
sistência a totalizagao de erro e de incerteza. 0 equfvoco de
se considerar o cogito como uma parte sempre jâ. adequada e sem
pre já. certa da apresentagao que se opOe a que esta possa ser ,

completamente errada ou incerta.A presenga permanente do facto


da apresentagao e a sistemática não-redugao a esse f acto A .

possibi 1 idade de o prôprio reconhecimento do facto da apresen-


inadvertidamente dominado
por teses expostas a er-
tagao estar
ro . 0 nûcleo de apodicticidade correspondente ao cogito e a

terminus ad quem de uma redugao ao puro facto


sua posigao como

apresentagao, normalmente ainda nunca realizada e de que


a
da
está ainda muito
perspectiva habitual (e qualquer perspectiva)
caracter n3o-
longe. O sentido peculiar da redugao ao cogito

-subtractivo dessa redugao diferenga entre a apresentagao . A

normal e a apresentagao na do cogito o abismo de diferen forma


ga entre a apresentagão
em adesao ao que apresenta e a neutra-
lidade do puro facto da apresentagao 0 cogito como resíduo in- .

tegral e simultaneamente como apresentagao mínima 1274

2 . FINITUDE DE COMPREENSÃO que afecta o acesso que se tem


3 Da
e da irredutibil idade das suas dimensejes á. forma natural da fi^
nitude. Levantamento sistemático do escondimento do escondimen
to no âmbito da FINITUDE DE COMPREENSÃO supressao do escon-

"disparo" das dimenseses da finitu-


dimento do escondimento e o

de de compreensão.
A possibi 1 idade de expansão do campo de escondimento no ca-
so da finitude de compreensao. A habitual escassez de focos de
sua conexão com o encerramento da
dificuldade compreensiva e a

domfnio familiaridade A mu| de


perspectiva no "territôrio" no .
,

horizontes
tiplicagao de focos de dificuldade compreensiva
nos

externos o caracter circunscrito da esfera de eficácia compre


ensiva, o avolumar da inef icacia fora do sistema de conteúdos


familiares a que o nosso ponto de vista estå afeito. A supres-
sâo do alheamento em relagao aos horizontes externos e a alte-
a eficacia e ineficácia com
ragao da relag3o de forgas entre
a

A possibi 1 idade da multipl icagao de focos de inefi


preensivas.
cácia compreensiva no prôprio ambito do territôrio —

a ineficá-

cia compreensiva que se manifesta ao tentar esclarecer os fenô

menos mais triviais, familiares. A invasao de ineficacia com-

preensiva prôprio domínio do territôrio e os seus limites:


no

os ndcleos compreensão sempre já. constituídos e o seu pape 1


de
como redutos estanques a essa disseminagao da fallha de compre
ensao. A possibi 1 idade de ser sô aparente
a eficácia compreen-
siva desses núcleos e a tarefa de uma sistemática verificagao

XXIII
solidez. Dispensabilidade dessa tarefa para a a-
da respectiva
veriguagao do cabimento de uma finitude absoluta no quadro da
: a impossibi 1 idade de uma totalizagao
finitude de compreensão

cogito
o como foco de resistencia on-
da incompreensibilidade
de incompreensao se acha excluída 1297
de a possibilidade

2.4 Conclusão. 0 resultado apuramento efectuado:


do a possibi.
quesito fundamental sobre a admissi-
lidade de uma resposta ao

inadmissibi 1 idade de uma finitude absoluta "co- —


o
bilidade ou

resíduo de nao-escondimento nas quatro modalidades


gito" como

de finitude e a sua qualidade de unico domfnio de coincidencia


entre um acesso inanulável, uma inquestionavel adequagao, uma
total certeza e uma irrestrita evidéncia compreensiva. A iden-
tificagao do cogito e a margem de dificuldades que deixa sub-
0 caracter simultaneamente determinado e indeterminado
sistir.
da fixagao do cogito

a integral identif icagao e inibigao das


teses em que se estå embarcado como requisito da efectiva pas-
cogitoao e os obstáculos que a entravam: a resistencia
sagem
identif icagao e inibigâo de teses e a extraordinária tensao
k
necessária (para alcangar para a o vencer e manter
que é para
0 cogito como incôgnita, totalmente diferente de um ad
cogito) .

quirido estável, que nem sequer


se pode garantir que alguma vez

ef ectivamente alcangado a paradoxal incerteza do cogi- —

esteja
to As dificuldades na identif icagao do cogito e a firmeza da
.

intransponível reduto de não-escondimento A


sua fixagáo como .

lidade do estabelecimento de um resultado da investiga-


possibi
seus principais quesitos e excluindo o
gao, dando resposta aos

da finitude absoluta 1334


cabimento

REVISÃC ANÁLISE SISTEMÁTICA DAS MODALIDADES —

3. DA A_FINĨTU-
DE DE COMFREENSAO E A POSSIBILIDADE DE UMA IMPERFEICAO INTER

NA APRESENTACÃO, CONSTITUINDO
DA UM ESCONDIMENTO SEM RESÍDUO.
0 FENÔMENC DA PSEUDO-COMPREENSÃO E A POSSIBILIDADE DE UMA

FINITUDE ABSOLUTA DO NOSSO PONTO DE VISTA 1352

3.1.1 Caracter provisôrio do apuramento realizado. PossibiH


dade necessidade da sua
e
da revi revisão. O âmbito restrito
sao a realizar a total insuf iciência das análises

feitas a

1 idade de
respeito da finitude de compreensao. Indispensabi
um outro apuramento do problema da forma da finitude no âmbi^
1353
to da quarta modal idade

3.1.2 Primeiro aspecto em que tem de ser revisto o apuramen-


to efectuado o

cabimento de finitude de compreensao na esfe-

ra incapacidade do cogito para constituir um dq


do cogito, a

mínio -totcTmente impermeável a finitude de compreensao. A e-


fectiva redugão å esfera do cogito e as suas consequências no
radical da compreensi_
plano da compreensâo : o obscurecimento
bilidade no cogito a esfera de total apodicticidade como es-

incompreensao 1358
f era de total perplexidade ,

XXIV
3.1.3 Segundo aspecto em que tem de ser revisto o apuramento
efectuado a possibi 1 idade de um alastramento e "total izagao"

da finitude de nao-compreensao no prôprio quadro da apresenta


gâo natural, sem redugao ao cogito, sem qualquer alteragao
na

objecgCîes formais
adopgao de teses. Análises preliminares

as

å possibil idade de uma apresentagao a que integralmente escape


o seu prôprio tido. As objecgeîes formais a esta possibi 1 idade
e a respectiva conexao com as objecgOes que também se podem le
vantar á possibi 1 idade da prôpria finitude de compreensao A .

insuf iciência da fixagão inicial da quarta modalidade e a ne-

cessidade de a estabelecer por forma que dê conta de tais ob-


1376
jecgOes

3.1.3.1 objecgeîes formais contra a possibilida-


Discussão das
de da finitude de compreensao e de uma apresentagao a que inte
gralmente escape o seu prôprio tido. 0 facto da ocorrencia de
perguntas e a sua conexão com isso que as objecgOes formais
pretendem excluir. AnAlise do fenômeno da pergunta. Diversos
momentos constitutivos do fenômeno da pergunta A especificida .

de da apresentagao interrogativa e o seu papel como niicleo do


fenômeno. A pecul iaridade da apresentagao interrogativa como
detengao e nao-detengaq do perguntado--o simultâneo ter e nao-
^ter do mesmo como incontornável irredutível constituinte de ,

toda pergunta.
a Análise deste simultâneo
das características
ter/nao-ter O problema .
da determinagao da apresentagâo inter-
autonomia do ter/nao-ter como forma prôpria de de
rogativa e a

tengao e de fixagao de determinagao não dependente de apresen ,

afecta. Particularidades do
tagOes livres da restrigao que
a

das
ponto de vista que inclui em si ter/nao-ter prôprio
esse a

interrogativas 1382
presentagOes

3.1.3.2 evidenciagao do ter/nao-ter interrogativo na obra


A
de Platão:a apresentagão interrogativa como irredutfvel ">i-
CVfcú Q q-q^'-Vs uaî: •í/i«.J'i*S" A identif icagao platônica do problema
.

da apresentagão interrogativa no Ménon e no Banquete. 0 papel


decisivo e o sentido peculiar da nogão de "METAEY" na exposi-
" "

g3o de Diotima. 0 modelo da realidade ynn.^,6 e a sua


verifi^
1433
cagao no fenômeno da pergunta

3.1.4 0 facto do "y.tr^'J" ,


da detengao intermédia, e o seu sig-
nificado : a possibi 1 idade de
um ponto de vista integralmente
mostrando senão o prôprio escondimen
",u.trk^J" —

l\icido, mas não

to, inteiramente dominado por este . 0 carácter circunscrito


ponto de vista
apresentagOes intermédias no nosso e a pos
das
sibilidade de ser sô aparente, nao corresponder å situagao em

de facto se está 1498


que

3.2 Exploragão da possibi 1 idade de o âmbito circunscrito das


apresentage5es intermédias normalmente presentes no
nosso pon
to de vista nao corresponder å situagao em que se está. A in
constância das fronteiras entre as apresentagGes "plenas" e
de convertibi 1 idade de
apresentagOes intermédias

as os casos

umas nas outras colapso de compreensîíes na a-


. O fenômeno do

parencia inteiramente ôbvias cujo conteúdo se revela obscuro,


incompreensfvel a possibi 1 idade de uma pelo menos esporadi-

ca fraqil idade das compreensOes presentes no nosso ponto de


1 idade de essa fragiĩidade nao ser apenas es
vista. A possibi
afectar nâo sô o proprio "territôrio" mas tambem
porâdica e ,

as triviais e
mais as mais determinantes compreensOes da a-

Exame de dife
presentagâo normal, perturbando-a globalmente.
triviais constantemente envolvidas na a-
rentes compreensCes
papel decisivo nela, e mani-
presentagao ncrmal ,
com um que

XXV
tipo de fragilidade ponto de vista natural e

festam este o

"derrocada" compreensiva 1508


a sua exposigão a uma

3.2.1 A compreensão natural o outro , sua presenga permanen-


te e papel
seu apresentagão habitualmente consti-
no campo de
tuído. A evidência natural da compreensão o outro e a sua fra-
gilidade: focagem da determinagão fixada compreensâo o ou-
na

tro seu

caråcter obscuro, sua total incompreensibil idade A .

idade da determinagao o outro e a sua


Tncompreensibi 1 reper-
1518
cussão em todo o campo de apresentagão

3.2.2 compreensão natural do surgimento, sua presenga per


A
manente e seu papel no campo de apresentagão habitualmente
constituído. A evidencia naturai da compreensão do surgimen-
to e a sua fragil idade : focagem da determinagão fixada na
compreensao-do surgimento seu caråcter obscuro, sua total

incompreensibi 1 idade A incompreensibi 1 idade da determinagao


.

surqimento ê~ a sua repercussão em todo o campo de apresenta-


1560
gao

3.2.3 compreensâo natural da identidade diacrônica, sua


A

presenga permanente e seu papel


no campo de apresentagão ha-
bitualmente constituido. A evidência natural da identidade

diacrônica e a sua fragilidade: focagem da determinagão fixa


seu caråcter obs
compreensao da identidade diacrônica

da na

curo, sua total incompreensibi 1 idade A incompreensibi 1 idade .

da identidade diacrônica e a sua repercussâo em todo o campo


de 1575
apresentagão

3.2.4 compreensão natural da simultaneidade, sua presenga


A

permanente e seu papel no campo de apresentagão habitualmen-


te constituldo.A evidôncia natural da simultaneidade e a sua
fragilidade : focagem da determinagão fixada na compreensão
da s i muĩt'ãne i dade s eu carácter obscuro,

sua total incompre-
ensTbi íidade A incompreensibi 1 idade da s imu 1 tane idade e a
.

sua repercussão em todo o campo de apresentagao 1587

natural da unidade de qualidades dife-


3.2.5 A compreensão
rentes (dos complexos de determinagges ) , sua presenga perma-
de apresentagao habitualmente cons
nente e seu papel no campo
tituído. A e-videncia natural da unidade de qualidades e a
sua fragi lida.de : focagem da determinagao fixada na compre-
ensao da unidade de qualidades seu carácter obscuro, sua tq-

tal incompreensibilidade A incompreensibi 1 idade da unidade .

de qualTdades e a sua repercussão em todo o campo de apresen-


159
tagão

å compreensao natural da existencia independente,


A sua

presenga permanente e seu papel


no campo de apresentagâo ha-

bitualmente constituido. A natural da compreensâo e^


evidencia
xisténcia incependente e a fragilidade: focagem da deter
sua

existencia independente carácter —

mTnagao fixac.a na nogão seu

i b i 1 i dade A incompreensibi 1 i-
obscuro, sua tqjta l^inc ompreens .

dade da existencia i nde p e nde n te e a sua repercussâo em todo o

de 1605
campo apresentagão

3.2.7 compreensão naturai do acesso


A em que se está, sua

papel no campo de apreentagâo hab^


presenga permanente e
seu

tualmente constituido . A evidencia natural da compreensao do

acesso e a sua f ragJiiÍ^a4Ê focagem determinagão : da fixada


nã compreensão do acesso— seu caråcter obscuro, sua total in-

compreensibi 1 idade A incompreens ibi 1 idade do acesso e a


.
sua

de 1612
reperc"ussao_ em tolo c campo apresentagão

XXVI
naturais examinadas em 3 2
3.3 A fragilidade das compreense5es .

meramente a
e'o fenômeno de compreensao
pseudo-compreensão— de
Composigâo e estrutura do fenô-
parente— que lhe corresponde.
Seu significado para o problema da
meno da pseudo-compreensão
.

modal idade 1630


f orma da f initude no âmbito da quarta

1 idade além
3.3.1 compreensao aparente como terceira possibi
A
intermédia do tipo
da apresentagão "plena" e da apresentagão
icidade como forma prôpria de apre-
interrogativo. Sua especif
acompanhamento desfoca-
sentagão. A compreensão aparente como

do de apresentagôes intermédias na
verdade correspondentes a
As duas modalidades
apresentagôes meramente interrogativas
.

da apresentagao intermédia : a apresentagâo interrogativa e a


izada, da apresentagao interrogati
detengao desfocada, neutral
va na pseudo-compreensao Reconhecimento preliminar dos dife-
.

analisar no fenômeno:l) a fiz


rentes momentos constitutivos
a

xacao intermédia de determinagão , 2) desfocagem que faz per-


a

der de vista o carácter meramente intermédio de tal fixagao e


evidencia de acesso pleno no seio des
3)a constituigão de uma
1631
sa desfocagem

3.3.2 0 carâcter intermédio da fixagão de determinagao nas


A relutância natural em reconhece-lo e
pseûdo-compreensoes.
A falta de fundamento desta relutância. A ab
os seus motivos.
soluta irredutibilidade dos fenômenos de pseudo-compreensão a

complexos de momentos separados de apresentagão plena e de fa^


ta de apresentagâo--o carácter integralmente transcendente da
fixada nas pseudo-compreensOes e a identidade que
d^terminagâo
entre o fixado e o em-falta. A natureza exclusivamen
nelas hå
re intermédia da fixagão de determinagao nas pseudo-compreen-
de todo o fenômeno dependên-

sOes e a sua fungao como núcleo


cia e subsidiaridade dos outros momentos constitutivos relati^
a constituigão de evidencia ne
vamente a este: a desfocagem e

intermédia 164!
la como transformagôes da apresentagão

desfocado das pseudo-compreensQes e os fenô


3.3.3 0 carácter
de vista.
mênos de desfocagern que se registam no nosso ponto
Natureza e possibi 1 idade do fenômeno desfocagem acompa- da ou

Carácter
nhamento alheadq das apresentagôes disponiveis. espe-
defeito de mcidencia. A-
cTfico desta forma de restrigão por
modalidades de defeito de in-
nálise sistemâtica das múltiplas
165
cidencia ou detengâo desfocada

jogo nos fenôme-


3.3.3.1 Aproximagão ao tipo de desfocagem em

alheamento
nos'de tendencia para
pseudo-compreensão .
na

natu-
A o

estranhas á apresentagão
perspectivagão de determinagôes do alheamento rela-
0 fenômeno da subrepgao de férmula e
ral
"realidade apresentada. Suas caracterí sti-
tivamente_á_PXÊI}.ĩlA mesmo
cas como forma de radical desfocagem que pode ocorrer

defeito de inci-
quando parece nSo haver espago para qualquer
dência. fenômenos
Os descritos e analisados por Kierkegaard
"compreensâo poética" e de "compreensâo
sob as designagOes de
16
na possibil idade"

3.3.3.2 A desfocagem fora do caso


ocorrência deste tipo de
â apresentagao natural estranhas
particular das determinagOes
a subrepgão de fôrmula, a "compreensão na possibi 1 idade"e a
s ua interferencia no acompanhamento de determinagCJes perfeita
1705
mente trivi

XXVII
modalidades de desfocagem analisadas e a sua inser
3.3.3.3 As
estå
sujeito
gão'nô conjunto dos defeitos de incidencia
das
a que
diferentes pos-
o nosso ponto de vista. Exploragão global
sibilidades defeito de incidencia sc
do desfocagem. 0 fenôme- .

e a estrutura atengão/inatengâo A complexi- .

no da desfocagem
de incidencia e a sua irredutibi 1 idade a pq
dade dos defeitos
A "escala" dos defeitos de inci-
laridade atengão/inatengSo .

foco atencional;
dencia: o horizonte da detengao inatenta
e o

foco atencional apresentagao confusa no seu


a
a desfocagem no

seio; focagem do confuso


a (as apresentagôes "distintas") e a
persistencia de desfocagem no seu prôprio âmbito: o fenômeno
prô- relativamente å
da subrepgão de fôrmula e do alheamento
A "escala" dos defeitos de inci-
pria realidade apresentada.
: carâcter multipla-
dencia e o íenômeno da sua acumulagao
o

naturais. 0 complexo de des


mente desfocadq das apresentagSes
focagem e a sua desproporgâo relativamente a nossa capacidade
dificuldade da
de~focagem —

c "afuni lamento" desta e a extrema


1716
redugao dos defeitos de incidencia

defeitos de incidência (as diversas modalidades de


3.3.3.4 Os
factores de escondimento do es-
desfocagem) e o seu papel como

condimento en\ todas as modalidades de finitude —

a interferen-
desfocagem escondimento da incompletu
cTa""dôs fenômenos de no

1 idade de erro, da finitude modal e da finitude


de, da possibi
efectuado
de' Svidenciagâo de todo o percurso
compreensao .
co-

da desfocagem. 0 caso
mo percurso ce sistemåtica redugão espe
a multipl icidade dos defei
cífico da finitude de compreensâo:
tos de incidência, a sua sobreposigão e o papel que cada um
(e a acumulacão) deies desempenha na possibi 1 itagao dos fenô-
1743
menos de pseudo-compreensåo

3.3.4 constituigão de uma evidencia de acesso pleno no seio


A
caråcter evidente das pseu
da fixagão intermedia desfocada

desta evidência e a sua di.


do-compreensoes A natureza pecuiiar .

sentido da nogão de evidencia na com-


ferenga relativamente ao

preensão naturai Especif icidade da evidencia sustentada pelo


.

defeito de incidéncia (sô sustentável nela) da evidencia fru- —

tô de distracgao A extrema fragilidade e simultaneamente o


.

entre
profundo arreigamentq deste tipo de evidência. A reiagão
a"evidencia-fruto-de-distracgâo nas pseudo-compreensSes e a e-

videncia-fruto-de-distracgâo nas outras modal idades--a ambigui^


iade do fenôneno da evidencia e a necessidade de uma revisâo

geral compreensâo
da natural deste fenômeno. 0 problema funda
mental oonstituigão de uma determinagao absolutamente evi-
da
fal-
dente no quadro de uma fixagão intermédia desfocada
: a

papel decisivo como factor


ta de acuidade e exigência e o seu

1752
ccnstitutivo da deternu riagao evidente nas pseudo-compreensôes
. .

3.3.5 Recap Ltuĩagão possibi 1 idade e


. A analise feita da es-

de
trutura dos ienômenos de pseudo-compreensão e a finitude
A precaridade da
ccmpreensâo a que tarnbem ela estâ sujeita.
levada a efeito e o seu sentido 177 5
elucidagao

3.3.6 A pseudo-compreensâ.0 pecuiiar modalidade de reten-


e a

nela está em jogo. A


apresentagao intermédia da pseu-
gâo que
intermédia da interrogagao

do-compreens.lo e a apresentagao
confronto das duas modaiidades de apresentagâo intermédia e
da forma de retengão em que se acham presas A dupla retengao .

da compreens-ĩo aparente.O carácter interno da retengao em cau


iaridade da pseudo-compreensão como forma ex
sa nela e a pecui
trema de neucral izagão de uma noticia tida e de falta de de-
não-ausôncia dela 1781
terminagão na

XXV III
levantamento realizado —

o fenômeno da pseu-
3.3.7 Balango do
1 idades abre a revisão da
do-compreensão e as possibi que para
forma finitude. 0 cabimento de uma totalizagao do escondi-
da
mento no caso da finitude de compreensâo possibi 1 idade ir-

compreensOes naturais terem o carácter


redutivel de todas as

a possibi 1 idade irredutivel de o nos-


de pseudo-compreenseses,
de vista estar integralmente "minado" por finitude de
so ponto
180
compreensâo

vol .II
Notas e Bibliografia

XXIX
A EXPER IÊNCI A NATURAL E O SEU SIMULTÂNEO CONHECIMENTO

E DESCONHECĨMENTO DA FĨNĨTTJDE. SENTIDO E ALCANCE DE

UM LEVANTAMENTO DA FINĨTUDE. A FORMA NATURAL DA FINI-

TUDE E O SEU PROBLEMA .

1
da finitude —

análise do
1.1.1 O recqnhecimento espontâneo
evidencia da finitude.
s eu sentĩdTT^^strutura da permanente
p~~r-e c o nh e c"i m e nt o espontâneo como re conhecimento inautent i c o ,

vãzĩo. A compree nsao qlobal da finitude e as diversas situa-


"

cjtes da sTa e xperiência concreta: respectiva diferenga


-

e ar

insuf iciencia de ambas —

a falta de uma delimita-


ti tTagao.A
c

cão" jprecisa daguilo em que consiste a finitude:a situagao na


tural nãfo , reconhecimentoque
obstante o deia ; taZj^qmo_ujpa__si-
tũãcao"~de_descônhecimento "da finitude.A tarefa de um levanta-

me nt o_ que a demarque .

Ao falar-se da finitude do ponto de vista em que se esti, per-

aiude.
cebe-se lcgo de aigum modc a que é que se

iat i vamente clara do que isso


Dispde-se de uma compreensSo re

a e
seja. Encontra-se e usa-se a nogão (lê-se, ouve-se, recorre-se

sabendo muito bem o que eia quer dizer e sem cue ccm isso se
la)

levante alguma di f iculdade .

A fiaitude do ponto de vista que e o nosso


que eie é finito e

o que isso s igni f ica



não constitui novidade para ninguem. E, pelo

contrârio, algo familiar, sobejamente conhecido.

há nSc sao inteiramente ciaras, não per-


Se algumas coisas que

respeitc, decididamente nao


mitindo cue se seja categôrico a seu

entre elas este aspecto do modc como somos. NSo a tmitu


se c onta ,

n
sabe
de é algo ôbvio, que se .

A vista deste carácter tao notôrio e sendo ela assim um ponto

inteiramente assente, a situagao em que nos achamos, quando se


prq

uma averiguagao da finitude, é de facto a de não se vislumbrar


pôe

exactamente que questao tem de ser indagada, que procura pode ain-

da ser precisa a seu respeito.

Por isso, o primeiro ponto que , ao constituir-se , uma averigua

da finitude tem de pOr a claro é a prôpria falta que se desti-


gão

na a colmatar, a insuf iciência da perspectiva que å partida, e an-

jå se tem sobre o seu objectc: a insu


tes de qualcuer averiguagão,

ficiencia que Ihe dá lugar, a faz precisa e a justifica.

Sô se a ncglo que naturalmente sempre jâ se tem e o mcdo como

a finitude naturalmente sempre jâ estå detectada na verdace a dei-

xa ainda de alguma forma por ver bem, sô se essa deteccãc envcive

de tudo um nao-acompanhamento em virtude do qual a finitu.


acesar ,

de fica de alguma maneira ainda por descobrir: sô nessas cor.digSes

tem cabimento, faz sentido uma investigagao sobre a finitude.

Em conf ormidade , hâ que verificar, antes do mais, a prôpria si-

de evidôncia, de ccnpreensSo e certeza da finitude, em que


tuagac

esta, apurar que perspectiva ef ectivamente se tem ne-


sempre já se

não-accmpanhamento de facto proporciona


ia, que acompanhamento ou

cu se-ía, se e o que e que deixa sem ser ccnhscido (e a ter de ser

da finitude a que estamcs suieitts.


ainda apuradc )

Dessa verificagao depende desencadear-se ou nSo e, em caso afir

mativo, o sentido em que se desencadeia e tem de se desenvolver um

aouramento da finitude ác ncssc ponto de vista.

Considerando ,
neste sentidc, o conhecimento tSo claro que sem-

tem a respeito da finitude e procuranco estabelecer aqui


ja se

3
ele na verdade se apresenta, aparecem como elementos fun
lo que com

diversas situagOes por que o nosso ponto de vista de ca-


damentais

em a sua finitude se Ihe deu a experimentar


que
.
e
da vez já passou

Independentemente de se constituir ou nâo de forma explícita um

de finitude enquanto tal, fazem com efeito parte do mcdc


conceito

temos acesso a nôs prôprios e ao mundo que ai há repetidas ex


como

de imperfeigao, de falta nesse acesso. Ne


periências de restrigao,

manif estam-se barreiras, íncapacidades escondimentos de diver-


las ,

o nosso ponto de vista ante a evidencia de que


sa ordem, que pOem

de facto não é 1 ivre de restrigOes, tem esta e aqueia imperfeigSo,

limite. Ce tal modo que a noticia que se tem da fi.ni


este e aquele

consistir precisamente nestas diversas experi encias .

tude parece

entretanto mais de perto esta apercepgãc que nos traz


Observando

o factc da finitude, verifica-se, porem, que nSo 9


despertos para

inteiramer.te assim e que na realidade a ncticia, c "contacto" q'-ie

ncrmalmente se tem com a finitude, tendo embora a ver ccm essas ex

inclui qualquer coisa para alem delas —

quaiquer coisa
periencias,

de irredutivel ao nelas se apresenta e em que na realidade o


que

estl inteiramente uj^trapassadc deixado


plano dessas experiencias ,

para trâs.

luaar, essas experiencias de restricío nc acesso n.ĩ.o


Em crimeiro

a ocorrer. sâo esparsas. E parece ate que a maicr par-


estão sempre

se tem nâo inciui nenhuma experien-


te do tempo a perspectiva que

cia d.esta ordem.

vias 3e excer ienc ias ccmo essas- sô de quando em quando surgem nc


t

esti dada das ccisas. nSo sucsde tccavia


curso da aoresentagâo que

inteiramente perdida de vista no resto dc tam


aue a finitude fique

continua, de tal mcdo que sd quando ocor-


po em que a apresentagac

ideia da finitude. A ncticia


rem haja na nossa persrectiva uma sua

ca finituie difunde-se antes para alem dos momentos esporidicos em

tem lugar, estsndendo-se na verdade a todo c


que tais experiencias

d
numajpresenga de caracter permanente, que
curso da apresentagSo ,

nunca se acha inteiramente dissipada.

estranha esta afirmagão de permanencia. Pois e e-


Pode parecer

não se está sempre a pensar nisso e que pelo contrá-


vidente que
,

normalmente o ponto de vista anda inteiramente absorto no que


rio,

a questâc da finitude da a-
de cada vez se ihe apresenta, sem que

de todo em tcdo se suscite, sem que essa finitude de


presentagao

algum modo se assinale.

Mas outrc ladc, se em qualquer momento nos fosse pergunta


, pcr

de vista em que estamos tem ou nao um carácter fini-


do se o ponto

irmativa viria dada


respcsta seria invariave lmente af
sem

e
to, a

Kavenco deste modo qualquer coisa— uma forma


cjualquer hes_itagao.

da finitude— que justamente faz assim se


de nctícia permanente que

Mesmo para aiam das situagôes em que expressamente se experimen

obiectc ce um reconhec imentc espontaneo, nãc care


ta, a finituce e

se estabeieca. ImpCe-se de_i_z


cendo de nenhuma pcnderagSc para que

mediato, como um facto "com que sempre ja se está" ,


perf eitaments

sem
famiiiar, per f eitamente a vista. H justamente algo que , mesmc

nissc, sempre estl sabido, que nSo precisa que se a-


se pense
que

temos E isto
tente neie para 'estar ai" na perspectiva em que nos .

dá como evidancia logc que de algum mcco


=
ste-
de tai forma que se

n^c n^aso o.„ j * sem -.-c


a em causa a iini-uce c*-. ^- „_..,.- ,

verificar se houve experiencias em que se topcu com im


precise de

1 embrarmo-nos delas:sem es
perfeigôes, sem que seja necessario que

__

.,.:jAĩ,p,-, o— s^ ocr uma recuceracac de tais experiencias ,


pcr u

do nelas se manifesta.
ma presentif icagSo que

Ou se~a, ha quaicuer coisa como uma tsse permanente a respeito

faz serr.pre espon-ar.eamer.t3 se reconheca c seu


da 'initude, cue que

facto e que esse reconhec imentc não crecise ce remontar ao planc

em que a finitude se manifesta.


das várias experiencias

sem dUvida nessas difersntes experiencias e ten


Enraizanc.c-se
r

do naturalmente a ver com elas, esta notícia, esta evidencia, esta

da finitude, mesmo admitindo que não é mais do que


tese permanente
eias terem ocorrido constitui feníme
uma espécie de memôria de ,
um

peculiar,com caracterí
no sticas prôprias, diferente das experiên-

cias em em \lltima análise se enraíza e que tem de ser conside


que

rado si. Se de facto nunca ou quase nunca chama a atengao e,


por

deste modo ,
tende a passar despercebido (quase parecendo, na maior

do tempo, que não tem lugar, que estâ ausente), constitui na


parte

verdade uma perspectiva sempre adstrita ao ponto de vista, que a

disponível saber da finitude dela,


cada instante mantem um senco

e nao dirsctamente das diferentes experiencias de restrigâo, que

de cada vez imediatamente emerge o espontaneo reconhec iment o da fi

nitude .

lugar, o enraizamento que a evidencia permanente em


Em segundo

Cltima análise tem nas experiencias de restrigâc cue fcram feitas

não exciui uma signi f icativa autonomia relati vamente a elas —

uma

autonomia faz que ao contrårio do que a primeira vista parece


que ,

acontecer , cons ista em muito mais do que na respectiva fixacSo nu-

ma memCr ia .

De facto, esta noticia, esta evidencia permanente que se mantem

uara lá de tais experiencias .,


no tempo em que nlo ocorrem, e que

tambem não contem propriamente nenhuma presentif i cagSo de tais ex-

ceriencias, car acteriza-se ,


alem disso, pcr as ultrapassar conside-

ray e Imente no s eu porte , na amplitude do que dá. por adquirido .

Assim, por um lacc, vendc bem, a tese de finitude q'oe senipre es

ocntanean"ente se ncs incuica não se refere apenas ao nosso priprio

acesso a reaiidade, nem tampcucc se refere a nôs e áqueies nossos

semelhanres cue de algum mccc ja surpreendemos nc ccnfinamentc úc

acesso em cue se acham. Refere-se, para aiem disso, a tqdqs cs cu-

tros seres humanos ,


ccnhecicos ou desconhecidos , numa perspectiva
-

Oe forma se de repente algum


que exciui quaiquer excepgSo .
que ,
nôs viesse a afirmar que dispOe de um acesso âs coisas nao afecta-

do nenhuma restrigâo de finitude, isso pareceria na verdade des


pcr

cabido, poucc verosímil, impossível mesmo : qualquer coisa que nSo

modo como todos somos, aquela que se sabe ser a nos


corresponde ao

sa condigão.

Por outro lado, a tese de finitude que sempre espontaneamente

se nos inculca não se refere apenas a estas e åquelas imperfeigôes

De f acto inclui-se nele a antecipagao da pcssi_


já experimentadas . ,

bilidade, da probabi I idade ,


e mesmo da inevitabi 1 idade de outras fa

lhas, de outros aspectos de confinamento para lâ daqueles de que ja

A evidencia se inculca nesse reconhecimento


houve experiencia. que

da finitude nem e propriamente a bem dizer, a de nenhurn


espontâneo ,

de restrigães (de forma cesignada: estas


conjunto discriminado uma

e acueias), rnas a de quaiquer coisa como uma multipl icidade aberta

de falhas, nao circunscrita a nenhum eiencc definido e que e mesmo

vista como excedendo tccos cs conjuntos de falhas que se consigam

E i3to de tal modc que a existencia de falhas e encarada


apurar.

ccisa passageira, mas ccmc algo de irremediâve 1


não como qualquer ,

continuará sempre.Mesmo que nao ccstume estar fei


que forgcsamente

ta identif icagSo de faihas abso iutamente inui trapassáveis


quaiquer

naturalmente nSo costume estar acusada nenhuma falha des


(mesmc que

sa ordem, antes reine omissSo a tai respeito), a presenga ds falhas

ela assente como inuitrapassavel


de tal mcdo que ainda


é prCpria ,

cuandc admitida a ui trapassabi 1 idade de cada uma das diferentes fa

lhas "ue constituem a finitude, nSo se admite a ultrapassagem glo-

bal de todas elas, domina a evidencia de que haverá sempre falhas

ainda nâo ul trapassadas , de que a finitude e aigo que nao se esgo-

ta havendo rneio de passar a um plano já inteiramente 1 ivre de


(r.So

de vista já inteiramente nao f inito ) A


qualquer falha a um ponto

.

finitude a se refere a evidência permanente e desta fcrma uma


que

finitude inelutAvel —

algc a que se está irrevers ive lmente preso .

se tem em vista nesse reconhecimento permanente


Ou seja, o que


da finitude, o que de facto se perspectiva nele, é uma "condigao" ,

uma "forma de ser" marcada pela sujeigao a restrigôes: com uma tal

constituigSo que implica em si um conjunto indeterminado , uma mul-

indefinida delas e é insusceptive 1 de ser desembaraga-


tiplicidade

da da sua presenga.

A evidencia permanente inculca deste modo muito mais do que me-

ros factos de restrigSo, ccmo seria o caso se na verdade se redu-

zisse a um resíduo das experiências já feitas. Concebe e inculca u

ma "natureza"

aigo de permanente e de intrínseco ao modo como so-

mos ,
inerente a todos os que sSc como nôs : algo que inevitave lmen-

te tem lugar de cada vez que hS um ser humano ,


algo que precisamen

te o caracteriza ccmo tal e que ccntinuara a mani f estar-se em ra-

3
Ihas, restrigôes, enquanto se prolongar a sua vida.

Desta forma, a ausência de uma tematizagSo da finitude, a cir-

cunstância de normalmente nãc nos debrugarmos sobre ela (a ponto de

quase parecer que muitas vezes está compi etamente fora do horizonte

nSo impede que faga permanentsmente parts da compreensâo que ramos

da nossa situagSo uma evidôncia do seu carâcter finito, e uma evi-

dencia cue, mesmc que somente ds uma forma inexplicita, nao temati_

zada, tem um "conteiidc', um sentido priprio, diferente dc das diver

sas experiencias de rsstrig.So por qus de cada vez jâ se passou, e

cue de facto se rsveste de tcda ssta abrangsncia (deste alcancs

mais vasto que o de todas essas exper isncias ) , inculcancc comc es-

tabelecido tudo o que se apcntou.

Visto assim, numa ident i f icagSo mais precisa das suas 'componen

tes" (das teses, evidências que comporta), o reconhec imer.to da fi-

nitude em cue naturalmente sempre já se está, aparece com um novo

a
4
diferente daquele que a primeira vista se apresenta.
aspecto,
nSo
Ao contrário do que numa apreciagSo desprevenida se sugere,

verdade as experiências de finitude que estSo propriamente


são na

da finitude de ordinårio susten


vista nessa evidencia que
tidas em

concretas dos li-


ta o seu reconhecimento. Em vez das experiencias
re-
as mais das vezes--o que quase sempre— suporta c
mites, o que

faz da finitude é esta peculiar forma de notí-


cue se
conhecimento
como tese global, tese permanen-
cia e de evidencia, que se designa

vista. As experiencias de limita-


te da finitude do nosso pc-nto de

occrrendo sô de quancc em quandc e com um caråcter passageiro,


gSo,

das vezes, se assim se pcde cizer, deixadas pa-


estao a maior parte

num horizonte remcto. Podem eventualmente ser recuperadas ,

ra trâs,

neias evidenciou. Mas o re


em repetigSo ou reactuai i zagSo do que se

normaimente sem recurso a tal recuperagao .

conhecimento dS-se

tida reconhecer-se a finitude,


ef ectivamente ao
A perspectiva
se faz, é assim a desta tese ou noticia
na fcrma como normalmente

concretas,e ccm
global, autonomizada re lativamente as experiências

sucintamente se definiram. E o acompanhamen


as características que

se tem da finitude (esse saber categôricc , em que


to, o saber que

nSo senSo o que estS ccm


estar inteiramente a par deia) e
se parece

nesta peculiar forma de perspectiva.


prsendico
acerca dc
Sendo assĩm, acontece entretanto que esta perspectiva

; „ „~-,-~ -^ v-ĩ i-^ ^.


aqr;
-> ■=-/■»
- i 3 ncia, esta compreen-
1 ^ ^ - - —

cc
-
-
,
z m1 1 o
^ — - *
^ -
"arácter
. -

no nosso ponto ce vista,tem


ca finituce semcrs prssente
sa^lobal
tal que nao inclui nenhuma
na verdade uma índols muito pecuiiar e

limites q^e de facto co^i^^"1 essa^fir


^cj^cjri^^^r^£T^-ilns
claramente pcnha em evidsncia cs
nitude , nenhuma apresentacSc que

se esta de aigum mcdo


asoectos em qu, a situagSo de acssso sm que

a restri;5es, tsm frontsira.


falna, esta sujeita

decidida tese de imperfeigSc dc ncssc


evidSncia, uma
3e há uma

a finitude deste mcdo e algo que sempre já se_


-o d- vista, se

da finitude assim reconhscida, o tragado concre,-


sabe, os fac^qres
to do conf inamento ,
do não-acesso que lhe corresponde, nâo estSo

normalmente postos a nu numa evidência clara —

por tal forma que ,

assim como nos aparece bem dist intamente aquilo a que de cada vez

se tem acesso, assim também ( em correspondencia â finitude que ine

quivocamente reconhecemos ser a nossa) tenhamos assinaladas, foca-

das , numa apresentagSo def inida ,


as fronteiras da imperfeigSc a

que está sujeito o acesso de que dispomos .

E assim é que , havendo no modo referido uma tese permanente , u-

ma evidência de cue o nosso ponto de vista e finito, se de repente

tivermcs de indicar em que medida o é, em que consiste essa imper-

feigao ou finitude, experimentamos grande dificuldade em identifi-

ca-la, em pô-la a claro. Sendo a finitude tSo nctiria ccmo ncs pa-

rece e imoondo-se tSc inequivocaments o seu reconhsc imento ,


parece

ria naturai que de imediato se dispusesse da possibi I idace de fo-

car os seus aspectos, as restricôes em que consiste. Pareceria nor

mal que acucisse iogc a noticia destas e daqueias falhas a que es-

tamos sujeitos. Mas nSc . Se tivermcs de incicar dist intamente cue

e que faz a finitude. caí.mos em apuros, somcs obrigados a um esfor

go. Ao fim de algum tempo 1 á nos ocorre quaiquer coisa, mas a prin

cípio tendemos na. verdads a n.So encontrar nada , a ficar ants qual-

quer coisa como um vazio .

Maniíesta-se assim um estado-de-coisa.s que ncrmaiments tsnde a

passar despercebido mas que e decisivc na detsrminagSc da perspec-

ti"/a que se tem sobre a finitude no seu reccnheciment o naturai . NSũ

se trata apenas de nSc se dispor de um levantamento integral , exaus-

tivo, que rigorosamente defina o tragado dcs iimitss, sem deixar es

capar absolutamente naca .


Trata-se, muito cara alem dissc, de nSc

se ter def inidament e tragado nenhum quadro de restricOes. ie r.So se

ter feita nenhuma identif icagSo da finitude —

e a tal pcntc nSo que

até se ten dificuldade em identificar concr etamente o que quer que

se ja dc que ccnstitui essa finitude cujc reccnhec imento tSo eviden-

10
temente se nos impôe .

Este o ponto decisivo:

Muito mais ampla, como se mostrou, do que as diferentes expe-

concretas de limitagSo, a tese permanente, a tese global ,

riências

outro ladc, esta imprecisâo


esta total falta de nitidez


tem, por

relativamente aos limites a que se refere.

em habitualmente nos achamos a respeito ca com


E a situagâo que

da nossa finitude —
a situagSo em que a finituds é reconhe
preensSo

cida a partir desta peculiar noticia ou tese global--caractsri za-

-se assim por uma singular ambiguidade .

Por um lado, há uma tese que categoricamente i.ncuica a finltude,

de ela tem lugar~de que e um facto (e um facto


uma evidencia que

com tcda a extensSo, tcda a amplitude que se apontou) .

lado, esta evidencia tem um carácter difuso, estS dis


Por cutro

definida de limitss, "de qualquer


scciada de qualquer apresentagSo

do haja ce ineficaz ou confinado nc mcdo


acerceogâo concreta que

como vemcs as coisas.

Sem dcvida nas diferentes experiencias de ccnfinamento pcr


que

ocorreram na verdade aprsssntagoes


que de cada vez já se passcu

a finitude se faz sentir de uma fcrma definida, concreta.


em que

dCvida a evidsncia permanente, a compreensSo global da


E sem que

supcrta o reccnhec imentc que deia f azemcs .

finituds, que sm regra

de experisncias dessa crdem.


se enraiza numa mul tipl icidade

Mas, se essas perspectivas concretas ,


def inidas , estSo na origem

permanentemente está constituída, a ver-


da compreensâo glcbai que

nSc se acham preservadas na perspectiva dessa compreen-


dade e que

tenho flxadas essas difersntes experi er.c ias essas cife-


sSc . NSc ,

limires nSo sei bem cuais foram, im


dos já. que

rsntss aoercepgCes

faihas a nu (comc se manifesta pelo esfor-


perfei-Ses, que puseram

identificar fa
r-o de recuoeragSc a que sou cbrigado para conseguir

comc se manifesta peia mcrosidade dessa recupera-


lhas concretas,

o pcntc de vista tsm sempre con-


gSo, etc.). 0 que persiste. o que

i i
constitui a base do reconhecimento da finitude e a
sigo e em regra

a prôpria compreensao global


a resultante —

dissociada dessas
penas

diferentes apercepgôes dos limites, e com o carácter difuso que se

Ihe apontou.

Assim sendo, o reconhecimentc que o ponto de vista normalmente

faz da sua finitude está longe de constituir um acompanhamento e-

fectivo da situagao concreta de restrigao do acesso em que de fac-

to se acha: sei-me finito no acesso que tenho ás coisas, considerq

-me finito. Mas nSo sô sem ter um acompanhamento adequado da natu-

reza e extensâo da finitude que reconhego, mas ,


para alem disso,

mesmo tambem sem que a finitude que considero haver em mim me acu-

se claramente a sua presenga e aparega numa definida apresentagSo

de si príoria no campo em qus me encontro ao ver as coisas —

sem que

concretamente me ccnfronte no meu prôpric ter-as-coisas com uma e-

vidente ma.oi f estagSo ne 1 e dc que o faz i.mperf eito .

Uma coisa e, deste modc ,


esse saber glcbal da. finitude dc pcn-

to de vista, em que habi tual.mente me mcvo . Outra coisa, completamen-

te diferente, ter ef ectivamente evidenciados limites, ver a pripria

f i n i t ud e nas restrigfles, nos "nSos" que imptie, experimentar e f e c t i -

vamente o acesso de que se dispôe nos limites que tem, nas suas f a-

ihas .

A primeira, a compreensSo giobal da finitude que ncrmaiment? se

tem. ccnstitui na vsrdade uma perspectiva inautentica em que a fi-

nitude de facto esta esbatica, r.a.o se impCe ao meu olhar.

Trata-se pura e simplesmente de uma entre muitas tssss que se

tSm plenamente assenticas ( numa inteira ccnvicgao de que e de fac-

to assim comc nelas se define), mas sem verdade iraments acompanhar

c seu sent icc , antes da um mcdo tai que estSc presas de uma desfcca
a tese aponta

nunca se apresenta bem a realida


te para aquilo que

mas tampouco se chega a notar que nâo se dá tal a


de que consigna,

presentagSo .

bem acontece quando espontaneamente assim é reco-


Vendo o que

nhecida a finitude, prestando um mínimo de atengSo , mesmo sem levar

isso o se encontra.
muito longe a anålise, e precisamente que

é de cada vez tomada e compreendida num peculiar fenôme


A tese

realiza levando o oihar a


no de compreensão, que justamente nao se

um face-a-face com isso que reccnhece, pondo-o em foco, depondo ne-

compreensSo e muito pelo contrS-


le. NSo . 0 percurso seguido nessa

distrai do que se reconhece.


rio um percursc que
'

a tese reccnhecida se fecha num ccntecdc fi


Por um iado, porque

dizer "encalhado em si mesmc", que tem


nitucs", ss assim se pode

remissSo falhas concrstas qus na verda


perdida ou inef ect ivada a a

ssntidc— cs tai modo qus, abscrvido nssts ccn-


de constitui o ssu

nSo chega a er.contrar na-


teddo, no seu vago , o oihar que o adopta

da de realmente f initizante.

lado, tal compreensSo tem, de caca vez que o-


Por outro porque

"centrif ucidade" tal que maĩ se in-


fugaz uma

corre, um caracter ,

sobrs e'.a, lcgc prcjecta para la de si,levanco a nossa pers-


cide

outra coisa e a deixar para tras


oectiva a fixar-se em quaiquer ,

i--3iv,î^er.te cara trls , a ccnsideragSc daquilo de que nela se tra-

acuro de cada vez que nc Smbito da ccmpreen


-- ce VMr-ficar, que ,

finituce, de cada vez que a enuncio cu encon


sSo ciobal consicerc a

evidsncia do seu f acto tudc issc aconte-


tro enunciada e percebo a ,

ce realments de tal forma que ,


ao incidir sobre essa determinagSc ,

passar adiante; num Spice desfaz-se logo a inci-


estou sempre j -i a

houvesse uma tendencia contra a fi


dencia sobrs ser finito, como se

seu foco--e e sempre outra coisa jS que se apre-


xagSc do olhar no

senta e prende a atengSo .

factc nada emerge no horizcnte de apresen


De tai modo cus ce

situc dê corpo nele ac que a tsse da finitude


ta-So em que me que
signif ica .

Reconhego-me entSo como 1 imitado , sim, mas sem ver concretamen-

te nenhum limite: a finitude reconhecida tem um caracter muito va-

o reconhecimento e um reconhecimento vazio sem qualquer expres


go, ,

sSo no modo como vejo as coisas, neste campo concreto de acessc ao

real , em que de instante a instante me situo, e que e aquiio que na

verdade para mim ccnta, aquiic por que me oriento e sem pertenga ao

cuai e no fundo indiferente s aiheio, destituído de efectiva rsali-

dade, o que quer que seia que concebo e reconhego.

Numa palavra, compreendida deste mcdo, e nSo obstante o carSc-

ter catecôricc do seu reconhecimentc , a finituce nSo tem presenga

real no meu campo, e antes aigo que , reconhecido e afirmadc de mim

orôcrio e da minha situagSc em cada instante, na verdace se mantem

inteiramente distante e nSo vejc ef ectivamente em mim.

Sô nas diferentss situagSes em que o acesso em qe.e me enccr.tr:

ineficacia Ihe 1 imites


se e:cperimenta^^e_facto na sua e aparecem

confinam s-í nessas situagôes em sm jus-


concretos que o que regra

tamente nâo se estS quando se reconhece a finitucs--o ponto cs vis

ta tem ns. vsrdade uma ccmpr -er.sSo ds si prcpric ccmc ds algum mcdc

tclhido, confinaco (ce tai forma que a finituce e aigo que


preso,

deveras se vS na situacSo em que se esta e que e tidc ccmc um fao-

tor real neia) . So nessas situacîes ,,


em que a finituds emerge ccm

um rosto ccncretc, 'nd uma visão sf ectiva, uma perspecti vacSo aut_s_n-

tica da finituce do pcnto de vista.

Nelas, c campo ce apresentacSo em que se esta nSo e, co.mc nc pri

meirc casc, um campc totaiments ccnstituido pcr apreser.tacdes ti-

das ccmc eficazes e e:n que ce factc nSo se impCe qualquer limina-

cSc

scbre o cuai icer.as "oaira", evidents mas sem nenhum conteúdo

c oncreto, uma deciaracSc giobai de finituce. ?eic ocntrSrio, no cam

dsssas apresentacOes concrstas de 1 imites a car das apresenta-


po ,

c^es eficar.es cue neie hi s ccm a mesma "foroa", a mesma impositi


vidade que elas, aparece uma zona ou foco de limitagSc, de insufi-

ciencia do olhar, que ef ect ivamente conf ina, dA no seu confinamento

o domínio do acesso que se tem.

Precisamente por isso, embora os limites que nessas diferentes

situagûes normaimente se experimentam digam respeito a aspectos de

amplitude mais circunscrita (a este e åquele aspecto particular, a

respeito do qual se verifica uma qualquer restricSo do acesso) —

ac

passo que a compreensSo glcbai tem impiicada em si uma multipl ici-

dade de aspectos de restrigSo, excedendo em muito as limitagôes a-

vulsas, de âmbito circunscrito , que de cada vez concretamente se

experimentam

c efeito de perturbagSo que , quandc ocorrem, resulta

das experiencias ccncretas do limite e na verdade muito mais forte,

tem muito mais impacto dc que acuele que emerge da ccmpreensSc gio-

bal que habitua Imente se tem.

E, assim, se o reconhec imento da finitude dc nosso ponto de vis

ta e quase sempre ditaco pcr isso a que se chamou a tese permanen-

te , a tese global (e ccrrespcr.de a perspectiva dessa tese). a vi-

gencia cesse reconhecimento nSo significa que se tenha jS uma vi-

sSo definida do cue faz finitc o acesso de que dispcmcs, que ests-

ja jS apuraco qual c "cuadrq" dessa finitude. De facto, a vigência

desse reconhecimentc ca finitude nem secuer impede que a perspecti^

va cue se tem esteja na verdade comp i stamente alheada deia.

De sorte que ..
pcr decidico, convicto e mformadc que j1 pareca

ser esse rsconhsc imsnto , a sua adopcSc (o ficar-ss pcr eia) ccrrss

ponce muito mais um desccnhec imento dc que um ccnhec imer.co da si-

tuagSo de finitude.

Mas , se deste mcco a noticia global, em cujc quadrc o rsccnhe

cimento da finitude ncrmaimente tem lugar. constitui uma perspecti

va cesccnhececora e aiheaca dos limites. restrigOes, a que de fac-

tc se esta exposto, c accmpanhamento naturai da finituce T.3.C se es

gota nessa nctícia global, tsm componentes que parecem escapar as

insuf icienc ias ca noticia gicbal: as experiencias ccncretas de ii-

15
mitagSo a que de cada vez se teve jS acessc parecem justamente for

necer um campo de encontro efsctivo desses limites, dessas restri-

gôes e constituir um "fundo" de conhecimento da finitude, que de

cada vez já temos ao nosso dispor.

Simplesmente , mais autenticas, como sSo, do que a tese giobal da

finitude, as experiencias concretas de limitagao habitualmente ji

feitas tambem nSo produzem um acompanhamento adequado ,


integrai dcs

limites ou restrigôes a que o ncsso ponto de vista na verdade estâ

sujeito (i.e. da situagâo de finitude em q^e de factc se estS) e

nSo chegam sequer a definir nenhum quadro dessas restrigíes, iimi-

tes, nenhuma sinopse dcs diversos factores e das diversas "frentes'

de finitizagSo co acesso.

0 encontro real que se constitui nestas experisncias e. com e-

feitc, apenas um encontrc parcial da finitude que hA .

Assim, as aprssentagôes desta natureza tem uma occrrencia. escar

sa, dispersa, produzindc-se sc de quandc em quancc e por tai forma

que , ac ter experiSncia de um determinado limite, ji estio apaga-

das na sua concrstucs, desvanecidas outras experisnc ias antsricr-

mente feitas, em que outras restrigces se apresentavam . HSo se che

canco a ccnstituir uma perspectiva em cue as difsrsntes experisr.-

cias se justaponham

e concratamente se apresentem, numa visSo con

junta. cs iimites, imperf sigôes co acesso que ss acusam em caca :m

de 1 es .

Alem dissc, mesmc que se conseguissem reunir todos os momentos

de finitude que as diferentes experiSncias ocorricas mani f esta.t .

nada garante que ,


para li das imperfeigces que cs cada vez foram

postas em evidencia nessas difersntss s i tuagOes ,


nSo haja ainda ai-

gumas ou mesmo muitas cue de toco em tcdo nSo fcram ainda obiectc

de quaiquer evidenc iagao . Nada impede , com efeito,que , assim comc

ate um dado momentc cc meu passado havia determinados aspectos da

finitude do meu ponto de vista de qus nunca me tinha apercebidc e


verificar, assim também, no presente em que de ca
depois vim a
que

da vez me acho ,
o meu ponto de vista tenha imperf eigôes , esteja su

de acessc, de que nâo fago a mais pequena ideia.


iei^-o a restrigôes

de limitagão concreta produzem-se de for


As experiencias habituais
nosso
ma mais ou mencs fcrtuita, conforme as direcgoes em que c pcn

nSo correspondem de manmeira nenhuma a uma ex-


to de vista "voga"

da "capacidade" dc acesso em que se esti (de


ploragSo sistemStica

vai do consegue e do que nSo consegue, de onde faiha,


até onde , que

etc. ) .

maior autentic idade que as caracteriza, das di-


NSc obstante a

de limites concretos
encqntro real a um
versas situacôes de acqm-

de finitude vai deste mcdo, tam-


panhamento adequado da situagSo
,

C accmpanhamentc da finitude que é pro-


bem uma grande distancia.
de experiencia concreta é um accmpa
porcionado por essas situagies

nhamento avuisc, f ragmsntirio ,


em que nunca se ganha uma perspecti

de facto se esti sujeito— sm que a si-


va global da finitude a que

de prencimentc em cue ss acha c


tuacao real de finitude, o cuacrc

6
as coisas na vsrdads nunca se define.
nosso acssso

E desta forma em nenhuma cas duas compcnentes que a integram

ccncrstas iimites'i a perspec-


(compresnsSo gl obal /expsr i sncias
cos

tiva naturalmente constituida sobre a finitude, a perspectiva que

de molde captar a situa-


se tem antes de uma averiguagSo dela, e a

em reaimente ss esti. Cu comc na ccmpreensSc gicbal a que


gSc
,

que

do se reduz, tem um caractsr vazio, indefinidc,


a maicr parte tempo

nenhum encontro, nenhuma compreen-


de que resulta nSo se prcduzir

sSo efectiva da finitude; ou, ccmo nas diferentes experisncias ccn

nSc vai alem de u-


cretas de limitacSo, ssndc ;S sfectiva e aguca ,

da
"
"

fragmentiria e ccas ional de aspectos


apercepgSo parcial,
,
ma

situacSc .

de evidSncia, de f ami 1 iaridade cue


Pese embora toda a sugestSc ,

a faz parecer um pcr.to in


naturalmente reina a seu respeito e que

inteiramente conhecido, a finitude do acesso em


teiramente assenta ,
se esti ccnstitui, assim, qualquer coisa que no curso normal c
que

acontecimsnto de apresentagão em que nos temos de facto não ests a

qualquer coisa que nao se sabe bem, que nos escapa. Se


companhada,

tivermos de indicar exactamente que restrigSes marcam o acesso em

que nos havemos, qual a configuragSc dos limites a que estamcs su-

nsnhuma das componentes da compreensSc natural da finitude


jeitos,

fornece elementos que o estabelegam.

Por muito que a primeira vista parega o contriric, a finitude

constitui assim algo que de zada vez na realidade se desconhece,

peio menos em parte (e numa parte cuja extensSo de facto


algo que

não se sabe —

numa parte que pcde ser muito grande e mesmo


a_ma.iqr

estS na verdadĸ ainda por apurar, por descobrir.


parte)

de de transparSncia sobre a sua finitude, a apresen


Longe gozar

tacSc natural esta antes sujeita a restrigôes de acessc no priprio

acompanhamento que faz das restrigces que sofre, ou seja, compcrta

e s c o ndimento , de s conhecimento da sua prôpria imperfeigSo .

nosso de vista nSo esti a fir.itu


Numa palavra, c pcntc exposto

de hS restrigôes no acesso a isto e aquiio--mas es-


aoenas porque

tando-se perf ei tament e a par ds todas essas restrigSes . NSo . HA tam

bem,se assim se pcde dizer, uma finitude de segundo grau, ou seja

u.T.a finitude em rslagSo á prôpria finitude que ,


pcr mais que se te

nha semprs i i nocSo de cus c acessc em que se esti r.So e irrestri-

to s mesmo que ji se tenham experimentado muitas rsstrigíes, normal

ments nSo ssti superada .

cabimento sentico tarsfa de


Ccnfigura-se dests mcdc o e c cs uma

levantamento concrsto, de confronto real ccm o ccniun^.o das frcn-


este escondimento da
levantamsntc que suprima esta inaparencia,

nu, num acompanhamento adequadq, a situagSo de


finituce e ponha a

se esti, identif icando todos os focos de restrigSo


finitude em que

do mais despercebidcs e difíceis de detectar que sejarn.


acesso, pcr

verdade ainda sempre por definir de uma forma pre-


Estando na

de tcdos os aspectos da finitude que afec-


cisa o quadro concreto

tam o nosso ponto de vista, e admissível, faz sentido tentar enccn

cabal uma pergunta sobre o caricter da finitude


trar resposta para

mas que normalmente nunca se faz


(que o seu reconhec imento sugere,

jS se saiba co facto da fini-


e a que, pcr muito que aparentemente

tude, nSo se esti normalmente em condigôes de respcnder )--a pergun

ta :

sentido e a que ponto é finita a perspectiva_^u_e


r^rL__*m_cjMe

se tem neste acesso ãs coisas de gue dispomos?

sentido assim se desenham,


A °ste levantamento ,
cujo cabimentc e

todas as experiencias de finitude a


incumbe nSc apenas recuperar

ccnstituir uma apercepgSc ccnjunta cos diverscs


que ji se acedeu e

dSc a conhecer, mas para alem dicso. conse-


limites que nelas se ,

tantc quanto pcssível esgote, reiati-


^..i^. r-H--t-a-ĸ- U^, acuramentc cue

esti, todas os fac-


vamente a situagSo do pcnto de vista em que se

"frsntss" de finitude que o afectam, sem nenhuma


tcres e tccas as

De tai mcdo que a sinopse assim obtida cor-


deixar por considsrar.

exaustivo da finitude que maroa a nossa


v-0--c-c4- a u~ aouramentc

scbre as coisas, ccnstituindo uma apercepgSo adequada.


oe>-spectiva

nenhuma restrigSc, nenhum limits.


a que nSo escape

a tarefa de escrutinio da tinituce


NSc se code escamotear que

assim desenham oferece, mesmc ainda an


-u-c cabimento e sentidc se


y-
-
r ^ rl ea

a sua realizagSc, visiveis dificuldaces


tes oe se tenta

em
crue oarecem comprcmets- 1 a e inclinam a oihar com cspticismo um

ir.cimentc d-^sta natureza.

natural da finituce, um I svan


Por fcr^a da prípria compreensSo
seu cabimento, a falt;
tamentc deste tipc, a inda cue se perceba o

1 Q
eventualmente possa fazer, etc . tende a afigurar-se a partida
que ,

"

de exequibil idade "mais que duvidosa .Pela prôpria natureza da nos

finita, a meta de um acompanhamento exaustivo _i


sa condigSo parece

mediatamente inatingível —

quaiquer ccisa que nSo e para nôs, não

esti ao nosso alcance.

Porem, se é possívei ou nSo aceder a um saber exaustivo, a um a

dessa crdem, nSc


companhamentc adequado essa e uma pergunta que se

decidir de antemSo

que sô o prôprio levantamento co da


pode campc

finitude poderi apurar .

ef ec tivamente nSc dispcnha de condigôes


E possível que se para

c efeito —

e que o levantamentc permanega sempre suspenso da possi-

biiidade de haver ainca mais mcmentos ds finitude do ccr.to ce vis-

ta que ainda ihe escapam. Pcr tal forma que a finitude seja algo a

resoeito ic qual nSo e alcanoivel compieta transparsr.c ia , fazer.do

parte da finituds dc ponto de vista em que se esti uma ineiutivel

finitude :rs lativamente á finitude: c sle nSo ss pcder captar ade-

cuadamente na restricio de acesso em que se acha, estar irremecia-

velments orsso dissc a que se ohamcu finitude de segundo grau.

Seja comc for, e iustamente p.ara esciarecer estas cuestoes, e

ppcecsSrio tsntar reaiizar esse I evantamentc de forma tSo exausti-

va e sistemitica cuanto pcssivel. De tal mcdc que a situacSo de fi

r.itude fique a clarc qu numa apresentacSc adequada dos seus contor

r.os , em cus a finitucs a respeito ca finituce ef ect ivaments se su-

crima, numa expioragSo tSo exaustiva quanto possivel, que simvú


qu

taneamente determine com precisâo a prôpria finitude do acompanha-

mento da finitude, a nSo-transoarSnc ia que retam a ncssa acerceo-


Hnminante na compreensao natural do sentido e
112 0 oreconceito
levantamento da finitude— o fenômeno
TTT^^T^Tf^l de um
AnSlise mais
apresentacĩo que temos,
ÃT^nnfi^j^
detTdaT-ĩ^ite f enômeno :
e^id^nci,acSq^a_vi5encia_eriL nôs_de•jiz
iHTl^^Iiasaoj]^ as suas dimensoes e o seu porte A
F^itHĩgĩndo_de_antemao
^^^^nTex^jiclta, que acr^i^a^aq^mJlt^__M>£Íl,
em

finitude, como núcleo da sua compreensao


na
tũde_pôssĩvêT da
+„r^ mm miP se decide o sentido da finitude compreendida^
FĨQTUDEJL_AnSU-
f^gttTSJdjT^ do fenômeno da forma da f initude
DA
.

r^J^TTiminar

natural da
Examincu-se, numa primeira aproximagão,
a apercepgSo

se estS.PCs-se em reievo a margem de des-


finitude em que sempre ji

ainda deixa subsiscir. E corre lativa-


finitude
,
cue
.2:j^m^Iv^.da
sentido de uma tarefa de le
ficou detectado o cabimentc e o
mente,

da situagSo ce finitude, que prcduza uma perspectiva a-


vantamento

decuaca ceia ( ou pelc mencs levs tSo longs quantc pcssivel c ssu

viu, e na verdade ainca mui


^as, com tudo o que se
acomoanhamento).
se tsm sobre o cue esti em zsusa
■-^•-ic^-'.te a oerscectiva qus

nc empreendimento de averiguagSo da finituce.

ds ter trazida a luz sm toda a sua ocmpie-


longs
,

Esta-se ainda

mais decis ivamsnte a determinam, a


xicads e mesmo ncs mcmentos que

^,-^:-..^^ .-.-a domi""


-JJ1--
^ sua aperceccSo naturai . E ss-
^.--
-
*
ai i._a--
comprsensSo
cue verdadeira-
ti-se ainda muito longs tambem de psrceber o pcrte

ds levantamento :ia finituce, tal ccmo a


men^e oode tsr a tarsfa um

se ssti a reclama.
situacSo em que

natural za rimtuce rea.iza-


ya v^rdade o sxame ca ccmpreensSc

fora ds ccnsideragSo um outro


A
^ =
- . ,,-

*- ■—
-^fja
^ —~—
iir^'y,am°nfe
-.»---
at e aqu
-

co -
-

4.. Js„; --•-- -


- -■
c v~ -=
-
r :- 3
-
=
ra a cetsccSo s ievantamen
—■ <•----
■j.
a^pec
- -
.- -

pcnto de vista.
ro da finitude do nosso

ce uma torn
nSo á 3S-Tv»i extor ests ncvo aspsctc
Ainca pcss

coisa no cursc do ccntron_o


Pois trata-se de qualruer que ,

al.

acuramer.to ca finitude faz desen


«^ m.o r
c n

^ssc
y-^-5^ de
-- --^-^■•■'-
conncsco mesmos que

e a c*I2t2 va- car.har.cc contor-


cadsar, de factc sô a pouco e_ccuc:q
nos--de qualquer coisa que requer justamente as anSlises que adian

te se apresentam para revelar todo o seu peso, todas as suas


impl_i

cagôes

todo o seu alcance e amplitude.

Mas deve-se assinalS-lo desde jS,na evidenciagSo que dele e pos-

sivel fazer a partir de uma anSlise preliminar do reconhecimento

natural da finitude.

Por um lado.para desde o princípio se ter uma ideia mais preci-

sa da compreensSo da finitude que naturalmente nos domina. E, de-

pois, para desfazer um ccndicionamento de perspectiva resultante de

tal ccmpreensSo e que nos leva a perceber a tarefa de levantamento

da situagSc de finitude por uma forma que de mcdo r.er.hum correspon

de ac neia verdadeiramente esti em causa.


c/^e

Este outro aspecto marcante da compreensSo natural da finitude,

tem um papei fulcral no entsndimento da tarefa ce cetecgSc a


que

rsalizar e do ssu sentido, é o que se prende com o facto ce o recc

nhecimento da finitude ter de cada vez uma forma —

de haver qualcuer

coisa ccmc uma forma da finitude.

Ss se vir bem a maneira como se reage a ideia de um levanta-

mentc ca finitude e a atitude cue se tem re iat ivamente a ele. rr.es-

mc quando se percebe c sentido e cabimentc de uma tarsfa ccmc essa,

verifica-se o seguints.

Ao procor— se um tai I evantamento , a sua realizagSo aorssents.—

-se ccmo aigo que pode dar satisfagSc a uma preocupacSo de conheci

mentc exaustivo do cue ccnnosco se passa, ditaca pcr curiosidade 01.

coisa que c valha, mas em que de facto nao pode estar em joqo mui-

ta coisa.

NSo se espera honestamente que um tal ievantamento venha a tra-

-;er alguma crise ao mcdo como se têm as coisas, ponha em cnecue a

apresenta^So que delas estS dada, ou sequer a mude cons iderave l^ien

22
de finitude a encontrar venha a me-
te. NSo se espera que o quadro

ter em apuros o nossc modo de ver, a evidenciá-lo numa posigao per

Ss coisas. HS uma autoconf ianga do acesso em


dida, de nSo-acesso

faz excluir o levantamento da


se estS, que impl ic i tamente que
que

alterar de forma relevante a situagão tai ccmo a


finitude venha a

partida se apresenta.
tem re iativamente ao levan-
Numa paiavra, a expectativa que se

de constitua uma especie de inofensiva


tamento da finitude e a que

tem—
coleccionagSo de falhas, em que este aspecto do acessc que se

focado com mais nitidez, de forma mais prsci


c comporti-Ias— fique

sa .

nSc ex-
NSo chama muito a atengSc este trago, pois e algc em que

se pense, que de aigum modo se sublinhe e ponha em fq


piicitamente
e e decisivo. Psic que importa pro-
cc. Mas estS de facto presente

em evidencia em q-.e radica, o cue


curar vê-io mais de perto e pôr

c que reveia.
significa e

a tarsfa ds levanta
Se, conforme se subiinhou, ao apresentar-se

nSo se sabe ainda que ccn-


mentc dos focos de finitude, justamente

esse levantamento virS a rsvelar, c que


da finitude e que
figuragSo

isto se mostra e que pcr outro ladc tambem nâo se esti absglu-
ccm

dels vir detec


scbrs aquilo qus atraves pode a ser
tamente "a _zero^
tsm-se uma antecipagao, mesmo qus scmen-
uma ideia,
tado. Fa^s_e_jti
dc issc ser.
imolícita e nSo muito precisa, que possa
te

se esti nSo e uma ex


Por outras palavras, a expectativa em que

aberta, admita a detecgSc ce tcdos cs


que
pectativa inteiramente
a
de finitude, incluindo quadros que psrturbsm
quadros possíveis
z an
do de vista s o ponnam racicaimsnte em causa .

seguranga pcntc

,-u-af^va *-** auj -• o oontc de vista nSo conta com -


nenhuma
a ■• ^. ^
tes uma e.•. <r
y
^. v. —
— .
..
_

ameaga, com nen^a^erturbasSq. Ou seja, hi qualquer ccisa cue an

circunscreve o Smbito do que c inquerito de todc em


tecipadamente
ccisa exclui, pce fcra de
vir a encontrar— quaiquer que
todo pcde

22
causa todas as possibi 1 idades de finitude "drSstica", que implique

crise do nosso modo de ver e das perspectivas que jS


alguma seria

se tem .

Pode-se de resto identificar mais concretamente esta antecipa-

gão, esta circunscrigão implícita dc Smbito da finitude suscepti-

vel de vir a ser encontrada no levantamento da finitude.

Vendo bem, na verdade ,


a compreensão que se tem do levantamen-

to da finitude estS conduzida por uma antecipagSo que define aqui-

lo se trata de apurar como um conjunto de focos de falha dc a-


que

dir.p ersos aqui e ali no vasto horizonte daquilo a que efi-


cesso,

cazmente e sem restrigao se acede. Focos que , tal como aqueles jS

idsnti f icados , no fundamental deixam mcôlume e imperturbada a pc-

pontc de vista.
sigSo do nosso

Ou seja. sem que isso ss me aprssente numa perspectiva explíci

ta, em que atente, tenho de facto uma concepgSo assente de toda a

finitude (jue_nosso vir a encontrar, se porventura empreender o seu

levantamento e essa ccncepcSc reflecte o tipo de experisncias ce 11

mitagSo do acesse que normaimente já fiz.

Nessas experiências percebc-me confinado cu vsjc-me em dificul-

dade acenas rs iativaments a domínios ds incidSncia mais ou mencs

circunscritos. E pcr outro ladc sSc experiSncias cue regra gerai

30 de quando em quando ccerrem nc cursc do olhar —

qus ncrmalmente

ss caractsriza, peic ccntririo, pela sua tctal eficicia. peio aces

so irrestrito ds que neie ss dispde.

Senco esse o tipo, a dimensSo de falha com qus estou familiar_i

zado e que se acha ccntsmpiado na ccmprsensSo que naturalments te-

nho da minha finituds e eie tambem que se projecta na concspg=.o

trata ce apurar numa averiguacSc sistemitica da im


daquiio qus ss

d.c pontc de vista.


perfeigSo

De ta 1 mcdo que a tarefa de apuramento da finitude e concsbida

ccmo correspondendo a um levantamento ce falhas dessa dimensSc, dis

persas acnii e al i , em ocorrsncias esoorSdicas e isoladas , no hcri-


se estS aberto, e que justamente nSo sSo de
zonte global para que

estS dado a esse horizonte


molde a por em causa o amplc acesso que

ou a alterar no essencial a perspectiva que de qualquer forma jS se

tem das coisas .

concebido assim, o apuramento da finitude cons


S de tai moco que ,

titui um empreendimento pcrventura com algum interesse, mas que no

si-
fundo diz respeito apenas a um conjunto de pormenores ca nossa

conhecimento pode enfim, nao ser inteiramen-


tuagSo no mundo , cujo ,

de modo tambem nSo tem u


te destituído de relevSncia. mas qualquer

a forma como se vSem as cc-isas.


ma impcrtsncia decisiva para

vista um aspectc secun-


~or muito que a primeira pcssa parecer

dssta antecipagao restritiva, o facto ds eia ss-


dirio, a prsssnga

mcco como encaro o significaco e a im


r-a*- constituida s orisntar c

oortancia da finitude e do sexi inquerito reprssenta ,


um trago reie-

factcr de
vante. uma componente de pesc da compreensSo natural e um

da tarsfa de levantamento da finitude.


cisivo para a concepgSo

q .^ ,-,.--- o
-T ^
2e orocurou mcstrar. a tese naturalmente cor.sticui_

"ccr.der.sa as diferentes experiSncias de res-


da scbre a finitude

evidSncia glcbal cue as ultrapassa, cor.ceber.de qualruer


4---ir.ã0 numa

condigao permanente) sssa "ultra-


cc'sa ccmc uma "natursza" (uca ,

^.„,.or" ,,î-sa âCr-^


nSo se dS somente nos modcs anteriorments

i.s. no senticc de uma genera I i z agSc da finitude (comc


dsfinidcs,

m ie reoetir em todos acueles cue sSo com-


e
aicro que se rspets

do estabe Í ecimentc de uma constSncia dsia (como


-os) ou nc sentidc

manifestari ainda em novas falhas para


„,„„
_,p m°v^avelments se

.
.
j^„ ~,10 -f ~n~--*^m} ~;a di-se também no ser.tido de uma firme
U'- ■-' **■ ^- — '
; a ~a^ q j
-
-

oossivel da finitude, de uma circunscrigaq cas


fixaga^da^ampjjrt-.me
dcs limitss que em absoluto sSc admissiveis
dimensCes e importancia
temos
como aque 1 e em que nos .
num acesso

E isto de tal mcco que essa delimitagâo (essa decisão anteci-

pada da amplitude possível das restrigCes que podem afectar o aces

caracteriza precisamente pela minimizagao de


so de que dispomos) se

tal amclitude, pela sua redugSo a dimensôes de importSncia relati-

secundSria, nSo afsctam, nSo perturbam, nSo ccmprometem


vamente que

de se dispCe, antes o deixam subsistir como um acesso


o acesso que

no fundamental estS qarantido, e eficaz e francq.


que

Esta cutra ccmpcnente da comprsensSo natural da finitude, que

a tirar do seu "anonimato"* (do imperceptive 1 fun-


assim se comega

ccnforma a ncssa perspectiva sem qus ds'.a nos de


cionamentc em que

tem, entretanto uma estrutura, um enraizamento e um al


mos conta) ,
,

se esti ainda muitc lcnge de aoompanhar nesta primeira a


cance que

e impresc indive 1 pCr mais ciaramenoe a nu para


prcximagSo. e que
.

se perceber bem de que e que se trata e de que impcrtano ia se re-

v e s t s .

îiesmo quanco jS se esti de aigum modo advertido para ela, ten

de a muito menos determmante e muito mencs fcrtemente en-


parecer

raizaca dc que de faoto e e tsnde a aparentar uma estrutura. uma

natureza diferentes cas cue ce racto a caracterizam.

Pode assim que ima tal fixagSc da ampiitude possivsi


parecer

da finitude e um siemento secundirio da ccmpreensSo natural ca fi-

nitude. ?cde parecsr cue se trata de uma expectativa, ce facto prs

sente de naneira imclicita, mas de quaicuer modo apenas muito vaga

tSo vaga que nSc ccnstitui uma autsntica del imi fcacSo
e justamente

am" iitude pcssivel da finituce. Pode parecer cus

rem foccs ce finituds ar.ilogcs acs qus j-i se expsr imentaram , mas

que c ponto ce vista r.So esti preso a essa antec ipacSc e e perfe

taments de admitir a possibi 1 icads ds se virsm a encor.tr ar


capaz

fenômenos de finituce ccm u.t. caricter diferente, de tai mcdo quo

7 h
de circunscrigSo que assim naturalmente esti constituí
expectativa
dificuldade de maior.
da é abandonável sem

de facto nada disto e assim.


Mas

restritiva da amplitude possível da finitude e


A amj^.ipaggo
elemento fundamentai) da aper-
um elemento fundamental (e mesmo q

da finitude. Constitui uma efectiva delimitagSo do


cepgSo naturaĩ

da finitude, fixando rigidamente o seu "volume" e o impacto


Smbito

reduz a uma extrapolagSo indutiva fa


ter E nSo se
global que pode .

revisível. EstS antes profundamente enraizada, impiantada


cilmente

ce forma quase inamovivei.

Uma aniiise mais detica permite evidenciar estes aspectos .

0 mcdo corno tai antecipagSo restritiva cas dimensdes pcssiveis

sem
do acesso esti presente na ncssa perspectiva e
da imperfeigSo
cue dificulta a sua clara dsteccSo,
ddvida um moco muito pecuiiar,
cue nSo hS nenhuma rsstricSc
vista faz mesmc parecer
e a primeira
eia e em tcdo o caso pouco firme.
dessa crdem ou que

trata nSo estS realiza


iugar, a limitagao de que se
Em primeiro
- — o c <-1 ■=

precisa dos ccn


ja c>- uma circunscrigSo

5u .c^, ..----- so._-


estaoe lecencc cue ^
admissivel (

este cu ^^n....,-- ■-nte mais cu menos nu


"„aia«
zue 1 as ireas,
arear abrancer aque.e

antes uma limitagSo que deixa por definir


so de focos, etc), e

do da finitude. Ccmc se sublinhcu. a


a conficuraga_q_cgncrsta camqo

^-..~ <^...-i.
em a rmi-U^e .4a,^i.nie..,- =- -

perspectiva que

a conceber ccmc quaicuer ccisa de aber-


racteriza-se justamente pcr

um "ccnjunto" ce cardinal indeter-


assim se ocde dizer, ccmc
to— ss

,
rt„, „.,- -,,-:«
..,a_s
» -n=--
m. -^has ainda nSc i dent i f ioadas se pcdem
minado . em q^e -

nSo haver nenhuma celi


incluir. S, sendo assim, parece justamente

das cixer.sSes aa rmitucs.


mitagSo, nenhuma antecipagSo rsstritiva
A delimitagSo estS porem realizada, nSo obstante a indefinigSo

de contornos deste modo marca o horizonte aberto da finitude.


que

Está realizada de uma forma que ccexiste com essa indefinigão, não

a contraria.

A forma como a delimitagSo estS realizada nSo passa pela demar-

exacta do "lote", do contingente de faihas que corresponde a


cagSo

finitude. Deixando em aberto a configuragSo exacta do campo de fi-

nitude, c deiimitagSo produz-se através de qualquer coisa como uma

do tipo de falha que de tcdo em todo pode tsr lugar,


antecipagSo

definido esse tipo (s este e o ponto decisivo) nSo pela fixagSo cos

caracteres específicos que ihe inerem, mas pura e simplesmente pe-

la natureza da sua insergâo no acesso que se tem, da sua articula-

gSo c cm e 1 e .

î-îais ccncretaments ,
o que limita e uma tese scbre a re lacSo en

um lado, todo c ccnjunto das falhas a que o pcnto de vis-


tre, por

ta occe estar sujeito e, pcr outrc lado, o


"pqder"do pcnto ce vis-

ta ,
a sua capacidade. c seu horizonte de dominio , ce ef icic ia--t ?-

se r.cs termcs da qual , independentemente do mimero e da maior ou

menor extensSo das falhas_cue possam ter lugar, a capac icace , a e-

f icScia c,c ponto de vista e sm tcáo o caso de tal ordem que preva-

lece sobre toda a imperfeigSo cue haia e o hcrizcnte daquilo a que

eficazmer.ee se acede e esmagadoramente mais vasto do que a glcbal_i

dade cos fcocs de finituce


rue r.So abrangs senio momentcs avulsoc

nesse horizcnte, pequenos" em relagSc a s 1 s s pcr ele en


cispersos

cuadrados .

A delimitacSo esti feita por meio desta deciiina conf ianca na

de "afoaé.r" tal eficScia.


dirige olhar
da finitude, que molda a sua apercepgâo natural e o

concebe, nSo tem de modo algum um carScter explícito, te-


quando a

mStico .

tambem ji es-
NSo o tem no curso normal da experiência ..
em que

nele a perspectiva de abrangencia e a


ti presente, poss ibi 1 itando

de si" o caracteriza. Mas tampouco o


autoconfianga, a "certeza que

na finitude, quando a considero, e quando me


adquire quandc penso

ao seu exame
disponho
.

do acesso e o carScter restri-


A tese sobre a eficicia giobal

, f^ji4„ -,
-rr-o d°
u.~ vista,
/±=>^a.t a
-
fixagSo
-x. Y
de uma natureza li-
to do que fmitizc «
pon._u

nSo expressamente nSo se


m-rad^ da extensSo ca finitude, aparece ,

me ocorra e em que atente . s antes tai que


fcrmuia, nSc e aigo que

passa ir.teiramente despercebida.


aparentemsnts a tornam difusa
Mas nenhum destes aspeccos ,
que

na verdade a tese de subes


e eníraquecem, e de molde a impedir que

firme e definida na ceiimitacSo que faz


timagSc da finitude seja

abso iutaments c ncsso olhar, de tai mcco


da sua extensSo e domine

eia, ccncebemos a fir.itu-


aue e segundo ela, sempre jS segundo que

é admitico,
0 caricter aberto dc hcrizonte de imperfsigSc que

„„,-„,-* „an r»-^ sans im^tes sô por uma comparacâo qlobal com

constituem uma mdefinigSo da


^^mU^o_^_ef^cA3^^^^'^3
ds dsfinigSc qus muitc
extensso da finitude,mas uma fcrma orOpria

dstsrminada dimensSo da f inituce .

claramente fixa uma

vsri, a natursza nSc-


-
„_.. nru^ la(*Q ccmc reoetidaments se

nSo indicia de maneira nenhuma um a-


-tematica de uma perspectiva

de vista re lativamente a sia,acontec


lheamento dc ponto
e o
cu p ^•■q!--c mais e.oraizaoo e mais prctuncc
muitas vezss

clhar quanto mais ôovia e e


scbre o nosso
nio de uma perspectiva
adcuirida), tanto menos
mais estS assente ( def initi vamente
cuanto

S vista chama a atengSo, tendendo a passar despercebida


saita

29
manter-se inexplícita. Para dominar o ponto de vista, uma perspec-

tiva nSo carece que 3e pense ou de algum modo se atente nela. E o

carScter inexplícito e muitas vezes justamente aquilo que sela e

torna absoluto o seu dcminio. impedindo que a determinagSo que pro

ser considerada, levada a exame e posta em


duz chegue aiguma vez a

causa .

0 estes tragos peculiares obrigam é, isso sim, a um


esforgo
que

redobrado para isolar, pCr em evidencia esta tese de limitagSc, fa

zô-ia dominio inexpl ic itamente exerce e focá-la na


emergir no que

esoec i f ic tdace do "conteCdo" que e o seu.

Mas ,
se deste mcdo a antecipacSo restritiva da amplitude possi

vsl da finitude constitui uma compcnente da comprsensSo naturai da

finituce, pcr cutro laco qus articulagâo tem com as cutras cornpc-

nentes antsri orments cetsctadas ?

Sublinhou-se ir.icialmer.ee a diferenca entre aquiio que se desig-

da finitude abstracta)
nou por c_ompreensao qlobal (vaga, e as expe-

riencias concretas de limitagSo em cue a finitude se impôe s dS a

"

percsber num" f acs-a- f acs . Z apcntcu-se que e a partir dessas duas

ccnoonerr.es cue semcre jS esti ccnsticuicc c rsconhecimsnto qus se

faz ca finitucs dc ncssc pcnto ds vista e a psrspectiva cue se tem

scbre e ia .

0 qo^e se procura agcra pcr s:n svidSncia e qus a antscipagSo res-

t r i t i va consti tu i um a comorsensao fundamental da natursza da _f ini


-

de que e comum a perspectiva glcbal, abstracta, e as difersntss ex

oerisncias concretas em que a limitagSc dc pontc de vista se mani-

festa. Be tai mccc cue , pcr um laco, constitui um trago permanente

ce toca a perspect ivacSo naturai, um tracc que a determina em :a-

■ia um dcs seus mcmentos . e pcr cutro laco tambem a nota dominante.

a propriedade mais deci3iva da perspectiva que se tom em qualquer


um desses mcmentos.

lugar, a compreensSo global da finitude, es


Assim, em primeiro

de falhas de dis
tabelecendo uma multipl icidade a que c acesso que

deixando aberta a especif icagao dessas falhas


pcmos esti sujeitc e

o seu teor) n3o é de maneira nenhuma neu-


(a sua extensão precisa,

a finitude pode atingir, nSo estå aberta a tq


tra sobre o grau que

das as amplitudes possíveis ds rsstrigSo e falencia do pcnto de vis

ta. Com tudo o cue , ccmo ss apontou, tsm de vaga , compreende uma ex

muito clara e definida acerca das restrigOes que pode ha


pectativa

ver e de facto tem como pontc inteiramente assente a homogeneidade

entre tocas as falhas admissiveis e aquelas cuja detec


de estatuto

■-So ji ccorreu.

iugar, também as sxperiencias concretas destas


Mas ,
em segundo

nSo tem uma neutralidade absoluta quanto a


e daquelas limitagôes

da '. imitacSc do pcnto de vista, ccmc se neias


amplitude possivei

estivessem em oausa scmente os dominios específiocs a que em caca

ccmc se estivessem inteiramente absorvidas no


caso dizem respeito

esses domínios e aiheacas do restante horizonte do


confronto com

ce vista, "escuecidas' csle. ?eio ccntrSric. Caracteriza-as


pcntc

i -var-î aveimente o estarem impi i o i tamente encjuadradas numa ccmpreen

sSc da efic.icia do pcnto de vista, serem percebidas ccmo inserincq

hcrizonte envcivente em qus a sficicia dc acessc e dominan


-se num

te 9 mesmc absoluta. Oe tal mccc cue . ssm se pensar nisso, ccmpre-

de íactc ccmo excepgSc a um principio, a uma regra de efi


endem-se

se^a â eficScia do acesso comprendida como regra, reiati


cicia--cu

vaments a qual todas as imperíeigdes qus haja tem justamente um ca-

ricter exceocional.
"

cujo isolamento" nSo se vê bem a forma comc


sas, propriedade sem

estS constituída e a "forga" que ef ectivamente tem a antscipagSo

restritiva das dimensôes da finitude.

seguinte: no modo como naturalmente se nos


Essa propriedade e a

as coisas a apresentagâo n3o se esgota na neutra "entre-


apresentam

em cada caso se apresenta, numa pura visSo do que


qa" daquilo que

se dS a ver, inteiramente indecidida quanto ao 'valor" ,


quanto ao

assim se dS
estatuto da apresentagSo que .

Uma tal neutralidade seria possível, mas e precisamente algo

que desconhecemos .

A acresentagSo ,
como se dS em nôs, inciui antes semprs js u-

da capacidade, da eficScia dc acesso em


ma comqreensaq_da^ _____f org_a^ ,

E mais espec i f icamente uma ccmpreensSc que estate


que se encgntra.

lece esse acesso iustamente é eficaz: é o acssso qus correspon-


que

de de se trata —

e
q acssso sm qus ss rsveia.'fica entrs
åquilo que

aquiic qus hS
gus" .

Ou ss~a, a aoresentacSc ssti cor.stituida numa canonizagao áo seu

estatuto .

E isto de tal moco que esta tese de canonizagao do acecso ce qv.e

se dispCe nSo e uma tsse que espec if icamente se constitua para ca-

mas pelo contririo uma tese que sempre ja se acha


ca aoresentagSo ,

estabelecida com resoeito a natursza, a ccndicSc permansnts dc a-

de de se dispce e ccnsecusnc i a
contsc imento giozai acessc que por .

totalidade do seu campc Tal ccmo a tese de finitude.


em relagSo a .

tambem a tese de canonizaoSc nSo se repcrta. apenas ao acessc c".e de

ca-ia vez estS a occrrer (ou aq-.ieie que ocorreu at2 ao momento em

cue ce caca vez se estS), antes compcrta uma firme expectativa de

continuarSc dc estado-ds-co isas por eia definidc, concebendc esse

ccisa de inerer.ts ac r.ossc mcdc de


estado-de-coisas como qualquer

Pcr outras palavras, hi permanentsmente r.a "visSo", na per;p'v.:-

tiva cue 3e tem uma autocompreensao da situagSo globai de acesso em

32
naturalmente tem esse acesso assen
que se acha, autocompreensãc que

efectivo, em que se tem aquilo que hS para ter, de


te como um acessc

uma forma irrestrita, piena.

nSo tem o carScter de um enunciado


Esta tese de autocompreensSo

constitui um conteCdo para alem dos que de cada vez


expiícitc nem

eies). A
se apresentam (apresentado como os outros , justaposto a

de outro modo nSc re


sua presenga e o seu dominio produzem-se ,
que

Sem estabelecer como pôlo ã par


quer essa apresentagSo distinta. se

do acesso como acesso eficaz estS sem


te, a tese de autocompreensSo

ve cada momento da
r,re já. introduzida no prôprio modo como se aprs-

aprssentadc De forma cue


sentacSo tida e se adopta o rsspsctivc . ,

mesmo cue r.Sc se de a ver, ce facto ve-se sempre ja sequndo ela.

lado, se a sua presenga tends assim a ssr discreta,


Por cutrc

falta firmeza na fcrma comc exeroe o


issc nSo signifioa nenhuma ce

canonizacSc do acesso. NSc e uma te-


seu dominic e pCe a vigcrar a

scb reservas

ainca ccm algu-


se de aigum mcdo posta a vigcrar mas

admitindo que na verdade possa nSc ser cc


ma margem de hesitagSc e

NSo Nada tem de hesitante. Reveste-se antss ds uma


mo sustenta. .

assente, inabaiSvel, s a evidsncia em que se


ccnviccSo inteiramente

mesmc um carScter avassaiador.


aooia tem

u.ma tsss que estS muito arraigaca, de que r.So me


Einaimente, e

assim sem mais, uma tese que r.Sc pcce ser susren-
corsicc 1 ibertar

dida um mero actc de vontade cu porque se ccncebe a pcssibili-


pcr

assim eia incuica. ?or mais que 'de-


cade de nSo ser de facto ccmo

clare" a sua suspensSc ,


pcr mais que tente cbter alguma folga r.a

irrestrita confianga com cue naturalmente tsndc a adoptS-Í-a e pcr

suc-
mais que juigue ate ji reconhecer a sua fragiiidade e estar

de facto ccr.tir.ua vigente no orôprio mcdo


traido ac seu dominic,

ferreamente a minha perspectiva De forma cue


dominar
.

como vejo e a

e muito dificii de "desaiojar" ef sct ivamente da firms pcsigSc de


7
estS implantada ce raiz.
dominic em qie

1 ^:
Deste modo, se, conforme se viu, estS naturalmente ccnstituida

coisa como uma evidencia permanente de finitude, por ou-


qualquer

nao menos permanentemente do que eia vigora tambem uma e^


tro iado

tese sobre a eficacia giobal do acesso que se tem.


videncia, uma

E as duas teses, as duas evidencias, não estao meramente justa

uma com a outra, nem outro lado


postas, sem qualquer ligagao por

duas evidencias com a mesma implantagao, o mesmo peso . HS an-


sâo

tes uma articulacâo entre elas —

e uma articulagSo justamente marca

psla preponderSncia de uma sobre a outra


pela desigualdade e .

da

lugar, embora as duas teses sejam igualmen-


Assim, em primeiro

te permanentes e embora este^am ambas perfilhadas ccm convicgSo, a

tese de canonizagão do acssso tsm uma posigSo centrai e ds grande

muito mais nuciear co que a tese de admissSo da finitude.


peso,

Com efeito, a tese de cancnizagSo estS no fulcro de toda a c-

encontro em ter istc e aquilo apresentado, e uma te-


rientagSo que

se sm •**
' constante na fixagSo dc sstatutc dc qus ter.ho , um es-
r

teio fundamental para a minha perspectiva em cada um dcs seus mc~

mentos . Ao passo que a evidSncia de finituds diz rsspeito a uma

entre outras da situagSo em que me encontro e r.Sc


particularidade

fundamental orientagSc cada ins-


desempenha nenhum papei na que a

tante tsnnc ao estar ccm aquiio cue se me apresenta. Posso ter sem

ore uma evidencia ce que o acssso em cue me enccntrc é imperfsito,

do acesso r.So interfere as mais das vezes nas a-


mas a imperfeigSo

cue tsnho e r.So conta para o mccc como me situo e me c


orsencagSes

rientc neias. Psrmanentsmente reconhscida, a finitude diz respei-

coisa nSo estS sempre em j ogo


quaiquer ccisa de
to a quaiquer que

mais ou mencs "perif érico" .

E isto e assim prscisaments em virtude de um segundo aspecto--

que e o fundamentai na articuiagSo das duas teses e que a partir da

qui se pcde pûr em reievo.

^, admissSo da finitude (a finitude admitida) seria algo mais dc


se em conflito com ela e dessa forma perturbasse a orientagSo, a se

ela introduz no nosso ponto de vista. EntSo a finitud e


guranga que

scments a uma particularidade nSc seria mer■amen


nSo diria respeitc ,

Então a finitude estaria em jogo em cada momento da


te periferica.

ameagando-o, pondo

o em causa. Mas a finitude tem um


apresentagao

caricter periférico (esse mesmo que faz que a sua averiguagão pare-

ter cabimento, sim, mas nSo ser minimamente urgente nem envolver
ga

a possibi iidade de qualquer signif icativa novidade ou perigo) e a

tese de canonizagâo
tese de finitude pode coexistir com a sem que

hi
faga sentir qualquer conflito precisamente porque uma prepon-
se

tese de canonizagao do acesso sobre a tese de finitude


derSncia da

tal que a tese de eficácia arreda a finitude


uma prepondersncia
de tcdcs os aspectos nucleares ca aoresenta
reconhecida para longe

tem, lor.ge da fixagSo do respectivc estatuto dei-


para
,

gSc que se

xandc-lhs iugar somente em Smbitos que nSc afectam a sua hegemcnia

na fixacSo desse estatuto.

-v ^ip .-
<=>-/- dSr.c i a ca eficScia do acesso reina sobre a evicin

finitucs, rsce-a s absorve-a em si. De tal modo cue a evi-


c'a da

evidSncia ca eficScia, se subordi-


dSncia da finitude se ir.tsgra na

excluindo tudo o cue nSc e conforme ac seu sentiic e nSo


na a eia.

caiba sob a sua éqide.

E assim. em vi rtude da soberania absoluta da tese fundamental

de eficSci a gue domina a autocompreensao do nosso ponto de vista .

ascendente, estSo S partica dsc is ivamente


tudo conformando ao seu

rsstrincidas as dimensCes admissíveis da finitude, ficam reduzidas

uma importSncia re lativamente secundSrias. A fi


a uma ampiitude. a

nitude code estsnder-se sô ate onde nSo esta prejucicaca pelo acss

termcs zssta tsse runcament j. i e e-


sc glcbalmente eficaz que , ncs ,

vidsnts cue se terc.

da finitude ests condicionado por este factc


0 rsconhecimentc
cia se inculca ser a sua (pelo factc indesment ível dc acesso as
que

coisas corno continuamente se nos documenta e se confirma. 0 reco-

nhecimento da finitude esti condicionado pcr este facto sempre já

adquirido (e sempre jS adquirido como irreversive 1 ) que a limit.a.

Neste sentido, a antecipagão restritiva da amplitude posslvel

da do acesso não radica apenas na razSo puramente cir-


imperfeigao

cunstancial de as experiencias de confinamento por que jS se pas-

sou terem um carScter cisperso e avulso e de desprevenidamente se

induzir que tcdos os fccos de finitude terão um carScter semelhan-

te. NSc . A antecipagSo restritiva radica primariamente na eviden-

cia da autocompreensao dc acessc as coisas que sempre jS sstS ccns_

tituída, r.a forga indsclinSvei ca evidencia com cue me vejo num ma-

coisas.
ci__q_ (macicamente eficaz) acesso as

NSo sSo as experiencias avulsas da finituce que estabeiecem es~

te estatuto das imper f e ig des possive-is, esta"relagSo de forgas" en

tre o acesso e c escondimento . Elas iimitam-se a nSo ser de mclde

tese de autcccmpreensSo dc acsssc e, pelo seu pcr-


-
derrogar essa

ts reduzido, a confirmar aquiio qus a tsse de eficScia ji define.

E isto de cai mcdc que a antscipagSc nSo e algc qus possa sus-

mas antss algo qus esta tSo arreigaco comc a tess de efioa
pencer,

cia domina o prOprio modo como vsjo s qus pcr mais que "decla
qus ,

rs" a sua suspsnsSc ,


prccure procuzi-la (e ate pcr muitc que cense

ccntinua de factc a dominar o mcco ccmo vejo e a manter-se inam.cví

A finitude de cujc facto ha evidsncia, a finitude que se vs cc

mc possivsi, dsfine-se deste mcdo ccmo un dcminio que correcpor.de

a "'ialcuer coisa ccmc cm intervalo, centrc de limites bem creciscs

H
ue nSo estSo estaoe I ec laos pe:a cetermmagac exacta co que se si-

36
tua nesse intervalo (da sua "quantidade" ou de tudo o que integra) ,

fixacSo do facto evidents da eficScia global do acesso,


mas pela

constitui termo ab-


que a finitude nSo pode transgredir, que o seu

so lutc .

De uma forma pecuiiar, como se acentuou, mas nem por isso me-

efectiva, a tese fundamental de eficicia constitui de raiz uma


nos

sobre toda a finitude pode ter lugar,


perspectiva antecipada que

de antemSo tem captado c caricter, a indcle de


uma compreensão que

toco o seu dcmínio.

Por tal forma que as diversas ocorrSncias, mais ou menos nume-

sucess ivamente vSc sendo encontradas, in


rosas, de imperfeigSo que

decendentemente das suas caracter isticas peculiares, se inscrevem

r.este dcminio.. correspcndem aquilo cue na sua perspectivagSo jS es

ccnstitusm uma verif icagSo dc que a antecipagSo 1S


tS antecicado.

rlû* ■■ t-i M

iado, factc de haver mais o —

tal forma outro o


E por que , por

concreta, afectando este ou acue 1 s aspec-


ta ou a~uela imperfeigSo

to do acesso cue se tem n£o altera, apenas confirma o hcrizonte as-

estabelecido ccmo horizonts ds imperf sigSc


antecj^qadaments
.

sim

de cada vez hS um hcrizonts aberto de foccs de


Se a oartida e

se nSc se me incuica dcminar ]S tc-


imoerfeigSo com que ji contc,

de (e de muitos
dcs e tencc a admitir a pcss ibi I idace aspectcs ate

nSo me dcu ccnta, esse hcrizonte


aspectos) de imperfeicSc ce qus

tem c carictsr ds um intsrvaic fixacc jS no caricter fundamentai

do termc onde pcde ir— de tal mcco


da abertura que pcde ter, ate

ainda nSo ccnnega esse intervaio nas cimer.sies que


que, mesmo que

orecisamer.ee tsm, naquiio que concretamente o preenche .


ccnhegc-c

jS no fundamentai da sua determinacSo ,


numa antecipagSo co "pcrte"

faihas c\ie Ihe pertencem (do modc como, por mais numercsas que
cas

essas faihas sejam e quaisqusr qus sejam os aspectos a qus possam

afecta pcde afectar



o meu pcr.
d* zer resoeitc, todc o seu oon:'unto
to de vista) .

Esta articulagSo entre a evidência do acesso como acesso glo-

balmente eficaz (a tese de canonizagao) e a tese de finitude cons-

titui uma eotrutura de toda a perspectivagSo natural da finitude

a atravessa e se mantém constante independentemente dos desen


que
,

volvimentos por que passa a experiencia da finitude (da manifesta-

mais focos de imperfeigao do ponto de vista, ad-


gSo de mais e que

vém com o correr do tempo). S por tal forma que a ôptica segundo a

encaram as diferentes falhas que vSo sendo detectadas (e a


qual se

ulterior se admite como possivel) tende


quelas cuja detecgSo a en-

cari-las ccmo diferentes casos dc que ji esti definidc, do que ji

se sabe ( do que esti antscipado nesta estrutura permanente).

A finitude tem assim, na sua perspectivagSo r.aturai ,


quaiquer

coisa como uma f orma . ?odendo-se agcra jS comprsender mais ciara-

mente o que se tem em vista ao dizer isto.

NSc cate proceder aqui a uma anSIise demorada do complexo se-

mSntico corresponcent e a nocSc de f orma, nem quantc ao meandro das

suas conexSss, nem qu.anto as dificulcadss qus envolve, nem cuar.co

sua histíria. Destacam-se apenas tres momentos fundamentais desse

complexc, que tsm corrsspcncsnte nas caracter í st i oas do rsconheci-

mento nacural da finituce s na estrutura permanente de articuiagso

entre a tese de cancnizagSc e a tsse de finitude. SSc esses três

momentos que se tSm em vista ao caracterizar a estrutura em causa

c cmo f orma da finitude .

Forma e pcr um lado uma determinagSo que , sem perda ou alc.era-

gSo da sua identicads, e repetivel numa mui t ipi ic idade de instln-

ciao, de tai modo que estas , nSc obstante a diferenga que xhS er.tre

e \ as ,
tern em comum a identidade dessa determinacSo .
Forma significa por outro lado tambem uir.a determinagSo conglo-

bante articuia, uma multipl icidade de realidades dife-


que agrega,

coisa que se constitui entre essas realidades, na


rentes —

qualquer

entre elas, e que as inclui em si, como momentos seus.


articulagSo

Ou seja,forma e ujna determinagSo de totalidade que tem algo de prô

prio, diferente dos elementos que a integram (irredutível a eles e

soma) E de tai modo que essa determinagao de totalida-


S sua mera .

de absorve em si a mul tipl icidade dos elementos que congrega e so-

sua ocorrência isolada, reduzindo-os a meros momentos


brepôe-se a

totaiidade e da unidade que eia constitui —

i.e. a aigo que


dessa

dS ver si, mas scmente nela, que e assim o que aparece


nSo se a pcr

mui tip I icidade desses eiementos.


ac ter-se presente a

finalmente (este aspectc menos vin


Forma significa air.da, e um

cado comum co termo, mas que desempenha um papel funda-


na acepgac

4_ i| ^,^
i._.3.^j «íp f- íoso-ica ^eio menos desde PlatSc e Arist-ite —

é, determinagSc da sua identidade —


o isto ou
les) aquilo que algo a

consists. De tal modo que embora a entidade de que


aquilc
,
sm qus

é forma nSo se ssgcts nsssa dsterminagSo (antss ccmports tambem ou

tras s mssmo um amplc ccmplexc de detsrminagSes para alem dsla), e

fundamentai que decis ivaments idsntifica essa


ela a determinagSo

determinagSo a que tcdas as outras se subordinam e que


er^idads a

outras têm assumida ccmc principio da sua prOpria idsr.ci-


todas as

i. __. -_. — -i- - •


Y

trSs aospgoes, cs fer.cmer.os a qus corrsspcn-


Ccnsicerando estas

se viu a respeito dc reccnhecimento naturai da finitu-


dsm e c oue

se pcde falar ds uma forma da fi-


de, torna-se perceptivei por que

de é se trata quandc se fala neia.


nitude e que que

se ou re
O aue se viu foi que , cesprevenidamsnts , sem que pense

ss tsm sstS marcada por uma inciina-


pare nissc, a perspectiva qus

o reconhecimento ca finitude e pcr uma canonizagSo dc a-


gSo para

cesso de que se dispCe. C que se viu foi que ,


desprevenidamente ,

sem que se pense ou repare nisso, as duas teses estSc semprs ja ar


ticuladas na definigSo de uma relagSo de forgas que faz prevalecer

a eficScia sobre a finitude e reduz esta a uma posigao subordinada,

marginal . 0 que se viu foi que a relagSo de forgas assim constitui

da estS presente, domina o prôprio modo-de-ver, mesmo que parega

ausente e nSo figure entre as coisas que se apresentam. E o que se

viu foi que a re lagSc-de-f orgas assim naturalmente definida consti^

tui uma perspectiva fixa, de tal mcdo que as diferentes situagôes

de apreser.tagSo por que se vai passandc na experiencia normai veri-

de forgas assim definida desde jS


f icam a relagao o que sempre es

ti previsto nela

e nSo a obrigam a nenhuma revisSo.

ihas detectadas e nas oerspectivas de auto-aval iagSc dc acesso qus

lheo corrsspondem e prsserva a sua ider.tidade em todas slas. De tal

mcdo cue tcdas sSc ocorrSncias . variantes dela, veriricam o que ne-

4C
la estS fixado e comungam nela.

lugar, o que estS apresentado na noticia que se tem


Em segundo

da finitude nunca se resume a esta ou âquela falha isolada ou a um

falhas nSo articuiadas entre si.Cada falha aparece sem


conjunto de

ccmo momento de algo que nSo se fica pcr ela, cada conjuntc
pre jS

ji como momento de um colectivo mais abran


de falhas aparece sempre

gente . E isto de tal mcdo que esse colectivo nao corresponde a. me-

ra indicagao de ainda outras falhas, antes tem uma determinagSo prô-

adjungao de mais elementos —

uma determi-
pria, diferente da simples

confere a todas unidade E de tal modc que


nagSo conglobante, que
.

estS jS a enquadrar cada falha


essa determinagao conglobante sempre

ela semprs ji ss vS ao ver-ss a finitude: nSo


dstectada e e a que

somente falhas isoladas. vSem-se as diferentes falhas


se tsm nunca

jS no contextc dessa determinagSo er.g lobar.ts , ccmo mcmentcs


sempre

da unidade colsctiva que constitui . Mas mais. De faoto, a


dela e

assim estS semprs jS a intsgrar em si


dstsrminagSo conglcbants que

falhas cada um dos ccnjuntos de falha ds que ss tsm


cada uma das ou

sô dsterminagSc que articula as ciferentss faihas.


notícia nSo e uma

define-se precisamente pela fixagSo de uma articu-


Para alem dissc,

todas elas e a eficScia do


i -
~
;o (ce uma relagSc de forgas) entre

feita nos termos que se apontaram. De mcdc que es-


po"-o ce vista,

giobai, "siihueta', de toda a fini-


tabelece ccmc que a "figura" a

suba '. terni oagSc a eficacia dc acessc. ccm


tude, desenr.ada pela sua

conhecimentc naturai da finituce tem, todc ele, na articulagSc en-

a tese de canonizagSc cc acesso e a tsse de finitude qualqusr


cre

como uma fcrma na ssgunda acepgSc . Nur.ca na vercade se vsem


coisa

desta "scuagSo" giobal da qualidada do acesso em


faihas desiigadas
tsss ds canonizagSo
que nos temcs, definida psla prsvalSncia da sc

tese de finitude. Nunca se vSem faihas num meio neutro reia-


bre a

Hvamerxe a essa ecuagSo fundamentai. Antes e sempre ji intsgradc

fundamental que cada foco de imperfsigSo do acssso se


nesta ecuagSc
apresenta. Ao ter-se noticia da finitude nao é a falha A ou a falha

B ou a falha C ou o conjunto delas sô por si que estao em perspec-

tiva, mas essas falhas como momentos de uma configuragSo global de

ef icScia/restrigSo marcada pela preponderSncia da primeira.

Finalmente, as diferentes ocorrSncias concretas de limites ape-

nas ilustram, secundam, confirmam o que no fundamental jS esti pre

visto na antecipagão desta determinagSo fundamental . E isto de tal

modo o que de cada vez essencialmente define a identidade da


que

imperfeigSo a que o nosso ponto ds vista se reconhece sujeito (q

que ela é, de que é que se trata nela) nâo sSc os aspectos que va-

riam ccm as diferentes ccnsceiagces de falhas detectadas , e prsci-

samente a relagao de forgas entre a imperfeigSc e a sficScia do a-

csssc qus ests ssmprs jS fixada na fcrma como vemos.

As diferentes imperf eigdes nSc constituem senSo esqec i f_i cacô_es

do estado-de-coisas que essa fixagSc fundamentai da relacSc de for

especi f icagCes ds isso.. conhs


gas ji define, que ,
por mesmo ssm as

csr miudaments, ji hi um sabsr ( s um sabsr f undamenta 1 ) dscorrente

da tese ds finituds s da tese de cancnizagSo do acesso, da maneira

como estSo constituidas e artiouladas e ds como conjuntamente pro-

duzem a antecipagSo ds um tipo bsm dsfinido de faihas.

Pesumindo :

Assim como na aprssentagSo habitual hi determinagíes qus ss rs-

petem (de tal mcdo qus, mesmo registando-se variagdes nas mCitipias

instSncias em que estSc presentes , tais variacdes nSo obstam a qus

se mantenham idSnticas), assim tamhem nc rsconhecimento natural da

finitude hS um nCciec de detsrminagSc que se repete mesmo que va-

riem os fccos ds falhas cetectadas, de tai modo cue nSo fica atm-

gidc Dor essas mcdi f icagOes e preserva a sua icsntidace a despeitc

£2
delas .

Assi.m como na apresentagSo habitual hS determinagôes congloban-

totalidade), em que o que estS fixado sâo determinadas ar-


tes (de

(articulagôes que absorvem si


ticulagôes de multipl ic idades em os

elementos das multipl icidades que conglobam, de tal mc-


diferentes

do estes deixam de aparecer na sua ocorrSncia isolada e ficam


que

momentos dessa determinagão colectiva), assim tambem


reduzidos a

nc reconhecimentc natural da finitude hS um nScleo de determinagSo

conglobante, que absorve sempre jS em si (e tsm ssmprs jS rsduzido

a um mcmento do que ei'e priprio tixa) cada falha ou conjunto de fa

lhas dstectadas .

E assim como na aprssentagSo normal das coisas as muitipiicida

difersntss estSc agregacas em torno ce nic isos


des ce detsrminagces

estabeiecem a identidade ds caca coisa s a qus


ds determinagSo que

se subordinam comc aspectos acessôrios, de


as outras determinagôes

caractsrizacSc c ompi ementar (se assim se pcde dizer, ce 'acjscciva

dc cue estS fixacc nessss ndcleos;, assim


gSc" ou pcrmenorizacSo

reconhec imento r.aturai da finitude hS um ndciec de ceter


tambem no

minacSc que e f uncamenta iment e respcr.sSvsl peia fixagSc daquilc por

que a finitude é tomada .

finalmente, assim ccmc r.a apresentagSo habituai das coisas


E,

s imui taneamente sãc forma r.sstes trss senti-


hi determir.agces que

dc-s (de tai modo qus sSc dstsrminagOes cong lcbantes ,


repstiveis nu

de instSncias, que def inem c fundamentai da iden


ma muitipiicidade

se acham recor.hec icas muitas ias coisas de que se tem


tidade em que

) assim tambem nc reconhec imento naturai da finitucs


acresentagSo ,

hS um r.Cclsc de cstsrminagSo (e. de f actc ,


para tcdc c reconheci-

mento naturai da finituce, um 'inico nCcisc: que acumuia o sxercí-

de todas fung^es de fcrma. E esse r.Ccieo e precisaments a


cio essas

fundamentai da rsiagSc ds fcrgas sntre a eficScia e a fini


equagSc

tude do acsssc

acuela que correspcnds a prspcnderancia da tsss de


sobre a tese de reconhecimento da finitude.
canonizagSo do acesso

certo esta forma tem um carScter pecul iar —

tal que nSo e


E que

reconhecível e hS necessidade de um esforgc de dis-


imediatarrente

quisigSo para a conseguir pôr em relevo (para fazer sentir a sua pre

e c seu domínio, para que se desenhe claramente). Ccnstitui


senga

"scmente" uma forma inexpllcita, que nSo pertence ao dominio


assim

ostensivamente se apresenta (numa distinta acusagSo de


daquilo cue

sem se acusar, sem se dar a ver distinta-


si), mas ao daquiio que ,

estS todavia presente na perspectiva que se tem e afecta o


mente,

vS, determinandc-o conformando o que nele se ve pcn


mcdo como se , ,

"cu.nho". Mas sendo assim, de factc issc em nada di-


do nele o seu ,

minui o seu efeitc ccmc fcrma e o pieno exercicio de conjuntc de

■'ur.rîes crue ihs ccrrestcr.ce . Mesmo sendo uma forma inexplicita, com

inaparente, discrsta (e a tai ponto que nem sequer se


uma presenca

tem ideia dela), determina justamente a perspectiva cue se tem s e

xerce scbre sla o ssu dominic, ce tai mcdo que se vs sempre segun-

do ela.

Deste mcdo, a concepcSo natural da subaiterr.izagSo dc reccr.heci

mentc da finitude a tsse scbre a eficicia do acessc nSo e ds manei

ra nsnhuma um pormenor., um aspecto acesscrio ca perspectiva que se

tem sobre a imperfeioSc co pcnto de vista. Constitui, peic ccr.tri-

ric, ate mesmo momento centraĩ que mais dsc i s ivaments estru
um e q

^ura e crier.ta o rec onhec imentc da fir.itude, deterT.ir.ar.de o seu ca

ricter e o seu senticc .

ds mais impcrtante semprs ji se sabe so-


ĩ orecisamente i_stq que

brs a finituds e e este saber que (air.da quandc de uma fcrma inex-

orsssa, de cue nSc nos damcs conta) prsvaiece sobre todo o reconhe

cimeuto da existOncia ds uma margem ds descor.hecimer.ee da finitude

i de uma finitude re i at i vamente a finitude), minimizanco o seu pcr-

te neutral izando a sua importsnc ia .

Em consequsncia desta comprsnsSc fundamsntal . mssmc quar.de, :o-

mc no início ss fez, se fcca a finituce da apercepcSc da finituue


e o desconhecimento em que ainda se estS re iativamente a ela, a fi_

a apresentar-se nSo obstante a admissão de


nitude continua sempre ,

de escondimento a seu respeito (e por mais sincera que


uma margem

admissao, mais plena que seja a evidencia com que tal


seja essa por

margem de escondimento se dS a ter de ser reconhecida) , ccmo qual-

quer coisa ng__fundo e no essencial já sabida.

E daí a mdiferenga com que se pode e tende a olhar a tarefa

levantamento o pendor para encarar essa tarefa como algo


do seu ,

nada pode estar


nada estA —
em causa.
em que na verdade

deste modo a ncgSo de forma da finitude para referir


Fixa-se

intrinsecamente domina a apercepgSo


esta estrutura permanente que

f initude nc de vista natural


da ponto
.

tcca serie de probiemas que levanta o fe


NSo impcrta examinar a

fcrma, nas suas diversas facetas, e as dificuidades que


nCmenc da

compreensSo da respectiva possibi I idade


ir'i —

se o-.Cem á efectiva ,

rsza ,
etc . .

0 ola.no em que se estS nSc e um planc de acompanhamento adequa-

de intslscgio irrestrita daquiio sm qus ccnsis-


do dssss fenônenc.

de di f iculdades plena de ciareza. Mas o que impcrta e


te, isenta ,

cus com tcdas as dificuicadss qus levantam, oom


que e um plano sm ,

embaraga, de facto q
-od^s as ancrias em :ue o rsspectivc exame se

correm fenômenos desta crdem.

de forma nSc significa ds mcdo nsnhum a a-


A adopcSo da nccSc

metafisico' e muito mencs ce uma detsrmina


dopgSo ds um "principio
verificagSc ca ocorrsr.cia des-
da metafísica. Corresponde apenas a

fenomenos, da sua presenca e do seu dcminie nc moco ccrac vemcs


ses

S verificagSc de cus a autcccmcr e-


Muitc em particuiar ccrrespcr.de
hi em nôs e a perspectiva q^ie tem
ensSo em que se tem o acesso que
da sua fi.nitude estSo organizados por um f enomeno desta natureza--

a verificagSc de que hS ef ectivamente uma equacionagão inexplícita

da "relagSo de fcrgas" entre a eficScia e a imperfeigSc do acesso

e de que essa equacionagSo desempenha, re lativamente a toda a mul-

tiplicidade de falhas e limites que no pontc de vista naturai se

vislumbram, as fungCes correspondentes a um fenômeno de forma —

de

tal modo que toda a finituds reconhecida aparece "cunhaca", "enfor

mada" por ela.

Cumpre neste contexto ass inalar--pcis esse e um ponto que se

presta a equí vocos--que a forma da fir.ituce, ccmo assim esti em cau

sa, nSo e pr imar iamente uma estrutura da prípria situagSo de fir.i-

tude (da reai ccnfiguragSc da reiagSc de forgas entrs a esfera de

eficScia e o campc ds esccndimento que correspcndem a um determina

do pcnto de vista), mas sim uma estrutura da apercepgao da finitu-

de , da compreensSo qce esse pcnto de vista ele mesmc tem de seu ca

ricter f initc . A fcrma de finitude, r.sots ssntido, e primar iamente

uma components (a cempcner.te essencial, c nCcieo), nSc da situagso

de finitude propriaments dita, mas da perspectiva qus um ponto de


forma que naturalmente domina em nôs
Posta assim em relevo a

da finitude, importa insistir ainda num ponto, que jS


a apercepgao
mas nSo estS ainda focado com nitidez sufi
foi objectc de atengSo ,

toda a sua acuidade, em tcdo o seu al-


ciente para se revelar com

cance .

tal ccmo se tentou pô-la em evidSncia, tem


A forma da finitude,

do modo a noticia da finitude traz


a ver com uma pecui iaridade como

que aponta : por um lado nSo se dispde ape-


dslimitado aquiio para

de a finitude occrre ( absc iutamente indeter


nas ce uma noticia que

de reveste); por cutro la


minada,omissa, quanto a ampiitude que se

do, tampcuco estS ccnstituida uma delimitagSc exaustiva dessa am-

oiitude, um tragacc concretc dcs seus contcrnos : a deiimitagSo, cq

mcdc situa entre esses dcis ex


mc se disse, tem lugar de um que se

__ -. -.
-^r,
vr..--
ccc-..-c..,iu
-o--' ~'obal
í •■j-l"1*
dc
^- -^bito
— " da
-*- imcerfeicSo
-■"=- ?
- ocssívei,
tremos .

pcr

feita ocr meio de uma avaliagSo giobal da sua relagSo com a capaci-

c a sua "forca' de reveĩagSc das coisas .

cade dc conto ce vista,

coisa como uma via


Mas se dessa maneira ccrresponde a qualquer

total ir.de termi.nagSc quante a amplitude das res


intermedia *ncre a

acessc e a precisa ceiimitagSo delas, o "mecium quid"


tri~Ces no

menos preciso do que a


r-At- d--«*-mmado cus a eura inceterminagSo ,.

concretas) qus assim caraotsriza a perspe*


z iAd'.; so e fronteiras

da finitude nSo significa de maneira nenhuma u-


va de antscipagSo

T.a del'mitacie fraca, apenas uma meia-f ixagSo cu uma fixagãc impre-

cisa, sô muito crosseira, cos limifes da finitude possivei— tSc va

ser efsctrva cu cs tcdc o mcdo c e peucc.


ca que r.So chega a

Ma vsrdacs. c facto de ccmpcrtar uma margem ds ineetsrmmagSo

la1"^
-~ -, ^j^^^^.,-: „p -aca a efectividade da delimitagSo que

,.
,„i-:j , _^ ~ .
, r-,
"
cq
se a c i m
assim
c cs
-e

■, o f3 p d
u
* ■*
a ■*"■ da
^- re la
--iq.

meramente qua: -a /•-. , ^j^c ,

carScter
- ._

a constitui em nada enfraquece a


cSo de forgas cuja equacior.agSo
firmeza d.as fronteiras que estabelece.

E justamente pcr determinagces e contrastes qualitativos (de

de "muito" "pouco", de "pequena" "grande"


peso, de importSncia, , ,

ou "a maior parte",etc.) que a nossa perspectiva primSria e decisi_

vamente se orienta; nSo e por determinagôes ou deiimitagôes exac-

cuais na verdade maream justamente pela "tradugSo" ou "re-


tas (as

'
itativa do seu significado

que é a mesma para uma


pereussSo qual
de quantidades prdximas e r.Sc tem fron-
margem re lativamente ampla

] imiares de modificagSo exactamente situSveis em ner.hum mc


t°iras

SSo delimitagíes coatrastes qua I i


-

mento da escaia quant i tat iva ) . e

tativos, ccm toda a sua imprecis.Sc, com tcda a impcss ibi I idace cue

de dizer exactaments cnde ss situam os seus ccrtes. que vincam


hS

_ ..

.->-?riíies cesuras e estabelecem os ccntrastes mais deoisivos e mar

em ncs mcvsmos
cantes nc campo que .

seja a margem dc que deixa em aberto, a forma na


Fcr grande que

tural da finitude define uma posigSo de acssso. uma condigSo do pon

to de vista, eom uma ider.tidade perf eitamente def inida . inconfundi-

ve I de tal mcdo cue as fronteiras do horizonte cue fixa sio abso-


,

lutamente demarcadas .

-3^^=, ^
npr:-gnpr bem , e necsssSrio tsntar comcreender cue e uus

seria se alterar a forma de finitude que naturalmente


preciso para

estS ccr.stituiea

cu se;'a q-ue dif ersnca hS er.tre esta fcrma ca :i-

nitude e acuiio que fcssem outras f ormas .

Resulta claro do que jS se expOs qus r.So ssria cura s simpies-

ments uma expansSo ou retraocao da ampiituds da imperfeigic dc pon

tc de vista (a cescceerta de mais fccos de finitude a afectS-io cu

ds acsssc a hcrizontes antes vedacos'; que consti tuir iam


a aquisi;Sc

sô si uma mcdificagao da forma. DesiocagOes da fronteira do hc


por

rizcnte ie acesso, altsragdes da ccnficuragSo do seu territírio,

? numerosas e bastants vastas podem r.a verdade d-ixar ab-


mesmo qu
.

intactc o iominio da forma naturai.


sclutamente

43
uma tal modificagSc se produzisse seria necessSrio que
Para que

ou esse recuo das frcnteiras da imperfeigSo fossem de


esse avango

alterar radicalmente a auto-avaliagao global do olhar quan-


moÍde a

S sua capacidade reveladora, modificando desse mq


to ^ sua "forga",

cada um dcs seus momentos todo o estatuto que a apresentagSc


do em

si corre lativamente todo o estatuto daquilo que se tem


tem para e, ,

E isto de tal maneira que retraindo-se o campo


na apresentagâo .
,

transf iguragâo de toda a apre-


de escondimento, se produzisse uma

se tem, ela se eievasse globalmente a um novc pla.no de


sêntagSo que

fizesse aparecer como globaĩmente insufi-


mais perfeito acessc, que

ciente o plano de acesso anter icrmente tidc; e, expandindo-se esse

descobr indo-se um horizonte de escondimento mais


campo (ou seja,

naturaimente se cuida haver), isso representas-


vasto do que c que

de acesso em que c por.to cs vista se ccm-


se uma queda da posigSo

ter lugar essa expansSo do escondimento


p^eende antes de
.

dcs casos

e esse é o pontc decisivo


a modifica-
Et oualcuer

infirmagao global da perspectiva


-Se da forma corresponder ia a uma

dar, o pcnto de vista tem das cci-


cue, antes de a modificagSo se

da forma da finitude correspondsria tsria ds cer


sas. A altsragSo ,

advento da compreensSo ce que ao ccntririo co cue na


r»soo-de*- ao ,

^uralmente se inculca, essa persoectiva nao é a perspectiva prôcria,

acomoanhamento dc que hS —

de que nSo é esse o olhar


adeauada para o

verdadei ramente corresponde âs coisas.


gue

da forma se desse no sentido de uma dimi-


Quer a modificagSc

do escondimento, da elsvagSo da psrspectiva a um plar.c me^


rmig.So

nos restrito, quer se cesse na desccberta de qus afir.ai c pianc ds

de proporgSes muito mais graves dc cus as que natu-


escondimento e

raimente estSo previstas, em quaiquer dos casos eia impiioaria u-

da tese de eficácia que a perspectiva natural tsm nc


ma destituicao

isa comc um co lapso uma catSstrof s dessa


seu fulcro, cuaiquer cc .

outra. num caso ccm um acessc


osrscectiva e a sua substituigSc pcr
caimente mais restrito, mencs eficaz do que naturalmente parece.

E assim também para uma terceira possibi 1 idade ce modificagSo

da forma. que tambem hS que considerar. Todas as diferentes situa-

gOes levadas em conta (dominio da forma natural ,


modificagâo dela

por passagem a um plano de acesso superior, modificagão dela pcr

descoberta de que o acesso que se tem estS globalmente num plano

muito menos eficaz do que parece) sSo situagîes de clara definigSo

do que se passa com a finitude —

em que se acha estabelecido qual c

seu porte e de que modo restringe a eficScia do acesso que se cem.

Mas tambem pode haver situacôes de perda de orientagao acerca da

extensSo e alcance da finitude, situagCes em que nSo se sabe qual

e ef ect ivamsnts a reiagSc de forgas escondimento/nSo-esccndimento

(sm que medida é efieaz ou imperfeito o acesso que se tem)--situa-

cces em cue tudo issc se mantem aberto , ainda por descoirir .


Estar

numa situagSo assim seria tambem estar num plano compietamente di-

ferente caquele em que de crdinSrio nos achamos e corrssoonderia

de facto a estar numa outra ferma da fir.ituce ( numa fcrma aberta,

na form.a da indef inigSo da relagSo de forgas). E ecuivaleria igual

mente a um global co I apso de perspectiva, em eue tudo (o acssso em

oue ss esti, o alcan.ce cc que se tem nele) mucaria de firura. M-'S--

mo que o "conteCdo" do acesso nSo mudasse (mesmo nSo havendo c:al-

quer retraccSo dc esconcimentc ou qualquer expansSc ceiej, s-t o de

sapar ec irrer.to da sequranga de que o acesso habitualmente se reves-

-•
c;
Toda s qualquer outra modificagâo inscreve-se no quadro de va-

da distribuigão dos focos de finitude, que


riagôes da quantidade e

alberga em si ou seja nas mul-


a forma natural justamente preve e ,

mais
tiplas conf iguragQes possíveis, de falhas ou menos amplas que ,

de se reveste, admite sem que se per-


dada a natureza peculiar que

(antes conf irmando-se ela, mantendo-se i-


turbe a sua determinagâo

dêntica e em pleno vigor) .

A forma corresponde a uma canonizagSo do modo como vemos (fi-

de coisas serem vistas e de-


xando que este e jS o modo príprio as

aberto de imperfeigSo compatlvel com esta tese).


finindo um espago

E sc e, s* seria mcdificSvel por uma verificagSo de que nSo e as-

descanonizagag, pcr uma destituigao dessa prstensSo .

sim, por uma

da fcrma da fi.nitude têm este carScter bem vin-


As fronteiras

uma abrupta e giobal mudanga do nivel ds a-


cado. correspondendo a

"saltc", a uma desccntinuidade nc mccc como se tem as


cessc, a um

situa 1S" da delimitagSo da fir.itude que a


coisas. 0 que se "para

forma da finitude

natural escaeelece

cu seja : uma outra


forma

de todo seu plano re lativamente aeue-


tem essa alteridade global o

r.os situamos. NSo poderia ser maicr o seu contraste com


le em que

o horizorits da forma naturai .

Mas entretanto, se é de aigum mcdo identi f i cSve 1 o que ccnsti


,

entrs a forma natural e cutras fermas da finituds,


cii a diferenca

oue eossibi 1 idades concretas é que hS que ccrrespcndam a esse 'pa-

naturai—a uma outra torma -_a rir.ituce .-


ra-li" da forma

A pcssibi 1 idade de uma outra forma e em primeiro lugar concebi-

ds vista, difersr.tes dc meu, ocm


ve1 rslativamente a cutros pcntcs

um outro acesso áquilo que hi .


índependentemente da incapacidade

experimentc em accmpanhar qual pcssa ser de factc a perspecti-


que

va desses pontos de vista ccm uma outra forma da finitude, compre-


endo pelo menos em principio a sua admissibi 1 idade .
Mas , em segun-

do lugar, pcderia eventuaimente eu prôprio experimentar no meu pon

to de vista uma modificagSc da forma da finitude, ou acedendo a um

ponto de vista globalmente "superior", que derrogasse a apresenta-

gão normal que tenho das coisas; ou, pelo contririo, percebendc a

aoresentagSo em que me enccntro como uma apresentagSo incomensura-

veimente mais imperfeita do que naturalmente se cencebe.

1 idade de uma tal mcdificagSo, a poss ibi 1 idade de eu


A possibi

prôprio vir a experimentar no meu ponto de vista uma modificagâo

dessa ordem é, entrstanto, c que naturalmente de tocc em tcdo n3o

se ve .
E, mais do que isso, o que a inexplicita tese da fcrma natu

nôs de um mcdc inexpressc mas absc lutamente categô


rai, vigente em

rico, na verdade faz excluir.

EstS prec isamer.t s decidico qus a situagSo do meu clhar corres-

de facto aquilo que a forma natural inculca —

e nessa deci-
ponde

sSo que cor.siste a vigsncia da f crma .

Sendo assim, se entretanto se examinarem ccm cuidado as conci-

gc'es em que se prccuz esta dsc i sSc , ssta exclusSo ca pcss ibi 1 icaee

de uma outra forma ser a que de facto corresponde ao meu acesso as

coisas, verifica-se tcdavia que r.Sc hS nada que em principio permi

ta ef ectivaments excluir essa possibi 1 idade e assentar definitiva-

ments na forma natural ua rinituce.

Com efsito. em principio pcce muito bem acontscer cue a fini-

tude de segundo grau, a finitude da apercopgSo da finitude —

qy.ze .

com uma margem de extensSo ainda nSo cetsrminada, ss verificou c-

correr

tenha dimensCes tais cue a amplituce de restrigSo do aces-

so que se mantem inaccmpanhada impiique na verdade . se descoberta,

uma destituigSc do pcntc de vista natural, na sua prstensSo ds ca-

nonicidade, na suc prstensSc de ser a forma adequada de acessc Ss

co i sas .

A decisSo cue naturalmente esti tcmada a respeito da forma e


inculca-se de tal modo que nao deixa aberta a pcssib_i
categôrica e

lidade de vir a ter de ssr revista. Tendemos a homologS-la e a se-

nada havendo que minimamente indicie que ela possa nao cor
gui-ia

responder S situagão real .

Mas por outro lado, verificando as condigôes de acesso em que

tal decisao está tomada e em que a evidencia que a sustenta se prq

duz ,
ve-se que a situagSc nSo é de maneira nenhuma uma situagSo de

lativamente as restrigoes a que estS sujeita e que


transparência re ,

muito probabi 1 idade que


por muito pouca verosimi Ihanga ,
por pouca

se oossa reconher a tal hipôtese, nSo é possível excluir em ahsolu

to a evidencia da forma natural r.Sc results justamente senSo dc


que

escondimentc da prôpria imperfeigSo que hS , cu seja de um condicic-

namento ds finitude na apercepgSo da finituds. De tal modo que na

verdade seja sC porque nSo acompanho adequadamente aquilo que esca-

paaq meu ace sso que a canonizagSo deste na forma natural se pode

produzir .

E o reconnecimente desfa possibi 1 idade de principio (pcr ma i s

a fcrma naturalmente se imponha como irrscusSvel, por mais que


que

a ssta ecss ib i I idade alternativa nSc se atribua senSo o caracter

"

de uma hieítsse 'tedrica" , remota, academica" --com cuja verifica-

cio de factc nSo se ccr.ta) e nas condigcss em qus ncs sncontramos ,

tendo em vista o que estamos s o qus nSo estamos em condigíes de ga

rantir f ur.dadamente , aigo cue ce facto nSo se pode deixar de fazer

?ese embcra tudo quanto, ocm foros de evidencia , parsce contra-

1 idade embora a certsza quase absoluta que


riar essa pcssibi .
pese

se tem re lat i vamente a eficicia do acesso em qce se esta, e ef ecti-

afecta finitude
— —

vaments possivel ;ue a imperfsi;Sc que o i sua

se~a incomensurave imente mais ampia do que acuile cus natura Imsr.te

se detecta e incompatível com o que estS prsvisto na forma naturai ,

de tal modo crue ,


uma vez posta a descobertc, imponha uma destitui-

cSc da forma da fir. itude naturaiments vigente.

53
Mas ainda aqui , nesta admissSo de princípio da pcss ibi 1 idade de

ser uma outra forma, diferente da forma natural, a que corrrespon-

de S situagâo real de finitude, persiste uma influôncia da forma

natural que condiciona o sentido da admissSo e o restringe



e uma

influencia que nSo tem a ver com a pcuca veros imi Ihanga que se a-

I idade recenhecica (com a sua ccnsidsragac ccmo ai


tribui a possibi
"

go esmagadoramente improvSvei), mas sim ccm c pr tprio" conteddo de

reccnhecimento ,
com o prôprio sentido da poss ibi I idade ccnsiderada.

Com efeito, ao conceber-se assim a possibi 1 icade de ser outra a

forma de fir.ituce ef ec t i vamente oorrespondente a situacSc de aces-

so sm cus se esfa, ccmprsence-se imp 1 ie i tamente essa ecss ibi 1 icade

comc se. a ser admissivel que c meu pontc de vista te.cr.a uma fini-

tude muito mais amp I a do qus a que naturaimente ss inculea e venha

por isso a ter ce ser destituidc da cancnizagSc em cus naturalmen-

ts ss acha, c desnívei.a distSncia admissivel entrs o plano ce eers

ds cus naturalmente se dispí.e e o plano ds eerspect iva em


pectiva

cue se suoere essa finitcde mais amcia seja a distSncia de um sô

ccrts, de uma st desccntinuidads , s r.Sc a ce uma muitipi icidade ou

até de um abismo de cortss, de descontinuidades .

Por outras palavras, e tentando formuiar tSo ciaraments quante

pcssivsi esta antecipagSo restritiva que ainda se insinua na prt-

^rio recor.hec imer.tc ca pcssiei 1 idade de haver uma outra fcrma ca

ma naturai estS tSo prof ur.damente enraizaca cu-o ainda influi na

propria concepgSo da sua errac.icabi I idade , da sua queda ', :

Concebe-se a pos s ibi I idade de um piano de perspectivagSo mais

-erfei'.o do que c ncssc. NSq se concsbe a poss ibi I idade de haver

uma multiplicidade de mcccs ce acesso a reaiidade supericres aque-

5-1-
le nos temos e separadcs entre si por radicais diferengas
em que

(i.e. com diferengas de


na amplitude do acesso que propcrcionam

De tai sorte entre o


forma, com tudo o que isso significa). que mq

nos achamos e um acesso adequado , prôprio S rea


do de acesso em que

diversos pontos de vista, cada vez mais per-


lidade sejam possíveis
cada ponto de vista superior ccrres
feitos, numa hierarquia em que

afecta modo de
ponda S superagSo de uma finitude que globalmente o

acesso caracterí stico do pontc de vista que o precede._NSo se con-

temos das coisas possa estar marcada pe


cebe que a perspectiva que

de finitude e a uma mcomensurS-


la acumuiagSo d_e_t^d^s__e_ssej_mqdos
vel distância de um acesso cus ef ectivamente corresponda aquiio que

v» ■*
Í-.3. .

r.So se considera a possibi I idace de a perspectiva que


Cu seja,

se tern estar presa de uma multipĩ icidade muito ampla de graves pla

=> 1---1
w^ja v.es^-e ^- ~

nos de ímperieigSo,
* ,

nv
'

11í ^. 1 i c i d ad e amp 1 a d e catistrofes, de cuedas do ponto de vista_

em que naturaimente se aoha s a compre


relativamente a perscectiva

do acssso gue Ihs sstS cado E r.So ss concebe


ensSc ne 1 a tsm .

que

mcdc ac reaiizar-se a desccberta da fmiruce, mesmc


que, desse ,

.^,, „ 1
-.,-» n-SP -j i ãeteccdes de imperf eicSc dc acesso eom um impac-

o eor.to ce vista naturai (s que faoem desti


tc de catSstrofe scere

nels perspeeciva qus sssas de


4...,-^ P -o-ma da finitude vigsnte), a

sua vse, apesar ca grancs ameiitude ce es-


tecgôes abrsm possa pcr

aeercsee, estar ainda a ancs-luz ds acivi-


ccndimentc de cus jS ss

de dimensces de esccr.dimer.ee de impac


ibi 1 icade outraz ,

nh=»r a coss

mesmo ainda mais catastrcc i ec ,


que na vsrcads tam-
te nSc mencs ou

czc.-c de vista

e n.So scments esteja ionge de


bem afsctam c nossc

adivinhar tal poss ibi I idade , mas para aiem dissc imp I ic itamsnte a

i:,:r i -_e ,u55./e. .-_ — ~ --»

exolua, numa limitag^o ^ _ -

essas dimensdes
do nSc prevs uma imperfeigSc ccm .

entretantc uma mais rigcrosa ident if i cagSo ca


De tai modo que ,
,

a nu essas dimensces insus-


finituce possa vir ef ect ivamente a pCr
dc aoesso, erradicando assim, fazendo cair
peitadas de irnperfeigSo

a compreensâo da totaĩidade da finitude, implícita mas efectiva, vi_

gente antes da sua detecgao.

E assim sucessivamente ,
numa multipl icidade de quedas , de catSs

de tal forma que nSo obstante a amplitude


trofes de perspectiva, ,

do ponto de vista de cada vez jS produzida, na ver-


da modificagSo

dade ainda sejam possíveis mais expansOes radicais da amplitude de

ui trapassando em muito o que de cada vez, antes de se


imperf eigao ,

Istc de tal maneira no curso do a-


darem, parecia possivel. e, que

da finitude sucessivamente ser pulverizadas ante-


puramento possam

da totalidade da finitude possivel teses de au


cipagôes implicitas ,

do acessc, marcadas ainda pcr definigĩes restritivas


tccomprsensSo

de imperfeicSc, que nSo obstante todas as modifi


da possibilidade ,

tcdcs os cciapsos da pretensSc natural, ainda subsistam.


cagOes,

nSc se concsbe que, para IS da fcrma natu


Por outras palavras,

ral , a averiguagSo da forma da finifude possa conduzir.. nSo a uma

forma da finitude, mas a uma multiplicidade de sucessivas for_-


outra

da finitude, em a destituigSc da tess ds preponderSr.c ia da


mas qce

do scbre a sua imperfeigSo (que e earacter ist ica da


eficScia acsssc

fcrma naturai) vS assumindo uma natureza cada vez mais grave cada

vez mais perturbadora da "seguranga" dc pcntc de vista. Ssm cue . nc

errar.tc, com ssts sucessivc agravamer.tr, do dcminic da imperfsicSo,

s cor extracrdmaria.cer.tr lcr.gs que eie parsga ir, a apsrceccSo qus

se tsm da finitude ccrrespcr.ca jS minimamente a finitude que afec-

■*-? a sit'ca'-ic rsal ous ds facto pcce ser ainda mais ampla, mais

arave do que todas e =


sas expansées da forma conseguem pCr a nu .

NSo se ccncsbe abso lutamente nada distc. Mais: tudo i s •_

se observarmos ccmo reagimos S formulagSc agora mesmc fei-


qc fTue ,

55
ta desta possibi 1 idade , verificamcs constituir qualquer coisa que

1 eva a sério, com que nao se ccnta e que desse mq


de facto nâo se ,

ou nâo formulada expressamente tal exclusSo —

se exclui.
do seja

lidade esti assim naturalmente fora do ho-


ĸas se esta possibi

rizonte, e se, ccnsiderada, parece ainda mais remota e improvSvel

de outra forma da finitude que nSo a


do que a simples admissSo uma

exactamente as mesmas razOes que nSo deixam excĩuir


forma natural ,

em absoluto a eventual idade de a forma da finitude correspondente

estamos ser de facto diferente da que naturalmen


a situagSo em que

sô nSo se manifestar em resuitadc de um condicio-


te se inculca (e

impedem tam-
namento, de uma finitude na apercepgSo da finitude),

bem se possa exciuir em absclutc a possibi 1 idade de principio


que

de o domínic da finitude que ncs escapa ter uma amplitude tal que

se levado a cabc, ccrrespcnca ef ecti vamente a essa


o seu oercurso,

do ponto de vista— e tanto quer dizer ac


.qiloessao de catSstrofes

sssa sucessSo de diferentes formas da finitude.


mssmc tsmco, a

em nos achamcs e os limitss


Pcr orincíoio, dada a situagSo que

ir.cspendentemente da
do cus nsla pode ef ect i vamente ser asseveraco,

com que aos ncsscs clhcs esse possivel se apre-


nula probabilidade
de facto admitida a possibi I idade de a finitude
sen_aí tem de ser

nos afpnta na verdade comportar . escondida por uma retengSo no


cue

inccmensurSvel da ordem refe-


ac e s sq gue a ela temqs ja_jnmlitude

descoberta implique precisamente essa série


r--"da taĩ a sua
e que

se estS.
ds rat.Astrofes do plano de persoectivacao em que

•teccSo da vicência naturai de uma antecipag So implícita da


da finitude, ao abrirem assim a
cia e fixa uma formajũĩnmizante

tem o problema da forma da finitude, nSo se


perspectiva que se para

trazer a lume mais um elemento de importância para o co-


limitam a

cabal da compreensSo da finitude que naturalmente sem-


nhecimento

nôs.
pre jS dcmina em

verdade, com a apercepgSc da possibi I idade de haver uma nSq


Na

entre a forma naturalmente constituida e a situa-


-correspondencia

da finituce a que se esti sujeito, quer dizer com a aper-


gSo real

I idads de o domínio da forma natural da finitude


cec-So da possibi

verdace sô ocorrer em virtude de uma finitude nc accmpanhamsnto


na

<Aa. finituds, abrsm-ss cuestoes ds que a compreensSo espontSnea dc

tarefa ce levantamentc da finitude r.Sc faz a mais


sentido ce uma

pequena ideia.

1 idade intrcduz-se dimsnsSc in


Levac.a a seric esta pcssibi ,
uma

da finitude do ponto de vista, uma di-


tsiramenta .ncva na questSo

subverce o quadro em que naturalmente situamos tal zues


mer.sSo cue

rSc. h esta mcdificacio das dimensôes do problema da finitude, cc-

da cusstSo da sua fcrma.qus e preciso agora pcr em rele


mo resulta

a _cc_ss i
auesti onabilidade da fcrma natural da finitude
— -

1.1.3 A
b~:. ĩidade da sua INADÊQUACAO. A fungSo condutora da antecipa-
da finitude oossibi 1 idade
g'aô" d"a forma na averiguagSo e a

de "a fôrma da finitude vigente no nosso g o nto de vista ter


\"îti oaoei 0CULT.AN7E, escondendo a situagSo real de finitude.
Ô""probl êmã~~ da_EORîiA DA FĨNĨTUDE como problema fundamentali
ã" sũa prec"edenc i a oc quadro da averiguagSo da fi ni tude .

Naturalmer.te tecas estas pcss ibi I idades parecsm remctas , "fan-

Parecem mesmo tac remctas e fantSsticas qv:e na verdade


-Ssticas".
,

r,Cv niuito cue se veja que en rigor nSo se estC em condigo'es de as

p
.
r ^
t u j_
_
:Jl-DZ ciutament s . r.a realidade nSo chegam vercads iramente a

efectivas, tio scmenfe comc ce


poss ib i I idadss
mas
ser tomadas comc
de facto totalmente destituídos ds ca-
nSrios puramente figurados—

bimento, inadmissívs is .

natural da finitude manifesta-se nisso mes-


0 domínio da forma

1 idade de facto assim prevalece so-


mo, na peculiar inadmissibi que

da admissibi 1 idade de direito.


bre o reconhecimento

nada disto, comc se assinalou, tira o que quer


Mas, sendo assim,

assim tem de ser reconhecida, diminui


que seja a poss ibi 1 idade que

carScter de possibi lidade real que e o seu.


em alguma coisa o

improvSvel e se tenha a cer-


Pcr muito cue isso se afigure que

de que nSc e assim, pqde muito bem acon-


teza praticamente absoiuta

na forma natural da finitude, que assim ea-


tecer que esta fixagSo

tSo ôbvia, nSe resulte justamente ser.So de um


rece tSo paciíica e

essa forma, em correspondenc ia a


ccndicicnamento de vir.cuiagSo a

da do acesso, a uma muito


um muitc amplo escondimento imperfeigSc

a,.r,ia f;n—"de r.a aeercecgSo da finitcde.

acontscer aue a ccueacSo do olhar pela fcrma na-


Pode muito bem

mcstrar, esta exer


dominm *h.«o;utc cue ccmo se proourcu
tural, c 'O rx^j- '-' - ,

u^. =io n-n


na.^ qpi? iusramente m^.i.— senSc
w^í.-í^ o que
-^
sela esse esconcimen
ce sobre eis, ^tsja. j'-io' —

to. constituindo uma cegueira re iativamente a sifuagSo ds finituce

ef ect i vamente se esti.


em que

dimensdes avassaladoras de finitude sstsjam a


De tai mcdc que

vista. sem de tcdc em tcdo me de conta


afsctar o meu pcnto de que

ccntririo com evidSncia que as dimer.


cissc, aorssentando-se-me peio

bastants mais mq
_„es da finitu.de cue ms afecta sSo e sô podem ser

regime de sceerania dc acesso so-


dsstas (as cue ccrrespondem ac

dimensdes avassaladc-
~-a
ac ,uas falhas). E isto a pcr.to de essas

j ,, „ _ „

,r
_ —
Q ~ais oue tentando —
se secuir na sua pista, c

oercurso correspcnda a uma sucsssSo de graves modificagôes da


seu

-o-ma da finicude.. mcdificagôes que por mais .


ionge que de caca vez

da reai, deixando fora dc hcri-


ii vSc, ficam ainda acuém situagic

fundamentais da fir.icude a que de fac-


-cn~e, excluidas ,
dimensCes

fc o pcnto de vista estS sujeitc.


Precisamente isto pode estar mesmo a acontecer —

a acontecer con

nosco .

E nSo se trata apenas de uma possibi 1 idade puramente imaginS-

ria, trata-se de uma possibi 1 idade efectiva, de algo que pode absq

lutamente ser o caso.

Esta circunstSncia, esta possibi lidade que, por mais fraca que

é indespedível confere ao problema da finitude uma nova


parega, ,

dimensao, fS-lo aparecer a uma nova luz, altera-o drast icamente .

Para o pereeber bem considere-se o seguinte .

corresponde S forma natural da finitude cor.s


A perscectiva que

titui (pela crôpria antecipagSo que estS no seu fuicrc, peio modo

como dS a ver na sua totalidade o horizonte da imperfeigSo possí-

vei) um saber da finitude. um saber de que se dispCe ji antes ds

ievantamento

e um saber fundamental em
orccedsr a qcaiquer qus .

no essenciai, esti ]S determi.oado, adquirido o estatuto de toda a

mui t ipi i z idade dcs focos de finituce que sSo admissiveis.

0 caricter ef ect ivamente reveiaccr deste saber, a abertura que

ele se produz o acesso a íinituds que r.eie se di sSo inegiveis.


pcr ,

Antes mesmc de identificar os focos ccncretos de imperfeioSo de a-

cesso, e a comcreensSc antecipada de seu hcrizonte (excsdendo sem-

cs focos de cada vez ja ider.ti f icacos e indicandc sem.pre a o-


pre

corrSncia possive 1 , provSvel e mesmc, para tocos cs efeitos, certa ,

de ainda mais foccs de f inituce ) _que pôe na pista desses outros ic_

ccs e ieva c meu olhar ao seu enccntro .

Mas , se deste modo inegave imente ihe inere um caricter revela

dor re I ativamente a finitude que me afscta, induzinco. despsrtanco

a aeerceegSo cs aspecfos dessa finitcde, pondc na ccss ibi 1 idade de

cs erecurar, ce ir no seu encaioe, ecr cutrc lado cs asoectos ia fi

nitude em cuja pista a fcrma natural pCe sSo justamente aqueles q'.:e

lhe correspondem

e sô esses.

Re iativamente a outros aspectos ce finitude que eventualment e

50
paradigma que estabelece, a forma
haja e que nâo correspondam ao

contrSrio papel de afas-


natural, no seu domínio, desempenha pelo o

de os excluir de perspectiva.
tar o olhar desses aspectos,

claramente na compreensSo que tendemos a tsr


Isto manifesta-se

do seja um levantamento da finitude, compreensSo que de ants-


que

esse ievantamento terS o carScter de uma identifi-


mão decide que

de falhas avulsas, excluindo (excluindo imperceptivelmente


cagao

de isso, mas excluindo, nSo cbstante, de


excluindo sem que se por

manifesta-se tam-
qualquer outra poss ibi 1 idade
E
efectiva)
.

forma

sobre nôs exerce, no preval ec imento des-


bem, com todo o poder que

sobre admissSc de principio (a cue ver.dc


ta exclusSo de facto a ,

bem, se e obrigado)

quando , apesar de se perceber ser em rigor pos

finitude na verdade nSo corresponda S fcrma natural ,


se
sível que a

ef ectivamente a ver as coisas como se essa cossibiiida-


continuam

excluida, mantendo-a realmente fora do


de em absoluto se achasse

hori zonte .

conf orme subiir.hadc, a aemissSe de aspectos ee tmitu-


Havencc ,

reccnhecendo-se uma margem de esccndimento da


de ainda a detectar.

rri,r^ -i^-ude e percebendc-se deste modo que eia e quaiquer coi

todo o hcrizcnte assim aberto e ccmc qus car.a-


sa ainda a procurar..

forma natural da
lizado no sentido da antscieagSc ccrrsspondsnts a

finitude s aesorvido ne:a.

sendo, se

como é possivel

hcuver na reaiidace um vc
Cra, assim

li do esti previsto na forma naturai sn


que
,

lume de finitu.de para

a forma natural da finitude tem constituidc, a o-


tSo o saber cue

ivamente a finitude e a tarefa do seu 1 evantamer.t o


rientagSc re 1 at

nue esse saber r.cs dS , desempenham, ac mesmc tempo que uma fungSo

des-
reveladora ( re I at ivamente as faihas cus prevS—pcndo nc rastc

eias), um papei ocultants. A forma na-


cas falhas, advertindo para

se estS fschaca eara tcdo


turai mantem entSo a perspectiva em que

seu quadro cega relativamer.ee


o campo da finituds r.So prsvista no .

de escondimentc e, mais dc que isso, cega reia-


a todo esse voiume
finitude
tivamente ao trago decisivo da prôpria dimensao giobal da

se estS compcrta e re lativamente S reiagSo


que a situagâo em que

de facto hS entre escondimento e nSo-escondimento no


de forgas que

forma natural esconde entSo a configuragSo glo


acesso disponíveĩ.A

de acesso em que se estS, distorce a determinagSo


bal da posigSo

ialmente define a situagao de finitude do nos


que na verdade essenc

vista: articulagSo fundamental que neie realmente hS


so ponto de a

a sua eficScia.
entre a sua imperfeigSc e

levantamento da finitude dirigido, como normalmente tende a


Um

cela forma natural da finitude, por muitos aspectos ds


acontecer,

do acessc, por muifos dados da situagSo de finitude q\ie


imperfeigSo

corre assim o ri3co de se mover no cir-


ef ectivamente ponha a nu ,

cuito fechado de um condicionamento do olhar, em que cs aspectos

mais críticos da finitude a que o ponto de vis-


mais relsvantss e

ficam inteiramente ignorados fora de a


ta na verdade estS sujeito ,

per c spgSo .

Ssts risco, por rsmoto que parsga, e rsal, ccnstitui uma pcssi-

bilidads sfsctiva, rsl ativamente a quai uma averiguagSc da finitu-

de r.So pcce ficar indifersnfe.

s um risco, uma ooss ibi 1 idade , que tSm de ssr encarados .

A decisSc naturalmsnte estS tcm.ada a este rsspeito, exciuin


que

1 idade nSc pode ssr seguica cegamente. ĩ


do sem exame esta possibi ,

prs c i s o v er i f ici-la .

?cr isso, o passc cecisivo para ur.a avsriguagSo da finituds ru?

de sntrar num Isvantamsnto qus a par-.ida erC.i o-


em nôs hS ,
antes

rientado, oonduzide eela forma naturai (mcvendo-se nc campo c;.ie e-

tendsndc a snccntrar apenas cs focos de finitude ous


ia assigna e

ihe ccrrespcndem) reside precisamente na verif icagSo desta compre-

funciamental e na ar.Siise da pcss ibi 1 idads de tal compreensSc


ensSo

S situacSo rsal de finituds, S posig.Sc de


ds tcdo nSc cerrsspondsr

finitude em que ef oct i vamer.te se esti. Sem esta verificagSo. sem

h ^
um apuramento da adequagSo do prôprio Sngulo de abertura fixado pe

la forma da finitude, todo o apuramento da finitude tem um carSc-

nSo se saber.dc se de facto, nSo obstante tudo o que


ter hipotético.

revela, nSo equivale muitc mais a um ignorar da finitude do que a

uma descoberta dela, ou seja nSo mantém no fundamental a f initude

da apercepgao da finitude que se destina a superar .

Por outras palavras,_a questao da forma da finitude nSo e a-

uma questSo entre as muitas que um levantamento da finitude


penas

tem a considerar, mas uma questao prévia, uma questao fundamental

questSc fundamental que antes de tudc o


ou mais propriamente a ,

mais tem de ser esclarecida nesse levantamentc .

Pode-se sem dCvida prcceder a uma averiguagSo da finitude que

icnore esta questSc, pcdem-se obter resultados, adquirir ncvas pers

•^ectivas, constituir um ievantamento da imperfsigSo dc nosso ponto

de vista independentemente dela.

Mas sem a sua averiguagic tcdc o levantamento mantém-se sus-

1 idade ce ser cegc para dimensSes ds finitcde cue


per.so da pcssibi

as que de todo em todo estSo admitidas na sua


em muito ultrapassam

seja susper.zc da possibi 1 idade ce ser um levanta-


perspectiva cu

em a finitude muitc mais se esccnde dc que se eescotre .

mentc que

da finitude ua apercepgSc da finitude, a que o le-


A sueeragSc

vantamento se destina, requer antss do mais ( 'quer dizsr, como mo-

^,-,^-^ -orimsiro do cus tsm de estabeiecer para ef ect ivamente garan-

tir essa supressSo da fir.itude reiativa a finitude) o apuramento

da questSo da forma.

Es+'a cuestSc, cue naturaiments cs todc nem se pde, tem deste m.q

do . de accrdo com c prdpric sentido de um ievantamento da finituce.

uma precedencia, um primado na "orcsm das quest-oes" dests ievanta-

men"

Antes de assentar uma fcrma de finitude, antss ds orientado pcr

da forma, procsder ao Isvantamento dos


uma determinada compreensSc

fccos concretos que lhe corrsspondem, cumpre primeiro identificar

6 2
a prôpria forma sob cujo dominio se estS, arrancS-la do funciona-

domina ponto de vista verificar li-


mento inconspícuo em que o e a

mitagao que faz do horizonte da finitude possível, verificar os

seus fundamentos, verificar o risco que eventualmente pode correr

de seu dominio, fechar o ponto de vista a dimensôes de fini-


,
pelo

tude sem cuja apercepgSo se mantem escondida a situagSo de finitu-

de em que ef ect ivamente estS.

De tal modo que se consiga garantir que a abertura do pontc de

vista a sua finitude seja piena, que a respectiva identifica-


para

nSo esteja entravada por ner.hum condic ionamento pcr nenhuma


gSo ,

mantenha c olhar imperceptivelmente desviado ds


antecioagSo cue

h4
essa cpacidade e que nSo exclui nenhu
va totalmente advertida para

condigoes de excluir f undadamente


ma finituds qus nSo ss sstsja em ,

de facto nSo se sabe a respeito da real


faz saber o que
nao parecer

forma da finitude.

acontecer que este apuramento da forma da fini-


Pode ate mesmo

a redundar numa confirmagSc da fcr-


tude venha pura e simplesmente

ma naturai, em r.ada alterar.do a perspectiva de antecipagSo que jS

Mas tem-se entSo justamente a forma ve


se tem no ponto de partida.

de todas as possibi 1 idades de imper


rificada, numa exdusSo segura

de tal mcdo que fique eiimir.adc


feigSc que nSo ihe ccrrespondem , e

fcrma, se estar a deixar fcra eo nori-


c risco de, labcrando nesta

da finitude cue se trata de apurar Cu


zonte dimensôes decisivas . ,

ca forma da finitude pode concuzir e-


peio ccntririo, o apuramento

da forma natural cu pcrcue desco-


fectivamente a uma erradieagSo ,

diferente da que estS


bre uma reai relagSo de fcrgas ccmpi etamente

desecbre cue nSc se dispce de meics


ccnsignada pcr acueia
aq ou ccrque

esta tem ce ser Haiva-


estabelec-r a real relagSc de fcrgas e
eara

ds vista e arrascauc numa ca


da em aberto . De tal modo que o pontc

numa sucessSo de catistrofes da sua eerseec-


tSstrofs cu até mesmo

mudam radicaimente a forma ocmo vs .


c estatucc daquilo
tiva, que

cue se tem ne 1 e .

de admitir. Mas em
Quaiquer destas possibi I i daces e, a partida.

da questSc da fcrma
cualquer delas hA um primado, uma precedencia

outros mcmentos da averiguagSc da rmicude.


scbre X.cdos os

a tarefa do levantamento da finituce revela


Conoomitantsmsnte.

um carScter muitc mais complexo dc q-ie o de uma mvestigacSc qus

vS carrear.do diferentes momentos , diferentes


eura e simplesmente

de finitude, ate obter um mventáric tanto quanto pos


casos soltos

e o que naturaiments s scb o


sivei adequado do seu ccnjunto— que ,
de imolica, em primeiro lugar, apurar s_e a ampiitude do escondimen-

to de facto detectSvel ez<.cede ef ectivamente as baias daquilo que e

intearSvei na tese de soberania do olhar a que corresponde a forma

natural da finitude, impondo assim uma outra forma da finitude. A

precedencia da questão da forma significa antes do mais a preceden

cia de uma verificagao da forma natural, a averiguagSo da possibi-

lidade de ela nSo corresponder de facto S situagSo real de finitu-

de.

îias s. averiguagSc da questSc da fcrma nSc se esgota aí . Acmi-

tindo que a forma natural e ident if icSve 1 como correspondendc a ur.

condi c i onamento que esccnde a situacSo rsal , admitir.de dssse modc

cue e possível a sua substituigSo por uma compreensSc difersnts dc

horizonte alobal ds finitude, nada impede, como se viu, que pcr sua

66

i
plano o problema da finitude
Constituindo deste modo o em que

ponto previo sem cujo esciare-


primariamente tem de ser apurado ,
o

cimento a perspectivagSo da finitude pode ser cega, o apuramento

S situagao em que de facto se


da forma da finitude correspondente

outro lado também a parte f undamental , a parte


esti representa por

da f inituds— aquela em que nc essencial se


decisiva da avsriguagSo

esclarece e define a posigSc em que estamos a seu respeito, aquela

em que fioa deoidido o mais importante.

modo a forma natural dS o quadro das


Com efeito, do mesmo que

dcs diferentes focos de finitude que lhe


diferentes ocorrSncias,

mesmo mcdc que os antscipa e, incseendentsmsnte


ccrrespondsm (co

de cada um fixa a natureza, a determina-


do conhecimento singuiar ,

do acesso, que em toccs eles, ce-


-Se fundamer.tai da imperfeigSo

eenfirma'. assim tambem, uma vee ef ectivamente


-ois ss verifiea e

•j _^ .; .p .;.--- -
a c*>j~v*
-*
-^>
- -

n i ■'•ude c crr e s co nde nt s a situagSo em que

ds facto ss esti, tem-se a configuragSo em que se enquadram todas

ocorrSncras da finitude possiveis nessa situagSc: u-


as diferentes

finitcde, a indc
de tcda a situagSo de em que
ma apercepgSo giobal
^e vi3wa a :r-.q--S-a, -
-■'■r---
le do cue pcde faltar ao nosso pcnto

f undamentaimente se defir.e.
fsigSc qus pcce compcrtar

da finituce se saidar por uma ccnfirma


Se a indacagSc da fcrma

uma nova fixagSo ctsso


, d'-. da forma natural .
entSc isso reprassnta

de antecipagSc em que o fur.damen


que e mais decisivo, desse quadro

decidido— uma nova fixagSo que estabeisce a


tal da finitude fica

-recir.a, /er a__. ^e


forma r.aturai numa oase :.»: ji — -

fundamentai sm que c mais impcrtants


,~.^ .= f-'xacS-o dests aspectc

feita, comc habitua iments ssti. ssm que


fica dscidido deixa de ser

nSc aosim, ccmc a forma


na verdade se saiba a que pcnto pcde ser

iado, mesmo o resultado da averi


inculoa. E, por outro que
naturai

inul trapassSve 1 coacidade da situa


da forma seja que hS uma
guagSo
finitude (de tal modo nao e possivel estabeiecer ni
gao de que com

real reiagao de forgas qual quadro de escondimento


tidez qual a o

/nao-escondimento em que de facto se estS —

e a definigSo disso te

nha de ser deixada em aberto ) , mesmo nessas circunstSncias a outra

forma da finitude que entao substitui a forma natural fixa tambem

ela aquilo que nesse caso é o mais fundamentai no saber da finitu-

de e o mais decisivo para a definigSo dela. Embora essa outra for-

ma corresponda a uma perda de orientagao (a uma


indefinigSo do que

se

a imposs ibi I idade de antecipar a finitude a que se est.S


passa-

suieito e de conhecer c seu "quadro'), ela fi.xa, nc entanto, a si-

tuagSo em que de facto se estS re lativamente a esse "quadro", a es

sa dsterminagSo fundamsntaĩ da finitude —

que isso n.lo e aigc aduui

ridc, mas antes pcr dsscoerir, ainda sm aeerte . Nesee sentido.. tam

bem nesss caso (ccnquanto sf modo def ectivo--nSc nc mcdc do saber,

mas dc saber que nac se sabe) a perspecti*/a sobre a for.ma constitui

a cf.ave na ieent i f i cagSo ca finitude. o slsmento em que se decide

a sua ír.dcie e c que a mais marcante a seu rssceicc.

?or outro lacc, do mesmc modo que a forma catural c>:e na pisfa

das 'difsrentss falhas que ine ccrrespondem , advsrte para elas, in-

dioa-as, aerindo o herizcnte para a respectiva detscglc, assim tam

bem , definida a forma de finitude ccrrespcndente a situagSc reai dc

acesso eue se tem, fica-se na pista de tcco c hcrizonte das imeer—

feigdes a cue o pcnfo cs vista esti sujsito, : ica-se "voltado" ea-

ra ssse horizonts s em cendigées de procsder a respectiva explcra-

gSo .

Se a ir.dagagSo da fcrma se saicar pcr uma cor.f irmagSo da fcrma

natural .
enfSo fica exciuidc a eosz ibi I icade ce a Cptica corrsseon

dents a forma natural oonstituir um factcr de escondimentc da fini

tude —

fica assegurado que , ac seguir a indicagSc que da ao eonce-

ber a finituce nos sscs tsrmos e ao proceder a um ievantamento se-

gundo eia, se vai jS numa senca adequada, que nSc desvia da finitu

63
(de sorte sem prejuizo de im
de a que de facto se estS sujeito que ,

c ircuntanc iai s quanto a detecgSo desta ou daquela falha.


pedimentos
fundamental no prCprio "Snguio de aber
nSo hS qualquer impedimento
encara a finitude. E, por outro lado, se a
tura" segundo o qual se

da forma resultar na desccberta de que nSo é possivei


averiguagSo

de nSo hS nenhum meio de estabeiecer


ver claro a seu respeito e que

entre escondimento e o
com nitidez qual a real relagSo de forgas o

no acesso de que se dispûe, também nesse casc. em


nSo-escondimento

resuitado de indefinigao (deixando ainda


bora isso signifique um

da fcrma— a fcrma aberta a qus ccn-


tudo em aberto), o apuramento

revelador, despertando para o que efectivamen


duz— tem um carScter

a situagSo aberta ( para c f a 1 tar-ainda-


te se passa, voltando para

nesse casc ncs aehamcs . Nessas circunstSnc ias ,

-dsscobrir) sm que

Cnica perspectiva que nSo


a indefinigSc da forma e juscamer.te a

de eue se estS preso e c que air.da falta


indeterminagSo
'

"t^e^ a

~~-e _^i u±
descobrir— a Cnica que r.^o t^- _;1-l-ar ^ ^-^-

,
'
,,,, -, \
->
am-a
~-.ri -. -
a
_a.-_,
1 -I- -a i ihni
a.n_-rt3 cue
^.j- nSc
•*— b
~-
. cccs iĩ a sua
rcncamenta. uue - .

mentc

antes remete para eia.


procura,

da finitude naturaiments ds
i
*
» s a da forma que

ca tarsra ce .evan.a
co nsc se píe s qco na ccmprsensSc espcntinea

revela-se dests mcdo n.So aee-


mento da finitude nem sequer figura,

comc o nt-
nas ccmc uma componente entre outras .
mas propriamer.ee

da finitude dc ncsso po.ntc de vista.


cieo do levantamento

infiexSo re i ati vamente ac entendimentc es-


?rcduz-se assim uma

ser um
ccntSneo do que pcde
A
ncvo e de inesperadc. Naturalmer.de a cesit
locada para =iigo

r.Sc nos diz nada nSc hi qualquer ccr.s-


nagSo
"

f crma ca finitude" .

ihe corresccnde e muito menos um ccnceit


ciSncia do fenômeno que
de 1 e .

De modo que pode até parecer que , ao introduz ir-se a indagagao

da forma e ao passa-la para c centro da averiguagão da finitude,

se pôe sob foco aigo totalmente estranho S perspectiva naturai e a

nada corresponde nela.


que

nSo é assim.Se naturaimente 3e desconhece o prq


De facto, porém,

forma da finitude, esse desconhecimento nSo se deve S to-


blema da

tal ausência daquilo que estS em jogo nesse probiema


nSo resulta

de nSo havsr nenhum elsmento a els refsrente, de a ôptica natural

ser totaiments aiheia a forma da finitude. Deve-se eura e simpies-


do-se dominado por uma forma da finitude, nSo se tem qual-
sempre

do de de
quer ideia da fungao determinante que desempenha, quesito

sempre jS dS resposta e do problema que


finigão da situagâo a que

1 idade hS de essa resposta, sempre


pode constituir (da possibi que

ser de facto desajustada e esconder a situagSo em que


iS vigente,

se estS, obstruir o seu reconhecimento). Ou seja, é porque o quesi-

essa
to da forma da finitude estS sempre jS respondido e e porque

absolutizada totalmente in-


resposta estS sempre jS canonizada, , e

modo ccmo se vê (nSo deixando nada em aberto


integrada no prôprio

sô deixando terrenc para procurar no quadro definido peio prf-

funcionamento inexplicito da forma que consigna)— e precisa-


pric
da fcrma da finitude e dc
mente por issc que nSo hi qualquer ncgSc

seu p-oblsma e que a referSncia a ambos aparece como aigc novo , es-

tranhc .

traz de novo a inflexSo que se di S averi


Nesse sentido, c que

modc erdprio piano da fcrma da


guagSc da finifude nSo e de algum o

de esta ser uma designagSc naturaimen-


finitude. Independentemente

de nSc ccstumar haver qualquer consciencia e ain


te deseenhecida e

do consigna, a perspectiva na-


da menos uma deser.vo Ivida ncgSc que

marcada uma forma, tem sempre, como se procu


r^raj esti semcre pcr

fcrma da finitude. C que hi de ncvc e o que alte-


rcu mcstrar, uma

finitude e poe tudc r.um pe muito d::e-


^-3 ^
n..,_,.^^r- ,j_a indaca^ic ca

sSo "acenas" duas coisas. Em primearo iugar, e a cacacitagSo


rente

fendr.eno da forma da finitude, mercS da qual


da forma natural e do

dsixam de funcionar sem que se ds por eles e adquirsm uma presenga

ncrmalmente r.Sc fsm s nSc erecisam de


a *•
r'
distinta, um destaque cue

„._,
dcminar (cuja ausencia, aiiis. torna justamente mais completo

seu domlnic). E, em segundc lugar, e tambem o


e mais "sem foiga" o

forma naturai o desfazer dc seu


desfazsr do tctai assentamento na ,

dando um problema da forma da finituce.


dcminio absolutc, lugar a

c sentido e o alcance dc levantamento da rinitu


Ac mesmo tempo,

71
de mudam completamente com esta deslocagSo da tinica.

X face dela, com efeito, a tarefa de levantamento ca finitude

não tem o carScter indif erente e quase ocioso com que naturalmente

virtude da antscipagSc do estatuto de todas as imperfeigôes


(e em

estS feita forma natural) de


possíveis que inexp 1 icitamente ji na

facto tende a apresentar-se .

1 idade de se estar numa finitude com um alcance com-


A possibi
de ordinSrio nos a possibi I idade
pletamente diferente, que escape,

de acesso ser intsiramente oufra qus r.So a que


de a nossa posigSo

ss cuida na psrspsctiva ds seguranga, de dominio, que normalmente

a ncssa

esta ecss ibi 1 idads qus ssti no csntro da cuss


juigamcs ssr

tSo da forma da finitude e uma possibi I idads em qus ss acha sm cau-

sa mudar comol etamente de figura a condigSo em qus nos vsmos ,

conhecimento cue temos feitc da nossa situagSo.

Trata-se da possibi 1 idads de a pretsnsSc ds sfioicia gicea

c nosso aosssc as ccisas ncrmalmente suster.ta nac ter funda:nectc,

ccrresponder somente a uma ineficicia na prôpria apercepgac da ine

ficicia a cue ss esti sujeito. Trata-se da poss ib i I idade de a im-

cerfeigSo do ponto ce vista ter um carScter irrecutívei ac regime

de soberania dc oihar, ou seca ssr uma imperfeicSc que restringe,

tolhe o acesso ce formas mais cristicas, cue o ataqusm o pcnham

em causa .

De tai mcdo qus a oonfianca naturai do ncsso oihar :.a aeresen-

tacSo dacuilo cue aprsssnta ss veja infirmada--e ssja ir.ccmensura--

vsimente mais grave e ma i s perturbadcr d; zo.e pareee c escoudimen-

to a cce se estS sujeitc ac vsr ccmc vemos .

NSo se trata ent.Sc scmer.te ce produzir um inventario mais cu ms

ncs curioso das faihas que hi , inventirio em que no fundc nada po-

de estar em causa ( em eue i eartida se tem ^i no f'uncamsnta i c qua

■dro em cue se estari no seu termc ) . NSc . Trata-se de aioo comei^ta

mente diferente, em que erec i samente estS srr. absrto a possibi 1 ida-
em esti em jogo e se tem a decidir a prô-
-ss de um apuramento que

do acssso ds qus ss dispôe, o prôprio estatu-


pria autocomprssnsSo

tem na apresentagSo das coisas


s tanto quer dizer, a


to do que se

do e de tudo aquilo que nos apa-


rompreensao fundamental
cue somos

rece .

escrutínio de falhas, em que nada estS


Longe de constituir um

viu-se, como naturaimente se tende a concebe-lo),


em causa (cue e,

da finitude e entSo algo em que tudo eode estar em


o levantamento

a possibi I idade de a seguranga da nos


causa e em que hS peie menos

iiusOria e de se vir a impor isso mesmo que


sa posigSc normal ser

a forma natural da finitude exclui: crises, radicais revolugges de

perspectiva, ern que a nossa posigSo ss revele uma posigSo nao-sobe-

rana, cheia de dificuldade^

E sobre ssts problsma da forma da finitude qus a investigagSo

1 evada a cabo se ccncentra.


acui

ievantamento c maas possivel ccmpietc de


N:'o se tenta fazer um

avs
tcdos os foces singulares de finitude, mas apenas preduzir uma

-;r cuantc oess ivel da questSe da forma da fir.i


r.A^.,a~sr, e-r=i.-.5t:va

avsriguar a poss ibi 1 idade d a V" V- 1

?rcc".:ra-se em primeiro iugar

naturaiments ccnstituida no ncsso pcnte de vis


dica-So da forma

se
■A •=--
ecta cue ela é ef ectivamente erradicS-
r.um acuramer.te em que

a um condicionamento de finitude na a-
ve 1 e n3o rnrrsgpopde_5enãc

percep cSo da finitude^

assim a erradi cabi 1 idade da torma nat":ral. tenta-se


Detectaca

^,.„j., i..^-av- ^-r^r-oH^-r-


ur _c
,-ĩ -am
-.ĸ
'
evantamento
..-.-.* --* e verificagSc das di-
mga_
-

segur.Cc
.,-._..
em

da forma da fir.itude (alem da erradicagSo


ferentes transf ormagoes

a situagSc de acesso em
.j
-orma naturai) por que , posta a prova
se acha, o nosso pontc de vista ainda pcde passar, descobrindq
que

-se mais finito, com um acesso mais restrito e mais gravemente pos

to em causa.

Em tudo isto, vai-se sô atá onde é preciso para examinar o hem

-fundado da antecipagSo da íinitude possíve.l que constitui a forma

natural e para determinar que outras modif icagOes da forma da fini^

tude sSo admissiveis no nosso ponto de vista —

e a que extremo de

da f orma
finitizagSo pode radical i zar-se a alteragSo sua .

De tal modo que o que aqui se prccura realizar e a um fempc

mais e menos do que o 1 evar.tamento tanto quanto pcssivei exausfi-

vo de focos singulares de finitude que a tarefa de um apuramenfo

da finitude do nosso ponto de vista naturalmente sugere como cor-

respondendo ao seu sentidc.

Mais, pcrque estS em causa aigo que vai muito alem da mera co

faihas de da finitude ii
leccicnagSo de num campc ccmpreeesac que

esti decidido no fundamentai da sua natursza e do seu ecrts —

g"ie e

o de facto, mas sem explicita apercepgSc de ser assim, se acha


que

enfendimentc naturai da tarefa de I evantamentc Mais,


erojectado no .

se repde em jcgc essa compreensSo natural em que o ponto de


porque

vista esti seguro e se cesccere uma mui tip 1 ie idade de dimensOes da

finitude que ulfrapassam em muitc tudc o que a compreensSo naturai

do sentidc ds um ievantamento exaustivc da finituce prev* oomo pcs

sivel, derrubando avassa I adoramente as barreiras de exclus-.o de pos

sibilidades ce imperfeigSo que o entendimenf o r.aturai cemporta.

Menos ,
porque pcr outrc lado r.So se procura empreender um le-

vantamento adequado ,
compl eto ou mesmo um I evar.f amentc sd relativa

mente exaustivo dos mCitiplos focos de imperfeigSo do ponfo de vis

ta, mas acenas um isvantamento das difersntss formas de finifude

em o por.to de vista se pcde descobrir, sem percorrer exauotiva


que

mente as mul ti pl ic idades concretas de focos de finitude que ccrres

oor.dem a essas difersntes f crmas ,


preenchem os hcrieontes pcr elas

74
Menos, assim, porque o levantamento realizado é incomple-
abertos.

mui ic idade dos aspectos de finitude que nos


to relativamente S tipl

deixando com certeza por detectar muitos focos singulares


afectam,

do acesso que se tem.


de imperfeigao
entretanto de maneira nenhuma que o apuramen-
Tal nao significa

da finitude, aqui se prccura levar a cabo se sin-


to da forma que ,

de um confronto com fccos concretos de imperfeigSo


ta dispensado

se realize sem esse confronto, num plano abstracto , "de


do acesso e

sencarnado". NSo . O dominio da fcrma natural , em primeiro lugar. e

ordem a sua suspensSc, modificagSc nSo e pcs


justamente de tal que

ciara evidenciagSo de focos de finitude


siveĩ sem a experiencia, a

concretos— que ihe sejam irreduti veis E assim tambem,


fccos
.

de

mcdificagSc da for
em segunde lugar, re lativamente a qualquer cutra

ma ca f initude .

0 exame ca questSo da forma e muito em particuiar a verificagãc

de forma da finitude faz-se e tsm ds ss


A- insusrercabi I idade uma

dc exame de momentes ccr.cretos de imperfsigSo do pcn


--•z-r atraves

de focos de retsngSo, de restrigSo do a


to ds vista, pelo encontro

carSctsr tai rue derreguem as antec ipagôes da exten-


c e s s c cm um

i da fi n 1 1uH
^
.-vs o oonto de vista em s i tem constitul-
-
*
o ec s s i ve

cencreta e inautsntica s inane toda


Sem uma tai perspectivagSc

ss tsm da fir.itude.
a ccncepgSo qus

focos coucrstos de imperfaigSo do aessso que


SSo dsterminados ..

mcdificagces da f orma— f azendc emergir uma


descoeertos, cbrigam a

tSm cabimento. Mas cutro lacc.


outra em qus sSc int egrSve i s .
.
por

i rcrma r.atura., prmrio. ra.a.e.a


como se viu jS re 1 at vamerte a a.

ccnstitui a forma, enquantc perspectiva de autq


da perspectivc que

eue se tsm no seu todo s de ordsm tai que s-


compreer.sSc dc acessc

ia csfine u.m horieonte a que pertencem, em z;:.e estSo antscipadas

abertas de falhas de acessc: n-So apenas aqueias c\i


multiplicidades

desccberta ce cada fcrma, nSc => •. '

Ha detecgSo leva a emergSncia, a


nas as de cada vez js foram identi f icadas , mas um numero ince-
que

terminado de ainda outras falhas correspondentes a essa forma, a e

1 a conf ormes .

O se faz e seguir os focos de finitude somente enquanto o


que

seu exame é relevante para a questão da forma,para a alteragSo dos

da perspectiva da finituce, dsixando-ss por


enquadramentos globais

realizar o levantamente das diversas mul tipl icidades de faihas cor

S forma natural da f ini tude quer a qualquer ou-


respondentes quer ,

tra das formas que o curso da investigagSo faz surgir.

Resuminco :

0 croblema da finitude e considerado tSo somente uc que concer


a o-uestSc fundamental rsiativa a forma da finitude —

S identifi-

ca~Sc da fcrma correspcr.der.ee a situagSo reai dc ecr.te ce vista.

0 sssenciaimente se trata de estabeiecer e a rsal rolaqaq


que

de forgas entre a ef icScia e a imperfeigSo dc ponto ce viora~-es-

-a rela-So de fcrcas cuja f ixagSc _como , se procurcu mosfrar, ccns-

titui o fuicro inexciícito ca ncssa perspectiva sobre a finitude.

2 o oue a incacagSo deste probiema lsva a dssccbrir é, antecipa

-se 1S, cue a reiagSe de fcrgas natura imer.ts pcsta a vigcrar i. a fcr

ma natural da finifuds') c&c corrssecnde a situagSo sm qus de facto

se estS

e cus a finitude a qus se acha eccposto o acssso que temos ,

■as resfri.-^es cue tsm ds ssr recouhec idas a seu respeito sSo muite

criticas fcrma naturai


- •
.-.

mais craves e muito mais cc eue a

mir, dessnhando um quadro ds finitude muito diverso dc que eia su-

gere .

0 erobisma e sucints.mer.te enur.cie.vei, abstraindo dc contecrto


,j ,

Dloaico

sm qus se insersm, pcr palavras de S.JcSo Crisûstomo , nc

-pc^io do sermSc H lp l -v ^« CoT Coo. aí , tendo em referencia a carac-


conhecimento de que somos capazes como um conhecimen-
terizagSo do

feita la E
.U*VC conhecimento "em parte" na

e
to
"
tY
" —

como um que

Coríntios (1 Cor.14,15) formula assim o problema sobre


pístola aos

que se debruga :
"

J^_Jll.£^IíJ **<>$<?«<>> *«î [ToWVpos u«nVuW .^'-TToW 6 ífo^'Ig-

irraii^l ToíiVol Cb $*(& 5 rô ii«.rrc/ ■uaXobtv' «

("Desejais talvez ouvir quâo

é ficou fal-
é a parte que possuimos e quSo grande a que a
grande
M S 1 3
possuimos e a parte maior ou a mais pequena. ).
tar e se o que

Mutatis mutandis, ao levantamentc a que aqui se procede corres

tambem o qus logo de seguida diz, enunciandc a viragem rela-


ponde
natural a averiguagSo do problema traz
tivamente a perspectiva que

;„„.:

../•, ,. ->./ V* '■*•"-


x írc ra' *I.xr.-cV ^rv'í^,: x-î rc**CC J3 ro á-^re / -*.--' us »/
-'<*■
.■ .-. ___í_______l
-
c 0 ns 1 go ^i-jtcyv ~ ■
. ————
— —

'V, -^ ^;^>rrĩ','" e ^:ct^/ ^;^/ ĩ^v ĩ^s


"

(^ntSo, para que percsbas

i s s nSc s impl ssmer.te a mais pequena


cus possuis a parts ma pecuena

ma5 dir-se-ia. a eentesima cu deci.ma milesima parte ouve aquilo

rsssalva ds ccmc se teri coasi^o de ver,


tii* se ae^ue"). -cm a que ,

"

,.; _.-,,.;
1
0 ~,,^ -33 -p>m
-em oe
£*«
~
t'im
-1-- faita
*-<*--- assume
----- ua vercade
c^v-1-0 -- - -

c esmagamentc 4

que ficam amca mnito longe de ser imaginadas a partir


proporgCes

desta formulagSo.
1.2.1 AnSlis e aproíundada da forma natural da finitude:o estatuto

da imperfeigao como LACUNA.O domlnio absoluto da forma natu-

rãdl e a sua pe rsistencia nas diferentes situa gøes de expe-


r Fe nc i a natural da finitude. A tese fundamental de autocom-

prsensâo do globalmente adequado e o dispositi-


acesso como

vo de da sua viqencia:as estruturas


sistemática preservagSo
de minimizaqao de enquadramento e subalternizagao das falhas
,

r eTat ĩvame nt e S eficScia do acesso.

Estabei ec ico o fenímeno da fcrT.a da finitude e aeurado comc a

do da forma consticui c pianc sm qus fodc c is-


discussSo qroblema

vantamento da finitude pr imariamente tem de ser decidido, importa

ver ainda mais precisaments ncs seus fr-agos a forma da fir.i-


agcra

t'"de naturaimente ocnstituida e a que de raiz se es-.a prsso .

anSlises antsriorss o sentido desta forma, mas


Focou-ss jS nas

atendsndc mais a idsntif icagSo do íenOmsno da forma ia


iustamente

finituds (s as caracter i st i oas ca forma nafural s da peculiar con-

introduz.î

e mencs acs dispositivcs ds


formacSc de cerspectiva que

(acs modos de vsr') que permiosm a vigsr.cia dossa


condicicnamento
initude .

0 caracteriza a fcrma natural é, como se viu, a redugão da


que

de vista se estS a
imperfeigSo possível do em
m argem de ponto que

numa posigSo de soberania, a capa-


proporgOes sobre que prevalece,

"ef ectividade" ) do acesso que se tem.


cidade reveladora (a

entre ambos os aspectos,


Numa equacionagSo da relagSo de forgas

e visto como prspondsrando ssmagadcramente scbre as imper


o acesso

feigCes que o restringem.

se tem, o modo comc se vS , encontra-se canonizado


0 acesso que

essenciai c acesso que cumnre haver as coisas, o mo-


como sendo no

por sua. natureza e em correspondSncia a ela, podem


do prcprio comc,

ds si Ver as coisas e, no fundamen-


estar dadas numa apressntagSo .

ts-ias, como nos estao dadas .

ral vê-las,

nuciear de autocompreensSc dc pcnto de vis


Por forga desta tese

da finitude que se admits sstSc sstritamsnts


vita, as dimensees

de contengSo e subal tsrnizagSo que £i-


"espartiĩhadas" num quacro

xa o seu estatuto . As faihas qus ss acmitem sSo psrspsctivadas eo-

singuiares da reai idade— que no seu


aspectos
.

mo dizsndo rsspsito a

das determinagces que a caractsrizam, es-


conjunto e no fundamental

a vista. revelada. As falhas qus podem ter lugar


tS psrfsitaments
nâo decisiva, disssminados
ccncernem focos avulsos ds importancia

SSo faihas nSo ccmprcmetem a de


ali no mundo que se tem. que
aqui s

a csixam na sua pisna validade. com toda a sua


tengSo que hS ,
ar.tss

ireu.cscritcs a respeito dos quais as


eficScia. Os domínios muito c

- , , A_ n..„^
.^-a-
--,-,=;
-i-s ^v-on-^^
1 -- ^o
-^ hcr" zonts
-^^ mccmparavelmsr.ts mais vas

tSm
-

taihas

se accmeanha— ccmo p_eouenas "bolsas", comoja-


to do que plenamente
aberto da realidade, glcbalments des
cunas de escondimento no campc

tem.
vendado, "varrido" s pcsto a nu p- ic acssso cus ss

7?
sentido,a forma da finitude naturalmente estabeĩecida e
Neste

da finitude como lacuna. A subalternizagão da imperfeigSo


a forma

S soberania do acesso, a integragâo da falha na prevalência da efi

cScia fixa-se nc estatuto puramente lacunar que e atribuído a to-

focos de finitude do ponto de vista.


dos os

Esta redugão (conforme sublinhado, mais implícita do que explí-

da finitude condig-So de la-


cita, mas de qualquer mcdo efectiva) a

cuna, resultando da tese fundamental de autoccmpreensão do acesso,

é conf irmada pela experiencia que habitualmente se faz da finitude,

experimentamos justamente cSc


exoeriencia em que a imperfeigSo que

desmente a forma estabelecica , nSc tem dimensCes que a quebrsm, a

subvertam .

Kas a redugSo a dimensíes puramsnts lacunarss nSo rssuita, co-

tSo somente da circunstSncia ds


mo a primeira vista pcde parscsr,

os fccos de finitude que se apresentam sersm na verdade de peque-

na ampl ituce .

Es+S ccns tituídc antes um ccniunto de condicionamentos do sen-

"

assim se pode dizer, de f iltros" na apercspgSo das falhas,


tido, se

a rescectiva integracSc nc quadro da fir.ituds reduzi


que asseguram

da a d.imensdss meraments iacunarss. Ccnjuntamente com a psrspecti-

forma natural da finitude, sstribando-se nes


va qus ede a vigcrar a

~a perspectiva s ac mssmo tsmpc censtituindc um sistsma ds protsc-

^ao ca sua tese, hS u.ma rsds de sstruturas que , de acordo ccm sia,

"abafam" ,
"sustam" a apercepgSo das faihas, restringindo c seu por

ts ds tal modo que as integram na autocompreens-So do acessso ccmo

acesso scberano, ceixando-a intacta, a vigcrar em eleno.

Todo sste sistema de redugSo e minimizagSo das cimensdes da fi-

tem tal ocmo a crOpria tese de sobera-


nifuds que se persesetiva ,

nia do acsssc, um carScter inexpl icito , um funcicnamento de que nSo

nos damos conta. E, embora ssja ef ect ivamente como soberano q-ce c

acesso em que nos temcs se comprsende (embora domine nele plenamen

te a minimizagSo das falhas, a sua rsdugSo as dimensûes de lacuna) ,


em virtude desse carScter inexplicito pode mesmo parecer que na

uma tai canonizagSc do acesso


verdade nSo 'r.S ef ect ivamente sempre

dimensîes da finitude. ?ode


de que se dispde, uma tal redugSo das

que se ihe e capaz de reconhecer uma grande amplitude, u-


parecer
forma da finitude como lacuna
ma impcrtS.ncia considerSve 1 ,
e que a

abso iutamente a nossa perspectiva. ?ode pare-


nSo domina assim tSo

ainda enfim habitualmente nSc se pen-


cer que, pelo oontrSrio, que

vezes nos apercebemos do 'pouco'


se muito nisso, pelo menos algumas
"

se mantem desconhec idc etc . ~e que issc


sabsmcs, do "muito que
,

que

tanto assim que até constitui um


"

iugar-ccmum" do faiar quctidia


e

no .

?ara côr inteiramente a ciaro a vigência absoiuta dssse

de restrigSo das falhas em toda a ccm-


nio da tese de soberania e

tsm, cumpre por issc.


da finituds que habitualmente se ,

preensSo
natural procuraudo verificar
exami

cuidadosamer.te a perspectiva ,

sua e evidenciar, nos diferentss ti-


a forma aue se indiccu ser a

o curso normai da apresentagSo ss divsrsifi


de situacao em que
po_s

invariabi 1 idade dessa forma.


ca, a constsncia, a

oossibilitar sssa vsrifica-


Ac mesmo tempo

e erscisamsnts para

em evidSneia, arrancar dc seu anonimate


gSo ca forma— importa pCr

f unc i o name nt o da
todc o "mecanismo

sem se aar pcr 9,a


ma de minimizagao da íalha ;■« , Uplici-an-.er.ts ,

ccnstSneia eue ne :
f ur.c tona na exeerisncia natural ,
garantindc a

I acuna e fazencc que mesmc cr.de se


finitude comc
.

tem ,ooa da

dc suc-
de imperfsigSc acsssc qus parecsm
levantam reccnhec imentos

dominio scere o ncs


verdade se mantenha intactc o seu
verts-la, na

so modo de ver.

de falhas que o ponto de vrsta pc


Os ce apercspgSc por
graus

curso naturai sSo muito diverscs.


de nc seu
passar

ai
Escaionam-se num crescendo em que quanto mais amplo e mais in

tenso e o tipo de acercepgSo da finitude tanto menos frequentemen-

te costuma ser atingidc na experiencia natural. Neste sentidc, hS

f undamentalmente a distingutr:

1 'i a situagSo normal, de nao-apresentagao de nenhum limite

concreto e em que nem sequer se impOe de uma forma expjíci-


abstracta, do facto da fi-
ta a prôpria compreensão globai,

nitude ;

2) situacOes em que essa cornpreensSo gl cbal , abstracta , mas

sô ela, alcanga uma sxpl icitagao ( ou ssja, situagSes em que

e excrsssamente considerada a tese permanents de finituds,

mas ssm qus a sua tsmatizagSo seja acompanhada eeia conside

racSc de quaiqusr iÍT.ite ccncreto);

3 ) situacíss d e conf r o nto isolado com limites concr stos ;

4) situagíSes em que, ccm maior cu mencr ampiifude, se chsga

a ter experiSncia de ac.imulagao de 1 imites .

Cada uma dessas situagôes tsm uma maneira prCpria ds se manter

1 idade com a forma natural da f inituds Percorrendc-ar


em cornpatibi . .

cbter visSo de todc dispositivo de dominio desta


e possívei uma o

fcrma.nc concreto do ssu f une i onamer.to .

A situagSo mais oorrente e aqueia em que nSc se fem nenhuma a-

presentagSc da finitude para 1S daquela a que em 1.1 se chamcu a

sua tese ou evicsncia permanente


mas isto ds tal forma que nem _se

au er hS qua lquer c ons ciencia temStic a dessa tes e e . d e s s e mo dc , n S

se tem oreser.fe que o pcnto de vista e fir.itc, r.So 'nS quaiquer rs~

ferSncis. marcada cssss factc.

Com efeitc. emtora esteja Dermaner.temente ccnstituida uma deci


dida certeza da finitude (que faz nSo hesitar logo que se conside-

do carScter finito ou nao finito do nosso ponto de vis


ra a questao

ta) , essa evidencia nSo estS constituída de tal forma que faga sen-

tir permanentemente a sua presenga e designadamente que a faga sen

nSo considera o problema (de sorte que esteja-


tir mesmo quando se

alerta para ela). 0 mais das vezes não se pôe o proble-


mos sempre

ma de o acesso em que nos achamcs ser finitc ou r.Sc finito e a pers

se tem estS totalments "desligada" dessa tese permanen-


pectiva que

te . totaimente distraída dela e sem nada que a lembre e pcnha em

contacto com o que apresenta.

aconteeer que o acsssc sm qus nos temcs fosse mui


Assim, pcderia

to frscusntsmente confrontadc com dif iculdadss , estivesse sempre de

"

em falhas, a excerimentar 1 i.mites ete Mas de fac


'trecegur
.
,

r.evo a

nSo isso sucede. Tendc adquirido dominic e "finoacc pe"


tc e que

ncs camcos de realidade em que habitualmente se mcve, a psrspecti-

va eue temos caracter iza-se a maior parte das vezes pcr cireui-ar

neies com desembarago. Oe taĩ mcdo que pode ser maior ou menor a

frecuencia experimenta faihas, limites, etc .


mas de crdi-
ccm que

/
nSric cassa perícdos muito extensc is sem cue se smta
pcr

por qualquer limife, cai'da em quaiquer difieuldade. Z, eor outro

faz qualquer exceriencia de iimi-


iado, r.esses períodos sm que nSo

mais das vszes comp 1 stamsnts absorta naquiio qus fem a-


-3 esta 0

iidar isso), ion


eresentado (no seguimentc disso, no ccm car.cam-ss

finita r.So-finita lcngs de


ser cu
ce ce cualcuer prsocupagSo com

T<___^ VT_vaj e f ec t i vamente consigo (e a influir ef ect ivamente em si)

a e^ieria tese oermanents da finituds.

Cra. sendo assim, em todas as situacces cests ticc a nct-Cia

e\:e se tem da finitude e ainda mais fraca dc que a que ccrresccr.de

-v-Arj^-a ccnscisncia temStica da tese permansnts


a quai , cor.for-
a

dissociada ocmo estS de quaiquer contactc ccm ii-


me se assinaiou,

e eia prôpria ja vazia e inautSntica. E 0 snfra-


mites concretcs,
quecimento da noticia da finitude em situagQes desta ordem (que de

se estS a maior parte do tempo) vai mesmc


facto são aquelas em que

a um ponto tal que ,


por estranho e surpreendente que S primeira vis

ta pcssa parecer, nessas situagQes o nosso pontc de vista se vive

de facto como se se achasse num acesso irrestrito e constituisse ,

assirn dizer, um ponto de vista absoiuto.


por

disso em permanencia faz que se se levantar a


A despeito que ,

imediatamente reconhegamos a concigao limitada da apresen


questao,

temos das coisas, o modo ccmo o ncsso ponto de vista se


tagSo que

nessas situagCes normais, em que nenhuma mengSo ds fi-


experimenta

a ssr rsccnhecida, correspor.de justamente a u.ma to-


nitude se impCe

tal ausencia de restrigoes. E, nesse sentido, a experiSncia que c

oonto de vista tsm de si é a sxperiSncia de um pcnto ds vista absq

luto. l^

isto haia na minha perspsctiva sr.tSo duas ts


NSc signifiea qus

ses contraditdrias , em que simul taneamente rsconhega o carScter fi_

nito e nSo-finito do acsssc em que me acho , cu que osciie sntre u-

ma s outra convicgSo, sem ter reiat ivamente a esta aiternativa uma

concepgSo asssnts e definida.

De facto nâo tenhc constituída nenhuma tese scbre c carSctsr ir

restrito dc acssso em cus sstou


s, ss uma tal tsss ms fosss dada a

considerar, rs jeitå-la-ia . A rsspeito dc acssso em cue sstou a cs-

ss hS em mim e dscidida e exe lusivamente a ua sua natureea li-


qus

de mansira nsnhuma impsds esteja


mitada. Nas issc que sem que cons

t i tu í da uma tese correspondentg , sem que tenha alguroa ideia de que

de facto assim é —
ac ter o campo de aprsssntagSc em que me achc c

perspectiva tida

de mcdc
--

experiencie ef ect ivamente tai que a 3

isoiada de cuaiciuer aoercapgSo de "im limits lí'l


omp I etament e .

tando dai cue vS aquiic que se Ihe dS como se c ponto de vista fos

se absclutamente scberano e tivssee o carScter de um acssso total

a ous na.da sscapa


ds um acessc absoiuto.

Pode bizarra a afirmagSo. ?ois parece coiidir com


afigurar-se
finitude se procurou mostrar achar-
a evidôncia permanente da que

de vista. Mas se se anaiisar o hori


-se constituida no nosso ponto ,

tai como normalmente se acha constituido, ve


zcnte de apresentagSo

-ifica-se que estS inteiramente dominado pela imposigSc daquilo

totalmente poiarizado e absorvido nisso que


cue nele se manifesta,

se dS a ver, de modo que normalmente nSo figuram nessa apresenta-

mengôes de algo que falte alcangar, quaisquer refe-


gSo quaisquer

de r.Sc-tidc, antes apenas uma nSo-limitada multipl icidade


rencias

de acontecimeutos, que c pcnto de vista parscs accmpanhar


de entes,

faiha. Se assim
sem cue se lhe ofsrsga rssistencia cu

rue ncrmalmente estS constituica nSc


se code dizsr, a apresentag

e simelesments ccr.s---- a -_-

-^c'ui momentos negativos, e pura

dominados.a rssesito dcs cuais c pcr.t


ir.te-d.os pojisitiyos,

ds r- 1
ss ssnt a ocsmSo de intsgrai acompanhamsnt

Zl T. S C 0<
das indmeras situagOss quo.idi.
Assim. se em qualquer

ncrmalmsnte sstS atsorto


ss ac fazsrmcs a
o nossc pcnto de vista

almogo. ao ouvirmcs as ncticias, ao


barba, ao tomarmos o peque.no

ao lermos um livro, ao convsrsarmos


um autocarrc,
oorrermos para

tosss:mos subitamente intereeiadcs e


aicuem

com

faz dsls um ecn.c ce


rir eue e cue iimita o ncsso ponto ie vista s

dificuidace em enc cntrar c qu


teriamcs u: ■rrande
vista eonfinado,

esta interee 1 acSc seriamos obri


cuer cue seja para dar respcsta a ,

o encontrarmcs

dos a um esforgo de focagsm para

nSr seria de cuaieuer mcdc senSc um pequeno


sultado desse esforgc

corCur.to de faihas do oihar a custo coiigidas.

de
•= ,-t
e fp. e revs 1 a
Esta necessidade de um esforgo procura

. -. *.
^ y.
_.
^

em qus ef ect ivamente se e


dora da perscectiva
finitude.
por essa interpelagSc reiativa a.

H
~.e :ii-aj
refsrSncia ce iimiteí a . cuma apreser. -ag.±o -.
aieu.ma

confinamen ,-^p horizcnts, . n.Sc haveria neces


modo um
aicum pusesse

3r,
sidade deste esforgo de procura

teríamos jS prontos para apresen-

de restrigSo, alguns momentos de


tagão pelo menos alguns aspectos

Ocorrer-nos-iam lcgo refsrencias de limitss, ccmo sem di-


finitude.

ficuldade ocorre o que temos perante n6s, S nossa vista, se a intsr

for a seu respeito e versar o que isso é, que determinagOes


pelagão

tem, etc .

respeito da
Mas r.So . Ao sermos desprevenidamente interpelados a

finitude (e a experiencia pode cada um faze-la, mesmo quandc jS se

da questSo da finitude e identificou pelo me-


ocupou expressamente

nos um certo niimero de aspectos qus Ihe correspondem) , nSo se mos-

tra imediatamente nada, fica-se,como se subiinhou acima, num vazio,

ds empreencer um esforgc, de recorrer a um exa


tsm-ss prscisamente

sc e pouco comegam a aparecer aspectos em que a fini-


mQ e a pouco

tude toma corpo.

deste esforgc, dssta iniciativa de procura s


Quer dizer: antes

ds plano ds perspectivacSc em cue se ests e um piar.o in


focagem, o

teiraments desf ocado de quaiquer mengSo concrsta dc qus cuer cce

seja qus Ihs escape, constituido em sxeiusivc peia ostensSo eficaz

do de cada vez ss mcstra.


que

Se, por outro lado, é verdace que , Isvantando-se a qualquer mc-

sobre a natureza finita ou r.So-finita do nosso eou


mento a questSo

to de vista, a tese perfiihada e logo e i nsqui vocamente a -da sua fi

nituds, se hS dsste modo , ccnforme se viu, quaiqusr coisa comc ums.

rsf erenc iacSc e evidsncia permansnts da finitude, nSo e msncs ver-

dade que habitualmer.te a questSo de tedc sm tedo r.Sc se Isvar.ta e

o eonto ds vista (tendo-a smbora, sendc sssa uma tsse q-:e é a sua)

nSo tem e imponcc-se-ihs esta aiheaco deia —

sncontran-
a prssente ,

do-se assim de facto nessa total ausência de ref erenc iagSo dc ssr-

-finito que constitui a sua perspectiva ccnc uma perspectiva sem

iimite, irrestr itamente soberana.

Ou seja : a tese permanente ce íinituce e de facto psrmanente ,

nc sentido rsferido, e permaneîtsmente evocSvei. Mas nSo intervem de

56
^

conformagSo do "panorama" que de cada vez se


modo signif icativo na

com a perspectiva concreta habitualmente consti.


tem. A sua relagSo

tuída é frouxa. De tal modo que as sucessivas apresentagôes pcr que

se vai passando a maior parte do tempo estSo completamente alheadas

desta tese, sem nenhum ccntacto vivo com ela. E, assim, constituin

do a tese permanente a ûnica referSncia que nessas situagoes pode-

nota de finitude, domina nelas uma ôptica de que a fi-


ria dar uma

nitude de facto estS inteira.mente ausente.

Trata-se de uma forma de perspectiva inaparents, discreta, que

traduz em nenhuma tess, nsm ss explicita de nenhum modo , mas


nSo se

isso e menos efectiva ou deixa de cor.stituir ds facto


que nem por

fcrma dscisiva —

ds autocompreensSo do pontc cs vis


u.ma forma— e uma

■í-a. Tampcuco a circunstSncia de r.So estabelscer a irrsstrigSo de

carScter irrestrito com que tem a vsr ssr cor.s-


toco oositivo (de c

omissao, faita ds algc que restrinja) retira o que


fituído por pcr

irrestrifa dc hcrizonts

ef ectivamente ac
cuer cue seia a natureza

do acessc em que assim se perspectiva. Embora n.So


r^rrer absoluto

sxplioita sm qus a prstsnsSc ds abrangSncia


haja uma dstsrminagSo

formuls, smbcra justaments nSo se pcnha o probiema do


abscluta ss

carSctsr absoiuto ou ccufinado do cus se aerssenta, a ôptiea segun

vs sssa tctal ausencia ds mengSo do nsgativo


de a qual se e, pcr

ausencia dc quer que seia que va contra a tese


(ocr sssa totai que

eficScia dc acessc), na verdace uma Cotica de exi-


na-urai sobre a

irrsstrita : de mostragao total nao confinada.


bigao ,

assim re I ati vamente as situagCes em que o ncsso


Mas se ist.o e

mais das veees e mesmc quase sempre e em


de vista se acha o
ponto

tese de finitude nSo e focada ( nSo tem presenga expressa),


aue a

3v
ccr outrc lado tambem a formulagao temStica desta tese (nas mũlti-

olas modalidades em que de quando em quando ocorre, e independente

mente do maior ou menor grau de explicitagSc que de cada vez atin-

ge ) sempre que tem lugar dissociada da experiencia concreta de um

limite, nao altera nada este estado-de-coisas .

De facto, ao fazer esse reconhecimento , e em virtude das carac

tsrísticas que ,
como em 1.1 se procurou mostrar, a afectam, a apre

sentagSo em que se estS continua a ser uma apresentagSo que apre-

senta os seus conteildcs sem qualquer referencia do que quer que se_

-ĩa cue concrstamente o li.mite, sem nenhuma indioagSo real ds faiha

ou i nsuf ic i ôr.c ia . NSo obstante o carSccer convioto, cecidido e ine

no aeessc, mas aeenas a eroeria finitude como uma determinagSo mais

ccmo mais um eiemento do horizcnte "positivc", daquilc que se sabe .


se acompanna.

0 reconhecimento temStico da finitude, feito nestes termos, re-

embora a imperfeigSo do ponto de vista, fS-lo de tal


ferenciando

mantem intacta a experisncia que o ponto de vista de s


modo que se

mesmo faz como um ponto de vista absoluto.

Assim sendo, os Cnicos momentos em que no curso habitual do q

eventcalments smergir uma subversSo desta optica de sc-


Ihar eode

berania do acesso qus ss tem sSo aqueles em que se evidenciam li^

confrontadc in-
mites concretos em qo.e o pcnfc de vista e com uma

e experimenta dirsctamente uma restrigSo.


capacidade sua

ecr isso averiguar mais de psrtc a aperoepcSo de fir.ifu


Cumpre

nescas diferentes situagdes e perceber de que moco s


£=> ru^ cccrre

neĩas se suscer.de a total nSo-apresentagSo de limices e a que


cue

de imperf ei gdes e ou nSc de mclde a subverter


ocnto essa emergSncia

_.

^■n-^r'a de soberania irrestrita do acssso e mantem ou r.So o regi-

finitude lacuna, meio dc qual as im-


me de comprsecsSo da comc por

pertsag
- a i - >
intsgram nsssa ôptica.

sssas sicuacies. ccrr.c sm regra oecrrsm. verifica-se

obstante o seu carScter ccncrsto e a experisncia de limi-


-ue , r.Sc

elas tem ainda assim, sm resultado


tagSc cue de faeto propcrc ic.nam,

de condicionamentos que as afectam, uma natureza am-


ds um ccr.-'unto

de mclde a fazer suseender oc funda.msntai a fp-.i-


bicua, cue nâq e

ca de nSc-conf inamento , a Optiea de perspscf i'/agSo absoluta que na

turaiments enforma o ncssc clhar.

iacc, na verdade, prodnz-s- neias um confrento rsal oom


?or um

restricpces que impendem scbre o ponto de vista, ou seja, apresentam

o retSm, focos de
-s» de forma definida incapacidades ,
entraves qus
escondimento em que encontra resiscência.

outro lado, esse confronto do ponto de vista com res-


Mas ,
lor

acha-se contido e no essencial neutra-


trigôes a que estS sujeito

lizado pcr um sistema de restrigdes que diminuem, amortecem, quase

das imperfeigôes de acesso com q^oe se con-


ate S anuIagSo, o porte

frcnta.

ds sistsmStico amortecimento de sistemSti-


E ests dispositivo ,

neutral izagao das falhas percebidas que se prccu-


ca minimizagag e

ra agora pCr em evidência.

A)

a imcerf eigSe de acesso que em cada uma ues


^ -Qv-i-neiro iugar.

acha icer.ci f icada nSo e em rsgra mais io :ue urna


sas situagôss ss

do cue envolvs aeenas um ou, cuar.do muito, al_-


imes^-^s i -So acsssc

fccos de sentico de entre os inccntaveis oue cemprem a aere-


quns

do mundc dada ne pcnto de vista natura I


sentacSc g'.obal
.

de vista como dcminando a global idade da


C eo"tc aprssenca-sa

^:,;- „,,e -n;i robr^dû, sem restricfes, tcdcs os restantes sectorss

■-; o rsal numa acresentacSo que nenhum iimite afecta.E scmente a res

alcuns (mas ce eualquer modo ppucqs' elementos do


-airr de um ou ce

au"'1e cue numa excerisncia de ccnfinamentc chama a atsngSo ser cre

ss impde. Ac oasso que o acesso a todos os


cisamente ojdmite aue

'r.or i ic- realidace fem um carScfer inexplicito nSo-fe-


■-■'emais cor.tes

mSt ico .
Pelo contrSrio. Sendo verdade
cue se tem, sumidc, posto de parte.

de saber o ponto de vista tem


que todc esse restante patrimônio que

nenhuma consideragSo explícita, nem por is-


n ao e entSc objecto de

perspectiva que se tem ao fitar o


so ele dsixa de estar presente na

verifica imperfeig.So do acessc.


focc em reiagSo ao qual se

os focos de falha que ocupam o cen-


A circunstsncia de serem

levar nSo ncs de-


trc da atengao quando deles se trata pode a que

cor.ta de quanto e assim. Pode parecer mesmo que


mos inteiramente

de acessc de que se
ccr vezes se estS tSo afectadc peia restrigSo

t--ta,tSo fixado nela, que tudc o mais desaparece de aigum modc ou

r.Sc tenho nunca os focos ce falha i-


r*o tem peso. Mas r.a verdace

se constituí ssem dcmínios absolutos, considera-


dentificadcs comc

ac ts-lcs, c meu pontc de vista


dos num tctai iso lamento— como se,

ante o esocndimento que neles se impôe, intsira


oe aehasse scmente

o
msnfs esquecido do dsmais. Vejo-os ds cada vez sempre ja contra

tenho acesso, a constifuir um foco de faiha


"fundo" de mundo a que

aberta do acesso nâo-restrito de que


r.a clareira indef inidamente

mundo A perspectiva em qus me tsnho,


disponh^_em_^elaqaq_,a__e_sse
.

atsmSttca ssja a refsrSncia a tcdc esss


mats insxplíoita, qus
por

de disconho, inclui sempre essa referSn


ds acssso eficaz eue
campo

uma eerspectiva dupla : sobre o fcco


4 e 5e Sft quiser. sempre

ce cada vsz em eausa e sobre tudo o mais, no aces-


de escondimsnto

_^ ;r.^.oc:-^--i-- —
=> s ^"^ -=»uho. rĩunca a ccnscisncia da
eo ------ «-- - --- -----

sc aparentsments

ssta sczinha. Semprs ssta tambem crs-


_„-__■: -s- „ve 3e excerimenta

censcisncia do acessc sfieae de eue se dispíe— dc dcminio


ssnts uma

alem dissc. c eonto de vij-


oue. para

c ut r o i a cc o :
5 ^
nd o assim, eo r

oa.mec de acssso efieaz (justamente tudo c


•^ -a -a .-v-^e-^a eomo

do feeo
-*
e f a i h a v; t em d i mens c es absolutaments esma-
oara aiem

identifica como faiha.


qadoras re 1 at ivament, aquile que se

dimensdes ar.te as quais e muito oegueno


_-„;.-*,. do acessc

ii
verdade inf imo o porte das falhas detectadas .

Numa palavra, o estatuto do que e reconhecido como nao-tido ,


cq

mo falha e, nâo obstante toda a importSncia que ss atribua a isso

de cada vez assim se percebe não estar ao aicance, o estatuto


que

de um pormenor no quadro do franco acompanhamento que se tem da es

maioria das coisas. Embora ccmpreenda e recouhega o escon


magadora

dimento que a imperfeigSo em causa envolve, e ate mesmo por muito

esse escondimento me perturbe e inquiete, eie e na verdade rs-


que

duzido nas suas proporgôes (e de facto quase anulado na sua rele-

vSncia para a compreensão co acessc que eu tenhc as coisas, pelo

saber ,
pelc acesso esmagadcr que hS a tudo o mais .

Para o dizer de umc fcrma extrema, mas que ccrrsspcrrde efectiva

mente ao modo como se vive a situacSc, o smbitc de imperfsigSo do

acesso tem as dimensies de um foco ('cu de alguns f ocos ) , o hcrizon


te de acessc sficaz tsm dimsnsôes do mundq .

îias se isto e aesim em cada situagSo isciaca ds detecgSc de 11-

mites ,
nSo e por outro iadc verdade que c nosso ponto de vist.a ~ern
a oossibil idade de aceder a muitas destas situagôes ?

Poderia na verdade parecer que a acumulagão de restrigSes de-

tectadas , através da justaposigSo das diferentes situagCes de encon

tro do limite e do consequente alargamento de Sreas do campo de a-

em é encontrada alguma imperfeigSo de acesso, trcu


presentacSo que

xesse uma alteragSo radicai deste estadc-de-coisas , produzindo um

de em progressivamer.te mais e mais elemen-


campo aprssentagao que

tos estivesssm afectados por detecgSo de escondimento a seu respe:!

to e as dimensCes da finitude S vista ultrapassassem o quadro dcs

fccos, das pequenas lacunas, a constituir excepgSc nc ho-


pequenos

rizonte imenso, a perder de vista, do acsssc qus ss tsm.

Mas r.So sucsde assim.

A sucsssiva dssccbsrta ds mais s mais focos ds finitcde nâo pro-

duz na verdade nenhuma acumuiacao dos aspectos detectados , nsr.hum

efectivo aiastramento da "mancha" da finitude.

?cr um iadc, no curso ncrmal do nossc pcntc de vista, mesmo que

as falhas detectadas nSo cheguem a ser ul trapas sadas (nSo ss suee-

rs o ssccndimsntc a qus ccrrespoudsm) , o prtprio ccrrer dc tsmec,

cutras ooisas, a suspensSc dc contacto cem os secto-


a ocucagSo com

dc de aeressntagSc sm qus sssas falhas se situam,etc, fa


res campc

ccnsciencia dsias, ds tal modc que acabam cor ficar


zem dissipar a

perdidas de vista.

d^v
cc*"ro lado, mesmc eue se facam esfcrgos para obter uma vi_

sSc ccrr'unta das falhas ds cada vez jS detectadas , as condigoes a

de focagsm sSo tais qus ao transferir


que estS sujeito o processo ,

-se o foco de atengSc de uns para os outros aspectos de imperfei-

rto do acesso, ocorrs um desvanecimento daquslss que antsri orment e

estavam pereebidcs

uma perda da evidância de esccndimentc que se

Ou seja, focagem das faihas r.Sc ss


mar.ifestava a seu rsspeitc. a

fixa, nSo se "inscreve" no mcdc como vemos de tal


mantem, nSo se

fcrma que se passe a ver em permanSncia aquiio a qus respeitam com

do escondimentc que inciur. Ac pass^r para a perseec


ma
um acusagSo

G1
tivagSo de novos focos, repCe-se o ponto de vista natural a respei^

to dos elementos que antes eram percebidos como afectados por uma

do acesso, repôe-se a ausôncia de mengâo de falha, o


imperfeigSo

de vista ef icaz nSo marcado por nenhuma restrigSo, que ncr-


ponto ,

malmente hS a seu respeito.

NSo se dizer ccm isso que se perca intsiramente a memôria


quer

do acesso antes detectadas Ela persiste, no sen-


das imperfeigôes .

tido de a cada instants poder recuperS-la, lsmbrar-ms dessas imper-

femCes e recroduzir a sifuagSo de evidencia em que se dSc a expe-

rimentar. Sô ac fazS-Ic, perco ecr sua vee a evidsncia dcs as


que .

ds falha pcstericrmenf e detscfados. De tal mcdo que na ver-


psctos

dace sSo de cada vez scmente alguns, e poucos , os mcmsntos de imper

f e i c Sc dc ac e s s o rea I me nt e v i s tos .

Tudo se passa ccmc se o "espago" de efectiva exeer i enc i agSo de

focos de falha no acesso em que ss estS fcsse de capacidade rsst.ri-

ta e de cada vez so tivesss iugar nc ssu Smeitc para um pecusrc '.*cn

ds A ccmpreer.sSo de faihas tem iugar somsnts no pla


junto aspsctcs .

no temStico, na esfera de incidenoia do oihar. Ter.de a r.So se crar.s

a r.So se frauserever r.a aer asentag -lo nSo temStioa ccs feccs a
por ,

1 imitada e mesmc peeeena. Assim sendc, o campo de falhas co acesso

de eaca vee ef sct ivarr.er.fe a vista nSo alastra . a c ersesct ivagSo de

imesrfei:Oes restringindo a aersssntagSo que se tem. pcr vasto qu.e

seia o conjunto ds focos de finitude que jS se ha j a percorridc t.en

de a manfer c ambito meraments lacur.ar —

a ser ssmprs uma psrspecfi-

vacSo de acordo com a quai aeuiic qus e ef ectivamer.c e vistc cot.o fo

•cc de fs-iha constitui apenas um pormenor isolacc nc cuadrc de uma

em tudo o mais t em todo o indef inidamente amplo


apresentagSo que ,

•esssc eara cus abre ; ss inculca eomc inteirarnsnts e-

_ - ., ZL _

Mantendo-ss dssse mcco infimq o significaco rsstritivo d


os limites ef ectivamente experimentados se revestem relativamente

a eficScia do acesso em que se estS. E mantendo-se nulo o seu efei

to sobre a compreensSo que o ponto de vista tem de si.

C)

Nada disto quer dizer,de maneira nenhuma,que as restrigCes de

acesso de que de algum mcdo tenho ideia digam respeitc forgosamer.

te a coisas de muito pequena dimensao, de pouca monta, ou


apenas

que a respectiva acumulagão, no modo em que é possível, nSo possa,

de tudo, ccnstituir um horizcnte de dimensdes rs i ativamsnts


apesar

vastas .

A estrutura de perspect i vagSc ccs fccos de restrigSo como la^

de um acesso esmagadoraments irrsstrito r.So depen-


cunas no quacro

ds se tem apercebido ccmo escapando ser visto ccmo


ds aquilo que

coisa, ccmc minudencias tctalmente dsstituidas ds am


muitq pequena
— • ^
n o

?ossc, sxemplo, percsesr qus nSc conhego esntenas de l_n-


pcr

ruas faladas sobre a tsrra e tanto quer dizer milhces de palar'ras

sem-fim
numerosas disciplinas científicas, milhCes de pesscas, um

ds estre las ,
eto .
,
de tal mcdo que eu priprio ms apercsbc das dimer.

sOss Tuito vastas de que se reveste tudo istc que bem vsjo nSo se

achar ao meu alcance.

>ías de factc esta aperceegSc ou quaieuer cutra ccmc ela nSc al-

tenho de
tsra ds mansira signif icativa a eompreensSo qus meu aees-

irrestrito perspectivagSo de tu-


so as coisas comc giobaimente e a

ic isto ( de todc o vastissi.mo campo co qus assim tenhcj ccmc ccns-

tituindo tSc somente um p I ano de pormenores .

Na verdade, se vir bem o que acontscs quando assim psrspsctivo

mesmo horizontes ainca maiores) como estando afectadcs por


estes (s

falha do acesso de qne diopcnhc, verifico que ,


por muito vastos
uma

aue esses hcrizontes sejam, nunca ievam a que a perspectiva em que


me acho seia a de um mar de escondimento onde, aqui e aii, emergem

claro —

aquelas de que tenho apresentagSo no meu pon-


as zonas já a

to de vista. Nunca o tido aparece como um enclave ou um conjunto

horteonte a que nSo hs acesso. Sempre e


de enclaves perdidos num

antes justamente o contrSrio, isto é, sempre o horizonte em que se

estS e um horizonte aberto, indef inidamente yasto de efectivc con-

tacto ccm o mundo ,


um horiocnte re iativamente ao qual todos esses

domínios nercebidos como de algum moco ccbertcs de escondimento ,

sejam, tem o carScter de partes avuisas e, aiém di_s


por grandes que

x
3 o ,
pequenas .

cacSo ds ineficScia —
e tanto auer dizer, de cada vee , re lativamen-

te a todcs os hcrl zentes scbre _


os quais essa veri ficagSo de insfi -

cicia não estS feita /ale uma c.emprssneSo de acsssc irrssfrito.

Ora , eor numerosos e vastos oue sejam cs f.crizcntes que nc cur

so r.atural co oihar se icentlfioam comc afsctadcs pcr ineficScia

do acesso, sSo sempre muito e muito maiorss aqueies que se mantSm

uuma imciioita s que ecr fotai ausSncia d-e uma sfectiva


presenga
.

aerssentacSc ds escendiment c a seu reseeito,. se mantsm compreendi-

dos como disponiveis num acesso cienc.


é perspectivado como cam-
0 horizonte indef inidamente vasto que

uma nSo-temStioa inexplicita, tai


po de acesso tsm sempre presenga ,

nisso, ssm qus expressamente ele aparega, os


que, sem que se pense

dimensôes que assim podem ser reconhecidos co-


domínios de grandes

falha sSo percebidos contra o fundo dessa vas-


mo campos de sempre

a sua e, S face dela, tidos por pequenos,


tidao indefinida que e

bolsas disseminadas nessa vastidac .

por pequenas

tambem esses domínios de grandes dimensôes sSo


De sorte que

comc aige que tem um estatutc de lacuna r.c


de facto ccmpreendidos

do se tem, r.c mundo a que estS dado acssso.


horizonte que

caracteriza os Smbitos de escondimento ou re-


A pequenez que

nSo tem, se assim ss pcds dizer, uma natureza


tengSc reconhecados

(r.o sentido de dimensdes de todo em ccco infimas), mas


"absoiuta'

dominic de vis-
ar.tes uma nafureza relativa ac daquiio que o ecntc

ta insxpl ieifament e accmpanha cu juiga acompanhar.

é uma da faiha na sua relacSo ds


A pequenez em causa pequenez

rssulta ds por maiores que


fnrrfaa com a eficacia— uma pequenez que ,

ainda incomparave 1
-

seJam as Srsas rec or.hec idas ccmo escapandc, ser

tanto sm rslacíc a isso as Srsas de escondimsn-


mente_maior (e gue

-c c-- rssfricSc cc acssso sSc ds faetc ínfimas) c hcrizcnte daqui-

de vista accmpanha. a Vze tem livre e irrestrito a-


io aue o pcnto

C SS 5 C .

a rrssccnds o estatuto de lacu


rs.atava que

ac-j "^ecuenec

— •»-

a :___, r- a

corsa r:e
e cualcuer

b-"';a nur.ca oheoa a ul trapassar .

D )

ainda nestes termcs a totai sueremacia dc


^=s nSo e secuer que

tocc o cursc natural dc olnar e.sponta-


tido sobre o nao-tido .
que

ccmpreer.dida : o sis-
neamente tem a vigcrar, pode ser prcer i a.ments

nac-tido eormenor, ccmo iacur.a, nSo


de cerscecti vag Sc do como
-ema

do
t em a rocriamente eom uma comparagSo das dimensces que
em que me estSo dadas as coisas e
daquilo em
nhc na apresentagSo

de algum modo falha. A relagâo nSo tem um ca


que essa apresentagSo

meramente guantitativo como se se tratasse de dois dominios


rScter ,

distintos cujas dimensCes estivessem em comparagao.

o campc do acesso irrsstrito e o campo afectado


Os dois campos,

do acesso, justamente nSo se desenham como dois


pcr uma restrigSc

distintos se estendem cada um por sua parte, estranhos


campos que

e aiheios um ao outre .

A relagSc nSo tsm ssss carSctsr em primeiro iugar porque o cam-

fccos de restrigSo nSo constitui em regra verdade iraments


po dos

'•m camoo, um horizonts Cnico. mas antes uma mui tip 1 ic idade diseer-

verdadsiramsnte unifieadc c csmeo dc


sa de dcmínios. Sí e compacto,

cue estS dado num acssso c.eno.

a rslagSc nSo tsm ssse rarucrer pcrqus c


cqr.-
Em segundo lugar.

sntrs cs dcis f.eriz cr.tes ) na vsrdade zí1>


traste (a confrap —
r
'

estS atenuado ate a anulagac pelc faoto ce os dispersos


di, quase

verifica algum entrave de aeesse


dominios em rsiagSc aos quais ss

prdprio oampe de aesssc. no meio do mundc


se acharem mtecjradqs nc

estS como fragmentcs. aspectos r.Se accmeannadcs


aus neis patsnte,

dentro do) macigo imer.so desse mur.co Ds tocos cs


(quer dizsr:
.

nc

entre a multidSo daquilo que se accmpanha. do mundc


falha aparecsm

diluldos, se assam se pcce dizer, nc "tecidc, imensc


que se tem,

desse mur.de . E perdem.-se ne 1 e .

reaiidade massivamente acompanhada enquadra os dlfe-


Cu seia, a

f ocos absorve-os no oeu eontexto rst irandc- ihes a proemi-


rentes
.

nencia c-..e teriam se de factc de algum modc se cessem a ver nvima

ce absoluta extsr ior idade re 1 at ivaments ac cumec ds ac?ssc


posigSo

Alem disso, encuadrados assim por todo c accmpanhamento qus s«

reconhecidos oomo aigo que se situa no mundo a


tem da realidads e

um acessc sm tudo o mais irrestrito, os íoccs de falha


que se tom

sSc compreensíveis ,
estSo reveiados peio mencs por essa pertenca,
envolvimento no mundo que se domina.
ssss
pcr

ic idade de momentos que constituem o hori


Com efeito, a mul tipl

zonte que de cada vez se estS aberto não e uma multipl icidade
para

momentos estejam abso lutamente desligados uns


em que os diferentes

cada deles a ver sô ccnsrgo prô-


dos outrcs, sem conexSo— tendo um

NSo Acontece antes que os diferentes momentos


erio e nada mais. .

acham envolvidos uns com os outros numa mui


dessa mul ticl ic idade se

?cr tai forma que cada momento se acha nu-


to densa rede de nexos .

com muitos outros e que toda essa re


ma muitiplicidade de relagc.es

fixa
de de rsiagôss tsm um papsi decisivc na prdpria definigSo, na

ihe correspcr.de. A mul tipl icidade ds mcmsn


~*c da determinagSo que

o
tos sstS, se assi.m se pode dizer, con-jugada, e qualquer que ss;a

idsntificar nc campo de realidace perante mim,


0VHec-o cus consigo

mcT.entos de realidade, as determinagîes diferen-


os
sSo mCltipios

estSo envelvidos na sua determmagSo , unidos ne-


tes, os nexcs que

entidade cue se me antolha nSo estS definida por


la. Ou seia, cada

cu mesmc so ecr algumas cuanta.3 :;ici =


dstsrminacSe
,

uma unica .

de determinagdes e, des agnadamente . ecr um


um muitq____a__iPl^_cqi^^
de conexCes com muitcs outros mcmentcs de rea
^^^?I1l^c_qmplexo
tambem presec~.es nc hcrizouts.
iidade

outrc iado as impsrfeigôes dc acessc que ncr-


Assim sendo, por

dos momentos dc
-^T.sr.-ra sĩc detectadas nSo abrar.gem a tqta.JJ.dade

estS envoivido na determinagSo ce cada reaiida-


complexo ree assim

dsssss mcmentos Cs foccs de falf.a, de :m-


de, mas scments algur.s .

sstSo inseridos em reces de eeuexces


,?n
esrfsicSo do
cc acesso, sempre

^~^ ^- -ô^'-HaH^
.ea.--a— i-'-o
u-~
=p =-reser.tam
--j. --
dcminauos--e c sistsma
mcmentos c- ~-

-
^

assim jS os define fornece a.gum


ccnexdes aus sempre

de neies se trata.
to soore aquilo que

de acesso enquacra as faihas


0 campo

a proporgdes ír.fi
o^r.as oela ••a dimer.sSo reduz c rsspectivc pcrte

reievc, diiuindo-as em si mas


mas, nso apenas esbats o rsspectivo

sobre elas um r franscarsnc ia"


ianca ainda

QC
todos os demais momentos para além dos focos em que elas
prio, em

tem nbs.
se registam, para

Se as faihas, aquilo a que respeitam, estivessem compl etamente

dissociadas do que se acompanha, divorciadas dele, estar-se-ia, ao

ante o facto absoluto de algo a que de modo nenhum se tem


ve-las,

absoluta disso. Mas nSo de todo em todo


acesso, ante a opacidade e

assim accntece. 0 que de algum modo nSo se alcanga nSo é alheio


que

sabe e se domina, mas uma parte disso


algo que e si-


aquilo que se

tuSvel no seu contexto. Desccnhego uma multidSo de estreias, nSo

conceitos matemSticos, sSo-me estranhas es


compreendo determinados

tas e acuelas discipiinas cier.tí f icas , tsnho perspec tivas ev-^ntual

erradas sobre isto ou sobre aquiio, etc Mas ds cada vez ca-
mente
.

da um desses focos em que residsm faihas e situSvei s estS situadc

no mundo a que tenho acessc, tem uma determinada posigSo no quadro

^ ^
.. -
a „,,„.4,-. p, r
-

comcrsensSc aue dsie fenho, encontra-se ds a I cum

"

ccnfexto da insergSo neie (pelo seu iu-


modo esclarecido pe I o sua

'

na e=trutura, r.a orgar.icagSo conhscida desse mur.do


ccr toda
car

teia de conexoes o uuem as muitas ccisas que jã se sabem e


a que

estas jS me eermitem ter de campc de aersssn


ao dominio giobai que

tagSo par.a que estou dssperto).

E )

Mas hS ainda um outrc aspscto que faz qus na suprsmacia do aess

sobre a falha se trats ds aigo muitc mais compisxc do qus ds u-


sc

mmimizagSe das faihas se-a


ma pura relagSc quantitativa e eus a

ainda muito mais acsntuada.

Na verdads r.Sc acontecs acenas que a faiha sstsja ssmprs si-

nundo a descobercc e enquacraca pcr ele, num envolvimento


tuada nc

aue inexp- icitaments ater.ua o seu impacto.

Para alem iissc, esta insercSo da falha nc tscido da realidade

a -ue se cuida tsr um acessc irrestrifo estS ainda dcminada pcr um

100
de de importSncia, que di f erentemente qua
sistsma de relagCes peso,

diferentes momentos do horizcnte de que se tem notícia.


lifica os

forma em regra os coeficientes de importSncia nãc


E isto de tal que

do se dS como dominado e pe
se distribuem igualmente pelo campo que

de falha se apresentam, antes estSo concentrados ,


los aspectos que

valencia, nc campo dc acesso pleno


nSo sendo afectados


os de maior

por falha senSo fccos menos importantes.

Por outras palavras, independentemente da abissal diferenga de

en-
dimensCes entre os dois campos e do carScter disperso e sempre

de imcerfeigSo, o "espago" que os dois campos ,

das Sreas
quadrado
do acesso, repartem entre si (o ccnjuntc
He eficScia e imcerfeigSc

com mengSo de transparSncia eu de resistSr.eia ,

de tudo aquilo que ,

de vista tem perante si) n|o é um espago


ocacidade, c nosso pcntc

tenham todas um peso, uma reievancia equiva


isôtrooo, cujas partes

^* iustaments o ccntrSric. 0 campo de aprssentagSc e a-


^Ti T P S

0s cifersntss momsn-
nisôtrqqq.
,,.»,„ _- _
^ - - - ~
c t%^v- ^-; -ava"f93 índicss ds imeortSncia s reievo, que

Ihes conferem mais ou mencs dsstaque. De tai modo cue estS crgani-

de importSncia de uns mcmentcs des


zadc um scstsma ds qrev_al Sncias
outros E a distribuicSo das "zonas" ds s-
sa multieiioicads soere .

de falha ocr sste sistema de "iugarss" qualificados (es-


;{flií,ia e

1
baixos" dos mementos mais e menos relevantss : nSo e
os "aifos s

„,_a --—
= '-
a
-
=
a__-.-d~—
•.=> .- — -•' a
-,-r^
^^-
i'T,-3
-...<-
+■ -^nri^nc i
■--••^-u'- —a de
-*■-- aocrdo com a
r.omccenea

estS r.n.e;

de ineficácia do acesso se situam sistematicamente


"ual os focos

de menor, nc mmmio eacui-


nos momentos menos acsntuados. peso

Ac o decisivo, o mais reievants faz


rrue e secundSrio. passo qce

de :rreS'.r:tc acessc.
earts do cameo

lm.er.te sem issc se


Tudo isto de tai do que , imeercsptive ,
que

■; '_..■*
atricuico

acentuado. estS
-._
ac ueesso
avPTí3 S S cu erecise de ser

acha o estatuto ie ser


e aquilo que nele se patente
que se dispôe

'r.S a saeer scbre as coisas. c fundamental a seu


o que decisivamente

ests fora de
rs iat i vamente ac qual o Smbito daquilo que
respeito,

10 1
alcance constitui um domínio de especi f icagCes adicionais, de pqr-

menores. Impereeptive Imente , sem que isso se expresse ou precise de

acentuado, o campo de acesso avulta numa posigSo tônica, de prq


ser

eminencia; e as falhas acham-se esbatidas, em posigôes, se assim se

Stonas
pode dizer, .

F)

A estrutura desta hisrarquia ds nivsis ds importSncia e bas-

tante comolexa e nSo cabe acui levantS-Ia exaustivamente .

Mas e indispensSvel referir aiguns aspecfcs seus particui ar-

mente reievantes para o dispositivo de sistsmStiea subal terr.izagSo

îes do acssso cue em regra estS cor.stituico no ncsso


das imoerfeig

ecntc de vista.

Em primeiro lugar, e posslvel diatinguir gros seiramente um _nC-

cleo fundamental, ccnstifuído pcr tuco aqu i I o ccm qus iide e pcr

i o :■:
tuindo um factor que faz diferenga nele.

Neste sentido, pcde-se caracterizS-lo como equivalendo ao cam-

do me e proximo Mas prôximo não num sentidc estritamente


que
.

po

estiver espaciaimente prôximo mas nSo S mostra, nSo


espacial se

se sinta sobre as condigoes em que a mi-


fazendo uma diferenga que

vida dscorre, é nesse sentido tSo distante quanto o espacial-


nha

mais distante. Prôximo no sentido do que se situa de uma for


mente

ma ser.sivel na esfera de mterf erêr.c ia em que ds cada vez me per-

cebc (e em que estSo em causa fundamentalmente a continuagSo de

de condigíes básicas ds aiimsntagSo, alciamsnto,


mim, o assegnrar

etc os meus projectos, as pessoas que de uma forma cu


seguranga. ,

des emoer.ham um eaeel relevants na minha vida, tudc aquiio


r*
ou^ra

etc). 0 compisxe de reaiidades qce se si-


em que estcu smesr.hade ,

ter.dênoia natural toda a aereser.


tuam nesse r.co iso profagcniza por

tsr.ho ccnstituida, dsstaca-se como o que fundamsntalmen-


~a'-Sc ctus

causa r.a acres entagSe destaea-se, se assim se eede di-


te esta em ,

forma em relagSc a quai tudo o mais nSo tem senS Uũid O--'
zer, ccmc


sigSo de f undo .

^cr centraste com ests edcieo, tem assim justamente uma eresen

tudc tambem estS nc herizcnfe de aprsssntagSc


esbatiia o qus
,

ga

distSncia eeds ser ta.mbem, mas


mas ss sttua Ionge de mim, r.ums que

espaoial: na cistanoia do que nSc interfere


nSc e cbrigatoriamente
ter de lidacc, r.Sc
nSo se me i.mpôe numa apresentagSc directa a ser

tenho ds sxercer c facte de estar vivo


ccndigCes
.

muda as em que

Possc considerar e mesmo detsr-me demoradamsnts , por sxsmpio.

-r- -rvo =a cassa na C'nir.a, em Marte cu em constelagOes distantes, n

dacui a 200 bilides ie ancs em euestOes de 'nidrSu-


^_._
e.-sr"S
_
^ ,

_.,p

na Facuidade de CiSncias Medicas da minha Universi


nc que se passa

de Eilosofia da Universidade dc Dakcta dc


dade ou no Departamento

Sul . etc .

103
Enquantc nao estou na China ou em Marte, ou nas constelagôes dis

tantes , enquar.to as percebc como realidades que "nada riscam" na es

fera em que tenho de viver, enquanto posso perf eitamente seguir im

perturbado na minha exostência sem que nada dependa de quest3es de

acCstica ou de hidrSulica, de ôptica ou de morfologia dos inverte-

brados, enquanto nada tenho a ver com a Eacuidade de Ciencias Medi

cas ou ccm a Universidade do Daketa do Sul , a presenga de qualquer

destas rsalidades nc horizonte, indspendentemenf s da insistencia

com que rrccure fitS-las, e eara mim, pslo menos por tendência, u—

ma presenga incompara'/e imenf e menos acentuada, mais indiferente, do

que a do que quer que seja que percebo como factor, como condigSo

influenté! no curso da minha vida.


me prende a si— que se pûe e repCe em causa na apresentagSc .

pOe,

notícia da distante e dcs seus horrores ten-


Ao passo que a guerra

a nSo ter candencia, a resvalar, a "ir-se abai-


de a nSo se impor,

nSo protagonizar o acom


xc", a não ter cu a perder a acentuagSo, a

10
tenho das coisas.
panhamento que

fixando estes dois planos, e de resto ainda por


Tai descrigSo,

dar conta da situagSo tal como efectiva-


demais simplificada para

verifica. A estrutura e de facto muito mais complexa, com


mente se

urr.a multiplicidade de gradacOes difícil de estabelecer precisamen-

se pode identifiear ine-


te nos seus contornos. mas cuja presenga

quivocamente a partir is alger.s sxemplcs.

m.iis terte no me_


Assim, conforme acentuaco, tem uma erssenga

triviai contrarisdads dc quotidianc do qus um cata-


mundo quaiquer

csscenhsc idcs sm iugares dtstantes, pcr mais


ciismo coorride ccm

nSo o csrdsr ds vista, pcr ms ccnfrcntar ccm o


gue me esforce por

sie accntscsr
<^ _
_e,,
-••----
ocdem ter uma ers-
que signifiea
a cataclismc sm iucarss distantes (mas
senga madc3_jjit________a co qus

.3 >-Q :"=•—-! "/-rr>;ir--~ia


de contrariecaces mesmc que re.
msnos intsnsa do que a ,

tr ivi a 1

d
ĩraves na vida de pesscas ccnhecidas— por exempio.

"

r- 1 1 ti
num ^> -/■ - ^-
e cec i s i
a.guem

considerane
'

em abscluto", tenda a eerceeer a im


bcra eu prdcrio,

accntscimentoc ecati'/cs numa es


estss difersntes
pcrtar

da assim se estabeiece, a verdade e qus


cala inversa que

de reisvc ccm qus sf sctivamente tendem a apreser.tar-se no hq


peso,

;:-.e ccrrssccnce a mSxcma acentuacSc ca contrariedace


_.cn-3 e 0

minima acsntuagSc ic
triviai nc camp co cus tsm a ver comigc e a

:cm o eesc dcs erob'-emas reiafivamen


. J._ L J. Oi

ccnnocidas numa ecsigSo intermedia


qus afectam pessoas
te gravss

det idamente natursea deste si:


NSc impcrta anaiisar aqui mais a

indices de importSncia e de diversas intensidad.


tema ds diverscs

10 7
das gradagCes de modo se produz
presenca— todo o leque suas que
de , ,

em cue é que radica.etc, Importa apenas verificar que ccorre, que

estS constituida esta fcrma peculiar de acentuagSo e nSo-acentua-

diversos mcmentos do campo de aprssentagSo em que nos te-


gSo dos

mos ,
esta estratif icagão de plancs mais e menos importantes , mais

e menos prôximos, mais e menos "instantes". De tal maneira qxie , as

sim ccmo as coisas a minha volta se dispCem espacialmente r.uma cis

perspectiva--num sistema ds pcsigôes mais e mencs per-


tribuigSo em

to, mais e menos longe


assim também hS globalmente, em todo o cam

'

eo de aeresentagSo ,
qualquer coisa como uma "perspsctiva de acen-

diversos momentos De 1 d
tuagao ou na_c______qentuaq S q _d o s _
s e \is . ta mo :

cus os diferentes contsCdos aersssntades , es difsrentes mcmsntos de

realidads de que se tem netioia, se distriruem por diversas grada-

"oeso" (avultam eu nie avuitam, sSc mais cu msncs prosmi-


gũes ce

nentes , maream mais ou mer.os'; consoants o grau em que me dizem ou

uSc reseeitc, me poem ou nSo eiem em eausa e sSc ou nio sdo tidos

mim como alheios e indiferentes .

pcr

Atentaodc nesta distribuigSc , nesta estrat i f i eagSe de plar.os de

aoentua^So, verifica-ss sem dificuldade que a esmagaccra m-aicria

dos focco de imeerfeigSo dc acessc qus sm regra sSc detectados se

situa ciaramsnte ncs planos mais distantss, r.c dcmínio daquilc qus

e rsmoto s sscundSrio. Ao passo qus o elano do que e prfxime, dacui

'e am cue ss sstS sm causa. cs earacferiza "iusf umer.te ecr eonztitui:

o mais famiiiar, aquiic que eerf ei tamente se demir.a, cr.ie earece

^ustamsr.te situar-se o "auge" dc acessc que se tem. 0 f undamsnta 1

t idi anament e se processa, no campo em que hab i tualmente se move . es

-î i -■;-,-. r> "• *- = :îorr"i-3r'i

eercebe em sscondimentc perfence em regra ac cominio do mars cu m^-

ncs indiferer.ee. cc icncinquo aeagando— se . tendc uma eresenga me-

-ii= t'- -.'3 —,■-•*• -cr-~a dessa ir.d 1 ierer.c a . dssse seu carSeter mencs re

i ~£
Ora, se as relagCes de dimensãc (um macigo versus focos diseer

sos de Smbito restrito), de enquadramento , etc .


, bastam para fazer

qus o campo do já tido prsvalsga ds lcngs sobrs os fcccs ds falha,

esta particularidade , esta diferenga da importSncia e de forga de

presenga ccm que um e os outros se apresentam, faz avolumar ainda

mais o campo do jS tido, a sua prevalência, e esbate ainda mais os

focos de f alha —

que assim nSo somente sSo de dimensCes relativamen

te pequenas ,
estSo enquadradcs e de algum moco aciaradcs pela sua

insergao no mundo a que se tem acesso, mas, para aiem disso, se a-

"

cham como que vistos em perspectiva" , numa dctica que lhes rstira

contraste e impacto (os mantem, se assim se pode cizer, afastadcs

ds posigoes desfacadas, de f orma , e cs situa r.o ''fundo" do mais ou

mencs indifersnte, ssm rslsvo).

sterminadcs focos de sentido tem sobre cutros uma prepcnde-


rsncia, um ascendente tal que esses outros focos nSo constituem se

nSo pormenorizagoes , especif icagges , do que já estS acompanhado nos

sobredeterminagCes complementares do quadro de determi-


primeiros

nagaq_ fundame nt a 1 que os primeiros jS fixam. E isto de tai modo que

também a este respeito sucede que os focos de imperfeigSo do aces-

so em regra sâo identif ic.ados se situam justamente no plano se-


que

cundSrio, no plano da pormenorizagao da ,


especi f icagSc ccmplementar

de realidades que no f ur.damer.tai se dSo jS por perf s itamenf e accm-

panhadas num acesso pleno. Cu seja, de tai mcdo que os focos de fa

108
(as estrelas que hS, a sua localizagâo e caracteris-
que me escapa

ticas, as línguas desconhecidas ,


com o seu vocabulSrio, a sua pecu

sintaxe, o sentido e o nexo das fôrmulas matemS-


liar morfologia e

nSo tsm ds ordinSrio ssnSo o estatuto ds especif icagCes


ticas etc .
) ,

dessas regides de realidade, que nc fundamental jS per


pormenores .

cebo em que consistem. Assim, salvo condigoes excepcionais (que pc

vezes ocorrem, mas em regra de facto nSo se dSo),


dem ocorrer e por

o acompanhamento de que disponho relativamente a essas regioes ou

contextos em que as falhas detectadas se inserem permite-me justa-

indifsrenga (sncarar ds facto ccmc desprovido de im-


mente vsr com

meu nSo-acompanhamer.to desses focos de faiha: faz-me


portSncia) c

20
de descer ac plano de pormenor em que cs situo.
ssr.tir dispensado

0 acesso de que dispcnhe reiativamente a regiSc de realidads a

nSo tenho permits-ms saber js ds que é que


que oertence aquiio que

nele. Issc me escapa nSo tem o estatuto de aigo abso-


se trata que

ir.determinaco qus abso iutamente estS fora ds acssso, mas


lutamente ,

ds num contexto dominado, a des-


0 esi_aj.uf0 subordinado um pormenor

coberto. Ou seja

como se pcde dizer numa formuiagSo paradcxai ,

vsrifiea aqui aquilo


mas eue traduz o sstadc-ds-coisas qus ss qus

ms faita é cualcuer coisa que . mssmo sem a saber, de aigum mcdc s

r.o fundamental 1S sei .

ascsndents, essa crevai Sr.cia dc tid-o sobrs o r.So-ti-


Mas ssse ,

acenas na rsiagSo sntrs os fccos ds falha e o seu cqn-


do r.So ccorre

snfendsndo este a regiSo ds realidade em qus ss inssrem,


tsxto, pcr

c_.m t-.n a /e- =l


^i. oxj.m^s
w^-
as outras coisas es q-s s^ , ^u- . . _,_

assim. cus as erOprias rsaiidadss a qus os focos ds faiha res


-ecsr,

coisas qus nsies estSc em causa, pcr mais sr.qua


e="'-am. as orOprias

achassem em ccntextos que =e dSc eor ccnhecidcs, cons


dradas cus se

cbstante realidades elas prôprias inteiramente escqn-


t^uíssem nSo

r.So ss tem absc iuta.ments nada Mas nSc 0 sistema


das quais
. .

didas,

fsm uma estrutura mais complexa, de que a reiagSo


de subordinagSo

109
num contextc, como foi descrita, sC pcr si de facto
de integragSo

nSo dS conta.

De facto as mCltiplas detsrminacees presentes em cada 'coisa"

que hS no horizonte para que sstou aberto (e que podem dar-se por

escondidas) nSo tSm de maneira nenhuma um estatuto


acompanhadas ou

idêntico, equivalente para todas como se todas ti-


perf eitamente ,

idade independencia uma igual influên


vessem uma igual neutral , , ou

cia umas em relagSo as outras .

Acontece precisamente o eontrSrio. HS uma especie de polariza-

de detsrminagdes em terno
gSo ,Je conjuntos mais ou mencs numsrosos

ce detsrminagCes nucleares, de qus sssss cenjuntos ds dstermmagcss

rsiagSc acs quais tsm um sstatutc secundSrio


decendsm sm
.

isto ccrrsspcr.de a apreser.tagSc normal de coisas, de


s a qus

entidades (o lSpis, a casa, a Srvcre, c livrc, uma pessoa etc .


) .

2 nssts rsaims qus ss aersssnfam quase tedas as realidades qus

naturalmente se me aeressntam. Mur.ua sSo absolutaments simples (ccm

diferentes detsrmir.ag5ss corrsspcndsm a


oortarn difsrsntss partss ,

mais ou menos vasto ds difsrsntes momsntos de rsalidu-


um ccmplexq

E outro lado nur.ca ccnstitusm msrcs aarecrados de dstsrmi-


ds^. cor

difsrsntss ar.tes eompcrtam uma multipl ieidade ds dstermina


nagôss

identidade fundamental qu s as s nvo i vs e de cu e


c C e s integradas numa

as demais dstsrminagoss se dS: eomo momentos .

^.s se

" " "

nce 1 s o ~o oc
. a -. „
^ _-, —
a -,
— -
—.
p
>~
r""i sf cte 1 es entr s o co

ítfzvv"1 s o contur.to co- o Juí/L.l'?v\or ;r sm


cí : er enc i agac

nSc ccnstitui pura e mp.esmsnts a sxcrsssa


q-.-^e

de a i dsnti f icacSc ds u ■-■-.- i - -ii

!-3J -= -n
damental do modo comc as isas ncs sstSo aeresentacas .

caij| cue se tenha de csr.sar ssp-ec iaimente nisso avan- j

compiexes de rsaiidade que ss ncs antolham aprssentam-se s^mpre ;S

ccm um ndoieo de determi r.agSc que define nc fundamental a respec-

tiva natursza, aquilo que são, a consistôncia que e a sua


cabendc
aos demais momentos, Ss demais determinagCes ,
o papel de determina

adstritas a esse nucieo, sujeitas ao seu ascendente, cc


gCes disso,

do com ele se
mo especif icagoes complementares que passa.

distinguir no complexo de realidade que e


Posso, pcr exemplo,

num livro ou numa caneta todo um muito vasto


o que se me apresenta

de momentos de realidade que sâo diferentes da determina-


conjunto

caneta. No complexo de realidade li-


gSo livro ou da determinagSo

exemplo, o conjunto das difersr.tss compc-


vro é distinguível , por

estSo envclvidas, estas e aquelas folhas, cada um


nentes aue nele

momentos da superficie de cada foiha, da capa, etc .

dos inumeros

o momento sc . os mcmentos de realidade corrsspondentss a qualidade

dc pacei, ao tamanho que precisamente e o seu, a cor (as corss) qus

das manchas ds tinta impressa nas suas


tsm, a peculiar distribuigSo

pSginas. SSo dist inguívsis as dsterminagoes referentes a composigSc

folhas, todcs
prferia comeosigSo química das a os
dessa tinta e a

diferentes encnoiados que o I ivro tsm formuiadcs sm si, ac seu ps-

habituaimsnts ocupa, ao estar fechace ou aberto


sc, a posicSo que

seu lugar e data de edigSo. ac seu sdi-


nesta e nacuela cSgina, ao

tor a altura e sitio em eue c comprsi, etc.No ccmpisxo ds rsaii-

tcdc conjunto cas difsrentss partes


dads qaneta e distinguivsi c

constitui. caca um dos difsrsntss momsntos da sua


cuia confugagSo a

dcs dife-
sucsrfíoie s dc seu mtsricr, as quaiidades específicas

nSo mstSiicas a in-


rsntss mstais s das difarsntss ecmponsr.tss que

tearam, o formato e as dimensdes que tsm, a ccmpcsigSc da tinta ccm

cue escreve, o modc peculiar ecmo fuuciona. quanto pesa. o conjun-

riscos hS na sua sucerficis e das zenas deia que se a-


tc dcs qus

ete Mas todes estes aspectcs, tcdas estas difa-


cham oxidadas,etc. ,
.

3 ■as ] ;-i-,ra2( r.Sc idsnticas á determinagCo ii-


r e nt s s d s t s rm i na c e s ,

A
isciadcs na pcsicSc absoiuta
vro cu caneta nSo se apresentam

ocmpiexo cr.ds tccas as cstsrmma-


mesmos, nem sstSo agregados num

mesmo No mcco comc natnraimente se apresentam,


-Ces tenham o peso.

T 1
nuclear 1 ivro ou pela determi-
estão qolarizadas pela determinagão

nagão caneta e reduzidas a momentos, a aspectos dela.

outro lado o micleo fundamental de


Sendo assim,sucede por que

fungSc do qual e reconhecido na sua identi


cada objecto (aquele em

dade) se acha em regra sempre jS adquirido na apresentagSo naturai,

focos re lativamente aos quais o olhar se


cabendo normaimente aos

falha c estatuto de puras determinagoes complementares ,

percebe em

núcleo, "adjectivas" em re
sqbredeterminagoes qualificando
esse
de

"i-S fundamental da sua indois, daquiio de que nsia se


a dS nc

Mesmc sem ssses aseectos, dssconheceudo-os o que tenho pe-


trata. ,

rante mim vaie como estar.dc j S plenamente identificaco —


sinto-me
situado a seu respeito, de modo nenhum preso de perplexidade sobre

o que seja, antes tendo isso resolvido e sabendo muito bem perante

que é que estou. Pcr tal forma que esses aspectos que ainda não a^

cango nSo constituem senSc especif icagoes do que dela jâ sei, espe

cificagSes qce se subordinam a isso, e que em \lltima anSlise sô sSo

compreensívei s ccmc aspectos da pessoa tal como jS estS definida na

apresentagSo que dela tenho



como jS a tenho identi f icada .
0 que

falta apresenta-se com um carScter subalterno , como um momento se-

cundSrio da identidade fundamental a que jS tenho acssso.

Domina-me a svidência qus jS tsnho da pessca sm causa, a falha

e secundarizada, neutraiizaca comc pormenor dela. De tai modo que


nas estrelas a que o meu acesso r.So me leva ,
compreendo jS o que

sSo estrelas, sinto-me situado, orientado a seu respeito.

E este saber fundamental e de tal ordem que f.az mesmc parte da

as encaro

quando me apercebo dos fccos de es-


perspectiva em que

condimento que ainda envolvem e tenho curiosidade, interesse pela

naturalmente tenda a no fundc nSo valer como fa


sua supressSc que

zendo diferenga decisiva o eias estarem precisaments a esta ou a-

cuela distSncia, comportarem estes cu aqusles gases r.esta cu naqus

la mistura,etc. : vendo bem, eor grar.de que ssja c msu interesss ps-

ia matéria, nada disso e na vsrdads vistc como pcdsndo alferar si-

ar.i f i cat ivament e a apresentagSo f ur.damentai , a ccmpreeesde do que

sSo estrelas .
que tenhc jS censt ituida .
Todcs esses feccs de esoor.

cimento dizem reseeito a puras permeucr i zagdes em que se preciz-a

o gue jS tenho . Estadc-de-co isas este que , ac contrSrio de qus a

corn a c ircunotan : ia de ao corsiderar o dcmlnio ds esccndimento

oorr ssccncient e ao meu r.Sc aeempanhamenf o das estrelas que hS, se

tratar de uma muir ic 1 i r idade que se me afigura ser imer.sa. ?ois de

ests regime de fal modo f-alta


compreendo segundo e que c que em

todo c ssu dcminio e ta.mbem scmente da crdsm da eormenori zagSc de

s istem .

diversid
■ -

:u seia, havendc ama si v ■■; -~.

r.entes ds dscerTÍnagao que a apresentagSc r.aturai tem aarecacas em

unidadss ccmciexas e oonst ituindo um asesctc fundamsn ta I desoa di—

"■••ersidade a difersnca sntre nceiecs de idsr.t i f icagSo f ur.damenta 1

das unidades ocmplexas e os demais e'.emsntos cue ss sncontram pos-

tos scb a sua egids, na sua "irbita", um dcs Smbitcs ds dstermin.a-

gSc que se acharn r.sss.a posigSo adstrita, "adiectiva" e precisamen-

fe aqusis cue die resceito a determinagao adicional que os diferen

tes complexcs (os diferentss "obiectos", as diferentes "coioas')

n -i .1
admitem.

De facto, não sucede que c "corpo ce determinagCes" que de ca-

acha estabelecidc a respeito de caca objectc esteja


da vez jS se

absolutamente fechado —
de tal modo que sô consinta em si as que jS

se encontram apuradas e nSo admita a possibi 1 idade de um enriqueci^

mento com notas de cada vez ainda desconhecidas . É precisamente o

contrSrio sucede. Cada objecto presente no campo de apresenta-


que

cSo, estar.co jS fixado pcr um dado ccnjunto de detsrminagces conhe

cidas, compreende sempre tamfcém (tsm como qus prevista) uma margem,

do tido e cc nSc— tido em fungSo cas estru


y-s j5-^ articuiagSc

nguadrante/momentos enquadrados e determinagao fun-


c o nt e xt o e
.
_ ,

de determinagCes que
ental das coisas/pormenorizacão do complexc
lhes inerem nSo dS por sua vsz ainda uma msdida exacta do envolvi-

mento por qus , na forma de perspectivagSo para que habitualmente o

nosso olhar propende, o acesso (a eficScia) prevalece sobre a imper

feigSo. A estrutura e ainda mais complexa, envoive uma ainda mais

intrínseca compenetragSc do nSo-tido pslo tido, uma ainda mais com-

subalternizacao do foco de falha relativamente


pĩeta subordinagSo ,

Squiio que se dS pcr dominado .

?ara além da redugSo dos fccos de falha a ccndigSo ds momentos

secundSrios de coisas que se conhecem j-S nc fundamentai da sua i-

mc sendo deste e daque 1 e modo , tenuo de ter esta e acuala ccnfcrma


estas e aquelas notas fundamentais da sua natureza, da sua es
gao,

trutura) 0 que ainda nSo se conhece dele é um aspecto pecul iar ,

caracteriza, e a "contracgSo" dessas notas nu-


especíjfjmq do que o

modalidade ainda r.So se acompanha. Assim, nSo se estS com-


ma que

"a zero" sobre as determinagtJes do que falta, tem-se jS


pletamente

tamhém qualquer coisa deĩe.

0 reconhecimento deste estado-de-coisas não é isento de obstS-

natureza da antecipagao aqui em causa. Pois


culos, dada a prôpria

o cue assim se acha antecipado re lativamente a isso mesmo que se

esconde nSo o estS sxpl icitaments , numa tematizagSo das detsrmina-

nu.ma distinta enumeragSo e focagem dslas. NSc 0


implicadas,
.

c2es

antecicado nSo saita a vista, é totalments inconspícuc. 0 qus e an

tecicado e cualcuer eoisa de esr f sitaments Cbvio , tsm a inccnspi-

cuidads do qus é ôbvio —

tSc ôbvio qus nSc ss peusa s nSo ss preci-

*'"«- a ^ .m 1. ~*
e u.2.c

sa ds oen^ar i.t~e -■__•- ^ -.•-. — — — — —■ --


?
■—
?
— —- — - —

pcr.to de vista, ar.tss o domina justaments tanto mais quantc


r.ossc

inteiramsnte desperoebido 0 qus e antecipado é o


mais Ihe cassa .

ôbvio das detsrminagCss qus tsm todo o snte do tipc do qus sstS sm

causa na faiha acereebida, e o ôtvio da comprsensSo que sempre jS

da ferma de aeontscimento a qus pertsncs, nc r.Ceiso ds de-


se tem

a earacteriza. ?cr ccuce qus ss psnss nsia, s mss-


fsrminagdes que

mo qus ao reflsotir-ss sobre o cue acontecs quandc se sxperimentam

:
dc acesso ss tsnda a cassar pcr oima dsla (e a nSc a
m~erí si cîes

ver), uma antecipagSo dsste gensro sstS de facto sempre jS consti-

falhas e dirigs sf sctivaments o nossc c-


rv'da ac reconhscsrem-se

Ihar r.a sua perspect ivagSo .

v
r-j.do isto de tai mcdo que , ca mesma fcrma que ua iocaiizagSo

_s „
--co de falha como mcmento. pcrmsncr de um ente a cuja idsntida

de se tem jS acsssc hS uma oreponderSncia dc snts jS acompanhado

fundamental qus dele jS ss tem) sobre esse seu mog


(da compreensSo

ainda faita, assim tambem na reiagSc entre as detsrmina-


mento que

do ainda falta e aquelas suas determinagCes


gCss jS antecipadas que
tem hS
a que prscisamente ainda não se acesso em regra uma prepon-

derSncia tal das primeiras que ,


pcr mais importantes que as deter-

minagôes ainda em falta na verdade sejam, eias tendem de facto a

ser vistas apenas comc notas complementares , modal izagges de acon-

tscimentos (formas de realidade) que , no fundamentai da sua ccnsis

têr.cia, estSo acompanhados dcminados pelo nosso ponto de vista.


já ,

1 "î ~
dc tido sobre o nSo tido leva muito longe e muitc fundc o dominio

do orimeiro sobre o segur.de s a irnprsssSo ds captagâo do qus ss rs

ccnhece ainda caetar, fazendo que seja esmagador o efeito de


pcr

subalternizagSc dcs fccos de faiha que daí resulta.

H)

Por Citimo, alem de tcdo este sistema de enquadramento dcs fo-

ccs ds faiha s ds sua subai ternizagSo ao domínio do tido, hS ainca

outro de condieionamento da psrspsctiva qus cenfribui


um aspecto

eara diminuir. aeagar ne seu cerre as croprias imperf ei gdes qus ss

snsae co acsssc

eomo soberano^

a a = \; —

a cecuiiar das aoercecc.es qus pism

^,. r a^-ac-er í sti za sm rssuitado da ccai sSc, por tsndencia, daspro-

vicas ds acuidade. sstSo esbatidas .

■■~.a* .—
;1a cct.c =e viu, a ĩcsnti f ieacSo de, I imites oon-

oretos se cara

v-^ĩo^^s r-,Q seu camec ce cua.ee

- —
a ^

i a í» r _- ..

, _ ^. -
;S «
r
-•
3 .--3 v-
=.—

"•

-
-a —
jr-n" T". '■ caua ei

.4 -,
_ 1 .-...T

nao s e impCe com t oda a _


f orga .
_
n um a

olaracSc da faita cue r.a verdade sienifioa.

Zu seC o atenuamento ê a f i n i t u d e r e o c r r. e o : i
da subal ternizagSo dos foccs sobre que incide, mas
enquadramento e

também meio deste fenômenc que faz que a presenga das faihas
por

rizonte nâo tenha o mesmo grau de imnacto que a presenga da-


ainda essa percepgSo veja de algum modo as faltas em causa
e que

insituadas nc campo da realidade, ncs diferentes domínios a que di

zem respeito (lccaiizadas aí concretamente nesta e naquela regiSo,

nesta e nacuela entidade ) --a transcrigSc disso nc campo da realida

concreta ai se apressnta estS muito longe de ss fazsr ccm o


de que

concretuds e nitidez ccm que aparecem as coisas que


mesmo grau de

ss têm. NSo r.S uma transcrig.Sc tal dos focos ds sscondimento perce

bidc no campo da realidade que o que se eereebe como nSo aicangado

tSo claramente viste tSo


oomo escondido .
esteja ai na sca recusa,

'-'a'aoer.te obviando, tSc ciaramenfe a imcor-se, incontornSve I , comc

ss tem acesso que jS sstS manifssto.


aquilc a qus

-rsser.ca, tende a fer uma presenoa comc que sumida .

^..v,^-, -a 5Ua

=■- r- c -^- ' J ■•■*-•- •-

r.aũ
.

■-
tucriaia, qes
--
---

-3 -, .-.

"csssncarnaeo de c

mesmc cian: ianc ccmc cue

ccisa eue de aiqum medc (e ate mssmc com grance evicenciaj ss


cuer

sem cue no ccncreco se veja ef ecti vamente sm ecrres-


concsbe. mas

_,_„_:..,-,-.:
a a conesccao qus ss tem.

de tcdcs cs outrcs "filtres" is circunseri-


mdsoer.dsr.tsmsute

...îc 9 5-j:ai tsrnieaoSo eos fooos de ssecndimsnto :, e , ces ignadam^nte

cas diferencas is "forga de erassnga' antss referidas;. a eresenoa

A- . ,,,,-, -qi-- -j--o = = _=.■*-


-ama ereser.ca fraca. c esccndido iiSc om-

• • —
■= ^ ="
impacto c .a
>*esenta cemir.ee
breia num mesmo_pIano_de


r- -
A —
A
-
r p -.

tenno r.ao se i.moCe do mesmc mcdo e pcr


ta o .

seca ocr.'-au

'
mcco is erssenga oonstitui um :
^s-- difsrenga nc

dc peso da s__ imperfeigCes oerc e bida:


cfracuecimer.to _
tsm .

apresentagSo des fecos


HS esta tendencia pronunciada para que a

tenha assim um carScter esmaecido E, embcra se;a


escoudimento
.

de

emergSnria de foccs de fir.itude numa press.c-


sem dCvida possivel a

itag ão do seu impaeto':, eia tsr.de a nSe


ga plena ( numa plsna eaeac

a ocorrer so mais raramente e e.m regra de tai forma qus .

ocorrer,

na vsrcade c faz si num Smrito muito circunscrito .

quando ccerre,

(e mesmo a maior carts; dcs focos d;


De sorts cue uma grar.de earte

faiua cue habitua Imsnts se aeusam sstá suieita a sste pee'iliar e-

feito de esbatimentc.

sd raramente se altera.
to de vista irrestritc.

3So "filtres", eendieicnamentos qus aetuam ds uma forma impli-

cita, discreta, sem que de aiguma maneira se pense nisso, sem que

as restrigCes e amortscimentos qus produzsm de alguma maneira se-

am nctados. îias nem pcr isso tSm um earScter menos efsctivo e nsm

pcr isso ceixam de constituir um dispositivc de sistemStica minori

zacSo dcs fccos de escondimento dstsctado . um dispositivc que estS

firmements sstabs 1 se ido e erocundamsnts snraizado no modo ccmc ve—

Zm recra cs diferentss 'filtros" dilcoidados sobrepCem-se numa

a c umu iagSo dos e f eitos _d e amcrtecimento s neutral izagSo d as fa I h as

eue caca um creduz .

rv •

^ a
- "
-,.3 m"ier earts daa veoes e'tandc hS aesrceecOss de fa

I'r.as. sssas acercepeoss ocerrsm scb esmascimsnto da oraser.ea des

:.-n3--2 i
q eua 1 z. a c e s s o ins xc I i c i t s.m snte ss ssnte sc

ouosds, justamer-ta nao sSc f qdqs mas aesnac alcuns dsstes condi-

detectadcs e a sua suba I terr. i e a :lc ac hcrizcnte dc cua se tem.

i ?"\
virtude dc qual a prsssnga da imperfeigSo é fraca, esmaecida, per-

sistem tocos os demais, assegurar.de a rsdugSo do qus entSo tem uma

oresenca mais mareada a um ports infi.mc. E ss eorventura caem a 1 gu-

mas das estruturas de integragSc ou subal terr.i zagSc das faihas, per

de integragSo subalternizagSo disposi


estruturas e c
sistem outras

tivo de insergSc nc macigc da reaiidads acompanhada, ds diiuigao da

faiha no ssu seic, e a imsnsa desproccrgSo sntrs o oamec ce aeesso

e as dimensêes da imperfeigSe qu~ ss aprsssnta.

As combinagoes pccem ser diversas .


Suspencsr.do-se pcr exemplo a

_c
-i -.
suoa: tern:. o

a —
- -,
r
,, ,.
r a^ falha a idsntidads cor.hecida da ccisa a

^ T- i V-— Q •"
,■— O

s uda __. ternt e s r

- ~ —
-j -i .- jj
— — —

; =a -
pi "^-|

;a r t s de disocsiti"/

:
■_-^ v a
j ^
'

tadc de tuc

— - -
.a ; a : 7i T ,- t T =
;ar um r.Cmer'

de vrsta

i c de rano

me nt e irr est r_itq .

erejcdicada a pos

:oerisuoia natura. ce 1 im

. veruade muito redueido.


u:n ac s s s o absolutaments irrestrito, e certo.Mas compreende-se com:

numa Cptica em que toda a margem de cor


um acesso quase-irrestrito ,

finamento admitico, independentemente da sua maior cu mer.cr sxteu-

tsm dimensão quaiitativa dssts "quase"


sSc, a .

rigor, pcdendo ter ate


Aparentemente imprecisa, sem e o aspec-

to de uma vazia subtileza, de um conceito abstracto (que nada tem,

nada code ter a ver ccm a ferma eomo naturalmente vemos), sst:a r, ct —

^rrni na c S dc acssso como quase-irrestrito constitui na vsrcade u-

oategoria muito csrinica ds auroccmprseu


ma catsccria crôpria, u.ma

so icnto ds vista re I at ivamente a sua eficacia e finituds. z e

la a catecoraa rur.camentai qus :ne.m:.ci

cue ncs tsmcs quanCo, nc


er°sns"-.o dc aessso em '_!
. — - '-i

"■ —
a rn -a f — .a n
aue mex"


2, — : a

— —
o .- ■___

Neia. a dererm i r.agSc funeamsnta. contir.ua a ca irrestri-

åo dc ponto de vista ab solutc- -

ap s na s cu a.:::

,
- - —
a-^ ?í a -■

mc d a I i z am a dst er

mat i za: ac os c

.a ccmi

lacuna

eccs osm mats e:


a q? parecer

osetivel de oecer lugar a>

1 Oc
cia , stc . ,
stc .
,
na verdade ,
em virtude dos fenômenos apontados , ten-

de a manter-se sempre em vigor, sôiida, inamovive lmente estabeleci^

.a .

1.2.2 As MODALIDADES de finitude na perspectiva natural:a det.ec-


gSo inexplícita de diversas modalidades da finitude na ex-

peri Sncia naturai .Di lucidagSo e caracterizagao preliminar


das difersntss modalidades naturalmsnts detectadas .

Ss o faetor funcamsntai de dsfiricSo do carSctsr da finitude e

a sua ferma —
e ss e ieia cue ss trata na oreser.te a'-'sri ruacSe —
is-

I i 5 ivs I s o ecr s i i nd s e s r.d s nt s m s n t s ds t uc o o ma i s .

^\ a^S'iss is'/ada a etsito eara s'/idenciar a sstru f ur a da : c rm.

d --
fieifuds ternou ciaro cus a situacSo sm eus ss ssti rsiativame
condicão para um confrontc real ccm a ques-
la. Ou ssja, a primeira

fj0 ^_a finitude reside numa plena apropriagao dessa compreensSo na

jS constituída apropriagãc elimine as



numa que
turalmente sempre

ambiguidades que a nSo-trar.sparência, as assucgôes impl í citas ,


etc .

propic iam .

Por isso mesmo, importa tentar pCr a claro que outros tragos ca

racterísticos cutras estruturas fundamentais sSo identificS-


,
que

veis na compreensSc natural , articulam, ccnformam a sua perspecti-

e determinam de modo decisivo a finitude que neia se pereebe.


va

analisando assim a apsreepgSo da finitude que naturalmen-


Ora,

t s o c o rre, um aspecro hS cus smsrge ccmc caraeterí stieo s qus pcds

rsvesti

se sstS. r.Sc pcdsndc detxar ds ssr tido


tuagSo ds fir.ituds em qus

em cons ideragSo .

-'- -"<^
Esse ascecto cíz rezre. --
acu.i.. •--_, *>*-_-.-■- ■ -- -- -

da finituds, ss dssigr.a pcr modalidadss ds finituds.

e ss qusr dizer eom isso s qus medai idadss


Vsjamcs o qus qus

são assim identi f i oSvei s .

eomc -o =-ertuou. na sxosrie.ociu naturai uma divers i da-


Ha'/snco ,

de eonfinamsnto cu restrigSc dc aeesso de qus


dade de aeresen tag o ss

ts.m muitas difsrencas. Dis-


se disece, essas diversas apreser.tacSes

a~ --^
e a:i no eerm -=. e.'-.-er^er.c.a, ■„-* .,..-...
eersas aqui

difereetss ccr.tsCdcs a que resoeitam e pcr cutrc lado


„,t4-v-a- -c^lcs

sxtsnsSc da fmicude cus rsvsiam. iias a


tambem peia maior cu.msr.cr

entre as vSrias aersssntacdes ds finitucs cus naturaimen


difsrenoa

dcis As acre
te ocorrsm nSo se esgota ds mcdo algum nsstss por.ccs.

aor,-a-^p.- =.-vr -5T^ánî diferences cuanto a naturezada restrigao que

carScter dos iimites cue se pdem a descoberto naq_e


apresentam. 0

12"
HS nas divsrsas apresentagoes diferentes modos de imper-
homogéneo.

feiggo do acesso.

destss modos nSo e entretanto tal que a cada apre


A pluralidade
modc prôprio que sô nela se verifica, nem
sentagão eorresponda um

variedade indefinida e inabarcSvel de modos


mesmo tal que haja uma .

NSo obstante a variedade dos conteudos a que se referem e as dife-

extensSo da finitude que mostram, verifiea-se u-


rengas na prôpria

af inidade er.trs as difsrsntes apresentagCes de fini


ma pronunciada

tude no cue diz resoeito S natursza. S estrutura d.a imeerfsigSo a

sm cada uma o ncsso pcr.to de vista se rsvsla suisifo. E istc


qus

de tal maneira crue ss oonfirura um ndmero rsstrito de modaiidades

de finitude, em todo o 'roritor.te da sua experisncia naturai se


gue

esgota .

Assim sendo, a perseectiva natural cefiue-se a um temec peia sua

forma ( corrsseondent s a tese da adequacao gicbal do acess-: ;■____. ■=___>

irounsor ce toeas as imperrecgces remo :aeunas: s ecr


tem e a c i gSo

um dstsrminado cuacre de tipos , de modalidades de finitude experi-

mentada .



c ^ c
• •
.■= -H -^-
q ^^ Tedalidaiss ""u s no c ur s o nc rma 1 ds aerese ut a g So

rus tsmcs smercem a T.arcar e ncsso ecntc ds vista ir.clei fur.damsn-

talmente modaiidades eue mais amiude ss manifsst.am s m.ais


guatro

vincadaments ss distinguem.

?cr um lado, c ncsso pcnto de vista eeresee-se eome fir.ito no

sentido de ser incompleto ,


de ter uma ampiituds, uma caeacidade I i

mitada —

de nSo ter , nSc abrangsr tudq.

frontado oom fsncmer.cs, aprssentagces que nSo consegue comprsender

e aue nss>se senttcc e u. traeassam .

Persnect i va-se alem disso eom um carScter imperfeito, finito,

ao perceber que inclci em si perspectivas qus estSo maroacas pcr

erro .

128
ainda na sua posigSo limitada ao evidan
E finalmente percebe-se

re lativamente a apresentagCes de que dispôe, não


ciar-se-lhe que ,

antes estS situa


tem meios de assegurar a respectiva justeza, numa

em que nâo pode excluir que as coisas sejam de outro modo que
gSo

nâo aquele que se ihe inculca.

Esta dif erenciagSo de modalidades de finitude que naturalmen-

de maneira nenhuma que esteja natu-


te se configura não significa

coisa um quadro de ciassifiea-


ralmente ccnstituída quaiquer ccmo

fen6mer.cs e sm oada experiencia da finitude clara-


^-Sc destss qus

msr.ts ss dstsrmins qus o cor.f inamento , a imperfeigSc excsrimentada

tem de uma forma perf eitamsnts dsfinida um carSeter ccrresponden-

A ou 3.
ts ao tipc

c : ,_
: r .; .- Q -î.- 5> ~'j.e ,
mesmc cus tal nSo se explioits e nSe ha-

.
--
■-

exprsssa das modaiidadss, a fini


]-a nenr.umd

tem de facto um carSeter tal z

elicitada correspor.de a este euadre ds mocalidadss.

mcmsntes ce exeeriêneia ds finituds em eus sstSe sx-


^ofj^ haver

E
psrimentados limites ecrrespondsr.tss a v.Srias dslas, eon^'ugacas .

icsr.t i f ieagSc prscisa da ou das mcdalidadss sn-


ecds sueedsr qus a

f Í CUC ĨC,
-

„.

,-,
-• - - -, - • •

-^
~
n ,-. 1 1
— - —■ ■J ^, ~

1 1 CC 3 "U5 SSS Í.Tl S S 0 0 U O 0 0 0.

.:,.__,-, a -3 -

^-.--eriĩncias da finitude r.atura iment e feitas pslo nosse

quadro de mcdalida
eonto ds vista e giobalmsnts polarizSvsi r.ests

f initude'natura imenta
"

f icuras da postas ne
d^s -ue eonstituem as

ncssc hcrioonts, acusias cue instades a dsfinir sm qus impsrfsi-

r.essa fir.ituds, tencemos a ccnseguir icentif i car .

<-:es ccrsiste a

mais ciara aeercecgSc da perspectiva de rec cnhec imen-


?ara uma

impcrta ver mais


- -
da fmituds em cue semere ji nes enoontramos ,

de modal i iades s isso que se procura fazer a


de oerto ests quadrc .

aora, numa aproximagSo que requer duas observagdes previas , a ere-

cisar o cue nsia se procue .

129
nSo se tenta esclarecer as diferentes moda-
Em prĩmeiro lugar,

lidaces err, causa numa adecpiada fixagâo da sua natureza (que efecti

vamente as consiga compreender e explicar na sua estrutura e na

Procura-se tSo sô delimitS-las marcagao


poss ibi 1 idade )
sua .
numa

da respectiva diferenga, a partir da forma como estSc diferencia-

das na oropria perspectiva naturai. Deixando-se fora de ccnsidera-

di f icuidades de nSo pequena monta, com tem de se


gSo todas as ,
que

debater tentativa de pereeber ef ectivaments como sSo pcs-


q"ialquer

sívsis s o cus nslas ss passa.

iugar, nsuhum dos aspsctes que o apuramento, sua


Em segundo por

erteria nafursza, faz aesntuar estS naturaimente eompresndide r.a

duz uma acudizacSo qus r.Se ccrrespcc.de ao modc, muito mais esbati-

do , comc as diferentes modalicades estSo natura Imsr.te cef eotaio.s .

cĩ.0 ds rue ,
eonquante ds alguma mareira inc iua cs acpsefos assim

sxc I i o i tades , a sxcsrieneia natural r.Se tem quaieuar ideia.

1.2.2.1 Primeira mcdalidade da finitude: a ĨNCCMPESTUDE dq_ace_s-


so ao mundo , da apresentagSo que se tsm cia s_
qi s a s Estru- c .

tura especifica do escondimento na incomp l_et_ude_. A c ompre-


ensão natural da incompletude como meramente lacunar.

Em erimeire iugar. ne que diz respeite a compreensSc da incom-

1

pletude co oonto ds vista, c que ns a se eerseectiva e a <. C ^ o —

So sst.So
-

a a c t; i= f" : do r e a 1 qus n abrangidc s p e I a a er a s e n a g I c

ds cue se discOe. A incompletude mar.i f esf a-se quuude peroebemcs uue

o acessc e;r. que r.os eneontramos nSo cobrs sxaust i vamente tudo o qus

hs : deixa. oelo ccntrSrio, f ora do horizonte cue acomoanha um eon-

130
extensc de entidades cu accntecimentos reais.
junto mais ou menos

nôs temcs equivale a quaiquer coisa


De tal mcdo que aquilo que

do hS —

existindo partes da realidade que


como um subconjuntq que

nos escapam.

muito diversas as experiências coneretas que induzsm a pers


SSo

forma de limite, q^ce bem vistas as coisas, mesmo


pectivagãc desta ,

sxpsrimsntada tsr ds ds
ocorrendc pareceria nSc pcder ssr ,
passar

~. «*-.-- ^'n í ±= ccis eara cis ss manifsste é nscsss-Srio qus haja aiguma

alaum "ccntaete" justamente eem aquilo que nSo temcs,


apsrespgSo ,

cue o ncsso por.tc de vista r.Sc alcanga.

^rr. .a_ i&i±q t assas sxcsriencias rsalizam-se a partir de qual-

ccisa ccmo uma noticia indirecta qus cermite sabsr de algu.m


euer

mcdo qus hS x e y de eus se percete nSc se ter qualquer alcance.

exervelo, re I ativament e ao que sstarS r.sste me


Assim ecr

r- -i-^r-o^- n
-

ĩ-í -íq .- -
;>Tt co-teciic meu cus ss acha lorce, relativa-

cus terS o qns quer cue seja que ss situa nos an-
ments ao aspecte

sneontre, re iat ivamsnte a todas as espe-


t-íeodas dz lugar cr.de ms
ds areia na costa pcrtuguesa, etc .
Esta notícia indirecta pc-
graos

de ter diversas origens: os cutros que me mencionam isso(eomo quan

do me fala de uma terra em qus nunca estive ou de discipii-


alguém

científicas nunca estucei); cu entSo uma indicagão de que


r.as que

de vista, exemplo a de
disponhc no meu prôprio ponto como por que

o mundo se continua para 1S das coisas que diviso mais ao longe,em

realidades desconhego, porque nunca ÍS fui etc


que
. .
,

eusncia sxcerimente a neeessidads de mover o mee clf.ar eara euct.ar

este e acuele dem.inio da reai idade--que , sem ests mcvimento , sem es

ta trar.s f ersnc i a do oihar, _nSo acomeauho. Experimento assim ccm mv:i

ta frecuencia qus o acesso em que de cada vee me encontrc nSc e ple-

no : pode e tsm de ser melhorado. completado pcr u.ma trans f erSr.c ia

132
do de ir.cidencia. Nu.ma limitagSo que entretanto e justamen
piano , ,

mobilidade dc olhar, que Ihe permite passar sem-


te compensada pela

de realidade, integrando-os r.o campo do que se


pre a novos planos

desse mcdc o horizonte a que hS acesso Isto de tal


tem e aiargando .

modo, que nunca percebo ccmo esgotaca a margem de voivimen-


porem,

antes compreendo esta ampliagSc comc uma


to possível do meu oihar,

sempre se pode levar mais alem e que nunca conduz S


ampliagSo que

superagão total da incompi etude , a uma totalizagao do acesso, an-

tes deixa semore margens de inccmpletude ,


campcs ds rsalidads fora

ds acompanhamer.ro .

co Snguio de aoompanhameute sm qus ds


Semelhar.te ccmpreensSo

esfS come um ar.guio de abertura limitada aoha-se asso-


eada vsz ss

ci-da a comeresnsSo ds cualcuer ceisa ecmc uma localizagSo espacio-

/_c-^. a^^ -e ---.c


ce pc.uo cs = o- <--.i. <-■>. ^. .

^tsmporal
-

um
"

luaar onds" ne sscage s no tsmpo ,


a partir de eual ss ciseêe

nSo iiimitada c caraeter iza


o seu hcrizonte, com a ampiitude que .

conf crmidade fica fora dele c que e distants dsssa iocaiizagSc


Em ,

nSc se situa no quadrants ds rsalicads para qus ds cada


e o que

de abercura estS voitaco. NSo tenhc C iou-me cor.ta de


vez o S.ngulo

nSo ter e aor.o mssme muite natural nSe tsr; acresentade aquile qus
ore ds novo ss experimenta tem a vsr eom a lccalizagSo espácio-tsm

do rcnto de vista, havendc formas que nSo lhe estSo associa-


pcral

das— oor exempio, a que se prende com a capacidade restrita da a-

e cue ms faz r.Se conssguir ter prssentes, em sinopse. tcdos


tengSo

os qus são ar.aiisades r.ssts trabalho (obrigando-ms a per-


aspsctcs

corrs-los, numa sucessiva modificagSo da incidencia) ou me impede

de abarcar assim sem mais todas as combinagôes possíveis de um con

algarismos difsrentss (fazendo que ac tentar fixS-


jur.to ds nove ,

-las a todas, exaustivamente , muitas haja que de factc nSo me ocor

26
rem) ,etc ..

Senco assim. tudo isto accntsos ds tal modc qus , ss a resfric.ic

de ir.comc I etude cue afeeta e acesso ds cus se dispde e a.ssim quai-

cuer oeisa cus semcrs jS ds muitcs modos e a muitos respsitcs estS

expsr imsnf ad.a , ambora haja variagô^s quanto S dimensSo da ir.eomple

sia nSe uitrapassa o Smbito rsstrito de lacunas num


fucs psresbida,

horizonto alobalmente dominado s corrssponds a forma r.atur:

:mo ticeu cescrits.

?er um iado a acerreccSo da inoome i etuds movs— se num terreno

mareaco eer cma rrrfurda am.eiguidace, de tal medo qus , haverce ssm-

ere ds aiguma maneira a r.ogSo ds nSo se ter apresentado o p_i :_r.c ia

reaiidads, f.S, pcr outra parts, sm recra uma ausenei.a de qua'.qusr

ciara dsfinigSo do que e que falta —

que ncrmalmsnts r.Sc emeree nu-

ma csfinida aprsssntagSo de si.

Pcr c'utro I adc . mesmc oenr.do o aus falta se aeusa em aereseuta

<~ces conrretas, nunea ehega a T.ar.i f es tar-se eom dimensdes que mini-

mamente subvertam a tese r.aturai de soberania do acesso que se tem.

Por vastos aue se perspeotivem os dominios reccnhecidos eomc afec-

134
tados por ssta imperfeigâo do acesso, e sempre incomparavelmente

mais vasto o hcrizonte atemStico em que se situam, em cujo macigo

em a regiOes de menos peso no sis


se inserem. Eles pertencem regra

dc de apresentagSo
tema de "lugares qual if icadcs" eue e o campo pa

aberto e a incompletude que se perspectiva e uma in-


ra que estou

o falta corresponde justamente a um nSo-acom-


completude em cue que

dominios de cada vez em causa (nâc se acompanhar bem


bem os
panhar

o que se oassa r.c CeilSc, r.cs ar.típodas, em Marte , ou o que se pas

bem hcuve no século VI AC


sa atrSs de mim, nSo se acompanhar o que ,

e-C)

urî r.So-se-acompar.r.ar-bem que nSo exclui e r.So dsrrcga todo o

atemStioa, i*
acompanhamento que ,
inexp I io i tamente , numa apereepcao

dssses domínios (e em qce justamerte iS parsce dueo


ss cuiia tsr

dslss).A tudo isto aoreseendo ainda, finalmente cue


c fundamental

de ir.c c.mc 1 stude sstSc presentes no cameo ds


o tcco cemo os pianos

fsm o carSctsr fraec. esmaecidc, que tambem ce aeen-


,-roee^^acSû

reeenhsc imeuto tai da inccmp I etude cue c 'oc-


N'""ea se imeOe um.

tem eomo uma pequsna Srsa oon-


ri,cnf3 jue oroeriamsute se aparega

:cs vista se
r.unca c pcnto

e sse oncimsnto ns.m nu.

ccr.s-.:fu:r ce vu.
oa sequer sste emerge cer for.,;a a aigu.m commic

_^
_,-c
•• i = .- s r~-- => s^ oemereende r.Se estarem ao aieanoe nesta e

re I ut i vamer.te restrita da rsaiidade.


nacueia earte

forma. e indeeendentemente da r.
De c-'-alauer

faeto ter, a modaiicade de rstsngSo a.


ude cue ds possa

:um moco .detectaca na perspsctiva natcra: c0nstitui uma

135
dade específica de finitude do nosso ponto de vista, com uma estru

tura prôpria, que importa destacar.

0 que caracteriza e identifica esta modalidade é que nela o cam

po daquilo em relagao ao qual há retengao do ponto de vista é um

campo extrinseco ao que nele se apresenta, de tal modo que os pla-

nos do nao-escondimento e do escondimento se dispôem um em relagao

gSo ao outro numa como que exterioridade —

que não é propriamente

espacial, mas tem um carScter prôximo do "um-f ora-do-outro" de dois

domínios separados no espago, sem qualquer intersecgão entre si.

Por um lado, hS um horizonte acompanhado


dado no ponto de vis-

ta que se tem. Por outro lado, esse horizonte tem um "fora", um do-

minio exterior a ele, a que o nosso ponto de vista nao se estende —

nSo acompanha. Como se o horizonte total daquilo que hS se di-


que

vidisse numa Srea que tem intersecgao com o nosso ponto de vista,

entrsgue a ele, e um domínio subtraido ao seu foco, mantidc em apa

lativamente a ele, longe do horizonte para que o ponto


gamento re

de vista esta aberto .

0 escondimento dS-se pela nao-inclusêío disso que se esconde no

campo de apresentagão a que se tem acesso. E, se assim se pode di-

zer, um escondimento de ausSncia.

1.2.2.2. Secrunda modalidade da finitude: a NAO-COMPREENSÅO a in- ,

capacidade de compreender bem apresentagOes de que se dis-


pOe .Estrutura especifica do escondimento na nao-compreen-
sSo . A falha
nao-compreensâo de como lacuna num horizon-
te predominantemente livre dela.

Totalmente diferente desta modalidade de retengSo do ponto de

vista é aquela que corresponde as multiplas experiencias de incom-

preensSo oor que ,


com mais ou menos frequSncia, o ncssc ponto de

vista passa no seu cursc.

136
Ao contrSrio do que sucede na primeira modalidade, cujo sentido

é decisivamente marcado pela auséncia daquilo que o ponto de vista

nao alcanga, pela sua nao-apresentagao , o que caracteriza esta se-

gunda modalidade de restrig3o do acesso é o facto de aquilo em re-

qual a retengão se produz estar presente no horizonte do


lagao ao

ponto de vista, posto ai perante, num inegSvel acesso, numa apre-

sentagao de 3i. De tal modo , porém, que nâo obstante essa apresen-

tagao e esse acesso, o ponto de vista nSo domina aquilo que assim

se lhe apresenta, ve-o a escapar— se-lhe, recusando-3e-lhe . Nao se

compreende issc mesmo que se apresenta, nao se tem a respeito dis-

so o acompanhamento evidente e livre de qualquer dificuldade que

normalmente caracteriza a posigao do nosso acesso relativamente S-

quiio que tem apresentadc .

Confronto-me por exemplo com um conceito numa exposigâo filo-

sôfica cu cientifica e, seguindo a sua caracterizagâo , nâo consigo

perceber que é que significa s, por consequência , que sentido tem

as diversas proposigQes em que se inclui.Tenho de formalizar um de

terminado problema Idgico e nSo consigo ver em transparencia , nas

articulagCes em que estSo envolvidos, os dados de que disponho pa-

ra formular.

NSo obstants a presenga daquiio de que se trata e nSo obstants

nSc haver nenhum aparsnte entrave, nada que oculte, tape , ponha fq

ra do meu horizonte o foco em que se percebe escondimento , ele com

porta na verdade em si um aspecto de recusa, de nSo-alcance, em re

sultado do quai o meu acompanhamento disso se percebe retido , im-

perf eito .

Tambem aqui de certo mcdo se pode dizer que nSo aicango algo,

de tai maneira que de novo parsce tratar-se de uma relagao de exte

rioridade daquiĩo que se esconde rslativamente ao campo de acesso

de disponho, ou seja de uma imperfeigSo de incompletude


que
.

Todavia, vendo bem, trata-se de algo que ests posto no meu campo

1 o i
de algo que a minha perspectiva tem em vista. 0 es-
apresentagao ,

condimento nao tem a ver com uma ausencia de apresentagao . De fac-

trata-se tâo pouco de um escondimento de ausência, que caracte-


to,

pode caracterizar esta forma de imperfeigao do


riza ou pslo menos

até uma presenga intensa, instante do seu objec-


acesso justamente

to do foeo de realidade a que respeita


como acontece quando a in


,

me faz fixar no que me escapa, insistindo, laborando


compreensSo

até obsessivamente) nele.


(por vezes

a estrutura da retengSo passa pelo carSc-


Se no primeiro caso

ter nSo universalmente abrangente do horizonte do ponto de vista e

com o facto de haver um "para-lS" da totaiidade desse horizonte, a

fractura de retengao envolvida nesta outra modalidade de imperfei-

de vista desenha-se dentro dc hcrizonte daquilo a que


gSo do ponto

se tem acesso, apartando nele o campo daquelas coisas cuja apre-

sentagSo e isenta de dificuidade, estS inteiramente resolvida, e

por outro ĩado aquilo cujc estar-aí, perante, se acha de algum mo-

do dissociado de uma plena inte 1 igibi 1 idade , de uma plena comprsen

sSo disso (envolvendc antes opacidade: uma resistencia que o ponto

algum tempo

nSo consegue vencer). A re-
de vista pelo menos pcr

situa-se no quadro de uma tensãc para o que se acha apresen


tengão

tado . Reside na e ircur.sts.ncia de isso que se apresenta envolver em

si uma indefinigSo, uma carencia de nitidez quanto aquilo em que

consiste, de tai mcdo que tê-Ic s estar ainda scmsnte numa ter.sSo

ele, numa tensSo que (e nisso reside a retengSo) nao sou ca-
para

paz de resolver. Em resuitacc do que o olhar experimenta dificulda

desorientado nao dominando situagao


de , compreende-se perdidc, , a

disso tem perante si.


a respeito que

0 campo de apresentagao estS naturalmente preenchido por aprs-

cuio sentoco e inteiramente claro. De tal modo que sei


sentagCes

de é se trata em que consiste isso que se me


perf e itamente que que ,

apresenta, e domino isso tSo inteiramente que nSo preciso de me o-

cupar a tentar percebe-lo: tenho-o sempre jS percebido.E assim que

133
as coisas se passam. Mas nao é assim que acontece sempre.
em regra

Sucede também que ,


sobrevindo ao campo sempre jS constituido des-

apresentagoes perf eitamente inteligíveis


em que normalmente me
sas

ocasionalmente emergem apresentagSes que percebo no facto de


situo,

de o meu acompanhamento delas ser deficiente. Estas a


me escaparem,

n3o pertencerem ao elen-


presentagSes caracterizam-se por
em regra

estâo dadas e dizerem respei-


daquelas que habitualmente por
me
co

to a pormenores no meio da vasta rede de determinagoes perfeitamen

tenho de tal modo que a sua inintel.1


te inteligíveis a que acesso,

não causa a compreensSo, de resto totalmente li-


gibilidade pCe em

vre desta modalidade de retengâo, que tenho da esmagadora maioria

do estS perante mim.


que

carScter esporSdico destas experiências em que li


Pese embora o

de compreensâo das coisas se manifestam,


mites da minha capacidade

desenvolve-se a partir delas uma (mesmo que muito vaga e inexplíci

coisa como uma estrutura permanente de


ta) consciência de qualquer

desta ordem. Apercebo-me de que não sou i 1 imitadamente


limitagão

de compreender absoiutamente tudo ,


de que hS uma especie de
capaz

mcdo tenho leva a falhas,


constitutiva fraqueza do como acesso, que

mais ou menos frequentes e mais ou menos duradouras, na inteiecgãc

verificagão de mais casos de re-


das coisas e permite antecipar a

tengão deste tipo.

Mas oor outro lado é também somente em relagão a determinagôes

antecipagao da capacidade nâo iii-


relativamente secundSrias que a

tem lugar. Mais ainda do que no caso da pers


mitada de compreensSo

finitude de nao-compreensao caracte-


pectivagSo de incompletude ,
a

natural por um Smbito de incidência bas-


riza-se, na experiência ,

bem a esmagadora maioria das deter-


tante restrito .
Compreende-se
lativamente a elas e
minagCes que estSc apresentadas— a posigao re

de irrecusSvel evidôncia, irrestrito domínio.

nenhuma acontece que se esteja deposto num mundo glq


De maneira

139
maioritariamente eivado de inintel igibi 1 idade num mundo em
bal ou
,

assim dizer "nao se tem pé" relativamente ao sentido e na-


que por

apresenta, num mundo onde sô hS pequenos fo-


tureza daquilo que se

A situagao é precisamente a in-


cos de inteligibilidade adquirida.
isoladas, nenhum efeito pertur
versa. Sô algumas determinagôes sem

da apresentagâo que se tem das coisas, mani^


bante no quadro global

resistência ao nosso olhar, esse carScter de ininteli-


festam essa

muitas vezes, aliás, somente passageira.


gibilidade

A incompreensao tem, nesse sentido, um carScter excepcional num

horizonte esmagadoramente marcado pela eficScia da compreensSo, cor

assim de uma forma piena ao regime da tese sobre a ade


respondendo

do olhar e a dimensão das restrigôes como nSo mais do


quagac global

que lacunas.

Terceira modalidade da finitude: o EREO o poder errar Es^


1.2.2.3 ,
.

tĩrutura especifica do escondimento no fenCmeno de erro


de-
demais modal idades perspectivaA
nũĩrc~a_qaq_ re I ativamente Ss .

natural sobre a ocorrencia de erro como excepgao num hori-


zonte predominantemente nao errado .

Uma terceira mcdalidade, totalmente difersnte destas duas, cons

titui outro lado, o tipo de retengão, de escondimento corres-


, por

pondente ao facto de o nosso ponto de vista ser um ponto de vista

em que sSo possíveis e ocorrem erros.

Manif estam-se estes tanto nas situagôes em que são desfsitos,

(percebendo-se como erradas perspectivas anteriormente


corrigidos

tidas verdadeiras, mas que um novo acesso, que se inculca como


por

erradicar) quanto em situagôes nas quais, ain-


mais adequado ,
vem ,

da a uma determinada perspectiva, vendo segundo ela e sem ter


preso

outra a corrija, de diferentes modos (que nSo im


ainda acesso a que

discriminar) o ponto de vista percebe como errada a pers


porta aqui

pectiva de que dispûe.

A forma de retengSo especííica desta modalidade tem em comum

140
circunstSncia de também aqui
com a retengao por nao-compreensao a

se tratar de uma retengao relativamente a algo de que há. apresen-

estâ. presente no horizonte —

e n3o de uma retengão.de um


tagacque

escondimento em que o não-alcance radica na ausencia do que se es

conde, na sua exterioridade relativamente ao Smbito de incidencia

de que se dispOe,como acontece na retengao de incompletude .

Mas outro lado o modo como se produz a retengao por erro é


por

diferente daquele que caracteriza a finitude em cau-


completamente

sa na nao-compreensao. Enquanto esta tem a ver com a dificuldade

de vista experimenta ao tentar acompanhar o que


que o nosso ponto

(com a experiencia de uma recusa daquilo a que se


se Ihe apresenta

reporta) , nada disso e característico do acontecimento de erro que ,

tanto mais completamente se produz quanto mais li-


pelo contrSrio,
de dificuldade se acha a perspectiva er
vre de qualquer apercepgão

rônea e quanto mais adequada e evidente a considera o ponto de vis

ta em que ests constituida.

E certo que a detecgSo do errc pode ocorrer numa situagSo em

que , por não se ter encontrado a perspectiva adequada que o ccrrige,

a dificuldade de uma recusa e se cai numa posigSo


se experimenta

de algum modo prôxima da que se experimenta na se-


de perplexidade
E é também certo em situagôes desse tipo se
gunda modaiidade. que

tensces para formas de entendimento ccncep


podem justamente gerar ,

ainda nSo se dcminam, de tal modo que a detecgSo de erro


goes, que

associada a fenômenos de "resistencia compreensiva" Mas nao


estS .

hS nenhuma conexSo intrinseca entre os dois aspectos . 0 errc pode

ter ser eliminado sem que nunca 3e declare nenhuma situagSo


lugar e

0 nexo entre as duas modalidades e uma ccmponen-


de incompreensSo .

te possivei

e apenas uma componente possivel —

das situagôes de de

siemento da estrutura da prôpria


tscgSo s superagâo do erro , nSo um

f initude de erro enquantc tai .

esse seu caracter alheio S experiôncia da


Mas nSo e apenas por

141
(por nâo ter a ver com a apercepgao de inintel igibi-
desorientagao

lidade, com o "ter" perturbado característico da finitude de nâo-

-compreensao) que a figura da finitude de erro se distingue da se-

Ela singulariza-se antes uma pecul iaridade


gunda modalidade. por ,

sem dûvida difícil de entender na sua estrutura, na forma como é

possível, mas que naturalmente temos de algum modo percebida (por

ela concebendo e distinguindo a figura do erro , na apercepgão de

que sempre jå dispomos a seu respeito e em que nos parece qualquer

coisa trivial, absolutamente familiar e compreensível ) .0 que é prô

do erro enquanto tal é a circunstSncia de, havendo algum aces


prio

so a algo (tanto que pode justamente haver erro sobre ele) , por ou-

tro lado o ponto de vista constituído a seu respeito sofrer de uma

tal lativamente a ele que o vô dif erentemente daquilo


paralaxe re

aue ele é de facto (vô neie aquiio que nSo hS nele) .

Ou seja, o escondimento que tem lugar nSo resulta somente de

coisa como uma falta, uma carencia da apresentagao nSo e


qualquer ,

um escondimento de natureza meramente privativa. E isso que sucede,

S natureza da carencia de
a despeito da diferenga quanto que em ca-

da uma delas se trata, tanto na primeira quanto na segunda modali-

dade de finitude. 0 escondimento que aqui tem lugar passa antes pe

la constituigão de uma apresentagão que dissimula aquilo que esta

modalidade pôe em escondimento , pela constituigSo de uma apresenta

aigo de positivo que dando-se


gSo que dssvia dele seja

ou por , ,

de vista, esconde
sendo adoptado pelo ponto .

Trata-se de algo que difere do nSo-se-ter-aprssentagSo ( em que ,

numa palavra, consiste a primeira modaiidade), mas que tambem dife-

re do nSo se ter senSo uma apresentagSo embaragada, que nSo chega

(que e o que acontece na segunda modaiidade), radicando antes na e

xistencia de uma apresentagSo que esconde, cculta, positivamente a-

fasta do que hS .

No primeiro caso a realidade estS ausente, num total apagamen-

tc re lativamente ao horizonte do ponto de vista. Não hS sequer uma

142
ela. No segundo caso, hS ao invés, uma tensao para a
tensao para ,

realidade, mas uma tensão irresolvida, tolhida, perdida da realida

de tende No terceiro caso hS uma tensâo (e uma tensão a-


para que .

parentemente nS.o embaragada, chegada a termo, resolvida) para algo

de outro n5o a realidade, que assim se faz passar por ela.


gue

do nosso ponto de vista é tal que nâo somente não a


A situagão

tinge de raiz toda a realidade e, mesmo em relagâo Squela de que

tem noticia, pode estar numa posigao de incompreensão dela, mas ,

para alem disso, as perspectivas de que dispCe sao susceptiveis de

não secundar ef ectivamente a rsalidade a que se referem, fixando o

ilusCrias que encobrem aquilo que


ponto de vista em apresentagôes

de factc hS ,
se passa.

Tambem aqui ,
entretanto, nSo se dS apenas a verificagãc destes

easos de erro onde ocorrem, mas para aiem deia, pro-


e daqueies , ,

uma natureza, uma condigSo permanents ds sujsigSo a este


jecta-se

antecipando-se a ocorrSncia de mais fenômenos


tioo de imperfeigão,

de 1S dcs de cada vez jS detectados. 0 erro e encarado


erro para

como quaiquer coisa insusceptíve I de ser evitada na situagSo de a-

nos encontramos : ccmo qualquer coisa que neia inevita


cesso em que

velmente tem lugar e neia inevitave iments rscorre (perspectiva que

comuns "srrar e humano" ete que tantas


se expressa nos lugarss , . ,

em tcdo um conjunto de iniciativas de prevengSo,


vezes se repetem e

cuidado, a que reiteradamente se recorre para, tanto quanto possí-

vel ,
o exc iuir ) .

S semeihanga do que sucede nas modalida-


0 que nSo impede que ,

consideradas tambem esta admissâo do erro e es-


des anteriormente ,

da sua recorrSncia nSo concsba o seu envolvimento


ta antecipagSc

dispôe envclvimen
no horizonte das apresentagOes de que se ccmo um

143
to ilimitado

como se houvesse uma perspectiva completamente aber-

ta sobre o cabimento do erro e a sua amplitude possível no nosso

ponto de vista. Pelo contrSrio. Não sá na experiência natural a o-

correncia de erros de facto sô tem lugar relativamente a aspectos

muito circunscritos no meio de um horizonte de apresentagâo cujas

componentes, na sua esmagadora maioria, nunca sSo infirmadas, mas ,

para além disso, domina uma antecipagão de que a afecgão por erro

nâo pode estender-se a uma grande parte e muito menos S maioria ou

totaĩidade do que temos apresentado.

Se se admite sem custo a possibil idade de , entre as


perspect_i

vas que estâo adoptadas , haver alguma3 que na verdade se acham fe-

ridas de erro

de erros que ainda inteiramente escapam


a admissão

exclui que no fundamental a aprssentagSo das coisas que nos estS

dada possa estar sujeita a uma restrigSo deste tipo. Em reiagSo ao

n\icleo dessa apresentagSc , em relagao ao conjunco essencial das de

terminagOes em que se me revela o mundo, vale uma evidencia inaba-

ISvel .

E naturaimente nSo vejo de todo em todc a possibi 1 idade de vir

a descobrir o campo de apresentagSo como um campc de apresentagSo

predominantemente errado , em que a maioria das apresentagôes que hS

em vez de revelarem escondem. Na verdade nSo velo mesmc sequer a

possibi 1 idade de issc ser assim com uma parte signif icativa das a-

presentagOes .

0 erro é percebido comc um fenCmeno pcr sua prôpria natursza

esporSdico num horizonte glcbaiments adequado . Não levandc a nossa

sujeigao a eie a mais do que a pequenos desajustamentos que ,


inde-

pendentemente da sua maior ou menor frsquencia, tem um carScter ex

cepcional num quadro de predominante adequagSc , coinc idencia com a

realidade. E deste mcdo tambem eie corresponde em pleno a forma da

finitude como lacuna que se apontou ser a forma naturalmente vigen

te no nosso ponto de vista.

144
1.2.2.4 Quarta modalidade de finitude:a FINĨTUDE MODAL.O" í-rTTXtC^
<=//Uq> ÍXtiY
"
e a estrutura especifica do escondimento que

lhe corresponde .Demarcagao relativamente Ss demais e em par-


-t i cular relativamente S terceira modalidade. A finitude mo-

dal como lacuna num horizonte predominantemente tido como

livre de restrigao modal .

Finalmente uma quarta modalidade de imperfeigâo do ponto de vis

perspectiva natural a saber aqueĩa que con-


ta e experimentada na ,

chamar uma f initude modal das apresentagOes


siste no que se pode .

0 constitui a modalidade em causa é a circunstância de , re


que

determinadas aeresentagOes a posigSo em que se acha


lativamente a ,

nSo tem assegurada e nSo con-


o pcnto de vista ser uma posigSo que

a sua adequagSo

uma posigSo em que nSo hS meics
segue assegurar

lidade de as coisas serem de uma forma diferen


de excluir a possibi
ss Ihs inculca. Ds tal modo qus ao tsr-ss a apre-
ts daqusla
,

qus

em causa, nâo se tem a certeza, nSo obstante as coisas pa


sentagão

recerem de uma determinada maneira, que seja verdadeiro aquilo que

parece .

experiSr.c ias em que se evidencia uma rstengSc


SSo mdltiplas as

desta ordem e, pcr outrc lado, sSo também diversas as gradagôss des

medida em se afasta da certsza irrsstrita, da se


ta retencSc

a q-ce

relativamente ao que se apresenta.A escaia vai des


guranga absoluta

total indecisSo quanto a pcssibi 1 idades aiternativas que gc-


de a

zam de iguai peso, de iguai prstensSo a serem adoptadas (nâc haven

de dirimir c seu conflito) ate á adopgao claramente decidi


do meio

a qual nem sequer se vislumbra defini-


da de uma perspectiva, para

nenhuma alternativa, mas que ainda assim estS afectada por


damente

nSo obstante decidi


um indice de reserva (pela percepg-So de que ,
a

hS de factc a pcssibi 1 idade de apesar de tudo nSo


da adopgão dela,

E escaia que inciui nume-


ser assim comc nela se apresenta) . e uma

145
possibi 1 iiades intermédias.
merosas gradagOes,

fixar toda essa multipl icidade nos seus diversos


NSo importa ,

cambiantes, importa apenas atentar na especif icidade da retengSo a

e no plano de imperfeigao do ponto de vista que glo-


qui em cau3a

balmente constitui .

Tal como as duas modalidades anteriormente definidas, tambem es

hS no horizonte a se tem a-
ta tem a ver com apresentagOes que que

cesso, de tal modo que se trata nela de uma retengão relativamente

a isso mesmo de que se tem noticia (que estS ai , perante , manifes-

to). Mas , dif erentemente dessas outras modaiidades, nSo implica prq

si nenhuma nSo coincidencia nenhuma distSncia entre


priamente em ,

aquilo que o pcnto de vista tem apresentado e aquilo que efectiva-

dominic de realidade a que as apresentagôes ti-


mente tem lugar no

das se referem, podendo mesmo eeríeitamente acontecer que a aere-

respeito da qua 1 tem lugar esta forma de retengSo ate


sentagSc a

aquilo que hS ef ectivamente


seja uma apresentagSc adequada, em que

se manifesta, uma apresentagSc que de modo nenhum "falha" a reaii-

dade a que se reporta.

O nosso ponto de vista nSo apenas nSo tem, em aiguns aspectos,

coincidencia com o reai, mas, para alem disso, mesmo re lativaments

onde eventualmente ate hS uma tai coinc idSncia ccm


a apresentagOes ,

mcdalidade de imperfeigSo que consiste na incapa-


porta ainda uma

cidads ds se garantir na sua correspcndencia a reaiidade, na preten

sSo de verdade que suster.ta.

NSo se trata assim, comc e ôbvio, de uma ausência de noticia,

mas outro iado tambem nSo se trata de uma nSo-comprsensSo ( per


por

csbe-se perf eitamente a apresentagSc em causa, sô nSo se tsm msios

para a asseverar, para se ter certeza a seu respeitcj.

Tampouco se trata da fcrma de rstengSo caracterí stica do erro

(com que tem uma conexSo intrinseca, uma vez que a poss ibi I idade c\;

incapacidade de exciusSc a constitui é precisamente a possibili


ja

146
causa ser errônea) Posso ter uma apresen-
dade de a perspectiva em .

esta retengao modal e essa apresentagao ser de


tagao afectada por

inteiramente adequada. As duas estruturas de


facto uma apresentagão

do acesso não coincidem, são diferentes. E, havendo em


imperfeigao

bora uma constitutiva referencia da finitude modal S finitude de er

ro, as duas formas de retengão sâo irredutíveis .

Também no que diz respeito Ss situagOes de experiencia em que

olhar esta modalidade de restrigao, poderia parecer que


se impOe ao

no fundamental ela se enraíza numa extrapolagao de experiencias de

erro : a partir da verificagão de ocorrôncias de erros em apresenta

quais o ponto de vista se tinha por seguro, perfila-se a


gôes nas

1 idade ou mesmo a probabi 1 idade de ser tambem assim relati-


possibi

vamsnts a outras perspectivas . Tanto assim que , vendo bem, observo

tendencia c reconhecimento de finitude mcdal nos campcs de


uma para

realidade em que a verificagSc de erro tsm algurna frsquencia (por

diz respeito a previsSo do tempo que farS, a avalia


exemplo no que

do carScter das pesscas com que se lida, etc ) tendendo pelo


gão
.
,

contrSrio a nSo se levantar essa percepgSo de restrigSo nos domí-

de é menos frequente ou mesmo nula.


nios em que a experiencia erro

Na verdade ,
porem, havendo sem dCvida uma conexSo, a experiên-

estS de maneira nenhuma condicionada a


cia de restrigSo mcdal nSc

esse antecedente, como se nSo constituísse ela prôpria uma experien

cia original , com um sertrdc prcprio. Se a experiencia ar.tericr de

erro pode de factc induzir, mctivar, a perspectivagSo de incerteza

e finitude modal de apresentagOes , segundo a sua semelhanga com ca

hcuve verificagSo de erro hs de quaiquer ma


sos anteriores em que ,

neira uma forma autdnoma ce experisnciagSo da finitude modal , des-

vinculada de tal motivagSo, nSo necessariamente condicionada por e

la.

Assim, ao ver ao longe aiguem que me parece ser uma pessoa que

assim se me apresenta pode estar acompa


conhegc, a perspectiva que

indice de modaiidade, pcr uma incerteza, que me faz es


nhada por um

147
tar ainda em dúvida sobre se e ou nSo na realidade a pessoa em cau-

a possibi 1 idade de de facto nao ser. Este experi-


sa, desperto para

mentar de finitude na posigão de acesso em que de momento estou re

lativamence ao ser humano que assim me aparece ao longe tem a ver

coisa modo como me estS apresentado, sem qualquer


com qualquer no

referencia a casos anteriores em que ,


em circunstSncias mais ou me

nos paralslas, me tenha erradamente parecido estar a ver a pessoa

A ou B . NSo e porque antes houve infirmagao de reconhecimentos des

ta ordem que agora se tem inseguranga sobre o que se apresenta. HS

antes uma evidencia peculiar da finitude modal, uma peculiar forma

de apresentagão em que se percebe nSo se estar numa posigSo de se-

guranga relativamente a validade da perspectiva que se tem. De tal

modo que nSo e sô re iativamente a apresentagOes anSlcgas a outras

j4 detectadas como errdneas (nem porque de tcdo em todc jS se expe

rimentaram errcs) que se pode pereeber a possibi lidade do


'
ĸkOiS-

v*..*3)uí> í.',<r.7 •>

^ Q facto de o ponto de vista nSc ter uma pcsigSc in-

tsiramente assegurada e de ccder na verdade nSo ser ccmo nels se

mculca .

De todc o mcdo , e em earaielo com o que acontece com a finitu-

de de incompreensão e a finitude de erro, também a finitude mccai

sô esporadicamente emerge num hcrizcnta maicritar iamente marcado pe

la sua ausencia ou pela ausencia de qualquer nctificagSo de que e-

ia tenha iugar.

Em regra, as perspectivas que o ponto de vista tem adoptadas

estSc marcadas por um carScter perf eitamente categôrico, acham-se

dadas numa evidência que nSo suscita qualquer f initude modal .

Quando alguma mengSo de finitude modal emerge , o foco dela e um

foco bem locaiizado num campo muito vasto de apresentagôes inteira

mente iivres dela. Alem disso, passam horas e horas , mesmo dias do

nosso acontec imento em que nenhuma indicagSo de finitude modai se

levanta a respeito de qualquer apresentagSc , antes todo o acesso as

148
coisas como sendo modalmente irrestrito.
se processa

Mas mais ainda : n3o somente a retengao modal não emerge assim

de facto senâo em acessos circunscritos , de pequenas dimensOes, mas

a evidencia das coisas, em que se está, inculca mesmo como excluí-

da a seu respeito a possibil idade de qualquer finitude modal que

ou mesmo sô amplamente a atinja, reservando para as res


globalmente

estatuto de perturbagOes no funcionamen-


trigOes modais o pequenas

to de um acesso ås coisas que em regra se lhes exime .

natural das modalidades e as suas caracteris-


1.2.2.5 A apercepgao
ticas A preponderSncia
.
modelo da incompletude do . ĩnsufi-

ciencia da apercepgao natural e necessidade de um levanta-


mênto sistemático das modalidades de finitude. O inquérito
so bre as modalidades e o inquérito sobre a forma da finitu-

As modalidades de imperfeigao assim sumariamente postas em re-

levantamento ainda meramente liminar sSo aquelas que de


levo num ,

forma mais cu menos dif erenciada ,


se perfiiam na experiencia nor-

da finituce. Nada implica que este elenco esgote em absoluto


mal

todas as modalidades de imperfeigSc a que pode estar sujeito o nos

so ponto de vista. E nSo é mesmo de exeluir que a experiencia natu

ral inclua air.da outras manif estagOes de imperfeigao nao redutiveis

de figuras ou de tipos
a este conjunto .

das experiências em que a imperfeigao do pon


Mas a generalidade
tem uma caracterí stica tal que a fini-
to de vista e experimentada

nelas e, em tragos largos redutível Ss mcdalidades


tude percebida ,

identif icadas E, alem disso —

mesmo que somente de fcrma con


assim .

diversas modaiidades, nSo


fusa (que nSo dilucida propriamente as

diferenciada do conjunto) prôpria


clara seu a
ganha uma visSo e

14Q
compreensSc natural inclui jS uma apercepgao incipiente destes di-
28
versos tipos de finitude.

A perspectiva que o nosso ponto de vista naturalmente tem sobre

não se resume na verdade S compreensao global do


a sua imperfeigao

facto da finitude, por um lado, e, por outro lado, Ss experiencias

concretas em que aspectos de imperfeigão vôm a lume . Eia compreen-

de também. entre estes dois planos, um


conjunto de compreensOes glo-

bais tipificadas que compartilham com a ccmpreensâo giobal da fini-

tude o seu carScter geral , vazio e abstractc (no sentido de esta-

rem dissociadas de um efectivo encontro, de um efectivo confrcnto

ccm as limitagOes concretas a que o nosso ponto de vista estS su-

-^eitc), mas por outra parte dSo uma expressSc aiuda assim mais a-

mais determinada, Ss diferentes percepgOes ccncretas de


proximada,

f initude a ccmpreensSo giobal "condensa"


que
.

Estas compreensces globais tipificadas, rsflectindo as difersn

fss mcdalidades da finituds, especif icam, se assim se pode dizer,

a cemereensSc glcbal de faeto da finitude.Tal comc eia estSo se.m-

ere de alguma maneira jS constituidas , dispcniveis, numa ncticia

cus ssmcrs ss pods sxpiieitar, mas tudc isto sem que se impor.ham a

consideragSc r.uma distinta apressntagSc de si.

Que sstSo prsssntss, pcrem, qus c pontc ds vista as tem cor.sti

tuídas, isso mesmc se rsflscts amidde na Imguagem, no gue costuma

mcs cizer de nôs e ca ncssa situagSo



em iugarss comuns muito rspe

petidos em que tais apercepgôes se expressam.

A ccnsciencia da incompietude traduz-se assim, por exempic, em

"nSo se pode saber tudo", 'comc hei-de saber ? —

r.Sc
iocugOes eomo

'

tenho o com da ubiquidade , 'sc Deus sabe' , etc . A finitude da ccm-

preensSo, a sua consciencia. manifesta-ss sm snunciados como "'nSo

ss ccds perceber de tudo", "tudo isso para mi.m e Latim" , etc . A im

de a eompreensSo da sujeigSo a sia rsflscts-se em


perfeigSo erro ,

como "uma pessoa pode-se enganar" "errar e humano",etc.


expressOes ,

E a apercepgSo da finitude modai traduz-se pcr exemplo quando di-

■50
"o é há de certo nesta vida ?!", etc Nestas e nou-
que
.

zemos que

relativa frequência pronunciamos ma-


tras locugOes afins, que com ,

nifesta-se claramente comc se tem alguma consciencia das diferen-

tes "frentes" ce finitude correspondentes as diversas mcdalidades.

Por outro ladc, estando estas compreensOes globais tipificadas

assim sempre jS constituídas e sempre jå na mesma disponibi lidade

da finitude, nao sucede de maneira nenhu-


que a compreensão global

ma que esta de ordinSrio se apresente jS especif icada, "flectida",

numa clara articulagão destes diversos tipos de imperfeigâo de que

de alguma maneira se tem notícia. E assim em regra nao se tem cons-

tituida nenhuma sinopse em que o quadro das modalidades de finitu-

de de hs consciência se acrssents. As apercepgOes dc facto da


que

incomcletude ,
do facto da sujeigSo a erros,etc. , afloram de ordinS-

ocasicnais, desiigadas.O plano de apercepgSo em


rio em apercepgOes

a noticia das diversas mcdaiidades se situa e,ss assim se pode


que

frouxo conexOes estSo esba-


dizer, um piano distraido e , em que as

Deste modo havendo sempre jS uma ncticia deias, c acompa-


tidas. ,

nhamento aue normalmente se tem das diversas modalidades no seu tq

do , o acompanhamento dc quadro de imperfeigôes que conjuntaments de

finem, e um acompanhamente muito difuso. lasso.

Isso mesmo se reflecte na cireunstSnc ia <de , nSo se reduzir.de

nunca a consciSncia de finitude a uma destas modaiidades (sende an

tal como se acentucu, as congloba sempre de algum moco a


tes que ,

de das modalida-
-cdas) haver todavia uma certa preponderSncia uma

ela ao falar-se de finitude do ponto de


des cue faz que seja que ,

vista, se tsr.de a associar a tal nogSo . Sssa mcdalidade e a primei_

ra

a imperfeicSo de incompletude .

Importa sublinhar ests facto e tanto mais quanto esta preponde

tende rsncvadamente a insinuar-se, encobrindo, des-


rancia sempre

virtuando tsm ds sspecificc e de irredutivel as diferentes


o que

a relagao que na verdade exists entrs s-


mcdaiidades de retengSo e

151
las.

0 modelo, a figura que naturalmente tende a impor-se, a dominar,

ao expl ic itar-se a apercepgSo da finitude, ao falar-se dela e ao

considerS-ia, e o modelo do carScter incompleto do horizonte de a-

a que se tem acesso. E muito em particular o que ccr-


presentagSo

responde a dimensSo espacial desse conf inamento . E assim, ao men-

cionar-se a finitude do ponto de vista que se tem, aquilo que mais

imediatamsnte se sugere, aquilo em que se tende a pensar e essa es

trutura de imperfeigSo

a configuragSo do tido como um espago li-

mitado, que tem o seu exterior, q\ie nSo abrange tudo .

demais modalidades tem propensão para se manterem


Enquanto as

numa posigSo de menor relevo, r.um relativo apagamento .

Sâo vSrias as razôes por que tai acontece, ccntandc-se com osr

tsza sntrs eias a circunstSncia de , er.tre as diferentes modalida-

des de restrigSo, ser esta aquela em que a finitude se apresenta

com um carSctsr mais constants e mesmc permanents .

Ccm efeito se, confcrme ass inaladc , em todas as mcdalidades a a

perspectiva qualquer ccisa natureza,


percepgão natural como uma u-

nunca desaparece, a finitude de com-


ma estrutura persistente que

crssnsão, a finitude de srre s a fir.itude moda i sSo percsbidas oo-

mc actual izando-se somonte em ocorrencias ccasicnais, espcrSdicas.

A estrutura permanente que Ihes corresponds e persceet i vada co-

mo uma estrutura que permanentemente possibi 1 ita que apresentagdes

elas (e faz fcrgosamente de algum


sejam afectadas por mesmc que mc

dc ds ncvo tsnha ds havsr apresentagOes nessas circunstan-


semprs

cias), mas nSo impliea de maneira nenhuma que a cada instante, em

permanêneia, o ponto de vista esteja ef ectivamente afectado por e-

ias. Aiem dissc, as restrigOes q\xe emergem no quadro dessas mcdali^

dades te.m um carScter que normalmente aparece ccmc mais ou mer.es

temporSrio, transiente (as ininte 1 igibi I idades podem ser superadas ,

os erros oorrigidos , as incertezas superadas numa certificagSo das

respeitam). Ao passo que a incompletude que se


apresentagOes a que
reconhece no modo como se tem acesso Squilo que hS é vista como u-

ma restrigSo que sempre actualmente se dS (como uma situagSo de con

de limite permanente, que, por mais que se "mova" o o-


finamento,

lhar em busca do que ainda falta, nunca se ultrapassa inteiramente

e a cada instante afecta o nosso ponto de vista) .

destes aspectos que contribuem para con


Mas , independentemente

primeira modalidade alguma proeminencia


e que como se ve-
ferir S ,

condicionamentos do reconhecimento natural


rá resultam de puros

da finitude (nSo reflectindo bem o quadro de possibi 1 idades que e-

cada um dos modos de finitude), jS no


fectivamente corresponde a

natural estas diferentes modalidades estSc de


curso da experiencia
sua especif icidade na sua autoncmia
alguma maneira percebidas
na ,

I idade hs de uma mesma apresentagSo estar sujeita


--na possibi que

ser afsctada psias dsmais (pcdendo, por e-


a restrigSo de uma sem

nSc estar ausenfe do nosso campo de apresentagSo ,


achar-se
xemplo,

sujeita er.volver
dada, mas ser inintel igível , ou estar a erro sem

qualquer ininte I igibi 1 idade , cu ainda corresponder ef ectivamente a

se disponha de condigOes pa
apresentagSo adequada, mas sem que
uma

acessc em que se encontra, etc )


garantir
. .

ra c

De tal fcrma que , mesmo sem que nunca se explicitem, sem q\ie

ver nitidamente o quadro que dessnham, tsnho sem


eu nunca chegue a

^r-a
- i oq-^^c dif°retfes mcdalidadss no meu horizonte, dcmino natu-

tcdo este cemplexe de difersngas, e a eie q\ie reccrre e


raimente
,

ccm ele que opero na compreensSo que naturalmente js tenhc cas res

de acesso a que estou sujeito. E de tal forma que ,


pcr cu-
trigOes

tsntam sxaminar as possibi 1 idades de finitude,


tro laco, quandc se

seu campo, acaba por ser este ccmplexo de difs-


ver nitidamente o

normalmente
rengas que emerge da perspectiva implícita em que se a

cha e impOe a sua "ligica", incuicandc c quadro q\ie define ccmo o

estrutura de limitagSo a que o nosso ponto de vista


real da
quadro

estS sujeito.

1^3
A apercepgSo natural da finitude define-se assim não somente

f orma, mas também por um determinado quadro de modalida-


pela sua

des de finitude.

Com a identif icagSo destas modalidades langa-se mais luz sobre

a apercepgSo naturai e sobre as perspectivas que se abrem para um

levantamento da situagSo de finitude.

Por um lado, torna-se mais clara a posigão em que naturalmente

se estS relativamente ao reconhecimento da finitude. Por outro ,


de

finem-se mais precisamente alguns aspectos do que é insuficiente

nessa pcsigSc, da tarsfa de apuramentc (de indagagSo da finitude)

que deixa ainda por realizar.

Assim, em primeiro lugar, a finitude da apercepgSo da finitude

ganha contornos mais nítidos, mais nitidos contornos ganhandc tam-

bem a tarsfa da sua supressSo. ?sresbs-se a necessidade ds uma ex-

piicitagSo e clarificagSo da consciencia difusa em que as modali-

dades da finitude naturaimente estSo apercebidas. Percebe-se que

nSo se tsm um acompanhamento suficisnts dc campo ds cada modalida-

ds —

que n.a vercade nSo se tem determinado que Sreas do campo de a-

estSo ou podem estar afectadas pcr cada uma das modal_i


presentagSo

dades, em reiagSo a que dcmínios co reai e que a


apresentagSo de

que se dispOe e inccmpleta, que latitude tem precisamente essa in-

ccmpletude, que apresentagûes estSc ou podem estar afectadas pcr

erro ,
que apresentagdes 3e acham eximidas a essa possibi 1 idade , a

respeito de que aspectos da realidade hS ou não hS,pode ou nSc ha-

ver finitude de nSc-compreensSc cu finitude modal .


Percebe-se c ca

bimento e o sentido de uma tarefa de er.ame ,


expIcragSo das difsrsn

tss mccaiidades, por forma a obter uma visSo mais precisa e uma vi.

são de conjunto, intsgrada, dcs diverscs pianos de imperfeigSo a

qus sstS sujeito o nossc ponto de vista. S percebe-se como uma tal

154
1 tirar o acompanhamento da finitude da
tarefa e indispensáve para

do "vago" em que naturalmente se queda.


imprecisao,
ao mesmo tempo ainda um novo elemento da
Para alem disso, emerge

da finitude, que numa primeira abordagem não se tende a pOr


questao

mas na verdade é também de capital importSncia.


em equagão,
estas modalidades de
De facto, se na apercepgSo natural sao as

imperfeigSo do aCesso que se documentam, pode muito bem acontecer

o reconhecimento natural das modalidades nSc seja exaustivo— e


que

mesmo bastante lcnge de o ser.


esteja

bem acontecer haja outras modalidades de imper-


Pode muito que

de vista em que se estS, outras modalida-


feigSo a afectar o ponto

estS desperta, ela igno-


des para que a apercepgSo natural nSo que

ra. Por mais que parega improvSvei e remota, tambem esta possibili-

absoiuto ser exeiuída. E a finitude da apercspgSo


dade nSo pode em

aspecto sobre o quai tem ds ssr a-


da finitude ganha assim um novo

inquerito para apuramentc da pcssibilica-


vsriguaca, requerendo um

modaiidadss ds finitude para alern das que naturai


de dessas outras

mente ss apresentam e para a respectiva identi f icagSo e expioragSo

no caso de se cor.firmar tai poss ibi 1 idade .

dests mcdo a anSlise das difersntes mcdaiidades em que


Mas ,
se

finitude do pcr.tc ds vista ss manifssta oomo um as-


se articula a

da ds finituds, nSo e
imcortante para a avsriguagSo situagSo
pecto
haver entre essa averiguagão das moda
ainda claro qus relagSo pode

do problema da forma da finitude, que ,


como
lidades e o apuramento

momento fundamental e decisivo de


em evidSncia, constitui o
se pos

toda a questSo da finituce.

das modaiidadss contribuir sm alguma coisa


Pode a averiguagSo

forma da finitude? Ou trata-se


para o esc iarscimentc da questSo da

do prcblema que se situam em planos comp I etamsnts


de dois aspectos

?
distintcs (mesmc que complementares )

e preciso ainda pOr a ciaro.


Este e um probiema que

1=5
Antes do mais, e para prevenir eventuais equivocos nas referen-

cias a elas se fazem, importa demarcar bem as duas estruturas


que

fundamentais assim se identificam, f orma e modalidades de fini-


que

contraste nos seus tragos fundamentais


tude, pO-las em .

A forma. e cada uma das modalidades da finitude partilham a cir-

cunstancia de constituírem algc que , por assim dizer, perpassa a

icidade do campo da finitude —

algo que estS para 1S dos di-


multipl

ferentes limites ou falhas singulares, concretos, algc que os exce

de e nSo se reduz a nenhum deles. Tanto num caso eorno no outro a-

de se trata tem uma tal determinagSo uma tal circunscri


quilo que ,

gSo do que o constitui que admite em si uma mui tipl icidade indefi-

nida de ocorrências, de aspeotos singulares de restrigSo (ocorrSn-

cias, singulares que sem prejuizo da sjua diversidade, ce


aspectos ,

nessa determmagSe fundamentai e se integram no quadro por


mungam

eia estabslecido ) .Tanto num caso como no outrc, as ocorrencias sin

podem ser mais estas ou mais aquelas, as determinagôes "tí-


gulares

forma e as modalidades sSo ccmo q^ie "sISs


picas" correspondsntes a

ticas" sm relagSo a estas variagces, mantsndo-ss as mesmas . E tudo

isto de tai mcdo qus ,


pcr outrc ladc, estas determinagôes engloban-

tes, tar.to a forma quar.to cada uma das modaiidades constituem,


que

os limites singulares podsm eventual-


nSo sSc apenas tipos em que

mente vir a ser agrupados , numa c lassi f icagSo supervenients , mas

sim motivos condutores factores de compreensao que precisamente

dominam e organizam a prôprta experiSncia dcs limites, conformando

o cue nela se apresenta, cunhando, detsrmmar.de o seu sentido, es-

truturanco o seu campo.

Semelhantss nestss tragos, a f orma e a modal idade da finitude

distingem-se porem na nat'ureza da detsrminagSc qus fixa.m, da orien

perspectiva ;So da finitude.


tagãc que dSc a

156
S definigao da situagao de finitude no
A forma diz respeito

definigao da amplitude globai da fi-


seu todo, mais propriamente a

estar sujeito, feita numa articulagâo funda-


nitude a que se pode

entre a imperfeigao e a eficacia do a-


mental da relagao de forgas

tem Estabelece qualquer coisa como um estatuto da fa


cesso se
que .

haver numero x ou y de imperfeigOes e de es


lha, independente de o

tas terem este ou aquele tecr.

deste modo diz respeito S situagao de finitude no seu


Porque

estabelecida entre a eficS-


todo, S relagao de forgas qlobalmente

do se tem, a for-
cia e todo o conjunto de imperfeigOes acesso que

no de vista e de cada vez sô uma Pe-


vigente pcnto
.

ma da finitude

sentido ir.srs-Ihs unicidade.


lo seu prdprio
de cada das modaiidades ds
issim, se pcr exempio no quadro uma

contrSrio do se verificou ser c caso, houvesse


finituds, s ao que

dif erenciada, da ampiituds dos limitss


uma conformagSo especifiea,

tai maneira para cada modaiidade fosse diferen


admissivsis, ds que

de isso ds todc sm to-


ts a scuacSo ds sf icSc ia/ir.sf icScia acsssc,

existencia de uma mul tipl icidade de formas


do nSc signif icaria a

diversas conf iguragOes da amplitude nas diíeren


da finitude. Essas

tes modaiidades determinariam conjuntamente ,


peia sua copressnga

da relagSc de fcrgas entre a


nc pcnto de vista, uma equagSc globai

dessem

p;..nic;a e a imcerfeigSc do ponto de vista em que se que ,

-.-^
- -
m rr-s-ii«j-ia a forma da finitude em viccr nesse ponte de

vista .

global, essa relagSo globai de forgas, que e


s essa avaliagSo

caracteristico da nossa compreensão da finitude ter a presidir a

constitui, no sentido prôprio, a forma da fi-


sua cerspectiva, que

nitude .

de acentuar, nSo impede que , como se fez e muitas ve-


0 aue, e

fale de formas da finitude, no plural


e i.
zes voitari a fazer, se

s o mesmo (ao meu) ponto de vista.


to em refersncia a um

unicidade que inere S forma da finitude e uma u-


Com efeito. a
nicidade em cada momento da compreensSo que se tem, em cada momen-

to do accntecimento de lucidez que em nôs estS constituído. Nao te

nho nao ter de cada vez senSo uma perspectivagSo global da


e posso

relagão de forgas entre a imperfeigSo e a eficScia do meu ponto de

vista, uma forma. Mas isso nSo impede que essa avaiiagão global da

relagâo entre a ineficScia e a eficScia do acesso justamente mude ,

a perspect ivagao da finitude se transforme de tal modo que a


que

forma altere. As formas da finitude, deste mcdo, nao


respectiva se

são exclusivas entre si. Mas podem justamente


podem coexistir, su-

ceder-se .

As modalidades de finitude, pelc contrSrio, nada tem a ver ccm

de esta se reveste, sSo em si mesmas neutras rsla-


a amplitude que

tivamsnts as dimensOes, ao pqrte deia. TSm a ver Cnica e exciusiva-

mente ccm c modo como, independentemente da extensSo que abrarge ,

hS retengSo, restrigSo nc acesso que se tem. 0 que estS em causa

nas modaiidades, a determinagSo que corresponde a cada uma deias,

e o tipo de imperfeigSc, c tipc de falha que produz escondimento .

As modalidades, deste mcdo, podem, sem qualquer dificuldade, co-

existir num mesmo ponto de vista e em cada momento ser diversas :

nada impede que haja vSrias modalidades de imperfeigSo acumuiadas.

afectar.do a mesma perspectiva.

Os dois planos de determinagSc co carScter da finitude. c pia-

no ca fcrma e o quadrc das suas modaiidades, cruzam-se assim, mas

tai forma que nâo sâo solidSrios. A mesma modalidade ou c mes-


por

mc escectro de mcdalidades pcde em principio integrar-se em dife-

rentes formas da finitude, ou porque em diferentss pontos de vista

a ampiitude com que restringe a eficScia e difersnte (pcds pcr s-

xsmpio haver pontos de vista incomensurave Imente mais incompletos

do que outrcs) ou porque , no Smbito do mesmo ponto de vista, se ve

rifica que a amplitude em que sstS afsctado peio mcdc de imperfsi-

gSo em causa é radicaimente difersr.te do que parscia--e isto de tai

158
uma modificagao da forma da finitude. Por ou-
maneira que obriga a

muito maior
tro lado é também perf eitamente possível que haja uma

de falha sô com uma modalidade de retengão, do que veri-


amplitude

espectro das modalidades nao in


ficando-se uma conjugagão delas. 0

forma da finitude. E poder-se-ia perfeitamen-


flui forgosamente na

nosso ponto de vista não afectado por finitude de


te imaginar o

ou não afectado por finitude modal (no modo como


nao-compreensão

ambas estao reconhecidas) sem que isso alterasse de


naturalmente ,

forma natural da finitude, o regime da falha como


alguma maneira a

de raiz estS constituido no nosso ponto de vista.


lacuna que

deste modo o campo de averiguagSo da forma da


Aparentemente , ,

de averiguagâo das suas modalidades nSo somente


finitude e c campo

sâc distintos, mas neutros um em relagâo ao outro ,


sem quaisquer

entre si.. E, assim, a identif icagSo das diferentes mo-


implicagOes

dalidades e a detecgSo dos problemas que levantam nSo parecem ser-

vir nada o esc larecimento da questSo da forma da finitude


em para

estS em jogc.
do nosso ponto de vista, cuja averiguagSo e o que

da tarefa de verificagao da forma da finitude.


1.3 Dificuldades
A possibilidade de utilizagão das modalidades como fio con-

sua execugâo .Def inigao preliminar da investiga


-

dutor par a a

rêãlizar:_tq levantamento sistemStico das modalidades


gao a

como meio para o apuramento da questao da forma.

assim irrelevante para o esc larecimentc da questSc da


Parecendo

das mcdalidades de finitude abre-lhe porsm pis


forma, o apuramento

tas que são decisivas.

verdade uma vez percebido o sentido e o cabimento de nma


Na ,

tarefa de verificagao da forma da finitude, tal como anteriormente

nâo são muitas as perspectivas que se abrem para a


ficou definida,

1£U
realizagao dessa tarefa. Vendo bem, essas perspectivas parecem mes

mo quase nulas .

A forma de compreensSo da finitude como algo lacunar, nSo sen-

do temStica, normalmente nunca se expl icitando , domina inteiramen-

te o nosso ponto de vista, constitui algo de profundamente enraiza

do nele.

Pcr inconspícua, discreta que seja a sua presenga no modo como

vemos, vemos sempre jS segundo ela.

E o seu dcmínio nSo se exerce sO quando nao meditamos nas di-

mensOes da finitude, quando desprevenidamente o nosso olhar segue

o seu curso, as suas tendencias naturais,sem nenhuma ponderagSo do

se situa, das condigOes de acesso em que se acha,


quadro em que

sem exame .

Nâo.

Mesmo cr.de se procura verificar se é de facto assim como natu-

inculca situagSo de finituds corresponde efecti-


ralmente se se a

vamente a forma, naturalmente estabe iecida, da lacuna —


a
perspecti_

va natural mantém sempre ainda imposto o seu dcminio. A evidencia

da compreensão naturai , a svidência da inegSvel eficScia do acssso

mantem-se intacta na da nSo-tsmatizacSo


disponível, passagem pa.ra

a tematizagSo da finitude.

E assim, ao procurar verificar-se a fcrma natural, c oihar con-

tinua a tsr uma prcr.ur.ciada s apareutemente inamovivel tendência

oara ver sempre jS segundo ela, na sua ôptica.

Mesmo que se procurs uma alternativa, uma cutra possibi 1 idade

de as coisas sersm.uma outra perspectiva scbrs a situagSo de fini

tude em nos temos, ou mesmc sô uma posig-So neutra que nSc ex-
que

clua tal poss ibi I idade (que esteja aberta para ela), essa aiterna-

t i va nâo surge , nao se antolha, continua de facto a nao ser admi-

tida . Pode compreender-ss que nSo e possivel exciuir em absoluto

tal 1 idade nesse sentido, ela tem de ser rsconhscida.


possibi e que ,

Mas na verdade nSo se vislunbra def inidamente nenhuma perspectiva

160
lhe corresponda e, sobretudo, essa admissao mantém-se
concreta que

si de vis
exterior S expectativa e S compreensao de em que o ponto

faz ef ectivamente se acha : nSo se conta de facto com ne-


ta que a

drSstica da relagao entre a eficScia e a ineficS


nhuma modificagao

1 idade de invasao de escon


cia do acesso, nSo se vive a possibi uma

altere na sua configuragao o campo de aces


dimentc que globalmente

tem era o na verdade corresponderia a uma alte-


que

so que se que

forma da finitude.
ragao da

De tal modo que de facto persiste intacta a implícita canoniza-

modo vemos as ccisas, que naturalmente estS constituí-


gao cLo como

continua ainda sempre a ser compreendido basica-


da_ Ter-as-coisas

senSc ser ter as coisas como nôs as


mente como sendo e nSo podendo

mais estes ou aqueies comp i ementos , ccm mais estes e a-


temos (com

mas no fundamental mantendo o quadro). De ma-


cueies ajustamentos,

de facto nSo se sai um milimetro que seja, da fcrma na-


neira que
,

antes, assi.m, na prôpria tentativa de detec-


tural, descobrindo-se

I idade de uma aiternativa a essa forma, a que ponto na


tar a possibi

verdade se estS preso a ela-numa verificagSc que parscs justamsn-

confirmar eia e ef ectivamente a forma da finitude corrsspon


ts qus

em se estS deveras
situagSo que
.

dsnts a

Se no curso natcrai ce olhar, onde nSc hS qualquer tematizagSc

etamente fora do horizonte a pcssibi I icade


da finitude, estS ecmpl

dc acesso ale.m da que tem a dimensSo ds la


de uma imperfeigSc para

cunas (s ss assim, antes da iniciativa de tematizagSo, essa possi-

isso menos efectiva es-


bilidade

de fcrma inexplicita mas nem por

tematizagSo de tal possibi 1 idade parece por sua vee


tS excluida) , a

em rslevo como exclusao expressa a exciu-


~So fazer mais dc que pOr

sãc inexpiicita que naturalments jS dcmina.

Por mais que mobilioe o olhar em busca de outras possibiiida-

1 idades de tcdo em tcdo nâo se oferecem.


des, essas possibi

outro lado, nSo posso tambem suspender a forma pcr um ac-


Por

lol
to de vontade para, adquirindo independencia em relagSo a ela, ve-

rificar se correspcnde ou nâo S finitude que temos. A tese situa-

-se no pr6prio modo como se ve . E é insusceptível de ser modifica-

da sO porque se quer, porque assim se decide.


ou suspensa

E assin, ao considerar-se a questao da forma, inculca-se sempre

de novo a evidencia de o acesso em que se estS ser eficaz, a irre-

cusSvel do nosso oihar levado Ss coisas, rsve lando-as


perspectiva ,

a cada instante corrobora a forma natural ,


a confirma, a docu-
que

menta como verdadeira.

De maneira que , ao tentar-se apurar a questão da fcrma da fini

tude , a tsndeucia e para ss cair no impasse de uma homologagao, de

uma reconf irmagao da forma naturalments adcptada, sem se apre


pura

sentar nada mcdifique a situagac tai como jS e a partida.


que

de nSo haver nSo podsr havsr ser.âo esta


Toda a aparência e a ,

forma da finitude no nosso ponto de vista.

Pcde naturaiments admitir-se que isto seja justamente talvez

nSo se ccnsiga ver de outrc mcde sá pcr sfsi


36 uma aparSncia, que

to ds um condicionamento enganacor .
Mas, mesmo admitindc que seja

que vias podem ser tomadas para rcmper c


esse porventura o caso,

domínio renovadc da aparSncia que impôe a fcrma natural ?


sempre

Como descondicionar o olhar a este respeitc, como fazer a verifica-

da forma da finitude ?
gSo

Justamente este efeitc reveste-se de importSncia o levanta


para

mento se procurcu fazer das diversas modalidades da finitude.


que

Na verdade , essas diversas mcdalidades, ainda que naturalmer.te

de tai mcde que ssm excepgSo se inscrevem na forma na


apresentadas

tural em a finitude tem o carScter de lacuna, constituem pis-


que

"-
n?
concretas de possibi lidades de finitude —

pistas que podem ser


tas

exploradas em averiguagao da possibi 1 idade de a situagao real de

uma outra forma que nao a da perspectiva


finitude corresponder a

natural .

Para emergir, para se impor uma modificagao da forma é preciso

no concreto da apresentagao em que me tenho, falhas


que aparegam,

coisa como uma invasao ou invasOes de es-


tais que tragam qualquer

nela. E as mcdalidades de finitude fornecem precisamen-


condimento

te um fio condutor para esse tratamento do problema no plano con-

dc ncsso campo de acesso, num levanta


creto, para uma interrogagSc

da imperfeigSo que nele ef ectivamente se manifes


mento sistemStico

ta.

inadequagSc da fcr-
0 plar.c em que a pergunta pela adequagSo ou

da finitude ter.de a situar-se ao ser suscitada é um pia


ma natural

no abstractc, em qus nSo r.S um ocnfronto efectivc com as ccndigOes

concretamente o pontc de vista estS suieito. A ex-


de acesso a que

do sistema das mcdaiidades, peio contrSrio, ccnstitui um


pioragSo

de investigagSo e obriga a um confrente com as con-


campo concreto

reais do acesso em que se estS.


digOes

fio oondutcr das modaiidades identi f icSveis e precu


Seguindc c

ievantamento fanto quanto possível exaustivo de ca-


rando fazer um

aos limites da finitude nela possivsl,


da uma no que diz respeitc

abandona-ss o plano vago da considsragSc abstracta da possibilida-

ds uma cutra forma e passa-se ao ccnfronfc


de ou impossibilidads

pcndo a prova o que ef ectivamente se


real ccm as imperfsigOss que,

de facto se encontram no nosso pcnto de vista.


tem e o que escapa,

Desenna-se assim uma poss ibi 1 idade de realizagSo dc empreendi-

da fcrma da finitude —

a da sua reaiizagSc:
mento de verificagSc

1) r.c clano ccncreto da sxperiSncia dos limites e da verificagSo

i 1 egitimidade das antecipagOes restritivas


nela da legitimidade ou

das de scberania do olhar que es-


do escondimento possivel, tsses

fcrma natural da finitude, e


tSo estabelecidas na

163
da realizagão desta vsrificagao num levantamento que toma
2) a

como fio condutor o sistema de modalidades da finitude.

esta via se tenta explorar na presente in-


É precisamente a que

isso precisS-Ia def ini-la mais ni_


vestigagao, importando pcr agora ,

tidamente nos principais passos de que consta.

de uma averiguagSo da fcrma da finitude por meio


O projscto e o

dc exame sistemStico das dimensOes possiveis da imperfeigSo do r.os

diferentes modalidades da finitude.


so ponto ds vista nas

A emercência de uma cutra ou de outras formas da finitude, trans

enquadramentc de ccntengSc da falha que e


gredindo, pulverizando o

da forma natural pcde resuitar ou da detecgSc de outras


prôprio ,

modalidades de finitude que r.So se evidenciam na experieneia natu-

rai. cu da c ireunstSncia de aeuelas que naturaimer.te se manifestam

serem na verdade muito mais ampias quanto ac volume de escondimen-

terem dimensOes muito mais perturbadoras de que


to que comportam,

naturalmente ncs apercebemos .

As duas possibil idades tem de ser consideradas .

Mas antss de se avsriguar a eventuai idade ds havsr ds facto ain

•da outras modalidades para alem das que imediatamente se apresen-

cabe teutar proceder a um ievantamentc exaustivo


tam, justaments

da amplitude de finitude que na nossa situagSo de acesso ãs coisas

e detectsvei para cada mcdaiidads identifioada na experiencia na-

turai . Para ver se, ac anaiisar rigorosamente a situagSo em qus

estamcs, o dominio de escondimento que e detectSvei se integra de

facmc sempre no quadro naturai ou, peio ccntrSric, o subverte , sus

citandc uma nova compreensSo globai da situagSo de acesso, ou seja

nova forma da fmitude.


impondo u.rna

164
X perspectiva abstracta da pergunta pela adequagac
ou inadequa-

forma natural da finitude, em cuja consideragao , como se viu,


gao da

de vista não tem ncrte se embaraga e perde , substi-


o nosso ponto ,

tui-se assim o seu desenvolvimento , a sua expl icitagao , num conjun-

de interrogagOes a cada uma das quais corresponde um cam


to quatro ,

de investigagão definida, concreta:


po, uma direcgSo

situagão de acesso em que me enccntro?


DQue incompletude afecta a

incompletude S forma natural cu subverte-a, e nes


Corresponde essa

se caso que forma da finitude configura?

idade grassa nessa apresentagSo? Inte


2)Que camco de ^nmtgi_igc-bi_l
na ferma r.aturai ou é-lhe irredutíve 1— e ,
a ser assim, que
gra-se

alteragSo da fcrma acarreta?

ilusao, de erro cabe r.o mcdc ccmo tenf.o as coi


3)Que amplitude ce ,

de um carScter meramente lacuuar ou excede-o ? E,


sas? Reveste-se

a ser assim. a que forma da finitude corrssponds?

Smbito da finitude modal sm que estS prssa a aprsssntagSo


4)Quai o

ds dispcnho? Rsspsita os limitss da forma naturai ou ultrapas


qus

forma dsfir.e a possibi I idade de retsngSc efec


sa-os e, entSc, qus

tivamente detectSvel nesta mcdalidade?

estss ver-se-a entSc que situa-


Uma vez estabe 1 ecides pcntcs,

gSc (cue forma da finitude) ccnjuntamente configuram, que perspec-

I ativamente ac cursc uiterior da invsstigagSo , ss


tivas abrem re

ainda outras modalidades de r rer.gSo afsctando


sSo icentif icSveis

o nosso ponto de vista s ds que maneira a rsspectiva descoberta pq

vez mcdificar a situagSc rslativa a forma da finituds


de pcr sua

do nosso ponto de vista.

I6f
sobre sentido e alcance da investiqagao
1 . 4 ObservagOes gerais o

no seu todo .

Tem-se deste modo definido o quadro da investigagão levada a

cabo naquilo que se segue.

de entrar nessa investigagSo e indispensSvel fazer


Mas antes ,

ainda algumas observagOes sobre o porte de que globalmente se re-

vestem os diferentes apuramentos rsalizados no seu curso .

ilusao de se pretender alcan-


Pode na verdade produzir-se uma

gar neles mais do que ef ectivamente se pretende e pode pretender.

E é por isso necessSrio acentuar bem, logo a partida, aquelas

do alcance dos apuramentos realizados


mais impcrtantes restrigOes

aue correm o risco de , nSc sendo sublinhadas, passarem despercebi-

das e deixarem margem para equívocos.

idade de um apuramento vâ.Iido para a NATUREZA


I _ 4 1 1 a impossibil
HTJMANA. Possibili dade e sentido do apuramento da finitude co-

nĸTjun apuramento" RELEVANTE PARA OUTREM.

estabe 1 ecimento da finitude aqui 1 evado a


Em primeiro lugar, o

alimentar quaiquer pretensSc de conseguir fixar o


efeito nSo pode

finitude inerente a natureza humana, no sentidc em que i;


quadro da

estrutura, uma fcrma de accntec imento que confor-


so signmica uma ,

o modo como sou, mas tambem o modo como sSo todos os


ma nSo apenas

166
acontecimentos de lucidez que aí hS nos outros, meus semelhantes.

Conforme se viu, o reconhecimento global da finitude que natu-

ralmente estS constituído fixa a finitude que concebe justamente

índole, uma tal extensao de alcance (como parte in


com uma tai com

da condigao humana

que lhe inere, é constitutiva dela e


tegrante
1 idade de excepgâo). E esta assungao na-
nâo deixa qualquer possibi

da finitude comc "natureza", ccmponente do humano é tâo ar-


tural ,

tende a insinuar-se no modo como se entende qualquer


reigada que

fixagao da finitude e a projectar-se sobre o quadro de finitude ne

De tal modo que nSo havendo nenhuma indicagSo em con-


la tragado. ,

trSrio, quaiquer fixagSo ca finitude tende a aparecer com a prsten

de fixar a finitude comum a todos, prOpria de todos .

sSo

Mas na verdade r.So disponho em absoluto de nenhum meio que me

de forma rigorosa a situagSo de confinamento em


permita determinar

de facto ss acha um sô qus seja dos outros que ai h-S —

e muito
•~ue

eles, numa determinagSo global que valha para tc-


menos a de todos

■dcs, sem e:<cspgâo.

se terS ccasiSr de ver mais detidamente, r.Sc ter.he na


Cor'crme

autenticc ao ponto de vista alheio, nenhuma for-


verdade um acessc

ma de ef ect ivamente o acompanhar. Se e factc que com alguma verosi

de forma mais cu msncs assegurada, possc determinar que


milhanga,

acuele outro r.Sc evidencia acesso (cu mesmc evidencia nSo-


este ou

este ou acueie aspecto .da reaiidade; se e verdade que


-acesso) a

tai dispuserem essa


e testar cs cutros se a se
oosso interrogar ,

uma dstsrminagao indirscta, condicionada s,


determinagSo e semprs

sxtraordinariamsnts difícil ds rsalizar para muitos (s


aism disso,

da finituds.
mesmc cs mais importantes) aspectos

De euaiquer mcdo ,
por mais lcnge que leve assim o inqueritc, e

de estabeiecer situagSo de fini-


pcss ibi 1 idade
a
mesmo admitindo a

r.ele sSo nunca o que assim se


tude dos outrcs que su;.eitcs a exame ,

da finitude a abran
estabeiece cermite uma fixagSo da situagâo com

167
reconhecimento natural da finitude concebe
gencia universal que o

e imperceptive lmente se tende a atribuir aos resultados do exa


que

me se f az Por mais inequivocamente que se possa estabelecer u


que .

ma afinidade ou homogeneidade da situagSo de finitude de todos os

forem assim sujeitos a exame persiste sempre a possibi 1 idade


que ,

de ser completamente diferente a situagSo em que se encontram ou-

tros para alem desses .

A validade universal do quadro de finitude reconhecico, como

estS pretendida na ôptica natural , nãc tem, neste sentido, um fun-

damento que a suporte e nSo pode ser sustentada para os apuramen-

tos aqui se apresentam. A descrigSo que se realiza nSo e a des


que

crigSo da situagSo de finitude em que se acha toda a ger.te, nSo é

a descrigic da condigSo sm qus (mesmo que eventualmente ccm pcssi-

bilidade de superagSo) normalmente, na posigSo natural do rsspecti_

vc conto de vista, todos estSc .

NSo somente nada permite uma tal extrapolagSo para c q'-ie se pas

sa eom todos os cutrcs, mas, para alem dissc, em. Clfima ar.Slise na

da fundamenta essa extrapoiagSo para nenhum deles.

Sobre c que se passa no ponto de vista dos outros , sobre a si-

tuacSc de cor.f inamento em qus ss acham, sobrs quai a forma da fini_

tude que lhe corresponde , nSo se afirma ou estabeiece nada no pre-

ser.te apuramento . De faotc, o ievantamento rsaiizadc nSc pcde pre-

tender ser mais dc que o levantamento de um ponto de vista : o is-

var.tamento da situagSo de íinitude de quem o rsaiiza. totaiments

circunscrito a ssta esfera.

Mas , sendo assim, nada disto por outro iado significa de rnanei

ra nenhurta que se trata entSo forgosamente de um empreendimento ex

c lus ivamente privado, que em nada diz rsspeito acs outros , qus con-

cerne antes tSo sd o seu autor .

Peio contrSrio. Se nada permite assentar na equivaiSncia das si-

tuagOes de finitude em que eu e os cutros ncs encontramcs, se nada

permite tomar essa equivalência ccmo liquida, por outro lado nada

163
inteiramente
permite tampouco excluí-la
e assentar no carScter pri

do em mim se verifica.
vativo, "original", que

A fixacâo da situagão de finitude em que me acho, a determinagão

forma da finitude correspondente a ela (e todos os demais apura


da

desde a anSlise da compreensão natural da finitude e


ramentos que ,

da sua forma, aqui são empreendidos ) nao constituem forgosamente a-

o levantamento de algo estritamente, exclusivamente meu. Ne-


penas

les uma situagao, um conjunto de fenOmenos, que podem na


apura-se

tambem noutros acontecimentos de lucidez diferen-


verdade ocorrer

tes dc meu, cuja constituigSc , cujas caracteristicas sejam afins da

em mim se verificam. Sendo assim perf eitamente de admi-


quelas cue

le rsencontre naquiio que se descreve tragos fundamen


tir que quem

em ce facto também se acha


tais da situagSo que .

Numa paiavra, rel at ivaments aos outros a descrigSo que se apre

carSeter de um conjur.to de enunciadcs que de cada vez


senta tem o.

tsrão de ser verif icados o.c respectivo pcnto de vista e apuradcs

nSo a situagSo em que cada um de facto


na sua ccrrespondencia ou

de maneira nenhuma ter um carSc-


sa acha. A descrigSc nSo pretsnde
"

nSo tsm a veieidade de enunciar taxat ivamente" o


ter injuntivo.
como uma interpelagao formulan
que e dos outros .
PropOe-se apenas ,

oabe a oada u.m conferir em si.


do u.ma poss ibi 1 idade , que

Nests ssntidc ss dsve entender a utilizagSo da primsira psssoa

quando se faia dc nosso


dc plurai (s do correspcndents possessivo,

eomo frequentements ocorre no cursc da expos_i


pcnto de vista,ste),

nSc outro ssnSo o da sxprsssSo desta pos-


<-Sc. 0 seu significado e

da minha situagSo de finitude como u-


sibilidade da poss ibi I idade

ma situagSc repetível ,
tipica, em que su e pelo menos aiguns cutrcs

0 "nOs" em causa tsm deste modo um carScter meramente


ccincidimcs.

hipotetico, cue sc se terna efectivo se a situagSo descrita tambem

cutrem como sendc a sua.


*r~ reconhecida por

169
1.4. 2 O apuramento da finitude como um apuramento meramente DE
FACTO.A i mp o ssibilidade de uma "CRĨTICA",no senti do pr 0 p r i o ,

pretendido por Kant (i.e.da delimitagao definitiva de uma fi-


nitude necessária, insuperSvel ) ; a situagao de finitude e a
falta de condigOes para uma antecipagao da impossibi 1 idade de
superagao da f initude : o levantamento da fi nitude como _m era
"CENSURÅ" , no sentido kantiano.

Em segundo lugar, nenhuma das fixagOes de finitude produzidas

no curso deste levantamento tem qualquer pretensão de validade co-

mo fixagSo de uma condigao def initiva, a que inelutavelmente se es

tS preso, sem qualquer possibi 1 idade de superagSo dela.

NSo se estabelece um quadro da finitude em que se estS comc se

eie fizesse parte de qualquer ccisa como uma "natureza humana" no

sentido de algo que de raiz inere ao nosso acontec imentc ,


que in-

dissociavelmente lhe pertence e lhe estA as3ociado —

de tal modo

que , sendo o que somos, estaremos sempre vinc\ilados a isso, sutme-

tidos Ss características e determinagOes nele envolvidas, sem


qual_

quer possibi I idade de sair desse quacro .

S nSo se apresenta nada disso pele simples razSo de que sems-

Ihants fixagao de uma natureza permanente a que inelutavelmente se

estS preso e quaiqusr coisa que , dada a prOpria situagSo de finitu-

de em que se estS, de factc e inatingível, nSo tem condigOes para

ser reaiizada.

NSo cruer isto dizer que se exclua a possibi 1 idade de efectiva-

ments haver uma condigSo, uma natureza fixa desta ordem ou que nSc

se admita que dela faga parts uma sstrutura permanente de finitude

do ponto de vista, desse modo se revista de carScter


que um
defini^

tivc, insuperSvel.

Não se tem nenhuma possibi 1 idade de excluir isso, mas tambem

170
está

e este é um ponto decisivo


de maneira nenhuma numa


nâo se

de acesso que permita af irmå-lo A finitude da situagão em


posigao
.

se estS é de tal ordem que não proporciona nenhum acompanhamen


que

to real dessa natureza, se eia existe.

de cada vez se acede no levantamento da finitude e


Aquilo a que

meramente a verificagSo de que estas e aquelas restrigQes de aces-

so se yerificam de f acto . 0 que se apura são sempre sO as falhas

e os limites detectSveis na situagao em que o ponto de vista de ca-

da vez se acha, é a limitagSo do ponto de vista até ao momento em

se encontra. NSo se têm meios para determinar antecipadamente


oue

possibi lidades futuras do acesso que se


de forma segura quais as

de desccnf inamento pode cu nSo aceder.


tem, a que posigOes

0 encontro de rsstrigOes

e sejam eias de que ordem fcrem —


nSc

nenhuma extrapolagSo da situagSo de finitude encontrada


autcriza

o horizonte das possibi 1 idades do ponto de vista, das situa-


para

em no seu curso ulterior se pcde vir a enccntrar.


gOes que

Por mais essa situagSo de confinamentc se confirme —

por mais
que

indef inidamente persista, sempre e sempre ainda, sem


aue perdure e

qualquer aiteragSo

nada disso permite exciuir a possibi 1 idade ds

virem a ocorrsr trans f ormagOes do ponto de vista e o seu acessc a

uma situagSo em que tai confinamento desaparega.

Numa oaiavra, a finitude estabelecida nSo ultrapassa um piar.c es

de f acto pro tempore, rsiativo â situagSo sm qus ds ca


tritaments ,

de vista se acha —
e apenas a ela, sem qualquer ants
da vez o ponto

cioagSo scbrs o que pode ou r.So pode alguma vez vir a ser atir.gido

este tambem ele vai contra uma ten


Cumore vincar bem ponto que

crofundamente arreigada dc ncsso ponto de vista —

tsndencia
dencia

claramente isclar, pOr em relsvo, e neutraiizar na


que e preciso

influencia q\ie costuma ter scbre nôs.

observcu, da compreensSo global da finitu-


Na verdade, ccmc se

de naturalmente estS constituída faz parte uma perspect rvagSo


que

da finitude que nos marca, em conformidade


da natureza permanente

171
nosso ponto de vista se compreende ccmo intrinseca-
com a qual o

mente finito

como nSo podendo vir a deixar de se-lo. A compreen-

da finitude não apenas estende o Smbito de ccorrência


são global

da finitude a todos os seres humanos mas liga a concepgão do seu

carScter inerente a antecipagSo irrestrita de uma conexâo necessA-

ria entre o que somos e a finitude. De tal modo que , se nos for re

1 idade de hoje mesmo (daqui a uns minutos ou algu-


ferida a possibi

mas horas), amanhã, daqui a uns tempo3 ou de qualquer modo ainda

antes de acabar a nossa vida virmos a alcangar um acompanhamento

absolutamente não retido, uma perspectiva absoluta que irrestrita-

hS, tendemos rejeitar essa possibiii-


mente accmpanhe aquilo que a

dade como inadmiss íve 1 ,


como totalmente de exciuir e mesmo ate co-

coisa de discaratado. 0 enraizamento ia tese de fi.nitu


mo qualqusr

de e tal cue o ponte de vista sô se concebe comc finitc e nSo con-

ta senãc com uma persistência da sua finitude.

do mesmo mcdc que, eomo se procurou mostrar, estS inex


Cu seja,

limita
pl ieitamsnts constituída antecipagSe limites, cir
uma que os

cunscreve a sua ampiitude mSxima possível, assim também estS natu-

ralmente estabelecida ,
de fcrma implícita mas dominante, uma ante-

cipagSo que limita a possibi 1 idade de desconf inamento . de supressão

da finitude. De tal modo que o nosso ponto de vista s dominadc pe-

ia evidencia de que ,
quaisquer que sejam os progressos que nele se

quaiquer qus seja a obtsngSc de aoessc as coisas que ne-


produzam,

le se promova, persistirS sempre



e tem de persistir pcr forga da

natureza

uma imperfeigSo do acessc ao seu dispcr.
sua prôpria

Nos termos destas duas antecipagOes , a finitude constitui um dq

mínio que pode crescer (pcr perda de acesso ou pcrqus c sscondimen

to se revela mais amplc do que parecia) ou dscrescer (ter momentos

seus eliminados atraves da obtengSo de perspect ivas em que se pro-

duz um novo alcancs), porém sem nunca 3e expandir para la de um mS-

ximo . sen nunca recuar para aquem de um mínimo . ?or tal forma que .

i 10
com todas as variagOes que sao de admitir, tem o carácter de algo

estável , cqnstante .

Sucede todavia que ,


dc mesmo mcdo que a delimitagão da ampli-

da finitude possível na verdade carece de um fundamen-


tude máxima

modo pode bem acontecer que a fixa


to que a assegure (do mesmo que

a sua evidencia não resultem senâo de um con


gao dessa amplitude
e

do olhar

nada permitindo de facto excluir que pcssa


dicionamento

forma) assim tambem a antecipagSo do quadrc de imper


ser de outra ,

vista um quadro que sempre persistirS, de-


feigao do ponto de
como

estSvel, carece de bases que ef ectivamente a legiti-


f initivamente

asseverar.
mem, a permitam

contrSrio do naturalmente se me inculca, nSo te-


Assim, ao que

1 idade efectiva de excluir que (nSc sO antss do


nho nenhuma possibi

minha vida, mas ate mesmo daqui a dcis segundos) todo o con
fim da

afsctam a minha perspectiva desaparsga sem


juntc de iimitagOes que

sla ss eonvsrta num ponto da vista ds aesssc ab-


dstxar vsstigio s

dcminic do f uturo ds cus na verdade


scluto. Tsria de dispcr ds um ,

nSo disponho

teria de ter um acompanhamentc efectivo e apodíctico

comigc, é r.So
do que sou e do que e possívei acontecer que o que

tenho —
ficar assegurada tai exciusãc.
para

se fenha mantidc a situagSc de finitude,


Por mais iongamente que

desconhega qualquer caso em que de facto eia haja


pcr mais que se

mais esmagadora, extraordinar iamente esmagadcra


sido superada, pcr

de finitude identificada no ncsso pcnto de vis


aue seja a situagSc

mais em correspondsncia, r.So se vislumbrem quaisquer


ta e por que ,

estS sujeito— tudo isto


meios de suprimir a imperfeigSo a que se

somente ao fci até um dado mcmento (i.e., ate


^;z resceitc tSc que

ao presente em q^ie de cada vez se sstS).Nada disto permite exciuir

dar-se u.ma modificagSc, ím desccnf i namento radicai, por


que pcssa

se manteve sem acesso



e ats mes
cue se aceda a tudo quanto sempre

desconf inamento possa vir a ser absoluto.


mo que esse

"mcdestia", tcda a aparente sensatez da pers-


Toda a aparente

173
em se ve o contrSrio n3o resulta senão dessa infundada
pectiva que

de que o que é serS, de uma inatengão relativamente S


antecipagao

de facto estS, dizer de


situagao de finitude em se quer uma
que

dos limites daquilo de que nela ef ectivamente se dispôe e


violagSo
29
pode estabelecer.

T3o arreigada estS esta tendencia para a antecipagao de que q

que é serå que mesmo averiguagOes da finitude (como, por exemplo,

a da Crítica de Kant) em que justamente se pOe em relevo que ante-

nSo correspcndem efectivo dominio a uma


cipagOes desta ordem
a um ,

facto de ter de assim nao poder de


efectiva detengSo do ser e ser

outro modo , caem, r.Sc cbstante, na pretensão de idsntificar o apu-

ramento que fazsm da finitude corno o apuramento de uma finifude i-

nelutSvei, anteeipSvei na sua ine iutabi I idade : como finitude defij7

nitiva .

Indeeendsntements da ferma pscuiiar como prccuram produzir ss-

sa antscipagSc s justificar a sua possibi 1 idade ( f orma que n-Sc ca-

analisar em pormencr) no fulcro dessa anteeicagSo estS de


be aqui ,

inexplicite assentamento na constSncia da nafurs-


qualquer mcdc um

za sm aue estamcs const i tuí dos , excluindo a possibi I Idade de uma

transf ormagSc ,
em virtude da quai se passe a ter um.a aprssentagSc

das ccisas inteiramente constituída de cutro modc . Cra nSc sd es-

ts e um assentamento , uma exclusSo, a eue de faetc nada as habiii-

ta , mas, para alem disso, sSc essas mssmas averig-uagOes que reve-

se estS ccmo nSc autorizando tal exclusSc:


lam a situagSo em q\ie

ponto de vista que se tem estS marcado pela _fi n i tu -

justament e se o

de que esses apuramentos descrevem (e e issc que ac ontece, pois o

ocnto de vista que apura a finitude nSo e cutro senSo o prfprio pon

tc de vista a respeito do quai eia e apurada) , entSo nSc tem condi-

r-ĩes para determinar de fcrma assente e apccictica c que lhe pode

vir acontecer no seu f uturo


ou nSo pode a .

O imperceptivs lmente sucede nes3as delimitagOes de finitu-


que

174
inelutSvel é o ponto de vista natural (com a sua tendencia
de que

do ef ectivamente tem fundamento fa


para estabelecer mais que para

de acesso soberano que inexpl icitamente se


zer e seguindo a Optica

atribui), observa a finitude identificada como se, de uma posigao

nflo condicionado assistisse a ela. E o que sucede é que,


de acesso ,

nessas condigOes, esquecendo-se de que a sua prOpria posigSo e a

de vista confinado, com todas as restrigOes que o limi-


desse ponto

fazem que seja tudo menos um pcnto de vista


tam (e que justamente

um acesso soberanc, nSo condicicnado ) , emite um juízo de ante-


com

de finitude assim se lhe apresenta. Ou


cipagSo sobre o quadro que

de vista que declara a finitude (e que a declara ccm


seja, o ponto
1 idade ) exime-se ivs 1
-

antecipagSo da sua total insuperabi impercspt

mente a finituds qus dsciara (pOe-se, sem dar conta disso, numa po

sia--ve-a como se nao estivesse imerso


si~Sc r.So rsstringida por

no seu meio, na opaeicade cue ihe ccrresccnde e ccm as iimitagOes,

as incapacidades que eia traz).

dcs faotos de fir.itude que de cada vez efec-


Esta transgressSo

estSo dccumentados cu seja, para o dizer numa firmula jS


tivamente ,

esta trans f ormagâo do facto do 'ignoramus" na an


tornada clSssica,

"
carece de fundamento e tem de ser, pcr
tecipagSc do ignorabimus" ,

^udo inciine a eia, evitada— contrariada na tendência qce


rrnr~c
' cue
30
de novc tem para se intrcduzir.
sempre

Neste sentadc, embora e 1 evar.tamento a que se procede identifi

de íinitude muito mais grave dc que a que normal-


que uma situagSo

nenhum dos factcs de finitude que neie se de-


mente se reconhece,

mais extremos e esmagadorss qus sejam, por mais radi-


tectam

por

caimente cue rsduzam o campo de acesso, ecr mais inverosímii que

a ec ssibiiidade de ncs evadirmos dessa finitude s


fa^am earecer

i nencentrave 1 qus tornem quaiquer camir.hc de


pcr mais rsmotc e

saída dessa sifuagSo


eermite exciuir nSo apenas a poss ibi 1 idade

aumento da ampiitude e eficScia dc acesso que se


de um substancial

da forma da finitude), mas pa


grandes modificagOes
,

tem (levando a

11*
ra além disso, a possibi 1 idade de uma muito radical e até mesmo da

total do esccndimento —

dando acesso a qualquer coisa co-


supressao

mo um ponto de vista irrestrito .

A situs.gSo em que se estS a ests respeito é de facto a de um in-

teiro nâo-saber , que nâo pode senão deixar isso ab3olutamente em a-

berto . E se, no curso do levantamento a que se procede, a detecgSo

da situagSo de finitude leva a um agravamento drSstico do confina-

mento cue se evidencia e da extraordinaria amplitude da modificagSo

que seria necessSria para a superar (fazendo ascender essa ampli-

tude a dimensOes de que a perspectiva natural nSo tem qualquer i-

deia) , em nenhum dos seus passcs deve ser entendida qualquer suges

tSo e muito mencs quaiquer tese a respeito das possibi 1 idades do

nosso pontc de vista e das situagOss ds acsssc a qus pode ou nSo

pode aceder.

Por outras palavras, e tendo em referencia a


distingSo kantia-

na entre as ncgOes de "crítica" e de "censura" , de maneira nenhuma

e em nenhum mcmento o que se procura aqui realizar tem o carScter

de uma "critica" , nc sentido prOprio dc estabe lecimento ds um nSo-

-acessc necessário , inelutAvel ,


mas somente o de qualquer coisa cq

mo uma "censura" da apresentagSo de que se dispôe.

17o
DA POSSIBILĨDADE DE AS DIMENSOES DA FĨNITUDE EXCEDE-

REM A FQRMA NATURAL —

LEVANTAMENTO SISTEMATĨCO NO ÂM~

DAS DIFERENTES MODALIDADES DA FĨNITUDE. A REVĨ-


B ITO

SÃO DA FORMA NATURAL E OS SEUS LIMITSS O "COGĨTO"

COMO "RESÍDUO" DA FĨNĨTUDE.

177
Na exploragâo preliminar do sentidc e das possibi 1 idades de u-

ma verificaqao da forma nat'ural da finitude conf igurou-se como


pr_i

meiro passo dessa verificagâo a tarefa de um levantamento sistemS-

tico das modalidades naturais de finitude, averiguando da amplitu-

de do coní: inamentc que , na situagao em que de facto nos achamos, pc

de na verdade corresponder a cada uma .

Percorrendo sucessivamente as diversas mcdalidades identifica-

das ( ir.cemol etude , fmicude de erro , finitude mcdal, finitude de

nao-ccmpreensao) ,
tem de se tentar estabelecer em que medida cada

uma delas pode ser cescoberta ccm um alcance que exoede, subverte,

derrcca o enq'uadramento ec. que naturalmente aparsce inscrita (a cir

cunscrigSo Ss dimensOes de lacuna) .


E, nc casc de sf sctivaments pc-

dsr sê-lo, tsm de se tentar estabelecer que outra rsiacSc entrs a

eficScia s a imperfeigSo dc acesso ccrrespcr.de a essas novas dimen

sOes da fir.itude.

2 a esse levantamer.ro sistemSticc que se eroeurarS preeeder a-

gora.

A ar.Slise das diversas mcdaiidades natcrais, que se trata de

ievar a cabo, tem pcr objectivo o esc larecimente dc prcblema da

fcrma da finitude.

Os quesitos que a orientam sSo os que correspcndem a esse fim.

H convsniente fixS-ios de forma expressa. na sua ordem e articu

iagSo, eara desce c início se ter ciaramente prssents qus e que es

tS em causa e que e que tem de ser estabelecidc na investigagSo de

cada mod:.. I idade .

178
de depende tudo é claro: hS que es-
1) 0 primeiro ponto, que ,

tabelecer, para cada modaiidade, se de todo em tcdo é possível en-

nela um volume de retengao que subverta, destitua o estatu


contrar

to da imperfeigão do acesso como lacuna, impondo uma modificagSc e

mais preci3amente , se assim se pode dizer, um alargamento da forma

da finitude.

possibi lidade a averiguagSo sistemStica


NSo se apurando essa ,

das modalidades deixa exactamente no mesmo impasse para cuja supe-

recurso. Pcr um lado, reconfirma o domí


ragSo fci apresentada como

natural, mas por outro lado essa reconf irmagSo e ain-


nio da forma

irsuficiente dirimir em absoiuto o prcblema. Pois, mesmo


da para

tenha sido
admitiudo que a averiguagSo sistemStica das modalidades

o rssultado negativc do inquerito seja insus-


rigorosa e mesmo que

revistc, subsiste sempre ainda a poss ibi 1 idade de


ceptivel de ser

real de finitude r.So ccrresponder S forma naturai por


a situa^-So

haver outras modalidades, de que nSo nos apercebemos r.aturalmente ,

irredutivel a ela.
ccm uma amplitude

2) Apurandc-se, ac inves, que tal alargamentc e pcssivel e,

fcrm.a natural da finituce nSo ss adsqua a si-


nesse sentidc, qus a

-uagSo sm cue se estS, r.Sc basta estabelecer assim a derrcgabili-

forma natural e antes necessSrio obtsr uma def inigao, uma


dade da ,

circunscrigao da forma que de facto corresponda á. situagao de fini-

de vista na mcdalidade de cada vee em causa.


tude do ncssc pcnte

aiem de se apurar a erradicabi 1 idade da for


Por outras palavras,

sm cada caso dstsrminar também ss pcr sua vez a


ma natural, cumprs

eerspectiva que se abrs cem a rsspsctiva erradicagSo ccrresponds

sm se estS ou ccnstitui ainda uma forma


jS de factc a situagSo que

de um oondic ionamento anSlogo ao da forma natu-


da ^initude oresa

(e tSc ccnstitutivo de uma finitude da apercep-


^al que substitui

A nSo somente a de saber se


-So da finitude quanto eia). questSc e

da finitude é ou nSo adequada, mas a de estabele-


a
forma natural

179
cer qual e a forma da finitude realmente correspondente S situagSo

em se estS. Mesmo determinada a destituibi 1 idade da forma natu


que

ral, é preciso sempre ainda averiguar a possibi 1 idade ou impossibi

lidade de uma expansão ainda maior do campo de escondimento e esta

be 1 ec er at.é que ponto pode ir em cada modalidade essa expansao , es


-

se alargamento .

NSo se esgota, porém, nestes dois momentos o quadro de


3^ que-

sitos o levantamento sistemStico das modalidades para esclare-


que

cimento do problema da forma da finitude tem de apurar . HS ainda

um outro aspecto ,
que tende a passar despercebido , mas é de impor-

tSncia decisiva.

Formulada a questSo da forma no modo como ate aqui fci feito,

estS ainda dominada por uma restrigao ( uma


a sua averiguagSo por

fur.damental Trata-se ds uma exclusSo tSo Obvia cue nem


exclusap) .

se dS por ela —

nem aparece ssquer como exeiusSo. Com efeitc, mesmc

cue se considere a possibi 1 idade ce modificagcss


s ate de grandes

mccificagOes

da fcrma ca finitude, tsnds a manter-se impercspti-

vsiments assente, ac ccnceesr-se o problema da forma da finitude,

cue (tenha ela ests ou aqus 1 s tragado) hS ds quaiquer modc , tem ds

haver, uma qualquer I imitagao do escondimento : ss assim ss pcds di

zsr, um i imits dos limites, que deixs 1 ivrs ds rsstrigSo peio me-

nos aigum campo de acessc.

0 que assim de ar.tsmSo tsnds a dar-se pcr a33er.ce e qus , mssmo

qUS ef sctivamente a fcrma natural da finituds ssja srradicSvei e c

eontc ds vista possa dsscobrir-se muitc mais finito do que naturai-

mente ccr.oebe, em Cltima ar.SIise nSo hS a pcssibi 1 idade de a aits-

ragSo da forma da finituds fazer q\ie o escondimento em que o ncsso

ponto de vista se descobre seja qualquer ccisa ccmo um


escqndimen-

to integral . Por cutras palavras, antscipa-se sempre jS como estru

tura indissoc iSve 1 dc nosso ponto de vista a de c escondimento ser

cualquer coisa para IS de um limite, aquem dc qual hS de qualquer

mcdo um campo de efectivo, eleno acesso . E exciui-se a pcssibilida

180
de acesso vir a revelar-se tambem ele inte-
de de o prOprio campo

invadido escondimento de tal modo que o nosso ponto


gralmente por ,

mantendo-se como um ponto de vista (uma posigao de luci-


de vista,

inteiramente dominado por escondimento e nâo constitua


dez), fique

aenao a apresentacao desse escondimento inteiro, sem qualquer resí-

duo ,
sem excepgao.

vista de nenhum modo se lo-


Esta possibi 1 idade, que a primeira

se-lo, antes aparece como totalmente descabida


briga como podendo
cCmulo do improvS
aparentemente impossível pelo
ou menos o
(como o

embora tenha deste modo tudo contra ela e nSo se


vel

do remoto),

e corresponderia, nSo pode por outro la


visiumbre sequer a que que

sumârio, de pura homologagão da exclu-


do ser exciuída num processo

são que naturaimente se sugere a seu respeito.

inverosimil, também re lativamente a eia não


Por muito que parega

de nenhum prineípio, de nenhum fundamentc que


s^ d^spOe a partida
sua absoluta exclusao. Pcr muito que pare
efectivamente legitime a

também qus a svidSncia qus ds ime-


-a inverosimil, pcde acontecer

resuite de um condicionamento e seja i-


diato a faz excluir apenas

necessSrio verificar que bases sustsntam tal sxelusSo,


lusOria. s

justifique, ou pelo
algum fundamento que ef ectivamente
a se,
se hS

ela consritui uma possibi 1 idade real e ate mesmc uma pos
ccntrSric

verifica nc ncssc ponto de vista.


sibilidade que se

desta finitude extrema, a ser legitima, terS de fi-


A exeiusSo

inquerito, se se sncontrarem razOes que


car estabeiecida no prOprio

Ate IS, tambem a possibi 1 idade de se es-


a justificuem e impcnham.

inteiro, sem reslduo,. e quaiquer coisa que se


tar num escondimento

ds ss manter em aberto quaiquer coisa que ainda tem


mar.tem s tsm ,

de ser decidica numa verificagSc.

r.Sc ds modc a 1 gum uma qusstSc eventualmente a conside


E esta e

de consciSncia ou mania da veri


rar no termc de tudc , por descargc

mas ar.tes uma questSo que de certo modo


rificagSo a tcdo o transe,

161
lativamente a toda a tentativa de identifica
até tem precedencia re

limite do escondimento Nesta supOe-se jS esse limite cq


gao de um
.

uma fronteira entre um campo de detengSo e um campo de escondi-


mo

o escondimento na situagão em que nos


mento, ou seja supOe-se que

nâo é susceptível de vir a ser descoberto ccmc to-


temos justamente

tal. a situagSo em que se estS for mesmo (como S parti-


Se, porém,

seja) de escondimento integral des


da n3o se pode excluir que a um

ordem desse modo a forma da finitude ef ectivamente correspon


sa (e

dente ao ncsso ponto de vista for aquela em que se suprime qualquer

antecipagSo de limi tes da finitude, qualquer circunscrigao do es-

condimento e em que este tem um carScter total), entSo fiea preju-

oerde cabimento tedo e quaiquer tragado de fronteiras da


dicada,

f initude .

Deste mcdo, antes de se estabelecer que fronteira tem em cada

modalidade a amplitude possivel da imperfeigSc que lhe correspcnde,

é necessSrio estabeiecer se de todo em todo hS ,


tem de haver, uma

sentido de um termo de contengSo do esccndimento )--


fronteira (no

modalidade em causa nSo se verifica e nSo se pode


ou seja que na

verificar esse extremo da finitude do ponto de vista que e o do a-

cesso integralmente toihidc por ineficScia, minado e desvirtuado

pcr imperfeigSo.

yes~e sentidc, o empreendimento de verificagSc da forma da fini

-"de a+^av^s da ar.Slise sistemstica das mcdalidades tem como pri-


32
meiro momento, primeira instancia cruciai, a averiguagSc da pcssi-

bilicads de uma expansao do escondimento para 1A da forma natural

e ccmo segunda instsncia oruciai a determinagSc da poss ibi i idade

ou imcoss ibi 1 idade de uma finitude absoluta co ponto de vista. No

1.32
casc de se verificar que esta na verdade não é admissívei, deve en

determinar a fronteira para além da qual a finitude


tao procurar

e o reduto, totalmente refractSrio a qualquer


não pode ampliar-se
resiste ampliagao.
penetragão de escondimento , que a essa

183
2.1. Da INCOMPLETUDE do acesso gue se tem e da irredutibi 1 idade

das suas dimensOes S forma naturai da f initude . Levantamento

sistemâtico do escondimento do escondimento no Smbito da IN -

COMPLETUDE —

a supressao do escondimento do escondimento e o

da incomp 1 etude
"

disparo" _das d imensOes : a incompletude c omo

uma incompletude imensa , esmagadora


como ABĨSMO.

104
modalidade de imperfeigao do nosso pon-
Examinando a primeira

to de vista (a incompletude) , os resultados a que se chega dâo uma

primeiro quesito formulado,


resposta inequivocamente afirmativa
ao

1 idade de erradicagao da forma na-


ou seja, reiativamente S pcssibi

tural da finitude.

acentuou, a perspectiva que hS sobre aquilo a


Se, conforme se

de vista nao tem acesso tende a ficar contida em


que o nosso ponto

confinadas, no meio de um campo globalmente e no fun


pequenas Sreas

esse conf inamento essa "pequenez" nSo re-


damental jS acompanhado, ,

sultam efectivamente senSo de uma limitagao do prOprio ponto de vis

ta na ident i f icagSo do que Ihe escapa e nao correspondem S situagSo

em oue realmente se está, a. extensâo daquilo qne,vendo como vemos,

facto fica fora do horizonte de acesso.


de

?cr maicr cue seja a dificuidads que tsnde a impedir o ncsso pon

lhe outras dimen


to de vista de perspectivar aquilo que escapa com

sOes nSo as de lacunas, e de facto possível encontrar, a partir


que

das ccisas de que se dispOe, um horizonte


da prOcria apreser.tagSo

de coisas lhe escapam, que por inteiro ul-


tal de "nao-tido" , que

^3r,ac.„-,
-
r^ar-'da^ cue o cuadro do visto, do detido , naturaimen

situar si o campo do nao-visto detectadc .

te tem de em

prOprias indicagOes que te-


NSc fazendo mais do que seguir as

ha c horizcnts daquiio que nSo figura na aeresen-


mos scbre o gue .

reve
tagSo de que dispomos e que faz incompleta essa apresentagSo

esmagador. Emerge como um abismo inteiramente


la-se absoiutamente

vista, relagSc ao quaĩ o que se tem na apresentagSo


a perder de em

com as cimensOes de qualquer coisa inf ima, eer


em que se estS surgs

inabarcSvei daquilc que falta. De tal modo que se


dida nc imenso

invertem os termos da forma natura. .

necessSrio examinar com atengSo e con


Para o perceber, porém, e

de condicionamento que tendem a


seguir neutralizar os disposifivos

185
travar a apercepcâo da incompletude e a manter o regime natural de

dimensOes de lacuna. 0 apuramento dos limi


compreensâo dela com as

tes ef ectivamente confinam o campo de acesso em que se estS e


que

das dimensOes que realmente tem a inccmpletude nao


a determinagão

fazer sem uma identif icagão desses dispositivos de condi-


se podem

cionamento e sem uma evidenciagão do seu carScter deceptivo, que a

1 idade de ver sem influência deles.


bra a possibi

Procura-se realizar esta averiguagao em duas etapas .

momento, analisam-se os horizontes externos do cam


Num primeiro

po de apresentagâo (as regiOes mais longínquas, para 1S daquilo que

limites do aces-
de cada vez se tem propriamente apresentado) e os

de se dispOe re iativamente acs dominios de reaiidade que , de


so que

tem, lhes correspondem


acordo com a prOpria perspectiva que se .

identi f icados neutral izados os fenômenos q\is


Em segundc lugar, ,

limitss (s psrcsbida abissal incom-


impedem a apereepgSc dsssss a

esmagador conf inamento em que de facto estS prssa a a~


pietude, o

temos das reaiidades ccrrespcndentes aos hcrizcn-


prssentagSo que

tes externos), procura-se pôr em evidência como, para alem dsssa a

iativamente Squiio que de algu.m modc estS


bissai incompletude re

longe, hs ainda um abismo de incompietude da apresentagão relati-

vamente ao que se acha mais prOximo, ao prôprio campo de realidade

sobre o olhar de cada vez incide —

quer dizer, rs iativaments a-


que

se estS voltado e que se tem perante.


quilo para que

186
Q abismo da incompletude NOS HORIZONTES EXTERNOS
2.1.1

2.1.1.1 Aná. lise preliminar da estrutura n\icleo-de-incidencia/hori-


zontes o real para

1A do propriamente dado. 0 alheamento
natural relativamente aos horizontes externos o fenôme- —

no do "territôrio" do olhar. 0 alheamento natural e a pos-


focagens fragmentárias e fo- —

sibilidade da sua supressao


dos horizontes externos
caqem__global .

hS a ter em atengao para se levar a ca-


0 primeiro aspecto que

incompletude é estrutura do campo de apresen


averiguagao da
a
bo a

modo como se "estende" como estS or


tagSo, no que diz respeitc ao ,

ganizada a sua amplitude.


dele fago, nSo se dese
No reconhecimento que desprevenidamente

S forma de apresentagao de toda a realidade


nham diferengas quanto

O de apresentagão afigura-se essencialmente


que ele inclui. campo

acha seu horizon


homogéneo no modo ccmo acompanha tudo o que se no

sO as houvesse no que diz respeito Ss reali


te— como se diferengas

dade3 que aparecem e Ss respectivas determinagOes .

Mas na verdade não acontece assim.

siginif icativas no modo de a-


HS diferengas e diferengas muito

diferengas que normalmente não chamam


companhamento do apresentado,

de factc se revestem de uma importância decisiva,


a atengao mas que

relevo.
sendo indispensSve 1 pO-las em

vendo bem, verifico que o campo de apresentagao em que


Assim,

articulado, se assim se pode dizer, em dois


me encontro esta sempre

do neies se acha
planos, em cada um dos quais o acompanhamento que

187
estS realizado de formas muito distintas.

Caracteriza-o por um lado a circunstSncia de ter de cada vez um

dominio de incidencia, um ndcleo ,


com um determinado conjunto de a

dadas de coisas de cada


presentagOes actualmente efectiva

que vez

mente vejo, ougo, penso, etc .

Caracteriza-o por outro lado o facto de , assim sendo, e cor-

núcleo a um Smbito de realidade verdade


respondendo esse apenas na

bastante restrito, a perspectiva em que me encontro, o campo em que

me situo, que tenho ante mim, a que me reporto, nâo se esgotar nun-

ca nesse nCcleo: dispondo-se em torno dele, di f undindc-se a partir

dele, a sua volta, hS sempre tambem horizontes de realidades cir-

cundantes que envolvem o r.Cclec de incidencia e cont inuam a reali-

dace para 1S dele. Essas realidades nSo se acham vistas, dadas ac-

tualmente , numa aprsssntagSo qus ef ectivamente as exiba, mas estSo

de qualquer forma ainda assim prosentes , numa modalidade particular

de notícia que , seguindo a dencminagSo adoptada pcr Husserl, nas

33
suas anSiises deste f enOmenc ,
se designa por presenga em horizonts.

Sentado a escrever esta exposigSo, o que de eada vez ef ectiva—

mente vejo, ougo, sinto, ccnsidero, etc.,aquilo que numa clara cs-

tensSo de si mesmo me aparece e .. nSc obstante tcda a sua ccmpiexi-

dade (todo o grande conjunto de determinagOes que de cada vez ccrn-

pcrta) , urna muito peq-aena parte do qus hS no mundo ã minha vclta e

mesmo soments uma muito pequena parts da casa em que estou e, para

alem disso, muitas vezes mesmo sO uma pequena parte da prOpria sa-

la em que me encontro .

0 que ef ect i vamente estS dado e tSo sô uma part e da foi'na de pa

pe 1 sobre que escrevc, por exempio, a minha mão vista de um dos _la-

dos , a parte do iSpis que estS voltada para mim, uma porgSo (e sf

uma porgSo) dc tampo da secretsria, uma Area re lativamente pequena

da janela em frente e

r.u.ma presenga muito vaga jS, muito difusa —

qualquer coisa do verde das Srvores 1S fora, diversas sensagOes tac

136
tenho do meu prôprio corpo, o ruído do
teis, o acompanhamento que

folha enquanto escrevo, etc


lápis a deslizar na
.

É difícil realizar um inventSrio completo (devido S complexida-

de do conjunto de elementos de cada vez presentes na apresentagâo

tida, mas também porque é difícil discernir que é que


efectivamente

estS ef ectivamente presente numa doagâo actual e des-


de cada vez

dessa forma) Mas outro la


tringS-lo do que não estS presente . ,
por

do, um minimo de focagem permite perceber sem grande dificuldade

dessa esfera actual e do modo como se arti


algumas caracterí sticas

cula com o "resto" .

(sem prejuízo da presenga de al-


Em primeirc lugar, percebo que

constantes

exemplo de mim, do meu corpo) o domínio de a


gumas por

actuai sofre muito frsqusntes mcdi f icagOss , "transfs-


presentagSo

eonsoants a dirscgSo em que olho, o que me chama a aten-


rencias",

SstS constituída uma esfera de apresentagSo ac-


gSo, etc . sempre

varia ccm frequencia aquilc que a ocupa. De tai modc que


tual mas

é sucessSo ds aprsssntagOss actuais diversamente


o cue se tem uma

"

marcada
"
instabil idade" irrequistuds" dss
constituídas e hS uma , ,

ta ssfera.

se a esfera de aprssentagSo ac-


Em segundo lugar, percebo que ,

compcrta sempre uma numercsa mui-


tual por mais pequena que seja,

ticiieidade ds sismentos, sssa mui tipl icidads estS sempre organiza

tambem nela hS de cada vez um foco, que ineide


da de tal mcdc que

dos seus elementos. De sorte que os demais,


scbre este ou aqueie

ef ectivamente dadcs presentes numa presenga actual, nSo es-


embora ,

de cada vez se acha nes


tSc atendidos, considerados como aquilc que

Ihe estS conferido (e têm em rsla-


se foco, nSc tSm o destaque que

f orte constituindc o
gSo a ele uma presenga apesar de tudo menos ,

sim, mas nSc atendido —

que o encuadra, de qus se


.•f,inc.0" presente,
este foco de incidOncia que assim constitui sempre
destaca). Tambem

actual e caracterizado por "ir-


o fulcro da esfera de aprssentagSo

130
"

requietude"

e de facto por uma irrequietude" (por uma frequência

de variagSo) ainda maior do que aquela que caracteriza a prôpria a

sofrendo contínua derivagSo transferen-


presentagao actual, uma ou

cia .

Em terceiro lugar, também não hS dificuldade de maior em perce-

ber consoante o lado para que estou voltado e aquilo para que
que ,

olho , etcc, ( consoante ,


por exemplo, olho para a sala onde estou, vou

estendo a vista pela realidade exterior ou, pelo con


até S janela e

trSrio, estou sentado S secretSria, curvado sobre ela e concentrado

de sobre escrevo), a amplitude do que tenho pro-


na folha papei que

dado o campo de rsalidade cobertc pela apresentagSo ac-


priamente ,

tual de que disponho sofre expansOes e contracgOes muito significa-

tivas . Nuns casos nem sequer chega, por exempio, a cobrir a totaii-

dade daquiio que estS em cima da secretSria. Noutros casos chega a

cobrir toda a rua que daqui se vê, estende-se ao ceu e as nuvens

muito ao longe, etc .

Em quarto lugar, é ainda pcssível perceber sem grar.de dificulda

de independentemente de todas as variagOes ds ampiitude a que


que ,

assim estS sujeito, aquilo que ce cada vez se me acha propriamente

efectiva exibigSo de si, fioa


dado ,
propriamente apresentado numa

muito lonae de cobrir a totalidade daquilo que me rodeia. Por mais

amo 1 o e abrangente que seja, o assim apresentado constitui semenfe

uma parte dessa reaiidade, u.ma secgSo destacada no seu Sm-


pequena

bito .

Mas , por outrc lado, sendo assim, nSo tenho nunca uma perspec-

tiva que se cinja abso lutamente ao que de cada vez assim estS apre

sentado numa efectiva exibigSo de si.

Se de cada vez a apresentagão que tenho ef ectivamente se esgc-

desse tipo, er.tSo isso significaria 1 ogo


tasse nas apresentagOes

na sucessão de diferentes aprssentagOes desse tipo por que vou


que ,

teria cada uma dessas apresentagOes (a que de cada vez es


passando,

190
tivesse constituída) absolutamente isolada, sem qualquer mengao das

além dela

de tal modo que mesmo havendo sucessivas a-


outras para
,

meu ponto de vista por elas, de cada vez


presentagOes e passando o

estaria jS perdida toda a referência das apresentagOes anteriormen-

nSo teria ideia de nada a nao ser do que efectivamen-


te tidas e se

exibido numa apresentagao actual A mobilidade que ca-


estivesse
.

te

directa, não é tal


racteriza a esfera de apresentagão ostensiva,

que sucessivamente se acede se aponham


que as novas apresentagOes a

assim indef inidamente o campo de apresenta


Ss anteriores (aiargando

A sucessSo nSo alarga o campo, é uma sucessSo por


gSo ostensiva) .

su^strtui^aq do que se apresenta, de scrte que os apresentados an-

ostensSo deixam de estar apresentados de forma


tes disponíveis em

contedcos novos E, assim, se nSo hou-


ostensiva, cedem lugar aos .

vesse nenhum outro modo de apresentagSo alem do da apresentagao os

de cada vez totalmente fechado no quadro de


tensiva, estar-se-ia

dessas (os apresentados de


realidade dado em cada uma aprssentagOes

estariam absc iuf amer.te isoiadcs uns dos outros, nSo


cada uma delas

nada em comum, nSo se integrando em nenhuma perspecti-


constituindo

va conjunta

teria, por exemplo, ai ternadamente o que vejo quando

vejo quar.do a vcitc para a


voito a cabega eara a ssquerda e o. que

direita, sem que ao ter uma dessas apresentagOes houvesse qualquer

mengSc da cutra e, desse mcdo , sem que sequer pudesse percsber co-

mo mudanga a passagem de uma para a outra .


)

r.So nada disso que acontece


e nSo e isso que


Ora, de facto, e

de cada vez se tem


acontece precisamente porque a apresentagSo que

ostensiva (a apresentagSo que acusa


nSo se resume a aeresentagSo

pOe perante numa riara exibigSc


claramente o seu apresentadc e o

hS de cada vee uma margem de excesso sobre es


de si mesmo), pcrque

ndclec de ostensSo. peia qual a apresentagSc vai além dele, tem


se

neie inclui. Mesmo admitindo


apresentado rn_ai_s do que aquilo que se

que esse excesso tem que ver apenas ccm as cutras apresentagOes os

1 'n
tensivas antes tidas e de momento jS nSo disponíveis (resulta de

algum mocc delas, remete para elas —

o que, entretanto, se verS nâo

ser de facto o caso), de qualquer forma nSo se trata jS dessas a-

presentagOes enquanto apresentagOes ostensivas sc . do seu conteC-

do enquanto conteudo ef ectivamente exibido (nesse caso ter-se-ia o

nao tem —

um campo de apresentagao ostensiva alar


que justamente se

tendo simuitaneamente o que de facto sO consigo ter em alter-


gado),

nSncia .

aquiio de cada vez estS tido em perspectiva


Numa palavra, que

nSo se atém a esfera do que propriamente se acha exibido (tem uma

ostensiva de si). Aquilo que de cada vez estS tido em


apresentagSc

vai além dessa esfera —


e esse "ir alem" do conteCdo os
perspectiva

tensivo implica a presenga ce um outro modo de apresentagao , dife-

rente do da apresentagSo ostensiva .

Sste outro mcdo de apresentagSo caracteriza-se . em primeiro lu

gar ,
precisamente por nSo pOr c seu apresentado ai psrants , acusa-

do claraments na sua prssenga


impondo-a S consideragSo , fazsndo-a

sentir por tal forma que esse apresentado figura directamsnts na a

cresentagSc e e directamente encontrSvel nela. C apresentado des-

te modo de apresentagSo é discreto, inconspicuc, nSo estS ccnsti-

tuído de tal modo que ao percorrer o que se tem a vista seja dirsc-

tamente reconhecívei ne 1 e . E e de tal modo assim —

trata-se de um ti

eo de apresentacSc e de apresentado tSo inaparente , cue se acusa e

aparece tSo pouco


que vai mesmo ao pontc de parecer que pura e sim

plesmente nSo ests presente nSo tem lugar.

?cr outro lado, porem, ainda que de facto a apresentagSo dests

tipo se caracterize por toda ssta inaparSncia (que faz a sua difs-

renga relativamente a apresentagSc ostensiva), tal inaparSncia nSo

a impede de ser ef ectiva , de desempenhar um papel--de fazer que a

perspectiva que se tem seja precisamente c que nSo poderia ser se

se reduzisse S apresentagSo ostensiva, com as caracteristicas que

192
esta tem para nôs . Por inaparente que seja, a apresentagâo deste

tipo constitui de facto uma apresentagao, pôe de facto em perspec-

constitui-o como um factor real de confor-


tiva o seu apresentado,

de perspectiva

algo que marca a apresentagSo que se tem,


magSo

pOe nela o seu cunho . E isto de tal modo que , corno jS se verS me-

lhor, nSo sO o seu apresentado (por mais inconspicuo e inaparente

tem determinagSo prOpria, dif erenciada, mas para a-


que seja) uma ,

lém disso, pode mesmo acontecer que o respectivo conteúdo seja ai-

deterrr.inado comporte uma determinagao com um elevadc grau


tamente ,

sendo justamente determinagOes assim ccmplexas as


complexidade

de

sâo introduzidas na nossa perspectiva pela presenga deste tipo


que

de apresentagSo .

NSo cabe aqui examinar as mCltiplas particularidades deste ti-

explorar tcdas as suas rami f icagOes todos os


po de apresentagSo ,
,

f endmenos .
que abrange e tocas as teses ou fixagces de determir.agãc

que pcdem estar estabe lecidas deste peculiar modo . A seu tempo se

considerarSo outros aspectos . Mas o que de mcmentc é rslsvante pûr

foco faz desta margem ce aprsssntagSo nSo-ostsns iva


em e ccmo parte

que semprs accmpanha cada núclso de ostsnsSo uma completagSo do

nesse nũcleo se apresenta. Ou seja, o que de momento mais im-


cue

pcrta e nSo somente f.S semprs mais apresentagSc do que a aere-


que

sentacSc ostsnsiva, mas qus ssss "mais" de aprssentagSo inclui sem

ds mais campos de realidade do que os ostensiva


pre a arresentagSo

mente apresentados .

Semelhante completagao diz rsspeitc, antes do mais, as prôprias

reaiidades ce que se tsm aprssentagSc ostensiva. Quando de facto

veic sO uma carte da foiha sobre cue escrevc, nunca estou sd ccm a

parte que propriamente me aparecs ; ccm o peculiar objecto que cor-

rssponceria a sssa parte se ela nSo fosse percsbida sempre jS jus-

tendo em refersr.cia, compietado. o resto da sua


parte

tameute oomo

superfioie, o outro lado, etc .


, que nSo vejo,. Nunca estou sô com

1?3
de
a parte da superfície da lapiseira que cada vez está efectiva-

mente S rnostra na apresentagSo que tenho (como se essa superficie

não fosse sO parte de uma realidade que se estende para alem dela).

Nunca estou ccm isso comc se se tratasse de uma realidade sô super

ficial (sem nada por debaixo das superfícies que vejo) e acabando

onde deixo de a ver: tenho sempre co-apresentado o que faz da cane

ta um sôlidc n3o cco


e sempre jS assim compietada, tendo em refe-

rencia esse mais nSo ostens ivamente apresentado, que a caneta me a

Se estou curvado sobre a secretSria e percebo aqui e aii,


parece.

entre as folhas, nesgas do tampo , nSo as vejo nunca como se a su-

castanha elas ccrrsspondents assim


perfície a se esgotasse no que

se acha a mcstra. Nunca vejc as coisas como se a soiidsz, a firme-

za sintc quandc escrevo scere as foihas fosse uma firmeca de-


que

ias mesmas ou como se em parte fcssem elas, em parte essa superfi-

cie castanha, que ,


pairando sem nenhum sustento, fcrnecsssem c a-

poio que me é dado exper imentar . NSc .


Vejo sempre iS essao superfí.

cies castanhas ccmc aigo que se estende tambem pcr debaixc das fo-

ihas, completadas pcr uma co-acresentagSo nSc-cstensiva do que con-

juntamente com elas fcrma a scperfície ccntinua, nSo interrompida ,

de um tamec . E pcr outro lado nunca estou apoiaco neste plano fir-

me oobre que escrsvo ecrno se ele pairasse nc ar ou fcsse um corpo

macigc ate ac chSo —

vejo isto sobre que me debrugo sempre jS ccmo

uma secretSria: aigc mais ou mencs ccm c feitio de u.ma mesa


ccm

tenho apresentacSo ostensiva disso nSc vejo


NSo comc em
pés,etc..

pormencr sSo os pes , nSo penso minimamente nissc —

mas cercebo o que

tenhc sempre jS de tai mcdo oue a determinagSc mesa, com pes , etc,

estS permanentements cresente, co-apreser.tada .

?or outro lado, a compl etagao a que assim semprs jS estSo su-

contecdos da apresentagSo ostensiva de dispcnho nSo


jeitos cs que

-acs objectcs de que me estS cs-.ens i vamente a-


die rsspeito apenas

Inclui tambem uma cc-apresentagSo


presentada alguma parte .

sempre

1 94
1S desses objectcs-e, em primeiro lugar, de rea
de realidades para

lidades contíguas a eles. De tai modo que nunca a perspectiva em

encontro se resume a esses objectos, sem nenhuma outra refe


que me

alem deles, e nunca veio tais objectos comn se eles


rência para

"o mundo"

toda a realidade. Nao Os objectos de que te-


fossem jS
.

como objectos entre


nho algo em ostensSc apresentam-se-me sempre

outros mais, cue de momento nSo estSo S mostra —

mas que a qualquer

a estar. E esses objectos de que de momento


instante pcdem passa

hS csrensSo (mas que estSo co-apresentados ) nSo sSo objectos tq


nSc

caracteristicas (de tal modo


talmente indeterminados quanto as suas

ao vcltar a cabega, nSo encontrasse a continuagSo da saia


que se,

ar 1 ivre —
cu nSc er.ccntrasse uma parte da minha sa-
mas cb^ectos ao

antes uma outra, cu r.Sc enccntrasse estantes livros, etc, mas


la,
,

isso constituiria uma extracrdinSr ia surpresa rela-


mOveis

cutros

sem qualquer oster.sSc, jS me anima ac


tivamente a expectativa que ,

voiver o olhar nessa direcgSo). Nesse sentido, mesmc que a acre-

ostsnsiva tsnha ds cada vez um ambito mais rsstrito, estou


sentagSo

saia continua atrSs ds mim, para os lados, aci-


semcrs js ccm a qus

ma e abaixo ec cue propriamente tenho .

out.ro lado, tambem nSo e sO relativamente as realidades


E, por

cue mais imeci atamente me oireundam que accntece esta completagSo .

0 orOorio" todo" dessas realidades e por sua vez pereebido ccmc par-

reaiidade se prolonga para 1S dele.


te de uma que

sala ccmo se a saia fcsse tudc —

tenhc de aigum mc-


Nunca vejo a

toda a minr.a casa, o resto dc predio, a rua . c bairro.


do comigo

etc . .

Mas rnais .

'

^ reeresenta de factc apenas nma das 'dirscgoes de con-


^udc sto

da rsaiidade que estSo sempre nSc-ostensivamente co-apre-


-muaoSo

de disponhc. Na verdade a aprssentagSo


sentadas r.a apressntagSo que

restrifa nc die respeito ac tempo de tai mq


ostensiva tamoem e que ,

l?f
do que sO cobre u.m "espago de tempo" bastante circunscrito e, estan

do ela prôpria afectada pela passagem do tempo , é


insusceptível de

abranger mais do que a muito curta duragao do seu prOprio presente.

Mas, sendo assim, a perspectiva que de cada vez se tem (e que de ca

da vez dispOe de uma apresentagão ostensiva assim limitada a um in-

tervalo de tempo bastante reduzido) nao estå absolutamente fechada

nesse Smbito temporal muitc circunscrito —

excede-o sempre de tal mq

do que, embora o tempo que ficou para trSs (e o que esteve apresen-

tado nele) jS nSo esteja em nenhuma apresentagSo ostensiva, encon-

tra-se tcdavia sempre tido em referSncia e a influir na determina-

se apresentam os conteCdos da aprssentagSo ostensiva.


gSo com que

Assim, por exemplo, nSo vejo o que está propriamente dado na esfe-

ra de apresentagSo ostensiva ( nSo vejc cs cbjectos a que isso per-

tence. os cbjectos contigucs, a saia em


que me encontro) ccmc rea-

" "

lidades instantSneas , que agora mesmo comegaram e sSo sô de agora .

Vejo-os semcre jS comc reaiidades que vem ds um passadc, que ccnti-

nuam aoora uma existância jS anterior. Logc desde c primeiro instan

te em que 'entram em cena" , a determinagSo com que a grande maioria

das coisas me aparece inclui jS sssa referência, que r.Sc e introdu-

zida ecr r.enhum acompanhamento ostensivo do passado dessas coisas--

mas nem por isso deixa de estar presente s constituir um elemen


que

tc dscisivo da perspectiva que se tem. E istc de fal modo q\ie o pas

sado a3Sim co-apresentadc r.So e sâ o de aiguns instantes imediata-

mente anteriores, antes remcnta aiem disso num pro 1 ongamentc sem

"balizas" mas que se sstende indef inidamente por tal forma que pOe

1 onge esse ccmego. E de tal modc que . aiero disso, a


oc-apresentagâc

inexplicita da ccntinuagSo peio passado afecta os prOprics horizon-

tes de continuagSo espacial da realidade para IS da esfera de inci-

dsncia (de scrte que a respectiva cc-aprssentagSo como hcriecntes de

continuagSo da rsaiidade no eresente tem por sua vez hcri zcntaimen-

te co-apresentada a extensSo desses horizontes pelo passaco fora) .

1 qô
Isto um lado. Por outro lado, tal como nSo são "instantS-
por

neas" no sentido de terem ccmegado mesmo agora, assim também as

coisas se apresentam na esfera de incidencia nSo são vistas cq


que

mo
"
instantSneas" no sentido de não se deverem prolongar para 1S

do tempo em que estSo a ser ostensivamente apresentadas (de haver

uma total neutraiidade quanto S sua continuagSo ou n3o continuagSo

De facto, a esmagadora maioria das realidades que te-


no futuro).

nSo como algo que sô tem lugar agora, não


nho apresentadas aparece

(ou sequer que estS deixado em aberto quanto S eventualida-


depois

de de vir ou nSo a continuar no tempo que se segue). NSo .


Quer os

diferentes conteddos cstensivamente apresentadcs ,


quer os objectcs

de que fazem parte , quer os dominios de realidade correspondentes

de incidencia, quer ainda os prôprios horizcntes de cont_i


ao campo

da realidade para ÍS deles ( ou seja, tanto os pa-


nuagao espacial

secretsria, o meu ccrpo, toda a saia e o que estS nela, a


péis, a

rua IS fora, os predios, etc .


)

tudo isso estS visto semere jS co-

coisa que estS para continuar, cuja continuagSc futura


mo qualquer

se acha inexcl icitamente co-apresentada (e aqui tambem nSo apenas

nc depcis mais imediato, mas uma continuagSo inde-


uma continuagSo

tai o cessar de tudo isto nSo aparece


finidamente prolongada, que

"a vista", fica longe ; . De sorte que ,


embcra nSo haja nenhuma apre

ostensiva drsso tudc a ser ai num futuro assim indefinida


sentagSo

mente cro 1 or.gadc ..


e a contar ccm essa continuagSo e e sempre jS se

rundc ela estS apresentada cada uma dessas coisas.


que

Numa palavra, a apresentagSo comporta sempre um duplo excesso

sobrs o i.otervaio de tempo por ela prOpria ef ectivamente acompanha

ostensivamente expOe surge em trSnsito de um antes


dc e aquilo que

indef inidaments extenso para um depois indef inidamente extenso, que

i derave Imente a esfera de ostensSo. E, assi.m, a conti-


excedem oons

tem de cada vee nSo-ostens ivamente co-apresentada


nuagao eue se ,

em horieonts, e

muito mais dc que a primeira vista se afigura


u-

197
ma continuagSo numa mu 1 1 i p 1 i c i d ade de direcgOes, de maneira nenhu-

ma demarcadas, postas em destaque, mas que , corn estarem como que

"fundidas", nem por isso deixam todas elas de dar o seu contributo

prOprio para a perspectiva que se tem e de pôr neia a sua marca.

Tudo isto nSo constitui ,


de resto, senão uma parte das apresen

incĩuem na perspectiva que tenho nSo


tagôes nSo-ostensivas que se e

faz mais do que levantar a ponta do véu. Por outro lado, ao contrS

rio do que o esbogo agora feito pode sugerir, as apresentagOes de

meramente horizontal estao muito longe de ser todas do ti


presenga

das referidas, dizendo respeito sO S fixagSo da continuagSo da


po
"

realidade nas vSrias "direcgOes em que se estende. 0 conteCdo des

sas apresentagdes pode dizer repeitc a determinagOes muifc diver-

sas eue ,
ainda que se situem nos horizcntes ds continuacSc da rea-

1 idade , r.So se resumem S mdicagão dela. Assim, por sxempio, e.n-

auanto sstou ssntadc a secrefSria a trabaihar na minha tese, nSc

me acf.c r.a eresenga de ninguém, nSo tenho nenhuma apreser.tag.ao cs-

tensiva c.e cutrem


nSo estS mais ninguem em casa, estou sczinhc.

Porem, mesmo que em nenhum momento me lembre de ninguém, ninguem

teiefcne ou chegue, e nSo pense uma Cr.ica vse qus nSc sstcu sc no

munco ( qu.e ha outros , etc .


) , em nennum mcmento a
prssenga dcs ou-

tros deixa de ser viva na minha perspectiva



essa e antes uma prs-

senga que estS semprs n.So-ostensivamente co-apresentada , em hori-

eonte. Sem sia, nSc sstaria aqui a redigir ssts trabaiho, esforgan

do-me c redueir a escrito. De tai mcdc que todo o sentido do


por

estar aqui a escrever passa por essa presenga, radica


que fago ao

na notícia cue dela tsr.ho e com que continuamente estou, mesmc que

nSc se acuse ( nSc figure no que de cada vee fenhc patenteado) e se-

ia tSo doscreta, tSo inaparente, que parece mesmo inteiramente au-

com estcu.
sente da apresentagSo que

1 '^0
forma de organizagão que é característica da apresen
A pecuiiar
temos inclui assim de cada vez um núcleo de apresentagao
tagSo que

foco de incidencia) e um complexo de


ostensiva (e, dentro dele, um

compreende a completagSo dcs objec-


apresentagoes horizontais, que

ostens ivamente estS dado algo (horizontes internos) e a


tos de que

realidades alem dessas, de que de mq


de outras para
co-apresentagSo
de ostensSo (horizontes externos).
mento nSo hs qualquer especie

horizontes interncs e horizcntes externcs


Es^a destringa entre

de criterios de dif srsnciagSo qus tSm o ssu


earte
depende em grande

de artificial, introduzindo cortes num contínuo de compietagSc


que

de facto nSo estSo marcaccs tais oontrastes.


hcrizontal em que

num certc sentido todos os horizcntss sSo sx


Em primeiro lugar,

tem ostens ivamente acresentado. C


tsrnos— externos aquiio que se

estarem fqra do que


cue caracteriza os horizontes e precisamsnte o

I verem-no em campos a qus


e crcoriamente exibido, rodearem-no , envo ,

E o permite falar de hori-


a apresentagSo ostensiva uSc chega. que

de como se referiu, o campo de


zcntes internos e a c ircunstância ,

nSo se achar puiverizado em "Stcmcs" sem ccnex.So (de


aoresentagSo

tal mcdo :ada um e isolacc e absoluto), antes estar crganizadc


que

1 ic idades de elemenfcs, de focos de deter


de tal modo que as mul ti e

r.esse campo estSo crganizadas a formar complexos


minagSo pressites

de ur.idads constituidos sm unidades colectivas e presidi-


dotados ,

elas (ce tal modc que os diferentes focos de determinagSc


dcs por

identidade autônoma e redu


integrados nessas unidades perdem a sua

dessas unidades oclectivas. Sendo assim, uma par


eem-se a momentos

em-
diz respeito a apresentaccs que
apresentagSc hcrizontaĩ
,

•f û r q

eerteneem acs
ex- fricres ao que estS ostensivamente expcsto,
;cra

de determinagOes (as mesmas unidades colectivas)


mesmos complexcs

1_QQ
a q^ce também pertencem determinagOes presentes nc nCclec de apre-

sentagSo ostensiva. E pcrque o que prevalece no modo como vemos

sâo os complexos e as identidades dos complexos (livros, folhas, ca

netas, estantes, pessoas, etc .


) , essa copertenga, essa inscrig3o do

co-apresentado no interior das mesmas unidades a que também perten

cem partes do nucleo de incidencia, faz que a sua conexSo com o


exi^

bido seja diferente da que caracteriza os outros hcrizontes que nSo

estSo nas mesmas c ircunstSncias —

faz que esses horizontes, com serem

horizontes, integrem as prôprias realidades que sSo reconhecidas no

prOpric ncclec de incidencia--e justifica a demarcagSo dsstes hori-

zontes como horizontes internos, numa posigSo privilegiada de esce-

cial conexSo com cs conteCdos ostensivos. .

Por outro lado, esta ordem de consideragOes levaria entSo a pOr

todos os demais horizontes (que nSo se inciuem nas unidades a que

pertence o que de cada vez se tem exibido) no mesmo pe


todos de-

signaccs pcr horizont.es externos. Na verdads , se por exsmpio consi

dsrar co horizontes rslativos aos objectos contiguos ao nColsc de

incidência ( nc caso, os objectos do resto da sala, que de momento

nSc tenho S mostra), eles nSo estSo marcados por nenhuma reiagSc de

perter.ga acs mesmos objectos de que hS apresentacSo ostensiva, cor-

respondem jS a outras unidadss, diferentes dessas , extsriores a e-

las--e, segundo o criterio enunciado, faria todo o sentido conside

rS-ios pura e simplesmente como hcrizontes externos, no mesmo pe

que quaisquer outros horizontes mais remotos , sem quaiquer reiagSo

de cor.tiguidade ao nucieo de ostensâo . Todavia, nSo se adopta essa

designag3o--usa-se o termc horieontss sxtsrnos num ser.tido mais es-

tritc, em que nSo s subsumívei a aprssentagSo horizontal de objec-

tos como esses .

E a razSo e a seguinte.

Vendo bem, caracteriza cada situagSo do nosso pcntc de vista

a circunstancia de em cada uma haver como que um "raio de alcance",

?cc
cada um hS um conjunto de mudangas de inci-
no sentido em que para

de forma mais imediata, sem grande esf orgo . Sen-


dencia realizSveis

incidência realizSveis deste


do assim, ao conjunto de mudangas de

determinado sectcr de realidade que faciĩmente


modo correspcnde um

a ser tidc em apresentagSo ostensiva. Por exemplo, enquanto


passa

S secretSria, posso muito facilmente mover a a-


estou aqui sentado

todas as direcgOes daquilo que me rodeia,


ostensiva em
presentagSc
diversos lados da sala (para a direita,
posso fazê-la percorrer

baixo, trSs etc.) pcsso tsr


cima, para para , ,

para a esquerda, para

ostsnsiva daquilo que (de onde estou) se ve pelas ja-


aprsssntagSo

etc, Se me mover (como muito f requentemente fago e em ccn-


nelas, .

aiguns secto-
digOes normais posso fazer sem grande dif iculdade) ,

a uma apresen-
res da sala que na posigSo iniciai nSo se prestavam

entram nela (e assim tambem outras realidades que


t^-So cster.siva

olho pelas janelas para o


se manifestam quando de cutrcs Snguios

realidades ccnstitusm um campo qus de forma


extericr). Tcdas estas

mais ou menos imediata pcsso fazer entrar em apresentagSc ostsnsi-

reaiidades mais remotas : ecr e


contrSrio do que sucede com
va (ao

i 11 ma rae?;* nout^*.
nuu oarte
uai. «-<= da
-.— cidade,
---. ccm uma rua em Viena
^^m
ccm uma caso.
xemplo,
vir ser converti
ou em Nova Iorque, as quais podem eventualmente a

sO mediante processos de tran-


oster.s ivas— mas
das em apressntagOss

bastante demorados e que envolvem um muito maior esfergo).


s*.-*o

dos nUclecs de inci


?cr outro iadc, dada a frequente mcbilidade

ccntinuamente voivo o olhar para um ia-


dencia (a forma como quase

etc esse campc de


dc e eara outro, me desioco, mudo de pcsigSo, .
,

ao alcancs de conversSo ime


assim estS mais ou menos
realidade que

ostsnsiva costuma, em cada situagSo, estar


diata em acressntagSc

"varrido" por sucessivas apresen-


frequentemente batido, explorado,

se em cada momento o que se tem osten-


tagOes ostsnsivas. Ou seja,

de ostsnsSo bastante mais restrito do


sivamente dadc e um nũcieo

do olhar faz que em ca-


essa esfsra de alcar.ce, a irrequietude
que

201
da situagâo tenda a deslocar o nCcieo de incidência peios vSrios

sectores de realidade dentro do seu raio de alcance e a fazer, se

assim se pode dizer, a "ronda" deles. De tal modo que nessas fre-

cuentes passagens os diferentes sectores dessa esfera de aĩcance es

tSo sempre de novo a ingressar no niicleo de incidencia, sempre de

novo a "entrar em cena" . E de tal modo que , mesmo que a cada ins-

tante o núclec de incidência propriamente dito seja bastante mais

reduzido que a esfera de alcance, e mesmo que os outrcs sectores

integrantes dessa esfera tenham nesse momentc uma presenga de fac

to meramente horizontal, a presenga que têm é a presenga muito vi-

va de coisas que agora mesmo estiveram em ostensSo e num Spice po-

dem voltar a estS-lo (de coisas que nessa situagSo estSc sempre de

novc a eassar no nCclso ds incidencia) s a sua consxSc ccm o que

estS em ostensSo é muitc mais forte do que a dos objectos que na si_

causa estSo fora de aicar.ce. Ccm efeitc, se os diversos e


tuagSo em

lementos de apresentagSo se caracterizam peio


presentes nc campo seu

unidades colectivas (estantes, mesas, cadeiras,


agrupamento em pes-

scas etc .
) , nao e esse o Cnico agrupamentc e a integragSo em ur.ida-

des envolventes nSo se esgota aí . Os diversos cbjectcs tem conexoes

entre si e estSo organizados como eismentos de unidades mais abran-

(a minha sala de trabalho, a mir.ha casa, cs arredcres ds. mi-


gentes

nha casa, etc .


) . Essas unidades podem ser mais ou menos abrangentss

( inteorando-se u.mas nas outras ccmc momentcs dslas). Mas em regra

os diversos domínios ce realidade que integram uma esfera de alcan-

ce, no sentido referido, nSo estSo unidos apenas peia circunstSn-

cia fcrtuita de ccexistirem neia, mas tambem pela copertenga a uma

dessas unidades, a um desses "contextcs funcionais" da minha vida.

Nestas c ircunstSnc ias , faz tcdc o sentidc diferenciar os dois ti

de horizcntes, aqueles que de cada vee se situam nc raio de al-


pos

cance e estSo f requentemente a entrar na esfera de incidência (sem

prs de ncvo a entrar e a reentrar nela) e que alsm disso se carac-

202
sua inclusSc nas unidades de contexto a que pertence
terizam pela

aqueles que têm uma posigao mais remota,


o nucleo de incidencia, e

de ostensSo, uma me-


mais frouxa com o núcleo presenga
uma conexSo

exteriores e afastados da esfera de a-


viva— que sSo assim mais
nos

de cada vez se estS. Reserva-se, por


ostensiva com que
presentagSo
horizontes externos para os horizontes exte-
designagSo de
isso, a

riores ao raio de alcance de cada vez constituído. Designa-se ccmo

esse raio de alcance.


de incidencia o campo correspondente a
r^mpn

situam nc seu interior


apresentagOes horizontais que se
E dS-se as

internos, nc sentido referido) a


(e que nSo constituem horizontes

de hm~i r.ontes do campo de incidencia.


designagSo
de precisSo estrutu-
Tudo isto permits ver ccm aigum acréscimc a

temos : a apresentagSo tern de cada vez


ra normal da aeresentagSo que

de cada vez e especialmente aten-


um foco de incidéncia (aquilo que

incidencia (ou de um r.Ccleo


dido), destacado r.c meio de um nûcleq_de

cstensiva) ccbre de cada vez um determinacio nu-


que
de apresentagSo
partir da co-aprsssntagSo dos seus hq^
objectos percebidcs
a
mero de

de incidencia em oujo quadro se inscre


e do campo
rizontesjjiternos
se tem, antes
vem, o quaĩ por sua vez r.So fecha a apresentagSc que

de um conjunto de horizontes extgrnqs.


se integra na co-apresentagSc

forma de crganizagSc e reiativa a cada situagao


Esta peculiar
vista, nc sentidc em que para cada uma hS um par-
dc ncsso ponto de

do
ticuiar ccncioionamento, uma peculiar "distribuigSc" que ocupa

estas
■-,- *t-rB>m**
Ci/erodS "-rsmoes1'
yL.o-^-jca
estruturais.
= - •- ^- -. . ^- -. - — E dSo-se frequentemente" trq

tai mcdc estava no


a* n-s- -Sc
'
"transf erencias"

de que o que

estar, a estar sO no nCcieo de in


foco de incidência deixa de passa

ainda
cidencia ou eai mesmc numa posigSc meramente horiecntai ( cu

dan_rc d0 camoo de incidsncia cu saindo mesmo jã deie e passandc pa

ra os horizontes externcs).

^m ci-cunstsr.cias ncrmais as mudangas que se prcduzem podem a-

foco de incidência, o nCcieo de incidencia, o prOprio cam-


fectar o

20 3
po de incidência. îlas, sendo assim, e registando o curso normal do

nosso ponto de vi3ta frequentes mudangas de todas estas esferas, as

variagOes do f oco e as variagOes do nûcleo de incidencia sâo muito

mais frequentes do que as variagOes de campo de incidência e produ

zem-se muitas vezes no interior do mesmo campo


mantendo-se este

mais ou mencs constante. Ou seja, independentemente das diversas

circunstSncias que podem travar ou acelerar as mudangas de inciden-

cia, a mobilidade tende a ser muito mais intensa no foco de inciden

cia e a decrescer em relagSo ao nCcleo de incidôncia e ainda mais

em reiagSo ac campo de ir.cidencia, que jS pode gozar de uma consi-

derSvel estabi 1 idade . Posso estar horas , mesmc dias no mesmc campo

de incidSncia —

mas de mcdo nsnhum assim ccm o núcleo de incidôncia

e muitc menos com o foco) .Possc estar algum tempc (algur.s minutos,

mas ate mais) inclinado sobre o pape I a escrever, qua-


peio menos,

se sem mexer o oorpo e a cahega, de tai mcdc que o nCcieo de inci-

dência se mantem sensive lmente o mesmo (uma esfsra de realidade mui

tc prOxima de mim, que abrange o meu ccrpo, c


espagc entre mim e o

parte do que estS em voita sobre a secrstSria--nem se-


paoel e uma

auer a totalidade disso). Mas nSo ccnsigo estar tanto tempo a focar

dentro do núcleo de incidencia e muito menos um Cni-


um so objectc

co aspecfo desse obiecto.

Deste modc ,
variåvel quar.ro aquilo que o ocupa (aberfa a foda a

de variagOes a tal rsspeito), esta estrutura e no entanfo


espécie

fixa cuantc as diversas ssferas de que consta, quanto S respectiva

articulagSo e propriedades .

Configura-se assim um quadro de caracterí sticas da aprssentagSo

^•je temos bastante diferente dc que cesprevenidamente se sngere

204
evidência o que motiva essa diferen
(mas que ao mesmo tempo pCe em

o quadro que se dS a co-


e faz que habitualmente nSo seja esse
ga

nhecer) .

lugar mais
A apresentagSo de que dispomos é em primeiro sempre

de-
do o que correspor.de ao ntcleo de apresentagSo ostensiva,
que

forma de nSo transparencia da


clarada, de modo que hS uma peculiar

possibi 1 idade de
para si prOpria e ela estS exposta a
apresentagSo
nSo detecta e que ( r.So sô
descobrir em si elementcs cuja presenga

exame mais demorado) nSo se dSo a


vista mas tambem a um
a primeira
Esse "mais" (esse excessc
descobrir, parscem nSo fazer parte dela.

ostensiva) e ao mesmo tempc um mais


scbre o núcieo ce apresentagSo
mais extensa)
de__aEresentasao (mais apresentagSc— uma apreser.tagSo

do que tende a parecer.


e maj^AE^esentadq
a deseeitc da maparêr.cia desta apresentagSc
Em segundc lugar,
de tudc o qus hS nsia ds difuso s
e dc seu apresentado, a despeitc

é efectiva— e ela marca, infiui sc-


de indistinto, a sua presenga

efectivo ccnfac
bre o modo como se vê e ?0e a nossa perspectiva em

nSo esteja apresentadc sO c con


o apresenta, fazsndo cue
to ccm que

conteudo Alem dis


teCdc ostensivc, que se junte a ele o hqrizontal.

e o seu de tai mcdc


so, embora nSo fixe esse cutro aprssentado que

mostra, sxpcsta. a dstsr-


numa acusagSo de si (tsndc a
que aparega

ocr issc deixa de constituir uma determi-


„a,>, _0 *
3 Sua), nem

isto nSo aquilo, "fazendo agu-


nagSo diferenciada ( def inidamente e

ccnformagSo das coasas, fixandc-a, pren-


iha" para uma determinada

a ^ o „1^ tt -ís-c -*-* de tai mcdo que nem sequer hS nada que obrigue
G. 3 T*CL C 3. vS L ■*_______.■/ 9 —■* *

simpies, nada qne


a determinagSo assim introdueida a ser "pcbre",

ie idade de fixagOes e de ser bas-


-

;^Pra *a comecrtar uma multipi

Verifioou-se antes que as apresentagOes horizontais


tante complexa.
normai se caractsrizam
constituidas na perspectiva
permar.entsments

o«ia simuitSnsa marcagSo de uma multipl icidade de direcgOes de ccr.

(difersntes direcgOes no espago ^ccntinuagSo


tinuagSo da rsalidads

205
no tempo e, nele, continuagSo passada, continuagSo f utura ; conti-

nuagSo da continuagSo no espago pelo passado, continuagSo da conti

pelc futuro, presenga de outrem, etc ) E verifi-


nuagSo no espago . .

cou-se também que , além disso, a cada uma dessas direcgOes de con-

sequência de indicagOes de continuagSo ca


tinuagao eorresponde uma

da vee mais remota (de sorte que , por exemplo, a indicagSo do "ca-

ra-li" da apresentagSo ostensiva nao se esgota na indicagSo da sa-

la, nem da casa, nem da realidade imediatamente circundante desta,

como tambem nSo se esgota na ref erenciagSc do tempo imediatamente

antsricr, nem sO do tempo imediatamente anterior a esse, cu do tem

po antecedente desse; como tambem nSo se esgcta na indicagSo de um

na dc instar.te imediataments subsequente a


instante posterior, nem

esse ou na dos prOximcs mcmeutcs , ar.tes se prclonga numa muifipii-

cidade mais vasta). Ainda que seja difícil entender ccmo estS cor.s

tituida esta apresentagSo inconspícua e ests apressntado inaparen-

te, de que modo "funcionam" , como podem ter uma determinagSo tSo

oomeiexa, etc .
, as caractsr ist icas da apresentagSc que sempre te-

mos acusam a sua presenga, documentam a sua efsctividads e o papel

que realmente desempenham.

Em terceiro iugar, essa aprssentagSo hcrizontai, nSo-ostsns i va

cus assim constitui uma apresentagSo efectiva, com u.m ccnteCdc pro

aiem do conte\idc cs tsns ivamente aprssentado nSo se intro


prio eara

•duz íe nSo introduz aquilc com que pOe em ccnracco') em pura adigao

ao nCcieo de apresentagSc exrlícita (como se cs reseectivcs domf-

nics se mantivessem apartadcs e o nCcleo de apresentagSc cstensiva

fosse auttnomc, tivesse uma determinagSo totaimente indspendente

da aersssntarSc horizcntal . r.sutra em rsiagSc a sia: . os horizon—

tss 'e, en especiai, as indioagOes ds cor.tinuacSo que introduzem)

infiuem decisivamente no prOcric aspecto dc que se tem ostensiva-

mente apresentado, de tai mcdc que a determinacSo com que se dS e

uma determinagSc sm grands parte dependente, subsidiaria do que sO

206
encontra apresentado. Ou seja,
horizontal e inexpl icitamente se

de modo jS comigo, mesmo nSo e-


não somente tenho sempre algum que

hcrizontes de continuagão da realidade para ÍS do


xibidos, esses

mostra, mas além disso, aquiio que se me mostra e sem-


se me ,
que

r-re ele prOprio visto a partir desses horizontes, em insergâo ne-

les, transf igurado pela sua co-presenga.

horizontes de continuagSo que não-ostensivamente a acom


Sem os

da sala que de cada vez me aparece teria um carSc-


panham, a parte

ter completamente diferente do q\ie


tem: nSo me apareceria apenas

da sala, mas sim como a totaiidade do real ou se-


parte
,

como uma

ja "o mur.de"

um mur.do compi etamente diferente daqueĩe que ,


passa-

perspectiva marcada pelo horizonte


do como sempre jS estou a uma

de facto consigo ccnceber. Sem os horizontes de


de continuagão,

da saia que de cada vez se apresenta seria prs


continuagSo, a parte

issc tSc diferente do que ter.ho e tSc estranhc cue nem o


cisamente

Mas sua vez, sem o hcrizonte ds continuagSo


consigo concecer. , por

acompanha, também a propria sala teria um


que nSc-csf snsivamente a

diferente do que tem: nSo apareceria apenas


carScter compistamente

da realidade ac iado de outras mas sim como a tota-


comc uma parte ,

também compl etameute di


lidade dela —
o "mur.do" (um mundo nesse casc

ferente daqueie qus , passado ccmc semprs jS sstou a uma psrspscti-

hcrizcntss de continuagSo da rsaiidads, de facto con


va marcada ccr

horizontss ds continuagSo, a erOpria sala 3e


siao percebsr ) . Ssm os

sala=mundo) tSo difsrsnts do qus tenhc e tSo sstranho


ria isso (a

E assim de ncvo para a pripria casa de


nem o consigo conceber.
que

eara o rssto de sdificic cnde se situa e para a


que a saia e parte,

realidade circundante .

Dor nutra carte, sem o hcrizcnte de continuagSc temporai no pas

"

nSo-ostens ivamente o acompanha, o instantS-


sado e no futurc que

de cada vez me acho e que ds cada vez tenhc e


neo" dc tempo em que

teria um oarScter ccmp 1 etamente diferente


fectivamente apresentadc

207
do tem: completamente desiigado de qualquer referencia ao tem-
que

antes e de qualquer referência ao "depois", estaria fechado no


pc

da apresentagao como se sO houvesse isso. Vendo bem,


"presente"
diferente do tenho
n3o sô esse "presente absoluto" é tão que que

nâo sou capaz de conceber o que corresponderia a uma perspectiva

desse mas essa situagSc nSo posta entre o que foi e o gue
genero ,

serS nem sequer seria propriamente uma situagao no tempo


cairia

fora da conformagão temporal que domina o nosso pon


compietamente

to de vista e, ac ccntrSrio do que pode parecer, nem sequer ccinci^

diria com uma parte dessa ccnformagão.

Desta forma, mesmo sendc inteiramente iguaĩ o contsvldc ostensi

da a presenga ou ausência dos hcrizcntes e da de-


vo apresentagSo ,

terminagSo por siss introduzida modifica racicalmente o respectivc

teor, convertsnde a apresentagSc em apresentagSo de realidadss cem

difsrsntss

totalmsnte alheias uma S outra'. E a difsrsn


plstaments

e tal e estS-se de tal mcdo dominado pelas apresentagOes horizor.


ga

tais e pela conformagSc de Optica qne introduzem, que de factc nSo

se cor.segue mesmo tsr idsia, ainda qus sO aproximada, do qus seria

ter apenas a apresentagãc ostensiva tctaimente isolada, sem quai-


*'

uusr interf erãncia dos horizontes.

Tudo isto, se permite ver jS com aiguma clareza o pape 1 irrsdu

tivel das apresentagOes horizontais e a importSncia de que na ver-

dade se revestsm para a conformagSo ca nossa perspectiva, esti, en-

tretantc , ainda Icnge de as fazer emergir em toda a sua extensSo e

de tornar claro a q\ie ponto vai a co-aprssentagSo nSo-cstens i va de

cont inua'"-ao da reaiidade que constitui um elemento permanents da a

temos.
presentagão que

Se se observou q\ie a apresentagSo horizontal pode ser comple-

208
uma multipl icidade de "direcgOes" diferentes e, den-
xa, comportar
de indicagOes de continuagao cada
tro de cada uma, uma sequencia

nao se viu até onde vai essa sequencia. Dei-


vez mais abrangentes,

"morrer" o rastreio numa esfera de relativa proximidade ao


xou-se

núcleo sc. ao campo de incidência.

Ora, de facto, assim como (sem qualquer acompanhamento distinto

articulado da multipl icidade de determinagOes a que


ou minimamente

apresentagao habitualmente constituída comporta


sem-
a
corresponde)
de apresentagOes de continuagao numa esfera
prs essa complexidade
ao campo de incidencia, assim também com-
de relativa proximidade

remissSo eara a continuagSo da realidade alem


porta sempre jS a

1 ativamente erOxima

e além da que se situa na con-


dessa esfera re

de r.evo alem desta —

e assim sucessivamente
tiguidade dela--e para ,

num prolongamento indsfinido.

remissSo

ecm ests ero longamento diiatado —

dcmir.a sempre
Esta

temcs cor.stituida, de tal medo q\ce


-* a apreser.tacSc horizontai que

do nCciec de incidância nunca é sO o da contir.ua-


o enquadramento
de "lances" de continuagSo para 1S
gSo imediata, nem sO c alguns

dela, mas sempre iS (sm tocas as dirscgôss) o ds uma continuagSo

termo prOximo "a vista"


pro 1 or.gaca sem .

indef inidaments
,
..

se manifesta quando por qualquer razSo, se consi-


"sso mesme ,

"fio". ImpOe-se er.


ccntinuagSo da rsalidade, se segue o 3eu
dsra a

indefinido todas as direc


prc I ongamento
esse em
t.So explicitamente
de continuagSc desdobra-se em remissOes sempre
côes 0 horizonte

nenhum termo E isto de tai modc


ma's para IS, sem nunca chegar a .

r.So constitui qualquer surpresa, nSc incva


que tal desdobramento

jS se estava antes de se dar senSo


em relagSo a perspectiva em que

permits identificar os campos de rea-


p9ia forma diferenciada comc

causa— ce factc nao faz mais do que explicitar a conti-


iidade em

nuagSc com que justamente ]S se contava e cuja co-apresentagSo , sem

que se atentasse nela. jS ccnf ormava a nossa perspectiva.

209
relagSo ao espago e Ss realidades que ne
Assim, por exemplo, em

o reccnhec imento de que para ÍS da rua


le se dispOem. ImpOe-se-me

cidade, de que para 1S da cidade continua ainda a terra.


continua a

de que avangando sempre mais nesta ou naquela direcgSc, segue sem-

mais realidade, sem que se chegue a um termo em que a


pre a haver

cesse. Mas assim também no que diz respeito ao tempo e


continuagSo

nele se situam. ImpOe-se o reconhec imento nSo sO


as realidades que

estS, mas tambem ds um tempo an


tempo prôximc daquele
em que se
do

terior a esse e ..
para alem disso, de um tempc ainda mais remoto , a

distantes que por sua vez estSo air.cia muito longe


te passados ]S
antes tem ainda muito tempo atrSs de si.
de serem os "primeiros",

reconhecimento não sO do futuro mais prOximc,


E impOe-se tambérn c

de posterior e de outro que Ihe sucederS e as-


mas tamben um tempo

daante, nenhum tempc de continuagSo futura seja jS


sim pcr sem que

acueie em a ccntinuagSo se hS-de quedar .

que

c seguimento da continuagSc que se tem


Em todas as direcgOes,

impOe a ser reconhscida —


e que o
indicada (que espontaneamente se

ccm uma evidencia que parscs irrssist ível ) leva a


e sem hesitagSo,

muito rsmotas incomparave Imente maiores do que os cam-


extensOes ,

ds cad.a vsz se tem ;S passadcs em rsvista.


ecs de iucidencia que

Neste sentido, a apresentacao horizcntai ssmprs ecnstituída es

uma margem, ccm um pa


tS muito iongs ds rsprssentar apenas pequena

ementar aposta ao nCcieo de aprsssntagSo osten


pei meraments compl ,

siva s formando em reiagSo a ele qualquer coisa ccmo um apmdice.

A amolitude da aerssentagSo hcrizontai {se assim se pcde di-


NSc .

o "volume" da apresentagSo hcrizontai que de cada vez se tem


zer,

e ccs hcrizontes pcr ela apresentados ) e sempre inoomparave Imente

do a do ndcleo de apresentagSo ostensiva. Semprs in


mais vasta que

Smbito dssta apresentagSc inexpiícita co 1 ossalmente mais


ssrido no

contacto eia, ndciec de


vasta e sempre de algum modo em com o apre

ostensiva tem o carScter como que de um foco no meio dcs


sentagSo

210
ja aberto deles como

des 1 ocando-se no terreno sempre


horizontes,

cursor de lotagSo restrita movendo-se num dominio incompara-


um
que

vasto, de nSo consegue cobrir senão uma muito pe


veimente mais que

parte mas de tal forma que tem sempre jå alguma nctícia da


quena ,

interminSvei continuagSo desse domínio para IS de si.

em que nos achamos nao se caracteriza


Mas mais. A apresentagSo

tSo extenso excesso da perspectiva que tem sobre


somente por esse

ostensiva de que dispOe em cada altura.


o nucleo de apresentagSo

disso a circur.stSncia de todas as extsnsOss ds


Caracteriza-a alem

inclui referencia remeterem sempre para 1A de si.


rsaiidads de que

r.Sc sO fcrma um campc de muito grandes dimensOes


De tai modo que

mas constitui ds facto campos sempre abertos.

de tal modo cue e precisamente isto que a apresentagSo que


E

e: uma apresentagao aberta— nSo sO extensa, mas nun-


se tem sempre

ca fechada (mesmo que fechada numa extensSo de grande amplitude).

desde focos de incidência e micleos de incidencia com


Assim cs

um alcance mais rsstritc ate acs campos ds rsalidade aprsssntada

desde dominios de realidade como a cida


com dimsnsOes mais amplas,

dois ancs, a Eurcpa ou os Sltimcs 300 a-


de de Lisboa, os Citimos

mais vastos como os Citimcs 100 000 ancs,


nos, ate dominios muito

em qualquer caso se tem en-


•roda a ferra, efc a apresentagão que

uma ir.explícita eo-apresentagSo de herizcn-


vclve de factc semere

ccr.tir.uar.de a rsalidade para IS da amplitude ccn-


tes envoiventes,

Por maicr qus seja a extensSo, de facto nunca aparece jS


s idsrada.

eebrindo-a "de les a les', sem nada d


como a ;alidade
re, toda,
'

extensSo, nunca e j S "o mundo


de fora. I.e., por maior que seja a

da sxtsnsSc de ca
NSo, precisamente c ccntrSric: ir.dependentemente

causa— dssds os ndcisos de incidSncia, com a sua ampiitu


da vee em

maas amplos (s mesmo "as-


ds mais sstrita, ate aos snquadramsntos

rsa.idads sem
trcncmicos)— todcs cs campos de aprssentada aparecem

meio de uma reaiidade mais vasta qus


pre ainda como fraqmentos no

211
os continua.

Esta é uma caracter í stica sempre presente na apresentagSo que

temos, sempre introduzida pela componente inexpl icita que comporta:

qualquer cue seja a sua amplítude, o apresentado e um fragmento, u

cia realidade, entre outras mais. E a forma comc estS pro-


ma
parte

duzida esta marcagão inexplícita, sempre presente, do alcance ain-

"
f ragmentirio" do apresentado reforga ainda mais o ca-
da somente

nSo fechado da apresentacâo Pois, de faeto, a fixagSo inex


rScter .

desse caricter de parte (de fragmento num hcrizonts ds rea


plícita
ainda mais vasto) nSo estS feita de tal modo que a parte em
lidade

claramente desenhada na relagSo que tem com o tcdc em


causa fique

que se integra (e esteja definida quanta parte e, que pcsigSo ocu-

oa nele, eto .
) . Havendo sempre uma decidida marcagSo dc apresenta-

essa marcagSo e feita sem nenhuma definida apresen-


do comc parte,

sem nenhuma dslimitagSo dele. A i-


tacSo do todo para que aponta,

apreser.tado da reaiidade faz-se


nexclícita marcagSo do ccmc parte

de ainda mais realidade —

mas deixando indster


pela co-aoresentagSo
cesse excesso (qual a amplituce dc que ainda
minada qual a margem

E isto de tal modo eue pcr outro laco, ss ss sstsnds ain-


falta) .
,

do ds reaiidade que se considera (entran


da mais a amplifuds campo

modc antes estava inexc: ic itamente referido comc


dc desse nc que

sobre a considerada) tambem o novo Smbito, mais vas


excesso parte ,

tal extsnsSo tem a caraoter i st i ca de ser inex


to, correspcndsnte a

e de tsr inexpĩ ici tamente oo-a


plicitamente apresentado corr.o parte

1S de si co-apresentagSc que

eara numa
presentada uma continuagSo

as mesmas prcprisdadss que tinha a rsmissSo hcri-


tem exactamente

eontal da aprsssntagSo rs 1 at iv-aments a quai rsprssenta um aiarga-

mento. E assim sucess i vamente . De tai mcdo que ,


pcr maior que seja

de r.ovo se itera a presenga inexpilcita de u


o alargamento, semprs

rsmissSo rsaiidadss englobantes E de tal mcdo que a earte


para
.

ma

sempre parte de um todo adiadc. E ao mesmc fempo que


apresentada e

212
a ref erenciagSo do apresentado como parte, a componen
opera sempre

integra apresentagSc que te


co-apresentagSo horizontal
a
te de que

"fuga" do to
mos opera sempre tambem esse peculiar adiamento, essa

estS de um tc-
do, fazendo que essa parte com que se o seja sempre

ainda "ausente" e em-aberto .

do sempre

forma de constituigSo que é a que cor-


Deste modo, a singular

presenga de horizontes na nossa perspectiva


responde S permanente

faz a apressntagSo que temcs nunca se quede ef ectivamente aon-


que

ef ectivamente cc-
fique totaimente contida
no que
de checa, nunca

jS de algum modo além de si, ponha sempre jS de al-


bre— vS sempre

que a ultrapassa. E por tal forma que ,

gum modo em contacto com o

da co-aeresentagSo inexplícita ds horizon


as remissOes
seguindo-se
enquadramento hcri-
tss, cada terminus ad quem tem ele prOprio um

sua vez o terminus a quo de novas remissôes


•^or-al *
constitui por

a ccrres
oara IS de si. A singular forma de censtituigSo qus e que

de horizontss na nossa psrspsctiva tsm


eonde a permanente presenga

: :
"desencerrar"
-.■■■■ ,-----■.-
a
-■

apresentagSc :
que temos,
.......
ds
. .

as s im a isdade

sem "fecho", sempre "transbordante" ,

zendo dela uma apresentagSo

totalmente aberta.

ncs achamos
part icular idades da aprssentagão
em q\ie
Sntre as

entretanto, ainda uma outra. que de facto desempenha um


ccnta-se,

se acaba ds efectuar, mas sem


prOcrio exame que
papel decisivo no

tivesse ficado posta em reievo.


que nele

nos achamos r.So e aberta ape-


De t a;
■3 acresentacSc em que

ce aeresentagSo hcrizcntal que sempre a


nas eorque a eemponsnte

se prolonga indef inidamente em remissOes inesgotSveis— qu;


intsgra

aberta antes tambem porque hS uma


„„„- r.^r.
nac 4-Arr,
tsm ^srma
..er.nu.
-

- ,*^-a -- «.i t-
nunca cessam,

213
irrestrita mobilidade da direcgSo do olhar no quadro dessa referen

de horizontes totalmente aberta. Poderia ter-se uma remis-


ciagâo

sSo horizontal inteiramente aberta mas nao se dispor de mobili-

dade nela —
ter c foco de incidencia preso de tal modo que não pu-

desse seguir esses horizontes, desiocar-se neies. Se assim fosse,

mobilidade restrita do foco de incider.cia contraba-


a rigidez ou a

lancearia a abertura da apresentagSo horizontal, impediria o con-

fronto com ela e, sem anular a remissão impiicada nos horizontes e

o seu carScter aberto , manteria a ncssa perspectiva sempre distraí-

da dela. Mas nSo e isso que se pasza.

0 carScter abertc das apreser.tacc ss hcrizontais e sscundado

uma irrestrita mobilidace do fcco de considsragSo r.o seu seic,


por

torna ainda mais efectiva, torna "palpSvel", essa total abertu


que

ra e possibilita que nos confrontsmos com ela.

e certo que ,
cornc se apontou, o foeo e o r.Ceiso ds incidSneia

tSm uma amplitude mSxima mais ou menos constants, bastante restri-

ta, sSo insusceptivsis de qualq\ier s igni f i cativo alargamento das

suas dimensOes. E certo tambem que , pcr outrc iado, as dssIocagOes

do r.Ccleo de incidencia (do nCclec de apresentagSo directa, csten

siva)

e tanto quer dizer ao mesmo tempc : as desIocagOss pelas quai^

os campos de reaiidade em presenga meramente hcrizontal saem deia

(e passam a estar em apresent ag.Se directa, cstensiva) r.Sc sSo in-

tsiramsnte livres, irrestritas. Em caca situagão em que me snccn-

tro r.Sc tsnho possibi 1 idads ds obter imediatamente apresentagOes o_

tensivas de uma grande parte (e ce facto ate da maicr parte) dcs

camcos ds realidade cue tenho apresentados em horizonte. Ccnforme

foi subiinhado na anSiise da estrutura foco de ir.cidenc ia/r.Sc I sc d.e

inc icsne i a/eampo ds incidencia, para cada situagSc hS um "raie de

aieancs" tai qus e iimitada a extsnsSc dcs campcs ds rsalicads que

numa dssIocagSc mais ou mencs imediara, pcdsm entrar em apresenta-

gSo ostensiva. Eora desse "raio de aicance" que correspcnde a no-

21 á
ostensiva sO
de incidência, a entrada em apresentagSo
gSo de campo
termo de deslocagOes mais longas,
de forma mediata, no
e possível
um muito grande) número de passos
implicam um maaor (e mesmo
que

modo muitos campos de realidade (e ca


de mediagSo. De tal que para

medida que se vai tornando mais remcta a sua posigSo


da vez mais a

incidencia em que se estS) os trSmites


ao campo de
relativamente
ostensiva deies sSo
necessSrios para se aceder a uma apresentagSo

uma tSo extensa sucessão de passos,


por taĩ forma lcngos, implicam

ela. E de tal modo que para


praticamente impossível chegar
a
e
que

da se passa em
o intericr terra, o que
muitos outros (por exemplo,

seculo XXX, etc, a deslocagSc nSo


esta hora, o seculc XV, o
Urano a

meio de se realizar--e inexequível ) .

tem mesmo quaiquer


nSo imcede a possibi 1 idade ds um ou-
Porem, sendc assim, issc

da apresentagSo cstensi
tro tipo ds "desiocag0es"-nso cesIocagOes
do ( sm ss trata ds aprs-
forts, prOpric, tsrmo qus
va, no sentido

a* f^o ^
Ca fT"P
q-^e ^=>-.^c
_~.-i-- dacuiio
u.o.v4-x aus ds cada vez estS ele.
sentagOes do t*po
mostrando-se a si
mesmo na mir.ha presenga, directamente disponível.
das suas de-.ermir.acSes) , mas desloca-
concreca
prbprio na plenitude
Com efeito, se. estar.-
fixacao temâtica de oucro -i?o.
gĩes de uma

ndo obter ímediatamente uma apresen


do exemplo em casa, possc
por
baía de Cascais a esta hora, de u
Hossio (ou da
tagãc osoensiva dc
etc ) es-
de Viena, dc Mar da Trancui 1 iiade ,
. ,
pcssc
rua
ma qualcuer
,a_ a -„ a««-*
esse
= _.=r,-.^3
v.-m-,..- d-
^- -^aiidade, tS-Ies ccnvsrtidcs sm
tar voltado para =

incidência. Cu seja, a
j. r- a^ -o-ci ^—îo tornados temas de

r.îo se resume a mcbilidade dos ndcleos


mcbilidade de c;ue disponho
dos focos de incidenca den-
( no sentidc referido) ou
de mcidancia

1 idade de sem mudanga do nácleo


t-o deies. Tem-se oambem a possibi ,

ostensiva), facer 'evadir"


,;do ndcleo ie aprssenragao
de_incidencia
deixar de ter presenre um deter
lâ deie e (sem
a consideragão para
sitio onde se es-
apresentagãc oatensiva-dando
o
minado nucleo de

deixar de ter o foco de i.-.ci


de fac-.o nos rodeia. .«,)
tâ, o que

215
fixado nesse ndclec e passar a tê-Io assestado para outras
dencia

de realidade fora dele. Tem-se inclusivamen


realidades sc .
campos

1 idade de quase "esquecer" esse nucleo de apresentagSo


te a pcssibi

do de realidade onde se estS, reduzi-lo a uma pre-


ostensiva campo

zontai e embarcar, ficar quase inteiramente absor-


senga quase-hori
nucleos de incidôncia nSo ostsnsiva (de
vido na consideragão dos

etc )
presentif icagSo ,
. .

As caracteristicas deste tipc de consideragSo temStica (de fi^

xagSo dc foco de incidência fora da esfera de apresentagSo ostensi

consoante os cascs--pcdendo as apresentagOes que Ihe ccr


va) variarr

mais determinadas e erscisas (mais prOximas de uma a-


respondem ser

ostensiva, como acontece quando se trata da presentifj^


oresenta^So

de incidôncia jS cenhecidos, de que jS se teve apre


cagSo de campos

ostensiva) ou menos determinados e mais afastadcs da con-


sen4-a„£0

erecisSo cue e prOpria dessas apresentagOes ( como aecnts


ci-etuds s

cs cuando se ccnsidsram ca.mpos de rsaiidads desconhec idcs , de que

faz bem ideia). Mas trata-ss em qualquer dos casos ds aprs-


nSo se

sentagOes cuja apresentado nSc tem a presenga "anônima", despercsbi

dos horizontes

anf.es ssfi dsclarado, tido sm rsfsrsncia exp'd


da,
ei
cita —

o acusa, clha, pOs em fcco.


qus

ce incidência nSc scfre as reetrigOss a qus eseS


Ora este tipo

su"'eita a incidsncia ostensiva. NSo sc nSc tem uma ampiieude rigi-


"

da antss se caracteriza por uma irrestrita e 1 asticidads" (poden-


,

dc cor em ccns ideragSo , arraucar da sua presenga ancnima, ca.mpos ce

realidads ds todas as dimensOes , desds os mais pequenos ate aos

mas as pcss ibi 1 idades de volvimento abertas per este


mais ampios),

tiDO de incidôncia sSc irrrestritas . Neste sentido, tantc posso con

sidsrar o de realidace correspondente a mais imediata conti-


campo

do de incidSneia em que me er.contro ccmo os campos de


nuagSo eampc

realidade correspor.dsntes as mais remotas regiîes do espa.;o ou aos

mais recuados e mais distantes no f uturc . Tanto pcssc ccnsi


tempos

216
Europa, como toda a terra, c
derar Lisboa, Pcrtugal Continental, a

milhOes de anos, tcda a galSxia, etc .

5
.

sistema solar, os Cltimos

a"circulagSo" nos horizontes extemos ac cam


Desta peculiar forma,

deles e o arrancS-los S presenga anô


po de incidência— o percorrer

tctalmente desimpedida, goza de liber-


nima normalmente tôm— é
que

dade total .

Esta irrestrita mobilidade, esta irrestrita possibi 1 idade de

das remissOes horizontais que sempre jS estSo cons-


seguir a pista

que temos permite entSo "bater" ,


explo-
tituídas na apresentagSc ,

externos levS-los a uma expressa consideragSo e


ra r os horizontes ,

diferentes dirscgcss em que se es-


das
por ela, a uma capacitagSo
dcs campos de realidade extraordi-
tendem, de quar.to se prolongam,
tal modo se a pre
nariamente vastos a que correspondem, etc. De que ,

nula ef ectivamente inter


em hcrizonts, embora efsctiva ( nSo s
ser.ga

fcrma ccmc se vS ) se caracteriza pcr sssa prsssnga di^


vsnisnts na

reconhec imer.to distin


fusa, qus passa despsresbida s nSc prcduz um

a mobilicads do nosso olhar— a facu^


to do nela estS presente,
que

de irrsstritamsnts os hori
dads da forma rsfsrida, tsm ssguir
qus,

sxtsrnos, movsr-se nelss s pû-lcs sm cons ideragSo— permite


zontss

sO difusa, cria a pcssib i 1 idads ds ver


u Itracassar essa presenga

horizontss sxtsmcs s tcda a sxtensSc daquilo eara


"de frente" os

as eo-apreser.tagOes horizontais .

que remetem

ssnde ass i.m— caractsrizandc-se a ncssa psrspsc.iva


Er.tretar.to,

todos os hori
uma tSc irrsstrita oossibi 1 idade ds ss movsr por
por

aberta— sucede todavia que de facto no curso


que estS
zontss para

de vista a mobilidade ef sctivamsnts exer^


habituai dc nosso ponto
cir-
a ser muito menor do que aqueia que e possivei e a
cida tence

a um ambito na verdade bastante rsstri-o.


cu nscrever-se

217
Com efeitOj nSo obstante a possibi i idade , que nos as3iste, de

percorrer os horizcntes externos na continuagão inesgotSvel em que

desiocagOes de incidência que habitualmente se pro


se prolonram, as

de vista e os a dSo lugar ten-


duzem no nosso ponto percursos que

dem a situar-se todos sO num determinado sector ou nalguns sectores

desses horizontes, sem nunca se dirigirem além. De tal modo que a

de incidôncia, a conversão de apresentagOes meramente hori


mudanga

temSticas (a focagem de campos de realida-


zontais en apresentagôes

de correspondentes aos horizontes extemos ) se processa quase ex-

ciusivamente dentro desses ssctcres . E de tal modo que, embora ha-

frequentes (expansOes e contracgOes, fazendo entrar


ja fiutuagOes

ou deixandc sair estes e aqusles domí.cios de rsalidade), o seu pcr

ts e na verdade re 1 at ivaments reduzidc e o sectcr restrito dcs 'cc-

rizontes sxtemos em que ss move c fcco de incidSncia manifssta sm

rsgra grande estabi 1 idade .

Se atsntarmos, verificamos na verdads que, emeera o nesso pon-

te ds vista sstsja numa ccntinua ou quase ccntinua utilizagSo da me

biiidade de ineidSncia de cus dispcs, tcdas as modificagOes qus nor

malmente fSm iuqar se quedam num dcminio mais cu menos f ixo , abran-

f undamentalmente nOs prOprios, os sítios em que habitualmen-


gendc

te se faz a ncssa vida (a casa que habita.mos, os eaminhcs qus de or

dinSrio os iugarss sm que trabaihamos cu passamos tem


psrccrrsmos ,

oo livre, as coisas e as pesscas com qus costumamos iidar, aquiio

ds que normalmente nos ocupamos, os assuntos que nos interessam, etc

Diversas c ircunstSnc ias podem determinar que seja maicr cu me-

nor a amciituds desse dcminic e eus tenha um maior ou menor grau

de estabiiidade ;pcr exemplc, conscante se muda mais ou menos fre-

auentemente de residencia, se mantem ou r.So o mesrno trabaiho, se

tem um leque de interesses mais fechado ou mais aberto , se viaja

muitc ou pouco, se vive de forma mais activa —

frequentando muitcs

meios, procurancc conhecer "ccisas novas"--cu. pelo ccntrario, se

218
convivendo-se sô com um
leva uma vida mais rstirada e mais pacata,

de frequentando sempre os mesmos sítios,


círculo restrito pessoas,

ter fronteiras mais ou menos mô-


de
etc). Mas, independentemente
maior ou menor, es
veis e independentemente de a sua amplitude ser

sô a um pequeno sector dos


de facto sempre
se domínic corresponde

extemcs

e mesmo sO a uma ínfima parte deles. E, inde


horizontes

de ter fronteiras mais ou menos mOveis, independente-


pendentemente
maior ou menor, as mudangas de inci-
mente de a sua ampiitude ser

sector ou de alguns sectores, caracterizam


dsncia, nSo saindo de um

a uma extracrdinSr ia contengâo da mc-


-se sempre pcr corresponcerem

numa determinada Srea dos horizontes, e a


biiidade: a sua fixagSo

nSo-consideragSo) ds outras S-
abandono (a uma crOnica
um cronieo

dos horizontes extemcs )


rsas (s, na verdade ,
da esmagadora maioria

se mantsm sistematicamsnte fcra


se poderia olhar mas que
eara que
nSe se a
de censideragSc, nu.ma presenga puramente hcrizontal, a que

s nd s

.

de vista se caracte
o nosso ponto
Assim, atá pods acontscsr qus

de conhecimentos e experiência e por


rize por uma grande latitude
o ncvo a
nos isva a procurar ,

irrsquistuds"
"
qus
uma pronunciada
ecc.îias, eor mais abrangents cue
ter intsrssse pelo desconhecido ,

sectcr dcs ho-


mais que se distinga Por irrsquistuds ,
o
seja e por

cruzado peio nosso olhar fica sem-


rizontes sxtsmos habituaiments

incomensuravelments aquem— ds corresponder


a
de facto
ure aquem— e

extemcs (sulcando-os em tcda a


giobal dos hcrizontes
um percurso

ou ssquer tsndsndo para isso). NSc se produz nada que


sua extsr.sSo

todcs hcrtzon
de uma efectiva considsragSo de os
sequer se aproxime
de uma efectiva ccnside-
de continuagSo da reaiicade nc espago,
tes

todos os horizontes de continuagSo da realidade no passa-


ragSo de
de tedos os horieontes de ccntinua
do, de uma efectiva ccns iderag-lo

futurc-de um efectevo oihar para eles, capaci-


gSo da realidade no

a ,ue -or. -^po ,

tar-se da sua presenga, caqi-.o

219
De facto, por mais amplo e "irrequieto" que seja, o domínio dos

externos "batidc" pelo foco de ccnsideragSc nos percur-


horizontes

haoitualmente faz corresponde S fixagSo de determinadas


sos que

horizontss sxternos de quadro circunscritc


dos um
"bolsas" dsntro

ate pode ser relativamente mOvel e ter propen-


de consideragSo (que

sSo expansiva, mas que tende a sê-la e a ter essa propensSo justa-

0 desenv oivimento de uma ou de algumas linhas de interes-


me nt e s no

dentro de uma circunscrigão fixa, que deixa de fo-


se e, portanto,
horizoutes

e na vsrdade a maior parte deles.Cu seja, in


ra muitos

abertura consideragSo

maior ou menor a o
da sua
dependentemente
,

ar^ancar dos horizontes extemos a presenga anOnima, inconspicua,

nSo tende a procueir-se num esprai_a?: do focc de consi-


que é a sua

deragSo por esses horizontes fora, numa propagagSo aberta, seguin-

todas remissOes hcrizontais, sem nenhuma deixar inatendida.


do as

ncticia aberta, qus ss rsfsriu, dos horizontss


NSo. Embora haja a

embora o nosso oihar pudesse ef ect ivaments espraiar-se


externos e

atsnta a todos os horizontes, nSo reti


desse modc, numa propagagSo

ds outros a tsndSncia e para qus a mobiiidade


da nuns e esquecida ,

"

estsJa, se assim se pode dizer, estacionada" em Srsas priviiegia-

das s circuis sf nc seu dominio.

de incidSncia em rsgra tôm lugar es-


As numerosas mudangas que

canaitzadas determinados sectores dos horizontes extemos


tSo para

atraidas e abscrvidas nesses sectores . De tal modo


--sSc como cue

esses os sectorss frequentadcs pelo ncssc olhar —

as
cue sSo sempre

"

de incide.ncia que ocorrem seguem trilhos" denfro


diversas mudangas

e os percursos rsalizadcs atSm-se a eies. Ou seja,


desses seccores

incidência estSo sujeitas a uma tendôncia para a con-


as mudangas de

centragão em determinadas Srsas de amplitude comparat ivamente res-

tsnder.cia para 'navsgar" sO neias e para nSo pas3ar


trita— a uma

"colunas ds Hercules". Por cutras palavras, o exer-


as rssceceivas

da mcbilidade de incidência tem uma tendsncia forte


cício habituai

-20
dos horizontes extemos
m ente centripeta re lativamente Ss regiOes

"contacto". Em regra nSo hS


de incidsncia jS tem
com que a esfera

incidência mobi-
das variagOes de e a
nenhuma propensSo centrífuga
des-
estS de facto restringida por uma como que "gravidade"
lidade

uma"atomos f era" que de


(por eias constituírem como que
sas regiOes

a si— de que se tende a nSo sair) .

algum modo prende


facto mobilidade do foco de in
Em suma, no seu exercício de_ , a

sectores dos horizontes


sedentSria em relagSo a alguns
cidência e

margem de todos
nSo correspondem senSo a uma pequena
externos, que

ser cbjecte ds incidsn


de que se tem mer.gSo e que poderiam
aqueles

c ia .

que assim se mantam ca


ssctor dos horizcntss externos para
Esss

de incidencia, por tal forma que es-


mobilidade do foco
naiizada a

r.unca ou quase nunca


exereer-se sO no seu Smbife (sem
ta tsnds a

corresponds globaimsnts
a uma esfera ce proximidade.
sair deis)

„„„..44.-!; ->n (H^-^s3


u--a-
=>
s
*

s rs e eer um is.cc,
c.n e_.^o
- -

..^
A pmxirTddade em jcgc

temporal rsiativamsnts
a ncssa prferia
proximidade esnacjial
e
uma

de-
se define exclusiva ou directamerite_em fungSo
s i tuag So .
1^80
temporal e fundamental-
prcximidads espacial
ou
las. Kais do que a

ecmc in-
qu«
a 1* 01
•vdc a^uilo cue estS percsbido
msnts a prcximidace
n0 cursc da nCS5a Vida' * Prcxifflida~
terferindo_3Í5L^i
; UOr
■i „., s a ; -r v-oQ-n=»
-' -"
åS
as
3 r-r VÍdadsS
i —- CCIĨl CU3
tera tudo aquilo que a-- .-sp-.-
de que
eias. De
se anda ocupado e e de algum modo releva.e-e para
malmer.de
essa es
-.em uma relevância deste tipo ia-.egra
sor-.e que tudo quar.-.o

temporaln.er.te se situe
íera de proximidade (mesmc que espacial ou

r.So rem tal relevâr.oia (mesmc que espacial e

longe) e rudo quanro


-ende a íicar fora do
e a-.e mesmo multo oerto :
temporaimente ?er-.o
33
ssu smbito .

habitar, se assim se pode dizer,


de incidsncia tende a
O foco

desta ordem, ter.de a des


uma es fera de prcximidads
"
de tai modo que se mantem fe
si nos seus" circuic ,

cireuites" e

221
nela. Achando-se as mudar.gas de incidência canalieadas
chado, preso

absorvidas nela, a referencia dos ds


para a esfera de proximidade e

de realidade em horizonte conserva-se inatendida. E em


mais campos

reina a seu respeito urr. total alheamento. De forma que no cur


regra

do olhar a maior parte dos horizontes exterr.os es


so habitual nosso

tS votada ao mais completo oivido.

Além de articulada pela estrutura foco de incidencia/nCc leo de

incidência/horizontes externos (e, dentro destes, pela diferenga

se chamcu campo de incidSncia e os horizontes


entre aquilo a que

se situam para 1S deie), a apresentagSo que temos ccnstituída


que

assim marcada ainda per uma outra estrutura: o exsrcicic da


estS

tende a ater-se a uma provincia dcs hori-


mobilidade ds que dispôe

zontes externos, estS sujeito ac efeito ds um campo de atracgSo mui

do eies, em que de ordinSric se queda Numa


reetrito
.

to mais que

hS de cada vez eenstituidc como que um um territôrio dc o


'-alavra

territoric que circula c fece de considsrac ĩc , e es-


iha^ e nesse

.-• í-i
territorio eue se frsquenta.

assim constituidc excsds muito amplamente o ncciec


0 territôrio

ostsnsiva (o foco s o ndciso ds ir.c idSr.c ia )


ccns-
de aersssntagSo

sle horizonte e tern uma presenca meramente hcrizon


titui ta.mbem um

ds ineidSneia ex

s
ta

. For outro iadc, sxceds iguaimsnts o ca.meo

Sm tsrceirc iugar, se tambem c campo de in


cede-o muito amplamsnts .

sstS de cada vez prssents si ccmo hcrizents. a preser.ga me


cidência

herizcntal ds cus ccza e muito mais fcrts.. muito mais vtva,


ramsnts

de herizentes externcs que de cada vee


do euo a de tccc o conjunto

-,

terriffric nc sentidc dsscritc. Mas sendc ascim, suce-


;.n^^^_a
.

de sstss horieontss esrtencentes ao territcrio tam-


entretanto que

tipo da ter
presenga dc campos
mesmo que costnmam cs
pouco tSm uma

de realidade mais rsmotcs nSo pertencer.tes ao ferritêrio ( por exem

minha direita a 700 ou 2 0C0 ou 100 000 k.m de


elo, o que haverS a

no iugar de Dublin daqui a 500 ou 2000


onde estou, o qus se passarS

ono
havia onde estou, etc .
) . 0 territôrio (os
o hS 3 000 anos
anos, que

com me dou, o mundo do meu tra


frequento, as pessoas quem
sitios que

tem habitualmente uma presenga vi-


dos meus interesses ,
etc .
)
balho,
em que
muito mais intensa, com muito maior peso na perspectiva
va,

estou casa e nSo me


de cada vez me acho .
Se, de facto, quando em

fa
de nada disso, é tSo puramente horizontal a
lembro expressamente
(ou a parte de Lisbca a que costumo ir) quan-
culdade onde trabalho

do JapSo; se enquanto estou so-

qualquer ilha desconhecida


,

to uma

zinho e absorto a trabalhar sSo tSo puramente horizontais as pes-

os milhSes de pessoas pcr esse mundo


conhego e estimo como
soas que

hS mas nSo fago bem ideia de quem sejam)— a liga-


fora (que sei que

, ~ „nr
e o«
os nn-|-->-n^
ou^os d»sses
Q-boe:i 'rcrizontes
i.«lj.-j.i- (o
<. mcdc ccmc es
nns
gão que tenho
com

mim r.So os ccnsidero) é com-


tso 'acescs" e estSo ai para enquanto

nSo obstante c carSeter meramente hc


i

««+•« HOrP—
ai^erei . 0-
— seia,
=>^j~.
pietamente

dos casos, o rslevo que têm nc ho-


rizontal da presenga em quaĩquer

rcdsiam o carnpc s o r.Scleo de ineicSr.cia e es


rizente e o modo como

Num caso trata-se de r.e-


fSo em cenex.Sc com eie r.So tsm ccmparagSo .

tem contacto, que constituem referãn


com que a minha vida
rizontes

ssu cursc intsrfsrsm neis, ste .


.

desempenham papsis no ,

cias deia,

nenhum de
No outrc casc, sstSc compistamente arredadcs, sem ponto

Correiativamente é para mim muito


no meu "trem" de vida.
insergSo
facuidade dcs pontcs de
mais "naturai" passar a consiieragSo da ou

lembrar-me cas esssoas qus ms sSo familia


Lisboa a que costumo ir,

acontece numa cuaiquer i-


do passar a consideragSo do que
rss, que

do JapSo ou do que haverS num qualquer lugar da


iha desconhecida ,

500 ou 1000 anos , etc .

-erra daqui a

ordtnSric nSo se tenna ne-


entSc de
Nada distc stgnifiea que ,
,

IS do territôrio. A remissSo
notícia desses horizontes para
nhuma

na
inciui-os e eies estSo sempre de algum mcdo presentes
horizontai
dentro do territdr io—que sem eies
se tem
prôpria perspectiva que

O reconhec imento da sua realidade—de


seria inteiramente diferente.

223
estSo aí, de que o mundo se prolonga por eles fora —

nSo e em na
que

da inferior âquele de que gozam os domínios pertencentes ao territô

rio(ou o prôprio nucleo de incidôncia) .


Simplesmente , ao contrSrio

do sucede com o sector dos horizontes externos que estS consti-


que

tuído em territôrio, a sua presenga e a notícia que deles tenho em

nSo os faz emergir como algo que se imponha S consideragSo


regra

esteja voltado, para que olhe. ?odem passar-se


como algo para que

semanas , meses, anos, sem que esses horizontes sejam lembrados, cha

mem de aicum modo a si e entrem em consideragSo-


semanas, meses, a

nos, em qu.e me mantenho inteiramente abscrto nos campos de realida-

de do territôrio, na esfera estrita das coisas prfximas com que II

do ,
e sô considero campos de realidade dessa esfera.

Ora de tudo isto resulta uma conformagSo muito peculiar do "Sn-

culo de abertura" da aprsssntagSo qus tsmos.

As civersas proprisdadss qus sucsss i vaments ficaram idsntifica

'

das no sxame do modo comc estS organizada compOem comc q\ie um jo-

de efoitos contrSrios que se contrabalangam snere si.


go"

Assim, se a aprssentagSo ostensiva de que se dispce e fechada

e na verdade de amclitude bastante restrita, a presenga permanente

de aereseutagôes horizontais e as caracteristicas de que estas se

revestem desfazem esse fechamento —

expandem, abrem a nossa perspec

tiva. 2 a irrestrita mobilidade do foco ds consideragSo (a irrestri

ta i 1 idade tem de se deslocar s de pdr em fcco qua isquer


possib que

hcrizcr.tes, indepsnder.tsmente das suas dimensCes e de ssu grau de a

fastamentc em reiagSc S posigSc que se ocupa) ecmpensa as restri-

rQes ce amplitude e de mcbilidade a que estS sujeita a apresentacSc

ostsnsiva, secunda a abertura irrestrita introduzida pelas apresen-

hcrizontais e eria a possibi I idade de um confronto com essa


tag'Ôes

abertura irrestrita. Mas , por outro iado, a pecuiiar fcrma de ccn-

tencSc cue se verifica no exercicio habitual dessa mobilidade (a

relativa sedentaridade dc foco de consideragSo e a sua circunscri-

224
territôrio), se nSo anula esse carScter inteiramente aber-
gSo a um

amortece em todo o caso o seu efeito e faz


to da nossa perspectiva,
muito aquem de seguir essa abertura irrestri-
que de faeto fiquemos

dos horizontes externos é deixada a constituir um


ta. A maior parte

inatendido daquilo para que se olha— um fundo que se


fundo sempre

nSo se considera. De sorte que embora haja apresen


mantém apagado, ,

inteiramente abertas e embora subsista sempre a


tagôes horizontais

possibil idade de volver o olhar na sua direcgSc, essa possibilida-

costuma ser actualizada e aquiio com que habitualmente se e


de nSo

tem e de factc um domí-


posto em confronto peia apresentagSc que se

^- iu
^-qr,^p ^.:*s-r>~ito ccm Ufna muito pronunciada tendSncia para se

si absorvendo em si toda a mobilidade do olhar


fechar sobre mesmo,

fazendo a perscectiva aberta intreduzida pelas apresentagoes


e que

horizcntais e pela poss ibi I idads qus sempre hS de as seguir fique

neutra I izad'a e como que suspensa.

ha na vsrdads ssta tendência para a f ixagSo da


Se assim e, se

nada disto significa por outro iado que seja to


nossa perspecttva,
suscsncsr esta absorgSo do oihar no seu "ter-
taiments impcssivsi

Trata-se sd de uma tendSncia. nSc de uma caracteristica


ritôrio".

ebsolutamente ineiutSvei. 2 tenho sf sctivaments a possibi lidade de

foco ds incidsncia para 1S do territôrio sobre os


fazsr incidir o

mais ds dada a constituigSo hcra-


campos ds rsaiidads remctcs que ,

do eonto de vista, tambem fsr.ho refersneia.


eontai meu

S erscisaments isso qus fende a acontscer por exemplo se, so-

ilustrar de aieuma fcrma a nossa conviccSc ds finitude


licitados a

identificar aigo nSo tido, que nos escapa. HntSo a notícia


irocuro

em normalmente se acha, ofere-


do re moto emerge do apagamentc que

225
consideragSo horizontes que nele situam —

S se por exem
cendc-se-nos

terras nunca visitSmos, constelagôes distantes que desco-


pio, que

nhego, ou qualquer coisa assim.

HS uma consciôncia, mesmo que somente uma consciencia difusa,

do territorio, desse dominio jS explorado daquilo que e prôximc,

e uma "lôqica" que 1 eva a situar o escondido no distante, no que

fica fora dele.

NSo sendo frequente, este voivimento do olhar para ÍS do hori-

zonte oriucimo, a que normalmente se atém, esta modificagSo da inci-

dôncia meio da qual c remoto sai do apagamento em que sempre se


pcr

de diversos mcdos e com diversas amplituces


acha, pode produzir-se

de evasSo re iat ivaments ao tsrritôrio e de aumeuto de abertura.

0 mais das vezes queda-se na identif icagSo de exemplos, ds ci-

verscs eampcs de rsaiidads remotes--exsmplcs soltes, avulsos, cemc

os citaccs. E isso qus ncrmalmente ccerre quando ,


esporadieamente ,

a abscrgSo na esfera de proximidace deixa ds ser absoluta. Accdsm-

-nos enfSo estes cu aqueles lugares, estes cu aqueles tempos desco

nhecidcs e fora de alcanee. De fai mcdo qus , por divsrscs e diver-

samente eutensos que sejam os domínios dc remoto qus assim advem a

cons iceracSo , conssrvam um carSctsr disperso e iso lado . E ds fal mc

saídas
"

dc cue sssas do territ.tr io" tendem a nso ter a natureza se-

nSo de incursCes

rSpidas surfidas, incidências que duram pcr momen

tos e a brsve trschc se desfazem, rsgressar.do o olhar ac pianc dc

mais erôximo, reabscrvencc-se nos caminhos famiiiares do territfric

-~e recaindo o remoto no apagamento, oividc em que habitu?.imente se

acha .

Rsal i zando-se dests mcdo ,


a fccagem dcs horizontes extsrnos exta

ricres ac territôrio, a suspensSc do fechamento nele, e somente par

cial —

e nSo produz nenhum confronto do nosso ponto de vista ccm a

extraordir.Sria abertura ds cue goza e com a extraordinSria extensâc

dos horizontes para que estS desperto. Ernbora rompa a fixagSc fotal

226
do e prcximc, uma tal focagem deixa ainda completamen-
no campo que

esmagadora maioria dos horizontes, manten


consideragSo a
te fora de

do intacto o alheamento a seu respeito.

outro iado, tambem nSo hS nada que em absoluto impega


Mas, por

remoto Chamada a atengSo sobre esse


um outro tipo de focagem do .

"para-IS" do territôric e seguindo-se a prôpria indicagão que se

ideia de algo que >m


ei
tem daquilo que ne 1 e se situa, pode surgir a

ocorre empreender— a ideia de um levantamento conjunto


regra nSo

situa lS do territorio, dos


"sistemStico", de tudo o que se para

extericres a ele : a ideia de uma focagem tanto quar.ti


horizontes

horizontes externos s ds uma identif i eagSc o


dos
possível integral
cs sscondimsntc qus na vsrdads
dos campcs
mais completa pcssivsi

lhes correspondem .

tudc oecr-se a sua suges-


Semelhante fccagem tem naturalmente a

tSc .

rrépria abscrgSc no territi-


Cor.traria-a, em primeire iugar, a

reiaeSc aos horizontss sxte-


correspondente alheamentc em
rio— e o

absorgSo cs aigum modo se sus-


riores a eie. S depois, quando essa

contraria-a ainda uma fendsncia para a fixagSo, para a ab^


eende,

dominies remotes ds qus se I smbra (rs


dc oinar no comínic cu
sor^So
nSc se pensou no
como, ao ser citado ccr exempio o JapSo ,

Pare-se

a sua voita o redeia, em toda a rea-


cue em eada uma das direcgces

dessa, nSo ss voitcu o olhar para


iidade cue se estende a partir

sitio sm se estS e essa tsrra distante;


r. que
.
a
""■l"
.UCO uCai.-C ll—

ac haver apereepgSc dis-


-^ente-se outrossim no mcdo ccmc, mesmo
e

^
-
A oy-l _

a deixar inteiramente rora de c


tends sua vsz
so, se por

tudo quanto se situa ao sul, cu por exempio tam-


gão, por exemplo,
onde estS, ou seja como
da realidace acima de se
bem a contir.uagSo

âir.bito ds consideragSo de forma sistsmSti


nSo se tende a iqvn-a-
aiarga: o

de hcrizcntes qus se tsm, sern descurar ne


ca, secuindo a indieagSo

nhum dos seus momentos) .

227
Mas estando assim dificultada (e tudo se conjugando deste mc
,

do nSo se suscite), a ideia desse levantamento pode , ain-


para que

da assim, surgir . E a focagem pode produzir-se, suspendendo-se as-

sim o aiheamento em relagSc aos horizontes exteriores ao territô-

rio, no seu ccnjunto.

constituir perspectivas de consideragSo glo


?or um lado, podemos

balizada, seguindo sistematicamente a indicagSo das apresentagôes

horizontais, tanto no que diz respeito ao espago quanto no que diz

(e aqui quer re lativamente S continuagSo ca rea


respeito ao tempo ,

lidade no cassado, quer re lativamsnts a sua continuagSc no tsmpo a

Nssta forma de ccr.sideragSo c Smbito estende-se prcgressiva-


vir) .
,

o mais remoto dc mencs amplo para o


mente do mais priximo para ,

mais Posso assim deter-me a considerar Portucal a Europa..


amplo. ,

os diversos contineutes, toda a terra, o sistema soiar, a galSxia,

ete.. Posso deter-me a considerar os Citimcs 20 ancs, os Sitimos 50,

200 o Cltimc miienio, es Citimcs iZ 000,50 000, 100 000


100, anos,

anos, etc . E assirn tambem no que diz respeito ao futuro ,

Por outro lado, nada me prende a mediagSc deste alargamento pro

passagem peias suas etapas intermédias Pcsso conside


gressivo a a .

rar sem mais a terra tcca, a gaiSxia, os Cltimos 100 0CC anos e ou

trcs c arr.no s de rsalidads ainda mais englobantes.

Qra —

e este e o contc decisivo —

ao romper-se esse 'veu" de a-

lheamento em reiagSo ao "macigo' ds horizcntes que se indicam para

IS do tsrritôrio, ao suspsncer-ss ssse condic ionamento que normai-

mente nos mantem afastadcs de o considerar em toda a sua amplifude

dizer, ao olhar-se "de frsr.ts" para os hcrizoness exterierss


(cuer

ao tsrritdrio, ao ser-se levadc a um efsctivo ccnfronto com elesĩ,

as dimensôes de escondimento ,
de incompl etude ,
que se declaram s.So

na verdade dimensoes de abismo, dimensSes de molde a pûr em causa

natural da finitude como lacuna


a_forma
.

AiiSs é preciso chegar-se a uma focagem muito cir-


nem sequsr

228
sistemStica dos horizontes exteriores ao territário
cunstanciada e

tal efeitc. Mesmo sô a consideragSo avulsa de


para se produzir um

de realidade exteriores ao territôrio pode bastar pa-


aiguns campos
de grandes dimensCes De tal mo
ra dar a perceber uma incompletude .

considere por exemplo somente Portugal um mini-


do ou° ainda que
,

do de reaiidade em causa e da extensSo do


mo de capacitagSo campo

tenho explorado e tornado familiar permi


campo de realidade que jS

e co 1 ossalmente mais amplo aquilo que nSo tenhc


te-me perceber que

estS coberto pelo acesso de que disponho) do que


acompanhado (nSo

acuilo de que ef ectivamente tenho acompanhamento .

Desta forma. dssenha-se em reiagSo S incompletude qualquer coi

fazer oposigSo ao que antes fieou dsscrito a


sa que parece fugir e

da finitude s do dispositivo gsrai ds mir.i-


cerca da forma natural

mizacSc s subal tsrni zagSc das falhas que a apoia.

Ccm'sfsite, snquanto (ccmo quass ssmprs acontscs) c nossc pcn-

estS totalmente absortc ncs campos de incidSncia que


to ds vista

ferrittric (de tai modo que nSo se ccnsideram


fazem parte do seu

exteriores a ele, reina uma tctal distraegSc a seu


os hcrizontes

deies, embora nunca nula, sô fucidiamer.te


^-^speito e a indicagSo

nSc o suficients para fazsr ssntir a sua amclitu-


estS prssents— e

o aiheamento, a abscrgSo no territirio,


ds), a prôpria distraccSo s

nenhum de escondimento de grandes di-


nSo deixam desenhar-se campo

efeito dessa distracgSc e absorcSc no terri-


mensdes . E assim, por

de incompletude e f ectivaments ider.ti f icadcs ccr


tôrio, os aspectos

de Smbito circunscri tc a
figura de aspectos esparsos ,
,

respondem a

tedo o dispositivo ce minimizagSo descrito e que


eue e aclicSvel

modeio da falha lacunar.


se intecram perf eitamente no

Mas ss

como ds facto e possívsl— ss suspends a distracgSo a

territôrac e se chega a uma


dos hcrizontes extsriores ac
respeito

considsragSo deies, dS-se a perceber sem grande dificuldade justa-

como essa
mente a imensa amplitude daquilo que nSo se acompanha e

229
tem dimensôes tais que comparados com ela, todos os cam
amplitude ,

de realidade conhecidos sSo de facto diminutcs, constituem uma


pos

pequena "bolsa".

Desta forma, mesmo que semelhante apercepgSo nSo seja algo que

ate tenha quaiquer coisa de re


com frequência se imponha, mesmo que

moto (de tal modo que e muito o que inclina a manter a nSo-conside

horizontes extericres ao territôrio, a distracgSo em vir-


ragSo dos

tude da qual o problema r.So se pôe), uma mudanga de incidência que

se pode produzir sem dificuidade de maior e que por vezes se produz

curso habitual do nosso oihar revela uma situagSo ciaramente in-


no

da se ao eescrever a forma naturai da' f initude e


versa que apontou

de minimizagSo e subaif ernizagSo das faihas. A


c dispcsitivo geral

entSo que um dos eiementos fundamentais da comprssnsSc


pontou-se

das faihas comc laeunas e a circunstancia ds as falhas ds cada vsz

reconhecidas terem Smbitcs ce incidsncia estritos, disseminades num

compacto ce acessc tido pcr eficaz —

ce ta I modo
macigo, num campc

o cue esri em falha sSc fragmentos (comc que pegas soltas de


■eue

no fundamental jS estS resolvido, identificado —

domi-
um puzzie cue

Ora isso de facto apiicar-se as demais modalidades de


nado) .
parece

finitude finitude de erre, a finitude modai e a finituds de eem-


(a


mas nSo S incompletude No que diz rsspsito a ssta, a
preensSo:
.

das dimensîes das faihas pcde valer enquanto reina dis-


ccntsngSc

indicagSo natural dos horizont.es externos nSo eutS se-


traecSo e a

Mas assim que se reaiiza uma focagem minimaments atenta dos


guida. ,

horizontes exteriores ao ferritôric, tudc muda de figura, a situa-

cSc inverte-se

e é o tido que aparece comc um rnero fragmento, en-

pelo eontrsrio, ganha aspecto de uma i


cuantc o nSo-accmpar.hado ,
o

mensa mo i e , de um campo macip, compacto, em que o f ido se perde

enclave (um pequenc fcco de reaiidade jS expicrada


como um pequeno

nc meic de um imer.so domínic de reaiidade ainda a descobrir).

Neste sentido, a incompi etude parece ccr.stituir uma excepgSo ,

230
da forma natural que se descreveu
nSo se integrando bem no quadro

domina toda a nossa perspectiva. Embo-


como algo que habitualmente

reconhecimentc da incompletude em que mais comum-


ra a situagSo de

S absorgSo territôrio do oihar


mente se estS (a que corresponde no

dos horizontes que o excedem) seja perfeitamen-


e ao esquecimento

te conforme com a forma natural e todo o complexo de minimizagSo e

subalternizagSe das falhas que lhe corresponde, a situagSo emergen-

horizontss cai em grande parte fora desse qua


te da focagem desses

de minimizagSo das faihas que dizem respei-


dro. Todas os aspectos

to dimensSo que tSm e a respectiva integragSo e enquadra-


a pequena

ds acsssc eficaz perdem compl etameute o


mento dentro de um macigo

seu efsito, ficam subvertidos e mani f sstam-ss totaimsnts inapiicS-

De tal mcdo qus a inccmplstuds do ncs


vsis nc caso da incomplstuds .

ds vista p-arscs faciimente rsconhscivsl ccmo uma incompls-


so ponto

do lacunar. E ds tal modo qus os Cniccs elemen-


tude muitc mais que

tsr aplicagSc no caso da inccm


i-os do dispositivo geral qus parscsm

dicsm respsitc ac condic ionamente da ar.isocropia


pletuds sSo os qus

ds oresenga.erc

qus podsm sem duvida suavizar , air.or


Aa imoc^tSncia,

mais dc iacunar qus ss dssenha


fecev c impacte da inccmpletuds qus

sxtsrncs, mas que de qualquer mcdo nãc


com a focagem dos hcrizcntss

clara ruptura com o modelo da fa-


sSo suficisntss para impedir uma

de incompletude muito mais


lha 'acunar s a dsclaragSo de uma margem

qrave .

carsce suceder e a verificagSc dests sstado-ds-ce i -

iST_0 que

a vaiidade geral da forma natural da fir.itu


sas parscs comprometer

ds minimizagSo e subal terni zagSo das falhas que


de e do dispcsifivc
feita parece resultar de uma ccnsiderS-
se descreveu. A descrigSc

abusiva. De sorts que a vi


vel simpiifioarSo. de uma general izagSc

da finitude, que se descrsvsu sôlida, ?ro-


cSncia da forma naturai

de facto muito mais precSria do que se a-


fucdamente irnc I ar.tada ,
e

firmou e tem no caso da incempietude— e espec i f icamence ua co-apre

231
exteriores ao territôrio e na possibi 1 idade
sentagSo de horizontes

hS de os focar

uma "brecha" , um "calcanhar de Aquiles", por on


que

de de forma relativamente fScii se presta a derrogagão .

Porém, se tudo isto parece evidente, de facto tal evidência e

nSo é isto ef ectivamente se passa. Mesmo produzindo


aparente e que

-se uma focagem dcs horizontes sxteriores ao territôrio, mesmo que

leve a um reconhecimento das extraordinSrias dimensôes


essa focagem

da realidade que lhes corresponde (do modo como se mantém inacessí-

assim, c tido tem as dimensôes de um pequeno enclave per


vel e como,

dido no meio de um macigo de realidade nSo acompanhada) , mesmo qus

isto corrsspondsr jS a uma ciara inversSo de ôptica,


tudc parsga

essa inversSo e. em virtude de um conjuntc ce fenômenos qus impor-

analisar, totalmente inefectiva —

e ds tal modo insfsctiva


ta agora

se tem no seu termo de facto observa a forma


eus a eerspectiva que

finitude e e intsiraments conforms a tcde o cispositi-


ra4-urai ca

vo nafural ds minimizagSo e subal ternizagSo das falhas, em todos

cs momentcs antes descritos.

assim? Ccmo pode acontecsr ha


Kas como e que e pcssivei ser que

cacacitagSo da ordem de grandeza da incompletude vs


vendo essa que

abissal entre o que se tsm e o que falfa acom-


jS uma descroporgSc

•-anrar--de zic-'-. se ccneinue a ter uma perspectiva eara a quai a

incomoietude e de recuzidas cimsnsaes? Ccmo pods sucsdsr isso que

tSo crivel: que a inversSo da rs iagSo-ds-f orgas acom-


carece pouco

eanhado /nSo-acomcanhace que essa fccagem dos horizontes extsricres

ao territorio eSc elaramente parece produzir de facto nSc seja e-

*ec~iva--e ds tai mcdo nSo rue na vsrdads tambem o recenhec imento

da incomeietude resuitants dessa focagsm tsm a vigcrar em si tcdc

de minimizagSo e observa inteiramente a fcrma


o discositivo geral

-^atural da fir.itude ? Que e que pode retirar efectividade a mudan-

intrcduzida peia consideragSo do sxtericr cc ter


ga de perspectiva

riterio e fazer que ,


smbora procuzindc inovagSo, constitua aeenas

232
dentro do domlnio da fcrma natural

um mero avatar de
uma variante

la?

esclarecer de seguida, num exame mais de


É isso que se procura

caracterizam o nosso ponto de vista em r


tido das propriedades que

tem sobrs os iimitss do acesso e aquilo qu


lagSo S oerspectiva que

se situa para 1S deles.

233
2.1.1.2 Os horizontes externos e a possibilidade de haver apercep-

g"g[o deles sem_que_se manifeste nenhum abismo de incompletu-


de . AnATise e desconstrugSo dos fenémenos que possibilitam
aperceogo'es dessa ordem.

0 sistema de condicionamento que torna possivel tudo isto —

que

a Drimeira vista se afigura tSc dificil de admitir —

é um sistema

identif icagSo demorado exame SSo


bastante complexo, cuja requsr .

diversos os fenômenos envolvidos e cada um deiss ccmporta uma mul-

de sem cuja detecgSo o condic icnamento em cau


tipi ic idade aspectcs

rsvsiar-ss sm tedas as suas implicagĩes e na manei-


sa nSc chega a

ra comc ef ectivamsnts terna possível que a modificagSo intreduzi-

da ceia focagem do exterior do "territdrio" nSo corrssponda a uma

real inversSo de ôptica re iativamente a forma natural da finitude,

antes se integre perf eitamente nela.

Estes fendmenos ds concieionamente ,


especificos da ir.comp letude

resccnsSveis tede o reeonhecimento naturai da incompletude


e por

se ints-^rar sem cualquer excepgSo na forma natural da iinituc =

corrssoondem aiiss a quaiquer coisa qus tambem se passa com as ou-

tras modalidadss ds finituds.

Se, ccmc se apontou, f.S um dispositivo geral ds minimizagSo s

subaltsrnizacSc das faihas qus actua ccmummente para tecas as moda

de finitude, isso r.ĩc impede que para cada uma deias haja,
lidades

alem disso, fenômenos especif icos que criam ccndigdes para que ca-

nesse dispositivo gerai e tenha um reconhecimen-


da uma se integre

forma naturai da finitude. Ccmc mais tarde se ve


to confcrme com a

tambem nc caso da finitude de errc da finitude modai e da fi-


rS, ,

nitude ce ccmpreensSo hS condic ionamentos especificos desta crdem,

234
ds cada uma, e que as articulam com o dispositivo geral
prôprios
do efeito de total integragSo na
e com ele colaboram na produgSo

forma naturai ca finitude. Nesse sentido, a descrigSo inicialmen-

de minimizagSo constitui sô uma pri-


te feita do dispositivo geral
modo de funcionamento da forma natural da fi-
ao
meira aproximagSo

nitude— uma primeira aproximagSo que jS surpreende alguns aspectos


"
"da redugSo das falhas reconhe
decisivos (os principais operadores

Mas ainda nSo se acercebe da-


cidas S condigSo de meras lacunas).

em cada uma das modalidades concretamente prende a nos-


quiio que

e a
a modos de ver adaptados a esses "cperadcres"
sa perspectiva

em "sintonia" com eies.


pôe

fenômenos identif icSve is como factores


SSo quatro os principais
da incomp 1 etude Tem ca-da
deste condioionamento específico no caso .

Mas cutro lado, a-


um deles um carScter e um efeitc prôpric. ,
por

associadcs numa conexSo muito estrsita— ds


cham-se habitualmente

nu.ma conjungSo de efeitos e recierecamen


tal modo cue se sobrepôem

te se reforgam e apoiam. Referimc-los sob a designagSo de e__bati_D

mento dos 1 imltes^da^a^^entagâo, representagao inaut6ntica_de_to-


de releqagSo de
talidades, princinio de homog-eneidade e principio

importancia .

Nc exame a que agora se procede nSo se trata de ccnseguir efec

esses fenômencs sSo possiveis, de ob


-i-ramort* eercsber como e que

Tuco isso cferece u.ma difi-


-er um accmpannamento adequadc deies.

tSo scmente de os "isolar", de os pdr sm


culdade sxtrsma. Trata-se

decisivo efei
relevo. Traca-se de detsctar a forma como produzem um

mesmo onde este


to de travagem no reconhec imento da incompletude ,

desmedidamente E trata-se de
earece alargar-se— e ate aiargar-se .

cor.cicionamentos introduzem uma radical


mostrar como estes diversos

se tem sobre a incompletude e mantSm


distorgSo na perscectiva que

"tapada") a situagSc cnds se es


escondida (se assim se pode dizer,

dar peia sua intrcmis-


tS deveras. E.m suma ,
trata-se de ccnseguir

23f
sSo, onde intervêm, e anular a distorgão de perspectiva que intro-

duzem e que precisamente impede o nossc ponto de vista de perceber

em ef ectivamente estS relativamente aos campos de


a situagSo que

realidade consignados nos horizontes externos (e como essa situa-

corresponde de facto a uma outra forma da finitude, muito dife


gSo

rente da forma natural).

2.1.1.2.1 O fenomeno do ESBATIMENTO DOS LĨMĨTES DA APRESENTACAO . A-

nSlise preliminar

o esbatimento dos limites do campo de

i ncidencia. 0 contraste entre a marcaggto de limites den-


tro do campo de incidência e a ausência de limites do prô-
A especif icidade do esbatimento dos 1 i m i tes
prio campo. .

como esbatimento dos limites DA APRESENTACÅO e a sua irre-


dut i b i 1 i dade a formas mais vu 1 gares de defeito de atengSo

o condicionamento práprio do esbatimento dos limites da
ãpresentacSo , o seu enraizamento e capacidade de resistSn-
c ia. O esbatimento dos iimites do campo de incidência e

Ô~ apoio que tem na presenga de um CAMPQ DE FAMILIARĨDADE .

do campo de familiari dade carac


-

A constituigâo e as suas

ĩ mod
a_ĩ _d e p resenga d o campo d e f am i
i dades
-

t er s t ic a s
^
As

1 i ar i dade

os fenômenos de presentif icagSo a presenga ,

o e r m a n e nt e d o c a mpo de fam i I i aridade em co-apresentagSo

horizon tal e o regime de d eterminagao que Ihes corre s pon


-

de 0 esbatimento dos
.
limites do campo de incidSncia ,___as

nrqnr^iedades do regime de determinagSo no campo de f ami-


1 i ar idade e a FUSAO dos dois campos na apresentagâo habi-
tual . Q es batimento dos l imites do campo de familiarida-
equências ontraste entre jp e rs p ecti
— -

de e as s ua s co n s c as

vas que se têm C OM e SEM esbatimento dos limites do cam-


pô"de familiaridade. Os fenomenos de ARREDONDAMENTQ e
_de
PROPAGACÃO ĨNDEFINĨDA do campo de fami î iaridade e o seu

papel na neutralizagSo do reconhecimento da incompletude


em relagSo aos horizontes exteriores e na compatibi 1 iza-
c-So desse reconhec imento com a forma natural da f initude .

Considera-se em primeiro lugar c fenômeno designado como esba-

timento dos limites .

'Jm dos aspeccos fundamentais da apresentagSc que habitualmente

temos ccr.st i tuí-da e a forma como e prôdiga em marcagies de limites

Os diferentes apresentados ccm que pôe em contacfo estSo claramen-

apereepcdes de or.de acabam uns e comecam oufros


te apartados por ,

de tal modo os confrasr.es, as "cesuras" de delimitagSo consti-


que

tuern uma das travss-mestras da organizagSc dc apresentado e da sua

^co
f ixagãc .

entretanto se examinar a acuidade de que o


Mas, sendo assim, se

reveste no estabe 1 ecimento dos limites (na


de vista se
nosso ponto

linhas de demarcagâo entre o que reconhece como


identificagSo das

verifica-se que essa acuidade nao se apresen-


nSo sendo idSntico),

aeuidade da demarca-
ta homogénea. Verifica-se em particuiar que a

forte nc respeita a muitos dos "ccnteudos"


relativamente que
gSo e

de vista tem apresentagSo di-


das realidades de que o nosso ponto

de forma mais ou menos cla-


recta (e que ss encontram contrastados

de esbater completamente no que toca


ra), mas diminui a ponto se

de apresentagSo, quer dizer, aos 1 imi


campo
ao s jj^njjj^jlnjprôprio
propriamente se tem acesso e aquilo que na
tes entre aquiio a que

clhar, se mantem escondido deie.


verdade se furta ao

do de apresentagSo que ef ectivamente


Ou seja, cs I imites campc

vista, ficam mesmo to-


se tem n3o_estSo vincados, nSo se impôem a

De sorte que enquanto as diversas


taimente aeagados, por tragar. ,

nesse campo tôm limites bem desenhados,


rsalidades compreendidas

def inidamente neste e naquele pcnto, tudo se pas-


comegam e acabam

de apreentagSo nSc tivesse uma extrema,


sa como se c prôprio campo

sitio, determi-
dirscgScnum dstsrminado
num
nso acabasse, em cada

"ccnteddo", r.um detsrminadc momento


deixandc de acompanhar o
nado

cue se situa "cara IS

feita dests mcdc uma primeira fix^


Descrito assim o fencmenc e

em que consiste, o esbatimento dos limites do cajngo_de


gSo daquiio
efsi
aoresenta^So nSo se evidencia logo no seu significado, nem no

de se reveste. Trata-se de um íeni


tc que tem e na importancia que

enraizacc dcminio sobrs o nosso modo ds ver passa preci-


msno cujo
interf ere— pcr nSo se dar pcr e-
samente peia forma discreta como

, -
v.a-4-a - = -«^— i«e refsr^ncia cara cue saia logo dessa in-
„v„ ...—

ie. ^naooao^o.--^— — •*•

e se de ciaramente a conhecer. Pa-


e a sua
terferencia andnima que
o nosso o-
ra o identificar, e precisc oihar em direcgdes para que

237
lhar nSo tende, fitar o que (prec isamente em virtude do fenômeno

em causa) sistematicamente tendemos a n3o fitar. E sô um progressi^

vo processo de focagem permite detectS-lo e perceber claramente a

sua presenga.

Estou, por exemplo, sentado S secretSria. HS um conjunto de con

teúdos, de realidades a que tenho acesso. A partir de mim e S minha

volta estende-se um campo que o meu olhar cobre e acompanha. Nesse

campo, o que se apresenta tem contornos mais ou menos marcados, de

finidos.O tampo da secretSria, pcr exemplo, e as canetas, os papéis


o candeeiro, o telefone, as estantes , o espago 1 ivre e o ocupado,

etc, etc .
, demarcam-se definida e pronunciadamente uns dos cutros .

De tal modc que ,


independentemente do grau de prscisSc ds qus essa

indicagSo se reveste e dos problemas que , levada a exame , pcssa is

vanf.ar, a indicagSo de qualquer modo estS presente e estS posta em

rslevo na apresentagSo que se me dS .


Vejo muito claraments onde a-

caba o tam.po da secretSria, onde tem termc a foiha de papei, que

limites configuram o candeeiro, as canetas , o teiefone, as estan-

tes, o espago iivre e o ocupado, etc . .


E, assim, se me fcr imposta

a tarefa de identificar quais os iimites entrs as difsrentss coi-

sas que tsnho aprssentadas , posso encontrS-ios sem qualquer difi-

culcace. NSo preeisc mais do q-ie "ler" directamente cs limites que

a apresentagSo jS tsm marcados , vivamente marcados, nSo preciso de

mais do que percorrsr o que jS esta no prcprio aprsssntado, sem ser

obrigado a nenhum ssforco ds procura.

Por outro iado, tenho tambem uma indicagSo de que a abertura, se

assim se pode dizer, da aprssentagSo que tenho na situagSo em que

me encontro, ao estar aqui sentado, nSo e ilimitada, mas finita.

Conforme se acentuou anter iormente , caracteriza as diferentes aprs

sentagôes que se vSo tendo no curso natural do nosso pcnto de vis-

ta que em nenhuma delas o apresentado é tido como esgotar.do jS a

'

reaiidade (comc sendo pura s simplesmente "o mundo —

tudo). Sucede

238
antes em todas essas apresentagOes estSo presentes horizontes,
que

da realidade para ÍS do
inexpl icitamente a continuagSo
referindo

apresentado— dando notícia dessa continua


se tem ef ectivamente
que
es
independentemente das variagoes de amplitude a que
gSo.Ou seja,
estou, exem
(sejam eles tSo reduzidos como quando por
tSo sujeitos
secretSria, de tal modo que sô tenho
sobre a minha
plo, debrugado
do estS sobre ela, ou tSo
directa de uma parte que
apresentagSo
do alto de u-
como quando em campo aberto vejo uma paisagem
amplos
directa dSo-se sempre
ma torre), todos os campos de apresentagSo

ainda mais ampla que os excede.


como fraqmentos de uma reaiidade

nestas circunstSneias (tendo-se assim sempre o priprio a-


Ora,

que r.So se ehe


mais, de que falta apresentagSo , a
presentado e__alco
se a mareagSo dos limites fosse homogenea (igualmente feita
ga),
notícia) em cada uma das
todos os diferentes de que se tem ,

eara

se vai passando, o apresentado (e


sucessivamente
situagôes por que
tsria nSo menos mar-
directamente apresentado nc seu todo) sempre,

coisas incluídas ne 1 e
os lumitss sntrs as difsrsntss
cado do qus

os iimites dessas coisas), o desenho


(tSo vivamente vincado como

neia, vivamente mareado tambem o come-


da sua prôpria fronteira e,

de latsncia— o comego do ngo-tido .

go dos campcs
de a-
Mas a verdade e que ,
ao apresentar-se-me ,
c rrOprio campo

nSc que se esten


definido, e um campo
cesso nSo j^_^hmn_contorno
assinale nele o seu fim. Sendo fini-
da ate um determinado pcr.to e

propriamente tenho, sendo scmente fragmentS-


ta a apresentagSo que

demarcado c que se tem e o


r-ia, nSo se acha claramente apartado ,
,

o r.So se apresenta. cr.de


nSo se tem, o que se apresenta e que
que

da apresentagSo e comegam dominios nSo acompanha-


acaba o aicance

nSo estS
de latSncia. Ou seja, o campo de apresentagSo
dos, campos

telefone, o tampo da se
delimitado como o estSo a folha de papei, o

ds
Caracteriza-se crecisamente por ssta particular idade ,

cretaria.

sei—um campo nSo finito, a-


nSo sendc —
como de algum modo sempre

239
toda a realidade, nao ter, apesar di3so, tragada a
companhanco

fronteira do seu préprio alcance.

manifesta se me vejo confrontado com a tarefa de


É isso que se

tenho, os contornos do campo


fixar os limites do que propriamente

directa em que me acho Como anteriormente jS se a


de apresentagSo
.

entSo obrigado a um esforgo de focagem, a um levan-


pontou, vsjo-me

tamento— tenho de examinar e reflectir, encontro dificuldade. Ac

sucede com os limites entre as coisas dentro do


contrSrio do que

de acesso, os limites do prôprio campo nSo se dSc imediata-


campo

com nitidez, nSc estSo jS inteiramente assinalados de


mente a ver

mais dc "le-los" directamente da pro


tal forma que nSo precise que

como sempre jS a tenho.


pria apresentacSo
nSo marcagSo dos iimites do cam
Issc jS acusa inequivocamente a

de Mas para perceber ainda mais distintamente a


pc apresentagSo . ,

e assim, considere-se que e que ccrrespondér ia a ter e-


que pcntc

marcados os limitss do acsssc, qus perspectiva resul-


fectivamente

taria disso —

e em que medida a perspectiva que habitualmente se tsm

é ou nSo difersnts dessa.

limites da acresentagSo propriamente tida se achassem e-


Se os

mareadcs (e uma vez que, como se apontou, em toda a a


fectivamente

se tsm hS horizontss sxtsrnos s todas têm noticia


presentagSo que

do seu carScter meramente f ragmentSric ) , fosse qual fosse a ampli-

tude do eampo de apresentagSo dirscta de cada vsz constituído. ele

de se ver comc uma clareira mais ou menos amp 1 u rodea-


-eria semcre

de de iatSncia, conf inandc em tcdas as direcgQes com dc-


da campos

De tal modo por mais amplas que fossem,


minios de incognita. que ,

da mesma forma cus tSm consigo aquiio qus manifestam, as aprssenta

rôes directas tsriam tambem ssmprs consigc ( tSo fortemente presen-

difsrsntss coisas no ssu Smbito de aicance) esses car


tss quauto as

cos de escondimento de que sSo limítrofes s ver-se-iam sempre sob_j

cerco deles, com eles S volta .

240
Ora não é nada disto que de ordinSrio se passa. De ordinSrio a

se vô ccmo uma clareira fechada, cercada


anresentagâo directa njío

tendo desenhado o comego deles. Habitua]_


por dominios de incôqnita,

tem nSo se estende ate um


mente a apresentagSo que propriamente se

dec larando-se aí que ela acaba ("nSo vai mais")


determinado ponto,

e aí comega um campo de escondimento , a que o nosso ponto de


que

estS a ter acesso. Vendo bem, costuma reinar antes uma o-


vista nSo

deste aspecto, uma nSo-del imitagSo E istc


total respeito
.

missSo a

em o campo de apresentagSo se estende S


em todas as direcgôes que

sistemático esbatimento do seu termo .

nossa vcita, num

modo o domínio ds nSo-acssso, o campo ds latsncia sm


E dests

dc ponto de vista, nSo tem habituaimente uma


causa na incompletude

real no horizonte, nâo estS ai em nenhum lado, numa con-


presenga

creta imposigao de si.

Mas sxaminemos melhor as caracteristicas desta peculiar omissSo

e o modo como estS enraizada nas perspectivas que


ou esbati.mento

hahitualmente temos .

assinaiar é o fenômeno em causa e u.m fe


0 cri.meiro aspecto a que

limites da apresentagSo ou do campo de a-


nômenc de esbatimento cos

?cr razdes de economia a designagSo usada serS mui-


presentagSo.

"esbatimentc dos iimites", mas e ereciso ter sempre


tas vezes a de

essa á uma forma eiiptica da sxpressSo mais sxtsnsa s


em ccr.ta cue

cue, se se eerde de vista o segundo complemento determinativc e a-

tambem de vist.a o fundamentai dc que


cuilo cus sis fixa, perce-se

estS em causa no fenômeno.

de esbatimento dos limites da apresentagSo ou do cam-


Ao falar-se

241
estS em causa sSo as fronteiras onde
po de apresentagSo aquilo que

acaba e onde, ccrrelativamente ,


comegam campos de
a apresentagão

0 caracteriza o limite da apresentagSo ou do campo


latencia. que

limites da apresentagSo ou do campo de a-


de apresentagSo enquanto
essa particular idade de se definirem co
presentagSo é precisamente

entre um dominio de patôncia (de acessc, de acompa-


mo fronteuras

domínio de latencia, de nSo-acesso, escondimento . E


nhamento) e um

disso se trata e sô um limite assim definido (i.e., que esteja


que

tal modo se apresenta assim, efectuando tal delimi-


tragado de que

do de apresentagSo De
tagSo) é um limite da apresentaqao ou campo .

limitss, estes nSo se


tal modo que ,
onde estejam tragados mas apre

dessa natureza (acusando essa diferenga entre


sentem ccmo limitss

escondimento reaiizando essa ds I imitagSc ) , apssar de ha-


acesso e ,

de limites essa marcacSo e irrelevante e nuia para e-


ver marcacSo

de delimitacao da apresentagSc e nSc faz que deixe de haver


feitcs

aussncia de limites no q^ce a esta diz respeito.

36 tendo claraments em vista istc e possível psrceber bem a na-

fenômeno de cue se trata. 0 qual de facto, di-


tureza oeculiar do ,

fere de outras possibi 1 idades de esbatimento (de nSo marcagSo de

confundidc (por forma que faz per


limites.) com cue se presta a ser

sis tsm ds prôprio).


der inteiramente aquiio qus

lado, c esbatimento dos limites da apresentagSo


Assim, por um

e simpiesmente a total ausência ce marsagSo ce


r.So sicnifica pura

carScter muitc "sumido" —

da ma
iimites (ou uma -grande fraqueza um

cacSo de limites) ncs "sítios" onde a aprssentagSo de facto "aeaba

dos limitss da apresentacSo nSo significa a total au


C esbatimento

sencia de noticia ( ou o ter-se sô uma ncticia muito diiuida, difu-

de facto limita o campo de apresentagSo Explicando


sa) disso que
.

até

bem acontecer

e em acontece que o
meihor: ?ode muito regra

tida coincida com limites de ob


termo da apresentagSo propriaments

acresentados neia. ?or exempio, o chSo, as paredes, o tecto


-isctcs

242
onde encontro, as fachadas dos prédios fronteiros até
da sala me

estende a vista que tenhc da janela, constituem agora


aos quais se

propriamente tenho Mas ao mesmo tem


os limites da apresentagSo que .

a limites de objectos no campo de apre-


po correspondem justamente
tem ja tragados. Ao
sentagSo

a limites que a apresentagâo sempre

limite entre
estar na sala, tenho sempre jS assinalado o o espago

limites estre o espago 1 ivre e as paredes, te-


livre e o chSo , os

delimitadc onde é que em todas as direcgôes, acaba


nho claramente ,

diverscs limites constituem mesmo elementos fun


a sala, etc, Esses

da sala, a que constantemente me reporto


damentais da apresentagSo
encontrar.do-se assim sempre jS
ao encontrar-me nela. Simplesmente .

sô enqiianto limites de objectos,


delimitados, estSe-nc pree isamer.te

apresentagSo acompanha e nSo como limitss da prô-


realidades que a

cnde esta acaba e ccmega aquiio que nSc se tem.


pria apresentagâo—

E assim também para as fachadas dcs" predios fronteiros, etc

esbatimento dos limitss do campo de apresenta-


Neste sentido, c

dc tetal esbatimento dos limites que ef ect ivamente


gâo é distinto

de aprssentacSo e pode muito bem coincidir


circunscrevem o campo

muito viva mareagSo) dessss


ccm uma marcagSo (e até mesmo com uma

sstar marcado ccmo limits de realida-


,;mitss. 0 mssmo limits pcds

totaimsnte ssbatidc como iimits dc campo de a-


des apresentadas e

dizsr, inieio ds um campo ds escor.dimen-


presentagSo (e tantc qusr

de duas ordsr.s de deiimitagSo ccmpi etaments distin-


to) . Trata-se

nSo ccnduz a segunda e em virtude


tas ,
de tal modo que a primeira ,,

de ccndicicnamento pode haver nesta Sltima u


de uma forma pripria ,

limites precisamente onds ss tsm


ma total ausência de marcagSc de

viva noticia de limitss na esfera da primeira.


elsna s

isto tanto assim que o esbatimento dos limi-


Pc- outrc lado, e

tambem r.So se produz sd enquanto os


tes dc campo de apresentagSo

ccncreto, os limites das paredes da sala,


limites em causa ( nc caso

do chSo, das fachacas dos predios que se vSem.etc) estSo tragados ,

24;
sim, claramente percebidos, mas nSo se acham f itados , nSo estSo no

centro dc foco de incidência, antes numa presenga meramente "peri-

f érica" . NSo (e esta e a segunda confusSo a que a referôncia ao íe

nômeno se presta e que importa desfazer para o conseguir detectar

De facto, muitas olhar (o fo-


na sua pecul iaridade ) . vezes o nosso

co de incidôncia) estS concentrado no meio do campo de apresenta-

gâo, absorto nestas e naqueias coisas, nestas e naquelas tarefas,

o mantSm desviado de se concentrar na consideragSo da "perife-


que

ria" —

no caso, das paredes, do chSo, etc. (posso olhar para pontos

no chSo, no tecto ou nas paredes, posso inc lusivamente "varrer"

dessas superfícies, mas sd distraidamente "de passagem" sem


partes , ,

me deter neies, sem ef ectivamente os fitar, estando de faeto absor

to ncutras ccisas/. E, nesse sentido, essas scperf icies que efecti-

vamente ccnstituem os limitss da apresentagSc que tenho enquantc es

teu na sala" mantsm-ss ds facto a maior parts do tsmpo numa posi;Sc

M.as isso nSc impsds qus pelo menos ocasionalmente a-


"periférica" .

tente expressamente nas superficies em causa, me concsutre sobre e

ias, seu tragado, as percorra demoradamente Ora mesmc nes


siga o .
,

sas c ircunstSnc ias em que n.So somente os limitss em causa estSo

aiem dissc, reparo neies, esse reparar nSc im-


tragadcs . mas ,
para

clica de modo nsnhum a psreepgSo dessss limitss cemo limites do

Pcsso olhar dsmcradaments o chSc as


campo_de apresentagSo . ,
pars-

des , etc. deter-ms nessa ccr.s ideragSc , sem que minimamente me ocor-


"

ra como a acresentagSo eue propriamente tenho pSra" a_, ecmo

de rsalidade jS fora de alcance de


comegam iominios campcs escon-

dimento, em relagSc aos quais a apresentagSo que tsnho e inccmple-

f itar o ce facto constitui o limits do


ta. Numa palavra, pcsso que

de nSo o ver como limite do camco de


campo apresentagSc e apresen-
3Q
tagSo

nSo ter minimamente fixado esse limite.

O esbatimento dos limites do campo de apresentagSo (a tsnden-

cia para sle) e tal que vai mesmo ao ponto de , estando produzidas

o * 1
lhes correspondem e inclusivamente incidindo o
as delimitagCes que

foco temStico sobre os limites correspondentes , não se produzir a

de tal modo esta se


auto-delimitagSo da prépria apresentagSo que

fixagSo de limites.
mantém sem qualquer

dos limites) da apresentagâo e as


A não-delimitagão (esbatimento

falta de atengSo ou distracgão, e ir


sim irredutível a uma simples

redutível S simples manutengSo dos limites numa posigão "periféri-

considera. Corresponde a um condiciona


ca", "lcnge" daquilo que se

mento de inatengSo ou distracgSo, sim, mas (se assim se pode dizer

de facto nSc hS nenhum acto de


e a expressSo é inadequada, pois

ou distracgSo "selectiva" : a uma inaten-


selecgSo) a uma inatengSo

coincidir com a atengSc acs iimites em


gSo ou distracgSo que pode

sô mantém de fcra (em esquecimento , como qualquer coisa em


causa e

relacSo S qual se estS desatentc e distraído) a prcpria delimita-


40
do de acesso

s sô sla.
gSo campo

virtude deste peculiar condic ionamento , havendo, como se a-


Em

todas as cor.digôes para que o acesso se psrcsba limitado,


pontou,

ds facto como um acesso limitadc —

e havendo des-
ele
percebendo-se
identifique os seus limites e
se modc todas as condigôes para que

estabelega onde comega aquiio que l'ne escapa, essa delimitagSc

essa

nSo se faz nem se dS minimamente peia sua faita.
justamente

normais, esta peculiar forma de esbatimen-


Em circunstSncias e

to dos limites da apresentagSo que reina, hS este pecuiiar aihea-

faz nSo ver esses limites e em vir-


mento, este condic ionamento que

mancha
prôpria apresentagSo constitui como que uma
tude do qual a

nSo tem um desenho defi.nido dos seus fins e cor


sem contornos, que

245
re lativamente também nSo tem desenhado em sítio nenhum a linha de

contraste entre ela e o seu "exterior".

entretanto, esta tendência o


Tudo isto nSo significa, que para

dos limites da apresentagSo que assim é em regra do-


esbatimento ,

impossivel de —

de tal modo
minante, seja absolutamente vencer que

nunca se chegue a uma identif icacSo de tais limites. De facto, co-

documenta, suscitando-se a questão e gerando-se


mc o prôprio exame

reflexão a este respeito, é necessSrio algum esforgo de focagem,

perceber o me estS propriamente a-


sim, mas posso chegar a que que

nSo vai, por exemplo, além das paredes da sala —

que o
presentado

que se situa por detrSs das superfícies das paredes a que tenho a-

cesso na verdade já escapa ao meu alcance : ou ssja qus ai ss abre

além do campo propriamente accmpanhado por mim na


um espago para

estou.Do mesmo modo embora exija um esforgo de fc


situagSo em que ,

nSo oferscs dificuldade de maior perceber que , -oihando peia


cagem,

sô até acs prédios fronteiros em que nunca estive


janela, aicango

paredes e os vidros —

tudc o mais
e, destss, propriamente apenas as

um horizonte para IS do campo a que pro-


constituindc iguaiments

priaments tsnho acssso.

Estas sSo, naturalmente , apenas algumas das iinhas ds deiimita-

cSo cue, insistindo, é pcssívsl detsctar. Mas ssta mssma parcimC-

ests nSo ir alem de aiguns exemplos mais ou menos soitos, e


nia,

caracterí sticc do que tsnde a acontecsr quando se che


crscisamsnte

a tentar uma fccagem dos limites da aprssentag-Sc . Pois tambem a


ga

no caso mais gsrai da idsntif icagSo de factores de fini-


qui í comc

tude (e embora aqui jS haja uma orisntagSc mais definida para a

concrsta qus ss dS a seguir


trata-se de deter-
procura, uma pista

minar onde acaba a apresentagSo ef ectivamente disponível), a tare-

fa ds identif icagSc nSo se resolve de forma expedita, desenvolven-

do princípio ao fim, ds tal modo a breve


do-se sem impedimento qus

trecho se obtenha uma integrai detecgSo dos limites sm causa, uma

246
esbatimento. Não Também aqui nSo sô se e
dissiragão do seu .

total

esforgo de focagem, mas regista-se tam


sempre de novo obrigado a um

estacar e, uma vez encontrados jS alguns li-


bem uma tendencia para

"deixar morrer a coisa", nSo procurar mais. Por outro lado,


mites,

hS uma sistemStica tendência para atender sô a


mesmo insistindo-se ,

certas direcgCes e a certos tipos de limites (por exemplo, para pro

curar a delimitagSo da apresentagão nos diversos quadrantes frente/

de desenvo 1 vimento horizontal,


trSs, direita/esquerda, em percursos

inferiores do campo de a-
e para esquecer os limites superiores e

atender somente aos iimitss qcs


presentagSo; ou, por exempio, para

o campo ds apressntagSo tem no espago e para esquecer completamen-

também tem no tempo) . De tal modo que o esbatimentc


te aquelss qus

nSo hS rsflexSo a respeito dcs limites


sô enquanto
nSo se produz

mesmo tsndo-ss chsgado ao ponto ds prccurar sssss


aeresentagSo

ca

rssultadcs a que se chega tendem a ficar aquem (e, co-


iimitss, os

mais tarde de facto muito aquem) de uma totai idsntifi


mo se verS ,

e a deixar ainda deseereebidos


cacSo dos iimites da apresentagSo

muitos dos iimites que efecti vaments a circunscrevem.

ainda nSc toca.m o pontc deci


Mas estes sSo sô alguns aspectos e

ssbatimsnto dos limites ainda opde mes


sivo da "resistenoia" qus o

tsntativa ds identi f icagSe delss s


mo uma vez jS dsssncadsada uma

ds supressSo desse esbatimento. 0 ponto decisivo estS em que se po-

ds limites da apreseu
de muito bem tsr jS u.ma idsnti f icagSo global

mcdo é ds indicS-ios) ssm qus a isso cor


tagSo (de tal que se capaz

efectiva autc-de 1 imitagSo da apresentagSo , tal que nc


responda uma

cursc ter.ha assinaiado o seu fim em tcdos cs pcntos on-


seu crdprio
lativamente al também o comego de campcs
de acaba e assinaiadc corre

f ora de acesso.

determinado "tragado"

rsco-
Ccm efsito, pcde-se pereeber jS um

nhecer o chSo ,
as paredes , etc, como limites e estabeiecer gicbai-

erc-
mente a sua correspondSncia acs limites da apresentagSo que

247
priamente se tem. Isso nSo oferece uma assim tSo grande dificulda-

de . Mas , de facto, por um lado a perspectiva assim constituída e

diferente de ter seguidos esses limites em to-


ainda completamente

do o seu curso (constitui jS uma remissSo para eles, mas nSo um a-

de tal modo que fique ef ect ivamente desenhado e pre-


companhS-Ios
41
o contorno lhes corresponde) E,
sente prôpria apresentagSc que .

na

outro lado, vendo bem, ainda que jS consiga seguir esses limi-
por
"

tes e tS-los todos vivamente" recortados , a perspectiva assim cons

segui-los somente como limites de ob-


tituida tende justamente a

(o -limite entre o espacc livre e um espagc "bar


jectos apresentados

S superfície das paredes etc ) e nâo como li-


rado" aue corresponde , .

pr6pria apresentagâo onde ela se queda e eomegam campos


mites_da ,

de escondimento .
Quer dizer, ainda que jS haja uma tese de corres-

esses limifes de objectos e cs limites da apresen-


pondôncia entre

tese tende a nSo ser convertida, nc concreto da aprs-


tacSo, essa

se tsm, ds tal modo qus aparega ef ecti vamente em todos


sentagSo qus

ssses iimites o comego de uma esfera de latencia. 0 condic ionamente

de nSo constituigSo concreta desse tipo de limites mantem-se mesmo

circunstSncias E precisamente por isso, vendc bem, mesmo de


nessas .

de terem em vista as paredes, o chSo, as fachadas dos


ocis jS se

oredios que seja que de cada vez cireunscreva a a-


(ou o que quer

-rssentacSo cropriamente tida) e de estar reccnhecido qus ccrrespc:

dem a iimitss do campo de apresentagSo , de facto continua-se ainda

muito diferente da de ver o campc de aprssen-


a tsr urra perspectiva

tagSo como uma exígua clareira (ccmo a exigua clareira qvie corres-

limites) rcdeada em tedas as cirecgces por campcs ds


ponde a esses

escondimentc . A esse respeito, a perspectiva que se tem depois des-

se tico de detecgSo dcs limites da apresentagSc nSo difere signifi.

cativamente da se tem antes "Saber" desse mcdo que os limites


que .

sSo estss e aqueies e assim muito diferente de ter


da aprssentagSo

limitada vendo-se si pripria ccm o


apresciitagSc ef ectivamente a

248
coisa tenda a confundir-se com a outra,
limites que tem. Embora uma

muito diferentes) a "distsn-


e grande (corresponde a perspectivas
distsncia dificil de vencer.
cia" que as separa— e é justamente uma

elemento fundamental da resistência des-


Pois— e aqui e que ests o

mais saiba quais sSo os li


te fenômeno, da sua pertinScia— pcr que

ds novo hS grands dificuldade em modificar a apresen


mites, sempre

no prôprio "tecido" da apresen


tagSo por tal forma que se integrem

eia surgir com um alca.n-


tagSo, aoarecam desenhados nela e passe a

vivida como uma clareira em todo


ce fechado— e seja ef ectivamente
42
horrzontes veuacos
rodeada
.

o lado por

relativamen
Desta forma, mesmo produzindc-se jS aiguma mudanga

ccorre, mesmo estando jS focado os limitss


ts ao qus habitualmer.te

e elss sm rslsvo ds forma qus contrasta com


da apresentagSc postos

a omissSc total a ssu rsspeito, essa mudanga r.So tem o sigr.ificado

basta suspendsr c esbatimento ate a reseeite


q\ie sugere e nSo para

iimites que jS foca. Ac contrSrio do que a primeira


dos prôprios
mantsr intactc ssse esbaeimento. de
ví-*3 r,ârOCP fer.de mesmo a

conserva o fundamental do seu sfsi-


forma modificada, sim, mas que

eo sobrs a ncssa perspectiva.

ainda se ecnsigam vencer estas dificuldades


Por oufro lado, que

uma sfsctiva mcdificagSc do sstado de eoisas, passande-


e cetsr jS

prdprio tecido da aprs


-se a ter I imites ef ect ivamente tragados no

ccmo limitss deia, a mo-


sentagSo e acusando-se js inequi vecamente

isso introduzida pcds ainda (s na verdade tende a)


dificagSo com

num
nSo tragar cs limites de tal forma que se imponham pienamente

efeito de confinamente do campo de apresentagSc , numa plena


vivo

dcs de iatência com qus faz frcnteira.


manifestacSo campos
r- i- •*- Q _

soe a forma ds r.Sc ,

Com efeito, aiem ds eodsr persistir

rsconhscicos como 1 imitss da apresentagâo (e-


~;-agSo" dos limitss

fectivamente tracados nela e couvertendo-a numa apresentagSo qus

iinhas de fonteira, cede


dsfinidamente, a partir destas e daqnelas

24?
lugar a campos de latência) , o esbatimento dos limites pode ainda

subsistir em virtude de cs limites assim tragados o estarem sem a-j

cuidade--sob esbatimento do seu sentido de limites .

0 é que se quer dizer com isto?


que

de um I imite da apresentagSo (ui tsriormente ver


A perspectivagSo

-se-S ccm mais vagar este probiema) nSo e possível sem a notifica-

nSo se chega, daquilo que se situa para 1S —

par-
gSo daquilo a que

te dessa noti f icagSo , consiste propriamente neia. e na emergôncia

disso e pela emergência disso que o limite assoma enquanto tal. Se

é assim, outro ladc, ta.mbem a acuidade com que o iimife se a-


por

Drssenta dspends dscisivamsnts da acuidads, da nitidsz, de "impac-


'

to
'
com qus se apresenta c 'para IS a que se reporta.

E acui reside o eerne ca questSo. Peis a apresentagSo e pers-

do "eara IS', dc campo ds latencia ocorrs tendenc ialmen


cectivagSo

te em nôs de tal maneira que precisamente neutra 1 i za a manifesta-

cSo dc cameo ds iatsueia sncuanto tai .

Expiicar.de meihcr:

exempio, clho as paredes da saia onde me acho ( ou


Qua.udo ,
ocr

frents da janeia) s a psrspsctivagSo dissc i.c-


vejo cs predios em

ciui de ÍS das parsdss e pcr detr.Ss das faeha


a percepgSo que para

das dos predios hS herizontss ds rsalidads que a apresentagSo qus

agora tenho r.Se acompanha. a cersesctivagSo dos limicss que aí ecc:

rs radica na conjugacSo da apresentagSo que propriamente tenho~-ds

tudo o qus tsr.ho ate Ss paredes da saia, ds tudo o que tsr.ho ate a

fachadas dos prédios fronteiros —

cem uma nctícia que de aigum modc

me refere o nSo-tidc, o "para 1S" . Sc que as duas formas de notici.

causa (a de tidc e a do nSc tidc) fôm uma forga e um eese


aqui em

completamente dif e r entes .

Como se teve 1S ocasiSo de apontar, hs em rsgra um condiciona-

mento em virtuds do qual a apressntagSo do r.So-tido nSc ss rsvest^

nem de perto nem de iu.uge da nitidez, da presenga, do impacto eom

2^0
temos acesso, antes tem
isso a que ef ectivamente
que se nos imP3e

tal ordem nao se inscreve aí perante


vaga e de que
uma natureza

a concretude que ai têm as coi


nôs-com a presenga, a importância,

o "buraco" , se assim se pode dizer, corres-
sas de que dispomos

latência cuja presen?a reoonhecemos


.

ao campo de
pcndente
embora uma indicacâo dos limites e c
E, desta forma, havendo

de latencia, os campos de escon-


correspondente cesenhar de campos

nâo se apontam com suri-


correíativamente os limites)
dimento (e

uma "íorĩa" e acuidade suíiciente


ciente "íorga" e acuidade-com

vincada e introduzirem no cam-


se imporem de forma
para justamente
_
,~« ^.» ^p
^e r^a
c*-d. ve~
ve_ s^
= tem, ccm a mesma vivacidade,
^.-e
po ce apreseutciv^o
„., cn_ i_^-.s
cu,-^o rois3s
cjid-, cue
->^~ estSc presentes nele,
v
a ccnti_
mesmc 'peso aas
o

tem o seu fim. Ainda que jS identi


em cue
das "fronteiras"
guragSo
seu sentido ccmo limi-
claramente o
ficados limites e percebido jS
na vsrdads o ssu esbafemento mantem-
tss do campo de_aP_resentagSo ,

.i. j _-, -

■--
----._-
■ ■

a r.ct.c.ĩ cos
das razoes por que
. . . _ .

acenas uma
Essa e, entretan-.o,

de latsncia para 1S dos limites da apresentagSo efectivamen


campos
desses Limi
(e, cerre I ativamente ,
a prôpria marcagSo
te dispcnivsi
limites em causa e claraments pe:
mesmo uma vez detectados os
tss),

tais eampos de latência, se mantem enfraqueci


cebida a presenga ds
sob outra fcrma o esbatimento
r^.:,ĩdaj fazendc persistir

HS ainda um outra (e fundamental ; ra-


dos limites da apresentagSe .

estS "pcr detrSs" dessa falta de "forga"


cue ds facto tambem

de q\ie se di
da nct.cia do r.Sc tido psia apresentagSo
impacto ,

de por mais que reccnnega


muito simplesmente a que ,

E essa razSo e

estou a ter nSo vai aiem das


"us a
_a„.-,,ín
acreser.-i'-—u .~:ie
-n -Lc:
e-ectivamente
c -•*■--

isso nSo me le-


fachadas dos predios fronteiros, etc,
oaredes, das

as paredes desta sala,


va a ver as coisas como se, logo a seguir

das fachadas que vejo, comegassem


ou logo a seguir as superfieies

forte do termo— campos de inPJ^T


de esccndimento no sentido
camcc s

2 "51
nita, de total incégnita, tais que conferissem ao acesso onde me a

cho o carScter de um pequeno enclave, perdido numa cercania de que

nada soubesse, a respeito da qual estivesse inteiramente "a zero" .

A acresentagSo directa pode ter o alcance limitado em virtude dc

de momento nSo acompanho mais do que a sala e o


espago que me
qual

deia entre as janelas e os prédios até onde se estende a vista que

faeultam. Mas isso nSo faz que se esgote aí o que sei da realidade

a minha volta, o patrimônio de acompanhamento de que disponho a seu

respeito .

Aoontou-se antes que a mobilidade de incidSncia de que estS pro

vido o nosso ponto de vista costuma ater-se a um determinado con-

junto ce hcrizontes proximos , pcr tai forma que se tem constituico

"territirio" dc olhar um conjunto de de rsaii-


como cue um campos

dads se frequentam, por que rspstidaments passa o curso do o i ha


que

Cra a esss fsn-omsno nSo ccrrssponds soments a insistSncia do olhar

num determinado coniuntc de campos de ir.cidência, como se se tra-

tasse scmente de reguiaridades nos pereursos efsctuados, ssm cuai-

cusr outra consequSncia . "esses insistentes percursos do oihar, ba-

tendo os domínios de reaiidade q\ie frequenta, ccnstitui-se quaiquer

ccisa cemo um campo de f ami 1 iaridade . Das expicragdss sucess i vamen-

te fsitas nas dsslocagSes de incidSncia resulta um adquirido perma-

nente, uma fixagSo daquiic que hS ncs campos de realidade assim ex-

elcrades —
de tal mcdc que essss campcs ficam perspect iva-dos ccmo e^

tandc já percorridcs, postos a nu, dominados . Ou seja, a insistsr.-

cia dc cihar sobre os campos de realidade qus ss intsgram na sua e:

fsra ds proximidade estS associada uma svidôncia ce controio desse.-

campos , de soberania dc ncssc pcnto de vista sobre eles.

E assim cue inexp 1 i e i tamente tenhc pereebido o ambiente (es iu-

cares, cs objectos, as pessoas) dentro do quai me movc na cidade oi

de vivo, no sitio onde trabalho, etc.. E e isso que :ne faita na pri-

meira vez aue estou numa cidade desconhecida--e e isso que imedia-

252
sua S
a constituir quando chego a ela, explorando a
tamente comego

desvendS-la, a abrir nela uma esfera de familiari-


rea por forma a

nela c meu domínio.


dade, a implantar
constituído corresponde a acumu-
de f ami liaridade assim
0 campo

actuais, dos sucessivos núcleos de incidôn


lagSo das apresentagoes
tidos, de tal modo que essas diferentes apresen
cia foram sendo
que

nSo estSo tc
embora jS passadas e em grande parte perdidas,
tagSes,

desvanecidas sem deixar qualquer rasto— nada que acompanhe


talmente

de incidencia ou o campo de incidSn


actual (o nucleo
a apresentagSo
se tem disponível). As apresentagSes correspon-
cia que de cada vez

estSo desfeitas no sentide


dentes a essas incidências iS passadas

forma como tenho o nCcleo de inciden


em que nSo as tenho eomigo na

Mas nSo estSo desvanecidas no ser.tido


cia de cada vez constituido.

nelas— de nada ter fica-


de se ter perdido totaimeute c apresentado

ocorrido. Sucede antes que hi rstsngSo


do em resultadc de haverem

de estS ao qus
o qus ficou umas agregaco
dc iS aerssentadc e que

ds rstsncSo conjunta, ds acu-


ficou das outras, compondo um quadro

de cada vez se tem em


muito para 1S do cue
mulagSo ds aprssentados
.

inc idônc i a .

tem um carScter muito peculiar. NSc corresponde


Essa eonjugagSe
sentido estrito) de todas as apre
— ri-m^e » nma acumuiacSc (no

A
ds -, -~A,-r
tcucs r~
ũ; r-,-1— '-o-
n-.-.-^j-- d^
-- ^nC'dêccia,
--^ ---..- -^- , que
h
no passado

suces —

sentacíes,

deies na sua es-


tidcs, conservando todos e cada um
sivaments foram

ja tive
caca uma das apresentagdes que
pecificidace (pcr exempio,
das que conhecc, do Rossic
em voita da minha easa, pessoas
das ruas

mcmentos da apresenta-
?cder.do embora haver sstss s aqueles
etc.).
mantidos em rsisvo, a matcr
cue de ferma especiai estSo
gSo passada
a j-ĩ
*=>>- = --«=; a-v-aca^^qrîes sucsssivamer.te tidas estS como
ai.ere-.c-s si-- -=>
earte das 1

fixam senSo aigumas carac-


que nSo
que "condensada" em apercepgoes

diversos cc
do anresentado— daqui io que nesses percursos
tsrísticas

Be tai modo que o que f undamentalmente


cihar nos veio a encontrc.

253
estS retido nSo é propriamente o percurso do nûcleo de incidencia

(que, ao longo dos anos, se fixou primeiro nisto, depois naquilo,

depois naqueloutro, etc .


) , mas antes um conjunto de determinagOes ,

de campos de realidade com que foi topando


que foram ficando pos-

tos a descoberto ao longo desse percurso .

Constituída assim, com relativo apagamento dos percursos efect_i

vamente realizados e concentragão nas caracterí sticas dos campos de

realidade percorridos, esta peculiar forma de acumulagâo agrega uns

aos outros os campos de realidade sucessivamente percorridos e com-

pũe perspectivas alargadas de campos de realidade mais vastos, en-

globantes, em que cada um deles se integra. Por outro lado, em vir-

tude de um complexo de teses (sobre a natureza mais ou menos cons-

tante das coisas, etc .


) ,
essas f ixagoes relativas ao que se encon-

trou no passado nSo estSo produzidas de tal modo que se atenham es-

tritamente ao tempo em que ef ectivamente se teve apresentagSo da-

quilo a que respeitam (como fixagOes do que era nessa altura), mas

como fixagOes de realidade3, estados-de-coisas que ainda sSo —

e que

de facto nSo se estendem apenas até ao tempo em que se estS, antes

se prolongam ainda para aie.m dele, numa proiecgSo onde tambem o tem

po futuro fica antecipado e estabelecido o modo como as coisas con-

tinuarSo a ser.

Ora, sendo assim, o que em regra sucede é que os campcs de in-

cidência onde de cada vez nos achamos estSo precisamente situados

no meio de campos de f ami 1 iaridade desta ordem. De tal mcdo que a-

quilo que se situa para 1S dos campos de incidencia de facto nSo é

lativamente qual esteja "a zero", de não faga


algo re ao se que se a

mais pequena ideia, mas campos de realidade a respeito dos quais es

tSo produzidas f ixagOes daquilo que os ocupa.

Essas fixagôes tôm um carScter peculiar, diferente do das que se

impûem nos domínios de apresentagSo ostensiva.

Com efeito, se as apresentagâes directas anteriormente tidas nSo

254
constituem um resíduo, que da
sem deixar rasto, antes
se desvanecem

ostensiva que de
descrita persiste e acompanha a apresentagSo
forma

sucede que os percursos efectiva-


se vai tendo nSo apenas
cada vez ,

de incidências por que se passou deveras)


mente feitos (a sucessSo

Sucede também que a fixagSo de determinagCes


sofra um apagamento.
dos apresentados ) em que as multiplas apresen-
(de características

tidas se condensam tem um caracter bastante menos preciso,


tagOes
costuma caracterizar
hast.ante menos determinado do que aquele que

ostensivas (os núcleos de incidencia).


as apresentagOes
se trate da rua em que moro ou daquelas por
Assim, mesmo que

do onde trabalho ( ou de
todos os dias, lugar
que passo pratucamente
frequentemente batidos nos
dos campos de realidade mais
qualquer
do meu nucieo de incidôncia), a fixagSo perma-
percursos habituais

estou em condigOes de re
nente de que disponho a seu respeito e que

directa, ostensiva, é
enquanto nSo se dSo numa apresentagSo
cuperar
muito mais vaga e mais difu
saturada de determinagOes ,

muito menos

directa. Es-
se manifesta na sua apresentagSo
sa do que aquilo que
sSo ruas (nSo campcs ou jardins), se
tS fixado, por exemplo, que

tSm cu nSo correntezas


sSo ou nso interrompidas por transversais ,

estS fixado o ti
dos dois lados, sSo mais ou menos largas,
de casas

marginam (que nSo sSo pagodes nem palScios,


po de edifícios que as

vivendas, mas predios de determinaco tipo,


nem casas de madeira nem

de
com esta e aquela altura, esta ou aquela mancha
mais ou menos

mais dificuldade em encontrar cada_um


cor.etc). Nas já tenho muito
mui-
e mesmo a cor.f iguragSo precisa de cada quarteirSo,
dos predios

mais dificuidade ainda tenho em encontrar precisamente qual a


to

andares tSm, qual e exaota-


traga dos predios, precisamente quantos
distribuem e que formato tem as
como se
mente a posigSo das portas ,

etc
combinagSo de cores, . .

janelas, varandas , qual a

campo de fami-
mais. Se o regime de determinagSo vigente no
Mas

de precisSo re lativamente
liaridade se caracteriza por essa quebra

25;
ao se regista no núcleo de incidencia, esse grau de determina-
que

de facto nSo corresponde senSo ao mAximo de deter


gSo menos preciso

campo de fasmi I iaridade pode atingir



sendo que a mais
minagSo que o

das vezes a determinagSo que o preenche é ainda menos precisa, mais

difusa.

Com efeito, esse é o regime de determinagSo a que se chega nas

do de fami 1 iaridade —

quando considerando-
presentif icagOes campo ,

percorrem aspectos desse campo em percursos


-o expressamente , se

de quase ostensiva.Tenho a possibi 1 idade de sem sair


apresentagSo ,

de f ami 1 iaridade deixar-me "trans-


de onde estou, figurar o campo ,

até estes ou aqueles sectores desse campo de tal modo que


portar"
,

vejo como sSo o que hS neles. Estando aqui nesta saia, pos-
quase ,

hS logo a seguir, se sair de-


so percorrer em presentif icagSo o que

hS na continuagSo, se sair de casa, o que encontro ate S


la, o que

do que dS, as ruas circundar.tes, os si-


entrada prédio, a rua para

tios a levam, todo o caminho daqui até S faculdade e as cerca-


que

dela —

assim tambem re lativamente a uma grande parte de


nias e

Lisboa, etc . .

facto, o campo de f ami 1 iaridade estS muito longe de se


Ora, c.e

tais nem tampouco "entra em


reduzir ao que e seguido em percurscs,

de algum modo considerado e 3e pro-


cena" somente quando se torna

duzem percurscs desta ordem .

Vendo bem, os percursos de presentif icagSo , em que com toda a e-

vidência se documenta o domínio que se tem do campo de familiarida

de tôm um Smbito restrito cobrindo de cada vez sô uma pe-


sempre ,

desse campo E nSo acontece que o dominio que temos da


quena parte .

realidade para 1S do campo de incidência cubra sô o Smbito restri-

to que de cada vez estS seguido dests modo . Por outro lado, seme-

lhantes de presentif icagão sô ocasionalmente tôm lugar.


percursos

E nâo acontece de modo nenhum que , embora correspondendo a um resí

duo permanentemente constituído, enquanto nSo se dSo presenti f ica-

2^c
estS totalmente absorto no mi-
gOes como as referidas (enquanto se

cleo sc. no campo de incidencia de cada vez constituido) ,


esse re-

síduo (esse saber do campo de fami 1 iaridade) esteja completamente

"adormecido" e sem qualquer fungSo na perspectiva que se


apagado,
concentragâo no núcleo de incidência, es
tem. Por maior que seja a

ter s<5 indicagâo de continuagSo da


tá-se sempre muito longe de uma

realidade para 1S dele, totalmente vazia quanto Squilo que a preen

neutra a seu respeito


com um "zero" de determina-


che, totalmente

realidade nSo acaba.


gSo, sô com a "nua" indicagSo de que a

cada de presentif icagSo tem um ca


Assim, por uma parte, percurso

rScter tai que tambem eie corresponde S deslocagSo de qualquer coi-

sa como um "cursor" —
um cursor de apresentagâo quase-ostensiva, com

sucessivamente cobre estes e aqueles "tro


um "calibre"restrito, que

porta escadas, IS em baixo


gos" (o vestíbulo da casa, passada a as

cada uma das outras ruas para que dS ,


etc .
) . X medi
o Strio, a rua,

da que o "cursor" da present if icagSo se desloca, os prôprios domí-

nios jS percorridos (e que acabaram de ser apresentados com pre-

cisâo quase-ostensiva) vSo justamente ficando para trSs e perdendo

de realidade que de cada vez ainda nSo en


essa precisSo.E os campos

traram em consideragSo nesse percurso ainda nSo estSo apresentados

ostensiva, "caem fora" do cursor. De tal modo que o


de forma quase

tem sempre um Smbito na verdade bastante


micĩeo de presentif icagSo
do caracteriza a apresentagSo os-
restrito

nSo muito diferente que

sendo assim, nSo acontece que es


dita. Porem,
tensiva propriamente
de cada vez num contexto completamente em aber-
se micleo se situe

nada se sabe.NSo.O nucleo assim de cada vez


t0 a respeito do qual

estS rodeado um campo de incognitas


acha-se
em foco nSo por
posto

de cada vez situado num contexto de fami 1 iaridade ,


sem
ele prcprio
familiar se faga por presenti f icagâo
fixagSo desse contexto
,

que a

ostensivas dos de realidade que lhe


quase campos
por apresentagOes
as preenchem. Ou seja, a esfe
correspondem e das determanagOes que

257
ra de fami liaridade com que se está em contacto nessas presentifi-

nSío se esgota naquilo que de cada vez cai dentro delas —

os
cagOes

acham-se inseridos quadros de fa


conteúdos; das presentif icagOes em

miliaridade mais amplos do que eles, que nSo estâo a ser objecto de

antes acham co-apresentados


qualquer mostragSo quase-ostensiva,
se

de modo puramente horizontal.

Ora isto assim se manifesta nas prôprias presenti f icagOes


que

de f amil iaridade resultante das apresentagOes passa-


o campo

que

das estar implicado em co-apresentagOes horizontais e ter as


pode

influindo, independentemente de qual-


suas determinagOes presentes,

referencia expressa (ou seja, no modo prôprio da presenga em


quer

horizonte)

vale tambem para as situagOes em que nSo esta produzi-

da nenhurna presentif icagSo do campo de f ami I iaridade e em que a nos

inteiramente absorta no campo de incidôncia e


sa perspectiva parece

totalmente desligada do exterior.

De facto, mais absorto que esteja no campo de incidôncia, não


por

tenho de cada vez apenas a apresentagSo deie e uma indicagSo vazia

dos horizontes de continuagSo da realidade. Ou seja, nSo hS sô uma

de continuagSo da reaiidade para IS do campo de in


co-apresentagSo

cidência que o acompanha sempre e faz que nunca se apresente como

"mundo"--a a realidade. Para além disso, a co-apresentagSo


esgotar

horizontal inclui sempre um mínimo de definigSo do "paradeiro" do

de incidencia, de integragSo dele no quadro de um esclareci-


campo

mento 3obre a realidade, de um domínio dela, que ulcrapassa bastan-

te o Smbito do campo de incidencia e aquilo que ne 1 e se encontra

ostens ivamente accmpanhado.

De tal modo que, se falta essa orientagSo mais ampla ou se a mar

de estS feita e pouco firme (hesitante) ou in-


gem fixagSo com que

suf icientemente definida —


se por exemplo o
carnpo de incidsncia em

me encontro se situa numa regiSo pouco conhecida ( em que nSo me


que

sinto bem orientado, em que me faltam ref erencias ) , ou se pura e

2S8
onde fica o de incidôncia (que é que o
nSo sei campo
simplesmente
de realidade a respeito dos
rodeia, que ligagSo tem com os campos

onde normalmente se processa a minha


jS estou orientado e
quais
reflecte-se no prôprio campo de incidencia
vida), essa inseguranga

este se ache perf eitamente explorado e sob dominio,


e, mesmo que

invadida essa nota de inse-


faz que a sua prôpria esfera fique por

"manchada" por ela.


guranga,
deste ti
NSo temos habitualmente muita experiencia de situagOes

nSo estS inserto num campo de fami-


onde o campo de incidôncia
po,

liaridade e, por isso, aparece sem o apoio inexplícito dessa inser-

nâo cosfumamos dar connosco, sem saber como, em pa-


gSo. Felizmente

deixados nSo sabemos


radeiros totalmente desconhecidos , "raptados" e

em sítios muito pouco conhecidos, hS em


onde. Mesmo que estejamos

rodeia, um mini
regra sempre jS um minimo de exploragSo daquilo que

estabelece a li-
mo de orientagSo no seu meio, quaiquer coisa que

o de f ami 1 iaridade que jS temos


e campo
gagSo entre esse paradeiro
nSo e nunca bem de total
constituido, etc.De scrte que a situagSo

de de f ami 1 iaridade— nâo é nunca totalmente despoja


privagSo campo

sô de uma vazia indicagSo de continuagSo da rea


dos dele e providos

1S de si que os campos de incidência se apresentam.


lidade para

ocasionalmente que ao acordar, temos por


Por outro lado, ocorre ,

de um campc de incidência mas nSo a definigSo


momentos apresentagSo

da insergSo que tem num quadro de realidade mais


do seu paradeiro,

De sorts qus mesmo que sô fugidiamente , temos alguma expe-


ampla. ,

estar de incidôncia em total indefi-


riencia do que seja num campo

nigSo do seu enquadramento .

de total inde-
De todo o modo, quer nestas esporSdicas situagOes

outras em
do campo de incidôncia quer naquelas
finigSo do "para-lS"
'

total indefinigSo mas apenas uma relativa "rarefacgSo


que nSo hS

que definem o paradeiro e uma diminuigSo do ní-


das determinagOes

de domínio se tem a seu respeito, verifica-se o mesmo tipo


vel que

2^Q
de fenômeno : por mais pleno que seja o acompanhamento do prôprio

"conteúdc" da esfera de incidência (do campo de realidade que cai

dentro dela), sendo insuficiente a definigSo do enquadramento , o

de incidência fica globalmente afectada por um índi-


prôprio campo

falta de algo decisivo que a apresentagSo dos


ce de incôgnita, com

diversos de incidôncia habitualmente tem. Ou seja, sendo in


campos

suficiente a definigâo do enquadramento , nSo é sô a parte da apre-

horizontes de continuagSo para 1S do


sentagSo correspondente aos

de incidencia fica marcada por essa insuf iciencia de de-


camoo que

tal modo sô quando o olhar se dirige para la do


finigâo--de que

de incidência se faz sentir a falta de determinagSo a seu res


campo

do campo de incidência, o seu aspec-


peito. NSo , a prôpria presenga

to, o nosso modo de estar ne 1 e é afectado por essa falta de enqua-

dramento, ressente-se dela. E de tal mcdo que o que fica justamen-

prejudicado com essa falta de enquadramento e a


te perturbado e

I idade de uma pacifica absorgSo no campc de incidSn


prôpria possibi

tal ocorre em condigOes normais: nSo estando definido o


cia, como

"resvaia-se" sempre de novo para uma preocupagSc com


enquadramento ,

ele, reina uma inquietagão que "puxa" para fora do campo de inci-

dência, em busca da definigSo que falta.

Acusa-se deste modo como a orisntagSo (o estar-situado ) que ha-

bitualmente reina nos campos de incidSncia nSo resulta unica e ex-

clusivamente de ser ciaro e estar "dominadc" aquilo que neles se a

Advem também —
e decisivamente —

de o seu enquadramentc ho-


presenta.

rizontal nSo ser totalmente indeterminado , vazio, antes estar mar-

cado um saber, por um preenchimento com determinagOes que o de-


por

finem fazem nSo constitua de modo nenhum uma incôgnita.


e que

Ou seia, mais absorto que se esteja no campo de incidencia e


por

mais se estar esquecido de tudo para 1S dele, a no-


por que parega

ticia qus se tem, a perspectiva com que se estS, nunca é sô do prt

de incidsncia constituido em cada caso. a sempre tamb<iem


prio campo

260
dele, uma notícia que nos orienta a respei
uma notícia do paradeiro

to do seu contexto .

logo alguma noticia sobre cercania,


a so-
Isso significa desde

mais imediatamente hS em redor do campo de incidôn-


bre aquilo que

caracteristicas da realidade que directamente o cer


cia e sobre as

Mas nSo se resume a um saber da cercania mais imediata (como se


ca.

respeito dela bastasse sô por si pa-


o nSo haver total incôgnita a

situar o campo de incidência e forne-


ra definir o enquadramento ,

Passa antes toda uma rede


cer uma base de nSo-desorientagSo ) .
por

muito além da cercania i-


de realidades no espago e no tempo, para

o "fio de Ariana" da minha vida.


mediata, que constitui como que

Com efeitc, o campo de f ami 1 iaridade constituído no curso das a

nSo corresponde a um mero "amontoado" de to-


presentagOes passadas
de reaiidades no espago e no tempo, totalmen
madas de ccnhecimento

umas das outras ou passadas em revista sem que o co


te desgarradas
dos estados-de-coisas que Ihes corres-
nhecimento delas e a fixagSo

mais do que um ficar a saber que hS isto e aquilo.


pondem organizem

antes tive com a realidade e o que de cada vez


NSo. O contactc que

de modo de
ficou desse contacto levou S organizagSo um
globaimente
instalado e em cuja "tradigSo" de cada vez me en
vida em que estou

as diferentes pessoas, as diferentes


contro. Os diferentes lugares,

que jS passei, as diferentes coisas que jS compreen-


situagOes por

contributos e papéis de maior ou menor pro


di, etc.. eom diferentes

a compcr um sistema de referências para


tagonismo, entreteceram-se

"curso normalizado" cujas li-


o meu "trem de vida" , organizaram um

nhas de sentido estSo presas a estas e aquelas realidades, a estes

lugares, a estas e Squelas pessoas— a todo um quadro de


e Squeles

me sinto S vontade Essa linha de desenvo 1 vimento


realidade
.
em que

os diferen-
(e o quadro de referencias a que estS ligada) percorre

de uns os outros de
tes de incidôncia, transmite-se para ,

campos

tal modo pode ser afectada por eles ( transf ormada por aquilooue
que

261
neles se encontra), mas precede já o seu advento, perpassa a sua

presenga e é qualquer coisa em cujo quadro obviam e em cujo curso

Neste sentido, a perspectiva que situa os campos de


se integram.

incidencta nâo se esgota na definigSo da cercania imediata, nem so

determinagSo de mais isto e mais aquilo para além dela.


mente na

toda essa "tradigSo" do trem de vida em que estou ins


Prende-se com

todo esse"fio de Ariana" que de cada vez jS estS cons-


talado, com

pode situar de in-


tituído e que é justamente aquilo que os campos

for mim clara e definida a articulagSo que tem


cidôncia. se para

com ele .

de facto, vendo bem, por maior que seja a absorgSo no inte-


E,

do de incidôncia em que me encontro, por mais que pare-


rior campo

inteiramente alheado de tudo o que nSo fica dentro dele, o sen-


ga

com ele excede o campc de incidência onde


tido da prôpria ocupagSo

tem referencias que o "transbordam" De tal modo que a prO-


estou,
.

"

encerramento" no campc de mcidencia —

o estar
pria coneentragSo e

fechado e de momento sô atento a ele (ou a algo nele) —

radica num

quadro de sentido muito mais amplo, numa compreensSo da situagSo

em me acho e do que nela estou a fazer que nSo estSo fechados


que

0.0 de incidência. 0
"
encerramento" no campo de incidSncia, a
campo

de "mirada" para o exterior, nSo resulta de estar


ausencia quaiquer

desse "para IS" (indiferente a ele e esqueci-


totaimente desligado

sim de estar ligado, inexpi icitamente ligado


do do que seja), mas

uma apresentagSo inexpiicita de dominio a


a isso, posto a par por

tSo firme, tSo adquirida e (desse modo prcprio) tSo


seu respeitc

me assiste sem que pense nela e nSo carece de quaiquer


presente que

f ocagem .

E aqui, tal como jS tambem no caso da co-apresentagSo inexplíci

da reaiidade, o facto de se tratar de uma apreser


ta da continuagSo

meramente horizontal, inexprsssa, cujo conteûdo r.So se acusa


tagSo

def inidamente , nSo impede que o seu apresentadc tenha um conteúdo


mesmo bastante complexo. A inexplícita apresentagSo
determinado e

do campo de incidência (e
do contexto que acompanha a apresentagSo

dA esse contexto como um contexto a res-


em condigOes normais
que

domina)— essa inexplicita evi-


estS S vontade, se
peito do qual se

marca com o seu


do contexto que assim intervém e
dôncia de dominio

se tem no campo de incidôncia-nSo


cunho a prôpria perspectiva que

nâo se reduz a uma indica-


domínio "abstracta",
é uma evidôncia de

diferentes situagOes, nos di-


estou orientado, igual nas
gâo de que

me encontro NSo Essa co-a-


incidência
.

de em que
.

ferentes campos

estabelece pura e simplesmente que nSo estou perdi-


nSo
presentagSo
sem precisar de aten-
do, antes situado-e uma evidencia cgncreta:

esse contevido precise de se arti


a isso, sem que
der especialmente
envolve, sei
desdobramento das vSrias determinagOes que
cular num

onde estou (que insergSo concreta o cam-


de cada vez concretamente

me encontro tem no muito mais amplo quadro


po de incidência em que

muito mais ampla rede de reaii-


"instaiagSo" na vida e na
da minha

em fungSo das quais estS feita essa instalagao)


dades jS exploradas
a respeito do campo de fami-
E o com tudo isto se configura
que
é um
da sua presenga, das determinagOes que o preenchem,
liaridade,

estado-de-coisas bastante singular.

deles podem ocorrer,


Como se verificou nas presentif icagOes que

de f ami 1 iaridade estSc pre-


corrsspondsntes ao campc
os horizontss
iderave lmente
enchidos fixagOes de determinagSo de nivel cons
por

do as caracterizam o nucleo e o
menos preciso que que
mais vago,

outro lado, essa ordem de determina-


de incidôncia. Mas, por
campo

menos precisa e aquela que ocorre quando hS presentif icagOes


gSo
do campo de familia-
do de f ami I iaridade . Ora a apresentagSo
campo

no modo da presenti f icagSo .


E,
ridade sô ocasionalmente tem lugar

cada uma
cobrem de vez apenas
de toda a forma, as presenti f icagOes

do campo de f ami 1 iaridade .

pequena parte
f amil iaridade comportasse todo
c campo de
Poderia acontecer que

263
ele um decréscimo de nível de determinagão no seu preenchimento ,

modo toda a sua extensSo e com todas


aparecesse de qualquer
em
mas

comporta

agregado ao campo de incidôncia e


as determinagOes que

numa apresentagSo quase ostensiva. De tal modo que o


prolongando-o

sei do de f ami 1 iaridade aparecesse desenhado na continua


que campo

do núcleo ou do campo de incidencia. Poderia acontecer assim —

gSo

mais precisa do núcleo de incidôncia e


que tivesse a apresentagSo

projectado to
que, para 1S dela, no prolongamento dela, aparecesse

de
"
1 ineamentos
"
de determinagOes mais vagas que fa-
do o conjunto ,

manifestam
parts do resíduo experiôncia passada
da e que se
zem

sucessivos, fragmentSrios) presentifico tro-


quando ( em percursos

de f ami I iaridade Poderia ver as paredes e, na ccnti-


gos do campo
.

posigSo que lhe e atribuida no meu patrimO-


nuagSo delas, posto na

saber desenhado sô com as determinagOes mais vagas de que


nio de e

ter
disponho fora da apresentagSo directa, permanentemente presen-

sei da continuagSo da realidade para 1S delas. Cu


tificado o que

tenho do núcleo sc do campo de incidôncia po-


seja, a sinopse que .

dar-se naturalmente inserta numa sinopse menos precisa, mais


deria

de modo desenhada do campo de fami 1 iaridade


qualquer
.

vaga, mas

44
é isso sucede. Nunca tenho uma presenti f icagSo total
Mas nSo que

do de f ami 1 iaridade nunca tenho mais do que prssentif icagôes


campc ,

dando a ver "bocados" dele. Mas mais. NSo somente


fragmentSrias ,

desse tipo permanentemente constitui


nSo tenho uma presentif icagSo

também nSo sinto nenhuma falta dela. Justamente o condicio


da, mas

narnento em causa no esbatimento dos limites faz que , acabando a a-

directa, eu nSo siga em busca de fixar do mesmo modo a


presentagSo

concretamente hS na continuagSo de onde acaba. 0 mesmo


quilo que

escondimento dos limites faz que "des


condicicnamento que produz o

assim se pode dieer, sistematicamente o que hS par;


-considere", se

(nem me ocorrendo minimamente que haveria a pro-


1S, nSc procurando
do nivel das hS no campo de incidênci*
curar) nem determinagOes que

264
nem sequer determinagoes do nivel correspondente Ss presentif ica-
45
ter do campo de fami 1 iaridade .

gOes que posso

também nSo acontece que de cada vez que estou


Mas, sendo assim,

de incidôncia e não penso minimamente no que


num determinado campo

nada do de fami 1 iaridade es


hS para 1S dele nem presentifico campo ,

de seja ef ectivamente de
te esteja totalmente fora perspectiva e

de determinagSo que está pre-


grau zero a perspectiva e a fixagão

Nâo acontece de cada vez que estou num


sente a seu respeito. que

nSo minimamente no seu exterior nem pre


campo de incidôncia, penso

do de f ami 1 iaridade o horizonte de continua-


sentifico nada campo ,

da realidade para 1S desse campo de incidôncia seja, logo no


gâo

rodeia, totalmente vazio de outro conteú-


que mais imediatamente o

do nSo o correspondente S remissSo para a continuagSo espScio-


que

r.Sc se desenha uma sinopse (e se, de facto,


-temporai. Ou sela, se

de presentif icagOes como as descritas


fora da ocorrôncia esporSdica

de f ami 1 iaridade aparece "de modc que se ve


nenhum momento do campo

de f ami 1 iaridade esteja entSo to-


tampouco sucede que o campo
ja"),
sombra de presenga e de tal modo que na apre-
talmente ausente, sem

tem ele qualquer espécie de


sentagSo assim constituida
nSo se com

contacto .

de intermédio, fica aquem do prô-


0 que hS e qualquer ccisa que

diminuido (mas, ainda assim, bastante


prio grau de determinagSo

coisa
diferenciado) que se regista nas presentif icagOes— qualquer

muito menos diferenciada do que isso— mas que


muito menos precisa,

muito mais do a totai omissSo a respeito do


outro lado é que
por

de f ami I iaridade , a total ausSncia de quaiquer perspectiva


campo

das determinagOes cuja fixagSo o constitui .

dele e

se estS em contacto
Assim, as fixagOes de determinagSo com que

do de f ami 1 iaridade nSo e-


na presenga puramente horizontal campo

daquilo que se sabe


nada que se parega com um percurso
quivalem a

dele com uma apresentagSo minimamente "desdobrada" desse patrimô-


nio de saber, mas por outro lado também nSo estão desligadas desse

antes correspondem a uma forma peculiar, global, com-


patrimônio,

pacta, de contacto com ele (de evidência dele).

diferentes percursos de exploragSo desses


Se, ccmo se disse, os

de realidade estão, no residuo que deixam, "condensados" nu


campos

sô dos lineamentos fundamentais daquilo que foi encon-


ma fixagSo

trado nesses campos (de tal modo que as presentif icagOes por que

nSo conseguem repor senSo esses 1 ineamentos ) , os


sao recuperáveis

diferentes elementos assim 'condensados" acham-se, por sua vez,

"condensados" numa perspectiva conjunta de dominio, numa evidência

de saber o contexto

nSo numa evidSncia de saber puramente abstrac

todos os sectores do campo de fami 1 iaridade , ou se-


ta (igual para

evidência
ja, quer se esteja neste quer naquele contexto), mas uma

reflecte, leva s imul taneamente em con-


de dominio dif erenciada ,
que

de todo de
ta o quadro global de "instaiagSo" que resulta o campo

famiiiaridade e as determinagOes do enquadramento particular que

de incidencia tem no meio deie. De tai modo que essa e-


cada camoo

aparentemente sem conteiido articulado nao


vidência inexplícita e

de se desdobrar em presentif icagOes das referências que


sô e capaz

de forma implicita, "compacta", mas tem e-


ela crôpria sô comporta

la prôpria sempre jS o "matiz" particular que corresponde a ser a

resultante dessas determinagdes que de cada vez definem o enquadra

mento do campo de incidência em causa e a sua posigSo relativamen-

de refsrôncias do campo ds f amil iaridade e ao fio de


te ao sistema

Ariana que ne 1 e tenho encontrado para a condugSo da minha vida.

de apresentagão ncrmai do campo de fami-


Desta forma, c regime

cujo quadro se inserem as presen-


liaridade (e o orôprio regime em

ocas ionalmente nos dSo fragmentcs dele) jS tem bas-


tificagOes que

a ver com o tipo de apresentagSo e de fixagSo de deter


tante pouco

das apresentagOes ostensiva e quase ostensi-


minagOes que e prOprio

mais inconspicuo e difuso que ele seja, há sempre des-


va. Mas, por

266
campo de f ami 1 iaridade estS sempre pre-
te modo um contacto com o ,

conteûdo e uma diferenciada localizagSo do


sente uma fixagSo do seu

de incidôncia no seu seio. Por outras palavras, a apresenta-


campo

1S do de in-
gSo horizontal
da continuagSo da realidade para campo

no diz respeito S esfera de f ami 1 iaridade


cidôncia, pelo menos que

de incidôncia onde se estS, é u


que habitualmente rodeia os campos

de facto muito mais determinado do


com um conteudo
ma apresentagSo
totalmente aber-
que a pura indicagSo de continuagSo da realidade,

esta possa ter: é uma apre


ta e "cega" quanto as determinagOes que

um conteûdo bastante definido.


sentagSo horizontal preenchida com

sem ocorra qualquer presenti f icagSo ,


e
conteudo, mesmo que
0 qual
esses campos de realidade nSo apare-
sempre iS suficiente para que
47
de escondimento mas de dominio.
gam como campos

funcionamento normal desta e-


E is^-o tar.tc mais assim quanto no

horizontal do campo de f ami 1 iaridade ,

vidência, desta apresentagSo


de
de mcdo nenhum se dS a conhecer a natureza peculiar da fixagSo

lhe corresponde (a medida em que nSo somente e me


determinagSo que

do as determinagOes do campo de inci


e mais difusa que
nos precisa
mais difusa do que as determinagOes
dsncia mas até menos precisa e

de si menos precisas e mais difusas que as


das presentificagees— jA
No f uncionamento normai, essa natureza particular eas-
primeiras).

sa mesmo compietamente despercebida.

Vendo bem, isso e iS assim no que diz respeito as prôprias ere-

Nelas, mesmo que por vezes haja consciencia de nSo


sentificagCes.

isto ou aquiio a que se pretende "ir", essa


se conseguir recuperar

consciôncia estS em regra associada S compreensSo da presentif ica-

ccmo inefioaz, nSo conseguida. Pelo contrSrio, quando a preseu-


gSo

"o seu curso natural" e nSo sente nenhum obstSculc,


tificagSo corre

de facto é difusa e im-


tende a nSo ter consciência do ponto a cnie

ostensSo ( em que a res-


"embala" na impressSo de uma quase
precisa,

perde forga e nSo se vêem os hiatos, a imprecisSo


trigSo do "quase"

267
ef ectivamente se tôm, nSo se dS pela faita de
das determinagOes que

nSo sente a omissSo do que estS omitido, etc ) 48


nitidez, se .
.

Ora isto que assim se manifesta em relagSo Ss prôprias presenti^

de f ami 1 iaridade é o efeito de um fenômeno que as


ficagOes do campo

afecta a elas e também S co-apresentagSo puramente horizontal que

hS dele

uma diminuigSo do nivel de acuidade e do


permanentemente

nivel sSo "recebidas" as determinagOes com que


de exigência com que

contacto De tal modo que se na passagem do campo de inci-


em
pOem . ,

dência o campo de f ami 1 iaridade o grau de definigSo, o nivel


para

do se apresenta cai, cai assim também e corres-


de deterninagSo que

acuidade da perspectiva que se tem sobre essas de-


pondentemente a

de determinagSo que enfrentam. 49


terminagOes e a exigencia

encontrasse num campo de apresentagSo


Assiri, se porventura me

directa cujo apresentado tivesse as falhas de determinagSo (o grau

de indefinigâo, o conjunto de "hiatcs") que se regista em qualquér

mais perfeita que ela seja, isso chamaria a a


presentif icagSo , por

perpiexidade fixagSo de determinagSo assim


causaria e a
tengSo,

sentida deficitSria, insuf iciente ilas muito


disponivel seria como .

mais assim se o apresentado fosse do tipo ainda mais difuso que cor

horizontal do campo de f ami 1 iaridade Porem


responde S apresentagSc .

no seu contexto prôprio, i.e., para as presentif icagOes e para a a-

do de f amil iaridads esse nível de de-


presentagSo horizontal campo ,

plenamente suficiente e nSo e percebida sequer


terminagão vale como

minimamente a margem de imprecisSo que compcrta. Analogamente , se,

ao tentar obter presentif icagOes , sb se oferecessem determinagOes

condensaias do tipo das que correspondem â apresentagSo horizcntal

do de f ami 1 iaridade isso seria inaceitSvel, ficaria percebi_


campo ,

do comc falta de determinagSo e constituiria problema. Porem, como

do de fami 1 iaridade
determinagâo da apresentagSo horizontal campo

orienta, sua fungSc e não cens


plenamente satisfatôria a

e cumpre

titui qualquer problema.


de de determinagSo entre o cam-
Numa palavra, S anisotropia grau

ho
de incidencia, as presenti f icagOes e a apresentagSo meramente
po

anisotropia do
do campo de fami 1 iaridade corresponde uma
rizontal

acuidade e da exigência de determinagSo que os respectivos


grau de

esta compensa os efeitos da


enfrentam— anisotropia que
apresentados
De sorte que o modo como é vivida a fixagSo de determina-
primeira.
marcado por um valor de
nestes diversos casos estS igualmente
gSo
nâo nos apercebemos de qual-
em condigOes normais,
suficiôncia e,

forma
contraste signif icativo . A anisotropia funciona de tal
quer

nâo se acusam e tudo (o que


"apaga" o seu rasto, as diferengas
que
do
tem no campo de incidSncia, o que se tem em presentif icagOes
se

prôprio campo de famiiaridade que perma


campo de f ami 1 iaridade e o

nSo se olhe para ele e nSo se


mesmo que
nentemente estS presente,

f icagSo o que estS fixado a seu respeito) pa-


eercorra por presenti
dominado.

sabido e
rece igualmente
fendmeno de diminuigSo da acuidade na perspectiva que
Este mesmo

ao campo de f ami 1 iaridade re-


se tem dos horizontes correspondentes

comc tende a ficar perdido de vista que


aliSs, na forma
flecte-se,

de definigSo que afecta os ccnteudcs que


independentemente da perda
de
os dominios de realidade correspondentes ao campo
cs preenchem,
a uma considerSvel margem de escon-
familiaridade estSo jS expostos

dimento .

achem, os campos de reali-


p« íar-o ^or mais excioradcs que se

a esfera de fami 1 iaridade de cada vez constitui-


dade que integram
eles se pas
da nSo estso ef ectivamente acompanhados naquiio que com

aoenas a fixagSo de determinagSo que hS a seu respeito e u-


sa. NSo

fica bastante aquem da que e orôpria da apresentagSo


ma fixagSo que

hS muitos aspectos da reaiidade que os


(de tal modo que
ostensiva

que se mantôm fora da aprssentagSo disponivel), mas , para


preenche
de realidade que de cada vez se a-
alem disso, enquanto os campos

de incidencia estSo expostos de forma que permite se


cham no nuclec

269
controlar o estS a acontecer neles, as realidades do cam
guir e que

de familiaridade estSo subtraidas a esse controlo.


po

Por mais saiba que coisas há em minha casa, na faculdade , etc,


que

bem conhega estas e aquelas pessoas, se nSo estou a


por muito que

directa delas, nSo acompanho que é que de cada vez


ter apresentagSo

de tais realidades

e pode passar-se tcda a espécie de


vai sendo

coisas sem me aperceba disso.


que

se tem do campo de f ami 1 iaridade resulta de u


A "cobertura" que

directas passado quando


ma projecgSo a partir de apresentagOes no

os seus diferentes sectores estiveram tidos no nCcleo de incidencia

E todos os sucessos ocorridos fora do tempo em que se dispos de se-

melhantes apresentagOes directas (todas as modificagOes produzidas

desde a ultima apresentagSo que houve ) escapam S perspectiva que se

tem, mantôm-se inteiramente fora dela.

Neste sentido, nãb obstante tudo aquilo que sei a seu respeito,

ie f ami 1 iaridade e em larga medida jS um campo de escondi-


o campo

mento, de facto escapa ao meu dominio e em relagSo ao qual a


que

de disponhc é "cega".
perspectiva que

Porém, sendo assi.m (e poder.do nôs sem grande dificuldade ter a-

de é assim), de facto a maior parte do tempo a refe-


oercepgâo que

rôncia ao de f ami 1 iaridade nSo estS minimamente afectada por


campo

do escondimento que correspor.de a este estado-de


qualquer marcagSo

-coisas

nSo tem a mais leve sombra deia.

Visto isto, estS-se finalmente em condigOes de pereeber como se

efeito diversos fenômenos detectados


conjugam e que produzem os .

um sistemStico e enraizado esbatimento dos limites


Registou-se

de incidôncia. Pegistou-se a prssenga permanente do campo


do campo

de fami I iaridade e a forma como a perda de nivel de determinagSo

"

compensada corresponden
"
uma
que afecta o seu preenchimento e por

te perda da acuidade e do nivel de exigencia que a fixagSo de de-

enfrenta (de tal modo que desaparece qualquer contraste


terminagSo

270
tem do campo de incidôncia e o domí-
m arcado entre o domínio que se

Registou-se a forma co-


se tem do campo de f ami 1 iaridade) .

n io que

de f ami 1 iaridade é manti-


deficiencia de acuidade, o campo
mo por
de es-
qualquer identif icagSo campo
como
afastado de
do totalmente

como algo inteiramente dominado,


condimento e tende a apresentar-se
outro factor ate aqui nSo
agora ainda um
sem reservas. E regista-se
neste contexto: a
em relevo, mas que é tambem de importSncia
posto
entrar no campo de
habitualmente me permite
propria mobilidade que

de realidade que lhe


familiaridade, converter livremente os campos

sobre que recai o


em campos ostens ivamente apresentados ,

pertencem
mobilidade continuamen-
nucleo de incidSncia. 0 exercício desta que

de muito f requentemente se faz u-


em curso e que
te e possivel pOr

a perspectiva horizontal (a antecipagSo) que


so confirma justamente
ostensiva dos campos de
tinha antes de chegar a apresentagSo
já se

E esta mobilidade (e S forma comc em regra


realidade jS familiar.

de novo corrobora-as fixagOes de determinagSo


corrobora— sempre

estabe lecidas sobre o campo de f a.mi iar idade ) e jus


horizontaimente
dos nũcleos de incidên
tamente muito prôxima daquela que , a partir

sucess ivamente se vai


passa^ndo, constitui os prôprios
cia por que

vlu, o efeito de semelhante mobilida


de incadencia. Ccmo se
campos

entre os sucessivos nũcleos de


de tai faz acagar a diferenga
e que

seja ate difieii identif icS-Ios separadamente ,

incidencia ( f az que

estS jS nos cair^os de inciden-


de sorte que se sempre
isolS-los),

de cada vez o nucleo cobre. Ora,


nSo apenas nas partes que
cia e

de incidencia nSo se
entre os diferentes campos
embora as ligagOes
interior de cada campo
tsc imediatas e tSo estreitas quanto no
jam
da relagSo entre os diferen
também neste outro caso
de incidencia,

mobilidade (o seu exercicio e, mesmo


tes campos de incidencia a

de ser possivel, de es
nSo e exercitada, a impressSc globai
quando
de inciden-
aberta e sempre "ao dispor") faz integrar cada campo
tar

dos outros por que também circula, acen-


cia na esfera mais vasta

2?!
tua em cada um o carScter de mero elemento dessa esfera mais vasta

de elemento da esfera correspondente ao campo de


(quer dizer, mero

fami liaridade no seu todo).

Todo este concurso de circunstSncias leva a que, nSo obstante

na sua presenga habitual o campo de inciden-


todas as diferengas,

de f ami 1 iaridade surjam muito mais marcados por con-


cia e o campo

tinuidade do que por descontinuidade . A falta de acentuagâo das di-

entre eles, a paridade da impressSo de dominio que hS em


ferengas

tais para todos os efeitos, o modo como apa-


ambos, sã.o mesmo que ,

habitualmente se aproxima muito de uma total fusâo, indistin-


recem

relevo
gâo. As muito signif icativas diferengas que se puseram em

costumam marcar-se E, mesmo quando quaiquer razSo fae que pre-


nSo .

ostensiva de algo que estS no campo de


cisemos ce uma apresentagSo

nSo no campo de incidôncia, de tai forma porem


fami 1 iaridade, mas

hS passar a uma apresentagSo ostensiva dis-


que nSo condigOes para

deste modo se dS a sentir a que ponto de facto sSo


so (mesmo quando

"registos" diferentes de
diferentes e a que ponto ccrrespondem a

ter e nSo ter)


mesmo nestas circunstâncias a diferenga acusa-se,

scmente a respeito daquilo que de cada vez estS


tende a acusar-se

manter-se apagada difusa, a respeito do demais.


em jogo e a ,

normalmente reir.a rescei-


Deste modo, na ôptiea distraida que a

de tudo isto, os dois, o campc de incidôncia e o campo de fami-


eo

nunca
liaridade confundem-se de facto —
e aquilo em que nos vemos e

sO a "ciareira" do campo de incidencia, mas sempre jS a clareira,

muito mais extensa, de todo o campo de f ami 1 iaridade , onde aque 1 e

constitui um mero momentc .

este levantamento da presenga disso a que se chama campo


Todo

272
das suas características dos seus efeitos, etc,
de familiaridade, ,

anSlise do esbatimento dos limites do


teve como ponto de partida a

de incidencia. 0 campo de f ami 1 iaridade e o mo-


núcleo sc. do campc

o para-lS do campo de incidencia com determinagOes


do como preenche

se sabem, apareceu a desempenhar uma fungSo adjuvan


conhecidas, que

esbatimento dos limites do campo de incidência—


te em relagSo ao

o exterior desses limites nSo


contribuindo decisivamente para que

de total incôgnita e para que, correlativa-


aparega como um campo

ainda se achem marcados, nSo surjam como


mente, esses limites, que

esfera de dominio) e uma esfera


limites entre a apresentagSo (uma

de total obscuridade, de total incdgnr.ta.

de f ami 1 iaridade desta forma veio a manifestar-


Mas, se o campo

do esbatimento dos limites do campo de incidên


-se como um reforgo

esbatimento dos limites deste nSo e a unica


cia, outro lado o
por

do esbatimsnto dos 1 imites tem na con-


intervengSo que o fenômeno

formagSo da nossa perspectiva.


de apresentagSo nSo estl de-
Vendo bem, com efeito, se o campo

de fami 1 iaridade funde-se com ele, sem qualquer


marcado do campo ,

de fronteiras (e, em especial, sem que a dimi


efectiva delimitagSo

se tem relativamente ao campo de


de eficâcia do acesso que
nuigSo

como tal e faga registar o inicio de qualquer


famiiiaridade aparega

sua vez c campo de f ami 1 iaridade tam-


campo de esconcimento ) , por

tai fcrma esteja efecf ivamente fixadc


bem nao se configura de que

concretamente acaba, quais sSo def inidamente as partes


onde e que

dos horizontes externos que estSo exploradas e nSo expioradas na

veio a con-
quais aqueias cuja exploragSo se
experiencia passada,

residuo perman ntemente .

verter num

mai, difuso do de f ami 1 iaridade e a di


carscter campo
0 prdprio
de determinagSo que como se viu, reina a seu
minuigSo da exigencia ,

nSo se torne no-


essa indefinigSo e ajudam a que
respeito propiciam
Mas de facto, se tiver de
compl etamente despercebida ,
.

tada e passe

07"î
indicar com precisSo até onde se estende o campo de fami 1 iaridade ,

onde é que ,
concretamente , comegam os campos de realidade nâo pre-

enchidos por determinagOes de fami liaridade ,


experimento ainda mais

dificuldade do que no caso do campo de incidência. A princípio não

"

se oferece senâo como que um "vazio", uma total indisponibil idade" ,

me obriga a ter de ir S procura desses limites. E, por outro la


que

do, mesmo quando chego a encontrar algo, aquilo que encontro é de

modo muito diferente do que corresponderia S finitude


qualquer que

reconhego para o campo de f ami 1 iaridade . Com efeito, em nenhuma di-

(no ou no tempo) concebo o campo de f ami 1 iaridade co-


recgSo espago

mo um doininio ilimitado —

para todas a tese de finitude que tenhc a

seu respeito impiica algures uma fronteira. Ora, mesmo quando chego

a encontrar fronteiras do campo de f ami 1 iaridade , o que consigc i-

dentificar sSo algumas linhas de demarcagSo, aqui e ali nesta e na-

seja, "trogos" disperscs de fronteira nada


quela direcgSo, ou que

sequer de longe se assemelhe ao tragado de uma clareira estendendo

-se def i nidamente em todas as direcgOes até estes e aqueles pontos

de limits. Quer dizer, mesmo que chegue a conseguir identificar li^

mites do campo de f ami I iaridade (e na maior parte dos casos nSo se

insistir o suficiente para que tal acontega), o que se de-


chega a

senha nSo e mais dc q'-ie "trogos" soltos, perdidos num nevoeiro de

indefinicSo, de au3ôncia de linhas demarcadas de termo do campo de

fami I iaridade e de comego dos campos de escondimento correspondsn-

tes S inoompletude que se reccnhece ser a sua . HS uma evidencia de

que o campo de f ami 1 iar idade nSo esgota a realiiade, cobre sô uma

parte dela. Mas ,


por outro lado, essa incompletude do campo de fa-

miliaridade que assim se sabe nSo estS concretizada em nenhum tra-

gado definido de fronteiras.

Sendo assim, que efeito exerce este singular estado-de-coisas so

bre a perspectiva que de cada vez se tem, a auto-aval iagSo do aces

sc em que de cada vez nos vemos?

274
limites do campo de familiaridade pode á pri-
0 esbatimento dos
de incidência meramente re
meira vista parecer uma particularidade
desse e sem ne-
á periferia campo
gional, dizendo respeito apenas

14 da imprecisao que revela no acompanha-


nhuma consequência para

Mas de facto constitui um íac-


mento desses sectores de periferia.

aspecto do campo de familiari-


modifica todo o
tor que globalmente
mesmo muito diferen-
atribuindo-lhe uma amplitude muito, mas
dade,
reais fronteiras) e
te da que de facto tem (muito para lâ das suas

a conf iguragâo, quer dizer, confermdo-


alterando-lhe por completo
diversa da sua confi-
-Ihe uma confÍÆiEâaão_aBarente completamente

guragSo real .

de f ami 1 iaridade em que de cada vez me vejo apa-


Assim, o campo

como um campo aberto que se prolonga a partir


rece-me normalmente

numa exrensão indefinida. Pese embora


de mim em todas as direc?3es

(e que comeca des-


tal caracter izagao tem de Inadequado
tudo o que

como sublinhado, o campo de fami


de logo pelo facto de justamente,
limizes definiios e,
apresentar em regra sem quaisquer
liaridade se

u
a ser convenientemente representado por
por isso, não se prestar
carâc-
o campo de f ami ■
iaridade tem inexpl icitamente o

raa figura),
tem o seu centro em mim
coisa comc uma esíera que
ter de qualquer
prolonga indef inidamente
a
enconcro) e que se
de oada vec me
(onde
todo o conjunco de
k minha voiza. Por tal sorte que
partir de mim,

indef inidamer.-.e aberta esta,


nessa esíera
realidades compreendidas
me encontro, exposco a
acesso em que
no fundamental, varrido pelo
nao obs
sob dominio Naturalmente que esta perspec-.iva
eie— dado
.
e

o raeu ponto de vista


ta ao reconhecimento de aiguns aspectos que

ou nao percebe. Es
se Ihe escondem, que desconhece
nao domina, que

um carac-
procurou mostrar,
com
como se
ses aspectos surgem porem,
n3o res
lacunas num territôrio absolutamente "conquistado" ,

ter de
indefini-
de forma signi í icativa esse aspecto de"espa9o"
tringindo
direccaes, que o campo de
estendendo-se era todas as
damente aberto ,

2-r
familiaridade parece ter na apresentagSo de que normalmente dispo-

nho .

É assim, exemplo, que sentado S minha secretSria, na casa


por ,

habito em Lisboa, tenho comigo a continuagão do mundo S minha


que

volta, o espago da cidade que me rodeia. Sem que particularmente

pense nisso, em virtude da nSo demarcagSo dos limites, perspectivo

assim o meu acesso S cidade como uma ciareira indef inidamen


sempre

te extensa, como uma esfera que se estende igualmente em todas as

S minha voita e que nSo tem a pôr-lhe termo nenhum limi-


direcgOes

nada refira a presenga de campos de escondimento


te prôximo, que
.

Pode que a extensSo dessa clareira nSo e assim tSo in-


parecer

definida ou nâo tem esse aspecto de propagagSo homogénea em todas

as direcgOes que se pretende traduzir ao dizer que tem o aspecto

de ccisa como uma esfera.


quaiquer

Que é assim, porém (que costumo estar nesta globalizagSo e ex-

do de f ami 1 iaridade que me rodeia na cidade


tensSo aparente campo

e tal extensSo tem uma amplitude iiimitada), isso percebe-se


que

se se ccnseguir procsdsr a um minimo de marcagSo dos limites do can

de f ami 1 iaridade

percebe-se a partir da flagrante "mudanga de


po

uma tal marcagSo traz consigo.


ôptica" que

Com efeito, se é grande a cifieuldade que se opûe a identifica-

dos limites do campo de f amil iaridade nSo é, apesar disso, to


gSo ,

talmente impossivel conseguir pelo menos alguma apercepgSo de tais

limites. E, ao conseguir de facto obter algum tragadc deles, evi-

dencia-se inequivocamente, por ccntraste, como a sua ausencia na a

ef ectivamente global izagSo uma


presentagSo habitual produz uma e

difusSo aparente do eampo de f ami i iaridade , em virtude das quais

muito mais ccmpacto e muito mais extenso do que e.


parece

Pois, a despeito de a rsalidade que me rodeia ser, se assim se

dizer, a minha cidade, a despeito de desde 3empre viver cS e


pode

a conhecer re lat i vament s bem, ao empreender um tragado dos limites

276
incompar ave 1
-

da cidade revela-se-me de facto


aquilo que acompanho

normalmente me parece e o campo de accm


nmnte mais acanhado do que

de nor-
emerge com uma configuragao muito irregular que
panhamento
tenho a mais remota ideia.
malmente nSo

de f ami 1 iaridade que de cada vez tenho cons


Na verdade, o campo

da realidade que me cerca é extraordinariamente


tituído no quadro
aspectos mais distantes mas
fragment&rlo, nSo apenas em relagSo a

ao que é mais prôximo. E isto numa amplitude que


mesmo em relagSo

dos limites na perspectiva habitual deixa completamen


o apagamento

te adivinhar— quase faz parecer nSo ser possível.


por

de mim, a muito pequena distân


Em primeiro lugar, muito prôximo

abismo de real desconhecido al-


abre-se, como se referiu, um ,

cia,

nem sei ccmo é (e que se prolonga ele


a que nunca tive acesso
go

de dimensOes imensas escondido


sim indefinidamente como um espago

se situa sob
de vista) : tudo (o que quer que seja) que
do meu ponto
co-
o chSo, sob a terra— isso cuja escondida realidade quase sempre

de mim, muitas vezes mesmo debaixo


a muito poucos metros
mega logo

dos meus pés .

o horizonte de escondimento que ai se a-


Se olhar a sério para

de nSc-ti-
conseguir libertar a correspondente notificagSo
br9, se

natural tendencia se conserva presa,


do do esbatimento em que por

de fami 1 iaridade e da forma como cos


do meu campo
o aspecto global

rodeado por eie modifica-se. Fica tragada muito prô-


tumo sentir-me

desconhecido abre-se um campo de


xima de mim um.a fronteira com o ,

nSc me apercebo
cuja presenga normalmente
.

latencia de

se me
situa debaixo do chSc, esse campo que
0 campo do que se

do chSo ve-
prolcngada a partir que
numa continuagSo sempre
indica
me encontro e in
ao qual o acesso em que
um campo em rsiagSo
JQ( e

acompanhado. Posso
nSo tenho verdadeiramente
teiramente cego, que

como
nogdes de geologia e imaginar mais ou menos
dispor de algumas

um efectivo acompanhamento da
serS, mas nunca isto corresponde a

277
concreta da realidade que se estende por debaixo desta
sequencia

sala, na continuagSo de quilômetros e quilômetros que se me indica,

até ao outro lado da terra e para 1S. Por efeito de um peculiar fe

normalmente tenho como que tem posto en-


nômeno, a perspectiva que

nSo atende estS afectada


tre parenteses este horizonte, o , por um

distrai "cega" relativamente a


particular condicionamento a e
que

como horizontes de continuagSo fundamental-


ele (fazendo aparecer

mente os horizontes em volta de mim —

e, quando muito, mas sô secun

dariamente, acima de mim) . Mas, por outro lado, incidindo o olhar

sobre ele e suprimindo-se esse total alheamento que normalmente

reina a seu respeito, por mais que se procure sondS-io, segui-lo,

mantem-se o escondimento em que se acha. Esse nSo e um dominio que

partir de apresentagOes passadas nem e um domi-


esteja explorado a

nio a se consiga ter um acessc que o torne exposto . E o campc


que

de iatencia assim se configura e ganha presenga e quaiquer coi


que

sa de extraordinSr ias dimer.sOes . De tai forma que em todo este "la

do" de continuagSo da realidade que é o que se situa por debaixo

de onde e debaixc de tudo quanto tenho S minha volta se


estou por

abre uma "frente' de esccndimento ,


um campo de latencia na verdade

mueto maior do que o campo de tudo quanto prcpriaments estS cober-

to pela apresentagSo de que dispcnho.

lugar, hS também um limite prôximo nos prédios fron-


Sm segundc

teiros a janeia--e de que conhego propriaments aeenas as paredes ,

o revest.imento extericr. Relativamente ac que se situa para 1S dis_

so, na verdade ,
o acesso que jS tive nâo me dS de facto nada —

nun-

ca estive dentro desses predios, o seu interior jS nSo pertence ao

camDo de f ami I iaridade que tenho constituido. E, mesmo q\ie aqui ou

de relance alguma deles vislvel


ali jS haja visto parte que e pe-

las isso nSo faz recuar senSo um pouco as fronteiras do


janelas,

meu campo de f ami I iaridade



em pequenas bolsas que nâo anulam o fat

to de ,
cĩobalmente ,
a fachada dos predios corresponder de facto a

278
de fami liaridade tem o seu termo .

um limite onde o meu carnpo

é assim relativamente ao quadrante do horizonte em


Mas se isso

de um dos lados da sala em que me encontro,


que se situa a janela,

dos outros lados, onde o espago de que tenho


nSo o é menos também

diferentes ruas prôximas por que tantas vezes


acompanhamento (as

tSo bem conhego) estS igualmente contido por pare-


jS passei e que

situam campos de realidade a que de facto


des atrás das quais se

E assim também, ainda mais prôximo, S mi


tambem nunca tive acesso.

habito nos outros


nha volta e acima de mim no prôprio predio que e

Embora trate de de reali-


predios que lhe sSo contiguos. se campos

estou, se assim se pode dizer, muito


dade muito prôximos (de que

tambem eies estSo de facto fora do meu


frequentemente "a beira"),

constituem zonas "nSo acesas", para ÍS do


campo de fami 1 iaridade e

acesso de que propriamente disponho.


diferentes distSncias e com dife-
Nos diferentes quadrantes a

deste modo S minha volta uma serie de


rentes tragadcs, reveia-se

campos de la
desigualmente distribuidas comegam
, em que
fronteiras

variSveis mas de todo o modo sic


tambem eles com dimensOes
tencia,

nif icativas .

Mas estes sSo ainda sô aiguns aspectos .

ainda mais aism, no horizonts ds ccnti-


Na verdade, se atentar

bem vistas as coi


nuagSo da cidade, e fixar nitidamente aquilo que ,

de fronteiras, a dedaragSo de cam


sas, tenho dele, a mul tipi icagSo

lativamente S que
de esccndimento, a mudanga da configuragSo re
pos

desenha subvertem ainda mais o quadro naturalmente


naturalmente se

em desprevenidamente e desde sem-


estabelecido, a perspectiva que

pre me acho .

da cidade S minha volta de modo nenhum o acom-


Pois nSo tenho

naturalmente se me su
visSo abrangente, que
panhamentc compacto,
a

na rua O que tenho da ci-


quando estou em casa ou quando vou .

gere
ms
sSo de facto sô partes avulsas. S menos, incomparavelments
dade

279
do habitualmente (e em resultado de os limites se esbate-
nos que

rem) me parece.

Mais imediatamente ao pé de mim, rodeando a minha casa, estS o

bairro .
Quando assim o foco, o bairro aparece justamente ainda co-

familiar, globalmente tenho acesso. Na realidade,


mo algo de a que

se verificar, manif esta-se-me que o que dele tenho efecti-


porém,

vamente acompanhado sSo apenas algumas ruas por onde habitualmente


além das quais, de facto, nSo sei bem o que hS, porque
passo para

nunca 1S fui .
E, por outro lado, o prôprio acompanhamento que te-

nho de cada uma dessas ruas que conhego dS acesso apenas a um domi^

nio relativamente confinado, a qualquer coisa como um corredor , a-

trSs de cujas paredes os quarteirOes (toda a enorme multipl icidade

de realidades que os compOem) se mantêm fora de acesso.

E assim tambem

e ainda mais —

re lativamente ao resto da cidade,

estS muito longe de se achar tSo exploradc ccmo o prôprio bair


que

r-0__e onde ,
desse modo ,
e menos sistemStico, menos "denso" c acorr,-

de disponho, mais raros mais isolados os dominios e


panhamento que ,

fectivamente cobertos por uma apresentagSo .

De ts.l modo que , se tenho um campo de f ami i iar idade e se esse

de f ami 1 iaridade e re lativamente extenso (nSo se esgota na


campo

minha casa, estende-se para ÍS, pelo bairro e, para além dele, pe-

la cidade —

e mesmo ainda mais aiém, por diversos caminhos que dela

eartem, incluindo ate outras cidades , outros lugarss, no pais e mes

outro lado o que constitui e3se campo de


mo no estrangeiro) , por

f ami 1 iaridade que tenho aberto na realidade S minha volta nSo sSo

mais do "bolsas" de accmpanhamento num terrsno que na sua maior


que

mantém fora de acesso, sob escondimento Essas bolsas for


parte se .

mam uma rede re lativamente densa em determinadas zonas, sSo mais ra

vSo-se rarefazendo cada vez mais e to


ras noutras e, na periferia,

mando o carScter como que de caminhos de floresta, que param a meio

(com a diferenga, porém, que justamente estS esbatida essa interruo

280
caminhos da floresta, ten
contrårio do que acontece ncs
ao
gão e,

demos a nSo dar por ela) .

o ponto decisivo da mudanga de configura


E este é precisamente
f ami 1 iaridade experimenta quando se consegue
o campo de
ragão que
dos seus limites
mesmo que nSo inteiramente ,
o apagamento
suprimir,
tenho das coisas (a comegar
Todo o acompanhamento que propriamente

da minha casa, passando pelo bairro, pela cidade, pe-


pelo exterior
conhego no país etc ) caracteriza-se precisa
los outros sitios que , .

de "trilhos" de cor^
mente ser uma acumulagSo de perspectivas ,

por

horizontes que podendo ser rnais ou menos amplos,


redores, i.e.de ,

sentido de estarem semPre margina-


sSo relativamente estreitos— no
furtam ao olhar
dos barreiras, por limites atrSs dos quais se
por

incomparavelmente mais vastos .

horizontes envoiventes

a mim mesmo um inventSrio de Lisboa


Se me sentar aqui e impuser

do sitio em que vivd-ccmc


como se dispOe S minha volta a partir

me rodeia a norte, sul , este, oeste (s a


continua a realidade que

encontro con-

etc) do sitio em que me


nor-nordssts, nor-norosste ,

articulS-las na sua rela-


certamente muitas ruas ,

sigo identificar

sectores da cidade que conhe


muites que sejam os
gScetc. Mas, por

distSncia de onde me acho, come


verifico que , jS a muito pouca
co,

de identificar como continua a cidade, que quar


9o a nso ser capaz

etc se situam no seguimento do que conhego .

teirOes, ruas , cragas ,


.

mesmo nas zonas mais familiares, em cue conhego a


?or outro lado,

vendo bem, sSo re lativamente pou-


maior parte das ruas (zonas que ,

o hS entre as diferentes ruas que


cas), se tentar identificar que

cada vez maiores de


comegam a abrir-se espagos
me sSo familiares,

de na verdade nSo tenho aprs-


desconhecidos espagos que
terrenos ,

fora do meu campo de familiarida-


ssntagSo, nSo acompanho— já caem

de.

extraordinSrio ponto, tSo di-


Percebo entSo a que ponto (a que

aquilo tenho
sugere) que
impressSo que naturalmente
se
ferente da

261
patente, sSo retalhos —

propriamente conhecido, apenas como que u-

de caminhos e lugares a claro, perdidos na mas-


ma filigrana esparsa

sa escondida da cidade.

Naturalmente que estes diversos trilhos ou corredores estSo ar

ticulados entre si por uma perspectiva que os conjuga e integra num

sistema global de articulagSo.

Mas cambém aqui a perspectiva em que se acham esta longe, mui-

to da clareza desprevenidamente suponho ser a sua, na de


longe, que

terminagSo da posigSo reciproca dos diversos trogos conhecidos, na

de tudo achar-se dada Esse sis-


sinopse que dela apesar me parece .

tema nSo é de facto um sistema de distribuigSo precisa dos diver-

sos "trogos" no espago da cidade no seu todo (como se de facto ti-

coisa como a perspectiva de conjunto que se oferece


vesse qualquer

antes somente um sistema integrado de itinerSrios


num mapa) , mas ,

em que a localizagSo dcs espagos se faz fundamentalmente pelo cami-

nho ou caminhos que a eles conduzem. ĩsto de tal mcdo que ,


em vir-

tude do iesconhecimento do todc e tambem por deficiente articulagSo

entre os caminhos conhecidos, com alguma frequencia se vem a desco-

brir ruas etc q\ie eram tidas por nSo prôximas umas das ou-
que ,
.
,

estavam localizadas por caminhos muito difersntes s qus


tras (que

isso nSc tinham nada a indicar a sua proximidade) se acham na


por

verdade muito perto. Isto vale para as ruas da cidade e vale tam-

bém oara os interiores (as escadas, os apartamentos , etc . ) que nela

conhego. Tambem aqui a visSc global de que disponhc correspor.de ao

dominio de um conjunto de itinerSrios, so parcialmente integrados,

articulados, de tai modo que em relagSo a muitos predios que ,


ape-

sar de tudo ,
peio menos em parte conhego, teria uma grande dificul-

dade em estabelecer com precisSo a respectiva pianta e a posigSo

das suas dependencias re ĩativamente Ss partes que conhego da cidade

iado dS este e aquele quarto, em que posigSo estS relati-


(para que

vamente Ss ruas que conhegc, etc) .

282
tenho de facto é esse conjunto de corredores,
Resumindo, o que

menos "batidos", com poucos ele


nuns pontos mais raros e dispersos,

noutros fornecendo um quadro mais denso , emaranhado ; nalguns


mentos,

mais ciaramente articulado, noutros menos— mas de qualquer


sectores

modo no seu conjunto sempre apenas f ragmentSrio , sempre marginado

muito mais vastos do que as "bolsas", os fi-


por campos de latencia

de que na verdade disponho.


lamentos de apresentagâo
horizonte da realidade ef ectivamente acompa
De tal sorte que o

claro dizer— exac


nhada tem— talvez assim fique mais o que se quer

tamente a configuragão caprichosa, recortada e a amplitude relati-

horizonte de se move num


estreita que caracterizam o quem
vamente

como num iabirinto, esse horizonte estS


labirinto. E de sorte que,

continuamente marginado por limites prôximos— onde comegam campos

do bolsas, os fragmentcs de a-
de latencia muito mais vastos que as

acham constituídos .

companhamento que

familiares, muitas mais sSo as ou


Por muitas ruas que me sejam

do e maior, muito maior ain


volta estSo fora meu campo,
tras em que

se acha entre elas.


da e o dominio de tudo aquilo que

Mesmo em cada rua que conhego, muito poucos sSo os predios em

vez entrei e, desses, sô conhego a maior parte das vezes


que alguma
Nada mais. Tudo o resto,
a escada e, quando muito, um apartamento.

das exteriores nessas ruas


tudo o que se situa por detrSs paredes

da cidade, nas imimeras ruas


e tuco o que se situa na ccntinuagSo ,

de todo nSo conhego, constitui, se assim se pode di-


bairros, que

um mar de realidade a que nSo me estS dado acesso, sô aqui e


zer,

De tai mcdo que em


ali interrompido por corredores jS explorados.

me encontre de todo o lado estou rodeado por


qualquer sitio em que

do meu campo de f ami 1 iaridade ,


que se estende em fiiigrana
iimites

"boisas", envolvidos por um


por diferentes "bragos', sempre
hori~^2
realidade se furta ao meu acesso.
de vista de que
eonte a perder
S cidade, e-o ainda muito mais se
E se isto é assim em relagSo

233
considerar o Smbito de realidade que se estende para 1S dela. Os

corredores de acesso ef ectivamente aberto tornam-se ai ainda mais

raros, em desproporgSo acrescida relativamente a um horizonte de

53
realidade fora de acesso cada vez maior.

Ora, sendo de facto esta a configuragão que ef ectivamente tem o

de f ami 1 iaridade que de cada vez tenho aberto na realidade S


campo

minha volta, nâo é de modo nenhum assim que normalmente o vejo.NSo

tenho normalmente nenhuma apercepgSo deste carácter recortado, la-

birintico do campo de f ami liaridade e da pequenez das suas dimen-

sOes, da sua estreiteza, da proximidade dos seus limites e dos cam

cos de lutencia que deixa persistir em meu redcr. Experimento, por

quando deste modo de-


isso, uma grande a!teragSo--uma surpresa se

senha a verdadeira dimensSo e o verdadeiro formato do meu campo de

fami 1 iaridade .

Esta alteragSo, esta surpresa--o contraste a que corresponde


extensSo e o sentido do efeito produzi_


permitern precisamente ver a

dos limites do de f ami 1 iaridade : modo


do pelo esbatimento campo o

como semelhante esbatimento altera o aspecto desse campo s lhe em-

presta determinagOes diferentes das que ef ectivamente sSo as suas .

Aquilo que em primeiro lugar chama a atengSo e a mudanga que cor

resoonde S perda do carScter compacto que o campc de f ami 1 iaridade

desnrevenidamente parscs tsr. Havendo um minimo de marcagSo dos li_

mites do campo de f ami 1 iaridade , o que passa a aparecer e novo por

carScter recortado onde nSo se fazia sentir nada desse


que pOe um

pOe estreiteza onde a impressSo era de algo desafo-


género, porque

gado , largc, porque desenha uma configuragSo ccmo que arborescente

fragmentSria, onde antes nSo se apresentava nada disso mas um cam-

perf eitamente cheio Quer dizer, c esbatimento dos limites dc


po
.

de f ami 1 iaridade tem um efeito como que de arredondamento do


campo

fazendo desaparecer todos os hiatos conf erindo-lhe o carSc


campo,
,

"

ter de aigo sem interrupgũes ,


"preenchendo e incorporando no cam-

284
esferas d.e latencia que nele estSo en
de familiaridade todas as
po

ele estS entremeado, em cujo seio cor


em
tremeadas (ou melhor, que

De tal modo o la
os seus "veios", as suas "ramif icagOes" ) .
que
rem

como tal mas como um


de f ami 1 iaridade não aparece
birinto do campo

"varrido" t esse efeito de arredondamento que possi-


campo aberto, .

cada rodeado (em tc


o campo de incidencia aparega de vez
bilita que

de f ami 1 iaridade De facto, o


direcgOes rodeado) pelo
.

das as
campo

é muito frequentemente confim de dominios


directamente apresentado
se esteve, de que pro-
de realidade nunca explorados (onde nunca

do esbatimento dos limites


nada se viu) . Mas , por forga
priamente
do efeito de arredondamento virtual que
do campo de f ami 1 iaridade e

"

pela fami-
"

esses dominios aparecem como que contagiados


provoca
os ladeiam, fundem-se com
liaridade dos trogos jS acompanhados que

me sinto rodeado por


de tal modo que em todas as direcgOes
eles,

sem nenhiima mengSo de desconhecimento .

algo que domino,


a marcagSo dos
Isto um lado. Por outro lado, ao produzir-se
por

de f ami 1 iaridade a modificagSo que se experimenta


limites do campo

a uma extraordinSria contracg^o, retracsSo desse


equivale como que

fronteiras muito mais prôximas de nôs: jS a-

campo, que recua para

de metros
debaixo de mim, no chSo ,
ou a algumas dezenas
qui, mesmo

no
dos prédios aí em f rente , ou nas prôprias paredes e
nas paredes
confina com as zonas des
me encontro (onde ela
tscto da casa sm que

acaba o campo de f ami I iaridade , co-


conhecidas do resto do predio),

campos de latencia.
megam
ti
isso que anteriormente o campo de apresentagSo
NSo significa
assim se desloca para mais per-
vesse um limite mais_ af astado ,
que

limites, o campo de familiarida


to. De facto, antes da focagem dos

nSo acabava def inidamente em sitio nenhum, apesar


de me via
em que

se me aprssentar como finito. Simpl esmente ,


essa
de desde sempre

de f ami 1 iaridade essa omissSo


da fronteira do campo
,

indefini.gSo

localizagSo dos seus limites contitui precisamen-


completa sobre a

28Q
te uma forma peculiar de extensa.0 desse campo, traz consigo uma es

de difusao, de alargamento dele, em virtude do qual parece


pécie

muito maior do o que na verdade se configura ao fazer uma deli.


que

ef ectivamente estS nSo


mitagSo rninimamente rigorosa daquilo que e

estS inciuído nele. A ausôncia de marcagSo de limites resulta numa

ou dilatagão indefinida do campo de famil iaridade . Essa


propagagSo

propagagSo ou dilatagSo tem uma indole singular, pois nSo se cons-

titui se seguirem distintamente as diferentes regiOes a que se


por

estende (def inidamente mais esta e mais aquela), por nSo ter nada

DS-se precisamente dis-


que ver som uma focagem dessas regifles. na

na desf ocaqem a respeito de ate onde vai o campo de fami_


tracgSo s

liaridade —

no nSo-olhar-para-isso . De tal forma, porem, que esse

nSo-olhar e a ausôncia de limites demarcados que lhe corresponde

o mesmo efeito que dêcorreria de uma indicagSo


produzem justamente

de Numa palavra, a ausência de marcagSo de li_


positivå propagagão .

nenhurra r.eutral idade reiativamente Ss dimen-


mites nSo equivaie a

sOes do deixancc totaimente aberta a respectiva fixagSo. NSc


campo,

estando delimitadas as fronteiras do campo de famil iaridade , a dife

estS prcpriamente patente a partir das aprs


ren^a entre aquilo que

aquilo de que 3ô se tem indicagSo como hori-


sentagOes passadas e

estando apresentado, manifesto) não se impOe, apaga-se


zonts (nSo ,

e o camro de f ami I iaridade funde-3e com os seus horizonte3, como

se se estendesse por eles fora. E e essa a razSo por que , embora

transf erência das fronteiras de uma posigSo


nSo corresponda a uma

def inida, mais afastada, para uma posigSo mais prôxima, a delimita

-âo do de f ami I iaridade e sentida ccmo um drSsticc recuo de


campo

fronteiras , uma drSstiea retracgSo do campo de f ami 1 iaridade .

esbatimento dos li-


Torna-se claro a partir daqui a que ponto o

mites dc campo de f ami 1 iaridade estS longe de dizer respeito ape-

nas a pormenores do que se passa na periferia desse campo (S loca

limites, posigOes mais prôximas mai:


lizagSo precisa dos seus sm ou

286
me
desenhando um campo ligeiramente mais ou ligeiramente
afastadas,

tem relevSncia a ma-


tal modo no fundo nSo para
que
nos amplo)-de
coisas, o estatuto de que se
para
neira como globalmente vejo as

tenho Torna-se claro a que pon


mim a apresentagSo que .

reveste para

de fami 1 iaridade constitui de


limites do campo
to o esbatimento dos

modo como o meu ponto de vista de ca-


o
facto algo de decisivo para
de tem apresen-
da vez globalmente se percebe e percebe aquilo que

tenho feito do a-
o reconhecimento que
tagSo, algo de decisivo para
esbatimento dos iimites,
estou, da sua amplitude: esse
cesso em que

indefinida que provoca e que intro-


o arredondamento e a dilatagSo

nermalmente domina a apresen-


duzem a perspectiva de desafogo que

esbatimento dos li
tagSo. Introduzida, em "primeira instancia"pelo
deste com o campo de fa-
mites do campo de incidencia e pela fusSo

do que parece coberto e dominado pela a-


miliaridade, essa expansSo
de esba-
de que se dispCe dS nesta "segunda instSncia"
presentagso
decisivo e, se assim se pode dizer, um
timentc de limites um passo

na verdade, a "dilatagSo" que aqui se o-

'•passo de gigante"--pois,
indefinida, i.e., indef inidamente continuada,
pera é uma dilatagSo

nada que a pare .

sem

consentSneo com um outro fac


?cde isto parecer estranho e pouco

se tem, de que o campc


inegSvel: a nogSc, que sempre
to, que parece

nSo se estende por todos os horizontes-


de familiaridade e finito,

maior deies) fora do seu


(e ate mesmo a parte
deixa uma grande parte

quadro .

decisivo cujo esc larecimento


Precisamente aqui toca-se o ponto

o esbatimento dos limites contribui pa-


em relevo como
permite pOr
relagSo aos ho-
ra neutralizar o reconhecimento da incompietude em

esse reconhecimento com a for


rizontes exteriores e para congragar

ma natural da finitude.

dos limites do campo de f ami 1 iaridade e


De facto, o esbattmento

familiaridade que dele resul-


do campo de ,

a propagagso indefinida

287
nâo obstam a haja reconhecimento da existencia de um exte-
ta, que

rior do campo de f ami 1 iaridade e até mesmo de que esse exterior é

de dimensOes incomensurave Imente superiores Ss do campo de familia

ridade no seu todo . Os dois aspectos coexistem numa singular forma

examinar no fundamental dos seus nexos


de articulagSo, que cumpre .

ter em consideragâo é aquele que


0 primeiro aspecto a correspon

indefinida do campo de fami liaridade .0 que nela es


de S propagagSo

tS é um adiamento indefinido do comego do exterior do cam-


em jogo

de famil iaridade o qual sem que se pense nisso, é afastado da


po , ,

se estS, 1 evado para fora da sua esfera de proximi-


posigSo em que

0
"

longe" de que aqui se trata e de uma Indoie


dade ,
posto long^e.

iar dif erente da que mais imediatamente tendemos a supcr— nao


pecul ,

de um afastamento definido, de uma distsncia claramen-


e o "longe"

te estabeiecida de grandes dimensOes, ou seja, nSo é o ionge deter-

minado a partir de uma sincpse do intervaĩo entre duas posigOes.

S antes o "lcnce" constituído peia mul tipi icagSo indefinida de pas

sos no "caminho" entre a pcsigSo onde se estS e aquela de que esses

nos separam, de tal modo que de onde se estS ate Squilo que
passos

assim fica ionge hS sempre ainda mais passos interpostos e de tal

modo mais que se avance, se estS sempre ainda aquem disso


que , por

e com um numero indef inidamente multiplicado de passos a dar ate

1S. Como se aeer.tuou, e este tipo de perspectiva que carac-


chegar

teriza a perscectiva da continuagSo da reaiidade nos horizontes ex

ternos. E o e prôprio deste tipo de perspectiva e precisamente


que

o facto de nSo apresentar nenhuma extensSo definida, nenhum apre-

sentado de "contornos" claros, antes "desembocar" como que num eer

der-de-vista ( num deixar de seguir, numa suspensSo e dissolugSo da

focagem, que todavia nSo se sente como tal). Como se acentuou, tra

ta-se de uma forma de apresentagão que se caracteriza sem dCvida p<

lo seu carScter nebuloso, mas que nem por isso deixa de constituir

forma prôpria de determina-


um tipo peculiar de perspectiva e uma

288
gSo .

a-
Ora esta forma peculiar de perspectiva— é esse o aspecto que

foco— tem um
estS em jogo e que importa especialmente pOr em
gora
"

é capaz de
"
inf initizar , se assim se po-
tal efeito de ôptica que

intervalos reconhecidos como f initos . E é algo deste gé-


de dizer,

indefinido do campo de familia-


nero que se passa no prolongamento

esbatimento dos seus limites. Embora haja


ridade a que dS lugar o

de f ami 1 iaridade é finito e embora uma ele-


a nogâo de que o campo

horizontes externos leve a reconhecê-lo co


mentar ccnsideragSo dos

de horizontes nSo acompanhados mui


mo um pequeno enciave no quadro

to mais vastos, essa perspectiva carece de facto de qualquer efei-

to iimitador do campo de fami 1 iaridade . Mesmo havendo o inequivoco

de f ami 1 iaridade tem uma "abertura"


reconhecimento de que o campo

qualquer coisa como um intervalo) , essa pecu


finita (corresponde a

e a que corresponde S interposigSo de


liar forma de perspectiva que

ainda mais distSncia) entre a


uma distsncia indefinida (de sempre

termo do campo de f ami 1 iaridade "desfi-


em que se estS e o
posig-So
do de fami 1 iaridade de que nos
nitiza" de facto a extensSo campo

indef inidamente o "interior" do interva


vemos rodeados, multipiica

seu fim nSo sstsja S vista, fi-


corresconde, fazendo cue o
lo a que

num indefinido mais para 1A.


que sempre

fami 1 iaridade com o aspectc de um


Desta forma, o campo de surge

mais convicto que seja o rsco-


acesso indef inidamente aberto e, por

do de familaridade e de que
nhecimento de que hS um extsrior campo

maior ele, os ho-


esse exterior e de facto incomensuravelmente que

a esse sxterior nSo comegam em nenhum si-


rizontes correspondentes
nSo comecam mesmo concretamente em lado ne-
tio S vista —

e de facto

nhum.

do de fami 1 iaridade e reconhecidamente


Assim, o exterior campo


reina uma evidencia de que as-
muito maior do que o prôprio campo

da das fronteiras do
sim e. Mas, pcr outro lado, por forga diiagSo

28Q
campo de fami 1 iaridade , esse exterior do campo de fami 1 iaridade ca

rece de qualquer comego definido no prôprio campo de apresentagSo

em concretamente se estS e, por isso, nSo tem nenhuma presenga


que

efectiva nesse campo . Por outras palavras, o reconhecimento do ex-

terior, o reconhecimento da grandiosidade das suas dimensOes e da

relagSo de fami 1 iaridade


sua esmagadora superioridade em ao campo ,

como "paira" sobre o campo de apresentagSo concreta, sem ter


que

nada Ihe corresponda e lhe de corpo nele.


que

O esbatimento dos limites e, com ele, o diferimento indefinido

das fronteiras do campo de fami 1 iaridade faz que ,


por mais convic-

to e evidente que seja o reeonhecimento de um exterior, continue

a nSc haver qualquer delimitagSo concreta que os ponha efec


sempre

tivamente em articulagSo um com o outro . As duas perspectivas man-

tem-se em registos separados (e uma delas, a do reconhecimento do

extericr do campo de fami 1 i aridade , totalmente privada de insergSo

vejo). De tal mcdo exterior


na situagâo eoncreta em que me que o

reconhecido em nenhum iugar "toca" o campc de f ami 1 iaridade , em ne

nhum lugar assoma naquilo que me rodeia. E, se o reconhecimento de

um exterior muito maior do que o campo de f ami 1 iaridade parece ser

suficiente fazer desenhar uma relagSo de forgas entre o acom-


para

nSo acompanhado inversa da que corresponde S forma na-


panhado s o

tural da finitude, na verdade ,


por forga do esbatimento dos limi-

tes do campo de fami I iaridade (e do mcdo como "afasta" —

indefinida

mente afasta —

o comego do seu exterior), o campo de latencia que

lhe corresponde (esse campo de latencia muito maior dc que o campo

de f ami 1 iaridade ) nSo chega a tomar lugar em nenhum ponto do que

concretamente nos rodeia, nSo chega a entrar em contacto com o eam

de f a.mi 1 iaridade e a estabelecer com ele, no concreto da prôpria


po

situagSo (e tanto quer dizer: de forma que se faga sentir nela) ne-

nhuma relagSo de f orgas .

Nesse sentido, em c ircunstSnc ias normais o esbatimento dos 1 imi^

290
de apresentagão onde
de f ami 1 iaridade faz que o campo
tes do campo

ocupado um campo de fa
concretamente me vejo esteja totalmente por

cede lugar a campos de latencia.


miliaridade que em parte nenhuma
limites é essa a si-
se mantém semelhante esbatimento dos
Enquanto
vemos.E sô i lusoriamente a fo
em que de facto nos
tuagSo de acesso

reconhecimentc das suas dimen-


dos horizontes exteriores, o
cagem

este estado-de-coisas e a ôptica de irrestrigSo


soes, etc, altera

a forma natural da finitude.


a que corresponde, rompendo com

tendencia
Precisamente por isso, conseguindo-se contrariar a pa

dos iimites, conseguindo-se ef ectivamente produ-


ra o esbatimento

concreta dos limites dc campo de familia


zir um minimo de marcagSo

isso introduz.A
ridade, é muitc grande a modificagSo de ôptica que

de acesso é de grande amplitude


retracgao experimentada pelo campo

indefinida, indef inidamente afas-


(a fronteira "vem" de uma posigSo

S beira) Cresce as-


tada, e passa a situar-se muito pertc— mesmo .

"

correspondente ao fac
o efeito de "cor.strigSo
sim vertiginosamente
Naturalmente que en-
(antes, na verdade nuio). ,

incompletude
,

to da
-

desenhadas sSo ainda sô "trogcs


as fronteiras ef ectivamente
quanto
"fechar" o "es
soltos (nSo tem continuidade , nSo chegam a
avulsos,

diiagSo indefinida continua a cro-


de que sSo frcnteiras), a
pago"
do campo de apre
duzir-se na maior parte dcs diversos "quadrantes"

nessa dilagSo indefinida


limites marcados perdem-se
sentagSc— os

e o efeito da sua marcagSo e de facto


se inscrsvsm
em cujo campo
uma marcagSo mais continua-
bastante reduzido. Mas ,
se se consegue

numa
o esbatimento dos limites fique inibido pelo menos
da, em que

transf ormagSo e ra-


entSo a
significativa parte
desses quadrantes,

dimensOes, eom u-
a "tomar corpo" com
dical— a incompletude comega

todos os reconhecimentos das suas


de que
ma "forga de pressSo",
antes de os limites estarem marcados ,
na
dimensOes, fsitos
grandes
fazem a mais remota ideia.
verdade não

291
2.1.1.2.2 O fenomeno da REPRESENTACAO INAUTENTĨCA DE
TQTALIDADES^^A
redugSto do esbatimento dos limites e a per3isténcia de uma

tese de adeqciagao relativamente S ideia que se faz da ex-

tensSo dos campos de escondimento nos horizonte3_ext e r i o


-

res . A aparente elasticidade da nossa capacidade de conce-

ber qrandes extensOes detecgSo do seu carâcter


ilusário a

partir da anSlise da apre3entagSo que se tem do territô-


rio portugues.A perda de acuidade na representagSo de gran-
des dimensOes, as representagOes inautentica3 de totalida-
de e o seu efeito de ocultagSo da incompl etude 0 fenome- .

no da absorgSo de todas as representagOes de dimensOes mui -

to grandes num a mesma perpectiva de Sngulo fixo a rep re-


sentagSo inautêntica de totalidade e a neutral izagSo do


crescendo de ordens de grandeza na apresenta gâo dos _h ori-
zontes exteriores. Papel da representagSo inautentica de
totalidades como travSo do reconhecimento da incompletu-
de e factor de protecgSo da forma natural da finitude. Â
inibigao das repres entagOes inautenticas de totalidade e
o "disparo" das dimensOes da incompletude .

Teda esta estrutura de eondic ionamento que assim estS ccnsti-

tuida ccm base no esbatimento dos limites dc camco de apresentagSc

(na diiatagSc aparsnte que daí rssulta, etc .


) r.So constitul, entrs-

tanto ,
o Snico factor rssponsSvel pelo carScter inefsetivc que c

reconhec imentc da i.occmp 1 stude ds facto ainda pode tsr mesmo quan-

de consideram exprsssamente os horizontes sxteriorss ac ter-


jS se

ritOrio. Mem tampcuco sucede que , uma vsz inibido ssse cor.ciciona-

mento, c reconhecimento da incomplstude se torne entSo, sô cor Í3-

so franeo., I ivre ce qualcuer empecilho e jS inteiramente emancipa-

do da forma natural da finituds.

HS ainda outros factores de condicionamento —

e em
especiai hS

um que e responsSvei pcr uma enganadcra perspectiva qus vigora quez

cuando o esbatimento dcs limites e todcs os seus efeitos se mantSm

de pé ,
quer quando se consegue chegar a uma suspensSo desfes fsnô

menos .

Assim, por um iado, mesmo que em condigOes ncrmais haia o con-

dicionamento de sistemStica diiagSo que se referiu (tal que os cam

pos de escondimento recor.hec idos nSo comegam de facto em sitio ne-

nhum e nSo entram em ccntacto ccm o campo de apresentagSo onde se

292
forma uma clara apercepgSo da or-
estS), parece ter-se de qualquer

dos horizontes de reaiidade que ficam fcra da esfe


dem de grandeza

ra de f ami 1 iar idade . ?ercebe-se bem como se multiplicam, agigantam,

elevando-se a dimensOes extraordinSrias . Parece ser-se perfeitamen

de ter ideia dessas dimensOes .

te capaz

suspende o esbatimento dos limites (e o


Por outro lado, se se

acarreta), fronteiras
arredondamento, a dilatagSo virtual que as

mais do
do campo de f ami 1 iaridade passam a tragar-se muito perto

se sugere : os campos exteriores ao territô-


que desprevenidamente
de concreto, cesenham-se ainda mais
rio deixam de carecer comego

revestem for
ciaramente na extraordir.Sria amplitcde de que se e na

maior do a do campo de
ma como a sua dimer.sSo e esmagadoramente que

familiaridade (reduzindc-o a um pequeno enciave num macigo de hcri-

cada vez maiores, que se prclcngam indsf inidaments ,


a psrdsr
zontes

ds vista). De tal modo que jS nSo parece restar lugar para nenhum

retire ef ectividade a esse rsconhscimsnto .

"amortecedcr" , que

earscs havsr ccndigOes para uma clara s ins-


Em cualcusr casc,

horizcntes exferio
euívoca acercepgSo da incompl studs em causa nos

se trate de campcs de reaiidade desconhec idcs quan-


res. Ainda que

sentido, se mantsm totai-


to Squiio que os preenche (e que ,
nesse

constituem campos de latencia) a ncticia que


mente fora de acesso, ,

de iatSncia parece ser ao menos jS intsiramsn-


temcs desses campcs

te de cs ter em perspectiva quanto a sua amplitude.


capac

de fazsr ideia da
Cra esta impressSo de que se tem capacidade

eausa nos horizontss sxtsriorss ao carnpo ds


ordsm ds grandsza sm

tai mcdo entSo uma vez inibido o esbatimen


familiaridade (de que . ,

ro dcs limites, jS nada impede que se tenha uma apercepgSc da in-

de o tido e o nSo-
completude marcada por uma relagSo forgas entre

inversa da corresponde S forma nafural) e uma


-tido claraments que

enganadora e injustif icada . A plasticidade no seguimento


impressSo
de fazer ideia deia e de
da extensSo dos horizontes e a capacidade

293
facto muito menor do que assim se sugere . E a impressSo de domínio

assim se tende a impor resulta de uma forma de condicionamento


que

que , introduzindo essa aparSncia de abertura para as dimensOes dos

horizontes em causa, fecha justamente a nossa perspectiva e prende-

-a a um mcdo de ver que esconde essas dimensfles e faz esquecer, per

der de vista a amplitude de que na verdade se revestem.

Se observar que tipo de perspectiva se constitui quando volvo

o olhar para o extericr dc campc de f ami 1 iaridade , verifico que ,

quer se fixe sebre um cererm i r.ado horizonte. quer siga uma su-

cessSc de ambitcs de incidsncia cada vee mais lacos e mais abrau-

gentss (Portugai", a Europa, a Terra, o Sistsma Solar, etc .


) , aqui-

lo se ofsrscs a consideragSo e de cada vez a apresentagSo de u


que

ma total îdade —

ce uma muitipi ie idade de entidades, accntecimen~.es,

stc cus por asstm dieer, se rsúnsm na dsiimitagSo de um horizonte

abrar.gsnte que cs inclui.

Ao cor.siderar esses uorizcntss assim constituidos . essas tota-

lidades de grandes dimensdes, a tendsncia naturai do meu ponto de

vista é oara os perspectivar ccmo se os acompanhasse na fixacSo do

SmĨDÍto que Ihes corrssponde .

0 acresentado qus ss eenstitui em corrsspondsncia a cada uma

'

destas nogfles ("Lisbca", "Portugal", "a Eurcpa ,


"a Terra" , etc . ) a-

presenta-se imperceptive Imente comc sendo o prôprio horizonte que

de cada vez ests em causa, comc constituindo uma cobertura adequa-

da dele (como se a perspectiva tida os pereerresse, como se esses

hcrizontss estivessem dominados s se achasse ccrrectaments perceb_i

da a sua ampiitude). Cu seja, a ncticia que se tem das totalidades

vale apresentagSo efectiva dessas totaiidades —

em causa comc uma

294
como se tivesse um ponto de vista capaz de as enxergar, perfeitamen

extensSo De tal mcdo que a mengSo desses


te ciente da respectiva .

horizontes nSo suscita qualquer apercepgSo de escondimento a respei-

do respectivo grau de gran-


to da sua dimensSo e, independentemente

nSo faz que eu experimente qualquer ultrapassagem, qualquer


deza,

do meu ponto de vista relativamente Squilo de que se


incapacidade

trata .

curso normal da minha vida incido sobre


Isto é assim quando no

numa conversa, por exemplo, ao ouvir as notí-


estas totalidades (e,
"

indicagOes "Portugai "a Euro-


cias, ao ler o jornal, compreendo as ,

GalSxia, etc.) Mas issc e assim tambem—


"o Sistema Solar", a .

pa',

decisivo— quando considerc mais detidamente


e esse e aqui o ponto

os horizontes em causa, quandc jS com aiguma nitidez os percebo co

mo hcrizontes que comportam escondimento e ats mesmo quar.do essa

esconcimentc jS se apoia em idsnti f ieagOes concrstas


pereepgSc de

do sscondimentc de que se trata.

sxsmpio, surpresndo no ssu carSctsr es-


Com efeito, quando , por

hâ em Lisboa mas se situa para 1S dos fraamen-


condidc tudo quanto

tenho tido acesso, a situagSo em que me acho


na verdade
tns^_que

a ssse horizonts qus rsconhsgo oculto, a nctíeia que


relativaments

dominio tudc trans-


dels ter.he, nSo equivals a indieagSo ds um em

meu de vista, a uma indicagSc tc-


cendsnts rs iat ivamente ao ponto

inteiramente vazia ou que se


talments absrta, a urna apresentagSo

sinta inteiramente cega para c seu cbjecto. NSo . A perspectiva que

dcminada uma represeneagSo da


tenho estS como que dirigida e pcr

cculto. E de facto.
prOprio domínio reccnhege se,
totalidade do que

a tctalidade de algo que nSo


a totalidade em causa e pereebida comc

tenho, gue me escapa, eia e aanda, apesar de tudo , perspect ivada co

rsal hS fosse de aigum modo essa tctalidade


~e a -o-aiidade qus

tivesse a sua snvsrgadura— i e


vista, . .

tenho
,
em
que jS concebc e

tsnho da totalidade em causa e da sua en


cue
como se a compreensSo

295
vergadura fosse de qualquer mcdo jS adequada .

quando percebidos os limites do que propriamente me


Ou seja: ,

estS dado ,
considero "o que me falta da cidade de Lisboa" e perce-

bo isso é aigo que me escapa, nem tudo nc dominio de escondi-


que

mento aue assim passo a ter desenhado estS ef ectivamente constituí

do como uma total incôgnita


como qualquer coisa de que nada sei,

de nSo fago a mais pequena ideia. 0 campo de escondimento apa


que

rece-me constituido numa totalidade e sou implícita, imperceptive^

mente levado a aceitar que a totalidade que assim tenhc em perspec

jS uma apresentagSo adequada do horizonte de que


civa corresponde a

se trata— como se eu estivesse jS olhando esse horizonte e a ccul-

escondimento em que se acha resultasse apenas de eu nSc co


tagSo, o

hS nesse horizcnte —

ie.comc e ele es-


nhecer eropriamente o que que

tS oreenchido, que determinagfles o ocupam no ccr.creto.

?or cutras paiavras, ernbora os horizontes em causa aearsgam rs-

fsridos sob acusagSo de falta de acompanhamentc , todo o "peso" des

aeompanhamentc cai scbre a reaiidade neiss have-


sa necagSo de que

'

cencreto ccs ds rsalidacs


rS íscbre o 'prssnehimentc campos que

nSo toca--dsixa ds facto livrs ds qualquer rs-


l'nes ccrrsspondem) s

ferSncia negativa

a prôpria perspectiva que define a amplituds dos

horizcntss sm causa. De sorte que , inexpl ic itamente ( sem que isso

sobre propria amp I i


-

ehame minimamente a atengSo), a perspectiva a

tude sem mengSo de faiha a seu respeito e vaie como atingin-


passa

trata
de jS aquiio de que se .

Cra ssta perspectiva em que se concebe a totalidade dos campos

de reaiidads do cipc rsfsrido como se houvesse uma proporgSc sntrs

a aoresentacSo que tenho e a reaiidade em causa— comc se eu tives-

29 a capacidade de acompanhar a sua amplitude--e uma perspectiva

inteiramente desajustada e que de facto esconde os campos de reaij^

dade exteriores ac territdrio, esconde as dimensdes de que (segun-

do a orOeria indicagSc que deiss tenhc) se revestem e esccnde a si

296
em me encontro reiativamente a eles. A aceita
tuagSo de acesso que

entre o "Sngulo de abertura" do meu pon


implicita de proporgao
gSo
da extensâo dos horizontes exterio-
to de vista quando se apercebe
dos de
res S esfera de f ami 1 iaridade e a amplitude efectiva campos

realidade em causa nesses horizontes nSo corresponde S relagSo que

tenho E as
hS entre esses campos de realidade e a perspectiva que .

natu-
representagOes de totalidade, pretensamente adequadas ,
em que

considero o exterior da esfera de


ralmente tendo a embarcar quando

inautenticas
representagOes esjylrias,
.

familiaridade sSo

representagOes ?
permite qualificar assim
essas
Mas que e que

tu:
A evidsnciagSo dc carSccsr espCrio dessas reprssentagOes s

do abismc de escondimentc
cral e deia depende a pler.a ccmpreensSo

real IS co teuhc.
realmente se abre na ccntinuagSo do para qus
que

ds rsalidads qus llns


Portugal o

Considero, exemplo, campo


por

corresconce .

determinam esta perspectiva? HS pcrventura


p-ua caracterí sticas

ie inautêntico?
neia aiguma coisa de espCric,

Na vsrdade sim.

0 tido na apreser.tagSo que assim se me dS compreende qualquer

,' A -.
1

a icSo
circunscric' de uma Srea, com as detsrminagôes
coisa comc

Srea se me ceti.ne e c:
caiizacSo, de i imitss ,
stc .
) peias quais essa

ccm uma confusa nogSo "tctalidade da


t er encia de outras ,
juntamente

a natureza cenfusa desta n-


~ue hS nela". Deixemos por agora
quiio q\
dc horizonte.
gâo, e atentemos primeirc na prdpria deiimitagSo

um lado atraves de uma localiz


Essa dsiimitagSo o?sra-se por

estou: Portucai e a terra que me rcdeia


c-So rsiativamente a nde
cn

onde acho ?cr


se estende imedi atamente na continuagSo de me .

que

297
outro lado, a delimitagSo estS associada a uma configuragSo fami-

liar, a uma forma mais ou menos parecida com um rectSngulo, cujo

recorte vi mil vezes desde a minha infSncia. Por dltimo (nSo se

cabo uma analise exaustiva da nogSo procuram-se pôr em


leva aqui a ,

relevo aoenas os tragos que parecem mais fundamentais para a consi

nos ocupa) essa forma e situada num com-


deragSo do problema que ,

olexo de outras formas que tambem mil vezes vi desde pequeno e que

da Srea "Portugal" no espago das demais terras


dSo o enquadramento

do planeta.

Esta deiimitagSo normalmente nSo suscita qualquer problema. ?a-

rece perf eitamente determinada, perf eitamente "em ordsm" . Mas si a

parsntemente é assim.

De facto, se ter.tar transpor a forma sens ivs imsnts rsceancular,

cue conhego dos mapas, para o campo do que se estends a minha vol-

ta (s e c cue essa forma, no seu sentidc, prer.er.de rstratar ) i


que
.
,

e., se tentar tracuzir numa eontinuagSo dc hcriecnts sm que me fs-

nho essa forma que cor.hego dos maeas ,


se tentar dslimitar neste hq

rizonte um campo correspcndente S fcrma em causa


nSo consigo. per-

co-me .

z ccrr.o ss, oc territOrio rsal a eue o sentido "Pcrtugai" cerres

smbrenhar-ms para ÍS do campo sm q\ie o meu ponto de vis-


ponds, ac

ta nerma.lmente estS s a qus ncrmalments tem acesso, ao embrenhar-

-ms iá dssts hcrizonte mais ou msncs amplo qus c msu eihar ie


para

faeto abrangs num eenspscto, a capacidads ds accmpanhamsnto e pers

osctivacSo em mim hS se embotasse de eal modo eus u eartir


que , .

ds um determinado limite.. jS nSo seu eapaz de ter directamente an-

ts mim as totaiida-des cuja dimsnsSc o sxcsds.

Issc manifssta-se desde Icgo se considsrar o prcblsma do tama-

nho —

cue dimensOes deve ter o hcrizcnte que no cencretc da situa-

cSc onde estou


na continuagSo da rsaiidade que me cerca



e aquele

a cus cretende dar exprsssSo a forma mais ou menos rectangular que

298
conhego dos mapas?

0 que tenho a este respeito é em regra apenas uma vaga indicagSo

de "muito grande"

a que na verdade nSo corresponde nenhuma delimi-

tagSo precisa.

NSo é faltem indicagôes


e incicagOes até muito precisamen


que

da extensão do campo de realidade em causa. Por-


quantif icadas

te

mSximo de cerca de 561 km e uma largura


tugal tem um comprimento

mSxima de cerca de 218 km, perfazendo uma superficie de aproximada

Mas problema
mente oitenta e nove mil quilômetros quadrados. o per

de tal quilômetros, quanto de


siste. A indicagSo tanto quinhentcs e

fortiori tambem a de oitenta e ncve mi 1 quili-


duzentos e tal— e a

eerde-se eia prOpria, se a tentar traduzir aqui,


quadradcs

metros

real ante mim se estende, na perspectiva de um vago


no campo que

de contir.uagSc muito prolongada, que nSc sou


"muito extenso" ,
uma

eacae de acompanhar num efectivc seguimento da extensSo em que se

devia traduzir.

modo embcra habitualments r.Sc ter.da a dar-me ccr.ta


De tal cus ,

de "construir" ef ectivamente a extensSo corres


disso, nSo sou capaz
2
de 39 0C0 km cue e o de Pcrtugai

nSc tenho
pondente ao terrifôrio

concreto a e issc
oonto de vista para conseguir perceber em que que

ascectc tem de facto essa crdem de grandeza. Cu


ccrresponde, que

de nenhuma efectiva. sinopse da eutsnsSo em cau-


seia, nSo disponho

r^a totalidade que assim tenho em referência.


sa

Dor mais cue ms concsntre nisso e envide ssforgos para sstender

de uma extsnsSo como a dc tsrritôrio


c meu alcance, a ccnsideragSo

,__
cr-^s nSo da luear a uma sfsctiva "travessia' no acompanhamen-

multipl icidade de espago efectiva


ro dessa sxtensSc percorrende a

uma extensSo dessa ordsm e detendo-se sô nos


mente correspondente a

E, I adc istc
iimites em que a sua totaiidade se perf az .
por cutro ,

em vituce ds um probisma "tecnicc' de eormsncr


nao e assim apenas

quantitat ivas de que dispcnho— co-


na concrstizagSc das indicagOes

299
fosse de um grar.de alargamento, de uma efectiva dilata
mo se capaz

(permitindo obter um conspecto aproximado dessa


gSc de perspectiva

de e a dificuldade residisse apenas em conseguir


ordem grandeza)
limites da quantidade de espago que efecti-
parar precisamente nos

vamente corresponde ao tsrritôrio português . 0 qus se verifica é an

tes uma crrande dificuldade em abarcar (em ver por forma que efecti-

vamente a acompanhe) a extensSo, a mul tipl ic idade de espago e mais

ordem de grandeza. De sorte c acompanha


espago implicada nessa que

mento desse de realidade (o acompanhamento da prôpria disten


campc

sSo espacial— se assim se pcde dizer, da prOpria quantidade do cam

de realidade em causa) se perde antes de o perfazer, de percor-


po

rer o seu dominio. Ao volver-se o olhar para a consideragSo dessas

dimensOes, aquiio de que se trata sxceds a eapacidace de a


grandes

ef eeti vamsnte se tsm, transborda a capaeidads ds


com.panhamento que

psrspeetiva. De tai modo a perspectiva


diiatagSo da nossa que qus

ss alcanga a ssu rsspeitc difere, ceixa ficar ds fora, por cobrir,

dessa extensSc, e deficiente em reiagSc a um efective


uma parte

efectiva sincpse, deia.


conspecto, uma

Ao ver o meu quarto, uma praga, etc .


, tenho —

admitamo-lo por ora

--uma cerspecriva de sinopse em que a multipl icidade das componen-

tes da totalidade em causa estS dada ac meu ponto de vista, "cober-

ta" por ele. Cu seja, a apresentagSo de que disponho nSo perde na-

da da tctaĩ idads sm eausa, nSc dsixa nada que Ihs psrtsnga fcra do

ssu campo . Mas é exaetamente o contrSric que acontece quando a rsa

lidade em causa e de maicres dimensOes e uitrapassa aquiio a que na

turalments chamo o meu horizonte. Ai a perspectiva a que o pcnto de

vista acece prends-c ,


pcr assim dizer, num pôio de sentido no quai
"

nSo estS (ao qua I falta) peio menos uma parts dos "momentos que

constituem a totalidade de que se trata . 0 meu pcntc ds visfa nSo

tem, re lativamente a realidades assim extensas ,


uma perspectivu de

efectiva sinopse, de acompanhamento conjuntc da respectiva totaii-

300
dade. NSo tenho naturalmente e nSo a consigo alcangar por mais que

a procure.

Independentemente da identif icagSo exacta dcs limites das exten

sOes que sou capaz de acompanhar em sinopse efectiva (e independen-

temente de alguns aspectos que mai3 tarde se verSo e que fazem que ,

mesmo onde parece haver um tal acompanhamento , o carnpo de realida-

de em causa seia na verdade muito maior do que me parece, manter.do

grandes porgOes de si fora do meu alcance), o mSximo de acompanha-

mento sindptico que sou capaz de ter corresponde sensivslmente ao

horizonte que em terreno 1 ivre de obstScuĩos se abre S minha vclta

um horizcnte com uma amplitude de alguns quilOmetros. Toda a ex-

tensSc maicr e a fortiori toda a extensSo muito maior dc issc


que

constitui algo para que r.So ter.ho ecr.to de vista, qualquer coisa pa

ra cut'o efectivo acompanhamentc e ereciso um "anguio" cutro qus o

que tenho —

e que na vsrdacs nSc consigo concsber, r.So sstS aberto

para mim. Por mais que a procure acompanhar, chegar a ela, a minha

perspectiva fica sempre aquém da extensSo ce que se trata, com uma

parte dela f ora ( "ao largo" ) do qus ef ectivamente consigc ter aprs

sentado .

E, assim, se espcntansamente se constitui a rsspsito ds um cam-

po ds realidade como o do tsrritOrie pcrtugues uma perspectiva ds

totalidads que r.So tsm a sua referer.cia as dimsnsOes desse tsrritf

rio mareada peia acusagSc dessas dimensOes como qualqusr coisa cus

uitrapassa o seu aleanes ( cu se~a, nSo afectada por nada que nos

faca sentirmo-nos ceoros para aquilc de que se trata, sem ponto de

vista para issc;, semelhante perspectiva de totaiidade —

acentus ou

nSo a sua orstensSo de alcance, acer.tue ou nSo o seu carScter de

s incpse

const itui ce facto uma pseudo-sinopse da extensSo em cau-

sa , uma repre sentapcto inautentica da totalidade de i a .

E a marge.m de perca (ds exessso ou ui f rapassagem da minha capa-

cidade de acompanhamento peia envergadura de campc de reaiidade em

301
nSo é escassa

como se houvesse algum "def icit"


causa) uma margem ,

sim, mas apesar de tudo se produzisse uma signif icativa aproxima-

ã extensSo em causa. NSo NSo e sô uma pequena parte que é dei^


gao
.

xada por cobrir e excede a minha capacidade de "dilatagSo de Sngu-

tenho de extensCes dessa ordem é a


lo". Na perspectiva que esmaga-

dora maioria do dominio que lhes corresponde que se mantem inteira-

mente para 1A do que sou capaz de acompanhar


num excesso cuja am-

indica como muito grande mas que justamente me esca


plitude se me ,

pa .

Se me debrugar mais detidamente sobre o que significa a indica-

tenho do territôrio português e das suas dimensOes, vsrifi_


gSo que

co ela apcnta um espago definido pcr uma muitiplicida.de de es-


que

(39 000 vezes urn quilOmetro quadrado). Cu seja, verifico que


pagos

coisa 'espago + +
ela implica qualquer como espago espago....+ es-

etc
"
Essa muitipl ic idads tenho-a jS, ss assim se pode di
pago . . . . ,
. .

e e r , f ormulada , ref erida .

Prescreve-se no meu ponto de vista um espago qus ccrrespcnde a

soma daquilo que correspcr.ee a um quiicmetrc quadradc .. mais outro

corresponde a um quilômstro quadrado, mais outro que correspon


que

assim ivamente 89 000


quilômetrc quadrado

de a um e sucess vezes .

Mas essa sorna ou essa multipl icagSo (e pcrtanto o que a ffrmula, a

noticia cue em mim tenho fixa, incica) nSo a realizo, nSo a consi-

ro reaiizar numa aprsssntacSe ccncreta, por mais que tents. NSc

scu ds dar um seguirnentc efectivc S operagSo de aiargamento


capaz

assin se me indica, nSc scu capaz de obter uma apresentagSo


que

real dc que lhe correspor.de. E de facto nSo sd nSo sou capaz de a

reaiizar até ao fim , ma s perco-me logo no início do proc esso, mui-

to, muito aquém do seu termo— icuem ce acompanhamento sfectivo se-

quer de 1000 km .

A trar.scendencia de espago "Portugai" rel ativamente ao meu ponto

de vista r.So se dS assim somente a partir de um limiar que ,


apesar

302
de tudo, ainda abranja a maior parte ou pelo menos uma parte signi

ficativa da sua extensâo . DS-se por exemplo jS relativamente ao do-


2

mínio de 1000 km, que corresponde somente a 1 desse espago. E dS


89
'

-se em relagSo a esse dominio jS com uma total "perda de pé nele :

a ficar muito ionge de conseguir ter ef ectivamente apresentada a ex

tensSo lhe corresponde Cu seja, a amplitude do excesso do es-


que
.

em causa sobre tudo o que sou capaz de perspectivar é esmaga-


pago

faz deixar de fora justamente a quase totali-


dora —
tSo grande que

dade desse e faz de toda a sua ordem de grandeza qualquer


espago

coisa nem de muito longe sou capaz de imaginar


de que na ver-
que

dade nSo tenho a mais remota ideia.

A transcendencia da prôpria dimensSo do campo de realidade "Por

tugal", a sua rr.argem de irredutibi 1 idade a toda a perspectiva de

que scu capaz ,


o seu "extravasar" scbre as apresentagOes qus tsnhc,
2
maioria dos 89 000 km que definem esse espago.
atings a esmagadora

De sorte cue a situagSo em que estou retido a seu respsito e a de

olhar fechado, totalmente cego, para o que na verdade is


ter o meu

so possa ser .

E isto nSo é assim sô enquanto me mantenho no lugar onde estou

e nSo realizo qualquer desiocagSo.

Poderia na verdade parecer que a circunstsncia de me ser dadc

deslocar-me nessas exrsr.sOss .


percorrê-las ("ccrrsr", pcr sxsmplo,

Portugal de norte a sul e de lests a oeste) altera de algum modo

este estado-de-coisas .

Mas nSo e assim.

da dificuldade que obsta S realizagSo de to-


Independentemente

dos os percursos (repetidamente no eixc norts/sul s rspstidamsnts

sixc sste/oeste) seriam necessSrios para chegar a cobrir e-


no que

fectivamente a Srea em causa, a realizagSo de uma expioragSo dessa

levar-me a conhecer melhor o pais, mas nSo a uma supera


ordem pods

obtengSo de um efectivo conspecto do


gSo da rstengSo descrita
e a

30 3
em causa (nSo preso a nenhuma distorgSo por representagâo i
espago

nautentica de totalidade). Se me deslocar, acedo a mais e mais es-

sim. Mas na verdade mantém-se o Snguio de abertura: continuc


pago,

a ter de cada vez o mesmo campo limitado de acompanhamento que te-

nho cuando nSo me movo e a nSo ser capaz de reaiizar ef ectivamente

a fusSo das extensOes que sucessivamente vão sendo percorridas.

Por outras palavras, também aqui , a semelhanga do jS anterior-

mente observado, a deslocagSo corresponde a qualquer coisa como a

trans f erenc ia de um cursor num domínio de amplitude incomparave 1-

mente mais vasta do que aquela que o cursor pode de cada vez co-

brir. De tal modo que o calibre deste se mantém constante e a su-

cessiva passagem por diferentes porgOes desse dominio incomparave i-

mente mais vasto nSc se traduz na constituigSo ds uma perspectiva

correspondente a jungSo das diferentes Srsas sucsssivament e ccbsr-

tas na trans f erencia do curscr. NSc hS retsngSo intacta das pers-

pectivas sucessivamente aicar.gadas (r.em nada que sequer se aprexi-

me disso). NSo hS adigSo dos seus Snguios e das extsnsées por slss

cobertas ccr forma a produzir um efective aiargamente de acomeanha-

do tsrritOrio t ieat iva di


"
A idade"
ment
■»- o 3
a cruant em causa s uma s igr.i

minuigSo do "deficit" em relagSc a uma efsctiva ap

ordem de crandeza.

0 que se encontra na apresentagSc dos horizontes sxtoriorss ao

campo de f ami 1 iaridade e das grandes dimensOes de que se revestem

e, assim, uma muito peculiar modalidade de perspectiva.

?or um lado, apcr.ta cef inidaments horizontes marcadcs pcr uma

" "

ciara ir.dicagSc da sua quant idade , ordem de grandeza. E isso de

tai modc que semei'nante indicagSo de quantidade nSo suscita ner.hu-

ma perp 1 exidade , nenhum estar perdidc a seu respei to--nSc desenca-

304
dS lugar a esforgo (a nenhum embater contra limi-
deia tensSo, nem

causa nSo aparece como algo ainda a descobrir,


tes).A quantidade em

de que nSo se faz ideia. NSo E jus-


em relagSo ao qual se e cego .

contrSrio que sucede. A referencia a ela tem um carScter


tamente o

"Arruma o caso" daquilo de que se trata —


e per
resolvido, expedito .

mite "atravessar" rapidamente a consideragSo disso e passar adian-

noticia desses horizontes, sentimo-nos jS em contac-


te . Ao termcs

to corn a ordem de grandeza de que se trata, parece-nos perceber jS

De tal mcdc mesmo se se aumentar a cr


a que é que corresponde. que ,

ds Portugal a Europa, da Europa


dem de grandeza (passando-se para

etc alargamento do Smbito de ccnsideragSc parece


para a Terra, .
) , c

de cada vez fazer "saltar" a nossa perspectiva directamente para a


um te-la jS em vista a ela pripria.
^otalidade em causa para

sendc assim, cutro lado, a perspectiva que tsm todas


Mas, pcr

características de desembaraco nSo se dssenvoive (e fica mes


sstas

mc muito ior.ce de se desenvc I ver ) num acompanhamer.to da multipiic_i

dade corrssccndsnts a pripria ir.dioa.gSc de quantidads qus comporta.


"

aprssenta esss sentido totalidade" (e a re-


Faz parts daquiio que

S mui tipi icidads de espago de que essa tota


ferSncia, que impliea,

1 ;
Mas isso ce tai mcdo que ccmpcrtando esse sentidc e
dacie o é). ,

viu, ds muito cifs-


essa refersncia, e aigo diferents (s. comc ss

íica a uma encrme dists.ncia' ds ter ef ecti vamente em


rente que

os elementes da multipl ic icace que c seu sentido


coniunrSc toccs

i mp I i ca .

de esta forma de pers


Deste modo, o carScter desembaragado que

revests (o modo expedito eomo funciona e como a referSn


oectiva se

hcrizontes em causa e Ss scas dimer.sOes fica atsorvida, re


cia acs

em si uma ocuitagSc desses hcrizcntes e da ii


sclvida nela) encerra

mensSo cue ef ecti vamsnts ihes ccrresponde.

rscrsssntagSc ds totalidads esconde a totalidade que


A orioria

faz perder o rasto dela.


tsm em referencia, "tapa-a" e

305
NSo e o ser uma represer.tagSo de totalidade que constitui es-

te carScter tSo peculiar e ocultante da perspectiva em causa . e a

forma como essa perspectiva de totalidade estS constituída e que

faiar-se de totalidade inautêntica.


precisamente justifica o uma

0 acompanhamento de uma totalidade —

compondo-se esta da muiti-

de cada um dos seus eiementos e correspondendo S sua con


plicidade

jugagSo--deveria ser tal que a perspectiva dela nSo perdesse nada

das de consta, nSo as deixasse de fcra, antes seguisse


partes que

a totalidade em causa nos diferentes momentcs que comporta. Se se

tem uma totalidade, mas c te-la e diferente de ter todas as suas

partes, envolve o perder de vista algumas delas, entSo ,


por mais

cus aquilo qus se tsm estsja marcado peic sentide "totalidads" (s

ds cor.sta) nSo sf sct ivaments


pela referSneia as partes qus , ss tem

a totalidads sm causa

o que se tern nSo é a totaiidade qus preten-

de ser, antes uma totaIida.de inautSntiea. 0 corrsiato das aprsssn-

ta<~des assim eonstituidas tem ur. sentido "abrar.gsnts" , colsctivc,

e erceOe-ss como qualquer coisa que ir.eiui toda a muif ipi ic idads

das cartss . Mas o que se tem r.sle dif ere da totalidade efectiva, e

um nCclec de sentido na verdade nSo abrangente


que deixa partes do

dominio de realidade em causa nSo enccntradas nele, fora do que e-

" '

fectivamente se tem ao tS-lo (se assim se pode dizer, submersas

em rslagSo a si). Numa paiavra, trata-se de uma totalidade virtual

cue , implicandc nc seu serrido a remissSc para uma der srmir.ada :nu !_

tieiieidads. fica rstica aque.c da incinsSo ds todos cs seus mcmen-

tos ; e que ,
propondc-se ccmo aigo que e jS a pricria tetalidade em

causa, de facto substi tui-se-lne , toma o seu lugar, impede qualquer

peresncSo da rsspeefiva diferenga em rsIagSo a si--s cssse modc a-

paaa o respeetivc rasto , ccrta quaiquer contactc ccm ela.

E fudo iste de tai modo que a totalidade assi.m constituída e tan-

to mais euramente virtual ,


tanto mais inautêntica, quanto maior for

a amolitude da diferenga entre o que ihe ccrrespor.de e o efectivo a

306
de todos os momentos da multipl icidade em causa

ou
companhamento

maior for o volume do que deixa de fora, "submerso" em


seja, quanto

seu conteudo. Volume que se viu precisamente ser jS ex-


relagSo ao

traordinSrio para um horizonte como o do territôrio português— tSo

extraordinSrio que é jS virtual neste sentido, comporta jS uma sig-

de nSo-acompanhamento de "perda de pe", a repre-


nificativa margem ,

totalidade se tem de 1 desse territôrio. De sorte


sentagão de que
89

inautêntico da rspresentagSo de totalidade que tsnde


que o carScter

considera o territôrio português, a margem de


a propor-se quando se

escondimento introduzida por essa representagSo inautêntica, corres

mesmo S guase totalidade desse territirio.


ponde
da difsrenga entre o ccnteudo que se tem ao
Esta nSo percepgSo

esses horizontes (e ao ter uma apresentagSo da


vclver c olhar para

efectivo acompanhamento da totalidade para


sua -otaiidade) e um

desse ccnteũdc aponta (esta nSo percepgSc de que o


cue o sentido

tsm e si simbálico, ds qus r.So se aicanga


ds fac-
conteúdo cue se

rslagSo ao qual c é, s ssta nSc


tc se estS "csgo"para— aquilo sm

dessa faita ds alcance) si e


oercspgSc da sxtracrdinSria amplituds

dS a interf erôncia de um fsnimsno


possível porque também aqui ss

a intsrvir fora do Smbito cas aprssentagOes


qus jS antss apareceu

fenimeno e o da perda de acuidade da aprssentagSo .

ostensivas. Ssse

é circunstSnc ia ds o sxtsricr dc ndciso ds inciden-


Cu ssja, a

meio "turvc", marcadc por uma considerSve 1 dimi-


cia constituir um

c ireunstSncia ds c qus aparscs nssse meio


ciareza a

nu4^So de e

tsr uma nitidez, um grau ds dsfinigSo diminuidos— qus forna possí-

de totalidade e a "protege" fazen


rsprssen-agSo inautsntica
.

vsl a

tSc difíeil dar por sla s "desmontar" a confusSo pela


do que seja

«.,= i = ~ ins-a'a e abscrve em si a referência aos horizontes a rss-

peito dcs quais se produz .

se manifesta nc caminhc que se teve de secuir para


Isso mesmc

se com a perspectiva que se tem do


conseauir ver claro o que passa

307
territôrio português. É-se obrigado a um expediente de focagem co

mo aquele a que se recorreu (a consideragSo de como é jS muito "de-

ficitirio" e de como é jS uma representagão inautentica de totali-

dade aquilo que se tem mesmo em relagSo a uma pequena fracgSo do es

de modo espontâneo nSo mani-


pago em causa) , precisamente porque se

festa hS uma retengSo na representagSo da prôpria "quantidade"


que

de espago de que se trata, nem a que ponto vai o "deficit" e a que

se alcanga fica de um efectivo acom-


ponto a perspectiva que aquem

dessa quantidade. NSo se manifesta isso quando si fugi-


panhamento

diamente considero o campo de realidade em causa e tenho referSncia

da sua excensSo . Mas também nSo se manifesta quando atento neĩe,

qna nd o a consideragSo é mais detida e a referencia mais examinada

pcsso considerar e reconsiderar a noticia que tenhc do territirio

oortuguês sem que nada disso se manifests de forma minimaments ssn-

sível (sem que essa nctícia perea o earScter expedito, desembaraga-

do ,
que dssprevenidamente tends a fsr). E, mssmo que chegue a per-

ceber alcuma dificuldads (alguma margem de desacompanhamento . de

oerda), essa percspgSo e difusa s fica ds qualqusr modo muito aquem

de corresponder Squela que se desenha a partir do expediente ds fo-

cagsm a que se recorreu.

Cu seia, aiam dos outres aspectos de quehra de acuidade já ante

riormente referidcs como característiccs do extsrior do r.Cciec de

incidSncia, rsgista-ss rambem ssts cutro qus afecta sm esceciai a

perspectivagSc da grandeza dos campcs de reaĩidade que ai aparscem.

pods ccnsideragSo de grandes dimensOes


Ac transitar

como para a ,

ao aiargar o seu Snguio ds abertura para a perspectivagSc delas, o

nossc oonto de vista sofre uma muito considsrSvel perda de focagem,

como que um "toldamentc" (qus nSo impede a ccnstituigSc de perspec

tivas, mas que as enfraquece internamente, fazendo que vejam com

muito pouca nitidez, nem sequer percsbam como falta de nitidez a

a faĩta de nitidez que as afecta e tsnham uma capacidade de apre-

308
discernimento bastante grosseira)
ciagSo e .

dimensOes apresentam-se assim num quadro de "lassi-


As grandes

dão" e como que de


"

entorpecimento" ,
em que não se chega a fitar e

bem o se tem apresentado, em que por isso não se per


distinguir que

dimensOes ultrapassam a nossa capacidade de


cebe a que ponto essas

em que se aceita "gato por lebre" e se embarca sem


acompanhamento e

reserva em representagOes inautSr.ticas do tipo das descri-


qualquer

tas.
^?

Uma averiguaoão mais cuidada do que se passa com a apreser.tagSc

das arandes dimensOes revela, assim, uma situagSo muito difsrsnfs

da que espontaneamente se sugere .

Como ir.icialmente se vineou, a consideragSo dos horizontss sx-

terierss ao camec ds f ami I iaridade , rsconhscendc qus ssses herizon-

tes nSo estSo cobertcs peia apresenfagSo de que se diseOe, ter.de

todo deste reconhecimento de ir.ccmp 1 ef ude postc sc-


a ter o "pesc"

bre o desconhecimento do que hS nesses horizontes (a rsaiidade qus

os crssr.chs, o ssu conteudo) s dsixa por tocar, nSo afectada, a prt

da ordsm cs grandeza ecrrsspondsnts a ssses hcrizon-


eria dsfinigSe

tes . Mas c exame da aprsser.tagSo que se tem de extensdes de grande

oorte rsveia cue esse reconhec imento assim uni lateral da ineomele-

icccc e escor.de a si^uagSo em que se est.S ds f aetc


tude e injustif .

ds tedos cs aseectos rslativos ac qus hS nss-


Indspendentements

sss hcrizontes e ao mcdo ccmo issc se mantsm fora do acesso de que

da extensSo, da ordem de grandeza.


dispcmos, a prOpria aprssentaoSc

dsssss hcrizontes e incompl eta— tem uma incompletuds qus a falta

de acuidads s a aceitagSo de rsprssentagOes espCrias de totaiidade

"tapam" e deixam fcra do reconhec imento da inccmp I etude , r.as que

nem cor isso deixa ds ser efectiva e de constituir um impcrtar.te

309
factor de escondimento . Também a este respeito hS limites, reten-

também a este respeito o ponto de vista que se tem nãc conse-


^â0

estS fechado e preso. De tal modo que ,


até para uma ordem
gue ver,

de arandeza ccmo a de Portugal (ainda assim modesta, nc contexto

dos horizontes colossalmente mais vastos de que se tem indicagão),

o escapa e, como se apontou, mesmo sô no que


o que ultrapassa, que

Ss prôprias dimensOes, quase tudo E de tal mcdo que


diz respeito .

autentica que tenho dessa ordem de grandeza,


a unica apresentagão

remete ela e (mesmo que si negativamente ) pCe de


a única que para

facto "em contacto" com ela, e aqueia que me vem de a perceber na

sua trar.scendência e escondimento re iativamente ao meu pcntc de

totalmente o ultrapassa e de que na ver


vista, i.e., comc algo que

dade nSo faz qualquer ideia. Toda a apresentagSo que se me prcpo-

nha como sendo de aigum modo js siniptica (toda a apreseneagSo que

com visos ds evidência me parega aieangar j-S essa totaiidade, tS-

-la vista)

mais: toda a apresentacSo gus nSc apcuts sxprss-


jS em

transcendene ia da extensSc ds qus ss trata s que nSo pc-


samsnts a

acusagSo e eapaeitagSo dsssa trans-


nha no seu centro justamente a

cendencia

fecha aualquer efectiva rslagSo cem a extensSo em eausa

dizer, "de costas vcitadas para ela': 'emha-


pOe, se assim se pode

esquec imento daquilo que ihe ccrrsspon-


la" a nossa perspectiva em

^
H
de .

do fenimeno da representagSc inautsntiea


Esta primeira fixagSc

^S gar.har o rasto do mcdo como esse fencmeno


ce tctaiidade permite
temcs dc extsricr do campo de famiiia
interfere na perspectiva que

E tambem jS descortinar como este fenimeno contri


ridade. permits

tirar "fcrca" e efectividade á apresentagSo de campos de


bui oara

dimensOes de tudo pro-


escor.dimento ds grandes que ,
apesar ,
parece

310
duzir-se ciaramente quandc se chega S consideragSo desse exterior.

Com efeito, se a indicagSc de continuagSo da realidade, que uor-

malmente temos s seguimos, aponta no sentido de grandes dimensOes

cada mais abrangentes, num crescendo sem limites,


(de Smbitos vez

tcrnar e mesmo infimo a globalidade do campo de


que parece pequeno

toda essa extraordinSria multipl icagão das dimen-


familiaridade) ,

sOes do nSo-acompanhado ,
todo esse vertiginoso crescendo de dimen-

tornar manifesta
sOes e tcda a esmagadora desproporgão que parecem

ficam de facto diminuídcs e neutrai izados pela peculiar modalidade

pôr relevo,
representagSo inautôntica
como se procurou em
de que ,

das grandes dimensOes A conversSo de todo


afecta apresentagSo
.

esse crescendo (de todas essas indicagOes de continuagSo cada vez

concretas dos campos ds realidade a


mais ampia) em apresentagOes

( apresentagCes desses campos na pripria si-


eie ccrresccndentes em

em me sneontro

ccmo eampcs ds rsalidads sf sct i va.csute
tuagSo que

"

"rasgaccs", "desenhadcs neia) é desvia-


prssentss nessa situagSc,

inautênticas cs tctalidads dc tipo das rsfs


da para representagCes

desse tipo e "desvirtuado" "di


rĩdas abscrvidc sm repres.entagOes ,

1u4do" na falta ce acuidads qus ihes é pripria.

D^ tal mcde que ,


embora haja nogSc desse crescendo e mesmo qus

chsgue a dar ideia de uma imensa


a sua ceusideracSo impressicne e

muito menos o cue se tem do que acuilo que n*


iesorocor-ío (de ser

se r,em acomcanhadc ;• ,
a essa impressSo r.So correspor.de um accmpar.ha

mento diferenciado das ordens de grandeza que estao em jcgo nesse

S fica-se mesmo muito longe, coiossalmente longe, de um


crescendo.

diferenciado dessas ordens de granceza.


accmcanhamento

incicacOes tantc de 10 COO km quantc de 20 000 km ou


.^•-sim
,
as
-! ~> 2 2

39 OCCkm 100 000 km 200 OCC km perdem-se todas e-


50 00C km ,
, ,

serem traduzidas aqui no campo rsai que ante mim ss esten


ias, ac ,

ds um "muito extenso", de uma ccrti-


de, na mesma perspectiva vago

de tal modo que r.So sou capaz de dar ex-


nuagSc muitc prolongada

311
diversas indicagOes (cuja diferenga,
pressSo dif erente a essas sem

sou caoaz de pereeber).


embargo,
2 2

Percebo naturalmente que 50 000 km ou 89 000 km sSo muitc raais


2 2

do 20 000 km ou 10 000 km .
Mas, analisando o que de facto se
que

correspondencia a cada uma destas indicagOes (pro-


me apresenta em
2

exemplo, 10 000 km a partir de onde es-


curando perspectivar ,
por

tou, fixando o que se me apresenta, e depois procurando perspecti-


2

var 50 000 km ), verifico que a perspectiva em causa para qualquer

delas nSo é senSo precisamente essa imprecisa compreensSo de "con-

tinuagSo muito extensa, indef inidamente prclcrcada ate um iimits

!l
muitc longí r.cuc

para todos eles exactamente a mesma.

Cons iderando a coisa em abstracto, isso poderia significar ou

_L

na aoresentagSo de 100 000 km hS um enorme defeito ou que in-


que
,

•^

versamente, r.a representagSo de 10 000 km hS um correspondente ex-

cesso. Em abstracto pcdsria parscsr igualmente admissívei qualqusr

duas Mas na verdade comc resuita claro do cue jS


das hipiteses .
.. ,

se viu a respeito ds exfensCes comc I 000 km , o que aqui se passa

nao tem nada a ver ecm a dificuicace de limitar a perspecr ivagSo

das extensOes mais pequenas mas sim com a ausência de uma capacida

de ce aiaraar a amplitude da extensSo ef ectivamsnte acompanhada pa-

ra IS de detsrminados limites —

de tal mcdc que , a p-artir deles, as

dimensCes de a1ie se trata sSo dimensOes que exeedsm aquilo que scu

caoaz -de abarcar na minha perspectiva , ds ver pcr uma fcrma que o

acomoanhe. O faete ds a aprssentagSo corrsspondsnts a 10 000 km ,

2 2 2
2C 000 km ,
50 000 km ou 100 000 km , ssr ir.di f srsnci ada resuita

da c ireunstar.e ia ds quaiquer dssses espagos exesder o limiar dc a-

barcSvei num acompanhamento efectivo, de tal mcdo que ss sifua uc

"

mesmc elanc dc muito , muito .Jjrjande/' que ,


precisamente porque eor-

responde ao que excede j.S a capacidade do ponto de vista, é iguai ,

nSc comporta distingOes.

?assa-se a este respeifo um fenimeno an.Slogo Sq'ieie que se ve-

312
de discriminagâo visuai da distSncia a que
rifica com a capacidade

e da distribuigão deles por diferentes pla-


se situam os objectos

nos mais e menos af astados . Até uma determinada distSncia (que e

idade e outras c:.rcunstâncias mas que nSo im


variSvel consoante a ,

mais detidamente, pois todos esses aspectos sSo


porta considerar

o aqui estS em causa) e-se capaz de fazer es


irrelevantes para que

se tem situa os objectos mais


sa discriminagSo e a apresentagSo que

traduzem esse maior e menor afas-


e menos afastados em posigOes que

de u.ma determinada distSncia, todos os objec


tamentc . Mas ,
a partir

tos com uma posigSc mais afastada (mesmo que as diferengas de afas-

entre eles seiam maicrss e ate co 1 ossalmente maicres


tamento que hS

do todas aquelas a que sstS dada sxprsssSo na aprssentagSo que


que

ds distribuidcs por pcsigCss ccm difsrsntss grau:


se tem) dsixam ssr

ds a^astamsncc arrsssntadc s aparscsm todas situadas no mesmo plano

extremo
—.-,
ja.
t
e t ;msno da "aeibada csissts" s

num plano .

59
difsrsntes astros comc estar.ec situados ns:a.
cimento ds todos os

C^a assi.m também no qus diz rsspeito a apressntagSo de campcs

Ate determinada ordem


de realidads de amplitude muito grande . uma

efectiva capacidade de 'alargamento" da pers-


de hS uma
granceza

se tem, ccnsegus-ss abri-la para campos ds rsaiidade ca


eue
pectiva

da vsz maiorss, ds tal modo qus a rsfsrencia a rsspsctiva difsrsn-

traduz sf sctivamsr.ts sm apreser.tacos de amplitu


ca d«* amciituds ss

de csrta altura, smoora ss pcssa sem-


de di-erents. Mas ,
a partir

de realidads ds dimsnsSo
pre transitar para a concepgSo de campos

(e embora essa concepgSo n.Se tenha nada qus a


cada vez mais ampia

concreta em qo.e somos carazes de traduzir a


limite), a eerspectiva

de se vS em ccrrsspcndSnc ia
grandeza o

ro-eeccSc dessa crdem que

aiargar mais, fica presa numa aere-


a sssas ooncscgOes— de ixa cs se

i ada fixa, de facto e a mesma por mais q-ee


sentagSc indi f ersnc ,
que

de ccncebida e se considerem horizontss


se aumente a ordem grandeea

de cardinai cada vez mais


mais e mais engiobantes e mui f ipi icidades

313
e I evado .

"

A imprsssSo de irrestrita "plasticidade" ,


expansibi 1 idade" do

de vista no acompanhamento dos horizontes externos nSo


nosso ponto

é inteiramente infundada. A apresentagão horizontal tem o carScter

aberto que se referiu, comporta sempre uma remissSo para 1S de qviaĩ

quer campo, seja qual for a sua ordem de grandeza. E por outro la-

do a essa remissSo sem termo corresponde também uma irrestrita "e-

lasticidade" da nossa capacidade de considerar e conceber ordens de

grandeza cada vez maiores. Simplesmente essa é uma irrestrita eias-

ticidade da capacidade de concepgSo, nSo uma elasticidade da capa-


'

cidade de acompanhar aquilo que se concebe e se tsr uma aprssenta-

gSc cor.creta do qus Ihs eorresponde (daquilo para qus aponta, para

remete a concepgSo). Quanto S faculdade de acompanhar, S conver


que

são dos conteudos concebidcs sm conteudcs concretos, qus os tradu-

zam, o que se verifica é algo ds muito diferente dessa eiasticida-

de irrestri ta--e uma slastieidads bastants lĩmitaca, r.Sc si aquém

mas muito aquém de aeompanhar o que ss sstS em condigOes de ccnce-

ber, e uir.a elasticidade que desaparscs por intsiro -a eartir ds uma

ordern de grandeza não muito ampia e dS lugar, de facto, a uma totai

rigidez .

0 carSctsr irrsstrito da rsmissSo horizontai s a irrsstrita plas

ticidads da capacidade de ccncepgSo mascaram esta rigidez, sugsrsm

o contrSrio dela. E é sssa sugsstSo que sspontaneamente tsnde a pre

valscer, de tal mcdo que nada parece impedir ou cercear a capacida

de que o nosso ponto de vista tem de pôr em perspectiva toda a sor

te de grandes dimensOes . Mas de facto o Snguio de abertura para as

grandes dimensOes e um Sngulo fixo. Aquilo que ef ectivameute asso-

ma quar.co se olha na sua direcgSo, aquilo que concrstamente apare-

ce a rodear c campo de f ami i iaridade á sempre iqual . Ao volver-se

para as grandes dimensOes, o nosso oihar fica ccmo que preqado na

mesma apresentagão de uma extensSo muito grande , nSo seguida num

314
sentido implica, não
desenvolvimento da multipl icidade que o seu

modo como fica por seguir (que não acompanha, mas tam-
percebida no

bém nSo vS que nSo acompanha) . Ao volver-se para as grandes dimen-

nosso olhar fica sempre preso nesta mesma apresentagSo em


sOes, o

que a nitidez se dilui, o acompanhamento e fixagão do apresentado


"

lasso

ver se perde num embotamento" .

é muito c

pelas representagOes inautênti-


0 tipo de retengão responsSvel

cas de totalidade, a falta de acuidade que as possibilita e as prc

todas as diferentes indicagOes de grandes extensOes co


tege, retem

mesmo horizonte aparents, numa mesma "abibada" de apre-


mo que num

Dif erentemente do que acontece com o horizon-


sentagão dimensicnai .

tem u.m mir.imo de nifidez), este outro caracteriza-ss


te visual (que

da clareza. De tai mcdo qus


eor essa lassidSo, por essa dissipagSo

os ssus contornos nSo sSo nitidos, nSo ccrres-


a sua dstsrminagSo ,

precisamente a um "en
pondsm a algo def inidamsnts apreser.tado ,
mas

da acuidade— a uma esfera de difusSo e ds obscursci-


torcecimento"

todavia nSo se ve ccmc taĩ ) .

msnto (qus

ao vciver-ss para as grandss dimensCes, c


Pcr outras palvras,

fica atoĩado nessa esfera de difusSo. E ela


nosso oihar encalha,

ds
trava o aumento, a dilatagSo que- pareee resuitar da consideragSo

cada vsz maiorss: mantendo a aparSncia de dila-


ordens ds grandsza

absorve-a em si, cOe a nossa perspectiva a "marcar passc",


tagSo,

do sitio. Ds tal modo qus nSc hS nsr.hum eres-


ssm r.unca sair mssmo

efectivamente ss apresenta e a rslagSc ds di-


cimsnto rsal dc qus

de f ami I iaridade e o que se ve a rodeS-Io e,


msnsCes entre o campo

a desceito de toda a "evidSncia" em contrSrio, uma relagSo constan-

te.

embora indicadas, nSo tSm nenhuma


As diferencas de quantidade,

ds aprssentagSo onde se estS.


expressSo concreta no priprio carnpo

anula-se o efeito de formidSvel "disparo" das di-


E, sendo assim,

mensOes do de escondimento (e de sxtracrdinSrio "ssmagamento"


campc

315
do nCcleo acompanhado) que se produziria se sfectivamente lhes fos-

se dada expressSo concreta, se a indicagSo de dimensOes cada vez

maiores se traduzisse na presenga nítida, ef ectivamente desenhada,

das dimensOes ccrrespondentes e o campo de fami 1 iaridade surgisse

contra o fundo da efectiva expansSc dessas dimensOes .

De facto, vendo bem, assim como na esfera visual as maiores dis

tSncias ficam sem expressSo (o quadro de diferengas marcadas —

maior das distSncias marcadas —

é muito mais pequeno do que as dife

rengas de distSncia que ficam anuladas, de tal modo que aparecem

todas "rebatidas" sobre um mesmo plano extremo), assim tambem to-

das as maiores diferengas ds dimensSo ficam intsiramente "tapadas"

peia perspectiva que tsmos sobrs as grandss dimensOes (e todas elas

"rebatidas" numa mesma apresentagSo ,


que as deixa completaments de

fora) . Ds scrts que ,


quanto mais nos julgamcs a
par da extensSo de

incompletuds a qus corrsspcndsm , tanto mais se perde o rasto dessas

extensôes, mais eias ficam completamente fora do horizonte (anuian-

dc-se, f rustrando-se assim a remissSo para eias que de facto--quer

em virtude do carScter aberto das apresentagCes horizontais, quer

em virtucs da nossa capacidads ds concsber ordsr.s ds grandeza cada

vez maiores —

sstS prsssnts r.c nosso ponto ds vista) .

A representagSo inautêntica de totaĩidade e c eomplsxo ds fs-

nimenos sm cujo quadrc ss inscrsve constituem assi.m impcrtantss 'a

" "

mortecedorss da percspgSc da incomplstuds


amortecedcres" que ,

associados ao esbatimento dcs limites s aos fenimsnos a els asso-

ciados, rsforgam consideravelmente o seu efeito, mas que , pcr ou-

tro lado, mesmo uma vez suspenso o esbatimento, fazem qus a inver-

sSo da relagSo de forgas entre o tido e o nSo-tidc ,


que entSo iS

parece produzir-se, seja de facto muito mais aparente do que real .

Os diferentes aspectos sucessivamente analisados permitem agora,

em balango, ver a que pontc á assim.

Por um lado, a apresentagSo de grandes dimensOes faz-se de tal

316
se tem a seu respeito e fortemente "de-
modo que a perspectiva que

elas —
deixa de fora nSo sô uma parte das
ficitåria" em relagSo a

extensOes que lhes correspondem mas a esmagadora maioria delas. A

de grandeza dos de realidade em relagSo


avaliagão da ordem campos

se tem é incompleto (e, consequents


aos quais o acompanhamento que

dimensOes da incompletude) fica deste modo


mente, a avaliagSo das

mesmo muito aquém


das dimensOes ef ectivamente em causa,


aquém e

é redutora.

lado, todas as diferentes indicagOes de ordem de gran


?or outro

o crescer.do que lhes corresponde ficam re-


deza que se podem ter e

( numa mesma esfera de difu-


tidos numa mesma perspectiva eoncreta

de acuidade

cnde, se assim se pcde dizer,"todas as di


sSo e cerda

feren^as sSo cardas"). Pcderia verifiear-se o "deficit" primeira-

mente rsferido (e a avaliagSo redutera da incomplef ude ,


que lhs ccr

de tuco, havsr algũma convsrsSo das difersu-


res~por.de), mas ,
apssar

dimensies em expressies cor.cretas de algurn mo-


~as enfrs as grandes

Ho d; -'erenciadas . Ma.-; r.Sc . ?elo que r.Sc si nSo se produz c crsscsn-

corrssccndsria a uma adsquada capacitagSc das dimensOes que


do cus

de faeto r.Sc chega a haver nenhum real crescsudo da


Sfl -í-dicam, mas

eem se aprsssr.ta o campo ds sseor.dimsnto en-


erdsm ds grandeza que

da ssfera ds f ami I iaridade 0 carr.po de esccndimsntc qus


voivents .

'cssenhade' tem uma cimer.sSo constante "surda' em


f-'oa rsaimsr.ts

todas essas difsrengas s a sua "espiral" de aumento de di


relacSc a

mensCes .

nSo si a crdem de grandeza com que cor.cretamer.ee se


Finaiments,

o exterior da esfera de f ami 1 iaridade e o campc de escon-


^resenca

Ihe corrssponds e uma orcem ds grandeea ecnstante , mas ,

dimento que

assim mantem constante e jus


eara aism disso, a perspectiva que se

marcada crar.de perda de a-


tamente uma cerspectiva difusa, por uma

cuio contsddo e, se assim se pode dizer, um conteiido de


cuidade,

dsterminagSo vincada, r.ifi


nSo se ver bem —

ele prôprio difuso, sem

317
da . Poderia ser constante (e, nessa medida, extraordinariamente re

de tudc configurar com nitidez, de forma bem de


dutor) mas, apesar ,

senhada, uma extensâo bastante maior que o campo de f ami 1 iaridade .

De f acto , porém, a extensSo ccm que pOe em contacto é vaga, diluí-

indistinta. De onde resulta que aquilo com que o nCcleo do jS


da,

tido entra em confronto de dimensOes nSo é nenhuma dimensSo nitida

mente definida, cuja extensSo se acuse numa clara apresentagSo da

precisamente um apresentadc difuso, r.So fitado


amplitude

sua mas

lassa, frouxamente acompanhada e com uma presenga


--uma persoectiva

fraca no campo de apresentacSo .

E, assim, r.So acontece si que , como se viu, em virtuds do esba

"

timento dos limites e dos fenimsnos ds "arrsdondamentc ,


etc .
,
a e-

is associadcs, o horizonts exterior ao campc ds f ami I iarieads ,


por

horizcnte muitc maior dc


mais cus sstsja rsconhecidc comc um qus a

horizeuts que de faeto nSo comega em sifio nenhum —

qusls, seja um

em sítio ner.hum entra em contacto com o campo dc que parece ter


cus

-se e aue em sítio nenhum comega a iimitS-io ef sct i varnents (ds tai

mcdo cus o dsixa na verdads r.um.a expansSo indefinida, sem nada qus

o trave). Acontece ainda que aquilo qus é contrapcsto S ssfera a-

comeanhada s sntra com sla na dsfinigSo ds uma rslagSc ds forgas,

eor muito que haja svidencia de ssr muito grands s mssmo inccmpara

velmente maior do que a ssfsra accmpar.hada ,


de facto nSo chega a

ter uma grandeza verdadeiramente definida. e antes aigo ds difuso,

cuia com a totaiidads do qus ss apresenta tido fica


vago, ligagSo

muito lonce de desenhar a relagSo ds forgas nitida e inequívoca en

trs duas ordens ce grandeza bem dslimitadas que a primeira vista

carsce constituir. De tal modo que ,


mesmo qus o sxtsrior do campo

de aoompanhamento sefa reconhecido como maior e mesmo muito maicr

do aue eie, o efeite ef sctivamsnte restritivo desse recor.hecimento

de dimensSo do nSo-tido scbrs o tido, que de fac-


(a superioridade

tc introduz) é bastante vagc e nSo produz concretamente a impres-

318
ima clareira de acesso perdida, efec
sSo de se estar numa pequer.iss

macigo esmagador de realidade em escondimen


tivamente perdida, num

to.

outro ladc, ao mesmo tempo que permite uma mais plena compe
?cr

factores de amortecimentc que contribuem para neutra-


netragSo dos

incompletude quando este jS tem


lizar o reconhecimento da ,
mesmo

em referência o exterior do campo de familiaridade , a detecgSo dc

inautêntica de tctalidade abre tambem ca


fenimeno da representagSo
fenimeno desmasca-
susper.sSo do efeito deste

para o
minhc cara a

e a desmontagem do condicionamsnto rsdutcr que


ra" da sua presenga

desse mcdo tal como a detecgSo do esbatimentc dos


dsls decorre.E, ,

dssts outrc factor de amortec imento faz


limites, tambem a focagsm

incompietuds "cresga", cria condigies para se


que a aeercepgSo da

ef sctivamsnte o "iisearo" das dimsnsOss da incempistuds


croduzir

o funcionamsnto indstectado do fenimsnc nsutraiiza s torna


qus

insfsctivo .

r-,-.r-,^ = =, n'rcar/m =rf =


5 ãe cefectadc o fenimeno das recreser-

ta^Oes inautenticas de totaiidade e enquanto a nossa perspectiva

eie, o earacteriza o rsccr.hscimsntc da inccmpis


estS sujeita a que

Por lado, reconhece-se o exces


tude é uma pecuiiar ambiguidade. um

dc reai sobre a nossa capacidade de acompanhamento


50 da ampiitude

de esccndimento um "sxterior' do aces


âeie rseonheee-se um eampo ,

= ^ -r^o qe t=m °o^ outro lado, o orierio rsconhec imentc da incom-

ela tem extraordinSrias dimen-


pietuds (mesmo quando reccnhece que

se se tivesse uma perspectiva caquilo em relacSo


sôes^ faz-se como

de vista e inccmpi etc


ccmo se se tivssse a
ao aual o ncsso pcr.to

e a 'medida'' iissc.
nogSo

Cu seia, na sua occrrSncia naturai hS uma psculiar articuiagSo

intsrna do reccnhsc imsr.te da incomp 1 etude ,


uma articuiagSc ta:

no eriprio reconhec imeneo de que hS rsaiidade que escapa (que


qus

uma
fica de fora, etc . ) esta insxpi icitamente presente apresenta-

31?
-So disso que escapa (uma apresentagSo que de facto se pretende jS

a par disso) .

sendo assim, c que acontece e que esta apresentagSo daqui


Ora,

qual o nosso pcnto de vista se reconhece incomple


lo em relagSo ao

to é uma apresentagSo com caracterí sticas de representagSo inauten

tica de totalidade —
ou seja, sofre ela prôpria de incompletude (e

de facto de uma incompletude colossal, de dimensOes extremas). Pc-

rem, no reconhecimento naturai da incompletude nSo se tem notfcia

stude f unc ionamento de reeresentagOes inau-


desta outra incompl ,
o

tenticas de totalidads sscamoteia-a e deixa ccmpletamente perdido

o seu rasto .

Ao oroduzir-se o reconhecimento da inccmpietude eis tem forgo-

samsnts ce ter uma referSncia (um horizonte em rslag-So ao qual e

reconheeido c "deficit' da aprssentacSo de qus ss dispOe). Nc rs-

conhecimento natural essa refersncia parscs cicminada, earece algo

nSc vs cuaieusr prcblema. De fac-


que jS se percebe bem, em qus ss

to. ecrem, a referencia em reiagSc a qual e produzidc o reconheci-

mento naturai da incompletude r.So tsm o carSctsr adsquade cus inex

-
1 ioitamente se arroga, e sia pripria incompist.a (s fanto que, ec-

mo se crocurou mostrar, mesmo para campcs de reaĩidade de iimer.sde:

relativamente mcdestas ,
ccmo Portugal, deixa apagaca a quase tcta-

lida.de desses campos).Mas o que é rsconhecido no reconhecimente na

^u^ai ia ir.comp I etude e sí a incompietude em relagSo a esta refe-

rSncia uma incompietuds percebica em reiagSo a ela) e ti'SlO a incom-


(,

prioria referencia. Eefa Citima, sendo extraordinaria


p^I etude_<ia^
,

oc;cara intsiraments ,
e dsixada ecme 1 stamsnts fora ds vista em vir-

tuds da pretsnsa adequagSo da referSncia q\ie

do ccmo adscuada , fecha em si c hcrieonte para que estS abertc o

r ec onhec iment o da i mitude .

?or outras paiavras, o reconhscimente uaturai da incompletud-

estS iimitado peia referencia em reiagSo a quai se prcdue e pela

320
reoresentagSo inautentica de totalidade que intervém no seu estabe

lecimento e faz que essa referência seja ela pripria incompleta,

colossalmente incompleta. Tal limitagSo mantém o


re^conhecimento da

finitude numa base em que , apesar de tudo , parece estar-se a par da

em se estS. De tal modo que se estS orientado a res-


situagão que

oeito da incompletude ,
a incompletude surge "sob controlo" e é, se

qualquer coisa se sabe


assim se pode dizer, que .

Ora é justamente esta base de seguranga, esta impressSo de domi^

de estar a ear (esta espêcie de "sobrevoo" da situagSo ds in-


nio,

comoistuds, que ir.exp I io itamente parece ter-se enquanto rsinam co-

mo referencia representagOes inautSnticas de totalidade) que desa-

earece auar.de é focado o fenimeno da representagSo inautãntica,

fica pereebidc e suspenso o efsitc ds eneobrimentc que eu-


quando

cerra e cassa a estar a cescoberto esta outra incompletude ds ex-

tracrdinSrias dimensOes que o re-gime normal de reconhecimsnto da

i neomp i etude deixa inteiramente cescercebida .

0 cue dai' resuita e prec i samer.ts um obscursc imsnto ce hcrizon-

te da referSncia em relagSo aos quais é feito o reconhecimente da

i ncomc I etcde ,
uma eerda da msdida dssss horizonts e da incempietu-

de ihe cerresponds (o cesacarecimento dc nCcieo ce apresenta-


que

ainda aceqcada que inexp i ici tamente e deixado a subsistir na


gSo

de fixagSo respectiva ampiituds). E, dests


cerspectiva normai ca

moco, c que dai resuita é uma perda ie domínic da situagSo em que

ds a aprssentagSo que se tem de facto nSo


se estS, a pereepgSo que

estS a ear e cus a sxtraordinSri a amplituce da incompletude a que

maicr tcda
5?> estS sir'eito s qualcuer coisa esrr.agadoramente que a

medida cue se tem ac ter.tar aval iS-Ia algo sem medida, abissal ,

em que a ncssa perspectiva se perde tctalmente.

Isso mesmo e c cue se rr.arifesca em relugSo ac cempc ds rsaiida-

ds "Pcrtugal".

Se habif.ua l.mente Portugal (e o campo de escondimento que reco-

321
de realidade de
nhego ccrresponder-lhe ) me parece um campo cujas di_

mensOes fago bem ideia, a amplitude do que Ihe corresponde e que

constitui de later.cia revela-se verdade,


para mim um campc na se-

guindo a indicagSo de que disponhc e suspendendo a intromissâo de

inautenticas de totalidade, abso lutamente esmagado-


representagOes

ra, com dimensôes para que nSo tenho ponto de vista de que nSo

estou S aitura. Portugal estende-se por aí fora a minha volta num

horizonte que de todo em todc nSo abranjo, antes me escapa imensa-

mente :
aigo ai, sim, mas nSo aceso numa rnanifestagSo de si um

de realidade muite para IS de tudo c que acompanho, um campo


campo

mantám fechada para a apresentagSo de que disponho a esmagado-


que

ra rnaioria daquilo que comporta, uma imensa maicria com dimer.sies

extracrdir.Sr ias e absolufamer.ee inscncavsis para o tieo de aeesse

de que disponho.

E, assim, os campos de iafência que a suprsssSo de sshat imerito

dos limiees revela a eomegarem jS cuito perto de mim, pcndc tsrmc a

domínios ds acssso rs iat ivamer.te estreitcs, revelam-se campcs inco-

mensurave lmente maiores dn eue a primsira vista parece--e ccntinua

a earscsr mesmc uma vsz obtida a mareagSo dos limites.

Se a suscensSo do ssbatinento destss revoluciona a eonformagSo

do acessc em que tenho a impressSc de ms sneontrar ( introduz indo

a presenga efectiva de iimites s preduz ir.do uma modifieagSc


s,

mais prsc i samsnt s , u.ma 'contraccSo" —


ia forma da finitude). por sua

vez a neutrai i zagSo das reprssentagOes esp'irias ds totalidacs traz

" "

eonsigo uma sequncia "revolugSo" de perspectiva, fazendo disparar ,

assim dizsr, ampi itude dcs de la-


"

expl odir" ,
se se pode a ea.mpcs

tencia —
slevando-a a dimensOes de eue , naturaimente , a despeito da

da prolongada do reai nSc fae


indicacSo cjpntinuagSo sempre , se a

m.ais remota ideia. Cem o que fica rsduzido a cimsnsCes comparativa

mente muito mais pequenas o dcminio daquiio a que propriamente te-

nhc acesso na apresentagSo de que disponho.

322
2.1.1.2.3 A TESE ESPONTÂNEA DE HOWOGENEĨDADE respeito dos hori-
a

zontes exteriores ao campo de famil iaridade


Exploragao .

da sua presenga. 0 conteiido da tese de homoge-


preliminar
ne i dade , o seu caråcter simultaneamente aberto e fechado

e prevalência
a das determinagoes que fixa sobre a mar-

deixa em aberto. A qénese da


gem de indeterminaggo qaie

tese de homogeneidade partir do campo de a fami liaridade


prôpria tese a multiplicidade da

e a estrutura complexa
das determinagOes envolvidas na tese de homogeneidade ,

suas características e orqanizagao estratif icada. A fle-


xibĩTÍidade homogeneidade, o "nftcleo duro" da
da tese de
tese e a sua capacidade de resistencia. Papel da tese de
homogeneidade no "preenchimento" dos horizontes exterio-
res

a tese de homogeneidade e a plena redugSo da incom-
horizontes exteriores S dimensSo de um mero
pletude nos
lacunas. A natureza irrestrita da tese de ho-
conjunto de
a forma como constitui uma APRESENTACAO DQ
mogeneidade ~
e

TODO

viu dS conta de alguns aspectos decisivos da for-


Tudo o que se

temos de corno esta a


apresentagêlo

e
ma como estS organizada a que

é de neutralizar o reconhecimento da incompletu-


presentagSo capaz

horizontes externos e e capaz de o integrar


de relativamente aos

fa-
mum quadro compatível com o regime natural de compreensSo das

lhas como lacunas. Mas estS ainda longe de facultar um acompanha-

mento de todo o conjunto de fenômenos que contribuem para que seja

estS também muito longe de dar jS inteira medi-


assim. Como, aiiSs,

vai essa neutral izagâo do reconhecimento da in-


da do ponto a que

sua compatibi 1 izagSo com a forma natural da finitu-


completude e a

de subaiternizagSo lhe
de e o dispositivo geral minimizagSo e que

ds suporte .

indicou no início, além do esbatimento dos limites


Conforme se

e das representagOes inautenticas de totalidade, hS


da apresentagSo

intervem aeste contexto E designadamen-


ainda outros fenômenos que
.

te caracteriza também o nosso ponto de vista o facto de a perspec-

323
tiva tem sobre os horizontes exteriores ao campo de familiari-
que

dade estar dominada por uma tese natural de homogeneidade , que os

faz aparscer comc tendo mais ou menos as mesmas características que

os de reaiidade jS explorada que integram a esfera de fami-


campos

1 iaridade .

observe-se o que sucede quando se chega a inibir o esba


Assim,

timentc dos limites do campo de f ami 1 iaridade e se suspende a sua

propagagSo indefinida.

a marcagSo de quaisquer limites do campo de fami-


Ao produzir-se

liaridacs, ssses limites significam que a apresentagSc alguma vsz

qualqusr modo se mantem em retsngSo) sstaca neles,


tida (ou qus ds

tal modo nSo se tem acessc aquiio que se situa para iâ. Nes
ds que

de fronteiras co campo ds f ami 1 iar idads cs-


se sentido, a marcagSc

vsria fazsr desenhar o camco ds acssso sm qus nos vsmcs ccmo uma

si ate essss limitss s csdsndc nsies


clareira estsndida justaments

r.-car a camcos ds esconcimsnto . Cu seja, dsveria produzir c reeor-

te de uma "bcisa" rodeada eor deminios de tctai ineienita.

Ora nSo isto se desenha quando ficam marcados os limites


e que

de eamco de fami 1 iar idade e se percebe qus ,


para lS dssea faenada.

ou daccsle monts, deste ou dacueie tsmpc etc, nSo


desta rua, cssts .

hS nenhum acssso cer.sticuieo , nacia que ef ectivaments mostre as rsa

"

es cue ss sttuam
«»
nssbt? para-1
^dia-iiS'1 .. ?or
ru. ív.z. ^^ '.j'-c

ds ce facto e asstm

de que nSo est:


mcs qus

sc e de cue em Cltima anaiise as reaiidades sm causa sSc eerfsita-

prsesnsSc de se
mente desconhec idas--a aprsser.tagSo cus se tem, a

sabsr se sustenta, nSo sstaca ds facto nssses limites, vai aj.ei


qus

deles. ."a anSiiss qus se fez das reprssentacies inaufantieas ie tc

ccmo assim —

comc ha da per
talidads ecmegou-se jS a ver e aspectcs

eectiva se tem sobrs o sxterior do campo ds f ami 1 iaridade qus


que

ervoivem inexciícitas prstsnsOes ds saber e fazem qus o que apare-

ce nesse exterior seja diferents de uzia total incignita. Mas o que

entSo se considerou dizia respeito apenas a extensSo , S dimensão

321
de realidade em causa— era neutro relativamente ao seu
dos campos

S realidade que os ocupa, e deixava ainda admiti-


"preenchimento" ,

de tal preenchimento nSo houvesse qualquer pre-


do que a respeito
sobre os horizontes exterio-
tensSo de saber s a nossa perspectiva

de fami 1 iaridade fosse de inteiro nSo saber— inteira-


res ao campo

mente aberta.

momento se reconhecem limi-


Ora nSo é assim. No preciso em que

fami 1 iaridade (e por mais agudo que jS seja tal re


tes do campo de

1S" deles tambem estS preenchido com determi


conhecimento) o "para

ds tal modo se tem ideia das rsaiidadss que o ocupam e,


nagOes, que

embora o reconhecimento ds qus ss trata ds reaiida-


de facto, pese

fcra ds alcancs, ssses campcs de rsalida-


dss subtraídas a acssso,

ds ficam muito lor.ge de equivaĩerem a totais incigr.itas.

do sxtsrior do campo de
Mas comc se constitui essa apressntagSc

cuando nSo hS nenhum acesso documentSvei ao que ne-


fami 1 iaridade,

tem ciara consciência de que e assim ?


ie se passa e quando jS se

Tai apresentagSo constitui-se


em virtude de uma implicita pro-

antecipa os dominios de reaiidade exts


jeccSo de homegeneidade que

ce f ami I iaridads comc sendo af ins da rsalidads co-


r^orss ao camco

nhecida desse campo .

rsalidade haverS por detrås


Ao considerar, eor exsmpio, a que

nunca sntrsi. csrcsbo-a naturalmsn


das fachadas dos predies sm qus

uma extensSo da rsaiidads qus ms e famiiiar s como corrss-


rS como

de casas ds habitagSo ou talvsz


ccndendo com certeza a conjuntos

divsrsas passam parte da sua vida


tambem escritirios, or.ce pessoas

ccm toda a probabi 1 idade é falada uma


e hS mcbiiiSrio e mSquinas,

ss vS televisSc, as pessoas iidam umas ccm as


lingua cue conhego,

e^as teias ds reiacOes, etc E assim tambem,. mu-


T,frv o h* en^» . .

as demais frcnteiras do camco de f ami laridade .

tatis mutandis, cara

deias os horizontes sxtsriorss ds que sSc


NSo e si ccm algumas que

sabidos, ds sorte hs "S-


iimítrofss sstSo assim de algum modo qus

325
-vontade" a seu respeito. Independentemente de variagOes quanto ao

apresentam fixados os diversos ho-


grau de determinagSc com que se

rizontes, em todas as direcgôes aquilo que se situa em volta do cam

de farni 1 iaridade e antecipado como correspondendo a realidades


po

que tem sens ive lmente as rnesrnas caracteristicas que a realidade a

se tsm acesso, sem descontinuidades , cortes em relagSc a ela.


que
,

As características dos diferentes sectores do campo de familiarida

de influem precisamente na pespectivagSo dos horizontes exteriores

com confinam, de tal modo que as urbanizagOes tendem a ser vis


que

tas comc continuando-se em urbanizagOes do mesmo tipc, os bosquss

comc ccnt inuando-se em bosques, o mar em mar , etc. .

E, assim, mesmo qus tsr.ha vineadas as suas frontsiras, o campo

de f ami 1 iaridade nunoa nos surce eomc uma "eSpsuia" de determina-

0 e s couhecidas no meio de urr.a reaiidads snvelvsr.ts e f sct i vamsnte

acmitida como heterogenea rs iati vamsnte a ela--s ats teeaimsnte he

teroaenea (ce tai mcdo que ,


para ls das frcnteiras dc campo de fa-

miliaridade se ccr.te realmsnts com a poss ibi 1 idads ce esfar o total

mente desconhec ido ) . NSo . A porgSo ds rsalidade cor.hecida r.Sc apa-

rsce nunca enxsrtada num er.quadramento mistsrioso, tai que efecti-

vaments se admifa qus para IS dsia comece o ccme I stamsr.te iifsrsn-

te--ce ece nada ( absc lutamencs r.adu) ss sabs. 0 qus se inculca e

ances cue . tai comc no campc de f ami I i aridads , assim tambem para Is

das suas frontsiras f.S casas , ccvoaciss,

diversas sspecies, vegetagSo , mor.tss ,


piar.iciss. vaiss, rics , ma-

res etc.. E cus e assim incuiea-ss justameuts ecm tcca a evidencia

--de fcrma inexplícita. sim (sem qualquer mengSc exprsssa, sem qus

seauer se pense nisso; mas de facto tambem sem quaiquer rsserva ou

sem nada minimaments condieicne cu restrir.ja a adon


hesitagSo, que

gSo desca tes e .

AliSs o cripric curso habituai da experiencia referga esta eers

oectiva e a evidencia de que espontaneamente se revests. Ocorrence

cem alcruma rsaularidads aquisigao de acesso a campcs ds rsa'. idads


antes extericres a esfera familiar, essas aquisigOes confirmam nor

de homogeneidade js vigente antes de se dar


malmente a antecipagSo

de homogeneidade Mesmo que nesses


e corroboram a evidência geral .

campos de realidade haja alguns aspectos específicos surpreendentes

ate muito surpreendentes ) , esses aspectos dizem em regra respei


(e

to a determinagOes que nSo contendem ccm as antecipagCes vigentes

se sr.contra corresponde na maior


antes da sua descoberta— o que

dos seus tracos ao núclec de determinagOes antecipado na pro


parte

"cumpre" a antecipagSc docu


jecgSo de hcmcgeneidade : "preenche", ,

modo sua justsza.E, por cutro I adc ainda que num


mentando desss a ,

ou noutro caso ate haja algur.s aspectos de homogeneidade antecipa-

(de tai modo os campos de reaiidade


da que se vejam infirmados que

se acede acressntam dstsrminagOes contrSrias a ar.tec ipagSo ) ,

a que

rsspeitc de tcdas as
essa infirmagSe r.Se preduz glcbalmer.ts a

hcmccsns icace ns.r. ss-


snvclvidas na prcjecgSc ds s
ceterminagOes

maicr deias, antss tSc si acerea ds um psque-


ausr acsrea da parte

si acerea dssta ou daqusia dstsrminacSe isoiaca.


no lots ou mssmo

também
no msic ds uma ampla rsde de detsrminagOss antscipadas que

nesse caso aieangam eor.f irmagSc .

sobrs os hcrizontss sxtericres ac


A ere^'eccSo de hcmogsnsidads

dests medo, semcrs : S t.Sc eonsumada


camec ds f smi I iaridads esta

raeccvei mas r.S acarec e


njs nSo si nSc earece pi-ia sm oausa,

e naturaiments nem de longe ncs 'passa pe-


qusr como uma projscgSo

I idade nSc aqusla qus fica


la cabega" considerar outra possibi que

ccnsagrada ccm a sua adcpgSo .

a~sim si eara cs hcrizcnres contiguos ac campo

co ue camt-
rami i iar j.u=i.-t a reseeitc dos euais cs sectores campc

..: '

confinam funcionam ccmo ir.cic:


1«,,..;.^,^ c:j_e co.c eies

exteriorss ao de f ami i iaridade que ds quai


^^ 0- "orizentes campo

modo ainda ficam priximos deie.


quer

NSo .

327
De facto, vendo bem, assim como o campo de f ami 1 iaridade habi-

tualmente nSo tem nenhum tragado de fronteiras e essa ausencia de

delimitagão corresponde a uma propagagSo, a uma dilatagSc indefini

da, assim também a projecgSo de homogeneidade sobre os horizontes

exteriores S esfera de f ami 1 iaridade não tem habitualmente nenhum

limite definido e sofre o efeito desta ausência de demarcagão . A

projecgSc não estS constituida ds tal modc qus ss sstenda si ate

um certo tsrmo e a partir daí ceda lugar a uma perspectiva mais a-

berta, tal que os campcs de realidacs situados para is aparecam co

mc campos de tctal incignita. Ss logo a seguir aos limites dc cam-

po de f a.mi 1 iar idads s numa relativa proximidads a els nSo se espe-

ra nada de radica Imsnts difersnts dc qus se cor.hecs (s r.So soments

nSc se sspera mas a psrspeetiva qus ss tsm e, insxpl io if aments ,


de

franca sxcIus-So de tal pcssibi 1 idads ) , nSc aeontsee qus um poucc a

diante (ne escaco ou no tsmpo) cu ssqusr bastante mais adiante se

suscenda essa perspectiva de exeiusSo e ss passs a uma perspectiva

ef ectivamente aberta. NSo . 0 qus caraeter iea a projecgSo de homoge;

neidade e c preenchimento que faz do exterior do campo de famiiia-

ricade e crecisaments uma totai ausSncia ds frenteiras (uma absciu

ea nSo ma.rcagSo ds limites) ccnduzindo a uma prcpagagSo ir.dsf iniia-

meute erclcngada. ssm tsrmo .

E istc sm cualeusr das diversas situagOes sm cus habituaimer.ee

se fem apresentacSc dssses hcrizcntss. A r.cficia qus hS do sxtsricr

do camco ds f ami I iaridade (notieia que se tem mesmo que este Siti-

mo nSo se ache rnarcacc nas suas frcntsiras e o seu exterior, desse

modc , r.So comece def inidaments em sitio nenhum) estS ssmers ia, se

assim se poce dizsr, "iniectada" ccm essa tese de homogsusidads in

de f i ni da.'iient e oroioncaca sem cualcuer oeia. Tanto no caso da uc tii —

cia mais abstracta, de hS um extericr dc de fami


giobal, que campo

iiaridade (de que este nSo esgota tcda a reaiidade). quanto no ca-

so de se produzireni tematizagOes em que expressaments se consideram

estes e aqueles campos de realidade desse exterior, a apresentagSc

"5 o 3
que se tem e compi etamente aiheia a qualquer perspectiva aberta sq

bre o tico de realidade que hS nesse horizonte. No primeiro caso,

a isolar-se def inidamente qualquer campo de reali-


não chega sequer

se tem desse exterior é muito difusa. Mas


dade ,
a a^resentagSo que

nessa difusão dcmina justamente a nota de homogeneidade e a pers-

oectiva se tem nSo comporta nada que ponha no horizonte, pertc


que

I idade de quaisquer descontinuidades drSs


ou lcr.ee, sequer a possibi

de realidade compietamente diferentes do que se


ricas, ce quadros

conhece. E, por outro lado, quandc se chega a tematizagSo destes

dacueles de realidade pertencentes a esse extericr, quer


cu campos

Dricrics cs hcrizcntss ce reaiidade inexpl ic itaments a-


eies quer

a-
oresentados como envciventes deies, mssmo que comportem esta ou

rs lativaments aquilc que r.cs e mais fami-


•ecela nota de alteragSc

ĩ a^" desertieo dos p lanetas etc.) estSo tidos numa pers-


1 (^arScter , ,

esta arredada a heterogeneidade nc sentido priprie


rectlva cs cus ,

termc

rca psrspectiva em que esta nSe entra e sm qus


e forte co

pv"A-c-?a ce cualeuer mercSc a seu resceico eorrsspcnde justamen-

es ac dcmínio de uma tsss ds homogeneidads .

pripria preiscgSc,
"

missSc horizontai, eontaminanco" a sua aecmpa-

tai modc toda a eo-aeresentagSo hcrizontai jS i.c-


nhandc-a. De que

-'■i-
^m si a eroieecSc de hcmogene i iads s ssta vai tSo lor.ge quan-

to a oripria co-apresentagSo dcs hcrizontss.

Nada distc ss ereeessa ds forma expi í c ifa— acusandc-se a fixa-

Css assim e feita, havendo cor.scisncia de q\ie


_ir> ,H e s^terminac cus

-ral nSc imcsde qus a conformagSo ds perspectiva assim


^ ,er';I1_ vas

; .^4.^.^,4 ^- a
a^ S9rn ciara consciencia tenna sfeiec e erenda efectiva-

ietamente cifersnte ca cus corresponcena a


mente a uma ietiea c;

extericr dc campc de fami I iaridade


perseectiva aberta soere c .

uma

de perspectiva assim in-


Ccmo tambem nSc impsde que a ccnformagSc

muito decidida, assente. E tanto assim qus ainda


ercduzida ssia ,

32?
formule e aceite tematicamente a possibi 1 idade de um ex-
quando se

terior do de f ami 1 iar Idade heterogéneo em relagSo S realida-


campo

de conhecida deste, de facto a constituigão de semelhante tese nSo

projecgSo inexplicita de homogeneidade que de raiz


faz suspender a

estS a vigorar no nosso ponto de vista.


posta

Numa palavra, sem que se pense nisso e sem que haja qualquer for

mulagSo expressa da perspectiva assim constituida, c ponto de vis-

ta natural por um principio como aquele que em alusSo a


rege-se ,

de uma oega de Fatouville, Leibniz associou S figura de


palavras
"
c'est toujours et partout en toutes choses tout com-
Ar 1 equ i m : gue

dests principic s, comc se cbservcu, discreta


me icy" . A vigSncia

Dode ate nSo muitc enraizada —

tSo pouco enraizada, afe,


e parecer

grar.de rssistSneia a adeccSc temStica de uma


que pode admitir sem

tese ooosta, Mas ,


de facte, como mais detidaments se procurarS mes

trar , o caraeter discrste da sua prsssnga e a faita de rssistencia

a tssss contririas r.So signifiea nsnhuma diminuicSc da sfectivida-

ds do -rincleic, nenhur.a quebra do seu dominio absciutc sebre a fe:

60
ma como vemos.

Eeita dests mcco uma crlmsira aprcximagSo a erojsccSc ds hcmo-

rer.siesde eue habi tuaiment e dcmina a nossa perspectiva sobre o ex-

do de fami I iaridade a focagem conseguida e ainda in-


tsrior campc ,

sufieier.te para ievar a perceber a forma como essa projeccSo estS

ccr.st itulda, a mui tipl i z idade de aspectos qus ccmcorta, a capacida

•de cue tem de resrstir ae que a carece pir em causa, ete..C que se

viu -jå na pista da eecuiiar perspectiva ce que se trata, mas e


pOe

indi spensSvs I um exame mais precisc, que torne distintas as carac-

teristicas dc fer.imeno e torne mais rsconhecivel a forma ccmo ac-

tua.

330
E isso que se procura agcra empreender.

do de
Se o que caracteriza a mais frequente apresentagão campo

se tem enquanto se estS absorto no campo


familiaridade (aquela que

de nada exterior a
de incidencia e nSo hS qualquer presentif icagSo
"
ausência de pers
ele) e a extrema" ccndensagSc a que equivaie, e a

"
sobre os diferentes campos de realidade que
pectivas "desdorradas

muito mais assim em reiagSo ao exterior do


issc e ainda
o integram,

apresentagSo que deie se tem. Tambem a-


campo de f ami 1 iaridade e a

cccrrer presentif icagOes imaginativas , produzindo quase-


qui podem
de realidade. Mas mesmo quan-
-os"-ensOes destes ou daqueles campos ,

tematizamcs alcur.s e cs temcs eseec i almente em cons ideragSe ,


tc-
de

r.So haver discriminagSo seguimento diferen-


da a tendencia e para ,

momentcs envolvidos, para se ficar numa perspe_c


ciado dos diversos

(aprsssntag iss qua


t-va aiobal. E, quando ccorrem prsssntif icagOss

se-cstens i vas ) . sias tSn i carSctsr ilustrativo (dando a ver u.,

uma "amostra". do campo ds realidads sm


dsterminada perspsctiva,
-. — j . ,
sao nc
„„..„., ^zr- fnrnacentic um percurso como acusies Hus pcss.veis

ca.mpo ds f ami 1 iaridade ) .

dcs hcrizontes extsriores ac oam-


Numa palavra, no preenchimentc

evidenoia naturai ds qus a rsalidads ersssn


?o de famiiiaridade, na

homocreneamente a rsaiidacs ue oampo de tar.iiiari-


ts neles continua

uma fixacSo colectiva e r.Se se discrimina c


dads, e cus ss produz e

imciicado nsssa fixagãc co iectiva.


lecue de detsrminagOes

domina a de para ÍS do campc de famiiia-


A evidencia que e que

pesscas, rtos, mor.tss .

p ianíc iss ,
ste.. mas jus
ridade hS pcvoagOes ,

a dsfinir qus covoacOss, qus rios, cus


tamente sem que se chsgusm

em ocorrSncias e em
pessoas e com que prcpri sdades . ac certo qus

definicSo dos campos ds


aus configuragies concretas , ou seja, sem

dSc corcc (s para que em Citima ins-


r°^':dade cus concretar.snte

tcância rsmstem: as indicacies gerais ce que se dispCe.

apreser.tace ccrrespor.dente S projecgSo de hcmoge


Quer ciesr, o

n^-;dade tsm o carScter de um colectivo amalgamado de determinagOes

331
--s e um colectivo amalgamado desta ordem que preenche os horizon-

tes exteriores ao campo de fami 1 iaridade e faz que nSo sejam vazios

61
ou totalmente vaqos quanto ac seu ccntsddo .

0 de fixagSo de determinagSo (o tipo de preenchimento ) em


tipo

causa tem tragos comur.s com o do campo de f ami 1 iaridade , mas dife-

re consicerave lmente de i e .

0 tem em comum é a cireunstSncia de tal como no campo de


que ,

fami 1 iaridade , a fixagSo de determinagSo de que aqui se trata ser

feita por de terminagOes gerais e num rsgisto muito menos precisc,

muito mais vago do que aqusls qus rsir.a no ndclso (s a fortiori r.c

foco) de incidSneia. 5i que a diferenga em reiagSo a estes e ainda

muitc mats aceutuada r.a prciecgSo de homogeneidade , o registo de de

terminagSo e ainda menos precicc e mais vago (cu seia. e eoneidsra

vsimsnts mais gsrai msnos sspecifieo) dc que r.c campo de familia-

ridads . Neste —

ainda cus , comc ss viu, as dsesrminaciss ccs difs-

carSctsr aberto (air.da sm suspsnsc admitindo a ncvidade s


juga um ,

o dssconhec ido ) e um carScter f echado (js assents, antscipandc a


não-inovagão e o jS fixo) .

Por um lado, ccm efeito, deixa aberta uma margem de variagSo

horizontes a que respeita. NSo presume que a realidade nesses


nos

aquela particular nSo


seja precisamente esta

ou e em
horizontes

no de f ami 1 iaridade
presume que seja exactamente a mesma que campo

do se encontra nele). Ou seja, se estabele-


uma pura repetigSo que

conteudo desses horizontes exteriores ao


ce uma ligagSo entre o

de fami 1 iaridade e o conteCdo deste, a ligagSo que se estabe


camcc

lece nSo é tal que o exterior do territirio fique reduzido a ser u

indef inidamente rspstida dssss campc (comc nas i:na-


ma replicagSo

ds tal modo f.a nc


espelhcs paraielcs o

csr.s virtuais ds qus que

de f ami 1 i aridade fesse vistc a iterar-se na continuacSc dc


campo

a iterar-se sempre no passadc, a itsrar-ss ssmers ds novo


espago,

„ _ -,,-,, ,--, \ v i
3 _
i oer soec t i va que se tem sctre o extsrior dc cam-

oo de f ami I iar idads conta com o.ncvc. o nunca vistc. aquiic qus ss

s aue nem se ccnsegue imaginar bsm qus possa ssr. E eon


"asco"r.ece

*■
3
riesic1 ecm uma maraem muito amoia ds inovacOss s de deseenhec ido

mantem em aberto e manifesta ainda eor desco-


ae scrts cue o que

'erir nSo e si um ascecro ou um iote restritc de aspectos mas um ce

_.,^-0 m^ico numeroso de aspsctos ( indsf inidamsnts numeroso, mesmo,

carcinai irrsstrito) Numa paiavra, o qus caractsriza a perspec


de .

r.-v = 30bre c sxtsrior do campc ds f ami I iaridade e uma decidica adj^

evidencia de carSeter divers i f ieade da


m issSo da diferenga, uma

r sa 1 i d ad e ,
uma tese de variagSo .

Mas eor outre iade, se se caraeteriza por eomportar toda esta

excectativa ce variagSe e incvagSo (e peia corrsspondente manuten-

de em-aberto), a perspectiva que ss tem sc


cSo de uma amp 1 a margem

extsrior dc de f ami i iaricade tambem r.So corrsspence a


ere o eampc

fixacSo das caracteristicas da rsalida-


-cfal ausência de quaiquer

nS.c tsm uma expectativa tetaimente aberta a ssu


ds cue c ocuca.

comc uma total ineianita. •-7i f


o ^oivg
ceixs acarecsr
aparei
respeito. que

cOes que travarn esse sm-aberto, que o restringem e que em Larga me

333
dida o fecham. Mais prec isamente , o em-aberto posto a vigorar nes-

ses horizontes acha-se restringido por uma clSusula fundamental de

afinidade com a esfera jS conhecida, de tal modo que a variagSo (a

ef ectivamente admitida e uma variagSo no quadro da manu-


surpresa)

tengSo de um conjunto fundamental de tragos e de tipos de realida-

de . Ou seia, a variagão eíect ivamente admitida e aberta —

mas e-o

s6 dentro de um intervalo--dentro do intervalo que tem como limite

a preservagSo desse nûc 1 e o de caracterí sticas fundamentais . Todas

as diferengas admitidas, sendo numerosas e indef ir.idas quante a ss

pecificidads do seu conteddc, estSo giebaimente antecipadas como

variantes ncvas , imprevis ive is e desconhecidas ds formas ds reaii-

334
esbatimento dos limites referida 2.
queia segunda modalidade de
em

1.1.2.1 e nSo consiste no esbatimento das fronteiras entre o


que

de realidade ccberto e o campo de reaiidade nSo coberto pela


campo

se tem, antes nc esbatimentc das fronteiras entre


apresentagSo que

o nûcleo de determinagOes jS acompanhadas dentro de um dado campo

de realidade e o ccnjunto daquelas suas determinagOes que air.da es

conservam em abertc
tSo por acompanhar e se .

Como se apontou, a fixagSo de determinagOes resultante da pro-

335
ainda falta e muito em especial nSc acusa a partir de que
e dc que

a haver escondimento a partir de que


ordem de ceterminagSo comega ,

"momento" a fixagSo que jS se tem comega a falhar e dS lugar a pon

tos cegos .

Mesmo tematicamente quando se considera o exterior do cam


que ,
,

oo de f ami 1 iaridade , o que avulta, o que mais chama a atengSo, se-

faita de acompanhamento que hs a seu rsspeito, o mcdo ccmo tu


ja a

do isso ainda é desconhecido (sendo justamente esse um dos aspec-

iat ivamente ao campo de f ami I iar idade —

cnde o
tos ca difersnga re

naturalmente se impOe a ser reconhecido e a impressSo de dcmi-


que
de apresentadcs multipli_
po uma multipl icidade muitc numerosa , essa

cidade nSo ser tal que cada um desses apresentados seja completamen

te diferente dcs outrcs (nada tenha em comum com eles). Poderia ser

acontecer que cada determinagSo presente no campo de


assim, poderia

famiiiaridade fosse abso lutamente original, inteiramente inovadora

todas as outras Embora haja um vastíssimo leque de


em relagSo a .

diferengas, a sua verificagSo estS muito longe de impsdir um con-

tambem muito numsroso ds af inidades entrs os diversos apre-


junto

gSo ccmum "corpo".

alem destes tioos ce realidade, dessas cousistSnc i as re-


eara

337
mais
petíveis com um grau de determinagSo ou menos especificado e

com uma amplitude de abrangsncia mais ou menos extensa (prédio, mc

radia, cabana —

habitagSo hunana; pinheiro, eucalipto, tilia —

Srvo-

re; anims.l, planta


ser vivo; ser vivc, ser "inanimado" —

corpo , etc.)

faz tambem parte do nCcleo ds afinidade entre os ciferentes elemen-

tos do campo de f ami 1 iaridade um conlunto de propriedades ou de es-

truturas fundamentais das realidades com que se tem cer.tacto neie.

Assim, a esmagadora maioria daquilo que se conhece do campo de fa-

miliaridade tem em comum c faetc de ter lugar no espago, de ter u-

ma f igura e uma dada dimensSo .


Caracteriza tambem a esmagadcra maie

ria das reaiidades do oamco de f ami 1 iaridade o serem co loridas e u

ma dstsrminada "paieta" -de cores . Caracteriza-as tambem uma csrta

"

constância de propriedades (ds tal modo qus nSo muda f renst icamen

havsnco elas
"

ts c aspecto das coisas s, mudangas . nSc ocorrem ccn-

tinuamsnte sm todo o iade. ar.tes sSo Isr.tas s. quando nSo , locaii-

zadas, s compativsis com um eacrSo ds constancia", . Caractsriza ain

da a sstaaacora maioria dsssas rsalidades a e ir zunstanc i a ee r.Se

corrssconcerem a "unidades scitas", de estarem antes crganizadas

em complexos de determinagOes ccm identidades fundamentais que a e

ies "rrssicsm" s cus deminam tedas as dsmais dstsrminacces envolvi

das nesses complexos, subcrdi nando-as ao seu ascendente e reduzin-

do-as a mcmentos da ideneidacs ooisctiva qus definem. Caraeteriza

a ssmacs.ecra. maicria des apressntadcs co c ampo ds fami 1 iaridade o

faetc ds atravsssarsm c temcc preservando as respectivas identida-

des —

c tsrsm identidades diacrinicas. Caractsriza a ssmagadcra maic

ria do crus ss conhece nc campc -de f ami laridace c facte de tsr um.a

ex istencia pripria, independente das demais s independsnts da aprs-

sentagSo que se tsm dela. Tal como a oaracteriza sssa rsalicade as

sim provida ds um sstatutc de indeper.dância (. e de independSnc i a re

iativamente a apresentagSc que dela se tem; o facto de , nSo obstan

orestar apresentagSc adequadamente alcanga


te, se a uma que a que

338
ssm distorgSo, exactamente como e "em si mesma" , indepen-
a aicanga

Caracteriza a realidade conhecida


dentemente de haver apresentagSo .

facto de estar sujeita ao tempo, envol-


do campo de f ami 1 iaridade o

todas as relagOes de posigSo ne 1 e (de si-


V ida nele e marcada por

de anterioridade ou posterioridade que lhe corres-


mu ltaneidade e

fazer um inventSrio exaustivo nem analisar a que


pondem) . NSo cabe

universal qual a mar-


oontc cada uma dsstas propriedades e quase ,

consente e como essa margem e reduzida e se ar


gem de excepgSo que

esfsra de dominio de cada propriedade. Mas de momento


ticula com a

basta perceber como todas estas diferentes propriedades macigamen-

f ami i iaridade se conjugam e compôem entre si


ts ccmuns nc campo de

dominado elas— uma estrutura constan-


de realidade" por
um "j^drSo

te de or^anizagão da realidade em que todos os apresentades ,


mesmc

se subtraem a esta cu aquela das propriedades compcnen


aqueles que

tss ss intsgra.

sstrsita rsde ds afinidade que hS en


Qusr pslo qus diz rsspsito a

— v- a 3 c; diferentes cor.s istsnc ias neie presentes, cuer peio que diz

e a estrutura de organizagSo da reaiidads


rssceito as prcpriedaces

de f ami I iaridade e marcado por uma fortissi


cue o integra, o campo

diverscs elementos e dos seus divsrsos


ma hcmogeneidade dos seus

esmagadora maioria das cs-


sec^-cr^s De tai mcdo que peio menos a

dentrc deie r.So tem um


^-m-tacíes eressntss sm caca aprssentado

nCmero de outras E
raro,ct.sr ^nico, antes estS eresente num grande .

cada duas realidades de entre as muitas pre-


ds tai modo qus entre

no campo de f ami 1 iaridade, por maior que seja a respectiva


sentes

oor mais hsteroger.eas que se apresentem, r.S sempre aiguz


d:rsrsn-a,

verdade um nucleo numeroso, "cheio') de detsrminagOss


nũcleo (e na

finalmente, nSo hS nexos de hcmc


^-n-.rs e ds tal mcdo qus , apenas

sntrs todos os mc-


csnsidads (e. de f acto ,
multipi ieidade ds nexos )

hS uma esfera de hcmo-


mentcs do camoo de f ami 1 iaridade , mas mesmo

constante da rea
dsntro dssse campc um padrao
geneidade universal
,

multipl ic idade de aspectos


composto uma
.

lidads eresente nele, por

339
Ou nexos de homoger.eidade nSo sSo puramente avulsos, nSo
seja, os

estSo circunscitos a sectores, e a afinidade nSo e apenas parcelar,

o campo de familaridade num núcleo de determinagOes que o


conarega

perpassam todo .

A tudo isto se terS de voitar em exame mais preciso


adianta-se

si o é estritamente indĩspensSvei para se isciar a prcjecgSo


que

ds homcgeneidade e fazer um mínimo de ideia do seu conteCdo .

34û
com um grau re lativamente elevado de especificida
comuns, sim, mas

do é comum (nem no sentido das


de e ng0 Vai além no seguimento que

nc sentido das propriedades que as


consistencias mais genericas, nem

da "especie" tem
diferentes realidades definidas pela fixagSo sua

de afinidade nSo estS explorado e estabelecido


em comum) . 0 quadro

tal forma q^ce imediatamente se apresente e a perspectiva em


por

tenha cror.to um conspecto de tudo aquilo que o


que estamos sempre

de corr.um. E aliSs tSo pouco assirn


campo de f ami 1 iaridade cemporta

identificar o nScieo de afinidade se e obri


que, para se conseguir

cemorado (e a um esforgo que ccmc mais claramen


4
.c
.-. -

um esforco ,

inventSric exaustivo, deixa- eseapar in


te se verS, nSo conduz a um

nSo s e- e c t c s
detectados poucos

assim— de os tragos de hcmogsnsidads si a


Porem, o facto ee ssr

de to-
-* certc ponto estarem dssenhados naquiic que se apresenta,

da a afinidads superier a um dstsrminado nívsĩ de dstsrminagOss ss

-f' r ĩ catsnts s destaeaca: parecer nSe figurar ds tc


^o- -"3 =ĩ "Sr sstar

!<=("! e eue inexplicitamente estsiam fambem fi-


.o na acresentac-c

mais abrangente do que aquela que assim


xadcs tragos de afinidade

ncs conteCdes escecíficcs com que estS ereen-


aearece eriviiegiada

idade NSo De forma que nSc preeisa de ser


chidc c camec de f ami 1 ar . .

estS tambem cor.stituidc um 'registo" desse outrc "nível"


excressa,

ccndeusagOes "dc se
"

ô* a-icidade

s as diferentes homogenec sm qus

des diverses seetcres do campc de famiiari-


bassiam as exoeriências
'
"

sua vez tambem elas atematicamer.ee condensadas nc


cade estSo por

de entre sias. E ist-o de tal modo qus


-eaisco do cue hS hcmcgsneo

0__q llr^rarîC" mais abranasnte r.So se fioa por nenhum nívei in

fixar ainda assim avuiscs de a-


termecio, nSo se iimita a aspsctos

ascer.de ds factc a idsntif icagSo do cus


er.alobante

--ínidade mais

elas tedas. Essa idsnti f ieagSc pode nSe ser


hS de constante entre

afe mesmo muitos aspectos dc que hS


0;ar- (deixar escanar algur.s e

de fami I iaridade ) Mas eor pouco que per.ss nisso.


de afim campo ,
.

no

sia. mais que parega ausente estS. u


ocr rr.enos q ue se dS ecr pcr
,
modo sempre jS feita. E e precisamente isso que fornece
qualquer ,

de homogeneidade sobre o exterior do campo


a base para a projecgSo

de fami 1 iaridade .

Se de f ami 1 iaridade carecesse de afinidade, constasse so-


o csmpo

mente de determinagôes irrepetíveis ou irrepetidas, totalmente he-

umas as outras nSo haveria qualquer base de projecgSc


terogeneas ,

sobre o seu exterior —


assim ccmc cada um dos ssus momentos seria

comoletamente hetercgeneo a qualquer outro, inteiramente novo quan

to ao seu teor, assim também quaiquer momento da realidade extsricr

a eie seria compl etamer.te difersnts das dsterminagOes fornadas fa-

deie e totalmente desconhscido totaimente insus


miliarss a partir ,

ceptível ds ssr antecieaco a partir dc seu conhec imento .


E, por ou

tre iado. ss o c.amco ds f ami i aridade ccmpcrtasse afinidade mas si

em nexos scitos ( f ormando ndcieos compl stamsnt s dssgarracos ) , sem

desenhar nenhum padrSo global, nada de comum a els tcdc ,


pcderia

342
(a projecgâo de homogeneidade sobre o
A tese de homogeneidade

exterior do campo de fami 1 iaridade) nSo estS incluida na verifica-

de afinidade dentro deste campo


constitui uma perspectiva pri


gSo

diferente dessa, e que representa um consideråvel avango pa-


pria,

1S do nela se estabelece. Uma coisa é verificar a afinidade


ra que

do campo de fami 1 iaridade . Outra, completamente diferente, e pro-

conteúdo dessa afinidade nos horizontes exteriores a esse


jectar o

evidência, preenchidos por esse conteúdo. Mas


campo e vê-los, com ,

conteudo da segur.da perspectiva nSo e outro ser.Sc a


sendo assim, c

do conteiido da primeira e depende intsiramente dsls.


extraoolagSo

Ds tal mcdo qus, ss um dado nCelso ds dstsrminagSo estS ( insxpl ic i_

comc constante nc campc ds f ami I iaridads e in-


registado
,
tamsnte

e posto a preencher os horizontss exteriores,


cluido na projeecSo

de fera. Embora a formulagSo nestes termcs intrcduza


s* cSc , fica

um aspecto que aitera tudo (a expressSo do que se passa insxpliei-

nitidsz :ue justaments falta ae pripric fenime


tamente cenfers uma

comc se a partir da detecgSc ds um nucleo cons-


no) tudo se pasaa

de f ami I iariddade se produzisse a sua extensâo para


tante no campo

de experiencia {oc sentido estri-


fora deie, numa forma particuiar

se instala tSo enraizadamente que apaga o


tc cue se apontou) c\ie

"
"

consiste, faz afastar com-


oriprio raseo da extrapc I agSo em que

de si s reina abso lutamer.te ccm total mas dis


atengSc
,

pietaments a

evidsncia, ssm que se de por ela.


creta

tem, se acsntucu,
Tanto o primeiro momento quanto o segundc ecmo

dificulta a idsnti f ieagSo das detsrmi-


um caraetsr insxplicito qus
'

' — "^
nCclso

"
r\T a
dc

envoivsm. Embora a ccndensagSo


nagCss que
- - n
-
-__. A a —

a "rssenha' dos seus elemer.fos)


c;a (a "dspuracSc" s

u.i-.a, ~^^- ->


s ^^^^^u
---

pasoa.au a -

da vez semers ]S cor.stit^.aa .,__. ^

i.erí or -o camco ds f ami I iaridads



embcra isto se passe sempre jS nc

modo como vemos



nada dis
ncsso oriprio ponto de vista, no priprio

temSticc comc i-l se vai ver, podemos sté


__
-_, ~==c3 nC ^iano e,

com os conteddos que enccntramcs integrados nes-


ser surpreendidos

343
da tese de homogeneidade Nes-
se nucleo e arrastados na proiecgSo .

insiste-se

c levantamento que se fez nSo passa de uma
sentido

te

haver muitos mais aspectcs e o micleo de cons-


exemplif icagâo, pode

muito bem ter glcbalmente uma


tantes do campo de apresentagSc pode

de o descrito si dS uma muito pSiida ideia.


compleigSo que

assim é e se cesse modo hS dificuidade em ccnseguir


Porém, se

inventSrio exaustivo desses conteCdos ou teses , e, r.o


reaiizar um

estabelecer globalmente as caracteri st icas desse


entanto, possi'vei
teses e precisar desse mcdc c seu tecr.
coniur.to de conteudos ou

As teses sc . as determinagCes arrastadas na projeccîo de homogenei

independsntsmente de difersncas ds ss-


dade sSo todas aqueias eue ,

ds dstsrminagSo ste ) sstse inexpl i c itamsnts


tatuto (co ssu grau
.
,

estabelecidas cemc cor.stantes (determinagOes homogeneas uuivsrsais

dos camuos de realidade iS exeicrados).

Ccm isso se erer.de tambem o mcdo muito prierio como se rea.tza

ss faz o ereeuehimento dc exterior dc camcc ce fa.ni-


a eroieegSo e

62
i íar i cac hcmoaeneidade n<

mas deuma assentada e por grosso em re

tudo acuilc cue ds aigum modc este;'a insxei ie itamente psrze-


cS- a

caract sr istica comum. comc detsrminagSo uuiversal dcr.i-


bido como

4
i dade Pcr ladc,

-, - - — -
Arr
— — a ,— -.
f
-

^\t r .
j. ^ ? -_.tí\ I i sr cutro essa ero

nSc se produz a partir de uma


jecgSo compacta

dos cue envc 1 vs


ocnderando a que pcnto pocem

regionais des dominios de rsaiidads sobrs qus recai c zam


risticas

ami 1 iaridacs A inclusSo de ccrceiidos na proieegSe de hemo-


-r de z .

'

essa-se ■ma sumSria. "automat iea ,


sem quaicuer

ccnteddos, sem ds quaiquer forma se decida a in-


exams desses que

'"'u~*o estando ela antes sempre jS sspontaneamente "decidiea e a

forma comc nos uearece o exterior do campc ds familiari-


dcminar a

v^ i
inexpl ici taments
,

dade . Se um r.Celeo ds dsterminagSo estS pere

ccmc constante e se r.Sc hS nenhum eiemento que exprsssament e

3/U
carScter estritamente regionai esse nucleo e
dicie como tendo um ,

arrastado na projecgSo de homogeneidade de tal


"automaticamente"
,

conta disso, ef ectivamente concebemos to-


modo sem nos darmos
que,

da realidade como algo que comunga na caracteris-


da a continuagSo

tica que lhe corresponde.

?or outras palavras, para que algo seja arrastado na projecgSo

parte Se é uma deter-


nSo precisa de ser destacado ou percebido a .

ce fami 1 iaridade basta que a sua ccr.s-


minagSo constante no campo .

ive l"~si prcjecgSc


"
nSo entra na
tância seja inex.pl icitamente sens

expressamente acuse essa cor.stSncia


se houver alguma notfcia que

faca retirar essa determinacSc


como sendo someute regional s qus

AIiSs, ccmo se verS, pcde ate haver jS


do ndeleo de ccnstSncia.

sla nSo ser su-


i i A -i. ma nctizia desse carScter puramsr.fs rsgional s

ficientemsnts fcrts, inzisiva, para produzir ssmeihants suspsnsSe.

de rsai idads- que cai dsntro do campc de fa


Dssts modo, a porgSo

.-,.
-

A A c..-r--í
^-.-a -r-rnn
"
» *n c * -*- *- -
"
dc
<-.*- cue hS
— eara
« IS. Ds tal modc
., ,,
t cr.L.or.a ^w.no -...i- _
^.j,-
miliaridade
— -

cus c nCzlso ds afinidads dstsctada tends a prcpagar-se inexplici-

travagsns qus prssr.chs todo o sxte-


eamente num alastramento ssm ,

diversos eor.teCdos desse r.Ccieo.


rior com os

caracteriza de racz c nosso pcnto de vista uma


Meste sentido,

nesse a-
fortissima tendencia para ssr "provinciano" s gsnsralizar

lastramento ate as eroeriedaces de facto mais puramente regicnais,


;
„„.,-,„_ -.r-, ,,

-^-^
.^r-.-— -
^r
nc .--nrri
cainpa
r*
-.
•= ^ami
-~.i 1 aridace
* <*-«.- cue
- serve
desce qus se apr^se:-_em

de base a proiecoSo.
tSm meios de infcrmacSc
Descs mcdo, se, ecr exsmplo, ss pcuzos

seres humancs que vivem ion-


contacto com o mundo .
os cutrcs
pcuco

de f ami 1 iaridade tendem a ser ccncebidcs senst-


ge. fora dc campo
,

as mesmas caracterí sticas que se ccnhecem d.a rsgiSo


velmente com

mesmos tragos de tamanho e outras caracterís-


cnde se vive (eom os

tieo de ze ccstumss

e assim tambem
_ i o r'sicas, o mesmo roupas .

as crencas •-c)
etcj ĩ csrto cue constitui uma
vsgetagSc,
.
,

as casas, a

da cultura ocidental ccntemporS.nea o ha-


ra^acteristica pelo menos
numero de infcrmagOes que travam esta tendencia da
ver um grande
ser global e nos tornam mais preve
projecgSo de homogeneidade para

mais informados das diferengas, mais pruden


nidos a este respeito,

com a ideia da possibii idade de ser scmente


tes a ests rsspeito e

constante no campo de fami 1 iaridade a


regionai z que se apresenta

Mas mesmo isso nSo impede que para alem dos as-
que temos acesso. ,

se acham expressamente acusados como diferentes consoan


pectos que

desse modo sSo retirados da projecgSo de hcmo


te as reriOes (e que

outros que tambem sSo (ou de quai-


gsneidade), haja ainda numerosos

bem ser) puraments regionais e que nSo ha-


quer mode pcdem muito ,

vendo ai.oda nada que os faga retirar do nCcieo de dsterminacOss psr

comur.s sSe arrastados na crejsegSo ds hzmcgeneidade


csbidas cemc .

extericr dc eampo de f ami 1 iaridade e postos a valer


que preenche o

tambem para ele.

smbcra nSo ss seja estrar.ho a altsrnativa


Assim, ccr exsmpio,

a;~ '"Q:te :' e a eorrssecndsnts ersssnca de luz cu sscuridSc ssiam,

nssss ssntido, esrcsbidcs czmc dstsrminagCss nSo universais), pcr-

nor outrc I ado a pressnca do dia ou da noite e de cada vsz u


cue ,
,

universai (a que eode naver a exceccSc ce iugarss as


ma prssenca

sscuras ou de lugarss alumiados, mas justaments si como excepgOes

encuanto e ncite nc camcc ze rsalidade a qus se tsm aceszc, a pro-

iar-îs h= homocsnsidade e i nsxn I i z itamente pcrtadora das dstermina

ce tai modo cue se vs a ccntinuagio da rsaU


cOes correspondenees

hcrieer.tes e:-:ter iores de eada vsz msrguihada cu r.o dia ou


dade ncs

noits reina no prierio campo ds acssso. Semeihanfe projec-


na q\ie

r.So e

acui ccmc em tucc c maiz —

exclicita. E pcde ate eareeer


g.So

Mas faete espcntaueaments c\i:iC3. se vS c meio ds


suroreer.der.te. ce

ss ssta (cu, quanco e esse : casc, o meiz de


luminosidads sm qus

escuridSo) eomo se constituísssem quaiquer coisa como uma "cSpsuia'

rodsada de hcrizontes em contraste com ela,


cem essa dsterminagSo ,

3á6
determinagOes alternativas E certo que nSo se ccnsti
marcados por
.

definida de continuagSo do dia ou de ccnti


tui nenhuma perspectiva

todos os horizontes fora —

acompanhando essa con


nuagSc da noite por

tinuagSo, seguindo-a, ou mesmo si fazendo mengSo dela. A esse res-

peito nSo parece haver nada estabe lec ido , a perspectiva perde-se,

dilui-se em falta de acuidade e indistingSo. Mas nes-


deslassa-se,

r.So r.S neutral idade domina de facto uma projecgSo


sa indistingSo ,

de homcgeneidade. A noite ou o dia est.So longe de terem c aspecto

coisa comc apenas uma "bo.lsa" or.de estamos, rodeada de


ce quaiquer
em relagSc a si (uma bolsa de ncite num meio
um meic heterogeneo

bolsa ds dia num meio noturno . ou um foco de dia cu


•diurr.o, ou uma

muitos eutros de ambas as quaiidadss formandc um nu-


de noite sntre

de manehas ) NSo Mesmo ata sabendo qus


msroso s variegado conjunto . .

r.oits ou dia ae mssmc ter.pc sm toda a parte , essa nctíeia ten


r.Se e

ter de faeto fradugSe na fcrma ccmo. as coisas me aparecem


de a r.So

ds faeeo, a aerssentacSo que tsnho e ssmprs ds nc-


e~,

irrai-o E

"

de
"

vsr ds tal rr.odc qus e o mundo qus aearecs caca


vo afra'da eara

ser de dia ou em ser de noite.


vez mergulhado sm

fsnimeno ss eassa, pcr exempio, ecm o sistema ds fixacSo


-rraioco

alto/baixo (ocm a dif srene lagSo qus introduz s


das dirscgOss

rslativas

em todas as rsaiidadss de ra-


Aa-n
etermir.ac ies a eis qus p .

sstSe aeresentadas ) A fixacSo cestas regtzes


espaciai qus
.

rSzrer
63
usar c termc de Kant constitui uma ccnstante no
do espaco",
,

para

rastaca na proieegSo de hcmogsueidade que se produz a partir dele.

todo exterior do
suhreptic iaments"
"

introduz sm o
De fcrma que se

de f ami I i ar idade —
s tedc eis aparecs ccnformado pela mesma
camco

-eseeito reina onde me encontro Ou ssja, ta:n-


f(Y:irín -r,a * ^se^ .

das rsgiies do espagc nSc surgs marza-


bem o ceminio desta fixagSo

fronfeira, nSc como uma "boiha" mais ou me-


do por nenhuma aparece

ds reaiidads envolvente ;1 nSo afectaca


ncs crar.de no quadrc uma

vaiha definigSc diferente da "pcsigSo" do


oor eie (para a qua 1 u:na

347
alto e do baixc). Tambem a este respeito a perspectiva que se tem

sobre a continuagão da realidade para 1S do campo de f ami 1 iaridade

nSo estS liberta do vínculo ao que reina nele, ef ectivamente dispo

nibiiizada para o preenchimento por alternativas . 2 o contrSrio que

sucede. A fixagSo da diferenga alto/baixo, a evidencia que no cam-

oc de fami 1 iaridade em toda a parte reina acerea disso e indefini-

damente propagada, sem nenhum limite (estS injectada como determi-

nagSc permanente, que "entra sem se dar por ela", de tai modo que

nem se pOe qualquer problema a seu respeito, nem se presta um mír.i

mo de atsngSo a ssts aspecfo


e essa ausencia de probisma, esse nSc

-atendimento , trazem precisamente o seu dominie e a nSo abertura

de excepgSc ) e, alÍSs, a tal assim que


quaiqusr margem para .
por.to

tambem aqui ,
mesmc que se tenha nctíeia da esfericidade da tsrra,

de f ami 1 i ar idacs A erojscgSe ds homcgsnsidacs ter.de a in-


campo .

ciuir na mesma a flxagSo das rsgiOss alto/baixo que vigora na aere

sentagSc cue tsmos ,


a r.Sz tsr nsm um lir.its sm qus sia csssa s cs-

da lucar a uma outra nsm um contínuc ds progrsssivo afastamento em

rslacSc 3. eia. H esrtc cue tamecueo 'nS cuaicuer ciara marcacSo ds

uma sempre prolongada manutengSo das mesmas regiies do espaco. Mas

na ausSncia de eualquer fixagSo a tai rsspeito, rsi na de factc a

psrs istênc i a da dstsrminagSo estabelecida no caínpo ds f ami I iarida-

ds . E a perspectiva pcueo nítida qus ss tem sobre os hcrizcntss ex

teriores nSo e neutra sm reiagSo a ests aspecto , estS dcminada pcr

uma assungSo ce homogensidade tambem nc que o concsrne.

Da mesma forma constitui um traco comum do campo ds famiiiari-

dads a c ircunstsnc ia de os objsetos qus nels se aprssentam tsrsm

348
variam entre determinados limites e que se acham nu-
dimensOes que

re iativamente ao tamanhc do nosso ccrpc.


ma determinada proporgSc

mcdo este ocupa uma posigSo intermédia entre objectos


De tal que

mais e objectos consideravelmente maiores do


de dimensOes pequenas

tal modo outro lado, hS uma determinada fre


nis. E de que , pcr
que

distribuigSo destas diferentes dimensOes —

ou seja, nSo
quência na

do nis e tcdos os outrcs sSo co-


hS um si objecto mais psqueno que

lossalmente maiores, nem hS um si cbjecto maior do que nis (cu do

" "

tamanho) e todos os cutros sSc "miniaturais , I i


i_iputianos" )
nosso

H isso (e esse ieque de tamanhos e esse tipc de distribuigSo "equi

de f ami 1 iaridade —

e é •

tambem is-
librada") que caracteriza o campc

mcdo oomo vsmcs, ss acna inexp . ic itamente fransportaco


so que , r.c

„-v--3 gv-ûrior deie.Fcr mais que me esforcs pcr admitir qus a rsa
,0

iidade fora do camco ds f ami 1 iaricads seja diíersnts s hstercgenea

conhego, as variagOes que ccncebc nesse es-


em relagSo aquilo qus

do hstsrogenso ter.dsm. vsnde bsm, a ser oa


fer-o ds csrsose civae So

s a deixarsm "aiiviadc", intocado es


naiizacas para cutros aspectcs

ds dimsnsOss s da rsspsctiva frsquSr.cia. De taĩ modo que


te eadrSc

ca reaiidade fora do camco de familiari-


ao ooneeber a ecntinuagSo

mais remotos qus sejam cs domínios que presenfifico s ?c:


dade, pcr

difsrsntes qus tsnte admiti-ios, tsndo a ccncebs-


mais sstranhcs e

ccm uma "distrirui cSc ds dimsnsies"


-ios preenchidos ocr cbjsetos

dizer, consti tuidcs "r.uma escala" ) em tudc squi-


( aS"im se pode

comum ne cameo de fami 1 iar idade Tambem este


ãcueia
.

./alen_e cue e

nso como excĩusivc de qualquer coisa


recime de cimensoss aparece

;^de e assim, encastrae:

outra escala, onde tudo e liiieutianc ou


1
;
dade consticuida r.u.ma

1 at ivamsnts a tudo ou anOes


gigantescc— e onde se;amcs, rs ,

tudo e

ou gicante s .

caractsriza o eampo de f ami I iaridade haver pra-


?or outro lado,

scbre se estS e, constituindo eis um


ticamente sempre um chSo que

se tem, reinar a seu rsspsito u.m siste-


lĩmite da apresentacSo que

349
mâtioo fenimeno de esbatimenfo, que "apaga" a realidade debaixc de

le. E caracteriza-o também a possibi 1 idade de reaiizagSo de percur

sos num eixc paralelo a esse chSo —

percursos que sSo possibi I itados

haver espagc desimpedido, livre, uma determinada concentragSc


por

de obiectos (nSo um total "atravancamento" —

r.So campos de rsalida-

sôlidos ou de qualquer modo com uma elevada "densi-


ds macigaments

dade", qus impega a deslocagSo dc r.Ccleo de inoidencia. Ora exaeta

mente este mesmo sistema de determinagOes domina a apresentagSo dc

exterior do campo de f ami 1 i aridade (tantc a acresentagSc inexpiici

cuanto as presenti f ieacCes qus ocasionalmente ocorrem). A tsse


ta,

ter.de a fazer-se cortadora deste regime de czr.fi-


de homogeneidade

da realicade aprssentada e prcpaga-o inexpl ie i tamente eele


guracSo

exterior da esfera ds f ami I iaridads , . De tai mcce qus os campos ds

rsalidade no seu exterior tsr.dsrr. a tsr cf.Sc (a tsr ssbatidc o iimi

r Urus Ihs corrssponds s apagad.a a rsalidade que fiea por baixo),

as issIccaoOss nsssss campos tendem a fazer-se si num eixo horizon-

.—. -> —

-3 s. o

tai s o er esnchimsnto ccm que se aprsssntam segue e:ca

^ime de "densidade" (a existsncia de espagc desimpedido, o "nSo-a-

travancar.ento
"

, efe.) que dzmina nc eampo de f ami 1 iar idace . E aeci

de novo , mesmc quance tsntamcs eximir-nos ao vincuio de homogsnei-

dads s ncs esforgamcs ecr admieir eampcs de rsaiidace muito cize-

rentss dos cue ccnhsesmos, a projeccSo de hcmogeneidade infrocuz

despere e eidamenf e estss aspeetos e faz qus a sua ar.tscipagSo domi-

ns intsrnamsnts o proerio ssforcc de variagSc e de admissSc dc he-

terogeneo .

Maturaimente eue uma vez meneicnaco quaiquer destss ascectes,

podemos, com maior eu mencr eficåzia, suspends-I os--dss 1 igar a a-

crsssntacSc do extericr de eampo de f ami I iar idade da fixaoSo de ds

tsrmir.acSo cus ihes eorrespcr.de. Mas antes de serem assiro postos em

reievo, mencionados. enquanto se mantSm despercsbidos , de facto dc-

minam a persoectiva sobre 0 exr.erior do campo de f ami I iari.iacs (por

350
de qualquer assungSo de homo-
muito qus ela se julgue jS emancipada

totalmente aberta S admissSo do diferente). E, pcr cu-


geneidade e

vir bem o que accntece quando passo da consideragSo


t*-o lado, se

de eada um destes aspectos para a consideragSo dos outros, verifi-

cada nova tese e ao procurar suspender c mo-


co que . ao atender a

de de homogeneidade que lhe corresponde, a persrec


mento projecgSo

isso e feito na verdade tem jS de novo a vigorar em si


tiva em que

outros aspectos de projecgSo antes considerados


(e plenamente) os

e suspensos (de tal modo que , quando me concentro por exemplo nc as

pecto relativc ao regime de dimensOes e procuro suspender a projec

seu respeito, a perspectiva em que issc se


gSo de hcmogeneidade a

faz tem j S rsfeita a crojecgSo de homcgeneidade a respeite das

de dia eu da noits, etc )


do sspacc",
.
.

aiôss

documer.tam assim bem a que ponto a prcjeegSc de


Estes exemcios

descer mesmc ate este tipo de aspectos (jS tSo


u^^r.^^n^ i^ad e occe

ineiuí-Ics, a qus ecnto o campo ds f ami I iar idade fun


de pormenor) s

"amcstra" s a psrspectiva que se tsr. seere


cior.a efectivamer.ts comc

mssmo cue r.So tsnha consciência disso (s, ds


o seu exter ior ssque,

facto, tanto mais quanto mencs tsm conscisncia disso), o "princ-piz

'
est tcujours et partout en toutes choses tout
Ae ar: eciim" : "que c

,.
64
comme ícy _
.

eermite ver a grande mul t-pi ieidade de aspectcs que es


^udz isfo

-Sc imclicados nc f ur.c i onamento da tese de homogeneidade ,


comc o

conteddo de qus se faz pcrtadora e bastante compiexo e corrsspor.de

"feixe" de numerosas dsterminagOes e teses ,


de teores e nívei
a um

Esses diverscs elementos r.So es


fi íí
determinagSo bastante diversos .

de forma minimamente destacada —

e, quando ^e olha pa-


.-
r°sentes

r* o exterior do campo de f ami I iar idade e se ve segundo a tese ce

nenhum ceiss ss acusa sm especial (e ainda que algu:


hcmcaeneidade ,

3fl
temático, nSo é isso que o faz "entrar em fungOes" nem é a
se torne

ele se reduz o conteúdo da projecgâo) . As diferentes determina-


que

envolvidas nSo se "desfiarn", estSo, como se disse, amalgamadas


gOes

de tal modo que se perdem no "bolo" . A sua presenga é confusa, ca-

da uma estå fundida na sincrese que a conjuga com as demais. E a

do de apresentagSo de que se trata é mesmo tal


peculiaridade tipo

claramente acusado o colectivo das determi-


que nem sequer aparece

amSlgama) constituindo um apresentado claro, desta-


nagOes (o seu ,

0 sector do campo de apresentagSo em que to-


cadamente dado a ver .

das estas fixagOes de determinagâo se passam é, como se tem vindo

a insistir, um sector de apresentagSo menos precisa, marcado por

um extraordinSrio abaixamento do nível de nitidez, onde nSo se ve

claro, as apresentagOes são fugidias, lassas, e o que se apresenta

ser fitado num efectivo confronto com a determinagSo


nâo chega a

tem. Mas se. estSo assirn perdidas, se o priprio rasto de cada


que ,

uma delas estS como que apagado (e a tal ponto que é dificil iden-

claramente quais sSo —

qual o conteudo da
tificS-las, conseguir ver

de homogeneidade que é que estS posto a preencher os hq


projecgão ,

exteriores), outro lado essas fixagôes de de terminagSc


rizontes por

de tai modo que a perspectiva que se tem carega


nSo estãc perdidas

com elas e nSo fique marcada pelo seu cunho —


i.
de efectiva ligagSo

e., peio cunho de cada uma dessas determinagOes .

Os priprios exempios de aspectos mais "provincianos" que se con-

sideraram documentam isso. A sua presenga estS tSo diluida que é pe

lo menos remoto dar por eles e tendem a passar totalmente desperce-

bidos. E, outro lado, se tentar fixar concretamente que e que


por

ÍS do campo de fami 1 iaridade (que é que concreta-


se apresenta para

mente vejo no seu exterior —

que e que faz disso que tenho ,


quando

volvo o cihar nessa direcgSo, algo de diferente de uma total incig;

nita) ,
e extraordinariamente difícil fixar um conteiido definido,

frente", "face a face", esse conteudo. Mas toda esta falta


"ver de

de nitidez, toda esta inaparência dos conteúdos em causa e todo o

352
desfocado, da apresentagSo se tem dos hori-
caråcter diluído, que

exteriores, nâo significa uma total ausência de determina-


zontes

deixe tudo em aberto e não "faga agulha" para um determi-


gSo, que

contraído na adopgâo destas e daquelas teses de-


nado modo de ver,

estabelecimento de uma realidade com estas e aquelas


finidas e no

fixadas. NSo Essa falta de nitidez nSo somen


características bem .

corresponde a uma perspectiva dominada por


te encerra fixagOes e

teses (decidida por umas determinagOes em detrimento de outras),

mas ests decidida por todas e cada uma das determinagOes do nucleo

do de fami 1 iaridade

mesmo as mais despercebi-


de constantes campo

exemplos considerados) De tal mcdo


das e menos ibvias (como nos .

da realidade exterior fica conformado pcr cada u-


que todo o campo

ma delas .

S constituigâo da tese de ho-


Tragado este quadro relativamente

mogeneidade, o que resulta e um peculiar estado-de-coisas , marca-

uma certa f lexibi 1 idade dessa tese e por um


do ao mesmo tempo por

aspecto fundamental de rigidez.

de feixe de determinagOes e teses (sendo isso


Tratando-se um

de homogeneidade tira do campo de f ami I iaridade a


que a projecgão
conteúdo concreto da projecgSo pode
partir do quai se produz), o

variar —
e pode variar para o mesmo ponto de vista.

natural do campo de fami 1 iaridade (ccm a


0 priprio alargamento

nele de novos lugares, de realidades antes desconheci-


integragâo

das , etc .
) e a aquisigSc de mais noticias do exterior sSo susceptí-

veis de dar a conhecer casos de excepgão relativamente aquilo que

momento eram ccnstantes e, desse modo fazer que a pro


até um dado ,

de homogeneidade perca conteũdos.


jecgão
tambem tentativas de identi-
Por outro lado, podem-se promover

ficagSc dos conteddos envolvidos


na tese de homogeneidade e pode-

a suspensão de cada um dsles.


-se promover
suspensSo sumSria e globai), se produzem alte-
"por atacado", numa

efsctivas da tese em relagSo S maciga projecgSo de hornoge-


ragOes

está vigor. Se projecgSo de homo-


neidade que espcntaneamente em a

geneidade estS constituida "por gros5o" , numa fixagSo conjunta que

arrasta em si todos os diferentes conteúdos inexpl icitamente regis-

tados como constantes dentro do campo de familiaridade (ou seja, se

tem um carScter como que "automático" ) , já a sua suspensSo carece

dele. A constituigSo temStica de uma tese suspensora da projecgSo

nâo se repercute em nenhuma alteragSo das diferen-


de homogeneidade

concretas que sempre jS estSo a vigorar de forma im-


tes projecgOes

pllcita. De tal modo que toda a suspensSo sumSria do principio de

podendo parecer que introduz uma efectiva alteragSo


homogeneidade ,

do modo como encaramos a continuagSo da realidade, de facto nSo sus

deixa todo complexo de antecipagSo de homogeneidade a


pende nad.a, o

funcionar em pleno, sem a minima "bel iscadura" .

Mas, sendo assim, a tomada de conhecimento de casos de excep-

lativamente as constantes do campo de fami 1 iaridade costuma


gSo re

ser bastante esparsa. Mesmo admitindo que se repercuta sempre na

do conteCdo respeita (e viu-se jS que


suspensSo da projecgSo a que

de facto nSo e assim) ,


atinge si uma parte

e mesmo si uma muito

parte

do compiexo de determinagOes envolvidas na projecgSo


pequena

de hcmogeneidade , deixando incilume a maioria delas.

E, outro iado, se de facto se pode tsntar produzir uma iden


por

dos diferentes momentos do complexo, nSo si essa opera-


tificagSo

dificii de realizar, mas para além disso, cada uma das trans
gSo e ,

formagOes reais que sucessivamente produz com a suspensSo de cada

aspecto ie tese tem dificuldade em inscrever-se de forma permanen-

te no nosso modo de ver


uma vez afrouxado o esforgo da sua consi-

temStica (o que acontece justamente quando se passa a con-


deragSo

suspensSo realizada perde


sideragSo de outros aspectos), a o seu e

feito, dissipa-se (reconstituindo-se a inclusSo desse aspecto na

antecipagSo de homcgeneidade que sempre vigora) . Tambem aqui se ve

35^
fenômeno jS por diversas vezes assinalado nas análises pre
rifica o

cedentes

o núcleo de incidéncia tem um calibre limitado (consti-

cursor) e as modificagOes produzidas no seu âmbito


tui como que um

nâo tem repercussSo fora dele. De tal modo que a amplitude da mu-

modo é, também ela, bastante redu-


danga realmente produzida deste

zida .

assim, se produza de um modo quer do outro a suspen-


E, quer ,

de homogeneidade embora possa condu-


sSo de momentos da projecgSo ,

"carga" de conteûdos envolvidcs nela e embora


zir a diminuigOes da

essas diminuigOes possam ser jS bastante sensíveis, nSo vai muitc

de "folga" que se consegue obter em


longe. E nSo é grande a margem

relagSo ao macigo domínio da prcjecgSo de homogeneidade na nossa

sobre os horizontes externos.


perspectiva

Envolvendo uma mul tipi ic idade de teses e determinagôes , a pro-

ao contrSrio do que tende a parecer


não
homogeneidade

jecgSo de

cai por se suspender uma ou outra (ou ate um conjunto significati-

vo) dessas teses, nem tampouco cai quando se chegam ef ectivamente

a experimentar diferengas re lativamente a perspectiva habituai e

a ter sf ectivamente admitida a possibi 1 idade de o exterior


se passa

do campo de f ami 1 iaridade estar preenchido pcr realidades que des-

fcrma cor.cra3tam com o que é conhecido desse campo .

ta ou daquela

de aspectos da tese de homogeneidade e a pas-


A sfectiva suspensSo

diferentes, modificadas,
perspectivas signif icativamente
a
sagem a

respeito do exterior do campo de f ami I iaridade nSo impedem que con

subsistir, abso lutamente incôlumes e mantidas em plenitu-


tinuem a

todos os outrcs aspectos (todas as outras tsses e


de de fungOes ,

tambem estSo envolvidos na proiecgSo. De tal mo


determinagOes ) que
"

do que as priprias reaiidades "divergentes que chegam a ser conce-

de facto air.da conformadas por um grande número de an-


bidas estSc

de homogeneidade estao postas a valer


tecipagOes que , em projecgSo ,

E de tai modo que na verdade essas reaiidades "di-


a seu respeito.
estão mesmo jS fixadas por uma maioria de determinagOes
vergentes

ao núcleo de homogeneidade em cujo quadro se inscre-


pertencentes ,

vem as "aberragOes" admitidas —

que assim sô parcialmente o sSo e

embora chamem mais a atengSo para o que têm de novo (embora


que,

fagam avultar justamente isso e produzam a impressSo de se tratar

de algo absolutamente diferente) nâo sô tem muito em comum com


já ,

o é familiar, mas têm mesmo muito mais em comum com ele do que
que

de diferente.

Mas mais. A projecgão de homogeneidade envolve uma multiplici

dade de "estratos", incluindo desde aspectos mais ou menos aciden

tais e te3es de elevado teor de determinagSo (relativas a pormeno-

res da fcrma como as ooisas se apresentam) ate aspectos mais gené-

ricos e teses sobre as estruturas fundamentais da realidade (que

envolvem muito menos determinagSo e em relagSo as quais os aspec-

tos de tôm o carScter ce variantes). A estas diferengas


pormenor

outro lado tambem diferengas quanto ao grau de


correspondem por

enraizamento e de resistência S suspensSo e S efectiva admissSo de

aiternativas . Posso com relativa facilidade admitir a ausência de

casas ou de rios, a ausencia de luz ou de pessoas. Mas é bastante

mais difícil admitir ef ectivamente a ausência da identidade diacri

nica das realidades ou (mais ainda) a total ausência do tempo . Ora,

sendo assim (e podendo , como se disse, a revisâo da tese de homoge

diferentss composigOes do ccnteudo ela


neidade determinar seu que

consoante os casos, determinagOes diferentes), sucede tcda-


perca,

via que toda a tendencia é para que as diferentes alteragOes que

se produzem se situem no nível das determinagOes mais especificas

e não toquem as fixagCes fundamentais da estrutura da realidade.

Estas ultimas sSo tSo ôbvias que tendem a passar sem que se de por

elas como conteCdos da tese de homogeneidade e, por outro lado, o

seu enraizamento e de tal crdem que ,


mesmo que se chegue a conside

rS-los, resistem muito mais a suspensSo e á efectiva admissão de

alternativas . X

. . ■■
J
,*s
da tese de homogeneida
Desta forma, podem produzir-se alteragOes

diferentes estSdios de alteragSo dela, "abandonando" estas


de sim,

da projecgSo que induz. Mas essas diferentes


ou aquelas componentes

nSo sô deixam sempre um núcleo de persistencia da projec


alteragOes

gSo (e o "grosso" dela), mantendo assim o preenchimento e a fixagSo

opera nos horizontes exteriores e fazendo que


de determinagSo que

a uma efectiva rarefacgSo do complexo de ante-


nâo se chegue nunca

vigoram a seu respeito (e que se mantenha muito gran-


cipagOes que

total incôgnita) mas nSo corroem


de a diferenga em relagSo a uma ,

periféricos, nSo entram a fundo nos


senSo aspectos mais ou menos

aspectos fundamentais da fixagSo das caracterí sticas da realidade.

No misto de antecipagSo jS fixa, assente, e de em-aberto que ,


como

caracteriza a perspectiva dominada pela projecgSo de homo-


se viu,

scmente a expansOes da margem de


geneidade, correspondem pequenas

de fundamentais totalmente intactas —

e a
em-aberto dentro fixagOes

dc heterogéneo e portadora desse niicieo de estru


pripria concepgSo

fundamental da realidade, que se mantem inar-


turas e de definigSo

redSvel e resiste imperturbado as tentativas de modificagão da sua

rigidez .

NSo se pretende dizer oom isto qus a suspensSo da projecgSc de

afsclutamer.ee impossivel 0 que se verifica e ape-


homogeneidade e
.

tai e extracrdinar i amente dificil ds conseguir,


nas que suspensSo

naturalmente se tende e fi-


vai ao arrepio de tudo aquilo para que

ficar rsalizada s simplssmente porque se ho


ca muito ionge de pura

ccnce-
moioga uma tese contrSria S tese de homogeneidade ou por se

ber ef ectivamente a possibi I idade de em relagSo a estes e aqueles

exterior do territirio estar preenchido por determina-


aspectos o

gOes inovadoras, diferentes das que se conhecem. B preciso muito

obter uma real suspensSo da tese de homogeneidade e a pers


se
para

normalmente nos achamos ests de facto sempre domina-


pectiva em que

da por ela e tem o exterior do territirio preenchido peias determi-

í
lhe correspondem e dessa forma convertido em qualquer
nagOes que

coisa muito diferente de um campo de incôgnitas.

Tudo isto perrnite perceber jS com um mínimo de clareza o papel

que a tess natural de homogeneidade desempenha na contengâo do re-

conhecimento da incompietude , mesmo quando este jS se tem de haver

com a consideragâo do exterior do campo de fami liaridade . Os efei-

tos de contengSo da incompletude js produzidos pelo esbatimento dos

limites da apresentagSo e pelo fenimeno da representagão inautênti

ca de totalidades ficam considerave lmente ref orgados por esta pecu

"

liar forma de "preenchimentc e de fixagSo de determinagSo que "es

patriminio do nossc "saber" para 1S dos limites do campo


palha" o

de fami 1 iaridade

e de facto numa propagagSo que nada trava ,


cuja

esfera de extensSo nSo tem fronteira.

Neste sentido, a tese natural de homogeneidade (o "principio de

"

i 1 enc iosa subrepticiamente" dcmina o nosso modo de


Arlequim" que s ,

ver e estS firmemente implantado nele) constitui um factor adi-


que

cional de impedimento de que esse exterior aparega a cercar o cam-

de fami 1 iaridade como um avassalador horizonte de latencia.


po

Mas ,
por outro lado, constitui precisamente um factor tal que ,

mesmo uma vez suprimido (e totaimente suprimido' o esbatimento dos

iimites da aprssentagSo ,
mesmo uma vez suspensas (e tetaimente sus-

representagOes inautenticas de totalidade e constituĩda


pensas) as

uma perspectiva tctalmente livre destss dois "amortecedores" , e ca

de assegurar sozinho que o exterior do territirio nSo aparega


paz

como uma incôgnita (aparega como algo de muito diferente disso) e

que o campo de acesso nSo suria como um pequenissimo enclave aper-

tadamente cercado por um imenso macigo de campos de escondimento e

totalmente esmagado, perdido nesse macigc.

0 efsito produzido pela vigencia do princípio de homogeneidade

358
é mesmo, a este respeito, um efeito em que ainda mais radicalmente

dos horizontes exteriores consonSn-


pOe a pripria consideragâo em

cia com a forma natural da finitude e faz que , a despeito de todas

contrário, mesmo estando tematizados esses hori-


as aparencias em

zontes, a perspectiva que se tem corresponda plenamente a todos os

de minimizagâo subalternizagSo das


aspectos do dispositivo geral e

falhas que inicialmente se descreveu.

Assim, se o esbatimento dos limites expande o "horizonte apa-

rente" do campo de acesso numa dilatagSo indefinida e faz que o cam

de escondimento correspondente ao exterior da esfera de familia


po

ridade nSo comece concretamente em sítio nenhum, se os fenimenos

associados S representagSo inautentica de totalidades fazem que pa

haver jS uma ideia adequada da extensSo desse exterior, redu-


rega

zindo extraordinariamente a sua ordem de grandeza e diluindo a res

numa perspectiva lassa, sem um minimo de nitidez,


pectiva percepgSo

a tese de homogeneidade faz que o nosso ponto de vista tenha js u-

dominio dcs priprios conteũdos do exterior —

ou se-
ma captagSo, um

nSo incignlta nem sequer quanto ao seu teor.


ia, que este seja uma

De tal modo a margem de incompletude se atám S complementagSo


que ,

do preenchimento assim j'S produzido: a "encla-


ao "enriquecimento"

ves" que ,
sem deixarem de ser abertos, estSo reduzidos ao porte de

f icagOes do assim jS se acha fixo, de lacunas ain-


meras especi que

da quadro do que jS se sabe E de tai modo que co-


a preencher no .
,

mo se viu, o desenhar destas lacunas (a marcagSo do seu carScter

ainda aberto ,
da faiha e do escondimento que lhes corresponde) es-

tå diluida na falta de acuidade que caracteriza e reduzida a uma

rsferSncia (nSo se traduzindo na clara indicagSo de que faita


vaga

9Ste, este e aquele aspecto , de que ainda é indefinido e estS por

descobrir concretamente isto, isto, isto, etc .


) .

Ou seja, a tese de homogeneidade entra ainda mais decididamente

esse exterior adentro —


nSo apenas o afasta, nem apenas gera am
por

359
Ss suas dimensOes —

difunde-se massivamente sem


bliopia em relagSo ,

travagem, por todo o seu espago, num preenchimento compacto, que

consente "locas" (que si conserva aberta a prôpria especifica-


nSo

gSo daquilo que fixa, quer dizer que si mantém em aberto o priprio

"
interior" do seu dominio, nada deixando escapar S sua implantagSo

e reduzindo a incompletude a pequenos redutos espalhados e pouco ou

nada salientes no meio do que jS se acha preenchido). A redugSo de

assim se opera é muito mais radical do


âmbito da incompletude que

das inautenticas de totalida


que aqueia que resulta representagOes

da reaiidade em causa nesses campos e afas


de, vai rnais ao "Smago"

mais de ser uma realidade incignita. Si pcr si basta pa-


ta-a muito

nâo havendo nenhum esbatimento dos limites (e vendo-se mui-


ra que,

bem perto comega o exterior do domínio de fami 1 iaridade ) ,


to quSo

nâo havendo representagSo inautêntica de totalidades (e vendo-se

com toda a nitidez a esmagadora dimensSo dos horizontes exterio-

nos limites do campo de f ami 1 iaridade de facto


res), c que aparece

de escondimento mas ccmo


nSo surja preval entemente ccmo um campo ,

dominio onde hS bolsas de escondimento e onde tudc a-


um campo de

pripria relagSo de forgas entre o tidc e c


te no que diz respeito a

forma naturai da finifu


nSo-tido —
e perf e i tamente congruente com a

de e com todos os aspectos dc dispositivo de minimizagSo e subal-

ternizagSo da falha em que estS apoiada.

AliSs, o "avango" que a tese de homogene idade representa em re-

ao efeito e ás ssferas de alcance do esbatimento dos limites


lagSo

inautentica de totalidade vai mesmo tSo lcnge


e da representagSo

resulta jS do que se expôs, mas nSo ficou suf icientemen-


que (como

te sublinhado) a tese de homogeneidade tem mesmc um carScter tota-

fixagSo de determinagSo a captagSo que faz


lizador— estende a sua ,

da realidade, a tudo quanto hs e constitui de facto a nossa pers-

nSo se atem a nenhuma parte antes coi


pectiva numa perspectiva que ,

de alcance relativamente ao todo da realidade.


pcrta una pretensSo

vista a assergSo pode soar estranha. E parece coli-


A orzmeira

360
dir com a evidência dos factos e com estados-de-coisas que inclusi^

destaque no exame que se fez.Pois, como vS


vamente foram postos em

rias vezes se acentuou, nSo se tem (e há uma clara consciencia de

nâo se ter) acesso a tudo, não se faz ideia (e tem-se consciência

de nSo se faz ideia) do que seja o todo da realidade. Caracte-


que

riza mesmo o tipo de apresentagão de que se dispOe (dada a co-apre

sempre envolve, de horizontes externos) o facto de o


sentagâo, que

mais abrangente que já seja, surgir sempre sô


seu apresentado, por

todo ainda mais amplo que sempre se mantém ainda


como parte de um

para lá. —

que nunca se chega a ver (de tal modo que a apresentagSo

que se tem e sempre uma apresentagSo aberta e envolve sempre qual-

quer coisa como uma ausencia, uma "fuga do todo" ) .

Mas, de facto, como oportunamente se apontou, a projecgSo de ho

não tem nenhuma fronteira em que se quede, nSo encon-


mogeneidade

absolutamente nada que a trave Reinando ela, nSo hS nenhuma


tra .

levante conter do-


esfera de excepgSo que de algum modo 3e a o seu

é totalmente infrene e nSo somente nSo comporta


mínio. A projecgSo

"positiva" de excepgSo, mas de facto inclui no seu


nenhuma marcagSo

da auséncia de excepgSo (o nSo contar com ela,


sentido a implicagão

o te-la, para todos os efeitos, por excluida) .


Inexpl icitamente o

fica estabelecido é ser sempre assim (sempre sem novidade que


que

é consentida pela tese de homo


ultrapasse a margem de inovagSo que

assim" nSo envolve o seguimento desse "sem


geneidade) . Este "sempre

toda muitipl icidade implicada nele). De facto nSo envoj^


pre" (de a

nenhum seguimento (nem mesmo 3ornente comegado) dessa mu_l


ve sequer

tiplicidade. Mas "atira" globalmente para ela —

produz uma fixagSo

de validade estS dirigida a ela toda, de tal modo que


cuja esfera

vai até onde ela for e nSo f ica aquem de nenhum momento dela.

do todo pode saber-se que não se


Pode nâo se ter apresentagSo ,

^.em —

constituir-se uma muito clara consciencia temStica disso. Mas

a consciencia de falta de acesso ao todo (do desconhecimento dele)

361
estatuto diferente da consciencia, que também há, de nSo
nâo tem um

se ter acesso aos horizontes exteriores que sSo si parte dele. E as

haver um claro reconhecimento de que nâo se tem aces


sim como pode

so a esse.3 horizontes sem que isso impega o inexplicito preenchi-

mento deles por" todo o complexo de fixagOes de determinagSo que cor

S tese de homogeneidade, assim também o reconhecimento de


responde

algo de escondido, nSo chega


o todo escapa

e que é a que se
que

nSo impede a sua inexplicita afectagSo a esse mesmo complexo e o

ele.
seu preenchimento por

NSo se sabe o todo , reccnhece-se— o que isso seja permanece (e

de deixado) em aberto : é "demais" para um ponto de vista


tem ser

como o nosso, se e que e abarcSvel pcr um ponto de vista. Mas e o

em-aberto assim reconhecido um em-aberto ef ectivamente total, cor-

resconde o assim se declara fora de alcance a uma absoluta in-


que

estS posto dentro do quadro de de-


côgnita ? NSo .
Inexpl icitamente

termina^Oes ccrrespondente S tese de homogeneidade , a admissSo de

nSo inclui a sua suspensSo e a subtracgSo a ele. Inexpii-


em-aberto

citamente o todo estS antecipado por forma que o faz corresponder

do de determinagOes
a uma nova e inimaginSvel variagao complexo

a tese de homogeneidade consagra. Mesmo sem ter o todo (e


que

reconhecendo que nSo o tem) a nossa perspectiva tem-nc jS pelo me-

nos nisto: nas determinagOes reconhecidas como constantes e na te-

inexplicita mas decididamente o vincuia a


se de homogeneidade que

e 1 as .

E, assim, se a rsmissâo hcrizontai prossegue sem fim e faz de

se tem, por mais extenso que iS seja o seu


toda a apresentagSo que

apresentagSo ainda somente parcial de um todo semprs


apresentado,

"adiado" (a que nunca se chega') , as caracterí sticas da tese de ho-

mogeneidade sSo tais que ela se introduz na pripria remissSo hori-

zontal e se torna algo "transportado" por ela. De sorte que a tese

com a pripria remissSc horizontal vai tSo longe quanto ela.


avanga ,

de manter aberto essa remissSo tem de a-


E, sem orejuizo se o que

3o2
a "injecta", de
berto, fecha-a no quadro de determinagOes com que

da remissSo continuada é interior S esfe-


tal modo que o em-aberto

assente como fixa.


ra de determinagOes

de fami 1 iaridade sob o efeito do es


Resumindo: Tal como o campo

de acgSo" do "princípio de
dos limites, também o "campo
batimento

indefinido. Mas o
homogeneidade" estS sujeito a um prolcngamento

de se trata no caso do "principio de


prolongamento indefinido que

carScter absolutamente inclusivo que falta


homogeneidade" tem um

de f ami 1 iaridade , por mais indef inidamente prolongado que


ao campo

esbatimento dos limites o estenda numa propaga-


aparega. Embora o

de f ami 1 iaridade estS de raiz marcado por


gSo indefinida, o campo

de f ami 1 iaridade apresenta-se "des


uma mengSo de finitude— o campo

1S", cessa algures e nSc


de sempre" comc algo que tem um "para que

todos os horizontes fora. 0 que acontece (e o que


se prolonga por

indefinido) e que embora haja


pro 1 ongamento ,

no" seu caso produz o

referência a um "para ÍS", os limites corres-


mengSo de finitude e

chegam a marcar, o "para ÍS" nSc


a essa finitude nunca se
pondentes
fronteira definida— do que resulta uma propagagSo
comega em nenhuma

sem fim. Pelo contrSrio, a projecgSo inexplicita de homogeneidade

limitada, de ter
qualquer ref erenoiagSo de
ser
n ão estS marcada por

1S" o que quer que seja a que nSo se estenda. Tambem aqui
um "para ,

de f ronteiras— mas nSo por adiamento delas, an-


hS uma nSo marcagSo

total ausencia do que quer


tes por pura e simpies ausência : por

nota de finita. E isto


que seja que ef ectivamente ponha neia a ser

do sucede no prol ongamento inde-


de tal modo que , ao contrSrio que

f ami I idade o pro 1 ongamento indefinido da es


finido do campc de lar ,

irrestritamente englobante, inclusivo— tem


fera de homogeneidade e

carScter inteqral (sem "resto", ou com "resto" si no seu pripric


um

interior e sob o seu domínio).

E, assim, de forma discreta e perf eitamente compativel com todos

de nSo se tem acesso ao todo da realidade


os reconhecimentos que

363
é sô exígua parte, de que nSo
(de que aquilo que se acompanha uma

se faz ideia do que seja o todo, etc .


) , a tese de homogeneidade que

dos horizontes exteriores ao campo de familiarida-


reina a respeito

tem de facto um carácter totalizador, constitui jS uma perspec-


de

tiva de fixagSo integral da realidade e faz que no nosso ponto de

corresponde a um saber do todo .

vista haja algo que

naturalde RELEGACÃO DE ĨHPORTÂNCĨA dos horizontes


2.1.1.2.4 A tese
f ami liaridade .0 fenimeno da relega-
ext er i oresacT_campo_d e

as suas raizes. A reiegagao de impor


cSo de importancia e
de saber
tSncia dos horizontes exteriores e a pretensSo
releqagao como AflTECĩPACÃO e a for-
que tem implicada

a
horizontes que grregjponde
dos 1 he c
"preench imento"
.

ma de
fechada ..do_cont_e_Ado
A natureza_sjjuy^ajieamente aberta
e

constituido pela tese de releqagSo de importancia, o ca-


rActer "rarefeito" da fixagSo gue produz e a sua capaci-
dade para, nSo obstante, absorver em si todo j_em-aberto
horizontes exterĩores _nao_az
que comporta e fazer que os

1 ia como
paregam "como incigni
tas . A re
egagSo _de_importSne
APRESENTACAO DO TODO
de e \iltimo redu-
segunda modalidade
to do dispositivo natural de "amortecimento" da incomple-
tude emrej^aga o aos horizontes exteriores. O problema _da
da tese de homogeneidade e da tese de rele-
^FrmT^AWKNTACAO carScter de
impoirtancia

duas teses e o seu


gãgao de as

evidentes desfoca-
tornadas por
prnj^c^e^insustentadas
e falta de acuidade.
gem

dificuldade obsta a uma suspensSo global da


Sublinhou-se a que

como ela tende sempre a subsistir peic


projecgao de homogeneidade e

menos em relagão a um ndcleo fundamental de teses e determinagOes .

exterior do de f ami 1 iaridade si muito dificil-


De sorte que o carnpo

mente pode deixar de ser preenchido pela projecgSo de homogeneida-

ela afastado de constituir uma total in-


de e deixar de estar por

é
côgnita. Mas na verdade nSo é apenas a tese de homogeneidade nem

assim fazer o exterior do


apenas esse nCciec que se interpOe a que

de f ami 1 iar idade esteja de algum modo sabido, preenchido, e


campo

nSo aparega como um campo de puro escondimento e de incignita.

mSximo de uma sus


Ccm efeito, mesmo conseguindo-se aproximar ao

364
da tese de homogeneidade, para além do resíduo dela que sem
pensão
subsistir, hS ainda um outro factor
pre tende inexpl icitamente a

de fami liaridade, desem-


do exterior do campo que
de preenchimento

papel decisivo na constituigâo inexplicita de uma preten-


penha um

reconhece que isso é


sSo de saber a seu respeito, mesmo quando se

Ou seja, a tese de homogenei-


qualquer coisa que nâo se acompanha.

dade nSo é o unico nem o ultimo esteio de orientagao relativamente

14 do campo de fami 1 iaridade .

aos horizontes para

E assim é verifica-se se se examinar como se reage S possi-


que

hS nesses horizontes serem bastante


bilidade de as realidades que

de tudo o que se conhece.


diferentes

Ao confrontarmo-nos de facto com essa possibil idade tendemos a

de indiferenga a ela.Por mais diferentes que sejam


ter uma reacgSo

esta atitude que tende a dominar— is


os horizontes exteriores— é a

so em nada muda a situagSo em que se estS. Seja 1S o "que for que

nesse "longe"~e por mais heterogéneo


e surpreendente que se-
haja
nao me diz respeito, nSo tem im-
longe,
ja— situa-se precisamente
se decide e com que se tem a haver
a esfera em que
portsncia para

muito bem passar sem isso e o fac


a minha vida. De sorte que possc

desta ou daquela maneira, de ter ou não semelhanga


to de isso ser

conhego, nSo aitera em nada a rsalidade prixima com


com aquilo que

sm se dsssnrola a minha vida.


que tenho de licar, o quadro qus

maior ssja a indsfinigSo que reine


Por outras palavra, por qus

limite, mesmo que se a


dcs horizontes exteriores (e, ao
a respsito

de corresponder a um em-aberto total , sem qualquer restri-


proxime
de essa realidade muito
gâo), nSo se ten nenhuma expectativa que

hS nc sxtsrior do campo de f ami I iaricade


diferents que porventura
se tem
alterar signi f icativamente a linha de orientagSo que
possa

fique suspenso do escia-


na vida— de tal modo que aigc de decisivo

da sua definigSc. Os horizontes exte-


recimento desse em-aberto ,

ds f ami 1 iaridade surgem como algo de remoto, cuja


riorss ao campo

365
determinagSo deste ou daquele modo nSo é concebida como suscepti-

da orientagSo que jS se tem. Se-


vel de obrigar a qualquer reyisao

nSo é com isso que se estS em contacto e qualquer


ja 1S o que for,

seu de diferenga relativamente ao que e conhecido


que seja o grau

de f ami 1 iaridade isso "nâo risca"— nSo pode "riscar"~no


do campo ,

se jogam as nossas vidas em relagSo ao qual


campo do priximo em que ,

nesse sentido, é totalmente irrelevante.

de reacgâo enraiza em fenimenos js anteriormente refe


■*3te tipo

agora analisar a uma nova luz, focando aspec


ridos, mas que cumpre

anSlises anteriores deixaram por fccar. 0 que se apre-


tos que as

modo tambem um mero esbogo, r.So analisando a


senta e de qualquer

referindo apenas o que e estrita-


fundo os fenimenos em questSc e

1 se perceber um Cltirno factor de amorteci-


mente indispensSve para

mento da apereepgSc natural da incompletude .

estar-se constituido a ter uma apresentagSc das coisas na for


Ao

nSo e de absoluta indiferenga a posigSo que se tem.


ma como temcs,

"
de modo
NSo se assiste o 1 impicamente" Squilo que se apresenta, que

nSo nos toque as coisas serem deste ou da


nada esteja em causa, que

modo cue nSo nos interesse e nSo ncs preocupe o que se apre-
quele ,

senta, que sejamos completan\ente destituldos de zelo e de empenhc

Mas outrc iado, sendo assim, tambem nSo aconts


a seu respeito. ,
por

se e posto em contacto na apresentagâo


ce que tudo aquiio com que

ncs toque, ncs interesse e nos preocupe exactamen


de aue se dispOe

mcdo ccr tudc tenhamos zelc e a respeitc de tudo


ts dc mesmo ,
que

reins sm nis empenho . Ou seja, r.So estamos constituidos de tal mo-

encontra apresentado tenha para nis o mesmc


do que tudo c que se

E dai rssulta qus o campo ds aprsser.tagSo pa-


grau de importSncia .

ra que de cada vez estamos abertcs, alem das diferengas relativas

da determinagSo dos seus apresentados (das suas diversas


a fixagSo

cons istencia, ete.), comporte tambem diferengas quan


orccriedades ,

to ao "indice" de impcrtsncia ds que os diversos apresentados se rs

tambem mui tip 1 ic idade de pianos,


vestem e esteja organizado numa

366
segundo uma complexa escala de indices
numa espécie de perspectiva,

de de instSncia, de que se tentou dar ideia


de importância, graus

em anSlises anteriores.

A distribuigSo destes indices de importSncia nao estS feita a

determinada identif icagao do que estS em causa


esmo. Assenta numa

onde nos encontramos



numa orientagão global que nos define afinal

de estar desperto, como se estS: de que e que se tra


que é isto se

é estS "em jogc" ao encontrarmo-nos nela. Ou seja, a


ta, que que

distribuigão dos diversos indices de importSncia radica num reco-

da situagao, facto de esse


nhecimento, num "diagnistico" global no

estar marcadc por algo que nos torna nao indiferentes


diagnistico

nSo-indif erenga) E radica tambem no facto de


(nos "mergulha" na .

esse "diagnistico" fixar uma determinada orientagao da nSo-indife-

De tal modc e porque se acha feitc


renga em que nos mergulha. que

global dc cue estS em-jogo, e porque es


um determinadc diagnistico

determinada direcgão de nSo indife


se diagnistico nos projecta numa

os diverscs apresentados tem reiagOes diferentes (o


renga e porque

diferentes, desempenham papeis diferentes em rela-


cupam posigOes
haver e hS diferengas de importSncia e tcda a
gSo a ela), que pcde

de se fez um esbogo E de tal modo


anisotrcpia de impcrtSncia que .

que, produzindo-se alteragOes


desse diagnistico (as quais podem ser

afectar um conjunto de aspectcs mais ou menos


mais e menos amplas,

alterS-los com uma margem de infle-


numerosos desse diagnistico, e

mais e menos lata) procuzem-se tambem alteragOes dos índi-


xSo ou ,

os diferentes componentes do
ces de importSncia com que aparecem

campo de apresentagão .

caracteriza outro lado a situagSo normal do nos


Ser.do assim, por

de vista este diagnistico global da situagSo, este es


so ponto que

tabelecimento de r.So-indi f erenga e de uma determinada orientagSo de

nao-indiferenga e todo o sistema, dai decorrente, de "distribuigSo"

mcmentos d<
de diferentes índices de importSncia pelos diversos .o c

367
po de apresentagSo , se achar sempre jS decidido e consumado, insta

lado e assente numa base "silida", com toda a sua "arquitectura" .

Ou nao acontece que costumemos dar connosco desorientados e


seja,

acerca do que estS em jogo no facto de aqui sermos ou se


perplexos

desorientados e perplexos acerca da importSncia de que, em fa


quer

nSo-indif erenga seguimos, têm nSo têm as


ce da orientagao de que ou

diferentes coisas que aparecem. Por um lado nSo costumamos sentir

acerca da situagSo em que damos connosco (nâo costuma


perplexidade

mos estar sem orientagSo, ccm a vida inteiramente por decidir —

per

didos em encruzi lhadas de identif icagao e ainda "a nora" sobre que

Sucede antes estamos


e que globalmente importa) .
que em regra sem-

jS plenamente em determinadas sen-


pre jS orientados, vamos sempre

das, decididcs por elas. Mas nSo so . Poderia ser assim, mas apesar

de tudo estarmos de cada vez ainda a ter de decidir o grau de im-

portSncia dcs diferentes apresentados (ou de uma s igni f icativa ear

te deles), obrigados a uma ponderagSo, tendc aduc sub iudice a fi-

dissc. Cu pcderia estar espontaneamente feita uma determina-


xagSo

da distribuigSo de índices de importSncia, contemplando jS a maior

parte do campo de apresentagSo , mas essa fixagSo de importsncia

ser firme, ainda hesitante, mareada eor um carScter provisi-


pouco

recomendando Cra é justamente


rio, sugerindo reapreciagSo , exame .

o contrSrio que sucede. A maior parte dos apresentadcs surge sem-

ciara decididamente c iassif icada, ciara e decididaments


pre jS e

"arrumada" numa determinada ordem de importSncia. De tai modo cue

aparscsm ee facto sempre jS marcados por ela, ccm o mcdo ce presen

lhe corresponde

e com isso inteiramente assente, sem que


ga que

se suscite qualquer questSo a tai respeito, sem que haia hesitagSc

ou o que quer que seja que afaste essa fixagSo cs ser peremptiria.

Sem dCvida que isto nSo e 100% assim —

que hS casos de hesitagão,

coisas cujo grau de impcrtSncia se tem dificuidade em determinar,

se pondera, etc. (e em csrtas circunstSncias até dificuldades de o-

mais graves). Mas vendo bem, estas Sltimas sSo excepcio


rientagSc ,

363
ocorrem, constituem justamente aquilo que não
nais, si raramente

tende a acontecer. E assim tambem com as priprias hesitagOes acer-

ca do grau de importSncia a atribuir a este ou Squele apresentado.

tempo (de tal modo que si de quando em


Nao si sSo excepcionais no

mesmo quando se produzem, sSo relativas si a


quando ocorrem) , mas ,

Smbitos muito circunscritos


a lacunas de indefinigão a respeito

meio de uma apresentagão que em todos os seus


disto ou daquilc no

estS perf eitamente resolvida e assente no que


demais elementos jS

toca S determinagSo do valcr de importSncia.

mesmo tSo expedita, tSo


A fixagSo deste tipo de determinagOes e

das vezes mesmo as coisas mais novas


espontsnea, que a maior parte

ou nada exploradas nSo tendem a ser sondadas numa a-


e ainda pouco

an-
da medida em que pcdem ou nSo ser importantes, mas
veriguagSo

tes a receber liminarmente uma determinada fixagSo de importsncia,

disso, tende a resultar em deci


num "prccessc sumSric" que\ apesar

sCes firmes, totalmente assentes.

assim no que diz respeito a atribuigSo


E isto e principalmente
de atitude de
de indices de falta de importSncia e a adopgão uma

" "

(s dc corrsspondente nSc-aco ihimentc )


indiferenga, desinterssss

sobre que recaem indices desse


em reiagSo a todos os apresentados

teor .

Este e, aiiSs, um aspecto decisivo da anisotropia de impcrtsn-

caractsriza o campo de apresentagSo .


Se, eomo se
cia que em regra

mul tip 1 ic idads de diferengas ds impcrtancia, cons-


vincou, hS uma

de maior e mencr acentuagSo, a estru-


tituindo sucessivos "pianos"

estS fundamentalmente marcada pela di


tura dessa anisotrcpia

entre um ndcieo de importSncia (que se tem sspec ia lmente


ferenga

"fundo" de apresentados que ate po


em vista e de que se cura) e um

entre si diferengas quanto ao seu grau de nSo-impor-


dem comportar

postos fora do mlcleo e afecta


tsncia, mas que estSo con juntamente

revestem. Ou
dos uma globai relegagao da importancia de qus se
pcr

369
estS-se de cada vez orientado pela identif icagSo positiva de
seja,

um núcleo de "grande importSncia" , "habita-se" primariamente a es-

fera desse nvicleo


e tudo o que nao estS incluido nessa esfera ten

de a ficar abrangido pelo mesmo "voltar de costas" (de sorte que ,

da existencia de diversos cambiantes, é nc fundamental


sem embargo

jndif erenga, de nâo real preocupagSo cuidado, a atitude que se


^e ,

tem a seu respeito).

das "decisOes" fundamentais que em regra confor


Finalmente, uma

deste micleo de importsncia elevada e a rele-


mam o estabelecimento

qagao de tudo o "resto" é a que faz cair nessa relegagao precisa-

exteriores

tudo aquiio que se situa para 1S dc


mente os horizontes

campo de f ami 1 iaridade .

isto haja entSo uma total coincidencia entre


Nao significa que

ndclec na ordem da importSncia e c campc de


aquiio que constitui o

sentido de tudc o que ests no campo de farni-


fami 1 iaridade--nem no

liaridade ser maximamente relevants e pertencer a esse nucieo, nem

nc senticc de tudo quanto e exterior ao campo de fami I iaridade ser

irrslsvants. Pode haver —

e hS— aspectos do campo de fami-


eo ipso

totaimente irrs 1 evantes que nSo tem qualquer cabimento


liaridade ,

sSo tambem objecto de relegacSe. Suce-


nc r.Ccleo de importSncia e

de esses aspectos sSo bastants numsroscs. E, por outro


mesmo que

também pode acontecer que este ou aquele foco dcs horizontes


iado

exterieres seja identificado como algo de importSnc ia--e ate mesmo

de tai modo pertence ao priprio nucieo


de grande impcrtSncia, que

cer.fral na ordem de impcrtanc ia Mas de facte,


e tsm uma pcsigSc .
,

destes desajustamentos há uma coincidéncia ou meihcr


sem prejuizo ,

"
fundamental entre os dcis dominios. De tal modo
uma intersecgSo"

te.m mais importancia, mesmo que possa in-


que a esfera daquilo que

focos dos horizontes exteriores, sstS sedia


cluir estes cu aqueles

de realidade jS explorada, ccm que se estS


da sobretudc nos campos

estS estabelecida ligagSo. S de tai modo


em contacto, com que jS

outro ladc, um dos sectores do campo de apresentagSo que


que, por

370
de importSncia e precisamente todo o
estâo marcados pela relegagao

de fami liaridade E o que o caracteriza, o que


exterior do campo .

quando esse exterior é meramente hori-


domina a sua presenga, quer

a ser considerado e se incide expressa-


zontal, quer quando passa

decidida "exclusao" do núcleo de importSn-


mente sobre ele, e essa

lhe corresponde. Pode isto ou


cia e a relegacao de importSncia que

desse exterior ser eximido a tal relegagao e incorporado no


aquilo

Mas como se observou já nos esbogos sobre


núcleo de importSncia . ,

do "territôrio" do olhar, quando isso acontece, os mo-


a estrutura

exteriores ao campo de fami 1 iaridade que assim se destacam


mentos

si parte desse
"protagonismo" correspondem a uma pequena
e assumem

exterior e em nada alteram o facto de ele estar macigamente votado

dominado ela e reduzido a um papel de mero


a essa relegagão, por

dessas possibi 1 idades esporádicas


"fundo". E, assim, sem prejuízo

de excepgao, os horizontes exteriores ao cam-


(e, de facto, raras)

de familiaridade costumam estar afectados por uma global relega-


po

consumada, decidida, inteiramente assente, que


cao de importancia,

tende a não ser posta em questâo e a valer de forma peremptôria.

dos horizontes exteriores ao campo de familiari-


Este "arredar"

aliás, vendo bem, de duplo modo . Por um lado, os


dade produz-se,

estão em bloco relegados, afastados das posi


horizontes exteriores

Stonas A sua presenga e todo


gOes tinicas, atirados para posigOes .

eles estSo sempre jS marcados por esse "rebaixa-


o "contacto" com

de fraca mobilizagao de interesse que lhe


mento" e pela atitude

lado, essa deczdida "desc lassif icagão" dos


corresponde. Por outro

horizontes externos e da importSncia de que se podem revestir radi

(e diagnôstico, num reconhecimento


ca numa orientagSc giobal num

da situagSo em que se estS e do que importa nela) que se a-


global
contacto de cada vez ja se teve
cham constituidos a partir do que

de cada vez ja se fez


com a realidade

a partir da exploragSo gue

carácter assente do diagnôstico, da


dela. E isto de tal modo que o

371
nao indiferenga, etc envolve
fixagâo da orientagâo de
. a presun-

de os eiementos recolhidos nesse contacto ou exploragão jS


gSo que

sSo inteiramente suficientes para produzir uma adequada identifica

gSo da situagâo em que se estS e do que é importante e nSo-impor-

Por outras palavras, a pripria esfera de exploragao da


tante nela.

da qual se encontra produzida a di f erenciagSo


realidade a partir

estS também ela fechada no de fa-


dos indices de importSncia campo

miliaridade. E o que estS presumido é que , apesar do carScter par-

ciai dessa esfera, a perspectiva que se tem si com o conhecimento

determinar a orientagSo e saber o que é importante


deia basta para

nSo

o carScter meramente parcelar dc acesso em que


e o que o e que

essa detsrminagão e que nada do que se si-


assenta nSo compromets

tua no exterior da esfera jã explorada (nada do que se pcderia ad-

houvesse acesso aos horizcntss sxtsriorss ao campo ds fa


cuirir se

miliaridade de cada vsz js constituído) e de mcide a obrigar a quai

f icativa (e muito menos a uma revisSo radical) da


quer revisSc signi

se tem assents.
crdsm de importSncia que

Tudo isto ccde nSo parecer senSo o retomar de aspectos jS obser

na anSiise do dispositivo gerai de minimizacSe e subalterni-


vaccs

faihas, nSo fazendc ma:s do que examinar com algum acrés


zagSc das

de cuidado este ou aqusie pormencr


de tai modo que pode até


cimo

Mas ce facto trata-se de fccar qualquer coisa a


scar repetitivo.

entSo nac se atendsu s que mesmo agora pode tender a passar


aue

desrercebida

a pretsnsâo ds saber qus inexp I icitamente estS impli

estruturas e o mcdo como tambem aqui está em jogo um


cada nestas

do exterior do campc de f ami 1 iaridade uma forma de


preenchimento ,

de determinagâo a seu rsspeito. Ou seja, nSo se considerou


f ixagao

antss —

s trata-se agora de pir em relevo —

como a perspectiva a par

importânc^a dos hc
tir da qual s possivei esta global rel^ega^a^de

rizontes exteriores envoive uma tese de domlnio desses horizontes

se rscor.hecem desconhecidos , uma antecipagao que permite te-los


que

eor caotadcs e que si por si faz deies aigc muito diferente de uma

372
Se antes ficcu jS fixado o efeito de "amortecimen
total incignita.

resulta da anisotropia de importancia, o"amortecimento" as


to" que

ainda si como decorrente de uma for


sim constituído podia aparecer

de ao nSo-saber, de ccndicionamento da perspec


ma peculiar reacgSo

se manifesta (de diminuigSo da sua"forga"e do seu "pe


tiva em que

constituir "amor
so"). A subalternizagâo da importância poderia um

diminuir o efeito dos campos de escondi-


tecedor" da inccmpletude ,

a dar-lhe corpo, mas não radicar num saber dis-


mento que aparecem

so (numa perspectiva que envolve a pretensao de saber jâ isso) em

fungao "amortecedora" Sucede, po-


qual desempenha essa .

ao
r^l^flo
envolve tal

raiz, uma pretensSo e e es


rém, de facto tem essa
que

relevo, mostrando como tam-


se aspecto que agora se procura pir em

frontei
bém aqui hS um inexplicito dominio do que estS para ĨS das

ras do campo de acesso reccnhecido e uma determinagao da realidade

que reconhecemos escapar-r.os .

de saber, esta fixagSc de dsterminagSo tsm uma


Esta eretensSo ,

sscapa. A rsisgagSo manifesta-se justamente


prsssnga discrsta, qus

desconhecimento do
em toda a sua forga peia forma como reagimos ao

conteiido desses horizontss


ao rsconhecimento da nossa ignorSncia

E mantem-se mesmo quando se diminui ef ectivamente


,- seu respeito.
de homcgeneidade scbre esses horizontes e
o conteúdo da projecgSo

se tem sobre siss mais se aproxima da efsctiva


a oerspectiva que

deles como puras incignitas. De sorte que parece corres-


admissSo

de indiferenga ao r.Sc-saber, a um puro


ponder a uma forma pecuiiar

e simpies "encolher de ombros" (que documenta que o que primaria-

nSo e saber ou nSo saber, que a ncssa "vontade


mente ncs preocupa

E nSo chama a atengão


tende a deixar na
de saber" e limitada).

sombra

o saber (a pretensSo de saber) a que de facto corresponde,

"

nome do qual" se f az
sustenta, em .

que a

isso chame a atengSo, hS efectiva-


Mas de facto, por pouco que

envolvida nisso. 0 estabe lecimento da


de saber
mi ente uma pretensSo

373
irre levSncia, da indiferenga

e sobretudc
falta de importSncia (da

na forma decidida, peremptôria, como estS feito) constitui jS uma

forma de definigâo e controlo do que hS ai, uma forma de diminui-

em-aberto seu respeito



e mesmo uma formidSvel forma de
g3o do a

dele. Vendo bem, estabelece que qualquer que seja a de-


restrigao ,

horizontes exteriores, ela e


terminagSo da realidade ocupa os
que

indiferente e irrelevante

nao tem, nSo pode ter qual-


totalmente

mim e e insusceptivel de fazer rever a ava-


quer importSncia para

de cada vez jS tenho estabeĩecidc


liagSo, o diagnistico global que

importa e do nSo importa.


a respeito do que que

Ou seja, na relegagSo de importSncia estS implicada uma capta-

gSo disso em relagSo ac quai a relegagSo s pcsta a valer, uma ante

respeito, uma antecipagSc que se limita a


cipagSo restritiva a seu

determinagSo "funcional" de falta de importSncia (dei-


fixar a sua

tudo mais), sim, mas que nem por isso deixa ds


xando em abertc o

constituir f ixagSq e uma efectiva forma de saber algo a seu


jS uma

tal ccmc no caso da tese de homogsneidade


resceitc. Também aqui ,
,

se tem scbre os horizontes exteriorss comporta u


a perspectiva que

de "em-aberto" e de uma ciSusuia de fixagSc


ma peculiar conjugagSo

inteiramente assente, estabe 1 ec ida) A ciSu-


''ds qualcuer coisa jS .

S mera reiegagSo de importSncia e muito menos


suia ccrrespondente

muito menor número de elementos de determi


determinada (implica um

ccr.tecdc muito mer.os "denso) do que no caso da projecgSc


na-âo ,
um

Mas nSo obstante, estabeiece ds forma intsira-


de homogsneidade . ,

momento de determinagSo e efectivo


mente decidida, rígida, um que

embora muito mais "rarefeito" do que no caso da projecgSc


e que

(muito mencs "rico" e parecendo interpor si uir.a


ds hcmcgsneidade

tanue "barreira
'

contra a totai indetermir.agSc )


tem, tal como cc

da de homogensidads capacidade para envolver o em-


caso projscgSc ,

em-aberto) e reduzi-lo a uma variagSo dentro da sua


aberto (todo o

esfera. Embora a margem de determinagSo seja muito mais es


pripria

nreita e reduzida ccmo que a um mínimo dos minimos e embcra


parega

374
muito mais ampia (e vS
correlativamente a margem de em-aberto seja

total indeterminagao) o "resto" de determinagSo


jS rnuito perto da
,

fica a "nadar" na indeterminagão quase to-


ainda subsiste nâo
que

nâo fica perdido nela, antes e de tal or-


tal com que se conjuga,

de em-aberto, sujeitando-a S
dem se impOe a toda essa margem
que

clSusula fixa e prendendo-a S esfera da respectiva determina-


que

gSo .

entre a tese de relegagao de importSn-


A analogia de estrutura

tese de homogeneidade nSo se esgota, aliSs, neste aspecto


cia e a

tanto num caso como r.c outro faz que o que falta
fundamental, que

exteriores aparega como uma espec i f icagSc do que jS


dos horizontes

se tem .

tambem a tese de relega-


Tal como a projecgSo de homcgeneidade ,

extericr do campo de fa-


importsncia preenche macigamente
o
gSo de

fS-lo "de uma assentada" ( "ds uma vsz por todas"),


miiiaridade e

de homcgeneidade tam-
ssm que se de por isso. Tal como a projecgSo

bem a tess ds rsIsgagSo ds importsncia produz ssss preenchimento

ssfsra ds acesso aberta


macigo por projscgSo a partir da pripria

partir do que se sabe nela. Simples-


no campo de f ami 1 iaridade e a

vez de o fazer por meio de uma extensSo que homogeniza o


mente, em

a^ f^n^-'^rip
oaue p
e o
^ seu
ocu. extericr
_..~.>_-~^ (que
v^
labora na semelhanga
camoo de íamií ia —

ambos e dcmina o extericr peia sua semeihanga com o que


entre

nú-
se tem), a tese de relegagSo de importSncia fS-Io langando o

de f ami 1 iaridade contra o


importsncia constituido campo
no
cleo de

dc de vista da importSncia, hS
"resto" e estabe lecendo que .
ponto

entre os dois sectores. Esta disse


um contraste, uma di_s_semelhanga
daqueles estSo em
meihanga diz respeito a aspectos ciferentes que

f acto quantc maior for a


jcgo na projecgSo de homogeneidade~de ,

de f ami I iaridade tanto mais fScil


semelhanga do exterior ac campo

hS nele carece de importanoia. De


e completamente a reaiidade que

de di sseme Ihanga nSo contraria em


modo que este peculiar aspecto

375
nada a tese de hcmogeneidade e a fixagão de determinagão que faz~

ela. Na verdade
pode perfeitamente coincidir diferenga
com , a
e

estabelece entre o núcleo de importSncia,


que a tese de relegagSo

fundamentalmente sediado no campo de f ami 1 iaridade ,


e o seu exte-

rior nSo constitui este num horizonte aberto, incignito


faz o con

trSrio : "fecha-o", antecipa-o, assenta a seu respeito (permite jS

hS nele). De forma semelhanga


saber de algum modo que e que que a

in-trocLuzida pela tese de homogeneidade e a dissemelhanga puramente

tese de relegagão colaboram no estabele-


funcional consagrada pela

cimento de controlo sobre os horizontes exteriores , nSo sSo diver-

antes convergentes E, por outro lado, embora aqui o prin


gentes, .

uni f ormizador ssia c contraste com o campo de famil iaridade


cipio

(e nSo a seme lhanga) ,


taĩ cornc o "princípio de Arlequim" homcgeni-

niza os horizontes exteriorss s torna tudo ds aigum modo "igual",

assim tambem a tsse de relegagSo homogeniza ssses horizontes numa

comunidade de determinagSo

na detsrminagSc comum da indifereuca,

da irre I evSncia , ca insusceptibi 1 idade de alterar signif icativamen

te o reconhecimentc da situagSc que jS se acha feito. Trata-se de

"funcional", se assim se pode dizer, relativa a


uma homcgeneidade

mim, ac que estS em jogo na miriha vida, e que nio tem que ver ccm

dos horizontes aplica. Mas isso nSo a


o priprio conteCdo a que se

impede de ser tambem uma determmagSo desses horizontes, nSo torna

"fraca" a fcrma come os prssnchs, nem faz que nSo pcssa ccnstituir

de prcpcrcionando js uma definigSc e um do-


uma determinagSo peso,

minio dos horizontes em que aparece posta


um saber deles mesmo na

sua
"
indisponibi 1 idade" , na ausência de qualquer apresentagao em

O seu e tanto que essa determinagSo e capaz


que se exponham. peso

de indeterminagSc de tcdos os outros aspectcs relativos


se impor a

dos 'conteCdos" e de "ditar" a sua conformidade ao que


a definigSo

jS estabelece.

iaridade da forma de determinagSo em jogo na tsse de re-


A pecul

nSo impede de desempenhar tcdas estas fun


legagSo de importância a

3"6
tese de homogeneidade Co-
Ss sSo exercidas pela .

gOes analogas que

mo também nSo a impede de, dizendo respeito S minha pripria vida,

nâo importa nela (e, desse modo , a qualquer coisa


ao que importa e

constituir também ela uma apresentagao do todo —

de "particular" ) ,

situa um segundo factor de tota-


de tal modo que justamente aqui se

a juntar-se Squele que e introduzido


lizagao da nossa perspectiva,

pela projecgâo de homogeneidade .

verificou respeito do prin


Com efeito, S semelhanga do que se a

de homogeneidade, tambem a projecgSo de falta de importSncia


cipio
de nSo tem nada que a trave
nSo comporta nenhuma margem excepgSo,

nos horizontes exterio-


e que se levante a conter a sua propagagSo

res. E tal como na proiecgSo de homogeneidade , tambem aqui esta au-

de omissSo ( em si mesma neutra


sencia nSo tem o carScter uma pura

das alternativas ) —correspor.de de factc a


rslativamente a qualquer

com nenhuma exoepgSo, a tê-la ef ectivamente excluída


r.Sc se contar

prcduzam admissOes
na fcrma comc ss ve . Tambem aqui ,
mssmo qus ss

eias nSo se traduzem na efectiva abertura


temSticas do contrSrio,

nSo tsm como efeito um ml-


da possibilidads qus lhss corrssponds e

dc núcleo de importsncia iS ccnsti


nimo de hesitagSo no seguimentc

tuido e no reiegar de tudo o que lhe e exterior. Qualquer fclga no

admissSo de um minimo de ex
dominic da tese de reiegagSo, qualquer

horizontes exteric-
cepgSc ao que estabelece (de que algures, nos

haver algo de ef ectivamente impcrtante) implicaria preci-


res pcde
da fcrma decidida, assente
samente esse vacilar, essa perturbagSo ,

isso em nâo acontsce Docu


comc se conduz a vida. Kas e que regra .

ccm isso que a pcss ibi 1 idade de excepgSc "nSc figura",


mentando-se

estS totaimente anuiada —

e nSo e deixada a
'■nSo entra em conta" ,

e a determinagSo de falta
subsistir em sitio aigum. A reiegagSo

indef inidamente pe-


de impcrtsncia que lhs correspcnde— propaga-se

nenhum termo, sem deixar nada fora de si.


fcra, sem
ios horizontes

tese de re-
tambem a fixagSo de determinagSo operada pela
Ou seja,

377
é irrestritamente "inclusiva" "engiobante"
legagao de importSncia ,
.

De tal modo que , mesmo não se conhecendo o todo (e sabendo-se que

nSo se conhece), mesmo nâo se fazendo ideia do que seja (e sabendo

-se que de facto não se faz), estS inexplicitamente já constituída

este aspecto que é da importSncia


uma antecipagão dele quanto a o

e está fixada e totalmente assente uma restrigSo da margem de "nc-

vidade" que pode comportar em relagSo ao que jS se conhece : seja

for amplitude dessa"novidade" ela cai dentro do fixado nes


qual a ,

te assentamento : carece de impcrtSncia, é insusceptível de infir-

mar a relegagão.

Por outras palavras, também a relegagSo de importSncia "adere"

"

remissSo horizontal, de tal modc que a domina interna-


a pripria

mente" e, sem fechar o que ela tem ds aberto ,


prende esse em-aber-

si jS todo sob c dominio do que faz saber. Tal comc


to a e pOe-no

a tese de homogeneidade , também a relegagão de impcrtSncia nSo nos

apresenta a totalidade da continuagSo da realidade, mas vai ja, de-

cidadamente, onde ela for, captando assim de antemSo esse todo que

ainda escapa e indo iS, dssts pecuiiar modo, ate ele.

Si por si —
mesmo admitindo a total ausSncia da projecgSc de ho-

dos demais fenimenos que toldam e amcrtecem a percep


mogeneidade e

incompletude da apresentagSo relativamente aos horizontss


gao da

extsriores (ou seja, mesmo admitindo além da ausência da "tese de

Arlequim", tambem a totai ausencia do esbatimento dcs limitss e a

total ausencia de qualquer representagSo inautêntica de totalida-

de)

esta segunda forma de saber o todo desses horizontes e


capaz

de assegurar um dominio deiss


e capaz ds fazer que o nosso ponto

ds vista se sinta ainda soberano a seu rsspeito. Conquanto reprs-

sente a mais ténue (a menos densa, a mais rarefeita) das barreiras

que se interpôem contra a total indeterminagSo desses horizontes,

cciossal dirninuigSo da
conquanto sozinha correspcnda a uma cornpac-

"

ta sobreposigao de "amortecedores que habituaimente estS consti-

tuida no modo como vemos e costuma "filtrar" o aparecimento dos ho

378
tornando-o concorde com a forma natural da íi
rizontes exteriores,

de todo o modo suficiente para um saber de todos esses


nitude, é

horizontes e suficiente para fazer que fiquem signif icativamente a

quém de se apresentarem como incôgnitas.

constitui como que um ultimo "reduto" de propaga


Neste sentido,

ÍS das fronteiras do campo de fami-


gao da nossa perspectiva para

\iltimo recurso que nos impede de nos vermos efectiva


liaridade, um

de escondimento um ultimo esteio da pre


mente cercados por campos ,

de soberania do nosso ponto de vista.


tensao

falta examinar e e de grande impor-


Mas hS ainda um aspecto que

determinagSo da situagâo de incompletude onde se es-


tSncia para a

da forma da finitude que lhe corresponde. Viu-se oportunamen-


tS e

esbatimento dos limites do campo de apresentagao e as re


te como o

de totalidade sSo possibi 1 itadas por de-


presentagOes inautênticas
si podem produzir o seu efeito justamente num
feit'os de focagem e

de acuidade. Viu-se como esses fenômenos distorcem a


rneio de falta

situagao em que se estS e correspondem a perspectivas puramente

outra base que nSo a desfocagem e o condicionamen-


"virtuais", sem

to os produz. Mas a respeito quer da tese de homogeneidade quer


que

de impcrtSncia, ainda que se tenha observado


da tese de relegagâo

falta de acuidade implicado nelas, ainda nSo


um ou outro aspecto de

elas sSo produtos de falta de


se examinou a que ponto também meros

não resistsm a uma efectiva foca


focagem e de condicionamentos que

sSo
daquilo que estS em jogo nessas teses ou, pelo contrSrio,
gem

silidas e têm suficiente fundamento —

de tal modo que pelo menos nes

"

de "amortecedores da incompletude é
tes dois aspectos o complexo

faz ver as coisas sem distorcao.


consistente e

379
Ora de f acto , quer no que diz respeito S tese de homogeneidade

S tese de relegagSo de importância, o seu


quer no que diz respeito

sobre o nosso ponto de vista, embora seja firme e tenda a


dominio

manter-se mesmo quando se produzem consideragOes temáticas, nSo re

senSo de se ter uma perspectiva pouco aguda sobre os horizon


sulta

e sobre a situagSo de acesso em que se estS a seu res


tes em causa

peito .

um lado —
mesmo admitindo a tese de hcmogeneidade e
Assim, por

causa o seu fundamento —


o domínio compacto, a "domes-
nSo pondo em

a tese faz dos hcrizontes externos nSo resulta si da


ticagSo" que

pOe a vigorar entre o nCcleo das deter-


relagSo de subordinagSo que

constantes jS fixa e a margem das variantes disso que


minagOes que

deixa ainda em aberto . Esse domíni-o compacto, essa "domesticagSo"

dos horizcntes extsriores advém em grar.de parte tambem do pe


total

esbatimento a sSc sujeitos os focos de indeterminagSo


cuiiar que

ainda subsistenf.es. Como se acentuou, embcra ss tsnha conscieneia

ds hS muitcs aspectos deixados em aberto (aspectos que a pers-


que

tese de homogeneidade nSo atir.ge, deixa


pectiva constituída pela
reduz-se referências globais.
de fora), a apresentagSo deles a su-

distraĩdas. De tal modo que nSo se chegam a desenhar con-


mSrias,

cretamente os "buracos", se assim se pcde dizer, correspondentss a

essas esferas de indetsrminagSc . Rsinando ssta dssfocagem rslativa-

menfs aos focos de indetsrminagSo ainda em aberto, aquilc que apa-

rece a conter o esc lareo imento produzido pela tese ds homogeneida-

a iimitS-ia, a marcar a presenga de escondi


de (aquilo que apareee

mento nc seu campc) e pouco e e difuso. E o dcmínio proporcionado

tese ce hcmogene idade ganha assim, de forma inexplicita mas e


peia

macigo do aqueie que teria r.So rei


fectiva, um aspectc mais que ss

esta falta de acuidade— um aspecto meramente "virtual ", in-


nasse

ereduzico peia pripria falta de acuidade.

contraste, fica elaro, se se corrige, mesmc que si par


Como, oor

330
desenhar manchas de indeter-
cialmente, esta desf ocagem— f azendo as

a tese de homogeneidade deixa subsistir.


minagSo que
de realidade que se estende logo a
Assim, se considerar o campo

dos prédios que normalmente fecham o meu cam-


trás das frontarias

onde vivo se me concentrar na de-


de familiaridade na cidade e
po

tenho e do que me estS vedado a seu res-


terminagSo precisa do que

alteragSo em relagSo S perspectiva com que


peito, produz-se jS uma

Mesmo neste ca-


isso me aparece enquanto nâo fago tal focagem. que

conte entre os con-


so o conteûdo da projecgSo de homogeneidade se

a tese de homogeneidade pode assumir


teCdos mais "carregados" que

da cidade cujas característi


(nSo se trata de um lugar remoto, mas

mesmc eu saiba muito bem que o que aí


cas tSo bem conhego), e que

hS sSo habitagôes e tambem escritirios, com o tipo de recheio que

vivem ou trabalham e a maior


onde muitas pesscas
lhes e pripric,
falta acompa-
fala portuguôs, etc. (de tal modo que o que me
Parte
f icagOes disto) de qualquer modo hS ai
nhar sSo variantss, especi , ,

cc que assim me escapa tem de fac-


e a margem
algo que desconhego
maior do se manifesta quan
to uma amplitude muito grande— muito que

considero de fugida. ?cr muito que saiba que hS habitagO es


do si a

escondido tudo o que concretamente hs em


ou escritirios, mantem-se

cada um, o que neles se passa, as atmosferas particula


cada uma ou

Pcr muito saiba que moram cu traba-


neles se respiram. que
res que

mantem-se escondidas as pessoas que sSo, as pers-


iham 1S pessoas,

vidas levam, etc.Vista concretamen-


que as mcvem, as que
pectivas

"mancha" do que escapa a despeito da evidência de homogenei-


te, a

e propcrgûes ni
considerave imente , assume uma presenga
dade cresce

a difusa e a quase total di-


tidamente contrastantes com presenga

tem na apresentagSo horizontal e na apresentagSo temSti


luigSo que

distraida em regra hS desses horizontes.


ca mas de facto que

de realidade sobre que reina


E isto que e jS assim para campos

(e onde a de e
de homogeneidade tSo carregada margem
uma projecgSo

sstS rsduzida ao mlnimc) e ainda mais assim onde a projec-


-aberto

381
é menos densa e mais aberta.
gSo de hcmogeneidade
da fixagao sumSria, global, de que nos
Saindo da distracgão e

exteriores hS muitos aspectos em aberto passando-se a


horizontes ,

sSo aspectos (tirando-os do a-


focagem concreta de quais
esses
uma

dessa confusa representagao de totalidade e fixando com


nonimato

"contracgSo" da de do
nitidez esses aspectos) produz-se uma margem

tese de homogeneidade um aumento muito


minio proporcionada pela ,

da "mancha" da incompletude

da retengâo, do nSo-ver
signif icativc

ef ectivamente se sente. 0 que mostra ccmo o efeito amortecedor


que

habitualmente tem

a sua amplitude de
que a tese de homogeneidade

nos horizontes externos e de "domesticagSo" dos cam-


"penetracSo"

de realidade que neles se situam de facto estS habitualmente


pos

efeito de desfocagem e si e tSo completa em


"arredondada" por um

resultado dele.

Mas este é apenas um primeiro aspecto . Por outro lado, se se

bem estS estabelecida a relagSo de ascendente entre as de


vir como

fixadas pela tese de homogeneidade e as espe


terminagOes genericas

sSo deixadas em indeterminagSc verifica-se que e-


cificagOes que
,

alem da relagSo de subordinagSo da especte ao ge


fectivamente, pura

ascendente este tem sobre aquiio que constitui uma va-


nero (do que

interfere tambem outro


riante do seu priprio teor)- um aspecto, que

facto nSo ests implicado nessa relagSo, mas que por efeito de
de ,

falta de acuidade, se "coia" a eia e vale tambem onde


desfocagem e

o diz respeito ac peculiar "e-


eia vigcra. Ssse cutro aspecto e que

de virtude dc qual vistas a partir ce uma fixa-


feito iptica" em ,

todas as poss ibi I idades de variagSo der.trc deie, tc


píc do ganero,

de e capaz parecerem controladas e insus


das as especif icagôes que

relevante em relagSo a
ceptíveis de produzirem qualquer surpresa

se tem sabendo o género


perspectiva
.

que

A e ircunstsr.c ia de a tese de hcmogeneidade vincular todas as

desconhec idas. nos horizontes externos a observSncia


determinagOes

382
modo si sSo
de determinagOes por ela fixadas (de tal que
do núcleo

variantes do que se acha fixado nesse núcleo)


admitidas como meras

desse des
constitui uma forma de prolepse (de captagão antecipada)

E, aceitando a tese de homogeneidade , semelhante prolep-


conhecido.

medida em que entSo, mesmo desconhecendo-se


se tem fundamento— na ,

externos, hS um coniunto de
ocupam os horizontes
as realidades que

de determinagOes fundamen-
determinagOes delas e mesmo um conjunto

sabe Neste sentido, se a tese de


tais que jS estS captado
e jS se .

tem f undamento ela proporciona de facto jS algum con


homogeneidade
,

nos horizontes exteriores .

trolc do que se passa

nSo e do tipo que, pcr um condicionamento


Porem, esse controlo

tende a e que se
tende a parecer. E o que parecer ,

de perspectiva,
estS vincu-
desconhecido tem uma insergSo generica conhecida,
algo
constituir uma variante
lado a pertencer a um genero jS sabido e a

dele, entso aquilo que tem de eriprio e


_irredutive 1 ao ger.ero a que

reiacSo ao de
r.So pode constituir grande ncvidade em que
pertence
cor.hecimer.to desse genero, nSo
sabe a partir do
todo o modo jS se

signif icativa surpresa que faga alterar o as

pode produzir nenhuma

com cue se apresentam as ootsas. Por outras palavras-inex-


pecto
desta
haja qualquer fcrmuiagSo articuĩada
or-

plicitamente, sem que

fica assente que a acuisigSo das determi.nagOes es


d8m— sugere-se e

nSo pode romper a conformagSo de perspectiva correspcn-


pecíficas
as coisas "num outro pe"
dente S antecipagSo generica,
nSo pode pOr

que de toda a forma jS estSo postas peia perspec


que nSo aquele em

tiva de antecipagSo.

este totai estrangul amento da pcssibi 1 idade de a perspecti


Ora

das caracterí sticas genéricas vir a ser


va correspondente a fixagSo

modificada peia descoberta dos aspectos especí-


significativamente
e ssvaziamento da possibi i idade
£icos— este tctal "aprisionamento"
do intra-generico a uma mera "iiustragSo"
de surpresa, esta redugSo
de
conhecimento do genero— representa
jS fica antecipado
no
do que

subreptício em relagSo ao ci
um "acrescento"
facto uma subrepgSc,

383
efectivamen-
po de ascendente do género sobre as suas espécies que

te resulta de haver semelhante relagão.

de especif icagao o inscreve sob um


Sem prejuízo do nexo , que se

género como variagao deie pode ser completamente surpreendente em

relagSo S perspectiva que se tem na antecipagSo genérica.

normal mostra inequivocamente que e assim.


A prôpria experiencia

No curso dela tornam-se-nos manifestos lugares, pessoas, livros, a-

etc correspondem ao preenchimento de anteci_


legrias e dores, . , que

de entrarmos em contacto com cada um de-


pagOes jS em vigor antes

de estar antecipada a existôncia de uma numero


les. Mas o facto jS

sa multie I icidade de pesscas com caracterí sticas bastante diferen-

as pessoas concretas que se encontram tenham as


tes nSc impede que

de na antecipagSo nSo se fa-


pectos extraordinariamente que
novos ,

zia a mais remota ideia e que mudam se assim se pode dizer o "pa-

se tem dos outrcs, a importSncia de cue


norama" a impressSo que

se revestem, o pripric aspecto do "mundo" que estS marcado peia

sua Do mesmo modo o facto de estar antecipada a existsn


presenga.
,

de livros ainda nSo lidos e de se ter


cia de uma grande quantidade

uma antecipagSo globai correspondente a eripria fixagSo generica

"livro" nSc impede alcuns C03 1 ivros que


do tipc de reaiidade que

acrdinar iamente inssperado


se ieem tenham aico de extr rcmpam pers

formas de ver, que nos deixam com uma visSo das coi_
pectivas, novas

sas muito diferente da que tinhamos enquanto esses livros ainda es-

tavam "dissol vidos" no ar.onimato da antecipagSc generica do tipo

de reaiidade em se inscrevem. Como também o factc de se ter an


que

existencia de dores (que é da nossa condigSc o estarmos


tecipada a

elas, eias podem ser bastante viclentas, etc ) nSo


expostos que
.
a

contacto com estas e aquelas dores concrstas faga apa


impede que o

recer realidades ccmpi etamente imprevistas na antecipagSo genérica

que perturbam a perspectiva tida a partir dela e pOem tudo num pe

muito diferente do que lhe corresponde.

38/1
as realidades concretas que assim provo-
todos estes casos,
Em

ndcleo de
de perspectiva inscrevem-se perf eitamente no
cam mudangas
o seu encontro— preenchem, confir
fixagão generica que jâ precedia

nele. Mas justamente sem cortarem a


antecipagac estabelecida
,

mam a

o conteddo antecipado (cumprindo a antecipagao e,


concordancia com

vez manlfestas le-


nesse sentido, nSo trazendo nada de novo), uma

da dominava a prôpria ante-


uma visao bastante diferente que
vam a

acrescento de ilus-
(e que n3o difere dela apenas pelo
cipapacao
faz "as
do seu oonteddo)-a sua manifestagao que
tragôes concretas
"

temos da realidade) mudem de f iqura ■

coisas (o reconhecimento que

normal claramente documen-


Ou seja, como a pripria experiência

"continuidade" do quadro de determlnagOes generi


ta, mesmo havendo
"
í isionomia" da
mudar e mudar muito signif icativaraente a
cas, pode
da constância generica há lu-
Dentro
quilo que se tem apresentado .

muito diferentes reconhecimentos da rea

gar para a "contracgao" em

partir da pura
se produz a
lidade. E o prôprio reconhecimento que

1 idades de re-
sô a uma dessas possibi
fixagão generioa corresponde
uma dessas "f isionomias" ) adraitidas pela oonstan-
conhecimento (a

esta era si raesraa, total-


e relativamente as quais e,
cia generica

mente neutra.

sabemos, que hâ az
uma coisa e saber, como
Assira, por exempio,
exteriores (ter incluido isso no
raiserias nos horizonzes
legrias e

ce horaogeneidade) . Outra coisa, completaraen-


conreddo da projecgao

diferente, seria saber que hâ alegrias e agsistir concretamente


te

ideia mais do que dis


Embora r.ao se tenha uma
a todas as miserias.
ar.a-
do correspondena a uma tal perspectiva (tragada por
tante que

confrontados cora mais intensas


sucede quando somos
logia cora o que

de miseria) ela basta para vislumbrar co-


do que ha ,

manifestagôes
outro lado, perraite tam
diíerente. Tal como, por
mo de facto seria

se inversaraente .
se tivesse uma apresentagâo ge-
bera perceber que ,

assistisse concretamente a
existencia de raiserias
e se
nerioa da

seria bastante diferen-


todas as alegrias, a perspectiva emergente

385
outra coisa ainda, completamente diferente de
duas E
te daquelas .

destas, seria ter um ponto de vista que ao mesmo tempo,


qualquer

numa efectiva sinopse, assistisse em concreto a todas as alegrias

horizontes exteriores. Ins


e a todas as misérias que tem lugar nos

todas estas perspectivas num quadro de constSncia gené


crevendo-se

de mesma antecipagSo ) nem por isso de_i


(dentro das baias uma ,
rica

de realidade muito diversos, a modi-


xam de corresponder a quadros

globalmente as coisas
ficagûes muito drSsticas do aspecto como que

se apresentam.
do mais concreto) assim se
Ora isto (esta surpresa a partir que

documenta na pripria experiSncia normal, a partir dcs alargamentos

verdade de aloance relativamente reduzidc, que nela


de smbito, na

nSc tem nada que o impega nos hcrizontss exterrcs que


se erodueem,

de cada vez ainda se mantSm fcra de acesso, cobertos apenas pela

embora a experiência desta pos


tese de aomogeneidade .
Simplesmente ,

ncrmalmente sempre jS feita a este ou Scuele res


sibilidade esteja

concreto do antes
peito (s sempre tsnha jS verificado como c que

si horizontes externos e entretanto jS eotrou no campo


ainda eram

em muitos casos, ser surpreendente em rsla-


de familiaridade pide,

de homogeneidade que o antecipava), a verificagSo


gSc a projecgSo
tsnds nSo ter qualquer efeito sobrs
disto na experisncia passada a

de cada vez tsnho feita e sobre a


a proiecgSo de homcgensidade que

de eada vez ainda estS ncs horizon-


perspectiva em que vejo o que

r.So tsm outra determinagSo alem da que e introdu-


tes exteriores e

zida por essa projecgSo.

desta forma, a inexplícita perspectiva de dominio dos hori-


E,

do princípio de homogeneidade tem total-


zontes externos a partir

mente eîidida a colossai possibi I idade de mudanga de aspecto que

de facto estS deixada em aberto na fixagSo de determinagSo operada

Embora a de possibi 1 idads ds mcdifica-


por esse princípio. margem

aos horizontes de cada vez ainda desccnhecidos


-So corrsspondente

386
maior do que aquela que jS foi experimentada a par
seja ainda muito

de acesso de cada vez jS ocorridos, a perspec


tir dos alargamentos

tem sobre os horizontes externos costuma estar comple-


tiva se
que

1 idade ver tudo co


tamente inadvertida em relagSo a tal possibi e a

variantes do que
aspectos desconhecidos
serem
mo se o facto de os

um controlo da sua margem de variabilida


jâ se sabe proporcionasse
fixo, no fundamental o quadro de realidade
de e permitisse ter jS ,

em que se inserem.

Tambem deste segundo modo o domínio que o princípio de homoge-

dar dos horizontes extericres estS arvoradq (vir-


neidade parece

muito maior) em virtude de ser pouco a


tualmente dilatado, tornado

cnde vigora. 0 conteudo da projec-


guda, desfocada, a perspectiva
visto no que tem de vago na extracrdi-
nSo e ,

gSo de homogeneidade
diferentes "f isionomias
"
quadros de
de muito ,

nSria multipl icidade


E é isso— e este condicionamentc
-^alidade, oue de factc compcrta.

a dS guarida— que escamcteia


de falta de acuidade e a subrepgSo que

mais a tese de hq
ds variagSo qus ,
por que
a extraordinSria margsm

facto deixa ainda aberta e faz parecer


vSlida, de
mogeneidade seja
desses hcrizontes. A eficS-
"domesticado
'

o conteúdo
j.S definido e

seu poder de
"saber" fornecido pela tese de homogeneidade , o
cia do

dos horizontes exteriores em algo de muito diferente


transformagSc
nesta falta de a-
efectiva incignita assenta em grande parte
de uma

cuidade e desfaz-se quando ela e suprimida.

modo eomo o efeito do prin


Mas estes aspectos dizem rsspsito ac

"
ccndicionamentos de fal-
cipio de homogeneidade e pctenciado" por

validade do princípio nem li-


ta de acuidade, nSo tocam a pripria

de vista a nenhum condlc icnamen-


a sua vigSncia no nosso pcnte
gam

to dessa ordem.

a falta
Ora de facto a 1 igagSo entre a tese de hcmogeneidade e

por estes condicionamentos que "potsn-


de focagem nSo passa apenas

efeito, pelo priprio cerne da tese enquanto tal ,

ciam" o ssu passa

sua constituigSo e impiantagSo na nossa perspectiva.


pela
387
hS nenhuma base suficiente para a projecgâo de
Com efeito, nSo

sobre os horizontes exteriores e para a evi-


tese de homogeneidade
se reveste e com que domina o nosso ponto de
dência de que em regra

vista .

estS tâo consumada e domina tanto a forma como vemos


A projecgSo

revestir-se de evidencia e resiste a deixar-se suspen-


que parece

instalagão no ncsso modo de ver é tSo compieta


der. De facto a sua

"

rasto e faz perder de vista a indu


que a tese apaga o seu priprio

Deste modc aquilo que tem de "projecgSo" fei


gSo" que a sustenta. ,

ta sobre algo a que não se tem acesso desaparece, nSo figura como

em vez disso a impressSo de um acesso, de uma e-


tal (e produz-se

ela ficam de algum modo expostos essss hori-


vidôncia tal que por

zontes). Apagando-se assim tambem a pista da fragilidade que tem

sobre o desconhecido— scbrs aquilo que de fac


enquanto antecipagSo

to se mantém fora de alcancs.

tese e continuamente ccnfirmada


É certo que, como se apcntcu, a

Embora se caracterize justamen


pelo priprio curso da apresentagSc .

de apresentados novos nSo somente nun-


pela oontinua aquisigSo
,

te

piem inteiramente fora de qualquer corres


ca esses apresentadcs se

de homogeneidada mas alem disso. ra-


pondencia ao princípio , , para

ramente obrigam a retirar um si que seja dos mditiplos conteúdos

estSo implieados na sua projecgSc. Porem, se e as-


que normalmente

sim, também isso r.So confere nenhuma base legítima a tese de homo-

totalmente insuficiente para a estabelecer numa base


geneidade

silida. A antecipagSo de homogeneidade de cada vez vigente diz res

estS fcra de alcance (nSo diz respeito ao que de


peito ao que ainda

E, mais que neste sempre se tenha


cada vez. estS adquiridc). por

confirmado a justeza do "principio de Ariequim", sem qualquer ex-

integrai relativamente a todos os


cepgSo (e numa confirmagSo quase

isso nada permite estabelecer acerca dc que ainda


seus aspectos),

alcance. Por mais que ate um dado momento do nos


nSo ests posto ao
so contacto com a realidade se tenha verificado sempre o principio

esse facto diz respeito propriamente si ao campo


de homogeneidade,
acha percorrido E mais lon
de realidade que de cada vez jS se .
,
por

va-
vS a verificagSo de homogeneidade nas apresentagôes que
ge que

isso constitui sempre si uma muito pequena amos


mos tendo, de facto

extraordinSria amplitude dos horizontes extericres


tra em relagSo S

que de cada vez sSo objecto da projecgâo de homogeneidade .

ho-
Porém nem sequer é si em relagâo ao longínquo que a tese de

bases de ef ectivamente se dis-


assim ultrapassa as que
mogeneidade

e constitui uma projecgSo carecida de f undamento . Mesmo quando


pie

vislumbra a sua fragilidade, tende-se a reser-


jS de algum modo se

vS-la as esferas mais remotas e a associar essa fragilidade a


para

de realidade em causa, deixan-


extraordinSria amplitude dos campos

mediador entre a esfera de vaiida-


do S distsncia como que um papei

pode deixar de tsr apli-


de do princípio e aquela ou aquelas em que

verdads a tese carece de fundamento que a sustente,


cagão. Mas na

do jS priximo. E isto nSo apenas


é infundada mesmo jS a respeito
da de conteu-
aspectos mais especif icados
sua carga
em relagSo aos

segundo aspecto de "abrigo" em que tende a refugiar-se


dos (este o

constituem elemen-
e a resistir), mas mesmo em relagão aqueies que

tos mais genericos e fundamentais da estrutura da realidade.

tai possibi 1 idade e por mais que parega e


?or mais que repugne

exciuida, de facto nSo e em virtude de nenhum sa-


vidente que estS

tal exclusSo, se ex-


de nenhum dado que garanta que
ber efectivo,

da onde se comega a nSo ter


clui que logo aí "ao virar esquina",

para alem da que é constituida peia pri


nenhuma outra apresentagSo
realidade seja radicaimente di-
pria projecgSo de homogeneidade , a

de tudo aquilo que e conhecido.


ferente

assim se pOe sm causa o princípio de homogeneidade e se


Quando
de se reveste, a evidôncia que o
foca o carScter insustentado que

invocando um conjunto de razies em seu abono .

apoia como que reage ,

menos em esbogo o fundamental desse tipo de apoio,


Importa ver pelo

339
e o seu fundamento, para determinar a que
analisar as suas fungoes

conferir fundamento S projecgSo de homoge-


basta ou nSo para
ponto
o seu domínio nSo assente si em condicionamen-
neidade e fazer que

tenha uma base mais silida do que isso.


to de desfocagem,

de homogeneidade sustentado de
Por um lado, o princípio parece

de embora verdade seja muito


positiva pela circunstsncia ,
na
forma

da realidade que propriamente tenho acompanhada,


a esfera
pequena

haver todo um conjunto de relatos (orais, escritos,


em todo o caso

meio dos quais os outros me comunicam aquilo que se pas-


etc.) por

sa nas esferas de realidade a que tôm acesso. Quer em relagSo ao

esfera de acesso em que me


presente, quer em relagSo ao passado, a

diversas formas de comunicagSo em


encontro pode ser alargada pelas

cada um nSo estS abso lutamente fechado no seu pri


virtude das quais
estS esteve ma-
prio campo de acessc, pode partilhar aquilo que ou

nifesto para outrem.

do princípio, embora S primeira vis


Ssta forma de f undamentagSc

ta parecer suficiente, e de facto compl etamente inadequada pa


possa

ra lhe servir de base. E isto desde logo pela circunstancia de ha

entre de cada vez tenhc


ver uma extraordinSria desproporgSo o que

testemunho de outrem (os campos de realidade so-


constituldo como

tenho semelhante testemunho) e a esfera de a-


bre que de cada vez

A aceitagSo desta
plicagSo do priprio princípio de homogeneidade .

fonte como princípic de fundamentagSc da tese de homogsnsidade acu

fenimeno de "arredondamento" para que se chamou


sa orecisaments o

a atengao e para a forma como esse fenômeno (que corresponde a uma

aguda) interfere mesmo quando se tra-


perspectiva desfocada, pouco

ta de perspectivas temSticas .Pois , com efeito, se proceder a um re

de sSo as zcnas dcs horizontes exteriores sobre


censeamento quais

ef ectivamente disponho infcrmagSo positiva deste tipo, ve


as quais
exten-
rifico que sSo de facto muitc poucas quando comparadas com a

sSo indefinidamente prolongada (no espago e no tempo) que o princí

390
a sua carga de determinagies E,
pio de homogeneidade preenche
com .

nSo tem senSo este fundamento, en-


se o princípio de homogeneidade

da esfera de validade carece tanto de


esmagadora maioria
sua
tao a

nSo houvesse um tal f undamento .

base como se

susceptível de ser contornada pelo se-


Esta dificuldade parece

a tese de homogeneidade tambem ten


de evidencia para que
gundo tipo
causa no seu fundamento Trata-
posta em .

ve
de a apelar quando se

de silentio, onde também de


-se de uma peculiar forma argumentum e

um papel fundamental os outros. Nesta segunda fcrma, o


sempenham
tese de homogeneidade nSo e a infor-
que parece dar consistência a

fornecem a respeito dos campos de


os outros nos
magSo positiva que

mas a circunstSncia de nSo haver nenhu-


tôm acesso,
realidade a que

irrupgSo de uma s igni f icativa hetercge-


ma noticia que assinale a

neidade onde quer que seja.

mim sSo horizontes ex-


alguêm houvesse descoberto,
nc que para
Se

esfera de realidade heterogenea (em efectiva rup-


teriores, alguma

de homcgeneidade que tcdas as informagoes positi


tura com o qua-dro
estar confirmado pela experiencia dos
vas de que disponho sugerem
extraordinSrio que certa
outrcs), entSo isso constituiria algo tSo

mente me chegaria a noticia.

a esfera de "cobertura" muito para 1S dos


Desta forma. alarga-se

de cada vez estSo efectiva-


"fragmentos" de informagSc pcsitiva que

ao horizonte de acesso de toda a "comu-


mente ao dispor— a 1 arga-se

nidade" dos pontos de vista comc o nosso no passado e no presente.

contcrnar as di f iculdades que


Esta segunda evidência, parecendo

uma parte delas, estS tam-


se opdem a primeira, smbora ultrapasse

base suficiente a tsse de ho-


de fornecer uma para
bem muito ionge

esfsra de "cobertura" que fornece e


Com efeito, ss a
mogeneidade.
corresponds a infor
mcomparavelmente mais amp 1 a do que aquela que

de corresponder S amplitude da
(s fica menos aquem
magSo positiva
isso nSo sicnifica que chegus efecti-
projecgâo de homogeneidade ) ,

ainda muito aquém dela.


vamente a corresponder- lhe e que nSo fique

391
ef ectivamente tenho com toda a comunidade huma-
Mesmo admitindo que

contacto tal que se alguém desco-


na no passado e no presente um ,

homogeneidade do real, a notícia


brisse rupturas signif icativas na

até mim, a totalidade da esfera de acesso com


certamente chegaria

em contacto nSo corresponde de modo algum a


que assim estou posto

de toda a realidade, de facto não cobre senâo uma


uma cobertura

parte que nSo é fScil de delimitar e cuja rela-


parte dela uma

o Ihe falta também nSo é fScil de estabelecer, mas que


gSc com que

ser apenas uma parte muito pequena . Desta forma,


pode justamente

também aqui a fixagSo correspondente ao princípio de homogeneidade

sustentado pela base que se pretende iden-


vai além do que pode ser

seu fundamento

e, na verdade dado o carScter ilimi-


tificar como ,

vai muito além disso. E tam-


tado da validads do princíeio, mesmo

forma de evidôncia como princípio de


bem a aceitagSo desta segunda

da tsse de homogeneidade acusa o mesmo fsnimeno de


fundamentagSo
'

(de dilatagSo pcr desfocagem) que interfsria no


"arredondamento

Por efeito de desfocagem, a esfera de acesso da co-


orimeiro casc.

ic i tamente convertida numa esfera irrestri


munidade humana e inexpi

condicies de assegurar a homogeneidade da


ta, de acesso total, em

realidade no seu todo .

o acrescimo de base obtido com a passa-


Na meihor das hipitsses,

'-em da orimeira oara a segunda forma de fundamentag.ĩo diminui a ex

insustentada da fixagSo de hcmogeneidade mas nSo


-ensSo da "narte" .

insustentada

e se-
faz que ela deixe de implicar uma projecgSo que

insustentada (por um excesso sobre a base de


ja por uma projecgSo

de forma despropcroionada em relagSc a ela) que se cons


crue dispôe,

titui maior da sua "esfera ds acgSo".


a parte

Mas essa é justamente "a melhor das hipôteses". Pois, vendo bem,

"nervo" de tcda esta forma de f undamentagSc da te-


tambem c pripric

estS "montado" num meio de desfccagem e si fun-


se de homogeneidade

ciona "ef icazmente" nesse meio. Com efeito, a pripria pressuposigSc

292
em contacto com todos
de estou, mesmo que si "negativamente" ,

que
do
de vista humanos (de tal mcdc que qualquer violagSo
os pontos
esfera de alcance de qualquer um de-
na
principio de homogeneidade
u-
meu conhecimento ) corresponde a

chegaria inevitavelmente
ao
les

lado, essa assungSo supCe de fac


infundamentada . Por um
ma assungSo

(recorre a ele no estabele


de homogeneidade
to o priprio princípio
todos os pon-
cimento de um padrão homogeneo
de comportamento para

os integra a todos nesse sisterna de comunicagSo ) .

tos de vista— que


"
"
a tese recorre a s:
modo nesta forma de fundamentagSo
De tal que

si colhe justa-
num prooesso de petigSo de princípio, que
pripria,
e falta de acuidade. Por outro ia
mente em condigoes de desfocagem

com todo o
"arredonda" infundadamente a minha pripria relagâo
do,

outros pontos de vista


foi "comunicado" por
patriminio daquilo que

contactc tal com is-


as coisas como se eu tivesse um

fazendo ver

mais relevantes do que estS fixadc ne_


pelo menos os aspectcs
so que

le nSc me pudessem escapar.

de "evidôncias" nSc to-


De todo o mcdo, a discussSc deste tipo

seu funcicnamento nor


raízes dc principio de homogeneidade
nc
ca as

raízes. Pois, com efeito, ne-


ao largo dessas
mai-passa totalmente
constitui propnamente a base a

nhuma destas ordens de consideragSo

ievanta e estS natu-


da quai o principio de hcmogeneidade se
partir
os hcrizontes extenores . 0 "mecanismo"
ralmente posto a preencher
nSc eassa por nenhum exa-
de constituigSo da tese de homogeneidade

dessa natureza~de tal modo que é tendo-as sopesadc,


me de "razSes"

mais ou menos inconsciente , que a tese e posta a

mesmo que de forma

recorre
Estas sSo razies a que a evidencia de homogeneidade
valer.

de recurso que acorrem a defende


em causa- instSncias
quando posta
de tal modc nem antes de se pir c prc
la p - —
oborá-la, mas que

consideram tais razôes, sao eias que


se
blema, nem sequer enquanto
Consrituem corac ura
da tese. que
de facto nos determinam a adoPĩâo

tematica. usado para "liquidar" qual-


•'escudo" protector n^ordem
sobre sua discus
do prinoípio e "por uma pedra" a

quer contestagao

393
sSo . De tal modo que ,
embora possam desempenhar essa fungSo protec

tora e haja tendência para recorrer a esse tipo de consideragôes se

é posta em causa, aquilo que assim sâo cha


a tese de homogeneidade

é de facto autônomo em relagSo a todc o tipo de


madas a proteger

consideragôes desta ordem.

?or mais voltas que se deem ao problema, o princípio de homoge-

neidade nSo tem meio de ser transformado noutra coisa que nâo uma

algo mantém fora de


extrapolagêío relativamente a que se acesso, u-

de facto insuficiente retirar a issc


ma extrapolagSo frágil, para

seu carScter de incignita. 0 conseguir fazô-


sobre que se aplica o

-lo traduz precisamente falta de acuidade, si e possível no seu con

texto . A evidência irrestrita de que o princípio goza, o seu domí-

nio absoiuto sobre a forma como vemcs, assenta no distraido embar-

nessa extrapo lagSo na nSo consideragSo da situagSc de acsssc


que ,

em ss estS re lativamente aos horizontes exteriores e do carSc-


qus

meramente supositivo, de toda a fixagâo que se faga


ter precSrio,

a seu respeito. Nesse meio desfocado, pouco nítidc, a projecgSo e

chega homoge-

o que tem de frSgil nSo aparecem e a parecer que a

neidade á um dadc absoluto, qce nada pode pôr em causa. Mas de fac

to nSo e assim. Por mais enraizada que seja e pcr mais que tenda

ter visos de evidsncia, a tese de hcmogeneidade si tem seguranga.

"'ustamente enquanto e pouco aguda , desfocada, a perspectiva scbre

o seu objectc. E de tal mcdo qv.e quanto mais o principio de homoge

neidade parece inquestior.Sve 1 , svidente e firme, tanto maior a fal_

ta de acuidade de que se reveste.

Ao dizer-se isto, de mar.eira nenhuma se pretende sustentar a te

se contrSria ao princípio de homogeneidade


consagrando a heteroge

neidade dos horizontes exteriores. Ao ser confrontado com a possi-

de S tese de homogeneidade o nosso ponto de


biiidade restrigies ,

vista tende, mesmo sem que se dê por isso, a encarar a coisa como

se se tratasse da substituigSo de uma tese por outra.Mas nSo e dis

394
so se trata A substituigSo (mesmo que correspondesse a pôr al
que
.

em aberto, desconhecido , no lugar dos conteudos de homogeneida-


go

todo o caso uma f ixagâo— arredando a homo


ainda em
de) comportaria
heterogeneidade E poria exactamente os
geneidade, estabelecendo
a .

de fundamentagSo— teria o mesmo carScter "abusivo"


mesmos problemas

a "tese de Arlequim". Ora o que de facto corresponde a uma


que

dos horizontes exteriores e uma pers-


visSo nSo desfocada, aguda,

carScter de incignita, c nSo-aces


nSo escamoteie o seu
pectiva que

em se estS a seu respeito e a possibi 1 idade aberta que equi


so que

isso: o nSo se saber a que ponto sSo homcgeneos ou heteroge


vale a

de f ami 1 iaridade . É essa possibi I idade aberta— simul


neos ao campo

duas eventual idades presa da falta


taneamente disponível para as ,

dirimir o seu conflito— que de facto corresponde


de condigies para

estS sujeito rela-


S incompietude a que o nosso ponto de vista em

aos horizontes exteriores.


gSo

tese de hcmogeneidade Mas se ela é deste


relagSo ,
.
r s~o em a

va I e irrestritamente si por um efeito de desfoca-


modo precSria e

e de falta ce acuidade na avaliagSo da situagSo de acessc re-


gem

horizontes exteriores (e na identif icagSo daquilo


lativamente aos

os— do "sabsr" ef ectivaments se tem a


que aparscs a presncnê- 1 que

o mesmo se passa com a tese de relegagSo de impor-


seu rsspsito),

tsncia e ccm a pretensSo de saber que tambem ela tem implicada.

nSo tem ne
0 estabelecimento sumSrio do principio de relegagSo

decidida assungSo de que o que hS nos hcri-


nhuma base silida. A

exciusSc de
zontes exteriores nSo tem importSncia, a peremptiria

de o respectivo desconhe-
que possa tô-la e a pripria assungSo que

o modo como estS estabelecida uma determina-


cimentc nSc fragiliza
de nSo-indif erenga (a "certeza" de que
da orientagSo fundamental

tudo c se mantem desconhecido e abso lutamente insusceptível de


que

nada disto procede de um conheciment:


entagSo )

fazer rever essa or i

Se esta circunstancia nSo im-


hS nos horizcntes exteriores.
do que

de se inculcar com toda a forga e de


pede nenhum destes aspectos

395
ter fcros de evidencia quase irresistível ,
tal sucede apenas por-

da tese nSo passa por uma verificagSo do seu funda-


que a vigôncia

alem disso, como posteriormente se terS ocasiSo de


mento e porque ,

ver mais demoradamente ,


a evidência com que as teses se apresentam

de vista não tem nenhuma relagSo directa com o fun-


no nosso ponto

damento que as sustenta


e estS muito longe de suceder que si go-

evidência as teses que tSm fundamento (e fundamento suíi-


zem de

ciente para a evidencia de que gozam) .

dc principio de reiegagSo é justamente a


A esfera de aplicagSo

fora de alcance, que a apresentagSo que ss tsm ain-


quiio que estS

da nSo consegue expor. Nestas condigôes, nSo provindo o princípio

fonte ultrapasse essa falta de acssso (ccmo de fac-


de nenhuma que

toda a f ixacSo qus faz assenta numa nSo considera-


to nSo provém) ,

dc hS de iqnoto naquilo de que se trata .

gSo que

Assim ,
por um lado, mesmc eartindc d.o princípio de que a crien-

r.So-indif erenga que de cada vez jS estS adcptada na ncss a


tagSo de

nSo padece de nenhuma fragilidade que a ponha em causa


perspectiva
efeito de nenhum condicionamento de faita de acuida
nem domina por

horizontes fcra do campo de f ami 1 iaridade escapam


de , dado que os

hS uma ccns iderSve 1 margem de desconhec imen


a oontrolo e pelo menos

do contsudc, nSo se iispie de nenhum meio para detsrminar a


to seu

se reveste cu nSo de importSncia relati-


que pcnto o que ccmpcrtam

a essa orientagSo de r.So-indif erenga e ac critário de impor


vamente

de falta de importSncia que Ihe corresponde.


tsncia e

admitida sem quaiquer reserva a validade da orisntagSo de


Mesmo

estS adoptada, oomo se pode saber que nSo hS


nSo-indif erenga que

nos hcrizontes exteriores coisas que justamente em fungSo dela sSo

nSc hS no complementar da incompletude


da msxima importancia que

muita coisa) seria decisivo ? Como posso saber que


algo (e até que

do de f ami I iaridade nSc hS nSo se estSo a passar


para 1S campo ,

mim ? Como posso saber que nesses horizontes


coisas decisivas para

3*6
nSo se situam realidades que, se tivesse acesso a elas,
exteriores

melhor Squilo tenho por impor


me permitiriam justamente chegar que

para a minha vida?


tante-encontrar o que procuro

Considerando retrospectivamente , vejo que uma grande parte das

e infîníram no curso da minha vida se passaram,


coisas que pesaram

posigSo sm que está agora tudo isso


relativamente a mim, na mesma

situa 1S dos 1 imites do campo de f ami 1 iaridade —

no seu
que se para

Como posso saber que agora mesmo nesse aí escondido não


exterior.

ests nada que é ou será marcante e decisivo pa


hS, nSo se a passar

ra a minha vida ? E o priprio curso da experiência passada mostra

tambem como muitas vezes foi justamente nesse exterior inexplicita

irrelevante

onde menos se esperava, onde "nem pas-


mente tido por

haver algo capaz de desempenhar qua]_


sava pela cabega" que pudesse

se vieram a encontrar "chaves" pa-


quer papel a esse respeito— que

ra dar seguimento aos rumcs de nSo-indif erenga (aos empenhos, aos

propisitos) que se seguiam.

definido um princípio de orientagSo para o


Por muito que estsja

estabeiecimento da importSncia ou nSo-importSncia , a situagSo em

relativamente aos horizontes exteriores nSo é


nos encontramos
que

de "cegueira", que da facto nSo es


uma situagSc de controlo, antes

relagíJes ef ectivaments hS en-


tS em ccndigies de fixar sequer que

de orientagSc jS tem de-


tre o que lhe escapa e esse princípio que

f inido .

sendo assim, pcr cutro lado, tambem o priprio assentamen-


Mas ,

to na orientagão especifica de nSo-indif erenga que estS adoptada e

a forma como esse assentamento implica a exclusSo da possibi 1 idade

de 1S dos limires do campo de acesso haja o que quer que


que para

de a sua revisSo labora na mesma desfoca


seja susceptível provccar

ao carScter incignito desses horizontes sobre que


gem em relagSo

De tal mcdo que tambem aqui a evidência e o


nSo se tem controlo.

resolvidc de tudo isto se reveste advém


carScter abso lutamente que

1 ativamente as condigies em que e esta


de uma crinica iistracgSc re

397
belecido e ac fundamento em que assenta.

Com efeito, como se pode saber que tudo o que é relevante para

a orientagSo da vida jS estS captado a partir da esfera de acesso

Como saber que um acompanhamento de tudo


de que se dispôe? posso

isso fica fora dessa esfera, se o tivesse, nâo me permitiria


que

muito melhor a situagâo em que estou, a realidade que


compreender

me cerca e com que me tenho a haver na minha vida ? Que me garante

nSo me faltam elementos decisivos? Que me garante que o Sngulo


que

de abertura S realidade, o acesso que jS tenho , as possibi 1 idades

concebo, os acontecimentos que testemunho, as coisas e as pes-


que

já sSo suficientes para perceber "a vida" e que


soas que conhego,

ndmero de aspectos deci sivos —

não se man-
o decisivo

ou um grande

ao largq da perspectiva em que me encontro justa-


tem justamente ,

nSo tenho acesso? Como posso saber que as pes-


mente naquilo a que

soas ai hS, as perspectivas que tem, as vidas que levam, nSo


que

me fcsse dado acompanhS-las trazer-me algo de impor-


poderiam, se ,

ensinar-me coisas decisivas (de que na esfera de acesso que


tante,

tenho aberta ainda nSo fago a mais pequena ideia) ? Como posso
jS

saber se tivesse conhecimento dessas pessoas, do que sabem,


que ,

etc, isso nSc abriria perspectivas novas , novas possibl idades para

a minha vida, inteiramente diferentes daquelas qus scu capaz ds i-

dentificar e seaundo as quais vivc na esfera mais fechada em qus

ms tsnho?

De facto, de vez em quando no curso do passado jS aconteceu que

de perspecti vas antes fechadas teve um efeitc modifica


a aquisigSo

dor da orientagSo de nSo-indif erenga que era seguida, de tai mcdo

ef ectivamente se produziram revisSes, houve preocupagĩes e em-


que

desapareceram outros que passaram a ter um papel que


penhcs que ,

nSo lhes cabia, etc.. Essas revisâes foram nuns casos mais amplas

do noutros (e pode inc lusivamente acontecer que por razOes e


que ,

de formas que ulteriormente serSo objecto de estudo mais cuidado,

398
a inflexôes, "modulagoes" dentro de linhas
digam respeito apenas

de orientagSo fundamental constante). Mas de qualquer modo documen

deste momento nuclear de toda a tese de


tam como também a respeito

os horizontes exteriores— a descoberta do que se mantém


relegagao,

jS constituído podem efectiva-


de acesso de cada vez


fora do campo

levam a revisôes da orientagão de. nãg


mente comportar elementos que

de todo c criterio de importância e de nSo-impcrtSn-


-indiferenga e

E, mesmo que nesses casos as revisôes


cia que a tem por suporte .

carácter mais ou menos parcial, nSo se segue


produzidas tenham um

eventualmente resultantes daquilo que ainda estS


que as revisCes

acesso que de cada vez se tem também si pos-


deixado de fora pelo

sam ser parciais e abalar a orientagão de nSo-indif erenga apenas a

derivados, de especif icagSc Os


aspectos mais ou menos .

resoeito de

ditaram essas alteragies na experisncia passada


alargamentos que

si a uma infima parte dos alargamentos que a incomple


correspondem

de acesso de cada vez ainda deixa subsistir ccmo pos


tude do campo

de facto a margem de alteragSc eventual-


siveis. S nada impede que

ser muito maior do


mente resultante de outros alargamentos possa

de cada vez ainda estS por dsscobrir se-


que essa e que aquilo que

se tsm assu
perturbar completaments a orientagSo que
ja de molde a

67
a seu respeito uma total revclugSo.
mida e a provocar

tese de relegagSo de im
Sm todos os seus aspectos deste modo ,
a

domina o nosso ponto de vista em relagSo aos horizon


portancia que

como se estivessemos inteirados —

quandc de
tss sxtsrnos "procede"

facto e isso justamente que nSo estamos . A tese estS profundamente

nSo tenha fundamentc e resulte de outra


enraizada, sim, mas porque

de acuidade no discernimento do que efecti


coisa que nSo uma falta

"saber"que se arroga. Esse seu enraizamento re


vamente constitui o

nSo fccagem, de ela va-


sulta iustamente de uma nSo consideragSo e

de vista sem que se chegue a olhar bem


ler s afectar c nosso ponto

e a iegitima, a que e que de facto


ela e a verificar que que
para

corresponde .
fortes contrastes de anisotropia é "homogéneo", destituído de con-

chamem a atengâo cu de que minimamente nos apercebamos.


trastes que

se tem nunca se reduz ao núcleo


Ou seja, se a apresentagSo que

desse modo vemos sempre mais do que


de incidencia ostensiva (e se, ,

rodeia esse nucleo estS marcada


eie), a esfera de apresentagâo que

ambliopia nSo se perce-


por uma pronunciada ambliopia— por uma que

isso o e menos e torna o ver que afec-


be ccmo tal ,
mas que nem por

ta menos diminuído.

A "clareira" de determinagSo mais precisa, de mais aguda capa-

e de mais elevada exigencia de determinagSc—


cidade de acompanhar

do nuclso de incidencia de cada vez constituido— estS ro-


e a
que

"anel de falta de acuidade ,


por um campo de apresen-
deada por um

"toldada", formando uma regiSo de


tagSo menos iucida, como que

de determinagSo S exigência deia e a capa


"sombra" quanto ao grau ,

Eora do nuclec de incidencia dS-se como


cidade de discernimento .

"

"perda
"
"
do "meio", um obscurec imentc uma
espessamento"
,

que um

mas marcada por isso, conforma-


de transnarência" . HS apresentagSo

De forma o nucleo estS sempre ro-


da Ss condigôes desse meio. que

"anei' de ambiiopia", em que toda a apresentagSc es


deado pcr esse

de acuidade. E o que vemos alem dc ostensi


tS marcada por uma perda

vSmo-Io nessas condigôes e sob o seu efeito.


vamente apresentadc
de ambliopia nSo actua si en
E isto de tai mcdc que esse ^anel"

mantem exc lus ivamente hori-


quanto a apresentacSc da periferia se

de totai absorgSc na esfera de in


zontal (na situagSc desprevenida
dcs horizontes exte
cidôncia, onde nSc ocorre qualquer tematizagSo
mesmo
produzem tematicagces ate

e
rio^es). Actua tambem quandc se

se rsalizam com cuidacc s fazem tudc pa-


quando essas tematizagies

De tal mcdc que sem se darem ccnta disso, tam-


rigorosas.
,

ra ser

estS afectado por uma drSstica eerda


bem o que a elas se apresenta

também elas estSo consideraveimente diminui-


no crrau de definigSo,

acolhem esse apresentado e do-


das nc grau de discernimento ccm que

4G0
tese que escamoteia como que "por de-
relegagSo assenta
numa
A

isso de
creto" o ignoto daquilo
a que respeita— o desconhecido que

base, mostra
constitui. Focado este, a relegagSo perde a sua
facto

de decreto— e evidencia-se que na situagSo em que


esse seu carScter

A
estS os horizontes externos podem de facto ter importSncia.
se

estamos rela-
tese de relegagSo nSo muda em nada a cegueira em que

ou nSo importSncia do que nSo acompanha-


tivamente a importSncia
ver ef ectivamente a ultrapasse— é ape-
mos. NSo produz nenhum que

nâo o ser (cega, alem do mais, para


nas uma cegueira que pretende
sem
constitui uma evidôncia puramente aparente ,

si pripria) e que

nSo um "como se" .

cutra consistôncia que

A articulacSo dos diferentes fenômenos examina-


9 112
" ' 5
"" Balango.
d^TTiTiStí-utura d^or^^i^a^So_de_perspec^a_ei^^
1S do
sê~ĩnsérêm Q_QBSCURECĨMENTO da apresentagSo para
de acuidade e
^nTTde incvĩdencia— a ambliopia, a faĩta do apresen-
iTpĩw^'iva dissolugSo dg_grrau_de_^eXinigSo
tlîtotãntTlíiriũ^s nta^ao_horizonta£ quanto
e
na apresen-
da
^V^têmSti^ dos A
hofĩ¥ontgA_g^gI^s •

disso_lugSo
sua
definigSo do apresentado e a
T^nTr^derT^" qrau de
ausência de apresenz
~nma total
ĨŨ"crcncr^l^i"ampntft *

A 'ímplantagSo do esbatimento
r-T^~^^^t^niacao .

inautenticas de totali-
j^t~TT^Tt^~dii"representac;qes de
dKáT~"diTtl^ de hnmngeneidade e da tese de relegagSo
factores de ^eterminagâo e conformagSo
J^^^Ta. como

dT^iFIwtiva MBLXOPE_^^^se^_gS^do^ori-
no meio
"habitat" natural_e
^^^^terior^-a^mblio^ia enômenos A colaboragao
como
e
destes f
f^T^r-T^Tr-P^ervagSo .

A orcanizagao de sectores
^JITt^ĩĩmjltua ^tr-e eles.

campo de incidencia/
^T^T^Td^^s'entagao (micleo exteriores e

)
TalrTo" de famlUa^ad^/horizontes
concordantes que
_|Qjsi3te-
Í^TdTãnĩÍÍtronias
^"n'wftFam todo
o num
campo
esbatg."LJ_ái±eren^
"reqisto" de mesmo
^trê"~êĩês anali
dcmĩĩrTã 5Tesultado dq_^steng_dg_condicionamento conside

H-nn^T^sentacâo que se tem, mesmo quando se

r^rTTTTrl^t^ externos, como uma___pres^ta^a^nSo_si


Já s§Z
d^rTiJũjr^^
ber O FUNDAHEN™±J3|L™^ •

comoletou-se o exame do
Com a tese de reiegagSo de importSncia

fazem que o reconhecimento da incompletu-


de factores que
conjunto
consideragSo dos horizontes
se produz com expressa
de, mesmo quando

401
exteriores e quando, por isso, jS parece advertido da extraordinS-

falta e consciente de uma incompletude mui


ria dimensSo daquilo que

meramente lacunar, de facto se mantenha muito longe


to mais do que

de qualquer efectivo abandono da forma natural da finitude e tota_l

mente dominado por ela.

assim, um por um, cada um destes factores e feito o


Considerado

interfere na apresentagSo habitual dos horizon


exame da forma como

tes exteriores ao campo de f ami 1 iar idade ,


importa agora focar me-

todos eles tôm entre si —

o modo como coexis


lhor a articulagSo que

tem e colaboram na constituigSo de um tipo de perspectiva completa

da fcrma natural da finitude. Embora se


mente integradc no regime

do seu re lacionamento nSo ficou


jS alguns aspectos
,
tenham visto

nitidez "rede" formam, a "iente" de es


focada com suficiente a que

constituem natu
condimento da incompletude que conjuntamente e que

tem dcs horizcn-


ralmente se interpce em toda a perspectiva que se

tes exteriores.

inicialmente que a arresentagSe que se tsm estS cons


Observou-se

de tal modo que compcrta sempre


tituida de forma muito particular,

um r.ucleo ostensivc, mas nunca se esgota ne 1 e , antes compreende u-

da realidade o en
ma componente de co-apresentagSc inexplicita que

volve. Cbservou-se que esta co-apresentagSo tem sempre uma amplitu-

cuja cadsia ds remis


de vasta s e ds factc uma aprsssntagSo absrta,

ter termo E observou-se que


prolonga indef inidamente , sem . .,

sôes se

achamos in
ecr eouco que ds conta dissc, a apresentagSo em que nos

c lui sempre toda esta extracrdinSria amplitude de "visSo periíeri-

de incidencia, o conteûdo da apre


:a"
c Ocorrem frequentes mudangas

sucessi vamente outre e outrc alteram-se estas


sentagSo vai sendc ,

da apresentagSc--mas a inclusSo deste pe-


e aquelas propr ieda^des
eonstante. Assim como hS sempre um micleo de
culiar fenimeno e uma

da mantôm esta es
incidSncia e as diversas aiteragoes apresentagSo

trutura, de tal mcdo que constitui ccmo que um "cursor" (cujo ccn-

teUdo muda sem que se alterem as suas caracter ísticas ) , assim tam-

40 2
constante desse "cursor" a
uma caracterí stica
bém é precisamente
assim consti
sua insergSo no quadro de uma "visSo periférica", que

temos, passível de
tui uma estrutura inerente ã apresentagSo que

nSo de ser eliminada. Observou-se,


transformagôes de conteúdo mas

desta forma de
que embora nao possamos desprender-nos
finalmente, ,

micleo de incidência a um Smbito muito es-


que reduz o
organizagSo
volver olhar a periferia da
em todo o caso o para
treito, podemos
considerS-la, fazer que deixe de ter uma
a
apresentagSo, passar

de consideragSo ex
implícita e se torr.e objecto
presenga meramente
algo de
E, tanto de uma forma como da outra, a periferia e

pressa.
apagado— e de que
se tem notícia, nSo inteiramente ausente e
que

si minimamente determinada, mas envolvendo


se tem uma notícia nSo

mesmo bastantes determinagces .

desenhada esta peculiar forma de


S partida ficou
nas, se logo

e se veio a tcmar mani


o que a pouco pouco
Fresenga da periferia,
nSo difere do a-
o acesso que assim se tem S periferia
festũ e que

ds incidsncia apenas pelc seu carSctsr


se tem no ndeleo
cesso que

de ser inexplícitc ou, mesmo quando


inaparente, pela circunstSncia
embora de outra manei-
nSo ostensivo— como se, presente
explícito,
de definido tivesse o mesmo grau de definigSo
ra, o que comporta
houvesse de diferents a tal
do ndcleo cu o que
que os apresentados
inex
apenas pela diferenga entre o explícitc e o

rsspeito pass asse

incidSncias temSti-
dissipasse com a constituigSo de
p I ic itc e se

cas .

ordem. Como a e
e maior e de una outra pcuco
Nao. A diferenga

hS uma anisotropia de acuidade na apre


se veio a documentar,
pouco
vincados desta anisotropia de a
dos contrastes mais
sentagso. E um

"fronteira" entrs o nucleo de incidsn-


na
cuidade passa justamente
anisotropia de acui-
da apresentagSo . Ou seja, a
cia e a periferia
mSximo de acuidade e dstsrmma-
tal que o
dade tem uma organizagSo
hS modo um eieva-
o nucleo de incidência e grosso
gSo coincide com

402
do nível de acuidade e determinagao em todo o nucleo de incidôncia

de cada vez constituído —

mas essa acuidade e o nível de deteimina-

gSo diminuem consideravelmente


na continuagSo da apresentagSo para

1S dele. E isto de tal modo que ,


se é jS grande a diferenga na pas_

do nucleo de incidôncia para o campo de fami 1 iaridade , essa


sagem

diferenca torna-se ainda mais acentuada na transigSo do campo de

familiaridade para os horizontes exteriores a ele.

A medida se afasta do seu "centro" (do centro que de cada


que

vez e constituído peio nucleo de incidência ostensiva) o nível de

(o de definigSc do apresentado) que a apresenta-


determinagSo grau

é capaz de proporcionar diminui drasticamente —

o apresentado
gSo

torna-se difuso, indistinto, "esfumado", deixa de


perde nitidez,

bem marcados perde-se num "nSo-se-ver-bem" e tcrna-se


ter tragos ,

mesmo tSc esbatido e tSc lasso que raia a total dissipagSo de qual_

auer apresentado ef eetivamente constituidc como tal e e dificil de

encontrar em e que difere da total ausôncia de algo dsssa or-


que

dem .

For cutro lado, como também a pcuco e pouco se foi manifestan-

smbcra seja assim e dc cerr.ro eara a periferia se de este drSs


dc,

tioo emeobrscimento e perda de definigSo, habitualmente nSo nos a-

peroebemos dsste estado-de-ccisas. Vendo nis sempre de algum mcdo

o csntro

o núcleo ds incidsncia ostsnsiva


s a eeriíeria, nSc ve-

o de apresentagSo marcado por ests empobrec imento tendc


mos campo ,

estes eontrastes minimamente marcadcs .


S, como se procurou mostrar,

isto e assim justamente pcrque esta perda de definigSc é acompanha

da por uma perda da acuidade no discernimento , no acompanhamento do

se tem apresentado e por um "abaixamentc" do nivel de exigsncia


que

de determinagSo) a cuja luz e visto aquiio que se a-


(da exigencia

oresenta) . De tal modo que a diferenga do grau de def inigSo equi-

vale S diferenga da oapacidade de discernimento e do nivel de exi-

segundo aspecto de anisotropia equilibra o primeiro, com


gSncia, o

e o resultado aparente das aprssentagûes maroadas pcr tSo


pensa-o

4C á
de determinagâo muito infericr Squela que
minadas por uma exigência

micleo de incidência. E de tal modo que embora a temati


se tem no ,

da periferia diferentes das apresenta-


zagao produza apresentagoes

horizontais dela, essa diferenga nSo altera signifi


gOes puramente
formas de anisotropia que aqui estao em causa e, nc
cativamente as

de consideragão temStica nSo tein


sentido referido, as perspectivas

menos ambliopes (e menos ambliopes em relagSo S sua am-


dem a ser

do as apresentagies puramente horizontais.


bliopia) que

Assim, nSo e apenas uma parte da apresentagSo exterior ao nu-

de incidência que cai nesse "anei" de falta de acuidade que c


cleo

desse tipo

tudo o que temos para ls


rodeia. Toda a apresentagão

mais temStico que seja


cai nessa regiao de luci


desse rriclec, por

tende manter-se preso dela. De sorte que mesmo


dez diminuída e a ,

horizcntes a que se refere, expressamente refe-


estando focada nos

rida a eles e produzindo a impressão de considerar jS aquilo que

forma pareceria ter de dar pela even


ĩhes ccrrsspcnde (por tal que

de definigSo do seu apresentado ) de facto nSc tem apre-


tuai falta ,

nítidos, claramente definidcs, e muito frcuxa no accmpa-


sentados

nhamento ( nc discernir) daquiio que ef ectivamente tem consigo e

de determina-
tanto assim (e tSo pouco exigente quanto ac seu grau

se dS conta dessa falta de definigSc, do ca-


gSo), que nem sequer

lassc. Numa palavra, também quando estamos temati-


^cter difusc e

extsrior do nucieo de incidôncia o ncsso ver


camente dirigidos ao

e um ver
"
enf raquec ido
"

, "toldado", afectadc por uma dissipagSo da

a nossa relagSo ccm aquilo que se tem a-


consistSncia em

sua que

mcdo muito mais a de nao ver do que a de ver


de
.

presentado é certo

Em qualquer dos easos (seja na visSc periferica que sempre accm

micleo de incidôncia ostensiva, seja nas apre-


panha e enquadra o

temSticas ocas ionaiments ocorrem) aquilo a que leva


sentagSes que ,

o nosso ver para 1S dc ostens ivamente apresentado e essa "regiSo"

acesso ambliope desse tipo, que nSo se


do faita de acuidade e e um

percebe como tal .

âC
Porém, sendo assim, e caracterizando-se a apresentagSo da peri,

feria essa progressiva perda de acuidade que faz dela um "ver


por

(que se perde na sua pripria desfocagem e mais nao


em dissipagâo"

vS do vê o seu apresentado ) toda esta ambliopia estS, ainda


que ,

muito longe de corresponder a uma total ausência de apresen


assim,

tagao ou a uma nula fixagão de determinagSo .

A desfocagem que a afscta tem as caracterí sticas que se aponta

sim. Mas o produz e uma apresentagSo-em-esvaimento muito


ram, que ,

"frouxa"

nao uma apresentagao vazia, nula, absolutamente "iguai a

zero" .

E, de f acto , a esfera de perda de acuidade que assim rodeia a

clareira da apresentagão mais nítida, ainda que se caractsrize pcr

essa tao pronunciada ambiiopia, encerra justamente ainda determina-

gSo. E nSc si encerra dstsrminacSo ,


mas a determinagao que encerra

uma "carga" bastante complexa, envoivendo um


correspcnde mesmo a

mimsro ds fixagSes. Cu seja, a dissipagSo da aouidade fera


grands

da esfera de incidSncia cstensiva nSc equivaie a uma perspectiva

comp letamante aberta sobre o que hS fora dessa esfera (uma perspec

tiva disponivei para todas as pcssibi I idades de determinagSo , neu-

tra em relagSo a todas elas). NSo . Essa dissipagSc da acuidade e

justamente portadcra de um conjunto de fixagôes do que aparece pa-

ra 1S do ndclsc de incidSncia, fixagíes que decidem pcr determina-

das cor.f ormagc'es disso, Ihe confsrsm um dsterminado aspecto, fazen

d- aue aauiio ccm que se estS ao dispcr de uma nctícia desse exes-

rior do nucleo de incidencia tsnha certas caracter ísticas (muitc

de outras pcderia ter). E nSo si a dissolugSo da a-


diferentss que

cuidade (a natureea f rouxa , desfocada, da perspectiva que se tsm)

dessas ccnf ormagdes mas e justamente ela qus lhes con


é portadora ,

fere "solidez" e faz que estejam eerf ei taments assentes s que a sua

seja peremptiria e firme.


fixagSo

Assim, além da pripria rsmissSo horizontal (ecm todo o muito vas

406
de determinagoes que se prccurou mostrar que imolica),
to complexo
tem do exterior da
a dissolugSo da acuidade na perspectiva que se

em si a pecuiiar conforma-
esfera de incidência ostensiva encerra

estar-se rodeado por um campo de familiarida


gSo que corresponde a

sentimos S-vontade, "se


de se declara "scb contro lo"— onde nos
que

da acuidade encerra também em si


nhores da situagSo" . A dissolugSo

dos limites da apresentagao E, por for-


um sistemStico esbatimento .

desse esbatimento dos limites, encerra em si a peculiar confor-


ga

esfera de incidência nSo surge "recorta


magSo em virtude da qual a

sofre uma inexplícita dilatagSo. De tai mc-


da", não tem "desenho",

entre ela e o campo de fa-


do que, faitando a marcagSo da diferenga

de ambos. 0 mesmo esbatimento dos ii


produz a fusSc
miliaridade, se

do de fami 1 iaridade fa-


mites gera ainda o "arredondamento" campc ,

produz tambem um indefinido


zendo que tsnha um aspectc compacto, e

fronteiras, em virtude do qua I nSo acaba em ne-


adiamento das suas

se saiba que hS um
nhum termc definidc, nSo tem fim (e, mesmo que

exterior nSo tem pontos concretos de insergao,


extericr deĩe, esse

em alguma). De tal modo que o acesso


nSo comeca def inidamente parte

ate rnesmo
em que se estS surge sempre perf eitamente "desafogado" e

indef inidamente aberte. îias mais. De fac-


com um sngulo de abertura

se tem do exterior
tc a dissolugSo da acuidade na perseectiva que

da esfera de incidSncia encerra ainda em si a peculiar ccnformagSc

inautenticas de totali
—e ccrresecnde ac dcminio de reprssentagdes

das
dade, que fazem parecer que se tem uma perspectiva adequada grai

de quantidade de facto mui-


des dimsnsies, prendem em apresentagdes

horizonte fixo de apresentagSo das gran-


to difusas e constituem um

de ordens de grandeza,
des dimensies (um "tecto" da apresentagSo

desfccado) onde a remissão hcrizontal se perde


tambem ele difuso e

retida, "encalhada" e "a marcar passo" . A dissolugSo da acuida


fica

em si o domínio da tese de hcmogeneidade a respeito dcs


de encerra

de determinagoes que de
horizontes exteriores, ccm todc o ccmplexo

indefinida dilatagSo da sua esfera de domínic.


cada vez envolve e a

407
de excepgies, que fazem dela, como se viu, uma
a decidida exclusSo

tese "totalizadora" ,
de antecipagSo "total". E a dissolugSo da acui

dade encerra tambem em si a tese de relegagSo da impcrtSncia dos

tambem a seu modo estes horizon


horizontes exteriores, preenchendo

forma (de resto também énglobante, "totaliza


tes— constituindo uma

de os saber e de os tsr dominados.


dora")

se tem sobre o exte


A dissolugSc ds acuidade na perspectiva que

rior do micleo de incidência encsrra em si ao mesmo tempo todos es

de perspectiva, de tal modo que a pers


tes factores de ccnformacSo

imultaneamente confcrmada por todos eles.


se tem estS s
pectiva que

como o carScter inaparente das apresentagôes


Viu-se inicialmente

uma multipi icidade de deter-


nSo ímpede que ccmportem
inexplicitas
bastante complexa. VS-ss agc-
minagies— e mesmc uma multipl icidads

deste tipo de apresen-


ra, por um lado, a qus ponto a compiexidade

presentes nc ncsso ponto ds vista nSo se ssgcta na


tagiss sempre

das priprias indicagies de continuagSo— a que pcntc


complexidade

nSo se tsm nunca meras mdicagies de continuagic, ccmple-


de facto

outra dstsrminagSo para a 1 ém delas, a


tamente despidas de qualquer
de ccnformagies de
pcntc hS uma muito densa mul tipl icidade que
que

tsrrninam o modo como nos vemos no meio dessa continuagSo, o aspec-

(fazsndo qus mesmo que nSo tenhamos


to que ela tsm, c aue a ocupa ,

como campos ds rsaiidade sabida.do


consciencia disso, ncs aparsgam

„^,j,) Mas oor cutrc 1 ado ,


vs-se tambem que a pripria cireunstan

apresentagies ho-
cia de haver uma dissolugSo da acuidade, seja em

temSticas— essa circunstsncia que


aprssentagies
,

rizontais, se)a em

marca tcda a apresentagSo do exterior do nd-


em maior e menor grau,

de idSnc ia— tambem nSc e impeditiva de haver uma multipii-


cieo :.nc

cidade de determinagSes e mesmo uma muitipl icidade muito complexa.

uma
de acuidade envolve sem duvida, comc se acer.fucu,
A dissoiugSc

dissipagSc da deter
perda do grau de definigSo do apresentado, uma

Mas nSo uma dissieagSo total— qus a-


minagSo com que se apresenta.
1S do micleo de incidencia e, com ele,
nu laria o apresentado para

além da nos dS esse micleo. E o que


toda a perspectiva que
tambem

todas estas determinagoes que perpassam a dissipa-


acontece e que

sobre o exterior do micleo de inci-


gSo da acuidade na perspectiva
nela) são justamente de-
dência (e que , por assim dizer, "vingam"

de falta de acuidade, constituídas nela, por ela, que


terminagies

NSo se trata de determinagies agudas clara


tem nela o seu "meio". ,

falta
mente definidas, que de algum modo conseguissem subsistir na

nela seu efei


de acuidade, entrar na respectiva esfera e exercer o

to. NSo . Todas as conformagQes que perpassam a nossa perspectiva

desfocada, do exterior do miciec de incidéncia (todas as


ambllope,

esbatimento dos limites ate a relegagSo


determinagôes que— desde o

dcs horiecntes exteriores— essa perspectiva amblio-


da impcrtsncia

encerra em si) sSo justamente determinagôes "ambliopes", prcdu-


pe

sustentadas pela falta de focagem, que a têm implioada nc


zidas e

seu priprio tecr.

de vista, tsndc sempre noticia do


E, desta fcrma, o ncsso pcnto

(s tendo nela uma referencia fun-


exterior do micleo de incidencia

ss rsporta), vS esse exterior como que pcr u


damental a que sempre

tem sempre aposta, e que o faz ver mad,


ma lente"de ambliopia, que

o faz ver de determinada forma.


e sse exterior e que ao mesmo tempo

ds definigSc, nSo é ur.iforme


0 "ver-mal", com desfocagem e perda

modo de se produzir). E o ver mal que afecta a nos-


(nSo tem um si

do micleo de incidôncia estS "deci-


scbre o exterior
sa perspectiva
descreveram

a "lente" de am
dido" todos estes factores que se
pcr

estS maroada pcr esses difersntes aspsc-


bliopia que se tem aposta

corresponde uma de-


tos de refracgSo produtora de desfocagem a que

exterior. NSc hS nada de necessS-


terminada imagem desfocada desse

bem, sem
rio nesta peculiar forma de perspectiva— poder-se-ia ver

o exterior do mdcleo de incidência, poder-se-ia ver


desfocagem,

desfocagem cc-
mal mas de outro mcdo (por exemplo, percebendo-se a

destes fenimenos). tlas de facto é


mo talí ou 3em algum ou alguns

40Q
sSo estes os principios de refracgâo que operam
assim que se vê,

"lente" dessa ambliopia


e esta peculiar sobreposigSc de facto-


na

simultaneamente marcada esba


res, resultando numa apresentagao por

timento dos limites (e pelos seus diversos efeitcs), pcr represen-

de totalidade, por um principio de homogeneida


t.agoes inautênticas

domina, "molda", o nosso ponto de vista.


de.etc, que

factores de conformagão de perspectiva que assim con


Os diversos

dc exterior do micleo de incidSncia estSo


dicionam a apresentagSo

de tal mcdo e cada um deles tem um tal grau de ccmple-


sobrepostcs

produz que hS a possibi 1 idade de ocor-


xidade na interf erência que

rmiitiplas "correcgces" dc seu efeitc


rerem multiplas "suspensces" ,

no fundamental deixe de estar aposta a lente des


refractor sem que

r.Scleo de ineidencia deixe de estar rodeado pcr


sa amblicoia e o

falta de acuidade em que o reconhecimento da incomple


esse anei de

a concordar com a forma natural da finituds. For um


tude e posto

mas ainda mais claraments se mostrarS na


lado. como jS se apontou

continuacso, quer c esbatimento dos limites, quer a rspressntagSo

inautêntica de totalidade, quer a tese de homogeneidade comportam

ds momsntos s de efeitos —

de tai modo que a de-


uma muitiplicidade

tecgSo da presenga destes fenimenos e a inibigSc destes e daqueles

momsntos ou sfsitos nSo arrasta a inibigSo ds todos


entrs os seus

antes a deixa-lcs subsistir inteiramente intactos).


cs cu-ros (tende

dos diferentes factores de "refrac


Ou seja, a suspensSo de cada um

tende parciai

ser scmente e mesmc


cSo" na 'lente de ambiicpia" a

fundamental das fungôes que exerce e da conforma-


a nSo afectar o

?cr cutrc lado, mesmo admitindc que a


*Q r.1Q r-*e no qu.e aparece.

de cada um destes factores chegue a ser total e a anular


susoensSe

seus sfeitos, a perda de aicum ou de alguns deies


inteiramente os

deixa ainda de pe os outros


que bastam para produzir uma impres-

de dominio sobrs o sxterior e para manter a nos


sSo de "desafogo"e

afastada de se percsber numa situagão de cerco pela


sa perspectiva
68
incompletude .

rsina todo este sistema de condicionamen-


E assim, normalmente

numa intervengao "compacta", sem nenhuma "foiga". Quer enquan-


to,

hcrizontes exteriores quer quando a tema


to nSo hS tematizagsc dos

estes diversos "modcs de ver" actuam ccnjun-


tizagâo jS se produz ,

sobre a nossa perspectiva, num domínio pleno, que a total


tamente

deles si torna ainda mais férreo e


ausencia de qualquer apercepgSo

completo. Mas, quando se chega a obter alguma"f olga"no domínio des

condic ionamento essa "folga" tende a ser apenas par


te sistema de ,

dos aspectos do sistema e a manter


celar, a alterar apenas alguns

redutor sobre o reccnhecimenco da incom-


c seu efsitc
globalmente

pletude .

afecta a apresentagSo do exterior do nú


A pripria ambiiopia que

a favor da manutengão de todo o estado-de-


cleo de incidência joga

-coisas. Pois o sistema de condicionamento (a peculiar confcrmagSo

trata tem nela o seu "meio", estS natu


de "iptica") de que aqui se

r.esse "ver mal" que de raiz e o nosso no


raimente posto a vigorar

nûcĩeo de incidencia. Ao passo que


diz respeito ao exterior do
que

mesmo si de uma mínima parceia desse sistema (qualquer


a suspenssc
do seu dominio pleno) envolve um esfor
qualquer afastamento
folga,
olaro onde naturalmente nSo
go de discernimento, um ccnseguir ver

vencer da ambiiopia. De tai modo que o embarque no


se vs claro— um

de condic ionamento e o desembarque do que quer que seja de


sistema
mas
le nao constituem aiternativas equipc lentes ,
com o mesmo peso,

naturaimente desequiĩ ibradas íprimeiro porque a prô-


alternativas
estS de -

de desembarque naturaimente nem sequer


pria pcssibiiidade
nSo se acha reconhecidc como tai e nSo
senhada, o condioionamento

ideia de oossa haver aiguma alternativa; dspois pcrque,


se tem que

oondicionamento a persistencia nele e


mesmo uma vez detectado c ,

contrSrio— r.So e preciso fazer nada para


muito mais fâcil do que o

continuar "cegamente" sob o seu efeitc, rsquer grande diligSncia

a vê-lo e ir con4:ra ele).


chegar

411
sstando todos estes diver
A mesma circunstSucia faz tambem que ,

de coudicionamentc (esb.atimento dos limites, represen


sos factores

tctalrdade princípio de hcmogeneidsde etc .


)
inautentiea de
,

tagSo

"de um si golpe", nu-na prssenga contínua e na "smplici-


pressntes
na ausencia de ssforgo) de cada momento da apresen
dade" (na "paz",

fcao e demorada a detecoSo deles. Com


se tem, seia oencsa
tagâo que

dcis modcs de estar com esses difersr.tes factores (o ver


efeito, os

eles) sSo compietamente diferentes. A iden


eles s o dar por
segundo
algum desfazer da ina
tificacSo deles impiica justamente pelo menos

sim, mas ds um medo gus justamen-


cuidace— conseguir surpreends-ia,
sla mairtem "em
ts jS a ultrapassa e qus nSo e pcssível enquanto ss

bruto". A identificagSo deles fae-se num outro plano JS difersnte

onde se introduzem aspectcs que Ihe sSo


do da ambiiopia natural e

tudo um car-Scter dsstacado, uma nitidee e


estranhos (ccnfsrindo a

facto nSo t.em no seu f unc ionamento r.ormal).


uma articulagão qus de

dS distinta âquilo que se caracteriza por es-


A detecgSo presenga

ter na sua ausSncia o "habitat" or.de natu-


-ar privacio dsla e pcr

nSo é desdobra-
ralmsnte se produz . A detscgSo desdobra aquilo que

de
"
instSnc ias" todo um sis-
do e faz aparecer uma muitipi iciaade ,

"contevidos" de diferentes momentos de perspec-


tema de diferentss ,

onde de oc-
~i-,^ nn^ ^r-'-a1 m^n-e nSo fiqura nada disso e sempre

resistôncia e irnpiica esfcrgo


ver claro e
vo e difíeil —

enfrsnta

reconhecer a sua pceser.ca.


"
ausôr.ca on
Mas, de f acto , nessa aparents simpi icidade" e nessa

vé nada disto— onde nSo figura nenhuma refe


de natviralmente nSo se

reconhecivsl ac carapo de f ami i iaridsde nenhum


dirsctamente
,

rsncia

de esbatimentc dos limites, nenhum arredondamento e dilatagSo


sinai

nsnhuma inautSntica de to
do campc de fami 1 iaridade , rspresentagSc

de homcgene idade etc —


eseS presente e
nsnhum principio
.
,

talidade,

tudo isto. De tal modo que o facto de nSo apare


estS "em operagSo"
"

torne reccnhecivel (o total apagamen^c" a que


cer de forma qus o

4J.?.
antes favorece a sua in-
naturalmente estS sujeito)
nSo prejudica,

dos "iculos" que todos estes di-


tervengSo e o pleno funcionamento

factores de conformagSo de perspectiva poem na apresenta-


ferentes

do extericr do micleo ds incidôncia.


tsmos
gSo que
se tam estS cunhada por es
E que assim é— que a perspectiva que

modo de ver que Ihes cor-


ses factores de conformagSo, puxada a um

no prôprio contraste que se produz cuan


respcnde— isso documenta-se
aiternativas a cada um desses aspec-
do se introduzem perspectivas
rodeando o micleo de
tem um campo de f ami 1 iaridade
tos. Se nSo se

a sua ausSncia e per


incidôncia, a apresentagSo fica perturbada com

factor ds orientagSo que habitualmente ,


pcr
de um
cebe-se privada
disso, ests ao seu dispor e constitui um es-
se de conta
pouco que

marcagSo dos limites


teio da orientagSo que tem. Se se produz uma

re
isso resulta numa signif icativa modificagSo sm
da apresentagSo,
havia antes dela. E essa modificagão surgs precisamen-
lagão ao que

ds qualquer coisa que rare-


ts com o carScter de uma "contracgSo"

tornandc
"
f i 1 if orme" ,
"recortado" o q\ie c cor.tra.s_
cia mais"larga",

era compacto, etc. Se se focam as grandes dimensôes


ts mostra qo.e

uma capacitagSo da sxtra


horizontes extsriores e se se chega a
dos

correspcndem (e de como essa am-


ampiitude daquilo
a que
ordinSria

nossa capacidade de acornpanhar e e

piitude rompe compl etamente a

coisa de que de facto nem de longe conseguimcs ter ideia),


quaiquer
nova em
de ul trapassagem rsvsia-se compietaments
entso essa nogSo

antenor e faz ver, por ccntrasts, co

rslagSo a tcda a perspectiva


uma referencia a grandes dimensies, essa
mo, mesmo cornportando jS
de muitc mais pequenas
tinha em vista crdens grandeza
perspectiva
desenham e estava completamente inad-
assim se
do que aquelas que

rslagSo a estas Se se con-


"inocSncia") em .

estado de
vertida ( num

pcssibi 1 idade de os horizontes exterig


abrir ef ectivamente a
segue

em reiagSo ac camoo de fami 1 iar idade (mesmo


res serem heterogeneos

de determinagSc ) o em-a-
daqueies aspectos
,

destes e
si a respeito
esses hc-
ccm isso se rasga, a reiativa incignita em que
berto que

413
rizontes assim se convertem, aparecem como qualqusr coisa de intei

tsiramente inusitado--pondo campos de escendimentc onde nSo havia

ordem. E cada aspectc de hetsrogsneidade que passa a ser


nada dessc.

ecectivamente admitido mostra por contraste como, antes do se dar

a sua admissâc (e de se rasgar o espago de escondimento e falta ds

domínic crue lhe corresponde) nSo havia nem sombra de falta de dorní

nio desse cenero


havia um dominio e um dominio prooorcionado pre-

de homcgeneidade Se se admite efecti-


cisamente por uma prssungSo .

I idade de no desconhecidc dos horizontes exteric-


vamente a possibi

res haver o que quer que seja de ef ectivamente importants (de uma

ser decisiva), entSo isso aparece justa


imocrtsneia que pode mesmo

de inteiramente novo abrindo uma tal pcssibi I ida-


mente como algo ,

cnde de forma nenhuma estava aberta, perturbando um siscema de


de

antes estava marcado por uma orienta-


avalia-So de impcrtSncia que

de facto contrSria tal possibilida


ccmpietamente diferente e a
gSc

de .

=
e camros ds escondimento inuito oriximos , o a
J3.

do campo de acesso ef ectivamente constituido como um


parecimento
acaba bem
enciavs desenhado ,
caprichosamerte rscortado, q-ie já per

etc cue a marcacSo dos iimites faz emergir


e o absolutamente
t.o .

a extracrdinsria rnodificagSc que tudo issc representa— acu-


novo

eontraste, eomo antes dessa marcacSo de limites e do es-


sam por

a produz o que hS e justamente um nâo-cerco


forro de focagem que

eampcs de esccndimento desaf ogo dc campo de acesso, ausôncia


por ,

viver dsle compactc prolongado,


de quaiquer desenho dele, um ccmo e

e~o. A total "perda de pe" nas dimensOes dos horizonces exteriores

ordens de grandeza lhes estSo atri-


aue resuĩta da focagem das que

capacitagSo que entSc se produz de que se trata de qual-


euidas, a

•euer coisa abso iutamente desmedida, para que nSc se tem ponto de

vista, em relagSo a qual se e cego (de tal modo que a incompl etude

uorizontes, mas S
nSc diz rsspeito apenas aquiio qus ocupa esses

414
isto e e que isto traz de abacltt-
prôpria ordem de grandeza)-tudo
contraste, como antes
se declara, acusan. por
tamente novo, quando
indicacâo das dimensSes
uma tal focagem da prôpria
de se produzir
4 ideia
uma tese de adequagao relativamente
reina inexplicitamente
se faz das dimensfles, todo o peso da incompletude reconhecida
que

horizcntes em causa, as or-


"canalizado" para o conteúdo dos
está

notícia carecem de qualquer carâo-


de se tem
dens de grandeza que

sac na verdade muito mais modestas e


efectivamente desmedido
e
ter

uma vez produzida a foca-


do que aquelas que se rasgam
inofensivas

aem .

a realiza9ao de
E assim também nos demais casos. Aquilo a que

se tem anr.es de
faz_contraste Com a perspectiva que
focagem conduz

E não apenas faz contraste, mas faz um determinadg_ti


e!a ocorrer.

termo (a siruaoio an-.e-


acusa = seu primei.ro
BoJ.MDtartt.que
neutra reiativamente aos ascectcc
como nâo sendo
rior á focagem)

tendo de facto, apesar do seu aparente si


cue a focagem toca-como

tal respeito. uma de-erminacãc tai^_e_tal.


Lsncio a

falta de acuidade que e a


mcdo na "atmosfera" de
Alojados deste

cue temo. para 14 do ntclao de incidsncia.


de toda a aprasentacao
mcdo esrâo simulraneamente em fungíes
coexistindo nela de tal que

a nossa perspectiva sobre a con-.inua?ao da


e moldam conjuntamente
diversos factores anaiisados nâo
fora desse nucleo, os
realidade
adigão dos seus efeitos, comc
so'crepcsros, em pura
es-.ao meramen,e

de actuagão e não houvesse


se cada um tive.se a sua esfera propria

- „ampn-o 0nr^» eles. 0 isolamento a que se teve de prcceder pa

separa<;ão dessa ordem


conseguir identificar pode sugerir
uma
ra os

outros e autôno-
de facto, embora sejam irredutiveis uns aos
nas,

415
nenhuma implicagâo pela quai resuitem uns dos ou-
mos (nSo havendo

assistem-se reciprocamente na prodacao dos 3eus efeitos e


trcs),

ests: comc crue cciicaclcs num reforco mUtuo .

vendo bem, a existencia de um campo de fami i iaridade com


A^sim

descritas verificagâo do fenômeno do esbati


es características e a

dos limites estâc associadas de tai modo que se ajudam e re-


mento

seu efeito. Por um lado a circunstancia ds


fcrgarn rec iprocamente o

de f ami I iaridade (fazendo que o que está imediata-


haver um campo

lá do de incidência nãc seja uma totai incôgnita)


mente para campo

esbatimento dos limites da apresentagSo e faz que , mes-


propicia o

limites do campc de incidência, eies não apare-


rr.o marcando-se os

entre um campo de acesso e um campo de escor.dimen


gam como limites

de acuidade entre o campo de incidencia e o oam-


to. A anisotropia

de familiaridade fao que nâo aparega quaiquer "quebra" nc nívei


po

impressâo de continuidade da
de determir.agao e a]uda a produuir a

de fronteiras. Mas por outro ia-


apresentagío e o desaparecimentc ,

de familaridade cuja presenga assim aosiote o


do, o prcpno campo

dos iimites da apresentagãc ostensiva está. ele prdprio


esbatimento

esbatimento dcs limites. E de taĩ modc uue , nio fosse


sujeito a um

o esbatimento dos limites a que esti sujeito e a dilatagao, c arre-

crovoca, c oampo de fami 1 iaridade nâo teria o carao


dondamento que

_ar.

n~r, ar-t-n ^e r" ~
aoarentemer.te se reveste nem pareceria rodear

todas direcgdes ter uma


apresentagĩo oster.oiva em as e
a esfera do

Ir.r-a, desafogada, como parece. É pcrque reina esbatimen


amoiitude

to dũô limites na constituigâc da sua presenga (e mais especifioa-

esta dominado peias duas formas de esbatimento dos


inente ê porque

estudaram) que c oampo de fami i iaridade tem ssse as


limites cue se

tâo eficaomente apoiar o esbatimento dos iimites


peoto e pode assim

do campo de incidência.

?or outro lado, o facto de c exterior do campc de famiiiarida-

de estar preenchidc pcr efeito do "principio de Arlequim" ajuda e

esbatimento dcs iimites do campo de fami 1 iaridads' e fao


refcrga o

416
a urna efectiva marcagãc destes, de factc
que, mesmo chegando-se

como fronteiras entre apresen.tagâo e nâo-apresenta-


nao aparegam

o incôgnito. Mas, por outro lado, se em

g*o, entre o conhecido e

ã esfera de infiuéncia do princípio de homogeneidade o es-


relagão

limites não desempenha essa fungão de dilatagao que


batimento dos

de f ami liaridade— a projecgao de homogeneidade es


tem para o campo

indef inidamente sem qualquer peia, acompanhando a prôpria


tende-se

carecendo isso de nada que a di-


dcs horizontes, nâo por
indicagao
ela funciona e tem um pa
late— a verdade e que tambem em relagac a

esbatimento dos limites que jå inter


outra forma de
pel decisivo a

de f ami i iar idade : a que consiste na


fere na conformagâo do oampo

entre de determinagão ji fixa-


fronteiras a margem
nao marcagâo de

ainda em aberto ( na confusão que faz que


se mantem
da e aquela que

falta e cue os
desenhem as esferas do que apurar
nSc se
justamente
nSo cheguem a ter con
de escondimento que lhes correspondem
campos

esbatimento dos limites e

tornos concretcs). Deste modo peculiar o

com a esfera de homo


caracter compacto que
tambem respcnsivel peio
de mancha de escon
se apresenta e pela ausência qualquer
geneidade
dimensôes mais do que lacunarss.
dimento detectado com

a tese de hcmogeneidade ,
se se constitui a partir
?or sua veo,

do campo de fami 1 iaridade e se tem como principai e

da experiência
resuita da sua pro-
feitc de contengao da incompietude aqueie q^ce

nâo estd reduoida a essa esfe


euterior desse campo,
jecg?-o sobre
o

de f ami i iaridade, tal


Vendo bem, o orOprio campo
ra de apiicagão.
constituído e tal como desempenha fun-
habituaimente o temos
como

de da incompi etude assenta


em todo este oomplexo contengao ,

gôes
de homogeneidade que fazem valer que o
r.ambem eie em projecgdes
ser) nos campos de realidade a
( e o que continuará a
que e aqora

fundamental a conti-
anteriormente tive acesso corresponde no
que

acessc preterito. De sorte


nuagao das constantes registadas nesse

adioional representa a extensâo acs


do passo que
que, a despeito

417
horizontes extericres, hå uma continuidade entre a projecgão de ho

é constitutiva do prôprio campo de fami 1 iar idade


mcgeneidade que

este reduziria å reaiidade do passado e n£o teria


(e sem a qual se

efeito de dominio 3cbre o presents) e a prcjecgao que faz


qualquer
horizontes exteriores.
parecerem dcminados
os

entretanto, se considerar a representagao inautentica de to


Se,

talidade, verifica-se que de facto nS.c entra em fungoes soments no

exterior do campo de f ami 1 iar idade Embora se-


que diz respeito ac .

a ele que desempenha o fundamental do seu efeito "a-


~a em reiagâo

mortece^cru e ^e contengSc do reconhecimento da incompletude , comc

claramente sera posto em reievo, o tipo de apresentagão coiec-


mais

tiva cue Ihe corresponde e o modo como essa representagão colecti-

va difere de um efectivo aoompanhamento dos diferentes elementos

causa já interfere na prôpria fixag.ĩo do campo de


dc ooiectivc ern

A extensão deste já. está seguida nc mcdc difuso que


fami 1 iaridade .

inautêntioa de totaiidade. Como, pcr cu


«=>
oriurio da representagão

rro lado têm o carâcter de representagĩes inautent ioas de totaiida

hcrizcntes exteriores a que se aplicam os principios de hcmo


de os

ceue idade e de reiegagão de importancia.

ccmc se assinaiou, conquanto a tese de reiegagac de


Finaimente,

^moor^incia nac deoenca do proncípio de homogeneidade e possa mui-

bem subsistir na sua ausôncia, o facto de vigorar uma tese de


to

homoceneidade sobre os horizcntes exteriores ao campo de familia-

r^dade refcr~a a tese de relecagåo de inmportância (quanto maior e

entre o que faita descobrir e o que ja se tem, tanto


a semelnanga

rr.aior é a evidenciu ca sua tctai indiferenga e irrelevânc ia) . Mas ,

02 fccos de em-aberto que a tese de homogenei-


oor outra parte, se

dade deixa subsistir såo subalterr.izados em virtude da prôpria te-

do mcdo comc esta reduz o respectivc estatu-


se de homogeneidade e

de meras variantes do niiciec de determinagôes constantes jd


to ao

sabido, a tese de reiegagac de importância reforga essa subaiterni_

desta forma a impressâo de se ter dominio desses fo-


za~âo e apoia

41 3
sobre eies convergem os efeitos redutores acu
cos (de tal mcdo que

da segunda forma de esba


mulados da prôpria tese de homogeneidade ,

timento dos limites e do princípio de relegagão de importancia) .

de importância nâo se limita a apoiar


Aliás, a tese de relegagao

exterior do
assim a tese de homogeneidade nem tem aplicagao so no

Por um lado, intervém jâ no prôpric inte-


campo de f ami 1 iaridade .

dele (nao apenas fazendo que muitas das suas partes tambem es
rior

mas fazendo que de


sob efeito de relegagão,
tejam permanentemente

cada vez— consoante aquilo que de cada vez está em causa— grande

favor daquilo que de ca


parte dele esteja
de algum modo relegada a

tem candôncia). Por cutro lado, o facto de essa relegagão e


da vez

a está associada tenderem a retirar


a fixagâo de importância que

áqui io não esta no campo


momentaneamente que

menos
"peso"— pelo
de isso se reflectir também numa diminui-
de incidôncia e o facto

mais forte para o exterior


gão da forga
de presenga (globaimente

sentir efeito den-


dc camoc de f ami i iaridade ,
mas fazendo já o seu

esbatimento dos iimites quer na tran-


trc dele) propicia e aiuda o

de incidôncia para o campo de famiiaridade quer na


sigão dc campo

o seu exterior. Pcis, como se observcu, a mar


transigão deste para

de iimites depende da prôpria "forga" da presenga daquilo que


cagão
faz suceda) tem u
e, se um dos lados (como a relegagão que
separam

prôpria vivacidade do
fraca, isso atenua e enfraquece a
ma presenga

iimite.

factores de determinacão que marcam a nossa pers


Os diferentes

do nucieo de incidência estão assim estrei


sobre o exterior
pectiva
"
e envolvidos uns nos outros ,
oonstituindo co
tamente
"
entre lagados
firmemente entretecida,
mo que uma trama ,
solidamente implantada e

e continuam uns aos outros.


onde se corroboram

um iado, de um conjunto de mcdos de ver


Essa trama resulta, por

meio de faita de acuidade onde se dâ a apre-


dominantes no
que sao

do micleo de inc idenc ia--modcs de ver que re-


sentagâo do exterior

419
interferem nessa apresentagao e a prendem ks datermi
correntemente

definidas, mas de todo c moco ^fle^enc_ia-


nagdes (" iassas", pouco

lhes correspondem : esbatimento dos limites, representagão


das) que

totalidades, projecgSo de homogeneidade Mas por


inautêntica de . ,

trama resulta tambem de um complexo de anisotro-


outro lado, essa

(e, antes do mais, da anisotropia que corres-


oias da apresentagão

entre o campc de incidôncia e o campo de tamilia


ponde â diferenga

os horizontes exteriores). Também esta orga-


ridade e entre este e

reina
"
s i lenc iosamente" num meio de apresentagao
zagao anisôtropa

sob uma forma muito peculiar. T3o peculiar que .

por
oouco aguda e

lado a diferenga entre estes três dorninios do campo de apresen-


um

vincada. tem ccn.stantemeute efeitos, traduz-se a


ta'-âo é bastante

diferengas na forma como se reage no modo ccmo


todc o instante em ,

conscants se trata do campc de inci-


se tem, no que se exige,etc,

fami 1 iaridade ou dc seu exterior; mas por cu-


carnpo. de
,

dencia, do

nãc uma diferenga vinoada nc sentido de estes tr?s sec


tro iado, e

ciaramente demarcados e de nos vermos de cada vez


tcres aoarecerem

de incidenoia, um campc de familaridade e hcrizontes


com um campo

di f erenciados e repartindo o campo de apre-


^xtericres nitidamente

desta e daqueia maneira.


sentagao

desta inaparência da anisotropia entre os


0 princioai operador
de acuidade —

ou meihor um aspecto de-


rr*s sectores e a anisotropia

assinalou, a anisctropia de acuidade resuita por


la Conforme se

um ,ado de n£c ser iguaĩ o crau de definigão com que se apresentam

do de apresentagão mas resuita, além


cs diversos elementos campo ,

de disceroimento com que sac "rece-


disso, de não ser iguai c grau

de determinagão a cuja luz sâo vistos e adop-


bidos" e a exigencia
este aspecto que decisivamente contribui
tados. Ora é justamente

entre os diferentes sectores do campo de apre


para que a diferenga

tenda a ter uma presenga muito discreta. A diminuigão do


sentagao

transigão d.o ndcleo de incidência para o seu exte


disoernimento na

rior faz que precisamente não se de pela diferenga ( f az que lão


n se

420
nac se dé pelo que separa
de definigâo, que
dê pela perda do grau
do seu exterior)--numa palavra, instaura o
o campo de f ami 1 iaridade

diíerentes fenômenos descritos tém con-


os
meio de ambliopia em que

de todos constituem "ramif icagaes" .

se produzir e que
digOes para
Pois anisotro-
Mas esta é ainda uma descri;ão insuf iciente . a

nao se esgota na diferenga de grau de definigao en

pia de acuidade

ostensiva e o seu exterior. Paralela-


tre o núclec de apresentagão
e exterior ^ele. cor

sgBte^dl£^nsa_entrg_cagE0-Íg^^^
acuidade--de tal modo que, embora c
anisotropia de
re tambem uma

exteriores comunguem numa


f ami 1 iaridade e os horizontes
campo de

relativamente ao nAcleo de in-


de acuidade
consideravei diminuioão
esfera de ambliopia, nao resulta
cidência e se situem ambos ji na

falta ce acuidade, tenham igual ní-


na
daí que estejam equiparadcs

e igual nivel de diminuigâc aa exigên


vel de faifa de determinagĩo

de discermmento Observou-se jâ
capacidade
.

dela e de perda de
cia

ainda nic
dic resceiro ac grau de deíinigao. mas
a diíerenca no que

ccm suíiciente cuidado ccmo ha tambem uma significati-


se examincu

quantc â exiagncia de determinagao ■

va diferenga
de homoger.eidade bas
Se, ccmo se procurcu mcsrrar o principio

oreenchimenro (uma fixagãc de dererminagac 1 nos


um
ta para produrir
exteriores ao nccleo de inoidência, entao pareceria que ,

horicontes
anresenragao ostsn-
, _ ___..
..-jr.-'a
c.r.^s..u..a fi-esse
sse gue
H
a
mesmo que qualquer

rodeada por um campo de fami i iaridade ,


o simpies
siva nao es-ivesse
o ex-
de homogeneidade bastaria para que
funcionamentc do princícic
inoidencia r.ao tivesse o caraorer de uma incig-
terior da esíera de

dissc ficasse si
o oampc de incidencia sô a partir
nira e para que
e totai
contexto dominado. 2, sendo assim, pareceria gue
tuado num

estar cu nto estar nc meio de


mente indiíerente para a apresen-agão

a presenga deste constitui um porme


um campo de f am i 1 iaridade-que

dc nûcleo de incidência se acha preen


na forma oomo o excerior
nor

constituigâo de
qualquer papel relavanra
na
sem
chido, um pormenor

421
uma perspectiva de domínio a respeito desse exterior. Porém, não e

assim. Nâo é o mesmo estar num campo de incidftncia cujos arredores

constituídos em campc de fami 1 iaridade e es-


iá. estâo explorados e

de incidencia para 14 de cujos limites não hA outra


tar num campc

fixagão de determinagcto senãc a que corresponde ao princípio de ho

carácter muito mais vago que o caracteriza ) Nc


mogeneidade (ccm
.
o

sente-se um deficit de orientagâo o cumpo de inci-


secundo caso,
,

iocalizadc percebe
apresenta suf icientemente

o que
dûncia não se

caricter de incôgnita e é perturbado por isso. Tu-


o rcdeia com um

como se err.bora os "arredores" do campo de iocidancia


do se passa .

horizontes externcs, cs quesitos de orientagâo e


oertengam já aos

onde se est.i nunca se atenham sô a esiera


de fixagao da situagao

estrita do mais imediatamente perante nôs , autes respeitem tanr.bem

De tal modo embora não ostensivamente e


D"-6pria cercania. que .

de é requeridc o prôprio nú
não ccrn o mesmo grau precisão que para

esta impiicadc nos quesitos de definicãc do


cieo de incidencia,

o-icrio camrc de incidência um quesito de definigâo da sua cerca-

tai :nodo esse quesitc reclama um grau de definigao na


nia e de que

sua "rssposta" cue o tipo de fixagão de ietermioagão asseguradc pe-

está ccndicôes de satisfazer.


io orincipio de homcgeneidade nao em

ccnstituigão de um domínio da situagí.c onde


For outras palavras, a

uma clarificagãc dc terreno em que se situa o campo


se esta exige

de incidência e para essa cĩarificagac e demasiado vaca a fixagío

princípio de hcmcgeneidade

e re
de determinagâo ccrrespondente ac

mais precisa, reina uma exigência de de-


cuerida uma determinagão

acima do de determinagâo a que o principio de hcmo


terminaglû gruu

De taî mcdo esse grau de determinacĩc s


aeneidade correspcnde. que

suficiente para os campos de reaiidade mais remctos (nâo afectados

oor um iadice de proximidade em relagão a situacâo em que se está)

satisfaz inteiramente a exigôncia de determinagão constituida a


e

bastando para os converter em nâo incôgnitas), mas


seu resoeito,

de realidade mais prcxima sobre que irnpen


nåo chega para os campos

422
de o quesito de defmigâo da cercania.

de fami i iaridade e os horizon-


0 niicieo de incidência, o campo

sectores diferentes do campo de apre-


tes exteriores nâc såo apenas

de definigâo da
nem tôm somente diferengas quanto ao grau
sentagão

Estão tambem marcados por diferengas


quilo que neles se apresenta.
de determinagâo que reina a seu respei-
quanto ao grau de ejcigência
de exigôncia de
to— e de tal modo que as diferengas quanto ao grau

âs diferengas quanto ao grau de definigão e


determinagão eguivalem
"

estas estâo
"
sintonizadas pcr aquelas.

de tc-
E acui toca-se justamente uma outra componente fundamental

0 que o ccnstitui não e sô um conjunto de dí-


dc este dispositivo.

versas ani^otropias (as diversas esferas de apresentagâo ostensiva

o exterior mais imediato e o exterior mais longin


e nao ostensiva,

do
as diversas esferas da anisotrcpia de grau de definigåo a-
quo,

as diversas esferas da anisotropia do grau de discer-


presentado,
e de exigencia de deterr.inagão que c apresentado enfrenta,
nimentc

impcrtância, as diversas es-


as diversas esferas da anisctropia de

0 o constitui e tam
feras da anisotrcpca de fcrga de presenga) .

que

decisivamente— o facto de estes diversos aspectcs de orga


bem— e e

estarem justamente marcadas por correspon-


nizagão em anisotropia

de "concordância" entre eias, que


dências-por uma estrutura giobal

modo corram parale i arnents .

faz que grosso


nivel mais
estandc o campo de incidôncia sujeito a um
Ou seja,

de exigôncia de deterninagao e a uma mais aguda capacida-


elevado

em regra nâo acontece que na sua apresentagac


de de discernimento,

com um grau de definigão que não esteja ao seu


figurerr. elementos
um
Zstando c campo de f ami 1 iaridade por sua vez sujeitc a
nível.
de determinagao em regra não acon-
determinado nível de exigôncia ,

se tem claudique no fornecimento de e-


tece a apresentagão que
que
momentos de
suficientes para satisfazer essa exigencia.Os
iementos

Atonos das diversas formas de anisotropia co-


tônica e os momentos

423
incidem— nâo numa isomorfia perfeita, sem quaiquer margem de desa-

mas em todo o caso pcr tal forma que não hA conflitos


justamento,

de entre as diferentes acentuagoes e não-acentuagôes que in-


peso

estA marcada por um "acertc", por uma har


troduzem. A apresentagâo

das diversas facetas de anÍ3otropia


de tal mcdc que


monia glcbal

em recra o fortemente importante não se situa numa pcsigêlo inaces-

hcrizontes exteriores não têm uma grande forga de presen


sivei, cs

^a etc .. Ocasionalmente ocorrem casos de conflito, sim. Mas justa-

de excepcâo, reduzidc a foccs muito circunscri


mente sd num quadro

não fazem perigar o regime gerai de correspondenc ia entre


tos, que

diversos de anisotrcpia e a íorma como esse regime man


os aspectos

de vista concentrado num determinadc sector do


tem c nosso pcnto

e tandc de tudo o mais a forma pecuiiar de a


campo de apresentacáo

(e pecuiiar tipo de conformagão de perspec


cresentacao nâo aguda o

tivaj que se tentou pCr em evidencia.

Visto isto, faita finaimente ainda considerar uma parti cularida

de de todc este sistsma de factores de conformagãc de perspectiva,

cu^o meio e a faita de nitidez e que se introduz com ela, moidandc

dc exterior do nvlcieo de incidôncia.


toda a aprssentagão

Trata-se de uma part icularidade que radica neste "jogc" de con

cordancia entre as diferentes facetas de anisotropia -da apresenta-

contribui dec is ivamente para tornar £l^na a impressĩo de


clc e cue

de saber) ponto de vi:


dcminio (a inexpiicita pretensãc que c ncsso

ta tem mesmo acerca daquilo a respeito do qual se reconhece incom-

oieto. Mais: trata-se de uma particularidade que contribui decisi-

vamente fazer mesmo havendo tal reccnhec imento de incom-


para que ,

oietude (e produz indc-se ele com consideragâo dos horizontes exte-

atendendo a concretos da incompletude que Ihes


riores e aspecros

corresoonde ) , a perspectiva que temos se mantenha ainda assim com


se disse ser o seu quan
^m
um estatuto na verdade prôximo daquele que

concretas de finitude: o estatuto de qual-


do nâo hA apresentagôes
de vista absoluto.
quer coisa como um ponto
encon-
exame dos diferentes "amortecedores" da incompletude
No

virtude dos quais, se o reconheci-


traram-se diversos factores em

ao5 horizontes extericres parece


mento da incompletude em relagâo

uma grande "distância" de um ponto de vista absclutc,


pôr-se jA a

do Mas hA
"distancia" e bastante menor que parece.
de facto essa

resulta justamente da conjungão dos


ainda uma particularidade que

e sô pode tornar-se manifesta agora,


diferentes "amortecedores" que

tem uma uma visão global do


uma vez que estão identif icados e jA se

seu complexo .

voitar a considerar um aspectc de


Para a perceber, e necessArio

de mi
foi referido na anAlise do dispositivo geral
anisotropia que
das falhas, mas que embora esteia pre
subal terni zagão
,

e
nimizagâc

tem estado a exammar, nAo tornou a ser apre-


se
sente naquilo que

entre as identidades fundamen


ciado— a anisotropia de suborainagão

e as determinagôes que lhes es


dos complexos de determinagoes
tais

efeito, como oportunamente se assinalou, cons


subordinadas. Com
tão

que se tem o facto de com


apresentagAo
,

caracteristica da
titui uma

uma mul-
pcr mais restrito q^ce seja o apresentado,
portando sempre,

de eiementos, esses diversos eiementos estarem organi-


tiplicidade
tcrno de r.úcieos f undamentais de identidade, que presidem
zados em

retirando a cada um a
a multiplicidades de elementos apresentados .

e reduz ir.dc-os a momentos dessas identida-


sua identidade prôpna
não tem c ca-
fundamentais. A mul tipl icidade dos apresentados
des

totaimente soltas, des-


de unidades atimicas
rActer de um conjunto

complexos, em unidades
estA antes sempre organizada em
garradas,
são essas
colectivas, de tai modo que c que primariamente aparece

de determinagdes E por outro lado na fixagâ.o


coiectivas
.

unidades

elementos de determinagAo que neias


dessas unidades os diferentes

■iPc
não desempenham fungoes

as mesmas an
entram nâo tem o mesmo peso,

hA cada complexc uma identidade fundamental, uma identida


tes para

de-chave, a todas as outras determinagôes se subordinam e em re


que

á qual tôm um carácter subsidiArio ( constituindo apenas aspec


lagâo

tos dissc é definido por essa identidade fundamentai ) .

que

ela de
ĩsta forma de organizagâc corresponde tarabém a uma forma

muito relevante na crganizagao da apresen-


anisotropia com um papel

temos E, nesse sentido, quando um pcuco atrAs se recap:i


taccto que .

tuiaram as diversas facetas de anisotropia que a poucc e pouco se

revelando no curso desta invest igagac a recapitulagâo ficou


fcram ,

No entunto essa omissAo tem a sua razãc de.ser, pois


incompleta. ,

trata-se acui de um tipo de ar.isctropia diferente dcs octros entĩo

sistema de condic icnamento que se


mencionados e cujas fungdes no

tenta anaiisar sâc tambem diferentes das deies. Com efeito, encuar.

to os outrcs aspectos de anisotropia então referidos dizem respei-

consoante as grandes regioes do cam


to a variacoes de propriedades

(de tal mcdo que as diferencas de propriedades


po de apreser.tacĩo

correspcndentes a essas formas de anisotropia separam grandes re-

criôes —

e em cada regiãc assim diferenciada dcmina globalmente uma

anisotropia aqui em causa e uma anisotro-


dessas propriedades v; ,
a

não tem nada que ver com ciferengas entre regi3es— que se
pia que

em todas nAo as dif erenc iando entre si. A a


faz sentir iguaimente ,

nisotrooia resultante da subordinacAo da muitipi icidade das ccmpc-

roícleos f undamentais de ident i f icacâo que


nerr.es dos compiexcs a

os Dolarizam e tem postos sob a sua egide caracteriza tcdo o campo

t.cdos cs seus sectores De tai mcdo que indepen-


de apresentagâc
. ,
,

situarem no nUcleo ou no de
dentemente de os apresentados se campo

incidência, no campo de f ami 1 iaridade ou no seu exterior, indepen-

dentemente de serem importantes ou não , de estarem apresentados

maicr menor de acuidade, etc todos estâo organizados


ou grau
.
,
com

marcados este tipo de anisotropia da


em complexos deste tipo, por

de determinagOes que comportam. Ou seja, esta outra


multiplicidade

426
de anisotropia diz respeito a diíerengas de propriedades den-
forma

de cada uma das diversas regiôes do campo de apresentagão— e ,

tro

de cada uma das diversas unidades colec-


dentro
mais propriamente,
dos diferentes complexos de determinagoes que se apresentam
tivas,

E constitui deste modo uma constante de toda a apresentagâo


nelas.

que se tem.

faita consi-
KaSj Por outro lado (e este é o ponto decisivo que

comum do campo de apresenta-


derar), se constitui uma propriedade
sob a é-
câo o haver em todo ele complexos de determinagôes pcstos

de identif icagão fundamental , isso estA longe de


gide de nUcleos

as caracteristicas dos ndcleos de detsrminacâo que


sian^fica-" que

diferentes sectores do campo de apresen


tal tarefa nos
desempenham
do mesmo tipc . De facto e o ccntrArio que suce-
tagão seDam sempre

dos ndcleos de identi f icagãc fundamental


d9. As caracteristicas

diversos sectores do campo de apresentagão variam


constituidos nos

formas de anisctrcpia (se assim se


em fungâo das outras
justamente
que antes se chamou
oode dizsr, das anisotropias "regionais" para

trata de ccmplexos de de-


De tai modo que conforme se
atengão).
,
a

no priprio núcieo de incidôncia (ou no carr.po


terminagâo presentes

de fami 1 iaridade ou no seu exterior, con-


de incidência), no campo

nivel da anisotropia de acuidade (da anisotropia de grau


soante o

e de exigôncia de determinagao ) em que o apresentado


de definigâo
da determinacãc que funcicna
se situa. assim tambem varia o tipo

os complexos de reaiidade que


como identificagão fundamentai para

saber de que e que se trata ne-


e fornece a chave para se
aparecem

corre iativamente tambeir. aquiio que e requerido para


les— variando

produzida de fcrma efi-


essa ident i f icagãc fundamentai parega
que

e valha como suficiente.


caz, de orientagåo

de incidencia desempenha fungôes de


no foco
Assim, aquiio que
um carActer muito mais determinado do
de determinagâo tem
nucleo

de f ami 1 iaridade e ain-


o que desempenha tais fungces no campo
que

427
da muito mais determinado dc que o que desempenha tais fungôes no

exterior deste. lias nâo sô isso. Poderia 3er assim, mas de tal for

se acaso aoarecessem no nUcleo de incidência determina


ma que , por

definidas, elas pudessem desempenhar neie, sem ne


gôes muito menos

nhun rroblema, fungôes de determinagôes fundamentais de identifica-

Porem nã.o e assim. De facto os requisitos que tem de ser sa-


gâo .

tisfeitos que a identif icagão parega eficaz e se tenha uma e-


para

vidéncia de dominic dos complexos de determinagôes (se tenha a e-

vidfĩncia de ter jA a "chave" do crue neies estA em jogo) são muito

mais exicentes nc nũcĩeo e nc campo de incidência do que no campo

de f ami 1 iaridade e, como se viu, também mais exigentes neste do

relat ivamente acs horizontes exteriores.


que

A disposigĩo anisotrcpica dc campo de apresentagão faz que fi-

xacîes de determinacão que seriam totalmente i.usuf icientes para de

funcCes de nCc'.ec de ident i f icagåc e assegurar a iden


sempenhar as

tificacão dos apresentacos no micleo (ou no campo'î de incidência —

cu, tcr exemric.. em reiagac a outros apresentadcs scbre que recaia

a tdnica de importancia

cossam desempenhar tais fungôes a respei-

to de arresentados nc campo de f ami 1 iaridade e no seu exterior--ou

achem posigAc Atcna es-


para qua.lsquer aprssentados que se numa na

• 70
caia de importancia.

Venco bem, a diferenga afecta ate a prcpria 'dimensSo" dcs ccm

:rue são muito mais ampics e abrangentes no campo de fami-


plexos,

liaridade dc que nc campo de incidencia e muito mais amplos e abran

oentes no exterior dc campc de fami I iar idade do que neste. Ou seja,

estA muito mais desenvo lvida muito


a dif erenciagão de unidades , e

mais "fina", nc nucieo de incidôncia do que no campo de familiari-

dade . De tal modo que uma muitipl icidade que no campo de incidôn-

cia aoarece diferenciada num grande nimero de complexos diferentes

uma mui tipl icidade coir.o a desta sala, que aparece desdobrada nas

unidades corresponderr.es a cada um dos diferentes mdveis, a cacia u

ma das coisas que encontram neies, etc.--estA, no campo de familia

428
constituir eia
ridade agregada de tal modo que nSo chega sequer a

uma unidade dif erenciada, antes estA "dissolvida" e reduzi


prôpria

momento das unidades mais abrangentes que aí estâo di


da a um mero

saber : predios ou mesmo quarteirôes que nem sequer


ferenciadas, a

de constam) E assim de ng
chegam a ter distinguidos os predios que .

acentuada--na passagem do campo de fami-


v0__e de forma ainda mais

os horizontes exteriores.
iiaridade para

forma de conjugagâo entre a orga


Tudo isto— toda esta peculiar

em unidades colectivas postas sempre sob a


nizagão do apresentado
fundamental e o conjunto das di
de um nUcIeo de identif icagâo
égide
em sintonia umas com as outras
versas formas de anisotropia que,
,

embcra ha-
estruturam o campo de apresentagão— torna possivel que ,

de grau de deterninagão entre os apresentados


ja grandes variagdes
do de apresentagãc (de tai modc que
dos diferentes sectores campo

mais a respeito de uns do que a respei-


se sate inccmpacrave Imente

a maicr parte do campo de apreser.ta;âc


tc de outros) e embcra para

de fami iiaridade mas sobretudo para cs ho


oara c prcprio campo
(jA
do que se desconhe-
rizontes exteriores) seja muitc grande a margem

a todos os sectores do campo de apresen-


ce, de facto rej_ativamente
fundamental dcs complexos de
identif icagao
ta^ao parega aicangada
a

de
reaiidades que compcrtam. As determinagôes disponiveis nc campo

a fornecer "chaves" para a respectiva identifi


incidencia aparecem

preenchem o campc de fa-


as determinagces mencs precisas que
cagdc,
a fornecê-las para as realidades que os
miiaridade tambem aparecem

as determinagôes ainda mencs definidas correspondentes


integram,

a tese de hcmogeneidade e a tese de relegagâo de importAncia tam-

complexos de reaiidade que aparecem


bem bastam para identificar os

exteriores. De tal modo que para todos iqualmente


nos hcrizcntes

fazem figurar como estandc per-


adquiridas "chaves" q\-e os
parecem

estando jA disponivel a determina-


feitamente ident i f icados— como

fundamental re I at ivamente a qual todas as outras tém uma posi-


gâo

429
71
subordinada, secundAria.
gâo

Ao limite (embora em condigôes normais nunca se chegue a ver:-

estA sempre tambérn a vigorar pelo menos


ficar tal situagâo, porque

da de homogeneidade com o seu alcance irres-


uma parte projecgAo ,

inclusivo e engiobante) a prôpria determinagão de reie-


tritamente

se suspenda o principio de homoge-


gagâo de importância, mesmo que

hcrizontes exteriores se tornem totalmente indefini-


neidade e os

abertos ao seu teor, tem capacidade para de


dos , totalmente quanto

e servir de chave (de determinagao identi-


semoenhar essas fungdes

ficante) para os horizcntes exteriores a respeito dcs quais vigcra.

que a dnica fonte de determinagâo para esses


De sorte que , mesmc

tese de reiegagãc de ímportlncia (ccm tu


horizcntes seja a propria

tem de densc", com toda a extraordinAria margem de


do c que "pouco

uSo sô ela e suficiente para fazer desses


em-aberto que ccmporta),

etamente diferente de uma total incôgnita, mas


horizcnt.es aigo compl

inclusivamente fazer que em relagâo a eles se tenha a e-


basta para

iA funcamental daquilc de que neies se trata— c


vidér.cia de saber o

lativamente ao quai tudo c mais que se possa saber é


fundamentai re

acessdrio e supérfiuo.

Dest.a forma, não sô a perspectiva de que se dispôe tem (por for

da tese de homogene idade e da tese de relegagAc de importanc ia ,

ga

carActer de uma apresentaglo total —

espraiandc-se
ccmo se viu) o

da forma referida, numa fixagAo que nada deixa de fcra


sem limite,

modo tudo aiem


jA sabe de aigum

mas para
e que inexo 1 icitamente ,

disso, essa é uma apresentagSo que vale para si prOpria como já sa

fundamentai do que hA a saber


bendc de tudo justamente c .

Sob a capa da "modestia" para que naturaimente propendemos a res

temcs (sob a capa da tese per


oeito do alcance da apresentagAo que

da evidência de que o nosso acesso a rea


manente c.e incompietude e

lidade é muito incompletc, sob a capa de todos os reconhecimentos

temAticcs que fazemcs disso. estA, deste modo, aigo de completamer.

te diferente, de facto não tem nada de modesto . No "silêncio"


que

430
da inexplícita do exterior do núcleo de incidência,
apresentagão
neutralidade respeito de
no silencio de uma aparente omissão e a

tudo o não seja o mais imediato, passa de facto esta extraordi_


que

de ter sabido c fundamental de tudo


nAria pretensão jA .

desta forma, mesmo quando estâo focados os horizontes exte-


E,

consideragão parece fazer inverter a relagão de for


riores e a sua

correspondente A forma natural da finitude, a perspectiva que


gas

de ccrresponder de facto a semelhante in-


se tem estA muito longe

Sem dUvida não corresponde a um ponto de vista absolu-


versão .
que

modo como o faz a apresentagão não marcada por qualquer fa-


to no

lha ou limite concreto. Sem dUvida que comporta jA um afastamento

estatuto de uma apresentagac com essas caracter isti-


em relagao ao

de mcdo uma pretensâo cc lossalmente maior do


cas . îias tem qualquer

S, se não equivale a um pcnto de vista absoluto e tem


que parece.

consciência da sua distAncia reiativamente a um acesso desse


clara

tal distAncia é acs seus prôprios olhos e peias razOes expos


ti^o,

tas relevante. E a perspectiva de auto-avai iagão em que se


pouco

assim de íacto, embcra tudo o que parece, mu ito


acha poe-na pese

rîe de vista absoluto.


pr^im^ um ponto

de ostensiva seja bastante res


Ainda que a esfera apresentagâc

trita e apesar da prôpria consciencia que sem grande dificuldade se

forma de organizagão do ncssc ponto de vista,


tem disso, a pecuiiar

caracteriza toda a apresentagão para iA do campo


a ambliopia que

condic ionamentos ce perspectiva que dominam nes-


de incidôncia e os

mais seja acesso de


sa ambiiopia fazem que , por fragmentArio que o

eie esteja constituido por tal forma


que efectivamente se dispôe,

tem o carActer de quaiquer coisa como um fragmento glo-


que sempre

deste modo tâo pecuiiar, que quase "absolu


balizado

e globalizado

tiza" a sua perspectiva.

431
2.1.1.3 AnAlise sistemAtica dos horizontes externos no espago.

Os horizontes englobant.es do horizonte Portugal na ôptica


da iniblgâo das representagffes espUrias de totalidade A .

recorrência de representagOes espurias na perspectivagao


dos horizontes englobantes Sua desconstrugao A multiplica- .
.

campos de latencia como multiplicacao de abismos


cStojĩos
aamp 1 i tude do escondimento como amplitude correspondente
ã" AB ĩ SWqF"d"Ê~AB 1 5Î10S .

Os hor i z o nte s_enqlobados pelo horizont e Portugal (a regiao ,

t\ ciriade". o bairro, quarteirao, o prédio) na 6ptica da i-


o

nibigão~das representagges espArias de totalidade ampli-



a

tude TnabarcAvel dos campos de escondimento corresponden-


tes á~reqiao. Ã cidade, ao bairro, ao quarteirao, ao pré-
^io . A remultiplicagao do abismo de incompletude a partir
dos horizontes menos extensos.

C ond igQes para ^ima apercepgao nao distorcida das dimensoes


da i ncompletude do ponto de vista relativamente A realida-
dê~no espago "sinopse: o ABĨSĨIO DE ABĨSMOS
.
DA INCOMPLETUDE

relãtivamente A realidade no espago.

Todo exame precede constitui ainda sô uma primeira aproxi


c que

magAo ao conjunto de fendmenos que são responsAveis pelo escondi-

no casc da incompletude A sua realizagâo nâo


mento de segundc grau
.

significa de maneira nenhuma que fique alcancada jA uma piena aper

dos fenômenos em causa. Com o que se viu nâo fica assegura-


cepgâo

esses fenômenos sempre e onde quer que ocor


do que se identiíiquem

detecgão de toda amplitude da


ram. Tampouco fica garantida ja a a

sua interf erencia . E ainda nAo ficam criadas condigôes para passar

totaimente livres do seu condicionamento De facto


perspectivas
.

estA mesno muito longe de ser assim.

E isso pode ver-se desde logo, por exemplo, em relagao as reprs

inautônticas de total idade Se puser de parte todos os ou


sentagSes
.

revista e voitar a considerar justamente


tros fenômenos passados em

o campo de realidade que foi objecto de focagem no primeiro exame ,

verifico que os resultados obtidos estâo de facto muito longe de pc

a nu todo o condicionamento de representagao inautentica que a-


rerr.

432
desse campo de realidade e muito ionge
fecta a minha perspectiva
inccmpletude jA in-
abrir caminho para uma avaliagao da
também de

do efeito redutor deste fenômeno.


teiramente livre

se alcangou foi ainda sô uma timida folga em


Vendo bem, o que

inautenticas de to-
relagao ao dominio habitual das representagoes

completamen-
talidade, uma folga ainda insuficiente para suspender

fenômeno— e na verdade tao insuficiente que ,

te a interferencia do

fenômeno (e desmascarar,
mesmo uma vez jA obtida essa detecgAo do o

semelhante modificagão coin


de 1 e que daí resulta) ,

a "desmontagem"
e a continuagão do seu efeito
cide de facto com a sua persistôncia

passar indetec
condicionamento, em interf erências que conseguem
de

tadas .

Aquilo que se viu


Para o perceber bem considere-se c seguinte.

inautênticas de totalidade
na anAlise iniciai das representagdes

as dimensCes dos campos de realidade que se


dizia respeito apenas

da esfera de f ami 1 iaridade— no caso analisado.


situam no exterior

territôrio portuguôs. Se, entretanto , se passar


extensAo dc
a pura

realidades que preenchem essa extensão ,

a consideragao das prôprias

e se se fixar c foco no horizcnte "tudo aquilo que


esse territôrio,

determinada perspectiva. E se se
hA em Portugai", constitui-se uma

suas
e que se passa com essa perspectiva, quais as
averviguar que
estranhamente embora se te
etc verifica-se que ,

características,
,
.
,

inautênticas de
nha reaiizado uma identif icagão das representagdes

(e "devesse") estar aierta pa


totalidade e a partir dela se pudesse

intromissâo, nada disso impede que esta perspectiva embar


ra a sua

de totalidade e que o fenômeno


que em representagôes inautenticas
detecte sua e se
de novo aceite, sem que se a presenga
aparega aqui
de o pûr fora de fungoes .

esteja em condigdes de o prevenir e

ponto e assim.
Mas vejamos a que

assim focado ("aquilo que hA em


Ao voitar-me para o horizonte

se forna estA naturalmente dominada


Pcrtugal"), a perspectiva que

(que para efeitos do que agora se procu


pela tese de homogene idade

433
A mostra pode ser deixada a vigorar, sem qua lquer questio-
ra pôr

nagâo do seu fundamento).

A respeito da realidade que hA em Portugal tenho teses de acor-

do com as quais o seu territôrio estA preenchido por diferentes a-

cidentes corogrAf icos , montes, vales, planícies, rios, ribeiros,

florestas, estradas ,
caminhcs de ferro, casas, povoagQes e cidades,

animais e plantas, seres humanos, etc . . Sei isso, mesmo no que to-

ca ao para 1A das pequenas "bolsas" que ef ectivamente conhe-


espago

(e de f acto como se procurou mostrar, elas prôprias não tôm


go que ,

o carActer compacto de que aparentemente se revestem mas antes uma

iabirintica, de corredores
configuragão muitc recortada, interrom-

pendo o macigo do latente.

Posso perceber isto assim e deixar "morrer" neste pé a conside-

do de realidade em causa, passando adiante. Ou posso


ragAo campo

insistir numa consideragao mais demorada, que percebe como nesta

ainda reinam representagOes inautênticas de totaiidade, que apagam

o extraordinArio voiume daquilo de que se trata e a forma como ui-

trapassa a nossa capacidade de acompanhamento . Evidencia-se-me en-

tAo mais claramente que aquilo que concretamente hA nesse territô-

rio s3o conjuntos de paisagens, situagôes climAticas, plantas e a-

nimais de diversos géneros, acontecimentos a ter lugar, diferentes

tipos de pessoas, vidas correndo, dif iculdades ,


alegrias, costumes ,

perspectivas , etc .
, etc, que o meu ponto de vista nãc tem apresenta-

dos, relativamente aos quai3 não tenho acesso, que ultrapassam (e

de longe) todas as mul tipl icidades que sou capaz de imaginar


tanto que ,
ao conceber eu tais multipl icidades ,
por mais amplas e

abrangentes que as procure perspectivar , a maior parte das realida

des em causa se mantém na verdade completamente fora de perspecti-

v a .

Desenha-se deste modo qualquer coisa jA diferente da apresenta-

gao expedita que mais naturalmente se sugere .


Desenha-se uma ina-

434
de acidentes corogrAf icos rios, ribeiros,
barcável multipi icidade ,

vales, montes, planicies, arribas, praias de conformagao diversa, a

ainda mais extraordinArio


imensa variedade de espécies vegetais e o

e extraordinariamente diversif icado conjunto


de exempiares dessas

as suas caracteristicas prôprias Desenha-se


cada
.
um com
espécies,
de vista de espécies animais e a ainda
a multiplicidade a perder

dos exemplares, habitando os


mais fantAstica multipl icidade seus

os rios, etc Desenham-se os milhares de po-


bosques, os prados ,
. .

com o seu estilo, a sua "atrnosfera" prôpria— e,


voagSes diferentes,

delas, os milhares e milhares de casas, com o seu as-


nelas e fora

seu ambiente caracterí stico ,


c pequeno mundo que
pecto prôprio, o

a multipl icidade inabrangível de coisas di


cada uma delas alberga,

das mais diversas naturezas . Desenham-se os


ferentes, de objectos

com um rosto, olhares, uma personal idade , uma


milhûes de pessoas

das mais diversas reia-


histôria prdpria, a inabrangível muitidao

hA entre elas, as conversas que aí tôm lugar, os sofrimen


gSes que

de mcrte e de doenga, os entusiasmcs e cs en-


tcs, as experiências
a inabrangivel multipl icidade das coi-
cantos que se experimentam,

etc etc Desenha-se tudo isso. E tudo isso apare


sas que se fazem, . ,

ce como um "mar"de determinagdes que de todo em todc n3o consigo a-

forma adequada— que se me indica a partir da noticia


companhar de

se rnantem fechado para c meu oihar, vedado,


que hA em mim, mas que

acesso.De tal modo que por mais que sai


fora do campo a que tenho ,

mui ic idade de Arvores terras rostos, vidas, so


ba que hA uma tipi , ,

de um accmpanhamento das determinagdes


frimentos,etc, não disponho

diferentes Arvo-
fazem essa diversidade— as determinagôes das
que

do se passa nas di-


res, das terras ,
das mUitiplas habitagôes, que

dos incontAveis sofrimentos e alegrias que hA,etc.


ferentes vidas,

desta forma mais detida e que envolve jA uma mo


Focando assim,

lativamente A apresentagdo expedita que mais imediata-


dificagão re

e a "resolver o caso" da realidade corres


mente tende a sugerir-se

tem-se uma determinada perspectiva desse cam


pondente a"Portugal",

435
de realidade

uma perspectiva que jA estA afectada pela nogão
po

de que hA um defeito de inautenticidade na representagâo desse ter

ritôrio e de que também não se tem capacidade de acompanhar as di-

ferentes realidades que os preenchem. Mas , de facto, se se distan-

cia jA dc puro e simples embarque numa apresentagao expedita totaj.

dominada representagoes inautênticas de totalidade e se


mente por

jA estA marcada por uma forte marcagAo do carActer tran_3cendente

do campo de realidade em caus3 na sua relagAo com a capacidade de

do meu ponto de vista, pcr outro lado também nesta


acompanhamento

nova forma de encarar continuam a interferir e a passar despercebi


"

das representagCes inautenticas de totaiidade, que cegam" para a

diversidade e dimensôes do que me escapa e fazem que toda esta a-

"

de como o campo de real idade"Portugal ultrapassa a minha


Dercepgãc

de facto ainda bastante redutora.


p.erspectiva seja

Para perceber a que ponto é assim, verifiquemos que e que acon-

tece se, em vez de percorrer sumariamente cada um dos diferentes

tioos de realidade (rios, casas , animais, etc .


) , como se fez na fo

levou cabo, atentar bem


cagem que agora mesmo se a se na
multiflici^
dade correspondente a cada um desses tipos, para , a partir dai , fo

car a mul tipl icidade correspondente A coniugagãc deles tcdos .

Se eu fixar, pcr exemplo. apenas a indicagâo dos rios e dos ri-

beiros —
não constituem mais do que uma pequena porgAo do que
que

aí hA no territôrio em causa

nâo scmente não consigo nem de perto

icidade
nem de longe acompanhar toda a sua multipl num conspecto que

nao perca nenhurn deles, mas ,


para alem disso, mesmo atendo-rne ape-

nas aos maiores, que de algum modo conhego, estou muito longe de oĩ

toda a sua extensão, num acompanhamento em que nad<


poder seguir em

me escape da realidade que lhes corresponde . De facto, mesmo apena:

desses rios mais importantes ,


de que tenho mengAo e com que ate me

foi dado jA aigum contacto, o mais que consigo acompanhar, quando

os considero, são apenas alguns trogos, aqui e ali, nunca a totali-

436
territcrio Por muito que me esfor-
dade do seu curso no português .

o conseguir recuperar numa apresentagao a ele proporcionada,


ce por

de disponho a maior
verifico que se mantém fora da apresentagao que

num excessc sobre aquiio que tenho cujas dimen-


parte desse curso,

de excede in
sQes nao sou capaz de avaliar senão pela percepgao que

tudo o que se me oferece. Isso jA assim para cada


comensuravelmente

se avoluma imensamente se os considerar conjun-


rio, numa perda que

e ainda mais a perder de vis


tamente a esses rios mais importantes,

além disso que abrange também uma multiplici-


ta se considerar para

numerosa de outros rios, ribeiros, etc .


,
numa desprcpor-
dade muito

A circunstAncia de na verdade ficar


não se deve jA somente
gAo que

tenho a maior parte do cur-


que ef ectivamente
fora da apresentagAo
também na circunstAncia de se manter in-
so de cada um, mas radica

nem mes
teiramente fora de perspectiva, sem qualquer apresentagAo ,

dcs cursos de Agua em causa.


mo parcial, a maior parte

diz respeito A costa, nc seu


Assim tambem, por exemplo, no que

sui, de oeste a leste. Por mais que me


de norte a sul e, no
tragado
tenho, vendo bem, sSo sempre sô
o seguir, tudo o que
esforce por

bolsas em aberto fora de cuja perspectiva se


algumas
,

fragmentos,

imensa maioria das realidades que lhes correspondem--uma


mantém a

e maior, muito maior do


maioria se me indica, mas que
imensa que

tudo aquiio que dela ccnsigo visiumbrar.


que

As estradas. Ob-
Assim tambem no que diz respeito, por exemplo,

conjunto de rea
bem a minha situagAc relativamente a este
servando
modo também
lidades (não me perdendo eu em f iguragôes-de qualquer
estradas como linhas na pequena
incompletas-em que represento as

antes fazendo volver o meu olhar para a prô-


superfície de um mapa,

issc na continuagao do campo onde


pria realidade que corresponde a

conceber, o que ef ectivamente se


me encontro), tudo o que consigo

estradas Fica fora nAo sd


de ^lsm^ .

apresenta, são al3uns_trosos


ocorrem, mas
realidade do todo das estradas que me ,

a muito maior

das demais estradas que se


ignota realidade
,

alem disso toda a


para

437
me indicam muito numerosas.

0 mesmo tambem no que diz respeito por exemplo a parcelas apa-

rentemente tão pequenas e insignif icantes no todc do territôrio em

causa como sejam, por exemplo, o conjunto das instalagOes eléctri-

cas que hA em Portugal cu a rede telefônica que percorre o pais.

Por muito que constituam uma infima parte da realidade que o terri^

tôrio portuguôs comporta (a tal ponto que a sua mengão pode pare-

cer ridícula) ,
constituem ainda assim um conjunto de realidades que

incomensuravelmente excede tudo o que sou capaz de acompanhar numa

efectiva. Pcr mais que me esforce pcr seguir esse con


apresentagão

ele mantem-se, na sua maior parte ( numa maior parte que se


junto,

me indica como sendo muito, muito mais do que tudo o que consigo

conceber) fora do alcance do meu ponto de vista.

todas estas indicagdes, multipl icam-se as "frentes" de


Seguindo

do olhar pelos horizontes de que tem indicagão. De


ultrapassagem

tal modo que em cada dominio (cursos de Agua, costa, estradas , etc .
)

o horizonte real de que se trata transborda de muito lonqe, num

"

longe" para mim de facto inabarcAvel, todas as apresentagôes que

ter. S de tal modc que por outro lado, a respectiva


dele consigo ,

faz emergir campos de latencia com dimensûes cada vez


conjugagâo
"

mais inacompanhAveis (numa acumulagão de "ainda maior , "ainda maior

"ainda maior" , etc.) . S todavia tudo isso e sô uma pequenissima par

te do hA no territOrio portugues uma rede f i liforme num cam-


que ,

po de realidades incomparave lmente mais vasto . E a "ultrapassagem"

do olhar, o excesso sobre a apresentagao tida, que jA lhe correspon

de , é ainda ínfimo se comparado ccm o que resulta das demais reali-

dades .

Percebo essa ultrapassagem muito maior se considerar, por exem-

pinhais que hA em Portugal ou o


conjunto de vinhas que se
plo, os

encontram espalhadas pelo seu territôrio. Em correspondencia a


quaj.

destes horizontes multipl icam-se as dimensôes da realidade a


quer

438
dela scu capaz de acompanhar de uma forma e-
extravasar aquilo que

fectiva. Embora também aqui se tendam a interpor representagCes es

esbatem a diferenga, trata-se na verdade de dominios mui


pUrias que

do estão em causa na costa, nos cursos de


to mais vastos que os que

etc. E todavia tambem eles constituem ainda ape-


Aqua, nas estradas,

do cobre o territôrio português, uma par-


nas uma pequena parte que

acompanhasse deixaria fora de si a maioria


te que, ainda quando a ,

desse territôrio.

A focagem do horizonte "Portugal" feita pela consideragao mais

estes faz desenhar campos de escondimen-


detida de horizontes como

anterior, mesmo que jA advertida em rela-


to para que a perspectiva
inautôntica de totalidade e jA mar
gão ao fenômeno da representagão

de como não ccnsegue acompanhar o domínio


cada por uma apercepgão

trata de facto ainda não se achava atenta.


de realidade de que se ,

dimensoes com se desenham esses campcs de


E, outro lado, as que
pcr

realidade que na perspectiva anterior correspondiam sô a fugidios

(e não estavam desenvo 1 vidos em apercepgdes


momentos de momentos

corresponde a cada um e da medida em que


concretas da dimensão que

de acompanhamento ) revelam-se dimen


uitrapassa a nossa capacidade ,

sOes inabarcAveis .

ainda apenas um comego.


Mas isto e

nâo estA, por exemplo, equacionada a extraordinAria dimen


Ainda

dos animais que vivem


sSo de realidades que representa o conjunto

milhares e milhares e miihares de animais di


"Pcrtugal"

no espago

tudo o de cada vez sou capaz de focar in


ferentes. Também aqui que

dc hcrizon-
dica-se apenas, vendo bem, como uma pequeníssima parte

transborda imensamente todas as mi-


te de reaiidades em causa, que

Numa indicagão, aliAs, que estA


nhas perspectivas a seu respeito.

ainda muito longe daquela que se levanta se considerar separadamen

dos repteis, dos insectos, das aves,


te, por exemplo, o conjunto

neles descer a focagem das respectivas classes.


dos mamiferos e se

destes casos indica-se-me vendo bem, uma mul tip 1 ic ida-


Em cada um
,

439
de avassaladora de mais e mais realidades, em total desproporgao

relativamente A amplitude das apresentagoes que sou capaz de ter —

cuja envergadura o meu olhar e E a


uma multiplicidade para cego.

per3pectiva que se constitui a partir da focagem das diferentes

classes e da verificagao do seu incomensurAvel excesso sobre tudo

o consigo acompanhar (a perspectiva que se desenha com a justa


que

de todos os horizontes incomensuravelmente transbordantes


posigAo

assim se perfilam) é de facto bastante mais esmagadora do que


que

a se constitui tendo como fio condutor o horizonte "animais",


que

numa compreensão nSo especificada


e, se assim se pode dizer, uma

esta ainda nem "sonhava".


perspectiva com que

Revelando-se deste modo como a prôpria apercepgâo do carActer

transbordante dos horizontes de realidade que se consideram, mesmo

se eleve iA A perspect ivagâo de dimensoes esmagadoras, pode es-


que

tar de facto ainda muito aquém de uma eliminagâo de representagdes

espúrias de totalidade

mantendo ainda escondidas, inadvertidas , as

ainda muito maiores dimensoes do horizonte incomportAvel , transbcr-

dante, de que de facto se trata.

Além disso, ao ver assim todo este volume de realidade aí escon

dida, em imensa desproporgâo relativamente A capacidade do meu pon

to de vista, o que estA a ser considerado sAo , apesar de tudo , ain

da sô "Darcelas" da reaiidade que hA em Portugai . Mantôm-se ainda

fora de cons ideragão , por exemplo, todas as casas que hA .


Aqui , de

novo .
por mais longe que procure levar a minha perspectiva, a mul-

tidAo daquilo que se me indica ultrapassa incomensurave Imente tudo

o que sou capaz de focar numa apresentagao efectiva. Por um lado,

nao tenho meio de seguir senâo uma muito pequena parcela do conjun-

to de unidades que assim se define. Na sua quase totalidade ( numa

totalidade que percebo esmagadoramente maior do que o que tenho),

pcr mais que me esforce por ampliar o campo do que sigo, esse con-

de obter.Por
junto transborda todas as apresentagOes que sou capaz

440
ainda toda a amplitude dos complexos de reali-
outro lado, acresce

a cada uma das casas que ai hA, complexidade


dade correspondentes

mesmo relativamente aquelas casas que minimamente con


que faz que ,

toda complexidade de
sigo acompanhar, não o faga relativamente a a

constam, mas somente numa parte delas. De tai mo


realidades de que

neste particular, se mantém de facto ao


do que o campo daquilo que ,

ponto de vista tem também uma amplitude absolutamente


largo do meu

relagâo a todas as dimensoes de a-


a perder de vista, esmagadora em

presentagao de que disponho.

ainda, olhando de frente a indicagao que te


E assim, finalmente

de 10 milhQes de pessoas vivendo neste territô-


nho dada de cerca

tal realidade, mesmo sem ter em atengAo a


ric O que corresponda a

do seria preciso para acompanhar e


extraordinAria complexidade que

ccisa de todo em todo nAo sei


fectivamente cada uma, é qualquer que

nem de longe, na verdade , a minha perspec


qual possa ser— para que

Dez milhOes de pessoas: isso ultrapassa tudo o


tiva tem amplitude.
numa mar
efectivamente sou capaz de acompanhar— e ultrapassa-o
que
de ez^cede es
que nâo consigo conceber senâo pela apercepgAo que
gem

se me apresenta. E isto com uma dimensAo


tudo o que
magadoramente
se acentua ainda mais extraordi-
de excesso, de ultrapassagem, que

a complexidade das circunstAncias em que


nariamente se coequacionar

tem, do "mundo" que


cada uma vive, das perspectivas e problemas que

traz em si (e que ainda que tenha, comc se


cada uma dessas pessoas
,

"
também ele uma realidade a ter lu-
sub j ect ivo
"
e
diz, um carActer ,

etc,
gar ai no territôrio portuguôs),

deste modo por este progressivo "desdo-


Realizando-se a focagem ,

de realidades, que não os deixa per


bramento" dos diferentes tipos

(como mercs ele-


didos em horizontes de definigao mais englobante

deies, sô fugidiamente referidos ou até totalmente desprovi


mentos

a medida em que o campo de realidade corresponden-


dos de mengAo),

revela transcendente e incomensurA-


te aquilo que hA em Pcrtugal se

dimen-
vei relativamente a apresentagâo de que disponho ascende a

441
sôes muito mais extraordinArias do que as jA extraordinArias dimen

com se apresentava nas focagens iniciais dessa transcen-


soes que

dência. nAo "desce" A consideragâo das diferentes


Enquanto compo-

de realidade sectoriais), muito


nentes (dos diferentes campcs por

muito de-
que jA perceba transcendência e por que jA corresponda a

e inibigao de repreentagôes inautênticas de totalidade, a


tecgâo

se tem continua a albergar representagôes inautên-


perspectiva que

ticas de totalidade no reconhecimento que faz das totalidades que

concebe e a ter, desse modo , uma avaliagão redutora da incompietu-

de a estA sujeita. E o que se verifica é que , embora antes de


que

se "descer" A focagem dos diferentes sectores, jA houvesse a indi-

ul trapassagem perder de vista


cagAo de qualquer coisa ccmo uma a

(uma transcendencia em que a nossa perspectiva totalmente se per-

de ) ,
tal indicagAo na_q era de modo nenhum aquela que resulta deste

novo prccedimento de f ocagem —


f icava de facto ainda muito aquém de

se verifica e que mesmo estando-se jA a-


la. Numa palavra, o que ,

ierta as representagdes inautenticas de totalidade, hA aper-


para

cepgdes de transcendência (de incomensurAvei ultrapassagem da apre

sentarAo) e apercepgdes de trar.scendência


e que a diferenga entre

elas pode de facto ser uma diferenga muito grande .

da inabarcAvel multidão daquilo que escapa


A prôpria focagem pc

He d_e facto, tende a) quedar-se em representagôes espArias de


(S(

totalidade, que ,
mesmc jA dando alguma ideia do modo como essa muj^

tudo de
tidAo se avantaja esmagadoramente sobre o que sou capaz per

correr num acompanhamento efectiva, ficam em todo o caso muitc lon-

ge das dimensoes que realmente são as suas.

De tal modo que é sempre de novo necessArio um esforgo de fo-

que fixe o sentido da indicagAo dos horizontes e neutralize


cagem

as perspectivas inautônticas que tendem a tolher o seu reconheci-

mento, deixando escondidas as dimens0e3 extraordinårias e inccmpor

tAveis do que se aponta na indicagAo.

442
prôpria perspectiva ganha pelo
es
também a
Isto vale aliAs para

cabo. Por um lado, vendo bem, tcdo


de focagem aqui levado a
forgo

efectuado move-se ainda no quadro de uma ainda sô inciz


o percurso
de realidade "tudo o que hA em Portu-
do campo
piente especificagão

subtotal idades num processo de desdobra-


gal", descendo a algumas ,

ainda sô esbogado, que se queda, se assim se pode dizer, a


mento

meio caminho.

dimen-
Levando mais longe essa especif icagâo (perspectivando a

totalidade a partir da verificagao do excesso que jA se


sao dessa

muito numerosas classes em que e divi


causa em cada uma das
em
pôe
do meu ponto de vista pela
sivel), a evidenciagAo de ultrapassagem

dimensôes de des
realidade que hA no territôrio portuguôs assumiria

E outro lado o prôprio "inven


ainda mais esmagadoras .
por
proporgão
muitas formas de
tArio" deixa justamente ainda
fora de perspectiva

e de que nAo tenho in-


realidade que haverA no territôrio portuguôs

mcmento pura e simplesmente nAo me o


dicagAo ou cuja referencia de

corre .

de escondimento correspon
Revelando-se desta amplitude o campo

Ambito esmagador que assim se revela perfila-


dente a Portugal ,
o

da-
outro lado apenas como uma parte relativamente pequena
-se pcr
esta sua vez a-
indicagAo "Eurcpa"~e por
quele que correspcnde a

do horizonte se indica no sentidc


uma Pe<ruena parte que
penas como

do horizonte "su
este por sua vez apenas uma parte
"Continentes".E
parte do
Terra" E este por sua vez apenas uma pequena
da
perficie
.

no seu todo E assim sucessivamente .

prôprio Planeta .

tambem aqui hA que estar atento A interposi-


Mas, se assim e,

de totalidade que se insinuam


de representagoes inautônticas
gAo
mais vastos. Tambem aqui hA que es-
dos Ambitos
na perspectivagAo
443
tar atento A propensão que o nosso ponto de vista tem para embar-

car em formas de perspectiva que fazem perder de vista a extraordi

do aumento de ordem de grandeza que estA em jogo


nAria amplitude

cada mais abrangentes extraor


na transigao para horizontes vez e a

dos horizcntes que passam a estar em causa com


dinAria amplitude

essa transigAo.

circunstAncia de perceber jA
Como se procurou mostrar, a se re

horizonte "Portugal" o carActer inautentico da re-


lativamente ao

dele se tende a ter não significa de maneira nenhu


presentagâo que

rna que a interposigâo ,


a aceitagao de representagôes espUrias de

def initivamente A neutraiiza-


totalidade esteja inteira e suspensa.

-Ac delas nAo e, como o prôprio caso do horizonte "Portugai" clara

mente documeuta, nada íAcii. Requer antes um grande esforgo de fo-

cagem .

E assim e também com cs demais horizontes —

e em particular,

diz respeito aos hcrizontes maiores, envolventes


para jA, no que

desse .

De facto, se atentar, verifico que , ao realizar agcra mesmo o

volvimento meio dc qual transferi a incidencia de Portugal pa-


por

da Europa para o conjunto dos continentes do conjunto


ra a Europa, ,

continentes a Terra no seu tcdo, a despeito da advertên-


dos para

cia em aue jA estou para a inabarcabi 1 idade do horizonte "Portugai"

saltos que me fazem nAo acompanhar o extraordinArio aiarga-


opero

mento de âmbito de que se rrata .

Se considerar mais atentamente e realizar o alargamento de for-

mais atenta aos diversos passcs que de facto implica,


ma gradual ,

chego é na verdade diferente.


a perspectiva a que

entâo como Portugal é apenas uma parte, e relativa-


Compreendo

mente da Península Iberica (cujo campo de realidade uitra


pequena,

passa muito a jA inabarcAvel envergadura do territôrio português)

a Peninsula ĩbérica por seu turno é apenas uma parte reiati-


e que

444
de reaiidade corresponde en-
pequena da Europa— cujo
campo
vam ente

todo esse horizonte ainda mais extraordina-


tao a numerosas vezes

dessa forma se desenha


riamente inabarcAvel do que Portugal, que

sua vez a Europa, constituindo um


ser o da Península; mas que , por

do da
horizonte ainda mais extraordinariamente inabarcAvel que o

tSo somente uma bastante pequena


Peninsula, representa entretanto
hA na terra, que desta for
da totalidade dos continentes que
parte
horizonte que ainda mais extraordinariamen-
ma constituem entao um

sua
te transborda tudo o que sou capaz de acompanhar; mas que , por

dos continentes constitui somente uma porgão rela-


vez, o conjunto

de realidade correspondente a toda a su


do campo
tivamente pequena

de latencia com di
onde assim emerge um campo
perfície do planeta,

ainda mais transcendentes do que as jA anteriormente em


me nsôes

nAo
c ausa; e que , enfim, por seu turno , a superficie do planeta re-

do planeta no seu todo (tem com e

presenta senAo uma pequena parte

hA entre a superficie e o volume de um sôlido).


le a relagao que

reconhecimento do horizonte de excesso


Perspectivando assim, o

correspondente A Terra ganha um vulto comple-


do campo de realidade

inicialmente se perfilava o ho-


tamente diferente daquele com que

ser mencionado no inicio deste ponto— um vulto


rizonte "Terra" ao

incomensuravelmente mais esmagador.

assim se acusa é que na mudanga para a consideragAo de


E o que

Ambito tende a fazer-se por


horizontes maiores, o alargamento de

dos "crescimen-
desconsiderando a amplitude extraordinAria
saltgs,
aos horizontes mais latos— i .

tos" estao em causa na passagem


que

cada significa uma inabarcAvel,


de vista como passagem
e., perdendo
do jA inabarcAvel, uma
absolutamente inacompanhAvel multipl icagao
imenso abismo em rela-
do que jA por si significa um
multiplicagAo
sou
de vista nâo tem capacidade (para que
gao ao qual o meu ponto

se forma tende, deste modc (e em confor


E a perspectiva que
cego).
falou de um "tecto" da repre
midade com o que se referiu quando se

perder-se na indistinta compreen


grandes dimensoes),
a
sentagao de

445
muito grande"

compreensAo confusa em que fica neu


sAo "algo muito,

extraordinAria "violôncia" incomport.abilidade, das di_


tralizada a ,

mensoes de que na verdade se trata nos horizontes englobantes que

temos indicados.

Para não cair no logro que resulta da interf erôncia de repre-

inautênticas de totalidade, é necessårio, por isso, estar


sentagoes

atento ao sentido das extensoes que se acham implicadas na continua

1A do horizonte "Portugal" e, tendc em vista


gão da realidade para

o abismo de inabarcabi 1 idade , de excesso sobre tudo o que sou capaz

de ccnceber, a que Portugal na verdade jA corresponde, enfrentar o

inrpossivel" sentido que é c de esse abismo, esse total abis-


"quase

mo que esmagadoramente ultrapassa o meu ponto de vista, ser apenas

uma parte de algo bastante maior —

a Peninsula Ibérica. e necessario

tendo em vista o assim a fortiori inacompanhAvel , esmagador abismo

através dessa relagAo de todo/parte e dessa relagão de grande


que ,

za, se indica ccmo correspondendo ao horizonte "Península Iberica" ,

enfrentar o pcr maioria de razAo "quase impossivel" sentido que e

o de este outro, ainda mais extraordinArio e inacompanhAvel abismo

ser sua vez também uma pequena parte de aigo ainda muito maior
por

É necessArio, tendo em vista por sua vez este mais es-


Europa.

magador abismo, enfrentar o "quase impossivel" sentido que e o de

ele nâc ser mais dc que uma pequena parte de algo ainda muito maior

dos continentes. e necessArio, tendo em vista por sua


o ccnjunto

vez este horizonte incomportAve 1 , enfrentar o "quase impossível"

sentido é o de tudo istc por sua vez nAo ser senão uma pequena
que

de esta turno não consti-


parte da superficie da Terra, e por seu

pequena de ainda muito mais


tuir senâo uma parte reiativamente algo

amplo

o planeta no seu todo .

E assim sucessivamente . Ou seja, é necessArio, tendo em vista is

abismo de abismos, enfrentar o ainda mais


to que jA constitui um

vincadamente "quase impossível" sentido que é o de tudo isso, por

446
uma peguenissima parte do sistema solar e de
sua vez, ser apenas

nAo obstante a violéncia incomportAvel do ex-


este, por seu turno ,

representa sobre o abismo de abismos que jA corresponde


cesso que

de realidade "Terra", nao constituir por sua vez se-


ao horizonte

da GalAxia— e de esta também ser ape-


nâo uma muito pequena parte

de algo envolvente, muito, mui


nas, no seu todo ,
uma pequena parte

nâo se
to maior. E assim sucessivamente, numa progressAo para que

ve nenhum termo .

trata
S6 assim, nâo numa remota figuragão daquilo de que se num

imaginArio (em que de algum modo me parece ver


plano mais ou mencs

a Gal Axia etc ) mas antes transcrevendo a indicagAo que


a Terra e , ,

das suas relagOes de grandeza no concreto


tenho dos horizontes e

aberto da realidade em que me situc e


da minha situagAc no campo

dc indica (como tudo


percebendo a extraordinAria violôncia que se

de exces-
tcdos os enquadramentos que disponhc num
isso pulveriza
etc ) se abre na verdade algu-
sobre_^__exces3q_^qbre_q_excesso,
. ,

so

esses horizontes, com uma efectiva nc


ma perspectiva desperta para

neutralizada deles, em que ef ectivamente ga-


ticia, uma notícia nao

como algo com dimensCes para


nham presenga no meu campo— presenga

algo que estou


mim absolutamente inconcebíveis ; presenga como para

para iA de tudo o que sou capaz de acompanhar e-


cego,inteiramente
em todas as dirsccdes a minha
fectivamente; presenga como algo que

volta me rodeia.

tal modo o meu ponto de vista se percebe numa pcsigAo


De que

normalmente se Ihe inculca ser


completamente diferente daquela que

clareira— se assim se pcde dizer, co-


a sua: como uma pequenissima
uma iuz de fôsforo no meio de uma imensa
mo o espago iluminado por

em absoluto nAc abarco e que


e esmagadora noite, com proporgdes que

indefinidamente se prolonqam sem parar .

447
Mas ainda aqui , onde a perspectivagao do que nAo tenho jA o per-

cebe no seu esmagador carActer de abismo, a compreensAo em que me

estA de facto ainda dominada por representagôes espUrias de


acho

totalidade distorcem a visAo daquilo que me escapa e impedem


que

verdadeiras dimensoes.
que ele seja percebido nas suas

Se tenho Portugal, a Europa, os Continentes, a superfície do pla

neta e o seu todo ,


c sistema solar, etc, . numa incidôncia que , pelo

anula a seu respeito a interposigAo de repre


menos em grande parte

de totalidade, de tal modo que os percebo no seu


sentagOes espúrias

inabarcAvel, isso não significa que a interposigAo


vulto esmagador,
de totalidade nAo continue a
de representagoes espúrias processar-

-se relativamente aos espagos mais pequenos . Na verdade , é isso pre

cisamente o que acontece .

Percebo a ultrapassagem do meu ponto de vista reiativamente ,

Portugal Mas nessa perspectiva estA ainda apagado


por exemplo, a .

o abismo de escondimento em que se mantem vedado ao meu olha.r o es

pago de toda a Estremadura , da parte de Portugal mais prôxima de

onde estou, e o conjunto de tudo aquilo que hA no seu territôrio.

E, todavia, examinando a indicagao que tenho desse espago, verifi-

co tambem ela remete para qualquer coisa que imensamente ultra


que

tudo o sou ef ectivamente capaz de acompanhar


para uma i
passa que

multidAo de entidades, de acontecimentos esmagadc-


nabrangível que

ramente transbordam a minha perspectiva. NAo obstante ser conside-

raveimente mais pequena do que Portugal , a regiAo da Estremadura,

considerada não como uma figura que posso acompanhar no mapa, mas

como o campo concreto de reaiidades a que essa figura se refere,

constitui por si sô jA um campc a perder de vista, tanto na sua ex

tensao, quanto na insondAvel multiplicidade de tudo aquilo que em

si comporta.

Percebo então o abismo de escondimento correspondente a esta re

448
avassaladora ultrapassagem, no extraordinArio excesso que
giao, na

estA apresentado. E percebo como


tem sobre o que ef ectivamente me

de quanto é assim quando jA ti-


estava ainda longe de me aperceber

do abismo correspondente ao hcrizonte "Portu-


nha uma compreensão
em a região da Estremadura aparece
gal". Mas nesta perspectiva que

tem relativamente As apresentagoes de que


na total desproporgao que

pelo menos de modo ne-


disponho, estA por sua vez ainda apagado ou

o horizonte de escondimento
nhum visto em todas as suas proporgoes

mesmo sô A cidade em que me encontro.


que correspcnde
se me dA do espago que e
E todavia, examinando a indicagAo que

o seu e da realidade que comporta, verifico que ainda aqui aquilo

imenso o ef ectivamente tenho apresenta-


de se trata excede que
que

diferentes nAo
do, constitui um campo inabrangivel de espagos que

de
me estAo dados (que excedem o que sou capaz de perspectivar ) e

o meu olhar não chega e cuja multi-


realidades e reaiidades a que

inabrangive 1 0 campo de escondimento


dAo e para mim absolutamente .

revela-se muito maior do que impl ic itamen-


correspcndente A cidade

ac perceber-se jA o abismo correspondente a


te se perspectivava
da Estremadura. Mani f estando-se ccmo
Portugal ou mesmo A regiAo
de tota-
nessa perspectiva ainda reinava uma representagão espúria

As diferentes partes da regiAo da


lidade relativamente a Lisboa e

Estremadura.

do de escondi-
Entretanto, nesta percepgAo da amplitude campo

A cidade nada se diz acerca da amplitude com


mento correspondente

hA uma perda de conteúdos na constituigão do meu ponto de vis-


que

exemplo, ao meu bairro, ou mesmo, mais prôxi


ta relativamente, por

cruarteirao em que se situa a minha casa,


mo jA, relativamente ac

re-
ainda mais prôximo, relativamente ao prôprio prédio em que
ou,

sido .

estes mai3 prôximos dei-


Este silêncio re lativamente a campos

meu ponto de vista acerca deies uma representagAo


xa a dominar no

449
inautentica da totalidade disso. De tal modo que,sem me dar conta,

sem isso se ponha em relevo em mim como uma tese o meu ponto
que ,

de vista a esse respeito se perspectiva ainda de facto como um pon

to de vista no fundamental proporcionado ao que aí hA, adequado a

isso. Por muito que perceba jA quAo surpreendentemente imensos em

relagao ao meu ponto de vista se revelam os grandes espagos (que na

turalmente reconhego na sua grande dimensao, mas sem me aperceber

da inabarcabi 1 idade ,
do imensamente-para-lA-de-tudo-o-que-tenho que

essas extensOes realmente significam), continuo inexpl icitamente a

mais préximos e de menor dimensao como se,


perspectivar os espagos

relativamente a eles, o meu ponto de vista nâo estives-


pelo menos

se preso e não houvesse uma enorme perda na apresentagAo de que e

capaz a seu respeito.

Ora na verdade , também relativamente a estes espagos aquilo que

de facto tenho é um muito pequeno nucleo de conteUdos,de tal modo

a imensa e esmagadora maioria do que neles hA,do que os compOe,


que

fica completamente para lA,fora do meu ponto de vista.

Tendo por exemplo a nogAo "o que hA neste quarteirAo" e tendo

a apresentagao de que disponhc em relagAo a isso, fico completamen

te aquém do ccmplexo de acontecimentos que a nogão refere


de tal

modo que ao meu pcnto de vista escapa todo o verdadeiro mar de rea

lidades diferentes (dcs lugares que hA ,


das vidas que ccrrem, das

coisas que sãc, dos acontecimentos que se sucedem) no espago assim

def inido .

Verifica-se aqui a mesma ambiguidade que caracteriza a notícia

em mim hA de Portugal.Por um lado o quarteirâo indica-se-me co


que

mo um conjunto de vArios predios, todos de numerosos andares, que

nAo estão vazios e que é habitado por um conjunto relativamente

grande de pessoas . Sei isso. Tenho essa apresentagão , com que vivo,

homologo, e que se reveste naturalmente para mim de um grau e-


que

levado de certeza. Por outro lado, porem, se procurar verificar que

é que desta multipl icidade me estA propriamente dado e acompanho,

450

k
deste quarteirao tentar precisar
se, a partir de um qualquer ponto

a disposigão do que nele hA (o que é que se segue a o quê ) , se prq

curar tragar por assim dizer o mapa integral do quarteirAo, ponto

claro de "o quê" e "quem" estA "aon-


por ponto, num acompanhamento

sou levado ao encontro da minha imensa ignorAncia


de", rapidamente

a seu respeito.

além dos alguns aspectos a que tenho propriamen-


De facto, para

muitos que sejam, constituem apenas uma pe~


te acesso (e que , por

indica) tenho
quena parte da multipl icidade real que se me , o que

assim dizer, uma espécie de "nebulosa" em que


do quarteirAo é, por

as pessoas que aqui habitam e os mundos que


nAo estão apresentadas

aqui hA e o que neles se enccntra


em si trazem, os apartamentos que

etc . Nao estAc apresentadas nem as casas todas (cada uma delas),

multipl icidade imensa das coisas que nelas


nem (isso muito menos) a

todas (cada uma de


se situam. NAo estão apresentadas nem as pessoas

muito menos) a vida que nelas corre, os mundos que


las), nem (isso

teia de relagSes em que estAo envol-


em si trazem, a muito ccmplexa

de tal modo que se volver o meu olhar para esse cam-


vidas. E isto ,

assim me escapa, as dimensOes com que se me in


po de realidade que

dica, o voiume da multipl icidade constitutiva desse campo excedem

tudo sou capaz de figurar ao tentar concebe-lo.


imensamente o que

isso acontece mesmo jA, vendo bem, relativamente ao


De factc

moro aos seus diversos andares e a tudo o que hA ne


prédio em que ,

lativamente aos apartamentos ao lado, neste


íes. Acontece aliAs re

a eles cinja o Ambito de consideragAo . Tudo o que


andar, mesmo que

a seu respeito revela-se, se o submeter a exame ,


uma
posso figurar

nebuiosa, na verdade deixa escondida a realidade a que


confusa que

(e sô consegue captar muito pouco deia) . E a amplitude


se reporta

desta perda avoluma-se se alargo esse âmbito ac primeiro andar, ao

assim sucess ivamente ate ao predio todo .

segundo, e

Por outro lado, se isto acontece relativamente ao meu prédio,

451
sucede também relativamente a cada um dos outros prédios des
n3o sô

mas inc lus ivamente é jA confusa a prôpria apresenta-


te quarteirao,
nem sequer aquilo que tenho nessa apresentagAo
gAo desse conjunto:

constitui um efectivo acompanhamento de todas as unidades "predio"

que compôem tal conjunto


nAo tenho sequer uma apresentagão preci-

sa que acompanhe mesmo 36 no seu numero os prédios que compCem o

lado do quarteirAo em que a minha casa se situa (quanto mais os

diferentes apartamentos de
seus diversos andares, quanto mais os

mais as diversas realidades que hA em cada um)


quanto
.

que constam,

tal modo estando assim concentrado num dos lados


Tudo isto de que ,

este volume de perda prôprio lado so-


da rua (e havendo jA todo no

ainda mais difuso o acompanhamento dos


bre que me concentro), e

oredios do outro lado dela —

e ainda muito mais difuso o acompanha-

tenho das restantes ruas deste quarteirão.


mento que

(de modo tal o meu pcnto de vis_


Sem os conseguir acompanhar que

confronto ccm a avassaladora ultrapassa


ta e precisamente posto em

ele mesmo abre), encontro assim


gem de si pelos horizontes a que

do moro

considero real
na notícia que tenho quarteirAo em que se a

ilusdrio funcionamento da representa-


mente, se se suspende aqui o

exibigAo real da tc-


gAo de totalidade como um acompanhamento ,
uma

de muitipi icidade de momentos dt


talidade em causa

a indicagAc uma

sua imensa maioria,me escapam, ficam totalmente f;


realidade que.na

realmente. Ou seja, alem do quarteirAo


ra do domínio que acompanhc

que tenho, que me estA dado, revela-se, se assim se pcde dizer, um

um conjunto de acontecimentos como que submersos


outro quarteirAo,
exterior neia se acha da-
reiativamente a minha perspectiva, ao que

de ponto de vista que nao


do , e qu.e sô e acompanhAvei a partir um

tenho .

E se este excesso dc que hA scbre aquiio que por mim é visto tem

Anbito restrito do quarteirão em que resido, estas proporgoe


-iâ no

muito mais esmagadoras se tornarn essa


verdadeiramente esmagadoras,

horizonte considerado passa a ser o do bairrc,


proporgdes quando o

4-2
esmagadoras se tornam essas propor-
no seu todo. E imensamente mais

a cidade de Lisboa.E ainda mais esma


alargando o Ambito para
gôes

se tornam essas proporgSes re lativamente a toda a regiAo


gadoras
E mais ainda alargando o Ambito para o territôrio
da Estremadura.

E assim sucessivamente num crescendo.


continental de Portugal .

sô considerando desta forma, numa clara per


Sô a partir daqui ,

volume avassalador de escondimentc que campcs aparente-


cepgAo do

tAo extensos, como cs con-


mente tAo triviais, familiares, e pouco

de facto excluida a interposigAc de


fica
siderados, jA compcrtam,

de totalidade e possibi 1 itada uma compreen


representagoes espdrias
de escondimento que cerca a infima
sAo nAo distorcida da amplitude

ef ectivamente se deten.
clareira dc q\ie

da "perda" que afecta o


Tai como sô se toma clara a amplitude

de vista re lat ivamente ao quarteiraq quando essa amplitu


meu ponto

da compreensAo daquela que atinge jA a prô


de e concebida a partir

assim tambem sô se percebe bem o es-


do prédio,
pria apresentagAo

se acha o bairrq a partir da compreensAo da ampii


condimento em que

ao quarteirAc E assim sucessivamente .

tude de perda correspondente


ascendente dos hc
Sd focando deste modo,nesta perspectivagAo

escapa ao nosso ponto de vista.se ccnse


rizontes da realidade que

interposigAc de
distorgAo, a desfocagem a que ,
por
gue desfazer a

dessas
inautênticas de totalidade,a perspectivagAo
representagoes

realidades naturalmente estA sujeita.


Por
Assim, os horizontes mais extensos(por exemplco horizonte

mais extraordinariamente esmagadores na

tugaĩ) apresentam-se ainda

transcendência sobre o meu ponto de vista do que e possivel re


sua

escrutinio do voiume
conhecer numa apreciagAo que nAo parta de um
partes muito mais
de escondimento jA envolvido nas pequenas .

A exclusão de perspectivas inauténticas que tendem a esconder

escondimento a se estA sujeito e a sua amplitude tem de se


o que

duas frentes em que essas perspectivas continuamente ten


fazer nas

dem a interpor-se: na concepgão dos prôprios dominios menos exten-

sos, que os domínios mais extensos conglobam, por um lado; e por ou-

tro lado na perspectivagao da passagem do Ambito desses domínios

extensos o dos campcs de realidade que de algum modo


menos para

A soma de numerosas multipl icidades de domínios ccmo


correspondem

bairro->cidade ci-
esses (prádic->quarteirao, quarteirao->bairro , ,

etc).Tudo isto tendo conta


dade->regiAo, regiAo->pais , sempreem a

necessidade de se especificar o mais possível a perspectivagAc das

diversas realidades presentes em cada um dos espagos consideradcs ,

forma a evitar a interf erência de representagAo espuria de tq


por
- 73
talidadejs na sua perspectivagAc

Considerando deste modo , avoluma-se progress ivamente numa pre-

real numa efectiva imposigAo do seu vulto e pcr outro 1 ado


senga ,

ccm dimensces absolutamente surpreendentes , insuspeitadas , atordoan

tes, o hcrizonte daquilo que nos escapa.

Evidenciam-se deste modo nAo apenas o extraordinArio abismc de

escondimento jA afecta as unidades mais pequenas mas a ainda


que ,

mais extraordinAria e abissai multiplicagao do abismo que repre-

senta cada uma das passagens para campos maiores e o impensAvel, o

atraves delas se ccnfigura.


auase impossíveĩ esmagamento que

do esbatimento dos limites leva a emergôncia do


Se a supressAo

com os limites prÅximos e a configuragAo ir-


campo de apresentagAo

regular que acima se prccurou pûr em evidsncia, a inibigAo das re-

454
de totalidade como que solta a contengAo, a
presentagoes espúrias

redugao a proporgOes dominadas abarcAveis , ,


em que aquelas represen-

de escondimento correspondentes aos hori-


tagôes mantem os campos

zontes externos. As dimensôes dos campos de escondimento "explodem"

dizer mesmo jA no mais prôximo, aĩcangando propor


se assim se pode

desvelando o horizonte de escondimento ccmo um


gOes avassaladoras e

melhor abismo de abismos... de a-


abismo inabranqivel ,
ou como um

bismos de abismgs_de_abismos inabrangiveis ,


em relagAo ao qual o

meu olhar inteiramente se perde .

de desfocagem, peia marcagAo dos limi-


Com esta dupla supressAo

efectiva e pela inibigAo das represen


tes do campo de apresentagAo

de totalidade, transf orma-se compl etamente a


ragdes inautênticas

em que me percebo Aqui-


oj^^^^gfwlP^ftficondimeiito/nao-escondimento
.

na anAlise preliminar do esbatimento dcs limites,


lo que se apontou

inautenticas de tctalidade, etc , verifica-se


das representagôes
dc entâo, com mais premência.
ainda mais claramente que

de esccadimento que corresponde a in


0 inacessivel, o horizonte

de vista deixa de ser qualquer ccisa de remoto


c ompletude do ponto

reai nc campo em que me vejc Converte-se


ou de vazio, sem presenga

em algo que aparece nc concreto da minha prôpria situagAc

Mas mais dc que isso. NAo sd o horizonte de escondimento ganha

horizonte em que me encontrc, mas para


presenga reai
no ,

assim uma

partir de uma fron-


alem dissc ganha essa presenga ccmo algo que , a

rodeia, envolve. E de
teira muito prôxima, em todas as direcgOes me

issc, avulta na abertura as coi


tal modo e isso, iustamente que
q\ie

de escondimento ocupa a esmaga-


em estou, e o horizonte que
sas que

m.ioria da real idade ante a qual estou posto . A comegar pelo


Ac^*
passando pela cida
em vivo, peio bairro a que pertence,
predio que

de onde se situam, pela regiAo, pelo Pais, peia Peninsuia, e sem-

mais alem, pela Europa, pelos diversos continentes e pelos ma-


pre

sistema soiar, etc a realidade que se me


pelo
.
,

res, pelc planeta,

esmagadoramente a esse horizonte, que se configura


indica pertence

455
como um horizonte absolutamente avassalador, de dimensOes inconce-

bíveis, imensamente ultrapassando o imenso, em relagAo ao qual a a

de disponho tem as dimensoes de um quase nada.


presentagâo que

Contra o horizonte restrito dc que tenho propriamente accmpa-

de "corredores" "bolsas" a se reduz), hq


nhado (o conjunto , que os

rizontes de continuagão da realidade (esses dominios que sabemos

hA mas que não temos de facto acompanhados antes estao escon


que ,
,

didos) emergem assim, ao serem considerados realmente —

com uma e-

fectiva marcagAo dos limites e sem interposigAo de ilusôrias pers-

de totalidade

como um campo imenso, inabarcAvel, incc-


pectivagOes

mensurave imente mais vasto do que aqueie que tenho , e em relagAo

ao qual este nAo representa senAo um ínfimo enclave.

0 acompanhamento que se tem corresponde a qualquer coisa como

o do bairro cu da cidade se teria se deles sd se ccnseguisse


que

accmpanhar um milimetro cubico, sem se ter nenhuma apresentagAc dc

se s i tua para aiém dessas dimensôes . Com a diferenga de que mes


que

mo esta compreensao anaiôgica e a concepgAo do campo de acessc co-

mo um ínfimo enclave é inadequada, uma vez que se concebe ainda es

se enclave em relagAo a um imenso que de algum modo ainda se figu-

ra— quar.co o imensc nAc-tido de que se trata excede abso lutamente

ccnteudo representadc e tctaimente irredutivei a quaiquer


qualquer ,

f iguragAo .

Fccando deste modo os horizontes de continuagAo da realidace

oara alem do campo de apresentagao que se tem, a compreensAo do ti-

do e do nao-tido pelo meu ponto de vista sofre uma alteragAo radi-

cal, perspect ivando-se de modo completamente diferente a incompls-

tude que o afecta. Sobretudo, se alem da suspensAo do esbatimento

dos limites e das representagdes inautônticas de totalidade conse-

alguma de desvinculagAo relagAo


guir tambem pelo menos margem em a

homogene idace A tese de relegagAo de importAncia cuja


tese de e

persistôncia, embora nAo o impega totalmente, neutraiiza em grande

4c6
efeito destas alteragôes.
parte o

de se inibirem os fenomenos de desfocagem e distorgão


Se, antes

desses horizontes, a incompletude do pon-


que "tapam" a apercepgAo
forma natu-
inexpl icitamente compreendida segundo
a
to de vista é

dimensoes correspondem As de um
ral da finitude (como algo cujas

real que assim se descobre inver-


de lacunas), a situagao
conjunto
de coisas: não sao as esferas de incom-
este estado
te justamente
constituem "bolsas" no macigo da realidade acompanhada
pletude que

o domínio de acompanhamento de que


nosso ponto de vista, mas
pelo
somente um infimo enclave de muito pequenas
dispomos que constitui

de um horizonte esmagador de escondimentc em re


"bolsas"no macigo

de vista nAo tem acesso.


lagao ao qual o ponto

extemos, a forma natural da finitu


Focando assim os hcrizontes

compreensAo global da situagAc


de cai, numa modificagAo drAstica da

de vista tido perde o carActer absolutamente


de finitude. 0 pontc

naturalmente se apresenta (o seu carActer


aberto, soberano, ccm que

livre, sem peias), revelando-se antes um ponto de vis


de horizonte

preso, circunscritoi__fechado.
ta ^m^jadnramente
nAo é senAo uma ínfima parcela, um ínfi-
O que se me apresenta
em todo o ladc abre-se um abismo de realida
m0 "canto"do que hA , e

nAo consigo ter acesso.


de escondida, a que

457
2.1.1.4 A incompletude no horizonte do TEMPO. AnAlise preliminar
do horĩzonte temporal micleo de incidencia e horizontes

no âmbito do tempo .

Esta transformagao radical da configuragao do campo em que me

modo apresentou, ou seja,


encontro n3o é possível apenas no que se

relativamente aos horizontes de continuagao da realidade no espago.

ocorre se, em vez de considerar, como se fez


ModificagAo paralela

horizonte inabrangivel do que hA no tempo em que de ca


até aqui, o

acho, a considerar também a outra forma de conti-


da vez me passar

nuagâo do real para 1A daquilo a que tenho acesso: aquela que resui

ta da sua distensAo no tempo .

Também a este respeito, na verdade ,


conforme se indicou na anA-

de cada vez nos encontramos


lise preliminar, a perspectiva em que

estruturada num nûcleo ou campo de incidência e num sistema de


estA

horizontes que ficam fora desse núcleo (ou desse cair.po) e que con-

iA do nucleo
figuram uma continuagao temporal da realidade para em

de cada vez se incide. Isto tanto no sentido do tempo que o pre


que

quanto do tempo lhe e posterior


do seu
passado

cede —
do seu que

f uturo .

inculca como acabando nos limites


A realidade temporal nunca se

do nUcleo de incidência ou do campo de incidência em que o ponto

de vista de cada vez estA f ocado .


Impôe-se antes, com evidencia,

antes desse tempo e depois dele, e mesmo antes e de-


que continua

pois de (Tualqner tempo .

nisso, sem precisar de o ter de algum modo a-


Sem que se pense

considerado, estA-se sempre ccm essa continuagAo do tempo


tendido,

nesses dois sentidos, tem-se sempre jA como horizonte essa conti-

nuagAo .

conformidade com a qual o campo temporal é


Esta estrutura, em

um indef inidamente prolongado para ÍA do nUcleo do


sempre campo

estA focado, tem uma natureza muito peculiar


tempo que propriamente

melhor numa esfera prôxima do presente


Centra-se no presente, ou

4C8
nunca perder esta
melhor este aspecto) sem
(mais tarde ver-se-A
,

Mas isto de tal modo que esse centramento, que


referência central .

também a fixagAo do olhar em


na verdade nunca se desfaz, permite

futuro, por forma que me dei


Ambitos de incidência no passado e no

xo absorver neles e quase parego esquecido do prôprio tempo em que

distraido dele, "transportado" para fora do seu quadro .

estou,

do foco de incidência, mantendo ape


Esta peculiar transf erência
estA
sar de tudo um centramento no tempo prôximo daquele em que se

do passado mais remoto ou na


perca em rememoragAc
(por mais que me

nunca a re-
de um futuro ainda distante, nAo desaparece
prospecgAo
iminente em me a-
central ao tempo prôximo, ao tempo que
ferência

nAo cabe analisar e que


cho), tem uma estrutura muito complexa que

decisiva para o que aqui estA em causa. Impor


nAo é de importancia
ha-
tante e, sim, que ,
A semeihanga do que acontece com o espagc

vendo deste modo uma mobilidade do olhar, que permite dirigi-lo pa

destes horizontes temporais para que c nossc ponto de


ra qualquer
estA abertc, essa mobilidade estA em regra
vista constitutivamente

uma inercia tal que mudando embora com frequencia a


travada por
,

de incidência temporal ,
essa mudanga realiza-se sempre den^
esfera

horizontes. 0 olhar estA em regra absorvido pe


^^n^jleterminados
se acha, ou entAo com tem
lc tempo mais prôximo do presente em que

do passado que viveu, ou do futuro a


dos do seu prôprio passado,
habitualmente deste domínio. Ou seja, tam
se dirige. NAo saindo
que

coisa como um "terri-


bem nc que diz respeito ao tempo hA qualquer

do olhar, no sentido referido, que pode ter esta ou aquela


tôrio"

ma tem sempre uma dimensAo


confĸtur^an, S*r mais OU menos amplo,

dss remiooies horiaontais qv» hi tantu na


muitc aquém cU
restrita,

do futuro.
direcgAo do passadc quanto na

esta inércia, este alheamento que


De sorte que ,
contrariando-se

com os
caracteriza o nosso ponto de vista na sua relagAo
em regra

aqueles se situam
horizontes temporais externos (quer dizer com que

459
fora deste campo habitual de incidôncia, deste "territirio" tempo-

focar esses horizontes, produz-se uma modifi-


ral) e chegando-se a

cagAo radical do panorama, da situagao de escondimento em que o pon

to de vista se vô —

uma modificagao da amplitude nao menor do que a

resulta da consideragao dos horizontes externos no espago, e a-


que

té mesmo uma modificagao mais ampla do que essa.

2.1.1.5 O hori zonte do PASSADO.Ana.lise preiiminar do seu carActer


de realidade.O esquec imento do passado no quotidiano e as
possibilidades da sua supressao .Dif erentes modalidades de
nôtif icaggo do passado livres de qualquer manifestagao de
escondim ento AnAlise e desconstrugao dos condicionam entos
.

que~as~~Dossibilitam.A5 representagoes espiirias de totali-


dade e a compreensao do horizonte do passado exposigao do

c ax Acter inauténtico das representagoes de grandes exten-


sGes de passado relativamente A prôpria multipl icidade tem
-

lativamente multiplicidade dos de reali-


pqrãl" e re a campos
tempo. 0 passado como ABISMO e A -

d ades que "ocuparam" esse

BISMO DE ABISMOS.

Relevante neste contexto é em primeiro lugar a distensâo cor-

respondente A continuagâo do real pelo passado.

Na verdade,a despeito do problema que hA relativamente ao es-

jA foi (e justamente ja n3o é


tatuto de realidade daquilo que que

passado de

estA de alauma forma suprimido aniquilado) , , o aparece

modo nAo considerA-lo como se fosse nulo e a reali-


tal que posso

factc estou se reduzisse por inteiro Aquilo que o-


dade ante cujo

ra é . A c ircunstAncia de o passado estar agora suprimido, de ter d«

nAo é nada, de modo aigum obsta a


o reconhecer como algo que agora

do mundo em que me acho pcr outro lado


que, dada a apresentagão ,

nâo possa deixar de reconhecer também a peculiar forma de nSo-nu-

lidade e justamente essa de ter sido.


que

foi, não obstante o seu presente aniqui lamento, não


Isso que jA

se reduz a nada, é dif erente . Tem em comum com aquilo que é essa d

ele partilha também o carActer de ser-si-


ferenga decisiva e com

460
prôpria identidade—
-prôprio, de ter a sua prôpria posigão, a sua

de constituir algo que levanta o facto, a diferenga de si


ou seja,

na alternativa entre estar ou a descoberto, a-


e desse modo se pce

fora do que se tem.


companhado, ou escondido, campo

e os
jA foram (os meus avôs, os seus contemporAneos
Aqueles que

a era glaciar, o império rcmano, a reconquista


que os precederam),
dcs séculos XV e XVI a revolu-
cristA da peninsula, as navegagSes ,

mundial e, no quadro da minha prô-


gAo francesa, a segunda guerra

ver3o de 1975, eu na faculdade em


pria vida, as aulas no colegio, o

de hoje— nada disso estA ago-


1982, ou, mais recentemente ,
o almogo

tudc isso é, que olho para estas linhas


ra em parte alguma, agora

inexistente. Mas por cutro


enquanto as escrevo, pura e simplesmente

sAo como eu as tenho (se ef ectivamente os meus


lado, se as coisas

de mim, houve todos esses acontec imentcs


avds estiveram aí antes

fui comc se me apresenta, an-


"•-'stôriccs" que se me referem e eu ,

cada um destes enunciados que agcra tenho— e a


tes de agora), a

do hA— correspondem pcsigces di-


nAo equivale nada que agora
que

jA perdidas, sim, mas


ferentes de nada, de algum mcdo reais, agora

nAo sAo nulas



e que , ou me estAo dadas e eu as acompanho, ou,
que

nAo o estando, introduzem escondimento em relagAo ac meu pontc de


74
nAo coincida com o real em que me situo.
vista, fazendo que

assim se apresenta, acarreta


Ora a realidade do passadc como

Se
uma muito ampla multipl icacao do real . em
■quaiauer coisa ccmc

cada instante, e nomeadamente neste em que agora me acho, o conjun-

hA tem as extracrdinAr ias dimensôes que os parigra-


to daquilc que

relevo, outro lado a adjungAo de outros


fos anteriores pdem em por

cada um deles, o acres-


momentos de tempo no passado representa, em

de realidade, de dimensoes em tudo equivaien-


mo de um outro planc

tes .

da cidade de Lisboa
E, assim, ao que hA , por exemplo, no espago

de realidades que ti-


ccmo e hoje junta-se todo o imenso conjunto

Altimos anos, em que jA cA es-


neste espagc durante os
veram lugar

461
ûltimos 50, 100 e 200 anos, e durante os Ultimos oito sé
tive e nos

durante os dltimos 2000 anos, e nos 10000 e 50000 anos que


culos, e

os antecederam, etc .

numa multipl icagAo de planos de realidade que

nunca mais tem termo .

E o assim sucede ccm este espago re lativamente restrito


que

vale todos os horizontes de realidade de que tenho notícia,


para

de si pela diversidade dos diferentes ternpos


numa multipl icagAo

que houve .

Porém, nAo é logo o problema das dimensSes de toda a realidade

mas sim o da prôpria extensAo da mult ipl icida-


no tempo que passou

de dos mcmentos é em primeiro lugar decisivo e tem de ser ccn-


que

de nAo-acesso
siderado na averiguagAo da situagão acesso e em que

me encontro re lativamente ao passado.

inculca, o passado estende-se a partir do tempo


Tai como se me

até aqui vivi


em que acora estou, passando pelo tempo em que e prq

dele numa continuagAo indefinida que remonta


lonaando-se a partir

dos meus pais e dos meus avôs ao seculo XIX e, a partir


ao tempo ,

séculos precedentes

e assim sucessivamen-
deste, regredindo, aos

te, sem parar .

De todo este passado, de toda esta realidade tenho noticia. Por

nâo e na sua extensAo total que o meu olhar


tal forma, porem, que

incide. Ou seja de tal mcdo que como se


apontou, hA
normalmente ,

ccisa como um "territôrio" temporal do meu ponto d=


tambem qualquer

vista, um "territdrio" a cujo dominio o curso do olhar ncrmalmente

se atem.

de planos estendem pelo passado, em re


Da mul tipl icidade que se

nc meu campo de apresentagAc senAo aqueles que mais


gra nAo figuram

situam do presente em que de cada vez estou. £ certc quf


prôximo se

de quando em quando ,
e com alguma regularidade , evoco episôdios ou

épocas dc meu passado. E certo que algumas vezes ocupo-me mesmc a

a sucessAo do tempo em que fui , desde a infAncia, numa


percorrer

462
sistemática do que fci sendo de mira, que a-
mais ou mencs
revisao
extenso de
de forma continuada um conjunto relativamente
corapanha
E, por outro lado, com uma frequência
sucessivos planos temporais.
das reflexOes que fagcetc, diri-
dos livros que ieio,
que depende
mais reraoto, em incursCes de
meu olhar para zonas do passado
jo o

da vida das pessoas raais velhas,


emergem, por exemplo. trogos
que
a-
duas décadas deste século, os últimos quatrocentos
as primeiras
Mesozdico, etc.Mas estas in-
c tempo de Platao, o
nos na Europa,

fazem a regra. Ocorrem sô espagadamente numa perspecti


cursôes n3o

doraínio raais priximo do presen


normalmente estâ atscrta num
va que

de vista se acha aber


todo o passado para que c ponto
te, e em que

escpiecido que outra coisa.


to está na verdade mais

assim, esta e uma circunstancla que entretanto rae parece


Sendo

se quiser, serapre posso imprimir ac

ccmpensada pela mobilidade que ,

todo esse horizonte.


o-har-deslocando-c.livremente por
raeu

nSo é fixq. ?osso ester.dô-


0 meu campo de incidência nc tempc

nada pare-
-lo e rauitas vezes estendo-o pelo passado fora, sem que

de o íazer.
9a limitar a minha capacidade
e verdade que tambem relativamente ao terapo
E deste modc se

de
me atenho a um •'territirio" e a perspectiva temporal
em regra
um lado disponhc de uma tc-
rauito circunscrita, pcr
que dispcnho e

do olhar, que me permite pôr em íoco qualquer^temEO


tal mobilidade
absoluta
faz o meu ponto de vista esteja irrestrita,
cazĩado e que

mente aberto a este respeitc

é este o reconhecimento da minha situagSo que natu-


Todavia.se

situacSo em que na
tendo a fazer, eie nãc ccrresponde a
ralraente

estou relativamente ao horizonre do passado.


realidade

mais atentaraente no que me oferece quando mobilizo


Se reparar

verificc qne as modificagSes de


o cihar na direccão do pretarito,

apresentagao pelo passado


e
o meu campo de
incidência que dilatam
do foi na verdade se cir-
acesso alargado ao horizonte que
dâo um

do passado de que tenho indicagãc


cunscrevera apenas a fragmentos

463
se a indicacao que tenho e verdadeira, houve deve
(do passado que ,

ras) .

todas as incursoes que, deixando o horizon-


Assim acontece com

esfera mais ou menos restrita do imediato, em todo


te de "lida" na

de vista fiz até aqui


atá considerar expres-


o curso do meu ponto

do me encontro
samente, como agora fago, o problema acesso em que

relativamente ao tempo que jA foi e ao campo da respectiva reali-

de tempo relativamente curto (co


dade .
Quer incidam sobre um lapso

mo quando rememoro passos da minha vida), quer abranjam longas ex-

exemplo, perspectivo os vlltimos quatro-


tensôes (como quando , por

ou todo o Mesozcico), o alargamento do horizonte que ne-


centos anos

em cada caso um alargamento parcial i.e. um alarga


las se prcduz e ,

mento que mantém completamente fechados(se assim se pode dizer, a-

pagados, fora de acesso) outros horizontes do passado diferentes da

em foco (mas nAo menos reais dc que eles).


aueies que se pôem

volto para o curso da minha inf Anc ia _quando perspec-


Quandc me ,

anos ou considero os milhares e milha


tivo cs 'iitimos quatrocentos

do Mesozdico, o meu ponto de vista


desperto entao pa-


res de anos

mantem tão f ora de si, tAo exciuidûs


domínios temporais

ra estes

dc seu campo o tempo da baixa idade media, o p le istocenio ,


o paiec-

litico superior, ou o seculo V A.C., pcr exempio. quanto excluidcs,

fora de acesso se achavam e voltam a achar aqueles tempos que en-

tAo foco (a minha infAncia, os dltimos quatrocentos anos, etc.)na

de absorcAo pelo seu horizcnte imediato em que o meu pon-


situacAo

to de vista normalmente se encontra.

modo mesmo quando exercida a mobilidade de que o


De tai que

vista e em virtude da qual parece nAo estar preso a


ponto de goza,

deixa habitualmente fora do campo de apre


um "tsrritôrio" temporal,

se tem, apagadcs, por focar, Ambitos muito significat:


sentagAo que

vos dc passado (e mesmo a maior parte dele).

é assim, se e esta a situacAo de ocultacAo do passa-


Kas ,
se

464
achc mesrao quando movo a incidência do
normalmente me
do em que
me mantive ate
ele-se é esta a situagâo em que
meu olhar sobre
o
escondiraento ou nSo escondimento em que
do
considerar o problema
de vista-nSo e verda
se mantém relativamente ao raeu ponto
passado
uma forma de escondimento que é ultrapas
de que estou aqui perante

sável, que posso eliminar?

normalraente realizo
Se as perspectivagOes do passado que

e se revestem das caracterí sticas apontadas ,

sao apenas parciais


ao ambito circunscrito dessas perspectivas ,

nada ha que me prenda


nelas sao focados iso-
os âmbitos que
precisamente conjugar
pcsso
de vista
o ambitc de incidencia do meu ponto
ladamente e alargar
nele se acha.
com toda a indicagao do passado que
em conformidade
os *itimos trinta a-

rae irapede de ccnsiderar sistematií^amente


Cue

estou" os anos que os precederam ate ao prir.cí-


"cd ,
ncs.desde que
mais os 1500 anos

Pio do século, e os quatro séculos precedentes,

era, e os raiihares de ancs ate ao paieolíti


até ac coraego da r.ossa

e assim sucessi
e dai remontando ata ao proterozoicc
cc superior,
de r.enhuma exzensâo
sem hiatos, nem perda =u esquecimento
vamente,

r.ada. E, deste modc e possivei


dc tempo que houve ? Aparentemente
da incidência, esten
o caracter meramente fragmentârio
ultrapassar
do passado de que
acompanhe toda a indicagao
de-la por forma a que

disponho .

Mas serA mesmo assim?

o alargamento siszemâ
atentamente, verifico que
Cbservando mais

sob focagem tem uma grande dificulda-


tico dc horizonte de passado
e a
forma a ser verdadeiramente englcbante
de em processar-se por

o ambito de ccnside
fora nenhuin tempc Posso aiargar
nao deixar de

de anos, de três
de anos para t«s miihôes
do 4Itimo milhão
racto
sucessivamente sem
de ancs-e assim ,

de anos a dez milhOes


milhOes
deixa ainda por abarcar
Mas de cada vez o âmbito alargado
iimite.
E pcr mais
anteriores aqueias que corapreende .

extensees de teraPo
nSo continue ce
o horizonte, nada me garante que
que faga regredir

465
houve nada me garante que a realida-
go relativamente a tempo que ,

nAo se mantenha escondida relativamente ao meu olhar.


de desse tempo

ainda: nAo sô nada me garante que isso nâo acontega, mas pe


Mais

indicacao do tempo, com que me acho, que ir


lo contrArio e a prôpria

inculca que fica tempo ainda para ÍA daquele a que


recusaveimente

tempc mais tempo re lativamente


sucessivamente me vou reportando, e

meu nao-o-olhar têm ainda de vir a ser


ao qual o esquecimento ,
o

suprimidos .

nâo somente isso: nAo sd se me inculca que hA ainda mais ex


Mas

focar e o empreendimento de focagem de ca


tensôes de tempo por que

i nda_nao__esgota todc o horizonte do tempc que tenho indi-


da vez a

cado como passado, mas também nada garante que esse tempo que sem-

ainda focar nAo tenha dimensôes tais que relati-


pre continua por ,

vamente a ele, todcs os milhdes de anos jA focados nAo representem

do passado.
senãc uma pecquena parcela

ccr.trAric. Essa nAo uma


De fcrma inexplícita sugere-se-me o e

naturalmente se me apresente

tendo a nAo ver as


possibilidade que

Manifesta-se nisso a forma da finitude naturalmen-


sim a situagAo.

de vista, em funcAo da qual na amblic-


ue dominante no meu pcnto ,

toda minha perspectiva a respeito dcs hori-


pia que caracteriza a

externos, tendc a encarar issc que de cada vez reconhego em


zontes

falta cono parte complementar de um todo que jA tenho (e nAo como

75
um todo de que o jA ccnseguidc seia sô uma pequena parte).

muico bem acontecer que assim seja e e a-


Mas na verdade pode

o a tese natural implicando o reconhecimento de um


te mesmo que ,

dado acontega. De
tempo sempre antes de qualquer tempo , sugere que

cobrir de uma forma efectiva


tal modo que sô aparentemente consigo

cujo horizonte se me indica.


todo o passado

assim, la do escondimento do passado em que na-


Desenna-se para

turalmente estou, quando nAc me preccupo com o problerna, um escon-

inelutAvel, mesmo quando procuro enfrentA-lo


dimento que persiste,

466
se mantém. A indicagAo de horizon
e dissipar o esquecimento em que

consideragAo deles a que che-


passado "transborda" sempre a
tes de

go

decisivamente desfaz a aparente


Nao e este, porém, o ponto que

1 idade de supressão com que na-


solubilidade, a aparente susceptibi

o confinamento do ponto de vista


turalmente tende a apresentar-se

desta forma fica apercebido. Nem


relativamente ao passado, quando

verdadeiramente pOe em evidência como a posigAo


é este o ponto que

vista este respeito é a de um confinamento esmaga-


do ponto de a

dor .

0 ponto decisivo e antes um outro, de cuja ponderagAo resulta

do desse conf inamentc tal


claro que tcda a perspectivagAo problema ,

realizou, e inteiramente insuf iciente , estA vicia-


ccmo ate aqui se

nas suas verdadeiras dimensdes o abismc de


ver
da, nAo permitindo
verdade se acha.
escondimento em que o passado na

decisivo diz respeito acs dois fenômenos an-


Este outro ponto

fenômeno dc esbatimento dos limites e


teriormente identif i cados ,
o

de totalidades, que aqui desem


o fenômeno de representagAo espúria
marcante dc na perspectivagAo da con
papel nAo menos que
penham um

tinuagAo da realidade espago.


no

também aqui o fenômeno da


Considere-se, em primeiro lugar, como

de totalidades se insinua na considera-


perspectivacAo inautêntica
desvirtuandc-a e introduzindo escon
gAo dos horizcntes dc passadc,

dimento do escondimento .

dos horizontes de ccntinua-


Do mesmo modo que na representagão

IA do campo de apresentagAo de que


da realidade no espago, para
gão
dos diversos tempos que jA fo-
disponho, tambem na perspect ivagâo

de vista é polarizado por representag3es espUrias, por


ram o ponto

467
facilmente foca uma totalidade de quaisquer dimen-
meio das quais

(centenas, milhares, milhSes, biliQes


sôes, por maiores que sejam

tal modo ao faze-lo, parece estar levadq a


de anos,etc. )— de que ,

posigAo de franco acesso a e


essa totalidade, acompanhando-a, numa

de facto semelhantes representagoes deixam inteiramente


la. Quando

do conjunto de diferentes momentos reais em


fora da multipl icidade ,

consistem, a que o seu sentido corresponde.


cuja indicagão

considerar liltimo miihAo


Assim, posso sem qualquer dificuldade o

triliAo de anos, ou extensôes de tempo ainda mais vastas .

ou mesmo

tenhc uma certa consciência de isso ser qualquer coisa


Ao faze-lo,

ultrapassa, mas nenhuma verdadeira. notif ica-


que de algum modo me

ccncreta de insuf ic iênc i a (e muito menos de tctal insuficiên-


gAc

ideia fago dessa dimensAo de tempo . Pelo contririo, c


cia) na que

como estando aberto para esse pe


meu pcnto de vista perspecti va-se

se c acompanhasse por assim dizer, por ele


riodo de tempo, ccmc ,

considerA-i o o cobrisse e o tivesse dado a si. Faio e


fora e, ac ,

de miIhAo de ancs como falo e oucc faiar de quaiquer


ougc falar um ,

outra coisa. s familiar a nogAc de tempos assim imensos, comprsen-

me deter nela. E quando o fago, nAo emerge da nctí


do-a sem sequer

tenno nenhuma apercepgAo de a minha nogãc dissc ser


cia ^ue assim

de estar envclvido no tempo assim indicado um abismo


inadequada,

esmagador de escondimentc .

atentar melhor no que de facto me estA dado quan


Se, entretanto ,

do assim concebo, e se ccnfrontar esse dado com a pripria indicagAo

aue tenhc do que isso (um milhAo de anos ,


por exemplo) significa, o

nAo acompanho a imensa duragAo a imensa muiti-


que verifico e que ,

de de tempo que ai estA significada e ainda menos a i


dAo pcsigCes

de de realidade —

de entidades e acontecimen
mensa multidAo posigQes

nesse periodo. Ou seja: verifico que se o


tos —

que tiveram iugar ,

vi3ta de facto se pode de algum modo voĩtar para esse


meu pcnto de

temoo e ter noticia dele, a ncticia a que tem acessc e de tai or-

cle facto deixa por completo fora de si prôpria (e, pcr con
dem que

463
1A do se tem, em escondimento retiradas ,
_oc_lu-
sequência, para que ,

muito considerAveis e, na verdade, a quase totali-


sa3) extensoes

de momentos.e a quase totalidade da ainda


dade da multipl icidade

imensa multipi ic idade de entidades de acon


mais avassaladoramente ,

desse periodo se ref ere


perspectivagAo
.

a
tecimentos a que

estA fixado no sentido "um milhAo de anos",


Na verdade, se o que

é uma extensAo de tempo bem precisa (essa e nAo outra,


por exemplo,

determinada e a que tem de corresponder uma multi-


com uma duragAo

completamente diferente
plicidade definida de posigQes temporais,

sentido"cinquenta biiides de a-
da que estabelece, por exempio, o

"cem mil anos


ou mesmo, jA mais prcximo de "um


nos" ou o sentido

de anos", o sentido "um mi IhAo e cinquenta mi 1 anos"), o qus


milhAo

um milhAo de anos de passado nAo e senAc


tenho quando perspectivo
coisa como uma perspectiva de con-
um conteúdo muito vago , qualquer

sem fim pelo passado fc


tinua^Ao indefinida, de prolongamentc quase

de grandeza desmedida. de
ra— ou meihor, uma confusa representacAo

tal todo o pro longamento todo o recuo


uma imensidade de tempo que ,

do momento em que estou fica muito a-


que se perspectiva a partir

de se Ihe aproximar de longe.


quem de a esgotar ou sequer

(este "muito, muito tempo") dA-se-me na


Ora este conteUdo vaqo

sentido "o Alti-


verdade exactamente o mesmo em correspondôncia ao

50 bilioes de anos, cu cera mil anos ou um mi


mo milhão de anos", ou

lhAo e cinquenta mil anos.

diferentes sentidos em questAo, te


certo que, confrontando os

ciara nogAo da respectiva diferenga e percebo, por exemplo,


nho uma

excedem em muito cem milhôes. Mas o que faz


50 biliôes de anos
que
cada caso tenho
perceber essa diferenga nAo é a perspectiva que em

da "firmu
dessas extensoes de tempo mas a compreensAo da diferenga

indica, a compreensAo da diferenga da prôpria indicagAc.


la" que as

Aitimo milhAo de anos e se fixar o conteu-


Assim, se tentar focar o

outro lado, separadamente ten-


do a desse modo acedo, e se, pcr
que

469
tar focar os ultimos cinquenta biliQes de anos e de novo fixar a

chego ao faze-lo, e se comparar as duas perspec


perspectiva a que ,

tivas, encontro na verdade exactamente o mesmo.

A fôrmula de sentido que em cada caso aponta e circunscreve as

extensoes de tempo referidas é diferente. Mas essa fôrmula nao se

traduz e nAo é capaz de se traduzir ( "desenvolver" ) em corresponden-

cia ao seu sentido e de tal modo que se tenha o que nela estA in-

dicado. Nos diferentes casos, a remissAo para o prôprio tempo em

esse tempo de extensâo determinada (remissão em que a


causa, para

fôrmula, a indicagao consiste) e como que tolhida e absorvida num

mesmo fenômeno de apresentacâc de "muito, muito tempo" que e sem-

rre o mesmo e que nAo correspor.de A indicagAo formuiada. Assim, As

abissais entre as extensCes de tempo consideradas (por


diferengas

exemolo entre um milhAo e cinquenta biliSes de anos : 49 bilides e

900 milhfies de anos


ou, nAc indo tAo lcnge, entre um milhão e um

milhåo e cinquenta mi 1 anos : cinquenta mil anos ,


etc .
) nada , absolu-

tamente nada corresponde na perspectiva a cue a


focagem desses tem

leva —

a perspectiva e,_como se procurcu mostrar _exactamente i-


pos
,

g Ua. i .

De tal modo que hA bi 1 iges e biliaes sc . milhôes e milhdes de

anos aue de todo em todo estAo sumidos nas perspectivas que assim

tenhc —

de nAo obstante o rigcr da quantif icagAo que lhes estA


que ,

associada, estas perspectivas estAc perdidas .

Poderia talvez pensar-se que a igualdade do que ef ecti vamente

se oersoectiva num mi lhAo de ar.cs ou num bi 1 iao de anos nãc resul-

da redugAo a um padrAo mais pequeno na concepgAc


ta forgosamente

vasto igualdade poderia tambem radicar


tempo mais essa num

do que

excesso r.a concepgAo das mais pequenas , nada obrigando assim a que

a inadequagAo em causa ccrresponda a uma perda .

Mas nAo .

Por mais que me esforce por traduzir numa multipi ic idade efec-

tivamente acompanhada por mim um perícdo com as dimensSes de um mi

470
nao con-
IhAo de anos, perco-me inf initamente aguém disso, como se

dilatar a minha perspectiva na imensidao-de-vezes-todas-as-


seguisse
a que na verdade percebo que corresponde.
,w^gftes-que-conheqo
do se me indica em "um milhão de anos"
sentido que
Compreendo o

atentando bem no que aí se me aponta, compreender


o suficiente para,

essa incomensurAve 1 ultrapassagem, a inatingível trans


precisamente
a todo o tempo, a toda a duragâo que sou
cendência disso em relagAo

abarcar no meu ponto de vista.


capaz de

Isto, um lado, em relagao A prôpria duragao enquanto tal , A


por

de momentos correspondentes a um tal tempo .

prôpria multipl icidade


fortiori, em relagAo a absolutamente ina-
Mas, por outro lado, e a

de realidades que tiveram lugar nesse tem-


barcAvel mul tipl icidade

mul tipl icagAo dc incomensurAvel , do imensc que ,


comc
seja A
po— ou

imensidAo dos dife-


se viu jA, hA em cada tempo, pela incomensurAvei

dessas dimensôes podem ter sido nc


em que realidades
rentes tempos

de um rniihâo de anos .

espago

é assim re lativamente a um milhâo de a-


De tal modo que ,
se jA

horizonte de realidades a que


ncs, a muitiplicidade temporal e ac

é-o outro lado ainda mais, incomensuravelmen-


isso correspcnde, pcr

de em que a imensi-
no que diz respeito a um MJ_iao anos,
tejnais,
correspondente a um railhĩo de anos imensa, inabrangi-
dAo do tempc

velmente aumenta . Assim no que diz respeito a prôpria multiplicida

trata. E assim ainda muito mais, inconcebi-


ade temporal de que se

toca As realidades que todo esse tempo que


velmente mais, no que

ter em si.
jA foi pôde
de tempo, assim tAo extensos, ultrapassam
Tcdos estes períodos
tudo o sou capaz de acompanhar efectivamen-
de modo avassalador que

mais alargue o Angulo de perspectivagAo em que procu-


te e, por que

ro vê-los, o que logro alcangar nAo é senAo uma pequeníssima parte


De tal modo que
do tempo que estA em causa na respectiva indicagAo.

nao tenho ponto de vista pa-


fica de fora fnum horizonte que
o que

471
quase totalidade desse tempo

uma totali-
ra ver) é precisamente a

dade nSo sei, justamente nao sei a que é que corresponde, em


que

é consiste —

que constitui antes um abismo que nâo sou ca-


que que

paz de abarcar.

2.1.1.6 Anâ.lise sistemAtica dos horizonte3 do passado. Os horizon-


tes mãis prôximos e de mais pequena dimensao na ôptica da
s s A o do esbati m ento dos limite s e das re p resentag 0 es
supre
espiirias deos Ultimos 1000,500,100,50,20,10,
totalidade —

5 anos, o ultimo ano,os Ultimos 4 meses, o \iltimo més os ,

Ultimãs 15 dias,os ti.ltimos dias,o ftltimo dia, as últimas


h o r a s ,a liltima hora,a ^ltima meia-hora,os ti.ltimos 5 minu-
tos :~apuramento do caråcter inabarcAvel abissal do escon- ,

d i m e nto correspondente a todos estes horizontes .CondigQes


de aperceppao
uma nSo distorcida do campo de latencia cor-

ABĨSMOS do
respondente ao passado.Q ABĨSMO DE ABISMOS DE
oassado inacesslvel .

Entretanto, se é assim relativamente a extensôes de tempo "as-

tronômicas", ccmo essas, também aqui o fenômeno nAo ocorre somente

inculca, o passado se estende com a amplitu-


porque, segundo se me

de esmagadora de milhôes e biliQes de anos .

Pcderia na verdade que se tenho de reconhecer finitude


parecer ,

relativamente a esses tempos muito extensos, apesar de tudo dispo-

nho de um horizonte de acesso ao que foi ainda assim muito amplo

muito sem dúvida dessas astronômicas extensôes mas de to-


aquém

do o modo com dimensoes considerAveis .

Mas nao . Vendo bem, nao é isso que sucede.

Exactamente o mesmo que ocorre na perspectivagAc de milhoes ou

de também, por exemplc, na consideragao dos


biliQes anos passa-se

timos milénios. Também aqui a perspectiva que se me dA de facto nA

"leva"ac tempo para que a indicagao remete, é outra que a multipli

cidade a que esta se refere —

um fenômeno vago a que o tempo em cau

sa se mantém exterior, um fenômeno em cuja detengâo a multiplicida

sob escondimento
de real desse tempo permanece oclusa, .

472
focar os ultimos mil anos e os Ultimos do^s
Se separadamente
de facto nao difere— A di
o fenômeno que se me apresenta
mil_anos,
entre as duas extensCes nada corresponde no fe
ferenga de mil anos

nômeno dado .

de vista, as extensoes de tem


Também aqui são imensas, a perder

elas ponto de
de se trata E também relativamente a o meu
que
.

po

vista não tem de facto uma "abertura" que lhe permita dilatar-se,

as acompanhar de forma adequada, em


se assim se pode dizer, para

Também aqui sâo imen-


correspondência As indicagoes de que dispoe.

tudo o sou capaz de con-


sas, a perder de vista, ultrapassando que

ceber, as extensoes de tempo que me escapam, que a perspectiva que

E também aqui, se isto é


tenho deixa fora do seu Ambito, perde .

diz respeito A prôpria extensAo do tempo ,


a amplitude
assim no que

mais tratando-se dos dominios de


cresce ainda muito em
da perda
Pois as dimenstSes do que entAo se
nela se situaram.
realidade que

â multiplicagao das
trata ascendem a qualquer coisa equivalente

(como em 2.1.1.2 e
dimensoes da continuagAo da realidade no espago

dessas
2.1.1.3 se tentou focA-la) pela inabarcAvel multiplicidade

extensbes de tempo.
muito longas
não acompanhamento não
Mas por outro lado o campo de perda,de ,

Estende-se
se detem nessas extensoes de tempo ainda assim vastas .

extensôes mais pequenas .

mais perto,a

acontece ainda se forem so


Pois, vendo bem, exactamente o mesmo

ou cem anos as extensoes de tempo que


mente de quinhentos _duzentos ,

considero .

inautônticas de totalidade
A interposigAo de representagoes

na verdade o escondem— e,
que ilusoriamente dAo o passado, mas que

de traduzir, desenvolver a indica-


pcr outro lado, a incapacidade

tenho (de aceder ao que estA indicado, mesmo quando perce-


gAo que

se interpoem e
bo a natureza inautôntica das representagoes que

de forma adequada— nAo afectam apenas o passa


procuro perspectivar
extenso, verificam-se também relativamente
do remoto e imensamente

473
menos extensos e que tenho como relativamente
a tempos como esses,

prôximos .

do fenômeno da representagao espu-


Mas ainda aqui a percepgao

ria de totalidades do passado continua dominada pelo prôprio fenô-

detecta. E de tal modo que se queda muito longe de perce-


meno que

verdadeira dimensao o escondimento que na verdade impe-


ber na sua

ra.

ainda se tenha vindo progressivamente a eviden


Com efeito, que

é sô relativamente a tempos de dimensoes astronômicas


ciar que nâo

o fenômeno da representagAo inautêntica tem lugar, a perspecti-


que

compreender inacessibi 1 idade do


alcangada continua ainda
a a
va

tem fundamentalmente a ver com a inabarcabi-


passado como algo que

lidade de qrandes extensCes de tempo (como ainda são, por exemplo,

cem, duzentos anos).

omissa deixa ainda indeterminado o


É de facto compl etamente e

as extensôes de tempo mais pequenas , isto é com a


acontece com
que

constitui as extensCes de tempo reiativamen


queĩas cuja acumulagAo

te extensas cuja transcendôncia jA percebe.

um lado ao fenômeno de esbatimento dos limi-


Isso deve-se por

modo reiativamente ao espago, também relativamen


tes. Do mesmo que

naturalmente me encontro carac-


te ao passado a perspectiva em que

achar nela concretamente assinalado até onde


teriza-se por nAo se

de que disponho, onde acaba o seu alcance e


remonta a apresentagao
olhar nao chega. E, do mesmo modo
onde^cgmesa um dominio a oue o

relativamente ao espago, tambem relativamente ao passado esse


que

difusao do campo de apresenta-


esbatimento dos limites produz uma

uma propaqagao dele para além dos limites que propriamente o


gAo,

tal forma me compreendo numa abertura indefini-


confinam. Por que

verdade verA) muito mais ampla do


damente ampla, e na (como jA se

ef ectivamnete estou.
que aquela em que

normal este esbatimento dos limites faz que


E, se na situagAo

474
limitado,
acesso ao passado nao aparega concretamente
na verdade o

no acesso a extensôes de tempo relativamen-


de limites
a percepcao
li.it... a nao-demar-
deixa a vigorar o esbatimento dcs
te grandes
n3o se acompanha, em to
se acompanha e do que
do que
cagao definida
dessas grandes extensîíes.
d0 o horizonte para^asuém
verifica-se aqui o mesmo
e por outro lado,
Concomitantemente,
exame do
de "inércia" do ponto de vista ja evidenciado no

fenômeno
de to-
acontece com a interposi^ao de representagCes espdrias
que

considera^o da realidade no espago.


talidade relativamente
a

Explicando melhor:

de um miihao
exemplo, como a minha perspectiva
Ao perceber, por

esse tempo r.âo se dá. transcende o meu


como
de ancs e espdria e

natureza do acesso
nada se acusa relativamente a
de vista,
ponto
manifesta a dificul-
tenho ao tempo de um miienio; e quando se

que

miienio, nada se acusa reiativamente á pcsigâo


a um
dade do acesso

em que estou relativamente


de acompanhamento ou nao acompanhamenco

Ha uma esPecie de "inercia" do meu ponto de


de cem anos.
ao tempo
verificagao da sua finitude
vista, em virtude da qual se queda na

cada vez em causa ^ao_£as-


relativamente ás extensCes de tempo de

5§^_averiau.aSao_daJedlda_^^
deixa
a averiguagao de :ond_e_
„s^eĩMno^xtensos--i.e.
de totali
ocorrer a interposicao de represer.tacSes inaut'nticas
de

transcendente e estar escondida a multipli


onde deixa de ser
dade,
por assim dizer,
do tempo que se me indica (onde e que ,

cidade real
verda-
acompanhamento do tempo que jâ foi, um

tenho na verdade um

de efectivo acesso).
deiro estar-oom-ele em posigâo
mesmo regime de inter-
acontece e que exactamente o
Ora o que
de "recu-
e de incapacidade
posi9ao de represenzacaes inauténticas
por mais gue
ji £oi aparece semEre_de_nov_q
,

peragao" do tempo que


a dimensao de tempo
mais que estreitemos
reducamos o ambito, por

e ao mais prôximo do tempo em que


ate ao mais pequeno
considerada,

se estA.

475
A inércia mediante a qual fica em aberto, por determinar, onde,

"perde o pé" no contacto com o foi faz


por assirn dizer, se que que ,

de facto, percebendo-se a inautentic idade dos apresentados que se

tôm relarivamente As totalidades de tempo mais vastas (um milhAo,

mil, cem anos,etc.), se mantenham ainda assim em funcionamento re-

de totalidade relativamente a extensôes de


presentagoes espurias

tempo internas a esses todos (consoante os casos, respectivamente

de milénios, séculos, décadas, anos, meses, semanas,


representagôes

ate mesmo horas, etc ) —

representagôes espurias que, domi-


dias, e .

nando o oonto de vista, escondem o escondimento em que as multipli_

assim referidas de facto se encontram na posigAo


cidades temporais

de acessc em que me tenho.

Ora, tal como re lativamente a extensSes como a dos ultimos cem

anos, tambem re lativamente a 50, 20, H) ou 5 anos, e de facto tam-

bém relativamenre ao Ultimo ano , aos Altimos 4 meses ou ao último

mês hA na verdade um horizonte de escondimento —

e o horizonte de e;

condimenoo que hA e de grandes dimensôes .

X primeira vista nAo parece poder ser assim ou de qualquer mo-

do nAc se manifesta a medida em que o e. Mas pode-se pôr em eviden

cia a extraordinAria amplitude de que também aqui o escondimento s>

reveste .

Considero, por exemplo.o Ultimo mês, Ao fixar-me na considera-

gAo dele, o meu ponto de vista nAo tem a seu respeito nenhuma noti

de escondimento Este môs vivi-o eu prôprio, foi-me dado


ficagAo .
,

estA ainda "fresco" na memdria. S se quiser, posso desenrolA-io an

te os meus olhos— comegou assim, passou-se isto e aquilo, depois a

assim sucess ivamente 0 môs lembrado e o môs reai co-


queioutro, e .

mo se identificam por completo


ou, quando nAo , havendo alguma


que

falhas na memôria que de I e tenho, sAo de qualquer modo muito peque

nas , reduzem-se a um porte meramente lacunar as falhas que assim

tôm cabimento a seu respeito.

47ô
0 normalmente acontece com a notícia do mes que assim pas-
que

nâo me concentro nela. Ocasionalmente volto-


sou é, entretanto, que

-me, debrugo-me sobre essa notícia. Mas o que , mesmo assim, em re-

dessa forma é passar adiante, A


gra fago com ela, quando emerge,

de outras coisas que me ocupam.


consideragAo

se atentar no que nela tenho, encontro


Se o nAo fizer, porém,

também nela uma grande ambiguidade.

atendi o telefone um número indetermina-


Sei, por exemplo, que

almocei e jantei 60 vezes, que me deitei 30, que


do de vezes, que

muitas vezes mais, que me sentei e levantei


sai e entrei em casa

ainda maior, etc Mas nâo en-


desta secretAria com uma frequência . .

uma a uma, as vezes que me sentei A se-


contro estas 60 refeig3es,

cretAria e me levantei dela, etc Posso esforgar-me e consigo recu

mas fico sempre muito aquem daquilo que sei


perar ainda algumas,

que teve lugar.

E se por outro lado tentar reconstituir o mês, segui-lo no seu

dia peroorrendo o sucessi


curso, comegando pelo seu primeiro e que

restam como
vamente foi vivido, depressa compreendo que me apenas

trogos do que houve, emergindc aqui e ali, dispersa-


que pequenos

de horizonte muito mais vasto que jA nAo


mente, como clareiras, um ,

"
de reconstituir naquilo que comportcu. Do
sou capaz de" preencher ,

foi, a maior parte estA na verdade perdida para o meu pon-


môs que

vista jA transcende.

to de

sô essa enorme perda de conteudos, se assim pos-


Mas nAo é por

mês houve por essa incapacidade de


so dizer, relativamente ao que ,

as determinagdes que ef ectivamente obviaram nesse tempo,


recuperar

a apresentagAo do mês que naturaimente tenho disponível se re-


que

de totalidade. Poderia haver es


vela como uma apresentagAo espúria

conteúdos, essa como que dissolugAo da sua maior


se "esfumar"dos

mas forma tal que eu tivesse


parte num "limbo" de indistingAo, por

distensAo temporal que foi o mês em causa um acompanha-


da pr-apria
ma desse.
mento adequado , que

4-77
Mas nAo . Também aqui , se pura e simplesmente , sem atender a mais,

a MuragAo" que foi, a multipl icidade real do


procurar recuperar

fui sendo, o tenho de facto é um confuso dado de


tempo em que que

tempo relativamente extenso,


de tal modo que nAo se me apresenta a

dos momentos, da duragAo em causa, ou seja,


prôpria multipl icidade
conteûdo que se me oferece deixa fora de si (e,
de tal modo que o

estando ele dado, escondida, fora de acompanhamento) a su-


assim,

do mes vivi na realidade. Por mais que procure acompa-


cessAo que

nhar o tempo correspondente a um môs, ter uma visAo adequada da

mim, toda a sua amplitude, o in


sua multiplicidade , pCr perante em

tervalo que ihe correspor.de, fico sempre muito aquem de o conseguii

de facto nAo se consegue dilatar por


preso numa apresentagAo que

forma a abarcar essa totalidade de mcmentos .

encontro caracteriza-se
A siruagAo do ponto de vista em que me

da noticia que em si tem dc mês


precisamente por esta ambiguidade

fci. Por um lado, compreende esse mês, tem notícia dele —

de ta
que

o constitui transcende
modo que pode ]ustamente perceber que o que

dele tem. Pcr outro lado nAo consegue anular a trans


a noticia que

cendencii, nAo consegue alcangar isso de que tem notícia e, nesse

76
sentido, compreendê-Io verdadeiramente .

lativamente Altimo
Mas , entretantc, aquilo que acontece re ao

acontece tambem na verdade jA re iativamente A \iltima semana.


môs

modo vendo bem ,mesmo jA relativamente a um sô áia


E do mesmo ,

a0 meu dia mais recente: ao dia que agora mesmo passou.

reconstituir o curso das últimas vinte e quatro ho-


Se tentar

tenho sem dúvida um acompanhamento mais "fresco" e mais preci


ras ,

me estA dado do que aconteceu hA vinte e qua-


so do que aquele que

473
jA sei muito pouco ou quase nada de
tro dias, em relagAo ao qual

Mas, outro lado, vendo bem, nAo consigo ainda assim se


preciso. por

com muitos hiatos. Estou muito longe


nAo recuperar alguns trogos,

fiz, tudo vi tudo o


conseguir reconstituir tudo
o que o que ,
de

se passou comigo nestas vinte e quatro horas , comegando pelas


que

instante instante até A mesma hora


llh 45m de ontem, e seguindo a

de hoje, em que agora estou. E, para além disso, independentemente

esse tempo, nAo estou de facto também


dos conteiidos que preenchem

de o que é a duragAo de 24 horas a prôpria


em condigOes recuperar ,

"travessia do tempo" que isso constitui .

Passei vezes sem conta períodos de 24 horas , tenho experiôncia

Mas isso nAo me habiiita a ter na sua "dimensAo"


a este respeito.

considerado. Pcis a "travessia" de duragdes como essa— e


o período
faz-se na verdade com o mesmo An
duragSes muito maiores sempre

de ,

estcu agora (acompanhando de cada vez uma


gulo de abertura em que

extensAo de tempo mais prôxima e nAo tendo do demais


determinada

senAc representag3es inautSnticas da sua


tempo que jA se perccrreu

tal modo ter atravessado tempos de 24 horas ou


totalidade). De que

dc isso nAo constitui nunca uma autôntica sinopse


muito mais que

de Vivendo sempre a vinda de tempo e de mais


desses periodos tempo .

acompanhamento pleno do
tempo, essa travessia nunca proporcionou um

que passou, manteve sempre o olhar fechado no quadro do


tempo por

sô apresentagAo "hcrizon-
tempo de cada vez mais prôximc, ccm uma

tal" do tempo jA antes percorrido


ccm uma apresentagAo que fica

de um efectivo accmpanhamento dos diferentes momenros


muito longe
77
que o compôem.

além disso, aquilo que acontece com um dia acontece


Mas, para

numa outra medida, ainda re iativamente a uma ex-


tambem, mesmo que

hora passei
'

tAo como e a da ultima que


"pequena
.

tensAo de tempo

também, mais que A primeira vista nAo parega crí-


E assim por

relativamente aos últimos cinco minuto3.


vel,

479
Sei nos Ultimos minutos procurei por vArias vezes focar e
que

ter em evidencia a fuga e escondimento do passado, sei que escrevi

frases, que movi as mAos, olhei para a jane-


sobre o papel algumas

ia vi as horas ,
pensei num telefonema que aguardo a todo o instan

aquecimento estava a funcionar, ouvi distinta-


te, verifiquei se o

mente a chuva. Mas nAo encontro tal como foram (tenho jA, por as-

sim dizer, desvanecidas ) essas tentativas, ainda hA pcuco feitas,

escondimento do passado, nâo as consigo jA recuperar


de perceber o ,

frases escrevi (e
NAo tenho presentes jA quais propriamente as que

muito menos os diversos mcrrentos, as diversas fases da sua composi

a elas conduziu) NAo encontro os meus diverso:


gAo . do esforgo que .

as mAos e os demais movimentos do meu corpo. NAo encon-


gestos com

tro os meus olhares pela janeia e especi f icamente o que e que vi .

certo, desloquei até


NAo consigc determinar quando , ao me ao aque-

cimento, cuantas vezes e em que circunstAncias se me tornou distin

to o bater da chuva,etc.

E se, outro lado, procurar reconstituir os cinco minutos em


por

do seu primeiro momenrc (que nAo sei bem, de resto,


causa a partir

onde se situa), se tentar segui-ios no seu curso, passo a passo, c

mo foram, na mul tipl icidade dcs momentos e acontecimenros que ne-

dos cinco minutcs foram


les vivi, depressa ccmpreendo que que ora

restam como que "episôdios" soltos, emergindo aqui e ali


me apenas

de um "entre-eles" mais vasto, que de algum modo sei, mas que nAo

encontrc, jA nAo sou capaz de "reconstituir"


que
.

Mas mais ainda. Se atentar por sua vez nestes episôdios que

nAc estAo apagados, que ainda assim retenho, verifico que tambem

re 1 ati vamente a eles a apresentagAo que se me dA nAo recupera o a-

contecimento em causa, antes padece de uma especie de perda de ni-

'

tidez, d.e uma perda de elementos, de uma "contracgAo relativamen-

te ao de facto o constitui, ao complexo de realidade que repre


que

senta .

Tenho, exemplo, uma ciara perspectiva de me ter aproximadc


por

460
ver se estava a funcionar. Sei que foi uma sô
do aquecimento para

nAo sei situar exactamente na sucessAo de momentos antes


vez sô a

Procuro focar o mais precisa e o mais completamente pos-


e depois.
entAo fiz e fixo o que assim se me apresen-
sível a deslocagAo que

ta. Se, entretanto, me levantar de novo e me dirigir ao aquecimen-

entAo fcrgosamente mais ou menos tive de seguir,


to pelo caminho que

acontece, o conjunto de momentos e apresentagoes que corres-


o que

este movimento surge como algo de longe muito mais comple-


ponde a

xo, na diversidade de momentos e de apresentagges que inclui, que a

tenho da deslocagAo passada. Ou seja ,a apresen-


perspectivagAc que

fiz ainda hA surge


ao ser
tagAo que tenho da deslocagAo que pouco

ora fago, de uma deslocagAo que


confrontada com a experiência, que ,

teses é anAloga

como um nUcieo impreciso, desva


segundo as minhas ,

necido, de que estA ausente a maior parte da multipl icidade (tanto

de tempos, quanto de determinagoes ) que pertence a uma deslocagAo

estA em causa. t como se da deslocagAo realizada tives-


como a que

ficado qualquer coisa como uma sUmula, uma condensagAo


se apenas

da determinagAc fundamental que caracteriza a sua vivencia; como

de vArias dimensoes e com um grau eievado


se de algo de concreto,

ficasse sô qualquer coisa como um escorgo, uma ver


de complexidade,

E assim também relativamente aos outros episcdios


sAo contracta.

que retenho deste período.

isto acontece reiativamente As vivôncias concretas por


Mas que

nestes 5 minutos verifica-se também, mutatis mutandis,


aue passei
duragAo, ao prôprio intervalo de tempo de
no que concerne a prôpria

que se trata.

Sem duvida que cinco minutos nAo constituem uma duragAo muito

coisa que ate passa relativamente depressa, sem


longa mas qualquer

isso. Sem dUvida que acabo agora mesmo de atravessar um


se dar por

fiz aliAs incontAveis vezes antes . De tal modo


assim, como o
tempo

de tempos estas dimensoes. Mas,


que nAo me falta experiência com

481
outro lado, se vir bem, verifico que , apesar disso, nAo consi-
por

ter de cada vez uma perspectiva que acompanhe este intervalo em


go

toda a sua amplitude. Verifico que o efectivo acompanhamento de du-

cada consigo obter é de facto muito mais curto


ragAo que de vez .

intervalo de tempo correspondente a cinco nú


Comego a acompanhar o

icidade de tempo e mais tempo a que corresponde


e
nutos, a multipl

a meio caminho perco-me. NAo consigo acompanhar numa efectiva sinoj)

do tempo por cinco minutos a partir de um determi-


se a continuagAo

nado momento inicial. E se por outro lado seguir os diversos momen-

perder,a deixar de
tos na sua sucessiva adjungAo depressa comego a

ter ef ectivamente seguida, acompanhada, a multipl icidade que fica

para trAs desde o comego .

esteja de cada vez fechado num horizon-


ĩsto nAo significa que

te de dura'-Ao muito curta, aquém de cinco minutos. Tenhc sempre um

horizonte mais vasto , mesmo muito para 1A de cinco minutos na di-

Mas se tenho sempre um horizonte de tal ordem


recgAo do passado . ,

e se fago a travessia de cinco minutos (e de tempos ainda muito

mais vastos), se esse e um "atravessar o tempo" que sempre de novo

realizo, verifico como de facto, outro lado


(como agora mesmo) por

em cada momento dessa travessia tenho na verdade um acompanhamento

efectivo cons iderave lmente mais estreito, reduzido a um Ambito mui_

to 0 "alarga" o horizonte é uma forma peculiar de pers


pequenc .
que

de continuagAo do tempo para IA desse pequeno intervalo


pectiva

ef ectivamente se acompanha, uma perspectiva que , parecendo dar-


que

tambem desse verdade


-me um acompanhamento adequado tempo, na vô-o,

se assim se pode dizer, como que "de longe", numa ôptica de sUmula,

de em tudo correspondente Aquela que se verificou donũ


contracgAo,

vivencias. De tal modo hA mui


nar na retengAo das prcprias que uma

to signif icativa perda da mul tipl icidade de que realmente se trata

5 minutos
jA no prcprio intervalo correspcndente a esses escassos

--e, maioria de razAo, em intervalos maiores.


por

A "condensagAo" , a perda da multipl icidade temporal e do que a


cresce muito signif icativamente na passagem para o \iltimo
preenche

de hora, e a fortiori na passagem para a Ultima meia-hora,


quarto

mais a \iltima hora, para as Ultimas três,


e muito na passagem para

doze horas ou o Ultimo dia, etc . .

seis, ,

nAo se perde sô porque é apeado e substituído, se as


0 passado
em estamos —

quer dizer, porque fi


sim se pode dizer, na posigAo que

tr As deixa de ser presente . Poderia acontecer assim e man-


ca para ,

notícia
"
incôlume" do assim apeado Mas nAo 0
todavia
.

uma
.

ter-se

também porque, ao deixar de ser presente, ao con-


passado perde-se
noticia, o aconrpanhamento do que assim fi-
verter-se em passado, a

ca para trAs em larga medida se desfaz, se apaga.

Muito mais do que natural e desprevenidamente alguma vez supo-

deste modo na contínua modificagâo que em mim e no que tenho


nho, ,

se vai sobrevém tambem, mesmo relativamente ao mais


faz o tempo que ,

continuo apagamento do real com que estive em contacto,


recente, um

crue foi "do" meu ponto de vista.

escondimento do passado "aperta-se"deste modo até ac


0 abissal

mais prôximo. NAo sAo de maneira nenhuma apenas os tempos remotos,

revela escapando-se-me em recusa. 0


é o tempo mais imediato que se ,

de escondimento re 1 ativamente ao passado comega logo directa


campo

mente antes de onde estou e estende-se a partir daí, em crescendo,

no sentido do passado mais remoto.

também nAo é sô porque assim faz estreitar o


Mas, finalmente,

do percepgAo des
"cerco" do escondimento no horizonte passado que a

te volume de perda (de incompletude do acesso) no prôprio dominio

foi modifica o panorama, a situagAo de acesso em


do mesmo
crue aqora

Resulta dela ao mesmo tem-


que nos vemos re I at ivamente ao passado.

483
transf iguragAo das prôprias dimensoes do escon-
po,na verdade, uma

dimento relativc As extensoes de tempo mais vastas, que a partir da

apresentam ainda mais inabarcAveis do que jA antes.


qui se

do verificou na relagAo entre espagos mais


X semelhanga que se

e maiores a inibigAo de representagoes inautônti-


pequenos espagos

cas de totalidade relativamente aos tempos mais breves constitui urr

factor de expansAo relativamente As duragoes mais longas (que cor-

respondem a muitas, a inabarcavelmente muitas vezes esses tempos),

da respectiva amplitude. Uma vez


fazendo modificar a compreensAo

sô em cinco minutos, passo a ver de modo


percebido o que me escapa

do me escapa numa hora Percebendo esta,


diferente a amplitude que .

passo a ver de mcdo diferer.te a amplitude do que me escapa em cor-

dia; e percebido isso, passo a compreender de mq


resocndência a um

do completamente diferente o volume dc escondimento correspondente

a uma semana

e assim em mui tipl icagoes sucessivas, a partir das

com um novo e ainda mais esmagador vulto as exten-


quais emergem

decadas a seculos, a milenios, a


sces de tempo correspondentes a ,

milhôes e biliôes de anos,etc.

analisar o problema das representagôes


Tal como se apontou ao

dos horizontes de continuagAo da


espUrias de totalidade a respeito

reaĩidade no espaco, tambem aqui , para se suprimir a interposigAo

ces e necessAria a satisfacAo de dois requisi-


de tais representag ,

lado, e necessArio que o reconhecimento dc campo de es


tos. ?or um

dos horizontes temporais mais prôximos


condimento se faga a partir

e de mais curta duragAo (os dltimos minutos), perspectivando a par

escondimento relativo aos intervalos temporais mais ex-


tir deles o

Dessa forma impede-se que ac de-


tensos, numa focagem ascendente. ,

tectar-se o fenômeno das representagOes espdrias de totalidade e o

essa detecgAo directamente sobre os horizontes temporai


perando-se

extensos, se mantenham em funcionamento representagdes inaute


mais

ticas re 1 ativamente aos horizontes internos que constituem partes

aos quais a inautent icidade da representagAo


daqueles em relagAo

434
se tem é posta em evidência.
que

requer-se que essa focagem ascendente seja


E em segundo lugar,

saltos para que se tende na passa-


procrressiva e esteja atenta aos

dimensAo para os horizontes mais vas-


dos horizontes de menor
gem

multipl icagAo do jA muito am^lo que


tos, ou seja A ^rr^nrdl^ i a
A transigAo do campo de escondimento correspondente a
corresponde
escondimento relativo a um quarto de
o campo de
cinco minutos para

relativo a uma hora, e deste para o cam-


hora e deste para o campo

deste vez o cam-


horas e por sua para
po correspondente a algumas ,

a um dia— e assim sucessivamente numa imensa mui


po correspondente
abrindo abismos e abismos de a

tiplicagAo do que nAo se acompanha,

decadas, sécuios, mi-


bismos, que se estendem em correspondência a

NAo tendo em aten


lénios, milhSes e biliôes de anos de passado . se

extraordinAria amplitude dos campos de


a
gAo tudo isto, perde-se
aos intervalos mais vastos e, mesmo
escondimento correspondentes
extensces maiores nAo sAo de fac
percebendo-se de algum mcdo que as

da transcendencia desses do-


to acompanháveis, a prôpria apercepgAo
de
mínios mantem-se sujeita A influéncia de representagoes espúrias

de se aperceber das extraordir.Arias


totalidade, ficando muito aquém

De tal modo que deixa ainda a subsis-


dimensoes de que se revestem.

amnlo escondimento do escondimento , da incompl etude ,

f- um mu^to
?8
H
de facto reina re lativamente ao passado.
que

de focagem nAo dis-


produzir-se este esforgo
Mas ainda aqui ,
ao

prolonga, nAo
das dimensoes em que a extensAo do passado se
torcida

o inconcebíveĩ volume do campo


se estA inteiramente desperto para

decisivo que im
de escondimento que lhe corresponde. HA um aspecto

introduz mais um fac-


escapa e cuja consideragAo
perceptivelmente
tor de multiplicagâo das dimensoes desse campo .

Na verdade, se a perda, a retengAo do meu ponto de vista rela-

tivamente ao real jA tem as dimensoes referidas no horizonte daqui

lo ocorreu na minha prôpria vida (daquilo que eu mesmo de al-


que

mcdo tive e se passou no meu "pequeno mundo"), muito maior se


gum

revela ela se, em conformidade com as teses que naturalmente sigo,

todo o vasto mundo da totalidade daquilo que foi nos


perspectivo

diferentes momentos do passado, nas dimensSes imensas em que este

se estende. Esse mundo tem a cada instante as dimensSes esmagado-

ras da ordem das que se procuraram pôr em evidência em 2.1.1.2 e


,

2.1.1.3. Mas ,
além disso, a mudanga de tempo multiplica pelas di-

imensidAo inabarcAvel do que hA a cada


mensôes do prôprio tempo a

instante .

Assim, se é jA muito s igni f icativa a margem de escondimento cor

Ultimos cinco minutos que vivi muito mais signifi^


respondente aos ,

cativo & o escondimento correspondente a esses cinco minutos nas

vidas das diferentes pessoas que conhego; e muito mais extraordinA

rio ainc.a reiativamente A totalidade daquiio que durante esse tem-

aconteceu na cidade em que me encontro; e incomensuravelmente


po

mais inabarcAvel se passar a considerar o que em todo o pals teve

nesses 5 minutos; e ainda mais inconcebível ao ter em vista


lugar

5 minutos todos
ern_ toda
a Europa; e esses em os
esses 5 minutos

continentes; e em toda a superficie da terra; e no todo desta, etc

etc . .

Mas , se istc e assim, por outro lado ainda muito mais esmaga-

do nAo-tido nAo for esse o interva-


dora se torna a perspectiva se

lo de temno considerado mas sim as ultimas 24 horas . E ainda muito

considerar a Ultima semana. E muito, muito mais


mais esmagadora se

a estar em causa o Ultimo mês . E ainda muito mais se pas


se passar

sarem a estar em causa os ûltimos 6 meses, o \iitimo ano ,


e os lilti

79
mos 10 anos

e assim sucessi vamente .

Considerando assim

e sô assim, em simultAnea redugAo das re-

436
de totalidade relativamente A continuagAo da
presentagOes espvlrias
e relativamente As dimensoes do tempo, se con-
realidade no espago

que se tende na perspectivagAo da rea


segue inibir a distorgAo para

consegue anular o escondimento do escondimen-


lidade do passado, se

tende a impor

o volume dc campo de escondimento que


to que nela se

logo partir do mais prôximo, do


se abre na direcgAo do passado, a

mais imediato que vivi, e que se estende por toda a


"agora mesmo"

ic idade do em mim e para além de mim houve


inconcebível multipl que

remoto, atinge proporgOes verdadeiramente inabarcA-


no passado mais

relagAo As quais é quase nada


veis, incrivelmente esmagadoras ,
em

ef ectivamente sou capaz de acompanhar na minha perspec-


aquilo que

tiva .

no acompanhamento daquilo que jA foi e em


Com esta subtracgAc

importante de elementcs do meu mundo


Drimeiro lugar um conjuntc

se me subtrai e mantém encoberto.


que

do mais, em relagAo a mim prôprio, no muito grande


Isto, antes

horizonte do meu passado— que ,


vendo bem, a despeito de tudo aquilo

descubro se me esconde Se me concentrar


de que tenho memôria, que .

ter ante mim, de o ver claramente no que foi, ccnsi-


a procura de o

dUvida, muitos momentos do seu curso. Mas , vendo


go levantar, sem

(e episôdics que para alem do mais, te-


bem, sAc apenas episÅdios ,

deles tambem deixa escapar a


nho numa apresentagAo abstracta, que

imensa muĩ tipl icidade a que correspondem) num hcri-


maior parte da

mais vasto nAo se me dA, se me mantem


zonte incomparavelmente que

este horizonte em perspectiva a partir do que


escondido. Se ponho

nos \iitimos momentos que ora foram


verifico jA escapar-me apenas

dimensAo do esca-
partir daí a forma como a que me
e'se projecto a

ultimos 10, 20, 30 minutos, ao Ulti


se alarga re lat ivamente acs
pa

487
mo dia, As \iltimas semanas, e assim sucessivamente até ao ûltimo

dele vArios meses e para um ano, dele para vArios anos e


mês, para

destes décadas, o campo de escondimento que passa a desenhar-


para

mesmo nAo vA além de três décadas, apresenta-se nAo obs-


-se , que

coisa imensa e inabarcAvel —

como algo que por


tante como qualquer ,

mais que procure coligir o meu passado, alargar o acompanhamento

dele tenho excede esmaqadoramente o meu ponto de vista, dei-


que ,

xando fora de alcance a maioria de tudo aquilo que nele houve .

De tal modo que , se quiser verdadeiramente ver o que foi a mi-

nha vida até aqui , nAo encontro senAo um amontoado de fragmentos,

punhado de contrastes (que vivi aqui e ali, moran-


organizados num

do nestas e naquelas casas, que até um determinado momento e a par

convivi mais ou menos permanentemente com estas ou


tir daqueloutro

de me lembro, que segui este e aqueie percurso


aquelas pessoas que

estive neste naqueĩe lugar


escolar e prof issional , que nunca ou ou

coisa, etc ) Mas a cada um destes aspectos que


fiz esta ou aquela . .

assim sei do meu passado corresponde um horizonte de dias e dias,

meses e meses, anos e anos, que , procurando-o , se mantém fora da mi

nha persoectiva

que nAo consigo encontrar nem na extensAo que e-

fectivamente teve (no que fui eu a passar por todo esse tempo) nem

nas determinagces da realidade que em todo esse tempo por mim foi

vivida. De dias e dias, meses e meses, e mesmo de anos e anos,não

nada de quaiquer modo


consigo recuperar abso iutamente
— -

ou enccn

tro muito pouco. Pcr mais que procure, assim,o meu prôpric
apenas

nAo consigo recuperar dele senAo trogos dispersos, subsis_


passado,

tem esses grandes intervalcs sem preenchimento ,


que tendem a pas-

na verdade constituem a maior parte. De


sar despercebidos , mas que

facto nAo consigo sequer acompanhar ef ectivamente o que foi durar

cerca de 30 anos, o que foi eu viver todo esse tempo .

Vendo bem tudo isto, a "posse" evidente do meu passado, em que

normalmente me sinto constituído, sofre uma perturbagAo


e o que e\

mesmo fui emerge como algo em grande parte indisponivel , que me es-

468
modo um escondimento nâo de qualquer coisa a
Emergindo deste
capa.

mais ou menos remota, mas, por estranho e inadmissível que


lheia e

colossal escondimento de mim mesmo relativamente ao meu


um
parega,

de vista.
ponto
isto é assim relativamente a mim mesmo e ao meu passa-
Mas, se

lativamente aos sessenta e tal anos da


do, e-o ainda muito mais re

pelo menos, sô tenho a-


vida dos meus pais, a que em grande parte,

cesso por relatos soltos.

dos de noventa a-
E é ainda muito mais assim a respeito cerca

nos da vida dos meus avôs.

de escor.dimento abso lutamente a per-


Também aí se abrem campos

inacessível o tempo que cada um deles


der de vista, mantendo-me

assim por em evidencia um aspecto


foi— e ao dizer-se procura-se

tudo isto, salta aos olhos, com estranheza: que


que, ao considerar

eles foram traz de algum modo (mas em todc


nAo ter esse tempo que

indespedíve 1 que nAo se deixa elimi-


o caso de um modo efectivo, ,

facto barreira) nAo os ter a e les— um es-


levanta de uma
nar, que

condimento de_l_es_pr ôpriqs .

me o
Ao mesmo tempo, sAo também todas as apresentagoes por que

dele e através das


riento a respeito do passado, quando me ocupo,

parece dispor de um acesso a ele, que emer-


quais naturalmente
me

Apresentagdes como "o secu-


gem a uma luz compl etamente diferente.

"a idade media" "o império romano", "a ci


lo XIX", "o secuio XV", ,

egipcia", "o paleolitico superior", e mesmo apresentagoes


vilizagAo
mundial", "a revoiu-
de Ambito mais restrito ccmo "a segunda guerra

de D.JoAo II", "o tempo de Cristo", etc


francesa", "o reinado
gAo

no carActer ilusôrio da sinopse que naturalmente pa-


evidenciam-se
do de
recem fornecer e na extracrdinAria amplitude da perda, campo

grande acumuiagAo de
escondimento que te-las, mesmo que com uma
^da
a seu respeito, de factc deixa subsistir.
dos, de conhecimentos

se desga a uma especif icagAo ,


circunscrevendo o
E por mais que

á&^
o formidAvel, inconcebivel excesso das realida-
Ambito, o excesso,

como se indicam, mantém-se nAo somente em relagAo


des do passado,

tudo o fica fora do Ambito circunscrito , mas para além diss o


a que

diz respeito a ele. Sendo jA em relagAo a mim e a0


também no que

o mais prôximo, tâo ampla a margem de escondi me;


meu passado, mesmo

to limita o meu acesso, é-o a fortiori em relagAo a qualquer o:


que

tro foco do passado correspondente aos outros que aí foram e cres-

desmedidamente na multipl icagAo inabarcAvel desses foccs. Mes-


ce

de todas as apresentagQes de
mo supondo condigoes ôptimas acesso,

mais abrangentes que paregam ser, cobrem na ver-


que disponho, por

dade Ambitos fragmentArios , episôdicos


pequenas bolsas num


apenas

de escondimento de dimensaes inconcebíveis .


E, para além di^
campo

so têm um carActer" inf initamente" condensado relativamente As mu_l

reais de tempo e de determinagôes a que se referem,


tiplicidades

deixando fora de si a esmagadora maioria delas.

uma indicagAo nAo actualizada do horizonte do


Quer esteja com

oassado, em alheamento re lativamente a ele, quer essa indicagAo se

(em focagens abrangentes e "informadas


actualize e foque o passado

nele teve lugar) em todo o lado, mesmo naquilo que fc


daquilo que ,

de escondimentc —

e o excesso dos domínios de rs


co, pululam campcs

ef ectivamente acompanho é sempre


lidade em causa sobre aquilo que

esmagador, irrepresentAvel .

tal modo nAo é sô no horizonte espaciai que o campo de


De que

tem uma conformagAo caprichosa, irregular, que c fení


apresentagAo

do esbatimento dos limites disfarga, "arredonda" —

por tai foi


menc

como se a conformagAo do campc fosse a


ma que nos perspectivamos
clareira A volta, com 1 im:
de qualquer coisa como uma grande ncssa

sAo distantes e nAo estão a vis-


tes que em todas as direcgGes nos

def inidamente situados em parte nenhuma. Tambem no que diz


ta nem

respeito ao horizonte do passado o que ef ectivamente tenho comigo

sAo bolsas de acompanhamento, "filamentos" de tempo i


apresentado,

aqui ali, horizonte a que nAc te-


de realidade acompanhada, e num

40Q
Û-i

nho acesso. E isto de tal modo que esse horizonte de opacidade co-

de mim— no passado mais recente, e no meu


mega logo muito prôximo

dimensôes inabrangiveis pela realidade


se estende em
passado— e
vida e no tempo anterior a ela. Numa
passada fora da minha prépria
A amplitude do sou
extraordinAria desnroporgAo relativamente que

cresce cada vez mais extraordinariamente


capaz de acompanhar, que

tempo e mais amplos sAo os domínios do


quanto mais distantes no

ínfimo, o acompanhamento que se tem deles.


mais esparso,
passado, e

DiscussAo prelinũnar
2 1.1.7 n_ahi_smo_de __escondimentp_dg_FUTURO.
da sua natureza peculiar domlnio de real idade .Des- como

dos fenémenos que ocultam o escondimento que


c 0 nstrugAo
A antecipaggo do futuro— anAl ise
^ĩna a respeito.
seu

^ gmTstnituraJ), caricter escondido-do futuro antecipa-


da destruigAo de todas as representa-
HrT^T^rspectiva
c ee s espUrias Condigoes para uma apercep-
de totalidade.
campo de realidade correspondente
nâo distorcida do
gAo
natural do futuro
ao futuro.A fracrilidade da antecipagao
do seu modo de escondimento : o futuro
e a
peculiaridade
"
como 6'n\c\rtv" .

dc escondimento que se revela ao conjugar


E esta a amplitude

real e o horizonte do tem-


o horizonte da continuagAo do no espago

estcu.
po que hcuve antes daquele em que

E o assim se perspectiva tem jA uma dimensAo esmagadcra,


que

propriamente tenho acesso surge


ante a quai o campo daquilo a que

como um infimo enclave.

é assim, outro lado, por mais compieta que se


Mas, se isto por

do esbatimento dos
respeito desses horizontes, a supressAo
ja jA, a

de totalidade, rei
limites e a supressAo das representagdes espUrias

reconhecimento daquilo que se es-


lmente neste
na ainda imperceptive
de limite, um complexo de represen-
conde um fenômeno de apagamento

totalidade, subtraem A vista um Ambito, na


de que
tagôes espiirias

191
nAo esmagador e nAo menos escondido, de continuagAo
verdade menos

realidade 1A do que me estA imediatamente dado


da
.

para

Esse Ambito é o do f uturo .

todos os seus momentos o complexo de


NAo cabe aqui analisar em

esta nogAo Trata-se de mostrar


problemas que corresponde a .

apenas

também "deste lado" do tempo se abre para o ponto de vista u-


como

fronteira, e de pôr em realce os fenômenos que impedem que essa


ma

na plenitude do seu porte,no abismo de escondi-


fronteira aparega

também nela confina com o campo da apresentagAc que na


mento que

verdade temos disponível.

futuro e a possibi 1 idade de ne 1 e tambem haver urn


Se considero o

de escondimento de dimensoes esmagadcras , para que , no modo


camro

tendo a ver, nAo estou alerta, duas


como normalmente vejo e sempre

dificuldades se suscitam que parecem por em causa essa possibili-

dan.3 .

A semeihanga do que acontece com o passado, tam


?or um lado, e

do futuro nAo se trata propriamente de uma realidade


bem no caso

forma se encontre a ter lugar ,e que estando a pas-


que de a.lquma ,

ao alcance do ponto de vista. Aquilo que será. ainda


sar-se, escape

nAo em cada momento em que se estA, nenhuma realidade. Consti


tem,

tui antes cualcruer coisa que justamente ainda nAo é —

e que ,
pcrtan

do termo nAo estA, nAo pode estar escondi-


to, no sentido prôprio ,

da .

Por outro lado, uma segunda dificuldade diz respeito a esse a-

do futuro como dominio de escondimento e levan-


leoado apagamento
ao contrArio do que se sugere ao falar-se
ta-se por parecer que ,

do futuro como campo de escondimento o escondi-


de um apagamento ,

mento do futuro e algo que desde sempre jA se sabe , é naturalmen-

4^2
mesmo trivial, que nAo constitui nenhuma no
te um dado adquirido e

de vista em que habitualmente se estA.


vidade para o ponto

Consideram-se em primeiro lugar estas dif iculdades , para, depois,

de escondimento" (a esmagadora frente, muito pa-


examinar a "frente

concebe) que o.horizonte do futuro na


ra 1A do que naturalmente se

verdade encerra.

dificuldade, se de facto no mo-


No que diz respeito A primeira

encontro a realidade do futuro ainda


mento em que de cada vez me

ainda nAo "veio si"— e se, neste sentido,


nAo estA constituída, a

ele nAo existe (o que tem


o futuro propriamente nunca é, prcprio

senAo de cada vez um presente novo, que advém, que se


lugar nAo e

ccnstitui senAo a expectativa que se tem


levanta— e o futuro nâo

antes de ele se dar, a posigAo em que aparece quan-


desse presente

ainda não e)— por outrc ladc, mesmo sendo assim, es-
do justamente
domínio do presente que ainda nAc
com ela, esse
sa expectativa e,

é qualquer coisa que jA estA a fazer diferenga na


e (ainda a vir) ,

nos achamos É qualquer coisa que desse


abertura As coisas em que
.

forma peculiar campo de continuagAo


jA estA constituida
e um
modo

me tenho, tAo integrante dela e tAo importan-


da realidade com que

te comc os outros .

nAo constitua uma realidade que em si prôpria jA e


Conquanto

é, o futuro tambem nAo se reduz a nada, a um inteiramen^


aquilo que

como tai tambem r.Ao pode estar escondido ( nAo pcde


te nada que ,
,

tem falha
constituir algo em relagAo ao qual o ponto de vista uma

de acesso ) .

coisa de prôprig, di-


0 futuro constitui um horizonte, quaicuer
"

ainda nAo sendo, jA impende vem al"


ferenciado— que, mesmo sempre ,

jA dispor de um dominio, de um acesso,


e em relagAo ao qual posso

de nAo-acompanhamento de
ou, peio contrArio, estar numa situagAo ,

"cegueira" .

O acontecerA no resto da minhs. vida, por exemplo, e quaiquer


que

todo todo ainda nAo e, ainda nAo estA


neste momento de em
coisa que

4^3
constituida. Tal nAo impede,. porém, que isso seja na verdade irre-

dutível a. um absoluto nada, que isso constitua uma "frente" de rea-

lidade em relevo no meu horizonte, uma realidade dif erenciada, di£

tinta de outras ,
com o seu carActer e o seu peso prôprios no campo

de realidade em que me movo . E tal nAo impede também que em rela-

isso, a isso que virA, o meu ponto de vista possa estar ou nu


gAo a

ma posigAo de acompanhamento , de prévio domínio das determinagoes

serAo as suas ou, pelo contrArio, numa posigAo de escondimen-


que ,

to, numa posigAo tal que isso se mantém inacessível e o futuro pa-

ra vou é qualquer coisa que a minha perspectiva nAo cobre, nAo


que

, A
82
tem reve lado .

No toca A segunda dificuldade, naturalmente que nada hA mais


que

trivial dc este esccndimento daquilo que serA (tantas vezes e


que

linguagem "ninguém sabe


de tAo diversas fcrmas expresso na comum

c dia de amanhA" ,
"o futuro a Deus pertence", etc.).Tudo isto cons

titui mesmo um lugar-comum. Mas de facto, a despeito de tcda a ccm

oreensAo aue ccmummente se tem (e com que de algum modc sempre se

estA) de assim é, a verdade disso é aigo para que o meu ponto


que

de vista no seu curso normal nAo estA desperto . Esse reconhecimen-

carActer escondido do futuro corresponde normaimente


to vulgar do

atenas a um distraidc saber que é assim, a uma perspectiva que na

verdade nem chega propriamente a olhar para o futuro e fica muito

distante de uma apercepcAo viva, aguda, desse escondimento e da am

do de que se reveste. De tal modo que também aqui


plitude, porte ,

nAo obstante esse reconhec imento , essa tese corrente sobre a in-

sondabi 1 idade do futuro, nAo tenho nenhuma real apresentagAo de es-

condimento, nenhum efectivo confronto com ele.


desta forma se reconhecem as incer
Assim, antes do mais, quando

tezas do futuro, tudo o que ele tem ds imprevisível e a impossibi-

se esta, de arredar esse seu encobrimento , o que na


lidade, em que

tem um carActer tal que por um lado, compre


verdade se perspectiva ,

de nAo se pode saber exactamente o que acon-


ende a apercepgAo que

tecerA na continuagAo do tempo (i.e. que muito provavelmente acon-

nAo e nAo se podern prever na situa-


tecerAo coisas que se preveem

em se esta) Por outro lado, coequaciona-se tam


gAo do presente que .

1 idade de excluir absolutamente que mesmo no que


bém aí a impossibi
,

de algum modo jA podem ser previstos e


tcca Aqueles aspectos que

tudo se venha a passar afinal de modo diferente daque-


se preveem,

com que se conta.


le que é previsto,

Ora na realidade acontece que esta habitual compreensAo do des-

conhecimento do futuro coexiste com um conjunto de antecipagoes d_o

sô parcialmente, e de forma bastante res-


gue nele terA luqar que

De tal modc de
trita, estAo coarctadas pcr essa compreensAo .
que

perspectivagAo do futuro para


facto se está inexpl icitamente numa

comc algo que fundamentalmente jA se sabe, jA


a qual este figura

um dominio verdadeiramente nAo sabido, inaces-


se»vê" e nAo como

"a zero".
sivel e em relagAo ac qual se esteja ef ectivamente

ate medite a incerteza que


Assim, por muito que compreenda e

seu respeito, nAo tenho habitualmente uma perspectiva neu-


paira a

tra em reiagAo ao futuro "para que vou" ,


ou seja uma perspectiva

incerteza, a um estar inteiramente


correspcndente a uma completa

"em branco' acerca dele. NA6 : ainda que de uma forma implicita

sem o que assim se perspectiva constitua


(sem que pense nisso, que

me detenha, em que o meu olhar incida), reina uma an


aigo scbre que

vivo ate aqui, e de que


tecipagAo de que depois ainda estarei como

se mantera assim ainda um tempo considerAve I ,

este estado-de-coisas

de continuarA a haver pessoas ã minha


reina uma antecipagAo que

se manterA a sucessAo dos dias, meses, a


voita, como ate aqui ,
que

mais ou menos o conjunto das realidades que me


nos, que persistirA
sAo famil iares ,
etc . .

difícil de fixar exactamente o conteUdo deste con-


É complexo e

(mesmo porque em muitos aspectos nAo tem uma


junto de antecipagOes

precisa, sobretudo pelo


determinagAo inteiramente definida, mas seu

nAo temAtico) .Mas grosso modo pode dizer-se que


carActer implícito,
A perspectivagAo de persis-
antecipagAo vigente corresponde
uma
a

tôncia das coisas no futuro ,


sensivelmente iguais Aquilo que foram

perspectiva que estA como que confirmada, reforgada pe


passado

no

caracteriza todo o passado


la homogeneidade que justamente percor-

ridc até ao mcmento em que se estA, i.e. peio factc de a antecipa-

dessa continuagAo das coisas que antes jA havia re lativamente


gAo

entâo ainda era o futuro ter sido preenchida, verificada na


ao que

exoeriência da realizagAo desse futuro(agora jA descoberto, jA pas

sado ) .

estamcs dispostos, de que hA uma


ũ reconhecimento j a que sempre

imorevisibil idade do f uturc ,


e de que mesmo re lativamente aos as-

pectos que parecem mais certos em liltima anAlise nAo e possivel ex

cluir absolutamente que o que se preve nAo se venha a confirmar na

realidade, deixa de facto completamente intacto este nUcieo de an-

jA dominam a nossa perspectiva.


tecioagîes inexplícitas que sempre

Ao ol'nar a ordxima semana, o prôximo mês, o prôximo ano , a con-

cada desses apresenta-se sem dU-


tinuagAo da minha vida, um campos

vida como algo re lativamente ao qual hA em mim algum desconhecimen

to, sim, e mesmo uma margen de desconhecimento relativamente ampla

Mas domina de facto em mim a evidencia de tudo isso como uma con-

tem sido, preenchida por acontec imentos epi-


tinuagAc daquilo que ,

ainda desconhego, mas que no fundo nAc equivalem senAo


sôdios cue

de modalidades de especif icagAo concreta dessa na


a multipi icidade

desse conteddo fundamental de continuagAo, a partir do qua


tureza,

verdade vale como sabido, dominado


o futuro estA apercebido, e na

jA pela perspectiva de que disponho.

496
tematicamente predomine o reconhecimento
Assim, por mais que

estA o f uturo no piano nAo-temAtico subsis


do escondimento em que ,

de saber a seu respeito, que , pelo facto de ser


te uma perspectiva
deixa na verdade de se impor e de conformar o mo-
inexplicita, nAo

"ai vem"
vejo aquilo que
.

do como

isto. Com efeito, nAo acontece apenas que coexis


Mas nAo somente

um reconhecimento de ignorAncia (de nAo-


tam na minha perspectiva
de saber re lativamente ao fu
acesso) e por outro lado uma presungAo

turo__como se estes dois aspectos pura e simplesmente se sobrepu-

mutuamente Pelo contrArio. HA uma arti-


sessem, nAo se afectassem .

E essa articulagAo nAo e tal que dela resulte


culagAo entre ambos .

da de escondimento reiativa-
de algum modo um predomínio apercepgAo

funciona antes de tal modo que nAo obstante o seu


mente ao f uturo ,
,

carActer implicito e discreto, e a antecipagAo positiva do que serå,

e o saber do futuro que prevaiece em nds sobre a perspectiva qus se

do seu encobr imento A tal ponto que esse sa-


cpacidade,
.

tem da sua

absorve em si o reconhec imento do nAo-ter,dc escon


ber enquadra e

o futuro se acha.
dimento em que

(e tanto quase nAo se


Por discreta, por inconspícua que seja que

se acha estabeiecida constitui de


dA por ela), a antecipagAo que

um conhecimento fundamental do que serA,


facto qualquer coisa como

de vista e nele se incul-


meu ponto que
profundamente arreigado
no

acompanhamentc um saber fundamental .

ca como dandc do futuro jA u.m ,

tctal ausência de perspectiva e o futuro e


NAo somente nAo hA uma

tem a vista, peio menos nalguns


algo que de algum modo jA
se
antes

verdade os as-
nAo despiciendos ,
mas ,
para alem disso, na
aspectos

assim se inculcam como jA estando "cobertos", apercebi-


pectos que

se tem do f uturo
dos, constituem de facto, na perspectivagAo que ,

da
o nUcleo do que e decisivo nele, o quadro fundamental sua natu-

1 ativamente ao qual aquilo que ainda


haver A re

reza, daquilc que

se desconhece e ainda estA em aberto tem o carActer de um conjunto

de tal modo que o seu des


de especificagôes no Ambito desse quadro ,

497
conhecimento é sentido de facto tambem no regime da lacuna dentro

de um horizonte globalmente e no essencial jA dominado.

Tem-se deste modo uma nogAo de que falta saber muitos aspec-

tos do futuro (o que se passarA na prôxima semana, em todo o mês

vem, daqui a um ano etc .


) e percebe-se que nAo hA qualquer pos
que ,

sibilidade de conhecer antecipadamente isso, que pertence A nature

za das coisas que tal permanega e tenha de permanecer oculto até

de futuro converta realidade. Mas


que justamente deixe ser e se em

futuro é de facto reduzida


esta inequívoca restrigAo no acesso ao

no seu alcance, relegada para um plano secundArio, postergada pela

do saber fundamental que jA se tem a seu respeito, de


perspectiva

tai modo que olho o futuro e vou na sua direcgAo, a caminho dele,

assim me encaminho, e de que tenho apercep


sem que aquilo para que

ef ect ivamente me aparega como um campo de escondimento que


gAo, ,

sou cego.
desconhego, para que

0 enraizamento deste saber do futuro é tAo profundo que , mesmo

considerando a questAo, sou levado a reconhecer que os prô


quando,

aparentemente podem ser e sAo obiectc de ante-


prios aspectos que

Altima anAlise nada têm que os garanta absolutamente


cipagAo em ,

nAo havendo nenhum meio de anular a possibi 1 idade de subitamente,

de uma forma inesperada, tudc , mesmo o mais certc, passar a ser de

outro mcdo (a vida nAo continuar, a luz desaparecer de vez, deixa-

rem de ser coisas que antes sempre foram), a evidência de que tal

constitui ef ectivamente uma possibi I idade tende a nAo mudar , a nAo

afectar minimamente a antecipagAo de uma continuagAo mais ou menos

iouai do que jA foi, de tal modo que e com ela que o ponto de vis-

ta na verdade conta e de tal modo que o futuro e vistc ccmo se es-

sas outras poss ibi 1 idades de facto em absoluto nAo subsistissem e

a total continuagAo das coisas (a vida nAo terminando amanhA ou hc

tAo depressa, e as coisas no fundamental sempre tai qual c


je, nem

) fossem totalmente certas.


mo as conhego, etc .

498
modo, se a primeira vista parece estar-se sempre jA ple-
Deste

futuro constitui um domínio de escondimen-


,nte
namei a par de que o

de escondimento estA em grande rnedi


to, na verdade essa apercepgAo

hA nenhuma verdadeira imposigAo do hq


neutralizada. E assim nAo
da

domínio fechado, completamente fora de


do futuro como um
rizonte

alcance .

do escondimento é normalmente
Mas se o quadro de compreensAo

nesse quadro o escondi-


procurou definir—
e se
assim se
aquele que

reina de facto uma tese de domí-


mento percebido e circunscrito e

a quai este é fundamentalmen-


nio do futuro (uma perspectiva para

olhando na direcgAo deste hori-


se apura
te transparente)— o que

nele se abre tem caracteristicas comple-


zonte e examinando o que

de escondimentc com outras-e mui


diversas, e um horizonte
tamente

to mais abissais— dimensoes .

jA verificou aconte
lugar, e a semelhanga do que se
Em primeiro
se tem
cer com os restantes horizontes externos ,
a perspectiva que

um fenômenc de esbatimento dos limites,


do futuro estA marcada pcr

fronteiras entre o cam-


nAo se acham fixadas as
em virtude do qual
domínio do escapa. ?or um la
e o que
po de efectivo acompanhamento
forma clara onde comega o futuro que
nAo estA marcado de uma
do,

nAo se acha definido numa clara apresenta


nAo sei. Por cutro lado,

nas ante
de aspectos que mesmo embarcando em pleno
gão o coniunto ,

incluem no eias iA per


constituidas nAo se que
que temos ,

cipagôes
sob encobrimento ,
em abertc.Toda a per:
mitem antever— e permanecem

é uma perspectiva difusa, sem


se tem a este respeito
pectiva que

se assim se oode dizer, meio adormeci-


contornos, uma perspectiva,
outro lado
da, em que nAo tenho um acompanhamento preciso mas por

imprecisAo do acompanhamentc de que disponho


nao vejo claramente a

ela. Em resultado disso, tal como nos


estou "insensibilizado" para

499
anteriormente considerados , estA produzida uma expansAo apa-
casos

de se dispôe, que neste caso


rente do campo de acompanhamento que

como escondido sô o futuro mais remoto (per


faz que se tenda a ver

de vista o escondimento que afecta mesmo o mais imediato)


dendo-se

do de facto é a margem de aspectos do


e que parega muito menor que

nAo determinados nas antecipagoes que ha .

futuro

tem do plano de conti-


Em segundo lugar, a perspectiva que se

futuro estA também ela tolhida por represen


nuagAo da realidade no

de totalidade. De tal modo que a apresentagAo ncr-


tagSes espUrias

deixa fora de si, nAo acompanhada, a esmagadora maio-


maimente tida

prôpria indicagAo de que se dispôe a-


ria da multipl icidade que a

dcminio do futuro. E isto, por outro lado, de


ponta corresponder ao

eu do carActer inautentico das apre-


tal forma que ,
apercebendo-me

me estAo dadas por mais que procure vencer esta res-


sentagOes que ,

tricAo, ela mantem-se, nAo a consigo ultrapassar.

exactamente as mesmas dificuldades que se levantam a


Assim,

das extensoes de tempo passado (puramen


respeito do acompanhamento

tais, i.e. mesm.o sem entrar em linha de conta com a a-


te enquanto

de conteudos preenchem cada um dos "mo-


bissal muitipi icidade que

de constam tais extensoes) manif estam-se também no que


mentos" que

As extensoes de futuro Ao conceber o horizcnte dos proximos


toca
.

e maioria de razAc ao conceber exten-


cem ancs, pcr exempio por

de futuro ainda mais latas —

aquilc que tenho representado e


sôes

cobrir, dar uma perspectiva sensi-


que desrrevenidamente me parece

desse tempo, revela-se na verdade se o examinar


veimente adequada ,

de acompanhar a extraordinAria mul tipl icidade de


imensamente aquem

a indicagAo dessas extensoes remete 0


posigdes temporais que
.

para

nAo senAo uma ínfima parte do intervaio


que consigo acompanhar e

de tempo de que se trata .

ta-
Tambem aqui funcionam normalmente representagces espdrias a

dos horizontes de se tem indicagAo. E


r a inabarcabi I idade que
percepgAo do carActer espiirio dessas representagoes
também aqui a

de vista na apercepgAo de uma transcendência


deixa o nosso ponto

tudo aquilo que é capaz de


total desses horizontes em relagAo a

de "nAo estA A altura" desses horizontes,


ver, na apercepgAo que

de abertura para eles.


nAo tem Angulo
dc ponto de vista
Por outro lado, essa completa ultrapassagem

do horizonte temporal, que nAc consegue acompa


pela multiplicidade
de maneira nenhuma apenas nessas extensSes re-
nhar, nAo se produz

lativamente dilatadas, antes tambem em campos temporais mais restri

tos .

signif icativamente inferior a


Se considerar apenas o tempo— jA

na mais larga das hipôteses me resta para viver, e


esse__que, mesmo

concebo as aigumas deze


se atentar bem no que se me oferece quando

verifico tenho precisamente


nas de anos a que isso corresponde, que

de muitc tempo, mas em que de maneira ne-


apenas uma confusa ncgAc

de posigôes tem
nhuma se apresenta a multipl icidade correspondente

verdade nem de longe consigo acompanhar. Kuitas ve-


corais— que na

uma imagem desse resto da minha vida, em presen-


zes tenho comigo

mais ou menos focadas e insistentes. E


gas mais ou menos fugidias,

sinopse— como se visse isso,


habitualmente parece-me dispor de uma

ante olhos. Mas na


como se isso se pusesse de aigum modo os meus

A multipl icidade da duracAo que es


verdade, mesmc sô atendendo pura

de maneira nenhuma fazer uma


se tempo todo representa, r.Ao consigo

e
minimamente prôxima desse tempo, nAo consigo ver que e que
ideia

possivel, serA
fectivamente, se durar esse mAximo do que julgo ser

dezenas de anos "atravessar" esse tempo .

passar ainda umas ,

dez ou cin
E assim tambem se considerar apenas os meus prôximos

dois anos ou apenas os doze, os seis, os


co anos, os meus prôximos

meses, os prôximos trinta e os prôximos quinze dias,


tres prôximos
semana, os prôximos dois dias, as prôximas vinte e quatro,
a prôxima

dcze ou duas horas , a prôxima meia-hora ou mesmo os prôximos quinze

minutos da minha vida.

501
Em destes casos

e mesmo até onde a extensAo temporal


qualquer

em causa, sendo mais pequena e trivial , A primeira vista parece pei

feitamente abarcAvel e susceptível de ser acompanhada sem dificui-

dade —

se tentar fixar a multipl icidade que de cada vez se indica

como havendo de ser, verifico que nAo sou capaz de focA-la efecti-

vamente e por tal forma que a correspondente extensAo de tempo fu-

turo propriamente me aparega.

A semelhanga do que sucede relativamente aos outros horizontes

externos, tambem aqui sd me apercebo verdadeiramente das dimensdes

do que assim me ultrapassa a partir da compreensAo do excesso e es

condimentc que jA se verifica nas mais pequenas extensôes de tem-

oc futuro ( i . e .
percebendo c escondimento que jA afecta o horizonts

dcs cinco minutos, e a partir deste c que tem lugar rela-


prdximos

tivamente ao prôximo quarto de hora, e a partir dele o que se re-

a príxima meia hora, e em funcAo desse o escondimento relati^


pcrta

hcra eie o que correspcnde ao hcrizcnte das pr


vo A prôxima . e por

ximas hcras, e de um sô dia, e dos priximos dias, e de uma semana,

oartir corresponde As prôximas semanas da minha vi


e a daqui o que

da, e assim sucess ivamente em relagAo a meses , anos,etc..

Mas , se istc e assim no que diz respeito a pura extensAo tempo

ral, é-c ainda mais re lativamente a multipl icidade concreta do que

terei tempo: daquilo que viverei ao eie. E


comigo nesse passar por

sa mui t ip I ic idade correspcr.de A extracrdinAria compiexidade do que

'r.A comiqo a cada instante e a imensa mui tipl icagAo que produz so-

bre a ordoria diversidade da extensAo do tempo, constituindo um dq

minio mo.itas vezes mais inabarcAvei do que o dela. Se tendo a con-

ceber a margem de nAo-acompanhamento que tenho em reiacAo A minha

vida fut.ura como prendendo-se f undamentaimente ccm a c ircunstAnc ia

de nao saber que é que se passarA nela, o horizonte do que concre-

tamente terei a preencher a minha vida na verdade nAo me escapa a-

me faltarem ainda as determinagSes concretas que serAo,


penas por

502
ainda mais extraordinAria do que
m as tambem porque ,
com uma margem

extensAo do tempo em causa, é incomensurave 1-


relativamente A pura

mente transcendente em relagAo a tudo o que concebc a prôpria am:

real em causa.
plitude da multipl icidade

o campo da minha vida passada que (cc


Desta forma, nAo e apenas

ao contrArio do que naturalmente ,


numa i-
e
mo se procurou mostrar,

domínio e transparôncia , me parece) estA, se assim se pode


lusAo de

fechado numa peculiar inacessibi 1 idade que nAo o permite ver


dizer,

perda da esmagadora, da abissalmente esmagadg


senAo com apagamento,

(segundo a prôpria indicagAo que tenho) o


ra maioria daquilo que

Tambem a minha vida futura, o horizonte daquilo que se-


constitui.

de continuagAo se confirma-
rei, mesmo admitindo que a antecipacAo

(comc hA) outros factores de escon


ainda quando nAo houvesse
rA e

exactamente o mesmc e qce


se
dimentc e qualquer coisa em que passa

ver de forma que ef ectivamente a acompanhe .

nAo consigo
diz ac
de vista, assim, jA nc que respeito apenas
Sendo a perder
de escondimentc correspondente as
horizonte da minha vida, o campo

cada vez mais esmagadoras reiativa-


futuro eleva-se a proporgdes

tanto diz respeito ao futuro


mente ao futuro para lâ. dela, no que

duzentos, trezentos quinhentos, mi 1 a


prôximcs
,

depois de mim (aos

dez, vinte mi 1 ancs, e assim por diante


nos, aos prdximos cincc

crescendo de atissais multipi icacôes de abismos), quanto no que


num

circunscrito em que se mcve a mi-


o futuro fcra do campc
concerne

cinco minutos na cidade em que estou (corsti


nha vida: os prôximos
muito mais inabarcAvei dc que o
horizonte de realidade
tuindo um

mesma extensAo de
minutos que eu prdprio viverei), e essa
dcs cinco

alem disso, em todo o pais, e na Eu


em toda a regiAc e, para
tempo
do pianeta, etc-
e em todos os continentss, e r.a globaiidade
ropa,
ca-
crescendo onde o campo de escondimento ascende a proporgôes
num

E assim ainda muito mais para os prO-


da vez mais extracrdinárias .

trinta minutos, na cidade, na regiAo, nc pais, na


ximos dez, vinte,

contir.entes todos, etc ,


e similarmente para as prôximas
Europa, nos

50 3
etc, Ambitos cada
horas, para os prôximos dias, semanas, meses, em

mais latos, onde as dimensôes do campo de escondimento se ele-


vez

cada vez mais desmedidas e incomportAveis a cada


vam a proporgôes ,

vez maiores abismos de abismos.

As dimensôes do campo de escondimento que o horizonte do futu-

sAo deste modo completamente diferentes do que A pri-


ro comporta

meira vista se nos antolha e do que estA apercebido no reconheci-

mento natural do futuro como campo de escondimento . A distracgAo

em normalmente se estA também relativamente a este horizonte


que

externo faz escapar, passar despercebido este estado-de-coisas . Ma;

suprimindo essa distracgAo, focando o domínio do futuro numa veri-

nele estA e nAo estA ao alcance, e este quadro de


ficagAo do que

pôe a nu
extrema restrigAo que se .

Tccia esta apercepgAo de escondimento do futuro move-se ainda, po

rem, no terreno de uma pressuposigAo , de um assentamento a seu res

nAo permite ver exactamente a posigAo de reserva em que


peito, que

ef ectivamente se acha em relagAc ao nosso pontc de vista. Os aspec

tos considerados têm a ver com uma limitagAo da capacidade de a-

do modc ds ter as ccisas —

que parece estar sô di-


brangência nosso

mensionado para um acompanhamentc do horizonte prôximo , daquilo qu

imediatamente o rodeia, e nAo tem amplitude para abarcar os hori-

zontes que ultrapassam esse âmbito restrito (sejam eles espaciais

cu temporais)

numa palavra, se tudo istc e assim por efeito de u-

ma estreiteza, de um acanhamento global do campo de acesso, a ver-

dade e outro lado, hA ainda um factor adicional de ocuita


que ,
pcr

do futuro (e que de um outro modc ainda mais radicai encobre c


gAo

seu horizonte, const i tuindo-o num abismo de escondimento ) .

Sste factor adicionai prende-se com a fragiiidade da antecipa-

504
f uturo tal como naturalmente se acha constituída e domina
gAo do ,

de vista. Ou seja, com a fragilidade da fixagAc, que


o nosso ponto

estA constituída e nos domina, de que o futuro terA o ca


sempre jA

tem sido —

rActer de uma continuag_Ao_homoqénea daquilo que por uma

sô deixa em aberto as especif icagSes as modalidades


forma tal que
,

concretas em que tomarA exactamente corpo essa continuagAo.

referido, nAo oferece dificuldade de maior reconhecer


Conforme

nAo absolutamente certo de todas as antecipagoes que te


o carActer

relativamente fácil perceber que o campo do futuro e


nho feitas. E

sobre o meu ponto de vista "nAo tem mAo", que


qualquer coisa que

de tal modo que em úitima anAlise, nAo posso absoluta-


nAo domina —
,

tudo aquilo scbre que incidem as minhas antecipa


mente excluir que

afinal revelar-se completamente diferente do que nelas


goes venha a

se prevô .

verdade e tai comc também se acentuou, pcr efeito de um


Mas na ,

neculiar fenômeno, esse reconhecimento de uma fragilidade de prin-

antemAo futuro tende a


antecipagAo que assim de capta o
cipio na

nAo afectar ef ectivamente o irrestrito domínio que a antecipacAo

exerce sobre a forma como se vê .

em \iltima anAlise a antecipagAo do futuro pc-


Reconhece-se que

de
"

Mas nAo se suspende o funcicnamento"de facto uma cer-


de falhar.

teza do f uturo , de um efectivc contar com ele tal como estA fixadq

E de tai modo que re lativamente a este "funciona-


na antecipagAo. ,

a esta adesAo a eia, a incerteza reconhecida


mento" da antecipagAo,

coisa de remoto abstracto, inefecti-


nAo vale senAo como quaiquer ,

modo como se ve e na verdade nAo "pesa", nAo


vo

que não afecta o

muda nada .

Reccnhece-se, por exempio, ser possível, nAo se poder excluir,

mcmento que se segue. ?ercebe-se ser essa a


que a vida acabe jA no

situagAc em que se estâ. Mas nAo se leva a serio essa possibilida-

irrestrita adesAo A antecipagAo de


ds. Mantém-se antes de facto uma

505
"estarA cA" ainda algum tempo, e na verdade
que, pelc contrArio, se

ainda bastante tempo .

Isto é assim por duas razôes.

Por um lado, em virtude precisamente do modo puramente abstrac

to como a insondabi 1 idade do futuro, a possibi 1 idade de vir a dife

reconhecida. Essa possibi lidade o "em aber


rir das antecipagôes ,
e ,

nAo chega ef ectivamente a ser levada a sé


to" que Ihe corresponde,

realmente impende na situagAo em que se estA. E


rio como algo que

da matriz essencial do futuro como conti


desta forma a antecipagAo

nuagAo homogénea do que tem sido,


o "embarque" nessa antecipagAo,

a adesAo a ela, mantêm-se num funcionamento pleno, imperturbado .

Mas , oor outro lado, isso e assim também por uma outra razâo qu«

reconhecimento da opacidade dc futuro ul-


interfere mesmo quando o

traoassa esse registo abstracto (cue nAo atinge, nAo move efectiva-

mente a posigAo de antecipagAc em que se está) e se produz uma e-

de escondimento Essa outra razAo tem a ver com


fectiva aoercepgAo .

a circunstAncia de a antecipagAo ter um conteudo multiplo e estar

constituída de uma forma impiicita, nAo temAtica.

de vista, mesmc estando envolvido na


Resulra daqui que o pcn-c

"embarcado nela", nAo se apercebe distintamente de to


antecipagAo,

do o corrolexo de aspectos em que tem antecipado o futuro e a sua

tem sido. Com issc possibilita-


homcgeneidade relativaments ac que

-se aue o espectro dos momentos de antecipagAo atingidos peia com-

oreensAo de incerteza nAc cubra todo (e na verdade tenda normalmen

te cobrir numa reduzida parte) o


compiexo de antecipacAo,
a apenas

deixando a funcionar em pieno ( inapercebido , mas dominando o pontc

1 um inexplícito saber do futuro) todc o res-


de vista e pondo ne e

to do compl exo .

E isto justamente de tal modo que os aspectos da antecipagAo

norrnalmente sAo atingidos sAo precisamente aqueles aspectos me


que

nos profundos, que respeitam A especif icagAo , A sobredeterminagAo

matriz fundamental da antecipagAo


que essa, se mantem inaperc


da ,

506
83
bida e inalterada.

tendem a passar despercebidos into-


Os aspectos mais profundos ,

cados— sem que se manifeste tambem em relagAo a eles a fragilidade

dA assentes. Retém-se assim a compreensAo


da antecipagAo que os por

no quadro de aspectos secundArios da antecipagAo que


da opacidade
tal modo ainda quando o futuro é clara-
estA constituída. De que ,

como um domínio de escondimento e se julga ser pre


mente percebido

de reconhecimento desse carActer escondido a convicgAo


cisamente

verdade mantêm-se de pe os momentos


que se tem a seu respeito, na

saber do futuro f undamentalmente se


decisivos em que o inexpifcito

apoia, estA enraizado.

sublinhadc a tese de antecipagAo do futuro como


Se, conforme

do foi comporta uma mul t ipl icidade de mc


continuacAo homogénea que

complexo de teses, as diversas teses en-


mentos, i.e. constitui um

volvidas nesse cornplexo nAo tôm um grau homogeneo de enraizamento .

mais e menos arreigadas, mais e menos suscep


HA-as, oelo contrArio,

dizer, mais ou menos susceptiveis de


tíveis de serem revistas— quer

deias e de se aceitar a suspensAo da sua


acerca
se suscitar questAc

vigôncia .

sô bosqueiar a compiexidade da
exempio e para

Desta forma, ror

causa e os diverscs graus de enraizamento que


estrutura aqui em

todas as antecipagoes que te


comporta— mesmo quando reconhego que

sd mas inc lusivamente tendo a ccnti-


nAo posso,
nho pcdem falhar,
futuro me espera como uma
nuar impl icitamente a antecipar c que

estarei ain
continuagAo do meu quotidiano, uma continuagAo tal que

encontro, secuindo c meu ho-


da oara a semana na cidade em que me

trabalho, levandc avante a redacgAo desta tese .

rArio habitual de

esta continuagAc NAo conto que a


NAo conto que nada venha impedir

aiguma coisa que interrompa o curso do meu quotidiano, me


contega

ter de ausentar da cidade ou parar c trabaiho de redacgAo da


faca

reconhecer a irscndahi 1 idade do


tendo a
tese. Pcr outras palavras,

507
isso mesmo que reconhego a esta expectativa con
futuro sem aplicar

em nAo penso explicitamente mas que de


creta de continuagAo, que ,

facto se mantém a vigorar.

Por outro lado, considerando a questAo, posso perceber e expe-

rimentar ef ectivamente como possivel que tambem esta antecipagAo

venha a ser infirmada


e que na verdade acontega qualquer coisa i-

virtude da qual venha a ser de facto uma semana muito


nesperada em

dif erente .

Mas , assim sendo, pcr outro lado, ao aperceber-me disto, nAo a

penas pode, mas na verdade tende a manter-se inexpl icitamente ain-

meio da quai conto de todo o modo corr


da intacta a antecipagAo por

uma continuagAo da minha vida.

E se, oor outro lado, tambem aqui , considerando a questSo, me e

dado reconhecer ccmo possível que esta antecipacAo venha a ser in-

firmada. o reconhecimento da poss ibi I idade de qualquer imprevistc

vir a tornar diferente a semana que vem (a efectiva aceitacAo dis-

so como uma poss ibi I idade real, que na verdade impende) dA-se com

muito mais facilidade do que a efectiva aceitacAo da poss ibi 1 idade

minha vida acabar em breve —

amanhA ainda hoie, cu nu


de a prôpria ,

mo dentro de momentos.

Se também posso chegar ac reconhecimento (e a um reconhecimen-

tc nAo abstracto, efectivo) de que em princípio tal possibi 1 idade

e susceptivel de ficar excluida, o grau de enraizamento (


tampouco

tese de antecipacAc que a exclui e mais profundo. E 'r.A em mim uma

maior resistôncia a deixar ef ectivamente de contar ccm a continua-

cAo da minha vida comc algo certo :a aceitar deveras a possibiiid.

de de estar 1A vivendo os meus U.lti.mos momentcs .

Mas por outro lado, mesmo tendo levado a apercepcAc do escond

mento do futuro ac ponto de tocar a prûpria antecipagAo da conti-

tende manter-se ainda de


nuagAo da minha vida, mantem-se, a pe e

segundc a qual continuarA a haver toda a rea


tocada a antecipagAo

lidade me cerca, o mundo como o conheco e sempre tem havido a


que

508
té aqui .

acerca disso, a possibi 1 idade de vir a


Se se suscitar questAo
ainda muito mais remota
ser infirmada esta antecioagAo afigura-se

todas as anteriores. Tende a parecer inteiramente adquirido,


do que

estando eu ainda vivo ou nAo continue a


"necessArio" que , depois, ,

as mesmas coisas que houve ate aqui (a cidade


haver mais ou menos

cidades, outras pessoas, flo-


em que estou, ou pelo menos algumas

mares, os dias vindo, etc.) .


2, se assim se pc-
restas e montanhas ,

da minha existência do que a


de dizer, mais admissivel a suspensAo

da realidade que me rodeia.


supressAo da continuagAo

trans
E, finalmente, mesmo admitindo a possibi 1 idade de grandes

realidade (desaparecer a cidade em que me encontro,


formagQes dessa

das coisas que conheco, etc) tende ainda


serem substituídas muitas ,

a manter-se de pé (e, suscitando-se a questAc, a parecer inquestiq

nAvel) a antecipagAc de qce as variac-Des que pode haver respeita-

estruturas fundamentais da reaiidade tal cc


rAo de qualquer mcdo as

haver coisas corn o mesmo carActer


mo me sAo familiares (continuar a

cor.hecemos, com uma determinada iocaiizacAo, uma


de realidade que

com as estruturas de permanência e de


determinada duragAo nc tempc

até aqui sempre tiveram, etc.) .

identidade que

nAo estas diferen-


Indeoendentemente de serem justificadas cu

a
ver-se-A jA que na verdade nAo o sAo, correspondem apenas
~as (e

um condicionamento), os mUltiplos mcmentos do complexo de antecipa

dcminar a ncssa perspectiva têm de facto


gAo que estA semprs jA a

diverscs de enraizamento . E a apercepgAo da opacidade


estes graus

do futurc a compreensAc de que nAo se pode exoiuir que a antecipa

ilescs os momentos mais profundcs, mais


falhe, tende a deixar
gAo
estrutura do mundo, a matriz
ôbvios, da antecipagAo ( respe i tantes a

as
fundamental do mcdo como estA constituído) e a afectar apenas os

mais de pormenor
específicos,
.

Dectos mais

ain
fundamental de antecipagAo tende a impor-se sempre
Um nUcleo

509
atematicamente como perf eitamente ôbvio, subtraindo-se a todo o
da

do nAo-alcance do ponto de vista a respeito do futu


reconhecimento

ro .

Mas se hA esta multipl icidade de teses de antecipagAo , e se pcr

tendencia sô as teses menos prcfundas sAo afectadas pela apercep-

do carActer escondido do futuro, pesem embora todas as resis-


^ao

tências deste modo se opOem a uma efectiva admissAo da fragiH


que

de toda antecipagAc na verdade nAo é apenas relativamente


dade a

específicas, mais de hA opacida


as antecipagôes mais pcrmenor, que

re I ati vamente a todas as suas determinagôes in-


de do futuro, mas ,

mais antecipAveis e insusceptivei s de


ciuindo aquelas que parecem

causa.
serem postas em

Ou seja, e seouindo a prôpria escala fixada nos exemplos daios

nAo é arenas rel ativamente ao ccnteúdc especifico da minha vida na

semana que vem (ou a qualquer outro conteudo especifico equivalen-

te) a antecipagAo em que me tenhc pode falhar.


que

Vendo bem. tendo a cor.ceber a possibi 1 idade de uma modificagAo

vida semana que vem, a possibi 1 idade de ela ser dife-


da minha na

rente da continuagAo do quctidiano que normaimente tenho antecipa-

ainda dentro de um quadro muito restrito, que se circunscreve


da,

de aigum modo jA sAc farni-


a um ccnjuntc de poss ibi I idades que me

liares. Mas na verdade nAo e somente desse tipc de possibi 1 idades

t.rata. NAo excluir a possibi 1 idade de virem a aconte-


qus se posso

inteiramente diferentes de tudo aquilo de que tenho no-


cer coisas

<~Ao. NAo oosso oor exempio exciuir a possibi I idade de vir a aconte

de extraordinariamente bom, para 1A de tudo o que sou ca-


cer algo

oaz de conceber agora, algo que transfigure completamente a minha

existencia, abrindo-Ihe possibi I idades inteiramente novas . NAo pos

de peio contrArio, vir acontecer al-


so excluir a poss ibi I idade ,
a

nĩO
ÍA de tudo o que sou
go de extraordinariamente perturbante, para

e me esmague e desarticule o mcdo co-


de conceber agora, que
capaz

Tendo excluir, mas na verdade tambem


mo estou adaptado A vida. a

1 idade de vir a alterar-se radicalmente


nAo posso excluir a possibi
coisas (me percebo a mim
a perspectiva segundo
a qual compreendo as

me rodeia), de tal modo que se transfigure por


prôprio e aquilo que

reconhecimento que tenho feito disso, o aspecto com que


completo o

se me oferece, impôe.

é em relagAo A minha vida continuar-


E outro lado nAo apenas
por

sem inovagôes revo lucionAr ias ou


-se deste e daquele modo (corn ou

de monta) mas tambem relativamente A prôpria continuagAo enquanto

de vir a haver somente uma continuagAo mui-


tai (e a pcss ibi 1 idade

nenhuma continuagAo) que hA opacidade do futuro


to curta ou mesmo

em mim domina, nAo obstante todc o ascen-


e que a antecipagAo que

Posso mesmo estar a viver agc


dente que tende a exercer, é frAgil.

de
ra os meus Ultimos momentcs. NAo tenho pcssibi 1 idade nenhuma ex

da minha
cluir que assim seja e que a antecipagAo de continuagAo

venha na verdade a provar desa-


vida, em que tendo a embarcar, se

justada .

do istc Na verdade nAo e sô relativamente a pos-


Mas mais que

continuando porem o mundo


sibilidade de a minha vida se extinguir,

realidades lhe conhego, que o fu-


mais ou menos com as mesmas que

mantem sob reserva, nAo estA sob dominic Essa possibilida


turo se

lativamente a antecipagAo que tenhc scbre


de verifica-se também re

natureza da realidade a que estou habituado, e a possi-


a prôpria
dc meu acontec imentc tudo sofrer
bilidade de, com ou sem extingAo

modo como e— deixar de haver os sitios


transformagQes drAsticas no

a luc as cores que conhego, outras pessoas,


que me sAo familiares,

o ceu, como sempre tem havidcetc.


a terra e

1 idade de as coisas virem a ser de ou


Mas mais ainda. A possibi

tendo a antecipar abrange mesmo as prô


tro modo que nAo aquele que

cai
estruturas que independentemente de ela ter esta ou aquela
prias ,

enformam globalmente a realidade que conhego. Ainda


determinagAo,

essas estruturas sAo inerentes e que mude o que


que me parega que ,

mudar, tem de continuar por exemplo a haver sempre coisas, diferen-

tes umas das outras ,


com um carActer de permanência, integrando um

"mundo" como uma relativa coerencia, pode de facto vir a desarti-

manteve, podem emergir for


cular-se todo este quadro que sempre se

mas de reaiidade "aberrante" , inteiramente outras re iativamente a

formas que justamente nAo scu capaz de conce-


conhego

tudo o que

isso estcu posigAc de


cuja possibi 1 idade nem em ex-
ber, mas por

cluir .

E tudo istc, sua vez, nAo apenas para um futuro mais ou me-
pcr

nos remoto

daqui a muitc tempc ,


ou sd para a semana, ou , quandc

amanr.A

mas para cada instante novo jA a seguir, para cada


muito, ,

criximc, imediato

cue justamente pode ser jA o de uma modi


futuro

ficagAo muito signi f icativa de todo c quadro da minha existônoia,

da sua supressAo, que pode ser c de um desapare-


que pode ser jA c

cirnento das pessoas e das coisas com que naturalmente conto, que

o de uma modificagAo radical do regime, do estatuto e es-


pode ser

do hA —

formas que justamente nAo imagino, nAo sou


trutura cue pcr

caoaz de imaginar: que me uitrapassam pcr completo.

Se ce acordo com a "ligica" dc ponto de vista natural ( em que ,

assinalado, há diverscs graus de admissibil idade da infir


ccnforme

do estA antecipado re lativamente ao futuro) nAo parece


magAo que

razoAvei ter assim uma expectativa da possibi 1 idade de tão grandes

transf ormagôes da realidade em cada tempo a haver, admitindo-se so

mente mcdificacdes menos drasticas, a verdade e que nAo hA nenhum

fundamento cue sustente essa dif erenciagAo de admissibi I idade , na-

da que oermita excluir modificacSes plenas, irrestritas, inovagôes

A 4-
.84
absolutamente ímmagmAveis em cada tempo a vir.

se tende a ter sobre o futuro é uma p^rspec


A perspectiva que

tiva muito restritiva, em que é muito reduzido o domínio das possi

512
estando em aberto Mas o"em-aberto"das
bilidades reconhecidas como .

possibi 1 idades que nAo te


o futuro alberga, cas
possibilidades que

nho nenhum meio de excluir e que e perf eitamente admissível que de

verificar, nAo tem na verdade nenhum limite que


facto se venham a

do ponto de vista.
se possa estabelecer a partir meu

a vir, e jA mesmo a partir do prôximo momento, pode a


No tempo

contecer o que quer que seja.

Sem dAvida que tambem nAo posso excluir que haja na prôpria na-

de condicionamento de limitagAc das pcs


tureza das coisas factores ,

sibilidades ef ectivamente podem advir .Mas nAo disponho de ne-


que

decidir se é assim ou nAo e, sendo, que


nhum acessc que me permita ,

me
estâo ou nAo estAo admitidas . A posigAo em que
pcssibilidades
de vista nAo tem nada que fundadamente per-
encontro no meu ponto

mita restringir esse "em-aberto".

"

nAo hA assim um pleno em-aberto"de- pos


pũr outra parte, apenas

futuro, no sentidc de nada me habilitar a


sibiiidades relativas ao

e de eu nAo saber de antemâo (r.Ao ter meio


restringir o seu campo

1 idades e de facto se vAo realizar e pcr


de decidir) que possibi que

aiem disso, o proprio campo das possibi


ordem, etc mas ,
para
que ,

o "em-aberto" que assim tem de ser reconhe-


ĩidades que subsistem,

de vista. Com efeito, nAo


cido e onaco re iativamente ao meu pcnto

r.Ao dispcnho de
domino essas possibi 1 idades em todo c seu "ieque',

que me permita abarcA-las em tcda a sua amplitu-


uma apresentagAo
nAo e uma posigAo de plenc acesso ao domínio
de. A minha posicAo

subsistem, como se acompanhasse bem todo o


das possibilidades que

nAo tivesse meio de decidir quais delas se rea-


e sô
seu espectro

sucessAo do tempc NAo . Estou imensamente longe de con


lizarAo na

horizonte de pcss:.bi 1 idades que c futurc a ca-


seguir discernir c

mais pode vir a reaiizar. Neste


da momento seu, mesmc o prcximc ,

na verdade corresponde a todo o horizor.te


sentido, o pcder-ser que

medida algo que nAo_vejo, algo para que , por


do futuro e em larga

513
mais olhe na sua direcgAo e tente ver, sou como que cego. °5
que

E assim todo o horizonte do f uturo , a comegar pelo mais prôxi-

mo tem de facto um carActer de insondabi 1 idade , que a antecipagAo,


,

tende a subsistir, oculta, mascara.


nos mUltiplos registos em que

Todo o horizonte do futuro é qualquer coisa absolutamente em aber-

absolutamente em aberto a cada instante, em cada a-seguir. A


to —

falta de de
incompletude do ponto de vista, a um acompanhamento ,
un

deste "lado" da continuagAo da realidade para lA do pro-


acesso é,

priamente dado, praticamente integral .

Um dos principais focos de resistencia A piena apercepgAo des-

te estado-de-coisas reside na circunstancia de nc passado, quando

iA se tornou presente e jA ficou para trAs ainda


aquilo cue agora

era futuro, ter vigorado em mim a seu respeito um complexc de ante-

idéntico ao que agora tambem reina em relagAo ao que ago-


cioagôes

ra ainda e futuro e de esse ccmplexo de antec ipagôes , nc seu niicle

fundamentai, se ter visto confirmado ao vir o tempc a que dizia re

oeito. ?or outras paiavras. a tese de continuagAo homcgenea consti

tui cualauer coisa que toda a experiencia do meu ponto de vista no

confirma. E isso parece retirar toda a plausibi 1 idade t


essenciai .

do o cabimentc, a pcssibi 1 idade de no futuro as coisas se passarem

de outro modc .

Se assim parece, pcrem, nAo e assim.

Sem dûvida que a antecipagAo de homogeneidade que anteriormen-

te havia scbre o futuro qce entretanto "jA veio" teve nele uma to-

tal confirmagAo, quando o atingi, revelando-se assim como uma ante

cioagAo adequada, correspondente A realidade que de facto veio a

haver . E sem ddvida que a cada instante essa antecipagAo vai sendo

ccr.f irmada numa experiencia de manutengAo da homogeneidade .

c; a
absoluto irrelevante para o futuro que de
Mas tudo isto e em

de facto, quadro de
cada vez ainda o é e relativamente ac qual ,
o

oossibilidades e inteiramente aberto .

da persistência, do futuro como continuagAo homogé-


A antecipagAo
lativamente ao futuro gnquanto tal
nea tem uma fungAo ocultante re ,

do futuro enquanto ain-


i.e. faz perder de vista a posigAo prôpria

ela envolve, tem de peculiar. Nesse sentido, ao


daéfuturo, no que

nAo e mais verdadeira a antecipagAo de hg


ccntrârio do que parece,

antes houve em mim relativamente ,


por exemplo, aos
mogeneidade que

de isso que nestes momentos a ho


momentos acabaram passar, por
que

de facto se verificou, confirmando a antecipagAo.


mo geneidade
e na verdade a expectativa de conti-
Retrospectivamente, porque

se confirmou e o futuro veio como se pre-


nu agAo homogenea sempre

dele estava feita, parece ã pri


via no essencial da antecipacAo que

meira vista na verdade era a expectativa de continuagAc hcmo-


que

do f uturo E cada ins


genea das coisas a mais adequada aoresentagAc .

de novo tudo cor.tir.ua vem confirmar A saciedade que


tante em que

muito que enfim, se tivesse ti


assim e. Parece deste modo que ,.
por ,

de admitir, dadas as circunstAncias da


do e tenha a cada instante

eventual idade de uma mudanca radical de


-i-u=c-o em rue se estA, a

de cada vez scbrevem, nAo faz sentidc insistir na


tudo nc tempc que

remota. A perspectivagAo do
consideracAo dessa eventuai idade ,
que e

horizonte de pcss ibi 1 idades apresenta-se como uma compiica-


imenso

inútil, quando sempre de ncvo e a simples antecipagAo da ccnti


gAo

coisas vem a ser confirmada no desenrolar


nuag.Ao homogénea das que

1 idade de mudanga nAo se verifica


do tempo. A expectativa da possibi

nunca. Se a tivesse adoptado em tcdo esse tempo que passou jA na

erronea do futuro
minha vida, teria estado sempre numa prospectiva

que me ve io .

de Mas na verdade
Todos estes aspectos parecem sOiidos, peso.

em nada aquilo que se sublinhou.


r.Ao alteram

ĸi c;
>-*■ y
perspectivagAo do futuro na possibi 1 idade
Em primeiro lugar, a

aberta que Ihe corresponde nAo significa de maneira nenhuma ter a

de vai ef ectivamente ter lugar uma radical mudanca


expectativa que

de tudo vai ser diferente. De tal modo que a ocorrência real


que

de uma continuagAo das coisas no tempo anteriormente antecipadc

um "desmentido" dessa expectativa. NAo s<


constitua uma infirmagAo,

verdade de antecipar que vai haver mudanga, mas antes tAo


trata na

somente de ver a fragilidace de qualquer antecipagAc, num sentidc

futuro carActer de possibi I idade


outro seja de ver c no

ou no ou

aberta lhe inere e no esccndimento , no abismo de esccndimento


que

corresponde a esse carActer.


que

É verdade que no seu nucleo fundamental a antecipagAo de con-

viu ccnfirmada no passado. Mas isso nada diz a


tĩnuidac.e sempre se

cerca do futuro que de cada vez ainda o é —


e até ac mais prôximo .

este, sempre pcde acontecer que tudo mude


No aue diz respeito a ,

de tal nodo seja a antecipagAo de continuidade a vsr-se infir-


que

mada .

Por outras palavras, hA na perspectiva normal uma ocuItagAc dc

escondirnento do futuro na peculiar modalidade de uma perda do sen-

tido do futuro como f uturo , i.e. na peculiar modalidade de uma per

oectivacAc crue o dissocia da possibi 1 idade aberta a que pcr natu-

vendc-o como algo no essenciai assente cujo cur


reza corresponde, ,

ncs seus tracos essenciais, de facto ja se sabe .

sc,

Ccnfiqura-se assim uma situagAo re lativamente ao futuro subs-

tancialmente diferente da situagAo que uma serie de ccndicionamen-

tos faz ser aaueia em que naturaimente me vejo.

Ssta nova situagAc, em que o futuro surge num esccndimento e m

tensAo normalmente estAo esbatidos. nAo se impôem, e tradu-


ma que

516
meio de forma
zível de um modo part icularmente apropriado por uma

do futuro que estA documentada em diversas


peculiar de designagAo

línguas e ncmeadamente no grego antigo.

vArias outras aparece nessas linguas uma modalidade de


Entre ,

futuro do passado através de advérbios de lugar


designagAo do e

"a inversa" da que para nôs é mais corrente e pa


que é exactamente

tendemos a dizer que o passado estA atrAs


rece mais ôbvia. Enquanto

nôs o futuro estA A nossa frente, encontra-se nessas lín-


de e que

i.e.,o futuro designado como aquilo que estA a^


quas o contrArio,

trAs (em grego ôrriGCT^ .


oĩTiGfoV ) e o passado referido como aquilo

que se situa A frente ( em grego TTfoVcTO ,


rTfO<TJW ).

de caracterizagAo A primeira vista estra-


Esta forma diferente ,

nha e desconcertante ,
e cbiecto de alguma contrcversia a respeito

dc seu significado.

E sAo no essenciai duas as possibi 1 idades de entendimento cue

se cferecem.

delas. a atribuicAo ao futuro de uma posigAc atrAs e ac


Numa

A frente tem a ver com a posicAo dos dife-


passado de uma pcsigAo

momentos do tempo uns em relacAo aos outros , na ordem por


rentes

avangam, se "desenro iam" , enquanto o tempo passa: o tempo que


que

frente, o tempo ultericr sucede-lhe, vem atrAs desse


orecede vem a

comc a que pcr exemplc se acha expressa na locugAc


(numa relagAo
'

"atrAs de tempo tempc vem ) . No seu caminho ac nosso en


portuguesa
frente, seguiu vei:
contro, os tempos mais antigos vieram a o que se

futuro virA atrAs do que ora chega, e atrAs do futu-


atrAs disso, o

Rl
rnais virA ainda o futuro mais remoto .

ro prôximo

1 idades de interpretagAc de resto


Na cutra dessas duas possibi ,

escoliastas antigos, a posicão do futuro como


jA a adoptada peics
•>
^'T- ,-,-*< .y
••

-em a ver ccm o facto de o futuro estar escondido ,


ccmo

o
algo que se situa atrAs de nos , onde nAo o podemos ver, enquanto

contrArio, se estende perante o nosso ponto de vista,


passado, pelo

frente e desse modo estA bem a vis-


se situa a nossa
como algo que

517
88
percorrido pelo nosso olhar.
ta, disponível para ser

1 idades de caracterizagAo daquilo que se si-


Todas estas possibi

do meio de advérbios de lugar


1) o pas-
tua para 1A presente por

atrAs de nôs e o futuro A nossa frente, 2) o passado A frente


sado

e o futuro atrAs na sua posigAo um em relagAo ao outro e 3) o pas

sado A frente e o futuro atrAs na sua posigAo relativamente ao nos-

e a posigAo de patência cu latência em que se en-


so_poni^_d^jvista
contram a seu respeito

nAo sAo propriamente antagônicas. Radicam

em diferentes aspectos ,
em diferentes acentuagoes da experiencia dc

caso o que e acentuado e o passado como terminu;


tempo . No primeiro

a e o futuro ccmo terminus ad quem da deslccacAo no tempc


em
quo

analogia com o que acontece quando se vai para qualquer sític e o

se deixa, os lugares a partir dos quais a desiocagAo ccorre, f


que

onde se vai esti A f rente No segundo


cam para trAs e aquilo para .

caso, ao referir-se o passado como c que vem A frente dc futuro e

o futuro como o que vem atrAs , acentuam-se as reiagc'es que os dois

têm um com o outro (o "atrAs" em causa e o do futuro atrAs


planos

"a frente" em causa é o do passado a frente do futu-


do passado, o

ro

e nAo o estarem atrAs ou A frente de_nôs) . 0 que aqui estA em

causa e o "mcvimento" e a ordem do prôprio tempo , ao vir, e r.Ao a

cue sofre quem se encontra ne 1 e No terceiro casc f_i


"desiccagAo"
.

naimente, o se acentua e a posigAo de visibilidade cu invisibi


que

lidade em que se encontram o passadc e o f uturc , a situagAo cnde

se acham re lativamente acs nosscs "olhos", re lativamente ãquilo qu

se ve . 0 "atrAs" e o "a frente" sAo o atrAs e a frente que resulta

de nAo termcs no espago, de cada vez, um Anguio de acesso com 360'

de num quadrante na direcgAc do que se situa a nc



vermos apenas ,

frente. 0 estA em causa e que o futurc nos vem ccmo que de


sa que

temcs as costas voitadas, de tal mcdc que nâ


um quadrante para que

vemos o que vem; ao passo que o passado jA estA descoberto e ccmo

ser perccrrido pelo olhar. Temos de algum mc


que A disposigAo para

513
frente, visível, o que foi— jA vindo a lume, jA "defini-
do A nossa

A mostra. EstA ccmp 1 etamente atrAs de nôs (num "atrAs" para


do", jA

virar e que nAo vemos) aquilo que virA.


que nAo nos podemos

acentuagôes diversas de múltiplos aspec-


Enraizando-se assim em

modo futuro e o passado se dis


tos que sAo ident i f icAve is no como o

outro e em relagAo a nôs, as diferentes formas


pOem um em relagAo ao

em revista têm todas elas fundamento


têm to-
de designagAo passadas

das elas a sua legitimidade . E a nenhuma se pode reconhecer maior a-

a outra
dequagAo que
.

discussAo sobre o sentido da designagAo do


Por outro ladc na

passado ccmo
"
n/oG-Tt/ "
e do futuro como "_oW^W_" ,
hA quem susten-

te que a interpretagAo dos esccliastas (quer dizer, a que equiva-

ã terceira forma de acentuagAo) é rebuscada, corresponde a uma


le

bizarra, natural, da relagAo com o futuro, deven


perspectiva pouco

fruto de uma interpretagAo tardia e nAo correspon-


do pcr isso ser

89
der de factc a origem das expressoes.

NAo r.os impcrta aqui entrar na discussAo fiiolôgica scbre qual

a compreensAo que ef ectivamente esteve na origem desta peculiarida

de vocabular dc grego antigo e de outras linguas. Essa e uma ques-

intsresse, mas nAo importa ao que para nôs se


tAo que tem o seu que

de acentuar ao contrArio do que hA


acha em causa. Mas tem se que ,

quem sustente, esta perspectiva de compreensAo do tempo ,


que se en

escclios a Komerc, nAc tem ab


contra jA claramente explicitada nos

de rebuscado ou artif icial— podendo muito bem ter


soiutamente nada

expressôes em causa. Se a constituiu ou


constituido a origem das

o que aqui estA em causa. Importa sim


nã0 isso nAo importa para

de tais de indole histôrica, esta


que, independentsmente questces

entendida como os escoliastas o fize


peculiaridade de denominagAo,

na verdade uma possibi 1 idade da experienciada posi-


ram, expressa

do futuro e na verdade a pcsigAc em que o futuro se apresenta


gAo
estA a seu
quando se atende de facto a situagAo de acesso em que se

respeito .

519
ao mesmo tempo sublinhar a prôpria tese sobre c
E importa-nos

artificial e rebuscado desta perspectiva, o


carActer alegadamente

facto de ela poder parecer assim tAo estranha, tAo pouco natural .

Ele documenta a que ponto pode estar enraizada a nAo-apercepgAo do

futuro como horizonte de escondimento —

a um ponto tal que a inter-

pretagAo dos escôlios (a compreensAo do futuro como campo de escon

dimento com uma posigAo anAloga A do que se situa atrAs de nôs:

onde nAo se vô) pode ser tcmada como qualquer coisa de bizarrc, de

natural, a que nAo se reconhece um mi.nimo de verosimi ihanga .

pouco

Isto quando , a partir da compreensAo do futuro na opacidade de

aue ef ectivamente se reveste, nAo apenas parece natural, mas mesmo

inevitave lmente se sugere justamente essa expressAo do futu-


quase

se vai de costas voltadas: como algo que, di


ro como algo para que

nôs ao seu encontro, se mantem sempre aonde nAo o ve-


rigindo-nos

mos

atrås de nôs .

Isso mesmo se acha expresso, de fcrma particularmente aguda , num

do Journal en Miettes de ICNE3C0 : "Nous avcns le passé derrié


passo

re nous , I
'
avenir devant . On ne voit pas l'avenir, on voit le pass

9o
C'est curieux, car nous n'avons pas les yeux dans le dos".

Assim, independentemente de , na origem da expressAo( "wie es

ter nAo estado de facto esta perspectiva,


eigentlich gewesen" ) ,
ou

e independentemente de no mundo grego , por exempio, se ter feito

ou nAo a experiencia dc futuro que lhe corresponde (e muitc e o

a\ie indica aue eia constituiu de facto uma das exoer iências funda-
91
mentais nele realizadas) a possibi 1 idade de designagAo do futuro

"

como
"
difi fr'vtv expressa de modo particularmente claro a posicAc

em que o futurc ef ect ivamente esta re lativamente ac nosso ponto de

vista e traduz tambem o priprio contraste dessa pcsigAo com a for-

ma corno naturalmente ,
e em virtude do condicionamento descrito, o

futuro aparece.

Nests sentido, se, como se apontou acima, as diversas formas de

520
têm a ver com a acentuagAo de diversos aspec-
do futuro
expressAo
gozando assim de i-
tos identificAveis no modo como se apresenta,

bem se
por outro lado, olhando a situagAo em que
gual legitimidade,
futuro, o domina, o que e mais saliente e
estA relativamente ao que

do futuro como a\
traduz o fundamental da situagAo, é a compreensAo

de atrAs relativamente ao
go que estA atrAs de nôs ,
numa posigAo

não estA voltado e nAo se


de vista, num" quadrante" para que
ponto
opacidade do fu-
consegue voltar. Enquanto nAc se tem apercebida a

indiferente o aspecto que se acentua ao con-


mais ou menos
turo, e

siderA-lo. Mas, a partir do momento em que se percebe plenamente a

incôgnita que de facto constitui, impôe-se precisamente a percep-

"
oVĸT^
"
e do nosso constante encaminhamento
gAo do futuro como

costas voltadas aquiio a que se diri-


ele ccmo um ir de para
para

nAo ve onde vai


em absoiuto nAo acompanha, para .

ge__que

Resumindo :

lativamente ao f uturo deste modo ,. reina na perspec-


Tambem re ,

de escondimento que "tapa" se assim se


tiva normal uma ocultagAo , ,

da ccbertura o nosso pcnto de vista


dizer, a incompletude que
pode
a quai estamos situados.
fcrnece da realidade ante

desta ocuitagAo do escondimentc no que diz respei


A supressAo

horizcnte do futurc implica ao mesmo tempo a inibigAo das


to ac

de totalidade que estAc projectadas sobre


representagdes esp'drias

esse horizonte e a inibigAo do complexo de antecipagdes implícitas

como continuagAo homogenea do que tem sido (antecipa


que o preveem

insondabi I idade de facto tem


escondem a opacidade a que
gdes que
todo futurc
poss ibi I idades
das qus o
cara nôs, o tctal em-aberto

destes dois as-


desde o mais prôximc comporta). 30 por conjugagAc

nAo distorcida sobre o f uturo ,


na
pectos se abre uma perspectiva
1 ativamente a situagAo de acesso em que
de facto tem re
posigAo que

5a
nos encontramos .

apercepgAo destes dois aspectos, o futuro ga-


Conjugando-se a

nha no horizonte de modo completamente diferente daquele


presenga

em de ordinArio o temos referido.


que

Por um lado suprime-se uma certa desfocagem que hA a respeito

do seu horizonte. Ele surge ai, impondo-se, com um reievo, uma cla

reza, uma indicagAo de si muito mais fortes do que os que normaime;

te tem.

De facto, se sempre jA estA constituida uma referôncia do futu

ro, acontece que , â semelhanga do que se verificou passar-se ccm os

dsmais horizcntes, de ordinArio essa indicagAo nAo estA seguida e

o camoo do futuro permanece num reiativo apagamento . A partir dos

asrectcs cons ideradcs ,


peio contrlrio, emergem aí . num n£o-apaga-

mento, cs prôximcs cinco, dez, trinta minutos, as prôximas horas e

dias, os prôxinos meses, os prôximos dois, trôs qua-


os prôximos ,

tro, cinco, dez . vinte, cem, quinhentos anos, e todo o demais tem-

oo a haver, como se todo ests campo deixasse de estar esbatido e

se desccbrisse, em toda a extraordinAria amplitude que e a sua,

tudo acuiio que em mim e para iA d.e mim, por esse mundo fcra ( na

cida.de, na regiAo, no país, na Europa, nos continentes, na


glcbali_

dade do oianeta , etc .


) ainda nAo é, mas hA-de ser: vem ai .

?or outro ladc, c que assim surge ccm um ncvo reĩevc, emergindo

do "iimbc" de esbar i.mer.tc em que naturaimente se queda, estende-se

em dimensoes absc lutamente esmagadoras e como algo que , mesmc dei-

xandc no seu domínio a tese de antecipagAo de homcgeneidads natura

mente constituída, nAo se concede ao meu olhar, nAo estA de modc n

nhum dentro daquiio que consigo acompanhar no campo de apresentagS

de que dispcnho .

Numa futuro aparece como um imenso campo de escondi


paiavra, c

mento, um campo nAc menos extraordinar iamente esmagador dc que a-

quele que correspcnde ao passado .

Constituindo tudo istc uma amplitude de reserva, um estar-fors

C *"i ^
mais ainda se acentuam com o segundo aspecto, com
do-que-vejc que

da fragilidade da tese de antecipagAo naturalmente


a apercepgAo
irrestritamente em-aberto de tudo aquilo
constituida e do carActer

ainda estA para vir.


que de cada vez

causa as antecipagôes de
Neste segundo aspecto,
ficam postas em

de facto est.Ao na base da primeira forma


continuagAo homogenea que

transcendência do futuro (onde na realidade se se


de aoercepgAo de

qual o futuro trará


gue ainda sem reserva a perspectiva segundo a

mantendo fundamen
e simplesmente uma continuagAo do mundo ,
no
pura

tracos que dele jA conhego). Mas a percepgAo da fragilidade


tal os

de nAo virem a verificar


pcss ibi 1 idade
se
e da
das antecipagôes
a supressAo dc esbatimento
nAo destrii o horizonte esmagador que

de totalidade
dos limites e a inibigAo das representagôes espurias

do futurc antes o integra no ainda mais esmagador


abre no campo

i 1 imitadamente em aberto para todo o


horizonte das poss ibi I idades

de vista estA numa


futuro— horisonts re 1 ativaments ac qual o ponto

maior retencAo, de ainda mais acentuada cegueira.


Qitnarâo d* ainda

inabarcabi 1 idade do campo de realida-


De tal modo que A imensa

futuro vem juntar-se a total insondabi 1 ida-


de de cue se trata no

circunstAncia de ele ccnstituir para nôs algo


de do seu ambito— a

voltar por fcrma a ve-lo: algo para


para que nunca nos conseguimos

verdade nada saber acerca de-


vamos de costas voltadas, sem na
que

le.

523
do horizonte temporal;o
1.1.8 Sinopse: o abismo de escondimento
abismo do escondimento do horizonte espacio-temporal
.

desta forma o campo de escondimento relativo aos


Persreztivando

evidencia o extracrdinArio abis-


horizontes do tempo, fica posto em

nos dois sentidos em que o tempo se prolon


mo de incompletude que ,

cerca o campo de acompanhamentc de que se


qa oara 1A do presente,

di spôe .

do passado, o hcrizonte de escondimento


Pcr um lado, nc ca.mpo

minha prôpria vida nos seus Ultimos momen-


comega jA em relagAc a

inabarcAveis re lativamente As Uitimas ho-


ros, cresce a proporgôes

ainda muito mais inabarcAveis dimensôes no que


ras estende-se a

A iz
i -7 restieito acs ias--e assim semore mais, numa multipli-

re lativamente aos meses mais recentes da minha


ca-Ao avassaladora,

acs mais recuadcs etc.


vida, aos anos mais prôximos e ,

tenho do meu passado abrange somente pe-


0 acompanharnento que

boisas, pequencs filamentos, mais ou menos alargados, no ma


quenas

do houve comigo. Tudo o mais, nAo obstante ter


cigo esnagador que

obstante tratar-se justamente de aigo a que tive a-


sido meu, nAo

cessc, por que passei, está vedado , inacessivel para o meu ponto d

vista .

E as dimensôes desse escondimento —


co.rs ideradas sem interposi-

de totalidade, i.e. de tai modc que


gAo de representagôes espdrias

nAo se apague o escondimento que jA hA re iativamente acs tempos

(os Uitimos cincc minutos, as Ultimas


ma;s breves e mais prôximos
outro lado também nAo se salte na passagem para
horas, etc ) e por

(dos minutos para as horas, das horas


os Ambitos mais abrangentes

dos dias para as semanas, das semanas para os meses,


para os dias,

uma dimensAo inconcebível a abismos de abismos


etc .
) elevam-se a ,

de passado inabarcAvel, muito para 1A do que consigo acompanhar e-

f ectivamente .

multiplica ainda mais e ain-


Tudo isto ccm uma amplitude que se

A esfera do passado que teve


da mais inconcebivelmente em relagAo

da minha vida mas nos hcrizontes


lugar nAo apenas no prôprio curso

situa além dela, i.e. re lativamente a tu-


da realidade que se para

a nAo assisti: os últimos cinco minu-


houve mas que
do aquilo que

todo o seu territôrio; os Altimcs cinco minutos


tcs na cidade, em

em toda a regiAo; os Ultimos cinco minutos no pais, na Europa, na

América, em tcdos os continentes, em toda a terra, em


Europa e na

etc.E assim tambem para os Ultimos dez minu


todo o sistema solar,

Ultimas horas cs dltimcs dias, o 'iiti


tos, a illtima meia-hora, as ,

úitimos dois, cinco, dez anos, etc, etc


mo mes, o Uitimo ano , os

na America, em todos
no país na oenínsula, na Europa, na Europa e

92
terra, em tcdo o sistema so^ar, etc
toda a
.

os continentes, em

tem dimensdes 1A
0 campo de escondimento que assim se perfiia

suoeriativas ,
dimensOes que de muito longe ultrapassam tudo o que

conceber e dimensces em relagAc as quais e i.rfimc o


sou capaz de

de forma efectiva. Mas essas di-


dominio daquilo que acompanho uma

um excesso
"

inf initamente" ainda mais esmaga-


mensdes elevam-se a

dor se, mantendo a inibigAo de efeitos de desfocagem, conseguir re

Ultimos cinquenta, cem, du-


do passado

horizonte aos
cuar mais no

zentos, quinhentos e mil anos , na cidade e na regiAo, no pais, na

etc. S muitc mais ainda se agigantam as di-


peninsula e na Europa,

ao considerar os Uitimos cinquenta e cern mil anos


mensOes em causa

nesses diversos espagos


e assim sucessivamente , num alargamentc

de abismos de abismos de realidade passada a que


numa mul tip 1 icagAc

termo
nAo tenho acesso, que indef inidamente se prolonga sem um .

525
isto de tal modo que o abismo de escondimento que assim se
Tudo

nAo somente ultrapassa, mas na verdade ultrapassa em mui-


descobre

si extraordinArio abismo que se viu ccrresponder A con-


to o jA de

da realidade no espago. Se este Altimo sô por si se reve-


tinuagAo

lou de amplitude formidAvel, absolutamente inacompanhAvel


jA uma

tudo de perspecti-
(ultrapassando desmedidamente o que se e capaz

var de forma efectiva), por outro lado, como se procurou mostrar,

de de realidade, corresponde A diversi-


a multipl icagAo planos que

faz o abismo de escondimento que se


dade de tempos no passado, que

dcmínio equivalha nAo apenas ao abismo de escondimer


desenha no seu

da continuacAo da realidade no espago, mas a vArias a muitas


tc ,

vezes esse abismo . Aumentando desse mcdo o esmagamento, a extraor-

dinAria desproporgAc que caracteriza a reiacAo entre o pequeno en-

ver como vemos e o campc de escondimento


ciave de que se dispSe ao

que c cerca.

Pcr outro iado no campo do futuro, como se acabou de ver, e tam

escondimento, aquele se descobre a<


bém um abismo de opacidade, que

"mecanismos" de desfocagem a que normalmente este carn


suprimir os

po esti suj eito .

mesmo admitindc a adequagAo das antecipagoes


Em primeiro iugar,

farc em relacAc ac temoc que virA, regista-se tambem aqui a me


aue

-m.-=
a rnesma inabarcab i 1 idace ate nas extensíes mais breves e
^p

vida. Ultrapassa-me cornc se viu, d


mais oroximas da minha pripria ,

dos meus prdximos cinco minutos, da minha prd


facto jA a amplitude

xima meia-hora, do tempo que passarei de hcie ate amanhA, a amplit

de da da duragAo da minha vida até Julho, ou, mais


prôxima semana,

li ainda, ate Dezembro. Ultrapassa-me ainda muito mais a amp 1


para

assim sucessiva-
tude dos meus prôximos dcis, três, quatro anos e

horizonte de escondimentc que se expande a dimensdes ca


mente, num

da vez mais avas sal adoras e inabarcAveis no futuro que concebo ha-

ver de ter ainda depcis.

526
Em seaundo lugar, também neste domínio tudo isto vem a hiper-

ainda mais, e de forma ainda mais extraordinAria,


dimensionar-se

de abismos, ao passar do Ambito da


numa formidAvel mul tipl icagAo

de realidades mais vastas : os prô-


minha prôpria vida para o campo

xirnos cinco minutos na cidade, na regiAo, no país, na Europa, nos

da terra todo
diversos continentes, em toda a superfície e em o

assim também relativamente aos prôximos dez minutos,


globo, etc.E

meia-hora, As prôximas horas ,


aos prôximos dias etc , .
, nes
A prôxima
de realidade no Numa
ses dominios cada vez mais alargados espago.

de abismos que prcgride ainda mais desmesuradamente


muitipIicagAo

cinquenta, cem, duzentos anos,


se aiargar a perspectiva aos prôximcs

três cinco mi 1 anos em ca-


e ao prôximo milénic aos prôximos dois, ,

ai fora, cada vez mais extraordinA-


da um desses dominios— e por em

tanto o campo de realidade em cau-


ria muitipIicagAc ao alargar-se

sistema solar etc ) qjianto a extensAo de te'mpc de que se


sa (terra, , ,

trata (dez, vinte, trinta mil anos,etc.).

istc, entretanto, em virtude da partícuiar indo-


Acresce a tudo

trata no f uturo toda a opacidade que de


le do horizonte de que se ,

corre de as antecipagôes que estAo feitas a seu respeito serem na

de o hcrizonte do futurc ccnstituir, ccmc se pro


verdade incertas e

"
or\Cĩ~LJ
"
: o mais prôximo jA, e tudc c que
curou mostrar, um campc

me diriic como a um abismo de rea-


se segue, e a que ,
sem excepgAc

lidade incognita, para que vou sem de todo em tcdo a poder ver.

do futurc o abismo
Tudo isto de tal modc que tambem no pla.no

descobre nAo somente ultrapassa, mas


de escondimento que assim se

si sxtraordinArio abismo que ccrrespon


ultrapassa em muito o jA de

de a continuagAo da realidade no espagc

mostrar como a extensAo


A mesma ordem de razQes que permitiu

um multipl icagAo do abismc que


da realidade no passado representa
no horizonte do espago, antes de se co-
identificAvei somente
jA e

di versif da realidade que e in-


-equacionar a extracrdinAr ia icagAo

desenhar exactamente o mesmo tipo de mu^


troduzida pelo tempc faz

527
do f uturo Por inabarcAvel e mesmo até sem ter-
tiplicagAo no campo .

momento em que agora escrevo, pelo espago fora, a


mo que seja, no

hA aí ao mesmo tempo muit.o mais amplo


continuacAo da realidade que ,

9: '

é horizonte da realidade no f uturo


desmesuradamente mais amplo o .

dois de escondimento esmagador, cercado


Contra estes planos

de alguns momentos propriamente a-


por eles, tenho apenas o campc

companhados .

este se estende aqui e ali em evccagôes de


E verdade que campo

"boisas" do que foi. Mas pcr outro lado tudo isso nAc corresponde

enciaves do passado, ds facto perspectiva


a mais dc que a pequenos

inautênticas de totalidade, em perspectivas


dos em representagdes

de a que na verdade correspondem multipl ic ida-


contraídas, resumo,

n£o abarco. E e verdade que esse campo se estende tar


des reais que

disto e daquilo que seri. Mas tais antecipa-


bem em antec ipagdes

têm tambem elas o car-icter de representacîes inautenticas (a


gôes

de duragao, de reaiidades nela,


correspondem mul tipl ic idades
e
cue

verdade nAo scu capaz de abranger); e para alem disso sAo a:


que na

estAo da poss ibi 1 idade de vir a ser de facto


tecicagCes que presas

diferente dc que nelas se preve o tempo futu-


cutrc, inteiramente ,

ro a que se referem.

é tambem verdade que para 1A deste nucleo de e


?or outro lado,

IA de todo este coniunto de bolsas, e


feotivc acompanhamento ,
para

cdvida abertc em qualquer das direcgSes do tempo um ho_ri-


ta sem
,


e um horizonte que de facto nada limita, que
zonte de continuagAo

se caracteriza orecisamente por se proiongar indef inidamente para

"antes" e de todo e qualquer "depois". Mas a


1A de todc e aualquer

assim se estende sempre mais aiem, os hcrizontes


perspectiva que

assim jA se acham abertos


indef inidamente prolongados que sempre ,

tambem estAo muito longe de proporc ionarem um efectivo acompanha-

neles se refere. HA referôncia, remissAo para isso,


mento do que

o dAo de fcrma extraordinar iaments


mas tambem em apresentagdes que

523
contracta

apontando-o, mas sem desenvolverem e sem se-


resumida,

De tal
rem capazes de acompanhar a prcpria remissAo que comportam.

deixam de fora a esmagadora maioria do esmagador e inabar-


modo que

cAvel de que assim dAo notícia.


campo

Para 1A do prôprio tempo em que me encontro, logo relativamen-

seguir" apresentagAo que tenho


te ao "ainda hA pouco" e ao "jA a , a

e assim— é sem excepgAo


uma apresentagAo contracta, "em perspecti-

extraordinariamente, por distorgAo de ôptica, o dg


va", que encurta

tem a ver
mínio de realidade com que .

hcrizonte o tempc todo, esse horizonte estA submeti


Havendc em

mesmo uma vez identi f icada nAc


do a esta ôptica de distorgAc que ,
,

r.Ao resolver numa ôptica de acom-


se consegue superar, se consegue

panhamento efectivo.

se teve ccasiAo de assinalar, estou sem-


Em certo sentido, ccmo

horizcnte to-
pre jA numa perspectiva que de algum modc concebe o

dc do que foi, na sua continuagAc indefinida, estou sempre jA numa

o tem em referencia, remete para ele. Aĩem disso,


perspectiva que

estou sempre jA tambem numa perspectiva que de algum modo refere o

hcrizonte todo do que serA, numa continuagAc a que nAo estA assig-

remete pa-
nado nenhum termo ,
estou sempre jA numa perspectiva que

Mas essa remissAo— que naturaimente parece for-


ra esse horizonte.

do em tcdo o seu cursc, uma posigAo sobera-


necer um dominio tempo

verdade nem de perto nem de


na a seu respeitc

r.Ao corresponde na

do "antes" e do "depois"a que se


longe a uma efectiva apresentagAo

ref ere .

da "totalidade" do
Se o horizonte em que me acho é sempre ]'A o

tenho ef ectivamente nAo


na sua continuagAc indefinida, o que
tempo

sAo senAo infimas parcelas, tanto no que diz respeito ao tempo pa-

ra 1A de mim ( no mundo que me precedeu e que haverA quando eu jA

tempo da minha vi-


nAo for), quanto no que diz respeito ao propric

fui e houve ccmigo e aquilo que serei e com que me


da, Aquiio que

terei de haver . Para além desses fragmentos, a minha perspectiva e

529
nAo ve nAo alcanga, deixa fora de
míope— uma perspectiva que , que

do do futuro, uma maioria "infi-


si a esmagadora maioria passado e

do tudo o que sou capaz de conceber.


nitaments" maior que

o campo de escondimento que se abre em ca-


E se, como apontado,

dcs horizontes de continuagAo temporal da realidade, no pas-


da um

sado e no f uturo , ultrapassa jA em muito o abismo que corresponde

o domínio de escondimento
A continuagAo da realidade no espago,

de todas estas "frentes" de incpmjjle^


que se desenha na conjungAo
94
vai muito mais longe nessa ultrapassagem .

tude gjnda
coisa a princípio, ante as fan
Configura-se assim qualquer que

do abismo de abismos correspondente A continua-


tAsticas dimensîes

tal como em 2.1.1.3 foi posta em evi-


cAo da realidade no espago.

dessnha-se abismo em relag-tc ao


pareceria posslvei

um
dencia, nAo

quai esse mesmo, o abismo da ccntinuagAc da realidade no espago,

suas extraordinArias proporgces, nAo constitui de


nAo obstants as

factc senAo uma parte re lativamente pequena.

das dimensCes do campo de acesso re


Deste modc a desproporgAo

As dimensoes daquilo que fica fcra dele, o predominio


lativamente

scbre c tidc a margem da incompletude e do esmagamen-


do r.Ac-tido

dispôe sofrem ai nda uîĩ


ro do irifimo enciave de que propriamente se

extracrdinâric incremento, "disparam', se assim se pcde dizer, "e:j

ÍA das jA de si formidAveis dimensũes com que se con-


Ploũem" para

figuravam na consideracAo do hcrizcnte de continuagAo da realidadt

nc esoa-c. A infima clareira do accmpanhamento de que se dispíe pt

ainda mais pequena do que jA ant.es ps


fila-ss como prodigiosamente
maicr o volume do que nAc se
recia. E emerge como prodigiosamente

do se tsm.
atinge, da incompletude acesso que

53C
2 1 1.9 ConclusAo :
sucessAo das forrnas da finitude e a sua veri-
0 modelo da
dos horizontes externos.A forma da
cagAo no levantamento
finifudpcorrespondente incompletude do acompanhamento A
idade de um
dos horizontes externos.A aparente impossibil
da incompletude o campo de realidade —

m^ior alastramento
sobre gue de cada vez o olhar incide como residuo absolu-

to da incomgl_etude .

esc:on-
Descobertos os horizontes externos espácio-temporais no

afecta, aquilo que nAo se dA ao aces-


dimento que ef ect ivamente os

se recusa e se mantem para 1_A do


so de que disponho, aquiio que

um abismo, cu melhor como abismos de abis-


=
eu alcance, emerqe como

em todas as direcgdes rodeiam, cercam o campo a que propria


mqs que

mente tenho acesso.

modo desccbre a marcar o meu aces


,,
in„„n-.i a— ,d.ô aue desse se

algc de intsiramente diferente daquela que na-


so aquilo que hA e

inautentica, estou a re-


turalmente, e de forma distraída e pronto

de vista.
conhecer para o meu pcnto

nAo-tido se esconde por ser limitado o aces


-•or um lado, o que

real I.mpce-
so de que dispcnhc surge agora numa presenga concreta, .

de que estA, esteve cu vem aí e eu nAo o ve^


-se-me nu.ma percepgAc
de o meu oihar, por mais que.se esforce
numa evidenciagAo que
jo.
Deste mcdo, o acontecimento de
„rtV. ir0„0>-_c.p p e'e nâo o alcanga.

nAo tem uma vaga nogAo de


acesso em que estou constituido apenas

antes ef ectivamente preso e inca-


que não e perfeitc Apercebe-se
de cegueira, que nAo se consegue superar.
oaz. tolhido numa especie

assim manifesta como es


outro ladc as dimensoes do que se
?or

em me encontro emergem como imensas , avassa-


caoando ao acesso que

de abismos e de abismos de abismos.


ladoras, numa mul tip I icagAo

horizontes de escondimento que de to-


Desenham-se horizontes e

do em todo e esmagadoramente me ultrapassam.

531
reconhecimento dos horizontes remotos fA-Ios aparecer
Um novo

e um porte inteiramente diferentes dos que na


com uma configuragAo

lhes atribuo. E, para alem disso, os campos de escondi-


turalmente

"invadir" até aquelas Areas de realidade que te


mento revelam-se a

e na evidência natural me parecem obvia


nho como mais prôximas que

mente dominadas (o bairro, o quarteirAo, o prcprio prédio em que m

ainda hA pouco foi o meu, ate ao mais recente e


ro, o passado que

imediato, e o futuro, mesmo o mais prôximo, a que me dirijo).

tenho acesso revela-se como "infi-


0 campo a que propriamente

nitamente" c ircunscrito , acanhado, com abismos de real inacessível

.comegando logo pertíssimo de mim, de onde estou (tanto 'no espago,

e continuando-se indef inidamente em abismos cada


quanto no tempo),

vez maiores, numa vertiginosa mui tipl icagAo do que se esconde, em

cada vez mais e mais se avoluma e agiganta, e o ti-


que o nAo-tido

do cada vez mais revela dimensces de um pequenissimo fcco, de u.ma

a nu na esmagadora "ncite" dc que esca-


ínfima oarte acesa e posta

e se mantem fora de aicance.


pa

De tal mcdc nAo e o nAo-tido que tem o carActer de um por-


que

tem, mas tudo o que se tem que aparece como um


menor do rue jA se

peque no
"
c anto", um infi mo pormenor daquilo que hA , numa perspect:

subverte a c.onf iguragAo das dimensôes do tid(


va que cornpl etamente

e do nâo-tido que naturalmente estA fixada.

■^. w - -Í ^3 ,J alavras, ac focar-se o exterior do campo de incidê:

de cada vez se acha aberto (ao olhar para isso vencendo a


cia que

ambliooia que tende a toldar o que se enxerga nessa direcgAo e co:

fenômenos de desfocagem ccn-


seauincc dissipar minimamente os que

desse exterior) a forma da finitude d


formam a ncssa perspectiva ,

nosso nonto de vista, a reiagAo de forgas em cuja equacicnagAo el

consiste, inverte os seus term\os . 0 que originaimente tinha um ca

rActer lacunar passa a ter o de um macigo inabrangíve 1 , de que a

se tem não é capaz E o que inexp I icitamente tinh


perspectiva que
.

c carActer de um macigo, de algo indef inidamente propagado ,


assum
abismo de abismos do que nAo se
o de uma Ínfima bolsa, perdida no

tem .

da finitude, naturalmente parecia i


da forma que
A modificagAo

assim na sua possibilidade . Tai como o exa-


nadmissível, revela-se

descobre, a situagAo em que se acha c


dos horizontes externos a
me

verdade a uma outra forz


meu ponto de vista parece corresponder na

da forma natural
f ijiitude__dif erente
.

ma da

Mas mais do que isso.

externos nAo apenas oatenteia que e pos-


0 exame dos hcrizcntes

da forma da finitude, mas , vendo bem, eviden-


sível uma modificagAo

essa modificagAo pode ser nuiltipla e corresponder jus


cia mesmc que

de sucessAo de diferentes formas da finitude cu


ramente a estrutura

Essa estrutura tinha entío de


deiineou no pcnto 1.1.2.
jo mocelo se

ainda como que desencarnada, abstracta, mas agora ganha um


parecer

s ccncreto.
carActer "paipAvel"
a
Ccrn efeitc examinando bem a trans f ormagAo de perspectiva que

verifica-se que nAo


horizontes externos trouxe consigo,
focagem dos
reouo da antecipagAo das dimen-
ccorre nela pura e simpiesmente um

constitui a forma da fi-


sies possíveis do limite (antecipagAo que

sucessao de recuos dessa antecipagAo— recuos que


nitude), mas uma

o ponto de vis
de cada vez modifioam olobalmente a situagAo em que

que tem da sua eficAcia e da sua imperfei-


ta se vê, a apercepgAo

forma da finitude do pcnto de vista.


e tanto quer dizer a
gAo,
em cada caso caracteriza a an-
Dada a natureza implicita que

imediatamente ciaro que assim suceda.


tecipagAo, nAo e porventura

nos sucessivos passos


E, pcr outro iado, pode tambem parecer que

hA ddvida uma expansAo da


dos horizontes externos sem
de anAlise

nAo tem
de finitude detectada, mas que essa expansAo
"-uantidade"
o carActer de uma sucessAo de f ormas ,
mas apenas o de uma explora-

de escondimento correspondentes A forma da fini


gAo dos horizontes

de forgas e a inversa da forma natural (o ti


tude em que a relagAo

senAo um enciave e o nAo-tido tem o carActer de


do nAo constitui

um macigc inabrangivel ,
de um abismo) .

isso necessArio pOr em evidência como é de facto


Torna-se por

levantamento dos horizon


uma sucessAo de formas que no progressivo

tes externos se acha percorrida.

á
Se considerar a modificagAo de perspectiva ccrrespondente com

da transcendência que tem, re I ati vaments ac meu


preensão efectiva

de realidade correspondente a "Portuqal"


ponto de vista,
,
c campo

considerar a modificagAc de perspectiva que correspon-


cu seja, se

1 ativamente a esse horizonte de reaiidade, de to-


de ã inibigAo, re

dos cs fencmenos que mascaram ou reduzem a incompletude (esbatimen

to dos 1 imites, representagAo inautêntica de totalidade, principio

de relegagAc de importAncia) verifico


de homogeneidade, principio ,

constitui jA uma subver3Ao da forma natural


que essa modificagAo

ocnto de vista, a abertura de um horizonte de escondimento que


dc

iacunar do escondimento correspondente a for


rompe o enquadramento

ma natural .

lado, verifico tambem que em virtude da pecu-


Mas por outro ,

inércia caracteriza o nosso pcnto de vista e da tendencia


iiar que

de toccs cs fenômencs responsAveis pela finitude


nara a manutengAo

de segundo grau no caso da incompl etude ,


posso (e tendo mesmc a)

perspectiva de mcdo tal nAo obsts


realizar esta viragem de um que ,

mantem em vigor todos esses fenomenos rela


te a sua ocorrência, se

tivamer.te acs horizontes externos do horizonte "Pcrtugal".

efeito de toidamentc resultando desse com-


Isto e, percebia jA o
de fenômenos e promovia jA alteragoes atinentes A respectiva
plexo
partir delas, como o domínio "Portu-
suspensAc Compreendia jA, a

extraordinAria transcendôncia relativamente


ao

gal" envolve já uma

tambem claro esse nAo é de modo al-


de vista. E era que
meu ponto

um dominio de dimensoes inexcedíveis mas sim apenas uma peque-


gum

hA Mas tudo isto ainda nAo levava a rea


na parte da realidade que .

A imensa, A a-
lizar a transf ormagAo de perspectiva correspondente

abismo de escondimento (e a correlativa con


multiplicagAo do
bissal
nessas
amplitude relativa do campo de apresentagAo ) que ,

tracgAo da
de realidade imen-
condigSes, a circunstAncia de haver esses campos

o dominio "Portugal" tem implicada


sa, indefinidamente maiores que

em s i .

examinar o que se passou comigo quandc cheguei a percepgAo


Se

"Portugal", verifico que foi preci-


da transcendência do hcrizonte

samente isso que aconteceu.

mul do abismo de esccndimen


D- toda a extraordir.Ari a tipl icagAo

horizcntes externcs do horizcnte "Portu-


esses
to que correspcnde a

do
de toda a ainda maior cor.traccAo da amplitude relativa
g=l" e

eia acarreta (tal comc se pôem a vista quando


campo de acessc que

de totaiidade— e os
inibo a interposigAc de representagdes espdrias

finitude de segundc grau— e foco


demais fenômencs responsAveis ?cr

>?e-
passagem Portugai

a muitipIioagAo de abismos ccrrespondente a

Europa->todos os ccntinentes .

nínsula Iberica, PenínsuIa->Eurcpa,

da Terra, superficie da
todos os continentes->toda a superficie

no seu todc etc ) continuava de facto


Terra__>0 planeta terrestre

o campo de reaiidade
sem fazer nenhuma ideia quar.do jA percebia que

de facto a um abismo de escondimentc


"^crtugal" equivale
desses outros horizon-
Ora este inatendimento ,
esta ignorAncia

muitas vezes mais abissal escondimen


de um muitas,
tes como campos

( da in-
to constuía entAo na verdade uma restrigAo da imperfei^Ao
de incom-
que se estava desperto-da imperfeigAo
completude) para

535
pletude com que entAo de facto contava, que entAo tinha como possí_

vel .

Com efeito, nAo se trata apenas de eu nAo ter tido então uma a

desses novos horizontes na extraordinAria ampli


percepgAo efectiva

do escondimento mas sem que por outro lado houvesse vigo-


tude seu ,

rado em mim uma exclusao da respectiva possibi 1 idade . Sem dUvida

eu não tinha entAo nenhuma tese a excluir explicitamente a pos


que

de escondimento dessa ordem. Mas na verda


sibilidade de amplitudes

de não tinha semelhante tese precisamente pcrque tais amplitudes

coisa que estava completamente fora do meu ho-


eram entAo qualquer

rizonte. NAo sustentando tal exclusAo de forma explícita, encontra-

va-me todavia de facto numa ôptica de exclusAo


de uma exclusAo que

isso era menos decidida e menos real


com ser implícita, nem pcr .

Ao contrArio do que pcde parecer, na verdade , nAo me achava en-

I idade desses
tAo numa posigAo neutra relativaments A possibi no-

vos abismos. NAo estava numa pura posigAo de nAo saber serem eĩes

posicAo que deixasse aberto tal


impossíveis numa em

possíveis ou

Dossibi 1 idade . A omissAo a seu respeito fazia que de facto, e deci-

didamente, nAo contasse com eles. E nesse sentido a amplitude de e;

condimento depcis, uma vez inibido o funcionamento de represe:


que ,

de totalidade, etc relat ivamente aos horizontes e:


tagôes espUrias

ternos do hcrizonte "Portugai", se veio a pôr a nu, estava efecti-

vamente excluida, fora de causa. Havia ainda, mesmo que desta mane

ra discreta, uma restrigAo da totalidade do escondimento percebido

como admissível, uma restrigAo que , sendo menos apertada que a vi-

forma natural, ficava ainda muito aquém de comportar na i


gente ns.

tica estabelecia o extraordinario volume do dominio de escondi


que

mento que a efectiva focagern desses horizontes veio a revelar.

Caida a antecipagAo natural do hcrizonte possivel de imperfei_

cAo, subsistia deste modo uma antecipagAc da totalidade do ĩimite,

i.e. , uma forma da finitude, que por sua vez veio justamente també

a cair— modificando com isso globalmente a perspectiva em que se

536
percebe o meu ponto de vista— ao produzir-se a apercepgAo da multi

ilimitada de abismos de escondimento que correspondem aos


plicidade

horizontes externos dc horizonte "Portugal" .

Por outro lado, constituida entretanto esta nova apercepgAo, e-

sua vez ainda tAo oega relativamente aos abis-


la mantinha-se por

na verdade correspondem aos horizontes in-


mos de escondimento que

bairrcetc)
"

ternos do horizonte"Portugal (regiAo, cidade, quanto

do abismo correspondente ao domínio "Portu-


a primeira compreensAo

relativamente aos horizontes externos ,


mais vastos, que
era
gal" o

ainda a subsistir fenômenos de esbatimento


o englobam. Continuavam

de total idade etc encobrin


representagdes espúrias
.
,
dos limites e ,

do a abissal incompl etude da apresentagAo de que se dispde relati-

vamente a esses dominios.

reinava, ao descobrir-se uma determinada


Ou seja, tambem aqui

determinada amplitude de escondimentc, uma totai o-


"frents" e uma

idsrag Ao da possibi I idade de cutras" f ren


missAc uma total não-ccns

ainda maiores, nAo-cons idera-


tes" de escondimentc com amplitudes

de facto uma exclusAo de tal pcss ibi I idade— e tan


-Ao que ccnstitui

to quer dizer, uma limitagAc mesmc que scmente impiícita, da ampli

tude possívei da incomp 1 etude .

Sendo esta limitagAc que iustamente veio a cair, ao produzir-se

dos inabrangíve is horizcntes de esconcimento que cor-


a apercepgAo .

esses dominios de mais pequena dimensAo e mais prôxi-


respondem a

de tal modo esta nova apercepgAo nAo apenas


mos de mim. E isto que

apercebidos (Portugai e os seus horizontes


juntcu aos abismos jA

ds escondimento, mas ccnforme a-


externos) novos planos abissais ,

suas dimensdes tcdcs os abismos


c^ntuado, fez rsrerspectivar nas

anteriormente percebidos, numa imensa remultipl icagAc da sua ampii

assim uma vez mais, e de forma dristica, a s^


tude. Modif icando-se

de vista se percebe, o grau do esmagamento


tuagAo em que o ponto

de apresentagAo de que dispôe.


em que reconhece o campo

537
da incompletude do ponto
Entretanto, se com a compreensAo cabal

horizontes externos no espago, o volume


de vista relativamente aos

ficando fora de acesso se elevava a di


de realicade detectada comc

reduzindo o campo de acesso a um ínfimo en-


mensôes inabrangíveis ,

abissal do nAo-tido, isso nAo significa por sua


clave na imensidAo

vez entAo em absoluto tivesse deixado jA de haver uma antecipa


que

limites da incompletude Verifica-se antes que


dos ,

gAo restritiva
.

entre sucessivos planos de aper-


semelhanga do que acontecia
os
A

horizontes espaciais, a pers-


cepgAo da incompletude relativa aos

se tem quandc jA se acha realizada uma apercepgAo ca-


pectiva que

mais avassaladora e
perturbante que
incompletude

dessa e por
ba^

tendencia ainda inteiramente cega reiativamen


reveie

pla se e por

afecta os horizontes de continuagAo da rea


te ao esccndimento que

nomeadamente pcr exempio, re lativamente ao es-


iidade no tempo, e ,

condimento que afecta o dcmínic dc passado.

da mesma forma inexpiicita que se tentou pcr em evidên


Ou seja,

dos horizontes do espagc continuava a have


cia, no termc do exame

uma nAo-admissAo uma exciusAo da possibilida


na mir.ha perspectiva ,

de facto restringia o Ambitc da incom-


de desse escondimento, que

entAo admitida como possívei, constituindo uma antecipag


D letude

da sua totalidade em cue as dimensoes do escondimento no passado

"distarc"da inocmpietude que acarretam) de todo em tc


(e o imensc ,

do ai nda nSr^JJ^guravam .

de tai modo o desvelamento da incompletude abis-


Tudo istc que

foi As reaiidades que houve ne 1 e


sal do acesso ao tempo que jâ e

corroborar a figura do campo de apresentagAo ocmc


nAo se limitcu a

um fnfimo enclave no hcrizonte inabrangive 1 , abissal, daquilo que

fora de acessc NAc 0 desvelamento da abissal incomple-


se mantem

tude do acessc ao passado afundou, se assim se pode dizer, o pontc

de vista num confinamento imensamente mais esmaqador que o esmaga-

dor confinamento posto a nu reiativamente a continuagAc da reaiid;

de no espago, mcdificando globalmente a situagAo em que se perceb<


o meu ponto de vista. Ao perspectivar o abismo da continuagAo do

mais aguda, a mais desperta pa-


real no espago, numa perspectiva a

ra a "infinita" pequenez do acesso que tenho A realidade, persis-

esbatimento dos limites do alcance temporai do


tia por inteiro o

vista e a interposigAo de representagoes inautênticas


meu ponto de

etc, no modo referido, difundem, produzem uma


de totalidade, que ,

do campo de acesso e fazem que nAo perceba, me


expansAo aparente

fechado a extraordinAria amplitude do


mantenha completamente para

abismo de escondimento que vigora a seu respeito.

ultericr, veio a mani-


Mas, por outro lado, quando , num passo

extensAo e acuidade o abismo de escondi-


festar-se, em toda a sua ,

desenha na "frente"do futurg, tcrnou-se ciaro quAo


m ento que se

restritiva era ainda a perspectiva sobre o escondimen


incompleta e

to o reconhecimento da incompletude da apresentagAo disponivel em

em ate ai se estava (e onde a i-


todo o plano de ccr.s ideragAo que

vcitava ainda sd para as dimensôes


dentificagAo do escondimentc se

Tornou-se visivel ainda como em todos os


do oresente e do passado).

reconhecimentos anteriores, a despeito de toda a esmagadora ampli-

continuava subsistir ain-


tude do escondimento que jA revelavam, a

de limites e a funcionarem inalteradas representa


da um aoagamento

c ces de pretensc acesso, escondendo uma outra imensidAo inabrangi-

escondizier.ro. também margina, muitc proxima,


vel, abissai, de que

o campo de acesso de que se dispde.

tambem vendo bem, a desccberta des


E isto de tal mcdo que aqui ,

de esccndimento afecta o meu ponto de vista


ta nova "frente" que

aorescentar mais um horizonte de escondimento ,


man
nAo se 1 imita a

do ponto de vista, na confi-


tendo no essencial a situagAo global

qne jA antes tinha. NAc Aqui , de ncvo, o qus se produziu


guragAo
ef ect ivamente a abertura do campo de escondimento
ao enfrentar-se

trata nAo foi apenas a emergencia de mais um aspectc de


de que se

A
tcmou conhecimentc sem que isso mcdificasse a

finitude, de que se

539
posigAo em o ponto de vista se sente, a
forma signif icativa a que

da eficAcia do acesso em que se estA. 0 que se produziu


avaliagAo

de afundamento global da perspectiva, modificando


foi uma espécie

da situagAo em que me vejo, passando a montar de


todo o aspecto

mais "cerco" do
qual itativamente diferente, apertada, o es-
forma

condimento em tornc do nuclec apresentado, esmagando este ccm uma

da sua relagAo de forgas com aquilo que


ainda maior desproporgAo

se mantém de fora e em recusa.

certo a perspectiva emergente nc term.c de todas estas


e que

reconheci.mento do
mcdi f icagdes , a perspectiva correspcndente ao a-

de abismos de escondimento que constitui o horizcnte de con-


bismo

da realidade, e descrita exactamente nc<


tinua^Ao espAcio-tempcrai

mesmcs termos que aqueia que corresponde A primeira modificagAo e

ao resultado de cada uma das que se Ihe seguiram: um infimo encla-

ve de accmoanhamento efectivo das coisas contra um abismo avassa-

lador de escondimento .

Mas o de esmagamento, as prcporgces infimas do enciave e


grau

cue ccrrespcndentemente o pontc de vista se vô mudam


a posigAo em

drasti camente com a acumuiag.Ao e mui t ip I icagAc das "frentes"de in-

completude .

Na fcrmulagao ("ínfimc enciave ccntra um abismo de escondimen

tem e de cada vez o mesmo. Na perspectiva reai o;ue


to"), c que se

exoerirrenta essas sucessivas aberturas de novos horizontes de es-

c o
-

di m s n t o o cu e s e t e m e sub stanc ialmente _


dI f e rente .

S a diferenga nAo e meramente quantitativa . nAo ccncerne ape-

nas o facto de c escondimento que se regista ser s igni f icat ivamen

te maior. Diz antes respeito ao prôprio modo como glotalmente de

540
tenho a mim e Aquilo que aparece, mais precisamente ao
cada vez me

modo como nos diferentes momentos da apercepgAo da incompletude es

tA "atacado", posto em causa o acesso em que me vejo.

de modo nenhum a mesma coisa (nem difere somente por uma


NAo e

do escondimento que se regista) a compreensAo da


diversa amplitude

transcendôncia do horizonte "Portugal" ,


feita ainda sem redugAo das

de totalidade que afectam a representagAo


representagôes espúrias

dos seus horizontes externos e internos, e a apercepgAo plena de to

de escondimento no espago, perspectivada sem inter-


do o horizonte

de totalidade, a partir da am-


posigAo de representagCes espdrias

olitude de escondimento que jA hA nos domínics mais pequenos e com

do abissal salto, da abissal mul tipl icagAo de a-


plena apercepgAo
espagos cada vez mais amplos na verda-
bismos que a passagem para

de representa.

de mcdo nenhum a mesma coisa, nem difere somente pcr uma


NAo e

da quantidade de esccndimento que se regista, es


diversa amplitude
1 etude em o pcntc de vista
sa compreensAc da esmagadcra ir.ccmp que

realidade no espago e a perspectiva que se ie


estA reiativamente a

das trôs grandes "frentes" de escondimento


vanta com a acumuĩagAo

externos, conjugando a incompletude relativa a con-


ncs hcrizontes

mur.do fcra, e a ainda


r-=-va.-Ao da reaiidade nc presente.. por esse

reiativa sua continuagAc nas dimen


muito mais ampla incompletude a

foi e daqueie que virA.


sôes do tempo que jA

tamtem, embora com desníveis menos pronunciadcs relati-


E assim ,

vamente acs estAdios intermedios.

muda nAc tem a ver com uma pura tomada de conhecimento


C que

de escondimento tem estas ou aquelas dimensces


quantidads
,

de aue a

se acrescentasse aigo ao campc de es-


ccmc se pura e simplesmente

se verifioasse que afinal e maior do que se pensava.


condimento e

de cada vez a ver com uma modificagAo do cardcter,


0 que muda tem

tem mim o acesso em que me acho,


da qualificagAo global que para

dc mcdo como o escondimento reina no horizcnte


com uma alteragAc
e limita estabelece comc que uma impotôncia do olhar, ou com uma

do grau de esmagamento do campo de apresentagAo ante


modificagAo

de escondimento em cujo seio constitui um infimo enclave.


o macigo

Mesmo sendo jA de imensa desproporgAo as relagQes que se reco-

nhecem entre o campo do tido e do nAo-tido —

tal como passaram a sei

a partir dos primeiros passos de apercepgAo de transcendôncia no dc

minio dos horizontes externos


podem ainda manter-se restrigôes im-

limites na perspectivagAo do abismo de que se trata no


plícitas,
de escondimento 1 imites em virtude dos quais ele nAo é pro-
campo ,

tAo extraordinariamente grande nem tAo extraordinaria-


jectado nem ,

verdade depois se vem a revelar.


mente esmagador quantc na

E a margem em que é pcssivel este excesso dos abismos de es-

condimento realmente tem lugar sobre os abismos de escondimen


que

jA projectados num reconhecimento do carActer


to jA dsscobertos,

da inccmpletude nAo é apenas, como se tende a considera:


esmagador ,

partida, antes das expansoes em causa, jA se trata de


(dado que a

da ordem do "alguma coisa mais" dc "um bo-


um abismo), uma margem ,

cado maior" , etc .


,
mas antes uma margem tal que os planos de abis-

indetectados —

e de que depois se produz apercep-


mo que permanecem

muito bem ser, sAo planos em relagAo aos quais os abis-


gAo podem

detectadcs nAo constituem senAo pequenas e mesmo


mos previamente

ínfimas partes.

E assim reiteradamente , ou seja, de sorte que o abismo em rela

gAo ao qual o primeiro detectado nAo representa senAo uma pequena

parte constitui pcr sua vez também uma ínfima parte de campos de

escondimento se revelam ao levar mais longe o apuramento da


que

de sorte estes por sua vez se vêm a revelar tam


incompletude ; e que

bem somente uma ínfima parte de campos de escondimento mais vas-

tos que se descobrem, etc . .

E isto mostra o percurso feito no exame dos horizontes ex-


que

ternos. Mesmo produzindo-se subversQes da forma natural ,


reperspec

542
tivando o volume de escondimento reconhecido e elevando-o a um por

te extraordinArio ,
isso nAo significa, por mais longe que jA vA,

que se esgote a possibi 1 idade de alteragAo da forma da finitude.

E assim, mesmo nAo descendo a uma anAlise exaustiva de todos os

desniveis que o progressivo levantamento dos horizontes externos,

como se fez, comporta em si (deixando-se fora de consideragAo, por

descontinuidades que, A semelhanga dc que acontece no


exemplo, as

horizonte do espago, tamtém afectam o processo de apercepgAo do es

condimento no campo do passado e do futuro), a diversidade das for

mas da finitude pcr que o nosso ponto de vista é susceptível de

revela-se jA uma diversidade numerosa, e tanto quer dizer


passar

: o voiume de escondimento do escondimento da fir.i-


ao mesmo tempo ,

tude reiativamente ã finitude que comporta em si, revela-se jA de

uma amplitude muito vasta.

Percebido assim ccmc nc curso do levantamento dos hcrizontes

externos se acha percorrida uma sucessAo de modif icagôes da fcrma

da finitude, pde-se ac mesmo tempo em evidência um conjunto de pe-

culiaridades do fendmenc da fcrma, que , de passagem, importa também

pôr em f occ .

Ao tentar caracterizar a forma d.a finitude (a antecipagAo da

totalidade da finitude possivel) que estA vigente, por exemplo, u-

hcrizonte de escondimento correspondents ao do-


ma vez percebido o

grande dificuidade quandc a si-


mínic "Pcrtugal", experimento uma

-ua-Ao em me enccntro ainda nAo inclui a descoberta de ncvas


qu.e

frentes de finitude. NSc se manifesta ciaramente que antecipagAc

restritiva ai ainda vigora


e tende mesmo a inculcar-se-me que nAo

'r.A nenhuma antecipagAc restritiva aí ainda em vigor.

emergente da descoberta do hcrizonte de


Vendo, porem, a situagAo

543
domínio "Portugal" a partir do ter-
escondimento correspondente ao

mo do levantamento sistemAtico dos horizontes externos, ou seja a

estAo abertos todos abis-


partir de um ponto de vista para que os

mos de escondimento que esse levantamento poe a nu, percebo a ex-

traordinAria constrigAo do campc de finitude possivel que entAo de

percebo como é apertada a restrigAo do es


facto estava antecipadc,

condimento que de facto aí se admitia como possível e de que modo

ccrrespondia, no silencio das suas decisCes puramente implícitas,

de exclusOes de campos de incompletude


grande quantidade
.

a uma

do resultado da anAlise dos horizontes exter


Ou seja, a partir

ao reconhecer a transcendência do horizcnte "Portu-


nos vejo como,

ainda sô ela, hA :
gal" ,
e

l)um fechamento da minha perspectiva para a possibi 1 idade dos ex

traordinArios ab-ismos de esccndimento que correspcndem acs seus hq

r i z o nt es externos;

2) um fechamento da minha perspectiva relativamente a possibili-

dade dcs abismos de escondimento que corresponcem aos seus horizon

tes internos e A extraordinAr ia remul tipl icagAo do abismc no espa-

gc que de facto representam;

fechamento da minha perspectiva re lativamente ao horizonte


3) um

de escondimentc correspondente ac passado, e

41 um fechamentc da minha perspectiva reiativamente ao horizonte

de ssccndimentc atinente ac futuro .

A exclusAo é mesmo tAo completa que ocorre sem que faga a menor

ideia de estã a ter lugar


em absoluto nAo me passa pela cabe-


que

~a cue cossa haver esses horizont.es de escondimentc .E pcr isso nA

oreciso de os excluir de forma expressa.


sequer

E o mesmo ,
mutatis mutandis, para cada estAdio intermedio no

do levantamento realizadc Embcra com c avango vA diminui r.do


curso

c i.mbito das exclusdes air.da persistentes e cada vez mais dominios

vâo sendo invadidos pela declaragAo de abismos de incompĩ etude , ma

544
têm-se em cada caso ainda fechamentos de perspectiva, antecipagôes

restritivas, em virtude das quais continua a haver escondimento da

incompletude a que o ponto de vista estA sujeito.

Com tudo isto pôem-se a nu de uma forma mais clara, e a partir

de elementos concretos, aspectos referidos na caracterizagAo pre-

liminar do fenômeno da forma da finitude —

e nomeadamente :

l)a antecipagAo que a constitui e inexplícita, inconspícua; nAo te

nho ideia de que ela estA a occrrer; é tAo ôbvia a pretensAo de a_I_

cance, a eliminagAo da possibi I idade de escondimento e estA tAo prq

fundamente implantada que , embora de facto se esteja a dar em mui-

de escondimento assim
tas frentes e sejam mUltiplos os campos que

esconde, nAo chama minimamente a atengAo, passa inteiramente desper

csbida ;

2)sendo assim, nem por isso deixa de condicionar, dirigir o olhar,

isso rnencs ferrea, mencs dominante, mantendc a nossa


e nem po'r e

de toda qualquer consideragAo da pcssibili-


perspectiva afastada e

de haver ainda mais amplos campos de escondimento para IA da-


dade

tem admitidcs

de tal modc que mesmo quando se estA


queles que jA ,

ievantamento numa expIoragAo dessa pcssibilidade


emnenhado num , ,

tende a sucerir, a inculcar ccmo ôhvio, uma vez dado qualquer pas-

so, que o percurso possivel acaba ai, q\ie nAo hA mais pcssibi I ida-

da incompi etude ;
de de aiargamento

sucess ivamente se vAo substitnindo no percurso de


3)as formas que

do escondimento do escondimento correspondem A sucessi-


supressAo

va eliminagAc de exciusôes impl icitamente constituídas no nosso

oonto ds vista; de tai modo que a primeira, a forma natural, cor-

responde a acumuiagAo de todas as exclusdes impiicitas cuja queda

ae Cada vez ainda scmente parcial


constitui a multipi icidade das

outras formas;

verifica-se nesta sucessAo de formas que o que


4)correlativamente ,

na mul t ipl ic idade relativamente numerosa que compor


a possibilita,
de possiveis diversas modi f icagôes e
ta, e a c ircunstAnc ia serem ,

s /c
re iativamente drAsticas, "catastrôf icas" , da pretensAc
modificagSes

isso deixem de
de alcance do nosso ponto de vista, sem que com per-

do de vista natural, i.e. da pretensAo de e-


sistir aspectos ponto

ficAcia que o caracteriza;

evidenciagAo da sua
5) a forma tende a sô aparecer plenamente numa

do seu dominio a partir da experiencia da sua derroga-


e
presenga

ccntraste com ela; mas, por cutro lado, ac


queda e

gAo, da sua por

finitude nAo todo complexo


dar-se uma modificagAc da forma da e o

constitutivo dela que se torna identif icAve 1 manifes


de exclusOes ,

hA uma modificagAo da forma, a forma da finitude ants-


to. Quanio

riormente implantada desccbre-se scments naqueies seus aspectos cus

de derrogagAc explicita, mantendo-se despercebida (e


sAo objecto
demais, i.e. naqueles que continuam
correlativamente vigente) nos

Assim acontece que a forma natural


em vigor na nova perspectiva. ,

do escondimento que envolve "Portugai",


ao cair com a apercepgAo

todas as cutras exclusdes de escondimento de que


nAo se revela em ,

hcrizcntes extsrnos, j s. tenho nctíoia


agora, u:P,a vez expioradcs os

ainda condiciona o ponto de vista apcs a descoberta


E a forma cue

do dominio "Portugai" nAo se percebe entAo ainda


do escondimento

da finitude, no mesrno sentido em que percebe entAo a


comc forma

Sd e pouco, A medida que vAo sendo derrcga-


forma natural. a pouco

restritivas, diferentes exclusces que


das diferentes antecipagCes

ccmoorta, a forma da firitude se torna manifesta, persistindo sem-

1 idade de se manterem inapercebidas exclusoes e de a


ore a possibi
nAo verificada, nAo posta a prova, acarretar
respectiva vigencia,

ainda um escondimento da incompletude a que na verdade o ponto de

vista estA sujeito.

546
as caracterí sticas da forma da finitude sAo pre
Entretanto, se

estas, levanta-se o problema de saber se a posigAo a que


cisamente

termo do exame dos horizontes extemos equivale


se estA chegado no

identif icagAo e a uma plena derrogagAo das antecipa-


já a uma plena

restritivas da tctalidade da incompletude admissível no nosso


goes

das antecipagoes que escondem o escondimento a que


ponto de vista,

Levanta-se o problema de saber se essa posigAo,


ele estA sujeito.
ef ectivamente jA A
assim se alcanga, ccrresponde
a perspectiva que

incompletude e.m que se estA (e constitui qualquer coi-


situagAo de

pelo contrArio, tem ainda exac-


sa inderrogAvel, inccncussa) ou se

natureza as diversas formas entretanto percor-


tamente a mesma que

do esccndimento
ridas— e que se verificou comportarem escondimentc

e serem ultrapassAveis ,
susceptiveis de erradicagAo.

Mas que antecipagoes restritivas da incompletude podem ainda

a subsistir quando cs horizcntes externcs estAo transfigura-


estar

tAo extremo abismo de abismos e o cam-


dos na referenciagAc de um

o de vista reclama como seu dcminio


oo de acreser.tagão que pcnto

ambito a minha volta, de tAo reduzidas di-


se ccnfina a um pequeno

subsiste uma vez suprimido c esbatimento


mensdes, comc aqueie que

aos horizontes extemcs ?


dos iimites reiativamente

0 dnico piano sobre o qual parece manter-se uma pretensAo de

o do campo de incidência para que se


acompanhamento e justamente

estA voltado, de que ef ectivamente se tem apresentagAo .

face do se descobre comc nAo tido


?or pequeno que seja em que

cor.f iguragAo agora diversa da


muitc que a sua se apresente
(e por

efeito do esbatimento dos limites reiativos aos


rrue oferece scb o

este parecs es-


hcrizontes extemos), pelc mencs em relagAo a campo

no
de acesso, dispondo-se de uma apresentagAc
tar-se numa posigAc

fundamental adequada.
este parece constituir o \ini-
Pcr exclusAo de partes, e porque

de acompanhamentc
co domínio sobre o qual persiste uma pretensAo

sobre ele vigora


eficaz, posso sem grande dificuldade perceber que

547
exclusAo da possibi 1 idade de escon
uma antecipagAo restritiva, uma

as dimensoes de mera lacuna.


dimentc que ultrapasse

Assim sendo, identif ica-se aqui qualquer coisa que parece cons

Altimo bastiAo da pretensAo de eficAcia que naturalmente


tituir un

pontc de vista.
e sustentada pelo nosso

conviogAo de que pelo menos na Area ou áreas


Isto é, persiste a ,

de cada vez estou voltado, sobre as quais o meu olhar in-


para que

de vista tem um alcance correspondente A tese que


cide, o meu ponto

sustenta scbre a repartigão e dimensces respectivas ds


naturalmente

tem dacuilo Ihe escapa. Parece que apesar de tudo


quilo que e que , ,

menos em reiacAc a esta parte restrita da realidade, ao domi-


pelo

nio do espago de que tenho apresentagAo directa e no iapso de tem-

produz acuiic me está a-


po em que_a__prdnria apresentagAo se ,
qus

de facto A esmagadora maioria dc hA no


presentadc corresocnde que

camoo de realidade em causa e tudo o que me escapa corresponde a

tem dimensces de lacuna.


meros pormenores

tai modo caída, derrogada, relativamente ao horizonte gi:


De que ,

naturalmente se reporta, a compreensAo natural do nao-ti-


bal a que

do lacuna apesar de tudo ter algum fundamento neste Am


como parece

muito mais restrito. do campo de realidade que de cada vez


bito

tenho ar.te mim, propriamente apresentado, e valer sem rsstrigdes

dentro c.este Ambitc mais restritc.

?osso achar-me num nAc-accmranhamentc de prcpcrgdes imensas re-

lativamente ao horizcnte dc real que continua para 1A dc domínio

olhar incide —

e pode esse horizonte ser infini-


scbre o qua 1 o meu

maior do aquilo a que tenho acesso. Isso em nada afec-


tamente que

ta o facto de ,
no Ambitc do proprio campo de incidência, o acesso

se tem ser soberano e nAo deixar por accmpanhar senAo pequenos


aue

pormencres, lacunas, num dominio giobaimente pcsto a descoberto,

visto como é.
globalmente

Os limitss do camoo de apresentagAo desenham-se muitc prôxi-


de escondimento cercam-no até ao quase imediato
mos os horizontes

no espago e no tempc Mas, de qualquer modo, aquém destes limites,

de realidade que a posigAo de acesso em que me encon


hA uma porgAo

dizer, varre tem em transparência De tal mq


pode
.

trc se assim se ,

ef ectivamente sô muito pouco se pode eximir ao meu o-


do que dela

Ihar.

Entretantc se deste modo e reconhecível uma antecipagAo res-

tritiva vigorando ainda no termo de todas as transf ormagdes produ-

anAlise dos horizontes externos, se e reconhecívei uma ex


zidas na

idade de escondimento que subsiste no termc do


clusAo da possibil ,

de todas as transf ormagdes q\ié cpera, es-


levantamento realizadc e

4__ an-Pf,^af.!!P ^s-r-i t:^ '— va, — • esta exclusAo da poss ibi 1 idade
^
de escon
an e c ^ - ^-
ta - -
— -
-
-y _
^ —

diferente de tcdas as anteriormente consideradas ,


dimentc parece

de qualzuer derrcgagAc

parece ter tu-


nAo oarece ser susceptivel

Pcr mais ihe "de vcltas" e procure vislumbrar


do a seu favor. que

derrcgada, esta exolusAo parece escu-


a pcssibilidade de vir a ser

1 idade absoiuta, cbvia


dada numa evid^^ia^^^^i^atj^l , r.uma imposs ibi

nAc assim como neia se inculca.


de ser

Dp scrte cue no que diz respeitc A averiguagAo da mcdificabi-

,^a^0 ^a forTria da finitude o levantamento da incompletude parece

esaotado ,
cheaado ao seu termo .

de factc ccmo assim se inculca? NAo terA tambem es-


SerA oorem

da irrecusabi 1 idade quase absoiuta com que


ta evidôncia, a despeito

carActsr condic ionado resultando tambem ela de um e-


se imode, um ,

de uma tese qus se tem e tende a dominar o nosso


feitc de iIusAo,

situagAo de factc —

e que desse mo-


olhar, mas que nAo corresponde a

ef ect ivamente estamos sujeitos ?


do escor.de o escondimento a que

se inculca a evidôn
Por muitc grande que seja a forga com que

menos a apresentagAo do que estA directamente apre-


cia de que pelo

549
é eficaz, adequada, é necessArio pôr A prova essa apresen-
sentado

verificar a exclusAo da possibil idade de escondimento mais


tagAo,

do lacunar a respeito do domínio de realidade a que se reporta .

que

também do real para que estou voltado, sobre o qual


Pode o campo

incide, comportar em si um abismo ou abismos de reali-


o meu clhar

dade a o meu ponto de vista nAo me dA acesso e que , estando ai,


que

1A daquilo tenho, escondi-


ficam na verdade completamente para que

inacessíveis para o meu olhar ?


dos,

haver também aqui uma incompletude desta ordem, de tal rno


Pode

neste Ambito restrito tenha cabimento a tese na-


do que nem sequer

de soberania dc acessc, a compreensAo do escondimento como


tural

lacuna ?

este o oroblema em que se fica deposto nc termo do exame dos


E

horizontes externos espAcio-temporais .

550
A

2.1.2 0 dominûo_de correspondente ao CAMPO DE ĨNCĨDEN^


realidade
CIA e a aparente impossibi lidade de uma incompletude mais
da sua apresentagSo VerificagSo sistemAtica
que lacunar
.

possivel neste dominio anA- —

das dimensô'es da^incompletude


da realidade presente
Tise da incompletude da apresentagAo
na prépria ^ALA_EM_9UE
SE ESCREVE .

resultado da exploragAo preliminar dos


Ora, na verdade, se no

horizontes extemcs estA vigente ainda uma tal restrigAo relativa-

do esccndimento admissivel para c dcminio de rea


mente A ampĩitude

lidade corresrondente ac prcprio campo de acompanhamento que de ca-

cuidadoso deste dominio eviden-


da vez esta constituído, u.m exame

contrArio, uma a.mplitude muito vasta e mesmo uma ampiitu-


c:» pelo

subsistindo nele, nAo obstante o acesso


de abissal de escondimento

dA-lo de uma forma piena.


aue se tem a seu respeito e que parece

r.este Amticc restritc e aparentemente dominado,


Ou seia, mesmc

horizcntes de inccmpietude do acesso,


é ocssívei encontrar "fugas",

c exame dos horizcntes mais ou mencs distan-


anAIogos aqueles que

horizontes sem ddvida mais pequenos dc que


^* =
•D3<* Pm evidsncia —

issc deixam de ccnstituir quaiquer coisa de


esses, mas que nem por

absoiutamente inabrangtvel para o nosso pcnto de vista: quaiquer

dimensAo tambem aqui r.Ao obstante a circuns


ccisa ccm uma tal que .

mais aquiic que escapa do que


cri-Ao do A.mbito, e esmagadoramente

aquiio que e tido .

inverosimii para que se


De sorte cue , ?cr estranhc e que parega,

ccnsti-
uma alteragAo radicai da compreensAo naturalmente
prcduza
entre o temcs e o qce escapa, olc e i.o
tuída sobre as reiagdes que

focagem virtude da qual se


dispensAvel realizar a alteragAo de em

dc de vista no seu ter-


ccntraria a tendência para a fixacAc pontc

horizontes externos Mesmo sem


ritôric e se pdem sob incidencia cs .

olhando o que mais imediatamen


se produzir esse volvimento, apenas

551
olhos" no mais prôximo, no prôprio campc de a
te se tem "perante os

directa de cada vez se tem, é detectAvel uma massa


presentagAo que

A qual aquilo de que propriamente se dis


de escondimento em reiagAo

acha numa posigAo de mero enclave.


pee também se

tai maneira nAo obstante o volume do que assim se


E isto de que ,

ascendem os de escondimen
esconde ficar aquém daquele a que campos

externos, por outro lado os abismos de in-


to nos hcrizontes porque

completude que desta forma se manifestam têm lugar nisso mesmo pa-

ra que olho (que tAo abso lutamente parece transparente para o meu

efeito de perturbagAo que a descoberta desta nova frente


olhar), o

de finitude traz consigo é porventura ainda mais forte/ causa um

transtcrno e pQe em causa de modo ainda mais drAstico as pre


maicr

alcance, de eficAcia, nutridas peio ponto de vista natu


tensôes de

rai .

entAo no camno de acompanhamento como


por maior que


Atentemos

se^a a"ccntracgAc
'
,
o recuo de frontsiras qce a supressAo dc esba-

limites traz ccnsigc


apesar de tudo o nosso pcntc de


timento dos

vista semore tem constituído .


Correspondendo somente a uma ínfima

de oatência no meio de um avassaiador hcrizonte de escon-


clareira

do tido que de quaiquer modc sempre hA tem ainda


dimento, o campo

assim aiguma ampiitude.

NAo e, como se viu, fAcii de deiimitar. 0 seu carActer reccrta

"

do e no tempo (com mUltiplos "corredcres , "bclsas", numa


no espago

fenômeno de tendenciai esbatimento dos


distribuigAo irregular) , o

limites e de difusAo aparente da amplitude de que se reveste


seus

labilidade caracteriza
e, finalmente, a prôpria mobilidade, que o

de estar continuamente a modificar, ganhando novos dc-


(c facto se

mínios e perdendo outros, consoante o tempo que passa, aquiio para

552
atendo, o me chama a atengAo, o que me vem A
que olho e a que que

ideia, etc ) fazem que seja difícil determinar rigorosamente em ca

da minha lucidez qual a sua configuragAo exacta (o "ma-


da mcmento

"
corredores" de todas as "bolsas", de todos os"fi
pa" de todos os ,

lamentos" o meu acesso As coisas tem ef ectivamente abertos,"ba


que

tidos" no campo da realidade).

assim é, hA outro iado a possibi lidade de identificar no


Se por

de que disponho e que constitui a pequena


complexo de apresentagAo

clareira do que estA verdadeiramente acompanhado pelo meu ponto de

tem de cada vez uma posigAo central no


vista, um nUcleo, algo que

estes diversos "corredo-


seu quadro e em torno do qual se dispoem

res", "bolsas" que tambem comporta.

Sste nUcieo de apresentagAc é constituido por aquilo que de ca-

da vez me estA actualmente dado numa detengAo directa, nc presente

cada me acho NAo somente constitui o "foco" em que


em que de vez .

olhar estã centradc, mas para alem disso é tam


de algurna maneira o

bém aquele em que 'r.A condigSes dptimas de acessq, aqueie em que o

mais livre de restrigôes, mais ple


acesso parece ser mais completo,

no .

teve ocasiAo de observar, para cada situagAo onde se es


Ccmo se

ndclec de incidên
tA, além do ndc leo de apresentagAo ostensiva (do

de cada vez se acha constituido, hA tambem uma esfe


cia) aue assim

de realidade que de cada vez pcde ser ime


ra de alcance, um ca.mpc

entrar niicleo
diatamente converîido em apresentagoes ostensivas, no

De tal mcdo que caracterizando-se o nuclec por uma


de incidencia. ,

forte mobilidade, em circunstAncias normais percorre com frequencia

os diversos sectores desse campo, tem as diferentes apresentagces

constituídas f undidas integradas por tal forma


ostensivas assim , ,

comum um campo de contacto directo


o campo de in-
cue constituem em

cidencia .

constitui este campo de ir.cidên


Ao escrever isto, por exemplo,

553
cia a sala em que me encontro e que , sentado A secretAria, num dos

seus extremos, voltado para ela, abarco quase globalmente com o me<

olhar .

Sem dUvida que nAo se reduz a esta sala tudo o que tenho do que

hA. Sem dUvida que hA mais coisas de que me estA dado acompanhamen

de de
to e que con juntamente constituem o campo fami 1 iaridade que

tenho aberto Disponho, por exemplo, de apresentagôes do


cada vez .

resto da minha casa, da escada que ihe dA acesso, da saida para o

extericr, das ruas que conduzem A universidade , de outras ruas, de

outras casas, dc ric, de diversas peoscao que conhego, de momentos

etc etc Mas c acesso em que tenhc estes cutros


do meu passado, .
, ..

"

focos de realidade tem neste mcmento um carãcter fraco" , difuso .

se o comparar com aquele que me estâ dado relati vamente A sala as-

sim a minha frente. Conhego pcr exemplo muifo bem o rosto, as fe_i

de um ndmero signif icativo de pessoas. Mas mesmo das pesscas


gôes ,

cue mais conheco e cujo rosto, estando aqui sozinho nesta sala,

auase vejo, nAo tenho dadas as feigoes de um modo comparAvel acue-

le em que posso acompanhar quaiquer das rsalidades agora A minha

frente resta sala. Tanto das outras casas que me sAo familiares,

como das ruas aue melhor ccnhego, ou da prôpria entrada do meu pre

dio, da escada e mesmo do resto da casa onde me enccntro nada tenr

dado de forma ccmparãvei aqueia em que accmpanhc as reaiidades qus

ai tenhc na saia, perante mim. A nitidez a compietude da a-


agora

oresentagAo que tenhc dada da realidade presente nesta saia exce-

dem as de todos os cutros hcrizontes que tarnbem tenho de alguma fc

ma disponíveis. A sala, neste instante em que a vejo, constitui a

mais adequadamente te^nho acesso, o campo de acompanhe


quilc a que

mento ^r' tfoX1?^ dentro dc qua I precisamente nAo haver iuge


parece

um acesso meramente f ragmentArio mas antes obviamente sô pa-


para ,

ra um acesso macigo, integral ou quase.

E assim, se aigum dominio hA em que a tese natural de autooom-

554
do acesso como scberano ef ectivamente parece valer e ser
preensAo

entAo a sala que neste momento ciaramente vejo, o cam


inexpugnAvel ,

de realidade aí ante os meus olhos é, enquanto o vejo, esse do-


po

mínio. Se a realidade se esgotasse neie, se nAo se prolongasse mais

além no espago e no tempc seria inteiramente adequada a forma na-

tural da finitude como mera ĩacuna.

Toma-se isso o quadro da realidade presente nesta sala, com


pcr

tudo o inclui, e prccura-se verificar se também neste aparente


que

"bastiAo" dc acesso ôptimo hå cabimento para uma incompletude es-

se r.a verdade pelo menos em reiagAo a este Ambitc res


magadora

ou ,

tritc, a tese dc acesso s c'ze rano adoptada na forma naturai da fini-

tude corresoonde ef ectivamente a situagAo em que se estA.

Isolc-me na sala em que me enccntro . NAc a considero ser.Sc a e

ia, deixo fcra de perspectivsglc tudc o mais— ccmo se esta sala fos

se a Unica coisa existente e sd relativamente a ela se tivesse de

determinar a "reiagAo de fcrgas" entre a eficAcia e a imperfeigAo

do acesso de cue disponho. Isoiando-me deste modc , procuro detec-

A.mbitc do que,neste espagc assim restrito, escapa ao meu


tar qual o

pcnto de vista —
a aprssentacao em que a sala me estå dada .

A vista, como assinaiado, a apresentagAc tida incuica-


primeira

-se como uma apresentagAc que acompanha c accntecimento da saia e

de tudo c que nela se acha, sem excepgAo . Na apresentagAo qus conti

nuamente se me dA nAo se incluem espcntaneamente quaisquer mengdes

de nAo-tido, quaisquer notificagôes em que se me apresente aigo que

Trata-se na verdade da minha sala de trabalho, que hA mui


me escapa.

to me é familiar, que tAo bem conhego. A sua apresentagAo é da ordem

da aue se referiu acima nos pontos 1.1.1 e 1.2.1 —

uma apresentagAo
em que a total ausência de mengAo do que quer que seja que nos es-

se tem a si mesma se apresente como


cape faz que a perspectiva que

írres trita, absoluta, plena.

Por outro lado, e tal como também anteriormente jA foi referi-

do um esforgo de focagem, operar uma transf ormagAo da


,
possc, por

mediante a qual passo a detectar aspectos do que


minha cerspectiva,

hA sala de algum modo me escapam. De tai forma que veodo


na que ,

mais atentamente, o meu acompanhamento da realidade da sala se re-

veia de facto menos irrestritc e perfeito do que a primeira vista

carece ser--um acomoanhamento em que na verdade hA faihas.

Posso perceber, por exemplo, que nâo sei c peso desta secretAri;

em Tie esorevo (. e na verdade de nenhum dos indmeros objectos que

se encontram na sala), que nao tenho bem preser.tes cs livrcs que e.

fiia desta e daqueia prateleira de uma estante, ta-


tAc na segunda

encontram a sua frente, eto Recorrendo as no-


pados oeics aue se . .

odes ma i s ou menos vagas que tenho das perspectivas adquiridas pe-

las ciencias ou a aspectos que , re f lect indo ,


eu pripric percebi nA

dominar, pode occrrer-me que de tcdo em todo desconhego a composi-

da tinta com que escrevo ou c processo de vciutiliza-


các quimioa

cAo a faz secar rapidamente, que nAo acompanho na verdade c mo


que

do oomo a planta que hA num vaso cresce ou como e que a realidade

a aue chamo iuz atravessa o vidrc das ianeias, etc . .

Com maior ou menor dificuldade, e identi f icando um conjuntc

mais ou menos ampio, sou de cada vez capaz de detectar estes e ou-

tros aspectos de realidade que estA a ter lugar nesta sala, mas qu

nAo se me acha dada na sua apresentagAo ,


que o acesso de que dispc

nho nAo alcanca, deixa f ora de si . ?osso ser mais ou mencs persis-

tente nc esforgo de focagem e levar mais ou menos ionge a identi-

fi car Ao .

Mas , por um iado, como tambem jA no pcnto 1.2.1 se procurou mcs

trar, sendo numerosos os acpectcs detectados, nAo se procuz , tende

a nAo se prcduzir u.ma efectiva acumuiagAo deles--uma acumulacAc ts

556
da sala, a par de tudo aquilo que nela se mani
que na apresentagAo

notificagAo da sua transcendência, tq


aparegam também,
numa
festa,

de escondimento que sou capaz de identificar. Suce


dos os momentos

foram anteriormente identif icados co-


de antes que os aspectos que

se desvanecem na passagem do foco de incidência para os que


mo que

se tornam objecto de atengAc De tal modo que se re


posteriormente
naturai a respeito dcs momentos de
pQe rapidamente a perspectiva
nAo hA qualquer men-
realidade a que respeitam (perspectiva em que

gAo de escondimento) .

Por outro lado, quando assim me esforgo por identificar aqui-

de dispcnhc deixa
lo que estA na sala mas que a apresentagAo que

escondido, acontece em regra que uma vez detectadc umj^unha:


ainda ,

desta ordem, o inventArio tende rapidamente a pro-


do de aspectos

ccnio exaustivc, compl etc--comc se a poss ibi 1 idads de descc-


oor-se

de escondimento no quadro da sala que tenho dian


brir persistência

te de mim se esgctasse. Tendo a ccnsiderar o escrutínio assim rea-

mais ou mencs exaustivo— e a deixar cair c problema. E;


lizado como

dificuldade admita haver ainda mais focos de escon


se bem aue sem

concebo de facto esta pcssibi 1 idade de tal


dimento por descobrir,

outros foccs de esccndimento sAo e sd podem ser do


modo cue estes

seja, mcmentos disseminados


mesmo tipo cue os jA detectadcs, ou

iacunas, nc quadro de uma sala que no


-~u- =,
aii, ccmc requenas ,

da realidade, estA obviamente


seu tcdo e na esmagadcra maioria sua

a descotertc
acompanhada, posta

forma, a saia,comc ncrmalmente e desde sempre a tenho, man


Desta

como o padrAo da sala tai comc ef ectivamente estA a


tem-se sempre

ter luqar. Continuc a compreender a sala que aparece ccmc algo que

saia na reaiidade al hA, ccmo aigo


giobalmente coincide com a que

nc
aue a tern "assimilada" , integrada em si, num acompanhamento que

fundamentai e adequado .

tenho da sala nAo trazer


i circunstancia de a apresentag Ac que

557
consigo, deixar fora de si, alguns momentos da realidade que de

facto estA ai a ter lugar nAo altera em nada o facto de a sala co-

me ser para mim, deste mcdc toda a sala como _h A De ta


mo aparece , .

forma isso que reconhego como permanecendo escondido é percebi


que

do precisamente como um ccnjunto de aspectos da sala que jA apare-

descoberto seia, aspectos


ce, da sala que jA estA a ou em que , se

aceder a eles, a sala como jA a tenho se mostra e determina ainda

mais precisamente do que de tcdo o modo sempre jA o f az . 0 nAo-ti-

do diz respeito a aspectos de pormenor do jA tido. s qualquer coi-

sa relativa a ele que sô pode ser percebida a nartir das determina

gOes fundamentais que na verdade 1a se acham dominadas.'

Numa falta da sala que se acha A minha frente sAo


palavra, o que

acenas lacunas ,
pormenores ,
cujc caráoter interst ic ial , se assim s

nAo afecta a adecuagãc fundamental entre a saia, tai c


pode dizer,

mo eu a tenhc , e a sala em que ef ect ivamente estcu, a'sala que hA .

A "cobertura" cue a minha perspectiva tem da sala caracter iza-s

deste modo aos seus prôprios oihos pcr u.ma correspondência global

entre o e tido pcr mim e o que hd nela, uma


prqp_orgAq entre o
que

vistc hA proporgAo tal a sala vista e a sala


e o que uma que que

hd se correspondem , sAo um e o mesmo, salvo alguns aspectos de por

msnor a que nAo tenho acesso, mas que nAc piem em causa a corres-

Dondôncia, a propcrgao que globaimente estA assegurada.

Tucc isto inculca-se com uma cuase irrecusAve: evidência, fcr-

mulem-se ou nAo de uma fcrma expiicita as teses a qus ccrrespcnde.

Mas se assi.m e, quer dizer, se e assim que as coisas se tenden

a apresentar, sucede todavia que , se reaiizar um exame mais detidc

do que propriamente tenho dado , se seguir nas suas consequenc ias

teses c;ue naturalmente tsnho adoptadas como ôbvias e as indicagOes

553
tenho desta sala dA sobre tudo o que
que a prôpria compreensAo que

nela e lhe pertence, sou conduzido a uma visAo intei-


se encontra

diferente da reai amplitude da cobertura que o meu ponto


ramente

tem da sala, da relagAo entre aquilo que dela me estA e-


de vista

aquilo que dela me escapa, permanece i-


fectivamente apresentado e

tenho.
nacessível A apresentagAo que

E essa transf ormagAo é mesmo tal que nAo somente nAo se verifi

entre o tido e o que hA que naturaĩmente se incul-


ca a proporgao ,

ca. (mani f estando-se antes uma desproporgAo , uma nSo-correspondên-

dois dominios), mas inc lusivamente também aqui neste


cia entre os ,

Ambito restrito, a desproporgAo que se configura e uma desprcpcr-

abissal uma desproporgac tal que o que efectiva-


gAo absclutamente ,

hA sala, a saia que ef ectivamente hA se vem a revelar co-


mente na

inteiramente diferente da sala tal comc se me a-


mc qualcuer coisa

com muito mais dc cus aquilc que me estA dado na aprss-n


oresenta:

mais de natureza totalmente irredu-


-a-Ao de que disoonhc e ccm um

tivel ao auadrc da saia como estA naturalmente apresentada.

N*o cabe, nem de longe, percorrer todas as perspectivas em que se

reveia, desenha tai desprcporgao . Mas cumpre precisar alguns mcmen-

tos cue oermica.m vislumbrar o abismc da sua amplitude, a despropor-

total de que se trata.


gAo
2.1.2.1 O escondimento do ĨNTERĨOR dos corpos opacos.O esbatimen-
to dos limites, a representagAo inautêntica de totalidades
e o escondimento d os INTERIQRES. Levantame nt o_ s istemAtico
dos campo s de latência correspondentes a esta forma de es-

c o nd i me nto present es no Ambito da sala. DetecgAo e inibi-


de diferentes fenémenos que dificultam a aperc epg Ac
S Ao
icidade de realidades que se incluem nes-
da imensa_jmiltipl
ses campos .

Em primeiro lugar, se bem que a perspectiva que se tem da sala

se aoresente como uma perspectiva que cobre a total idade do que es

entre as quatro paredes,o tecto e o chAc (num acom


tå compreendido

canhamento que parece percorrer todo c espagc contido dentro desse

limites. nAo deixandc pcr acompanhar nenhuma das reaiidades presen

tes nesse espago), na verdade o que se tem ef ectivamente dado dos

ciferentes ccrpcs presentes r.a saia, e que sAc opacos , r.ao e senAo

um conj'jnto de super'f ícies (e de cada vez, na verdada, sd uma par-

te de I a s ) .

Sem d'dvida que essas superficiss nAo se apresentam como reaii-

dades "soltas", antes se acham sempre jA compreendidas ccmo 1 imi-

''

tes de
"
interiores que envoivem. que cobrem (de que sAc justamente

apenas o "extericr"

uma parte). Sem d'Avida que estAo assim sempre

jâ associadas a uma nctícia, a uma apercepgAo dcs intericres em cs

sa. Mas , vendo bem , se procurar determinar que acompanhamentc efec

tivamente me estA dado desses intericres, verifioo que relativamer

te a eles a apresentag Ao que tenhc e na verdade omissa, esta em hi

to.

As cciunas das estantss, por exempio, pcdem ser intsriorment™

feitas de outros materiais que nAo o do seu revestimento de super

ficie, podem ter esoicdes ou outros eiementos de ferro cu de cual-

quer metai para reforgar a sua resistencia, etc .. Mas nAo ter.hc u-

ma apresentagAo que as acompanhe comc sAo de facto —

a dezerminagAc

aue lhes correspor.de estA escondida. Identica indeterminagAc cara:

teriza igualmente o intericr das prateleiras. E, mutatis mutandis,

-60
encadernadas dos
o mesmo se passa por exemplo também com as capas

de cartAo desta ou daquela cor, desta ou da-


livros (que podem ser

destes e daqueles elementos de papel, cq


quela qualidade, composto

na verdade nAo me estA dado acesso.


la, etc ) e a que

de indicagdes, de teses, sobre


Ainda que tenha jA uma quantidade

esses interiores, e ainda que essas


a reaiidade que corresponde a

ideia (e uma ideia re lativamente defi-


teses permitam fazer jA uma

reaiidade, hA de qualquer modo um Ambito deia, uma es-


nida) dessa

se mantem fora do que tenho —

de de-
fera de determinagdes suas que

de momentcs de realidade que estAo ai (aí mesmo, nas


terminagies,

muito prôximas) mas subtraídas A apresentagAo em que me


estantes,

enccntrc .

vendo bem, sAo focos a que nAo tenho acessc, pa


Os interiores,

re lativamente aos quais c meu ponto de vis


ra os quais sou "cego",

-a es^-A retidc E istc de tal mcdc que , se hA teses, artecipagces

sot^s a reaiidade a que ccrrespcndem, inc lusivamente as prôprias a:

constituídas a s eu respeito podem na verdade


ter.ho
tecipacôes que

das determinacdes que neles de


ser inadequadas, passar "ac largo"

factc estao a ter lugar.

Tendo a conceber os fccos de reaiidade assim nAo apresentada,

estas "manchas cegas" do acessc de que dispcnho que ccrrespondem

presentes na salacomo se ccnsti-


aos interiores dcs ccrpcs opaccs

tuissem aigo de amplitude muito reduzida, quase despicienda.

nAo assim. Se considerar mesmo sd uma oarte


Mas na verdade e

corresponde as estantss
dos interiores

aquela, pcr exempio, que

essa amplitude e tudc menos reduzida.


verificc que

de cada vez (quer dizer, em cada ccluna, em ca


oucede antes que

assim se mantem fora da a-


em cada livro,etc) o que
da prateleira,
561
de que disponho e uma numerosa multipl icidade de enti-
presentagAo
numerosa mul tipl icidade muito para 1A da su-
dades diferentes, uma

dela tendo a ter


mAria_e indeterminada representagAo
que .

aparente do campo de escondimento que co


A redugAo da amplitude

interiores deve-se ao concurso de dois fendmenos com


responde aos

travou conhecimento nas anAlises relativas aos horizcnte


cue ^A se


fencmeno do esbatimento dos limites e o fenômeno da re
externos c

95
inaute ntica de t otalidades
entac Ao
.

pre s

verificado relativamente ac esbatimento dos li-


X semeihanga do

nUcIeo sc dc campo ds incidência, t.ambem aqui na inter-


mites do .
,

o fenômeno tem dentro dc seu prcpric quadrc c esba-


ferencia que

oroduz-se de diverscs modos normaimente acumuladcs e uns


timento ,

do os outrcs (de tal modo que têm a possibiii-


mais enraizados que

mesmc quando em relagAo aos outrcs, c esbatimer


dade de persistir ,

uitraoassadc ) Assim, o esbatimento dos limites passa e


to jA est a .

oeia circunstancia de as superficiss dos objectos «


primeirc lucar

estarem marcadas nc seu ccntraste com o que esti por tr:


oacos não

deias---de tai mcdo cue . zuando se percorre o campc de incidsncia,

com nitidsc nAo se asinalam todos os interiores ta-


nâo se acusarn

"

nAo ficam ciaramente deiimitados, "recortacos nc "tecido


oados :
,

apresentada. Em segundo iugar, o esbatimento passa t


da reaiidade

bem ceia c ircunstAnc ia de ..


mesmo havendc ja peio menos aigc que s

atenta identif icagAo desses interiores (que nAo o


aproxima de uma

dcs ve j 3. claramente de forma ccntras


deixa passar despercebi e os

tada), haver ainda assim grande difiouidade em conseguir ve-los e

limites do campo de apresentagAo de tal modc


fectivamente como .

otiectos realmente comc termos on


ri,9 as sucerfícies ios aparegam

fioa retida e onde comegam campos de escondimen


de a aoresentagAo

esbatimntc peia circuustAncia de haver u.m fc


to . Cu seia, o passa

leva a nAo ver o campo de apresentagAo efs


te cordicionarnento que

hiatos correspcndentes a nAo exposigAc dc


tivamente povoado pelos
intericres .

e A semelhanga do que sucede com os horizcntes


Por outra parte,

dc de incidôncia a intervengAo de
externos, também no quadro campo

de totalidade afecta nAo sô a apresen-


representagôes inautênticas
distraida, que normalmente se tem do conjunto
tagAo desprevenida,

dos interiores presentes na saia, mas atinge a prôpria perspectiva

que se tem quandc e chamada a atengAo para o problema e passam a

interiores, parecendo constituir-se jA uma iden-


estar focados os

deies. E essa intervengAo prcduz-se em dois pla


tificacAo coniunta

afecta prcpria identif icagAo dos diferentes in


ncs. Por um lado, a

na saia, fazendo que se quede em repre-


teriores tapados presentes

colectivas, sumArias, onde fica perdida de vista uma gran


sentacdes

dcs interiores ef ect ivamente presentes Dessa


cada
.

de parte de um.

esbatimento dcs limites no mister de deixar


forma, coiabora com o

nAo' "recortacos" ) muitcs desses interio-


ancnimos (despercebidos ,

de escondimento que ĩhes ccrrespcndem . ?or outra


res e dos campcs

como mais ciaramente se verA, interfere tambem na avaliagAc


parte,

dc vclume de realidade que se mantém subtraída em


das dimensdes,

:fazendc aoarecam reduzidos e pa


cada um dos intericres tapadcs, que
9o
mui" menor dc cue aaueia que ds factc t$m.
regam ter uma amplituce

A presenga deste complexo de fendmenos e as propriedades que os

tambem ter.hu de despender c mesmo t:


caracterizam fazem que aqui se

( de vencer o mesmo tipc de difiouldades


pc de esfcrgo de focagem e

horizcnt.es sxtemos Mas por outra carte, tam-


que em rsiacAo aos . ,

um miuimc de neutrai izacAo destes fenôme-


bem acui, ccnseguindo-se
diferente dc que naturai-
ncs, acuilc que aparece e ccmpi etamente

mente se sugere e estA assente.

De factc a multipl icidade das ssferas de realidade tapada que

intericrss dos corpos cpacos mostra


efectivamente correspondem acs

cons iderave Imente mais numerosa do que a


numerosa,
-se jA bastante

tende se se considerarem os diferentes


pr-imeira vista a parecer,

escondimento desta ordem nc compiexo de rea-


focos onde se detecta
lidade que se situa nas estantes —

as diferentes colunas, as dife-

diferentes conjuntos de livros.


rentes prateleiras, os

Isto e: conseguindo-se suprimir o esbatimento de limites e focai

as diferentes "bolsas" onde hA interiores fora de acesso na regiAo

das estantes (nesta, naquela e naqueloutra prateleira, e na verda-

de em cada uma delas; nesta, naquela, e naquela, e naquela--e ern

cada uma das colunas; nestes e naqueles grupos de livros, mas de

facto também naqueles outros —

e na verdade em todos quantos se en-

contram nas diferentes estantes), conseguindo-se suprimir assim o

de todos os limites em que comegam interiores desta or-


apagamento

dem e focar todas as boisas de escondimentc que Ihes correspcndem,

a multipl icidade de momentcs de latôncia na regiAo das estantes re

vela-se muitc mais numerosa do que desprevenidamente parece ser.

De facto, mesmo uma vez jA desperta a consciôncia dc esccndimen

to dos interiores, tende a produzir-se somente uma Identi f icagAo

distraída dcs diferentss focos em que ele se regista


tende a pas-

sar-se por cima de muitos (e mesmo da maior parte) desses f cccs . 0

cue faz diminuir muito a ampiitude do domínio de escondimento cu-

i c recoiihec imento a apercspgAc do escondimento dos intericres traz

Mas conseguindo contrariar esta tendôncia, o campo dos


consigo. ,

focos cesta ordem aparece muito mais ampio, muito mais numeroso ,

muito rnais denso do que a princípio se sugere, afsctando profusa-

mente a regiAc das estantes--af ectando-a na quase totaĩidade do

seu dominio .

Mas este e apenas um primeiro passo. Vendo bem, este horizonte

da realidade nâo acompanhada correspcndente aos interiores reveia-

-se de dimensdes ainda muito mais signif icativas


de dimensoes que

na verdade fico jA bastante ionge de conseguir acompanhar


se foca

este escondimento de interiores nAc sô sem apagamento de nenhum do

interiores que assim se escondem (marcando bem todos os limites em

cue ccmegam domínics de escondimento desta ordem) , mas tambem con-

564
todas as representagoes inautênticas de totalidade
seguindo inibir

seu respeito. 0 que significa nAo somente nAo me


que interferem a

de totalidade ten-
deixar iludir pelas representagdes espurias que

de vista a amplitude da prôpria mul tipl icidade


dem a fazer perder

interiores se mantêm escondidos, mas por outro la


dos diversos que

deixar iludir pelas representagOes inautênticas


do também nAo me

aue tendem a esconder a amplitude real da multipl icidade de entida

reais ficam fora de alcance em cada foco iden


des de momentos que

t^ficAvel (nc interior de cada livro, de cada prateleira, etc .


) e

essa multipĩ icidade e de facto


tendem a manter despercebidc como

muito numerosa e absolutamente irredutível a todas as representa-

<-íses que dela tenhc .

resoeito a situagAc e em primeiro lugar tal que aqui-


A este

ver os livros ccmo os vejc


fica mui
lo que tenhc— por exempic ac

a diversidade das folhas que os


to icnge de me permitir accmpannar

situam detrAs das superfícies deies a que na


compûem e que se por

Isso e assim nAo somente no que diz respeico


verdade tenho acesso.

a totalidade das folhas presentes na sala, mas , vendo bem, mesmo jA

para cada livro.

aoresentadc e na verdade u.m nUcIeo de sentido va-


0 aue tenhc

acompanhamentc de tc-
go. cue fio ruito longe de ccrresponder ac

folna cue hA no ccmpiexo de realidade de que se tra-


das e de cada

ta. Por mais que me esforoe pcr tornar a apresentacAo que tenhc tar

to quanto possivel abrangente e tanto quanto pcssívei atsnta a n\i-

de se trata, o conjuntc de foihas reai-


merosidade do diverso que

mantem-se sempre na verdade outro que a represen-


mente existente

dele scu de cbter. 0 conjunto de fq


-a-Ao vaca e sumAria cue oapaz

existente e algo que fica muito para 1A de tcdas es


Ihas reaimente

e muito muito mais complexc que todas


sas aoresentagCes

algo que .

e que me escapa, continua sempre a escapar


essas apresentagôes

quando delas disponho.


com os livros que mesmo no gue diz
Em segundo iugar, passa-se ,

=65
considere somente a ela,
respeito apenas a cada^fo_lha, mesmo que a

na verdade dela tenho é, no mAximo (em condigoes ôpti-


aquilo que

de acesso de cada vez sô ocorrem para uma pequena parte das


mas que

folhas), propriamente apenas as duas superfícies maiores que normaj

ente estAo impressas e três das superfícies finas, quase lineares,

nas extremidades fecham o espago entre aquelas.


que

tendo a conceber todo o interior que tambem


Desprevenidamente ,

tem como se quase nAo fosse, como se o que hA entre as


aaui lugar,

maiores e as superficies quase lineares do s61i-


duas superficies
verdade cada folha constitui nAo fosse nada. Mas na ver-
do cue na

acui se trata, mesmo si no quadro de uina foiha, e pcr


dade tamcem

peaueno cue oarega c espago em que c intericr em causa se aloja,

de uma grande multipl icidade de reaiidades diferentes, irredutivel

de nulidade que tsnde a dominar a minha


a esta reoresentagac quase

ccnceprAo desse interior e irredutivel tambem a todas as represen-

^acĩes sumArias que deie ccnsigo ccnstituir ao tentar segui-Ic na

mul t ip 1 i o idade dcs mcmentos que ccmporta.

0 'te estA entre as diferentes superficies constituindo o in-

nada conjunto conjunto


folha r.Ao e um mas um e um r.ume-


terior ca

roso de realidades ciifersntes. E qualquer ccisa que estA ai ,


no ca

■rr-, Aa ---=-a I idade a minha frente. Mas de tal mcdo que nilo c tenho in

de que disponho, nAc tenho ponto de vista


ciuicc ua apresentagao

rara c acomcanhar. E. mesmo quandc ponho a folha a minha f rente ,

mesmo cuando olho directamente para ela e a considerc, e uma reali_

dade , um nAo-nada aí ,
que sempre de novo se mantem fcra da apresen

tacAo em aue me enccntro--que r.ur.ca chega a ele e, para além disso

semore de novc tende a considerA-lo como se r.a verdade de nada se

tratasse. De maneira que mesmo neste ambito tAc restrito, como e c

de uma sô folha de u.m livro, a multipl icidade real das entidades

interior de q\ie se trata (todas as r.umerosas


que ccrrespondem ao

de "conteddos" se acham detrAs das


multipi icidades que por super-

566
ficies disponiveis, e alem disso também a quarta superfície quase-

de facto
-linear que , por causa da encadernagAo estA escondida) e

assim também signi-


algc com uma amplitude jA signif icativa— sendo

da perda da incompletude que a apresentagAo


ficativa a ampiitude
re lativamente a realidade em causa.
tida comporta

Tudo isto significa entAo que, mesmo supondo que conseguisse a

todas as folhas dos livros presentes na sala, sem perder


companhar
teria da realidade que lhes cor
de vista nenhuma delas, aquilo que

de facto apenas a uma parte, e a uma parte re


responde ecuivaleria
real idade— sendo muitc mais amplo aquilo
lativamente pequena dessa

c-ue deia escapa do que o ef ectivamente tidc a seu respeito.

'ior
?ois, por exíguo que parega o espaco correspcndente

bastante maior A
dor, (-".•!- a H =ĩ rn ; i
das folhas, a sua amplitude e sempre que

delas acompanho. A folha é na verdade um sôlido, e a ampli-


lo que

A reiagAo entre a Area das cinco


tude do seu interior corresponde

acesso e o volume do espagc


superficies a que tenho propriamente

neie têm cabimento


que definem, ccm cs numerosos planos que .

perda, a eliminacao
Mas se istc e assim, c nAc-accmpanhamento , a

no ambito da saia mas nAc incluidos


de conteddcs reais. presentes

assume uma amplitude muito maicr


na apresentagAo de cue se dispde,

folha isoiada ,mas da totalidade das fo-


em se tratando nAo de uma

Ihas de um 1 ivro que esteja aí na estante. Pois, como se acentuou,

,. v^ ~.,~, -a-'-r- H h ^
a±~ nn-npn^^?
n^erjjds fo'has
j..^a de
^- um livro é uma a-
q.~e ^eun^ -

a apresentagAo
sem ddvida apcnta o facto de as
oresentagAc vaoa e imprecisa, que

de tai mcdo esta rsmissAo fica intei-


fclhas serem muitas, mas que

reai da multipl ic idade de folhas


ramente aquem de um acompanhamento

ccmodem ef ect i vamente um 1 ivro .

cue

iadc se isto e assim jA r.o que diz respeitc a


Mas, por outrc

um sô iivrc e por sua vez ainda muito maior e assume proporgdes

tratando nAo da total idade das


ainda mais extracrdinAr ias em se jA

fcihas de um livrc mas da totalidade das foihas dcs I ivros gue_hA

muito mais extraordinAria em se tratando


numa prateleira. E ainda

567
das folhas dos livros de uma estante. E muito mais
da totalidade

ainda em se tratando das folhas de todcs cs livros


extraordinArio
97
hA na sala em que me encontro.
que

A de qualquer mcdo jA signi f icativa per


Aaui, de facto, junta-se

da mul tipl icidade das realidades compcnentes


da, desacompanhamento

cada folha nAo a perda reiativa a muitipl icidade real das


de apenas

a cada livro (em que folhas inteiras ficam per-


folhas pertencentes

didas de vista) mas para alem disso tambem uma perda, um desacompa

nhamento relativo a mul tipl ic idade real dos prôprios livros (em que

livros inteiros ficam perdidos). Pois tai como na apresentagAo da

das folhas, tambem o acompanhamento que tenho das cente


rctalidacie

ras e cnter.as de livrcs cue hA r.a sala e um acompanhamento vago

sem ddvida remete para c factc de os livros serem


e imprecisc que

de tai modc que esta remissAo ds niodo r.enhum ieva a u-


muitos, nas

livro sala. antes fi-


captagAo da realidade de cada
oresente na
ma

ca muitc aquem da mul tipl icidade real de livros que aí h.i , com _
mui-

de vista.
tos dele3_pe_rdi_dos

Um estado-de-coisas anAIogo e tambem o que se verifica ac con-

acha impresso nestes livros, cs diferen


siderar tudc aquiio qus se

tes textos. cravuras , fotcgrafias, esquemas grAficos, etc que se e:

sucerflcies das suas folhas, todo o imensc zoniunto de


contram nas

enunciados neies excressos. eto.. Tambem eies, sendo reaiidades cue

tAc a m.Ao ccnstituem um dominic escondido


estAo aí.. t.Ao príximas, ,

propriamente tenho acsssc um cam


oor detrAs das superfioies a cue ,

de realidade interior na verdade submerso re iativamente ac meu


pc

ocnto de vista (a que possc de cada vez aceder numa muitc pequena

carte dc seu Ambito, abrindo este e aqueie livro, nesta e naquela

pAgina, mas que na sua esmagadora maioria permanece nessa pcsigâo

submersa ) .

?. outro iado tambem eies constituem um dominio que, ccm es-


por

tar contido neste espago re 1 ativamente pequeuo .. visivei de relance

563
o da sala (e, em particular, o da regiAo das estantes), cor-
que e

diversidade imensa de realidades, a uma diversidade


uma
responde a

de extraordinária amplitude.

Por muito conhega os livros que aí hA, por muito que jA os


que

deles tenho ef ectivamente acom-


tenha lido, etc , aquilo que agcra

mul tipl icidade do que se acha impres


panhado, no que diz respeito a

folhas, e extraordinariamente restrito, extraordinaria-


so nas suas

A realidade de que ef ectivamente se tra-


mente contracto em relagAo

a perccrrer os diferentes
ta. E, por outro ladc podendo eu comegar

ieve esse percurso, e muito mais, inco-


textos, pcr muito longe que

mensuravelmente mais o que se mantem de fcra da apresentagAo consti

se vai abrindo através desse percursc nunca e


^u'da. A clareira que

mais do que a uma pequena parte dc complexc de realidade


quivale a

mais assi.m quanto estA muito longe de ser uma cla


em causa. E tanto

e simplesmente se vA alargaudo,- numa linear adigAc


reira que pura

antes e tambem aqui algo que se voita a fechar,


de novos elementos,

medida o prdprio percurso se vai e-


em perda do jA adcuiridc. a que

°8
f ectuanco .

virtude da peculiar retengAo que afecta o meu ponto


Assim, em

de vista re 1 at ivamer.te aos intericres dos corpos opacos aquilc que

do de realidade correspcndente acs 11-


efsctivamente tenho campo

verdade uma parte de tu


na sala e na apenas pequena
vros presentes
atentamente a prôpria indicagAo que de I e tenhc
dc o que, olhando

a reconhecer comc realidade neste campo .

scu cbrigacc

iderar.do simuitaneamente o intericr das diferen-


E entAc cons

prate I eiras ) e toda a reaii-


tes ccmpcnentes das estantes (colunas,

integra o campo de reaiidade ccrresccn-


dade ccberta, tapada, que

aí estAo, considerando tudc isso sem que o c-


dente acs livrcs que

i har se deixe transviar peio inatendimento dos limites e pelas re-

de totaiidade que sempre de ncvc tendem


oresentagdes inauténticas

vista domi/ado que e o da regiAo


a insinuar-se, o campo a primeira ,

lativamente pequenas reve


esse campo de dimensdes re ,.

das estantes,

569
ia-se de facto como um inabranqivel campo de escondimento , no qual

de realidades sobre
hA uma imensa multipl icidade em excesso o que

e é de facto mesmo muito mais o que se man


se tem na apresentagAo

tém fora dela do que o que nela estA deveras incluído.

nAo é sô no dominio das estantes q\ie se dA este escondi-


Mas

mento dos interiorss, este muitc amplo "transbordar" da realidade

este muito amp 1 c excesso dela sobre todas as


cue lhes corresponde,

representagtes de que se dispde a seu respeito.

nAo-detengAo ocorre ainda, por exempio, no que diz res-


AnAloga

acareiho de som ou As colunas que c iadeiam.


peito ao

Relativamente a eles dlsponho tambem somente de uma apresenta-

praticamente "a zero" sobre as suas ccmpo-


gAo curamente exterior ,

nentes, as que cs constitusm e atraves de cujo funcionamento


pegas

como dizemos , trabalham .

Tambem aqui nenhuma determinagĩc precisa define o que estA cc-

berto pelas superficies a que tenho acesso. E se, ao ter o aparelh

aí , auot idianamente ,
entre as restantes coisas (quer quar.do a minh

atengAc nAc incide sobre ele, quer quandc c faz e o utiiizo, me oc

co com eie.etc), nada na sua apresentagAo me nctifica escondimen-

to a seu respeito, isso nAo acontece de maneira nenhuma porque ne-

le na verdade nada haja subtraído a apresentagAo de que dispcnho.

contrArio sucede. Quer no que diz respeito ao


E exactamente o que

interior ocr 'funcioua" ( ao que tem dsntro de si, para iA dcs


que

revestimentos ) , quer no que diz respeito ao modo como a partir des

se interior o aparelho emite sons (em correspondência ao tragado

dos discos, ao registo magnético das cassetes ou ás ondas-rAdio) , c

acompanhamento que tenho do aparelhc e compl etamente omisso . E nlc

= 70
pode ser caracteri zada senAo como uma compreensAo "mAgica" a com-

normalmente tenho do que nele hA e do que nele acon-


preensAo que

estA encerrado
tece. Estou muito longe de acompanhar o que no apa-

acontecer que reproduza milsica, vozes,etc.E pura


relho e como pode

e simplesmente aceito, e "sabido", estA assente que de algum modo a

(cujo desconhecimento nAo se assina


partir do interior do aparelho

inteiramente despercebido) são produzidas músi-


la, tende a passar

etc.Tudo isto a pcnto tal que , considerando , chega a


cas, vozes,

tem
parecer estranho cue a pobreza manifesta da compreensAo que se

ôbvio e facilmente verificAvel escondimentc dc que


do aparelhc e o

do r.ele se ncrmaimente em absoluto 'nAc se fa-


^e'e hA e aue passa

gam sentir.

ha apareihc de som e nas coiunas, a realida


A realidade que no

hA IA das superficies a que tenho acessc, e nesse sen-


de que para

realidade na sua esmagadora maioria, permanece fcra


tido uma que ,

Por
daauilo que deles me estA dado na apresentagAo de que disponho.

mecanismcs, circuitos electriccs. tudo issc


muito cue figure pegas .

lonce de me fcrnecer um acompanhamento reai das er.tida-


r*ca muito

de facto estAo ai no intericr do apareiho e de tudc aruilc


des cue

ne i e accntece quar.dc o 1 igo .

que

modo na zona das estantes tambem aqui hA uma es-


Do mesmo que ,

meu olhar, de opacidade, de escondimento


"resistência"
.

de ao
fe^a

assim me escapa, a realidade que transcende a a-


E a realidade cue

Dv~oCent,acAo de cue disccnho. e de novo uma muitipi icidade muito am-

pla de entidades diferentes, que de muito ionge ultrapassam tcdas

de atingir, por muito que sobre eia


as aoresentacoes que sou capaz

me concentre, tentaudo acompanhA-la na sua amplitude.

desenha no Ambito da sala um cam


De tal modo cue tambem aqui se

o hcrizonte de escondimento e muito maior


po de realidades em que

manifestagAo de si
aue o que estA ef ecti vamente apresentado numa

apresentagAo que tenho e cega,


(um campo de reaiidades para que a

de realidades que mesmc que tente, nAc consigo acompanhar


campc
,
um

571

e que é totalmente irredutivel ao nilcleo de sentidG que na apre-

tenho tende a figurar como jA o dando )


sentagAo que
.

Mas o mesmo fenímeno se verifica ainda, vendo bem, na perspec-

perspectivagAo ccmpreensAo

do jneu_ prôprio corpo em que a


tivagAo

das superfícies vistas ccmc superflcies envolventes de um "interio

nAo traz ccnsigc, de facto, nenhuma efectiva apresentacAc dc inte-

rior que assim e perspect ivadc .

Na verdade ,
a ideia que naturaimente fagc desse interior reve-

la-se, se a examina.r e a puser A prova, como tendo um carActsr ex-

traordirariamente indef inido , como aigo que se caracterica pcr uma

ccmpleta ausência de elementos precisos, por uma integrai omissAo

a respeito do que concretamente preenche o seu espago.

Pcde causar estranheza a assergAc . Mas q-ce assim e, isso mani-

festa-se claramente se me obrigar a descrever a minha prôpria con-

formagAo anatdmioa.

Revela-se entAo que a perspsctiva em que naturalmente se estA e

uma persoectiva que fica muito lcnge de acompanhar aquiio que rea_l

mente ai estA, no interior do corpc, ccbertc peia pele. Revela-se

que tudo quanto sou capaz de determinar a este respeito e extraor-

dinarianente incomol eto e em grande parte errado , constituindo de

facto uma "anatomia fantastioa", substanc ialmente ciferente daque-

la aue o estudc da anatcmia humana estabeĩece. NAo tenho a mais pe

ideia de um ndmero a perder de vista de tenddes mUsculcs, c


quena ,

sos, cartilagens, vasos , v.llvulas, nervos, giandulas, membranas ,

aanal ios , etc .. E mesmo os drgAos que de aigum modo conhegc nAc os

sei locaiizar exactamente, nem determinar correctamente na sua for

572
estrutura, aspecto, etc .

ma,

também, em segundo lugar, que, para produzir uma de


E revela-se

configuragAo anatômi-
"

mesmo que assim fantAstica" da


terminagAo, ,

ca do meu prôprio corpo, tenho de recorrer, mediante um esforgo de

conhecimentos anteriormente adquiridos (na esco


presentif icagâo, a

folhear tratados de anatomia, ao ver modelos anatômicos ou


la ao

de ôrgãos etc ) E que sá a partir desse esforgo cons-


fotografias
. .
,

ou um conjunto de imagens def inidas do


tituo de facto uma imagem

interior em causa.

Antes, mesmo havendo jA coligidc os elementos que por esse es

icados elementos nAo estAo de


forgo passam a ficar presentif , esses

maneira nenhuma transcritos no modo como se me apresenta o meu cor

faz-se sem qualquer recurso a eles. 0 que sia


pc Sssa apresentagAo
do a mim (nessa presen
nifica que na presenga quotidiana meu corpo

do ccmo algo que sempre de aigum mcdc vejo— co-


ga permanente corpc

estA aí, tenho comigo) estranhamente nAc


mo algo que sempre sempre

nenhuma anatomia realmente ccnstituida, ne-


hA na minha perspectiva

definida, mesmc que fantAstica, inadequada, do


nhuma representagAo

preenche o interior em causa.


que

do de natureza mui^
Assim a apresentagAc que tenho meu corpo e

tc oecuiiar. Incluindo sem dUvida constantemente uma apresentacAo

jA nctificado., estA-me sempre


dc interior do corpo (tenho-o sempre

co-dcagAo com as superficies que propriamente me es


jA referido em

tAo aoresentadas

de tal mcdo que justamente as vejo como superfí-


99
esta ^c
cies desse interior) , por outro lado, co-doagAo permanente

tai ordem se a tentar fixar, estabelecer, r.Ao


interior é de que ,

ds extrair deia um conteUdo definido, uma "versAc", um


sou capaz

'mapa" desse interior.

vendo bem,senAo a evidência de que hA esse


Nela nAo encontro,

sem nenhum conteúdo real desse saber, de u


interior e a imposigAo,

de acordo com a qual ele é sabido, estA dominado— uma


ma evidencia

573
"resolve" se assim se pode dizer a questAo desse in-
idência
evi que

terior, me faz saltar sempre jA sobre o interior, passar sempre jA

esse interior se ponha em foco.


por cima dele, sem que

lado Por outro lado, também a respeito desta Area


Isto por um .

de realidades interiores ao espago da sala que corresponde ao meu

e de facto acompanhado, detido pelo mei


corp0; o micleo daquilo que

vista é muito menor do que o campo das realidades que na


oonto de

verdade têm lugar.

Disponho tAc somence de uma visAo de superficies. 0 meu ponto

fcra do que hA para alem delas no es-


de vista fica ccmpletamente

interior cobrem) S o que ha nesse espa-


pago que iimitam (do que .

icidade de momentos de deter


co intericr é na verdade uma
multi^ pl ,

maicr dc aquela sstå acompanha-


minacdes incomparave imente que que

tenho, das superficies. De tal modo que


apresentag Ao
,

da na ,
que

de realidade correspcr.dente As estantes e


tai como ccm o complexo

de a esmacadora maicria dos momentos de reaiidade


ao aparelho som,

em mim, nesta mesma reaiidade que me pertence, com


aue tâm lugar

largo", fora do ti
que me identifico, estA compi etamente 'ao que e

em o tenho visto, em que me escA dado .

do na persoectiva que

Ser.do assim, sucede entretanto que , ernbcra haja na situagão nor

de vista referências a partir das quais seria pos


mal do meu ponto
interior
sivel detectar o complexc de realidades correspondsnte ao

seu escondimento na sua irredutibi I idade ao que tenhc


do corpo no ,

muito signif icativa margem de esccndimento qne corr


apresentado ( na

porta, essa referência nAo estA atendida —


e aquiio que se apresen-

de mer.cAo de escondimento vale


t.a dA-se totalmente iivre qualquer ,

acompanhamento pĩeno. Dess


ipp'XPl ic i tamente como proporcionando um

reaiidades dos interiores em causa sAc realidades que noi


modo as

inteiro: reaiidades de que estando eias <


malmente me escapam por ,

mesmo estandc sempre ai (trata-se na verdade do


muito crôximas, e

nAo tenho a mais pequena ideia (realidades quí


meu prOprio corpo),

tAo ocultas, tAc fora de apresentacAo ccmc o mais dista:


se mantsm

574
te) .

E ocr cucro lado, tai corno nos casos anteriormente referidcs, tam

bém scb esccndimento arredado da apre-


aqui aquilo que permanece ,

sentagAo que tenho, e de u.ma amplitude absolutamente irredutível a

tcdas as representagoes que deie fago, mesmo quandc me esforgc por

fccar os horizontes em causa e acompanhA-los . Trata-se de multipii_

cicades de realidades muito mais ampias e ntuitc mais complexas dc

de cada vez se me apresenta no ndcleo de sentido (de apresenta


que

colectiva, sumAria) que se forma quando as considero —

multipii
gãc

cidades se mantôm inteiraments cerdidas de vista, "submersas"


que

10°
ao ter esse nûcleo.

0 cue assi.m se maniresta ncs casos ccr.siueracos e, entrecar.-c

qualauer coisa cue se verifioa iguaimente em cada um ios diversos

ccrpos cpacos cresentes na saia.

?assa-se tambem ccm as ciferentes pegas de mcbiiiario, com a se

cretAria em que escrevo, as mesas e cadeiras, com as oanetas , o sc-

101
minhas etc.. De cada vez, verifi-
fA, c reiôgio, as propnas roupas ,

candc o respectivc interior e a posigAo de acesso ou nAc-acesso er.

oue se enccntra ( cu seja, suprimindo o esbatimento dos limites cue

correscondem as superficies expostas e inibindo as representagdes

inautânticas de totalidade que tendem a resciver —


e de facto a en-

idade do aoha li delas), reveiam-se


cccrir--a mu I t ip 1 i c que se para

domínios subtraidos a apresentacAo que nenho , zonas de escondimen-

disseminadas muitas das regiôes da saĩa e com u-


to puiulandc, por

ma amplitude muito mais s igni f icativa que aqueia que desprevemda-

mente ,
e mesmo quando iA me aperceb: ce que ha esccnciimepito uos in

teriores, tendo a reconhecer.


E, deste modo , constituindo jA um contraste flagrante com a for

ma como o campo de realida.de da sala a primeira vista se apresenta,

emerge no seu dominic um ccn^unto jA bastante numeroso de zonas on

de o pcnto de vista estA muito longe da posigAo de soberania, de

"varrimento" tctal ou quase total do horizor.te, que naturaimente

se arroga (e que , mesmc depois da descoberta dos abismcs de escon-

dimeuto dos hcrizontss externcs, continua a arrogar-se) a respeito

desca realidade tAc proxima. ai tAo imediatamente ar.te mim, que a

a da sala.

Experimentamos alguma dificuldade em compreender esta margem de

esccndimento na sua ef ecti vidade e no seu alcance. Hesitamos em re

ccnhecê-la, em aceita-ia. E isto em virtude de determinados fenôme

nos e de determinadas conviogíes que tendem a manter-se arreigados

e oue , rresrnc quando -de algum mcdo percebemos que re iativamente ao

interior dos corpos opacos hA escondimento ,


incompletude da aprs-

sentagãc de que dispomos, neutral izam a experiência desta falta,

veiam-na nas suas dimensôes, anulam o seu impacto


permitindo as-

sim a persistôncia da compreensAo natural, de acordo com a qual a

apresent agAc e globalmente proporcionada a realidade a que se re-

porta .

Imrcrta por isso precisar alguns pontos a este respeito, por

forma a desfazer os ccndic i ouamentos que impedem uma piena apercep

g.ac do escondimento que afeota os interiores, e a ganhar uma ideia

mais precisa da desproporg3o de que se trata.

576
Em primeiro lugar, a "fuga", o nAo-acompanhamento em causa no

escondimento de interiores, nAo é uma"fuga", um nAo-acompanhamento

eliminAvel por uma simples "abertura"dos corpcs que se nos apresen

tam fechados, por meio da qual ganho acesso ao seu "interior".

Realizando-se essa "abertura", regista-se sem dUvida uma aqui-

perspectivas anteriormente nAo tidas, uma "entrada"


sigAo de novas

no a perspectiva anterior a essa "abertura" era um "inte-


que para

rior" sob escondimento , nAo manifestc Posso, por exemplo, ficar a

saber se o interior das colunas da estante é ou nAo é occ consti-

tuído este ou aquele material, com ou sem estruturas de metal


por

reforcem; ganhar acesso a pAginas e pAginas destes e


que o posso

daqueles livros.etc.

Mas essa aquisigAo significa na verdade apenas uma aquisigAo de

novas superfícies, que por sua vez se propdem como superficies en-

volventes de um interior que , esse, continua ainda por acompanhar.

Ou a"abertura", a "entrada"no interior dos corpos opacos,


seja,

por mais longe que seja levada, quer dizer, por mais que eu empre-

enda novas "aberturas" dos corpos resuitantes das"aberturas" jA rea-

lizadas, conduz a um aumento do numero de superfícies cober


apenas

deixando ainda acompanhar


tas pela minha perspectiva, sempre por

os interiores de que elas por sua vez se apresentam como limites.

Ora isto significa na verdade que o que fica por acompanhar con-

tinua a ser sempre muito mais do que aquilo que é deveras visto, a-

companhado , e por cutro lado que,tal como anteriormente ,


a ampiitu

de do se mantém fora de acesso continua a ser inabrangivei e ab


que

solutamente irredutivel a todas as representagdes que dela tenho .

A desproporgAo mantém-se sempre imensa, a reiagAo visto/aqrui lo que

hA sempre a inversa daquela que naturalmente perspectivamos , ou se

uma relagAo tal que nAo e o nío tido que se reduz a pe-
ja, sempre

macigo do que tem, mas o se tem, rslati-


quenos "pedagos" no se que

577
vamente aos corpos em causa, e que constitui um conjunto de peque-

nas "bolsas" perdidas num macigo de realidade nAo acompanhada que ,

transcende .

Em segundo iugar, nAc rne apercebo naturaimente de que assim é,

experimento mesmo uma grar.de resistencia a acsitd-ic, por forga de

um fencmeno que continuamente tem lugar e em virtude do quai, ao

ter a sala perante mim, completo a sua representagAo . De tai modo

que as partes dela que nAc me estAo propriamente dadas (e designa-

damente aquelas que ,


enquantc interiores, estAo cobertas pcr algo

que as tapa) me parecem de aigum modc acompanhadas , dadas na acrs-

sentagAo de que dispcnho.

Tocou-se jA este fendmeno, de fugida, ao anaiisar o escondimen-

ta do intericr do nossc prcpric corpo . Mas nAo se descreveram deti

damente os seus tragos nem se pOs em evidencia, com suficieute cia-

reza, o papei que desempenha. 7. issc que impcrta agora fazer.

Quando vejo um qualquer corpc opaco, a perspectiva em que me en

contro é tal que por um iado si tenho propriamente dadas superf i-

cies por outro Ladc ve;o justamente um corpo--um corpc com inte-

rior . Para que assim accnteca, e indispensAvel que aquilo que se

situa por detrAs das superficies esteja de algum modo apresentado ,

figure de algum rnodo na apresentagAo Ora , dada a situagAo em que

de facto :ne encontro a seu respeito, deveria figurar como aigc de

escondido , a que nAo :se fer, acesso. Mas e prec i samente issc qus em

regra nAo acontece.

Quer dizer: o campo de apresentagAo incĩui o interior em oau-

sa.mas de tal modo que a diferenga,a fronteira entre o procriamen-

te tido e o propriamente nAo tido se esbate inteiramente —

e sir.to-

-me , ao estar perante c objectc de q\ie se traza, oomo se o acesso

de que disponho perpassasse, varresse por iguai , de forma homogénea,

o oarnpo de que se trata.

Esta homogene izagAo do campo de apresentagAo nAo acontece em vir-


tude de uma eliminagAo dos interiorss em causa, da sua exclusAo do

campo de apresentagAo (hA uma notícia dos interiores 1 ) .Mas tampou

co ccorre atraves do preenchimento dc intericr nAo vistc por ccn-

teûdos imaginArios, mas concretos (do mesmc nível de determinagAo

que as suoerf icies ) , que "substituam" cs coutsUdos reais e sejam

confundidos com eies.

NAo .

0 interior é preenchido , a aparigAc completada (de maneira que

de modo algum aparece ccmo imperfeita, incompleta) . Mas aquilo que

aquilo ccmpleta nAo e senAo de cada vez qualquer coi_


preenche, que

sa comc uma evidência de acesso, de domínio, um valer-como-sabido ,

nAo comporta um conteúdo determinaco como o das superficies,


que

nAo correspor.de a nennuma versAo precisa dc interior em causa (de-

finindo que ele tem este ou aquele ccnteiido . e deste ou daqueie mo-

A a apresentagAo que tenho, tAo


do). completagAo processa-se porque

crecisa e exigente no que toca as superficies visíveis e aos seus

caracteres estA de tal modo ccndic ionada que a respeito dcs ints-

riores que de cada vez se acham cobertos se caracteriza pcr uma pe

cuiiar falta de exigencia e se satisfaz com estes quase-conteddcs ,

ccm este val er-comc-sabido


ccm esta evidência na verdade basr.ar.te

indeterminada .

Tudo isto, naturalmente , sem que os quase-conteUdos que assim

preenchem os intericres se achem de aigum mcdo pcstos em destaque

de acontecer)

forgosamente tem antes


(como na descrigAo acontece,

de tal modo peculiar fcrma de preenchimen


pelc contrArio, que esta

to se acr.a associada precisamente a uma total inconspicuidade dos

interiores e assegura justamente que a seu respeitc nAo se levante

(que eles se mantenham num relativc apagamento


qualquer questAo ,

numa posigAo discreta que nAo soliciza o olhar. nAo se impôe de ne

x
102
nnum mcdo a chamar a atengdO soore si).

Assim nc cursc normal da experis-r.c ia ,


quandc desprevenidamer.ee

lido ccm os objectos, enquanto a pergunta peio pcssível esccndimen


tc dos interiores nAo se levanta.

Mas tambem quando esta pergunta se levanta, tambem ai desempe-

nha este fenômeno um papel importante


e mesmo o papel dscisivo.

0 seu dcminio sobre o meu pontc de vista e ns verdade de tal

crdem que , mesmo quando de algum modo scu levaco a pCr a crcva c a

ccmpanhamento que tenho dos interiores em causa, o meu ponto de vis

ta tem uma tendência quase indeclinavel para se deixar conduzir por

estes quase-conteúdos ,
para ccmpreender os interiores A luz da sua

evidenc ia--que esconde o escondimento em que de facto se acham. E

isto mesmc ate quando de aigum modo compreendc jA que esta eviden-

cia nAo ccrresponde ef ectivamente a uma determinagAo definida, e

que , se a tentar expiicitar, nAo fornece nenhuma apresentagAo pre-

c isa dos interiores em causa.

Sem dt.vida que , quandc assim se suscita a questAo ,


surgem air.da

, _. \_i■s
,
fendmenos,. de cue jA se procurarã dar conta. Mas e na verda-

de muito mencs importaute o rapel que desempenham, um papei que de

facto se reduz a c irounsrânc ia de corroborarem ,


cqnfirmarem nc cia

nc temAtico a evidencia naturai do quase-ccnteUdo ,


que de modc ne-

nnum depende deies, de mcdc uenhum os tem por suporte . ar.tes os pc-

de perf e i tamente discensar. 0 decisivo contir.ua sempre ainca a ser

este fencmenc do valer-como-dominado ,


que de raiz introduz nc modo

como veio uma especie de "cegueira" relativamente ao escondimento

dos inter : ores .

Trata-se ce um fencmeno de tal ordem que a prtpria acercepgAo

do escondimento dos interiores ( quandc ccnsigo perceber cue r.a ver

iade r.Ac estAo dados mas sim fora de acessc), ter.de a ser neutrali

zada no seu peso, a r.Ao ccnseguir suspender este condicicr.amer.ro.


" '

este Als-ob do dominio dos interiores que de raiz dcmiria o nosso

clhar. E assim e este fenômeno que importa acentuar na sua funoAo

oouitante, pcis oonctitui c principal obsticuio a uma efectiva ccm

preensAo dc escondimento que os interiores envolvem.


Nc que diz respeito aos outros fenômenos que intervêm quando se

produz uma tematizagAo dc que estA para 1A das superficies, trata-

-se de modos de apresentagAo que ocasionadcs , pelo suscitar da ques

tAo acerca dos interiores, ocorrem ou podem ocorrer a partir dela.

fenômencs em cue o ccnteddc perspectivado e ja mais determinado e

desse modc parecem poder suprir o carActer vago e imprecisc dcs


que

quase-conteUdos .

Assim sucede que , por exemplo, posto em causa o que hA nos in-

teriores, tendo a ccnceber o interior dos objectos por uma projec-

gAo a partir das determinagrjes do seu extsrior —

de tal mcdo que, e.

em muitcs casos (mas nAo necessariamente em todos) tendc a ccn


g. ,

ceber o interior de um otjeccc vermelho ou cinzento como sendc tam

bem ele vermeiho ou cinzento.

Assim acontece também que quando ]A tive acesso ao intericr de

determinados objectos tsr.dc a conceber o interior de objectcs ex-

teriormente identicos ou carecidos comc correspcndendo ao interior

dos que jA explorei na sua determinagAo .

Alem disso, disponno sempre tambem da possibi 1 idade de consti-

tuir uma presentificagAo dc interior em causa


ce o figurar, se as

sim se pode dizer, ante os meus oihos. numa apresentagAo imaginazi-

va ,
em cue como gue perccrro os seus momentos ,
as suas notas, comc

as vejo, as considero em si mesmas e nas conexôes em que se a-


que

cham. De tal modo que me parece fazer assim, de forma figurada a

cuilo que faria se ef ectivamente visse o que estA no interior. Ou

de tal modo ms se na verdade viesse a cer um.


seja, que parece que .

acesso directo ac intericr em causa, aquilo que entAo se me pcria

a mostra ccrresponderia nc fundamental aquilc que de qualquer :nc-

dc jA se me apresenta na presenti f icagSc .

i f icar debaixo ou detris de um


Assim, pcsso present que ,
por por

determinado ponto das superficies a que ter.hc acesso, a reaiidade

ccnrir.ua num mcmento a numa determinada direccAo dc espe


se .-. ,
que,

gc , se segue c mcmento de reaiidade B .. e na mesma direcgAo um mcme.

581
tc de realidade C. Pcssc cresent i f icar que ac lado desses momentos

de realidade hA ,
em vArias direcgdes dc espago,. outros mcmentos de

realidade, e pcr sua vez por debaixo destes ainda outros mcmentos

de reaiidade, ao ladc e atrås dcs quais se seguem ainda outros



e

assim sucess i vaments .

Acresce a tudc isto. finalmente, cue tenho jA algurn acesso a de

terminagdes que inerem ao interior que estA coberto e aos di f eren-

tes momentcs cue o comccem, e que pcsso presentif icar essas deter-

minacôes sei julgc saber, exemplo, a realidade desse


cu por que ir.

103
tericr e pesada, colcrida, que e impenetrAve I , etc . . 5em ddvida que

me ^aitam ainda muitas determinacôes da reaĩidade em causa. Mas ,


pcr

outrc ladc, e em conformidade com o cue se assinalou oportunamente ,

eias 36 valem como sobredeterminagdes por cujo apuramertc c inte-

rior em causa pode tornar-se mais ccnhecido, conhecido com mais pre

cisAo, e que sd podem ser compreencidas a partir daquiio que de qual_

cuer fcrma jA se acompanha. De tal mcdo que o conteiidc presentifi-

cadc toma jA acessivei c interior dc obiecto no fundamenta i daqai

io em que ccnsiste.

Mas ,
por muito que sO fomegam eiementos acerca dcs intericres

de que se trata, todas estas formas de perspectivagAc (desce cs qua

se-conteUdos que naturaimente dcminam a nossa perspectiva, ate as

mais completas e determinadas tematizacôes ,


figuragdes dos interic

res das coisas), candc embora a iiusAo de um aocmpanhamento da rea

liuade em causa, tem oomo seu perspectivado ndc leos de senridc que

de factc nAo atingem. ficam muito acuem dos interiores, dcs comple-

>:cs de reaii'.iade qus ef ect ivamente tsm lugar por detras cu ccr bai

xu das superficies vistas.

Em primeiro lugar. aquilo que em quaiquer dos casos esta repre

sentado comc o intericr do obiecro em ca>'sa e sumArio , ficando mui

tc aqiuem da numerosa multiplicids.de de entidadas que na realidade

o constituem. Sem dtvida cue hA ncs conteUdcs assim ccnstituldcs


tal multipi icidade, que remete para o factc de c
aigc que aponta

intericr em causa se compor de toda essa rnultipl icidade de momen-

isso permite que eu de todo em tcdc tenha i-


tcs (e justamente que

deia dela). Mas isso occrre de tal forma que a prdpria muitiplici-

dade assim se aponta fioa inteiramente para ÍA da indicagAo


que

que a refere —

do mesmo mcdo que , por exemplo, i ncgAo de 250 ou a

de 2300 cu 5000 cu a r.ogAo "totalidade dos ouvintes das mi-


nogAo

rhas aulas ate hoje" (que, sem mais, a qualquer momento posso formu

lar) nAo acompanham ef ectivamente os ccnjuntos de diferentes pôlos

de realiuade que por elas mesmas se definem —

e constituem, cada u-

ma delas, um r.úclec de sentido que, remetendc embcra para esse con

junto cue nela escA em causa, o faz todavia pcr tal forma que o pro

zrio excede outro situa-se num cutro pianc zrie r.Ac o


conjunto , e ,

da fôrmuia que o ccncece ( r.um pianc irredutivel a eia).De sorts que

da f ôrmuia, da indicagAo o facto de ela estar prcduzida,


a "posse" .

fica muito longe de constituir um acompanhar das diferentes rsaii-

dades do ccr.1ur.co em causa.

E.m segundo iugar, aquiio que tanto o quase-conteiido ia apresen

cacAo r.Ao-cemAc ica quanto cs conteUdos figurados da present if ica-

fixam sendc reaiidade dc interior em oausa


gAo temAtica ccmo a e

qualcuer coisa de bastante vaqo


e isto por muito que inclua jA de

terminagoes e mesmo um ccmpiexo reiativamente amplo de determina-

gôes .

As determinagôes em causa tanto num caso ccmo no outro cerma-

r.ecem na verdade algc puramente imaginado , e algo qne nAc ocnsti-

tui nenhuma concregAo reai--aigo que se mantem exterior a esrera

de a da reaiidade que ef ectivamente hA a_i no "ai"


cqncregAo que e ,

do interior de que se trata. 0 que me estA dado em quaiquer destes

conteiidos figurativcs) nlc e


conteUcos (nos qu.s.se-contendos ou ncs

de facto r.enhum dcs fccos de reaiidade, nenhuma das entidades reais

aue ef ecti vamente estâc IA no interior em causa, nac e de cacto ne

nhuma dessas enticades arreser.rcr.ee -se ef ecti vamente no accntec imen


tc de si prôpria, tai ccmc e.

E as ccisas passsm-se mesmo de tai forma que justamente snquan-

to cuido que atraves de tais conteúdos alcangc a realidade de que

se trata, iustamente entâo e anulada, desvirtuada, neucraiizada a

capacidade de remissAo , de efectiva indicagAo da multipiicids.de

real em cs.usa que a apercepgAc naturai dos interiores apesar de tu

do comporra em si. Prendendo-se essa indicagAo nos quase-conteddos

ou nos ccnteúdos figurados, deixando-a f echar-se neies e perdenco-

-se a nogAc da distancia. que ainda têm reĩativaments a realidade a

que se rer'erem, produz-se um desvio da indicagAo re iativamente a es

ta e o que eia conserva de escondido (a realidade que estA ai sem

se expor ) fica percida de vista, sem "rasto".

Numa palavra, qualcuer destes mcdos de apreser.cacsx mantem-se

de facto preso de uma forma ce perspect ivagAo que nAo e sufioien-

temente abrangente r.em suf ic ientemer.te penetrante para atingir o

compiexo de realidade cue se situa no interior dos objectos. Por

um iado, a mul t ipi icidade dos momentos reais que ef ect ivamente cous

tituem o interior mantem-se transcendente a todas as perspectivas

a que sou capaz ds acsder (mesmc quand.c procurc seguir essa muici-

plicidade de momentcs, vendo bem, nunca vou muito ionge nesse accm

panhameutc , nAo tardo a perder-me


e istc de tal mcdc que nAc sou

capaz de seguir sequer uma pequena parte de cada intsrior). ?cr cu

tro ladc c que de cada vez se tsm nestas perspectivas mantem-se

na verdade fqra -dc interior em cause e nAo oferece na verdade na-

da dc cue lhe pertence.

De tai modc que , apesar de tcaas as aparencias em contrario, a-

quilo que se situa oara ÍA das superfícies a que tenho acesso, ta-

pado por alas, e de factc um complexo de reaiidade irredutivel á a

cresentagho cue nc-lo acresenta , em excesso, excentric idade reiati-


ela inclui e uma relagAo tal que o que assim fica de fora é na ver

dace bastante mais do que c que neia se acha propriamente posto em

acssso .

Embcra naturaimente ,
desta forma, tudo me incline a pensar o

contrario, a apresentagAc da saia em que me achc tem, assim, pelo

menos re i ar ivamente ac "intericr" dcs corpos opacos que ne I a tsm

lugar, a natureza de quaiquer coisa como uma visAo imensamente mí_o-

pe

de uma "micpia" muito maior e muito mais difícil de corrigir do

cue acuela que , toman.dc cc.mc padrAo a visAc normai , naturaimente cq

mo tal concebemos e scmcs capazes de reconhecer.

Tal comc no olhar de um micpe, a visAo que se tem nAc ir.cegrs

uma parte dos diferentes mcmentos de reaiidade cresentes nc campo

de realidades sobre que incide, deixa-a inteiramente fora dc seu

horizonte. Tal ccmo no olhar de um micpe, a visAo que se tem cons-

titui em si, como recor.hecimer.ro ou "imagem" desse camco , uma tcta

lidade dif erente daqueia cue nele de factc tem lugar


quaiquer coi_

sa que se apresenta ccmc sendo a cotalidade, mas de que est.Ac ex-

ciuidos precisamente todcs os momentos que nAc enxerga (e rue . des

se mcdo, e, pcr assim dizer, excAntrica reiat ivaments Acuilo de que

a visAo pretende ser visAc).

Assentamos naturalmente ncs limites que de facto tem a ncssa

cersoectiva sobre as ccisas. Tcmamos esses limites ccmc cualcuer

coisa necessaria, naturai (da mesma fcrma que u.m mioce de nascenga

tcma como natural e pripria a forma ccmc vô os objectos). "Car.oni-

'
"

zamos ', ccr assim c. izer, a imcossibii idade de ver c intsr icr do

cue e opacc. E a visAc "de f ora" , assi.m restrita, tende a apresen-

tar-se como íorma adequada de acesso as reaiidades de que se trata .

De tai mccc que temos difiouidade em reoonhecer o moco ccmo ve-

mos na "faita", na cef ect i vidade <c\ie o caracteri za , na inadequagAc ,


na desproporgAo que tem re iativamente a reaiidade que efectivamen-

te hA e na ccrrelativa poss ibi 1 idade de uma outra e mais adequada

forma de perspect ivagAc daquilo de cue se trata —

de um pcntc de

vista de Linceu, que acompanhasse todas as diferentes realidades

que assim nos escapam.

"

Mas tudo isto, toda esta canoni zagAo" da fcrma de perspectiva

cAc que e a nossa e toca esta dificuldade em conceber uma outra for

ma de acompanhamenf o mais adequado nAo resultam senAo de naturalmen

te vermos assim e estarmcs sempre fechados neste rnodo de ver . A a-

presentagAc de qv.e disccmos do interior dos ccrccs cpaoos nada tem

que de facto a justifique na sua pretensAo de proporgAo , de adequa-

gAo a reaiicade de qus se trat.a .


A fcrma ccmc vemos nAo e de mcdc

aigum a dnica pcssive". "~ 'Poí'cu --nAc hA nada que permita af irm.a-la

ccmo tal. E tamoem r.lc e verdade que uma apresentagao que alcangas

se o interior dcs ccrpcs opaccs tivesse algo de "excessivo", cara

'. A do natural. Que ccnseguissemcs ver o interior dos corpcs ccaccs.

sem c/ce ncs escapasse r.enhum dos eiementos da reaiidade que Ihe

correspcnde, nAo seria mais f antást ico , mais extraordinArio que o

conseguirmos ver, ccmc aparentemente conseguimcs, coisas qus ai h-A

fora lc nosso prcprio acor.recimer.rc —

nAo seria mais fantástico que

este extraordinArio arrancar dc esccndimentc , esta supressAo ieie

que instante a instants estA a ocorrer em nds. Ou seja, se de fac-

to e aquilo pcr que naturaimente o tomamos, todo o ver ccrresponde

ja a um singuiar oonseguir ter alcance do que e exterior e, nesse

sentido. cs intericres dos ccrpos cpacos nAc sAo mais exreriores e

ris do q\ie as suas super f i z ies . A pretensac de uma adequacAo entre

o modc ccir.c vemcs os ocrpos opacos ( esse mccc que estA marcac.c pe-

'. c nAo acompauhamento dos interiores) e a prccria reaiidade de que

se trata neies nAc pode de maneira uenhuma escudar-se na impcssibi

iicade absoiuta de um acesso meihor, na tsse de q^ie a imuerfeigAo

que a afecfa e inerente. Ts.1 pretensAo carece de qualquer fundamen


Por cutrc lado, ac ccntrário dc que naturalmente se incuica,

iiAc accntece de maneira nenhuma. que , ainda que de factc haja algo

que me escapa, o que assim me escapa seja de ínfimas dimensôes —

u-

ma coisa ruase despicienca, sem significadc.

JA se avangaram aiguns eiementos para se mostrar que r.Ac e as-

sim, mas e necessAric examinar meihor por que e que se tende a ver

as coisas deste mcdo e por que razôes essa perspectiva e inadequa-

da.

Sem dUvica cue c interior dos difsrentes corpos ocaccs presen-

ces na sala ccnstitui acenas uma pequena parte de realidade presen

te na saia e um dominio de reaiidade ccm dimensdes reiativamente

pequenas . Isso nAo impede, porem, que a reaiidade que correspor.de

a essa ce'Tueua oarte


a isso cue na acresentagåc cue tenho surge

como muito pouco--equi va Iha a uma muito ampla multipi icidade de en

ticades diferentes que me escacam.

Tendo a comcreender o interior que me escapa como um horizcn-

fe cujo ambito e estrutura sAo ar.tecipAveis a partir da apresenta

especial partir da apresentagAc


gAo de que ja dispcnho e em a que

tenho dos iimites que o c ircunscrevem . De tal modo que , escapando-

jA do quadro do enquadramento em se insere


-me algo, disponho , que

accmpanho iå respectiT.ras dimensC:es. E de


aquilo que me escapa, as

tal modo cue , por outro ĩado, se obtivesse um acessc adequadc a e-

ie, aquilo cue dessa fcrma. passaria a ter nAo seria mais do que o

ef ecti vamente tidas, de uma "di-


Dreenchimenrc , ccm determinagôes

mensAo" aue iA tenho adeauadamence definida, delimitada.


constitui apenas um hcrizcnte cu conjunto de horizontes cu^'a posi-

gAo, cuja estrutura sejam antecipâveis e estejam antecipadcs, domi

nados . na forma de perspecriva que já tenho da sala.

A "dimeusAo' caquilc rue me escapa. pcr esta "fuga" e u.ma "di-

mensAo" que de morlo algum acompanho na perspectiva em que , tal co-

mo a veio, me esrá dada a saia: é uma "dimensAc" totaimente outra

todas aquelas perspectivc- "dimensAo "que ela


que que e uma prdpria

me escapa.

"
Para o compreeuder, cu meihor. para se tsr uma ideia dessa fu

ga" da prdcria "dimer.sAo" (de- como o campo ,


que a descoberta ao es

condimento dos intericres re/eia, oa verdade é irredutive; a todas

as formas que ter.hc ce escimar a sua amplituce, de o ter delimita-

d.o), coris idere-se o seguinte.

A totaiidade das pcsicies em causa, a "dimensAc" em que essa to

ts.lidade se situa nAo correspcndem ?. cmensîc do "intsricr" cue cc

mc ta. e perspectivado ao ter c objectc dado pcr aicumas das suas

superfici.es /istc de fcra

Ao considerar um ouaiquer ocrpo ocaco


zor exempio, a minha mAc

u.m I ivro

comcreeudc a dimensAc dc interior em causa de tai mudc

que eia parece ^A suficiente, acequadamente determinaca peia deli-

mitagAo que as superfícies externas facem do espago desse intericr

Cuido ter jA um acesso a esse espago, peia circuns tAncia de ter de

iimitado assim o seu vclume. -.conte^e porem cue esta renreserrac Ac

cr etensament e adequs.da dc espagc em causa, de que ia dispcnuc ac

ver c ob iecto de fora.. num accmpachamento das suas sucerfi cies

envolve e;n sr ums aparôncra, uma "ompcnenre deceori'/;-*. —

um.a aoaren-

:ia sem d'dvida crof uncamente enraizada e muitc difioil de erraii-

car, mas uma acarsr.ca rus de qua.lquer modc ircuz em erro .

?ois qua.ndo assim ccnceho um escacc atraves d.ac superflcies que

c de.imitam. ter.de justar.ente a escapar-me na sua íir.DÍitude a ex-

trao rd i i 1 1ip
nU r a mu : :. c_id a d e ae m
qin eji tos diferente s que pe rt e nc em
ac esoa^o assim deiimitado. 0 meu olhar é absorvido muma determina

limites desse fica muito


gAo que de relance fixa os espago e que

lonae de levar a um accmcanhamento adequado da multipl icidade real

dentrc desses limites. Se analisar cuidadosamente o


ccmpreendida

acontece na perspectiva a que assim sou ccnduzido, verifico que


que
,

ao representar o espago de cada vez assim deiimitaco, ccmc que sal-

to de um limite para c outro , sem percorrer, sem ser capaz de per-

correr ef ectivamente todos os diferentes momentos que medeiam.. que

se situarn entre eles.

Assi.m, por exemplo, em se tratandc de um dedo da minha mAo .

Ccnsigo delimitar o intericr de que se trata . Mas r.Ac ccnsigc

ver ef ectivamente e acompanhar a multic 1 ic idade do espago assim

delimitadc e da realida.de que c ocuca. Saitc sempre por cima desta

mui tipi icidade (e istc mesmc quando jâ se trata scmente de accmca-

seccicne dedo, mas muito mais ainda no que diz


nhar um plano que c

respeito a todo o espagc tridimens ional que corresponce ao dedc nc

seu todc / ?or outro lado, ac tentar (mesmo cue sem sucessc) per-

corrsr ef ect ivamente a muitipl icidade do interior em causa, sucede

na verdade cue me tenhc de concentrar em determinadas car~.es desse

interior, accr.tecer.de cue com issc se mantem fora de f occ . inteira

tudo mais toda muito grande mulcipiici-


mente desacompanhado ,
o a

dade das outras oartes para 1A das cue ef ect ivamente ccnsigo tsr

105
f ocadas .

Assim, a psrspecrivagAo das dimensdes do interior dcs corpos,

tai ccmc naturalmente occrre (e precisamente na medida em que pa-

v-ar-a

"'í'^
ÍTer""e eficez e e triunfante) es tU ela crícria tamoem z A

submetida a um ccr.dic ionamento e cresa de uma 1 imitagAo . De factc

ela se deixa fora de si a esmagadcra maioria


o que com apresenta

da reaiidade de aue se trata. E isfc nãc sd re I ativamente a tota—

perspect ivagAo ds qua 1


-

1 idade do intericr em causa, mas mesmo jA na

quer pequena parto de 1 e .

A DerceccCc de tudc isto e difiouitaca oeia ideia de pequenez

r„qo
q\ie domina a compreensAo que tenho destes Ambitos de realida.de e

que faz que tenda a ver as coisas como se a mul tipl icidade de mo-

mentcs de reaiidade certencentes a intericres desta ordem nAo pos-

sa -de quaiquer mcdo ser muito numerosa. Mas na verdade a circuns-

tAncia de aigc nos carecer pe__queno ou mesmo muito pequeno nAo im-

pede cue c vclume da reaiidade que alberga em si (e que se mantem

escondido fora da apreseutagAc de que se dispce) seja na reaiida-

de de grar.de amplifude.

Tudc issc se marifesta claramente se.ccmo foi feito acima, a

nalisar o que acontece quando vejo uma folha de papei. De facto ve

io a folha de papei de tai modo que na perspectiva que tsnho nAc

cabe enfre os dois lacos neniru.ma muĩtipl icidade de realidadss, e

muito mencs uma multiplicica.de numercsa. Nc moáo como vejc, tende

a inculcar-se, d.e forma inexplicita mas nem por isso mencs efecti-

v= .
que nåo ha entre cs dois lados espagc para nada. E todavia uma

folha de cape I e alcc muito diferente ce um plano


e muitc mais dc

qus uma reaiidace meramente bidimensionai . Uma folha de papei :>


um

siiido, urn corrc . E o cie preenche c seu interior e muifo diferen-

de c.adu mui ip 1 ic idade de de realidace


~

difereu-

te e uma momentcs

tes . de factc mais amcla do que as prôprias superficies que de ca-

da vez tsnho apresentacas . 0 que acontece e apenas que a minha pers

pectiva estA ccnstituica de tai forms que nAo sou capaz de sequir a

mu. t i p I ic icace de reaiicaces que medeiam eutre os ceis ladcs da fo-

Iha e quo f.azem c,eia justameirte um ccrpo . vim sôlido. Est.a afe mesmc

is ta i r orma cue nA1"1. veic ef ect ivamente ocssibilidsde.

i mo nt c car a coisa n e nnuma . iocc cue e.imrno comc i etamen-

£:■■-; mi.:

assim suoede re lativamente a es teriores mais oe

muifas muito

.contece e muitas vezes o.e rorma mu.tipcc

acAo aos intericres maiores. E o volume da reaiidade cc

t a -i :. c r e s e nt e nc mr.c de incidencia sa.a, mas nao

--.o
incluida na apresentagAo que deia tenhc, assume desta forma dimen-

sôes muito grandes .

A impressAc que tenho de dominar a dimensAo dos intericres em

causa

de ter jA qualguer coisa como uma sincpse deles


advém, des-

te mcdo , de faita de focagem. E tcda a perspectiva que naturalmen-

te tenhc a este resceito e uma perspectiva retida, f ini ta , incom-

pleta, cue fica muif.o aquem das dimens3es realmente em causa


si

aue orec isameute ceqa para a sua incompletude e presa de uma evi-

dência de acequagAc que esconde inteiramente essas dimensies.

De facto, o campo de reaiidade ef ectivamente correspondente aos

interiores dcs corpcs opaccs que há na sala e qualquer coisa que so

se me tcmaria acessivel se a forma como vejo se trans f ormasse de

ta 1 mc dc cue :

1) eu conseguisse ultrapassar esca incapacidade de accmpanhar e

fectivamente cs diferentes momentos da multipl icidade real que per

tence ao interior dos ccrpcs, isto e conseguisse iibertar-me deste

crendimentc dc meu olhar a perspectivas "de reiance" (que saltam

por cima da muit ipl icidade reaimente existente).

2)esta aouisicAo dos diferentes mcmentcs ,


que na compreensAo que

' "

naturaimente tenho sAo saltados , r.sc impiicasse (ccmo da mansira

em que agora vejo a atengAo a oarte implica) uma fal concentrag.lo

sobre o pcrmer.cr que , ocm ela, fica fora de vista o todo : quer di-

zer, o acompanhamentc teria de ser cal que abrangesse tanto os mo-

mentos singulares quanto o seu todo, sem perder nem no por.menor nem

na ahrar.c5r.cia .

3 ") ccrre i ati vamente , ficasse totaimente suprimidc o ver de-fora,

comc em nôs ocorre ,


pcr forma a nâo deixar subsistir nenhum ir.te-

rior envo 1 1 o ,
tapa.dc.

Isso cuer dizer, oor exemclo re iat ivament e a caneta ccm ciue es

crevo, r.Ao scmente ter acesso a sua superfície exterior, na total i-

dade doo seus momentos ;nas, para alem disso. fambem nĩo me escapa

rem todcs aaueles mcmentos de rea: idace que imedi atar.ente se Ihes
seguem no interior da canet.a, e todos aqueles que imediatamente se

cuein esses. e assim sucess ivamente , sem perda de um dnicc momentc

de rea i idade ate ac cer.trc da caneta. E tudc isto de tal mcdc que ,

ao falar-ss de cada um dos momentos de reaiidade, nAo se está a fa

Isr, comc semcre de ncvc se tende a conceber, de corpos cpacos,

•rue . cor mais oequenos cue sejam, ainda envo 1 vem e escondern dentrc

de si reaiidades nAc expcstas, nAc accmpanhadas , mas antes da mul-

ciplicidade dcs momentcs zcrr espondentes a tctal supressAo dc desa

companhamentc que o ver-ce-fora implioa.

Aquilo q'i-e ccrresccr.de a esta trsr.s f ormagAo e por um ladc um hc

rizonte muito mais amplo, muito mais abrangente, do cue os conteu-

dos ca apresentagAo ce que disponho


um horizonte de dimensão in-

teiramente irredurível ao apresentadc da apresentagAo na -ural da

canet.a e ta.mbem irredutlvei a tudc o que consigc conceber, por

ma i s cue me esforce . Em secuncc iucar, cs "conteûdos" cara cue re-

mete a totaĩ supressAc co "de fcra", cc encobr i.meuto de interiores

s;lc alco de comp i etament e diferente de tcdas as determinagdes que

encontro na acrecentaoAo cue tenh.o —


conteUdos que nAo scu cacaz de

sr.contrar r.a sua determinagío . de imaginar a que e cue podem ecui -

vaier.

Os infericres (a realidade que ihes correspondei escacam ieste

"

modo ,
a. perspectiva em que me enccntro

mantôm-se macigamente ao

iarqc' deia. Assim ja err s igni fi cat iura margem para o dedo, rara um

livro cu para a caneta. Mas muitc mais ainda em relacAc ao numero-

tal modo que a d imensAo io campo de realidade fcra de acessc cue

estA em oansa nesse conjunto e qualquer ooisa de que na vercace

nem ds lonoe consiuc fazer ide: a


cualcuer coisa cue inteir amen^. e


Ao considerar assim, a sala aparsce de mcdo diferente daquele

c r; na apresentagAo cuctidiar.a, que e inteiramente livre


pcr que

cu cuase inteiramente iivre ce mengôes de escondi.menf o .

Surcem neia diversas regiíes em que na verdade o acesso que se

reina esccndimentc HA reai idades compĩexos de rsa


tem não chega e ,

lidade aue permanecem fora da apresentagAo , da sala que aparece


mais se renre cf L aLísb'J a eies, se conser


complexcs q\ie .

por que

vam semrre ainda inacess ive is , ocluscs.

assim dizer "a minha voita", mais ímeciatamente em tor


lcgo por

logo ai grandes dimensCes


cc
no de mim, na minha cabega

e jA com

mega um campo de esconcimentc, um dcminic suctraidc a apresentacac

um horizcnte de realidades fora de acesso . Esse horizcnte oontinua

por todo o meu corpo. nas roupas qu;


o 'vpí; ; , no relôcio, na ca-

deira em que estou sentadc, na secretAria escrevo, nãs cane-

tas e nos lApis , nas folhas de papel, em tcdas as cadeiras, no scí_A

ncs candeeiros ,
na outra mesa, nas piantas . nas estantes , o.os con-

ĨO7
juntos de 1 ivros que as •ocuca.m. eto . .

deste mcdc rede bastante numercsa de "bolsas"


Ccrresponde a uma

de esccndimentc ds interiores, de que cada "bolsa" equivale a u:n

de
hcrizonte muito ampic, a uma ampla multipl icidads de momentos

reaiidade, que ez^cede , e irredutivei a tcdas as representagdes que

de la f ago .

De tai modo cue ac cerco de esccndimento que , comc se viu, come

oa locc cor ierris das superflcies ias paredes . dc cecto, .o í^ . -r-


;= n q t —

p 3 e~
V-v-ÛC->fl"

deixa de se opor . nc oampc d.a saia, uma cidadela compacta de :ram-

carância e soberania do olhar. Desennar.do-se neia o que naturaimen


apresentagAo , um clauzicar desta em reÍagAc Aquela, de tal modo que

fica aquer.i dela e e de grande amplitude o que assim deixa. de fora.

2.1.2.2. O escondimento no domi n i o das prôprias SUPEPF fciES VISTA_S .

A apresentagA c ã di s tAnc i a como factor de escondime nt c O .

carAc t e r m e.ramen te " h o r izontal" da apresentacAo da m ai o r

parte superficies
das e
_as__ insuf iciênc ias decorrentes de
a apresentagAo dajmaior parte das superflcies ser sempre
" "
6 de a_ ordem. 0 f e n 0 m en o d a
t simpl i f i c a c A o nq___p r ô p r i <
-

s s
_

foco de incidência e a imensa amplitude do conjunto de


rea 1 idades nAo acompanhadas na
apresentagAo das superf 1-

e o tecto e rccos cs uemais obiectcs cresentes na saia : o espaco

LAũTJr - Carac ter i za-se e'.e precisumerme pcr uma total transparénc iu ,
de tai modo que nenhum cos seus momentos esconde, tapa outros .
E,

desta forma, estA inteiramente manifesto para c meu olhar, ir.tei-

raments "varrico" peio acesso de que disponho, parecendo com toda

a evidôncia excluir a seu respeito a possibi 1 id.ade de se vir a des

oobrir r.ele uma invasAo de escondimer.ro e a ir.vsrsAo da relagAo de

forgas em causa na fcrma da finitude.

S assirr. ,por ampios e numerosos que sejam cs dominics de escon-

dimentc correspondentes acs interiores dos corpos opacos presentes

na saia, a verdade e que a esmagadora maioria da realidade da sala

superficies vistas do livre de ionge rr.uf


(a realidade das e espago

tc maior todo o compiexo dos interiores) estA acompanhada num


que

verifica inteiramente a tese naturai da porpor-


acompanhamer.ro que

'-Ac entre o tido e o cue ha, a tese de scberania do olhar pripria

da forma naturai da finitude.

No que diz respeito ao Ambito da saia, a desproccrgao entre c

tido e o que 'r.A, a inversAo da reiagAo de forgas naturaimente pres

suposta, cinge-se aparentemente , entlo. acs interiores. Cu seia,

c ircunscreve-se a um conjunto de focos que ,


pcr amplo cue seua o

ihes nAo quadro da sa


volume de reaiidade que corrsspcnde, tsm, no

ia, mais do que o carActer de um conjunto de sectcres parceiares.

de falhas sectoriais, smerginco aqui e aii, ir.tsrs tio iaimente , nc

meio da sala globalmente exposta, globalmente cada em adequagAo pe

106
la apresencagAc de que aisponhc.

Assim parece suceder.

Mas na verdads examinando de forma mais atenta esses oucrcs

camoos ds realicade cresente na sala (fantc as sunerf icies de que

tenhc acresentacAC' quanfc o espago iivre, f ransparente ; . veririca-

-se aue esta aoarente impossibi 1 idade de tamnem e.es ccmccrtarem

escondimentc mais ĩacunar iustaments ns.c e ser.ãc uma acarencia


que

cihandc defidamente a reaiidade cue segundo a cri-


De facto, ,

h.-i tamcem a-
cria indicagAc de que di spomos , aesses c^mpcs .
emerge
qui urn escondimento de grandes dimensces que subverte o enquadra-

mentc lacunar do esccndimento e a relagAo de forgas tido/nAo tidc

cue correspcnce A f orma natural .

Cons ideran-se em primeiro iugar as superficies vistas .


para de

rcis se examinar o espago iivre e as dimensôes respectivas da com-

DÍetude ou incomp i etucie do acesso que a eie se tem.

Se re iat ivamente as superfícies apresentadas c acomcanhamentc

parece ser e sô poder ser um accmpauhamento peio menos prdximo do

uerfeitc, verifica— se tambem aqni que uma grande parte, e mesmc a

maioria disso que as ccmcce se mantém de facto fcra das apresenta-

gûes a q\ie tenho acessc. Ee cal modo que tambem a este respeico c

r.osso ponto de vista e marcado por um fenômeno de "miopia", e as

superf ícies vistas correspondem a quaiquer coisa como um excerto

das superfícies reais— um excertc cue toma em si uma grande multi-

tuce de eiementos.. mas cue deixa de fora, nAo acomcanhadcs , ainda

muitos mais, constituindo cotalidades diferent.es das cotai idades

reais, e que sc se ccnstituem justainer.te pcr este crocessc de eli-

sAo, de simpl i f icagAo . E istc de tai modo que , a semelhanga dc que

se apontou acontecer ccm cs interiores das coisas o enquadramento

e a estrutura das tocalidades assim constituidas sAo inteiramente

nsusceptíveis de absorver em si, como simples corr.pl etagCes co

iexcs de elementos aue nAo estAo iuciuídas na acresentacAo

O primeiro pontc a partir dc qua 1 isto se manifesta diz respei

á c ircunstanc ia de uma urande . e mesmo a maicr carte. das suoer


fícies que me sstAo apresentadas se acharem vistas A distAncia.

No regi.me normal de apercepgAo das coisas que hA na sala, e em

oarticuiar dc conjunto das superficies nela cresentes, nAo me dou

conta de uma grande diferenga entre o modo ccmc se me apresenta a-

auilo que estA re lat i vamente prôximo e aquiio que esf.A reĩativamen

te distante .

>* a s essa difsrenca ex i st e

Quanto mais afastado se acha aquilo de que me est-A apresentadf


' "

tanto mais "pequena e r.a verdade a "apresentag Ac —

o que eíectiva-

mente tenhc dado r.ela.

2 certo que esta fcrmulagão e ainda por demais simples para

car conta do complexc fencmeno de que aqui se trata


mas toca jA c

ndoiec de uma diferenga cue ncrmalmente passa despercebida e cue

intrcduz uma s igr.i f i oaciva nAo coincidéncia encre o que tenhc e a

qui lo que há .

A afirmacAc de que aquiic que e viscc de lcr.ge cem, grosso mcdo

uma apresentagAc "mais cequena" nAo e adecuada na medida em rue c

cue e visto ac longe nAo se apresenta de maneira nenhuma como mais

cu, mais prec i samente esta muito lcr.ge de ser percehizo


peauenc ,
,

tAo pequeno como de factc se apresenta--ce tai modc que ncrmalmen-

te nAo tenho a mínima ideia de quAo pecueno (ou meihor, de quAc

mais dc que parece) e na verdade aquilo cue me escA dadc a


pegueno

apresentar a reaĩidade ce que se traca.

Posso excerimentar sem crande dificuldade rus é assim, a.c fa-


voita a parecer ioqo cue a suspendo. E verificc cue as reiagôes de

grandeza entre as estantes, a cadeira, a ccrta e a minha mAc , ccmc

figuram na apresentagSc cue ter.hc, as relagdes de grandeza entre a

quilo que ef ect ivamente est.A dado em ccrrespcrrd- r.o ia a cada um des

fes objectos, surgem ccmp letamer.te diferentes cacueias que se in-

culcam na experier.cia naturai (e q\ie ter.ho reccurecidas ccmo reais';

Desenha-se aqui um fendmeno ccmplexo. ?or um iado, o dadc que

na verdade apresenta c cbjecto que hd ac lor.ge azresenfa-o de fac-

to muito mais pequeno dc q\ie o julgc ser. ?cr cutro laco, a acre-

senta-gAo de que disponhc ::Zc se atem a isso que r.a verdade se acha

dado e como que c transgr id.e--de cal mareira que o eue se acha pro

priamente iadc(a dimeusao real do aue tenuo aute os clhcs, na apre

sentagĩc) como que desaparece . E a fal pcnto qus n=.o sou normalmen

te capaz de ver o que est.l propriamente dado , ta'. comc se acha dado

"'eio jd alco passado dlmensôes consider avelrnente 1 -

e sempre a ma c

res .

NAo ce.br: examinar mais detidamente este f er.Crr.enc , qu.e ccrrespor.

de a qcnleuer ccisa oomc aquilo que se acha desorito por Husserl

nas anAiises em que descreve e dilucida a estrutura 'Hyl e /Auf fas-

suna .

A sua natureza ambicua e, veudc bem, muito dificil de ccmcreen-

der. E, corre lat ivumente , nAo e tambem suscentlvel de ser determi-

nado , assim sem mais, ce cue tamanho é realmente o apresentado das


Que assim e, isso r.Ac resuĩta imediatamente manifestc, assi.m

sem mais, e requer, ar.tes de se ir mais ionge, u.ma evidenciagAc .

Ac dizer-se que aquilc que na sua apresentagAc figura mais pe-

fcra da partes de si, nAo


queno mantém apresentagAo uma parte cu

se quer dizer que dele nãc aparece uma ou algu.r.a cartes determina-

das ,
ac passo que as demais estão catsntes, nc r.cdo ccmo issc acon

tece por exempic quando nm qualquer objectc esta parcialmente cc~

outro aigc Terra tâc grande


berto a

pcr , ou euance v.g. e que

dele sc sou de cada vez capaz de accmpanhar parres, e sempre ainda

partes .

NAo . 0 f icar-escondido , o permanecer-f cra-da-acresentagAo de que

aqui se trata e de uma ír.dcle compl etamente diferente e tie tal mc-

co que ccr um I ado deixa aparecer a ícu mei'nor uma ) tota 1 idade de

causa (que assim figura ca integral icade da sua forma


objectc em

ccm tcdas as cartes q\ie a def inem) , e, por cutro iado, em resulta-

do dissc, e muito mais discreto ,


inccnspicuc , tende i passar uesper

cebidc .

Meste caso, o que desaparece, o que do objecto permanece escon-

dido, sem apresentacAo , distribui-se homoqeneamente pcr todo c ob-

iecto, de tal mc-dc aue a oada um dos momentos distinguive cs na a-

presencagAc que deie escA dada corresoonde, nc criprio objecrc, um

horizonte de reaiidade ccns iderave Imence mais ac.cic do que esse mc

mento singular que aparece


um horizcnce 'submerso" re lativamente

a aores entagAc ,
que permanece esccncico.

Assim sucsde, pcr exempio


para mais cabai ozmpreensAc, iiustre

de parcir de quando

-se acuiio cue se craca a um casc sxtremo ".'e-

io a face visivel da lua cheia. Teuhc ai c oceotc na sua forsr.ua

nenhuma carte da sucerfície em causa. Mas , por cutro 1-ado, a cada


lua mas , para alem dissc, mesmo muifo maicr dc cue todo o campo de

apresentag Ac directa de que dispcnho, cu seia r.uito maior do que f:

do aquilo que vejo quandc estou acui sentaco e ter.no perante mim u-

ma oa: a cidade e des mcntes circundantes (e a lua ao ĩonge e a

cenas umo. zecuens. mccnente dc cue erxercc) . De tai mcde eue cua;

do vejc a lua ao longe. a ssmaqadora maioria daruilc que na reali-

dade constitui a superficie dela (essa mesma superficie a cue tenc

acessc: me escapa inte iramente--e a amplitude do que assim permane

ce para IA do que tenho . fcra de apresentagAo . e imensa. inconcebl-

vel .

Mas esta descrcDcrc^e, esta fuca, ssta cerca de "—


es 1 i d ud e na a

DerceDcSo aue dela esta constituida r.Ao é um exoiusivc da acresen-

.
c .=. u ne u

e casc, veiido bem, s a "_ ta aos oihcs ', a partir c.z mcmentc em que s

em nogAc de cue o tamanho com crue a lua aoarece e funcAo da die-

tancia a cue se enc tem tamcem iugar onc a

.0 cue

.esprcDC r o Ac , a perca tiAc e semcre assim tAc crar.de, tAc flacranfe

:.t. rnuitos casos oferece muito mais cificuidade a sua detecgAo-


e «

a rer.de a passar inteirameute despercebida .

Ora .
z.o que diz respeitc a saia e as superfizies que ue I a me es

:So apresentadas , o carActer ambiguo que se acentuou caracterizar

apres entagao a dista.noia rrSc permite afirmar rue as coisas vrs-

lonqe ( no lor.ee re lat ivo cue as dimensces ia sala comportam

a c a r e c ~j. m .is Dsuueuas dc oue na vercad.s sAo . 7:.s. ainda cue arui

o que pr ocr i ament e se acna dauo na acresentag

a, ef ect i vament e , comc semcre de ncvo pcsso e

lo (e mesmo cor.s iderave Imenf e muis cequenc ) dc

he ccrrssconde , as coisas passam-se de fai mcee c ci 'J <-?:.-. -~

-
-J :

objectcs estas
_

;e_i que os em oausa tsm ou aque . i me us -■ e s

600
(o que de qualquer modo compensaria jA o defeito.a redugAo de di-

mensôes dado de ef ect ivamente disponho), mas, para além d.is-


no que

acentuado, a cespeito das reduzidas ci.mensoes do dadc


sc (e, como

jo jã c cbiecto com as di
de que ef ect ivamente dispcnho), ve semcre

a esse meu saber. De tal mcdo que pcr mui-


mensdes correspcndsnc.es ,

to mais que seja o prcprio dadc que tenho constituídc o re


pequeno

suprimida toda a
suitado, aquilo que em sentidc prôprio vejo, tem

deste corresponde i r.teiramente as di-


redugAo, toda a perda tipo e

mensoes efectivas dcs objectos.

Assim parece ser.

No entanto, se, em vez de suspender a ccnsideragSc do problema

neste pontc e continuar pnra e simpiesmente a iicar com os objec-

detidamente nsles e nas caracter ist i oas da sua acreser.


fos, atentar

cacSo, encSc verifico que o estadc-ce-ccisas que aqui tem ingar e=_

rnuitc lonce de ser tSc simples ccmo desse mcdc se sugere .

tA

Sem ddvida eu tcmc sempre os objectos acresentados A dis-


que

tSncia muito maiores do qxie aquiio que tenhc propriamente ca-


pcr

do a apresentA- los . Sem ddvida que , para alem disso, os vejo sem-

muifo maiores, ccm uma "correcgão" das cir.ensdes (e uma'cor


cre jA

rsccAc" tai cue as dimensdes ef ecf i vamente dadas desaparecem sem

cue minimamente me aperceba delas). !ias a questSc esta ju5ta.ir.ent3

em determinar se este sahe-Ios-maiores , e mesme este ve-Ios-maio-

res e suficiente para recuperar inteiramente as cimensdes reais

Ora issc nAo accntece.


dos objectos em causa. e justamente c cue

Se , cor exemoio, ci::ar cara u.m edificio cuaicuer dc outrc iado

da rua . entAo sei que se trata de algc re I ativa.certe grande, muitc

maior do eu muito maior do que a saĩa em cue me encontro, mui-


que ,

maior do a minha casa. E r.So apenas sei istc, mas vejo tam-
to que

bem em conformidade com esse saber.

Mas este excesso scbre o dadc ef ectivamente disponfve: tem,

ccr assi.m dizer, um caracter indeterminado . Isco e, ccm ele nSc fi-

-Gl
cam precisamente delimitadas as dimensôes reaie do objecto. Esse

excesso, essa transgressSo tem uma natureza peculiar, em virtude da

qual a remissSo para as dimensíles reais do obiecco em causa uSo cou

duz a uma apresentagSc precisa do campo de realidade corresponden-

te a essas dimensôes, antes o mantém numa certa iudefinigAo


numa

iride f i nigSo em que justamente se tsndem a manter zerdidas de vista

as proprias dimensdes reais. E assim, se sair dacui , atravessar a

rua e me dirigir ac edifioie em causa, se entrar r.eis, percorrer os

aauares uma
— ■"

civersos etz .
aparece— me multipl ic icace , acarecem-m c

dimensOes ie realidade que cle todo em tcdc nAo figuravam (para qu.e

na verdade r.So estava desperto) na apresentagSc anteriormente rida,

ao ver c edificio de lor.ge, daqui or.de me encontro nesta sala.

Sem ddvida que nada dc que me pcssa aoarecer assim, quancc me a

croximc do edificio em causa e entro ueie, constitui para mi.n umn

surcresa

acuiio a que assi.m passo a fer acesse ocrrespcr.de de ai-

gu;a modo a expectativa cus resultava da prôpria acresentacao A dis

tancia. Mas , vendo bem, verifico que . sendc assum. tal r.Sc signifi

ca ie modo nenhum q\i~ aquilo que passa a aparecer corn a aproxima-


'

g o . a ampiitnde do eamco de realidade que assir. assoma, jA esta-

vam e f e c t i varr. e r.t s de~enhados , aperoebidcs na a~'— eseri"l~acac f. dis —

muito aquém das dimensces que na vercade fem c oempiexo de realida

de em causa, e esse cocio.ey.c, as snas dimensdes . teriam na verdade

" "

permanecido submersas re lat ivamente ao meu pcnco de vista- —

ta i

ocmo ncrmalmente, em virtuce dc modo distraicle zemc ccorre (sem le

var em cous : deragSc a distar.cia a que esfa e a recu;Sc que el^a acar

ntretanto .-. cuestao ae saeer se tr.ee íste. ror

6C2
que seja assim, tem aigum significade tambem para a sala e para. o

complexo de realidade que neia tem lugar. ?ois a sala e tudc quan-

to hé. nela sAo, apesar de tudo ,


algo qce se situa re lativamente per

to , a distSncias cor.s iderave Imente menores qce as que estSo em cau

sa nos exemplos cons iderados .


E, se tambem nc quadro da sal.a se ve-

rifica o cue procriamente se ac'na cadc dos ob^ectcs a disfan-


que

cia é, grosso modo, mais pequeno do que cs prccrics objectos, por

outro lado nAo é menos verdade que jA conhecc a sala e cada um dos

partir de apresentagoes práximas-


jS estive ac pe
seus objectos a

das estantes, das paredes, das cadeiras, dos quadros , etc ,


que nes

te mcmento, na posigSo em cae me enccntro, estSe re iativamente dis

tantes . De tal modo que e familiar, jA foi exper imenf ado , c aspec-

to que tcdos estes otjecccs csm quar.do vistos ce pertc


cude aqui-

lo se patenteia na sua apresentagAc préximu E e na verdade iA


que
.

em correspondência a isse (e. porcanco. sem s i rr.i f ieativa perda--

de forma adequada) que os ve:"c mesmc q'iaudo , ccme agora, st se a-

presencam a uma reiativa distãncia.

Assim parece, e oercc . ?crem, ocservar.co mais acentamence , as

coieas revelam-se ha.scar.ts lonqe cle serem ef ecci vamente deste modo .

?cis, na verdade, de quase todas as rtiaiidades presences na sa-

la n.So tenho senSc uma experiência A distAncia.

Com efeito, as coisas mantêm-se ncrmaimeute aqueia distAncia

uue é apropriada para a sua utllizagSo, o seu mauejo. Essa dist.Sn-

cia maior ccnforme os cbjectos e o mcdo como os


pode ser ou mer.or,

utilizo. l'las e de aualquer modo , em regra, alg-eeoa distSncia, e mes_

mo uma distAncia siqnif icativa .

Assim, se tomar nm livrc e c acrcxi nar muite dcs meus olhcs, c

livrc assxune uma dimensAo inusitada. Se fizer o r.esmc com a minha


vro , a mAo surgem-me oomc algc ccnsiderave lmente maior do que aqui-

lo a que estou habituado na apresentagAo que deles tenho .

Ou seja, a apresertacâo habitual do iivro cu ca mAo e de facto

uma apresentagSc A distAncia--uma apresentagSe a


disjtAncuia de algo

cuja apresentagSo verdadeiramente prôxima em reera nAo se chega a

ccnstituir. r.Sc me e familiar.

De tal modo que na experiência que quotidiar.amente tenho des-

se livro < quer quando está na estante,quer quandc jaz sobre a me-

sa, ou mesmc quando c leic, eu consuitc qualqusr ccisa neie) e na

experiencia que quot idianamente tenho da minha cropria mSo (quando

com eia manuseio as mii diferentes coisas que seguro, pego , movo ,

etc .
) de acordo ccm c que se côs em evidência acima uma carfe

das dimensdes reais do 1 ivro e da mAo , uma parte do complexo de re.

lidade que l'nes correscor.de se mantem subtraica a apresenzagSe , sc

esconaimento .

E assim também com qualquer outrc dos objectos presentes ~a

Pcrem, mesmo sendo assim, nSo e este um defeito, uma imperfei-

gSo ic acessc que pcsso sem qualquer dificuldaue suprimir? NAo me

e dado aproximar-me de todo e quaiquer objectc aqui presente e ob-

ter assim uma apresentac -lo e f ect ivamente prdxir.a.- e nessa medida a

d e qu a d a .
■:! e f od o s e 1 e s ?

Ass im parece .

Ma verdade, no ez.tanto . escA muicc longs de ser assim.

Possc com certeea aproximar-me de numeroscs obiectos. Mas, por

um iado, esta e uma tarefa muito rnais ccmuiexa e difíoii de execu-


contece aqui uma vez mais que , uma vez aproximade um objecfo e a-

nas suas dimensôes prdprias, ao passar a


fq
percebido adequadamente

car cutro ou outros, perde-se, desvanece-se c que se havia obtido

com a focaaem deie, recondo-se a perspectiva inadequada, nSo devi-

damente dimensionada que normalmente há a seu respeicc Em resulta

do do que a amplitude do defeito de dimensAo ne accmpanhamento da

totalidade dcs objeccos, a amplicude da "perda .


da diferenga encre

o tido e o que e f ecti vamente ai tem lugar, se censerva sensivelmen

te constante.

Esta é uma descroprogSo que , vendo bem, afecta praticamente to-

dcs os diferent.es obisctes presenfes Zi3 saĩa, er. tccas as regiôes

dc seu ccmclexc de reaiidace (e mesmc aquelas rue me sAo reiativa

mente mais prôximas, nAo apenas as mais afastaias ; . e uma uespro-

afecta praticamente todas as superfieies que tenho apre


DcrgSc cue

senfadas, de tal modc que tedas elas estSc apercebidas de uma for-

ma em virtude desta outra peculiar 'miopia de acessc envoive


que ,

nSc aparecimentc de uma parte da mui


perda de dimensAo, supressSo,

de faccc as constitui
tiplicidade que
.

Se de f actc ,
sd re 1 at ivamente a cartes scltas cc que hA na sa-

la consigo de cada vez eii.minar a distSncia, anular a redugSo de di

mensôes, por outro lado, se considerar cs compiexcs de realidade

mais amplos que 3e manifestam quando suprimo a distSncia e se pro-

^ectar a justaposigSo , a integragAo dos ccmpiexes de reaiidade des

todos objectos cresentes na saia


sa crdem que correspcndem a os

(nAo sô a minha mSo nas dimensces que mostra quar.dc a aproximcmas

fcdo o meu coroo, tcdos cs obiectcs sobre a sezretaria, toda a se-

-rp'-iv-n todae as esfantes e todos os livrcs tede o cr.Sc ,


tcdas

as pareces, tcdo o tecto, etc .


) , verifico que er.ccra justamente

real izar tal justapcsigSo o cne ccr eia se aponta


nSo consiga uma ,

-2 cuaicuer coiea de muito mais ampic. de muito tais vasto do cue a

605
comc corre spondendo gicbaimente a uma deformagSo das dimensOes, a

b9bis
uma grande redugAo da sala que ef ectivamente ai estA a ter lugar.

0 con^'unto de superficies (paredes, chSc, tampos, lados de mc-

veis, livros sc.iombacas de iivros) que me scarecsm em toda a saia

cousfitui na realidade um complexo de realidades irredutlvel aqui-

io c\ie tenhc na apresentagAo disponível .

Aqui de ncvo o que efecti

vamente estA ai_, no ai da sala, fica em parte fera do al a que te-

nhc acesso na apresentagSo . Sendo esta, aliAs, uma perda que uAo di

respeito apenas as superficies, antes afecta ignalmente, comc e bem

de ver, os crCprios intericres dos objectcs, fazendo redimens icnar

a amplifude do campc de esccndimento antes idez.ti f icado sô a pa.rtir

da verificacSo da rescectiva inacessibi 1 idade .

Tudc istc, enfrerar.ro, estS aiuda muito lcrge de escorar o es-

condimento. a faiha da apresencagSo que cenhc das superficies que

me esfSo dadas no Smbito da saia.

Nc' modo comc ncrma Imer.te vejc as coisas ■'


e isto mesmo agcra

cue a experiencia da inccmp i ecede ccmega a iancar a sua sombra so

bre o acessc de que cisponho) cuidc que a perscecriva que tenhc ao

ter as coisas a mir.ha frents e uma persuecfiva ce sinopse , quer di_

zer, uma perspectiva cue tem em simultaneo e de forma adequada a

total idade e caua uma das curcos da realidade de que se crata .

Teuho o campo de apresencagao relativo a sala reconhecido de

tai modc que me parece que quando assim a ve"'e a partir de um des

seus extremcs, c nUc 1 eo ca apr ^se.u^regic ahrance toda a sala, e cs

hor izontes , a apresencagSc meramente horizontai (aquilc que nSc se

acha procriamence dado , mas que de qualquer mcze se acha referido


rior .

Ccm toda a evidôncia, a sala está-me dada no seu todo ou quase

nc seu todo . E parece abso iutamente exeluidc qne as ccisas possam

passar-se de outrc mcdo . Com a modificagSo de cerspectiva introdu-

zida peio exame da situagSo relativa aos interiores, semelhante

perspectiva modi f ica-se —

mas nSo nc que diz respeito ao acompanha-

mento das superfícies expostas. E pcr outro iadc o que se viu so-

bre a perda correspondente á apreser.tagSc a distSncia, se pfie em

causa iA as prôprias superficies, deixa subsistir no fundsmentai c

carActer abraugente, sirdpcico, da respectiva apresentagSc .

AliSs, r.c zrdDrio exame cue se fez da organizacSo do carnpo de a

presentagSc (e onde se distinguiu c fuco e c r.uciec de incidencia,

cs hcrizontes interncs , c eampc de ir.c ider.cia , o campc de famiiia-

ridade, etc, e se e'namcu a atencdo para as ciferengas ds grau de

definicS.o, etc .
, rue hA sntre aquilo cue estS cresente no crfcrio

f cco de incidancia e aquiio que esti apenas r.c núc leo de incidén-

cia), as ccisas foram deixadae num pé tal que fieeu sugeridc (ou,

de cuaicuer mcdc , acmitido) que essa diferenga entre o


f_o cq e o mi-

cleo de incidancia diz resceito a quaiquer ccisa comc um acréscimo

(um supiemento) ds precisSc nc fccc. nSo a um de fe itq no grau de

cefinicSo e na acuidade com cue se acham apresentados os contsddos

do nUcieo de incidSncia nAo pertencent.es ao fcco. Nesse exame , a

tiuica estava ai.nda pcsta na difereuga entre c dcminio da apresen-

cstsnsiva e c ca cc-apresentagSc horizentai. E a esfera cs-


tagSc
"

tensiva. era considerada em blccc", no oonfrasce que faz co.m a a-

cresentacSo hcrizontal , e sublinhanco cicbaimente c carActer osfen

sivo, de exposigSo directa, das apresentag5es rue compcrta.

Na vercade ,
porem, semelhante persrectiva s ir.pl ifica muifo aqui_

io cue de íacro se passa e nSo vO ainda ccm sufioiente clareza as

caracterí st icas da apr esentagAc cscensiva e a zemplexidade dc mcdo

comc estA crcanicada.


Pcis, de factc, r.So se verifioa que denfro dc r.ucleo de inciden

eia nSo haja nada da ordem da apresentacSo horiz or.fal —

nSo se veri-

fica que , deseontande os croblemas reiativos a a cresentagAo ac lon-

ge, rodas as superficies expcscas nc quadrante d a saia para aue de

cada vez estcu vcltado se enconfrem, em todcs os seus momentos, num

accmpanhamenf o hcmoger.eamer.ee cscensivo, r.Ac ccm cercem nada cuja a-

presentag.So cenha caraeterist ioas horizcntais . E r.So sô nSc se ve-

rifica isso, mas verifica-se justamente que a ma icr parte das surer

ficies expostas estS preser.te em apresencagôes e em essas caracterfs

ticas. De tai modo que . embora haja uma difereug a entre c "registo
"

corr-sponciente ac nncleo de incidôncia e c "regi scc" correspondence

aos horicontss, essa ciferenca r.Sc ccrresoonde =


uma het ercQ'ene i da-

absciuta (a duas f s ue apresentags


"
~ o toca . r. e
enn te
c u
'
"ø^a'i~gc'

que ccorram, se assim ss pode dizer, em eseace c r o ) , mas antes um;

diferenga de grau . E de tal mcdc que o ser assirn eassa justamente

ceia c ircuns t.anc ia de as aDresentagíes ostensiva io :uic ieo de in-

cidôncia de factc nSc serem tSe puramence ostens ivas cuanto r'--

cem .

NSo e fác I I e v i -:i e n o i ar c ue e as s im . E i s tc c na aoresenta

gSo que tenhc eonscicuída os lũmires entre o icr ia-

mente dacio e os hcrizcntes que c cireundam estSc iir.o se aeentuou

esbatidos custando a demaroar. distinauir clara :e os dols dom 1 ■

•JA nc que di acs horizontes externos como se mostrcu

a di .e c r i m i na r Sc esa ainda se mo:

^^- ainda hS
-a -
, como couec se oCde ccmrrc' , ao ar-se dos inte—

f-ûor"? das coisas que estSo nc c.unpo ie incidê e da demarca-

gSu dos horizontes que l'nes ccrrespondem .


Mas •discr iminagâo a

tinge um extremo de dif.culdade quando o que


^^
em causa é o ca-

cominios de realidade
"

riccer "hori zontal ce com os cas sunerr ..—

•" i e s e xd o :' t a s .
au e c e r. t eu ~
a. a?.".r?r.cis e e td o c i

'jUo
Sem dUvida que ,
re iat ivamente ac conjunte de superfícies que

procriamente estSo A mostra na apresentagAo da sala, nAo é apenas

uma parte dessas superficies que aparece mas c seu todo —


as dife-

rentes superflcies das diferentes reaiidades, dcs diferentes objec

tos aue "enchem a sala". Nests sentido hA certar.ente uma sinopse .

Mas este ver-na-total idade nSo significa de maneira nenhuma

aue eu tenha um verdadeirc e adequadc acesso a tudo aquilo que per

tence a totalidade em causa, a todas as realidaces de que ccnsta.

NSo . A totalidade a que de cada vez semcre jA estou levado ao ver

a sala (as superficies excostas da sala) tem ela propria um carAc-

ter de horizonte , uma constituigAc meramente hcrizontal. E a apre-

sentagSc meramente hcrizcntal impiioa, ccmo ss aeentuou antericr-

mente, que o campo de realidade que assim se arresenca


estando sem

dnvida mencionadc, referidc, presence z.a persceeciva de que se dis

cce--a despeico da referencia, da presenga e.t rue assim jS se aeha.

nAc tenha aquilo que ef ectivamente o ccustitui pcste a mostra, a-

compannadc na mul tiol icidade de momentos de eue consta mas antes

submerso re lativaments a apres entagSo nSc seguido


em grande parte ,

Ccnsidere —

se, pcr exempio, o que acontece cu=..uo ver

cie desta folha de papel, posta ante mim. Segundo tcda a aparencia

vejo-a nc seu todc . De tal modo que , se me cingir A superficie que

aparece, a folha constitui um domíuio do qual tudo estA propriameu

te daco e exibido, nada tem uma eresenga meramente horiecntal.

Mas , examinandc com mais cuidado, verifica-se cue de facto nSz

e assi.m. C cue de cada vez tenhc procriamente dado da foir.a de pa-

pe i a minha frente sSo quando muitc algumas palavras, fraqmentos

de linhas. 0 demais esti certamente ai, ccpresente na apresentagSo

que 'le cada vez f enho . mas justamente de form a meramente horizon—

tal . As calavrus qce imediatamer.f e rodeiam as rne se acham propria

mente ũadas ,
a oarte da surerficie de eaeel eue as circur.au, estao
de algurn rr.odo ainda co-dacas como mancha de ccr, mas as letras que

as constituem, os momentos de realidade concreta correspondentes a

configuragSo crecisa dessas letras, á distr ibui gSo delas e dc bran-

cc sobre a superfície da folna —

isso jA nSo."~

5em dUvida que possc aiterar o modo de incidencia. ganhar mais

■distSncia e olhar prscisamen- e cara a folha nc seu tcdo. Mas er.cSo

acontece crue deixo de rer ercpr iamence vistas essas palavras que

se achavam focadas na incidência anterior (e a fortiori as letras

cue as coustifuem) . E todas as paiavras (o que "r.S de proprio em to

das as palavras. em codcs e cacs um dos caraccsres que formam o

texto, a determi nacAc- das suas frases,1 cassam a figurar na apresen

tagSo de mcdo meramente horizontal, sem accmpar.hairientc dos carnpos

ee realidude ccrrespondences a cada uma .

ûu se;;a, as ooisas passam-se de tai modc que para que possam a

parecer propr iamente , numa apresentagSo de si, as diferentss reali-

•iades singulares da sncerficie, o tcdo (e tante cuer dizer a maio-

ria dessas reaiidades) mergulha, tem de merguihar no dcmínio de u-

ma apresentagSo meramente horizontal. E, inversamente ,


para que o

todo apareca, cara que haia urn conspecto as diferenfes partes com

pcnentes uSc ocdem estar iima apresentagAo prccría de si, antes fsm

de permanecer numa fcrma de presenga que tem tcdas as car acterís-

ticas da cresenca em hcrizcnte. De tal mcdo cue a cotaiidade tida,

a superfleie no seu coco, cul ccmc scu capae de a ter, e na verda-

de algo ds dif erente da tctalidade, em sentidc rrcpric, das diver-

sas partes .
dos diferentes momentos de reaĩidaũe. que efectivamen-

te ccmpoem a superf icie c.a foiha.

A mobilidade dc nosso olhar parece, entrstante , ser de molde a

aitei'-ar este estac'.o de ccieas. Dado que gozar.es da faculdade de

mudar de ir.ciden.cia, de passar da focagem desres e daqueles momen-

toe do superficie para outros e da ccnsideragãe de


.
mcmentos singu
a que de cada vez ( em cada instante) estamos suieitos no acompanha-

mento deia.

Mas na verdade, embora sem diivida diminua a restrigAo e faga

que a situagAo em que me tenho seja ccnsiderave Imente diferente do

que seria se o oihar fosse fixo (nAo tivesse esta possibi I idade de

modificagSo do seu "enfoque"), o cercurso efectivo dcs diferentes

mcmentos da folha é muito mais dificii do que a primeira vista pa-

rece .

Por um iado, uma focagem efectiva de toda s as diferentes ccm-

ponentes da superfície da foiha.de tal modo qu e nenhuma fique fo-

ra de apresentagAo , e uma tarefa extraordinari azie nt e c omp I exa . NS c

que se percorrarn todas as linhas s em cada 1 inha to


acenas requer

das cada palavra tcdas as le



■*- <z
e em caca Ietr*a
palavras,
-

as e em

todos os mcmentos que a compôem (pcis, na verd ade ,


quando vejo mu_i

tas linhas, as diferentes lir.has singuiares se aparecem nc modc de

horizontes; e quandc considero cada iinha, ent=ao as prôprias pala-


*

vras de que ccnsta ainda sc aparecem no mcdo c=


e hcrizontss s fuan

do atendo As palavras, as diferentes letras de que sSo formadas a-

parecem ainda sc horizontalmente , etc .


) .
Requer . cara aiém disso, eus-

igualmente os ( na verdade muitc ais


m= amplos) escagcs
se perccrram

em branco, que de cacia vez aparecem tambem sc.ts


er.te nc mcdo de nori

zontes (de tal modo que a muito numerosa multir cidade de momen-

tos diferentes que os compôem se mantem subtra ica a apresentagac

de que disponhc'). E istc por tal forma que

viu noutros tambem aqui ac entrar-s r.c horizcnte e ao


jA casos, ,

a ter acesso cstensivo a aspectos qu antes sô estavam


passar-se

de maneira horizontal, pcr mais ior.g ^ue se I eve esta


presentes

dcs horizontes (e muitc que che .e a ser c que as-


expioragSo pcr

ef ectivamente ) é aind muito mais o


sim se acompanha , sempre que

r.uma po sigâo meramente hcrizontai-


desse mcdo nSo e-


permanece

fectivamente seo'uido, accmcanhadc na

611
E, por outro ladc, também aqui , ao progredir de foco para foco

e ao penetrar nisso que antes sô aparecia no mcdo de horizonte, o

meu oihar nSc retém, sem nenhuma perda, o


acompanhamento anterior-

mente tido dos domlnios de realidade sobre que esteve focado —

de

tal modo que o campc do prcpriameute dado se eczpanda, numa pura a-

cumulagAc dcs elementcs sucessivamente percorriccs. Sucede antes

que, com a passagem a consideragSo de outrcs centes, os momentcs

da superficie anteriormente considerados recaer. zuma presenga mera

mente horizontal e no desacompanhamerto, nc eseondimento que isso

111
s igni f ica .

Resulcandc daí que nSc se constitui nenh'ur.a verdadeira sino-

pse--a grande maicria da realidade que ef ecti vameuts hi na super-

fície da foiha conserva-se por apresentar, para lá do que na verda

de estA propriamente tido peia minha perspectiva.

e cerro que tendo a eor.sid.erar a superficie da folha de papel

de tal modo que parece inciferente ou menos relevante o desacompa-

nhamentc que assim se desenha.

Tsndo na verdade a ver a superfície da fol'ua de papel como se

se rraras.se de ima superfícis absoiuramente plauia e por currc la-

dc corno se, pelo menos no que diz respeito As cartss brancas , onde

nada estA inscrito, fosse uma superfície total.tente homcgenea, in-

di fe r e nc i ad a .

Aeontecs nc entancc que esta perspectiva deixa inteiramenfe fo-

ra de si todo um ccnjunto de reaĩid-ades difsrerres que esfSc pre-

superfíci-o- praticamente cada dos


sentes na e em uz seus mcmeutos .

A superficie da folha de pape'l nSo ccrresponde a um piano, cem an-

tes. e quase cor.t i nuamente , um relevo bastante aziuentado, ecm nu-

merosos vincos, "aitos e baixos", rugosidades ete.. E ccr outrc la-

do oompcrta tambem numsrosas manchas , matizes ce zclcragSc, que as

si.m passam despercebidcs .


E, se cada um destes aeident.es e de redu

zidas dimens d'es , a verdade e que por outro l.acc sdo acidenf.es eue

se esnaiham ocr toda a sucerf ieie da foliia. Ee cul mcdo cue consci
tuem um cenjunto bascante ampio de realidades d i zerentes .

0 "aplanamencc" e "homcgeneizagAo" que dct ina.m a perspectiva

horizcntal que tenho fazem que todas essas reai iiades diferentes

esceiam normaimente fora da minha perspectiva, submersas reiativa-

mence a eia. Mas , alem dissc, se for r.a sua pis ca, verifiea-se a-

de uma limitagSc da cacacidade de ace.t c a n h am e nc c uma 1 i -

qui r.cvo ,

mitagAo cal qne ,


ao procurar segui-las. sô um c ecueno loce fica e—

fectivanente coberto.

Ma s quanao 1 sto .ssim a respeito desta sucerfície relativamer.

fe qce e a .a folha de paoel, muif e no cue res-


pecuera,
- —
y ^, ^ ____• r. —

peita ac ccniur.ro c zirerentes ■rr _o ies

•asrp'
muico maic

0 volume de desacompanhamento e ;ue

esca dado diferences es-


to ao conjunto de superficies que me cas

car.ces, ccm cs seus livrcs —

cuja Area correspez.de a muitas vezes a

superfizie da folha de papei a minha frence, e zz.de, pcrrsr.ro. a i

oroDcreSc er.tre e e f ect i vamente accmcanr.aco e z rue permanece nSo

(sô horizonte) é ainda muito maĩer.


apresentado em

Mas muito maior e aizida o volume de desacomcanhamento no Smcifo

sucerfícies visíveis das de tecto do chSo


de todas as paredes e

de facto muitas veces mais amplas do que as qne estâo em oausa nas

estantes. E ainda muitc maicr e o vciume ca des ae empanhamento em

causa se a tudo istc se iuntarem ainda ccdas as femais sucerflcies

outros môveis, dos objectos sc'ere eies, d: m_eu prôprio corpo


(dcs

das mir.has ecc ) e se assim passar A cer.s iderag ac da tota-


roupa^s, .

112
aonam resca sa.a.
1 idade das superfleies que se exposcas

A deseeico ca sinopse de cue aea.reutemer.ce dispcnno, e agra-

Ai ^
'.' ?. nuo muifo cons iderave Imente a amplicude da restri ;So gue se de-

senhava a partir da questSe das dimensdes , tambem deste mcdo se ma

nifesta a respeito das superficies apresentadas uma peculiar "mio-

pia" dc acessc de que cisconho em virtude da q'iai uma grande ,


e

mesmo amaiorparte da reaiidade que ef ectivamente escá ai a ter 'u

gar, se mautem para 1A da apresentagSo que tenhc constituida —

nSc

11 3
exposta, nSo manifestada nsia.

Mas importa acentuar sizca um aspecto de restrigSo de aces.so

r j
i at i vo á s s ud e r z i c i e s um as de c t c cue nS o tem a ve r c cm as
~~■

ar

tes qv.e nSo acarecem ser.Se no medo de hcrizcntee, mas ar.tes com a-

quelas mesmas que de cada vez estSo postus no prhDrio foco de inci-

dencia, e que

peio menos sias : —

parecem estar acequadamente dadas

no ac e s s c de que di s p c nhc .

tuancio vejo (incido expressamente sobre) u.r.a ruaiquer superfi'-

cie--por exempio aquels. em que aqui se acha inserita a palavra su-

perficie ou mesmc aqueia em cue se acha inscrito o 's" com que :o

"

meg.a esta pal avra


aparecs-me uma mul t ipi icidade . uma "conste 1 acAc

de reaiicades que ccn^untamer.- e formam a superzizie em causa.

E levanta-se a cuestSe de saber qual a natureza dc aeessc que

tenho a esfas diferentes real idaces —

i . e . se a eosigdc de acesso em

aue estcu a seu respeitc e na verdade de aeomparhamer.to cu desacom-

c a nn am e nt o

.rs co n rcca a ev:aéncia parece-me dispcr ce em conspecto . ee

uma apresentacSc adequada de fodas estas enf idades . Estao dianfe de

mi:n, no priprie foco da apresentacSo . A sua osrei.sSc s piena. Pare

ce-me inteiramente exciuido que me possa escapar acui c que quer

que seia. E ainca muito mais excluido ee me iz.eu". o.a cu-e c .r;e even

tualmeute escape pcssa ser mu 1 to .


dominic, seja iluscria? Pode pcrventura haver algo de escondido no

domínio de realidade correspondente a superficie onde ests inscri-

ta a palavra
"

superf ie ie" ,
ou aquela em que se aeha inscrita a sua

primeira letra? E, se na verdade subsiste aigc escondido, escapan-

do a arresentacSo de que disponho, ccde alguma vez isso ser muito?

Ponhamcs ante nôs um iivro, de tal modo que apresente um dos la

dcs a totalieace das suas foihas forma una sucerflcie. Ta.m-


em que

fccc qualcuer momento desta superficie, tenhc


bém acui, quandc um

ccnspecto ie inteiramente
a impressSo de dispor ce um um ccnspecto

de tcda reaiidade que hé. na superficie em causa. Pcrem.


adequado') a

atentandc mais, verifiec que , ao focar assim ut.a eorgSo dessa super

fi'cie, ac ver o seu tqdo . estou muifo lcnge de ter um accmpanhamen-

to de tedas e de cada uma das folhas que ai hS e eue ccnscituem a

crtcria sucerficie (se.ccr exemplc, tirar algur.as folhas. nSo noto

tal i a mesma) E c
cuaiauer ciferenga, a superfieie acarece-me cua .

aue aconcece assi.m ccm folhas, aconcece ainda (ccr maioria de r-a-

z5c) com a prtpria muicic i ic idade que cempCe a sucerficie quase-ii

near c\ie eada fo'.ha ecreser.ra de I adc (cu se;-. co.m a muitiplicida

de cuecenst i tui a reaiidace b i d ime ns i o na I - -

c c m ezmprimeutc e iargu

ra) ue cada ĩ-ado das folhas.

ter totalidade (que indub i tave imente renr.o')


Tambem aqui o ca

verdade cambem cer de cada uma das


ocorre sem que na signifique um

comconences de aue eia ecnsCa. Tambem aqui c aeetpanhamenco da to-


A superficie focada aparece-me como qualquer coisa muito mais

sûmples dc que de facto é, Correspqdendo ela d- facto a um comple-

xo, uma grande parte do seu complexc pura e s ir.p I esmente nAo estA

registada. acompanhada, na apresentagAo de que disponho.

Ora exactamente o mesmo que assim sucede cem c Iivrc acontece

também com a superfície onde estA inscrita a palavra superficie,

ou a propria letra s

mesmc que aqui seja mais dificil detectar que

assi.m é (cue ocorre esta perda no acompanhamer.to , esta subtracgSo

de realics.de, por sirnpl if icagAo do compiexo a rue corrssponde e "de

"

saparecimento dos diferentes elementos que cctpdem a multiplicida

de de que ccnsta.

'

A superflcie em que esta ir.scrita a palavra superf ície" , cu a

queia em que figura a ietra "s" nSo e composta de quinhentos, nem

de mil, mas de um nUmero maior, para mi.m indetsrminado , de momentos

de realida.de diferentes, a que na verdade nAc tenho propriamenre a-

cesso. A perspectiva que tenho nSo e suf icier.fscer.ee aguda , tem co-

mc que um defeito de nitidez relativamente a mul t icl icidade que eu

prdprio compreendo ccmo devendo ccrresponder aes eonstituintes des

sa superílcie

cu seja, tem o carácter daquilc a que tradicionalmen

te se chama uma "representagSo confusa" ,


que nS: segue e nSo e ca-

paz de seguir a pletora, o "emaranhado" do que ela prdpria repre-

senf.a.114
£em dUvida que a apresentagSo de uma superfieie, pcr mais ce~

qiĩna que ela seja, é uma perspectiva em que se desenha uma multi-

piicid.ade. Sem diivida que vejc as superficies eue tenho apresenta-

das e fccadas, ccmc todos —

s tanto quer dizer czmc algo que consta

de uma mul tipi ic idade . Mas a vercade e que a mu i c ip 1 ie idade cce de

alguma forma tenho apresencada e que estS a dezsrminar aquilo que

ve i o nS o e uma mu 11ipI i c i dad e totalmente desenvclvida nos seus ele-

mentos em grar.de uma muitipl icidade f e rmu 1 ada esbocada


e parce ,

indicada, mas sem qxie esta indicagSc se resclva numa apresencagSo

prOpria e adequada de fudo aquilc que indica.

6i 6
Exp 1 iear.do melhcr: se considerar a superfície em causa, scu ca

eaz de discir.guir nela partes e partes de partes . Mas essa capaci-

irrestrita altura. E a-
P_Ara a

dade de discernimento nSc e zerta

cuilo e.m cAra tem um carActer muito peculiar, porque por um la


que

do ccrrespcnde a nm limite na minha capacidade ce diferenciar e jâ

mulcipi icicece de eiementos dis


nSo ccnsigo desdobrA-Io em nennuma

tintcs . mas ,
por cutrc ladc, r.So e ainda de faete aigo verdadeira-

jS z.So nenhuma mui tip i ic idace A muiti_


mente simpies, que comporte .

Diicidade dcs momenfos da superficie "pSra", cara mim, nesta pecu-

'

liar fcrma de
"

quase simpl es" ,


ds "quase-pcntc , que de facte nSc

é correspor.de a uma mul tipl icidade de


ponto

é simcles e nSo um

eardinai incefinidc cue se tar.tem 'submersa" cara a minha cerspec-

tiva, nSo consigc seguir nesse seu carSctsr de mul t ic 1 icidade .

que

De tai mcdc cue cnde ve'c "simcies" (quase-simc.es) estS, mas man-

em-se ror ,e '/ista, uma muxtipiici le que s~ uitima auaiise po-

.e ate ser •.stante numerosa. isto para caca ; cuase-cen-

veio, muitc mais assim f fcrmandc uma


to") da superfície que mas

carci.ua! muite mais >~


1

mui t ipi icicade de numerosc — -

' '
--■-> = *--
muito numerosos 'quase-pcntcs que cer.stitui ur.s

mais pequena que ela seja. Tanto mais quautc r.a sua apresentagío

nSo se perdem de vista apenas as multipl ic idades :ue ficam zora

a minha capacidade de discernimento pAra r.c limiar do 'qua-


porque

zcnjuntc dos 'cua-


simples" perde-se tamhem de vista o propric

se

superfleie, I e.
se-pontos" cue poderiam ser
distingui_dcs nessa

"um de 'tecide desses


nAo se tem sequer u.t acompanhamento a um

"

"quase-pontos .

muifo reflra a mul t ipi ie ida-


gSo de superfícies ccmo essa, por que

Ae muito remeta iS eara ela, eertanece aquem dss


em causa, ccr que

sa mui tici ic idade .


ccmc aigo de outro , em cuj a detencSc a multipii

d!7
serva. E este é um racto que em nada fiza aiter ce pela cireunsrân.

cia de a superfície em causa ser uma superficie percepcionada , vis-

ta, intulda —

e nSc meramerte figurada, concebiza ~E a crícria ir.fui

gSo que se tern que nSo e suf ic ientemente agud.a e; que se conserva

presa da representag Sc nSo desenvo 1 vida, ccmc ce e embotada , das mul

c ipI i c i dade s em c au s a .

De eorte qce fambem nc crípric foco de ir.cid ra


al mesmo on-

de parece abso lutamence imposslvel


reir.a um des m r a nn a m e n t c , um a

oerda rslativamer.ee a realidade cue eíecf ivatezr ,er iucar

e tem cabimento uma diferenga entre c tido (o oorceúdo da apresee-

tagAo de que se discde) e aquiio que r.a verdac r.a no camp'

1 idade que pretende apresentar.

E de sorte que tamcern aqui e bastante ampl. izor.t

"

se subtrai A apresentagSo . A "pequenez', c r muito" que se cen-

de a sugerir e a imcor a seu respeito, cerresp

tiva condicionada do acessc finifo, que esri a a este mec

onr.ee e c limites uus ne

le rei nam. Comc se a nnn- c: .


, ue cacte naca impe vc i ume

1
ecmcietuce em jogo nestss ambitos mais pequenc
= -, t •
r> "
oi'/a, ja pura c;

" "

da quase-pontc ,
um grar.de ndmero de momentcs is reaiiêade--e que

ir.a superzieie, mes-

mc pequena . esse volume de perda alcar.ee dimen s:es muifc graudes .

?cr tui fe-rma que , oensiderado em focaqem asce zcente, c vclu.me de

desae cmoanhamenrc aue se desenha para fedo o e zz.'/untc de superfi-

eies exrcstas preseutes na eala ascends a dime cs'Zes aesciutamente

extracrdinAr i as .
?ois. sendo assi.m iA muito si

tc do fooo de incidsneia, a marcem de ineomDle tucs c crre sco r.der.r e

cSc ncssa rorma ue acess

mensionar a amn i : f uc fi t o ^
e s c n
f c nu i :n e n t o cuio ca e i e nt o

reconr. resceitc ue fccas as suner r leies e cara lem ..:•■


des const ituint es , regime que em cada momento da apresentagSo ve

ccrr.o simples ccmpiexos de realidades que sSc amplos , mul tipi icida-

des de facto bastante numerosas .

?cr mais abrangente e aguda que seia a ccr.preensSc de escon-

dimento que jA tenho ar.tes de ccnsiderar esta forma de "fuga" (de

desacompanhamento da realidade) que se verifica no prôprio foco de

incidéncia, snquanto nAc atendc a esta peculiar forma de incompie-

tude da minha perspectiva, tendo sempre ainda a compreender o


hor_i

zonte glcbai da superficie (e dcs interiores) ccmc se, se porvenfn

ra eu tivesse re lativamente a tcdos eies um acssso comc aqueie de

prtprio foco de incidência, entSc haveria uma


aue js disDonho nc

entre a acreser.cacSe cara mi:n conscicuida e a reaiidade.


proporgSo

Mas na verdade r.em mesmo nesse Smbito rescrico hA uma cai ade-

cuaoSo . A cesprcporgSe .
a "cerda" de reaiidade na constituigĩo da

acresentagAo que tenho .

penetra inc ius ivamente nele. E a incomple-

fude dc pontc de vista relati vamente a reaiidade da saia nSo se de

ve ao facto de nem rcdu a apresenf agSo eue de'. a rer.hc ser dc


apenas

h.S fcoo incidencia (comc easc porventura fo-


cipo da cue no ce se,

da ca saia se achasse feica desse mcdc entSo nSc


a apresencagSc ,

hcuvesse iucar eara cualcuer incompiecuce ) . N'Sc a incompletuce e

mais radical e cassa pelo zaeto de todo o regi.t.e de apresentagSc ,

nUcleo de in.cider.cia, estar marcado uma reten


mesmo no prôprio por

cSo, Dcr uma falta na fcrma como accmpanha a realidade que preten-
Mesrno admitida a superagSo das retengCes ar.teriormenf e consi-

deradas (superagSc de que , de quaiquer modo ,


o z.csso ecnto de vista

se acha rnuito longe), a eada "quase-ponto" da apresentagSo de que

cisponhc pode correspcnder uma muitipi icidade 'e u.ma mui t ipi icida-

de bastante numercsa) que nSo capto, cue c meu conto de vista nSo

e suf i cieutemente auudc cara discernir.

mul t ipl ic idade a nerder de vista aue assi.t se desenha (a :nui-

li.ib O'l rue esfS cerdid

virtude das caracter 1 s- i eas da apresentag^c e zisf.lncia, a mulfi-

plicidade ccrres cor.ceute a tude aquiio que se r.ar.tem fera de visca

em virf.ude dc carActer de facce nSo sinôptiec ca apresencag,-. o dus

erdcrias superficies e a mui cipi icidade correspcr.der.f s a cudo arui

lo cue fiza de fora em vircude das '. imicagdes zrie afectam o crdpri'

foco ds iacidencia) estA ai, cerance mim, no ea.ttc da saia. Ela e

abso I utamante irredutive: ao que cenho (as sucerficies cai como es-

cSo dadas oa. apresencacSc de que disponho). E, vendc bem, iA nSo

tem urr. cfsracter meramer.tc- iacunar , nSo é aigc rue se nossa efecti-

vemence intecrar ccmo noca adicionai na apresencagSo de que y.\ dis

ponno .
Corresponde ances a hcrizontes com um caráecer inteiramen-

te diferente, cuja incerracSo na nossa cerscecciva reqneriria uma

transf iguragSo ccmpleta da perspectiva que teuhc da sal a-- ime 1 iea-

rla que c ponco de visra ascendesse a um outrc regime de apresenta

gSo dos campcs de reaiicade em causa.

NAo e encSo somerce nc campc uos interiores cue a re_iacAq real

entre o f ido e o nS_______tido pelo meu pcr.ro de vista e a inversa da-

au e 1 a aue na t ur a i m e nt e s e me i ncu 1 ca c oni o 6bv i a .


E assim a subversSo da forma naturai aiastra r.c campo da sala,

neste camco de realidade que desprevenidamente carecia constituir

um dominio onde o escondimento , a ter lugar, seria e sô poderia ser

de ccuca mcr.ta.
2.1.2.3 O escondimento domínio do ESPACO LĨVRE que
no hA dentrq
da sala. A apresentagAo do espago como VAZĨO e o saber
do espago como QCUPADO . 0 escondimento das realidades
presentes no espago 1 ivre e a sua iusup e r ab i 1 i dade.O es-
pago livre como dominio de uma inabrangive 1 mul t i p 1 i c i_-
dude de realidades latentes.

Mas , se assim e, levanta-se entretantc a questSo de saber o eue

se passa re lativamente ao terceiro dominio de rue consta o compie-

xo de reaiidade da sala —

o espago 1 ivre entre cs civerscs objecces.

0 espago iivre representa pcr um iado —

e de ionge

a maior par-

te da realidace da sala. Por outro lado e um cemi.nio que prima pre

cisamente pela sua transparenc ia, pela circunstSne ia de nSo compor

tar em si nada que encubra reaiidade —

nada que tape . Aiem disso,

distingue-se ainda pela pecul iaridade de parecer iustamente um es-

pago cnde nenhuma ou muito pouca realidade tem lugar--e cnde, por-

tantc , nada ou muito pcuco estS,pod.e estar escendido.

Ora , ser.dc assi.m, mesmo que nc dcminio dcs intericres e das su-

perficies vistas a reiagSo tidc/nSo-tido seja ce facto, corno se a-

pontcu, a inversa da que naturalmente esta supesta, a vercaue e


que

ainda assim, o espago livre (a grande maioria dc complexo de reaii-

dade correspondente a sala —

esta grande maioria re 1 ati vamente a

qua I os interiores dos ccrpos opaccs e as suas superfícies rêm di-

mensCes re lativamente pequenas) e uma zona de dcmlniq . de sobera-

nia do olnar.

E, deste modo ,
com o cup em todo o caso ainda hA de acompar.na-

mento dos diferentes ccrpcs e ccm o dcminio que se tem do espacc

i ivre , a posicSc de acesso a saia, mesmo haver.de essas zonas onde

o cjue escapa excede o apresentado, mantem-se air.da g 1 oba Imente nc

p.anc de umu supremacia do ac e s s o , de um preccrzi nio do tido scbre

o nSo-tido .

n Z 1
Sem dũvida que resulta claro das ar.Aiises empreendidas a res-

peito do acompanhamento das superficies, pela ibvia aplicagAo que

igualmente têm ao escago livre entre os objectcs, que o acessc a e

le tambem nSo estA isento de ccndieionamentos e uSo e tSo livre e

irrestrito como parece A primeira vista.

Ccm efeito, e em primeirc iugar, se no que diz respeito as su-

incompletude resuitante dc modo como se


perficies se verifica a

produz a apresentagSo A distAncia (e hS uma muitc signif icativa per

da de elementos em virtude de as apresentagdes disponíveis ficarem

aquem das dimensíes que ef ectivamente têm cs ot;eccos), exactamen-

te o mesmo se passa iguaimente com o espago livre presente na sala

aue , tambem ele, na sua esmagadora maioria, nSc estA acompanhadc

apresentadc scmente a distSncia.


numa apresentagAo proxima, mas

Em segundo lugar, se a esmagadora naioria da realidade corres-

pondente as superficies vistas se mantem sempre numa presenga me-

ramente horizontal, com toda a amplitude de perda cue se procurou

cor em evidencia cue isso acarreta, muitc mais e assim e ainca mui

to maicr e a amplituce dessa perda nc que toca ac dominio do espa-

cc livre entre os diferentes objectos. ?ois r.a verdade este Uiti-

tridimens iona i e, a tuitas e muitas ve


mo equivale, como esrago que

zes todas as superficies antes cons ideradas , envc ivendo, pcr conse-

cuôncia, um.a muito maicr amplitude de desacomcanhamento da multi-

piicidade dos diferentes momentos que o compôem.

Em terceirc iucar, se em reiagSc as superficiss se verifica que

ndcleo du apresentagSc reina nma "micpia", que mantem


nc priprio

desacomcanhada , faz zerder ne vista a nultipi icidade de ciferentes

momentos envolvidos nas reaiidades que se apreeer.tam (de tal modc

aue o aue ra verdade e uma diversicade muitc nur.sresa ncs aparece

comc simcies ou cuase-s impl es ) e se em relagSo as superficies toda


me3mo defeito da apreser.tagSo afecta também o
aecmpanhamento do es

pago 1 ivre .

Mas, se todos estes aspectos detectados na ar.Aiise da acresen-

tagSo que se tem das superfieies se verificam ta.them a respeitc do

espagc 1 ivre er.tre cs objectos


mostrando que tambem aqui a apre-

sentacSc fica aquém daquilo a que se refere e que c aue efectiva-

mente ai estS a ter iugar e mais , bastante mais dc eue c que tenno

acompanhadz--por outro ladc a circunstSncia de se tratar de um es-

pago onde pouca ou nenhuma realidade ocorre faz que este desajus-

tamento, mesmo sendo cons iderAve i ,


nSo parega ter consequências de

mai or .

'

Ainda que apenas de u.ma forma impiicita, o caráeter inocupado"

vazio do espago em causa tende a retirar peso a qualquer desa;us-

tamento que aqui haja, fazendo que parega total.tente indiferente.

Atentando mais, pcrém, também isto —

também esta aparSncia "inq

cupada" dc espago enfre os ob;ectos--se evidencia eemo resultando

de um ecnd i ci onamento .

E tambem aqui ,
precisamente aqui, neste aspsete vazic, "inocu-

pa.do" ccm que aparece o espago livre, se revela uma frente de in-

ccmoietude da apresentacSo de cue disDonhc.

E de tul modo qoe a incompletude relativamer.te ao espago livre

qu^ ná na sala se vem a desccbrir muito mais amt I a de eue oarece-

ria ocder eer.

.
persv.ectiva qce ncrmaimente tenh.c da saia nS: apresenta na-

ccup.ar o espago iivre. Apresenta-o de facte eeme u;r esoago in


teiramente vazio .

Posso sem duvida saber que nSo é inteiramente assim, que se

ta de um espago em que hA aigo.

Posso, exempio, saber que hS nesse espacc al ae c\ie creci


pcr

so viver

essa reaiidade (esse nSo-nada) que respirc. Posso, a


para

lém disso, saber mais em pcrmenor que isso de q~ie a minha respira-

h i
gSs o exigenio, e que juntamente com eie hâ - -i ■" -

gSo deper.de e um ,

bém uo espagc em causa didxido de carbono, que I iberto , azcto e va

oor de Agua, partícuias de diversa natureza em suspensAo, bacterias

etc . .

Possc saber tudc istc e mesmo muito mais.

Mas esse saber nSc corresponde a um real accmpanhamento das rea

lidades a que se refere, fica muitc aquem de um efectivc accmpanha

mento e detencSo delas.

?cr um iado, o.a.c ve jo nc espago em causa nenh'em cxigenio, nenhum

azoto, nenhum didxido de carbono . Por muito que saiba e reconhega

ai estSc, ve jo continuo a ver esse escago 1 ivre de qualquer


que ,

real idade que o ocupe .

?or outro iado, ver.dc bem, na verdade nem secuer sei o que e que

cada destas nogdes, que especie de entidade e a


corresponde a uma

NSo sei, exemple, c que seja um atcmo de oxigenic


que designam. pcr

nenhuma concreta di f erenc iada dissc NSo


nSo tenho apresentagAc e

se.i o seia uma molécula de diôxido de carbcnc etc . Ncrmaiments ,


qus
, .

e mesmo quando estas entidades se acham em refereucia temStica, nao

me icu conta de que e asscm. Mas isso significa apenas que a apre-

respeitc tSo nm efectivo ter


sentacAc de que dispcr.ho a seu e peuoe

(acompanhar) dissc de q\ie se apercebe que , nSo sabendc eu concreta-

mente realidades sSo essas que reconhego, a focagem nelas é tSc


q\:e

distraida, tSo insuf i e ieute ,


que até isso passa ir.teiramente desper

cebicio .

ao cue cons i r :ter das rean


dades em causa (da sua natureza, da sua conf iguragSo , das suas de-

terminagôes prôprias; seja mais precisa, mais adequada, a minha

perspectiva manfém-se ainda muito aquém de um efectivo acompanha-

mento das reaiidades que reconhece, porque nSc as consegue focar no

prôprio aí em que se situam, ou seja pcrque occrre sem que aquilo

que concebo como preenchendo o prôprio espagc iivre ar.te mim este-

ja ef ecti vamente constituido, apresentado como uma entidade aí., co-

mo uma posigAo real neste espago A minha frente— -do mesmo modc aí

que a secretAria, as eadeiras, as minhas mAos, os candeeiros, as es

tant.es , et e . .

Se se achasse e f ect ivamente ccnstituido ccmc uma posigSc reai,

ai , no espago a minha frente, entSo apareceria, teria de estar a a

parecer a i .

justamente como o fazem essas coisas ( nSo é de facto me

nos real idade do que eias s em nada se acha mencs neste espagq) .
0

que faria que a sala me aparecesse com um aspecrc inteiramente di-

ferente do que tem .

Pois, na verdade, se o espagc de aiguma fcrma me estivesse da-

dc como um espago preenchido que algo ocupa, entSo ver-me-ia comc-

que imerso num mar de entidades. de posigdes reais, rodeando-me de

codos os laccs (denso jA iogc a minha frents, imediatamente , iunto

dos meus clhos, e em toda a minha voita, em torr.c do meu corpo). As

ccisas que me aparecem ccmc corpos r.Sc se destacariam do modo com-o

o fazem na perspectiva que tenhc da sala, antss estariam eias crd-

prias imersas num denso mar de reaiidades diferentes, cheias de ccn

trastes, ende seriam tantas as realidades contras tantes c^ie essas

const ituiriam apenas mais umas na grande rnuitip I i c idade das demais

e sô se di st inguiriam por serem as Unicas a oferecer uma resistôn-

cia ser.sivel de imper.etrabi 1 iuade .

j i f erentemente dc cce acontece na


apresentagSe que tenho da sa

ia, o seu aparecimer.ro nSo estaria po larizado . erocaacni zado exciu-


compl etamente diferente da que tenho —

que nela hA, seria agcra e

que , vendo bem, muito claramente se expressa na resposta que sem-

tenderia a dar se me fosse perguntado o que hA nesta sala: uma


pre

secretSria, cadeiras, uma mesa, estantes , um aparelho de scm, eu

prôpric , etc.) .

Ora este outro modc de apresentagSo , inteirs.mente diferente do

que naturaimente tenho constituido, e que seria necessArio para se

todo ccnjuntc de realidades de facto ocupam o es-


acompanhar o que

pago em causa, é precisamente aigo a que nSo tenho aeessc, que se

me mantem inteiramente fora de alcance —

algo a que , por mais que me

esforce, nAo consigc passar.

Mesmo quando percebc reconhego, que o espagc em causa se acha

na verdade preenchidc .

que hA realidade ocupando esse espago, ccn-

tinuo sempre preso a uma perspectiva para a qual esse espago de fae

to aparece como vazio .

Todas as tentativas que reaiizo no sentido de fazer estencer o

campo do detido pcr mi.m As reaiidades que preenchem o espago livre

em causa nAo concuzem, assi.m, a nenhuma cerspecr ivagAo em que essas

realidades ef ectivamente se deem ac meu ponto de vista —

em que eias

0 perspectivado da minha perspectiva


sejam deveras alcangacas. que-

da-se ir.te iramer.te ao largo, fora, dessas realidades cue reccnhego .

De tal modo que a realidade em causa na verdade se mantem inceira-

mente submersa re lat i vamente a apreseutagAo que tenhc, inteiramen-

te para 1A de tudc o que alcangc nc ponto de vista em que ssfcu

const ituido .

dicagSo que tenhcnas mais pequenas partes dc espagc 1 ivre de cor-

dos ooaccs ha uma mui cip i ic idade muito signi f i oac iva das mais di-

versas encidades, que cermanecem fora da apresencagdz que tenno .

E aqui codcs cs aspecccs considerados na analise das superfi-

cies (e cue , ccmc se acer.ruou, afeccam camcem a acres er.ca gAo cue
se tem do espago l.ivre entre os diferentes objectos) ganham um no-

vo re levo--deixando de se repercutir apenas no ceficiente acompa-

nhamento de um espago yaziq e passando a fazer evidenciar a extra-

ordinAria amplitude. a extraordinAria multipl i e idade do conjunto de

realidades que estSo el iminadas na apresentagSc que tenho do espa-

"

go 1 ivre" .

NSc si no conjunto desse espagc e em cada uma das suas partes

hA realidade fora da apresentagSo de que disponhc mas o volume des

sa realidade e muito maicr do que nacuralmente tendo a conceber--

porque hA perda de ampiitude na perspectiva que tenho dc espage a-

presentado A distAncia (e apresentado a distAncia estA quase todo

ele); porque hA perda no acompanhamento da mui tipl ic idade do espa-

go que se encontra em presenga meramente horizor.tai (e e em presen

ga meramente horizcntai que cuase toco ele se enccntra) ; e porque

hA perca das mul tip i icidades impiicadas nos prcprios focos de mais

pequena dimensAo , sobre que de cada vez o oihar ir.cide :. e que .

pare

cendo simples, ccmpcrtam na verdade uma muitipi i e idad.e que r.So con

sigo acompanhar, dundc cabimento a um numercso ccniuntc de reaiida

des) .

Em cada sitio do espago que me esra dado facta dest.e mcdc nmita

coîsa. NSo hs nenhum mcmento do que me aparece a que nSo correspon-

da uma margem muito ampla de sscondimento . E a tc tal idade dae enti-

dades que de facto se acham no espago que me aearece ccmo vazio e

u.m hcrizonte intsir amente inabrangivei que se mantem fora da saia

" ~
!
a que tenho acesso .

Tambem em reiagSo ac espagc Íivre, dests mcde se verifica uma

pecul iar forma de "miopia', com el iminagSo de u.t grande conjunto ie

"

reaiidades e constituigSo de ima tota '. idade" , de 'ima apresencagSc

com pretensôes de totalidade, muifc diference da cctalidade real ,

muito ma i s simpies do que ela, e cue manfem ccmc 1 etament e fora de


de do assim fica fcra da apresentagSc a margem de incompletu-
que ,

de do acompanhamento de que disponho, é bastante mais ampia do que

ccnjunto daquiio é efecti


prôpria apresentagSo disponivel

a o qne

vamente acompanhado.

A peculiar "miopia
'

q\ie se comegou a manifestar relativamente

ac intericr tapado dos ccrpos opacos e que , assumindo outras for-

mas , veio a alastrar as superficies vistas, afecta assim cambem c

prbprio espago livre e manifesta-se na verdade ccmo uma "miopia"

abrangente

tai que tcda a apresentagSc da saia, sem exeepgSc de

neninuma das suas difsrentes Areas , estA afectada pcr ela.

E isto de tai scrte que o nAo-alcangado ccrrespcndenf e As di-

nanifesta-se sendo tudo


versas formas desta pecuiiar "miopia" eomc

menos urna mera iacuna.

Neninum dcs diferentes campos de realidade que se encontram na

saia A mir.ha frente esta. assim, livre de esccndimentc , de subtrac-

de reaiidade na ccnstituigAc da apresentagAo que tenho dispo-


gSo

nivel .

E para cada um destes campos, sem excepgSo, c horiconte de es-

condimento tem, vendo hem, dimensôes muito grar.des , a perder de vi.

^ ultrapassam muito, as do prôorio campo de apresentagAo


- ■
que ,
_e

"aceso', "ahertc" nc acesso de que dispomos .

A saia ccmo a tenhc reveĩa-se em todcs e eada um dcs seus mo-

qualquer comc ur. excerto


fora do
mentos ecmc equivalende a ccisa

euai ,
cara IA io quai permanece escondido, sem scrsser.tagSc , mais ,

bastante mais dc aue aquiio que se dA .


ponde uma muitipl icidade na verdade bastante nu.merosa de elementcs

fora de alcance —

de realidades nSo expostas peia apresentagSo que

se tem.

4 AvaliagSo preliminar das modi f icagdes introduzidas peias


anAlises anteriores o inabrangivel campo de latência de-

t ectado e a possibiii dade de detecgâo de uma incompletude


ainda maior.A saia INERTE e a imensa multiplicidade de A-
C 0 NTECĨMENTQS ,
_d e TRANSFQRMACOES qu e nela o corre . AnA 1 1 se
de diversos horizontes de ACQNTEC IMENTCS fora de acesso no
camno da sala.

I)e tudo isto resuita desde iA da dcs


que , se nc cermc focagem

horizontes externos o campo de realidade correspcndente a saia pa-

rscia constituir um dominic de acessc maoigc a reaiidads (um bas-

tiAc onde se mantinha de pe a pretensSc natural de efieScia do o-

Ihar e o regime de redugSo da incompletude a dir.ensôes mers.mente

lacunarss), a situagSo de acessc em que na veriade se escá reiati-

vamente ao compiexc de reaiidade presenr^ na saia fica muico lonce

de c on f i rmar aque i a p e r s pe c t i va .

O volume da incompletude que afecta a apresentagSo da saia re-

veia-se muito grande


e mesmo
inabrangive 1 .

E, ainda que sô houvesse esta saia, ainda assim —


é o cue se es

tabel ece--a relagAo entre o f.ido e nSo-tido estaria muito


o
longe

daqueia que se aena eonsaqrada na forma natural ia finitude.

0 meu o 1 har achar-se-ia mesmo assim marcai: ecr uma imensa in-

complerucie, numa posigSo tai que e considerave Ir.ente mais a reali-

dade que o pcnto de vista náo atinge , deixa fcra de si, dc que a

reaiidade qus tem deveras ccherta, acompanhada .


?er amr I c e co.mple

xo que seja o
eonjunto de momentcs de realidace eebertos pela apre

sentagdc aue rer.ho ( e mesmo aue eara codcs os fi.te crlciccs ele í~

o30
parega mais dc que suficiente), em comparagSo com c prôprio complexo

realidade de se trata esse "muito", esse "iA suficiente" é


de que

mu ito__pouc q .

Mas ,
se assim e, se isso se manifesta ]A a cartir dos aspecrcs

oassados em revista, tal r.Sc significa de maneira nenhuma que com

eles esteja esgotado , inteiramente identificadc cercorrido,o dcmi-

hA ests ai ter lugar na sala. mas nAo se


nio de tudo aquilo que , a

encontra posto A mcstra na apresentagAo que dela se tem.

Do mesmc modo que no pcntc de vista habitual nSo hâ qualquer

horizontes de escondimento das realidades nAo vistas


mengAo dos ,

que as anAlises reaiizadas pôem em evicencia, assim tambem e possi

vei aue a perspectiva de reconhecimento dc nSc-tido a que se esta

ecnduzido no termo cessas anSiises escape ainda um uUmero conside-

râvel de outras reaiidades presentes na saia m.as que nSo escSc ma-

nifestas na apresentagSc que dela tenho.

Mais ainda: o hcrizonte dessas reaiidades. cesses campcs de es

condimento que continuam ccmpi etamente insuspeitados na perspecti-

va a jS se chegou e de facto de proporgZes muito maiores, mui-


qce

to mais "fantAsticas" dc cue aqueias para que os exames efectuadcs

iS remetem.

Verifiea-se aqui , uma vez mais, ccmo a poucc e pouco mais ciara

evidêneia, a tendeneia do ncsse pcr.tc de vista pa


mente se porS em

da
-

ra considerar esgotado o apuramento sua i.mperf eigSo , para ex

cluir a poss ibi 1 idade de haver ainda mais realidade que ĩhe esca-

ce e que "afur.de" ainda mais a sua incompletude .

E verifica-se tambem a esta conclusao auressada. a este nSc


que

ir-mais-a 1 ém , nSc correspcr.de de facto um lir.ite absoiuto, uma im

1 idade de levar ef ect i vamente mais lonce a descoberta da re


possibi

f e nc So em qu e s e e st a .

Persistindo na averiguagSo das realidades que se me ir.dica ha-

ver na saia, evidenc iam-se mais e mais frentes ds escondimento . vvi


ma mul tip". icagAo predigiosa, que ainda muico mais extrema a incom-

pietude do acesso em que se esta, a posigSo de ecnfinamento em que

se reveia achar-se o meu oonto de vista.

Assim, por exempie, e em primeiro lugar, percerrendo aquilo que

naturalmence se apresenca ecmo


espago livre, cr.ce a anAlise rsaii-

zada detecta um numerosí ssimc ccnjuntc de entireees nAo acompanha-

das peio meu ponto de vista (oxigénio, vapor ds agua.ecc.), verifi-

co que hâ ,
para aiem desse, fodo um conjunco de reaiidaues incei-

ramente diferentss dessas, ou peio menos dc que nacuraimente tendc

a conceber em correspcndência a essas ncgces, e q'ue nSo menos do

qiie elas me escapam.

De facto, ao seguir a pista dos hcrizcntes ce escondimentc que

as anAlises efeccuadas pdem em evidencia nc espago em causa, todo

o corc'unco daquiio cue dessa forma se indicia e casso a reconhecer

na sua presenga inacessivei tem um carãcter inre iramenfe inerte ,

estAt i co .

Os horizontes de escondimentc para que passc a escar acencc sAc

horizcntes de coisas em repouso horiecnfes tccalmence parados, hc

rizonces de entidades e simp 1 esmente nada


que pura e______So--em :rie

muda , nada acontece .

Tanto o espago iivre. tai ccmo natura i menf e e vejo, que.ntc o

espaco livre peroebidc no esconciimento que sucsiste eom a sua apre

sentagSc. o espagc livre surpreen.clidc na e ireun s tSneia de eonsti-

tuir de facto nrn espaco ocupado por reaiicades cue estde fora de a

cessc, tôm este caráeter inceiramente estático .

Ora Hi verdade , de acordo com o p


que
*~ =» n

gar nc espagc em cauea. esse espo.cc e, ceic cez.trurio. um esoaco c

voadc por uma miriade de acontecimentos, de tzcr.s f crmacdes cv.e ccn-


tinuamente se produzem.

Considere-se ,
pcr exempio, o que accntece zcm o rSdic incorpo-

rado no aparelho de som que estA ao fundo da sala.

Alterando a sua s intcnizag-Sc , obtenho uma serie numerosa de di

ferentes emissQes de som.. que ccmpreendo ccmc resultantes de dife-

rentes feixes de ondas-rAdio, emitidas algures fora desta saia, e

que , atingindo o aparelho, sSo por ele convercidas nas mUlciplas se

quencias de sons que deie obtenho.

Em cenf ormidade com esta ccmpreensSo, o "espago iivre", onde a-

pelc contrArio conf inuamez


parentemente nada acontecs, e uri espago

te percorrido por feixes de ondas--pcr peio mencs mais de duas de-

zenas de feixes diferentes ( em correspondônc ia as mais de vinte di-

ferentes emissQes que sou cacaz de capcar ccm c aparelho), cada u-

das (em eorrespcndenc ia a sequência de sons


ma quais, ncr sua vez

que cbtenho em cada programa sintonizado) esta em continua trans-

f ormagjîo .

Todas escas emissées eacce-as tambem eom orr. rddio em qualquer

de fai modo aparentemente cada re-


pcnto dc espago em causa ,
que , ,

ciSo deste espago, sem excepgSo, e percorrida peios feixes em cau-

sa— tcdo este compiexo de acontecimentos dizerences, ecncinua-


por

mente a cer 1 ugar .

Sendo assim, encSo, qualquer cue seja a Srea desse espago, ela

nSo esri ocupada pelas diferentes realidades inerces que a


apenas

ai estSo mas aiem dissc acha-se tamcem perccr-


preenchem, que ,
para

rida esses diferentes feixes —

compreende u.ta mul tipl icidaae ue


por

realidades que se movem e para alem disso de realidades que escSo

a vir modif icadas dif erentes numa conecance renovacSo .

sempre ,
,

Tudo istc de tal mcdo que ,


pcr um _ado. ccdo esce imen.-.c cor.jun
to de realidades em movimento e em mutagSo ccnscante se caracteri-

za por estar compl etamente ausente da apreseutagSo que naturalmen-

te tenho ca saia. A acresentagSo naturai deixa-c escondido , fcra de

perspectiva. Ainda que hA muito tenha alguma neticia da fcrma como

o rádio funciona, a apresentagSo normal da sa". a r.So comoorta abso-

lutamente nenhuma refereneia a este ccnjuntc de realidades. E pcr

cutrc iado esta mulciel icidade imensa de movimer.tos , de transfcrma

gdes, que, ref'iectindo, ccsso passar a ter em ccns ideragSo , e qua 1_

quer ccisa. que , mesmo uma vez. j.A advertido para a sua presenga, mes

mo quandc , ternando-me eu ciente da ecmplexidace de que se reveste.

me esforgc pcr a focar í'eer não perder de vista tal comp 1 exicade ,

por realizar a transf ormagSo de perspectiva neeessSria para a acorn-

panhar ) ,
persiste ainda nesse escondimento , r.'ica posigSo inacessi-

ve i .

Trata-se aqui uma vez mais de uma multipl ic idade muito numerosa,

muito compiexa, completamente irredutivel a tcclas as representacdes

que dela fago, uma muitip i ic idade que inabarcave imente "transborda'

todas essas apresentacôes


uma multipi icidade r.a verdade tSo imen-

sa e t.So compiexa que , mesmo quandc me apercece da sua i.mensidade

e complexidade e prccurc estar atento, nSo esquecido dela, a esmu-

gadora (a incomensurive I ) maicria da realidade de que ccnsta se man

tem ainda assim submersa e inacessivei para c meu olhar.

Mais ainda: trata-se cs uma realidade tSo f ora de acesso aue ,

mesmo cuazco sei da sua cresenga e tento apereeber-me dela nc ee-

pagc ai a f rente , r.So ter.hc na vsrdade nenhum acesso, nenhuma acre-

sentagAo deia momento seia dc


nem sequer r.um numa sd


,
pazrte q\ie

seu ccnip 1 exo .

Trata-se ds qualquer coisa que estS ai —

ai mesmo em frente dos

meus oihos, em tornc de mim. mas que constitui um a 1 fcra do que

tenho .

De tai ii'.Cuũ aue tamhez'. em relacSc a eeta ferme de real id-ide o


ai que parego dominar por inteiro, c aí que me parece dado de uma

integral revela-se, nSo obstante as pretensOes na


forma adequada e ,

turalmente sustentadas, algo que cermanece fcra do acesso de que

disponho . ?or rcrm: tal que , neste sentido, r.So estS ai perante mim

lugar, outrc lado, alezc ue todo este conjuu


Em segundo por para

to de contíuuas modi f icagdes relacionadas ccm : rádio, o espago ii^

vre e tambem percorrido pcr um outre ccmpiexc : .e modificagdes que

continuamente tem lugar: aquele que se prende oom a difusAo pela

sala da luz que entra pelas janelas e ilumina : :s diferentes c-bjec-

tos que al estSo.

Deixam-se de lado todas as ques' :s x -z x a. ^_ ras a sua indole e

acompanhamento dc
composigSo e a prdpria dificuicade que cbsta a: :

mcvimento ihe é prdprio, em virtude da irr; cresentabi 1 idade de


q\ie

que reveste para mim a velocidade extrema que ; :ei ser a sua ( ac

movimento o c'ue se u: :rssenta e sempre um


tentar perspectivar esse ,

movimentc de velocidade muito mais recuzida, c :e na verdade nada

tem a ver com o movimentc em causa, fica intei: ■amente f ora cele).

Deixa-se de iado, pcrtanto, toda a imensa marg; •m de nAo acompanha-

mento, de transcendência . da iue que resulta ;' ; . somente da conside

E atende-se somente ac ; iimples facto desse


ragAo dessas quest£es .

fluxo de algo pela sala


a essa passa: :em de um ccmpiexo


cqntinuo

de acontecimentos cont inuamente se rencva e atravessa todc o


,
que

iivre á minha voita, em cada um dos seu; •


momentos (.de tal
espago

modo aue cualcuer que seja e eor mai :ecuena cue seia, a meus o-

lhos, desse ccr.si.cere, e a compreende em si


a "porgAc" espago que

esse compiexo de mutagdes em curso continuc).

factc, sO ecr si, coustitui ua verdade aicrc de com


Esse simpnes

arresentacSo de cue
pletamente diferente de tudc quar.to tenho na a
disponho' algo de inacessível que fica compl etamente fora da sala

como se me dA .

NAo somente, na verdade, para a apresentacSo natural (a despei-

tc de se saber de alqum modc sempre jA que a iuz "entra" —

que , fe—

chando as persianas, deixa de haver iuz na sala; a luz nSo é alao

que se move , mas algo que esti —

ou seja, nSc scmente a perspectiva

natural estS compl etamente fechada. e compl etamente cega para o com

plexo de modi f icagOes a que a presenga de luz na sala se acha liga

da--mas, para além dissc, qualquer tentativa de integragSo desse

complexc de modif icag3es nc campo dc meu pcntc de vista, cualcuer

tentativa de captagSo, de acompanhamentc deias, fica presa fora des

se complexo, em formas de perspectivagSc cu;'c ciuo na verdade se

queda aquém do ccrnpiexo de cce trata .

Assim, mesmo que a tentativa incida apenas scbre um


espago res

crico ( u.ca pequena secgSo daqueie que r.S na saia)


por exempic, o

espagc no interior de um copo de Agua a minha f rente . scbre a se-

cretar ia--aqui 1 o que se aicanga ao rsntar seguir c conjunto de a-

contec iment os , de mcdi f ieagOes atinentes a iuz, o conteddo que , nc

sentide kantia.no, se me propCe como exibigAo desse ccmplexo de mo-

di f i eagces ., nSc é na vercace senSo uma figuragSo v_a_ra de mcvimer-

tos figuragSo qual verdads


na na nSo acarece nem a luz como movi-

mento , nern o movimento eue a eada instante escS a cer iugar em ca-

da um des mc.mer.tcs do espago no interior cc ccpc, nem c mcvimentc

de que se trata ccmc u:n mcvimento que sem cessar se renova , numa

sequeneia cor.tir.ua (de t.al modo que a eada "raio" de iuz cue vem

se segue imediatumente um cutrc . e a este ur. outrc .


_e assim ccns-

tantemente sem parar ) .

0 voi'ime de perea e jA extraorc inariamente -grar.de neste do.mi-

nio restrito que e c do espago no interior dc copc de icua . TSo

grande mesmc cue , pcr um lado,do compiexo de realids.de de cue se

rij.ru nu verdade nSe ac-rece a bem dizer absc lutamente nada na a-


de se dispde. E tSo grande que, pcr outro lado, se
presentagSo que

bem que se trate de um espago re lativamente pequeno, vendo bem, a

multipl icidade dos diferentes acontecimentos que estAo a ter lugar

nele, mas qce assim se mar.têm para lá do que se apresenta, tem di-

mensoes abso lutamente jS a perder de vista, ir.abarcAveis .

Mas quando passo a ccnsiderar nAc apenas este dominio restri-

tc mas todo o escagc livre a minha freute, entSc o hcrizonte daqui

lo que deste mcdo se mantem escondido estende-se a dimensdes rnuifo,

muito maiores —

e de facto verdadeiramente abissais .

E de tai forma que tambem aqui, ac olhar de fre.nte aquiic que

assim estS a passar-se al,perante mim, mas se mantém esccndido re-

lativamente ao meu olhar (fora, inteiramente fora de tudc aquiio

que veio) o perturbante desenhar-se do inacess ivel ,


que tcdavia es

tS ai mesmo a minha frente, perante mim (or.de aparentemente tudc

estA ou "devia estar" em acesso) ataca de ncvc, invade o terrenc do

mais familiar do mais prtximo daquilo qce segundo foda a aparSn


cia mais inteiramente se acha dominadc pelo meu ponto de vista.

Em quaiquer destes aspectos toca-se de perto qualquer coisa

que jS vSrias vezes esteve em icgo, mas sem rue tivesse chegadc a

ser equac ionada : a e ircunstsncia de a acresentacSo que e-e tem es-

tar balizada por aquilo a que se ds o nome de 1 imiares .

Se uarura Inerite reir.a a ccnvicgSc de se cisrcr de um acompanna-

mento irrestrito, "sensivel" a toda e qualquer reaiidade comprsen-

dida nc dominio de incidência, a situagSo dc ccntc de vista e de

facto tai que , ceic menos re 1 ati vamente a algtmas formas de reaii-

dade , sd cobre u:n intervalo . De tal modo que tedas as determinagdes

todas as reaiidades que se situam para IS dcs limites desse inter-


pôe, estâo eliminadas dela.

Assim, por exemplo, ccmc nos cascs agora apreciados, hA um ii-

miar mAximc de velocidade dos movimentcs, das f ransf ormagô'es de que

me apercebc Todas as transf ormagôes , todos cs movimentos ccm veio-

cidade superior a um determinado limite, tucc o que se passe ai com

u.ma rapidez superior a eie, nAo tem ecc, nAc e registado na apreser.

tagAo que tenho constitulda —

é qualquer coisa que para mim r.So estS

aí a ter lugar.

E do mesmo modc todcs os movimentos, tcdas as transf ormagoes

com velocidade inferior a nm determinado limite —

como os que cor-

respondem ao crescimento das piantas que ai estSo, ao amarelecimen

tc de algumas das suas fclhas, a oxidagSo cue ocorre ccm diversos

objectos de metai, ac cresc imento dos meus caceios, das ur.iias ou ca

barba, etc--estando embora al a ocorrer, constituem realidades que

a minha perspectiva nSo acompanha e que , mesmc qne esteja adverti-

do para elas e as prccure acompanhar, se mantem inteiramente para

ia de tudo quanto tenho.

SC aeompanho mcvimezicos ce velccidade nSe excess i vamente ienta

e nSo excess i vamer.t e rápida. E o que assim se pode situar cara IS

co que acompanho tem uma amplitude perf eitamente inccntro 1 Sve 1 , q\ie

nada me permite restringir.

Da mesma forma, sc accmpanho também reaiidades que se continuem

pcr um determinado pericdo de tempc, com uma duragSo nSo inferior

a um determinado limiar. Todas as realidaces rue possam estar a t.er

luuar ai em ocorrencias muito breves .


inferieres a esse limite. a--

cham-se comp 1 etamente eliminadas da azreser.tagSo de que dispcnhc .

De tai meclo que e perf e itamente possivei que . mstante a instante.

haia ai na sala mul tipĩ icidades muito amplas ce reaiidades breves ,

" "

de aconf ec imentos a que c meu ponto de vista e insens i ve I , e que ,

com serem breves nem por isso sSo menos reais do que aqueias qce

'
r'-cristo —

constituiudc um horizoute de reaiicade 'submersa de c:.-


muito cerr eitamente inceu-
provave lmente mit
e t
mensôes ampias para

ll8
troiSveis.

Com a focagem destes fenômenos corresponde: ites A nogSo de limia

res a inflexSo re lativamente a tese naturai d- rsenha-se ainda eom

mais nitidez . Por um lado. côe-se mais clara.c rfe em evidencia co-

mc sSo campcs inteiros de determinados tipos : :e realidade que ficam

fora da apresentagSo que se tem. ?or outre ado , esses campos de

realidade desenham-se como campos abertos , cu a ampiitude nAo te-

mos nenhuma ccss ibi 1 idade de c ircunscrever . A. sim, nAo hA meio de

determinar qual o conjunto de movimentos cu; a velocidade cai fora

do intervalo que acompanho, como tambem nSc h; . r.enhum meio de de-

terminar o ccniunto de realidades de duragSc : rebliminar que ocor-

rem no espacc da sala, etc..Pcde haver reaiic: .des desse tipo em tc

da realidades podem povoar a sa a


nada hA c/ie me
Sylparte, essas

Dermita restringir o seu cabimento. rinalmer.re•, configura-se com

"contorncs" mais distintos qualquer ccisa que a pouco e pouec tem

vindo a "tomar forma" no exame feito: que a ap:resentagAo que tenhc

da sala pode estar como "sintoniza ca" sd para determi-


prôpria que

"

iado"
" "

nadas f requências de reaiidades e cassar ccm pietamente ao

"

de outras para que n.Sc estS sintonizaca" —


cu seja a pcssibiiida-

de de a apresentagSo que tenhc da prcpria sala ccrresponder a uma

de seieccao privi legiando uma parte d e que estA presente


espécie ,

no seu ca.mpc de incidencia e desconsiderande t otalmente (abandcnan

outras Comc a e se ten vir.de a tenfar mcstrar e c


do) .
pouco pouco

fenômeno dcs limiares de ncvo pde em evidêneia , esta ecssibi I idade

mcdo do "deixar-de-

ssibilidade totaimen
'

fora" (da "seiecgAo e da eliminagĩc) é uma ee

te irredutivel ,
quer nc que diz respeito a cee rrencia de aiguma e—

liminagSo dessa ordsm, quer nc que ciz respeit c a sua amplitude e

a admissibi 1 idade de aquilo que desse modc e c eixadc ue fora ser

muito amclo e mesmc muitc mais do que aquilc c ue e incluido.

oeV
Em terceiro lugar, e abrangendc nAc aper.as o espago livre en-

fre os objectos, mas fameem pelo menos uma parte dos crtprios cb-

iectos que hA na sala (tedos aqueles que vejc, que ougo


que de al

guma fcrma me estAo dadcs na apresentagao de cue disponhc), e de-

ceccAvel, pcr exernpio, um cucro compiexc de centinuas modif icagdes ,

acontec imencos . Este eomplexc de mcdif icagdes .


acontecimenccs si~

tua-se nacuilo que se pcce designar comc o herizonte dc "entre"

que medeia er.tre as co_isas que hS A minha vc'. ~a, na sua prApria po-

s_igAo ,
nc seu acontecimenco , e a consf ituigAc em mim de um ponto de

vista que , ccmo naturaimence entendo, os "reeroduz", l'nes corres-

ponde .

Vejamcs mais precisamer.ee e que se quer dizer com istc.

No moco como naturalmence entendo as ccisas, o acessc de que

disponho acha-se ccmpreencido ccmo um aeessc aquiio que ai estA.

Esta e uma evidâneia eue estA copresente ra apresentagSo daqui

ic cus se me apresenta , uma evidencia que dcmina a ccmpreensSo que

tenho do que se passa nc acontecimento de apresentacSo em que en-

contro e de tudo que neie se me acna dadc .

Ssta evidôncia nSc estS normalmente posta em destaque como uma

tese expressa. Acha-se eerem de qualqner mcde sempre ai , nc centre

da minha apercepgSo de tudc uquilo q\:e se me acresenta, determinar.

•do dec i s i vament e a acreseutacSc que tenho , c s eu sentidc .

NSe faz carte dela, cer outro lado, ner.h'ca expiicagSc da pos-

s ibi 1 idade deste acesso —


zo modo como se prccessa, tem iua:ar.

E prscisameute caracteriscico da evidéncia em causa a circuns-

s o

o puro f acto de s er -ae sim, de haver um ta '. aceaso (^ istc ius-

tj.ir.ento de tai forma que ie codo ern codo nac se pCe em causa, fiea
questSc secundAria que nSo e preciso levantar e
prejudicaca como

nSo se levanta, a determinagSo mais precisa da possibil idade dc a-

cesso, do modo como se realiza).

Suscitada, porem, esca questSc, entSo c aeesso de que disponho

de forma vale como tai em vircuce dessa evidência na


(que cuaiquer

ccnstituída nSo em vircude das aeercepgôes mais por-


turalmente e

menorizadas que entSo , e sô entSo, se conscicuem) , dA-se a perceber

de tal mcdo que os conteUdcs que estSo dadcs uo horizonte do meu

Donto de vista se inculcam como resultando ce algum modo daqueles

fora de mim, independentemente de mim, za na sala.


que ,

Ora essa ccncepgSc dcs conteSdos da apresentagSo que tenho

como qualquer coisa que resulta daquiic que aí h.S independentemen-

te da apresentag.Sc ccmporta em si a implicacÊc de haver ai um cam-

de accntecimentos definido por ter as ccisas elas prôprias comc


pc

terminus a quo e os eonteudcs que ter.r.c apresentados ccmo terminus

ad o campo disso em virtude dc qual as ceisas elas prôprias


quem:

r.Ao se limitam a ocorrer em s i , no seu erdprie acontecimenco , mas

partir de si, e em conf crmidade censigo um resultado


"produzem" a

delas tenho); mesmc o campo disso


( a apresentagAo que e ao rempo

em vircude do qual os conteddos que me estSc dados nSo sSo tambem

u.m aconcec imenco abso lutamente isolado em si mas um acontecimenco

que crecisamente deriva, decorre (e mais precisamenfe deriva daqui

lo que, independentemente da dcagSo cu nSc-deagSo desses conceUdos.

escS ai na sala) .

Por ourras palavras, ccncebendo eu a reiagSc entre o que tenho

e o que hA na sala da maneira ccmo a concebo sustencandc eu, como

carte integrante da minha tsse de ecrrespcude ne ia entre os meus

conteUdos e aquiic que ai hS ,


qualqner coisa zzmo uma tese de cau-

3al idade entre ambos ) , acontece que na persceztiva em que me acho

coisas, mas vejo-as ccmp 1 etamente amcutadas disso que se


vejo as

■eassa com elas e cue leva aos meus 'eonceUdcs e por cur.ro lauo

cenho os meus "conteUdos", mas cenhc-cs comc 1 etamente amputados urs

6/U
so que se passa com eles e que e o estarem de algum modo a advir a

partir do que al há —

a resultar a partir deie. .

Mais propriamente :

Tenho algo que se me propôe simultaneameute como a coisa ela

mesma e como meu "conteudo" . Mas ests ccmpletamente ausente do meu

horizonte o que quer que seja dc campo de passagem de um ao outro,

da trans f ormagAo da coisa mesma "contevido 'meu dessa



em passagem,

dessa transf crmagSc que a minha compreensSo ca unidade, da corres

pondôncia "coisa ela mesma"/meu "conteUdo" nc er.tanto supde.

E toda'.via este "entre" (e todos os acontee imentos que ihe per-

tencem) estA aí a ter lugar na sala, conta-se entre a realidade pre

sente no seu ambito.

Se é exacta a compreensSc, para que tendc . de acordo com a qual

o aparecer da sala, e de tudo o que veio nela tem, lugar pcr meic ds

um processo , entSc manifesta-se aqui , de novc ,


que na saia efectiva

mente ai hA de facto muito mais do cue aquiic que aparece.

Topo de novo com uma pecuiiar "miopia" , ccm uma pecuiiar 'ce-

gueira" da perspectiva em que me achc , eom mais uma el isAo de cam-

pos de res.Iidade na apresentagAo da saia —

ccm mais uma frente de

desproporgSc entre o cue tenho e aquilo que ef ect ivamente ai 'r.S ,

ai se passa .

NAo se cura aqui de averiguar quai a natureza do processo de

realizagSo dessa "passagem", para cada um dos eonteUdos que ccnsti

tuem a saia como a tsnho .

Esse crccesso ocde ser uir precessc imensacents compiexo, impii

candc para cada "conteddo" uir conjunto muitc numercso de aconfeci-

mentos de niediag.ac ( f cra dc que eu mesmo sou. r.c espago exterior da

saia, ou cenrrc ie "mim', nc ccmplexc de entizades e acontec imentos

meus a que chamo o meu corpo)--de ta i forma que a cada conteddo ti-

do corrosponde nesse 'ncrizonte de passagem um verdadeirc mar de a-


Cu esse processc pode ser mais simples, de tal modo que seja

cossível acompanhar, re 1 ativamente a cada "cor.ceudo", todos os pas-

sos de que depende a sua constituigSo como algo dado .

Mas , mesmo que seia sirnpies ou relaiivaraer.ee simples


tSo sim-

seja possívei aecmpanhar de forma adecuada todo o proces-


ples qce

so conducente A constituigSc da apresentagSo cestes ou daqueles

conteUdos que se me apresentam (por exemplo, ce cada mcmento cromA

tico de oada uma das letras que me aparscem r.esta folha de papei

em escrevo), a verdade e que de qualquer forma continuaria ain


que

da assi.m a ser inabranqivel , de uma complexidade a perder de vista,

o conjunto de tcdos os crocessos envoividos r.a apresentagAo de to-

outros momentos da apresentagAo que teulno.


do_s os

E isto mesmo se se cracar somente da superzicie desta folha de

capel, com tudo o que vsjo nela, ccm fcdo o ccnjunto dos diferentes

momenfos cromAticos que estSo envolvidos na sua apresentagSc .

Mas muito mais assim o.c que diz respeitc a tudo quanto me apa-

rece nesta sala.

De tal mcdo que aqui , uma vez mais, em caca momento, em cada

da sala ccmo a ter.hc se anuncia um hcrizonte que nSo apenas


parte ,

escapa inteiraments a acresentagSc nacurai da saia (e de cai modo

aue ,
se bem que a idei.a deste processo me seja de hA muito familiar,

normaimence nsc tenhc cuaicuer apercepgSc, esccu ccmpletamence ''a

ieste" do horieonte que i'ne ccrresponds ) , mas ,


para além disso, mes-

mo quando me volco para ele e procuro alcangA-lo, permanece escon-

dido, inacessivel —

para IA de todas as repres encagdes que dele pos

sa t er .

O "perante mim" da reaiidade presente na sala reveia-se uma vez

mais subtraldo. uSo perante mim. Oiho para a regiSo em rue tudc is-

fc se deve estar a passar, mas permanego comp 1 etamente eego para

todo o camoc da realidade em causa e continuo na verdade a ver co-


Em quartc iugar. e abrangendo nAc apenas espago livre entre os

objectos, nem apenas uma parte dos objectcs, :es tudq aquiio que se

encontra na sala, sem quaiquer excepgSo, é t eeém detectAvel um ou-

tro cornpiexo de mcdificagces que escapa por mpleto A apresenta-

gSo que me estS iada da saia e a todas as te ;ativas que empreen-

do no sentido de o procurar acompanhar: o cc :lexo de modi f icagSes

cujo reconhecimento deccrrs da tese scbre o .vimento de rotagSo


'

da ferra, por um iade, e, ccr outre ladc, da r evo : ug So ccoerr.ica-

ua"; da passagem de uma perspectiva geocêntr ira a uma pe


■-i'Z i. -7- U' tiva

he 1 i ccôntr ica .

'ía verdade, embora recor.hecs.mc3 e fagamcs ssas as teses soure

os movimentcs de rotagAo e translagSo da terr (e essas teses in-

tegrem o patrimonio elementar do 'saber" de e .= um de nds, jS des

de a infSncia), a apresentagSo das ccisas em e vivemos (e, em ecz.

creto , a apresentagAo de tudo o cue f.S na sai em que me acho) per-

tence por intei.ro e sem qualquer reserva a uz .n i v e r s o


pjt o I emaico .

A sala que ter.no, as cadeiras, as estantes, =


cropr io--tudo isso e

apresentado e visto ccmo abso iutamente imôve '. ecmpi etamente livre

de quaiquer alteragSo de posigSo. Apenas os : 'ectos que se desio-

c am no auadro da sala —

eu a andar de um lade .ra o outro , a minha

mao e a caneta mcvendc-se sobre o uâze: em e escrevo


sSo acre-

sentacce comc môveis e, uesse caso. num movi :to como 1 etamente di

ferente daeueie rue tem a ver ccm a rotagSc :ransiacao ua terr:

Quer dizei o reccnhecimento das teses zausa deixa absoĩ'c

meiite intacto o sistema da reaiidade eom c\ie .vc, a aue todavia

-■
1 ^ TP. I-)
aiz respei co .
,
s e u1 1cc essas t e s es ccricernem e a r e ■
dos efeitcs de subversSo que sobre ele têm. As teses scbre os
gSc

dois movimentos afirmam. relativamente A sala, qualquer coisa


os

que na verdade nSc e compativel com aquilo que se me apresenra—

coisa de outro de diferente daquiic que tenhc na acresen


qualquer ,

me encontro.
tagSc em que

C estranho é mesmo quando considerc as teses em causa, de


que ,

modo nenhum me salta A vista que ,


de acordo com elas, cada um dos

ob~iectcs aue tenho r.a acresentagSo ca sala e cuaiquer coisa atra-

cuia na verdade nSc chegc ao que ef ectivamente


ves de apresentagSo

ter saia. Pois de facto o que o reconhecimento das


estS a lugar na

impiicagAo de que cada uma das realidades


teses trae consigo e a

horizcr.te da sala em vez de ccr.c é apresentada, es-


presentes no ,

tar imôvel, sofre continuamente nSc um movimer.tc, uma desiccagSo

no espago, mas justamente dois mcvi.mentos dizerentes. Ou seja: por

das reaiidades ai tenhc dadas e envolvendc-as crodu-


cada uma que ,

zem-se continuamente ,
de acordc ccm as duas teses em causa, duas

series iiferentes ds acontecimentos de modifieagSo que totaimente

me escapam.

0 aue cuer dizer cue tar.tas quantas as realidades que tenho co-

mo ccnstituintes da saia nc seu todo sSc as mcdif icacoes que enca

rando as teses sobre os dois movimentos, emergem como ocorrendo ne

la fora do meu ponto de vista, do hcrizonte que nele tenho dado.Ou

melhcr: cor cada reaiidade que ai fenho dada emergem dcis mcmentos

de reaiidade submersos , exteriores ac ponto de vista —

mais precisa

mente ainda, nAo dcis mcmentos de realidade. tas duas séries de mq

difieacdes cv.e ccnt inuamente estSc a ter lugar.

Este constante movi.mento duplo da sala p.c seu todo e de caca u-

ma das coisas que neia se acha escaca inteiramente a apresentagSc

E reiagSo eom aquilo rue :ne aparece nSo e


de que dispcr.ho. a sua

de maneira nenhuma a reiagSo de uma cererminagSc eue falta.


apenas

mais se pccie verificar, sem mais poce


de uma determinagSo que sem

comc comc'.emeuto nc euadro da


vir a acresentar-se e a integrar-se
apresentacSo da sala que de todo o mcdo sempre jS se tem. NSo .
Em

primeiro lugar acontece aqui de novo que , pcr mais que procure pdr

a descoberto a sala e cada uma das coisas que nela ha nos movimen-

tos que dessa fcrma as earacf erizam, estes mevimentos permanecem

fora de aĩcance, inteiramente escondidos, sucrraidcs . ?assa-se tam

bém aqui que o meu saber dos movimentos em zausa nSo constitui ne-

nhum autêntico ter deles. e antes um saber cara c qual o seu sabi-

do , aquiio a que se repcrta, na verdade cor.stirui quaiquer coisa

de escondido (aigc a que r.So se tem ainda prcpriamente acesso) .Pcr

outro lado--e este e c pcnto decisivo —

todo o duplo movimentc em

causa nSo pode pura e simplesmente ser acrescentado como uma


nqta

adicional ao que de quaicuer mcdo jA aparece. a apresentagSc sem e-

le de que jA se dispde

i.e. a sala imôvel que naturalmente tenho

dada .

Aquiio que aparece comc imôvel nAo pcde pura e si.mpi esmente

ser jA o que estS envolvido num dupio mcvimerte ,


pcr mais que lhe

seja seme lhante ,


igual . I.e. aquiio que aparece e de algum mcdo ou-

tro que acuilo que estS ef ectivamente a ter iugar na sala. E o que

assim se manifesta e que o tido de algum mccc nSo alcanga , nSo co-

incide ccm o que esta ef ect ivamente a ter lug=r,H9


Teur.o dificuidade em reccnhecer que e assi.t. Mas que o e ue fae

tc manifesta-se eiaraments se pereeber q\ie arui se passa cualquer

coisa do mesmo tipo da que aconteceria se, ac deslocar a minha mSo

o meu olhar estivesse de cai mcdo preso que r.Se integrasse na sua

perspecciva esse mcvimence —

e a mSo que se desioca Ihe acarecesse

totalmeute imôve i mesmo que em tudo o mais a acresentagSe ds mSc

f os 3 e adequada .
1 ?Q

Neste caso, ve-se zlaramente q\ie a mSc rsal" ecmc que se x.an-

fem paru i_A da. mSc eue acarece. Ve-se claramente que ac ter esta

nSo estcu ido num efectivo acompanhamento ate a mSc q\ie de fac-o

estS a ter lugar, rnas fenho de algum modo algo ue out.ro (e caneo

euer dieer nSc apenas reucuso, inerei.^ em vez de movimento, mas ,


mais dc cue isso, qualcuer ccisa como uma outra mSo, uma mSo aiie

nada relativamente Aquela que de facto e). De tal modo que o visto

e o que de facto hS nSo coincidem.

E tudo isto de tal mcdo que ,


por outro ladc.nem sequer sSo ape-

nas estes os movimenfcs, as deslocagdes a que tcda a realidade da

sala estar sujeita. Do mesmo modo que re iativamente aos movi-


pcde

mentos de rotagSo e transiagSc da f.erra, é cessivel que haia ainda

outrcs movimentos que eonjuntamente afectam toda a realidade para

mim exposta

e que pcr isso mesmo nada tem que os acuse .
Se, rela-

tivamente A rotagSo e transIagSo hS de qualquer fcrma referenciais

os permitern icentificar, é pcssivel que todos os referenciais


que

de encontrar estejam envolvidcs no mesmo (cu ate nos


cue sou capaz

mesmos) movimentc ( s ) ,
que afecta(m) nAo sd a terra, mas todas as

demais rsaiidades a que ccnsigo ter acessc. Dada a inccmpietude do

ponto de vista de que disponho, nada disso rede ser exciuido. Sen-

dc assim ever.tuaimente ainda muito mais ccmclexo do que c conside-

rado o conr'ur.ro dos movimentos ai a ter lugar, e sendo incontroiA-

ãmbito das deslocagdes a que na verdade estA sujeita a real_i


vej. o

121
dade da sala em cue me encontrc.

vista sala "submersa" 'perante mim" inaces-


2.1.2.5 A sala e a c

sivel e a sua amplitude. 0 carActer meramente incipiente


das anAli ses efectuadas epossibi 1 idade de uma continua-
a

qSq do levantamento da incompl etude Suf iciencia das anAl i-


.

ses realizadas para o apuramento da questSo da fcrma da


f initude .

De todcs estes hcrizcntes de mcdi f icacdes para que r.a verdade

de entrs mais familiares e triviais que te


remetem perspectivas as

nho , nSo havia ainda a mais pequena ideia dscois de fer inquirido

c intericr dcs ccrpcs, as superflcies vistas e o espago livrs— e

de apurado nc escondimento que de facco rerr.a r.e;es.


depois os ter

a-ir.da que sncSo a eaia nSc vista, a sa'.a z^.e cermaneee escendi
anunciasse dimensôes imensas e eu estivesse ji des-
da, se jA com

uertc , alertado, para um grande volume de reaiidades "submersas" re

tenhc da saia, o meu ponto de vista


lativamente a apresentagSc que

"a ieste" de tcdas estas modificagdes


sem
continuava ccmp I etamente

qualquer apresentacSc delas.

A da desf ocagem, a supressSo dc escondimento do escon-


supressSo

dimento re iativamente a estes novos aspectcs faz, entrerar.ro , ad<» p —

sar a rede de írentes de inccmpl etude que se eruzam na apresenta-

sa!a. Se, antes, c do escondimento jS aiastrava a to-


gSc da campo

das da saia, com estes novos aspectos o volume do que


as regiĩes

se mantem subtraido revela-se ainda muito maicr.

Patenteia-se que r.Se sornente accntece cue em todos os mcmen-

tos da sala, tai ccmo aparece, se anunciam herizont.es de realidade

escondida, a a aprssentagAo que se tem r.Se chega, mas tambem


que

que para cada 'im desres momentos .


pondc-o a crova, se multipl icam e

remissîes realidades fcra de acesso.


remultiplicam as para

Mas , sendc assim, com a cetecgSo dos hcricontes jS postcs a nu

esta-se de factc ainda muito longe ce se ter esgotado inteiramente

c campo da saia air.da esecudida, da sala qus escapa a apresentagSo

se tem. A perscectiva scbre a sala latents que se acha aieanga


que

da u.ma vez tides em atengSo toclos estes compiexos de modif icaget-s ,

"

de acontecimentos , nSo constitui de modo algum o nec plus ultra"

da expansSo do hcrizonte dacuile que hS na sala sem que me aparega

esrivesse limite, alern do quai nSc sub


como se chegado a um para

siste nenhum deminie de esconcimencc ai , na sala, que esce;a aiuua

por decectar .

s ezacfamenre c cerrrSric cue acontece .

û ievanramer.ro prsliminar ato acui ievacz a c.auo serve ;usca-

mente , na lenta zrccr-ssSe ccr cue se realiceu, para mostrar cue ,

se bem aue a crimeira vista parecesse absc 1 ucamence exciuidc que

a aDresentacSc da sala deixas:-:e ainda escoue.de urn volume grar.ue


de realidade presente neia, a amplitude do q\ie de facto se mantém

escondido, ccnsiderada mesmo sc a parcir de uma anSlise das indica

apresentagSo que naturaimente tenho da saia ou


gdes implicadas na

da focagem de ceses perf eitamente criviais que tenho adop


a partir

tadas , se reveia absoiutamence inabrangivel , imensa . E ao mesmo tem

do Dde tambem em evidência que cada ievantamenco do que permanece

fora da apresencacSo dispcnive 1 , por mais icnge que ;S parega ir,

ainda inteiramente ao iargo de numerosos e cambém imen


pcde passar

sos horizontes de iatência, de que nSo faz a mais pequena ideia.

Ou seja, do mesmo modc que , ao cereeber-se c esccndimentc que

reina re lati vamente aos espagos intericres, as superficies vistas

e ao espago livre, ainda se estS comp ietamer.te alheado , eempleta-

mente inadvertido re lativamente aos hcrizontes de acontecimentcs ,

de modif icagOes que estSo a ter lugar na saia. assim também e na

verdade possivei que , quando jA estou na pista desses acontec i.men-

tos (dessas modi f icagces ) e tenho o meu olhar desperto c.ara a sua

presenga, permanegam ainda compi etamerte inadivinhados cutrcs hor_i

zor.tes de latêrcia —

e até mesmc muitc mais vastcs do que aqueles

de que jS tenho ncticia a partir dc levantamer.to realizade.

Neste sentido, e para mais ciaramente se cerceber que revisAo

das exclusdes ce finitude possivel se desenha aqui, impcrta em pri

meiro lugar olhar uma vez mais, em toda a sua ampiitude e pcrte, c

horizonte de iatencia ;i detectadc.E impcrta . em segundc iugar, pCr

em equagAo de forma mais precisa a poss ibi 1 idade de um ainda maior

aiarqamento desse horieente —

essa pcss ibi I idace cujo cabi.tento se

acabou de tsr.tar phr em evidãncia.

Os aspectcs sucessivamente ccns iderados . em cue a pcueo e pou-

co cada vez mais reaiidades se apcntaram a ccerrer na sala. entre

as quatrc caredes , o cnSo e o tectc, mas sem cus. apesar disso, (a

pesar de estarem mesmc ai), me aparegam, permitem jA ver eomc, pcu

do A prova a situagSo em que se ests, a ccmcreensSc nacural ua aer^

sentacSc que se tem da sala eucra em percurbagSc .


Em cada um dos aspeecos que sucessivamente se foram consideran

do desenhava-se um horizonte a perder de vista de entidades, de mo-

mentos de realidade diferentes. De tal modo que para cada um é jS

inabarcSvel c excesso ce que hS sobre o que temos e a multipiiei-

dade real em causa é abso 1 utamente irredutivel ao que na acresen-

tagAo i'ne corresponde e ao prôprio quadro da sala naturalmenfe a-

preseutada .

Mus ,
se isto é jl assim para cada aspectc considerado, muito

mais o e

muito mais InabarcSveis e irredutíveis se tornam as di-

mensôes clo hcrizonte de q\ie falta —

ao considerarem-se em sobrepo-

sigAo roccs cs diferences aspectos que sucess i vamencs feram passa-

dcs em r e*'i sta .

EntAo é abso I ucamence esmagador o escondimentc que ee manifes-

ta no campc da saia, a invasSo da incompletude o abismo co que es-

cA a escapar a perscecciva que se tem.

A sala comporta em si:

l-o horizonte em excessc scbre toda a apresentagAo que se tem e ir

redutivei ao seu euquadram.ento que e o que de fcdos os interiores

nAc vistcs dcs mUiticlcs zorpcs opaocs presentes na sula. Este ho-

rizonte comega iogc -± minha volta. onde me encentro. em mim mssmc .

na minha cacega, e p,cs alem disso em todo o meu corpo, cor.tinua

nas minhas rcupas , na eadeira, na secrstAria, z.o sofA, em todas as

cadeiras, e r.a outra mesa, ras esrazr.es e ncs iivros, efc .. 2 um hc

rizcnte que , inibindo zs vdrios fenômenos que iesvirtuam a sua re-

presentagSo, se reveia imer.so. Em cada um destes diferent.es focos,

e mesmc nos mais ceauez.zs ; za crirria foiha de cacel , e— e . .


) ecuivs

[ e -; ;i -^ uma i ua b r a zc i ve 1 'ivi 1 f id I i c i d ad e d e r ea . i dau e s diferentes.

E essa mul t ip 1 i c idace atiuge muifo mais inabareSveis dimensoes da-

da a acunvulacSo ce muito r.umerosos focos de eseeciimente desta cr-


se juntarem todos os restantes interiores).

2-o horizonte em excessc scbre toda a apreseutagAc que se tem e ir

redutível ac seu enquadramento que é o


que resu'.ta da "def ormagSo" ,

de dimensdes, eue ccorre em virtuce de praticamente to-


ca redugAo

aparecem na sala apareeersm de factc so-


das as superfleies que me

mente numa apreser.tagSc A distAncia. Semeihar.te redugSo afecta nSo

além disso (por me i c da delimitagSo que


sô as superficies mas para

estas fazem) tambem os campos de reaiidade ccrrespondentes aos in-

teriores dos e tambem o prôprio espagc livre. 0 horizonte


corpos,

de escondirnento correspcndente a esta redugSc cerca-me de todos os

lados, distribui-se por tedas as realidades que se apresentam na

sala, exceptc, quando rnuito, um pequeno ndciec. Toda a apercepgSo

da amolitude do de realidade ccrrespondente a saia esta afec


ea.mpo

tada esta redugSo, que sô parcialmente a respeito deste e da-


por ,

ccr.sigc

e na verdade se mantem semcre


quele objecto, superar que

inultrapassaca para a esmaqadora maioria das realidades que a sa-

ia Ests de esccndimento se a crimeira vista tende


ccmporta. campo ,

a nSo oarecer s iar.i f i eativo ,


abrange de factc uma grande multipli-

cidade de realidades diferentes que se mantsm desacompanhadas .


pois

dimensdes ) praticamente tudc o me


a redugSo deforma (nas suae que

de tai mcdo nSo fago a mais pequer.a ideia do que seja


aparece, que

a sala.i.e. todas as reai idades presenfes neia, libertas desta re-

dugSo .

3- o horizonte em excesso sobre toda a apresentacSc que se tem e

irredutivel ao seu er.cuadr-.mer.ro que e o que resulta da cireuns-

maioria das realidades rue hS na sala es-


tsncia de a esmagadcra

tar aoreseutada scmeute nc modo de horizonte. De tal maneira que

todos complexo de reaiidace ef ectivamente a tsr


em os quadrantes o

fica além das


iugar abrange uma mui t ip 1 ic idade q\ie muitc represen-

tagdes inautentieae de totalidade pcr que se aez.a apresentade--e

em todcs cs au udranfes e de factc a :na iori a . a esmagadora maicria


das diferentes realidades que neles se situac que assim fica fcra

da apresentagSo que se tem, nSo acompanhada r.ela. Num nSc acompa-

nhamento que todos os esforgos que fagc no sentido de o eiiminar

deixam de facto sempre ainda a subsistir.

4 o horizonte em excessc sobre toda a apres er.tagSc que se t.em e

irredutivei ao seu enquadramento que e o que ccrresponde a grande

mu 1 1 i p 1 i c_i dade de realidades diferentes que eenstituem cada parte

aparentemente mais simples, cada mi'nimo air.da identif icSve 1 da apre

sentagSo de que se dispce. De tal modc que aquilo que me aparece

como "simples", indivisivel pode ccrresponder na verdade um comple

xo--e u.m complexo numerosc


de realicades diferentes, que enquanto

tais se mer.tem "submersas" re I ativamente ao contc de vista que te-

nho (a este pcntc de vista em que c domínie de reaiidade a que cer

tencem justamente aparece s impl if icadc ) . Esta e uma formu de escon

dimento eue se produz em toda a sala —

em cada um dcs momentos da

"
sua apresentagSo reina uma s impl i f icagSo"css te genero,_que faz que

em cada um haja mu Itiplici dade s fora de perscectiva. Sendo extraor

dir.Sria a amplitude de tudo o que assim fiea fora da apresentagSo

em todos os momentos da sala apresencada.

5-o horizonce em excessc sobre ccda a apres encagSo que se cem e

irredutivel ao seu encuadramento que e o de ceda a mirlade de en-

cidades qv.e poveam o sspago livre eutrs os ec;eccos, escago que a

mim me oarece vazio, e cue , oor outro ladc em virtude dcs fenôme-
6-o horizonce em excesso sobre toda a apresentagSo que se tem e

irredutivel ao seu enquadramenco que é o da imensa mui tipi icidade

de acontecimentos que têm a ver com o rSdiz e qce em todo c iado,

na saia em que me enccrtro, estSo a ter lugar, numa sueessSo ina-

barcSvel de transf ormagces ,


de movimentos ,
em inovagSc concinua.

7-o horizonce em excessc sobre coda a apreserragSo que cenr.o e ir

redutivel ao seu enquadramenco que é o de coca a incomensurAvel

mul t ip I i c idade de accncee imentos que ts-m a ver com a luz eue em

coda a parce (espagc iivre, superficies) er.cr.e a sala; e c hori-

zonte, de composigAc e amplitude inccntro 1 aveis ,


de tccas as reali

dades com caracteriscicas subliminares —

mcvimentos muito rSpidos

cu muito lencos, cu realidades ccm duragdes muico curtas , que con-

tinuamente eocem escar a ocorrer sem qv.e a acresentagSo ce que dis

ponho os capte, efc. ■

3-o hcrizonte em excesso sobre ccda a apresentagSo que tsr.ho e ir

redutivei ac seu enquadramento que é o de tudc aquilc que tem a

ver corn a constituigSc ca pro-pria apresentagSo da sala e de cada

um dos seus mcmentcs. ?:r mais simples que se imagine c prcoesso

dessa ccnstituigSc , c herizonte que Ihe correspor.de e que fiea com-

fora da apresentagSo de que disccnho e, mesmc jS para


pletamente

uma parcs tSo pequena za sala apresentada zemo e a foiha de papel

sobre escrevo, ir.re iramente inabrangive 1 E muitc mais inaoran


que
-

uivei é mui i idade correspondents A z er.sti tuigSo da acresen-


a cipl e

tcca rennc e ir-


9-0 hcrizonte em excesso sonre a apres eztaclc que

redutivei ao seu encuadramenf o aue e o do ducio mcvimentc cue con—

tinuamente afecta a sala e cacia uma das rea.idades que ha neia. ern

correspondenc ia acs mcvimenfos de rctagSc e crar.slagSo da cerra; e

c horizonte. de cemDcsicSc e amoiitude incz z.crol Sveis , eerresponde


ce a poss ibi I idace de muices outros movimencos con-juntos e, por is

122
so, impercept íve is , de teda a realidade que me rodeia.

Capac itando-me eu dc que cada um destes aspectos siar.ifica, o-

ihando face a face e ccnseguindo ver de algum modo todos estes di

ferentes asoectcs na sua sccreDosigSc . entSe a sala r.o seu fodo e

em cada um dos seus momentcs revela-se ocrr.z um ccnjunto de iruiti-

plicidade.s e mul t i p 1 ic idades de reaiidades e ue em tcdas as direc-

gdes , em tcdas a.s regi'es, em cada momentc (e mesmc ate nos mais

pequenos ;jA ccm uma amelz.tuce de excesso que tem dimensdes que nAo

sou capaz de abarcar) transbordam tudo aqui 1 o que me aparece ao ter

a realidade assim a minha frente no modo eot.o me estA dada.

Mas , se assim e, imcorta iustamente sublinhar que os resultacos

obtidos correscondem acenas a um exame dos aspectos cons Iderados ,

e qv.e estes estSo muitz lcuge de esgotar as cossibi i idades de re-

cons ideracS'U da realidade da sala, antes eznstituem sô uma zarte

(e taivez mesmc uma pequena parte) daquelas a que se pcde acender.

Tudo aquilc a parcir dc qua I ate aqui se procurou per em foco

"a outra-sala" eue ha r.a sala qce vejc percence escritamence ao am

bito de teses que ou sustento naturalmente eu, embcra consticuídas

de cutra fcrma (eom origem e lenti f ica ) .. estSe adoptadas ner mim e

faec-m carte dc mais ccmum e eiemenfar "patrimônio" do saber na se-

ciedade a que e-rrer.co. Alêm disso, c exa.te '. evado a eabe . mesmo en:

dc toda a serie das imrlicagôes que tem e eas quesfdes ccm c;ue se

prendem. Mesmc nc quadrc ncs sistemas de d et erminagSes euaminados

(o con;untc dos eiemenccs da "saia" i_nerte z conjur.rc das modi f i-

cacdes aue occrrem na s a : a •


c levantamencz escS muico ier.ce de ser
sô indica
ar um caso flaqrante, não
exaustivo (por exemplo, e para se

se focou nada do imensc campc das modificag es que suceaem no meu

e nSo t£m directamente a ver rr. c processo de constitui


corpo que

gSo da apresentacSo que fenho, com o proces so de passagem das coi-

sas "eias mesmas" As coisas vistas cue nc t eu pcnto de vista se a-

cham dadas ) .

Ora, nSo somente, deste modo , um exame ma is detidc dos prôprics

considerados pcderia produzir um escrutinio ainda mais


aspectos ,

ampio das reaiidades r.So acompar.hadas que ha na sala, mas , mesmo

nSo saindo do sistema de determinagces cons tituintes da sala natu-

rai hS outras instancias de dsterminagOes cujo exame , ,se realiza-

do , introduziria novos factores de evidenci agSo de retengAo, de in

completude do meu ponto de vista —

reveĩancc ser ainda mais radical

a diferenga entre q gue hA na sala e o que temos na cerscectiva na

tural a seu respeito.

E, para ale.m de tuco isto--que air.da se sir.ua nc quac.ro cc sis

tema naturai de determi.nacoes —

e ainda perf itamente posslvel que

ha j a outras dete rminag des , de natureza dife: ente , i.e. que haja ou-

tros tipos de reaiidade que naturalmente de codo uesconnego, e que

estAo d LSI ug. na sala.

ter.co

poss ib i 1 idade deste c


2 uma génerc I A —

sugere em acen-

exempio. as perspectivas abertas e vArios ramcs do saber


gSc ,
pcr

0 exame da apresentagSo narural das cci as , a anAiise dos fe-

nômenos que nela se indicam, pode ccnduzir o reconhec imenco de ou

tras mulcipl icidades de realidades ccm decs tinagdes subscaneial-

ments ciferenr.es dauueias cue a apresentazl :c i u i em s i .

2 c r e c i s am e r.t s : e s c •
ru e :. :: :; r r e -■
::: :: r ■*
r e u r e ■s cientifi-

cas e filosôficas.

uida de-
Nelas, a apresentagSo naturalmente ccr.s comc que se

senvoive , de ta 1 modo que ern si mesma e a e ir de si mesma (pc-r

identif icagSc e tratamento dcs problemas qu

resolver'! acede a ncvas perspecc ivas E ■rue encre


por
. ,
pectos ,
distingue estas novas perspectivas e justamente o facfo de

remetersm para um sem r.Umero de determinagdes ,


para um sem numero

de entidades que nSo figuram na perspectiva r.atural —

e alern disso

trambem o fscto de essas entidades, em parte ceio mencs , cerem carac-

terl sticas diferentes daquelas que a aperceccSo natural inclui em

s_i___

Isto tem de ser tanco mais acentuado quar.co, em particuiar no

q\ie diz respeitc as ciencias _nSo é este c aspectc que ter.de a


sai^

f ar ma i s A v i s t a .

0 ôxito que logram atir.gir na resolugSc dos problemas com que

se ocupam tende a ofuscar o facto de , por cutro lado, trazerem con

sigo, nas perspectivas que constituem, a ir.dioagSo de uma extraor-

dinAria multipl icatio entium.

Por eutras paiavras, ae ir.vestigagdes eriticas que se eonsti-

tuem por verificagSc, exame, teste, do que r.es ap-arece produzsm re-

consideragges da realidade que temos perante nhs . De tai forma, po-

rem, que cada uma deias (fisica, quimica, biclogia e. dentro deias.

cada uma das diversas disc i p I ir.as em que se articulam) descobre ,

presume ,
j'_iaura, admite uma multipl icidaue extracrdindr ia de "con-

teUdos", de que a apresentagSo naturalmente oenstituida r.So faz a

mais pequena ideia e que , aiem disso, pelo r.er.os em grar.de parte,

tem um carActer bastante diferente de fudo acuilo que a apresenta-

gSo natur almente i nclui .

Assim, por um ladc, a mul tipl ic idade de de r.enninacdes aue sSo a

puradas e que estSo em jcgz nas diferentes iisciplinas cientificus

e um.a mui t íp i ic idade : z.ootersurav s Imer.ts mais vasta, di ver s i f i eaciu ,

do que o conjuzrc daquelas de que se eompee a apresentag Se ratural

da saia. ?or outrc le.dc. essas determinagdes r.So ccrrespondem ap^-

nas a uma muito ampia variagSo, a um muito m.ais ainp 1 o espectro de

espec i f i cagdes dcs "mcdcs ie ser" (das forzas fundamentais de rea-

lidauelcue iS estco idenci f i eados na aDresencaeSo nacurai s ie cv:e


todas as determinagôes que esta tem apercebidas ccnstituem especi-

Sucede ar:tes que muitas dessas cecerminagSes tem justa-


ficagôes.

mente um carScter "bizarro", correspondem a 'modos de ser" difsren

"

tes dos que naturalmente se apercebem, "exc entricos em relagSo a

el es .

Tudo isto, porém, de ferma tal qce os centeúdos que os referen

tes cientificos assim pdem no horizonte de tedc nenhum ficam liber

tados do escondimento em que se acham erescs .


de modo r.enhum ficam

acompanhados de fcrma adequada ?elo contråric Ganha-


patenteados ,
.

-se notlcia deles, sSo ir.vest igados , derermi r.ados ,


compreenáidos ,

usados como operadcres , etc, sim. Mas tudo isto signizioa em muitos

oascs acenas que o por.to de vista adquire perspectivas de remissSo

outras fcrmas de reaiidade diferent.es das que naturaimente se


para

evideuciam, sern que no entanto essas realidad es se ponham A mostra

em si mesmas , num acessc elenc —

num acompanhaetentc ce si crdprias

e das determinagôes que propriamente sSo as suas.

De sorte a/ce a aquisigSo de conhecimentc eier.tifico nSc repre-

senta pura e simpiesmente um enriquecimento co patrimc-r.io do aces-

sc q\ie se tem, mas ao mesmo fempo fambem u~a t.ani f estaqSc da abis-

sal incompletude do nosso acesso, mesmo re 1 ativamente aquiio cue e

mais priximc e se acha directamente perante z.cs .

Se se pusessem em equagSo aqui todos cs fenômenos pertencentes

2. saia que sSo investigadcs err. diferentss cienoias e tcdas as modi

ficagCes, complexi f icagées ce cerspect ivas , teda a mult ipl icatio

entium, Ihes c errespcudem o abismo de eseondimento cue de qua '.


que ,

cuer modo jS se deser.ha ternar-se-ia ainda t.ais prodigiosc , mais a-

s i .

A simples consideracão de t.udo isto permite desde logo ver comc

o exame levado a cabo £rcre a incoc.c 1 etude da apresentacSo da se-

la e na verdacie um exame ainda inc: ipiente e zerrespor.de apenas a u

primeira da ibi i idade d: esecndimentc ne Smbit-c


ma expioragSc pos e
da saĩa.

A anAlise da sala em cue me encontro e a emersAo das suas di-

mensges latentes poderiam prosseguir muito mais além, em multipli-

cagôes e mul tipl icagdes de campos de escondi.mento .

Para o apuramento do gue aqui se trata r.ac é, entretanto, neces

sArio tentar acompanhar, cara alem do levantamento jA reaiizado tq

das essas diversas possibi i idades da ainda zaior transf crmagSo da

perspectiva que se tem da sala —

e de ainda muito maior "crescimen-

to" do campo do que me escapa nela.

?ara a ccnsideragAo dc problema da forma da finitude no quadrc

da incompletude do acessc, basta ter em vista os aspectos postos em

reievo e a forma como apontam jA o campo de escondimento ^a incom-

pletude subsistente nc przprio campo de incidencia) como um campo

de escondimento onde se "cerde" inteiramente 'o pé ,


como uma incom

pletude com dimenso'es de abismo —

nurna invasSo de escondimento que

"

fae que a sala-que-nSo-se-ve" surja como muito mais do que a s_a-

la manifesta e como qualcuer coisa que Ihe e irredutivel ( inverten-

do assi.m, pulverizando— eesmc neste Smbito restrito, que parecia

constituir o seu últimc bastiSo —

a forma natural da finitude).

E basta ao mesmo tempc sublinhar que , se es aspectos postos em

rele''o prcduzem iA uma mcdificagSo desta crdem, por outro lado e-

les nSo fazem mals de cue levantar uma ponta do véu da incompletu

de . 0 seu sentido nSo e c de produzir jA um levantamento do que po

de escapar nc campo de incidôncia mas o de tcstrar como carece de

fundamentc a tese de contro lo que suscenta.tos a seu respeito, mos-

frar como a situagAo em cue se estA é uma sztuacSo de falta de con-

tro_l_g do que pode haver nc prdprio campo de inc idônc ia--uma situa-

gSo aberta , como uma margem de inccmpletude aherta .


E, dessa forma,

interessa muito menes c elencc de aspectos de f inidamente estes e

aqueies) cr^.e refere do eue a forma ccinc esses aspectos atingem a e

vidôncia natural de ccntroio, comecam a des art icu iar o seu domínio,
na pista dessa situagSo aberta de que uaturalmente nSo se tem
pôem

ideia .

Neste sentido, é decisivo justamente ter em conta a possibili-

dade de uma continuagSo da transf crmagSo cree os aspectcs considera

dos ;'S desenham, a possibi 1 idade de a rnarger, de inccmpletude que e

fectivamente tem lugar mesmo no Smbito restrito da sala ser ainda

muito mais grave do que jA se perfila.

E e por outro lado decisivo ter em conta rue , mesmo prosseguin-

do no exame , por muito longe que se vA no levantamento feito a par

tir da prôpria apresentagSo de que se discze, cs resultados a que

de cada vez se estA chegado nAo podem de mazeira nenhuma ser toma-

dos jA por uma identif icagAo exaustiva da ir.ccmpletude .

Em primeiro lugar, r.a verdade, por longe que possa ir o ievanta

mento da incompletude da apresentagSc que se tem, persiste sempre

a possibi 1 idade de ainda mais insistentes e aturadas anAlises da

prôpria apresentagAo , dcs seus dados, vire.t a desenhar ainda outros

horizontes de realidade inatingida, aiada eutros pontos de incom-

pletude .

Em segundo lugar, ainda que fosse possívei levar a analise da

apresentagAo de que se dispoe ate ao fim, eencluí-la de uma forma

definitiva, mesmo assim o resuitado obtidc uSo poderia va 1 er como

um levantamento exaustivo do escondimento , da incompletude da apre

Pois, na verdace nada garante cue nSo haja na saia todo


sentagSo. ,

"um mar" de realidades que nSo apenas naturslmente nAo aparece, mas

também para que nada remete na apresentagSe ce que se dispôe, e a

cuja apercepgSc nSo se pcde chegar pcr exare e investigagão do que

aparece.NSo hA nenhuma pcssibi 1 idade de exoluir que haja realida-

des , e mesmo muitas rea i idades , que se situat inteiramente f ora do

Ambito daquilo que estA caotado na apresent agAo de que se dispôe,

e nSo hS nenhurna poss ibi 1 idade de excluir z~_e essas realidades se-

etamente di f erentes de tudc aquilc eue se acha r.c horizer


jam compl

te da apresentagSo .

6f9
Antes de se ter experimer.tado a presenga do horizonte de latôn

cia subsistente na saia ecmo qualquer coisa ce abissal , esta possi

bilidade tende a parecer inteiramente excluida. Mas , uma vez experi

mentado ccmo, a despeito de toda a evidencia ratural da sua impos-

sibilidade, se verifica um abismo desse tipe e o complexc de real_i

dades presentes na sala se mar.ifesca como quulquer coisa que imen

samente cransborda a acresencagSc de que disceuho (a apresenc.agSc

que naturalmente me parecs ser abso lutamente exaustiva ou quase),

entSo essa poss ibi 1 idade passa a desenhar-se eomo uma possibilida-

de de facto —

nSo como uma ccssibi I idade remcta, que nacla , absoluts

mente nada indicia (uma pcssibi I idade indiferente, que se reccnhe-

ce n-So se estar em condigrJes de excluir em ursoluto, mas com que

na verdade de todo em todc nSc se conta) mas antes como uma pcssi-

bilidade q\:e obvia, se imrCe a partir do prtcrio abismo de escondi_

mento jS manifesto, a partir do modo como evidencia a nSo-sobera-

nia dc oihar mesmc nesce campo onde o seu cccirio parece ser mais

pi eno .

E ceste mcdo nSo aper.us o vciume de rea.icade esccndida ccde

ser ainda muito maior do que jS se desenha a carcir das ar.SIises

efectuadas, mas ,
para alem disso, o prdpric earActer deesas reali-

dades, as determinagOes a qce corresoondem, ccdem na verdade ser

compl etamenre diversos dos que conhego.

A evidenciagAo de cue os limites que naturalmente resfringem

a inccmp i etude admisslvei nc quadro da saia zarecem de fundumento,

r.So c crr espondem a situagSc em. cue se esta e zonsfituem u:z faetor

de escondimento do escor.cimentc , nSo se prcduz apenas relativamen-

te a ampl itude daquilo que fica fcra da apresentagSo de que se dis

pde

nSo foca apenas essa ampiifude, deixar.de inteiramente a vigo-

rar a anteciragSo irnp'. icita ds q'ue hS h o mo g e n e i duc1 e de determina-

gges , de modo de ser entre o q\:e se tsm e c rue falta. i svideucia-


mente sobre incompletude da apresentagSo da sala leva tam
vigora a

hem S inibigSo da prôcria antecioagSo ca hcreogeneidade da reaiida-


123
de "submersa", nSo acompanhada, relativamente Aquela que jA se tem.

A situagSo em que se está revela-se precisamente como uma situa-

onde nSo hA condigges para restringir, euce nSo se tem quaiquer


gSo

doss ibi 1 idade de contreio sehre o espectro ce determinagQes , sobre

o carScter das reaiidades cue podem estar a ter iugar na sala nSo-

-apresentada— tendo de se admitir o cabimer.tc de um voiume irdecar

minadc de realidades excêntricas em relagSc a tudo aqurlo que se

ccnhece ou de que se tem aiguma ncgSo (ce tal forma que aoui mesmo,

ante os meus olhos mas sem que o veja, estA c completamente dife-

rente, de cue nSo fago qualquer ideia) .

Resuita do expostc que e ievantamento realizadc, a identifica-

cSo daauiic cue nc quadro da saia permanece ir.acessivei , exterior

A acresentacSo de que disDonho, nSo pcde ser apresentado zcmo mais

do um ccmego. De fal medo que, aiada que o que jA se desenha


que

constitua um nunca adivinnado e absolutamezre perturbante abismo

de escondimer.ro r.c prôDric campo de incider.cia, isso mesmc


tcde

esse abismc— represenfa possive imente ainda si qualquer coisa como

"uma ponta do iceberg" .

Por outro lado, torna-se igualmente clarc rue "Sc e pcssivei rea

iizar de fcrmu exaustiva a detecgSo de toda a reaiidade cue ,


r.So

cbstante dispcmcs (e r.Se ctscante siruar-se


a apresentagSo ce cue

no prdpric dcmínio sobre o qual o meu olhar ir.cide) se mantem es-

ansente da De tai mode rue, pcr mais Ior.ee


condida apresentagSc .

aue se ieve a iderci f i c= gze da incompietude e semcre ce aumitir

cue eontinue a haver ai , z.o prCpric campo ds incidência, ainda al-

go (e mesmc imenso ) d~ eue nSc se fae a mais eequena _ce:a.

DCi
Einalmente, percebe-se também que , mescc sendo assim, os as-

pectos considerados sSo de qualquer forma cef icientes cara alterar

drasticamente o panorama no que diz respeitz A forma da incomple-

tude da apresentagSo no prôprio campo de iucidência.

NSo é necessArio levar mais longe a ar.alise para se perceber

que a antecipagAo restritiva da amplitude ie escondimento admissi-

vel nc prôprio campc de ineidência, a antecĩpagAo restritiva que

ainda persiste uma vez descoberto o escondicento nos horizontes ex

ternos, nAc tem fundamentc que a sustente —

uSo resiste a uma veri-

ficagSo da situagSo reai de acesso.

Ainda que constituam somente um comegc as ar.Slises efectua-

das ehegam ja para fazerem inibir as excluszes que naturalmente

reinam a este respeito e para produzir uma alteragAo daquiio cue

está em causa na averiguacSc aqui em cursc


a forma de finitude.

2.1.2.6 ConciusAo da ar.Alise da incompletude no proprio Ambito de


incidência.A possibi 1 idade de um escondimento do mais prô'-
ximo , daquilo que nSo estA afastadc uem no espago nem no
tempo .A relativi da d e das d imensOes e sd aciais da sala apr e -

sentada e o abismo das diinensOes rea ĩ s da sala. reíat i


A^ iy
-

dade das dimensOes temporais da sala apresentada e o aiis-


mo das _d i mensOes reais da sala no tempo.O abismo do s hor :
-

zontes exrternos e o abismo do Smbite de incidôncia.

Mas se assim é, e se nSo preciso presseguir


e a investigagSo

d<o campo de incompletude que subsiste na acr realida-


esentagSo z;a

de presente na saia, iz'.corta, apesar de tucz acer.tuar aincia dois

pontos, cu;a ponceragSo e


ir.dispensavel para uma integral demolie:

dos fenômenos que dificultam a anercapgSc iz abismo aue tsmbém ac

tem c.'ibimento e para um adecjuado er.tendiment e da amplizude :>


dc a

cance possiveis deste abismc.

Em orimeiro 1 ugar , cumpre acencuar que a cossibi 1 iuade dc es-


se acha de maneira nenhuma condicionada A cirzunstAncia de a reaii

dade se mantem esccndida, fcra da apresentagAo, estar de algum


que

modo afastada de mim, quer espacial quer te.ttcralmente .

Ou acer.fuar tazibem aquilo nAo se acha a-


seja importa que que

fastado nem no espagc nem no tempo pode muicz bem manter-se fcra

da apresentagAo em que me acho —

escondidc, ir.ceiramente escondido,

nSc obstante o facto deia.

Em segundo iugar importa pOr


,
em evidencia que , pcr oucro ladc

o horizonte da realidade que hA na sala de taneira nenhuma tem fcr

as dimensdes espac ic-temporai s que earaccsrizam a saia-


gosamer.ce

-aue-aparece . ?or oucras palavras, impcrta per em evidencia que as

d 1 m ensô'es c anô n 1 c a s d a a c ar i gSo d a s c o i e a s r : mo do "ao-pé


-

de-nôs"

diz dimer.se es que o tempc tem pa-


(no que respeito ac espagc; e as

ra nôs , em correspondencia ao r.csso regime r.ermal de discriminagSo

dos diferentes instantes, sSo canônicas someute ifoc^ 311*5 , ou seja

relativas —

de tai mcde que e perf eitamente pcssivei que , tantc no

concerne o quanto no que resceica ao tempc a mais a


no que espagc ,

dequada, compleca, "exacta" apresencagSo de rue dispomos cenha uma

enorme desproporgSo re i acivamence ac complexe de reaiidades a que

refere e ef ectivamente tem ai lugar ema desproporgSo tSo


se que ,

maicr dc a que caracteriza, por exemplo, um ob


grande ou mesmo que

jecto visto a grande distSncia). SSo estes dois aspectos que se

procuram agora por a claro.

No que diz respeito ao primeiro ponto ', cce a poss ibi I idade ca

de maneira nenicezna estå condicionada


incompietude da apresentagSo

a uma distAncia, a um af astamento escaeiai ce temporal daquilc qu:

se esconde re I at ivamente a mim) ,


a indepeudsue i a da pcssibi 1 idade
da incompJ. etude re lacivamente a essa condic; torna-se visivel se

considerar, pcr exemplo a ccncepgAo que na* calmente fago do meu

proprio acontec imenco encuanco ente que tet cesso Aquiio que hA .

Compreendc o meu prcprio acontecimencc— ste acontec imer.to que

ciisrCe de um acesso a real idade---pcr uma fz: :a tai que nSc me te-

nho a mim prdpric, a mim ern quem estA a acz: ecer um tal acesso, cq

mo um aconcec imence cue caira inteirameuce vre dc que quer que

seja, situado somente em si mesmo: sem supcrz:

Peio contrArio. Mesmo cue em reara nAc ce nse muito nusso e nAo

checue a fccar c:aramente o que a este res to efectivamente en—

tendo ,
e para mim naturalmente evident que e meu "ver" , c meu ter

dos entes a que ter.no acessc acor.tece de a u_ri modo no meu corpo--

de tal modo que neste "ver" e ter das cois as estS de aigum mcdo o

meu corpo, uma parte dele.

Em ccnf ormidade com esta perspectiva, :


ca apresentagAc qus te-

nho desta folha de papei, da secretAria, d-: oda a sala e de tudo a

quilo que neia se encontra, estS envcividc go do meu corpc

E isto de tal mcdo qce aquiio cue assi: scA envolvido nAc e

apenas uma condigAo remcra deste "ver" , ma: sso mesmo no qua 1 o

ver acontece —

cu se;a aiee cae está neste ■r" , ne le prôpric , nc

seu acontec imentc : ai'jc cue 1 he pertence n. ;ais intrinseco de si.

Trata-se ai, deste tcdo, de auaicuer c :?. que ue maneira ne-

nr.uma estA esracial ou temporaimente apart: .a da apresentucSo em

que me tenho . Trata-se de aigc que pertenc ao prôprio ser, ao prô-

prio acontecer dessa apresentacio isr.c é algc que




est.a, ccr as

'

si.m dizer, no cent.ro", r.e fuiero dc meu p c.rio accntecimento . nc

meu ver daquilo que veio, e nSo num outro :oar aualcuer. ou num ou

trc tempo .

Mas se e esta a perecectiva que de uma forma mais ou mencs ex

cllcifu tenho adcptada. isso nAo sianitica êe -naneira nennuma uue


ce-me sô o que de cada vez vejo--e de tal tcdc que aquilo que per-

tence ao meu corpo e que , segundo a minha cese, suporta este ver

(e tanto quer dizer escâ nele ,


no seu prôprĩe curso) se acha na ver

dade compl ecamente eliminado, excluldo, nSz figurando na apresenta

-gSo .

E. por outrc lado, mesmo quando me aperzebo deste aspecto e teu

to obter acesso a este ente que estS no oeuterc do meu proprio acon-

tecimento , no meu ver daquilo que tenho pezaere mim —

ou seja aqui ,

foco da aparigSo, nisso mesmo eu tenho, no meu ter


no prôprio que

disso —

fraeassam tcdas as tentativas que e.ttreendc nesse sentido.

NSc sei na verdade em que medida e simples ou extremamente com-

constituigSc coneretamente tem, cee determinagSo ou de-


plexo, que

terminagôes sAo as suas , etc . . Tudo isso perzazece sempre sob escon-

dimento —

fora, inteiramer.ee fora da apreseutaoSo de q'ie dispcnhc

E este estado-de-co isas nAo se altera tĩuimamente quando estu-

do anatomia, histoiogia, fisiclogia, neuro 1 zgia , etc .


, e a-dquiro des

sa forma a possibi 1 idade ds figurar mais czucrstamente o meu cere-

bro, as suas compcnentes, os processcs quit i eos , etc . ,


que nele tôm

lugar .

Pois r.ada disso na verdade traz ocusigc rue aquiic que concre-

tamente se acha a supcrtar o ver que tenhc cor exemplo, da mir.ha

mAo ou do lApis--e que desse modo estA nesse ver


fique na realída

de a mostra, accmpanhadc ,
expcsto nc acesso ce que disponho. 0 que

de cada vez se alcanga com a aquisigSo de tzdos esses "saberes" sSc

conteûdcs meramente figurados, distintos da zripria realidade que

e f ect ivamente está como suporte no ver que tsnho —

neste ver concre-

to da minha mSo cu do ISpis a minha frente .

Os saberes que adquiro nSo anuiam a tctal opacidade da apre-

sentagSo re lat i vamente a esse momento da su= prôpria reaĩidade que

é o do seu suporte nc meu corpc, que antes termanece (nSo obstante

onde j mais prdxiro de mim, onde eu prí-


estar mesmc aqui . ve o . nc

oof
prio sou) inteiramente ocluso. inteiramente cara lA daquiio que se

tem .

De tal mcdo que aqui de novo se desenha cm horizonte de reali-

dades que escapa


e sempre continua a escapar--tanto A apresentagAo

que despr evenidamente tenho, quar.tc a tcdas as tentativas q\ie , tema

tizando-o, empreendo no sentido de o aicar.car. Mas este horizonte,

nSo ests, comc os ant sricrmente referidos, ce algum mcdo af astado

do prôprio acontecer da apresentagSo .


Pertence, pelo ccntrSrio, A

prôpria apresentagSo , se assim se pode dizer ao seu prôprio nú-

clec: e qualquer coisa qus se encontra no "aqui absoluto" du apar_i

gSo daquilc que aparece


e que , apesar disse . se mantem inacessivel,

"submerso" e.m reiagSc a eia mesma.

Topa-se aqui com uma peculiar incompletude da apresentagSo a.

que tenho acessc: a ir.ccmc 1 etude nSo em relagSo a um outro ente,

mesmo que muito crôximc, mas re'.af ivamente ae seu prôprio acor.te-

cer,e tanro quer dieer, paradoxalmente , em reiagSo asi mesmu.

Ai onde parece abso 1 íranente imposslve 1


r.o mais prbximo. no

prdprio acontec imento do ter aquilo que tenitc--pode assim haver

tambem algc cue, em virtude de pecuiiar "cet.eira" , de um oecuiiar

prendimento do acesso em cue me acho const ituido , se censerv.-\ para

1A - f ora do que tenhc e que , aind.a cue este;a mesmc agora e mesmc

aqui . onde estou--or.de esta o acontecimento ee acesso em que me en

contro, no prdprio accntecer disso--perrnane z e tSc inacessivei e sur

traidc eomc c mais distante.

No cue dic respeito as dimensftes em que a saia estS apresent


verdade sSo irredutiveis ao quadro da apreser_tagSo natural da sa-

la, deixa de pe a evider.cia implicita (mas uem por isso menos efec

tiva e determinante ) de as dimensoes dos car.zos de latôncia, mau

grado a sua irabarcabi I idade ,


a sua tr;insceudencia re iativamente

ao meu ponto de vista, eorrespcnderem grossc modo as dimensoes da

sala tal como naturalmente me estS apresentaca.

Porque tenho ;S a evider.ciagSo de um imez.sc excesso da realida-

de ef ectivamente presente r.a sala sobre a acresentagAo de que dis-

conho e porque ccmpreeudo ;a a irredut ibi 1 idade daquilo que falta

ao quad.ro da apresentagSo naturalmente dispcuivel (de tal mcdo que

percebo que um acesso adequado a sala requeriria uma "fransf igura-

gSo", uma apresentagSo radiealmente diferer.te da q'ú.e se acha cons-

tituida), parece a primeira vista que a perseectiva em que me en-

contro re iativamente ac ccmclexo de reaiidade da sala "submersa"

inteiramente aberta, r.Se presume nada sobrs


é uma perspectiva que

as dimensôes desses domínios de ĩatôncia q\ie sei nSc estar em con-

digoes de abaroar.

Mas, se vir bem, verifico que todo o excesso, todo o domínic ina

branaivei que assim se acha reconhecidc der.tre da saia onde me en-

contro estA de facto ir.expi ic itamente conticc dentro de limites e

tem assignacc um quadro de dimensôes apesar ce tudo prôximas cae

da apresentagSo naturai .

Assim, estS imcerceptive Imente tido comc assente, por exempio,

que todc c horizcnte daquiio a q\:e se chamcu a sala imersa ( da rea

lidade que estS ai, mas de q\:e nSo tenho e nie consigo alcangar u-

ma efectiva acresent.acSc ; , ccr muifo que me eseape e r.Sc c ccnsiga

abranaer na extraordinária mu .
tip I icidade dz rue inciui, e em tcdc

o caso um hcrizonte de dimensces bastante rr.ais pequenas do que a-

quelas que terr. o bairre na sua apresentagSo uatural .

EstA impercept i ve i mente ciado por assente pcr exemplo, que no

temru; sobre c.ie de cad.u vez incide a auresent acSo cue ceuho da sa-

6c7
la nSo pode caber uma sucessSo signif icativac.ente numerosa de mo-

mentos —

tSo numerosa, pcr exempio, ccmo a que r.aturalmente sou ca-

paz de distinguir na experiência de uma hcra.

EstS impercept i ve iment e dadc por assente rue , mesmo que cons-

titua uma mul tipl icidade para mim nSo abareavsi, o


complexo de rea

lidade presente na sala nSc pode constituir u_ci abismo no sentido

em que ,
a partir da anSlise dcs horrzontes ecternos. a cidade de

Lisboa ou o complexo de realidades equivale.tte a Portugal se mani-

festam ccmo abismos.

Isto parece tSo ôtvio, tSo a ter de ser ussim, que quase se a-

figura ocioso referi-lc.

Embora no cursc da analise efeccuada se testrs. por exempio, que

o simples que se vê e o resultado de uma si:zp I i f lcagSo (e que , cn-

de vemcs algc sirnples, a propria indieagSo rue temos aponta de fac

to uma multipl icidade ) , a amplitude dests exc esso .


a diinensSo da

mul t ip i ic idade que assim se perspectiva e ceixada num pé indetermi-

nado . mas que imp 1 i e i tamente tende a ser situado re iativamente prô-

ximo dc simples cie natura lmente s^


apreseuta--nSc muitc Longe ie-

De tal mcdo que a multipl icidade em causa cen.ce a ser reconhe-

cida como uma mul t ipl icidace pequena . Numa calavra, ernbora rompa ; =

ccm c dominio (habicuaimer.ee absoluto) do ctairo de realidade defi^


nido peia apresentagso natural da sala, o r e c enhec imento da "saia

submersa" ccmporta ainda uma proximidade a eef inigSo de dimensoes

vigente nesse quadro , contiuua a concordar zot. e I a .

zem o reconhec imenf o da incompletude que hi z.a prcpriu apresenta-

gSo da esfera de incidência, um dltimo pcute de resistSncia da fe-

se natural, de sobrevi venci a da. sua perspectiva.

N'So parec:e apesar de tudo ser possivei, r e 1 ativamente á saĩa em

q'io me enconr.ro. n inccmensursvel u i zr aeass a zet. do rcnco de viz^a

por entensdes que i ndef inidatnente o trausbc r ia.t. :ai ccmo se veri-
ficou que ocorre no que diz respeico aos hcrizontes externos . Pare

ce exciuida, nSo parece admissivel uma ultrapassagem dessas, nem

nada sequer de lor.ge se Ihe assemelhe.


que

Ora este assentameutc nas dimensces ararer.ces da sala, pese em

bora toda a evidencia que parece ter pcr si r.So correspcr.de de fac

to a uma impossibi I idade abscluta de as ccisas serem de cutro mo-

Detecta-se antes a pcssibi 1 idade de uma ornpleta revolugSo

das dimensôes eom que naturalmente se aprss .ta a sala, apcntando,

para o horizonte da sala "submersa", dimens s compi etamente dife-

rentes das da sala narural--incomensurave l.t .te maicres , imensas e

a cerder de vista, sem nenhuma proximidade melas que naturalmen-

te se e ncontram defin idas .

Isto tanto no qus ciz respeito ao espac: quantc nc que toca a

qualquer coisa cuja modificagSo â primeira sta ainda se tem mais

dificuldade em zonceber--as dimensOes que a ala, a realidade aue

nela se situa, tem no tempo .

De ta i modo cue , se escontaneamente , esto depois de evidencia-

dc que a âpresentagSe de ~;:e aispomos e mu: ma i s i r.c cmp I e ta do

que parece, se mantem uma eauonizagSo das : .ensdes que estSo con-

sagradas nc acesso natural (e se nSc parec; cmissivel eer.So que o

horizonte da reaiidade inacessivel que est; . ter lugar no Smbito

da saia fenha apesar de tudo algu.ma ccrres' .dôncia, aiguma proxi-

midade ao tamanhc da sala tai como se me s: senta) , na verdade to-

da essa evidência de que tem de ser assim, da essa resistencia a

admitir que pcssa ser ce eutrc moclo ,


r.Sc f; .e racto naca que ver

com nma necessidade real, mas apenas com u: mdicionamento , umu

rsncSr.cis que o ncsso pcr.ro de vista tem c; ver desta maneira.

P: ocuram-se esbogar alguno dcs aspectcs


1
são de maior reie-

vSncia nara abrir a persrectiva desfa subv* [o das dimensôes ccm

horizonte da sa'. a r.acuraimence aparsze e para as quais


primeira vista (e numa evidôncia que resists nSo parece haver qua_l
12.4
cuer a 1 ternat iva .

Cons : deram-se em primeiro lugar as diteusôes que a saia apa-

rer.ta ter no espago .

Procura-se antes dc mais identificar de ut.a forma mais preci-

sa o regime naturalmeute em vigor a este resteitc, para, deccis, se

explorar a possibi 1 idade de as dimensôes que inculca nSc ccrrespon-

derem ef ect ivamente As daquiio que hS no car.ec de reaiidade em cau-

sa .

Se ccr.siderar, por exempio, o lSpis ccm rue escrsvo e o seguir

na mulr i c i ic idade dos mcmentes que nele sSc cĩscerniveis , e se fi-

xar o que posso descrever como um ponto ( ou ct quase-ponto ) ce la-

pis, verifico que, suse itaudc-se a questãc sebre a possibi 1 idade de

haver ai (r.isso que me acarees como tendo traticamente a ausSncia

de dimensOes que ccrresponde a um "ponto") uzs ampla mu Itipl icida-

de d.e reaiidades <ii f erentes —

uma mul tipl ic i cade pcr exempio ts-o nu

merosa como a que corresponde a apresentagS: natural do prôprio la-

pis r.c seu tcco, ir.cui ca-se-me ccmo sendo iuteiramente ciaro que

essa possibi 1 idade em abeoiuto estA excluida.

Dc mesmc mcdo , ao ccnsiderar a pcssibi I i zade de ai , onde ve;c o

lApis, haver uma mul tipl I e idade com uma diversidade de mcmentos cor

respcndente, por exempio, a que tenho consticuida na apresentagac

naturai d-_. sala, ir.cuĩca-se-ce tambem como shz s o lutamente clarz q\iz-

uma f.al pc ss ibi 1 idacie nSo fem cabimento —

e ate mesmo que a ideia

disso tem foros de aierrazre.

Como e crue al , onde vejo quase um pontc pccie aiguma vez uaver

uma grande mult i p I icidace de reaiidades, aeresentdvei com dimensôes


a realidade correspondente ao lApis pode alcezna vez comportar uma

multipl icidade de momentcs, uma distensSo de diverso, tSo ampia co-

mo a tenho dada re lativamente a sala?


que

Menos ainda se admite a possibi 1 idade ce na apresentagSo que

tenhc do iSpis haver uma perda, uma contracgSc tai que na vsrdade

multipl icidade tSo ampla comc a tenho perspecti-


haja neie uma que

vada na apresentagSo naturai dc bairro.

Muito mencs ainda se admite que o vci'-ite de perda reiativa-

mente ao que me aparece como um ponto seja tal que na verdade um

acompanhamento da realidade aí presente implique o percurso de u-

ma multiplicidade tSo a.mpia comc a que naturaimenre se me apresen-

ta na perspectiva sobre o bairro (ccm as ccrrespondentes despropor

gdes no que diz respeitc ac lápis e a saia uz ssu todo, a que en-

tSo corresponderiam multipl icidades ainda muito maiores).

E muito menos se acmit e que o volume de cerda possa vir a ser

ainda mais amplo .

Numa paiavra, r.So se admite a cossibi I iũ= ũe ds toda a acrese.r-

tagSo que se tem ser uma apresentagSo toda ela extraordinariamente

contracta re iativamente aos cianos de realirade a q\:e correspcr.de,

admite iidade de todo sisreza de dimensôes tai


NAo se a possibi o ,

como aoarece, nSo resuitar senSc de uma def eciencia no acompanha-

mento de que dispomos (de um ccnsiderAvel de ixar-de-f ora abrangen

do de aĩto a baixo todos os momentos do ca.tce de apresentagSc que

se tem constituidc, desde as maiores Sreas ate acs momentos mais

pequencs ) .

Observandc bem, no entantc, verifica-se rue r.So hA efectiva-

nada esf.as exc lusdes Ihes de um fundamen-


mente que obrigue a ,
que

to firme.E verifica-se cie , celo ccntrario ,


tui to hs que indica po-

der ocorrer de facto uma perda dimensional e uma perda imensa) em

ccda a apreseutacSc que naturaimenfe tenhc ca saia.

?ara o perceber eonsidere-se o seguinte.

Vista dc escagc a uma discSucia em que tara cordigôes de aces

671
so como as nossas) a terra aparece como um g obo de diSmetro equi-

valente a poucos centimetros, na melhor das .ipdteses toda a cida-

de de Lisboa nSo surge senSo como qualquer e ;isa equivalente a um

"pcnto". E o bairro em que vivc, o meu preci : e, por maioria de ra

zSo a sala em que me encentro, nSc tem


, ness .

apresentagSo nenhum

mcmento identif icAvei que ihes eorresponda. :uer dizer estSo abai-

xo da unidade mínima nela discernível .

Entretanto, aquilo que assim, nessa apres



nta gSo , nem sequ er a-

parece ,
e mais pequeno dc que um "pcnto"

e :eu bairro, por exem-

pl o- -consc itui qualquer coisa susceptivel de numa outra apresenta

gSo (naquela que, pereorrendo-o , dele obteuc :), vir a ser apresen-

tada comc a mul rip i icidade re lativamente vas :a que e aquela ie que

habi tualmente tenho experiencia


uma multipl , cidade com a dimensSo

de alguns milhares de metrcs ciibicos (muitas e muitas vezes mais

ampla, portanto ,
que o sistema de contsiidcs a muitipi icidade ,
que

correspcnde a toda a terra nessa apresenfagS : a partir do espago).

e assim de algum mcdo possivel que onde :uma dada apresentagSo

estS um quase nada ou nada mesmo ("menos de :ue um pcnto" ) caiba de

facfe um comolexc de realidades uma muitic'. . e i dade ,


u.m s i st ema ie

"conteíidos" diferentss tSo amplo como o que e nos apresenta na ex

periôncia normai da extensSo de alguns milh es de metros edbicos

que e aqueia com que o meu bairro naturalme s me aparece.

Admitimos (nSo r.cs repugna) a possibliid e de assim ser. A a-

presentagSo dc bairro e das suas realidades eue normalmente tenhc

ao viver ne i e ao perccrre-lo, incuica-se-- eom uma


,
aprssentagSc

verdadeira, adequada . Mas ror cutrc lado, n zondigées ( na si-uu-

gSo) em que se
prcduz ,
parece-rne tambem ade ada a apresentagao da

terra a partir do espago, com toda a perda dimensOes , com todo

o desapar ecimento cue a p artir daqui , pcs s


-

ay .—

; m
impi ica ( com

toda a perda em virtude da cuai todo o bair ro desaparece oor intei


resolutivo permite que apesar de todo o nSo-a-
0 operador que ,

(toda redugSo) que manif estacente envolve, nSc pa-


companhamentc a

estranho este reccnhecimento da apreseutagAo a partir do espa


rega

go como uma apresentagSc verdadeira, o operacor que tor.ua ccmpreen

sível, aceitSvel, a difersnga entre os dois tcdos de apresentagSc ,

é a diferenga de distSncia .

Vistas de ionge, as coisas apresenf am-s e


"é natural" —
mais pe

perde-se acompanha.mento de muito de rue neias hA .

quenas ,

Aproximando-r.es, reic eontrSrio, ganha-se esse acompanhamsnto ,

recupera-se aquilo que a distAncia faz elimirar da apresentagAo : as

coisas tornam-se maiores e obtam-se acessc a uma muitipl icidade de

ao longe se mantêm inteiramei'.ta esccndidos.


aspectos que

Neste sentido, embcra a apresentagAo das eoisas vistas de Icn-

e des ignadamente a apresentagSo da terra [e dessa sua componen


ge

"

te que é o bairro) vistas do espago--seja tĩda por verdadeira" , a

sua verdade , a sua adequagSo, e uma verdade uma adequagSc de algum

modo restrinqida, imperf eita


reiativa ao c : r.dieionamento da situa-

gSo em que se dS . Ac passc que a apresentagSe prixima (ou seja, nc

caso do bairro, a apresentagSo que tenho "de eS" , quando me desiocc

nele) e vista ccmc preeneheucc de forma muztz mais cabai as fungoes

de exposigSc daquiic que hs tal qual é--e eonstitui ,


pcr isso,

uma ao-resentagSo "verdaceira" num sentido tais pleno, mais forte:a

apresentagSo que propria.~er.re se adequa A realidade em causa.

Independentetnente de tcdas as queszôes relativas a esta "eias-

sofrer
'

ficidade" do sentido 'vercade iro e a adactagSo que tem de

^ara aue apresentacdes tSo raciicalmente diferentes do mesmo (o meu

'eairre como menos do que 'um ponto.'c meu bairrc com um volume de

milhares de metros cUbicos. a terra com uma apresentagSc equivaien

centimetros a terra ccm toda a extraordinAria amplitu-


te a
alguns

de que , estandc ca, se ir.dica como sendo a sua), possam simultunea

' "

menfe ser consideradac de algum modo verdaie iras , o que impcrta

v^^-ar- ci a ccmoreensSo cue acui reir.a, de rue c cresc imento o


aumento de dimensoes que cs objectos sofrem ac produzir-se uma
a__^

proximagSo equivaie supressSo de uma deficiencia de


-.
acompanhamen-

tq . De tal mcdo que a apresentagSo em que os cbjectos se dSo maio-

res e em que se captam mais compl etamente as ceterminagc'es que os

compôem (resulte ela de uma aproximagAo rea. cor deslocagAo minha

cu do prdpric objecto, cu resuite de uma arr cuitagSo meramente ôc

tica, produzida por meic de instrumertos ccrz c binôculc, o teles-

côpic , etc .
) , é considerada como uma apresentagSo mais verdadeira.

E de tai modo que as outras apresentagoes , ec cue os objectos apa-

recern como mais pequenos e com perda de eie.ter.tos, sSo oercebidas

como apresentagôes def ic ientes .

irnport a-nos ter em ateug.So este regime de zcmpreensAo das mo-

ciificagdes de tamanho e das complexi f icacdes cos sistemas de ccn-

cendos reiativos aos mesmos objectcs para et seguida, pOr em


,
equa

gSc também um outro pcnto , de importSncia dezisiva para c que aqui

estS em causa: o facto de esta fcrma de ccmtreerisSc, esta 'iccica"

pcr que se regula c nosso ponto de vista nc rue tcca As apresenta-

cOes "maiores e menores" r.So valer r.eie de fzrma absoluta. irres-

De facto, se natural.mente temos compreer.sSc para o cabimento

de extensdes muitc grar.des , e mesmo imensas r.issc mesmo que , em a

presentagCes de algum modo adequadas , nSo cr.ega a ser sequer um

pqnt_q (e se, entre as d'cus . a apresentagac t.ais exigua e a apresec

tagSc ms.is ampla, atri'euimos prevalSucia a


aeresentagSo em que o

mesmo objecto estS "expandido", é "maior"), estes dois prineioics

sC estao adoptadcs nc meu pcz.to de vista ps^ra arueles obieccos cu-

ja apresenragSo "reduzida oode ser compreeuzica comc uma apresen-

tagSo ã distSncia.
sSo de extensôes muito amplas onde a apreser.tagSo que estS dada pôe

apenas um "pcr.to" e a atribuigSo de prevalSneia de verdade as


apr_e_

sentagCes cu i o dado e maior, sAo inteiramente suspensas .

Posso, e certo, ter cuaiquer desses objeetos ampiiado, por arti-

ficio ôcticc. De tai mccc que se produz um aumento de dimensOes(e u

'

ma compiexi f icagAo dc sistema de conteiidos em tudo anAlcgos aos

cue ocorrem com a aproximagSo a um objecto ar.tes vistc a distSncia.

Mas justamente concebo--tendo a conceber —

a r.odificagAo que assim

se produz re lativamente a um obiecto prôxime como uma ampl iagAo ,

i.e. como algo de artif icial ,


que artif icialmente torna o objecto

maicr dc que o que e--quaiquer coisa de comp 1 etamente diferente dc

que acontece quando , ver.dc um prédio muito ae longe, e aproximandq

-me dele, aumenta muito c tamanho com que me aparece e se multipl_i

cam as determinagoes ccm que se apresenca.

De sorce que no caso dcs objecccs prôxitcs a extensAo aumenta-

da resultante daquilo a que chamo ampliagSc ũe forma alguma é tida

como estaudo rea Imente ir.elusa na caneca, ce-.e estando efectivamen

te a ter lugar neia, ances se concebe como q-uaiquer coisa que sô

se croduz com a prdpria acresencagSc ampliadora, pcr um ef eito de-

la.

Ou seja, ha uma ccmc cue canonizagSo das dimeusCes que sSc en-

c o n t r Sv e i s quando os objectos estAo perto ce mim .

Estas dimensCes escSc ccncsbidas ecmo c er.sticuindo um ii.mite a

cartir do aumento do objectc, a sua expansSo. deixa de ter


qual o

o carScter que tem na aprcximagSo de um ob;'eece discante, deixa de

constituir a supressSo de uma def iciência r.z modo como tenho aces-

sc ac obiectc. As dimersCes que os objecczu cSm perto cie mim eszSc

estabelecidas como iimice no euai a pcssie i 1 i dade de inclusSo "reai

eie extensCes maiores acaba —

e a partir do rual a passagem a conced-

rĩns m-si'ores deixa de sitr.ifiear um acréscitz de "verdade" auanto As


do). Numa palavra, as dimensoes que os obi :os manirestam quandc

estou junto deles sSo consideradas ccmo as mensøes verdadeiras,

o plar.c re 1 at i vamente ao qual qualquer alteragSo, qualquer desvio

de aumento , significam uma perda na margem ce aciequagSo, uma reca

da, emhora de outro modc ,


na fcrma "fraca" ze adequagSc que curac

12«?
teriza as apresentagôes a uistSncia.

Ao falarmos do "regi.me de dimensQes" ue caracteriz, sa i a

natural, regime que , apesar de tudo , como tssemos, dcmina ainda a

perspect i vagSo da "outra sala" que as anSl ises erectu; am p —

mergir do ccmpleto apagamento em que norma e.nte se acr.a, e preci-

samente a isto que ncs referimos.

A despeito de toda a multipl ieacSo que s vSrios aspectos exa-

mins.Gos introduzem, com uma amplitude aue . se desenha inabarcS-

ve., a uimensao ccm que apesar ue tu: a ser ccr.ceoica a

sala "imersa", latente, obedece ainda (mesr avendo nessa muiti-

plicagSc um factcr que iS tende a ccutc ; a canonlzagao de

dimenstíes que se procurcu pOr em foco.

Mas , se aesim é, ua verdade esta canon ieaeSo das dimensées

se nos upresentam .s ccndigdes ncrmais de croxiniidade de mod

nnum t em um r u n c am e r t o rue a ^ u. c ter.te . ?ode muito 'ce::)

125 bic
resuitar pura e simpiesmente de um condici cr.amento .

Pois, de f acto , porque e que , havendo a possibi 1 idade de um au

mer.to de iimensôes para IS das que se apcn rac na apresentagSo 'ao

pe de mim" , e trazer.de esse aumento uma acr i'.sigSc de novas determi

nagôes em tudo ar.aloga a cu 5» oassa no creeessc naturai de aoro-

ximagSo •: i e um o c ; e c t o iisranre —

p o r qu e e c;

diodes. h±-de haver nma diferenga de natur- ccmo a que nacurai-

mence se assume encre os dois processos de ento de dimensces,

"

encre aqueie q\:e tem zom.c terminus ad quem cresentacSe ao ee

de mim" e aaue 1 e aue a tem como terminus a :uo


dois é a de que enquanto até as dimensôes da apreser.
os processos ,

sentido natural tenhc a possibi I idade de reaii


ta-So "prtxima", nc ,

(pelo relagSo A maior


zar a aproximagSo ccrrespor.dente mencs em par

te dos objeccos com C'ie ĩido) e costumo muitas veces realizar apro-

contrSrio, mcdo naturaimente te


ximagdes dessa ordem, pelc ro ccmo

nho as coisas, "a olho nu" , r.So hS a pcssibi 1 idade de operar a pas-

para 1A disso —

a modificagSc atraves da quai a multipi ic ida-


sagem

de de momentos e o eonjur.to de determinagces com que os objectos se

atresenfam se exuandem re lativamente Aquiic rue tenho dado quando

os vejo de perto.

Sô por um artificic ccrico, reccrrer.do a lentes, a microscdpios ,

etc .
(e tanto quer cizer de forma nAo contiuuada, meramenfe episô-

dica) tenho acesso a uma ui trapassagem das zzndigdes normais de prc

da apresentagSo lr.es corresponde. De


ximidade aos objectos e que

tal modo que essa é uma ul trapassagem que qcase nunca reaiizo. E,

por outrc lado, em virtude de as condicdes er. que sou capaz de ace

der a anrssentugîes mi erosccoicas imDÍicaret cue as apresentagdes

microscipicas que tenho sd possam cobrir de cada vez muito peque-

'

nas partes dcs objectcs r.Ao permitindo que tenha uma apresentagSo

microscdpica .
por exenolc, d.e toda a minha tSo

uma apresentagSo

em cue , sem perda de cada uma das suas partes , s imultaneamente se

tenha exposto o respectivc todo) , aquilo de zrie se fem acresenta-

neste regime sSo sempre sô fragmentos isolados. E e a ôptica


gces

natural, eom us suas cimensees , os sistemas de multipl icidade que

tem estabe I ec idos , que me permite orienrar— s nc campo de realiia-

de em crue me encontrc , situarcr.e e mover— me r.ele gerir nele a mi-

nha vica . etc . .

M"-:s estes ascectcs aue fazem cue a ccntinuagSo do aumento de

camanhc: e a exeansSo dos sistemas de deterti r.agf es para IA do li-

mite naturai do "ao pe de mim" permanegam sst.pre quaiqner coisa de

estranho .
qualquer ccisa cue nSo parece nqrcal , dizem resteito a

c ond i c i c r.ame r.t c s cireunstanc iais do acessc ee eue ccssc uispcr e


nSo tôm nada que ver com algum privilégio ar. oiuto do que me estS

apresentacc nesse acesso. NSo autorizam de c .r.eira nenhuma a cano-

nizar as cimensSes que rara nds assim sAc r.e- zurais, nSc autorizam

a tomá-las como equivalendo a "dimensAc abs e uta"--A pripria dimen


"
sAo das coisas. A canonicidade"de cue assir se revestem correspcn

de entAo a.penas a um condic ionamento de fiz.i' :ude no modc como ve-

mos--nSo significa que na prfpria natureza d; .s ccisas a apresenta-

gSo prixima ( na proximidade relativa do "ae :e de nôs") sera jA u-

ma apreseutagAc em que tudc fica viste com t ;tal supressAo da el i-

sAo , da redugâo que se reconhece na apresezt :gAo A distAncia (ou

ceio menos apeuas com uma margem de elisSe d -spieienda) .

Nada exclui —

e pelo contrSrio tudo apcr.z ĩ, para


a possibilida-

de de haver também uma distAncia entre mim e os objectos prfximcs,

nSc apenas no sentido referido em 2.1.2.2 r.e : no senfido de , mesmc

eupri.mindo tudc aquilo que naturalmente rece :hegc como distAncia,

subsistir uma "distSncia iptica" (aqueia que a distSncia fisica ha

bitualmente condieiona e que , com manuteugSe desta, uode ser anula

da pcr exr>edier.te iptioe


por ex.atraves de :inôculos, de telescd-

pios.ete.) . Ou se;'a, nada exclui (pelo conrr rio, tuao aponta pa-

j -i p cssibilidade de , estando suprimida tzca a distSncia de aue

sou capaz de me apereeber (e encontrando-se :s oojectos tSo ao pe

de mim como concebo que e possivel) subsista uma distSncia ircica

que nSc os permite ver em ccda a excensSc da sua mul tipl icidade .

E nada exciui (ceic concrSrio. tudo accc :a para) a possibilida

de ds Kr-^
esca scancia odcí ,- ^
r.s c i

e s ce e s c ac
gSo-de-ver-a-
-

i m-cos

d e a i : a d a m e r. t e ( a
c re i ac i v am e n c e ac s

objeccos que implica perda nc acompanhamer.cz ue deies se faz ; se

;'a de facfc, mesmc em reiacSo acs cbjectos r s priximcs, uma dis

cancia muito grande, cue imoiica uma muito z nde amplicude de ner

ua p1 i c uc e 1. de crrSncia

u:n a a ir n ir aeue a — — iji< sem

euidade nc^s ncdsmcs ■


erceo^-r re ^ ac c/amer.ce ees obiecrcs murcc ais
tantes .

De tai mcdo de factc a Sniea diferenga entre o aumento de


que

tamanho e a aquisigSo de determinagôes que zi até As dimensoes ca-

nônicas da apresentagSo natural e o aumento de tamanho ,


a aquisigSo

de cieterminagdes que pcde produzir-se para IA delas reside na cir-

cunstSr.cia de , habif ualmente , eu pccer reaiizar a aproximagSc ate

As dimensoes naturais (poder"ir 1S", a proxi.tidade disso), ao pas-

so sem recursc a instrumentos nSc consigc reaiizar a aproxima-


que

1A dessas ciimensoes —

e mesmc com recurso a eles sd a con-


gSc para

sigo produzir para foccs isoiados ds reaiidade, mantendo-se todo o

resto da apresentagAo com a definigSo de ditensdes prôpria da apre

sentagSo natural .

?cr cutras palavras, a diferenga reside úr.ica. e exc iusivamente

na circunstSncia de , em reiagSo ao que se situa para ÍA das dimen-

sdes narurais da apresentagSo "ao pe de mi.t ncrmalmente eu nur.ca

ter idc "a proximidade disso" e de haver dificuldades que obstam a

que vS . Exacrumente ccrr.o acontece ccm obiectes que se situam a gran

de distancia e que ,
por nunca se ter realizadc e ser dificil reali

zar uma aproximagSc a e'.es, mesmo havendo ser.pre jS uma compreen-

sSo de que as coisas apresentadas ac longe zarecem mais pequenas

ncrmalmente ficam muito lorge ce serem recer.r.ecidos em reposigSo

da extrema grar.deza, da extraordinSria mulripl icidade de realida-

des diferentes aue lhes eorrespcndem (é naceca imence assim com o

soi, a lua, as estre I as , etc .


) .

Gu seja, a pcsigSo em q\ie escou rei ati vaz.ente as reaiidades

ao pe ds mim e S aperceccSo das dimensdes . das mui tip I ic iuades d-?

determi nac 0 es cue lh.es correspondem, code t.iito bem ser (e, seg-.in-

tudo indica, e) cudc anSicga posigSe de extre-


dc u.ma pcsicSo em a

ma redugAo das dimensces e da mul tipi icidade de determinagde =


que,

a resceitc da cerra, seria a de um cor.cc de visca parecido ccm o

nosso cue sempre sd a visse de muito lor.ge.

Pode-se faivee eotcre-nder teiher este ezz.cc imagi.narcc er.ces

6?"
com um ponto de vista ce ccnstituigSo anSlcg; ao ncsso, mas muito

maicres dc que nôs e providos de um sistema : e di scriminagAo de de

terminagoes tai que sc lhes aparecessem as e: isas que em relagSo

ao seu tamanho estso na mesma proporgSo que ;


m relagSo ac nosso

tem as coisas que nos aparecsm. A considerae' :e da poss ibil idade de

pontos de vista com caracteristieas deste c=: .ero permite, como o i

lustra o recurso que a ela fazem Swiff.VoIta; re, Lichtenberg, K.E.

von Saer ,
etc .
, rcmper o f ecnamento , o encerz amento em si priprio,
"

o carActer, se assim se pode dizer, "autocér :rico do nosso ponto

de vista e obter uma ciara apercepgSc, uma i


ustragAo concreta da

relatividade , da r a t ur e z a nSo -canônica ( nSc _


cndadamente canini ea

1 2^
das nossas perspectivas .

Tambem um ser com essas caracteristicas ce constituigAo anAie

ga a nossa, mas maior dc que nûs numa prcecr gSc tal que , em rela-

gSo a ele. a terra tivesse o tamanho que et : relagSo a nôs tem uma

esfera ccm algur.s cer.t imecros de dismetrc —

c a.tbém um ser euja for-

ma de acompanhamento das coisas r.Sc ihe perc i tisse ver senSo o qus

em reiacSe ao seu famanhc estivesse na mesta relagSo que ao nossc

tem o minimo que scmcs capazes de distinguir ; de tal mcdo que nSc

cudesse ver no rnodo com.o vemos coisas com al cuns centimetros senSc

precisamente c que tem um tamanr.o ccmo o ca terra)


tambem um ser

com estas caracter isticas teria constituida como dimensSo canônica

-_ c r"l .1 r\
'J. j. o ;_ d. i 1 1_ J. passa a ser ampi iagSo , a ditersSo daqnela mesma a-

presentac'to da terra que para nis e uma arr e s entagSo menos adequa-

da , e rnesmo muito inadeauadu. Cu seia, aaui 1 : cue para rcs e nms a


tal ser a dimensAo "absoluta" —
a prôpria ditensAo das coisas.

Tambem um ser com essas caracteristicas ter.deria a excluir a pos

sibiliuade de 'naver nc qce assim lhe aparececeria tAo pequeno rea-

lidades tais cue o seu cercurso, o seu accr.tanhamento , implicasse

a extraordir.Sria multipl icidade de mcmentos de apresentagSo que e

aquela que , estando cA, somos capazes de pereeber que correspcnde

a uma apresentagSc adequada das realidades rue hS na terra.

Nc caso desse ser de dimensdes giganteseas, tal como no ncsso,

a oanonizagSo da dimensSc que lhe aparece (u exclusAo da possibili

iidade de , no quadrc disso que ,


na mais prtxima apresentagAo de que

" "

e capaz , figura ccmo qualquer coisa de min'iszuio, ccmo um ponto ,

'naver de factc uma extensSo de realidades diferenr.es corresponden-

te a uma muito ampla e mesmo a uma extraordinaria multipl icidade

de dimensdes muito maiores; assenta apenas ua impossibi I idade , em

cue esse ente estS, de realizar a "aproximacSo" necessAria para

outra extensSc A manifestagSc dela.


se a passagem a essa
que opere

com cue lhe aparece a terra resultaria. de ele (estando preso no seu

priorio tamanlno e no regime de apreser.tagSc rue ,


em correspondência

domiuaria a sua vista) nSo poder aproximar-se mais da t.erra, "vir

cS"--do mesmc modo cue ,


por anSIogo condio i er.amente ,
eu nSo posso

"

mais da car.eta, ir 1A" as mul tipl icidades de reali-


aproximar-me ,

dades que ccmperra.

'

?cr outras paiavras , a pequenez" do cue me aparece zomo peque

nc D-ode nuifo bem corresccnder (e a visSo ti zroscipica sugere que

na verdade ccrrespoude; apenas a uma 1 imitag Sc r.a mir.na capacida-

de de acompanhar as tul t ipi i eidudes de realidaces envolvidas, ae

mu I t i p I i c i daces de cczrczer.tes oue efectivatez.ce hS nc espagc que

minha, r.Sc i.tpede que nele haja de


assim me aparece. LimitagSo que

facto cabimento cara muito graridee mui t ir 1 i z idades . m.uitc grandes

extensOes .
to de apresentagoeg que se me oferecem no Acrito do natural-
que

mente me aparece como um"ponto" da caueta ecuivale a uma jA ampla

mul t ipl ic idade de mcmer.tos de realidade dieerentes —

uma ampla mui

tipiieidade que ainda mais se expande se acezrar a escala de am-

pliagAo ou recorrer a um microscôpio mais cztente.

E o mesmo acontece se fccar assim um outre, e outro, e mais cu-

tro "ponto" da car.eta tal ccmo naturaimente se


apresenta.

De cada vez '. i . e . em correspondência a eada "ponto") surgem-me

campos de realidads de amplitude muico cor.s idsrSve i mui


,
tipi icida-

des de momentos reais muiro, muito para 1A ce "ponto" que natural-

menfe se me apresenca

multipi ic idades que ce factc ecuivalem as da

prcpria apresentagAo natural da caneta e as ce exfensdes ainda has

canf e maiores .

Cra, se projectar a integragAo das diferences muicicl ic idades

reais assim encontrSveis nc Smbito dos diferences "pontos" da ca-

neca naturai, se projectar a acumulagSo , a j'ustaposigSo de fcdas es

sas muitiplicidad.es, o sistema de conteiidcs rue se apcnta em cor-

respcndência A canefa (nas suas supsrficies e r.o seu ir.tsrier) e

um eistema de "coneeudcs' verdade muitc zais


na
amplc dc que acue-

ie que se acha ccnstituido na apresentagSo nzrmai da sala nc seu

tcdo .

Mas se isto e in assim na esfera restrita da caneta, mais ex-

fraordinSrio se tcrr.a ac pasear-se desse Sthico rescrito cara o

de tudo o que se encor.tr- em cima da secretacia. E muitc mais fan-

fSstico se j untar a isso tambem o dcminio d- reaiicade oorresecn-

dente ac :neu ccrpg. E muite mais aiuda ac esnsiderar metade da sa-

la em que ;;ie enccntrc. E ainda muito .naie se estiver em causa a

saia no seu todo .


sistema de ccntsiidos muito nais =r plo e muitc mais com-
tava jS um

do da apresentagSc natural de tc a a saia, o sistema de


plexo que o

conteiidos que se aponta em se tratando da iu: caposigSo das multi-

piicidades de cada vez ecrrespondentes acs d ferer.tes "pontos" da

naturai de tuco c que estS em e ma da secretSria (e de


apresentacSc

Smbitos eada vez maiores, até ao propric "p.- no" da s4a no seu to-

do ) é iA do dominio do cerf eitamente inabarra vel--de um abismo.

E desse modo , se na perspectiva naturai r.So parece de admitir

no espago da sala caibam mui tipl icidades rue se afastem muito


que

das dimensOes definidas peia apresentagSo nc rmalmente constituíca.

r.So somente se desenha a possibi 1 idade de is so accntecer, mas tu-

do indica que as dimensdes da reaiidade q\:e a finitude do ponto de

vista faz perder sSo de factc tambem acui , z. esCe Smbico rescrico,

dimensces onde o meu por.fo de vista em abscl uco "nSc tem pe"

e,

nesse sentido, dimensies de abismo.

Mas , por outro ladc, a subversSc do regi r.e de dimensdes nacu-

ralmente estabeiecidc ccde air.cia ir mais lcr.

As exelusôes naturaimente vigentes sobre amplitude possível

da inccmplecude da acresencagSo reiativan re ac priprio Smbico

de incidôncia, a limicaoSc das dimensdes da realidade que cabe nc

Smbico da saia e canco t.er.os fur.damentada (e a poss ibi 1 idade de

essas dimensôes serem de facto extraordinari a.mente amplas) é fanto

maior quanto ,
por mais lcnge que ieve a "arr oximagSo ipcica" as

realidades tenho mim, e pcr maiz r que seja o "aumer.ro


que perante

de tamanho" e a aquisigS: de determinagies r

nSo tem meio de saber se as specfivas a que assim


respeitc, se per

se acede nSo sSe rcr sua vez acenas perspec ivas ez re lativamente

padecendo ainda do mesmo tipo de recencSo aue se verifi—


prôximas ,

ca na apresentagSo â dist.Ancia.

Assim, se se t.ratar de uma apresentacSo cieroecôpica


t equivalen-

ce a um aumenco de mi ". veees , o desdotramer.t ie -cdcs o: ecnco

U .-.A -. :•

da aoresentacSo nacurai da sala (a juscapcs: •7i3 ni'.: . •- .


plicidades em que se desdobram) correspon.de S a um campo de apre-

sentagSo de extraordinArias dimensdes .


Mas :or outro lado, nada

garante que a "aproximagSc ipcica" assim rs izada corresponda jS

a um integral desfazer dc fenimeno de elis* o orrespondente A apre

ser.cagso a distSrcia. Nada garante que o r:. me de apresentagSo as

s i m o bt 1 do es te ja jS 1 i vr e do t i pc de perds ;ue a cartir dele se

reveia a afeccar a apresentagSc nacural . E :e-se rc

' "
correr a instrumencos mais pctentes e obte: amp 1 iagĩes de cem

mi'. vezes.. 0 extraordinArio desdobramento i implicado converte o

campo de apresentagSo correspondente a sals 'o campc de apresenta-

gSo que equivaleria á ccnscituigSo ie uma t ucpse do desdobramento

'

de tcdos os seus "auase-pontcs ) num eampc e apresentagSo de di-

mensôes inabrangíveis ,
cu;'o pereurso de fa' o seria mais longo e

" "

acravessa.r ia uma mult ip-i icidade de apres; tadcs inccmparave Ime.n-

ce mais amcla do que a que naturalmence ex: rimento ao circular no

ajo. - - - Mas , cor oucro iadc, tarnbem nada c: ante que esse regime

de apresencagSo e as cĩmensSes que ihe ccr: secndem n.So envoiva jS

nenhuma eseecie de perda, se-a jA c regime- acrao, eujos 'pontos'

nSo envoivam nenhuma "conzracgSo" dc cipc


cue é prtpria da vi-

sSo a distSncia. E assim snces s i vamence . ? ta i o r que s e i a o de s


-

dobramento, nSo hS condigdes para escabeie r em cue medida aquiio

qne se verificou nc caminho até ele z.So é erSvei a partir dele--

e qua 1 a margem em que ainda e rossivei ca iteragSo .

Assim, a situacSo em ci- : r i *-


-a
c.er.te ac pripric camcc

ae inciuencia e prec : samente ta i que uSc a r.as o nossc eonte de

vista se v~ na imposs ibi I idace de eonsegui

a maior ps.rte das ooisas aparentements "pe er.as" que zem perante

si e r.Se consegue accmpannar as extracrdin uas mui f ip i ic iûades qu'

lhes correspcndem, mas, para alem disso, u ~

sequer possivei de-

t e rm i na r
a^_que_ d i s tânc ia s ĩant.ém de um a z rzzazhamenro crocorcic-

e ue i. r. '-, .. ^y a oraem de

OC á
das reaiidades que assi.m Ihe escapac.
grandeza .

0 abismo de nSo-accmpanhamento no prôpric campo de incidencia

neste sentido, um abismo de cuja amplitude r.So se fem e nSc se


e,

fazer nenhuma ideia —

um abismo cu;a amplitude constitui


consegue

inteiramente uma incigr.ita.

Mas esta possibi I idade de as dimensôes da apresentagSc que se

tem nSo coincidirem eom as dimensdes rsais ce que estS a ter lugar

na sala em que me achc (de tai modc que as di.ter.sdes que vejc ccr-

inccmensurSve I contracgSo das dimensces reais, fa-


respondem a uma

zer.do cerder, mantendo escondicos dc meu pcz.ro de vista vercadei-

ros abismos de realida-de) nSo é uma possibi 1 i zade que se verifique

no toca as dimensCes espaciais de que se me apresenta.


apenas que

ĩ uma poss ibi 1 idade que se estende tambem as dimensdes do tempo .

Na veruade , tamhem neste cominio a apree ez.ragSo cue tsnho ccm-

si quaiquer coisa ccmo um padrSc em ccrrespor.denc ia ac


preende em

dos constituintes da
qual perspectivo a muitipl icidade momeutes

idade E tambem nc diz respeitc ae tempo esse padrSo é


temporal .
que

(e muito amplo de
um padrSo que pode envolver desacompanhamento um

sacompanhamento , uma muito ampla perda) de realidade.

Ao cons iderar-se a possibi I idade de um r.Sr-acompa.nhamento . de u

ma perda respeitante á crdem temporal, o que tais imediacamence sa_

fa á visca e o que iiz respeito ao de s f asam e r.t o que se aucnta en-

rre o oríorio acontecer de aice em si mesmc i z.deceuuentemenf e o-a

6ô{
apresentacAo que dele haja, e a pripria ocerzrencia da apresentagSo

disso em mim —

desfasamento que resulta da uatureza mediada da a-

presentagSo e da di lagSo que o erocesso ccr.cizutivo da apresenta-

gSo, pcrque ele prôprio precisa de tempo cara se desenrolar, traz

c ons igo .

Assim, admicindo esse processo na mulcic 1 icidade dos seus pas-

sos ,
por mais rSpido e quase iustancSneo que eie seja, a sucessAo

dos seus diversos momencos leva a que de eua'.zuer modo entre o seu

inieio e o seu termo medeie um intervalo tenporal . Ora esse inter-

valo temporal faz que ce cada vez eu aceda ccm atraso Aquilo que

vai ocorrendo. Cu seja, a cada instante escce ainda sera acessc, ce

go para o que , nesse instante, e numa mulcic 1 icidads de instantes

priximcs do presente (mas a uma menor distar.cia de I e que o tempc

que á necessArio para a constituigAc de apr es entagdes ) , de faeto

estS ( esteve) ai a occrrer.

De tal modo que , embcra postericrmente e oom um atraso corres

pondente á referica dilagSc, tudo isso se te venha a manifestar, s

pr imincio-se o escondimento a seu respeito. a


margem de escondimen-

to afinente a esse atrasc mautem.-se por sua vez, no momento em que

essa ma.ni f estacSo ocorre, em reiagSo ao seu criprio presente e em

relagSc a foda a sucessSe cie mcmenfos que tedeiam entre aqueie que

er.tSo aparsce e c priprio instante em que r- .


aparecimer.to se dá .

Esta margem de ocultag.Sc varia com a r.atureza mais ou menos exten

sa, mediafa, dos processcs ccnsti tut ivce cas aeresenf agdes (dife-

rentes ,
pcr exemplo, conecante o afastameutz em que o accntecimen-

co em oauea se acha re 1 ati vamente a mim, se z veio ou se o


oug_o.

ete .
) . Pcr tal forma que aquilc que de eaea vez tenuo no presente

da a.preserts.g.So que se me da vem de difereutes posig?5es temporais

de diferentes momentcs . sendo correspondenc et.ente tambem nSo uni -


la, tudo isto se reporta a intervalos de terpc de muito pequena du

plano do instantSneo. De c.a". modo que esce atraso,


ragSc, no quase

crata, nSo creeisar de ser con


a perda de que aqui se parece sequer

siderado

tem o carSccer de qualquer coisa eemc uma "quancidade des

prezivei" .

Mas de facco, muito pequeno que se;a este intervalo, ele


,
pcr

correspcnde de cacia vez pelo menos a uma mu lciplici dade de momen-

tos —

e a uma mul f ipl icidade relativamente uuunerosa. Se coincido

'

"em mi.m mesmo ,


nc "centro" do meu pcnco de visca, com aquilc que

acontece no tempo em que estou, jS re lati vat er.re a tudo quantc se

situa para 1A de mim, e a que acedo pcr mediagAo de um processc,

estou de cada vez ccm o cue aconteceu algumas fracgSes de tempo a-

trAs . E estA ainda de cada vez escondido c cee se passa agora mes-

mo, e no passado mais priximo dc que aquele zr:e aparece.

Independentemente de o desfasamer.cz ser pequeno insigni-

ficante ou nSo , tudo acuiio que de cada vez cer.ho dc que se acha a

minha voita nesta sala nSo é o que agora meemc estS a tei lugar,

mas o era algur.s inscances atrSs mesmz rue muito poucos e mui
que ,

co priximos ainda do tempo em que me encoucrz: a mSo q\ie veio nSc

mSo a vejo, ai estS; a cessea que a cada instan


e a que agora, que

te se me apresenta e com quem falo nSo e aeuela cque ai escA de f tc

tc no momento em que a fsr.ho ante mim. mas a rue al era hS pcuco,

ecc . .

A impressAo de dcminic (de sincpse de fraz.zo e irrestrito aces-

me rodeia) ncrmaimente marca : meu ponto de vista re


so ao que que

vela-se entSo, tambem neste pnrtioular dc azessc ac tsmpc ccmo a^

q\ie estS ĩonae de corrssponder A situagSz reai em que me enccn-


go

pelo contrario, olhada frente a frerte nos cor.dicicnr.men


fre--que,

tos a qoe estS sujeita, se mostra tol'uida. sfecrada ?or restrigoes:

eem pontos íou melhor, dcmfnios) cegos . Dc _esme mcdc crue ncs eascs

anter i orment e consideradcs , também aqu i a rea_iui.ade que se mautesr.


fora de arcance situa-se numa posigSo de caracter paradoxal, que,

pela sua exterioridade re lativamente a tudc aquilo a que me estA

dado acesso, tenho dificuidade em situar, ez i.ntegrar no mcdo como

naturalmente compreendo a realidade da sala. Percebido o carActer

pas_sadq . de facto nAo-agora da mAo que se te apresenta, isto é,

percebido que a mAo que é agora se mantem aiuda f ora da apresenta-

gAo, e procurando-se identificar, encontrar a mãc de aqora, o accn

tecimento, a entidade correspondente mantem— se completamente cerra

do num af fora do aí que tenho —

num aqui mesmo ,


que nSo estA po-

rem em nenhum dos momentos da apresentagSo ce que disponho, antes

se situa num "fora dela' que nSc consigo entender, que estS escon-

dido e é difícil de cornpreencer na sua posigSo.

E nada disto fica de aîguma maneira dim.iz.uido ou anulado pela

c ircunstSncia de, enquanto olho e ccnsiderc isto tudo , me "chegar"

a apresentagAo da minha mSo no momento em cacsa


nesse mesmo mc-

mento que antes ccnstituía problema. estava escondido. NSo somente,

como se referiu, o Smbito de escondimento se transfere entSo para

o plano do tempo , entretanto superveniente .. co


novg presente e do

seu passaco mais prôximo, mas , além disso, r.So acontece de maneira

nenhuma que a apresencagSo da mSo no momencc em causa, que assim e

merge, se;a uma apresenragSe livre de probiet.a. Na verdade, tendo

em atengSo que o que me aparece nSo é a mSc uo momento em que apa-

rece, mas a mSo passada, aquela que se me acresenta perde a irres-

crita compreens ibi I idade que a caracteriza na ipcica natural de cq

incidêncis. , no mesmo momento do tempo.. da tSz-vista com a mSo-no-

momento— da.-vi sSo . Por um iado, r.So e a mSo uz cempc em que a estcu

a ver, mas a mSo de um outro tempo jA passade .


Por outro lado —

em-

bora naturalmente nSo faga questSo a recuper ab i 1 idade de aigo que

jS foi, a sua recuperagSo num outro presence posterior


atentando

bem, oferece dificuldade a possibi lidade de cal recuperagSo. A mSo

que agora vejo nSo e propriamente a mSo de "ua bocado , o priprio a-

concecimento dessa mSo ,


que agora js passcu ts.s alco que é (, fem
de modo outro em reiagSo a ela. De tai rcrma que a-
de ser) aigum

de cada vez se me apresenta estS. vendo bem, numa posi-


quilo que

extrinseca iat ivameute a qualquer das cosi


gSo temporal a.mbigua, re

a\:e ef ectivamente tem nc tempo c ericrie accnrecimenro, a pri


gôes

pria entidade a que a apresentagSo se refere .

Mas nSo é este desf asameuto, por imporcacte cce eie seja, que a

tem vist.a, ac faiar-se de um esceuũimento de uma "perca


qui se em ,

de dimensAo" na ordem temporal . 0 que se te~ em vista e antes um ot

cistinto desse, e sem cuja eciae icnagSo nSo se con-


tro aspecto,

seaue ver bem a pripria dimensSo do desfasacenfo que assim se ma-

nif esca .

regirr.e de dif erenciagSo da


Tem esse ourrc aspecto a ver com c

diversidade dos momentos que reina no modc eemo ncs apercebemcs dz

cemco , e com as dimensges do tempo que fal regime cor.diciona.

Se tentar fixar a mulcipl icidade de me-er.ccs que decorre en-

cuancc escrevc no papel a calavra tempo, verificc que r.Sc consigc

identificar ser.Sc u.m nUmerc muito reduzidc ce instances, que tuco

cuase se condensa num Anico ápice: num inicc momencc , numa Ur.ioa

"unidade Mesmc admicindo trarar-se na verdade de uma dr


temporai".

versidade de mcmentcs, essa diversidade arareoe como muito pouco

numercsa— como uma quase-nSc-diversidade _E . excer imente ima grauue

resistsncia a ver de um outrc modo que nS.c este.

Assi.m sendo, porem, se anaiisar o pripriz acontec imento da :ni-

paiavra, verifico hcuve dife-


nha mSo a escrever no papel esca que

rences momencos em que escrevi eada uma ias 1 ecras que compdem a

além disso, momencos diferences na inscrigSo de


paiavra, mas , para

mui t icidade nSc ccde ser assit


cada das letras ipl cue

uma numa
tSo poucc numerosa para cada uma das ietras •

que de quaiquer mo-

do e jS bastante numerosa para a palavra nc eu tcdo .

Havendo ocorridc essa mul cip i icidade rel. . ivamence numercsa de

momentos diferentes no tempo em que escrevi .e papel a paiavra

"tempo", sucsde todavia que nAo sou capaz d diferenciar esses mc-

mentos . nSo scu eapaz de cistinguir a muici clicidade que eu pripric

reconhego como cendo tido lugar.

Em vez dos diferentes momentos dessa mu 1 r i p 1 ic idade reiativa-

mente numerosa .
si ccnsigc divisar a quase- uSe-diversidade do Api-

ce em que a paiavra surgiu sobre o paeel--e plano de apresentagSo

em que me encontrc, incluindo embcra a poss ib i I idade de uma ind i ea

zSo desses diverscs momentos , mantém-se toc avia cego para eles, in

capae de os divisar e f ectivamente .

Cu seja, de forma anSloga aquilo que suz .e nc dcminic dc esna-

go, tambem no horizonce da diversidade t.emp cral a perspecciva qvie

se csm correspor.de a uma siani f icaciva oerc.___=. ce e Lemenc.es nSo ane-

nas ua perspect i vag.So daquiio que e muito a. e se situa icnge

mas tambem na do aue oarece oriximo, daaui 1 eri re.acSc ao auai o

rossc ponto de vista parece estar numa ccsícSo priviiegiaua de a-

e e s s o .

Assim como ao perspeccivur tempos mais ci t.enos extenses do pas

sado cu" do futuro (o diti.mo mês , esta semaza e tempo desde b.A uma

'ncra, o dia de amanhS.etc.) há, eomc se referiu, uma condensagAo

que reduz a diversidade do momentos correscer.dente a cada um des-

ses tem.Dc a uma totalidade em aue tai diver s i dade (a maioria dela)
ainda, apesar de tudo que tal contracgSo, tendo embora lu-
parece ,

ir.tr oduz alguma desprcporgSo entre a multipl icidade real


car, ape.nas

da sucessSo de momentcs e a sucessAo que nce estA apresentada. Ain-

da cue ocorra uma perda de mcmentos, 'una ceutracgSo da multipi icida

de tempcral, nSo earece admissivel que essa cerda seja de grandes

dimensôes

por tai forma que ,


por exemplo, ue intervalo em que es-

■erevc a calavra "tempc", que tSc rapidamente passa, possa caber uma

diversidade muito extensa.

assim de elementos, a incompi etude que hS no priprio


E a perda

ndcieo de incidêneia parecs, apesar de tudo ser muito menos signi-

ficativa no dominic do tempo .

nAo é assim. Esta restrigSo do excesso' da diversida-


Todavia,

de reai de momentcs do tempc scbre a diversitade apercebida na pers-

pectiva que tenho nSc corresponde a nada que ef ectivamence obrigue

a haver proximidade encre ambas (a uma real impossibi 1 idade de ha-

ver crar.de desprcoorgSc entre elas) mas cSe ~z a um condicionamen-

to afim dacuele que naf uralmer.te faz que nzs repugr.e admitir a pos

sibilida.ie de uma imensa mul t ipl icidade de tzmentos na realidade

come E que e isso


ccrrespondentes aquilc que ncs aparece tequenc

cue de facto sucede podem mcstrS-Io aspectcs da pripria experien-

cia cue de ordinSrio se tem dc tempo .

De facto, a experiencia que tenho permite-me ver ccmo o tempo

oode sem gue dele me dê conta. A experier.cia que tenho cer-


passar

mite-me ver comc muitas veees aquilo que te parece-i a mim ser um

"izstanre", um muitc curto correspcr.deu de facto a aigumue


tempo ,

dezenas de minutos s mesmo ate a algumas 'neras (quer dieer, entSc

a centenas de minutos . a milhares de segur.d: s


cu seja a uma multi

muito ampia, na sua taicr parte se manteve


niicidade femporai que

submerca, escondida re 1 at i vamente a minha azercepgSo desse tempo).

^ pxperiSncie uue teuhc cermite-me ver aue : facto de um tempo me


nhum a incomportabi 1 idade nele de muitiplic iũades de momentos mui-

to numerosos, que n.Sc distingo e eu;o rastc ,


tesmc que o procure,

nSo consigo seguir.

Ora isto nSc se passa si ccm dnragôes m ais


icngas, em que nSo

ateuto, mas tambem com duragííes mais breves rue parecem esfar ir-

teiramence sob o meu ccntrcie e serem tSo pseruenas que nSo pcdem

resultar de uma ccndensagSc desca crden.

Se olhar num religio digital o indicadc:r das centesimas de se-

gundo , nc vertiginoso mcvimentc que nele se crocuz .


n...So consigo dis

tinguir cada um dos diferentes dígitcs que s


; _cessivarnente se cons-

tituem e desvanecem, nSo consigo accmpanhar a muitipl icidade fempc

rai que assim se apresenta perante mim--c c' a~ c dessas diferences

realidades, nSo obstante estar ai a mcstra, cerante mim. e qualquer

coisa que me escapa.

Esta situagSo ilustra de forma concreta cealquer coisa aue na

veruade se passa re 1 ativaments a nogies que _*r _ u menos noie em a:a

sSo cerf eicamer.te farniliares, mas a que nSo atencemos n a. ■_>.

de que de factc envolvem.

z assim eor exempio ]S cem a ncgSe de û de seaundo. corr.a

da tSo banai, mas uue de facto corresponde iauer coisa aue na

turalmente se tsude a excluir, rara cue 'r.S .uaar na cerspec-


cem momentos dif erenciados? A partir da perspectiva natural pare-

ceria absolutamente excluida a possibi 1 idace de uma multipl icida-

de tSo numerosa num espago de tempo tSo curte .

E todavia é possível a ocorre-ncia de cem acontecimentos suces-

sivos, diferentes, num iutervaio dessas dimer.sôes. Ou seja, é pcs-

sivel haver uma sucessAo assim tSc numerosa r.o tempo de um segundc.,

nSc obstante a sua brevidade .

E assim também nc que diz respeito a quelquer coisa de aparen-

temente ainda mais impossivel: a dif erenciagSo de mil instantes di_

ferentes num segundo, tai como estA implicaca na nogSo de mi lésimo

de segundo . NAo obstante c que tal dif erenciagSo tem de incompati-

vel com a perspectiva natural ,


tambem 2 pcssivel uma sequência de

mil acontecimentcs diferentes num intervaie dessas dimensdes. Gu

seja, apesar da brevidade de que se reveste, e pcssivel haver neie

uma s uc e s s Sc extracrdinariamente num e r o s a .

Tudo isto signiflea, por exemplo, que errruanto escrevo uma dus

palavras desta frase (v.g., "palavra") deccrre uma multipl icidace

de centenas e centenas, e mesmo de mi lhares de momentos temporais

diferentes. de que normalmente nSc tenhc qualeuer ncticia —

e que ,

mesmo tendc-a, nAo scu ef ect ivamente capaz ce distinguir, de acom-

panhar .

Toda essa mui tipl icidade estA, aos meus olhos, reduzida, como

cjue "aplanada" nc que me parece ser um si iustante —

algo que em ab

soluto r.Ao "tem lugar" para mul tipl icidades zessa ordem. E o resui.

tado desra redugSc ,


o padrAo de apercepgSc de tempo que lhe corres

Doude ,
cor muito que seia o Unico que conhege. pcr muitc que me pa

natural e prcerio, ests assim lcr.ge de equivaler a um acompa-


rega

nhamerito adequadc da sucessSo dc tempo, envclve antes , no que ihe

oarece ser cada instante e, em acumulagSo, nes diferentes instan-

fss scbre aue de cada vez incide, um muitc atplo desacompanha.mento

urr.a muito amuia cerca .


E tudo isto de tal modo que , por outro 1= nSo e somente a pu

ra diversidade dos diferentes momentos tempc s que assim nos es

capa . Com ela, escapa-nos também a multiplic .de dos difereutes a-

contecimentcs , das diferentss reaiidades qu: dem ter e tem lugar


'

em todos esses momentos que assim estSo "su: :s da nossa perspec

tiva —

na mSo que escreve a palavra "palavra tas s imultaneamente

dentro da sala.
-

em tudo o mais que estA em czde o dominio da reaii_

dade compreendida entre estas quatro parede.s z.uma "fuga" que afec

ta cada um dos seus f ocos .

Ou seja, a elisSo que mantém fora do me u hcrizonte, perdida pa

ra a minha perspectiva, tcda a multipiicida de de mcmentos diferen-

tes que cs^bem num segundo e também uma eĩis Se de tcda a imensa mo-

ie de realida.de, de acontec imentos , que den tre desfa saĩa se dis-

pdem r.esses diversos planos temporais. E, s e ;" S no que diz respei-

to ã pura multipl icidade tempcral o volume ie cerda da acresenta —

gSo de que disponho é muito s ignif icativo , rrz.it o mais significati-

vo eie se torna ra iat ivamente a multiplicid ade de todas as realida

des que, no Smbito da sala, se 'alojam" ncs dizerentes momentos des

sa sucessAo que nSo consigc accmpanhar. Em zada um desses diferen-

fes mcmentos que nso sou capaz de distingui r rr.de ter lugar, em tc-

da a imensa multipl icidade d rue se procureu zcsrra: .ue cabe no

espago dc saia, uma tambem imensa muitiplic: . e de occrrencias, ce

acontecimer.tos dif erentes . A multipl icidade reaĩidades e reali-

dades que me oodem escapar em virtude desta engSo re lati vamente

aos diferentes tempos que ccmpôem as mais c ,s duragdes que sou

capaz de distinguir nSo eqivale apenas as c u mi 1 partss , acs

cem ou mi i momentcs que os compdem. Corresp 1


S mu I t ipl icagSo dcs

diferentes tempcs assim em causa por ccda a


tiplicidade do que

em cada instante pode fer lugar r.a sala —

pc: :das as extraordinS-

rias dimensûes de que essa mul t iplicidade . : ar.tes foi posto em

reievo, se pode revestir.

De tal mcdo aue o aue assim se desenha uma amDÍifude intei

69á
ramente a perder de vista e a margem ce nSc accmpanhamento resul-

tante da incompletude da apresentagSo do fezcc, do priprio tempo

scbre se incide, assume tambem ela um caracter abissai


que
.

Mas ainda aeui , nesta perspectiva ja tSz afastada dc que natu-

ralmente conce'cemcs e em que o horizcnte de realidade corresponden

te ao que nos acarece ccmc um instante jS aseende a dimensoes tSc

ests-se ainda longe de conceber, r.a sua tctal envergadura


amplas, .

a poss ibi I idade ce desdobramento dcs tsmpcs zrie nos parecem mini-

mos em mul tipl icidades muito numerosas de ter.entos, em relagSc as

acompanhamentc de dispomos sofre de eegueira.


quais o que

Subsistem ainda aqui exc lusOes impilcitas decorrentes da canc-

nizagSo da perspectiva que naturalmente tetcs sobre o tempo


e que

de facto nada tem que as permita impor.

Para o compreender bem, para detectar ecr.c essas exclusdes ain

da tendem a impor-se, considere-se um exercle de Eergson, apresen-

tadc em Matiêre et Mémoire, ;ustameute nc eer.textc de uma aprecia-

da extraordi.nSria contracgSo que a apresentagSo que se tem das


gSo

coisas representa re lativamente aos dominics de realidade com que

ver
_ 127
tem a .

No esoago de um seaundo, a luz vermeiha ce;c ecmprimsnto de on


ter consciencia o espago de dois milésimos ce segundo, estimado por

Exner, o desfile desses quacrocentos triliCes de vibragoes duraria

nada menos que vinte e cinco mi 1 anos .

A extensSo das multipl icidades , onde nos parece nSo caber uma

diversidade muito numerosa, pode eventualmer.ee abarcar conjuntos de

diferentes momentos com um tSo formidAvel cardinal e as extraordi-

nArias multipl icidades de planos de realidade que lhes correspon-

dem .

s certo que tudo isto tende a parecer farztástico, quase impos-

sivel. Mas essa é, vendo bem, exactamente a zesma exclusAo que faz

parecer inadmissível a possihi 1 idade de havei- dez instantes dife-

rentes no espago de um segundo, e por maioria de razSo cem ou mil

instantes .

E— tal como nesses casos se trata de uma exclusSo que se nos in

culca, sim, mas a que nSo corresponde nada cue se possa documentar

como impossibi 1 idade real —

assim tambem nSc e


impossívei uma tSo ex

traordinAria mul tipl icidade de momentcs comc a que corresponde as t

ses scbre as vibragSes correspondentes as diferentes cores. Uma mui

tipiicida.de assim no que se me afigura ser uc tempo breve é somen-

te algo que tenho uma grande dificuldade em zenceber —

uma grande di

ficuldade que pode perf eitamente radicar aperas na imensa "miopia"

da perspectiva que tenho sobre o tempc

0 reconhec imento que se tem feito da tet.pcral idade estA assim

condicionado A capacidade de discriminagSo qce se tem —

capacidade

que é de facto muito iimitada. E, embora o cue nos narece serem du

ragdes muito pequenas nSo parega ccmportar uca muitipi icidade sig-

nificativa de mcmentos, ser exíguc demais c-ara o efeito, na verda-

de mesmo essas extensôes mínimas sAo indef ir.i damente divisíveis em

muicip i icidadss muito grandes de momentos diferentes que nos esca-

pam .

NAo sei de codo qua 1 seria a perspecciva e errespondente a um a

companhamento inteiramente iivre de perdas r.a cercepgSo do tempo ,

cc
a um di scernimento adequado das diferengas d e mcmentcs . Também no

que diz respeito ao tempo é possivel que ,


rr r mais que se dilate a

multipl icidade das componentes compreendidas como momentos do que

nos aparece como pequeno (e mesmo que essa t uitipl icidade tenha js

uma ordem de grandeza comc a que ccrrespcr.de a perspectivagSo de

tri I ioes) , ainda assim se esteja muitc aquer de uma perspectiva

nAo redutora.

E de qualquer modo ficc muito aquám de te


t conseguir aproximar

seauer das perspectivas de mais modesta "di _


=
tagAo", de mais mcdes_

ta redugAo da perda no acompanhamento dc te — _ o .

Percebo q\ie no modo como vejc hA uma per ia a este respeitc, que

essa perda pode ser de muito grandes dimens Zes jS no priprio Srnbi-

to do que se me oferece como um "insfaute"- -eomo uma "unidade míni

ma
'
de tempo. Mas todcs os esforgos qne fa gc no sentido de conse-

guir distinguir melhcr c tempc mantém-se to luidos na prcximidade d;

padrSc normal de discriminagSo . E, cor mais que considere a possi-

"

bilidade de grandes mul tipl icidades de temc e nesses" instant es ,


tu

do isso oermanece totalments fcra de aicar.c e "submerso'em reĩacSo

ao meu ponto ae vista.

Deste modc , nSo somente tocas essas mul tip I ic idades sSo qual-

quer coisa que se acha completamente fora de perspectiva na apre-

sentagSo natural , mas , para alem disso, suceie também que , mesmo

uma vez advertido para o respectlvo ca.bimer.tr, e tentando ievar a

minha perspectiva a um accmpanhamentc disse tedas as tentativas

que emcreendo sSo goradas


, e permanege tcrahzer.re presc na pers-

pectiva naturai.

E assim, também no que diz respeito A diter.sAc temporal , a mar


-

gem de desacompanhamento de que padece o resse pcutc de vista po-

de . mesmo no Smbito muito restrito dc seu rzzz de incidencia, ser

de factc uma margem muito ampia, abissal e tesmo de abismos de a-

bismos. Os diferentes tempos e os accr.cecite z.tcs cue cC-m iuaer nes


f.a saia no intervalo correspondente a u.m segur.do podem muito bem

equivaler a uma multipl icidade de sucessSc te.tporai e a um conjun

tc de acontec imentos muitc mais numerosos de rue aqueies de que na

turalmente me arercebo no espagc de uma hora eu mesmo de um dia,

etc . E nSo e seqner possivel determinar once =


que a amplituce das

mul t ip I ic idades que assim cabem nos tempos cais breves na verdace

tem o seu termo .

Tamhém este Sitimo recuto da tese natural de prcDcrgSo. que e

a "evideucia" de que no clano dcs tempcs breves nSo pode haver nrr.a

margem s igr. i f icativa de desa anhamento, uaca tem ua verdade aue

c sustents , nada tem que supcrte a fese de 1 imitagSo da i.uecmpietu

de , em que se oas^ ia . Tambe.m neste Ultimo retute a forma naturai da

128
nitnc^ assivei cie ai fera-

2.1.2.7 Observagôes sobre as modificagSes iutroduzidas pela de-


tecgSo da i. iic ompletud e da apres encacSo no práprio foco
de i nc i d e nc. ia .

1 )_0__e sba r, i m e nt o__d qs l imites _, _as representagges espúria s


_

de total idade, as teses de homogeueidade e de relegagAo


de importAncia como fenimenos nSo— reoionais , afectando
a apresentagSo em cada um dos 2 ) A aniso-
seus mcmentos .

^r.9£ 1 A_ fl 9 s ^-
n. Y l_s_
e ^- e
_e ig^ncia
x nc =
companhamento d a ap r e
-

sentagSco e a estrutur a do "territcrio" do olhar no prô- __

pr^io^ campo de inciáência.


agravamento da crise de 3) O
a u t o c o mpr e e n s S o _dg_ ponto de vista ua verifica
gSo_ d o ag
bismo de inccomp 1 e t ud_e_ gue tem iugac uo prôpri o foco d e
incidftncia 4)A_incomp_letude . e a 'desarticulagSo" da rea-
1 idade na sua apresentagAo 5) 0 ab ismo do campo de es- .

co nd i ;ne_ n t o_ s__h no o rizontes externcs e a sua re -mu i tip 1 r-

u§ j. So a pa r_tir_ d o a bi smo de incomcletude no prôpr io fo -

co de incidência.

acos , er.treta.ntz. todc estes asceztzs

s eo r.t o e s o br e o mc dc c om

,muo ce incicsncia ■ansr irura a cereeD. da finitude e

n z i n am e u t o em uue
Trata-se de pontos que de aĩgum modo jA estAo aflorados no per-

curso feito até aqui , mas que ainda nSo se er.contram suf icientemen

te acentuadcs, podendo por isso passar inacvertidos .

1)

diz respeito ao modo ccr.c .ambem no crôprie Sm-


O primeiro ponto

bito de incidôncia e re iaf ivamente ao domiui de realidade que ele

concerr.e se encontram precisamente os mesmcs 'enimenos de condiciq

namento de perspectiva detectados na anAiise .cs horizontes exter-

nos .

Assim, um lado, vsrifica-se igualmente r.a apresentagSo da sa


por

ia um sistemAtico esbatimento dos Iimites,__u


uta sistemAtica nAc-de-

marcagSo dos campos de realidade de que hS u


u_c. acompanhamento efec-

tivo e dos domínios afectados por escondimeu


uto . Veri f icar.do-se ao

mesmo tempo também o fenômeno de extensSo a rearente. de arredonda-

mento do campo de apresentagSo para IS eos _ cites que erectivamen

te o confinam —

de tal modc que , estando eu r .itc iongs ds um accm-

panhamencc plenc da realidade a minha frence e precisamente num a

companhamento pieno que tenhc a sensagSc de

Por outro ladc, verifica-se tambem uma si t e mS t i ca t e nd e nc i a pa

ra o func ionamento de reprssentagdes inauter. :ieas de totaiidade, f;

zendo que , ao incidir-se scbre horizontes ua ver-dade inacessíveis ,

corresponuentes a multipl icic.ades que aSc se


e tem ponto ce vista ea-

tenda compreender esses herieontes, essas mui-


ra acompanhar, se a

esf ivessem efectivsmer. ts accmoanhados seu


f ip i ic ida-des comc se no

todo, em sinopses aparentss que "tapar" as

que se trata .

Ccnfirma-se deste modo que c esbatiment

fica aoenas um fendmeno que se prcduz nas

des do campo de apresentagSo . e sô nelas (:

rea : zuaC'

6G?
teiramente varrido, inteiramente coberto —

uc. dominio de realidade

que fica longe dos limites que confinam a acresentagSo e em que ,

por ccnsequencia, tambem o esbatimento dos li.mites nAo pode ter lu-
129
gar) . NSo .
Segundc as anAlises efectuadas, tambem no centro da a-

presentagSo e em qualquer momento dela na verdade nada h.S que nSc

confine ccm horizont.es r.So-acompanhados , naũa hA que nSo seja con^

término de um horizonts (e mesmo de horizoutss )a que nSo se tem a

acessc cu a que se tem um acssso diminuido . E por outro lado todos

estes limites assim omnipresentes estSo esbatidos —

e de tal mod.o

que o acesso se apresenta compacto , inintei-rupto .

Embcra o nivel de acuidace fde grau de determinagSo , de exige.o-

cia) seja muito ma.is elevado r.o niicleo e no fccc de incidôncia, es

sa super icridade é apenas relativa, nSo eq-eivaie a uma acuidade

total, a um grau de definigSc s a um nível ce exigencia que impos-

sibilitsm o esbati.mento dos limites. Deste t.cdo o esbatimento nSo

é um fenômeno de incidência episôdica, que si diz respeito as "fran

"

jas" da apresentag.So (sô comega a intervir r.a transigSo dc "centro

para a "periferia") mas uma oaracterí stica constitutiva do mcdo cc-

mo estA organizada toda a apresentagSc que temes .

Por un lado, o que está ef ecti vamente acreseutado (cada um dcs

momentos distinguiveis da apresentagSc de que disponho) tem um ca-

"

racter intersticial ,
corresponde na verdade a um entre" nc contex

tc de uma contir.uagSo , de nrditipias frentes de continuagSo. Por ou-

zro lado, a perspectiva que se tem caracter i ea-se por estar sempre

eoncencrada , absorta, nos prôprios intsrsticios que assim estSo a-

presentados . E a continuagSo, embora co-apr ss entada e decisiva pa-

ra a conformacAc da perspectiva que se tem e algc de que o olhar

estS s i stematicamente desviadc , e aige s ist staticamente descuracio .

qus se enccntra. dosf ocado na apr esentagSo zuz.a desfocagem qce ;us

tamente r.So consiste na apresentagAo dissc zê.tc desfccado, imprecc

sc. pouco nltidc, mas ar.tes na crOoria inaeereepgSo da ausSncia ds


Por outro lado, as representagces inautêc icas de totalidade re-

velam-se ccmo algc que r.Sc apenas tem iugar : e lativamente âquilo q\

naturaimente nos parece grande ou muitc gra.t: e mas também relativa-

mente aquiic que nos parece pequeno e mesmc '. astante pequeno (es-

tando envolvidas até, ocmc se procurou mostr ,r, na prôpria apresen

ra-So do que ncs earece "simples"). Tamhém e as , deste modo , se re-

velam como ccns t ituindo muito mais dc cue ut ferômeno meramente re-

qionai , af ectandî algum.as áreas do campc de apresentagAc . V

fiea-se antss cue praticamente tcda a aprese: :tagAo que tenho estA

representagô'es deste genero representagSo


"montada" c :e a es-
por

forma de representa: :Sc esfS "utiliza-


pdria de totalidades é a que

da" na apresentagAc de fudo aquilc a que nat" .raimente tenho aces-

so .

Em cerceiro lucar, cemc se apcr.tou, ramtec a tese de homogenei-

de reiegagSc impcrcsne: ,a afectam a apresenta-


dade e o principio ce

gSo do nũcieo e dc fcco de incidencia e ints: ~/em a preencher neles

codas as esferas a respeico das quais hS dec îito de acompanhamenf c .

Essa intervengAo produz-se continuamence na .presentagSo normai e

dS-se cambem qu.ando ,


crccedendo-se a nm ievae .tamento do que pode

escar a faltar nc priprio oampo de real idade para que se está vcl-

tado , se chegam a idencificar cemacicamente •


•sferas de iatôncia

presences nele. C fundo enrai zamenco do prir; :ipio de homogeneidade

manif esta-se de ferma muico flagrante precis: .mente neste contexto

e em especial naquilo que se passa cuando a : "evisSo da situagSo de

incidência faz de. :cobrir esferas de rea


acesso no eroprio campo de

lidade inceirameuce ncvas . Ao produzir-se a ascanoni zagSo do regi-

me nacural de fixagSo de decermi nagdes (tar.c nc espago quanto no

a escar em referSncia ca.tpcs :e reaiids.de de que an-


cempo), paesam

ztiormenre nSo nuyqa r.ialauer notlcia ret : iesmo em horizonte, nem

i 31
seau»r da forma mais remcfa). G;a , ao produr; ,r-se essa total inova-
esses campos mteiramente ncvcs rer.iem a nS

tais incogni tas , em perspectivas inteiramen abertas ,


que os dei-

xem sem quaiquer preenchimento . NSo . Embora raiz a vigencia do

princípio de homogeneidacie r.So se estenda a campcs de reaii-

'
dade r.a verda.de, de raie o r.a cuaicue zia de les ) , assim

rererên s eamcos.. e.a e ee que aucomaticamen

mcaa iaca ic principio de hcmoceneida: czrna-se como que

automat icamente pcrtadora da sua tese (com <


miragSo dos aspectos

nSo sSo compativeis ccm aquiio que e pr: co dos ncvos campos,
que

mas
'

rtroduz indo ir.extl :e itamente todas as :


erminagCes que nar.u-

raj.mer.te e i •/ i'iii na preqecgS! geneiiade e a respei^

co aas quais nSo se faz r.ccar qualquer incer cibiiidade dessa or-

dem) . E isto de taĩ mcdc qu- esses novcs ca: ;s de facto surgem

sempre jA "invadidos" por hcmcgeneidade


em rnhum mcmer.ro (nem

mesmc no da surcresa da sua descoberca) ara: :sm tocalmenfs em a—

sem nennum oreencnim^nt.c ce c.ecerminar ao . sem cie esse rre-

encnimenfo esteia assegureec por nccas Ce .uace . z. o mesmo

prineipio

va 1 e , mutatis mutandis, cara o d s. ■


l± r-r.a , ~Sc de impcrtdn-

;este mcdc . embcra ha~a liferencas cronur.e i adas or' r r- s n

ces seccores cc c.ampo ue acresenca ;:lc , essas eirereugs.:- nSo uizern

resceito a presenga e ausôncia desces fencmez.es :nas aos niveis de

determinag-So , aos enquadramentos , ef.c . e:n que se produzem. E toda

a apresentacSo que se tem esfS 'entretecida : em íua eresen-'-'a e

seguadc pcntc diz ípei-.a "d uma uecu.iar ortia z. e


organi
-

cue naturaimeute reiza nc nossc conto e visra, cue est.S eu

'/Clvida nc esbatimentc dos

"0?
inautônticas de totalidade, na vigôucia do princípic de homogenei-

dade e de relegagSo de importSncia e que , ccz eies, faz que a des-

coberta dos amplos campos de escondimento que hs nos horizontes ex

cernos e no prôprio Ambito da sala (ou de quaiquer foco de inciden

cia, mesmo c rnais famiiiar), cenda a nSo se dar e sd raramente se

de.

Este segundo ponto tem a ver ccm diferengas uo nivel de exigôn-

cia com que sSo seguidos cs diversos momentcs de realidade que me

rodeia. A sua interf erência na apresentagSo do prôprio campo de in

cidôncia manifesta-se logo na análise da apercepgAo que normalmen-

te tenho dos interiores dos objectos opaccs .

Os niveis de acuidade e de exigôncia no ncsso acompanhamento da

reaiidade que nos cerca nSo tem uma distribuigSo regular, homogenea,

para todo o horizonte de acresentagSo a que estamos abertos . Distri

buem-se antes desigualmente pelos diferentes planos que esse hori-

zonte ccmporta, de tal modo que tambem neste sentido o "espago" da

realidade de que tenho notíoia nAo é isôtropo.

Como se apontou, para perceber claramente ecmo esta anisotropia

e decisiva no prôprio campo ds incidôncia, basta imaginar, por exem

pio, comc seria se existisse relativamente as superfícies externas

dos objectos a mesma imprecisSo, o mesmo "litieo' de determinagôes

em aberto que caracteriza o acompanhamento que naturaimente se tem

dcs interiores. Enquancc em relagSo as superzfcies exteriores cau-

saria problema nSo cer uma determinagSo precisa, claramente estabe

lecida, fixanco as suas caraccerísticas ,


nSc terturba nada e passa

mesmo inteiramente despercebida a ausôncia de em acompanhamento e-

quivalente no que toca aos inceriores. NSo setente em relagSo a es

ces nSo hS uma apresencacSc como aquela que . a despeico de cccas

as restrigdes apresentadas , ainda assim se cem das superfícies ex-

ternas (antes qualquer cc^isa de muito indetert.iuado que de facto

os deixa em escondimento ) , mas , cara além disse, havendo uma not.í-

cia desses interiores e ccr consequSncia tamee.t a poss ihi 1 idade de


percener c seu escordimento , eie é eualcus cisa de aue o ecnco

de vista normaimente nem chega a apereeber-se .

Ou se;a, tambem nc focc de incideneia c a: :esso que hS e coinc

que um acesso dirigidc por um ccn;untc fundate: cal de quesitos so-

bre aquiio que rodeia, quesitos em que est-So e: s causa alguns e mes

mc muitcs aspectos za realidade á ncssa vclfa : :as de facto nSo to-

dos , e na verdade muito menos do que aqueles di cue e f sct i vamente

oonsta essa reaiidade. HS uma "greiha" de asee: : c o s a es o I arec e c e

que o ncsso acessc normalments é de mclde a ac :rar. Essa "grelha"

e bastante m.ais restrita do que a que correstz: :deria a um acompanh;

mentc oieno, e uma 'creiha" fcrtsmente selecti"

Esc larecidos , coino normalmente estSo, esses aspectos .


o oihar

nSo vai mais aiem em i evantamentc da rsalidade cue o rodeia e, mes

mc tendo mengSo, refere.ncia, de oucros asceccc ;, sacisraz-se ccm

qualquer vaga e imprecisa apresentagSc celes.

E nos momentos de realidade ccrrespoudec :es a ests oon;unco

de quesicos (que r.So se prooura aqui idenci fie: . r e x a ustivam e r: t e nc

seu eleĩico, mas ce que se pcdem ci~ar, para ta . s eabaimence se ecm-

preend^ ze que e cue se trata, a defirigSc dz. :


concorros dos ob-

a demareagSo do espago transitavei e c.de li S oeef Scuics

o es tabe i ec i mer.t o na distaneia aDreximada cas :cisas reiativamen-

te a nôs , o conjunto dos tragcs diszintivos su_ f icientes para esta-

beiecer o ccnf rasr= eZifre cs diferentes ũblectcs

cAc do cipo a que gercenesm, eco .


), e a esce :n;unto
zon de mcmencos,

eu;o apuramento , como se procurou noscrar ;cicui


cez.e-c scmence uma

per.z pec-1: iva exeerfuaia, esquemScica dc domiriz; de


■: realids.de cre

sente nc campo de izrcidência , cue a Lc


aoresenracic de uue se dispde

5_e____sn .

E, haver.de , oornc assinalado, uma mobiiids.d- e: o : r.ar , umu mcoi


cue essa mobilidade. essa mudanga de fccaget tende a prcduzir-se

somente dentro de um conjunco restricc de fcecs de incidencia —

pre

eisamente acue'. e cue ccrresconde a "grelha" desces quesitos natu-

rais. De fal modc que nunca


ou sd muico discraidamente —

se foca

todo o imensc "mundo' de outros mcmenccs de realidade q->ie , conse-

ver.cer esce ccndicicnamenco os dotinios de realidade do


guindo-se ,

Drôcrio camDc de incidencia reveiam comportar.

E, deste modo , tambe.m a ncgAo, antericrmer.ee fixada, de terri-

tôrio do olhar adquire uma dimensAc nova a carrir da anAlise da si-

tuacSo de acesso tenhc re lativaments ac erfprio campo de inci


que

cSr.cia.

A fixacSc do olhar num territdrio e um fer.cmeno que tem iugar

uSo re lat ivameute acuiio que e remoto tas tambem reiafiva-


apenas

mente a horizontes na verdade muito prôximos t.as que c alheamer.to

dc olhar, a sua íixagSc em determinados plar.es de incidôncia, tor-

na distantes .

0 terr i tOrio , neste sentido, eriquanto dc.tiuio em que o olhar se

tende a sediar, de tal modo que se apaga tud z c que se situa para

1 a deie, nS.o "fech.a", r.So rstém, níc fem este efeifc de exc lusSo a-

cenas re 1 at ivament e ao cue de a'.gum r.ccc se situa ionge, ncs hcri-

zcntes externos, mas tambem a muitc exteusas areas de reaiicaue

príxima. z uma estrutura permanente zle zcuf ĩnamento dc acessc (de

da mcbiiicade cue e possivel, de retengSo do olii.ar muicc


travagem

aquém das pcss ib i I idades ds alargamento de eerspectiva que na ver-

dade estSc ao seu aicance), estrutura eue afeoc-.. sem exeeegSc, tq

das as regides dc camec de aprssentagSc .

"

assim udo e aesnas re iativamente , zrr exemclo, ao espa-go

de Lisboa (e aos honzcntes de reaiidade aiuda maiores do que es-

se), o campo da reaiidade expĩorada fem cta ccr.f ormacSo capri-


que

chosa, irregular ,
ccmo um conjunto de 'correuores sempre -.argina-

escendimer.tc di stribuint vSr:a,ue


-

e : s e ue rorma
dos por campns ce
encontro (e, em gera., re . acivamente acs civersos camccs de incr-

dSncia), e essa a fcrma do campo efeetivamer.ee explorado nc eurso

*-
ô o
encacSes cu . . v.

•')

sagem da detecgSc dcs campcs de esccndimer.ee ecrrespondences aos

hcrizonces externos cara a veritieacSc da cczrrência de uranc.es d:

m Inics de escondimento no práprio dominio de iucidência (e para a

inversSo da relagSo de forcas t ido/nSo cido ac= mesmo :;-ece domí-

nio) cor.se icui um decisivc ponfo de viragem ra autocomrreens-So dc

nosso pcnto de vista.

Nesca viragem cai u:n erinclpio ĩur.damer.ra 1 dessa uutccompreen-

sSc, fai eomo natura imente estS enraizada —

e crir.cipio (inexplíei-
to . sem ddvida, mas que de facto escS semprs cresenfe e nesemcenu:

'■
uma f ur.g S e di r ec cr i e s e gund o o qua I acu i1 o zrze s e s i cu a perante

nds ( aqi:. i 1 o para que o cihar se acha vo I tadc —


acuilo scere o q-.ua 1

de •uada vez ests f ocadc : , fica uatura lm.ente exposco", posto a nu

"

nc acessc eue assim temes, varrido" por eie. De tai t.cdo que a

realidaue que ai se sifna é re_ye_lada.

E esse principio que , de forma paradigmaci ea , se eneontra ex-

pressc uum dialcgo er.cre Ha.nlef e a Rainha, ua respcsfa que a P.ai-

nha da a Hamlet (e que e a rescosca que ecr r.acureea tenaemos a d;

alcc aut; desde semere crienca o ncssc recouhe z imento i; aue femcs

"Hanlet: Do you see nothing there ?

133
Qucjen: Nothina it a. . i ; vef all that Ls I see."
titui cualcuer ccisa por que r.acuralmente nc, orientamos, implici

tamente presente em todas as aeresentagdes c : naturalmente temos

salvo ncs raros casos em que razQes circunst .ciais impedem o ace

olhar
"

so que ncrma lmente o nossc garante . ?e 'ume auesc »


? C

mia, designa-se essa supcsigSo pcr princlpic :a rainha.

Trata-se de uma tese f 'indamenf ai ce domi. ■da esfera de inci-

usreia. uousagra a coc:

fem e, desse modo ,


a equivalôncia encre amba e c controio tcta:

reaiidade i ues
■dessa esfera de pela acresencagSc p íĩî e

cue s e c s .

se sentido, c pri ncipio da ra i n ha e acru i 1 o q nc quadro dc camco

de incidência, ccrrespcnde a forma nacural d finitude. Dizer isto

Dcc.e, entrecanto, 1 evar a eue z.So se pereeba em o seu paoel, con-

siderando-o apiieagSo concreta


como uma mera _ — . >j . 'nia nacura, a

;ua esce< Se inciceuzza. ^uar.c

pri.ncipio cem uma func.So diferenfe da d: uma mera apiicagSc

secccr :a. stentsculo de foda a

_=. c n r-a t- ra T -. z: H C em f ornec e nd c i ne x —

clicifamente a referencia, a base para o seu uzc ionamento fora cio

prôprio campo de incidSncia. iía vercade, o e icz de deminio que e

c on j un c ame nc e erocu z i ielo e sbacimenco ics imices, peio campc u

f ami 1 iaridade ,
peias geio principio

fulcralmer.ee dc pri ic da rainha, de


de hcmcgeneidade deper.de

tal mcdo que todas essas mcdalidades de apre ac Sc co r resDondem a

~ -

formas de extensSe, de rrereuacSc da tese de inio em ■____. ._

priucipio. MSo porque s ign : z iqus:

cc dc seu Smhito exaccamer.ee r.c modo eomo va ,r:o cam-

'
£. T T i3 3

mesma preter.sSo que a respeito desfe) mas pe rrue as mccaiidadee

resnondem CSm ccmo referer.ee esse crincipic re.sr:vo ao c arn n c

I do ieuI
- -•
_ĩ iH
i ue i dS nc i a e fi c a.m c o mc etame nf e s s tr c a I S. T.

e cmo a c c r:c a u :
ccm aquilo que ficou a descoberto r.a anSlise ca situagAo de acessc

e cas possibil idades de inccmpi etude no prôpric campo de inciden-

c ia .

Cemc se cencou mcstrar. mesmo onde o olhar r.acura .mente em na-

da se acusa ccrnc deficiente, mesrno onde as eec igdes de acesso pa-

-
o
r~
_____

'iDcimas e e aparencemence mais ivc c acesso de eue

se dispde —

mesmo aí essa suecsicSe r.Sc corree r.de a


situagSc em

que de facto se ests e hS um grande ccniunto realidades que o a

cessc na verdade deixa de fcra.

E esta queda da aurocompreensSc natural, es- perturbagSo do pon

tc de visca, e fanco maicr auar.fo c voiume fz scondimerrtc cue se

reveia a ( c vo i ume da

quiio aue estA ai e nAose vô) e tambem e 1 e tuif:o maicr dc q\:e o

dcminio dacuilo cue se cem


e na vercade u:r. v me esmagador , abis-

A tese aa aqui drascica-


1

prcporgSo e
auequagSc uc aeessc e-se

mence desarticul ada —

desart iculada nSe acenas c cianc, ainda as-

sim re 1 ac i vame nc s secundSrio. dos hcrizcntes cernos mas desarti-

cuiada no para nís tuico mais impcrranre1 r.u ec disso


v mesmc
antj

o gua 1 esc.amos--r.aqui i o para que de cada vez camos a oihar, no

rrCpric 'cer.cro' ciissc r'ue aparece. or.de pare ma i s ev i den


~

e a

sua ccnsiscônc ia .

r1 1 tJ ^ Tl C íde zzt a susoensSo da ce-

ee ue uom.r.io em re.azao acs ncrrzcnces excer: a uo


queaa prin-

cipio da rsir.ha, ncs mcides em que se deseuhe r.U o de i xa su bs i s


-

pe

corresconde ar.ces a eerda fccai de cuaicc pI ano c nd e e i a v i -

gore. N^sse senfidc e muifo maior c desamca: cue resuita dessa

queca . A' em dissc, a esfera ze reaiidade c:e ■

e : pi o da r a i nh a e prec i s ame nt e aqu e 1 a par a zu -

-arece mais qbvia e

firme a oref ensSe z.-cura. de a.zauce e a fcrc

?0c3
correspor.de, aque'.a or.de parece mais excluid: e aoerrante que pos-

sa haver muifa (e ainda pcr cima uma tSc ext: LcrdinAria) incomple-

tude, e ao mesmo tempo tambem aquela que , nc cscema de fixagAo de

habitualmer.ee rege a nossa p- nspectiva, ocupa o "lu


importSncia qus

eĩe.

gar" mais centrai ou coinoide pelo menos em ■ar.de parce eom

E ocr outro lado a crtcrla natureza da i; cmpletude manifesca-

-se tambem ccm u:n carSecer diferente dacuele 'ue , a.nces de anaiisa

prdprio Smbito incidencia, fen-


da a situagSo de finizude no

se

de a

um carScter mais grave mais pez~ erbante


supor
.
,

trata de uma quesfSc d amplitude. de enver-


NSc se ja somente

de iimitazSo puramente "cuantirr ,va" comc se o ponto


gadura, uma ,

de visra, ao incidir, dispusesse de urr. acess o adequa-do a realidade

dsvesse
• -

sobre que incide e a imccrr.pl et' .e a t i


au o c c:
sujeicc se a-

oenas A Iimita.da "lotagSc" da orôpria esfera ce ineidência.

Ao ccmpreender-se assi.m (e á assim eue ai uda se tende a ccmpre-

ender a incompietude nc termc do exame dcs h erizonces excerros), in.

dependentemente dc rrsr.de conr ir.amenro que s e r sconheca e ccr mais

te s e a c r e s e nt e extremo sup C e
-

se ap e s ar ce tudo uma crocor-


qu e e s .

entrs o ncssc de vista e o que hS z.c seucidc ie —

pelo me-
gSo ponto

nos em reiaoSc acuilo rus acarea, as cartes ie reaiidade sohre jue

incice —

c pcnto de visca cor uma apresencaga

quada do campo de realidade que Ihes ecrresp

Y.as de faece r.Sc se crafa aper.as dissc e a rahursza -da perca

vai muito mais iouae.


tal modo que , mesmo achaudo-se elas incluidas nc domlnio de reali-

dade cue o pcnto de visfa ccnsegue abarcar, tesmo estando o acesso

oriencado na sua direcgSc "a olhar para elae ', de todo nSc figu-

ram na apresentagSo de que se dispf-e, antes se manfem numa posigSc

de escondimento .
PosigSo de escondimento que r.So se desfaz mesmo

quaudo de a 1 guzi modo .r.e arercebo de que esrSz al ,


que estSo a ter

lugar, inesmo quando as precuro pcr a descoberto, mesmc quando in-

s istc e pcrfic nessa teutativa.

E iefo de fai mcdo que nSo é apenas esta ou aquela realidade

solta, aqui ou aĩi nc meic do campc de incidsr.cia ( no caso, a sa-

la) que estA abrangida ccr esfa cegueira, cu. na expréssso da rai
'

nna, pcr este "r.Sc ver aquiio que he. . Antes accntece que , como se

crccurou mcstrar. a eada mcmento da saia tal oemo a ve;'o ecrrespcn-

de nm ccmplexc--e um complexo muifo ampic--de realidades que estSo

" ' "

ai, mas f ugidas "da acresentagSo que tenhc .


zesaparecidas neia. E

-i esmagadoramente ;na i s o eue assim estS abrar.gidc pcr esta outra

forma de eegueira. eiid_do pcr ela, dc cus acuiio cue se acha dado

"

sararec ido r.a apresentagSc da prfpria eszera :le inciiercia pcde de

factc corresDonder a ur. abis:no comc aauel-o ci- se oomecju a ciese-

d \
cimenfo dacuiio aue se mantém fora da apreser.t agSc .

Sucede na verdac ea aa ir.ezz icletude deteccada e

de tai ordem de factc envoive uma extrae: LinAria simpl i f icagSo


que

re lativamente ao compiexe da realidade prese. :e nc prícrio foco cie

incidênc ia--uma simpi if icagSc que faz que cs •iementos de realida-

de cobertos pela apreseucagSc disponivel esc am "arrancados" dos

na verdade se ineeret, desa :icuiadcs deies. Num


complexos em que

iso'.amence cue fae cercer de vista a pcsigSe ;ue ef ect ivamente ocu

pam no "tecido" da reaiidade.

A bem dizer, embcra esce seia um aspecce :e r.So se chegcu a a-

cencuar, esta desart iculagSe dS-se ;S na crt' 'ia rsiagSc entre o

dominio de incidência e o seu extericr , o f.c .zcnce de continuagSc

que c envolve.

Com efeitc. na perspeeeiva que r.aturai.te: :e cenhc da sala em

cue me enccntro (da realidads cue nela hS eesca sieuacSo que e a

ce estar aqui sencado a eserever a minr.a tes 3 ac: cmDanhame n t o

imeciaro ccjm cue iido, isc —

fer.de a feehar-se nc prtpri

lar.do o de realidade apresentado do ee: em


campo

qu e s e a e ha e nv o i v i do .

irr"ar:i , nunca me aparece :n

ce iramert e desDrerdida do seu contexto. dGS rizonces esoåc ic-rem

circundam, ar.ces se dA semcre com referSncia a e-


porais que a

_le_s, integrada no seu meio. Mas ,


por outro '. ac.o., issc n-So signifi-

oa de modc nenhu.m que ua v-rdade se aehe aerss-

insere, e;r; ceza a IafiJ-uce das 1 iga


conjunto de cone^fles em eue se .

ecm ouc.ro s mcmenccs ce realidade que z.a ".*■


gees

co lonce cissc. Mesmc nSc indo aiém dcs ascecccs que numa rSpida

refiexSc sou caeae de idenc i f izor , sem nirizu.

ciexa rene de envo Ivimencos , muito para 1S iaz'guilo para que ncrmal

mer.ee ( em hcras e hcras ,


diae e ciias, e mesr.e meses
: e meses de con

t u ,--

o ccm esca real icaue


'

esccu aceuco o-a acretsentacîc ia saia.

"1
la isolada da cor.exSo aue fem com os aeonte' eutos que muito Icn-

ge daqui têm iugar r.o sol, sem a seguir nes: crcveniSnc ia que se

ir.dica ser a sua .

Ter.do a acerceber— me da temnerafura rue na sala (e q-ie , se

fcsse subseanc ia imence iiversa da que e, le- ia r.So 5C a crue as

eoisas civessem muic.as determ: nagdes difere: s das tôm. mas


que

pcss ive Imer.t s tambem a que eu erdprio nSo e vesse no aecnteci-

mer.ro cie iucidee em que a sala se apresenta em a seguir na liga-

gSo em que tamb^m estS com os aconf ocimenf o

cia csm lugar no scl e por oucro lado zambe: o cr ô pr i o nd o I s o da

Terra .

Ter.do a ver a saia z.a sua pcsicSo escáve 'solida", desliuanco

-a de coio c cor.jur.c: de reaiidades c a . crcam aguentain o seu

eeso, fanto nc pree-rio oredio, abaixo de c e s t ou ,


qua nt o no s o i o

em aue a : nce .s c.i e ■ e . et v'e des 1 ieardo-a outrcesim de

tcuc o corcur.to ce conexd usm esse mesmo ceso).

/e;o o acorc ec imenc

o a vive —

ia, i ndeDendentemente d 'i . ^TI e!H: ũos-

minna viua. m-aurezi a atmcsrera ter~estre e as coudicíes

■±_. :i ■._]

i n '0 e t e nCc a o cs iivros que a. z.a

.<So corn as pessoa ntes que ce escrevera isoiadoe do tempo

euicSo , zrahaiharam z.isso, da

"

v ^ c o a c o :í t a c i

lenueo-emenre u

oos uue sei onde — 1 e i o no u es s e cro c e s


• •
c c
~,c i (J

sts envclvĩdí -i c o ;■■ :■!

(12
aqui .

Vejo e ter.dc a ver a situagSc em que esteu, a escrever esta te

nesta estes contevidos ir.decendentemente de todo o


se, lingua, com ,

muitc longo processcce todc c muito tempo 1: t.su aprendizadc, tan

tc nc cue die resD-eito a saher escrever, quar.tc no que diz respei-

to a crôDria lingua, cuanto ai.nda no que fcea a fcrma ccmo a pcueo

e douco se fci conetituindc em m.im caca uma ias perspectivas que

Veio rendo ver a prípria li.tgua esquecido do mc-


aqui expcnho . e a

do ecmc me vem de um temcc muifc longo, ce 'cte mnitidSo ue pesscas

que a forjaram, de uma longa série de ccnflitos, de desenvo 1 vimen-

tcs que fieeram que ficasse a ser a 1 lugua falada na terra err. que

me encoutrc, eto. .

Ter.ho-me e cer.do a cer-me a mim prfcric isolado de f: r-Ll 'v ^....

do de acontecimencos cara li de mim a cue se erende c fa: Q -^' 1

oricrio ser,d..e cer mSos como as qus fer.ho. de ver ccmo vejo, eco .

--des 1 igando-me de coda a imeusa sucessa: de reaiidades ics meus

antes deies, os pais de ies ece ef c eor onds passou a pcs


pais e, ,
.
,
.

sibilidade de eu ser e escar 'agcra acui .

Veio e fendo a ver a sicuacSo em cr:e esee _


•' em casa, a trabaiha

na mir.ha fsse) , indeceudentemence de ccco e siscema de organi zagaz


Cu seia, todos esces aspecros permicem ver que a persoectiva em

■que ncrmalmente n;e eueeucro a respeito do que se me acha efectiva-

menfe apresencado tem a reaiidade em causa arrancadu de nexos cue

de facco sSc os seus, acoteanhando-a assim seter.ee numa adopgAo abs

tracta .

E ecr cutro lado aiuda q'ie se ccnsideret aper.as estes asnec-

zcs, eiee permitem de cualeuer mcdo perceber tumbern como mesmc sô

este ccnjuncc, r.So incotpleto (e que ccrrescer.ee apenas ao ievanfar

de uma poufa do veu'), de ccuexdes da realidade presence no campc

de incid5ncia com aquilo que se situa para la deie e um eoniuntc

ua verdade muito difieii de eer.seguir acempauuzar. tiesmo uma vez fo

cado , mesmo tiracio io apaga.tencc natural, e cez.tando-se segui-Io,

e 1 e maz.rsm-se r.a suu taior zarte fora do alear.ee dc t.eu pcnto de

vista. oom dimensdes e uma oomeiexidade inaear eSvei s (assim, ecr e

xempic, se tentar seguir r.os seus diverscs totentcs todo o sisrema

de suport e desta sal a, cu z medo ccmc ef ect ivaez.ente furcico.s a or-

ganizagSo sccial que te pertice esfar dedieaze a escrever a miaha

tese. codas as cesscoas neia envo Ividas e*-c

ma acoDcao abshrscta. des I nseridc dc meio et rue efeczivamer.ee se

•zue teir z.e ieminio dcs heriecnces exce»


uc.

zre o domlnio de ir.eiiSncia e o campc da re.alics.de euterior a eie,

isec mesmo mcscram- o.z as auaiises realizadas ^ occrrer cameem nc

prôprio campo de inc idenci a . dentro dele —

e z.a verdzde em muico lar

z. í;Ca. s
um rSoido aoanhado e sô ievantem "uma ponta úe veu" ,
sSo de qual-

cuer mcdc ;a suficiences para permifir visictbrar a que pontc tam-

bem neste dominio reina ests fenômeno de adccgAo abstracta das rea

'

lidades de desinsergAo, "arranque de'.as ao sistema de


perzebidas,

conexôes em que se ir.tsgram, A posigSc que de f.acto decêm na reaii

dade .

Assim, oor exempio, as focaiidades que ue quadrc da sala cenhc

arresencadas aparecem desiigadas das ciferer.ces realidades que e-

feccivamence as conscicuem.

0 esDaco sem ccrpos coaccs e arrancado 3. posigSo, que realmen-

ce e a sua, de estar a ser preenchidc, ocupade. pcr urr.a miriade de

realidades (cada mcmenco seu que vejo e cuairuer coisa de excen-

trico re 1 ac i vamence a cada tcmento do espagc ccupado que efecciva

me n t e a i hS ) .

Todos os diferentes objeetos que cenhc perance mim estSo perce-

bidos sem oue a fcrma e oucras determinagdes rue apresencam este-

-•am secuidus na ecnexSc qne cem com uma detertinada eondigSo ter-

mica ;que, se se aiterasse. r.Sc permitirS a tacufengSo dessas de-

terminagdes ) .

A reaiidade ca luz cie ve;o na sala estS arrancada a ecsigSo

reaimente e a sua, de ecnstituir qualquer roisa em movimento.


cue

As coisas tedas me aesrecem surgem arrancadas da posigSo,


que

aue ef ect ivamenf e fem, de estarem envolvidas r.uma mul tipl icidade

de movimentos,

Todos os elementos presences na apresentag So , todas as diíereu

zes reaiidz.cies cue ne i a idencifico, fodo 0 "visrc" acna-se arranca

de ef ect iva.tente tem, de esrar ie aigurr mcdo a prod


a posigSo. que

7. _ / ._....rr : a s'ua. de (ezicuar.tz visro, encquar.to acr

sentado) estar a emeruir, a resu.tar cesse

ior outr:u

vi =:
conexSo com a realidade (ou complexo de reaiidades) mim,
em na qual ,

segundo as minhas prôprias teses, de alguma caneira estA sediada,

etc .

Assim tambem no que acontece com os dizerentes sistemas de

"afscgAo recíproca" entre as realidades que ua na sala, comc por e

xempio o sistema da acracgSc que poss ivelmeuce exercem umas scbre

as outras, tcdo o conjunto de efeitos de atrucgSo a que está sujei

tc cada momentc dessas realidades —

ccdo o cczz 1 exíss imo e inaces-

sívei sistema de conexoes que a isso correspcz.de. As reaiidades que

tenho apresentadas acham-se compietamence dissociadas desse envol-

vimenco real, "despidas" dele. Etc .

Poder-se-ia prosseguir para alem desces pcncos, evidenciando

muicos cucrcs momentos de "arranque" , "des ircegragSo" deste tipo.

Tal como se desenha a parcir das anáiises realizadas, a desinser-

gSo e de tal ordem que converee um quadrc de realidade com as di-

mensdes abissais que se esbogaram num quadrc de realidade como o

da sala naturalmente manifesta.

Mas os aspectos focados permitem perceber ;a a grande amplitu-

de deste fenômeno no crtpric Smbito do campc ie incidSncia e o mo-

do comc e difícii ccrrigi-ic, atingir uma efeotiva reposigAo das in

sergíes reais .

Mesmo sd para o
conjunto muito restrito dos aspectos que se ci

taram .
por mais que tente efectivar uma tai reposigAo, mantém-se a

Optica de 'adopgSo abstracta" , de arranqne des envo 1 vimentos que

fôm iugar no prdprio curso da realidade.

Os eiementos acompanhados estSc e mantêt-se sempre em larga

medida desccnectados de complexos de conexces eom realidades eii-

dicas ua apresentagSo que se cem. E pcr oucro iado mesmo momenccs

nisponf vt is , apresencados .
figuram ccm uma e I iminagSo de conexdes

em crue se acham ^nvoivldcs uns com os outros .renho aoresentadas

pcr exemoic as fcrmas dcs cjbjecccs, as suas ciferengas eromAzi-

1 o
cas , eto., e tenhc apresentada a cernperatura zrie faz na regiSc da

f.enhc tendo-a, nSo consigc


sala, mas uSo posca em equagSo e mesto

ef ect i vamence acompanhar— a interna eonexSo zrie , cudc indica, os

envoive a ambcs) .

E, deste modo , r.So aeer.as a apresentagS : que ter.ho correspcnde

a uma extracruinAria el iminagAo de mcmer.fos de realidade, mas, cor

outro iado. ecquivaie ainda ao resultadc de cr.a extraordir.Sr :a di_s-

sociagAo .
des-integragAo dcs prôcrios eimentos eue ccutempia. 0 que

tenho e reaiidade amputada de muitc mais do zrie o que mostra e su-

-'eita a uma oreracSc de mUltipla desaĩrticulagSo dos seus nexas .

5)

marge.m de inecmpletude da apresenfagSo no prcprio dominio da inci-

dência r.So areuas aitera a autoeompreeusSo ee aeessc reiaf ivamez.te

a esfe camp-c , mas , para aie.m iissc, modifica tambem o aspecto as

dimensces dc abismo ie ahismos ocrresccr.dente aos prôprios hcrizon-

fes externos .

creensSo ds cue ina abismos ie esconcimerco z.a zertinuacSo do reai

IS dc imeciiato (ac pereeber-se, por exettlo, a natureza inau-


para

tSufiea ds. repr e s ent ae So cus zenho dc ccmiz.i: Portugai" e ao zers

conf crmidade abismo de abistcs que correspcnde '?.


pectivar-se em o

re iat ivamence a esses ;. ou seia, ■uue sSe comecuentes desses cuia

meneo . se veriflca ainda uma enorme ciscorgS: r.a propria compreen-


eucara .

PCs-se em evidercia esta tendSncia que (e cue é difícii ds

eliminar) para que represencagtes ir.autsncic de tccaiidade, de

que nSo me apercebo, zersiscam ou se insinue t r.a préipria perspecti_

va em q\ie me dcu conca do fencme.no da repres

■o prccuro suspeuder. E pos-se e:n relevo que a eorreccSc desCa cen-

ciSncia tem a sua "chave', se assim se ccde i izer, na cornpreensSo

da ir.comp 1 etuce que iS reir.a a respeico zos z. zrizonces mais prôxi-

mos e de mais pequena dimensSo. De tai tcco cue e apercebendo-rne

do abismo de escondimento aue ~"A er.vo1 vs cc r exemplc, c prádio cr.

de mcrc que pcsso verdadeiramer.ee perce'eer a cie 1 e t:;s caracterica

o quarteirSc, e e a parcir ca eompreeneSo ce abismc de escondimen-

fo cue por eua vez afecca esce que ecsso ccir, creender c cue corres-

cor.de ao bai.rrc —

e assim sucessivamer.re cara iaaue cara a >-


s. —

giSc ,
para toda a Es cremadura, eara Pcrcugai eoncinen-

mesmc no que diz respeifo ao horizonce zo ce.tc

Nc cermc da sveriguagSo dos hcrizcntes exce rnos parecia, encao

que .
conseguindo manter esta focagem a parti. dcs hcrizonces mais

imediatos e de mais cetuena ditensSo, ficava um ooneo de

■■
zx a4- bí"- ",'a ra.'"

de '.ucínc 1 et 'UigSc uc encano 'ue nazuralmente se

estS re 1 ac i vamence as '

í.- '_• ÍT 3 omc . ecuce

Mantinha-se assit ccmo poss ibi I idade sem oersis teute a

um a mult iplicagAo do a bismo ds e s c o ud I m e nf o rc ĩ .". c r : : r n r a - ^ v


e
*- —

r a 1 i dad e c ada v« c ma i s

vnstos ( pcr exempio, uo s-nzido de aiargameu ÍOS 03

' ; ™"

c o nt i :: e n z e s

fcca a s'izezf c j
i a ^ *""v" ~
— ■ -

mos i naber eSve i s ,


que zum determi:udo mcmenc Drccessc de fcca-

-'
gem S se acham aoero -deidcs ,
virem a surcir et.c oarte zcmo oecus

mn c

:
7-,
escar ~S exciuída auaiauer c cs s ibilidade de mulci-

do abismc d- esccnaL.mento a partir "de baixo" s e as s i m


clioagSo
.

mais do ziais prôximo


comc a-
se pode diesr--a par' ir co pequeno e

ccztece com a redime: eerdi.tento correspon-

dente ao bairro a ea: cir da apercepgSo ias d itensĩes do eampc de

escon.riimento 1S zorrs scondente a cada crecie . 'ĩuma paiavra, pare-

e i a e u c e uc r ad a ce a i -

dimenco claro scS, no sencido fie se :er um acompanharr.ento a


(nSc,
-

deauado dessas dimeru ées , um accmcanhamencc proporcionado a s I as .

alo: planc ce pers; ;eztivagSo a partir dc


mas no de se ter c.gado um

*-

omcreensío nSo-red.utor;
-
-~\-^e
v"
ar s c e nd s u

qual e posslvel uma •: __

ma apercepgSo nSc i.c ■3v" asmer.re m : e i ca c a r. =

d a i nc a pa e : dade de ±c cmcanhar a c .e z ncsso pontc de vis


passagem ,

N
c a e s c S su je i fo .

0 encrecanco averiguagdes reaii ;adas a respeito do eam


que ,

dc de i nc idS r. c ia v i e: •r v-
q t\; á r-
-
.i fa s perspectiva (que era i-

fundamento .

Na verdade, ao c

z camDí
nho acessc nc meu pc dio, ao compreer.zer as

es eondimento que ihe zcrresponde, perspectivo-

aue se eu tivesse a apresentagSc da cada esc e equivalcnre a es-

suaccs eorrescorcentes a sta saia que ccniun

crizcntes externcs ;

cal ccmo me e dado c fAr'v,; 3 ■= P a aeresentacSo cussc eeria

u.ma apresencagSo ple:

eivo . >er dizer. o ra ce :nc:c~nc :s e s

enstifuido em nadrSo

ũrc de realidade fix ace r.esse acessc esc^ ade eomo refereneia

dimensôes izeesas r ran s c •-? nd S nc i a ee


da prOpria concepcSc uas

719
tal em virtude de uma excraordinaria e inacc: car.hAvel mul c 1 p 1 icagSo

dessas d imensges ( e ut ah i s mc ,
p e r de
-

s e ne 1 e : ce ,
porcue ccrres-

ponde muitas e muitas vezes a essa "unidade" t.as e um abismo de

cue se tsm, aresar de tude , a crôeria "ur.ida< .e cuia indef inida

mul cic 1 1 eagSo o couscicui, . 0 eu< como se przeurcu mcstrar, estå

muico longe de ser o casc.

^ ...escram como a aper-

cencSc das dimeusQes dc esccndimenco aue se azz.ava aioangada no fe:

no i cua c 3o ue s nc r : z o nc es e xt e r uc s assez-

5 e , nu m a s u p o s i g u •::■ .aii.eil _o. r.Sc se

aa se arre uma nova z cresc iment ĩsmc dcs orôprios hu

externos cossícíilidade de ereseitento de


rizontes uma cue

n a ■: j s e r az i a q' i a i cue r

\ -s intredueida
- - ~
=. -*• a i- ■-■
-
r ^. ĩ n e eom a ceszoberca da exfraor-

dinária i.icompl ecude que cca. a caoSz


apresenca cc prcurio camco

LSo se esgota f aeto de , alem c eamens ce esconcu-

ĩ
A ii J.
liĩ'i .:
3-. í; -i c a <=
j "3 i

.; rizonees e :•: c s r n ■■:

■■-,
or.ce mencs se lerava

ainda um.- .cra "frence", um o'

abismc de inccmcleci
~

fro

-
o
ucro eam;

;.T

n ; eciu' oura e ee acrescencu

s r.cr i zorc ---c excernos .


ir.e e scmaac . .A evidenc iagSo d

acsmo de escondimeucc que ufecta c prôprio :o de aDresent.acSc

-. ii ,-r "3

e r mc u.a s ar.a. ises co s n excerr.os numa ra-

dical :n i nimizacSo das ii es co escona imez.c z

ir1. i zar a resue l nonzonCes excerc

ner'SDec compreensao ua

-uccrnr a realidadr? <v

-
e o r> ! a :: .
ru e ^er.ho d a s a . a em on-

720
ouele cue se veririca, er.c-.c isso craz consige

aferigSo das dimer.se e 3 do esocndimento ,


a "uni" ce" ie perspectiva-

cSo dessas dimeusues que a eompreensSc resulcae e dc exame dcs hc-

sSc inteiramente

pulverizados ,
pcscos em oausa. Emerge um ncve abissai facccr de

mul tlplicagAo do abismo a earcir "de baixo" , d: tais erôximc (o am-

cuco ce esconaimen na ãrea do cred' n :" f o z z dos muifos espa-

oos c orresDoudeuc e s a saia da aDreserrcag.Sc r.ac _ral, mas o dcs inui-

cos abismos inabarcSve is de reaiidads extracrũ inariamente complexa

aue z.a verdade podem cer luear num eampo de ra r-lidade ccmo o da sa

ia, e isto tanfo na ordem espacial, quanfo na do remoo;. E assim

tambem re-.ucivamer.ee ao bairro. ecc . .

de n -a c o •.- -

De forma cue todo c ca.tDC es


.

cerncs, mesmc sendc ;'S, ccme accntad acissais (ue a

bismos de abismoe abso iucameute InabarcSve is : s o r re ai :

fraordir.Sria remui tipi icagSo . 'Jma rsmuitipliea cue c-ieaa a impcs

^'b1' ^ idade de estabeiecer cuais as cit^17-'^'1''^0 —

ruais aqueias que corre sccr.dem á totai su-

'
'

oressSo da fuca . sducSo de diteusees, :ue reina na perspe

vag.So do que nos parece t.ais pequeno) deixa a ...C2Í

ter cuaiouer referencia de cual o plano de er: eao a reaiicaue,

sem tsr qualquer "unidade" ccr que possa de al mcdo ser aferida

a amDÍirude da descrcecrcic a eue se acha su^e . Resultandc dis-

so uma ainua muic i-±- J _- ds cc aue a. eia aue iA ocorria

nc finaĩ io apuramenco re.aclvo acs ncrizonces


iD =
T"

dimensûes dc campo ce esccndi.teuco , muifo mais iøas

erspectiva aee-

abrangente da realidade e de qual a ci cia =


que esco1
quaũi e

"

com esta totul cerda de oriencacao sobre as i .sies ũe rea 1 i«

-7"-'1
aw e sccre as dimensíes ca inccmpietude, passa a ser menos reduto-

ra 'e, nesse sentidc. mais adequada, mais pr ma ce uma supressS

do es eondimento do esccucicer.So ) , a apercszc aue tenhc das dime:

sdes da incomp 1 etucie .

Mas . ccr cutro lado. nSc aoenas isto.

e escor.ditez.ro dos horizontes

externos a partir dauuele que se apura na az ise do prôcrio campo


A
i i dS i n-S ; reszeizo
• --

. e nc nc a aper.as a amo i ude mas zambem a crb

pria natu reza das detert inagdes em causa r.e: : r.cr leoncss .

Com efeito, a anAiise da situagSc nc prt' : foco d.e ineidíncia

nse abre apenas a pcs s ibi I i iade de abisnos acsncia no nos


.

que

parece perf e itameuce szarcave! , moscra tamb- rue nada cermite ex—

cluir a poss.ibilija.de de cerem lugar nesse tc amhifc dec-rmi-

g0 v.ejr f eitamente _d_es conhecidas di fere


-

n a e s , n daq'ieias a que se

estS habifuadc —

e de que nSo se faga a mais ;uena ideia. A sitna

gSo de aoessc, comc se dccumenta relativame: a esce 'dominio do

prtximo (em reiagSe ac qua 1 c acessc é ôpti- r.Ac permice susten

zar r uncauampnc e ausLcuer excluedc a esce r Szteito. t. tamcem neszs

pcnzc tem de ser inieida a prefensSe da Der

sr s'ihefituiee o assen-

camenco e a evidencia ie controio nacnralme 1g nf


"
z. t e v e e s pe i o em a-

'
berto cue na vercace ecrrespcnde a sicuagS

Obserrcu-se opcrtunamente o papei desempe nêiado peio rrincípie de

ncmogene : dade no prs huc hi.cento dos norizont es exrernos e na consti

cuicSc de uma evi .


. -. -i _. .
cm.:.:: s c er e e i e s

= r. i

conscicti a parcir

uuranga e a erecen. . om I n i c

se mcdo , subeidiSr" d om i n i o do ac e s
-
de todo o siste.ma natu rai de pre tensSc de dct.

( minimi zagSo ) da inccm plefnde .

sustentScuic manifesta-

dr i uc i d I c da r a i nna
que esfS. ai mesmo no mais prûxĩmo .

Nesse sentido, tcda a discussSo da fragiliiad-o da tese ? nc.no-

geneidace. cue antes se fez, era ainca inger.ua iabcrsva numa as-

sungSc de facto infundada. A homogene idade n.Sz e prob 1 emSt ica ( e a

hef erogeneidade nSo e pcsslvei) sô para os caccos de que nSc se tem.

acresenzagSe homcgeneidade prebi emazica hecerogene idade


a e e a e

possivel ;S para a prtcria esfera de reulidace de que se fem csten-

sSo . Ou seja, u fragilidade da tsse de homcgeueidade e j A uma fra-

gilidade in ovo que se cropuga a partir dai cara todas as instSn-

cias derivadas.

E, assim, nSo sô a ainplicude da realidade eorresDondence aos

horizont.es externos se apcr.ca ecm as cimenstes super lativas que de

correm êa respecriva remul tip i icagSo zeio atisr.e deteccSvei uc cam

pc de incidSne ia . mas .
para alsm dissc, fa.cz et cor estas razdes a-

tinenf.es ao priprio campc de incicSr.cia i'nSe :; eelas outras cue

d: cem resceit

fro de ceterminagC es que eventuaimezc- se sicuarSo nesses horizou-

fes reveia— se um escecc. u i u t a m e r. c e incc uc.ro ISvel , cu e nSo s e

cmina, a resoeice -.=. y .11 1 ,-i Jí: it. ::va rue se rem ocde ser extra

Ccns iderar.do tcdcs escee asDeccos fie; as zcru" -ces

para uma perspecf IvagSo uSo-r-edutora ea i. cc r.ossc oon

co de v i s ta —

p a r :i u ma sus r e n eac f oca 1 dus ;ue indeviciamen

r.ccmr i ecude .

E a forma ua finitude rae uuciral.tez.ee ^



o

"9 -1
efectivo acompanhamento ccnstitui acenas um iufimo enclave no meio

de um inabrangível mar de continuagSo de realidade, cuja enverga-

inccmensurave imente ionge de consecuir perspectivar


um
dura estou

mar sempre e sempre se estende mais para 1A, de tal forma que
que

tudo o que parece super lat i vamente grsr.de e ainda somence uma pe-

nSo aler disso, prôprio eam


quena componente dele; somente,. ps.ra o

de realidade sobre que de caca vee incide e meu olhar compcrta


po

muito, muito mais realidades do que acueias ce que tenho apresenfa

tal forma que tambem relativamente a este campo, o hori-


gao

oor ,

zonte daquilc que me escsea excsde e.t. tuito o dcminio do que fe.uho

manifesto: além disso, como na anSlise da questSo das di-


mas , para

mensdes se documenta, cada iz.fima carte. caca "Stomo" do apresenta

do de se dispde, parecer.de abso lutamente sim-


na apresentagSo que

pode muitc esccnder, na esfera de realidade a que


pies cu quase,

corresponde, verdadeiros mundos de enfidades a rue nSc tenho aces-

so .

A perspectiva em que me renhc e a 'um temee cna perspectiva que

vê como mundo o que e somente uma infima parte (ficando incomensu-

raveimence aauém de ter u.c.a perspecciva da rea'. idade que envol ve a

quela de que dispde) e nma perspectiva que ve eemo uma infima par-

te aquiio que na verdade e um mundo (ccda a iteusa muitipl icidade

do que pode caber nisso que cobre).

Presa, incapaz de aceder ao horizonfe dc mundo em relagSo ao

qual e uma infima parte cudo aquilo a cue cet acesso, estS tambem

por outro lado presa na incapacidade de acecer a um acompanhamer.to

do mundo que de facto pode correspcncer aquilu rue ss Ihe apresen-

ta como Infima parte .

Tudo isto ee expressa, ecm uma fcrmulacSc t.uite incisiva, na ies

crigSo da poeigSc do ncsso oihar feica pcr Paseai no fragmento so-

bre a desproporcSo do hcmem" , onde essa pcscgSc é definida como

a de "nma certa aDarência do meic cas coisas --descrigSc que é im-


possívei nSo citar:

'

(Voila oú nous mênent les connaissances naturelles. Si celles-lA


ne sont véritables il n'y a point de vérité dans 1 homme et si el-
'

les le sont il y trouve un grand sujet d' humi 1 iation, forcé A s'a-
' '
baisser d une ou d autre maniêre.
Et puisqu'il
peut sans les crcireje sovihaite avant
ne subsister
que d'entrer
de pius grandes recherches dans
de la nature qu i 1 la '

considêre une fois serieusement et A loisir, cu i 1 se regarde aussi


'

'
soi-même et qu i 1 juge s'il a quelque proportion avec elle,

par la
'

comparaison qu i 1 fera de ces deux objets.)


'
Que 1 homme contemple donc la nature entiere dans sa haute et plei
'
ne majeete, qu i 1 éloigne sa vue des objets 'cas qui 1 environnent '
.

Quil regarde cette éclatante lumiere, mise comme une lampe éter-
neile pour éclairer i'univers, que la terre lui paraisse comme un
point au prix du vaste tour que cet astre decrit et qu i 1 s etonne * '

de ce que ce vaste tour lui-rnAme n'est qu'uue pointe trés delicate


'
a 1 égard de celui que ces astres, qui roulent dans le firmament,
'
embrassent. Mais si notre vue s'arrete 1A que 1 imagination passe
outre elle se lassera plutôt de concevoir que la nature de fournir.
,

'
Tout ce monde visible n'est qu un trait imperceptible dans l'ample
sein de la nature Nulle idee n'en approche Nous avons beau enfler . .

nos conceptions au dela des espaces imaginables, nous n'enfantons


que des atomes, au prix de la réalite des chcses. C'est une sphére
dont le centre est partout, la circonf érence rulle part ( )Que .

' '
1 homme étant revenu a soi considêre ce qu i 1 est au prix de ce qui
'
est, qu i 1 se regarde ccmme égaré et que de ee petit cachot oû i 1 ,

'
se trouve logé, j entsnds l'univers, il appreune ã estimer la ter-
re les royaumes,
, les villes et soi-même son juste prix.
' '
Qu'est-ce qu un homme dans 1 inf ini?
Mais
pour lui présenter un autre prodige aussi étonnant qu i 1 ,
'

recherche dans ce qu'il conr.aít les choses les plus délicates, qu'
un ciron lui offre dans ia petitesse de son eerps des parties in-
comparablement plvis petites, des jambes avec des jointures, des vei
nes dans ces jambes, du sang dans ces veines, des humeurs dsns ce
sang, des gouttes dans ses humeurs des vapeurs dans ces gouttes ,
,

que divisaut encore ees derniéres choses il ezuise ses forces en


ces conceptions et que ie dernier objet ou II peut arriver soit
maintenant ceiui de notre discours. II pensera peut-être que c'est
'
lã. I extrfime petitesse de la nature .

Je veux lui faire vcir lâ-dedans un abime uouveau. Je lui veux


'

peindre oon seuleinent 1 univers visi.ble, mais l'immensité qu'on


'

peut concevoir de la nature dans 1 enceinte de ce raccourci d ato-


'

'
me, qu i 1 y voie une infinlté d'univers, dont chacun a son firma-
ment, see planétes, sa terre, en la môme prorcrfion que le monde
visible, dans cette tsrre des animaux, et enfiu des
cirons, dans
lesquels il retrouvera ce que les premiers o.tt donné, et trouvant
encore dans les autres la mfime chose sans fiu et sans repos ,
qu
'
i I
se perdr-a dans ces merveilles aussi étonnantes dans
leur petites-
se que las autres par ieur étendue, car qui r'admirera que notre
corps , q ii tantot n'etait pas perceptible <iaus l'univers impercep-
tible lui-meme dane le sein du tout, soit â zresent un colosse, u;i
' '
monde ou plutôt un tout á 1
égard du néant eu 1 on ne peut arriver?
Qui se considérera de ia sorte s'effrayera de soi-mGme et se consi-
dérant soutenu dans la masse que la nature iui a donnée eiitro ces
'
deux abtmes de 1 inf ini et du néant, 11 tremblera daiis la vue de
ces merveĩĩles je crois et aue sa curiosite zuangeant en admiration
il sera plus disposé å les contempler en siierce qu
'
a les rechercher
"
avec présomption .

pleeude ia epresencci.- de que dlspcmcs e et tuitas scpectos hae-


tante diferente da que fci seguida nas anAlises aqui realizadas, a

descrigSo que faz —

e muitc em partieniar a iceia, que Ihe preside,

da conjungSo de dois abismos (da posigSc dc nesso ponto de vista

como uma posigSo "entalada' entre eles) —

sumaeriza de modo muito vi

vc os principais passcs dc apuramento cue se efectuou e os tragos

fundamentais da situagSc que esse apuramentc aponta ser a nossa.

Por um lado, o nossc ponto de vista deixa fora de alcance o a-

bismo da realidade que hS a envol ver aquilo crue tem apresentadc .

Toda a apresentagSo de qce se disp-ie, toda a zobertura que ela dS

da realidade, equivals a um espago fechado —

a um pequeno espago fe

chado —

que nSo abrar.ge , deixa fora de si a maior parte do campo da

realidade nc meio dc quai se acha. 0 pcntc ce vista está preso nes

se espagc, que dessa fert.a, como Pascal diz, zcnstitui qualquer coi_

sa como um "calabougo" . E e eue assi.m fica de fora, aquilo em rela-

gSo ao qual a perspecfiva de que se dispde estA presa tem as dimen-

sdes ce um verdadeirc abismo . Ou mei'ncr: tem as dimensdes de abis-

mos de abismos. De fal forma que os 'mundos" rue de cada vez se tem

em perspectiva sSo ainca. como "Atomos" em relagSc a mundos que cor

sua vez ainda sSo cernc "atomcs" em re ..

agSc a t.undcs que por sua

vez ainda sSo ocmo Sc.omcs em relacSc a mundcs —

e assim por diante.

E cerco que na descrigSo de Pascal os cert.cs em que a questSo


"

e formulada a equacicnam reocrrendo a r.ogSo ce inf initamente grar

de" —

ncgSc que euvolve rrar.des difizuldades e em relagSc a quai tc

da a nossa anSiise se tsnteve e se crecencie -.ar.cer inteiramence neu

f ra . ílas , pcr cuero i ade .


vendc bem, o esf.acc -de-coisas fixadc nes-

sa descrigSo nao e ir.cli sscciSve 1 ca ncgSc de infinicc, nSc passa pe

lo que com ela se consigna, nein e sclidSrio zzm o seu destinc.

Independentemente de a continuagSo da realidade para 1S do que

oropriamente tenhc ser ou nSo ser efeotivamez.ee infinita, no senti


to de incidência, acuilo que se consegue ati: ir, o resultado de

todos esses aiargamentos uSc sSo senSo, comc iz Pascal, "des ato-

mes au prix de la réalité des choses".

Por outra parte , r.Sc e apenas "desse 1 a: que o ponto de vis

ta está ref.ldo em relagSe a campos de reaĩic: . e com amplitudes de

abismos. Tambem na prhpria regiSo da realida: ■


sobre que de cada

vez incide —

também nc escage a que c olhar s- acha confinado, em

que estS preso, tambem r.esse campo aparencemu .te dominado —

a apre-

sentagSc de que se dispie esf.S afectada por : '-- retengAo ,


por um

deixar de fora. Havendc ezibcra uma cobertura lesse camco de reaii-

cade ,
a cobertura assim nstituída sô de muit o 1 onge (e de uma for

ma extraordinariamente resumida) capta o ca.t.cc de realidudes a que

se reporta, nSc acompar.hando uma grar.de (e tes c.c a maior) parte das

realidades c'ce 'nS nesse campc


daquilo que tai s realidades envoî-

vem. E de tal mocic que nissc mesmo que se lhe apresenta como Ínfi-

ma parte, comc s_imp_ies (ou, de qualquer mcdo tuito pequeno) podem

caber verdadeiros mundos cus a apresentacSc cu e temos deixa intei-

ramente de fora. mundos esses cujas infim.a rarres poaem por sua

vez de facto ainda equivaier a mundos —

e assii t 5 uc e s s i vame nt e . Oc

seia o auac.ro de acessc em cue o nosso ecr.tr .e vista escS fecha-

dc nSo o retém orisicneiro —

nAo e, nc sentide eferido, um "cala-

bcugo"

apenas em reiagSc acs horizontes ext eruos e ac anismo, acs

abismos de abismos que ihes correspondem , mas


s cambem
t em reiagSo a

ÍS3C mesmo que se situa dentro desse quadrc uz campo de realidaue

que ele abrange--e. paradoxairnente , tambem ai e imenso o que fica

fora de aicaucs: sSc abistos de abismcs de ac:s ics , -mund.cs de mun-


1 1;

aos .

Na ccnjugagSc descas zrences ue r.mirs gSo, destes dois a-

i
res. 1iicaue
c-ismos c.e incompi A-S-'if'e :"» -^=
oar _al o ponto de vista

ceao, acui.o aue r o ns t i cu i da .


aqu i 1 c

de que se dispSe teir. cicse f a vir«-a-'

mc "quelque apparence du milieu des chose riaveudo um aoarecer,

7pR
esse aparecer tem um carScter infermédio, ccrrespondente ao tama-

nho tamtem intermedio qy.e e c do nosso corpc . Dc mesmo modo que es

te e muito menqr dc que uma mul t ipi icidade ir.e omensurAve 1 de ou-

tras realidades (e dc q\ie a extensAo de todc o campo de realidad.es

aue o envolve) . mas ecr outro ĩado muifo maicr dc que uma também

incomensurSve 1 mul t ipl ie idade de realídades t.ais pequenas , assi.r.

tambem o aparecimentc cue se acha constituíde e cego para c muito

maior (ca.ra o abismo dc muico maior) e para o muito mais pequenc

( para o abismo cc muito tais pequeno), que respectivamente enqua-

"

dram e compo'em aquilo que tem apresentadc . De tal modo que o in-

termédio" que aparece estA como que "dessituado" , "desenquadrado"

da realidade a que perrezce— e uma apresentagSo totalmente privada

•das referSr.cias aue a acresentacSo nat'iral fet eomc esteios.

Com efeitc, se bem que inexpl lc itamenf e , caracteriza a apresen-

de dcminic pretensSo de do-


tacSc nacurai uma dupia rrecensSc uma

mír.io dc enquadramento e uma pretensSo de dctir.io dc pormenor . A

forma de dominio aquela rue faitaria se,


primeira e que percsce

cor exemplo, visse sô 'i.ta fecla mas nSo o cczzurador, civesse sô u

ta cuaiquer das reaiidades presentes nela mas r.So a sala, ou se ci

civesse a sala mas a acresencagAo fosse focaltente cmissa quanto a

resoectiva situagAo, quanco aquiio que a rodeza. etc . . A segunda e

aquela que percebo que faitaria se tivesse u.ta apresentagSo da si-

zuagSc da saia mas totai.tente omissa quanto az recheio desta, se

pudesse ver giobalmente as esrantes mas nSo rada um dos iivros, etc,

Numa paiavra, a apresentagSo ncrmal ests s i.t.u 1 zaneamence supcrcada

ecr uma pretezsSc de acempanhar c quadro ic rue se ihe aeresenta.

de conseguir acezreaunar o todo em que se insereve, e ecr uma pref.en

sSo de acom.panhar c cue e simoles neie, os eiementos crue o ccmcôem.


tuulmente nos temos, para a forir.a como nos s e uc imo s senhores da s i -

tuagAo em que estamos . Ora é precisamente es ca dupla pretensAo, es

te duple esceio, que se ve desarci eui adc nc exame da incompietude .

E e essa desart icul agSo que Pascal muito claeamente exprime e estS

err causa nessa 'quelque apparence du milieu des choses", de que fa

ia.

Assim, o cue se passa e o que e postc em rslevo por Pascal e que

c enquadramenco (o todc ) das apresentagôes z.acer a lmence disponíve is

e parze ce um enquadramenco (de um codo) q\: e falca, que por sua vsz

e earce de uin enquadramer.ro (de um todo) qu e falca, que por s\:-^ vez

é parre de um er.quaclranente (de um todo) qu e falca--e assim suces-

sivamente. De ca i mcdo cue r.So scmence nSo se tem o enauadramento ,

falta o todo, mas essa perda do quadro ccrresc ;nde a um excracrui-

nSria discância (a discanoia que vai de Scotes a mundcs eue sSc a-

tomcs de mundos que sSo iromos ce mundos, e sim sucess ivamenf e ,

nuz.a cocfinuagSo indefinida 'que nSo se estS condigdes de acompa

nhar) .
E, aiem disso, e que se passa e e ec e em reievo por Pas-

cai e que as partes, cs eiemeutcs naturalme: d i s po n I ve i s , nS o s ac

oartes r.c mcdo de -•■£. ZiSo serem todos —

sSc c: s e correscondem s um

accmpsnr.amer.ro ueiiciencs, concraccc. : mui t z mais ric q'.:e nelas a-

parece (de scrce que a cada elemento simple s ccrrespor.de precisa-

mente um quadro de reaiieade que nSo se tet E nSc: sO as parces

'

sSo tcdzs, mas sSc-no de 'mundos ineeiros de carees na


que apre-

"

sentagSe escSo "desaparec idue . cadn uma da s ruais por sua vee nSo

sô correspcnde cambem a um codo, mas ccrres ezz.de a ;siuncics inteiros

de rarces cue ;iAc acarecet.


e assim sucessi vazert.e .


De scrr.e aue

aira.m
-

os s_e meutos--tas essa per-

áír.. dâ-s partes , essa perda dos elementos onde a uma extracrái
nSo se estS em condigCes de acompanhar) .

E a parcir daqui pode-se entender acuilc cue estS em jogo nessa

nogSo de uma "certa aparencia do meio cas ccisas" e a forma comc

ela craduz a situagSo "entaiada" entre os deis abismos que c exame

da situagSc de inccmpl ecude revela pcder ser a nossa. Por um lado,

escS impiicada nessa nogSe a ideia de u.t.a pesigSo infermedia entre

algo incomensurave lmente maior e aigo incomeusuravelmente mais pe-

queno . E esse aspectc que tende a avuitar. Mes ccm issc fica em re

gra abafado um cutro aspecto, de factc o mais decisivo. Pois o que

estS em jogo nSo á apenas um incrivei aumeute das extensces da rea

1 idade na direcgSo do maicr e um incrivel a'irento das dimensôes na

direcgSc do mais pequeno , mas a c ircunstSnc ia de esse maior e de

esse mais pequeno (de os mundcs de mur.dos, es ahismos de abismcs

que correspondem a ambos ) serem aĩqo a que nSo se tem acesso, que

nAo se tem ponto de vista para acompanhar —

cu seja, serem um maicr

e um muito mai s pequeno (serem mundcs de zuzeos nc maior e mundcs

de muncios no mais pequeno) para os quais a cerspectiva que se fem

estA compĩ etamente cega. Ac entender-se a r.e gSo de meio apenas a

cartir da posigSo intermedia eutre algo ine ctensurave Imer.te mals

pequeno e aigo inccmensurave lmente maior, te.tde-se inadvertidamen-

te a converter essa reiagSc dimensionai nut.a relagSo representada

como percebida (a propria ir.t erpretagSc da zescrigSo de Pascai es-

tS, ccmo se pode perceber a par^.ir ce aspeetes anteriormenze vis-

tos, exposta A interf erS.ne ia de representag S es inauf êntieas de to-

falidacie q\:e em graude parte a r.eutralizam . De tai mcdc que se pe:

de de vista o carAccer nSo acompanhado co cee se situa eara iS do

"meio" nas duas direcghes (e que fae deie ;'uscamente um caiabougc)

cu seia a forma ccmc c pcr.rc de visca eseS reeo, perdido em reia-

gSo a isso. Cra o "meio" em tue a pcsigco er.calada enfre os dois a

biemos nos poe e precisamente c concrSrio daereilo que cessa forma

-
"

inadver c idament e cer.de a careuer ( nSc e ut e : c entre extremcs


sicuados, localizacios —

encre excremos de um intervalo se ccnhs


que

ce). NSo s um "meio" de extremos desconhecidos


.

, em relagSo acs

quais está cego, de tal modo que desconhece a sua prôpria posigAo.

s um "meio" perdido, totalmente perdido dos extremos que o situam.

de tudo o que se enccntra para 1A de si e a partir do qual se pode

ria defir.ir quer o seu er.quadramentc (aquilc de que faz parte) auer

aquilo de que se compíe. -


i^

E justamente nesta medida que a "quelque apparence du milieu

des choses", de que fala Pascal, traduz o carScter da apresentacSo

que temcs, tal conc cassa a conf igurar-se a partir do exame da sua

incompletu.de. 0 que e
prCprio dessa apreser.tagSo estS
,
enquarito en

taiada entre os dcis abismos de escondimentc correspcndentes aos

hcrizcntes externos e ac prdprio camco de ir.cidência, e efectiva-

mence o ser apresencagSo de usn meio (de aigc de intersticiai ) ae-

sim indef inido —

assim perdido daquilo que c redeis e daauilo cue e

ie prôprio abrange Por oucras palavras, o rue dessa


.
e prccrio a-

presentagSo é estar s imul taneamente privada de enquadramenco ( nSo

dominar o enquadramenco est.ar totalmente cerdida e res-


.

cecra_a^seu

peito ) e privaua dcs eletentos do camco de realidade cue aoresenta

(que sd aparer.remer.re iemi.ua, pois os elementos aue Ihe acarecem

como tais correspcncen a 'todos" de elementes que nSo a-


consegue

ehar, a respeito dcs zuais estS totaimente csga e totalmente perdi-

da ; . De cal mocc que e c esccr.dimento dcs excremos (e . ds f acto , de

tuuc quanto nas duas direegdes estâ para ia ieie) que faz este ti-

"

pc de apreser.tagSo io meio" e a percl exidace a falta de orienta-

gSo , o es car

ue s s i cuado cue ihe ccrresDonde .


-u

Enquanco nSc se exar.ina a exteusSc ua ir.e z.tp i etude fun


,
enquanto

cionani os diversos fecomenos que couscicue.t z esccndimento do es-

ccncimento em relagSo a i r.corr.p 1 etude .


enquar.te esses fer.cmencs eu-

cobrem a i.ncomp 1 etude do ncoso ponto de vista. c* r hc-


quanto aos

rizontoc externos qu.er auanfc ao campo do i z.e 1 denc ia , a apresenta-

7 22
quadramento e domina os elementos daquilo que apresenta

nSo sente

em regra e no fundamental nenhuma desorientacSo nem a respeito de

'im nem a respeito dos cutrcs .


Kas, comc c exame da incomp I ecude

veio a revelar, esse dcmínio deve-se a fcrmas de desfocagem e de

escondimento de segundo grau que sistematicac.ente escamoteiam o ca

bimenco da incompletude (ccis a incGmpletuce eue cabe e na verdade

de molde a desarcicular i ncsiramenf.e essa crersnsSc de domínio). Ou

seja, o dominio do enquadrarnento e dos elemeutos que habitualmer.ee

earece assegurado e um dcmiuio constituido cer desfocagem, que vem

de nSo se olhar para a situagSc em que se estS e para a forma como

deixa escondida a reaiicade nos horizontes externcs e a realidade

nc prôprio campo de incidSncia. De scrte qne desfazendo essa des-

fccagem, a pretensSo de cominio fiea total.ter.te desarticuiada e a

aprssentagSo tida cc.nverte-se nisso de que zala Pascal: numa "quel-


'

que apparence du milieu des chcses .


2.1.3.1. A incompletude da apresentagAo e a descrigSo platônica
da s ituagAo do nosso ponto de vista na "ALEGQRĨA DA CA-
VERNA" a apres e ntagAo que

temo3 e o dominio do Qnĩi-


"

"
9EN HM i_IN . 0 _a p uramento da inccnrpletude como verifica
cSo da de scrig S o p_l a tônica .__

Todos estes aspectos relativos a incompietude do acesso de que

dispomos tornam compreensíveis alguns dos zcmentos fundamentais da

descrigSo do nosso pcnto de vista que e acresentada por PlatSo nc

comego do livro VII da Repiiblica e constitueti como que uma verifi-

cagSo do que nela se enuncia. A alegoria crue aí figura revela-se,

vendo bem, de uma extracrdinaria adequagSc ac que se veio a apurar

no ievantamento da incompietude . De tal mcûc que, por um lado, es-

se levantamento permite perceber como a descrigSo da alegoria nos

"assenta" (corno e muito mais do que urna ccustrugSo meramente 1 ite-

rAria ou quaiquer coisa que sô faz sentidc r.c quadro de uma certa

metafísica) e, por outro lado, a natureza ceculiar da situagAo que

o levantarnento feito pde a descoberto tem uessa alegoria um instru-

mento priviiegiado de expressSc. s certo rtue muito e até mesmo o

mais essencial do que ests em causa nessa zescrigSo platônica nSo

passa pela restrigSo de incompletude mas por outras formas de res-


z --.

trigSo c.rue afectam o acesso de que dispomcs .


Kas isso nSo impede

que na situacSo de incompietude oosta a desreberto se aianifeste cor

139
"

respondôncia â condigSo de "estranhos pris i or.eiros que essa des-

crigSo apresenta comc sendo a nossa. De ta i mcdo que se, naturalmen

te, ao sermos confrontadcs com essa descri :lc , a prirneira vista eia

parece incompreensíve 1 e de cualquer modo -uito longe de oorrespon-

der a situagSo em crue ncs temcs, o reconhe e ct.ento da inccunpi etu.de ,


ponto somos prisioneiros semeihanfes acueles que a alegoria desc:

ve .

De f acto , no comegc dc livro VII da Repí-blica estA em causa o

nosso acesso Squilo que ha , como naturaimeuce se produz . Está em

causa esse acesso, tcda a apresentacSo de que dispcmos. E escS err.

causa a pcsigSo que c alcangs.dc nesse acesse (o cido desca acresen

em relagSc a toda a ampiifude da realidade que hå —

ou
tagSo') ocupa

tudo aquiio que rara ser plenc, c acesso feria de ecbrir


seja, a ,

pôr a desccberco.

E diz-se desca acreseutagSc em qv.e ncs cemcs, deste clhar pcr

cue naturalmence estamos levac.os ás coisas, cosfc ance elas, que

essa aorssentacSo correspcnde A cerspecciva prisioneira de cusm es

1Æ0
assenroí" 'd'<*.s,c<?
"

cS sentado e preso num ) nc funcic de uma eaverna,

sem se ooder voifar, de tai modo aue sd ce.t acesso aauilo cue se a

141
" " "
" ■•

ac ha oeranrs e i ( V'cú'-.í v ■**


rĩitiu^^ ) ( ha v e nd c um atrSs de si ( .2Jli±_~
-
_. *-,

-7í*<") a eue nSe tem aeesse que lhe escaca.

Diz-se que o foco de realidade abrangide pela acresercacSo de

que se dispde correspcnde sô a quaiquer ccisa como um pecqueno "caii

to" de realidade. Mas isco de cal mcdc que ,


por efeico de fechameu

cc nesse "car.ro", da fixagSo cc olhar scbre ele, se perspecciva o

rrbprio canco como ser.co a totalidade e nSr se cem nenhuta ideia


perturba a vista, quaiquer coisa que ofusca de tal modc que ao
,
q

lhar para ela, se vê apenas no modo do nSe onseguir acompanhA-la


143
■ —

r, p ■=; p sentir uma dificuldade de vis; iz-se finalmence que ,

sendo assim, quando de factc chega a produ r-se um volvimento em

reiagSc a posigSo sentada que naturalmente e ocupa (e Aquiio que

pcsigSo permite ver) seja, quandc olhar


essa ou e chega a na di-

recgSc para que naturaimente nAo se olha —

cna uma tendência para

se considerar menos real o que aparece nes ■

"quadrante" , uma ten-

dencia para Ihe atribuir um est.atuto de rs idade inferior ao da-

quilc que estS A mcstra r.esse "canfc" a -i fci c


sta r.auicuaao e em

que o gi har domina: uma tendôncia para regr esse canto, cara

refazer o fechamento neie e volc.ar de nove as costas acuilo cara

que r.acura lmence se escS de cescas voltada

Isolam-se por agora esces mcmentcs, ou seja o "modslo" desca pe

euiiar forma de prisAo independencemente Ũ05 demais envol


,
aspecros

vidos na alegoria e que nma aucsncica ince rtreragSo e verificagSc

dc seu sentido teria de levar fambem em co usideracSo .

Kesmc considerando so estes aspecfcs da alegoria, sem ateuder a

outros que ainda mais reforgam estranha eer.cĩgSo dos


a pris ioneroe

cue descreve , a sifnacSc cor ela definida carecs naaa zer a ver

coir. a r.cssa.

5e a alegoria d.iz. de mi;n mesmc, nesce ace z.cec imento de acesso on

de me acho ,
que estou ccm.o que preso a um assentc, fixado acorren

tado neie, de cai mcdo cue so ecssc ver e tee estd "eerante" mim e

ce tal mcde que se mantsm iuacessive". um cctce de reaiidade "acrSs


•/ ■>
' ■• '

de mim" ( oflTrCv'ív iyc; ■.


z-ie ~,e rrscaca t"
- ~

";ai- -/^--t '- .—



=. -••■

. i . o a u u -
eo uc . J i >,. 'iie -
r»-
lagSo entre ambcs e a mesma que entre um a :o no fundo de uma ca-

verna e toda a extensSo da prôpria caverna .is toda a extensSo da

realidade exterior) , na experiSncia que ha" :ualmente ter.ho dc meu

icnto ce vists. = H.= =;


se encentra cue :a a isc tuco car

ce, na verdade, indicar o seu contrSric.

Naturalmente que o acesso que se tem ■

ce caaa vez acesso a

um "perante", a algo que estS posto a nt e m. , num eampo de realida

ae oar l'-.^ir .
><a
rĩas isso nac sicz ifica de mcdo nenhum n

rna prisSo. Pelo contrArio. ante mim a c e de algum modo estcu

1 igado comc esfera de apresentagAo a que ho acesso é qualquer

coisa de môvel . Disponhc da ccss ibi I idade , vo 1 tando-me , deslc-

••

cando-me , etc .
,
: av
i n e i u i r e r o e e nce mim' socre oucros

ucmimos real —

Dôr ante mim o crue antes r.S c estava. De fcrma

que , se num determinado mcmento, pode efec tivamente haver um "a-

trSs de mim" aue nSc aparece (estS apagade fcra de vista), em ccn

"

dieSes ncrmais tsnho a faoulcade de aceder tambem a esse


a_^r-dĩ^. -

de adquiri-ic e cor.vertS-lo num "perante". E c que caracteriza o

meu olhar e precisamente um quase constanc e exercicio desta mcblii

dade , uma permanence translagSc dc "perance scbre que, pcr nature-

ea.incide. cenho

E, assim, a sicuagSo em que me parece ser ;usca-

mente a inversa do que vem descrito ua sic .gSo da alegoria: r.So

um olhar sentado, fixo, ccm um "atrSs de s. a que nunca acede e

de eue nSo faz aualcuer ideia, mas um ciha: môvel (e em cuase con-

-
1
mdr ? S a 1 e rt a car a o cue nS

___!. y~ ^ri'
tem oerar.c semcre

na tosi em cie )u s

miuc oar er a.go ue muiro cieerence ce u:n oinar pr

so

earece ser uni inceiramence livre e em cuase conscante

exereicio ua sua cnercsce

o da aieaoria carece constituir,


mento a que normalmente nSc se estA sujeito, algo que ccrresponde

a uma diminuigSo do acesso de que habitualmente se dispôe (a um mui

tc grande aumento das restrigdes a que o ncsso acesso as coisas na

turalmente escS sujeite;. E. por isso, a sicuagSo da alegoria nSc se

afigura adequada eemo cescrigSo da ncssa perspecciva ncrmai.

ĩias, se assim parece. esta incompacibi I idade encre a sifuagSc

da aĩegcria e a nossa ertpria sô se mantém er.cuanco nSo se acende

ao earScter alegôrico da alegoria e Ss condigdes aue ef ectivamente

maream a cerspectiva, o acesso em que nos eucontramos.

s necessArio discerr.ir bem que e que se acha "retratndo" na si

fuagSo da alegoria, que e que se procura referir com a pecul iar fcr

ma de prisSo, de r.Se mceilidade, de vincuIagSo do olhar, que anre-

senta. Fazendc-o, verifiea-se eomo ela corresconde na verdade A si-

cuagSo que as ar.Slises feitas sobre a incompletude apontam como sen

do aquela onde se estS.

Acente-se no cue se eaesa com os "estranhcs crisione iros


"

e no

mcdo comc a vineulagSc a que escSo sujeitos ecndieiona a sua cers-

Se estivesse de faccc desde sempre presc como na situacSo des-

crita, i.e.fixacio sem quuiquer possibi I idace de me mcver, numa de-

fermir.ada posigSc do meu corpo (de tal modo rue o meu cam.po cie a-

presentagíes fosse sempre o do "perante mim"


apenas correspondente

a essa posigSo e desde semere toda a minha vida se Dassasse no mur.

do do que uessa posigSc se apresenta a miuha f rence . sem nunc d. •-'■

aeesso a r-.-.da mais) , e 'acr.ae de mim" a que agora, pcrque me pos-

so mover e modificar e fzco do o lhar teniic facilmente acessc. te-

ria um car.Scter ecmpl eca.tence dizerence de


daquele que se reveste

agora .

NSo scmer.ee, r.essa sicuagSo, seria algc a que nSo teria acessc

(s que se maiiteria escor.dido . zíSo acompanhace


'■
mas , uara ?.iem dis-

so . m.esmo eue o tivesse ie a 1 gum mcdc refsrizc. em hcricor.rc, fen-

7"5p
deria a manter-se, se assim s riir.p ;umido em relagSc A mi

nha perspectiva. Cu se'a, nessa situagSc, c "atrAs de mim" tenderi;

a constituir alao de remoto, nSo consiaerado, caído em esauecimen-

:o .

isorvidc rcr compiecc r.e campo A minha frente, a que o foco do

olhar teria facilmence acessc, once se mcveri a sem quelquer encra-

ve e cnde se iogaria foda a minha vida (cedas as suas fungdes ,


to-

'

das as suas tarefas, ecc .


) , o "acrSs de mi.t nSo ceria de modo al-

gum a posigSo relevante. a presenga, de que a^gora


e em virtude da

mobilidade de que dispcnhc


gcza nc acessc c r.de me acho .


Estaria,

peio cor.rrSrio, apagado , retirado, ausente .

NAo auer isto dizsr que teria de estar cc nstituida, entSo, eo-

mc aue uma tese de inexistencia a seu resceit o. Nem quer dizsr se-

quer cque houvesse necessar iamente uma fotal a usência de noticia su

(que eu r.So pudesse ter r.enhuma ideia do caii mento dissc— mesmo se:

o cor.seguir ver, poderia de quaiquer mcd: te- io em horizonte). Que:

dizer apenas que, mesme havenco alquma notici a a seu resceifo no

curso normal do olhar que entSc ceria, o rrzb 1 ema dissc tenderia a

nSo se Dôr —

c acras de mim escaria excluide d e cualguer ccnsidera-

íor acaaamerr

faltu de relevo.

Numa paiavra. a situagAo da alegoria, z ondic ionamento especi

fico que neia estS descrito, zoufere a pcsi .o "atrSs de mim" um

carScter pecuiiar, c rr.c _ e t am e n t • •

•__. >r 11 _
: cue 1 e qne tem no
hcri_
i 4t
rmaimence me er.ee

De cai mocio cue a tesma locaiizagS' =


t e s ma p o sigSo relativa-

mente a mim no esnaco. ecrrespc::dem , consc :e a poss ibi i idade ou

impossibi 1 idade de volvimento ne que disode \ olhar, duas reaiida-

=.usenc ce t.ani r estacSo e esccnai

-/-
=. c. ; Q «

: \<_ UL 3. , -.L-\ ^ . . -.i-.

f, c e me um : e rman e ut e t e ut i
sente na
apresentagSo das coisas que se me impde. Por um lado, ele

e em regra aigc que _1a vi ,


aigc que ,
peio zenos na explcragSo pre-

liminar do que me rcdeia i^a que naturalment e crocedo) esteve


jA a

minha frsnte . Em segundc lugar, posso modif icar livremente todo c

"

"atrSs de mim , convertendo-c num "a minha rrsnte'. Em terceiro lu

gar, c horizcnte do que se er.concra "acrSs ce mim" , mesmo quando

nSo haja ainda sidc vistc (e mesmo alcru t


que impedimerto circuns-

tanciai impega momentaneament e o acesso a i =


sc ) , e um ho r i z ont e

que dado c "nSbicc" de vol vimento hS


,
que n e meu oihar, estS sem-

pre js cor.stituído ccmc um ndelec de presen ca ,


integr-a sempre ja o

campo daquilo para que escou advercido, oue tendc a considerar. De

tal modo cue quando ainda nSo


, o conhego, e stcu ef ect ivamente 1S

desperto para ele, procurandc vS-lo, suprir a lacuna do seu n3o-a-

companhamento .

Peio contrSrio, se a minha sicuagSo fcs da


se a
posigSo fix_a (a
da sicuagSc de prisAo de incidência que a a legoria concebe, oein tu

do aquilc oom que tenhu ce lidar para a ges tSc eorrente da minha

vida situadc sô â minha frente'i .


esse mesmc dcmlnic de realidade a-

trAs de mim, que agcra fem para o meu ponce ce vista este carScfer

forte ou c.e qualquer modo ;ĨS em rele seria


sempre aigo nunc a v i s

to de nAo cerla
,
que cuaĩquer apresencagSc para que , em virtude

da sua ausôncia de relevo no campo de :acSo, nSo tenderia


apres a

vclver o meu oihar —

algc tso ausence cue a : ausôncia nada me es-

pantaria: aigo que , estar.do ai (e por mais crcximo q\:ti estivesse)

estaria numa posigSo de r.So-acssso, inteira ter.te eaidc


apagadc e em

olvidc.

0 "atrSs de mi.m" de faia


cue a aiegoria dizendo que hA um a t rA s

relaf ivamente ao modo ccmc vemos (aquilo a rue temos acesso nu a-

presentagSo habi tualment e constituída ) nSe cier dizer. deste modo .


0 "atrSs de mim" de que fala a alegoria, afirmando que o meu

de vista, na sua ccnfcrmagAo habicual, tem qualquer coisa e-


ponto

isso, é situagSo de nAo-apresentagao e de apagamen-


quivalence a a

to de total exterioridade relat i vamente ao campo de a-


,
a_posicSo

presentagSo (ou seja, e cipo de posigSo de escondimento ) em que a

incidência pcria tudo sentido


fixagSc do Sngulo de aquilc que , no

topogrAfico, se situasse atrAs de mim, fora do Angulo de incidsn-

cia preso a um determinadc "perante".

Por outras palavras, c "atrAs de rnim" de que fala a alegoria e

de tudo aquilo estA em relagSc ao meu olhar numa si-


a posigAo que

"

tuagAo tal que é como se se achasse f isicamente" , topograf icamen-

te a trA s de mi m, estando eu desde semp re numa posigAo de i ncidên-

c ia fixa e nAo podend o mover-me.. voltar-me para o olhar .

Correlativamente o "estar sentado" e preso de que fala a ale-

afirmando o meu ponto de vista, ua sua conformagAo nabi_


goria, que

cuai, se caracteriza por algc deste génerc ,


significa nSo c condi-

cionamento físico especifieo que e apresentado nela mas a condigSo

de nma fixagSo permanente do prôprio oihar, num determinado domí-

nio de incidôncia, a ccntinuacia ausôncia de cuaiquer volvimento pa

ra fora desse dominio assim restrito, deixanco sistematicamente fq

ra de Anguio regides inteiras de realidade, rue assi.m ficam para

o meu ponto de vista precisamente na situagSc de escondimento em

cue ficaria a realidade "atrSs de mim" , se desde sempre estivesse

ol'r.ar diante, sem me poder voltar.


com a cabega presa a para

E por sua vez o "perante mim" de que faia a alegoria também nSo

auer dizer, deste modo, o "perante mim" fisieo, topogrSfico (uma de

cerminada 1 ativamente orientagSo do meu


pcsigSc espaciai re a ponco

de vista) mas ances o eampo de incidôncia ao qual de uma forma con-

cinuada o meu olhar se t.antam preso, cu se;a, todo o tido r.a apre-

sentagSo que me estS dada . a regiSc err. cu;o dcmínio o meu olhar se

mcve sem dif icul daae , ru;as fror.teiras nunca ultrapassa--regiâo q'ie

r.o seu todc ,


uSo consf i-ui senSo umu rarte ea realidade, deixa sub
s i s ti r um "de fora" .

» -.
- %■ .

"
0 que raz c ouí-n^, 0 'atrSs de mim" em causa é o carActer

restrito da mobilidade: nSc a total ausência dela ou a circunstSu-

eia de serem muitc pcuces os movimerstos factc


que ecmporta, mas c

de, mesmc sendo vasta a amplitude da modi f icagoes de incidência que

sSo possíveis e que ez ectivamente se realizsc, essa variagSo de in "

1 47
cidencia deixar fora <io seu Smbito aigumas regiôes da realidade. E,

"

para alem disso, o que faz o oinrW" , tal zcmo estS descrito na

alegoria

esse "o'înGííw" muito mais vasto, incomparavelmente mais


"
vasto do que o X/?ogvtV" (Q é
"perante^M ircunstSncia

a z de, por

mais amplo que se apresente o especfro das m.cdif de


icagQes inciden

cia e o alargamento de ineide.ncia ef ecti vamenf e


que ter.ha iuc.ur

(pcr muitos e vastcs que sejam os dominios ue r.ealidads ccr ele ee

bertos), muitcs mais e i nc emparave lmente mais ampios serem aaueies

que deixa por cobrir, r.essa. posigSo sumida. de total acagamento ,

que ccrrespoude ao "oirtívtv" no sentido alecerico.

Ora esfa situagSc de prendimento de "assezto" dc


.
cihar, dsixan

do ern posigSo equivalente ao


"

q.Tiúv'l*]" da aiegoria diferenf.es dcmí

nios da realidade (e mesmc a esmagadora maioria deles). encontra-

mo-la em rrlmeirc ingar, tal Piatso


qual a desereve, se considera--

mos o
prerdimer.ro, a retengSo q\ie caracterira e ncsso ponto de vis-

ta em relagSo aos horizontes externos .


"
da
"

mence Aquilo que na situagSo alegoria caracteriza o qímiS'vW .

Quando focc a continuagSo espScio-tempcral da realidade que se

me inculca para lA dc imediato e consigo ir.ibir as representagdes

inautênticas de totalidade e os demais fene.tenos que distorcem e

tolhem o senfidc dessa indieagSc, passa a estar em relevo.. presen-

ts no meu campc de noticia uma reaiidade para que , antes de ser

realizada essa anAlise (cuer dizer, nc meu easo, durante mais de

vinte anos), quer eu estivesse abscrtc r.a lida cuotidiar.a ecm o i-

mediatc, quer me detivesse na consideragSo de horizontes externcs ,

o meu ponto de vista em absolutc nío estava vc i tadc--uma reaiidade

"

comp ". etamente esccndida, apagada, 'fcra de oumpc .

A primeira nctirieagSc que verda.deiramer.te fez emercir essa rea

lidade do completo apagamentc (do tocai nSo-escar para mim'; em que

se achava e prec i snmenre acruela em que passei a perceber ccme cal

realidade fica fora da apresentagSo de que disponho, como se ma.n-

cam para 1A do ponf.o de vista em que me sicuo —

ccmc o rranscsr.ee,

ccmo e cualcuer coisa de outro aue n-.ĩc acui I o cue nele se acha da-

A ,-

Antes de realizado o crocesso de focacem dos horizontes ext

nqs, sem ddvida que cir.na o meu pcr.cc ie visea de aiguma maneira ;'

"aberto" para eies, dispunha ii de aiguma ir.dicagAo a seu respeito

(a mesma prec isumeute cuja anAlise cermire. per exempio, a dececgS

das reprssentagdes inaute.ncicas como repres ez.cagdes inautônticas e

por via disso, a emersSo dessa reaiidade. diferente do que e apre-

seucadcD peias recr es encagêes inaucer:ci e:c, eet.c alco verdadeiramen-

ce em relevo no meu ponco de visca, para cue efeccivamer.ee escon

desDerto) .

îias , por u:n iaco, za maior pares dc zet.to anf.es ca reaiizac-Sc

da focagem, o exercicic da mobiiidade de izc iiência, sendc frecier.

ce e muito irroquiecc, aeir.ha.-se a decermi nades itir.erSrios e a de

dc olhar. E. oor oucro ladc, mesmc cuande se eheaavam a rrcciuzir


tematizacdes que rompia.t a vinculagSc habituai aos circuitos de

mobilidade no territcric, a i.ndicagSc desses hcrizontes estava, co

me se proourcu mostrar, tolhida pela interccsigSc de representagdes

espúrias ae tctalidade e dos dernais fenômer.cs que distorcem a apre-

sentagSc dcs horizcntes externos e a prence.t z.um plano desfocado.

Du se;a, mesrno ate ocorriam dcs


quar.z.z rematizagSes horizontes ex-

ternos em causa, aquiic em cue o meu


acomp.aur.amento se quedava eram

ainda os ccrrelatos dessas diversas apreseutagdes desfocadas e nSc

os dcminios de realidade ef ectivameute em causa


eles
que prdcrios,

na sua dieerenga re 1 ativamente ao apresentadc dessas apresentagdes


desfocadas, se mantir.r.a.t ainda em completc acagamento.

De scrte que tcca a netieia que a tinha dos dominios abissais


;

do real de que se trata eomo que se desviava dssses dominios ecm

aue de aigum modo jS tinha a ver


comc que se perdia deles, deixan

do-os de facto totalmeute descituídcs ne creser.ga para c meu oonto

de vista, escondidoe: nu.ta cosi zSo de "ûmív*.V ".

E, assim, toda a ineuSvei mobilicade aue o meu ponto de vista

tem antes de detectar e ir.ihir os diverscs fenímenos de despercebi


da amhiiopia abscrvet
que a
eerspectivagSc des horizontes externcs,

toda a mobiiidude c\:e setpre me permife fcrar cudo o aue quiser de

encre o que me rodeia. desde o mais prtximo ace ao mais dĩscunca

(ua Europa a GalAxia, e mais aiem ainda; u.ta sucessAo sem fim de

cempos do passado e do fucuro e de tudo o cis ceve ou cerS luaar

uesses cempcs , etc .


. ece .
; constifui na veruade uma mobilidade num

domij?>o_cJ-.rcunscrito uta mcbiiiciads no quadrc de um "perante mim1'


(de 'Xticífvii- )
um 5. q-ls estou preso

c "rr^oC.V da anresenta.-So habi

fual dos horizonces extsrnos. Ou toca


seja, a mcbilidade habituai

do meu ponto de vista e.t reiagSc acs horizentes externos e uma mo-

bilidacie num piano eonfzrmadc pelo esbatimez.to dos limites. pelas

rerresentagôes inautSntizas •ie totalidade. zela tese cle homoaenei-

dade , eela tese de relega.cS1: de impcrtuuc ia-- ? uc ciano dcss^* ^-->-

Id.i
ndmencs q\:e o meu olhar se rnove , é eie que estS, nesse sentido, A

minha frente. E tudc o qce e encoberto por esses fenAmenos —

a prô-

pria realidade zcrrepcr.de aos hcrizontes externos sô


que comega a

ganhar preseuga quando se inibe o esbacimer.ts dos limites, se sus-

pende o embarque em representagfies inautônticas ds tetalidade, se

pereebe a zragilidade dc criz.eipio ce Arleqcirz :' e a fcrma cc-mo de

facto o seu funcionamer.ro esconde o que está cara IS da esfera de

acssso, mantem a ncssa perspecciva afascada de oihar ef ectivamenee

para ele). ?or grande que seja, ccda a mobilidade habituaĩ do ncs-

so ponto de vista em relagSo aos horizontes externos é uma mobiii-

dade no quadro do "assento' (do "/v'oTu.cí" co clhar, do "assento" do

" "

terri tôrio , do "asser.ee" do complexe de fer.omenos referidos, pre

sa do que um e o oucro rdem a sua frenre)— uz.a mcbilidade cerres-

coudente aquela de que os estranhcs prisicneiros tambc-m gezam, a

iiberdade que tSm de focar as diversas mcstragdes que se apresen-

tam no fundo da caverna.

' "

fj_^c-^_a mcdo "^-itd' dc de


— —

procQ nc '^c,-',' " co 'te o" ou comcuexc

fendmenos em que flca retido quando passa cara alem deie e temati-

ea cs horizentes exterr.cs , .zenhum dcs movit.ez.tes desse clhar leva

lidade que as anSlises reaiizadas def e ztam . Dudc isso e airo que es-

tA aí , sim, mas de tai modc cue a apresentagS: que tenhc em regra

o deixa inteirameute 'atras de si", uem o 'soniia".

E pcr outro lado o eampc dc que assim eerreseonde exactamente

;/ — . . .
,
'

ao gfT^o^sv la situac.so cescrita por P.atae evicenc ram-nc as ar.S

iises efectuadas em relagSo .-.os horizontes exterr.os ccmc um domi-

nio na verdace imenso, de ampiitude esmagaciecn ■'ccmo um abismo de

apresentagSo disponivel .

De tal mcdo que nSo scmeute emerge um cuadro em tudo ccrrsspon-

z'.T'i &
'
'

fa tenha um *': t-) ', mas oara al-m dissc ae ũimensdes desse e -
"
iTt 6"uiv em nada revelar-se
parecem mencs amplas que aquelas que Pia

iiWcT JV/
' "
tso aponta ac reduzir' c quer dizer, todo o das
,
campo a-

crssentagSes a que se tem acessc, a um pequer.o canto no fundo da ca

' "

verr.a e ao atribuir ae o:r':6""fc' as dime.nsSes eorrespcndentes r.So

s6 a tccio o resto da caverna mas para aiem disso. toda


, a a reali-

dade exterior ( em comparagSo com a qual a prdpria caverna e muitc

'

pc-uco)

i . e . ao reduzir c TøgÍsũiJ" a uma pequena clarsira numa i-

"

mensidSo de jTifvív '.

A ciifieuidade em reconhecer que assim e ; em perceber a cor.digSo

que se tem ccmo a de nma estrar.ha prisSc, a de um oihar "sentado",

imôvel, prisioneirc) vem dc crcprio spagamer.ro tocai daauiio aue es

PlatSo a descreve. Nela, e tido —

por mais verdade


que na
seja cou-

co, muito pouco, e deixe uma imensidSo de fcra —

lustamente porcue

esta imensidSo estS aragada , ausente, carece esaotar o aue ha: ca-

r ec e s e r o mundo .

Mas , analisando a pripria apresentagSc cos horizontes exter-

r.os e perzebendo c efeito de distorgSo dos iiversos fer.cmenos cue

uaturaimente a dcmiuam. de tudo


z eampo aqui 1 o que nSc se acha a-

barcado pela clareira de apreseutagSo a que se tem acessc emeree

na sua diterenga re iat i vamente ao que estS tido na apresentacSo íia

bitual, nas extraordiuárias dimensdes de qus se revests, etc . . ?or

tai formu que se torr.a cereeptivel como para um de vista


pcntc cue

disc'nsesse de nm accmranhamento adequado da realidade desses hori-

eontes externos (e r.So e


preciso ir mais icr.ge. ainda a«ie se;a so-

mente daquile que teve lugar, pcr exemplc, na Feninsuls Iberiea .:■.:

rante ae U.timas 24 ncras ) a perspecciva ec me aehc


,
que correspon

de exaccucueuce a do acur.hado Smbito de ir.fimc


apresencagSo , ao ccz

to da reaiidade que a aieuoria descreve come sendo o de


campo apre

sentacSc de disccem "estranhos


"

que os pris ier.eiros —

a essa perscee

7d6
hs.

Se, pcr outrc lado,o que se verifica a rsspeirc dos hcrizcnfes

extsrncs congrui com a descrigSc que a aiegcris faz da nossa situa

0S0 , o crendimento detectadc relat ivamente ae crdprio dcminio dc

reai sobre o qual o olhar incide, o prendimer.to que se procurou

pCr em evidencia nas ar.Slises ensaiadas a respeito do que hS na sa

la em que me enccnf.ro. r.So apenas eorrobora u'.euamente essa con-

gruôncia entre a nossa situagSc e a da alegcria, mas fs-ia perce-

'eer de mocc ai.nda mais acudo e mais ecmpiete.

Acui'.o cue a descoberta da incompletude da aoresenracâo relati-

vamente ao DrôDric dominio sobre aue incide e.t . í-4clI ..ai

ccnsigo e uma mul tipl ieagSc das frentes em r:e se reveia o


"Ø'!1,3'-
-jíi' ■_ e e orre i ac i vamence a desceberca de cue o arau de crendimen-

co e a ampiitude daquiic que em relagSo ac zeu pcnto de vista estS

oomc se se situasse atrSs ce t.im e eu nonca te volcasse, r.unca di~

rigisse o meu oihar para eie. sSo air.da muice taicres 'ie que iA ee

percebia no oaso dos hcrizentes ezferncs.

Também quando olho cs dominies ue reaiieade que,segundo me pa-

rece, me estSc directaments cs.dos (aaueies t.esmcs que me sSo mais

famiiiares e me estSo mais prdximes), tambet ai. ccmo se crccurcu

denee —

o ocntc de vista estS rstido. D.etide de tai modo qie na ver

tem A sua frente, perante si . NSo obstante estar assim —

nc sentido

iiteral —

ante mim , nc eseago e nc eempo para eue eseou voieadc, um


vista, numa posigAo tal que o "perante mim" constituído no meu pon

to de vista nAo o adopta , o deixa inteiramente fora do seu Smbito

exactamente como se, no sentido topogrSficc, se achasse atrAs de

mim e o meu pcnto de vista estivesse imôve 1 e condicionado a sd o-

lhar para a frente .

JA no tocante aos horizontes externos se r.anif estava que o "dei

xar ficar atrAs de nds ( f ora do domínio abertc peia apresentagAo

que se tem) nSo radica pura e simplesmente zuma falta de incidên-

cia, i.e. nAo ocorre apenas porque nAo me vclto para um determina-

do domínio de realidade, nAo dirijo o meu olluar para o quadrante

espAc io-temporal em que se situa —

como se sc zom
dirigir o meu o-

"

ihar para esse quadrante o o íT'qCiV" ficasse suprimido.

0 deixar fora de acesso ( "atrAs" de nôs , no sentido referido)

de que se trata radica antes num defeito da cropria incidência, mes

mo quando ocorre . Posso diricir o meu olhar cara o horizonte Portu

gal , que desse modo deixa de ser um horizonte esquecido e passa a

estar em foco. Porém, dominado pelo compiexc de fenômenos que se

descreveu e tolhido peio seu efeito, por mais que incida sobre tal

horizonte, nem por isso c meu oihar deixa de ter nesse mesrno camoo

sobre que incide uma multipl icidade cmensa de reai que se mantém

"

para ele numa posigSo de oCiiCV'" Mas istc, deixava


.
que se ver js

a respeito dos hcrizontes externos, apresenta-se de forma ainda mui

to mais vincada quando c dcmínio de reaiidade em causa nem sequer

se acha, como aí ainda e o caso, reiacivamer.ee distante de onde es

fou, sem apresentagSo directa, antes e o crourio domínio daquilo

que escA perante mi.m.. no sencidc de


espaciai imediatamente

cermo

crCximo e, segundc toda a evidencia, dcminade cido.

Aqui mostra-se a justeza da descrigAo clacinica onde eia menos

parecia possível: nAo obstance estar voltadc para o domínio de que

se crata, vendo-o nSo ohstante ser a ele mesmc o meu olhar


,
que se

dirige (e de -^1 modc qee este domfnio estA tSo presente a mim quan-

to parece ser possivel,, imensa mul i idade do


uma
tipl e que a ele per

T.ltí
fence nSo lcgra entrar na apresentagSo que tenho, mantem-se estra-

nha a essa apresentagSo , totalmente apagada para o meu por.to de vis

t.a .

Ao constituir-se a apresentagSo que tenhc do que estS perante

mim nc sentido espaciai e nc sentidc tempcrai do termo (o que se

situa no quadrante para cr.ce clhc), sô uma carte dele —

e, procureu-

-se mostrar, uma parts mesmo bastante requena


e admitida ao 'pe-

rante mim" que ps.ra mi.m se abre . 0 demais fiea exactamente na mes-

ma posigSo re iativamente ao meu ponto de vista, na mesma situagSo


'
"
de de atrSs cele" (quer dieer de exterioridade reiativa
oĩT\uvíj_" ,

mente a tudc aquile para cue se esta despertc ; que a aiegcria des-

oreve e af'irma ocorrer na forma como estS eenstif uido o acesso de

que dispomos. De tal mcdc que , ccr mais que a minha perspectiva

se mova ,
por mais que , alterando o suguio de incidSncia scbre as

realicades que h.S no dctinic de realids.de que tem perante si (v.g.

a sala), ga.uhe mais e mais aspectos novos que ar.zes ccmc I etamente

me escapavam ou nSo estavam bem vistos.. toda essa mcbilidade e te-

dc esse enr iquec imento da apresentagSo se passa num Smbito restri-

co, e na verdcie bascar.ee rescrico, re laci vatsr.te a realidade cue

'z.S , deixando sempre aiz.ca numerosos campos de realldade infeira.ten

te insuspeitados ,
em eceal apagamenco.

Cu sela, a mcbilidade que indubitave imence caracceriza o poncc

de vista no acesso a sala (a quase ccntinua alteragSo ce incidín-

cia que se produz nela) é u.ma mcbilidacie ccr.c aque i a de rue dis-

"

edem os "estranhos pr is icueircs


a mcbiiidaie re 1 ac ivar.er.ee aqui-

Ihar, uma mobilidade scneuee dencro desse Stcico. Numa caiavra, e :

ma mobilida.de d e facto vinculada , uma forma de passagem eue manceni

" v

sempre a nSo-pa s sagem cara IS do tr.cíviv ri>;- e o f echamentc dc

' "

C T:6A.Ũ-t' .
-coisas que se p£e a nu na anaiise da incomp ietude .

Assim, cie acordc ccm a descrigSo da alegcria, c voivimento do o

i'nar a partir da posigSc fixa que naturalmente tem nc fundo da ca-

verna é experimentado peic prisioneiro de tal mcdo que a nova in-

cidêr.cia, diferente dacuela a que estava habituado, que por esse

vclvimento se constitui é uma incidôncia scfre


em eqee quaiquer coi
" "
sa cgiiio uma ofuscagAo ( wu»>'i|<j> ,
"____W__£_'* ) , uc.a experiência de i.n-

suficiôncia da visSo re iativamente ao seu


ch;ecto--de excesso des-

te sobre a caoacidade da visSo, de um excessc tai cue iustamente

nSo se consegue ver De tai modo que por um 1 ado a perspectiva


.
,
, a

berfa pelo volvimento e uma perspectiva dificil de sustentar ,__de_a-


guentar , uma direcgSo :io oihar em que c prisier.eire se oerturba, se

descrienta. E de tal mcdo que.ccr cutrc ladc. e crisioneiro nSo en-

ccntra n-a nova incideucia um acesso comparival acuele cue estS fa-

culfado na implantagSo ncrmai dc seu olhar, r.e seu assento, mas a.u-

tes qualquer coisa que ,


ccmparada com aquiic rue ncrmalmente tem

quando esc.S sentado, se reveste de u:n carActer muitc


aparentemente

mais "f_ra_c_q, muito menos consistente. Pois aceiio cue se acresenta,

uma vez prcduziác c vo 1 vimentc e qualquer ccisa se dS


,
que a ver

precisamer.ee sc no facto de estar a escapar, de se manter escoudi-

do qualquer coisa que desse novo modo, contir.ua air.da a


,
recusar-

-se, a mar.ter-se fcra de aicauce.

De once resulta que a mudanga de incideuzia nSc se apresenta

cara o prisioneiro como um efectivo desconf i.tat.er.to do seu ponto

ce vcsta, como uma verdadeira aquisigSo, um verdadeiro aiargamen-

to dc oampc de acesso, mas , pelc zontrSric, zztc qualquer eoisa

que so traz difieuldade. sô traz uma perturbacSo dc pcnte de vis-

ta uma pertnrbagSo com a qua 1 aparentemente r.ae se ganha nada .

De fal mcdo que a tendencia de sofre


quem esta mudanga e oara

se refugiar de ucvo na zona de eiancade da sua imDÍantacSo nor-


emergir do tctal apagamento em que naturaimente se acham todcs os

campos de realidade sucessivamente focados na apreciagSo da incom-

pietude do acesso que ter.ho a sala (a esta saia em cce me encontro

e, a semelhanga dela. a todas as demais salas, a todcs os demais

espagos que ..
uns apôs os outrcs, vSo estando no foco de incidência

os dominios de reaiidade soure que de cada vez o meu olhar incide

estSo amputadcs de uma grande parte dos complexos de reaiidade que

Ihes corrsspondem . E o Ambito do que assim fica eliminadc e ccnsti-

" "

tui , em cada incidencia do olhar. um 'g.'Tí6-J"i-/ no prôpric quadrante

sobre que se i.ncide e tambem ele enorme , e também ele em cacia inc_i

dência correspondente A desproporgSo entre c cequenc canto ac fun-

do , para que os prisioneiros estSo volcadcs, e toda a demais reali-

dade de que se fala na alegoria da caverna.

E assim, mesmc que nSc hcuvesse senSo c eue de cada vez e c pe

queno domínio do real sobre que o olhar incide (quer dizer, mesmo

"

que nSo ocorresse, ccmo ccorre, o esmagador o .TiC'qW" dos horizon-

res externos), para um pcnco de visca de cersceccivacSc adsquada

da realidade presente nc eampo de ineidencia c pontc de vista em

que me tenho ccrrespcnde exaccamente as caracceriscieas dc pequeno

focc aceso, sô num canto, cegc para a muito mais ampla realidade

de cudo o mais, aue a aleaoria descreve eomc o hcrizcute cos "es—

"

cranhos prisioneiros .

Mas , se isto e assim zo cue diz respeitc =


escrucura de fixa-

gSo , do 'assento" da eerspecciva. pcr outro lade fambem r.c que diz

respeito aquiio que aconcece quandc se chega a croduzir vo 1 vimen-

to .
quando de aĩguma forma se descobrst realicadss que habitualmen

te se mantêm numu pcsigSc "____________r_____" a descrigSo cs alegoria da ca

'^O
uela se apresenta, como algc que justamente tem menos realidade dc

que o que se oferece na visSo normal e muitc tenos clare za do que

isso .

Cra e
qualquer coisa desfe genero que justamente ocorre na des

coberta dos horizontes de escondimento em causa da


na verificagSc

ir.ccmp i stude .

Assim, por um lado, a acresentagSo do "cara-ia' nSo accmcanha-

dc que a percepgSo da inccmp 1 etude faz emergir dc apagamentc em que

r.crmalmente se mantem nSc e uma apresentacSc cie ef ectivamente me

d___ esses dcminios de realidade, os ponha ao meu alcance comc algo

efecf ivamente vieto, mas uma acresentagSo que acenas os svider.ria

z.o nSo-acesso em que me eneontro re lat ivamer.te a eles, na extracr-

dinAria ul trapassagem . nc extracrd inSr io excessr aue represer.tam

re lati vamente a tudc •quantc sou capaz de acomcar.har deveras .

A incvagSo sohre a incidSncia habitual que a descoberta da in-

completude e dos de esccndimentc Ihe


campcs que ccrrespondem traz

ao nosso ocutc de visca tsm precisaments o caracter de uma desco-

berta do que nSo alcanga, de uma


experiencia de falôncia do ver.

Pcr outras palavras. f.ai eomc na alegcria se enur.cia, a cor.sticei-

gSe da nova incidSncia, o "descegar" do oihar r.Sc se realiza pura

e simplesmeute por um ai argamenzc do acesso que cranspcrce direcca

mence para o novo campc de incidência (num "veni, vidi, vici" da a

prsser.tagSo--r.uma apreseucagSc que o de ef ectivamente ) . Realiea-se

'

antes, se assi.m se pode iizer. 'negativamente r.a experiencia da

i_n_s_uf i c i ônc ia , de f racasso do conto de vista —

cc seu caracfer iimi

-.ado . s uma mcdif ieagSc de ir.cid-5r.cia para o rue r.Sc se eensecue a

eompannar, para c que nAq _ _


se _
e uec e r g a e cara e ver que nSo se enxer-

ca .

'

E o tencmeno -da da ofuscagSo, cal


"^u.juwr sr- , como na aiegoria

ze acna apresencadc, cradur precisamenre a nacureza da persoecti-

va cue assim e aberta.


facto de aauilo que se trata de ver ultrapassar a capacidade do o-

Ihar, ser alqo cue excede essa capacidade, que esmaga, se assim se

pcde dizer, as suas possibi 1 idades de acempanltamento .

Tal comc acontece numa efuscagSo. hs na perspect ivagSo de tc-

dos esses camcos de eseonditentc erec isatents aiqo que se apresen-

ta e vistc (sendo justamente isso que ofusca, "fere" o verN.


, que

Mas , t.ai como acontece numa ofuscagSo, t.ambem r.a focagem desses he

rizontes para que nSo se tem pcnto de vi.sta isso que assim se apre

senta de modc tai que ao vS-lo, e ver nAo vê nAc eon


apresenta-se , ,

Ihe cferece (casse ccr agora a fôrmula pa


seaue acompanhar o que se

radoxal ,
cujo sentido mais tarde se feutarS d'.scutir) —

e.c que eor.-

assim ihe acresenta r.Sc e ser.Sc precisemeu


segue ver daquilo que se

te esse nSo conseguir, essa faih.a em cue esta a seu respeieo.

E tal comc aeontece re 1 at ivamente ac'uiio que crcvoca cfuscagSo.

de vista se volta eara es horieentes de escendimen-


quando o ponto

co ccrrespcncienc.es a sua inccmpl ecude , a direegSo do oihar para es

ses dcminios, ficancio-cs de frence, e uma direegSc diflcii de sus-

de c ncssc ponco de visfa "perde c pe"„ se


tentar, aguentar— em q\:e

desorienta .

E ucr outro lacio, em ccnsenSneia cambem ecm e que se descreve na


prôpria algo de remoto, que nSo move, nSo "faz frente" ao nosso

ponto de vista.

Ora, constituindo desta forma algo a que o pcr.ro de vista nSo

ccnsegue chegar, ou seja, mantendo-se inacessí 'eis, e, por outro

lado, tendendo a indicar-se ccm um mer.or grau .e impacto que aque-

Le com que se dSo as ccisas ef ect ivamente aore ■entadas, os horizcn

tes que a averiguagAo da ir.completude fi emer zir do apagamento

em que normalmente se acr.am tenuem a parecer d e facto menos reais

do que a esfera de realidade en que de ordinArie


ie me movo e que sem

cre estS aí disponivel para mim.

"

Einalmente, dado esse estatuto de realidade


e "meucs reai com

que assim inexpl icitamer.te tendem a apresentar-se


-se, e cadã, por ou-

cro l.ado, a prôpria dificuldade que hS em aguer.ta

aeles (a quase insustsntabi 1 idade dc f itA-los . z ir.comodo que pro-

vcca estar voltado para elss), os horizontes que

" "

gSo c ffj c v't 1 re lat ivamer.te a crientagSo normal c no s s c o 1 har e

ac campo de realidade qce Ihe ccrrespor.de sSc her zontes a que,

"

r.aĩ ccmo o aifig^ tv "ca mesmo uma vez vis cnc r a d c s ten-
a.egoria, , se

de de ncvo a voitar as costas : hs uma forte cret nsSo para deixar,

oara abandcuar essas ncvas oerspeotivas , esses ne cs horizontss sô

" '

ticos n: da !t«fu«ir!,jr« e oara se fei c o conto ds vis-

za nc territorio naturai —

numa assungSo de aue issc é aue e real


2.1.3.2 3a 1 ango de todo o levantamento realizado s q bre a INCOM-

PLÊTUDE^as alteraqdes da FQRttA DA EINITUDE no Smbito da


modal idade. A fragilidade ũa determinagSo da i:i-
primeira
completude e a possibi 1 idade ae fixacSo de um '-esultado.
A subversâo da forma no Smbito da iucompletude e o seu li
-

mite a impossibi 1 idade de um esconcimento total no qua-


dro da primeira modalidade.

Tendo em atengSo tcdcs os aspectcs sucess ivamente passados em

revista, cumpre finaimente procurar estabeieeer, pôr ein reievo c re

sultado da indagagSc efectuada.

Tratava-se de apurar o problema relativc a fcrma da finitude do

de vista —

e isto no Smbito da pri.teira modaiidade se


nosso pcnto

imperfeigAo do acesso, i.e. nc Ambito da sua incompletude .

Como ficou fixado no ir.icio do pcnto 2 esse problema articula

-se em trSs quesitcs.

0 crimeirc diz respeito a cierrogabi I idade da fcrma natural , a

1 idade de se encontrarem volumes de reter.gSo, de restrigSo


possibi

natural de er.quadramence das ía-


do acesso, que subvertam o regime

1 ha s c cmo 1 a c una s .

0 seaundc diz respeito a idencif icagSe da ferma da rinitucr1

cue

ver i f ieando-se que a forma naturai resulta na verdace de um

condicionamento e mascara a situagSc reai de fir.itude —

efectiva-

mente correspcnde A situagSc em que se esta.

terceirc a possibi 1 idade de sh-


Einaimente c quesito ccnoerne

verificar euaiquer ccisa ccmo uma invasSo tctal dc esccndimer.ee--

um intearal colaoso da eficAcia do acessc que se tem.


'undamentais em causa. r. e chegada a altura de apurar ,
pOr a clar

,ai s resuostas .

0 pnmeiro ponto que tem ie ser esciarecidc neste ccr.texto, an

tes mesmc de se entrar na fixagSo das respcstas , das ccnclusdes que

as averiguagoes efectuadas permitem estabeiecer re lat ivamente a es-

tes tres quesitos, e o da prôpria pcssibi 1 icade de se falar aqui de

conclusQes, de um resultadq.

Isto pcrque , ainda que até aqui r.Sc se tenha vincado que assim

e, todo o inquerito realieado îcerca da incctc 1 etucie tem um carsc-

fer na verdade inqenuo e escS afeecadc ecr u.t.a fragi 1 idade difícil

de sanar.

Com efeitc. ccda a verificagSc ás. incompletude do nosso conto de

vistu depende em Ultima anSiise sempre de uma tese ou um conjunfo

de teses scbre o "para IS" daquilo que propriamente nos estS dadc--

tese ou conju.nto de teses que nSo tem de mar.eira nenhuma um carAc-

ter apodictico, antes pcde ser sempre pcsta et oausa.

As teses sobre aquilc que r.So estS procr iamer.te tidc, as teses

sobrs a continuagSo da realidade para iA dc t:e ef ectivamente se a

cha a mcstra, revestem-se intr insecamente de uma indole, se assim

" "

se pode dizer, fraca ,


probl emãtica ,
que nSe permite ter comc ab-

solutamente seguro o q\:e quer q\ie sej.a que z.e.as se sustente .

Ern Ultima anSlise, sc gcza de apcdictieitade o prôprio campo do

que 'íStS ef ectivamente apreser.tado . E fcda a cerspect ivagSc da in-

ecmpietude tem pcr inerência um earSeter mera.tez.te hipotético . Em

ûltima anSlise, pcr :nais que cai se afianre f z.veros ími I , e ace pos

sivei —
não se cem meio de excluir arsclucamer.ee —

aue a reaiidade se

esgote ince iramcrce uauuiio ju? -ie cada vez se anreserta . De tai mc

uc uue o acesso de cue se diecce nSc zadeca et absciuto de nenhuma


incompletude . Ser assim cbrigaria, sem d'ivica, a uma radicai revi-

sSc do modo como se tsm reeonhecida a realidade, a uma transforma-

rSo drSstica da ccucecgSo que dela se tem. zcs nSo é uma coisa ab-

solutamente impossivel. NSe e uma ccssibi 1 idade que em definitivc

se eiiminar ccm f undamento susceptive de ser inteiramente


pcssa , .

exc luida .

Na indagagSo da siruugSo em que se estS re 1 ativamente a fini-

tude de erro e A finitude mocial , ver-se-S mais precisamente todo o

de problemas reiativos a esta fragilidade e procurar-se-S


compiexo

mostrar como o faczo de se dar nSo diminui —

a.zfss aumenta

a fini-

tude do nosso pcntc de vista. ?or enquantc, subl inha-se apenas que

hS u.ma fragilidade deste gánero, qne essa fragilidade cem de ser eo

-ecuac ionada na ccrnpreensSo de problema da ir.eomp letude , mas que ,

por outro lado , acesar dissc (e esce e de mctento o ponto decisivo)

a fragilidade em causa níc ar.nla, nSo l.mcede a mcdificagSo de pers-

pectiva scbre a fcrma da finitude que a aver i guagSc da incompietu-

de ,
tal como foi feita, e ;'S de mcide a acarrerar.

gom efeitc, se e verdade que o rec onhec it.ento da incompletude

tem um carScter irremediave l.tente hiDctécico nSo se podendo asse-

curar nunca, em ultima ir.scsnzia, eue nS o cie guer que seja par;^

is do que se ve ,
pcr oucrc iado essa mesma fragilidade que impede

a afirmagAo aDcdlctica de cue a apresencagSc :ue se Cem e inccmpĩe

ca cambem nSo autoriza de mar.eira nenhuma a exelusAo da possibili-

i.e. da cossibi 1 idade haver de facto hori


dade da incomp 1 etude ,
ce

zcnces nSo acompanhados— e ce eies cerem ;uscamente as dimensdes a

bissais que se esbcgaram.

Se o reconhecimento da inccmpletude do cenco de vista padece

intrinseca, tem carScter irremediavelmente


de uma fragiiidade um

ouero lado nae t.enos fragil, nAo me-


hipotetico, probiematico ,
pcr
ce. Na situagSo em que se acra, o nosso pcnte de vista nSo dispôe

ce nenhum meio pelc qual possa eliminar essa possibi 1 idade do para
1 gO
-ÍS —

de-si a que nSo tem acesso.

Deste modc , todas as reservas suscitSveis a respeito do reco-

niue cimento da incomp 1 etude . todas as restrigíes mcdais a que se

tem de reconhecer que estS sujeito, em nada aiteram o fundamentai

da mqdi f i^c^agSo da compreensSo da f orma da fiuitude que as anSlises

levadas a efeito promovem.

?ois na verdade , ccmc desde o principio se procurou pdr em re-

levo, o c\:e f undamer.talmente constitui a forxa da finitude dominan

te na ccmpreensSc de p-cnto de vista e uma ar.tecipagSo impiicita da

amplitude total possível da sua imperfeigSc i.e. uma delimitagSe,

u:na fixagSc restritiva ca zinitude que se acezite. Cra, se nSc e ccs

sivel asseverar em regime de apodi etieidade cenhuma perspectiva de

reconhecirnento da ir.ccmpi etude (e se isso afecta naturaimente tam

bem o levancamento da inccmpletude que se levcu a cabo), a situa-

gSc em q\ie esse ievantamento uos deixa no seu cermo é de qualquer

modo prec isamente a dc confronto com a possibi 1 idade (com a inanu-

1 Avel possibi 1 iciade ) da iucompletude e com a r.So menos inanuISvel

pcssibi 1 idade de a incompietude ter as extraerdinArias dimensdes

q\:e foram referidas.

Cu seja, mesmo deixar.do uma de iucerteza sobre de


margem quai

facto a sifuagSo real de inccmp i etude , as aver .guagdes reaiizadas

i.vroduzem , fazem emergir ecmo possibi I idade .sso cuja impossibili-

ciade, cuja exclusAo justamente conscicui a fcrma natural da finitu-

de . ^. i ncroduzem , f azem emerair ^ssa oossibi 1 i dade de fcrma irre r/ o r-

sivel. De tai. modo que fransformam complecat er.te a autocompreensSc

do pcnto cie vista.

Fara a alteragSo da situagSo re lativamez.t e a forma de finitude,

e porque e forma diz respeitc a definigSo da finitude possivei , nSo

e ueoe-'sAric o es tabe 1 ee itento apcciíztico da znai e ef ecti vamente a


alteragSc da situagSc r.c que diz respeitc A
Basta justamente uma

De tal tecc o pereurso efectuado jS e suficien-


_2£ssibilidade. que

te oara alterar a perspectiva e para estabelecer alguns pontcs a-

eerea do problema da fcrma ca finicude no a.ceito da primeira moda-

I idade .

Nesta medida, independentements de tocas as restrigc.es que mar

consegnidos é possivei e.ttSc falar ue um resui-


cam os apuramentos

tado da avericuagSo levaca a cabo scbre a inecmpletude .

Sendo assim, c cue esce resultado do ir.cuerito ein primeiro iu-

car estabelece é cce , verificandc a situagAc reai do ponco de vis-

ca, hA uma serie de rescrigdes nacuralmence vigentss a respeito da

possivel da i.cecmp I etude que cai por terra. E que a sus-


amplicude

censAo dessas restrigdes prcduz uma aiteragSe globai da forma ec-

mc o Donto <ie vista peree'ee a sua posigSo


uc.a alteragSc gloca:

da tem da relacSo ie forgas er.tre a sua ericacia e


compreensSo que

a sua incapacidade (a sua margem de falencia) .

Com o que fica ottida uma resposta ac primeiro quesito, aeer-

ca da possibi 1 idade da subversSo da forma natural .

S i m ,

no smbito da incompletude . A íorma uatural da finitude. em que es-

ca se acha reduzida a eercigSc de lacuna , r.Sz cem nada cue a garar

ccnfirme evidercia de nacura Imence se reveste E-


ca, que a na que .

la resulta de um condie ior.amento de ôptica ce uma formidSvei redu

oSc--e de uma redueso lufundamentada —

no reo enr.ecimentc dc Smeito

da ir.comp 1 etude cie na verdade pode estar a afectar c ncsso pcr.to

-ie vista. As erCrrias indicagoes por que c teu pontc de vista esca

oriencaco na comcreensSc da reaiidade que o rodeia sugerem um qua-

7CO
dro de incompl etude inteiramente irredutível o regime de enquadra

mento e subal terni zacSo da falha que e prduri o da forma natural

da f initude .

E nSo somente e possivel uma subversSc da : forma nacural (e a

verificagSo das ccndigSes reais da sicuag-Sc er ■

que se escS impii-

ca a suscensSo das rsscrigíes que a ccnstiruer .


) , mas ,
para aiem

dissc, mesmc quando jS se reaiizou uma ruptnrs . desca ordem —

e mes-

mo uma ruprura de muicc a.tplas dimensces —

tal ruptura pcde na ver-

dade ficar ainda muicc lcnge de esgccar a marc "em de subversSo das

rescrigdes ccnst icut ivas ca fcrma natural que a situagSc em q\ie no:

achamos autoriza (e que e necessArio esgotar z :ara se consecuir ver

ef ectivamente a nu a aue conco a apresenca g=.o ae que dispomcs es

tS exposta a
poss ibi 1 idade de ser incompleta

E isto de tal forma que , mesmo até quar.d jA ocorreram nSc uma ,

mas vArias ructuras desta ordem, mesmo ai e


; ssivel que essa mar-

gem esteja ainda muito ionge de se achar esg: ;ada e que a supressSo

das exciusôes infundamenrucLis da forma natur (e tanto cuer dizer,

a amplitude possível da incompl er.ude do noss Donto de visf.a) vS

de faccc nuito alem do q\xe ai iA se perspecc

A mul f :. p I i c i-.iade de exclusdes implicicas convergem na ccns-

tituigAo da forma nacural sO a pouco e poucc ierge do anonimato

em que cacia uma delas naturaimence "funcicna E, mesmo quando i'A

ficaram inibidas muiras e imporcances excius i de s s as ( c r ociuz i nd c ■

_se zom isso subscur.c iais aiferagdes da fcrta .


finitude), Docem e

zendem a oereistir, ainua assim, outras exc'.uscss que . e.t reiacSo

a aspecco.e nSc menos uec: i s i vos , manrsm de r = a zretensac ie ef icA —

cia do pcntc de vista natura., a sua autoccttreensSo eomc cor.fc de

vista eceera.no cc:m u:n aeesso craticamente irrestritc.

Esta peculiar estrutura, a cue correspcr.de a possibi 1 idade ie u

:na sucessSo do formas da fin:: fu.de uue , nSc c'estauce consci tuirem

ae c -rr.eueo r e í aci vamence rma n;

?6û
têm ainda de pe uma parce das exclusOes que a consticuem, e uma es

trutura cue se tentou por em evidencia na ar.Slise dos horizonces

externos (cf. 2.1.1.9) mas que a anSlise da situagSc relaci-


supra

de ir.cid5r.cia manifesca ainda mais ci.ara-


vamente ao prdpric campc

mente na extraordir.Sr ia complexidade de que se revesce . A sueessSc

de mccificagdes da fcrma da finitude nc cuaũrc dcs horizontes ex-

cernos ccncinua-se cambem pcr uma sueessSc de drSsticas subversces

da da i.rcompi etude possivei nc crdprio foco de înciden-


compreensSo

cia, com as consequéncias de redimensionagSc ,


de remultipl icagSo d-a

dos de latência ncs hcrizonces excernos,


prôpria amplitude campos

lol
J
assmaiar que ceía uecorrem.
que oporcunamente se procurou

Numa caiavra, nSo sô a respGsta ao primeiro quesito, sobre a er

radicabi I idade da fcrma naturai, e pcsitiva mas para alem dissc a

erradicagSo da forma natural da finitude nc Smbitc da modalidade

vai muito longe nc distanciacento relativamente e


da incompletude

forma nacural e na perrurtagSc da auzcccmpreezsãc dc ncsso pcntc

de vista. E, mais ainda, essa distanciacSc relativamente a fcrma

natural vai mesmc ao por.cc de se acroxi.tar ia totai inversSo da re-

naturalmeute vigente encre zs dominios de eficScia


lagSo de forgas

e de rescrigSo dc acesso. mar.i f es f ar.do pcss ici I idades de esccndi-

f icar-de-f ) todas as reai5es da realidade e a


menco (de um ora em

de Smbitos mais preximos, mais e


possibi i idade , mesmo nos pequenos

haver de iacência cie dimeu


aparentemence mais acomuanhadcs, campcs

sSo desmesurada. , abissai.

De ca I modo que ,
inibido o condiciauamer.ee natural ,
o que se a

cura vai ,
cie susuensSc e;r. suspensSo, nc ser.ziio -de uma suspensSq

total da exclnsSc de ir.ccmpl etude , aproximar.do-se cada vez mals ds


Mas ,
se isto e assim nc cue diz respeitc ac pri.meiro ques -. i.

se, deste modo , o que as ar.Slises efectuadas pôem a nu é quaiquer

coisa ccmo uma invasAo da incompletude ,


per.etrando todos os domí-

nios da realidade e todos cs momentos da azresentagSc que se tem,

por outro lado jS nc qus ciz respeito ao serrur.co quesito, a identi

ficacSo da forma da finicude que efeccivamer.ee corresponde a situa

gSo de iricomp 1 etude em que se estA, parece ser de facco inconclusi

vo o inquerito ate aqui realizado —

e nAo sc o inqueritc realizado

ate aqui mas na vercade acarentemente tambeu qualquer inquérito qut

s e r ea 1 i z e .

Com efeito, um dcs ascectos postos em relevo no curso da averi

guagSe levada a cabo e erec i samente o de níc haver, na posieao de

acessc em cue ncs achamcs, nenhuma possibi 1 idade de exciuir que ,

pcr mais lcnge que ;'S se v-S , na suspensSo ce exclusoes reiativamen

te a ampl itude possivel da i ncomp lecude ,


pessa persistir ainda in-

defeccado e em vigor um nũmero indeterminacc de exciusc-es implíci-


cas . De cal modo que ainda permanega numa ccsigSo
"

ôiTit' "vW
"

reiati

vamente ao nosso ponco de vista um conjuntc muito signi f icativc de

eampos de lacSncia, um cczjur.ro cuja detecgSe evencuaimence pcderS

ser ie molde a "afundar" air.da mais o nosse ponto ds visca, alce-

rando a sua aucoccmpreensSc a fcrma da fi.titude neie


,
vigence .Cu

se;a, ecnscitui iuscamsnce urn dos resulcaccs da averiguagSo levada

a cabc qvie a escala cas formas de flnifude cie nela se acha oercor

rida nSo tem, nSo pcce zer o oarSccer de u~a escala fechada.

E, por outro .auo, a creci'ia c irounscSr. z ia de a deteccSo du in

ccmpletude escar sujeica a rsscrighes de ore=m modai (e nSo ter ne

nhum meio de se uarancir eomo qualquer coiea de absoiutamente eer-

co ) faz que nSc se;a cossivei estabelecer ee forma inte iramente as

sence quf a inccmu i ecuce ce confo de visca et rue se esta fem esta

c-u acue 1 a crdem de grarceza, estS marcada czr esras ou aaueias fro;
apodícticas, que em Slcima anAlise pcdem ser pcstas em causa.

A de indeterminagSo resulcarce desza restrigSo mcdai e


margem

muito ampia. A situagSc de incompletude em cgue ef ectivamente se es

tS pode ter dimensSes abissais da crderr das rue fora.m apontadas.

Kas , em última instsncia, comc fci frisacio, tambem r.Sc se ccde ex-

cluir inteiramente o extremo oposto, i.e. que e prôprio pontc ce

vista esgcte a realidade, se;a em abscluto a realidade e nSo haja


152
nu verdade nenhuma incompletude .

C levantamento feito, deste mcdo , nSo perttite levar a uu. escla-

recimento cabai do prcbiema de saeer cual a forma de finitude efec

tivamente correspondente a incompletude que afecta o nossc contc

de vista. NSo faz mais do que pOr, de forma tuitc mais aguda, mui-

tc mais premente dc qne ar.tes da sua rsaiizagSe, ante o facto de

nSo se saber isso —


ou seja ante o prôprio prcblema.

Sd finalmente (e eom a fixagSo ueste aspec-.c se ccnciui a


que ,

anSlise da modiíicacAo possivei da ferta da finitude no quadro da

imperfeigSo de incompl etude ; a incapacudade ce dar resccsta, em que

se estS no que diz resceiro ao segur.cs quesice, r.Sc sigr.irica que

nacia tambem se possa escacelecer a resceite ie tsreeirc--acerea da

poss ibi 1 idade de a subvers.io da fcrma natural da finitude ohegar

ao excremo de um tocai varrimer.ro da evidcncia que se tem (de t.a 1

mcdo nada reste que z.Sc se;a azeccado czr u:na restrigSe de a-
que

cesso ,
por esooudimer.ro —

cu se;a, de cal mcdo cue a fiuieuce se;a

tntal) .

Com efeitc, se, a manter-se a sifuagSo et. cue nos achamcs , nun-

ca a escala deteccudu das formas da finifude pcde fer o carScter de

uta eseaia fechada (e se z.Sc se pode exciuir uma exoansSo , um agra-

vamcnto rara ÍS da sucversso ia fcrma rue de cada vee ;!S se acha


produzida), por ourrc ladc essa expansSo set.pre possivei nAo é ab-

solutamente ilimitada, uSc e ilimitada em tcdos os sentidcs.

E-o de facto no seutido de a expansSo , c agravamento poder sem

pre prcsseguir para IS dc z.ivei de cada vez ; S atingido, ultrapas-

sando as dimensdes mar.i f escadas nele.

Kas n.So e abso iutamente ilimitada porque ,


por mais uue sempre

pcssa crescer para iS do cue de cada vez ;a se tem apurado, esse

crescimento dS-se (tsm de se dar ) sempre accuém de uma fronteira,

que em atsoiuto nSo pcde ultrapassar


e que funcicna, se assim se

ncde dizer, como seu iimite absoiuto.

Essa rrcnteira, esse iimite e quaiquer sa que decorre da na-

tureza específica do escondimento em causa primeira modalidade,

qualquer coisa que, indecendentemente de t : as restrigSes que a

fectam a determinagSc precisa das fronteir :u incamp 1 etude , e an

fecipAvel antecipSvel quaiquer


-—
— •

e sem re scr icSo t^ >- n


e a

prio sent ido . da prôpria estrutura dssta m edaiidade de finicude e

do mcdo comc o escondimeuto ocorre neia.

C que caracterica a eeculiar estrutura e esconaimenco em cau-

sa na inc om: ereico, o raccc ce uma carte dc reai fi-

:ra do hcrizonte dc oonto de vista. cescicuídc


ico le acomnanha-

mento .

Ora, sendo assim, a propria natureza d: escondimento de que se

trata faz exciuir cler.tro co seu smbicc a ct sibiiidade dessa sub-

versSc total , desse eseendimenco inteiro c. e cubimer-to est.S em cau

sa no tereeiro quesico.

Pois, nestas condicdes, un iominic ince" ■=: do escondimenro , u-

ma finitude total do cc.utc de vista, seria sc coderia ser, nq yia-

dro da primeira moclaí idade quaiquer ccisa iuexie-


, emo a crOpria

tsncia de ponto de visza a total ausência .a apres en t ac So do que

seia. iss
•• • —
'- >- "
ab s
-

auer aue -. a a r,, r" :i c; ,— t í-y- ^,


r. o 1 uc o fi c. a r f' n ra .

H ísso aue es inriicado n uma i n c o mp 1 e t u ce absoluta.

'(; 1
Ora, na posigSo em que nos encontramos aeha-se sempre jA cons-

tituida uma apresentagAo, uma apresentagSc ce algo. Por muitc pou-

co que isso seja, é precisamente qualquer ccisa e corresponde pelo

menos a alguma Area da realidade que se acha eximida A nAo-apresen

cagAo ,
ao cipo de escondimento que e caractsr ístico da incompiecu-

de.

Nesse sentido, por muito que a possibi 1 idade de alteragSo da

forma da finitude possa ir ainda mais longe do que as anAlises e-

fectuadas jA detectam e pcr mais que essa extcansAo se pcssa aproxi

mar de uma subversAo completa da reiagSo de fcrgas entre o tido e

o r.So-tido (e de um esmagamento daquele por este), essa aproxima-

gSo nSo atinge, nâo pode atingir nunca a tctai invasSo do primeiro

peio segundo, a totai redugSo de um ac outrc a total absorgAo em

escondimento .

Se, a respeito da incompĩ ecude , muita ccisa e, como se acentuou

insuscectíve 1 de ser estabeieoida de forma assente, esce é precisa

mente um ponto cuja evidenciagAo nAo cferece dif iculdades ,


pcrque

se enraíza na prôpria índcle da modalidade ce esccndimento em cau-

5a .

Havendo , ccmo em ncs ha, uma apresentagAe eonstituida, o escon-

dimento de incompletude tem por inerencia ct "residuo" , um domínio

i ivre dele —

que se lhe exime : o domínio, justamente, da apresenta-

gAo que ha .

De cal moco que, se a Ur.ica modaiicade de imperfeigSo do acesso

fosse a orimeira, a inccmplecude (se o Anicz escondimenco que nos

afeccasse fosse o seu)


encSc estaria em aesciuto exciuída a possi-

bilidade de uma finitude intsgrai , a admiss ib i I idade de o nossc

pontc de vista estar su;eicc a um compieto demfnio de escondimen-

to . Por grande e esmagador que fosse, o domír.io do escondimenco sq

bre o nosso pcnto de vista, a sua invasSo nele ceria forgosamente

um '. imite.. para cS dc qua


naveria, teria de 'r.aver sempre um ca.upo

de tido inteiramente livre de escondimento .


2-2 3a FĨNĨTUDE DE ERRQ e da FĨNITUDE MODAL do acesso que se tem

e da irredutibilidade das respectivas dimensoes A forma natu-

ral da finitude. Levantamento 3Í3temAtico do escondimento do

escondimento no Ambito da FĨNĨTUDE DE ESuRQ e da FINĨTUDE MO-

DAL supressAo do escondimento do escondimento


a e o "dispa-

ro" das di mensoes do cabimento de erro e da incerteza: a pos


-

s i b i 1 idade de erro e a incerteza como aibismos que desarticu-

lam c ompletamente a_ ôptica natura 1 .


2.2.1 A possibi 1 idade de um alastramento do escondimento nas

modalidades além da incompletude averiquagAo prelimi-


outras
0 _caso cia FĨNĨTUDE DE EĩtRO FĨHITUDE MODAL Possibi-
nar- e^d.a .

lidade e s e nt i d o de uma AVERIGUAQAO COMJUNTA do problema da


forma da finitude no ambito destas duas modalidades.

Mas , se, re 1 at ivamente a incompletude da apresentagAc de que

revisSo da forma da finituce pcde ir tSo longe quanto


disponho, a

se procurou mostrar nos paragrafcs precedert.es , na verdade nSo e

no quadro desta tcdalidade que a amclitude da imperfeigSo


apenas

do acesso excede em muito acuiic que estA adc.itido na perspectiva

natural .

Com efeitc, e perf eiramenre possivei que . cc mesmo modo que a ma:

de incomoletude que ccce afectar o meu cer.to de vista e incom-


gem

paravelmente mais amp 1 a dc rue naturaimente tende a parecer, assim

tambem o de afeceagSo peias outras mocalidades de imperfeigAo


grau

do acesso seja muito mais grave do que descr evenidamence se afigu-

ra ser possiv-

E, na verdade, tambem no que diz respeicz a escas outras modali_

dades um exame mais atento da situag.Ac em cue ef ectivamente nos a-

cu amplitudes de imperfeic'ao cee por completo 5'ubver


er.amoe pOe a

cctcreeusSo natural da zinitude. E isto mesmc


cem, "pulverieam" a
fica, nessas modalidades, aquém do que se verifica acontecer com a

incompletu.de, mas inc lusi vamente as pcssibi 1 idades de invasSo por

escondimento que se abrem nessas outras modal idades de imperfei-

gAo do ponco de vista sSo de facto ainda mais latas, ainda mais

perturbadc ra s do que na prOpria incomp i ecude .

De f acto , a iimicagSc cue se evidenciou a afectar a amplitude

do escondimento admissivel nc quadro da priteira modaiidade (a li

mitagSo q\.:e se evidenciou a mante-la afastaca de um escondimentc

integral, de uma finitude absoluta) radica na circunstAncia ce o

escondimento em causa na incompletucie ser <uc escondimento do _que

nAo se tem —

que justamente deixa incclume o campo do que estA a-

presentado e e totalmente insusceptive 1 de rezetrar ne 1 e .

Ora e ;ustaments isto que nAo sucede ccm as demais modalidades

de imperfeicSo do ponto de vista. Tanto a fiuitude de erro , quan-

to a finitude modai e a finicude de compreecsSo dizem respeito A

prôpria apresentagAo que se tem, correspondez a um escondimentc que

afecta a apresentagSo e aquilo que apresenca


e sSo , nesse sentido,

capazes de afeccar o prôprio dominio rue c ccr.ro de vista tem, fa-

zendo-o invadir, também a eie, por esconditez.tc .

Ou seja: a apresentagSo que inegave lmer.te eats constituida im-

pede ,
pelo seu prôprio facto . a possibi 1 idads de um escondimento in

tegrai no modo do nAo-ter (que era aquiio rce a finitude absoiuta

do acesso teria de ser.se sC hcuvesse mocalidade da


a incompletu-

de —

se o nosso ponto de vietu sô fosse finite deste modo ) . Mas e,

ern principio, admissivei cue a apreseutacSc rgee inegave Imente hA

esteja por sua vee sujeita as cucras todalidades de imperfeigSo

do acesso, internamente teihida, afeccaua zelz escondimer.ro nrO-

prio delas. E e, para alem ■iissc, admussive. cue esse escondimen-

cc nSo sO envclva esces e aqueles mcmenccs ca ecnsci


apresencagao
sa como um escondimento integral , uma finitude absoluta do ponto

de vista.

Se hA inegavelmente uma apresentagSo (e com isso jA estA uitra

passada, suprimida a incompletude absoluta. ,


pode em princípio a-

contecer

tem de se verifiear se acontece cu nSo —

que toda a aprs-

sentagAo tenha um carActer tai que constitua erro .


esteja modaimen

ts retida, ou seja incompreensívei . A muitrapassAvel limitagSo do

escondimento que é identif icAvel nc Ambitc ca incompletude sô se a

plica justamente no se\i arnbito. E e neces3ario verificar a que pon

to e que ,
suprimindo-se a finitude de seguz.cc grau (o alhearnento em

que naturalmente se estA re lativamente ao crcprio escondimento j , de

facco pode ir a invasAo do escondimento correspondente as outras mc

dalidades de imperfeigSo do nosso pcnto de vista.

s a essa verificagSc cue se passa agora a proceder, examinan-

do , em primeiro lugar, aquilo que acontece cem a finitude de erro

e eom a finitude modal ,


para, depois, pûr também a prova a situa-

de vista lativamente finitude de


gSo do nosso pcnto re a compreen-

sSo.

Embora a finitude ie erro e a finitude modal constituam, como

acentuado , duas rnodalidaces de finitude, ccr.exas, mas irredutíveis

er.tre s i ,
opra-se por u.t revantamento coniuuto do problema da for-

ma da finitude no Smbito de ambas . Isto nSc signifioa de modo ne-

nhum um apagamento dessa dif ersnca, dessa irredutibi 1 idade ,


mas aj^

cro mantendo-se eia, resuita da natureza do proolema em causa.


que ,

Assim, trata de nc zrce diz respeito a fcr


aquiio cue se apurar

ma da finitude no a'iadrc da finitude de erro e se a limitagSo na-


tural da amplitude admissivel de erro e ou uSo uma limitagSc jus-

tificada s, caso nSo o seja, até onde tem de ir a suspensAo das

limitagOes restritivas da amplitude do errc possivel . s isso, como

se acentuou, que estS em causa na forma da finitude. 0 que signifi

ca que , para o tratamento do prcblema da fcrc.a da finitude, nSo e,

em Altima instancia, indispensAvel o estabe 1 eeimento exacto de qual

a margem de erro por que ef ectivamente se esta afectado, mas sô de

qual a margem de erro que , dadas as circunstazcias em que se estA,

se tem de admitir como possivel —


nAo se estA em condigoes de _ex-

ciuir .

Sem dúvida que , para um integral esc lareciziento da situagAo em

se estS re lativaments A finitude de erre.seria de


que desejAvel a

iimitagAo nAo sô dc errc cue é possivel (q\ce nSo se pode excluir),

mas da margem de erro cque nos estA a afectar de f acto .

Mas acontece que essa exacta delimitagSc dos erros que de fac

to estAo a ter lugar nSc e exequível, nSo cerr, viabilidade na si-

tuagAo que e a nossa.

Com efeito, o nosso pcr.co de vista nAo esca afectado apenas por

finitude de erro . 2 um ponto de vista afeccace ao mesmo tempo tam

bem por finituce modal , pcr uma incapacidade de assegurar em defi

nitivo a adequagAo do mcdo ccmo vê as coisas . E isto de tal forma

que a finitude moda 1 que o afecta se reflecte tambem sobre a pro-

pria determinagAo do que envoive e nSo envclve errc e nSo permite

um apuramento absolutamente certo, absolutamente apodictico, da s i -

tuagAo real de erro .

Poderia acontecer que mesmo estando afeecada


,
por uma grande

ampiitude de errc (e ace de uma forma insuperavei ) do


, a condigAc

ncsso ponto de vista fosse tal que em todo e easo houvesse meio de

estabelecer com certeza, sem nenhuma margerr. para ddvidas , aue es-

tas e aquelas das suas persoeccivas sAo errczeas. Mas e i.sso aue
iecer de forma absolutamente assente, certa, quais as apresenta-

gôes que envolvem errc . Ainda que haja fortes indícios, poderosas

razôes que 3ugiram o carActer errôneo de uma apresentagAo (cu, pe

lo contrArio, ainda que haja fortes indicios dc seu carActer ade-

quado), a posigAo em que se eszA nAc permite decidir definitiva-

mente a alternativa, nAo e de molde a autorizar a exclusAo da pos

sibilidade de a prôpria perspectiva que estabeiece o carActer er-

rôneo ou adequado das apresentagoes estar, taznbem ela, ferida de

erro .

S nAo se chega nunca a ultrapassar este planc de aiabiguidade .

De tal modo que tudo o que se pode fazer com respeito A situagSo

de erro é precisamente determinar a margem ds f al ibil idade , a am-

de de admitir —

i.e., a ampiituds do errc


plitude erro que se tem

possível .

Ora , por outro lado, esse levantamento e s imuitaneamente um ie

vantamento da prôpria situagSo de finitude mcdal dc ponto de vis-

ta. Embora as duas modalidades de finitude se^am irredutiveis uma

a outra

tenham, cada uma deias, como se viu algo de proprio que

as diferencia —

isso nSo impede que a evidenciagSc de que nc nosso

possibi 1 idaûes de (indespe


ponto de vista hA estas e aquelas errc

diveis, insusceptíveis de serem eliminadas) traga consigo a evi-

denciagAo de que , nas Areas em que essa poss ibi 1 idade se impôe, a

apresentagAc que se cem escA eo ipso ferida ce finitude modai, a-

fectada pelo cipo de restrigAo que lhe correspcnde.

Nestas condigoes, embora o estar-em-erro seja diferente dc es-

tar-numa-apresentagAo-modalmence-f inita, o acuramento do problema

da forma da finitude no Ambito descas duas medaiidades pode reali

zar-se num Unico processo.

?osto isto —

e estabelecida assim, nuina aberdagem preliminar, a

coincidôncia do apuramenco da forma da finicude r.o que diz respei

co a estas duas mocal idades ,. oassemcs encSc =


analise da situagSo
do nosso ponto de vista nc que concerne A ccssibil idade de a fini

tude de erro e a finitude modai que o afectaen serem irredutíveis

a forma natural da finitude.

2.2.2 Q carActer restritivo do reconhecizreutoda possibi 1 idade


de erro e de incerteza na perspectiva natural e as for-
mas aparentes de reconhecimento menos restritivo exposi
— -

gAo do caråcter abstracto, inauter.tico des3as formas.


A imprescindibilidade de um levantanento CONCRETO da s
teses que conformam o nosso ponto de vi3ta e de uma veri-
f icacAo do modo como essas diferentes teses estAo ou nAo
sujeitas A possibilidade de finitude de erro e á. finitu-
de modal .
Dificuldades que obstam a um tai levantamento.
Focagem preliminar do dispositivo especifico de ESCONDI-
MENTQ DO ESCONDĨHENTO (de obstrugAo do pleno reconheci-
mento da finitude) nos casos da fiuitude de erro e da fi-
nitude modal .

Como se procurou mostrar no ponto 1.2.2.3, faz parte da cons-

ciôncia permanente da finitude a nogSc de cue a apresentagao em

que se estA inciui a occrre-ncia de erros . has ..


por outro iado, a

efectiva admissAo de um campo de erro no hcrizonte em que nos a-

chamos tem na verdade um porte bastante resterĩto. NAo sAo sô os er

rcs ef ect ivamente detectados que têm o caraeter de focos lacuna-

res num horizonte predominantemsnte 1 ivre ce erro. Todo o erro ad

mitido como possive 1 corresponde tambem lacunares


aper.as a
fqcos

de tai modo que ,


impl ic icamente , mas de u.ta fcrma efectiva, estA

exciuído que a finitude de erro possa ter cc eutro porte , mais am-

plc e mais radical do q\ie esse.

0 erro e qualquer ecisa ce esporsdico, er iscdico . Reiaci vamente

772
a esmagadora maioria das apresentagOes de que se dispôe nAo sô nSo

h.S qualquer acusagSo de erro, mas domina mesto uma evidência de

que o erro nSo tem aí quaiquer cabimentc —

de que estA, tem de estar

fora de causa.

De facto, se observar o modo como habitculnente estA constitui

da a apresentagAo das ecisas em que me tenhc verifico que as pers

pectivas que a compôem têm em regra um carActer terminante —


esta-

belecendo que aquilo a que respeitam e ieste e


daquele modo, tem

estas e aquelas caracteristicas —

e deixando fcra de causa a possi

bilidade de na verdade nAo ser assim ccmo ir.culcam. As diferentes

apresentagdes estAo constituidas de tai mcdc que nAo estA ecuacio-

nado nenhum nexo real entre elas e a figura i: erro


que estAo i-

soiadas, desiigadas de qualquer contacto cc.t eia. Sô quando pcr

qualquer motivo as perspectivas adoptadas se veem submetidas a u-

ma inf irmagAo

sô entSo se abre a questSo ccuereta do seu carScter

errôneo. __etrospectivamenre verifica-se entSe que as perspectivas

em causa eram tidas por certas, nSo o sendo —

tinham compi etamente

arredada a possibi 1 idade de comportar paraiauce. comportando-a po-

rem ef ectivamente .

Com Í3SO, experi.menta-se jA como na vercaie e possivel que o

vista tenha adoptadas i errôneas, sem


nosso ponto de perspec t vas

ter qualquer suspeita de que tal esteja (pcssa estar) a aconrecer

sem que tal Ihe "passe sequer pela cabeca Exterimenta-se a pcs

sibiiidade de o carActer rerminante das persceotivas que se cem, o

facto de se manterem "a discancia" da figura de errc , nSo impede

de rncdo algum que se achem afeccadas peia rescrigSo, peio esccndi

mento que ihe corresponde.

Mas ,
justamente, mesmo percebende que assim e, a verificagSo

disso tende a af.ectar somente as perspecrivas ;a infirmadas —

e a

nSc ter quaiquer repercussâo sobre as demais . Ter.de a manter-se u

rna azitude de tctai aiheamentc re iut ivamenc :- e. pcssibi 1 idade de


ser tarnbem assim com outras perspectivas que o ponto de vista tam

bém tem adoptadas . Tende a manter-se o carActer terminante das a-

presentagces . E continua-se a "embarcar" pura e simplesmente ne-

las, sem se levantar o prchiema de poderem estar exactamente na

mesma situagSo em que , ar.tes de ter ocorride a infirmagSc, se a-

chavam as perspectivas ir.firmadas.

E, assim, se de rseer.ce tentar identificar que e que eventual-

mente pode haver de erríneo nas perspectivas rue tenho adoptadas ,

verifico que tendo a eneontrar de facto muito pouco, ou mesmo a

nSo encontrar absolutamente nada .

?or cutras paiavras:

HS uma certa admissSc de possibi 1 idade , uta ccnvicta admissSo

deia. îias essa admissSo r.So se traduz na idecti f icagAc concreta de

apresentagôes atingidas ceia ccssibi 1 idade de erro .

"orre lat ivamente , c cue de cada vez aparece afectado por fini

tude modal e muito pcucc.e a maior parte do tempo mesmo nada . ?os

so tentar inventariar os diferentes pontos secre os quais é iden-

tificAvei incerteza (pcr exemplo, 3obre o tezcc que farA amanhA,

scbre as reais dispcsigces desta e daquela cessoa a este e aqueĩe

respeito, sobre as percentagens dos partidcs z.as príximas eleigdes,

ete .
) . Mas tambem aqui o resuitado e sempre re lati vamente magro

e inscreve-se, ccmc se accntcu, na forma naceral da finitude, em

que esta -i ccmpreendida ocmo iacuna. HA um zzniunto esmagador de

apresentugdes que se produzem eom tai grau de evidencia a respei-

co dc seu apresentado que est.e parece suhtrs.r-se —


e de modo defi-

nitivo--a pcssibi 1 idade de estar associada a si qualquer fcrma de

imperfeigao modal .
oela circunstância de nAo r.os custar muito aũmitir a possibilida-

de de uma muito ampla margem de errc e reccuũecer que uma grande

parte e ate mesmo a totaiidade das apresentagces de que dispomos

nAo e abso lutamente certa, comporta uma margem de incerteza.

Posso, sem dificuldade de maior, admitir a hipdtese de haver

muito de errado no modo como cerspectivo as eoisas. Posso fcrnu-

lar, e ate de uma fcrma ccnvicta, u.na muitc tais ampla admissAc de

errc que aqueia que ncrmalmente te.nhc feita. E pcsso inc lusivamen

te formular e admitir a pcssibi I idade ce, nc fim de contas, ser to-

da a apresentagAc em que me encontro a eszar marcada por escondi-

mento de erro . NAo e assim tAo raro ouvir acezissdes de erro assirn

mais ampias

em discussdes mais ou mencs filesCficas e ate mesmc

em conversas de cafe.

Mas essas admissôes de principio, assim fermuladas, e que a to-

do o instante se podem fazer assim sem mais , mantem-se na verdade

do mcdc ef ectivamente vejo as coisas com qce lido


desligadas comc

e nSo afectam em nada a fcrma ccmc ten'no caca uma das diversas te

ses por que o meu ponto de vista se acha orienrado.

Formuiando e adoptando o principio de u.ta muito mais ampla ad-

mi ss ibi 1 idade de erro ou mesmo o principic da sua admissibi i idade

universal, esses principios, ccr mais convictamence que se achem

reconhecidos (por mais ciaramente q\ie veja a sua evidencia e pcr

mais decididamente que eseeja prcnto a def euue- I os ) , mantém-se ce

facto sem quaicuer repercussSo no mccc comc sigo a maicr parte das

tsses que . de uma forma r.Sc-temStica , cesoer z ebida , dominam o meu


to do reconhec imento feito, nSo se constitui uenhuma alteragSo sig

nificativa do campo ds possibi 1 idade de errc que ef ectivamente te-

nho aberto . As teses concretas nSo ficam atiugidas por nenhum efec

tivo indice de admissibi 1 idade de erro a seu respeito, nAo ficam

sob a "sombra", sob o "efeito" da sua falibilidade —

da falibiiida-

de que o reconhecimentc giobal Ihes atribui .


E, embora formalmen-

te se admita a eventual idade de serem errôneas muitas ou mesmo to-

das as teses, o que acontece é que(de uma fcrrna impl ícita, que pas

sa despercebida , mas que e determinante ) a maior parte e ate mes-

mo a totalidade das teses adoptadas continua a valer exactamente

como antes— ou seja, ccmo uma tese inteirameute eximida a possibi-

lidade de ser falsa.

0 mesmo acontece, corre lativamente , ccm a finitude modal , em

relagAo A qual reina, na verdade , uma grande ambiguidade.

Assim, somos com faciiidade muito 'genercsos" na admissAo de

uma "fraqueza" modal das perspectivas que seguimos. Muĩtipl icamos

muitas vezes as clAusulas restritivas da preter.sAo modal dessas

perspectivas (recorrendo a fôrmulas como "tazto quanto me é dado

"

ver", "segundo me parece" , "se nAo estou em erro ,


'provavelmente" ,

etc ) que reiteradamente aludem a finitude mcdal do nosso ponto de

vista, a pcssibi 1 idade de ef ectivamente as ccisas serem de outro

modo que nAc aque 1 e que se nos inculca . Parecer.do haver mesmo qual-
"

quer coissi ccmo uma carticuiar sensibi 1 idace ,atengSo, a esta mq

dalidade de finitude, que nos leva a te-la assim f requentemente em

vista e a admitir sem dificuidade estarmos, pelo menos em larga me

dida, afectados por eia.

Esta abertura a uma grande amplicude de iueidencia da finitude

modal pode orovocar a impressAo de que a exclusAo da possibilida-

de de uma ampla margem de restrigAo, de imperfsigSo do acesso e,

neste caso , menos forte que nas demais modalidades.

Na verdade ,
porem, nSc e assim.

Este recon hecimento gerai , este reconhec i.t.ento de grinc ipi c ,


que

776
se estabelece de uma assentada e de uma vez pcr tcdas , nSo corres

de maneira nenhuma a uma efectiva cacacitagSc, a um efectivc


ponde

reconhecimento da integral sujeigSo das perseecfivas que se seguem

ao domínio de uma imperfeigSc mcdal .

E uSo corresponde pcr duas ordens de razdes.

Por um ladc, pcrque , ecmc se apontou, per spectivas de carActer

cenerico, como esta, mesmc quando de alguma fcrma correspondem a

de uma evidência, carecem da capacidade de se reflecti-


percepgAo

rem sobre as diferentes teses envolvidas na apresentagAc que se

tem das coisas. Reconhegc que nAo estou nuc.a posigAc de absoiuta

certeza em relagAo a tcdc c ccniunto dessas teses, mas esse recc-

nhecimentc deixa a vaier ocmc inteiramente certa, deixa intacta.

efectivo indice de incerteza, cada uma delas e, des-


sem qualquer

se modo, a maior parte das teses concretas, das apresentagdes que

tenhc constituidas .

Em segundo iugar, mesmo auando o recouuecimento da incerteza

escA expressaments referido a uma decerminada tese, ou a nm con;un

fo de feses concretas, esse reconhecimento rer.de a nAo ter um ca-

rActer aurSr.tico. De fal mcdo que , embora extressamente consagre

a finitude mcdai das apresentacdes em causa a perspectiva em que

de facto se estâ, ao fazer fa. reconheciment o aciopta na verdade

de que se trata como modalmenre irrestritas —

co-
as apresentagOes

mo se fossem abso iutamente certas.

Para o perceber meihcr, zcr.s idere-ee c rue acontece tuitas ve


ees que , estando a debater u.t quaiqner prcb.et.a, com outroe ou

comico mesmc, eoncedc a finicu.de modai de uta cualquer perspecti-

va que sustento, e reccnhegc. de uma forma eer.vieta ( ccmcreenden-

do a evidencia de que de faoto 5 assim), que r.So pcsso estar absq

iessa ilcima anSlise hS in-


lutamente seguro perspecciva que em

c e r t eza a seu resoeico.


das vezes que fago reccnhecirrentos desta ord^ er. re lativamente a te

ses que tenho adoptadas , verifico que , mesmo estando perfeitamen-

te convicto desse reconhec imentc , mesmo ader iudo a ele sem reser-

vas , o reconhec imento que assim se produz nS : se projecta


tende

a nSo se crojectar

de faoto em nenhuma efec riva 'mobi 1 izagAo" da

perspectiva em causa, em nenhuma "vacilagSo" isla, dando lugar a

uma efecriva incerteza a seu respeito


de ta 1 fcrma que essa pers

pectiva se constifua em crcbiema, passe a se: r 'um ponto de dificul

dade, a respeito do quai sinta pelo menos ai ruca hesitagAo. NSo .

Quer se trate de convicgdes poiiticas, de op iuiOes sobre pessoas,

de perspectivas f i losôf icas , ete .


, embcra 3ej. a muitas vezes levado

a reconhecer que possc nSo ter razSc (que a : r.ir.ha perspectiva nAo

tem condigdes para se assegurar absoiutamer.c e na sua adequagAo e

que n.Sc e posslvel exciuir que seiam as opin iĩes contrArias a ter

fundamento), tal reconhecimenco ocorre sem c; ~e ua verdade ss in-

troduza um mínimo de inseguranga no modo com e tenho as minhas opi_

niees, sem que eias se revistam reaimente de crua i qu e r precaridade

seja, pcssibi I idade de errado


ou sem que a eu est ac mesmo se con:

titua como factor real a ter u:n efectivo pes o r.o meu campo , na f or-

ma como vei o .

n. assim, mesmo estar.cc associaco a cerspeet ivas , a ceses con—

cretas , o reconhec imento da finitude modal e de facto agregauc cc-

mo uma determinagSo suplementar as perspectivas de que se trata,

justapondo-se apenas ao respectivo 'nUcieo", uSo o afectandc e per

turbando , nSo o fazendo "escremecer" —

como r.a verdade deveria re-

suitar do sentido que e o seu. De tal ir.cdc que as perspectivas em

causa na verdade se mantsm 'ce oedra e cal", it.DermeSveis a fir.i-

tuUe moaai que se ines iqc-a: rossem mteiramen-

te oertas e elas tôm para mim, i.nexpi icitameut e , nSo obstance o re

ccnnecimento que exp i ic icamenee fago dc conrrario, a valencia mo-

dal correspondence a uma detsngãc modalmente irrestrita.

Poucas sSo as vezes em aue ao reconhecimer.ee da finitude modai


f ect i vamente a hesitagSo, a indecisAo sobre a forma
corresponde e

como sAo as ccisas, que estSo implicadas nc seu sentido e que for

produzem quar.dc o seu recor.hec i.tento e autêntico.


gcsamente se

Ora essa hesitagSo. essa indecisSc, jA dificeis, assim, de se

croduzirem quanco c que se acha em causa sAc teses concretas, es-

tSo a.nda muito mais ionge de ocorrer quande o reconhecimento da

finitude modal se faz de uma forma sumAria e abstracta, e concedo

globalmente que todas as rnmhas perspectivas sSo incertas, que tu

co pode ser di f erentemeute do que penso.

De tai modo que reconhec imentos deste tipo ,


parecendo ir muito

deixam verdade tudo como sempre js estA--sob um dominio


ionge, na

absoluto da forma natural ia finitude.

îias , se isto e assim. se, mesmo havendc reconhecimento dc ca-

r.acter universai da finitude de srro e da fir.itude modai, o meu

ecnto de vista se ccnserva de facto numa cerseecciva em que uma e

outr-a nAo têm senAo um pcrce lacunar, por cucrc ĩado —

e a semeihan

ga do que se verificou aconcecer com a incct.e 1 ecude —

esca redugSo

da admissivei dc da finitude .ncdai a dimensoes me


amplitnde errc e

ramence iacuuares nUo resulca ser.So de uma fiuicude na apercepgSo

da finitude, de uma inacengao de um aiheamenco reiativamer.re a si-

zuagSo reai do ponCo de visca e a de 1 inicacSz ca poss ib: I idade de

erro e da finicude modai rue na verdade e de colde a auccrizar.

Na verdade , se deixar a atitude ncrmai de inatengSo reiativa-

mente as condicCes reais de admiss ibi I idade :u n-Sc-adniss ib i 1 ida-

■de de erro e de ircerceza, e se crocurar det ertir.ar prec isament e

cue é que estS expcsto a esca pcssibi i idade -

rue e que na verea-


de absolutamente a exclui, verifico que o c.art :o da possibil idade

de erro , o campo afectado por finitude modai , crescem considera-

velmente, crescem muito para ÍS de tudo c que naturalmente se a-

cha admitido .

A delinitagSo restritiva, para que tence.t: 3, resulta de um dis-

positivo ce condicionamento —

de um dispositiv- de ccndieionamento

que , analisando mais detidamente a situagAc d; r.osso ponto de vis

ta , de f ac t c n Ao resiste a exame .

NAo scmente é pcssivel prcduzir-se um aia: ■gamento das Areas a

fectAveis por erro e afectadas por finitude t: dal , mas ,


para alem

disso, esse alargamento e susceptível de pulv- cizar pcr compieto o

enquadramento em virtude do qual as zonas atĩ; .gidas tem 0 carActer

de meras lacunas num macigo abso iutamente ise: .to de restrigAo de

tal modo que também nesras modalidades as di.c rusdes da imperfeigAc

detectAvei assumem propcrgĩes abissais, invac. ,udo esmagadoramente

o horizonte.

S6 que a libertagAo desse condicionamentc da


e a evidenciagAo

extraordinAria amplitude da finitude de erre -

: da finitude modal

nAo se produz nc modo fAcil —

e, se assim se r: :ce dizer, celo "ca-

minhc curto" da acimissSc global da falibili iade e da incerteza,

nun processo sumário, que passa inteiramente ; :er cima das teses

concretas que conformam o ponto de vista. A 1 .bertagAo desse con-

dicionamento e a evidenciagSc da extracrdinar . a amplitude da fini-

tude de errc e da finitude mcdai recuerem =r :es ,


para se produzi-

rem de uma forma efectiva. uma cuidadosa anal das te-


.se prôprias

ses concretas, e a verificagSo do modc comc e ;tSc ou nSo estSo ex-

postas a errc , sofrem cu r.So sofrem radicalte: :ts de finitude mcda :

Viu-se anter iormenf e ccmo o processo de az rtcepgSo da incomple-

tude ainda que os eiementos a levar


,
p. .05 .3 se pcde a ca

bo sejam elementos sempre ja dispcnlve . cue basta olhar. e

um processo moroso e intrincado, que esf.S mui :e ionae de se reaii-

?o0
zar de uma assentada, e que sempre de novo tez de vencer uma ex-

traordinAria inércia do nossc pcnto de vista.

Ora, A semelhanga do que se verifica no easo da incompletude ,

também no diz respeito a finitude de erre e a finitude modal


que

da inatengSo, r.aturalmente reina re


a suDeragSo dc alheamentc. que

lativamente as condigôes reais de escondime.it: , constitui um empre

endimento dificuitcso, para qce o oihar nSc rsr.de e a que .


pcr na-

tursza, se opde nSo si a inercia que ,


confcrce se apontou, caracts

riza o nosso ponto de vista, mas para aiám disso também um ccnjun-

to de entraves, constituindo um autSutico dispositivo de obstrugSc .

Para se ver a situagSo em que ef ectivameute se estA a respei-

to da falibilidade e finitude modal do nossc cc.nto de vista, e ne~

cessArio um cuidadosc ievantamento das cerspectivas que neie se a-

das teses cue dominam e estao dadas por assentes


cham adoptadas, o

um. levantamento que as consiga percorrer nc seu conjunto, s que

outro lado aicance discernir para tcdas e'.as se de facto estSo


pcr

ou nSo suieitas a faiibiiidade e a incerteea.

Tal levantamento esbarra com um ccnjuntc ze dif iculdades .

Esbarra desds iogo ccm a dificuidade de a taior parte das ce-

ses a verifiear cerem um caricrer aper.as inecre 1 ieico ,


uma presen-

despercebida na apresentagão nerc.al. De tal modo que


ga que passa ,

embora dominem e crientem o nosso ponto de vista, embcra ncs seiam

familiares ate mais nSc , sSo tSc ôbvias e, se assim se pode dizer,

tSo "interiores" a forma como vemos, que nSc se chega a identifi-

oA-las, a dar por eias, cela sua cresenga, e ter.dem a passar sem
_e

xame ,
sem verificagSc.

ssrrutinio de codas
s bastante dificil conseguir reaiiear um as

ceses se acham asseuess na nossa perspeceiva um escrucinio,


que

exemplo, de todas aqueias cue neste mcmez.cz cenho comiqo, estSc


por

a conformar a forma ccmc vejo


um escrucinie cee inteiramer.ee sus-

penca essa cresenga, esse dcmír.ic inexpi lc itc ie muitas deias, pcr

meio dc qual funcionan. eenformam o meu ponze ze vietu, mas esca-


pam a verificagSo da sua posigSo relativamer. te a finitude de erro

e a f initude mcdal .

Em segundo lugar, mesmo estando identifi .das as teses se


que

trata de verificar, ainda nSo ficam, assim s ;


mais, reunidas as

ccndigdes para se proceder a respectiva veri cagSc. HS , na ver-

dade , um conjunto de fenémencs que justamerr obstam a que ela se

realize de forma efectiva e sistematicaments viciam" a perspecti-

va que se tem ao tentar realizA-la. Esses fe. :menos 3S0 precisamen

te aqueles que cor.stifuem e sustentam isso a ~oe se chamcu o escon

dimento "de segundc grau" :o esoondimeutc du iscondimentc ) , no ca-

sc especifico da finituce de erro e da finic ie mcdal —

aqueles fe-

nômenos que espec ialmente fazem que o nossc :nto de vista tenda a

nAo se aperceber da poss ibi I idade de errc e : incerteza a que de

facto estA sujeito.

Ma verciade , assim ccmo h-l fenCmer.cs que s ematicamente masca-

ram a sifuagAo de inccmpie-.ude , sistematicat e afastam o pcnto

de vista da sua apercepcSc (viu-se antes ccz esbatimento dos li

mites, as represencagdes espurias de cctalid s, etc .


, constituem

um complexo c/ce tem jusca.mence esse efeito e assegura a manurencît

da fcrma natural da finicude r.a perspectiva q~ie habitualmente se

tem sobre a incompiecude co acesso), assim c acũcem h.a um pecuiiar

complexo de fencmenos cu;c dominio sobre o u cs 50 ponco de vista

s iecematicamente esconde, apaga, a faiibiiid ace e a

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