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Slisténia, ae fove Ceasilecro MILIANDRE GARCIA Do teatro militante a musica engajada A experiéncia do cpc da UNE (1958-1964) * > te rorromnuNpiGiG resto sano Dados ltrraionas ce Catalan ma Publica (C1 (Cienrs ranked Lito, st ws Tour, Mine Gaede Do teatro militate 3 mis mga experiencia do (CRC da UNE (1958-1968) Minar Carcte Seuss San Puke Ears FulaioPescu Aamo, 9007. (Cole ti de Nn Brana) Bishografa, ISBN 976-85. 7643-040-7 1. Arte— Brasil — Historia 2. Centro Popul de Cultura da Unigo NNacoma dos Eseudintss 3. Cultara popular~ Bras 4. Lyra, Carlos — Critica eiaterpretagio 8 Foltcae cultura Bras Tita. Sere 1495-1495 DD -106.40981 indices para catélogo sistematico: 1. Bra: Caltara politica Seto 300.4088 2 rai: Politics eltora Sociologia 305.4098 O cec da UNE O manifesto do crc: uma carta de intengdes C a maio de 1962 a revista Movimento publicou o artigo “Por uma arte popular revolucionaria”, de Carlos Estevam Martins'. De uma primeira apre- ciagao sobre arte e engajamento, que gerou mais controvérsias que consenso, 0 anteprojeto foi transformado por parte da literatura sobre o crc numa espécie de sintese da producio artistica engajada dos anos 1960. Esta, por sua vez, foi acusada de panfletéria, isenta de qualidade artistica ¢ reflexo do populismo e do nacionalismo politicos. Carlos Estevam Martins pretendia definir a arte popular revolucionaria sob a plataforma nacional-popular, No entanto, em determinados momentos, reproduziu as principais teses da politica cultural do realismo socialista, sobretudo quando afirmou que a principal diferenga entre “os artistas ¢ intelectuais do crc dos demais grupos « movimentos existentes . no pais ¢ a clara compreensio de que toda ¢ qualquer manifestagao cultural 86 pode ser adequadamente compreendida quando colocada sob a luz de suas relagdes com a base material sobre a qual se erigem os processos culturais de superestrutura”.” gre HISTORIA DO POVO ARASILFIRO Assim definido o lugar da arte e da cultura, cabia aos artistas ¢ intelectuais escolherem uma entre trés alternativas propostas pelo anteprojeto do crc: 0 con- formismo, o inconformismo ou aatitude revolucionéria, No segundo caso, negara ideologia opressora sem partir para a ago nio garantia ao inconformista demonstrar uma atitude revolucionaria diante da realidade brasileira, Os ativistas do cPc, nesse contexto, “optaram por ser povo, por ser parte integrante do povo, destacamentos de seu exército no front cultural”, Como assinalou Gianfrancesco Guarnieri, quase trés anos antes, “ou ficamos com o que caminha para a destruigo, ou ficamos com © que surge, com o ‘novo"™, ¢ o novo, segundo Estevam, é 0 povo®. Na esteira da definigao das categorias“conformado”, “inconformado” e“revolucionario”, Carlos Estevam Martins propés também os conceitos de “arte do povo”, “arte popular” ¢ “arte popular revoluciondria”. Sobre os dois primeiros, escreveu: “aarte do povo é predominantemente um produto das comunidades economi- camente atrasadas ¢ floresce de preferéncia no meio rural ou em 4reas urbanas que ainda nGo atingiram as formas de vida que acompanham a industrializacio. O traco que melhor a define € que nela o artista no se distingue da massa con. sumidora, Artista ¢ piblico vivem integrados no mesmo anonimato ¢ o nivel de claboragao artistica é tio primario que o ato de criar no vai além de um simples ordenar os dados mais patentes da consciéncia popular atrasada, A arte popular, Por sua vez, se distingue desta nao sé pelo seu piiblico, que é constituido pela populacio dos centros urbanos desenvolvidos, como também devido ao apare- cimento de uma divisao de trabalho que faz da massa a receptora improdutiva de obras que foram criadas por um grupo profissionalizado de especialistas. Os artistas se constituem assim num estrato social diferenciado de seu piblico, 0 qual se apresenta no mercado como mero consumidor de bens cuja claboraca0 € divulgacao escapam ao seu controle” § Para Estevam, “a arte do povo e a arte popular quando consideradas de um ponto de vista cultural rigoroso dificilmente poderiam merecer a denominagio de arte; por outro lado, quando consideradas do ponto de vista do cpc de modo algum podem merecer a denominagao de popular ou do povo”. Desse modo, “sé se pode falar de uma arte do povo e de uma arte popular se tem em vista uma outra arte ao lado delas, ou seja, a arte destinada aos circulos culturais nao populares”, +326 Do TEATRO MitiTANTE A MUSICA ENGAyADA __,, Accontrario do pequeno espaco concedido & definigio de “arte do povo” €“arte popular”, o anteprojeto destinou iniimeros paragrafos a conceituacao de arte popular revolucionéria”. ’m sintese, Estevam considerava que“a declarago “dos principios artisticos do crc poderia ser resumida na enunciagio de um uni- “©0 principio: a qualidade essencial do artista brasileiro, em nosso tempo, éade tomar consciéncia da necessidade ¢ da urgéncia da revolugio brasileira™, Com o proposito de conscientizar o Povo e promover a revolugao, as experimentacdes estéticas deveriam dar higar as preocupagdes com o didatismo na arte ¢ os artistas -deveriam priorizar o contetido em detrimento da forma, A suposta contradicio entre forma e contetido, qualidade ¢ popularidade ou comunicagao © expressio justificava, segundo Estevam, a interferéncia na liberdade de criacao do artista dada a incapacidade de assimilagdo plena da obra pelo publico-alvo. Assim, ao optar por ser povo, por ser parte integrante do povo, artista revolucionario deveria abdicar dos recursos formais que integravam o tniverso burgués para scr entendido pelo piblico que escolheu defender ¢ que, Privado de condigées materiais/culturais, nao reconhecia as formas mais arrojadas de criagao artistica. Nesse sentido, “a chave que elucida todos os problemas relativos as possibilidades formais da arte ilustrada c daarte revolucioniria é descoberta quando se compreende que oatode

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