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Apontamentos de Embriologia
CONTROLE DO CICLO CELULAR NA MEIOSE GAMÉTICA E NAS CLIVAGENS
1) Introdução
- Um rigoroso controle do ciclo celular do ovócito é fundamental para que essa célula, totipotente e com citoplasma
riquíssimo, não comece a se proliferar e origine eventualmente um teratocarcinoma.
- O ciclo celular obedece, assim, a uma organização mecânico-química programada, que impede tanto a proliferação
equivocada quanto a apoptose da célula.
- Mas quem de fato define a passagem de fase são as ciclinas e as CDKs (quinases dependentes de ciclina), proteínas
produzidas e acumuladas ao longo de determinada fase.
--- Essas duas moléculas são sintetizadas continuamente, mas sua ação é desencadeada sobretudo quando a sua
concentração intracelular alcança um patamar programado.
* A fase G1 do ciclo é geralmente a maior justamente porque é necessário um acúmulo maior de ciclinas e cdks
específicas para a entrada em S.
- Todo complexo ciclina-CDK atua fosforilando outro complexo (um regulador de transcrição) na subunidade inibidora
Rb, de modo a ser liberada a subunidade catalítica E2F, que age estimulando a RNA polimerase a transcrever enzimas que
promovam os eventos da fase seguinte do ciclo.
* No caso do checkpoint de entrada em M, o complexo ciclina-CDK recebe o nome especial de MPF (fator promotor da
mitose).
- As fases do ciclo em geral se sucedem continuamente, exceto em células de tecidos não programados para proliferar ->
nesse caso, elas param esse ciclo apenas durante a fase G1, num estado estacionário denominado G0.
--- Porém, as células embrionárias são capazes de permanecer estacionárias em outros momentos do ciclo celular –
durante a fase M da meiose.
- Agora, o ovócito (secundário) estaciona no checkpoint da metáfase II (ou checkpoint de saída de M, na 2ª divisão
meiótica)
--- O ovócito consegue entrar em metáfase porque, dessa vez, o MPF está ativo. Porém, a ativação do MPF aqui é
duradoura – pareados no fuso mitótico, os cromossomos não se separam enquanto a célula não inativa o MPF.
--- É a presença de um CSF (fator citoestático) que não permite a degradação da ciclina nessa célula.
- Apenas com a onda de cálcio que ocorre durante a fertilização (cascata de sinalização que ocorre por ocasião da fusão
dos gametas), esse CSF perde atividade, a célula sai da metáfase e completa a segunda divisão meiótica.
- Nesse período, as células não passam por G1 nem G2 em seus ciclos celulares
--- Após o checkpoint de saída de M, as células expressam imediatamente ciclinas e CDKs de entrada em S ("pulando" as
ciclinas e CDKs da fase G1) para que seja transcrito o gene fundamental de entrada em S: o gene da DNA polimerase.
--- Da mesma forma, ao finalizar a replicação, as células expressam diretamente as ciclinas e CDKs de entrada em M: o
MPF ("pulando" as ciclinas e CDKs da fase G2).
--- Por fim, o MPF se degrada – não continua a influência do fator citoestático CSF –, de forma que as células saiam da
metáfase e terminem a mitose.
- Em suma, o embrião faz divisões simples "pré-programadas" até apresentar 8 células. A partir de então, o processo de
transcrição se inicia, e o embrião começa a produzir suas próprias proteínas, RNA e outras moléculas, crescendo seu
citoplasma antes de uma nova divisão.
* Isso porque, quando o embrião chega à fase de 8 células, o fator inibidor da transcrição já está diluído o suficiente para
que as células desenvolvam um ciclo celular completo.