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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 2.

ª VARA DO TRABALHO
DE GOIÂNIA/ GO.

Processo n.º 0010001-10.2017.518.0002.

Maria José Pereira, brasileira, casada, profissão, nome da mãe, data de


nascimento, número do RG, e-mail, inscrita no CPF n. 055.222.345-61, pessoa física,
residente e domiciliada na Rua Girassol, n. 380, apartamento 301, bairro Mendanha,
Goiânia – GO, CEP 74.100-000, por sua advogada, procuração anexa, no final assinado,
com escritório na Rua .... nº ...., Bairro ...., CEP ...., nesta Comarca, onde recebe
intimações, vêm, com o devido respeito, apresentar sua

CONTESTAÇÃO

em face da reclamatória trabalhista em epígrafe, ajuizada por Albano


Machado, já qualificado nos autos em epígrafe, pelos fatos e fundamentos de direito a
seguir aduzidos:

I. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

A Reclamada solicita gratuidade de justiça tendo em vista está


passando por dificuldades financeiras devido os gastos com esposo enfermo. Por tais

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razões, pleiteiam-se os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela Constituição
Federal, artigo 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015 (CPC), artigo 98 e seguintes

II. DO MÉRITO

1) Reconhecimento do Vínculo Empregatício

Realmente, o reclamante foi admitido no dia 01/02/2012 para


trabalhar na casa da reclamada. De fato, exercendo as funções de cuidador, tendo
sempre prestado serviços na residência da Reclamada, trabalhando sempre das 07:00 às
19:00 horas, no regime de revezamento no sistema de 12 (doze) horas de trabalho por 36
(trinta e seis) horas de descanso (contrato de trabalho anexo). Percebia a importância de
R$ 120,00 por 24 meses, por cada plantão realizado. No período restante, teve reajuste
salarial e quantia recebida passou para R$150,00, por plantão realizado. A data da
demissão é, com verdade, 06/02/2017. No entanto, com relação às demais informações
contidas na petição inicial, a reclamada não concorda, passando a contestá-las a seguir.
Portanto, requer a improcedência do pedido.

2) Improcedência das Horas Extras e Supressão dos Períodos de Alimentação e


Repouso.
Alega o reclamante que somente parava o trabalho durante
aproximadamente 30 (trinta) minutos para almoçar, laborando ininterruptamente o
restante do período. A reclamada contesta estes fatos, pois são inverdades. O obreiro
tinha mais de 1 (uma) hora de almoço e quando o enfermo dormia, tinha tempo para
descansar. Contesta a reclamada, veementemente, que o período de alimentação e
repouso foram suprimidos. O reclamante sempre usufruiu do intervalo intrajornada,
sendo que toda eventual impossibilidade de fruição da integralidade do intervalo para
descanso ou alimentação era compensado.
Conforme preconiza o contrato de trabalho, presente expressa
negociação bilateral com fixação de regime de compensação de jornada, ou seja, 12
horas de trabalho por 36 de descanso, adotado por atender ao interesse de empregado e
empregador, que em comum acordo (art. 7, XIII e XXVI CF/88), estabeleceram normas

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decorrentes de suas vontades, e ainda, preenche uma lacuna na legislação, que não pode
prever todas as hipóteses.
Tanto é benéfico e do interesse de empregados e empregadores,
que previsto tal regime em Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, as quais
determinam inclusive, que não serão consideradas como extras aquelas horas laboradas
excedentes da 44ª semanal, face a compensação existente na semana seguinte.
Nesse sentido:
“HORAS EXTRAS – JORNADA DE 12 x 36 HORAS – É regular o regime
de compensação de horas adotado pela reclamada (12 X 36), eis que
autorizada sua adoção em convenções coletivas de trabalho. Aplicação do
inciso XIII, do artigo 7º da Carta Política de 1988. Sentença que se reforma,
em reexame necessário, para excluir da condenação o pagamento, como
extras, das horas excedentes à oitiva e até a 12a diária”. (TRT 4ª R., REO-RO
00298.016/98-2 – 4ª T., Rel. Juiz Hugo Carlos Scheuermann – Julg.
26/09/2001, IN Juris Síntese Milênnium – Jul/agosto/2002, verbete
20065538).

Em assim sendo, não há que se falar em horas extras, eis que a


jornada 12x36 foi autorizada pelo contrato individual de trabalho. Afirma que neste
sistema de trabalho os domingos e feriados trabalhados são compensados, não sendo
devido o seu pagamento em dobro. No tocante ao intervalo intrajornada assevera que foi
regularmente usufruído. Requer a improcedência dos pedidos.

3) Trabalhos em Feriados no Regime “12x36”.

O Reclamante alegou que quando seu plantão coincidia com


feriados, não havia remuneração diferenciada ou folga compensatória. A reclamada
contesta essa alegação, pois consta nos comprovantes em anexo que tudo foi quitado
conforme as leis. Ademais, atualização, conforme MP 808/2017: A MP deixa claro que
NÃO haverá pagamento em dobro para domingos e feriados, bem como, NÃO haverá
pagamento para a prorrogação de jornada noturna. Vejamos o que traz a atualização na
LEI Nº 13.467, DE 13 DE JULHO DE 2017:
Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta
Consolidação, é facultado às partes, mediante acordo individual

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escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho,
estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta
e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou
indenizados os intervalos para repouso e alimentação.
Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horário
previsto no caput deste artigo abrange os pagamentos devidos
pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados,
e serão considerados compensados os feriados e as prorrogações
de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o §
5º do art. 73 desta Consolidação."

Isto posto, contesta a solicitação do reclamante e requer a


improcedência do pedido.

4) Rescisão Indireta / Verbas Rescisórias

O reclamante falta com a verdade ao alegar que a sua demissão


se deu sem justa causa. Pois ao ignorar as ordens da Reclamada especialmente às
atinentes ao banho (que deveria ocorrer após o almoço) e a permissividade do obreiro
em relação ao doente assistir à televisão, incorreu na insubordinação e faltou com seus
deveres jurídicos assumidos, pelo simples fato da sua condição de empregado
subordinado.
A desobediência a uma ordem específica, verbal ou escrita,
constitui ato típico de insubordinação; a desobediência a uma norma genérica constitui
ato típico de indisciplina. A reclamada confirma que houve desavenças com o
reclamante, por várias vezes, e não tinha conhecimento de que tinha que fazer
advertências por escrito para documentar as situações. Ademais, no último dia de
trabalho, não bastasse a insubordinação, o obreiro se apresentou ao trabalho
completamente embriagado. Neste dia a reclamada foi obrigada a dispensar seus
serviços e solicitar que outra pessoa tomasse conta de seu marido naquela data. Constam
provas em anexo que comprovam a insubordinação do laborista.
Descabida se faz a argumentação do Reclamante de que a
dispensa foi injusta, pois o artigo 485 da CLT, inciso H nos traz que o ato de

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indisciplina e insubordinação constituem justa causa para rescisão do contrato de
trabalho pelo empregador. E na alínea "f", do mesmo artigo, traz a embriaguez (habitual
ou em serviço) como falta grave por parte do empregado, sendo este um dos motivos
que constituiu a extinção do contrato de trabalho por justa causa. Pacificado
entendimento dos tribunais:

JUSTA CAUSA. Pratica ato de insubordinação o trabalhador que se


recusa, sem justo motivo, a prestar serviço - principal obrigação do
empregado -, ensejando a rescisão do contrato por justa causa, com
fundamento na alínea h do art. 482 da CLT. Sentença mantida. (...)

(TRT-4 - RO: 4705420105040451 RS 0000470-54.2010.5.04.0451,


Relator: MARIA INÊS CUNHA DORNELLES, Data de Julgamento:
16/05/2012, Vara do Trabalho de São Jerônimo)

TRT-PR-04-11-2011 JUSTA CAUSA - TRABALHADOR QUE SE


APRESENTA EMBRIAGADO AO SERVIÇO -CONFIGURAÇÃO -
A configuração da justa causa torna indesejável o prosseguimento do
contrato de trabalho, ante o seu caráter fiduciário. O ato de embriaguez
em serviço encontra-se previsto no artigo 482, alínea f da CLT. Em
razão de constituir-se em modalidade justificada da rescisão
contratual, eximindo o empregador do pagamento dos haveres
rescisórios, além de impingir ao trabalhador a pecha de mau
empregado, deve ser cabalmente comprovada, o que ocorreu no caso
em apreço.

(TRT-9 25469201088901 PR 25469-2010-88-9-0-1, Relator: LUIZ


CELSO NAPP, 4A. TURMA, Data de Publicação: 04/11/2011)

Desta forma, resta comprovado que a rescisão do contrato de


trabalho por justa causa, devido a insubordinação e apresentar-se embriagado ao serviço,
é medida necessária, não podendo assim requerer o Reclamante as verbas provenientes
de uma rescisão indireta, eis que não faz jus. Portanto, requer a improcedência do
pedido.

5) Do Seguro Desemprego (entrega das guias)

Tendo em vista que, a modalidade de despedida do autor foi por


justa causa, não há que se falar em recebimento do seguro desemprego, haja vista que a
legislação exclui expressamente o empregado que comete falta grave e é dispensado em
razão disso de receber o benefício legal. O Art. 3º da CLT institui que terá direito à

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percepção do seguro-desemprego o trabalhador dispensado sem justa causa. Portanto,
requer a improcedência do pedido.

6) Da Multa do Art. 477 da CLT.

O Reclamante postula pela aplicação da multa prevista no art.


477, § 8, da CLT. A pretensão improcede, visto que a Reclamada respeitou o prazo para
pagamento das verbas rescisórias, conforme TRCT em anexo, sendo ônus do
Reclamante de demonstrar o não pagamento das verbas, nos termos do art. 333, I, do
CPC e art. 818, da CLT. A multa em questão somente é devida pelo atraso no
pagamento das verbas rescisórias, o que não ocorreu. Portanto, requer a improcedência
do pedido.

7) Da Indenização por Dano Moral / Anotações feitas na CTPS

Não é verídica a afirmação do autor de que foi vítima de


afirmações ofensivas à sua honra, que diretamente feriu sua imagem profissional e
pessoal. Ocorre que a Ré jamais teria tomado esta atitude limite se não existissem
motivos sérios e sobre os quais não há margem para nenhuma espécie de dúvida. A
dispensa do reclamante só se deu porque as atitudes do mesmo criaram uma situação
insustentável, ocasionando uma quebra de confiança entre as partes, impossível de
ser restaurada, o que prova que a dispensa não foi uma medida tomada
precipitadamente.
A simples alegação de que a dispensa foi imotivada, ensejando
prejuízo moral, familiar e profissional não pode ser utilizada para se fazer um
pedido de indenização, que vem se tornando expediente usado indiscriminadamente.
Assim sendo, tem-se que nunca houve qualquer dano moral ao reclamante, sendo os
motivos de sua dispensa fundada em seus próprios atos violadores do contrato de
trabalho.
No caso concreto, inexiste qualquer ato culposo da Reclamada,
haja vista que, conforme documentos em anexos, este sempre pagou o Reclamante
em dia, bem como nunca deixou de pagar qualquer mês de serviço. Para que haja o
dever de reparar há que estar presente a conduta culposa do agente pela prática de

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um ato ilícito, o dano suportado pela vítima e o nexo causal. Desta forma, verifica-se
que o Reclamante não possui razão. As anotações que foram feitas na CTPS
obedecem ao disposto no art. 29, parágrafo 2º, “c”, da CLT. Sucessivamente, aduz
que, mesmo que tivesse havido equívoco na anotação, não é devida indenização por
danos morais, pois não foi demonstrada a existência de qualquer constrangimento
que tenha sido causado pela aposição da informação da dispensa por justa causa em
sua CTPS.

III. DOS PEDIDOS

Com relação aos pedidos formulados na petição inicial, assim se


manifesta a reclamada:

a) Contesta. Na verdade, o reclamante nunca trabalhou em jornada extraordinária,


conforme já exposto anteriormente; nunca tendo o horário de repouso e
alimentação suprimido.
b) Contesta. A demissão foi por justa causa, como já fundamentado, por
insubordinação e embriaguez no serviço.
c) Contesta. Como já exposto a Reclamada não deve férias ao Reclamante.
d) Contesta. O reclamante não faz jus ao seguro-desemprego e entrega de guias SD
e TRCT.
e) Contesta. O Reclamante não tem direito a verbas rescisórias como se fosse
demissão indireta, ademais já foi pago à época todas as verbas rescisórias
correspondentes a demissão por justa causa, assim CONTESTA a requisição da
multa do Art. 477 da CLT, pois os pagamentos foram tempestivos.
f) Contesta. Não há que se falar em indenização por danos morais pois nada foi
comprovado, , inexiste qualquer ato culposo da Reclamada, haja vista que,
conforme documentos em anexos, está sempre pagou o Reclamante em dia, bem
como nunca deixou de pagar qualquer mês de serviço. Desconhece a anotação na
carteira. Desta forma, verifica-se que o Reclamante não possui razão.

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Ante o exposto, requerendo provar o alegado por todos os meios
em Direito permitidos, especialmente pelo depoimento pessoal do Reclamante, sob pena
de confissão, oitiva de testemunhas, juntada de novos e outros documentos.

Nestes termos, pede deferimento.


Goiânia, 30 de agosto de 2017.
Advogado/OAB

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