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Teoria Geral do

Processo
Ação, Exceção e 2011
Processo
O presente roteiro destina-se a apontar sucintamente o conteúdo
da ação e exceção previstas no ordenamento jurídico brasileiro.
Utilizado como material de apoio e acompanhamento das aulas da
Roteiro de
disciplina de Teoria Geral do Processo ministrada pelo Prof. Esp. Estudos
Hilário Vetore Neto, na Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos/SP.

Referências:
CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Candido Rangel. Teoria geral do processo. 26. ed. rev. e
atual. São Paulo : Malheiros, 2010.
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Novo curso de direito processual civil. 7. ed. São Paulo : Saraiva, 2010. Vol. 1.
Ação
Noções Gerais
A expressão “Ação” é utilizada com dois significados diferentes. Em certas oportunidades é
empregada como sinônimo do direito de demandar, isto é, de ingressar em juízo para obter uma
resposta do Judiciário à pretensão contra ele dirigida. No entanto, essa aplicação é imprópria, pois
o direito de obter uma resposta qualquer do Judiciário é incondicional e universal, decorrendo do
próprio direito constitucional de acesso à justiça.
Empregada em sentido mais difundido pela doutrina brasileira, baseando-se na autonomia
do direito processual em relação ao direito material, consiste em um direito de resposta de
mérito sobre a questão levada a juízo, sendo necessário o preenchimento de condições para seu
exercício. Portanto, não estando preenchidas as condições para seu exercício, não haverá o direito
de ação, já que não será possível ao juiz pronunciar-se sobre o mérito da demanda, acolhendo-a
ou rejeitando-a.

Condições da Ação
Como já se definiu, o exercício do direito de ação está condicionado ao preenchimento de
determinadas condições especiais, pois sem elas, não será possível a apreciação do mérito da
discussão levada ao Judiciário.
Os requisitos são necessários para a própria existência da ação e sua ausência deve ser
conhecida de ofício pelo juiz a qualquer tempo, implicando a extinção do processo sem resolução
do mérito.
As condições não são apenas analisadas abstratamente com base na petição inicial. São
verificadas por meio da análise de todos os elementos que forem trazidos pelas partes aos autos.
Por conseguinte, em se verificando a ausência de qualquer das condições essenciais, haverá a
carência de ação, gerando a extinção do processo sem resolução do mérito.
São três as condições da ação: a possibilidade jurídica do pedido, o interesse de agir e a
legitimidade das partes.

1) Possibilidade Jurídica do Pedido


Não se admite a formulação de pretensões que contrariem o ordenamento jurídico. Aquele
que vai a juízo para postular algo que é vedado por lei terá sua pretensão obstada. Por razões
óbvias, não há sentido em movimentar o Judiciário na busca de soluções de questões que já de
antemão são conhecidas como proibidas pelo direito.
Contudo, a análise deste elemento deve partir de uma análise conjunta entre o pedido e a
causa de pedir. Em resumo, o pedido pode ser lícito, porém proveniente de uma causa de pedir
proibida pelo direito; a situação inversa também será possível.

EXEMPLO:
Se o autor ingressa em juízo pedindo a condenação do réu a pagar-lhe determinada quantia em
dinheiro, este pedido será lícito. Contudo, após uma investigação da causa de pedir, o magistrado observa que o
pedido de condenação em dinheiro deriva de uma relação envolvendo jogo de azar. Em razão de a prática de
jogos de azar ser proibida pelo direito, a causa de pedir é ilícita. Portanto, o pedido será juridicamente
impossível.

2) Interesse de Agir
É constituído pelo binômio de necessidade e adequação. Para que se tenha interesse é
preciso que o provimento jurisdicional seja útil a quem o realizou.
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A propositura da ação será necessária quando indispensável para que o sujeito obtenha o
bem que deseja, ou seja, a utilização da ação é o “último recurso”, pois caso consiga a solução do
impasse sem a necessidade de movimentar a máquina judiciária, carecerá do interesse de agir.
A adequação é vista em outro momento. Para seu preenchimento é necessário que o
demandante utilize-se do meio processual pertinente (adequado) à solução de seu caso. Caso o
meio processual não seja idôneo à solução do impasse levado a juízo, o interesse de agir estará
prejudicado pela ausência de adequação.

3) Legitimidade das partes (Legitimidade ad causam)


“É a relação de pertinência subjetiva entre o conflito trazido a juízo e a qualidade para
litigar a respeito dele, como demandante ou demandado. Tem de haver uma correspondência
lógica entre a causa posta em discussão e a qualidade para estar em juízo litigando sobre ela.”
(Marcus Vinícius Rios Gonçalves)
Neste momento, passamos a tratar das partes envolvidas no litígio e suas características
pessoais para ocuparem corretamente os pólos da demanda. Sobre o tema, já de antemão
devemos constatar que não é possível a alguém demandar em juízo para buscar direito alheio
(CPC, art. 6º). Em resumo, para postular ou defender-se, a parte deve estar atuando em seu
próprio interesse, como regra.
Apenas a título de ilustração, a legitimidade pode ser ordinária ou extraordinária. Será
ordinária quando cada parte pleiteia ou defende o próprio direito. Extraordinária, que somente é
admissível por expressa autorização legal, estará presente quando alguém, estranho à relação de
direito objeto da demanda, postular em nome próprio o direito alheio. É o caso do artigo 1.314 do
Código Civil, que permite ao condômino, titular apenas de uma fração ideal, reivindicar
judicialmente a coisa como um todo.

Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os
direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a
respectiva parte ideal, ou gravá-la.

Elementos da Ação
Os elementos prestam-se a identificar as ações, tornando possível dizermos se há
identidade ou distinção entre elas. Os elementos são três: as partes, o pedido e a causa de pedir.
Todos os três elementos já devem constar da petição inicial (CPC, art. 282) e quando os
três elementos forem coincidentes, estaremos diante de causas idênticas.

Elementos:
a) Partes: sujeitos ativo e passivo;
b) Causa de Pedir: fundamentos de fato e de direito que embasam a pretensão inicial;
c) Pedido: provimento jurisdicional postulado e o bem da vida que se almeja.

Quando for realizar o julgamento, o juiz deverá ater-se aos elementos da demanda, ou
seja, não poderá julgar pedido que não foi postulado, nem funda-se em causa de pedir que não
seja apresentada na petição inicial, ou mesmo proferir julgamento em relação a alguém que não
figurou como parte na causa.

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Exceção
O termo “exceção” é utilizado no processo civil para designarmos mais de um fenômeno
jurídico. No entanto, o fenômeno de interesse para o momento é aquele em que trazemos o
conteúdo de exercício do direito de defesa.
Ao defender-se, o réu contrapõe-se à pretensão do autor, constituindo a exceção (neste
caso) o revés do direito de ação. Como regra, a exceção abrange todas as defesas e alegações que
possam ser apresentadas o réu para combater as intenções do autor.
Em sentido mais restrito, exceção traduz as defesas que o juiz não poderá conhecer de
ofício, dependendo de alegação do réu no momento oportuno sob pena de preclusão.
Por fim, há ainda um terceiro sentido em que o termo “exceção” é empregado. Tratamos
agora das conhecidas exceções rituais. Constituem em incidentes processuais que são autuados
em apenso e visam discutir situação independente da relação jurídica objeto da ação. Porém,
como o tema da exceção influi em pontos relevantes do processo, devem receber julgamento e
correção. É o caso da exceção de suspeição e impedimento do juiz, da exceção de incompetência
relativa (cf. Súmula 33 do STJ).

Processo
Noções Gerais
O processo é o instrumento da jurisdição. É o instrumento de que se vale o Estado, por
meio dos juízes, para aplicar a lei ao caso concreto, solucionando o litígio. Para que a lei seja
legitimamente aplicada, é necessário que se realize uma sequência de atos previstos pela
legislação processual para que se alcance o fim buscado: a prestação jurisdicional.
O processo é figura abstrata e não se confunde com os atos processuais praticados ou
mesmo com os próprios autos do processo.

Pressupostos Processuais
Como já vimos, a resposta de mérito exige o preenchimento de certas condições, mas além
disso, é preciso que esse caminho até a resposta de mérito, que se dá pelo processo, seja
percorrido sem percalços.
Antes de examinar o mérito, o juiz primeiramente verificará se foram obedecidos os
pressupostos processuais, ou seja, se o caminho entre o início e a prestação jurisdicional foi
percorrido de forma regular. Em seguida, examinará se o autor tem ou não direito à resposta de
mérito e só então, com a regularidade verificada, dará resposta àquilo que foi pedido.
A doutrina divide os pressupostos processuais em duas categorias: os de existência e os de
validade.

1) Pressupostos Processuais de Existência:


a) Existência de jurisdição: os atos processuais devem ter sido praticados por aqueles que
estiverem investidos de jurisdição, sob pena de serem considerados inexistentes. Tratamos
aqui do Estado-juiz.
b) Existência de demanda: a jurisdição é inerte; portanto, se não houver o aforamento de
uma demanda, não haverá processo e a prestação jurisdicional não se dará.
c) Capacidade postulatória: trata-se de hipótese expressamente prevista no CPC (art. 37,
parágrafo único) e torna inexistentes os atos praticados por quem não tem capacidade

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postulatória, desde que não sejam ratificados pela parte. Tratamos de questão relativa às
partes.
d) Citação: a citação é requisito essencial para a formação do processo e instalação do
contraditório. Portanto, enquanto o réu não for regularmente citado o processo não existe.

2) Pressupostos Processuais de Validade:


a) Petição inicial apta: a propositura da ação depende de uma petição inicial que seja
considerada apta a iniciar a relação processual. Para que seja considerada válida é
necessário que preencha todos os requisitos legais (CPC, art. 282 e 283).
b) Competência e Imparcialidade: os elementos da competência e imparcialidade do juiz está
ligados ao bom resultado a ser produzido. Para que o processo exista, é necessário um juiz.
Para que ele seja válido, é necessário que esse juiz seja competente e imparcial.
c) Capacidade de ser parte: é a aptidão atribuída a todas as pessoas naturais ou jurídicas (e a
também alguns entes despersonalizados) para que figurem como autores ou réus da
demanda. É, então, assegurada àqueles que tem capacidade de serem titulares de direitos
e obrigações na órbita civil.
d) Capacidade processual: também conhecida como capacidade de estar em juízo, é aquela
que consiste na possibilidade de figurar como parte sem necessitar ser representado ou
assistido. É requisito afeto apenas às pessoas físicas, pois a assistência e a representação
estão ligadas à capacidade civil.

Pressupostos Processuais Negativos


Para que um processo seja válido, ainda é preciso que algumas situações estejam ausentes.
Por isso a denominação de pressupostos processuais negativos.
Assim, não podem estar presentes no processo a litispendência, a coisa julgada e a
perempção. Caso estejam presentes, o processo não poderá prosseguir. Deve ele ser extinto sem
resolução do mérito.
A litispendência diz respeito à propositura de ação idêntica, estando a primeira ainda
pendente de julgamento. A coisa julgada se dará em situação idêntica, porém a ação anterior já
deve ter sido definitivamente julgada. Por fim, a perempção relaciona-se à inércia do autor, que
deu ensejo a três extinções anteriores de sua demanda pelo abandono (inércia). Não poderá ele
propor a ação pela quarta vez.

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