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CURITIBA
2017
BRUNA BARROS DA SILVA
CURITIBA
2017
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
PR
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
Câmpus Curitiba
Diretoria de Graduação e Educação Profissional
Departamento Acadêmico de Desenho Industrial
TERMO DE APROVAÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Nº 196
Banca Examinadora:
CURITIBA / 2017
SILVA, Bruna Barros da. Papel De Bicho: Linha De Produtos Ecológicos Para Pets
Feitos Em Papelão Reciclado. 2017. 122 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso
de Bacharelado em Design) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Curitiba, 2017.
SILVA, Bruna Barros da. Papel De Bicho: Line Of Ecological Products For Pets
Made With Recycled Cardboard. 2017. 122 f. Final Year Research Project (Bachelor
in Design) – Federal University of Technology - Paraná. Curitiba, 2017.
The present proposal starts from the concepts of eco design and sustainability and
its approaches in the development of products of low environmental impact. The
research presents a study of the productive process, characteristics and properties of
the cardboard made from a 100% raw material, bringing examples of its use.
Discusses trends and data from the pet product market studying the opportunities
and threats that this segment offers for insertion of new products for the pet care
segment. Sets out the stages of the development process of products and its
deployment starting from a real briefing of the proposed project by a recycled
cardboard industry located in Paraná, from an analysis of similar products, and
continuing to generate alternative exercises, building mockups, usability testing and
prototyping.The project takes into consideration requirements and limitations
regarding the structure, materials, machinery, and labor available to the industry for
the development of feasible and viable products within the project proponent's
production model. The results achieved brings six products: PlayPet, a modular toy
for cats; The HigiPet - Sandbox for cats; The ZzzPet, a bed for dogs and cats; The
HousePet, a little house for dogs and cats; The HigiPet - Sanitary Refill for dogs and
HigiPet - Hygienic Carpet for dogs. All products are made from recycled cardboard
and aim for comfort, fun, and hygiene of small and medium-sized cats and dogs. It is
a systemic design that in addition to product design also includes a creation of a
visual identity and its application in primary packaging, folder, product catalog and
banner for propagation in websites and social networks. Finally, it presents an
analysis of the results of a satisfaction survey conducted with the target audience for
product validation.
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................12
1.1 OBJETIVO GERAL.......................................................................................... 13
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................13
1.3 JUSTIFICATIVA............................................................................................... 14
1.4 ABORDAGEM METODOLÓGICA................................................................... 15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................... 19
2.1 ECODESIGN E SUSTENTABILIDADE........................................................... 19
2.2 PAPELÃO RECICLADO................................................................................. 22
2.2.1 Processo Produtivo do Papelão Reciclado.................................................... 26
2.2.2 Características e Propriedades do Material.................................................... 33
2.2.3 Produtos Feitos com Papelão Reciclado......................................................... 36
3 ANÁLISE ESTRATÉGICA.............................................................................. 43
3.1 ANÁLISE DOS PROPONENTES DO PROJETO E DEFINIÇÃO DO
CONTEXTO DE INTERVENÇÃO.................................................................. 43
3.2 ANÁLISE DO CONTEXTO DE REFERÊNCIA E A ESTRUTURA DE
SUPORTE DO SISTEMA................................................................................ 45
3.2.1 Mercado Pet.................................................................................................... 46
3.2.2 Tendências Sociais e Comportamento ........................................................... 48
3.3 ANÁLISE DOS CASOS DE EXCELÊNCIA (ANÁLISE DE SIMILARES)........ 49
3.4 DEFINIR PRIORIDADES PARA SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS.................... 54
4 EXPLORAÇÃO DE OPORTUNIDADES......................................................... 57
4.1 REQUISITOS DE PROJETO.......................................................................... 57
4.2 GERAÇÃO E ANÁLISE DE ALTERNATIVAS................................................. 60
4.3 PROTOTIPAÇÃO E TESTES.......................................................................... 63
5 DESENVOLVIMENTO E DETALHAMENTO DO SISTEMA.......................... 70
5.1 LINHA DE PRODUTOS................................................................................... 71
5.1.1 PlayPet............................................................................................................ 71
5.1.2 HigiPet - Caixa de Areia.................................................................................. 73
5.1.3 HigiPet - Refil Sanitário................................................................................... 73
5.1.4 HigiPet - Tapete Higiênico............................................................................... 74
5.1.5 ZzzPet............................................................................................................. 75
5.1.6 HousePet......................................................................................................... 77
5.2 NAMING.......................................................................................................... 78
5.3 IDENTIDADE VISUAL..................................................................................... 80
5.4 EMBALAGENS................................................................................................ 85
5.5 COMUNICAÇÃO E MATERIAIS DE DIVULGAÇÃO....................................... 90
6 SÍNTESE DOS RESULTADOS E VALIDAÇÃO COM O CLIENTE............... 94
7 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES PARA FUTURAS MELHORIAS..... 102
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 104
ANEXO A - Diretrizes para o Meio Ambiente........................................................111
APÊNDICE A - Embalagens dos Produtos............................................................112
APÊNDICE B - Catálogo de Produtos da Papel de Bicho....................................118
APÊNDICE C - Formulário de Pesquisa Presencial de Aceitação dos Produtos 123
APENDICE D - Formulário de Pesquisa Online de Aceitação dos Produtos.....124
12
1 INTRODUÇÃO
A presença de pets nos lares brasileiros vem crescendo cada vez mais nos
últimos anos. Segundo pesquisas realizadas em 2013 pelo IBGE, Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística, o número de animais domésticos já supera o número de
crianças por domicílio no Brasil. (IBGE; PNAD, 2013)
Por trás desse crescimento acelerado da preferência por pets estão
consumidores cada vez mais dispostos a investir em produtos e serviços voltados
para esse segmento. Por sua vez, o mercado de produtos e serviços para animais
de estimação está se expandindo para atender a essa demanda. (PET REDE, s.d.)
Considerando esse cenário de ascensão do setor, é possível pensar nos
possíveis efeitos que essa invasão de produtos para pets pode causar em termos de
impacto ambiental.
Diante disso, o presente trabalho se propõe a estudar as possibilidades que
esse mercado oferece e apresentar o desenvolvimento uma linha de produtos
ecológicos de menor impacto ambiental possível voltado para esse público.
Propor um projeto voltado para eco-design ou design sustentável, é também
projetar visando respeitar os princípios de desenvolvimento sustentável,
preocupando-se com as questões ambientais em todas as etapas do ciclo de vida de
um produto, desde a sua concepção à utilização e por fim, seu descarte e
reciclagem. (O QUE É..., 2015)
1.3 JUSTIFICATIVA
¹ Sobras resultantes dos cortes finais de acabamentos das folhas ou rolos de papel. Na Indústria de
celulose e papel, também são chamados de aparas papeis já usados, recolhidos para reciclagem.
(ANDRIONI, 2009, p. 224)
15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O Eco Design, cuja primeira definição foi dada por Victor Papanek, participa
desse processo que tem por consequência tornar a economia mais "leve".
Igualmente chamada de ecoconcepção, trata-se de uma abordagem que
consiste em reduzir os impactos de um produto, ao mesmo tempo em que
busca conservar a qualidade de uso (funcionalidade, desempenho), para
melhorar a qualidade de vida dos usuários de hoje e de amanhã.
(KAZAZIAN, 2005)
Conforme observado por Andrioni, a cor desse material pode variar conforme
o processo produtivo, mas naturalmente apresenta tons acinzentados como o
exemplo da Figura 5.
26
Para falar sobre o processo produtivo do papelão cinza foi feita uma análise
bibliográfica considerando também o processo de produção e reciclagem do papel
comum e do papelão corrugado/ondulado pelas similaridades e pela falta de
bibliografia específica do material em questão. Para comparar e validar essas
informações, foi realizada uma visita técnica em uma indústria de papelão reciclado
localizada no município de Campo Largo - PR.
O papelão reciclado é produzido através de um processo que inicia na
recuperação da matéria-prima descartada que será encaminhada para os aparistas
que fazem a separação da aparas de papel de acordo com suas características e as
encaminham para as fábricas de papel. Esse processo está melhor ilustrado na
Figura 6.
27
Quando o papel corresponde a papeis que não chegaram a ser usados pelo
consumidor final (população de cidadãos, escritórios comerciais,
restaurantes, etc.) esse papel é denominado de material ou aparas de pré-
consumo. Não se incluem aqui os refugos ("broke") das próprias fábricas de
papel, em sua fabricação, acabamento, conversão. Já os papeis usados,
que foram utilizados e descartados pelo consumidor final constituem o que
se denomina de aparas de papel de pós-consumo. (FOELKEL, s.d.)
Figura 8 - Hidrapulper
Fonte: Acervo do autor (2016)
FONTE IMPUREZA
processo devido às altas temperaturas dos cilindros (cerca de 120°C) de aço que
fazem com que a umidade ainda presente na folha evapore.
Ao final dessa bateria de cilindros secadores a folha pode passar ainda por
uma segunda etapa que também utiliza cilindros, mas mas não necessariamente
calor: a calandragem que, entre outras coisas, é uma etapa responsável por nivelar
a espessura do papel. Segundo definição de Andrioni et al. (2009, p. 227) a calandra
é um "conjunto de rolos superpostos, entre os quais passa o papel, de forma a lhe
proporcionar uma superfície mais lisa ou acetinada".
Depois da calandragem a folha já está formada, e com as características
ideais para uso, portanto esse material segue então para as cortadeiras. O formato
padrão industrial de tamanho de folha para cartões de alta gramatura é 80x100cm.
Nem todas as espessuras podem ser fabricadas diretamente em máquina,
por isso, ao final do processo as chapas são encaminhadas para a coladeira, onde é
possível unir uma ou mais chapas a fim de atingir a espessura desejada. Na Figura
10 percebe-se entre as diferentes espessuras das chapas de papelão que as
camadas de folhas coladas são visíveis.
31
Como já citado (vide item 2) o papelão reciclado também atende por outros
nomes: papel cartão de alta gramatura, cartão rígido ou compacto e cartão cinza,
por exemplo, que são decorrentes de características físicas específicas desse
material. Se comparado a outros tipos de papeis ou de cartões esse material tem por
característica possuir elevadas gramaturas (de 349 a 1749 g/m2) e ser muito mais
rígido. A cor acinzentada é natural do processo de reciclagem e a tonalidade varia
conforme o lote de aparas utilizado na fabricação. (CAMPOS, 2010)
Em termos de resistência e rigidez, o sentido da fibra é uma característica
que interfere em várias propriedades do papel. Quando o papel é formado na
máquina as fibras celulósicas tendem a se reorganizar em um único sentido o que
34
Como polpa moldada, o papelão feito com material reciclado abre um leque
maior ainda de possibilidades em respeito às formas e isso tem sido explorado
inclusive na área de design nacional e internacionalmente. Em termos de design
nacional um projeto de luminária feita a partir da reciclagem de caixas de ovos
ganhou visibilidade com o 2° lugar do premio Idea Brasil 2013. A Luminária ovo,
mostrada da Figura 20, foi idealizada por Raphael Accardo de Freitas conserva as
cores, textura e aspecto do material reciclado.
seguinte (Figura 23) pode-se perceber como ocorre a germinação do papel semente.
(PAPEL SEMENTE)
Figura 24 - Garrafa para água em polpa moldada Figura 25 - Eco poltrona lavável
Fonte: Paper water bottle (2015) Fonte: Essent'ial (2014)
43
3 ANÁLISE ESTRATÉGICA
final será inserido. Nessa próxima etapa, ainda dentro do tópico análise estratégica,
dois subtópicos da metodologia de Vezzoli, serão abordados juntos para melhor
organização do trabalho: análise do contexto de referência e análise da estrutura de
suporte do sistema.
O objetivo é conhecer mais sobre o mercado, sobre os consumidores, sobre
o público alvo e entender quais são os pontos favoráveis para a intervenção de uma
solução sustentável dentro desse contexto, analisando, portanto, as macro-
tendências sociais, econômicas e tecnológicas. (VEZZOLI, 2010)
O primeiro painel (Figura 26) foi montado com referências de produtos que
se destinam a gatos e que também são parte do mobiliário nos ambientes.
playground para o animal. Muitas das opções também trazem uma função a mais de
servir como arranhadores para os gatos.
Em termos de estética, há também uma preocupação em criar produtos que
façam parte ou possam trazer personalidade ao ambiente em que se inserem.
Como é possível notar nas imagens, já existem algumas soluções que
utilizam o papelão ondulado (vide item 2.2 para mais detalhes) como material, em
alternativa para os produtos feitos em madeira, plásticos e estofados que dominam o
mercado. Isto também é reflexo de uma afinidade natural que os gatos tem em
relação ao papelão desse tipo, muito utilizado em caixas de transporte de
mercadorias. Um estudo realizado por pesquisadores holandeses ressalta a
importância das caixas ou outros utensílios que possam oferecer a sensação de
abrigo para o animal na adaptação do mesmo ao ambiente. (DODMAN, 2017)
Para os cães, essa teoria também é válida, pois não é de hoje que o
mercado oferece inúmeras opções de casinhas e caminhas para os animais
interagirem com um espaço exclusivamente deles para se sentirem acolhidos e
protegidos. Algumas dessas opções de produtos disponíveis no mercado aparecem
ilustradas e organizadas em formatos de painel visual na Figura 27.
Como é possível notar, boa parte dos produtos utiliza materiais que possam
oferecer um conforto térmico ao animal, ou seja, madeira e estofados são
alternativas largamente utilizadas por possuírem propriedades isolantes contra frio.
Os consumidores, donos de pets, além de se preocuparem com o bem-estar do
animal, também buscam produtos originais e criativos. O design no mercado pet tem
se mobilizado diante dessa tendência e "as marcas têm investido cada vez mais em
produtos exclusivos e com design diferenciado". (MUNDO DAS PATAS, 2016)
52
Dentre os itens vendidos do segmento de Pet Care, outro setor que abre
possibilidades para o uso do papelão reciclado é o de higiene. Para os gatos, foram
obervados alguns modelos de bandejas sanitárias (também chamadas de caixa de
areia) e para os cães algumas alternativas de sanitário, fraldas e tapetes higiênicos.
Alguns desses produtos comercializados no mercado foram agrupados em mais um
painel visual, Figura 28.
A função principal desses produtos é de delimitar um espaço para os
animais fazerem suas necessidades de forma a manter o ambiente organizado e
facilitar a limpeza para os donos.
53
4 EXPLORAÇÃO DE OPORTUNIDADES
Esse tipo de máquina limita o tamanho da chapa de papelão que pode ser
utilizada e consequentemente o tamanho máximo das peças também é restrito. Com
uma série de experiências práticas de corte realizadas com cartões em diferentes
espessuras foi possível constatar que uso de materiais de até 2,6mm de espessura
não comprometem a produtividade e que detalhes muito pequenos nos desenhos de
projetos podem causar dificuldades no processo. Isso porque o material é altamente
rígido e compacto e exige uma alta pressão de corte.
Além do maquinário é necessário que sejam confeccionadas ferramentas
corte também denominadas facas. As facas industriais são chapas de madeira em
cuja superfície o desenho desejado é gravado para em seguida serem instaladas
lâminas responsáveis pelo corte do material. Essa chapa é fixada na máquina de
corte e vinco e se mantém estática enquanto a folha de papelão vem ao seu
encontro através de um movimento mecânico contínuo de pressão. Durante esse
processo o operador deve alimentar a máquina constantemente com as chapas de
papelão, bem como deve trocar a faca de corte para cada desenho diferente. Para
que o processo produtivo seja o mais ágil possível ficou estabelecido um limite
máximo de 3 facas por produto.
Demais recomendações também estão relacionadas com a utilização de
menor mão de obra possível durante a produção, e que ocupasse pouco espaço de
armazenamento em estoque.
60
Com base nessa listagem, o próximo passo foi tentar esboçar alternativas
para a maioria dos produtos antevendo a viabilidade da sua produção em papelão.
Alguns produtos como shampoo, lenços, roupas, almofadas, escovas, areia
higiênica e itens de transporte e segurança foram descartados dessa atividade pela
baixa aplicabilidade do material proposto.
Desse exercício resultaram os sketches apresentados na Figura 35.
62
Figura 36 - Mockup's
Fonte: Acervo do autor (2017)
O objetivo dessa etapa foi tentar demonstrar opções para a maioria dos
produtos que constava na lista já mencionada na Figura 36 anterior. As tentativas
iam sendo apresentadas constantemente em reuniões com a diretoria da empresa e
assim a linha de produtos foi definida e alguns modelos foram selecionados para
prototipação em escala real e testes.
As alternativas que despertaram maior interesse foram a dos brinquedos
modulares para gatos, casinhas e caminhas, caixinhas de areia e tapetes higiênicos.
² Os desenhos técnicos dos produtos comercializados não serão divulgados devido à necessidade de
sigilo da empresa, apenas aqueles que sofreram alterações durante o processo de desenvolvimento.
65
tipo de produto ideal para esse tipo de aplicação. O primeiro teste, ilustrado na
Figura 39, foi feito em uma situação real de uso e utilizando o papelão cinza natural,
sem revestimentos. O resultado demonstrou que o tempo ideal de uso desse
produto estaria entre 4 a 7 dias, pois a partir de uma semana o papelão já estava
muito úmido e a urina começava a passar para o chão.
Após uma segunda bateria de testes, optou-se por utilizar o cartão Cinza H
com capa branca, pois o revestimento em offset aumenta a durabilidade do produto.
Também na fase de prototipação dois dos modelos de brinquedos
modulares para gatos foram construídos em tamanho real para avaliação. A primeira
opção testada, Figura 40, apresentou bons resultados com relação à resistência ao
peso e ao tipo de encaixe dos módulos, no entanto essa alternativa não era modular,
somente empilhável.
A segunda alternativa testada em escala real, Figura 41, foi avaliada com os
animais e apresentou boa resistência ao peso dos animais e o método de junção
dos módulos se mostrou eficiente. Com relação às dimensões, o produto comportou
bem um animal adulto.
Outra opção de produto que também foi prototipada em escala real foi um
modelo de casinha, mostrada na Figura 43. Esse primeiro modelo cumpriu os
requisitos de projeto e de produto, no entanto uma característica estética não foi
bem aceita pela empresa: as "abas" de encaixe que ficavam expostas no teto da
casinha. Por isso, posteriormente algumas outras opções para o tipo de encaixe
foram testadas antes de chegar ao resultado final.
para identificar a dimensão ideal para comportar a maioria das almofadas disponível,
já que esse item não seria comercializado juntamente com o produto.
5.1.1 PlayPet
O PlayPet foi desenvolvido para ser um brinquedo modular para gatos que
propicia diferentes formas de montagem através do empilhamento dos módulos.
Está disponível em 9 cores diferentes: laranja, azul, verde, verde claro, rosa,
amarelo, lilás, vermelho e preto.
O produto comporta sem problemas gatos de diferentes tamanhos e pesos e
teve boa aceitação e interação dos animais em testes de usabilidade, como
mostrado em alguns exemplos na Figura 46.
4
A linha de produtos foi desenvolvida pela autora deste trabalho.
72
Outro material que também é usado como refil para esses banheiros caninos
é o jornal. A vantagem do papelão com relação ao jornal é ser muito mais espesso e
absorvente o que facilita o descarte e diminui a frequência das trocas.
O papelão é portanto, uma alternativa mais higiênica e absorvente do que
jornal e muito mais ecológica e econômica do que as fraldas que são feitas de
materiais plásticos cujo descarte causa transtornos ao meio ambiente pela demora
na decomposição.
5.1.5 ZzzPet
A caminha ZzzPet pode ser utilizada tanto por cães como por gatos. É fácil
de montar e ocupa pouco espaço. Para esse tipo de aplicação o papelão apresenta
uma característica vantajosa que é o conforto térmico garantido pelo material de que
é feito. Um exemplo da utilização da ZzzPet por gatos está ilustrado na Figura 51
abaixo.
76
5.1.6 HousePet
5.2 NAMING
4
Esse processo foi feito em parceria com outros integrantes da equipe de marketing e diretoria da
indústria contando com a participação da autora.
79
então levantadas:
5
A identidade visual foi desenvolvida pela autora deste trabalho.
81
5.4 EMBALAGENS
Para o projeto gráfico das embalagens6 dos produtos da Papel de Bicho foi
explorado o potencial de repetição dos símbolos utilizados na marca. Os mesmos
apresentam formas simples e claras que favorecem esse tipo de aplicação e se
comportam muito bem para formação de padronagens.
No total, são seis produtos, sendo que 2 deles são destinados somente para
cães, 2 somente para gatos e os outros 2 são destinados para cães e/ou gatos.
Tomando isso por base, adotou-se a seguinte simbologia: os produtos para gatos
terão uma repetição com o símbolo do gato, os para cães seguem com a repetição
6
O projeto gráfico das embalagens dos produtos foi desenvolvido pela autora deste trabalho.
86
do cachorro, e os que servem para ambos os animais traz uma repetição feita
através do símbolo da pata.
A paleta de cores dos produtos foi definida intercalando cores quentes e
frias, baseando-se no esquema de combinação cromática com seis cores. Segundo
Silveira (2011, p.155-156), esse esquema combina cores primárias e secundárias e
é obtido através da definição de um hexágono dentro do círculo cromático. Na
Figura 63 está exemplificado esse esquema de combinação.
Tomando por base esse esquema foram definidas as seis cores das
embalagens: três cores primárias (azul, vermelho e amarelo) e três secundárias
(laranja, verde e violeta) que posteriormente foram trabalhadas em saturação.
Além dos aspectos fisiológicos somam-se também ao processo de
percepção cromática aspectos simbólicos e culturais. Nesse sentido, buscou-se
aplicar essas seis cores nas embalagens levando em consideração também a
função do produto aliando-a aos significados e efeitos psicológicos de cada cor que
sejam relevantes para o projeto de acordo com as definições de Pastoreau (1997).
Os resultados são mostrados na Quadro 8 seguinte:
87
A fim de criar um primeiro canal para venda dos produtos, a Papel de Bicho
lançou um e-commerce8, Figura 69, onde é possível comprar os produtos de
qualquer lugar do Brasil.
7
A arte do banner de lançamento dos produtos foi desenvolvida pela autora deste trabalho.
8
O desenvolvimento do e-commerce foi de responsabilidade do profissional de web design da
empresa estando a autora responsável pelo tratamento das imagens dos produtos nesse canal.
92
9
O catálogo de produtos foi desenvolvido pela autora deste trabalho.
93
Além dos materiais digitais, foi criado um folder10 de divulgação para ser
distribuído nos pontos de vendas e em eventos. O folder, ilustrado na Figura 71, foi
impresso em processo offset no papel couché fosco 150g, 4x4, tem duas dobras e
fechamento em formato carteira. Nesse material consta uma descrição da marca e
uma breve explicação dos produtos, acompanhada de fotos ilustrativas de uso,
sempre utilizando as cores e padronagens que representam cada um.
10
O folder foi desenvolvido pela autora deste trabalho.
94
A maioria das pessoas respondeu que não compraria esse tipo de produto
porque não necessita ou porque considerou o valor muito alto. Dentre as opções não
listadas e, portanto marcadas como outros estão algumas observações sobre a
98
produtos? 2) O que você mudaria para melhorar nossos produtos? 3) Se você NÃO
compraria nossos produtos, porque não?
As perguntas e as modalidades de respostas foram as mesmas adotadas no
questionário presencial, ou seja, somente a segunda questão era dissertativa. De
acordo com a experiência da primeira avaliação, as duas opções de resposta menos
assinaladas pela irrelevância foram eliminadas e a alternativa "facilidade no
transporte ou descarte" foi incluída. O Gráfico 6 mostra o resultado da distribuição
das respostas para essa questão.
considerar o preço muito alto que somadas representam aproximadamente 47% das
respostas.
REFERÊNCIAS
ANDRIONI, José Luís Lino et al. Fabricação do Papel: Preparo de Massa. 2 ed. vol.
1. Curitiba: Senai, 2009.
BLOG DA HORLLE: O seu canal sobre papelão. Como cortar o papelão. 2017.
Disponível em: < http://blog.horlle.com.br/como-cortar-o-papelao-horlle/>. Acesso
em: 01 mai. 2017.
105
BLOG DA HORLLE: O seu canal sobre papelão. Como cortar o papelão Hörlle –
parte 02!. 2017. Disponível em: <http://blog.horlle.com.br/como-cortar-o-papelao-
horlle-parte-2/>. Acesso em: 02 mai. 2017.
BRITO, Victor. O que é naming e para que serve no Branding. Disponível em: <
http://bonstutoriais.com.br/o-que-e-naming-no-desing/>. Acesso em 22 abr. 2017.
CAMPOS, Edison da Silva. Curso Básico de Fabricação de Papel: com ênfase nas
propriedades dos papéis de fibra curta. 2010. Disponível em:
<http://www.eucalyptus.com.br/artigos/outros/2010_Papel_Fibra_Curta.pdf>>.
Acesso em 01 mai. 2017.
DODMAN, Nicholas. Why can’t cats resist thinking inside the box?. The
conversation, 2017. Disponível em: <https://theconversation.com/why-cant-cats-
resist-thinking-inside-the-box-76287>. Acesso em 11 mai. 2017.
FILHO, Sergio Adeodato. A arte da reciclagem. Editora horizonte: São Paulo, 2007.
LIMA, Rose Mary Rosa de; FILHO, Eduardo Romeiro. A reciclagem de materiais e
suas aplicações no desenvolvimento de novos produtos: um estudo de caso. 3°
Congresso Brasileiro de Gestão de Desenvolvimento de Produto. Florianópolis, SC -
25-27 Setembro de 2001. Disponível em: < https://www.researchgate.net/publication
/267419011_A_RECICLAGEM_DE_MATERIAIS_E_SUAS_APLICACOES_NO_DES
ENVOLVIMENTO_DE_NOVOS_PRODUTOS_UM_ESTUDO_DE_CASO>. Acesso
em: 20 jun. 2016.
MUNDO DAS PATAS. Marcas pet investem no design para ganhar espaço no
mercado. 2016. Disponível em: < http://mundodaspatas.com/marcas-pet-investem-
no-design-para-ganhar-espaco-no-mercado/>. Acesso em: 13 mai. 2017.
PAZMINO, Ana Verónica. Uma reflexão sobre Design Social, Eco Design e
Design Sustentável. I Simpósio Brasileiro de Design Sustentável. Curitiba,
setembro de 2007.
______. Como se cria: 40 métodos para design de produtos. São Paulo: Blucher,
2015.
109
WHITE, Philip; BELLETIRE, Steve; PIERRE, Louise St. Okala ecological design
course guide. Portland, OR, USA, 2004. Disponível em:
<http://web.stanford.edu/class/me221/readings/Okala_Modules_1-7.pdf>. Acesso
em: 12 jun. 2016.
111
Pré-Produção
1 Reduzir a utilização de recursos naturais e de energia
2 Usar Materiais não exauríveis (esgotáveis)
3 Usar materiais não prejudiciais (danosos e perigosos)
4 Usar materiais reciclados
5 Usar materiais recicláveis
6 Usar materiais renováveis
Produção
7 Escolha de técnicas de produção alternativa
8 Menos processos produtivos
9 Pouca geração de resíduos
10 Reduzir a variabilidade dos produtos
11 Reduzir o consumo de energia
12 Utilizar tecnologias apropriadas e limpas
Distribuição
13 Escolha dos meios mais eficientes de transporte
14 Logística eficiente
15 Redução de peso
16 Redução de Volume
Uso
17 Assegurar a estrutura modular do produto
18 Aumentar a confiabilidade e durabilidade
19 Design clássico
20 Incentivar o uso compartilhado
21 Escolher uma fonte de energia limpa
22 Intensificar uso e cuidado do produto
23 Reduzir a quantidade ou volume de materiais de consumo requeridos
24 Tornar a manutenção e reparos mais fáceis
Descarte
25 Agrupar materiais nocivos em submontagens
26 Aumentar o ciclo de vida do produto e as possibilidades de manutenção e reparação
27 Concentrar materiais poluentes ou recicláveis em um mesmo módulo
28 Converter os componentes em reposições
29 Definir claramente as interfaces permitindo o reuso de componentes
30 Desenvolver o produto para desmontagem simples e pessoal não treinado
31 Dividir os componentes que são consumidos mais rapidamente
32 Eliminar superfícies possíveis de desgaste
33 Estimular a remanufatura e reforma
34 Estimular a reutilização do produto inteiro
35 Evitar a combinação com materiais corrosivos e perecíveis
36 Evitar acabamentos secundários (pintura, revestimentos etc.)
37 Evitar partes materiais que possam estragar os equipamentos
38 Fácil aceso a partes nocivas, valiosas e reusáveis
39 Facilitar a desmontagem
40 Facilitar a reciclagem (de qualidade - berço ao berço)
41 Favorecer o uso do mono material
42 Identificar os componentes para facilitar a desmontagem e recilagem
43 Minimizar elementos de fixação
44 Prover um fácil acesso aos pontos de separação, de quebra ou corte, incluir sinal no ponto de quebra
45 Remoção de partes por meios manuais e automáticos
46 Reutilizar o produto e/ou seus componentes
47 Rotulagem indicando o tipo de material
48 Rotulagem para facilitar a percepção das montagens
49 Substituir os componentes tóxicos
50 Usar componentes padronizados
51 Usar elementos de fixação fáceis de remover ou destruir
52 Usar materiais compatíveis
Fonte: Pazmino (2015)
112