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http://www.senado.gov.br/trilhas
O curso, dividido em três módulos, compreendendo um total de 20 unidades disponíveis pela Internet,
tem por objetivo proporcionar, a todos os interessados, noções sobre os Regimentos Internos do
Senado Federal e do Congresso Nacional, de forma a orientar e esclarecer sobre tramitação de
proposições nessas instâncias legislativas.
Objetivos do Curso
Este primeiro módulo tem por objetivo oferecer os elementos introdutórios ao curso. Veremos aqui
os principais conceitos e etapas que compõem o processo legislativo, bem como informações sobre
posse e eleição da Mesa, fases das sessões e tudo o que se refere a votação.
Objetivos do Módulo
Observação: Além de designar o tempo de duração dos trabalhos legislativos coincidentes com um
mandato, o termo legislatura é usado para designar o "corpo de parlamentares" em atividade
numa Casa Legislativa. Exemplo: A atual Legislatura tem se preocupado muito com o tema segurança
pública.
Estamos na 53ª Legislatura, que vai de 1º de fevereiro de 2007 até 31 de janeiro de 2011. A 54ª Legislatura
irá de 1º de fevereiro de 2011 até 31 de janeiro de 2015.
O Decreto Legislativo nº 79, de 1979, dispõe sobre a designação do número de ordem das
legislaturas, tomando por base a que teve início em 1826, com vistas a se manter a continuidade
histórica do Parlamento brasileiro.
CF - Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de
1º de agosto a 22 de dezembro. (2 de fevereiro a 22 de dezembro).
A sessão legislativa pode ser ordinária ou extraordinária. A sessão legislativa ordinária corresponde a
um ano de trabalhos legislativos.
Assim, a sessão legislativa ordinária começa no dia 02 de fevereiro de cada ano e vai até o dia 22
de dezembro, com intervalo entre o dia 18 de julho e 31 de julho. Esses são os dois períodos da
sessão legislativa: de 02/02 a 17/07 e de 01/08 a 22/12. Nos intervalos entre esses períodos
acontecem os recessos parlamentares. Entretanto, a sessão legislativa não será interrompida no mês
de julho até que o Congresso aprove o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO (art. 57, §
2º-CF e art. 35, § 2º, II, do ADCT).
As sessões marcadas para as datas acima citadas serão automaticamente transferidas para o primeiro
dia útil subsequente, caso esses dias recaiam em sábados, domingos ou feriados (art. 57, § 1º-CF).
O Congresso Nacional pode ser convocado a trabalhar extraordinariamente nos períodos destinados ao
recesso parlamentar. Esse período é chamado de sessão legislativa extraordinária.
Decorar 02/02 à 22/12 – 17 à 31/07 1° recesso – A partir desta informação sei que o 2° recesso é de
23/12 à 01/02
Quadro-resumo
Na convocação extraordinária, o Congresso passa por uma sessão legislativa extraordinária, sem prazo
definido constitucionalmente para funcionar, ou seja, sua duração é definida no ato convocatório ou na
Mensagem do Presidente da República. Durante a sessão legislativa extraordinária, o Congresso somente
delibera sobre as matérias para as quais foi convocado e sobre as medidas provisórias em tramitação (art.
57, §§ 7º e 8º-CF).
Pausa para reflexão:
Então se uma legislatura é um período de quatro anos, podemos com certeza dizer que cada legislatura tem quatro sessões
legislativas ordinárias, mas nunca podemos afirmar quantas sessões legislativas extraordinárias haverá numa legislatura. Certo?
É isso mesmo.
A partir da EC nº 50, de 2006, para que o Congresso Nacional seja convocado em caso de vigência de
interesse público relevante, por iniciativa tanto do Presidente da República como dos Presidentes da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal, é necessário que haja aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do
Congresso Nacional (art.57, § 6º, II).
Unidade 2
Na Unidade 1 vimos os conceitos de legislatura e sessão legislativa ordinária e
extraordinária. Na presente Unidade 2 vamos estudar a sessão plenária.
Sessão plenária é cada unidade de trabalho, a cada dia. Às vezes, no mesmo dia, podemos ter mais
de uma sessão do Senado. Ou, então, uma sessão plenária do Senado e outra, conjunta do Congresso
Nacional. Então, sessão plenária é cada unidade de trabalho.
Em uma sessão legislativa, seja ordinária (um ano de trabalhos), seja extraordinária, podem acontecer várias
sessões plenárias deliberativas (ordinárias ou extraordinárias), não deliberativas e especiais. Podem
acontecer também sessões conjuntas do Congresso.
Quadro Resumo
Sessão Legislativa
Ordinária Extraordinária
De 02/02 a 17/07 e de 01/08 a 22/12 Quando o CN for convocado
Sessão Plenária
Deliberativa (ordinária ou extraordinária) Conjunta
Não deliberativa Solene (ou conjunta solene)
Especial
Não perca...
Você pode assistir à Sessão Plenária diariamente por meio da TV Senado.
A POSSE é um ato público, durante o qual o Senador se investe no mandato. Ela acontece perante o
Senado, em reunião preparatória, durante uma sessão deliberativa ordinária ou extraordinária ou
durante uma sessão não deliberativa. Se o Congresso estiver em recesso, a posse acontecerá no
gabinete do Presidente do Senado, em solenidade pública. Em todos os casos, o fato será publicado no
Diário do Senado Federal (DSF) (art. 4º-RISF).
Se a posse ocorrer numa sessão do Senado, o Presidente designará comissão de três Senadores para
introduzir o diplomado no plenário e conduzi-lo à Mesa, onde, perante todos de pé, prestará o
compromisso.
O compromisso é o seguinte:
Se houver mais de um Senador a tomar posse na mesma ocasião, um fará o pronunciamento e os outros,
conforme forem sendo chamados, dirão:
"Assim o prometo".
O Senador deve tomar posse dentro de 90 dias, contados da instalação da sessão legislativa, ou, se
ele for eleito durante a sessão legislativa, contados da sua diplomação, podendo ter o prazo prorrogado
por motivo justificado, a seu requerimento, por mais 30 dias.
Se o Senador não tomar posse no prazo de 90 dias, nem pedir a prorrogação, considera-se que ele
renunciou ao mandato, sendo chamado, então, seu primeiro suplente, que também é convocado
sempre que o titular se licenciar por um prazo superior a 120 dias para tratar de interesse particular, ou
por motivo de doença. Nesses casos, o suplente terá 30 dias improrrogáveis para prestar o
compromisso.
Para tratar de interesse particular, o titular só pode tirar licença por mais de 120 dias, desde que não
seja na mesma sessão legislativa.
O suplente também assume nos casos de vaga por falecimento, renúncia ou perda de mandato do
titular. Ou, ainda, nos casos de afastamento do titular para ocupar cargo de Ministro de Estado,
Governador de Território, Secretário de Estado, do DF, de Território, de Prefeitura de Capital ou, então,
de Chefe de Missão Diplomática Temporária.
Nos casos de vaga ou de afastamento para assumir esses outros cargos, o suplente tem o prazo de 60
dias para assumir o exercício do mandato, prazo esse que poderá ser prorrogado por motivo
justificado, a requerimento dele próprio, por mais 30 dias.
Se dentro desse prazo o suplente não tomar posse nem requerer sua prorrogação, também é
considerado que tenha renunciado ao mandato e se convocará o segundo suplente, que, em qualquer
hipótese, terá 30 dias para prestar o compromisso.
O suplente convocado pela primeira vez presta o compromisso na forma já acima mencionada. Se ele
voltar a exercer o mandato na mesma legislatura, o Presidente da Casa apenas comunica ao Plenário o
fato, não necessitando prestar novo compromisso. Entretanto, se for reeleito suplente para um novo
mandato, terá que prestar o compromisso novamente.
• Por falecimento;
• Por renúncia;
• Por perda de mandato.
Considera-se haver renunciado o Senador, titular ou suplente, que, convocado, não prestar compromisso na
data estabelecida pelo Regimento.
Deve renunciar a um dos cargos o Senador que for eleito para mais de um cargo ou mandato público
eletivo, conforme preceitua a Constituição. Ele vai ter que renunciar a um deles. Exemplo: é frequente
a eleição de Senadores para Governos estaduais. Para ser empossado Governador, o Senador deverá
renunciar a seu mandato no Senado Federal.
Observações importantes:
Perde o mandato o Senador que infringir qualquer das proibições constantes no art.
54 da Constituição, quais sejam:
1. Desde a diplomação:
• Firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública,
sociedade e economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato
obedecer a cláusulas uniformes;
• Aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que seja demissível ad
nutum, nas entidades acima descritas;
1. O entendimento do que são as "cláusulas uniformes", sendo aquelas que se estabelecem indistintamente a
todos os cidadãos, os chamados "contratos de adesão", aonde não se transige na prestação do serviço e no seu
preço, aderindo às condições do contrato, tais como: fornecimento de telefone, luz, água, contrato de transporte,
seguros, serviços bancários, etc.
São contratos que possuem clausulas iguais para qualquer pessoa. Como exemplo, os contratos de
adesão. Outro, é firmar contrato com uma instituição de Ensino Federal, esse contrato possui cláusulas
uniformes porque são iguais para qualquer pessoa, seja Senador ou não.
"ad nutum" (a pronúncia é /ad nútum/) significa literalmente "a um aceno da cabeça". Está ligada ao
tempo em que os imperadores romanos exerciam um tal controle do poder que um simples aceno de
sua cabeça podia significar uma decisão de vida ou de morte. Hoje a expressão é utilizada para
caracterizar uma decisão que depende exclusivamente do arbítrio de uma das partes envolvidas. No
mundo jurídico, onde é muito freqüente, caracteriza "o direito que possui uma das partes que integram
a relação jurídica de desfazê-la, independentemente da vontade da outra". O síndico do teu prédio pode
ser destituído ad nutum pela Assembléia dos condôminos; os testamentos são revogáveis ad nutum;
a não ser que haja disposição expressa em sentido contrário, a procuração que passei para meu
corretor de imóveis pode ser revogada ad nutum; e assim por diante.
Na esfera pública, sabes que o detentor de um cargo de confiança pode ser afastado pela simples
vontade de quem o convidou, sem a necessidade de processo administrativo ou legal. Dou-te um bom
exemplo: no primeiro mandato de FHC, um ministro (nem lembro mais qual deles), que estava sendo
fritado, declarou aos jornais que "punha seu cargo à disposição do Presidente". Nos jornais do dia
seguinte, Fernando Henrique simplesmente retorquiu que os cargos de ministro estão SEMPRE à sua
disposição - no que estava absolutamente certo, já que, pelo Art. 84 da Constituição Brasileira, os
ministros são demissíveis ad nutum.
2. Desde a posse:
• Ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de contrato com
pessoa jurídica de direito público, ou exercer função remunerada nessas empresas;
• Ocupar cargo ou função de que seja demissível ad nutum em empresas públicas, autarquias,
sociedades de economia mista, empresa concessionária de serviço público;
• Patrocinar causa em que seja interessada qualquer uma dessas empresas acima mencionadas.
b) As comissões não realizam sessões; seus encontros chamam-se reuniões. Isso tanto
para as comissões no Senado ou no Congresso, permanentes ou temporárias.
• A primeira, a partir do dia 1º de fevereiro, para dar posse aos novos Senadores;
• A segunda, para eleger o Presidente da Mesa;
• A terceira, para eleger os demais Membros da Mesa, ou seja, dois Vice-Presidentes,
quatro Secretários e quatro Suplentes de Secretário.
Para a apuração dos votos, o Presidente fará a separação das cédulas referentes ao
mesmo cargo, lendo-as em seguida, uma a uma, e passando-as ao Segundo-
Secretário, que anotará o resultado.
A eleição é para a Mesa. É ela que dirige os trabalhos do Senado por dois anos. A
Comissão Diretora é composta pelos mesmos Membros da Mesa. Ela dirige as
atividades administrativas da Casa.
A Constituição de 1988, em seu art. 57, § 5º, instituiu a Mesa do Congresso Nacional, que é presidida
pelo Presidente do Senado e tem seus demais cargos preenchidos, por alternância, entre Membros
da Mesa da Câmara e do Senado. Assim, o Primeiro Vice-Presidente da Mesa do Congresso é o Primeiro
Vice-Presidente da Mesa da Câmara: o Segundo Vice-Presidente da Mesa do Congresso é o Segundo
Vice-Presidente da Mesa do Senado. E assim por diante. Não há suplente na Mesa do Congresso
Nacional.
Quadro Resumo
Unidade 4.
Já descrevemos, sucintamente, os tipos de sessão no Senado e no Congresso. Vamos, agora, detalhá-
los.
No Congresso:
1. conjuntas;
2. solenes (ou conjuntas solenes).
Sessão Legislativa
Ordinária Extraordinária
de 02/02 a 17/07 e de 01/08 a 22/12 quando o CN for convocado
Sessão Plenária
A diferença é que a primeira (sessão deliberativa) possui Ordem do Dia, momento da sessão em que
há deliberação sobre matérias legislativas, e a segunda (não deliberativa) não possui este momento,
sendo destinada a pronunciamentos de Senadores, comunicações, leitura de expediente e outros
assuntos de interesse político e parlamentar.
• Período do Expediente;
• Ordem do Dia; e
• Após a Ordem do Dia
As não-deliberativas, como não têm Ordem do Dia, só possuem Período do Expediente.
No Congresso, as sessões são conjuntas, quer de trabalho, quer de homenagem. As que não tiverem
data previamente estabelecida serão convocadas pelo Presidente do Senado ou seu substituto, com
prévia audiência da Mesa da Câmara. As sessões pré-datadas são as de posse do Presidente e do
Vice-Presidente da República (1º de janeiro) (arts. 60 a 67 - RCCN) e a destinada a abrir os
trabalhos da sessão legislativa ordinária (02 de fevereiro ou primeiro dia útil subsequente) (arts. 57 a
59 - RCCN).
As sessões conjuntas são realizadas no plenário da Câmara dos Deputados, salvo escolha de outro lugar
previamente anunciado. Em geral, nesta hipótese, a opção recai sobre o plenário do Senado Federal.
Nas sessões de trabalho legislativo, havendo Ordem do Dia, os avulsos (publicação) das matérias
devem estar disponíveis aos parlamentares com 24 horas de antecedência. As sessões de trabalho
também são divididas em FASES. Por analogia ao Regimento do Senado, compreendem:
• Período do Expediente;
• Ordem do Dia; e
• Após a Ordem do Dia.
Todas as sessões, do Senado ou do Congresso, têm duração de quatro horas e meia, podendo ser
prorrogadas por proposta do Presidente ou a requerimento de qualquer Senador, no Senado, ou de
qualquer Congressista, no Congresso, tantas vezes quantas necessárias. A prorrogação será sempre por
prazo fixo, que não poderá ser restringido, salvo por falta de matéria ou de número para o
prosseguimento da sessão.
As fases das sessões são:
• Período do Expediente;
• Ordem do Dia; e
• Após a Ordem do Dia.
Agora você irá compreender melhor o que acontece em cada uma das FASES DAS SESSÕES.
PERÍODO DO EXPEDIENTE
Nas sessões deliberativas ordinárias esse período dura 120 minutos, contados a partir do real
início da sessão. É destinado à leitura do expediente pelo Primeiro-Secretário, na íntegra ou em
resumo, e aos oradores inscritos, que têm até 10 minutos para fazer seu pronunciamento, sendo
permitidos apartes.
O período do Expediente poderá ser prorrogado pelo Presidente, uma única vez, para que o orador
conclua seu pronunciamento caso não tenha esgotado o tempo de que disponha, após o que a Ordem
do Dia terá início impreterivelmente. Caso haja matéria a ser deliberada que esteja tramitando no rito
de urgência urgentíssima (art. 336, I - RISF), não serão permitidos oradores no período do Expediente.
Este tempo também pode ser destinado a homenagens.
Nas sessões deliberativas extraordinárias, esse período dura 30 minutos e só haverá oradores
caso não haja número para as deliberações da Ordem do Dia. No Congresso, o Expediente dura 30
minutos e é destinado à leitura do expediente pelo Primeiro-Secretário e aos oradores inscritos, que
poderão usar da palavra pelo prazo máximo de cinco minutos.
Ainda no Período do Expediente podem acontecer votações de requerimentos que não sejam objeto de
deliberação na Ordem do Dia.
ORDEM DO DIA
No Senado
Encerrado a Período do Expediente, tem início a Ordem do Dia, cuja designação é de competência do
Presidente da Casa. As matérias são incluídas na Ordem do Dia segundo sua antiguidade e importância,
observada a seguinte sequência:
• Medida provisória (art.62-CF) a partir do 46º dia de vigência; matéria com urgência constitucional
(art. 64 CF) com prazo já esgotado; matéria em regime de urgência urgentíssima (calamidade pública
e perigo de segurança nacional); matéria com prazo determinado, segundo o art. 172, II do RISF;
matéria em regime de urgência, nos termos do art. 336, II do RISF; matéria em regime de urgência,
nos termos do art. 336, III do RISF;
• Matéria em tramitação normal.
Além desse critério, há precedência de:
Os projetos de código serão incluídos com exclusividade na Ordem do Dia. Os pareceres sobre escolha de
autoridade serão colocados ao final da Ordem do Dia.
Apesar de o Regimento dispor sobre a sequência das matérias, essa ordem pode ser alterada por
requerimento assinado por qualquer Senador, solicitando inversão da pauta, apresentado e votado antes de
se iniciar a Ordem do Dia. Depois desta iniciada, a sequência ainda pode ser alterada por requerimento de
preferência de um item sobre outro, assinado por qualquer Senador e aprovado pelo Plenário.
São lidos no Período do Expediente e votados após a Ordem do Dia da mesma sessão:
No Congresso
Terminada a leitura do expediente e o horário destinado aos oradores do Expediente, tem início a
Ordem do Dia, cuja designação também é da competência do Presidente do Senado (na condição de
Presidente da Mesa do Congresso). Na sua organização, as proposições em votação têm precedência
sobre aquelas em discussão. Projetos de lei têm preferência sobre os projetos de decreto legislativo, os
projetos de resolução e os requerimentos. Também nas sessões conjuntas, a ordem da Ordem do Dia
pode ser alterada por requerimento de inversão da pauta ou de preferência. A diferença é que os
requerimentos devem ser apresentados por líder partidário.
Tanto no Senado quanto nas sessões conjuntas, estando uma matéria em fase de votação e não
havendo quorum para as deliberações, passar-se-á à matéria que estiver em discussão. Esgotada a
matéria em discussão e persistindo a falta de quorum, a Presidência pode suspender a sessão por prazo
não superior a 30 minutos (no Congresso) ou à uma hora (no Senado) ou conceder a palavra a algum
parlamentar. Sobrevindo número para as deliberações, voltar-se-á às matérias, interrompendo-se o
orador que se encontra na tribuna.
Nenhum Senador no Senado ou parlamentar no Congresso presente à sessão poderá deixar de votar,
salvo quando se tratar de assunto em que tenha interesse pessoal (nesse caso, o Senador ou
parlamentar deve declarar tal fato, sendo contudo sua presença computada para efeito de quorum) ou
quando seu partido estiver em obstrução declarada pelo líder.
APÓS A ORDEM DO DIA
No Senado e no Congresso
Esgotada a Ordem do Dia, o tempo que restar para o término da sessão será destinado,
preferencialmente, ao uso da palavra pelas lideranças e, havendo tempo, pelos oradores inscritos que,
no Senado, neste momento, dispõem de até vinte minutos para seu pronunciamento.
Algumas votações são realizadas nesta fase da sessão no Senado. Alguns exemplos:
Uma sessão só não se realiza, no Senado, por falta de quorum, por deliberação do Plenário, quando seu
período de duração coincidir, mesmo que parcialmente, com o de sessão conjunta do Congresso, ou por
motivo de força maior, assim definido pela Presidência da Casa.
No Congresso, ela não se realiza por falta de quorum ou por cancelamento por parte da Presidência do
Senado.
O Senado, nos sessenta dias que antecedem as eleições gerais, funciona de acordo com o Regimento
Comum, ou seja, suas sessões se realizam por convocação, como as conjuntas do Congresso. Nesses
dias, também o Período do Expediente ou a Ordem do Dia podem ser dispensados, desde que ouvidas
as lideranças.
Veremos aqui que as sessões, tanto do Senado como as conjuntas do Congresso, podem ser públicas
ou secretas. As votações também podem ser públicas - o Regimento usa a palavra "ostensivas" - ou
secretas.
A maior parte das sessões é pública, ou seja, qualquer pessoa desarmada, ocupando em silêncio o
lugar que lhe é reservado, pode assistir tanto a uma sessão do Senado como do Congresso, na Tribuna
de Honra ou nas galerias. À imprensa é reservada uma bancada própria.
No plenário do Senado são admitidos, além dos Senadores, os suplentes de Senador, os ex-Senadores
e suplentes que tenham exercido o mandato, Ministros de Estado, nos casos previstos no Regimento -
ou seja, quando convocados ou quando solicitarem sua vinda para expor algum assunto de interesse de
sua Pasta. Também são admitidos no plenário funcionários da Casa, quando em pleno exercício de suas
funções. Nas sessões especiais são admitidos convidados, podendo estes, inclusive, a convite do
presidente, compor a Mesa.
A divulgação das sessões por reportagem fotográfica no recinto, por irradiação sonora ou por filmagem e transmissão
em televisão, dependem de autorização do Presidente do Senado.
Das sessões será elaborada ata circunstanciada, que constará do Diário do Senado Federal, tanto durante as sessões
legislativas ordinárias como nas extraordinárias. Nos períodos de recesso, haverá publicação sempre que houver
matéria que assim justifique.
• Acordos de paz;
• Declaração de guerra;
• Suspensão de imunidade de Senador durante estado de sítio;
• Escolha de Chefe de Missão Diplomática - os Embaixadores; e
• Também para deliberar sobre requerimento que solicite sessão secreta do Senado.
Neste último caso, chegando à Mesa um requerimento solicitando sessão secreta, o Presidente informa
ao Plenário sobre a sua existência sem, no entanto, comunicar quem é seu autor nem o motivo pelo
qual está sendo solicitada a sessão secreta. Para deliberar sobre esse requerimento, o Senado já
funcionará em sessão secreta. O Presidente solicita a retirada dos funcionários e de todos que estejam
assistindo àquela sessão, podendo determinar a presença dos funcionários que julgar necessários.
Pausa para leitura:
Leia no Diário do Senado como uma sessão
transforma-se em secreta.
Antes de a sessão voltar a ser pública, o Plenário decide, por meio de debate e votação, por maioria
simples, se deseja que seja divulgado o nome do requerente e o assunto tratado.
Caso o requerimento seja rejeitado, a matéria a que ele se refere será objeto de debates em sessão
pública.
As atas das sessões secretas são redigidas pelo Segundo-Secretário, assinadas pelo Presidente e pelos
Primeiro e Segundo-Secretários, colocadas em sobrecarta (envelope) lacrada, que é rubricada pelos
Secretários. Antes de a sessão voltar a ser pública, a ata é votada com qualquer número.
Em sessão secreta, além dos Senadores e dos funcionários determinados, o Presidente ou um líder
podem propor ao Plenário - e este vota a proposta - que outras pessoas assistam àquela sessão.
As sessões são públicas, como regra, podendo também ser secretas, se assim deliberar o Plenário,
mediante proposta da Presidência ou de líder, prefixando-lhe a data.
Também as sessões do Congresso são registradas em ata. As atas das sessões públicas são
circunstanciadas; as das sessões secretas são redigidas pelo Segundo-Secretário. A ata será submetida
ao Plenário - que deliberará com qualquer número, antes de a sessão voltar a ser pública, -, assinada
pelos Membros da Mesa, e encerrada em "sim", "não" e "abstenção".
Nas votações simbólicas, se algum Senador não concordar ou se tiver dúvida a respeito do resultado,
pode pedir, com o apoiamento de outros três Senadores, verificação da votação. E a votação, que havia
sido feita simbolicamente, passa agora a ser realizada pelo painel eletrônico, nominalmente, para
justamente verificar se o resultado anteriormente anunciado corresponde à realidade.
Uma outra forma de uma matéria que deveria ser votada simbolicamente ser votada nominalmente é
através de requerimento pedindo sua votação nominal. Este deve ser apresentado e votado antes de se
passar à votação da matéria em si. Se aprovado, ela não será submetida à votação simbólica, mas será
realizada diretamente por processo nominal.
Assim, os processos simbólico e nominal (no painel ou por chamada) de votação são utilizados para
votações ostensivas, ou seja, para as votações públicas.
Já nas votações secretas só se pode utilizar o sistema nominal, quer no painel, quer por esferas, ou em
cédulas, nas eleições. A diferença é que, nas votações públicas, aparecem, no painel eletrônico, o nome
do votante, seu voto e o resultado total da votação. Nas votações secretas, aparecem tão-somente o
nome do votante e o resultado total. Não aparece a qualidade do voto.
A norma geral é que as sessões sejam públicas e as votações também. Mas numa sessão pública pode haver
votação pública ou votação secreta. E numa sessão secreta pode haver votação secreta ou votação ostensiva
(pública). Depende da matéria que está sendo deliberada.
Nos casos em que se precisa do quorum qualificado de maioria absoluta para aprovar uma matéria, a
votação tem que ser pelo painel eletrônico. E se não estiver funcionando, faz-se pela chamada nominal. A
votação é sempre nominal. Diferente de quando se precisa somente de maioria simples (relativa). Neste
caso, a votação é simbólica. Como é isso? O Presidente da sessão pronuncia essas palavras: “As Senhoras
Senadoras e os Senhores Senadores que aprovam o projeto permaneçam sentados (ou “como estão”).”
(Pausa) “Está aprovado”. Ou, então: “Está rejeitado.” Significa que aqueles que estão presentes no
plenário votam por todos os que estão com sua presença registrada no painel eletrônico. O pré-requisito é
que 41 Senadores (maioria absoluta), no mínimo, tenham registrado suas presenças.
Resumindo:
SESSÕES
VOTAÇÕES
Referência:
RISF - arts. 182 a 186; 190 a 198; 201 a 208; 289 a 298; 383 a 385.
Unidade 6 .
QUORUM DE INICIATIVA E QUORUM DE VOTAÇÃO
Iniciativa é o poder de propor a edição de uma regra jurídica nova. Tal poder pode ser exercido
individual ou coletivamente.
Iniciativa Individual
Presidente da República Proposta de emenda à Constituição, projeto de lei.
Iniciativa Coletiva
Senadores ou Deputados Proposta de emenda à Constituição, emendas à proposta de
emenda à Constituição; na mesma sessão legislativa, projeto de
lei ordinária rejeitado.
Senadores Projeto de resolução referente à competência tributária dos
Estados e do Distrito Federal.
Comissão Projeto de resolução referente às matérias estabelecidas no art.
52 VI, VII, VIII, IX da Constituição; projeto de resolução relativo
à competência tributária dos Estados e do Distrito Federal;
projeto de lei, projeto de decreto legislativo, projeto de
resolução suspendendo a execução no todo ou em parte de lei
declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.
Mesa Provocação à Casa, propondo a perda de mandato de
parlamentar.
Partido político (representado no Provocação à Casa, propondo a perda do mandato de
Congresso) parlamentar.
Proposta de emenda à Constituição (mais da metade delas,
Assembléias Legislativas manifestando-se cada uma pela maioria relativa de seus
membros).
Cidadãos Projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado
nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não
menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles.
Veremos aqui, segundo a Constituição, que as deliberações de cada uma das Casas do Congresso e de suas comissões são tomadas
por maioria de votos presente a maioria absoluta dos membros, salvo se dispuser em contrário. E o Regimento do Senado ou o
Regimento Comum também especificam:
Deliberações
Quorum de votação
Sentença condenatória de Presidente e Vice-Presidente da 2/3 de Senadores (54 votos)
República, de Ministros de Estado e do Supremo Tribunal Federal,
Procurador-Geral da República e Advogado-Geral da República,
todos em casos de crimes de responsabilidade
Fixação de alíquotas máximas nas operações internas, para 2/3 dos votos (54 votos)
resolver conflito específico que envolva interesse de Estados e do
Distrito Federal
Suspensão de imunidade de Senadores, durante o estado de sítio 2/3 (54 votos)
Proposta de emenda à Constituição 3/5 em cada uma das Casas para
aprovação (49 votos no Senado;
308 na Câmara dos Deputados)
Projeto de decreto legislativo referente a renovação ou não 2/5 de votos (33 Senadores) para
renovação de concessão ou permissão para serviço de rejeitar o projeto
radiodifusão sonora e de sons e imagens
Projeto de lei complementar maioria absoluta de votos
(41 votos)
Exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República maioria absoluta de votos
(41 votos)
Perda de mandato de Senador nos casos de infringência do art. maioria absoluta de votos
54 da Constituição ou cujo procedimento não seja compatível (41 votos)
com o decoro parlamentar ou que sofrer condenação criminal em
sentença transitada em julgado
Aprovação de ato do Presidente da República que decretar estado maioria absoluta dos votos
de defesa ou autorização para o Presidente decretar estado de (41 votos)
sítio
Estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações e maioria absoluta (41 votos)
prestações interestaduais e de exportação
Estabelecimento de alíquotas mínimas nas operações internas maioria absoluta dos votos
(41 votos)
Autorização de operações de créditos que excedam o montante maioria absoluta (41 votos)
das despesas de capital, mediante créditos suplementares ou
especiais específicos
Aprovação do nome indicado para Ministro do Supremo Tribunal maioria absoluta de votos
Federal, do Superior Tribunal de Justiça, do Tribunal Superior do (41 votos)
Trabalho, para Procurador-Geral da República e para membro do
Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do
Ministério Público
Veto presidencial (em sessão conjunta do Congresso) exige para ser rejeitado (41 no Senado;
maioria absoluta de votos "'não" em cada uma das Casas para 257 na Câmara dos Deputados)
ser derrubado, ou seja, para ser rejeitado
Perda de mandato de Deputado ou Senador, por voto secreto da maioria absoluta (41 no Senado;
maioria absoluta da Casa a que pertencer o parlamentar 257 na Câmara dos Deputados)
Observação: Os projetos de decreto legislativo sobre direitos humanos que forem aprovados em cada
uma das Casas do Congresso Nacional com 3/5 de votos (49 no Senado, 308 na Câmara dos
Deputados) em 2 turnos, serão equivalentes a emenda constitucional.
A publicidade da matéria, o parecer e o quorum, tanto de iniciativa como de votação da matéria
a ser deliberada, tanto no Senado quanto no Congresso, são três formalidades essenciais
que sequer regime de urgência urgentíssima pode dispensar.
Referência:
CF - arts. 47, 51, 52, 2º e 4º; 53, §§ 7º e 8º; 55, § 2º e 3º; 60, § 2º; 61; 66, § 4º; 67; 69; 77; 101;103-B; 128, § 1º, 2º e 4º;130-A; 136, § 4º; 137;
155, § 2º, IV e V, "a" e "b"; 167, III; 223.
RISF - arts. 212; 243; 288; 393; 394.
MÓDULO II
Unidade 1
PROPOSIÇÕES APRECIADAS PELO SF E PELA CD(CASAS SEPARADAS) – Introdução
Este segundo módulo tem por objetivo mostrar os aspectos e rotinas dos procedimentos
legislativos, bem como identificar situações ou formas de execução de tramitações.
Objetivos do Módulo
A) PROJETO DE LEI
Vamos começar pelas matérias que tramitam em Casas separadas. Nosso primeiro assunto são os
Projetos de Lei. (As medidas provisórias serão objeto da UNIDADE 6)
Os Projetos de Lei que têm origem no Senado - os Projetos de Lei do Senado (PLS) - e os projetos de
lei que se originam na Câmara e vêm à revisão do Senado - os Projetos de Lei da Câmara (PLC) - podem
ser de lei ordinária ou de lei complementar. A Constituição Federal explicita que dispositivos precisam ser
complementados por um tipo ou outro de lei. Na forma, sua maior diferença é o quorum de aprovação:
Comissão de Agricultura da CD
Banco de imagem da CD
Foto de Jorge Campos
Os PLC podem ter origem em uma proposta de Deputado, de comissão da Câmara, do Presidente da
República, do Supremo Tribunal Federal, de Tribunais Superiores, do Procurador-Geral da República, do
Ministério Público ou, ainda, dos cidadãos. Enfim, os projetos de lei que vêm de fora do Poder Legislativo
iniciam sua tramitação pela Câmara, vindo ao Senado para revisão.
Os PLC, ao chegarem no Senado, são lidos no Período do Expediente da sessão plenária, deliberativa
(ordinária ou extraordinária) ou não deliberativa, e são despachados, pelo Presidente, para uma ou mais
comissões, segundo as competências dessas, para serem analisados e receberem parecer. No Senado, a
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania tem até vinte dias úteis para proferir parecer (as
demais comissões têm quinze dias úteis). Esses prazos podem ser prorrogados, por igual período,
através de uma comunicação do Presidente da Comissão à Mesa do Senado, a qual será lida no Período do
Expediente. Nova prorrogação só pode ser concedida por prazo determinado e mediante requerimento que
deve ser votado no Plenário do Senado.
Uma vez emitido o parecer da Comissão, o projeto é enviado à Mesa para leitura no Período do Expediente,
quando é numerado e tem início o prazo de cinco dias úteis para recebimento de emendas. Caso não existam
emendas, o projeto está pronto para ser incluído na Ordem do Dia, a fim de ser discutido e votado em turno
único. Se receber emenda, o projeto volta à Comissão ou às Comissões pelo prazo de quinze dias úteis (se
houver mais de uma Comissão a se manifestar, o prazo corre em conjunto) para receber parecer sobre essas
emendas. Dado o parecer, a matéria volta à Mesa para leitura e pode, a partir daí, ser incluída na Ordem do
Dia. Se o projeto for aprovado sem alteração ou com alteração somente de redação, ele vai à sanção do
Presidente da República. Caso sofra alteração de mérito, essa alteração volta à Câmara para análise.
Como já foi dito, se o projeto for de lei ordinária, o quorum de votação é o de maioria
simples de votos. Se for de lei complementar, é de maioria absoluta.
Para encaminhar a redação oficial do que foi aprovado, quer para o Presidente da República, quer
para a Câmara, o Senado prepara autógrafos desse texto.
PROJETO DE LEI DA CÂMARA (de origem do Presidente da República, com pedido de urgência
constitucional - art. 64, CF)
Esgotado o prazo de quarenta e cinco dias sem que haja deliberação sobre o projeto,
quer numa Casa, quer noutra, a proposição é incluída na Ordem do Dia, sobrestando-
se a deliberação quanto aos demais assuntos (exceção feita às medidas provisórias,
que têm precedência) até que se ultime sua votação, que se dará por maioria simples,
se for projeto de lei ordinária, ou por maioria absoluta, se for de lei complementar.
2. Caso existam emendas, o projeto volta para as Comissões (o prazo é de quinze dias úteis) para
receber parecer sobre elas. Só depois estará pronto para ser agendado na Ordem do Dia. Não
existindo emendas, desde já está pronto para entrar na pauta de deliberações.
Como todo projeto, este também é lido no Período do Expediente. Se a comissão tiver competência
sobre aquela matéria, como o projeto já é de Comissão, tem início o prazo de cinco dias úteis para
recebimento de emendas perante a Mesa. O projeto só voltará para a Comissão que lhe deu origem
caso receba emendas. Ela, então, terá que se pronunciar a respeito das mesmas.
Se não receber emendas, ou após a leitura do parecer sobre as que tiver recebido, a matéria encontra-
se pronta para ser agendada na Ordem do Dia.
A Constituição Federal de 1988 conferiu às Comissões poder de apreciar terminativamente esse tipo de
projeto, ou seja, a regra geral é que esse projeto não venha a ser apreciado pelo Plenário do Senado,
ficando apenas no âmbito das Comissões. Esse procedimento, além de desafogar o Plenário, agiliza a
tramitação das matérias sem, no entanto, prejudicar sua análise. Nesse caso, todos os Senadores,
mesmo aqueles que não pertencem àquelas Comissões do despacho, podem apresentar emendas, pelo
prazo de cinco dias úteis, perante a primeira ou a única Comissão que deve emitir parecer.
Como para todas as matérias que dependem de parecer, o Presidente da Comissão designa um Relator,
que terá a metade do tempo de que dispõe a Comissão para apresentar seu relatório sobre a matéria.
Uma vez apresentado o relatório, qualquer Senador, ou todos os Senadores membros da Comissão,
podem pedir vista do processo, que pode ser concedida por até cinco dias úteis. Esse prazo corre em
conjunto para todos. O Senador pode devolver o processo com ou sem manifestação. Se houver
manifestação, ela recebe a nomenclatura de voto em separado.
A Comissão, nesse caso em que tem poder terminativo, vota não o parecer, mas o próprio projeto.
Ela decide sobre a matéria e comunica o fato ao Presidente da Casa, que dará ciência ao Plenário. Terá
início, então, o prazo de cinco dias úteis para que 1/10 dos Senadores (nove) possa apresentar recurso,
no sentido de que a matéria venha a ser apreciada pelo Plenário, acabando, desta forma, com o poder
terminativo da Comissão. Se não receber recurso, a matéria vai diretamente à Câmara, para que
aquela Casa faça revisão. Se receber recurso, tem início o prazo de cinco dias úteis para
encaminhamento de emendas à Mesa. Sem emendas, a matéria está pronta para a Ordem do Dia. Com
emendas, volta para a Comissão, para parecer sobre elas, como em todos os outros casos que já
estudamos. Dado o parecer pela Comissão, lido e numerado em plenário, o projeto está pronto para a
Ordem do Dia, quando é discutido e votado em turno único, necessitando apenas de quorum de maioria
simples para sua aprovação. Aprovado, vai à Câmara dos Deputados para revisão.
PROJETO DE CÓDIGO
Os códigos são leis ordinárias e, como tais, são tratados por meio de projetos de lei que, uma vez
aprovados em ambas as Casas, são enviados à sanção do Presidente da República. O projeto é lido no
Período do Expediente de uma sessão, oportunidade em que o Presidente designará uma comissão
temporária composta de onze membros para seu estudo e fixará o calendário de sua tramitação.
Essa comissão temporária se reúne primeiramente para eleger seu Presidente e Vice-Presidente, sendo, em
seguida, designado um relator-geral e tantos relatores parciais quantos necessários. Ao projeto principal são
anexados os outros que se encontrem em tramitação e que envolvam a mesma matéria. As emendas são
apresentadas perante a comissão, que deve emitir parecer sobre todos os projetos e emendas.
Publicado o parecer e distribuído em avulsos, o projeto será incluído na Ordem do Dia com exclusividade,
obedecido o interstício regimental como nas demais matérias. Em plenário, o projeto é discutido e votado em
turno único de discussão e votação, aprovado por maioria simples, em votação pública simbólica.
No Congresso Nacional, há projetos de lei a serem apreciados em sessão conjunta, como é o caso das
matérias orçamentárias. Este assunto será estudado em outra oportunidade.
Vimos, nesta UNIDADE, um pouco da tramitação, no Senado, dos projetos de lei apresentados em
Casas separadas.
Referência:
CF - arts. 48; 58, § 2º, I; 59; 61; 65 a 67; 69.
RISF - arts. 90; 91; 92; 97 a 104; 118 a 122; 126; 127; 129 a 133; 136;137; 211; 213; 236 a 240; 243 a 246; 249; 250; 280;
328 a 331; 374.
RCCN – arts. 134; 136 a 140; 142; 143.
Tanto o projeto que tem início no Senado quanto o que vem da Câmara é lido no Período do Expediente
da sessão e despachado a uma ou mais Comissões. Com exceção do PDS sobre radiodifusão, em
regime de urgência constitucional, os demais PDS têm tramitação normal, a menos que recebam
urgência através de requerimento, como ademais pode acontecer com outras matérias.
No PDS sobre radiodifusão ou sobre tratados, acordos e atos internacionais, as emendas devem ser
apresentadas perante a Comissão a que for distribuído. Depois, a Comissão tem os prazos regimentais
para emitir seu parecer sobre o projeto e eventuais emendas.
Os projetos de decreto legislativo relativos a radiodifusão, por força constitucional - art. 223 -, têm o
prazo de tramitação, na Câmara e no Senado, de quarenta e cinco dias em cada Casa,
consecutivamente. O Presidente da República envia à Câmara dos Deputados uma mensagem.
Aquela Casa analisa o processo e elabora o projeto de decreto legislativo correspondente. Uma vez
aprovado, o projeto é enviado ao Senado, onde a matéria é despachada à Comissão de Ciência,
Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática - CCT (Resolução nº 1, de 2007). Inicia-se, então, o
prazo de cinco dias úteis para que os Senadores apresentem emendas. Por força de aprovação, pelo
Plenário do Senado, em 25.03.03, do Parecer nº 34, de 2002, da CCJ, esse projeto de decreto
legislativo passa a tramitar em apreciação terminativa na Comissão. Depois de aprovado o projeto
na Comissão, seu Presidente oficia ao Presidente da Casa. Lido o parecer no Período do Expediente,
numerado e publicado, inicia-se o prazo de 5 dias úteis para apresentação de recurso por 1/10 dos
Senadores. Se não houver recurso, o Presidente do Senado promulga o decreto legislativo. Se for
apresentado recurso, a matéria será incluída na Ordem do Dia para deliberação pelo Plenário. Em caso
de não renovação de concessão ou permissão, a matéria não tramitará com caráter terminativo na
Comissão.
Sobre os PDS de tratados, acordos ou atos internacionais: esses projetos só terão iniciado o
curso de sua tramitação no Senado se estiverem acompanhados de cópia autenticada do texto, em
português, do ato internacional respectivo, bem como da mensagem de encaminhamento e da
exposição de motivos. Lidos no Período do Expediente, são publicados e distribuídos em avulsos, como
de resto qualquer outra matéria, e despachados à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional,
perante a qual todos os Senadores podem apresentar emendas no prazo de cinco dias úteis. A
Comissão tem o prazo de quinze dias úteis, prorrogável por igual período, para opinar sobre o projeto.
Publicados o parecer e as emendas, que também serão distribuídos em avulsos, e decorrido o interstício
regimental, a matéria será incluída na Ordem do Dia. Caso não seja emitido o parecer pela Comissão, e
se faltarem dez dias ou menos para o término do prazo no qual o Brasil deva se manifestar sobre o ato
em questão, o projeto é incluído na Ordem do Dia para receber parecer em plenário por relator
designado pelo Presidente da Casa. Como os outros projetos de decreto legislativo, uma vez aprovado
em ambas as Casas do Poder Legislativo, o decreto legislativo dele oriundo é promulgado pelo
Presidente do Senado.
Uma outra matéria que tramita na forma de PDS diz respeito ao art. 49, XV: autorizar referendo e
convocar plebiscito. A Lei nº 9.709, de 18.11.98, dispõe que para dar início a esse projeto é
necessário que 1/3 dos Senadores o assinem. Quanto às demais etapas de tramitação, equivale a
um outro PDS em rito normal, com aprovação por maioria simples.
Há outros casos de PDS, como por exemplo o destinado a sustar atos do Poder Executivo (CF, art.
49, V). Depois de submetido à Comissão competente que emitirá parecer sobre a matéria, esse parecer
será lido em Plenário, numerado, e publicado no DSF e em avulsos. A seguir, tem início o prazo de
cinco dias úteis para que a Mesa receba emendas. Se não houver emendas, o projeto está pronto para
agendamento na Ordem do Dia. Caso sejam apresentadas emendas, as Comissões deverão apresentar
parecer. Depois que o parecer tenha sido emitido, lido, numerado e publicado, observado o interstício
regimental de três dias úteis entre sua publicação e o início da discussão da matéria, o projeto pode ser
incluído na Ordem do Dia.
Referência:
CF - arts. 49.
RISF - arts. 211; 213; 280; 281; 288, IV; 294; 375; 376.
b) O RISF pode ser alterado ou reformado como um todo. Nesse segundo caso, é constituída uma
comissão temporária especial de Senadores aprovada pelo Plenário, destinada a analisar e elaborar um
projeto de resolução. Dessa comissão deverá fazer parte um membro da Comissão Diretora. Uma vez
lido o projeto em plenário, tem início o prazo de cinco dias úteis para encaminhamento de emendas à
Mesa. Recebendo ou não emendas, o projeto vai à CCJ e, se ali receber emendas, volta à Comissão
Especial para emissão de parecer. Os pareceres são lidos no Período do Expediente, numerados e
publicados. Depois do interstício regimental, o projeto pode ser agendado na Ordem do Dia.
II. A CCJ apresenta projeto de resolução suspendendo, no todo ou em parte, lei declarada
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, como conclusão de seu parecer a um Ofício S
(Senado) sobre a matéria que foi enviada ao Senado pelo STF. Essa matéria tramita somente
no Senado e tem caráter terminativo na CCJ.
Como toda matéria que tramita em rito terminativo, uma vez aprovada pela Comissão, seu
Presidente comunica o fato, através de ofício, ao Presidente da Casa, que dá ciência ao Plenário, no
Período do Expediente. Inicia-se o prazo de cinco dias úteis para interposição de recurso por 1/10 de
Senadores. Se não houver recurso, como a matéria é de competência privativa do Senado, o Presidente
da Casa promulga a resolução. Se houver recurso, a matéria ainda deve ser apreciada pelo Plenário do
Senado. Antes de ir a plenário, abre-se prazo de cinco dias úteis para encaminhamento de emendas à
Mesa. Sem emendas, passado o interstício regimental, o projeto pode ir para a Ordem do Dia. Com
emendas, volta à CCJ para, só depois do parecer emitido, lido, numerado e publicado, ser incluído na
Ordem do Dia.
III. A Comissão de Assuntos Econômicos , CAE, apresenta projeto de resolução como conclusão de
seu parecer, quando do exame de matérias financeiras como pedido de autorização para operações
externas de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios ou de
aval em contratação de operação de empréstimo externo por entidade autárquica subordinada ao
Governo Federal, Estadual ou Municipal. O processo, que tem início com a documentação encaminhada
pelo Banco Central, recebe a denominação, no Senado, de Ofício S, e vai à CAE para parecer. Uma vez
lido o Projeto de Resolução (objeto de parecer da CAE) em plenário, numerado e publicado, tem início o
prazo de cinco dias úteis para emendas. Sem emendas, vai à Ordem do Dia; com emendas, à CAE para
parecer, que será lido, numerado e publicado para posterior inclusão na Ordem do Dia.
• Por proposta do Presidente da República, apresenta projeto de resolução como conclusão de seu
parecer, fixando limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do DF
e dos Municípios;
• Por proposta do Presidente da República ou de 1/3 dos membros do Senado, apresenta à Comissão,
em conclusão de seu parecer, PRS estabelecendo alíquotas aplicáveis às operações e prestações
interestaduais e de exportação, devendo ser aprovado por maioria absoluta de votos do Plenário do
Senado;
• Por iniciativa de 1/3 dos membros do Senado, a CAE apresenta, também, em conclusão de parecer,
PRS que, para ser aprovado, precisa da maioria absoluta de votos favoráveis da Casa, estabelecendo
alíquotas mínimas nas operações internas; por iniciativa da maioria absoluta dos membros do Senado,
a CAE ainda apresenta PRS em conclusão de seu parecer, que deve ser aprovado por 2/3 da
composição da Casa, fixando alíquotas máximas nas operações internas para resolver conflito
específico que envolva interesse de Estados e do DF.
Em todos esses casos, o procedimento é o mesmo que para outro projeto de resolução advindo de
conclusão de parecer. Lido no Período do Expediente, é numerado e publicado, ficando sobre a Mesa
para recebimento de emendas durante cinco dias úteis. Com emendas, o projeto volta à CAE para
parecer antes de ser agendado. Sem emendas, já estará pronto para o agendamento.
Ainda sobre matéria financeira, a CAE apresenta PRS dispondo sobre limites globais e condições para as
operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, DF e Municípios, de suas autarquias e
demais entidades controladas pelo poder público federal; ou dispondo sobre limites e condições para a
concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno; ou estabelecendo limites
globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, DF e Municípios; ou, ainda,
fixando alíquotas máximas do imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou
direitos.
Uma vez lido o projeto no Período do Expediente da Sessão, e tendo em vista já ser ele da Comissão,
inicia-se o prazo para encaminhamento de emendas à Mesa. O projeto somente voltará à CAE, se
receber emendas. Caso contrário, já está pronto para a Ordem do Dia, respeitado o interstício
regimental.
No Senado, vinte e sete Senadores, no mínimo, são autores de uma PEC. Se algum Senador apuser sua
assinatura e especificar que é para apoiamento, essa assinatura não é computada como de autor.
Significa que o Senador apoia a iniciativa de se apresentar uma proposta para debater determinado
assunto, mas que não quer ser autor.
A PEC - quer de origem de Senador quer da Câmara dos Deputados - é lida no Período do Expediente e
despachada, individualmente, à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, que tem até trinta dias
úteis para emitir seu parecer. Lá, seus membros podem apresentar emendas. Caso a Comissão conclua
seu parecer aprovando alguma emenda, esta deverá conter também vinte e sete assinaturas.
Encerrada a discussão sem recebimento de emendas, a PEC será votada em primeiro turno, com o
quorum qualificado de 3/5 de votos favoráveis (49 votos "sim"). Se houver emendas, será
necessário que a CCJ emita parecer sobre elas. Após a leitura e publicação deste novo parecer, a PEC
está pronta para ser votada em primeiro turno, juntamente com as emendas.
O interstício entre o primeiro e o segundo turno é de, no mínimo, cinco dias úteis. Vencido esse
prazo, a PEC pode entrar na Ordem do Dia para um segundo turno de discussão (três sessões
ordinárias) e votação, sendo aprovada também por nova deliberação por 3/5 de votos favoráveis.
Durante a discussão, vinte e sete Senadores, no mínimo, podem apresentar emendas que não
envolvam o mérito. E o procedimento é o mesmo para todas as matérias: sem emendas, pode ser
votada em segundo turno; com emendas, vai à CCJ para parecer, antes de ir à votação em segundo
turno. A CCJ tem cinco dias improrrogáveis para isso.
Se houver redação final (em caso de ter tido alteração), a CCJ apresenta a redação final no prazo de
três dias, a qual será votada com qualquer número, independentemente de sua publicação.
Se a PEC for de origem do Senado, vai à Câmara para revisão. Se for de origem da Câmara e tiver
sofrido alteração, volta àquela Casa. Se não tiver sofrido alteração no Senado, o Presidente do Senado
convoca sessão solene do Congresso Nacional para que as Mesas das duas Casas promulguem a
emenda constitucional.
Cláusulas Pétreas -
A matéria constante de PEC rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta
na mesma sessão legislativa. Uma outra limitação constitucional a respeito deste assunto é a proibição
de que seja apresentada PEC tendente a abolir a forma federativa de Estado, o voto direto, secreto,
universal e periódico, a separação dos Poderes e os direitos e garantias individuais, que constituem as
cláusulas pétreas, ou seja, aquelas que não podem ser modificadas por meio das formas secundárias de
alteração constitucional (emenda ou revisão). Apenas o poder constituinte originário (uma nova
Assembléia Constituinte) teria competência para tanto.
• Adiamento da discussão;
• Adiamento da votação;
• Comparecimento de Ministro de Estado;
• Constituição de comissão temporária;
• Destaque para aprovação de emenda;
• Destaque para rejeição de dispositivo do projeto;
• Destaque para rejeição de emenda;
• Destaque para votação em separado de parte do projeto, de emenda ou de parte de emenda;
• Dispensa de discussão;
• Dispensa de interstício e prévia distribuição de avulsos para inclusão;
• Da matéria em Ordem do Dia;
• Dispensa de publicação da redação final para a imediata apreciação pelo Plenário;
• Encerramento da discussão;
• Esclarecimento sobre atos da administração da Casa;
• Extinção de urgência;
• Homenagem de pesar;
• Inclusão em Ordem do Dia de matéria em condições de nela figurar;
• Inclusão em Ordem do Dia de matéria sem parecer;
• Informações a serem prestadas por Ministros de Estado ou titulares de órgãos diretamente vinculados
à Presidência da República;
• Inversão da Ordem do Dia;
• Leitura de qualquer matéria sujeita a conhecimento do Plenário;
• Licença para exercer missão no País ou no exterior;
• Licença para tratar de interesses particulares;
Outros requerimentos não previstos expressamente no Regimento podem ser apresentados. Nesse caso, a
decisão cabe ao Presidente após submeter o requerimento a votos no Plenário.
Nas sessões conjuntas do CN a maioria dos requerimentos deve ser apresentada por líderes.
Como não há previsão de requerimento de urgência, utilizam-se os regimentos subsidiários,
ou seja, do Senado e da Câmara, nessa ordem.
Referência:
RISF - arts. 14, X, b; 75; 202, II; 214; 216; 218; 220; 221; 222; 235; 242; 279; 315; 336; 339 a 343; 397, I.
RCCN - arts. 23; 29; 39 a 42; 50.
A proposta pode ser apresentada por qualquer membro ou Senador à Comissão, com específica
indicação do ato e fundamentação da providência objetivada. (RISF, art. 102-B, I)
Relatório final será encaminhado, conforme o caso, à Mesa, ao Ministério Público, à Advocacia-Geral da
União, ao Poder Executivo, à comissão permanente que tenha pertinência, à Comissão Mista de Planos,
Orçamentos Públicos e Fiscalização - CMO ou ao TCU.
G) INDICAÇÃO
Corresponde a uma sugestão de Senador ou Comissão para que o assunto nela focalizado seja objeto
de providência ou de estudo pelo órgão competente da Casa, com a finalidade de seu esclarecimento ou
de uma formulação de proposição legislativa. Por exemplo: as alas do Senado receberam nome de Nilo
Coelho, Alexandre Costa, Teotônio Vilela, Rui Carneiro, Filinto Müller; o Pavilhão do Serviço Médico
recebeu o nome de Lourival Baptista. Foram feitas tais homenagens através de indicações.
H) PARECER
Os pareceres que vimos até agora são instrumento de instrução de outra matéria, não têm vida própria.
Os pareceres que constituem proposição legislativa devem ser discutidos e votados.
I) EMENDA
São proposições secundárias que não têm vida própria, pois estão vinculadas a uma proposição
principal. Por isso, seguem o rito, o quorum e o tipo de votação dessa proposição principal.
Há três instâncias para apresentação de emendas:
• Nas Comissões;
• Perante a Mesa;
• No Plenário.
A PEC recebe emendas na CCJ, por seus membros, e, no Plenário, por 1/3 dos Senadores.
Referência:
RISF - arts. 102-A, B, C, D; 211; 224 a 240.
A) VETO PRESIDENCIAL
Todos os projetos de lei, inclusive o de conversão de uma medida provisória, uma vez aprovados pelo
Poder Legislativo, são encaminhados ao Presidente da República para sua manifestação. Este tem um
prazo de até quinze dias úteis para manifestar-se, no sentido do acordo (sanção) ou do desacordo
(veto), que pode ser, neste último caso, total ou parcial. Após o prazo mencionado, se o Presidente
não se pronunciar, o projeto de lei é considerado como tendo sido tacitamente sancionado (sanção
tácita). Entretanto, o veto deverá ser aposto em texto integral de artigo ou de parágrafo ou item, e
nunca sobre expressão.
Em caso de o projeto ser considerado inconstitucional ou contrário ao interesse público, no todo ou em
parte, o Presidente poderá vetá-lo, fazendo publicar suas razões no Diário Oficial da União com
comunicação do fato ao Presidente do Senado, que dará ciência aos parlamentares em sessão conjunta,
no prazo de 72 horas. Na mesma oportunidade, será designada comissão composta por três Senadores
e três Deputados para emitir relatório sobre o veto. É de todo conveniente que dessa comissão
participem os relatores da matéria em cada uma das Casas.
Banco de imagem da CD
A Constituição prevê prazo de trinta dias para que o Congresso decida sobre o
veto, que só pode ser rejeitado pela maioria absoluta de cada uma das
Casas, em votação secreta. Nesse caso, o Presidente do Senado comunicará o
resultado da votação ao Presidente da República, encaminhando-lhe o projeto
para promulgação e publicação.
Em ambos os casos (iniciativa parlamentar ou das Mesas), o projeto é lido e numerado no Expediente
de uma sessão conjunta e publicado no Diário do Congresso Nacional e em avulsos. Este procedimento
é o mesmo para todas as proposições, quer no Senado quer no Congresso.
Se for de iniciativa das Mesas, o Presidente do Senado convoca sessão conjunta para iniciar sua
discussão e votação em turno único, podendo qualquer parlamentar apresentar emendas em plenário,
até o encerramento da discussão. Se tiver emendas, o projeto volta às Mesas para parecer sobre elas.
Havendo concordância das Mesas, o parecer pode ser único, com relator único. Uma vez emitido
parecer, a matéria estará pronta para a Ordem do Dia, em fase de votação.
Se for de iniciativa de parlamentares, o projeto vai às Mesas para parecer, que poderá ser único. Após
publicação, o projeto pode entrar na Ordem do Dia, recebendo emendas também durante a discussão.
Se tiver emendas, volta às Mesas para parecer, após o que retorna ao plenário em fase de votação.
Depois de aprovado o projeto, o Presidente do Senado (nesse caso Presidente da Mesa do CN)
promulga a resolução decorrente.
Esse projeto de resolução pode conter, ainda, a obrigatoriedade de o Presidente da República enviar ao
Congresso a proposta de lei para que este examine se está dentro dos limites delegados. Nesse caso, o
parecer da comissão mista se restringirá a estar de acordo ou não com os termos do projeto, não
cabendo emendas.
Em ambos os casos, o projeto de resolução é discutido e votado no plenário, em sessão conjunta. Uma
vez aprovado, o Presidente da Mesa do CN promulga a resolução e comunica o fato ao Presidente da
República, que, devidamente autorizado pelo Congresso, editará a lei delegada.
Não cabe delegação sobre matéria de competência exclusiva do Congresso Nacional
ou de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal,
bem como sobre organização dos juízos e tribunais e as garantias da Magistratura,
sobre nacionalidade, cidadania, direitos públicos e direito eleitoral e matérias orçamentárias.
Referência:
C) MATÉRIA ORÇAMENTÁRIA
Ainda são tratados em sessão conjunta do Congresso Nacional os projetos de lei referentes à matéria
orçamentária:
Assim, o projeto de PPA tem que estar no Congresso até quatro meses antes do encerramento do
primeiro exercício financeiro do mandato do Presidente da República (31 de agosto) e deve ser
devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa ordinária (22 de dezembro)
correspondente. O PPA tem vigência de quatro anos. No primeiro ano de mandato, o Presidente da
República trabalha com o Plano Plurianual do Presidente anterior, e encaminha ao Congresso o seu
próprio plano, que vigorará durante os restantes três anos de seu mandato e durante o primeiro ano do
mandato do Presidente subsequente. (Prazo até o encerramento do 1° exercício financeiro).
A LDO é uma lei que vigora durante um ano. O projeto deve ser encaminhado ao Congresso até oito
meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro (15 de abril) e o Congresso o devolve
para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa ordinária (17 de julho). Se
o Congresso não deliberar sobre a matéria até esta data, a sessão legislativa não é interrompida, ou
seja, não há recesso parlamentar até que se ultime a deliberação.
A LOA também é uma lei de vigência anual. O projeto correspondente deve ser encaminhado até
quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro (31 de agosto) e devolvido à sanção até o
encerramento da sessão legislativa ordinária (22 de dezembro).
Quanto aos créditos adicionais, o prazo limite para que o Poder Executivo os envie ao Congresso é
estipulado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
o
LEI N 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964. Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.
Exercício Financeiro Período correspondente à execução orçamentária. No Brasil coincide com o ano civil.
No plenário da sessão conjunta, a deliberação sobre essas matérias ocorre em turno único de discussão
e votação, sendo aprovadas em votação pública simbólica, por maioria simples de votos em cada Casa,
resguardado o direito de votação nominal por requerimento ou por pedido de verificação de
votação.
A votação do projeto de lei é feita nos termos do parecer que vier da CMO, sendo ele conclusivo e final
com respeito às emendas, salvo requerimento para que elas sejam submetidas ao Plenário do
Congresso, devendo tal requerimento ser assinado por no mínimo 1/10 de congressistas (60
assinaturas) e apresentado à Mesa do Congresso até o dia anterior ao estabelecido para a discussão da
matéria em plenário.
A CMO ainda examina as contas prestadas pelo Chefe do Poder Executivo, que inclui, além das suas, as
dos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Poder Judiciário (STF, STJ,
Tribunais Regionais Federais, Tribunais do Trabalho, Tribunais Eleitorais, Tribunais Militares e as contas
do Chefe do Ministério Público).
A Comissão conclui seu parecer apresentando um projeto de decreto legislativo, ao qual podem ser
apresentadas emendas perante a Comissão. Tão logo esses órgãos enviem ao Congresso as suas
contas, elas são enviadas ao TCU para que emita parecer prévio e, no prazo de 60 dias, o encaminhe
ao Congresso.
No início dos trabalhos do 2º período de cada sessão legislativa (1° agosto), a Comissão realiza
audiência pública com o Ministro Relator do TCU, para que ele faça uma exposição sobre esse parecer
prévio. É com base nesse documento e nessas informações que a comissão elaborará seu parecer.
Referência: CF - 51; 71; 84.
RISF - arts. 235, II, b. RCCN - arts. 89 a 103; 142; 143; Resolução nº 1, de 2006-CN.
Nesta Unidade 6, vamos estudar as medidas provisórias, que, depois da Emenda Constitucional nº
32, de 2001, são analisadas em Comissão Mista, mas apreciadas em Casas separadas, começando
sempre pela Câmara dos Deputados.
Uma vez editada pelo Presidente da República e publicada no Diário Oficial da União, a Presidência da
Mesa do Congresso Nacional dispõe de 48 horas para publicar e distribuir os avulsos da proposição, e
para designar a Comissão Mista que irá emitir parecer sobre ela.
Essa Comissão é integrada por 12 senadores e 12 deputados, e igual número de suplentes, indicados
pelos líderes partidários, segundo a proporcionalidade. Caso as bancadas minoritárias não consigam
vaga na Comissão, por terem um número pequeno de parlamentares, a elas é destinada uma vaga em
cada Casa. Se houver mais que uma bancada nessa situação, haverá rodízio no uso dessa vaga
suplementar. Esse princípio de vaga suplementar é válido para todas as Comissões Mistas. Se a Medida
Provisória versar sobre abertura de crédito extraordinário ao orçamento da União, ela será
encaminhada à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização.
Na Comissão, seu Presidente designará um relator, que deverá ser um parlamentar pertencente à
Casa diversa da sua, e um relator revisor, pertencente à Casa diversa da do relator, e,
preferencialmente, do mesmo partido que o do relator. Para emitir o parecer, a Comissão dispõe de até
14 dias, a contar da data da publicação da Medida Provisória no Diário Oficial, sendo que, nos 6
primeiros dias, qualquer parlamentar pode apresentar emendas à MP. Nesse prazo de recebimento de
emendas, se um parlamentar tiver algum projeto tramitando, ele pode solicitar à Comissão que ele
tramite em conjunto com a MP, sob forma de emenda. Ao final da tramitação da MP, esse projeto será
declarado prejudicado, exceção feita no caso de a MP ter sido rejeitada por inconstitucionalidade.
Nesse caso, o projeto retorna à tramitação normal.
A Comissão, ao emitir seu parecer, falará sobre a relevância e urgência da Medida Provisória, sobre seu
mérito e sobre sua adequação financeira e orçamentária. Aprovado o parecer na Comissão, o processo
será encaminhado à Câmara dos Deputados, que terá até o 28º dia da vigência da MP para deliberar.
Caso a Comissão não emita seu parecer até o 14º dia, o processo será mesmo assim encaminhado à
Câmara. Neste caso, o parecer será oferecido em Plenário, pelo relator ou pelo relator revisor.
A matéria é deliberada em um só turno de discussão e votação, por maioria simples. Caso tenha sido
aprovada, será remetida ao Senado, que terá até o 42º dia de vigência para deliberar. Se o Senado
aprovar emendas, essas retornarão à Câmara, que disporá de 3 dias para apreciá-las.
A medida provisória tem vigência de 60 dias, sendo prorrogado esse prazo, pelo Presidente da Mesa do
Congresso Nacional, por igual período, caso não tenha sido apreciada. Esses prazos não são contados
durante o recesso parlamentar.
Caso o prazo de vigência, inclusive com a prorrogação, tenha se esgotado sem que tenha havido apreciação,
a Medida Provisória perde a eficácia, devendo o Presidente da Mesa do Congresso comunicar o fato ao
Presidente da República. Nesta situação, no caso de ela ter sido rejeitada ou ainda no caso de se aprovar um
projeto de lei de conversão, a Comissão Mista deve elaborar um projeto de decreto legislativo regulando as
relações jurídicas decorrentes no período de sua vigência. Se o decreto legislativo não for editado em até 60
dias após a rejeição ou a perda da eficácia da MP, essas relações jurídicas continuarão sendo reguladas pela
Medida Provisória, mesmo que ela não esteja mais em vigor.
A Medida Provisória pode ser aprovada nos mesmos termos em que foi editada pelo Presidente da República.
Nesse caso, o Presidente da Mesa do Congresso a promulga e o texto é enviado para publicação como lei.
Se, entretanto, houver alterações à MP, é apresentado um projeto de lei de conversão que, se aprovado,
deverá ir à sanção do Presidente da República, como qualquer outro projeto de lei. O Presidente da República
poderá sancioná-lo ou vetá-lo. Neste segundo caso, o veto ainda deverá ser apreciado pelo Congresso
Nacional, em sessão conjunta.
De acordo com a Emenda Constitucional nº 32, o Presidente da República não poderá reeditar, na mesma
sessão legislativa, Medida Provisória rejeitada ou que tenha perdido eficácia por decurso de prazo. Além
disso, há vedação de edição de Medida Provisória sobre as matérias relativas a:
Além disso, é vedada também a edição de MP referente a matéria que deva ser objeto de lei complementar e
de matéria que já tenha sido disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso, que esteja pendente de
sanção ou veto.
Uma outra restrição prevista na Emenda Constitucional nº 32 diz respeito à instituição ou elevação de alguns
impostos. Uma vez aprovada, esse tipo de MP só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte.
As medidas provisórias editadas antes da promulgação da Emenda Constitucional nº 32 continuam em vigor
até sua apreciação definitiva pelo Congresso Nacional, em sessão conjunta, ou até que outra medida
provisória as revogue explicitamente.
• À sanção;
• À promulgação;
• Ao Senado Federal;
• Ao arquivo.
Toda vez que o Congresso Nacional aprova um projeto de lei, ele deve ser encaminhado ao Presidente da
República, nos termos do caput do art. 66 da Constituição, para sua manifestação. Se estiver de acordo, o
Presidente a sancionará; se não, no todo ou em parte, o vetará total ou parcialmente. Para essa
manifestação, o Presidente dispõe de quinze dias úteis, a partir do recebimento da matéria no Palácio do
Planalto.
Esgotado esse prazo sem que o Presidente tenha se manifestado formalmente em qualquer sentido, haverá a
sanção tácita, ou seja, a transformação automática do projeto em lei. (sanção tácita nada mais é que uma
sanção presumida pela inércia do Presidente da República.)
Assim, a sanção poderá ser formal, quando o Presidente da República se manifesta, aquiescendo com o
projeto; ou tácita, quando ele não se manifesta dentro do prazo constitucional.
O veto, entretanto, só poderá ser formal. Não existe veto tácito. E o Presidente tem, por força da
Constituição, que apresentar as razões pelas quais veta o projeto, que só podem ser de duas ordens:
No caso de sanção tácita, o Presidente ainda dispõe de quarenta e oito horas para promulgar a lei.
Se Sua Excelência não promulgar, enviará a lei ao Presidente do Senado, que dispõe de outras
quarenta e oito horas para promulgá-la; e, se este também não o fizer, o Vice-Presidente do Senado o
fará.
Existem outros casos de promulgação. Todas as matérias referentes aos arts. 49, 51, 52, 60, 62, 66 e 223
da Constituição são levadas à promulgação (sem serem submetidas à sanção do Presidente da República):
• As do art. 49, de competência exclusiva do CN, são tratadas em projeto de decreto legislativo- o decreto
legislativo dele decorrente é promulgado pelo Presidente do Senado;
• As do art. 51, privativas da CD, são tratadas em projeto de resolução da Câmara - a resolução dele
decorrente é promulgada pelo Presidente da Câmara dos Deputados;
• As do art. 52, privativas do SF, são tratadas em projeto de resolução do Senado - a resolução dele
decorrente é promulgada pelo Presidente do Senado;
• As do art. 60 são tratadas em proposta de emenda à Constituição - a emenda constitucional dela
decorrente é promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal;
• As do art. 62, as medidas provisórias, se aprovadas nos termos em que foram editadas pelo Presidente da
República, são promulgadas pelo Presidente da Mesa do CN e enviadas ao Presidente da República para
serem publicadas como lei - se sofrerem alteração, transformam-se em projeto de lei de conversão, que
são enviados à sanção do Presidente da República;
• As do art. 66, os vetos, se forem rejeitadas pelo Legislativo, são enviadas ao Presidente da República para
promulgação e publicação;
• As do art. 223, referentes à radiodifusão, são tratadas em projeto de decreto legislativo - o decreto
legislativo dele decorrente é promulgado pelo Presidente do Senado.
Os projetos de lei, de decreto legislativo, as propostas de emenda à Constituição que têm origem no Senado,
uma vez aprovados, vão à Câmara dos Deputados para revisão.
E matérias de origem da Câmara que vêm ao Senado para revisão e aqui sofrem alteração de mérito,
voltam à Câmara para análise dessas alterações.
E as que têm origem no Senado que foram para a Câmara e lá sofreram alteração de mérito, voltam
ao Senado para análise dessas alterações.
Referência: CF - arts. 49; 51; 52; 60; 65; 66; 67; 223.
RISF - arts. 246; 254; 256; 264; 332; 334.
RCCN - arts. 104; 134 a 140; 147.
Módulo III
O último, do curso de Processo Legislativo a Distância, tem por objetivo apresentar o processo
legislativo em si. Aprenderemos aqui que ele é resultado de atos concatenados e consecutivos.
Objetivos da Módulo
Unidade 1
A) INICIATIVA
O processo legislativo é resultado de atos concatenados e consecutivos. O primeiro deles, aquele que
deflagra o processo de elaboração de norma jurídica, é a iniciativa.
Concatenar [Do lat. tard. concatenare.] Verbo transitivo direto. 1.Estabelecer conexão entre; encadear,
ligar: concatenar idéias. 2.Estabelecer relação entre; relacionar: Desnorteado, mal podia concatenar os fatos.
3.Formar; conceber: Não me deixou concatenar uma única frase, durante todo o debate.
4.Inform. Juntar, colocar em contigüidade (duas informações, ger. duas seqüências de símbolos
alfanuméricos). Verbo pronominal. 5.Encadear-se, ligar-se: Finalmente as suas idéias se concatenaram!
O que é a “Iniciativa”?
É o poder de propor a edição de uma regra jurídica nova. A iniciativa pode ser:
Tem caráter obrigatório e compulsório imposto pela própria Constituição. O Presidente da República
deve encaminhar os projetos de lei do Plano Plurianual (PPA), de diretrizes orçamentárias (LDO), do
Orçamento Anual da União (LOA). O descumprimento de tal obrigatoriedade implica crime de
responsabilidade (Lei nº 1.079, de 1950).
O direito de Iniciativa:
Proposta de emenda à Constituição de iniciativa das Assembléias Legislativas pode ser iniciada no
Senado.
Com relação à iniciativa popular dos Estados, a Constituição Federal legou à lei sua disciplina (art. 27, §
4º, CF). Para os municípios foi atribuída à lei orgânica (art. 29, XI, CF).
Iniciativa Popular - (CF, arts. 14, III; 27, §4º, 28, XIII e 61, §2º) CF Art. 14. A soberania
popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da
lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
Pela CF, um projeto subscrito pelo menos por 1% do eleitorado brasileiro, quer da União, Estado ou município, pode
apresentar ao Poder Legislativo um projeto de lei que deverá ser examinado e votado.
O poder de iniciativa pode ser exercido individual ou coletivamente. Assim, quando o Presidente envia
ao Congresso projeto de lei ou proposta de emenda à Constituição, ele o faz individualmente.
Senadores ou Deputados, ao darem início a um projeto de lei podem fazê-lo individual ou
coletivamente. Entretanto, para iniciarem a tramitação de uma PEC, obrigatoriamente terão que fazê-lo
coletivamente.
Referência:
CF - arts. 22; 24; 25; 29; 30; 32; 48; 49; 51; 52; 61; 84; 93; 127; 128; 165.
B) EMENDAMENTO
• Supressiva;
• Substitutiva;
• Modificativa; e
• Aditiva.
Acompanhe o quadro:
Unidade 2
ETAPAS DO PROCESSO LEGISLATIVO
C) INSTRUÇÃO
O que é um Parecer?
É o pronunciamento de uma comissão sobre uma matéria - principal (projeto, proposta) ou acessória
(emenda) - sujeita ao seu estudo. O parecer consubstancia a opinião fundamentada do órgão. Apesar
de ser geralmente escrito, o parecer pode ser proferido oralmente em plenário, quando a comissão não
se manifestar a respeito da proposição no prazo que lhe é destinado ou caso este prazo venha a ser
interrompido por força de um requerimento de urgência aprovado pelo Plenário.
O Presidente de Comissão designa relator para emitir parecer sobre uma matéria que a ela tenha sido
despachada pelo Presidente da Casa. O relator tem a metade do prazo de que dispõe a comissão para
preparar e apresentar seu relatório, que é discutido e votado (ressalvados os casos de matéria com
caráter terminativo na comissão (não vai à plenário), quando é a própria matéria que é votada).
Para parecer sobre as emendas, a comissão dispõe de 15 dias úteis, como regra geral, exceção feita à
proposta de emenda à Constituição, quando a comissão dispõe de até trinta dias úteis. Os projetos
de lei de código têm tramitação especial, como já estudamos.
Após a leitura, e desde que a maioria da comissão se manifeste de acordo com o relator, o relatório
passará a constituir parecer da comissão. Se o relator for vencido, o Presidente da comissão designará
um dos membros que tenha votado com a maioria para suceder-lhe. Se o relator for vencido em
apenas parte de seu relatório sobre a proposição ou emenda, poderá permanecer na relatoria,
consignando-se o vencido, pormenorizadamente, no parecer.
C) INSTRUÇÃO
O novo relator deverá apresentar o parecer vencedor na comissão, na reunião ordinária imediata, salvo
deliberação em contrário. Ao novo relator dá-se o nome de relator do vencido, responsável por
preparar o relatório do vencido. O texto do ex-relator recebe a denominação de voto vencido em
separado.
• Assinar o parecer com restrições, pelas conclusões ou declarando-se vencidos. Tanto os votos
pelas conclusões como os com restrições são computados como favoráveis.
Uma vez lido o relatório, antes de sua votação, qualquer senador membro da comissão pode pedir
vista do processo. O Presidente a concederá pelo prazo máximo de cinco dias. Caso haja mais de
um pedido de vista, o prazo corre concomitantemente, devendo o Secretário da comissão preparar
tantas autuações do processo quantas necessárias. Se a matéria estiver em regime de urgência, a
vista somente poderá ser concedida por meia hora, no caso do art. 336, I, e por vinte e quatro
horas, nos casos do art. 336, II e III. Quando a proposição tiver prazo determinado, a vista, desde que
não ultrapasse os últimos dez dias, pode ser concedida pelo prazo máximo de vinte e quatro horas.
O Senador que pediu vista pode devolver o processo sem qualquer manifestação ou com seu
ponto de vista a respeito da matéria?
Sim, ele pode deixar de se pronunciar. Entretanto, poderá optar por apresentar manifestação escrita
sobre a matéria. A essa manifestação dá-se o nome de voto em separado. Essa manifestação pode
estar de acordo com o relator ou não, o que pode resultar em proposta alternativa e/ou emendas. No
momento da votação, o texto do relator tem preferência. Caso seja rejeitado, passa-se à votação dos
votos em separado, se houver. Pode haver preferência para votação de um voto em separado sobre
outro, ou mesmo sobre o relatório do relator.
Nesse caso, o parecer será lacrado em sobrecarta rubricada pelo Presidente e pelo Relator da matéria.
Os pareceres serão lidos em plenário, numerados, publicados no Diário do Senado Federal e distribuídos
em avulsos, conforme já estudamos no Módulo I.
1. Para as matérias orçamentárias, a CMO emite seus pareceres, que devem ser publicados no
Diário do Congresso Nacional ou nos Diários do Senado e da Câmara separadamente;
2. Para os vetos, a comissão mista designada emite relatório sobre eles;
3. Para os projetos de resolução, as Mesas do Senado e da Câmara emitem cada uma seu parecer
ou podem emitir um único, caso se trate de alteração do Regimento Comum - se o projeto de
resolução versar sobre delegação legislativa, a comissão mista composta para esse fim emite
seu parecer.
Referência:
RISF - arts. 14, X, b; 24, I e II; 32, §§ 4º e 5º; 33; 48, XXII; 96 § 2º; 101, § 1º; 118 a 120; 126; 141; 150; 172;
222; 223; 227 a 229; 246; 250; 254; 261; 268; 280; 281; 283; 314,VIII; 323; 334; 346; 350; 351; 356 a 361;
374, IV, VI e XIII; 375, III, IV, V; 376, III, IV, V; 383, V e VII; 408.
RCCN - arts. 13 a 18; 90; 104 a 106; 119 a 121; 128 a 130; 132;143; Resolução nº 1/02-CN; Resolução nº 1/96-CN (art. 2º);
Resolução nº 1/2000-CN; Resolução nº 1/06-CN.
D) APRECIAÇÃO OU DELIBERAÇÃO
A quarta etapa do processo legislativo é a apreciação, que é composta de dois momentos: discussão
e votação.
Com exceção da proposta de emenda à Constituição - PEC e dos projetos oriundos de Comissão
Mista, que são discutidos e votados duas vezes (regime de dois turnos) em cada Casa, as demais
proposições são submetidas a turno único de discussão e votação, ou seja, entram na Ordem do Dia
uma única vez para serem discutidas e uma única vez para serem votadas. É bom lembrar que
discussão e votação, em geral, acontecem na mesma sessão.
Se a comissão tiver concluído seu parecer sobre a proposição com apresentação de um texto
substitutivo e o Plenário, na votação em turno único, optar por esse texto em detrimento do texto do
projeto original, esse novo texto será submetido a um turno suplementar de discussão - quando
poderão ser oferecidas emendas a ele - e de votação.
Muito dessa etapa do processo já foi estudado e ainda veremos mais adiante, na Unidade 6, quando
tratarmos dos procedimentos gerais de votação.
Referência:
RISF - arts. 14, IV, e X, b; 35; 61; 88; 178; 179; 201; 202; 248; 272 a 279; 282 a 324; 343 a 354; 358, § 2º; 363 a 366; 374, X a XII; RCCN - arts.
32 a 52; 106; 120 a 128; 142; 143. Resolução nº 1/00-CN.
Unidade 3
Chegamos à Unidade 3, ainda sobre as etapas do Processo Legislativo.
Vamos prosseguir?
Estas são as últimas etapas do processo legislativo. Alguns autores as tratam como atos
administrativos. (Parte delas já estudamos na Unidade 12.)
Uma vez aprovado no Poder Legislativo, o projeto de lei é enviado à manifestação do Presidente da
República, que o fará mediante sanção formal ou sanção tácita (inércia após o prazo de quinze dias
úteis), ou, ainda, vetando total ou parcialmente o projeto. O veto ainda deve ser submetido ao
Congresso Nacional.
A norma jurídica, seja ela emenda constitucional, lei, decreto legislativo, resolução, deve ser
promulgada?
Em resumo:
Sanção - adesão do Presidente da República ao projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo.
Ato essencial ao nascimento da lei. A sanção pode ser formal, que se exprime por ato escrito, ou tácita,
pelo silêncio que se origina pelo decurso do prazo constitucionalmente definido de quinze dias úteis,
sem veto.
2. Lei Complementar nº 86, de 14 de maio de 1996, que "acrescenta dispositivo ao Código Eleitoral, a
fim de permitir a ação rescisória em casos de inelegibilidade". Foi promulgada pelo Senador Júlio
Campos, na época 2º Vice-Presidente do Senado, no exercício da Presidência.
Veto - é a discordância, irretratável (STF - Representação nº 432. Relator: Ministro Ari Franco),
ao projeto de lei votado pelo Congresso. É a recusa de sancioná-lo, que deve ser expressa e motivada,
mas que não significa sua rejeição definitiva.
O veto pode ser total ou parcial, sendo que, neste último caso, só poderá abranger texto integral de
artigo, parágrafo, inciso, alínea ou item, e deverá ser apreciado pelo Congresso, que poderá superá-lo
por maioria absoluta de votos de ambas as Casas, em escrutínio secreto, em sessão conjunta. O veto
parcial também pode ser rejeitado parcialmente. O veto total é, no fundo, um conjunto de vetos
parciais, nada impedindo, portanto, que o Congresso reexamine cada parte dele, ratificando uns itens e
rejeitando outros (STF, Representação nº 1385. Relator: Ministro Moreira Alves).
No caso de rejeição de veto, compete ao Presidente da República e, se este não o fizer, ao Presidente
ou ao Vice-Presidente do Senado, a promulgação da lei. Exemplo de promulgação pelo Presidente do
Senado de parte de lei vetada: Lei nº 7.712, de 22 de dezembro de 1988.
Promulgada, a parte vetada volta a integrar o texto no qual se encontrava inserida, incidindo sobre ela
a cláusula de vigência, tendo, porém, seus termos iniciais diversos, a partir da publicação. Assim, a
parte vetada promulgada entra em vigor na data da sua publicação e não da publicação inicial da lei a
que ela pertence.
Promulgação - ato de natureza legislativa (há quem o defina como ato de natureza
executiva), de caráter obrigatório, que se situa entre a sanção e a publicação da lei, necessário e
indispensável para torná-la executória. Atesta, assim, sua existência e executoriedade. Desta forma,
promulga-se a lei e não o projeto.
Quanto à sua natureza legislativa, a promulgação é a declaração da existência da lei, assim como a
declaração da existência de qualquer norma jurídica (emenda constitucional, decreto legislativo,
resolução). Sendo assim, sem promulgação não há norma jurídica.
O ato promulgatório, então, confere à norma certeza quanto à sua existência e autenticidade.
Unidade 4
O processo legislativo é resultado de vários procedimentos, ou seja, maneiras ou modos de realização
de seus atos. Esses procedimentos podem ser:
• Ordinários ou normais;
• Abreviados;
• Sumários;
• Sumaríssimos;
• Especiais;
• Concentrados.
Havendo recurso para que o projeto venha a ser apreciado pelo Plenário, acaba o caráter terminativo
das comissões para esse projeto, que passará a tramitar, a partir de então, em rito normal.
O procedimento sumário deve ser assinado por dois terços da composição do Senado ou por líderes
que representem esse número (54 Senadores). O requerimento é lido no Período do Expediente da
sessão e votado após a Ordem do Dia da mesma sessão. Se aprovado o requerimento, a matéria a que
se refere entrará na Ordem do Dia da segunda sessão deliberativa ordinária subsequente à de sua
aprovação para discussão e votação. Se a matéria ainda não tiver sido instruída pelas comissões, o
parecer será proferido oralmente em plenário por relator designado pelo Presidente da Casa. Nesse
caso, o prazo de emendamento é até o encerramento da discussão, e o parecer deverá também ser
proferido em plenário, podendo o relator solicitar prazo de vinte e quatro horas para tanto. No
procedimento de votação, o Presidente poderá, se achar necessário, adiar por vinte e quatro horas,
para seu preparo.
O procedimento sumário, nos termos do art. 336, III, é destinado a matérias que não tenham parecer.
Deve ser assinado por um quarto da composição do Senado (21 Senadores), ou líderes que representem
esse número. É lido no Período do Expediente da sessão e incluído na Ordem do Dia da sessão seguinte. Uma
vez aprovado, a matéria será incluída na Ordem do Dia da quarta sessão deliberativa ordinária subsequente
à da aprovação do requerimento, devendo o parecer ser proferido até a véspera. As emendas são
apresentadas em plenário até o encerramento da discussão e, neste caso, a matéria sai da pauta daquela
sessão para a ela retornar na quarta sessão deliberativa ordinária subsequente, já em fase de votação,
devendo o parecer ser apresentado até a véspera da quarta sessão.
A Comissão de Assuntos Econômicos pode apresentar requerimento de urgência para PRS que verse
sobre pedido de autorização para realizar operação de crédito (art. 338, V).
A matéria em regime de urgência só sai da Ordem do Dia caso venha a ser extinta essa urgência, por
meio de um requerimento nesse sentido aprovado pelo Plenário.
É bom frisar que proposta de emenda à Constituição e projeto de lei de código não são
passíveis de tramitar em regime de urgência. Essas proposições já têm uma tramitação
especial.
O Regimento Comum do Congresso Nacional não prevê regime de urgência para as matérias que ali
tramitam. Quando esse rito se faz necessário naquelas sessões, utiliza-se o Regimento do Senado para
os casos de calamidade pública e perigo de segurança nacional (art. 336, I), e o Regimento da Câmara,
o art. 155, para as demais matérias. O art. 155 daquele Regimento dispõe:
"Art. 155 - Poderá ser incluída automaticamente na Ordem do Dia para discussão e
votação imediata, ainda que iniciada a sessão em que for apresentada, proposição que
verse sobre matéria de relevante e inadiável interesse nacional, a requerimento da maioria
absoluta da composição da Câmara..." (no caso de sessão conjunta interpreta-se maioria
absoluta de ambas as Casas)... "ou Líderes que representem este número, aprovado pela
maioria absoluta dos Deputados, sem a restrição contida no § 2º do artigo
antecedente"(limite do número de requerimentos por sessão).
Referência:
CF - arts. 59 a 69: 165; 166
RISF - arts. 91; 92; 336 a 376; 386 a 388.
Unidade 5
COMISSÕES
O que são as Comissões?
São organismos constituídos em cada uma das Casas do Congresso e no Congresso em trabalho
conjunto, compostos geralmente de um número restrito de membros, escolhidos em razão de uma
competência presumida e encarregados de preparar pareceres sobre as matérias que lhe são
distribuídas. Elas são o resultado da necessidade de divisão do trabalho e têm por objetivo buscar o
descongestionamento do Congresso, a celeridade do processo legislativo e um estudo técnico cada vez
melhor e mais aprofundado das matérias que lhe são despachadas.
Historicamente têm origem na Inglaterra, por volta de 1340. Hoje em dia, têm-se desenvolvido na
grande maioria dos parlamentos.
3. Comissões mistas permanentes - A Constituição, em seu art. 166, § 1º, prevê uma comissão
mista permanente destinada a analisar matérias orçamentárias.
Nos cinco dias úteis que se seguirem à designação das comissões, elas se reunirão para instalar seus
trabalhos e elegerem Presidente e Vice-Presidente, que exercerão essas funções por dois anos (no caso
das comissões permanentes), assim como os membros da Mesa.
• Internas, as previstas no Regimento para finalidade específica, como as constituídas para elaborar
parecer sobre projeto de lei de código; as encarregadas de preparar a reforma do Regimento Interno;
as comissões de inquérito para promover apurações e responsabilidades de atos praticados por
Senador; as destinadas a instaurar o processo de crime de responsabilidade contra Presidente da
República ou Ministro de Estado em crime de responsabilidade conexo com aqueles; e outras;
• Externas, destinadas a representar o Senado em congressos, solenidades e outros atos públicos; e as
Destinadas a analisar, in loco, algum fato;
• Parlamentares de inquérito, criadas nos termos do art. 58, § 3º, da Constituição.
As comissões internas são criadas também por requerimento, para estudo de alguma matéria, assim
como as externas, que podem ser criadas por proposta do Presidente ou a requerimento de comissão
ou de qualquer Senador, devendo o requerimento ser aprovado pelo Plenário. Deve constar do
requerimento o objetivo da comissão e o número dos respectivos membros.
O Poder Legislativo, além de suas funções legislativa e fiscalizadora, ainda está dotado de uma função
inquisitiva, exercida, esta última, por intermédio de comissão parlamentar de inquérito, tanto em cada
Casa separadamente, como no Congresso Nacional em conjunto.
As CPMI são requeridas por um terço dos membros da Casa respectiva ou de cada uma das Casas,
para apurar fato determinado, e funcionam por prazo certo. Têm poderes de investigação próprios de
autoridades judiciais. Para tanto, as CPMI podem convocar pessoas a prestarem depoimentos,
determinar diligências, inquirir testemunhas, requisitar documentos. Suas conclusões, se for o caso, são
encaminhadas ao Ministério Público para que promova a responsabilidade civil ou penal dos infratores.
A Lei nº 1.579, de 1952, dispõe sobre as CPIs e remete também ao Código de Processo Penal. A Lei nº
10.001, de 2000, "dispõe sobre a prioridade nos procedimentos a serem adotados pelo Ministério
Público e por outros órgãos a respeito das conclusões das comissões parlamentares de inquérito".
O que são as comissões mistas paritárias? São as comissões em que há igualdade numérica
de representação entre Câmara e Senado.
Assim, as comissões destinadas a emitir pareceres sobre medidas provisórias, designadas pelo
Presidente do Senado, compõem-se de igual número de Senadores e Deputados, conforme previsto na
Resolução nº 1, de 2002-CN. Integram essas comissões doze Senadores e doze Deputados e igual
número de Suplentes, acrescido de mais um titular e um suplente (o 12º), por força da Resolução nº
2/00-CN. Seus membros são indicados pelos respectivos líderes. Cada uma tem seu Presidente e seu
Vice-Presidente, devendo o Presidente indicar o Relator para a matéria em questão.
As comissões destinadas a emitir relatório sobre veto presidencial são designadas pelo Presidente da
Mesa do Congresso e compostas por três Senadores e três Deputados, devendo delas fazerem parte, de
preferência, os relatores da matéria em cada Casa. As indicações destas comissões não são feitas pelas
lideranças partidárias, mas pelo Presidente do Senado e da Câmara.
As comissões destinadas a emitir parecer sobre solicitação de delegação legislativa são compostas por
onze Senadores e onze Deputados, e devem concluir seu parecer pela apresentação de projeto de
resolução especificando o conteúdo da delegação. São essas comissões que examinam também se o
projeto de lei delegada está dentro dos termos da delegação.
Esta comissão não é paritária. É composta por sete Senadores, igual número de Suplentes, e por
dezesseis Deputados e igual número de Suplentes.
Referência:
CF - arts. 58.
RISF - arts. 22 a 25; 36; 37; 71 a 76; 145 a 153; 374; 377 a 382; 401; Resolução nº 17, de 1993; Resolução nº 20, de 1993;
Resolução nº 40, de 1995; Parecer nº 131, de 1996; Lei nº 1.079, de 1950; Lei nº 1.579, de 1952.
RCCN - arts. 9º a 21; 104 a 106; 116 a 127; 144; 150; Resolução nº 3, de 1989-CN; Resolução nº 3, de 1990-CN; Resolução nº
2/00-CN; Resolução nº 1, de 2006-CN.
Unidade 6
PROCEDIMENTOS GERAIS DE VOTAÇÃO
Antes de começar o processo de votação, os Senadores podem encaminhar a votação. Ou seja, pelo
prazo de cinco minutos cada um, os Senadores podem fazer uso da palavra para defenderem o
sentido de seu voto. O encaminhamento da votação não é o processo de votação, mas um
preparativo deste. E é muito importante fazer essa distinção, porque o processo de votação não
pode ser interrompido. Assim, mesmo que o prazo regimental da sessão tenha se esgotado, se o
processo de votação já estiver iniciado, esse prazo está automaticamente prorrogado. O mesmo não
acontece durante o encaminhamento da votação.
Como regra geral, todas as matérias são passíveis de encaminhamento. As exceções estão previstas no
art. 310 do RISF.
O primeiro passo é votar o principal, ou seja, o projeto ou a proposta, para, em seguida, fazer a
votação das emendas, vale dizer, do que é acessório.
Ainda sobre o processo de votação, se houver subemendas, as emendas serão votadas antes delas,
mas com ressalva, exceto nos seguintes casos, em que a subemenda tem preferência:
Esses requerimentos são lidos e votados quando da apreciação do texto principal, que, nesse caso, é o
texto do substitutivo.
• Durante a Ordem do Dia, não havendo quorum para votação, passa-se às matérias em
discussão. O Presidente pode inclusive suspender a sessão, fazendo soar as campainhas para
chamar os Senadores ao plenário. Se ainda assim persistir a falta de quorum, continua-se a
sessão após a Ordem do Dia. Se for alcançado o quorum, e houver matéria que o justifique, o
Presidente pode voltar à votação dessa matéria.
IMPORTANTE:
Instrução da matéria;
Publicidade da matéria;
Quorum para votação.
Unidade 7
O Parlamento brasileiro dispõe de diversos Conselhos e Órgãos.
O art. 224 da CF dispõe: "Para os efeitos do disposto neste Capítulo, o Congresso Nacional instituirá,
como órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na forma de lei."
Através da Lei nº 8.389, de 30/12/91, o Congresso instituiu o mencionado Conselho e definiu suas
atribuições e composição.
Compete-lhe, dentre outras atribuições, realizar estudos, pareceres e recomendações sobre a liberdade
de manifestações do pensamento, sobre programação de emissoras de rádio e TV, sobre a legislação
complementar quanto aos dispositivos constitucionais referentes à comunicação social.
Seus 13 membros titulares e 13 membros suplentes representam as diversas categorias do setor e a
sociedade civil.
Criado pela Lei nº 9.883, de 07/12/99, através de seu art. 6º, que dispõe:
"art.6º - O controle e fiscalização externos da atividade de inteligência serão exercidos pelo Poder Legislativo
na forma a ser estabelecida em ato do Congresso Nacional.
§ 2º - O ato a que se refere o caput deste artigo definirá o funcionamento do órgão de controle e a forma de
desenvolvimento dos seus trabalhos com vistas ao controle e fiscalização dos atos decorrentes da execução
da Política Nacional de Inteligência."
O Decreto Legislativo nº 70, de 1972, cria a Ordem do Congresso Nacional, destinada a homenagear
pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiros.
A Ordem é composta de 6 classes - Grande Colar, Grã-Cruz, Grande Oficial, Comendador, Oficial e
Cavaleiro - sendo privativas dos membros do Conselho as propostas de administração e promoção.
4. Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul
A Resolução nº 2, de 1999-CN, institui esse Diploma, visando agraciar pessoa física ou jurídica que
tenha oferecido contribuição relevante para a educação brasileira.
O Diploma será conferido anualmente em sessão do Congresso Nacional especialmente convocada para
esse fim.
No Senado, temos:
Destinado a agraciar mulheres que tenham, no País, oferecido contribuição relevante à defesa dos
direitos da mulher. O Diploma é conferido anualmente a 5 mulheres, em sessão do Senado Federal.
Instituído pela Resolução nº 20, de 1993, o Conselho é composto por 15 membros, eleitos por mandato
de 2 anos. Além deles, o Corregedor do Senado é membro nato do Conselho, com direito a voz e voto.
Compete ao Conselho zelar pela observância dos preceitos do Código de Ética e do Regimento Interno,
atuando no sentido da preservação da dignidade do mandato parlamentar no Senado.
Em casos de inobservância dos princípios éticos e do decoro parlamentar, o Conselho pode aplicar,
como medida disciplinar, uma advertência, censura verbal ou escrita. Pode, ainda, após a devida
apuração, emitir relatório sobre denúncia ou representação apresentada contra Senador.
3. Corregedoria Parlamentar
4. Procuradoria Parlamentar
Criada por meio da Resolução nº 40, de 23 de agosto de 1995, a Procuradoria Parlamentar é um órgão
de apoio à Mesa do Senado. A Procuradoria é constituída por cinco Senadores, designados pelo
Presidente do Senado, e com mandato de dois anos.
O papel deste órgão é o de promover, em colaboração com a Mesa - e por determinação desta - , a
defesa do Senado, de seus órgãos e integrantes, quando atingidos em sua honra ou imagem, em
virtude do exercício do mandato.
Para concluir o curso, faça a Avaliação Final clicando item "Avaliações" do menu lateral.
Lembre-se de que a Avaliação Final, além de ser o único instrumento válido para a
certificação do curso, não poderá ser refeita.
IMPORTANTE: Você só pode acessar a Avaliação Final quando concluídas todas as etapas do curso. O
sistema não permite um segundo acesso. Ao acessar a avaliação pela primeira vez o relógio é
acionado e você dispõe de 120 minutos para salvá-la. Caso contrário ela será salva
automaticamente e seu acesso ao curso bloqueado.
Sobre a Certificação
Na Avaliação Final você deverá obter no mínimo 70 pontos (de 100 possíveis).
Nesse caso, será aprovado e fará jus à certificação.
O certificado poderá ser obtido, de imediato, em sua tela inicial do curso, no mesmo local onde constam seus dados, quadro de
avisos e acesso.
Lá surgirá um ícone que lhe permitirá imprimir seu certificado e, se necessário, uma segunda via.
Boa sorte!
CONCLUSÃO
Chegamos ao fim deste nosso estudo, mas nem de longe chegamos ao fim do estudo sobre processo
legislativo. Ele é dinâmico, buscando sempre adaptar-se às necessidades atuais do Parlamento, que
refletem as necessidades da sociedade brasileira.
Fica aqui nosso convite a todos aqueles que se interessam por esta matéria a contínuas releituras dos
Regimentos, com vistas a um entendimento cada vez mais aprofundado e ao alcance da excelência na
atividade profissional.
Módulo Complementar
Este é um módulo complementar ao curso de Processo Legislativo.
Aqui você terá a oportunidade de conhecer a tramitação das diversas proposições legislativas estudadas nos
módulos anteriores.
Objetivos do Módulo
TRAMITAÇÕES
2. O projeto é entregue na Secretaria-Geral da Mesa, em original e mais três cópias completas, além de ser
encaminhado pelo Sistema de Envio de Documentos Legislativos - SEDOL, que recebe e armazena as
matérias em meio eletrônico. Na Secretaria, este projeto é conferido e é verificado se está dentro dos padrões
exigidos.
3. Estando tudo em ordem, é lido no Período do Expediente da sessão e o Presidente da Casa o distribui para
estudo e parecer de uma ou mais comissões técnicas permanentes, dependendo do assunto.
Por exemplo: se um projeto versar sobre economia, será distribuído à Comissão de Assuntos Econômicos,
que emitirá seu parecer. Se o projeto, além de economia, previr alguma sanção ou tipificação penal, será
remetido também para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Nesse caso, receberá parecer de cada
uma dessas comissões.
4. Quando a Comissão recebe o projeto, seu Presidente designa um Relator, isto é, um senador, membro da
Comissão, que estudará a matéria mais detalhadamente, com a ajuda de sua assessoria e da Consultoria
Legislativa.
5. Por se tratar de um projeto de lei ordinária de autoria de Senador, ele tem tramitação terminativa no âmbito
das Comissões, ou seja, como regra geral ele não será apreciado pelo Plenário do Senado. Esta é uma
inovação da Constituição Federal de 1988, que agilizou os trabalhos legislativos e desafogou o Plenário do
Senado. Nesse caso, o Plenário, ou seja, todos os Senadores delegam poderes às Comissões para decidirem
sobre a matéria.
6. Como a Comissão não é composta por todos os Senadores, como o projeto pode não vir a ser apreciado
por todos os Senadores no Plenário, e como não se pode restringir o direito dos Senadores de apresentarem
emendas a um projeto, neste caso, abre-se o prazo de 5 dias úteis, na primeira ou na única comissão a que o
projeto foi distribuído, para que qualquer Senador que queira, membro ou não da comissão, possa apresentar
emendas.
7. Quando o Relator for preparar seu relatório, deve mencionar também essas emendas, informando se as
acata ou não.
8. Esse relatório pode ser favorável ou contrário ao projeto, pode propor modificações (emendas) ou mesmo
alterar bastante seu conteúdo. Neste último caso, a emenda recebe o nome de substitutivo.
9. Se os Senadores da Comissão preferirem o texto do substitutivo, seu Presidente comunica este fato ao
Presidente do Senado, que abre prazo para apresentação de emendas ao novo texto, por todos os senadores,
até a reunião seguinte da Comissão (pois haverá o turno suplementar na comissão com poder terminativo).
Não podemos esquecer que o projeto tramita com caráter terminativo nas comissões, ou seja, ele pode não ser
apreciado pelo Plenário do Senado.
10. Quando da apresentação do relatório, um ou mais Senadores podem pedir vista do processo, isto é, como
o próprio nome diz, podem pedir para analisar o processo todo. O Presidente da Comissão, então, concede o
prazo de até 5 dias úteis para essa análise. Se mais de um Senador pedir vista, o Secretário da Comissão
prepara tantas cópias quantas necessárias para atender aos Senadores, porque o prazo concedido corre
simultaneamente para todos.
12. A opinião do Relator tem grande peso na decisão. Tanto é verdade que, muitas vezes, ao votarem, os
Senadores dizem: “voto com o relator”. Ou, então: “voto contra o relator”. Se o relatório for aprovado pelos
membros da Comissão, este passa a ser o parecer da Comissão.
13. O projeto recebe parecer de cada uma das comissões a que o projeto foi despachado inicialmente pelo
Presidente do Senado, mas é a decisão da última que prevalecerá, ou seja, ela falará terminativamente a
respeito do projeto. E é decisão mesmo. Ela vota o projeto e não apenas o parecer sobre o projeto.
14. Depois dessa fase de tramitação pelas comissões, o Presidente da última comissão que apreciou a matéria
comunica ao Presidente do Senado o que foi deliberado e este comunica a todos os senadores, no Período do
Expediente de uma sessão plenária, abrindo o prazo de 5 dias úteis para apresentação de recurso. O parecer
será publicado tanto no Diário do Senado Federal (DSF) como em avulsos. Aliás, essa é uma prática
necessária no processo legislativo.
15. São necessárias as assinaturas de pelo menos 9 Senadores (1/10 da composição do Senado – são 81
Senadores no total) para se apresentar um recurso para que o poder decisório quanto ao projeto seja
transferido da Comissão para o Plenário.
16. Se o projeto não receber recurso e tiver sido aprovado pela Comissão, ele vai direto para a Câmara dos
Deputados, que, neste caso, é a Casa Revisora. Se tiver sido rejeitado na Comissão, vai direto para o
Arquivo.
17. Mas se o projeto tiver recebido recurso, então ele ainda passa por uma fase de emendamento, também de
5 dias úteis, desta vez perante a Mesa. O projeto fica na Secretaria-Geral da Mesa, aguardando.
18. Se não receber emenda, pode ser agendado para constar da Ordem do Dia de uma sessão do Senado. Se
tiver recebido alguma emenda, vai para a ou as comissões que tiverem analisado o projeto. Desta vez, para
emitirem parecer sobre a ou as emendas.
19. Os relatores devem ser, preferencialmente, os mesmos que estudaram o projeto. Ao emitirem o relatório,
podem ser total ou parcialmente favoráveis, favoráveis com apresentação de subemenda (que é uma emenda
da emenda), contrários, ou, ainda, podem apresentar um texto único, aglutinando o texto do projeto base com
o das emendas que receberam parecer favorável e mais alguma alteração que se fizer necessária para ajuste
no texto final.
20. Uma vez dado o parecer pela ou pelas comissões – e agora não se fala mais em tramitação do projeto com
caráter terminativo nas comissões, porque ele já recebeu recurso -, esse parecer é enviado à Secretaria-Geral
da Mesa para leitura em plenário.
21. Uma vez lido o parecer, ele é publicado e a matéria está pronta para ser incluída em Ordem do Dia.
Repare que muitas vezes vamos falar em publicação das matérias, dos pareceres, das emendas, tanto em
avulsos como no Diário do Senado Federal ou do Congresso Nacional, se se tratar de matéria que tramita em
sessão conjunta. Porque a publicidade é um dos requisitos essenciais do processo legislativo.
22. Quando constar da Ordem do Dia, o projeto e as emendas vão ser discutidos e votados em turno único. Se
os Senadores preferirem aprovar, em turno único, um texto substitutivo, então, submete-se este último ainda
a turno suplementar.
23. Depois de votado o mérito – projeto ou substitutivo e emendas –, se aprovado, vota-se a redação final,
que traduz o texto realmente votado e aprovado pelo Plenário.
1. Agora, vamos estudar sobre este tipo de proposição. Ele vem como Unidade 2 logo depois dos projetos de
lei do Senado, de autoria de Senador, que gerarão leis ordinárias, porque têm o mesmo rito de tramitação, ou
seja, têm caráter terminativo nas comissões.
2. Ao STF compete declarar a inconstitucionalidade de uma lei, ou parte dela. Ele pode exercer essa
atividade quer através de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN), ou por meio de controle
indireto, como por exemplo ao julgar um Recurso Extraordinário ou um Mandado de Segurança (art. 52, X –
CF). No controle indireto, depois de o Supremo se pronunciar definitivamente sobre o assunto, seu
Presidente comunica o fato ao Presidente do Senado, encaminhando toda a documentação necessária para o
exame da matéria. E este exame é uma competência privativa do Senado, ou seja, não vai ser analisado pela
Câmara dos Deputados. Importante frisar que ADIN não é analisada pelo Senado; somente a decisão do
Supremo oriunda de controle indireto ou incidental de constitucionalidade.
3. Assim que todo esse material chega à Secretaria-Geral da Mesa, depois de conferido, vai ao Protocolo
Legislativo para formar o processo físico – capear, numerar as páginas, colocar as folhas iniciais para o
registro futuro de todas as ações do processo, no Boletim de Ação Legislativa – BAL.
4. Lido no Período do Expediente da sessão, o Ofício, que toma o nome de Ofício “S” (“S” de Senado), é
numerado e vai ao exame da CCJ, que tem o prazo de 20 dias úteis para dar seu parecer.
5. O Presidente da Comissão designa um Relator dentre os Senadores membros, que terá a metade do prazo
da comissão, para apresentar seu relatório. É assim com todos os processos. Esse relatório, além do histórico
(tudo que aconteceu com aquela matéria), da análise e do voto, conclui apresentando um projeto de
resolução, no caso de se querer suspender a execução daquela lei ou daquela parte da lei. Se a conclusão for
no sentido de não se suspender a execução da lei, então não há que se preparar projeto algum.
6. Uma vez aprovado o projeto pela CCJ, seu Presidente encaminha ofício ao Presidente do Senado
comunicando o que a Comissão decidiu.
7. Em qualquer caso – com ou sem projeto de resolução – uma vez lido no Período do Expediente o ofício do
Presidente da CCJ, fica aberto o prazo de 5 dias úteis para apresentação de recurso, no sentido de que a
matéria venha a ser apreciada também pelos Senadores em Plenário. Repare que é o mesmo procedimento
utilizado para os projetos de lei do Senado, constante da Unidade 1, que também tramitam com caráter
terminativo nas comissões.
8. Se não tiver recebido recurso, a matéria ou vai para o Arquivo, no caso de a CCJ ter decidido pela não
suspensão, ou vai ser promulgada Resolução do Senado, fruto do projeto de resolução da CCJ.
9. Mas, se houver recurso, o projeto de resolução ou o parecer da comissão será incluído em Ordem do Dia
para apreciação. E o que o Plenário decidir será a decisão final do Senado.
10. Se o Senado suspender a execução da lei, essa decisão passa a ter efeito erga omnes, ou seja, para toda a
sociedade brasileira. Caso contrário, vale apenas para aquele caso concreto examinado pelo Supremo no
Recurso Extraordinário ou em outra decisão incidental.
11. As matérias que estudamos nas Unidade 1 e 2 são as duas que, regimentalmente, têm tramitação
terminativa no âmbito das comissões. Outras matérias podem receber este caráter terminativo, a juízo do
Presidente do Senado, após ter ouvido as lideranças partidárias. São elas:
- tratados ou acordos internacionais;
- autorização para a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas
minerais em terras indígenas;
- alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares;
- projetos de lei da Câmara de iniciativa de deputado que tiveram sido aprovados, em decisão terminativa,
por comissão daquela Casa; e
- indicações e proposição diversas.
Não podem absolutamente ter caráter terminativo nas comissões os projetos de resolução que alterem o
Regimento Interno, os projetos de resolução que tratem de matéria financeira, as propostas de emenda à
Constituição e os projetos de lei complementar.
2. A história desse tipo de projeto começa longe do Congresso Nacional. Um grupo de pessoas deseja a
concessão de um canal de rádio ou tv. Organizam-se em empresa, montam uma programação, equipam-se
com o instrumental necessário ao funcionamento, seguindo as normas do Ministério das Comunicações. Com
toda essa documentação, dão entrada do processo no Ministério – podendo, inclusive, já começar a funcionar
provisoriamente. Essa documentação, junto com uma Exposição de Motivos do Ministro, vai ao Presidente
da República, que baixa um decreto concedendo autorização de funcionamento.
3. O Presidente da República, então, encaminha à Câmara dos Deputados sua Mensagem, submetendo à
apreciação do Poder Legislativo o assunto. Lá na Câmara, os Deputados preparam e aprovam um projeto de
decreto legislativo e, depois, o enviam ao Senado.
4. No Senado, o projeto é lido no Período do Expediente de uma sessão, e o Presidente da Casa despacha a
matéria para a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (Res. nº 1/07), que é
a única a analisar esse tipo de projeto.
5. Quando a Câmara envia essa documentação, ela está toda solta. E não só neste caso, como em qualquer
outra proposição. Então, antes de ler no Plenário, o Protocolo Legislativo – PLEG, como chamamos –
prepara o processado, numera as folhas, coloca as folhas para o registro das ações legislativas – BAL, e tudo
o mais necessário para a existência física do processo.
6. Já tudo pronto e lido o projeto, ao chegar na CCT, o Secretário da Comissão conversa com o seu
Presidente para saber quem será o Relator, ou Relatora. Isso acontece com todas as matérias.
7. Como é terminativo, fica aberto o prazo de 5 dias úteis para que todos os Senadores, membros ou não da
comissão, apresentem suas emendas.
8. De posse do processo todo, o Relator prepara seu relatório até o 25º dia, contado do recebimento do
projeto pelo Senado;
9. Esse relatório, uma vez apresentado perante a Comissão, é discutido e votado. Isso, se nenhum dos
senadores do Colegiado pedir vista do processo. Se pedirem, o secretário da Comissão prepara tantas cópias
quantos forem os senadores que pediram vista. O prazo máximo é de 5 dias úteis, correndo simultaneamente
para todos. (Ver o item 10 da Unidade 1)
10. A vista é um procedimento que só acontece nas comissões. No Plenário não há vista de processo. Ela
serve para que o Senador possa conhecer mais sobre o tema, possa ver os documentos que fazem parte do
processo, enfim, serve para ele se inteirar melhor do assunto.
11. Mas, se não houver vista, o relatório pode ser votado no mesmo dia em que for apresentado, depois da
discussão.
12. As votações das proposições que têm caráter terminativo são sempre feitas pelo processo nominal. Isso
quer dizer que o Presidente da Comissão chama cada membro titular e, na ausência de algum deles, vai
chamando os suplentes necessários, marcando a qualidade do voto: “sim”, “não” ou “abstenção”. Estando
presente a maioria absoluta da comissão, está aprovado o relatório se obtiver a maioria dos votos. A CCT,
por exemplo, tem 17 membros. A maioria absoluta é 9. Então, estando presentes 9 senadores, serão
necessários 5 votos “sim”. Se estiverem presentes 11 membros, serão necessários 6 votos “sim”. É o que se
chama de maioria simples, ou relativa (em relação ao número de presentes).
13. Esse é o quorum regra geral para aprovação das proposições. A Constituição (art.47) é quem determina.
Quando ela “quer” qualificar um outro quorum para aprovação, está escrito.
14. Vamos aproveitar este momento e estudar como se calcula a maioria simples. Lembrando que serve para
toda vez que se falar neste quorum. A definição é: a maioria de votos, presente a maioria absoluta da
composição do colegiado (comissão, plenário). Primeiro, então, temos que calcular a maioria absoluta. O
Supremo Tribunal Federal já definiu o que é maioria absoluta: o número inteiro imediatamente superior à
metade ou à metade fracionada. Tomando como exemplo a CCT: 17 membros. A metade = 8,5. O número
inteiro imediatamente superior é 9. Então, a maioria absoluta da CCT é 9.
Agora, vamos calcular a maioria de votos. Usando este mesmo raciocínio, dividimos este 9 por 2 = 4,5. O
número inteiro imediatamente superior à metade é 5.
No outro exemplo. Estando presentes 11 senadores, que é mais que a maioria absoluta da comissão, quanto
será a maioria dos votos? Dividindo 11 por 2 = 5,5. O número inteiro imediatamente superior é 6.
Por isso é que se chama de maioria relativa. É relativa ao número dos presentes e não ao número total da
composição do colegiado.
Lembrem-se de que isso vale para todos os casos em que se falar de maioria simples ou relativa.
15. Depois desse hiato, voltemos para o nosso projeto de decreto legislativo.
16. Aprovado o relatório na CCT, como em todos os casos de matéria que tramita em caráter terminativo nas
comissões, o seu Presidente envia um ofício ao Presidente da Casa comunicando o que foi feito e encaminha
o parecer. Relembrando: quando o relatório é aprovado, se transforma em parecer da comissão.
17. Esse ofício é lido no Período do Expediente, o parecer é publicado no Diário do Senado e em avulso, para
distribuição aos Senadores.
18. O que vem agora? O prazo de 5 dias úteis para que 1/10 dos Senadores, se quiserem, apresentem recurso
para que o projeto venha a ser apreciado também pelo Plenário e não somente pela comissão.
19. Se, passado esse prazo, não tiver recebido recurso, vai ser promulgado o Decreto Legislativo
correspondente. Esse decreto é publicado no Diário Oficial da União e no Diário do Senado Federal.
20. Mas, se tiver recurso, ele vai ser discutido e votado no Plenário também.
21. Antes, porém, abre-se o prazo de 5 dias úteis, perante a Mesa, para emendamento. Sem emendas, a
matéria está pronta para ser agendada para a Ordem do Dia, para discussão e votação. Se tiver recebido
emenda, vai novamente para a CCT, para que se emita o parecer sobre ela.
22. Lá, o relator é, de preferência, o mesmo que já tinha feito o relatório sobre o projeto. Ele prepara, agora,
relatório sobre a emenda. Já falamos sobre isso no item 19 da Unidade 1. É uma regra do Regimento.
24. Como em todos os casos, o parecer é lido no Período do Expediente da sessão, numerado e publicado no
Diário do Senado e em avulsos. Agora, então, o projeto, com a emenda, está pronto para ser agendado. O
caminho que o projeto teve que percorrer, neste caso, ficou mais longo.
25. Aprovado, o decreto legislativo oriundo desse projeto vai ser promulgado e publicado do Diário Oficial
da União e no Diário do Senado. Aprovado o decreto legislativo e a emenda, esta será ainda submetida à
apreciação da Câmara dos Deputados.
26. Reparem que é o decreto legislativo que vai ser promulgado e não o projeto de decreto legislativo. É isso
mesmo. Vamos estudar, neste momento, os instrumentos de sanção/veto, promulgação e publicação.
27. A sanção ou o veto pertencem ao Presidente da República. A sanção é a manifestação favorável do Chefe
do Poder Executivo ao projeto de lei aprovado no Poder Legislativo. O veto, ao contrário, é a manifestação
desfavorável. Este pode ser total ao projeto ou parcial. Para essa manifestação – favorável ou contrária – o
Executivo dispõe de 15 dias úteis. Nesse tempo ele sanciona formalmente, explicitamente o projeto, que se
transforma em lei, ou o veta. O veto é sempre formal. Se passar esse tempo – 15 dias úteis – e o Presidente
não se manifestar, o seu silêncio importa em sanção. É a sanção tácita. Uma observação: não existe veto
tácito; ele é sempre formal – repito. De toda forma, o projeto vira lei. Então, a sanção transforma um projeto
de lei em lei.
28. A promulgação não acontece sobre um projeto; ela é sempre sobre uma norma posta, ou seja, uma lei, um
decreto legislativo, uma resolução. A sua função é “dizer” da existência e da validade daquela norma, ou
seja, é uma certidão de existência e validade. A lei é válida e vai produzir seus efeitos, após ser publicada.
29. Recapitulando: a sanção acontece sobre um projeto de lei; a promulgação, sobre uma lei ou um decreto
legislativo ou uma resolução.
30. E a publicação? É ela o marco a partir do qual se conta a vigência da norma. Muitas e muitas vezes, o
último artigo da norma dispõe assim: “Esta lei (Esta resolução) (Este decreto legislativo) entra em vigor na
data de sua publicação” Ou: “Esta lei (Esta resolução) (Este decreto legislativo) entra em vigor noventa dias
após a sua publicação.”
Então, a publicação é um marco. A partir daí a norma (lei, resolução, decreto legislativo) começa a produzir
os efeitos na sociedade brasileira. Se não tiver nada escrito sobre a entrada em vigor, aplica-se a Lei de
Introdução ao Código Civil (LICC), que dispõe que as normas jurídicas entram em vigor quarenta e cinco
dias após sua publicação.
PROJETO DE LEI ORDINÁRIA DA CÂMARA - PLC
1. O autor, neste caso, não é um parlamentar individualmente ou mesmo uma comissão, mas uma Casa
Legislativa: a Câmara dos Deputados. Lá, podem ter sido autores tanto um deputado como uma comissão ou
algum órgão externo ao Parlamento. Isto porque, nos termos constitucionais, o Presidente da República, o
Supremo Tribunal Federal - STF, algum tribunal superior (Superior Tribunal de Justiça – STJ, Superior
Tribunal Militar – STM, Tribunal Superior Eleitoral - TSE, Tribunal Superior do Trabalho – TST), o
Procurador-Geral da República, o Tribunal de Contas da União ou os cidadãos coletivamente podem ter
iniciativa do processo legislativo. E esta iniciativa é exercida perante a Câmara dos Deputados. Quando o
projeto chega ao Senado, após sua tramitação naquela outra Casa, ele chega como Projeto de Lei da Câmara -
PLC.
2. A Câmara remete ao Senado autógrafos originais, exemplares dos avulsos impressos, os debates, as
questões de ordem, enfim, o necessário para que os Senadores e as pessoas interessadas possam ter
conhecimento do que ocorreu durante a tramitação naquela Casa. Autógrafo é o texto oficial do que foi
aprovado.
3. No Senado, é preparada uma autuação, ou seja, é organizado um processado dessa matéria pelo Protocolo
Legislativo, órgão pertencente à estrutura da Secretaria-Geral da Mesa, responsável por preparar o processo
físico, por encapar, numerar e organizar as páginas.
4. Após esse primeiro trabalho administrativo, o projeto está pronto para leitura no Plenário do Senado e o
Presidente da Casa o despacha à ou às comissões.
5. Como regra geral, no Senado, os projetos de lei da Câmara não são apreciados terminativamente pelas
comissões. Devem ser discutidos e votados pelo Plenário, depois dos pareceres. Entretanto, o Presidente do
Senado, ouvidas as lideranças partidárias, poderá conferir este caráter terminativo aos projetos de lei
ordinária da Câmara, de autoria de deputado, que tiverem sido apreciados, naquela Casa, terminativamente
pelas comissões. Neste caso, terão a tramitação igual à dos projetos de lei ordinária do Senado de autoria de
Senador, que estudamos na Unidade 1.
6. Mas não é esta a regra geral. Em princípio, depois da leitura em plenário, o projeto de lei da Câmara vai
para o exame das comissões.
7. Uma vez na comissão, seu Presidente designa um relator dentre seus membros, que terá a metade do tempo
da comissão para emitir seu relatório. Isso é válido para todas as proposições. Assim, se a Comissão tem 20
dias úteis, o Relator tem 10 dias úteis.
8. Somente os Senadores integrantes da Comissão podem apresentar emendas a um projeto desse tipo.
9. Apresentado o relatório pelo relator, como para qualquer proposição, um ou mais membros da comissão
poderão pedir vista do processo. O prazo máximo que o Presidente do Órgão pode conceder é de 5 dias úteis.
Se o projeto estiver em regime de urgência, o prazo diminui. O Secretário da Comissão prepara tantas cópias
do material quantas forem necessárias, porque o prazo de vista corre simultaneamente para todos os
solicitantes.
10. Ao devolverem esse material, os senadores poderão, se assim o quiserem, apresentar alguma
manifestação diferente da do relator, por escrito. Cada um apresenta a sua, ou podem apresentar em conjunto.
É o voto em separado.
11. Uma vez encerrada a discussão, inicia-se a votação do relatório do relator na Comissão, que tem
preferência sobre as outras alternativas, apresentadas pelos demais senadores nos votos em separado.
12. Se o relatório for aprovado, transforma-se em parecer da Comissão. Se o relator for derrotado, passa-se à
votação dos votos em separado. Aquele que for aprovado é que será o parecer da Comissão. Este
procedimento é válido para qualquer matéria. É um princípio de processo legislativo.
13. Neste último caso, o Presidente da Comissão designa um senador, dentre aqueles que votaram aprovando
o voto em separado, para preparar o relatório do vencido, ou seja, o texto aprovado pela comissão. Ele será o
Relator do vencido. Vencido, aqui, significa vencedor (é o relatório do que foi deliberado).
14. O relatório do relator inicialmente designado e que foi derrotado não pode sumir do processo. Mesmo
porque só existe um relatório do vencido porque houve um relatório inicial que não foi acatado pela
comissão. Este relatório inicial passa, então, a denominar-se voto vencido em separado.
15. Relembrando: os procedimentos aqui descritos para o voto em separado, voto vencido em separado,
relator e relatório do vencido são válidos para todas as proposições em que ocorrer.
16. O projeto de lei da Câmara, após ter passado pelas comissões do despacho, vai para a Secretaria-Geral da
Mesa para preparar a leitura dos pareceres em plenário.
17. Lidos, numerados, publicados em avulsos e no DSF, fica aberto o prazo de 5 dias úteis para apresentação
de emendas por todos os Senadores, perante a Mesa. Este é um procedimento que vai aparecer em quase
todas as tramitações: depois da leitura do parecer sobre o projeto em plenário, abre-se o prazo de emendas
perante a Mesa. É uma regra geral importante. Mas verifiquem as exceções durante a leitura das outras
tramitações.
18. Se não receber emendas, o projeto está pronto para ser agendado para constar da Ordem do Dia de uma
sessão deliberativa plenária. Se receber emendas, retorna às comissões anteriormente definidas, desta vez
para receber parecer sobre as emendas apresentadas. Em cada comissão o relator é o mesmo que já trabalhou
para preparar o relatório do texto principal do projeto. Se tiver havido um relator do vencido, será este o
designado para proferir parecer sobre as emendas.
19. O prazo para cada comissão, agora, é de 15 dias úteis e corre concomitante. O Relator, como já sabemos,
tem metade desse prazo para apresentar seu relatório.
20. O relator pode ser favorável às emendas integral ou parcialmente, ou favorável a algumas e contrário a
outras, pode apresentar subemendas àquelas em que tiver apresentado parecer favorável. Mas, desejando
fazer alguma alteração, ele pode apresentar um texto consolidando o projeto com as emendas favoráveis e
algumas alterações que se fizerem necessárias.
21. Remetidos os pareceres das comissões à Secretaria-Geral da Mesa, serão preparados para leitura.
Recebem numeração após a leitura, são confeccionados avulsos e são publicados no DSF, como para todas as
matérias.
22. Neste momento, está o projeto pronto para ser agendado para a Ordem do Dia, para discussão e votação
em turno único.
23. Se aprovado o projeto, na forma em que tiver sido aprovado na Câmara, ou apenas com emendas de
redação apresentadas pelo Senado, o Presidente desta Casa assina os autógrafos preparados pela Secretaria de
Expediente e o projeto vai à sanção (ou veto) do Presidente da República. Se tiver sido rejeitado, irá para o
arquivo. Se tiver, entretanto, recebido emendas que alterem o mérito, essas emendas deverão ser remetidas à
Câmara, para que ela se manifeste.
24. A Câmara, ao analisar as emendas do Senado, pode aprová-las ou rejeitá-las totalmente, ou aprovar
algumas e rejeitar outras. Neste caso, ao preparar os autógrafos para remeter o projeto à sanção do Presidente
da República, irá consolidar o texto.
25. Repare que a última Casa a deliberar sobre o projeto é que o enviará à sanção ou ao arquivo. Isso
acontece para todas os projetos de lei, sejam de origem da Câmara ou do Senado.
2. Nos casos em que se precisa do quorum qualificado de maioria absoluta para aprovar uma matéria, a
votação tem que ser pelo painel eletrônico. E se não estiver funcionando, faz-se pela chamada nominal. A
votação é sempre nominal. Diferente de quando se precisa somente de maioria simples (relativa). Neste caso,
a votação é simbólica. Como é isso? O Presidente da sessão pronuncia essas palavras: “As Senhoras
Senadoras e os Senhores Senadores que aprovam o projeto permaneçam sentados.” (Pausa) “Está aprovado”.
Ou, então: “Está rejeitado.” Significa que aqueles que estão presentes no plenário votam por todos os que
estão com sua presença registrada no painel eletrônico. O pré-requisito é que 41 Senadores, no mínimo,
tenham registrado suas presenças.
3. Quando se faz votação simbólica, após o Presidente anunciar o resultado, um senador, apoiado por mais 3,
pode pedir verificação de votação. Ou seja, querem que a votação se repita, desta vez nominalmente, no
painel. E assim será feito. O resultado desta última votação é o que vale. Se na primeira votação o Presidente
tiver anunciado que o projeto está aprovado e na verificação de votação o projeto não alcançar os votos
necessários e, com isso, ficar rejeitado, o que vale é esta: o projeto está rejeitado. A primeira votação foi
simbólica e, na segunda, os votos estão registrados um a um.
4. Pode acontecer que na votação de um projeto de lei ordinária, que precisa só de maioria simples para ser
aprovado, em votação simbólica, um senador queira fazer de pronto a votação nominal, sem passar pela
votação simbólica. Então, ele apresenta um requerimento escrito solicitando a votação nominal. Este
requerimento tem que ser apresentado antes da votação do projeto, e precisa ser aprovado pelos Senadores.
Como é um requerimento, a votação é simbólica. Se aprovado o requerimento, a votação do projeto será
nominal. Como é de lei ordinária, o quorum é de maioria simples.
5. Atenção porque não é o caso deste projeto que estamos estudando nesta Unidade. Nosso caso, agora, é de
projeto de lei complementar. Então, rememorando, o quorum para sua aprovação é de maioria absoluta, 41
votos “sim”. Se ele obtiver 40 votos “sim” e apenas 2 votos “não”, está rejeitado, porque precisa de 41 votos
“sim”.
6. Por isso, quando se tem um projeto desse tipo na Ordem do Dia, é preciso que estejam presentes no
plenário bem mais do que os 41 senadores necessários, para que o projeto tenha chance de uma votação justa.
7. Há outros tipos de quorum qualificado. Vamos estudar aos poucos, conforme vamos vendo as matérias.
8. Já que estamos falando sobre votação, vamos aprender mais um pouco sobre este assunto. A votação pode
ser ostensiva (aberta, pública) ou secreta. A ostensiva pode ocorrer, então, pelo processo simbólico (“As
Senhoras Senadoras e os Senhores Senadores que aprovam o projeto permaneçam sentados”) ou pelo
processo nominal, que acontece no painel ou por chamada, caso seja pedida votação nominal através daquele
requerimento próprio ou por pedido de verificação de votação. Mas a votação secreta só pode acontecer pelo
processo nominal. A diferença entre o processo nominal na votação ostensiva e na votação secreta é que, na
primeira, aparecem os nomes dos votantes, a qualidade do voto e o resultado; na secreta, só aparecem os
nomes dos votantes e o resultado, sem aparecer qual voto o senador escolheu.
9. E ainda precisamos falar das eleições como, por exemplo, para preencher os cargos da Mesa do Senado,
que são: Presidente, 2 Vice-Presidentes, 4 Secretários e 4 Suplentes de Secretário. Nesse caso, o Regimento
manda utilizar o sistema de cédulas. Atualmente, como temos o painel, se for candidato único utilizamos esse
sistema, porque é muito mais rápido. As eleições são secretas. Como nas eleições em que votamos para
Presidente da República e outros cargos.
10. Essas são as informações mais importantes sobre os sistemas de votação existentes.
11. Voltando ao nosso projeto de lei complementar da Câmara, e fazendo uma recapitulação do que vimos na
Unidade 4, para o projeto de lei ordinária, com segurança podemos dizer que ele é lido no Período do
Expediente de uma sessão do Senado, vai ao exame da ou das comissões a que o Presidente da Casa o
despachar. Lá, vai receber o parecer, e obrigatoriamente virá para o Plenário para ser discutido e votado.
12. Como vai ser votado? Já aprendemos que será por votação ostensiva nominal, e precisa de 41 votos
“sim”, no mínimo, para ser aprovado o PLC - Complementar.
13. Se tiver sido aprovado sem emendas ou com emendas de redação, o Presidente assina os autógrafos
preparados pela Secretaria de Expediente, órgão que pertence à estrutura da Secretaria-Geral da Mesa, que
vão à sanção do Presidente da República.
14. Se tiver recebido emendas de mérito volta para a Câmara dos Deputados para que os deputados analisem
essas alterações propostas pelo Senado. São preparados autógrafos das emendas do Senado e remetidos à
Câmara, depois de assinados pelo Presidente do Senado. E de lá sai para o Palácio do Planalto, através de
autógrafos também, desta vez preparados pelos servidores da Câmara e assinados pelo Presidente daquela
Casa.
15. Na Câmara, quando eles analisam as emendas do Senado, não podem subemendar. Ou aprovam todas, ou
rejeitam todas, ou aprovam algumas e rejeitam outras. Se acontecer de aprovarem as emendas do Senado, ou
parte delas, o texto que vai para a sanção do Presidente da República é híbrido, ou seja, uma parte do que foi
aprovado na Câmara e uma parte do que foi aprovado no Senado. É o verdadeiro bicameralismo.
1. O que quer dizer este título todo? Que se trata de um projeto de lei cuja iniciativa é do Presidente da
República, para o qual ele solicitou o rito de urgência definido no § 1° do art. 64 da Constituição:
“Art. 64............................................................................................
§ 1º. O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa.
§ 2º. Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem sobre a
proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais
deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional
determinado, até que se ultime a votação.
.............................................................................................”
2. O Presidente da República envia uma mensagem à Câmara dos Deputados, encaminhando o projeto de lei,
solicitando que ele tramite com o prazo de 45 dias naquela Casa e 45 dias no Senado. Dias corridos; não dias
úteis. E manda para a Câmara, porque esses projetos têm sua tramitação iniciada lá.
3. Após a aprovação do projeto na Câmara, ele vai ao Senado para revisão. Mas se tiver sido rejeitado
naquela Casa, vai ao arquivo sem o exame do Senado.
4. Caso a Câmara não delibere sobre o projeto, aprovando ou rejeitando, no prazo de 45 dias, ele passa a
sobrestar toda a pauta daquela Casa, ou seja, só se delibera outra matéria legislativa após a deliberação final
daquele projeto. É este o significado da expressão “a pauta fica sobrestada”. A exceção é para as medidas
provisórias, que entram na pauta em primeiríssimo lugar.
5. O prazo do Senado só começa a contar depois de sua leitura no seu plenário. Antes dessa leitura, como
para os demais projetos e as propostas de emenda à Constituição que vêm da Câmara, o material vai para o
Protocolo Legislativo para preparar o processo todo. O processado, como o chamamos. E é nesse Setor que
ele recebe sua numeração no Senado. Porque as matérias todas que devem tramitar no Senado e na Câmara –
ou vice-versa – recebem um número diferente em cada uma das Casas. É o respeito pelo princípio da
autonomia de cada Casa Legislativa.
Por exemplo: O Projeto de Lei da Câmara n° 23, de 2003, que autoriza a União a conceder indenização a
José Pereira Ferreira”, tramitou na Câmara sob a denominação de PL nº 331, de 2003. O projeto é o
mesmo.
6. Uma vez dada leitura do projeto em plenário, o Presidente do Senado o despacha para uma ou mais
comissões.
7. Se ele for para mais de uma comissão, a Secretaria-Geral da Mesa prepara tantas autuações (cópias) do
projeto quantas forem as comissões de despacho, porque o prazo para dar parecer corre concomitante. Para
os outros projetos, que tramitam em rito normal, o prazo da segunda comissão só começa a contar a partir do
real recebimento do projeto naquele Órgão.
8. As comissões têm 25 dias para emitir seus pareceres. O relator tem a metade deste prazo para apresentar
seu relatório.
9. Este é um projeto que só recebe emendas perante a primeira comissão de despacho, nos 5 primeiros dias
úteis. Assim, se o projeto tiver sido despachado para as Comissões de Assuntos Econômicos, Assuntos
Sociais e de Serviços de Infra-Estrutura, por exemplo, as emendas de todos os Senadores – e não apenas dos
membros da comissão – deverão ser apresentadas perante a Comissão de Assuntos Econômicos. O Secretário
desta Comissão coloca o original no seu processado e envia cópias para as outras. Não se esqueçam de que o
prazo das comissões corre concomitante, e elas devem falar sobre o projeto e sobre as emendas.
10. Uma vez aprovado o relatório, que se transforma em parecer da Comissão, é enviado para a Secretaria-
Geral da Mesa, como de hábito para todos os processos, para preparar a leitura do parecer em plenário.
11. Se a ou as comissões não emitirem o parecer neste prazo, até o 25º dia, o projeto é devolvido para a
Secretaria-Geral, sem parecer. A partir do 35º dia ele vai constar da Ordem do Dia, e recebe parecer em
plenário, por relator designado pelo Presidente da Casa. Este relator pode pedir prazo de 24 horas para emitir
seu parecer.
12. Se o Senado não apreciar o projeto até o 45º dia, no 46º ele começa a sobrestar a pauta de votações. Isso
quer dizer que não se delibera mais nada enquanto ele não for votado. Sobrestar ou trancar a pauta é o
mesmo.
13. Como é um projeto de lei da Câmara, a regra é a mesma que para os outros PLCs. Se o Senado aprovar
sem emendas ou somente com emendas de redação, vai à sanção do Presidente da República. Se tiver
emenda de mérito, aquela que modifica o sentido do projeto, então volta para a Câmara. E o procedimento é
o mesmo.
14. Vejam que o processo legislativo tem uma lógica que se repete, com algumas variações dependendo da
necessidade da matéria. Aos poucos, vamos vendo outras tramitações e introduzindo outros conceitos de
processo.
15. Importantíssimo neste tipo de projeto é o prazo de emendas único, logo no início da tramitação dele, nas
comissões. Este projeto não recebe emendas nem perante a Mesa nem em Plenário.
16. Outra informação-chave: as emendas não são nem discutidas nem votadas em Plenário. O que as
comissões decidirem sobre elas está decidido. Se algum Senador quiser trazer algumas delas para o Plenário,
é preciso fazer um recurso.
1. Reparem que, nesta mesma Unidade, vamos estudar dois tipos de projetos bastante diferentes. E isso é
possível, porque a tramitação é igual. Lembrem-se de que há uma lógica dentro do processo legislativo.
2. Como todas as matérias, o projeto tem início com sua leitura, em plenário, no Período do Expediente de
uma sessão. Numerado, publicado, organizado o processado físico, é despachado pelo Presidente da Casa a
uma ou a mais de uma comissão.
3. E lá? Já sabemos que o Presidente da Comissão designa um relator, que tem a metade do prazo da
comissão. Se for para a CCJ, ela tem 20 dias úteis; se for para outra comissão, cada uma tem 15 dias úteis. O
Relator, a metade.
4. Os membros da comissão onde estiver o projeto podem apresentar emendas. Somente eles porque, como
este projeto vai ser apreciado pelo Plenário, os demais senadores poderão emendá-lo perante a Mesa, após a
leitura do parecer, como tantos outros projetos.
5. Vamos aproveitar este assunto e estudar o tema “prazo da comissão”. Quem acompanha os trabalhos do
Poder Legislativo pode estranhar esses prazos bastante curtos das comissões e vê que, às vezes, há projetos
que passam por lá muito mais tempo que isso. Pode acontecer mesmo. Como?
6. Se a Comissão não puder emitir seu parecer dentro do prazo do Regimento, seu Presidente encaminha um
ofício ao Presidente da Casa comunicando que o prazo será prorrogado por igual período. Este ofício é lido
no Período do Expediente e vai à publicação. A prorrogação é automática. Se a comissão precisar de mais
tempo, a ou as prorrogações não serão mais automáticas. A comissão precisa apresentar requerimento
solicitando prazo, que virá dito nesse documento, que precisa ser aprovado pelo Plenário.
7. Ainda sobre prazo da comissão, o Regimento Interno prevê que ficará suspenso pelo encerramento da
sessão legislativa, continuando a correr na sessão legislativa imediata.
8. O prazo ficará renovado com o início de nova legislatura ou por designação de novo relator. Quer dizer,
recomeça a contagem.
9. Então, em alguns casos, o prazo fica suspenso, retomando a contagem do ponto em que havia parado; em
outros casos, o prazo se renova, ou seja, recomeça a contagem do primeiro dia.
10. Voltando à tramitação dos nossos projetos. Na comissão, quando o parecer estiver aprovado, o Presidente
desse órgão envia o processo todo para a Secretaria-Geral da Mesa. Para quê? Para a preparação da leitura do
parecer no Período do Expediente da sessão. Na seqüência da leitura, numeração, publicação no Diário do
Senado e em avulsos.
11. Mais uma vez a aplicação da lógica do processo legislativo. Depois da leitura do parecer, abre-se prazo
de 5 dias úteis para apresentação de emendas perante a Mesa. Sem emendas, o projeto está pronto para ser
agendado para constar da Ordem do Dia. Quem define a pauta da Ordem do Dia é o Presidente do Senado.
12. Se tiver emenda, volta para a ou as comissões, para parecer sobre elas. Lá na comissão, o procedimento é
o mesmo: o relator, que preferencialmente é o mesmo que já deu parecer sobre o projeto, vai falar sobre a
oportunidade – ou não – de se acatar as emendas.
13. E depois? Aplicando a lógica – sempre – o Presidente da comissão devolve o processado para a
Secretaria-Geral da Mesa, que vai preparar a leitura do parecer em plenário, no Período do Expediente,
numerado e publicado.
14. E o que é “preparar a leitura do parecer”? Na Secretaria-Geral da Mesa, verificam-se alguns detalhes
formais como, por exemplo, se o número de assinaturas corresponde à maioria da comissão, se os votos estão
corretos, se os BALs (Boletim de Ação Legislativa) estão dentro do que o Regimento determina, com
informações corretas. Às vezes é preciso solicitar à Secretaria de Taquigrafia as notas taquigráficas para
dirimir alguma dúvida sobre a reunião da comissão. Elas são juntadas no processo. Verifica-se também se o
texto que vem da comissão está dentro das normas de redação definidas na Lei Complementar nº 95, de 1998.
E também se se encaixa na legislação já existente, se está revogando alguma outra lei. É preciso também
anexar a legislação citada no parecer. Enfim, é uma análise prévia, para que a norma que pode sair desse
projeto esteja correta.
15. Só depois dessa análise, que não é feita por uma pessoa apenas, mas é um trabalho de várias pessoas, é
que o parecer vai ser lido em plenário.
16. Essa expressão “vai ser lido” não significa que ele será lido na íntegra. Há o anúncio de sua publicação.
Quem estiver interessado poderá lê-lo no Diário do Senado ou em avulso.
17. Como regra geral, depois da publicação do parecer o Presidente do Senado abre o prazo de 5 dias úteis
para apresentação de emendas perante a Mesa. Todos os Senadores que o desejarem poderão apresentar
emendas ao projeto. Essas emendas podem alterar o mérito ou apenas a redação.
18. Se não houver emenda, o projeto está pronto para ser agendado para a pauta da Ordem do Dia de uma
sessão. Ele vai seguir um cronograma de agendamento. Lembramos que é da competência do Presidente do
Senado determinar as matérias que devem constar da pauta.
19. Se houver emenda, o processo volta para a comissão ou as comissões do despacho, para que elas
apresentem seu parecer sobre essa emenda.
20. O procedimento não é ir para uma comissão e depois para a outra, mas o prazo, que é de 15 dias úteis, é
contado simultaneamente, ou seja, é prazo único para todas as comissões.
21. A ou as comissões, ao se manifestarem sobre a emenda, poderão reunir a matéria da proposição principal,
ou seja, do projeto e da emenda (ou das emendas) que tiver recebido parecer favorável num único texto,
fazendo inclusive os acréscimos e alterações que visem ao seu aperfeiçoamento. Esse procedimento pode ser
utilizado para qualquer proposição que esteja no mesmo caso.
22. Uma vez aprovado o parecer na comissão, o processo volta à Mesa para que seja feita sua leitura, em
plenário. E o procedimento é o mesmo: numerar, publicar.
23. Agora, o projeto está pronto para ser agendado para inclusão na pauta da Ordem do Dia.
24. Uma vez na Ordem do Dia, o projeto vai ser discutido e votado em turno único. Mas pode haver alguns
procedimentos que alterem esse rito. E vamos aproveitar essas matérias para estudar um pouco sobre esses
procedimentos.
25. Qualquer Senador, durante a discussão do projeto, pode apresentar um requerimento solicitando
adiamento da discussão para que:
26. No primeiro caso, o prazo da outra sessão não pode ser superior a 30 dias úteis, bem como só podem ser
apresentados até dois requerimentos nesse mesmo sentido. Isso é para evitar que haja uma protelação na
apreciação do projeto. O segundo requerimento não pode pedir o adiamento por prazo superior ao do
primeiro requerimento.
27. Mas o Regimento Interno do Senado não impede que haja, por exemplo, dois requerimentos de
adiamento da discussão para ser feita em outra sessão e, depois, um outro requerimento pedindo a audiência
de outra comissão, e mesmo o reexame da comissão.
28. Como podemos deduzir, são procedimentos que podem tanto levar a um amplo estudo da matéria como
também podem ser usados para atrasar sua apreciação. Ou, também, ter tempo para possíveis negociações e
acordos úteis à boa aplicação posterior da norma jurídica que daí surgir. E ainda tantas outras motivações.
29. Um outro procedimento é o adiamento da votação, para os mesmos fins e pelos mesmos motivos que o
adiamento da discussão.
30. Quando o projeto vai novamente para o âmbito das comissões, ele pode voltar para o plenário com a
ratificação do parecer anterior ou com um novo parecer. E todas as regras que vimos até agora para o
oferecimento de parecer quando a matéria vai às comissões pela primeira vez vale também para este
momento.
31. O parecer é lido no Período do Expediente de uma sessão, numerado e publicado. A grande diferença é
que, agora, não se abre mais o prazo para recebimento de emendas perante a Mesa, como fazemos quando da
leitura do primeiro parecer. É que essa fase – a de recebimento de emendas – já foi ultrapassada. Agora, é só
aguardar o agendamento para constar da Ordem do Dia.
32. Se o adiamento tiver sido da discussão, o projeto volta na fase de discussão. Mas se a discussão já tiver
sido concluída, o projeto volta em fase de votação.
33. Como vimos, quando há algum requerimento desse tipo, o processo legislativo se alonga.
34. Se o projeto for rejeitado, vai ao Arquivo. Se aprovado, vai à Câmara dos Deputados para revisão.
35. Se aquela Casa aprovar o projeto de lei do jeito que o Senado aprovou, envia-o à sanção do Presidente da
República; se for projeto de decreto legislativo, encaminha ao Presidente do Senado para sua promulgação.
36. Se a Câmara aprovar emendas de redação o procedimento é o mesmo que para o nº 35 desta Unidade.
37. Se a Câmara aprovar emendas de mérito, devolve o projeto ao Senado, para que este analise essas
alterações propostas. Se o Senado aprovar as alterações da Câmara, envia o projeto de lei à sanção com a
redação incorporando essas alterações; se for o projeto de decreto legislativo, o Presidente do Senado
promulga o decreto legislativo com a redação incorporando também as alterações aprovadas. Mas se o
Senado rejeitar as alterações da Câmara, de toda forma o projeto de lei vai à sanção e o projeto de decreto
legislativo, à promulgação, somente com o texto do Senado.
38. Mas se a Câmara rejeitar algum dos projetos do Senado, este vai ao Arquivo.
39. Reparem o final de outras unidades e vejam que o procedimento é o mesmo para casos semelhantes. É a
tal da lógica do processo legislativo.
1. Como podemos verificar, nesta Unidade vamos estudar a tramitação de projetos com iniciativa no Senado,
de autoria de Comissão do Senado, permanente ou temporária.
2. Na comissão, algum de seus membros apresenta um anteprojeto, que é uma proposta de projeto.
7. Uma vez apresentado o projeto, como acontece com todas as proposições, é lido no Período do Expediente
da sessão do Senado. A diferença é que as outras matérias são despachadas às comissões para, depois que
emitirem seus pareceres, abrir-se o prazo de 5 dias úteis para apresentação de emendas perante a Mesa. Mas
estes projetos, como já são de comissão, não precisam voltar para lá. Assim, o Presidente da Casa abre
diretamente o prazo de emendas perante a Mesa.
8. Um detalhe importante: normalmente a comissão apresenta o projeto dentro de suas competências. Por isso
é que o projeto não volta para lá. Entretanto, se uma comissão apresentar um projeto cujo assunto esteja
dentro da competência de outra comissão, aí, sim, o projeto deve ser despachado àquela comissão de mérito.
Mas a maior parte desses tipos de projeto versam assunto de competência da própria comissão que o
apresentou.
9. Então, o projeto é lido e fica aberto o prazo de 5 dias úteis para apresentação de emendas perante a Mesa.
Se não houver emenda, o projeto já está pronto para ser agendado na Ordem do Dia, para ser discutido e
votado em turno único, como é a regra geral de apreciação das matérias.
10. Se tiver emendas, então o projeto volta à comissão-autora, para dar parecer sobre elas. E pode, como para
as demais matérias, se assim quiser, fazer um texto único, incorporando o texto principal com o das emendas
que receberem parecer favorável, fazendo inclusive ajustes no texto. Se não, pode apenas emitir seu parecer
sobre as emendas.
11. Esse parecer é lido no Período do Expediente de uma sessão, numerado, publicado em avulsos e no
Diário do Senado Federal. E, agora, está pronto para ser agendado.
12. A inclusão de qualquer proposição, em rito normal, na Ordem do Dia, não é feita automaticamente. É
preciso que ela cumpra um interstício que está previsto no Regimento Interno do Senado. Como regra geral,
esse tempo é de 3 dias úteis.
13. E o que é interstício? Neste caso, é o tempo entre a distribuição de avulsos dos pareceres das comissões e
o início da discussão ou votação correspondente, em plenário. Esse tempo serve para que os senadores e
todos os que se interessam pela matéria possam dela tomar conhecimento e se preparar para o debate.
14. No plenário, a apreciação das matérias é igual, diferenciando-se apenas quanto ao quorum exigido para
sua aprovação e, conseqüentemente, quanto ao tipo de votação. Assim é que o projeto de lei ordinária e o
projeto de decreto legislativo são aprovados por maioria simples e são submetidos ao processo simbólico, ou
seja, aquele em que o Presidente da sessão pronuncia as seguintes palavras: “As Senhoras Senadoras e os
Senhores Senadores que aprovam o projeto permaneçam sentados”. Se não houver manifestação em
contrário, o Presidente declara aprovado o projeto. E ele vai à Câmara dos Deputados para revisão.
Já o projeto de lei complementar deve ser submetido ao processo nominal de votação, porque exige quorum
de maioria absoluta (41 votos favoráveis) para ser aprovado.
15. Bem, se o projeto – qualquer um deles que estamos estudando nesta Unidade – for rejeitado, vai ao
Arquivo. Aprovado, vai à Câmara para revisão. Se aquela Casa aprovar o projeto do jeito que o Senado
aprovou ou com emendas que somente alterem a redação, então a própria Câmara, através de seu Presidente,
encaminha o texto à sanção, se for projeto de lei, ordinária ou complementar, e ao Presidente do Senado, se
for projeto de decreto legislativo.
16. Se a Câmara aprovar o texto com emendas que alterem o mérito do projeto, então envia essas emendas à
consideração do Senado. Nesses casos, é ele quem fala por último. O que ele fizer está feito. Se aprovar as
alterações da Câmara, faz sua incorporação no texto e envia à sanção ou faz a promulgação, conforme o tipo
de projeto.
2. No caso do Presidente da República, apesar de a Constituição, em seu art. 64, dispor que projetos de lei de
origem do Poder Executivo (do Supremo e dos Tribunais Superiores também) terão sua tramitação iniciada
na Câmara dos Deputados, por força de interpretação e da praxe, a proposta de emenda à Constituição de
autoria do Presidente da República começa sua tramitação pela Câmara dos Deputados.
Reparem que o artigo constitucional também não menciona os projetos de lei de iniciativa do Procurador-
Geral da República nem as matérias referentes a radiodifusão, mas mesmo assim, também pela interpretação
e pela praxe, a tramitação dessas matérias se iniciam pela Câmara.
3. Voltemos à PEC. Ela é lida no Período do Expediente – é claro! – e vai para a Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania – CCJ. Sempre. No Senado, é a única comissão que se manifesta sobre esse tipo de
proposição.
4. Na Comissão, como para qualquer outra matéria, o Presidente do Órgão designa um Relator, que tem a
metade do tempo de que dispõe a Comissão, para emitir seu parecer. Neste caso, a CCJ tem até 30 dias úteis.
Então, o Relator tem até 15 dias úteis.
5. Na CCJ, somente os seus membros podem apresentar emendas, nesta fase da tramitação. E o Relator vai
falar sobre o texto principal e sobre elas.
6. Vamos aproveitar este tema para fazer um hiato e estudar sobre emendamento de forma genérica.
7. Existem três instâncias (lugares) em que os Senadores podem apresentar emendas: nas Comissões, perante
a Mesa, no Plenário.
8. Perante uma comissão, seus membros podem apresentar emendas a qualquer matéria que lá esteja para
estudo. Neste caso, se a comissão não acatar a emenda, será ela considerada inexistente.
a) projetos de iniciativa do Presidente da República para os quais ele solicitou tramitação urgente nos termos
do art. 64, §1º, da Constituição. Estudamos essa matéria na Unidade 6;
b) projetos com tramitação terminativa nas comissões. Estudamos esses nas Unidades 1, 2 e 3; e
c) projetos de código. Esses ainda vamos estudar.
No caso da letra “a”, será final o pronunciamento da comissão. O projeto vai ser votado no Plenário, mas não
as emendas. Ao votarem o texto do projeto, os senadores estarão votando automaticamente o que a comissão
decidiu a respeito das emendas. Se quiserem fazer diferente, precisam apresentar recurso assinado por no
mínimo 1/10 de senadores (9), para que uma ou mais emendas venham a ser apreciadas no plenário.
No caso da letra “b”, o pronunciamento da comissão também será final, salvo recurso assinado também por
1/10 dos senadores, apresentado, neste caso, para a proposição principal. Aí, vem tudo para o Plenário,
automaticamente.
E no caso da letra “c”, as emendas vêm para o Plenário automaticamente, com parecer favorável ou
contrário, porque o projeto vem também automaticamente para o Plenário.
10. Perante a Mesa é o caso mais comum de emendamento, sempre no prazo de 5 dias úteis. E por todos os
senadores. Em que casos? Vamos ver agora.
a) a projeto que altere o Regimento Interno do Senado. Esta é uma proposição que vamos estudar mais
adiante. Mas falamos desde já sobre o processo de emendamento. Este é nosso foco por enquanto;
b) a projeto de decreto legislativo referente a prestação de contas do Presidente da República. Também ainda
não estudamos. Aguardem sua tramitação em uma unidade mais adiante;
c) a projetos apreciados pelas comissões com poder terminativo, quando houver interposição de recurso. É o
caso dos terminativos que estudamos nos Unidades 1, 2 e 3. Reparem o que dissemos na letra “b” do nº 9
desta Unidade;
d) a projeto, em turno único, que tiver tido parecer favorável das comissões. Aqui estão englobadas muitas
proposições. Todas devem ser apreciadas pelo Plenário. Não estamos falando das que tramitam em caráter
terminativo nas comissões;
e) a projeto, também em turno único, que obtiver parecer contrário, quanto ao mérito, das comissões, desde
que tenham recebido recurso assinado por no mínimo 1/10 dos senadores, no prazo de 2 dias úteis, para a
continuação de sua tramitação. Reparem que o prazo de recurso, neste caso, é diferente. A regra geral é de 5
dias úteis; e
f) a projeto de autoria de comissão. Já estudamos esses projetos.
Quantos casos, não é mesmo? É essa a regra mais comum: apresentação de emendas perante a Mesa.
11. E, agora, os casos de emendas que podem ser apresentadas em Plenário. Durante o Período do
Expediente, emendas a matéria que deva ser votada nessa fase da sessão. E durante a Ordem do Dia, a PEC e
a projeto em turno suplementar, até o encerramento da sua discussão, nos dois casos. Ou, então, projetos em
regime de urgência por requerimento, se o prazo de emendamento ainda não tiver esgotado.
12. Bem, fechemos nosso hiato sobre emendamento, que vale para todas as matérias. Esse hiato começou no
nº 6. Releiam do nº 1 até o nº 5 para retomarmos o caminho da tramitação da PEC. Ok?
13. Então, na CCJ, o Relator, em uma reunião, apresentará seu relatório, que será debatido e, se aprovado, se
transformará no parecer da Comissão, como de resto para as outras proposições.
14. O diferente é que, se a CCJ aprovar alguma emenda, o Secretário da Comissão precisará colher
assinaturas de Senadores de dentro e de fora da comissão, até completar 27 no mínimo (a CCJ só tem 23
membros titulares). Isso porque a emenda aprovada pela CCJ terá que ser discutida e votada também pelo
Plenário e, lá, só podem ser recebidas emendas à PEC com, no mínimo, 27 assinaturas, ou seja, 1/3 da
composição do Senado. É o mesmo quorum de iniciativa para apresentar a própria PEC.
15. Se a CCJ tiver aprovado o relatório com parecer favorável ao texto da PEC, sem qualquer proposta de
alteração, esse procedimento de coleta de assinaturas fora da comissão não é necessário. O Secretário da
Comissão colhe as assinaturas somente dos membros da Comissão.
16. Como para todas as demais proposições legislativas, o parecer é lido no Período do Expediente, recebe
seu número e é publicado em avulsos e no DSF. Depois do interstício de 5 dias, ela pode ser agendada para
constar da Ordem do Dia. Reparem que o interstício para as outras proposições é de 3 dias úteis. Aqui, de 5
dias.
17. Incluída na Ordem do Dia, a PEC vai ser discutida, em primeiro turno, durante 5 sessões deliberativas
ordinárias consecutivas. Nessas sessões, podem ser apresentadas emendas, que devem ser assinadas, cada
uma, por 1/3 dos senadores.
18. Se ao final da discussão não tiver sido apresentada nenhuma emenda, a PEC pode ser votada em primeiro
turno. A votação é pública, nominal, somente podendo ser realizada por meio do painel eletrônico, porque é
necessário o quorum de 3/5 dos senadores (49) para que ela seja aprovada. Se o painel não estiver
funcionando, faz-se a votação por meio da chamada nominal.
19. Se houver emendas, que neste momento podem alterar o mérito e também a redação, a PEC volta à CCJ
para receber parecer sobre elas. O parecer, é claro, é lido no Período do Expediente da sessão, numerado,
publicado no DSF e em avulsos. Aí, então, está pronta para ser incluída em Ordem do Dia.
20. Não podemos esquecer que, agora, ela entra na pauta já em fase de votação em primeiro turno, porque a
discussão já se encerrou (vejam o nº 18).
21. Se aprovada, sem alteração, vai ser incluída novamente na Ordem do Dia, para o segundo turno de
discussão e votação. Antes, é preciso que ela cumpra o interstício de, no mínimo, 5 dias úteis. Quer dizer que
entre a votação em primeiro turno e a entrada dela na pauta para o segundo turno, tem que transcorrer um
prazo de 5 dias úteis, no mínimo. Não quer dizer que no 6º dia ela tenha que ser pautada obrigatoriamente.
Esse tempo é para que todos possam tomar conhecimento do texto.
22. Se, entretanto, ela tiver sido aprovada em primeiro turno com alterações, nesse caso o processo volta à
CCJ, para que a Comissão apresente a redação para o segundo turno, consolidando as alterações.
23. Durante a discussão em segundo turno, podem ser oferecidas emendas que devem ser assinadas, cada
uma, por no mínimo 1/3 dos Senadores. Nesta etapa, só pode ser alterada a redação; não mais o mérito.
24. A discussão, que no primeiro turno era realizada em 5 sessões deliberativas ordinárias consecutivas,
agora, no segundo turno, é de 3 sessões deliberativas ordinárias, e não precisam ser consecutivas.
25. Encerrada a discussão em emendas, vota-se a PEC. Aprovada, ela vai à Câmara dos Deputados. Se tiver
emenda, a PEC volta à CCJ, para que ela dê seu parecer. Agora, o prazo é de 5 dias improrrogáveis. Não
podemos nos esquecer que essas emendas são de redação.
26. E a sistemática é a mesma. Dado o parecer lá na Comissão, ele é lido no Período do Expediente da
sessão, numerado, publicado. E a PEC entra na Ordem do Dia de uma sessão, para votação em segundo
turno.
28. Muito importante saber é que, para a PEC, não se fala em Casa Revisora, como acontece nas outras
matérias legislativas. Isso porque o texto que sair aprovado para ser incorporado na nossa Constituição
Federal deve ter sido aprovado igualmente nas duas Casas. Então, pode acontecer um pingue-pongue, ou
seja, se a Câmara altera a nossa PEC, ela volta e se dá o tratamento de PEC nova. Se o Senado altera o texto
que veio da Câmara, a PEC volta para lá e tem tratamento de PEC nova. E assim por diante. Isso não
acontece com outras matérias; só para a PEC. Pudera, é alteração da nossa Carta Magna!
29. Se a PEC for de autoria de Deputados ou do Presidente da República, tem o mesmo tratamento, no
Senado, que uma PEC de autoria de Senadores.
30. Quando a tramitação estiver completa, a proposta de emenda à Constituição se transforma em Emenda
Constitucional. A Emenda é numerada e promulgada pelas Mesas da Câmara e do Senado. A palavra é “E”,
porque tem que ter a assinatura da maioria de cada uma das Mesas. Então, ela não passa pelo crivo final do
Presidente da República, ou seja, não vai à sanção.
1. O projeto de lei de código é um projeto de lei ordinária. Então, sua votação é pelo processo simbólico,
porque seu quorum de aprovação é de maioria simples. A diferença é que ele regula um assunto com
abrangência. Assim, o nosso Código de Trânsito, por exemplo, foi fruto de um projeto de lei ordinária. O
mesmo para o novo Código Civil, o Código Penal, o Código de Processo Penal, o Código de Processo Civil,
o Código de Defesa do Consumidor.
2. Vamos, então, estudar, nesta Unidade, a tramitação, no Senado, de um projeto desse tipo. É importante
dizer, antes de começar, que só tem esse tratamento os projetos de código elaborados por juristas, por
comissão de juristas ou por subcomissão especialmente criada com essa finalidade, e que tenham sido
amplamente divulgados. Os demais têm tramitação como projeto de lei ordinária comum, ou seja, têm
tramitação com caráter terminativo nas comissões.
3. O projeto é lido no Período do Expediente de uma sessão, é numerado e publicado no DSF e em avulsos.
Até aqui, tudo normal.
4. Nesta mesma sessão, a Presidência do Senado designa uma comissão temporária composta de 11
membros, para estudar essa matéria, e fixa o calendário de sua tramitação, que é todo especial também.
5. Uma vez composta a comissão, ela se reúne até o dia útil seguinte para eleger seu Presidente e Vice-
Presidente. O Presidente, em seguida, designa um relator-geral e tantos relatores parciais quantos necessários.
E é bem necessário mesmo, porque o assunto é extenso.
6. Como o objetivo é tratar amplamente o tema, as outras proposições que tenham relação com esse tema e
que estejam tramitando no Senado vão ser apensadas.
7. Além disso, todos os senadores poderão apresentar emendas, perante a comissão, no prazo de 20 dias úteis,
a contar da publicação do projeto no DSF. É que esta é a única oportunidade para emendamento.
8. Encerrado esse prazo de emendas, os relatores parciais encaminham ao relator-geral, dentro de 10 dias
úteis, as conclusões de seus trabalhos. O relator-geral tem o prazo de 5 dias úteis para apresentar à comissão
o seu relatório, juntamente com o estudo dos relatores parciais e as emendas.
9. A comissão tem 5 dias úteis para concluir seu estudo e encaminhar à Mesa o parecer final sobre o projeto e
as emendas.
10. Esses prazos podem ser aumentados até o quádruplo, por deliberação do Plenário, a requerimento da
própria comissão.
11. Reparem quanta coisa diferente: prazos, prorrogação de prazos, emendamento, relatorias.
12. Mas, igual a todo parecer, este também deve ser lido no Período do Expediente da sessão, numerado e
publicado.
13. Como esse projeto já teve sua fase de emendamento perante a comissão, agora ele está pronto para ser
incluído em Ordem do Dia, depois de obedecer ao interstício regimental, que é de 3 dias úteis. E é incluído
em uma Ordem do Dia exclusiva para ele. Então, a pauta tem item único.
14. A discussão e votação é feita em turno único, podendo o relator-geral usar da palavra sempre que
necessário. Ele pode delegar a palavra a um relator parcial.
15. Encerrada a discussão, passa-se à votação. Como falamos no nº 1 desta Unidade, ela é feita pelo processo
simbólico e com quorum de maioria simples.
16. Rememorando, essa votação simbólica acontece assim: O Presidente concede a palavra aos líderes
partidários para que possam orientar suas bancadas a respeito do tipo de voto (sim, não ou abstenção), e
pronuncia as seguintes palavras: “As Senhoras Senadoras e os Senhores Senadores que aprovam o projeto
permaneçam como se encontram”. Ele espera um pouco e, depois, anuncia o resultado: “Aprovado” ou,
então, “rejeitado”.
17. Aprovado com ou sem emendas, o projeto volta à comissão para que seja elaborada a redação final, no
prazo de 5 dias úteis. Ela será publicada e distribuída em avulsos e, depois, incluída em Ordem do Dia para
ser discutida e votada, depois de cumprir o interstício regimental.
18. Uma outra informação bastante importante é que só pode tramitar um projeto de código por vez.
19. Se o projeto tiver vindo da Câmara dos Deputados e tiver sito aprovado no Senado com alterações, volta
para lá, para revisão das emendas do Senado. Depois, aquela Casa manda à sanção do Presidente da
República, como todo projeto de lei.
20. Vamos aproveitar esta Unidade e falar de um procedimento de votação muito importante e que pode ser
utilizado na apreciação de qualquer matéria. É o requerimento de destaque para votação em separado.
21. Vamos analisar, primeiro, o nome: DESTAQUE – alguma coisa ressaltada, ressalvada, fora do comum,
fora do resto. DESTAQUE PARA VOTAÇÃO – alguma coisa ressaltada para votação, alguma coisa para
votação fora do comum. EM SEPARADO – o próprio nome também diz, separado do resto.
Então, DESTAQUE PARA VOTAÇÃO EM SEPARADO diz respeito a alguma coisa que se destaca, que se
ressalva, e que deve ser votada separadamente do todo.
22. Quando uma proposição legislativa está para ser votada, pode acontecer que algum Senador queira votar
separadamente uma parte dela. Assim, ele pode querer votar um artigo, um parágrafo, um inciso, uma alínea,
um item, uma letra, inteiramente do projeto. Ou pode querer votar separadamente uma expressão do texto do
projeto. Ou mesmo uma emenda. Nesse caso, ele apresenta, até antes de iniciar a votação, um requerimento
de destaque para votação em separado daquela parte. Esse requerimento deve ser lido e votado antes de
iniciar a votação em que consta a matéria que ele quer separar.
Se a parte diz respeito ao texto do projeto, deve apresentar o requerimento antes da votação do projeto; se for
uma emenda que tenha recebido parecer favorável, deve apresentar o requerimento antes de se votar esse
grupo de emendas; o mesmo ocorre se a emenda que o Senador quer destacar estiver no grupo das emendas
de parecer contrário.
23. Apresentado o requerimento, ele é lido e votado. Se os demais Senadores o aprovarem, isso significa que
eles estão autorizando a que aquela parte – ou emenda – seja votada destacadamente, separadamente do todo.
24. Assim, vamos fazer uma simulação de votação, em que aparecem 3 requerimentos de destaque para
votação em separado: um, para o art. 2º do texto do projeto; outro, para uma emenda de parecer favorável
(por hipótese, a nº 5); e, outro, para uma emenda de parecer contrário (por hipótese, a nº 3). Fica assim:
a) ler e votar o requerimento de destaque para votação em separado (DVS) do art. 2º do projeto. Se o
requerimento for aprovado, o art. 2º será votado separadamente;
b) votar o projeto, ressalvado o art. 2º, que terá sua votação feita depois;
c) votar o art. 2º, que foi destacado. Se aprovar o art. 2º, ele é reintegrado no texto do projeto; se for rejeitado,
ele sai. Quando se for elaborar a redação final do texto, será feita a renumeração dos artigos.
d) ler e votar o requerimento de destaque para votação em separado da emenda nº 5, de parecer favorável;
e) votar em globo (todas juntas) as emendas de parecer contrário, com exceção a de nº 5, que foi destacada. É
feita uma única votação. Se forem aprovadas, serão aprovadas todas de uma vez só;
f) votar a emenda nº 5, que tinha tido autorização para ser votada separadamente;
g) ler e votar o requerimento de destaque para votação em separado da emenda nº 3, de parecer contrário. Se
aprovado o requerimento, a emenda vai ser votada separadamente do grupo total de emendas de parecer
contrário. Ainda por hipótese, vamos estudar como se o requerimento tiver sido aprovado;
h) votar, em globo, as emendas de parecer contrário, ressalvada a nº 3;
i) votar a emenda nº 3. Mesmo que o parecer dela tenha sido desfavorável, se ela tiver sido aprovada pelos
Senadores, é o que importa. O seu texto vai ser incluído no texto do projeto.
26. Este instrumento de votação – DVS – pode ser apresentado a qualquer proposição.
27. Existe ainda no Regimento Interno do Senado destaque para que parte do projeto ou que emendas
constitua projeto autônomo, ou seja, saia do projeto original e se torne um novo projeto, com novo número,
inclusive. Este requerimento tem que ser lido e votado como preliminar, antes de começar a votação do
projeto. Se aprovado o requerimento, seu autor tem 2 dias úteis para apresentar o novo projeto. E, aí, começa-
se a votar o projeto que está na Ordem do Dia, agora sem a parte que foi destacada. Observação: este
requerimento só não pode ser utilizado quando se tratar de projeto originário da Câmara.
2. Vamos começar com um projeto de autoria da Comissão Diretora. Ele é lido no Período do Expediente de
uma sessão do Senado e o Presidente da Casa abre o prazo de 5 dias úteis para recebimento de emendas
perante a Mesa.
3. Nesse prazo, se não tiver recebido emendas, o projeto vai para a Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania, para receber parecer. Se tiver recebido emendas, vai para a CCJ para dar parecer sobre o projeto e
as emendas e também para a Comissão Diretora, para dar parecer sobre as emendas.
4. Se o projeto for de autoria de Senador, também é lido no Período do Expediente e é aberto o prazo para
recebimento de emendas. De todo jeito, com ou sem emendas, ele vai ser analisado pela CCJ e pela CDIR,
nessa ordem.
5. Depois que os pareceres forem dados, nas comissões – e os procedimentos lá são os mesmos que para os
outros projetos não terminativos – eles vão ser lidos no Período do Expediente, numerados e publicados.
6. Passado o interstício regimental, o projeto pode ser agendado para a Ordem do Dia para ser discutido e
votado em turno único, pelo processo simbólico. O quorum para aprovação é o de maioria simples. Tudo isso
nós já aprendemos.
8. Vamos aproveitar esta unidade para estudarmos as redações finais, elaboradas para quase todas as
proposições. Uma exceção é quanto aos projetos de lei da Câmara que não tiverem nenhuma alteração, nem
de redação. Para esses, o Senado não faz redação final. Para as demais matérias, sim.
9. Quem faz a redação final da grande parte das matérias é a Comissão Diretora. Ela é preparada por
servidores da Secretaria-Geral da Mesa e, se a CDIR concordar, a maioria de seus membros a assina. Para as
PECs, quem faz a redação, tanto para o segundo turno quanto a final, é a própria CCJ. Para os projetos de lei
de código é a comissão especialmente constituída para dar parecer. Para a reforma do Regimento Interno do
Senado é também a própria comissão criada para isso. Se for apenas uma alteração ou outra, é a CDIR que
faz a redação.
10. A apresentação dessas redações finais são em forma de parecer, que é lido no Período do Expediente da
sessão, numerado e publicado como para qualquer outra proposição. A redação final é discutida e votada. Só
não precisa de quorum especial para aprovar.
11. É com base na redação final que a Secretaria de Expediente, uma unidade da Secretaria-Geral da Mesa,
prepara os autógrafos. Relembrando: autógrafo é o texto oficial daquilo que foi aprovado pela Casa
Legislativa.
a) redação para o segundo turno, quando no primeiro turno for aprovada alguma alteração, na PEC.
b) redação para o turno suplementar, quando no turno único for aprovado um texto substitutivo ao texto
principal. Aí, esse texto substitutivo terá que ser submetido a um outro turno – o turno suplementar – de
discussão e votação.
13. Pode haver alterações também do Regulamento Administrativo do Senado, que rege a administração da
Casa, da mesma forma que se altera o Regimento Interno, que rege a parte legislativa da Casa.
14. Esta é uma proposição privativa do Senado. Não vai à Câmara. Os projetos de resolução da Câmara
também não vêm ao Senado.
1. Este é um assunto que diz respeito à competência privativa do Senado quanto a matérias de natureza
financeira, previstas nos arts. 52 e 155 da Constituição Federal. Assim, são matérias que não são analisadas
pela Câmara dos Deputados. São pedidos de autorização para operação de crédito externo, de natureza
financeira de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.
a) fixar limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios (art. 52, VI – CF);
b) dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo poder
público federal (art. 52, VII – CF);
c) dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e
interno (art. 52, VIII – CF);
d) estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios (art. 52, IX – CF);
e) fixar alíquotas máximas do imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos
(art. 155, § 1º, IV – CF);
f) estabelecer as alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação (art. 155, § 2º,
IV – CF);
g) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas (art. 155, § 2º, V, “a” – CF);
h) fixar alíquotas máximas nas operações internas para resolver conflito específico que envolva interesse de
Estados e do Distrito Federal (art. 155, § 2º, V, “b” – CF).
3. Em cada um dos casos, a Constituição determina quem pode ter iniciativa e qual o quorum de aprovação.
4. Assim é que para a letra a, a proposta tem que partir do Presidente da República, que encaminha uma
mensagem ao Senado. Ela é lida no Período do Expediente da sessão, toma o nome de Ofício “S” (“S” de
Senado) e vai para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que, como conclusão de seu parecer, oferece
um projeto de resolução (PRS). Como todo parecer, este também é lido no Período do Expediente, é
numerado – o PRS também recebe um número – e publicado. O Presidente da Casa abre o prazo de 5 dias
úteis para apresentação de emendas. Se tiver emendas, volta à CAE para receber parecer sobre elas, antes de
ser incluído em Ordem do Dia. Se não tiver nenhuma emenda, é incluído em Ordem do Dia. O que se vota,
no Plenário, é o Projeto de Resolução.
6. A letra f é de iniciativa do Presidente da República ou de 1/3 dos membros do Senado, devendo o projeto
de resolução ser aprovado pelo Plenário pela maioria absoluta dos Senadores (41 votos “sim”, no mínimo).
7. A letra g é de iniciativa de 1/3 dos membros do Senado, devendo o projeto de resolução ser aprovado pela
maioria absoluta dos Senadores, em Plenário.
8. E a letra h é de autoria da maioria absoluta dos membros do Senado, no mínimo, só podendo ser aprovado
se obtiver o voto “sim” de 2/3 dos Senadores, em Plenário.
9. Em geral, chega ao Senado uma Mensagem do Presidente da República que é lida no Período do
Expediente, tomando a nomenclatura de Ofício “S” (Senado). Lembrem que a matéria constante da Unidade
2 (ver o item 4) também recebe essa denominação: Ofício “S”.
10. É despachado à Comissão de Assuntos Econômicos – CAE, que, depois dos procedimentos normais
(Relatório => Parecer), conclui seu parecer por um projeto de resolução.
11. O parecer é lido no Período do Expediente, é numerado e publicado, ficando aberto o prazo de 5 dias
úteis para emendamento perante a Mesa.
12. Sem emendas, o PRS pode ir à Ordem do Dia. Com emendas, antes de ir à Ordem do Dia, vai à CAE para
parecer sobre elas.
13. Uma vez aprovado o projeto de resolução, a resolução é promulgada pelo Presidente do Senado.
Publicada no DSF e no DOU, o Presidente da Casa participa o fato ao Presidente da República e à autoridade
diretamente interessada na matéria.
MEDIDAS PROVISÓRIAS
(PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO)
1. Este é um assunto que está sempre na mídia, principalmente por causa da inversão dos papéis, ou seja, é o
Poder Executivo legislando. E o processo legislativo é ao contrário, ou seja, quando a medida provisória é
publicada no Diário Oficial da União, ela já passa a produzir efeitos. Provisoriamente. Provisoriamente ela
também suspende a execução das outras normas jurídicas que estiverem em confronto com ela.
2. Quando uma medida provisória é publicada no DOU, o Presidente da República a envia ao Presidente da
Mesa do Congresso, que é o Presidente do Senado Federal, para ser lida e designada a comissão mista
temporária que vai estudá-la e emitir parecer. Se os líderes não indicarem os nomes para compor a comissão,
o Presidente da Mesa do CN designa assim mesmo a comissão, fazendo incluir o nome dos líderes e vice-
líderes, no prazo de 48 horas.
3. A medida provisória tem vigência durante 60 dias, podendo ser prorrogada, por ato do Presidente da Mesa
do CN, uma única vez, por mais 60 dias.
4. Qualquer congressista – deputado ou senador – pode apresentar emendas perante a comissão mista até o
sexto dia contados da publicação da medida no DOU. Se tiver algum projeto em tramitação, tanto na Câmara
como no Senado, e seu autor assim o desejar, pode apresentá-lo, nesse prazo, como se fosse uma emenda.
5. O Presidente da Comissão designa um relator e um relator revisor (um de cada Casa, em alternância), de
igual partido, mas de partido diferente ao seu.
6. A comissão tem o prazo de 14 dias para dar seu parecer, que deverá analisar a constitucionalidade da
medida, ou seja, se ela é relevante e urgente, se ela está financeiramente adequada, e também quanto ao seu
mérito.
7. No 15º dia, com ou sem parecer, a medida vai para a Câmara dos Deputados. Se não tiver recebido parecer
na comissão mista, o que tem quase sempre acontecido, este vai ser oferecido no Plenário daquela Casa. A
Câmara tem até o 28º dia para apreciar a medida.
8. O Relator pode concluir seu parecer de várias formas, inclusive apresentando alterações na MP, o que a
transforma em PLV, ou seja, em um projeto de lei de conversão. Qualquer alteração no texto da medida, uma
vírgula que seja, transforma-a em PLV.
9. Antes de apreciar o mérito, a Câmara deve votar a medida quanto aos aspectos da constitucionalidade de
relevância e urgência e adequação financeira. Se aprovados tais pressupostos, então, entra-se na apreciação
do mérito.
10. Se a medida for rejeitada na Câmara nem vem ao Senado. Se aprovada, ela ou um projeto de lei de
conversão, aí, sim, vem ser apreciada pelo Senado.
11. O Senado tem 14 dias para apreciar a matéria. Se os Senadores fizerem alguma alteração de mérito, então
volta para a Câmara, que tem 3 dias para analisar essas alterações.
12. Todas essas contas de prazo perfazem um total de 45 dias. Está previsto assim porque no 46º dia a MP
sobrestará a pauta da Casa onde ela estiver.
13. Mas não é o que tem acontecido até agora. O parecer tem sido oferecido no Plenário tanto da Câmara
como do Senado, e a grande maioria delas acaba por trancar a pauta, porque ultrapassa o 46º dia.
14. Administrativamente, quando o Presidente encaminha a medida provisória ao Legislativo, é preparado, na
Secretaria-Geral da Mesa do Senado, o processado da matéria, com o texto, a exposição de motivos do
Ministro a que está ligado o assunto da medida e a legislação citada.
15. Depois que o Presidente da Mesa do Congresso – que é o Presidente do Senado – faz a designação da
comissão mista, o que pode acontecer em uma sessão conjunta ou em uma sessão do Senado (neste último
caso, o Presidente do Senado faz um ofício ao Presidente da Câmara, comunicando o fato), e estabelece o
calendário de tramitação, o processado vai para a comissão mista, que é secretariada por um servidor do
Senado. Lá, há convocação de seus membros para a instalação da comissão mista. E também na comissão
fica-se aguardando o recebimento de emendas.
16. Se se esgotar o prazo da comissão sem que tenha sido oferecido o parecer, o secretário devolve o
processado à Secretaria-Geral da Mesa (SGM), para que seja preparado um ofício do Presidente do Senado
ao Presidente da Câmara, encaminhando o processo à apreciação daquela Casa. Quem prepara o ofício para o
Presidente assinar é a Secretaria de Expediente, que faz parte da SGM.
17. Se a Câmara rejeitar a medida, seu Presidente comunica ao Senado esse fato, e a matéria toda vai para o
Arquivo. Se a Câmara aprovar, quer a medida quer um projeto de lei de conversão, ela manda o processo
todo, inclusive com a matéria rejeitada, porque o Senado vai analisar tudo.
18. No Senado, o Presidente da Casa designa um relator revisor (se não tiver sido designado ninguém na
comissão mista), que dará parecer em Plenário, sobre tudo o que estiver dentro do processado. Parecer sobre
os pressupostos de relevância, urgência e adequação financeira, e também sobre o mérito.
19. O Senado pode aprovar, inclusive, matéria que tiver sido rejeitada pela Câmara. Só que qualquer
alteração feita no Senado – a não ser as de redação – volta para aquela Casa.
20. Se o resultado final for a aprovação da medida provisória, nos termos em que veio do Poder Executivo,
ela será promulgada como lei, entrando definitivamente no ordenamento jurídico brasileiro. Se o resultado
for a aprovação de um PLV, vai à sanção do Presidente da República como qualquer projeto de lei, podendo
ele sancionar ou apor algum veto.
21. Se a medida provisória versar sobre abertura de crédito extraordinário ao Orçamento da União, ela será
analisada pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), a única comissão
mista permanente do Congresso Nacional. Nesse caso, não há comissão mista temporária constituída
especialmente para análise da MP, como acontece para as que versam sobre outros assuntos.
1. São inúmeros os requerimentos que os Senadores podem apresentar no Senado. Vamos listar alguns deles.
E se o Regimento Interno não tiver previsão para alguma necessidade nova – porque o processo legislativo é
muito dinâmico – o art. 48 do Regimento do Senado, em seu inciso XXXIII, dispõe como uma das
atribuições do Presidente da Casa resolver os casos omissos, ouvido o Plenário.
Audiência de comissão que não tenha se manifestado - significa que, além do despacho inicial do Presidente
enviando a matéria a uma ou mais comissões, qualquer senador pode assinar um requerimento solicitando
que ainda uma outra comissão venha sobre ela se manifestar, emitindo seu parecer. É claro que o assunto
tratado na matéria tem que ter pertinência com as competências da comissão. Esse requerimento é lido no
Período do Expediente de uma sessão e incluído em Ordem do Dia, após ter cumprido as formalidades
regimentais, ou seja, a publicação em avulsos e no DSF. Além disso, para que esse requerimento conste da
Ordem do Dia, é preciso que ele esteja na Casa há pelo menos 10 dias. Aliás, essa é uma regra regimental
que vale para todas as matérias, exceto para as que recebam caráter de urgência via requerimento. A
finalidade desse prazo é para que todos possam tomar conhecimento do que está tramitando no Senado e
fazer sua análise. Cumpre-se, também desta forma, o princípio da transparência .
Comparecimento de Ministro de Estado – O requerimento, por escrito, assinado por qualquer Senador, é lido
no Período do Expediente e será agendado para constar da Ordem do Dia de uma outra sessão. Se aprovado,
o Presidente do Senado oficia o Ministro que, regimentalmente, tem até 30 dias úteis para comparecer ao
Plenário.
Constituição de comissão temporária - Um senador assina o requerimento, que também deve ser lido e
publicado, e deve cumprir as formalidades regimentais, inclusive de fazer parte da Ordem do Dia. Se
aprovado, o Presidente solicita aos líderes partidários que indiquem os membros da comissão. Com a
indicação da maioria, o Presidente designa a comissão, que pode se reunir para eleger seu Presidente, Vice-
Presidente e começar a trabalhar. O requerimento deve trazer especificados o objetivo e o prazo.
Destaque para determinado fim (aprovação ou rejeição) - O requerimento pede a rejeição ou a aprovação de
determinado dispositivo do texto da proposição, ou de alguma emenda. O cuidado que se deve ter é porque,
quando se vota o requerimento, está-se votando o mérito da matéria. Ou seja, vota-se a rejeição da matéria,
então, rejeita-se a matéria. O contrário também é verdadeiro: se o destaque é para aprovação da matéria,
quando se vota o requerimento, automaticamente está-se votando a aprovação.
Destaque para constituir projeto autônomo - Esse requerimento não pode ser aplicado em projeto de lei
oriundo da Câmara dos Deputados. É apresentado como preliminar da votação do resto da matéria. Se
aprovado, o Senador autor do requerimento tem 48 horas para apresentar o novo projeto. É que, ao aprovar
esse tipo de requerimento, os Senadores estão autorizando a que parte do projeto, por exemplo, não mais
conste daquele que está sendo votado e passe a ser outro, que vai começar a tramitar como projeto novo.
O requerimento, por exemplo, pode solicitar que os arts. 10 a 30 passem a constituir projeto autônomo. Por
isso é que o requerimento deve ser votado antes de se começar a votar o projeto. Porque, se for aprovado, os
arts. 10 a 30 deixam de fazer parte desse, para fazer parte de outro projeto.
Dispensa de discussão – Este é um requerimento que só pode ser assinado por Líder. É um dos poucos no
Senado, embora, nas sessões conjuntas do Congresso Nacional, a regra geral é que os requerimentos sejam
assinados por líderes. Ele é apresentado ao ser anunciada a matéria a que se refere, durante a Ordem do Dia.
Para esse requerimento poder ser apresentado, é preciso que a proposição tenha recebido pareceres favoráveis
de todas as comissões. Se o requerimento for aprovado, passa-se imediatamente à votação da matéria.
Homenagem de pesar – Este requerimento pode ser apresentado por qualquer Senador, durante o Período do
Expediente da sessão, sendo sua votação imediata, precisando apenas do quorum de 1/10 (9 Senadores) para
ser aprovado. A Secretaria de Expediente, então, prepara um documento especial, assinado pelo Presidente
do Senado, a ser enviado às pessoas definidas no requerimento de homenagem. O gabinete do Senador autor
do requerimento deve fornecer os contatos dessas pessoas.
O requerimento pode solicitar também a observância de 1 minuto de silêncio, bem como o levantamento da
sessão, em caso de o homenageado ser parlamentar no exercício do mandato, do Presidente ou do Vice-
Presidente da República.
Se aprovado, ou pela Mesa ou pelo Plenário, a Secretaria de Expediente prepara um ofício, que é assinado
pelo Primeiro-Secretário da Mesa do Senado e endereçado ao Ministro ou ao titular do Órgão diretamente
vinculado à Presidência da República, objeto do requerimento. Eles têm até 30 dias para responder. Caso
contrário, podem responder por crime de responsabilidade.
Inversão da Ordem do Dia – A Ordem do Dia é ordenada conforme determina o Regimento Interno. Mas os
Senadores podem preferir apreciar as proposições em uma outra seqüência. Para isso, antes de iniciar essa
fase da sessão, qualquer Senador pode apresentar um requerimento pedindo a inversão, que pode envolver
desde apenas um item até a pauta toda. Se aprovado o requerimento, passa-se à deliberação na seqüência
determinada pelo Plenário.
Pode acontecer, entretanto, de, depois de a pauta já ter começado, os Senadores, por algum motivo,
desejarem modificar a ordem do que ainda vem pela frente. Como, nesse momento, não é mais possível
apresentar requerimento de inversão, o Regimento apresenta outra solução: requerimento de preferência de
um item (ou de uns itens) sobre outros. O resultado acaba sendo o mesmo: alterar a ordenação da Ordem do
Dia.
Licenças – A Constituição prevê que o Senador (ou o Deputado, na Câmara dos Deputados) pode solicitar
licença para se ausentar dos trabalhos da Casa para tratamento de saúde, para tratar de interesses particulares
(neste caso não há pagamento de subsídios), para desempenhar alguma missão do Senado, para atender a
algum compromisso político ou cultural de interesse parlamentar. Se ele não se licencia e não comparece às
sessões deliberativas, fica com falta. E, pela Constituição, ele só pode faltar até a 1/3 das sessões ordinárias.
Caso contrário, perde o mandato.
Em alguns casos – saúde e interesse particular -, se a licença do titular do mandato for superior a 120 dias
consecutivos, ou seja, de 121 dias em diante, será convocado seu primeiro suplente. Para tratar de interesse
particular, entretanto, esses 121 dias não podem acontecer dentro da mesma sessão legislativa.
Quando o Senador (isso ocorre também para Deputado) é chamado a ocupar cargo de Ministro de Estado,
Governador de Território, Secretário de Estado, Distrito Federal, Território ou Prefeitura de Capital, ou,
ainda, de chefe de missão diplomática temporária, ele não precisa se licenciar; apenas comunica seu
afastamento. Nesses casos, não há prazo, e seu afastamento será igual ao tempo que durar sua nova tarefa.
Ele pode, inclusive, optar pela remuneração de parlamentar.
Ainda sobre esse tema: o Senador, sempre que se ausentar do Brasil, deve comunicar à Casa, mesmo que seja
durante o recesso parlamentar.
Preferências – A palavra já está dizendo o que o requerimento pede: alguma preferência. Uma delas nós já
vimos: preferência de um item sobre outros da pauta (ver o requerimento de inversão da pauta). Mas há
outras preferências possíveis:
1. de projeto sobre substitutivo, quando a preferência regimental recaia sobre o substitutivo. É o caso do
substitutivo que é apresentado pela comissão como conclusão de seu parecer;
2. de substitutivo sobre projeto, quando a preferência regimental recaia sobre o projeto. É o caso do
substitutivo apresentado em Plenário, como conclusão de parecer oral;
Retirada de proposição – O requerimento só pode ser apresentado pelo autor da proposição que se queira
retirar. E é retirada definitiva, ou seja, retirada de tramitação, para que a matéria vá para o arquivo. Se a
proposição for um requerimento, ou seja, se se tratar de requerimento de retirada de um outro requerimento,
então é deferido pelo Presidente da Casa. Se for retirada de um projeto, nesse caso o requerimento de retirada
precisa ser incluído em Ordem do Dia, para ser votado. Se aprovado, o projeto interrompe naquele ponto sua
tramitação e vai para o arquivo. Se o requerimento for rejeitado, o projeto continua sua tramitação.
Sessão especial – O Senado pode realizar uma sessão especial para homenagens. É uma sessão inteira. Mas,
em vez de ser uma sessão inteira, pode-se optar por fazer somente o Período do Expediente de homenagem.
O procedimento para obter essa homenagem é o mesmo: através de um requerimento assinado por no
mínimo 6 Senadores, lido no Período do Expediente de uma sessão e votado após a Ordem do Dia dessa
mesma sessão.
1. art. 336, I – é a urgência urgentíssima, para os casos de matérias que envolvam perigo de segurança
nacional e problemas de calamidade pública. Nesse caso, o requerimento é apresentado em qualquer
momento da sessão, interrompendo-se o que se está fazendo para deliberar sobre o assunto. Aprovado o
requerimento, inicia-se imediatamente a apreciação da matéria para a qual se conferiu regime de urgência. O
parecer é dado na hora, discute-se e vota-se.
Esse requerimento pode ser assinado pela Mesa, pela maioria dos membros do Senado (41), ou por líderes
que representem esse número.
2. art. 336, II – esse requerimento pode ser assinado por Comissão, por 54 Senadores ou por líderes que
representem esse número. O requerimento é lido no Período do Expediente de uma sessão e votado após a
Ordem do Dia. Se aprovado, a matéria a que se refere constará da Ordem do Dia da segunda sessão
deliberativa ordinária subseqüente.
Se a matéria não tiver ainda recebido parecer, ele é oferecido no plenário, por relator designado pelo
Presidente do Senado. As emendas são apresentadas até o encerramento da discussão. Se tiver havido
emendas, o relator oferece parecer sobre elas durante a mesma sessão. Ele pode solicitar prazo de 24 horas
para dar esse parecer. E a matéria é discutida e votada.
Essa urgência pode ser extinta mediante um requerimento de extinção de urgência assinado pela maioria da
composição do Senado (41) ou líderes que representem esse número, ou pela comissão requerente.
3. art. 336, III – é uma urgência mais lenta. O requerimento é lido no Período do Expediente de uma sessão,
é incluído na Ordem do Dia da sessão deliberativa seguinte. Se aprovado, a matéria a que se refere o
requerimento entra na Ordem do Dia da 4ª sessão deliberativa ordinária subseqüente.
Um detalhe: esse tipo de requerimento só pode ser apresentado para matérias que não tenham recebido
parecer.
Nesse caso, o parecer tem que ser oferecido até a véspera da matéria entrar na Ordem do Dia. E as emendas
são apresentadas até o encerramento da discussão. Se não tiver tido nenhuma, passa-se à votação. Mas se
tiver recebido alguma emenda, a matéria sai da Ordem do Dia para voltar na 4ª sessão deliberativa ordinária
subseqüente, devendo o parecer sobre elas ser oferecido até a véspera.
Como podemos reparar, é uma urgência mais lenta que as outras. Mas a maior garantia é que a matéria não
volta para o âmbito das comissões, mesmo tendo recebido emendas.
Esse rito de urgência pode ser assinado por Comissão, por ¼ da composição do Senado (21), ou líderes que
representem esse número. E pode ser extinto mediante requerimento de extinção de urgência assinado por 1/4
da composição do Senado (21), por líderes que representem esse número ou pela comissão requerente.
Existem alguns assuntos que tramitam em regime de urgência, mas não precisam de requerimento para isso.
Alguns exemplos: autorização para o Presidente da República declarar guerra, celebrar paz.
Verificação de votação – É um requerimento oral, apresentado por um Senador e apoiado por outros três.
Como a própria expressão diz, a votação já foi feita, simbolicamente, e vai ser feita novamente, para saber se
o resultado proclamado pelo Presidente da sessão é verdadeiro. Dessa vez, a votação é feita pelo processo
nominal, ou seja, cada senador registra seu voto no painel eletrônico. Se este não estiver funcionando, faz-se
a chamada nominal.
A votação de matérias que só requerem quorum de maioria simples para serem aprovadas também pode ser
desde logo realizada nominalmente, se houver requerimento de votação nominal, assinado por qualquer
senador. Nesse caso, não há duas votações; apenas a nominal. Mas o requerimento tem que ser aprovado
antes.
Voto de aplauso, censura, etc .- É o que o próprio nome diz. O requerimento, antes de ser votado no Plenário,
é enviado à CCJ ou à CRE (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional), para receber parecer.
1. O Presidente da República deve prestar contas ao Congresso Nacional de como gastou o dinheiro do
orçamento da União. É uma das formas que o Poder Legislativo tem de controlar o Poder Executivo.
2. E como isso é feito? O art. 84, XXIV, da Constituição Federal, determina que o Presidente da República
deve “prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
legislativa, as contas referentes ao exercício anterior.”
3. Se ele não o fizer, a Câmara dos Deputados procede à tomada de contas. Nunca vi isso acontecer, porque o
prazo de 60 dias é sempre cumprido. Mas se não for, está previsto o remédio para que a Constituição seja
cumprida.
4. O Presidente da República, por meio de mensagem, encaminha suas contas ao Presidente da Mesa do
Congresso, que, como já vimos, é o Presidente do Senado. Este envia tudo ao Tribunal de Contas da União
(TCU), que, como auxiliar do Poder Legislativo, prepara um parecer prévio, também em um prazo de 60
dias.
6. O Presidente do Senado comunica o fato ao Plenário do Congresso ou, se não houver sessão conjunta,
comunica em uma sessão do Senado e oficia o Presidente da Câmara, que dará conhecimento aos Deputados.
7. A matéria toda vai para a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), para
que ela emita um parecer, concluindo pela apresentação de um projeto de decreto legislativo.
8. Esse projeto vai começar sua tramitação ora pela Câmara dos Deputados, ora pelo Senado, porque os
projetos oriundos da comissão mista têm o início de sua tramitação alternadamente por uma ou outra Casa.
9. Quer tenha sua tramitação iniciada no Senado ou na Câmara, quando o projeto chega ao Senado, ele é lido
no Período do Expediente e abre-se o prazo de 5 dias úteis para apresentação de emendas perante a Mesa. Se
tiver emendas, vai para a CMO, para receber parecer.
10. Pode ser que vocês estejam se perguntando: ”Ora, são as contas do Presidente da República. Como se
pode apresentar emenda a elas?” As emendas não são apresentadas às contas, mas ao projeto de decreto
legislativo, que as aprova.
Um exemplo: já houve caso em que foi apresentada uma emenda acrescentando a expressão “com
restrições”. Assim, as contas daquele ano ficaram aprovadas com restrições, porque a emenda foi acolhida.
11. Na CMO, o procedimento é igual. O relator da matéria principal será o mesmo das emendas. Ele
apresenta seu relatório que, se aprovado, se transforma no parecer.
12. Uma vez aprovado o parecer, ele é numerado e publicado como outro parecer qualquer e terá que cumprir
aquele interstício regimental de que já falamos várias vezes, para poder ser agendado para a Ordem do Dia.
13. O projeto é discutido e votado em turno único, por maioria simples de votos. Aprovado, vai à
promulgação
2. Lido no Expediente, agora de uma sessão conjunta do Congresso Nacional, se o projeto é das Mesas, o
Presidente do Congresso convoca outra sessão para discussão e votação. Se o projeto é de autoria de
parlamentares, então ele vai ao exame das Mesas, que oferecerão pareceres. Pode acontecer de as Mesas
preferirem apresentar um parecer único. Isso é possível.
3. Nos dois casos, o projeto será discutido e votado no plenário de uma sessão conjunta. As emendas podem
ser apresentadas por qualquer congressista (isso quer dizer que qualquer senador ou deputado pode
apresentar emenda) até o encerramento da discussão, em plenário.
4. Vamos aproveitar esse tema para ainda aprendermos sobre apresentação de proposição. Todas as
proposições devem ter justificativa, com exceção dos requerimentos. Nenhum requerimento precisa de
justificativa, com exceção do requerimento que pede adiamento da discussão ou da votação para reexame da
matéria. Esse é o único requerimento que o Regimento do Senado obriga o autor a apresentar justificativa. Os
outros requerimentos até podem ser justificados. Podem. Não têm que ser. Mas os de adiamento para
reexame, esses obrigatoriamente serão justificados. E há uma lógica nesse dispositivo. Porque se a comissão
já se manifestou sobre a matéria, é necessário que haja algum fato novo para que ela se manifeste novamente.
Isso vale em qualquer caso.
Em virtude de reiteradas decisões do Supremo Tribunal Federal, também deve ser devidamente justificado o
requerimento de informação cujo sigilo for protegido por regra constitucional, como as informações
bancárias, fiscais e telefônicas.
5. Voltemos ao nosso projeto de resolução. Tanto faz se o projeto é de autoria das Mesas ou de
parlamentares, se ele tiver recebido emendas, precisa receber parecer das Mesas sobre elas. Também aqui o
parecer pode ser um de cada Mesa ou um parecer único.
8. Nas sessões conjuntas do Congresso Nacional, devemos sempre nos lembrar que a sessão é conjunta, a
discussão das matérias é conjunta, ou seja, deputados e senadores usam da palavra naturalmente. Mas as
votações são bicamerais, ou seja, primeiro chamam-se os deputados a votar e, depois, os senadores. É sempre
assim. Só há uma exceção. Nos vetos apostos a projetos de lei do Senado. Isso vamos ver um pouco mais
adiante, na unidade de vetos.
9. Se o projeto for aprovado em ambas as Casas, então a Resolução – CN (Congresso Nacional) vai ser
promulgada pelo Presidente da Mesa do Congresso.
VETOS PRESIDENCIAIS
1. Quando um projeto de lei, seja ele do Senado, da Câmara ou de Conversão (oriundo de medida
provisória alterada), é aprovado no Poder Legislativo, ele vai à sanção do Presidente da República, que
pode sancioná-lo total ou parcialmente. Se ele sanciona parcialmente significa que o vetou em parte. O
projeto também pode ser vetado totalmente. Muitos juristas entendem que o veto total deve ser
entendido como uma série de vetos parciais.
2. O veto só pode ser aposto por duas razões: uma, política – o projeto ser considerado contrário ao
interesse nacional – e, outra, jurídica – o projeto ser considerado inconstitucional.
3. O Presidente comunica ao Congresso Nacional as razões do veto e as faz publicar no Diário Oficial da
União.
4. Quando o veto chega ao Senado, há um preparo administrativo dessa matéria. A Secretaria de
Coordenação do Congresso prepara a documentação, ou seja, prepara um relatório, anexa toda a
legislação citada, e é feito avulso da mensagem do Presidente da República. Prepara também um ofício
do Presidente do Senado ao Presidente da Câmara solicitando a indicação de 3 Deputados para
comporem a comissão mista que vai analisar o veto e preparar seu relatório. Quando vem a resposta, o
Presidente do Senado indica 3 Senadores.
5. Essa comissão mista, então, é composta por 3 deputados e 3 senadores e tem o prazo de 20 dias
para apresentar seu relatório. É de todo conveniente que dessa comissão façam parte o deputado e o
senador que relataram o projeto inicialmente.
6. A mensagem de veto é lida em uma sessão conjunta, quando é designada a comissão e fixado o
calendário de tramitação.
7. A Constituição Federal dispõe que o Congresso Nacional tem 30 dias para apreciar o veto.
Entretanto, sabemos que esse dispositivo não vem sendo regularmente cumprido.
8. O veto é discutido e é votado também em sessão conjunta. A Constituição dispõe sobre um quorum
de rejeição e não de aprovação. Para ser rejeitado, o veto precisa da maioria absoluta de votos “não”
tanto na Câmara como no Senado. E a votação é secreta.
10. Algumas vezes há vários vetos em um só projeto. Cada um deles deve ser votado separadamente.
Assim, seriam muitas e muitas votações nominais no painel. É um processo bastante demorado. Para
agilizar e preservar o caráter secreto da votação, desde 1992 o Congresso Nacional está utilizando
cédula de votação. Os parlamentares marcam seu voto e depositam a cédula em uma urna, assinando a
lista de presença na votação. Quem faz a apuração desses votos é o Prodasen, acompanhado de uma
comissão de parlamentares indicados pelos líderes partidários e designados pelo Presidente do
Congresso.
11. Todos os parlamentares (deputados e senadores) votam em todos os vetos. Quando o Prodasen vai
fazer a apuração, inicia computando os votos da Câmara. Só fará a apuração no Senado caso a Câmara
tenha rejeitado o veto. Se o projeto de lei vetado for do Senado, então a contagem começa pelos votos
dos senadores, passando a verificar na Câmara, apenas se o veto tiver sido rejeitado no Senado.
Lembrem-se que o veto deve ser rejeitado pelas duas Casas. Ora, se uma delas o mantém, então esse
requisito não é atingido.
13. E como fica a vigência dessa matéria? Ela fazia parte de uma lei que já foi publicada e já começou a
produzir seus efeitos, com exceção do dispositivo vetado. Vamos tomar como exemplo hipotético o art.
2º da lei.
14. Esse art. 2º, que havia sido vetado, cujo veto foi rejeitado pelo Congresso, fazia parte de uma lei
que, também hipoteticamente, tinha como cláusula de vigência “esta lei entra em vigor na data de sua
publicação”. Então, esse art. 2º só entra em vigor da data da sua própria publicação. Seus efeitos não
retroagem à data da publicação da lei em que ele está inserido.
15. Outro exemplo: se este art. 2º estiver inserido em uma lei que tem como cláusula de vigência “esta
lei entra em vigor 90 dias após a publicação”, o art. 2º, quando for publicado, só entrará em vigor 90
dias após a sua publicação do DOU.
16. Dos itens 14 e 15 acima, compreende-se que o art. 2º cumpre o que a cláusula de vigência da lei
dispõe. Mas a partir da sua própria publicação no DOU e não a partir da publicação da lei.
MATÉRIAS ORÇAMENTÁRIAS
a) o projeto de lei sobre o plano plurianual (PPA). É um programa de governo, que tem duração
para 4 anos. E para não haver problemas de descontinuidade de trabalho governamental, o programa
de um governo ultrapassa em um ano seu mandato, ou seja, o Presidente posterior trabalha seu
primeiro ano de gestão com o plano do governo anterior. No seu primeiro ano de mandato, o Presidente
da República envia ao Congresso Nacional seu próprio PPA, até o dia 31 de agosto, e o Congresso deve
aprová-lo até 22 de dezembro. Esse plano vai valer para seus 3 anos restantes de mandato e para o
primeiro ano de mandato do próximo Presidente;
b) o projeto de lei de diretrizes orçamentárias (LDO). É uma lei anual, ou seja, vale por um ano.
O Presidente da República encaminha o projeto de lei ao Congresso Nacional até o dia 15 de abril de
cada ano, e os parlamentares devem apreciá-lo e devolvê-lo para sanção (é um projeto de lei) até o dia
17 de julho. Caso não o façam, a Constituição manda que a sessão legislativa não se interrompa no
mês de julho (o recesso inicia-se em 18 de julho), até que se vote. É para garantir que o Presidente da
República possa preparar o projeto de lei de orçamento, com base nas diretrizes oferecidas pelo
Congresso.
c) o projeto de lei do orçamento da União (LOA). Também é uma lei anual. Todo ano o País tem
um orçamento. O Presidente da República deve enviá-lo ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto
de cada ano de seu governo. E os parlamentares devem votá-lo e devolvê-lo à sanção até 22 de
dezembro. Mas, nesse caso, a Constituição não obriga a que se continue a trabalhar, caso não seja
aprovado, como faz para a LDO.
- créditos suplementares. Também são projetos de lei ordinária, como os demais. É o caso em que
há previsão no orçamento para uma determinada despesa, mas, como se diz, “o dinheiro não deu”.
Então, é necessário que se faça uma suplementação;
- créditos especiais. Esses créditos não estão previstos no Orçamento da União. Um exemplo: quando
é criado algum órgão novo na Presidência da República. Esse fato não poderia estar previsto no
orçamento aprovado no ano anterior, mas é necessário haver verba para instalar o novo órgão. Para
esses casos – e é apenas um exemplo – o Presidente da República encaminha um projeto de lei
solicitando o crédito; e
- créditos extraordinários. Como o próprio nome diz, é extraordinário, não previsto. Então, também
não há previsão orçamentária. São para atender situações emergenciais de calamidade pública – secas,
enchentes -, por exemplo. Esses créditos, inclusive, como atendem aos requisitos constitucionais de
relevância e urgência, podem ser enviados ao Congresso em forma de medida provisória. É o único
caso, em termos de matéria orçamentária.
2. Todas essas matérias vão à análise da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização
– CMO.
3. Quando as mensagens presidenciais encaminhando os projetos chegam ao Congresso Nacional, a
Secretaria de Coordenação Legislativa do Congresso prepara todo o material, inclusive alguma
legislação que tenha sido citada, para que a Gráfica confeccione o avulso. Esses projetos e os
respectivos calendários de tramitação podem ser lidos no Expediente de uma sessão conjunta ou no
Período do Expediente de em uma sessão do Senado. Neste último caso, o Presidente do Senado
comunica o fato ao Presidente da Câmara.
4. As emendas a essas matérias – todos os parlamentares - só podem ser apresentadas perante a CMO,
que elaborará parecer tanto sobre o projeto como sobre as emendas. Os projetos sempre virão a ser
discutidos e votados no plenário de uma sessão conjunta. Mas sobre as emendas o parecer é
conclusivo. Ou seja, ao aprovar o projeto, o Plenário estará aprovando o que a CMO decidiu a respeito
das emendas. Se algum congressista quiser votar alguma emenda em Plenário, deverá apresentar
requerimento assinado por no mínimo 60 parlamentares (deputados e/ou senadores), entregue na
Secretaria-Geral da Mesa do Senado até a véspera do início da discussão do projeto, na Ordem do Dia.
5. O procedimento de votação dessas matérias é bastante simples, porque são projetos de lei ordinária,
ou seja, são deliberados em votação simbólica e aprovados por maioria simples de votos. O mais
trabalhoso é a negociação política anterior à votação em Plenário.
Módulo Complementar 2
Este é mais um módulo complementar ao curso de Processo Legislativo. Trata-se do quadro de siglas
das proposições legislativas.
Aqui você terá a oportunidade de conhecer o significado das siglas usadas para nomear as diversas
proposições.
Objetivos do Módulo
Diretor-Executivo
Carlos Roberto Stuckert
Conteudista
Claudia Lyra Nascimento