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DIÁRIO
PESQUISADO
12/02/2016
ANO: 50 – 2016 FECHAMENTO: 12/02/2016 EXPEDIÇÃO: 14/02/2016 PÁGINAS: 054/047 FASCÍCULO Nº: 06
Sumário
TRABALHO FGTS
CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL SALDO DAS CONTAS
Expediente – Portaria 44 CJF.........................................................051 Atualização – Fevereiro/2016 – Edital 2 Caixa ...............................050
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL
PIS/PASEP
Autônomos – Orientação ................................................................053
Profissionais Liberais – Orientação ................................................053 CONTRIBUIÇÃO
Compensação – Instrução Normativa 1.618 RFB ..........................049
PREVIDÊNCIA SOCIAL
APOSENTADORIA OUTROS ASSUNTOS FEDERAIS
Cálculo – Fevereiro/2016 – Portaria 143 MTPS .............................051 DCTF
AUXÍLIO-DOENÇA Programa Gerador – Ato Declaratório Executivo 5 Codac .............049
Cálculo – Fevereiro/2016 – Portaria 143 MTPS .............................051
JURISPRUDÊNCIA
BENEFÍCIO
SALÁRIO
Pagamento em Atraso – Fevereiro/2016 – Portaria 143 MTPS .....051
Restituição – Fevereiro/2016 – Portaria 143 MTPS .......................051 O desconto dos custos financeiros incidentes
Revisão – Fevereiro/2016 – Portaria 143 MTPS ............................051 sobre as vendas financiadas, para somente
então calcular as comissões pactuadas com
GFIP os empregados, constitui procedimento ilegal..............................047
Preenchimento – Ato Declaratório Executivo 4 Codac ...................051
SINDICATO
PECÚLIO
A empregadora que tem empregado associado
Cálculo – Fevereiro/2016 – Portaria 143 MTPS .............................051
a sindicato está obrigada a descontar
SEFIP a contribuição associativa, comprovada
Preenchimento – Ato Declaratório Executivo 4 Codac ...................051 a autorização expressa e prévia dos filiados. .................................047
TRABALHO
Todos aqueles que participam de uma determinada categoria econô- MULTA – 10% sobre o valor da contribuição, nos primeiros 30 dias,
mica ou profissional, ou de uma profissão liberal, devem recolher a acrescida de 2% por mês subsequente de atraso;
contribuição sindical em favor do sindicato representativo da respec- JUROS – 1% ao mês, ou fração de mês;
tiva categoria ou profissão. CORREÇÃO MONETÁRIA – calculada de acordo com os coefi-
Examinaremos, nesta Orientação, como proceder para efetuar o cientes aplicáveis aos débitos para com a Fazenda Nacional, quan-
cálculo e recolhimento da contribuição sindical dos autônomos e do for o caso.
profissionais liberais. Na determinação do percentual da multa de mora, pode ser utilizada
a fórmula a seguir:
1. VALOR Multa = (2x + 10) – 2
Tratando-se de profissionais liberais ou trabalhadores autônomos, Donde “x” = número de meses em atraso.
não organizados em firma, (inclusive do setor rural), a contribuição Com relação aos acréscimos, esclarecemos que os débitos para
sindical corresponde a 30% do MVR – Maior Valor de Referência. com a Fazenda Nacional, cujos fatos geradores tenham ocorrido a
partir de 1995, não sofrem incidência de correção monetária.
1.1. APURAÇÃO
Desde 27-10-2000, com a extinção da Ufir – Unidade Fiscal de Refe- Exemplo:
rência, os valores das contribuições de interesse de categorias Suponhamos que um profissional liberal não recolha, no mês de
profissionais ou econômicas, vinculados ao MVR, não foram mais fevereiro/2016, a guia de Contribuição Sindical, no valor de R$ 5,70.
atualizados, ficando fixados em Real após as conversões realizadas, Qual valor o profissional liberal deve recolher, se o pagamento da
salvo se a legislação for novamente modificada. guia for efetuado no dia 30-9-2016?
Assim, para obtermos o valor em Real, dividimos o MVR fixado em Número de meses em atraso = 7 (de março a setembro/2016)
Cr$ 2.266,17 por Cr$ 126,8621, achando-se a quantidade de Ufir a
ser multiplicada pelo valor da Ufir vigente até 27-10-2000, conforme – Cálculo da Multa:
segue: (2x + 10) – 2 =
• Cr$ 2.266,17 ÷ Cr$ 126,8621 = 17,8633 Ufir (2 x 7 + 10) – 2 =
• 17,8633 Ufir x R$ 1,0641 (Ufir/2000) = R$ 19,0083, que, por critério (14 + 10) – 2 =
de arredondamento, passa a ser R$ 19,01 24 – 2 = 22, que equivale a 22%
• R$ 19,01 x 30% = R$ 5,70
– Cálculo dos Juros:
Desta forma, o valor da contribuição sindical dos profissionais libe-
rais e dos autônomos, não organizados em firma ou empresa, resulta • 1% multiplicado por 7 meses = 7%
em R$ 5,70. Assim, o profissional liberal recolherá o seguinte valor:
I – Valor original do débito ..................................................R$ 5,70
II – Multa (22% do item I) ....................................................R$ 1,25
1.2. MINISTÉRIO DO TRABALHO
O Ministério do Trabalho, através da Nota Técnica 125 CGRT-SRT/ III – Juros (7% do item I) .....................................................R$ 0,40
2003 esclareceu que o valor da contribuição sindical devida pelos Total a recolher..................................................................R$ 7,35
trabalhadores autônomos e profissionais liberais é de R$ 5,70.
2.1.1. Contribuição Sindical Rural
1.3. FEDERAÇÕES E SINDICATOS Para os trabalhadores rurais que trabalham individualmente ou em
Algumas federações, associações ou mesmo sindicatos de profis- regime de economia familiar, a contribuição sindical rural é fixada da
sionais liberais fixam anualmente a contribuição sindical, conside- mesma forma prevista para a contribuição sindical urbana devida
rando índices de inflação que, por questões próprias, diferem em pelos agentes ou trabalhadores autônomos e pelos profissionais
valores da que divulgamos com base na legislação. liberais.
Assim, apesar de entendermos que os valores elaborados pelas O TST – Tribunal Superior do Trabalho, por meio da Súmula 432,
próprias entidades não possuem embasamento legal para proposi- esclareceu que o recolhimento da contribuição sindical rural fora do
tura da ação de cobrança, os autônomos e profissionais liberais prazo não acarreta a aplicação da multa progressiva prevista no
devem adotar o procedimento que julgarem mais adequado. artigo 600 da CLT (10% sobre o valor da contribuição, nos primeiros
30 dias, acrescida de 2% por mês subsequente de atraso), nos
2. PRAZO DE RECOLHIMENTO mesmos moldes da contribuição sindical urbana, em virtude da sua
A contribuição sindical é recolhida de uma só vez e anualmente. revogação tácita pela Lei 8.022/90.
O recolhimento da contribuição sindical dos profissionais liberais e Sendo assim, a contribuição sindical rural, quando recolhida, espon-
autônomos deve ser realizado no mês de fevereiro de cada ano, taneamente, fora do prazo de vencimento, fica sujeita aos seguintes
encerrando-se o prazo no ano de 2016, no dia 29-2. acréscimos, conforme previsto no artigo 2º da Lei 8.022/90:
a) multa – 20% sobre o valor da contribuição, reduzida a 10% se o
2.1. ACRÉSCIMOS NO RECOLHIMENTO EM ATRASO pagamento for efetuado até o último dia útil do mês subsequente
A contribuição sindical recolhida, espontaneamente, fora do prazo àquele em que deveria ter sido pago;
de vencimento fica sujeita aos seguintes acréscimos: b) juros – 1% ao mês, contado do mês seguinte ao do vencimento.
LEGISLAÇÃO, DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA 053
COAD FASCÍCULO 06/2016 TRABALHO
O CJF – Conselho da Justiça Federal, por meio do Ato em (quarta-feira) o expediente será das 14 às 19 horas, ficando prorro-
referência, comunica que não haverá expediente nos dias 8 e gados os prazos que porventura se iniciem ou se completem
9-2-2016 (segunda-feira e terça-feira), e que no dia 10-2-2016 nesses dias.
PREVIDÊNCIA SOCIAL
O referido Ato estabelece, para o mês de fevereiro/2016, os fatores de atualização dos salários de contribuição, para utilização nos
cálculos dos seguintes benefícios:
Índice de Reajustamento Atualização
– das contribuições vertidas de janeiro/67 a junho/75, para o cálculo do pecúlio
1,001320, TR – Taxa Referencial do mês de janeiro/2016 (dupla cota);
– das contribuições vertidas a partir de agosto/91, para cálculo do pecúlio (novo).
– das contribuições vertidas de julho/75 a julho/91, para o cálculo do pecúlio
1,004624, TR do mês de janeiro/2016 mais juros
(simples).
– dos benefícios no âmbito de Acordos Internacionais;
– do salário de benefício, nos casos de aposentadoria e auxílio-doença;
1,015100 – de benefícios pagos em atraso por responsabilidade da Previdência Social;
– de restituição de benefício recebido indevidamente;
– de revisão de benefício superior ao que vinha sendo pago.
As tabelas com os fatores de atualização monetária, mês a mês, para apuração do salário de benefício e para pagamento de benefícios
atrasados, encontram-se disponíveis no site da Previdência Social, no endereço www.previdencia.gov.br, na página “Legislação”.
A Codac – Coordenação-Geral de Arrecadação e Cobrança, c) informar múltiplos vínculos no campo Ocorrência para os
por meio do Ato em referência, estabelece que as pessoas jurídicas Contribuintes Individuais declarados em GFIP e informar a contribui-
de direito privado, mantenedoras de instituições de ensino superior, ção desse segurado, calculada conforme alíquotas descritas na letra
sem fins lucrativos, que adotaram as regras de seleção de estudan- “e”, no campo Valor Descontado do Segurado;
tes bolsistas, bem como optaram por transformar sua natureza jurí- d) calcular a contribuição patronal previdenciária de forma
dica em sociedade de fins econômicos, cujo pagamento da quota gradual:
patronal para a Previdência Social se dá de forma gradual, quando – no 1º ano com 80% de isenção – quota patronal = 4%;
do preenchimento da Gfip – Guia de Recolhimento do Fundo de – no 2º ano com 60% de isenção – quota patronal = 8%;
Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social,
– no 3º ano com 40% de isenção – quota patronal = 12%;
devem observar os seguintes procedimentos:
a) utilizar o código FPAS – Fundo de Previdência e Assistên- – no 4º ano com 20% de isenção – quota patronal = 16%.
cia Social 574; e) calcular a contribuição do segurado contribuinte individual,
b) preencher o campo Outras Entidades (Terceiros) com os observando a dedução de 45% da contribuição da empresa, efetiva-
códigos correspondentes ao FPAS 574; mente recolhida ou declarada, incidente sobre a remuneração que
LEGISLAÇÃO, DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA 051
COAD FASCÍCULO 06/2016 PREVIDÊNCIA SOCIAL/FGTS
lhe foi paga ou creditada, limitada a dedução a 9% do respectivo Previdência Social e a contribuição patronal devida de acordo com a
salário de contribuição, na hipótese de o contribuinte individual pres- graduação, mantendo demonstrativo de cálculo à disposição da
tar serviço a uma ou mais empresas, conforme exemplo abaixo: fiscalização;
– no 1º ano com 80% de isenção e quota patronal = 4% (dedu- g) recolher os valores devidos em GPS – Guia da Previdência
ção de 0,45 x 4% = 1,8%), o percentual a descontar do contribuinte Social com o código 2100;
individual é de 18,2%; h) os relatórios “RELATÓRIO DE VALOR DE RETENÇÃO”,
– no 2º ano com 60% de isenção e quota patronal = 8% (dedu- “RELATÓRIO DE COMPENSAÇÕES” e “RELATÓRIO DE REEM-
ção de 0,45 x 8% = 3,6%), o percentual a descontar do contribuinte BOLSO” gerados pelo Sefip devem ser desprezados e mantidos os
individual é de 16,4%; demonstrativos de origem do crédito, para fins de fiscalização e/ou
– no 3º ano com 40% de isenção e quota patronal = 12% pedido de reembolso/restituição/compensação;
(dedução de 0,45 x 12% = 5,4%), o percentual a descontar do contri- i) os procedimentos descritos nas letras “c”, “d”, “e”, “f” e “h” não
buinte individual é de 14,6%; se aplicam a partir do 5º ano após 1º dia do mês de realização da
– no 4º ano com 20% de isenção e quota patronal = 16% assembleia geral que autorizou a transformação da sua natureza jurí-
(dedução de 0,45 x 16% = 7,2%), o percentual a descontar do contri- dica em sociedade de fins econômicos, quando as pessoas jurídicas
buinte individual é de 12,8%. passam a contribuir com o valor integral das contribuições devidas.
f) lançar no campo Compensação a diferença entre a contri- O Ato Declaratório Executivo 4 Codac/2016, que entra em
buição patronal calculada pelo Sefip – Sistema Empresa de Recolhi- vigor a partir de 5-2-2016, produz efeito, no que couber, a partir de
mento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à 14-1-2005.
FGTS
Caixa divulga coeficientes de JAM para crédito nas contas vinculadas em fevereiro/2016
O referido Ato torna público o Edital Eletrônico do FGTS, com validade para o período de 10-2 a 9-3-2016, no qual estão disponíveis as
orientações para aplicação dos coeficientes próprios do FGTS, as respectivas finalidades e forma de utilização.
No Edital, que se encontra disponível no site www.caixa.gov.br em versão eletrônica ou, alternativamente, nas agências da Caixa,
estão contemplados os coeficientes para recolhimento mensal em atraso, por data de pagamento, a ser efetuado através da GRF – Guia
de Recolhimento do FGTS, e para recolhimento rescisório em atraso, a ser realizado por meio da GRRF – Guia de Recolhimento Resci-
sório do FGTS.
O Edital 2 Caixa/2016 fixa os coeficientes de JAM – Juros e Atualização Monetária, que serão creditados nas contas vinculadas do FGTS
em 10-2-2016, incidindo sobre os saldos existentes em 10-1-2016, deduzidas as movimentações ocorridas no período de 11-1 a 9-2-2016,
conforme tabela a seguir:
(3% a.a.) conta referente a empregado não optante, optante a partir de 23-9-71 (mesmo que a opção tenha retroagido), trabalhador avulso e optante
0,003789 até 22-9-71 durante os dois primeiros anos de permanência na mesma empresa;
(4% a.a.)
conta referente a empregado optante até 22-9-71, do terceiro ao quinto ano de permanência na mesma empresa;
0,004598
(5% a.a.)
conta referente a empregado optante até 22-9-71, do sexto ao décimo ano de permanência na mesma empresa;
0,005399
(6% a.a.)
conta referente a empregado optante até 22-9-71, a partir do décimo primeiro ano de permanência na mesma empresa.
0,006193
As orientações e os coeficientes para cálculo do recolhimento em atraso do FGTS, válidos para o período deste
Edital, também podem ser obtidos no Portal COAD > Obrigações > Recolhimento em Atraso > FGTS.
Os coeficientes de JAM desde 1967, para crédito nas contas vinculadas do FGTS, estão disponibilizados no Portal
COAD > Obrigações > Tabelas Práticas > JAM – FGTS.
LEGISLAÇÃO, DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA 050
PIS-PASEP/OUTROS ASSUNTOS FEDERAIS/JURISPRUDÊNCIA FASCÍCULO 06/2016 COAD
PIS/PASEP
A Codac – Coordenação-Geral de Arrecadação e Cobrança, O PGD destina-se ao preenchimento da DCTF Mensal, origi-
por meio do referido Ato, aprova a versão 3.3 do PGD – Programa nal ou retificadora, inclusive em situação de extinção, incorporação,
Gerador da Declaração de DCTF – Débitos e Créditos Tributários fusão e cisão total ou parcial, relativa aos fatos geradores que ocor-
Federais Mensal para: rerem a partir de 1-8-2014, nos termos da:
a) inclusão das Caixas de Verificação “Empresa optante pelo – Instrução Normativa 1.110 RFB, de 24-12-2010 (Fascículo
Simples Nacional” e “PJ optante pela CPRB”, para atendimento das 52/2010), e suas alterações, para fatos geradores ocorridos no
disposições contidas na Instrução Normativa 1.599 RFB, de 11-12-2015 período de 1-8-2014 a 30-11-2015;
(Fascículo 50/2015); – Instrução Normativa 1.599 RFB/2015, e suas alterações,
b) inclusão do Campo “CEI da Obra”, para informação das para fatos geradores ocorridos a partir de 1-12-2015.
matrículas inscritas no CEI – Cadastro Específico do Instituto Nacional O Ato Declaratório Executivo 5 Codac/2016 também estabe-
do Seguro Social relativas a débitos de CPRB – Contribuição Previ- lece que o preenchimento da DCTF Mensal, original ou retificadora,
denciária sobre a Receita Bruta de empresas de construção, conforme inclusive em situação de extinção, incorporação, fusão e cisão total
Instrução Normativa 1.436 RFB, de 30-12-2013 (Fascículo 01/2014); e ou parcial, relativa aos fatos geradores que ocorrerem no período de
c) inclusão do NUP – Número Único de Protocolo, número de 1-1-2011 a 31-7-2014 deverá ser efetuado mediante a utilização da
processo administrativo de 21 dígitos, conforme determina a Portaria versão 2.5 do PGD DCTF Mensal, nos termos da Instrução Norma-
Interministerial 2.321 MJ-MP, de 30-12-2014 (DO-U DE 31-12-2014). tiva 1.110 RFB/2010, e suas alterações.
JURISPRUDÊNCIA
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE – BASE DE CÁLCULO – mediante lei ou norma coletiva. Recurso de Revista conhecido e
SALÁRIO BÁSICO provido, no tema. (TST – RR 110800-18.2008.5.04.0022 – Rel. Min.
Hugo Carlos Scheuermann – Publ. em 13-11-2015) @153115
– A Corte regional adotou o entendimento de que “base de
cálculo do adicional de insalubridade é o salário básico recebido, pois
ADVOGADO – CONTRATO DE ASSOCIAÇÃO E CONTRA-
a CF/88 fixou ser de natureza remuneratória o adicional em apreço.
Ademais, a adoção do salário-mínimo como base de cálculo não
TO DE EMPREGO – DISTINÇÃO
encontra respaldo constitucional.” Na esteira da jurisprudência do – O contrato de associação previsto nos arts. 39 e 40 do
STF, esta Corte firmou entendimento no sentido de que a base de RGOAB e o de emprego de advogado, nos moldes dos arts. 2º e 3º
cálculo do adicional de insalubridade, tanto antes como após a edição da CLT e disposições da Lei nº 8.906/94, embora se assemelhem no
da Súmula Vinculante nº 4 do STF, continua a ser o salário-mínimo de tocante à pessoalidade, diferem substancialmente em diversos pon-
acordo com o art. 192 da CLT, até que nova base seja estabelecida tos. Quanto ao objeto do contrato de associação, há prévio delinea-
LEGISLAÇÃO, DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA 049
COAD FASCÍCULO 06/2016 JURISPRUDÊNCIA
mento das causas em que o associado atuará, como, por exemplo, ajuizamento da ação. Recurso Especial provido para julgar proce-
um processo específico, determinado cliente, ramo do direito, instân- dente o pedido de concessão de aposentadoria a partir de agosto de
cia etc., já o contrato de emprego é feito para a prestação de serviços 2006. (STJ – REsp. 1.296.267 – RS – Rel. Min. Napoleão Nunes
advocatícios sem prévia delimitação de atuação; a remuneração Maia Filho – Publ. em 11-12-2015) @153464
dessas duas figuras contratuais também difere, visto que a associa-
ção, para afastar o vínculo de emprego, deve ensejar a efetiva parti-
cipação nos resultados do negócio de prestação de serviços advoca- CONTRATO DE SAFRA – RECONTRATAÇÃO – UNICIDA-
tícios – art. 39 do RGOAB –, pois o associado responde subsidiária e DE CONTRATUAL
ilimitadamente pelos danos causados diretamente ao cliente – art.
– A hipótese trata de típicos contratos de safra, posto que
40 do RGOAB – a caracterizar a participação no risco do negócio, o
dependentes de peculiar sazonalidade, estando materializados em
que é incompatível com o contrato de emprego, em especial por
ajustes escritos de trabalho, devidamente anotados na CTPS. Logo,
remuneração mensal fixa sem objeto específico previamente contra-
a situação encontra-se perfeitamente amparada pelo artigo 443, da
tado, visto que este denota a alienação de mão de obra intelectual de
CLT, e artigo 14 da Lei nº 5.889/73. Ausente demonstração de
forma onerosa; o tempo destinado ao cumprimento do contrato de
fraude ou outra forma de desvirtuamento dessa forma especial de
associação é livre, devendo se ater apenas ao necessário cumpri-
contratação, inexiste fundamento para a decretação da nulidade
mento das obrigações previamente estabelecidas, enquanto no
desses contratos de safra e indevida, por decorrência, a declara-
contrato de emprego advocatício há o controle da disponibilidade do
ção de unicidade contratual. Sentença mantida. (TRT-9ª R. – RO
advogado, ainda que de forma rarefeita, podendo o escritório empre-
314-2014-567-09-00-6 – Relª Desª Sueli Gil El Rafihi – Publ. em
gador exigir dele o cumprimento de atividades em momentos deter- 24-11-2015) @153161
minados conforme o interesse do escritório e em razão de seu jus
variandi, como, por exemplo, determinando que um advogado em-
pregado interrompa sua atividade interna e vá substituir um outro em CONTRATO DE TRABALHO – PERÍODO DE TREINAMEN-
uma audiência, visto que esses pressupostos da relação de em- TO – INTEGRAÇÃO AO TEMPO DE SERVIÇO
prego coexistem com a isenção técnica e independência profissional
inerentes à advocacia, conforme expressamente dispõe o art. 18 da – No período de treinamento, a trabalhadora encontra-se à
Lei nº 8.906/94, mas não excluem a tipificação para fins dos arts. 2º e disposição da reclamada com o fim de adequar-se às condições
3º da CLT. (TRT-3ª R. – RO 849-2014-001-03-00-7 – Rel. Des. contratuais estabelecidas por esta, capacitando-a para o efetivo
Sebastião Geraldo de Oliveira – Publ. em 6-11-2015) @153153 exercício das tarefas para as quais se comprometeu. Referido
período assemelha-se à experiência, fazendo-se presentes, na indi-
gitada fase, os requisitos constantes dos artigos 2º e 3º, da CLT.
APOSENTADORIA – TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – IMPLE- Logo, deve ser compreendido no tempo de duração do contrato de
MENTAÇÃO DA CARÊNCIA APÓS O AJUIZAMENTO DA trabalho. (TRT-3ª R. – RO 274-2015-036-03-00-7 – Rel. Des. Heri-
AÇÃO – FATO SUPERVENIENTE berto de Castro – Publ. em 6-11-2015) @153157
vínculo de emprego e não eclesiástica como pretende a parte ré. RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO –
Somente por acessar as informações financeiras do seu emprega- PRESSUPOSTOS – FALTA GRAVE PATRONAL – NECES-
do-membro é que a ré tem conhecimento de que o autor fazia o paga- SIDADE DE COMPROVAÇÃO
mento do dízimo referente ao salário de antes da promoção. Houve,
de parte do réu, confusão no tratamento da questão empregatícia – O reconhecimento da rescisão indireta do contrato de traba-
com a religiosa. Todas as obrigações e comportamentos que a igreja lho demanda a configuração de falta grave patronal, de acordo com
possa impor aos seus membros, somente tem pertinência em face as hipóteses arroladas no art. 483 da CLT, tornando insustentável a
do acolhimento/permanência na esfera própria da igreja, enquanto continuidade da relação de emprego. Não comprovadas as faltas
não empregadora. Nesta última condição, assume o réu obrigação patronais apontadas como motivo para a rescisão indireta e eviden-
que lei impõe a todos. Neste contexto, não bastam argumentos que, ciado que a autora faltou injustificadamente ao trabalho por quase 30
por exemplo, não havia desconto de dízimo nos salários, porquanto, dias, por vontade própria em razão do seu descontentamento com
por meio indireto impunha esse ônus, como condição, reputando mudança nas condições de trabalho, realizada dentro dos limites do
comportamento inadequado a não quitação do dízimo, com influên- poder diretivo e do jus variandi do empregador, não existe embasa-
cia na manutenção do emprego. Nos mesmos moldes, no que res- mento para oblíqua ruptura do pacto laboral. (TRT-3ª R. – RO
peita à relação familiar do autor – com sua esposa/companheira –, 1016-2014-129-03-00-7 – Relª Convocada Juíza Martha Halfeld F.
aspecto, que por igual, não dita, segundo a ordem jurídica que disci- de Mendonça Schmidt – Publ. em 13-11-2015) @153093
plina a relação de emprego, vedação/impossibilidade de contrata-
ção/manutenção de vínculo empregatício. É nesse contexto, que se SALÁRIO – COMISSÕES SOBRE VENDAS A PRAZO –
vislumbra que efetivamente o autor foi tratado com diferença que a lei BASE DE CÁLCULO
não autoriza ao empregador. O autor sofreu influência direta de aspec-
tos religiosos de que participa o réu com repercussão e vinculação – O desconto dos custos financeiros incidentes sobre as
direta ao contrato de trabalho, resultando em rescisão contratual por vendas financiadas, para somente então calcular as comissões
motivação que a lei não contempla – ainda que formalmente tenha se pactuadas com os empregados, constitui procedimento manifes-
dado sem justa causa. A prova, assim descrita, denuncia tratamento tamente ilegal, à luz dos arts. 2º e 4º da Lei 3.207/57 e 462 da CLT.
que discrimina, no contexto do trabalho, por fator alheio a esse, e Os encargos decorrentes das várias formas de pagamento ofereci-
assim injustificável, autorizando o deferimento do dano moral. Re- das aos clientes, sejam esses suportados pela própria empresa ou
curso Ordinário da parte autora, ao qual se dá provimento no particu- pelo consumidor, configuram receitas/despesas inerentes ao desen-
lar. (TRT-9ª R. – RO 37430-2013-004-09-00-6 – Rel. Des. Archime- volvimento da atividade econômica comercial, sendo de todo desca-
des Castro Campos Junior – Publ. em 27-10-2015) @153182 bido o compartilhamento desse ônus com os empregados. A lei não
excepcionou quaisquer valores das operações de venda, para efeito
de cálculo das comissões devidas aos vendedores, razão pela qual a
RELAÇÃO DE EMPREGO – SOCIEDADE DE FATO – AUSÊN- verba deve ser computada sobre o valor total faturado em cada
CIA DE SUBORDINAÇÃO negócio, independentemente da forma mediante a qual se processa
o pagamento. Ainda que a dedução esteja prevista no contrato, tal
– A teor dos artigos 2º e 3º da CLT, o vínculo de emprego exige pactuação configura-se abusiva, visto que os empregados acaba-
que o trabalho seja prestado por pessoa física, com pessoalidade, riam por assumir, juntamente com a empresa, os riscos derivados
não eventualidade, onerosidade e subordinação. A esses elementos das vendas efetuadas a prazo. Há nesse procedimento clara viola-
expressamente previstos se acresce a alteridade. Na ausência de ção ao art. 2º da CLT, devendo essa prática ser rechaçada com
veemência, pois caracteriza claro desvirtuamento dos preceitos que
qualquer um deles, resta descaracterizada a relação empregatícia
promanam da legislação trabalhista – art. 9º da CLT. Essa tese
vindicada. No caso dos autos, restou comprovado que embora não prevaleceu no âmbito deste Eg. TRT, quando de recente uniformiza-
figurasse no contrato social, o autor era sócio da ré, participando da ção de jurisprudência, de que trata a Lei nº 13.015/2014: “COMIS-
ingerência na sociedade. Como no direito do trabalho prevalece o SÕES SOBRE VENDAS A PRAZO – BASE DE CÁLCULO. As co-
princípio da primazia da realidade, ausente a subordinação jurídica, missões sobre as vendas a prazo devem incidir sobre o preço final da
não é possível o reconhecimento do vínculo empregatício pleiteado. mercadoria, neste incluídos os encargos decorrentes da operação
Recurso do autor a que se nega provimento. (TRT-9ª R. – RO de financiamento”. (TRT-3ª R. – RO 1367-2012-028-03-00-1 – Relª
6115-2014-661-09-00-1 – Relª Desª Thereza Cristina Gosdal – Publ. Convocada Juíza Martha Halfeld F. de Mendonça Schmidt – Publ.
em 2-10-2015) @153194 em 13-11-2015) @153141
– O Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho foi assinado – A empregadora que tem empregado associado a entidade
pela empregada e registra como motivo do rompimento “Rescisão sindical está obrigada a descontar na folha de pagamento as mensa-
lidades da contribuição associativa, comprovada a autorização ex-
contratual a pedido do empregado”. A autora impugnou o documento
pressa e prévia dos filiados. Não cabe à empregadora assumir, por
e alegou que foi induzida a erro no momento da assinatura do TRCT, autoridade própria, a existência de defeitos na instituição da mensali-
uma vez que a despedida ocorreu por iniciativa da empregadora, dade de filiados, para eximir-se da realização dos descontos, pois
sem justa causa. Contudo, por se tratar de fato constitutivo do seu impertinentes à sua relação jurídica com o sindicato profissional.
direito, era seu o ônus de comprovar o erro alegado na inicial – Somente os empregados associados têm a faculdade de oposição
artigos 818, da CLT, e 333, I, do CPC –, do qual não se desincum- aos referidos descontos, por irregularidades na sua instituição, e
biu a contento. Sentença mantida no particular. (TRT-9ª R. – RO que, no caso de serem ilícitos, serão passíveis de devolução pela via
113-2015-053-09-00-6 – Relª Desª Thereza Cristina Gosdal – Publ. própria. (TRT-12ª R. – RO 2505-2014-011-12-00-0 – Relª Desª
em 10-11-2015) @153175 Águeda Maria L. Pereira – Publ. em 3-11-2015) @153221
LEGISLAÇÃO, DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA 047