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DOI: 10.

5327/Z2317-4889201400020006

Artigo

Lateritas do Domínio Médio Coreaú –


Comportamento geoquímico de mantos
lateríticos do Noroeste do Estado do Ceará
Laterites of the Coreaú Mid-Domain – Geochemistry behavior of
lateritic mantles in the Northwest of Ceará State
Ana Cláudia de Abreu Siqueira1, Christiano Magini2*, Elton Luis Dantas3,
Reinhardt Adolf Fuck3, José Marcos Sasaki4

RESUMO: Neste trabalho é apresentada uma avaliação sobre a assina- ABSTRACT: In this paper an evaluation is made over the geo-
tura geoquímica dos principais elementos maiores em rochas lateríticas chemistry signature of major elements in lateritic rocks on the coun-
que ocorrem nos municípios de Granja, Martinópole e Parazinho, no ties of Granja, Martinópole and Parazinho, Northwest of Ceará
Noroeste do Estado do Ceará. Geologicamente, a área está localizada no State. Geologically, the area is located in Médio Coreaú Domain,
Domínio Médio Coreaú, caracterizada pelo Complexo Granja, repre- characterized by the Granja Complex, which is the geological base-
sentando o embasamento da região, composto por gnaisses, granulitos ment of the region, composed by gneiss, granulites and migmatites,
e migmatitos e por sequências supracrustais compostas pelos quartzitos and supracrustal sequences formed by quartizites and phyllites of
e filitos do Grupo Martinópole e Ubajara, além de sedimentos cenozoi- Martinópole and Ubajara Group, and also cenozoic sediments
cos da Formação Barreiras. Lateritas são normalmente encontradas em of Barreiras Formation. Laterites are normally found in humid
climas úmidos (sazonais ou não), porém a condição climática atual da weather (seasonal or not), so it is more likely that the generation
região é considerada semiárida. Sendo assim, o mais provável é que o process of this lateritic beds were under ancient climatic conditions,
processo que levou à geração desses mantos seja decorrente de condições totally different from the present. The laterites are associated with
climáticas mais antigas e diferenciadas da atual. As lateritas encontram- gneiss, quartzites and phyllites. The prevailing laterization process
se associadas aos gnaisses, quartzitos e filitos. O processo de laterização is the metal enrichment, especially iron. Iron content varies from
predominante é o enriquecimento em metais, principalmente o ferro. 34.69 to 77.85% in the altered rock samples; this trend being more
Os teores de ferro variam de 34,69 a 77,85% nas zonas laterizadas; essa evident in gneiss, in which iron enrichment exceeds 75%. Al con-
tendência ferruginosa é mais evidente nos gnaisses, em que os valores tent increases 6 to 7% in altered rocks. Sm-Nd data showed that
de enriquecimento chegam a resultados acima de 75%. Os teores de Al the ratios obtained in these laterites are similar to the protoliths and
crescem aproximadamente de 6 a 7% na rocha em processo de alteração. can be used to define autochthonous from allocththounus laterites
Dados isotópicos Sm-Nd mostram que os valores das razões obtidas nas and also confirm Sm and Nd mobility in the laterization process.
lateritas são similares aos protólitos, podendo ser utlizados na definição KEYWORDS: NW Ceará; laterite; weathering; geochemistry.
de lateritas autóctones ou alóctones, além de confirmar relativa imobili-
dade do Sm e do Nd no processo de laterização.
PALAVRAS-CHAVE: NW Ceará; laterita; intemperismo; geoquímica.

Programa de Pós Graduação de Geologia, Centro de Ciências, Universidade Federal do Ceará - UFC, Fortaleza (CE), Brasil. E-mail: anasiqueira100@gmail.com
1

Departamento de Geologia, Centro de Ciências, Universidade Federal do Ceará - UFC, Fortaleza (CE), Brasil. E-mail: magini2005@hotmail.com
2

Instituto de Geociências, Universidade de Brasília - UnB, Brasília (DF), Brasil. E-mail: elton@unb.br, reinhardt@unb.br
3

Departamento de Física, Universidade Federal do Ceará - UFC, Fortaleza (CE), Brasil. E-mail: sasaki@fisica.ufc.br
4

*Autor correspondente
Manuscrito ID: 30039. Recebido em: 30/09/2013. Aprovado em: 26/05/2014.

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Lateritas do Domínio Médio Coreaú

INTRODUÇÃO Já foram apresentadas diversas propostas para sistemati-


zação da classificação de lateritas, porém a maior dificuldade
Neste trabalho é apresentada uma avaliação sobre o com- na categorização se dá por conta de não ser possível insti-
portamento geoquímico de mantos lateríticos que ocorrem tuir perfil ou comportamento padrão que possa ser adotado
nos municípios de Granja, Martinópole e Parazinho a noro- em todos os casos.
este do Estado do Ceará. Oliveira (2006) considera o princípio de que os elemen-
Os lateritos são analisados como produtos geológicos tos químicos provenientes da decomposição dos minerais
decorrentes dos processos de laterização, formados pelo são removidos dos solos de forma diferencial. Sendo assim,
intemperismo a partir da rocha exposta na superfície dos é possível quantificar os índices de intemperismo químico
terrenos e/ou próximo à superfície, denominados coletiva- por intermédio de equações estabelecidas por Harrassowitz
mente de lateritas ou formações lateríticas. As mudanças (1926 apud Oliveira 2006), que propôs os índices Ki e Kr,
mineralógicas foram identificadas com o auxílio da difra- classificando os solos por meio da quantidade de sílica rela-
tometria de raios X. tiva; Ki é calculado pela relação (SiO2/Al2O3), e Kr, pela
O conceito empregado por Costa (1991) sugere que late- relação entre (SiO2/(Al2O3 + Fe2O3)).
ritos são rochas formadas ou em processo de intenso intem- Complementando as relações estabelecidas por
perismo químico de rochas preexistentes, gerando uma nova Harrassowitz (1926 apud Oliveira 2006), Martin e Doyne
mineralogia que quase sempre envolve hidratação, e/ou em (1927, apud Autret 1983) propõem uma classificação para
processo de oxidação acompanhada de lixiviação de outros materiais lateríticos baseada no índice de Ki. Em outro
elementos químicos. estudo, Medina (1970 apud Fumió 1982) propõe uma clas-
A laterização é um processo de alteração por intempe- sificação para a relação molecular de Kr, mais confiável por
rismo que ocorre por meio de intensa lixiviação e repreci- apresentar três elementos químicos de extrema importância
pitação, formando assim o laterito. Para isso, é necessário envolvidos no processo de laterização.
que as condições climáticas sejam favoráveis e a precipitação Neste trabalho também será levado em consideração o
atmosférica seja maior que a evapotranspiração potencial sistema definido por Karunakaran – Sinha Roy (1971 apud
durante a maior parte do ano. Outro fator importante é a Nogueira Junior 1985). Os autores fazem uma classificação
velocidade de decomposição da matéria orgânica, que deve ser em lateritas ferruginosas e aluminosas, utilizando-se das com-
igual à de sua produção, não havendo acúmulo sobre o solo. parações entre os teores de SiO2, Al2O3 e Fe2O3.
A ação mais característica da laterização é a remoção de Outra classificação que será observada neste trabalho é
álcalis devido à grande velocidade de lixiviação. Atualmente de Schellmann (1983 apud Costa 2007), que também iden-
a explicação mais aceita é a de Schellmann (1981, p. 2), que tificou distintos graus de lateritização com base em um dia-
define lateritos como “produtos de intenso intemperismo grama ternário SiO2, Al2O3 e Fe2O3, categorizando assim o
químico de rochas sub-aéreas, cujos conteúdos de Fe e/ou avanço do processo de laterização em caulinização, lateritiza-
Al são superiores, e os de Si são inferiores aos da rocha-mãe ção incipiente, lateritização moderada e lateritização intensa.
meramente caulinizada”. Nogueira Junior (1985) defende Estudos realizados por Bourman e Ollier (2002) apre-
que esse conceito se fundamenta basicamente nos proces- sentam diagramas aperfeiçoados em cima do diagrama ter-
sos de evolução dos produtos de alteração residual, a par- nário de Schellmann, onde o quartzo, a gibbsita e os óxidos
tir dos quais ocorre concentração relativa de constituintes e hidróxidos de ferro representam, respectivamente, SiO2,
pouco solúveis (principalmente Fe e Al) pela remoção de Al2O3 e Fe2O3. Os autores ressaltam os diferentes mate-
seus constituintes móveis. riais encontrados na zona ferruginosa dos perfis lateríticos.
Schellmann (1981) comparou características semelhantes No entanto, a teoria de Schellmann não deixa de ser válida,
dos principais estudos realizados com lateritos no mundo, pois os domínios maiores de SiO2 e Fe2O3 apresentados con-
inclusive o seu: tinuam a convergir para as zonas da caulinitização e da late-
■■ São constituídos de SiO2, Al2O3, Fe2O3 e H2O, além de ritização incipiente e moderada de Schellmann.
apresentarem pequena quantidade de TiO2 e Cr2O3 (na Os sistemas de classificação apresentados são básicos
alteração de rochas ultrabásicas). e fundamentados apenas por meio dos teores químicos.
■■ Os principais minerais presentes são: caulinita, gibb- Na área estudada, há falta de um perfil de solo apropriado,
sita, hematita, goethita, quartzo e anatásio. Em algu- onde seria possível estudar as integrações e características
mas lateritas ocorrem também boehmita, maghemita, de cada horizonte. Assim, os índices químicos dos materiais
rutilo e cromita. serão utilizados para auxiliar na classificação das lateritas,
■■ Os silicatos primários são caulinizados, e os elementos os quais são relativamente precisos para obtenção do grau
alcalinos e alcali-terrosos, removidos. de alteração química.

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LOCALIZAÇÃO totalizando assim 17 amostras que estão representadas na


Tab. 1 e na Fig. 1. A Tab. 1 indica qual a denominação
Geograficamente a área abrange os municípios de dada às amostras retiradas de cada ponto e a situação em
Granja, Martinópole e Parazinho, situados no noroeste que se encontravam no momento da coleta. Seguiu-se uma
do Estado do Ceará e inseridos na carta topográfica de ordem de coleta, realizada inicialmente a partir da rocha
Granja (­ SA.24-Y-C-III). Segundo o Instituto de Pesquisa e fresca ou pouco alterada; posteriormente, foi coletada a
Estratégia Econômica do Ceará (IPECE), a cidade de Granja rocha em expressivo processo de alteração; por fim, foi
tem área de 2.697,20 km² e está localizada a 03º07’13” de coletada a rocha em processo avançado de l­ateritização.
latitude sul e 40º49’34” de longitude oeste, a uma altitude Em alguns pontos foi possível a amostragem da concre-
de 10,55 m. Já Martinópole tem área de 298,95 km2, está ção ferruginosa.
localizada a 3º13’32’’ de latitude sul e 40º41’48’’ de lon- A próxima etapa constou da análise geoquímica da rocha,
gitude oeste. ressaltando elementos maiores e traços. Após sua prepara-
Os pontos analisados estão posicionados a sul e sudeste ção, as amostras foram enviadas para a Acme Analytical
da cidade de Martinópole, a noroeste de Granja e a sudo- Ltd. (Vancouver, Canadá), onde foram realizadas as análises
este do município de Parazinho (Fig. 1). geoquímicas para elementos maiores e traços, incluindo em
um dos pontos os elementos terras raras em três níveis de
alteração da rocha, servindo como teste de estudos de ele-
OBJETIVOS mentos terras raras (ETR) em lateritas. As análises químicas
foram feitas utilizando os métodos fluorescência de raios X,
Os objetivos consistem em levantamento geoquímico absorção atômica, via úmida, e Inductively Coupled Plasma
das ocorrências de lateritas sobre três diferentes substratos: (ICP) – Plasma para os elementos terras raras.
Complexo Granja, Grupo Martinópole e Grupo Barreiras, As amostras foram analisadas em um difratômetro para
a fim de caracterizar o comportamento da mobilidade dos amostras policristalinas da marca Panalytical, modelo X’Pert
elementos químicos no decorrer do processo de alteração Pro (MPD). A radiação usada nesse equipamento foi pro-
da rocha sã, evoluindo no processo de intemperismo, até duzida por tubo de raios X (Co), CoKα, operado a 40 kV e
as concreções ferruginosas formadas. É avaliado especifica- 40 mA. Um monocromador híbrido para o feixe incidente,
mente o enriquecimento e/ou empobrecimento nos teores que consiste de um espelho e um monocromador de ger-
de ferro, na tentativa de definir a possibilidade de explora- mânio (Ge) utilizado para gerar feixe altamente paralelo e
ção mineral desse elemento. Juntamente com o comporta- monocromático. Os dados foram coletados em um detec-
mento e a mobilidade do ferro, é analisado também o com- tor com tecnologia de estado sólido, modelo Pixel (segunda
portamento específico do alumínio, da sílica, do titânio e geração Panalytical). As medidas foram obtidas no intervalo
da água durante o processo de intemperismo/laterização da angular 2θ = 10°-90° com passo de 0,013° e tempo de 79,05
rocha. Com base nos valores da razão isotópica Sm-Nd nos segundos por passo.
protólitos e respectivas lateritas, é testada a possibilidade de Foi realizada também uma análise isotópica pelo método
detecção da rocha fonte e de determinar se as lateritas são Sm-Nd no Laboratório de Geocronologia da Universidade
alóctones ou autóctones. de Brasília (UnB), que compreendeu quatro fases: pesagem
(1), abertura (2), separação química (3) e espectrometria de
massa (4). As leituras das razões foram realizadas no espec-
METODOLOGIA trômetro de massas Finnigan MAT.
As relações moleculares de Ki e Kr foram determi-
Além da etapa de levantamento bibliográfico, relacio- nadas por meio dos resultados obtidos nas análises ­químicas
nada ao tema estudado, a metodologia seguiu etapas com- realizadas nas amostras de rocha e concreções. Os índices
plementares entre si para o desenvolvimento da pesquisa. foram usados com a finalidade de comprovar o material exis-
Durante a etapa de campo foi feito o reconhecimento tente como lateritas e mostrar uma sequência de atuação dos
geológico da área, localizando as ocorrências lateríticas na processos de intemperismo nele desde a rocha fonte.
região e sua associação com as rochas presentes na área. A classificação de Martin e Doyne (1927 apud Nogueira
Foi efetuada também a coleta das amostras para estudos Junior 1985) considera os seguintes limites para Ki: quando
de laboratório. Ki < 1,33 = laterita verdadeira, Ki entre 1,33 e 2,00 = solo
Foram analisados seis pontos distintos associados aos laterítico e Ki > 2,00 = solo não laterítico. Medina (1970
diferentes tipos de rochas. Em cada ponto foram coleta- apud Fumió 1982) utiliza os mesmos limites para a relação
das amostras respectivas dos diferentes graus de alteração, molecular de Kr, obtendo, assim, os mesmos resultados.

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289000 298000 307000 316000 325000

9666000
9666000

N
5 Parazinho
3

9660000
9660000

Granja

9654000
9654000

9648000
9648000

Martinópole

9642000
9642000

1
6

9636000
9636000

289000 298000 307000 316000 325000


km
0 2 8

Cidades Pontos amostrados


N
Granja
CENOZOICO
Martinópole
Sedimentos inconsolidados Fotaleza

Grupo Barreiras
PALEOZOICO

Grupo Riacho do Sairi CEARÁ


NEOPROTEROZOICO
Grupo Martinópole
Formação Santa Terezinha
Formação Covão
Formação São Joaquim

PALEOPROTEROZOICO
Situação Geográfica
Complexo Granja da Área

Figura 1. Mapa de localização dos pontos de amostragem e geológico simplificado. Fonte: modificado de
Cavalcante (2003).

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Tabela 1. Associação de cada amostra com seu CONTEXTO GEOLÓGICO


respectivo ponto, indicando a rocha fonte e a situação
de intemperismo de cada amostra Geologia Regional
Situação da A área pesquisada está inserida no contexto geológico
Ponto Rocha fonte Amostra
amostra
da Província Borborema (Almeida et al. 1977). A provín-
1A Pouco alterada cia cobre a área de 450.000 km2 e está localizada na região
1 Quartzito 1B Muito alterada Nordeste do território brasileiro (Brito Neves et al. 2001).
Compreende a parte central de um amplo cinturão orogenético
1C Concreção
­pan-africano-brasiliano, desenvolvido como consequência de
2A Pouco alterada convergência e colisão dos crátons São Luís – Oeste da África
Alteração e São Francisco-Congo-Kasai no fim do Neoproterozoico.
2B
intermediária A Província Borborema foi recentemente dividida em
2 Filito
Alteração
domínios geotectônicos formados por blocos crustais amal-
2C gamados durante a Orogênese (colagem) Brasiliana (Santos
intermediária
et al. 2001). É subdividida em três grandes Domínios, a
2D Muito alterada
saber: Médio Coreaú, Ceará Central e Rio Grande do Norte
3A Rocha fresca (Brito Neves et al. 2000). A área de estudo está inserida no
3B Pouco alterada Domínio Médio Coreaú (DMC).
O DMC localiza-se no noroeste do Estado do Ceará e
Alteração
3C nordeste do Estado do Piauí. Limita-se a oeste na Província
3 Gnaisse intermediária
Parnaíba, a sudeste na Bacia de Jaíbaras e a nordeste no
Alteração
3D Oceano Atlântico. Sua morfologia predominantemente de
intermediária
nappes deve-se à colagem dos crátons São Luís – Oeste África,
3E Muito alterada
que aglutinou o embasamento e todos os cinturões móveis
Alteração neoproterozoicos. As nappes são seccionadas posterioremente
4 Conglomerado 4A
intermediária
por zonas de cisalhamento transcorrentes, regionalmente
5A Muito alterada identificado como Lineamento Sobral-Pedro II (Brito Neves
5 Conglomerado
5B Concreção et al. 2000). Para Santos et al. (2008), representa a margem
noroeste da Província Borborema, compreendendo um cin-
Alteração
6A
intermediária
turão colisional brasiliano/pan-africano formado durante a
6 Filito
aglutinação do supercontinente Gondwana.
6B Muito alterada
Santos et al. (2007) relatam que o embasamento desse
domínio é composto de rochas metamórficas de alto grau,
apresentando idades de 2.35 Ga. É constituído por ortog-
Por não se tratar somente do solo, a denominação de solo naisses TTG (tonalito, tronjhemito e granodiorito), migma-
laterítico e solo não laterítico não é apropriada, sendo portanto titos e granulitos, representando o embasamento cristalino
substituída por material laterítico e material não laterítico. referido como Complexo Granja por Brito Neves (1983).
Outro sistema utilizado foi definido por Sinha Roy (1967) e Dois cinturões móveis ocorrem no DMC, um meta-
Karunakaran – Sinha Roy (1971 apud Nogueira Junior 1985), vulcano-sedimentar mais arcoseano (Grupo Martinópole)
no qual os autores propõem uma classificação utilizando-se das e outro mais metapelítico-carbonático (Grupo Ubajara),
comparações entre os teores de SiO2, Al2O3 e Fe2O3 presentes todos de idade Toniana. Ocorre ainda no DMC uma sequ-
no material analisado. Para teores de Fe2O3/Al2O3 > 1 e SiO2/ ência de corpos graníticos também de idade Neoproterozoica
Fe2O3 < 1,33, as lateritas são ferruginosas; e, para teores de (Plutons Mucambo e Meruoca), localizados no limite
Fe2O3/Al2O3 < 1 e SiO2/Fe2O3 > 1,33, as lateritas são aluminosas. sudeste do DMC.
A classificação de Schellmann (1983 apud Costa 2007) A Bacia do Jaibaras e o Grupo Jaibaras representam a
identifica distintos graus de lateritização com base em dia- unidade litoestratigráfica do limite SE. É uma típica bacia
grama ternário SiO2-Al2O3-Fe2O3 (Fig. 2), avaliando assim residual molássica continental, poligonal, com vulcanismo
o decorrer do processo de laterização em caulinização, late- bimodal (Torquato e Nogueira Neto 1996 e Nogueira Neto
ritização incipiente, lateritização moderada e lateritização 2000) de idade Cambriana.
intensa. O diagrama representa a contínua perda de SiO2 e Por fim, o Grupo Barreiras, constituindo uma cobertura
o relativo ganho de Al2O3 e Fe2O3. sedimentar terrígena continental e marinha (Arai 2006) de

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Rocha-mãe: granito e gnaisse granítico


SiO2
Crosta
Lateritos não encrustados marrom-avermelhado

G * Laterito mosqueado
G Granito (média)
Caulinização
KG Granito caulinizado
KG
**
Lateritização incipiente * **
*
50 50
*
Lateritização
moderada

Lateritização
intensa

Al2O3 50 Fe2O3

Figura 2. Diagrama ternário SiO2-Al2O3-Fe2O3 mostrando a classificação dos lateritos derivados de granitos e
gnaisses graníticos, segundo Schellmann (1983).

idade miocênica a pleistocênica inferior (Suguio e Nogueira regolito com texturas típicas de materiais laterizados (Fig. 3).
1999). Mabesoone et al. (1971) foi o primeiro a consi- No mapa constitui o ponto 3, e o conjunto de amostras
derar essa unidade como Grupo, subdividindo-o em três representam as lateritas formadas sob os gnaisses (Tab. 1).
Formações, sendo estas as Formações Serra dos Martins, Além do intemperismo evidente, é possível observar a
Guararapes e Macaíba. A primeira representa uma unidade evolução para a formação de concreções ou nódulos pecu-
basal identificada por coberturas remanescentes no interior liares aos processos de laterização. Com o aumento do pro-
continental. As duas últimas estão presentes no litoral do cesso intempérico, essas concreções tendem a ser separadas
Nordeste, separadas entre si por discordâncias e cada uma da rocha, levando assim à formação de uma crosta laterítica
apresentando perfis de intemperismo característicos. com hábito botrioidal. O Grupo Martinópole é represen-
tado na área estudada pelos metassedimentos quartzíticos
Geologia Local da Formação São Joaquim e os filitos da Formação Santa
Foram analisadas lateritas formadas sobre o embasamento Teresinha. Os quartzitos são constituídos basicamente de
Paleoproterozoico (Complexo Granja) e nos metassedimen- minerais de quartzo, feldspato, muscovita e pequenas quan-
tos Tonianos do Grupo Martinópole. tidades de minerais opacos e sillimanita. É representado
O Complexo Granja, embasamento da região, é consti- em mapa pelas amostras originadas do ponto 1 (Tab. 1).
tuído por gnaisses enderbíticos e granulíticos, migmatitos e No geral, são rochas que exibem estrutura maciça e granu-
anfibolitos. Os gnaisses apresentam granulação média a fina, lação variando de média a grossa com textura granoblás-
exibem um bandamento com espessuras variadas alternando tica. Na área, a grande maioria ocorre na forma de blocos
minerais leucocráticos e minerais máficos. Sua mineralo- soltos na superfície; estes se encontram bastante fraturados,
gia é composta predominantemente por quartzo, biotita e por vezes brechados preenchidos por ferro e sulfeto como
plagioclásio, podendo também ser observado K-feldspato, pirita e calcopirita.
piroxênio e granada. A capa de alteração é representada por uma couraça
Em inúmeros locais do Complexo Granja é possível obser- ferruginosa (ou concreções), com tamanhos na faixa de 2 a
var um processo avançado de intemperismo com presença de 5 cm e de extensão de centenas de metros, podendo chegar à

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Figura 3. Evolução do processo de intemperismo: concreções são formadas e posteriormente separadas da rocha,
levando à formação de uma crosta laterítica.

unidade de quilômetros (Fig. 4). Os quartzitos da Formação


São Joaquim e os filitos da Formação Santa Teresinha fre-
quentemente ocorrem intercalados na área, podendo assim
definir um contato de caráter gradual entre essas duas lito-
logias. É possível determinar uma relação de intemperismo
com o quartzito e o filito, pois se observa que o processo de
intempérico aparenta ser mais evidente na área de contato
entre as duas litologias.
Os filitos da Formação Santa Teresinha são rochas de
granulação muito fina. Quando se apresenta como rocha
fresca, esse filito, no geral, tem uma cor amarelada, porém,
quanto maior for o processo de intemperismo, maior a ten-
dência de a rocha apresentar uma cor avermelhada — e, no
maior grau de alteração, adquirir uma cor marrom. É repre-
Figura 4. Couraça ferruginosa, concreções ou capa de
sentado no mapa (Fig. 1) pelo grupo de amostras dos pon- alteração ferruginosa.
tos 2 e 6 (Tab. 1).
O Grupo Barreiras é localmente representado por con-
glomerados mal selecionados e com seixos de quartzo arre- Nas lateritas originadas do gnaisse, óxidos e hidróxidos
dondados a subangulosos, cimentados por material argiloso. de ferro estão presentes na forma de hematita e goethita.
O quartzo, evidente na parte mais preservada da amostra
(Fig. 5), tende a ser retirado do sistema na medida em que
RESULTADOS o processo de intemperismo vai atuando e se tornando mais
intenso. Por fim, o quartzo é retirado do sistema e a cauli-
Por meio da mineralogia e da geoquímica, foi possível nita aparece devido à hidratação (Fig. 6).
perceber as variações dos teores dos elementos no decorrer No quartzito os resultados de difração de raios X mos-
das capas de alteração das rochas, o que torna claro o pro- tram que o quartzo, por exemplo, não aparece dentro de
cesso de evolução do intemperismo, seguindo para formação nódulos em formação, ficando restrito até o limite da borda
de materiais com características de laterização. que o está zoneando. O óxido de ferro é representado prin-
Na difratometria de raios X, foi possível identificarmos cipalmente pela hematita e, diferente do ponto anterior, a
os minerais presentes em cada crosta (horizonte) analisada. goethita está presente em apenas uma fase dessa amostra.

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Encontra-se ainda a presença de caulinita e greenalita nas como base a metodologia utilizada por Sinha Roy (1967)
crostas de maior alteração. e Karunakaran-Sinha Roy (1971) e os índices de intempe-
Em relação aos filitos, os resultados mineralógicos mos- rismo Kr e Ki.
tram que as fases de alteração não tiveram variação dos mine- Os resultados mostram que o processo de laterização
rais presentes, sendo eles a hematita, a goethita e o quartzo. ocorrido na rocha levou à formação de lateritas f­ erruginosas.
Com relação à classificação das lateritas, a Tab. 2 mos- Para isso, o valor do teor de Fe2O3 dividido por Al2O3 deve-
tra a comparação dos teores de SiO2-Al2O3-Fe2O3, usando ria ser maior que 1,00, em conjunto com o valor do teor

Gnaisse - Parte mais preservada


Contagens

2.51605 [A]
2.70120 [A]
Quartzo
4.17178 [A]

Hematita

1.45204 [A]
2.20577 [A]
Geothita

1.84050 [A]
3.68055 [A]

400

1.48589 [A]
3.34262 [A]

1.28871 [A]
100

0
20 30 40 50 60 70 80
Posição [2 Theta]

Figura 5. Difratograma de raios X representando a parte mais preservada da amostra de gnaisse, exibindo como
minerais o quartzo, a hematita e a goethita.

Gnaisse - Parte mais alterada


Contagens
2,43633 [A]

Caulinita
4,17224 [A]

Hematita
2,69469 [A]

Geothita
2,51425 [A]

400
1,55810 [A]

1,45160 [A]
2,20660 [A]
4,95497 [A]
4,16323 [A]

1,48427 [A]
3,67780 [A]
3,59000 [A]
4,47703 [A]

1,65099 [A]

100

0
20 30 40 50 60 70 80
Posição[2 Theta]

Figura 6. Difratograma de raios X representando a parte mais alterada da amostra de gnaisse, exibindo como
minerais a caulinita, a hematita e a goethita.

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Brazilian Journal of Geology, 44(2): 249-264, June 2014
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de SiO2 dividido pelo valor do teor de Fe2O3 menor que Kr como laterita e a classificação segundo Karunakaran –
1,33. Isso ocorreu nas amostras mais intemperizadas de cada Sinha Roy (1971 apud Nogueira Júnior 1985) exibe resul-
ponto (1B, 1C, 2D, 3C, 3D, 3E e 5B), exibidas na Tab. 2. tados para laterita ferruginosa.
Por meio dos resultados obtidos, não há indicativos de late- Utilizando apenas a classificação segundo Karunakaran-
ritas aluminosas na região. Sinha Roy (1971 apud Nogueira Júnior 1985) e o índice Kr,
Os pontos 1 e 3 representam, respectivamente, o quartzito só existe discordância nos filitos, especificamente nas amos-
e o gnaisse. As amostras 1B, 3D e 3E (Tab. 2) estão em total tras 2C e 6B, nas quais o índice de Kr aponta para laterita
concordância em todas as classificações apresentadas. Onde e material laterítico, respectivamente, e a classificação de
o índice Ki exibe essas amostras como material laterítico, o Karunakaran – Sinha Roy (1971 apud Nogueira Júnior 1985)

Tabela 2. Classificação do tipo de laterização segundo Karunakaran – Sinha Roy (1971 apud Nogueira Júnior 1985) e
por meio dos índices de intemperismo Kr e Ki, baseados na classificação de Martin e Doyne (1927) e Medina (1970)
Classificação 1
Amostra

Kr
Fe2O3/ SiO2/ Karunakaran/ Classificação 2 Ki Classificação 3
Ponto

Al2O3 Fe2O3 SiO2 SiO2/(Al2O3


Al2O3 Fe2O3 Sinha Roy Índice Kr SiO2/Al2O3 Índice Ki
+ Fe2O3)
(1971)

Material não Material não


1A 0,62 19,58 76,16 31,58 3,89 - 3,77 122,84
laterítico laterítico

Material
1 1B 12,58 56,68 17,26 4,51 0,30 Ferruginosa 0,25 Laterita 1,37
laterítico

Material não
1C 12,60 52,93 25,77 4,20 0,49 Ferruginosa 0,39 Laterita 2,04
laterítico

Material não Material não


2A 1,28 4,33 92,22 3,38 21,30 – 16,44 72,05
laterítico laterítico

Material não Material não


2B 0,95 6,04 90,75 6,36 15,02 – 12,98 95,53
laterítico laterítico
2
Material não
2C 6,17 34,69 51,67 5,62 1,49 – 1,26 Laterita 8,37
laterítico

Material não
2D 0,89 73,90 15,53 83,03 0,21 Ferruginosa 0,21 Laterita 17,45
laterítico

Material não Material não


3A 0,27 4,84 94,23 17,93 19,47 – 18,44 349
laterítico laterítico

Material não Material não


3B 3,80 16,41 75,69 4,32 4,61 – 3,75 19,92
laterítico laterítico

3 Material não
3C 6,67 44,77 38,24 6,71 0,85 Ferruginosa 0,74 Laterita 5,73
laterítico

Material
3D 7,35 71,00 10,23 9,66 0,14 Ferruginosa 0,13 Laterita 1,39
laterítico

3E 4,81 77,85 4,95 16,18 0,06 Ferruginosa 0,06 Laterita 1,03 Laterita

Material não Material não


4 4A 1,00 13,12 83,52 13,12 6,36 – 5,92 83,52
laterítico laterítico

Material não Material não


5A 3,02 7,10 86,25 2,35 12,15 – 8,52 28,56
laterítico laterítico
5
Material não
5B 12,13 44,71 31,95 3,69 0,71 Ferruginosa 0,56 Laterita 2,63
laterítico

Material não Material não


6A 2,83 9,62 83,73 3,40 8,70 – 6,73 29,59
laterítico laterítico
6
Material Material não
6B 5,94 31,50 54,98 5,30 1,74 – 1,47 9,26
laterítico laterítico

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Brazilian Journal of Geology, 44(2): 249-264, June 2014
Lateritas do Domínio Médio Coreaú

não classifica como laterita ferruginosa. Porém, deve-se levar Os gráficos apresentados na Fig. 8 representam de forma
em consideração que os índices da relação molecular de SiO2/ mais evidente os picos dos valores de Fe2O3 e a queda em SiO2
Fe2O3 apresentam-se no limite próximo a 1,33, sendo esses nas amostras mais intemperizadas. É possível observar tam-
valores de 1,49 para a amostra 2C e 1,74 para a amostra 6B. bém que, no decorrer do processo de alteração, os teores de
Relacionando o diagrama ternário SiO2-Al2O3-Fe2O3 água (LOI) e Al2O3 também vão se tornando mais elevados.
(Fig. 7) com o diagrama de classificação dos distintos graus Diagramas binários de variação entre os elementos Al2O3,
de lateritização de Schellmann (1983), as amostras 2D, 3D Fe3O2 e TiO2 versus SiO2 também foram usados para ava-
e 3E estariam inseridas no campo de laterização intensa de liar o comportamento da mobilidade e consequentemente o
Schellmann, e as amostras 1B, 1C, 3C e 5B representariam enriquecimento ou empobrecimento dos elementos quími-
produtos de laterização moderada. cos no decorrer dos estágios de laterização. Por meio desse
É possível observar na Fig. 7 a contínua perda de SiO2, diagrama é possível observar a mobilidade dos elementos.
um aumento, pouco expressivo, do Al2O3 e um enriqueci- A sílica apresenta dois tipos de comportamento: é resis-
mento considerável em Fe2O3, confirmando assim a clas- tente aos processos intempéricos e pouco solúvel na faixa de
sificação 1 da Tab. 2, que aponta esses materiais dentro pH da hidrólise; de maneira diferenciada, quando as solu-
dos limites de laterita ferruginosa. O diagrama mostra, de ções de alteração provocam a remoção de sais solúveis e estes
maneira mais clara, o processo de alteração da rocha, sendo permanecem diluídos no meio, a sílica tende a ser intensa-
possível observar que as amostras analisadas apresentam mente lixiviada ou eliminada. Isso acontece em condições
baixo teor de alumínio. de pluviosidade alta e drenagem eficiente nos perfis de solo.

SiO2

3A
Quartzito
2A
2B
Filito
5A
6A 4A Gnaisse

3B 1A Conglomerado

6B
2C

3C

5B

1C
1B

2D

3D

3E
Al2O3 Fe2O3

Figura 7. Diagrama ternário mostrando a variação dos elementos SiO2, Al2O3 e Fe2O3 no decorrer do processo de
alteração da rocha.

258
Brazilian Journal of Geology, 44(2): 249-264, June 2014
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Além desses elementos, a porcentagem de H2O (LOI) H2O aumentam no decorrer do processo de laterização,
também foi correlacionada com a da sílica. Essa rela- levando à formação de limonitas e à presença de outros
ção deve ser levada em consideração, pois os valores de minerais hidratados.

Amostra 1A Amostra 1B Amostra 1C


% % %
100 100 100
80 80 80
60 60 60
40 40 40
20 20 20
0 0 0
SiO2 SiO2 SiO2
Al2O3 Fe2O3 LOl Al2O3 Fe2O3 LOl Al2O3 Fe2O3 LOl

Amostra 2A Amostra 2B Amostra 2C Amostra 2D


% % % %
100 100 100 100
80 80 80 80
60 60 60 60
40 40 40 40
20 20 20 20
0 0 0 0
SiO2 SiO2 SiO2 SiO2
Al2O3 Fe2O3 LOl Al2O3 Fe2O3 LOl Al2O3 Fe2O3 LOl Al2O3 Fe2O3 LOl
Amostra 3A Amostra 3B Amostra 3C Amostra 3D
% % % %
100 100 100 100
80 80 80 80
60 60 60 60
40 40 40 40
20 20 20 20
0 0 0 0
SiO2 SiO2 SiO2 SiO2
Al2O3 Fe2O3 LOl Al2O3 Fe2O3 LOl Al2O3 Fe2O3 LOl Al2O3 Fe2O3 LOl

% Amostra 3E
100
80
60
40
20
0
SiO2
Al2O3 Fe2O3 LOl

% Amostra 4A % Amostra 5A % Amostra 5B


100 100 100
80 80 80
60 60 60
40 40 40
20 20 20
0 0 0
SiO2 SiO2 SiO2
Al2O3 Fe2O3 LOl Al2O3 Fe2O3 LOl Al2O3 Fe2O3 LOl

% Amostra 6A % Amostra 6B
100 100
80 80
60 60
40 40
20 20
0 0
SiO2 SiO2
Al2O3 Fe2O3 LOl Al2O3 Fe2O3 LOl Aumentos do processo de laterização

Figura 8. Gráficos representando os picos de alteração. Nas amostras menos intemperizadas, é possível notar
maiores valores em SiO2, e nas amostras mais intemperizadas, o pico nos valores de Fe2O3.

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Lateritas do Domínio Médio Coreaú

Fe2O3 x SiO2 teores de 25,77% de SiO2 e 52,93% de Fe2O3. Isso pode ocorrer
O diagrama da Fig. 9 relaciona o comportamento e a devido à liberação da sílica acontecer intensamente nos primei-
mobilidade do ferro em comparação com a sílica no decor- ros estágios de laterização. A sílica liberada não é completamente
rer das fases de intemperismo/laterização. No canto infe- lixiviada e acaba retida em outro ponto do manto laterítico.
rior direito, encontra-se o grupo de amostras relacionadas A rocha fonte das amostras que representam o ponto 2
à rocha preservada ou menos alterada. É possível observar é o filito. Nesse ponto, o aumento nos teores de Fe2O3 se
um enriquecimento do Fe2O3 em todas as litologias e, jun- tornou ainda mais significativo no decorrer do processo de
tamente com esse enriquecimento, ocorre intenso processo intemperismo, chegando a apresentar teores acima de 70%
intempérico/laterização da rocha. (amostra 2D). Houve também uma intensa lixiviação de
Por intermédio da dispersão dos pontos entre os valores SiO2 nos primeiros estágios de intemperismo, o qual dimi-
do Fe2O3 e SiO2, variáveis do gráfico, o coeficiente de corre- nuiu bruscamente de 92,22 para 15,53% (amostras 2A e
lação indica o grau de associação no diagrama de dispersão. 2B, respectivamente).
Sendo assim, foi possível visualizar a disposição dos pontos O gnaisse também apresentou teores de Fe2O3 com valo-
se aproximando de uma reta, o que indica forte correlação res maiores de 70%, chegando próximo a 80% na rocha em
linear entre as duas variáveis. processo de alteração elevado. Os valores para SiO2 variam
Analisando o quartzito como rocha fonte (amostras do de 94,23% na rocha fonte para 4,95% na rocha em alto está-
ponto 1), foi possível observar que o maior enriquecimento gio de intemperismo (amostras 3A e 3E, respectivamente).
em óxido de ferro (Fe2O3) se deu nos primeiros estágios de No conglomerado (Formação Barreiras) o enriqueci-
intemperismo/laterização, permanecendo estável no estágio mento em Fe2O3 passa de 7,10% (amostra 5A) para 44,71%
final de laterização. O empobrecimento ou a lixiviação da (amostra 5B). A amostra 4A também é um conglomerado
sílica ocorreu também nos primeiros estágios. e, embora represente outro ponto, simula um dos estágios
Por meio do diagrama apresentado, a amostra 1A, que de laterização, exibindo assim valores intermediários entre
simula a rocha fonte, apresenta-se no campo próximo aos as amostras 5A e 5B.
altos teores de sílica e baixos teores de ferro, confirmado por As amostras 6A e 6B também representam o filito em
seus valores em porcentagem que são de 76,16% de SiO2 e dois estágios do processo de laterização. O ponto 6A repre-
19,58% de Fe2O3. No mesmo ponto, foi considerada a rocha senta a rocha em estágio inalterado, apresentando 83,73 nos
em processo mais avançado de alteração (amostra 1B), a qual valores de SiO2 que decrescem para 54,98% no decorrer do
apresentava valores de 17,26% de SiO2 e 56,68% de Fe2O3. processo de intemperismo.
Nas concreções ferruginosas, estágio mais alterado das
amostras do ponto 1 (amostra 1C), quando comparado aos Al2O3 x SiO2
valores da amostra 1B, é observado um leve aumento nos teo- Neste segundo diagrama (Fig. 10), que relaciona os
res de SiO2. O material que compõe a capa laterítica apresenta valores do alumínio com os da sílica, é possível perceber

100 100
90 90 Alto intemperismo
Y= -0,7899x + 76,831 laterização intensa
80 3E 80 3E
2D R2 = 0,9766 2D
70 70
3D 3D
60 60
Fe2O3

Fe2O3

50 1B 50 1B
1C 1C
40 5B 2C 40 5B 2C
30 3C 30 3C
6B 6B
20 1A 20 1A
5A 5A
10 3B 2B 10 3B 2B
6A 3A 6A 3A
0 4A 2A 0 4A 2A
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
SiO2 SiO2
Quartzito Filito Gnaisse Gnaisse

Figura 9. Diagrama binário, com a reta da regressão linear e coeficiente y, comparando o comportamento e a
mobilidade do ferro com a sílica no decorrer das fases de intemperismo/laterização.

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Brazilian Journal of Geology, 44(2): 249-264, June 2014
Ana Cláudia de Abreu Siqueira et al.

que também ocorreu uma concentração nos teores de alu- rocha até um determinado ponto e decresceram em seguida
mínio, não sendo este tão expressivo quanto os teores de na amostra mais intemperizada e ferruginosa.
ferro, chegando a seu máximo em torno de 12%. O índice No caso do gnaisse, essa mesma linha de comportamento
de correlação entre as variáveis do gráfico mostra vários pon- e mobilidade apresenta valores de 0,27, 3,80, 6,67, 7,35 e
tos dispersos distante da reta, o que mostra que não existe 4,81%, seguindo respectivamente a partir da rocha fonte
uma correlação linear entre as variáveis. no decorrer do processo de laterização.
Nas amostras que representam o quartzito no ponto 1 No conglomerado foi amostrada a rocha em duas con-
(1A, 1B e 1C), observamos que a maior concentração em dições de intemperismo no ponto 5 e apenas em uma no
alumínio se deu nos primeiros estágios de intemperismo/ ponto 4. Dessa forma, não é possível verificar se o alumí-
laterização, permanecendo estável no estágio final de late- nio apresenta o mesmo comportamento dos pontos ante-
rização, similar ao comportamento do ferro. Os teores de riores. Porém, quando foram comparadas as duas amostras
Al2O3 dessas amostras estão em torno de 0,62, 12,58 e do ponto 5, os teores de Al2O3 apresentaram acréscimo e
12,60%, respectivamente. os de SiO2 diminuíram na amostra mais alterada. O mesmo
Avaliando as amostras do ponto 2, observa-se que o comportamento ocorreu nas amostras de filito do ponto 6,
aumento nos teores de Al2O3 se deu nos primeiros estágios nas quais também foi amostrada a rocha em apenas duas
do intemperismo/laterização, chegando a valores máximos e condições de intemperismo.
também sendo lixiviados do perfil no decorrer do processo.
Na amostra 2C, por exemplo, em que a rocha se encontra TiO2 x SiO2
em processo moderado de alteração, os valores são de 6,17%, Em todas as amostras coletadas, que representam mais
mas com o decorrer do processo de intemperismo os teores de duas fases do processo de intemperismo, é possível obser-
diminuem para 0,89% (amostra 2D). var, por meio do diagrama (Fig. 11), que os valores de titâ-
Para a mobilidade do alumínio, quando este é represen- nio aumentam relativamente na fase de laterização mode-
tado em um perfil característico de laterização, amostrado rada, sendo removidos no decorrer do processo intempérico.
por meio da profundidade e dos horizontes de solo, os teores Porém, o coeficiente de correlação linear também não indica
em alumínio apresentam-se mais elevados antes do horizonte uma correlação forte entre as variáveis.
mais intemperizado, classificado como horizonte ferruginoso. Levando em consideração o quartzito como rocha fonte
Devido à profundidade do solo e às condições da laterização, (ponto 1), é possível observar que ocorreu um enriqueci-
não foi possível fazer coleta de amostras em perfil, mas foi mento em óxido de titânio (TiO2) nos primeiros estágios
possível observar esse mesmo comportamento nas amostras de intemperismo/laterização, apresentando teores de 0,02
que representam o filito e gnaisse. Os teores de alumínio na amostra 1A e passando para 0,85 na amostra 1B; na
foram crescentes no decorrer do processo intempérico na amostra 1C, que representa as concreções ferruginosas, o

20 20
18 18 1B
Y= -0,0867x + 9,6386 Y= -0,058x + 0,581
16 16 1C
R2 = 0,4358 R2 = 0,4084
14 1B 14 3D
1C 5B 5B
12 12
Al2O3

TiO3

10 10
2C
8 3D 8
3C 2C
6 6 6B
3E 3C
4 6B 6A 5A 4
6A 5A
2 3B 4A 2B 2A 2 3E 2D 3B 4A2B 2A
2D
1A 3A 1A 3A
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
SiO2 SiO2
Quartzito Filito Gnaisse Conglomerado Quartzito Filito Gnaisse Conglomerado

Figura 10. Diagrama binário, com a reta da regressão Figura 11. Diagrama binário, com a reta da regressão
linear e coeficiente y, comparando o comportamento e linear e coeficiente y, comparando o comportamento
a mobilidade do alumínio com a sílica no decorrer das e a mobilidade do titânio com a sílica no decorrer das
fases de intemperismo/laterização. fases de intemperismo/laterização.

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Lateritas do Domínio Médio Coreaú

teor apresentado foi de 0,76, mostrando que nesse ponto o aumentando a partir da primeira fase de laterização. No pre-
TiO2 tende a permanecer no decorrer do processo de lateri- sente trabalho o LOI foi especificado como perda de água,
zação. Já nos pontos 2 e 3, nos quais a rocha fonte é o filito pois não se tratava de amostras com matéria orgânica e pela
e o gnaisse, respectivamente, o comportamento do TiO2 análise mineralógica os minerais presentes irão liberar H2O.
apresenta características semelhantes de enriquecimento No campo das amostras que simulam o gnaisse, é possível
e mobilidade e ocorre um enriquecimento nos primeiros observar que nas concreções ferruginosas (amostra 1C) os valo-
estágios de intemperismo, mas no decorrer do processo o res em H2O diminuíram consideravelmente de 12% na amos-
TiO2 também é lixiviado. O aumento nos teores de TiO2 no tra 1B para valores abaixo de 7% na amostra 1C. O mesmo
quartzito do ponto 2 também não foi tão expressivo como não ocorre com a amostra 5B, que também representa as con-
no ponto 1, enquanto no gnaisse o valor de TiO2 chegou a creções. Esta mantém valores acima de 10%, porém, como a
apresentar teores de 0,71% na amostra 3D. rocha é um conglomerado, os teores em H2O são um pouco
No conglomerado não é possível definir se existe esse com- mais elevados. Em todas as amostras com alto grau de late-
portamento, pois só foram amostradas duas condições de alte- rização os valores em H2O também aumentaram considera-
ração em cada uma. No entanto, é possível definir que também velmente em relação com as amostras menos intemperizadas.
houve um enriquecimento nos primeiros estágios de laterização
e esse aumento variou de 0,12 a 0,63%. No filito representado
pelas amostras do ponto 6, o teor na amostra mais intempe- Resultados para o Sm-Nd
rizada chegou apenas a 0,28%, e não teve variação expressiva.
Aplicando a metodologia Sm-Nd nas lateritas, visa-
LOI x SiO2 mos comparar o comportamento isotópico no processo de
As distribuições dos valores analisados de porcentagem intemperização em três diferentes protólitos: nos gnaisses
de perda ao fogo estão expostas no diagrama da Fig. 12, do Complexo Granja (ponto 3/amostra 4, Tab. 3) e nos
que expõe o comportamento da água no decorrer do pro- quartzitos e metapelitos do Grupo Martinópole (pontos
cesso de alteração da rocha. A quantidade de LOI variou 1 e 2/amostras 2 e 4, Tab. 3), respectivamente. Os valores

20 20
18 Y= -0,1116x = 11,891 18
16 R = 0,905
2 16 Fase
14 14 hidratada
12 3E1B 5B 12 3E1B 5B
10 3C 10 3C
LOl

LOl

2D 2D
8 3D 1C 6B 8 3D 1C 6B

6 2C 6 2C
3B 3B
4 6A 5A 4 6A 5A
1A 2A 1A 2A
2 4A 2B 2 4A 2B
3A 3A
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
SiO2 SiO2
Quartzito Filito Gnaisse Conglomerado

Figura 12. Diagrama binário, com a reta da regressão linear e coeficiente y, comparando o comportamento e a
mobilidade de LOI através da sílica no decorrer das fases de intemperismo/laterização.
Tabela 3. Resultados do Sm-Nd de rochas intemperizadas sobre diferentes litologias
Sm Nd 143
Nd/144Nd TDM
Ponto Amostra 147
Sm/144Nd εNd (0) Rocha/mineral
(ppm) (ppm) (± 2SE) (Ga)

1 2 1,933 10,805 0,1082 0,511815+/-16 -16,05 1,76 Laterita sob o quartzito

2 4 1,096 4,653 0,1424 0,511731+/-6 -17,69 2,81 Laterita sob o filito

3 4 6,831 27,771 0,1487 0,511612+/-14 -20,02 3,14 Laterita sob o gnaisse

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obtidos mostram que as lateritas desenvolvidas sobre os O enriquecimento em Fe2O3 ocorre na fase inicial e inter-
gnaisses paleoproterozoicos do Complexo Granja, onde os mediária da laterização, seguindo nessa fase uma forte lixivia-
valores das idades modelo (TDM) são mais antigos (CPRM, ção da sílica. Acompanhando essa característica química, as
2010), têm TDM de 3,1 Ga. argilas apresentam o mesmo comportamento e aparecem já
Nas lateritas desenvolvidas sobre os metassedimentos na primeira fase de intemperização; nesse caso o LOI segue
Tonianos (0,9 Ga) do Grupo Martinópoles, os valores TDM enriquecendo até a fase final de laterização.
variam de 1,7 a 2,8, resultado de diferentes fontes, pois são A abundância de ferro na forma de óxi-hidróxidos ocorre
metassedimentos. nos pontos onde as rochas são mais intemperizadas. No pro-
Essa avaliação isotópica entre as lateritas pode mostrar cesso de laterização é normal o horizonte concrecionário
que os protólitos mais velhos produzem valores de TDM nos apresentar-se como uma capa mineralizada. No decorrente
seus descendentes lateríticos também mais velhos. Os metas- trabalho, dois dos pontos estudados expõem esse capea-
sedimentos podem apresentar variação maior, uma vez que mento concrecionário (que seria considerado o horizonte
têm fontes diferentes. concrecionário). Esses pontos apresentaram teores razoá-
Devido à pequena amostragem, não podemos ter uma veis, porém com ampla variação quando comparados com
conclusão mais direta sobre o processo de intemperização e a rocha. É necessário fazer uma malha em toda a extensão
a variação isotópica do Sm-Nd, porém é muito forte a pre- para que se possa saber a variação do teor de Fe2O3 na capa
servação da imobilidade do Sm e do Nd nos processos de laterítica e, a partir daí, definir o teor médio da capa e sua
intemperização, em que os valores mais antigos estão asso- capacidade exploratória como reserva mineral, independente
ciados a rochas antigas e vice-versa. das dificuldades de tratamento do minério.
Por meio do estudo realizado, pode-se afirmar que existe
uma capa de laterização ferruginosa com grande possiblidade
CONCLUSÃO de se tornar reserva mineral, pois seus teores são elevados.
Contudo, deve-se levar em consideração a necessidade de
Em todas as litologias avaliadas, os teores dos óxidos de um estudo mais apurado, realizando perfis nos horizontes
ferro e alumínio são superiores, e os de sílica são inferiores para um maior entendimento da variação dos elementos
aos da rocha-mãe, característica típica que representa a pre- em cada horizonte específico e o desenvolvimento de uma
sença da laterização com enriquecimento em metais. malha específica com mais pontos, no intuito de saber se
A dessilicificação produzida no decorrer do processo de esses valores elevados de Fe são pontuais ou ocorrem em
intemperismo ocorre entre 50 e 90%, com tendência ferru- toda a extensão do processo de laterização.
ginosa dos materiais lateríticos. Essa tendência ferruginosa Quanto aos valores isotópicos do Sm-Nd, podemos con-
é mais evidente nos gnaisses, nos quais os valores de enri- cluir que têm forte imobilidade do Sm e do Nd e que as
quecimento chegam a resultados acima de 75% na amostra razões dos protólitos são preservadas e definem se as crostas
mais intemperizada. lateríticas são autóctones.

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