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CALVINISMO OU ARMINIANISMO?
COMO SE DÁ A SALVAÇÃO HUMANA SEGUNDO A BÍBLIA?
Deivinson Bignon
deivinson@bignon.com.br
(21) 99858-5402
www.contextualizar.com.br
Mestre em Ciências da Religião, pastor congregacional, professor,
palestrante, escritor e publisher da Editora Contextualizar

O Calvinismo e o Arminianismo são dois sistemas teológicos que tentam explicar a


relação entre a soberania de Deus e a responsabilidade humana em relação à salvação.
O termo Calvinismo é dado ao sistema teológico defendido por João Calvino
(1509 -1564). Seu sistema de interpretação bíblica pode ser resumido em cinco pontos,
conhecidos como “os 5 pontos do Calvinismo” (TULIP em inglês):
1 – Total Depravity (Depravação total) – Todos os homens nascem totalmente
depravados, incapazes de se salvar ou de escolher o bem em questões espirituais;
2 – Unconditional Election (Eleição incondicional) – Deus escolheu dentre todos os seres
humanos decaídos um grande número de pecadores por graça pura, sem levar em conta
qualquer mérito, obra ou fé prevista neles;
3 – Limited Atonement (Expiação limitada) – Jesus Cristo morreu na cruz para pagar o
preço do resgate somente dos eleitos;
4 – Irresistible Grace (Graça Irresistível) – A Graça de Deus é irresistível para os eleitos,
isto é, o Espírito Santo acaba convencendo e infundindo a fé salvadora neles;
5 – Perseverance of Saints (Perseverança dos Santos) – Todos os eleitos vão perseverar
na fé até o fim e chegar ao céu. Nenhum perderá a salvação.

O Arminianismo é o sistema teológico formulado por Jacobus Arminius (1560 - 1609),


teólogo da Igreja holandesa, que resolveu refutar o sistema de Calvino.
Armínio também apresentou seu sistema em 5 pontos:
1 – Capacidade humana ou livre-arbítrio – Todos os homens embora sejam pecadores,
ainda são livres para aceitar ou recusar a salvação que Deus oferece (por meio da Graça
Preveniente);
2 – Eleição condicional – Deus elegeu os homens que ele previu que teriam fé em Cristo;
3 – Expiação ilimitada – Cristo morreu por todos os homens e não somente pelos eleitos;
4 – Graça resistível – Os homens podem resistir à Graça de Deus para não serem salvos;
5 – Decair da graça (remonstrantes que propuseram isso, Armínio acreditava na
doutrina da perseverança dos santos) – Homens salvos podem perder a salvação caso não
perseverem na fé até o fim.

O sistema teológico de Armínio foi derrotado no Sínodo de Dort, em 1619, na Holanda,


por ser considerado anti-bíblico.
Hoje o Arminianismo é o sistema teológico adotado pela maior parte das igrejas
evangélicas brasileiras (especialmente nos segmentos Pentecostal e Neopentecostal).
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TABELA COMPARATIVA ENTRE OS DOIS SISTEMAS TEOLÓGICOS


ARMINIANISMO CALVINISMO
1. Livre-Arbítrio ou Escolha Humana 1. Incapacidade ou Depravação Total
Embora a queda de Adão tenha afetado O homem natural não pode sequer apreciar as
seriamente a natureza humana, as pessoas não coisas de Deus. Menos ainda salvar-se. Ele é cego,
ficaram num estado de total incapacidade surdo, mudo, impotente, leproso espiritual, morto
espiritual. Todo pecador pode arrepender-se e em seu pecado, insensível à graça comum. Se
crer, por livre-arbítrio, cujo uso determinará seu Deus não tomar a iniciativa, infundindo-lhe a fé
destino eterno. O pecador precisa da ajuda do salvadora, e fazendo-o ressuscitar
Espírito, e só é regenerado depois de crer, porque espiritualmente, o homem natural continuará
o exercício da fé é a participação humana no novo morto eternamente. (Sl 51.5; Jr 13.23; Rm 3.10-
nascimento. (Is 55.7; Mt 25.41-46; Mc 9.47-48; 12; 7.18; 1Co 2.14; Ef 1.3-12; Cl 2.11-13).
Rm 14.10-12; 2Co 5.10).
2. Eleição Condicional 2. Eleição Incondicional
Deus escolheu as pessoas para a salvação, Deus elegeu alguns para a salvação em Cristo,
antes da fundação do mundo, baseado em Sua reprovando os demais. Aos eleitos Deus manifesta
presciência. Ele previu quem aceitaria livremente a Sua misericórdia e aos reprovados a Sua justiça.
a salvação e predestinou os salvos. A salvação Deus não tem a obrigação de salvar ninguém,
ocorre quando o pecador, tocado pela Graça, nem homens nem anjos decaídos. Resolveu
escolhe a Cristo. O pecador deve exercer fé, para soberanamente salvar alguns homens
crer em Cristo e ser salvo. Os que se perdem, (reprovando todos os demais) e torná-los filhos
perdem-se por livre escolha. não quiseram crer adotivos quando eram filhos das trevas. Teve
em Cristo, rejeitaram a graça auxiliadora de Deus. misericórdia de algumas criaturas, e deixou as
(Dt 30.19; Jo 5.40; 8.24; Ef 1.5-6, 12; 2.10; Tg demais (inclusive os demônios) entregues às suas
1.14; 1Pe 1.2; Ap 3.20; 22.17). próprias paixões pecaminosas. A salvação é
efetuada totalmente por Deus. A fé, como a
salvação, é dom de Deus ao homem, não do
homem a Deus. (Ml 1.2-3; Jo 6.65; 13.18; 15.6;
17.9; At 13.48; Rm 8.29, 30-33; 9.16; 11.5-7; Ef
1.4-5; 2.8-10; 2Ts 2.13; 1Pe 2.8-9; Jd 1.4).
3. Redenção Universal ou Expiação Geral 3. Redenção Particular ou Expiação Limitada
O sacrifício de Cristo torna possível a toda e Segundo Agostinho. a graça de Deus é
qualquer pessoa salvar-se pela fé. Só serão salvos “suficiente para todos, eficiente para os eleitos”.
os que creem nEle – todos os que creem, serão Cristo foi sacrificado para redimir Seu povo, não
salvos. (Jo 3.16; 12.32; 17.21; 1Jo 2.2; 1Co 15.22; para tentar redimi-lo. Ele abriu a porta da
1Tm 2.3-4; Hb 2.9; 2Pe 3.9; 1Jo 2.2). salvação para todos, porém, só os eleitos querem
entrar, e efetivamente entram. (Jo 17.6,9,10; At
20.28; Ef 5.15; Tt 3.5).
4. Pode-se Efetivamente Resistir ao Espírito 4. A Vocação Eficaz do Espírito
Santo ou Graça Irresistível
Deus faz tudo o que pode para salvar os Embora os homens possam resistir à graça de
pecadores. Estes, porém, sendo livres, podem Deus, ela é, todavia, infalível. acaba convencendo
resistir aos apelos da graça. Se o pecador não o pecador de seu estado depravado, convertendo-
reagir positivamente, o Espírito não pode o, dando-lhe nova vida, e santificando-o. O
conceder vida. Portanto, a graça de Deus não é Espírito Santo realiza isto sem coação. É como um
infalível nem irresistível. O homem pode frustrar a rapaz apaixonado que ganha o amor de sua eleita
vontade de Deus para sua salvação. e ela acaba casando-se com ele, livremente. Deus
(Lc 18.23; 19.41-42; Ef 4.30; 1Ts 5.19). age e o crente reage, livremente. Quem se perde
tem consciência de que está livremente
rejeitando a salvação. Alguns escarnecem de
Deus, outros se enfurecem, outros adiam a
decisão, outros demonstram total indiferença
para as coisas sagradas. Todos, porém, agem
livremente. (Jr 3.3; 5.24; 24.7; Ez 11.19; 20; 36.26-
27; 1Co 4.7; 2Co 5.17; Ef 1.19-20; Cl 2.13; Hb
12.2).
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5. DECAIR DA GRAÇA 5. PERSEVERANÇA DOS SANTOS


Embora o pecador tenha exercido fé, crido em Alguns preferem dizer “perseverança do
Cristo e nascido de novo para crescer na Salvador”. Nada há no homem que o habilite a
santificação, ele poderá cair da graça. Só quem perseverar na obediência e fidelidade ao Senhor.
perseverar até o fim é que será salvo. (Lc 21.36; Gl O Espírito é quem persevera pacientemente,
5.4; Hb 6.6; 10.26-27; 2Pe 2.20-22). exercendo misericórdia e disciplina, na condução
do crente. Quando ímpio, estava morto em
pecado, e ressuscitou. Cristo lhe aplicou Seu
sangue remidor, e a graça salvífica de Deus
infundiu-lhe fé em para crer em Cristo e obedecer
a Deus. Se todo o processo de salvação é obra de
Deus, o homem não pode perdê-la! Segundo a
Bíblia, é impossível que o crente regenerado
venha a perder sua salvação. Poderá até pecar e
morrer fisicamente (1Co 5.1-5). Os apóstatas
nunca nasceram de novo, jamais se
converteram. (Is 54.10; Jo 6.51; Rm 5.8-10; 8.28-
32, 34-39; 11.29; Fp 1.6; 2Ts 3.3; Hb 7.25).
SÍNODO DE DORT SÍNODO DE DORT
(foi rejeitado) (foi confirmado)
Este foi o sistema de pensamento contido na Este sistema de teologia foi reafirmado pelo
“Remonstrância” (embora originalmente os cinco Sínodo de Dort em 1619 como sendo a doutrina
pontos não estivessem dispostos nessa ordem). da salvação contida nas Escrituras Sagradas.
Esse sistema foi apresentado pelo arminianos à Naquela ocasião, o sistema foi formulado em
Igreja na Holanda em 1610, mas foi rejeitado pelo “cinco pontos” (em resposta aos cinco pontos
Sínodo de Dort em 1619 sob a justificativa de que apresentados pelos arminianos) e desde então
era anti-bíblico. tem sido conhecido como “os cinco pontos do
calvinismo”.

Neste debate entre Calvinismo e Arminianismo, quem está correto? É interessante notar
que, na diversidade do Corpo de Cristo, há toda sorte de mistura entre Calvinismo e
Arminianismo. Há quem apoie os cinco pontos do Calvinismo e os cinco pontos do
Arminianismo, e, ao mesmo tempo, há quem apoie apenas três pontos do Calvinismo e dois
pontos do Arminianismo. Muitos crentes chegam a um tipo de mistura das duas visões.
No final, provavelmente os dois sistemas falham por tentar explicar o inexplicável. Os
seres humanos são incapazes de compreender totalmente um conceito como este. Sim, Deus é
absolutamente soberano e de tudo sabe. Sim, os seres humanos são chamados a fazer certa
decisão genuína e colocar sua fé em Cristo para a salvação. Estes dois fatos parecem
contraditórios para nós, mas, na mente ilimitada de Deus, fazem completo sentido.
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UM ESTUDO DETALHADO SOBRE JOÃO 3.16


[PERSPECTIVA CALVINISTA]
Por John Owen

“E apegue-se firmemente à mensagem fiel, da maneira pela qual foi ensinada, para que
seja capaz de encorajar outros pela sã doutrina e de refutar os que se opõem a ela” (Tt 1.9,
Bíblia King James Atualizada).

“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que
todo o que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna” (Jo 3.16).

Muitas vezes este versículo é usado para ensinar que:


• “amou” = Deus tem tal anseio natural pelo bem do mundo.
• “mundo” = toda a raça humana, em todas as épocas e tempos.
• “deu” = Ele deu Seu Filho para morrer.
• “todo aquele” = qualquer um que tenha a tendência natural para crer.
• “tenha” = possa, assim, obter a vida eterna.

Contrastando com isso, o versículo ensina:


• “amou” = Deus tem um amor tão especial, tão supremo, que Ele determinou.
• “mundo” = que todo o Seu povo, dentre todas as raças, fosse salvo.
• “deu” = ao designar Seu Filho para ser um Salvador adequado.
• “todo aquele que” = deixando claro que todos os crentes, e somente eles.
• “tenha” = tenham, efetivamente, todas as coisas gloriosas que Ele planejou para eles.

Há três coisas a serem cuidadosamente estudadas aqui. Em primeiro lugar, o amor de


Deus; em segundo lugar, o objeto do amor de Deus, aqui chamado de “o mundo”; em terceiro
lugar, a intenção do amor de Deus: para que os crentes “não pereçam”.

1. É importante entender que nada que sugira que Deus é imperfeito deve ser dito a
respeito dele. Sua obra é perfeita. No entanto, se for argumentado que Ele tem um anseio
natural quanto à salvação de todos, então, o fato de todos não serem salvos deve significar
que Seu anseio é fraco e Sua felicidade é incompleta. Além disso, as Escrituras não afirmam,
em lugar algum, que Deus é naturalmente inclinado ao bem de todos. Ao contrário, é evidente
que Deus é completamente capaz de ter misericórdia daqueles pelos quais Ele terá
misericórdia. Seu amor é um ato livre de Sua vontade, não uma emoção produzida nele por
nosso estado miserável. (Se fosse a miséria que tivesse atraído o anseio natural de Deus para
ajudar, então Ele deveria ser misericordioso também para com os demônios e os condenados).
O amor que é aqui descrito é um ato supremo e especial da vontade de Deus, dirigido
particularmente aos crentes. As palavras “de tal maneira” e “para que” enfatizam a
característica incomum desse amor e o claro propósito desse amor no sentido de salvar os
crentes da perdição. Então, este amor não pode ser uma afeição comum por todos, desde que
alguns realmente perecem.
Outros versículos das Escrituras também concordam que esse amor de Deus é um ato
supremo e é dirigido especialmente aos crentes, como, por exemplo, Romanos 5.8 ou 1João
4.9,10. Ninguém falaria de uma inclinação natural para o bem de todos, através de maneiras
tão enfáticas como estas.
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É claro que Deus quer o bem de todos a quem Ele ama. Então, segue-se que Ele ama
somente aqueles que recebem esse bem. O mesmo amor que O levou a dar Seu Filho Jesus
Cristo, faz com que Ele dê também todas as outras coisas necessárias: “Aquele que nem
mesmo a seu próprio filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará
também com ele todas as coisas?” (Rm 8.32). Assim, este amor especial de Deus pode,
portanto, ser somente por aqueles que realmente tenham recebido graça e glória.
Ora, leitor cristão, você precisa julgar: pode o amor de Deus, que deu o Seu Filho, ser
entendido como um sentimento de boa vontade para com todos, em geral? Não será, ao invés
disso, o Seu amor especial para com os crentes eleitos?

2. Precisamos examinar o que é o objeto desse amor de Deus, aqui chamado de “o


mundo”. Alguns dizem: isso deve significar todos e cada um dos homens. Eu jamais consegui
ver como isso poderia significar tal coisa. Já demonstramos os diferentes sentidos com que a
palavra “mundo” é usada nas Escrituras. E, em João 3.16, o amor mencionado no princípio e o
propósito no final, não podem concordar com o significado de “todos e cada um dos homens”
que é imposto, por alguns, sobre “o mundo”, o qual ocorre no meio do versículo.
De nossa parte, entendemos que essa palavra significa os eleitos de Deus espalhados
pelo mundo entre todas as nações. Os benefícios especiais de Deus já não são para os judeus
somente. O sentido é: “Deus amou os Seus eleitos em todo o mundo de tal maneira, que deu o
Seu Filho com esse propósito, para que os crentes pudessem ser salvos por Ele”. Há várias
razões que corroboram esse ponto de vista.
A natureza do amor de Deus conforme já examinamos aqui, não pode ser considerada
como sendo estendida a todos e a cada um dos homens. O “mundo”, neste versículo, tem que
ser aquele mundo que realmente receba a vida eterna. Isso é confirmado pelo versículo
seguinte (Jo 3.17) – onde, na terceira ocorrência do termo “mundo”, é afirmado que o
propósito de Deus ao enviar Cristo foi “para que o mundo fosse salvo”. Se “mundo” se refere
aqui a quaisquer pessoas senão aos crentes eleitos, então Deus falhou no Seu propósito. Não
ousaríamos admitir isso.
Não é raro, de fato, o povo de Deus ser designado por termos, tais como: “mundo”,
“toda a carne”, “todas as nações”, e “todas as famílias da terra”. Em João 4.42, por exemplo, é
afirmado que Cristo é o Salvador do mundo. Um Salvador de homens não salvos seria uma
contradição de termos. Assim sendo, aqueles que aqui são chamados de “o mundo” têm que
ser apenas aqueles que são salvos.
Há várias razões porque os crentes são chamados de “o mundo”. É para distingui-los dos
anjos; para rejeitar judeus jactanciosos que pensavam ser apenas eles o povo de Deus; para
ensinar a distinção entre a velha aliança feita com uma só nação, e a nova – na qual todas as
nações do mundo se tornariam obedientes a Cristo; e para mostrar a condição natural dos
crentes como criaturas terrestres e deste mundo.
Se for ainda argumentado que “mundo” aqui se refere a todos e a cada um dos homens
como sendo o objeto do amor de Deus, então, por que Deus não revelou Jesus a todos a quem
Ele tanto amou? É muito estranho que Deus desse Seu Filho para eles, e, no entanto, nunca
lhes falasse desse amor, pois milhões jamais ouviram o evangelho! Como pode ser dito que Ele
ama todos os homens, se, na Sua providência, esse amor não chega a ser conhecido por todos
os homens?
Finalmente, “mundo” não pode significar todos e cada um dos homens, a menos que
estejamos dispostos a admitir que:
• O amor de Deus em relação a muitos é em vão, porque eles perecem mesmo assim;
• Cristo foi enviado em favor de milhões que jamais O conheceram;
• Cristo foi enviado em favor de milhões que não podem crer nele.
• Deus muda Seu amor para abandonar aqueles que perecem (ou isso, ou Ele continua a
amá-los no inferno);
• Deus não consegue dar todas as coisas àqueles pelos quais Ele deu Cristo.
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• Deus não sabe de antemão quem vai crer e ser salvo.

Não podemos admitir tais absurdos; “mundo” só pode significar aquelas pessoas
espalhadas pelo mundo, que são eleitas.

3. Afirma-se que a maneira pela qual os eleitos de Deus chegam, realmente, a obter a
vida que está em Seu Filho é através do ato de crer. É “cada crente que não vai perecer”.[1]
Se for alegado que Cristo morreu por todos e por cada um dos homens, e, entretanto,
nós agora aprendemos que somente os crentes serão salvos, o que é que faz a diferença entre
crentes e não crentes? Eles não podem fazer a diferença por si mesmos (Ver 1Co 4.7). Então
Deus os fez diferentes. Mas se Deus os fez diferentes, como pode ter enviado Cristo para todos
eles?
O versículo (Jo 3.16) declara a intenção de Deus no sentido de que os crentes serão
salvos. Segue-se, então, que Deus não deu Seu Filho para os incrédulos. Como poderia ter
dado Seu Filho para aqueles a quem Ele não deu a graça de crer?
Ora, que o leitor pese todas estas coisas, e especialmente a primeira – o amor de Deus –
e pergunte seriamente se pode ser considerado uma afeição por todos em geral aquilo que
pode tolerar a perdição de muitos daqueles a quem Ele tanto amou? Ou será que este amor
não é melhor entendido como sendo aquele único, especial amor do Pai por Seus filhos
crentes, que torna seguro o futuro deles? Então, você terá uma resposta se a Bíblia ensina, ou
não, que Cristo morreu como um resgate geral – infrutífero com relação a muitos pelos quais o
resgate foi pago ou como uma redenção especial e gloriosamente eficaz para cada crente. E
lembre-se de que este texto, João 3.16, é frequentemente usado para sustentar a ideia de que
Cristo morreu por todos os homens – embora, como já tenho mostrado, seja completamente
incompatível com tal noção!

***
Nota
[1] Sugerir que “todo aqueles” significa “qualquer um” indefinidamente, não vai ajudar
em nada a causa da redenção universal. A forma das palavras gregas é realmente “todos os
crentes”. Argumentar a favor de “qualquer um” é, sem dúvida, negar que o amor de Deus é
igual para com todos os homens! Se alguns - o “todo aquele” - podem ser especialmente
favorecidos, então Deus não pode ter amado todos os homens igualmente. Ele deve, de
alguma forma, ter amado os “todos aqueles” mais do que o restante dos homens!

***
Fonte: John Owen, “Por quem Cristo Morreu?”, PES, pp. 82-88 (adaptado).
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15 PERGUNTAS SOBRE A IDEIA DO AMOR UNIVERSAL DE DEUS


[PERSPECTIVA CALVINISTA]
1. Deus amava Caim, Ninrode e cada ser humano que Ele destruiu no dilúvio noético?
(Gn 6-8).
2. Deus amava cada ser humano que Ele destruiu quando fez chover fogo e enxofre
sobre Sodoma e Gomorra? (Gn 19.24,25). Ele amava a esposa de Ló? (Gn 19.26).
3. Deus amava o faraó do Egito? (Rm 9.15-18). Ele amava todos os primogênitos no
Egito, aos quais feriu? (Êx 12.29,30). Ele amava o exército de faraó, que Ele afundou no mar
Vermelho? (Êx 14.23-31).
4. Deus amava os amalequitas? (Êx 17.13,14; Dt 25.17-19).
5. Deus amava o povo cananeu, a quem ordenou que fosse exterminado por Israel? (Dt
7.1,2; 20.10-18).
6. Deus amava os amonitas e moabitas? (Dt 23.2,3).
7. Deus amava aqueles indivíduos que faziam injustiça nos tempos do Antigo
Testamento? (Dt 25.13-16).
8. Deus ama os que praticam a iniquidade? (Sl 5.5).
9. Deus ama os ímpios? (Sl 7.11).
10. Deus ama aqueles que fazem o mal? (Sl 34.16).
11. Deus amava Esaú? (Ml 1.1-3; Rm 9.10-13).
12. Deus não ama somente aqueles indivíduos que chegam a amá-lo? (Pv 8.17). Deus
ama somente aqueles que o amam, mas esse não é o fundamento do amor de Deus. Antes,
aqueles que amam a Deus só o amam porque Deus os amou primeiro (Jo 15.16).
13. Deus não ama somente aqueles indivíduos que chegam a amar Cristo e guardar Seus
mandamentos? (Jo 14.21,23).
14. Deus não ama somente aqueles indivíduos que estão em Cristo Jesus? (Rm 8.39).
15. Deus não ama somente os Seus filhos, aqueles indivíduos a quem Ele corrige e
açoita? (Hb 12.6).

PARA MEDITAÇÃO: “Do ímpio Deus tem piedade (Mt 18.33). Para os ingratos e maus Ele
é bom (Lc 6.35). Os vasos de ira Deus suporta com muita paciência (Rm 9.22). Mas os Seus,
Deus ama!” (Arthur W. Pink).

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