Vous êtes sur la page 1sur 20

Trajetórias e processos de ensinar e aprender: didática e formação de professores - XIV ENDIPE 135

A vida com as histórias de vida:


apontamentos sobre pesquisa e formação

*
Elizeu Clementino de Souza -

As reflexões aqui apresentadas tomam como inspira-


ção a participação no ‘Simpósio - Memória e Trajetórias do-
centes: contribuições da pesquisa para a formação do profes-
sor’, no âmbito do XIV Encontro Nacional de Didática e Prá-
tica de Ensino – ENDIPE, em torno da temática central as
“Trajetórias e processos de ensinar e aprender: lugares, me-
mórias e culturas”. Pensar tais questões remete-nos indubita-
velmente à pesquisa (auto)biográfica e às narrativas de for-
mação, possibilitado espaços de discussão sobre os diferentes
lugares, objetos memórias e o cotidiano da escola em suas
interfaces com os processos de ensino e as dimensões de a-
prendizagens.
A idéia expressa no título me instiga a pensar ‘apon-
tamentos’ como síntese de questões teóricas e de pesquisas
vinculadas às histórias de vida como aprendizagem, conhe-
cimento e formação (Josso, 2002; Delory, 2001), na tentativa
de indicar alguns eixos e possíveis pistas para compreender
as aproximações, distâncias e relações entre pesquisa, ensino
e formação, no âmbito dos trabalhos com memórias e trajetó-
rias docentes.
Tomarei como referência experiências de pesquisa e
formação construídas coletivamente no espaço do GRAFHO/
PPGEduC1 - Grupo de Pesquisa Autobiografia Formação e
____________
*Universidade Estadual da Bahia – UNEB, esclementino@uol.com.br
1No espaço do GRAFHO temos construído experiências de pesquisa, centradas na
prática de formação com as histórias de vida, nos permitindo denominá-las de
narrativa (auto) biográfica ou narrativa de formação tal como utilizada por
136 SOUZA, Elizeu Clementito de Souza • A vida com as histórias de vida:...

História Oral -, vinculado à Linha de Pesquisa II - Currículo,


Tecnologias e Formação de Professores -, no domínio da a-
bordagem experiencial e das histórias de vida. Os projetos
e/ou atividades desse grupo se constituem no domínio das
histórias de vida e da pesquisa (auto)biográfica como férteis
para conhecer, numa outra perspectiva e de um outro lugar, o
cotidiano da escola e, consequentemente, a formação de pro-
fessores na contemporaneidade.
Questões teóricas discutidas por Souza (2006) desta-
cam perspectivas epistemológicas da abordagem biográfica
no contexto da formação de professores, ao refletir sobre a
Didática como iniciação, fabricação de identidades, políticas
e práticas de formação de professores, referenciadas por pos-
síveis contribuições para a Didática através do trabalho cen-
trado nas autobiografias. Souza (2006b e 2006c) apresenta
também diferentes tipificações e entradas construídas como
prática de investigação/formação com histórias de vida, des-
tacando a heterogeneidade em torno da temática e dos percur-
sos dessa abordagem de pesquisa, constituída por diferentes
campos disciplinares, bem como sistematiza trajetórias e per-
cursos teórico-metodológicos da pesquisa com história de
vida ou narrativas de formação nas Ciências Sociais.
As discussões sobre as histórias de vida como projeto
de conhecimento, de aprendizagem e de formação são siste-
matizadas por Josso (2002), ao apresentar uma síntese das
abordagens das histórias de vida, a partir dos textos publica-
dos, há pelo menos quinze anos, os quais discutem objetivos
teóricos relativos ao papel do pesquisador em relação à meto-
dologia de investigação-formação com histórias de vida e
outros métodos concernentes à utilização dessa abordagem,
____________
(JOSSO, 2002), visto que as biografias educativas e sua utilização na pesquisa-
formação em educação vinculam-se ao contexto das transformações dos métodos
e procedimentos de pesquisa, que estão vinculados à pesquisa qualitativa, também
por entender que as mesmas possibilitam analisar possíveis implicações da utili-
zação deste recurso metodológico como fértil para a compreensão de memórias e
histórias de professores/professoras em processo de formação.
Trajetórias e processos de ensinar e aprender: didática e formação de professores - XIV ENDIPE 137

enquanto projeto de formação e (auto)formação. Destaco o


entusiasmo pela abordagem biográfica, por entender que o
mesmo aparece indissociável do centramento do sujeito como
autor-ator de sua própria história, como uma das formas de
superação da hegemonia das pesquisas centradas na causali-
dade, no pragmatismo e no determinismo positivista.
A intenção deste texto é apontar questões teórico-
metodológicas concernentes à abordagem (auto)biográfica e
sistematizá-las a partir de três apontamentos gerais, os quais
tencionam histórias de vida como projeto de conhecimento,
de pesquisa e como prática de formação.
Apontar significa, nesse contexto, anotar, listar, es-
crever, assinalar, distinguir e indicar reflexões sobre o pro-
cesso de constituição da pesquisa (auto) biográfica no Brasil,
a expansão das pesquisas, a diversidade de entradas, possibi-
lidades de pesquisa e de práticas de formação que vêm se
constituindo no espaço acadêmico e nos territórios de forma-
ção.

As Histórias de vida como projeto de


conhecimento

O primeiro apontamento debruça-se sobre a possibili-


dade e idéia inicial de constituição e domínios da pesquisa
(auto) biográfica, a partir da compreensão de questões vincu-
ladas ao movimento biográfico na pesquisa em educação no
Brasil, destacando a origem dos grupos de pesquisa, seminá-
rios, simpósio, congressos, produção de dissertações e teses,
publicação de livros e organização de revistas, e, atualmente,
o estudo da criação da associação de pesquisa. Conforme
Souza, Sousa e Catani (2007), o movimento biográfico no
Brasil tem sua vinculação às pesquisas na área educacional,
seja no domínio da didática, formação de professores e da
história da educação, seja em outras áreas que tomam as nar-
rativas como perspectiva de pesquisa, de formação ou de (au-
to)formação. A diversificação de temática e de abordagem
138 SOUZA, Elizeu Clementito de Souza • A vida com as histórias de vida:...

resulta do corpus de análise sobre projetos de formação inici-


al/continuada ou histórias de vida de educadores, de experi-
ências de inovações educativas, os quais buscam visibilizar
dimensões sócio-históricas do trabalho docente, da identidade
profissional, da organização escolar e do cotidiano da escola.
Inegavelmente, a criação e os estudos de uma primeira
fase do Grupo de Estudos Docência, Memória e Gênero
(FEUSP) marcam as primeiras experiências com pesquisas
(auto) biografias como práticas de formação, através das a-
proximações das questões de gênero e entrecruzando memó-
rias e trajetórias de professoras com seus percursos e aprendi-
zagens da docência. Destaco a realização do 1º Seminário
Memória, Docência e Gênero (1997), ao buscar reunir pes-
quisadores e conhecer investigações desenvolvidas no âmbito
das histórias de vida e de suas relações com a formação, tra-
balho docente e identidade profissional, o que se configura
como uma das primeiras possibilidades de aglutinação e ma-
peamento de pesquisas com as histórias de vida na área da
educação, no domínio da formação de professores.
O trabalho de Bueno, Chamlian, Sousa e Catani,
(2006) configura-se num primeiro balanço sobre questões
metodológicas das pesquisas que utilizaram as histórias de
vida e a (auto)biográfica como perspectiva de investigação no
Brasil, no período de 1985 a 2003. A análise apresentada
sistematiza a produção nacional, a partir de resumos e textos
de teses, livros e periódicos científicos, com ênfase na forma-
ção de professores e trabalho docente, como eixos temáticos
que mobilizaram olhares, recortes e análises.
O exame construído oportuniza conhecer formas de
apropriação dos procedimentos e práticas de pesquisa-
formação mais recorrentes, desde os centrados nas narrativas
na primeira pessoa, na diversificação de projetos e de entra-
das até a intensificação metodológica, a partir dos anos 90, e
a indicação de lacunas pela diversificação das fontes utiliza-
das. O trabalho destaca a emergência e o interesse por novos
Trajetórias e processos de ensinar e aprender: didática e formação de professores - XIV ENDIPE 139

temas de estudos sobre a profissão, profissionalização, e i-


dentidade, ao destacar a necessidade de discussão sobre apro-
priações culturais, definições teóricas, perspectivas metodo-
lógicas de pesquisa e de práticas de formação no domínio das
pesquisas (auto)biográficas e das histórias de vida.
A idealização e organização das edições do CIPA -
Congresso Internacional sobre Pesquisa (Auto)biográfica –
são marcadas por reflexões epistemológicas e teórico-
metodológicas das pesquisas sobre histórias de vida e suas
implicações como prática de investigação-formação. As edi-
ções do CIPA2 configuram-se como momentos significativos
para a pesquisa (auto)biográfica no Brasil, considerando a
sistematização de peculiaridades das produções, formas de
trabalho, espaços acadêmicos onde emergem e se consolidam
tais estudos com ênfase nos métodos (auto) biográficos. Cabe
salientar que a diversidade de estudos que se apropriam das
autobiografias no território da formação de professores, os
estudos no âmbito da história da educação e das práticas de
formação e a re-invenção dos modos de trabalhos ancorados
numa base teórica e autores revelam diferentes práticas de
pesquisa com histórias de vida.
O I CIPA, organizado pela PUC-RS, foi gestado em
torno das discussões teórico-metodológicas sobre pesquisas
(auto) biográficas, dos recuos e dos avanços tanto teóricos,
quanto empíricos dessa abordagem de pesquisa em diferentes
contextos. A segunda edição destaca-se pelo crescimento do
interesse e da participação de professores e pesquisadores no
____________
2 O I CIPA aconteceu em Porto Alegre (2004), nasce da organização do livro
(ABRAHÃO, 2004) “A Aventura (Auto)biográfica – teoria e empiria”, do desejo
de socializar recentes reflexões sobre pesquisa (auto)biográfica e de aproximar
pesquisadores de expressão nacional e internacional. O II CIPA foi realizado em
Salvador (2006), e resultou na organização de três livros, a saber: o livro da Pro-
gramação e Resumos; Tempos, Narrativas e Ficções: a invenção de si, organizado
por Elizeu Clementino de Souza e Maria Helena M. B. Abrahão e prefaciado por
Marie-Christine Josso e Autobiografias, histórias de vida e formação: pesquisa e
ensino, também organizado por Elizeu Clementino de Souza e prefaciado por
Maria Helena M. B. Abrahão.
140 SOUZA, Elizeu Clementito de Souza • A vida com as histórias de vida:...

II CIPA, promovido pela Universidade do Estado da Bahia


(UNEB). O evento foi organizado a partir de seis grandes
Eixos Temáticos, que pretenderam sugerir as várias possibili-
dades de investigações vindas de dentro e de fora do campo
da educação. As publicações organizadas no âmbito das edi-
ções do congresso registram um momento expressivo da pes-
quisa autobiográfica no Brasil e algumas das tendências de
outros países, além de também servirem como ferramenta de
pesquisa para outras modalidades de investigação, que permi-
tam caracterizar desdobramentos, implicações, mudanças,
permanências, enfim, possibilitando outras compreensões
acerca do que se está produzindo nesse campo de pesquisa.
O III CIPA, organizado pela UFRN, tem como temá-
tica central ‘(Auto) Biografia: formação, territórios e saberes’
e busca dá continuidade aos encontros científicos e debates
em torno da pesquisa (auto) biográfica. O objetivo do Con-
gresso é promover reflexões acerca de pesquisas (auto) bio-
gráficas nos diversos domínios das ciências do humano e
propiciar o intercâmbio entre grupos de pesquisa sobre pers-
pectivas de análise das questões relativas aos potenciais das
fontes (auto)biográficas.
A articulação de diferentes grupos de pesquisa vem
consolidando os trabalhos através das edições do congresso,
das publicações, dos encontros intermediários e de intercâm-
bio entre os pesquisadores, permitindo dessa forma sistemati-
zar discussões teórico-metodológicas sobre as (auto) biogra-
fias e suas dimensões de pesquisa e formação no domínio
educacional brasileiro. Deste movimento, vale destacar a cri-
ação e instalação da ANNHIVIF – Associação Norte e Nor-
deste das Histórias de Vida em Formação (2007), no âmbito
do Programa de Pós Graduação em Educação da Universida-
de Federal do Rio Grande do Norte, a qual trará contribuições
para a área de pesquisa, bem como a consolidação das histó-
rias de vida e autobiografias na educação e na formação.
Trajetórias e processos de ensinar e aprender: didática e formação de professores - XIV ENDIPE 141

A utilização, a partir do final dos anos 70, dos méto-


dos biográficos, das práticas de formação, dos diários e escri-
tas de si como perspectiva de formação e, particularmente,
das biografias educativas, demarca outras percepções sobre o
percurso de formação, bem como confronta-se com os méto-
dos dominantes no cenário da pesquisa educacional. Essas
questões são sinalizadas por Passegi (2006), ao afirmar que
no âmbito da educação, as histórias de vida emergem no con-
texto da formação permanente, com forte influência das
transformações do mundo do trabalho, nos países de língua
francesa. Pesquisas e práticas de formação foram produzidas
e contribuíram para visibilizar as histórias de vida em forma-
ção, como um movimento que, ao colocar o adulto como cen-
tro do processo de formação, busca valorizar as experiências
formadoras inscritas em projetos autobiográficos, como pos-
sibilidade de orientação e reorientação profissional.
Desde a década de 80, as experiências desenvolvidos
pelo grupo da Universidade de Genebra, a partir das discus-
sões sobre (auto)formação na perspectiva da abordagem das
histórias de vida por parte do sujeito aprendente (PINEAU,
1988), marcam um sentido particular para a entrada e a utili-
zação das biografias educativas como potencializadoras para
a compreensão do processo de formação. Nesse sentido, a-
firma Dominicé que “[...] a biografia é um instrumento de
investigação e, ao mesmo tempo, um instrumento pedagógi-
co. Esta dupla função da abordagem biográfica caracteriza a
sua utilização em ciências da educação [...]” (1988, p. 103).
Tanto para Pineau (1988), quanto para o grupo de Ge-
nebra (Dominicé, Finger e Josso), a biografia educativa vin-
cula-se à Educação Permanente do adulto e instaura-se na
singularidade da (auto)formação em contexto educativo, não
comportando generalizações no trabalho de investigação, e a
sua utilização articula-se com um objeto de investigação,
num contexto educativo. É deste lugar e dessa implicação
teórico-epistemológica que entendo ser a biografia educativa
um recurso fértil para compreender a singularidade das narra-
142 SOUZA, Elizeu Clementito de Souza • A vida com as histórias de vida:...

tivas de formação no processo de construção da identidade


docente.
Ao apresentar a ‘gênese de uma corrente de pesquisa-
ação-formação existencial’ Pineau (2006) situa, na linhagem
das pesquisas com história de vida em formação, um pano-
rama histórico que sistematiza a densidade teórica e um qua-
dro de produção sobre as práticas de investigação-formação
desenvolvidas na Europa. O texto desenvolve quatro idéias, a
partir de um sobrevôo histórico da emergência e diversifica-
ção dos trabalhos com histórias de vida, ao destacar a gênese
e desenvolvimento histórico (1980/2005) das histórias de
vida em formação, em três espaços-tempo: ‘emergência nos
anos 80’; fundações nos anos 90 e desenvolvimento diferen-
ciado nos anos 2000. O trabalho também sistematiza questões
concernentes à pesquisa-ação-formação e suas diferenças
como prática de investigação-formação, apresenta práticas
reflexivas das histórias de vida em formação, dimensões teó-
ricas sobre correntes concernentes ao movimento biográfico e
distingue tipificações, a partir de entradas, construídas no
cenário europeu dos anos 80 para cá.
A abordagem biográfico-narrativa possibilita compre-
ender o singular/universal das histórias, memórias de forma-
ção, ao revelar práticas individuais/coletivas inscritas na iti-
nerância dos sujeitos em aprendizagem e formação. A diver-
sificação do uso e a importância atribuída à abordagem bio-
gráfica, na perspectiva do paradigma do singular / plural
(JOSSO, 2006), delineiam razões vinculadas à escolha da
abordagem biográfica com ênfase nas histórias de vida, com
relatos orais e/ou escritos, como procedimento e prática de
investigação-formação em educação, como potente para a
formação inicial e/ou continuada de professores. A revalori-
zação das histórias de vida situa-se na virada hermenêutica
em que se compreendem os fenômenos sociais como textos e
a interpretação como atribuição de sentidos e significados as
experiências individuais e coletivas.
Trajetórias e processos de ensinar e aprender: didática e formação de professores - XIV ENDIPE 143

Os trabalhos de Nóvoa (1992), Pineau (1999 e 2004),


Josso (2002), Catani (2003 e 2006) e (Souza, 2006b) demar-
cam diferenças, no que se refere a um relato de vida e a uma
história de vida. Nota-se que o relato se refere a uma narração
fiel da vida do indivíduo conforme a pessoa conta, enquanto
que a história de vida ultrapassa os limites da narrativa, tor-
nando-se um estudo de caso acerca da vida e da obra de uma
pessoa, ou grupo de pessoas, seja pela via de relatos ou de
qualquer outro tipo de informações e/ou documentações que
permitam o enriquecimento de pesquisa em questão.
As análises empreendidas nos trabalhos organizados
por Souza e Abrahão (2006) e Souza (2006c), no que se refe-
re à utilização e entradas possíveis com as histórias de vida e
trabalhos desenvolvidos por um conjunto de grupos de pes-
quisa, centradas nas histórias de vida, memória e narrativas
de formação, apresentam diferentes modos de se trabalhar as
histórias como prática de investigação-formação.
As práticas de pesquisa e formação com histórias de
vida têm adotado uma variedade de fontes e procedimentos
de coleta, agrupado-as em duas dimensões, ou seja, os diver-
sos documentos pessoais (autobiografias, diários, cartas, fo-
tografias e objetos pessoais) e as entrevistas biográficas, que
podem ser orais ou escritas. As biografias são bastante utili-
zadas em pesquisas na área educacional como fontes históri-
cas, devendo cada texto escrito ser utilizado como objeto de
análise considerando, sobretudo, o contexto de sua produção,
sua forma textual e o seu conteúdo em relação ao projeto de
pesquisa ou de formação a que esteja vinculado. A ampliação
e consolidação dos domínios da pesquisa (auto)biográfica
passam por essas diferentes questões e buscam firmar-se, ao
tempo em que permitirá aos pesquisadores implicados com a
abordagem superar fragilidades, críticas e reducionismos às
práticas de pesquisa/formação no âmbito das histórias de vi-
da.
144 SOUZA, Elizeu Clementito de Souza • A vida com as histórias de vida:...

A história de vida: interfaces entre pesquisa e


formação

O segundo apontamento3 articula-se na interface entre


pesquisa e formação e procura marcar aproximações e diver-
sidades das pesquisas com histórias de vida e (auto)biografias
no âmbito da formação de professores (SOUZA, 2006a), com
ênfase no desenvolvimento pessoal e profissional, na identi-
dade e nos sabres da docência, seja como pesquisa ou como
prática de formação, marcando uma dupla função de utiliza-
ção da abordagem experiencial centrada nas histórias de vida
em formação.
Pesquisas com histórias de vida no campo educacio-
nal evidenciam a pessoa do professor, ao ressaltar a relevân-
cia da subjetividade como um dos conceitos articuladores dos
questionamentos teóricos vigentes e das propostas que reali-
mentam o estudo do método. Novos conceitos para a com-
preensão do trabalho docente surgiram com os estudos edu-
cacionais, cujas abordagens de pesquisa passaram a reconhe-
cer o professor como sujeito, trazendo à tona a necessidade
de se investigar os saberes de referência dos professores so-
bre suas próprias ações e pensamentos, caracterizando-os,
inclusive, como sujeitos de um saber e de um fazer inerentes
à profissão. Com a centralização dos estudos e práticas de
formação na pessoa do professor, busca-se abordar a constitu-
ição do trabalho docente, levando-se em conta os diferentes
aspectos de sua história: pessoal, profissional e organizacio-
nal, a partir da tomada de consciência, do reconhecimento das
fontes e dos dispositivos de construção/apropriação dos sabe-

____________
3
As questões aqui apresentadas foram organizadas e sistematizadas no âmbito da
Pesquisa “História e Memória do Colégio Nossa Senhora do Carmo: imagens e
representações sociais sobre a docência (1950/1960)” e encontra-se articulada,
metodologicamente, a partir de três eixos centrais: História da escola, memória de
ex-normalistas e biografia da fundadora Olga Mettig.
Trajetórias e processos de ensinar e aprender: didática e formação de professores - XIV ENDIPE 145

res da docência em articulação com o fazer cotidiano do/no


trabalho pedagógico.
A análise de princípios de ação que direcionam o per-
curso dos professores em sua carreira pode trazer à tona no-
vas e diferentes concepções sobre o trabalho docente, relati-
vas às práticas cotidianas das escolas, possibilitando contri-
buições para o trabalho, para a formação profissional e para a
profissionalização docente. Para Vieira, “a história de vida de
uma pessoa, para além de todas as subjectividades individuais
e da idiossincrasia de alguns factos, acaba por ser social e não
apenas singular [...]” (1999, p.50), ao destacar que “[...] A
história de vida acontece num contexto espácio-temporal e a
tecnologia, a conjuntura e a mentalidade vigentes acabam por
marcar ou influenciar, de modo semelhante, toda uma gera-
ção de determinado contexto [...]” (idem, p. 50).
Outra dimensão singular é a demonstração que estes
estudos revelam, a exemplo da importância do desenvolvi-
mento de pesquisas que intentam identificar e analisar os sa-
beres docentes numa perspectiva de contribuir para a amplia-
ção do campo educacional e, principalmente, para o entendi-
mento e possível implementação de políticas que envolvam a
questão da formação do professor, a partir da ótica dos pró-
prios sujeitos, enquanto autor-ator de sua história de vida e
formação. Pensar a formação de professores nesta perspecti-
va, envolve a capacidade para lidar com conflitos resultantes
do confronto entre os saberes diversificados dos diferentes
grupos sociais presentes na escola e os saberes sistematizados
constantes em um determinado momento histórico-social que
a escola se propõe a transmitir.
A abordagem biográfica é considerada, simultanea-
mente, um meio de investigação e um instrumento pedagógi-
co, e é, justamente, essa dupla função que justifica a utiliza-
ção do método no domínio das ciências da educação. Como
investigação, tal abordagem contribui para a apreensão do
cotidiano escolar, de questões vinculadas à profissão, além de
se constituir num dispositivo fértil para a formação e possibi-
146 SOUZA, Elizeu Clementito de Souza • A vida com as histórias de vida:...

litar processos de aprendizagem, de conhecimento e de for-


mação, através das experiências e modos de narrar as nossas
histórias individuais e coletivas.
A pergunta fundamental então é: que conhecimento é
possível gerar a partir das narrativas (auto) biográficas e qual
é a relevância desse conhecimento para o processo formativo
da profissão docente? A resposta a tal pergunta vincula-se às
aprendizagens experienciais dos saberes docentes forjados na
prática profissional e à avaliação de sua potencialidade para
realimentar as teorias pedagógicas. Esses saberes ontologi-
camente elaborados e implicados com a vida são a base, a
partir da qual as narrativas das trajetórias de escolarização e
formação se assentam.
Os debates acerca do método biográfico ou história de
vida nos instigam a observar e compreender a importância de
tal método, não apenas como um instrumento de investiga-
ção, mas também como um instrumento de formação que
permite conhecer o homem e sua relação com o seu percurso
escolar, permitindo-o identificar aquilo que foi realmente
formador, em sua própria história de vida.
A utilização das histórias de vida desencadeia impor-
tantes embates teóricos no decorrer de sua evolução, travando
uma luta sucessiva pelo reconhecimento de seu caráter cientí-
fico, enquanto método autônomo de investigação. Por ser
mais uma alternativa de mediação entre as histórias individu-
ais e sociais, pessoais e profissionais, o interesse na utilização
de tal método é crescente nas últimas décadas em diferentes
áreas do conhecimento.
A constituição e domínio das pesquisas com histórias
de vida no Brasil registram uma variedade de estudos sobre a
abordagem biográfica e sobre a vida de educadores, carreiras
e trajetórias de formação, revelando a existência de significa-
tivo valor, ao recolocar como pauta principal das discussões
sobre as pesquisas educacionais dimensões pessoais no pro-
cesso de formação.
Trajetórias e processos de ensinar e aprender: didática e formação de professores - XIV ENDIPE 147

É fato que atualmente, as pesquisas, principalmente


aquelas relacionadas à área educacional, utilizam as histórias
de vida como fonte de pesquisa, por assumir um caráter du-
plo: informar e formar, que possibilita ao pesquisador e ao
leitor, uma análise dos saberes, habilidades e capacidades
necessárias ao formador de formadores. Na trajetória de for-
mação de professores é potente desenvolver o senso de refle-
xividade crítica por entender que ninguém forma ninguém e
que para haver a (auto)formação faz-se necessária a auto-
reflexão. Entretanto, não cabe aqui negar o irrefutável papel
do professor, mas, sim reafirmar a relevância do conhecimen-
to de si, presença obrigatória em sua prática docente. Partindo
desses pressupostos, vale salientar que cada indivíduo perce-
be o processo de formação de maneira particular, singular.
Cabe também destacar como compreendo o papel do
pesquisador no processo de recolha das fontes e elaboração
do conhecimento. O primeiro passo é refletir sobre as posi-
ções que reduzem o papel do pesquisador à mera descrição,
argumentando que toda interpretação implica traição à essên-
cia do discurso do outro. O papel do pesquisador não pode
limitar-se a tomar notas, pois sua tarefa é a escuta sensível, a
partir da qual percebe os componentes e dimensões relevan-
tes na vida dos sujeitos, que terminam por iluminar as pro-
blemáticas construídas. Os relatos somente são relevantes
porquanto respondem à historicidade e à subjetividade dos
sujeitos em suas itinerâncias e formação. A crescente utiliza-
ção das histórias de vida e de narrativas (auto) biográficas,
como opção metodológica para a formação inicial ou conti-
nuada de professores, possibilita inicialmente um movimento
de investigação sobre o processo de formação e, por outro
lado, possibilita entender os sentimentos e representações dos
atores sociais no seu processo de formação.
Na pesquisa biográfica, mediante o recurso às histó-
rias pessoais ou narrativas dos sujeitos acerca de suas trajetó-
rias de vida-formação, pode-se favorecer aos sujeitos à opor-
tunidade de conhecer e analisar situações vividas, compreen-
148 SOUZA, Elizeu Clementito de Souza • A vida com as histórias de vida:...

der as influências sociais, econômicas, políticas, religiosas,


culturais e educacionais presentes no percurso da própria
existência. Apropriar-se e pensar a formação, focadas nas
histórias de vida, configura-se como fator preponderante para
o entendimento das trajetórias formativas, uma vez que abor-
dam dimensões pessoal e profissional da vida do sujeito,
compreendendo as influências referentes às escolhas que são
feitas no decorrer da vida. Só assim, analisando o percurso,
no sentido de desvendar o profissional que nos habita, e que
desejamos ser, é possível conhecer a própria historicidade e
dar sentido às experiências vividas, ressignificando conheci-
mentos e aprendizagens experienciais.

As histórias de vida como prática de formação

O terceiro apontamento procura refletir sobre as pes-


quisas com histórias de vida como prática de formação e to-
ma as ‘trajetórias e processos de ensinar e aprender’ como
um dos dispositivos de formação de professores na contem-
poraneidade. As discussões sobre os lugares, memórias e
culturas no território da formação entrecruzam-se com outros
repertórios de conhecimento que possibilitam domínios di-
versos no constituir-se e tornar-se professor, através de dife-
rentes imagens da profissão.
Ao discutir sobre imagens de professores, Nóvoa
(2002) argumenta que os professores atravessaram uma fase
difícil nas últimas décadas, passando do total esquecimento,
quando subjugam a sua existência, para o esmagamento,
quando são acusados de contribuir para a reprodução das de-
sigualdades sociais, até o controle absoluto de suas ações,
quando considerados uma ameaça ao sistema. A década de
1980, particularmente, traz a público a tomada de consciência
da necessidade de se colocar no centro das discussões educa-
cionais o professor, em suas dimensões pessoais e profissio-
nais, colocando-se as problemáticas investigativas no âmago
do processo identitário da sua formação.
Trajetórias e processos de ensinar e aprender: didática e formação de professores - XIV ENDIPE 149

A abordagem biográfica ou as pesquisas com histórias


de vida ampliam os limites da história da educação e da for-
mação de professores, quando em sua narrativa explicita
questões educacionais que estimulam a compreensão de ques-
tões da contemporaneidade. Nóvoa e Finger afirmam que
“[...] O método biográfico desencadeou, no decurso da sua
evolução histórica, importantes polêmicas epistemológicas e
metodológicas, que o opuseram a uma prática positivista das
ciências sociais. Hoje em dia, a luta pelo reconhecimento de
um estatuto científico ao método biográfico mantém-se bem
viva, nomeadamente no campo da sociologia” (1988, p. 12).
Destacam que essas questões também estão presentes no
campo educacional brasileiro e nas diferentes configurações
que tomam a pesquisa (auto) biográfica com a diversificação
terminológica, de procedimentos, entradas e de fontes.
Discutir sobre a escrita narrativa, como um dispositi-
vo e como prática de formação, no domínio do trabalho na
formação de professores tem revelado fertilidades e, por ou-
tro lado, vem constituindo-se como uma ‘nova racionalida-
de’, a partir do modismo e da utilização em larga escala das
práticas de escritas de si nas faculdades e centros de educação
ou de programas de formação especial.
A construção da narrativa funciona como uma ativi-
dade psicossomática em diferentes níveis. Primeiro, no plano
da “interioridade”; segundo, na perspectiva das competências
verbais, intelectuais e relacionais, porque implica colocar o
sujeito em contato com suas lembranças e evocar as experi-
ências formadoras, sistematizando-as num texto narrativo que
tem sentido para si e articulado ou não aos projetos de forma-
ção. A escrita da narrativa remete o sujeito a eleger e avaliar
a importância das representações sobre sua identidade, sobre
as práticas formativas vivenciadas, de domínios exercidos por
outros sobre si, de situações fortes que marcaram escolhas e
questionamentos sobre suas aprendizagens, da função do ou-
tro e do contexto sobre suas trajetórias, dos padrões construí-
150 SOUZA, Elizeu Clementito de Souza • A vida com as histórias de vida:...

dos em sua história e da possível superação para viver de


forma mais intensa e comprometida consigo próprio.
A passagem da narrativa oral para o texto escrito re-
mete o sujeito em processo de formação em diferentes tem-
pos, silêncios e interrogações. Sobre essa questão e as inter-
rogações presentes na transição e processo de escrita, Josso
entende que “[...] três eixos permitem explicar a natureza
destas interrogações ‘a escrita como arte da evocação, a escri-
ta como construção de sentido e a escrita como investigação’
[...]” (2002, p. 132). Esses eixos estão interligados e não
comportam fragmentações, remetendo o sujeito à função de
investimento sobre si para ampliar o seu processo de conhe-
cimento e de formação a partir das experiências. Ainda assim,
afirma a autora: “[...] a cada uma destas dimensões do acto de
escrever ao longo da vida, faz corresponder uma ‘figura an-
tropológica’ específica do actor sociocultural convocado para
o trabalho biográfico: o artista sob os traços do contador, o
autor sob os traços do biógrafo e o investigador sob os tra-
ços do intérprete [...]” (Op. Cit., p. 132 – grifo da autora).
A escrita da narrativa, portanto, constitui-se numa a-
prendizagem experiencial, ao colocar o sujeito numa prática
subjetiva e intersubjetiva do processo de formação, tecidas
nas experiências e aprendizagens ao longo da vida e expres-
sas no texto narrativo, porque congrega e carrega experiên-
cias diferentes e diversas, a partir das próprias escolhas, das
dinâmicas e singularidades de cada vida. A construção da
escrita do texto narrativo surge da dialética paradoxal entre o
vivido e as projeções do futuro, mas potencializa-se nos ques-
tionamentos do presente em articulação com aprendizagem
experiencial e formação.
A fertilidade das histórias de vida, como prática de
formação, contribui efetivamente para o desenvolvimento
pessoal, propiciando o exercício da auto-reflexão, compreen-
são e análise da dimensão pessoal, da valorização de si en-
quanto pessoa e profissional. Cabe destacar que o trabalho de
Trajetórias e processos de ensinar e aprender: didática e formação de professores - XIV ENDIPE 151

formação, centrado nas histórias de vida ou narrativas de


formação, supera a indissociabilidade entre o eu pessoal e o
eu profissional, visto que se entrecruzam e se interrelacio-
nam mutuamente. Investir na singularidade e na subjetividade
das narrativas possibilita ao sujeito em formação entrar, ao
mesmo tempo, em contato com suas memórias e relacioná-las
às diferentes dimensões da aprendizagem profissional através
da sua própria trajetória de vida-formação.
A abordagem biográfica, a partir do trabalho com as
histórias de vida ou com as biografias educativas, configura-
se como um processo de conhecimento. Um conhecimento de
si, das relações que se estabelece com o processo formativo e
com as aprendizagens que se constroem ao longo da vida. O
sujeito, na abordagem biográfica, produz um conhecimento
sobre si, sobre os outros e sobre o cotidiano, o qual se revela
na subjetividade, na singularidade, nas experiências e nos
saberes, ao narrar com profundidade. A centralidade do sujei-
to no processo de formação sublinha a importância da abor-
dagem compreensiva e das apropriações da experiência vivi-
da, das relações entre subjetividade e narrativa como princí-
pios que concede ao sujeito o papel de ator e autor de sua
própria história.
As pesquisas com histórias de vida ou (auto) biográfi-
cas proporcionam ao pesquisador e aos sujeitos, envolvidos
na investigação-formação, a oportunidade se fazer uma refle-
xão acerca de sua trajetória enquanto formador, percebendo
aquilo que, de fato, teve relevância em sua história de vida
pessoal e profissional.
O aprofundamento do conceito de processo de forma-
ção busca superar a ambigüidade entre a ação de formar, vin-
culando-se às idéias do formador, a pedagogia adotada, os
métodos e princípios utilizados e a ação de formar-se, rela-
cionando-se às experiências ao longo das quais se formam as
identidades e subjetividades através das biografias educativas
centradas em uma teoria da formação.
152 SOUZA, Elizeu Clementito de Souza • A vida com as histórias de vida:...

Ao tratar dos três movimentos da formação Pineau


(1988 e 2004), discute sobre os conceitos e princípios rela-
cionados à autoformação, ecoformação e heteroformação,
com base na abordagem biográfica e experiencial da forma-
ção, compreendendo-os como uma dialética de emancipação
e autonomização como uma problemática que se inscreve no
campo da educação permanente ao sistematizar as concep-
ções de auto-, hetero-, eco-fromação.
O centramento do sujeito na abordagem experiencial,
ou mais especificamente, a tônica sobre si mesmo, evocada
pelo prefixo auto, remete ao papel do sujeito no processo de
formação, o qual é contínuo e constante na história de vida de
cada indivíduo. A autoformação tem sua gênese no contra-
ponto ao conceito e práticas da heteroformação, a qual enten-
de a formação a partir do que expressa o seu próprio prefixo
hetero, sendo determinada pelas ações, poder e controle dos
outros (a instituição, os professores, o programa, o currículo).
A autoformação assenta-se no princípio da autonomização e
reflexibilidade do próprio sujeito, provocando um movimento
de individualização, de subjetivação da formação.

Referências

ABRAHÃO, Maria Helena Menna Barreto (Org.). A Aventura (Au-


to)biográfica: teoria e empiria. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004.
BUENO, Belmira Oliveira; CHAMLIAN, Helena Coharik.SOUSA, Cyn-
thia Pereira de e CATANI, Denice Barbara; Histórias de vida e autobio-
grafias na formação de professores e profissão docente (Brasil, 1985-
2003). Educação e Pesquisa, v. 32, nº 2, 2006, pp. 385-410.
CATANI, Denice - Lembrar, narrar, escrever: memória e autobiografia
em história da educação e em processos de formação. In: BARBOSA,
Raquel Lazzari Leite (Org.) – Formação de educadores: desafios e pers-
pectivas. São Paulo: Editora UNESP, 2003, pp. 119/130.
_____. A autobiografia como saber e a educação como invenção de si.
In.: SOUZA, Elizeu Clementino e ABRAHÃO, Maria Helena Menna
Barreto (Orgs.). Tempos, Narrativas e ficções: a invenção de si. Porto
Alegre: EDIPUCRS; Salvador: EDUNEB, 2006, pp. 77/88.
Trajetórias e processos de ensinar e aprender: didática e formação de professores - XIV ENDIPE 153

DELORY-MOMBERGER, Christine. Biographie et Éducation: figures


de l’individu-projet. Paris: Anthropos, 2001.
DOMINICÉ, Pierre - A biografia educativa: instrumento de investigação
para a educação de adultos. In: NÓVOA, António e FINGER, Mathias –
O método (auto)biográfico e a formação. Lisboa: MS/DRHS/CFAP,
1988.
JOSSO, Marie-Christine - Experiências de vida e formação. Lisboa:
EDUCA, 2002.
_____. Os relatos de histórias de vida como desvelamento dos desafios
existenciais da formação e do conhecimento: destinos sócio-culturais e
projetos de vida programados na invenção de si. In.: SOUZA, Elizeu
Clementino e ABRAHÃO, Maria Helena Menna Barreto (Orgs.). Tem-
pos, Narrativas e ficções: a invenção de si. Porto Alegre: EDIPUCRS;
Salvador: EDUNEB, 2006, pp. 21/40.
NÓVOA, António e FINGER, Mathias - O método (auto)biográfico e a
formação. Lisboa: MS/DRHS/CFAP, 1988.
NÓVOA, António - Profissão Professor. Porto: Porto, 1992.
_____. Formação de professores e trabalho pedagógico. Lisboa:
EDUCA, 2002.
PASSEGI, Maria da Conceição. As duas faces do memorial acadêmico.
In.: Odisséia V. 9, n. 13-14, 2006, pp. 65/76, Natal, RN: EDUFRN, 2006.
PINEAU, Gaston – As histórias de vida em formação: gênese de uma
corrente de pesquisa-ação-fromação existencial. In.: BUENO, Belmira
Oliveira; CHAMLIAN, Helena Coharik.SOUSA, Cynthia Pereira de e
CATANI, Denice Barbara; Histórias de vida e autobiografias na formação
de professores e profissão docente (Brasil, 1985-2003). Educação e Pes-
quisa, v. 32, nº 2, 2006, pp. 329-344.
_____. A autoformação no decurso da vida: entre a hetero e a ecoforma-
ção. In: NÓVOA, António e FINGER, Mathias - O método (au-
to)biográfico e a formação. Lisboa: MS/DRHS/CFAP, 1988, pp. 63/77.
_____. Experiências de Aprendizagem e Histórias de vida. In: CARRÉ,
Philippe e CASPAR, Pierre – Tratado das Ciências e das Técnicas da
Formação. Trad. Pedro Seixas. Lisboa: Instituto Piaget, 1999. (Coleção
Horizontes Pedagógicos)
_____. Temporalidade na formação. São Paulo: Triom, 2004.
SOUZA, Elizeu Clementino de - A didática como iniciação: fabricação de
identidades, políticas e práticas de formação de professores. In.: SILVA,
Ainda Maria Monteiro et. al. (Org.). Políticas educacionais, tecnologias e
formação do educador: representações sobre a didática e as práticas de
ensino. XIII Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino. Recife:
ENDIPE, 2006, pp. 15/28.
_____. O conhecimento de si: estágio e narrativas de formação de profes-
sores. Rio de Janeiro: DP&A, Salvador: UNEB, 2006a.
154 SOUZA, Elizeu Clementito de Souza • A vida com as histórias de vida:...

_____. A arte de contar e trocar experiências: reflexões teórico-


metodológicas sobre história de vida em formação. In.: Revista Educação
em Questão. V. 25, n. 11, jan./abr. 2006, pp. 22/39, Natal, RN:
EDUFRN, 2006b.
_____. Autobiografias, histórias de vida e formação: pesquisa e ensino.
Porto Alegre: EDIPUCRS; Salvador: EDUNEB, 2006c.
SOUZA, Elizeu Clementino e ABRAHÃO, Maria Helena Menna Barreto
(Orgs.). Tempos, Narrativas e ficções: a invenção de si. Porto Alegre:
EDIPUCRS; Salvador: EDUNEB, 2006.
SOUZA, Elizeu Clementino de, SOUSA, Cynthia Pereira de e CATANI,
Denice Barbara. La reserche (auto)biographique et l’invention de soi au
Bresil. Colloque International (1986 – 2007) Le Biographique, la
réflexivité et les temporalités. Articuler Langues, cultures et formation.
Université François -Rabelais, 25-27 juin 2007, Tours-França.
VIEIRA, Ricardo. História de vida e identidade. Professores e intercultu-
ralidade. Porto: Afrontamento, 1999. (Coleção Biblioteca das Ciências do
Homem).

Vous aimerez peut-être aussi