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Uso do tratamento de chama

em PET incorporado no
concreto em aspectos de
resistência a compressão
Use of flame treatment in PET incorporated in concrete in
compressive strength aspects

Matheus Teodoro Soares de Carvalho


Faculdade Ponta Grossa
Curso de Engenharia Civil
Trabalho de Conclusão de Curso
Ponta Grossa – PR
matheus.tscarvalho@hotmail.com

M. Sc. Amanda Mariano Pedroso


Faculdade Ponta Grossa
Docente do Curso de Engenharia Civil
Ponta Grossa – PR

RESUMO:

O politereftalato de etileno - PET é polímero muito utilizado na


produção de garrafas e em fitas para fixação de mercadorias. Contudo essa
grande utilização tem a problemática de uma grande geração de resíduos.
Uma alternativa para o tratamento desse problema é o reaproveitamento
desse material na produção do concreto. Com isso o objetivo desse trabalho
foi comparar a influência do tratamento de chama em resíduos de PET na
substituição parcial do agregado miúdo natural na produção do concreto, em
virtude da resistência a compressão resultante. Para tanto foram utilizados
duas granulometrias distintas, uma laminar e outra triturada em uma fração
de granulométrica de 1 – 3 mm. O tratamento de chama foi realizado em
ambas. O índice de substituição do agregado natural miúdo pelo PET foi de
20% em volume. Ao todo foram confeccionado 28 corpos de prova cilíndricos
de acordo com a NBR 5738. Como balizador e comparativo dos resultados
foram confeccionados corpos de prova sem substituição do agregado natural.
Nos corpos de prova foi realizado o teste de compressão axial nas idades de
7 e 28 dias em todas as amostras. O resultados mostraram um aumento na
resistência mecânica dos corpos de prova onde o agregado reciclado sofreu
o processo de tratamento de chama antes da incorporação no concreto.
Sendo que o maior resultado obtido com idade 28 dias foi de 24,93 MPa para
o concreto com 20% de substituição da areia pelo PET laminado com
tratamento prévio de chama.

Palavras-chave: concreto; politeftalato de etileno; tratamento de chama; ligação interfacial.

ABSTRACT:

The polyethylene terephthalate - PET is a polymer widely used in the


production of bottles and tapes for fix products. However, this widespread
use has the problem of a great generation of waste. An alternative for the
treatment of this problem is the reuse of this material in the production of
concrete. Thus the aim of this study was to compare the influence of
treatment called PET waste in partial substitution of natural aggregate kid in
the production of concrete, because of the resulting compressive strength.
Therefore, we used two different particle sizes, a laminar and the other
crushed into a particle size fraction of 1-3 mm. The flame treatment was
performed on both. The replacement ratio of the natural fine aggregate by
PET was 20% by volume. In all, 28 made cylindrical specimens according to
NBR 5738. As beacon and comparison of the results were made specimens
without replacement of natural aggregate. In test specimens was performed
axial compression testing at the ages of 7 and 28 days in all samples. The
results showed an increase in mechanical strength of the specimens where
the recycled aggregate suffered the flame treatment process prior to
incorporation into the concrete. Since the greatest result age of 28 days was
24.93 MPa for concrete with a 20% substitution of sand by PET laminate with
flame pretreatment.

Keiwords: concrete; poly(ethylene terephthalate); flame treatment; interfacial bond.


1

1 INTRODUÇÃO
Buscando apresentar um melhor desempenho de conforto térmico em uma
edificação reduzindo custos com o condicionamento climático e possibilitando uma
melhor conforte para seus ocupantes, diversas pesquisas vêm sendo desenvolvidas
na área. O conforto térmico é um dos aspectos ergonômicos ligadas diretamente com
o ambiente e as condições de trabalho
Além de ser um dos principais indicadores de qualidade
 Adoção de tecnologias que possibilitem um melhor desempenho térmico
pode representar também uma alternativa para redução do consumo
energético da edificação, condicionamento do ambiente
 O presenta trabalho tem o objetivo de avaliar em campo três sistemas
construtivos diferentes, apresentado uma metodologia teórica e
experimental, avaliando e comparado os aspectos térmicos de cada sistema
sob condições reais de utilização. Apresentando ao final uma análise critica
da correlação entre o conforto térmico da edificação e o desempenho e
produtividade do trabalhador.
 A ergonomia busca proporcionar segurança, satisfação e saúde aos
trabalhadores no seu relacionamento com sistemas produtivos.

Os agregados são matérias-primas que estão presentes nas misturas de


concretos e a argamassas, com grande emprego na construção civil. A ABNT através
da NBR 7211 define areia (agregado miúdo) e pedregulho ou brita (agregado graúdo)
como mineral de origem natural ou resultante do britamento de rochas, ou seja, trata-
se de materiais não renováveis. (NBR 7211, 2005).
De acordo com Silva Filho Rodrigues (2003) a construção civil é responsável
por 14% a 50% do consumo dos recursos naturais do planeta, deste total cerca de
80% é representado pelos agregados naturais. Segundo Halvaei et al. (2015), o
consumo médio mundial de areia em 2015 passou de 40 bilhões de toneladas, sendo
que nesse ranking o Brasil está entre os maiores consumidores. Em virtude disso faz-
se necessário o desenvolvimento de novas técnicas que minimizem a utilização desse
material. (PIETROBELLI, 2010).
2

Uma alternativa que vem ganhando destaque nos últimos anos é a substituição
parcial do agregado miúdo natural por resíduos de politereftalato de etiledo – PET na
produção do concreto. O PET é um polímero formado por cadeias de monômeros
extremamente longas, o que promove uma boa resistência a tração. É um material
que possuiu uma boa resistência a agentes químicos, representando uma barreira
eficiente a gases e odores. (ABIPET).

Segundo Casa-nova-del-anjo, (2012); Modro, (2009), a incorporação do PET


no concreto proporciona inúmeras características positivas para um concreto como:
leveza, resistência a agentes químicos e biológicos, flexibilidade, resistência a
degradação, sua incorporação reduz a densidade do concreto resultante. (SAKIA,
BRITO, 2013).

Além dos aspectos técnicos a utilização do PET representa uma alternativa


econômica e ecologicamente viável. (LIU et al, 2014; SULYMAN, HAPONIUK,
FORMELA, 2016).

No entanto a utilização do PET na produção do concreto tem sido limitada, pois


essa tecnologia traz alguns problemas técnicos. Um fato notório em várias pesquisas
é a redução da resistência a compressão, a medida que o PET é incorporado na
mistura. De acordo com Liu (2014) ao incorporar o PET na forma de partículas com
diâmetro de 2-3 mm obtidos após derretimento e extrusão, a resistência a compressão
do concreto contento 20% de substituição do agregado miúdo pelo polímero,
representou um decréscimo de 36% em relação a amostra padrão. Essa tendência
também foi observada por Ismail, Almashmi (2007); Modro (2009); Sakia, Brito (2013).
Sendo que Sakia (2013), afirmou em seu trabalho, que qualquer tipo de agregado PET
reduziria significativamente a resistência a compressão do concreto resultante.
A Figura 1 mostra o formato das partículas de PET reciclado utilizado no
estudo.
Figura 1 – Partículas de plástico reciclado.
3

Fonte: http://dx.doi.org/10.1061/(asce)mt.1943-5533.0000989.
Segundo Liu et al (2014), a baixa resistência a compressão sem dúvida refere-
se a duas condições importantes: A falta de interação química entre o agregado
reciclado e a pasta de cimento e o tamanho das partículas.

A falta de interação química entre o PET e a pasta de cimento e a superfície


lisa do polímero, faz com que surjam microfissuras na zona de transição agregado-
reciclado-pasta de cimento. Essa condição foi relatada por Ismail, Almashmi (2007);
HalvaeiI et al (2015); Modro (2009); Sakia, Brito (2013); Liu et al (2014). As Figuras 2
e 3 mostram as micro fraturas que são atribuídas a falta de ligação físico-química do
agregado e a pasta de cimento.

Figura 2 – Fratura na zona de transição agregado-pasta de cimento.


4

Fonte: http://dx.doi.org/10.1061/(asce)mt.1943-5533.0000989.

Figura 3 - Fratura na zona de transição agregado-pasta de cimento.

Fonte: http://dx.doi.org/10.1061/(asce)mt.1943-5533.0000989.
Nessas condições é evidente a necessidade de buscar tecnicas que
possibilitem a geração de uma maior ligação interfacial entre o polímero e a matriz
cimenticia, que por consequência melhoraria a resistência a compressão de concretos
contendo PET reciclado na mistura.

Mais pesquisas devem ser realizadas para avaliar técnicas que possam
melhorar a aderência do resíduo polimérico com a pasta de cimento. Essa é a base
para o trabalho aqui relatado, onde foi utilizado o tratamento de chama em duas
formas distintas de agregado reciclado de PET, afim de compreender a influência
desse tratamento bem como o formato do agregado em virtude do desenvolvimento
da resistência compressão do concreto.

2 MATERIAIS E METODOS

Esta pesquisa caracterizou-se como uma pesquisa empírica com testes em


laboratório, onde foi analisada a influência do tratamento de chama em PET sobre a
5

resistência a compressão de um concreto contendo esse tipo de material em


substituição parcial do agregado miúdo natural. Para tanto foram realizados a
confecção de 28 corpos de prova cilíndricos de 20x10 cm, moldados e curados à 7 e
28 dias, de acordo com a normativa técnica NBR 5738. Em seguida foram ensaiados
a compressão axial de acordo com a normativa técnica NBR 5739.

A substituição do agregado natural miúdo pelo PET ficou na casa dos 20% em
relação ao volume aparente. Essa escolha se deu pelo fato de uma revisão na
bibliografia relacionada apontar uma faixa de substituição de 10 – 40 % como em
Ismail, Almashmi (2007); HalvaeiI et al (2015); Modro, (2009); Pelisser et al (2012);
Rebeiz, Fowler (1995); Sakia, Brito (2013).

A nomenclatura de cada amostra seguiu-se de acordo com a seguinte


especificação: os três primeiros dígitos referiram-se à utilização do tratamento de
chama no agregado polimérico, sendo que E01 (experimento 01), sem tratamento e
E02 (experimento 02) com tratamento de chama. Os dois últimos dígitos são
referentes a forma do agregado polimérico, “T” para triturado e “L” para laminado, o
numeral acompanhado refere-se à repetição do traço para definição do desvio padrão
e média aritmética. A Figura 4 ilustra a nomenclatura utilizada.

Figura 4 – Nomenclatura utilizada.

Fonte: Do próprio autor.

Aglomerante
6

Neste estudo, foi utilizado, como aglomerante, o cimento Portland convencional


do tipo CPII-Z-32, da marca Cauê comercializado em saco de papel kraft de 50 kg.

Agregados naturais

Foram utilizados dois tipos de agregados naturais no experimento: “areia fina”


e “pedrisco”, caracterizados respectivamente como agregado natural miúdo e
agregado natural graúdo. O material foi cedido em sua totalidade pelas faculdades
Ponta Grossa.
Os agregados foram utilizados na forma como vieram do fornecedor, sem
sofrer nenhum processo de beneficiamento, tanto na parte granulométrica com
peneiração e seleção granulométrica como lavagem e limpeza. A Figura 5 apresenta
o formato bem como as dimensões aparentes dos agregados naturais utilizados no
trabalho.
Figura 5 - Agregados naturais: (a) agregado natural graúdo, (b) agregado natural miúdo.

(a) (b)
Fonte: Do próprio autor.
Agregado reciclável

Foram utilizados para o experimento duas granulometrias distintas de um


mesmo resíduo de PET, este resíduo foi cedido pela empresa LP Brasil, e era
proveniente de fitas de poliéster utilizadas para fixar mercadorias em pallet.
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O processo de trituração do material foi realizado por um moinho de borra


marca Primotécnica, modelo P3-008. O equipamento localizava-se na empresa Cia
do PET na cidade de Araucária – PR, e está representado na Figura 6.

Figura 6 - Moinho de borra modelo P3-008 – Primotécnica.

Fonte: http://www.primotecnica.com.br/linha-p3, acesso em: 22/10/2016.

Caracterizou-se a granulométrica do PET triturado de acordo com os mesmos


equipamentos e procedimentos especificados para a caracterização granulométrica
de agregados naturais especificados pela normativa técnica NBR NM 248 . Utilizou-
se 900g do PET reciclado para caracterização. Os equipamentos utilizados foram:
uma balança, peneira de séries normais e agitador mecânico. As séries de peneiras
utilizadas foram: 9,5mm; 4,8mm; 2,4mm; 1,2mm; 0,6mm; 0,3mm e 0,015mm.

O material laminado foi obtido com um liquidificador rotativo Black and Decker
modelo L500. Resultado obtido foram laminas de aproximadamente 30 mm de
comprimento e diâmetro de 1-3 mm. A Figura 7 apresenta o formato e dimensões
aparentes dos agregados reciclados utilizados no trabalho.
8

Figura 7 – Resíduo de PET: (a) PET triturado, (b) PET laminado.

(a) (b)

Fonte: Do próprio autor.


Como alternativa técnica para aumentar a ligação interfacial agregado-pasta de
cimento foi utilizado o tratamento de chama no agregado reciclado. Esse tratamento
caracteriza-se como uma técnica para aumentar a energia superficial do polímero
(FARRIS et al, 2010). Segundo Martins et al. (2010) tal tratamento modifica
quimicamente a superfície do material, induzindo a formação de grupos funcionais
polares que aumentam a interação entre o polímero e um substrato através de
ligações secundárias.

Nesse trabalho o tratamento foi realizando com a aplicação de uma chama a


gás proveniente de um bico de bunsen sobre as partículas PET distribuídas em finas
camadas sobre uma forma de alumínio. A distância entre a chama e o agregado
reciclado era de no máximo 20 mm. Essa distância foi escolhida por compreender a
zona luminosa da chama, onde segundo Farris et al. (2010), nessa região encontra-
se a maior concentração de radicais livres que possibilitam o processo de ativação da
superfície. A temperatura média da chama era em torno de 500 °C e o tempo de
exposição da chama no agregado reciclado foi de aproximadamente 3 segundos.
Após tratado o PET foi imediatamente incorporado da mistura do concreto, afim de
otimizar o tratamento evitando perda da energia superficial por contato de substancias
indesejadas presentes na atmosfera.
9

Formulação do Traço

O traço do concreto formulado para o experimento apresentou as seguinte


composição 1:2,93:2,93:0,55 (cimento, agregado graúdo, agregado miúdo, água),
sendo este denominado como Padrão. Com base nesse traço desenvolveu-se mais
dois traços, sendo que a variação entre eles foi o tipo de resíduo polimérico agregado
bem como a utilização ou não do tratamento de chama no polímero. Na Tabela 1,
são apresentados os respectivos traços.

Tabela 1 – Especificação do traço utilizado em cada amostra

Traço Cimento Pedra Areia ÁGUA PET


Padrão 1 2,93 2,93 0,8 0
E01 - T 1 2,93 2,34 0,9 0,59
E01 - L 1 2,93 2,34 0,9 0,59
E02 - T 1 2,93 2,34 0,9 0,59
E02 - L 1 2,93 2,34 0,9 0,59
Fonte: Do próprio autor.
Para todos os traços empregados no experimento foi realizado uma única
dosagem. Todos os materiais eram previamente dosados em seguida foi iniciado o
amassamento utilizando uma betoneira da marca Menegotti, modelo prime com
capacidade de amassamento de 120 litros. A adição dos componentes seguiu a
seguinte ordem: agregado graúdo, cimento, agregado miúdo natural, PET, e água.

Moldagem e cura dos corpos de prova

Os moldes para execução dos corpos-de-prova possuíam dimensão de 10x20


cm e a moldagem e cura dos mesmos seguiram as conformidades orientadas pela
norma técnica NBR 5738. As amostras foram ensaiadas com 7 e 28 dias de idade.

Ensaio de Compressão axial

O ensaio de compressão axial foi realizado de acordo com a normativa técnica


NBR 5739. Foi utilizado para o rompimento das amostras uma prensa hidráulica
marca EMIC, modelo PCE100C. Os testes foram realizados no laboratório de
materiais de construção das Faculdades Ponta Grossa – FPG. Foram ensaiados ao
todo 28 corpos de prova. A Figura 8 ilustra o modelo de prensa utilizado para o teste.
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Figura 8 – Prensa hidráulica de compressão

Fonte: Do próprio autor.

Analise de microscopia optica

As amostras do concreto contendo resíduo de PET foram fraturadas e


analisadas em microscópio optico. O aparelho utilizado para a análise foi um optico
Olympus SZ61, com ampliação de 0,69 vezes. A análise foi realizada no laboratório
de ciências dos materiais do curso de Engenharia de Materiais da Universidade
Estadual de Ponta Grossa – UEPG.

Determinação da densidade aparente

O processo de determinação da densidade aparente das amostras seguiu-se


pela determinação da massa dos corpos de prova, essa massa foi aferida utilizando
uma balança de precisão modelo MSK1 com capacidade máxima de 30 kg.
Conhecendo os valores da massa e de volume aparente das amostras pode-se obter
a densidade aparente utilizando a seguinte formula:

𝑚
ρ=
𝑣

Onde:
11

ρ = Densidade aparente (g/cm³)

m = Massa (g)

v = volume aparente (cm³)

3 RESULTADOS E DISCUSÕES

Densidade Aparente

A Tabela 2 apresenta os valores da densidade aparente verificada nos corpos


de prova de concreto.

Tabela 2 – Densidade aparente

Volume Massa Densidade


Amostra Média Densidade (g/cm³)
(cm³) (g) (g/cm³)
E01 - T4 1570,8 3572 2,274
E01 - T5 1570,8 3465 2,206 2,244
E01 - T6 1570,8 3537 2,252
E02 - T4 1570,8 3816 2,429
E02 - T5 1570,8 3826 2,436 2,431
E02 - T6 1570,8 3774 2,403
E01 - L4 1570,8 3814 2,428
E01 - L5 1570,8 3900 2,483 2,457
E01 - L6 1570,8 3866 2,461
E02 - L4 1570,8 3894 2,479
E02 - L5 1570,8 3857 2,455 2,464
E02 - L6 1570,8 3860 2,457
Padrão 4 1570,8 3858 2,456
Padrão 5 1570,8 3795 2,416 2,431
Padrão 6 1570,8 3802 2,420
Fonte: Do próprio autor.

Notou-se que a substituição do agregado miúdo pelo agregado reciclado não


representou perdas significativas. O que está contrário ao apresentado pelas
bibliografias. (LIU et al, 2014; Sakia, Brito 2013; SULYMAN; HAPONIUK; FORMELA,
2016; CASA-NOVA-DEL-ANJO, 2012). Esse fato pode ser atribuído ao processo de
adensamento durante a etapa de confecção dos corpos de prova. A Figura 9 mostra
a seção transversal das amostra onde não é apresentado consideráveis porosidades
no concreto, o que está intimamente ligado com a densidade. (MODRO, 2009).
12

Caracterização granulométrica

A caracterização granulométrica do PET triturado seguiu as especificações


constantes na normativa técnica NBR NM 248. Os resultados obtidos estão listados
na Tabela 3.

Tabela 3 – Caracterização granulométrica PET

Massa Retida
Peneira (mm) Massa Retida (g) Massa Retida (%)
acumulada
9,5 0 0% 0%
4,8 254 28,22% 28,22%
2,4 625 69,44% 97,66%
1,2 18 2,00% 99,66%
0,6 2 0,22% 99,88%
0,3 1 0,11% 99,99%
0,015 0 0,00%
Total 900 100,00%
Fonte: Do próprio autor.

De acordo com o resultado ao agregado reciclado de PET triturado apresenta


uma granulometria na faixa de 4,8 – 2,4 mm caracterizando-se como uma agregado
miúdo, que comparado com o a fração granulométrica de um agregado natural se
enquadraria em areia grossa. (PINTO, 2000). Essa fração granulométrica obtida é
similar ao utilizado pelos pesquisadores Ismail, Almashmi (2007), em seu estudo, que
foi de 0,15 – 4,0 mm, porem ficou abaixo do utilizado por Sakia, Brito (2013) 4,0 – 5,6
mm e Casa-nova-del-anjo, (2012) que utilizou partículas de 13 – 9,5 mm. Segundo
HalvaeiI et al (2015) a variação no tamanho do agregado reciclado está intimamente
ligado com intertavamento mecânico entre as partículas. Sendo que o aumento da
área superficial (obtido através de tamanho inferior das articulas) melhora a energia
de ligação.

Microscopia ótica
A Figura 9 apresenta a micrografia de uma amostra contendo o agregado
reciclado de PET na forma triturada e com tratamento de chama. De acordo com as
observações ao microscópio ótico não foram observadas destacamentos de partículas
do agregado reciclado ao longo da matriz cimenticia. Outra observação importante é
fato da boa homogeneidade não observando fraturas na zona de transição agregado
reciclado – pasta de cimento.
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Figura 9 – Micrografia da seção transversal do concreto contendo: (a) PET triturado com tratamento de
chama (E2 – T4); (b) PET laminado com tratamento de chama (E2 – L6)

(a) (b)

Fonte: Do próprio autor.

A tendência de fratura na zona de transição agregado-pasta é uma


caracteristica importante para a compreensão da ligação interfacial em virtude da
resistência a compressão do concreto resultante. Um dos fatores que determinam a
resistência do concreto é a força de ligação da zona de transição, o surgimento de
micro fraturas nessa região está intimamente ligado a baixa resistencia a compressão.
(LIU et al, 2014).

Resistencia a compressão
Os resultados encontrados para as resistências à compressão axial para idade
de 7 dias estão apresentados na Tabela 4.
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Tabela 4 – Resistencia a compressão para idade de 7 dias

Resultados obtidos na compressão


Amostra Resultado KN Resultado Mpa Média KN Média MPa
E01 - T1 110,54 14,074
E01 - T2 93,35 11,886 104,783 13,341
E01 - T3 110,46 14,064
E02 - T1 155,43 19,79
E02 - T2 152,91 19,469 155,733 19,829
E02 - T3 158,86 20,227
E01 - L1 142,69 18,168
E01 - L2 139,63 17,778 141,713 18,043
E01 - L3 142,82 18,184
E02 - L1 160,01 20,373
E02 - L2 133,35 16,979 144,697 18,423
E02 - L3 140,73 17,918
Padrão 1 170,39 21,695
Padrão 2 167,56 21,334 163 20,754
Padrão 3 151,06 19,234
Fonte: Do próprio autor.

Os resultados encontrados para as resistências à compressão axial para idade


de 28 dias estão apresentados na Tabela 5.

Tabela 5 – Resistencia a compressão para idade de 28 dias

Resultados obtidos na compressão


Amostra Resultado KN Resultado Mpa Média KN Média MPa
E01 – T4 125,76 16,012
E01 – T5 105,54 13,438 122,863 15,643
E01 – T6 137,29 17,480
E02 – T4 166 21,136
E02 – T5 204,66 26,058 184,827 23,533
E02 – T6 183,82 23,405
E01 – L4 189,6 24,141
E01 – L5 193,36 24,619 191,03 24,323
E01 – L6 190,13 24,208
E02 – L4 204,25 26,006
E02 – L5 201,41 25,644 195,843 24,935
E02 – L6 181,87 23,156
Padrão 4 190,81 24,295
Padrão 5 176,47 22,469 185,003 23,555
Padrão 6 187,73 23,902
Fonte: Do próprio autor.

Para todos os traços ensaiados com idade de 7 dias, notou-se uma tendência
de diminuição na resistência a compressão do concreto contendo qualquer um dos
tipos de agregado reciclado na mistura, em relação ao traço padrão sem substituição
15

de agregado que foi de 20,75 MPa. Porém essa tendência não se confirmou com os
ensaios aos 28 dias de idade sendo que o melhor resultado obtido no experimento
ficou nas amostras onde foi utilizado o PET laminado com tratamento de chama 24,93
MPa.

O comparativo granulométrico mostrou que a utilização do resíduo na forma


laminada apresenta melhores valores na resistência a compressão, sendo cerca de
35% mais resistente em relação ao agregado triturado. Essa tendência se deve ao
fato que a fibra de PET atua como reforço na zona de fratura, representando uma
resistência e contendo o processo de fissuração. (HALVAEIL et al, 2015).

Em relação ao comparativo das amostras com tratamento superficial, notou-se


um acréscimo na resistência a compressão para todas as idades e em ambas as
granulometrias para as amostras onde foi utilizado o tratamento de chama. Uma
análise estatística mostrou que utilização do tratamento, antes da incorporação no
concreto, representou um acréscimo de 30% na resistência a compressão do concreto
endurecido em relação a não utilização do tratamento para o mesmo tipo de agregado.

4 CONCLUSÃO

O tratamento de chama representou uma técnica eficiente para tratar a


problemática da baixa ligação interfacial agregado-pasta de cimento, sendo
comprovado pela análise de microscópio, onde não foram observadas destacamentos
de partículas ou surgimento de micro fraturas na zona de transição agregado-pasta
de cimento. Essa tendência influenciou sem dúvida a resistência a compressão
resultante sendo que o melhor resultado obtido pelo experimento ficou a cargo da
amostra com PET laminado com tratamento de chama 24,935 MPa.

Em relação ao formato do agregado, o estado laminado mostrou-se mais


eficiente, o que está de acordo com a bibliografia. Sendo que as fibras atuam no
tratamento da fissuração. (HALVAEIL et al, 2015).

Do ponto de vista de aplicação e considerando os resultados obtidos, a


utilização de resíduo PET como substituição parcial do agregado miúdo natural na
produção do concreto, mostra-se uma técnica importante do ponto de vista ambiental
por reaproveitar um resíduo que poderia ser descartado de forma incorreta
prejudicando o meio ambiente e por contribuir para a diminuição do consumo de um
16

recurso não renovável. Em parâmetros técnicos a utilização do tratamento de chama


possibilitou uma notável melhoria no comportamento mecânica do concreto contendo
polímero, cabendo próximos estudos a análise de possíveis acréscimos de outras
características do concreto resultante.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de concreto. Rio de Janeiro, 2016. p. 6.

______. NBR 5739: Concreto – Ensaio de compressão de corpos-de-prova


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______. NBR 7217: Agregados - Determinação da composição granulométrica,


1987. p. 3.

______. NBR NM 248: Agregados - Determinação da composição granulométrica,


2003. p. 6.

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