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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA


FACULDADE DE PSICOLOGIA

GIULIA FURLAN TRIVELLATO

RESUMO “CONVERSANDO SOBRE ÉTICA E


SOCIEDADE”

CAMPINAS
2018
GIULIA FURLAN TRIVELLATO

RESUMO “CONVERSANDO SOBRE ÉTICA E


SOCIEDADE”

PUC-CAMPINAS
2018
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Ética e moral

Ética é um assunto que vai além da “normalidade” do pensamento que


provém dos grupos sociais, e propõe uma reflexão teórica e crítica quanto a ela.
Essa normalidade, as normas e costumes da sociedade, são os meios pelos quais
são expressos os valores morais de uma sociedade, e constituem a moral. Portanto,
pode-se afirmar que, a ética e a moral distinguem-se em suas dimensões teórica e
prática, de forma que a primeira se caracterizaria pela análise teórica que legitima
os fundamentos que regem um determinado sistema moral.
A condição humana dispõe de uma noção de liberdade, porém também
de responsabilidade sobre suas ações, surge, portanto, a indignação ética, a partir
da qual há questionamentos quanto à realidade, considerada injusta. Os principais
conflitos encontrados no estudo da Ética encontram-se nas diferenças dos
interesses imediatos e a médio ou longo prazo, assim como dos interesses
individuais e coletivos, que podem se contradizer ou contrastar de alguma forma.
A cultura relaciona-se intrinsecamente com os costumes morais de
determinada sociedade, e é entendida como a totalidade dos produtos da atividade
do ser humano, sejam materiais ou espirituais, que são passíveis de interiorização
pelo mesmo, de forma a constituírem parte dele e, consequentemente, seu grupo
social. A partir daí pode-se definir dentro de uma cultura quem é considerado
diferente dela ou não: com mecanismos de repressão contra os diferentes, ou então
considerá-los inferiores.
A história registra poucos casos em que os povos se reconheceram
simplesmente como diferentes, sem uma hierarquização que legitimasse a
dominação de um sobre o outro. Nas sociedades pré-modernas, a primazia do
sistema moral era a religião e não existia espaço para tentativas de inovação e
liberdade. Com a chegada da modernidade, houve uma expansão desse espaço e
mudaram-se alguns valores, como a valorização do indivíduo em detrimento da
coletividade, e a valorização do novo, ao contrário de antigamente. Portanto a
ordem social torna-se legitimada pelo mito do progresso técnico, e não da religião.
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A ética deve seguir o critério da vida, de forma que sua função seja a
garantia da sobrevivência humana e a contribuição para uma existência digna com
possibilidade de pleno desenvolvimento. Assim, normatizando as relações entre os
seres humanos, seja entre si, com a comunidade ou com a natureza a fim deste
critério.
O comportamento moral pode ser caracterizado pelo modelo da moral
essencialista, baseado em um princípio regulador cujas normas são base para os
indivíduos em toda e qualquer situação, ou ainda pelo modelo da moral
individualista. Esse possui base na subjetividade humana e na razão, com a
negação de verdades preestabelecidas e tradicionais na sociedade, e que por
consequência torna-se irresponsável e cria uma sociedade de concorrência que
impede que as pessoas se solidarizem umas com as outras e que se unam para
mudar a orientação da sociedade visando o bem comum.
Por fim, a ética da responsabilidade surge em busca de um equilíbrio nas
dicotomias individual e coletivo e interesse imediato e a longo prazo, que norteiam
as principais dificuldades encontradas no comportamento moral, tanto no modelo
essencialista como no individualista. Nessa perspectiva os padrões de conduta são
limitados a alguns grupos sociais, que os determinam consensualmente, e com a
possibilidade de maior flexibilização dos mesmos, uma vez que é levado em
consideração também o contexto e efeitos de cada ação da comunidade. Neste
modelo é possível analisar todos os interesses e assim determinar a conduta moral
da forma mais responsável encontrada.

Ética e economia

Mais uma vez, as sociedades tradicionais e modernas se desvencilham,


desta vez no âmbito econômico: nas primeiras as pessoas trabalhavam para viver,
enquanto nas sociedades modernas, as pessoas vivem para trabalhar, para ganhar
dinheiro, e existe uma separação entre os valores morais e a racionalidade
econômica, sendo essa supervalorizada em detrimento do outro. A partir do
momento que a acumulação de riqueza passa a ser o objetivo maior de um grupo
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social, a lógica econômica se torna o centro da vida e o principal critério de


discernimento para as questões morais.
Além disso, vigora o sistema de mercado, no qual é priorizado a
concorrência, a satisfação dos desejos dos consumidores e não a satisfação de
suas necessidades, e ainda entra em contradição com qualquer postura ética.
Dessa forma, a realidade desse sistema capitalista que inclui o sofrimento, a miséria
e a morte dos excluídos do mercado são legitimados como necessários para o
progresso econômico da sociedade, e aceitos com conformidade.
Adam Smith fundamentou que a base dos problemas morais se encontra
na base dos problemas de convivência humana em grupos: a divisão do trabalho e
a necessidade de ajuda de outros. E que o interesse individual é a motivação
fundamental da divisão social do trabalho e da acumulação de riqueza, portanto
este deve ser estimulado para obter o bem-estar social. “Assim, o interesse
particular (a maximização do lucro) passa a ser identificado com o interesse geral,
da coletividade”. Portanto, essa atitude egoísta de interesse individual é
apresentada como a melhor forma de solucionar os problemas anteriormente
resolvidos pelo altruísmo.
O sistema econômico vigente é inviável do ponto de vista ético, uma vez
que coloca em risco não apenas os indivíduos que não fazem parte do mercado,
mas também o meio ambiente, e faz-se a importância da discussão da verdadeira
função da economia e da ética econômica.

Ética e política

A primazia de princípios morais-religiosos e o teocentrismo na política se


fizeram presentes nas sociedades tradicionais. Com o desenvolvimento e
valorização da ciência e da razão na modernidade, o Estado tem como função a
proteção e gerenciamento da distribuição do poder. Surge a ética política que,
diferentemente da ética moral, investiga os meios e não os fins, focando portando
na realidade ao invés de modelos ideais.
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A partir daí a política moderna exagera na racionalização do poder


(apesar de significar grande avanço em relação aos sistemas tradicionais. Onde o
poder político era limitado a elite) e tomam força os blocos revolucionários sociais-
democratas, que visavam aumentar o controle dos trabalhadores sobre e burocracia
estatal. “Ética na política não significa, portanto, pretender abolir o sistema político,
mas transformá-lo, corrigindo o excesso de formalização do sistema, dando-lhe vida
nova através da participação da sociedade civil”.

Ética e ecologia

A importância e consciência ecológica só se deu recentemente pelos


países mais industrializados, que sentiram os efeitos negativos do capitalismo no
ambiente. O sistema de industrialização e consumo exercem efeito direto na
natureza, uma vez que seus recursos são finitos e este sistema baseia-se na
infinitude deles: já é sentida a poluição em diferentes cidades, e ecossistemas,
espécies entrando em extinção, chuvas ácidas, etc. Portanto pode-se afirmar que a
ética individualista acaba se impondo sobre a ética ecológica.
“O tipo de sociedade que se desenvolveu com a industrialização que é
suicida, pois destrói as próprias bases de sua reprodução: a natureza e o homem”.
A reversibilidade desse processo de degradação é extremamente difícil, cara, e que
demanda tempo, então é bastante ignorada pelas pessoas. Por sua vez o
conservacionismo é uma das principais propostas para a crise ecológica e baseia-
se na preservação das espécies vegetais e animais que ainda existem, porém bate
de frente numa contradição com o sistema atual de mercado e consumo.
Outra proposta desenvolvida é a do ecodesenvolvimento, que utilizada
do avanço na industrialização para o desenvolvimento de novas tecnologias que
proporcionam um revertério no processo de destruição da natureza, como a energia
solar.
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Referência
SUNG, J.M.; SILVA, J.C., Conversando sobre Ética e Sociedade. 16. Ed. Petrópolis:
Editora Vozes Ltda., 1995.

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