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Índice
Conceito
História cultural como memória social
História da cultura e História cultural Costumes, sociabilidades,
representação, um dos muitos
História cultural no Brasil
objetos de estudo da História
Cultura brasileira Cultural.
Referências Mr. and Mrs. William Hallett
Thomas Gainsborough (1785),
Bibliografia
National Gallery, Londres
Ver também
Ligações externas
Conceito
O conceito de uma "História da Cultura" nos remete ao fim do século XVIII e baseia-se na crença do Iluminismo de que se deve
observar e estudar a contínua e permanente evolução (ou desenvolvimento) da humanidade, inclusive elementos e comportamentos
decorrentes do acaso ou ainda inconscientes. Fazem parte também da vasta gama de fontes de estudo da história cultural, portanto,
muitos referenciais cotidianos. O historiador Peter Burke, em seu livro "O que é História Cultural?", divide a histórica cultural em
quatro fases:
A história cultural se sobrepõe, em sua abordagem, ao movimento francês da história das mentalidades e à chamada Nova História.
Na França, um dos expoentes mais conhecidos daHistória Cultural é Roger Chartier.
A antropologia é uma ciência jovem, porém a compreensão do homem e das obras por ele produzidas alcançou profundos
significados como, por exemplo, a necessidade de perceber as semelhanças, a grande diversidade de modos de existência do homem.
Os antropólogos culturais estudam as maneiras e descobertas para fazer frente a seus problemas, tais estudiosos da cultura procuram
compreender como determinado modo pode atingir determinado fim. Tentar determinar como formas estabelecidas de tradição se
transformam com o decorrer do tempo, e com o uso da influência da herança cultural.
Segundo Melville Herskovits, esta preocupação pela cultura acha-se presente em qualquer aspecto particular da existência humana
[1]
que possa ser objeto de interesse imediato para um antropólogo.
O homem vive em várias dimensões no espaço, ambiente natural, e exerce uma interminável influência. É membro de uma sociedade
com seus companheiros, cooperando entre eles para a manutenção de seu grupo, porém o homem não é único. O que distingue o
homem dos outros animais é a cultura, que reúne tudo isso, proporcionando assim ao homem o meio de adaptar-se as complexidades
do mundo em que nasceu.
Há muitas definições de cultura. Entre elas, Herskovits destaca que cultura é a parte do ambiente feito pelo homem, nela está
implícita que a vida do homem transcende em dois cenários: o habitat natural e seu ambiente social[1]. Para entender a natureza
essencial da cultura é preciso entender que cultura é universal na experiência do homem, que ela é estável e também dinâmica, que
está em constante mudança e que cultura enche e determina amplamente o curso de nossas vidas e raramente interfere no pensamento
consciente.
Monumentos, datas e manifestações são o que nos fazem lembrar de fatos dos quais não participamos, mas que fazem parte de nossa
vidas. O sete de setembro no Brasil, o quatro de julho nos EUA , as estátuas erguidas em homenagem aos soldados mortos na guerra,
a crença trazida da África pelos negros, - são muitos os exemplos que nos fazem transcender do campo de memória coletiva para
nossa memória individual, nos tornando parte do fato. Nossa memória individual é construída por aquilo que historiadores chamam
de "Lei dos Avós". Embora essa lei tenha sido duramente criticada, por se achar que os avós não vivem tempo suficiente para
transmitir aos seus netos a importância de se conservar e disseminar as tradições.
Como existe a chamada memória social, existe também a amnésia social, que consiste na situação em que nos “forçam” a esquecer o
passado, por exemplo quando um governante decide apagar algo que manche sua administração. Um caso notório na história é o do
rei Luís XIV, que mandava fazer medalhas para comemorar os principais acontecimentos do Reino. Ele mandou fazer uma medalha
pela completa destruição da cidade de Heidelberg em 1693, porém quando foram compilar essas medalhas a de Heidelberg “sumiu”,
por acreditarem que esta manchava o reinado de Luís XIV
.
Nem sempre o que é apagado da história oficial é esquecido pela memória social, que continua a agregar a certas coisas os mesmos
fatos que foram apagados por aquela. Um exemplo disso foi notado na Bulgária, onde o nome de uma via pública (12 de novembro)
foi mudado para 1 de maio, porém persistiu sendo ainda chamado pelas pessoas pelo seu antigo nome.
A análise de memória social e memória individual é um tanto ilusória quanto fascinante, pois não pode se analisar uma sem a outra,
visto que ambas estão ligadas, formando a história e cultura de um povo.
Sabemos que história é feita atráves de historiadores, seguindo sempre um conhecimento histórico a partir de uma noção ou conceito
sobre aquela determinada "História-realidade", utilizando pressupostos ou até mesmo memórias tendo assim uma relação entre
conhecimento e realidade, transformando-se em uma produção histórica.
Hoje em dia a Cultura vem perdendo seu conceito. Historiadores e filósofos entendem que a cultura não possui transparência de
significação, por isso utilizam descrições e contribuições da Antropologia e da Etnologia. Na realidade a Cultura tem um
reconhecimento de um nome aplicável a um campo semântico, e tal como, em contínuo processo de ampliação e complexificação.
A história da cultura ou Geistgeschichte é baseada em conceitos hegelianos de Volksgeist e Zeitgeist - um é o espírito nacional ou
popular e o outro o espírito da época ou tempo, junto com o Weltanschauung - espírito da visão do mundo. Embora com alguns
exageros, a história da cultura era altamente elitista e estetizante. Deixada de lado esta versão tradicional, a história da cultura muda
de nome, chamando-se história cultural, tendo as perspectivas ora ambiciosas ora modestas, mas sempre concretas em termos
históricos. Suas antigas concepções holísticas, teleológicas e homogeneizantes, passam a ser substituídas pela busca pela concretude
e valorização do individual, autores e obras, e por abordagens embasadas na semiótica e teoria literária.
A História Cultural não se torna isenta nem imune a significações conflitantes, no qual sua intenção é reviver o caráter historicista
entre o mundo natural e o mundo cultural. Os marxistas por sua vez tendem a identificar tal história apenas com estudos das formas
de consciência social ou aspectro ideológico de superestrutura. Segundo Falcon (2002, p. 75), "No momento atual, os historiadores
estão em geral mais interessados na história cultural, inclusive a maioria dos que transitaram da Antropologia para a História e vice-
versa. Mas isto não significa a eliminação pura ou simples, de uma história da cultura, como se viu, por exemplo, nos países da
Europa Oriental nos anos 70 e 80."
Cultura brasileira
Na cultura brasileira geralmente são identificados três elementos principais: a junção do indígena, africano e europeu, influências do
meio, pelas diversas atividades econômicas, pela criatividade nativa e pela incorporação de outros contextos culturais estrangeiros.
"Assim, logo foram se distinguindo dois planos culturais no Brasil: o erudito, marcado pela branquidade e europeidade alienado e
alienante; e o vulgar, das camadas subalternas, mais criativo, mais aberto à convivência humana e ao atendimento imediato das
necessidades espirituais.ela pode ter mudado muito na história "
O Brasil colônia, diferente das etnias indígenas e africanas, alcançou através de uma civilização agrária, urbana e rural, graças as
instituições sócio culturais europeias. Cresceu, então, um Brasil com dois planos culturais: um marcado pelo branco, europeu e outro
[4]
criativo recheado de elementos indígenas e africanos. Foi nessa fusão criativa que o Brasil edificou a cultura brasileira.
Referências
1. HERSKOVITS, Melville J.Man and his works, the science of cultural anthropology . Traduzida da 8.ª Ed. em Inglês
por Maria José de Carvalho e Helio Bichels, 1948.
2. FALCON, Francisco J. C.História Cultural, Uma nova visão sobre a sociedade e a cultura , 2002.
3. ROCHA JÚNIOR, Roosevelt Araújo da.«João Ribeiro: entre História, Gramática e Filologia»(http://www.filologia.or
g.br/revista/36/06.htm). Revista Philologus, Ano 12, nª 36. Consultado em 16 de outubro de 2010.
4. VANNUCCHI, A. Cultura brasileira, 2002
Bibliografia
Em inglês
Ver também
Jacob Burckhardt
Peter Burke
Johan Huizinga
Revista Fênix
Ligações externas
Portal sobre Cultura Histórica e Historiografia(em espanhol)
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