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Aula 00

Direitos Humanos p/ Defensoria Pública Estadual 2018 (Curso Regular)

Professor: Ricardo Torques

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DIREITOS HUMANOS PARA DEFENSORIA 2018 Aula
curso regular em teoria e exercícios 00

AULA 00
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS DIREITOS HUMANOS

Su m á r io
Direit os Hum anos para Defensoria 2018 ............................................................................ 2
Cronogram a de Aulas ..................................................................................................... 5
1 - Considerações I niciais ................................................................................................ 9
2 – Teoria Geral dos Direit os Hum anos ............................................................................. 9
2.1 - Conceit o e t erm inologia ....................................................................................... 9
2.2 - Classificação dos Direit os Hum anos ..................................................................... 12
2.3 - Fundam ent os dos Direit os Hum anos .................................................................... 17
2.4 - Est rut ura Norm at iva .......................................................................................... 25
2.5 - Pós- posit ivism o e os Direit os Hum anos ................................................................ 26
3 - Quest ões ............................................................................................................... 29
3.3 – List a de Quest ões sem Com ent ários .................................................................... 30
3.2 – Gabarit o .......................................................................................................... 33
3.1 – List a de Quest ões com Com ent ários .................................................................... 33
4 – Resum o ................................................................................................................ 42
5 - Considerações Finais ............................................................................................... 44

A PRESENTAÇÃO DO CURSO
D ir e it os H u m a n os pa r a D e fe n sor ia 2 0 1 8
I niciam os nosso Curso de Direit os Hum anos em t e or ia e que st õe s, volt ado para
as D e fe n sor ia s Pública s Est a dua is.
No ano de 2018 t erem os m uit os concursos de defensoria. Esse curso t em por
obj et ivo t razer o cont eúdo de m aneira am pla e abrangent e, de m odo a

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DIREITOS HUMANOS PARA DEFENSORIA 2018 Aula
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cont em plar t odos os assunt os que possam vir a ser cobrados em edit ais de
defensoria. SE VOCÊ QUER SE PREPARAR PARA VÁRI AS D EFEN SORI AS,
ESSE CURSO É PARA VOCÊ!
O m at erial é um a reform ulação de um curso que t em os t rabalhado desde 2013,
quando redigim os est e m at erial pela prim eira vez. Desde ent ão, acom panham os
provas de Direit os Hum anos, percebendo a t endência de bancas, assunt os m ais
cobrados, novos conceit os dout rinários relevant es e a j urisprudência, nacional e
int ernacional pert inent e.
Assim , caso t enha est udado nossos cursos, not ará que apresent am os vários
pont os adicionais. Reduzim os alguns cont eúdos e acrescent am os out ros, segundo
a evolução da cobrança da m at éria em provas de concurso público.
Trat a- se do curso m a is com ple t o de Direit os Hum anos que dispom os, espinha
dorsal dos nossos cursos específicos, preparados e adapt ados para cada edit al.
Os assunt os serão t rat ados para at ender aquele que est á iniciando os est udos na
área, com o aquele que est á est udando há m ais t em po. Os conceit os serão
expost os de form a didát ica, com explicação dos inst it ut os j urídicos e resum os da
j urisprudência, quando im port ant es para a prova.
Confira, a seguir, com m ais det alhes, nossa m et odologia.

M e t odologia do Cu r so
Algum as const at ações acerca da prova vindoura são im port ant es!
Podem os afirm ar que as aulas levarão em consideração as seguint es “ font es” .

FON TES

Legislação e
Jurisprudência
Dout rina quando Assunt os Docum ent os
relevant e dos
essencial e relevant es no I nt ernacionais
Tribunais
m aj orit ária cenário j urídico pert inent es ao
Superiores
assunt o.

Para t ornar o nosso est udo m ais com plet o, é m uit o im port ant e resolver quest ões
ant eriores para nos sit uarm os diant e das possibilidades de cobrança. Trarem os
quest ões de t odos os níveis, inclusive quest ões cobradas em concursos j urídicos
de nível superior de Direit os Hum anos.
Essas observações são im port ant es pois perm it irão que possam os organizar o
curso de m odo focado, volt ado para acert ar quest ões obj et ivas e discursivas.
Est a é a nossa propost a!
Vist os alguns aspect os gerais da m at éria, t eçam os algum as considerações acerca
da m e t odologia de e st udo.
As aulas em .pdf t em por caract eríst ica essencial a didá t ica . Ao cont rário do que
encont rarem os na dout rina especializada de Direit os Hum anos ( Flávia Piovesan e

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August o Cançado Trindade, para cit arm os dois dos expoent es nest e ram o) , o
curso t odo se desenvolverá com um a leit ura de fácil com preensão e assim ilação.
I sso, cont udo, não significa superficialidade. Pelo cont rário, sem pre que
necessário e im port ant e os assunt os serão aprofundados. A didát ica, ent ret ant o,
será fundam ent al para que diant e do cont ingent e de disciplinas, do t rabalho, dos
problem as e quest ões pessoais de cada aluno, possam os ext rair o m áxim o de
inform ações para hora da prova.
Para t ant o, o m at erial será perm eado de e squ e m a s, gr á ficos in for m a t ivos,
r e sum os, figu r a s, t udo com a pret ensão de “ cham ar at enção” para as
inform ações que realm ent e im port am .
Com essa est rut ura e propost a pret endem os conferir segurança e t ranquilidade
para um a pr e pa r a çã o com ple t a , se m ne ce ssida de de r e cur so a out r os
m a t e r ia is didá t icos.
Finalm ent e, dest aco que um dos inst rum ent os m ais relevant es para o est udo em
.PDF é o cont a t o dir e t o e pe ssoa l com o Pr ofe ssor . Além do nosso fór u m de
dúvida s, est am os disponíveis por e - m a il e, event ualm ent e, pelo Fa ce book .
Aluno nosso não vai para a prova com dúvida! Por vezes, ao ler o m at erial surgem
incom preensões, dúvidas, curiosidades, nesses casos bast a acessar o
com put ador e nos escrever. Assim que possível respondem os a t odas as dúvidas.
É not ável a evolução dos alunos que levam a sério a m et odologia.
Além disso, t erem os videoaulas! Essas aulas dest inam - se a com plem ent ar a
preparação. Quando est iver cansado do est udo at ivo ( leit ura e resolução de
quest ões) ou at é m esm o para a revisão, abordarem os alguns pont os da m at éria
por int erm édio dos vídeos. Com out ra didát ica, você disporá de um cont eúdo
com plem ent ar para a sua preparação. Ao cont rário do PDF, evident em ent e, AS
VI D EOAULAS N ÃO ATEN D EM A TOD OS OS PON TOS QUE VAM OS
AN ALI SAR N OS PD FS, N OSSOS M AN UAI S ELETRÔN I COS. Por ve ze s,
ha ve r á a ula s com vá r ios víde os; out r a s que t e r ã o vide oa ula s a pe na s e m
pa r t e do cont e údo; e out r a s, a inda , que nã o cont e r ã o víde os. N osso foco
é , se m pr e , o e st u do a t ivo!
Tam bém em vídeo, você t erá acesso ao QRCOD E. Ao longo da aula você
encont rará alguns códigos para acessar pequenos vídeos exclusivos para t rat ar
de alguns pont os da m at éria. Vam os t rat ar de pont os difíceis, com plexos, que
geram dúvidas ao longo do est udo t eórico da disciplina. Com isso, você t erá à
disposição, m ais um inst rum ent o para que a sua preparação sej a a m ais
com plet a! Acredit o que você irá gost ar! Vam os fazer um t est e?!
Assim , cada aula será est rut urada do seguint e m odo:

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Teoria de form a
Súm ulas,
obj et iva e diret a Referência e
orient ações
com sínt ese do análise da
j urisprudenciais e
M ETOD OLOGI A pensam ent o legislação
j urisprudência
dout rinário pert inent e ao
pert inent e
relevant e e assunt o.
com ent adas.
dom inant e.

Vídeoaulas
Muit as quest ões
Resum o dos com plem ent ares
ant eriores de
principais t ópicos sobre APROVAÇÃO!
provas
da m at éria. det erm inados
com ent adas.
pont os da m at éria

Apr e se n t a çã o Pe ssoa l
Por fim , rest a um a breve apresent ação pessoal. Meu nom e é Ricardo St rapasson
Torques! Sou graduado em Direit o pela Universidade Federal do Paraná ( UFPR) e
pós- graduado em Direit o Processual.
Est ou envolvido com concurso público há 10 anos, aproxim adam ent e, quando
ainda na faculdade. Trabalhei no Minist ério da Fazenda, no cargo de ATA. Fui
aprovado para o cargo Fiscal de Tribut os na Prefeit ura de São José dos Pinhais/ PR
e para os cargos de Técnico Adm inist rat ivo e Analist a Judiciário nos TRT 4ª , 1º e
9º Regiões.
Quant o à at ividade de professor, leciono exclusivam ent e para concursoS, com
foco na elaboração de m at eriais em pdf. Tem os, at ualm ent e, cursos em Direit os
Hum anos, Direit o Eleit oral e Direit o Processual Civil.
Deixarei abaixo m eus cont at os para quaisquer dúvidas ou sugest ões. Terei o
prazer em orient á- los da m elhor form a possível nest a cam inhada que est am os
iniciando.
E- m a il: rst .est rat egia@gm ail.com
Fa ce book : ht t ps: / / www.facebook.com / direit oshum anosparaconcursos/

Cr on ogr a m a de Au la s
Vej am os a dist ribuição das aulas:
AULA CON TEÚD O D ATA

Au la 0 0 Apresent ação do curso 07.01

Teoria geral dos direit os hum anos.

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Conceit o, t erm inologia, est rut ura norm at iva e
fundam ent ação.
Au la 0 1 Afirm ação hist órica dos direit os hum anos. 14.01

Dim ensões dos direit os hum anos.

Caract eríst icas dos direit os hum anos no direit o


int ernacional.

Direit os Hum anos e Globalização


Au la 0 2 A prot eção int ernacional dos direit os hum anos. 21.01

A nat ureza obj et iva da prot eção int ernacional dos


direit os hum anos.

Mecanism os de prot eção cont ra as violações de direit os


hum anos.

Regra do esgot am ent o dos recursos int ernos na


prot eção dos direit os hum anos.

Direit os hum anos e a responsabilidade do Est ado.


Au la 0 3 Sist em a int ernacional de prot eção dos direit os 28.01
hum anos.

O sist em a da liga das nações.

A prot eção dos direit os hum anos na ONU.

Sist em as convencional e ext raconvencional da ONU.

O núcleo de direit o int ernacional dos direit os hum anos.

Cart a das Nações Unidas.


Au la 0 4 Declaração universal de direit os hum anos. 04.02

Pact o int ernacional de direit os civis e polít icos.

Pact o int ernacional de direit os econôm icos, sociais e


cult urais.
Au la 0 5 Convenção int ernacional sobre a elim inação de t odas 11.02
as form as de discrim inação racial.

Convenção sobre a elim inação de t odas as form as de


discrim inação cont ra a m ulher.

Convenção cont ra a t ort ura e out ros t rat am ent os ou


penas cruéis, desum anos ou degradant es.

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Au la 0 6 Convenção sobre os direit os da criança. 18.02

Convenção int ernacional sobre a prot eção de direit os


de t odos os m igrant es t rabalhadores e m em bros de
suas fam ílias.

Convenção I nt ernacional sobre os Direit os das Pessoas


com Deficiência.

Au la 0 7 Convenção para a Prevenção e Repressão do Crim e de 25.02


Genocídio

Convenção Relat iva ao Est at ut o dos Refugiados


==0==

Est at ut o de Rom a
Au la 0 8 Sist em a europeu de direit os hum anos. 04.03

Sist em a int eram ericano de direit os hum anos.

Prot eção dos direit os hum anos no Mercosul.


Au la 0 9 Convenção Am ericana sobre Direit os Hum anos ( Pact o 11.03
de San José de Cost a Rica, aprovada pelo Decret o
Legislat ivo nº 27, em 25.09.1992 e prom ulgada pelo
Decret o nº 678, de 06.11.1992) .

Prot ocolo de San Salvador


Au la 1 0 Convenção I nt eram ericana para Prevenir e Punir a 18.03
Tort ura.

Prot ocolo à Convenção Am ericana sobre Direit os


Hum anos relat ivo à Abolição da Pena de Mort e.

Declaração dos Direit os e Deveres do Hom em .

Convenção I nt eram ericana para Prevenir, Punir e


Erradicar a Violência cont ra a Mulher.

Convenção I nt eram ericana sobre o Desaparecim ent o


Forçado de Pessoas.

Convenção I nt eram ericana sobre a Elim inação de


Todas as Form as de Discrim inação cont ra Pessoas
Port adoras de Deficiência.
Au la 1 1 Direit os hum anos na Const it uição Federal. 25.03

Docum ent os hist óricos brasileiros.

I nst it ucionalização dos direit os e garant ias


fundam ent ais.
Au la 1 2 Polít ica nacional de direit os hum anos. 01.04

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Program as nacionais de direit os hum anos.

Program a Nacional de Direit os Hum anos ( Decret o nº


7.037/ 2009 – Eixos Orient adores I I e I I I ) .

Com issão da verdade


Au la 1 3 Grupos Vulneráveis ( part e 01) 08.04

Au la 1 4 Grupos Vulneráveis ( part e 02) 15.04

Au la 1 5 Grupos Vulneráveis ( part e 03) 22.04

Au la 1 6 Grupos Vulneráveis ( part e 04) 29.04

Essa é a dist ribuição dos assunt os ao longo do curso. Event uais aj ust es poderão
ocorrer, especialm ent e por quest ões didát icas. De t odo m odo, sem pre que houver
alt erações no cronogram a acim a, vocês serão previam ent e inform ados,
j ust ificando- se.

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T EORI A GERAL DOS D I REI TOS H UMANOS


1 - Con side r a çõe s I n icia is
Na aula de hoj e vam os est udar a Te or ia Ge r a l dos D ir e it os H um a nos.
Ant es de iniciar a aula propriam ent e, é im port ant e um a observação. Ao longo
dest a aula haverá várias cit ações de dout rinadores consagrados. I sso é feit o com
um propósit o único: o est udo dessa part e é t ot alm ent e t eórico, conceit ual. Não
haverá t rat ado ou regras j urídicas int ernacionais a serem analisados. Pelo
cont rário, há diversas corrent es de pensam ent o que, ao longo da Hist ória,
m oldaram os Direit os Hum anos, t al com o ele se apresent a hoj e. Logo, leiam os
conceit os e, para m em orizar, recorram aos gráficos e esquem as.
Ant es de iniciar, gost aria de deixar um convit e a vocês: CURTAM N OSSA
PÁGI N A N O FACEBOOK, ESPECÍ FI CA D E D I REI TOS H UM AN OS. Lá t erem os
diversas inform ações út eis, provas com ent adas, art igos, t udo sobre provas de
Direit os Hum anos. Aproveit em !
h t t ps:/ / w w w .fa ce book .com / dir e it osh u m a n ospa r a con cu r sos
Boa aula!

2 – Te or ia Ge r a l dos D ir e it os H um a n os

2 .1 - Con ce it o e t e r m in ologia
A m at éria Direit os Hum anos pode ser conceit uada com o o conj u n t o de dir e it os
ine r e nt e s à dignida de da pe ssoa hum a n a , por m e io da lim it a çã o do
a r bít r io do Est a do e do e st a be le cim e nt o da igua lda de com o o a spe ct o
ce nt r a l da s r e la çõe s socia is.
A definição consagrada na dout rina at ualm ent e é a de Ant ônio Peres Luño 1 ,
segundo o qual os direit os hum anos const it uem um
conj unt o de faculdades e inst it uições que, em cada m om ent o hist órico, concret izam as
exigências de dignidade, liberdade e igualdade hum anas, as quais devem ser reconhecidas
posit ivam ent e pelos ordenam ent os j urídicos em nível nacional e int ernacional.

A essência do conceit o de Direit os Hum anos cent ra- se na prot eção aos direit os
m ais im port ant es das pessoas, not adam ent e, a dignida de .

1
PERES LUÑO, Ant ônio. D e r e ch os h u m a nos, Est a do de de r e cho y Con st it u ción . 5. edição.
Madrid: Edit ora Tecnos, 1995, p. 48.

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prover m eios e inst rum ent os


I D EI A CEN TRAL D OS D I REI TOS
j urídicos para a defesa da
H UM AN OS
dignidade das pessoas

Afirm am os est udiosos, port ant o, que a ba se dos Direit os Hum anos é a
dignida de da pe ssoa . Mas o que é dignidade? Segundo Fábio Konder
Com parat o 2 , dignidade é a
convicção de que t odos os serem hum anos t êm direit o a ser igualm ent e respeit ados, pelo
sim ples fat o de sua hum anidade.

Em palavras m ais sim ples: assegurar a dignidade de um ser hum ano é respeit á-
lo e t rat á- lo de form a igualit ária, independent em ent e de quaisquer condições
sociais, cult urais ou econôm icas.
Quant o à t erm inologia, a expressão que se dissem inou é a de “ dir e it os
hum a nos” , cont udo, várias são as expressões que podem ser consideradas
sinônim as, por exem plo: “ direit os fundam ent ais” , “ liberdades públicas” , “ direit os
da pessoa hum ana” , “ direit os do hom em ” , “ direit os da pessoa” , “ direit os
individuais” , “ direit os fundam ent ais da pessoa hum ana” , “ direit os públicos
subj et ivos” .
Sobre essas expressões, há dout rina que procura diferenciar os t erm os acim a.
Vam os apresent ar os conceit os de algum a delas para que você possa expandir o
seu conhecim ent o. Cont udo, ent endem os que as expressões devem ser
consideradas com o sinônim os para fins de prova, a não ser que o exam inador o
“ provoque” .
 dir e it os do h om e m e do cida dã o: expressão que faz referência à Revolução Francesa,
de 1789, abrangendo direit os civis ( direit os do hom em ) e direit os polít icos ( direit os dos
cidadãos) .
Refere- se, port ant o, ao m om ent o hist órico de afirm ação dos direit os hum anos frent e o
Est ado aut ocrát ico europeu em razão das revoluções liberais.
 dir e it os n a t u r a is: expressão que procura abranger direit os inerent es ao ser hum ano
independent em ent e de qualquer norm a posit ivada.
 dir e it os e libe r da de s pública s: referência aos direit os dos indivíduos cont ra a
int ervenção est at al, que conferem ao indivíduo um st at us at ivo frent e ao Est ado. Ao se
falar em “ liberdades públicas” , t em os a exclusão dos direit os sociais.

Ant es de prosseguir, quat ro considerações são im port ant es.


 Os dout rinadores afirm am que a expressão D ir e it os H um a n os é
ple oná st ica , pois o t erm o “ direit os” pressupõe o ser hum ano. Não é possível
conceber direit os de um carro, direit o de um anim al et c. Som ent e o ser hum ano
pode ser suj eit o de direit os, um carro ou anim al poderão, por out ro lado, ser
obj et os de direit o. Port ant o, falar em “ Direit os Hum anos” é falar a m esm a coisa

2
COMPARATO, Fábio Konder. Afir m a çã o H ist ór ica dos D ir e it os H u m a n os. 7ª edição, rev.,
am pl. e at ual., São Paulo: Edit ora Saraiva, 2010, p. 13.

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duas vezes. I sso é pleonasm o. De t oda form a, a dout rina, a exem plo de Fábio
Konder Com parat o, diz que é m elhor falarm os em direit os hum anos, porque o
t erm o rem et e à ideia de que esses direit os const it uem exigências e
com port am ent os que devem valer para t odos os indivíduos em razão de sua
condição hum ana.
 Para evit ar confusões, devem os dist inguir D ir e it os H um a nos de D ir e it os
Funda m e nt a is.
Apenas para nos sit uarm os, vej am os a definição de I ngo Wolfgang Sarlet 3 ,
dout rinador consagrado no t em a:
Os direit os fundam ent ais, ao m enos de form a geral, podem ser considerados concret izações
das exigências do princípio da dignidade da pessoa hum ana.

Com o vocês podem perceber, os conceit os são prat icam ent e idênt icos. Assim , a
dist inção nã o reside no cont e údo de t ais direit os, m as no pla no de
posit iva çã o. Melhor explicando:
 D ir e it os H um a nos referem - se aos direit os universalm ent e aceit os
na or de m int e r n a ciona l; e
 D ir e it os Funda m e nt a is: const it uem o conj unt o de direit os
posit ivados na or de m int e r n a de det erm inado Est ado.
Nesse aspect o, vej am os as lições de Rafael Barret o 4 :
Apesar da variação de plano de posit ivação não há, em verdade, diferença de cont eúdo
ent re os direit os hum anos e os direit os fundam ent ais, eis que os direit os são os m esm os e
obj et ivam a prot eção da dignidade da pessoa.

D I REI TOS H UM AN OS D I REI TOS FUN D AM EN TAI S

conj unt o de valores e direit os na ordem conj unt o de valores e direit os posit ivados
int ernacional para a prot eção da dignidade na ordem int erna de det erm inado país
da pessoa para a prot eção da dignidade da pessoa.

 Fala- se, ainda, em ce nt r a lida de dos D ir e it os H um a nos, no sent ido de que


a disciplina é im port ant e em razão da m at éria que t ut ela. Não é possível se
pensar em um Est ado Dem ocrát ico de Direit o, com o é o Brasil, sem criar um a
série de direit os e garant ias para t ut elar a dignidade da pessoa. Port ant o,
dizem os que os dir e it os h u m a nos sã o m a t é r ia ce nt r a l, t e ndo e m vist a que

3
SARLET, I ngo Wolfgang. Eficá cia dos D ir e t os Fu n da m e n t a is. Port o Alegre: Livraria do
Advogado, 2004, p. 110.
4
BARRETTO, Rafael. D ir e it os H um a n os. 2ª edição, rev., am pl., Salvador: Edit ora JusPodvim ,
2012, p. 25.

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sã o im pr e scindíve is pa r a que a or de na m e nt o j u r ídico a fir m e dir e it os da s
pe ssoa s e lim it e a a t ua çã o e st a t a l cont r a a r bit r a r ie da de s.
 Direit os Hum anos e sociedade inclusiva. Seguindo a orient ação dout rinária de
Hannah Arendt e, no Brasil, por Celso Lafer, discut e- se que a prim eira quest ão a
ser discut ida é o dir e it o a t e r dir e it os. Ser considerado com o suj eit o de direit os
const it ui prerrogat iva básica, que qua lifica a lgué m com o se r hu m a no, o qu e
via biliza a discussã o sobr e os de m a is dir e it os h u m a nos. A part ir daí cada
pessoa t erá um conj unt o de direit os que devem ser aplicados at é o lim it e dos
direit os do out rem , de form a que o debat e j urídico se faz a part ir do conflit o ou
do confront o ent re direit os, a fim de que, no caso concret o, possam os eleger
quais os princípios e valores m ais im port ant es.
Confira um a quest ão de prova:

CESPE/ D PE- PE/ D e fe nsor / 2 0 1 5


Julgue o it em subsecut ivo, a respeit o de aspect os gerais e hist óricos dos
direit os hum anos.
O principal fundam ent o dos direit os hum anos no Brasil refere- se à dignidade
da pessoa hum ana. Por essa razão, além de haver consenso acerca do
cont eúdo desse princípio, ele é válido som ent e para os direit os hum anos
consagrados explicit am ent e na CF.
A assert iva est á incor r e t a . Prim eiram ent e, é im port ant e esclarecer que a
prim eira part e da assert iva é confusa, não há verdadeiram ent e um consenso em
relação ao fundam ent o dos Direit os Hum anos.
A dignidade da pessoa const it ui o obj et o cent ral ou, ao m enos, o principal direit o
hum ano que t em os. Porém , não é t ecnicam ent e corret o afirm ar que o
fundam ent o da disciplina est á na dignidade.
Fora esse aspect o, encont ra- se incorret a a assert iva na segunda part e. Exist em
out ros direit os para além daqueles explícit os no t ext o const it ucional. Com o bem
sabem os exist em princípios im plícit os que revelam norm as de direit os hum anos.
Adem ais, não há consenso acerca do cont eúdo da dignidade. Pelo cont rário, há
m uit a dificuldade em se fixar o conceit o de dignidade.
Vam os prosseguir!

2 .2 - Cla ssifica çã o dos D ir e it os H u m a n os


A classificação é um recurso didát ico que t em por finalidade perm it ir um a visão
global de det erm inado assunt o, a part ir de cat egorias e grupos de t em as. Em
nosso est udo, faz- se necessário est udar de form a obj et iva e diret a a
cla ssifica çã o dos D ir e it os H um a nos.

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Segundo a dout rina, a classificação dos Direit os Hum anos t raduz com o se deu a
aplicação desses direit os ao longo do t em po. É t am bém , port ant o, reflet e um a
análise hist órica da m at éria.
Para a nossa prova vam os abordar a t em át ica a part ir de duas visões: a de Georg
Jellinek e a explicit ada no caso Lüt h. São as classificações m ais cobradas em
provas de concurso público.

Teoria dos st at us de Jellinek


A t eoria de Jellinek relaciona o hom em e o Est ado. A part ir dessa relação é
possível alcançar quat ro result ados: suj eição, defesa, prest acional e part icipat ivo.
É um a t eoria que est uda a r e la çã o do dir e it o do indivíduo e m fa ce do Est a do.
De form a obj et iva:

relação na qual a pessoa encont ra- se


st at us subj ect ionis em est ado de suj eição em relação ao
Est ado.

relação na qual a pessoa det ém t ão


st at us libert at is som ent e a prerrogat iva de exigir um a
abst enção do Est ado

relação na qual a pessoa t em a


st at us civit at is possibilidade de exigir prest ações do
Est ado

relação na qual a pessoa poderá


st at us act ivus part icipar na form ação da vont ade do
Est ado

Pelo st at us subj ect ionis ( ou passivo) o Est ado t eria a com pet ência para vincular
o indivíduo ao est ado por int erm édio de regras e proibições. Pelo st at us libert at is
( ou negat ivo) , em cont raposição, t em os a criação de um espaço para livre
at uação da pessoa, com capacidade de aut odet erm inação sem int erferência do
Est ado. Pelo st at us civit at is ( ou posit ivo) busca- se exigir at uações posit ivas do
Est ado para at endim ent o dos int eresses dos cidadãos. Pelo st at us act ivus ( ou
at ivo) t em os o reconhecim ent o da capacidade de o cidadão int ervir na form ação
da vont ade do Est ado, por exem plo, por int erm édio do vot o.
Em relação ao st at us at ivo, a dout rina de Pet er Häberle, devem os falar em st at us
at ivo processual, na m edida em que ao cidadão deve ser assegurado o direit o de
part icipar do processo de t om ada de decisões, a exem plo do am icus curie e das
audiências públicas.
Na prova, cuide com os t erm os:

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st at us subj et ionis  st at us passivo

st at us libert at is  st at us negat ivo

st at us civit at is  st at us posit ivo

st at us act ivus  st at us at ivo

Com base nos quat ro st at us acim a, é possível delinear um a classificação dos


Direit os Hum anos em :
 direit os hum anos de defesa;
 direit os hum anos prest acionais;
 direit os hum anos de part icipação.

At ent os às expressões acim a, sigam os!


Os direit os hum anos de defesa caract erizam - se por const it uir um a prerrogat iva
que poderá ser ut ilizada pela pessoa cont ra event uais arbít rios est at ais.
Const it uem , port ant o, direit os de cunho ne ga t ivo, que resguardam a libe r da de
dos indivíduos.
Os direit os hum anos prest acionais relacionam - se com a prerrogat iva de a pessoa
exigir um a condut a at iva do Est ado a fim prom over os direit os m ais básicos.
Esses direit os, de cunho posit ivo, t ut elam os direit os de igua lda de .
Not e que as duas prim eiras classificações se relacionam com um assunt o
“ corriqueiro” em Direit os Hum anos ( e, t am bém , em Direit o Const it ucional) : as
dim ensões. Realm ent e é um a visão m uit o próxim a! Pela prim eira classificação
t em os a prim eira dim ensão; pela segunda classificação t em os a segunda
dim ensão. A t erceira classificação de direit os hum anos de Jellinek foge,
ent ret ant o, à classificação das dim ensões!
Os direit os hum anos de part icipação envolvem a part icipação polít ica da pessoa,
por int erm édio da qual exigir é possível exigir um a abst enção ou um a prest ação.
Tem os, port ant o, um a nat ureza m ist a, que se revela na defesa dos direit os de
liberdade ( com o, o direit o de vot ar) e dos direit os de igualdade ( a exem plo da
realização periódica de eleições, com a perm issão am pla dos cidadãos com o
candidat os) .
Para fins de prova, devem os m em orizar:

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defesa dos exigem um a


D I REI TOS D E
direit os abst enção negat ivos
D EFESA
liberdade est al

prom oção dos exigem um a


D I REI TOS
direit os de at uação posit ivos
PRESTACI ON AI S
igualdade est at ual

viabilizam a exigem , ao
D I REI TOS D E part icipação do m esm o t em po,
m ist o
PARTI CI PAÇÃO indivíduo na abst enção e
sociedade prest ação

Classificação do Caso Lüt h


Essa análise foi const ruída a part ir do j ulgam ent o do “ Caso Lüt h” pelo Tribunal
Const it ucional Alem ão. A part ir da visão de Jellinek foram est abelecidos grupos
de direit os, t endo em vist a as pessoas a serem prot egidas. Trat a- se de um a
classificação subj et iva, pois ao suj eit o é dada a garant ia de abst enção, a
possibilidade de buscar um a prest ação e, t am bém , de part icipar polit icam ent e.
Not e que a relação est abelecida na classificação de Jellinek volt a- se para a
relação ent re o suj eit o e o Est ado. A part ir do Caso Lüt h t em os um a abordagem
que viabiliza a a plica çã o dos dir e it os hum a n os à s r e la çõe s e nt r e
pa r t icula r e s, nã o e m r a zã o dos su j e it os qu e e st ã o na r e la çã o, m a s e m
fa ce dos dir e it os a bor da dos.
Em t erm os sim ples, o caso envolve um a condenação im post a a Erick Lüt h pelo
fat o de t er expressado publicam ent e no sent ido de boicot ar um film e de Veit
Harlan, que incit ava o ant issem it ism o. Harlan foi inicialm ent e condenado por
crim e cont ra a hum anidade, m as post eriorm ent e foi absolvido por se ent ender
que, j uridicam ent e, não poderia recursa o cum prim ent o de ordem do m inist ro da
propaganda nazist a, Joseph Goebbes.
Com preendeu- se, nesse cont ext o, que o boicot e foi cont rário à m oral e aos
cost um es, condenando- se Lüt h a om it ir- se de novas m anifest ações, sob pena de
m ult a e, inclusive, prisão. Recorreu ao Tribunal Alem ão que concluiu pela
aplicação dos direit os e garant ias fundam ent ais, em regra aplicados à relação
ent re o Est ado e o suj eit o, aplicar- se- ia, no caso, à relação ent re part iculares,
prom ovendo um a ideia obj et iva de aplicação dos direit os e garant ias
const it ucionais.
Port ant o, nessa classificação, faz- se um a análise obj et iva. A ideia é t ranscender
a visão subj et iva da classificação de Jellinek, le va ndo e m con side r a çã o a
cole t ivida de com o um t odo. Em t al análise obj et iva, ent ende- se que t odos os

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direit os possuem um viés negat ivo e posit ivo ao m esm o t em po. O que varia é a
carga ent re um a e out ra, de m odo que os direit os dit os prest acionais possuem
t ão som ent e um a carga prest acional m ais significat iva, ao passo que os direit os
negat ivos, possuem um a carga abst encionist a m ais int ensa.
Vej am os com o o assunt o j á foi cobrado em prova:

Que st ã o – FUN CAB - SEPLAG- M G – D ir e it o - 2 0 1 4


Consoant e a t eoria dos st at us dos direit os fundam ent ais, de aut oria de
Jellinek, o direit o à saúde, t al com o previst o na Const it uição Federal, é
considerado fundam ent al de st at us:
a) at ivo.
b) negat ivo.
c) passivo.
d) posit ivo.

Com e nt á r ios
O direit o à saúde const it ui um direit o prest acional, por m eio do qual a pessoa
poderá exigir do Est ado os m eios e inst rum ent os necessários a fim de lhe garant ir
um a vida saudável. Port ant o, t rat a- se de direit o posit ivo, de m odo que a
a lt e r na t iva D é a corret a e gabarit o da quest ão.

Est rut ura dos Direit os Hum anos, segundo André Ram os de Carvalho
Ainda na análise de pont os int rodut órios da m at éria, vam os apresent ar m ais um a
classificação.
Pe r gunt a - se , o e st udo de ssa s cla ssifica çõe s é r e a lm e nt e im por t a nt e ?
Pr e ciso sa be r t oda s a s e la s?
Colocam os t ais classificações no m at erial sob um a razão: são t em as cobrados em
provas. Em bora a cobrança se dê de form a difusa, quando o t em a aparece, ele
derruba diversos candidat os. Trouxem os esses pont os para o m at erial, para
evit ar surpresas no m om ent o da prova.
Esclarecido esse det alhe, vam os lá!
De acordo com a dout rina de André Ram os de Carvalho a est rut ura dos Direit os
Hum anos é variada, podendo se caract erizar em :

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ESTRUTURA D OS D I REI TOS


H UM AN OS

direit o- pret ensão direit o- liberdade direit o- poder direit o- im unidade

Cada um desses consect ários im põe obrigações ao Est ado. Confira:


 dir e it o- pr e t e nsã o: confere- se ao t it ular o direit o a t er algum a coisa que é
devido pelo Est ado ou at é m esm o por out ro part icular. Assim , o Est ado ( ou esse
out ro part icular) devem agir no sent ido de realizar um a condut a para conferir o
direit o.
Por exem plo, o direit o à educação, que deve ser prest ado pelo Est ado.
 dir e it o- libe r da de : im põe a abst enção ao Est ado ou a t erceiros, no sent ido de
se ausent arem , de não at uarem com o agent es lim it adores.
Cit a- se com o exem plo a liberdade de credo.
 dir e it o– pode r : possibilit a à pessoa exigir a suj eição do Est ado ou de out ra
pessoa para que esses direit os sej am observados.
O exem plo aqui é o direit o à assist ência j urídica.
 dir e it o- im unida de : im pede que um a pessoa ou o Est ado haj am no sent ido de
int erferir nesse direit o.
Cit a- se com o exem plo vedação à prisão, salvo na hipót ese de flagrant e delit o ou
de decisão j udicial t ransit ada em j ulgado.
Not e que, novam ent e, são classificações que, na essência, ret om am t em as j á
est udados. Por isso, o seu foco não deve ser na m em orização desses t em as, m as
na com preensão e reconhecim ent o desses t em as.

2 .3 - Fu n da m e n t os dos D ir e it os H u m a n os
Fundam ent os envolvem as ba se s, as pr e m issa s sobre as quais os Direit os
Hum anos encont ram suas razões. I sso é im port ant e para que possam os
com preender as bases e as prem issas que envolvem a nossa m at éria.
Esse t em a é abst rat o, envolvendo conceit os hist óricos e discussões filosóficas.
Ent ret ant o, com o o assunt o é recorrent e em provas, vam os t razer os assunt os
de form a sucint a e didát ica, com dest aque para as principais inform ações, em
duas linhas de pensam ent o.
Prim eiram ent e, lem bre- se:

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razões que legit im am e que m ot ivam


FUN D AM EN TOS D OS D I REI TOS
o reconhecim ent o dos Direit os
H UM AN OS
Hum anos

Há quem diga que não t em com o est abelecer os fundam ent os dos direit os
hum anos; e há quem diga que exist e fundam ent o para os direit os hum anos.

I m possibilidade de delim it ação dos fundam ent os


Form ou- se, na dout rina, a corrent e negat ivist a que ne ga a possibilida de de
se r de fin ido um funda m e nt o pa r a os D ir e it os H um a nos.
Há quem ent enda, a exem plo de Norbert o Bobbio, que é im possível definir o
fundam ent o de nossa disciplina, por 3 m ot ivos:
1. Exist em dive r gê ncia s qua nt o à de finiçã o de qua l se r ia o conj u nt o de
dir e it os a br a ngidos. Assim , não seria possível definir o fundam ent o, pois
nem se sabe ao cert o quais são os direit os com preendidos em nossa
disciplina;
2. Em razão de sua hist oricidade, os Direit os Hum anos const it uem disciplina
que e st á e m const a nt e e voluçã o; e
3. Direit os Hum anos const it uem um a ca t e gor ia de dir e it os he t e r ogê ne a ,
por vezes conflit uosa, exigindo do aplicador a t écnica da ponderação de
int eresses.
Para out ros dout rinadores, com o o aut or espanhol Peres Luño, não é possível
ident ificar o fundam ent o dos Direit os Hum anos porque e sse s dir e it os sã o
consa gr a dos a pa r t ir de j uízos de va lor . Vale dizer, são consagrados por
opções m orais que, por definição, nã o pode m se r com pr ova da s ou
j ust ifica da s, m as apenas a ce it a s por convicçã o pe ssoa l.
O que significa isso?
Consist e no fat o de que não exist e um a norm a, com o é o t ext o const it ucional de
um Est ado, que sej a fundam ent o de validade para as dem ais norm as de
det erm inado ordenam ent o j urídico. Em Direit o Const it ucional est udam os que a
Const it uição é fundam ent o de validade para t odas as norm as infraconst it ucionais.
Já na seara dos Direit os Hum anos, com o inexist e um referencial ( com o a
Const it uição) , cada organism o int ernacional poderá com preender o fundam ent o
da disciplina de acordo com suas concepções m orais e j uízos de valor.
Para esses aut ores o fat o de os direit os hum anos possuírem est rut ura abert a
im pede que se delim it em os fundam ent os dos direit os hum anos.

Fundam ent os
Paralelam ent e à corrent e que nega a possibilidade de delim it ação dos Direit os
Hum anos, há vários dout rinadores que com preendem exist ir fundam ent os.
Est udarem os fundam ent os principais.

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Fundam ent o Jusnat uralist a
Para a corrent e j usnat uralist a, o fundam ent o dos Direit os Hum anos est á em
nor m a s a nt e r ior e s e supe r ior e s a o dir e it o e st a t a l post o, de cor r e nt e de
um conj unt o de ide ia s, de or ige m divina ou fr ut o da r a zã o hum a na .
Assim , para essa corrent e de pensam ent o, os D ir e it os H um a nos se r ia m
e quiva le nt e s a os dir e it os na t u r a is, consequência da afirm ação dos ideais
j usnat uralist as.
Um a caract eríst ica im port ant e da corrent e j usnat uralist a é o cu nh o m e t a físico,
um a vez que os Direit os Hum anos encont ram fundam ent o na exist ência de um
direit o pré- exist ent e ao direit o produzido pelo hom em , oriundo de:
• D e us  escola de direit o nat ural de razão divina; ou
De acordo com a concepção religiosa j usnat uralist a, a lei hum ana som ent e
t eria validade se est iver de acordo com as leis divinas.
• da na t ur e za ine r e nt e do se r hu m a no  escola de direit o nat ural
m oderna.
De acordo com corrent e j usnat uralist a pura, há um conj unt o de direit os que
são inerent es à sim ples exist ência da pessoa.
Em crít ica a esse fundam ent o, argui- se que os direit os hum anos são hist óricos,
ou sej a, conquist ados pela sociedade em razão das confluências sociais e
cult urais, de form a que os Direit os Hum anos não são pré- exist ent es a t udo que
exist e de norm at ivo.
A religião foi im port ant e para o desenvolvim ent o dos Direit os Hum anos,
especialm ent e a I grej a Cat ólica, que privilegiou o respeit o ao ser hum ano, à
pessoa, o respeit o à dignidade. Além disso, a própria exist ência hum ana t raz
consigo alguns valores im port ant es, t ais com o o direit o à vida e à liberdade que
se relacionam diret am ent e com a m at éria.

Tal com o se ext rai da j urisprudência do STF, de acordo com os ensinam ent os de
André de Carvalho Ram os 5 . Vej am os alguns exem plos:
 Ao se pronunciar sobre o t em a bloco de const it uciona lida de , o Min. Celso
de Mello 6 discorreu que os direit os nat urais int egram o referido bloco.
Cabe t er present e que a const rução do significado de Const it uição perm it e, na elaboração
desse conceit o, que sej am considerados não apenas os preceit os de índole posit iva,
expressam ent e proclam ados em docum ent o form al ( que consubst ancia o t ext o escrit o da
Const it uição) , m as, sobret udo, que sej am havidos, igualm ent e, por relevant es, em face de
sua t ranscendência m esm a, os valores de carát er supraposit ivo, os princípios cuj as raízes

5
RAMOS, André de Carvalho. Cu r so de D ir e it os H um a nos, São Paulo: Edit ora Saraiva, 2014
( versão digit al) .
6
ADI 595/ ES, Rel. Celso de Mello, 2002, DJU de 26- 2- 2002.

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m ergulham no direit o nat ural e o próprio espírit o que inform a e dá sent ido à Lei
Fundam ent al do Est ado.

Em sent ido est rit o, bloco de const it ucionalidade refere- se às norm as que servem
de parâm et ro para o cont role de const it ucionalidade.
Em sent ido am plo, por bloco de const it ucionalidade devem os com preender o
conj unt o das norm as do ordenam ent o j urídico que t enham st at us const it ucional.
É nesse sent ido que o assunt o ganha relevância para o est udo de D ir e it os
H um a nos. Assim , além das norm as form alm ent e const it ucionais, t odas as
norm as que versem sobre m at éria const it ucional, t al com o os direit os hum anos
( segundo referência acim a do STF) e os t rat ados int ernacionais de direit os
hum anos serão considerados m at erialm ent e const it ucionais.
 Ao t rat ar sobre o dir e it o à gr e ve com o causa suspensiva do cont rat o de
t rabalho, o Min. Marco Aurélio 7 abordou-0 o com o direit o nat ural.
Em sínt ese, na vigência de t oda e qualquer relação j urídica concernent e à prest ação de
serviços, é irrecusável o direit o à greve. E est e, porque ligado à dignidade do hom em –
consubst anciando expressão m aior da liberdade a recusa, at o de vont ade, em cont inuar
t rabalhando sob condições t idas com o inaceit áveis –, m erece ser enquadrado ent re os
direit os nat urais. Assent ado o carát er de direit o nat ural da greve, há de se im pedir prát icas
que acabem por negá- lo ( ...) consequência da perda advinda dos dias de paralisação há de
ser definida um a vez cessada a greve. Cont a- se, para t ant o, com o m ecanism o dos
descont os, a elidir event ual enriquecim ent o indevido, se é que est e, no caso, possa se
configurar.

Os j ulgados acim a bem exem plificam que em bora não sej a a t ese prevalent e para
a defesa de direit os hum anos, por vezes, é report ado com o um dos fundam ent os
da nossa disciplina.

Fundam ent o Racional


Aqui t em os um a visã o la ica dos dir e it os hum a nos, não vinculada à nat ureza
ou à religião. A vinculação pret endida se dá em relação à r a zã o hum a na , que
dist ingue o hom em dos dem ais seres vivos. Diant e disso, aquilo que o hom em ,
por int erm édio de um a reflexão racional, procura est abelecer com o inerent e à
condição hum ana const it uirá o fundam ent o para os direit os hum anos.
Essa fundam ent ação ganha força com o desenvolvim ent o do pensam ent o
ilum inist a , que procura cent rar o foco da r e fle x ã o filosófica no h om e m ,
colocado, agora, com o cent ro das at enções e do pensam ent o. Assim , os
defensores do fundam ent o racional com preendem que os direit os hum anos t êm
suas bases lançadas nest e m ovim ent o racional.

Fundam ent o Posit ivist a


O fundam ent o posit ivist a dos direit os hum anos se opõe fort em ent e ao
fundam ent o j usnat uralist a. Nega- se a pré- exist ência de direit os hum anos, pois
t odos seriam decorrent es das nor m a s e st a t a is.

7
SS 2.061 AgR/ DF, Rel. Min. Marco Aurélio, President e, DJU 30- 10- 2001.

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Segundo o fundam ent o posit ivist a , a for m a çã o dos Est a dos Const it ucion a is
de D ir e it o levou à inserção de Direit os Hum anos nas const it uições. Desse m odo,
se os Direit os Hum anos est iverem e scr it os e m t e x t os le ga is ( e
pr incipa lm e nt e , const it u ciona is) sã o conside r a dos D ir e it os H um a nos.
Ant es de serem posit ivados, são considerados apenas valores e j uízos m orais.
Sobre a corrent e, leciona André de Carvalho Ram os 8 :
O fundam ent o dos direit os hum anos consist e na exist ência da lei posit iva, cuj o pressupost o
de validade est á em sua edição conform e as regras est abelecidas na Const it uição. Assim ,
os direit os hum anos j ust ificam - se graças a sua validade form al.

De acordo com a dout rina de Fábio Konder Com parat o 9 , a norm at ização dos
direit os hum anos confere segurança j urídica as relações sociais, t endo finalidade
pedagógica perant e a com unidade na m edida em que faz prevalecer valores
ét icos que est ão posit ivados nas norm as j urídicas.
Por out ro lado, essa corrent e nã o pode ser considerada u nila t e r a lm e nt e , pois
a necessidade de posit ivação do direit o enfraquece- o. Não é possível aceit ar que
som ent e os direit os hum anos posit ivados no âm bit o int ernacional ou
int ernam ent e possam ser assegurados. Adot ando- se unilat eralm ent e a t ese
posit ivist a, se a lei for om issa ou m esm o cont rária à dignidade hum ana,
est arem os diant e de um a precarização dos Direit os Hum anos, o que é inaceit ável.

Fundam ent o Moral


Para finalizar, vej am os a fu nda m e nt a çã o m or a l, segundo a qual os direit os
hum anos consist em no conj unt o de direit os subj et ivos originados diret am ent e
dos princípios, independent em ent e da exist ência de regras prévias. Assim , os
dir e it os hum a nos pode m se r conside r a dos dir e it os m or a is que nã o
a fe r e m sua va lida de por nor m a s posit iva da s, m a s e x t r a e m va lida de
dir e t a m e nt e de va lor e s m or a is da cole t ivida de hum a na . Ent ende- se que a
m oralidade int egra o ordenam ent o j urídico por m eio de princípios, referindo- se
às exigências de j ust iça, de equidade ou de qualquer out ra dim ensão da m oral.
Exist e, port ant o, um cont e údo é t ico na funda m e nt a çã o dos D ir e it os
H um a nos, no qu e se r e fe r e à ne ce ssida de de a sse gur a r u m a vida digna
à s pe ssoa s.
 QUAD RO SI N ÓTI CO

Nega a possibilidade de fundam ent ação dos direit os hum anos, por vários
I m possibilida de
m ot ivos:
de de lim it a çã o
dos  há divergências quant o à abrangência;
Fu nda m e nt os
 est ão em const ant e evolução;

8
RAMOS, André de Carvalho. Te or ia Ge r a l dos D ir e it os H u m a nos n a Or de m I n t e r na cion a l.
2ª edição, São Paulo: Edit ora Saraiva, 2012 ( versão elet rônica) .
9
COMPARATO, Fábio Konder. Afir m a çã o H ist ór ica dos D ir e it os H u m a nos, 7ª edição, São
Paulo: Edit ora Saraiva S/ A, 2010, p. 72.

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 const it uem cat egoria het erogênea;
 são consagrados a part ir de j uízos de valor, que não podem ser
j ust ificados e com provados.
 const it ui disciplina universalm ent e aceit a e fundada na m oral.

FUN D AM EN TO JUSN ATURALI STA

• Norm as ant eriores ou divinas e superiores ao direit o est at al post o, decorrent e


de um conj unt o de ideias, frut o da razão hum ana.

FUN D AM EN TO RACI ON AL

• Norm as ext raíveis da razão inerent es à condição hum ana.

FUN D AM EN TO POSI TI VI STA

• São Direit os Hum anos os valores e os j uízos condizent es com a dignidade


posit ivados no ordenam ent o.

FUN D AM EN TO M ORAL

• Os direit os hum anos podem ser considerados direit os m orais que não aferem
sua validade por norm as posit ivadas, m as diret am ent e de valores m orais da
colet ividade hum ana.

A pa r t ir da s r e fle x õe s a cim a , pe r gunt a - se : há um a t e or ia qu e pr e va le ce ?


Qua l a dot a r e m pr ova s de concur so público?
Não vam os adot ar nenhum a delas de form a isolada, m as o conj unt o desses
fundam ent os com vist as a realização da dignidade da pessoa. Essa é a
com preensão que prevalece e a que você usada no dia da prova.

Fundam ent o da Dignidade


De acordo com a dout rina de Norbert o Bobbio, é m ais im port ant e busca a
realização dos direit os hum anos do que escolher um dos fundam ent os acim a
est udados. De t odo m odo, o pont o e m com um de t odas os fundam ent os
debat idos pela dout rina est á no sent ido de que exist e um núcle o de dir e it os
que r e a liza m os dir e it os m a is bá sicos dos se r e s hu m a nos, os dir e it os de
dignida de .
Argum ent a- se que a universalidade dos direit os hum anos, a negação da t eor ia
puram ent e posit ivist a, som ados à ideia de que os direit os hum anos est ão em
const ant e const rução a part ir das confluências hist óricas, levam à form ação de
um bloco de valores, que realizam a dignidade hum ana e que, port ant o,
const it uem as razões da nossa m at éria.
A dúvida que se põe envolve a discussão sobre o cont eúdo da dignidade:
Afina l, o que é dignida de hum a na ?

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A dignidade deve ser considerada com o valor base de t odo e qualquer
ordenam ent o j urídico. Paut a- se na ideia de um a condut a j ust a, m oral e
dem ocrát ica, de m odo que a pe ssoa é coloca da no ce nt r o da s r e gr a s
j ur ídica s. Just am ent e devido a sua im port ância, a dignidade é colocada com o
base fundam ent al do direit o int erno de qualquer Est ado ou m esm o int ernacional.
Não é possível est abelecer um conceit o único de dignidade. Além disso, não cabe
ao Direit o definir o cont eúdo da dignidade. Trat a- se de conceit o que é form ado
por várias áreas do saber. Trat a- se de conceit o m ult idim ensional. Nesse cont ext o,
form a- se a part ir das relações sociais, cult urais, hist óricas e polít icas que envolve
det erm inada pessoa em det erm inada com unidade.
Para fins de prova, devem os t er em m ent e que a dignidade const it ui um va lor
é t ico, por int e r m é dio do qua l a pe ssoa é conside r a da suj e it o de dir e it os
e obr iga çõe s, qu e de ve m se r a sse gur a dos pa r a ga r a nt ir a pe r sona lida de ,
os quais são garant idos pela sim ples exist ência.
Nesse cont ext o, vej a o conceit o de André de Carvalho Ram os 10 :
Assim , a dignidade hum ana consist e na qua lida de in t r ín se ca e dist in t iva de ca da se r
h u m a n o, que o pr ot e ge cont ra t odo t rat am ent o degradant e e discrim inação odiosa, bem
com o a sse gu r a condições m at eriais m ínim as de sobrevivência. Consist e em a t r ibu t o que
t odo in divídu o possui, in e r e n t e à sua condiçã o hu m a na , não im port ando qualquer
out ra condição referent e à nacionalidade, opção polít ica, orient ação sexual, credo et c.

Com base no conceit o acim a, é possível ident ificar dois elem ent os que
caract erizam a dignidade da pessoa hum ana:
1 º  elem ent o negat ivo: vedação à im posição de t rat am ent o discrim inat ório, ofensivo ou
degradant e; e
2 º  elem ent o posit ivo: busca por condições m ínim as de sobrevivência, da qual decorre
a ideia de m ínim o exist encial.

Ainda de acordo com ent endim ent o dout rinário 11 :


A despeit o de orient ar a int erpret ação e a aplicação das norm as j urídicas, a dignidade da
pessoa hum ana, à luz do t ext o const it ucional brasileiro, det ém força norm at iva, est ando
apt a, port ant o, de per si, a vincular, diret am ent e, com port am ent os e a subsidiar decisões
j udiciais, com o qualquer out ro princípio j urídico norm at ivo.

O posicionam ent o acim a de Silvio Belt ram elli Net o é im port ant e. Fique bem
at ent o! Ao falarm os sobre a est rut ura norm at iva da nossa disciplina, vam os
ret om ar a discussão sobre o carát er vinculat ivo dos princípios ( ent re os quais
est á o da dignidade hum ana) .
Para encerrar esse t ópico vam os abordar os “ usos possíveis” do t erm o “ dignidade
hum ana” . Trat a- se de um a análise paut ada no pensam ent o de André de Carvalho

10
RAMOS, André de Carvalho. Cu r so de D ir e it os H u m a nos, São Paulo: Edit ora Saraiva, 2014
( versão digit al) .
11
BELTRAMELLI NETO, Silvio. D ir e it os H u m a n os. Col. Concurso Públicos, 2ª edição, Bahia:
Edit ora JusPodvim , 2016, p. 39.

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Ram os 12 , m as que possui relevância porque é const ruída a part ir da
j urisprudência do STF.
Para o aut or é possível ident ificar os seguint es usos do t erm o:

U SO D O TERM O N A A dignidade da pessoa é ut ilizada com o fundam ent o para a criação


FUN D AM EN TAÇÃO j urisprudencial de novos direit os, a exem plo do “ direit o à busca da
( EFI CÁCI A POSI TI V A ) . felicidade” .

U SO D O TERM O N A Ao abordar det erm inado t em a, a dignidade da pessoa é ut ilizada


I N TERPRETAÇÃO com o parâm et ro int erpret at ivo. Por exem plo, ao t rat ar da celeridade
AD EQUAD A . da prest ação j urisdicional, a dignidade é alcançada, de acordo com
a j urisprudência do STF, quando a prest ação j urisdicional é
t em pest iva.

U SO D O TERM O PARA A dignidade assum e na j urisprudência papel lim it ador da at uação


I M POR LI M I TES AO est at al, a exem plo da lim it ação do uso de algem as.
ESTAD O .

U SO D O TERM O PARA Na t écnica de aplicação dos princípios a dignidade é vent ilada, nos
SUBSI D I AR A j ulgados do STF, para det erm inar a prevalência de um princípio em
PON D ERAÇÃO D E relação ao out ro. Foi ut ilizada t al int erpret ação para afast ar o t rânsit o
I N TERESSES . em j ulgado de um a ação de pat ernidade. Vale dizer, em nom e da
dignidade, prest igia- se o direit o à inform ação genérica em
det rim ent o da segurança j urídica decorrent e da coisa j ulgada.

Por fim , em bora const it ua o cent ro axiológico ( valorat ivo) do nosso ordenam ent o
j urídico, devem os t om ar cuidado com a banalização do t erm o, pois, quando t udo
encont ra fundam ent o na dignidade hum ana, esse valor de nada servirá. Dit o de
form a sim ples, quant o um a coisa é fundam ent o de t udo, ela não t em capacidade
de dist inguir a im port ância de nada.
Enfim , de t udo o que vim os at é aqui, você deve t er em m ent e que vários
pensadores se debruçaram para com preender o fundam ent o dos direit os
hum anos. Cada um , alinhado a um a concepção filosófica específica, t rouxe um
fundam ent o específico, t odos bons argum ent os.
O r e sult a do de ssa r e fle x ã o le vou à con st a t a çã o de que é ne ce ssá r io
r e fle t ir os dir e it os hum a nos a pa r t ir da dignida de , se j a e la e nca r a da
com o um pr incípio ou com o um va lor supr e m o. A dignida de se a pr e se nt a
com o o r e su lt a do de ssa s vá r ia s r a zõe s e , por isso, const it u i o
funda m e nt o dos dir e it os hum a nos.
Para concluir essa análise t eórica inicial, cum pre com preender out ros dois pont os:
a ) a est rut ura norm at iva da nossa disciplina; e
b) o papel do pós- posit ivism o no cenário at ual e influência no est udo dos Direit os
Hum anos.

12
RAMOS, André de Carvalho. Cu r so de D ir e it os H u m a nos, São Paulo: Edit ora Saraiva, 2014
( versão digit al) .

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2 .4 - Est r u t u r a N or m a t iva
Os direit os hum anos apresent am um a caract eríst ica m arcant e: possue m
e st r ut ur a nor m a t iva a be r t a .
E que o se r ia um a e st r ut u r a nor m a t iva a be r t a ?
Est udam os em Direit o Const it ucional que as norm as j urídicas com preendem
regras e princípios.
As r e gr a s são enunciados j urídicos t radicionais, que pr e ve e m um a sit ua çã o
fá t ica e , se e ssa ocor r e r , ha ve r á u m a conse quê ncia j ur ídica . Por exem plo,
se alguém violar o direit o à im agem de out rem ( fat o) , ficará responsável pela
reparação por event uais danos m at eriais e m orais causados à pessoa cuj as
im agens foram divulgadas indevidam ent e ( consequência j urídica) .
Os pr incípios, por sua vez, segundo ensinam ent os de Robert Alexy, são
denom inados de “ m a nda dos de ot im iza çã o” , porque const it uem e spé cie de
nor m a s que de ve r ã o se r obse r va da s na m a ior m e dida do possíve l.
Parece difícil, m as não é! Prevê art . 5º , LXXVI I I , da CF, que a t odos será
assegurada a razoável duração do processo. Esse é um princípio! Não há aqui
definição de at é quant o t em po será considerado com o duração razoável para, se
ult rapassado esse prazo, aplicar a consequência j urídica diret am ent e. Não é
possível dizer, de ant em ão, se um , cinco ou 10 anos é um prazo razoável. Por se
t rat ar de princípio, deve- se procurar, na m elhor form a possível, fazer com que o
processo se desenvolva de form a rápida e sat isfat ória às part es.
Por cont a disso, um processo t rabalhist a, que com um ent e envolve direit o de
carát er alim ent ar, deve t ram it ar m ais rápido ( m ais célere) quando com parado a
um processo- crim e, por exem plo. É im port ant e resolvê- lo rapidam ent e, para que
o em pregado t enha acesso aos crédit os decorrent es em razão da nat ureza
alim ent ícia. No processo penal, para um a com plet a defesa do réu, é necessário
que o processo sej a burocrát ico, at ent ando- se a diversos det alhes que t ornam o
procedim ent o m ais dem orado. É im port ant e decidir com cuidado, para evit ar
inj ust iça, porque um a condenação infundada é m uit o prej udicial.
Não há, port ant o, com o definir um prazo, a priori, no qual o processo sej a
considerado t em pest ivo. Assim , fala- se em m andado de ot im ização, um a vez que
o princípio da celeridade deve ser observado na m edida do possível e de acordo
com as circunst âncias específicas.
As r e gr a s, por sua vez, são aplicadas a part ir da t é cn ica da subsunçã o, ou
sej a, se ocorrer a sit uação de fat o haverá a incidência da consequência j urídica
previst a. Ou a regra aplica- se àquela sit uação ou não se aplica ( t écnica do “ t udo
ou nada” ) . Para os pr incípios, ao cont rário, a aplicação pressupõe o uso da
t é cnica de ponde r a çã o de int e r e sse s, pois a depender da sit uação fát ica
assegura- se com m aior, ou m enor, am plit ude o princípio ( t écnica do “ m ais ou
m enos” ) . Ret ornando ao exem plo, para o processo do t rabalho, o decurso de 2
anos poderá im plicar violação ao princípio da celeridade; para o processo crim e

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o decurso de 5 anos não im plicará, necessariam ent e, violação do m esm o
princípio.

REGRAS PRI N CÍ PI OS

m andados de det erm inação m andados de ot im ização

aplicado por subsunção aplicado por ponderação de int eresses

t écnica do " t udo ou nada" t écnica do " m ais ou m enos"

E qua l a im por t â ncia disso t udo pa r a os D ir e it os H um a nos?


A e st r ut ur a n or m a t iva dos D ir e it os H um a nos é for m a da pr incipa lm e nt e
por um conj unt o de pr incípios. Num a sit uação prát ica, você pode se defront ar
com t rabalho em condições t ão degradant es e precárias que, em bora não
configurem escravidão no próprio sent ido da palavra, perm it irão afirm ar que
aquela sit uação se assem elha à condição análoga de escravo, de acordo com os
princípios e regras envolvidos. São sit uações em que há t ent at iva de se m ascarar
a realidade dos fat os, im pondo- se ao em pregado j ornadas ext enuant es, cobrança
de valores exorbit ant es a t ít ulo de m oradia e ou de inst rum ent os para o t rabalho,
ent re out ros abusos.
Além disso, em t erm os norm at ivos, devem os frisar que t a nt o a s r e gr a s com o
os pr incípios sã o conside r a dos e spé cie de nor m a s, logo, possuem
norm at ividade. Hoj e não é m ais aceit a a ideia clássica de que os princípios
const it uem t ão som ent e inst rum ent os int erpret at ivos e orient adores da aplicação
do direit o. Essa é apenas um a das funções dos princípios.

N ORM AS
JURÍ D I CAS

regras princípios

possuem norm at ividade abert a,


ESTRUTURA N ORM ATI VA D OS
com m aior incidência de princípios
D I REI TOS H UM AN OS
do que de regras

2 .5 - Pós- posit ivism o e os D ir e it os H u m a n os


Na part e relat iva ao est udo da hist ória evolut iva dos direit os hum anos,
percebem os que a 2ª Guerra Mundial foi fundam ent al para a nossa m at éria. Ant es

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desse event o, em bora houve algum a t ent at iva no sent ido de consolidar a m at éria
a nível int ernacional, nada se solidificou.
Foi com fundam ent o em um Est ado de Direit o, calcado em ideias posit ivist as, que
legit im ou j uridicam ent e barbáries cont ra dignidade. O posit ivism o predom inant e
no Direit o Alem ão à época, j ust ificava j uridicam ent e o ext erm ínio cont ra os
j udeus e os cam pos de concent ração. Essa post ura gerou enorm e perplexidade
na com unidade int ernacional que, a part ir de m om ent o hist órico, elevou a
preocupação em t orno dos direit os hum anos a nível int ernacional. O exem plo
m ais claro da repercussão dessas at rocidades, é a criação dos sist em as
int ernacionais de direit os hum anos, com dest aque para a ONU e para a OEA.
No âm bit o j urídico, pa ssou- se a cr it ica r for t e m e nt e a conce pçã o posit ivist a ,
que dist a ncia va o dir e it o de qua lque r posiçã o m or a l ou va lor e s. Afinal de
cont as, um direit o desprendido de valores ou aspect os ét icos e m orais, viola a
própria finalidade do direit o, que é t ut elar e prot eger a pessoa, que é garant ir o
bom convívio social, com respeit o aos direit os m ais básicos.
Ao analisar o dist anciam ent o do direit o em relação à m oral, Silvio Belt ram elli
Net o ensina 13 :
Tal separação foi severam ent e crit icada após a Segunda Guerra Mundial, ao se difundir um
sent im ent o geral segundo o qual o afast am ent o do Direit o de valores ét icos básicos
proporcionara legalidade a cert as condut as evident em ent e absurdas e inj ust as, com o as
prát icas nazist as que haviam ensej ado o holocaust o.

Busca- se, assim , um a r e a pr ox im a çã o do dir e it o e m r e la çã o à m or a l. A esse


m ovim ent o denom ina- se de pós- posit ivism o.
Nesse cont ext o, é im port ant e que você com preenda desde j á que a 2ª Guerra
Mundial é fundam ent al para:
a) a solidificação e consolidação dos direit os hum anos na órbit a int ernacional, com a
criação de sist em as int ernacionais de Direit os Hum anos ( ONU, OEA) e diversos t rat ados e
convenções int ernacionais sobre o t em a ( Pact o I nt ernacional dos Direit os Civis e Polít icos
e Pact o de San Jose da Cost a Rica) ; e
b) a reaproxim ação do direit o em relação à m oral, de m odo que as norm as passam a
considerar valores ét icos e m orais na posit ivação, na int erpret ação e na aplicação das
norm as j urídicas.

Not e que esse alinham ent o dem onst ra, por exem plo, o porquê de a est rut ura
norm at iva dos Direit os Hum anos est ar calcada em princípios que, além de t erem
carát er int erpret at ivo, são norm as com carát er vinculat ivo. Ou sej a, o aplicador
do Direit o poderá fundam ent ar a decisão exclusivam ent e a part ir de um princípio.
É im port ant e com preender, ainda, que o m ovim ent o pós- posit ivist a não im plica
no abandono do posit ivism o. Do m esm o m odo, não const it ui um ret orno à visão
j usnat uralist a do direit o. Tem os, na realidade, a necessidade de considerar o
direit o a part ir de um t ripé: fat os, valores e norm as.

13
BELTRAMELLI NETO, Silvio. D ir e it os H u m a n os. Col. Concurso Públicos, 2ª edição, Bahia:
Edit ora JusPodvim , 2016, p. 51.

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É j ust am ent e essa a com preensão de Miguel Reale, que adot ou a t e or ia
t r idim e n siona l do D ir e it o.
Em seu livro “ Fundam ent os do Direit o” , Reale lança as bases da t eoria
Tridim ensional. O aut or t em com o base de sua t eoria as norm as post as pelo
Est ado, cont udo, não se lim it a apenas a isso ao revelar que a est rut ura do
fenôm eno j urídico é t ríplice e com post a por norm a, fat o e valor. Nesse aspect o a
corrent e eclét ica fica clara ao afirm ar que o direit o não pode ser analisado de
acordo com apenas o padrão norm at ivist a 14 .
Assim , de acordo com a t eoria t ridim ensional do j urist a brasileiro, a norm a
j urídica não é o único fat or de ident ificação do fenôm eno j urídico. A realidade
social t am bém é fundam ent al nesse processo de ident ificação. Por fim ,
perm eando a norm a e a realidade social est ão os valores.
D e st e m odo...

Norm a
Jurídica

D ir e it o

Valores Fat o social

Para Reale, a relação ent re norm a, fat o e valores não é um a sim ples int egração
ent re unidades separadas e est ranhas, m as um a relação processual de im plicação
m út ua. Port ant o, para o aut or, há um processo hist órico e social que result ará na
cr ia çã o da nor m a j ur ídica , esse processo é denom inado de nom ogênese
j urídica. O direit o, port ant o, fica suscet ível aos valores e aos fat os socais, que
est ão int rinsecam ent e relacionados com a m oral, que o cerne do pensam ent o
pós- posit ivist a.
Ant es de concluir e lem brando que não é nossa pret ensão aqui desenvolve o
assunt o, é int eressant e considerar que o pós- posit ivism o est á at relado com
denom inado m ovim ent o neoconst it ucionalist a. Com fins didát icos, podem os

14
MASCARO, Alysson Leandro. Filosofia do Direit o. 4. Ed. São Paulo: At las. 2014. pg. 324 a 326.

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afirm ar que o neoconst it ucionalism o nada m ais é do que t razer os valores, a
m oral, a ét ica para dent ro do ordenam ent o const it ucional, not adam ent e com
respeit o a direit os e garant ias fundam ent ais, que nada m ais são do que direit os
hum anos int ernalizados no ordenam ent o j urídico.
Segundo a dout rina 15 :
( ...) , o respeit o à Const it uição conduz à im posição do respeit o aos valores nela consagrados
sob a roupagem de princípios, disso result ando, com o consequência herm enêut ico-
m et odológica, a obrigat ória at enção aos dit am es const it ucionais na int erpret ação/ aplicação
de qualquer norm a do ordenam ent o j urídico. Trat a- se do fenôm eno que m uit os aut ores
denom inam de “ const it ucionalização do Direit o” .

Assim , t em os, segundo ent endim ent o de Luís Robert o Barroso 16 , um ret orno aos
valores, um a reaproxim ação ent re ét ica e o Direit o, t ant o no pós- posit ivism o
com o no neoconst it ucionalism o. Esses valores, segundo o aut or, est ão fixados
nos princípios, abrangidos pela Const it uição e pelas norm as int ernacionais, de
form a explícit a ou im plícit os em t ais t ext os norm at ivos.
Para a prova, sint et izando t odo esse pensam ent o, t em os:

POS- POSI TI VI SM O

• Corrent e da Filosofia do Direit o que busca a reaproxim ação ent re Direit o e


Moral, de m odo que as norm as j urídicas levem consideração valores e
com port am ent os ét icos.
• Em razão disso, desenvolve- se e consolida- se a t eoria dos princípios,
defendidos com o espécie de norm as e com carát er vinculat ivo.
• No âm bit o int erno, essa corrent e do pensam ent o favorece a posit ivação desses
valores nas respect ivas Const it uições, pelo denom inado m om ent o do
neoconst it ucionalism o.
• Para os Direit os Hum anos, nada a sua nat ureza, esse m ovim ent o corrobora e
fort alece a disciplina no âm bit o int erno e int ernacional.

Com isso, encerram os a t eoria pert inent e à aula de hoj e.

3 - Qu e st õe s

Em relação aos assunt os est udados na aula de hoj e, vale a pena você dar especial
at enção aos fundam ent os dos Direit os Hum anos.

15
BELTRAMELLI NETO, Silvio. D ir e it os H u m a n os. Col. Concurso Públicos, 2ª edição, Bahia:
Edit ora JusPodvim , 2016, p. 59.
16
BARROSO, Luiz Robert o. I nt e r pr e t a çã o e a plica çã o da const it u içã o: fu nda m e n t os de
u m a dogm á t ica con st it u ciona l t r a n sfor m a dor a , 7ª edição, São Paulo: Edit ora Saraiva S/ A,
2009, p. 328.

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3 .3 – List a de Qu e st õe s se m Com e n t á r ios


Q1 . – FUN CAB/ SEGEP- M A/ Age n t e / 2 0 1 6
Acerca do conceit o e est rut ura dos direit os hum anos, assinale a assert iva corret a.
a) Os direit os hum anos t êm est rut ura variada, podendo ser: direit o- pret ensão, direit o-
liberdade, direit o- podere, finalm ent e, direit o- im unidade.
b) Os direit os hum anos são os essenciais e dispensáveis à vida digna.
c) O direit o- pret ensão consist e na aut orização dada por um a norm a a um a det erm inada
pessoa, im pedindo que out ra int erfira de qualquer m odo.
d) O direit o- liberdade im plica um a relação de poder de um a pessoa de exigir det erm inada
suj eição do Est ado ou de out ra pessoa.
e) O direit o- poder consist e na busca de algo, gerando a cont rapart ida de out rem do dever
de prest ar.
Q2 . M PE- SC/ M PE- SC/ Pr om ot or / 2 0 1 6
Julgue:
Conceit ualm ent e, os direit os hum anos são os direit os prot egidos pela ordem int ernacional
cont ra as violações e arbit rariedades que um Est ado possa com et er às pessoas suj eit as à
sua j urisdição. Por sua vez, os direit os fundam ent ais são afet os à prot eção int erna dos
direit os dos cidadãos, os quais encont ram - se posit ivados nos t ext os const it ucionais
cont em porâneos.

Q3 . CESPE/ D PE- M E/ D e fe n sor / 2 0 1 1 / a da pt a da


Considerando a t eoria geral dos direit os hum anos, j ulgue o it em a seguir.
O princípio da proibição do ret rocesso social é um a cláusula de defesa do cidadão em face
de possíveis arbít rios im post os pelo legislador no sent ido de desconst it uir as norm as de
direit os fundam ent ais.

Q4 . CESPE/ D PE- M E/ D e fe n sor / 2 0 1 1 / a da pt a da


Considerando a t eoria geral dos direit os hum anos, j ulgue o it em a seguir.
Consoant e a t eoria da m argem de apreciação, nenhum a norm a de direit os hum anos pode
ser invocada para lim it ar o exercício de qualquer direit o.

Q5 . TRT2 3 ª R/ TRT2 3 ª R/ Ju iz/ 2 0 1 1


O grande publicist a alem ão Georg Jellinek, na sua obra " Sist em a dos Direit os Subj et ivos
Públicos" ( Syzst em der subj et kt iv öffent lichen) , form ulou concepção original, m uit o cit ada
pela dout rina brasileira no est udo da t eoria dos direit os fundam ent ais, segundo a qual o
individuo, com o vinculado a det erm inado Est ado, encont ra sua posição relat ivam ent e a est e
cunhada por quat ro espécies de sit uações j uridicas ( st at us) , sej a com o suj eit o de deveres,
sej a com o t it ular de direit os. Assinale qual das at t em at ivas abaixo cont ém um it em que
NÃO corresponde a um dos quat ro st at us da t eoria de Jellinek:
a) st at us passivo ( st at us subj ect ionis) .
b) st at us negat ivus.
c) st at us civit at is.
d) st at us socialis.
e) st at us act ivus.

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Q6 . CESPE/ PGE- PE/ Pr ocu r a dor / 2 0 0 9 / a da pt a da
Quant o aos direit os e garant ias fundam ent ais, j ulgue:
De acordo com a t eoria dos quat ro st at us de Jellinek, o st at us negat ivo consist e na posição
de subordinação do indivíduo aos poderes públicos, com o det ent or de deveres para com o
Est ado. Assim , o Est ado t em com pet ência para vincular o indivíduo, por m eio de
m andam ent os e proibições.

Q7 . I n é dit a / 2 0 1 7
Em relação ao conceit o, fundam ent o e caract eríst icas dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens
subsecut ivos.
Não exist e diferença subst ancial ent re Direit os Hum anos e Direit os Fundam ent ais, pois
am bos visam à prot eção da pessoa, est es na órbit a int erna do Est ado, aqueles na seara
int ernacional.

Q8 . I n é dit a / 2 0 1 7
Em relação ao conceit o, fundam ent o e caract eríst icas dos Direit os Hum anos, j ulgue os it ens
subsecut ivos.
Em relação aos fundam ent os dos Direit os Hum anos, predom ina a t eoria da fundam ent ação
m oral, segundo o qual os direit os hum anos são direit os m orais que não aferem validade em
norm as posit ivas, m as diret am ent e de valores m orais da colet ividade hum ana.

Q9 . M PE- PR/ M PE- PR/ Pr om ot or / 2 0 1 6


“ A segunda guerra m undial, iniciada em 1939 e encerrada em 1945, depois de prat icada
cont ra seres hum anos, com brut al int ensidade, um a variedade de violências j am ais ant es
im aginada, t eve o efeit o de despert ar a consciência de grande part e da hum anidade para a
im possibilidade de haver paz e de ser propiciado, aos indivíduos e aos povos, o gozo
t ranquilo dos benefícios proporcionados pelos avanços cient íficos e t ecnológicos sem o
reconhecim ent o da pessoa hum ana com o o prim eiro dos valores. De cert o m odo, pode- se
dizer que houve um a ret om ada das proclam ações hum anist as ext ernadas pelos filósofos
polít icos dos séculos XVI I e XVI I I , com o reconhecim ent o de que a liberdade e a igualdade
são at ribut os nat urais de t odos os seres hum anos, sem qualquer exceção, e devem ser
prot egidos por t oda a sociedade, com o direit os inerent es à condição hum ana. Esse
reconhecim ent o foi expresso, com clareza e obj et ividade, na part e inicial do art . 1º da
Declaração Universal dos Direit os Hum anos, aprovada pela Assem bleia Geral da ONU em
10 de dezem bro de 1948, com o seguint e enunciado: ‘Todos os seres hum anos nascem
livres e iguais em direit os e dignidade. Todos são dot ados de razão e de consciência e devem
agir, uns em relação aos out ros, com espírit o de frat ernidade’.”
Após analisar o t ext o acim a, assinale a alt ernat iva incorret a:
a) O m esm o espírit o que inspirou a Proclam ação dos Direit os Hum anos, visando a afirm ação
dos direit os fundam ent ais da pessoa hum ana, reform ulou sist em as j urídicos em t odo o
m undo causando a subst it uição do individualism o pelo hum anism o, do pat rim onialism o pela
dignidade da pessoa hum ana, alçando a Const it uição à condição de norm a j urídica superior,
igual para t odos e inst rum ent o de afirm ação e garant ia dos direit os fundam ent ais;
b) Afirm ando expressam ent e a igualdade de direit os e proibindo discrim inações, os t ext os
const it ucionais pós Declaração Universal passaram a incluir a det erm inação de at uação
posit iva do Est ado, que não deve lim it ar- se a garant ir os direit os, im pedindo que eles sej am
violados, m as deve t am bém valer- se de m eios eficazes, inclusive com a dest inação de
recurso m at eriais, para que a at ribuição de direit os im plique a real possibilidade de exercê-
los;

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c) Muit o em bora t ext os const it ucionais pós Declaração Universal dos Direit os Hum anos
façam , de m odo geral, o reconhecim ent o de que nenhum indivíduo m ora fora da sociedade
e, port ant o, t udo que afet a o direit o de out ro indivíduo t em significação social,
est rut uralm ent e, não houve rom pim ent o da est rit a separação ent re as áreas pública e
privada, um a vez que o est abelecim ent o de norm as ou regras pelo set or público, ainda que
básicas e parciais, volt adas a disciplinar a esfera privada se carat erizaria em indevida
ingerência do Est ado nas relações part iculares;
d) Tom ando com o base o parâm et ro da dignidade da pessoa hum ana para o
est abelecim ent o de regras j urídicas relat ivas à aquisição e ao uso de direit os, pode afirm ar-
se que o const it ucionalism o pós Declaração é hum anist a, no sent ido de t rat ar a pessoa
com o o prim eiro dos valores e de condicionar t odas as ações do indivíduo com repercussão
social ao respeit o por esse valor;
e) Havidas ant es com o norm as declarat órias ou program át icas, o const it ucionalism o
hum anist a deu eficácia j urídica às disposições const it ucionais de declaração e garant ia dos
direit os fundam ent ais, possibilit ando sua aplicação com o norm as j urídicas, dot adas de plena
eficácia e, port ant o, de obediência obrigat ória para t odos, inclusive para Est ados,
governant es e int egrant es do aparat o polít ico e adm inist rat ivo, sem qualquer exceção.

Q1 0 . FCC/ SEGEP- M A/ Pr ocu r a dor / 2 0 1 6


No âm bit o da Teoria Geral do Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos:
a) Os diret os hum anos podem ser reivindicados por qualquer cidadão ao redor do m undo,
m esm o que o direit o violado não est ej a reconhecido em diplom a norm at ivo int ernacional do
qual o Est ado a que pert ença sej a part e.
b) Direit os fundam ent ais é expressão que t raduz cont eúdo m ais de cunho j usnat uralist a, e
não propriam ent e j urídico- posit ivo.
c) Direit os hum anos é expressão que revela de form a m ais adequada a prot eção
const it ucional dos direit os básicos dos cidadãos.
d) Direit os do hom em é expressão que represent a de form a m ais corret a os direit os
posit ivados em t rat ados e declarações int ernacionais.
e) A Const it uição Federal de 1988 ut ilizou com precisão t écnica as expressões direit os
fundam ent ais e direit os hum anos.

Q1 1 . FAUEL/ Câ m . M a r ia lva / At e nd. Le gisla t ivo/ 2 0 1 5


“ Cuidar para que as at rocidades com et idas em nom e do povo não se com et am novam ent e
é um problem a int ernacional e um desafio que cada vez m ais os países de t odo o m undo
t êm t ido de enfrent ar” . ( BEATY, David. A Essência do Est ado de Direit o. São Paulo: Mart ins
Font es, 2014, p. 2)
O enfrent am ent o de t al problem a perpassa pela defesa:
a) Dos Direit os Hum anos.
b) Dos preceit os religiosos.
c) Das lideranças carism át icas.
d) Dos int eresses nacionais.

Q1 2 . VUN ESP/ PC- SP/ At e nd. N e cr ot é r io/ 2 0 1 4


Assinale a alt ernat iva corret a com relação ao conceit o de direit os hum anos.

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a) Direit os hum anos é um a form a sint ét ica de se referir a direit os fundam ent ais da pessoa
hum ana, aqueles que são essenciais à pessoa hum ana, que precisa ser respeit ada pela
dignidade que lhe é inerent e.
b) Direit os hum anos são aqueles que est ão previst os de form a expressa em um a
Const it uição e que se referem som ent e a direit os das pessoas que respondem a um inquérit o
ou a um processo penal.
c) Com o os direit os hum anos são inerent es à nat ureza hum ana, som ent e derivam do
espírit o hum ano e não devem ser posit ivados nas leis.
d) No âm bit o da filosofia, a expressão direit os hum anos significa a independência do ser
hum ano, t rat ando exclusivam ent e do direit o de liberdade.
e) Considerando o que prevê a Const it uição de 1988, os direit os hum anos se dão por m eio
da propriedade, que se im põe com o um valor incondicional e insubst it uível, que não adm it e
equivalent e.

Q1 3 . CESPE/ PRF/ Policia l/ 2 0 1 3


No que se refere à fundam ent ação dos direit os hum anos e à sua afirm ação hist órica, j ulgue
os it ens subsecut ivos.
Conform e a t eoria posit ivist a, os direit os hum anos fundam ent am - se em um a ordem
superior, universal, im ut ável e inderrogável.

3 .2 – Ga ba r it o
Q1. A Q6. I NCORRETA Q11. A
Q2. CORRETA Q7. CORRETA Q12. A
Q3. CORRETA Q8. I NCORRETA Q13. I NCORRETA
Q4. I NCORRETA Q9. C
Q5. D Q10. A
3 .1 – List a de Qu e st õe s com Com e n t á r ios
Q1 . – FUN CAB/ SEGEP- M A/ Age nt e / 2 0 1 6
Acerca do conceit o e est rut ura dos direit os hum anos, assinale a assert iva
corret a.
a) Os direit os hum anos t êm est rut ura variada, podendo ser: direit o-
pret ensão, direit o- liberdade, direit o- podere, finalm ent e, direit o- im unidade.
b) Os direit os hum anos são os essenciais e dispensáveis à vida digna.
c) O direit o- pret ensão consist e na aut orização dada por um a norm a a um a
det erm inada pessoa, im pedindo que out ra int erfira de qualquer m odo.
d) O direit o- liberdade im plica um a relação de poder de um a pessoa de exigir
det erm inada suj eição do Est ado ou de out ra pessoa.
e) O direit o- poder consist e na busca de algo, gerando a cont rapart ida de
out rem do dever de prest ar.
Com e nt á r ios
Vej am os cada um a das alt ernat ivas.
A a lt e r na t iva A é a corret a e gabarit o da quest ão.

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Aqui t em os um a quest ão int rodut ória da m at éria, que cobra posicionam ent o
específicos acerca da est rut ura dos Direit os Hum anos. Na realidade, não deixa de
ser um a classificação dos direit os hum anos. De acordo com a dout rina de André
Ram os de Carvalho a est rut ura dos Direit os Hum anos é variada, podendo se
caract erizar em :
 dir e it o- pr e t e n sã o: confere- se ao t it ular o direit o a t er algum a coisa que é devido pelo
Est ado ou at é m esm o por out ro part icular. Assim , o Est ado ( ou esse out ro part icular)
devem agir no sent ido de realizar um a condut a para conferir o direit o. Por exem plo, o
direit o à educação, que deve ser prest ado pelo Est ado.
 dir e it o- libe r da de : im põe a abst enção ao Est ado ou a t erceiros, no sent ido de se
ausent arem , de não at uarem com o agent es lim it adores. Cit a- se com o exem plo a liberdade
de credo.
 dir e it o– pode r : possibilit a à pessoa exigir a suj eição do Est ado ou de out ra pessoa para
que esses direit os sej am observados. O exem plo aqui é o direit o à assist ência j urídica.
 dir e it o- im u n ida de : im pede que um a pessoa ou o Est ado haj am no sent ido de int erferir
nesse direit o. Cit a- se com o exem plo vedação à prisão, salvo na hipót ese de flagrant e delit o
ou de decisão j udicial t ransit ada em j ulgado.

A a lt e r na t iva B est á incorret a ao m encionar “ dispensável” . Ao cont rário do


afirm ado, os Direit os Hum anos são os essenciais e indispe nsá ve is à vida digna.
A a lt e r n a t iva C est á incorret a, pois, conform e explicam os acim a o direit o
pret ensão confere a alguém a prerrogat iva de exigir a at uação de out rem . O
conceit o t razido na alt ernat iva é do direit o- im unidade.
A a lt e r na t iva D est á igualm ent e incorret a, pois confunde o conceit o de direit o-
liberdade, com o direit o- poder. No prim eiro caso, im põe- se um a abst enção
est at al.
O erro da a lt e r na t iva E est á no fat o de que o conceit o apresent ado não é do
direit o- poder, m as do direit o- pret ensão.
Já que a quest ão cobrou o assunt o, para que você m em orizar esse assunt o,
m em orize:

direit o- pret ensão direit o- liberdade direit o–poder direit o- im unidade

direit o a t er alt o
que o Est ado
abst enção exigir a suj eição im pede
( ou 3º ) devem
agir

direit o à vedação à
direit o à liberdade de
assist ência prisão, salvo
educação credo
j urídica flagrant e

Q2 . M PE- SC/ M PE- SC/ Pr om ot or / 2 0 1 6


Julgue:

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Conceit ualm ent e, os direit os hum anos são os direit os prot egidos pela ordem
int ernacional cont ra as violações e arbit rariedades que um Est ado possa
com et er às pessoas suj eit as à sua j urisdição. Por sua vez, os direit os
fundam ent ais são afet os à prot eção int erna dos direit os dos cidadãos, os
quais encont ram - se posit ivados nos t ext os const it ucionais cont em porâneos.

Com e nt á r ios
A assert iva est á cor r e t a e dem onst ra j ust am ent e o fat o de que a dist inção ent re
direit os hum anos e direit os fundam ent ais reside apenas no plano da posit ivação,
não havendo se falar em diferença de cont eúdo.

Q3 . CESPE/ D PE- M E/ D e fe nsor / 2 0 1 1 / a da pt a da


Considerando a t eoria geral dos direit os hum anos, j ulgue o it em a seguir.
O princípio da proibição do ret rocesso social é um a cláusula de defesa do
cidadão em face de possíveis arbít rios im post os pelo legislador no sent ido de
desconst it uir as norm as de direit os fundam ent ais.

Com e nt á r ios
A assert iva cor r e t a e explica bem a razão da exist ência do princípio. Em Direit os
Hum anos deve ser observado o princípio da proibição do ret rocesso, que visa a
im pedir a redução de direit os hum anos no âm bit o j urídico.
Dest a form a, quando regulam ent ado um direit o hum ano o legislador não poderá
ret roceder a m at éria, com qualquer m edida prej udicial à sua efet ivação, com o a
im posição de exigências para o seu cum prim ent o ou alt eração de m odo a excluir
um direit o.

Q4 . CESPE/ D PE- M E/ D e fe nsor / 2 0 1 1 / a da pt a da


Considerando a t eoria geral dos direit os hum anos, j ulgue o it em a seguir.
Consoant e a t eoria da m argem de apreciação, nenhum a norm a de direit os
hum anos pode ser invocada para lim it ar o exercício de qualquer direit o.

Com e nt á r ios
Trouxem os essa quest ão a fim de expor um a curiosidade
sobre a t eoria geral dos direit os hum anos. A Te or ia da
M a r ge m de Apr e cia çã o surgiu em um j ulgam ent o da
Cort e Europeia, m ais especificam ent e no caso Handyside v. Reino Unido, e é
frequent em ent e ut ilizada em casos nos quais há um a ponderação de direit os.
De acordo com essa t eoria, os Est ados europeus possuem cert a m argem de
apreciação para t om ar decisões quant o a assunt os int ernos, pois as aut oridades
locais t eriam m elhor ent endim ent o da sit uação analisada. Trat ando- se de um a
t eoria de relat ivização. Essa t eoria represent a um m eio de solução de conflit os
concret os exist ent es ent re o sist em a int ernacional de direit os hum anos e a
legislação int erna de cada nação.

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Na verdade, a t eoria de m argem de apreciação é vist a no sent ido opost o ao
enunciado da quest ão.
A assert iva est á incor r e t a .

Q5 . TRT2 3 ª R/ TRT2 3 ª R/ Juiz/ 2 0 1 1


O grande publicist a alem ão Georg Jellinek, na sua obra " Sist em a dos Direit os
Subj et ivos Públicos" ( Syzst em der subj et kt iv öffent lichen) , form ulou
concepção original, m uit o cit ada pela dout rina brasileira no est udo da t eoria
dos direit os fundam ent ais, segundo a qual o individuo, com o vinculado a
det erm inado Est ado, encont ra sua posição relat ivam ent e a est e cunhada por
quat ro espécies de sit uações j uridicas ( st at us) , sej a com o suj eit o de
deveres, sej a com o t it ular de direit os. Assinale qual das at t em at ivas abaixo
cont ém um it em que NÃO corresponde a um dos quat ro st at us da t eoria de
Jellinek:
a) st at us passivo ( st at us subj ect ionis) .
b) st at us negat ivus.
c) st at us civit at is.
d) st at us socialis.
e) st at us act ivus.

Com e nt á r ios
Quest ão sim ples que cobra a classificação dos Direit os Hum anos de acordo a
part ir da relação ent re o hom em e o Est ado. Essa classificação fixa 4 st at us, quais
sej am :

4 st a t u s de
Je llin e k

st at us st at us
st at us civit at is st at us act ivus
subj ect ionis negat ivus

Port ant o, a a lt e r na t iva D é a que não t raz um st at us corret o e, port ant o, é o


gabarit o da quest ão.

Q6 . CESPE/ PGE- PE/ Pr ocur a dor / 2 0 0 9 / a da pt a da


Quant o aos direit os e garant ias fundam ent ais, j ulgue:
De acordo com a t eoria dos quat ro st at us de Jellinek, o st at us negat ivo
consist e na posição de subordinação do indivíduo aos poderes públicos, com o
det ent or de deveres para com o Est ado. Assim , o Est ado t em com pet ência
para vincular o indivíduo, por m eio de m andam ent os e proibições.

Com e nt á r ios

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Est á incor r e t a a assert iva, pois no st at us negat ivo t em os a pessoa na condição
de exigir a abst enção est at al. Equivoca- se, port ant o, a quest ão ao confundir o
st at us negat ivo com o st at us de suj eição.

Q7 . I né dit a / 2 0 1 7
Em relação ao conceit o, fundam ent o e caract eríst icas dos Direit os Hum anos,
j ulgue os it ens subsecut ivos.
Não exist e diferença subst ancial ent re Direit os Hum anos e Direit os
Fundam ent ais, pois am bos visam à prot eção da pessoa, est es na órbit a
int erna do Est ado, aqueles na seara int ernacional.

Com e nt á r ios
Perfeit a a assert iva. Com o vim os em aula não há diferenças subst anciais ent re
Direit os Fundam ent ais e Direit os Hum anos. Há, inclusive, aut ores que sust ent am
que os t erm os deveriam ser unificados, sugerindo- se a expressão Direit os
Hum anos Fundam ent ais ou Direit os Fundam ent ais Hum anos.
De t odo m odo, podem os dist ingui- los do seguint e m odo:
 DI REI TOS HUMANOS – direit os prot et ivos à pessoa na órbit a int ernacional.
 DI REI TOS FUNDAMENTAI S – direit os prot et ivos à pessoa na órbit a int erna
Est á cor r e t a , port ant o, a assert iva.

Q8 . I né dit a / 2 0 1 7
Em relação ao conceit o, fundam ent o e caract eríst icas dos Direit os Hum anos,
j ulgue os it ens subsecut ivos.
Em relação aos fundam ent os dos Direit os Hum anos, predom ina a t eoria da
fundam ent ação m oral, segundo o qual os direit os hum anos são direit os
m orais que não aferem validade em norm as posit ivas, m as diret am ent e de
valores m orais da colet ividade hum ana.

Com e nt á r ios
Essa é um a quest ão bast ant e difícil e que est á incorret a. A dout rina
cont em porânea afirm a que não é possível falar em um a única fundam ent ação
dos Direit os Hum anos. Ent endem os dout rinadores que cada um dos
fundam ent os dos Direit os Hum anos t eve sua cont ribuição para lançar as bases
da nossa disciplina.
Port ant o, a assert iva est á incor r e t a .

Q9 . M PE- PR/ M PE- PR/ Pr om ot or / 2 0 1 6


“ A segunda guerra m undial, iniciada em 1939 e encerrada em 1945, depois
de prat icada cont ra seres hum anos, com brut al int ensidade, um a variedade
de violências j am ais ant es im aginada, t eve o efeit o de despert ar a
consciência de grande part e da hum anidade para a im possibilidade de haver

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paz e de ser propiciado, aos indivíduos e aos povos, o gozo t ranquilo dos
benefícios proporcionados pelos avanços cient íficos e t ecnológicos sem o
reconhecim ent o da pessoa hum ana com o o prim eiro dos valores. De cert o
m odo, pode- se dizer que houve um a ret om ada das proclam ações
hum anist as ext ernadas pelos filósofos polít icos dos séculos XVI I e XVI I I , com
o reconhecim ent o de que a liberdade e a igualdade são at ribut os nat urais de
t odos os seres hum anos, sem qualquer exceção, e devem ser prot egidos por
t oda a sociedade, com o direit os inerent es à condição hum ana. Esse
reconhecim ent o foi expresso, com clareza e obj et ividade, na part e inicial do
art . 1º da Declaração Universal dos Direit os Hum anos, aprovada pela
Assem bleia Geral da ONU em 10 de dezem bro de 1948, com o seguint e
enunciado: ‘Todos os seres hum anos nascem livres e iguais em direit os e
dignidade. Todos são dot ados de razão e de consciência e devem agir, uns
em relação aos out ros, com espírit o de frat ernidade’.”
Após analisar o t ext o acim a, assinale a alt ernat iva incorret a:
a) O m esm o espírit o que inspirou a Proclam ação dos Direit os Hum anos,
visando a afirm ação dos direit os fundam ent ais da pessoa hum ana,
reform ulou sist em as j urídicos em t odo o m undo causando a subst it uição do
individualism o pelo hum anism o, do pat rim onialism o pela dignidade da
pessoa hum ana, alçando a Const it uição à condição de norm a j urídica
superior, igual para t odos e inst rum ent o de afirm ação e garant ia dos direit os
fundam ent ais;
b) Afirm ando expressam ent e a igualdade de direit os e proibindo
discrim inações, os t ext os const it ucionais pós Declaração Universal passaram
a incluir a det erm inação de at uação posit iva do Est ado, que não deve lim it ar-
se a garant ir os direit os, im pedindo que eles sej am violados, m as deve
t am bém valer- se de m eios eficazes, inclusive com a dest inação de recurso
m at eriais, para que a at ribuição de direit os im plique a real possibilidade de
exercê- los;
c) Muit o em bora t ext os const it ucionais pós Declaração Universal dos Direit os
Hum anos façam , de m odo geral, o reconhecim ent o de que nenhum indivíduo
m ora fora da sociedade e, port ant o, t udo que afet a o direit o de out ro
indivíduo t em significação social, est rut uralm ent e, não houve rom pim ent o
da est rit a separação ent re as áreas pública e privada, um a vez que o
est abelecim ent o de norm as ou regras pelo set or público, ainda que básicas
e parciais, volt adas a disciplinar a esfera privada se carat erizaria em indevida
ingerência do Est ado nas relações part iculares;
d) Tom ando com o base o parâm et ro da dignidade da pessoa hum ana para o
est abelecim ent o de regras j urídicas relat ivas à aquisição e ao uso de direit os,
pode afirm ar- se que o const it ucionalism o pós Declaração é hum anist a, no
sent ido de t rat ar a pessoa com o o prim eiro dos valores e de condicionar
t odas as ações do indivíduo com repercussão social ao respeit o por esse
valor;

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e) Havidas ant es com o norm as declarat órias ou program át icas, o
const it ucionalism o hum anist a deu eficácia j urídica às disposições
const it ucionais de declaração e garant ia dos direit os fundam ent ais,
possibilit ando sua aplicação com o norm as j urídicas, dot adas de plena
eficácia e, port ant o, de obediência obrigat ória para t odos, inclusive para
Est ados, governant es e int egrant es do aparat o polít ico e adm inist rat ivo, sem
qualquer exceção.

Com e nt á r ios
A a lt e r n a t iva C est á incorret a e é o gabarit o da quest ão. O m ovim ent o
neoconst it ucionalist a prom oveu o rom pim ent o ent re as áreas pública e privada.
É possível afirm ar- se que houve a const it ucionalização do direit o privado, com o
valor da dignidade hum ana espalhando- se para t odas as áreas ant es isoladas dos
m andam ent os const it ucionais. O neoconst it ucionalism o possui papel im port ant e
no sent ido de aproxim ar a m oral do direit o, o que reflet e necessariam ent e na
apresent ação na prescrição de valores e princípios const it ucionais com carát er
vinculat ivo. É j ust am ent e nesse cont ext o, que as a lt e r na t iva s D e E est ão
corret as.
Em relação à a lt e r na t iva A cum pre m encionar que fica pat ent e a im port ância
que os direit os hum anos ( em t erm os int ernacionais) e direit os fundam ent ais ( em
t erm os nacionais) recebe no t rat am ent o legislat ivo. Além de vincular os Est ados
int ernam ent e quant o à necessidade de serem observados preceit os prot et ivos da
dignidade, a nível int ernacional relat iviza a soberania em prol dos direit os m ais
básicos dos seres hum anos.
A a lt e r na t iva B, por sua vez, faz referência aos direit os de cunho prest acional,
que se apresent am com o som at ório aos direit os de liberdade, que possuem viés
em inent em ent e negat ivo. Em bora j á nos anos de 1917 ( no México) e 1919 ( na
Alem anha) j á t ivéssem os a prescrição de direit os sociais, econôm icos e cult urais
nas respect ivas const it uições, esse m ovim ent o se consolida no início da segunda
m et ade do século XX.

Q1 0 . FCC/ SEGEP- M A/ Pr ocur a dor / 2 0 1 6


No âm bit o da Teoria Geral do Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos:
a) Os diret os hum anos podem ser reivindicados por qualquer cidadão ao
redor do m undo, m esm o que o direit o violado não est ej a reconhecido em
diplom a norm at ivo int ernacional do qual o Est ado a que pert ença sej a part e.
b) Direit os fundam ent ais é expressão que t raduz cont eúdo m ais de cunho
j usnat uralist a, e não propriam ent e j urídico- posit ivo.
c) Direit os hum anos é expressão que revela de form a m ais adequada a
prot eção const it ucional dos direit os básicos dos cidadãos.
d) Direit os do hom em é expressão que represent a de form a m ais corret a os
direit os posit ivados em t rat ados e declarações int ernacionais.

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e) A Const it uição Federal de 1988 ut ilizou com precisão t écnica as
expressões direit os fundam ent ais e direit os hum anos.

Com e nt á r ios
A a lt e r n a t iva A est á corret a e é o gabarit o da quest ão. A possibilidade de
reivindicação dos direit os hum anos por qualquer pessoa em qual local envolve a
caract eríst ica j us cogens da norm a int ernacional. Assim , seguindo alinham ent o
dout rinário cont em porâneo, ent endeu a banca, nessa quest ão, os t odas as
norm as de direit os hum anos são j us cogens. Cont udo, é im port ant e m encionar
que esse ent endim ent o não é uníssono, havendo grande divergência quant o à
am plit ude de aplicação dessa regra.
A a lt e r na t iva B est á incorret a. Ao cont rário do que se afirm a, a expressão at rela-
se ao carát er j urídico- posit ivo, vist o que essa expressão se est abelece com a
criação dos prim eiros docum ent os posit ivados prevendo a defesa de direit os.
A a lt e r n a t iva C est á incorret a. A expressão direit os hum anos refere- se aos
direit os básicos prescrit os na ordem int ernacional. Enquant o os direit os
fundam ent ais se referem aos m esm os direit os básicos, cont udo prescrit os no
ordenam ent o j urídico int erno.
A a lt e r n a t iva D est á incorret a. A expressão direit os hum anos é a que ret rat a
com acuidade t écnica os direit os posit ivados em t rat ados e declarações
int ernacionais, no cont ext o da nossa disciplina.
A a lt e r na t iva E est á incorret a. Em bora na m aioria das vezes a precisão t écnica
sej a respeit ada, há sit uações nas quais o legislador const it uint e ut ilizou- se a
expressão “ direit os hum anos” para se referir a direit os fundam ent ais, t al com o
fez em relação “ à prom oção dos direit os hum anos” , ao t rat adas das at ribuições
inst it ucionais da Defensoria Pública no art . 134, caput , da CF.

Q1 1 . FAUEL/ Câ m . M a r ia lva / At e nd. Le gisla t ivo/ 2 0 1 5


“ Cuidar para que as at rocidades com et idas em nom e do povo não se
com et am novam ent e é um problem a int ernacional e um desafio que cada
vez m ais os países de t odo o m undo t êm t ido de enfrent ar” . ( BEATY, David.
A Essência do Est ado de Direit o. São Paulo: Mart ins Font es, 2014, p. 2)
O enfrent am ent o de t al problem a perpassa pela defesa:
a) Dos Direit os Hum anos.
b) Dos preceit os religiosos.
c) Das lideranças carism át icas.
d) Dos int eresses nacionais.

Com e nt á r ios
A a lt e r n a t iva A est á corret a e é o gabarit o da quest ão. O enfrent am ent o das
at rocidades com et idas em nom e do povo ( cuj o exem plo m áxim e é o nazism o)
perpassa pela defesa dos Direit os Hum anos.

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Q1 2 . VUN ESP/ PC- SP/ At e nd. N e cr ot é r io/ 2 0 1 4
Assinale a alt ernat iva corret a com relação ao conceit o de direit os hum anos.
a) Direit os hum anos é um a form a sint ét ica de se referir a direit os
fundam ent ais da pessoa hum ana, aqueles que são essenciais à pessoa
hum ana, que precisa ser respeit ada pela dignidade que lhe é inerent e.
b) Direit os hum anos são aqueles que est ão previst os de form a expressa em
um a Const it uição e que se referem som ent e a direit os das pessoas que
respondem a um inquérit o ou a um processo penal.
c) Com o os direit os hum anos são inerent es à nat ureza hum ana, som ent e
derivam do espírit o hum ano e não devem ser posit ivados nas leis.
d) No âm bit o da filosofia, a expressão direit os hum anos significa a
independência do ser hum ano, t rat ando exclusivam ent e do direit o de
liberdade.
e) Considerando o que prevê a Const it uição de 1988, os direit os hum anos
se dão por m eio da propriedade, que se im põe com o um valor incondicional
e insubst it uível, que não adm it e equivalent e.

Com e nt á r ios
A a lt e r na t iva A foi considerada com o corret a e gabarit o da quest ão. Em bora não
t enha adot ado o rigor t écnico na diferenciação ent re direit os hum anos e direit os
fundam ent ais, não podem os negar o fat o de que aqueles se referem aos direit os
fundam ent ais ( leia- se, os “ direit os m ais básicos” ) da pessoa hum ana, que devem
ser respeit ados pela sim ples condição hum ana.
A a lt e r n a t iva B est á incorret a, pois esses direit os não precisam est ar,
necessariam ent e, posit ivados da CF. Adem ais, “ direit os hum anos” , a rigor
est ariam posit ivados em norm as int ernacionais.
A a lt e r n a t iva C est á incorret a, pois não são inerent es som ent e ao espírit o
hum ano ou pessoa. Pelo cont rário, decorrem de vários fundam ent os, ent re eles
o m oral.
A a lt e r n a t iva D est á incorret a, pois os “ direit os hum anos” na filosofia decorre
da racionalização da condut a hum ana, abrangendo t odos os direit os que lhes são
inerent es e não apenas os direit os de liberdade.
A a lt e r n a t iva E est á incorret a. Segundo a CF, os direit os hum anos se dão
at ravés de um processo de evolução hist órica, ent re cuj os direit os est á o de
liberdade, que convive e se am olda em relação aos dem ais.

Q1 3 . CESPE/ PRF/ Policia l/ 2 0 1 3


No que se refere à fundam ent ação dos direit os hum anos e à sua afirm ação
hist órica, j ulgue os it ens subsecut ivos.
Conform e a t eoria posit ivist a, os direit os hum anos fundam ent am - se em um a
ordem superior, universal, im ut ável e inderrogável.

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Com e nt á r ios
A assert iva est á in cor r e t a . Conform e a t eoria j usnat uralist a, e não posit ivist a,
os direit os hum anos fundam ent am - se em um a ordem superior, universal,
im ut ável e inderrogável. A lei nat ural é obrigat ória em t odo o m undo, universal,
sendo que nenhum a lei hum ana t em qualquer validade se for cont rária a ela.

4 – Re su m o
 CON CEI TO: conj unt o de faculdades e inst it uições que, em cada m om ent o hist órico,
concret izam as exigências de dignidade, liberdade e igualdade hum anas, as quais devem ser
reconhecidas posit ivam ent e pelos ordenam ent os j urídicos em nível nacional e int ernacional.

 dignidade: ba se dos Direit os Hum anos é a dign ida de da pe ssoa .

 D I REI TOS H UM AN OS VERSUS D I REI TOS FUN D AM EN TAI S.

 DI REI TOS HUMANOS: conj unt o de valores e direit os na ordem int ernacional para a prot eção
da dignidade da pessoa

 DI REI TOS FUNDAMENTAI S: conj unt o de valores e direit os posit ivados na ordem int erna de
det erm inado país para a prot eção da dignidade da pessoa.

 CLASSI FI CAÇÃO D OS D I REI TOS H UM AN OS

 TEORI A DOS STATUS DE JELLI NEK

• st at us subj ect ionis ( passivo) : relação na qual a pessoa encont ra- se em est ado de suj eição
em relação ao Est ado.

• st at us libert at is ( negat ivo) : relação na qual a pessoa det ém t ão som ent e a prerrogat iva
de exigir um a abst enção do Est ado

• st at us civit at is ( posit ivo) : relação na qual a pessoa t em a possibilidade de exigir prest ações
do Est ado

• st at us act ivus ( at ivo) : relação na qual a pessoa poderá part icipar na form ação da vont ade
do Est ado

 CLASSI FI CAÇÃO DO CASO LÜTH: t odos os direit os possuem um viés negat ivo e posit ivo ao
m esm o t em po. O que varia é a carga ent re um a e out ra, de m odo que os direit os dit os
prest acionais possuem t ão som ent e um a carga prest acional m ais significat iva, ao passo que os
direit os negat ivos, possuem um a carga abst encionist a m ais int ensa.

 ESTRUTURA DOS DI REI TOS HUMANOS SEGUNDO ANDRÉ DE CARVALHO RAMOS:

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• dir e it o- pr e t e n sã o: confere- se ao t it ular o direit o a t er algum a coisa que é devido pelo
Est ado ou at é m esm o por out ro part icular. Assim , o Est ado ( ou esse out ro part icular)
devem agir no sent ido de realizar um a condut a para conferir o direit o.
• dir e it o- libe r da de : im põe a abst enção ao Est ado ou a t erceiros, no sent ido de se
ausent arem , de não at uarem com o agent es lim it adores.
• dir e it o– pode r : possibilit a à pessoa exigir a suj eição do Est ado ou de out ra pessoa para
que esses direit os sej am observados.
• dir e it o- im u n ida de : im pede que um a pessoa ou o Est ado haj am no sent ido de int erferir
nesse direit o.

 FUN D AM EN TOS D OS D I REI TOS H UM AN OS

 I MPOSSI BI LI DADE DE DELI MI TAÇÃO DOS FUNDAMENTOS

• há divergências quant o à abrangência;


• est ão em const ant e evolução;
• const it uem cat egoria het erogênea;
• são consagrados a part ir de j uízos de valor, que não podem ser j ust ificados e
com provados.
• const it ui disciplina universalm ent e aceit a e fundada na m oral.

 POSSI BI LI DADE DE FUNDAMENTAÇÃO - CORRENTES

• FUNDAMENTO JUSNATURALI STA: norm as ant eriores ou divinas e superiores ao direit o


est at al post o, decorrent e de um conj unt o de ideias, frut o da razão hum ana.
• FUNDAMENTO RACI ONAL: norm as ext raíveis da razão inerent es à condição hum ana.
• FUNDAMENTO POSI TI VI STA: são Direit os Hum anos os valores e os j uízos condizent es com
a dignidade posit ivados no ordenam ent o.
• FUNDAMENTO MORAL: os direit os hum anos podem ser considerados direit os m orais que
não aferem sua validade por norm as posit ivadas, m as diret am ent e de valores m orais da
colet ividade hum ana.

 FUNDAMENTO DA DI GNI DADE: o pon t o e m com u m de t odas os fundam ent os debat idos pela
dout rina est á no sent ido de que exist e um n ú cle o de dir e it os que r e a liza m os dir e it os m a is
bá sicos dos se r e s h um a n os, os dir e it os de dign ida de .

 ESTRUTURA N ORM ATI VA: os Direit os Hum anos possuem norm at ividade abert a, com m aior
incidência de princípios que de regras

 POS- POSI TI VI SM O

 Corrent e da Filosofia do Direit o que busca a reaproxim ação ent re Direit o e Moral, de m odo que
as norm as j urídicas levem consideração valores e com port am ent os ét icos.

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 Em razão disso, desenvolve- se e consolida- se a t eoria dos princípios, defendidos com o espécie
de norm as e com carát er vinculat ivo.

 No âm bit o int erno, essa corrent e do pensam ent o favorece a posit ivação desses valores nas
respect ivas Const it uições, pelo denom inado m om ent o do neoconst it ucionalism o.

 Para os Direit os Hum anos, nada a sua nat ureza, esse m ovim ent o corrobora e fort alece a
disciplina no âm bit o int erno e int ernacional.

5 - Con side r a çõe s Fin a is


Chegam os ao final da aula inaugural! Vim os um a pequena part e da m at éria,
ent ret ant o, um assunt o m uit o relevant e para a com preensão da disciplina com o
um t odo.
A pret ensão dest a aula é a de sit uar vocês no m undo dos Direit os Hum anos, a
fim de que não t enham dificuldades em assim ilar os cont eúdos relevant es que
virão na sequência.
Além disso, procuram os dem onst rar com o será desenvolvido nosso t rabalho ao
longo do Curso.
Quaisquer dúvidas, sugest ões ou crít icas ent rem em cont at o conosco. Est ou
disponível no fórum no Curso, por e- m ail e, inclusive, pelo Facebook.
Aguardo vocês na próxim a aula. At é lá!
Ricardo Torques

rst .est rat egia@gm ail.com

ht t ps: / / www.facebook.com / direit oshum anosparaconcursos

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