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PERROT, Michelle. Minha história das mulheres.

São Paulo: Contexto, 2007

O desenvolvimento da história das mulheres acompanha em surdina o


dimensão sexuada 'movimento' das mulheres em direção à emancipação e à libertação. Trata-se da
da sociedade e da
história
tradução e do efeito de uma tomada de consciência ainda mais vasta: a da
dimensão sexuada da sociedade e da história (:15)

vítimas
x A história das mulheres mudou. […] Partiu de uma história do corpo e dos papéis
mulheres ativas
desempenhados na vida privada para chegar a uma história das mulheres no
história das espaço público da cidade […] Partiu de uma história das mulheres vítimas para
mulheres chegar a uma história das mulheres ativas […] partiu de uma história das
x mulheres para tornar-se mais especificamente uma história do gênero, que insiste
história do gênero nas relações entre os sexos e integra a masculinidade. (:16)

História: Escrever a história das mulheres é sair do silêncio em que elas estavam
story confinadas. Mas por que esse silêncio? Ou antes: será que as mulheres tem uma
x história? […] Tudo depende do sentido que se dê a palavra 'história'. […] A
history história é o que acontece, a sequência dos fatos, das mudanças, das revoluções,
das acumulações que tecem o devir das sociedades. Mas é também o relato que se
faz disso tudo. Os ingleses distinguem story e history. (:16)

[…] porque as mulheres são menos vistas no espaço público, o único que por
história e espaço muito tempo, merecia interesse de relato. Elas atuam em família, confinadas em
público
casa, ou no que serve da casa. São invisíveis.

“silêncio das Porque são pouco vistas, pouco se fala delas. E esta é uma segunda razão de
fontes” silêncio: o silêncio das fontes. As mulheres deixam poucos vestígios diretos,
escritos ou materiais. (:17)

representação das A prolixidade do discurso sobre as mulheres contrasta com a ausência de


mulheres informações precisas e circunstanciadas. O mesmo ocorre com as imagens.
Produzidas pelos homens […] as mulheres são imaginadas, representadas, ao
invés de serem descritas ou contadas. (:17)
Sec XIX: história
científica No século XVIII e principalmente no XIX, a história torna-se mais científica e
profissional. (:18)

a revolução historiográfica trazida pela escola dos Annales […] essa escola
rompeu com uma visão da história dominada pelo exclusivismo político. Mas o
Annales
econômico e o social permaneceram como suas prioridades: seus pesquisadores
não cogitavam a diferença dos sexos, que, para eles, não constituía uma categoria
de análise. (:19)

Nascimento de uma história das mulheres

[fatores contribuíram, como:]renovação das questões, ligadas à crise dos sistemas


nascimento de de pensamento (marxismo, estruturalismo), à modificação das alianças
uma história das disciplinares e à proeminência da subjetividade. A história alia-se à antropologia e
mulheres redescobre a família (:19)
[…] presença das mulheres na universidade […] O movimento de liberação das
mulheres
[…] esse movimento teve ambições mais teóricas. Pretendia criticar os saberes
constituídos, que se davam como universais a despeito de seu caráter
predominantemente masculino. (:20)

Para escrever a história, são necessárias fontes, documentos, vestígios. E isso é


uma dificuldade quando se trata da história das mulheres. Sua presença é
frequentemente apagada, seus vestígios, desfeitos, seus arquivos, destruídos. (:21)

Em compensação existe uma abundância, e mesmo um excesso, de discursos


sobre as mulheres […] na maioria das vezes obra dos homens. (:22)

[…] é praticamente impossível, para essas épocas antigas, alcançar o olhar das
mulheres, pois elas são 'construção do imaginário dos homens' (:24)

[…] a força da iniciativa masculina […] reduz as mulheres a espectadoras, mais


ou menos submissas, de si mesmas. (:24)

Mas não abandonar a ideia do poder, da influência das mulheres sobbre a imagem
pela maneira como a usam, pelo peso de seu próprio olhar. (:25)

motins por
alimentos:
papel público da
mulher no antigo […] o papel público das mulheres, muito mais importante sob o Antigo Remige
regime do que no século XIX (:26)
x
século XIX

Em virtude de sua posição na família, há mais chances de encontrar vestígios das


mulheres nos arquivos privados. (:27)

De maneira geral, a presença da mulher nestes arquivos se dá em função do uso


gêneros que fazem da escrita: é uma escrita privada, e mesmo tímida, ligada à família,
femininos:
correspondência, praticada à noite, no silêncio do quarto, para responder às cartas recebidas, manter
diários, um diário e, mais excepcionalmente, contar sua vida. Correspondência, diário
autobiografias íntimo, autobiografia são gêneros especificamente femininos, mas se tornaram
mais adequados às mulheres justamente por seu caráter privado. De maneira
desigual. (:28)
correspondência
A correspondência, entretanto, é um gênero muito feminino. […] a carta é um
mães: prazer, uma licença, e até um dever das mulheres. As mães, principalmente, são as
epistológrafas do epistológrafas do lar. […] a carta constitui uma forma de sociabilidade e de
lar expressão feminina, autorizada, e mesmo recomendada, ou tolerada. (:28-29)

Procuramos os vestígios da mulher nos arquivos. Cabe igualmente procurá-los nos


as palavras das materiais impressos e nas bibliotecas. Para ouvir suas vozes – as palavras das
mulheres mulheres -, é preciso abrir não somente os livros que falam delas, os romances
que contam sobre elas, que as imaginas e as perscrutam […] mas também aqueles
que elas escreveram.

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