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REFERÊNCIAS: Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 45, n. 3, p. 35-42, jul./set. 2010. Acessado em 03
de maio de 2015
Introdução
Conforme o autor, ao citar Xavier (online), que alfabetizado é todo aquele que,
embora saiba decodificar os sinais gráficos de seu idioma, ainda não se apropriou
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No entanto, assevera Silva (2012), convém destacar que não se pode dissociar
alfabetização de letramento, posto que o letramento só acontecerá se a aprendizagem
tiver como base a alfabetização. Isto significa dizer que, se para a apropriação da cultura
escrita é necessário que o letramento se desenvolva no contexto da aprendizagem das
relações fonema-grafema (SOARES, 2004:11), o letramento digital só se desenvolverá
se a pessoa tiver boa base de alfabetização desse ambiente. Não é possível falar em um
sem ter em mente o outro. Para que o letramento seja pleno, é preciso que se reflita
criticamente acerca do que utilizar, como e por que no fazer docente. Os dois processos
precisam acontecer simultaneamente (SOARES, 2004:15)
Silva diz que Buzato (2001:96) por seu turno, afirma que a especificidade do
letramento eletrônico está em “ele incluir o conhecimento e habilidade necessários para
fazer marcas numa era eletrônica com dispositivos eletrônicos” para responder às
demandas sociais da era digital em que vivemos. Para o autor, esse conhecimento ou
habilidade não substitui o letramento tradicional.
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sendo incapaz de atribuir qualquer sentido a uma palavra qualquer no computador. Os
semi-letrados eletrônicos, por operar na camada básica, ou seja, no sentido do
letramento alfabético, conseguem identificar boa parte das teclas ou reconhecer
elementos que estejam mais correlacionados com o texto impresso. Por fim, o letrado
eletrônico “dispõe não só de conhecimento sobre propriedades do texto na tela que não
se reproduzem no mundo natural como também sobre as regras e convenções que o
habilitam no sentido de trazer o texto à tela”. Este autor vai além ao dizer que o letrado
eletrônico é capaz de interagir com uma gama mais variada de textos e está mais apto
para conhecer / reconhecer novos tipos e gêneros textuais no meio eletrônico.
Isto posto, Silva (2012) Pode-se haver a alfabetização digital sem que haja a
alfabetização do código escrito. A alfabetização digital não depende da alfabetização
tradicional para acontecer, embora seja mais bem desenvolvida havendo esta. Contudo,
o letramento, tanto tradicional como o digital acontecem como uma continuação do
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processo de alfabetização. Em algum momento ela será “inculta” ou “iletrada”, ainda
que não analfabeta. O mesmo acontece no contexto digital. Mesmo uma pessoa que
domine bem os variados gêneros eletrônicos pode precisar de ajuda para realizar outras
atividades em programas ou aplicativos com os quais não tenha muita familiaridade.
Silva (2012) cita Viana & Bertocchi (2009, online) que afirmam, com base em
Sandholtz, Ringstaff e Dwyer (1997) que há algumas fases pelas quais os professores
passam ao serem apresentados às novas tecnologias, as quais são:
Silva (2012) considera que, para que o professor receba formação continuada
acerca das aprendizagens em contextos digitais é necessário que este esteja engajado nas
mudanças que pretende realizar em sua prática docente. É necessário que o professor
seja habilidoso em fazer com que essa construção do conhecimento seja significativo,
que faça sentido para os alunos.
É importante que a formação docente para a nova era, incluindo aí a era digital
na qual vivemos, deve proporcionar “uma atitude de busca também fora dos mapas,
para que seja possível encontrar os lugares procurados” (CELANI, 2004: 56).
No que tange a formação docente continuada que tenha objetivo a atuação do professor
em e para contextos digitais, ou mesmo para o uso dos recursos do contexto digital nas
aulas presenciais, esta deve ir além da mera instrumentalização do professor para o uso
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das novas tecnologias. Deve proporcionar uma formação reflexiva e crítica diante do
uso das NTICs em suas aulas.
Silva ao referir-se a Paulo Freire concorda que “a prática educativa será tão ou
mais eficaz quanto, possibilitando aos educandos o acesso a conhecimentos
fundamentais ao campo em que se formam, os desafie a construir uma compreensão
crítica de sua presença no mundo”. Para isso, temos que ir além do treinamento ou
adestramento para uso de procedimentos tecnológicos, pois a formação de professores
também vai incluir o exercício de pensar criticamente a própria técnica (FREIRE, op.
cit.: 102).
De acordo com Magalhães (2004: 61), para que a formação de professores seja
realmente uma prática crítica e reflexiva, é necessária a compreensão da linguagem na
formação de um profissional capaz de descrever, analisar e interpretar a própria prática
e, ao se pensar na condução de um processo de formação continuada do docente, é
necessário organizar como o processo reflexivo será conduzido.
Silva (2012) segundo Magalhães (op. cit.: 72-73), corrobora que esse processo é
desafiador no início, pois “ao descrever as ações da sala de aula, os professores as
resumem e avaliam, com base no que planejaram fazer, no que pensam ter feito e nas
compreensões já estabelecidas que têm dos alunos”. Assim, acabam eliminando os
discursos dos alunos e até mesmo o seu próprio, o que inviabiliza a análise e
compreensão das teorias de ensino e aprendizagem e os interesses que as embasam
Considerações Finais
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desenvolvidos e, quanto mais consolidado o letramento tradicional, melhor será o
letramento digital também.
Considerações Pessoais
REFERÊNCIA