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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Graduação em Ciências do Estado

Disciplina Método de Resolução de Conflitos

Trabalho

Mediação de conflito conform a


LEI Nº 13.140, DE 26 DE JUNHO DE 2015

Aluno: Carlos Eduardo Coutinho

Belo Horizonte

Primeiro Semestre 2016


Introdução

A partir da atual Constituição da República Federativa do Brasil – CF88 uma serie de


direitos foram estabelecidos, entre eles os direitos fundamentais individuais.

Dentre as garantias individuais, pode-se mencionar o acesso ao poder judiciário,


previsto no Art. 5, XXXV, CRFB, que tem como objetivo garantir ao cidadão o direito
a justiça.

Ainda década de 90, foi implementada a Lei nº 9.099/95, que dispõe sobre os
Juizados Especiais Cíveis e Criminais, que amplia o acesso ao poder judiciário.

Tais direitos conquistados foram de suma importância para a concretização do


Estado Democrático de Direito. De outro lado, trouxeram como consequência a
excessiva procura pelo poder judiciário para resolução dos mais diversos conflitos
cotidianos acarretando o “congestionamento” do poder judiciário.

Dessa forma, os meios alternativos para a resolução de conflitos surgem como uma
solução para o descongestionamento do judiciário.

É nesse contexto que com sanção da Lei nº 13.140/2015 (Lei de Mediação), a


mediação ganhou um marco legal próprio, regulamentando a mediação entre
particulares como meio de solução de conflitos.

Dessa forma, a mediação, agora regulamentada, apresenta-se como meio


alternativos para resolução de conflitos.
“No Brasil da pós-modernidade, em face do grande número de
processos litigiosos existentes e do surpreendente índice de
congestionamento dos tribunais, surge o que qualificamos como uma
quinta onda (nossa posição) voltada ao desenvolvimento de ações em
dois aspectos:
a) de saída da justiça (em relação aos conflitos judicializados);
b) de oferta de métodos ou meios adequados à resolução de conflitos,
dentro ou fora do Estado, no contexto do que denominamos (nossa
posição) acesso à justiça como acesso à resolução adequada do
conflito. É importante, como componente dessa quinta onda, perceber
a complexidade das relações entre as pessoas e ampliar o
conhecimento de forma interdisciplinar agregando algumas técnicas,
ferramentas, mecanismos e instrumentos para enfrentar, tecnicamente
(não intuitivamente), o problema social presente em qualquer conflito”
(Barcellar, 2012, p. 27-28).

A Lei nº 13.140/2015 (lei de mediação)

A lei conceitua a mediação da seguinte forma “a atividade técnica exercida por


terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as
auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a
controvérsia.”

Barcellar também conceitua a mediação quanto a participação de uma terceria


pessoa que age no setindo de facilitar a resolução de conflitos.

“Como uma primeira noção de mediação, pode-se dizer que, além de


processo, é arte e técnica de resolução de conflitosintermediada por
um terceiro mediador (agente público ou privado) – que tem por
objetivo solucionar pacificamente as divergências entre pessoas,
fortalecendo suas relações (no mínimo, sem qualquer desgaste ou
com o menor desgaste possível), preservando os laços de confiança e
os compromissos recíprocos que os vinculam” (Barcellar, 2012, p.
108).

Assim, pode-se concluir que a mediação é uma forma de resolução de conflitos em


que as partes deverão chegar a um consenso, não tendo o mediador papel
decisório, mas sim a função de auxiliar e facilitar a resolução do conflito em questão.

Dessa forma, a Lei nº 13.140/2015 estabelece os princípios que orientam a mediaçã:

“Art. 2o A mediação será orientada pelos seguintes princípios:

I - imparcialidade do mediador;

II - isonomia entre as partes;

III - oralidade;

IV - informalidade;

V - autonomia da vontade das partes;

VI - busca do consenso;

VII - confidencialidade;

VIII - boa-fé” (BRASIL, 2015).


Nota-se assim que o processo de mediação volta-se para autonomia das partes
baseada na equidade. Ao cabo na se busca um vencedor mais sim a solução do
conflito em que ambas as partes concordem ou cedam em buscam afim de alcançar
consenso.

A lei prevê duas modalidades a mediação extrajudicial e a mediação judicial. A


mediação extrajudicial parte da iniciativa de particulares podendo ser realizada em
lugar adequado escolhidos pelas partes “o convite para iniciar o procedimento de
mediação extrajudicial poderá ser feito por qualquer meio de comunicação e deverá
estipular o escopo proposto para a negociação, a data e o local da primeira reunião”
(BRASIL, 2015).

Assim, basta que uma das partes interessadas realize o convite com as
especificações contidas na lei, cabendo a outra parte aceitar ou não o convite.

A Lei de Mediação prevê como rejeitado o convite “[...] se não for respondido em até
trinta dias da data do seu recebimento” (BRASIL, 2015).Estabelece ainda como
mediador extrajudicial: “qualquer pessoa capaz, que tenha a confiança das partes e
se "ja capacitada para fazer mediação, independentemente de integrar qualquer tipo
de conselho, entidade de classe ou associação, ou nele inscrever-se” (BRASIL,
2015).

Destaca-se assim a o caráter informal da mediação extrajudicial tendo como objetivo


a resolução amigável e consensual do conflito de direitos em questão. A
informalidade tem, nesses casos, caráter importante para proporcionar as partes um
ambiente em que elas se sintam mais a vontade para discutir e abordar a resolução
dos conflitos.

Já a mediação judicial também tem como objetivo a resolução dos conflitos de


forma consensual embora apresenta algumas diferenças em ralação e mediação
extrajudicial. As audiências de mediação judicial deverão ser realizadas em centros
judiciários de solução consensual de conflitos, realizada por mediadores
cadastrados pelo tribunal, e habilitados para atuar em mediação judicial.

A Lei nº 13.140/2015 prevê, um prazo de 60 (sessenta) dias para a conclusão da


mediação judicial, contados da primeira sessão, salvo quando as partes requererem
sua prorrogação.
Para atuar como mediador judicial, a Lei de Mediação, estabelece no seu Art. 11,
que:

“poderá atuar como mediador judicial a pessoa capaz, graduada já pelo menos dois
anos em curso de ensino superior de instituição reconhecida pelo Ministério da
Educação e que tenha obtido capacitação em escola ou instituição de formação de
medidores, reconhecida pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de
Magistrados – ENFAM ou pelos tribunais, observados os requisitos mínimos
estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da
Justiça” (BRASIL, 2015).

Prevê no seu Art. 29, a isenção das custas judiciais finais do processo, quando
solucionado o conflito pela mediação antes da citação do réu.

E diz ainda no Art. 26. que “As partes deverão ser assistidas por advogados ou
defensores públicos, ressalvadas as hipóteses previstas nas Leis nos 9.099, de 26 de
setembro de 1995, e 10.259, de 12 de julho de 2001.” (BRASIL, 2015).

O MEDIADOR E SUAS ATRIBUIÇÕES

Embora o mediador não tenha poder de decisão nos processos ele é peça
fundamental no processo de mediação, vez que apesar de não interferir no litígio,
pois por meios de técnicas apropriadas ira atuar de forma a suscitar questões e
norter a busca para solução dos conflitos

Conforme descreve Buitoni (2007, p.56), o mediador:

não se envolve no conflito como se fosse ele uma das partes, mas sim sente o
conflito em todas as suas dimensões, percorre o conflito, com os mediados nas suas
sutilezas, para que sejam criados os novos caminhos que transcendam o conflito.

Assim sendo o mediador exerce função importante para a desenvolvimento da


mediação.

A Lei de Mediação não prevê requisitos técnicos para a atuação de uma pessoa na
mediação extrajudicial. Entretanto, pelo disposto acima, torna-se necessário que o
mediador tenha habilidades necessárias para estimular o dialogo me busca de
soluções dialogadas.

A Lei de Mediação prevê condicionantes para atuação como mediador afim de que
se cumpra o principio da imparcialidade do processo de mediação , no seu Art. 5º
que “Aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses legais de impedimento e
suspeição do juiz”. Ainda, nos termos do Art. 6º, da mesma lei, “O mediador fica
impedido, pelo prazo de um ano, contado do término da última audiência, em que
atuou, de assessora, representar ou patrocinar qualquer das partes”. Isso deve
como forma de proteger a boa-fé no procedimento de mediação, não podendo um
mediador, que conhece as nuances do conflito, pela sua atuação, favorecer
posteriormente uma das partes.

Ressalta-se ainda a confidencialidade do mediador e das outras partes envolvidas,


igualmente previsto na Lei nº 13.140/2015, com algumas exceções, conforme se
denota do Art. 29.

Assim a atividade o mediador tem por obrigação atuar em conformidade com os


princípios e dispositivos estabelecidos em lei respeitando a autonomia das partes.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como vimoso a mediação apenas não é um mero procedimento admistrativo ser a


ser cumprido pelas partes, mas um meio para soluções de conflitos, sendo aescolha
de um mediador capacitado, fundamental para a eficiência da mediação.

As recentes sanções da Lei de Mediação e do novo Código de Processo Civil,


evidenciam, que os meios alternativos para resolução de conflitos estão em voga
como uma para acesso resolução de conflitos, bem como para desafogo do sistema
judiciário.

Dentre os diversos modelos existentes, a mediação destaca-se nesse cenário atual,


tanto como uma forma para a resolução dos litígios judiciais, quanto para a solução
extrajudicial de conflitos.

Entretanto faz-se necessário a paulatina mudança de cultura afim de tornar a


mediação mais aceita e efetiva. Uma nova cultura que perceba o conflito de outra
forma.

“A possibilidade de perceber o conflito como algo positivo é uma


das principais alterações da chamada moderna teoria do conflito.
Isso porque, a partir do momento em que se percebe o conflito
como um fenômeno natural na relação de quaisquer seres vivos,
torna-se possível se perceber o conflito de forma
positiva”(BARCELLAR, 2009, p. 110).

Referências BIBLIOGRÁFICAS

Bacellar, RobertoPortugal Mediação e arbitragem /Roberto Portugal Bacellar. –


São Paulo : Saraiva,2012.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília, DF: Senado, 1988.
_______. Lei nº 13.140, de 26 de Junho de 2015. Dispõe sobre a mediação entre
particulares como meio de solução de controvérsias e sobre a
autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública;

BUITONI, Ademir. Mediar e conciliar: as diferenças básicas. 2007. Disponível


em: < jus.com.br/artigos/17963/mediar-e-conciliar-as-diferencas-basicas>.
Acesso em: 01/09/2015.

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