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CONTRATO DE

MANDATO
• Previsão legal: arts. 653-692
• Conceito: é o negócio jurídico pelo qual uma
pessoa (mandatário/outorgado), recebe
poderes de outra (mandante/outorgante), para,
em nome desta última, praticar atos, negócios
ou administrar interesses.
• Relação negocial centrada na confiança
(fidúcia).
• Nota característica: boa-fé (subjetiva e
objetiva)
• Traço fundamental: atuação em nome
alheio.
Pessoas que podem outorgar
procuração
• Toda pessoa capaz é apta para outorgar mandato mediante instrumento
particular (654). A aferição de capacidade será feita na data da celebração do
mandato. Ler o artigo inteiro e os §§
• Os absolutamente incapazes não assinam a procuração, que deverá ser
outorgada pelo seu representante legal e poderá ser por instrumento particular.
• Obs.: menor relativamente incapaz, ainda que não emancipado, pode,
independentemente de assistência, ser mandatário e agir em nome e no
interesse do mandante, mas este último não têm ação contra o menor. A
emancipação do menor afasta a regra do 666.
• Os menores púberes, assistidos, firmam a procuração junto com seus
representantes por instrumento público se for outorgado para fins de negócio
(ad negotia). A ad judicia pode ser outorgada por instrumento particular
(18/CPC).
• Não pode o incapaz (absoluta ou relativamente), sozinho, isto é, sem o
respectivo representante ou assistente, figurar como mandante em nenhum caso
– o ato será inválido.
• O mandante não pode outorgar poderes para a prática de atos para os quais não
tenha capacidade ou legitimidade.
• O analfabeto, por não possuir firma, deve valer-se da forma pública para
outorgar mandato.
Pessoas que podem receber
procuração
• O menor relativamente incapaz não
emancipado pode ser mandatário, mas o
mandante não tem ação contra ele, senão de
conformidade com as regras gerais, aplicáveis
às obrigações contraídas por menores (art.
666) – RISCO DO MANDANTE.

• O pródigo e o falido não são impedidos de


exercer mandato.
Características
• Consensual
• Personalíssimo
• Não solene (656/CC), salvo art. 657/CC
• Em regra gratuito (658), exceto convenção em contrário ou
no mandato realizado em razão de ofício ou profissão do
mandatário (exs.: advogado, corretor de imóveis etc), caso em
que haverá onerosidade.
• Em regra unilateral, porque gera obrigações somente para o
mandatário, podendo classificar-se como bilateral imperfeito
(pode gerar a obrigação de pagar perdas e danos sofridos pelo
mandatário). Sempre que se convenciona a remuneração,
passa a ser contrato bilateral e oneroso.
• Preparatório: a finalidade é habilitar o outorgado à prática de
outros atos desejados pelo mandante.
Espécies de Mandato
• Quanto às relações entre mandante e mandatário: gratuito
ou oneroso.
• Quanto à pessoa do mandatário:
a) Conjunto ou simultâneo
b) Solidário
c) Fracionário
d) Substitutivo
• Quanto aos modos de manifestações da vontade:
a) Expresso: específico daqueles casos que exigem
procuração com poderes especiais (661,§1º);
b) Tácito: se a aceitação do encargo se der por atos que a
presumem (659)
• Mandato em causa própria ou in rem suam: art. 685 –
cláusula “em causa própria” ou “no interesse próprio”
(mandatário) é aquele em que o mandatário age em nome do
mandante, mas no interesse próprio (dele, mandatário).
• Natureza jurídica: cessão de direitos, pois o mandato é
apenas meio para esta finalidade (transferência de direitos ao
mandatário), e não fim em si mesmo.
• Este mandato é irrevogável (exceção à irrevogabilidade)
justamente porque implica transferência de direitos. Assim,
eventual revogação não terá eficácia e não será extinto pela
morte de qualquer das partes.
• Não haverá prestação de contas, afastando a regra do art. 668.
• Quanto à forma de celebração: verbal e escrito
(654 e 657)
• Quanto ao objeto: civil e empresarial (para
negócios mercantis)
• Quanto ao conteúdo:
a) Em termos gerais (661) – mandato geral:
poderes de administração ordinária;
b) Com poderes especiais (661, §§1º e 2º) –
mandato especial: se envolver atos de alienação
ou disposição, exorbitando os poderes de
administração ordinária.
• Quanto ao fim: ad negotia ou extrajudicial e ad
judicia ou judicial
MANDATO,
REPRESENTAÇÃO E
PROCURAÇÃO
MANDATO REPRESENTAÇÃO PROCURAÇÃO
É o CONTRATO pelo qual uma das É a ATUAÇÃO de uma É o ATO JURÍDICO UNILATERAL (e
partes se obriga a praticar, por conta pessoa na gestão dos independente) concessivo de poderes.
de outra, um ou mais atos jurídicos. interesses de outrem.

É relação externa, ou seja, o meio pelo


É relação externa, isto é, qual são conferidos poderes para um
tem projeção exterior, representante voluntário, por força de
É relação interna, negócio jurídico dando ao agente, nas mandato ou não.
criador de deveres jurídicos entre as suas relações com O outorgado (procurador) não
partes. terceiras pessoas, intervém na concessão de poderes de
legitimidade para representação e não assume
contratar (atuar) em obrigações, possuindo apenas
nome do interessado. poderes de atuação em nome do
outorgante.
Pode se limitar à atuação em nome
alheio sem a atribuição de poderes É verdadeira substituição
representativos e sem a outorga de da exteriorização da
procuração. vontade. Pode ser legal
Se o mandatário atuar em nome do (ou necessária), judicial
mandante e com os necessários ou voluntária. Está ligada à representação e ao
poderes representativos haverá Somente na mandato, mas com eles não se
representação voluntária. Mas representação voluntária confunde.
poderá o mandatário, eventualmente, haverá a presença do
atuar no seu próprio nome (mandato contrato de mandato.
em causa própria), não havendo
concessão de poderes – art. 663.
Mandato outorgado a duas ou mais
pessoas
• Fundamento: art. 672
• Regra: presunção de solidariedade - atuação (e
substabelecimento) dos mandatários conjunta ou
separadamente.
• Mandato conjunto: exige cláusula expressa; os
mandatários são impedidos de validamente atuar em
separado, admitindo-se, contudo, ratificação.
• Mandato sucessivo: os mandatários devem atuar na
ordem de sua nomeação.
• Mandato fracionário: quando se concede a um
mandatário poder distinto do que foi outorgado ao outro.
Ausência ou excesso de
mandato
A ausência de mandato* ou o excesso dos poderes (quanto ao
limite e ao tempo) torna o mandatário pessoalmente vinculado
e o ato praticado ineficaz em face do mandante, salvo
ratificação expressa ou tácita, esta última resultante de ato
inequívoco – efeitos ex tunc – arts. 662 e 665. A não
ratificação tornará o mandatário responsável como gestor de
negócios (intervenção em negócio alheio sem autorização do
dono do negócio), pois somente a ratificação a converterá em
mandato – art. 873.
Obs.: teoria da aparência - mandato aparente – proteção
jurídica do terceiro de boa-fé – vinculação do mandante
ainda que não haja ratificação. Atenção: proteção da
confiança x segurança jurídica.
• Atenção:
• 1) se o mandatário agir nos limites dos poderes: o mandante
será o único responsável perante terceiros;
• 2) se o mandatário exceder os poderes do mandato ou agir
contra estes poderes: assumirá a responsabilidade pessoal pelo
excesso ou abuso de poder. Será gestor de negócios até a
ratificação, salvo se houver a situação de aparência ou mandato
aparente.
• 3) se o mandatário agir em nome próprio (ainda que no
interesse do mandante): será o único responsável pelos atos
praticados – não haverá aqui mandato aparente (pressupõe
atuação em nome de outrem, mesmo sem poderes)
Obrigações do mandatário
• Agir em nome do mandante, dentro dos poderes conferidos na
procuração
• Aplicar toda a sua diligência habitual na execução do
mandato e indenizar qualquer prejuízo causado por culpa sua
ou daquele a quem substabelecer (667)
• Prestar contas de sua gerência ao mandante, transferindo-lhe
as vantagens provenientes do mandato, por qualquer título
que seja (668), salvo se em causa própria
• Apresentar o instrumento do mandato às pessoas com quem
tratar em nome do mandante
• Concluir o negócio já iniciado, “embora ciente da morte,
interdição ou mudança de estado do mandante”, se houver
perigo na demora (674)
Obrigações do mandante
• Dever de cumprir as obrigações assumidas pelo
mandatário dentro dos poderes conferidos no mandato
(675 e 679)
• Satisfação das obrigações de caráter pecuniário: adiantar
ou reembolsar (assegurado direito de retenção* ao
mandatário) as despesas necessárias à execução do
mandato; pagar a remuneração ajustada; indenizar o
mandatário pelos prejuízos experimentados na execução
do mandato (675-677)
* a retenção não é permitida para cobrança de
honorários e perdas e danos.
Substabelecimento
• É a transferência de poderes do outorgado para terceiro
com a finalidade de que este atue na consecução das
atividades objeto do negócio jurídico.
• É relação jurídica derivada ou acessória.
• Não caracteriza cessão da posição contratual.
• É direito do mandatário (Resp 456.129/RS).
• Só poderá ser vedado por disposição expressa, havendo
descumprimento, o mandatário responderá pelos prejuízos
ocorridos sob a gerência do substituto, ainda que
decorrentes de caso fortuito (responsabilidade objetiva),
SALVO provando que o caso teria sobrevindo ainda que
não tivesse havido substabelecimento.
• Pode ser feito por instrumento particular mesmo que a
procuração originária tenha sido outorgada por
instrumento público, e com ou sem reserva de poderes.
Responsabilidade do
mandatário pelos atos
praticados pelo
substabelecido – art. 667
Silente o Proibição expressa Permissão expressa
contrato
Presume-se que o Os atos praticados pelo substabelecido O mandatário responderá
Responsabilidade
substabelecimento doineficazes
é serão válidos, mas mandatário perante opelos atos prejuízos
por eventuais
direito
– art. 667
do mandante, não o obrigando ao causados ao mandante se
praticados pelo substabelecido
mandatário, assim, cumprimento, salvo ratificação procedeu culposamente
neste caso, só expressa e ulterior (efeitos ex tunc). na escolha do
responderá pelos O mandatário responderá pelos substabelecido ou nas
danos decorrentes prejuízos causados ao mandante instruções dadas a ele
de culpa do derivados de culpa do substabelecido
substabelecido, ou decorrentes de fortuito, salvo
excluindo, portanto, provando que o caso teria sobrevindo
os danos causados ainda que não tivesse havido
por caso fortuito ou substabelecimento.
força maior.
Extinção do mandato
Art. 682:
a) Revogação (mandante) ou renúncia (mandatário) –
686/687
b) Morte (vide arts. 689-691) ou interdição de uma das
partes. A eficácia do mandato após a morte é admitida
excepcionalmente para a tutela de interesses de
terceiros de boa-fé, no caso da morte do mandante,
para tutelar os interesses do mandante, no caso de
morte do mandatário
c) Mudança de estado que inabilite o mandante a
conferir os poderes, ou o mandatário para os exercer.
Ex.: o casamento do mandante extingue o mandato
para alienação do imóvel se a outorga do outro
cônjuge, devido ao regime, o torna obrigatório.
d) Término do prazo ou conclusão do negócio
Irrevogabilidade do mandato
O mandato é essencialmente revogável, SALVO (arts. 683-
686):
a) Se contiver cláusula de irrevogabilidade*;
b) Se conferido com a cláusula em causa própria** (art. 685);
c) A cláusula de irrevogabilidade for condição de um negócio
bilateral (mandato acessório de outro contrato), ou tiver sido
estipulada no exclusivo interesse do mandatário;
d) Se contiver poderes de cumprimento ou confirmação de
negócios encetados, aos quais se ache vinculado (art. 686,
p.ú.);
* O descumprimento da cláusula de irrevogabilidade sujeita o mandante
ao pagamento de perdas e danos.
** O mandato em causa própria outorga poderes no interesse exclusivo do
mandatário e é utilizado como forma de alienação de bens, pois este
recebe poderes para transferi-los para o seu nome ou para o de terceiro,
dispensando nova intervenção do outorgante e prestação de contas.
 Profa. Helen Karina Amador Campos – helenk.campos@gmail.com
 Este material foi produzido com base em anotações pessoais de aulas,
referências e trechos de doutrinas, informativos de jurisprudência, enunciados
de súmulas, artigos de lei, anotações oriundas de questões, entre outros.
 Atualizado até 05/2018

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